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ANNO XVI1 RIO DE JANEIRO, IG DE MAIO DE 1914 NUM. 1595 ilfc'g-^;.wy.*V^^'" 4..1, fs&llll^- ifll-PmiIRB) W _____F^i ¦ S K 11 f ^^^«¦k ^k-.JB_. ^BiW mi , x ã i(X) - ¦ ¦ nll, i '.- J V .-' e ur mtí SEMANÁRIO HUMORÍSTICO 1LLUSTRADO =f .«a..3__H<_SB« awo.s,&--a®» B-éôs V-^V l:.>.?^*; 7^ \MUo> Redacção, escriptorio e officinas - Rua do Hospicio N. 218 ••• Telephone N. G=i||[*y—Mas... eu sou um só, não posso ir eom as duas ao mesmo tempo 1 - ÈÜGUi MIIM—E quem te disse que era ao mesmo tempo?...\[ J7 ELIXIR DE NOGUEIRA Do pharmaceutico e chimico JOÃO DA SILVA SILVEIRA PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilts" Vande-M em toda* _.« P____.t-m_ict.___i d_-_kh_.i-1_._i. 5> '

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ANNO XVI1 RIO DE JANEIRO, IG DE MAIO DE 1914 NUM. 1595

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Redacção, escriptorio e officinas - Rua do Hospicio N. 218 ••• Telephone N.

G=i||[*y —Mas... eu sou um só, não posso ir eom as duas ao mesmo tempo 1 - ÈÜGUiMIIM —E quem te disse que era ao mesmo tempo?... \[ J7

ELIXIR DE NOGUEIRA Do pharmaceutico e chimico JOÃO DA SILVA SILVEIRAPELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

Grande depurativo do sangue. Único que cura a "Syphilts"Vande-M em toda* _.« P____.t-m_ict.___i • d_-_kh_.i-1_._i.

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)-( O RIO NU )-( H5B 16 dc Maio de 1914

EXPEHÍflENTE\— J

AnnoASSIGNATURAS

. 12J000 | Semestre.Exterior: Anno 20*000

7*000

Numero avulso, 200 réisNos Estados e no interior, 300 réis

FUNDADO EM 1338

Toda a correspondência, soja deque espécie fôr, deve ser dirigida aogerente desta folha.

CARTAS EM TRANSITO

De uma senhora quarentenaa uma amiga contando como,já quasi velha, se resolveu aenganar o marido.

«Prezada amiga :Eu, que sempre censurei o teu procedi-

mento por te deixares embahir pelas lábiasdaquelle rapaz de quem te fizeste amante ;eu, que não admittia que uma mulher casadaa quem nada faltasse atraiçoasse o marido ;eu, que só com um olhar fazia comprehenderaos atrevidos que perdiam o tempo quandose arriscavam a qualquer liberdade commigo;eu, que sempre mantive á distancia, durante22 annos de casada, vários typos de posiçãoque me cobiçavam para amante ; eu, minhacara amiga, venho confessar-te que tenho

—um-amante !...Agora, depois de dobrado o cabo dos

quarenta, tem graça, pois uão tem?... Jáestou daqui a ver o risinho sarcástico comque recebes esta noticia; mas... que queres?Quando o diabo as arma... Emfim, não mecondemnes antes de ouvir-me e verás que,não sendo pedra,de era impossível resistir,muito embora viva eu farta desde que mecasei com o Guedes, um marido ideal quenunca faltou aos seus deveres conjugaes eque, apenas mais velho que eu tres annos,ainda não deu o seu quinhão ao vigário...

Vamos adiante. Ha coisa de uns seismezes, veiu do norte, recommendado a meumarido, um rapaz, seu .contra-parente, qüese hospedou em nossa casa e aqui ainda seacha por nâo ter sido possível arranjar-lheuma collocação. Com sinceridade te digo quenunca reparara nelle, no seu physico, no seuaspecto ; era-me completamente indifferentecomo homem, o que não me impedia de tra-tal-o com certa consideração, prodigalizan-do-lhe carinhos quasi maternaes.

Entretanto, um dia — tres mezes depoisde ser nosso hospede —Vicente (é esse o seunome), aproveitando-se do somno que me to-mára e me fizera adormecer numa cadeira debalanço, deu-me um beijo na boca... Acor_dei e vi-o na minha frente, encarando-me ri"sonho.

— Era uma mosca — disse elle — que es-pautei por estar polluindo os seus mimososlábios...

Fingi acreditar nessa explicação, mas fi-quei tão séria e carrancuda, que elle retirou-se confuso.

Passados dias, estávamos á mesa quandoo meu garfo cahiu ao chão e Vicente abai-xou-se logo para o apanhar; nesse movi-mento, pousou a mão sobre a minha coxa eapertou-a fortemente. Não me dei por acha-da, mas dahi a pouco elle achou oceasiãopara me dizer que eu tinha a carne rija...

Passo por cima de outros episódios comoesses para te narrar a scena da minha queda

fatal, a que me arrastou a audácia desse ra-paz.

Eram dez horas da noite. Eu, em camisa,estava sentada á borda da cama, promptapara me deitar, quando Vicente entrou e fe-choti a porta por dentro. O sangue subiu-meás faces e interpellei-o com violência : «issoé uma infâmia! Meu marido não tarda ahi eentão...» Elle riu da minha cólera e res-pondeu : «Seu marido!... Não vem catãocedo... Mentiu-lhe que ia velar um amigo efoi passar a noite com a amiga !... Não sa-bia que elle tem uma amiga?... Pois li-que sabendo que tem... E agora ouça-me :estamos sozinhos, pois hoje é sabbadoe a criada, como de costume, foi dormir emcasa, com o seu homem. ..Por que havemosnós de dormir sós, separados, quandopodemos dormir juntinhos, agarradinhos?...»

Eu tremia de medo e de cólera c não po-dia falar. Vicente ajoelhou-se diante de mim,poz ambas as mãos sobre os meus joelhos econtou a sua paixão por mim, decantou abelleza do meu corpo, que — dizia elle —fa-ria inveja a uma mulher de dezoito annos...Intelligente e maneiroso, sabia condimentaras phrases e espicaçar-me a vaidade... Nadapodendo fazer, achei prudente apressar odesfecho daqttella scena e então fingi umdesmaio, deixando cahir o corpo para trás...

Ao clarear do dia, depois de uma noitecheia (Vicente tem vinte annos e é forte comoum touro...) quando elle se retirava, quizjustificar a minha queda:— Afinal disse eu — essa loucura é per-doavel : não fiz mais do que vingar-me doGuedes. A propósito, como se chama e ondemora a tal amiga delle ?

Sabes o que me respondeu Vicente? —Que essa historia de amiga era invenção suapara vencer a minha resistência...

E ahi está, minha amiga, como eu, na-idade-em-que-devia-tei-mais juizo;-perdi-o-de todo nos braços possantes de um rapazincansável nas lides amorosas... — Tua Pai-myra.»

Confere.INDISCRETO.

Moíl Cíoxnrdiips.ü)

ELLA — Não me apertes assim contra opeito, que me provocas a tosse.

ELLE — Vou trazer-te um frasco de Pci-toral de Angico Pelotense, ficarás boa e eupoderei apertar-te á vontade,

« O RIO NU»agradece, numa curvatura solemnc, oscumprimentos que os seus amigos lheenviaram por motivo do seu anniversario,que passou a 13 do corrente.

Para o MOTTE 11. 4 da 3* serieAgüenta, Chica, o repuxo !Foi p'ra isto que casaste. ¦ ¦

recebemos as seguintes glosas :Não griles, não faças luxo,(Jue accórdas a vizinhança;Até pareces criança!Agüenta, Chica, o repuxo !Segura uo meu cartucho,Que tu mesma carregasle,E como o não detonaste,Aloja-o dentro da... boca,Que elle lá dentro detona ;Foi p'ra isto que casaste...

ELMANO 11.

Chiquinha deixa de luxoQue a fruta não tem caroço,Vira p'ra cá, teu... pescoço,Agüenta, Chica, o repuxo !Puxa p'ra fora ! Nâo puxo !Inda agora começasteE já tão cedo enjoasteA fruetinha do hymeneu ?Vai tragando isto... que é meuFoi p'ra isto que casaste...

11. RAMON.

Dizia um frade capuchoA uma beata qualquer: —Tu não pareces mulher!Agüenta, Chica, o repuxo!Assim, fazendo tal luxo,Já muito me desgostaste,Por certo que já aguentasteDe teu marido tambem,Pois como sabes, e bem,

Foi p'ra isto que casaste...ELMANO III.

Não deve ter um tal luxoQuem acaba de casar,Portanto, vem te deitar;Aguenla, Chica, o repuxo !

Sim meu querido Capucho,Venho por que me chamaste,Mas que foi que me empurraste ?Capucho ! meu Deus ! que dor!

Agüenta, querido amor;Foi p 'ra isto que casaste...

KATURRITA.

P'ra que estás com tanto luxo,Si tens de o bicho afagar ?Quando elle se levantar...Agüenta, Chica, o repuxo!Bem vês, que não é caxuxo...Com tuas mãos o pegaste;E, com teus olhos o admiraste,Tão altivo... e... tão pimpâo !...Consóla-o !... faz a obrigação...Foi p'ra isto que casaste...

(S. Paulo). TÓPESINHO.

3a SerieMOTTE N. 6

Não deixes ninguém metterA mão no teu cofresinho.

Glosas até 23 do corrente.

Agua .BapoiicíKaNão lia outra que torne a pelle maia

macia. Dá ao cabello a côr que se desejs.E' tônico, faz crescer o cabello e extirpaa caspa. — Ruas : Andradas, 43 a 47 eHospicio, 164 e 166.

¦¦ -.^¦s/r-y^

lli de Maio de 1914 sa= )-( O RIO NU )-( yy

*»_

àríi.téCD

A 9 do corrente festejou o seu anniver-sario natalicio a graciosa actriz Aura Abrau-ches, da companhia do theatro Recreio.

A' sympathica artista enviamos us nos-sos cumprimentos.'«r A semana teve unia fita estrondosa,

que, não sabemos porque artes mágicas,con-seguiu ser abafada sem escândalo; foi aquelledo desmaio da D. Pepa por causa do casa-menlo do outro.

Contemos o caso :A D. Pepa amava, ou melhor, deixava-

se amar por um jardinciro, que não era mollenos gastos.

Mas... sem tentai mos desvendar os mo-tivos do passo, o jardineiro resolveu tomarestado e tomou-o.

A D. Pepa quiz fazer escândalo.Chamada, porém, ao consultório de um

advogado, procurado pelo jardineiro, e empresença deste, depois de ouvir alguns apa-ziguadores conselhos, desmaiou.,, ou, tal-vez, fingiu desmaiar.

E dizemos «fingiu desmaiar» porque ho-ras depois, já conformada com a sorte, a D.Pepa entrava com o advogado em uma con-feitaria da rua do Ouvidor.

'-v Disse-nos a Judith Saldanha que oÁlvaro Marta é muito sympathico.

Si nós gostássemos, daríamos a nossaopinião.

iaT A protecção que o Izidro Nunes dis-pensa á Dolores Faceira dá já tanto na vista,que o pessoal do S. José vive a fazer troça.

Daqui a pouco, Izidro, adeus prestigio !

Hii^iaS-_a-iB_-<fc!!3il£^^^^t i£-8 -ST"7SL _pÍS_ '

¦ ras

José Antônio Rodrigues dos Sanlos (ZÉANT0NE)niiu nllabcndor i autor (a fanfaiia OS [MU SENTIDOS,

que sobe á scena hoje no theatro Rio Branco.tf^Já é quasi lutador romano o Pedro

Dias. Scismoii que havia de ser e está canii-nfiando para isso.

*& Um gabirú do S. Pedro enviou-nosum cartão postal com os seguintes dizeres :

«Dr. Mario medo lhe roubem Albertinatodas noites encosta malas cadeiras portado quarto lado dentro. Estaremos ainda tem-pos romanescos 7»

y~'c\ I___6___ln9 ¦^'JÈm3u0Jm ¦""¦" Hffl kítíy S 6?"'*'í%- ^u_V^__9 "^ HÜ aP<

s\ Bir ^_9 ^"~ Wi ¦ x a 2 rH (c^

MARCA REQISTRADA r*

E' de todo ponto indiscutível que não hano Rio de Janeiro casa de roupas feitas e sobmedida que possa rivalizar com o celebre 34da rua da Carioca, a popularissima Alfaia-taria Guanabara, uuica onde se encon-Ira do bom e do melhor por uni preço tentador.

Quem fôr aquelle conceituado estabeleci-mento ficará atrapalhado na escolha, tal a varie-dade do sortimento de casemiras francezas einglezas, de brins de todas as qualidades e deaviamentos finos. Quer se agrade de um costu-me feito, quer o mande fazer sob medida, teráa certeza de que não leva espiga, porque a se-riedade é a divisa da casa.

Enviam-se instrucções e acceitam-se pedidosdo interior, dando-se agencia.

A coisa está fácil de decifrar e, segundoo que ouvimos ao LúIú, não é pilhéria.iW De onde sairia aquelle compadre daBelmira ?

Teria sido arranjado para substituir odoutor ?

— Parece que a corista Daria já estáaborrecida de D. César, pois que se viraagora muito para o lado da sua collega So-phia Guerreiro—o gênero por ella apreciado.

Páo que nasce torto...& Continua com dores o João de Deus,

no S. Pedro.Com dores, mas não de cotovello, saibam

todos ; as dores que elle tem sentido agorasão muito boas de soffrer, porque são amo-rosas.

far A tal Pepa Hermaphrodita perdeu osayres autoritários que possuía, mas para de-sespero do seu collega e do outro que fez oescândalo em sua casa, tornou-se advogadado advogado que foi da Belmira e que é hojetambem da Pepa do Jardim.

Talvez ella não goste muito de que oliomemzinlio seja da outra; elle, porém, éeme faz questão absoluta de ser das duasPepas.

CORRESPONDÊNCIA

Hugo Macedo Moura — Recebemos a suacarta. Quando ella nos chegou ás mãos já ti-nhamos falado á menina Judith e por ella sa-bido que a sua illustre personagem lhe é to-talmente estranha.

Porém, que que diabo ! Si você está defacto tão apaixonado, que chega a fazer ver-sos, porque não se declara? Coragem, ho-mem 1 A gente está no mundo para o quedér e vier ! Atreva-se !

Quanto á tal coininissâo acreditamos emtudo o que nos diz a seu respeito; podia tersido justamente uma brincadeira...

Mas, afinal, brincadeira que nos relata averdade dos seus amores e que, por isso,foi ideada em boa hora.

JOÃO RATÃO.

Au Bijou de Ia Mode ¦ Grande depositode calçados, por

atacado e a varejo. Calçado nacional e estran-geiro para homens, senhoras e crianças. Pre-ços baratissimos, rua da Carioca n. 80 — Te-lephone 3.660.

1 É m fe 2

O aviador Sancho Lyra'Stá de todo apaixonadoPela Mnda Waldemira...— E' um homem aviado !

S©PJ£¥©Para o aaPolaco>.

Dormia a somno solto recostadaEm áureo leito, a loura Parisina;Tinha entreaberta a boca purpurinaE a fórma núa, rosea e avelludada !

Uma caricia, alfim, que lhe foi dadaA despertou... e aquella voz divinaOuviu-se doce, lépida e argentina,Pedindo outra caricia apaixonada.

O collo juvenil, feito de arminlio,Encostou-se-me ao peito — que lhe adora -Em loucuras de amor e de carinho.

Emquanto, alegremente, a voz sonoraDo harmonioso gallo do vizinhoAnnunciava o rosicler da aurora!

AVIEN.

Collecção amorosaAté a presente data, consta esta collec-ção de romanceies editados pelo Rio Nude 4 volumes: n. 1, Amores de um Frade,picaresca historia defrei Ignacio,um san-torrão que soube gosar o que de melhorexiste neste mundo— o amor; n. 2, Noitede Noivado, em que são narradas as peri-pecias de um noivado em que a noiva étão escovada como o noivo ; n. 3, Mada-me Minet, deliciosa narrativa da vidaamorosa de uma mulher viciada, em queella, afinal não leva a melhor parte...e n.4, Casta Suzanna, extravagante historiade uma donzella, que só deixou de o serdepois de haver provado o amor por va-rios modos que nâo compromettiam asua virgindade. -—Qualquer desses volumes, que se ven-dem juntos ou separados, á razão de500 réis cada um, constitue unia lei-tura amena, muito recommendada aosenfraquecidos de todas as idades, não sópela linguagem altamente excitante emque elles são escriptos, como tambempelas lindas e suggestivas gravuras queos ornam e que são mesmo de fazer re-suscitar um defunto. ^=^7===Os pedidos do Correio, aos quaes de-vem acompanhar mais 300 réis para oporte de cada livro.devem serdirigidos a~A

VMat-a m D0 H0SP,CI° "¦ m"w Rio ae Janeiro

A collecção completa será enviadaa quem a pedir enviai--do a quantia de 3$O0O.

ZE.

r*gsgacBB-^--la^.U.IWU,JL.JII^

)—( O RIO NU )-( H5B 16 de Maio de 1914

Ws cdkisis ainiTiiikciicais

1T1NHA c Clarice, duas clegan-tes e bonitas moçoilas de 25

maUJm. annos cada uma, haviam sido(SÊÉS??:? cm meninas companheiras de

escola. Separaram-se um dia.Ritinha fora com a familia para a Euro-

pa, onde concluirá os estudos ; Clarice ficarano Rio a exercer o mister de costureira,porque os poucos recursos de sua mãi, únicoparente que conhecia, não davam para asdespezas necessárias.

Viveram muitos annos separadas; masRitinha voltava agora ao Rio c o seu pri-meiro cuidado foi procurar a amiga de in-fancia.

Trocaram-se abraços, daquelles longos,bons c sinceros abraços de amizade, e de-pois as duas puzeram-se a conversar:

Clarice — Como vens bonita ! Mais gor-da ! Mais córada !...

Ritinha — Passei no estrangeiro uma vidade princeza ; mas tinha muitas saudades daminha terra natal c de ti ! O que ás vezes mealegrava eram as tuas cartas I

Clarice — E as tuas a mim ! Não calculascomo eu me sentia bem sempre que lia atua correspondência.

Ritinha — Quando soube da morte de tuamãi fiquei tão cheia de pena, que quiz virimmediatamente para consolar-te.

Clarice — Mas não vieste !Ritinha —Não vim porque os meus não

me deixaram, e depois...Clarice — Concilie.Ritinha — E' que eu era noiva; estava

para casar.Clarice — Que me dizes ?JRitinha — E' verdade. Mas, afinal, não

perdi nada com isso.Clarice — Conta-me essa historia.Ritinha — Contarei, logo mais. Trata-se

de um dandy, que foi apresentado a meuspais como sendo de uma familia nobre e ri-quissima, e que queria que eu lhe desse an-tes de casar... tu bem sabes o que.

Clarice — Compreheiido-te.Ritinha — Eu, porém, não cahi no conto

e deixei o mclro a chuchar no dedo ! Agora,si me dás licença, vou até á casa, porque es-peram-me para jantar.

Clarice — Voltas logo ?Ritinha — Volto, minha amiga.Clarice — Si tu qttizesses vir dormir

commigo esta noite...Ritinha — Dormir corntigo?! Porque?!

Tens medo de ficar sozinha?Clarice — Não ! E' que conversaríamos

muito mais e mais á vontade. Vens?

Ritinha — Pois sim I Aviso o papai e amamai e venho.

Ritinha cumpriu a palavra ; uma horamais tarde estava de novo em casa de Cia-riec.

Veiu a noite.As duas amigas deitaram-se. Conversa-

ram. Conto fazia frio, uniram os corpos.Conversavam sempre, cada qual coutandoestranhas aventuras ; e de tantas coisas fa-laram, unidiiilias, muito unidiiihas uma áoutra, que quando chegaram a adormecer ti-nliam feito uma mistura de grclos...

ZE'ANTONE

Para perfumar o cabello e destruir as

parasitas, evitando com seu uso diário to-das as enfermidades da cabeça, não hacomo o Tônico Japonez—Ruas : Andra-das, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

HaRHORCtl<Q)«Um homem de 50 annos,

activo e instruído, de muitaSeriedade, ciando referenciasidôneas, presta-se ao ser-viço de uma senhora viuvaou de cavalheiro doente etc.»

(Do Jornal do Commercio)

Pois você, com essa idade,Inda tem tanta frescura'/E, apezar da seriedade,Anda em publico á procuraDe um cavalheiro doeuleQue deseje o seu serviço?...E não é tudo: além disso,Você nos diz francamenteSer instruído e. . . activo!Instruído. . . pôde ser;Mas activo ?. . . Como crerQue você, tão positivo,Procure um homem doente

lllPilllf

E activo se inculque á gente ?. . .

X.

Está á venda —A PULGA— Grande sue-cesso da nossa esplendida collecção.

PEITORAL DE ANGICO PELOTENSE

Não ha em todo o mundo medica-mento mais efficaz contra tosses, resfriados,influenza, coqueluches, bronchites. etc, doque . o Peitoral de Angico Pelotense, verda-deiro especifico contra a tuberculose nosprimeiros gráos. E' o melhor peitoral domundo. O Peitoral de Angico Pelotemenão exige resguardo. Vende-se em todas aspharmacias e drogarias.

Depósitos: Pelotas, Ed. C. Sequeira;Rio, Drog. Pacheco; S. Paulo, Baruel &C; Santos, Drog. Colombo.

COMO ESTAVA COMO ESTOU

Bibliotheca d'0 RIO NU

A CABEÇA DO CARVALHO - Pyrami-dal trabalho do bestunto do incomparavel Va-gabando, 2ÍO0O; pelo Correio, 2J500.

SCENAS DE ALCOVA — Interessantis-simos episódios da vida de um pobre copei-ro que acaba como patrão da patroa, 1$500;pelo Correio, 2Í000.

AMORES DE UM FRADE - (2- edição,11 1 da «Collecção Amorosa») — Escândalo-sas peripécias de amor prohibido, acompa-nliado de interessantes gravuras. Verdadei-ras scenas dignas da antiga Roma. Preço,500 réis. Pelo Correio, 800 réis.

NOITE DE NOIVADO-(11. 2 da «Col-lecção Amorosa») —Episódios picantes entreum casal reccin-unido pelos laços do matri-mouio, contados por Matlitisalém, 500 réis;pelo Correio, 800 réis.

MADAME MINET — (11. 3 da «CollecçãoAmorosa») —Historia de uma linda viuvinhapatusca, que para comer exige apperitivos es-peciaes... Custa 500 rs.; pelo Correio, 800 réis'

CASTA SUZANNA — (11. 4 da «Collec-ção Amorosa») — Empolgante descripção descenas amorosas passadas entre uma don-zelia e Lúcio d'Amoiir, que afinal consegueentrar cm Barcelona depois de varias invés-tidas pelas redondezas. Preço, 500 rs.; peloCorreio, 800 rs.

ÁLBUNS DE VISTAS — Collecçãode Fogo, contendo cada um oito gravurastiradas do natural, impressas em papel cou-clié de 1» qualidade e acompanhadas de bel-los versos explicativos de cada scena repre-sentada. Estão publicados os ns. 1, 2, 3, 4 e5. Preço de cada um, 1#000; pelo Correio1Í500.

CONTOS RÁPIDOS —Estão pu-bücados os seguintes : N. 1, Tio Empa-ta — N. 2, A Mulher de Fogo —

N. 3, D. Engracia — N. 4, Faz tudo...N. 5, A Viuva Alegre —N. 6, O

Menino do Gouveia — N. 7,- AFulga — N. 8, O Correio do Amor

N. 9, Dolores e N. 10, FamiliaModerna.

Todos esses coutos, que são escriptosem linguagem ultra livre, contendo uma gra-vura cada um, narram as mais pittorescasscenas de amor para todos os paladares.

Cada um custa unicamente 300 rs., peloCorreio : 500 rs. :

Todos os livros acima citados saoillustrados com gravuras tiradas donatural.

O DONZEL — Aventuras de um moçoacanhado e que as circumstancias fizeram omaior conquistador do Rio. Preço 1J000;

.'*pCüo Correio, 1J500.¦'".- UMA CEIA ALEGRE — Engraçadissimap"ar'odià;à «Ceia dos Cardeaes», em versosbrejeiros. Tres respeitáveis padres contam'. suas aventuras amorosas, numa linguagem,'dealcóva, sem peias... Preço, 500 réis. PeloCorreio, 800 réis. •

CDOs pedidos dirigidos ao nosso escripto-

rio devem vir acompanhados da respe-ctiva importância, em vales postaes, ordenscommerciaes ou dinheiro e endereçados a

A. VELLOSO, Rua do Hospicio n. 218.

Licor TibainaO melhor pttriíicn-

¦— dor do sangite —-

GRANADO'& C. - Rua Io de Março, .4

16 de Maio de 1914 --S3 >-< ° R1°NU >-( Sü== 5

Regras de civilidade

I

CDEslá dc novo sendo introduzida na roda

elegante a graciosa moda do belja-mão.Muitos dos nossos siniirls cavalheiros darãorata si não seguirem á risca os conselhos queaqui damos.

CD

Quando se pretende render essa gentilhomenagem a uma senhora, toma-sc-lhe muilodelicadamente, com a mão esquerda, a pontados dedos, depois com o lenço que já deve-nios ter na direita limpa-se bem o dorso damão a beijar e pespega-se um grande beijo,dizendo durante esta operação :

Desinfectcn.os a zona! Quem sabe lápor onde andaram estas patinhas I

CDO uso do belja-mão trará fatalmente

.alguns desprazeres como : o termos de oscu-lar a munheca de muita carcassa que já hamuito bate o 69 e ainda diz estar nos trintões<appetitosos.

Para isso, porém, existe um processo,Quando é o momento de pespegar o beijo nacuja, vira-se rapidamente a mão, de modoa pousarmos os lábios nas costas da nossa eponde-se a lingua de fora diz-se á bruta :

Cheirava-te ! Quem sabe si eu beijopelle de surucucu !

CDDepois de havermos deposto um ardente

beijo na mão fidalga de uma mulher bonita,devemos sempre dizer bem alto, para quetodos escutem :

Hu.nl... que cheirinho exquisito IParece extracto... d'aquillo.

CDTambem antes de oscilarmos qualquer

Folhetim do "Rio Nu"

FLAVIO DUVAL

mã.) feminina é do máximo rigor smarlicoperguntar:Exmn., depois que esteve naqueilaparte que nós sabemos, lavou a munheca ?...

cnDepois de termos beijado umas cinco ou

seis vezes a mão de uma mulher moça ou dcuma senhora, devemos substituir esse cum-prime.ito por um outro muito mais chie e deaccordr. cum o progresso actual de jttpcfciiituc. E é esta a nova maneira de saudaruma senhora:

Com a ponta dos dedos mata-piolhos efura-bolds pega-se o beicinho inferior damoça, puxa-se-o ligeiramente e dá-se-lheum beijo em plena boca dizendo :

Toma... toma uma beijoca gostosa.Experimentem os leitores e verão como

a moda pega.PETRONIO.

Não pertftí iiíudt...

Um amigo interpella outro :E' então exacto que vais obrigar tua

filha a casar com o Aniceto ?Sen. duvida I Uma fortuna de mais de

mil contos !Em compensação, elle tem setenta

annos...E minha filha dezoito, não é? Dize-me

cá: o que c que ella pôde perder com essecasamento ? Nada !

Lá isso é certo... Ella não perderánada, absolutamente...

Pomada Seceativa de São Lázaro

CASADA E VIRGEMJH Historia realista de um homem

como ha muitos

iiDiante de um prato de sàndwlches, a

comer como uma frieira, o velho Barbalhoestava mudo. Já havia devorado uma garrafade cerveja e despejava a segunda no copo.

Regina, com um sorriso delicioso noslábios, conversava com a amiga.

Vais hoje ao Municipal, Lúcia?Venho de receber o camarote.Estou anciosa por ver a peça. Con-

-tam-se delia maravilhas. Leoncio de Assis,como poeta, é simplesmente encantador.

Conhece-o pessoalmente ?Não. Sei, apenas, que é um rapaz de

• esmerada educação e de apparencia distineta.Meu irmão é muito amigo delle. Ja•trabalharam juntos no mesmo jornal.Sim ?E' verdade. Ha dias acabei de ler seu

ultimo livro:— Alma errante. Um encanto!Leoncio, intimamente, rejubilava. Aquella

mulher pensava nelle sem o conhecer, admi-rava o seu talento. Sim, a estrella rutilantetle seu futuro começava a surgir bella, ideal,

«Eí&nioFsn-nra dc estailos

Juca-Manduca — Hoje, com a grandeacceitação de fogões a gaz, é rarissimo veruma rapariga apanhar cavacos ; entretanto,como você gosta tanto da posição, quando apequena fôr ahi ao chateau, espalhe pelochão algumas moedas e emquanto ella asapanhar você gosará daquillo que tantoaprecia.

Morena —Não lhe dê isso tanto cuidado,nem vá pedir conselho e explicações a outras.Case-se, e nós lhe garantimos que não faráfiasco. Ha coisas que a própria naturezaensina ; por exemplo : o comer e o cavar.

Pois aquillo tambem é assim : mesmosem saber, todas se ageita.u no momentopro.. .picio.

Enfermo — Da primeira vez, um forteileflitxo, da segunda entrou para a cavallariae da terceira fizeram-lhe presente de umaparelha de mu/as para carroça.

Agora quer um conselho salutar que olivre dos perigos da quarta. Pois, amigo,para um camarada caipora como você sóexiste um conselho : corte o negocio fora eempregue-se em outro officio, pois tomarrape tambem é fumar.

Bellinho — Está muito enganado ; nósaqui apreciamos muito a outra frueta ; essaque você tão descaradamente offerece nãotem extracçâo cá em casa'; até mesmo oMathusalem, que é velho,declara que não édoente. Como você tem tanta necessidade, váa Londres e procure o frei Tosta, que éroxo por isso.

Admiradora — Muitíssimo gratos pelasamáveis saudações de anniversario que nosenviou. Sentimos que não viesse trazel-aspessoalmente para nos dar o prazer detomar... em nossa companhia um bom chopp.

JOÃO DURO.

A única que cura toda e qualquer feridasem prejudicar o sangue; allivia qualquerdor, como a erysipela e o rheumatismo. Co-nhecida em todo o universo. Ruas dos An-dradas, 43 a 47 e Hospicio, 164 e 166.

fá está á venda"A PUI.C1À"

N. 7 dos Contos Rápidos — 300 réis

como um sol nascente. A' noite encontrariaRegina no theatro, onde a sua obra prima— O calvário — deveria ser representada empremière. Quantas noites passou a confeccio-nal-a com todo o carinho, com todo o amor!Com que cuidado burilara aquella Magdalenatão romântica, tão meiga e aquelle Armandotão terno e tão doente! Quantas lagrimas nãofaria brotar o suavíssimo poema, que maisparecia pela sua doçura um coro de anjosentoado aos accordes de instrumentos estra-nhos! O pensamento de Leoncio voava comouma borboleta, transpunha os umbraes dosonho, perdia-se nas regiões do desconhecido.

Regina, que por momentos ficara pensa-tiva, pousou seus olhos de velludo no poeta,que parecia sonhar. Contemplou-o por algunsminutos e, de repente, sentiu-se surpreheu-dida. Leoncio voltara de novo á realidade ecruzara um olhar vibrante com aquella que jáse constituirá um pedaço de sua alma. Umsorriso partiu de seus lábios. Regina, muitoperturbada, com uma onda de sangue a lhetingir as faces, disfarçou a emoção que lhehaviam produzido aquelles olhos ternos ecomeçou a conversar em voz baixa comLúcia, enquanto Barbalho, com a boca cheia,gritava para o garçon :

Moreno? Mais sandwiches e cerveja 1Nesse Ínterim chegava o commendador

Queiroz, acompanhado da mulher e dasfilhas, tres mocetonas desenvoltas e alegres.Com grande estardalhaço sentaram-se taga-relando e rindo como avesinhas em revoada.

Oh I Oh ! chegue-se para cá, meu carodoutor!

Leoncio ergueu-se e dirigiu-se para o grupo.

Ha quanto tempo não temos o prazerde vel-o I O senhor tem estado invisível...Porque não foi á nossa ullima recepção ?

Deixe o doutor falar, papai, disse amais velha, fitando o poeta; elle agora sótrata da nova peça que escreveu. Aquellesque o estimam já não valem mais nada.

Leoncio protestou:As meninas não tinham razão. Osafazeres tomavam todo o seu tempo. Eranecessário trabalhar porque tinha contrahidocompromissos com os editores.

Todos riam, felizes, satisfeitos, emquantoRegina e Lúcia, da mesa próxima olhavam ásocapa.

Amanhã é domingo. Creio que não sefurtará ao convite de jantar em nossa com-panhia. Irei.

Palavrinha? interrogou a segunda filhado commendador, com o olhar cheio de fogo.

Palavrinha.De poeta, não é? disse por sua vez a

terceira. Os poetas esquecem sempre o quepromettem na véspera.

Dê-me a sua mão.E, apertando na sua a mão que Leoncio

lhe havia estendido, retrucou meigamente :Agora não pôde fugir. Fez commigo o

pacto de honra.Todos se ergueram e Leoncio ao passar

por perto de Regina, lançou-lhe o ultimoolhar. Ella conservou-se séria. Lúcia fitou-ocom os olhos azues. Barbalho devorava aterceira garrafa e o vigésimo nono sandwich.

(Continua)

10 de Maio de 1914 )-( O RIO NU )-( ____= 7

l%s[:üãl^méí/liCD

Na zona chieContou-nos certo dentista que o seu col-

lega Chico Clarinetta atíinnara que a JulietaB... Quadrada, da zona Catlete 1015, ficou tãoforte no instrumento, que quando arranca umanota vai até o fim do... anno.

Realmente, é muito cyuica a Dondon !,ti<' Na sexta-feira ultima a Vidinha Pel-

lança andou se despedindo das suas câmara-das, participando que vai abandonar as zonase abarracar em Cascadura, com um conhecidocarteiro advogado...

Pezames, não só ao paca que carregoucom as pellancas como lambem aos morado-res dessa estação pelo infeccionamento damesma!

.tar A Paulina, ao ler a nossa ultima notacom relação ao tenor do «S. Pedro», ficouatrapalhada porque na oceasião o Fitinha seachava presente e o zinho, para não des-mentir seu vulgo fez na oceasião mais uma

fita, sahindo zangadinho com a sua mãizinha.Então, si o Fitinha soubesse que a Pau-

lina costuma entrar, todas as noites, pelaporta dos fundos do «S. Pedro» e permane-cer no camarim do tenor até á hora em quea outra o vem buscar, as fitas seriam maisvivas !

,«." Não damos muitos dias para que aSarah do 39 zona Luiz de Camões faça aspazes com o menino Ary.

Ainda desta vez o Dunga Croupier serábarrado? •31 Disse-nõs ó Braguinha que está fartode ingratidões e só quem actualmente lhepoderia dar alegria era a Beatriz Camões, dazona S. Pedro 112.

Ora, seu fiteiro, porque não vai para umconvento, ou então não se suicida ? Deixe descenas e tome vergonha I

,«;' Apezar das suas lábias, levaram oscontras da Rosita Repolho üallego, da zonaRiachuelo 8, o Sete Barulhos e o Braguinha.

Vocês são águias, mas a Rosita ainda émais que vocês...

.tar A feiticeira dona Constança da zonaJoão Caetano, além de levar o arame dasfuncelonarias que vão no seu conto do vigário,proinettendo melhorar a sorte das incautas eignorantes, pede ás mesmas para lhe man-cfarem gallinhas recheadas, perus, leitões evinho verde, allegando serem esses pitéosdestinados á Mãi d'Agua, para fazer o quelhe pedirem.

Essa intrtijona precisa é uma visita dapolicia, afim de pôr termo a essa exploraçãotorpe.

«' Na semana passada a Julieta B...Qua-tirada, do 106 zona Cattete, andou atrapa-lhada coín a policia do districto, por quererobrigar a Zulmira a se mudar a pulso.

Dona Dagmar, não lhe valeram as suas.allegações dc altos parentescos? Porquevocê agora não emprega na sua Pinção o sol-dado que você fez desertar?

.«"A Adelaide, tendo abandonado a zonaGomes Freire, abarracou-se nos subúrbios,onde tem feito suas proezas.

Já é ser azarenta !...iar Festejou no dia 8 do corrente o seu

.anniversario natalicio a maioral Izolina, dazona Alem de Sá.

Ao banquete estiveram presentes muitoscamaradas da anniversariante, entre os quaeso Ramiro chapeleiro, que ao champagne fezum discurso cheio de nozes pelas costas.

aar Apezar da Julietta B... Quadrada ai-legar que nunca freqüentou casas de rendez-vous no tempo do seu editor responsável, a

Mathilde da zona Riachuelo 9 ainda está áespera da importância das nove refeiçõesque ossa funecionaria lhe ficou devendo nes-se tempo.

Quererá a maioral da zona Cattete 100negar isso ?

•ta/* Aconselhadas pela feiticeira Constan-cia da zona João Caetano, duas funeciona-rias da zona Mem de Sá botaram dois des-pachos nas encruzilhadas da rua Evaristo daVeiga e praça dos Governadores.

Despachos de... páo precisavam vocêsno lombo !

LINGUA DE PRATA.

*S-Sâw*?'-_*_¦. "o'-..y ______—_-——

«jaimos...

GALERIA ARTÍSTICA

Com o presente numero, começa a ser

publicado o n. 1 da 2-. série da Galeria Ar-tistica.

Para os leitores que quizerem adquirira collecção completa da 1» série ou comple-tal-a com os números que lhes faltarem, te-mos ainda vários exemplares que vendemossem augmento de preço.

PERFIS SUBURBANOS

M. A. A.Moreninha, rosadinha, bonitinha, mesmo

muito bonitinha, é a nossa photographada dehoje.

CD...na zona Tobias Barreto o Nozinho

entrando na casa de uma polaca......o Braguinha, o Sabiá e o Bejileco

concertando os seus planos de caronas, napraça dos Arcos...

...a Julieta B... Quadrada entrando nacasa da feiticeira da zona João Caetano...

...a Beatriz Camões, da zona S. Pedro112, avaccalhando-se com um viciado na zonaCarioca...

...a Paulina querendo á força saberquem deu a nota a seu respeito ao «Linguade Prata»...

...o Octacilio Nenen das Obras Publicas,indignado porque recebera na Repartição umsoneto avaccalhando-o. ¦.

...na zona Riachuelo a Odette Bruztin-danga, pedindo a um pharmaceutico remédiopara corri.. .mão...

... na zona Marrecas a Bertha, fazendoscenas com o seu filhinho...

...na zona Lapa a Meirisse contandopolacas...

.. .na «Mére Louise» a Olga e a Carmenna quinta-feita ultima, num piléque enorme...

...na zona Ouvidor a Helena e a Ma-rietta, comprando um par de luvas...

VÈ TUDO.

E' viuvinha ha seis mezes.A principio chorou muito a morte do edi-

tor responsável, mas agora é uma viuva...alegre !

Dizem as más línguas que a menina,(menina sim, pois ella conta só dezeseisridentes primaveras), avaccalhou-se e andadando «rasgado» !

Será verdade ?Ao menos, é o que affirma um elegante

e perfumado rapaz da arrecadação, que andaarmando um geito de «matar» a linda garotano castello do «Flores»!

Até affirmam que elle lhe prometteu, nãouma destas sainhas modernas que se usamagora, mas um «saião» dos antigos 1

Ha dias ella confessou a um louro rapazda Central todo o seu amor por elle, guar-dado no recôndito do seu coraçãozinho, hatres longos mezes, e passou pela desdita denão poder ser correspondida em sua paixãopor ser o mesmo amarrado.

Dahi, aquelle ar triste que lhe vemosagora a ensombrar-lhe a peregrina formosura!

MAS D'AZ!L

BOLSA DE OURO

CHAPA SEMANAL

M rf235-33-736 167-68-265 342-44-641

870-71—269 625-27-128 362-61-463

DEZENAS53_13_98-23-93-30-85-37-02-19-12

CENTENAS705-259-912-881—890-649

DON FELICIO.

LOTERIAS DA CAPITAL FEDERAL

Terça-feira, 19 do corrente, ás 21 [2 da tarde

324 — 3»

:000.0000Bilhete inteiro 35200 — Quartos a #800

Sabbado, 23 do corrente, ás 3 horas da tarde

50:000.000Bilhete inteiro 65400 - Oitavos a

Bilhetes á vencia em todas as casas loterlcas

______£_____

)-( O RIO NU )-( 16 de Maio de 1914

CDTudo tem a sua época e já minha avó

torta, no tempo em que era namorada doconselheiro Accacio, aflirmava esse sábioaphorismo. Pois é talqualmentes: tudo tem asua eooca, o seu tempo, o seu tempão de sergenlei de ser troço como o diabo mais velho.

Desde as saias das senhoras,que antiga-niente tinham um rabo de mais de metro eagora nem fazenda têm que chegue para fe-ciial-as até abaixo.de modo que deixam tunafenda por onde a gente mette o.. .olhar bis-bilhoteiro, até a nova moda dc trazerem asmunhecas sem luvas, tudo muda, tudo ficaquasi que virado pelo avesso.

Mas agora reparo que eu disse no pe-riodo anterior que as senhoras antigamentetinham um rabo de mais de metro. Nada!Façamos a corrigenda : as saias é que eramrabudas. E' provável mesmo que tambémhouvesse muita dama nessas condições, po-rém, naquella época, não se ligava a essenegocio ; ainda não havia sido introduzidoo uso do cachorrinho.

Porém, voltemos cá ao assumpto.Desde os tempos immemoriaveis em que

Adão ainda não tinha aprendido a beber aguade bruços, nem a mãi Eva havia sido tenta-da pela cobra, vulgo serpente, que o reinadono mundo dos arames, ua zona dos cobres,era exercido pela pellega, peia nota, e asmoedinhas de prata ou nickel circulavam aca-nhadas, disfarçadas, resabiadas como casa-dinha honesta que vai á casa de modas dara sua conversazinha com o primo ou o me-lhor amigo do Cornelio, seu esposo.

Quando tínhamos que empurrar uns dezpáos em prata na manopla do senhorio, erapreciso cavar o mais meloso dos sorrisos,engatilhar a mais convincente das desculpasem cima do bruto. E ainda assim, depois dodiscurso, elle com o carão sanhtido resmun-gava :

Vá lá por esta vez, mas bem podia tertrocado por uma pellega de dez.

Mesmo quando tendo atleudido a um —entra zimpatico — no fim da fesla se davacinco ém prata, a madama suspirativa diziaemburrada :

O' porquerria de dinheira! Deixa verrpapel !

De nickel então nem era bom faltar. Sialguém quizesse passar tres ou cinco malrus-cas em nickel á franceza, era uma encrencapreta,a zona ficava estragada em tres tempos.

Si a coisa então era com o senhorio, su-bia a offensa e não havia meio do desgraça-do se livrar do despejo, devendo dar-se porum felizardào si não chucliasse ainda umacasaca de páo ou alguma navalhada quandoo cabra era ali das bandas da Favella.

A phrase para repellir a afíronta dttnscinco ou dez em prata em algum pagamentoera mais ou menos esta :

Metta os seus nickeis no... nariz!Você pensa que eu ando pedindo esmola?E hoje?! Que mudança ! Que transfor-

inação 1 As scenas são mais ou menos estas :Na venda :

Seu Chico, desculpe pagar-lhe tudoem nickel, mas...

O' doutor ! Por quem é, nem me falenisso. Vai um portozinho ? Tenho aqui umadelicia.

No senhorio :Seu Guedes, queira perdoar virem cem

mil réis em prata, mas...O', meu caro amigo, mesmo que fosse

todo o aluguel. Prata I Bem bom dinheiro IEsse não perde o valor. Tomara eu muito I

Magnífico esle reinado da moeda sobrea pellega.

Ainda assim, a semana passada o meuvizinho Paucracio Banana dizia á mulher,querecebe uma pensão no Thesouro :

— Vai, filliiuha! Vai hoje receber a pen-são e ainda que fôr nickeis, não faz mal I

L. REPÓRTER.

Licor TibainaO melhor pitriíictt-— dor do sangize —

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Linda collecção de contos rápidos a'300 réis cada exemplar com uma bellae suggestiva gravura impressa em papelcoucliè.

Os dez primeiros desses contos inti-tulam-se : O lio empata, A mulher defogo, D. Engracia, Faz tudo..., A ViuvaAlegre, O menino do Gouveia, A Pulga,O Correio do Amor, Dolores e FamíliaModerna, constituindo uma preciosabibliotheca de leitura rápida e... esti-mulaute.

Cada exemplar custa, pelo Correio,500 réis; mas quem quizer obterá col-lecçâo completa dos dez enviará ape-nas a importância de 3J500.

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«Uma moça branca, 24annos, de fino tratamento,quer travar conhecimentocom um cavalheiro distineto,muito occultamente e quelhe possa dar 200$ mensaessem sacrifício. Cartas etc.»

(Do Correto da Manhã)

Seccott a arvore, que oturoraDava patacos aos mil,Redondos e muito chies ;Duzentos mil réis, agora !Aqui e em todo o Brazil,Só se arranjam se^ür nickeis!E' tolo esse expedienteDe pôr annuncio em jornaesPara arranjar uma espórtula ;Dou-lhe um conselho prudente: —— Faça como os outros mais —Abra por lá uma ròlitla !

ELMANO II.

E não chega ?

— Dormir comtigo, Julinha,Mais não quero, vê bem tu !Tens bonita figurinha,Mas só és boa no... bolso.

ZE'.

wÉL Íí li abana '

CD.ta' A interessante ex-dentista e ex-íunc-

cionaria publica da zona Boulevard tem ver-dadeiia adoração por uni São Paulo, queadora o «carvão», esquecendo-se até dumSão Luiz.

,tí." Seu Mocinho, então não dá um ar desua graça?

Vá, entre com seu jogo !¦sr O Fausto «cem noivas» já largaria asua jabuticaba ?

mr Porque será que um bigodudo quitan-deiro da zona Cachauiby não deixa a Mar...casar-se ?

Andará levando vantagens ?ira' Então, seu sainlia, a morena viuvinha

da rua... já anda á espera de rapazes quepassam o dinheiro, na estação do Meyer ?

Então você já rufia, seu águia?«' O Flores com aquella cabelleira a

poeta e aquelle typo de philosopho moderno,é um respeitabilissimo fancliullal

Com elle, morre tudo!E' o que ha, sen Armênio.,*£- o Madeira, (Leão Vermelho do Enge-

nho de Dentro), depois que raspou a cabeçae o carão, parece um evadido da casa brancade Frei Caneca 1

Assim, seu Othon.não fará mais aquellas«morrndas conquistas» affotitroraj

,ta o Ferreira, «maridinho correcto»,pulou fora da linha da moral.

O zinho do bilhar inglez anda agarradoa uma funecionaria nos subúrbios !

•» Em breve provará da «deliciosa» atal viuvinha M. A.

Má é que ella não é.tese O que seria que a «viuvinha dos chi-

liqttes» tanto teria que mandar dizer ao«compadre» Horacio, quando elle estava emLafayette ?

Queixas do «bacalháo» Pompeu, quelhe fazia a Eudoxia, náo seu Caldas ?

Olhe que nós sabemos até duma historiaem que o «bacalháo» figurava com uma pin-gadeira!/ria- A morena Zulmiia,noiva como é,aindacontinuará o tal namoro escandaloso com oamigiiinho do Antonio da Déa em quedavamos quatro, muito agarradinhos, aquelles ceie-bres passeios á rua S. João ?

iw O Falcato anda tramando uma fitacom uma garota da Piedade.

O Lisboa, «signal-fixo», até foi obrigadoa pular muros na celebre noite de 28 de Abril,ficando como um pinto.

Se in... é sangue, estou ferido, não é,Lisboa ?

PIRATA MÓR.

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l ELLA — Você, apezar de ser meu marido, não tem o direito de me ver núa... Devia ter pedidolicença antes de. entrar.ELLE —Aposto que não reclamadas si, em meu logar, viesse o tal teu primo. Recebel-o-ias de

braços abertos, estou convencido...

£.3®o rsfH®N. -1 — O TIO EMPATAN. 2 - A MULHER DE FOGON. 3 — D. ENGRAÇAN. A — FAZ TUDO...N. 5— A VIUVA ALEGREN. S — o Menino do Gouveia

N. 7 — A PULGAN. S — O Correio do AmorN. 9 — DOLORESN. -IO- Familia ModernaN. -1-1 - NA ZONA... (Em preparo)

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