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    1Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Gerenciamento de Projetos Industriais

    de Construção e Montagem 

    MÓDULO I 

    Professor Ítalo de Azeredo Coutinho 

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    2Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Tópicos

    Tópico 1.1 - Fundamentos de Gestão de Projetos

    Tópico 1.2 - Características de Projetos Industriais

    Tópico 1.3 - Fases do empreendimento (Processos do FEL)

    Tópico 1.4 - Etapa de Construção e Montagem

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    3Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

      Ter uma ampla visão sobre o que é o gerenciamento de projetos, suas

    características, e como é possível utilizá-lo a favor do sucesso do seu

    empreendimento.

    Ao término deste módulo, esperamos que você seja capaz de:

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    4Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Conceito de Projeto

    Quando uma empresa contratada é escolhida por apresentar as melhores condições

    técnicas e comerciais, dá-se início a uma série de atividades que têm como objetivo

    produzir as entregas previstas por um contrato de fornecimento. Essas atividades serão

    organizadas e restringidas por objetivos e recursos, atreladas a tempo, qualidade, custo

    e escopo, impostos por um contrato de fornecimento, e passará a ser denominada

    PROJETO. No Guia PMBOK® (PMBOK®  – Guia do conjunto de conhecimentos em gestão

    de projetos) (2012) encontramos o seguinte significado: projeto é “um esforço

    temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”. Onde

    podemos destacar:

      Temporário: não fazemos projetos que acontecem eternamente, existe um prazo a

    ser cumprido e considerado;

      Empreendido:  para se alcançar um determinado grupo de objetivos, faz-se

    importante empreender (ou investir) recursos e administração;

      Exclusivo: o ineditismo de um projeto é o primeiro grupo de riscos a ser analisado,

    se não foi feito ainda (mesmo que se assemelhe em muito com outros projetos) é

    preciso se cercar de muitos cuidados para se alcançar o sucesso objetivado.

    Ao final, existirão os produtos (ou entregas) e as lições aprendidas (o que deu certo, o

    que deu errado) ou o aprendizado daquele projeto. Os produtos serão repassados de

    maneira harmoniosa para o cliente (hand over ) que a partir dali se inicia a operação

    (e/ou manutenção) de cada entrega. As lições aprendidas serão repassadas ao setor

    Tópico 1.1 - Fundamentos de Gestão de Projetos

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    5Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    comercial da empresa contratada, com o objetivo de melhorar seus processos internos

    (processos comerciais e de gestão).

    A gestão desse contrato será feita por meio do planejamento, execução,

    monitoramento e ações de correção de desvios (como descrito por Edward Demming

    em seu ciclo PDCA – Plan, Do, Check, Act ).

    Figura 1 – 

     Modelo de Gerenciamento PDCA

    ATENÇÃO! 

    Não confunda PROJETO com documentos de engenharia. Projetoé o empreendimento. Documentos de engenharia, que também

    podem ser conhecidos como projetos, tratam da inteligência

    necessária para construir e montar (como exemplo: diagramas,

    formatos, memórias de cálculo, fluxogramas de processo, layouts,

    etc.).

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    6Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Figura 2 – 

     Início de um projeto e seu processo de Gestão.

    Projeto é o empreendimento (negócio) que deverá acontecer dentro de um prazo

    estabelecido, custo negociado, qualidade imposta e escopo acordado entre Contratante

    e Contratado. Cabe, porém ao líder do projeto e sua equipe identificar corretamente

    quais são as restrições do projeto, pois podem, em raras exceções, serem diferentesdestas apontadas (prazo, custo, qualidade e escopo).

    Em projetos de engenharia e construção a contratante pode ser a empresa usuária

    (mineradoras, siderúrgicas, refinarias, etc.) ou a sub-contratante (construtoras,

    empreiteiras, gerenciadoras, etc.). O Contratado é um grupo de empresas (consórcio)

    ou uma empresa específica, que domina o know how  para fazer engenharia, comprar,

    construir, montar, testar e entregar para a Contratante.

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    7Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Visão sobre o Guia PMBOK ®

    Em 1984, o PMI®, Instituto de Gerenciamento de Projetos com filiais (capítulos) no

    mundo inteiro, introduziu pela primeira o Guia PMBOK ® (Project Management Body of

    Knowledge). Trava-se da iniciativa de reunir em um único padrão, as melhores práticas

    para administração de projetos.

    Nessa visão multidimensional e sistêmica, o Guia PMBOK ® (5a Edição) relaciona a gestão

    do empreendimento em 10 áreas de conhecimentos, a saber:

      Integração (Capítulo 4)

      Escopo (Capítulo 5)

      Tempo (Capítulo 6)

      Custo (Capítulo 7)

      Qualidade (Capítulo 8)

      Recursos Humanos (Capítulo 9)

      Comunicação (Capítulo 10)

      Riscos (Capítulo 11)

      Aquisição (Capítulo 12)

      Partes Interessadas (Caítulo 13)

    A gestão do projeto acontecerá por meios de processos de gerenciamento (ou

    administração), seguindo os princípios do ciclo PDCA. Os grupos de processos são 5 e

    são eles que geram a dinâmica necessária para a gestão do empreendimento.

    Os 5 grupos de processos (PMBOK ® 2012) são:

      Iniciação (correspondente ao Plan do PDCA);

      Planejamento (correspondente ao Plan do PDCA);

      Execução (correspondente ao Do do PDCA);

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    8Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

      Monitoramento e Controle (correspondente ao Check e Act do PDCA);

      Encerramento (correspondente ao Do do PDCA).

    Levando em consideração os empreendimentos industriais, a gestão do projeto

    compreenderá 10 áreas de conhecimentos (checklist de cada plano de gestão que

    precisa ser elaborado) e terá sua dinâmica pelos 5 grupos de processos (cadenciados e

    processados durante toda a administração do projeto).

    Mas não se confunda! Os 5 grupos de processos são diferentes do ciclo de vida do

    projeto. O ciclo de vida compreende fases ou etapas e, por sua vez será dentro de cada

    etapa ou fase que os 5 grupos de processos atuarão para fornecer a gestão adequada

    para realizar as entregas do empreendimento.

    Os processos de gestão do projeto são 47 ao todo, cada um categorizado pela sua área

    de conhecimento e seu grupo de processos. O gerenciamento do projeto ocorrerá por

    processos, cada um gerando entregas (que podem ser documentos de gestão) para o

    próximo processo, até a finalização do projeto.

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    9Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Tabela 1 –  47 processos, 10 áreas de conhecimento e 5 grupos de processos

    Outra forma importante de visualizar os 47 processos, é separando-os pelas áreas de

    conhecimento. Veja como:

      Integração

    4.1 Desenvolver o termo de abertura do projeto

    5 Grupos de Processos10 Áreas de

     Conhecimento

    4. Integração

    5. Escopo

    6. Tempo

    7. Custo

    8. Qualidade

    9. Recursos

    Humanos

    10. Comunicação

    11. Riscos

    12. Aquisições

    13. Partes

    Interessadas

    Iniciação Planejamento   Execução  Monitoramento

    e Controle

    Finalização

    4.1 4.2

    5.1/ 5.2/ 5.3

    5.4  5.5/ 5.6

    6.1/6.2/ 6.3

    6.4/ 6.5/ 6.6   6.7

    7.47.1/ 7.2/ 7.3

    8.1 8.2 8.3

    9.1  9.2/ 9.3

    9.4

    10.1

    11.1/11.2

    11.3/ 11.4/

    11.5

    12.1 12.312.2

    11.6

    10.310.2

    12.4

    4.3 4.4/ 4.5 4.6

    13.1 13.2 13.3 13.4

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    4.2 Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto

    4.3 Orientar e gerenciar o trabalho do projeto

    4.4 Monitorar e controlar o trabalho do projeto

    4.5 Realizar o controle integrado de mudanças

    4.6 Encerrar o projeto ou fase

      Escopo

    5.1 Planejar o gerenciamento do escopo

    5.2 Coletar os requisitos

    5.3 Definir o escopo

    5.4 Criar a EAP

    5.5 Validar o escopo

    5.6 Controlar o escopo

      Tempo

    6.1 Planejar o gerencimento do cronograma

    6.2 Definir as atividades

    6.3 Sequenciar as atividades

    6.4 Estimar os recursos das atividades

    6.5 Estimar as durações das atividades

    6.6 Desenvolver o cronograma

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    6.7 Controlar o cronograma

      Custo

    7.1 Planejar o gerenciamento dos custos

    7.2 Estimar os custos

    7.3 Determinar o orçamento

    7.4 Controlar os custos

      Qualidade

    8.1 Planejar o gerenciamento da qualidade

    8.2 Realizar a garantia da qualidade

    8.3 Controlar a qualidade

      Recursos Humanos

    9.1 Planejar o gerenciamento dos recursos humanos

    9.2 Mobilizar a equipe do projeto

    9.3 Desenvolver a equipe do projeto

    9.4 Gerenciar a equipe do projeto

      Comunicações

    10.1 Planejar o gerenciamento das comunicações

    10.2 Gerenciar as comunicações

    10.3 Controlar as comunicações

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      Riscos 

    11.1 Planejar o gerenciamento dos riscos

    11.2 Identificar os riscos

    11.3 Realizar a análise qualitativa dos riscos

    11.4 Realizar a análise quantitativa dos

    riscos

    11.5 Planejar as respostas aos riscos

    11.6 Controlar os riscos

      Aquisições

    12.1 Planejar o gerenciamento das aquisições

    12.2 Conduzir as aquisições

    12.3 Controlar as aquisições

    12.4 Encerrar as aquisições

      Partes Interessadas

    13.1 Identificar as partes interessadas

    13.2 Planejar o gerenciamento das partes interessadas

    13.3 Gerenciar o engajamento das partes interessadas

    13.4 Controlar o engajamento das partes interessadas

    Os 47 processos de gestão de projetos e os 5 grupos de processos compõem um

    framework (guia, padrão, referência) para gerenciamento das fases de um

    empreendimento industrial.

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    Seja qual for a etapa que estivermos atuando (viabilidade, engenharia, suprimentos,

    construção/fabricação, montagem, pré-operação e entrega), esse framework de

    gerenciamento do projeto é aderente e aumenta as chances de sucesso, facilitando uma

    comunicação comum e uma gestão única de interesses envolvidos.

    Ou seja, para construir (ou fabricar) e em seguida fazer a montagem, o padrão de

    gestão proposto pelo PMBOK ® pode e deve ser utilizado, adequado a cada tipo de

    empreendimento e a cada fase específica, afinal de contas ele é um framework (mapa

    mental) que contém as melhores práticas em se tratando de planejar, executar,

    monitorar, controlar e encerrar empreendimentos industriais.

      Premissa

    Trata-se de tudo que deverá ser considerado como verdadeiro (e necessário) no início

    do projeto. As premissas são definidas após pleno conhecimento do objeto do contrato

    de construção e montagem, elas serão os primeiros itens a serem tratados como riscos

    no projeto, pois o seu adiamento irá adiar também o início do empreendimento.

    Alguns exemplos de Premissas em projetos de construção e montagem:

      Canteiro de obras liberado e com utilidades (energia, esgoto, água, contêineres);

      Área do escopo do contrato liberada para início das atividades de construção e

    montagem;

      Matéria-prima posta no fabricante;

      Trajeto entre fábrica e local de instalação (site) liberado;

      Diretrizes de planejamento e QSMS estabelecidas;

      Documentos de engenharia finalizados (engenharia detalhada certificada).

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    Restrição

    Os limites do projeto são estabelecidos para que Contratante e Contratado saibam suas

    responsabilidades e as fronteiras do fornecimento. As restrições são estabelecidas e

    negociadas ainda na fase de proposta, a visita técnica para essa fase deve ser bem

    criteriosa para entender todos os limites das entregas. Além das restrições é importante

    também conhecer os limites de bateria do projeto, que é a delimitação física da

    ocupação do projeto.

    São exemplos de Restrições para projetos industriais:

      Que determinada montagem só poderá acontecer em horário noturno;

      Que o líder de campo deverá falar inglês e possuir experiência de 25 anos na área de

    montagem industrial;

      70% da mão de obra deverão ser contratadas na região.

    Alguns limites de bateria (exemplos):

      Serão feitas medições de espessura nas tubulações compreendidas entre a saída do

    ponto A e entrada do ponto B;

    ATENÇÃO! 

    Sem as Premissas o projeto não deve acontecer. Iniciar o

    empreendimento sem o mínimo necessário de infraestrutura e

    recursos é postergar problemas que podem inviabilizar o projeto. Por

    isso, antes de começar, conheça bem tudo o que for necessário para o

    desenvolvimento e finalização do empreendimento.

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      Os cabos serão lançados somente nos painéis de supervisão e controle;

      Nas áreas compreendidas entre os Limites de Bateria de instalações industriais e as

    ruas adjacentes, não pode haver qualquer tipo de construção, exceto as casas de

    controle, subestações, entradas de tubulações, hidrantes, postes de iluminação, os

    sistemas subterrâneos e canaletas de drenagem (exemplo retirado na Norma

    Petrobrás, N.1674- Revisão C – set/98).

    Planejamento

    Diferente do que se pensa, o planejamento não é prever tudo e sim estabelecer umcenário futuro plausível entre Contratante e Contratado, analisando os riscos e recursos

    necessários, nesse ambiente futuro. O planejamento é a linha de base para escopo,

    qualidade, custo e prazo, ou seja, trata-se de um acordo entre os envolvidos do projeto

    para que as expectativas e interesses possam ser alcançados.

    Uma característica fundamental a ser observada é o fato de o planejamento ser

    dinâmico e não apenas uma etapa dos processos de gestão de projetos. No decorrer do

    prazo do empreendimento, o planejamento deverá ser atualizado e adequado às linhas

    de referência do projeto (qualidade, custo, prazo e escopo), traduzidas em documentos

    com Padrões da Qualidade, EAP, Declaração de Escopo, Orçamento e Cronograma. Estes

    documentos, por sua vez, são como organismos vivos, que devem ser alimentados e

    multiplicados, conforme a necessidade do empreendimento e definido, por exemplo, no

    planejamento da comunicação.

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    Programação

    A programação periódica (por dia, semana, quinzena, mês) traduz os objetivos do

    planejamento e garante que premissas, restrições e limites de bateria sejam

    obedecidos, sem prejudicar as entregas alinhadas com os padrões de qualidade, dentro

    dos pacotes de trabalho em custos previstos e prazos exequíveis.

    Figura 3 –  Planejamento x Programações

    O grau de atividades programadas, necessariamente, precisa ser coerente com o grau

    de tarefas do projeto, necessárias para se alcançar adequadamente os objetivos do

    empreendimento, sempre dentro das restrições macro.

    Gestão do Empreendimento – Stakeholders/Partes Interessadas/Partes

    Afetadas

    O projeto necessitará de uma cadência harmoniosa entre os seus objetivos, os

    interesses dos envolvidos, os recursos empenhados, a qualidade exigida, tudo dentro de

    um prazo estabelecido e um custo planejado. Para que todas essas variáveis não se

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    17Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    tornem entraves para o sucesso do empreendimento, entra aqui uma série de

    processos de gestão, com o objetivo de administrar adequadamente o cenário presente,

    provocado por mudanças constantes e de olho num cenário futuro.

    Somente por meio de atividades intensas e constantes de gestão é que o

    empreendimento poderá acontecer. Não há tempo e chance para o acaso, é preciso

    gerenciar com dedicação a participação dos envolvidos (stakeholders).

    Em um projeto industrial os stakeholders podem ser

    (não se limitando a eles):

      Usuário final (por parte do Contratante);

      Contratado;

      Equipe de Gestão do Projeto;

      Fornecedores;

      Comunidade;

      Órgãos governamentais locais (prefeitura, secretarias, subprefeituras,

    departamentos de trânsito, etc.);

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    18Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

      Órgãos reguladores (ANATEL, ANEEL, IBAMA, Secretaria Estadual de Meio-ambiente,

    ANA, etc.);

      ONGs;

      Mídia (jornais, sites especializados, televisão);

      Igrejas, templos;

      Patrimônio Histórico;

      Polícias Militar, Civil, Meio-ambiente.

    Assim, fazer a gestão do empreendimento é garantir que os processos de gestãopossam acontecer gerando o produto final (ou entregas), reduzindo consideravelmente

    os impactos, conflitos de interesses e objetivos de uma série de stakeholders 

    envolvidos.

    A maneira mais indicada para realizar essa gestão é na fase de planejamento, na qual

    deverá ser realizada uma adequada identificação destes stakeholders, indicando porque

    ele é afetado (positivamente ou negativamente) pelo projeto. Uma vez feito isso, o

    próximo passo é indicar se esta parte afetada possui influência ou poder no projeto, de

    tal forma que possa afetar o resultado do seu projeto, caso o seu interesse não seja

    atendido.

    Como outros elementos da gestão, esse mapeamento dos stakeholders também é

    “vivo” e deve ser monitorado e atualizado ao longo do projeto.

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    Conceito de Projeto Industrial

    Projeto Industrial é todo empreendimento composto por uma série de envolvidos, altos

    valores econômicos e que seu produto (ou entregas) possa atender aos anseios de

    algum grupo de investidor (empresas privadas, governo, misto). Não necessariamente

    as suas entregas originarão uma fábrica ou indústria, podemos ter aqui também obras

    de arte e de infraestrutura importantes para um planejamento macro de um país ou

    região.

    Alguns exemplos de projetos industriais recentes:

    Siderúrgica da VSB em

    Jeceaba/MG

    Complexo Petroquímico

    COMPERJ - RJ

    Planta de

    Beneficiamento

    Minério-de-Ferro - MG

    Tabela 2 –  Exemplos de projetos Industriais

    Contexto

    A partir de 2005 o Brasil tem vivenciado números de crescimento do seu PIB querefletem os investimentos feitos em novas indústrias, grandes reformas e ampliações de

    Tópico 1.2 - Características de Projetos Industriais

    Saiba mais sobre a implantação da Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil

    (VSB) em Jeceaba, através da leitura da matéria “Investimento bilionário

    em Jeceaba levará aço de Minas para o mundo”, disponível na Biblioteca

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    20Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    impacto direto na economia do país. Estima-se que para os próximos cinco anos

    vivenciaremos essa experiência, isso em um cenário pessimista, alguns economistas

    acreditam que perdure por pelo menos 10 anos. Com o aumento da classe C, produtos

    antes consumidos timidamente, estão sendo vendidos em grandes quantidades, apenas

    um dos indícios dessa fase de crescimento da economia.

    Os investimentos externos no País têm aumentado, tornando o Brasil um dos mercados

    mais procurados para se investir. Parcerias com empresas locais e governo têm

    favorecido o desenvolvimento da infraestrutura, pois sem ferrovias, rodovias,

    aeroportos industriais, fornecimento de gás e outras energias, nada poderá ir adiante.

    Os números ainda são tímidos frente a potências econômicas como China e Estados

    Unidos, mas são patamares maiores e mais diversificados do que aqueles vivenciados na

    década de 70, no período chamado Milagre Brasileiro.

    Veja abaixo, alguns gráficos extraídos do “Relatório Economia Brasileira em

    Perspectiva”, publicado em fevereiro de 2012 pelo Ministério da Fazenda, onde é

    demonstrada a participação do Brasil, na economia mundial em alguns setores:

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    Características

    Os projetos industriais têm características muito peculiares se comparados a outros

    projetos, até mesmo dentro de uma mesma organização. Quando a empresa decide

    ampliar sua produção, uma série de projetos são iniciados, focados a diretrizes

    estabelecidas por um plano macro de crescimento, que pode estar ou não no

    planejamento estratégico da empresa. Assim os projetos industriais podem ter as

    seguintes características:

      Alto volume de recursos;  Cifras expressivas;

      Grande número de envolvidos;

      Complexidade de tecnologias;

      Qualidade exarcebada;

      Limites de bateria e Interfaces;

      Prazo curto;

      Atrelado ao planejamento estratégico da organização;

      Faz parte ou não de um programa;

      Localizado em áreas desprovidas de recursos;

      Cadeia de suprimentos variada;

      Recursos financeiros do estrangeiro;

      Compra de material no mercado nacional ou fora do país.

    Pontos de Atenção

    Ao se analisar as características dos empreendimentos industriais, alguns fatores para o

    sucesso do projeto precisam ser levados em consideração. Tratam-se de importantes

    pontos de atenção, que, se esquecidos, poderão diminuir a probabilidade de se alcançar

    adequadamente os objetivos macro.

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    23Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

      Nunca sub-estime;

      Nunca super-estime;

      Tenha indicadores;

      Trabalhe com uma equipe capacitada e de alto nível;

      Faça análise de riscos e acompanhe-as;

      Mantenha comunicação aberta e periódica do andamento do projeto;

      Conheça o escopo;

      Diminua a curva de aprendizado do escopo;

      Aprenda com lições anteriores;

      Formalize a comunicação;

      Estabeleça pontos de controle durante o projeto, periodicamente;

      Maximize o uso da engenharia para resolver problemas da construção e

    montagem.

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    24Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    O Front End Loading ou simplesmente FEL é um processo muito utilizado em execução

    de empreendimentos industriais, tecnicamente denominados de projetos de capital.

    Esses projetos requerem grandes investimentos e os processos FEL são utilizados com o

    objetivo de minimizar os riscos de investimentos em empreendimentos não viáveis e

    sem atratividade para a organização. Normalmente, o FEL é utilizado no setor industrial

    como por exemplo: mineração, siderurgia, metalurgia, energia e petroquímica, locais

    onde os projetos são de alta complexidade e de alto custo.

    FEL é um processo que visa esclarecer os objetivos empresariais e potencializar o

    alinhamento estratégico entre as iniciativas (empreendimento, objeto ou trabalho a ser

    desenvolvido) e estes objetivos, visando otimizar a produtividade através da eliminaçãode investimentos em projetos não rentáveis e desalinhados com a estratégia do

    negócio. O FEL ajuda a definir bem o escopo e gerar um planejamento detalhado que

    garanta o mínimo de retrabalho e mudanças durante a fase de execução dos

    componentes (projetos, programas e outros trabalhos) do portfólio ou carteira de

    projetos da organização.

    O FEL é dividido em três fases com pontos de análise e aprovação, chamados de Gates

    ou portões. Estas fases são:

    FEL I  – corresponde à fase de análise do negócio, cujo objetivo é avaliar a atratividade e

    oportunidade de investimento. Nesta fase, os objetivos do projeto são alinhados aos

    objetivos estratégicos da organização.

    Tópico 1.3 – Fases do Empreendimento (Processos do FEL)

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    25Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    FEL II  – corresponde à fase de estudo de viabilidade técnica e econômica. Esta fase é

    responsável em selecionar as alternativas (opções para desenvolver as iniciativas),

    estratégia de contratação e seleção tecnológica.

    FEL III  – corresponde à fase de engenharia básica (primeira fase da implantação de um

    projeto onde são revistos os trabalhos de engenharia preliminar que consiste em

    estudos de viabilidade, lista de equipamentos, fluxogramas e layouts) e visa o

    desenvolvimento do projeto básico e do planejamento da execução do projeto. Nesta

    fase, o escopo é fechado através do detalhamento do produto.

    Figura 4 –  Front End Loading (FEL) e as fases do empreendimento industrial

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    26Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Um dos motivos para se utilizar o FEL é a oportunidade que esta ferramenta oferece

    para potencializar o nivelamento e o agrupamento dos projetos, de acordo com o seu

    estágio de maturidade, proporcionando tranquilidade e segurança à direção executiva

    da organização para a tomada de decisão referente à autorização do investimento. Esta

    capacidade de potencializar o alinhamento das iniciativas aos objetivos de negócio foi o

    motivou a integração dos processos FEL com os processos do “The Standard for

    Portfólio Management®” - livro que é uma expansão do PMBOK ® e do OPM3, cuja base

    de informação é gerenciamento de portifólios de projetos. Sem dúvida alguma, vale a

    pena utilizar e incluir os processos FEL no processo ou metodologia de gerenciamento

    de portfólio de projetos de sua organização.

    Planejamento da Construção 

    Figura 5 – 

     Fases de um empreendimento industrial típico

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    27Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Na fase de planejamento da construção (FEL 3), tem-se como objetivo o

    desenvolvimento do projeto básico e o planejamento da fase de execução, onde as

    atenções são voltadas para os estudos mais detalhados relacionados à definição

    completa do escopo do empreendimento, a conclusão dos levantamentos de

    engenharia (topografia, geotécnica, etc.), bem como o desenvolvimento da atividade do

    projeto básico, gerando assim o projeto executivo.

    Esta fase adiciona valor ao projeto, com o objetivo de manter-se este valor durante a

    fase de desenvolvimento da engenharia detalhada e construção, para que durante a

    fase de operação e manutenção o projeto selecionado e aprovado pelos Gates  produza

    o valor planejado (esperado) atendendo as expectativas dos seus stakeholders.

    Os serviços de engenharia relacionados nesta etapa devem ser desenvolvidos por

    engenheiros especialistas e técnicos (projetistas) adequadamente capacitados.

    É a fase mais longa do empreendimento. Junto com a fase de construção (tipicamente

    chamadas de “engenharia de construção e montagem”), é a materialização de tudo que

    até então havia sido feito no papel. O grau de liberdade da fase de montagem é

    inversamente proporcional ao grau de detalhamento do projeto. Após esta fase, o custo

    cresce rapidamente.

    Na fase da construção há grandes conflitos entre o pessoal da engenharia, suprimento e

    equipe de campo responsável pela construção e montagem eletromecânica motivada

    pela falta ou inconsistência de informações.

    A engenharia de assistência técnica à fabricação e à construção consiste na alocação,

    quando requerida pela equipe de gerenciamento da implantação, de profissionais

    especialistas para tratar dúvidas dos fornecedores com relação à engenharia detalhada

    desenvolvida e também dar assistência na proposição de alterações necessárias para a

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    28Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    adaptação às melhores condições de fabricação, construção e montagem. Os

    documentos produzidos nesta etapa serão constituídos de relatórios, atas de reunião e

    notas técnicas.

    Fases de um empreendimento industrial típico

    Todo empreendimento industrial é divido em fases e, geralmente, são as que estão

    abaixo elencadas. Cabe ressaltar que os nomes podem ser diferentes, dependendo do

    setor de atuação, porém a essência é sempre a mesma, isto é, uma etapa relativamente

    à viabilidade econômica, uma dedicada à visualização técnica do tema, outradetalhando o projeto, definição do que será comprado e quando, a efetiva construção e

    montagem e, finalmente, uma etapa dedicada a testes operacionais e de funcionalidade

    para verificação se o que foi construído e montado, atinge as metas técnicas

    estabelecidas nas normas e especificações técnicas.

    Como em todo empreendimento existe o posicionamento da contratada e da

    contratante. Veja abaixo as etapas com detalhes, para cada uma das partes:

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    29Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Anteprojeto

    Engenharia Básica

    Engenharia Detalhada

    Suprimentos

    Construção e Montagem

    Comissionamento,Start Up,

     Colocação em Marcha

    Descomissionamento

    ViabilidadeEconômica

    Etapa em que:

    - Se avalia se vale a pena ir ao mercado ou

    não fazer a contratação do projeto (empre-

    endimento);

    - Se o projeto é atrativo f inanceiramente

    para a empresa;

    - Se o projeto está alinhado com as estraté-

    gias da empresa

    - Emissão e colocação no mercado do

    Edital/Termo de Referência.

    - Negociação

    - Contratação

    - Avalia se o projeto é financeir -

    mente atrativo para a empresa

    - Se o projeto está alinhado com asestratégias da empresa

    - Elaboração de proposta técnica

    comercial

    - Negociação

    - Contratação

    Essa etapa normalmente esta compreendi-

    da na anterior, pois define os parâmetrostécnicos e financeiros do empreendimento.

    Refinamento dos parâmetros

    técnicos e financeiros para a

    execução do empreendimento.

    Emissão de projeto básico que normal-

    mente acompanha o Edital/Termo de

    Referência.

    Refinamento do projeto básico

    recebido pelo Contratante,

    validando ou não as premissas

    técnicas.

    Normalmente a Contratante acompanha o

    desenvolvimento dos projetos, através de

    reuniões, e verificando a aderência entre o

    design desenvolvido e as Especificações

    Técnicas

    Detalhamento do projeto básico,

    Emissão de documentos impor-

    tantes como definição de lay-out,

    diagramas elétricos, projetos de

    fabricação, projetos de desmonta-gem, projetos de montagem,

    Instruções de Teste em Campo,

    Dependendo do empreendimento a Con-

    tratante solicita a apresentação dos pedi-

    dos de compra para comprovação do anda-

    mento do empreendimento e respectiva

    liberação de evento de pagamento.

    Aprovisionamento dos recursos

    materiais para etapa de constru-

    ção e montagem, baseando-se no

    projeto executivo.

    Normalmente a Contratante desloca uma

    equipe para fiscalização in loco da execuçãodo empreendimento.

    Etapa da concretização do projeto

    executivo.

    Normalmente a Contratante desloca uma

    equipe para acompanhamento in loco da

    execução dos testes

    Teste funcional/operacional de

    todos os equipamentos para verif -

    cação se os mesmos estão funcio-

    nando corretamente e dentro dos

    padrões estabelecidos pelas

    Normas e Especificações Técnicas.

    Encerramento das atividades do empree -

    dimento após a sua vida útil. Conceito denova empregabilidade no Brasil, mas que já

    se constata em algumas plantas industriais.

    Cabe ao dono do empreendimento fazer

    seu perfeito desativamento.

    Essa etapa não faz parte do

    contrato.

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    30Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    Confira a seguir, uma outra forma de se compreender as fases de um empreendimento

    industrial, de acordo com Casarotto (2010):

    Anteprojeto ou estudo de viabilidade:

    É uma etapa do empreendimento empresarial que consiste num conjunto de definições

    de parâmetros necessários à elaboração dos projetos de engenharia. Definições essas

    decorrentes das decisões estratégicas para os negócios da empresa que, normalmente,

    abrangem:

      Estudo de mercado, visando definir produtos, faixas de mercado e condições de

    comercialização;

      Estudo de localização, visando definir onde produzir;

      Estudo de engenharia, visando definir a tecnologia e caracterizar o processo

    produtivo, ou seja, como produzir;

      Estudo de tamanho, visando definir escala e nível econômico, ou seja, quantoproduzir;

      Estudo econômico-financeiro, visando definir investimentos e recursos financeiros,

    ou seja, quanto e como investir.

    O autor apresenta uma informação muito importante e de fácil constatação na prática,

    que é o fato de que “a ordem de grandeza dos gastos com anteprojetos, é tão baixa,

    perante os investimentos na execução do projeto e os números relativos à operação,

    que pequenos ganhos de eficiência nos investimentos e na operação da planta, frutos

    de escolhas corretas dos parâmetros do empreendimento no anteprojeto, tornam

    altamente viáveis os gastos com este último”. 

    Didaticamente ele apresenta a ilustração abaixo, para melhor entendimento do

    conceito: 

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    Tabela 4 –  Relação entre gastos nas etapas de empreendimentos industriais.

    Para concluir, Casarotto afirma que bons estudos preliminares facilitam implantações

    consideradas mais arriscadas, quer pela melhor definição da solução de referência, quer

    pela visão antecipada de problemas potenciais ou hipóteses alternativas, que venham a

    ocorrer durante a execução ao mesmo após a operação do projeto. (...) Bem planejar,

    para facilitar posteriormente a execução, o que, aliás, nada mais é do que bem praticar

    o “p” do memograma POC3 –  Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar  – 

    lançado por Fayol (1950) e que, embora muito criticado, modificado e aperfeiçoado por

    muitos autores, mostra-se ainda atual.

    Engenharia Básica

      Definição exata da(s) característica(s) do produto(s);

      Engenharia conceitual - que define a concepção da fábrica, como, por exemplo,

    optar entre uma linha de processo para 50t/dia e duas linhas de 25t/dia, em uma

    indústria química;

      Projeto básico - que define o fluxo de produção, as unidades auxiliares e os

    parâmetros básicos de cada equipamento ou conjunto de equipamentos. O projeto

    básico deve conter os fluxogramas qualitativos e quantitativos de equipamentos,

    arranjo físico, balanços materiais e de utilidades, esquemas de transporte interno,

    definição das características dos sistemas de utilidades, digramas de tubulações,

    Relação entre gastos

    Etapa do empreendimento   Anteprojeto Projeto de Eng. Execução do projeto

    100101

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    unifilares e de instrumentação e definição dos fatores de produção, incluindo mão

    de obra;

      Revisão dos parâmetros econômicos: investimentos, recursos, análise financeira.

    Engenharia de compras

    Agora em posse das especificações do projeto básico, é possível pesquisar entre os

    fabricantes quais são os modelos disponíveis de equipamentos que se adaptam ao

    processo. Também envolve a composição de todos os suprimentos necessários às

    instalações industriais e só é possível após a sua caracterização na engenharia de

    detalhamento.

    Engenharia de detalhamento

    Caracteriza-se por ser um conjunto de documentos com os detalhes da interligação,

    desenhos de montagem, listas de materiais, especificações de instalações (elétricas,

    hidráulicas, de vapor e outras) e seus materiais, projetos arquitetônicos, cálculo

    estrutural, entre outros. O projeto deve ser detalhado suficientemente para permitir a

    montagem com segurança

    Montagem

    É a materialização de tudo o que até então havia sido feito no papel. O grau deliberdade da fase de montagem é inversamente proporcional ao grau de detalhamento

    do projeto.

    Projeto organizacional

    Objetiva deixar a nova empresa ou unidade operacionalmente pronta antes da fase de

    “posta em marcha”. Para tanto, é necessário definir organograma, funções, e anecessidade de recursos de cada setor, além de contratá-los e treiná-los. Essa é uma

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    33Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    etapa que deve acontecer paralelamente à implantação, para não afetar a etapa final,

    de colocação em marcha.

    Posta em Marcha

    É a fase da partida das máquinas, é o momento em que são analisados principalmente:

    o desempenho de equipamentos, a qualidade dos produtos, a adequação de matérias-

    primas e adequação da mão de obra.

    Gerenciamento da Implantação

    Administração de todo o processo de: implantação, de planejamento e controle do

    andamento. É uma função que tem importância diretamente proporcional ao porte do

    projeto.

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    Conceito de Construção 

    Construção ou fabricação trata-se da etapa de processar a matéria-prima adquirida na

    fase de suprimentos e transformá-la no produto final ou parcial. Na fase de construção

    ou fabricação o projeto detalhado (executivo) será posto em ação para odesenvolvimento do empreendimento.

    Dá-se o nome de construção mais comumente para:

      Obras de arte (pontes, viadutos, acessos, etc);

      Galpões;

      Prédios;  Estacionamento, cantina, enfermaria, área de estoque;

      Superestruturas para receber equipamentos.

    Dá-se o nome de fabricação mais comumente para:

      Equipamentos;

      Parte de equipamentos;

      Estruturas metálicas;

      Estruturas de concreto.

    Na arquitetura e na engenharia, a construção é a execução do projeto previamente

    elaborado, seja de uma edificação ou de uma obra de arte, que são obras de maior

    porte destinadas a infraestrutura como pontes, viadutos ou túneis. É a execução de

    Tópico 1.4 – Etapas de Construção e Montagem

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    35Rua Tomé de Souza, 1065  – Savassi  – Belo Horizonte/MG 31 3116-1000 / 31 3223-6251 

    todas as etapas do projeto da fundação ao acabamento. Consistem em construir o que

    consta em projeto, respeitando as técnicas construtivas e as normas técnicas vigentes.

    O mesmo conceito pode ser aplicado para a fabricação, o que será também executado

    conforme técnicas de fabricação e normas técnicas vigentes. Trata-se da execução de

    todas as etapas do processamento da matéria-prima, montagem de subconjuntos,

    instalação de instrumentos e sistemas supervisórios.

    Figura 6 –  EAP de uma obra típica de Construção e Montagem

    Conceito de Montagem

    Para Fernandas (2009) “A montagem industrial, montagem eletromecânica ou

    simplesmente montagem, tem aplicação em todos os tipos de instalações industriais,

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    não somente na implantação de novas unidades, mas também na ampliação, reforma e

    manutenção das já existentes”. 

    A montagem executa a união lógica e física das partes de uma instalação. Física por ser

    o agrupamento de partes de um equipamento ou sistema de máquinas maior por uso

    de soldas, união de flanges numa tubulação, torqueamento de parafusos, assentamento

    em base civil de uma máquina, etc. Lógica, por unir sistemas de instrumentação,

    automação, circuitos elétricos e eletrônicos, utilizando ou não ligações físicas.

    Características de cada fase:

      Construção;

      Fabricação;

      Montagem;

      Fases predecessoras;

      Suprimentos;

      Mobilização;

      Canteiro de obras;

      Logística de fornecimento;

      EAP típica;

      Fatores de sucesso.

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    O quOe estudamos: 

      Fundamentos de Gestão de Projetos, as características de projetos industriais, as fases

    do empreendimento (processos do FEL) e as etapas de construção e montagem.

      Agora, retorne à sala virtual e realize a leitura do material didático do Módulo II. Não

    se esqueça: em caso de dúvidas, entre em contato com o tutor ou com a monitoria.

    Chegamos ao final do Módulo I!

    O ue estudamos:

    Qual a róxima eta a?