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MICHELI CRISTINA STAROSKY ROLOFF REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MATEMÁTICA: UM ESTUDO COM ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ITAJAÍ (SC) 2009

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MICHELI CRISTINA STAROSKY ROLOFF

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MATEMÁTICA:

UM ESTUDO COM ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

ITAJAÍ (SC)

2009

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UNIVALI

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Centro de Ciências Humanas e da Comunicação – CEHCOM

Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu

Programa de Mestrado Acadêmico em Educação – PMAE

MICHELI CRISTINA STAROSKY ROLOFF

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MATEMÁTICA:

UM ESTUDO COM ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Dissertação apresentada ao colegiado do PMAE como

requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em

Educação.

Área de concentração: Educação.

Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Humano e

Processos de Aprendizagem. Grupo de Pesquisa: Educação Matemática.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Baptista

Vilares Cordeiro

Co-Orientador: Prof. José Erno Taglieber, PhD.

ITAJAÍ (SC)

2009

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MICHELI CRISTINA STAROSKY ROLOFF

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE MATEMÁTICA:

UM ESTUDO COM ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Esta dissertação foi julgada adequada à obtenção do

título de Mestre em Educação e aprovada em sua forma

final pelo Curso de Mestrado em Educação da

Universidade do Vale do Itajaí.

Itajaí, 26 de fevereiro de 2009.

______________________________________________________

Profa. e orientadora, Dra. Maria Helena Baptista Vilares Cordeiro

Universidade do Vale do Itajaí

______________________________________________________

Profa., Dra. Luciane Maria Schlindwein

Universidade do Vale do Itajaí

______________________________________________________

Profa., Dra. Ana Lúcia Manrique

Membro externo

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

______________________________________________________

Prof., Dr. Antonio Fernando Silveira Guerra

Universidade do Vale do Itajaí

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Quando eu penso em alguém, só penso em

você...

Meu amor: Mário Lucio Roloff.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter me proporcionado tudo o que alcancei

até o momento, e por ser luz para o meu caminho.

Agradeço aos meus pais, Lourival e Margarida, que sempre estiveram presentes, e

me incentivando, assim como minha irmã Ana, e incluo também nesse agradecimento a

família que me adotou, Dona Genoveva, André, Carla, Artur e Vitor.

Ao meu amado esposo, Mário Lucio, sempre presente, atencioso e amoroso, não

tendo medido esforços para me auxiliar e me compreender, o meu eterno amor.

Também não poderia deixar de lembrar os meus colegas de curso, a turma de

2007, que estiveram juntos nesta empreitada, em especial, à nova amiga Rosa Maria de Jesus

Adler Rodrigues Procheira.

À UNIVALI, ao PMAE, funcionários e professores, que proporcionaram

situações para o meu desenvolvimento profissional e humano, muito obrigada. E ainda à

CAPES, que proporcionou financeiramente a dedicação exclusiva à pesquisa.

Ao CEFET/SC, unidade de Florianópolis, que me abriu as portas, permitindo a

coleta de dados, e aos alunos do PROEJA que participaram desta pesquisa, vocês são muito

especiais.

E finalmente, pela atenção dos professores Erno, Idemar e Maria Helena, por

terem me orientado pacientemente que, com muito carinho, apontaram-me os erros que

porventura cometi no percurso deste trabalho. Obrigada por fazerem parte de mais esta etapa

da minha vida.

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“Uma grande descoberta resolve um grande problema; mas na solução de todo

problema há uma certa descoberta” (George Pólya).

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RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo caracterizar o conteúdo, a estrutura e a dinâmica da

representação social sobre a matemática. A partir dos referenciais teórico-metodológicos

propostos por Moscovici (1961, 1978, 2003), empreendeu-se uma investigação para responder

à seguinte pergunta de pesquisa: Quais são as representações sociais sobre Matemática dos

alunos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica

na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) do Centro Federal de Educação

Tecnológica de Santa Catarina (CEFET/SC) de Florianópolis? A coleta de dados foi iniciada

utilizando-se a técnica de Associação Livre, tendo como palavra indutora “Matemática”, para

levantamento do conteúdo das representações. Participaram desta etapa 120 alunos do

PROEJA. Na análise das evocações foi utilizado o software EVOC 2000, visando conhecer a

estrutura das representações. As palavras mais freqüentemente evocadas foram utilizadas no

Procedimento de Classificação Múltiplas (PCM), realizado em entrevistas individuais com 20

sujeitos selecionados do grupo que participou da primeira etapa. As categorizações

produzidas nas entrevistas foram submetidas a uma Análise Multidimensional e as falas dos

sujeitos foram analisadas para se conhecer a dinâmica das representações. A análise do espaço

semântico produzido pela Multidimensional Scalogram Analysis (MSA) e a análise das

justificativas dadas pelos sujeitos na organização das evocações revelaram três categorias:

Simbolização – atividade mental, que traduz a idéia de uma Matemática simbólica, e expressa

pela atividade mental e aproximada do conhecimento científico. Aprendizagem da

matemática (escolar) revela os conteúdos da matemática escolar, dividida entre a sala de aula

e a aprendizagem. Já a categoria Minha relação com a matemática (cotidiano), as evocações

remontam a como cada um dos sujeitos se relaciona com a matemática e expressam as

necessidades do curso ou daquilo que estão estudando. O estudo ainda apontou para outras

direções, referentes a condição de ser sujeito EJA.

Palavras-chave: Representações sociais; Matemática; Educação de Jovens e Adultos.

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ABSTRACT

The main goal of this research is to characterize the content, structure, and dynamics of social

representations of Mathematics. This investigation was based on the theories and

methodologies of Moscovici (1961, 1978, 2003) and it was guided by the following research

question: what are the social representations of Mathematics constructed by students from the

National Program for the Integration of Professional and Elementary Education Targeting

Youth and Adult Education (PROEJA) of the Federal Center for Technological Education of

Santa Catarina (CEFET/SC) in the city of Florianópolis. In order to describe the content of the

representations, data were gathered through the use of the technique of Free Association, with

“Math” as prompt. 120 students from the PROEJA participated in this stage of the process.

The EVOC software was used for the analysis of the evocations, to describe the structure of

the representations. The most frequent words evoked were used in the Multiple Classification

Procedure (MCP), which was carried out through individual interviews with 20 subjects who

had already participated in the first stage of the process. The categorizations produced in the

interviews were examined according to Multidimensional Analysis, and the subjects‟

speeches were also analyzed, so that the dynamics of the representations could be determined.

The analysis of the semantic space produced by the Multidimensional Scalogram Analysis

(MSA) and the analysis of the justifications produced by the subjects when they were

organizing their evocations revealed three categories of representation. The first, Simbolism –

mental activity, brings the idea of Math as a symbolic concept, which is expressed by mental

activities that are considered to be very close to what is usually defined as scientific

knowledge. The second category, Math Learning (in the school environment), reveals the

contents of school Math in the classroom and in the learning process. In the third category,

My Relationship with Math (day-by-day), the evocations show how each subject relates to

Math and express the needs of the course or subject matter being studied. This research also

indicates other reflections on what it means to be an EJA subject.

Key words: Social Representations; Mathematics; Youth and Adult Education.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACT Admitido em Caráter Temporário

Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior

CEB Câmara de Educação Básica

CEFET/SC Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina

CNE Conselho Nacional de Educação

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

DPAI Departamento de Políticas e Articulação Institucional

EJA Educação de Jovens e Adultos

ENCCEJA Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos

FFCL-USP Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo

FUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e

Valorização do Magistério

GPEM Grupo de Pesquisa em Educação Matemática

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IF-SC Instituto Federal de Santa Catarina

Impa Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada

INAF Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

LDB Lei de Diretrizes e Bases

LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MEC Ministério da Educação

MOBRAL Movimento Brasileiro de Alfabetização

MSA Multidimensional Scalogram Analysis

PCD Procedimento de Classificação Dirigida

PCL Procedimento de Classificação Livre

PCM Procedimento de Classificações Múltiplas

PMAE Programa de Mestrado Acadêmico em Educação

PMF Prefeitura Municipal de Florianópolis

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

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PROEJA Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a

Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos

PROEJA RAC Curso Técnico de Nível Médio Integrado em Refrigeração e

Condicionamento de Ar na Modalidade de Jovens e Adultos

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SETEC Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica

SSA Similarity Structure Analysis

UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama produzido pela MSA, mostrando o espaço semântico das evocações

associadas à palavra MATEMÁTICA. ..................................................................................... 70 Figura 2 – Imagem das evocações em distâncias Euclidianas. ................................................. 79 Figura 3 – Organização curricular do Módulo 1 .................................................................... 144 Figura 4 – Organização curricular do Módulo 2 .................................................................... 144 Figura 5 – Organização curricular do Módulo 3 .................................................................... 145

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Faixa etária dos entrevistados ............................................................................... 95 Gráfico 2 – Sexo dos entrevistados .......................................................................................... 95 Gráfico 3 – Turmas participantes ............................................................................................. 95 Gráfico 4 – Tempo fora da escola ............................................................................................ 95 Gráfico 5 – Instituição anterior ................................................................................................. 95

Gráfico 6 – Ocupação ............................................................................................................... 95

Gráfico 7 – Faixa etária dos entrevistados na 2ª etapa ........................................................... 101 Gráfico 8 – Sexo do entrevistados na 2ª etapa........................................................................ 101

Gráfico 9 – Turmas participantes na 2ª etapa ......................................................................... 101 Gráfico 10 – Gosta de matemática? (2ª etapa) ....................................................................... 101

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Hierarquização das evocações elucidadas a partir da palavra Matemática ........... 59

Quadro 2 – Quadro de quatro casas das evocações induzidas pela palavra Matemática ......... 61 Quadro 3 – Quadro de quatro casas do termo indutor Matemática, para alunos com 30 anos ou

mais, e havia 10 anos ou mais sem estudar .............................................................................. 63 Quadro 4 – Quadro de quatro casas ao termo indutor Matemática, para alunos com menos de

30 anos, e com menos de 10 anos fora da escola ..................................................................... 63

Quadro 5 – Evocações comuns dos alunos mais jovens e dos alunos mais velhos. ................. 65

Quadro 6 – Evocações utilizadas na segunda etapa. ................................................................ 68

Quadro 7 – Lista de abreviações das evocações ....................................................................... 71 Quadro 8 – Pontuação das evocações no PCD ......................................................................... 78

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Carga Horária dos três primeiros módulos ........................................................... 145

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................17

2 A EJA NO BRASIL .......................................................................................................................23

2.1 UM BREVE HISTÓRICO ............................................................................................................23 2.2 VISÃO DA EJA NOS DOCUMENTOS OFICIAIS .....................................................................26 2.3 O PROEJA ....................................................................................................................................27 2.3.1 A política do PROEJA .............................................................................................................29 2.3.2 O PROEJA na unidade Florianópolis do CEFET/SC...........................................................30

3 MATEMÁTICA, CONHECIMENTO MATEMÁTICO E PRINCÍPIOS DA

APRENDIZAGEM ..............................................................................................................................34

3.1 CONCEPÇÕES DE MATEMÁTICA ...........................................................................................34 3.2 CONHECIMENTO MATEMÁTICO: COTIDIANO, ESCOLAR E CIENTÍFICO .....................37 3.3 PRINCÍPIOS DA APRENDIZAGEM ..........................................................................................40

4 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ...................................................................................................46

4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS...........................................................................................................46 4.2 DEFINIÇÕES DE REPRESENTAÇÃO SOCIAL ........................................................................47 4.3 A TEORIA DO NÚCLEO CENTRAL ..........................................................................................49 4.4 ALGUMAS DEFINIÇÕES ACERCA DOS PROCESSOS FORMADORES DA

REPRESENTAÇÃO SOCIAL ...............................................................................................................51 4.5 PESQUISAS EM REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ......................................................................53

5 A PESQUISA ..................................................................................................................................56

5.1 PRIMEIRA ETAPA: O CONTEÚDO DA REPRESENTAÇÃO .................................................56 5.1.1 Participantes .............................................................................................................................56 5.1.2 Procedimentos de geração de dados .......................................................................................57 5.1.3 Análise das evocações ...............................................................................................................57 5.2 SEGUNDA ETAPA: A ESTRUTURA DA REPRESENTAÇÃO ................................................60 5.3 TERCEIRA ETAPA: A DINÂMICA DA REPRESENTAÇÃO ...................................................66 5.3.1 Participantes .............................................................................................................................67 5.3.2 Procedimentos de geração de dados .......................................................................................67 5.3.3 Análise do PCL .........................................................................................................................69 5.3.4 Análise do PCD .........................................................................................................................77 5.3.5 Outras análises .........................................................................................................................81

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................83

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................86

APÊNDICES .........................................................................................................................................94

APÊNDICE A – PERFIL DOS ENTREVISTADOS NA 1ª ETAPA ...............................................95

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE PESQUISA PARA A 1ª ETAPA .......................................96

APÊNDICE C – HIERARQUIZAÇÃO DAS EVOCAÇÕES ELUCIDADAS A PARTIR DA

PALAVRA INDUTORA MATEMÁTICA ........................................................................................97

APÊNDICE D – PERFIL DOS ENTREVISTADOS NA 2ª ETAPA .............................................101

APÊNDICE E – TRANSCRIÇÃO DAS JUSTIFICATIVAS NO PCL ........................................102

APÊNDICE F – TRANSCRIÇÃO DAS JUSTIFICATIVAS NO PCD ........................................125

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ANEXOS .............................................................................................................................................143

ANEXO A – ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ATÉ O TERCEIRO MÓDULO ......................144

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1 INTRODUÇÃO

Para situar este trabalho e justificar a escolha do tema, passo a apresentar

brevemente minha trajetória acadêmica e profissional.

Iniciei minha atividade docente em 2006, após um ano e meio da conclusão do

curso superior de licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Santa Catarina

(UFSC).

Após o término da graduação relutei em lecionar, por me frustrar com a situação

da educação, principalmente da educação pública, municipal e estadual, onde os recém-

formados adquirem experiência profissional por meio de contratos temporários. Permaneci,

então, na iniciativa privada e distante dos assuntos educacionais.

Porém, quando o desemprego bateu à minha porta, tive de tomar uma atitude.

Então decidi utilizar meu diploma e, aconselhada por minha sogra, no tão esperado dia de

escolha de vagas para professores contratados, ou seja, os substitutos, os ACTs (Admitido em

Caráter Temporário), escolhi uma vaga para trabalhar na Educação de Jovens e Adultos

(EJA), num curso noturno, numa comunidade carente, próxima às praias do norte da ilha de

Santa Catarina, curso este ofertado pela Prefeitura Municipal de Florianópolis (PMF).

Assim, o inevitável aconteceu: apaixonei-me pela EJA e também pela causa, e

logo no primeiro semestre de trabalho, percebi que permanecer apenas com o certificado de

licenciatura não seria o suficiente para minhas atividades profissionais, tão pouco para realizar

um concurso público e disputar vagas com especialistas e mestres.

Foi, então, no segundo semestre de 2006, que o Centro Federal de Educação

Tecnológica de Santa Catarina (CEFET/SC) passou a oferecer o curso de Especialização em

Educação Profissional da modalidade EJA. Ingressei na primeira turma, mas já de olho nos

cursos de mestrado.

Com a conclusão da Especialização em 2007, já estava cursando o mestrado,

motivada sempre por querer compreender a estrutura, o funcionamento e o que move a EJA

no Brasil, bem como seus alunos, para que possa um dia contribuir para a melhoria desta

modalidade de ensino.

Deste modo, me tornei integrante do Grupo de Pesquisa em Educação Matemática

(GPEM) do Programa de Mestrado Acadêmico em Educação (PMAE), da Universidade do

Vale do Itajaí (UNIVALI). O grupo investiga questões relacionadas ao trabalho dos

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professores que ensinam matemática e procura conhecer os elementos que orientam suas

práticas.

Algumas das pesquisas realizadas pelo GPEM se inserem na linha da formação

docente e identidades profissionais que enfoca os conhecimentos necessários ao exercício da

docência na área da matemática. Klein (2006) e Vizolli (2006), membros do GPEM,

realizaram pesquisas com professores que apontam para a existência de uma grande

defasagem na compreensão conceitual dos objetos matemáticos.

Porém, a pesquisadora optou por adotar como sujeitos de sua pesquisa os alunos

da EJA, uma vez que os dados apontados por diferentes pesquisas, como o Censo Escolar

2006 e o Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional (INAF) de 2007, por exemplo, são

alarmantes e preocupantes. Não é possível apresentar resultados do desempenho em

matemática pelos alunos da EJA, pois nenhum banco de dados, ou índices de aproveitamento

dos alunos foi divulgado até o momento, apesar da criação do Exame Nacional de

Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) em 2002, por meio da Portaria n.

2.270, de 14 de agosto, segundo a qual um dos objetivos do instrumento de avaliação é “...

consolidar e divulgar um banco de dados com informações técnico-pedagógicas,

metodológicas, operacionais, [...] e construir um indicador qualitativo que possa ser

incorporado à avaliação de políticas públicas de Educação de Jovens e Adultos” (BRASIL,

2002, art. 2).

Quanto ao número de alunos matriculados na EJA, os dados mais recentes são do

Censo Escolar 2006, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

Anísio Teixeira (INEP). Esses dados mostram que, em 29 de março de 2006, havia

55.942.047 alunos matriculados na Educação Básica no Brasil. Destes, 5.616.291 estavam

matriculados na EJA, ou seja, cerca de 10% da população estudantil da Educação Básica

brasileira está cursando a EJA. Já na região Sul, que contava com 7.184.746 matrículas na

Educação Básica, aproximadamente 8%, 592.123 matrículas são na modalidade EJA, sendo

que Santa Catarina compõe 195.953 matrículas deste total. Destaca-se o aumento no número

de matrículas em Santa Catarina de 100,3% em relação ao ano de 2005 (INEP, 2007).

Entretanto, o número de matrículas na EJA representa apenas uma pequena parte

da população-alvo desta modalidade de ensino. O número de analfabetos no Brasil, segundo

os dados do INAF de 2007, corresponde a 7% da população com idades entre 15 e 64 anos,

considerando-se que o “analfabetismo corresponde à condição dos que não conseguem

realizar tarefas simples que envolvem a leitura de palavras e frases ainda que uma parcela

destes consiga ler números familiares (número de telefone, preços, etc.) (INAF, 2007, p. 6).

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De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(PNAD) de 2007, a porcentagem de analfabetos no Brasil chega a 10%, entre as pessoas com

15 anos ou mais. Para tanto, estas pessoas se declararam analfabetas, assumindo não saber ler

e escrever, pois no Instrumento de Coleta, o entrevistado é questionado na pergunta 1 do item

6, se sabe ler ou escrever, tendo como opções de resposta sim e não (fonte: IBGE).

Se observarmos os índices de analfabetos funcionais, em que o critério adotado

pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) “... são analfabetas funcionais as

pessoas com menos de 4 anos de escolaridade”, tem-se 22,2% da população com 15 anos ou

mais nestas condições (IBGE, 2007). No entanto, o INAF descreve de uma maneira mais

sintética o Analfabetismo Funcional, agrupando as categorias Analfabetismo e Alfabetismo

Nível Rudimentar, onde o Alfabetismo Nível Rudimentar corresponde à “... capacidade de

localizar uma informação explícita em textos curtos e familiares (como um anúncio ou

pequena carta), ler e escrever números usuais e realizar operações simples, como manusear

dinheiro para o pagamento de pequenas quantias ou fazer medidas usando a fita métrica”

(INAF, 2007, p. 6). Adotando este critério, temos 32% da população brasileira com idades

entre 15 e 64 anos nestas condições, o que é extremamente preocupante.

É importante salientar ainda, a diferença entre alfabetizados e analfabetos

funcionais. Alfabeto funcional contempla a situação em que a pessoa é “... capaz de utilizar a

leitura e escrita para fazer frente às demandas de seu contexto social e usar essas habilidades

para continuar aprendendo e se desenvolvendo ao longo da vida” (INAF, 2005, p. 4).

Estes dados mostram o quão representativos são os alunos da EJA dentre a

população brasileira, e a condição destes perante a sociedade. Por isso, se coloca a

necessidade de envolvê-los como sujeitos das pesquisas educacionais.

Outra pesquisadora do GPEM que pesquisa as Representações Sociais de

Matemática, Rosa Maria de Jesus Adler Rodrigues Procheira, também adota os alunos como

sujeitos de sua pesquisa, e neste caso, os alunos do ensino médio do Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (SENAI). Sua pesquisa é muito semelhante a esta, pois adota a

mesma metodologia e detêm-se aos mesmos objetivos. Por se tratarem em ambos os casos de

alunos de cursos que preveem alguma formação profissional, futuramente as comparações

entre os resultados serão úteis na formação de indicadores e/ou conclusões.

Quanto à matemática, a pesquisadora percebe em sua atuação docente duas

situações distintas. A primeira revela um posicionamento dos professores enquanto donos da

disciplina. Não raros são os comentários como: “antigamente nós tínhamos seis aulas na grade

curricular, para cada turma do ensino fundamental, agora somente quatro, como vamos dar

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conta do conteúdo? E os alunos cada vez pior...” Na EJA esta disputa por mais aulas na grade

se torna ainda maior. Como exemplo, trago aqui o caso da EJA oferecido pela PMF, onde

todas as disciplinas tinham a mesma carga horária. No entanto, administrar mais aulas desta

ou daquela disciplina, seguramente não é a única opção para uma melhora na qualidade do

ensino.

A segunda situação percebida, que é fala corrente entre os alunos, é que a

matemática é muito difícil, somente para alguns ou para os gênios, que é matéria de cálculo, e

de muito raciocínio e que para as outras matérias basta ler e estudar. Os próprios professores

de matemática, são taxados por seus colegas docentes, de doidos ou loucos por terem

escolhido a faculdade de matemática. Estas manifestações são impregnadas de mitos, valores,

atitudes e crenças a respeito da Matemática, construídas num processo de relações

interpessoais. Estas falas, construídas pelas pessoas e difundidas no contexto social podem ser

consideradas como Representações Sociais.

Estas manifestações podem ser traduzidas em atitudes positivas em relação à

matemática e também como atitudes negativas (SILVA, 2000 e FARIA, 2006) como acontece

em nossa cultura, onde as representações de matemática geralmente possuem uma conotação

de dificuldade e de sentido de desprazer. Tudo isso acontece, antes mesmo do aluno entrar em

contato, com o conhecimento de “matemática”. Assim, coloca-se a necessidade de uma dupla

função pedagógica: desconstruir a representação social negativa da matemática e, ao mesmo

tempo, construir o conhecimento matemático como algo importante na vida do cidadão.

Assim, é na teoria das Representações Sociais, proposta por Moscovici (1961),

que a pesquisadora busca os referenciais teórico-metodológicos, que lhe permitam

compreender como se constituem, se reproduzem e se modificam as teorias do senso comum.

Moscovici1 (1981, apud ALVES-MAZZOTTI, 2002, p. 18) caracteriza as

representações sociais como “um conjunto de conceitos, proposições, explicações originadas

na vida cotidiana no curso das comunicações interpessoais”. Para Minayo (2002, p. 108), “as

Representações Sociais se manifestam em palavras, sentimentos e condutas e se

institucionalizam, portanto, podem e devem ser analisadas a partir da compreensão das

estruturas e dos comportamentos sociais”. Já de acordo com Abric2 (1998, p. 45, apud

ALVES-MAZZOTTI, 2002, p. 65-66), as Representações Sociais devem ser vistas "como

1 MOSCOVICI, S. On social representations. In: FORGAS, J. P. (Ed.). Social cognitions: perspectives on

everyday understanding. London, Academic Press, 1981.

2 ABRIC, J. C. A abordagem estrutural das representações sociais. In: MOREIRA, A. S. P. e OLIVEIRA, D.

C. (orgs.). Estudos interdisciplinares em representações sociais. Goiânia, AB Editora, 1998.

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uma condição das práticas e as práticas como um agente de transformação das

representações” (grifos no original).

Nestas circunstâncias, imbuída do desejo de pesquisar a EJA, principalmente a

relação dos alunos com a matemática, a pesquisadora optou por realizar esta pesquisa com os

alunos do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica

na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), por ser um curso gratuito,

ministrado no CEFET/SC, unidade de Florianópolis, na região central do município, e receber

alunos oriundos das mais diversas entidades escolares, como por exemplo o curso de EJA

oferecido pela PMF, cursos de EJA ministrado por entidades particulares, o ensino regular

municipal, estadual ou federal, entre outros.

Deste modo, a questão de pesquisa é: Quais são as representações sociais sobre a

Matemática dos alunos do PROEJA do CEFET/SC de Florianópolis?

E no intuito de responder à problemática apresentada, tem-se como objetivo geral

desta pesquisa caracterizar as representações sociais dos alunos do PROEJA do CEFET/SC de

Florianópolis sobre matemática. Com vistas a atender, a cada um dos aspectos fundamentais

às representações (o conteúdo, a estrutura e a dinâmica), estabeleceram-se os seguintes

objetivos específicos: 1. identificar os elementos (conteúdo) que constituem o campo da

representação; 2. analisar como esses elementos se organizam com vistas a descrever a

estrutura do campo da representação; e 3. buscar informações que permitam compreender

como são gerados, reproduzidos e/ou alterados os significados atribuídos aos elementos das

representações.

No que se refere à representação da matemática, acredita-se que é possível que

sejam encontradas diferenças relevantes, entre as representações dos alunos mais jovens, dos

alunos mais velhos, dos alunos que estão no mercado de trabalho formal ou informal, dos

alunos que pararam de estudar há mais tempo, dos alunos com mais anos de estudo dos com

menos anos, entre outras.

A possibilidade de haver diferenças significativas nas representações sociais de

matemática entre os alunos mais jovens e que pararam de estudar há menos tempo e os alunos

mais velhos e a mais tempo afastados da escola, será investigada no decorrer da pesquisa, e as

possíveis implicações nos resultados, discutidas.

A pesquisadora espera que, a partir dos indicadores desta pesquisa, sejam

identificadas possibilidades de estabelecer relações entre o senso-comum (o conhecimento

que os alunos trazem) e o conhecimento científico, levando em consideração não apenas os

aspectos cognitivos, mas também os aspectos afetivos e sócio-culturais, que permitem

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compreender como as pessoas se relacionam com a matemática. Como afirma Pozo (2004, p.

174), a “aprendizagem tem sentido como um processo cognitivo de mudança das

representações mantidas em relação ao mundo”. Acredita-se portanto, que o conhecimento

das representações dos alunos possa subsidiar a reflexão dos professores, neste caso mais

específico, aqueles que atuam na EJA, sobre suas práticas.

Neste sentido, a teoria das Representações Sociais é um suporte teórico que

auxiliará na compreensão dos aspectos que mobilizam as práticas sociais, em particular os

aspectos cognitivos e afetivos em torno da Matemática.

Para auxiliar na compreensão, discussão e análise do tema proposto, serão revistos

temas como as Concepções de EJA, a diferença entre EJA e PROEJA, as Concepções da

Matemática e o Ensino e a Aprendizagem da Matemática.

No decorrer desta pesquisa o CEFET/SC teve seu nome alterado para Instituto

Federal de Santa Catarina (IF-SC), e as unidades são agora intituladas campus. Porém,

manteremos o nome CEFET/SC e unidade ao nos referirmos a um campus do IF-SC.

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2 A EJA NO BRASIL

2.1 UM BREVE HISTÓRICO

Passo então a um breve levantamento histórico referente à EJA no Brasil. Nos

contos infantis tem-se como início a célebre frase: “Era uma vez...”, e por fim, como já era de

se esperar: “... e eles viveram felizes para sempre!”, no entanto, a realidade da EJA no Brasil

é diferente.

A Constituição Imperial de 1824 reservava “a todos os cidadãos a instrução

primária gratuita” (art. 179), porém restrito aos cidadãos, aqueles que eram livres ou libertos.

Aos escravos, índios e caboclos era suficiente a oralidade e a obediência (CURY, 2000, p.

13). Ou seja, apenas uma pequena e seleta camada da população “adquiria” esse direito. Em

1870, com o decreto n° 7247, o Império criou os cursos para adultos analfabetos, destinado

aos livres ou libertos, do sexo masculino, com duração de duas horas diárias no verão e três

no inverno, e, novamente, apenas uma pequena parte da população é beneficiada.

Quando findou o Império em 1889, o Brasil possuía cerca de 85% da população

analfabeta, conseqüência de uma política escravocrata e também porque, durante o período

imperial, eram as províncias, que tinham que arcar com o ensino das primeiras letras, e que

ficaram encarregadas da educação de adultos. Em 1882, Rui Barbosa já havia dado o alerta,

destacando a importância da “aula noturna” para os adultos e também a necessidade da

formação profissional (ROMÃO, 2006, p. 35).

Raras iniciativas isoladas, como o regulamento dos institutos militares, que em

1913 previa a alfabetização dos recrutas analfabetos, contribuíram para a redução dos índices

de analfabetismo (ROMÃO, 2006, p. 36).

Em 1934, com o advento da Nova República, é reconhecida na Constituição a

Educação como direito de todos, inclusive aos adultos:

A educação é direito de todos e deve ser ministrado, pela família e pelos Poderes

Públicos, cumprindo a estes proporcioná-la a brasileiros e a estrangeiros

domiciliados no País, de modo que possibilite eficientes fatores da vida moral e

econômica da Nação, e desenvolva num espírito brasileiro a consciência da

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solidariedade humana (BRASIL, 1934, Art. 149). Ensino primário integral gratuito e

de freqüência obrigatória extensivo aos adultos (BRASIL, 1934, Art. 150, parágrafo

único, alínea a)

Competia, também à União, o Plano Nacional de Educação (Art. 150, alínea a)

traçar as Diretrizes da Educação Nacional (Art. 5, XIV). Porém, Getúlio Vargas em 1937,

com o Estado Novo (1937 a 1945), anulou a Constituição e os avanços do Plano Nacional de

Educação. Talvez o único indício de preocupação com EJA logo após este período tenha sido

o Decreto Lei n. 8.529 de 02 de janeiro de 1946, que organizou o primário supletivo com dois

anos de duração, destinado a adolescentes e adultos, e as mulheres teriam ainda aulas de

economia doméstica e puericultura (BRASIL, 1946, Art. 9).

Com o Serviço de Educação de Adultos criado em 1947, deu-se início a inúmeras

campanhas de erradicação do analfabetismo no país, e assim a EJA no Brasil foi organizada

como “Campanha de Educação de Adultos e Adolescentes” no período de 1947 a 1963, a

Campanha Nacional de Educação Rural (1952-1963) também se juntou à luta contra o

analfabetismo. Nesta mesma época, também os Estados desenvolviam ações de erradicação

do analfabetismo (ROMÃO, 2006, p. 37). Até hoje, luta-se para que a EJA, como uma

modalidade de ensino no Brasil, deixe de ser apenas uma campanha de governo, tornando-se

enfim uma política pública.

Em cada governo as campanhas de alfabetização são relançadas sob novos títulos,

e o governo de Juscelino Kubitschek lançou a “Campanha Nacional de Erradicação do

Analfabetismo (1958-1963)”, que envolvia também os Estados e municípios nesta missão

(ROMÃO, 2006, p. 38).

Após treze anos de tramitações no Congresso, a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (LDBEN), Lei n. 4.024/61 foi aprovada, trazendo no art. 27 uma

possibilidade para a EJA, no entanto não fica claro o funcionamento do curso supletivo.

O ensino primário é obrigatório a partir dos sete anos e só será ministrado na língua

nacional. Para os que o iniciarem depois dessa idade poderão ser formadas classes

especiais ou cursos supletivos correspondentes ao seu nível de desenvolvimento

(BRASIL, 1961, art. 27).

Paralelamente, no final da década de 50 e início dos anos 60, Paulo Freire destaca-

se, por trazer para a educação de adultos, uma visão socialmente comprometida, propondo um

novo posicionamento teórico-metodológico, que visava a conscientização do cidadão para sua

intervenção no processo de transformação social. Naquela época, os analfabetos não tinham

direito ao voto e campanhas de alfabetização, com interesse apenas eleitoreiro, não eram

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raras. O Plano Nacional de Alfabetização, conhecido como ¨Sistema Paulo Freire¨, foi

interrompido pelo golpe de 64 e os planos e programas foram vistos como ameaças à ordem,

sendo extintos ou fechados (CURY, 2000, p. 50).

Durante a Ditadura Militar (1964 a 1985), o Governo Militar cria o Movimento

Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) em 1967, numa tentativa de se aproximar do método

desenvolvido por Paulo Freire (GUIRALDELLI JUNIOR, 1994), anunciando o objetivo de

erradicar o analfabetismo e propiciar a educação continuada para adolescentes e adultos. Para

chegar aos resultados propalados, modificam dados estatísticos (CURY, 2000, p. 50). Em

1971, cria-se o Ensino Supletivo com a Lei 5.692/71 “para suprir a escolarização regular para

adolescentes e adulto, que não a tinham seguido ou concluído na idade própria” (art. 24,

alínea a). O MOBRAL é substituído pela Fundação Educar em 1985, que recebe apoio

financeiro e técnico do governo e organizações não governamentais e de empresas, todavia,

esta é extinta em 1990 (ROMÃO, 2006, p. 40).

O fim do Regime Militar impõe uma nova constituição, promulgada em 1988.

Nesta, segundo o artigo 209, “O ensino é livre à iniciativa privada...” (BRASIL, 1988),

inclusive na EJA. A partir da nova constituição, uma nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) é

criada em 1996, após longos anos de embates na Câmara dos Deputados.

A LDB, Lei 9.394/96, garante o Ensino Fundamental e Médio, obrigatório e

gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria (BRASIL, 1996,

artigos 4 e 37) além da oferta com características e modalidades adequadas à EJA, garantindo

condições de acesso e permanência. Apesar da definição legal, o que é um avanço, na prática,

a EJA fica discriminada, pois o financiamento, por meio do Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (FUNDEF), não a

alcança.

Percebe-se neste contexto, as dificuldades e percalços políticos, legais e

financeiros pelos quais a EJA no Brasil passou e tem passado. É neste cenário que está

inserida esta pesquisa.

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2.2 VISÃO DA EJA NOS DOCUMENTOS OFICIAIS3

Cury (2002), no Parecer CNE/CEB nº. 11/2000 apresenta algumas funções

históricas e sociais para a Educação de Jovens e Adultos, a saber: as funções Reparadora e

Equalizadora. A Função Reparadora é destinada àqueles que não tiveram direito à educação

em idade adequada, tais como “... negros escravizados, índios reduzidos, caboclos migrantes,

trabalhadores braçais...” (p. 6), e para que haja pessoas com nível técnico e profissional mais

qualificado para o mercado de trabalho. Já a Função Equalizadora tem a finalidade de

distribuir os bens sociais, a fim de haver mais igualdade, propondo que em todas as idades e

épocas da vida seja possível formar, desenvolver e construir conhecimentos, habilidades,

competências e valores que conduzam à realidade de si e ao reconhecimento do outro como

sujeito.

O documento Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e

Adultos (BRASIL, 2001) traz uma terceira função da EJA, a qualificadora, tendo a EJA um

caráter de educação permanente, com base no reconhecimento do caráter incompleto do ser

humano.

Assim, a EJA significou e tem significado o reconhecimento de uma dívida social

não reparada para com os que não tiveram acesso à educação escolar. Nesse sentido, ela

significa a restauração de um direito negado, o direito a uma escola de qualidade. A EJA

possibilitou a reentrada no sistema escolar dos que tiveram uma interrupção forçada, seja pela

repetência, ou pela evasão, ou pelas desiguais oportunidades de permanência. Busca

possibilitar aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social e na abertura

de canais de participação. Busca ainda propiciar a todos a atualização de conhecimentos por

toda a vida, na forma de uma educação permanente, visando uma sociedade educada para a

equidade e diversidade.

Nesse sentido, a EJA, no Brasil, atende a uma camada da população que não

concluiu sua escolarização regular pelos mais diversos motivos, sendo que essa clientela

pertence a diferentes classes sociais, grupos culturais, religiosos, entre outros. Esse mesmo

cenário ocorre nos mais diversos programas ou projetos que atendem os sujeitos EJA. Isso

3 Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e adultos. Parecer CEB 11/2000, de

Carlos Roberto Jamil Cury.

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requer que esses programas tenham um currículo flexível, que se adapte e respeite as

experiências prévias dos educandos.

Para Cury (2000, p. 61), a “flexibilidade curricular deve significar um momento

de aproveitamento das experiências diversas que estes alunos trazem consigo, como, por

exemplo, os modos pelos quais eles trabalham seus tempos e seu cotidiano”.

A discussão sobre o que é e como deve acontecer a EJA não ocorre somente no

Brasil e sim em escala mundial. Também se conclui que a modalidade de EJA não possui um

projeto pedagógico definido, seja no Brasil ou no exterior. Na grande maioria dos países, as

políticas para a EJA são baseadas em programas de curta duração. Na EJA não existe, uma

continuidade do modelo de ensino empregado, que possibilite uma avaliação, a longo prazo,

dos resultados alcançados.

O objetivo aqui foi apresentar superficialmente a situação da EJA, para podermos

apresentar o âmbito do PROEJA. Muitas outras pesquisas exploram vastamente o percurso

histórico da EJA. Recomendamos assim a pesquisa de Arns (2002), Santos (2004) e a revista

Viver mente & cérebro (São Paulo, Ed. 6, Coleção memória da pedagogia: Perspectivas para

o Novo Milênio, abr/2006), para maiores informações.

2.3 O PROEJA

O Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na

Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA), que teve seu nome alterado para

Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na

Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, foi instituído por meio do Decreto Nº 5.478, de

24 de Junho de 2005, como forma de ampliar a atuação dos CEFETs (Centros Federais de

Educação Tecnológica). Esse decreto institui o PROEJA também no âmbito das Escolas

Técnicas Federais, Escolas Agrotécnicas Federais e Escolas técnicas vinculadas às

Universidades Federais.

O objetivo do PROEJA é a formação inicial e continuada de trabalhadores, bem

como a educação profissional técnica de nível médio, sendo resguardadas no mínimo 10% das

vagas oferecidas de ingresso pelos CEFETs para os cursos de educação profissional integrada

ao ensino médio.

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Uma das características do PROEJA, está relacionada a sua carga horária que,

para os cursos de formação continuada e inicial de trabalhadores, deverá ser, no máximo, de

1600 horas, sendo destinadas no mínimo 1200 horas para a formação geral e no mínimo 200

horas para a formação profissional. Os cursos de educação profissional técnica de nível médio

têm uma carga horária máxima de 2400 horas, sendo destinadas, no mínimo, 1200 horas para

a formação geral, e o restante das horas destinadas à respectiva habilitação profissional

técnica, atendendo assim as normas do Conselho Nacional de Educação para a educação

profissional técnica de nível médio e para a educação de jovens e adultos.

Frigotto, Ciavatta e Ramos (2005, p.1098) criticam a estruturação do curso com

definição de carga horária máxima, pois, para eles,

Limitar a carga horária dos cursos a um „máximo‟ é, na verdade, admitir que aos

jovens e adultos trabalhadores se pode proporcionar uma formação 'mínima'. Em

contrapartida, se por essa carga horária se distribuem os mínimos definidos para a

formação geral e a específica, como se poderia elevar a carga horária de uma sem

diminuir a outra?

Aos alunos de EJA, por serem considerados minorias em nossa sociedade, são

ofertadas oportunidades mínimas, não somente em suas carreiras acadêmicas, mas também

profissionais e culturais. Portanto, um curso de formação profissionalizante com formação

mínima não seria admissível, e os autores aqui citados levantam esta polêmica.

A situação de carga horária máxima teve significativa alteração com novo decreto

editado em 2005, prevendo saídas intermediárias, possibilitando ao aluno a obtenção de

certificados de conclusão do ensino médio com qualificação para o trabalho e permitindo o

prosseguimento de seus estudos em nível superior.

O PROEJA, diferentemente de programas com validade municipal, estadual ou

apenas regional, certifica o aluno com um diploma de validade nacional.

O Decreto Nº 5.478 foi revogado pelo Decreto Nº 5.840, de 13 de Julho de 2006,

que institui o PROEJA no âmbito federal e não mais no âmbito das instituições federais de

educação tecnológica, além de estabelecer o ano de 2007 como o prazo de implantação do

programa pelas instituições federais de educação profissional. Ele ainda altera a carga horária

para os cursos de formação continuada e inicial de trabalhadores que deverá ser, no mínimo,

de 1400 horas, e os cursos de educação profissional técnica de nível médio, com carga horária

mínima de 2400 horas. Possibilita assim a extensão e duração dos cursos, definindo com mais

precisão o nível de certificação de Ensino Médio para Educação Básica. Esse novo decreto

atende aos questionamentos levantados pelos educadores sobre a formação “mínima”.

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2.3.1 A política do PROEJA

No Brasil, existe um longo histórico de políticas de governo, ao invés de políticas

públicas, com relação à educação e também a outros setores. No governo do presidente Luis

Inácio Lula da Silva esse cenário não se alterou significativamente. Após 8 anos do governo

do presidente Fernando Henrique Cardoso, em que o ensino profissionalizante foi dissociado

do ensino médio, o governo do presidente Lula restabelece a integração curricular do ensino

médio aos cursos técnicos por meio do decreto n° 5.154, de 23 de julho de 2004. E o PROEJA

traz a promessa de tornar-se política pública.

Entretanto, para se instalar uma política pública, precisamos analisar as diferentes

necessidades e estabelecer critérios de prioridade, nos quais, na maioria das vezes, povo e

governo divergem. Na Grécia antiga, os interesses e necessidades do povo eram definidos em

praça pública através de discursos dos diferentes grupos envolvidos. Nos dias de hoje, as

decisões são tomadas segundo os interesses de classe, e tornam-se “... uma política privada

que, com o argumento nem sempre real de atender à maioria, prioriza interesses específicos.

Assim, difunde-se como necessidade social o que, na verdade, é mera demanda de um grupo

específico” (COLLARES, MOYSES e GARALDI, 1999, p. 213).

Lutamos para que as políticas de governo tenham um bom resultado, ou alcançam

os objetivos pretendidos, tornem-se políticas públicas, permaneçam nas mudanças de governo

e não sejam substituídas por outros projetos e programas, desconsiderando totalmente o

projeto ou programa anterior, gerando assim um eterno recomeço. Na educação, este eterno

recomeço é indesejável, uma vez que os projetos necessitam de um prazo superior ao período

de um governo, para que os resultados apareçam. Transformar uma política de governo em

uma política pública reduziria a descontinuidade de projetos ou programas.

Acreditamos no PROEJA e nos resultados que esse programa pode trazer para a

sociedade brasileira e esperamos que o mesmo possa se tornar uma política pública. Este

também é o desejo do Departamento de Políticas e Articulação Institucional (DPAI), da

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) que organizou o Seminário do

PROEJA, realizado nos dias 10, 11 e 12 de abril de 2007, em Brasília, DF, com o objetivo de

“... viabilizar condições para um pensar coletivo sobre a gestão de um Programa inserido em

um sistema amplo e complexo, que não apenas envolve a rede federal, mas impõe a

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articulação com outros níveis de governo, além de diversos atores sociais” (BRASIL, 2007, p.

2).

Participaram do Seminário cerca de 120 pessoas, representantes dos conselhos da

rede federal de educação profissional e tecnológica, coordenadores de curso e alunos da

especialização PROEJA, entre outros, a fim de discutir os seguintes eixos temáticos:

I - Relações interinstitucionais (MEC, Rede Federal, Estados, Municípios,

Movimento Social, Universidades, Sistema S, outros) e financiamento;

II - Divulgação, acesso e permanência;

III - Integração da educação profissional à educação básica, na modalidade de

jovens e adultos e formação dos profissionais da educação;

IV - Pesquisa e produção de material didático-pedagógico;

V - Marco conceitual, regulatório e certificação;

VI - Estratégias para o debate nacional. (BRASIL, 2007, p. 6)

A partir destes temas, foram elaboradas algumas estratégias, que compõem o

Relatório do Planejamento Estratégico do PROEJA 2007.

2.3.2 O PROEJA na unidade Florianópolis do CEFET/SC

O CEFET/SC, unidade de Florianópolis, iniciou a estruturação do PROEJA no

segundo semestre de 2005, a ser oferecido a partir do primeiro semestre de 2006 na categoria

técnico de nível médio integrado na Modalidade de Jovens e Adultos.

O curso está organizado em módulos, com duração semestral, onde o aluno pode

concluir o ensino médio em 3 módulos, o equivalente a 1200 horas, ou prosseguir seus

estudos no formação técnica, que pode ter duração de 3 ou 4 módulos, de acordo com a

organização curricular do curso técnico escolhido.

Os cursos técnicos disponíveis para escolha do candidato são:

a) Curso Técnico de Mecânica (Habilitação em Automobilística);

b) Curso Técnico de Mecânica Industrial;

c) Curso Técnico de Eletrotécnica;

d) Curso Técnico de Geomensura;

e) Curso Técnico de Construção Civil (Habilitação em Saneamento);

f) Curso Técnico em Meio Ambiente;

g) Curso Técnico de Edificações;

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h) Curso Técnico de Eletrônica.

A carga horária do curso do PROEJA é de 2400 horas, para carga horária máxima

e 2000 horas para carga horária mínima, de acordo com a área profissional escolhida pelo

aluno. Cabe lembrar que o Decreto Nº 5.840, de 13 de Julho de 2006, institui para os cursos

de educação profissional técnica de nível médio carga horária mínima de 2400 horas, e não

máxima como previa o Decreto Nº 5.478. Constata-se aqui uma dissonância entre o Projeto

Pedagógico do PROEJA do CEFET/SC e a legislação vigente.

Para pleitear uma vaga no curso do PROEJA, o candidato deve ter idade mínima

de 21 anos, ter concluído o Ensino Fundamental e não ter concluído o Ensino Médio. Os

candidatos são submetidos a sorteio das vagas, quando o número de inscritos for superior as

vagas disponibilizadas. Já para a escolha do curso técnico, a opção deverá ser feita ao final do

segundo módulo do ensino médio, apresentando também uma segunda e terceira opções que

serão atendidas dentro do processo de sorteio, caso haja mais candidatos que a oferta de vagas

para determinado curso.

Assim, a fim de “... proporcionar às pessoas excluídas do processo produtivo a

oportunidade de resgate de seus direitos, através da leitura de mundo e dos saberes

tecnológicos que as conduzirá ao exercício de sua cidadania e de uma profissão” (PPC, 2005,

p. 1) o CEFET/SC, unidade de Florianópolis, realizou uma pesquisa de demanda, analisando a

realidade sócio-demográfica da população adulta de Florianópolis, especialmente aqueles que

não concluíram o Ensino Médio.

Os dados para esta pesquisa de demanda foram coletados em escolas da rede

pública de ensino, no município de Florianópolis, e consultas a pais de escolares com idades

entre 11 e 17 anos. Dentre 20 instituições de ensino, participaram desta pesquisa 2261 pais e

2305 mães, totalizando 4566 indivíduos, selecionados aleatoriamente de acordo com três

estágios: região geográfica, unidade escolar e classe escolar.

Esta pesquisa de demanda apresentou 24,2% dos entrevistados com o Ensino

Fundamental completo e o Ensino Médio incompleto, sendo este o público alvo do PROEJA.

Constatou-se também que as classes sócio-econômicas C, D e E juntas perfazem 49,5% dos

sujeitos entrevistados. E ainda, 22,9% dos entrevistados residem na região central de

Florianópolis, ou seja, próximo ao CEFET/SC.

Deste modo, a unidade Florianópolis do CEFET/SC constatou o perfil de sua

clientela, e traçou os objetivos para o curso do PROEJA, dentre os quais:

Qualificar e habilitar profissionais para acompanhar a evolução do conhecimento

tecnológico e a aplicação de novos métodos e processos na prestação de bens e

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serviços, isto é, profissionais qualificados e empreendedores capazes de se inserir no

processo produtivo dos diversos setores da economia de forma consciente, buscando

além da qualificação científico - tecnológica, a reciclagem de novos conhecimentos

e métodos. (PPC, 2005, p. 2)

A partir dos objetivos do curso, a unidade Florianópolis do CEFET/SC espera que

o aluno, ao concluir o curso do PROEJA, esteja apto a compreender o mundo onde está

inserido e construir “conhecimentos, habilidades, competências e valores que transcendam os

espaços formais da escolaridade e conduzam à realização de si e ao reconhecimento do outro

como sujeito”. (CURY, 2000, p. 12).

A fim de alcançar esta meta, a organização curricular do curso propõe um

“...currículo que evidencia saberes interligados e não fragmentados e desconexos os quais,

quiçá, já foram causa do insucesso desses alunos no período regular de escolaridade” (PPC,

2005, p. 4). Assim, prima-se pelo saber trabalhar em equipe, bem como os trabalhos

articulados propostos pelos professores. Para a sua formação profissional, o aluno estará

sujeito à organização específica do curso técnico escolhido.

A avaliação dos alunos acontece de forma direcionada, a fim de diagnosticar os

resultados a serem alcançados, em cada módulo, por meio de situações reais, sínteses,

soluções de problemas, trabalhos em equipe e criatividade (PPC, 2005, p. 5). Assim, os alunos

são avaliados em suas competências, expressas por descritores como registro de desempenho:

E (excelente), P (proficiente), S (suficiente) e I (insuficiente).

Nos três primeiros módulos, caso o aluno obtenha I em alguma Unidade

Curricular (Disciplina), este fará projetos paralelos, orientados pelo professor, a fim de

desenvolver a competência. Se mesmo assim, ao final dos trabalhos paralelos o aluno ainda

não atingir a competência, ele ficará retido até desenvolvê-la. Nos casos em que o aluno

obtiver I em mais de duas Unidades Curriculares ficará retido em outra turma para

desenvolver as competências necessárias à sua aprovação no módulo. A partir do módulo 4,

nos cursos técnicos, o aluno estará sujeito às especificidades de cada curso, conforme sua

opção.

Este é o diferencial oferecido pelo PROEJA em relação a outros cursos,

programas ou projetos. O CEFET/SC, por meio do PROEJA está preocupado com a formação

integral do cidadão, de forma gratuita e de qualidade.

Com a criação do PROEJA, o governo tenta proporcionar a um número cada vez

maior de sujeitos EJA uma formação ou qualificação profissional, com o intuito de reduzir as

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diferenças sociais provocadas ao longo dos anos, isto é, de Reparar, Equalizar e Qualificar,

conforme as funções da EJA descritas no início do item 2.2 (ver página 26).

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3 MATEMÁTICA, CONHECIMENTO MATEMÁTICO E PRINCÍPIOS DA

APRENDIZAGEM

3.1 CONCEPÇÕES DE MATEMÁTICA

Consideramos inicialmente que uma concepção é toda “... maneira própria de cada

indivíduo elaborar, interpretar, representar suas idéias e agir de acordo com as mesmas. É

construída a partir das experiências individuais que são influenciadas por uma série de

variáveis do ambiente” (BRITO, 2005, p.266-267). Deste modo, toda e qualquer concepção

de matemática, do grego máthema (ciência), que se apresentar, estará impregnada de outras

concepções.

Por este motivo, as concepções de matemática relacionadas à idéia de solidez,

rigidez, exatidão, verdades absolutas, entre outras, que não correspondem a realidade

matemática, no entanto, presentes no contexto escolar. Pois a matemática está em constante

aprimoramento, pesquisa e descoberta, o que contradiz as idéias anteriores. A concepção de

matemática que temos hoje no Brasil é da matemática ser difícil, ligada ao cálculo e cursos de

engenharia. Esta concepção pode ser decorrente do fato de que os primeiros pesquisadores

que formaram o campo científico matemático no país, no início do século XX, graduaram-se

em escolas politécnicas4 e atuavam de forma isolada e de acordo com seus interesses

profissionais. Em muitos casos, a matemática aparecera como coadjuvante das carreiras

desses pesquisadores. Isto aconteceu devido à estrutura do sistema universitário brasileiro

daquele período. Quando esta estrutura passa por mudanças é que o profissional pesquisador

passa a ser valorizado, e formam-se as sociedades científicas.

4 “modelo politécnico configura a formação e reprodução, através do ensino, de uma camada intelectual que se

caracterizaria pela competência técnica e científica para atuar no campo das engenharias...” (ALVES, 1996,

apud SILVA, 2006, p. 893).

Alves, I. M. S. Modelo politécnico, produção de saberes e a formação do campo científico no Brasil. In:

Hamburger, A. et al. (org.) A ciência nas relações Brasil-França (1850-1950). São Paulo: Edusp.1996.

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Estes pesquisadores politécnicos buscaram sua formação em Escolas Militares,

Escolas Navais, Escolas de Engenharia, Escolas Politécnicas, entre outras, e muitos destes

politécnicos vieram a atuar como professores (SILVA, 2006).

O que possibilitou o desenvolvimento da comunidade científica matemática no

Brasil foram criações como:

a) A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCL-USP)

em 1934, possibilitando a formação de professores e não politécnicos que atuam como

pesquisadores e professores;

b) A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes) em 1951,

possibilitando o aperfeiçoamento e especialização desses professores pesquisadores no

Brasil ou no exterior;

c) O Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) em 1952, incentivando o

desenvolvimento da pesquisa no campo científico matemático;

d) O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), propiciando

o apoio a formação de recursos humanos qualificados, por meio de programas e bolsas,

para a pesquisa no país, entre outros.

Até a criação da FFCL-USP, as escolas de engenharia, do exército e da marinha

eram os principais núcleos difusores de Matemática no Brasil e quem lecionava nessas

escolas, na sua grande maioria, eram engenheiros e oficiais do exército e marinha

(VALENTE, 2007). Isto confirma as concepções de matemáticas correntes hoje no Brasil que

foram citadas anteriormente.

No entanto, outros autores apresentam suas concepções de matemática de uma

forma diferente do que foi exposto até aqui. Carvalho (1992, p. 15) expõe uma visão da

matemática “... que considera o conhecimento em constante construção e os indivíduos, no

processo de interação social com o mundo, reelaboram, complementam, complexificam e

sistematizam os seus conhecimentos”. Desta forma, permite-se aos sujeitos transformarem

suas ações e interações com o mundo.

Bréal5 (1897, apud Fonseca, 1999, p. 149) apresenta a matemática como

linguagem, que é “um acúmulo de trabalho intelectual, sendo construída pelo consentimento

de muitas vontades, do acordo de muitas vontades, „umas presentes e atuantes, outras

desfeitas e desaparecidas‟”.

5 BRÉAL, M. Ensaio de semântica. Campinas, S.P.: Pontes, 1992.

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Ainda neste sentido, Ruiz (2001, p. 129) acrescenta que “A matemática

caracteriza-se, em seu espírito, por ser uma forma de pensamento. A sua matéria-prima são as

idéias, seu desafio é a construção de sistemas coerentes de idéias” e, portanto, cabe às pessoas

construírem matematicamente esses sistemas de idéias, do mundo real ou imaginário. De um

ponto de vista Piagetiano (1896-1980), isto seria a elaboração do conhecimento lógico-

matemático, que se constrói sobre o mundo físico e social, porque as características físicas e

sociais são dadas a priori, e os objetos matemáticos estão na mente de cada indivíduo

(FÁVERO, 2005a).

Neste ínterim, a matemática é formada pelos indivíduos e suas interações com o

mundo e com suas próprias idéias, construindo conhecimento ou linguagem e acrescentando-

os ao sistema de idéias já existente.

Sánchez Huete e Fernández Bravo (2006, p. 15) complementam, defendendo que

a matemática

... distingue-se por seu aspecto formal e abstrato e por sua natureza dedutiva. Em

contrapartida, sua construção liga-se a uma atividade concreta sobre os objetos para

a qual o aluno necessita da intuição como processo mental. A partir desse tipo de

elaboração, a matemática é mais construtiva que dedutiva e, se não fosse assim,

certamente que se transformaria em uma ciência memorialística, longe de seu caráter

de representação, explicação e previsão da realidade.

As diferentes concepções matemáticas, como se pôde avaliar nesta breve reflexão,

têm como pano de fundo a discussão sobre a classificação da matemática enquanto

conhecimento a priori ou conhecimento empírico. Barker (1969) descreve o conhecimento

empírico como aquele abstraído do que é dado por experiências sensoriais e o conhecimento a

priori como aquele possível de ser obtido sem a experiência. Além destas classificações, os

filósofos ainda se detinham em classificar o conhecimento matemático em analítico (fracionar

o conhecimento para ser analisado) e sintético (combinar, juntar conhecimentos), e ainda se

questionavam se o raciocínio seria por indução ou dedução.

Nesta pesquisa não utilizaremos estas classificações, embora essas questões

continuem implícitas nas idéias que circulam sobre a matemática em nossa sociedade, como

veremos adiante. Será adotada a classificação do conhecimento matemático em três

categorias: conhecimento cotidiano, conhecimento escolar e conhecimento científico. Esta

classificação se adequada ao contexto da pesquisa e nos será útil para compreender as

representações sociais de matemática dos alunos do PROEJA.

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3.2 CONHECIMENTO MATEMÁTICO: COTIDIANO, ESCOLAR E CIENTÍFICO

Sabemos, por meio da literatura educacional, da existência de uma prática

pedagógica recorrente que se orienta pelo modelo de educação tradicional. Este modelo se

guia na desvinculação dos principais aspectos da vida cotidiana do aluno e enfatiza a

predominância do conhecimento escolar proposto nos livros didáticos, ou o professor como

detentor de todo o conhecimento. Esta prática é centrada apenas na memorização dos

conteúdos, limitando, assim, o trabalho docente.

Nesse sentido, a figura do professor se torna indispensável. Mas o professor,

segundo Freire (1996, p.52), deve saber que "... ensinar não é transferir conhecimento, mas

criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção". E para alcançar este

propósito, faz-se necessário uma instrumentalização teórica e metodológica do professor para

poder desenvolver as potencialidades do aluno nas diferentes áreas de formação.

Diante do exposto, faremos aqui uma reflexão sobre o que entendemos por

conhecimento cotidiano, conhecimento científico e conhecimento escolar. Buscamos

estabelecer as semelhanças e distinções entre estes três tipos de conhecimento.

Para iniciarmos a discussão sobre o tema proposto precisamos caracterizar o

conhecimento escolar, precisamos discutir sobre o papel do conhecimento cotidiano e

científico e sobre as relações entre esses tipos de conhecimento.

É consenso no meio científico a diferenciação entre o científico e o cotidiano, já o

conhecimento escolar possui várias interpretações que o consideram, até mesmo, simples

sinônimo para o conhecimento científico. Rodrigo6 (1994, apud GARCÍA, 1998) argumenta

que o conhecimento científico, o cotidiano e o escolar devem ser entendidos como três

epistemologias diferentes. O conhecimento científico difere do cotidiano na forma,

organização e finalidade dos conceitos, e no contexto de sua utilização e construção.

Comumente o termo cotidiano é utilizado para caracterizar uma prática diária,

rotineira, associado à experiência e à vivência. Constitui um conhecimento utilizado nas

práticas diárias, sendo mediado e atualizado pela "necessidade" que a vivência cotidiana

6 RODRIGO, M. J. El hombre de la calle, el científico y el alumno: un solo constructivismo o tres?

Investigación en La Escuela, 23, 1994. P. 7-16

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requisita (GARCÍA, 1998). Como veremos mais adiante, é a esse conhecimento cotidiano que

nos referimos quando falamos de representações sociais.

Gómez-Granell (1998) reitera que o saber cotidiano é resultado da experiência

social, que foi adquirido nas práticas culturais habituais em determinada sociedade, mas

esclarece que valorizar o conhecimento cotidiano não é “brincar de vender e comprar na sala

de aula”, pois não se trata de simplesmente trazer as “situações do cotidiano” para a sala de

aula que tornará significativo o conhecimento científico e influenciará o saber escolar.

Identificar o conhecimento cotidiano como estático, que não precisa ser

transformado ou melhorado, pressupõe uma visão reducionista e equivocada, isto se

contrapõe à idéia de produto social que se modifica de acordo com a evolução da sociedade.

Também não são raros os apontamentos de que o conhecimento científico é superior ao

conhecimento cotidiano e que este deve ser substituído pelo primeiro (GRACÍA, 1998).

Já o conhecimento científico tem sua origem na física clássica enquanto

paradigma de cientificidade, caracterizado por ter em vista a previsão de fenômenos sem

ambigüidades e alto índice de acerto; origina-se em postulados específicos e inferência sobre

a lógica dedutiva; a validação a partir da experimentação e provas formais; definição de

conceitos científicos com precisão; e por fim, mas não menos importante, a utilização de

métodos formais (REIF e LARKIN7, 1991, apud GARCÍA, 1998, p. 80).

Porém, esta concepção de conhecimento científico não abrange áreas do

conhecimento como a ecologia, a geografia, a antropologia, entre outras. Assim, Gómez-

Granell (1998, p. 19) acrescenta que o conhecimento científico requer a “... aprendizagem de

um método, de uma forma de discurso que não é natural e que exige um esforço consciente e

sistemático de explicitação e racionalização”.

Giardinetto (2000), no entanto, percebe o progressivo distanciamento entre o

conhecimento produzido no cotidiano e o conhecimento produzido cientificamente, a ponto

do conhecimento adquirido em experiências cotidianas não ser mais suficiente na formação

do indivíduo. A escola surge, então, como a instituição social que possibilita o acesso ao

conhecimento mais sistematizado.

Até o momento apontávamos para o caminho em que o conhecimento escolar é a

“ponte” entre os conhecimentos cotidiano e o científico. Já Monteiro e Nacarato (2004), ao

estudarem a relação saber escolar e saber cotidiano, apresentam duas situações distintas, nas

7 REIF, F. e LARKIN, J. H. Cognition in scientific and every day domains: comparison and learning

implications. Journal of Research in Science Teaching, 28 (9). 1991. P. 733-60.

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quais conceber o conhecimento cotidiano como “ponte” implica que este saber possibilita o

acesso ao conhecimento escolar, conferindo-lhe sentido e significado; e considerar o

conhecimento cotidiano apenas como “fonte de motivação” é não considerar que o

conhecimento escolar possa ressignificar o conhecimento cotidiano, valorizando

predominantemente o conhecimento escolar.

Neste sentido, o conhecimento escolar é visto como um conhecimento

institucionalizado e legitimado, que tem sua validade no contexto em que foi estabelecido, e

que embora se proponha a refletir o conhecimento científico, não é equivalente a ele

(GARCÍA, 1998).

Ruiz (2001, p. 126) acrescenta que o conhecimento matemático escolar

ingenuamente é visto como um “... instrumento para tornar a matemática acessível a um

número crescente de pessoas” e assim, a matemática na escola se apresenta como exata, com

resultados únicos e definitivos.

Ruiz (2001, p. 132-133) ainda descreve criticamente em uma síntese o que é a

matemática escolar, marcada por algumas características:

... estabelece uma seqüência rígida dos "conteúdos", produzindo aquilo que podemos

chamar de "cultura dos pré-requisitos"; toma a precisão do cálculo como seu

objetivo principal; crê na repetição como possibilidade de conhecimento; confunde

precisão com unicidade de caminhos. Assim, não raras vezes constitui-se mais em

instrumento de controle do que em uma área de conhecimento. Assemelha-se a uma

coletânea de rituais organizada externamente e não oferece espaço para criação e

recriação. Cabe ao sujeito exercitar a competência de repetir exatamente como lhe

foi ensinado.

Também García (1998), que trata esses conhecimentos como três epistemologias

distintas, as quais correspondem a três ambientes de construção também diferentes, afirma

que os alunos utilizam alternadamente seus conhecimentos (em especial, o cotidiano ou o

escolar) conforme o contexto em que o seu conhecimento for requisitado.

De certo modo, isto seria admitir uma deficiência da escola na formação de

cidadãos capazes de enfrentar problemas complexos do seu mundo, capazes de aplicar na

solução desses problemas não somente o “senso comum”, mas também os conceitos e

modelos gerados em outros âmbitos do conhecimento.

Portanto, estamos diante de uma alternativa didática, integrar diferentes formas de

conhecimento no contexto escolar, e não apenas traduzir o científico para o escolar ou

simplesmente trazer as “situações do cotidiano” para a sala de aula. É fundamental que esta

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integração permita uma reflexão sobre as relações entre os humanos e entre estes e o ambiente

(GRACÍA, 1998).

3.3 PRINCÍPIOS DA APRENDIZAGEM

Em continuidade ao que discutimos anteriormente, quanto ao conhecimento, este

é adquirido e construído na relação entre o que já se sabe ou experiências anteriores e o novo

conhecimento. É nessa relação que a tarefa do professor ganha sentido: quando ele media a

relação entre o que os alunos já sabem e o novo que desejam saber. A psicologia da

aprendizagem, sobretudo nas diferentes nuances da perspectiva histórico-cultural, tem

discutido isso, e no cenário da EJA essa instrumentalização teórica torna-se ainda mais

imprescindível.

Os alunos não têm consciência dos conhecimentos vividos no seu cotidiano, pois

uma das características do conhecimento cotidiano é a existência de teorias implícitas, e os

alunos não realizam um afastamento critico deste conhecimento, e portanto, não analisáveis

pelo próprio sujeito. Já a escola tem ignorado em grande parte tais conhecimentos. Os

educadores, muitas vezes, desconsideram a articulação dos conteúdos dos programas de

ensino com as demandas e experiências do cotidiano ou aquelas encontradas no mundo em

que os sujeitos vivem. Esta atitude não instiga a ressignificação e uma maior generalização do

conhecimento.

Neste sentido, uma das funções do educador seria reconhecer e aproveitar os

saberes já construídos na estrutura cognitiva desses alunos jovens e adultos em suas relações

com o mundo (conhecimento cotidiano), utilizando-os como alavanca na introdução de novos

conceitos e abordagens de caráter científico (conhecimento científico). Nessa perspectiva, o

professor, percebendo a problemática das diferenças e evitando uma postura na qual só os

valores e conhecimentos transmitidos pelo docente e pela escola são considerados

verdadeiros, relaciona os conhecimentos dos alunos jovens e adultos com os produzidos

cientificamente. Nessa tarefa, o professor seria o mediador do processo ensino-aprendizagem,

assumindo uma função também de pesquisador, pois para isso seria necessário observar,

perceber, e pesquisar a realidade do aluno.

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Acreditamos que as relações com os conhecimentos prévios são possíveis quando

o educador procura entender os desejos e anseios de seus educandos e, partindo disso, buscar

alternativas didáticas para aplicar em sua rotina escolar. Este “aproveitamento” dos

conhecimentos prévios é possível quando Pozo (2004, p. 192) diz que aprender “... não

implicaria tanto adquirir novos conceitos ou substituir alguns conceitos [...] por outros, mas

construir novas relações entre conceitos e, finalmente novas teorias”.

Por outro lado, muitos educadores pensam que os adultos, por estarem em uma

faixa etária mais avançada, aprenderão em um tempo menor que as crianças. Porém,

percebemos que os adultos não aprendem da mesma forma que as crianças. E não é válido o

argumento que, por serem adultos, aprenderiam mais rápido do que as crianças. O adulto, nas

atribuições da vida adulta, aprende e se desenvolve fora da escola, aprende com a vida, na sua

comunidade, no trabalho (que pode exigir conhecimento técnico-científico), na vivência

familiar, enfim, nas relações sócio-culturais das quais participa. Como as crianças, os adultos

aprendem, mesmo estando fora da escola. Mas aos adultos na sociedade tecnológica de hoje,

são requeridos saberes que são fortemente impregnados de conhecimentos científicos, são

exigidos em sua vida profissional, enquanto que as crianças muitas vezes não são submetidas

a essa exigência.

Nesse sentido a EJA necessita de estratégias de ensino próprias, diferenciadas das

estratégias das escolas regulares.

No ensino da matemática, tal situação não é diferente. Já é do senso comum que a

matemática é uma disciplina “importante” e “necessária”, no sentido de ser “obrigatória” ao

desenvolvimento do raciocínio e de saberes que atenderão também outras áreas do

conhecimento. E é com essa concepção, de disciplina “importante” que os alunos chegam à

escola ou à EJA.

Segundo Brito (2005, p. 69), a “aprendizagem é um processo que envolve as

esferas cognitivas, afetiva e motora e pode ser inferida a partir de mudanças relativamente

permanentes no comportamento, resultantes da prática”. E ainda de acordo com Klausmeier8

(1977 apud BRITO, 2005, p. 69) não se pode confundir estas mudanças com a maturação

biológica, ou influência de drogas.

8 KLAUSMEIER, H. J. e GOODWIN, W. Manual de Psicologia Educacional, Tradução de Maria Célia T.

A. de Abreu, São Paulo: Harper & Row do Brasil Ltda, 1977.

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Ao tratar do processo de ensino e aprendizagem da matemática, é importante

salientar que não apenas os conteúdos curriculares são importantes, mas também o

desenvolvimento de habilidades matemáticas básicas.

No entanto, discutir competência e habilidade ainda é um tema controverso. Brito

(2005, p. 58) lembra que é comum a confusão entre habilidade e competência. Roloff (2007)

também constata a confusão entre habilidade e competência, por professores do Curso

Técnico de Nível Médio Integrado em Refrigeração e Condicionamento de Ar na Modalidade

de Jovens e Adultos (PROEJA RAC) na unidade São José do CEFET/SC.

Esses professores, quando questionados sobre os saberes e habilidades

importantes aos seus alunos, listaram basicamente o currículo matemático do ensino médio,

além do domínio das quatro operações, ou seja, para estes professores saberes e habilidade se

reduzem a conteúdos matemáticos (ROLOFF, 2007).

Neste sentido, BRITO (2005, p. 60-63) destaca a importância de desenvolver nos

alunos: “Prontidão para a “racionalidade dos resultados”; Estimativa e aproximação;

Habilidades apropriadas de cálculo; Usar a matemática como predição; e Uso de

computadores”.

Neste contexto, da importância do desenvolvimento de habilidades matemáticas

básicas e do ensino de competências e habilidades, Sánchez Huete e Fernández Bravo (2006,

p. 69) apresentam quatro tipos de aprendizagem, levado em conta a necessidade de

desenvolver, em todo o processo de instrução, os quatro tipos de aprendizagem matemática, a

saber: a Memorização, a Aprendizagem algorítmica, a Aprendizagem de conceitos e a

Resolução de problemas. No entanto, salienta Brito (2005, p. 71) que para fins de estudos, o

sujeito pesquisado e as atividades são decompostas em fases, etapas, etc., mas ao analisá-los,

é imprescindível a recomposição de ambos. Neste ínterim, a Memorização, a Aprendizagem

algorítmica, a Aprendizagem de conceitos e a Resolução de problemas são tratadas

separadamente, mas todas devem estar presentes no processo de aprendizagem.

Segundo Sánchez Huete e Fernández Bravo (2006), no processo de memorização,

o fato de recordarmos diferentes fatos de modo diferente é inconveniente ao ensino da

matemática. É relevante neste caso, organizar os conceitos mediante uma inter-relação lógica,

não basear o processo de memorização apenas na simples repetição mecânica.

Já para a aprendizagem algorítmica, exige-se o uso da memória para a

interpretação do procedimento correto. “O problema surge, precisamente, no fundamento da

mencionada memória operativa, traduzido na escassa ou nula significação que os algoritmos

matemáticos possuem” (SÁNCHEZ HUETE e FERNÁNDEZ BRAVO, 2006, p. 70).

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A aprendizagem de conceitos não é simples, por possuir um forte caráter de

abstração. No entanto, neste tipo de aprendizagem a construção da matemática é hierárquica,

onde alguns conceitos atuam como base para outros. E para Skemp9 (1980, p. 31, apud

SÁNCHEZ HUETE e FERNÁNDEZ BRAVO, 2006, p. 71) “... um conceito não é definível

em si mesmo, ainda que dê para exemplificá-lo”, pois para definir um conceito outros

conceitos serão utilizados como base.

Por outro lado, o tipo de aprendizagem Resolução de problemas se baseia na

seguinte concepção:

... não é a busca particularizada de uma solução específica, mas o ato de facilitar o

conhecimento das habilidades básicas, os conceitos fundamentais e a relação entre

ambos. É desenvolver naturalmente habilidades para resolver, mediante

determinadas categorias, uma gama de problemas (SÁNCHEZ HUETE e

FERNÁNDEZ BRAVO, 2006, p. 73).

Já sobre o ensino da matemática, Santos (2008, p. 27-28) comenta sobre

consensos e contradições acerca do ensino e ressalta a utilidade da matemática para:

... ativar o raciocínio e ajudar a pensar, sua importância em quase tudo o que se faz

e, em razão disso, sustenta-se que não saber matemática significa ser, praticamente,

analfabeto e que dominar esse conhecimento não é empreitada fácil. Esse consenso

sobre a importância e necessidade do ensino e aprendizagem da matemática é

exemplo do que pode ou deveria acontecer, na esfera educacional e social,

relativamente a muitos pontos inegociáveis de interesse de todo cidadão.

Por fim, Sánchez Huete e Fernández Bravo (2006, p. 15) defendem que a

matemática, seu ensino e sua prática devam: contribuir para a bagagem cultural das pessoas;

tentar salvar o dualismo entre saber matemática e utilizar a mesma; e por fim, não deve ser

separada das demais ciências.

É neste contexto de integração dos conhecimentos cotidiano e científico e sua

adequação para o conhecimento escolar que ocorre o ensino do PROEJA. No ensino

Profissionalizante de Jovens e Adultos, mais que em outras modalidades, esta integração do

conhecimento cotidiano (muito presente na vida de pessoas mais experientes, com valores e

costumes consolidados) com a aquisição de novos conceitos, métodos, fórmulas e

procedimentos (conhecimento científico) é fundamental para o sucesso da aprendizagem.

Buscamos com esta pesquisa contribuir para delimitar o cenário dessa integração de

conhecimentos no contexto da matemática.

9 SKEMP, Richard R Psicología del aprendizaje de las matemáticas. Morata, 1980.

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No sentido de complementar os autores anteriormente citados, Duarte (1995,

p.17) salienta que

... a aquisição do conhecimento matemático não se inicia, para o educando adulto,

apenas quando ele ingressa num processo formal de ensino. Essa aquisição já vem se

dando durante todo o decorrer de sua vida. O indivíduo alijado da escolaridade é

obrigado, no confronto com suas necessidades cotidianas (principalmente aquelas

geradas pelo tipo de trabalho que ele realiza), a adquirir um certo saber que lhe

possibilite a superação dessas necessidades. Mas, se sua situação nas relações

sociais de produção lhe exige a aquisição desse saber, essa mesma situação,

impedindo-lhe a escolarização, lhe impede o acesso às formas elaboradas de

conhecimento matemático.

Fonseca (2005) assinala que o fator idade cronológica proporciona ao adulto

oportunidades de vivências, relações e experiências que de modo geral uma criança ou

adolescente ainda não experimentaram. E Oliveira (2004a, p. 214), lembra que a idade adulta

é vista “... como o momento de estabilidade e ausência de mudanças importantes e a velhice

como sinônimo de deterioração dos processos psicológicos”, e que muitas pesquisas sobre o

desenvolvimento humano estão baseados principalmente nos processos de maturação

biológica, que não representa a totalidade do desenvolvimento, mas as transformações mais

relevantes estão na psicologia do sujeito.

Outra autora, Oliveira (2004b, p. 3) ainda aborda o olhar voltado para criança e

não para o adulto, que segundo ela, está pautado em duas visões:

1) Uma visão essencialista de mundo que pressupõe a criança estar em processo de

desenvolvimento físico, racional, moral e social, enquanto o adulto já está pronto em

seu desenvolvimento bio-psico-social.

2) Uma visão pragmática de mundo, de caráter utilitarista, que considera a educação

de adultos inútil, porque eles já viveram a vida toda sem serem alfabetizados.

Oliveira (2005) apresenta alguns princípios andragógicos, que devem ser

observados e que servem de modelo para a aprendizagem, entre eles: o adulto é dotado de

consciência crítica; compartilhar experiências é fundamental; as atividades educacionais do

adulto estão centradas na aprendizagem e não no ensino; e o diálogo é a essência do

relacionamento educacional entre adultos. Isto mostra diferenças importantes na prática

educativa entre crianças, jovens e adultos.

Assim, faz-se necessário estudar com maior cuidado os saberes matemáticos dos

alunos, para que as concepções de matemática que estes alunos têm sejam consideradas no

meio acadêmico e científico.

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Uma das maneiras de realizarmos este estudo é pesquisar as representações

sociais de matemática dos alunos, e neste caso específico, dos alunos de EJA, com o intuito

de aperfeiçoamentos contínuos no processo de ensino e aprendizagem da matemática e da

formação docente.

Buscamos aqui apresentar uma reflexão sobre a concepção de conhecimento, os

tipos de aprendizagem e o modelo de ensino de matemática que são adotados no PROEJA do

CEFET/SC. Estas concepções servem de referência para o contexto da pesquisa. Para maiores

informações aconselha-se consultar as pesquisas em matemática Klein (2006) e Santos (2004)

e em andragogia Arns (2002), Sales (2007) e novamente Santos (2004).

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4 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

4.1 ASPECTOS HISTÓRICOS

Como vimos, o conhecimento cotidiano se constitui nas práticas diárias,

resultando da experiência social, e conseqüentemente se transforma, melhora e se modifica de

acordo com a evolução da sociedade. Assim, este conhecimento é entendido como

representação social.

Para se fazer uma reflexão sobre Representações Sociais primeiramente

abordaremos alguns aspectos históricos da teoria, que subsidiam as definições de

Representação Social. Para isso, recorremos a Farr (2002) que trata da teoria e história das

representações sociais, e apresenta diversos autores da Psicologia, Sociologia e da

Antropologia, que contribuíram para a formação da atual teoria das representações sociais,

entre eles Le Bon, Wundt, Durkheim, Allport, Freud, Saussure, Mead, McDougall e Weber.

Segundo Farr (2002, p.31), “A TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS é

uma forma sociológica de PSICOLOGIA SOCIAL, originada na Europa com a publicação,

feita por Moscovici (1961) de seu estudo La Psychanalyse: Son image et son public”. No

entanto, anteriormente a Moscovici, Wundt e Durkheim defendiam que o “... coletivo não

podia ser explicado em termos do individual” (FARR, 2002, p. 43).

Já em 1895, Le Bon defendia o comportamento diferenciado entre multidões e

indivíduos; Wundt estudava fenômenos mentais coletivos, como a linguagem, religião, mito

ou algo relacionado a estes, alegando que um indivíduo sozinho não pode inventar uma

linguagem ou uma religião, se dedicando em especial ao estudo da cultura, ao contrário de

Durkheim que se dedicava especialmente ao estudo da sociedade; Allport em 1937 se detinha

a pesquisas de opinião pública e comportamento institucional e para explicar fenômenos em

nível do coletivo considerava seu modelo de indivíduo (FARR, 2002, p. 35-43).

Allport, em 1954, escolhera Comte como sendo um ancestral da Psicologia Social

moderna, enfatizando assim a descontinuidade entre o passado e o presente, pois Comte fora o

fundador do positivismo. Já Moscovici, que enfatiza a continuidade entre o passado e o

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presente, aponta Durkheim como seu ancestral, relacionando assim o estudo das

representações coletivas com o seu estudo das representações sociais.

Ao escolher Durkheim como um ancestral da Psicologia Social, Moscovici

responde o quanto um indivíduo é um produto da sociedade, e ao adotar Weber como outro

ancestral, responde o quanto o indivíduo muda a sociedade (FARR, 2002, p. 51).

Durkheim foi quem utilizou primeiro o termo “representações coletivas”, e as

considerou de maneira estática e incluindo todos os modos de conhecimento (ANADON e

MACHADO, 2001, p. 9 e 12). Com o conceito de representações coletivas, Durkheim tentava

explicar os fenômenos da religião, dos mitos, da ciência e do tempo e do espaço, em forma de

conhecimentos inerentes à sociedade. Para ele, estas representações são fatos sociais, reais por

si só. Esta teoria seria o suficiente para a sociedade ocidental da época, final do século XIX e

início do século XX (SÁ, 1995, p. 21-22).

Em resumo, as representações coletivas de Durkheim abrangiam amplas,

heterogêneas e estáticas formas de conhecimento, irredutíveis e sem a necessidade de explicá-

las. Já para Moscovici, as representações sociais são vistas como uma modalidade de

conhecimento, que elabora comportamentos e a comunicação entre indivíduos,

acompanhando as mudanças do mundo moderno, o que coloca a necessidade de penetrar nas

representações para descobrir como estas se organizam (SÁ, 1995, p. 23).

Assim, Moscovici moderniza a ciência social, propondo a substituição do conceito

de representações coletivas pelo de representações sociais, tornando a ciência social mais

adequada ao mundo moderno, julgando também ser mais adequado estudar as representações

sociais ao invés de representações coletivas.

4.2 DEFINIÇÕES DE REPRESENTAÇÃO SOCIAL

Existem diversos autores no campo da Teoria das Representações Sociais. A

seguir apresenta-se algumas definições, e como se complementam entre si.

O inovador Moscovici caracteriza as representações sociais como “um conjunto

de conceitos, proposições explicações originadas na vida cotidiana no curso das

comunicações interpessoais” (MOSCOVICI, 1981, p.181 apud ALVES-MAZZOTTI, 2002,

p. 18). Para Moscovici (1978), as representações consistem em tornar o estranho em algo

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familiar, fazendo com que o distante e o ausente, se tornem presentes em nosso universo

interior. Este movimento é dinâmico e as representações sociais são expressas sob a forma

interligada de idéias, metáforas e imagens, produzindo e modificando comportamentos e

relações com o ambiente (MOSCOVICI, 1978 e 2003)

No sentido de completar as proposições de Moscovici, sua colaboradora Jodelet

(2001, p. 22) aborda as representações sociais como “... um produto e processo de uma

atividade de apropriação da realidade exterior ao pensamento e de elaboração psicológica e

social dessa realidade”.

Jovchelovitch (2002) preocupa-se com a relação entre intersubjetividade, espaço

público e as representações sociais, uma vez que “... enquanto fenômeno psicossocial, estão

necessariamente radicadas no espaço público e nos processos através dos quais o ser humano

desenvolve uma identidade, cria símbolos e se abre para a diversidade de um mundo de

Outros” (p. 65). Para a autora, “... é através da ação de sujeitos sociais agindo no espaço que

é comum a todos, que a esfera pública aparece como lugar em que uma comunidade pode

desenvolver e sustentar saberes sobre si própria – ou seja, representações sociais”

(JOVCHELOVITCH, 2002, p. 71). É assim que as representações sociais são criadas, no

espaço público, na transmissão de conhecimento do senso comum, nas relações entre os

indivíduos, sustentando, justificando e esclarecendo idéias e saberes.

Para Abric10

(1994a, apud SÁ, 2002, p. 36), as representações sociais são “o

produto e o processo de uma atividade mental pela qual um indivíduo ou um grupo reconstitui

o real com que se confronta e lhe atribui uma significação específica” (e esta significação

específica pode ser ainda entendida como uma significação central, composta essencialmente

por “... seu conteúdo, sua estrutura e seu núcleo central” (ABRIC11

, 1994b, apud ALVES-

MAZZOTTI, 2002, p. 25). Entende-se aqui por produto as opiniões, crenças e conhecimentos

acerca de um objeto; já o processo é a atividade mental relativa a elaboração do produto

(ANADON e MACHADO, 2001).

Pelo fato das representações sociais serem ao mesmo tempo produto e processo,

estas constituem uma forma de pensamento simbólico e se apresentam sob a ótica de imagem

e de significação, uma vez que para cada imagem há uma significação e para cada

significação uma imagem (ANADON e MACHADO, 2001).

10

ABRIC, J. C. Les repréntations sociales: aspects théoriques. In: ABRIC, J. C. (Ed.). Pratiques socials et

representations. Paris, Presses Universitaires de France, 1994, 11-35.

11 ABRIC, J. C. Méthodologie de recueil des repréntations sociales. In: ABRIC, J. C. (Ed.). Pratiques socials

et representations. Paris, Presses Universitaires de France, 1994, 59-82.

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De acordo com Sá (2002), Abric aponta quatro finalidades das representações

sociais, a saber: Funções de Saber (que permite compreender e explicar a realidade), Função

Identitária (define a identidade e especificidades dos grupos), Função de Orientação (guia

comportamentos e práticas) e Função Justificatória (justifica posicionamentos e

comportamentos).

Deste modo, Abric dá forma e estrutura às representações sociais, organizando

seu funcionamento e finalidade.

E por fim, Moscovici salienta as representações em que está interessado,

colocando um fim na discussão entre representações coletivas e sociais:

As representações em que estou interessado não são as de sociedades primitivas,

nem as reminiscências, no subsolo de nossa cultura, de épocas remotas. São aquelas

da nossa sociedade presente, do nosso solo político, científico e humano, que nem

sempre tiveram tempo suficiente para permitir a sedimentação que as tornasse

tradições imutáveis. E sua importância continua a crescer, em proporção direta à

heterogeneidade e flutuação dos sistemas unificadores – ciências oficiais, religiões,

ideologias – e às mudanças pelas quais ele deve passar a fim de penetrar na vida

cotidiana e se tornar parte da realidade comum (MOSCOVICI12

, 1984 18-9, apud

SÁ, 1995, p. 22).

Os autores lembrados aqui apontam para algo comum, as representações sociais,

que em síntese, podemos dizer que são elaboradas e partilhadas nas comunicações e relações

pessoais cotidianas, por meio de opiniões, crenças, idéias e imagens, com a finalidade de

reconstruir o real. As representações de que se fala aqui orientam as práticas sociais e as

atitudes cotidianas das pessoas e contribuem para a formação da identidade.

4.3 A TEORIA DO NÚCLEO CENTRAL

Abric defendeu inicialmente a idéia de que toda representação social se organiza

em torno de um Núcleo Central em sua tese de doutorado em 1976. Ele tinha como hipótese

de que além dos elementos serem hierarquizados, eram organizados em torno de um núcleo

central, que confere à representação o seu significado (ABRIC, 1994a apud SÁ, 2002).

12

MOSCOVICI, S. The phenomenon of Social Representatios. In FARR, R. M. e MOSCOVICI, S. (Eds.).

Social Representations. Cambridge, Cambridge University Press, 1984.

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No entanto, segundo Sá (2002) quem concluiu a teoria proposta por Abric foi

Flament, demonstrando o papel decisivo dos elementos periféricos, ou seja, aqueles não

pertencentes ao núcleo central, e apontando o Núcleo Central ou princípio organizador como

uma estrutura que não só dá sentido à representação social, mas organiza seus elementos.

Uma conclusão importante, a partir dos estudos de Abric, apresentada por Alves-

Mazzotti (2002) é a possibilidade de que grupos distintos possam ter a mesma representação

social de um objeto somente se partilharem o mesmo Núcleo Central, não basta

compartilharem o mesmo conteúdo.

Para dar conta do papel do Núcleo Central, Abric aponta três funções essenciais: a

Função Geradora, pois é em torno dele que se cria ou transforma uma representação, além de

lhe dar sentido; a Função Organizadora, pois determina as ligações entre os elementos da

representação; e a Função Estabilizadora, pois seus elementos são os mais estáveis e

resistentes à mudança (SÁ, 2002 e ALVEZ-MAZZOTTI, 2002). Conseqüentemente, se

houver qualquer mudança no núcleo central, haverá uma mudança na representação social.

Os elementos que constituem a parte operatória da representação, responsáveis

pelo funcionamento e dinâmica, são os Elementos Periféricos. Abric destaca algumas funções

desempenhadas pelos Elementos Periféricos, dentre as quais: a concretização do Núcleo

Central em termos ancorados na realidade, nas tomadas de posição ou de conduta; e a

proteção do Núcleo Central, ou a regulação e adaptação, que visa proteger a significação

central da representação, é a periferia que absorve inicialmente as novas informações (SÁ,

2002 e ALVEZ-MAZZOTTI, 2000). Aponta ainda uma terceira função, que é a de permitir,

por meio de sua flexibilidade e elasticidade, certa modulação individual da representação (SÁ,

2002).

No entanto, mesmo com estes mecanismos de defesa, ocorrem transformações das

representações sociais. Na transformação resistente, as novas práticas contraditórias ao núcleo

central são controladas pelo sistema periférico, o que exige um processo de ruptura para

provocar mudanças no núcleo central; e a transformação progressiva, a partir de práticas

novas não totalmente contraditórias ao Núcleo Central, permitindo uma transformação sem

ruptura, ou seja, a transformação é progressiva, se fundindo ao Núcleo Central, dando origem

a uma nova representação (ALVEZ-MAZZOTTI, 2000).

Resumidamente, o sistema central, ou Núcleo Central, está ligado à memória e

história coletiva do grupo, mantendo a homogeneidade, e por estes motivos é estável, coerente

e rígido, resistindo às mudanças de contexto imediato, e tendo por funções gerar a

significação da representação e organizá-la. Já o sistema periférico, ou elementos periféricos,

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integra as experiências e histórias individuais, e por isso suporta a heterogeneidade do grupo,

é flexível e admite contradições, conseqüentemente é evolutivo e suscetível às mudanças de

contexto imediato, e por fim, em suas funções permite adaptações e diferenciações do

conteúdo, e acima de tudo, protege o sistema central (SÁ, 2002, p. 74-75).

No campo da matemática, onde em sua maioria, são negativas as atitudes em

relação à matemática (ver PISCARRETA e CÉSAR, 2005), trata-se de buscar alternativas

para alterar esta conotação negativa. A partir daí, Abreu (1995, p. 25) propõe a utilização da

Teoria das Representações Sociais como base para criar “... uma nova perspectiva sobre o

processo de ensino, aprendizagem e usos da Matemática na sociedade moderna”.

4.4 ALGUMAS DEFINIÇÕES ACERCA DOS PROCESSOS FORMADORES DA

REPRESENTAÇÃO SOCIAL

Moscovici define dois processos sociocognitivos e dialéticos no processo de

formação das representações sociais, a objetivação e a ancoragem. Em 1978, Moscovici

definiu os processos formadores das representações sociais, que consistem em naturalizar e

classificar, a saber a objetivação e a ancoragem. A naturalização torna o símbolo em real e a

classificação torna a realidade em algo simbólico. Como esclarece Sá (1995), a função de dar

materialidade a um objeto abstrato, foi chamada de “objetivar”. Já a função de transformar

uma figura em um sentido, fornecer um contexto ao objeto, interpretá-lo, foi chamada de

“ancorar”.

Ainda para Moscovici, objetivar “... é reabsorver um excesso de significações

materializando-as (e adotando assim certa distância a seu respeito). É também transplantar

para o nível de observação o que era apenas inferência ou símbolo” (1978, p. 111).

Já em sua obra de 2003, Moscovici apresenta uma definição mais elaborada, onde

a “Objetivação une a idéia de não-familiaridade com a de realidade, torna-se a verdadeira

essência da realidade” (p. 71), uma vez que tornar o não-familiar em familiar depende da

solidez da memória e experiências comuns dos sujeitos.

Anadon e Machado (2001) esclareceram que a objetivação é um processo de

naturalização, onde os elementos figurativos são transformados em elementos evidentes e

simples, onde os “... conceitos abstratos de uma realidade se concretizam [...] a transformar

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em imagens as noções abstratas [...] estabelecendo correspondência entre as coisas e as

palavras” (p. 21). Também Alvez-Mazzotti (2000, 2002) contribui para esclarecer o conceito,

explicando que a objetivação consiste em transformar um conceito ou uma idéia em algo

concreto.

Assim, sem a pretensão de criar uma nova definição, podemos dizer que a

objetivação torna algo que está no mundo das idéias em algo concreto, dando forma ao

conceito. Moscovici utiliza como exemplo a comparação de Deus a um pai, então o invisível

se torna visível, concreto (2003, p. 72).

Já a ancoragem é o processo de “... classificar e dar nome a alguma coisa. Coisas

que não são classificadas e que não possuem nome são estranhas, não existentes e ao mesmo

tempo ameaçadoras” (MOSCOVICI, 2003, p. 61).

Para Alvez-Mazzotti, a ancoragem “... diz respeito ao enraizamento social da

representação, à integração cognitiva do objeto representado no sistema de pensamento pré-

existente e às transformações que, em conseqüência, ocorrem num e noutro” (2000, p. 60).

E ainda Anadon e Machado (2001) lembram que ancorar é incorporar o não-

familiar, é o enraizamento social da representação junto aos saberes, crenças e valores

preexistentes.

Assim, concluímos que ancorar é tornar conhecido o concreto, trazer a figura ao

mundo das idéias, algo como o caminho inverso da objetivação.

De acordo com Alvez-Mazzotti (2000), Jodelet aponta a interação entre a

ancoragem e objetivação que permite compreender: como a significação é conferida ao objeto

representado; como a representação é utilizada como sistema de interpretação do mundo

social e instrumentaliza a conduta; e como se dá sua integração em um sistema de recepção,

influenciando e sendo influenciada pelos elementos que aí se encontram. Neste sentido, as

representações sociais podem contribuir para a interpretação do mundo.

Por fim, as representações sociais não são formadas no vazio, elas podem sofrer

interferências significativas, no caso de “... representações formadas em sociedades onde a

ciência, a técnica e a filosofia estão presentes sofram sua influência e se constituam em seu

prolongamento” (MOSCOVICI, 1978, p.44).

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4.5 PESQUISAS EM REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

A teoria das representações sociais é muito útil e utilizada, não somente na área da

educação, mas também da saúde, ciências sociais, meio-ambiente, marketing, entre outras.

Os estudos em Educação Matemática que refletem sobre as representações sociais

contemplam investigações realizados com alunos e professores nos diferentes níveis de

ensino.

Destacam-se algumas destas pesquisas recentes na área da educação matemática,

como Graça e Moreira (2004) e Klein (2006) que pesquisam a representação social de

matemática de professores que ensinam matemática. Ambos utilizaram a evocação livre e

posteriormente a hierarquização das evocações e encontram diferenças significativas em

termos de núcleo central da representação. Graça e Moreira (2004) apontam para uma

matemática rigorosa e exata, que envolve raciocínio dedutivo e a resolução de problemas, já

Klein (2006) também encontra o termo raciocínio em sua pesquisa, mas rodeado de números,

cálculos e as quatro operações. Este raciocínio seria como algo (sobre)humano, e para

resolver a ambigüidade de que somente alguns alcançam a racionalidade e ao mesmo tempo a

racionalidade é própria do ser humano, a matemática é colocada como essencial no cotidiano,

fazendo parte do dia-a-dia. Esta diferença pode ser justificada pelo fato dos sujeitos

pesquisados não lecionarem para o mesmo nível de ensino, pois Graça e Moreira (2004) se

dedicam aos professores do ensino médio e Klein (2006) aos professores dos primeiros anos

do ensino fundamental e educação infantil.

Perez (2008) se dedica à pesquisa de representação social de grandezas e medidas

com professores do ensino fundamental, aplicando a técnica de associação livre seguida de

entrevista em profundidade, e submetendo os dados aos softwares EVOC 2000 (VERGÈS,

2002), e ALCESTE, a pesquisadora obteve comprimento, metro, medida e tamanho como os

elementos do núcleo central das representações, com destaque para o termo comprimento,

fortemente manifestado nas entrevistas. Também encontrou pólos representacionais, entre eles

a representação da matemática ligada a sua utilização no cotidiano.

Já Silva (2000) se dedica à pesquisa com alunos e professores do ensino médio de

escolas públicas e particulares do estado de São Paulo, também investigando a representação

social de matemática. Por meio da aplicação de questionários com questões abertas e fechadas

conclui que, para os alunos pesquisados, a matemática serve para cálculos, para

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desenvolvimento do raciocínio, para sobrevivência pessoal e ainda como frustração, enquanto

que os professores ressaltam a utilização do conteúdo matemático na vida, a aplicação do

conhecimento e o desenvolvimento do raciocínio.

Utsumi e Lima (2006) pesquisam a representação social de matemática de alunas

do curso de Pedagogia, no interior de São Paulo, utilizando como instrumentos para coleta de

dados uma escala de atitudes do tipo Likert composta por 20 afirmações, sendo 10 negativas e

10 positivas, e ainda uma redação intitulada “Minha trajetória escolar”. Os dados foram

submetidos aos softwares SPSS e ALCESTE, encontrando tendências de atitudes negativas

em relação à matemática.

Ramos (2004) entrevistou alunos no 9º ano da escolaridade obrigatória de

Portugal. Por meio de questionário, aplicou a técnica de associação livre e obteve números e

contas como as palavras mais freqüentes, e pode ainda classificar os resultados em quatro

dimensões, a saber: afetiva, social, escolar e instrumental. Piscarreta e César (2005) também

pesquisaram alunos do 9º ano da escolaridade obrigatória de Portugal, na grande Lisboa, a

partir de entrevistas semi-estruturadas e da seguinte instrução: “Desenha ou escreve o que é

para ti a matemática” (PISCARRETA e CÉSAR, 2005, p. 6), posteriormente categorizando as

representações sociais da matemática em negativa e positiva.

Estas pesquisas com alunos sobre a representação social da matemática revelam

em sua maioria uma representação negativa da matemática, relacionada a insegurança, a

dificuldade, por parte dos alunos, mas também revelam a importância do papel do professor

para o sucesso acadêmico dos alunos e para a construção de uma representação social positiva

ou negativa da matemática (PISCARRETA e CÉSAR, 2005, p. 12-13).

Dentre muitos estudos relacionados ao campo da Pedagogia tem-se Demathé

(2007) que pesquisa as representações sociais de infância das professoras da educação

infantil, utilizando a técnica de associação livre seguida por grupo focal, encontrando como

provável núcleo central evocações relacionadas à infância como o período de

desenvolvimento; Pacheco (2005) se dedica ao estudo das representações sociais de brincar e

aprender, e por meio de associações livres e procedimentos de classificações múltiplas,

entrevistou alunas do curso de Pedagogia, observando que o termo brincar está associado a

criança, e a correria, pular, risos, lazer, etc, já o termo aprender, associado ao adulto e a idéia

de conhecimento, sabedoria e alfabetização, entre outros.

Madeira e Madeira (2005) se limitam as representações sociais de escola,

entrevistando não somente as professoras das séries inicias do ensino fundamental, mas pais

de alunos, adultos analfabetos, e alunos de EJA. A metodologia adotada inclui a observação

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dos espaços investigados e a realização de entrevistas conversacionais. De modo geral,

apontam a escola como o começo de tudo, o local onde prepara as novas gerações e prepara

para a vida.

Há tantas outras pesquisas, nas mais diversas áreas, como exemplo, na área da

saúde, têm-se as pesquisas de Fávero (2005c), na educação ambiental a pesquisa de

Figueiredo e Oliveira (2003), e na música Duarte (2005).

Artigos relacionados à teoria das representações sociais têm-se Jovchelovitch

(2004), Fávero (2005b) e Roazzi (1995), que discutem aspectos da teoria, metodologias e

formas de análises.

Para um levantamento dos estudos em Representações Sociais vide Sousa (2002)

e Camargo, Wachelke e Aguiar (2007).

Expusemos aqui uma pequena parte do grande leque de pesquisas já realizadas

que utilizaram a Teoria das Representações Sociais como instrumento teórico-metodológico,

no campo da Educação. Estas pesquisas serviram de suporte para esta dissertação.

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5 A PESQUISA

A pesquisa foi realizada com os alunos do PROEJA, do CEFET/SC, unidade de

Florianópolis e pretende atender a três aspectos fundamentais para o conhecimento das

representações sociais: o conteúdo, a estrutura e a dinâmica.

Acreditamos que uma abordagem que adote diferentes metodologias, nas

diferentes etapas, mas que se complementem entre si, permitirá trabalhar com dados

quantitativos e qualitativos. Desta forma, a pesquisa e a análise são realizadas em etapas,

tendo em vista cada um dos objetivos específicos indicados.

5.1 PRIMEIRA ETAPA: O CONTEÚDO DA REPRESENTAÇÃO

Nesta etapa, com o intuito de responder ao primeiro objetivo específico,

procuramos identificar os elementos que constituem o conteúdo do campo da representação.

A seguir, apresentamos os participantes, os procedimentos de geração de dados e a análise.

5.1.1 Participantes

Participaram desta primeira etapa, 120 alunos (51% do sexo feminino e 49% do

sexo masculino) do PROEJA, do CEFET/SC, unidade de Florianópolis, matriculados nos

módulos I, II e III e distribuídos uniformemente em seis turmas, 79% dos alunos têm entre 18

e 39 anos, e 67% do total trabalha na prestação de serviço, conforme APÊNDICE A.

Contatamos com a coordenação do PROEJA e a mesma se encarregou de

conversar com os professores e providenciar os horários para a coleta de dados durante as

aulas. Prontamente, os professores se apresentaram disponíveis, e permitiram a coleta de

dados durante as aulas. Nem todos os professores que cederam alguns minutos de sua aula

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para a pesquisa permaneceram em sala no momento da coleta de dados, o que não interferiu

na mesma. Os dados foram coletados no mês de outubro de 2007.

Um fato que chamou a atenção foram quatro fichas eliminadas por erro no

preenchimento. Todos os sujeitos eliminados eram ex-alunos da EJA oferecida pela Prefeitura

Municipal de Florianópolis. Portanto, serão considerados 116 sujeitos participantes.

5.1.2 Procedimentos de geração de dados

A pesquisadora utilizou-se de pequenos momentos em sala de aula oportunizados

pelos professores e aplicou um questionário para identificação do perfil dos sujeitos da

pesquisa, de acordo com o APÊNDICE B, e em seguida foi aplicada a técnica de Associação

Livre, a qual possibilita que o conteúdo das representações sociais seja revelado, além de

permitir que os entrevistados se expressem livremente (vide Roazzi, Federicci e Wilson,

2001; e Oliveira et al 2005).

De acordo com esta técnica, foi solicitado aos alunos que registrassem quatro

palavras, a partir da seguinte questão: “Escreva as primeiras 4 palavras ou frases que lhe vêm

à mente quando se fala: matemática”.

Por meio deste procedimento, o entrevistado produz uma associação rápida e

espontânea, facilitando também o surgimento de palavras e conteúdos simbólicos, subjacentes

ao processo de associação, desencadeado pela palavra indutora MATEMÁTICA.

5.1.3 Análise das evocações

Por meio da técnica de Associação Livre foram obtidas 210 evocações, sendo

palavras, expressões e até pequenas frases. Poucos sujeitos registraram menos de quatro

palavras. Estas evocações ficaram registradas nos questionários pelos sujeitos e digitadas em

arquivo Excel pela pesquisadora. A partir desse arquivo Excel, as evocações foram analisadas

com o auxílio do software EVOC 2000.

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Apesar do número de sujeitos ser pequeno para a utilização do software EVOC

2000, este evidencia a estrutura das representações sociais, e possibilita a análise da mesma.

O software EVOC 2000 realiza o mesmo trabalho do procedimento descrito por

Alves-Mazzotti (2002), que calcula a freqüência e a ordem média de evocação,

hierarquizando-as. A ordem média de evocação está relacionada com a agilidade no acesso e

recuperação na memória (acessibilidade) das palavras evocadas.

A associação de alta freqüência, com altos índices de acessibilidade, revela que as

palavras evocadas são muito compartilhadas pelo grupo pesquisado e são muito salientes, ou

seja, estão presentes nas comunicações recentes desse grupo (De ROSA, 2005, p. 80). Por

isso, as palavras ou expressões com maior freqüência e menor ordem média de evocação

(evocadas mais rapidamente) têm maior probabilidade de constituírem o núcleo central da

representação social,

No entanto para fins de análise, as palavras com a mesma raiz semântica ou

significado foram agrupadas, e substituídas por uma única palavra ou expressão que expressa

o significado das mesmas, e assim também agrupou-se palavras apresentadas no singular,

plural, masculino e feminino. Evitando assim descartar um grande número de palavras,

principalmente aquelas com baixa freqüência.

Para auxiliar a pesquisadora neste processo de agrupar as palavras, uma

professora e uma aluna do grupo de pesquisa participaram deste processo, com a finalidade de

manter confiabilidade e a veracidade da pesquisa. E assim chegou-se a 155 evocações,

conforme APÊNDICE C.

A seguir, apresentam-se as evocações hierarquizadas a partir da freqüência (em

ordem decrescente) e da ordem média (em ordem crescente), permitindo conhecer as 34

evocações mais relevantes associadas à palavra indutora Matemática. Estas evocações com

maior freqüência expressam o conteúdo das representações sociais (ANADON e

MACHADO, 2001), neste caso, o conteúdo das representações sociais de matemática.

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59

Quadro 1 – Hierarquização das evocações elucidadas a partir da palavra Matemática

Posição Palavra Freqüência Ordem média

1 números 41 1,73

2 cálculo 39 1,69

3 dificuldade 35 1,97

4 contas 20 1,45

5 soma 14 2,57

6 divisão 14 2,64

7 pensar/raciocinar 13 2,39

8 complicado 11 2,18

9 problemas 10 2,7

10 dor de cabeça 8 2,75

11 aprendizagem 7 2,71

12 esforço 7 2,71

13 necessidade 6 2,33

14 fórmulas 6 2,67

15 importante 6 3

16 multiplicação 6 3,17

17 professor 5 1,8

18 concentração 5 2,4

19 desafio 5 2,4

20 resultados 5 2,6

21 atenção 5 2,8

22 função 5 3

23 complexo 4 2,5

24 estudar 4 2,75

25 exercícios 4 3,25

26 subtração 4 3,25

27 obstáculo 3 2

28 desenvolvimento mental 3 3

29 gráficos 3 3

30 tabuada 3 3

31 gosto 3 3,33

32 medidas 3 3,33

33 medo 3 3,33

34 útil 3 3,67

As palavras que mais vezes foram evocadas, ou seja, com maior freqüência, e com

menor ordem média, isto é, aquelas palavras que primeiro foram lembradas, mostram que são

mais relevantes os “números”(1) e os “cálculos”(2), que parece a matemática ser composta de

“dificuldade”(3) e “contas”(4), como “soma”(5) e “divisão”(6), mas que exige

“pensar/raciocinar”(7). Esta visão operacional da matemática, também apresenta outro

sentido, onde a “aprendizagem”(11) é uma “necessidade”(13), que envolve “esforço”(12),

“problemas”(9), “dor de cabeça”(10) e ser “complicado”(8).

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Em seguida, aparecem outras evocações que trazem conteúdos matemáticos ou

assuntos ligados a estes, como “fórmulas”(14), “multiplicação”(16), “resultados”(20),

“função”(22), “exercícios”(25), “subtração”(26), “gráficos” (29), “tabuada”(30) e

“medidas”(32), que no campo das representações sociais parece expressar a matemática da

sala de aula, ou seja, aspectos objetivos da matemática.

Percebe-se ainda atitudes e posturas inerentes à aprendizagem, que exige

“concentração”(18), “atenção”(21) e “estudar”(24). Há também algumas evocações com

sentido afetivo, de dificuldade com relação à matemática, como “desafio”(19),

“complexo”(23), “obstáculo”(27) e “medo”(33), revelando algumas das falas correntes que

nos são conhecidas, mas impregnadas de sentido motivacional para os sujeitos.

Assim, podemos observar nas evocações, alguns aspectos importantes do

conteúdo da representação social da matemática, principalmente os números e cálculos, os

conteúdos escolares, características da aprendizagem e aspectos afetivos relacionadas à

matemática.

Para compreendermos o sentido atribuído às evocações pelos alunos do PROEJA,

faz-se necessário a realização da segunda e terceira etapas da pesquisa, a fim de compreender

o sentido das evocações e como estas se organizam.

5.2 SEGUNDA ETAPA: A ESTRUTURA DA REPRESENTAÇÃO

Neste segundo momento, com as evocações do Quadro 1, foi estruturado o quadro

de quatro casas, gerado também pelo software EVOC 2000, que permite distinguir os

Elementos Centrais e os Elementos Periféricos da Representação Social de Matemática. Deste

modo será possível analisar a estrutura do campo da representação e descrever como esses

elementos se organizam, atendendo ao segundo objetivo específico.

Apresentamos a seguir o Quadro de quatro casas:

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Quadro 2 – Quadro de quatro casas das evocações induzidas pela palavra Matemática

ELEMENTOS CENTRAIS ELEMENTOS DA 1ª PERIFERIA

(INTERMEDIÁRIOS)

Freqüência >= 10 / Rang < 2,5 FREQ RANG Freqüência >= 10 / Rang >= 2,5 FREQ RANG

números (8) 41 1,732 soma (3) 14 2,571

cálculo (10) 39 1,692 divisão (1) 14 2,643

dificuldade (15) 35 1,971 problemas (2) 10 2,700

contas (4) 20 1,450

pensar/raciocinar (5) 13 2,385

complicado (3) 11 2,182

ELEMENTOS DE CONTRASTE ELEMENTOS DA 2ª PERIFERIA

Freqüência < 10; Rang < 2,5 FREQ RANG Freqüência < 10 / Rang >= 2,5 FREQ RANG

necessidade (2) 6 2,333 dor de cabeça 8 2,750

professor 5 1,800 aprendizagem (2) 7 2,714

concentração (2) 5 2,400 esforço (4) 7 2,714

desafio (1) 5 2,400 fórmulas 6 2,667

importante (2) 6 3,000

multiplicação (1) 6 3,167

resultados (3) 5 2,600

atenção (3) 5 2,800

função (1) 5 3,000

As evocações “números”, “cálculo”, “dificuldade”, “contas”, “pensar/raciocinar”

e “complicado”, presentes no primeiro quadrante do quadro das quatro casas, são as palavras

com maiores possibilidades de configurarem o Núcleo Central das Representações. Estas

evocações revelam uma representação de matemática numa imagem, os registros simbólicos

da linguagem matemática, que tornam concretos os processos mentais abstratos.

Os números que aparecem entre parênteses no Quadro 2 representam a freqüência

com que estas palavras apareceram na lista de maior importância para o sujeito, o que revela

que nem sempre as palavras com maior freqüência são apontadas como as mais importantes.

Proporcionalmente, a evocação “dificuldade” é mais importante que as demais palavras do

primeiro quadrante, pois 15 de 35 sujeitos a consideram importante, ou seja, 42,8% a

consideram importante. Este índice está acima de “cálculo” (25,6%) e “números” (19,5%),

por exemplo, que apresentam freqüência elevada e, no entanto, não são consideradas de maior

importância pelos sujeitos. Como observado, nenhuma evocação atingiu o índice de 50% (de

sujeitos indicando-a como sendo uma das duas mais importantes), geralmente considerado

como um indicador de sua pertinência ao núcleo central. É provável que isso tenha ocorrido

devido o número de sujeitos que participaram da pesquisa não ser o mais adequado para a

utilização do software EVOC 2000.

Os elementos da 1ª periferia, “soma”, “divisão” e “problemas” representam a

matemática que, sendo aprendida na escola, adquire significados relacionados a sua aplicação

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no cotidiano, facilmente reconhecida - as operações matemáticas e a resolução de problemas.

Essas evocações são compartilhadas por muitos sujeitos, mas têm uma elevada ordem média,

sugerindo que são ativadas pelas palavras que foram evocadas em primeiro lugar.

Já os elementos da 2ª periferia: “dor de cabeça”, “aprendizagem”, “esforço”,

“fórmulas”, “importante”, “multiplicação”, “resultados”, “atenção” e “função”, também

representam aspectos escolares, mas estes mais relacionados ao próprio processo de

aprendizagem da matemática, expressando experiências pessoais e como cada um dos sujeitos

vê a matemática. Estas evocações da 2ª periferia são geradas e influenciadas pelas primeiras

evocações dos sujeitos, pois têm uma ordem média elevada (acima de 2,66), o que significa

que foram as últimas palavras a serem lembradas. Como foram evocadas por poucos sujeitos,

fornecem pistas sobre os processos de ancoragem, contribuindo para esclarecer o modo

particular como cada indivíduo se relaciona com o objeto matemática.

E, por fim, os elementos de contraste - “necessidade”, “professor”,

“concentração” e “desafio” - foram lembrados por poucos sujeitos (baixa freqüência), mas

para estes poucos sujeitos estas evocações são marcantes na representação social, pois têm

baixa ordem média. Revelam como os sujeitos se relacionam com a matemática, tanto com

referência a aspectos cognitivos como afetivos (exige, é uma “necessidade”, por isso tem que

se apropriar dela, mas para isso é exigido o investimento do sujeito - “concentração” – e é

necessária a mediação de alguém que a conheça - um “professor”). Os elementos deste

quadrante dão pistas sobre possibilidades de mudança na representação, já que os poucos

sujeitos que os evocaram podem representar um grupo que está introduzindo novas idéias

sobre matemática ou um grupo que resistiu a mudanças que porventura já tenham ocorrido.

Uma das hipóteses levantadas para esta pesquisa é de que pode haver diferentes

representações entre os alunos mais jovens e os alunos mais velhos, levando-se em

consideração o tempo em que permaneceram afastados da escola.

Decidimos, então, comparar as evocações dos alunos com 30 anos de idade ou

mais e que estavam fora da escola havia 10 anos ou mais, formando um grupo de 61 alunos,

representando 52,6% dos sujeitos, com as dos sujeitos mais jovens e que estavam fora da

escola havia menos tempo, os quais representavam 31,9%, constituindo um grupo de 37

sujeitos. Os valores somados (84,5%) não correspondem a 100% dos sujeitos, pois alguns

deles não pertenciam a nenhuma das duas categorias, como por exemplo, havia sujeitos com

mais de 30 anos, mas com menos de 10 anos sem estudar, e também havia sujeitos com

menos de 30 anos mas com mais de 10 anos sem estudar. Os Quadros 3 e 4 apresentam os

dados.

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Quadro 3 – Quadro de quatro casas do termo indutor Matemática, para alunos com 30 anos ou mais, e havia 10

anos ou mais sem estudar

ELEMENTOS CENTRAIS ELEMENTOS DA 1ª PERIFERIA

(INTERMEDIÁRIOS)

Freqüência >= 6 / Rang < 2,5 FREQ RANG Freqüência >= 6 / Rang >= 2,5 FREQ RANG

números (4) 21 1,857 divisão (1) 8 2,500

cálculo (1) 16 1,500 complicado (1) 7 2,571

dificuldade (7) 16 1,625

pensar/raciocinar (4) 9 2,333

soma (2) 8 2,375

contas (1) 7 1,714

necessidade (2) 6 2,333

ELEMENTOS DE CONTRASTE ELEMENTOS DA 2ª PERIFERIA

Freqüência < 6 / Rang < 2,5 FREQ RANG Freqüência < 6 / Rang >= 2,5 FREQ RANG

concentração (2) 4 2,000 atenção (3) 4 2,500

esforço (2) 4 2,250 complexo 4 2,500

aprendizagem (1) 3 1,667 problemas (1) 4 3,250

professor 3 2,333 exercícios 4 3,250

importante (1) 4 3,250

desenvolvimento-mental (1) 3 3,000

multiplicação 3 3,667

útil 3 3,667

Quadro 4 – Quadro de quatro casas ao termo indutor Matemática, para alunos com menos de 30 anos, e com

menos de 10 anos fora da escola

ELEMENTOS CENTRAIS ELEMENTOS DA 1ª PERIFERIA

(INTERMEDIÁRIOS)

Freqüência >= 4 / Rang < 2,5 FREQ RANG Freqüência >= 4 / Rang >= 2,5 FREQ RANG

cálculo (4) 15 2,000 soma (1) 5 2,800

números (4) 13 1,615 divisão 5 3,000

dificuldade (5) 12 2,083 aprendizagem (1) 4 3,500

contas (2) 10 1,300

ELEMENTOS DE CONTRASTE ELEMENTOS DA 2ª PERIFERIA

Freqüência < 4 / Rang < 2,5 FREQ RANG Freqüência < 4 / Rang >= 2,5 FREQ RANG

complicado (2) 3 1,333 problemas 3 2,667

dor de cabeça 3 2,000 fórmulas 3 2,667

sinais 2 2,000 função 3 3,000

pensar/raciocinar 3 3,000

resultados (3) 3 3,000

desafio 3 3,333

obstáculo 2 2,500

subtração 2 3,000

medidas 2 3,500

multiplicação 2 3,500

Observam-se pequenas diferenças entre os dois grupos que merecem ser

analisadas com maior cuidado e rigor:

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Devido ao número de sujeitos em cada um dos grupos ser pequeno, não podemos

ser conclusivos, mas parece que a representação é a mesma, pois os prováveis elementos do

núcleo central aparecem em ambos os grupos.

Observando os Quadros 3 e 4, percebemos que, entre os elementos centrais da

representação social de matemática dos alunos mais velhos, existe a evocação “necessidade”,

enquanto os mais jovens sequer a citam. Como foi comentado em relação ao Quadro 2, entre

o conjunto total de sujeitos, essa evocação ficava entre os elementos de contraste, o que

sugere que as vivências com a matemática nas práticas cotidianas, sobretudo, provavelmente,

nas práticas profissionais, vão levando os sujeitos a significar a matemática como um

conhecimento necessário. Assim, o grupo de sujeitos mais velhos constitui um subgrupo,

como foi sugerido ao analisar os elementos de contraste no Quadro 3.

Analisando os elementos da 1ª e 2ª periferias, temos que os alunos mais jovens

ancoram a representação de matemática na prática escolar, relacionando os conteúdos

escolares, as operações matemáticas e a aprendizagem. Já os alunos mais velhos percebem a

matemática como útil, na resolução de problemas, nos exercícios de matemática, e a

importância dela em suas vivências – confirmando o que foi colocado no parágrafo anterior.

Quanto aos elementos de contraste, as atitudes para aprendizagem como “esforço”

e “concentração” relacionados ainda com a figura do “professor” são muito marcantes para os

alunos mais velhos, enquanto que os alunos mais jovens se detêm a questões relacionadas a

dificuldade como “complicado” e “dor de cabeça”. Assim, parece que, ao se relacionarem

com a matemática, os alunos mais velhos levam mais em conta as suas atitudes e

comportamentos, enquanto os mais jovens enfatizam a dificuldade do objeto.

O grupo dos alunos mais jovens evocou 67 diferentes palavras, e o grupo dos

alunos mais velhos evocou 108 diferentes palavras, destas apenas 36 palavras são comuns aos

dois grupos. No Quadro 5 estão listadas estas evocações.

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Quadro 5 – Evocações comuns dos alunos mais jovens e dos alunos mais velhos.

Freqüência Evocação

Alunos mais velhos Alunos mais jovens

21 13 números

16 15 cálculo

16 12 dificuldade

9 3 pensar/raciocinar

8 5 divisão

8 5 soma

7 10 contas

7 3 complicado

4 3 problemas

4 1 esforço

4 1 importante

3 4 aprendizagem

3 2 multiplicação

3 1 professor

2 3 desafio

2 3 função

2 1 estudar

2 1 gosto

2 1 gráficos

2 1 medo

1 3 dor de cabeça

1 3 fórmulas

1 3 resultados

1 2 medidas

1 2 obstáculo

1 2 subtração

1 1 adoro

1 1 ansiedade

1 1 conclusão

1 1 essencial

1 1 exatidão

1 1 fácil

1 1 interpretar

1 1 lógica

1 1 praticar

1 1 Trauma

Neste caso, a evocação que mais chamou a atenção foi a palavra “contas”. Em

ambos os grupos essa palavra ficou colocada no primeiro quadrante, mas foi evocada 1,42

mais vezes no grupo dos mais jovens em relação ao grupo dos alunos mais velhos, sendo que

o grupo dos alunos mais jovens era composto por 37 sujeitos, e o grupo dos mais velhos por

61 sujeitos. Isto reforça a ideia que, para os sujeitos mais jovens, as representações de

matemática ainda estão associadas predominantemente com a prática escolar.

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No entanto, para compreendermos o sentido atribuído às evocações pelos alunos

do PROEJA, faz-se necessária a realização da terceira etapa da pesquisa, a fim de

compreender o sentido das evocações e compreender melhor a lógica que organiza seus

conteúdos.

5.3 TERCEIRA ETAPA: A DINÂMICA DA REPRESENTAÇÃO

Com o objetivo de conhecer melhor a lógica que preside à organização dos

elementos no campo semântico da representação, a fim de atender ao terceiro objetivo

específico (compreender como são gerados, reproduzidos e/ou alterados os significados

atribuídos aos elementos das representações), solicitamos a 20 alunos que participaram da

primeira etapa, que organizassem as evocações em grupos, obedecendo a critérios por eles

determinados e de forma que uma mesma evocação não fizesse parte de mais de um

agrupamento. Solicitamos também que nomeassem e justificassem as categorias formadas

(grupos de evocações). De acordo com Roazzi (1995), trata-se do Procedimento de

Classificações Múltiplas (PCM).

Para Roazzi (1995), o uso do PCM dá liberdade para o participante utilizar suas

próprias ideias, seus “constructos”. Isso permite que ele expresse livremente sua forma de

pensar. Este procedimento privilegia aspectos qualitativos que ajudam na compreensão do

conhecimento, da lógica natural que os participantes utilizam para dar sentido ao mundo. O

PCM “permite ao pesquisador estudar formas de conceitualizações individuais e de grupo

sobre determinado assunto de uma maneira altamente estruturada e organizada, possibilitando

a estruturação de entrevistas qualitativas.” (ROAZZI, 1995, p.18).

Ainda, de acordo com Roazzi, ao realizarem tarefas ou atividades, as pessoas

tendem a desenvolver um processo de categorização e de classificação. Este é o ponto de

partida para sua compreensão da realidade, pela atribuição de significados que se refletem em

formas únicas de construção de mundo.

No caso do estudo de representações sociais, as categorizações produzidas pelos

sujeitos contribuem para o conhecimento dos processos de ancoragem.

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Os agrupamentos formados foram submetidos à Multidimensional Scalogram

Analysis (MSA), a qual permite “realizar comparações diretas entre estruturas mentais

complexas, através do uso de representações geométricas” (ROAZZI, 1995, p. 3).

5.3.1 Participantes

Participaram desta segunda etapa 20 alunos (60% do sexo feminino e 40% do

sexo masculino) do PROEJA, do CEFET/SC, unidade de Florianópolis, matriculados nos

módulos II, III, e técnico módulo I e II, sendo 55% do módulo III, e 70% dos alunos têm entre

18 e 39 anos, conforme APÊNDICE D.

A coordenação do PROEJA cedeu uma sala para a realização das entrevistas, e os

alunos foram contatados por telefone, dentre aqueles participantes da primeira etapa que se

colocaram como disponíveis para participar da segunda etapa. Devido à dificuldade em

entrevistar um número significativo de sujeitos, quatro alunos que não participaram da

primeira etapa foram convidados a participar. As entrevistas foram realizadas nos meses de

outubro e novembro de 2008.

5.3.2 Procedimentos de geração de dados

Ao escolher as evocações utilizadas nesta etapa foi preciso observar as evocações

mais recorrentes da primeira etapa, e determinar uma linha de corte, de modo que as

evocações escolhidas fossem as mais amplas possíveis. De acordo com o Quadro 1 (ver

página 59), determinamos o corte na 34ª evocação, com freqüência 3 e ordem média na casa

das unidades também igual a 3. Determinamos o corte nesta posição, para que palavras ou

expressões com a mesma freqüência e ordem média fossem incluídas.

Para facilitar ao sujeito pesquisado as classificações e não envolver muitas

palavras, dentre estas 34 evocações, escolhemos 30 e incluímos ainda a palavra matemática.

As palavras retiradas foram: multiplicação e subtração, por se referirem a operações, ideia já

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representada pelas palavras soma e divisão; atenção, por se aproximar do significado já

representado pela palavra concentração e complexo por seu significado estar incluído na

palavra complicado.

A seguir apresenta-se a lista de palavras utilizadas na terceira etapa da pesquisa:

Quadro 6 – Evocações utilizadas na segunda etapa.

Aprendizagem

Cálculo

Complicado

Concentração

Contas

Desafio

Desenvolvimento mental

Dificuldade

Divisão

Dor de cabeça

Esforço

Estudar

Exercícios

Fórmulas

Função

Gosto

Gráficos

Importante

Matemática

Medidas

Medo

Necessidade

Números

Obstáculos

Pensar/raciocinar

Problemas

Professor

Resultados

Soma

Tabuada

Útil

A aplicação do PCM foi realizada em duas modalidades. No Procedimento de

Classificação Livre (PCL), os sujeitos realizaram categorizações livremente, sem qualquer

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limitação, de acordo com algum critério escolhido por eles próprios, de modo que todas as

evocações de um mesmo grupo tivessem algo em comum, e que nenhuma evocação

pertencesse a dois grupos. Caso o sujeito tivesse dificuldade em alocar uma ou mais

evocações, estas poderiam ficar de fora das categorizações e rotuladas como “não

classificados”.

Em seguida, foi solicitado um título ou nome para cada um dos grupos, um

símbolo que lembrasse matemática e que o sujeito justificasse as categorizações feitas. Estas

justificativas foram gravadas utilizando-se um gravador digital que disponibiliza seu conteúdo

em formato mp3. Posteriormente estas entrevistas foram transcritas, mantendo-se a linguagem

dos sujeitos (APÊNDICE E), para compreensão da lógica que orientou as categorizações.

Já no Procedimento de Classificação Dirigida (PCD), a palavra estímulo

matemática foi mantida afastada das demais, e solicitado aos alunos que escolhessem 6

palavras dentre as 30, que mais tivessem a ver com matemática, e assim sucessivamente o

sujeito era solicitado a escolher 6 palavras dentre as que restaram, formando assim 5 grupos.

O PCD ajuda a confirmar a estrutura da representação.

Novamente, os sujeitos intitularam os grupos, justificaram suas escolhas e estas

justificativas foram gravadas e transcritas, conforme o APÊNDICE F.

Roazzi (1995) destaca a aprendizagem a partir das classificações múltiplas, pois

ao repetir os procedimentos de classificação, o próprio sujeito aprende algo sobre sua maneira

de pensar em relação ao objeto pesquisado.

5.3.3 Análise do PCL

Ao realizar o PCL, constatou-se que, para organizar as evocações, um número grande

de sujeitos utilizou uma lógica pré-conceitual (por exemplo, formando complexos em cadeia13

).

Por um lado, isto mostra que as categorizações sofreram influências e distorções de acordo com as

primeiras palavras escolhidas para fazer parte do grupo e as palavras seguintes já estariam

determinadas por estas. Por outro lado, verificamos como as representações sociais se organizam

13

É curioso observamos que Vygotski (2005), mesmo anteriormente a teoria das Representações Sociais,

discute a organização do complexo em cadeia, a saber a “... junção dinâmica e consecutiva de elos isolados

numa única corrente, com a transmissão de significado de um elo para o outro” (VYGOTSKI, 2005, p. 79).

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70

na mente dos sujeitos obedecendo a uma lógica natural e não a uma conceituação sistemática,

como acontece no conhecimento científico.

Além do posto no parágrafo anterior, outras formas de organizar as categorizações

também foram freqüentes, como a formação de uma frase com as palavras; a escolha de uma

palavra como ideia central para reger o grupo (complexo familiar); subgrupos dentro de

complexos em cadeia; grupos regidos por um critério ou característica comum; e ainda grupos

sem qualquer conexão aparente.

Com todos os agrupamentos definidos, estes foram submetidos à

Multidimensional Scalogram Analysis (MSA) com o auxílio do software Liverpool Interactive

Facet Analysis (LIFA). Como resultado temos a seguinte figura:

Figura 1 – Diagrama produzido pela MSA, mostrando o espaço semântico das evocações associadas à palavra

MATEMÁTICA.

Aprendizagem da matemática

(escolar)

Minha relação com a matemática

(cotidiano)

Simbolização – atividade mental

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71

O Quadro 7 a seguir é a legenda da Figura 1, nela estão descritos os significados

das abreviações presentes na Figura 1.

Quadro 7 – Lista de abreviações das evocações

Abreviação Evocação

apr Aprendizagem

calc Cálculo

comp Complicado

conc Concentração

cont Contas

desaf Desafio

desen desenvolvimento mental

dif Dificuldade

div Divisão

dor dor de cabeça

esf Esforço

est Estudar

exer Exercícios

form Fórmulas

func Função

gos Gosto

graf Gráficos

imp Importante

med Medidas

medo Medo

nec Necessidade

num Números

obs Obstáculo

pens pensar/raciocinar

prob Problemas

prof Professor

res Resultados

soma Soma

tab Tabuada

útil Útil

Podemos observar na projeção produzida pela MSA que o conjunto das

categorizações formadas pelos sujeitos se apresenta em uma representação geométrica.

Assim, a MSA separa o espaço em regiões de modo que os itens pertencentes a uma categoria

se localizam em uma mesma região. Deste modo, quanto mais próximos estão os pontos, mais

similares são as categorias atribuídas pelos sujeitos. E como conseqüência, quanto maior a

distância entre os pontos projetados, maior a dessemelhança entre eles (ROAZZI, 1995).

Para compreender e estabelecer os cortes no diagrama da MSA recorremos as

justificativas dos sujeitos, analisando suas falas.

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72

Embora não se trate propriamente de uma análise de conteúdo, alguns dos

procedimentos metodológicos adotados nesta análise seguem as orientações e os passos

sugeridos por Bardin (2008) e Krippendorff (1990). Realizamos, inicialmente, a Leitura

Flutuante das justificativas, que segundo Bardin (2008, p. 122) “... consiste em estabelecer

contacto com os documentos a analisar e em conhecer o texto...”. Esta leitura nos permitiu

sistematizar as ideias iniciais fazendo um recorte dos materiais, estabelecendo assim um

corpus de análise.

Analisando as justificativas produzidas pelos sujeitos, identificamos três grandes

categorias que correspondem às regiões geográficas delimitadas pela MSA: Aprendizagem da

matemática (escolar), Minha relação com a matemática (cotidiano), e Simbolização –

atividade mental. Adotamos essas denominações de acordo com as evocações pertencentes às

regiões e o que estas significavam. Ainda, a partir das justificativas dos sujeitos, foi possível

perceber como as três categorias se articulam nas representações dos alunos.

A categoria Simbolização – atividade mental é formada pelas evocações

“desenvolvimento mental”, “desafio”, “problemas”, “útil”, “dor de cabeça”, “esforço”,

“estudar”, “fórmulas”, “exercícios”, e ainda as evocações que estão circuladas e que fazem

parte dos elementos do provável núcleo central: “contas”, “cálculo”, “dificuldade”,

“números” e “pensar/raciocinar”. Esta simbolização está coerente com a imagem que os

sujeitos identificaram como aquela que lembra matemática. Entre as imagens mais citadas

então: números e os sinais das quatro operações.

Vejamos as justificativas relacionadas ao desenvolvimento mental:

O desenvolvimento mental que tu tem que trabalhar muito [...] tem que pensar muito e

raciocinar, pra poder fazer os cálculos, pra né aprender. (S. 02)

Por que ao mesmo tempo que tu tem que pensar tem que raciocinar na questão que tu tá

resolvendo. (S. 09)

Desenvolvimento mental é que a matemática vai nos proporcionar né, cada aprendizagem que

eu tenho eu vou, eu tenho desenvolvimento mental. Esforço, complicado, dificuldade,

necessidade, dor de cabeça, são o que esse desenvolvimento mental vai nos proporcionar [...]

pra fazer o exercício tem que saber pensa e raciocinar, né ... (S. 15)

Ah, porque pra fórmulas tu precisa de desenvolvimento mental, pra ti chegar no cálculo, pra

tê o resultado de uma conta, é mais ou menos por aí, foi por aí que eu pensei, tudo tem

números né [...] Ah, porque tem que ter, pra ti entender as fórmulas, fazer as contas, a divisão,

a tabuada, tem que ter um desenvolvimento assim rápido e lógico, é uma coisa assim... pegar

já no ar. (S. 14)

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Em conjunto com a evocação “pensar/raciocinar” estão as evocações “exercícios”,

“fórmulas” e “estudar”. Os alunos justificam a necessidade de resolver exercícios, e como

relacionam esta com as outras evocações:

... que há necessidade de fazer bastante exercícios, pra desenvolver o pensamento, o

raciocínio... (S. 18)

... mas as fórmulas que é uma dor de cabeça pra gente tá achando cada uma até se vê ali na

matemática e aprender pra que serve a fórmula e como se deve usar, e que a gente sabe que,

como eu terminei a palavrinha aqui, tudo vai ser útil, mas é o nosso dia-a-dia com dor de

cabeça, com pensar com raciocinar dentro das contas, divisão, função, fórmulas, números

gráficos, tabuada. (S. 02)

Vamos supor, tu optou por uma fórmula, tem que pensar, não vamo por outra de repente lá é

mais fácil. Porque na matemática você pode encontrar a resposta de várias formas, resolver de

várias formas [...] de repente facilita mais a você pra resolver a questão. (S. 09)

Já as evocações “problemas”, “útil”, “esforço” e “dor de cabeça” completa esta

região. Estas evocações parecem expressar os „percalços‟ pelos quais os alunos necessitam

passar para aprender matemática, transparecendo a idéia de que com esfoço é possível

aprender matemática:

... com tudo isso a gente aprende né, a gente aprende cada vez mais, com aprendizagem, com

os problemas, com medo, com a necessidade, desafio, esforço, dificuldade, obstáculo, isso são

coisas do nosso dia-a-dia [...] quem te disser que nunca passou por problemas, por medo, com

a necessidade, desafio, esforço, dificuldade tá mentindo [...] E a dor de cabeça se dá a respeito

do complicado, a gente sofre por antecedência, [...] e que a gente sabe que, como eu terminei

a palavrinha aqui, tudo vai ser útil, mas é o nosso dia-a-dia com dor de cabeça, com pensar

com raciocinar dentro das contas, divisão, função, fórmulas, números gráficos, tabuada. (S.

02)

Porque na matemática o que gera é concentração, pensar, raciocinar, os problemas que vão

aparecendo, e as etapas. [...] É fundamental na vida da gente estudar, porque é importante, é

necessário, né, é um esforço que a gente faz pra si próprio, que o único benefício que a gente

traz pra gente na verdade na vida, eu acho que é o estudo, que a gente leva pra vida toda. (S.

04)

A dor de cabeça é o resultado de quase tudo isso, e final de semana tem dor de cabeça, tem

que entregar alguma coisa, procurar fazer. (S. 06)

Pelo que eu tenho visto né, até agora, a matemática é importante na nossa vida pra tudo e ela

tá presente em tudo, e é muito útil a gente pode sabe entende né, pra podê tá resolvendo muita

coisa do dia-a-dia. (S. 10)

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Assim, podemos considerar que estes significados que se referem à simbolização,

à atividade mental, traduzem as representações de conhecimento matemático, conhecimento

esse que é necessário para o desenvolvimento mental do sujeito e, ao mesmo tempo, depende

desse desenvolvimento para ser construído.

As evocações “professor”, “tabuada”, “soma”, “resultados”, “matemática”,

“concentração”, “divisão”, “aprendizagem”, “obstáculo” e “complicado” formam a categoria

Aprendizagem da matemática (escolar), que enquanto disciplina é composta pelo momento

em sala de aula necessário à aprendizagem, em nossa cultura. Nos trechos seguintes, pode-se

perceber que a matemática, enquanto disciplina escolar, exige concentração do aluno para que

se possa chegar aos resultados esperados:

Tudo a ver com a matemática. As fórmulas, o gosto, a soma, o professor, o ensinamento... (S.

06)

... é tudo o que se encaixa dentro da matemática [...] e no final o resultado. (S. 19)

Função, soma e divisão, obrigatória saber tabuada pra sabê a matemática ... (S.15)

Porque na matemática tem, as funções, a soma, os problemas, os exercícios, e terminando, pra

ti fazer tudo isso tem a concentração pra ti consegui fazer tudo isso. (S. 14)

Estas evocações estão associadas à ideia de algo simples, corriqueiro da sala de

aula e da própria matéria matemática. No entanto, os sujeitos afirmam que é a matéria que

exige “concentração”. A evocação “resultados” ora é atribuída ao resultado de uma conta de

2+2=4, por exemplo, ora é expressa como o desejo por resultados bons e positivos no final do

ano (atendimento às metas), ou como resultados da aprendizagem, pois os sujeitos esperam

“... resultado do conhecimento mesmo, que você aprendeu realmente, que você entendeu

mesmo, não simplesmente passou assim, resultados positivos, que conseguiu entendê” (S. 18).

Para Ramos (2004) é evidente que ao pensar em matemática remetemos as

componentes integrantes da própria disciplina como números, expressões, símbolos, etc e a

operatória da sala de aula, como os exercícios, contas, cálculos, entre outros, revelando a

importância do tipo de atividade de aprendizagem desenvolvida na formação das

representações sociais dos alunos acerca da matemática.

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Neste contexto da disciplina de matemática, em que nas palavras dos alunos

“Tudo que tem na matemática. Porque é tudo mais ou menos que cai dentro da matéria né.

(S.11)”, surge o papel do professor, como alguém indispensável para que haja aprendizagem:

Professor é aprendizagem, é a minha dependência, eu preciso do professor pra minha

aprendizagem, claro não necessariamente, mas de alguma forma direta ou indireta também,

porque eu preciso do professor, porque pra mim tê a base eu preciso do professor pra essa

aprendizagem. (S. 12)

A ajuda do professor é muito útil, a gente precisa dele, se a gente não tem professor, que é a

nossa necessidade no caso né, pra ensinar os cálculos matemáticos, a gente não tem como

chegar no resultado que a gente quer. (S. 13)

Ruiz (2001, p. 132) alerta sobre esta dependência dos alunos em relação ao

professor. Alerta que se possui o pensamento de que a possibilidade de conhecimento está no

outro, ou seja, no professor, que é aquele que pode “... colocar "as idéias" na cabeça dos

aprendizes”. Por outro lado, a afirmação da necessidade do professor mostra o

reconhecimento da diferença do conhecimento matemático e do senso comum, colocando o

professor como mediador da aprendizagem.

Finalmente, a categoria Minha relação com a matemática (cotidiano), onde as

evocações “medidas”, “gosto”, “importante”, “necessidade”, “função”, “gráficos” e “medo”

remontam a utilização da matemática no cotidiano, e como cada um dos sujeitos se relaciona

com a matemática e expressam as necessidades do curso ou daquilo que estão estudando:

E a necessidade por exemplo, o curso que eu tô fazendo ela (a matemática) é muito usada

então eu tenho dificuldade de aprender, de alguma forma eu tenho que aprender. (S.07)

Eu botei mais assim também na mecânica lá a gente faz muito gráfico né, diagrama de fases, e

também exige cálculo, a função também dos gráficos é muito importante, e a gente precisa

fazer exercício pra chegar no resultado dos gráficos. (S.13)

E de medir, principalmente agora que a gente tá aprendendo, que é de medir área, calcular

piso, é tudo por medida. (S.11)

As evocações traduzem a necessidade e a importância da aprendizagem da

matemática. Elas passam a idéia que é necessário gostar do que se está estudando, caso

contrário será complicado e haverá mais obstáculos. Já as evocações “medidas”, “gráficos” e

“função” refletem a idéia de instrumentos da rotina dos cursos técnicos que os sujeitos já

cursam, ou possuem a expectativa de freqüentar. Contudo, constata-se que parte dos sujeitos

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interpretaram a expressão “medidas” como maneiras ou atitudes a serem tomadas. Neste

conjunto estão as atitudes a serem tomadas pelos sujeitos para a resolução dos exercícios no

contexto da aprendizagem. Por fim, o “medo” surge aqui mais distante, mas representa a

possível frustração de não atingir os objetivos da aprendizagem, ou de não conseguir resolver

as atividades solicitadas pelo professor.

Nota-se nos discursos dos sujeitos a forte ligação com conteúdos específicos dos

cursos técnicos escolhidos pelos sujeitos (Curso Técnico de Construção Civil - Habilitação

em Saneamento, Curso Técnico de Edificações, Curso Técnico de Mecânica - Habilitação em

Automobilística, e Curso Técnico de Eletrotécnica), e ainda uma descrição para a evocação

“gosto”:

... de qualquer forma, a pessoa vai ter que gostar pra fazer, se ela não gosta não adianta, eu

acho que ela tem que pelo menos gostar um pouquinho, aprender a gostar da matemática e daí

na matemática tem professor, tem aprendizado, é necessário... (S. 19)

... porque aprender é bom, eu gosto, dá resultado, faz a gente pensar mais e raciocinar, pelos

passos que a gente deve usar, tá aprendendo, a gente passa por obstáculos, e o esforço é um

desafio. (S.14)

A evocação “gosto” denota a necessidade de ter prazer com o conteúdo de

matemática para se obter sucesso ao final do curso, caso contrário, as chances de fracasso

aumentam consideravelmente na ótica dos sujeitos.

Por fim, ainda se têm as explicações para as evocações “obstáculo” e “medo”:

É eu acho que assim é dentro da matemática tem os obstáculo por que muda muito numa

semana num dia já tem uma matéria sobre cilindro na outra já é sobre pi na outra... sempre tá

mudando..então então tem uns obstáculos ali que às vezes a gente não consegue passar e daí

tem que pedir ajuda prum colega, tem que pedir ajuda prum outro professor tem que pedir

ajuda pra alguém de fora (S.19)

Medo seria no caso assim de não aprender, medo assim por exemplo, eu coloquei junto com

os resultados, porque é medo de você não ter os resultados, talvez assim né (S.18)

É o medo de errar. O medo dos resultados. De chegá no resultado que não é. (S. 13)

Outra característica é a necessidade e a importância dada à matemática:

É, eu acho que na matemática é muito necessária tem muita... é muito necessária a

matemática... (S. 19)

... é importante sim, a matemática é importante, e é importante... (S. 08)

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Matemática eu coloquei porque a matemática é importante você aprendê as fórmulas né, e

tendo as fórmulas pra ti já é mais fácil chegá na soma nos resultados... (s.13)

Percebemos aqui que os alunos possuem consciência da importância e da

necessidade da matemática em suas vidas. Mas, até que ponto esta consciência é apenas a

repetição de um discurso insistentemente repetido nas escolas, não é possível saber.

Acreditamos que algumas frases, de tão repetidas, são incorporadas pelos alunos e estes as

usam em seu vocabulário como forma de justificar o seu retorno à escola. A matemática

surge, várias vezes, no discurso dos sujeitos, apenas como um chavão, uma mera repetição de

discurso.

Encontramos então a descrição de uma matemática escolar, com conteúdos

primordiais como “soma” e “tabuada”. E outra matemática, já muito mais relacionada com os

cursos técnicos, que é importante, precisamos gostar do que está estudando, e a necessidade

de aprendê-la, com algumas complicações e obstáculos, finalizando com o medo de não

alcançar a aprendizagem ou de errar. E ainda a matemática enquanto atividade mental.

5.3.4 Análise do PCD

A partir das categorizações realizadas na segunda modalidade do PCM, o PCD,

atribuiu-se uma pontuação para cada uma das evocações de acordo com o grupo a que

pertenciam. Para as 6 (seis) primeiras evocações escolhidas foi atribuído peso 2 (dois), para as

6 (seis) evocações seguintes peso 1 (um), e assim por diante até as últimas 6 (seis) evocações

que receberam peso negativo, -2 (menos dois). Este procedimento foi repetido para os 20

sujeitos da pesquisa. Somando os pontos atribuídos a cada uma das evocações temos o

Quadro 8:

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Quadro 8 – Pontuação das evocações no PCD

Ordem Evocação Pontuação Legenda

1 cálculo 26 Simbolização – atividade mental

2 números 24 Aprendizagem da matemática (escolar)

3 concentração 23 Minha relação com a matemática

(cotidiano) 4 contas 22

5 pensar/raciocinar 21

6 fórmulas 16 Obs: as palavras em negrito são as que

7 divisão 15 Têm maior probabilidade de pertencer

8 tabuada 14 ao núcleo central.

9 soma 11

10 gráficos 10

11 exercícios 9

12 resultados 7

13 desenvolvimento mental 5

14 estudar 3

15 função 1

16 problemas -2

17 medidas -4

18 necessidade -6

19 professor -7

20 esforço -8

21 desafio -9

22 aprendizagem -10

23 importante -10

24 complicado -14

25 útil -15

26 dificuldade -18

27 obstáculos -24

28 gosto -25

29 medo -26

30 dor de cabeça -29

Posteriormente a esta ordenação, os dados foram submetidos a tratamento

estatístico. A Similarity Structure Analysis (SSA) é muito parecida com o MSA. Contudo, a

SSA é baseada em proximidades, projetando regiões de contiguidade ou de descontiguidade

(ROAZZI, 1995). Com a ajuda do software SPSS se obteve uma projeção em duas dimensões.

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Figura 2 – Imagem das evocações em distâncias Euclidianas.

Apesar das palavras pertencentes a cada uma das facetas produzidas na análise

PCL apareçam redistribuídas na análise do PCD, as duas facetas reveladas no diagrama

produzido pelo SPSS revelam, mais uma vez, significados relacionados com os registros

simbólicos da linguagem matemática, por um lado, e da relação do sujeito com a matemática,

por outro. Na primeira faceta (à esquerda) as evocações estão fortemente relacionadas com os

registros simbólicos da matemática. Mais uma vez o professor é incluído nesta faceta, pelo

entendimento de que a apropriação da linguagem matemática requer a mediação de um

especialista.

Porque são uma das situações assim mais importantes da matemática, tabuada, as contas, os

cálculos, os números, o professor em primeiro lugar pra tê alguém pra te orientar [...] Porque

ela engloba, no caso ali, o que a gente precisa fazer em si da matéria, é o que precisa, estudar,

ter bastante exercício, que precisa bastante ... (S. 10)

... pra tu aprender no caso a matemática, é o fundamental, tem que ter um pouco da tabuada,

tem que fazer as contas, essas contas seria a soma, os cálculos, a divisão, os gráficos. (S. 12)

A outra faceta (à direita) refere-se predominantemente à relação do sujeito com a

matemática.

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E medo, é sempre o medo de errar nas coisas simples, as vezes é fácil, mas a pessoa acha

complicado. (S. 13)

Aí... Assim é, porque assim acho que a matemática a pessoa tem que ou gostar ou pelo menos

aprender a gostar da matemática,porque ela é complicada tem que tomar medidas corretas, a

pessoa fica com medo, dá dor de cabeça...e... (S.19)

Eu diria que isso aqui é o último passo, se tu superares este grupo, que é tua necessidade, teu

desafio, a tua dificuldade, os obstáculos que a gente tem, a dor de cabeça e ainda gostar, não

precisa mais nada. (S. 02)

Esse aí é simplesmente, porque não tem quem não sinta um pouco de dificuldade, e que não

sinta um pouco de dor de cabeça pra estudar matemática, é o normal pra todo mundo eu acho,

mas não penso nisso aí como um empecilho pra mim não estudar, sei das minhas limitações

lógico, em termos de tempo pra adquiri esse conhecimento, talvez exige um pouco mais de

dedicação as vezes comparado com outro, mas não é isso que vai me impedir de estudar. (S.

18)

É interessante observar que, quanto mais próximas do canto inferior esquerdo da

projeção as evocações estiverem, mais relacionadas estarão com a matemática. Já as

evocações mais próximas do canto superior direto estão menos relacionadas com a

matemática. Assim, podemos observar que as evocações consideradas mais relacionadas

referem-se a processos cognitivos dos sujeitos e aos registros simbólicos da matemática,

enfatizando, mais uma vez, a quase identidade entre conhecimento matemático e cognição.

Que matemática é ela tem que pensar né no caso raciocínio né, matemática é raciocínio,

através do raciocino (sic.) a gente temos desenvolvimento mental, temos aprendizagem e

vamos ter concentração pra aprender matemática, e resultados no caso vamo ter resultado que

vão ser útil [...] O resultado da aprendizagem do desenvolvimento mental. (S. 15)

Tá, daqui eu preciso ter um desenvolvimento mental, pra começar esses dois aqui já teria que

ter um desenvolvimento mental, pra te esse desenvolvimento mental tem que ter um pouco de

esforço, pra esse esforço meu se mais..., um pouco maior assim, eu tem que ter esses resultado

pra me motivá, e pra mim te esses resultados eu vou ter um professor, que eu já falei da

importância dele e a utilidade dele na nossa vida. (S.12)

Desta forma, as várias análises da terceira etapa mostraram que as relações dos

sujeitos com a matemática, tanto na escola como nas práticas cotidianas, parecem contribuir

para consolidar a representação da matemática como um conhecimento abstrato, que se funde

com a atividade mental dos sujeitos, de tal forma que fica difícil saber se é o conhecimento

matemático que desenvolve a mente ou se é o desenvolvimento mental que permite a

ampliação do conhecimento matemático. Aliás, esta é uma polêmica que até hoje não está

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bem resolvida pela própria psicologia. Essa significação do conhecimento matemático é

objetivada em imagens dos registros de representação que constituem a linguagem

matemática, sobretudo os numerais e os símbolos utilizados nas operações aritméticas..

5.3.5 Outras análises

Há também outros aspectos que apareceram nas justificativas do PCL, e que

revelam sobre o ser sujeito EJA. O primeiro aspecto relevante diz respeito às dificuldades

individuais apontadas por alguns sujeitos:

... eu tenho falta de concentração, e falta assim, falta também um pouco de raciocínio, e sou

muito esquecida ... (S. 05)

É porque o professor ele explica da forma dele ele não tem culpa se eu não entendi, e eu acho

que não tem nada a ver com a matéria, eu gosto dos professores, o problema é que eu tenho

dificuldade de aprender. (S. 07)

Eu gosto de aprender muito, quero muito ser... como que eu poderia dizer.. assim ser um

expert né... não ter tantos obstáculos que hoje os obstáculos que eu tenho seria no caso um

cpu muito antigo. (S. 20)

Quando o sujeito faz referência a um “cpu muito antigo”, está falando de sua

idade, e neste caso o sujeito tem apenas 34 anos, mas em seu julgamento sua idade é um

obstáculo. Já os relatos de “falta de concentração [...] e um pouco de raciocínio” e “ele (o

professor) não tem culpa se eu não entendi, [...] o problema é que eu tenho dificuldade de

aprender” revelam seus anseios em aprender, estar mais concentrado nos estudos, e

desenvolver o raciocínio. Estes são conceitos formados e incutidos nos alunos no processo de

exclusão escolar.

Um segundo aspecto encontrado nas justificativas faz menção ao tempo em que o

sujeito permaneceu afastado da escola, o que provocaria uma dificuldade ou „empecilho‟ para

sua aprendizagem neste momento:

... depois de determinadas alturas, lá pelas tantas, como hoje que eu fiquei 20 e poucos anos

sem estudar, então se o professor no caso for bom e a gente se der bem, e ele souber passar

isso pros alunos, eu acho que a matemática não vai ser só importante, mas o quanto eu vou

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gostar, e os resultados serão os melhores possíveis, então esse grupo fecha perfeitamente. (S.

02)

A minha dificuldade hoje, porque eu fiquei 19 anos sem estudar, eu parei no ensino médio, no

segundo ano, por uma série de problemas eu parei e voltei, e eu acho que é muito mais fácil

pro jovem isso, é, tê um ensino regular normal, do que voltar depois de 20 anos né, e se não

levar a sério mesmo a gente não consegue. (S. 04)

Eu acho que o professor, agora como eu fique muito tempo fora da sala de aula, que o

professor tem o raciocínio muito rápido, eu fiquei 16 anos fora de uma sala de aula. (S. 05)

... no caso assim, eu demorei bastante pra voltá às aulas, eu saí da aula bem nova..., casei, tive

filhos, não é que seja um problema, mas é que acaba acarretando, atrasa, e às vezes é uma

coisa ou outra no trabalho... (S. 10)

Um terceiro aspecto relevante encontrado nas justificativas e chamado de

“complicações da vida”, em que os sujeitos expressam as dificuldades que enfrentam para

estudar, principalmente o estudante que também é trabalhador:

... as complicações, aí já tem outra parte complicada que é o transporte, a alimentação, a sua

vivencia do dia-a-dia, a convivência com as pessoas também, isso é complicado [...] Os

problemas do dia-a-dia, mais parecido com dificuldade, de você encarar dois três ônibus, o

que você ganha você mais gasta do que, parece que você tá sempre devendo. O problema não

é o salário mínimo ser R$ 450, problema que o teu gasto com transporte é caro, saúde,

alimentação, se essas outras coisas fossem mais baratas aí sobrava. (S. 06)

Às vezes você também trabalha, chega cansado e o cérebro não funciona. A mesma coisa se

você tomá uma cachaça tu não vai consegui se concentrar né, também tem um pouco a ver

com o dia-a-dia. (S. 09)

... mas é muito cansativo, tu já não tem tempo, aí tu qué vim, aí tu é cobrado, e as pessoas não

te entendem, porque às vezes tu não traz as coisas prontas, às vezes até acham que é falta de

interesse, mas não é bem por aí, porque tu tem uma vida lá fora, tu tem um emprego que as

pessoas também não querem saber como tá sendo, não querem saber da tua vida pessoal, aí tu

chega aqui muito menos ainda querem sabê, lógico ninguém tem nada a ver com isso, mas é

bem complicado, mas é gostoso. [...] Ah, igual eu te falei, porque estudar pra mim é

complicado, não só pra mim, mas pra metade do pessoal do colégio, questão de horário, de

trabalho, tua vida pessoal né, às vezes a tua vida pessoal não tá legal, mas tu tem que tá aqui,

tem que tá disposta, aí às vezes tu chega aqui tu já não é bem recebida, por um motivo ou por

outro, só que é bom tá aqui, é importante, tem as dificuldades de tudo mas é bom. (S. 14)

Estes últimos relatos são vistos como um desabafo. É evidente que uma grande

parcela da população brasileira enfrenta problemas financeiros, de transporte, alimentação e

saúde. Com isto os sujeitos querem mostrar, que não são diferentes do restante da população,

que não está estudando. Também é uma forma de solicitarem um pouco de atenção, pois

parece que poucos se importam com eles ou sua vida particular.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa foi realizada com os alunos do PROEJA, do CEFET/SC, unidade de

Florianópolis e pretendia atender a três aspectos fundamentais para o conhecimento das

representações sociais: o conteúdo, a estrutura e a dinâmica. Por meio de uma abordagem que

adotou diferentes metodologias, nas diferentes etapas, mas complementares entre si, foi

possível trabalhar com dados quantitativos e qualitativos. Isto foi válido para atendermos aos

objetivos da pesquisa, a saber: 1. identificar os elementos (conteúdo) que constituem o campo

da representação; 2. analisar como esses elementos se organizam com vistas a descrever a

estrutura do campo da representação; e 3. buscar informações que permitam compreender

como são gerados, reproduzidos e/ou alterados os significados atribuídos aos elementos das

representações.

Analisando os dados da pesquisa, observamos ideias compartilhadas sobre

matemática por grande parte dos sujeitos, revelando uma significação comum ao grupo,

sugerindo que esta construção corresponde à representação social de matemática.

Quanto ao conteúdo do campo das representações sociais, este é expresso pelas

evocações dos sujeitos na primeira etapa da pesquisa (Vide APÊNDICE C), e principalmente

pelos significados destas evocações. Resumidamente, o conteúdo pode ser entendido pelas

evocações mais recorrentes, pois estas contêm os significados de forma geral de todas as

evocações. Assim, o conteúdo do campo das representações sociais de matemática encontrado

nesta pesquisa é apresentado no Quadro 1 (ver página 59).

No segundo momento da pesquisa foi estruturado o quadro de quatro casas

(Quadro 2, página 61), e analisadas as justificativas do PCL e do PDC, o que possibilitou

analisar a estrutura do campo da representação e descrever como esses elementos se

organizam; e compreender como são gerados, reproduzidos e/ou alterados os significados

atribuídos aos elementos das representações atendendo ao segundo e terceiro objetivos

específicos. A partir do quadro de quatro casas, foi possível conhecer a estrutura das

representações, organizada em torno do Núcleo Central, 1ª Periferia, 2ª Periferia e Elementos

de Contraste.

Abric defendeu inicialmente a ideia de que toda representação social os elementos

são hierarquizados, e organizados em torno de um núcleo central, que confere à representação

o seu significado (ABRIC, 1994a apud SÁ, 2002). Nesta pesquisa, podemos confirmar a

teoria de Abric para este cenário, pois a matemática é um objeto que pode ser representado.

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Nos resultados da pesquisa constatamos que o Núcleo Central é formado pelas evocações

“números”, “cálculos”, “contas” e “pensar/raciocinar”, presentes na faceta Simbolização –

atividade mental, que representa a matemática enquanto símbolo, e está de acordo com o

símbolo expresso pelos alunos durante a pesquisa. O núcleo central assemelha-se ao

conhecimento científico, e como Gómez-Granell (1998) afirma, requer esforço além de

racionalização.

Já os elementos periféricos e de contraste, estão distribuídos em torno da atividade

mental, por meio de duas facetas da representação, identificadas como A aprendizagem da

matemática (escolar), e a Minha relação com a matemática (cotidiano). O que vem ao

encontro com o que García (1998) aborda, uma vez que a matemática do cotidiano revelada

nas representações sociais é a matemática utilizada nas práticas diárias e necessária aos cursos

técnicos, ou seja, de acordo com a "necessidade" que a vivência cotidiana requisita.

Eu botei mais assim também na mecânica lá a gente faz muito gráfico né, diagrama de fases, e

também exige cálculo, a função também dos gráficos é muito importante, e a gente precisa

fazer exercício pra chegar no resultado dos gráficos. (S.13)

Quanto a matemática escolar presente na representação, esta também está em

consonância com os pensamentos de Ruiz (2001) que exprime a precisão do cálculo, e a

repetição (de exercícios) como possibilidade de conhecimento. Visões estas, presentes nos

discursos dos sujeitos:

... no caso de estudar, [...] há necessidade de fazer bastante exercícios, [...] pra realmente você

aprendê e entendê no caso né (S. 18)

Durante o desenvolvimento da pesquisa, uma das hipóteses levantadas foi de

poder haver diferentes representações entre os alunos mais jovens e os alunos mais velhos,

levando-se em consideração o tempo em que permaneceram afastados da escola. Constatamos

que há sim diferenças, principalmente nas ancoragens, o que pode ser percebido nas

evocações que constituem os elementos periféricos de cada uma das representações (vide

página 63). No entanto, não podemos ser conclusivos e esta hipótese merece ser estudada e

analisada, envolvendo um número maior de sujeitos, para que as inferências possam ser

conclusivas.

Outros aspectos relevantes que surgiram a partir das justificativas do PCL, mostra

a situação dos sujeitos EJA, que dizem respeito às dificuldades individuais apontadas por

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alguns sujeitos; ao tempo que o sujeito permaneceu afastado da escola; e as complicações

que os alunos enfrentam para estudar, principalmente o estudante que também é trabalhador.

Isto mostra que o PROEJA ainda não está atendendo as funções da EJA, de ser Reparadora,

Equalizadora e Qualificadora.

Pesquisadores que somos e preocupados com o ensino da matemática, esperamos

que, os professores conheçam as representações sociais sobre a Matemática de seus alunos,

reflitam sobre elas e, havendo possibilidade, promovam um ensino que leve os alunos a

desenvolver atitudes positivas em relação ao ensino e a aprendizagem desta disciplina, uma

vez que a “aprendizagem tem sentido como um processo cognitivo de mudança das

representações mantidas em relação ao mundo” (POZO, 2004, p. 174). É neste sentido que Sá

(2002) destaca a possibilidade de mudança das Representações Sociais a partir de condições

externas.

Faria (2006) indica que a mudança de atitude em relação à Matemática pode ser

explicada pelas particularidades de um determinado momento da vida, seja ela estudantil ou

profissional. Esta mudança pode ser de positiva para negativa e vice-versa. Naturalmente, é o

anseio de muitos, particularmente dos professores de matemática, que esta mudança seja de

negativa para positiva.

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Educação- ANPED. Rio de Janeiro: Anped, 2006.

VALENTE, Wagner Rodrigues. Uma História da Matemática Escolar no Brasil. 2ª.

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93

VERGÈS, Pierre. Ensemble de programmes permettant L’annalyse des Evocations –

EVOC 2000. Manuel, version 5 avril 2002.

VIZOLLI, I. Registros de representação de alunos e professores de Educação de Adultos

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Universidade Federal do Paraná.

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94

APÊNDICES

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95

APÊNDICE A – Perfil dos Entrevistados na 1ª Etapa

43%

36%

18%

3%Menos de30 anos

30 a 39anos

40 a 49anos

Mais de 50anos

Gráfico 1 – Faixa etária dos entrevistados

49%51%

Masculino

Feminino

Gráfico 2 – Sexo dos entrevistados

14%

15%

16%

13%

13%

13%

16% Turma 131

Turma 132

Turma 133

Turma 231

Turma 232

Turma 233

Turma 331

Gráfico 3 – Turmas participantes

17%

18%

40%

25%

Menos de5 anos

5 a 9 anos

10 a 19anos

Mais de 20anos

Gráfico 4 – Tempo fora da escola

Gráfico 5 – Instituição anterior

0%17%

67%

16%Primário

Secundário

Terciário

Lar/Estududante/Aposentado

Gráfico 6 – Ocupação

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96

APÊNDICE B – Instrumento de pesquisa para a 1ª etapa

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97

APÊNDICE C – Hierarquização das evocações elucidadas a partir da palavra indutora

MATEMÁTICA

Posição Palavra Freqüência Ordem média

1 números 41 1,73

2 cálculo 39 1,69

3 dificuldade 35 1,97

4 contas 20 1,45

5 soma 14 2,57

6 divisão 14 2,64

7 pensar/raciocínio 13 2,39

8 complicado 11 2,18

9 problemas 10 2,7

10 dor de cabeça 8 2,75

11 aprendizagem 7 2,71

12 esforço 7 2,71

13 necessidade 6 2,33

14 fórmulas 6 2,67

15 importante 6 3

16 multiplicação 6 3,17

17 professor 5 1,8

18 concentração 5 2,4

19 desafio 5 2,4

20 resultados 5 2,6

21 atenção 5 2,8

22 função 5 3

23 complexo 4 2,5

24 estudar 4 2,75

25 exercícios 4 3,25

26 subtração 4 3,25

27 obstáculo 3 2

28 desenvolvimento mental 3 3

29 gráficos 3 3

30 tabuada 3 3

31 gosto 3 3,33

32 medidas 3 3,33

33 medo 3 3,33

34 útil 3 3,67

35 adoro 2 1,5

36 fácil 2 1,5

37 precisão 2 1,5

38 trauma 2 1,5

39 responsabilidade 2 2

40 sinais 2 2

41 exatidão 2 2,5

42 lógica 2 2,5

43 ansiedade 2 3

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98

44 dia-a-dia 2 3

45 essencial 2 3

46 física 2 3

47 letras 2 3

48 interpretar 2 3,5

49 conclusão 2 4

50 exemplos 2 4

51 praticar 2 4

52 resolver 2 4

53 vitória 2 4

54 cabeça 1 1

55 construção 1 1

56 educação fundamental 1 1

57 medo de provas 1 1

58 merda 1 1

59 observação 1 1

60 pânico 1 1

61 raiz quadrada 1 1

62 somos dependentes da matemática 1 1

63 um monte de números complicados 1 1

64 agir 1 2

65 arquimedes 1 2

66 astronomia 1 2

67 com esforço talvez fique legal 1 2

68 dedicação 1 2

69 dinheiro 1 2

70 estrutura 1 2

71 fórmulas 1 2

72 frustração de provas 1 2

73 gostaria que ficasse mais fácil 1 2

74 grande 1 2

75 honestidade 1 2

76 incógnita 1 2

77 irritabilidade 1 2

78 legal 1 2

79 luta 1 2

80 mãos frias 1 2

81 mistério 1 2

82 não difícil 1 2

83 não entendo 1 2

84 nervosismo 1 2

85 professores não qualificados 1 2

86 regras 1 2

87 teoria 1 2

88 unir 1 2

89 viver 1 2

90 administração 1 3

91 competição 1 3

92 dúvidas 1 3

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99

93 entender 1 3

94 equação 1 3

95 erro 1 3

96 esperteza 1 3

97 eu não sei fazer 1 3

98 falar 1 3

99 força de vontade 1 3

100 gostoso de resolver 1 3

101 indispensável 1 3

102 interessante 1 3

103 mulher 1 3

104 paralelos 1 3

105 poupança 1 3

106 prazer 1 3

107 precisamos dela para quase tudo 1 3

108 prova 1 3

109 quebra-cabeça 1 3

110 química 1 3

111 recuperação das materias 1 3

112 reflexão 1 3

113 regular 1 3

114 saber calcular 1 3

115 sexta-feira 1 3

116 silêncio 1 3

117 tudo 1 3

118 "x" 1 4

119 acerto 1 4

120 ângulo 1 4

121 beneficio 1 4

122 capacidade 1 4

123 com nexo 1 4

124 conhecimentos gerais 1 4

125 contabilidade 1 4

126 crescimento 1 4

127 elementar 1 4

128 escalas 1 4

129 estatísticas 1 4

130 fico nervosa 1 4

131 fração 1 4

132 horário 1 4

133 inteligência 1 4

134 lazer 1 4

135 matemática globalizada 1 4

136 mentalização 1 4

137 movimento 1 4

138 odeio matemática 1 4

139 perguntas 1 4

140 porcentagem 1 4

141 português 1 4

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100

142 poucas pessoas gostam 1 4

143 prazo 1 4

144 preocupação 1 4

145 rapidez 1 4

146 recompensa 1 4

147 repetência do ano letivo 1 4

148 rever 1 4

149 socorro 1 4

150 somatório 1 4

151 tempo 1 4

152 tenho que aprender 1 4

153 um bom professor 1 4

154 vontade 1 4

155 vou vencer a dificuldade 1 4

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101

APÊNDICE D – Perfil dos Entrevistados na 2ª Etapa

Gráfico 7 – Faixa etária dos entrevistados na 2ª etapa

Gráfico 8 – Sexo do entrevistados na 2ª etapa

Gráfico 9 – Turmas participantes na 2ª etapa

Gráfico 10 – Gosta de matemática? (2ª etapa)

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102

APÊNDICE E – Transcrição das Justificativas no PCL

Sujeito 01

Grupo Evocações Justificativa

Rac

ioci

nar

Necessidade

Professor

Concentração

Pensar/Raciocinar

Aprendizagem

Obstáculo

Dificuldade

Eu dei esse título porque a gente tem dificuldade no aprender, na

vida. E as palavras aqui que eu separei elas completam com as

dificuldades das pessoas, a dificuldade de aprender. Onde que eu

botei aqui necessidade, concentração, pensar raciocinar,

aprendizagem, obstáculos, dificuldade...

E porque, por exemplo, tu colocou a palavra professor ali junto?

Porque a professora tá sempre ajudando a gente, orientando né, tá

sempre ao lado da gente, como aqui ela tá sempre do meu lado,

orientando a gente, ensinando né, porque sem o professor a gente

não consegue aprender, por isso tem que tá perto da gente, pra gente

aprender.

E a palavra necessidade, necessidade de superar essa dificuldade ou

necessidade da matemática?

Da matemática, eu tenho necessidade nisso...

Uti

liza

r

Útil

Contas

Números

Tabuada

Matemática

Cálculo

Porque a gente sempre precisa de um livro, a gente tem que correr

atrás, tem que ir na biblioteca, por isso coloquei utilizar, porque é a

forma que a gente precisa não tem, precisando a gente tem que ir

atrás utilizar, porque é aquilo ali que a gente precisa

E as palavras, por exemplo, contas, números, tabuada, matemática,

cálculo?

E cálculos, é porque eu sei calcular mais ou menos, e a matemática

porque eu tenho dificuldade.

A tabuada eu sei, os números também.

Contas a gente fica meia, tem dificuldade também nisso aí.

E utilizar, utilizar aquele livro que a gente quer, correr atrás daquele

livro que a gente quer pra aprender as matérias.

Ap

ren

diz

agem

Resultados

Divisão

Gráficos

Estudar

Gosto

Função

Medo

Resultados, quando a gente chega final do ano, a gente quer sempre

ter um resultado bom das notas.

E divisão, a gente tem que sê sempre, o que a gente tem, tem que

dividir com as pessoas não tem?, com os amigos, o que a gente tem

eu gosto de dividir.

Gráficos, é sobre os gráficos que o professor passa pra gente.

E estudar, a gente tem que estudar bastante.

E gosto, é que a gente tem que gostar daquilo que tá fazendo, aonde

que eu coloquei isso aqui. Tem que gostar da função que a gente

escolhe.

E medo é porque eu tenho muito medo que pode acontecer alguma

coisa comigo e com meus filhos.

rmu

las

Importante

Medidas

Desafio

Soma

Fórmulas

Desenvolvimento mental

Desenvolvimento mental é porque eu leio muitos livros não tem?,

sobre a mente que eu gosto muito de ler.

Formas, a gente tem que ler e aprender aquilo ali né, a matéria ali,

tem que aprender a somar né.

O desafio, a gente tem que desafiar aquilo que a gente quer, tem que

lutar, correr atrás, não tem?

E medidas, a gente tem que, depende, a gente tem que correr atrás

na medida que a gente possa alcançar aquilo que a gente quer.

E importante é que a gente tenha estudo e pode chegar onde a gente

quer, conversar, apresentar as pessoas, chegar perto das pessoas

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103

conversar, isso é importante, ter estudo pra isso.

Esf

orç

o

Complicado

Esforço

Dor de cabeça

Problemas

Exercícios

Complicado, é porque a saúde também é complicada.

E esforço, é porque eu to me esforçando pra que tudo dê certo, num

momento como esse.

Dor de cabeça, também ando, e problemas é o que mais me atrai.

E exercício, a gente tem que né, tem que aprender o exercício que o

professor passa, as matérias, a gente também tem que exercitar um

pouco né, um pouco da gente.

E esse exercícios que tu falas, são só os exercícios de matemática,

ou algum outro tipo de exercício?

Da matemática e da gente mesmo, tem que exercitar né, porque eu

tô até entrando na academia, como eu coloquei né, exercícios, dor

de cabeça, problemas, isso combinou comigo.

Símbolo Gostaria de aprender

Sujeito 02

Grupo Evocações Justificativa

Vid

a (s

em i

sso

tu

não

viv

e) Aprendizagem

Problemas

Medo

Necessidade

Desafio

Esforço

Dificuldade

Obstáculo

Por que eu acho com essas palavras tornam-se necessárias a vida,

com tudo isso a gente aprende né, a gente aprende cada vez mais,

com aprendizagem, com os problemas, com medo, com a

necessidade, desafio, esforço, dificuldade, obstáculo, isso são coisas

do nosso dia-a-dia.

Antes tu disseste pra mim que sem isso a gente não vive?

Justamente.

Tu diz assim, que ninguém passa na vida sem isso?

Não, quem te disser que nunca passou por problemas, por medo,

com a necessidade, desafio, esforço, dificuldade tá mentindo.

Ap

ren

diz

ado

Desenvolvimento mental

Soma

Cálculo

Exercícios

Estudar

Medidas

Concentração

Complicado

Isso também faz parte do nosso dia-a-dia, na realidade a gente usa a

matemática diariamente, praticamente pra tudo.

Então essas palavras eu acho que se encaixam nesse grupo

perfeitamente. O desenvolvimento mental que tu tem que trabalhar

muito. A soma, o cálculo, o exercício, estudar, sem né, raciocinar,

sem... Dez vezes pra ti dizer que isso faz parte do dia-a-dia

também. Então eu botei todas essas palavras nesse grupo

E por que complicado?

O complicado, é a gente que faz, antes de saber de que se trata, e

como vai se resolver, a gente sofre por antecipação, então tudo é

complicado, até tu saber de que se trata, então tudo pra gente é

complicado, só vai ser fácil a partir do momento que tu vê a coisa

na tua frente e a solução.

Au

la d

e M

atem

átic

a

Contas

Divisão

Dor de cabeça

Função

Pensar/Raciocinar

Fórmulas

Números

Gráficos

Tabuada

Útil

Tudo isso consta em exercícios, na matéria em si da matemática,

então o que quê a gente faz, tem que pensar muito e raciocinar, pra

poder fazer os cálculos, pra né aprender. E a dor de cabeça se dá a

respeito do complicado, a gente sofre por antecedência, daí vem os

gráficos que é uma complicação, vem ... tabuada claro que não, né,

mas as fórmulas que é uma dor de cabeça pra gente tá achando cada

uma até se vê ali na matemática e aprender pra que serve a fórmula

e como se deve usar, e que a gente sabe que, como eu terminei a

palavrinha aqui, tudo vai ser útil, mas é o nosso dia-a-dia com dor

de cabeça, com pensar com raciocinar dentro das contas, divisão,

função, fórmulas, números gráficos, tabuada.

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104

Pro

fess

or

e a

imp

ort

ânci

a p

ara

o

alu

no

Importante

Matemática

Gosto

Resultados

Professor

A matemática é importante como já te falei. Eu gosto da matéria. Os

resultados são muito bons, porque tipo como já te falei, quando a

gente usa no dia-a-dia, a gente só aprende, só tem a ganhar com a

matemática depois de determinadas alturas, lá pelas tantas, como

hoje que eu fiquei 20 e poucos anos sem estudar, então se o

professor no caso for bom e a gente se der bem, e ele souber passar

isso pros alunos, eu acho que a matemática não vai ser só

importante, mas o quanto eu vou gostar, e os resultados serão os

melhores possíveis, então esse grupo fecha perfeitamente.

Símbolo Dor de cabeça, pois se

amedronta

Sujeito 03

Grupo Evocações Justificativa

Mat

emát

ica

com

pli

cad

a m

as n

eces

sári

a

Matemática

Divisão

Resultados

Função

Cálculo

Fórmulas

Soma

Concentração

Tabuada

Medidas

Contas

Pensar/Raciocinar

Números

Esforço

Dificuldade

Medo

Estudar

Desafio

Complicado

Gráficos

Porque tem tudo a ver com o estudo da matemática, pra mim, né.

Mesmo a dificuldade, o esforço...

Tem o medo, o desafio né de conseguir...

Exige muita concentração também?

Muita.

Também tem as próprias matérias né?

Tem tudo o que estuda.

Imp

ort

ânci

a d

e es

tud

ar

Professor

Exercícios

Importante

Gosto

Dor de cabeça

Aprendizagem

Problemas

Útil

Necessidade

Desenvolvimento mental

Obstáculo

A importância de estudar, por que é importante. A necessidade de

aprender.

Símbolo Interrogação

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105

Sujeito 04

Grupo Evocações Justificativa R

esu

mo

da

mat

emát

ica

Matemática

Concentração

Pensar/Raciocinar

Problemas

Gráficos

Função

Soma

Cálculo

Divisão

Contas

Números

Medidas

Tabuada

Exercícios

Fórmulas

A matemática se resume nisso aqui.

Porque na matemática o que gera é concentração, pensar, raciocinar,

os problemas que vão aparecendo, e as etapas.

Esses problemas que tu diz, são os problemas de matemática, ou

assim, os problemas na hora de pensar, de entender, ...

Os dois.

A i

mp

ort

ânci

a

do

est

ud

o

Estudar

Importante

Necessidade

Esforço

Útil

Aprendizagem

É fundamental na vida da gente estudar, porque é importante, é

necessário, né, é um esforço que a gente faz pra si próprio, que o

único benefício que a gente traz pra gente na verdade na vida, eu

acho que é o estudo, que a gente leva pra vida toda.

Dif

icu

ldad

e h

oje

Desenvolvimento mental

Desafio

Medo

Dificuldade

Resultados

Obstáculo

A minha dificuldade hoje, porque eu fiquei 19 anos sem estudar, eu

parei no ensino médio, no segundo ano, por uma série de problemas

eu parei e voltei, e eu acho que é muito mais fácil pro jovem isso, é,

tê um ensino regular normal, do que voltar depois de 20 anos né, e

se não levar a sério mesmo a gente não consegue.

Por que normalmente o jovem tá ali só pra estudar, e o adulto não,

tem outros compromissos, né!

Tá só pra estudar, e o adulto tem outros desafios.

Am

izad

e co

m o

pro

fess

or

Gosto

Professor

Dor de cabeça

Complicado

Porque na verdade gostar do professor é fundamental, pra gente não

ter uma dor de cabeça, e aí fica complicado né, o aprendizado, né.

Porque se a gente criar uma ampatia, empatia, não sei na verdade

como se fala, com o professor, a gente só vai criar barreiras e

obstáculos.

Tu diz assim que é importante a gente se dar bem com o professor?

É.

Símbolo Números e cálculos

Sujeito 05

Grupo Evocações Justificativa

Nec

essi

dad

e

Estudar

Matemática

Complicado

Concentração

Pensar/Raciocinar

Desenvolvimento mental

Necessidade

Eu acho assim que estudar matemática pra mim é complicado, e eu

tenho falta de concentração, e falta assim, falta também um pouco

de raciocínio, e sou muito esquecida, por isso eu coloquei

desenvolvimento mental. E acho que a necessidade, é importante a

matemática, eu sinto necessidade dela.

Im po

r

tan

t

e

Tabuada

Números

Porque eu acho assim ó, eu tive muito dificuldade deste o início que

eu estudava de decorar a tabuada, eu não sei a tabuada toda, e acho

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106

Problemas

Contas

Soma

Resultados

Importante

que assim que são muitos números, pra mim não se torna um

problema, mas é dificuldade mesmo que eu tenho, aí como eu já

tenho dificuldade na tabuada, eu já tenho dificuldade de fazer uma

conta, né.

E também com a soma?

É.

E porque resultados e importante?

Por que eu acho assim ó, como eu sempre digo pros meus filhos,

que é muito interessante estudar a tabuada, porque ela é muito

importante, porque se você sabe a tabuada, eu acho assim que é

mais da metade de meio caminho andado né, porque às vezes tu tá

lá numa multiplicação, pô meu deus quanto que é 8x2, as vezes vem

na cabeça rápido, 16, mas as vezes é difícil né!

Ob

stác

ulo

Medidas

Fórmulas

Exercícios

Cálculo

Gráficos

Obstáculo

Função

Divisão

Porque eu acho que pra mim fazer cálculo, gráficos e fórmulas, pra

mim é um obstáculo, é uma dificuldade que eu tenho, eu tenho

dificuldade em gravar as fórmulas.

E com a função e com a divisão, também é um obstáculo?

É, pra mim também é um obstáculo. Eu acho que pra mim faltou o

fundamental, é decorar a tabuada. Porque eu acho que se tivesse

decorado, meu deus... era..., porque as vezes tu fica ali fazendo uma

conta, putz e agora quanto é, aí tu tens que lá procurar na tabuada,

ou fazer na calculadora quanto que é 9x2.

Esf

orç

o

Professor

Gosto

Dificuldade

Útil

Aprendizagem

Esforço

Desafio

Medo

O que eu senti bastante agora, do professor claro eu sempre gostei,

fui muito amiga, mas eu tenho dificuldade no raciocínio. Eu acho

que o professor, agora como eu fique muito tempo fora da sala de

aula, que o professor tem o raciocínio muito rápido, eu fiquei 16

anos fora de uma sala de aula. Por exemplo assim, o professor da 2ª

fase, era um professor ótimo, mas o raciocínio era muito rápido,

explicando várias fórmulas ao mesmo tempo, porque se o professor

chegasse: não vocês façam essa fórmula porque essa é a mais fácil,

aí não ele explicava aquela, e aquela, e a outra, aí só chegava no

final e dava uma confusão na cabeça da gente, aí tu não entendia

nada.

Não

classificados

Dor de cabeça

Símbolo Não lembra nada

Sujeito 06

Grupo Evocações Justificativa

Ap

ren

diz

agem

Necessidade

Estudar

Concentração

Desenvolvimento mental

Aprendizagem

Exercícios

Esforço

Obstáculo

Pensar/Raciocinar

Desafio

Útil

O critério, a partir desse momento, desse grupo, através de

aprendizagem e estudo, focado mais no estudo, porque envolve

aprendizagem, desenvolvimento mental, concentração, o desafio de

estudar, os obstáculos que o estudo traz, a utilidade, a necessidade,

o esforço da pessoa em traçar os objetivos só no estudo.

E exercícios, por que tá nesse grupo?

E o exercício, seria uma forma de você conseguir conciliar todas as

matérias, todos os trabalhos, é um exercício mental, como se fosse

um esforço.

So

bre

viv

ê

nci

a

Importante

Medo

Dificuldade

Problemas

Isso aqui tem relação tudo a ver com o primeiro grupo, porque a

importância do estudo, o medo de você não chegar nele, a

dificuldade que o estudo traz, de você procurar estudar e

desenvolver o raciocínio, e os resultados que ele te traz, as medidas

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107

Resultados

Medidas

Complicado

Dor de cabeça

Divisão

como você busca ele, o jeito, as medidas como você contorna os

problemas pra chegar nele, as complicações, aí já tem outra parte

complicada que é o transporte, a alimentação, a sua vivencia do dia-

a-dia, a convivência com as pessoas também, isso é complicado.

E a dor de cabeça?

A dor de cabeça é o resultado de quase tudo isso, e final de semana

tem dor de cabeça, tem que entregar alguma coisa, procurar fazer.

E a divisão seria um pouco de tudo, de trabalho de casa, de escola,

como dividir as tarefas, porque eu moro sozinho, tem que lavar

roupa, arrumar a casa, arrumar as minhas coisas pro dia seguinte.

E os problemas, como você interpretou?

Os problemas do dia-a-dia, mais parecido com dificuldade, de você

encarar dois três ônibus, o que você ganha você mais gasta do que,

parece que você tá sempre devendo. O problema não é o te salário

mínimo ser R$ 450, problema que o teu gasto com transporte é caro,

saúde, alimentação, se essas outras coisas fossem mais baratas aí

sobrava.

Mat

emát

ica

Fórmulas

Gosto

Números

Gráficos

Função

Cálculo

Soma

Professor

Contas

Matemática

Tabuada

Tudo a ver com a matemática. As fórmulas, o gosto, a soma, o

professor, o ensinamento, a forma como ele ensina. Desde criança

eu sempre tive dificuldade com matemática, e talvez porque o

ensinamento que eu tinha antigamente era muito diferente do que é

hoje em dia, até por o professor não ser a pessoa indicada talvez,

tenha aquela didática do ensino diferente do que é hoje em dia, não

era de raciocínio era um ensino por repetição, decorar a tabuada, era

muita martelação, e aquilo me criava uma barreira, e hoje em dia é

diferente.

Símbolo Homem Vitruviano

Sujeito 07

Grupo Evocações Justificativa

Ob

stác

ulo

Matemática

Função

Resultados

Contas

Tabuada

Dor de cabeça

Problemas

Cálculo

Números

Divisão

Esforço

Dificuldade

Desenvolvimento mental

Pensar/Raciocinar

Obstáculo

Medidas

Soma

Desafio

Concentração

Exercícios

Então, eu acho que tem tudo a ver com esta matéria, com a

matemática.

Eu queria que tu me explicasse então como a matemática faz por

exemplo, dor de cabeça, e necessidade, eu queria que tu me

explicasse um pouco mais ...

A dor de cabeça é porque eu não tenho tive a base da matemática,

então pra mim é difícil entender, e daí de tanto querer aprender que

me gera a dor de cabeça, toda vez que tem aula de matemática,

principalmente prova. E a necessidade por exemplo, o curso que eu

tô fazendo ela é muito usada então eu tenho dificuldade de

aprender, de alguma forma eu tenho que aprender.

E medidas ali, o que tu entendes por medidas?

É medidas da matemática, que é milímetro, centímetro, ...

É o sistema métrico então.

É e daí são medidas também de base, área, que gera cálculos e que

assim dificulta a gente entender e até onde chegar aquilo ali.

Isso tudo tu usa bastante no teu curso?

Usa.

E gráficos, tu também usas bastante?

A, pra medir terrenos, né!

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108

Gráficos

Necessidade

Medo

Aprendizagem

Útil

Complicado

Fórmulas

Gosto

Importante

Não

classificados

Professor

Estudar

É porque professor ele explica da forma dele ele não tem culpa se

eu não entendi, e eu acho que não tem nada a ver com a matéria, eu

gosto dos professores, o problema é que eu tenho dificuldade de

aprender.

E estudar assim... olha é importante, eu já estou estudando e acho

assim estudar o que eu não sei não adianta, eu tenho que aprender

para daí estudar, eu tenho que estudar para a prova mas eu não

entendi a matéria que vai cair na prova, estudar o que daí?

Símbolo Uma fração

Sujeito 08

Grupo Evocações Justificativa

Pen

sar/

Rac

ioci

nar

Professor

Matemática

Concentração

Desafio

Tabuada

Gráficos

Números

Cálculo

Divisão

Contas

Importante

Fórmulas

Pensar/Raciocinar

Soma

Medidas

Função

Gosto

Exercícios

Estudar

Problemas

Aprendizagem

Útil

Ah..., eu... matemática né, eu penso que... tem a ver. Tudo isso aqui

tem a ver com matemática.

Tudo isso tem a ver com matemática? Mesmo por exemplo o

desafio? Como assim o desafio tem a ver com matemática

Ah, porque o desafio é assim, tem ali um problema que você não

consegue resolver, é um desafio, eu pelo menos sou assim, enquanto

eu não consigo resolver... não desiste, não... e na prova se tem um

desafio, você não é obrigado fazer, mas eu tento fazer.

E importante, você vê que a matemática é importante, ou é

importante estudar... que significado você daria pra palavra

importante?

Eu acho que é importante sim, a matemática é importante, e é

importante... estudar né.

E medidas? O que significa essa palavra pra ti?

Ah, porque ela vai te dar, você quer, no cálculo assim, medidas

assim exatas, porque a matemática é exata né, você faz o cálculo e

tem as medidas que você quer.

Essas medidas são metros, centímetros?

É também. Quilômetro também.

Fu

turo

Desenvolvimento mental

Esforço

Resultados

Necessidade

Ah, porque elas ficaram ali, daí eu coloquei aqui.

Tá, mas por que desenvolvimento mental tá junto com esforço,

resultado, complicado e necessidade?

Na verdade eu nem sei que coloquei assim, agora que eu vi que tá

complicado aqui no meio.

Complicado tu colocarias no primeiro grupo ou deixaria de fora?

Ah, eu deixaria de fora...

E desenvolvimento mental?

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109

Deixaria aqui.

E esforço?

Ah, esforço, eu penso assim... Eu pensei esforço, não assim no caso

da matemática, mas assim, sai do trabalho, vem estudar depois de

um tempo que parou de estudar...

É todo o esforço pra estudar... é.

E os resultados?

Ah, é pra ter um resultado bacana.

Excluída

Dificuldade

Medo

Obstáculo

Dor de cabeça

Complicado

Ah, porque não gosto de palavras negativas.

Símbolo Números

Sujeito 09

Grupo Evocações Justificativa

Des

afio

Divisão

Soma

Fórmulas

Professor

Tabuada

Medidas

Cálculo

Números

Contas

Estudar

Exercícios

Matemática

Esforço

Desafio

Pensar/Raciocinar

Resultados

Desenvolvimento mental

Concentração

Gosto

Importante

Útil

Função

Gráficos

Meu modo de pensar, que tudo isso aqui tem a ver com a

matemática, por isso que eu separei.

Por exemplo, tu colocou, divisão, soma, fórmulas, tabuada,

medidas, cálculo, números, contas e função e gráfico, isso são

coisas lá da sala de aula, isso é o que a gente estuda, mas porque tu

colocou professor?

Por que professor tem relação com a matemática, porque a

matemática tá relacionada com o professor de matemática, é isso

que eu coloquei, porque eu não especifiquei, porque tem professor

de português, de matemática.

E esforço e desafio, porque tu colocou nesse grupo?

Por que se o professor tá dando uma aula de matemática, e você não

tá entendendo a matéria, não tá conseguindo raciocinar, não tá

conseguindo acompanhar, você tem que esforçar um pouco, tem que

dá um pouco da sua pessoa, mesmo que as vezes tu..., pode ser que

não tenha medo, no momento tu não tá compreendendo, tem que se

esforçar um pouco mais, prestar mais atenção, as vezes chega na

casa e não dá uma realida, não rever os assuntos, por que em casa

também tem que estudar.

E pensar e raciocinar?

Por que ao mesmo tempo que tu tem que pensar tem que raciocinar

na questão que tu tá resolvendo. Vamos supor, tu optou por uma

fórmula, tem que pensar, não vamo por outra de repente lá é mais

fácil. Porque na matemática você pode encontrar a resposta de

várias formas, resolver de várias formas. De repente esse caminho

que o professor, ou a professora, né, de repente você não conseguiu

compreender, mas se ir pro outro lado da matemática, por outros

métodos, de repente facilita mais a você pra resolver a questão.

E gosto ou gôsto?

Ah, é porque eu gosto de matemática. Se as vezes eu não tô

entendendo um pouco, pode ser que eu não esteja dando um pouco

de mim, com preguiça de esforça um pouco. Eu creio que as vezes

as pessoas não quer se esforça. Quer de graça as coisas... isso. As

vezes você também trabalha, chega cansado e o cérebro não

funciona. A mesma coisa se você tomá uma cachaça tu não vai

consegui se concentrar né, também tem um pouco a ver com o dia-

a-dia.

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110

E o desenvolvimento mental?

Tu tem que desenvolver, tu tem que encontrar um forma pra você

assim um desenvolvimento pra coisa se tornar mais fácil né. Mas

um pouco também da minha pessoa, porque as vezes você não tá

entendendo, então vô tentá abrange um pouco, vô arrumar um outro

método, olhá dum jeito diferente, porque as vezes é como se a

pessoas prendesse o cérebro dela e não deixasse pensa.

E importante e útil?

É importante você gosta da matemática e é útil pro seu dia-a-dia. É

importante o que tu aprende na matemática e é útil, porque se tu

assim, ah não gosto da matemática e tenho dificuldade, com certeza

as pessoas vão te passar pra traz, e se você tem algo que alguém

possa administrar que tu não sabe, com certeza essa pessoa vai te

passar pra traz, então é importante incluo na matemática e útil no

dia-a-dia.

Dif

icu

ldad

e

Medo

Dor de cabeça

Dificuldade

Obstáculo

Necessidade

Complicado

Problemas

Aprendizagem

Essa dificuldade é relacionando as pessoas, vamos supor..., eu não

tenho medo, que eu vejo que o aluno acha que a matemática, vejo

na sala né, que as vezes tem medo da matemática, e fica apavorado,

vamos supor eu não tenho medo de matemática, não entendi

matemática, não vô ficar com medo de fazer matemática, eu vô e

faço, se não passar não passei. Fazer o que né! É eu vô procurar

estudar mais, mas não vou ficar apavorado.

Por que tem gente que perde o sono, fica ruim do estômago, não

dorme, chora...

Exato, então eu não tenho medo da matemática, vamos supor, eu

não tô entendendo matemática caramba..., e a professora vai dar a

prova, e eu não sei ainda... Na hora da prova eu mesmo tô me

avaliando o que eu aprendi né, então eu não tenho medo. As vezes

nota não é tão importante, importante é ver que você fez atividade e

o que você conseguiu tirar naquilo. É ver o que você já evoluiu...

Isso.

E por que dor de cabeça?

Dor de cabeça é porque a pessoa se preocupa muito, assim... ai meu

deus do céu não entedi nada de matemática e ..., e fica com aquela

preocupação, é não durmo, não como, fico estressado, acho que vai

só piorar mais.

E obstáculos, complicado, problemas?

Obstáculo assim..., por que a vida da gente é um obstáculo assim né,

vamos supor no seu dia-a-dia, eu vejo ali que tem colegas que tem

filhos, tem que trabalhar, tem que manter família, ficaram um bom

tempo parado, então voltaram agora, então esse já é um obstáculo

na vida dele que vem a atrapalhar.

Então tu diz aqui, que não é a matemática que é um obstáculo, e sim

todo o contexto, que tem que trabalhar o dia inteiro, tem filho, ficou

10, 15 anos sem estudar...

É não, apesar também que a matemática também é obstáculo na

vida da gente, que a gente tem que vencer, que é bom ter cálculo, e

é um desafio pra você.

E o complicado?

É, eu não tô referindo a minha pessoa, não é que eu sou complicado

que não entendo as coisas. Complicado é que geralmente a

matemática exige um pouco de você né, então essa pessoa acha que

se torna complicado isso e que não vai entender. As pessoas que

complicam... As pessoas que complicam, não é as coisas que são

complicado. No caso eu não sô um pessoa complicado, tipo não deu

certo não deu, não boto dificuldade nas coisas.

E problemas?

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111

Poblemas... Isso vem da pessoa né. A pessoa geralmente quando é

poblemática gera poblema. Ah, então é como o complicado, as

pessoas é que são complicadas... A pessoa que é poblemática. Do

pessoal leva pra matemática. Aí a guria: a matemática é poblemática

não vô aprende. A professora não consegue... Na verdade a

professora (a formação desta professora em questão também fora

em EJA) já fez a parte dela. Creio também que ela passou por

dificuldade, poblema também, ela venceu, se formo né, e ela tá

pronta pra passá o conhecimento pra o aluno, só que o aluno agora

que tem que fazer a parte dele, tem que correr atrás do professor,

então por isso que eles acham que é poblemático, complicado, não

vô aprender, tem necessidade de aprender, é um obstáculo pra mim,

dificuldade, dor de cabeça mesmo, tudo que eu separei aí.

Então essa aprendizagem é o que as pessoas dizem que ah, não vou

aprender...

Por que acham que a matemática é o bicho de 7 cabeças.

Símbolo Um curral com gado

Sujeito 10

Grupo Evocações Justificativa

A m

atem

átic

a em

si

Matemática

Divisão

Fórmulas

Soma

Números

Cálculo

Gráficos

Contas

Tabuada

Exercícios

Função

Importante

Útil

Medidas

Porque essas palavras é o que se encaixa dentro da matemática, se a

gente vê que o que a matemática..., o que é a matemática, o que a

gente precisa, dentro dela tá resolvendo o que tá associado a

matemática.

E porque importante e útil?

Pelo que eu tenho visto né, até agora, a matemática é importante na

nossa vida pra tudo e ela tá presente em tudo, e é muito útil a gente

pode sabe entende né, pra podê tá resolvendo muita coisa do dia-a-

dia.

Ven

cen

do

os

ob

stác

ulo

s

Desafio

Pensar/Raciocinar

Professor

Aprendizagem

Necessidade

Estudar

Obstáculo

Dificuldade

Resultados

Desenvolvimento mental

Esforço

Concentração

Porque depois que tu aprende né, a matéria, e também outras coisas,

mas principalmente a matéria da matemática, é tudo isso que a

gente passa a enfrentá né, obstáculo, dificuldade, desafio, e depois

de muita concentração e tudo, tu começa a pensar, raciocinar, as

vezes até mais rápido, tem um desenvolvimento mental realmente, e

ganha grandes resultados as vezes na vida, ou até mesmo

dependendo no que a gente tá mesmo...

E aprendizagem?

Por que a gente tem que aprender pra entender, porque o que a

gente vê é gente só copiando ou empurrando com a barriga e não

consegue aprender realmente o que tá sendo exposto pelo professor.

Por que é importante a aprendizagem.

Ult

rap

assa

nd

o

bar

reir

as

Problemas

Dor de cabeça

Medo

Gosto

Complicado

Eu juntei todas essas palavras também por uma experiência minha,

porque tudo isso as vezes tu tem que enfrentar pra pode avançar.

Que nem eu morria de medo de matemática, dizia sempre que não

gostava, porque muitas coisas vinha com uma barreira e não

conseguia ir adiante, e era uma coisa que depois isso é uma coisa

que impede da gente estudar ou se aprofunda ou em estudo ou na

matéria, e é o que nos leva as vezes a não quere se interessa, e era o

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112

que me prendia pra mim não continuá meus estudos.

Problemas, dor de cabeça, não por doença física, mas aquela coisa,

incomodação, angústia.

E esses problemas eram em que sentido, eram da matemática?

Não, problemas até da vida mesmo, por coisa que te..., no caso

assim, eu demorei bastante pra volta as aulas, eu saí da aula bem

nova..., casei, tive filhos,não é que seja um problema, mas é que

acaba acarretando, atrasa, e as vezes é uma coisa ou outra no

trabalho...

E o complicado?

O complicado porque é o que a gente tem que tirar da nossa cabeça,

ah não a matemática é complicado, matemática é ruim, é o que eu

sempre escutei no PROEJA, um ano e meio que fiquei lá o pessoal

só ah não matemática é muito complicado, é muito complicado

estudar e trabalhar, e conciliar família e tal, então é uma coisa que

tu tem que vencer. Porque assim, até ali a gente via, que as vezes

vinha com a cabeça cheia de outro lugar, então tudo é complicado,

em qualquer matéria é complicado, então é uma coisa que tu tem

que aprender a lidar.

Símbolo Sinal de igual

Sujeito 11

Grupo Evocações Justificativa

Des

afio

Desafio

Exercícios

Esforço

Concentração

Complicado

Importante

Medo

Pensar/Raciocinar

Problemas

Desenvolvimento mental

Dificuldade

Útil

Resultados

Obstáculo

Necessidade

Aprendizagem

Estudar

Dor de cabeça

Acho que é o que mais acontece na minha vida, principalmente,

ainda mais em matemática. É tudo meio junto.

E exercícios?

Os exercícios são os que eles passam e eu tenho que me esforçar, eu

tenho que me concentrar, eu tenho que aprender de alguma forma, e

eu tenho que ver que não é importante só pra mim ter isso, eu tô

fazendo isso pelo meu filho principalmente.

E problemas?

E os problemas são os de matemática também, e os problemas que a

gente tem tanto de vir pro colégio quanto pro aprender, ainda mais

com a professora que a gente tá tendo que é bem complicado. O

meu horário é complicado, a minha rotina e do meu filho. Tem

horas que dá vontade de desistir, jogar tudo pro alto.

E resultados?

Que eu espero resultados positivos.

Mat

emát

ica

Soma

Tabuada

Números

Matemática

Cálculo

Contas

Divisão

Gráficos

Fórmulas

Medidas

Tudo que tem na matemática.

Porque é tudo mais ou menos que cai dentro da matéria né.

E medidas?

E de medir, principalmente agora que a gente tá aprendendo, que é

de medir área, calcular piso, é tudo por medida.

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113

Função

Não

classificados

Professor

Gosto

Símbolo Cavera

Sujeito 12

Grupo Evocações Justificativa

Bas

e M

atem

átic

a

Gráficos

Tabuada

Números

Problemas

Medidas

Função

Contas

Fórmulas

Soma

Divisão

Cálculo

Esse aqui é o que eu vou encontrar, primeira coisa quando fala

matemática, primeira coisa que vem na cabeça... pensou em

matemática vem isso aqui... é isso aqui.

O que que são as medidas?

As medidas é as necessidades que eu vou ter no meu dia-a-dia,

metro...

E problemas, que tipos de problemas são esses?

É problema no geral, pra mim pode ser, usando o exemplo do

metro, pra mim chegá no que eu quero, no cálculo que eu quero,

isso ali eu vou ter que saber resolver esse tipo de problema.

Est

ud

ar

Estudar

Necessidade

Importante

Isso aqui eu usei assim..., é mais ou menos isso aqui que tá aqui

mesmo, é a necessidade que a gente tem de estudar, porque estudar

é uma necessidade, e a importância que tem, como eu vou te

explicar..., sabe é um critério que eu tenho que ter pra estudar, é

importante, dá uma necessidade.

Por que tu diz necessidade, de emprego, do dia-a-dia?

Também por causa do emprego e do dia-a-dia, e pessoalmente

também assim, pra ti sabe..., isolá um pouco a questão do emprego,

pra você mesmo, é um crescimento pessoal.

Nec

essi

dad

e

Exercícios

Concentração

Pensar/Raciocinar

Desenvolvimento mental

Esforço

Resultados

É o que eu vô precisá pra mim podê ter o primeiro ali (grupo) o que

eu vou precisa pra mim chegá.

E esses resultados, que significado tem?

É o resultado no geral, como tá a minha aprendizagem, a minha

satisfação.

E exercícios?

Principalmente o prático da matemática mesmo, e do dia-a-dia, tu

tem a necessidade, no meu caso de piscineiro, tem que sabê a

quantidade de produto que eu vou usar, pra mim isso é um

exercício, quanto de produto que eu preciso usar pra tantos litros de

água tá, então tá, essa é a dosagem, pra uma piscina que tem x,

quanto é que eu vou usar, esse tipo de exercício.

E esforço?

Seria a base pra tu podê adquiri os resultados de todos (os grupos).

Como assim, força de vontade? Também, porque se não tiver força

de vontade, e a questão da prática também, tem que querer.

Des

afio

s

Dificuldade

Complicado

Dor de cabeça

Obstáculo

Isso aí é o nosso dia-a-dia, seja na sala de aula, na tua casa, na vida,

é basicamente isso aí, uma coisa vai puxando a outra. Ah tá

complicado, ai que dor de cabeça, por causa disso, que tu vê como

um obstáculo.

O que é dificuldade pra ti?

A dificuldade, no meu caso, é todo dia eu teria que achar um tempo,

no caso da matemática, pra estudar isso, eu tenho essa dificuldade.

Essa dificuldade me traz a outra que vai refletir na sala, não

consegui estudar, eu vou chegar na sala e não vou conseguir

desenvolver legal, não vou conseguir pegar bem a coisa.

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114

E o complicado?

O complicado seria meio parecido com a dificuldade, porque o

complicado, a dificuldade tu achá um tempo pra tu estudá. E

complicado chegá na aula e resolver uma coisa que tu não estudou.

E o obstáculo?

O obstáculo é tu vencê os dois, dificuldade e complicado.

Mat

emát

ica

Matemática

Útil

Gosto

Matemática seria um título, e útil ela vai ser útil pro meu dia-a-dia,

na minha vida, e o gosto é pra ti ter sucesso tem que gostar.

Útil em que sentido?

Matemática em todo momento tu tá fazendo matemática, em tudo

que tu vai imaginar, é tudo, tudo tem alguma coisa da matemática,

então tu tem a necessidade de sabê o mínimo ali, porque sabê a

gente sabe, só a gente não coloca na cabeça que a gente sabe, então

já fica um pouco distante do sucesso.

Des

afio

Desafio

Medo

É um desafio vencer o medo.

E medo de que?

Tu vai..., no meu caso, hoje eu não penso mais nisso, eu procurei

eliminar isso da minha vida, porque tu vai entrá por exemplo numa

escola, vai fazer um vestibular, a primeira coisa que vem na cabeça

é o medo da matemática e a física, as primeiras coisas, uma anda

junto com a outra, você tem que entender, então tem que eliminar

esse medo.

Pro

fess

or Professor

Aprendizagem

Professor é aprendizagem, é a minha dependência, eu preciso do

professor pra minha aprendizagem, claro não necessariamente, mas

de alguma forma direta ou indireta também, porque eu preciso do

professor, porque pra mim tê a base eu preciso do professor pra essa

aprendizagem.

Símbolo Triângulo

Sujeito 13

Grupo Evocações Justificativa

Med

o d

a M

atem

átic

a

Medo

Matemática

Fórmulas

Desafio

Concentração

Matemática eu coloquei porque a matemática é importante você

aprendê as fórmulas né, e tendo as fórmulas pra ti já é mais fácil

chegá na soma nos resultados... se tu entendeu as fórmulas... pegá as

fórmulas é mais fácil.

E desafio e concentração?

Concentração tem que tá concentrado nas fórmulas pro problema

que passaram tentá resolve e tê uma boa concentração.

E desafio?

Desafio, a matemática é sempre um desafio, né.

A matemática como um todo? Tudo na matemática é desafio?

Como um todo.

E medo?

É o medo de errar. O medo dos resultados. De chegá no resultado

que não é.

Imp

ort

ânci

a d

a

Mat

emát

ica

Estudar

Importante

Dificuldade

Pensar/Raciocinar

Esforço

A matemática tem que ser bem estudado. Porque a matemática

sempre traz dificuldade né. E raciocinar, é uma coisa que você tem

que parar pensar e se esforçar muito, pra poder chegar no objetivo,

no cálculo...

No objetivo teu, particular ou...?

Isso, seria meu particular no caso né.

E qual seria esse teu objetivo?

Tipo um projeto.

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115

Ah, porque aqui vocês trabalham com projetos.

Daí exige muito cálculo. D

esen

vo

lvim

ento

men

tal

Desenvolvimento mental

Gráficos

Função

Exercícios

Contas

Aprendizagem

Eu botei mais assim também na mecânica lá a gente faz muito

gráfico né, diagrama de fases, e também exige cálculo, a função

também dos gráficos é muito importante, e a gente precisa fazer

exercício pra chegar no resultado dos gráficos.

E contas?

Contas, também a gente faz contas pra saber a temperatura que tá ou

que não tá.

E a aprendizagem, por que tá junto nesse grupo do desenvolvimento

mental?

Por que se a gente não aprendê direito esse cálculo, dos gráficos por

exemplo, que a gente trabalho muito com gráficos lá, não tem como

chega numa soma, no resultado.

Se tu não aprendeu o gráfico não tem como ir a diante, é isso?

É não tem como avançá pra frente.

Nec

essi

dad

e d

e

um

pro

fess

or Professor

Útil

Resultados

Necessidade

A ajuda do professor é muito útil, a gente precisa dele, se a gente

não tem professor, que é a nossa necessidade no caso né, pra ensinar

os cálculos matemático, a gente não tem como chegar no resultado

que a gente quer.

E esse resultado é o resultado da conta?

É o resultado como um todo né, pra abri o espaço pra gente.

Não

classificados

Medidas

Soma

Obstáculo

Complicado

Divisão

Gosto

Dor de cabeça

Cálculo

Tabuada

Problemas

Números

As outras palavras eram as mais importantes.

Símbolo Divisão

Sujeito 14

Grupo Evocações Justificativa

Pro

fess

or

Professor

Matemática

Dor de cabeça

Função

Soma

Problemas

Exercícios

Concentração

Útil

Ah, porque professor de matemática é útil na vida, enfim, dá dor de

cabeça porque são muitas regras, muitas somas, é... exige muito da

gente, exige muito, quando tu não tem muita habilidade com a

matemática, exige muito mais é útil.

Quem exige muito, o professor ou a matéria?

A matéria exige muito da gente, mas ela é necessária, mas pra quem

não tem muita habilidade com os números e também não tem tempo

pra estudar, se torna um problema assim, bem problemático.

E função, concentração, exercícios?

Porque na matemática tem, as funções, a soma, os problemas, os

exercícios, e terminando, pra ti fazer tudo isso tem a concentração

pra ti consegui fazer tudo isso.

Des

env

ol

vim

ento

men

tal Fórmulas

Desenvolvimento mental

Cálculo

Ah, porque pra fórmulas tu precisa de desenvolvimento mental, pra

ti chegar no cálculo, pra tê o resultado de uma conta, é mais ou

menos por aí, foi por aí que eu pensei, tudo tem números né...

E divisão e tabuada por exemplo?

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116

Contas

Divisão

Tabuada

Números

Porque tudo é usado nas contas e cálculos.

E por que desenvolvimento mental?

Ah, porque tem que ter, pra ti entender as fórmulas, fazer as contas,

a divisão, a tabuada, tem que ter um desenvolvimento assim rápido

e lógico, é uma coisa assim... pegar já no ar. Ser rápido? É.

Res

ult

ado

s

Aprendizagem

Gosto

Resultados

Pensar/Raciocinar

Obstáculo

Esforço

Desafio

Ah, eu usei porque aprender é bom, eu gosto, dá resultado, faz a

gente pensar mais e raciocinar, pelos passos que a gente deve usar,

tá aprendendo, a gente passa por obstáculos, e o esforço é um

desafio.

E o resultado, que dá um resultado, que tipo de resultado?

Ah, o resultado pra mim, porque aprender é bom, é gostoso, mas é

muito cansativo, tu já não tem tempo, aí tu qué vim, aí tu é cobrado,

e as pessoas não te entendem, porque as vezes tu não traz as coisas

prontas, as vezes até acham que é falta de interesse, mas não é bem

por aí, porque tu tem uma vida lá fora, tu tem um emprego que as

pessoas também não querem saber como tá sendo, não querem saber

da tua vida pessoal, aí tu chega aqui muito menos ainda querem

sabê, lógico ninguém tem nada ver com isso, mas é bem

complicado, mas é gostoso.

Med

o

Estudar

Complicado

Medo

Necessidade

Importante

Dificuldade

Medidas

Gráficos

Ah, igual eu te falei, porque estudar pra mim é complicado, não só

pra mim, mas pra metade do pessoal do colégio, questão de horário,

de trabalho, tua vida pessoal né, as vezes a tua vida pessoal não tá

legal, mas tu tem que tá aqui, tem que tá disposta, aí as vezes tu

chega aqui tu já não é bem recebida, por um motivo ou por outro, só

que é bom tá aqui, é importante, tem as dificuldades de tudo mas é

bom.

Por que medo?

Ai, porque chegá aqui e tu não tê as tarefas prontas, ou tu não

consegui entregá um exercício pronto, de repente tu vai corrigi no

quadro e é fácil, poxa que naba, não consegui fazê, porque, mesmo

que tu tentou tu não consegue, aí tu fica com medo de chegar e

dizer: não consegui, não entendi.

E medidas e gráficos?

Medidas, sei lá, e nem gráficos.

Símbolo Mais

Sujeito 15

Grupo Evocações Justificativa

Man

eira

de

ente

nd

er a

mat

emát

ica

Professor

Matemática

Concentração

Obstáculo

Aprendizagem

Resultados

Útil

Porque pra aprender a matemática precisa de professor né,

professor de matemática concentração tem que ter bastante,

obstáculos a matemática ela tem muitos né, aprendizagem

obrigatória se não, não tem como... resultados são úteis

Os resultados como assim?

da da matemática e e da aprendizagem no caso né.

Não é o resultado lá continha lá dois mais dois cinco

não não da aprendizagem

Quando tu aprendeu esse resultado se torna útil

Passei mais um obstáculo né

Obstáculos explica um pouquinho pra mim assim como obstáculos

Obstáculos são no caso hã... interpretação da matemática problema,

de uma fórmula, entender pra que aquela fórmula serve, pra onde

vai, como é que eu vou... como eu posso dizer assim, obstáculo

como eu vou resolver no caso.

R a c i o c í n i o d a m a t e m á t i c a Problemas O critérios é o quê que a matemática... é... que que a matemática...

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117

Exercícios

Pensar/Raciocinar

Importante

Estudar

nos dá no caso assim é a matemática nos dá problema um pouco que

problemas assim de interpretar ela né, como eu coloquei no

primeiro problemas e exercício pra fazer o exercício tem que saber

pensa e raciocinar, né é importante estudar, se não estudar os

problemas e exercícios não não vai resolver não vai resolver no caso

não vai resolver né.

Des

env

olv

imen

to M

enta

l

Desenvolvimento mental

Esforço

Complicado

Dificuldade

Necessidade

Dor de cabeça

Desenvolvimento mental é que a matemática vai vai nos

proporcionar né, cada aprendizagem que eu tenho eu vou, eu tenho

desenvolvimento mental

Esforço, complicado, dificuldade, necessidade, dor de cabeça, são o

que esse desenvolvimento mental vai nos proporciona.

Complicado é outro problemas.

Esforço a gente vai ter que se esforçar bastante.

Dificuldade a gente encontra bastante.

A necessidade e a dor de cabeça é o resultado.

Dor de cabeça, me explica um pouco?

Dor de cabeça... no caso que coloquei é o esforço né que a gente vai

ter

A necessidade...

É a necessidade de aprendizagem né...

Dor de cabeça...

Dor de cabeça mas no sentido de que?

Uma incomodação no caso eu tô resolvendo um exercício.

Vocês tem uma matéria chamada cálculo?

Tem cálculo né, basicamente tudo, 98% é calculo então dor de

cabeça é é isso a dificuldade é um processo.

Des

afio

da

mat

emát

ica

Desafio

Fórmulas

Cálculo

Gráficos

Medo

O desafio da fórmula de resolver o cálculo e de fazer os gráficos, o

medo de errá.

De errá a conta?

De erra a conta de êe um erro né.

E o desafio das fórmulas que tu falou é um desafio de que tipo?

De interpretação. Interpretar elas. No caso eu vou fazer uma prova

ou vou fazer um questionamento o professor coloca 10 fórmulas no

quadro então tem que saber qual usar, todas elas uma parecida com

a outra só que no caso, tem que saber escolher.

Sei lá eu sou muito exigente comigo mesmo né assim uma

preocupação que tu vai reprovar que tu gostaria que o resultado

fosse 100%.

Basicamente que a coisa tem que sair certa meu desafio de acertar

não precisa ser 100% mas ter uns 90% já tá melhor.

Res

olu

ção

Gosto

Números

Contas

Função

Soma

Divisão

Tabuada

Medidas

Função, soma e divisão, obrigatória saber tabuada pra sabê a

matemática.

E medidas eu botei...

Mas que tipo de medidas são essas?

Medidas, medidas de uma resolução...

Me explica um pouquinho melhor eu quero sabe que medida poxa

que mediada eu vou tomar?

Ou são as medidas de um sistemas métrico?

Não não tem anda a ver com sistema métrico

Que medida eu vou tomar que atitude o que que eu vou fazer, eu

vou tomar uma medida decisiva na vida?

Não é uma atitude mesmo.

Símbolo +, -, x, /

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118

Sujeito 16

Grupo Evocações Justificativa N

úm

ero

s

Matemática

Útil

Concentração

Fórmulas

Cálculo

Números

Soma

Tabuada

Desenvolvimento mental

Importante

Gosto

Matemática na realidade é isso aqui né, tem que ter concentração, e

ela é muito útil porque hoje tudo é número né, tem que ter...

matemática envolve fórmulas, cálculos, números, soma, tabuada,

importante porque como já falei número hoje é tudo. A vida da

gente hoje é tudo em cima da matemática. Eu me dou muito melhor

com números do que com palavras.

E o desenvolvimento mental?

Por que com uma boa matemática a gente vai desenvolver.

Fu

nçã

o

Função

Dor de cabeça

Problemas

Obstáculo

Complicado

Dificuldade

Esse aqui eu coloquei, porque pra mim não tem problema, porque

eu gosto de matemática, então eu fiz um grupo com as coisas que

não teria problema, como obstáculo, pra mim não tem obstáculo,

problema também não, dor de cabeça também não, porque me dou

muito bem na matemática.

E função da matemática é pra que ela serve assim, porque eu não sei

como eles colocaram essa palavra função...

Ap

ren

diz

agem

Medidas

Necessidade

Resultados

Aprendizagem

Pensar/Raciocinar

Necessidade, porque hoje em dia a gente necessidade de matemática

pra tudo, praticamente tudo, né. Matemática também envolve os

resultados.

Esses resultados, são os resultados das contas, ou resultados pra ti?

São resultados das coisas boas que a gente colhe.

E pensar e raciocinar?

Porque a matemática exige isso,né.

E medidas?

Ângulos, tantos graus...

Des

afio

Professor

Estudar

Esforço

Desafio

Gráficos

Contas

Medo

Exercícios

Divisão

Professor: essencial.

Estudar: é o mínimo que a gente pode fazer, né.

Esforço também a gente tem que ter, desafio também, porque pra ti

estudar tu tem que te um pouco de esforço, e os desafio sempre vão

ter. Os gráficos, contas, medo também. Porque quem falar que não

tem um pouco de medo tá mentindo.

E esse medo, é medo de que?

Pra mim, acho que é medo de errar.

Exercícios faz parte da matemática que o professor ensina, e contas,

gráficos e divisão.

Símbolo Números

Sujeito 17

Grupo Evocações Justificativa

Ap

ren

diz

agem

Gosto

Estudar

Pensar/Raciocinar

Desenvolvimento mental

Necessidade

Importante

Aprendizagem

Bom, eu acho que eu escolhi essas palavra aqui talvez, pra formar

mais ou menos a linha de uma frase, onde o gosto pelo estudar,

logicamente vem a fazer a pessoa raciocinar, onde tem um

desenvolvimento, onde é uma necessidade, é importante, onde dá o

resultado da aprendizagem.

É uma necessidade e importante o que?

O aprendizado e o desenvolvimento mental

E x e r c í c i o s Exercícios A começar pelo título: exercícios, né

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119

Concentração

Esforço

Desafio

Resultados

Números

Conforme as colocações que eu fiz aqui, exercício requer

concentração, esforço, e desafio ao mesmo tempo, tu busca

resultados, nem sempre números, mas coloquei números ali porque

era a palavra que tinha.

O que é esse desafio? O Exercício?

O exercício não, exercício ele é o início assim de algo que você tá

buscando, o exercício ele tá iniciando essa busca que tu tá tendo por

algo.

E resultados, que tipo de resultados são esses?

O resultado dos exercícios né.

Cál

culo

Matemática

Soma

Cálculo

Contas

Gráficos

Divisão

Tabuada

Fórmulas

Útil

Esse aqui já parti bastante pra matemática, pelas palavras observei

a... algo comum as palavras né, a junção entre elas.

Esse aqui dá pra dizer que seria os exercícios da matemática, a

utilidade da matemática, não teria funções sem a soma, sem o

cálculo, divisão, gráficos... a matemática nada valeria.

E o útil, seria o que?

O útil seria o agrupamento de tudo isso.

Problemas

Obstáculo

Complicado

Dificuldade

Medo

Dor de cabeça

Ó aqui, problemas eu vejo pelo seguinte, problema na verdade a

pessoa quando vê um problema, eu vejo esse problema não na

matemática, eu vejo esse problema em dificuldade de resolve

alguma coisa.

O complicado, o obstáculo...

Nesse ponto de vista que eu tô falando, esse tipo de problema é um

obstáculo, automaticamente tá colocando um obstáculo né,

automaticamente vai se torna complicado, vai se tornar difícil você,

ou seja vai tá representando medo.

E que tipo de medo é esse?

Medo de talvez não consegui resolver esse problema.

E a dor de cabeça?

Dor de cabeça é o resultado de tudo isso.

E que tipo de dor de cabeça é essa, precisa ir na farmácia ou é

incomodação?

Acho que essa dor de cabeça é mais no sentido de incomodação

Não

classificados

Professor

Função

Medidas

Símbolo Sinal de mais

Sujeito 18

Grupo Evocações Justificativa

Dis

cip

lin

a d

a

Ap

ren

diz

agem

Estudar

Concentração

Números

Necessidade

Exercícios

Pensar/Raciocinar

Aprendizagem

Matemática

Esses são critérios no caso de desempenho pessoal no caso pra um

aprendizado mais amplo assim da matemática, disciplina né que

você tem que tê né, no caso de estudar, tem que aprender a ter

concentração, principalmente nos números né, e que há necessidade

de fazer bastante exercícios, pra desenvolver o pensamento, o

raciocínio, pra realmente você aprendê e entendê no caso né, são

critérios pessoais de aprendizagem. Pra aprendê precisa dessa

disciplina pessoal, independente de onde você tá estudando, ou com

quem você tá tendo aula, é fundamental pra aprendê, você

desenvolva essas coisas, é um critério pessoal.

C o r r a d i s s o

Esforço Eu coloquei porque, eu vejo que esse seriam os motivos que

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120

Medo

Dor de cabeça

Obstáculo

Dificuldade

Problemas

Complicado

Desafio

Gosto

Resultados

levariam no caso a desmotivar o estudo da matemática, motivos que

geram medo de no caso de você não gosta, não querer estudar a

matemática, porque é uma matéria exige esforço, traz medo em

virtude de tudo isso aqui na verdade né, enfim aqui tá todos os

problemas que se opõem você aprendê.

Medo seria medo de que? Que tipo de medo?

Medo seria no caso assim de não aprender, medo assim por

exemplo, eu coloquei junto com os resultados, porque é medo de

você não ter os resultados, talvez assim né.

É o resultado final da conta?

Não, resultado do conhecimento mesmo, que você aprendeu

realmente, que você entendeu mesmo, não simplesmente passou

assim, resultados positivos, que conseguiu entendê.

E dor de cabeça? Como tu interpretaria?

Incomoda mais que as outras matérias, exige mais né, é uma coisa

que exige mais, o grau de dificuldade.

E os obstáculos, a dificuldade, os problemas, o complicado?

São coisas assim, até podem ser coisas pessoais, relacionados ao

dia-a-dia mesmo, da vida cotidiana, você tá trabalhando, correndo

atrás da máquina, tem os problemas pessoais, e outras coisas enfim

triviais da vida aí né, que acabam atrapalhando né.

E o desafio e o gosto?

O desafio é, um desafio não é fácil de encarar né, então... e o gosto

nem sempre você tem, não gosta assim né, aí se tu não gosta já

complica mais ainda

An

jo d

a gu

ard

a

Professor

Desenvolvimento mental

Útil

Importante

É porque aqui no caso eu coloquei o que seria o apoio assim pessoal

além de outras coisas que servem de apoio pro aprendizado. O

professor né, vai podê passar um bom desenvolvimento né, que é

útil e importante.

E útil e importante seria o que?

É útil porque... e importante, porque mesmo os livros didáticos as

vezes muita coisa o cara não péga,tem que ter, além de ser útil é

muito importante por causa disso né, não adianta tá rodeado de livro

se não tem alguém que dá um detalhe alguma coisa que você não

consegue, você olha e não enxerga.

Fer

ram

enta

s

Medidas

Gráficos

Cálculo

Função

Contas

Soma

Fórmulas

Tabuada

Divisão

Simplismente ferramentas pra...

E medidas?

São medidas do sistema métrico.

E função?

Uma equação por exemplo.

Eu considerei tudo como ferramentas pra matemática.

Símbolo Uma fórmula qualquer

Sujeito 19

Grupo Evocações Justificativa

Nec

essá

rio

s a

mat

emát

ica

Gosto

Matemática

Professor

Aprendizagem

Necessidade

É... Eu coloquei por que tipo assim a matemática é... tu...é... de

qualquer forma, a pessoa vai ter que gostar pra fazer, se ela não

gosta não adianta, eu acho que ela tem que pelo menos gostar um

pouquinho, aprender a gostar da matemática e daí na matemática

tem professor, tem aprendizado, é necessário, tem desenvolvimento

mental, tem obstáculo, as dificuldade, é complicado, tem medidas a

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121

Desenvolvimento mental

Obstáculo

Desafio

Dificuldade

Complicado

Medidas

ser tomadas então eu pensei assim por esse...

Necessidade então tu fala que a matemática é necessária pra gente?

É isso?

É eu acho que na matemática é muito necessária tem muita... é

muito necessária a matemática...

E obstáculo, desafio, dificuldade e complicado?

Ah obstáculo...

Que tipo de obstáculo?

É eu acho que assim é dentro da matemática tem os obstáculo por

que muda muito numa semana num dia já tem uma matéria sobre

cilindro na outra já é sobre pi na outra... sempre tá mudando..então

então tem uns obstáculos ali que às vezes a gente não consegue

passar e daí tem que pedir ajuda prum colega, tem que pedir ajuda

prum outro professor tem que pedir ajuda pra alguém de fora...

Tu ainda tá pensando em outra coisa e a matéria já tá lá adiante...

É já tá lá eu tô atrasada ali naquela ali..

Tá isso pra ti são obstáculos são desafios?

É pra mim é um é um desafio porque eu tenho que aprender porque

eu tenho que... é... aprender ela pra poder passar porque se não eu

sempre vou tirar nota baixa e eu quero notas melhores

E medidas que tu falou que são medidas a serem tomadas?

ah eu acho medidas a ser tomadas que as vez tem duas formulas de

calculo eu tenho que acha a que seja melhor que eu acho que seja

melhor que eu consigo raciocinar melhor pra fazer o calculo.

Medidas então assim no sentido de decisão? Tem que decidir o que

fazer.

Decidir o que fazer.

Par

tes

da

mat

emát

ica

Fórmulas

Cálculo

Números

Soma

Função

Problemas

Divisão

Gráficos

Tabuada

Contas

Exercícios

Resultados

Eu botei assim pelo que eu acho que assim que que daí vem a

matemática que daí nesse grupo assim é tudo o que se encaixa

dentro da matemática tem fórmula, tem cálculo, tem número, tem

soma, tem função, tem problema, tem divisão, tem gráfico, tem

tabuada, tem conta, exercícios e no final o resultado.

Tá e esses problemas ali? Que tipo de problema é?

Ah eu gosto que seja tipo, o professor dá um calculo lá e ele diz...

Um problema pra tu resolver.

Pra resolver. Isso.

E resultado? Que tipo de resultado é esse?

Resultado seria...Huuum.. na forma de duas fases pra mim por que

o resultado da conta certa e o resultado que que eu acho assim que

seje eu tomei aquela medida certa de fazer aquele cálculo e aquele

cálculo tava correto

O resultado bom assim, um resultado positivo, positivo... um

balanço no final do dia. É foi bom.

Foi bom que daí eu vi que os meus cálculos tavam mais corretos do

que errados.

Lig

ado

s a

mat

emát

ica

Estudar

Medo

Dor de cabeça

Pensar/Raciocinar

Esforço

Concentração

Útil

Importante

Ah eu preferi botar elas juntas porque a pessoa diz: Ah a

matemática é importante, ela é útil ai tem que ter concentração tem

que ter um esforço porque as vezes não basta só assim... ahh tá ...

tem que pensar bastante dá dor de cabeça, dá medo e tem que

estudar muito então eu preferi botar elas agrupadas.

Tá... é medo de que assim?

É medo assim, eu não vou conseguir aprender, é muito difícil eu

não consigo aprender daí o professor tá falando falando e aquilo não

entra na cabeça

Medo de não conseguir aprender então?

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122

Daí eu vou pra casa pensando meu deus eu não vou conseguir

aprender, eu não vou conseguir aprender. Daí aquilo já vai gerando

um medo mais um medo de chegar na próxima aula o professor dá

outra matéria e eu nem aprendi aquela ainda

Daí tá sempre com medo?

É... é ...Não sempre... Mas dá dá.

Dor de cabeça, que tipo de dor de cabeça é essa?

Ah é dor ...eu penso que... seja assim que.. em mim as vezes dá uma

dor de cabeça fico raciocinando ali tentando aquele calculo e não

consigo e faço de novo e faço outro método e não consigo e não

consigo e daí eu venho com a cabeça muito muito muito grande de

tanto pensar e daí quando eu chego aqui e a colega diz: ah ontem

isso aqui isso ali era uma coisa bem facinha e quanto eu tava

pensando que era um baita...

Mas é uma dor de cabeça que tu não consegue pensar em mais nada,

não consegue resolver mais nada ou é uma dor de cabeça que tu tem

que ir pra farmácia comprar um comprimido?

É... Não é uma dor de cabeça assim, que eu fico pensando assim,

meu Deus não vou conseguir não vou conseguir!! Mas depois

quando eu vejo que a coisa fica mais fácil daí já... alivia

Alivia.

Símbolo Uma conta

Sujeito 20

Grupo Evocações Justificativa

Mat

emát

ica

Professor

Importante

Complicado

Matemática

Olha eu desde a primeira fase eu venho estudando com a professora

Elisiane e tenho muita dificuldade em entender ela..

A tu sempre teve a mesma professora?

É primeira, segunda e terceira fase ela me repetiu na segunda fase aí

eu fiz pendência com o professor Roque. Qui foi muito bem com o

professor Roque não teve problema ele explicava e acabou ele era

objetivo já a professora de matemática Elisiane ela dá muitas voltas

pra explicar ... hum...

E isso prá ti é ruim, é complicado assim?

Não só pra mim mas pra vários né alunos que só estudam com ela

eu vejo que os alunos que estudaram com o Roque tem mais

facilidade de entender até ajuda a explica né mas.. hã... pra quem

não teve outro professor e ficou só com ela, a gente vê a dificuldade

que é né, trabalha um problema tão simples e ela complica muito e é

a matéria que eu gosto muito é matemática sempre gostei e sempre

tirei nota boa!

Porque tu colocastes as palavras importante e complicado?

Porque é importante né um professor... eu acho importante ter

alguém pra explicar, no caso um professor né mas ah.. esse

professor tá complicando demais a matéria que eu gosto.

Esse caso especifico então assim ..

Men

te

Pensar/Raciocinar

Desenvolvimento mental

Que pensar né, raciocinar, refletir é... você desenvolve um

conhecimento .. uma .. uma mentalidade mais produtiva.

Melhor então assim, o fato de pensar vai melhorar o teu

desenvolvimento mental, é isso?

É em tudo, tudo né, em relação ao meu trabalho, em relação aos

meus filhos, aos estudos e com outras pessoas, com os bichos...

Então..

Abre a mente tu diz assim...

Isso, acho que se a pessoa ela pára, pensa e raciocina antes de dar o

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123

primeiro passo, ela sabe as conseqüências que vai ter aquele

primeiro passo... N

eces

sid

ade

de

apre

nd

er

Gosto

Aprendizagem

Obstáculo

Necessidade

Eu gosto de aprender muito, quero muito ser... como que eu poderia

dizer.. assim ser um expert né.. não ter tantos obstáculos que hoje

os obstáculos que eu tenho seria no caso um cpu muito antigo.

Isso na tua casa tu tais falando?

Porque eu parei de estudar depois de muitos anos retornar com

filhos então isso seria um obstáculo.. me senti um pouco fora hã...

um peixe fora d‟agua.. Mas há a necessidade né de aprender né

então... a necessidade do obstáculo..

Tu fez uma comparação de um computador antigo com a tua

cabeça, é isso?

Isso!

Esf

orç

o

Esforço

Estudar

Concentração

Resultados

Não há nada que você faça que não exija esforço né então estudar

requer esforço e... pra estudar requer... você precisa de concentração

pra obter ótimos resultados.

Esses resultados não é o resultado da conta 2+3=5 então? São

resultados pra ti na tua vida ou é o resultado da conta?

Eu acho que tudo né eu acho que.. hã..tudo o que você faz você quer

um resultado e o resultado tem que ser positivo.. desde 2+2 e você

descobrir que o correto é o 4 e não o 3 é um excelente resultado, era

o que você procurava então um ponto positivo parte pra outra etapa.

A palavra resultado não tá significando aí só o resultado final da

conta ? Não. Mas resulltados positivos, o balanço que você faz no

final do semestre?

É isso mesmo.

Des

afio

Desafio

Números

Divisão

Cálculo

Função

Fórmulas

Bom desafio quem é que não tem né, todo mundo tem um desafio.

O meu é concluir o segundo grau né e quem sabe ser uma técnica

em (?) ou de repente por que eu fiquei muito dividida em fazer

também técnica em gastronomia né...

Nesse módulo agora vocês fazem a escolha né?!

É já foi feita a escolha né.

Então números e números desafios né, e... faz você...dividir

calcular... Você chega a uma fórmula bem boa, essa é a função do

desafio.

Tá então eu só quero entender uma coisa é divisão aqui não é uma

continha de dividir e sim como tu vais trabalhar esse teu desafio.. tá.

Uma coisa, ... , Um desafio de cada vez né.

E calcular também é como tu vais trabalhar com isso não é o cálculo

lá em si?

Não, não é raiz quadrada...

A função então também não é a função de primeiro e segunda grau?

Não.

A função do desafio, pra que serve o desafio, a finalidade do

desafio. E Fórmulas?

É o resultado do desafio né, você tem uma fórmula...

A fórmula que você vai trabalhar esse desafio

Não é a fórmula da... da...

Fo

i o

qu

e so

bro

u Exercícios

Soma

Tabuada

Gráficos

Olha esse aí eu fiquei meia que perdida ta...

Ou de repente tu fala pra mim o que cada uma palavra significa pra

ti assim..

Exercícios a gente encara ele como exercícios domésticos

(gargalhada), tá cozinhando a gente faz exercícios né.

Né, exercícios de matemática, pode ser isso, ou exercícios físicos

né... Mas...

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124

Soma, tabuada e gráficos e o que siginifica isso pra ti?

Hum esses eu não pensei muito neles não...

Ficou meio que de sobra. D

ific

uld

ade

Medidas

Útil

Dificuldade

Há medidas na vida são úteis né, não é medida de cintura, nem de

bunda, que é o que mais se usa hoje.. de altura, é, pra, ..., pra se dá

bem no mercado hoje, uma boa de uma coxa, uma boa de uma

bunda né... um peito avantajado também ajuda, ajuda, mas não é

essas medidas, são outras medidas que são úteis na vida que são

difíceis, muito difíceis, por exemplo, hoje eu vou me mudar pra

outra cidade, nem precisa tanto, me mudar pra um outro, ..., uma

outra residência né, é uma medida di um certo sacrifício né que

você vai ter que..

Do

r d

e ca

beç

a

Dor de cabeça

Medo

Problemas

Contas

Todo mundo tem!

O que, dor de cabeça?

É dor de cabeça, medo, problema e contas todo mundo tem.

Essa dor de cabeça, é uma dor de cabeça de que tipo assim? De que

sentido?

É dor de cabeça de tanto calcular... da danada da hipotenusa . É uma

dor de cabeça ela tem o sentido de cansaço então? Pode se dor de

cabeça de tanto cansaço, dor de cabeça di gripe... dor gerada do

medo, “tô com medo demais” ...

Medo de que? Medo de fazer a prova e não se dá bem, medo de ir

na lousa na frente de todo mundo e apresentar um trabalho e você

tem é...

Medo de se expor assim? Se expor, é.

E problemas? Que tipos de problemas? Não são os problemas de

matemática, as continhas de matemática? É pode ser né, matemática

pode ser um grande problema, se você não saber calcular, você pode

ser.. ter que refazer tudo de novo né, fazer toda uma fase né..

Mas tu me disse assim, que todo mundo tem dor de cabeça, medo

problema e contas.

Que tipo assim, contas é o que? Divida?Ou é..

Principalmente né.

Contas no sentido de ... Contas à pagar?

Contas à pagar isso!

Símbolo Muitos números

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125

APÊNDICE F – Transcrição das Justificativas no PCD

Sujeito 01

Grupo Evocações Justificativa

Co

nce

ntr

ação

Complicado

Necessidade

Desafio

Esforço

Dificuldade

Concentração

Por que a gente tem que se esforçar, tem que aprender, porque essas

palavras aí é que mais mexem com a gente, a gente é obrigada...

É, e tu colocaste como título a palavra concentração...

Isso tem que tá concentrada pra aprender.

Rac

ioci

nar

Cálculo

Resultados

Pensar/Raciocinar

Aprendizagem

Fórmulas

Desenvolvimento mental

A gente tem que raciocinar, tem que pensar né, pra gente poder fazer

as coisas que a gente quer. Tem que pensar bem, raciocinar, se

concentrar e fazer né, estudar.

Imp

ort

ante

Tabuada

Divisão

Gráficos

Exercícios

Contas

Importante

Por que na vida da gente tudo é importante. Em primeiro lugar é

importante que a gente saiba aprender, se comportar, fazer tudo certo,

então onde que a gente bota importante, é muito importante isso aí

Ok, isso na vida da gente, mas e a tabuada, a divisão, os gráficos, os

exercícios e as contas?

É importante a gente aprender tudo.

Est

ud

ar

Obstáculo

Útil

Estudar

Números

Medidas

Gosto

Tem que estudar bastante, prá gente fazer as coisas certas pra

aprender na matemática, tem que estudar bem, porque a pessoa que

não estuda não aprende. Eu já tiro pelos meus filhos, eles estudam

tanto. O mais moço essa noite nem dormiu, já tem duas noites que ele

não dorme, só estudando.

E a palavra obstáculo?

Eu acho a palavra obstáculo tão bonita.

Mas no sentido de parar na frente do obstáculo e chorar ou passar por

cima dele?

Porque a gente tem que lutar pra vencer, por que é um obstáculo

aquilo ali, a gente tem que ter garra e lutar pra conseguir que a gente

quer e esse nome aí é ideal.

Pro

fess

or

Soma

Dor de cabeça

Problemas

Medo

Professor

Função

Por que o professor é importante na vida do aluno, por que sem os

professores a gente não consegue aprender, né. Ele tem que tá na

frente.

E por que a palavra soma?

A gente tem que aprender a somar, as contas.

E dor de cabeça?

Dor de cabeça, é uma dorzinha meia chata, persegue a gente,

principalmente quando tá com dificuldade na matemática, logo dá dor

de cabeça na gente.

E problemas?

Problemas que ocorrem com a gente no dia-a-dia, medo, a função

também...

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126

Sujeito 02

Grupo Evocações Justificativa

Bás

ico

da

Mat

emát

ica

Pensar/Raciocinar

Divisão

Fórmulas

Cálculo

Exercícios

Professor

Eu acho que esse é o grupo básico da matemática.

Que é o grupo que mais tem a ver com matemática...

É o que mais tem a ver. É o mais utilizado no dia-a-dia e na sala de

aula, isso é o mais utilizado.

Est

ud

o

Importante

Aprendizagem

Gráficos

Problemas

Contas

Esforço

Tudo aqui faz parte do estudo na matemática, porém com muito

esforço. Minha última palavra pra mim sempre vale muito, é referente

a tudo que eu cito em cima.

Como se fechasse o grupo?

Isso.

Idea

l

Soma

Números

Tabuada

Estudar

Concentração

Resultados

Como básico, pra mim ele se torna ideal. Por que soma, os números, a

tabuada, estudar a concentração, mas é vantajoso ver os resultados.

Mas isso seria um ideal, difícil de alcançar?

É um ideal de realidade. Pra quem já está habituado com os mais

difíceis, esse aqui se torna o básico.

Dif

ícil

Desenvolvimento mental

Medidas

Função

Medo

Complicado

Útil

Isso eu já acho que é pra uma fase como a que nós estamos com

muita função, muita trigonometria, muito cálculo, a base do triângulo,

losango, e isso e aquilo, né, eu acho que o desenvolvimento mental é

muito mais forte, que a gente tem que trabalhar muito mais, as

medidas, as funções, o medo é terrível, como já te falei, de quando vê

uma coisa e tu não sabes com o que tais lidando, até tu entender é

complicado, mas ao mesmo tempo útil.

Últ

imo

pas

so Necessidade

Desafio

Dificuldade

Obstáculo

Dor de cabeça

Gosto

Eu diria que isso aqui é o último passo, se tu superares este grupo,

que é tua necessidade, teu desafio, a tua dificuldade, os obstáculos

que a gente tem, a dor de cabeça e ainda gostar, não precisa mais

nada.

Sujeito 03

Grupo Evocações Justificativa

Nem

tu

do

é f

ácil

Números

Complicado

Concentração

Pensar/Raciocinar

Medo

Importante

Porque nem tudo é fácil.

Mesmo os números assim, tu achas que eles não são fáceis, por isso

que são complicados, precisa de concentração...

Número é o que mais tem na matemática. Tem que ter número,

então...

Tu

do

qu

e

env

olv

e

mat

emát

ica

Cálculo

Tabuada

Problemas

Medidas

Exercícios

Fórmulas

É tudo que envolve matemática, sei lá.

Op

era

çõe s

Ma

tem

átic as Gráficos

Função

Porque essas são operações matemáticas.

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127

Divisão

Soma

Contas

Resultados

Pes

soal

Aprendizagem

Esforço

Útil

Dificuldade

Dor de cabeça

Obstáculo

É porque isso tem mais a ver comigo.

Nec

essi

dad

e d

e

estu

dar

Professor

Desafio

Gosto

Necessidade

Estudar

Desenvolvimento mental

É a necessidade de estudar a matemática.

Sujeito 04

Grupo Evocações Justificativa

Ap

ren

der

mat

emát

ica

Necessidade

Concentração

Pensar/Raciocinar

Resultados

Medidas

Contas

Porque pra aprender matemática tudo isso é necessário.

Co

nte

xto

da

mat

emát

ica

Gráficos

Soma

Função

Cálculo

Divisão

Números

Porque é o contexto da matemática.

Pro

ble

mas

a

enfr

enta

r

Tabuada

Exercícios

Fórmulas

Problemas

Desafio

Útil

Os problemas né, que a gente enfrentaria, né.

No

qu

e co

nsi

ste

a ap

ren

diz

agem

Desenvolvimento mental

Aprendizagem

Esforço

Importante

Dificuldade

Estudar

Porque a aprendizagem consiste nisso né, no desenvolvimento

mental, no esforço, é importante, né.

Sim

pat

ia

Gosto

Professor

Complicado

Medo

Obstáculo

Dor de cabeça

É a simpatia pelo professor.

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128

Sujeito 05

Grupo Evocações Justificativa P

rofe

sso

r

Estudar

Professor

Números

Divisão

Gráficos

Contas

Porque eu acho o professor de matemática assim é um gênio. A

pessoa que sabe matemática, eu digo meu deus, é um gênio pra mim.

Co

nce

ntr

ação

Complicado

Concentração

Dificuldade

Importante

Necessidade

Pensar/Raciocinar

Eu tenho dificuldade na concentração, daí eu penso assim, vou

colocar concentração, porque eu queria achar um meio assim pra mim

poder me concentrar. Eu não sei se eu tenho alguma coisa lá da minha

infância, que fez com que eu tivesse essa dificuldade na matemática.

Tipo um bloqueio?

Isso, um bloqueio, isso que eu quiz dizer.

Ap

ren

diz

agem

Aprendizagem

Útil

Resultados

Fórmulas

Desenvolvimento mental

Exercícios

A vida da gente é uma aprendizagem sabe, a gente tá sempre

aprendendo, quanto mais a gente aprende é melhor.

E tu colocou resultado, fórmulas, exercícios nesse mesmo grupo,

porque essas palavras estão nesse grupo?

Porque eu acho que todo exercício tem que ter um resultado, e tudo o

que a gente fizer é útil.

Esf

orç

o

Medidas

Tabuada

Problemas

Soma

Esforço

Desafio

Porque eu acho que sem esforço a gente não consegue fazer nada, né.

E porque tu colocou soma, problemas, tabuada, medidas, nesse

mesmo grupo?

Eu acho que na tabuada, tem que ter a soma, as medidas, os

problemas.

Tu já tinhas falada antes que tu tens dificuldade com a tabuada, daí o

esforço, então?

Porque eu acho que se tiver um pouquinho de esforço tu aprende,

mesmo com dificuldade, se eu me esforçar um pouquinho eu vou

aprender.

Med

o

Obstáculo

Cálculo

Medo

Função

Gosto

Dor de cabeça

Medo, mas eu não tenho medo da matemática.

Eu acho assim, que a matemática ela exige bastante cálculo, assim e

eu gosto da matemática, e ao mesmo tempo eu tenho medo, mas não

sei se é da matemática ou dos cálculos, porque daí vem muita coisa na

cabeça.

Quando eu fiz, eu fiz supletivo, a gente aprendeu o mínimo, não

chegou a ver muita coisa, e hoje aqui eu vejo aqui, meu deus, quanta

coisa eu deixei de aprender, como meus colegas disseram que lá

quando eles fizeram o ginásio eles já tinham aprendido e eu nunca

tinha visto essas coisas que a gente tá vendo agora aqui no PROEJA.

E medo, seria um sofrimento por antecipação?

Acho que é, mais é isso, medo, eu não sei te explicar o que é, por que

ter medo de números, né? Ninguém morde, não sei te explicar.

Isso é uma coisa que tu sente só em dia de prova?

O medo é mais no dia da prova, parece que te dá um branco, mesmo

que você saiba chega na hora da prova tu não consegue fazer.

Num dia de exercício é mais tranqüilo?

É bem tranqüilo, os exercícios eu faço bem tranqüila, mas aí chega o

dia da prova, o professor fala não é prova, é só um trabalho, mas

mesmo assim fica naquela tensão, será que vou acertar?

E em casa?

É tranqüilo.

Sozinha?

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129

Geralmente eu peço ajuda pro meu filho né, ele já tá no terceiro, mas

também não ajuda muito né, ele também muito nervoso, ele diz, é

mas se tu pegou a explicação lá tu deve saber.

Sujeito 06

Grupo Evocações Justificativa

Ex

ercí

cio

men

tal Exercícios

Pensar/Raciocinar

Gosto

Desenvolvimento mental

Professor

Complicado

Talvez mais pelo raciocínio, e a complicação que a matemática exerce

na pessoa, na forma que essa pessoa passa isso. E essa palavra aqui eu

interpretei como gosto, a pessoa tem ter gosto pelo estudo. E a

matemática também faz você pensar e raciocinar.

Est

ud

o

Fórmulas

Contas

Desafio

Concentração

Estudar

Importante

É estudo porque através da primeira você consegue buscar fórmulas,

contas, a importância de estudar, de se concentrar, porque apesar da

matemática ser uma matéria com resultados claros, os meios dela já

são um pouco dificultoso.

E essas fórmulas?

São as fórmulas matemáticas.

Mat

emát

ica

Números

Cálculo

Divisão

Gráficos

Função

Resultados

Porque tudo envolve números, matemática, cálculo, divisão, gráficos,

função, resultados, uma coisa puxa outra.

Ob

stác

ulo

s

Medidas

Soma

Esforço

Problemas

Dificuldade

Obstáculo

Medidas, seria assim, uma medida de você buscar a informação da

matemática, como você interpreta o que você tá aprendendo, a

medida como você raciocina, porque você tem que colocar em

pratica, e o esforço, a medida, a dificuldade os obstáculo, ela só

clareia no final.

E a soma e os problemas?

A soma, é a soma de tudo, de tudo que a matemática envolve, a soma

dos outros grupos.

E problemas?

E os problemas, são como os problemas de interpretação às vezes,

uma coisa mal lida vai ver diferente, sem saber identificar o que o

negócio pede, o que a matemática tá pedindo pra você, o ângulo tal.

Uti

lid

ade

da

mat

emát

ica

Necessidade

Aprendizagem

Útil

Tabuada

Dor de cabeça

Medo

Assim, um pouco mais da função que a matemática exerce, hoje em

dia se fala em matemática na filosofia, sociologia, tudo tem

matemática.

E depois de todos esses grupos, você consegue aprender, e descobrir a

necessidade dela, a utilização.

E por que tabuada, dor de cabeça e medo?

A tabuada é uma coisa do passado, eu acredito assim. E a dor de

cabeça, ela te traz um pouco, porque a dificuldade de você pensar o

raciocínio.

E o medo por último, porque eu não tenho medo da matemática hoje

em dia. É uma besteira ter medo da matemática.

Me explica um pouco mais da tabuada, como assim coisa do passado?

A tabuada não precisa ser decorada, você aprende exercitando,

fazendo as somas, hoje em dia eu vou fazer um cálculo eu não busco

a tabuada.

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130

Sujeito 07

Grupo Evocações Justificativa M

atem

átic

a

Função

Divisão

Cálculo

Números

Soma

Contas

Ah, porque tudo é baseado nela né, função, divisão, exige cálculo,

trabalha com números, tem soma tem contas.

Tam

bém

Mat

emát

ica

Fórmulas

Problemas

Tabuada

Gráficos

Medidas

Resultados

Eu acho que ela tem muitos problemas, muitas fórmulas, muitos

problemas.

Problemas de incógnita? É.

E resultado?

Porque todos eles têm que ter resultado.

E esse resultado faz diferença se ele é certo ou errado?

Faz, principalmente numa prova.

Meu

s O

bst

ácu

los Obstáculo

Desenvolvimento mental

Dor de cabeça

Exercícios

Necessidade

Pensar/Raciocinar

Ah, porque eu preciso ter mais desenvolvimento mental, tem que

controlar a dor de cabeça, e os exercícios eu tenho que aprender a

fazer, tem que me dedicar mais, e tem necessidade de pensar, de

raciocinar.

Dif

icu

ldad

e

Dificuldade

Esforço

Complicado

Concentração

Importante

Desafio

Ali já diz, dificuldade. Pra mim é dificultoso. Tudo que envolve os

cálculos pra mim já é complicado, então acho difícil, eu me esforço,

mas acho complicado, me concentro, por que é importante se

concentrar, mas mesmo assim tem desafio.

Esse é também uma continuação do grupo anterior?

Aham.

Esf

orç

o

Professor

Gosto

Estudar

Útil

Cálculo

Medo

Ah, professor tem que ter professor de matemática, e eu gosto da

maneira que ele ensina, e gosto de estudar também matemática, e

acho que ela é útil na minha aprendizagem, só que tenho medo. No

dia da prova passo mal.

No dia da prova é pior? E no dia que ele vai explicar uma matéria

nova?

Quando ele vai explicar matéria nova, eu tento me concentrar o

máximo, aí consegui pegar a fórmula, agora eu sei, consigo fazer, no

dia que ele tá explicando. Se ele desse uma prova naquele dia, aí eu

conseguiria fazer. Mas quando ele faz a prova de uma semana prá

outra, a minha cabeça já não...

E nas matérias novas, eu fico pensando, tomara que não seja difícil,

que não seja tão complicado como aquela outra...

Sujeito 08

Grupo Evocações Justificativa

O q

ue

pen

sa

pri

mei

ro

Números

Tabuada

Cálculo

Fórmulas

Soma

Gráficos

Ah, é o que vem na cabeça assim, quando pensa em matemática,

pensa nisso. É o que a gente pensa primeiro.

Contas

Divisão

Eu pensei isso aqui, é o que pensa primeiro e esse aqui é o segundo.

Mas tem o desafio que tá um pouco diferente? É só o que te veio na

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131

Função

Exercícios

Desafio

Medidas

mente mesmo?

É. O

qu

e p

reci

sa

pra

est

ud

ar

Estudar

Concentração

Importante

Útil

Aprendizagem

Problemas

Ah, daí aqui eu pensei em estudar, ali (nos outros grupos) é

matemática, e aqui aprender a estudar, se concentrar, é importante.

Co

nce

ntr

ação

Pensar/Raciocinar

Desenvolvimento mental

Gosto

Resultados

Necessidade

Esforço

Ah, eu pensei mais em concentração, desenvolver a mente, pra poder

ter um resultado.

Professor

Obstáculo

Complicado

Dor de cabeça

Dificuldade

Medo

Ah, porque eu não gosto de algumas delas. Aqui eu pensei na

matemática, e professor não tá incluído aqui pra mim.

E esforço?

Ah, não sei porque ficou lá. Ah, eu acho que deveria ter ficado aqui,

eu trocaria com obstáculo que ficou ali, é eu trocaria essa aqui.

Sujeito 09

Grupo Evocações Justificativa

Sab

edo

ria

Números

Soma

Divisão

Medidas

Cálculo

Contas

Se tu não tem sabedoria, tu jamais vai conseguir relacionar números,

soma, divisão, se tu não tem sabedoria pra isso tu não vai sabê que

isso não tem nada a ver com matemática, se tu sabe, tu estudo... Têm

que dar conta pelo menos isso aqui... Isso, exato, o mínimo que a

pessoa pode.

Imp

ort

ante

Estudar

Tabuada

Fórmulas

Problemas

Exercícios

Resultados

Por que é importante sabê tudo isso, se não, não vai chegar em lugar

nenhum, tem que saber estudar, a tabuada, tem que saber fórmula,

poblema, exercício, e disso tudo ele vai ter que ter um resultado.

E esse problemas aqui?

Poblema não que a matemática é..., alias que seja um poblema entre

aspas né, não é complicado, é que existe um poblema, poblema é

multiplicação, divisão... aquele problema tu diz assim, tenho 3

laranjas, comprei não sei mais o que... é isso.

Esf

orç

ar

Pensar/Raciocinar

Esforço

Professor

Desenvolvimento mental

Concentração

Gosto

Tudo isso tem a ver com a matemática né, números, pensar,

pensamento, esforço, professor, porque é a matemática né, mas se não

tiver o professor, como é que vou aprender né? Um depende do outro,

aliás... a matemática tem relação a ver com o professor, ou também

cabe com os alunos né, se o professor não passa pra gente a

matemática, como é que a gente vai saber a matemática..., não vai

aprender sozinho... exato, existe a matemática mas como vou

aprender se não tem o professor, melhor dizer assim.

E o desenvolvimento mental?

Esse desenvolvimento mental não é voltado a minha pessoa né, quer

dizer que a pessoa ainda não tem o desenvolvimento necessário, é

necessário ter esse desenvolvimento mental.

É também assim, poxa tem aluno aí que é crânio né, tem raciocínio

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132

rápido, pega fácil as coisas, na verdade eu não consigo pegá as coisas

de imediato, por que eu prefiro ir aos poucos né, mas tem aluno que

consegue assim o professor passar algo no quadro e logo ela já...

então tu diz que esse aluno tem um bom desenvolvimento mental? É

por que assim, eu levo um pouco prá fora do colégio, da

universidade... eu quando estudava, que eu parei de estudar já um

bom tempo, quando eu não trabalhava ainda só estudava, eu não

preocupava com as coisas, então eu dedicava a matemática, as coisas

pra mim encaixaria melhor, pegava também as coisas mais rápido,

não tinha dificuldade, nossa era muito bom! Hoje eu to mais lento pra

pegar as coisas.

Fra

cass

o

Medo

Dor de cabeça

Útil

Importante

Obstáculo

Dificuldade

Se a pessoa acha que tudo é isso pra ele, se ele vê as coisas dessa

forma, então ele é um fracassado. Tô tirando essa conclusão do meu

dia-a-dia, por que eu sô uma pessoa que me viro sozinho, não

dependo de ninguém.

Tá, mas tu colocou útil e importante?

Por que assim, eu coloquei medo, dor de cabeça, mas não tem nada a

ver que faz parte da pessoa fracassada, eu botei útil, por que às vezes

com poblema do dia-a-dia traz isso pra escola... é também to vendo

que não cabe aí esse útil, porque não tem nada a ver com menos

matemática.

E importante?

É importante esse título que eu dei de fracasso, porque o aluno que

tem medo da matemática, dá dor de cabeça, dificuldade e obstáculo,

aliás separando o útil, importante e obstáculo, de medo, dor de

cabeça, dificuldade, eu inclui nesse meio aí, porque as pessoas que

tem tudo isso, e esse útil tá dentro disso... poderia se aproveitar

disso... é poderia pegar o útil, o importante e obstáculo que vai

superar esse medo, dor de cabeça e dificuldade.

Ate

nçã

o

Gráficos

Desafio

Função

Aprendizagem

Necessidade

Complicado

Gráficos geralmente você, se tu vai medir algo, como vou te dar um

exemplo, se algum dia tá trabalhando pensa em tê uma casa, desse

gráfico tu pode tirar uma conclusão, porque gráfico é as linhas,

quantos graus, depende do projeto da casa.

E o desafio faz parte de você querê construir uma casa, olha esse

gráfico, tu vai aprender a desenhar e tudo.

E função?

Função, incluindo na matemática, função você tem que desempenhar

um projeto, vou desenhar esse tipo de função, você é um

eletrotécnico, ou um técnico em meio ambiente... função seria como

um cargo? Isso.

E a aprendizagem?

Se você esforçá bastante, essa aprendizagem vai te ajudar muito,

porque tudo isso você vai juntar e tirar uma conclusão, e vai aprender

mais, e no meu caso aqui, desafio, gráfico.

E necessidade?

Essa necessidade todo mundo tem, dentro da matemática. É a

necessidade da pessoa tem de aprender.

E o complicado?

Ah, é que as pessoas complica tudo isso que eu coloquei aí.

Sujeito 10

Grupo Evocações Justificativa

Bri

nca

nd

o

com

os

mer

os

Gráficos

Números

Cálculo

Porque são uma das situações assim mais importantes da matemática,

tabuada, as contas, os cálculos, os números, o professor em primeiro

lugar pra tê alguém pra te orientar.

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133

Contas

Tabuada

Professor

Nec

essi

dad

e d

a

vid

a

Fórmulas

Soma

Função

Necessidade

Resultados

Pensar/Raciocinar

Necessidade porque é realmente uma necessidade a gente aprende

matemática, e pensar e raciocinar vem mais de tu, é porque tu tem

que puxar mesmo do raciocínio, botá a cabeça pra pensar, pensar bem

no que tá fazendo, analisá antes de executá ali a fórmula matemática,

a conta que tu tá fazendo.

Co

nce

ntr

ação

pra

ven

cer

a m

atér

ia

Medidas

Divisão

Desafio

Concentração

Exercícios

Estudar

Porque ela engloba, no caso ali, o que a gente precisa fazer em si da

matéria, é o que precisa, estudar, ter bastante exercício, que precisa

bastante, tu vai vencer um desafio estudando, concentração que tem

que ter ao máximo.

E divisão e medidas?

Divisão, digamos que seja pra mim no caso assim, é uma das

fórmulas que mais começo a complicar, que eu achei mais difícil,

esse negócio de dividir, e bota pra cá, e bota pra lá, é soma...

E medidas?

Medidas é o que elas se engloba ali sendo uma das fórmulas que a

gente tem que usar, medir direito, prá às vezes não ultrapassar, porque

num trabalho no laboratório tem isso, então se tu vai fazer um ensaio,

tu tem que ter a medida certa, se tu passa dessa medida o negócio já

desanda, tem que ter concentração também.

A i

mp

ort

ânci

a pra

vid

a

Dificuldade

Problemas

Aprendizagem

Importante

Desenvolvimento mental

Esforço

Porque isso aqui, problemas, dificuldade, aprendizagem, uma coisa

que tá meio junto, porque tu vai ter problemas pra aprender, vai

encontra dificuldade na conta, no que tu tá fazendo, precisa tê esforço

bastante, e vai haver um desenvolvimento mental, a partir do que tu

começá aprender a resolver o problema.

E o importante?

Porque a matemática é bem importante, em qualquer situação nossa

da vida, a matemática é bem importante.

Go

sto

pel

a m

atem

átic

a Obstáculo

Medo

Complicado

Dor de cabeça

Útil

Gosto

Porque a matemática em si ela traz um pouco de medo né, foi o que

eu enfrentei logo que comecei a estudar, o medo da matemática que

todo mundo pinta, oh! né. A gente tem muita dor de cabeça,

realmente, quando tem aulas de cálculo, a gente usa bastante a mente,

foi por isso que eu coloquei junto.

E o útil e o complicado?

O útil porque é muito útil a matemática é muito útil pra gente, e

complicado porque tem contas que é complicado mesmo de se

entender e resolver.

Sujeito 11

Grupo Evocações Justificativa

Des

afio

Concentração

Dificuldade

Necessidade

Desafio

Complicado

Medo

Por que pra mim é um desafio, tudo isso.

Como assim?

De enfrentá, de me concentrá pra mim é um desafio, porque eu sou

muito aérea, pra mim é uma dificuldade estudar, só que eu tenho

necessidade, pra mim é complicado e eu tenho medo. Tanto de não

passar quanto de tirar nota baixa. Tanto de me esforçar tanto e

acabar...

Imp

ort

ante

Esforço

Importante

Pensar/Raciocinar

Aiii... É importante eu me esforçar, pensar principalmente, resolver os

problemas, ter concentração pra resolver os números e os cálculos.

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134

Problemas

Números

Cálculo

Res

ult

ado

s

Contas

Útil

Aprendizagem

Desenvolvimento mental

Obstáculo

Resultados

Tem que ter resultados pra vencer todos os obstáculos, tem que ter

cabeça prá pensar na aprendizagem, porque é útil e pra poder fazer as

contas.

As contas de matemática?

É.

Pro

fess

or

Tabuada

Exercícios

Estudar

Professor

Dor de cabeça

Soma

Ah, porque dependendo do professor tu não aprende. A tabuada tu já

aprende desde criança. Então, mas mesmo assim, quando tu fica anos

sem estudar, tu não grava, tu perde tudo o que tu estudou. Então tem

muita dor de cabeça, tem que aprender a somar, e ter resultado, tem

que aprender a estudar, tem que ter exercícios, mesmo assim,

dependendo do professor, se não tiver um professor que ensine legal,

tu não pega nada disso.

E tu acha que bastante exercício ajuda?

Depende, se o professor sabe ensinar, porque senão não adianta só dá

exercício e não explicar.

rmu

las

Fórmulas

Divisão

Gráficos

Medidas

Função

Gosto

As fórmulas, é porque dependendo das fórmulas tu tem que fazer tudo

né, dividir, os gráficos, as medidas, a função, tem que ter gosto pela

coisa, que a maioria não tem, e se tu não souber as fórmulas tu não

sabe nada.

Sujeito 12

Grupo Evocações Justificativa

Su

cess

o

Concentração

Pensar/Raciocinar

Estudar

Desafio

Exercícios

Fórmulas

Isso aí é o que eu tenho que tê pra conhecer a matemática, no sentido

de exercitar mesmo, fazer cálculo, a forma direta...

E a palavra desafio?

É um desafio tu tê isso aí, tu tê concentração, pensar, raciocinar,

estudar...

E os exercícios e as fórmulas?

É que tu tem que ter as fórmulas pra fazer os exercícios.

Fer

ram

enta

s

Tabuada

Contas

Soma

Aprendizagem

Divisão

Gráficos

Isso aí eu adotei o critério mais da metodologia que tu tem que ter

assim, basicamente assim..., é a base pra tu te, pra tu aprender no caso

a matemática, é o fundamental, tem que ter um pouco da tabuada, tem

que fazer as contas, essas contas seria a soma, os cálculos, a divisão,

os gráficos.

Prá

tica

Números

Problemas

Função

Medidas

Necessidade

Aprendizagem

Isso aqui eu peguei, tem bastante no dia-a-dia da matemática mesmo,

é o que a gente utiliza bastante, só que chegando aqui pra baixo eu já

procuro mudar um pouco.

E a necessidade?

E a necessidade de tu ter uma certa... intimidade, saber lidar com isso.

E a aprendizagem?

É o final depois de tudo, depois desses números, desses problemas,

funções na tua cabeça, aí vem à aprendizagem, no caso seria um

resultado.

Im po

r

tan

t

e

Desenvolvimento mental

Esforço

Tá, daqui eu preciso ter um desenvolvimento mental, pra começar

esses dois aqui já teria que ter um desenvolvimento mental, pra te

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135

Resultados

Professor

Importante

Útil

esse desenvolvimento mental tem que ter um pouco de esforço, pra

esse esforço meu sê mais..., um pouco maior assim, eu tem que ter

esses resultado pra me motivá, e pra mim te esses resultados eu vou

ter um professor, que eu já falei da importância dele e a utilidade dele

na nossa vida.

Ob

stác

ulo

Gosto

Dificuldade

Complicado

Medo

Obstáculo

Dor de cabeça

É o gosto, é aquela história, tu tem que tê muito gosto com a

matemática, porque tu usa ela diariamente, goste ou não, tu vai utiliza

ela, a dificuldade tu vai te, mas tem que deixar no último plano,

complicado é a mesma coisa também, medo a mesma coisa, os

obstáculos a gente vai tê em tudo, e lá vem a dor de cabeça que é o

último também que todo mundo tem.

Sujeito 13

Grupo Evocações Justificativa

Est

ud

ar a

mat

emát

ica Pensar/Raciocinar

Concentração

Fórmulas

Desenvolvimento mental

Gráficos

Estudar

Porque ali tá tudo que a gente precisa na realidade, concentração que

a gente precisa tê né, as fórmulas, o desenvolvimento mental também

é muito importante.

Tu diz assim, que quem não tem uma cabeça muito boa...

Não tem como gravá tipo, humaniza, deixa no pensamento..., gráficos

também é muito importante.

E estudar?

Estudar também, a matemática tem que estudar muito.

Med

idas

e

cálc

ulo

s

Medidas

Cálculo

Números

Contas

Divisão

Tabuada

Porque assim, tu precisa de medidas, precisa fazer cálculos, montá a

conta, pegá os números tipo num problema, montá ali, se precisa fazê

a divisão tu faz, se precisa multiplica faz a multiplicação também.

E essas medidas ali, que tipo de medidas são?

Medidas pode ser a medida de uma parede no caso.

Ah, então são as medidas do sistema métrico...

Fu

nçã

o d

o

pro

ble

ma

Exercícios

Problemas

Soma

Resultados

Função

Necessidade

Por que na verdade a pessoa tem que ter um exercício, se chegar e der

um problema pra gente resolvê, aí vai tê que sabê fazê a soma, calculá

né tem que acha o resultado do que pede, e a função também dos

números, se não tem os números, não tem como fazê os cálculos.

E a necessidade?

Que a necessidade a gente precisa também, que tudo que você vai

fazê hoje é com números, então é uma necessidade.

Des

afio

Esforço

Aprendizagem

Dor de cabeça

Desafio

Gosto

Dificuldade

A gente tem que tê a primeira coisa esforço e vontade de aprender né,

senão não vi, e também desafio, a matemática eu sempre considero

um desafio pra mim.

E também dá dor de cabeça.

Como assim?

Ah, por que começa pensá muito e às vezes não dá certa, começa a dá

errado, vai se estressando e dá dor de cabeça.

E gosto e dificuldade?

E é sempre bom também tê uma dificuldade, um pouquinho de

dificuldade é ali que a gente aprende mais.

E gosto?

É porque eu gosto de um desafio.

Imp

ort

ânci

a d

o

pro

fess

or

Professor

Útil

Obstáculo

Complicado

Medo

Não é que seja menos, porque o professor também é importante, né.

E medo, é sempre o medo de errar nas coisas simples, às vezes é fácil,

mas a pessoa acha complicado.

E importante?

É importante te sempre uma boa relação com o professor né, sempre é

importante.

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136

Importante E obstáculo?

É tipo você consegui passar por aquele problema e passa pra outro

mais difícil

E o complicado e útil?

Complicado prá mim seria os problemas, quanto mais complicado

mais dor de cabeça.

E útil?

Prá mim é o professor... que é útil, em tudo né na matemática.

Sujeito 14

Grupo Evocações Justificativa

Do

r d

e ca

beç

a

Função

Soma

Cálculo

Contas

Tabuada

Números

Ai porque pra mim é muito complicado, tipo assim, português às

vezes a professora não precisa nem falá eu já entendi, e matemática

tem que repetí, repetí, repetí, repetí... uma coisa que não tem fim, eu

não consigo, não tem jeito.

Mas porque isso é o que mais tem a ver com matemática?

Ah, porque tem soma, tem cálculo, tem contas, números...

Ven

ced

ore

s

Professor

Dor de cabeça

Problemas

Desenvolvimento mental

Medo

Útil

Sei lá, porque no mínino o professor que se dedica e dá uma aula de

matemática, ele é um vencedor, porque eu acredito que como eu tem

muitos por aí, mais por isso...

E porque dor de cabeça, problemas?

Ai, porque tudo isso matemática pra mim dá, matemática pra mim é o

caos, é uma tisunami na minha vida, uma loucura...

E os problemas, que tipo de problemas são esses?

Ah, como eu te disse é porque é ruim... é prova, sempre tem te prova,

sempre tem que te prova, não pode ser uma coisa assim menos

carrascuda né, assim uma coisa menos... ai se fosse um trabalho, em

conjunto,... se aprende muito melhor, muito mais tranqüilo, do que o

professor chega e te dá 30 contas, e tu tem que fazer as 30 contas e se

não entender nada das 30 contas tem que fazer uma prova na semana

seguinte, eu acho mais por isso.

E o desenvolvimento mental, medo útil?

Ah, o desenvolvimento mental porque tu tem que ter prá fazer essas

contas, prá chegar na hora da prova tu lê né, o cabeçário e entende o

que tá te pedindo, prá demonstrá, chega no resultado e é útil na vida a

matemática, igual língua portuguesa, se tu não souber lê tu não sabe

nada, e se tu não souber calcular tu não sabe nada.

Ex

ercí

cio

s

Exercícios

Concentração

Fórmulas

Divisão

Pensar/Raciocinar

Gráficos

Ah, eu acho que de repende se tivesse grupos prá gente pode fazer

exercícios, grupos mesmo na sala de aula, que a gente pudesse fazer

os exercícios, prá aplicar as fórmulas, prá tê mais concentração, tê um

raciocínio mais lógico assim, porque é diferente um professor chega

na sala e te explicar aquela matéria sobre, sei lá, sobre seno e

cosseno, é simples, é super simples, mas às vezes como tá na folha, as

vezes tu não assimila o negócio, então tu precisa pensá, raciociná

muito, num tempo muito curto, porque querendo ou não é curto prá

mim.

Des

afio

s

Resultados

Obstáculo

Esforço

Desafio

Aprendizagem

Gosto

Ah, porque assim, eu usei pelo menos assim as coisas que eu acredito

que seje, é... dá resultado, porque todo obstáculo quando tu chega no

final é um esforço, um desafio, uma aprendizagem, e bem no fim é

um gosto, porque tu chega no final do semestre e passá!, mesmo com

tanta dificuldade, tanto obstáculo, tanto desafio, tu aprendeu, acaba

sendo gostoso. Mas podia sê mais tranqüilo, não precisava sê tão...

M edi

da s Estudar Porque é uma medida né, tu vai estudar, é uma medida tu tem que

seguir aquele caminho, porque tem que estudar, é obrigatório estudar.

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137

Complicado

Necessidade

Importante

Dificuldade

Medidas

A partir do momento que tu tem que estudar e trabalhar, se torna

complicado né, só que é necessário e é importante, e tem dificuldades,

então tu tem que te isso como uma meta, uma medida, pra ti dizer

assim não, essa vai ser uma continuidade que eu vou dar na minha

vida.

Sujeito 15

Grupo Evocações Justificativa

Uti

lid

ade

da

mat

emát

ica

Pensar/Raciocinar

Desenvolvimento mental

Aprendizagem

Concentração

Resultados

Útil

Que matemática é ela tem que pensar né no caso raciocínio né,

matemática é raciocínio, através do raciocino a gente temos

desenvolvimento mental, temos aprendizagem e vamos ter

concentração pra aprender matemática, e resultados no caso vamô te

resultado que vão ser útil

Resultado pra ti, não das contas?

O resultado da aprendizagem do desenvolvimento mental.

Ob

stác

ulo

s

Obstáculo

Necessidade

Complicado

Dificuldade

Esforço

Estudar

Matemática ela tem seus obstáculos, seus obstáculos são

complicados, que são tem a sua necessidade de esforço e pra te estudo

tem que estudar, se esforça.

Fu

nçõ

es

Números

Contas

Função

Cálculo

Divisão

Tabuada

Porque a matemática tem seus números sem os números não teria

matemática.

Das suas funções, tem que resolver o cálculo, divisão e tabuada, a

tabuada é o básico da matemática tem que saber a tabuada

É aquele função f(x)= a tanto ou a função da matemática?

A função da matemática no resultado do dia-a-dia.

Imp

ort

ânci

a d

os

exer

cíci

os

Exercícios

Desafio

Fórmulas

Problemas

Soma

Importante

A importância de da matemática é o exercício né, exercícios tem seus

desafios.

Como assim, exercícios?

Porque a matemática sem praticar exercícios não dá. O professor

explica lá na frente você vai fazer daqui três dias sem praticar não

vai...

E desafio, fórmulas, problemas e a soma?

Desafio das fórmulas e seus problemas né, e a soma caiu de pára-

quedas aí...

Professor

Dor de cabeça

Gosto

Medo

Gráficos

Medidas

Matemática tem os seus professores né, dor de cabeça é o que nos

leva um pouco da matemática, tem gosta da matemática mas também

o medo de errar, e gráfico e medidas não sei porque...

Sujeito 16

Grupo Evocações Justificativa

Co

nce

ntr

ação

Concentração

Cálculo

Contas

Resultados

Números

Na matemática tem que estudar um pouco né, matemática envolve

números e concentração, cálculos, resultados e contas, é o essencial

da matemática, é o que mais envolve.

E o resultado, é novamente o resultado positivo?

Resultado positivo, porque uma coisa vai puxando a outra né.

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138

Estudar

rmu

las

Gráficos

Divisão

Exercícios

Fórmulas

Soma

Medidas

Isso porque são as derivações da matemática. O passo-a-passo da

matemática, porque envolve soma, fórmulas, exercícios, medidas,

divisões, e os gráficos que a gente aprende agora né.

Des

env

olv

imen

t

o m

enta

l

Aprendizagem

Útil

Necessidade

Tabuada

Desenvolvimento mental

Pensar/Raciocinar

Pra mim a matemática, a aprendizagem que é muito útil no nosso dia-

a-dia, é uma necessidade, e tabuada que a gente tem que usar

bastante, e ajuda no desenvolvimento mental e no raciocínio né.

Imp

ort

ante

Professor

Função

Importante

Gosto

Medo

Problemas

Professor é essencial na matemática né, pra ele passar os primeiros

passos, é muito importante, as funções são as funções da matemática,

os exercícios, que eu acho né.

Mas as funções, o que são na tua opinião...

A função da matemática, a impotância dela pra gente.

E gosto?

Ah, eu gosto.

E problemas?

Existem alguns problemas, por isso a gente tem que ter um pouco de

medo.

Que tipo de problemas?

Dificuldadezinha que a gente sempre encontra em qualquer parte da...

Des

afio

Dificuldade

Complicado

Dor de cabeça

Obstáculo

Desafio

Esforço

Desafio, dificuldades, mínimas.

E o esforço?

Na verdade o desafio a gente tem no dia-a-dia, tanto na matemática,

como na outra parte da vida, se a gente não tive um pouco de esforço

não acontece nada, ao menos um pouco de esforço tem que te.

Sujeito 17

Grupo Evocações Justificativa

Co

nta

s

Divisão

Tabuada

Fórmulas

Soma

Cálculo

Contas

Pelas palavras ali, são as fórmulas né, a atuação das palavras

diretamente na matemática, como divisão, soma, cálculo, contas,

tabuada.

Est

ud

ar

Gráficos

Professor

Estudar

Esforço

Concentração

Números

Então, porque eu vejo que tem um certo grau de importância, porque

tá relacionado com o professor, você vai ter que tá se esforçando pra

estudar, tá concentrado, automaticamente alguns gráficos vão tá

relacionados...

Ap

ren

diz

ag

em

Exercícios

Função

Aprendizagem

Resultados

Aqui, acho que talvez, separei elas aqui porque, a aprendizagem ela

vai tá relacionado com alguns exercícios, em algumas funções que

você vai ter que fazer, tomar algumas medidas, entre elas pensar,

raciocinar, pra obter alguns resultados.

Função aqui seriam as funções matemáticas?

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139

Pensar/Raciocinar

Medidas

Exatamente.

E o resultado seria o resultado da conta?

Resultado da aprendizagem, né

E as medidas, no sentido do que eu vou fazer?

Metas.

Ob

jeti

vo

s

Desenvolvimento mental

Necessidade

Importante

Desafio

Gosto

Útil

O desenvolvimento mental, bom a pessoa tem que ter o gosto, aceitar

desafios...

E necessidade e importante?

A necessidade tá relacionado na função da pessoa né, porque ela é

importante, automaticamente útil.

Problemas

Obstáculo

Complicado

Dificuldade

Medo

Dor de cabeça

Esse aqui é um grupo que pra mim mesmo não tem dificuldade de...

me confrontá com essas palavras aí.

Problemas todo mundo, problemas com a matemática todo mundo

tem, obstáculo talvez tá aqui por que sobrô, complicado alguma coisa

sempre vai tá complicado, alguma coisa que você não consegui

entende vai tá complicado, e medo tá aí de novo por que sobro.

E dor de cabeça?

É mais incomodação, né.

Sujeito 18

Grupo Evocações Justificativa

Det

erm

inan

tes

do

apre

nd

izad

o

Cálculo

Pensar/Raciocinar

Concentração

Números

Fórmulas

Desenvolvimento mental

Porque dentro dessas palavras, gerô prá mim assim o que mais tem a

ver, porque são as coisas eu mais exige no aprendizado, que são os

cálculos né, você pensá, porque às vezes até a conta não é tão difícil

quanto o raciocínio né, concentração exige bastante, porque sem

concentração você não faz, e os números porque lógico matemática,

fórmulas também, e desenvolvimento mental porque desenvolve

bastante, não só na área da matemática, mas exercita a cabeça pra

outras coisas também.

Tu diz assim que isso vai te dar desenvolvimento mental, ou tu já

precisa ter desenvolvimento mental pra fazer os cálculos?

De certa maneira precisa já tê um certo desenvolvimento conforme o

grau de dificuldade do cálculo né, mas mesmo que você não tenha

esse conhecimento e venha adquiri com o tempo estudando

matemática ele desenvolve o teu raciocínio e outras coisas.

Fer

ram

enta

s

Tabuada

Divisão

Soma

Gráficos

Contas

Função

Simplesmente eu coloquei porque são as operações e maneiras de

expressar algum resultado alguma coisa assim.

Cam

inh

o d

as p

edra

s

Exercícios

Estudar

Problemas

Esforço

Gosto

Resultados

É aqui, nesse grupo são as palavras que mais péga vamô dizer assim,

pra mim no caso né, seria a dificuldade, porque problemas geralmente

porque exige bastante raciocínio, e tempo pra você trabalhar com ele

e estudar e exercício e esforço, justamente por causa do dia-a-dia, que

é complicado ter tempo pra estudar, trabalhar, isso é difícil, por falta

de tempo, infelizmente pra você ser um bom estudante assim, tem que

ter tempo

E resultado?

Ah, um bom resultado.

Ap

oio

Útil

Importante

É o apoio que você tem no aprendizado né, útil, vai ouvir o que é de

útil pra você, mecanismos úteis prá você aprende matemática, saber o

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140

Necessidade

Medidas

Professor

Aprendizagem

que é o mais importante você estudar naquele momento, saber separar

o mais importante, o mais necessário.

E medidas, está aqui com que significado?

Que medidas você, iria digamos assim, através desse apoio né,

medidas de sugestão pra você melhorar, sugestões assim se repente.

E o professor?

Auxiliar né...

Ob

stác

ulo

s

Medo

Dor de cabeça

Obstáculo

Dificuldade

Complicado

Desafio

Esse aí é simplesmente, porque não tem quem não sinta um pouco de

dificuldade, e que não sinta um pouco de dor de cabeça pra estudar

matemática, é o normal pra todo mundo eu acho, mas não penso nisso

aí como um empecilho pra mim não estudar, sei das minhas

limitações lógico, em termos de tempo pra adquiri esse

conhecimento, talvez exige um pouco mais de dedicação às vezes

comparado com outro, mas não é isso que vai me impedir de estudar.

Sujeito 19

Grupo Evocações Justificativa

Res

ult

ado

s

Professor

Cálculo

Tabuada

Resultados

Concentração

Desenvolvimento mental

Não... porque quando eu penso assim que que tem é matemática eu já

penso que tem um professor daí já penso em cálculo em tabuada tem

que ter o resultado correto e tem que ter bastante concentração e...

prá... bastante concentração daí pra poder desenvolver na mente a

matemática aprender corretamente.

Tá, e aqui resultados é de novo...

É resultado das somas das contas.

Faz

par

te d

a m

atem

átic

a

Fórmulas

Números

Soma

Função

Problemas

Divisão

Hum porque ... é... quando assim eu fui é... separando elas assim eu

botei ali professor, calculo ali, então na segunda eu já coloquei assim

que na matemática tem fórmula números somas função problema

divisões

E problemas é de novo naquele sentido de contas...?

No sentido de contas também.

Função?

Função que tem a função de primeiro grau, de segundo grau, função

de... de..

F(x) é igual a tanto Y igual a...

É, é.

Est

ud

ar

Estudar

Pensar/Raciocinar

Gráficos

Contas

Exercícios

Esforço

É porque sempre pra estudar tem que ter esforço tem que pensar, daí

tem contas, tem gráficos e os exercícios eles fazem parte dessa...da...

de pensar, parte do esforço é... exercícios que o professor passa pra

fazer, exercícios que ele dá pra levar pra casa...

E tu diz assim que esses exercícios são importantes...?

São, são bem importantes porque através dos exercícios que a gente

consegue... é...aprender melhor porque se ele só ensina lá a gente não

consegue pegar daí se ele dá os exercícios a gente vai fazendo e vai

aprendendo mais.

E daí tu diz assim, precisa também ter um pouquinho de esforço?

Ah precisa, precisa porque às vezes a gente fica pensando numa outra

coisa que tá atrapalhando e o professor fala lá, aí a gente não

entende...e passa, daí tem que ter um esforço mais...

Pra resolver não né.

Nec

essi

dad

es Aprendizagem

Necessidade

Obstáculo

Desafio

Dificuldade

Coloquei elas juntas porque eu penso que assim tem a necessidade de

aprender, é muito útil, tem obstáculo, é um desafio, as dificuldades e

é muito necessário aprender a matemática.

Então necessidade ali tá no sentido de ser necessário tu aprender a

matemática? Se eu não aprender a matemática eu vou deixar de fazer

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141

Útil muitas coisas porque ela é necessária no dia-a-dia e é necessário eu

aprender. Im

po

rtan

te

Gosto

Complicado

Medidas

Medo

Dor de cabeça

Importante

Ai... Assim é, porque assim acho que a matemática a pessoa tem que

ou gostar ou pelo menos aprender a gostar da matemática, porque ela

é complicada tem que tomar medidas corretas, a pessoa fica com

medo, dá dor de cabeça...e...

Dor de cabeça de novo naquele sentido: poxa não consigo fazer... Não

consigo fazer, daí vem com a cabeça grande enorme e daí...

E Porque que tu diz assim que a matemática é complicada?

Eu acho que ela é... complicada é... eu penso que seje porque assim ó

eu parei de estudar a bastante tempo atrás, é voltei a estudar, foi é

uma... foi um... um ensino... é fundamental, ----, assim passei o

ensino fundamental e o médio assim é..., pelo PROEJA pelo EJA que

daí ele foi muito mais rápido com poucas horas de aula, não é que

nem o, que nem... sê ter aula que nem o ensino regular.. ensino médio

que tem 3 anos aqui tu fez em um ano e meio... Isso então eu acho

que essa parte... Isso complica daí quando é mais rápido assim

É complica, porque não tem a matéria e a pessoa vem a matéria e a

pessoa não sabia enquanto que na aula vai seguindo, seguindo e

seguindo.

Sujeito 20

Grupo Evocações Justificativa

mer

os

Tabuada

Pensar/Raciocinar

Números

Divisão

Cálculo

Função

Quando se fala em matemática é isso né, aparece tabuada, aparece

números, é cálculo, pensar muito raciocinar, função.

Função aqui agora é função de 1º e 2º grau?

É tudo, relacionado à matéria.

Ex

ercí

cio

s

Obstáculo

Desenvolvimento mental

Concentração

Exercícios

Soma

Gráficos

Porque é o que é a matemática, chega num momento assim que

parece que cria um obstáculo, você tem matéria que é complicado de

entender, tem que se concentrá bastante, tem que fazê muitos

exercícios, gráficos soma...

E desenvolvimento mental?

E aí te traz um desenvolvimento mental mais... tê traz mais

conhecimento né, mais segurança, é onde você começa então a

dominá a matemática.

Pro

ble

mas

Problemas

Complicado

Estudar

Medidas

Desafio

Contas

A matemática ela tem muitos problemas pra você resolve né, que é

prá você aprendê a como lidar com os números, ah, entende de

medidas, a metragem.

E contas, já não é mais contas a pagar então?

Não, seria como calcular mesmo as contas, a porcentagem.

E complicado e desafio?

Porque a matemática..., não sei se é o modo que ensina, como eu

falei, ela tem uma fase que ela é complicadinha de entender, é o

desafio, acaba sendo um desafio estudar matemática.

Pro

fess

or

Professor

Importante

Fórmulas

Aprendizagem

Gosto

Necessidade

Gostar de matemática tem que ter um professor também que goste de

matemática, que goste de ensinar, sabe, que tenha paixão pelos

números, senão acaba se tornando... deixa de ser importante, a

aprendizagem acaba sendo ruim né, se acaba tendo em mente que

estudar matemática é ruim, não tem como gostar...

E necessidade e fórmulas?

A necessidade que tu tem, há a necessidade de você aprende

matemática, tudo é calculado, tudo é..., você usa matemática prá tudo

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142

até na cozinha, né.

E fórmulas, que fórmulas seriam essas?

É importante tê um professor que use fórmulas de aprendizagem que

a gente goste... prá que crie no aluno gosto né, pela matemática,

porque é de extrema necessidade.

Res

ult

ado

s

Dor de cabeça

Medo

Esforço

Resultados

Útil

Dificuldade

Acho que pensar muito dá dor de cabeça, e a matemática você acaba

fica apavorada um pouco porque né, não vai saber calcular raiz ou a

hipotenusa, ou ângulos né. E esforço, você tem que se esforçá

bastante pra tê um resultado bom da matéria né.

E útil e dificuldade?

Útil porque a matéria é útil mesmo, e a dificuldade na matemática de

aprendê sempre vai surgí até mesmo prá quem é professor acaba

caindo nas pegadinha da matemática.

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ANEXOS

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144

ANEXO A – Organização curricular até o terceiro módulo14

A organização curricular para os três primeiros módulos está apresentada nas

Figuras 3, 4 e 5.

Figura 3 – Organização curricular do Módulo 1

PI = Parte Diversificada – Projeto Integrador: Trabalhador e Escola (40h)

CL= Códigos e Linguagens (200h)

CNM = Ciências da Natureza (80h)

CH = Ciências Humanas (80h)

Figura 4 – Organização curricular do Módulo 2

PI = Parte Diversificada – Projeto Integrador: Cidadão e Sociedade (40h)

CL= Códigos e Linguagens (120h)

CNM = Ciências da Natureza (160h)

CH = Ciências Humanas (80h)

14

Fonte: PPC, 2005, p. 41-43.

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145

Figura 5 – Organização curricular do Módulo 3

PI = Parte Diversificada – Projeto Integrador: O Mundo do trabalho (40h)

CL= Códigos e Linguagens (80h)

CNM = Ciências da Natureza (160h)

CH = Ciências Humanas (120h)

CARGA HORÁRIA: Os três primeiros módulos terão carga horária de 1200

horas, referentes à Formação Geral.

Tabela 1 – Carga Horária dos três primeiros módulos

Área do Conhecimento Unidade Curricular

Carga horária

1° semestre 2° semestre 3° semestre

Linguagens (400h)

Português 80h 60h 40h

Arte 40h

Informática 40h 20h

Inglês 40h 40h

Espanhol 40h

Ciências da N.-400

Matemática 40h 40h 40h

Física 40h 40h 40h

Biologia 40h 40h

Química 40h 40h

Ciências H. 280h

História 40h 40h 20

Geografia 40h 40h 20

Filosofia 40h

Sociologia 40h

Parte Divers. 120h

Empreendedorismo e

Economia Solidária

Vida e Saúde

CTS

40h 40h 40h