napoli & pimenta (2003) arquivos do museu nacional - [hyla lucianae].pdf

Upload: marcelo-napoli

Post on 02-Mar-2016

15 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • NOVA ESPCIE DO GRUPO DE HYLA CIRCUMDATA (COPE, 1870)DO SUL DA BAHIA, BRASIL (AMPHIBIA, ANURA, HYLIDAE)

    (Com 8 figuras)

    MARCELO FELGUEIRAS NAPOLI 2-3BRUNO VERGUEIRO SILVA PIMENTA 4

    RESUMO: Uma nova espcie pertencente ao grupo de Hyla circumdata descrita para o sul da Bahia,Brasil, proveniente de reas de Floresta Atlntica do Municpio de Una, representando o registro maissetentrional do grupo. A espcie caracterizada pelo tamanho mediano, colorao dorsal castanho-escurosem faixas transversais evidentes e ausncia de barramento transversal castanho-escuro nos flancos enas superfcies anterior e posterior das coxas. So apresentados dados de histria natural e a descrioda vocalizao de anncio.Palavras-chave: Amphibia; Anura; Hylidae; Hyla lucianae sp.nov.; Taxonomia; Vocalizao, Floresta Atlntica.ABSTRACT: New species of the Hyla circumdata group from southern Bahia, Brazil (Amphibia, Anura, Hylidae).A new species of the Hyla circumdata group is described from southern Bahia, Brazil, inhabiting rain forestslocated in the Municipality of Una, and represents the northernmost record for the species group. Thespecies is characterized by the medium size, dorsal ground color dark brown, without well marked transversedark brown stripes, and absence of transverse dark brown bars on flanks and anterior and posterior surfacesof thighs. Natural history observations and description of advertisement call are provided.Key-words: Amphibia; Anura; Hylidae; Hyla lucianae sp.nov.; Taxonomy; Advertisement call; AtlanticRain Forest.

    I NTRODUOCARAMASCHI, NAPOLI & BERNARDES (2001)relacionaram para o grupo de Hyla circumdataonze espcies, distribudas principalmente emregies serranas providas de crregos demontanha em ambiente de Floresta Atlntica ematas ciliares nas regies Sudeste e Sul do Brasil,onde constam: H. astartea Bokermann, 1967, H.carvalhoi Peixoto, 1981, H. circumdata (Cope,1870), H. gouveai Peixoto & Cruz, 1992, H. hylaxHeyer, 1985, H. ibitipoca Caramaschi & Feio,1990, H. izecksohni Jim & Caramaschi, 1979, H.luctuosa Pombal & Haddad, 1993, H. nanuzaeBokermann & Sazima, 1974, H. ravidaCaramaschi, Napoli & Bernardes, 2001 e H.sazimai Cardoso & Andrade, 1983 [19821. Aincluso do grupo de H. circumdata no grupo deH. pulchella proposta por DUELLMAN, DE LARIVA & WILD (1997) no foi adotada. Aintegridade dos referidos grupos foi mantida combase nas concluses de NAPOLI (2000) e GARCIAet al. (2001) , onde foram listadas diferenas em

    padres de colorido, desenho, morfologiaexterna, histria natural e caracteresosteolgicos.I nvestigaes realizadas em fragmentos de MataAtlntica na regio de Una, sul do Estado da Bahia,no mbito do projeto "Abordagens ecolgicas ei nstrumentos econmicos para o estabelecimentodo Corredor do Descobrimento: uma estratgia parareverter o processo de fragmentao florestal naMata Atlntica do sul da Bahia" ( PROBIO/MMA),permitiram a coleo de vrias espcies de anuros,dentre essas uma forma indita pertencente aogrupo de Hyla circumdata, cuja descrio oobjetivo do presente trabalho.

    MATERIAL E MTODOSO material-tipo encontra-se depositado no MuseuNacional - Rio de Janeiro (MNRJ). Espcimesadicionais examinados encontram-serelacionados em CARAMASCHI, NAPOLI &BERNARDES (2001).

    Submetido em 04 de outubro de 2002. Aceito em 06 de junho de 2003.2 Universidade Federal da Bahia, I nstituto de Biologia, Departamento de Zoologia. Rua Baro de Geremoabo, 40170-290, Salvador, BA, Brasil. E-mail: [email protected] Museu Nacional/UFRJ, Departamento de Vertebrados. Quinta da Boa Vista, So Cristvo, 20940-040, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

    4 Museu Nacional/UFRJ, Programa de Ps-Graduao em Cincias Biolgicas/Zoologia. Quinta da Boa Vista, So Cristvo, 20940-040, Rio de Janeiro, R1, Brasil.

    Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq).

    napoliThis article was changed to PDF format by an OCR method in order to reduce the size of this file. Thus, some characters, text format, and words may have minor changes.

    napoliEste artigo foi convertido para o formato PDF pelo mtodo de OCR a fim de reduzir o tamanho deste arquivo. Portanto, alguns caracteres, formato do texto e palavras podem apresentar pequenas modificaes.

  • 1 90

    M.F.NAPOLI & B.V.S.PIMENTA

    Nove caracteres morfomtricos seguemDUELLMAN (1970): comprimento rostro-cloacal( CRC), comprimento da cabea (CC), largura dacabea (LC), dimetro do olho (DO), distnciai nterorbital (DIO), largura da plpebra superior( LPS), distncia internasal (DIN), dimetro dotmpano ( DT) e comprimento da tbia (CTB);comprimento da coxa (CCX) segue HEYER et al.( 1990). Outras cinco mensuraes so : distnciaolho-narina (DON): distncia entre o bordo anteriorda abertura orbital e a margem posterior da narina;distncia narina-ponta do focinho (DNF): distnciaentre a margem anterior da narina e a ponta dofocinho; dimetro do disco do terceiro dedo (DD3);comprimento do p (CP): distncia entre ocalcanhar e a ponta do quarto artelho; dimetrodo disco do quarto artelho (DA4). A frmula dapalmatura das mos e ps segue SAVAGE &HEYER (1967) e MYERS & DUELLMAN (1982).Vocalizaes foram registradas no gravador SONYDAT TCD-D8 e microfone SENNHEISER ME66. Asgravaes foram analisadas pelo software Avisoft-SASLab Light for Windows, verso 3.74. Os sonsforam digitalizados em 8,0kHz e os sonogramasforam produzidos utilizando-se 256 pontos,sobreposio 93,75%, frame 100%, Flap Top.

    aproximadamente 2,8 vezes menor que ocomprimento total; (6) comprimento total menorque a soma dos comprimentos da coxa com atbia; (7) machos adultos com fendas vocais.

    RESULTADOS

    Hyla lucianae sp.nov.( Figs. 1-5)

    Holtipo - BRASIL: BAHIA: Municpio de Una,Reserva Biolgica (REBIO) de Una ( 1510'S,3904W, 30m de altitude), MNRJ 29276, d adulto( Fig. 1), D.L.Silvano e B.V.S.Pimenta cols., 25/IX/2001.Partipo - BRASIL: BAHIA: Municpio de Una,Reserva Particular do Patrimnio Natural (RPPN)Ecoparque de Una ( 1510'S, 3904'W, 60m dealtitude), MNRJ 29676, d adulto, B.V.S.Pimenta eP.H.C.Cordeiro cols., 27/V/2002.Diagnose - A espcie diagnosticada pelaseguinte combinao de caracteres: (1) tamanhomediano para o grupo (CRC em machos 47,6-49,2mm); (2) superfcies anterior e posterior dascoxas imaculadas, de colorido castanho-escuroem preservativo e arroxeado em vida; (3) flancosimaculados; (4) em preservativo, colorido dorsalcastanho-escuro, com faixas transversaiscastanho-escuro ausentes ou pouco evidentes;( 5) cabea mais comprida que larga, sua largura

    Comparaes com outras espcies - Hyla lucianaesp.nov. distingue-se de H. astartea, H. carvalhoi,H. circumdata, H. gouveai, H. hylax, H. ibitipoca, H.izecksohni, H. luctuosa, H. ravida e H. sazimai porapresentar as superficies anterior e posterior dascoxas e flancos desprovidas de faixas transversaiscastanho-escuro. Hyla lucianae sp.nov. apresentatamanho menor (CRC em machos 47,6-49,2mm)que H. carvalhoi, H. circumdata, H. gouveai e H.luctuosa (CRC combinado em machos 55,2-71,6mm) e maior que H. astartea, H. nanuzae, H.ibitipoca e H. sazimai ( CRC combinado em machos30,2-42,5mm). Em preservativo, o colorido dorsalde fundo de H. lucianae sp.nov. castanho-escuro,com desenho dorsal ausente ou pouco ntido ( H.ibitipoca, de cor creme, com desenho dorsal poucoevidente e com manchas liquenceas; H. sazimai,cor de palha muito claro, intensamente salpicadopor pequenos pontos de cor castanho-escuro, ondesomam-se retculos muito finos que formampoliedros irregulares interligados; H. carvalhoi eH. gouveai, dorso imaculado, variando docastanho-acinzentado ao castanho-arroxeado; H.nanuzae, castanho-mdio a claro, com tons

    Hyla lucianae sp.nov., holtipo ( MNRJ 29276): fig. 1- vistadorsal, CRC 47,6mm.

  • NOVA ESPCIE DO GRUPO HYLA CIRCUMDATA (COPE, 1870) DO SUL DA BAHIA, BRASIL

    1 91

    alaranjados e sem padro de faixas transversaiscastanho-escuro). 0 colorido das faces internasdas coxas tende ao arroxeado em vida em H.lucianae sp.nov., distinguindo-a de H. nanuzae eH. ibitipoca, que o apresenta variando doalaranjado ao vermelho-salmo. Fendas vocaispresentes em machos adultos de H. lucianaesp.nov., ausentes em machos de H. izecksohni.Hyla lucianae sp.nov. apresenta largura da cabeamenor que H. ravida (CRC/LC em machos 2,8 e2,5-2,6, respectivamente). Hyla lucianae sp.nov.apresenta comprimento da coxa menor que H.izecksohni ( CCX/CRC em machos 0,51-0,52 e0,53-0,55, respectivamente). A Soma docomprimento da coxa com o da tbia maior queo comprimento total em H. lucianae sp.nov. e igualou menor em H. ibitipoca..Descrio do holtipo - Tamanho mediano parao grupo (CRC 47,6mm). Cabea mais compridaque larga, sua largura cabendo cerca de 2,8 vezesno comprimento total. Distncia i nternasalmenor que a distncia olho-narina e menor queo dimetro do olho, este ltimo maior que adistncia olho-narina. Focinho truncado emvistas dorsal e lateral (Figs.2-3); canto rostraldistinto; regio loreal oblqua, cncava ; t mpano

    distinto, circular, de tamanho mdio (DT/CRC0,06), seu bordo superior parcialmente encobertopor uma prega supra-timpnica moderadamentedesenvolvida; dimetro do olho 1,8 vezes maiorque o dimetro do tmpano; regio internasalsulcada; dentes vomerianos em duas fileirasangulares entre as coanas; fendas vocais bemdesenvolvidas; lngua ovide. Antebraohipertrofiado, com fraca prega longitudinalcrenulada. Disco adesivo do dedo III e do artelhoIV aproximadamente de mesma largura (Fig.4).Dedos com tubrculos subarticularesarredondados, sendo o tubrculo distal do dedoIV bfido. Tubrculos supranumerrios presentes,pouco pronunciados; prega longitudinal entre opr-plex e o dedo I distinta, mas pouco visveldevido maneira como foi fixado o espcime. Pr-plex desenvolvido, simples (no bfido),terminando em acleo pontiagudo. Frmulapalmar, 1 2 1/2 - 2 1/2 11 1 1/2 - 2 III 2 1/3 - 2I V. Coxa pouco mais robusta que a tbia,aproximadamente de mesmo comprimento. Somados comprimentos da coxa com a tbia maior queo comprimento total. Tarso (Fig.5) com fracaprega drmica longitudinal no crenulada;calcanhar com apndice calcneo vestigial ( Fig. 1);

    Hyla lucianae sp.nov., holtipo (MNRJ 29276): fig.2- vista dorsal da cabea; fig.3- vista lateral da cabea; fig.4- palma damo; fig.5- planta do p.

    Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.61, n.3, p.189-194, jul./set.2003

  • 1 92

    M.F.NAPOLI & B.V.S.PIMENTA

    tubrculos subarticulares arredondados;tubrculos supranumerrios ausentes; tubrculometatarsal interno ovide; tubrculo metatarsalexterno pouco evidente. Frmula plantar, I 1+ - 12/3 II 1 - 2 III 1 - 2 IV 2 - 1 V.Ventre e superfcies ventrais das coxas e trax,aureolados; superfcies ventrais dos braos, tarsos,pernas e regio gular, lisas.Colorido do holtipo em vida - Dorso castanho-avermelhado, mais escuro na cabea egradativamente mais claro at a regio da cloaca.Uma faixa vertebral castanho-escuro da pontado focinho at a regio sacral. Flancos de corcreme. Regio dorsal dos membros castanho-claro, com barras transversais castanho-escuro.Superfcies anterior, superior e posterior dascoxas, dedos, artelhos, membranas interdigitaise regio cloacal, castanho-claro. Regio superiordas coxas com barras transversais castanho-escuro. Superfcies ventrais branco-amarelado.ris acobreada, com desenhos negros e marginadade aurola azul-escuro.

    Colorido do holtipo em preservativo - Superfciesdorsais castanho-escuro. Dorso sem as faixastransversais castanho-escuro tpicas do grupo deHyla circumdata. Uma faixa vertebral castanho-escuro da ponta do focinho at aproximadamentea regio sacral. Regio loreal imaculada e de mesmacolorao que a cor de fundo dorsal. Canto rostralsem faixas ou manchas que o delimiteminferiormente. Flancos imaculados, com coloridoque vai do castanho-escuro dorsal cor cremeventral. Brao esquerdo com duas barras castanho-escuro muito finas e pouco visveis, sobre castanhode mesma tonalidade que a cor dorsal; braodireito, antebraos e mos imaculados, decolorao idntica cor de fundo dorsal. Membrosposteriores com a mesma colorao de fundo quea dorsal. Superfcies anterior e posterior das coxas,i maculadas; superfcie superior com faixastransversais castanho-escuro, porm poucontidas. Perna com cinco faixas transversaiscastanho-escuro. Superfcie dorsal do pimaculada. Superfcies ventrais creme; regio gularcom margem levemente melanizada.

    Medidas do holtipo (mm) - CRC 47,6; CC 17,7;LC 17,2; DIN 3,2; DON 4,8; DO 5,4; LPS 4,4; DIO5,6; DT 3,0; CCX 24,6; CTB 24,4; CP 32,5; DNF2,8; DD3 2,5; DA4 2,5.

    Variao - 0 partipo (MNRJ 29676) apresentaquatro faixas transversais castanho-escuro na

    regio sacral do dorso, embora pouco contrastadasda cor dorsal de fundo, cinco a seis faixastransversais na face superior da coxa ecomprimento total maior que do holtipo, pormcom menor desenvolvimento do pr-plex. Medidasdo partipo (mm): CRC 49,2; CC 18,3; LC 17,4;DIN 3,4; DON 5,6; DO 5,6; LPS 4,4; DIO 5,6; DT3,2; CCX 25,7; CTB 26,2; CP 35,3; DNF 2,8; DD32,4; DA4 2,0. Frmulas palmar e plantar,respectivamente: I 2 1/2-2 1/2 II 1 1/2-3- III 2-2 IV; I 1+ - 2- II 1 - 2 III 1 - 2 IV 2 - 1 V. Umespcime juvenil (MNRJ 29277), coletado junto como holtipo, provavelmente se trata de Hyla lucianaesp.nov. e apresenta colorao dorsal geralcastanho-claro, com algumas zonas dorsaispigmentadas de castanho mais escuro formandoum "Z", alm de possuir as faces anterior e posteriordas coxas imaculadas.Etimologia - 0 nome da espcie homenageia aherpetloga Luciana Barreto Nascimento(Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais,Belo Horizonte, MG), em reconhecimento a suadedicao na formao de novos profissionais nocampo da Zoologia.Vocalizao - A vocalizao de anncio do holtipo,gravada no campo, constituda por notasmultipulsionadas, que podem ser emitidas emconjuntos de at 11 notas por vez (Fig.6). A duraode cada canto depende do nmero de notas emitidase varia de 0, 16s, em uma nica nota, a 7,64s em 11notas. A nota inicial difere das demais por no formargrupos de pulsos (Fig.7). Quando emitidaisoladamente, constituda de 15 a 23 pulsos ( x= 17,85; s=3,07; n=7), com durao de 0,16-0,28s (x=0,21; s=0,04; n=7) e freqncia dominante entre1,25 kHz (x =1,29; s=0,03; n=7) e 2,59 kHz (x =2,39;s=0,10; n=7). Quando emitida em conjuntos de trsou mais notas, constituda de 33 a 44 pulsos ( x=38,7; s=3,43; n=10), com durao de 0,26-0,37s ( x=0,33; s=0,03; n=10) e freqncia dominante entre1,25 kHz (x=1,28; s=0,19; n=10) e 2,71 kHz (x=2,57;s=0,13; n=10). A segunda nota aquela com menornmero de pulsos (x =29,5; s=4,17; n= 10) (Fig.7).As notas que se seguem nota inicial tm ospulsos agrupados (2 a 11 pulsos por grupo), ondeo nmero de grupos, os intervalos entre os pulsose a durao das notas aumentam gradativamentedurante a emisso do canto; o nmero de pulsospresentes nos grupos iniciais de cada nota maiorque nos grupos finais, existindo freqentementepulsos isolados entre os grupos (Fig.8). Afreqncia dominante semelhante entre as notas,variando de 1,25 a 2,78 kHz.

    Arq. Mus. Nac., Rio dc Janeiro, v.6 1, n.3, p.189-194, jul./sct.2003

  • NOVA ESPCIE DO GRUPO HYLA

    CIRCUMDATA (COPE, 1870) DO SUL DA BAHIA, BRASIL

    1 93

    Cantos de anncio de Hyla lucianae sp.nov., holtipo (MNRJ 29276), Reserva Biolgica de Una, Bahia, 20h36min, 25/IX/2001 - fig.6- sonograma: canto composto por onze notas; fig.7- oscilograma: detalhe das duas primeiras notas do cantoda figura 6; fig.8- detalhe da oitava nota do canto da figura 6.

    Arq. Mus. Nac., Rio de Janeiro, v.6 1, n.3, p.189-194, jul./sct.2003

  • 1 94

    M.F.NAPOLI & B.V.S.PIMENTA

    Histria natural - Os fragmentos de mata daREBIO de Una e da RPPN Ecoparque de Una socontguos, sendo separados apenas pelo rioMaruim, de guas rpidas e profundas, leitopedregoso e cerca de oito a dez metros de largura.So matas primrias, com dossel contnuo egrande abundncia de lianas e epfitas. 0 holtipofoi capturado enquanto vocalizava no interior deuma bromlia, a 1,8m de altura do solo, prximoa um pequeno riacho e a uma poa temporria nointerior da mata. 0 partipo foi capturado sobreum cip fino, a cerca de 2,Om de altura do solo,prximo a poa temporria praticamente seca.Apesar do pequeno nmero de exemplarescoligidos, a espcie parece ser abundante no local,pois era possvel ouvir vrios machos vocalizandono interior de bromlias situadas em rvores degrande porte, entre 6,0 e 12,0m do solo, sempreprximos a corpos d'gua nas pores maisfechadas da mata.

    Distribuio geogrfica - Conhecida apenaspara a localidade-tipo. o registro maissetentrional conhecido para o grupo de H.circumdata dentro do Domnio TropicalAtlntico (AB'SBER, 1977).

    AGRADECIMENTOS

    A Dbora L. Silvano (Belo Horizonte, MG) e PauloH.C. Cordeiro (Rio de Janeiro, RJ) pelo auxlio nasatividades de campo; a Jorrar G. Jardim( Comisso Executiva do Plano da LavouraCacaueira - CEPLAC), pela disponibilizao dosdados fito fisionmicos; ao Dr. Ulisses Caramaschi(MNRJ), pela fotografia do holtipo; ao DesenhistaPaulo Roberto Nascimento (MNRJ), pelasilustraes a nanquim; ao Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos Recursos NaturaisRenovveis (IBAMA), -pela permisso para estudosna rea sob sua administrao; ao Instituto deEstudos Scio-Ambientais do Sul da Bahia (IESB),pela autorizao para estudos em sua propriedadeEste trabalho resultado do sub-projeto"Abordagens Ecolgicas e InstrumentosEconmicos para o Estabelecimento do Corredordo Descobrimento: uma Estratgia para Revertera Fragmentao Florestal da Mata Atlntica noSul da Bahia", financiado pelo Projeto deConservao e Utilizao Sustentvel da

    Diversidade Biolgica Brasileira/Ministrio doMeio Ambiente (PROBIO/MMA), Center forApplied Biodiversity Science/ConservationI nternational (CABS/CI), Banco Mundial ecoordenado pelo Instituto de Estudos Scio-Ambientais do Sul da Bahia (IESB).

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AB'SBER , A.N., 1977 - Os domnios morfoclimticosna Amrica do Sul. primeira aproximao.Geomorfologia, So Paulo, 52:1-23.

    CARAMASCHI, U.; NAPOLI, M.F. & BERNARDES, A.T.,2001 - Nova espcie do grupo de Hyla circumdata( Cope, 1870) do Estado de Minas gerais, Brasil( Amphibia, Anura, Hylidae). Boletim do MuseuNacional, Nova Srie, Zoologia, Rio de Janeiro( 457):1-11.

    GARCIA, P.C.A.; VINCIPROVA, g. & HADDAD, C.F.B.,2001 - Vocalizao, girino, distribuio geogrfica enovos comentrios sobre Hyla marginata Boulenger,1887 (Anura, Hylidae, Hylinae). Boletim do MuseuNacional, Nova Srie, Zoologia, Rio de Janeiro( 460):1-19.

    DUELLMAN, W.E., 1970 - The hylid frogs of MiddleAmerica. Monograph of the Museum of NaturalHistory, The University of Kansas, Lawrence, 1: 1-753, tabs. 1-65, figs. 1-324, pls. 1-72.

    DUELLMAN, W.E.; DE LA RIVA, I. & WILD, E.R., 1997 -Frogs of the Hyla armata and Hyla pulchella groups inthe Andes of South America, with definitions andanalyses of phylogenetic relationships of Andean groupsof Hyla. Scientific Papers, Natural History Museum,The University of Kansas, Lawrence (3):1-41.

    HEYER, W.R.; RAND, A.S.; CRUZ, C.A.G.; PEIXOTO, O.L.& NELSON, C.E., 1990 - Frogs of Boracia. Arquivosde Zoologia, So Paulo, 31(4):231-410, tabs.1-11,color figs.1-46, figs.1-82.

    MYERS, C.M. & DUELLMAN, W.E., 1982 -A new species ofHyla from Cerro Colorado, and other tree frog recordsand geographical notes from western Panama.American Museum Novitates, New York (2752):1-32.

    NAPOLI, M.F., 2000 - Taxonomia, variao morfolgicae distribuio geogrfica das espcies do grupode Hyla circumdata (Cope, 1870) (Amphibia,Anura, Hylidae). Rio de Janeiro. 208p., 56 figs. Tese( Doutorado em Zoologia), programa de Ps-Graduao em Cincias Biolgicas-Zoologia, MuseuNacional/UFRJ.

    SAVAGE, J.M. & HEYER, W.R., 1967 - Variation anddistribution in the tree-frog genus Phyllomedusa inCosta Rica, Central America. Beitrage zurNeotropischen Fauna, Stuttgart, 5(2):111-131.

    Arq. Mus. Nac., Rio dc Janeiro, v.61, n.3, p.189-194, jul./sct.2003

    page 12.pdfpage 1

    2.pdfpage 1

    3.pdfpage 1

    5.pdfpage 1

    2.pdfpage 1

    4.pdfpage 1

    6.pdfpage 1