necessidades educativas especiais em contexto da abordagem por competencias

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    Ensino aprendizagem numa abordagem por competncias e pedagogia de integrao numa perspetiva da filosofia da educao para todos.

    Alunos com dificuldades especficas de aprendizagem na leitura e escrita e outros casos-Aportes psicopedaggicos

    Eleutrio Afonso

    01-11-2013

    Para levar a cabo o atendimento s necessidades educativas especiais, tem-se recorrido criao das salas de recurso multifuncionais, com alguns equipamentos e profissionais afetos ao ramo da educao especial. O presente documento estabelece um conjunto de linhas orientadoras da ao da sala de recursos luz da nova abordagem curricular por competncias.

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    Ensino aprendizagem numa abordagem por competncias e pedagogia de integrao numa perspetiva da filosofia da educao para todos.

    Alunos com dificuldades especficas de aprendizagem na leitura e escrita e outros casos

    Aportes psicopedaggicos

    ndice

    Enquadramento ............................................................................................................. 3 1. A avaliao no contexto educacional cabo-verdiano ............................................... 4

    1.1. Atividades de diagnstico ................................................................................... 5 2. O mbito da psicopedagogia .................................................................................. 6

    3. Os aportes da pedagogia de integrao numa abordagem por competncias ........... 8 4. Atividades de recuperao ................................................................................... 11

    5. As situaes complexas no contexto da educao especial ................................... 12 Anexos: ...................................................................................................................... 15

    Por Eleutrio Afonso

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    Enquadramento A adequao do processo ensino-aprendizagem s necessidades de todos passa pela

    organizao dos servios de apoio NEE atravs de servios de educao especial,

    criando condies para a adequao educativa s NEE de alunos com limitaes

    significativas ao nvel de:

    i) Atividades gerais:

    ii) Participao em uma ou vrias domnios de vida devido a alteraes funcionais e

    estruturais permanentes originando em dificuldades contnuas na:

    Comunicao

    Aprendizagem

    Mobilidade

    Autonomia

    Relacionamento interpessoal e participao social

    RUNE J.Simeonsson, Professor na School Psychology and Early Childhood

    Education em 1994, tipifica as necessidades educativas especiais da seguinte forma:

    a) As NEE de baixa frequncia mas alta intensidade

    b) As NEE de alta frequncia e baixa intensidade

    a) As primeiras so biolgicas (cegueira; surdez; autismo; paralisia cerebral;

    sndrome de Down, etc)

    b) B) So de foro scio-culturais, exigem educao de qualidade e diversificada,

    bom nvel orientao vocacional, superviso e aconselhamento pedaggico

    avanado.

    Para levar a cabo o atendimento s necessidades educativas especiais, ao nvel do

    Concelho, a Delegao do MED tem um pequeno servio instalado, com alguns

    equipamentos e profissionais afetos numa pequena sala de recursos multifuncionais do

    ramo da educao especial. As atividades da sala no podem ser muito amplas, dadas as

    limitaes de vria ordem, desde a falta de uma Lei-quadro sobre as necessidades

    educativas especiais at a falta de equipamentos sofisticados ou mesmo profissionais em

    nmero suficiente e com largas capacidades para oferecer um atendimento mais amplo e

    profundo.

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    Assim, dentro das limitaes e possibilidades existentes, traa-se algumas linhas

    orientadoras das atividades de atendimento e orientao dos alunos na sala de

    recursos de Santa Cruz:

    1. A avaliao no contexto educacional cabo-verdiano A avaliao dos alunos na sala de recursos pouco pode se diferenciar da

    avaliao no ensino regular, em termos normativos, embora esta apresente algumas

    nuances que podem enquadrar uma avaliao psicopedaggica. Assim, do ponto de

    vista doutrinal, a sala de recursos pode se valer da psicopedagogia para fazer avaliaes

    de modo a haver aproximaes aos casos que demandam apoio, porque apresentam

    dificuldades diversas no processo de escolarizao e, ento, haver um plano de apoio.

    O Sistema de avaliao Ensino Bsico (Decreto-Lei n 43/2003 de 27 de

    Outubro), no seu artigo 3, a respeito do mbito e objetivos da avaliao, estabelece que

    esta deve incidir sobre os conhecimentos, as capacidades e as competncias do aluno

    face ao plano curricular de cada disciplina e visa:

    a) Melhorar o sistema educativo, fornecendo elementos para a seleo de

    mtodos e recursos educativos e para a adequao e reformulao dos

    programas e das metodologias;

    b) Orientar a interveno do professor na sua relao com os alunos e com

    os pais e/ou encarregados de educao;

    c) Ajudar os alunos a seguir o seu prprio processo de aprendizagem;

    d) Propiciar ao encarregado de educao elementos para o acompanhamento

    do processo de aprendizagem do respetivo educando.

    O mesmo normativo da avaliao, no artigo 4, estipula, a respeito das funes

    da avaliao, o seguinte:

    1. A avaliao indissocivel da prtica pedaggica e destina-se a recolher

    informaes indispensveis orientao do processo ensino aprendizagem;

    2. A avaliao no ensino bsico compreende duas funes:

    a) Formativa;

    b) Classificativa.

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    A funo formativa da avaliao prosseguida, segundo o n1 do artigo 5 do

    decreto em anlise, atravs de uma avaliao sistemtica e contnua e consiste na

    recolha e tratamento das informaes relativas aos vrios domnios de

    aprendizagem, que revelem os conhecimentos, as habilidades, as capacidades e as

    atitudes desenvolvidas pelos alunos.

    Essas informaes recolhidas permitem caracterizar os pontos fortes e fracos,

    avaliar os xitos e os fracassos dos alunos, as necessidades, ritmos e oportunidades de

    melhoria da aprendizagem e, em funo destes elementos, aplicar medidas educativas

    de reorientao e de superao das dificuldades sentidas pelos alunos.

    1.1. Atividades de diagnstico A sala de recursos enquanto unidade associada equipa de coordenao

    pedaggica.

    Decreto-Lei n 43/2003 de 27 de Outubro), no seu artigo 8 , a respeito da avaliao

    diagnstica estipula que:

    i) A avaliao diagnstica aplicada pelos professores com o fim de averiguar a

    posio do aluno face s aprendizagens anteriores que servem de base (pr-requisitos)

    para a aquisio de outras no sentido de prever as dificuldades futuras e, em certos

    casos, resolver situaes presentes. Esta modalidade aplicada antes de iniciar uma

    nova unidade ou ciclo de aprendizagem. Os resultados desta avaliao devero ser

    obtidos por objetivos, no fazendo sentido a atribuio de uma classificao.

    ii) A aplicao desta modalidade de responsabilidade conjunta do professor, em

    dilogo com os alunos e com os rgos de orientao tcnico/pedaggica1.

    Por conseguinte, a sala de recursos deve ser, por enquanto, uma unidade associada

    equipa pedaggica concelhia, que apoia as escolas nesse processo.

    No artigo 13, o Decreto-Lei n 43/2003 de 27 de Outubro trata dos instrumentos

    de recolha de informaes. O n 1 estabelece que A recolha de informaes sobre o desempenho dos alunos pode assumir, de entre outras, as seguintes formas: a) Perguntas orais e escritas;

    1 Os Dec Lei 77 e 78 de 1994 estabelecem como rgos de orientao tcnico pedaggica o ncleo pedaggico nos plos e a equipa pedaggica nos concelhos.

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    b) Trabalhos individuais e de grupo; c) Testes escritos e orais.

    No n 2, o mesmo decreto especifica um pouco mais sobre a avaliao dos

    alunos com necessidades educativas especiais (NEE) dizendo que deve-se ter em conta a natureza das necessidades, o tipo de ensino, a forma de expresso e os cdigos de comunicao utilizados.

    justamente nesse eixo que entra a psicopedagogia no sentido de ajudar a esclarecer um pouco mais a natureza das necessidades a que se refere o ponto 2 do Decreto-Lei n 43/2003.

    2. O mbito da psicopedagogia A psicopedagogia nasce de uma aproximao de vrias cincias. Como sabido,

    as cincias tratam a realidade numa linguagem indicativa que s se faz possvel por

    processos de abstraes da realidade, uma espcie de recorte do todo. Esse corte da

    realidade em fatias para age um tanto em desabono da unidade complexa que o ser

    humano. Assim, numa tentativa de encontrar o espao comum entre a medicina,

    psicanlise, pedagogia, e psicologia constitui-se o campo epistemolgico da

    psicopedagogia. Dentro das possibilidades materiais e experienciais da sala de recursos

    criamos um roteiro que permite uma avaliao psicopedaggica de maneira a ter um

    conhecimento alargado de cada criana na sua individualidade, suas possibilidades e

    limitaes em relao s metas curriculares, socioculturais e interacionais, dentro da

    nossa cultura.

    O roteiro procura fazer uma aproximao nos planos

    Cognitivo

    Emocional

    Psicomotor (capacidades coordenativas e condicionais)

    Pedaggico e moral

    O roteiro de atividades de diagnstico visa os seguintes objetivos gerais

    1. Permitir a construo de uma anamnese global da criana envolvendo o

    contexto familiar, na medida do possvel, da histria da vida intrauterina, o parto

    e o percurso do atendimento materno infantil e pr-escolar;

    2. Possibilitar uma pequena meditao em conjunto com os pais, amigos,

    professores e coordenadores do polo;

    3. Fornecer elementos para um exame dialtico da situao;

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    4. Fornecer elementos para pesquisas mdicas, psicolgicas e morais mais

    profundas;

    5. Fornecer dados para uma hermenutica do caso;

    6. Ocasionar um exame de conscincia e partilha de subjetividades entre os

    atores diretos no processo educacional da criana;

    7. Formular um discurso global de modo a delimitar o campo de ao tendo em

    conta o potencial de aprendizagem a ser desenvolvido;

    Objetivos especficos do roteiro de diagnstico:

    1. Conhecer o estgio cognitivo no qual o aluno se encontra, tendo em conta a

    teoria construtivista que estabelece os nveis sensrio motor, pr operatrio,

    operatrio concreto e operatrio formal;

    2. Compreender em que medida o aluno pode operar ao nvel da observao,

    seriao, classificao, numerao; identificao, que, alis sero amplamente

    solicitadas no quotidiano escolar;

    3. Verificar os nveis de conhecimento da realidade social, lgico matemtica e

    fsico;

    4. Identificar as desfasagens de maneira a priorizar reas de interveno (fontica e

    fonologia; vocabulrio; construo de ideias e frases; sequenciamento de aes;

    motricidade fina e ampla; grafia; educao cvica e moral);

    5. Encontrar pistas para a elaborao de jogos e atividades que vo de encontro s

    necessidades;

    6. Encontrar fatores perturbadores do exerccio das funes cognitivas

    (fatigabilidade; falta de interesse; deficincia de ateno; fragilidade de memoria

    de trabalho, etc)

    Objetivos operacionais

    Verificar a diferena entre o conhecimento emprico da criana e o conhecimento

    logico matemtico;

    Constatar se a criana j adquiriu a noo de conservao de quantidades;

    Averiguar se a criana j atingiu a noo de reversibilidade e inverso;

    Ver se a criana compreende a incluso de classes, massa,

    Averiguar o nvel de operao com a problemtica de seriao;

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    Apurar quais as concees da criana sobre a leitura e escrita (se pr silbico;

    silbico, silbico alfabtico ou alfabtico)

    Analisar o desenvolvimento grfico;

    Testar o desenvolvimento da criana na lngua materna (entoao e articulao,

    fisiologia da fala,) palavras e frases;

    Medir a Acuidade visual;

    Verificar o grau de domnio das cores

    Ajuizar sobre as reais possibilidades da criana em relao s exigncias da literacia

    e numeracia, tendo e conta os patamares dos programas do 1 ciclo do EBI.

    3. Os aportes da pedagogia de integrao numa abordagem por competncias

    Cabo Verde est a implementar uma reforma educativa que, de entre outras

    inovaes, introduz o desenvolvimento curricular numa lgica da construo de

    competncias. Tal realidade contempla o uso de programas por competncias de base e

    patamares que sero avaliados por provas de conhecimentos pontuais (prova de

    avaliao de objetivos especficos) e provas de integrao que avaliam as competncias

    de base e patamares, estas, denominadas situaes de integrao. Estas inovaes

    constituem entrave ou vantagem para a educao especial?

    Antes de tudo convm frisar que muitos so os alunos que, em contexto escolar,

    demonstram algum atraso que afeta diretamente no processo de alfabetizao e clculo,

    atividades centrais dos curricula escolares. A psicognese da linguagem escrita nos

    permite classificar as estratgias de escrita dos alunos em fase inicial em:

    Aqueles que escrevem usando estratgias pr silbicas

    Aqueles que usam hipteses silbicas

    Aqueles que usam hipteses silbico-alfabticas

    Aqueles que usam a estratgia alfabtica nas suas produes

    Aqueles que usam, predominantemente, a estratgia com elevada

    conscincia ortogrfica.

    Mas h, tambm, casos de alunos cujo desenvolvimento grfico tao atrasado

    que no chegam a estar, sequer, ao nvel da hiptese pr-silbica.

    A avaliao psicopedaggica pode ajudar a clarificar a situao bem como as

    potencialidades em termos de ritmos e limitaes.

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    A pedagogia da integrao numa abordagem por competncias considera duas

    perspetivas diferentes para a integrao:

    a) A abordagem situacional e

    b) A abordagem pelas semanas de integrao.

    Na primeira, a abordagem coloca a situao complexa no centro do processo,

    partindo da aplicao da situao problema para o diagnstico, a conduo das

    aprendizagens pontuais, preferencialmente, pela via da resoluo das situaes

    complexas e, aplicao das situaes para as avaliaes. A abordagem pelas semanas da

    integrao, parte de uma planificao que diferencia dois momentos: As

    semanas/pocas de instalao dos saberes pontuais e pocas de aprendizagem da

    integrao, correntemente denominadas semanas de integrao mas, que a

    experimentao demonstrou no ser possvel circunscrever a aplicao das situaes em

    uma semana, da a necessidade de se clarificar, utilizando numa linguagem mais

    flexvel, a expresso poca de integrao. Tanto na abordagem situacional como pelas

    semanas/pocas de integrao, h necessidade de um grande exerccio por parte dos

    professores, nas competncias respeitantes produo das famlias de situaes

    complexas para a integrao e respectivas grelhas com os critrios e indicadores (de

    coerncia, pertinncia, ferramentas da disciplina e aperfeioamento), com especial

    enfoque na abordagem situacional, uma vez que nesta, as situaes devem ocorrer com

    mais abundncia. Isso porque, na abordagem situacional, a instalao dos saberes

    pontuais feita, acima de tudo, pelo recurso s metodologias de aprendizagem por

    situaes-problemas, em vez das de descoberta guiada ou outras famlias metodolgicas

    pouco centradas no aluno e na aprendizagem. Sendo assim, o professor precisa de

    I) situaes complexas para o diagnstico

    II) Situaes complexas para a aprendizagem (situaes didticas)

    III) Situaes complexas para a avaliao de regulao/

    IV) Situaes complexas para a remediao e estruturao

    V) Situaes complexas para a certificao, nas classes onde haja a

    avaliao certificativa.

    Neste sentido, a situao complexa ocupa a centralidade do processo. Na

    abordagem pelas semanas/pocas de integrao, igualmente se faz necessrio ter

    famlias de situaes, de trs a cinco por patamares para que, durante o perodo

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    dedicado a aprendizagem e avaliao da integrao, se possa ter o nmero necessrio de

    situaes para os devidos efeitos.

    Nos anos de iniciao leitura e escrita, designadamente, ensino pr-escolar,

    primeiro e segundo anos, eventualmente terceiro e quarto, mas tambm, em contexto de

    atendimento a alunos com dificuldades de aprendizagem, o exerccio de produo de

    situaes por parte dos docentes se mostra particularmente importante porque, nesta

    fase, as crianas aprendem muito mais por processos integradores e globalizadores que

    por processos de diferenciao e especificao. Sugerimos, com base na prpria

    realidade da experimentao que tivemos a oportunidade de instalar e acompanhar, uma

    planificao voltada pela abordagem situacional nas classes mais baixas, dando

    preferncia a condues de aprendizagens pontuais pela via das metodologias de

    resoluo de situaes problemas em detrimento das semanas de integrao. medida

    que a turma comea diferenciar-se, tendo a maioria dos alunos nos nveis alfabticos, se

    aplicar as semanas de integrao, com a devida diferenciao, utilizando para tal,

    situaes adaptadas aos que se encontram nos nveis pr-alfabticos. Paralelamente a

    isso, desencadear um amplo processo de diagnstico psicopedaggico no sentido de

    encontrar os que precisam de recuperao e interveno precoce junto s salas de

    recursos e atividades de apoio no perodo contrrio ao da lecionao.

    As novas orientaes e avaliao nacionais que, doravante, sero emitidas em

    virtude da introduo da abordagem por competncias nos curricula do ensino regular,

    deve, conter indicaes claras sobre isso. Por outro lado, um investimento srio por

    parte da administrao educativa em dotar as equipas locais de tcnicas e salas de

    recursos multifuncionais de apoio e aconselhamento no processo de diagnstico e

    recuperao dos alunos.

    Por volta dos 5-6 anos de idade, altura em que as crianas terminam o ciclo pr-

    escolar e do incio ao primeiro ano de escolaridade, o grande 1 ciclo onde a trabalho

    fundamental se volta para a problemtica da alfabetizao, a heterogeneidade dos alunos

    em termos de capacidades de leitura e escrita muito grande. Neste sentido, h que

    fazer face a tal diversidade, dando a cada qual o estimulo na medida certa para que

    possa continuar a progredir.

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    4. Atividades de recuperao A aplicao da psicopedagogia como embasamento terico das intervenes nas

    salas de recursos se deve ao facto de, sobretudo, se pretender um processo de

    diagnstico que, para alm de permitir um mergulho no labirinto dos fatores etiolgicos

    que podem estar na origem dos fracassos escolares, fornea pistas e sadas didticas e

    metodolgicas para essas dificuldades, bem como insumos para o apoio, orientao e

    formao de professores.

    Alis, o professor pea-chave no processo. Todo o trabalho de recuperao do

    aluno assenta na crena do Professor Feuerstein de que o propiciamento de

    Experincias de Aprendizagem Mediada e atenta s zonas de desenvolvimento proximal

    a que se refere Vigotsky (1989) ajuda ao desenvolvimento da inteligncia.

    Todo o esforo de diagnstico baseia-se na esperana de se ter uma ideia do

    potencial de aprendizagem do aluno que, independentemente de sua idade ou origem

    tnica ou cultural, poder encontrar amparo e ver-se na possibilidade de ampliar um

    pouco mais as suas capacidades num sistema educativo que se quer para todos. Por

    conseguinte, se a nossa avaliao for adequada, caber a afetao de instrumentos

    concretos de apoio psicopedaggico, seguindo os seguintes princpios:

    1. A maioria dos indivduos torna-se ento capaz de desenvolver essas

    potencialidades quando bem mediados e tiver acesso a instrumentos adequados;

    2. A maioria das deficincias da aprendizagem relacionam-se, de algum modo,

    com atitude e motivao deficientes, falta de hbitos de trabalho e esquemas de

    aprendizagem ao invs de incapacidades estruturais e de elaborao;

    3. Existe uma estreita relao entre as funes cognitivas bsicas. Da que uma

    Funo cognitiva debilitada afeta o nvel de desempenho do individuo no

    exerccio das demais funes, com reflexos a vrios nveis, quais sejam

    a) Problemas de perceo;

    b) Fraco espirito investigativo e gestos no-sistemticos,

    c) Impulsividade e equvocos inexplicveis;

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    d) Pobreza de vocabulrio e falta de ferramentas verbais para discriminar aes,

    objetos, eventos, relaes, etc. (incapacidade de dar nomes apropriados s

    coisas, gestos e atitudes).

    e) Dificuldades de orientao espacial;

    f) Dificuldades de lidar com a ordenao temporal e gesto da sucesso das

    coisas no tempo.

    g) Problemas de conservao de constantes (tamanho, forma, quantidade,

    orientao) atravs da variao dos fatores.

    h) Falta de, ou deficincia, de preciso e acuidade dos dados recolhidos.

    (discursos curtos, informais e pouco claros);

    i) Dificuldades em considerar a multiplicidade de fontes de informao ou de

    hipteses, acabando por refletir fazer anlises com base em dados isolados,

    sem viso do todo.

    5. As situaes complexas no contexto da educao especial As situaes proporcionam uma oportunidade nica de se fazer o exerccio de

    vrias capacidades aplicadas a vrios contedos para resolver problemas. Tal exerccio

    que depois ser avaliado com base nos trs critrios:

    Pertinncia (ser que o aluno agiu de acordo com o que foi pedido?)

    Coerncia (ser que a ao do aluno tem algum sentido, tendo em vista as capacidades

    e contedos em causa, ou mesmo o problema a resolver?)

    As ferramentas da disciplina (em que medida foram bem conseguidas?)

    Como se pode ver, a avaliao criteriada pela via da aplicao das situaes

    complexas permite uma clara avaliao por metas e patamares que vo sendo

    conseguidos por alunos com dificuldades.

    De referir que funes cognitivas debilitadas impedem uma avaliao eficiente

    da informao e das dicas ou sugestes, situao muito comum no contexto da

    resoluo de problemas. A aprendizagem pela resoluo dos problemas ajuda a vrios

    nveis, designadamente,

    a) Desenvolver uma perceo mais adequada ao definir um problema existente.

    b) Desenvolver a capacidade de selecionar aspetos relevantes e no relevantes na

    definio de um problema;

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    c) Desenvolver o comportamento comparativo espontneo, ou superar a limitao na

    sua aplicao;

    d) Superar o vcio de um campo psquico tacanho e medocre;

    e) Eliminar a perceo demasiado parcial da realidade;

    f) Encorajar a necessidade de perseguir evidncias lgicas;

    g) Reforar a interiorizao;

    h) Reforar o pensamento hipottico-inferitivo, o tal pensamento "E se...?";

    i) Aprender estratgias de testar hipteses;

    j) Desenvolver a habilidade de estruturar um comportamento adequado para solucionar

    um problema;

    k) Desenvolver a capacidade de organizao e planificao;

    l) Elaborao de certas categorias cognitivas;

    j) Desenvolver a capacidade de comunicao das solues encontradas2.

    h) Ensinam o trabalho cooperativo e desenvolvem formas de evitar modalidades

    egocntricas de comunicao;

    k) Aumentam as vivncias dos alunos de maneira a superar as situaes de carncia

    cultural.

    A utilizao das situaes de integrao no foi ainda alvo de regulamentao

    por parte do poder pblico educacional mas ainda assim, a orientao e recuperao dos

    alunos encontram, de momento, cunho normativo na Lei de avaliao de que temos

    feito referencia:

    O artigo 9 do Decreto-Lei n 43/2003, a propsito da avaliao formativa, traa o seguinte:

    1. A avaliao formativa uma modalidade de avaliao aplicada pelos professores com o fim de determinar a posio do aluno ao longo de uma unidade de ensino, no sentido de identificar as dificuldades e de lhes dar soluo. 2. Esta modalidade consiste na recolha e tratamento, com carcter sistemtico e contnuo, dos dados relativos aos vrios domnios de aprendizagem, que revelem os conhecimentos, as habilidades, as capacidades e atitudes desenvolvidas.

    3. A avaliao formativa tem carcter qualitativo e aplicada atravs de instrumentos diversos aplicados individualmente ou em grupo, devendo registar-se as informaes

    2 Informaes corretamente percebidas e elaboraes apropriadas podem ser expressadas incorretamente; dados e elaboraes corretas podem ter sua soluo expressa incorretamente, se existirem dificuldades nesse nvel.

    .

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    de forma a permitir a tomada de medidas educativas de orientao e superao das dificuldades dos alunos.

    4. A aplicao desta modalidade da responsabilidade conjunta do professor, em dilogo com os alunos e com os rgos e servios de coordenao e orientao tcnico pedaggicas.

    Atividades de apoio pedaggico individualizado

    O artigo 21 introduz a possibilidade da progresso flexvel nos seguintes termos: 1. A progresso flexvel implica que o professor deve acompanhar os progressos dos alunos, de forma a possibilitar que os que vm revelando maiores dificuldades sejam integrados em actividades especficas de recuperao. 2. As actividades especficas de recuperao devem ser programadas no mbito das actividades lectivas do professor ou, no sendo isso possvel, no perodo contrrio ao da leccionao, sempre em concertao com os encarregados de educao. 3. O servio central competente do departamento governamental responsvel pela rea da educao emitir directivas e orientaes especficas para a organizao das actividades de recuperao dos alunos.

    REFERNCIAS

    FEUERSTEIN, R. et al. (1980). Instrumental Enrichment. University Park Press. VYGOTSKY, L. S. (1989). A formao social da mente. So Paulo: Martins Fontes. MINISTRIO DA EDUCAO E VALORIZAO DOS RECURSOS HUMANOS (2003)- Sistema de avaliao Ensino Bsico (Decreto-Lei n 43/2003 de 27 de Outubro) MINISTRIO DA EDUCAO, CINCIA E CULTURA (1990). Estrutura e funcionamento das Escolas do Ensino Bsico (Decreto-Lei n 77/94 de 27 de Dezembro).

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    Anexos: Alunos com dificuldades especficas de aprendizagem na leitura e escrita Grau de dificuldade

    Nvel Indicador Grave Leitura (decodificao) Avanado Compreenso (qual a mensagem?) Notvel Integrao e expresso imediata (ler, compreender, organiz-lo, relacionar

    com factos e vivencias pessoais, de imediato) Ligeiro Integrao e expresso a prazo (10 dias depois ) Sugestes de atividades: Associao de letras mveis com os seus correspondentes (manuscritas, maiscula e

    minsculas) imprimidos num painel

    Leitura de um texto corrido (com palavras aparecendo e desaparecendo) numa tela de

    computador, em papel e letras mveis seguido da transcrio de algumas dessas

    palavras com letras mveis

    Transcrio dessas palavras em tipo manuscrito

    Leitura de palavras letra por letra seguido de transcrio com letras mveis

    Transcrio dessas letras e palavras em tipo manuscrito

    Coordenao de movimentos manuais guiando a mo da professora

    Circulao volta de um poste com laos sem tropear no colega

    Atividade acstico- musical com batimentos numa mesa redonda com troca de canecas

    alternadas de palmas.

    Atividades complexa de gincana escrita

    Encontrar coisas perdidas

    Teste de cores

    Teste de memria

    Teste de tontura

    Leitura de cabea para baixo

    Atividades cerebrais

    Agrupamento de todas as letras iguais

    Letras com mesmo som

    Palavras que comeam igual

    Viagem pelas ilhas de cabo verde (com palavras para completar )

    Ver por dentro do caixote

    Acertar na boca do boneco

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    1. DIRIO DE TAREFAS Data: Nome: Nominho: Atividades a realizar: Orientador: Hora de atendimento: Durao:

    1. DIRIO DE TAREFAS Data: Nome: Nominho: Atividades a realizar: Orientador: Hora de atendimento: Durao:

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    3. Ficha de seguimento e regulao Nome: Nominho: Orientador: Hora de atendimento: Durao: Saber - fazer: (De par?____ Individual?____)

    3.1. Registo de desempenho

    data Desempenho Observao adicional

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    Folha de presenas na sala de recursos

    Datas Nome..

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    Dossier individual de trabalho:

    1. FICA TCNICA RESUMIDA Nome: Nominho: Capacidades a estimular: Hora de atendimento: Durao do atendimento:

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    1. FICA TCNICA RESUMIDA

    Capacidades a estimular: Responsvel pela orientao: Durao do atendimento:

    Nome: Adelson da Silva Ribeiro

    Idade: 8anos Altura: 118 Nascimento: 22-05-____

    Sexo: m Peso atual: hora de atendimento:

    Nominho: Dia de atendimento:

    Par de trabalho: