metodologia para mitigaÇÃo de problemas de inundaÇÃo …
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INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO
RUBENS MUumlHLBAUER
METODOLOGIA PARA MITIGACcedilAtildeO DE PROBLEMAS DE INUNDACcedilAtildeO EM
CIDADES ndash ESTUDO DE CASO RIO NEGRINHOSC
CURITIBA
2017
RUBENS MUumlHLBAUER
METODOLOGIA PARA MITIGACcedilAtildeO DE PROBLEMAS DE INUNDACcedilAtildeO EM
CIDADES ndash ESTUDO DE CASO RIO NEGRINHOSC
Projeto de Dissertaccedilatildeo apresentado ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Desenvolvimento de Tecnologia Aacuterea de Concentraccedilatildeo em Geraccedilatildeo e Transferecircncia de Tecnologia do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento em parceria com o Instituto de Engenharia do Paranaacute como parte das exigecircncias para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia Orientadora Profordf Drordf Akemi Kan
CURITIBA
2017
Bibliotecaacuteria Responsaacutevel Vacircnia Cristina Gracis Gonccedilalves CRB51465
M952m Muumlhlbauer Rubens
Metodologia para mitigaccedilatildeo de problemas de inundaccedilatildeo em
cidades ndash estudo de caso Rio Negrinho - SC Rubens Muumlhlbauer ndash
Curitiba 2017
270 f il 30 cm
Orientadora Prof Dra Akemi Kan
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) - Instituto de Tecnologia para o
Desenvolvimento Institutos Lactec ndash Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Desenvolvimento de Tecnologia 2016
Inclui Referecircncias bibliograacuteficas
1Inundaccedilatildeo 2 Desastre Natural 3 Hidrologia 4 Hidrodinacircmica 5
Plano de accedilatildeo de emergecircncia I Kan Akemi II Instituto de Tecnologia
para o Desenvolvimento Institutos Lactec ndash Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Desenvolvimento de Tecnologia III Tiacutetulo
CDD 551589
Sobrenome Nome
Nome do trabalho nome do trabalho nome do trabalho nome do trabalho nome
do trabalho nome do trabalhondash Cidade ano
Nordm de paacuteginas
DEDICATOacuteRIA
A Rodrigo Senna Muumlhlbauer
e Tiago Senna Muumlhlbauer
meus coraccedilotildees fora de mim
A Drordf Akemi Kan natildeo soacute pela dedicaccedilatildeo e
pelas orientaccedilotildees mas por natildeo permitir que eu
desistisse nas inuacutemeras vezes que tentei fazecirc-lo
AGRADECIMENTOS
A Profordf Drordf Akemi Kan ndash SOLVERLACTECCEHPAR pela orientaccedilatildeo e pela
dedicaccedilatildeo
Aos Professores Dr Masato Kobiyama ndash CTHGPDENIPHUFRGS Dr Luiz
Alkimin de Lacerda ndash CESECLACTECUFPR Dr Renato de Arruda Penteado Neto
ndash LACTEC pelas correccedilotildees e orientaccedilotildees nas bancas de qualificaccedilatildeo e defesa final
A equipe da Visatildeo Engenharia Limitada Secretaacuteria Executiva Ketlyn Vicente
Antunes e Arquiteta Eloa Treml pelo apoio e auxiacutelio na elaboraccedilatildeo de mapas
Ao Sr Alcides Grohskopf ndash Prefeito de Rio Negrinho ndash SC gestatildeo 20122016
pelo apoio na aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia
do rio Negrinho
A Daniel Domingues da Silva ndash Coord Defesa Civil de Rio Negrinho ndash SC pela
dedicaccedilatildeo e auxilio na implantaccedilatildeo do novo sistema de monitoramento da bacia do
rio Negrinho
A Fabiano Olsen - Departamento Informaacutetica ndash PMRN pela dedicaccedilatildeo e auxilio
na implantaccedilatildeo da nova paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho dos grupos de
Whats App e da paacutegina wwwdesastresnaturaiscombr
A equipe da Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente da
Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Marcia Terezinha Pscheidt - Secretaacuteria de
Planejamento Arq Betsy Beuther Arq Danielle Caroline da Silva Cantuaacuteria Arq
MSc Eloize Yoshiko Kamei Tec Meio Ambiente Eloah Talisse Kresko pelo auxiacutelio
na obtenccedilatildeo das informaccedilotildees e confecccedilatildeo de mapas
Ao colega de mestrado Cont MSc Celso Ranchuka ndash LACTEC pelo auxiacutelio na
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees junto ao LACTEC e pelo apoio recebido
Ao Ten Marcelo Pereira ndash Comandante do Corpo Bombeiros de Rio Negrinho
ndash SC pelo apoio e auxilio recebido da Corporaccedilatildeo de Bombeiros de Rio Negrinho
nos levantamentos em campo e na implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas
priorizando a seguranccedila dos teacutecnicos e pesquisadores
Ao Eng Sanitarista Hugo Rodolfo Binder ndash Diretor SAMAE de Rio Negrinho
pela disponibilizaccedilatildeo de teacutecnicos e equipamentos para a instalaccedilatildeo das estaccedilotildees
hidroloacutegicas
A equipe do Sistema EPAGRICIRAM representados pelo Eng Agrocircnomo
MSc Carlos Alberto Rochenbach e pelo Eng Agrocircnomo Dr Hamilton Justino Vieira
parceiros no projeto de implantaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas e nas tratativas junto
ao Departamento de Recursos Hiacutedricos da Secretaria Estadual de Desenvolvimento
Sustentaacutevel para a obtenccedilatildeo por empreacutestimo do ecobatiacutemetro
A equipe da Murara Engenharia Ltda Eng Florestal Joatildeo Vitor Daufembach
Matias e o Eng Florestal MSc Mauro Murara Junior pelo apoio e dedicaccedilatildeo no
Georreferenciamento e nivelamento das seccedilotildees transversais
A Profordf de Liacutengua Portuguesa Ana Maria Ricobom Costa ndash Revisora deste
trabalho
Ao meu amigo e colega de Departamento de Engenharia Tec Agrimensura
Joseacute Germano Schauer (in memorian) ndash SEPLANPMRN que muito me auxiliou nos
levantamentos em campo e que nos deixou prematuramente durante a fase de
conclusatildeo deste trabalho
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo estudar os problemas das inundaccedilotildees da cidade de Rio NegrinhoSC buscando meios de preveniacute-los e mitigaacute-los Nesse contexto foram efetuados levantamentos das caracteriacutesticas geograacuteficas abordando a hidrografia o clima a geologia a pedologia o relevo e a vegetaccedilatildeo desse municiacutepio com ecircnfase na bacia hidrograacutefica do rio que tem o mesmo nome da cidade Os fenocircmenos da natureza e as seacuteries histoacutericas de dados hidrometeoroloacutegicos foram estudados constatando-se a necessidade da implantaccedilatildeo de uma nova rede de monitoramento hidroloacutegico de chuva e vazatildeo para auxiliar na identificaccedilatildeo das inundaccedilotildees bem como na implementaccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos e hidrodinacircmicos Essa rede foi efetivada com a implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas Associadas a essas informaccedilotildees elaborou-se um modelo digital do terreno da regiatildeo objeto de estudo com base em levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela Prefeitura Municipal e tambeacutem no levantamento topobatimeacutetrico do rio Negrinho e rio Serrinha realizado neste estudo Verificou-se a accedilatildeo antroacutepica decorrente do processo de impermeabilizaccedilatildeo causada pela urbanizaccedilatildeo que interfere no funcionamento do sistema de drenagem natural Tambeacutem verificou-se que as obras civis pontes e bueiros mal dimensionados interferem no fluxo dos rios Mediante vistoria do corpo hiacutedrico observou-se lanccedilamentos indevidos de resiacuteduos soacutelidos e liacutequidose por consequecircncia a necessidade de conscientizaccedilatildeo da comunidade resultando num procedimento e accedilatildeo pontual de limpeza do rio Aleacutem disso efetuou-se o levantamento dos prejuiacutezos financeiros com base na uacuteltima grande inundaccedilatildeo de 2014 que serviu de paracircmetro para justificar a importacircncia do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia As inundaccedilotildees causam desastres naturais devido a ocupaccedilatildeo inadequada da planiacutecie de inundaccedilatildeo e do leito maior do rio pela comunidade Este estudo busca atraveacutes de anaacutelise a avaliaccedilatildeo dos eventos passados minimizar perdas e prejuiacutezos em futuros eventos que certamente iratildeo ocorrer considerando que a remoccedilatildeo dos ocupantes das aacutereas atingidas eacute inviaacutevel sob o ponto de vista financeiro e emocional da populaccedilatildeo Palavras-Chave Inundaccedilatildeo Desastre Natural Hidrologia Hidrodinacircmica Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia
ABSTRACT
This work has as purpose to study the problems of floods in the city of Rio Negrinho looking for ways to prevent or mitigate them In this way were made geographical characteristics surveys describing about hydrography climate geology type of soil hypsometry and vegetation of these region with emphasis in the watershed of the river that takes the name of the city The natural phenomena and the historical series of hydrometeorological data were studied where it was verified the necessity of the implantation of a new network of hydrological monitoring of rain and discharge to assist in the identification of the floods as well as in the implementation of hydrological and hydrodynamic models This network was effected with the implementation of five new hydrological stations In addition with this stations a digital model of the land of the studied region was elaborated based on aerial photogrammetric survey carried out by the City Hall and also on the topobatimetry survey of the rivers Rio Negrinho and Serrinha conducted in this study The anthropic action was verified due to the waterproofing process caused by the urbanization which interferes with the operation of the natural drainage system It has also been found that civil works bridges and drains poorly dimensioned interfere with the floods rivers Through an inspection of the rivers it was verified the existence of solid and liquid waste discharge and consequently it was verified of needs for a community awareness resulting in a punctual procedure and action to clean the river In addition financial losses were calculated based on the last great flood of 2014 which served as a parameter to justify the importance of the Emergency Action Plan Floods cause natural disasters due to inadequate occupation of the floodplain and the larger riverbed by the community This study seeks to analyze and evaluate the past events to minimize loss and damage in future events that will occur certainly considering that the removal of the people of the affected areas is not possible from the financial and emotional point of views of the population Keywords Flood Natural Disaster Hydrology Hydrodynamics Emergency Action Plan
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 ndash ESTRUTURA DO TRABALHO 31
FIGURA 2 ndash REPRESENTACcedilAtildeO GRAacuteFICA FENOcircMENO DOS RIOS VOADORES 37
FIGURA 3 ndash EL NINtildeO EM ATIVIDADE 39
FIGURA 4 - OCUPACcedilAtildeO INDEVIDA DA MARGEM DOS RIOS 42
FIGURA 5 ndash MODELACcedilAtildeO HIDRAacuteULICA HEC-RAS 50
FIGURA 6 ndash MANCHA DE INUNDACcedilAtildeO OBSERVADA (MO) E SIMULADA (MS)
PARA 1995 NA FASE DE CALIBRACcedilAtildeO DO HEC-RAS DA BACIA
HIDROGRAacuteFICA DO CAMPUS DA UFSC 52
FIGURA 7 - MUDANCcedilA RELATIVA EM DAS VAZOtildeES SIMULADAS PARA O
PERIacuteODO 1971-2000 COM BASE NOS DADOS DE 1900-1970 (A) E
PARA O PERIacuteODO 2041-2060 COM BASE NOS DADOS DE 1900-
1998 (B) BASEADO EM CENAacuteRIOS CONSTRUIacuteDOS PELO IPCC
(PAINEL INTERNACIONAL DE MUDANCcedilAS CLIMAacuteTICAS) 56
FIGURA 8 ndash TELA ILUSTRATIVA DO DELFT3D FLEXIBLE MESH
SUITE (DELFT3D FM) 58
FIGURA 9 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO EM 1983 ndash VISTA HOTEL
POUSADA JOAtildeO DE BARRO 62
FIGURA 10 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1983 ndash VISTA DA RUA
JORGE ZIPPERER E DA IGREJA MATRIZ 62
FIGURA 11 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA RUA
SAtildeO PAULO 63
FIGURA 12 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 1992 ndash VISTA DA
ANTIGA CAcircMARA DE VEREADORES 63
FIGURA 13 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 64
FIGURA 14 - IMAGEM DA INUNDACcedilAtildeO RIO NEGRINHO 2014 ndash VISTA AEacuteREA 65
FIGURA 15 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (C)
RUA JORGE ZIPPERER (B) (D) E (E) RUA SENADOR NEREU
RAMOS (F) RUA CARLOS WEBER 67
FIGURA 16 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) E (F)
RUA SENADOR NEREU RAMOS (B) E (D) RUA CARLOS WEBER
(C) RUA LUIZ SCHOLZ (E) RUA JORGE ZIPPERER 68
FIGURA 17 ndash IMAGENS DA INUNDACcedilAtildeO DE 2014 EM RIO NEGRINHO (A) (B)
(D) E (F) RUA SENADOR NEREU RAMOS (C) RUA CARLOS
RUCKL (E) TRAVESSA EUGEcircNIO FERREIRA DE LIMA 69
FIGURA 18 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DA BACIA HIDROGRAacuteFICA DO RIO NEGRINHO (A)
NO ESTADO DE SANTA CATARINA (B) NOS MUNICIacutePIOS DE RIO
NEGRINHO E SAtildeO BENTO DO SUL (HACHURADO) E (C)
AFLUENTES DO RIO NEGRINHO 72
FIGURA 19 ndash SUBBACIAS DO RIO NEGRINHO 73
FIGURA 20 ndash MAPA GEOLOacuteGICO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 75
FIGURA 21 ndash (A) FORMACcedilAtildeO DE SOLOS E (B) PERFIL DE SOLO 76
FIGURA 22 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO NEGRINHO 77
FIGURA 23 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO DOS BUGRES 77
FIGURA 24 ndash PERFIL TOPOGRAacuteFICO DO RIO SERRINHA 78
FIGURA 25 ndash DECLIVIDADES NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 80
FIGURA 26 ndash HIPSOMETRIA NO MUNICIacutePIO DE RIO NEGRINHO 81
FIGURA 27 ndash DECLIVIDADES NO PERIacuteMETRO URBANO 82
FIGURA 28 ndash HIPSOMETRIA NO PERIacuteMETRO URBANO 83
FIGURA 29 ndash MODELO DIGITAL DE TERRENO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 85
FIGURA 30 ndash COBERTURA VEGETAL DA BACIA DO RIO NEGRINHO 87
FIGURA 31 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS NA BACIA DO
RIO NEGRINHO 90
FIGURA 32 ndash LOCALIZACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES TELEMEacuteTRICAS REGIAtildeO DA BACIA
DO RIO NEGRINHO 91
FIGURA 33 ndash ESTACcedilOtildeES DE MONITORAMENTO 92
FIGURA 34 ndash ESTACcedilAtildeO CORREDEIRAS (02649055) 95
FIGURA 35 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN (421500009H) 96
FIGURA 36 ndash ESTACcedilAtildeO FRAGOSOS (02649073) 98
FIGURA 37 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRO (02649074) 100
FIGURA 38 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHOBATTISTELLA (A862) 102
FIGURA 39 ndash ESTACcedilAtildeO LAPA (25474946) 104
FIGURA 40 ndash IMAGEM DE PRECIPITACcedilAtildeO DO SATEacuteLITE GOES 13 PARA A
REGIAtildeO SUL DO BRASIL NOS DIAS 7 (A) 8 (B) E 9 (C) DE JUNHO
DE 2014 105
FIGURA 41 ndash ESTACcedilAtildeO RIO NEGRINHO CEMADEN - COTA (421500009H) 106
FIGURA 42 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS
ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO MONTANTE 107
FIGURA 43 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS
E RIO NEGRINHO MONTANTE 107
FIGURA 44 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO
MONTANTE 2010 108
FIGURA 45 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO
MONTANTE EM JUNHO DE 2014 108
FIGURA 46 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS
ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109
FIGURA 47 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS
E RIO PRETO DO SUL (1975-2008) 109
FIGURA 48 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO PRETO DO SUL
(1982-1984) 110
FIGURA 49 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS SEacuteRIES TEMPORAIS DE VAZAtildeO DAS
ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO (2002-2014) 111
FIGURA 50 ndash COMPARACcedilAtildeO ENTRE AS VAZOtildeES DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS
E RIO NEGRO (2002-2014) 111
FIGURA 51 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRO DE MAIO A
JULHO DE 2014 112
FIGURA 52 ndash COMPARACcedilAtildeO ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS E RIO NEGRINHO
MONTANTE DE SETEMBRO DE 2009 A JUNHO DE 2010 113
FIGURA 53 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS
E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM MMDIA 114
FIGURA 54 ndash COMPARACcedilAtildeO DE HIDROGRAMAS DAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS
E RIO NEGRINHO MONTANTE EM JUNHO DE 2014 EM Msup3S 115
FIGURA 55 ndash ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS ndash 03 E RIO NEGRO ndash 4ordf BACIAS
HIDROGRAacuteFICAS 116
FIGURA 56 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS VAZOtildeES DO RIO NEGRINHO 117
FIGURA 57 ndash VAZOtildeES DO RIO NEGRO A MONTANTE E A JUSANTE DA FOZ DO
RIO NEGRINHO 119
FIGURA 58 ndash VAZAtildeO ESTIMADA PARA O RIO NEGRO A JUSANTE DA FOZ DO
RIO NEGRINHO 119
FIGURA 59 ndash VAZOtildeES INCREMENTAIS NO RIO NEGRINHO E NO RIO NEGRO120
FIGURA 60 ndash LOCALIZACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS
AUTOMAacuteTICAS 125
FIGURA 61 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2080 FAZENDA RUDNICK 127
FIGURA 62 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2079 FAZENDA SOUZA 127
FIGURA 63 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2081 RIO DOS BUGRES 128
FIGURA 64 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2083 PONTE DO LAGEADO 128
FIGURA 65 ndash ESTACcedilAtildeO TELEMEacuteTRICA 2084 FOZ DO RIO NEGRINHO 129
FIGURA 66 ndash NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS E EM OPERACcedilAtildeO 129
FIGURA 67 ndash MAPA LOCALIZACcedilAtildeO NOVAS ESTACcedilOtildeES IMPLANTADAS 130
FIGURA 68 ndash APRESENTACcedilAtildeO DO NOVO SISTEMA DE ESTACcedilOtildeES
HIDROLOacuteGICAS PARA UMA SALA DE SEGUNDO GRAU DO
COLEacuteGIO CENECISTA SAtildeO JOSEacute 131
FIGURA 69 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2079 ndash FAZENDA SOUZA 132
FIGURA 70 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2080 ndash FAZENDA RUDNICK 132
FIGURA 71 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2081 ndash RIO DOS BUGRES 133
FIGURA 72 ndash MEDICcedilAtildeO DE CHUVA ESTACcedilAtildeO 2083 ndash PONTE DO LAGEADO 133
FIGURA 73 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM JANEIRO DE 2016 134
FIGURA 74 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM FEVEREIRO DE 2016 134
FIGURA 75 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM MARCcedilO DE 2016 135
FIGURA 76 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM ABRIL DE 2016 135
FIGURA 77 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM MAIO DE 2016 136
FIGURA 78 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM JUNHO DE 2016 136
FIGURA 79 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM JULHO DE 2016 137
FIGURA 80 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM AGOSTO DE 2016 137
FIGURA 81 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM SETEMBRO DE 2016 138
FIGURA 82 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM OUTUBRO DE 2016 138
FIGURA 83 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM NOVEMBRO DE 2016 139
FIGURA 84 ndash MEDICcedilAtildeO DE VAZAtildeO (NIacuteVEIS) DO RIO NEGRINHO RIO DOS
BUGRES E RIO NEGRO EM DEZEMBRO DE 2016 139
FIGURA 85 ndash BATIMETRIA ADCP M-9 142
FIGURA 86 ndash RESULTADO DATOPOBATIMETRIA - SECcedilAtildeO TRANSVERSAL
PONTE COFERMACO 143
FIGURA 87 ndash GEORREFERENCIAMENTO E LEVANTAMENTO ALTIMEacuteTRICO
PONTE COFERMACO 144
FIGURA 88 ndash MAPA DE DOMIacuteNIOS DAS SECcedilOtildeES TOPOBATIMEacuteTRICAS 146
FIGURA 89 ndash MODELO DIGITAL DO TERRENO - MDT 147
FIGURA 90 ndash RESULTADO SIMULACcedilAtildeO REC-HAS 149
FIGURA 91 ndash LIXO NO RIO NEGRINHO (A) (B) E (C) FUNDOS DO COLEacuteGIO
SAtildeO JOSEacute ndash MARGEM ESQUERDA E EMPRESA
TRANSPORTADORA SEKA ndash MARGEM DIREITA (D) RESULTADO
DE CAMPANHA DE COLETA DE LIXO NO RIO NEGRINHO 153
FIGURA 92 ndash CAMPANHA DE LIMPEZA DO RIO NEGRINHO 154
FIGURA 93 ndash LIGACcedilOtildeES ESGOTO NO RIO NEGRINHO E NA DRENAGEM
PLUVIAL 156
FIGURA 94 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE 159
FIGURA 95 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 781 161
FIGURA 96 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 784 162
FIGURA 97 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 787 163
FIGURA 98 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 790 164
FIGURA 99 ndash AacuteREAS DE ABRANGEcircNCIA DO PAE ndash COTA 792 165
FIGURA 100 ndash SOBREPOSICcedilAtildeO DOS PERIacuteMETROS DAS MANCHAS DE
INUNDACcedilAtildeO COTAS 787 (CIANO) 790M (AZUL CLARO) E 792M
(AZUL ESCURO) 166
FIGURA 101 ndash DETALHE AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO
NEGRINHO 167
FIGURA 102 ndash AacuteREAS INUNDADAS NO CENTRO URBANO DE RIO NEGRINHO168
FIGURA 103 ndash ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DE RESPOSTA A
EMERGEcircNCIAS EM FEVEREIRO DE 2017 170
FIGURA 104 ndash FLUXOGRAMA DE ACIONAMENTO DO PAE 174
FIGURA 105 ndash ESTRANGULAMENTO PONTE IGREJA MATRIZ ndash REDUCcedilAtildeO NA
LARGURA DA SECcedilAtildeO TRANSVERSAL DO RIO DE 1685M PARA
990M DA PONTE 177
FIGURA 106 ndash PAacuteGINA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO ndash SISTEMA DE
MONITORAMENTO 182
FIGURA 107 ndash GRUPOS DE WHATSAPP ndash DEFESA CIVIL RIO NEGRINHO 184
FIGURA 108 ndash PAacuteGINA DO FOacuteRUM DE DEBATES ndash DESASTRES NATURAIS 186
FIGURA 109 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO
IMAGENS 01 199
FIGURA 110 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO
IMAGENS 02 200
FIGURA 111 ndash LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO
IMAGENS 03 201
FIGURA 112 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO SAMAE 203
FIGURA 113 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CAPTACcedilAtildeO E PONTE SAMAE 204
FIGURA 114 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE I 205
FIGURA 115 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE II E III 206
FIGURA 116 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE SAMAE JUSANTE III E
HELMUTH KRAMBECK 207
FIGURA 117 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS FERROVIA PONTE EVARISTO E
INCOPISA 208
FIGURA 118 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS INCOPISA E PONTE COLEacuteGIO SAtildeO
JOSEacute 209
FIGURA 119 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COL SAtildeO JOSEacute E SEKA 210
FIGURA 120 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS SEKA FUNDOS E PONTE
COFERMACO 211
FIGURA 121 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE COFERMACO 212
FIGURA 122 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS ACIRNE E PONTE IGREJA MATRIZ 213
FIGURA 123 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTES IGREJA MATRIZ E PEcircNCIL
MINER 214
FIGURA 124 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE PEcircNCIL MINER E CASA
RONCONI 215
FIGURA 125 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS CASA RONCONI E PREFEITURA
VELHA 216
FIGURA 126 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PREFEITURA VELHA CASA
RIGUETTO E PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 217
FIGURA 127 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA E
LAGOA DO BOI I 218
FIGURA 128 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI I E II 219
FIGURA 129 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS LAGOA DO BOI II E DEGAS 220
FIGURA 130 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DEGAS E RIO SERRINHA 221
FIGURA 131 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO SERRINHA E PONTE RODOVIA BR-
280 222
FIGURA 132 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 1 A 4 223
FIGURA 133 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS TEcircNIS CLUBE 5 E 6 E MONTANTE FOZ
RIO NERGRINHO 1 E 2 224
FIGURA 134 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS MONTANTE FOZ RIO NERGRINHO 3 A
6 225
FIGURA 135 ndashSECcedilOtildeES TRANSVERSAIS RIO NEGRO ndash PONTE LAGEADO -
ESTACcedilAtildeO MONITORAMENTO 2083 ndash 1 A 5 226
FIGURA 136 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES
TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DORIO NEGRINHO - I 228
FIGURA 137 ndash GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES
TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO - II 228
FIGURA 138 ndashPLANTA BAIXA PONTE IPIRANGA 231
FIGURA 139 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IPIRANGA 232
FIGURA 140 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IPIRANGA 233
FIGURA 141 ndashPLANTA BAIXA PONTE EVARISTO 234
FIGURA 142 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE EVARISTO 235
FIGURA 143 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE EVARISTO 236
FIGURA 144 ndashPLANTA BAIXA PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 237
FIGURA 145 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 238
FIGURA 146 ndashSECcedilAtildeOTRANSVERSAL PONTE COLEacuteGIO SAtildeO JOSEacute 239
FIGURA 147 ndashPLANTA BAIXA PONTE COFERMACO 240
FIGURA 148 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE COFERMACO 241
FIGURA 149 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE COFERMACO 242
FIGURA 150 ndashPLANTA BAIXA PONTE IGREJA MATRIZ 243
FIGURA 151 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE IGREJA MATRIZ 244
FIGURA 152 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE IGREJA MATRIZ 245
FIGURA 153 ndashPLANTA BAIXA PONTE PEcircNCIL MINER 246
FIGURA 154 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE PEcircNCIL MINER 247
FIGURA 155 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE PEcircNCIL MINER 248
FIGURA 156 ndashPLANTA BAIXA PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 249
FIGURA 157 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 250
FIGURA 158 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE GIBACO ndash ARTE CASEIRA 251
FIGURA 159 ndashPLANTA BAIXA PONTE RODOVIA BR 280 252
FIGURA 160 ndashSECcedilAtildeO LONGITUDINAL PONTE RODOVIA BR 280 253
FIGURA 161 ndashSECcedilAtildeO TRANSVERSAL PONTE RODOVIA BR 280 254
FIGURA 162 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-19 2014 262
FIGURA 163 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-29 2014 263
FIGURA 164 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-39 2014 264
FIGURA 165 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-49 2014 265
FIGURA 166 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-59 2014 266
FIGURA 167 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-69 2014 267
FIGURA 168 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-79 2014 268
FIGURA 169 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-89 2014 269
FIGURA 170 ndashFORMULAacuteRIO FIDE-99 2014 270
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ndash REGISTROS HISTOacuteRICOS DAS INUNDACcedilOtildeES DE RIO
NEGRINHOSC 70
TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO 76
TABELA 3 ndash ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS E METEOROLOacuteGICAS 93
TABELA 4 ndash HIDROGRAMAS ESTACcedilOtildeES FRAGOSOS (65090000) E RIO
NEGRINHO MONTANTE (65093000) 114
TABELA 5 ndash VAZOtildeES USADAS NA SIMULACcedilAtildeO NUMEacuteRICA ndash JUNHO 2014 118
TABELA 6 ndash CONFIGURACcedilAtildeO DAS NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 122
TABELA 7 - VALORES DE COEFICIENTES DE RUGOSIDADE (119899) DE MANNING
PARA CANAIS NATURAIS (VEN TE CHOW 1959) 148
TABELA 8 ndash LEVANTAMENTO DOS PREJUIacuteZOS DA INUNDACcedilAtildeO 2014 257
SIGLAS
ANA Agecircncia Nacional de Aacuteguas ACIRNE BWDB
Associaccedilatildeo Comercial e Industrial de Rio Negrinho Bangladesh Water Development Board
CEHPAR Centro de Hidraacuteulica e Hidrologia Prof Parigot de Souza CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais CEMIG CENAD
Companhia Energeacutetica de Minas Gerais Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres
CEPED Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres CESEC Centro de Estudos de Engenharia Civil CIRAM Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de
Hidrometeorologia de Santa Catarina CPRM Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil CTH Curso Teacutecnico de Hidrologia DNPM Departamento Nacional de Produccedilatildeo Mineral DTM EMBRAPA
Digital Terrain Model Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria
EPAGRI EPI
Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
EPP FFWC
Empresa de Pequeno Porte Flood Forecasting and Warning Center
FIDE Formulaacuterio de Informaccedilotildees do Desastre FLU Estaccedilatildeo Fluviomeacutetrica GPDEN Grupo de Pesquisaem Desastres Naturais HECRAS Hydrologic Engineering Center River Analysis System INMET INPE
Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IPCC Painel Internacional de Mudanccedilas Climaticas IPH Instituto de Pesquisas Hidraacuteulicas LACTEC Institutos Lactec MDT Modelo Digital de Terreno ME MNT NASA
Micro Empresa Modelo Numeacuterico do Terreno National Aeronautics and Space Administration
NOAA National Oceanic amp Atmospheric Administration NUPDECS Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil PAE Plano de Accedilatildeo Emergencial PCD Plataforma de Coleta de Dados PGR Programa de Gerenciamento de Riscos PLU Estaccedilatildeo Pluviomeacutetrica PMRN PNPDEC
Prefeitura Municipal de Rio Negrinho Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil
RCC Regimento de Carros de Combate REMO RN
Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo Oceanograacutefica Referecircncia de Niacutevel
SAMAE Serviccedilo AutocircnomoMunicipal de Saneamento Baacutesico
SEPLAN Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho
SIMEPAR Sistema Meteoroloacutegico do Paranaacute SMS Short Message Service Serviccedilo de Mensagens Curtas SUDERHSA Superintedecircncia de Desenvolvimento de Recursos Hiacutedricos e
Saneamento Ambiemtal TIN Triangulated Irregular Network UFPR Universidade Federal do Paranaacute UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul USEPA VMB
United States Environmental Protection Agency Voice Message Broadcast
SUMAacuteRIO
1 INTRODUCcedilAtildeO 25
11 OBJETIVOS 29
111 Objetivo Geral 29
112 Objetivos Especiacuteficos 29
12 ESTRUTURA DO TRABALHO 30
2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA 34
21 FENOcircMENOS DA NATUREZA 34
211 - O fenocircmeno dos rios voadores 36
212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea 38
22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 39
23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO 42
231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie 43
24 BACIA HIDROGRAacuteFICA 44
25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS 45
251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional 45
252 Modelagem Hidrodinacircmica 48
2521 Escoamento Permanente 48
2522 Escoamento Natildeo Permanente 48
2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis
System) 49
2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica 51
253 Modelo Hidroloacutegico 52
26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO 53
3 O ESTADO DA ARTE 57
4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E
GEOGRAacuteFICAS 61
41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO 61
42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO 71
43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA 73
44 RELEVO 76
45 VEGETACcedilAtildeO 86
46 CLIMA 87
47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO 87
5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS 89
51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS 91
511 Anaacutelise dos dados de chuva 94
5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria 94
5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica 95
5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 97
5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 99
5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15
minutos 101
5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos 103
512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo 106
6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS 121
61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA 121
62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA
ESTACcedilAtildeO 122
621 Sistema de Transmissatildeo de Dados 123
622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos 123
623 Banco de Dados EPAGRICIRAM 124
624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral 124
625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 124
626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo 125
627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas 125
628 Mediccedilotildees Realizadas 131
63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO 140
7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO 142
71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO 142
711 Coleta de Dados 142
7111 Geoprocessamento dos Dados 143
72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT 144
721 Coleta de Dados 145
722 Elaboraccedilatildeo do MDT 145
73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS 148
8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE
ESGOTO NO RIO 151
81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS 151
82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE
PLUVIAL 154
9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO 157
91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO 157
911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo 160
912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE 169
913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial 171
914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador 171
915 Fluxograma de Acionamento do PAE 173
916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias 175
917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias 176
918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute
de Rio NegrinhoSC 177
92 RECOMENDACcedilOtildeES 178
10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES 180
101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET 180
1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN 180
1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom 181
1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL 181
1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM 181
102 GRUPOS DE WHATSAPP 182
103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS 185
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES 187
111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS 188
1111 Propostas de mitigaccedilatildeo 188
112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES 189
REFEREcircNCIAS 190
APEcircNDICES 197
APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO 198
APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO
NEGRINHO 202
APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES
TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO 227
APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO 230
APEcircNDICE V ndash AVALIACcedilAtildeO FINANCEIRA PREJUIacuteZOS DECORRENTES DE
UMA INUNDACcedilAtildeO 255
ANEXOS 260
ANEXO I - FIDE ndash FORMULAacuteRIO DE INFORMACcedilOtildeES DO DESASTRE -
INUNDACcedilAtildeO DE JUNHO DE 2014 261
25
1 INTRODUCcedilAtildeO
A fixaccedilatildeo de pequenas comunidades e a implantaccedilatildeo das cidades proacuteximas
ao leitos dos rios que facilitou num primeiro momento a utilizaccedilatildeo da aacutegua como
recurso para abastecimento e navegaccedilatildeo deixou parte destas mesmas cidades e da
populaccedilatildeo expostas aos problemas relacionados com as enchentes e as
inundaccedilotildees
Segundo Goerl e Kobiyama (2005) ldquoas palavras cheia e enchente tecircm como
origem o verbo encher do Latin Implere que significa ocupar o vatildeo a capacidade
ou a superfiacutecie de tornar cheio ou repletordquo Assim o termo enchente se aplica a
situaccedilatildeo em que o rio tem o seu volume de aacutegua aumentadomas ainda alcanccedilando
suas margens ou os limites da calha do rio Jaacute o termo inundaccedilatildeo eacute de adequada
utilizaccedilatildeo para a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas
margens ou sua calha e ocorre um transbordamento
Inundaccedilotildees fazem parte da histoacuteria da humanidade O desenvolvimento das
cidades o processo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo do solo
tecircm acarretado mudanccedilas extremas no comportamento dos canais naturais
principalmente os que cortam as cidades
O modelo de gestatildeo poliacutetico-administrativa brasileira associado a um
sistema de divisatildeo da arrecadaccedilatildeo tributaacuteria que concentra recursos na uniatildeo e nos
estados e transfere as obrigaccedilotildees de atendimento das demandas sociais e de
atendimento de infraestrutura para os municiacutepios dificulta o atendimento agrave
populaccedilatildeo de todo o paiacutes Na ausecircncia de poliacuteticas que integrem o desenvolvimento
dos municiacutepios e que extrapolem seus limites poliacutetico-administrativos o processo de
ocupaccedilatildeo de aacutereas inadequadas(inundaacuteveis) surge com forccedila criando grandes
impactos ambientais e sociais (GROSTEIN 2001)
Associando a ocupaccedilatildeo histoacuterica de formaccedilatildeo de cidades agrave ocupaccedilatildeo
desordenada pela ausecircncia de poliacuteticas e do monitoramento do estado a fenocircmenos
naturais no Brasil um dos fenocircmenos naturais que mais provocaram perdas
humanas no periacuteodo de 1948 a 2004 foram as inundaccedilotildees (KOBIYAMA et al
2004) adicionadas a muitas perdas materiais
O Sul do Brasil especialmente o Estado de Santa Catarina tem sido um dos
mais atingidos por desastres gerados por esses fenocircmenos O municiacutepio de Rio
Negrinho localizado no norte de Santa Catarina eacute um exemplo jaacute que em sua
26
histoacuteria tem padecido com inundaccedilotildees frequentes Somente no periacuteodo de 1891
ateacute 2010 o municiacutepio sofreu 22 inundaccedilotildees sendo em 1891 1911 1913 1920
1925 1926 1937 1946 1983 1984 1992 1995 1997 1998 1999 2004 2005
2007 2008 2009 e duas em 2010 (GIGLIO amp KOBIYAMA 2011) Aleacutem dessas
pode-se acrescentar a grande inundaccedilatildeo de 2014 e as inundaccedilotildees de outubro de
2015
A inundaccedilatildeo de 1911 serviu de referecircncia de niacutevel para a construccedilatildeo da
ferrovia que corta a aacuterea urbana do municiacutepio poreacutem o lapso temporal de 72 anos
entre aquela grande inundaccedilatildeo e a grande inundaccedilatildeo seguinte em 1983 fez com
que a comunidade ocupasse aleacutem da planiacutecie de inundaccedilatildeo tambeacutem o leito maior
do Rio Negrinho Esse mesmo histoacuterico eacute uma repeticcedilatildeo do que ocorreu na cidade
de BlumenauSC (PMRN 2014)
As inundaccedilotildees na cidade de Rio Negrinho atigem a aacuterea urbana do
municiacutepio e de forma especial a aacuterea central onde se concentram o comeacutercio e a
administraccedilatildeo municipal aleacutem de edificaccedilotildees residenciais nas ruas Jorge Zipperer
Senador Nereu Ramos Avenida dos Imigrantes e Rua Willy Jung (PMRN 2014)
O rio dos Bugres inunda os bairros Quitandinha e Jardim Hantchel nas ruas
localizadas na parte mais baixa desses bairros Rua Paulo Tureck Estrada Dona
Francisca Rua Herbert Tureck e Vila Telma com predominacircncia residencial (PMRN
2014)
O rio Serrinha inunda os bairros Vila Nova e Centro nas rua 13 de
Dezembro Carlos Ruckl e Alfredo Greipel aleacutem da Rodovia BR-280 tambeacutem com
predomiacutenio deedificaccedilotildees residenciais (PMRN 2014)
O rio Negro inunda a parte baixa da Rua Sebastiatildeo Ferreira da Veiga no
bairro Campo Lenccedilol atingindo essencialmente edificaccedilotildees residenciais
Dessas inundaccedilotildees as que aconteceram nos anos de 1983 1992 e 2014
foram as que causaram os maiores prejuiacutezos Esta uacuteltima associou trecircs condiccedilotildees
que dificultaram accedilotildees que pudessem minimizar danos
1 - O evento ocorreu num final de semana com muitos proprietaacuterios em
viagem Esses imoacuteveis foram inundados sem que os bens moacuteveis pudessem ter sido
removidos previamente resultando em prejuiacutezos de grande monta
2 - O evento teve sua maior evoluccedilatildeo durante a noite de sexta para saacutebado
No periacuteodo noturno a operaccedilatildeo de retirada de bens moacuteveis eacute mais complexa o que
aumenta os danos e as perdas
27
3 - O niacutevel das aacuteguas subiu muito rapidamente
Nesses 3 eventos o niacutevel das aacuteguas do Rio Negrinho principal rio que corta
a cidade ultrapassou em 93m o normal Essas inundaccedilotildees provocaram inuacutemeros
danos ao comeacutercio agrave induacutestria agrave agropecuaacuteria e ao sistema viaacuterio Muitas
localidades foram afetadas e ficaram isoladas muitas residecircncias foram danificadas
350 e 778 em 1983 e 1992 respectivamente outras 120 e 27 foram destruiacutedas
respectivamente nos referidos anos 6090 e 10000 habitantes desabrigados nos
respectivos anos e na de 1992 houve uma viacutetima fatal (GIGLIO amp KOBIYAMA
2011) Em 2014 1500 edificaccedilotildees foram atingidas sendo 974 residecircncias e 526
edificaccedilotildees comerciais com prejuiacutezo total para o municiacutepio de R$ 9827610000
(Noventa e oito milhotildees duzentos e setenta e seis mil e cem reais) conforme
estudos apresentados no Apecircndice V
Em 2015 novamente dois eventos sucessivos na segunda e quarta
semanas de outubro O primeiro atingiu a marca de 446 metros acima do niacutevel
normal O segundo que iniciou na quinta-feira dia 22 atingiu no dia seguinte a
marca de 551 metros acima do niacutevel normal deixando 42 famiacutelias desalojadas e 8
desabrigadas Foram bloqueadas pelas aacuteguas 22 ruas e 32 edificaccedilotildees comerciais
foram atingidas
Para compreender melhor esses fenocircmenos e aplicar modelos matemaacuteticos
que permitam entender o funcionamento do sistema da bacia superior do Alto Rio
Negro do qual faz parte a bacia do Rio Negrinho eacute necessaacuterio estudar a relaccedilatildeo
chuva-vazatildeo bem como as caracteriacutesticas das chuvas que causam inundaccedilotildees
O processo que envolve o ciclo hidroloacutegico e a quantificaccedilatildeo da chuva sobre
uma bacia eacute um problema complexo que envolve muitas variaacuteveis o que aumenta o
grau de dificuldade na reproduccedilatildeo do comportamento do fluxo de aacutegua que chega
nos rios e a propagaccedilatildeo da sua onda de cheia
Satildeo condiccedilotildees essenciais para que as estimativas de chuva-vazatildeo sejam
representativas da bacia do rio Negrinho a obtenccedilatildeo de dados de mediccedilatildeo e seacuteries
histoacutericas
O uso de computadores softwares leitores e coletores de dados eletrocircnicos
(data loggers) estaccedilotildees hidroloacutegicas instrumentos versaacuteteis que podem operar em
locais remotos e sem rede de energia eleacutetrica contribui para a obtenccedilatildeo de algumas
soluccedilotildees para o problema de inundaccedilotildees Ainda algumas aproximaccedilotildees e
28
simplificaccedilotildees satildeo feitas para contornar as limitaccedilotildees das formulaccedilotildees matemaacuteticas
para representar um comportamento real
A modelagem matemaacutetica desses fenocircmenos objetiva estabelecer uma
relaccedilatildeo entre chuvas e niacuteveis de inundaccedilatildeo nas cidades com uma margem de
tempo razoaacutevel de forma a permitir que as accedilotildees dos governos oacutergatildeos de defesa
civil e habitantes minimizem os prejuiacutezos e principalmente preservem as vidas
Desde o iniacutecio da colonizaccedilatildeo nas margens do rio Negrinho haacute registros de
inundaccedilotildees Ainda assim o municiacutepio desenvolveu seu centro urbano muito proacuteximo
agraves suas margens e de seus afluentes dos Bugres e Serrinha Agora que o centro
urbano jaacute estaacute instalado eacute necessaacuterio caracterizar as aacutereas inundaacuteveis para
possibilitar uma adequada gestatildeo do municiacutepio reduzir o risco de futuro desastre e
minimizar prejuiacutezos da populaccedilatildeo Assim como outras cidades que se formaram agraves
margens de rios a dificuldade de mover essa populaccedilatildeo para aacutereas seguras eacute
enorme por duas razotildees principais os custos envolvidos nessa operaccedilatildeo e o valor
sentimental desses imoacuteveis nos quais geraccedilotildees de famiacutelias escreveram suas
histoacuterias Nesse contexto o presente trabalho caracterizou as aacutereas de inundaccedilatildeo
urbana de Rio NegrinhoSC como forma de subsidiar o monitoramento e a
mitigaccedilatildeo das inundaccedilotildees
A anaacutelise desses eventos deixa muito claro que o ldquoDesastre Naturalrdquo ou o
ldquoDesastre Ambientalrdquo natildeo eacute o comportamento hidroloacutegico e hidrodinacircmico do rio O
ldquoDesastre Naturalrdquo estaacute efetivamente na ocupaccedilatildeo inadequada do seu leito maior e
da sua planiacutecie de inundaccedilatildeo
Conforme mostrou a anaacutelise do prejuiacutezo econocircmico realizado Apendice V o
o montante do prejuiacutezo eacute muito elevado o que justifica toda e qualquer accedilatildeo que
possa mitigar
29
11 OBJETIVOS
111 Objetivo Geral
Analisar e avaliar os problemas de inundaccedilatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC
para o entendimento do fenocircmeno e elaborar um piloto de Plano de Accedilatildeo de
Emergecircncia buscando compreender para mitigar
112 Objetivos Especiacuteficos
Implantar sistema de monitoramento de chuva e vazatildeo com a
instalaccedilatildeo e operaccedilatildeo de estaccedilotildees hidroloacutegicas para melhorar o
sistema de previsatildeo e alerta de inundaccedilatildeo
Desenvolver uma paacutegina na internet para a Defesa Civil do Municiacutepio
de Rio Negrinho disponibilizando informaccedilotildees referentes aos niacuteveis
dos rios volumes de chuva acumulados e previsotildees do tempo
Desenvolver um foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais
ndash wwwdesastresnaturaiscombr
Montar grupos de WhatsApp e SMS para a Defesa Civil de Rio
Negrinho como forma de repassar rapidamente informaccedilotildees relativas
agrave previsatildeo do tempo niacuteveis dos rios e alertas
Desenvolver procedimentos para eliminar lixo e esgotamento sanitaacuterio
do corpo hiacutedrico
Implementar e simular a hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para
situaccedilotildees de inundaccedilotildees atraveacutes do modelo HEC-RAS
30
12 ESTRUTURA DO TRABALHO
A FIGURA 1 mostra as principais atividadesassuntos desta dissertaccedilatildeo O
ponto de partida satildeo os problemas de inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC sob
os aspectos dos fenocircmenos da natureza das caracteriacutesticas geograacuteficas da aacuterea de
estudo da accedilatildeo antroacutepica e dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros causados
pelas inundaccedilotildees Na sequecircncia eacute descrita a localizaccedilatildeo de cada atividadeassunto
dentro da dissertaccedilatildeo buscando a capacidade de lidar com situaccedilotildees de inundaccedilatildeo
Inicialmente tem-se a introduccedilatildeo apresentando a problemaacutetica do tema que
eacute a inundaccedilatildeo na cidade de Rio NegrinhoSC e dentro desta apresentaccedilatildeo encontra-
se a justificativa e a motivaccedilatildeo que deram origem a este estudo Juntamente estatildeo
apontados os objetivos geral e especiacutefico e a estruturaccedilatildeo deste trabalho Todos
esses pontos satildeo abordados neste Capiacutetulo 1
Na sequecircncia no Capiacutetulo 2 ndash Revisatildeo de Literatura satildeo feitos o
levantamento dos trabalhos e estudos relacionados ao tema inundaccedilotildees onde se
encontram a descriccedilatildeo dos fenocircmenos da natureza sob os aspectos hidroloacutegicos e
meteoroloacutegicos com ecircnfase nas inundaccedilotildees e tambeacutem as estaccedilotildees hidro
meteoroloacutegicas e sua importacircncia bacias hidrograacuteficas como divisor das chuvas e
formaccedilatildeo das vazotildees nos rios a hidrodinacircmica dos corpos hiacutedricos para entender as
inundaccedilotildees e Planos de Accedilatildeo de Emergecircncia para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo no
contexto de salvaguardar vidas e bens materiais
No Capiacutetulo 3 ndash O Estado da Arte que se relaciona com a Revisatildeo de
Literatura tem-se uma das questotildees relevantes que consiste em verificar as
pesquisas e os estudos inovadores realizados na atualidade buscando formatar a
fronteira do conhecimento em que se encontra o fenocircmeno causador das
inundaccedilotildees associando agraves teacutecnicas para prevenccedilatildeo eou mitigaccedilatildeo de danos
Nos Capiacutetulos 4 e 5 satildeo descritos os levantamentos as anaacutelises e as
avaliaccedilotildees das caracteriacutesticas histoacutericas e geograacuteficas da aacuterea de estudo e das
seacuteries hidroloacutegicas respectivamente realizados Ainda no Capiacutetulo 5 encontram-se
os estudos hidro meteoroloacutegicos da regiatildeo onde se mostra a necessidade de
melhorar as observaccedilotildees de dados hidroloacutegicos para prevenir e mitigar os
problemas causados pelas inundaccedilotildees (Capiacutetulo 6)
31
FIGURA 1 ndash Estrutura do Trabalho (Autor 2017)
32
A partir da caracterizaccedilatildeo geograacutefica e a localizaccedilatildeo da aacuterea urbana de
atingimento das inundaccedilotildees mais frequentes definiu-se o trecho do rio a ser
estudado com modelo hidrodinacircmico e os levantamentos topobatimeacutetricos que foram
realizados Os mesmos estatildeo descritos no Capiacutetulo 7 onde se encontraram os
trabalhos realizados para geraccedilatildeo do modelo digital do terreno Apecircndices I II e III
No Apecircndice IV foram analisados os efeitos da accedilatildeo antroacutepica decorrentes do
processo de urbanizaccedilatildeo que engloba a impermeabilizaccedilatildeo do solo provocada
pelas edificaccedilotildees e pavimentaccedilotildees o dimensionamento inadequado dos sistemas
de drenagem as obras civis em especial pontes e bueiros como pontos de
estrangulamento de rios e coacuterregos e sua interferecircncia no fluxo das aacuteguas o
saneamento e a conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo
Durante a execuccedilatildeo dos levantamentos efetuados no rio Negrinho Serrinha
e dos Bugres contatou-se enorme quantidade de lixo e esgoto despejados no leito e
nas margens desses rios que interferem na inundaccedilatildeo Para solucionar esses
problemas no Capiacutetulo 8 foram relacionados procedimentos para o recolhimento
desse lixo e para a eliminaccedilatildeo do lanccedilamento de esgotos conciliando com a
implantaccedilatildeo do sistema de esgotamento sanitaacuterio
O Capiacutetulo 9 apresenta um piloto de PAE ndash Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia
para Inundaccedilotildees elaborado com base na literatura e nos dados levantados neste
trabalho bem como na estrutura municipal e na experiecircncia do autor junto a Defesa
Civil de Rio Negrinho nas trecircs uacuteltimas inundaccedilotildees de 1983 1992 e 2014 O
levantamento e a avaliaccedilatildeo dos prejuiacutezos financeiros e natildeo financeiros que ocorrem
numa cidade do porte de Rio Negrinho tendo por referecircncia a uacuteltima grande
inundaccedilatildeo de 2014 foram elaborados no Apecircndice V para justificar a necessidade
da implantaccedilatildeo de um PAE
Para melhor funcionamento do PAE foram desenvolvidos sistemas de
informaccedilotildees que estatildeo descritas no Capiacutetulo 10 Uma nova paacutegina na internet foi
desenvolvida para Defesa Civil de Rio Negrinho e foi criado um grupo de Whatsapp
e SMS com o objetivo principal de aproveitar as novas miacutedias e facilitar o acesso de
todos os muniacutecioes agraves informaccedilotildees de forma especial aos que tecircm imoacuteveis em
aacutereas alagaacuteveis Com o mesmo objetivo poreacutem de forma mais ampla foi criado um
foacuterum de debates na internet sobre desastres naturais objetivando reunir
pesquisadores para se manifestarem sobre eventos de desastres naturais sendo o
seu foco a inundaccedilatildeo
33
Concluindo a dissertaccedilatildeo o Capiacutetulo 11 trata da mitigaccedilatildeo das perdas e
danos dos eventos de inundaccedilatildeo e de como lidar com eles considerando que a
remoccedilatildeo da cidade das aacutereas inundaacuteveis seria uma operaccedilatildeo que atingiria valores
que a torna inviaacutevel aleacutem da resistecircncia natural de cunho emocional dos moradores
ribeirinhos
34
2 REVISAtildeO DE LITERATURA E FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA
21 FENOcircMENOS DA NATUREZA
Sob o ponto de vista da hidrologia toda aacutegua proveniente do meio
atmosfeacuterico que atinge a superfiacutecie terrestre eacute entendida como precipitaccedilatildeo A
precipitaccedilatildeo pode vir sobre a forma de neblina granizo saraiva orvalho geada
neve e chuva O estado em que a aacutegua se encontra eacute o que diferencia essas formas
de precipitaccedilatildeo (TUCCI 1993)
No caso da chuva a determinaccedilatildeo da intensidade eacute importante para o
controle de inundaccedilatildeo e de erosatildeo do solo A chuva eacute o tipo de precipitaccedilatildeo mais
importante para a hidrologia por sua capacidade de produzir escoamento (TUCCI
1993)
Chuva eacute uma precipitaccedilatildeo formada por gotas de aacutegua maiores que 05mm
Elas podem ser classificadas como ldquochuva fracardquo quando a intensidade eacute menor que
25mmhora moderada quando estaacute entre 25 e 75mmhora e forte (pesada)
quando excede a 75mmhora (BRUTSAERT 2005)
O volume total a duraccedilatildeo e as distribuiccedilotildees temporal e espacial satildeo as
principais caracteriacutesticas da precipitaccedilatildeo Um volume acumulado total de
precipitaccedilatildeo natildeo tem significado se natildeo estiver relacionado a uma duraccedilatildeo Uma
chuva de 100mm num mecircs pode ser pouco mas eacute muito se ocorrer num dia e mais
ainda se ocorrer numa hora Natildeo existe como determinar chuva com grande
antecedecircncia por se tratar de um processo aleatoacuterio O tratamento de dados de
pricipitaccedilatildeo na forma chuva para a grande maioria dos problemas dela decorrentes
eacute estatiacutestico (TUCCI 1993)
A ocorrecircncia de precipitaccedilotildees sob a forma de chuva deriva da condensaccedilatildeo
do vapor de aacutegua contido na atmosfera Sob certas condiccedilotildees as gotiacuteculas que
formam as nuvens datildeo origem agraves precipitaccedilotildees Haacute nuvens que natildeo produzem
chuvas necessitando de outros processos que desencadeiem a precipitaccedilatildeo
(TUCCI 1993)
Para que ocorra a chuva as gotiacuteculas precisam ter um volume de tal forma
que seu peso supere as forccedilas que as mantecircm em suspensatildeoEacute preciso que atinjam
uma velocidade de queda maior que as componentes verticais de ascensatildeo dos
movimentos atmosfeacutericos (TUCCI 1993)
35
Conforme Tucci (1993) de acordo com o mecanismo pelo qual ocorre a
ascensatildeo do ar uacutemido as precipitaccedilotildees podem ser classificadas em
Convectivas quando o ar uacutemido em tempo calmo eacute aquecido proacuteximo ao solo
criando camadas de ar que se mantecircm em equiliacutebrio instaacutevel Alterado esse
equiliacutebrio ocorre uma brusca ascenccedilatildeo local de ar menos denso que iraacute condensar
formando nuvens e em muitos casos chuvas Satildeo as chuvas convectivas que
ocorrem frequentemente nas regiotildees equatoriais onde os ventos natildeo satildeo fortes e os
movimentos de ar satildeo predominantemente verticais podendo ocorrer tambeacutem em
regiotildees temperadas no veratildeo Eventualmente tempestades violentas Satildeo
predominantemente chuvas de grande intensidade e curta duraccedilatildeo que ocorrem em
aacutereas de menor dimensatildeo Podem provocar grandes inundaccedilotildees em pequenas
bacias (TUCCI 1993)
Orograacuteficas ocorrem quando ventos quentes e uacutemidos geralmente se deslocando
do oceano para o continente encontram uma regiatildeo montanhosa que os faz subir
resfriar-se condensando o vapor formando nuvens e precipitando-se sob a forma
de chuva Normalmente satildeo chuvas de grande duraccedilatildeo e pequena intensidade
sobre pequenas aacutereas (TUCCI 1993)
Frontais ou Ciclocircnicas se formam do encontro de massas de ar quente e frio Nas
regiotildees de convergecircncia da atmosfera o ar quente e uacutemido sobe violentamente
sendo resfriado onde ocorre a condensaccedilatildeo produzindo chuvas Satildeo chuvas que
atingem grandes aacutereas com intensidade meacutedia e de grande duraccedilatildeo Essas chuvas
eventualmente satildeo acompanhadas de ventos fortes com circulaccedilatildeo ciclocircnica
podendo produzir inundaccedilotildees em grandes bacias (TUCCI 1993)
A seguir satildeo apresentadas as definiccedilotildees de algumas terminologias utilizadas
nesta dissertaccedilatildeo
Iacutendice Pluviomeacutetrico
Para poder acompanhar a quantidade de chuvas numa determinada regiatildeo
os pesquisadores climaacuteticos criaram o iacutendice pluviomeacutetrico (medido em miliacutemetros)
Este eacute calculado da seguinte forma as estaccedilotildees meteoroloacutegicas marcam um espaccedilo
36
no terreno de uma determinada regiatildeo Medem e acompanham a quantidade de
chuva que cai ali durante o ano Este iacutendice eacute uma boa referecircncia para se conhecer
o clima de uma regiatildeo
Temporais
Muitas vezes as chuvas ocorrem em forma de temporais Estas se
caracterizam pelos ventos fortes trovoadas e relacircmpagos Os relacircmpagos satildeo
descargas eleacutetricas provocadas pelo choque entre nuvens carregadas com muita
aacutegua e energia Jaacute o trovatildeo eacute o som provocado por este choque
Previsatildeo de Chuvas
As estaccedilotildees meteoroloacutegicas conseguem prever as chuvas pois observam as
imagens de sateacutelites que mostram a posiccedilatildeo e o deslocamento das massas de ar
Com dados de outros fatores (umidade ventos temperaturas) conseguem prever
com razoaacutevel precisatildeo o horaacuterio e quantidade de chuvas
211 - O fenocircmeno dos rios voadores
Os rios voadores satildeo ldquocursos de aacutegua atmosfeacutericosrdquo compostos de massas
de ar carregadas de vapor drsquoaacutegua acompanhados ou natildeo por nuvens e movidos
pelos ventos Inviacutesiacuteveis essas correntes de ar passam sobre noacutes carregando
umidade da Bacia Amazocircnica para as regiotildees Centro-Oeste Sudeste e Sul do
Brasil
Em contato com as frentes frias que vem do sul essa umidade se tranforma
em chuva Recebem o nome de rios voadores as enormes quantidades de vapor
drsquoaacutegua transportadas pelas correntes aeacutereas Trata-se de um fenocircmeno que tem
impacto nas inundaccedilotildees da regiatildeo sul
Como uma bomba de succcedilatildeo segundo Petrobraacutes (2017) a floresta
amazocircnica puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano
Atlacircntico e carregada pelos ventos aliacuteseos Essa umidade cai sob a forma de chuva
sobre a floresta Sob a forma de vapor drsquoaacutegua a floresta devolve a aacutegua da chuva
para a atmosfera pela evapotranspiraccedilatildeo Assim o ar eacute recarregado com mais
umidade e segue sendo transportado em direccedilatildeo ao oeste para cair novamente
como chuva mais a frente
37
Nesse processo contiacutenuo seguindo em direccedilatildeo oeste recarregados com a
umidade da floresta os rios voadores (massas de ar) encontram a Cordilheira dos
Andes que forma uma barreira natural Parte dessa umidade se precipita nas
encostas dessa barreira formando as nascentes dos rios amazocircnicos A porccedilatildeo dos
rios voadores que natildeo se precipita faz uma curva em direccedilatildeo ao sul regiotildees Centro-
Oeste Sudeste e Sul do Brasil e paiacutees vizinhos FIGURA 2
Dessa forma os rios voadores a floresta amazotildenica e a Cordilheira dos
Andes interferem no nosso regime de chuvas no clima e nas nossas inundaccedilotildees
(PETROBRAacuteS 2017)
FIGURA 2 ndash Representaccedilatildeo graacutefica fenocircmeno dos rios voadores (PETROBRAacuteS 2017)
38
212 - Os fenocircmenos El Nintildeo e La Nintildea
O sistema climaacutetico da terra eacute composto por diversos componentes A
interaccedilatildeo entre a superfiacutecie dos oceanos e a baixa atmosfera proacutexima a ela eacute uma
delas As trocas de energia e umidade podem afetar o clima regional e global
Ao fenocircmeno do aquecimento anormal das aacuteguas superficiais e sub-
superficiais do Oceano Paciacutefico Equatorial daacute-se o nome de El Nintildeo FIGURA 3
Nome em espanhol refere-se agraves aacuteguas quentes que aparecem na costa do Peru na
eacutepoca do Natal Pescadores a chamam de ldquoCorriente de El Nintildeo em referecircncia ao
Menino Jesus
Consideradas anomalias do sistema climaacutetico tanto o El Nintildeo quanto o La
Nintildea representam alteraccedilotildees no sistema oceano-atmosfera encontradas no oceano
Paciacutefico tropical com consequecircncias no clima em todo o planeta Natildeo eacute apenas a
presenccedila de aacuteguas quentes do El Nintildeo mas as alteraccedilotildees na atmosfera proacutexima a
superfiacutecie do oceano interferindo nos ventos aliacutesios (leste para oeste) na regiatildeo
equatorial O enfraquecimento dos ventos e o aquecimento do oceano promovem
mudanccedilas na circulaccedilatildeo entre os niacuteveis baixos e altos da atmosfera tendo como
consequecircncia alteraccedilotildees no transporte de umidade e mudanccedilas na distribuiccedilatildeo das
chuvas em regiotildees tropicais e de latitudes meacutedias e altas Tambeacutem satildeo observados
aumento ou queda de temperatura em algumas regiotildees do globo
O fenocircmeno La Nintildea eacute o oposto do El Nintildeo e eacute tembeacutem chamado de
episoacutedio frio onde os ventos aliacutesios mais intensos empurram as aacuteguas do Oceano
Paciacutefico para o lado oposto onde ficaratildeo ldquorepresadasrdquo no Paciacutefico Equatorial Oeste
aumentando o desniacutevel entre o Paciacutefico Ocidental e Oriental As aacuteguas mais quentes
represadas a oeste geram evaporaccedilatildeo e consequentemente movimentos
ascendentes que por sua vez geram nuvens de chuva A regiatildeo atingida por este
fenocircmeno eacute a do nordeste do Oceano Iacutendico agrave oeste do Oceano Paciacutefico passando
pela indoneacutesia (INPE 2017)
39
FIGURA 3 ndash El Nintildeo em atividade (NASA 2017)
22 DEFINICcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO
A seguir satildeo descritas algumas das definiccedilotildees encontradas na literatura para
inundaccedilotildees
Inicialmente como jaacute mencionado na introduccedilatildeo o termo inundaccedilatildeo adotado
neste estudo eacute a situaccedilatildeo em que o volume de aacutegua de um rio supera as suas
margens ou sua calha e ocorre um transbordamento para planiacutecie de inundaccedilatildeo
(GOERL e KOBIYANA 2005)
Segundo Magalhatildees (1970 p93) eacute ldquoa cheia de um rio cujas aacuteguas
crescendo de volume transbordam alagando os territoacuterios circunjacentes A
inundaccedilatildeo eacute causada pela abundante precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica aliada a causas
fisiograacuteficas tais como a configuraccedilatildeo especial das zonas ribeirinhas a largura e a
profundidade dos leitos dos rios bem como a estrutura da barra ou a
desembocadura das correntes Os prejuiacutezos econocircmicos estatildeo associados agrave
ocupaccedilatildeo humanardquo
Para Tucci (1993 p 621) a inundaccedilatildeo eacute o fenocircmeno que ocorre ldquoquando a
aacutegua que chega ao rio eacute superior agrave capacidade de drenagem de sua calha normal
as aacuteguas transbordam o leito normal e ocupam a planiacutecie de inundaccedilatildeordquo A
ocorrecircncia de inundaccedilotildees depende das caracteriacutesticas fiacutesicas e climatoloacutegicas da
bacia hidrograacutefica ndash especialmente a distribuiccedilatildeo espacial e temporal da chuva
Leopold (1994 p 113) definiu a inundaccedilatildeo como sendo a ocorrecircncia de um
fluxo de tal magnitude que transborda os bancos naturais ou artificiais em um trecho
40
de um rio Onde existe uma planiacutecie de inundaccedilatildeo inundaccedilatildeo eacute qualquer fluxo que
se espalha por essa planiacutecie
Segundo Guerra amp Guerra (1997 p220) a inundaccedilatildeo eacute o mesmo que
alagado ie ldquoaacuterea alagadiccedila apoacutes a enchenterdquo lsquoEnchentesrsquo satildeo grandes chuvas que
ocorrem nos rios e geralmente provocam verdadeiros desastres causando perdas
na agricultura pecuaacuteria cidades proacuteximas etc O que as caracteriza eacute a sua
irregularidade isto eacute que natildeo ocorrem todos os anos
Inundaccedilotildees segundo Below et al (2009 p 6) estatildeo inseridas no grupo de
desastres hidroloacutegicos ou seja relacionados a desvios no ciclo hidroloacutegico As
inundaccedilotildees satildeo subdivididas em inundaccedilotildees ribeirinhas bruscas e costeiras
Apoacutes passar pela experiecircncia das inundaccedilotildees a populaccedilatildeo comeccedilou a
procurar habitar aacutereas mais altas menos frequentemente inundadas (TUCCI 1993
PLATE 2002) Mas com o aumento da urbanizaccedilatildeo as planiacutecies inundaacuteveis
tambeacutem foram ocupadas principalmente pela populaccedilatildeo de baixa renda gerando
problemas sociais que se repetem a cada inundaccedilatildeo (TUCCI 1993) Magalhatildees
(1970) e Leopold (1994) concordam que os danos causados pelas inundaccedilotildees satildeo
consequecircncia da ocupaccedilatildeo humana das planiacutecies inundaacuteveis Comprovando essa
ideacuteia Silveira et al (2009) mostraram que os desastres das inundaccedilotildees em Joinville
SC estatildeo mais relacionadas com o avanccedilo da ocupaccedilatildeo das planiacutecies de inundaccedilatildeo
do que com o comportamento das chuvas e portanto satildeo desastres mais humanos
que naturais Flemming (2002) relembra que as inundaccedilotildees satildeo fenocircmenos naturais
que natildeo podem ser evitados mas seus danos podem ser mitigados Para essa
tarefa ressalta a importacircncia da elaboraccedilatildeo e atualizaccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo
As inundaccedilotildees tecircm dinacircmicas diferentes que estatildeo relacionadas
principalmente com as caracteriacutesticas das bacias hidrograacuteficas Segundo Castro
(2003) a evoluccedilatildeo das inundaccedilotildees pode se dar de forma brusca com aumento
raacutepido e intenso do volume de aacutegua do canal ou gradual com a subida e a descida
das aacuteguas de um rio de forma lenta
Em Rio Negrinho houve inundaccedilotildees que podem ser enquadradas nas duas
modalidades descritas
As inundaccedilotildees de acordo com Amaral e Ribeiro (2012 p41) ldquosatildeo eventos
naturais que ocorrem com periodicidade nos cursos drsquoaacutegua frequentemente
deflagrados por chuvas fortes e raacutepidas ou chuvas de longa duraccedilatildeordquo Segundo
Tucci (2005 p42) ldquoeste eacute um processo natural que ocorre quando a precipitaccedilatildeo eacute
41
intensa causada por eventos chuvosos em que o solo perde a capacidade de
infiltraccedilatildeo aumentando o escoamento superficial que rapidamente alcanccedila os
cursos drsquoaacuteguardquo
Quando a inundaccedilatildeo se estabelece as aacuteguas do rio ocupam as aacutereas da
planiacutecie fluvial que eacute composta pela planiacutecie de inundaccedilatildeo leito maior e leito menor
do rio Zancopeacute (2012) define que ldquoas planiacutecies de inundaccedilatildeo satildeo aacutereas dos vales
fluviais que sofrem inundaccedilotildees por cheias de determinadas magnitudes e intervalos
de recorrecircncia e as planiacutecies fluviais satildeo aacutereas dos vales fluviais marginais aos
cursos drsquoaacutegua parcialmente alagadas por transbordamentos perioacutedicos oriundos dos
rios e limitadas lateralmente pelas bases de vertentes dos valesrdquo
Segundo Tucci (2005 p29) o leito menor eacute caracterizado pelos locais onde
a aacutegua escoa normalmente a maior parte do tempo jaacute o leito maior eacute caracterizado
pelos locais em que o rio alcanccedila quando atinge niacuteveis superiores de volume drsquoaacutegua
(FIGURA 4) Tucci (2005 p29) comenta ainda que esse tipo de inundaccedilatildeo quando
as aacuteguas atingem o leito maior do rio geralmente ocorre em bacias hidrograacuteficas
meacutedias e grandes (gt100kmsup2) e que esse processo eacute natural como consequecircncia do
ciclo hidroloacutegico e assim eacute denominada inundaccedilatildeo de aacutereas ribeirinhas As aacutereas de
planiacutecie de inundaccedilatildeo satildeo locais que periodicamente seratildeo atingidos pelo
transbordamento dos cursos de aacuteguas faz parte da dinacircmica natural dos rios
(AMARAL e RIBEIRO 2012)
42
FIGURA 4 - Ocupaccedilatildeo indevida da margem dos rios (CPRM 2016)
23 MONITORAMENTO HIDROLOacuteGICO E METEOROLOacuteGICO
Eacute o conjunto de sistemas para o monitoramento de variaacuteveis ambientais
composto de coleta tratamento armazenamento transmissatildeo e disponibilizaccedilatildeo de
seacuteries histoacutericas
Os principais dados monitorados satildeo duraccedilatildeo quantidade e intensidade das
chuvas niacuteveis dos rios temperatura do ar umidade do ar velocidade e direccedilatildeo dos
ventos pressatildeo atmosfeacuterica e radiaccedilatildeo solar
A Hidrometeorologia eacute a parte da ciecircncia que trata da aacutegua na atmosfera
(TUCCI 1993) Bruce e Clark (1980 p 1) mencionam a importacircncia da meteorologia
no desenvolvimento de estudos hiacutedricos e no controle de inundaccedilotildees indicando a
necessidade do monitoramento meteoroloacutegico para as soluccedilotildees de gestatildeo de aacuteguas
superficiais e subterracircneos O termo hidrometeorologia eacute utilizado por eles como
43
sendo a aplicaccedilatildeo da meteorologia para a soluccedilatildeo dos problemas hidroloacutegicos
diferindo da definiccedilatildeo que trata como um problema de fronteira entre meteorologia e
hidrologia Segundo eles a dificuldade na aplicaccedilatildeo dessa uacuteltima reside na largura
da fronteira que varia de acordo com o ponto de vista da pessoa que o usa Na
praacutetica a largura varia do campo de estudos das condiccedilotildees meteoroloacutegicas criacuteticas
para uso na estimativa de fluxos maacuteximos de inundaccedilatildeo
No Brasil em diversos estudos esse termo eacute utilizado como a soma dos
termos hidroloacutegico e meteoroloacutegico
231 Estaccedilotildees de Superfiacutecie
As estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas de superfiacutecie podem ser
convencionais ou automaacuteticas (telemeacutetricas) As estaccedilotildees automaacuteticas foram
implantadas na deacutecada de 90 substituindo ou monitorando em conjunto com as
convencionais
Nessas estaccedilotildees um teacutecnico em meteorologia vai ateacute a estaccedilatildeo anotar
manualmente cada dado quatro vezes por dia sempre agraves 00 06 12 e 18 UTC (3
horas a menos do horaacuterio de Brasiacutelia)
Os instrumentos de uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional medem a
temperatura e a umidade do ar a direccedilatildeo e velocidade do vento a chuva
acumulada o tempo de insolaccedilatildeo evaporaccedilatildeo intensidade da radiaccedilatildeo solar e a
pressatildeo
Ainda na estaccedilatildeo meteoroloacutegica convencional o teacutecnico tambeacutem faz a
observaccedilatildeo visual das nuvens e da visibilidade Nos horaacuterios de observaccedilatildeo ele
avalia o ceacuteu como um todo quantifica e classifica as nuvens daquele momento
observando a ocorrecircncia de neacutevoa ou nevoeiro (Climatempo 2017)
Segundo Barth et al (1987 p 111) o estudo do regime hidroloacutegico de um
curso de aacutegua exige o conhecimento da variaccedilatildeo de sua vazatildeo ao longo do tempo
Numa estaccedilatildeo convencional a avaliaccedilatildeo diaacuteria dessa vazatildeo se daacute por um processo
direto pelo registro diaacuterio duas vezes ao dia atraveacutes da leitura do niacutevel da aacutegua na
reacutegua ou pelo registro contiacutenuo atraveacutes de hidroacutegrafas onde o niacutevel de aacutegua eacute
registrado Esses niacuteveis ou cotas determinam as vazotildees usando a curva-chave ou
curva cota-vazatildeo
44
A obtenccedilatildeo mais comum da vazatildeo se daacute pela mediccedilatildeo do niacutevel da aacutegua por
meio de liniacutemetros mais comumente chamados de reacuteguas linimeacutetricas e liniacutegrafos
Uma reacutegua linimeacutetrica nada mais eacute do que uma escala graduada de madeira ou
metal esmaltada ou natildeo ou mesmo pintada sobre uma superfiacutecie vertical de
concreto cuja extremidade inferior denominada ldquozero da reacuteguardquo estaacute na medida do
possiacutevel sempre mergulhada na aacutegua mesmo nas estiagens mais severas Isso
evita a necessidade de leituras negativas que satildeo tradicionalmente uma fonte de
erros (BARTHet al 1987 p 111)
A grande maiorias das estaccedilotildees hidromeacutetricas convencionais brasileiras
conta com simples reacuteguas linimeacutetricas O grau de confianccedila de seus registros eacute
portanto diretamente dependente do encarregado da leitura A localizaccedilatildeo do posto
hidromeacutetrico eacute estabelecida de modo a permitir um acesso faacutecil e permanente ao
local quaisquer que sejam as condiccedilotildees climaacuteticas e o niacutevel das aacuteguas inclusive
nas maiores inundaccedilotildees (PINTO et al 1976 p 185)
Uma estaccedilatildeo meteoroloacutegica de superfiacutecie automaacutetica eacute composta por uma
unidade de memoacuteria central (ldquodata loggerrdquo) ligada a vaacuterios sensores dos paracircmetros
meteoroloacutegicos (pressatildeo atmosfeacuterica temperatura e umidade relativa do ar
precipitaccedilatildeo radiaccedilatildeo solar direccedilatildeo e velocidade do vento) que integra os valores
observados minuto a minuto e os disponibiliza automaticamente a cada 15 minutos
ou a cada hora (INMET 2017)
A estaccedilatildeo hidroloacutegica automaacutetica eacute composta por um data logger um sensor
de pressatildeo para mediccedilatildeo de cota (niacutevel da aacutegua) e um pluviocircmetro de baacutescula para
mediccedilatildeo de chuva acumulada num intervalo de tempo
24 BACIA HIDROGRAacuteFICA
Segundo Viessman et al (1972) bacia hidrograacutefica eacute uma aacuterea definida
topograficamente drenada por um curso drsquo aacutegua ou um sistema conectado de
cursos drsquo aacutegua dispondo de uma simples saiacuteda para que toda vazatildeo efluente seja
descarregada
Tambeacutem pode-se definir a bacia hidrograacutefica como sendo uma aacuterea onde a
aacutegua da precipitaccedilatildeo eacute captada naturalmente fazendo com que seu escoamento
seja conduzido para um uacutenico ponto de saiacuteda seu exutoacuterio A bacia hidrograacutefica eacute
45
composta de um conjunto de superfiacutecies vertentes e de uma rede de drenagem
formada por cursos de aacutegua que confluem ateacute resultar num leito uacutenico no exutoacuterio
De forma geral a chuva que cai sobre as vertentes infiltra-se nos solos ateacute
a saturaccedilatildeo destes momento em que diminuem as taxas de infiltraccedilatildeo e comeccedilam a
surgir os escoamentos superficiais na condiccedilatildeo de persisitecircncia da precipitaccedilatildeo O
escoamento superficial gerado nas vertentes da bacia hidrograacutefica pode ser
entendido como ldquoproduccedilatildeordquo de aacutegua de escoamento raacutepido Com essa interpretaccedilatildeo
a aacutegua produzida pelas vertentes tem como destino imediato a rede de drenagem
que iraacute conduziacute-la agrave seccedilatildeo de saiacuteda da bacia No leito maior dos rios (zona de
inundaccedilatildeo) o comportamento eacute duacutebio ora de produccedilatildeo quando os niacuteveis de aacutegua
dos rios estatildeo inicialmente baixos funcionando esta zona como vertente ora de
transporte quando os niacuteveis dos rios estatildeo elevados com a zona de inundaccedilatildeo
usada para escoamento (TUCCI 1993)
A bacia hidrograacutefica pode ser descrita como um sistema fiacutesico onde o
volume de aacutegua precipitado compotildee a entrada e o volume de aacutegua que sai pelo
exutoacuterio eacute a saiacuteda tendo como perdas intermediaacuterias os volumes da evaporaccedilatildeo da
evapotranspiraccedilatildeo e os volumes de infiltraccedilatildeo profunda Em eventos isolados essas
perdas podem ser desconsideradas (TUCCI 1993)
A funccedilatildeo hidroloacutegica da bacia hidrograacutefica eacute transformar uma entrada
precipitaccedilatildeo de volume concentrada no tempo em uma saiacuteda escoamento de
forma mais distribuiacuteda no tempo (TUCCI 1993)
25 HIDRODINAcircMICA DE RIOS
Neste estudo a hidrodinacircmica eacute o movimento da aacutegua ao longo do rio e o
comportamento deste movimento eacute determinado pelos modelos hidrodinacircmicos
251 Modelagem Matemaacutetica-Computacional
Segundo Campos (2009) modelo eacute um grupo ordenado de suposiccedilotildees que
se propotildeem a explanar as propriedades de um sistema sem necessariamente
manter todas as suas particularidades Para Christofoletti (1999) define-se um
modelo como uma reproduccedilatildeo assingelada do que ocorre de fato em funccedilatildeo da
complexidade de maneira que seja possiacutevel fazer uma reconstituiccedilatildeo muito proacutexima
46
da realidade fazer simulaccedilotildees previsotildees alteraccedilotildees e evoluccedilotildees Para este autor
um modelo que busca reproduzir um sistema ambiental exprimindo uma hipoacutetese
cientiacutefica precisa ser analisado e testado para diferentes suposiccedilotildees
Assim os modelos satildeo um elo entre o que eacute obervado na praacutetica e as
suposiccedilotildees teoacutericas Devem ser construiacutedos de forma a atingir ao que se propotildeem
devendo tambeacutem ficar claros os limites de sua capacidade de fazer previsotildees
Importante destacar as suas aplicabilidades como ferramentas de planejamento
(CHRISTOFOLETTI 1999)
Na primeira metade do seacuteculo passado o uso da modelagem matemaacutetica
era limitada devido agrave dificuldade de encontrar soluccedilotildees analiacuteticas para resolver os
sistemas natildeo lineares de equaccedilotildees diferenciais ordinaacuterias e parciais da
hidrodinacircmica restringindo-se aos modelos lineares ou linearizados atraveacutes de
simplificaccedilotildees algeacutebricas Chapra (1997) menciona que o movimento do fluido
dentro de canais ou calhas era descrito com base em geometria simples como
exemplo retacircngulo trapeacutezio ou triacircngulo e condiccedilotildees de equiliacutebrio dinacircmico
Somente na segunda metade do seacuteculo passado com o desenvolvimento dos
computadores e a utilizaccedilatildeo de meacutetodos numeacutericos foi possiacutevel obter soluccedilotildees para
as equaccedilotildees que representam os processos hidrodinacircmicos mais proacuteximas das
caracteriacutesticas geomorfoloacutegicas das calhas do rios Essas soluccedilotildees satildeo chamadas
soluccedilotildees numeacutericas de equaccedilotildees diferenciais parciais e natildeo lineares permitindo
desta forma a simulaccedilatildeo da movimentaccedilatildeo da aacutegua mais especificamente neste
estudo da onda de cheia responsaacuteveis pelas inundaccedilotildees
Essas inundaccedilotildees satildeo sempre transientes variam no espaccedilo e no tempo
Esses movimentos natildeo-permanentes os quais satildeo regidos pelas equaccedilotildees
desenvolvidas pelos matemaacuteticos Laplace e Lagrange e satildeo considerados os
primeiros a caracterizar o movimento das ondas em canais (Marmood e Yevjevich
1975 apud Silva 2015) Na praacutetica muitas vezes pela dificuldade de se obter
hidrogramas de cheias representam-se as cheias usando vazotildees maacuteximas
invariantes no tempo para delimitar a cota de atingimento da mesma que satildeo
utilizadas para confecccedilatildeo de mapas de inundaccedilatildeo sem levar em conta o tempo de
propagaccedilatildeo
Segundo Tucci (1998) a modelagem hidrodinacircmica computacional utiliza as
equaccedilotildees do escoamento unidimensional em rios e canais e suas simplificaccedilotildees Em
geral os processos computacionais envolvem grande quantidade de dados e
47
procuram representar mais precisamente o sistema fiacutesico observado no escoamento
em rios No caso do estudo de inundaccedilotildees esse escoamento depende
essencialmente da declividade da bacia da estrutura da rede de drenagem e da
cobertura vegetal existentes no leito e margens dos rios O ponto inicial da
modelagem hidrodinacircmica eacute a construccedilatildeo da geometria do canal ou canais Para
isso vaacuterios meacutetodos satildeo usados entre eles os mecanismos que utilizam modelos
digitais de terreno em programas de geoprocessamento
Silva (2015) menciona que Chien e Tan (2011) apresentaram um experimento
usando Google Earth para gerar a geometria necessaacuteria agrave simulaccedilatildeo com o modelo
hidrodinacircmico 2D e Gichamo et al (2012) verificaram a aplicabilidade do MDT
ASTER GDEM (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer
Global Digital Elevation Model) com um poacutes-processamento para correccedilatildeo de
tendecircncias (bias) para simulaccedilatildeo de eventos de enchentes usando o modelo
hidrodinacircmico HEC-RAS (Hydrologic Engineering Center ndash River Analysis System)
escolhido dentre os modelos existentes pela familiaridade do autor Foi feito o
levantamento da calha do rio (batimetria) para precisatildeo da cota de inundaccedilatildeo e
junccedilatildeo com o levantamento aerofotogrameacutetrico existente na Prefeitura Municipal de
Rio Negrinho
Pontes (2011) realizou uma comparaccedilatildeo entre modelos hidrodinacircmicos
simplificados e completo testando os modelos de Muskingum-Cunge linear
Muskingum natildeo linear e modificado por Todini e IPHS com o HEC-RAS O resultado
mostrou que o Muskingum modificado foi promissor indicando que o HEC-RAS eacute um
modelo completo e usado como base para os demais Esse modelo vem sendo
amplamente utilizado e que tem apresentado resultados satisfatoacuterios (Souza et al
2007 Santillan et al 2012 Hasani 2013 Sharkey 2014 entre outros)
Em 2002 Wheater apud Silva (2015) fez uma revisatildeo sobre as perspectivas
da modelagem hidrodinacircmica na simulaccedilatildeo de enchentes apresentando a
importacircncia da distribuiccedilatildeo da chuva para qualidade dos resultados da simulaccedilatildeo
bem como cenaacuterios usando como base as chuvas estimadas considerando as
mudanccedilas climaacuteticas aleacutem do incremento na capacidade de simulaccedilatildeo em bacias
sem estaccedilotildees de coleta de dados
48
252 Modelagem Hidrodinacircmica
A modelaccedilatildeo hidraacuteulica pode apresentar o escoamento permanente ou natildeo
permanente
2521 Escoamento Permanente
Quando a velocidade local em um ponto natildeo muda com o tempo o
escoamento eacute definido como permanente Como consequecircncia outras condiccedilotildees de
contorno como vazatildeo profundidade raio hidraacuteulico entre outros seratildeo invariaacuteveis
Escoamento uniforme eacute aquele no qual a declividade a velocidade e as
caracteriacutesticas geomeacutetricas do canal coacuterrego ou rio natildeo variam ao longo da sua
extensatildeo supondo-se com linhas de fluxo paralelas e retas (PORTO 2006) Esta
simplificaccedilatildeo eacute usualmente utilizada no dimensionamento e verificaccedilatildeo da
capacidade de vazatildeo de canais pelas facilidade do seu equacionamento utilizando
as equaccedilotildees de Cheacutezy e Manning que consideram a resistecircncia do contorno do
canal (CANHOLI 2005)
Os princiacutepios da conservaccedilatildeo de energia constante na foacutermula de Bernoulli
e da conservaccedilatildeo de massa desempenhado pela equaccedilatildeo da continuidade
fundamentam os modelos que adotam o escoamento permanente (GRACIOSA
2010) Seus usos mais frequentes satildeo a anaacutelise do perfil de cheias o caacutelculo do
remanso de rios o dimencionamento de obras hidraacuteulicas e o escoamento em
estiagem entre outras utilizaccedilotildees (TUCCI 1998)
2522 Escoamento Natildeo Permanente
Quando a velocidade do fluxo em determinado ponto se modifica com o
tempo tem-se o escoamento natildeo permanente Satildeo as coordenadas espaciais do
ponto e do tempo que definem essa condiccedilatildeo A passagem de uma onda de cheia
eacute um exemplo de onde esse regime ocorre fato este que acontece na maioria dos
problemas hidroloacutegicos de escoamento superficial de canais (PORTO 2006 TUCCI
1998)
As equaccedilotildees da continuidade e da quantidade de movimento reproduzem
esse tipo de escoamento e quando associadas satildeo chamadas de equaccedilotildees de
Saint Veacutenant Eacute comum o uso de simplificaccedilotildees que facilitam o uso desse conjunto
49
de equaccedilotildees Um exemplo eacute o tratamento unidirecional do escoamento natildeo
levando em consideraccedilatildeo as variaccedilotildees de velocidade nas direccedilotildees horizontal
(lateral) e vertical (profundidade) Quando os modelos satildeo mais complexos por
considerarem todos os elementos das equaccedilotildees de Saint Veacutenant (pressatildeo e ineacutercia
do fluxo atrito e gravidade) passam a ser chamados de modelos hidrodinacircmicos O
sistema de equaccedilotildees que se forma para representar este escoamento somente
pode ser solucionado por meacutetodos numeacutericos que permitem a discretizaccedilatildeo do rio
em seccedilotildees Meacutetodos analiacuteticos natildeo resolvem os sistemas de equaccedilotildees resultantes
desse tipo de escoamento (TUCCI 1998)
2523 O Software HEC-RAS (Hydraulic Engineering Center - River Analysis System)
Software livre do Corpo de Engenheiros do Exeacutercito dos Estados Unidos da
Ameacuterica (US Army Corps of Engineers) eacute um programa de modelaccedilatildeo hidraacuteulica
unidirecional para uma rede de rios e canais Aleacutem do escoamento permanente ele
modela o escoamento natildeo permanente o transporte de sedimentos e modela
tambeacutem anaacutelises de qualidade de aacutegua (USACE 2010)
O caacutelculo da lacircmina daacutegua nos canais considerando fluxo uniforme
gradualmente variado ou bruscamente variado para regimes de escoamento
supercriacutetico e sub criacutetico satildeo funccedilotildees da modelaccedilatildeo do escoamento permanente
Pela equaccedilatildeo de Manning e pela utilizaccedilatildeo de coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo
satildeo calculadas as perdas de energia A equaccedilatildeo da quantidade de movimento eacute
utilizada em situaccedilotildees onde a variaccedilatildeo do niacutevel daacutegua ocorre rapidamente (USACE
2010)
Um meacutetodo hidrodinacircmico com a resoluccedilatildeo das equaccedilotildees completas de
Saint Veacutenant possibilita a modelaccedilatildeo do escoamento natildeo permanente Regimes de
escoamento subcriacutetico ou supercriacutetico ou ambos podem ser analisados nesse
modelo Os caacutelculos hidraacuteulicos de pontes bueiro e outras estruturas tambeacutem satildeo
incorporados para o componente de escoamento permanente (USACE 2010)
A geometria de cada uma das seccedilotildees consideradas do canal condiccedilotildees de
contorno e valores do coeficiente (n) de rugosidade de Manning para o canal e
planiacutecie de inundaccedilatildeo aleacutem da vazatildeo utilizada para a modelaccedilatildeo (valores fixos para
50
o escoamento permanente e hidrogramas para o natildeo permanente) satildeo os principais
dados de entrada para o software
A interaccedilatildeo entre o HEC-RAS e um SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Geograacuteficas) se daacute atraveacutes da plataforma HEC-GeoRAS Satildeo ferramentas para
softwares tipo ArcGIS ou Quantum GIS que manipulam os dados geograacuteficos que
seratildeo utilizados no HEC-RAS Gera-se um modelo digital de terreno (MDT) que eacute
importado para o HEC-RAS Realizada a modelaccedilatildeo hidraacuteulica um novo arquivo eacute
gerado Este pode ser exportado novamente para o ArcGIS ou o Quantum GIS
permitindo uma anaacutelise espacial da planiacutecie de inundaccedilatildeo modelada FIGURA 5
(USACE 2010)
FIGURA 5 ndash Modelaccedilatildeo Hidraacuteulica HEC-RAS (USACE-US Army Corps of Engineers 2010)
51
2524 Aplicaccedilatildeo de Modelaccedilatildeo Hidrodinacircmica
Os softwares descritos anteriormente satildeo amplamente utilizados no meio
acadecircmico Mulungo (2012) desenvolveu um modelo para a bacia hidrograacutefica do
Campus da UFSC em FlorianoacutepolisSC com o objetivo geral de analisar as
inundaccedilotildees da bacia hidrograacutefica daquele campus por meio do modelo hidroloacutegico
de chuva-vazatildeo (HEC-HMS) e hidrodinacircmico (HEC-RAS) Como objetivos
especiacuteficos o trabalho avaliou a vazatildeo com base na chuva de projeto para
diferentes periacuteodos de retorno verificou as mudanccedilas no uso da cobertura do solo
da bacia e analisou suas consequecircncias na vazatildeo do rio do Meio Verificou-se a
aacuterea inundada e as respectivas cotas
A anaacutelise dos resultados permitiu apresentar algumas conclusotildees entre
elas que entre 1998 e 2007 houve um acreacutescimo de 15 de aacuterea construiacuteda da
bacia do Campus da UFSC aumentando em 27 na vazatildeo de piso e de 26 no
volume escoado Foram feitas anaacutelises da capacidade maacutexima de escoamento sem
transbordamento causado por uma ponte e simulaccedilotildees de manchas de inundaccedilatildeo
FIGURA 6
Ele recomendou que fosse feito o planejamento e a regulamentaccedilatildeo
urgentes do uso e ocupaccedilatildeo de solo da bacia tendo em vista a existecircncia de um
processo contiacutenuo de urbanizaccedilatildeo e a consequente impermeabilizaccedilatildeo podendo
acarretar graves problemas ao sistema de drenagem favorecendo a ocorrecircncia de
inundaccedilotildees
52
FIGURA 6 ndash Mancha de Inundaccedilatildeo observada (MO) e simulada (MS) para 1995 na fase de calibraccedilatildeo do HEC-RAS da bacia hidrograacutefica do Campus da UFSC
(MULUNGO 2012)
253 Modelo Hidroloacutegico
O comportamento de uma bacia hidrograacutefica ainda que composto por
fenocircmenos naturais como evaporaccedilatildeo precipitaccedilatildeo infiltraccedilatildeo e escoamento de
rios pode ser simulado pela elaboraccedilatildeo de modelos hidroloacutegicos Os modelos tecircm
por objetivo reproduzir e facilitar o entendimento de como funcionam os fenocircmenos
e possibilitando a elaboraccedilatildeo de previsotildees Funccedilotildees matemaacuteticas experimentais e
conceituais satildeo a base do funcionamento de diversos tipos de modelo incluindo os
modelos que representam o ciclo hidroloacutegico (TUCCI 1998)
Eacute importante mencionar que os modelos hidroloacutegicos apresentam limitaccedilotildees
que devem ser levadas em consideraccedilatildeo tanto na escolha do modelo quanto na
expectativa de objetivos e resultados Os modelos satildeo ainda dependentes de outros
53
fatores que tambeacutem interferem na sua definiccedilatildeo como a heterogeneidade fiacutesica da
bacia a diversidade dos processos envolvidos a quantidade e qualidade dos dados
hidroloacutegicos disponiacuteveis representaccedilatildeo espacial de variaacuteveis e fenocircmenos
simplificaccedilotildees entre outros (TUCCI 1998)
Neste trabalho natildeo foram realizados os estudos de chuva-vazatildeo por falta de
mediccedilotildees das curvas chave Quando tiverem sido feitos os levantamentos das
curvas-chave nas estaccedilotildees fluviomeacutetricas implantadas seraacute possiacutevel fazer esse
estudo
26 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilOtildeES DE INUNDACcedilAtildeO
A Secretaria Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil vinculada ao Ministeacuterio da
Integraccedilatildeo Nacional estabeleceu a Poliacutetica Nacional de Proteccedilatildeo e Defesa Civil -
PNPDEC instituiacuteda pela Lei nordm 12608 de 10 de abril de 2012 publicada no Diaacuterio
Oficial da Uniatildeo nordm 70 de 11 de abril de 2012 traz os princiacutepios os objetivos e
instrumentos de como a gestatildeo de riscos de desastres e a gestatildeo de desastres
seratildeo implementadas no Brasil com o propoacutesito de assegurar condiccedilotildees sociais
econocircmicas e ambientais adequadas para garantir a dignidade da populaccedilatildeo e
garantir a promoccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel
Aleacutem da PNPDEC a Secretaria Nacional controla o CENAD ndash Centro
Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres manteacutem o Sistema Integrado de
Informaccedilotildees sobre Desastres ndash S2ID possue programas e accedilotildees para aprimorar a
coordenaccedilatildeo e a gestatildeo das accedilotildees de preparaccedilatildeo prevenccedilatildeo mitigaccedilatildeo resposta e
recuperaccedilatildeo para a proteccedilatildeo e defesa civil estabelece as regras e condiccedilotildees para a
decretaccedilatildeo de Situaccedilatildeo de Emergecircncia ou Estado de Calamidade Puacuteblica e
disponibiliza modalizades de transferecircncia de recursos para accedilotildees de prevenccedilatildeo
resposta e recuperaccedilatildeo Possui ainda programas como o ldquoConstruindo Cidades
Resilientesrdquo por meio da definiccedilatildeo de accedilotildees e prioridades na aacuterea de gestatildeo do
risco de desastres em cada localidade
A Secretaria de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina possui uma
estrutura voltada especialmente para a prevenccedilatildeo mas tambeacutem para respostas
Tem feito investimentos significativos na implantaccedilatildeo de radares meteoroloacutegicos na
construccedilatildeo de barragens para a contenccedilatildeo de cheias e na qualificaccedilatildeo da estrutura
fiacutesica e de pessoal da secretaria
54
Muitas satildeo as atribuiccedilotildees definidas a Secretaria Estadual entrele elas
destacamos a prevenccedilatildeo e preparaccedilatildeo para desastres a assistecircncia e socorro agraves
viacutetimas das calamidades o restabelecimento de serviccedilos essenciais a reconstruccedilatildeo
realizar estudos e pesquisas sobre riscos e desastres elaborar e implementar
diretrizes planos programas e projetos para prevenccedilatildeo minimizaccedilatildeo e respostas a
desastres causados por accedilatildeo da natureza eou do homem no acircmbito do Estado
coordenar a elaboraccedilatildeo do plano de contingecircncia estadual e fomentar a elaboraccedilatildeo
dos planos de contingecircncia municipais (ou planos de accedilatildeo de emergecircncia) e
mobilizar recursos para prevenccedilatildeo e minimizaccedilatildeo dos desastres
O Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ou Plano de Accedilatildeo Emergencial ou Plano de
Accedilotildees Emergenciais (PAE) ou Plano de Contingecircncia Municipal determina as
accedilotildees de resposta do empreendedor eou autoridades puacuteblicas durante
emergecircncias tais como vazamentos explosotildees incecircndios desastres naturais
como terremotos tempestades inundaccedilotildees furacotildees dentre outros (CONSEIL
POUR LA REacuteDUCTION DEcircS ACCIDENTS INDUSTRIEL MAJEURS 2002 apud
YOGUI amp MACEDO 2012)
Em 2005 pelo Comitecirc de Gerenciamento da Bacia Hidrograacutefica do Rio
Cubatatildeo JoinvilleSC (CCJ 2005) um Plano de Alerta e Atendimento a
Emergecircncias de inundaccedilatildeo do rio Cubatatildeo do Norte foi apresentado Nele satildeo
descritas medidas a serem tomadas em situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo com intuito de
mitigar danos facilitar a implantaccedilatildeo e operacionalizaccedilatildeo do plano com foco em dar
resposta raacutepida agrave comunidade A inundaccedilatildeo que mais causou danos agrave comunidade
aconteceu em 1995 com o rompimento da barragem do Rio Cubatatildeo na Bacia
Hidrograacutefica do Rio Cubatatildeo do Norte
Em geral as mais graves inundaccedilotildees estatildeo associadas ao rompimento de
barragens causadas por eventos de cheia extremas Na literatura tem-se estudos
de PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilotildees causadas por ruptura de barragem para
atender a Lei n 123342010 conforme a Poliacutetica Nacional de Seguranccedila de
Barragens (CARDIA et al 2015) Essas inundaccedilotildees satildeo bruscas com elevaccedilatildeo do
niacutevel da aacutegua em intervalo de tempo muito menor que as cheias naturais Balbi
(2008) apresentou metodologias para a elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees
emergenciais para inundaccedilotildees induzidas por rompimento de barragens tendo como
estudo de caso a barragem de Peti em Minas Gerais O foco do seu estudo foi
preparar planos de accedilatildeo emergencial (PAE) para evitar ou reduzir os danos
55
causados pela ruptura de barragens a partir da revisatildeo de metodologias nacionais e
internacionais
Decina (2012) analisou medidas de controle de inundaccedilotildees com base na
avaliaccedilatildeo de cenaacuterios de uso e ocupaccedilatildeo desorganizada do solo pela urbanizaccedilatildeo
na bacia do Coacuterrego do Gregoacuterio em Satildeo CarlosSP Em eventos de chuva as
inundaccedilotildees satildeo deflagradas e prejuiacutezos satildeo causados e com intuito de mitigar
esses prejuiacutezos fez simulaccedilotildees computacionais de diferentes cenaacuterios utilizando
softwares HEC-HMS (modelo hidroloacutegico) e HEC-RAS (modelo hidrodinacircmico)
Essa mesma anaacutelise foi feita por Ali et al (2011) no Paquistatildeo Segundo Ali et al
essa metodologia possibilitou a melhoria no procedimento de accedilotildees futuras em
situaccedilotildees de inundaccedilotildees
Outro fator que mostra a importacircncia da elaboraccedilatildeo do PAE aleacutem das
mudanccedilas no uso e ocupaccedilatildeo do solo satildeo as mudanccedilas climaacuteticas Os modelos
globais tecircm mostrado que essa regiatildeo teraacute um aumento de chuvas acompanhada
dos eventos de extremos (MILLY et al 2005 MARENGO et al 2007 Groisman et
al 2005) o que iraacute acarretar em eventos de inundaccedilatildeo frequentes e mais severas
A FIGURA 7 mostra que a regiatildeo de estudo poderaacute sofrer aumento na vazatildeo com
tendecircncia de acreacutescimo de aproximadamente 40 para o periacuteodo entre 2041-2060
Eventos extremos tanto de seca como de inundaccedilotildees vecircm se mostrando
frequentes em todo territoacuterio nacional com amplitudes cada vez maiores
(MARENGO 2014) e aumentando as aacutereas vulneraacuteveis agraves inundaccedilotildees
56
FIGURA 7 - Mudanccedila relativa em das vazotildees simuladas para o periacuteodo 1971-2000 com base nos dados de 1900-1970 (A) e para o periacuteodo 2041-2060 com base nos dados de 1900-1998 (B) baseado em cenaacuterios construiacutedos pelo IPCC (Painel
Internacional de Mudanccedilas Climaacuteticas) (FONTE Milly et al 2005)
Amaral e Ribeiro (2009) apresentaram accedilotildees para reduccedilatildeo de perdas em
situaccedilotildees de inundaccedilotildees que foram baseados nos trabalhos de Kobiyama et al
(2004 e 2006) Essas accedilotildees satildeo identificar as aacutereas de risco e natildeo ocupaacute-las
respeitando as aacutereas de APP (Aacuterea de Preservaccedilatildeo Permanente) aliadas agrave
educaccedilatildeo ambiental Em caso de situaccedilatildeo emergencial eacute imprescindiacutevel a
transmissatildeo atraveacutes da miacutedia de informaccedilotildees sobre a previsatildeo e a ocorrecircncia de
chuvas intensas e tambeacutem o seu acompanhamento durante o evento
Em 2012 foi elaborada uma cartilha sobre prevenccedilatildeo de risco de desastres
pela equipe do CEPED (Centro Universitaacuterio de Estudos e Pesquisas sobre
Desastres) onde satildeo apresentadas as definiccedilotildees sobre desastres sua
caracterizaccedilatildeo e classificaccedilatildeo prejuiacutezos ocasionados acionamento de planos de
contingecircncias e de risco e medidas de prevenccedilatildeo e treinamento para lidar com
eventos extremos para fortalecimento das comunidades mais vulneraacuteveis que satildeo
utilizados na elaboraccedilatildeo do PAE para situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo em Rio NegrinhoSC
57
3 O ESTADO DA ARTE
A Deltares instituto holandecircs independente referecircncia mundial em
pesquisas aplicadas relacionadas aos recursos hiacutedricos vem implementando a
capacidade de previsatildeo do niacutevel de aacutegua alturas de ondas e erosatildeo atraveacutes do
desenvolvimento de um sistema integrador informatizado e em tempo real Delft-
FEWS (WERNERet al 2013 GIJSBERS 2010) capaz de utilizar diferentes
programas computacionais e resultados de simulaccedilotildees interna do sistema bem
como simulaccedilotildees realizadas em outras plataformas com intuito de diminuir o risco
de inundaccedilotildees e de rompimento de diques de proteccedilatildeo e barragens
Implementado em mais de 35 paiacuteses (EUA Inglaterra Paiacutes de Gales e
Holanda entre outros) o Delft-FEWS eacute o sistema nacional oficial de previsatildeo de
cheias da Holanda Sistemas de previsatildeo de inundaccedilotildees satildeo tambeacutem
desenvolvidos pela empresa prevendo vazotildees e niacuteveis de aacutegua A ferramenta DAM
Live eacute utilizada para avaliar a resistecircncia e estabilidade das barragens e diques para
proteccedilatildeo contra inundaccedilotildees encontra-se implementada nos Paiacuteses Baixos e na
China (DELTARES 2017) Esse sistema tambeacutem tem sido utilizado pelo Sistema
Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees do Reino Unido (UK National Flood Forecasting
System ndash NFFS) (LEEDAL et al 2012) No Brasil segundo Pinto (2003) o sistema
integrador pode ajudar os operadores e tomadores de decisatildeo em situaccedilotildees
emergenciais de cheias
O Sistema Nacional de Previsatildeo de Inundaccedilotildees (NFFS) eacute responsaacutevel pela
previsatildeo de inundaccedilotildees fluviais e costeiras da Agecircncia Ambiental da Inglaterra e do
Paiacutes de Gales O NFFS foi desenvolvido pela antiga WL | Delft Hydraulics (agora
Deltares) com a subcontratada Tessella Scientific Software Solutions do Reino Unido
(UK) Desde 2006 o NFFS estaacute totalmente operacional em todas as regiotildees
operadas pela Agecircncia Ambiental inglesa eacute o principal sistema de previsatildeo de
inundaccedilotildees (DELTARES 2017)
Outro software o Delft3D Flexible Mesh Suite FIGURA 8 simula tsunamis
furacotildees tempestades ondas fluxos e niacuteveis de aacutegua detalhados transporte e
morfologia de sedimentos qualidade da aacutegua e tambeacutem suas interaccedilotildees
(DELTARES 2017)
58
FIGURA 8 ndash Tela Ilustrativa do Delft3D Flexible Mesh Suite (Delft3D FM) (DELTARES 2017)
No caso de Bangladesh paiacutes assolado por inundaccedilotildees frequentes
necessitava de um sistema eficaz para previsatildeo como tambeacutem para alertas junto agrave
comunidade de prementes inundaccedilotildees O Sistema Integrado de Alerta Multi-Perigo
(RIMES) foi desenvolvido para atender a essa necessidade A comunicaccedilatildeo do
sistema eacute baseado na utilizaccedilatildeo do serviccedilo moacutevel tornando-o financeiramente
sustentaacutevel (DELTARES 2017)
Dois meacutetodos foram escolhidos para a divulgaccedilatildeo de mensagens de voz I) O
Voice Message Broadcast (VMB) para o envio de avisos de oacutergatildeos nacionais de
hierarquia superior avisos regionais e avisos locais II) Short Message System
(SMS) para o envio de dados de niacutevel de aacutegua e outras informaccedilotildees locais Aleacutem
disso voluntaacuterios foram treinados juntamente com a equipe teacutecnica e os funcionaacuterios
do governo sendo capacitados para entender e reagir em situaccedilatildeo emergencial
Essas inovaccedilotildees foram testadas na temporada de inundaccedilotildees de 2014 enviando
diariamente alertas de 300 VMB com total apoio governamental do Centro de
Previsatildeo e Prevenccedilatildeo de Inundaccedilotildees (Flood Forecasting and Warning Center-
FFWC) e do Conselho de Desenvolvimento de Aacutegua de Bangladesh (Bangladesh
Water Developement Board - BWDB) A avaliaccedilatildeo apoacutes os eventos de inundaccedilatildeo de
2014 mostrou o sucesso do projeto onde as pessoas da comunidade receberam
59
entenderam e confiaram nas informaccedilotildees vindas do VMB transformando-as
emaccedilotildees para proteger suas vidas e seus bens (DELTARES 2017)
No Brasil a pedido da Marinha Brasileira a Deltares criou um sistema de
previsatildeo costeira em tempo real para a Baiacutea de Guanabara FEWS-Guanabara
Essa baiacutea eacute um dos estuaacuterios mais movimentados da Ameacuterica do Sul em termos de
navegaccedilatildeo e atividades recreativas O FEWS-Guanabara processa e aplica os
dados disponiacuteveis de mediccedilatildeo da Marinha e do INMET (Instituto Nacional de
Meteorologia) bem como previsotildees meteoroloacutegicas do INPE (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais) da NOAA ( National Oceanic and Atmospheric Administration)
e previsotildees de onda da REMO (Rede de Modelagem e Observaccedilatildeo
Oceanograacutefica) gerando previsotildees da hidrodinacircmica na baiacutea usando modelos
digitais do terreno (MDT) O sistema tambeacutem aplica os dados de mediccedilatildeo para
validaccedilatildeo sistemaacutetica do modelo (DELTARES 2017)
A CEMIG (Companhia Energeacutetica de Minas Gerais) finalizou em 2016 um
projeto do desenvolvimento de um sistema integrador que permitiu o acoplamento
dos vaacuterios modelos meteoroloacutegicos hidroloacutegicos e estatiacutesticos agregando tambeacutem
dados e informaccedilotildees operacionais de seus reservatoacuterios modelos digitais de terreno
e informaccedilotildees georreferenciadas para melhorar a capacidade de previsatildeo de
inundaccedilotildees (CEMIG 2017)
Outra instituiccedilatildeo de renome eacute a Agecircncia de Protenccedilatildeo Ambiental dos
Estados Unidos (USEPA) Ela disponibiliza uma variedade de ferramentas
computacionais orientaccedilotildees e procedimentos em resposta agraves diferentes situaccedilotildees
emergecircncias sendo uma delas a de inundaccedilatildeo
A USEPA disponibiliza prcedimentos para elaboraccedilatildeo de planos de accedilotildees de
emergecircncia mitigaccedilatildeo de cataacutestrofes sistemas de comunicaccedilatildeo de risco
planejamento de emergecircncia protocolos de resposta procedimentos de preparaccedilatildeo
para a inundaccedilatildeo procedimentos durante a inundaccedilatildeo e procedimentos de
recuperaccedilatildeo poacutes inundaccedilatildeo (EPA 2017)
Os Institutos Lactec de CuritibaPR utilizando os modelos desenvolvidos
pela Deltares USEPA e outros vem desenvolvendo estudos hidroloacutegicos e
hidrodinacircmicos utilizando mapeamento a laser de territoacuterios com geraccedilatildeo de
produtos cartograacuteficos de alta resoluccedilatildeo e precisatildeo medida em centiacutemetros
associados a teacutecnicas de realidade virtual tendo como um dos produtos finais a
simulaccedilatildeo virtual de inundaccedilatildeo (LACTEC 2017)
60
O CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres
Naturais no Brasil aleacutem de possuir redede monitoramento proacutepria desenvolve
diversas linhas de pesquisa sobre o tema entre as quais cabe destacar
- Investigaccedilatildeo das caracteriacutesticas dos veranicos na Regiatildeo Sudeste do Brasil e
potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees
- Extremos de chuva deflagradores de desastres naturais no Brasil
- Desenvolvimento de potencial aplicaccedilatildeo para previsotildees de veranicos extremos
- Variabilidade subsazonal da precipitaccedilatildeo no semiaacuterido
- Modelagem hidrodinacircmica para o desenvolvimento de sistemas de alerta de
inundaccedilatildeo
- Sistema de previsatildeo hidroloacutegica de longo e curto prazo usando diferentes fontes de
dados pluviomeacutetricos
- Desenvolvimento de sistema de previsatildeo hidroloacutegica para a bacia do Rio Satildeo
Mateus e bacias da Regiatildeo Serrana do Estado do Rio de Janeiro
- Aplicaccedilatildeo de inteligecircncia computacional em mineraccedilatildeo e modelagem para previsatildeo
de niacutevel de rios em bacias hidrograacuteficas de resposta raacutepida
- Impactos potenciais de inundaccedilotildees em infraestruturas de transporte e mobilidade
urbana
- Modelagem de dados hidrometeoroloacutegicos com teacutecnicas de inteligecircncia
computacional aplicada agrave previsatildeo de curto prazo de inundaccedilotildees
- Geoprocessamento aplicado a anaacutelise dinacircmica de Impactos potenciais de
inundaccedilotildees em mobilidade urbana
A Secretaria de Estado de Defesa Civil de Santa Catarina tem seu maiores
investimentos em estruturaccedilatildeo monitoramento e alerta O territoacuterio catarinense teraacute
100 de cobertura por radares meteoroloacutegicos ainda neste ano resultado da
compra de dois novos equipamentos um para a regiatildeo oeste do estado em
Chapecoacute e outro para o Sul em Araranguaacute que assosiados ao de Lontras
completaratildeo o sistema
Este estudo visa apresentar soluccedilotildees com sistemas de baixo custo nas
aacutereas de monitoramento preparaccedilatildeo e estruturaccedilatildeo de cidades em resposta aos
problemas decorrentes das inundaccedilotildees tendo como paracircmetro o estudo de caso na
cidade de Rio NegrinhoSC
61
4 AacuteREA DE ESTUDO ndash CARACTERIacuteSTICAS HISTOacuteRICAS E GEOGRAacuteFICAS
O foco deste estudo eacute a aacuterea de inundaccedilatildeo da cidade de Rio Negrinho
contudo o estudo abrange toda a bacia do rio Negrinho
Os dados e informaccedilotildees histoacutericas e geograacuteficos do municiacutepio e da bacia do
rio Negrinho e seu entorno foram obtidos em sites e em literatura
A restituiccedilatildeo do levantamento aerofotogrameacutetrico realizado em 2004 pela
Prefeitura Municipal de Rio Negrinho foi utilizado neste estudo em conjunto com as
informaccedilotildees provenientes do levantamento aerofotogrameacutetrico do Estado de Santa
Catarina realizado em 2011 pela Secretaria de Desenvolvimento Sustentaacutevel e
disponibilizado aos municiacutepios em 2013
Outras fontes utilizadas foram as publicaccedilotildees do DNPM ndash Departamento
Nacional de Produccedilatildeo Mineral CPRM ndash Serviccedilo Geoloacutegico do Brasil EPAGRI -
Empresa de Pesquisa Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA
Secretarias do Estado de Santa Catarina e Secretaria de Planejamento e Meio
Ambiente da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho
41 HISTOacuteRIA DAS INUNDACcedilOtildeES DA CIDADE DE RIO NEGRINHO
Na cidade de Rio Negrinho a grande inundaccedilatildeo de 1983 ficou marcada
pelo despreparo da comunidade e da estrutura puacuteblica O lapso temporal de 72 anos
desde a grande inundaccedilatildeo de 1911 a falta de registros histoacutericos e de preparaccedilatildeo
para eventos dessa natureza fez com que a comunidade natildeo tivesse consciecircncia
dos danos que um evento dessa magnitude poderia causar (PMRN 1983)
A FIGURA 9 e a FIGURA 10 mostram a cidade tomada pelas aacuteguas
naquele ano
Em 1992 nove anos mais tarde o evento de grandes proporccedilotildees se repete
FIGURA 11 e FIGURA 12 As perdas novamente foram enormes A estrutura puacuteblica
administrativa ainda estava toda ela na aacuterea de inundaccedilatildeo Prefeitura Municipal
Corpo de Bombeiros Poliacutecia Militar e a situaccedilatildeo mais criacutetica de todas a Fundaccedilatildeo
Hospitalar (PMRN 1992)
Histoacuterias de pacientes sendo retirados pela janela do segundo piso do antigo
preacutedio da Fundaccedilatildeo Hospitalar bem como enterros sendo realizados com canoas
62
em parte do trajeto ateacute o cemiteacuterio fazem parte de cada uma dessas grandes
inundaccedilotildees (PMRN 1992)
FIGURA 9 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho em 1983 ndash Vista Hotel Pousada Joatildeo de Barro (PMRN 1983)
FIGURA 10 - Imagem da inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1983 ndash Vista da Rua Jorge Zipperer e da Igreja Matriz
(PMRN 1983)
63
FIGURA 11 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Rua Satildeo Paulo (PMRN 1992)
FIGURA 12 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 1992 ndash Vista da Antiga Cacircmara de Vereadores
(PMRN 1992)
A grande inundaccedilatildeo de 1992 foi muito marcante para o muacuteniciacutepio de Rio
Negrinho porque ocorreu depois de um periacuteodo relativamente curto apoacutes a grande
inundaccedilatildeo de 1983 A partir dela a comunidade entendeu que o evento vai se repetir
e que eacute preciso ou sair da aacuterea de inundaccedilatildeo ou estar preparado para ela
64
Mudanccedilas significativas ocorreram na estrutura do municiacutepio A Prefeitura
Municipal o Corpo de Bombeiros e a Poliacutecia Militar foram deslocados para novas
estruturas fiacutesicas fora da aacuterea de inundaccedilatildeo Num trabalho conjunto entre poder
puacuteblico entidades sem fins lucrativos e a comunidade o municiacutepio construiu um
novo hospital numa regiatildeo central poreacutem elevada
O sistema de abastecimento de aacutegua foi modificado de forma a minimizar o
impacto da falta de aacutegua durante as inundaccedilotildees O sistema de abastecimento de
energia eleacutetrica foi todo modificado com a elevaccedilatildeo de redes e o reposicionamento
de ramais principais de fornecimento de energia
Na grande inundaccedilatildeo de 2014 FIGURA 13 e FIGURA 14 constatou-se que
apesar das mudanccedilas efetuadas na estrutura do municiacutepio a preparaccedilatildeo para
administrar eventos dessa natureza ainda eacute muito deficiente especialmente no que
se refere a organizaccedilatildeo da comunidade repasse de informaccedilotildees e monitoramento
das chuvas e dos rios
Os prejuiacutezos foram enormes Muitos que tentaram salvar seus bens
moacuteveis elevando-os num primeiro momento acreditando que a aacutegua natildeo atingiria
niacuteveis tatildeo elevados sem remover dos locais atingidos perderam esse esforccedilo e os
bens
FIGURA 13 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)
65
FIGURA 14 - Imagem da Inundaccedilatildeo Rio Negrinho 2014 ndash Vista Aeacuterea (PMRN 2014)
Ainda assim a experiecircncia das duas inundaccedilotildees de 1983 e 1992 serviu
como referecircncia para o gerenciamento durante e apoacutes o evento Obteve-se o apoio
da Defesa Civil do Estado de Santa Catarina do 5ordm Regimento de Carros de
Combate de Rio Negro ndash 5ordm RCC aleacutem de um nuacutemero significativo de entidades da
cidade e de cidades vizinhas
As grandes inundaccedilotildees sempre representam para o municiacutepio atraso ao seu
desenvolvimento poreacutem na inundaccedilatildeo de 2014 constatou-se que algumas
edificaccedilotildees especialmente comerciais e escolares jaacute possuem seus planos de
emergecircncia ainda que natildeo escritos com organizada retirada de bens locais para
depoacutesito limpeza e recuperaccedilatildeo da estrutura apoacutes as aacuteguas baixarem conseguindo
retornar agraves suas atividades no menor espaccedilo de tempo possiacutevel
66
Em 2014 pelos registros da Defesa Civil 1500 edificaccedilotildees foram atingidas
sendo 526 comerciais e 974 residenciais FIGURA 15 a FIGURA 17
Nesse cenaacuterio surgiu um conjunto de problemas para serem administrados
que incluem aleacutem da hospedagem e alimentaccedilatildeo dos desabrigados questotildees de
seguranccedila puacuteblica informaccedilotildees recebidas e transmitidas tracircnsito abastecimento de
aacutegua fornecimento de energia eleacutetrica atendimentos de sauacutede deslocamentos em
seguranccedila locais isolados pelas aacuteguas reivindiccedilatildeo de recursos junto aos oacutergatildeos
estaduais e federais levantamento de dados quantificaccedilatildeo de prejuiacutezos
funcionamento de escolas retirada de entulhos disposiccedilatildeo e destino final de
entulhos cadastro de desabrigados fornecimento de materiais de limpeza
distribuiccedilatildeo de colchotildees cobertores e alimentos etc
67
FIGURA 15 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (c) Rua Jorge Zipperer (b) (d) e (e) Rua Senador Nereu Ramos (f) Rua Carlos Weber
(PMRN 2014)
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
68
FIGURA 16 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (b) e (d) Rua Carlos Weber (c) Rua Luiz Scholz (e) Rua
Jorge Zipperer (PMRN 2014)
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
69
FIGURA 17 ndash Imagens da inundaccedilatildeo de 2014 em Rio Negrinho (a) (b) (d) e (f) Rua Senador Nereu Ramos (c) Rua Carlos Ruckl (e) Travessa Eugecircnio Ferreira de Lima
(PMRN 2014)
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
70
A TABELA 1 apresenta o resultado da compilaccedilatildeo dos principais
registros histoacutericos obtidos neste trabalho relacionados aos eventos das grandes
inundaccedilotildees em Rio NegrinhoSC
TABELA 1 ndash Registros Histoacutericos das Inundaccedilotildees de Rio NegrinhoSC
(Autor 2017)
71
42 LOCALIZACcedilAtildeO E DESCRICcedilAtildeO DA BACIA DO RIO NEGRINHO
A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho estaacute localizada no norte do estado de
Santa Catarina proacutexima agrave divisa com o estado do Paranaacute conforme mostra a
FIGURA 18 Essa bacia estaacute inserida na bacia do alto rio Negro e tem sua maior
porccedilatildeo dentro do municiacutepio de Rio Negrinho e parte no municiacutepio de Satildeo Bento do
Sul Sua nascente estaacute localizada na divisa entre os municiacutepios de Rio Negrinho e
Corupaacute
72
FIGURA 18 ndash Localizaccedilatildeo da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho (a) no Estado de Santa Catarina (b) nos municiacutepios de Rio Negrinho e Satildeo Bento do Sul (hachurado)
e (c) afluentes do rio Negrinho (Autor 2017)
73
A bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 19 possui aproximadamente
302 kmsup2 Os principais afluentes satildeo o rio dos Banhados o rio do Salto o rio
Serrinha e o rio dos Bugres No baixo curso do rio Negrinho proacuteximo a sua foz no
rio Negro estaacute localizada a aacuterea urbana do municiacutepio de Rio Negrinho
FIGURA 19 ndash Subbacias do rio Negrinho (Autor 2016)
43 GEOLOGIA E PEDOLOGIA
A aacuterea de estudo estaacute inserida na Formaccedilatildeo Rio Bonito pertencente ao
Grupo Guataacute e nas Formaccedilotildees Rio do Sul e Mafra pertencentes ao Grupo Itarareacute
Ambos os grupos estatildeo inseridos em substrato sedimentar pertencente ao Super
Grupo Tubaratildeo (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio Bonito eacute constituiacuteda de depoacutesitos
fluacutevio-deltaacuteicos compreendendo arenitos imaturos (arcoacuteseos e subarcoacuteseos)
esbranquiccedilados finos a meacutedios localmente grosseiros argilosos micaacuteceos e
secundariamente arenitos muito finos siltitos argilitos folhelhos carbonososleitos
de carvatildeo e conglomerados (DNPM 1986) A Formaccedilatildeo Rio do Sul eacute constituiacuteda de
74
folhelhos e argilitos cinza-escuros na porccedilatildeo inferior diamicitos acinzentados com
matriz arenosa intercalados com arenitos muito finos na porccedilatildeo intermediaacuteria e
folhelhos normalmente vaacutervicos argilitos ritmitos e siltitos na porccedilatildeo superior A
Formaccedilatildeo Mafra eacute constituiacuteda por sequecircncia fluacutevio-marinha com predomiacutenio de
arenitos esbranquiccedilados amarelados e avermelhados finos a grosseiros ocorrendo
tambeacutem diamicitos ritmitos conglomerados argilitos e argilitos vaacutervicos e possuindo
uma aacuterea aflorante expressiva especialmentena divisa com o Paranaacute (DNPM 1986
SILVA E BORTOLUZZI 1987)
Na FIGURA 20 tem-se o mapa geoloacutegico da bacia do Rio Negrinho
elaborado com base na carta SG22 ndash Curitiba disponibilizadas pelo Serviccedilo
Geoloacutegido Brasil (CPRM) atraveacutes dos projetos GIS Brasil 11000000 e GEOBANK
Observa-se que a principal litologia encontrada na bacia satildeo os arenitos e folhelhos
ocupando 93 da aacuterea total da bacia seguidos de Gnaisse Granulito e Gnaisse
Granuliacutetico com 57
A intemperizaccedilatildeo desses arenitos e folhelhos deu origem ao Cambissolo
principal tipo de solo encontrado na bacia do rio Negrinho O Cambissolo segundo a
Embrapa (1998 2006) compreende solos minerais natildeo hidromoacuterficos com
horizonte B (FIGURA 21 e TABELA 2) incipiente e bastante heterogecircneo tanto no
que se refere a cor espessura e textura quanto no que diz respeito agrave atividade
quiacutemica da fraccedilatildeo argila e saturaccedilatildeo por bases Este horizonte situa-se
imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A exceto o fraco ou sob
horizonte H turfoso Satildeo derivados de materiais relacionados a rochas de
composiccedilatildeo e natureza bastante variaacuteveis desde as mais antigas que constituem o
embasamento do Complexo Brasileiro ateacute as de origem recente passando pelas
metamoacuterficas do complexo Brusque pelas intrusivas graniacuteticas referidas ao Eo-
Paleozoacuteico pelas sedimentares do Paleozoacuteico pelo arenito Botucatu e pelas
efusivas da Formaccedilatildeo Serra Geral
Os cambissolos satildeo solos em geral aacutecidos de difiacutecil penetraccedilatildeo de aacutegua e
encontrados em relevos mais ondulados como eacute o caso da bacia hidrograacutefica do rio
Negrinho e superfiacutecies mais jovens Satildeo solos rasos com pouca capacidade de
armazenamento de aacutegua baixa porosidade e alta permeabilidade As precipitaccedilotildees
sobre essas aacutereas tendem a gerar vazotildees mais rapidamente causando picos mais
elevados de ondas de cheia
75
FIGURA 20 ndash Mapa geoloacutegico da bacia do rio Negrinho (Autor 2017)
76
FIGURA 21 ndash (a) Formaccedilatildeo de solos e (b) Perfil de solo
(a) Formaccedilatildeo de solos (LEPSCH 2002)
(b) Perfil do solo (EMBRAPA 2017)
TABELA 2 ndash PERFIL DE SOLO (EMBRAPA 2008)
Horizonte Descriccedilatildeo
O H
O ndash Camada orgacircnica superficial pouco ou natildeo decomposta (serrapilheira) H- Camada superficial ou natildeo constituiacuteda de material orgacircnico residuos vegetais depositados sob condiccedilotildees de baixa aeraccedilatildeo e saturado (hidromorfismo)
A Horizonte mineral de coloraccedilatildeo escura (melanizaccedilatildeo) composta por material orgacircnico e presenccedila de atividade bioloacutegica
B Horizonte de maior desenvolvimento pedogeneacutetico com maior concentraccedilatildeo de composto de ferro e argilo-minerais e menor quantidade de mateacuteria orgacircnica do que o horizonte A
C Horizonte com pouca interferecircncia dos processos pedogeneacuteticos e com caracteriacutesticas morfoloacutegicas herdadas do material de origem
44 RELEVO
Nas FIGURA 22 a FIGURA 24 satildeo apresentados os perfis topograacuteficos do
rio Negrinho do rio dos Bugres e do rio Serinha O rio Serrinha eacute o que possui o
menor comprimento e a menor amplitude altimeacutetrica variando 121 metros em 13
quilocircmetros de distacircncia apresentando a declividade meacutedia de 09 O rio dos
Bugres varia 177 metros em seus 29 quilocircmetros com a declividade meacutedia de 06
O rio Negrinho por sua vez varia 180 metros ao longo dos seus 38 quilocircmetros
apresentando a menor declividade meacutedia cerca de 04 Observa-se nos perfis que
77
haacute uma raacutepida variaccedilatildeo altimeacutetrica proacuteximo agraves cabeceiras especialmente no rio
Negrinho e rio dos Bugres Apoacutes issoos trecircs rios correm em mais de 50 de seu
curso sobre uma mesma cota com pouca variaccedilatildeo altimeacutetrica no meacutedio e baixo
curso sendo a cota de 800 metros para o Serrinha e o Negrinho e 820 metros para
o Bugres
FIGURA 22 ndash Perfil topograacutefico do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado
FIGURA 23 ndash Perfil topograacutefico do rio dos Bugres (Roberto F Goerl 2010) Adaptado
78
FIGURA 24 ndash Perfil topograacutefico do rio Serrinha (Roberto F Goerl 2010) Adaptado
A FIGURA 25 a seguir conteacutem o mapa das declividades de toda a extensatildeo
territorial do municiacutepio de Rio Negrinho Verifica-se o predomiacutenio das carcateriacutesticas
do territoacuterio como bastante acidentado com ecircnfase no Moderadamente Ondulado
Ondulado e Forte Ondulado
Na mesma figura observa-se o rio Negrinho e seus afluentes na regiatildeo
nordeste Na regiatildeo central do municiacutepio mais ao sul a Represa da Volta Grande e
o rio Preto aleacutem do seu maior afluente (ao Leste) o rio Corredeiras O rio Preto
segue em direccedilatildeo ao Norte ateacute encontrar o rio Negro a jusante da foz do rio
Negrinho tambeacutem no rio Negro natildeo interferindo assim diretamente nos problemas
com inundaccedilotildees na aacuterea urbana do municiacutepio
Na FIGURA 26 Mapa de Hipsometria de todo o territoacuterio municipal
constata-se altitudes mais elevadas ao sul e sudoeste em torno dos 950 a 1000
metros Jaacute na regiatildeo nordeste bacia do rio Negrinho e aacuterea urbana as altitudes que
predominam estatildeo em torno de 800 metros 850 e 900 metros nas cabeceiras do rio
dos Bugres
O mapa com o detalhamento das declividades na aacuterea urbana estaacute
representado na FIGURA 27 Manteacutem-se o predomiacutenio das caracteriacutesticas de relevo
bastante acidentado mantendo-se tambeacutem a ecircnfase no Moderadamente Ondulado
Ondulado e Forte Ondulado
79
A FIGURA 28 apresenta um detalhamento maior da hipsometria na aacuterea
urbana do municiacutepio Nessa aacuterea a faixa de variaccedilatildeo vai de 750 a 900 metros com
predomiacutenio na faixa entre os 765 a 840 metros
Essas declividades interferem na velocidade dos escoamentos e na rapidez
com que as aacuteguas das chuvas chegam no leito dos rios Se associadas a periacuteodos
prolongados de precipitaccedilatildeo que aumentam aacutereas de saturaccedilatildeo do solo e diminuem
a capacidade de infiltraccedilatildeo e armazenamento ocasionando a raacutepida elevaccedilatildeo do
niacutevel de aacutegua do rio
80
FIGURA 25 ndash Declividades no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)
81
FIGURA 26 ndash Hipsometria no municiacutepio de Rio Negrinho (PMRN 2016)
82
FIGURA 27 ndash Declividades no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)
83
FIGURA 28 ndash Hipsometria no Periacutemetro Urbano (PMRN 2016)
84
Na FIGURA 29 tem-se o Modelo Digital de Terreno (MDT) construiacutedo com
base nas cartas planialtimeacutetricas disponibilizadas pela Empresa de Pesquisa
Agropecuaacuteria e Extensatildeo Rural de Santa Catarina SA ndash EPAGRI escala 150000
Nota-se uma variaccedilatildeo de 200 metros de altitude dentro da bacia sendo as altitudes
miacutenimas e maacuteximas 780 e 980 metros respectivamente As terras mais altas da
bacia encontram-se ao Sul especialmente nas cabeceiras do rio Negrinho e dos
Bugres
85
FIGURA 29 ndash Modelo Digital de Terreno da Bacia do rio Negrinho (Roberto F Goerl 2010) Adaptado
86
45 VEGETACcedilAtildeO
A bacia estaacute localizada na regiatildeo de predominacircncia da Floresta de Araucaacuteria
denominada de Floresta Ombroacutefila Mista (Klein 1978) Essa floresta eacute caracterizada
por apresentar como espeacutecie dominante o pinheiro do Paranaacute (Araucaacuteria
angustifolia) Essa vegetaccedilatildeo natildeo constitui uma formaccedilatildeo homogecircnea e contiacutenua
mas eacute formada por diversos tipos de submatas constituiacutedas por aacutervores
carcateriacutesticas nas diferentes aacutereas de recorrecircncia
Mais especificamente a cobertura vegetal da regiatildeo estaacute inserida na
transiccedilatildeo entre as unidades fitogeograacuteficas da Floresta Ombroacutefila Mista (Floresta
com Araucaacuteria) e Floresta Ombroacutefila Densa (Floresta Atlacircntica) ambas constituintes
do bioma Mata Atlacircntica A cobertura original da regiatildeo foi na sua maior parte
descaracterizada pela accedilatildeo antroacutepica que desde a colonizaccedilatildeo vinha sendo feita
principalmente pela exploraccedilatildeo das florestas para a extraccedilatildeo de madeiras bem
como pela implantaccedilatildeo de cultivos anuais e pelas pastagens para a criaccedilatildeo
extensiva de gado bovino (SANTA CATARINA 1986)
Na regiatildeo atualmente a cobertura vegetal predominante eacute de floresta
secundaacuteria em estaacutegio avanccedilado de regeneraccedilatildeo devido ao corte seletivo de
araucaacuteria (Araucaacuteria angustifolia) imbuia (Ocotea porosa) e cedro (Cedrella fissilis) e
ao corte raso que ocorreram nas deacutecadas de 1960 e 1970 Nessa eacutepoca a
cobertura original foi substituiacuteda por cultivos anuais pastagens e para a implantaccedilatildeo
de florestas plantadas com espeacutecies exoacuteticas como o pinus (Pinus taeda)
Hoje a economia da regiatildeo eacute movida pelo reflorestamento de pinus que
abastece principalmente a induacutestria moveleira (Prefeitura Municipal de Rio Negrinho
2009)
As caracteriacutesticas de cobertura vegetal do solo indicam a capacidade de
amortecimento da velocidade de escoamento das aacuteguas que atingem o solo
diminuindo o pico da onda de cheia e aumentando o tempo de concentraccedilatildeo
Bacias com coberturas florestais bem preservadas e mantidas tendem a
minimizar os impactos de chuvas intensas Atraveacutes da observaccedilatildeo em campo e
imagem do Google Earth FIGURA 30 pode-se dizer que a bacia do rio Negrinho
possui uma boa cobertura vegetal
87
FIGURA 30 ndash Cobertura vegetal da bacia do rio Negrinho (Google Earth 2017) Adaptado
46 CLIMA
O clima da regiatildeo eacute do tipo Cfb segundo Koumlppen ou seja clima temperado
constantemente uacutemido sem estaccedilatildeo seca com veratildeo fresco (temperatura meacutedia do
mecircs mais quente lt 22ordmC) A temperatura meacutedia anual varia entre 155 e 170degC A
temperatura meacutedia das maacuteximas varia de 266 a 240degC e das miacutenimas de 108 a
118degC A precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica total anual pode variar de 1360 a 1670 mm
com o total anual de dias de chuva entre 138 e 164 dias A umidade relativa do ar
pode variar de 800 a 862 (EPAGRICIRAM 1999 BENEZ 2002)
47 DELIMITACcedilAtildeO DA AacuteREA DE ESTUDO DE INUNDACcedilAtildeO
Em funccedilatildeo do tamanho da bacia e da extensatildeo do Rio Negrinho 38 km o
objeto do estudo hidrodinacircmico foi definido como o trecho mais urbano do rio com
extensatildeo aproximada de 55 km
88
Este trecho inicia na captaccedilatildeo do SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de
Saneamento Baacutesico no Bairro Alegre e termina na foz do rio Negrinho
Aleacutem de ser o trecho mais urbano do rio este eacute tambeacutem o trecho que sofre o
maior impacto com as inundaccedilotildees especialmente se considerado pelo nuacutemero de
edificaccedilotildees atingidas bem como e por consequecircncia pelos prejuiacutezos totalizados a
cada evento
Neste trecho o rio passa sob oito pontes que interferem no seu
comportamento de forma diferenciada durante os diferentes niacuteveis das inundaccedilotildees
Todas as caracteriacutesticas descritas interferem no comportamento hidroloacutegico
da bacia e hidrodinacircmico dos rios
O relevo as declividades a geologia e a pedologia dos terrenos define a
rapidez com que a gota de aacutegua que cai no divisor de aacuteguas chega ao rio O tipo de
solo e a declividade tambeacutem definem as caracteriacutesticas planimeacutetricas do rio como
no caso do rio Negrinho com inuacutemeros meandros recortando o periacutemetro urbano
A vegetaccedilatildeo interfere no amortecimento e na velocidade da aacutegua da chuva
que chega agrave superfiacutecie na capacidade de armazenamento do solo assim como na
evaporaccedilatildeo e na evapotranspiraccedilatildeo
As condiccedilotildees do tempo da regiatildeo influenciadas pelos fenocircmenos de frente
fria e convectivos na atmosfera satildeo componentes importantes sobre o
comportamento dos rios bem como a frequecircncia a intensidade e a duraccedilatildeo das
chuvas como condicionantes no processo de inundaccedilotildees
Em funccedilatildeo dos estudos hidroloacutegicos e das primeiras simulaccedilotildees do
hidrodinacircmico a aacuterea de estudo foi ampliada ateacute a foz do rio Negrinho no rio Negro
e nesses doze quilocircmetros a montante ateacute a ponte do Lageado e um quilocircmetro
levando em consideraccedilatildeo o incremento proporcionado pelo rio dos Bugres
89
5 ESTUDOS HIDROLOacuteGICOS
Todos os dados e informaccedilotildees obtidos junto a oacutergatildeos governamentais ou de
pesquisa ou nos levantamentos em campo passaram por processos de anaacutelise
verificaccedilatildeo e validaccedilatildeo
Neste estudo foram obtidos os dados de estaccedilotildees de monitoramento
hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas
O estudo hidroloacutegico compreende o levantamento e a anaacutelise das seacuteries
histoacutericas de mediccedilotildees de estaccedilotildees preferencialmente inseridas nas bacias
hidrograacuteficas que satildeo objeto de estudo
No presente caso da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho apenas a Estaccedilatildeo
Rio Negrinho Montante (Fazenda Souza) respeita essa condiccedilatildeo preferencial razatildeo
pela qual este projeto de dissertaccedilatildeo tem como um de seus objetivos a instalaccedilatildeo
de novas estaccedilotildees hidroloacutegicas
Em razatildeo dessa deficiecircncia de dados na bacia do rio Negrinho foram
levantados os dados junto as seguintes estaccedilotildees na regiatildeo Estaccedilotildees Hidroloacutegicas
Convencionais de Corredeiras - 01 Rio Negrinho Montante - 02 Fragosos ndash 03 Rio
Preto do Sul ndash 04 e rio Negro ndash 4a (FIGURA 31) A estaccedilatildeo telemeacutetrica do
CEMADEN Rio Negrinho ndash 05 eacute uma estaccedilatildeo que mede chuva e vazatildeo em
intervalos de tempo natildeo regulares que podem variar de alguns minutos a uma hora e
estaacute em operaccedilatildeo desde agosto de 2014 depois da grande cheia de 2014
As localizaccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas Fragosos - 06 e Rio
Negro - 07 utilizadas neste estudo bem como a localizaccedilatildeo das estaccedilotildees
meteoroloacutegicas telemeacutetricas Rio NegrinhoBattistela - 08 (INMET) e Lapa - 09
(SIMEPAR) estatildeo apresentadas na FIGURA 32 Satildeo utilizados somente os dados
de chuvas das estaccedilotildees meteoroloacutegicas
90
FIGURA 31 ndash Localizaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas na Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)
91
FIGURA 32 ndash Localizaccedilatildeo Estaccedilotildees Telemeacutetricas Regiatildeo da Bacia do rio Negrinho (Autor 2017)
51 SEacuteRIES HISTOacuteRICAS DE DADOS
Os dados referentes agraves estaccedilotildees utilizadas encontram-se na TABELA 3 e
nela estatildeo tipo coacutedigo e nome da estaccedilatildeo localizaccedilatildeo altitude aacuterea de drenagem
bacia hidrograacutefica fonte e periacuteodo de operaccedilatildeo Essas estaccedilotildees permitem o resgate
de seacuteries histoacutericas da bacia do rio Negrinho para avaliar o comportamento
hidroloacutegico da regiatildeo regime de chuvas e ondas de cheia
As estaccedilotildees hidroloacutegicas telemeacutetricas marcadas em amarelo na tabela
correspondentes aos nuacutemeros 10 11 12 13 e 14 satildeo as novas estaccedilotildees
implantadas em decorrecircncia da necessidade verificada neste estudo
A estrutura destas estaccedilotildees estaacute apresentada de forma resumida na
FIGURA 33 onde estatildeo o nome o coacutedigo e a variaacutevel As respectivas localizaccedilotildees
podem ser vistas na FIGURA 31 e na FIGURA 32
92
FIGURA 33 ndash Estaccedilotildees de Monitoramento (Autor 2017)
93
TABELA 3 ndash Estaccedilotildees Hidroloacutegicas e Meteoroloacutegicas (Autor 2017)
94
511 Anaacutelise dos dados de chuva
5111 Estaccedilatildeo Corredeiras (01 - 02649055) ndash Convencional Diaacuteria
A estaccedilatildeo Corredeiras estaacute localizada na bacia hidrograacutefica do rio Preto
fora da bacia do rio Negrinho no interior regiatildeo central do municiacutepio de Rio
Negrinho O rio Preto eacute um afluente do rio Negro e tem sua foz a jusante da foz do
rio Negrinho
Definiu-se pela plotagem da chuva acumulada diaacuteria de 2 dias de 5 dias e
de 10 dias para mostrar a importacircncia da anaacutelise sob o ponto de vista das
acumuladas mas sem estudos aprofundados No futuro seria interessante uma
anaacutelise estatiacutestica o que pode trazer novas informaccedilotildees sobre o nuacutemero de dias das
chuvas acumuladas que podem causar as inundaccedilotildees
A FIGURA 34 mostra o evento de chuvas intensas do dia 08062014 mas
as chuvas de 11071983 e 31051992 satildeo muito menores que a de 2014 no
acumulado diaacuterio Mas quando plotados os acumulados de 5 dias percebe-se
nitidamente os picos de chuvas que ocasionaram as cheias de 1983 e 1992
Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram
inundaccedilotildees Isso mostra a importacircncia da anaacutelise de diferentes periacuteodos de chuvas
acumuladas Em vermelho estatildeo indicadas as falhas de mediccedilatildeo que podem
coincidir com eventos de temporais
Observa-se que os acumulados que produzem as grandes inundaccedilotildees
ainda que associados a outras condiccedilotildees somam em torno de 300mm extrapolando
em 1983 os 350mm no acumulado de 10 dias
95
FIGURA 34 ndash Estaccedilatildeo Corredeiras (02649055)
(Autor 2017)
5112 Estaccedilatildeo Rio Negrinho (05 - 421500009H) ndash Telemeacutetrica
Esta estaccedilatildeo pertence ao CEMADEN e estaacute localizada sobre a Ponte do
Ipiranga no rio Negrinho proacuteximo a estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do SAMAE bairro
96
Alegre Tem aproximadamente 2 anos e seis meses de mediccedilatildeo iniciadas no final
do mecircs de agosto de 2014 dois meses apoacutes a grande inundaccedilatildeo
Os dados de chuva e cota apresentam periodicidade natildeo uniforme de
mediccedilatildeo podendo ser menores que uma hora Para chuva foram calculadas as
acumuladas de 1 2 5 e 10 dias Durante o periacuteodo de mediccedilatildeo natildeo foi verificado
nenhum evento de chuvas intensas Mas pela FIGURA 35 pode-se verificar que na
data do dia 20082016 ocorreu a maacutexima chuva do periacuteodo monitorado
FIGURA 35 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN (421500009H) (Autor 2017)
97
5113 Estaccedilatildeo Fragosos (06 - 02649073) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos
A estaccedilatildeo Fragosos situa-se na bacia do Rio Negro a montante da afluecircncia
do rio Negrinho ao rio Negro Sua operaccedilatildeo teve iniacutecio em 1998 Apesar da
proximidade apresenta caracteriacutesticas distintas e a chuva que deu origem agrave
inundaccedilatildeo de 2014 eacute percebida FIGURA 36 mas natildeo se destaca Isto mostra que
avaliar a chuva meacutedia de uma bacia com base em uma estaccedilatildeo pluviomeacutetrica pode
causar grandes distorccedilotildees na vazatildeo natildeo sendo representativos da chuva meacutedia da
bacia Os traccedilos em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo
Na FIGURA 36 observa-se ainda a chuva diaacuteria pontualmente intensa ao
final de 2006 sem causar inundaccedilatildeo diferentemente da chuva de junho de 2014
que apesar de ser menor que a de 2006 causou uma grande inundaccedilatildeo Quando eacute
feita a anaacutelise das acumuladas de diferentes periacuteodos observa-se que a acumulada
de 5 dias conseguiu capturar chuvas intensas em 2009 2010 e 2014
correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram Aumentanto-se o periacuteodo para 10
dias aparecem picos que natildeo ocasionaram inundaccedilotildees Conclui-se que a chuva
acumulada de 5 dias pode fornecer indiacutecios de inundaccedilotildees
98
FIGURA 36 ndash Estaccedilatildeo Fragosos (02649073) (Autor 2017)
99
5114 Estaccedilatildeo Rio Negro (07 - 02649074) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos
A estaccedilatildeo Rio Negro FIGURA 37 estaacute instalada na aacuterea urbana e central do
municiacutepio de Rio NegroPR Situa-se na bacia do rio Negro a jusante da afluecircncia
do rio Negrinho ao rio Negro Apresenta caracteriacutesticas distintas e as chuvas que
deram origem agraves inundaccedilotildees foram percebidas mas natildeo se destacaram Os traccedilos
em vermelho satildeo falhas de mediccedilatildeo
As seacuteries histoacutericas obtidas iniciam em 1998 e vatildeo ateacute 2015 natildeo permitindo
uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992
Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio
nesta estaccedilatildeo observa-se chuvas pontualmente intensas acima de 100mm nos
anos de 2013 2014 e 2015 natildeo sendo esse um volume tatildeo significativo se
considerado de forma pontual Plotados os acumulados de 5 dias percebe-se
chuvas intensas em 2010 e 2014 correspondentes as inundaccedilotildees que ocorreram
Aumentanto-se o periacuteodo para 10 dias aparecem picos que natildeo ocasionaram
inundaccedilotildees
Observa-se que as chuvas acumuladas de 5 dias fornecem informaccedilotildees das
inundaccedilotildees
100
FIGURA 37 ndash Estaccedilatildeo Rio Negro (02649074) (Autor 2017)
101
5115 Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (08 - A862) ndash INMET ndash Telemeacutetrica de 15
minutos
Esta estaccedilatildeo natildeo estaacute inserida na bacia do rio Negrinho mas estaacute muito
proacutexima a jusante da foz do rio Negrinho no rio Negro Apesar dessa proximidade
as chuvas que ocasionaram a inundaccedilatildeo de 2014 natildeo foram sentidas FIGURA 38
Poreacutem as chuvas de abril de 2010 nos acumulados de 5 e 10 dias ficam bem
niacutetidas permitindo a associaccedilatildeo com aquela inundaccedilatildeo
Novamente esses acumulados somaram em torno de 300mm de chuva
Para uma boa previsatildeo de chuvas haacute a necessidade de aumentar a
densidade de estaccedilotildees de monitoramento Quanto maior o nuacutemero melhor a
avaliaccedilatildeo espaccedilo-temporal de volumes e intensidades A densidade ideal depende
de cada regiatildeo e de criteacuterios natildeo claramente definidos
102
FIGURA 38 ndash Estaccedilatildeo Rio NegrinhoBattistella (A862) (Autor 2017)
103
5116 Estaccedilatildeo Lapa (09 - 25474946) ndash Telemeacutetrica de 15 minutos
Nesta estaccedilatildeo FIGURA 39 o preenchimento de falhas foi feito com base na
estaccedilatildeo Lapa-IAPAR (02549091) que eacute uma estaccedilatildeo muito proacutexima por isso a
seacuterie natildeo apresenta falhas
Diante do nuacutemero reduzido de estaccedilotildees com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis
definiu-se pela utilizaccedilatildeo dos dados da Estaccedilatildeo Lapa ainda que um pouco distante
da bacia do rio Negrinho
As seacuteries histoacutericas de chuva obtidas iniciam em 2009 e vatildeo ateacute 2015 natildeo
permitindo uma anaacutelise das inundaccedilotildees de 1983 e 1992
Nos dados diaacuterios verifica-se que quando eacute plotado o acumulado diaacuterio
nessa estaccedilatildeo natildeo se observa um volume de chuvas significativo em junho de
2014 Plotados os acumulados durante 2 5 e 10 dias percebe-se as chuvas
intensas em junho de 2014 correspondentes a inundaccedilatildeo que ocorreu em toda
bacia do rio Iguaccedilu
Observa-se novamente que em 2014 nos acumulados de 5 e 10 dias que as
chuvas somaram proacuteximo de 300mm
Essa chuva natildeo eacute pontual causada por celulas convectivas que ocorrem em
geral nos verotildees e sim ocasionadas por frente fria que ocorrem principalmente no
outono e inverno Diferentemente das chuvas convectivas que satildeo mais localizadas
em pequenas regiotildees ou bacias as frentes frias atingem grandes extensotildees de
aacutereas causando chuvas sobre essas aacutereas Esta estaccedilatildeo confirma a presenccedila do
fenocircmeno de frente fria de 08 de junho de 2014 que causou grandes danos em
diversas regiotildees da bacia do rio Iguaccediluacute incluindo a cidade de Rio NegrinhoSC
A FIGURA 40 mostra a grande chuva de 08062014 sobre a bacia do rio
Iguaccediluacute Esta figura mostra tambeacutem o iniacutecio da formaccedilatildeo das nuvens no dia 07 no
dia anterior ao evento e o seu deslocamento para o oceano Atlacircntico no dia 09 no
dia posterior ao evento
Esse periacuteodo do ano final da estaccedilatildeo de outono extendendo-se pelo
inverno eacute carcaterizado na regiatildeo da cidade de Rio NegrinhoSC por chuvas mais
frequentes sejam elas convectivas ou ocasionadas por frentes frias o que manteacutem
o lenccedilol freaacutetico mais elevado e diminui a capacidade de armazenamento do solo
104
FIGURA 39 ndash Estaccedilatildeo Lapa (25474946) (Autor 2017)
105
FIGURA 40 ndash Imagem de precipitaccedilatildeo do sateacutelite GOES 13 para a regiatildeo sul do Brasil nos dias 7 (a) 8 (b) e 9 (c) de junho de 2014
fonte (httpsigmacptecinpebrprec_sat)
(a) (b) (c)
106
512 Anaacutelise dos dados de vazatildeo
Nesta anaacutelise de vazotildees as mesmas satildeo convertidas para mmdia para
uniformizar a grandeza buscando facilitar a comparaccedilatildeo entre mediccedilotildees em
diferentes estaccedilotildees fluviomeacutetricas
Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN ndash Telemeacutetrica
Quanto a vazatildeo ainda natildeo foi obtida a curva chave A FIGURA 41 mostra os
dados medidos nessa estaccedilatildeo A mediccedilatildeo eacute feita pelo sensor que mede a distacircncia
deste ao niacutevel da aacutegua Portanto quanto maior a distacircncia menor seraacute o niacutevel
drsquoaacutegua Com os dados de distacircncia eacute preciso obter as cotas equivalentes para
depois com o uso da curva chave determinar as vazotildees No momento natildeo eacute possiacutevel
obter nenhuma conclusatildeo
FIGURA 41 ndash Estaccedilatildeo Rio Negrinho CEMADEN - Cota (421500009H) (Autor 2017)
Estaccedilotildees fluviomeacutetricas ndash Convencional Diaacuteria
A estaccedilatildeo Fragosos estaacute localizada no rio Negro a montante da foz do rio
Negrinho no rio Negro Jaacute a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante localizada no rio
Negrinho estaacute a montante da aacuterea urbana mais exatamente na Fazenda Souza
A FIGURA 42 e FIGURA 43 apresentam a comparaccedilatildeo das vazotildees entre
essas estaccedilotildees Verifica-se comportamentos distintos poreacutem na FIGURA 42 nas
107
datas que coincidem com inundaccedilotildees 30092009 26042010 e 08062014 os
picos de vazatildeo satildeo semelhantes Pela FIGURA 43 eacute possiacutevel observar a existecircncia
de correlaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees atraveacutes do coeficiente de determinaccedilatildeo (Rsup2)
FIGURA 42 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante
(Autor 2017)
FIGURA 43 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante
(Autor 2017)
Em 2010 os picos de vazatildeo refletem a inundaccedilatildeo ocorrida no final do mecircs
de abril daquele ano FIGURA 44
108
FIGURA 44 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante 2010 (Autor 2017)
Na comparaccedilatildeo entre as duas estaccedilotildees FIGURA 45 apesar da falha de
mediccedilatildeo na estaccedilatildeo do Rio Negrinho pode-se observar claramente as ondas de
cheia
A falha de mediccedilatildeo se deve ao fato de a estaccedilatildeo Rio Negrinho Montante ser
convencional e em grandes inundaccedilotildees o operador deixar de ter acesso agrave estaccedilatildeo
para efetuar as leituras
FIGURA 45 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014
(Autor 2017)
A FIGURA 46 e FIGURA 47 mostram a comparaccedilatildeo de vazatildeo entre a
estaccedilatildeo Fragosos e a estaccedilatildeo Rio Preto do Sul onde se observa o comportamento
109
semelhante das duas mediccedilotildees com os pontos de pico coincidindo com as
inundaccedilotildees de julho de 1983 e maio de 1992 Entretanto observa-se que a vazatildeo na
Estaccedilatildeo de Rio Preto do Sul eacute superior que na Estaccedilatildeo de Fragosos Pode ser que
os valores da Estaccedilatildeo Rio Preto do Sul estejam superestimados estando portanto
sujeitos a verificaccedilatildeo
FIGURA 46 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)
(Autor 2017)
FIGURA 47 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1975-2008)
(Autor 2017)
110
Na FIGURA 48 verificam-se falhas provavelmente nos picos de vazatildeo
coincidindo com a inundaccedilatildeo de 11 de julho de 1983
Apesar dessas estaccedilotildees estarem em pontos distantes as mediccedilotildees tecircm
comportamentos muito semelhantes
FIGURA 48 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Preto do Sul (1982-1984) (Autor 2017)
A FIGURA 49 e FIGURA 50 mostram a comparaccedilatildeo entre as estaccedilotildees
Fragosos (65090000) e Rio Negro (65100000) A semelhanccedila dos hidrogramas com
destaque no pico de vazatildeo da cheia de 08062014 pode ser vista na FIGURA 51 As
unidades estatildeo em mmh para uniformizar as grandezas e com isso eacute possiacutevel
concluir que a chuva que gerou a vazatildeo de pico foi relativamente uniforme sobre a
bacia indo de encontro com as imagens de sateacutelite da FIGURA 40 O formato do
hidrograma ser mais estreito em Fragosos em comparaccedilatildeo com Rio Negro se
devem as caracteriacutesticas fiacutesicas da bacia sendo as principais a aacuterea e a declividade
da bacia
111
FIGURA 49 ndash Comparaccedilatildeo entre as Seacuteries Temporais de Vazatildeo das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014)
(Autor 2017)
FIGURA 50 ndash Comparaccedilatildeo entre as Vazotildees das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro (2002-2014) (Autor 2017)
112
FIGURA 51 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negro de maio a julho de 2014 (Autor 2017)
As anaacutelises das seacuteries histoacutericas mostram que os picos de chuvas
acumuladas de 5 dias apresentam uma boa relaccedilatildeo com os picos de cheia quando
avaliada sob o aspecto cronoloacutegico (datas coincidentes) do periacuteodo chuvoso e
inundaccedilotildees
Observou-se que as chuvas que geram as grandes inundaccedilotildees natildeo satildeo
chuvas pontuais causadas por ceacutelulas convectivas Satildeo chuvas na maioria das
vezes ocasionadas por frentes frias que ocorrem principalmente no outono e no
inverno e atingem a regiatildeo como um todo (bacia do alto rio Negro)
Para se ter uma boa previsatildeo de cheia eacute necessaacuterio melhorar a densidade
de estaccedilotildees dentro da bacia hidrograacutefica do rio Negrinho A busca de uma rede de
monitoramento capaz de fornecer informaccedilotildees que deem condiccedilotildees para estimar
chuvas verossiacutemeis sobre a bacia e prever a vazatildeo do rio Negrinho resultou na
aquisiccedilatildeo e implantaccedilatildeo de cinco novas estaccedilotildees hidroloacutegicas que estaacute abordada
no capiacutetulo que se segue
Aleacutem da intensidade e da duraccedilatildeo das chuvas essas inundaccedilotildees satildeo
precedidas de periacuteodos de pluviosidade acentuada que contribuem para a
saturaccedilatildeo das camadas do solo diminuindo sua capacidade de infiltraccedilatildeo e
armazenamento de aacutegua entre os vazios de solo acarretando maior escorrimento
superficial e para a elevaccedilatildeo do niacutevel do escoamento de base
No capiacutetulo 7 eacute feito o estudo hidrodinacircmico com o HEC-RAS como forma
de testar e avaliar a capacidade de simulaccedilatildeo das cheias usando modelos
113
computacionais Para a calibraccedilatildeo desse modelo e simular o fluxo da aacutegua no trecho
do rio Negrinho que atravessa a aacuterea urbana da cidade de Rio Negrinho adotou-se
a vazatildeo da cheia de 08062014 onde a falha eacute preenchida com a vazatildeo de
Fragosos (65090000) O criteacuterio de preenchimento da falha foi 1) observou-se os
maiores picos simultacircneos existentes entre as seacuteries em mmdia (FIGURA 52) 2)
calculou-se as razotildees entre as vazotildees de pico de Rio Negrinho Montante e
Fragosos Neste estudo foram utilizados os dois maiores picos da seacuterie 3)
determinou-se a razatildeo meacutedia resultando num valor aproximado de 15 4) aplicou-se
essa razatildeo nas mediccedilotildees de vazatildeo de Fragosos considerando o deslocamento
temporal existente O resultado do hidrograma estaacute apresentado na TABELA 4 e
FIGURA 53 em mmdia e na FIGURA 54 em msup3s Natildeo foi calculado o pico da vazatildeo
instantacircnea devido a caracteriacutestica da cheia ser lenta e durar vaacuterios dias
FIGURA 52 ndash Comparaccedilatildeo Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante de setembro de 2009 a junho de 2010
(Autor 2017)
114
TABELA 4 ndash Hidrogramas Estaccedilotildees Fragosos (65090000) e Rio Negrinho Montante (65093000)
(Autor 2017)
Data Vazatildeo (mmdia) Vazatildeo (m3s)
65090000 65093000 65090000 65093000
01062014 147 220 136 45
02062014 147 142 136 29
03062014 141 117 131 24
04062014 123 113 114 23
05062014 116 108 107 22
06062014 255 411 236 84
07062014 422 1864 391 381
08062014 1323 3041 1225 619
09062014 2027 2950 1877 601
10062014 1967 2642 1821 538
11062014 1761 2223 1631 453
12062014 1482 1706 1372 347
13062014 1137 1249 1053 254
14062014 833 902 771 184
15062014 602 748 557 152
16062014 499 548 462 112
17062014 430 548 398 112
18062014 367 499 340 102
19062014 367 470 340 96
FIGURA 53 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em mmdia
(Autor 2017)
115
FIGURA 54 ndash Comparaccedilatildeo de Hidrogramas das Estaccedilotildees Fragosos e Rio Negrinho Montante em junho de 2014 em msup3s
(Autor 2017)
O rio Negrinho sofre o remanso causado pelo rio Negro principalmente em
situaccedilatildeo de inundaccedilatildeo onde as vaacuterzeas ficam completamente tomadas pelas aacuteguas
dificultando o escoamento e diminuindo a velocidade do fluxo Considerando essa
situaccedilatildeo estudou-se a vazatildeo do rio Negro A estaccedilatildeo Rio Preto do Sul (04 ndash
65095000) operou ateacute 2010 natildeo dispondo de dados para a cheia de junho de 2014
A jusante desta estaccedilatildeo tem-se a estaccedilatildeo Rio Negro (4a ndash 65100000) com dados
de junho de 2014 A FIGURA 55 mostra as estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash
4a com a localizaccedilatildeo da bacia do rio Negrinho
116
FIGURA 55 ndash Estaccedilotildees Fragosos ndash 03 e Rio Negro ndash 4ordf Bacias hidrograacuteficas (Uda P K et al 2013) Adaptado
Devido a falta de dados monitorados de eventos de cheia supocircs-se a
existecircncia de similaridade do comportanto das vazotildees em toda bacia do rio
Negrinho visto que as vazotildees entre Fragosos e Rio Negrinho Montante apesar da
distacircncia existente entre os pontos de mediccedilatildeo apresentam comportamentos
semelhantes durante os picos de cheias Com base nessa suposiccedilatildeo adotou-se
para o caacutelculo das vazotildees afluentes ao rio Negrinho no trecho de interesse a relaccedilatildeo
entre aacutereas e a vazatildeo de Rio Negrinho Montante resultando na configuraccedilatildeo
esquemaacutetica apresentada na FIGURA 56 O resultado obtido para as vazotildees usados
na simulaccedilatildeo numeacuterica encontra-se na
TABELA 5 A vazatildeo Q1 eacute a vazatildeo na estaccedilatildeo 05 ndash Rio Negrinho (421500009H) do
CEMADEN essa vazatildeo eacute a soma da contribuiccedilatildeo do rio Negrinho a montante desse
ponto que inclui a bacia do rio dos Banhados e da bacia rio do Salto Q2 eacute a
contribuiccedilatildeo da bacia do Serrinha Q3 eacute a do rio dos Bugres Q4 e Q5 satildeo as vazotildees
afluentes e defluentes respectivamente do rio Negro nas proximidades da foz do
Rio Negrinho A vazatildeo Q4 foi estimada com base na estaccedilatildeo Fragosos e Q5 foi
estimada empiricamente para atender a conservaccedilatildeo de massa (FIGURA 57)
117
considerando o volume de controle na foz do rio Negrinho A FIGURA 58 mostra a
vazatildeo estimada para o rio Negro a juzante da foz do rio Negrinho em conjunto com
as vazotildees monitoradas em Fragosos e Rio Negro No hidrograma do Rio Negro foi
realizado um ajuste na regiatildeo de pico indicado por tracejado verde A FIGURA 59
mostra as vazotildees da
TABELA 5 A vazatildeo incremental de contribuiccedilatildeo direta que foi estimada para ser
constante ao longo do trecho do rio Negrinho e variaacutevel no tempo No trecho do rio
Negro a vazatildeo incremental foi desprezada por se tratar de um trecho muito curto
FIGURA 56 ndash Configuraccedilatildeo das vazotildees do rio Negrinho (Autor 2017)
118
TABELA 5 ndash Vazotildees usadas na simulaccedilatildeo numeacuterica ndash junho 2014
(Autor 2017)
Data Vazatildeo (m
3s)
Incremental (m
3skm)
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 q
01062014 486 056 188 2186 2728 0042
02062014 313 036 121 2186 2876 0027
03062014 259 030 100 2105 2698 0023
04062014 248 029 096 1832 2388 0022
05062014 238 028 092 1719 2215 0021
06062014 907 105 351 3793 3833 0079
07062014 4115 477 1594 6283 7203 0358
08062014 6713 778 2601 19686 22730 0585
09062014 6512 755 2523 30163 34643 0567
10062014 5832 676 2260 29263 37290 0508
11062014 4906 569 1901 26210 35820 0427
12062014 3765 436 1459 22048 31228 0328
13062014 2757 319 1068 16922 25867 0240
14062014 1992 231 772 12390 18748 0174
15062014 1652 191 640 8951 14790 0144
16062014 1210 140 469 7424 12517 0105
17062014 1210 140 469 6396 10702 0105
18062014 1102 128 427 5464 8946 0096
19062014 1037 120 402 5464 8009 0090
20062014 950 110 368 5351 7545 0083
21062014 832 096 322 5191 7028 0072
22062014 734 085 285 4628 6138 0064
23062014 680 079 264 3937 5157 0059
24062014 616 071 238 3503 4588 0054
25062014 626 073 243 3278 4232 0055
26062014 659 076 255 3182 4098 0057
27062014 994 115 385 3455 4529 0087
28062014 767 089 297 3519 4839 0067
119
FIGURA 57 ndash Vazotildees do rio Negro a montante e a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)
FIGURA 58 ndash Vazatildeo estimada para o rio Negro a jusante da foz do rio Negrinho (Autor 2017)
120
FIGURA 59 ndash Vazotildees incrementais no rio Negrinho e no rio Negro (Autor 2017)
121
6 IMPLANTACcedilAtildeO DE NOVAS ESTACcedilOtildeES HIDROLOacuteGICAS
A bacia do Rio Negrinho e as bacias dos seus afluentes natildeo possuem uma
rede de monitoramento hidroloacutegico Apenas uma estaccedilatildeo convencional das Aacuteguas
do Paranaacute localizada no rio Negrinho na Fazenda Souza Outras estaccedilotildees
hidroloacutegicas implantadas na regiatildeo e com seacuteries histoacutericas disponiacuteveis cobrem as
bacias do Rio Preto (Corredeiras) e do Rio Negro (Fragosos)
Como decorrecircncia deste trabalho de mestrado e por ser um de seus
objetivos fez-se a gestatildeo junto agrave administraccedilatildeo puacuteblica para que o municiacutepio
adquirisse e implantasse um sistema que aleacutem de auxiliar no monitoramento dos
rios durante os eventos passasse a gerar seacuteries histoacutericas que permitam estudos
futuros
Obtido o apoio necessaacuterio da administraccedilatildeo puacuteblica bem como os recursos
necessaacuterios para da implantaccedilatildeo do novo sistema foi estabelecido contato com a
empresa EPAGRICIRAM ndash Centro de Informaccedilotildees de Recursos Ambientais e de
Hidro meteorologia de Santa Catarina para aquisiccedilatildeo dos equipamentos de
monitoramento hidroloacutegicos
Com as especificaccedilotildees dos equipamentos feitas pelos teacutecnicos da
EPAGRICIRAM vencidas as formalidades legais do processo licitatoacuterio e os prazos
de entrega nele estabelecidos os equipamentos comeccedilaram a ser montados em
outubro de 2015 (postes palafita reacuteguas linimeacutetricas tubulaccedilotildees caixas de
passagem as caixas ambientais com as PCDrsquos - Plataforma de Coleta de Dados
paineacuteis solares e pluviocircmetros) A conclusatildeo da montagem dos equipamentos
ocorreu no dia 27 de janeiro de 2016 A partir dessa data os dados puderam ser
acessados via internet na paacutegina da EPAGRICIRAM
(httpwwwciramepagriscgovbr) sendo logo em seguida adicionados na paacutegina
da Defesa Civil de Rio Negrinho de forma a facilitar o acesso do cidadatildeo comum
61 OBJETIVOS DO NOVO SISTEMA
- Monitorar os volume de chuva e os niacuteveis dos rios em tempo quase real
- Estabelecer os limites de atenccedilatildeo alerta e emergecircncia para os niacuteveis dos
rios
122
- Constituir uma base de dados (seacuteries histoacutericas) para possibilitar accedilotildees
futuras
62 ESPECIFICACcedilAtildeO DOS EQUIPAMENTOS INSTALADOS EM CADA ESTACcedilAtildeO
Para a elaboraccedilatildeo do processo licitatoacuterio de aquisiccedilatildeo as especificaccedilotildees
dos equipamentos a serem instalados em cada estaccedilatildeo foram elaboradas pela
equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM e estatildeo apresentadas na TABELA 6
TABELA 6 ndash Configuraccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas (Autor 2017)
Pluviocircmetro Automaacutetico de baacutescula
Unidade de captaccedilatildeo de energia
Painel solar fotovoltaico com potecircncia de pico igual a vinte watts tensatildeo nominal de saiacuteda de 12v e cabo de comprimento miacutenimo de dois metros e isolamento em material resistente ao ambiente externo
Unidade de processamento armazenamento e transmissatildeo
Bateria chumboaacutecida selada de 12V 12Ah com dimensotildees maacuteximas de 155(C)x100(L)x105mm(A) peso maacuteximo de 45kg vaso em ABS
Controlador de carga para bateria12v 33ah potecircncia miacutenima de 60w desligamento automaacutetico por baixa tensatildeo (menor que 115v) e reconexatildeo da carga quando bateria com tensatildeo igual ou superior a 125v desligamento por sobretensatildeo proteccedilatildeo eletrocircnica contra curto circuito e corrente excessiva e inversatildeo de polaridade invoacutelucro com proteccedilatildeo miacutenima IP 22 sinalizaccedilatildeo de bateria carregada bateria com meia carga e bateria sem carga e possuir conectores KRE distintos para painel solar bateria e carga Bateria 12v nominal e 33ah
Datalogger com capacidade miacutenima de 512 kB de memoacuteria para dados capacidade miacutenima de 65 kB para sistema operacional e programa taxa de amostragem por evento possibilidade de programar esta taxa de 1seg ateacute 24 horas miacutenimo de 5 portas analoacutegicas de precisatildeo de 11 bits e range de 0 [V] a 25 [V] 2 portas de controle 1 portas de pulso 1 porta RS232 de configuraccedilatildeo do logger(via microcomputador) e interface entreperifeacutericos (modenstransmissores) pelo menos uma entrada muacuteltipla de comunicaccedilatildeo com sensores protocolo SDI12 fontes de tensatildeo programaacutevel de 25 [V] e 5 [V] Alimentaccedilatildeo 12 [V] DC precisatildeo do reloacutegio interno de 1 minutomecircs O equipamento deve estar em conformidade com a norma IEC613262002
Modem GSMGPRS para transmissatildeo de dados via GPRS e SMS suportando a linguagem de programaccedilatildeo JAVA porta serial RS232 para recebimento dos dados do datalogger Cabo com porta serial RS232 para conexatildeo agrave data logger Com capacidade para dois cartotildees de transmissatildeo de duas operadoras distintas Fornecido com acesso a antena externa ao moacutedulo atraveacutes de conector SMA de 50 ohms
Relecirc Descriccedilatildeo Alimentaccedilatildeo 5V e acionamento em niacutevel baixo Aplicaccedilatildeo CR510 CR10X CR1000
Componentes Q1 ndash 1 transistor BC327 R1 ndash 1 resistor de 2K2 Ω R2 ndash 1 resistor de 2K2 Ω D1 ndash 1 diodo 1N4001 D2 ndash 1 LED vermelho de 3mm RL1 ndash 1 Releacute de 5V do tipo AT1RC5V J1 ndash 1 conector KRE de 4 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 15450 J4 1 conector KRE de 3 pinos tipo Phoenix Mecano MKDSN 153508
Sensor de niacutevel drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo Transdutor de pressatildeo
Cabo de comprimento miacutenimo de 50 metros em poliuretano com blindagem eleacutetrica com capilar interno para referecircncia de pressatildeo atmosfeacuterica
Interface420mA (2 fios) eou SDI12 Faixa de mediccedilatildeo de 0 a 20 mca (metros de coluna de aacutegua) Acuraacutecia le plusmn 01 em toda a escala para interface SDI12 e le plusmn 01 em toda a escala para
interface 420mA Resoluccedilatildeo igual ou inferior agrave 1 mm Erros de linearidade e histerese somados devem ser inferiores plusmn01 da leitura no final da
faixa nominal (FE) Compensaccedilatildeo da influecircncia de temperatura pelo menos na faixa de 10 a 45degC Corpo em accedilo inox ou liga de titacircnio Membrana ceracircmica (mediccedilatildeo de niacutevel atraveacutes de ceacutelula de pressatildeo tipo ceracircmica
capacitiva) Alimentaccedilatildeo 10 a 30 Vcc Possibilidade de uso de resistor de shunt de 100 Ohms para transformaccedilatildeo de corrente em
123
tensatildeo Sobrepressatildeo ateacute 3 vezes a faixa nominal (FE) de operaccedilatildeo Classe de proteccedilatildeo IP 68 Formato ciliacutendrico com dimensotildees compreendidas entre 2 cm e 5 cm de diacircmetro e entre
10 e 20 cm de comprimento (sem o cabo) Garantia e suporte teacutecnico de no miacutenimo 1 ano
Suporte metaacutelico do conjunto
Estrutura metaacutelica para suporte da estaccedilatildeo Agrometeoroloacutegica fabricada conforme instruccedilotildees abaixo
Suporte metaacutelico confeccionado de accedilo galvanizado tubular de 2 polegadas de diacircmetro externo parede interna de 3mm de espessura comprimento de 170 metros
Base de pluviocircmetro circular de 205mm de diacircmetro em chapa de accedilo galvanizado 2mm soldada na parte superior do tubo de duas polegadas com 3 furos de 6 mm de diacircmetro distribuiacutedos triangularmente na superfiacutecie e um furo central de 8mm de diacircmetro
Suporte para painel solar de 20 watts com inclinaccedilatildeo fixa de 30deg feito em chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm por 400mm de comprimento na projeccedilatildeo horizontal soldado na lateral do tubo de 2 polegadas na extremidade proacuteximo agrave base do pluviocircmetro Com 4 furos de 10mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo do painel
Suporte de caixa ambiental feito em 2 unidades de chapa de accedilo galvanizado 3mm por 25mm e 380 mm de comprimento soldados no lado oposto ao suporte do painel solar Com 4 furos de 9mm de diacircmetro para fixaccedilatildeo da caixa ambiental
Braccedilo para sensor de temperatura e umidade de 05 metro de comprimento feito em tubo de 20mm ou ateacute 1 polegada de diacircmetro externo e parede de 2mm de espessura em accedilo galvanizado Deve ser fixado acima do suporte da caixa ambiental por meio de uma base fixada no tubo de 2rdquo com no miacutenimo 2 parafusos M5 em inox para a fixaccedilatildeo Este braccedilo de ser removiacutevel para facilitar o transporte Obs Toda estrutura com pintura epoacutexi na cor branca
Reacutegua linimeacutetrica Perfil e Reacutegua metaacutelicos
621 Sistema de Transmissatildeo de Dados
O sistema de transmissatildeo de dados das leituras via modem utiliza tecnologia
e sinal de celular
622 Programa de Anaacutelise dos Dados Transmitidos
O datalogger ndash Campbell ndash possui um programa em Crbasic que considera o
ID (coacutedigo da estaccedilatildeo por ex 2079) e o valor de offset para ajuste de niacutevel
igualando as mediccedilotildees dos sensores com as das reacuteguas linimeacutetricas No caso da
estaccedilatildeo 2084 ndash Foz do Rio Negrinho foi usado um sensor para 20 mca diferente
dos demais todos com 10 mca Isto eacute tambeacutem ajustado no programa
No banco de dados os dados lidos armazenados e enviados passam por 03
(trecircs) testes de consistecircncia no controle de qualidade O ldquosteprdquo o ldquorangerdquo e o
ldquopersistentrdquo Dados natildeo consistentes satildeo eliminados e deixam de ser fornecidos As
seacuteries histoacutericas jaacute consisitidas podem ser obtidas mediante solicitaccedilatildeo via site da
EPAGRICIRAM
124
623 Banco de Dados EPAGRICIRAM
- Servidor de alta capacidade de armazenamento
- Atualmente possui 200 milhotildees de dados
- Recebe diariamente cerca de 50 mil dados
- Possui regras de seguranccedila
- Armazena dados de estaccedilotildees com mais de 100 anos
624 Sistema de Disponibilizaccedilatildeo dos Dados para o Puacuteblico em Geral
A partir do dia 27 de janeiro de 2016 os dados medidos passaram a ser
diponibilizados para puacuteblico em geral na paacutegina da internet da EPAGRICIRAM
(httpwwwciramepagriscgovbr)
Os dados medidos nas estaccedilotildees hidroloacutegicas apoacutes a leitura satildeo
transferidos automaticamente por sinal de celular para o servidor da EPAGRICIRAM
em Florianoacutepolis Passam por um algoritmo que verifica a sua consistecircncia e
retornam para o sistema sob a forma de figuras que facilitam a interpretaccedilatildeo Satildeo
essas figuras que atualizadas diariamente satildeo disponibilizados na paacutegina da
EPAGRCIRAM e podem ser acessadas pelo puacuteblico em geral
625 Aquisiccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas
A aquisiccedilatildeo das estaccedilotildees hidroloacutegicas foi feita atraveacutes do Processo
Licitatoacuterio nordm 0792015 na modalidade de Pregatildeo Presencial elaborado pelo autor e
lanccedilado em 06 de julho de 2015 pelo Departamento de Licitaccedilotildees da Prefeitura
Municipal de Rio Negrinho ndash SC
A partir da assinatura dos contratos as empresas passaram a entregar os
equipamentos sendo que os uacuteltimos a serem entregues foram os ldquosensores de niacutevel
drsquoaacutegua tipo ldquoceracircmico capacitivordquo - transdutores de pressatildeordquo por serem
equipamentos importados Estes sensores foram entregues no final de novembro de
2015
Concluiacutedo o processo licitatoacuterio e a entrega dos equipamentos foram
iniciadas as tratativas com a equipe teacutecnica da EPAGRICIRAM para a definiccedilatildeo
final dos locais e o iniacutecio do processo de instalaccedilatildeo
125
626 Calibraccedilatildeo dos Sensores de Mediccedilatildeo de Chuva e Vazatildeo
Os sensores de mediccedilatildeo de chuva e vazatildeo passaram por uma calibraccedilatildeo
preacutevia executada pela equipe da EPAGRICIRAM Apoacutes a instalaccedilatildeo e as primeiras
mediccedilotildees novos ajustes entre os sensores e o software de leitura e transmissatildeo de
dados foram efetuados ajustando as cotas de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas
instaladas em cada seccedilatildeo de mediccedilatildeo das estaccedilotildees
627 Instalaccedilatildeo das Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas
A definiccedilatildeo dos locais para a instalaccedilatildeo das cinco novas estaccedilotildees
hidroloacutegicas FIGURA 60 foi efetuada num primeiro momento pela escolha de locais
representativos nos quais pudessem ser avaliadas as vazotildees de entrada os
acreacutescimos e o incremento de afluentes Num segundo momento jaacute em campo
foram analisados os locais escolhidos em funccedilatildeo da intensidade miacutenima necessaacuteria
de sinal de celular para a transmissatildeo de dados e das cotas maacuteximas de inundaccedilatildeo
para que natildeo fossem interrompidas as seacuteries histoacutericas nas grandes cheias
FIGURA 60 ndash Localizaccedilatildeo das novas Estaccedilotildees Hidroloacutegicas Automaacuteticas (Autor e EPAGRICIRAM 2016)
126
Tambeacutem foi estabelecida a necessidade do monitoramento do rio dos
Bugres visto que ele corta a aacuterea urbana do municiacutepio e tem influecircncia significativa
nas grandes inundaccedilotildees A definiccedilatildeo pela implantaccedilatildeo de uma das estaccedilotildees no rio
Negro a montante da foz do rio Negrinho se deu pela intenccedilatildeo de avaliar a
influecircncia deste nas grandes inundaccedilotildees seja pelo represamento do rio Negrinho ou
pela contribuiccedilatildeo efetiva com o retorno das aacuteguas para a planiacutecie de inundaccedilatildeo
deste
No caso especiacutefico da instalaccedilatildeo de uma estaccedilatildeo na Fazenda Souza a
escolha do local se deu em funccedilatildeo da existecircncia da estaccedilatildeo convencional ldquoRio
Negrinho Montante 65093000-FLUrdquo das Aacuteguas Paranaacute de forma a permitir a
possibilidade de comparaccedilatildeo e continuidade das seacuteries histoacutericas ainda que a
instalaccedilatildeo dessa estaccedilatildeo tenha apresentado uma dificuldade adicional que obrigou
a construccedilatildeo de uma estrutura especial para elevar e receber a estaccedilatildeo
ultrapassando assim a cota maacutexima de inundaccedilatildeo registrada
A instalaccedilatildeo da primeira estaccedilatildeo ocorreu ainda em dezembro de 2015 na
Fazenda Rudnick estaccedilatildeo 2080 FIGURA 61 seguida da estaccedilatildeo Foz do Rio
Negrinho estaccedilatildeo 2084 FIGURA 65 As demais estaccedilotildees foram sendo instaladas a
partir de janeiro de 2016 A estaccedilatildeo Fazenda Souza 2079 estaacute mostrada na
FIGURA 62 Rio dos Bugres 2081 FIGURA 63 e Ponte do Lageado 2083 FIGURA
64
As estaccedilotildees Rio dos Bugres e Ponte do Lageado inicialmente natildeo tinham
pluviocircmetros os mesmos foram instalados somente em dezembro de 2016
127
FIGURA 61 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2080 Fazenda Rudnick (Autor 2017)
FIGURA 62 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2079 Fazenda Souza (Autor 2017)
128
FIGURA 63 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2081 Rio dos Bugres (Autor 2017)
FIGURA 64 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2083 Ponte do Lageado (Autor 2017)
129
FIGURA 65 ndash Estaccedilatildeo Telemeacutetrica 2084 Foz do Rio Negrinho (Autor 2017)
Instaladas as novas estaccedilotildees o conjunto de estaccedilotildees de monitoramento
hidroloacutegicas a estrutura ficou conforme a FIGURA 66
FIGURA 66 ndash Novas Estaccedilotildees Implantadas e em Operaccedilatildeo (Autor 2017)
130
A localizaccedilatildeo das novas estaccedilotildees hidroloacutegicas estaacute inserida no mapa onde
jaacute constam a localizaccedilatildeo da estaccedilotildees hidroloacutegicas existentes posicionadas em
relaccedilatildeo a bacia hidrograacutefica do rio Negrinho FIGURA 67
FIGURA 67 ndash Mapa Localizaccedilatildeo Novas Estaccedilotildees Implantadas (Autor 2017)
O novo sistema de estaccedilotildees hidroloacutegicas foi apresentado nas trecircs escolas
de segundo grau do municiacutepio Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute FIGURA 68 Coleacutegio
Caminho do Saber e Escola Estadual de Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega e agrave
comunidade numa audiecircncia puacuteblica na Cacircmara de Vereadores com o objetivo de
apresentar o sistema divulgar e informar o acesso a todas as informaccedilotildees que satildeo
disponibilizadas na internet e os caminhos para acessaacute-las treinando assim a
populaccedilatildeo para o uso das informaccedilotildees online em situaccedilatildeo de evento de chuvas
intensas com possibilidade de inundaccedilatildeo ou simplesmente acompanhamento
131
FIGURA 68 ndash Apresentaccedilatildeo do novo Sistema de Estaccedilotildees Hidroloacutegicas para uma sala de segundo grau do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute
(Autor 2017)
628 Mediccedilotildees Realizadas
As mediccedilotildees com registro de niacutevel e chuva nas novas estaccedilotildees hidroloacutegicas
do Sistema EPAGRICIRAM foram iniciadas no dia 27 de janeiro de 2016 com as
mediccedilotildees na Fazenda Souza e na Foz do Rio Negrinho FIGURA 69 a FIGURA 84
Os graacuteficos mostram os resultados dessas primeiras mediccedilotildees ateacute o iniacutecio
de Dezembro de 2016 Uacuteltimos dados obtidos junto a EPAGRICIRAM Neles
constam as mediccedilotildees de vazatildeo (niacuteveis) e as mediccedilotildees de chuva
As FIGURA 69 a FIGURA 72 mostram as chuvas acumuladas de 15
minutos de janeiro a dezembro de 2016 nas estaccedilotildees 2079 - Fazenda Souza 2080
ndash Fazenda Rudnick 2081 ndash rio dos Bugres e 2083 ndash Ponte do Lageado
As FIGURA 73 a FIGURA 84 mostram um comprativo de vazotildees (niacuteveis) do
rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro de janeiro a dezembro de 2016
132
FIGURA 69 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2079 ndash Fazenda Souza (Autor 2017)
FIGURA 70 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2080 ndash Fazenda Rudnick (Autor 2017)
133
FIGURA 71 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2081 ndash rio dos Bugres (Autor 2017)
FIGURA 72 ndash Mediccedilatildeo de chuva Estaccedilatildeo 2083 ndash Ponte do Lageado (Autor 2017)
134
FIGURA 73 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em janeiro de 2016
(Autor 2017)
FIGURA 74 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em fevereiro de 2016
(Autor 2017)
135
FIGURA 75 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em marccedilo de 2016
(Autor 2017)
FIGURA 76 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em abril de 2016
(Autor 2017)
136
FIGURA 77 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em maio de 2016
(Autor 2017)
FIGURA 78 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em junho de 2016
(Autor 2017)
137
FIGURA 79 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em julho de 2016
(Autor 2017)
FIGURA 80 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em agosto de 2016
(Autor 2017)
138
FIGURA 81 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em setembro de 2016
(Autor 2017)
FIGURA 82 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em outubro de 2016
(Autor 2017)
139
FIGURA 83 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em novembro de 2016
(Autor 2017)
FIGURA 84 ndash Mediccedilatildeo de vazatildeo (niacuteveis) do rio Negrinho rio dos Bugres e rio Negro em dezembro de 2016
(Autor 2017)
lsquorsquo
140
63 PROBLEMAS OCORRIDOS NA IMPLANTACcedilAtildeO
O sistema estaacute operando medindo e disponibilizando dados via internet para
toda a comunidade atraveacutes da paacutegina da EPAGRICIRAM e da paacutegina da Prefeitura
Municipal de Rio Negrinho httpwwwrionegrinhoscgovbr) na aba da Defesa
Civil
As meacutedias horaacuterias das mediccedilotildees de 15 minutos satildeo disponibilizadas na
paacutegina da internet
Falhas de mediccedilatildeo podem ser ocasionadas por problemas dos sensores
falta de energia eou problemas de transmissatildeo de dados (ausecircncia de sinal GPRS)
A eventual falta de energia se deve a capacidade das baterias ser de cinco dias em
condiccedilotildees nubladas Problemas na transmissatildeo de dados tambeacutem ocasionam
descarga nas baterias pois as PCDs ndash Plataformas de Coleta de Dados ficam
tentando enviar os dados e acabam ficando ligadas mais tempo do que seria
recomendado As falhas de mediccedilatildeo podem ser decorrentes da leitura de dados
inconsistentes que natildeo foram aprovados isto eacute foram rejeitados em um ou mais dos
testes de consistecircncia
Esses testes consideram a variaccedilatildeo do dado ao longo do tempo
comparando com os dados antecedentes e subsequentes dentro de uma margem
de erro Por exemplo um rio natildeo pode ter uma variaccedilatildeo abrupta significativa se natildeo
ocorreu chuva na regiatildeo Essas variaccedilotildees podem ser observadas nas primeiras
mediccedilotildees da Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick As mediccedilotildees deram saltos repentinos
Suspeitou-se num primeiro momento da alteraccedilatildeo da profundidade do sensor Mas
natildeo foi possiacutevel determinar a causa das falhas e os dados foram considerados como
erros de mediccedilatildeo Os dados monitorados no momento satildeo cotas de niacutevel em relaccedilatildeo
a um RN arbitraacuterio
Tambeacutem ocorreram ao longo do tempo ajustes de offset dos sensores de
mediccedilatildeo de niacutevel com as reacuteguas linimeacutetricas implantadas nos rios o que pode
justificar variaccedilotildees repentinas dos dados monitorados Natildeo ocorreram vazotildees
negativas ou seja o sensor ter ficado fora da aacutegua Em maio de 2016 o sistema de
consistecircncia na EPAGRICIRAM em Florianoacutepolis ficou fora do ar e os dados
medidos na Estaccedilatildeo Fazenda Rudnick natildeo foram consistidos causando duacutevidas e
suposiccedilotildees sobre a eventual ocorrecircncia de ruptura de alguma barragem (accedilude) a
montante Outra possibilidade levantada foi de ter ocorrido acuacutemulo de aacutegua na
141
tubulaccedilatildeo que protege o sensor e este ter medido uma coluna de aacutegua instantacircnea
formada dentro da tubulaccedilatildeo Ajustes ainda estatildeo sendo realizados melhorando a
qualidade dos dados monitorados calibrando as estaccedilotildees e minimizando os
problemas de mediccedilatildeo
Ateacute o momento satildeo monitorados a chuva e o niacutevel dos rios considerando
que ainda natildeo foram obtidas as curvas chave nas seccedilotildees fluviomeacutetricas
O periacuteodo de mediccedilotildees ainda eacute restrito Apenas um ano e parte delas com
falhas decorrentes dos ajustes e da calibraccedilatildeo das estaccedilotildees No entanto algumas
hipoacuteteses jaacute podem ser levantadas considerando os resultados obtidos A FIGURA
79 e FIGURA 80 apresentam respectivamente um comportamento muito proacuteximo
dos niacuteveis dos rios Negrinho na Estaccedilatildeo Foz do rio Negrinho e do rio Negro na
Estaccedilatildeo Ponte do Lageado nos eventos em julho e agosto de 2016 Isso leva a
supor o represamento do rio Negrinho pelo rio Negro (remanso) e a possibilidade de
transbordamento das aacuteguas do rio Negro para a planiacutecie de inundaccedilatildeo do rio
Negrinho A continuidade do monitoramento permitiraacute novos estudos e observaccedilotildees
e poderatildeo confirmar essas hipoacuteteses
142
7 ESTUDO HIDRODINAcircMICO
71 SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS E INSPECcedilAtildeO VISUAL DO RIO NEGRINHO
A batimetria nos rios Negrinho Serrinha e rio Negro foi realizada com a
utilizaccedilatildeo do Acoustic Doppler Current Profiler (ADCP) (Sontek modelo M9)
FIGURA 85 e APEcircNDICE I cedido pela SDS ndash Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Econocircmico Sustentaacutevel Diretoria de Recursos Hiacutedricos composto
de dois conjuntos de transdutores para mediccedilotildees de velocidade um feixe acuacutestico
vertical de 050 MHz para mediccedilatildeo da profundidade e um sistema de GPS e RTK
acoplado para determinaccedilatildeo do posicionamento dos equipamentos (Sontek 2009)
No levantamento com o ADCP as seccedilotildees transversais satildeo preacute-definidas por
toda a extensatildeo do trecho objeto de estudo (Bezerra-Neto e Pinto-Coelho 2008)
sendo um condutor colocado em cada margem para guiar o deslocamento do
equipamento
FIGURA 85 ndash Batimetria ADCP M-9 (Autor 2016)
711 Coleta de Dados
Para caracterizaccedilatildeo das seccedilotildees transversais foi realizado o levantamento
topo batimeacutetrico na semana compreendendo o periacuteodo de 29 de agosto de 2016 a
10 de outubro de 2016 APEcircNDICE I Foram levantadas 29 seccedilotildees Em cada seccedilatildeo
143
transversal foram realizadas em meacutedia 40 mediccedilotildees dos paracircmetros profundidade
(m) largura (m) velocidade (ms) e vazatildeo (msup3s)
A anaacutelise do desvio padratildeo e do coeficiente de variaccedilatildeo dos paracircmetros
obtidos pelo ADCP foi realizada no programa SonTek River Surveyor sendo aceitas
as leituras que apresentassem um coeficiente de variaccedilatildeo de ateacute 5 (Sontek 2009)
Os valores dos paracircmetros foram obtidos a partir das meacutedias referentes agraves 40
mediccedilotildees
Como resultado da mediccedilatildeo das seccedilotildees transversais tem-se como exemplo
a imagem da FIGURA 86 que apresenta profundidades o periacutemetro molhado e as
velocidades As demais seccedilotildees satildeo apresentadas no APEcircNDICE II
FIGURA 86 ndash Resultado daTopobatimetria - Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)
7111 Geoprocessamento dos Dados
O georreferenciamento das seccedilotildees transversais e das pontes estaacute
apresentado no APEcircNDICE III
O levantamento altimeacutetrico e o georreferenciamento das seccedilotildees transversais
e pontes foi feito com GPS Geodeacutesico (Zecircnite 2 modelo GTR-Z2) contendo dois
receptores geodeacutesicos de dupla frequecircncia L1L2 conforme metodologia proposta
pelo IBGE (2009) FIGURA 87
Os dados obtidos pelo GPS Geodeacutesico foram processados nos programas
computacionais GTR Processor e Topo EVN
Os dados coletados foram processados utilizando-se o programa
computacional SonTek River Surveyor Live sendo posteriormente exportados e
editados na planilha no Microsoft Excel para poacutes-processamento no programa
computacional ESRI ArcGis 10(r)
144
FIGURA 87 ndash Georreferenciamento e Levantamento Altimeacutetrico Ponte Cofermaco (Autor 2016)
72 MODELO DIGITAL DO TERRENO ndash MDT
Um MNT (Modelo Numeacuterico do Terreno) ou MDT (Modelo Digital de
Terreno) (DTM = Digital Terrain Model) eacute uma representaccedilatildeo matemaacutetica da
distribuiccedilatildeo espacial da caracteriacutestica de um fenocircmeno vinculada a uma superfiacutecie
real A superfiacutecie eacute em geral contiacutenua e o fenocircmeno que representa pode ser
variado Dentre alguns usos do MDT pode-se citar (Burrough 1986)
- Armazenamento de dados de altimetria para mapas topograacuteficos
- Anaacutelises de corte-aterro para projeto de estradas e barragens
- Elaboraccedilatildeo de mapas de declividade e exposiccedilatildeo para apoio a anaacutelise de
geomorfologia e erodibilidade
- Anaacutelise de variaacuteveis geofiacutesicas e geoquiacutemicas
- Apresentaccedilatildeo tridimensional (em combinaccedilatildeo com outras variaacuteveis)
Para a representaccedilatildeo de uma superfiacutecie real no computador eacute indispensaacutevel
a criaccedilatildeo de um modelo digital podendo ser por equaccedilotildees analiacuteticas ou por uma
rede de pontos na forma de uma grade de pontos regulares e ou irregulares A partir
145
dos modelos pode-se calcular volumes aacutereas desenhar perfis e seccedilotildees
transversais gerar imagens sombreadas ou em niacuteveis de cinza gerar mapas de
declividade e exposiccedilatildeo gerar fatiamentos em intervalos desejados e perspectivas
tridimensionais
No processo de modelagem numeacuterica de terreno podemos distinguir trecircs
fases aquisiccedilatildeo dos dados geraccedilatildeo de grades e elaboraccedilatildeo de produtos
representando as informaccedilotildees obtidas
721 Coleta de Dados
Para a elaboraccedilatildeo do Modelo Digital do Terreno ndash MDT foi utilizado o
levantamento aerofotogrameacutetrico realizado pela empresa Agritec SA Agrimensura
Aerofotogrametria de Curitiba para a Prefeitura Municipal de Rio Negrinho no ano
de 2004 complementado com os dados do lado do Paranaacute do rio Negro obtidos
junto a Aacuteguas do Paranaacute COMEC COPEL EMATER ITAIPU MINEROPAR
SEAB PARANAacute CIDADE SANEPAR ANA LACTEC 2011
722 Elaboraccedilatildeo do MDT
A partir das curvas de niacutevel do terreno obtidas de trecircs fontes de dados
sendo curvas de 1m 5m e 10m conforme domiacutenios rosa verde e azul na FIGURA
88 os resultados foram integrados agraves seccedilotildees de batimetria realizadas na aacuterea de
estudo A integraccedilatildeo foi feita com o uso do software ArcGis 102 do qual obteve-se
uma rede irregular de triacircngulos (TIN - Triangulated Irregular Network) para
representar o terreno tanto a parte seca como a aacuterea molhada conforme resultado
grafico apresentado na FIGURA 89 As seccedilotildees nessas duas figuras natildeo foram
numeradas para natildeo poluir a imagem
146
FIGURA 88 ndash Mapa de domiacutenios das seccedilotildees topobatimeacutetricas (Autor 2017)
147
FIGURA 89 ndash Modelo Digital do Terreno - MDT
(Autor 2017)
148
73 IMPLEMENTACcedilAtildeO DO HEC-RAS
Para simulaccedilatildeo hidrodinacircmica no trecho do rio Negrinho e rio Negro as
seccedilotildees batimeacutetricas foram introduzidas no HEC-RAS
Os coeficientes de rugosidade (119899) adotados para as simulaccedilotildees da
hidrodinacircmica tendo em vista o tipo de cobertura das margens dos rios foram 006
no fundo e na parte lateral baseados nos valores apresentados na Tabela 7
considerando um canal pequeno em planiacutecies ainda que nas cheias as larguras se
tornam muito maiores
Tabela 7 - Valores de coeficientes de rugosidade (119899) de Manning para canais naturais (Ven Te Chow 1959)
As geometrias das pontes de acordo com o levantamento foram inseridas
O software HEC-RAS (USACE 2010a e 2010b) exige a adiccedilatildeo de duas seccedilotildees
transversais proacuteximas uma imediatamente a montante e outra imediatamente a
jusante da estrutura (da ponte) Nas seccedilotildees transversais de montante e jusante
foram considerados coeficientes de contraccedilatildeo e expansatildeo respectivamente iguais a
030 e 050 que de acordo com o Manual Hidraacuteulico do software HEC-RAS
correspondem aos coeficientes aplicados a seccedilotildees tiacutepicas de pontes
Definida a geometria do problema estabeleceu-se o regime de simulaccedilatildeo
baseado no regime de escoamento natildeo-permanente
149
O desempenho do HEC-RAS mostrou-se insatisfatoacuterio para a quantidade de
seccedilotildees inseridas muito provavelmente devido a quantidade de meandros
Consequentemente mais testes precisaratildeo ser realizados A parte montante do
trecho rio Negrinho simulado foi simplificado considerando-se a inserccedilatildeo da vazatildeo e
supondo-se apenas uma seccedilatildeo a montante
Foram testados diferentes valores de rugosidade mas natildeo houve alteraccedilatildeo
significativa no niacutevel dacuteaacutegua
Os resultados do HEC-RAS utilizando as vazotildees estimadas produziram uma
inundaccedilatildeo na regiatildeo cuja cota meacutedia foi de 79307 m (FIGURA 90) bem acima dos
7918 m registrados na seccedilatildeo localizada na estaccedilatildeo de captaccedilatildeo de aacutegua do
SAMAE ndash Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico Os fatores que
podem ter influenciado nessa discrepacircncia de valores podem ser
i) Devido agrave falta de dados de topobatimetria da regiatildeo da afluecircncia do rio
Negrinho no rio Negro foi utilizado uma estimativa da seccedilatildeo tranversal
considerando uma seccedilatildeo trapezoidal
ii) A vazatildeo diaacuteria estimada pode estar superestimada
iii) O eixo do escoamento baseada na calha principal do rio em codiccedilotildees
normais apresenta muita sinuosidade que em cheia passa a ter um
comportamento distinto
FIGURA 90 ndash Resultado Simulaccedilatildeo REC-HAS (Autor 2017)
150
Os resultados apresentados aqui satildeo apenas norteadores do potencial do
modelo HEC RAS nas atividades operacionais de previsatildeo de inundaccedilotildees devendo
o modelo ser ajustado calibrado e atualizado periodicamente
Em situaccedilotildees de inundaccedilatildeo o modelo mostrou que a inundaccedilatildeo do rio Negro
eacute um fator que influencia fortemente na inundaccedilatildeo do rio Negrinho Portando na
continuaccedilatildeo dos estudos de inundaccedilatildeo do rio Negrinho eacute imprescindiacutevel os estudos
do rio Negro
151
8 PROCEDIMENTOS PARA ELIMINACcedilAtildeO DE LIXO E LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NO RIO
Os resiacuteduos soacutelidos (lixos) interferem no escoamento das aacuteguas dos rios e
causam alagamentos e em situaccedilatildeo de inundaccedilotildees muitas vezes funcionam como
tamponamento afetando o niacutevel das aacuteguas que se elevam agravando o problema
Em conjunto os esgotos lanccedilados diretamente no rio e na drenagem pluvial podem
aumentar o nuacutemero de doenccedilas hiacutedricas durante os eventos de inundaccedilotildees
Neste capiacutetulo satildeo abordados os procedimentos para limpeza e eliminaccedilatildeo
desses problemas
81 LIMPEZA DO LEITO E MARGENS DOS RIOS
Foram desenvolvidos procedimentos para retirada de lixo do leito e das
margens dos rios para melhorar o fluxo das aacuteguas Muito do lixo encontrado poderia
ter sido tratado como resiacuteduo soacutelido sendo aproveitado no sistema produtivo desde
que tivesse tido a destinaccedilatildeo adequada apoacutes o uso
Durante os procedimentos de mediccedilatildeo especialmente das seccedilotildees
transversais foram percorridos aproximadamente 80 km de margens do rio
Negrinho rio Serrinha rio dos Bugres e rio Negro nos quais foram feitas algumas
constataccedilotildees tais como existecircncia de quantidade significativa de lixo nas margens
desses rios enroscados nas aacutervores ou flutuando sobre a aacutegua de onde se conclui
que haacute tambeacutem muito lixo submerso Encontrou-se desde vaso sanitaacuterio (proacuteximo a
captaccedilatildeo do SAMAE) sofaacute cama e ateacute pneu de trator (fundos da Escola Estadual de
Ensino Meacutedio Manuel da Noacutebrega) Os materiais plaacutesticos de todos os tipos foram os
predominantes no cenaacuterio
Os procedimentos de limpeza foram precedidos de programas e campanhas
de conscientizaccedilatildeo bem como da aplicaccedilatildeo da legislaccedilatildeo vigente uma vez que soacute
retirar o lixo do rio sem tratar da causa principal que eacute o comportamento dos
muniacutecipes natildeo resolve o problema Natildeo se trata apenas dos ribeirinhos mas
tambeacutem daqueles que moram nas regiotildees mais altas Todos satildeo cuacutemplices e
responsaacuteveis pelo que eacute jogado em local inadequado na rua nas galerias pluviais
em qualquer lugar que tem como destino final os rios O lixo encontrado no rio vem
152
de todos os bairros e natildeo apenas dos ribeirinhos A rede de drenagem pluvial eacute o
principal conduto para o transporte de lixo e esgoto ateacute o rio
Os problemas de mau funcionamento da rede de drenagem pluvial decorrem
do lixo que eacute jogado a ceacuteu aberto ou eacute inadequadamente disposto e que acaba indo
parar nas tubulaccedilotildees de aacuteguas pluviais O que natildeo causa entupimento e mau
funcionamento vai direto para os rios
Natildeo eacute somente o tamanho do lixo a xepa de cigarro o papel de bala e a lata
de cerveja ou refrigerante jogados em locais inapropriados accedilotildees ainda muito
comuns e vistas diariamente poluem os rios em conjunto com o vaso sanitaacuterio o
pneu de trator e demais lixos Eacute preciso entender que o barro do veiacuteculo lavado em
frente a casa segue pelas galerias pluviais e vai contribuir no assoriamento dos rios
O primeiro passo para resolver a questatildeo do lixo eacute parar com a sua
deposiccedilatildeo em locais inapropriados tratando a causa e natildeo o efeito Isso passa
necessariamente por campanhas de conscientizaccedilatildeo mas tambeacutem pela puniccedilatildeo aos
infratores Natildeo haacute sociedade organizada sem regras sendo cumpridas
Uma vez cessada a deposiccedilatildeo de lixo pode-se iniciar a retirada do lixo das
margens primeiramente aquele que estaacute enroscado em aacutervores e depois os que
estatildeo nos leitos maior e na planiacutecie de inundaccedilatildeo FIGURA 91
Todos esses trabalhos devem ser executados de montante para jusante em
etapas e com equipes treinadas e qualificadas com o uso de EPIacutes uma vez que
durante o processo de levantamento das seccedilotildees transversais verificou-se a
presenccedila de capivaras nas margens dos rios e com elas a presenccedila do Carrapato
Estrela da capivara que transmite a Febre Maculosa ou Febre do Carrapato
O planejamento que precede esses procedimentos de limpeza deve prever
os locais de amontoamento do lixo retirado nos quais o mesmo deveraacute permanecer
o menor tempo possiacutevel sendo encaminhado ao seu destino final seja ele a
reciclagem (quando possiacutevel) o aterro sanitaacuterio ou o aterro industrial
153
FIGURA 91 ndash Lixo no rio Negrinho (a) (b) e (c) fundos do Coleacutegio Satildeo Joseacute ndash margem esquerda e Empresa Transportadora Seka ndash margem direita (d) resultado
de campanha de coleta de lixo no rio Negrinho (Autor 2016)
Iniciativas como a do Nugravecleo de Meio Ambiente da Associaccedilatildeo Comercial e
Industrial de Rio Negrinho ndash ACIRNE FIGURA 92 satildeo extremamente vaacutelidas como
forma de conscientizaccedilatildeo Essa accedilotildees devem ser intensificadas procurando expor
os danos ambientais causados pelo comportamento inadequado dos muniacutecipes e
formando as novas geraccedilotildees de indiviacuteduos mais conscientes
Nesta campanha participaram aproximadamente 30 pessoas e o periacuteodo de
duraccedilatildeo foi de 4 horas coletando cerca 15 tonelada de lixo
154
FIGURA 92 ndash Campanha de Limpeza do Rio Negrinho (Nuacutecleo Meio Ambiente da ACIRNE 2017)
82 ELIMINACcedilAtildeO DO LANCcedilAMENTO DE ESGOTO NOS RIOS E NA REDE PLUVIAL
O desenvolvimento de procedimentos relativos agrave eliminaccedilatildeo do esgoto
despejado diretamente no sistema de drenagem pluvial e nos rios deve ser
considerado a partir da entrada em operaccedilatildeo do novo Sistema de Esgotamento
Sanitaacuterio da cidade que vem sendo implantado pela autarquia municipal SAMAE ndash
Serviccedilo Autocircnomo Municipal de Saneamento Baacutesico
Noventa por cento das ruas da aacuterea urbana tem rede implantada Essa rede
natildeo estaacute toda em operaccedilatildeo uma vez que estaccedilotildees elevatoacuterias ainda estatildeo sendo
construiacutedas No entanto a ETE - Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgoto localizada no
Bairro Vista Alegre e quinze estaccedilotildees elevatoacuterias jaacute estatildeo em operaccedilatildeo A ligaccedilatildeo no
sistema ainda natildeo eacute obrigatoacuteria Da mesma forma o contribuinte natildeo estaacute fazendo
nenhum tipo de pagamento pela disponibilizaccedilatildeo do serviccedilo Tanto a obrigatoriedade
da ligaccedilatildeo quanto o pagamento deveratildeo ocorrer em breve
155
Verifica-se que haacute uma infinidade de tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio das
edificaccedilotildees despejando diretamente no leito dos rios Aleacutem destas haacute tambeacutem
muitas tubulaccedilotildees de esgoto primaacuterio e aacuteguas servidas que satildeo despejadas
diretamente nas redes de aacuteguas pluviais FIGURA 93 Isso explica porque eacute possiacutevel
perceber claramente a mudanccedila de cor e de odor da aacutegua dos rios agrave medida que
ela passa pela aacuterea urbana A aacutegua dos rios vai adquirindo a cor acinzentada
Outro procedimento bastante comum que contamina o lenccedilol freaacutetico e por
consequecircncia a aacutegua dos rios eacute o despejo de esgoto primaacuterio em antigos poccedilos que
foram desativados depois da implantaccedilatildeo da rede de aacutegua tratada transformando-
os em sumidouros Por fim a utilizaccedilatildeo bastante frequente de sumidouros sem a
utilizaccedilatildeo de tanques seacutepticos e filtros
A entrada em operaccedilatildeo da rede de esgotamento sanitaacuterio aleacutem de melhorar
significativamente a qualidade de vida e especialmente a sauacutede dos muniacutecipes eacute
uma oportunidade para solucionar todos esses problemas que sem duacutevida refletiratildeo
na qualidade das aacuteguas dos rios
Uma vez disponibilizada a rede salvo condiccedilotildees topograacuteficas impeditivas a
ligaccedilatildeo da rede de esgoto de cada edificaccedilatildeo no sistema seraacute obrigatoacuteria tanto
quanto o pagamento pelos serviccedilos Condiccedilotildees e tarifas especiais podem ser
implementadas poreacutem uma vez disponibilizado o sistema tudo o que deixar de ser
encaminhado para ele configuraraacute crime ambiental
Novamente campanhas de conscientizaccedilatildeo seratildeo imprescindiacuteveis aleacutem do
apoio e da determinaccedilatildeo dos poderes constituiacutedos A fiscalizaccedilatildeo e a penalizaccedilatildeo
satildeo ferramentas que faratildeo parte desse processo A populaccedilatildeo precisa entender a
importacircncia de fazer sua ligaccedilatildeo no sistema Dos ganhos em relaccedilatildeo agrave sauacutede e do
meio ambiente
156
FIGURA 93 ndash Ligaccedilotildees esgoto no rio Negrinho e na drenagem pluvial (Autor 2016)
157
9 PLANO DE ACcedilAtildeO DE EMERGEcircNCIA EM SITUACcedilAtildeO DE INUNDACcedilAtildeO
As aacuteguas das chuvas produzem escoamento superficial subsuperficial e de
base e satildeo processos naturais que ocorrem com certa periodicidade podendo levar
algumas deacutecadas entre eventos de inundaccedilotildees A falta e a perda de lembranccedila dos
desastres passados aliado a expansatildeo imobiliaacuteria e falta de conhecimento dos
fenocircmenos envolvidos levaram as pessoas a ocupar as aacutereas sucetiacuteveis ao
transbordamento dos rios planiacutecies de inundaccedilatildeo Obras civiacutes foram erguidas
ficando sujeitas agraves inundaccedilotildees e aos consequentes prejuiacutezos
Com vista para mitigaccedilatildeo dos efeitos das inundaccedilotildees elaborou-se a
proposta do Plano de Accedilatildeo de Emergecircncia ndash PAE
A Metodologia do PAE consiste em
1) Definir as caracteriacutesticas da chuva para ocorrecircncia de inundaccedilatildeo
2) Delimitar a aacuterea de ocorrecircncia do problema a inundaccedilatildeo
3) Elaborar mapas de inundaccedilatildeo
4) Configurar a estrutura do PAE atraveacutes da definiccedilatildeo de procedimentos de
notificaccedilatildeo agrave Defesa Civil atribuiccedilotildees e responsabilidades
5) Definir as accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias
6) Submeter o PAE aos teacutecnicos dos oacutergatildeos responsaacuteveis pela defesa civil para
apreciaccedilatildeo e melhoria
7) Implementar um estudo de caso no Coleacutegio Satildeo Joseacute de Rio NegrinhoSC
91 DEFINICcedilAtildeO DAS CARACTERIacuteSTICAS DA CHUVA PARA INUNDACcedilAtildeO
Desde 1983 no 5ordm Regimento de Carros de Combate do Exeacutercito Brasileiro
e a partir de 1992 na Secretaria Municipal de Reconstruccedilatildeo da Prefeitura Municipal
de Rio Negrinho o autor vem acompanhando os eventos de chuvas intensas e
inundaccedilotildees nessa regiatildeo e algumas caracteriacutesticas foram percebidas conforme
descritas a seguir
A chuva para ocasionar inundaccedilatildeo deve ser precedida por um periacuteodo de
chuvas intensas que possa elevar o niacutevel do lenccedilol freaacutetico minizando a capacidade
de infiltraccedilatildeo do solo por saturaccedilatildeo e aumentando o escoamento superficial e a
consequente ocorrecircncia de inundaccedilatildeo
158
Aleacutem de intensidade elevada da chuva o seu tempo de duraccedilatildeo tambeacutem
deve ser longo Com relaccedilatildeo a distribuiccedilatildeo no espaccedilo essa chuva natildeo pode se
restringir somente agrave bacia do rio Negrinho Ela deve atingir toda a bacia do alto rio
Negro compreendendo tambeacutem a bacia do rio Negrinho seus afluentes bem como
o rio Preto e outros rios importantes e seus afluentes
Pela ausecircncia de monitoramento essas carcateriacutesticas observadas satildeo
apenas informaccedilotildees qualitativas
A aacuterea de abrangecircncia do PAE foi definida pela delimitaccedilatildeo do periacutemetro
urbano municipal e pelos locais de atingimento registrados na inundaccedilatildeo do ano de
1992 que teve como altitude maacutexima 792 m A mancha de inundaccedilatildeo de 1992 estaacute
apresentada na FIGURA 94
159
FIGURA 94 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE (PMRN 2014)
160
911 Elaboraccedilatildeo dos mapas de inundaccedilatildeo
Tendo por referecircncia os niacuteveis do levantamento aerofotogrameacutetrico
realizado em 2004 o Plano Diretor do municiacutepio e as imagens do Google Earth
foram gerados mapas de inundaccedilatildeo relacionados agraves cotas FIGURA 95 a
FIGURA 99
A FIGURA 100 apresenta a sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas
de Inundaccedilatildeo cotas 787 790m e 792m
Na comparaccedilatildeo das FIGURA 101 e FIGURA 102 se observa que os
mapas de inundaccedilatildeo produzidos pela equipe teacutecnica da prefeitura municipal
com base nos registros efetuados durante as maiores inundaccedilotildees tem muita
proximidade comas manchas de inundaccedilatildeo produzidas por GIGLIO (2010) para
o ano correspondente de 1992
As demais manchas de inundaccedilatildeo apresentadas por GIGLIO relativas
aos registros de inundaccedilotildees de menor cota maacutexima enfatizam que mesmo
nessas condiccedilotildees o atingimento na aacuterea urbana eacute significativo tendo como
consequecircncia muitos danos e prejuiacutezos
161
FIGURA 95 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 781 (PMRN 2014)
162
FIGURA 96 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 784 (PMRN 2014)
163
FIGURA 97 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 787 (PMRN 2014)
164
FIGURA 98 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 790 (PMRN 2014)
165
FIGURA 99 ndash Aacutereas de Abrangecircncia do PAE ndash Cota 792 (PMRN 2014)
166
FIGURA 100 ndash Sobreposiccedilatildeo dos periacutemetros das manchas de Inundaccedilatildeo cotas 787 (ciano) 790m (azul claro) e 792m (azul escuro)
(PMRN 2016)
167
FIGURA 101 ndash Detalhe aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho
(PMRN 2017)
168
FIGURA 102 ndash Aacutereas inundadas no centro urbano de Rio Negrinho (Giglio 2010)
169
912 Configuraccedilatildeo da estrutura do PAE
O organograma da FIGURA 103 apresenta a estrutura do PAE Ele foi
elaborado tendo como referecircncias as experiecircncias nas grandes inundaccedilotildees de 1983
1992 2014 e 2015
Como se trata de um municiacutepio 40000 habitantes natildeo haacute a possibilidade
de se manter uma estrutura permanente Assim durante os eventos a estrutura
administrativa existente se adapta para assumir as funccedilotildees do PAE
Aleacutem da estrutura administrativa eacute essencial que a comunidade
especialmente aquela que estaacute em aacutereas inundaacuteveis esteja cada dia mais
preparada para esses eventos Nesse sentido eacute imprescindiacutevel que cada edificaccedilatildeo
localizada nessas aacutereas tenha o PAE Depois de trecircs grandes inundaccedilotildees muito
proacuteximas 1983 1992 e 2014 a maioria dos moradores sabe como agir em situaccedilatildeo
de emergecircncia com base na memoacuteria da uacuteltima inundaccedilatildeo
Os eventos apresentam caracteriacutesticas distintas entre si mas o atingimento
do niacutevel da aacutegua pode apresentar relaccedilotildees significativas entre a quantidade de
chuva e sua resposta Isto poderaacute ser estudado no futuro com os dados do novo
sistema de monitoramento hidroloacutegico a partir da obtenccedilatildeo de seacuteries hidroloacutegicas
suficientemente longas com eventos de cheia
Alteraccedilotildees no uso e ocupaccedilatildeo do solo e tambeacutem as mudanccedilas climaacuteticas
podem alterar as medidas de accedilotildees aqui propostas necessitando de avaliaccedilatildeo e
reformulaccedilatildeo peroacutedicas
Com a inundaccedilatildeo de 2014 aprendeu-se muito sobre a necessidade e a
importacircncia de levar a informaccedilatildeo qualificada e em tempo real a todos os muniacutecipes
Com os meios de comunicaccedilatildeo que dispomos hoje essa tarefa eacute muito facilitada
poreacutem natildeo pode ser negligenciada o que enfatiza a importacircncia da estrutura de
comunicaccedilatildeo durante esses eventos
Quanto mais organizados e melhor preparados menores seratildeo os danos e
os prejuiacutezos e mais raacutepido o restabelecimento da condiccedilatildeo de normalidade apoacutes o
abaixamento do niacutevel das aacuteguas
170
FIGURA 103 ndash Estrutura Organizacional de Resposta a Emergecircncias em Fevereiro de 2017
(Autor 2017)
171
913 Equipe em Situaccedilatildeo Emergencial
A equipe a ser acionada em situaccedilatildeo emergencial para tomada de decisotildees
durante todo o periacuteodo de inundaccedilatildeo desde o momento da identificaccedilatildeo da
ocorrecircncia ateacute a restauraccedilatildeo da normalidade eacute formada por
1) Supervisatildeo Geral do PAE - Prefeito Municipal e Vice Prefeito Municipal
2) Coordenaccedilatildeo Geral do PAE ndash Secretaacuteria de Planejamento e Meio Ambiente
3) Coordenaccedilatildeo Operacional do PAE ndash Coordenador Municipal da Defesa Civil e
Secretaacuterio de Accedilotildees Governamentais e Serviccedilos Puacuteblicos
4) Coordenaccedilatildeo de Apoio Operacional ndash Comandante do Corpo de Bombeiros
5) Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila ndash Comando da Poliacutecia Militar
6) Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico (Aacutegua e Esgoto) ndash Diretor Geral do
Samae
7) Coordenaccedilatildeo Energia Eleacutetrica ndash Diretor Escritoacuterio CELESC Rio Negrinho
8) Coordenaccedilatildeo de Sauacutede ndash Secretaacuteria de Sauacutede
9) Coordenaccedilatildeo de Infraestrutura Urbana ndash Secretaacuterio de Infraestrutura
10) Coordenaccedilatildeo de Assistecircncia Social ndash Secretaacuteria de Assistecircncia Social
11) Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo ndash Secretaacuteria de Educaccedilatildeo
12) Coordenaccedilatildeo do Distrito ndash Subprefeito do Distrito
13) Coordenaccedilatildeo de Financcedilas ndash Secretaacuterio de Financcedilas
14) Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo ndash Assessor de Comunicaccedilatildeo
15) Coordenaccedilatildeo de NUPDECS ndash Engenheiro Defesa Civil
914 Atribuiccedilotildees de cada coordenador
As Coordenaccedilotildees de Apoio Operacional Comando do Corpo de Bombeiros
e a Coordenaccedilatildeo de Seguranccedila Comando da Poliacutecia Militar aleacutem das suas
atividades normais satildeo respectivamente responsaacuteveis nos resgates e no transporte
por barcos e na seguranccedila das edificaccedilotildees atingidas dos edifiacutecios puacuteblicos na
distribuiccedilatildeo de alimentos roupas e cobertores e nos locais de alojamento de
desabrigados
A Coordenaccedilatildeo de Saneamento Baacutesico Diretor Geral do SAMAE que
controla esta autarquia municipal tem a atribuiccedilatildeo de manter o abastecimento de
172
aacutegua controlando os rompimentos de tubulaccedilatildeo sob a aacutegua de forma a manter o
abastecimento de aacutegua bem como gerenciar as estaccedilotildees elevatoacuterias do sistema de
esgotamento sanitaacuterio que ficam sob as aacuteguas Da mesma forma a Coordenaccedilatildeo de
Energia Eleacutetrica Gerente do escritoacuterio local da CELESC tem como funccedilatildeo a
manutenccedilatildeo do fornecimento de energia nas aacutereas natildeo atingidas bem como os
cortes e desligamentos nas aacutereas alagadas
A Coordenaccedilatildeo da Sauacutede secretaacuteria de sauacutede tem a atribuiccedilatildeo de manter o
atendimento nos postos de sauacutede aleacutem de todos os atendimentos emergenciais
decorrentes do evento
Ao Coordenador de Infraestrutura secretaacuterio de infraestrutura cabe a
manutenccedilatildeo e recuperaccedilatildeo das vias puacuteblicas pontes e a drenagem pluvial na aacuterea
urbana aleacutem do transporte de pertences dos moradores que vatildeo sendo desalojados
Baixadas as aacuteguas a limpeza e a remoccedilatildeo e o transporte dos entulhos e bens
moacuteveis danificados pela inundaccedilatildeo
A Coordenaccedilatildeo de Assistencia Social secretaacuteria de assitencia social cabe a
funccedilatildeo de arrecadar receber organizar e distribuir alimentos roupas colchotildees e
cobertores A Coordenaccedilatildeo de Educaccedilatildeo sempre contribui com este trabalho uma
vez que esses processos sempre acontecem nas escolas
Agrave Coordenaccedilatildeo da Educaccedilatildeo secretaria de educaccedilatildeo cabe gerenciar o
funcionamento das escolas coordenando a utilizaccedilatildeo destas e dos ginaacutesios de
esportes como abrigos para desabrigados Auxilia a Coordenaccedilatildeo de Assitecircncia
Social na distribuiccedilatildeo de alimentos roupas conchotildees e cobertores
Cabe agrave Coordenccedilatildeo do Distrito da Volta Grande subprefeito da Volta
Grande ainda que natildeo existam aacutereas inundaacuteveis no distrito a recuperaccedilatildeo das
estradas e pontes do interior que normalmente ficam bastante prejudicadas em
funccedilatildeo dos periacuteodos prolongados de chuva que estatildeo associados agraves inundaccedilotildees
A Coordenaccedilatildeo de Financcedilas secretaacuterio de financcedilas tem como atribuiccedilatildeo a
obtenccedilatildeo de recursos onde conta com o apoio da Supervisatildeo Geral nas figuras do
prefeito e vice-prefeito para fazer frente agraves accedilotildees de recuperccedilatildeo do municiacutepio agrave
condiccedilatildeo de normalidade
A Coordenaccedilatildeo de Comunicaccedilatildeo assessoria de imprensa tem a funccedilatildeo
primordial de divulgar todos os boletins oficiais da defesa civil previsotildees do tempo
173
alertas chamadas e informaccedilotildees pertinentes Responde ainda por todos os tipos de
exclarecimentos muito necessaacuterios durante os eventos por conta de todo tipo de
informaccedilatildeo improcedente que acaba sendo divulgada
A Coordenaccedilatildeo dos NUPDECS Nuacutecleos de Prevenccedilatildeo e Defesa Civil
engenheiro da defesa civil tem atribuiccedilatildeo permanente de repassar as informaccedilotildees
efetuar treinamentos organizar os nuacutecleos existentes organizar a criaccedilatildeo de novos
nuacutecleos de forma que estejam cada vez mais preparados para os eventos e se
ajudem mutuamente
915 Fluxograma de Acionamento do PAE
O acionamento do PAE deve respeitar um sequecircncia loacutegica de
procedimentos e avaliaccedilotildees que levam em consideraccedilatildeo a estrutura organizacional
de respostas a emergecircncias utilizando-se de criteacuterios e informaccedilotildees teacutecnicas e de
campo FIGURA 104
174
FIGURA 104 ndash Fluxograma de Acionamento do PAE (Autor 2017)
175
916 Categorias de classificaccedilatildeo das emergecircncias
NORMAL
- Natildeo haacute indiacutecios de inundaccedilatildeo
- Natildeo houve um periacuteodo prolongado de chuva que pudesse reduzir a
capacidade de absorccedilatildeo do solo
- Quando a chuva prevista e o niacutevel monitorado estatildeo dentro da normalidade
- O niacutevel dos rios estaacute estabilizado
ATENCcedilAtildeO
- Quando houve um periacuteodo prolongado de chuvas e o solo estaacute com a sua
capacidade de absorccedilatildeo reduzida
- Quando houver previsatildeo de chuva intensa ou extrema que possa ocasionar
inundaccedilatildeo
- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78600m e a cota de 300 metros na reacutegua
instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE
- Os niacuteveis dos rios estatildeo subindo
- Acionamento do PAE coordenaccedilatildeo geral para uma avaliaccedilatildeo e possiacutevel
acionamento da estrutura operacional
ALERTA
- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ATENCcedilAtildeO
- Previsatildeo de chuvas de intensidade elevada e por periacuteodo prolongado
- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78650m e a cota de 350 metros na reacutegua
instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE
- Apoacutes avaliaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo geral e convocaccedilatildeo da coordenaccedilatildeo
operacional e das demais coordenaccedilotildees
EMERGEcircNCIA
- Evoluccedilatildeo das condiccedilotildees do estado de ALERTA
- Efetivaccedilatildeo de chuva igual ou maior ao previsto
- O rio Negrinho atinge o niacutevel de 78700m e a cota de 400 metros na reacutegua
instalada na Estaccedilatildeo de Captaccedilatildeo do SAMAE a partir da qual extravasa o
seu leito e comeccedila a invadir ruas e imoacuteveis
- Coordenaccedilatildeo operacional e demais coordenccedilotildees do PAE iniciam suas
atividades e accedilotildees de preparaccedilatildeo da estrutura de atendimento e mitigaccedilatildeo da
inundaccedilatildeo
176
917 Definiccedilatildeo das accedilotildees preventivas e mitigatoacuterias
1 - A legislaccedilatildeo vigente no Plano Diretor veda a construccedilatildeo de edificaccedilotildees
residenciais abaixo da cota de niacutevel 79200m Essa vedaccedilatildeo pode ser estendida a
todas as edificaccedilotildees incluindo incentivos para a populaccedilatildeo atingida a procurar aacutereas
seguras
2 ndash Instituiccedilatildeo da obrigatoriedade de um Plano de Accedilotildees de Emergecircncia a
todas as edificaccedilotildees com o niacutevel teacuterreo abaixo da cota de niacutevel 79200m assim
como eacute obrigatoacuterio o projeto preventivo contra incecircndio para edificaccedilotildees comerciais
3 ndash Limpeza e desassoreamento da calha dos rios precedida por accedilotildees de
conscientizaccedilatildeo para que a populaccedilatildeo se conscientize de que o rio natildeo eacute lugar de
jogar resiacuteduos (lixo) e os resiacuteduos soacutelidos e liacutequidos devem ser coletados
adequadamente Primeiro eacute preciso tratar a causa para depois tratar o efeito
Enfatizar que os resiacuteduos deixados nas ruas podem ser arrastados pelas
enxurradas para os bueiros e leitos dos rios dificultando eou obstruindo a passagem
da aacutegua da chuva
4 - Eliminar pontos de estrangulamento nos leitos dos rios e coacuterregos como
pontes e bueiros mal dimensionados para melhorar o fluxo da aacutegua e minimizar a
elevaccedilatildeo do niacutevel da aacutegua
A ponte na Rua Jorge Zipperer FIGURA 105 proacutexima agrave Igreja Matriz eacute o
exemplo mais evidente disso onde haacute uma reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal
do rio Negrinho de 1685 metros para 990 metros
5 ndash Promover treinamentos atraveacutes de simulaccedilotildees e debates sobre os
problemas de inundaccedilatildeo para aperfeiccediloar o PAE do municiacutepio e os PAEs de cada
edificaccedilatildeo
6 ndash Ampliar a criaccedilatildeo de Nuacutecleos de Proteccedilatildeo e Defesa Civil ndash NUPDECS
estruturando e organizando esses grupos promovendo encontros e troca de
177
informaccedilotildees Os nuacutecleos satildeo uma forma de organizaccedilatildeo da comunidade que
incentiva a ajuda muacutetua e minimiza a dependecircncia da estrutura puacuteblica
FIGURA 105 ndash Estrangulamento Ponte Igreja Matriz ndash Reduccedilatildeo na largura da seccedilatildeo transversal do rio de 1685m para 990m da ponte
(Autor 2017)
7 - Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS
associando diferentes grupos a cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no
MDT entre as cotas de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de
abandono do local e retirada de pertences
918 Aplicaccedilatildeo na implantaccedilatildeo de um PAE para o Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de
Rio NegrinhoSC
Apoacutes a inundaccedilatildeo de 2014 a direccedilatildeo do Coleacutegio Cenecista Satildeo Joseacute de Rio
NergrinhoSC solicitou auxiacutelio a Defesa Civil buscando se organizar e estruturar
178
melhor para futuros eventos dadas as dificuldades ocorridas e os prejuiacutezos enormes
a que a instituiccedilatildeo teve que arcar
Num primeiro momento o foco foi na limpeza e na recuperaccedilatildeo das
estruturas danificadas (alvenarias pisos instalaccedilotildees eleacutetricas e hidraacuteulicas) bem
como a substituiccedilatildeo da mobiacutelia e e dos equipamentos com a escolha de materiais
adequados considerando novos eventos
No momento seguinte redefiniu-se o layout da escola mudando a estrutura
administrativa e documental para niacuteveis superiores fora da cota maacutexima de
inundaccedilatildeo Os niacuteveis inferiores passaram a ser utilizados somente como salas de
aula com mobiacutelia adequada de faacutecil limpeza e recuperaccedilatildeo permitindo uma faacutecil
retirada dos equipamentos
Por fim formatou-se o PAE sob a forma de um documento definindo-se uma
cota e as condiccedilotildees de acionamento planilhando-se todos os contatos telefones e
atribuiccedilotildees desde o acionamento ateacute o restabelecimento das condiccedilotildees de
normalidade
Esse PAE foi testado e aperfeiccediloado nas duas inundaccedilotildees de outubro de
2015 ainda que tenham sido pequenas inundaccedilotildees
Do relato da direccedilatildeo da escola conclui-se que passar por esses eventos
sabendo previamente o que fazer aleacutem de minimizar danos e prejuiacutezos torna todo o
processo menos traumaacutetico e estressante
92 RECOMENDACcedilOtildeES
Recomenda-se que o PAE deva ser testado analisado e avaliado em
situaccedilatildeo real de emergecircncia de inundaccedilatildeo Tanto o processo como um todo como
os procedimentos em separado devam ser aprimorados corrigindo falhas e
buscando melhorar o desempenho
Periodicamente o PAE deveraacute ser revisto principalmente pela dinacircmica do
comportamento das chuvas e da transformaccedilatildeo urbana bem como introduzir novas
tecnologias ou metodologias
A atualizaccedilatildeo da estrututura organizacional do PAE tambeacutem deve ser
constante por se tratar de um oacutergatildeo puacuteblico em que as atribuiccedilotildees e
179
responsabilidades estatildeo vinculadas a cargos que sofrem com relativa frequecircncia
substituiccedilatildeo nos seus ocupantes Cabe agrave coordenaccedilatildeo geral do PAE natildeo soacute a
atualizaccedilatildeo dos quadros mas tambeacutem o repasse das informaccedilotildees das atribuiccedilotildees e
das responsabilidades
180
10 DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS DE INFORMACcedilOtildeES
Os sistemas de informaccedilotildees desenvolvidos neste trabalho visam falicitar o
acesso dos cidadatildeos agrave informaccedilatildeo oficial e qualificada durante todo o evento de
inundaccedilatildeo desde as primeiras informaccedilotildees relacionadas agraves previsotildees durante a
ocorrecircncia da inundaccedilatildeo e apoacutes no periacuteodo de recuperaccedilatildeo e retorno agrave condiccedilatildeo de
normalidade
Foram desenvolvidos os seguintes sistemas
i) Paacutegina da Defesa Civil de Rio Negrinho na internet
ii) Grupos de WhatsApp
iii) Paacutegina Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais na Internet
101 PAacuteGINA DA DEFESA CIVIL DE RIO NEGRINHO NA INTERNET
As grandes inundaccedilotildees em especial a grande inundaccedilatildeo de 2014 mostrou
que a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo eacute uma grande ferramenta a ser usada como forma
de minimizar os danos e prejuiacutezos causados por esses eventos
Foi verificada a necessidade de fazer chegar ao cidadatildeos de forma mais
faacutecil e acessiacutevel possiacutevel as informaccedilotildees de previsatildeo do tempo niacutevel dos rios que
possam auxiliar na tomada de decisotildees durante os eventos de cheias
Nesse sentido definiu-se pela criaccedilatildeo de 05 banners FIGURA 106 na
paacutegina inicial da Defesa Civil de Rio Negrinho com os principais links que datildeo
acesso agraves seguintes informaccedilotildees
- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN
- Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom
- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash COPEL
- Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM
- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET(Battistella)
1011 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash CEMADEN
A disponibilizaccedilatildeo das informaccedilotildees de niacutevel eacute feita atraveacutes de um link com o
site do CEMADEN Esse niacutevel eacute monitorado no rio Negrinho no local da Ponte do
181
Ipiranga entre as Ruas Martin Zipperer e Roberto Ferreira de Lima no Bairro Alegre
logo a jusante da captaccedilatildeo do SAMAE
1012 Previsatildeo do Tempo ndash wwwforecacom
A previsatildeo das condiccedilotildees do tempo eacute obtida no site wwwforecacom onde
se encontram disponiacuteveis informaccedilotildees das condiccedilotildees do tempo e dados da estaccedilatildeo
meteoroloacutegica do Aeroporto Afonso Pena em Curitiba- PR
1013 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negro ndash COPEL
Link com o site da COPEL no qual podem ser acessadas as estaccedilotildees
hidroloacutegicas que monitoram o rio Negro localizadas em Fragosos a montante de Rio
Negrinho e Rio Negro a jusante
1014 Monitoramento Hidroloacutegico do Rio Negrinho ndash EPAGRICIRAM
O link no site da EPAGRICIRAM permite o acesso aos dados e
informaccedilotildees monitoradas nas seguintes estaccedilotildees hidroloacutegicas e meteoroloacutegicas
- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Rudnick ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)
- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Fazenda Souza ndash Rio Negrinho (PLU e FLU)
- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Foz do Rio Negrinho (FLU)
- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Ponte do Lageado ndash Rio Negro (PLU e FLU)
- Estaccedilatildeo Hidroloacutegica Rio dos Bugres (PLU e FLU)
- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio dos Bugres
- Temperatura Instantacircnea do Ar [ordmC]
- Total de chuva acumulada nas uacuteltimas 72 horas 100 [mm]
- Umidade Relativa Instantacircnea []
- Molhamento Foliar
- Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Rio Negrinho INMET (Battistella)
- Temperatura do Ar ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [ordmC]
- Umidade Relativa ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten []
- Ponto de Orvalho ndash Instantacircneo Maacutex e Miacuten [ordmC]
182
- Pressatildeo ndash Instantacircnea Maacutex e Miacuten [hPa]
- Velocidade e direccedilatildeo do vento [ms]
- Radiaccedilatildeo Solar [kJmsup2]
- Precipitaccedilatildeo [mm]
FIGURA 106 ndash Paacutegina Defesa Civil de Rio Negrinho ndash Sistema de Monitoramento (Autor 2016)
102 GRUPOS DE WHATSAPP
Como forma de transmitir o mais raacutepido possiacutevel as informaccedilotildees repassadas
pelas Coordenadorias Regionais de Defesa Civil do Estado foram criados dois
grupos de WhatsApp FIGURA 107 que publicam diariamente o mesmo conteuacutedo
Previsatildeo do tempo alertas niacuteveis dos rios cotas de inundaccedilatildeo pontos de
183
alagamento e toda a informaccedilatildeo pertinante para prevenccedilatildeo durante os eventos e
fora deles
Diariamente satildeo publicados boletins de previsatildeo do tempo com informaccedilotildees
do Sistema EPAGRI-CIRAM e do SIMEPAR aleacutem de imagens de sateacutelites e do
Radar Meteoroloacutegico de Lontras A intenccedilatildeo aleacutem da informaccedilatildeo eacute familiarizar o
muniacutecipe que participa dos grupos com essas informaccedilotildees para que o mesmo
comece a fazer automaticamente a associaccedilatildeo entre as imagens a previsatildeo e o que
efetivamente vem a ocorrer Eacute um treiamento diaacuterio e constante
Durante os eventos de inundaccedilatildeo todo o tipo de informaccedilatildeo pertinente
circula pelos grupos desde a troca de informaccedilotildees quanto ao controle do niacutevel do
rio considerando que muitos moradores da margem tecircm reacuteguas de mediccedilatildeo
proacuteprias previsatildeo do tempo pedidos de socorro disponibilizaccedilatildeo de ajuda
seguranccedila compartilhada distritbuiccedilatildeo de alimentos e encaminhamento para
abrigos
184
FIGURA 107 ndash Grupos de WhatsApp ndash Defesa Civil Rio Negrinho (Autor 2017)
185
103 FOacuteRUM DE DEBATES SOBRE DESASTRES NATURAIS
A paacutegina Desastres Naturais na internet eacute
wwwdesastresnaturaiscombr
Em funccedilatildeo da realizaccedilatildeo de dois cursos de HEC-HMS e HEC-RAS e um
curso de Dam Break no Instituto de Engenharia do Paranaacute ndash IEP com a presenccedila
de profissionais de vaacuterias regiotildees do Brasil e tambeacutem do Paraguai definiu-se pela
criaccedilatildeo de um foacuterum de debates sobre o tema Desastres Naturais
Em parceria com o Departamento de Informaacutetica da Prefeitura do Municiacutepio
de Rio Negrinho e o patrociacutenio de empresas do Municiacutepio de Rio Negrinho iniciamos
a formataccedilatildeo de uma paacutegina e o registro de domiacutenio para a criaccedilatildeo desse foacuterum de
debates
O Desastres Naturais FIGURA 108 eacute uma comunidade (paacutegina em
desenvolvimento) e foacuterum para que profissionais possam interagir em temas
relacionados a todos os tipos de desastres naturais A plataforma digital inclui
diversas ferramentas de gerenciamento de uma comunidade online Eacute possiacutevel
postar projetos duacutevidas ou opiniotildees bem como eacute permitido comentar e votar nas
postagens
Os usuaacuterios podem criar perfis individuais com imagens e informaccedilotildees
baacutesicas Esses perfis tambeacutem oferecem estatiacutesticas do nuacutemero de comentaacuterios e
posts que cada pessoa fez
A plataforma eacute responsiva ou seja os usuaacuterios podem acessar do
computador tablet ou celular Isso possibilita que os usuaacuterios acompanhem e
comentem nas discussotildees de forma raacutepida de qualquer lugar atraveacutes de
dispositivos moacuteveis Aleacutem disso a plataforma utiliza as tecnologias mais modernas
em sua base como WordPress plataforma de gerenciamento de conteuacutedo que
alimenta o foacuterum O mesmo roda sobre tecnologia PHP com banco de dados
MySQL
186
FIGURA 108 ndash Paacutegina do Foacuterum de Debates ndash Desastres Naturais (Autor 2017)
187
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
A responsabilidade do desatre natural relacionado agrave inundaccedilatildeo de aacutereas
urbanas causado pelas ondas de cheias natildeo estaacute na elevaccedilatildeo do niacutevel das aacuteguas
de seus corpos hiacutedricos mas sim na invasatildeo ocupacional do leito maior e planiacutecies
de inundaccedilatildeo inicialmente por pequenas comunidades que ao longo do tempo
foram se desenvolvendo e formando cidades e metroacutepoles
As chuvas frentes frias e quentes rios voadores El Nintildeo La Nintildea satildeo
fenocircmenos da natureza que produzem eventos com os quais precisamos aprender a
conviver Desses eventos as inundaccedilotildees resultam em enormes danos e prejuiacutezos
Da avaliaccedilatildeo financeira conclui-se que os valores envolvidos satildeo de grande
monta e o impacto sobre as cidades atingidas satildeo enormes Qualquer accedilatildeo ou
medida mitigatoacuteria que possa reduzir esses valores deve ser necessariamente
implementada
A implantaccedilatildeo do sistema de monitoramento hidroloacutegico da bacia do rio
Negrinho eacute um dos resultados mais importantes deste trabalho Aleacutem de
disponibilizar informaccedilotildees em tempo real agrave comunidade que permitiratildeo orientar a
tomada de decisotildees durante os eventos de inundaccedilatildeo passou a gerar seacuteries
histoacutericas para futuros e melhores estudos hidroloacutegicos da bacia do rio Negrinho
A nova paacutegina de internet da Defesa Civil de Rio Negrinho desenvolvida a
partir de um dos objetivos deste estudo foi elaborada visando facilitar o acesso do
cidadatildeo comum ao novo sistema de monitoramento do rio Negrinho ao
monitoramento do rio Negro previsatildeo do tempo e aos iacutendices de pluviosidade das
estaccedilotildees da regiatildeo Ela eacute uma ferramenta de concentraccedilatildeo de informaccedilotildees
pertinentes num mesmo local e de facilitaccedilatildeo de acesso
A paacutegina na internet com o site ldquoDesastres Naturaisrdquo ainda em
desenvolvimento objetiva fomentar e divulgar foacuteruns debates e discussotildees de alto
niacutevel entre pesquisadores poreacutem com acesso ao puacuteblico permitindo a interaccedilatildeo
entre estes e aqueles tornando-se uma referecircncia de informaccedilatildeo qualificada
Os grupos de WhatsApp se tornaram uma ferramenta imprescindiacutevel de
comunicaccedilatildeo com a capacidade de levar informaccedilotildees quase que em tempo real a
toda comunidade fazendo com que os usuaacuterios se habituem com os alertas e as
imagens de sateacutelite e de radar meteoroloacutegico e as informaccedilotildees contidas tornando-
188
as capazes de relacionar essas imagens com os eventos de chuvas e ondas de
cheias
As campanhas e os procedimentos para eliminar o lixo e o esgoto dos
nossos rios satildeo importantes tendo sido realizados procedimentos e limpeza do rio
Negrinho O grande desafio poreacutem eacute a conscientizaccedilatildeo de toda populaccedilatildeo gerando
um novo comportamento social de proteccedilatildeo e preservaccedilatildeo do meio ambiente neste
estudo a aacutegua
A simulaccedilatildeo hidrodinacircmica do trecho do rio Negrinho para a inundaccedilatildeo de
2014 atraveacutes do HEC-RAS permitiu uma anaacutelise do comportamento hidrodinacircmico
e pode possibilitar simulaccedilotildees de vazotildees maiores que as registradas para prevenccedilatildeo
e ajuste e atualizaccedilatildeo do PAE
O piloto de PAE desenvolvido neste trabalho a partir da experiecircncia
acumulada pelo autor em trecircs grandes inundaccedilotildees apoacutes testado e avaliado deve
ser complementado e atualizado constantemente A ideacuteia do PAE deve ser
propagada Cada edificaccedilatildeo na aacuterea inundaacutevel precisa ter o seu PAE
111 RECOMENDACcedilOtildeES PARA MITIGACcedilAtildeO DE PERDAS E DANOS
A recomendaccedilatildeo mais eficaz eacute sair da aacuterea de inundaccedilatildeo Na
impossibilidade ou na opccedilatildeo de natildeo sair eacute preciso adaptar-se e aprender a conviver
com a inundaccedilatildeo
1111 Propostas de mitigaccedilatildeo
- Implantaccedilatildeo do Plano de Accedilotildees de Emergecircncia no Municiacutepio
- Melhorar o sistema de comunicaccedilatildeo de forma que os muniacutecipes recebam o maacuteximo
de informaccedilatildeo possiacutevel e que seja compreensiva e efetiva O treinamento constante
e a incorporaccedilatildeo como atividade nas escolas devem ser implementados ateacute que se
torne rotina na vida do cidadatildeo
- Implementaccedilatildeo de um sistema de alerta via whatsapp e SMS separados em
grupos por cotas de inundaccedilatildeo devidamente identificados no MDT entre as cotas
189
de niacutevel da aacuterea inundaacutevel para recebimento de alertas de abandono do local e
retirada de pertences
- Obrigatoriedade de que cada imoacutevel que tenha seu piso teacuterreo localizado abaixo da
cota 792 (cota da maacutexima inundaccedilatildeo ocorrida) tenha um Plano de Accedilotildees de
Emergecircncia para Inundaccedilatildeo no qual devem estar definidos todos os procedimentos
de abandono do local e retirada de pertences bem como locais de armazenamento
permanecircncia e forma de transporte
- Recuperaccedilatildeo e limpeza (dragagem) dos rios precedida de campanhas de
conscientizaccedilatildeo para que a comunidade deixe de jogar lixo e esgoto nos rios e
drenagem pluvial
112 RECOMENDACcedilOtildeES PARA CONVIVERLIDAR COM AS INUNDACcedilOtildeES
Diante da impossibilidade de relocar uma cidade conviver com as
inundaccedilotildees eacute estar preparado para a certeza de que de tempos em tempos
(periacuteodos de recorrecircncia) as inundaccedilotildees retornaratildeo muito provavelmente com uma
frequecircncia maior
Os materiais uitlizados na reforma das edificaccedilotildees atingidas devem levar
em consideraccedilatildeo esses eventos com relaccedilatildeo a resistecircncia agraves inundaccedilotildees de forma
permitir o retorno a normalidade no menor espaccedilo de tempo possiacutevel
Moacuteveis e objetos devem ser facilmente manipulaacuteveis e facilmente
transportaacuteveis Locais de armazenamento e veiacuteculos de transporte devem estar preacute-
definidos e disponiacuteveis
Devem ser definidos previamente procedimentos para todas essas
operaccedilotildees Isso tornaraacute a obrigatoriedade de conviver com as inundaccedilotildees menos
dolorosa e minimizaraacute danos e prejuiacutezos
Essas recomendaccedilotildees de alguma forma compotildeem o PAE que deve ser
utilizado pelos ocupantes das edificaccedilotildees abaixo da cota da maacutexima inundaccedilatildeo
ocorrida
190
REFEREcircNCIAS
ALI M KHAN S J ASLAM I KHAN Z Simulation of the impacts of land-use
change on surface runoff of Lai Nullah Basin in Islamabad Pakistan Landscape
and Urban Planning v 102 p 271-279 2011
AMARAL R RIBEIRO R R Inundaccedilotildees e Enchentes Capiacutetulo 3 Desastres
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APEcircNDICES
198
APEcircNDICE I - LEVANTAMENTO TOPOBATIMEacuteTRICO DO RIO NEGRINHO
199
FIGURA 109 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 01 (Autor 2016)
(a) Estaccedilatildeo Fazenda Souza
(b) Ponte Ipiranga
(c) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho
(d) Estaccedilatildeo Foz rio Negrinho
(e) Ponte Cofermaco
(f) Ponte Igreja Matriz
200
FIGURA 110 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 02 (Autor 2016)
(a) Ponte Pecircncil Miner
(b) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira
(c) Ponte BR-280
(d) rio Serrinha
(e) Casa Ronconi
(f) Prefeitura Velha
201
FIGURA 111 ndash Levantamento Topobatimeacutetrico do rio Negrinho Imagens 03 (Autor 2016)
(a) Casa Riguetto
(b) Lagoa do Boi II
(c) Fundos Degas
(d) Tecircnis Clube
(e) Lagoa do Boi I
(f) Ferrovia
202
APEcircNDICE II - SECcedilOtildeES TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO
NEGRINHO
203
FIGURA 112 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo SAMAE
(Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 1
Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 2
Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 3
Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 4
204
FIGURA 113 ndashSeccedilotildees Transversais Captaccedilatildeo e Ponte SAMAE (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 5
Seccedilatildeo Transversal Captaccedilatildeo SAMAE 6
Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 1
Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Montante 2
205
FIGURA 114 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante I (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE 1
Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 3
Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 4
Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante I 6
206
FIGURA 115 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante II e III (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ponte SAMAE Jusante II 1
Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante II 2
Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 7
Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 8
207
FIGURA 116 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte SAMAE Jusante III e Helmuth Krambeck (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ponte Samae Jusante III 9
Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 1
Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 2
Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 3
Seccedilatildeo Transversal Helmuth Krambeck 4
208
FIGURA 117 ndashSeccedilotildees Transversais Ferrovia Ponte Evaristo e Incopisa (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 1
Seccedilatildeo Transversal Ferrovia 2
Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 1
Seccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo 2
Seccedilatildeo Transversal Incopisa 1
209
FIGURA 118 ndashSeccedilotildees Transversais Incopisa e Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Incopisa 2
Seccedilatildeo Transversal Incopisa 3
Seccedilatildeo Transversal Incopisa 4
Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 1
Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3
210
FIGURA 119 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Col Satildeo Joseacute e Seka (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 3
Seccedilatildeo Transversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute 6
Seccedilatildeo Transversal Seka 1
Seccedilatildeo Transversal Seka 2
Seccedilatildeo Transversal Seka 3
211
FIGURA 120 ndashSeccedilotildees Transversais Seka Fundos e Ponte Cofermaco (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Seka 4
Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 1
Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 2
Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 3
Seccedilatildeo Transversal Fundos Cofermaco 4
212
FIGURA 121 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Cofermaco (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 1
Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 2
Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 3
Seccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco 4
213
FIGURA 122 ndashSeccedilotildees Transversais ACIRNE e Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 1
o Transversal ACIRNE 2
Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 3
Seccedilatildeo Transversal ACIRNE 4
Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 1
214
FIGURA 123 ndashSeccedilotildees Transversais Pontes Igreja Matriz e Pecircncil Miner (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 2
Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 3
Seccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz 4
Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 1
Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 2
215
FIGURA 124 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Pecircncil Miner e Casa Ronconi (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 3
Seccedilatildeo Transversal Ponte Pecircncil Miner 4
Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 1
Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 4
Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 5
216
FIGURA 125 ndashSeccedilotildees Transversais Casa Ronconi e Prefeitura Velha (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Casa Ronconi 6
Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 1
Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 2
Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 3
Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 5
217
FIGURA 126 ndashSeccedilotildees Transversais Prefeitura Velha Casa Riguetto e Ponte Gibaco ndash Arte Caseira (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 6
Seccedilatildeo Transversal Prefeitura Velha 7
Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 1
Seccedilatildeo Transversal Casa Riguetto 2
Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 1
218
FIGURA 127 ndashSeccedilotildees Transversais Ponte Gibaco ndash Arte Caseira e Lagoa do Boi I (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 4
Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 5
Seccedilatildeo Transversal Ponte Gibaco ndash Arte Caseira 7
Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 1
219
FIGURA 128 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi I e II (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 2
Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 3
Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi I 4
Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 1
220
FIGURA 129 ndashSeccedilotildees Transversais Lagoa do Boi II e Degas (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 2
Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 3
Seccedilatildeo Transversal Lagoa do Boi II 4
Seccedilatildeo Transversal Degas 1
Seccedilatildeo Transversal Degas 2
221
FIGURA 130 ndashSeccedilotildees Transversais Degas e rio Serrinha (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Degas 3
Seccedilatildeo Transversal Degas 4
Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 1
Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 2
Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 3
222
FIGURA 131 ndashSeccedilotildees Transversais rio Serrinha e Ponte Rodovia BR-280 (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal rio Serrinha 4
Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 1
Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 2
Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 3
Seccedilatildeo Transversal Ponte Rodovia BR-280 4
223
FIGURA 132 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 1 a 4 (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 1
Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 2
Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 3
Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 4
224
FIGURA 133 ndashSeccedilotildees Transversais Tecircnis Clube 5 e 6 e Montante Foz Rio Nergrinho 1 e 2
(Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 5
Seccedilatildeo Transversal Tecircnis Clube 6
Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 1
Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 2
225
FIGURA 134 ndashSeccedilotildees Transversais Montante Foz Rio Nergrinho 3 a 6 (Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 3
Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 4
Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 5
Seccedilatildeo Transversal Montante Foz Rio Negrinho 6
226
FIGURA 135 ndashSeccedilotildees Transversais Rio Negro ndash Ponte Lageado - Estaccedilatildeo Monitoramento 2083 ndash 1 a 5
(Autor 2016)
Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 1
Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 2
Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 3
Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 4
Seccedilatildeo Transversal ndash Ponte Lageado - Rio Negro 5
227
APEcircNDICE III - GEORREFERENCIAMENTO E NIVELAMENTO DAS SECcedilOtildeES
TRANSVERSAIS DA TOPOBATIMETRIA DO RIO NEGRINHO
228
FIGURA 136 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria dorio Negrinho - I
(Autor 2016)
(a) Ponte Cofermaco
(b) Ponte Igreja Matriz
(c) Ponte Gibaco ndash Arte Caseira
(d) Ponte BR-280
(e) Rua Helmuth Krambeck
(f) Fundos Musical - Incopisa
FIGURA 137 ndash Georreferenciamento e Nivelamento das Seccedilotildees Transversais da Topobatimetria do rio Negrinho - II
229
(Autor 2016)
(b) Lagoa do Boi II
(b) Ponte SAMAE Jusante II
(c) Rua Hekmuth Krambeck
(d) Coacuterrego Rua Jorge Lacerda
(e) Ferrovia
(f) Rua Ponte SAMAE Jusante I
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APEcircNDICE IV ndash ACcedilAtildeO ANTROacutePICA - URBANIZACcedilAtildeO
IV 1 LEVANTAMENTO DE OBRAS CIVIS
Todas as obras civis que estatildeo na planiacutecie de inundaccedilatildeo e todas as outras
fora dela que afetam a impermeabilizaccedilatildeo do solo interferem no ciclo hidroloacutegico e
no comportamento dos rios satildeo importantes para o problema de inundaccedilotildees em
estudo O estudo considerou as pontes que tecircm uma influecircncia mais direta em
especial aquelas que reduzem agrave seccedilatildeo transversal dos rios
IV11 Coleta de Dados
Para caracterizaccedilatildeo das plantas dos perfis longitudinais e das seccedilotildees
transversais das pontes no trecho do Rio Negrinho foi realizada a seguinte
atividade mediccedilatildeo com trena Laser Leica e trena de matildeo nas semanas
compreendendo os dias 05 a 16 de setembro de 2016
Todas as partes que compotildeem cada uma das 08(oito) pontes levantadas foi
medida e representada graficamente em escala observando-se os vatildeos e vazios de
forma a traduzir a realidade o mais fidedignamente possiacutevel
IV12 Levantamento e Desenho em AutoCad das Obras Civis
As plantas baixas os perfis longitudinais das pontes e do terreno com as seccedilotildees
transversais dos rios bem como as seccedilotildees transversais das pontes foram
desenhadas em escala em AutoCAD FIGURA 138 a FIGURA 161
231
FIGURA 138 ndashPlanta Baixa Ponte Ipiranga
(Autor 2016)
232
FIGURA 139 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Ipiranga (Autor 2016)
233
FIGURA 140 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Ipiranga (Autor 2016)
234
FIGURA 141 ndashPlanta Baixa Ponte Evaristo (Autor 2016)
235
FIGURA 142 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Evaristo (Autor 2016)
236
FIGURA 143 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Evaristo (Autor 2016)
237
FIGURA 144 ndashPlanta Baixa Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)
238
FIGURA 145 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)
239
FIGURA 146 ndashSeccedilatildeoTransversal Ponte Coleacutegio Satildeo Joseacute (Autor 2016)
240
FIGURA 147 ndashPlanta Baixa Ponte Cofermaco (Autor 2016)
241
FIGURA 148 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Cofermaco (Autor 2016)
242
FIGURA 149 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Cofermaco (Autor 2016)
243
FIGURA 150 ndashPlanta Baixa Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)
244
FIGURA 151 ndashSeccedilatildeo Longitudinal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)
245
FIGURA 152 ndashSeccedilatildeo Transversal Ponte Igreja Matriz (Autor 2016)
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FIGURA 153 ndashPlanta Baixa Ponte Pecircncil Miner (Autor 2016)
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