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SIN CITY 2 | O PECADO ESTÁ DE VOLTA > O ESTILO QUE ESTÁ FORMANDO SUA LEGIÃO 30 de Agosto de 2009 ENTREVISTA: Amir Labaki fala toda a verdade A violência na tela grande O Cinema India- no em debate > > >

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O ESTILO QUE ESTÁ FORMANDO SUA LEGIÃO > ENTREVISTA: Amir Labaki fala toda a verdade A violência na tela grande O Cinema India- no em debate 30 de Agosto de 2009

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Page 1: ne-revista de cinema

SIN CITY 2 | O PECADO ESTÁ DE VOLTA>O ESTILO QUE ESTÁ FORMANDO SUA LEGIÃO

30 de Agosto de 2009

ENTREVISTA: Amir Labaki fala toda a verdade

A violência na tela grande

O Cinema India-no em debate

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Page 2: ne-revista de cinema

30 de Agosto de 2009 | 02

É muito fácil ser cinéfilo nos dias de hoje. É só ir na locadora, pagar uma quan-tia e levar um filme pra casa. Ou, se preferir, pegar um ônibus e caminhar até um shopping com os ami-gos e assistir à uma sessão, seguida de uma volta no shopping. Mas na reali-dade, ser cinéfilo não é só isso. Fui parar pra pensar nisso somente hoje, basea-do numa situação de uma estimada amiga minha chamada Silvia. É dificil, nos dias de hoje, encon-trar alguém que realmente seja um cinéfilo, e que não veja uma ida ao cinema apenas como um passa-tempo de fim-de-semana.

Mas o cinema não veio ao mundo com esse objeti-vo. A sua grande meta, na realidade, é fazer com que nós, espectadores pense-mos. O que podemos ti-rar daquilo que estamos vendo? Porque o chamado “povão” não consegue en-xergar o que os diretores e roteiristas têm a dizer? Talvez seja esse o mal do cinema brasileiro. É difi-cil aceitar que comédias bobas façam mais sucesso do que filmes realmente inteligentes. É até ver-gonhoso saber que Xuxa Gêmeas fez mais sucesso que O Cheiro do Ralo ou A Máquina. Acho que, aqui no Brasil, filmes com conteúdo não têm futuro. O público brasileiro se acostumou a não pensar. Mas como são valiosas as produções que realmente fazem com que pensemos!

Mas como é prazero-so quando encontramos amigos e público que apreciam o cinema! Como é prazeroso conversar com alguém que enxerga o núcleo e não apenas a superfície. Essas pessoas são realmente valiosas, essas pessoas sim são ci-néfilas. É ótimo quando se vai ao cinema e nos deparamos com pessoas discutindo sobre a cine-matografia antes do filme e não tocando pipoca nos pobres seres humanos que se encontram abai-xo. A intelectualidade agradece e esse público que realmente entende o que é cinema, vai fazer o diferencial no futuro.

EDITORIAL

NEREVISTA DE DEBATE DE CINEMA

NEÔNIO

][ÍNDICE

Há mais de 6 anos, tra-zendo os melhores filmes da história do cinema para a cidade de Maringá, o Pro-jeto Um Outro Olhar, co-ordenado por Paulo Com-pagnolo, já tem se tornado um nome conhecido nas conversas do dia-a-dia de muitos apaixonados pelo cinema. Mas a iniciativa é algo que exigiu esfor-ço e dedicação por parte de Compagnolo e alguns poucos colaboradores que conseguiram tornar a sé-tima arte uma opção nas poucas realizações cultu-rais que a cidade oferece.

Inicialmente exibido no Cine Aspen - hoje já inexistente – Compagno-lo, que já foi presidente do cineclube de Cascavel na década de 80, enxer-gou neste novo projeto um recomeço e uma nova experiência, para exibir não só filmes contempo-râneos, mas também os clássicos, favorecendo a formação de público.

Segundo ele, o projeto tinha a intenção de ofe-recer uma alternativa aos filmes comerciais, que ocupam por completo as salas de cinema. “Resga-tando da imbecilidade, para um outro olhar em relação ao cinema e para perceber que o cinema não é só o filme de ação ame-ricano que complementa a grade de programação na televisão”, declarou.

Por decorrência da re-forma que está sendo rea-lizada no auditório Hélio Moreira, antiga residência do projeto, por enquanto, ele está sendo exibido na Casa da Cultura do Jar-dim Alvorada, que, mes-mo apesar da distância, mantém o seu público fiel. Os filmes são exibidos todos os sábados às 20h.

Mesmo o projeto vol-tando a ser exibido no Hélio Moreira após as re-formas, Compagnolo diz querer continuar a exibir filmes na Casa da Cultura, “Tenho a idéia de fazer um projeto no Jardim Alvora-da, para favorecer a popu-lação aqui do bairro, que evidentemente é carente nesse sentido”, explicou.

Nos mais de seis anos de projeto, Compagnolo já passou centenas de filmes.

Sin City e atual estética dos quadrinhos

ENTREVISTA: Amir Labaki fala toda a verdade

PERFIL: Orson Welles, O mestre da montagem

A violência na tela grande

O Cinema Indiano em debate

NEREVISTA DE DEBATE DE CINEMA

NEÔNIO

][

Divertido e Irre-verente

O Filme Leolo de Jean-Claude Lauzon é lançado em DVD em uma edição super especial. A história emocionou e divertiu os espectadores com um ga-roto solitário e sonhador, apaixonado pela Itália e pela sua sensual vizinha, com quem sonha situa-ções um tanto ousadas para a sua pouca idade.

O Oscar brasileiro

Essa semana foi divulgado os concorrentes para o kiki-to do 37º Festival de Grama-do. Um dos selecionados é o sucesso de bilheterias “Se eu fosse você 2”. Para José Antônio da Silva, pesqui-sador da Unicamp, o festi-val já teve épocas melhores.

Para os amantes de Pixinguinha

Depois de superar a mar-ca de 250.000 espectadores em salas com o documen-tário musical "Vinícius", o diretor Miguel Farias Jr. prepara um longa docu-mental sobre o compositor e instrumentista brasileiro Pixinguinha (1897-1973).

O projeto foi seleciona-do pela Ancine entre as dez propostas de produção que serão debatidas no próximo dia 20 no Rio de Janeiro no 1° Encontro de Produtores Brasil-França.

A busca pelo faroeste desaparecidoO Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentá-

rio Brasileiro – DOCTV – nasceu em 2003 como uma política da Secreta-ria do Audiovisual voltada à produção de documentários e à TV Pública.

Desde então, o DOCTV atua em toda a cadeia produtiva do documentário, criando am-bientes de mercado, auxiliando na formação de profissionais, garantindo a regionaliza-ção da produção e a difusão do conteúdo em âmbito nacional. Todos os estados brasilei-ros participam do projeto por meio de suas TVs ou Instituições Públicas em associação com a produção independente, formando a Rede DOCTV. No total de suas temporadas, o DOCTV teve 3.000 projetos de documentário inscritos em 100 concursos estaduais.

FilmeFobia é polêmico, perturbador e desconfortá-vel. O diretor Kiko Goifman criou uma estrutura de docu-mentário fictício. Colocou em cena outro cineasta, in-terpretado pelo crítico Jean-

Como fazer um filme com uma garrafa de Uísque

Feita com o dinheiro de uma rifa de uísque durante as férias escolares, a modesta produ-ção venceu o Festival do Rio e a Mostra de São Paulo (os dois maiores festivais de cinema do País), como melhor filme pelo voto popu-lar. Matheus aposta em diálogos ora leves, ora intensos, e longos planos-sequência para con-tar a última hora que esse jovem casal passou junto. A referência mais clara está nos ótimos Antes do Amanhecer (1995) e sua continua-ção Antes do Pôr-do-Sol (2004), de Richard Linklater. Matheus confirma a fonte, mas diz que seu cineasta preferido é Woody Allen.

O Programa de Fomento à Produção e Teledifusão do Documentário Brasilei-ro dução de documentários e à TV Pública.

Claude Bernardet, engajado na realização de um filme capaz de registrar a imagem do nascimento do medo, definida como o exato mo-mento em que um fóbico é confrontado com sua fobia.

O documentário “Alô, Alô, Teresinha”, de Nelson Hoineff, recebeu no último domingo o prêmio de me-lhor filme do 13º CINE-PE – Festival Audiovisual do Recife. Um mergulho na vi-são de mundo antes do que na biografia de Abelardo Barbosa, o documentário recebeu um total de quatro prêmios, incluindo os do público, de montagem e o Troféu Gilberto Freyre. Es-treia prevista para outubro.

“Alô, Alô, Teresinha”

Os medos em película

30 de Agosto de 2009 | 03

Page 3: ne-revista de cinema

A ONDA DO MOMENTOA estética dos quadrinhos que já possui um público fielArnaldo Gomes

Leiam abaixo 21 peque-nas críticas de 21 fil-

mes em cartaz nos cinemas. Com exceção da estréia (“Sin City - A Cidade do Pecado”) e da pré-estréia (o desenho “Castelo Animado”), a lista parte do filme mais indicado para o menos aconselhável. Trata-se evidentemente de uma classificação subjetiva porque, como toda crítica, ela se baseia no gosto pes-soal da reportagem. O obje-tivo é apenas dar dicas para os leitores decidirem o que vale e o que não vale a pena assistir no final de semana.

Sin City - A Cidade do Pecado (“Sin City”) - Nem a linguagem e estética dos quadrinhos ou o estilo “ta-rantino” de fazer cinema ser-vem para amenizar um fato: “Sin City” é um dos filmes mais violentos já realiza-dos. Tudo o que você puder imaginar so-bre a barbárie humana, vai encontrar lá. Feita essa res-salva, eis um trabalho que nenhum apai-xonado pelo cinema pode perder. Primeiro porque é a mais perfeita montagem cinematográfica da obra do gênio Frank Miller --e qual-quer coisa que Miller tenha feito precisa ser vista (ou lida). Segundo, porque, mis-turado a todo aquele sangue tarantinesco --amarelo, ver-de ou branco-- existe uma história de amor, de culpa e com um conteúdo filosó-fico que raras vezes o cine-ma mostrou tão bem. Um filme que você tem de res-pirar fundo antes de entrar. E procurar ar quando sair.

Castelo Animado (“Hauru Ugoko Shiro”) - Um longo conto de fadas e bruxas de Hayao Miyazaki, o mesmo do maravilhoso “Viagem de Chihiro”. Está com sessões dubladas e legendadas em pré-estréia. Os traços e a animação são impressionan-tes e já valeriam cada centa-vo do seu ingresso. Mas vale alertar aos pais que este não é um filme indicado para crianças muito pequenas,

exceto aquelas “sonhado-ras”. O motivo é que pode-rão ficar inquietas na sala, já que o andamento de “Caste-lo Animado” é lento (119 mi-nutos) e a trama, um pouco confusa e carregada para os pequenos --mas como deve ser um épico juvenil.

Camelos Também Cho-ram (“Die Gieschichte von Weineden Kamel”) -

De longe um dos melhores filmes de 2005, “Camelos...” também conta a história da sorte ou bênção dos cine-astas Davaa e Falorni, que viajam ao sul da Mongólia para acompanhar a vida de uma família de criadores de camelos e acabam presen-ciando o problemático par-to de um animal albino, que acaba rejeitado por sua mãe. O que parece um fato corri-queiro no cotidiano daquela região inóspita se transfor-

ma na gran-de história de suas vi-das. E, por que não dizer, na

do público também: por-que ninguém sai do cine-ma sem carregar um largo sorriso no rosto. Sem exa-gero algum, quem gosta de animais considerará esta uma das histórias mais belas já contadas na tela.

Tartarugas podem Voar (“Lakposhtha Ham Parvaz Mikonand”) -

Jamais alguém mostrou tão bem --e tão dolorosa-mente-- o drama dos refu-giados curdos: massacrados pelos iraquianos, estupra-dos pelos turcos, esqueci-dos pelo mundo, os curdos estão há décadas à mercê do horror. Horror agora trans-portado para o cinema nes-ta co-produção Irã-Iraque-França. A atualidade de “Tartarugas...”, com imagens da invasão norte-americana no Iraque e a derrubada de Saddam, faz dele uma espé-cie de versão light de “Sin City” --só que no mundo real. Um filme tão pertur-bador que muita gente sairá do cinema embasbacada ou psicologicamente em fran-

galhos. Acredite: mesmo as-sim é uma experiência que você não deve abrir mão.

Caiu do Céu (“Million”) - Outro filme que honra o ci-nema contemporâneo, pelas mãos do diretor Danny Boy-le --o mesmo de “Cova Rasa” (94) e “Trainspotting” (96). Uma narrativa sobre a inge-nuidade e doçura da infân-cia, uma comédia dramá-tica cheia de surrealismo e efeitos gráficos comedidos, porém essenciais. Isso sem falar na atuação impecável do menininho “santo”, Alex Etel. “Caiu do Céu” é um filme ideal para quem gos-ta de viajar, mas dentro do cinema.

N i c o t i -na (idem) - Humor e inteligência por todos os lados, personagens bem compostos, roteiro impe-cável e um desfecho anto-lógico, que leva o público ao delírio... Na verdade, é muito difícil exigir mais de um filme do que o que en-contramos em “Nicotina”. Diversão e muita fumaça.

Em Boa Companhia (“In Good Company”) - Mais um filmaço em cartaz. Co-média dramática com texto excelente, roteiro “redondo” e um final que foge de todos os clichês que grassam no cinema comercial. Ainda há como bônus a performan-ce de Dennis Quaid --ain-

da melhor do que aquelas que já se tornaram comuns em sua carreira-- e de To-pher Grace (o Eric Forman de “That’s 70’s Show “, do canal Sony, e de “Homem Aranha 3”). A única nota destoante fica para Scarlett Johansson, que fez (mais) uma composição mediana de sua personagem. Mas isso não muda em nada o veredicto: imperdível.

Exílios (“Exils”) - O filme tem um nome e ele atende por Lubna Azabal, a atriz que interpreta Naima. “Exí-lios” conta a saga de um ca-sal de namorados que segue

em uma longa jornada até a Argélia, onde ele (Romain Duris no papel de Zano) quer

reencontrar suas raízes fa-miliares e culturais. O ca-minho é longo e feito a pé. Enquanto Zano corre atrás de sua memória, Naima é jogada contra seu passado. Sua interpretação é espe-tacular da primeira à últi-ma cena. Um filme valioso.

Extremo Sul - Vamos re-forçar: se você ainda não viu este documentário bra-sileiro de Mônica Schmie-dt e Sylvestre Campe, está perdendo tempo. A história da “escalada” do monte Sar-miento (sul da Patagônia) por um grupo de alpinis-tas tem todos os pilares do grande cinema: ação, humor

e drama. E uma fotogra-fia para ficar na memória.

Madagascar (idem) - Há duas cenas antológicas nesta animação da Drea-mWorks: a primeira, uma exclamação que os hilários pingüins fazem no momen-to em que chegam ao pólo sul; a segunda, quando os personagens principais --Marty, Alex, Gloria e Mel-man-- descobrem a dura re-alidade da selva. Filme para levar as crianças, os avós, os vizinhos, a namorada...

A Fantástica Fábrica de Chocolate (“Charlie and The Chocolat Factory”) - OK, é um clássico. Ou melhor, o “remake” de um clássico. Como tal, é ine-vitável que exista muito saudosismo e paixão nas críticas (extremamente po-sitivas) e nas infindáveis “estrelinhas” que este filme vem recebendo da mídia, de forma geral. Como toda meobviamente não há espa-edição ou escolha de elenco (e isso começa por Johnny Depp no papel principal). Mas, daí a concluir que es-tamos diante de um filme antológico, divino, sublin.

Batman Begins (idem) - Seria um lugar-comum e uma injustiça dizer que é o melhor de todos os “Bat-mans”. Na verdade, é um dos melhores filmes entre todos os que estão em cartaz. Pela primeira vez, nós, os fãs do lendário homem-morcego.

Conheça as capas dos qua-drinhos de Sin City de Frank Mil-ler

A cidade do pecado - Em seu pri-meiro volume, Frank Miller narra a vida na suja e apaixonante Basin City, ou apenas Sin City, uma ci-dade envolta em corrupção e ódio, onde em cada beco de suas ruas há crimes que ninguém quer saber.

A dama fatal - Dwight McCar-thy pensa nas várias maneiras como acabou com sua vida. Ele daria qualquer coisa para sentir a chama da paixão o preenchen-do mais uma vez. Ava o chama... mas não se esqueça Sin City .

A grande matança - Dwigth Mc-Carthy é considerado um assas-sino pela polícia por ter se livra-do de quem tentou destruir sua vida no passado. Com um novo rosto e documentos falsos, ele anda tranqüilamente pelas ruas.

Inferno 1 - Frank Miller conta uma história de amor passada em uma cidade como Sin City, repleta de corrupção, sexo e vio-lência. Ao impedir que um psico-pata violente e mate uma menina de onze anos, ele se vê imerso.

Inferno 2 - Após o misterioso seqüestro de sua mulher, Walla-ce enfrenta tipos estranhos e a própria polícia para descobrir o que há por trás dessa conspira-ção. Em uma perigosa aventur.

O assassino amarelo - Um dos maiores gênios do quadrinho, Frank Miller apresenta, nesta que é considerada a melhor história de Sin City, John Hartigan, talvez o último policial honesto da cidade.

Noite da vingança - Algo de mui-to ruim aconteceu em Sin City. Nem mesmo os criminosos pa-recem saber exatamente o que foi ou qual é a dimensão do ato imoral e maligno que praticaram.

Apenas outra noite de Sábado - Esta edição traz dez pin-ups exclu-sivos, realizados por artistas bra-sileiros. Além disso, a revista traz duas histórias completas sobre a cidade fictícia de Frank Miller.

A dama de vermelho 1 - Esta re-vista é um clássico para os fãs. São três histórias reunidas. Em duas delas, pequenos contos mos-tram como é a vida em Sin City.

A "graphic novel" Sin City foi lançada por

Frank Miller em 1991. A característica principal do trabalho é ter o traço em preto e branco, com o uso excepcional de cores.

Frank Miller não guarda-va boas recordações de seus trabalhos em Hollywood e, por isso mesmo, não pre-tendia voltar a trabalhar por lá tão cedo. O episódio mais marcante desses de-sentendimentos entre ele e a indústria cinematográfica se deu quando redigiu o ro-teiro de Robocop. O filme proposto por Miller era to-talmente diferente do que foi às telas. As alterações no roteiro do escritor foram em grande parte responsáveis pelo fracesso do filme dian-te da crítica especializada.

Diante desse aconteci-mento, Frank Miller se re-cusou a vender os direitos de adaptação para o cinema de qualquer trabalho seu nos quadrinhos. A decisão

de Miller mudou graças a Robert Rodriguez, grande fã de "Sin City", que rodou por conta própria um curta-metragem baseado em uma das histórias da série. Sua intenção era mostrar o tra-balho para Miller e conven-cê-lo de autorizar o projeto.

Robert Rodriguez apre-sentou o curta-metragem à Frank Miller alegando que, se ele gostasse, o filme po-deria ser usado na cena de abertura do longa-metra-gem. E Caso não gostasse, o quadrinista poderia usá-lo para mostrar aos amigos, já que se tratava de uma home-nagem ao seu trabalho. Mil-ler, no entanto, não só apro-vou o material como adorou o trabalho de Rodriguez.

O diretor então tentou mais uma cartada: consi-derando o estilo visual de Frank Miller tão importan-te para a elaboração de Sin City, ele convidou Frank Miller para trabalhar com ele e receber o crédito de

"co-diretor" no longa. Como o Director's Guild of Ameri-ca não permite a existência desta função - que na prá-tica quer dizer que existem dois diretores para um fil-me só -, Rodriguez decidiu se desligar do sindicato.

Por esta razão, Robert Ro-driguez teve que abdicar do trabalho em outro longa-metragem - John Carter on Mars, o qual dirigiria logo após a conclu-são de Sin City.

Quentin Ta-rantino foi mais um diretor que se juntou a equipe, à convite de Rodriguez. Pelo preço simbólico de US$ 1, ele dirigiu algumas seqüen-cias de Sin City. A atitude foi uma retribuição, feita na mesma moeda, para Robert Rodriguez, que em 2004 compôs a trilha sonora de Kill Bill - Vol. 02 (2004) pela mesma quantia. Por-tanto, é só ficar de olho, pois Quentin Tarantino aparece

nos créditos como "diretor especialmente convidado".

Sin City - A Cidade do Pecado é baseado nas his-tórias "The Hard Good-Bye", "The Big Fat Kill" e "That Yellow Bastard"

Sin City - A Cidade do Pe-cado foi inteiramente filma-do sob uma tela verde, com atores contracenando sem cenário algum. A ambienta-

ção foi pos-teriormen-te incluída através de c o m p u -

tadores, processo utiliza-do Capitão Sky e o Mun-do de Amanhã, de 2004.

As próprias revistas em quadrinhos de Sin City fo-ram usadas como storyboard pelos diretores para fazerem o filme. A fidelidade ao gê-nero, portanto é absoluta.

Robert Rodriguez escalou inicialmente Johnny Depp para o papel de Jack Raffer-ty. O ator Depp chegou a negociar sua participação no

filme, mas não chegpu a um acordo com a produção. Em seu lugar entrou Benicio Del Toro, escolhido graças ao cabelo cumprido ostentado na festa do Oscar de 2004.

Christopher Walken, Wil-lem Dafoe, Michael Douglas e Steve Buscemi tiveram personagens oferecidos, mas recusaram o trabalho. Devem estar arrependidos.

Jessica Alba visitou alguns clubes de striptease para compôr sua personagem. Suas coreografias foram fei-tas por ela mesma, com a ajuda de Robert Rodriguez, sem a necessidade de um pro-fissional especial para isso.

A música com a qual Jessi-ca Alba dança em cena não é a mesma usada na edição fi-nal: Robert Rodriguez subs-tituiu o som posteriormente.

Frank Miller, co-diretor e criador da graphic novel na ta, interpretando um padre.

O orçamento de Sin City - A Cidade do Pecado foi de US$ 450,00 milhões.

O estilo que caracte-riza uma nova safra

de realizadores

30 de Agosto de 2009 | 04NEREVISTA DE DEBATE DE CINEMA

NEÔNIO

][ NEREVISTA DE DEBATE DE CINEMA

NEÔNIO

][ 30 de Agosto de 2009 | 05

Um tom dark e obs-curo que os quadri-nhos dão ao cinema

Sin city 2 com muito mais estilo

O orçanmento de Sin City 2 foi o de

US$ 450,00

Sin City 2 é o novo sucesso comercial com estéticas de filmes ‘cults’.

Page 4: ne-revista de cinema

É muito fácil ser cinéfilo nos dias de hoje. É só ir na locadora, pagar uma quantia e levar um filme pra casa. Ou, se preferir, pegar um ôni-bus e caminhar até um shopping com os amigos e assistir à uma ses-são, seguida de uma volta no shop-ping. Mas na realidade, ser cinéfilo não é só isso. Fui parar pra pensar nisso somente hoje, baseado numa si-tuação de uma estimada amiga minha chamada Silvia. É dificil, nos dias de hoje, encontrar alguém que real-mente seja um cinéfilo, e que não veja uma ida ao ci-nema apenas como um passa-tempo de fim-de-semana.

Mas o cinema não veio ao mundo com esse objetivo. A sua grande meta, na realidade, é fazer com que nós, espectadores pensemos. O que podemos tirar daquilo que estamos vendo? Porque o chamado “povão” não consegue enxergar o que os diretores e roteiristas têm a dizer? Talvez seja esse o mal do cinema brasileiro. É dificil aceitar que comédias bobas façam mais sucesso do que filmes realmente inteligentes. É até vergonhoso saber que Xuxa Gêmeas fez mais sucesso que O Cheiro do Ralo ou A Máquina. Acho que, aqui no Brasil, fil-mes com conteúdo não têm futuro. O público brasileiro se acostumou a não pensar. Mas como são valiosas as produções que realmente fazem com que pensemos!

Mas como é prazeroso quando encontramos amigos e público que apreciam o cinema! Como é prazeroso con-versar com alguém que enxerga o núcleo e não apenas a superfície. Essas pessoas são realmente valiosas, essas pessoas sim são cinéfilas. É ótimo quando se vai ao ci-nema e nos deparamos com pessoas discutindo sobre a cinematografia antes do filme e não tocando pipoca nos pobres seres humanos que se encontram abaixo. A intelectualidade agradece e esse público que realmente entende o que é cinema, vai fazer o diferencial no futuro.

Há mais de 6 anos, trazendo os melhores filmes da história do cinema para a cidade de Maringá, o Projeto Um Outro Olhar, coordenado por Paulo Compagnolo, já tem se tornado um nome conhecido nas conversas do dia-a-dia de muitos apaixonados pelo cinema. Mas a iniciativa é algo que exigiu esforço e dedicação por parte de Compagnolo e alguns poucos colaborado-res que conseguiram tornar a sétima arte uma opção nas poucas realizações culturais que a cidade oferece.

Inicialmente exibido no Cine Aspen - hoje já ine-xistente – Compagnolo, que já foi presidente do ci-neclube de Cascavel na década de 80, enxergou neste novo projeto um recomeço e uma nova experiência, para exibir não só filmes contemporâneos, mas tam-bém os clássicos, favorecendo a formação de público.

Segundo ele, o projeto tinha a intenção de ofe-recer uma alternativa aos filmes comerciais, que ocupam por completo as salas de cinema. “Resga-tando da imbecilidade, para um outro olhar em re-lação ao cinema e para perceber que o cinema não é só o filme de ação americano que complemen-ta a grade de programação na televisão”, declarou.

Por decorrência da reforma que está sendo rea-lizada no auditório Hélio Moreira, antiga residên-cia do projeto, por enquanto, ele está sendo exi-bido na Casa da Cultura do Jardim Alvorada, que, mesmo apesar da distância, mantém o seu público fiel. Os filmes são exibidos todos os sábados às 20h.

Mesmo o projeto voltando a ser exibido no Hélio Moreira após as reformas, Compagnolo diz querer continuar a exibir filmes na Casa da Cultura, “Te-nho a idéia de fazer um projeto no Jardim Alvora-da, para favorecer a população aqui do bairro, que evidentemente é carente nesse sentido”, explicou.

Nos mais de seis anos de projeto, Com-pagnolo já passou uma centenas de filmes.

Coluna Herminilton da SilvaENTREVISTA

"O documentário pode ser tão atraente quanto a ficção"O crítico Amir Labaki, criador do festival É Tudo Verdade, afirma que houve uma mudança radical nos documentários na última década porque seus diretores perceberam que eles poderiam se igualar ao poder da ficção

O crítico de cinema Amir Labaki dirige

a programação do festival É Tudo Verdade desde que o criou, em 1996. Na época, a produção de documentá-rios era dez vezes menor do que é hoje. Este ano, haverá duas edições para acomodar a extensa programação, que inclui 12 filmes nacionais inéditos. A primeira, que acontece entre 25 de março e 26 de abril em São Paulo, Rio e Brasília, traz as mos-tras competitivas, em que filmes brasileiros e estran-geiros receberão prêmios. A segunda edição, no segundo semestre, será de mostras especiais, como a intitulada Foco Latino Americano e a 10 Documentários que Mu-daram o Mundo. Para Amir Labaki, os documentaris-tas hoje usam uma lingua-gem muito mais inventiva e atraente. Em entrevista a Neônio, Labaki disse que o que separa documentá-rio de ficção é o pacto de confiança que o cineasta cria com seus personagens e com os espectadores.

Neônio – O documen-tário ganhou uma im-portância grande nos últimos anos. Por quê?

Amir Labaki – Há 15 anos, quando começou o festival, o documentário era uma produção marginal. Dali em diante, houve uma mudança radical na cara do do-cumen-t á r i o . I s s o tem em parte a ver com a mudança de mentalidade dos documentaristas, que perceberam que o documen-tário tem de ser tão atraente quanto a ficção. Também há o fato de outros festivais de documentários no mundo derem visibilidade ao gêne-ro, que começou a chegar às salas de cinema. O público aumentou. Isso tem a ver também com a revolução digital, que barateou mui-to e facilitou a produção de documentários. Quando co-meçou o É Tudo Verdade, tínhamos no Brasil duas ou

30 de Agosto de 2009 | 06NEREVISTA DE DEBATE DE CINEMA

NEÔNIO

][ NEREVISTA DE DEBATE DE CINEMA

NEÔNIO

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três estréias de documentá-rios nacionais por ano nas salas de cinema, e uma in-ternacional. Em 2008, foram 23 estreias de documentá-rios brasileiros e 10 inter-nacionais. Nos últimos três anos, um terço das estreias brasileiras nas salas de ci-nema é de documentários.

Neônio – Quais foram as principais mudanças na estética do documentário?

Labaki – Na cena inter-nacional, a partir do 11 de setembro, houve uma ex-plosão de documentários engajados. A liderança de Bush e a guerra ao terror trouxeram uma repolitiza-ção do documentário. Hoje isso mudou, a política não é mais o vetor principal. Esta-mos num momento de tran-sição, em que as tendências ainda estão nebulosas. Não há tema ou estilo dominan-te. O Brasil nos últimos anos viu uma sofisticação grande do documentário, aumentou o nível de complexidade das narrativas. Os documentá-rios hoje têm uma ousadia formal que raras vezes foi vista na História. O docu-mentário brasileiro saiu da zona de conforto, que era em geral uma homenagem a alguém ou uma visão jor-nalística de algo em nossa história. Antes eram poucos os nomes importantes de documentaristas brasilei-ros. Hoje são dezenas, e que

têm uma obra sóli-da. Houve uma ex-pansão da classe.

Neônio – O visu-al do documentário hoje contaminou

também a ficção. Por quê?Labaki – O diálogo entre

documentário e ficção é tão velho quanto a história do cinema. Nos anos 90, houve uma expansão do visual de documentário nos filmes de ficção brasileiros, e também internacionais, sobretudo iranianos. Diários de mo-tocicleta, por exemplo, do Walter Salles Jr., é filmado como se fosse um documen-tário sobre a América do Sul, que é pano de fundo para uma história ficcional sobre Che Guevara. Há uma in-fluência da forma de narrar

as histórias, que dá para ver em filmes de Tata Amaral e Maria Augusta Ramos, por exemplo. Há outra questão,

que é a do tema. O Notícias de uma guerra particular, de João Moreira Salles, de 1998, pela primeira vez cruzou o tema do tráfico. O filme in-fluenciou diretamente o ci-nema de ficção, como Cida-de de Deus e Tropa de elite.

Neônio – Não dá para identificar nenhuma ten-dência para o futuro?

Labaki – O Brasil vive um momento de libertação da l i n g u a g e m , de uma rup-tura com o documentário tradicional. Não dá para saber bem para onde vai. Lá fora, com base nosso processo de seleção de filmes este ano, notei que há uma certa tendência ao autodocumentário, um re-torno do vídeo diário dos anos 80. São filmes em que o cineasta fala de si, de suas experiências familiares. Após uma onda tão políti-

ca, não é estranho que haja essa reação mais intimista.

Neônio – Como é o processo de seleção

do É Tudo Verdade?Labaki – Abrimos as ins-

crições em setembro, em que os realizadores podem se inscrever para a competi-ção ou para a mostra para-lela. Dez pessoas se dividem para selecionar os filmes.Nós também fazemos convi-tes. Os filmes que chegam a ser exibidos correspondem a mais ou menos 10% de

tudo o que recebemos. Este ano fo-ram 1.800 i n s c r i t o s .

Neônio – E a qualidade?Labaki – A média no Bra-

sil subiu muito. Houve um amadurecimento do docu-mentário, o que torna a es-colha cada vez mais difícil.

Neônio – Um documen-tarista sempre imprime sua marca num filme. Até onde vai a objetividade? É um valor que deve ser buscado pelo cineasta?

Labaki – As regras do jor-nalismo não valem para os documentários. O jornalista deve ouvir sempre os dois la-

dos. O documentaris-ta é um artista, como o cineasta de ficção. Ele deve imprimir seu olhar. Parte do suces-so de Michael Moore é a forma como ele injetou humor no do-cumentário. Aquele é o olhar dele, todo mundo sabe que não é um filme neutro. Moore contribuiu para a ruptura do mito de neutralida-de do documentário.

Neônio – E as bar-reiras éticas? O quan-to um documentário pode expor alguém? O filme de Kim Lon-ginotto, As tias duro-nas, que será exibido no festival, mostra o rosto de meninas que foram abusadas sexualmente ou que sofreram violência.

Labaki – O limite ético é bem claro no filme. O olhar de Kim é cuidadoso e cúm-plice com as crianças. Não é sensacionalis-ta – e por essa razão

é um filme ético. Um docu-mentário se define pelo pac-to ético do cineasta com o personagem e com o espec-tador. Neônio – João Morei-ra Salles disse uma vez que o documentário usa as pesso-as, e deve dar a elas algo em troca. O que acha dessa ten-tativa dos cineastas de in-terferir de alguma forma na realidade que eles filmaram?

Labaki – Alguns realiza-dores se envolvem com a vida dos personagens após o filme. Não podemos co-brar isso de todos. A pos-tura que Kim assumiu em Tias duronas não é a mes-ma que ela assumiu em outros filmes de seus 20 anos de carreira. Não exis-te regra. Temos de cobrar, isso sim, um compromisso ético. O documentário é a janela pública da rela-ção que o diretor estabe-leceu com seus persona-gens e com o espectador.

“O diálogo entre do-cumentário e ficção hoje contaminou o

cinema”

“O Brasil vive um mo-mento de libertação

da linguagem”

Cinefilia

Protagonista e respon-sável por boa parte

do sucesso de “Tropa de Elite”, Wagner Moura deve ter participação nos lucros da bilheteria da sequência do filme, de acordo com a coluna de Mônica Berga-mo na Folha de S. Paulo.

O ator é o novo sócio do diretor José Padilha e do roteirista Bráulio Mantova-ni, que mantêm em segredo os detalhes do novo filme.

Entre as poucas informa-ções já divulgadas, sabe-se que “Tropa de Elite 2” exibirá crimes relaciona-dos às esferas mais altas de poder, ao contrário da primeira produção, que deu destaque às favelas.

No segundo longa-me-tragem, Wagner Moura, o Cap. Nascimento, está bem mais velho e é Secre-tário de Segurança do Rio.

O filme deve chegar aos cinemas sem pré-estreia ou exibição para a imprensa. A ideia é que 400 cópias sejam distribuídas e que o público tire suas próprias conclusões, sem influên-cia da crítica especializada.

A Guarda Revolucionária, corpo de elite da República Islâmica do Irã, ameaçou re-agir contra os manifestan-tes que pedem a anulação da reeleição do presidente Mahmud Ahmadinejad, in-formou a agência estatal de notícias Mehr nesta segun-da-feira. “As Guarda Revo-lucionária, os basijis (milícia

islâmica vinculada à Guar-da) e as outras forças de or-dem e segurança estão dis-postas a executar uma ação decisiva e revolucionária para dar fim ao complô e aos distúrbios”, afirma um co-municado citado pela Mehr.

De Kill Bil a Tropa de EliteComo a violência é tratada no cinemaLetícia Orlandi Em seis dias, a Praia da

Vila, em Imbituba, centrali-zará as atenções do mundo do surfe. A partir do dia 27, os melhores atletas da divi-são de elite do esporte es-tarão em busca do título do Hang Loo-se Santa Catar ina Pro, única etapa da Associa-ção dos Surfistas Profissio-nais (ASP) no Brasil. O pra-zo termina em 5 de julho.

O país terá, nesta edição, pelo menos seis represen-tantes: três fazem parte da elite – Adriano de Souza (SP), Jihad Kodhr (PR) e Heitor Alves (CE) –, e três entram como convi-dados – Gustavo Fernan-des (RJ), Marco Polo (SC) e Bernardo Pigmeu (PE).

Caso algum top desista por motivo de lesão ou apresen-te atestado médico, aí o nú-mero de brasileiros inscritos pode aumentar. E para ofe-recer uma estrutura condi-zente com o tamanho do evento, o prefeito de Imbi-tuba, José Roberto Martins, não tem poupado esforços.

Fã de esportes e da mo-dalidade, Martins vem se reunindo com lideranças e empresários do município para que divulguem aos quatro cantos a competição. Afinal, o Hang Loose SC Pro projeta, hoje, o nome

da cidade mundo afora.Nos últimos dois anos, o

evento cresceu muito para nós e trouxe impactos eco-nômicos efetivos para a cidade – afirma Martins.

Segundo o prefeito, Im-bituba tem, atualmente,

40 mil habitantes e con-ta com cerca de mil leitos na rede de hotéis e pou-sadas para hospedagem.

A cidade entendeu que o WCT (agora denominado

ASP Tour) é a nossa bandei-ra mais importante e mexe com o orgulho de Imbituba, porque podemos dizer, de cabeça erguida, que temos o Maracanã do surfe – ressalta.

A etapa deste ano, no entanto, irá ocorrer pela primeira vez, desde 2003, quando passou a ser dispu-tado em Santa Catarina, no inverno, época considera-da ideal para a prática do surfe no Sul do país, devi-do ao tamanho das ondas.

Observação de baleias é uma atração paralela

Nas edições anteriores, o Mundial era disputado nos meses de outubro e novem-bro. Agora, a meta será le-var um bom público para a beira da praia em dias provavelmente mais ge-lados, tempo estimulante:

Apesar de estarmos em baixa temporada, a expec-tativa é boa por causa das ondas e isso, sem dúvida, agrega valor. As férias esco-lares também ajudarão a le-var mais jovens à praia, sem falar no turismo ecológico e na observação de baleias, uma atração à parte – diz.

A cadeia de televisão norte-americana avan-ça também David Carra-dine deverá ter morrido devido a causas naturais.

Pois é assim que os os leitores da Play-boy vão ver a modelo.

Muitos deles vão estra-nhar uma página rasgada na entrevista do mês com o hu-morista Tom Cavalcante. Na página seguinte, vão perce-ber que é o efeito da espada de samurai empunhada por Gisele Bündchen na cam-panha de Sky HDTV, cria-da pela Giovanni+Draftfcb.

A mulher assassina de Kill Bill.

A Tropa de Elite mais massacrante do país

Page 5: ne-revista de cinema

30 de Agosto de 2009 | 08NEREVISTA DE DEBATE DE CINEMA

NEÔNIO

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Does anyone doubt that Orson Welles

was a genius? Certainly Welles insisted so throu-ghout his life, in Hollywood and in exile from it. For the benefit of any doub-ters, Welles enumerated his many accomplishments, introducing himself on a German lecture tour un-dertaken in the early 1980s,

near the end of his life, as “author, composer, actor, designer, producer, direc-tor, scholar, financier, gour-met, ventriloquist, poet.”

Welles was too modest, as film scholar Peter Conrad chronicles in his aptly subti-tled Orson Welles: The Sto-ries of His Life. Although he considered himself a writer and man of ideas above all

else, Welles left out many entries on that already long list. He was also a camera-man, lighting director, ga-ffer, best boy, sound mixer, and all-around gofer on many a film set, a mimic, sound-effects coordina-tor, and jack of all trades behind a radio microphone. Beyond the stage, Welles published books, painted and drew, wrote a newspa-per column, and lectured on many subjects. When not busy doing one or another of these things, he traveled, dabbled in bullfighting, and brushed up on his magic tricks—magic having been the foundation of his care-er, and his crowd-pleasing fallback in odd moments.

Above all else, he was a ra-conteur. Welles told many stories about himself, sto-ries that accumulated into a body of legend that has since been hard to separate out from the strict truth—and, as every storyteller knows, the prime directive is never to let the facts get

in the way of a good yarn.The strict truth, so far

as we know, is this: Wel-les prided himself on per-fectionism, and films such as Citizen Kane (released on May 1, 1941), Touch of Evil (1958), and The Mag-nificent Ambersons (1942) glow with his brilliance and, more to the point, hard work. Yet he left behind and imperfect piece of work and never got around to his magnum, a version of Joserkness that would in time mutate into Francis Ford Coppola’s masterpie-ce, Apocalypse Now (1979). (Snippets of Welles’s ver-sion can be seen in a docu-mentary about Coppola’s film, Hearts of Darkness.)

Welles foi e é con-siderado para época como um grande revo-lucionário nas técni-cas cinematográficas.

Welles despised commer-ce, yet spent the last ye-ars of his life shilling wine

and other goods, “hawking his depreciated legend as a commodity,” as Peter Con-rad writes. He made only a handful of films, and then seldom. Every now and then he rounded up inves-tors and convinced produ-cers to let him make films, but he had no creative con-trol over most of them. The films he didn’t make, ha-ving squandered the funds those producers entrusted him to spend wisely, may have turned out even bet-ter than the ones he did.

And yet, and yet. Who, after all, can quibble too much about the artist who brought The Third Man to life and made The Lady from Shanghai? Welles had a unique vision, a pre-cise understanding of the complex technology that goes into making films. He coaxed extraordinary per-formances out of fellow actors such as Agnes Moo-rehead, Joseph Cotten, and Charlton Heston. The few movies he made and kept control over remain stun-ning, if sometimes strange facts that figure even today.

Apesar do atraso de duas horas e da forte

chuva ter causado um en-garrafamento nos arredores do Beira-Rio, a festa do Cen-tenário do Internacional foi um show de sons e luzes. A fachada do estádio colorado recepcionou os mais de três mil convidados com fotos históricas do time. A entra-da principal foi o vestiário profissional. Quem passou por ali, aproveitou para tirar fotos do local restrito aos jogadores. Dali, torcedores, jogadores atuais e antigos, dirigentes e personalidades foram conduzidos para o centro do campo, onde mais um espetáculo, ao som do grito da torcida, foi apre-sentado com um globo de cores vermelho e branco.

No Gigantinho, uma li-nha do tempo com as capas de Zero Hora mostrava as principais conquistas do grupo, como a Copa do Bra-sil de 1992, a Libertadores e o Mundial. Ídolos colorados se misturaram aos torcedo-

PERFIL

ORSON WELLES

res nas mesas distribuídas em três níveis. Entre eles, Figueroa, Falcão e Clemer. A chegada de Adriano Ga-biru, autor do gol que deu a conquista do Mundial ao Inter, foi bastante festejada.

No início da cerimônia, um parabéns instrumental se misturou com os princi-pais hinos da torcida, emen-dando com o canto do capi-tão Fernandão na chegada da equipe a Porto Alegre, após a conquista do títu-lo de campeão do mundo.

Os apresentadores do evento, Rogério Amaral e Renata vidéu, e do Boca Ju-niors foram chamados pelo vice-presidente de Marke-ting, Jorge Avancini, para re-ceberem homenagens do In-ter e saudarem o Centenário.

O prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, discursou tam-bém e festejou o aniversário:

Não haverá nenhum outro dia como esse. Este talvez seja o único dia do século inteiro em que os torcedores colorados não tenham o pri-vilégio de festejarem. Este

sentimento de orgulho p e r t e n c e a todos os g a ú c h o s hoje. Não bastasse o Internacio-nal ter leva-do o nome da cidade de Porto Alegre a to-dos os lu-gares, ainda há um outro motivo para celebrar: são as centenas de crianças em vulnerabilidade social que são atendidas pelos proje-tos sociais do Inter. Viva o Internacional. E apoiamos o Gigante Para Sempre, que será a sede da Copa do Mun-do de 2014 em Porto Alegre.

O presidente Vitorio Pi-ffero recebeu, em seguida, uma homenagem da Con-federação Sul-Americana de Futebol em uma placa assinada pelo presidente da CSF, Nicolas Leoz. Na

sequência, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, foi quem falou aos convidados:

Os organizadores convo-caram, em um dos momen-tos mais emocionantes, to-dos os ex-atletas presentes. Entre eles estavam Dunga, Figueroa, Falcão, Valdomi-ro, Milton Vergara, Zangão, Larry, Sangaletti, Batista, Nilson, Maurício, Taffarel, Vacaria, Casemiro, André, Benitez, Claudiomiro, Fa-biano, Jair e Nena. Cerca

de 50 ex-atletas foram ao palco. E representando o grupo de hoje foi chamado Clemer, o mais vitorioso goleiro da história colorada. que tiveram grande parti-cipação nos anos 70, tam-bém foram homenageados.

O presidente Vitorio Pi-ffero subiu em um círcu-lo colocado no meio do Gigantinho, onde havia uma bola e um gramado.

Cinema das Índias: A indústria do sucessoAmado Batista

Os indianos já podem se orgulhar, pois a indústria já é potência