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Formação Pedagógica Inicial de
Formadores
Motivação e Comportamento
Relacional
- Identificar as componentes do processo de
aprendizagem;
- Caracterizar os processos e factores que favorecem
a aprendizagem;
- Reconhecer a importância de aplicar técnicas
facilitadoras da aprendizagem no contexto da relação
pedagógica
OBJETIVOS GERAIS
-Identificar os principais factores e condições
facilitadoras da aprendizagem;
-Identificar conceitos, teorias e modelos explicativos
do processo de aprendizagem;
-Caracterizar o processo motivacional, como factor
pertinente no contexto ensino-aprendizagem;
- Distinguir os princípios inerentes à aprendizagem
no adulto e no jovem.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
O que é
aprender?
“Qualquer mudança relativamente
permanente no comportamento e que
resulta da experiência ou da prática.”
Clifford Morgan
O QUE É APRENDER?
“Mudança durável, no conhecimento ou no
comportamento, resultante do treino,
experiência ou estudo, ou o processo que
ocasiona tal mudança.”
Kurt Fischer
O QUE É APRENDER?
Quando existe mudança no reportório de respostas de um
organismo.
Ou seja,
Após a interiorização e assimilação de nova informação
o sujeito responde às mesmas situações com uma
postura diferente,
a novas situações nunca defrontadas,
pois tem novos conhecimentos.
Quando é que se diz que se aprendeu?
“ A aprendizagem é um processo, pelo qual
surge ou se modifica uma actividade, na
sequência de reacções do organismo a uma
situação do meio ambiente.” Hilgard
CONCEITO DE APRENDIZAGEM
• PROCESSO (etapas de progressão sequencial);
•RESULTADO( mudança de comportamento, susceptível
de ser medido);
•INTERACÇÃO DE FACTORES (motivação; relação
pedagógica, meio ambiente).
Podemos conceber a aprendizagem como:
GLOBAL
DINÂMICO
CONTÍNUO
INDIVIDUAL
GRADATIVO
CUMULATIVO
A aprendizagem é um processo:
Global
A sua eficácia implica interacção entre os diferentes
tipos de saberes. Para que haja aprendizagem, o
formando tem que ser capaz de relacionar os seus
conhecimentos, capacidades e valores com o
contexto formação.
A aprendizagem é um processo:
Dinâmico Pressupõe interacção e operacionalidade.
A aprendizagem é um processo:
Contínuo A transmissão de conhecimento e a sua
consequente apreensão implica a satisfação das
necessidades dos indivíduos, sendo um processo
evolutivo.
A aprendizagem é um processo:
Individual
Cada indivíduo aprende como um só, diferente dos
outros.
É importante para o formador tomar consciência
dessa individualidade.
A aprendizagem é um processo:
Gradativo
Deve caminhar no sentido da complexidade de
saberes. Não esquecendo que deve ser gradual, de
modo a não desmotivar os formandos e a levar à
sua desistência.
A aprendizagem é um processo:
Cumulativo Os saberes associam-se no sentido de adquirirmos
novos saberes.
A aprendizagem é um processo:
A aprendizagem é influenciada por diversos
factores:
- Idade do sujeito;
- Percepção da realidade
- Inteligência / atenção / concentração;
- Aprendizagem e experiências anteriores;
- Factores Sociais;
- Motivação.
Factores de Aprendizagem
A motivação é um processo que nos leva a realizar
um determinado comportamento tendo em vista a
satisfação das nossas necessidades.
Palavras como estimulo, necessidade, objectivo,
comportamento, satisfação e insatisfação
integram a noção de motivação;
Nem sempre é possível satisfazermos as nossas
necessidades. A frustração é o resultado dessa
insatisfação.
Factores de Aprendizagem
- Adoptar um comportamento ilógico;
-Regredir em termos de funcionamento e/ou
comportamento;
- Alienar-se e tornar-se apático;
- Acomodar-se á situação;
- Reagir emocionalmente de uma forma
desproporcional á situação (riso ou choro);
Formas para lidar com a frustração
-Compensar de outra forma (compensação);
- Fugir á situação (fuga);
-Reagir agressivamente (agressividade);
-Transferir a frustração para outro objecto
(transferência);
-Enquadramento lógico e adequado (integração);
- Aparente aceitação e revolta interior (resignação).
Formas para lidar com a frustração
Os aspectos que fazem mover o ser humano podem
ser de vários tipos:
- Impulsos básicos (necessidades primárias);
- Motivos sociais (necessidades sociais ou secundárias);
- Motivo para a estimulação sensorial (fuga á rotina);
- Motivos de crescimento (desenvolvimento intelectual e
afectivo);
- Ideias como motivos (valores e crenças)
Tipos de motivos
1- A TEORIA DE MASLOW
Maslow pressupõe que as necessidade humanas se
encontram hierarquizadas, dispostas consoante os graus
de importância.
Na base da pirâmide encontram-se as necessidades
mais baixas (necessidades fisiológicas) e no topo, as
necessidades mais elevadas (de auto-realização).
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
2- A TEORIA DE HERZBERG Herzberg considera a existência de dois factores
distintos a ter em conta na satisfação ao nível do
trabalho:
Factores higiénicos ou insatisfacientes
Factores motivacionais ou satisfacientes.
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
3 - A TEORIA DE McClelland
Quanto mais sucesso e êxito as pessoas atingirem
na realização das tarefas, maior será a tendência
para confiarem nas suas próprias capacidades, e
consequentemente para obterem novos sucessos.
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
4 - A TEORIA X e Y de McGregor
O tipo de motivação que predomina numa
determinada empresa ou instituição depende dos
princípios que se tenham acerca da natureza
humana.
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
A teoria X
Os indivíduos preferem ser dirigidos, mais do que
assumir responsabilidades, desejam segurança.
(o dinheiro é considerado como a grande motivação das pessoas)
As chefias que têm esta crença consideram os
subordinados imaturos, irresponsáveis e indignos de
confiança.
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
A teoria Y
Os indivíduos não são irresponsáveis e preguiçosos.
Motivados; correspondem aos objectivos da empresa
satisfazendo as suas necessidades.
As chefias que têm esta crença apostam em exercer
funções de modo a desencadear o potencial criativo e o
desempenho de indivíduo.
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
5- TEORIA DAS EXPECTATIVAS-INSTRUMENTALIDADE-
VALÊNCIA (V.I.E.) Tolman, Atkinson e Vroom
Pressupõe a existência de 3 factores:
1. A EXPECTATIVA
2. A INSTRUMENTALIDADE
3. A VALÊNCIA
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
6- A TEORIA DOS OBJECTIVOS- Locke e Latham
(1984)
A definição de objectivos desempenha um papel
importante na motivação para o trabalho, pois toda a
acção racional humana é orientada por objectivos.
A especificidade do objectivo, permite que o indivíduo
concentre nele a sua atenção.
A formulação de objectivos, possui um peso pertinente
no contexto formativo.
TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
- Expectativas elevadas
- Valências positivas concretizadas
- Existência de relações de causalidade,
entre o fazer e o obter.
Em suma,
- Estabelecem metas difíceis mas potencialmente
atingíveis;
- Preocupam-se mais com a realização pessoal do
que com a recompensa externa;
- Querem saber o resultado das suas actividades;
- Confiam nos seus esforços e capacidades.
CARACTERISTICAS DAS PESSOAS MOTIVADAS
- Auto-desvalorização;
- Condicionar as expectativas a um passado
negativo;
- Exagerar a dificuldade da situação;
- Aumentar o poder dos outros, diminuindo a sua
própria importância.
ATITUDES QUE CONDUZEM À DESMOTIVAÇÃO
Torna-se importante, que o
formador se preocupe com alguns
aspectos, de forma a tentar
sedimentar o mais possível a
ponte entre a motivação e a
formação.
•Fazer a correlação do contexto formação com a
realidade;
• Clarificar os objectivos da formação;
•Ter consciência do nível etário da população-alvo;
•Seleccionar adequadamente o material didáctico
(adequá-lo o máximo possível aos conteúdos que pretende transmitir e ao
grupo destinado)
Aspectos a ter em conta:
• A motivação interna, prende-se com as
causas intrínsecas relativas a cada formando.
• A motivação externa, prende-se com as
causas relativas a um objecto externo.
AS FONTES DE MOTIVAÇÃO
• A influência do meio envolvente (Instituição – Sessão);
• A influência do momento;
• A relação pedagógica;
• A postura e personalidade do formador;
• As tarefas concretas (agradáveis ou desagradáveis).
Causas da motivação externa
A preocupação do formador deve ser a de
desenvolver comportamentos motivantes da
aprendizagem, visando sempre tornar os
formandos pessoas motivadas.
Causas da motivação externa
Condições físicas
Relação interpessoal
Formador - Formandos
Formando - Formando
Realização das tarefas
Correlação com o real
Clarificação dos objectivos
Consciencialização do nível etário
ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DA MOTIVAÇÃO
Selecção do material didáctico;
Valorização da aprendizagem;
Promoção do sucesso individual;
Conteúdos dos trabalhos individuais e de grupo;
Liberdade de participação do grupo nas tarefas;
Progressão e êxito do grupo no desenvolvimento
das tarefas.
ESTRATÉGIAS PROMOTORAS DA MOTIVAÇÃO
• os anseios dos formandos
• as necessidades dos formandos
• as opiniões dos formandos
• os sentimentos dos formandos
• se os formandos estão satisfeitos
Assim, é importante conhecer...
PÚBLICO ALVO
AS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS
JOVENS ADULTOS
JOVENS ADULTOS Disponibilidade para aprender Disponibilidade para aprender apenas o que é
útil
Querem saber os porquês Querem saber os como
Aprendem por referência a interesses actuais Aprendem por referência a experiências
anteriores
Motivados pela própria matéria Motivados pela utilidade da matéria
Estudam tendo em vista a utilidade futura Estudam tendo em vista a aplicação imediata
Boa capacidade de adaptação Capacidade de adaptação restrita
Influenciáveis Pouco influenciáveis
Criatividade livre Criatividade controlada
Pouca resistência à mudança Resistência à mudança
Aceitação do poder Pouca aceitação do poder
Rapidez mental Menor rapidez mental
É o ter em conta as diferenças que movem o
processo de aprendizagem nos jovens e nos
adultos, que permite ao formador, seleccionar os
métodos mais adequados, ao auxiliares
pedagógicos, a relação interpessoal e até a sua
própria postura no contexto de formação.
O local onde ocorre a aprendizagem, seja no posto
de trabalho ou numa sala de formação também
pode condicionar a motivação.
- O ambiente físico - (calor, frio), a dimensão e
características do espaço (um espaço cómodo, afável, limpo)
LOCAL DE APRENDIZAGEM
- O ambiente afectivo - São factores
altamente motivantes ou desmotivantes para
o próprio formando, mesmo que seja ao nível
inconsciente.
LOCAL DE APRENDIZAGEM
• Comportamentalistas (behavioristas)
• Cognitivistas
• Humanistas
TEORIAS DA APRENDIZAGEM
- Corrente baseada na aquisição e mudança de
comportamento;
- Determinado estímulo provoca uma determinada
resposta;
- A aprendizagem (resposta) consiste numa alteração do
comportamento provocado por um estímulo exterior;
- O sujeito é passivo neste processo.
Principais autores: Pavlov - condicionamento clássico
Skinner - noção de reforço
BEHAVIORISMO
A chave do condicionamento
- O estimulo posterior à resposta permite
aumentar ou diminuir a probabilidade de
um comportamento se voltar a repetir.
- O reforço é algo que se segue a
determinada resposta.
BEHAVIORISMO
IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO:
1. Permite identificar o comportamento mais desejado;
2. Permite seleccionar os reforços mais eficazes e
duradouros;
3. Permite adoptar as melhores estratégias de
aplicação desses mesmos reforços.
BEHAVIORISMO
- Salientam o papel dos processos mentais
mediadores entre estímulos e respostas.
- Incidem sobre a forma como o indivíduo
processa todo o material de conhecimento
- Valorizam a motivação, a cognição e a
satisfação
Principais autores: Piaget e Kurt Lewin
TEORIAS COGNITIVISTAS
A aprendizagem é um processo dinâmico de
codificação, processamento e recodificação da
informação.
O Homem é um ser interactivo com o meio e é
graças a esta e nesta interactividade que se
aprende.
COGNITIVISTAS
IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO:
1. Permite identificar a estrutura e o processo subjacente ao
acto de aprender
2. Permite ultrapassar a aprendizagem como uma questão
redutora.
O apreendido não se manifesta apenas por
comportamentos exteriorizados, mas também por
atribuições de significados.
COGNITIVISTAS
IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO:
3. Permite reflectir sobre aspectos inerentes à
aprendizagem e que não são facilmente observáveis.
Tais: o como aprender e o porque aprendo assim e
não de outra forma
COGNITIVISTAS
Salientam o papel do sujeito enquanto indivíduo
A aprendizagem é centrada no indivíduo, valorizam
sentimentos, conceitos e habilidades.
Teorias voltadas para o envolvimento do indivíduo
no processo de aprendizagem, valorizando as
experiências individuais.
Principais autores: Maslow e Rogers
TEORIAS HUMANISTAS
A aprendizagem assenta no carácter único e
pessoal de cada um em função das suas
experiências únicas e pessoais.
O sujeito adquire um papel activo, mas a
aprendizagem é vista como algo de espontâneo.
TEORIAS HUMANISTAS
A aprendizagem é um processo individual
A teoria acentua:
- a importância do grupo para a aprendizagem;
- a compreensão do contexto da aprendizagem;
- a relação pedagógica.
TEORIAS HUMANISTAS
IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO
1. Permite compreender a importância de cada formando aceitar
as diferenças individuais;
2. Permite compreender a importância da implicação do
formando no contexto formação:
a. Os formandos devem pronunciar-se sobre as
condições de trabalho
b. Os formandos devem possuir um papel activo
c. Os formandos devem poder tomar decisões
3. Permite dinamizar a relação triangular:
Formando - contexto formação - formador
TEORIAS HUMANISTAS
No Comportamentalismo, aprendemos: fazendo,
experimentando, errando, e repetindo.
É importante, fornecer estímulos, utilizar reforços, e zelar por
um comportamento óptimo.
No Cognitivismo, aprendemos: associando, estruturando,
analisando, aprendemos a aprender.
É importante valorizar a forma de transmissão de
informações.
Em suma,
No Humanismo, aprendemos: partilhando
experiências.
Sendo relevante:
- ajudar o formando a aceitar a individualidade,
- promover as capacidades de todos,
- promover a partilha de experiências e de dúvidas.
Em suma,
-Estamos sempre a aprender;
-Somos sobretudo o que aprendemos;
-A aprendizagem determina o nosso sucesso;
-Pouco conhecemos como as pessoas aprendem;
- Interessa-nos saber como podemos facilitar e
estimular a aprendizagem.
Em suma,
“Não se aprende, Senhor,
Na fantasia.
Sonhando, imaginando ou
estudando.
Senão vendo, tratando e pelejando.”
(Camões, Os Lusíadas, canto X, estrofe 153)