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TÉCNICAS DE TRATAMENTO / CONTROLO DA HUMIDADE ASCENSIONAL - CATÁLOGO ROLANDO JORGE GONÇALVES DE FREITAS Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS Orientador: Professora Doutora Ana Sofia Moreira dos Santos Guimarães Teixeira Coorientador: Professor Doutor João Manuel do Paço Quesado Delgado JUNHO DE 2014

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TÉCNICAS DE TRATAMENTO / CONTROLO DA HUMIDADE

ASCENSIONAL - CATÁLOGO

ROLANDO JORGE GONÇALVES DE FREITAS

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS

Orientador: Professora Doutora Ana Sofia Moreira dos Santos

Guimarães Teixeira

Coorientador: Professor Doutor João Manuel do Paço Quesado

Delgado

JUNHO DE 2014

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MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA CIVIL 2013/2014

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Tel. +351-22-508 1901

Fax +351-22-508 1446

[email protected]

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Rua Dr. Roberto Frias

4200-465 PORTO

Portugal

Tel. +351-22-508 1400

Fax +351-22-508 1440

[email protected]

http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja

mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil -

2013/2014- Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2014.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respetivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de versão eletrónica fornecida pelo respetivo Autor.

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À minha família e amigos,

Tudo parece impossível até que seja feito.

Nelson Mandela

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AGRADECIMENTOS

À Professora Doutora Ana Sofia Guimarães, orientadora deste trabalho, expresso aqui o meu sincero

agradecimento pela disponibilidade, orientação, simpatia, honestidade, preocupação e incentivo na sua

realização, pelo tempo despendido nas retificações, sugestões e críticas construtivas, bem como pelos

conhecimentos científicos e conselhos que me transmitiu.

Ao Doutor João Delgado, coorientador deste trabalho, pela disponibilidade e interesse demonstradas e

tempo despendido na análise do trabalho.

Ao meu tio António Gaspar, engenheiro civil experiente, pela transmissão de informações e

conhecimentos muito úteis na realização deste trabalho, pela oportunidade de arranjar-me meios de

comunicar com alguns intervenientes na área da engenharia civil e disponibilidade e apoio sempre

demonstrados. Obrigado pela sua amizade pessoal e ser um dos grandes pilares no suporte académico,

por todo o conhecimento e experiência.

Ao Engenheiro Hélder Pinto da empresa SOCIMORCASAL que representa produtos da SIKA,

MAPEI e ENKE, pela disponibilidade e ajuda, bem como a transmissão de informações de produtos

relacionados com o tratamento de humidades ascensionais.

À Arquiteta Cristina Costa, coordenadora do projeto de reabilitação da Capela Corpus Christi, pela

disponibilidade e ajuda no esclarecimento de dúvidas e visita guiada ao edifício. Na transmissão e

disponibilização de informações relacionados com as intervenções realizadas na Capela.

Aos amigos de infância e de curso, que ao longo destes anos sempre demonstram apoio incondicional,

amizade, solidariedade e carinho em todas as fases da minha vida, ajudando-me diariamente na minha

felicidade, bem-estar e motivação.

Aos meus avós e irmã, pelo carinho, amizade e companhia que me sempre disponibilizaram ao longo

destes anos.

Por ultimo, um agradecimento muito especial aos meus pais por serem os maiores pilares em todo o

meu percurso. Pela educação, carinho e amizade dada ajudando na minha evolução como pessoa. Por

estarem sempre presentes e ajudarem-me com a oportunidade de seguir desejos e ambições futuras.

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iii

RESUMO

A humidade ascensional é uma das principais causas de degradação dos edifícios nomeadamente em

construções de maior idade. É um fenómeno que ocorre quando a água ascende através de materiais de

construção permeáveis progredindo no seu interior até que se verifique um equilíbrio entre a absorção

e a evaporação de água.

Caracterizando-se por um excesso de humidade na base da parede que diminui, lentamente, no sentido

ascendente da parede, a humidade ascensional pode, ou não, contaminar a alvenaria com sais

higroscópicos.

A seleção da técnica de tratamento da humidade ascensional deve ser apoiada num diagnóstico

exaustivo e num estudo dos fatores condicionantes, para concorrer à maior eficácia do tratamento.

Existem diversas técnicas de intervenção em soluções em que se verifique a presença de humidades

ascensionais, variando nas abordagens e no modo de aplicação.

Uma vez que, regra geral, a informação sobre sistemas e produtos de tratamento da humidade

ascensional encontra-se dispersa, pode potenciar seleções de tratamentos com abordagens inadequadas

condicionando a sua eficácia. Existe, portanto, a necessidade de recolher e sistematizar a informação a

respeito da totalidade das soluções de tratamento de humidade ascensional. As fichas/catálogo

HUMITECNIC permitem concretizar esse objectivo.

As fichas/catálogo HUMITECNIC são elaborados com base numa pesquisa no mercado da construção

civil de sistemas e produtos de tratamento patenteados ou não, complementada, quando necessário, por

recolha bibliográfica adequada. Assim, introduzem ao utilizador os diferentes tratamentos, dando a

conhecer os princípios de intervenção, descrevendo a tecnologia utilizada, o processo de instalação, as

propriedades mais relevantes, aplicabilidade e limitações destes.

De modo a promover a informação de uma forma dinâmica e interativa aos utilizadores, o catálogo é

divulgado através da criação do site HUMITECNIC.

PALAVRAS-CHAVE: Humidade Ascensional, Técnicas de Tratamento, Fichas/catálogo,

HUMITECNIC.

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ABSTRACT

Rising damp is one of the leading causes of building degradation, in particular in older construction.

This is a phenomenon that occurs when water ascends through permeable construction materials

progressing internally until equilibrium is found between water absorption and evaporation.

Characterized by excessive moisture at the base of a wall that slowly diminishes in the ascending

direction of the wall. Rising damp may, or may not, contaminate the building materials with

hygroscopic salts.

The selection of treatment methods for rising damp should be supported by an exhaustive evaluation

and study of the conditioning factors to achieve a successful outcome of the treatment. Many

intervention techniques exist for situations that present rising damp, varying in approach and

application methods.

Due to the information about treatment products and systems for rising damp being generally

dispersed, this may cause the selection of treatments with inadequate approaches that hinder the

effectiveness. Thus, a necessity exists to collect and systematize information on all treatment options

for rising damp. HUMITECNIC files/catalog allow the fulfillment of that objective.

HUMITECNIC files/catalog are prepared based on an extensive search of systems, products and

treatments in the civil engineering marketplace, patented or not, accompanied when necessary by a

suitable bibliography. In this way, the user is presented with different treatment options that

communicate the intervention approach, the technology used, installation process, relevant properties,

application and limitations.

In a way to promote the information to users in a dynamic an interactive way, the catalog is available

from the purpose built HUMITECNIC website.

KEYWORDS: Rising Damp, Treatment techniques, Files/catalog, HUMITECNIC.

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ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................... I

RESUMO .................................................................................................................................................. III

ABSTRACT ............................................................................................................................................... V

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

ENQUADRAMENTO ........................................................................................................................ 1 1.1.

INTERESSES E OBJETIVOS DO TRABALHO ................................................................................... 2 1.2.

ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DA TESE ................................................................................ 2 1.3.

2. TÉCNICAS DE TRATAMENTO / CONTROLO DA

HUMIDADE ASCENSIONAL ...................................................................................... 5

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5 2.1.

DIAGNÓSTICO DA HUMIDADE ASCENSIONAL ............................................................................... 7 2.2.

TÉCNICAS DE TRATAMENTO / CONTROLO ................................................................................... 9 2.3.

2.3.1. Impedir o acesso da água nas paredes ................................................................................... 10

2.3.2. Retirar a água em excesso das paredes .................................................................................. 12

2.3.3. Impedir a ascensão da água nas paredes ............................................................................... 16

2.3.4. Ocultar as anomalias ................................................................................................................ 25

SÍNTESE DO CAPITULO ...............................................................................................................27 2.4.

3. CATÁLOGO HUMITECNIC ............................................................................. 29

INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................29 3.1.

ORGANIZAÇÃO DAS FICHAS/CATÁLOGO HUMITECNIC ..........................................................31 3.2.

CONSTRUÇÃO DAS FICHAS/CATÁLOGO HUMITECNIC ...........................................................33 3.3.

3.3.1. Introdução ................................................................................................................................. 33

3.3.2. Identificação da técnica de tratamento ..................................................................................... 34

3.3.3. Descrição e características ...................................................................................................... 35

3.3.4. Aplicação .................................................................................................................................. 36

3.3.5. Representação ......................................................................................................................... 36

3.3.6. Propriedades ............................................................................................................................ 37

3.3.7. Campos de aplicação e limitações ........................................................................................... 37

3.3.8. Referências............................................................................................................................... 38

FICHAS/CATÁLOGO HUMITECNIC ...........................................................................................38 3.4.

3.4.1. Catálogo HUMITECNIC – Drenagens Periféricas .................................................................... 38

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3.4.2. Catálogos HUMITECNIC – Tubos de arejamento .................................................................... 45

3.4.3. Catálogos HUMITECNIC – Eletro-Osmose .............................................................................. 45

3.4.4. Catálogos HUMITECNIC – Impulso Eletrónico ........................................................................ 50

3.4.5. Catálogos HUMITECNIC – Redução da Secção Absorvente .................................................. 50

3.4.6. Catálogos HUMITECNIC – Barreiras Físicas ........................................................................... 53

3.4.7. Catálogos HUMITECNIC – Barreiras Químicas ....................................................................... 56

3.4.8. Catálogos HUMITECNIC – Ventilação da Base das Paredes.................................................. 68

3.4.9. Catálogos HUMITECNIC – Forra Interior Separada por Espaço de Ar ................................... 68

3.4.10. Catálogos HUMITECNIC – Aplicação de Revestimento com Porosidade e Porometria Controlada ............................................................................................................................................. 73

SÍNTESE DO CAPITULO ................................................................................................. 82 3.5.

4. SITE HUMITECNIC .................................................................................................. 83

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 83 4.1.

ESTRUTURA DO SITE HUMITECNIC ........................................................................................ 84 4.2.

4.2.1. Página Inicial ............................................................................................................................. 84

4.2.2. HUMITECNIC ........................................................................................................................... 85

4.2.3. Humidade Ascensional ............................................................................................................. 86

4.2.4. Princípios de Intervenção ......................................................................................................... 87

4.2.5. Catálogo Humitecnic ................................................................................................................. 87

4.2.6. Observações ............................................................................................................................. 96

4.2.7. Contato ..................................................................................................................................... 97

SÍNTESE DO CAPÍTULO ............................................................................................................... 98 4.3.

5. APLICAÇÃO DO CATÁLOGO A CASOS DE ESTUDO ...... 99

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 99 5.1.

CAPELA DO CONVENTO CORPUS CHRISTI ............................................................................... 99 5.2.

5.2.1. Levantamento das patologias existentes................................................................................ 101

5.2.2. Aplicabilidade das fichas/Catálogo HUMITECNIC ................................................................. 105

5.2.3. Intervenção geral na Capela Corpus Christi ........................................................................... 109

5.2.4. Tratamento da humidade ascensional na Capela Corpus Christi .......................................... 111

5.2.5. Avaliação do tratamento executado ....................................................................................... 115

IGREJA DO CONVENTO DE VILAR DE FRADES ........................................................................ 117 5.3.

5.3.1. Levantamento das patologias existentes................................................................................ 118

5.3.2. Intervenções efetuadas........................................................................................................... 120

5.3.3. Aplicabilidade das fichas/catálogo HUMITECNIC .................................................................. 120

5.3.4. Tratamento da humidade ascensional na Igreja Vilar de Frades ........................................... 123

5.3.5. Avaliação do tratamento executado ....................................................................................... 127

SÍNTESE DO CAPÍTULO ............................................................................................................. 129 5.4.

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6. CONCLUSÃO ............................................................................................................. 131

CONCLUSÕES FINAIS ................................................................................................................131 6.1.

DESENVOLVIMENTOS FUTUROS DE INVESTIGAÇÃO ................................................................132 6.2.

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................... 133

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Influencia da espessura no desenvolvimento da frente húmida [2] ....................................... 5

Figura 2 – Influencia da impermeabilização de paredes na progressão da humidade [3] ..................... 5

Figura 3 – Influencia da insolação na progressão da humidade [3] ....................................................... 6

Figura 4 – Influencia da humidade relativa na progressão da humidade [3] .......................................... 6

Figura 5 – Material com porosidade aberta à esquerda, com porosidade fechada à direita [1] ............. 6

Figura 6 – Influência de um canal de ventilação na base das paredes na progressão da humidade [2] 7

Figura 7 – Migração para níveis superiores de sais [4] .......................................................................... 7

Figura 8 – Resumo das técnicas de tratamento adaptado de [7] ......................................................... 10

Figura 9 – Drenagem periférica com emulsão betuminosa (catálogo comercial) ................................. 11

Figura 10 – Drenagem periférica com telas filtrantes e drenantes ....................................................... 12

Figura 11 - Aplicação de tubos de arejamento [8] ................................................................................ 12

Figura 12 - Patente Holandesa de arejamento [9] ................................................................................ 13

Figura 13 - Consequência de elevada presença de sais [11] ............................................................... 13

Figura 14 - Sistema de eletro-osmose ativa [12] .................................................................................. 14

Figura 15 - Electro-osmose passiva [1] ................................................................................................. 14

Figura 16 - Electro-osmose semi-passiva [1] ........................................................................................ 14

Figura 17 - Electro-osmose ativa [1] ..................................................................................................... 15

Figura 18 - Electro-osmose forese [1] ................................................................................................... 15

Figura 19 – Principio de funcionamento do impulso eletrónico e dispositivo instalado [13] ................. 16

Figura 20 – Remoção de pequenas secções [14]................................................................................. 17

Figura 21 – Corte mecânico por troços, completado com materiais estanques [5] .............................. 17

Figura 22 - Carotagens sucessivas (Massari) [10] ................................................................................ 18

Figura 23 – Introdução de chapas de aço inoxidável onduladas (Schoner Turn) [10] ......................... 18

Figura 24 - Esquema de furação por um lado e por ambos os lados da parede [3] ............................. 20

Figura 25 - Introdução de produto por difusão (catálogo comercial) .................................................... 20

Figura 26 - Introdução de produto por injeção (catálogo comercial) .................................................... 21

Figura 27 - Introdução de produto por pistola de aplicação (catálogo comercial) ................................ 21

Figura 28 - Redução da seção absorvente [10] .................................................................................... 22

Figura 29 – Ventilação natural da base das paredes [17] .................................................................... 23

Figura 30 – Ventilação mecânica de velocidade variável [17] .............................................................. 23

Figura 31 – Ventilação higrorregulável [3] ............................................................................................ 23

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Figura 32 - Ventilação natural exterior da base de uma parede [17] .................................................... 24

Figura 33 - Ventilação mecânica interior da base de uma parede [17] ................................................. 24

Figura 34 - Aplicação de revestimento [18] ........................................................................................... 25

Figura 35 - Forra interior separada por um espaço de ar [10] .............................................................. 26

Figura 36 – Logótipo da HUMITECNIC ................................................................................................. 30

Figura 37 – Distribuição de fichas HUMITECNIC ................................................................................. 31

Figura 38 – Formato da ficha Humitecnic para um produto .................................................................. 34

Figura 39 – Formato da ficha Humitecnic para um sistema de tratamento .......................................... 34

Figura 40 – Exemplo do campo identificação da técnica de tratamento da ficha HUMITECNIC ......... 35

Figura 41 - Exemplo do campo descrição e características da ficha HUMITECNIC ............................ 35

Figura 42 - Exemplo do campo aplicação da ficha HUMITECNIC ........................................................ 36

Figura 43 - Exemplo do campo representação da ficha HUMITECNIC ................................................ 37

Figura 44 - Exemplo do campo propriedades da ficha HUMITECNIC .................................................. 37

Figura 45 - Exemplo do campo campos de aplicação e limitações da ficha HUMITECNIC ................. 38

Figura 46 - Exemplo do campo referências da ficha HUMITECNIC ..................................................... 38

Figura 47 – Índice ilustrativo das fichas/catálogos para as drenagens periféricas ............................... 39

Figura 48 - Índice ilustrativo das fichas/catálogo para os tubos de arejamento ................................... 45

Figura 49 - Índice ilustrativo da ficha/catálogo para a eletro-osmose ................................................... 45

Figura 50 - Índice ilustrativo da ficha/catálogo para o impulso eletrónico ............................................. 50

Figura 51 – Índice ilustrativo da ficha/catálogo para a redução da secção absorvente ....................... 50

Figura 52 – Índice ilustrativo das fichas/catálogo para as barreiras físicas .......................................... 53

Figura 53 – Índice ilustrativo das fichas/catálogo para as barreiras químicas ...................................... 56

Figura 54 – Índice ilustrativo das fichas/catálogo para a ventilação da base das paredes .................. 68

Figura 55 – Índice ilustrativo da ficha/catálogo para a forra interior separada por espaço de ar ......... 68

Figura 56 – Índice ilustrativo das fichas/catálogo para os revestimentos de paredes .......................... 73

Figura 57 – Página Inicial HUMITECNIC .............................................................................................. 85

Figura 58 – Página HUMITECNIC ......................................................................................................... 85

Figura 59 – Página Humidade Ascensional 1ª parte ............................................................................. 86

Figura 60 – Página Humidade Ascensional 2ª parte ............................................................................. 86

Figura 61 – Página Princípios de Intervenção ...................................................................................... 87

Figura 62 – Página Catálogo HUMITECNIC ......................................................................................... 88

Figura 63 – Outra forma de aceder às tecnicas de tratamento de humidade ascensional ................... 88

Figura 64 – Página Drenagens Periféricas............................................................................................ 89

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Figura 65 – Página da ficha HUMITECNIC de uma Drenagem Periférica ........................................... 89

Figura 66 – Página Tubos de Arejamento ............................................................................................ 90

Figura 67 – Página Eletro-osmose ........................................................................................................ 90

Figura 68 – Página Impulso Eletrónico ................................................................................................. 91

Figura 69 – Página Redução da Secção Absorvente ........................................................................... 91

Figura 70 – Página Barreiras Físicas .................................................................................................... 92

Figura 71 - Página Barreira Química..................................................................................................... 93

Figura 72 - Página Barreira Química Parte 2 ........................................................................................ 93

Figura 73 - Página Difusão .................................................................................................................... 94

Figura 74 – Página Injeção ................................................................................................................... 94

Figura 75 – Página Pistola de Aplicação .............................................................................................. 94

Figura 76 – Página Ventilação da Base das Paredes........................................................................... 95

Figura 77 - Página da Forra Interior ...................................................................................................... 95

Figura 78 - Página do Revestimento de Paredes ................................................................................. 96

Figura 79 - Página Observações ........................................................................................................... 97

Figura 80 - Página Contato ................................................................................................................... 97

Figura 81 – Capela do Convento Corpus Christi ................................................................................ 100

Figura 82 - Planta do R/C à esquerda e Planta do 1º andar à direita ................................................. 101

Figura 83 – Patologias nos elementos da cobertura de madeira ....................................................... 102

Figura 84 – Deformação do teto do Coro Alto .................................................................................... 102

Figura 85 – Mau estado de conservação de partes da cobertura ...................................................... 102

Figura 86 – Deformação da escada de madeira ................................................................................. 103

Figura 87 – Mau estado de conservação do pavimento de madeira do Coro Baixo .......................... 103

Figura 88 – Patologias na parede Sul do Coro Baixo ......................................................................... 103

Figura 89 – Manifestações nas bases das paredes interiores e pilares de granito ............................ 104

Figura 90 – Fissuração nas argamassas de cimento ......................................................................... 104

Figura 91 - Humidificação da base das paredes e ocorrência de colonização biológica ................... 104

Figura 92 - Saturação no lajeado de granito na Capela-mor .............................................................. 105

Figura 93 – Ficha HUMITECNIC - Drenagem Periférica .................................................................... 106

Figura 94 – Ficha HUMITECNIC - Impulso Eletrónico ........................................................................ 107

Figura 95 – Ficha HUMITECNIC - Barreira Química .......................................................................... 108

Figura 96 – Ficha HUMITECNIC - Revestimento de Paredes ............................................................ 109

Figura 97 – Reabilitação da cobertura ................................................................................................ 110

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

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Figura 98 – Introdução de novos caixilhos com entrada de ar em cima ............................................. 110

Figura 99 – Reabilitação do Coro Baixo .............................................................................................. 110

Figura 100 – Conservação e restauro do Património integrado ......................................................... 111

Figura 101 - Revestimento das paredes do galilé ............................................................................... 112

Figura 102 – Revestimento das paredes da sacristia ......................................................................... 112

Figura 103 - Revestimento das paredes do Espaço da Roda............................................................. 112

Figura 104 - Pormenor do dreno exterior ............................................................................................ 114

Figura 105 – Abertura da vala ............................................................................................................. 114

Figura 106 - Instalação do dreno ......................................................................................................... 114

Figura 107 - Instalação da membrana com geotêxtil .......................................................................... 115

Figura 108 - Reposição do pavimento ................................................................................................. 115

Figura 109 – Saturação do lajeado e manchas de humidade na base do pilar .................................. 116

Figura 110 – Manchas de humidade no compartimento Espaço da Roda ......................................... 116

Figura 111 – Manifestações na parede exterior Sul ............................................................................ 116

Figura 112 – Igreja Vilar de Frades ..................................................................................................... 117

Figura 113 – Planta esquemática do R/C............................................................................................ 118

Figura 114 – Microrganismos na altura dos contrafortes .................................................................... 118

Figura 115 – Microrganismos nas paredes interiores da Capela-mor ................................................ 119

Figura 117 – Manchas de humidade nas paredes interiores .............................................................. 119

Figura 118 – Manchas esverdeadas nos pilares de granito................................................................ 119

Figura 119 – Saturação do lajeado de granito .................................................................................... 119

Figura 120 - Ficha HUMITECNIC - Impulso Eletrónico ....................................................................... 121

Figura 121 – Fichas HUMITECNIC - Ventilação da Base das Paredes ............................................. 122

Figura 122 – Ficha HUMITECNIC - Revestimento de Paredes .......................................................... 123

Figura 123 – Traçado dos sistemas de ventilação da base das paredes [1] ...................................... 124

Figura 124 – Cortes esquemáticos da ventilação da base das paredes exterior [3] .......................... 125

Figura 125 – Grelhas de ventilação [3] ................................................................................................ 125

Figura 126 – Rasgo no degrau ............................................................................................................ 126

Figura 127 – Tubo perfurado de betão [1] ........................................................................................... 126

Figura 128 – Pormenores do sistema ventilação da base das paredes interiores [3] ........................ 126

Figura 129 – Sistemas de ventilação higrorregulável ......................................................................... 127

Figura 130 – Patologias na parede exterior Este ................................................................................ 128

Figura 131 – Patologias na parede exterior Norte .............................................................................. 128

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xv

Figura 132 – Capela-mor no presente ................................................................................................ 128

Figura 133 – Parede interior da sacristia ............................................................................................ 128

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xvii

ÍNDICE DE QUADROS

Tabela 1 - Comparação de indicadores de humidade adaptado de [6] .................................................. 8

Tabela 2 - Comparação de Técnicas de intervenção da humidade ascensional adaptado de [1,19] .. 27

Tabela 3 – Síntese casos de estudo apresentados ............................................................................ 129

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xix

ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS

Kg – Quilos

m – Metros

ºC – Celsius

mm – Milímetros

N – Newton

MPa – Megapascal

L – Litros

cm – Centímetros

mPa.s – Milipascal por segundo

g – Gramas

U.V. – Ultra violetas

s – Segundo

ml – Mililitro

pH – Potencial de hidrogénio

mol – Mole

cps – Centipoise

W/m.K – Watts por metro por Kelvin

IGESPAR – Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico

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xx

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1

1 INTRODUÇÃO

ENQUADRAMENTO 1.1.

A humidade ascensional constitui uma das principais causas de degradação dos edifícios, afetando,

principalmente edifícios antigos e elementos do Património Monumental. Ocorre, apenas, nos pisos

inferiores, onde as paredes e as fundações estão em contato direto com a água ou com o solo húmido.

Nos edifícios antigos a situação é recorrente, motivada quer pela ausência de um sistema de

prevenção/corte hídrico quer pelas características dos elementos de construção. A presença deste

fenómeno nos edifícios poderá conduzir a uma acelerada deterioração dos elementos construtivos em

contato com o terreno, podendo, inclusivamente, promover condições de insalubridade para os utentes.

Apesar de se manifestar numa ocorrência frequente, corresponde a um fenómeno complexo e com

elevada imprevisibilidade de comportamento. As soluções de tratamento, habitualmente utilizadas,

não apresentam muitas vezes a eficácia esperada, especialmente em edifícios com paredes muito

espessas e heterogéneas.

A escolha de soluções menos corretas de intervenção, que resultam na ineficácia dos resultados e, em

algumas circunstâncias, no próprio agravamento das patologias pode ser justificada, pela dificuldade

de consulta de informação associada às medidas corretivas para este fenómeno, em muito devido à

grande dispersão da informação existente.

Este problema verifica-se não só a nível técnico e quanto a questões como características, formas de

aplicação ou vantagens e limitações mas também no próprio processo de seleção da melhor técnica de

intervenção, de todas as existentes, para um potencial utilizador.

Desta forma, torna-se clara a importância de conhecer em detalhe o conjunto de soluções possíveis e

as respetivas vantagens e limitações.

A sistematização e divulgação da informação sobre as técnicas de tratamento de humidade

ascensional, sob a forma de fichas/catálogo permite aos profissionais, técnicos e académicos um

imediato acesso à informação mais relevante sobre esta matéria podendo facilmente selecionar, em

cada caso, a solução de tratamento mais adequada e prever o respetivo desempenho.

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2

INTERESSES E OBJETIVOS DO TRABALHO 1.2.

Com a criação do site PATORREB.com publicaram-se um conjunto de fichas de patologia com a

descrição das patologias, os métodos de diagnóstico utilizado, a definição das principais causas dos

problemas estudados e recomendações para uma possível reparação.

Na sequência desta iniciativa, surgiu o interesse de criar um conjunto de fichas que se focassem

especificamente no tratamento/controlo da humidade ascensional, com o objetivo de expor o conjunto

de técnicas de tratamento associadas à humidade ascensional, sistematizando a informação existente.

Pretende-se disponibilizar a informação necessária de modo a intervir nas patologias que possam

resultar da presença da humidade ascensional, garantindo uma maior qualidade na reabilitação de

edifícios.

Com as fichas/catálogo HUMITECNIC pretende-se descrever, de forma organizada e acessível, todas

as técnicas de tratamento associada à humidade ascensional, colmatando a dificuldade em selecionar e

dimensionar a técnica de intervenção mais adequada em cada caso, dada a multiplicidade de ofertas no

mercado da construção civil.

Ambiciona-se, assim, disponibilizar uma ferramenta que contribua para a adequada intervenção no

tratamento das referidas patologias associadas ao fenómeno em causa, alcançando não só utilizadores

ao nível académico ou técnico, mas, também, qualquer utilizador que necessite de informação acerca

dos tratamentos existentes. Permite, portanto, que o utilizador se deixe de limitar a apenas uma técnica

de tratamento que tenha tomado conhecimento, podendo comparar soluções e avaliar aplicabilidades.

Os objetivos da realização da dissertação são os seguintes:

Estudo exaustivo da bibliografia relativa às técnicas de tratamento da humidade ascensional e

informação existente sobre patentes, produtos e sistemas/soluções de tratamento associadas no

mercado da construção civil;

Elaboração de um conjunto de fichas/catálogo de soluções (patenteados ou não), produtos e

sistemas de tratamento da humidade ascensional;

Criação e acesso a uma plataforma virtual que permita apresentar, organizar as fichas/catálogo e

transferir informação;

Comparar, analisar e validar a adequabilidade das fichas em exemplos de aplicação – casos de

estudo.

ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DA TESE 1.3.

A dissertação de mestrado divide-se em cinco Capítulos principais, para além desta introdução geral

(Capitulo 1):

Na primeira parte (Capitulo 2) introduz-se o fenómeno da humidade ascensional referindo,

fatores importantes que condicionam no desenvolvimento e a definição de um correto

diagnóstico em comparação com outros tipos de humidade. Apresenta-se as técnicas de

tratamento existentes, distribuindo-as pelo respetivo princípio de intervenção, realizando a

descrição, em cada caso, das metodologias de aplicação, características e limitações;

Na segunda parte (Capitulo 3) expõem-se as 36 fichas/catálogo HUMITECNIC criadas sobre as

técnicas de tratamento da humidade ascensional nos elementos dos edifícios. Apresentam-se o

conjunto de referências existentes, que fundamentaram a elaboração do catálogo, bem como a

solução adotada. Explica-se e descreve-se o principio pelo que foram organizados e o conteúdo

presente. Cada parâmetro das fichas/catálogo é enunciado e descrito, exemplificando a

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3

formatação das fichas. Por fim, todas as fichas são apresentadas organizadas pelo seu princípio

de intervenção, como descrito;

Na terceira parte (Capitulo 4) apresenta-se o site HUMITECNIC, para disponibilizar as

fichas/catálogo na internet. Define-se a pertinência da sua criação e descreve-se o conteúdo que

o carateriza;

Na quarta parte (Capitulo 5) descreve-se a aplicação das fichas/catálogo desenvolvidas, em dois

casos de estudo reais semelhantes. Caraterizam-se os casos em análise, com referência às

patologias encontradas de maior relevância, provenientes da presença de humidade ascensional.

Enunciam-se as fichas/catálogo que apresentam adaptabilidade e medidas de intervenção para as

patologias verificadas, comparando-se o seu conteúdo com as intervenções realmente realizadas

(apoiada na observação efetuada em visita ao local);

Finaliza-se, num último capítulo (Capitulo 6), sintetizando a informação recolhida e enumeram-

se as principais conclusões, registando-se o avanço no conhecimento pessoal do autor e

dificuldades na realização da dissertação. Perspetivam-se ainda algumas ações a desenvolver

nos trabalhos futuros.

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5

2 TÉCNICAS DE TRATAMENTO /

CONTROLO DA HUMIDADE ASCENSIONAL

INTRODUÇÃO 2.1.

A humidade ascensional, proveniente de águas freáticas ou superficiais, ocorre devido ao fenómeno da

ascensão capilar. A água ascende através de materiais de construção permeáveis progredindo até que

se verifique um equilíbrio entre a absorção (quantidade de água que entra) e a evaporação de água

(quantidade de água que sai). Este fenómeno é condicionado por fatores como a quantidade de água

em contato com o elemento construtivo, condições de evaporação à superfície, porosidade, espessura,

orientação e a presença de sais [1].

Os fatores que condicionam a humidade ascensional podem influenciar sob diversas formas [2,3]:

Com o aumento da espessura da parede aumenta, também, a altura atingida pela frente húmida.

Na Figura 1 apresenta-se uma simulação numérica realizada para esclarecer a influência da

espessura da parede no desenvolvimento da frente húmida;

Figura 1 – Influencia da espessura no desenvolvimento da frente húmida [2]

Com a impermeabilização de uma parede reduzem-se as suas condições de evaporação

promovendo-se a ascensão capilar de água no elemento construtivo (Figura 2);

Figura 2 – Influencia da impermeabilização de paredes na progressão da humidade [3]

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6

A insolação conduz a humidade para o interior da parede pela termomigração, condicionando o

comportamento de fachadas com diferentes orientações e com consequências no processo de

secagem (Figura 3);

Figura 3 – Influencia da insolação na progressão da humidade [3]

Em locais com humidade relativa elevada verifica-se a presença de uma maior frente húmida,

devido à maior dificuldade na evaporação (Figura 4);

Figura 4 – Influencia da humidade relativa na progressão da humidade [3]

Um material com uma porosidade aberta, onde os poros comunicam entre si, terá mais

facilidade de transferir humidade, pelo contrário, um material com porosidade fechada, em que

os poros não comunicam entre si, limitam a transferência de água no seu interior, condicionando

a evolução da humidade ascensional (Figura 5);

Figura 5 – Material com porosidade aberta à esquerda, com porosidade fechada à direita [1]

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7

A existência de ventilação na base das paredes promove uma redução da ascensão capilar. Na

Figura 6 apresenta-se uma simulação numérica realizada para esclarecer a influência da

geometria e posição de um canal de ventilação na progressão da humidade;

Figura 6 – Influência de um canal de ventilação na base das paredes na progressão da humidade [2]

Os sais existentes no terreno e nos próprios materiais de construção, migram para níveis

superiores, transportados pela água onde se encontram dissolvidos, cristalizando e ai se

depositando, reduzem a permeabilidade ao vapor e originam um aumento da ascensão capilar e

degradação dos materiais (Figura 7).

Figura 7 – Migração para níveis superiores de sais [4]

O conhecimento dos fatores que influenciam o fenómeno da humidade ascensional e o seu impacto no

desenvolvimento das patologias associadas, associado a um correto diagnóstico, permite definir qual a

melhor estratégia de tratamento/controlo.

DIAGNÓSTICO DA HUMIDADE ASCENSIONAL 2.2.

Para que se suspeite da existência da humidade ascensional é necessário as paredes se encontrem em

contato com a água do solo, ocorrendo, independentemente, de as fundações do edifício se

encontrarem abaixo ou acima do nível freático. No ultimo dos casos, as fundações encontram-se em

terrenos com elevada capilaridade e/ou existem paredes implantadas em terrenos pouco permeáveis

com inclinação no seu sentido, potenciando o contato destas com águas pluviais ou freáticas [5].

Antes de se definir a técnica de tratamento mais adequada deverão ser tomadas precauções para

eliminar as potenciais fontes de humidade, sendo difícil definir a verdadeira origem sempre que

existam várias fontes de entrada de água. Tipicamente, não existe uma manifestação isolada mas sim

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

8

um conjunto de uma ou várias formas de manifestação distintas. A humidade ascensional deverá ser a

origem do problema quando existe um excesso de humidade na base da parede, diminuindo

lentamente no sentido ascendente da mesma, podendo-se verificar se existe, ou não, contaminação na

alvenaria com sais higroscópicos.

O diagnóstico da forma de manifestação de humidade num elemento é tanto mais fácil se for realizado

com base na análise de causas da base do problema. Concretizando, a fim de concluir qual o tipo de

humidade presente numa determinada situação deverão ser observadas e analisados alguns

indicadores, de forma a identificar corretamente o problema e propor soluções adequadas para os

trabalhos de reabilitação [3].

Na Tabela 1apresenta-se uma síntese comparativa de diferentes tipos de humidade e os respetivos

indicadores de apoio ao diagnóstico [6].

A condensação superficial ocorre na superfície dos elementos construtivos quando uma dada

temperatura o ar interior não contem uma quantidade de vapor de água superior à saturação,

detetando-se pela observação direta.

A infiltração da água da chuva resulta da absorção de água das chuvas pelas estruturas porosas ou pela

percolação através de zonas fissuradas [1].

Tabela 1 - Comparação de indicadores de humidade adaptado de [6]

Indicadores Humidade

ascensional

Condensação

superficial

Infiltração da

água da chuva

Medidor de

humidade

Mudança

acentuada na

parte superior

da humidade

Mudança

gradual

Normalmente

acentuada

Desenvolvimento

de bolor

Raro Frequente,

podendo ser

irregular

Ocasionalmente,

depende das

condições

Gota de água/

Fluxo de água

livre na

superfície.

Ausente Frequente,

mas

dependendo

das condições

de superfície

Depende da

gravidade

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9

Sais

higroscópicos

(cloreto/nitrato)

Presente Ausente Presente

Humidade em

rodapés de

madeira

Alta (se em

contato direto

com a parede)

Baixa Depende do

local da entrada

da água

Humidade acima

de 1,5 metros

Ocasionalmente Depende das

condições

Depende do

local da entrada

da água

TÉCNICAS DE TRATAMENTO / CONTROLO 2.3.

As intervenções a efetuar no tratamento da humidade ascensional deverão ser devidamente

programadas antes da sua aplicação, definindo-se os fatores que poderão condicionar o sucesso da

aplicação, nomeadamente: os materiais constituintes, características e espessura dos elementos

construtivos afetados, o teor de água inicial, características do interior do edifício e da sua envolvente,

bem como, a respetiva localização. Com o planeamento e estudo realizados, estabelece-se os critérios

para definir a técnica apropriada em cada caso, obtendo-se maior sucesso na resolução do problema.

Dada à complexidade e variabilidade dos fatores poderá existir alguma imprevisibilidade nos

resultados obtidos. A seleção da técnica deverá ser apoiada num diagnóstico exaustivo da origem do

problema, estudando-se a eficácia esperada e correlacionando-a com o custo da intervenção [1].

As técnicas de tratamento da humidade ascensional, habitualmente utilizadas, baseiam-se em quatro

princípios de intervenção [5]:

Impedir o acesso da água nas paredes;

Retirar a água em excesso das paredes;

Impedir a ascensão da água nas paredes;

Ocultar as anomalias.

Apresenta-se na Figura 8, seguidamente, um esquema resumo das técnicas de tratamento de humidade

ascensional, que irão ser individualmente descritas, em detalhe, no seguimento do presente trabalho.

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10

Figura 8 – Resumo das técnicas de tratamento adaptado de [7]

De acordo com o resumo pretendem-se distribuir as técnicas de tratamento da humidade ascensional

pelo princípio de intervenção.

2.3.1. IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA NAS PAREDES

Com o objetivo de impedir o acesso de água nas paredes poderão ser efetuadas drenagens periféricas.

Estes sistemas permitem que a água presente no terreno não contate com a parede, sendo assim um

princípio que não atua diretamente no fenómeno, não interferindo na diminuição da altura atingida

pela frente húmida na parede quando presente. O elemento passará a não ser abastecido pela fonte o

que deverá contribuir para a redução do problema. Estes sistemas tendem a ser utilizados em casos de

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

11

prevenção de humidade contudo, a sua execução na reabilitação de edifícios é exequível quando se

pretende impermeabilizar a parede existente e não existam condicionantes técnicos e financeiros.

As drenagens periféricas são executadas ao longo das paredes enterradas e semienterradas, de modo a

evitar problemas de humidade e/ou infiltrações. Apesar de ser um método corrente durante a

construção de edifícios, pode adaptar-se como uma solução para paredes onde já se verifique a

presença de humidades, e no caso, de inexistência ou má eficácia do sistema anterior de

impermeabilização. A sua aplicação deve ser ponderada quando não se garanta a prévia secagem da

parede, uma vez que ao impermeabilizar se impede a evaporação da humidade que se encontra em

excesso na parede, contribuindo para o agravamento das patologias com o aumento da frente húmida.

Esta técnica é utilizada para níveis freáticos inferiores à cota das fundações. Se o nível freático se

eleva a níveis superiores, deve-se previamente, proceder a um rebaixamento do mesmo através da

execução de poços ou drenos verticais. Quando o nível freático apresenta as condições referidas

executa-se uma drenagem periférica com enchimento tradicional, com elementos prefabricados ou

com telas filtrantes e drenantes [1,5].

Na drenagem periférica com enchimento tradicional, a parede afetada, é impermeabilizada com

emulsão betuminosa espessa ou feltro betuminoso como representada na Figura 9. O preenchimento da

vala vai ser efetuado em quatro camadas distintas, com granulometrias crescentes desde a superfície

até à menor cota, onde deve ser colocado um tubo drenante que permite que as águas sejam

conduzidas e recolhidas pelas tubagens. Trata-se de uma solução tradicional pouco utilizada [1].

Figura 9 – Drenagem periférica com emulsão betuminosa (catálogo comercial)

Na drenagem periférica com elementos pré-fabricados, a parede afetada, será revestida por peças de

betão com características físicas que permitem efetuar um espaço de ar entre a parede e a peça,

possibilitando uma ventilação nesse espaço e aumentando a evaporação. O preenchimento da vala será

constituído por aterro, onde inferiormente será colocado um tubo drenante. Este método é pouco

económico [1].

A drenagem periférica com telas filtrantes e drenantes consiste em impermeabilizar a parede afetada

com telas que permitem conduzir a água do terreno até ao tubo drenante localizado na base da vala de

enchimento de aterro, como representado na Figura 10 [1].

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12

Figura 10 – Drenagem periférica com telas filtrantes e drenantes

2.3.2. RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO DAS PAREDES

Os sistemas associados a este princípio atuam diretamente na parede diminuindo a presença da

humidade ascensional na mesma, apesar de não atuarem diretamente na origem. As técnicas baseadas

neste princípio utilizam dispositivos que aumentam as condições de evaporação da água ou criam uma

diferença de potencial elétrico, entre o terreno e a parede, ou promovem impulsos eletrónicos que

resultam numa migração da água em volta do terreno [5].

2.3.2.1. Introdução de tubos de arejamento

Os tubos de arejamento, também conhecidos por tubos de Knappen, têm como objetivo o de ventilar e

reduzir o potencial capilar aumentando a evaporação. Estes tubos que começaram por ser de material

cerâmico, passando posteriormente a ser constituídos por material plástico, são desenvolvidos para

promover a evaporação da água da alvenaria em torno do tubo. Com tubos introduzidos obliquamente

nas paredes húmidas, ficam imediatamente preenchidos com ar húmido, mais pesado que o ar seco,

criando um processo contínuo de condução do ar húmido para o exterior. Estes tubos instalam-se

próximo da base da parede afetada, em intervalos regulares, sendo que o espaçamento entre tubos

depende da espessura da parede (Erro! Auto-referência de marcador inválida.) [1].

Recentemente foi desenvolvido um método semelhante mas melhorado, tratando-se de um método

patenteado holandês. Após a sua instalação e através de uma abertura existente no elemento, com a sua

forma aerodinâmica de modo a facilitar a entrada de ar pela ação do vento, é possível a criação de um

processo contínuo de condução de ar húmido para o exterior. (Figura 12). Funciona por um processo

natural, pelo que em locais com baixa velocidade do vento poderá apresentar uma eficácia reduzida

[4,9].

Figura 11 - Aplicação de tubos de arejamento [8]

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13

Figura 12 - Patente Holandesa de arejamento [9]

Os tubos de arejamento são uma forma económica, simples e limpa de remover e prevenir a humidade

ascensional sem recurso a produtos químicos, não existindo a necessidade de um novo acabamento da

parede, não requerendo manutenção nem energia. Por outro lado, este tipo de sistema também possui

desvantagens como [1,10]:

A reduzida eficácia em paredes espessas;

O tubo não contribui significativamente para a secagem da parede quando a taxa de evaporação,

a partir da superfície da parede, é maior do que a evaporação possível a partir do tubo;

Altera o aspeto do edifício;

Em condições de elevada presença de sais o tubo é rapidamente atacado por estes como

demonstra a Figura 13, reduzindo a sua eficácia.

Figura 13 - Consequência de elevada presença de sais [11]

2.3.2.2. Eletro-osmose

A eletro-osmose, como meio de tratamento da humidade ascensional, baseia-se no princípio de que a

ascensão de água nas paredes, que se move no meio poroso, cria uma diferença de potencial elétrico

entre o terreno e as paredes. Este sistema recorre a uma corrente elétrica ativa, contrária ao potencial

capilar, que permite inverter ou mover o sentido pretendido da ascensão da água. Aplica-se uma

diferença de potencial elétrico entre uma série de sondas condutoras ligadas entre si que são inseridos

nos furos realizados na alvenaria exterior, um pouco acima do solo, funcionando como ânodo (Figura

14 ao centro) que se liga através de um fio condutor a uma tomada de terra, funcionando como cátodo

(Figura 14 à direita), permitindo o escoamento da água. O cátodo deverá estar situado fora do

perímetro de drenagem onde posteriormente a água poderá ser extraída através de bombagem [1,12].

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14

Figura 14 - Sistema de eletro-osmose ativa [12]

A eletro-osmose pode ser, passiva, semi-passiva, ativa e forese [1].

Eletro-osmose passiva

Executa-se uma ligação entre o ânodo e o cátodo que são da mesma natureza, com o objetivo de anular

a diferença de potencial existente (Figura 15).

Figura 15 - Electro-osmose passiva [1]

Eletro-osmose semi-passiva

Semelhante à passiva sendo o material do ânodo o cobre e do cátodo o magnésio introduzindo assim

uma tensão, criando uma espécie de pilha elétrica (Figura 16).

Figura 16 - Electro-osmose semi-passiva [1]

Eletro-osmose ativa

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15

Distingue-se dos anteriores na medida em que se interpõe entre o ânodo e o cátodo uma fonte de

corrente contínua de baixa tensão, estabelecendo uma diferença de potencial que deverá estar limitada

a um máximo de 1,6 volts para não se dar a electrolise da água (Figura 17).

Figura 17 - Electro-osmose ativa [1]

Eletro-osmose forese

Com o objetivo de ultrapassar uma das limitações anteriores, o reaparecimento de humidade no caso

de interrupção do sistema, procede-se à introdução do produto forese, contendo partículas metálicas

em suspensão, em que o ânodo é de cobre e o cátodo de aço galvanizado. A água desloca-se arrastando

consigo os produtos que irão colmatar os poros capilares através da ação corrente criada pela pilha.

Assim passados cerca de dois anos os poros capilares encontram-se totalmente colmatados e o sistema

pode ser interrompido (Figura 18) [1].

Figura 18 - Electro-osmose forese [1]

A eletro-osmose pode ser considerada uma boa solução para diferentes materiais não condicionando o

aspeto estético e não utilizando produtos químicos e/ou solventes. O sistema apresenta algumas

limitações como não sendo muito eficaz, principalmente em paredes com grande indicie de sais, sendo

pouco económico.

2.3.2.3. Impulso Eletrónico

Esta técnica de tratamento consiste na secagem da parede do edifício através de um sistema

electrónico sem fios. Os impulsos electrónicos, gerados pelo campo magnético do sistema, induzem a

uma despolarização da água resultando numa atração dos iões positivos da água no sentido das

partículas negativas, na profundidade do solo exterior do edifício. O fenómeno da ascensão capilar é

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16

eliminado provocando a descida da água da parede para o terreno o que, passado algum tempo

promove a secagem da parede. O sistema deve estar em permanente funcionamento, exceptuando

curtas interrupções.

Este dispositivo tem um determinado raio de ação que condiciona o seu alcance, sendo necessário em

situações de grandes áreas de intervenção, a colocação de um ou mais dispositivos para garantir a

eficácia desejada (Figura 19) [13].

O sistema não apresenta uma eficácia significativa, tornando-se mais relevante em casos de grande

exposição ao fenómeno. Através de ensaios efetuados, por uma empresa responsável pela sua

distribuição, é expectável garantir que após 3 anos a sua instalação o R/C e a parte superior da

habitação consigam uma diminuição de 3% do grau de humidade nas paredes e que a parte inferior da

habitação consiga uma diminuição de 6,5% do grau de humidade nas paredes [13].

Figura 19 – Principio de funcionamento do impulso eletrónico e dispositivo instalado [13]

2.3.3. IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Possivelmente o sistema de soluções mais eficaz no tratamento de humidades ascensionais, quando

bem adaptado e executado, impede a ascensão de água nas paredes através de um corte hídrico, ou

reduzindo a secção absorvente, ou aumentando a ventilação da base da parede. Este princípio não atua

na origem de fenómeno da ascensão capilar mas, impede que a água atinge alturas de capilaridade

excessivas [5].

2.3.3.1. Barreiras físicas

Neste método coloca-se uma barreira física continua, na base das paredes de alvenaria, de modo a

impedir a ascensão da água. As barreiras físicas contínuas podem ser constituídas por diferentes

materiais como barreiras metálicas, betuminosas ou plásticas.

Apesar de a técnica ser correntemente utilizada na prevenção da humidade ascensional, sendo uma

barreira a ser incorporada aquando da construção da parede de alvenaria, também corresponde a uma

solução de tratamento numa parede de alvenaria já existente, afetada pelo fenómeno, e com um corte

hídrico ineficaz ou inexistente. Para implementar uma barreira física numa parede já existente será

necessário executar um corte na alvenaria e inserir o material impermeável. Este corte pode ser obtido

através da substituição dos elementos de alvenaria por carotagens sucessivas ou pela introdução de

chapas de aço inoxidável onduladas [10].

Na substituição dos elementos de alvenaria são removidas secções da base da parede e substituídas

progressivamente por pequenos troços, com cerca de 30 cm de altura em toda a espessura da parede,

por materiais novos e impermeáveis. Uma barreira física é inserida ao mesmo tempo, sendo apenas

aplicável para paredes com pequena dimensão e de alvenaria regular [1]. Na Figura 20 exemplifica-se

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

17

a substituição de uma alvenaria de tijolo, com a remoção de pequenos troços, para posterior

substituição por materiais novos e impermeáveis.

Outro método, mais caro, passa por executar um rasgo na parede, através de um corte mecânico em

troços de 1 metro de comprimento que vão sendo preenchidos com materiais estanques, efetuada a

limpeza das aberturas para assegurar a aderência do novo produto. É fundamental assegurar não só a

aderência do material de enchimento como também evitar assentamentos, pelo que é necessário

preencher os espaços eventualmente livres entre a parede e o material colocado para garantir a

continuidade do material. Na Figura 21representam-se as fases de um corte mecânico numa alvenaria

de tijolo preenchido com material estanque. Quando as paredes são demasiado espessas, o rasgo na

parede pode ser executada pelos dois lados com recurso a um fio helicoidal. Apesar dos dois métodos

serem eficazes, a sua execução é difícil, demorada e produzem vibrações que podem provocar

assentamentos causando instabilidade [1].

O método de carotagens sucessivas foi desenvolvido por Massari em 1965, de modo a ultrapassar

algumas dificuldades apresentadas nos métodos anteriores. Trata-se de uma solução de simples

execução e aplicável em paredes com qualquer espessura, sem necessitar de executar os dois lados da

parede [1]. Consiste numa primeira série de furações próximas uma das outras (distâncias inferiores ao

do diâmetro do furo), sendo que posteriormente se executa uma segunda série de furos no intervalo

deixado entre os primeiros (Figura 22). Terminada cada série de furações, limpam-se as aberturas e

preenchem-se com argamassa de ligantes sintéticos. Após endurecidos prossegue-se com abertura de

furos no troço adjacente, sobrepondo as membranas de transição evitando a passagem de água [10].

Figura 20 – Remoção de pequenas secções [14]

Figura 21 – Corte mecânico por troços, completado com materiais estanques [5]

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18

O método da introdução de chapas de aço inoxidável ondulas, mais conhecido por método de Schoner

Turn, é executado introduzindo as chapas onduladas nas juntas das paredes afetadas com a ajuda de

um martelo pneumático (Figura 23). Esta solução só é exequível em paredes com juntas horizontais

continua e definidas. Produz grandes vibrações traduzindo numa técnica pouco utilizada [1].

Como já foi referido anteriormente, a utilização das barreiras físicas com vista ao tratamento de uma

parede afetada por humidade ascensional, deverá ser ponderada. Apesar de se tratar de uma técnica

eficaz, que impede a ascensão da água, condicionantes como o custo, dificuldade de aplicação, poeiras

e vibrações que são prejudiciais para paredes existentes, nomeadamente em edifícios antigos, poderá

promover a ideia de que esta técnica será mais interessante como medida de prevenção do que como

medida de ação corretiva.

2.3.3.2. Barreiras químicas

Os tratamentos à base das barreiras químicas poderão ser vistos como técnicas de tratamento com

maior gama de soluções. As barreiras químicas foram introduzidas no mercado como alternativa às

barreiras físicas. Apesar de se suportarem no mesmo princípio atuante procuraram contornar algumas

limitações, tais como: custos de mão-de-obra e equipamentos, vibrações produzidas, poeiras,

dificuldade de aplicação, ruídos, instabilidade do edifício e dificuldade de utilização em edifícios com

valor Patrimonial e Histórico.

As barreiras químicas têm como principio impedir a ascensão da água através de uma barreira

horizontal estanque. Estas barreiras podem ser classificadas em função do material utilizado, obturar

Figura 22 - Carotagens sucessivas (Massari) [10]

Figura 23 – Introdução de chapas de aço inoxidável onduladas (Schoner Turn) [10]

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19

os poros, preenchendo os poros na alvenaria tratando-se assim de um tapa-poros, ou modificando as

propriedades hidrófilas dos materiais constituintes da parede, tornando-o um repelente à água,

denominado por, produto hidrófugo [1,10].

Produtos tapa-poros

Estes produtos têm a capacidade de obturar os poros dos materiais, não permitindo a passagem da

água através da parede. Entre os químicos aplicados com esta capacidade enumeram-se os seguintes

[1,10]:

Acrilamidas – Resultam da mistura de dois compostos orgânicos, dando origem a um material

com viscosidade semelhante à da água e que se mantém até ao momento em que se dá a

gelificação desejada para obturar os poros dos materiais, sendo considerado dos mais eficazes;

Resinas epoxídicas – Difícil penetração, nomeadamente, nos casos em que a parede é

constituída por poros de pequenas dimensões. O endurecimento é muito rápido e começa logo

após o início da introdução do produto, nos orifícios efectuados, podendo bloquear os poros

antes do término da operação. É de fácil obtenção no mercado e de difícil aplicação, sendo

assim, menos utilizado;

Silicatos alcalinos – Conjunto de produtos que têm em comum a formação de um gel de sílica

que obtura os poros e os tubos capilares. Apresentam uma baixa capacidade de penetração,

sendo assim, dos químicos menos eficazes. Aplicáveis apenas a paredes finas. Podem originar

eflorescências e desagregação de partes superficiais do material.

Produtos hidrófugos

Estes produtos modificam a tensão de superfície (entre a superfície dos poros e da água) alterando o

ângulo de contato entre a água e os materiais (para valores superiores a 90˚). A tensão resultante

provoca uma queda de pressão que impede a ascensão da água, entre os quais se destacam os seguintes

[1,10]:

Organo-metálicos – Produtos mais recentes constituídos por compostos orgânicos de titânio e de

alumínio que polimerizam em presença de água após evaporação do solvente;

Siliconatos – Compostos solúveis em água que em presença do dióxido de carbono se

transformam em materiais hidrófugos. No caso de paredes espessas poderá existir alguma

dificuldade em garantir a sua eficácia, uma vez que existe carência de dióxido de carbono

podendo esta ser ultrapassada introduzindo previamente compostos que possam libertar dióxido

de carbono;

Silicones – Constituem um vasto conjunto de produtos dos quais, os mais comuns, são

constituídos por compostos macromoleculares dissolvidos em solventes hidrófugos, o que

dificulta a impregnação e aplicação, implicando um maior número de furações;

Siloxanes – Solução aquosa de metassiliconato de potássio.

Removidos os revestimentos da parede, rodapés e limpa a superfície, será necessário realizar várias

furações ao longo da parede afetada, o mais próximo possível do nível do terreno. As furações devem

ser bem executadas para garantir uma boa distribuição do produto e continuidade da barreira estanque.

As furações devem ser afastadas cerca de 10 a 20 cm, variando em função da espessura da parede, e

com uma profundidade de 2/3 da espessura da mesma. No caso de se perfurarem os dois lados da

parede, deve garantir-se cerca de 1/3 da espessura [1]. Esta opção é tomada, quando a parede é

acessível por ambos os lados e é muito espessa, garantindo uma melhor distribuição do produto

(Figura 24).

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20

Finda a perfuração e antes da introdução do produto, devem-se limpar os respetivos furos de modo a

eliminar resíduos e garantir as condições necessárias a uma eficaz introdução do produto.

O produto pode ser introduzido por três técnicas diferentes:

Difusão;

Injeção;

Pistola de aplicação.

Difusão

Nesta técnica a introdução do produto é efetuada pela ação da gravidade. O produto é inserido em

tubos colocado nos furos que são alimentados por garrafas com o fluido impermeabilizante. Este

fluido difunde para a parede, num processo demorado, saturando os vazios de enchimento da alvenaria

e poros (Figura 25). Quando o processo tiver terminado, variando a duração em função do produto, os

tubos poderão permanecer na parede, se bem que, as extremidades salientes devem ser cortadas ou

puxadas para fora, para que os orifícios possam ser selados. Considera-se assim um processo

demorado, principalmente quando se trata de paredes espessas, sendo necessário voltar a encher as

garrafas até conseguir um nível adequado de tratamento. Trata-se de uma solução que quando

comparada à injeção de produtos necessita de menos equipamentos [1,10].

Injeção

Através de um equipamento de pressão que se liga diretamente ao conjunto de tubos inseridos na

furação realizada, o produto é introduzido sobre pressão na parede facilitando a expulsão de água

contida nos poros e promovendo a penetração do produto e a sua distribuição na parede (Figura 26).

Este processo requer uma boa experiencia técnica por parte de quem o aplica, de modo que, em

primeiro lugar cada parede apresenta uma porosidade diferente reagindo à injeção por pressão e em

Figura 24 - Esquema de furação por um lado e por ambos os lados da parede [3]

Figura 25 - Introdução de produto por difusão (catálogo comercial)

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segundo lugar, por questões de segurança, são necessários cuidados a ter quando em contato com o

fluido uma vez que alguns produtos são corrosivos e inflamáveis. É necessário ter em atenção que por

vezes o fluido pode ser conduzido através de fissuras, não se distribuindo uniformemente [1,10].

Pistola de aplicação

Recentemente tem sido promovida a introdução do produto através de uma pistola simples de

aplicação onde o produto é introduzido nos orifícios da parede e difundido a partir dai, tornando o

processo mais rápido e económico (Figura 27) [15].

No final do processo de introdução do produto, os furos devem ser selados e aplicado um novo reboco

que irá substituir os materiais contaminados por sais.

A eficiência do tratamento utilizado é determinada pela qualidade da perfuração, qualidade do produto

injetado, controlo da aplicação e continuidade da barreira.

Existem ainda alguns fatores a ter em conta na sua aplicação, tais como [16]:

Não deve ser aplicado em alvenarias ou argamassas frágeis;

A existência de um elevado índice de vazios, numa parede espessa, pode conduzir a uma perda

do fluido, sendo necessário preencher esses vazios previamente com argamassa antes da sua

aplicação;

Paredes muito húmidas podem limitar a difusão do líquido;

A injeção do fluido pode conduzir a humidade ascensional na parede para cotas superiores,

causando deterioração de materiais sensíveis previamente não afetados.

Figura 26 - Introdução de produto por injeção (catálogo comercial)

Figura 27 - Introdução de produto por pistola de aplicação (catálogo comercial)

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22

2.3.3.3. Redução da secção absorvente

Esta técnica de tratamento baseia-se, no pressuposto de que, espaços de ar numa parte da alvenaria

permitem a redução de zonas passíveis de migração de humidade por ascensão capilar promovendo o

aumento da evaporação, uma vez que a quantidade de água absorvida pela secção reduzida da parede

(que passa a ser menor), é compensada, pela evaporação que se produz nos espaços de ar (que passa a

ser maior). Este método foi aplicado por Koch no século XIX, para resolver problemas de humidade

ascensional na Igreja de São Luís dos Franceses em Roma. Com a criação de espaços de ar, através de

arcos apoiados em colunas, diminui a ascensão capilar não destruindo os frescos da igreja (Figura 28).

Trata-se de um método eficaz mas pouco utilizado uma vez que pode interferir com a estabilidade do

edifício e condiciona o aspeto arquitectónico do mesmo [1].

2.3.3.4. Ventilação da Base das Paredes

A ventilação da base das paredes é uma técnica que possibilita a secagem da parede favorecendo a

evaporação da água através da execução de canais ou tubos periféricos junto à base interior ou ao

exterior das paredes do edifício, sendo ventilados naturalmente ou mecanicamente. Estes canais

podem ser constituídos, normalmente por, elementos prefabricados de betão com uma face aberta que

fica em contato com a parede a tratar, ou por uma tubagem perfurada em betão [1].

Estes canais permitem uma redução da ascensão capilar, sendo necessário dimensionar as respetivas

características que poderão influenciar na sua eficácia [2]:

A geometria do canal de ventilação é determinante, um acréscimo da sua altura reduz o nível

atingido pela frente húmida na parede;

A posição do canal é relevante, quanto mais abaixo do pavimento tiver situado menor será a

cota atingida pela frente húmida na parede;

Os canais podem ser ventilados de forma natural, por ação do vento, sendo assim necessário estudar o

seu percurso, mais concretamente, a orientação e quantidade de grelhas de admissão/extração de ar

(Figura 29). A ligação das aberturas de admissão/extração de ar aos canais deve ser realizada em tubos

de PVC rígido (por se tratar de um material impermeável). De forma a evitar a entrada de resíduos no

sistema, as aberturas devem ser protegidas por uma grelha.

Figura 28 - Redução da seção absorvente [10]

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23

Figura 29 – Ventilação natural da base das paredes [17]

Os canais podem ainda ser ventilados mecanicamente através de um sistema de ventilação mecânica

de velocidade variável ou por um dispositivo de ventilação mecânica higrorregulável.

O sistema de ventilação mecânica de velocidade variável é caraterizado por um motor de ventilação,

helicentrifugo para condutas circulares, com velocidade modificada manualmente por intermédio de

um regulador eletrónico monofásico (Figura 30) [17].

Figura 30 – Ventilação mecânica de velocidade variável [17]

O sistema higrorregulável inclui duas sondas de humidade relativa e temperatura, dois transmissores

de humidade relativa e temperatura e um módulo de controlo, para controlar os dispositivos de

extração de ar. As duas sondas de humidade relativa e temperatura medem, à entrada e à saída do

interior do canal, a temperatura e a humidade relativa. Os transmissores comunicam os valores,

retirados das sondas, ao módulo de controlo que calcula a pressão de vapor entre a entrada e saída do

canal recorrendo à psicrometria. O módulo de controlo calcula o diferencial de pressão de vapor entre

a entrada e a saída. O sistema vai entrar em funcionamento sempre que a pressão de vapor no exterior

do edifício for inferior à pressão de vapor no interior do canal. Os dispositivos do sistema devem ser

colocados em espaços de fácil acesso, para proceder a ações de reparação, manutenção e regulação do

caudal de exaustão, em espaços devidamente ventilados e protegidos da entrada da água (Figura 31)

[3].

Figura 31 – Ventilação higrorregulável [3]

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Um sistema higrorregulável, quando comparado com um sistema de ventilação natural ou com um

sistema de ventilação mecânica de velocidade variável, extrai maiores quantidades de humidade do

interior dos edifícios. A execução de um sistema higrorregulável de ventilação da base das paredes no

interior permite criar melhores condições de secagem de paredes com o aumento da evaporação. No

entanto, a ventilação mecânica, requer na fase de implementação e na de utilização, custos associados

à instalação e ao funcionamento do sistema mecânico [17].

No exterior do edifício, o sistema de ventilação poderá ser composto por canais de ventilação natural,

normalmente constituídos por pré-fabricados de betão que necessitam de uma boa drenagem de águas,

evitando a acumulação de água em contato com as paredes exteriores do edifício. A drenagem pode

ser garantida através de uma caleira ao longo da envolvente do edifício, que através de um orifício que

atravessa o elemento vertical da base do canal de ventilação, com uma ligeira inclinação no sentido da

caleira, escoa as águas para a mesma. A superfície superior do canal deverá apresentar uma ligeira

inclinação no sentido contrário ao edifício, evitando que as águas escoam junto a este.

O canal de ventilação natural exterior deve ser impermeabilizado e protegido com geotêxtil de modo a

garantir a estanqueidade. O revestimento da base das paredes deverá ser removido no local onde se

coloca o canal de ventilação, promovendo o processo de evaporação (Figura 32) [1,3].

No interior do edifício, onde pode ser associado uma ventilação mecânica higrorregulável, colocam-se

tubagens de betão perfurado com elevada permeabilidade ao vapor contornando todo o perímetro

interior do edifício adjacente às paredes a tratar. A tubagem deverá ser envolvida por uma camada de

areia e por um geotêxtil. O pavimento deverá ser impermeabilizado por uma tela impermeabilizante

(Figura 33).

Figura 32 - Ventilação natural exterior da base de uma parede [17]

Figura 33 - Ventilação mecânica interior da base de uma parede [17]

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A ventilação de base das paredes tem apresentando bons resultados em paredes com espessura

considerável e com grande heterogeneidade, como é o caso dos edifícios antigos. Nestes edifícios onde

o aspeto arquitectónico é muito importante, com valor Patrimonial, esta técnica é interessante uma vez

que não interfere com o seu aspeto estético. Esta técnica só deve ser usada quando a cota de fundação

se situar acima do nível freático. A profundidade do canal de ventilação não deverá interferir com a

instabilidade do edifício e só pode ser aplicada quando a sua envolvente o permita [1].

2.3.4. OCULTAR AS ANOMALIAS

Este princípio não se carateriza como uma solução de tratamento mas como uma forma de evitar a

visualização das anomalias, quando não é possível intervir nas causas da patologia [1].

2.3.4.1. Revestimento de paredes

Durante a evaporação, quando a humidade que ascende por capilaridade arrasta consigo sais solúveis

presentes no solo no interior da alvenaria, estes ficam depositados sobre a superfície dos rebocos

podendo sofrer fortes degradações, alterando o aspeto estético dos edifícios.

Existem no mercado revestimentos que contribuem para melhorar as condições de evaporação à

superfície, facilitando a evaporação da água. Um dos processos consiste na realização de rebocos com

subcamadas com porosidade que diminui do exterior para o interior, facilitando a evaporação de água.

Como ao fim de algum tempo podem surgir eflorescências que preenchem os poros do material e

conduzem a uma diminuição do rendimento, surgiram argamassas que têm uma elevada resistência

química aos sais solúveis presentes na alvenaria e, consequentemente, aumentam a durabilidade do

material retardando o aparecimento de eflorescências [1,18].

Para aplicação de um revestimento, com estas características, deve-se previamente [18]:

Remover o reboco antigo até um bocado acima da zona afetada pela humidade;

Remover, em profundidade, as argamassas de selagem friáveis entre as fiadas de tijolo ou pedra;

Efetuar uma limpeza completa da superfície, removendo eflorescências;

Na Figura 34 apresenta-se uma imagem da tomação de juntas e de vãos por uma camada de argamassa

para posterior colocação de uma segunda camada.

Este tipo de soluções apesar de se apresentarem como uma solução económica e que melhora o aspeto

da alvenaria na reabilitação, encobrem as patologias associadas à humidade ascensional o que requer

uma futura manutenção do revestimento.

Figura 34 - Aplicação de revestimento [18]

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26

2.3.4.2. Aplicação de forra interior separada por um espaço de ar

Por vezes não existe possibilidade de eliminar as causas da humidade ascensional utilizando-se

soluções para além de revestir as paredes (2.3.4.1) que permitem ocultar a patologia, como é o caso da

colocação de uma parede interior separada por espaço de ar.

Esta parede interior, de pequena espessura, é construída paralelamente à parede afetada, deixando

entre elas um pequeno espaço vazio sem que exista qualquer ponto de contato com a parede original,

de modo a não permitir a passagem de humidade para a nova parede. A base da parede construída

deve estar assente por uma camada impermeável não havendo continuidade hídrica. No espaço de ar

criado a ventilação deve ser conseguida com a colocação de um conjunto de orifícios a um nível

inferior e superior sendo ventilado para o exterior do edifício (Figura 35) [1].

Na implementação desta solução, é necessário [10]:

Eliminar o revestimento da parede afetada, por forma a promover a evaporação da água;

Executar orifícios de ventilação da parede em diferentes níveis;

Colocar a parede interior a cerca de 10 cm de distância sobre uma camada impermeável

(argamassa com polímeros ou tela impermeabilizante).

Esta técnica de ocultar as patologias associadas à humidade ascensional não é eficaz se a ventilação

não for possível, reduz o espaço útil da habitação, implica refazer instalações elétricas e de

aquecimento por outro lado, é de difícil instalação em paredes com janelas e portas [10].

Figura 35 - Forra interior separada por um espaço de ar [10]

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27

SÍNTESE DO CAPITULO 2.4.

Na Tabela 2 apresenta-se uma síntese comparativa das técnicas de tratamento da humidade

ascensional, com a sua respetiva eficácia, o princípio de intervenção e algumas observações

consideradas relevantes. Esta tabela permite resumir as principais características das técnicas de

tratamento abordadas ao longo do capítulo.

Tabela 2 - Comparação de Técnicas de intervenção da humidade ascensional adaptado de [1,19]

Técnica de

intervenção

Princípio de

intervenção

Eficácia de

tratamento

Observações

Drenagens

periféricas

Impedir o

acesso da

água nas

paredes

Media Método mais adequado para a

prevenção de humidades ascensionais.

Deve ser usado complementado com um

bloqueio horizontal da humidade

ascensional.

Tubos de

arejamento

Retirar a água

em excesso

das paredes

Baixa Problemas de ordem estéticos da

parede. Quando na presença de sais

pode danificar o tubo.

Eletro-osmose Média / Má Pouco utilizado. Quando a resistência da

terra é elevada é inconveniente.

Impulso

electrónico

Média Pouco utilizado. Pouca eficácia para

edifícios com grandes manifestações de

humidade.

Barreiras físicas

Impedir a

ascensão de

água

Boa Dificilmente aplicável em paredes

espessas, degradadas, com juntas

irregulares. Vibrações. Instabilidade.

Barreiras químicas

Muito boa Dificilmente aplicável em paredes

espessas e com heterogeneidade da

parede. Dificuldade dos tapa-poros na

migração do fluido.

Redução da

secção absorvente

Má Problemas arquitectónicos e pode

causar instabilidade da estrutura.

Ventilação da

Base das Paredes

Muito boa Apenas executável quando acima do

nível freático e a envolvente permite.

Aplicação de

revestimento Ocultar as

anomalias

Média Possível manutenção por aparecimento

posterior de eflorescências

Aplicação de forra

interior separada

por um espaço de

ar

Boa Quando não ventilado o espaço de ar

não apresenta resultados esperados.

Diminuição de área útil e possível

reorganização de instalações elétricas.

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29

3 CATÁLOGO HUMITECNIC

INTRODUÇÃO 3.1.

Nos edifícios existentes, independentemente da sua idade, existe uma grande diversidade de patologias

que afetam os vários elementos de construção com origens diversas e causas associadas a diferentes

fenómenos.

Neste sentido foram criadas fichas de patologia devidamente organizadas e sistematizadas, dando

especial destaque ao catálogo do Grupo de Estudos da Patologia da Construção – PATORREB-

www.patorreb.com. Trata-se de um conjunto de fichas de patologia produzidas para identificar e

resolver as principais anomalias que afetam a envolvente do edifício, descrevendo o problema,

definindo as principais causas da sua origem, os métodos de diagnóstico utilizados e as soluções

possíveis de reparação [20].

Considera-se fundamental a correta organização da informação disponível garantindo-se o fácil acesso

à mesma, com o intuito de divulgar o conhecimento e a posterior compreensão dos erros de concepção

e execução salvaguardando o correto diagnóstico das diferentes patologias. A análise e consequente

escolha das técnicas de tratamento mais adequada a cada caso é então reforçada, simplificando a

resolução e prevenindo de forma mais efetiva os problemas.

Assim, uma das ferramentas de consulta recorrentemente utilizada, pela sua comprovada utilidade, são

os catálogos. Estes documentos são, na sua maioria, elaborados por empresas fabricantes de produtos

para a construção civil com o objetivo de promover os respetivos produtos e serviços que lhe estão

associados Apresentando o leque de produtos e serviços que a empresa dispõe, os catálogos, podem

também, individualizar e detalhar apenas um produto evidenciando as informações mais relevantes,

nomeadamente as suas características e especificações técnicas, aplicações e o seu formato comercial

através de imagens e/ou esquemas.

Com finalidade assumidamente comercial, os ditos catálogos organizam, salvo raras exceções, os

produtos e serviços de uma empresa de forma a garantir a atratividade dos mesmos de forma a não

amover o interesse do seu público-alvo.

Enquanto o interesse das empresas é, habitualmente, meramente comercial, justificado pelo contexto

em que a sua atividade as insere, o objectivo do presente documento é fornecer, apenas e só,

informação técnica completa, organizada e sistematizada, informação essa habitualmente de difícil

acesso.

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

30

Com o objetivo de reunir informação relevante sobre técnicas de tratamento de patologia e tendo em

conta a diversidade de informação existente, limitou-se a análise às técnicas de tratamento da

humidade ascensional potencialmente presente nos elementos construtivos dos edifícios, criando-se as

fichas/catálogo HUMITECNIC.

A construção deste catálogo tem como finalidade, a recolha e estruturação da informação existente

acerca das metodologias tratamento da humidade ascensional nos edifícios agregando informação

existente sobre a forma de patentes, sistemas de tratamento, produtos e materiais.

As fichas/catálogo HUMITECNIC focam-se apenas no tratamento dos elementos construtivos dos

edifícios onde estejam presentes patologias associadas ao fenómeno da humidade ascensional,

descrevendo as diferentes técnicas de tratamento conhecidas. Apesar de a prevenção se apresentar

como a melhor forma de combater as humidades ascensionais, é importante conhecer técnicas de

tratamento para casos em que o seu sistema de prevenção seja ineficaz ou ausente, como ocorre

frequentemente nos edifícios antigos e Patrimoniais.

Tendo em linha de conta a atual situação do mercado da construção civil em Portugal fica claro que se

assiste a uma clara aposta na reabilitação de edifícios. Tendo esta opção de construção vindo a ganhar

expressão no mercado surge a necessidade evidente de conhecer técnicas de reabilitação e

metodologias de tratamento do fenómeno da humidade ascensional, tipicamente presente em

construções mais antigas.

Estas fichas permitem ao utilizador conhecer os diferentes métodos de tratamento habitualmente

utilizados no mercado da construção. Divulgam os princípios atuantes descrevendo a tecnologia

utilizada, o processo de instalação, as propriedades mais relevantes, aplicabilidade e limitações das

diferentes técnicas. Estas pretendem ser um apoio para todo o tipo de utilizador, dentro do sector ou

não, que pretenda conhecer diferentes soluções para este problema.

O conhecimento do catálogo permite ao utilizador avaliar as especificidades e limitações das técnicas

de tratamento, selecionando a mais adequada. Apoia, portanto, o utilizador permitindo que este não se

limite a uma intervenção mais popular, tipicamente recomendada, evitando que a falta de informação e

conhecimento de outras técnicas condicionem a maior eficácia da intervenção.

O nome HUMITECNIC deriva das palavras Humidades e Técnicas, dando a entender ao utilizador,

logo num primeiro contacto, o objetivo para o qual ele se direciona.

Figura 36 – Logótipo da HUMITECNIC

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31

ORGANIZAÇÃO DAS FICHAS/CATÁLOGO HUMITECNIC 3.2.

O catálogo HUMITECNIC é constituído por um conjunto de 36 fichas elaborados com base numa

pesquisa no mercado da construção civil de soluções de tratamento, produtos e materiais patenteados

ou não.

Foram analisados catálogos de diferentes empresas nacionais e internacionais, que trabalham em

diferentes técnicas de tratamento de humidade ascensional, tendo sido adaptadas ao formato do

catálogo HUMITECNIC.

Em alguns casos, especificamente, redução da secção absorvente, ventilação da base das paredes e

aplicação de uma forra interior separada por espaço de ar, não foram encontrados sistemas ou soluções

específicas, pelo que a ficha respetiva se baseou na bibliografia existente.

Na elaboração do catálogo não se especificam marcas comerciais de produtos ou técnicas de

tratamento. Da análise dos diferentes produtos de várias empresas verificou-se existir uma quantidade

muito superior aos apresentados no catálogo, nomeadamente nas barreiras químicas, revestimento de

paredes e drenagens periféricas, no entanto, muitos produtos baseiam-se na mesma composição

química alterando apenas o nome comercial do produto não justificando, desta forma, a criação de

uma ficha própria.

Na Figura 37 apresenta-se um gráfico que contabiliza as 36 fichas elaboradas, divididos pelas

respetivas técnicas de tratamento.

Figura 37 – Distribuição de fichas HUMITECNIC

As fichas das técnicas de tratamento de humidade ascensional encontram-se agrupadas em função do

seu princípio de intervenção: impedir o acesso de água nas paredes, retirar a água em excesso das

paredes, impedir a ascensão da água nas paredes e ocultar as anomalias.

Conhecer o princípio de tratamento da humidade ascensional é fundamental para escolher a solução

mais adequada, garantindo a sua maior eficácia.

2

11

5 1

1

1

8

1

3

3

Barreira Física

Barreira Química

Drenagens Periféricas

Eletro-Osmose

Impulso Eletrónico

Forra interior separada por espaço dear

Revestimento de Paredes

Redução da Secção Absorvente

Tubos de Arejamento

Ventilação da Base das Paredes

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

32

Ao caraterizar as técnicas de tratamento pelo princípio de impedir o acesso de água nas paredes,

facilmente se percebe, que os sistemas associados não vão atuar diretamente na parede afetada.

Permite que a água, origem da ascensão capilar deixe de existir mas a humidade presente na parede

não é removida, sendo necessário utilizar outras soluções para a remoção da mesma. Estas soluções

adequam-se especialmente aos casos em que se pretende prevenir a humidade, mas pode ser exequível

na reabilitação de edifícios, caso se garanta a prévia secagem do elemento e não existam

condicionantes técnicos e financeiros na sua realização.

Pelo princípio de retirar a água em excesso das paredes, os sistemas associados atuam diretamente no

elemento, diminuindo a presença de humidade capilar neste. No entanto não atuam na fonte da água,

resultando na presença constante do fenómeno da ascensão capilar por mais diminuta que seja.

O princípio de impedir a ascensão de água nas paredes, provavelmente o sistema de soluções mais

eficaz no tratamento de humidade ascensionais (quando bem executados), pode ser efetuado através de

um corte hídrico, da redução da secção absorvente ou aumentando a ventilação de base da parede. Este

princípio tal como o anterior não atua na origem do fenómeno da ascensão capilar.

No princípio de ocultar as anomalias, os sistemas associados não atuam sobre a origem, nem impedem

a ascensão capilar na parede, mas ocultam a manifestação da humidade ascensional, aumentando

também a evaporação à superfície dos diversos elementos [1].

Pretende-se salvaguardar, que ao subdividir os tratamentos por princípios, racionalizando a análise,

não se tenciona individualizar as diferentes metodologias. Mas antes, evidenciar a interligação que as

diferentes intervenções, dependendo do seu princípio, podem ter de forma a garantir que no seu

conjunto representam uma maior eficácia, no tratamento humidade ascensional. Isto porque, quando

combinados, atuam de forma a impedir a origem, retirar a presença e efetivar que o fenómeno capilar

não volte a existir, erradicando o problema por completo.

Ao subdividir pelos quatro princípios ativos permite-se ao utilizador, após efetuar um correto

diagnóstico, consultar os catálogos de uma forma mais organizada e simples, compreendendo este a

finalidade de cada um dos tratamentos. O utilizador não necessita de analisar todas as técnicas de

tratamento para perceber a mais adequada ao seu problema, evitando utilizar técnicas desapropriadas

para a resolução do mesmo. Estes princípios são identificados pela atribuição de uma cor para mais

fácil identificação da sua tipologia.

No tratamento de humidade ascensional é possível recorrer a estratégias baseadas fundamentalmente

em dois pressupostos: produtos que minimizam ou eliminam o fenómeno e/ou sistemas que tendem a

alterar o sistema físico potenciador das patologias. Um produto é caraterizado por uma substância, ou

conjunto de substâncias, fabricado por reações químicas ou biológicas, e que são aplicados,

diretamente, no tratamento do elemento afetado. Nos sistemas de tratamento caraterizam-se por

técnicas ou ações, máquinas e materiais, que conciliados permitem alcançar o tratamento da humidade

ascensional.

Em cada técnica podem existir características e/ou formas de execução diferentes, referenciando-se

cada uma delas. As fichas apresentam-se com o título principal referente ao princípio de intervenção e

o subtítulo referente ao tipo de tratamento:

IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA NAS PAREDES

- Drenagens periféricas

RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO DAS PAREDES

- Tubos de arejamento

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33

- Eletro-osmose

- Impulso eletrónico

IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

- Redução da seção absorvente

- Barreiras físicas

- Barreiras químicas

- Difusão

- Injeção

- Pistola de aplicação

- Ventilação da base das paredes

OCULTAR AS ANOMALIAS

- Aplicação de forra interior separada por um espaço de ar

- Aplicação de revestimento com porosidade e porometria controlada

CONSTRUÇÃO DAS FICHAS/CATÁLOGO HUMITECNIC 3.3.

3.3.1. INTRODUÇÃO

A construção das fichas/catálogo HUMITECNIC baseou-se nas fichas de patologia PATORREB, na

medida que estas apresentam um formato compatível, tanto ao nível de organização como de

conteúdo. Esta referência procura atingir um público-alvo semelhante ao do PATORREB e ser um

apoio para a resolução de um fenómeno corrente em edifícios antigos.

Pretende-se elaborar um documento de trabalho simples e sintético, para tornar interessante e útil a sua

utilização. Estas apresentam um formato sistemático, para tornar mais fácil a sua leitura, permitindo

rapidamente consultar os diferentes campos que interessam ao utilizador.

Os campos que caraterizam o catálogo são os necessários para informar sobre as opções dos diversos

tipos de intervenções, produtos e sistemas. Campos como a descrição e características do tratamento,

sua aplicação, representação, propriedades, campos de aplicação e limitações foram selecionados para

melhor caraterizar o tratamento.

As fichas estão organizadas de forma ocuparem apenas uma página A4 sendo cada uma destinada a

descrever um tratamento. O formato das fichas apresenta uma configuração semelhante ao abaixo

ilustrado. No entanto, o formato pode variar conforme se trate de um sistema de tratamento ou de um

produto. Nas Figura 38 e Figura 39, apresenta-se o formato utilizado para um produto e um sistema.

As diferenças são essencialmente a não existência do campo Propriedades nos sistemas, por não se

ajustar.

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34

HUMITECNIC – PRINCIPIO DE INTERVENÇÃO

Ref.: X-1

Técnica de tratamento de humidade ascensional – Produto Patenteado

Descrição e características Aplicação

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Referencias:

Figura 38 – Formato da ficha Humitecnic para um produto

HUMITECNIC – PRINCIPIO DE INTERVENÇÃO

Ref.: X-1

Sistema de tratamento de humidade ascensional Patenteado

Descrição e características Aplicação

Representação

Campos de aplicação e limitações

Referencias :

Figura 39 – Formato da ficha Humitecnic para um sistema de tratamento

3.3.2. IDENTIFICAÇÃO DA TÉCNICA DE TRATAMENTO

No campo da identificação da técnica de tratamento pretende-se classificar o princípio de atuação,

descrever o tratamento e ainda expor a composição química, no caso de se tratar de um produto.

Não se fornecem nomes ou marcas comerciais por se tratar de um catálogo exclusivamente técnico. De

salientar que é neste campo que se vai refletir a identificação por uma cor correspondente ao princípio

de intervenção. Contempla, também, uma pequena imagem correspondente ao logótipo da

HUMITECNIC, entidade responsável pela execução do catálogo.

Quando o sistema de tratamento é patenteado é exibida a respetiva indicação.

É ainda atribuído um código referencial com letras e números a cada ficha, que terá a seguinte

atribuição dependendo da técnica de tratamento (Figura 40).

Drenagens periféricas – DP;

Tubos de arejamento – TA;

Eletro-osmose – EO;

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35

Impulso eletrónico – IE;

Redução da secção absorvente – RS;

Barreiras físicas – BF;

Barreiras químicas por difusão – BQ.D;

Barreiras químicas por injeção – BQ.I;

Barreiras químicas por pistola de aplicação – BQ.P;

Ventilação da base das paredes – VB;

Aplicação de forra interior separada por espaço de ar – FI;

Aplicação de revestimento com porosidade e porometria controlada – RP.

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.I-1

Barreira química – Injeção – Emulsão de silicone à base de silano e

siloxano Patenteado

Figura 40 – Exemplo do campo identificação da técnica de tratamento da ficha HUMITECNIC

3.3.3. DESCRIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

No que diz respeito ao item, descrição e características, descreve-se resumidamente o produto ou

sistema, com o seu princípio de atuação, vantagens e desvantagens e algumas observações e detalhes

considerados relevantes. Na descrição pretende-se responder às perguntas mais frequentes dos

utilizadores sobre os mesmos.

A informação presente neste campo é, talvez a mais relevante, uma vez que esclarece quanto ao

funcionamento e modo de aplicação do sistema ou produto em causa. Desta forma permite, desde logo

triar as eventuais possibilidades de tratamento aplicáveis a uma situação concreta.

A descrição apresenta-se sob a forma de tópicos evitando-se descrições muito longas, garantindo-se,

contudo, fornecimento de informação suficiente para o utilizador (

Figura 41).

Figura 41 - Exemplo do campo descrição e características da ficha HUMITECNIC

Descrição e características

Barreira horizontal química, que impede e

reduz consideravelmente a humidade

ascensional de elementos abaixo do nível do

solo através de poros capilares em todos os

materiais de construção, em especial, para a

realização de obras de reabilitação;

Diluído com uma proporção de 1 L de lata de

produto com 15 a 19 L de água potável;

Após a preparação da mistura, tem que se

injetar o produto nas seguintes 24 horas;

(…)

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36

3.3.4. APLICAÇÃO

Campo dedicado a estabelecer a etapas de aplicação de sistema ou produto através de uma descrição

concisa que abrange os principais passos desde a preparação da base até ao remate final, para uma

situação concreta.

As etapas apresentadas não podem ser vistas como uma regra de aplicação. As soluções de intervenção

podem ser variadas e o seu modo de execução deve ser adaptado. No entanto, esta não se distanciará

muito das etapas de execução descritas como via de garantir a eficácia do tratamento.

Estas etapas também podem, consoante a gravidade da patologia e as características do edifício,

provocar a alterações na execução com o acréscimo de novas etapas.

Em algumas situações, certas dimensões que são estabelecidas para o caso corrente podem ser

relativamente diferentes em situações muito particulares e devem ser avaliados particularmente.

Este campo apresenta-se em forma de tópicos numerados procurando sistematizar os procedimentos

(Figura 42).

Aplicação

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade, reparar todas as fissuras ou

cavidades para melhor distribuição do

produto;

2. Realizar uma série de furos a uma distância de

15 a 20 cm do pavimento ou do solo, com

diâmetro de 15 mm, um ângulo descendente

de 20º e uma profundidade de 2/3 a espessura

da parede;

3. (…)

Figura 42 - Exemplo do campo aplicação da ficha HUMITECNIC

3.3.5. REPRESENTAÇÃO

Na representação pretende-se identificar através de imagens ilustrativas, fotografias ou esquemas o

produto ou sistema de tratamento, permitindo assim obter uma correspondência visual do mesmo

Este campo que se situa relativamente a meio da ficha pretende criar um “corte” do texto escrito, de

modo a melhorar a organização da ficha.

Recorre-se ao registo fotográfico ou imagem descritiva como apoio ao utilizador, no sentido em que

permite, ao último, uma identificação expedita e inquestionável da solução selecionada em qualquer

que seja o instrumento de consulta, independentemente da denominação atribuída ao sistema ou

produto em causa. (Figura 43).

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37

Representação

Figura 43 - Exemplo do campo representação da ficha HUMITECNIC

3.3.6. PROPRIEDADES

No campo das propriedades, e para os casos em que o tratamento esteja aliado à introdução de um

produto, pretende-se caraterizar tecnicamente o mesmo incluindo as especificações técnicas que foram

possíveis obter da pesquisa efetuada.

As especificações técnicas descrevem propriedades físicas e químicas dos produtos utilizados, que

permitem reconhece-los e distingui-los de outras substâncias.

Neste campo procurou-se uniformizar as unidades de medida de modo a facilitar a comparação de

diferentes opções de produto. Permite identificar substâncias pela caracterização do aspeto físico,

alterações ou reações em contato com outras substâncias e comportamentos perante determinadas

circunstâncias (Figura 44).

Propriedades

Cor: Amarelo acastanhado;

Aspeto: Liquido;

Dimensão das partículas: 20-60 µm;

Densidade: 0,98 g/cm3;

Viscosidade (a 25ºC): 1-10 mPa.s;

Temperatura de aplicação: 0ºC a +30ºC;

Tempo de estabilidade: 24 horas;

Consumo:~8-9 kg/m de solução.

Figura 44 - Exemplo do campo propriedades da ficha HUMITECNIC

3.3.7. CAMPOS DE APLICAÇÃO E LIMITAÇÕES

Este campo permite ao utilizador perceber as situações onde a aplicação do tratamento em causa é

exequível, analisando para cada um a sua aplicabilidade e limitações.

Perceber onde o tratamento pode ser aplicado é essencial para garantir a eficácia do produto ou

sistema, não raras vezes as limitações do tratamento são ignoradas tendo como resultado a ineficácia

da solução.

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38

A aplicabilidade de cada tratamento é condicionada pelas características do edifício, dos materiais e da

espessura dos elementos onde a solução corretiva vai ser aplicada. Todos os sistemas ou produtos

apresenta limitações de aplicação em função dos parâmetros atrás enumerados. Razões estéticas e

arquitectónicas também podem influenciar a aplicação do tratamento, de modo que a sua aplicação

não se mostra adequada, na medida em que condiciona a preservação estética do elemento construtivo.

Outras questões de ordem económica e de exequibilidade do tratamento, como o caso das drenagens

periféricas e as barreiras físicas, podem também ser discutidas. (Figura 45).

Campos de aplicação e limitações

Aplicável em alvenarias de pedra, tijolo

maciço, mista, blocos de betão de celular;

Aplicável em edifícios de interesse histórico

ou artístico, ou edifícios classificados;

Não utilizar em paredes irregulares;

(…)

Figura 45 - Exemplo do campo campos de aplicação e limitações da ficha HUMITECNIC

3.3.8. REFERÊNCIAS

Por último, apresentam-se as referências relacionadas com a técnica de tratamento, indicando uma ou

várias empresas responsáveis pelo fornecimento da solução em causa.

Em certos casos como a ventilação da base das paredes, redução da secção absorvente e forra interior

fonte bibliográfica onde a técnica foi consultada por inexistência de entidades prestadoras destes

serviços.

A pertinência deste campo prende com a de disponibilizar a informação de como aceder a um

determinado sistema ou produto indicando a entidade de quem o comercializa. (Figura 46).

Referências: [43]

Figura 46 - Exemplo do campo referências da ficha HUMITECNIC

FICHAS/CATÁLOGO HUMITECNIC 3.4.

3.4.1. CATÁLOGO HUMITECNIC – DRENAGENS PERIFÉRICAS

Da consulta executada para a elaboração das fichas/catálogo de drenagens periféricas, resultou -se uma

vasta gama de soluções apresentadas pelas diferentes empresas da área.

A aplicação deste método consiste, tipicamente, na impermeabilização das paredes enterradas e

semienterradas, complementado pela adoção de um sistema de drenagem das águas acumuladas. A

impermeabilização evita o contato da parede com a água conduzindo-a ao dreno para eliminação

através de um colector de águas pluviais.

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39

Na elaboração das fichas/catálogo teve-se em linha de conta as várias soluções existentes para a

impermeabilização de paredes enterradas e semienterradas. Para a solução de drenagem não foi

elaborada uma ficha/catálogo uma vez que esta é referida, como um dos passos de aplicação, nos

métodos de impermeabilização.

Contudo, nota para a execução do sistema de drenagem das águas acumuladas orientado pelo princípio

de preenchimento da vala periférica com material do tipo inertes incoerentes de granulometria

diferenciada e colocação de um dreno.

Apesar de uma vasta gama de soluções são apresentas e realizadas cinco fichas a respeito dos produtos

utilizados. Este número é justificado pelo facto de a maioria das soluções disponibilizadas se basear,

fundamentalmente, em três grandes grupos de produtos: emulsões betuminosas; feltros betuminosos;

membranas em PEAD.

Apresenta-se na Figura 47, um índice ilustrativo, das fichas/catálogo para as drenagens periféricas

realizadas. Posteriormente apresenta-se as fichas elaboradas.

Drenagens periféricas Ref.:DP

- Emulsão betuminosa de base aquosa Ref.:DP-1

- Resinas sintéticas e emulsão betuminosa Ref.:DP-2

- Feltro betuminoso Ref.:DP-3

- Membrana protetora em PEAD com uma camada de

filtragem Ref.:DP-4

- Membrana alveolar com geotêxtil para drenagem Ref.:DP-5

Figura 47 – Índice ilustrativo das fichas/catálogos para as drenagens periféricas

- Membrana alveolar com geotêxtil para drenagem

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40

HUMITECNIC – IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:DP-1

Drenagens periféricas – Emulsão betuminosa de base aquosa

Descrição e características Aplicação

Emulsão de base aquosa de aspeto pastoso

solúvel em água;

Revestimento betuminoso para a

impermeabilização e proteção de paredes

enterradas;

Recomendável a associação desta solução com

um sistema de drenagem que incremente a

permeabilidade dos solos na envolvente aos

elementos intervencionados;

Quando se aplica mais que uma camada, deve

deixar se secar a primeira, antes de aplicar a

seguinte;

A aplicação dever ser realizada por duas

demãos cruzadas;

Não deixar exposto à ação direta de raios

solares, visto que não resiste a raios UV;

Não resiste à fissuração do suporte.

1. Realizar uma vala na periferia exterior do

edifício/parede;

2. Regularizar e apresentar o suporte duro, seco,

limpo e regularizado;

3. Eliminar sujidades do suporte e resíduos com

lavagem de alta pressão;

4. Misturar bem o produto com uma diluição com

água de 2/3 de produto e 1/3 de água;

5. Aplicar o produto com trincha, rolo, escova ou

pistola com um mínimo de 8 bar de pressão;

6. Aplicar a primeira camada;

7. Aplicar a segunda camada, depois de secar a

primeira camada;

8. Verificar a necessidade de uma terceira

camada em função da absorção do suporte;

9. Preencher a vala periférica com material do

tipos inertes incoerentes de granulometria

diferenciada e colocação do dreno.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Preto;

Massa volúmica (a 25ºC): 980 a 1040 kg/m3;

Extrato seco:> 50% em peso;

Teor em água: <50% em peso;

Tempo de secagem: <24 horas;

Temperatura de aplicação: +10ºC a +35ºC;

Resistente: até +100ºC;

Flexível: a 0ºC.

Impermeabilização e proteção de paredes de

betão, reboco, fibrocimento, metal ou madeiras

enterradas;

Não aplicar diretamente sobre alvenaria de

tijolos ou blocos;

Recomendável desde que exista uma

conveniente drenagem;

Manutenção e reparação de antigas

impermeabilizações;

Não aplicar para substituir membranas de

impermeabilização rasgadas;

Não aplicar sobre suportes gelados ou com

risco de gelar nas 24 horas seguintes à sua

aplicação;

Não aplicar quando é necessária uma elevada

elasticidade.

Referências : [21,22,23,24]

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41

HUMITECNIC – IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:DP-2

Drenagens periféricas – Resinas sintéticas e emulsão betuminosa

Descrição e características Aplicação

Pasta betuminosa flexível de elevado

rendimento que impermeabiliza pelo exterior

paredes enterradas;

Recomendável a associação desta solução com

um sistema de drenagem que incremente a

permeabilidade dos solos na envolvente aos

elementos intervencionados;

Produto pronto a aplicar;

Boa trabalhabilidade e rendimento;

Para efetuar a impermeabilização intercalar

por baixo de betonilhas, aplicar filme de

polietileno em 2 camadas, como camada de

proteção e dessolidarização;

Para melhorar a consistência e evitar alguma

sedimentação, pode-se efetuar uma mistura

inicial manual;

Quando aplicado em pontos sensíveis deve ser

reforçado com fibra de vidro antialcalina, bem

esticada e com sobreposições adequadas, logo

após a primeira camada e enquanto o produto

está fresco.

1. Realizar uma vala na periferia exterior do

edifício/parede;

2. Apresentar o suporte duro, seco, limpo e

regularizado;

3. Eliminar as sujidades do suporte e resíduos

com lavagem de alta pressão;

4. Aplicar uma primeira de mão diluída para

suportes muito porosos, com uma relação de

1L de produto para 5L de água;

5. Aplicar a segunda camada, depois de secar a

primeira camada;

6. Preencher a vala periférica com material do

tipo incoerente de granulometria diferenciada e

colocação de dreno.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Preto;

Densidade: 650 kg/m3;

Consistência: Pastoso preto;

Temperaturas de aplicação: +5ºC a +35ºC;

Consumo: 3 a 4 litros/m2 (3 a 4 mm de

espessura);

Tempo de secagem para revestir: 3 dias;

Tempo de espera entre camadas: 3 horas.

Impermeabilização de fundações, muros de

contenção de terras e paredes de caves;

Impermeabilização de suportes de betão,

alvenarias ou à base de cimentos;

Associar com um sistema de drenagem;

Manutenção e reparação de antigas

impermeabilizações; Para suportes verticais e horizontais; Não se deve aplicar em pleno sol ou com o

suporte quente, nem com chuva; Não aplicar com gelo sobre superfícies geladas

ou em risco de gelar nas 24 horas seguintes; Em locais subterrâneos, assegurar a ventilação,

para evitar condensações.

Referências : [22]

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42

HUMITECNIC – IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:DP-3

Drenagens periféricas – Feltro betuminoso

Descrição e características Aplicação

Membrana autoadesiva de impermeabilização

de betume/borracha, para aplicação a frio, com

cobertura em película de polietileno dupla

laminada, de elevada resistência à ruptura;

Recomendável a associação desta solução com

um sistema de drenagem que incremente a

permeabilidade dos solos na envolvente aos

elementos intervencionados;

Aplicado a frio, não é necessário qualquer

soldadura com ar quente ou gás propano;

Membrana altamente flexível, imediatamente

impermeável, resistente à chuva e acompanha

as fissuras;

O material é adequado como barreira contra o

aparecimento de humidade e também como

uma barreira por baixo de mestras contra o

vapor de água que aparece do solo;

Em casos de suportes muito absorventes, uma

segunda camada de primário betuminoso pode

ser necessária.

1. Realizar uma vala em redor do edifício/parede;

2. Apresentar o suporte duro, seco, limpo e

regularizado, com as juntas niveladas e

fechadas;

3. Aplicar um primário betuminoso;

4. Aplicar a membrana, no mesmo dia, depois da

camada de primário estar completamente seca;

5. Selar todos os cantos externos salientes, com

peças de membrana pré-cortadas;

6. Aplicar a membrana, de baixo para cima,

removendo o papel de proteção e fazendo

pressão na membrana contra o suporte,

sobrepondo o bordo da membrana anterior em

10 cm;

7. Pressionar firmemente todas as áreas

sobrepostas da membrana com ajuda de um

rolo;

8. Cobrir todos os bordos e reparar

mecanicamente a extremidade superior para

evitar infiltrações;

9. Aplicar uma tela filtrante para proteger;

10. Preencher a vala periférica com material do

tipo incoerente de granulometria diferenciada e

colocação de dreno.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Rolo: 21 m2 x 1,5 mm x 20 m

Alongamento em ruptura do componente

Betuminoso: ~1200%

Retração:> 150%;

Resistência ao rasgo longitudinal: 56 N / 5 cm;

Resistência ao rasgo transversal: 50 N / 5 cm;

Aderência: 0,36 MPa;

Resistência à difusão de vapor de

água:~22000;

Resistência a cargas estáticas: > 20 kg;

Classificação de proteção ao fogo: B2.

Ideal para impermeabilizar superfícies

horizontais e verticais;

Pode ser utilizado para selar paredes de caves,

parques de estacionamentos subterrâneos,

muros de suporte, tetos de garagens, varandas

e terraços;

Associar com um sistema de drenagem;

Pode ser aplicado a todos os suportes;

Pode ser utilizado no interior e exterior;

Não aplicar a temperaturas abaixo de +5ºC.

Referências : [26,27]

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43

HUMITECNIC – IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:DP-4 Drenagens periféricas – Membrana protetora em PEAD com uma

camada de filtragem

Descrição e características Aplicação

Membrana protetora em PEAD com uma

camada de filtragem feita de liga de

polipropileno na parte da frente e um fole de

escorrimento montado na parte de trás;

Recomendável a associação desta solução com

um sistema de drenagem que incremente a

permeabilidade dos solos na envolvente aos

elementos intervencionados;

Através do espaço interior, as águas são retidas

e escorridas seguramente para os tubos de

drenagem na base;

Não apodrece com o tempo;

Mantem sempre a forma original;

É resistente a ácidos, alcalis, águas agressivas,

bactérias e fungos;

É totalmente inócuo a águas potáveis e possui

uma extraordinária resistência à compressão.

1. Realizar uma vala em redor do edifício/parede;

2. Apresentar o suporte duro, seco, limpo e

regularizado, com as juntas niveladas e

fechadas;

3. Aplicar a membrana diretamente sobre o

revestimento betuminoso;

4. Utilizar pregos de aço para fazer as ligações

nos topos;

5. Selar com filme selante espesso ou membrana

por cima do prego instalado;

6. Proteger as extremidades, com recurso a filme

selante espesso de betume fibrado e polímeros;

7. Sobrepor em cerca de 5 cm o selante nas

laterais;

8. Cortar a malha de drenagem, na zona do

rodapé meia-cana, de forma a poder dobrar e

encaixar na curvatura em direção à base da

parede e em direção ao solo;

9. Ligar o sistema drenante a um tubo de

drenagem;

10. Preencher a vala periférica com material do

tipo incoerente de granulometria diferenciada.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Azul;

Peso da área: ~0,7 kg/m2;

Força compressiva: ~0,4 MPa;

Espessura:~8 mm;

Volume de ar no interior: ~5,5 L/m2;

Capacidade de drenagem de água:~3,3 L/(m x

s);

Resistência à temperatura: -30ºC a +80ºC.

Proteção de paredes enterradas e fundações

depois da aplicação de revestimentos

impermeabilizantes, como telas betuminosas; Associar com um sistema de drenagem;

Usado para drenar solos não coesos.

Referências : [28]

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

44

HUMITECNIC – IMPEDIR O ACESSO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:DP-5 Drenagens periféricas – Membrana alveolar com geotêxtil para

drenagem

Descrição e características Aplicação

Membrana de polietileno de alta densidade

(PEAD) com uma manta de geotêxtil em

poliprolipeno (PP) incorporada na face

alveolar;

Recomendável a associação desta solução com

um sistema de drenagem que incremente a

permeabilidade dos solos na envolvente aos

elementos intervencionados;

A lâmina é preta e o geotêxtil é branco;

Drena a água presente nos solos impedindo o

contato com a parede;

Distribui uniformemente a tensão exercida dos

solos;

Boa capacidade de filtragem;

Boa resistência à tração;

Boa resistência aos agentes químicos;

Excelente capacidade de drenagem;

Não contamina a água potável;

É normalmente fornecida em paletes de 6 rolos

de 2 m x 20 m.

1. Realizar uma vala em redor do edifício/parede;

2. Encostar à estrutura a proteger com o geotêxtil

virado para fora;

3. Pregar a membrana pelo bordo superior, de 50

em 50 cm, usando para tal cones e pregos

adequados para o efeito;

4. Fixar perfis em PEAD para garantir a proteção

da parte superior da lâmina, evitando

infiltrações;

5. Sobrepor as membranas de 10 a 20 cm e se

necessário, selar com cinta asfáltica

autoadesiva;

6. Colocar um tubo de drenagem na base para

escoamento de águas;

7. Preencher a vala periférica com material do

tipo incoerente de granulometria diferenciada.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Peso: Lâmina:~ 0,61 kg/m2

Geotêxtil:~ 0,11 kg/m2;

Espessura: Lâmina:~0,6 mm

Geotêxtil:~0,85 mm;

Altura dos alvéolos:~ 8 mm;

Volume de ar: ~5,7 L/m2;

Resistência à compressão: ~0,200 MPa;

Resistência à tração: Lâmina:~ 250 N/5cm

Geotêxtil:~310 N/5cm.

Proteção de paredes enterradas e fundações;

Drenagem e ventilação;

Associar com um sistema de drenagem;

Aplicável quando a envolvente a permite.

Referências : [29,30,31]

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45

3.4.2. CATÁLOGOS HUMITECNIC – TUBOS DE AREJAMENTO

Na técnica de tratamento baseada na instalação de tubos de arejamento foram realizadas 3 fichas a

respeito dessa mesma intervenção.

Os tubos de arejamento no mercado nacional não apresentam fornecedores com disponibilidade de

soluções, sendo, por isso, necessário procurar no mercado internacional, uma vez que a utilização

desta solução é mais frequente na Europa Central.

Os tubos disponibilizados caraterizam-se na sua maioria por elementos de cerâmica muito porosa ou

por tubos de plástico com vários orifícios, aumentando a capacidade de evaporação da parede com a

criação de um processo contínuo de condução do ar húmido para o exterior.

Para além destes dois tipos de tubos, na Holanda, foi desenvolvido recentemente um sistema de acordo

com os mesmos princípios de intervenção dos tubos de arejamento apresentando algumas diferenças

que permitem aumentar a sua eficácia em comparação aos anteriores.

Apresenta-se na Figura 48, um índice ilustrativo, das fichas/catálogo para os tubos de arejamento

realizadas. Posteriormente apresenta-se as fichas elaboradas.

Tubos de arejamento Ref.:TA

- Tubos cerâmicos porosos Ref.:TA-1

- Tubos de PVC perfurado Ref.:TA-2

- Elemento de pedra com tubo de cerâmica Ref.:TA-3

Figura 48 - Índice ilustrativo das fichas/catálogo para os tubos de arejamento

3.4.3. CATÁLOGOS HUMITECNIC – ELETRO-OSMOSE

Na técnica de tratamento baseada na instalação de um sistema de eletro-osmose, não foi possível

apresentar grandes resultados a respeito de quantidade de fichas. Como se trata de uma técnica com

eficácia limitada a disponibilidade de soluções não é muito ampla.

A recolha de informação a respeito de sistemas de eletro-osmose ativa devolveu duas metodologias,

no entanto, e devido ao elevado grau de semelhança que apresentavam, não se justificou a realização

de duas fichas.

Apresenta-se na Figura 49, um índice ilustrativo, da ficha/catálogo para a eletro-osmose realizada.

Posteriormente apresenta-se a ficha elaborada.

Eletro-osmose Ref.:EO

- Eletro-osmose ativa Ref.:EO-1

Figura 49 - Índice ilustrativo da ficha/catálogo para a eletro-osmose

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HUMITECNIC – RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO NAS PAREDES

Ref.:TA-1

Tubos de arejamento – Tubos cerâmicos porosos

Descrição e características Aplicação

Absorvem a água da alvenaria e da argamassa

em torno do tubo;

Instala-se próximo da base da parede afetada,

de forma limpa e eficaz para travar a humidade

ascensional;

Constituídos por um tubo e uma tampa de

ventilação, por onde o vapor de água se liberta;

Os tubos disponíveis no mercado encontram-se

de 7, 15 e 22 centímetros de comprimento;

As tampas de ventilação têm à disponibilidade

4 cores à escolha, preta, branca, pedra e

terracota, escolhendo de acordo com as

características da parede a tratar;

Instalação segura, limpa, sem odores

desagradáveis, sem produtos químicos ou

ruído excessivo;

Sem custos de manutenção e funcionamento.

1. Marcar um padrão de espaçamento e nivelados

de 36 a 40 cm, este espaçamento é importante

por questões estéticas;

2. Fazer um furo com uma ligeira inclinação de 5

graus, a partir da horizontal com pendente para

o exterior, no mesmo nível da humidade

ascensional se possível;

3. Limpar o buraco e garantir que não exista

dificuldades para a inserção do tubo;

4. Fixar o tubo com argamassa de areia lavada

limpa e cimento Portland, numa proporção de

9 para 1.

Representação

Campos de aplicação e limitações

Edifícios novos sem técnicas de impermeabilização;

Edifício em que a técnica de impermeabilização original tenha falhado e não consiga mais prevenir a

humidade ascensional;

Não aconselhável a aplicação em edifícios com grande valor arquitectónico, por alterar a estética do

edifício;

Não aconselhável a aplicação em paredes demasiado espessas;

Não aconselhável a aplicação na presença de sais, pois podem degradar o tubo.

Referências : [8]

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47

HUMITECNIC – RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO NAS PAREDES

Ref.:TA-2

Tubos de arejamento – Tubos de PVC perfurado

Descrição e características Aplicação

Estes sifões atmosféricos são tubos inclinados

em PVC perfurado, que se introduzem nas

paredes, aproximadamente 6 a 7 por metro

linear;

No interior dos tubos cria-se um fluxo de ar,

onde o ar húmido é substituído pelo ar seco,

seca-se a parede e evapora-se a humidade

ascensional;

A cabeça do tubo tem um diâmetro de 3,5 cm e

o comprimento total é de 30 cm, sendo que

pode ser cortado, para adaptar a todo o tipo de

espessuras da parede;

Não tem produtos químicos;

Fácil e rápida instalação, não requer

manutenção;

Solução económica e não necessita de pessoal

especializado para a sua instalação;

A parte exterior do tubo pode ser pintada da

mesma cor da parede;

Os furos devem apresentar uma inclinação de

25 a 30 a partir da horizontal.

1. Marcar onde se pretende fazer os furos na

parede;

2. Em paredes com espessura inferior a 40 cm é

suficiente uma única fila de tubos com uma

distância de 15 cm entre eles;

3. Em paredes com espessura superior a 40 cm

uma segunda linha é necessária a 10-12 cm,

em cima com uma distância de 20 cm;

4. Perfurar a parede com um diâmetro de 18 mm

e comprimento de 2/3 da espessura da parede;

5. Limpar o pó produzido pela perfuração;

6. Colocar os tubos e fixá-los com silicone;

7. Se for necessário, pintar a parte exterior dos

tubos.

Representação

Campos de aplicação e limitações

Edifícios novos sem técnicas de impermeabilização;

Edifício em que a técnica de impermeabilização original tenha falhado e não consiga mais prevenir a

humidade ascensional;

Não aconselhável a aplicação em edifícios com grande valor arquitectónico, por alterar a estética do

edifício;

Aplicável no interior e exterior;

Não aconselhável a aplicação em paredes demasiado espessas;

Não aconselhável a aplicação na presença de sais, pois podem degradar o tubo.

Referências : [32]

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48

HUMITECNIC – RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO NAS PAREDES

Ref.:TA-3

Tubos de arejamento – Elemento de pedra com tubo de

cerâmica Patenteado

Descrição e características Aplicação

Através da abertura de um elemento, o ar seco

flui no sistema, esse ar é transmitido ao tubo

de cerâmica e às câmaras-de-ar;

Com uma segunda abertura cria-se uma

circulação de ar extraindo a humidade para o

exterior;

Com este método de ventilação natural, a

humidade será constantemente extraída do

edifício;

A quantidade de humidade extraída depende

das condições atmosféricas e velocidade do

vento;

O sistema é natural e uma boa solução para o

meio ambiente, por não incluir substâncias

químicas e não envolve grandes trabalhos de

construção;

Todo o trabalho é realizado no exterior;

Excepto situações em que se tem que verificar

se o ar circula no elemento, não necessitam de

manutenção;

Os elementos possuem várias cores e pode ser

adaptada consoante a necessidade do cliente.

1. Executar furos na base da parede exterior,

aproximadamente 2 a 3 por metro, com

profundidade dependente do tipo de parede;

2. Limpar os furos;

3. Fixar o elemento de pedra no furo, e

posteriormente colocar o elemento de

cerâmica;

4. O sistema começa a trabalhar imediatamente

após a colocação.

Representação

Campos de aplicação e limitações

Edifícios com e sem isolamento;

Edifícios novos e antigos;

Não aconselhável a aplicação em edifícios com grande valor arquitectónico, por alterar a estética do

edifício;

Não aconselhável para paredes degradadas, pois é concebido para ser aplicável a paredes intatas;

Não aplicável no interior;

Não aconselhável a aplicação em paredes demasiado espessas;

Referências : [9]

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49

HUMITECNIC – RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO NAS PAREDES

Ref.:E0-1

Eletro-osmose ativa

Descrição e características Aplicação

O sistema, através de uma unidade de controlo

de potência, provoca um pequeno e

perfeitamente segura corrente elétrica na

parede logo acima do nível do solo através de

uma série de ânodos de titânio inseridos na

parede afetada;

Repele as crescentes moléculas de humidade

na parede, conduzindo para o cátodo enterrado

no chão;

Enquanto a pequena carga positiva é mantida

as paredes permanecem secas e livre de

humidade;

O dispositivo de unidade de controlo também

funciona como um medidor de humidade,

provocando alterações na corrente e na

voltagem, consoante o nível de humidade;

Simples instalação, com pouca perturbação na

estrutura do edifício;

Praticamente firme;

Imediatamente eficaz.

1. Remover o reboco afetado pela humidade

ascensional;

2. Perfurar na alvenaria, uma série de pequenos

orifícios no exterior ou interior, um pouco

acima do nível do solo, com um intervalo de

cerca um metro;

3. Inserir os ânodos nos orifícios;

4. Conectar o circuito de ânodo à unidade de

controlo;

5. Fixar a unidade de controlo na parede,

localizado perto de uma tomada elétrica;

6. Instalar o cátodo no solo, pelo menos dois

metros de distância de qualquer ânodo e mais

baixo que o ânodo mais baixo instalado;

7. Conectar o cátodo à unidade de controlo;

8. Instalar a unidade de controlo e inicia-se o

funcionamento;

9. Aplicar novo reboco no removido, ocultando a

instalação do sistema, expondo apenas a

unidade de controlo.

Esquema

Campos de aplicação e limitações

Aplicável a qualquer tipo de espessura e heterogeneidade de parede;

Aplicável em ambos os lados da parede;

Aplicável em paredes com cavidade;

Tratamento de edifícios e monumentos históricos em tijolo e/ou pedra à vista;

Aplicável um máximo de 100 ânodos por unidade de controlo;

Em casos que se exceda o número máximo de ânodos, a instalação deve ser divida em duas ou três

partes iguais e cada sistema deve ser tratado como um sistema individual;

Para assegurar a eficácia de tratamento não se recomenda uma instalação inferior a 10 ânodos.

Referências : [12,33]

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50

3.4.4. CATÁLOGOS HUMITECNIC – IMPULSO ELETRÓNICO

Para a técnica de tratamento baseada na instalação de um sistema de impulsos eletrónicos a consulta

do mercado não se revelou grande disponibilidade de soluções. Tal deve-se ao facto de esta técnica ser

relativamente recente e por isso pouco conhecida.

Foram encontradas três soluções disponibilizadas por entidades diferentes, mas como se trata de um

método simples de execução com instalação de uma ou mais unidades pequenas que geram um campo

magnético fraco secando a parede, a sua diferença é irrelevante para realizar fichas diferenciando as

técnica de tratamento.

Apresenta-se na Figura 50, um índice ilustrativo, da ficha/catálogo para o impulso eletrónico realizada.

Posteriormente apresenta-se a ficha elaborada.

Impulso eletrónico Ref.:IE

- Impulso eletrónico Ref.:IE-1

Figura 50 - Índice ilustrativo da ficha/catálogo para o impulso eletrónico

3.4.5. CATÁLOGOS HUMITECNIC – REDUÇÃO DA SECÇÃO ABSORVENTE

Na técnica de tratamento baseada na redução da secção absorvente a pesquisa no mercado não

apresentou resultados, por se tratar de uma solução não correntemente utilizada. Esta apresenta

alterações arquitectónicas e condicionantes estruturais que condicionam a sua aplicação.

A informação utilizada para a construção do catálogo advém da consulta de material bibliográfico

como livros [1] e/ou dissertações [3,10] que documentam a sua metodologia de execução.

Apresenta-se na Figura 51, um índice ilustrativo, da ficha/catálogo para a redução da secção absorvente

realizada. Posteriormente apresenta-se a ficha elaborada.

Redução da secção absorvente Ref.:RS

- Redução da secção absorvente Ref.:RS-1

Figura 51 – Índice ilustrativo da ficha/catálogo para a redução da secção absorvente

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51

HUMITECNIC – RETIRAR A ÁGUA EM EXCESSO NAS PAREDES

Ref.:IE-1

Impulso eletrónico

Descrição e características Aplicação

É uma unidade pequena, ligado ao sistema de

220 volts, que gera um campo magnético

fraco;

Os impulsos electrónicos induzem a

despolarização da água, secando as paredes,

devido aos iões positivos da água serem

atraídos no sentido das partículas negativas nas

profundezas do solo exterior a casa;

As paredes secam e o efeito evita que a

humidade se instale;

O sistema é parte integrante da casa e deverá

estar em permanente funcionamento,

exceptuando-se curtas interrupções;

O sistema deve ser monitorizado e verificado

por pessoal especializado;

Não necessita de obras, sem escavações, sem

perfurações, sem movimentos de terra, sem

reparações no reboco e na pintura;

Operação contínua sem manutenção;

Efeito elevado de desumidificação;

Um ambiente mais saudável, não poluente;

Económico;

Todas as divisões da habitação permanecem

em plena utilização;

Eficaz num raio horizontal de até 12 metros e

um raio vertical de 50 cm acima da unidade

instalada e 8 a 12 metros abaixo.

1. Instalar um ou mais dispositivos de acordo

com o seu raio de alcance, realizada por um

técnico especializado, ligado à instalação

elétrica da casa.

Esquema

Campos de aplicação e limitações

Aplicável a qualquer tipo de espessura e heterogeneidade de parede;

Tratamento de monumentos históricos e hospitais, resultando num ambiente seco e saudável;

Para garantir eficácia do tratamento, pode ser necessário instalar mais dispositivos.

Referências : [13,33,34]

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:RS-1

Redução da secção absorvente

Descrição e características Aplicação

Reduzir a secção absorvente, substituindo

parte do material por espaços vazios; A água absorvida evapora-se mais facilmente

através dos espaços de ar criados; Diminui a migração de humidade por ascensão

capilar; Foi concebida para resolver problemas de

humidade ascensional na Igreja S. Luís dos

Franceses em Roma, em que foi realizada uma

série de arcos apoiados em colunas, nas quais

os materiais de origem foram substituídos por

pedra impermeável; Não é correntemente utilizada; Ideia interessante, embora pouco utilizada por

razões estéticas e estruturais.

1. Criar alguns espaços de ar na base da parede

afetada pela humidade ascensional, sem

influenciar a estabilidade do edifício;

2. Recobrir o perímetro do espaço de ar com

materiais permeáveis para ajudar na

evaporação da água;

3. Revestir o espaço de ar com uma rede, para

proteger contra entrada de animais e insetos.

Representação

Campos de aplicação e limitações

Edifícios e monumentos históricos em que seja possível criarem uma série de arcos apoiados em

colunas;

Introduz alterações na arquitetura do edifício; Não é compatível a nível estrutural.

Referências : [1]

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53

3.4.6. CATÁLOGOS HUMITECNIC – BARREIRAS FÍSICAS

As barreiras físicas apresentam-se como sistemas que impedem ascensão da água, caracterizando-se,

preferencialmente, como técnicas de prevenção de humidades e não como solução de intervenção para

paredes afectadas pela humidade ascensional. Limitações como custos elevados, vibrações, poeiras e a

dificuldade de aplicação condicionam o efeito corretivo deste sistema evidenciando o seu carácter

preventivo, por ter aplicação facilitada no momento da construção.

Posto isto, e devido ao carácter preventivos destes tratamentos, os produtos encontrados e

representados nos catálogos, viram o seu processo de aplicação sofrer algumas adaptações para

permitir a instalação do produto como medida corretiva.

A utilização de membranas de polietileno como barreira física revela-se como a mais utilizada e

representada no mercado. A membrana tri-camada, apesar de especialmente apropriada para a

prevenção de humidade na construção de paredes de betão, esta pode ser adaptada como medida

corretiva, desde que bem executada.

Apresenta-se na Figura 52, um índice ilustrativo, das fichas/catálogo para as barreiras físicas realizadas.

Posteriormente apresenta-se as fichas elaboradas.

Barreiras físicas Ref.:BF

- Membrana de Polietileno Ref.:BF-1

- Membrana tri-camada, com armadura de

poliéster, camada de polietileno e uma película

antiderrapante

Ref.:BF-2

Figura 52 – Índice ilustrativo das fichas/catálogo para as barreiras físicas

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BF-1

Barreira Física – Membrana de Polietileno

Descrição e características Aplicação

Impede a ascensão de água nas paredes de

alvenaria, através de fontes externas;

Logo após a sua aplicação, começa a atuar no

impedimento da ascensão da água na parede;

Fabricado a partir de materiais reciclados de

alta qualidade;

Relevo pronunciado para melhorar a aderência

da argamassa;

Mantem as características de flexibilidade em

baixas temperaturas;

Muito eficaz quando corretamente executado;

Mantem-se viável a baixa temperaturas.

1. Eliminar o reboco de revestimento;

2. Fazer um pequeno rasgo na parede de modo a

servir de guia à serra de corte;

3. Executar as aberturas na alvenaria em

pequenos troços a toda a espessura da

alvenaria;

4. Limpar as aberturas com ar comprimido para

assegurar a aderência da membrana

impermeabilizante;

5. Colocar a membrana de polietileno, deixando

3 a 4 cm sobressaírem para além do troço de

modo a assegurar a sobreposição das camadas

seguintes;

6. Preencher os espaços entre e a parede e a

camada com a injeção de argamassa hidrófugo,

para garantir boa aderência;

7. Repetir os mesmos passos para cada troço de

alvenaria, tendo o cuidado de sobrepor as

membranas de polietileno de modo a garantir a

continuidade;

8. Cortar as membranas sobrantes que ficam de

fora da parede e executar o acabamento final.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Comprimento do rolo: 30 m;

Espessura: 0,5mm;

Massa específica: 0,475 kg/m2;

Resistente a baixa temperaturas: - 40ºC;

Resistente ao fogo: Classe F.

Aplicável em paredes constituídas por

elementos regulares de pequena dimensão;

Aplicável a alvenarias de tijolo e blocos de

cimento;

Produção de vibrações consideráveis e

eventual instabilidade;

Difícil e morosa execução para reabilitação de

alvenarias existentes.

Referências : [35,36]

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref:BF-02 Barreira Física – Membrana tri-camada, com armadura de

poliéster, camada de polietileno e uma película antiderrapante

Descrição do produto Aplicação do produto

Impede a ascensão de água nas paredes de

alvenaria, através de fontes externas;

Muito flexível;

Instalação fácil em paredes de betão fresco

entre a fundação e parede;

Instalação difícil em paredes de betão que seja

necessário realizar cortes na parede;

Ajuda a reduzir humidades em caves e

presença de bolores.

1. Eliminar do reboco de revestimento;

2. Fazer uma pequena abertura na parede de

modo a servir de guia à serra de corte;

3. Executar as aberturas na alvenaria em

pequenos troços a toda a espessura da

alvenaria;

4. Limpar as aberturas com ar comprimido para

assegurar a aderência da membrana

impermeabilizante;

5. Colocar a membrana de polietileno, deixando

3 a 4 cm sobressaírem para além do troço de

modo a assegurar a sobreposição das camadas

seguintes;

6. Preencher os espaços entre e a parede e a

camada com a injeção de argamassa, para

garantir boa aderência;

7. Repetir os mesmos passos para cada troço de

alvenaria, tendo o cuidado de sobrepor as

membranas de modo a garantir a continuidade;

8. Cortar as membranas sobrantes que ficam de

fora da parede e executa-se o acabamento

final.

Representação do produto

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Azul;

Tamanho do rolo: 0,45x25 m;

Vida expectável:> 25 anos com temperaturas

do solo <20ºC.

Aplicável em paredes de betão, com boa

aderência à base do betão fresco;

Difícil execução e perda de eficácia para casos

de medida corretiva;

Ideal para caves totalmente isoladas;

Produção de vibrações consideráveis e

eventual instabilidade;

Difícil e morosa execução para reabilitação de

alvenarias existentes.

Referências: [37]

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3.4.7. CATÁLOGOS HUMITECNIC – BARREIRAS QUÍMICAS

A aplicação de barreiras químicas, devido á gama muito alargada de soluções disponibilizadas pelos

fabricantes destes produtos, apresentam uma grande variabilidade na composição química e aplicações

conforme as características da opção em análise.

O catálogo apresentado, com um total de 11 fichas, representam os diferentes tipos, mais comuns, de

barreiras químicas utilizadas no mercado da construção civil.

Estes produtos são organizados pelo método de aplicação: difusão, injeção e pistola de aplicação. Em

algumas situações o produto pode ser aplicado por qualquer um dos métodos de aplicação

referenciados, estando indicado, na ficha/catálogo respectiva, essa mesma informação.

A pistola de aplicação é o que apresenta menor quantidade de soluções por ser mais a exigente ao

nível das especificações dos produtos a utilizar como barreira química.

Apresenta-se na Figura 53, um índice ilustrativo, das fichas/catálogo para as barreiras químicas

realizadas. Posteriormente apresenta-se as fichas elaboradas.

Barreiras químicas

Difusão Ref.:BQ.D

- Resina Sintética liquida Ref.:BQ.D-1

- Líquido silicificante muito fino Ref.:BQ.D-2

- Resina à base de siloxanos Ref.:BQ.D-3

- Líquido à base de silicatos e resinas Ref.:BQ.D-4

- Resina à base de siloxano em solvente Ref.:BQ.D-5

Injeção Ref.:BQ.I

- Emulsão de silicone à base de silano e siloxano Ref.:BQ.I-1

- Resina líquida à base de siloxanos Ref.:BQ.I-2

- Hidrocarboneto com siloxanos oligômeros Ref.:BQ.I-3

- Resina de silano e siloxano Ref.:BQ.I-4

- Resina oligômeros de siloxano Ref.BQ.I-5

Pistola de aplicação Ref.:BQ.P

- Creme de emulsão de concentrado viscoso

silano/siloxano

Ref.:BQ.P-1

Figura 53 – Índice ilustrativo das fichas/catálogo para as barreiras químicas

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.D-1

Barreira química – Difusão – Resina Sintética liquida

Descrição e características Aplicação

Resina sintética liquida muito fina;

Penetra profundamente nos capilares e poros

mais pequenos, através de um sistema de

difusão;

Não pode ser diluída com água (água não é

solúvel);

Baixa densidade;

Tensão de superfície inferior à da água,

retirando-a dos capilares;

Cura do produto independente da secagem da

alvenaria, depois da cura permanece flexível;

Não se deteriora nem apodrece, atua de forma

neutra, reação rápida, imediatamente eficaz;

Resistente a ácidos, bases e sais;

Não causa a corrosão do aço;

Não é biodegradável, nem sensível ao gelo;

Penetra profundamente mesmo para os

menores capilares dos materiais de construção,

ficam revestidos e repelentes à água; Também pode ser aplicado usando o sistema

de injeção à baixa pressão; Em casos de elevados graus de humidade ou

em matérias de construção mais densos, pode

ser necessário mais tempo de exposição do

produto.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Perfurar horizontalmente na junta horizontal

inferior com profundidade de 5 cm a menos da

espessura da alvenaria;

4. Limpar os orifícios, com ar comprimido ou

água;

5. Cortar e colocar os condutores capilares nos

orifícios, com 7 cm a mais do que a

profundidade do orifício;

6. Encher o tanque de abastecimento com água

duas vezes, em intervalos curtos, para obter

uma dilatação rápida dos condutores capilares;

7. Colocar o cartucho de resina sintética liquida,

após 15 minutos, no dispositivo de fixação do

ângulo de sução, para que o tanque de

abastecimento fique cheio com a resina;

8. Remover os cartuchos, após 24-28 horas;

9. Depois de aplicado, os condutores capilares

podem permanecer na alvenaria, sendo que as

extremidades salientes devem ser cortadas,

para selagem dos orifícios.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Densidade: 0,76 kg/cm3;

Tipo de efeito: adstringente / hidrofóbico;

Viscosidade: 1,2 mPa.s;

Tensão da superfície: ~ 0,024 N/m.

Aplicável no interior e/ou exterior;

Aplicável com elevados graus de penetração

de humidade e contaminação de sais;

Possível aplicação mesmo em temperaturas

abaixo de +5ºC;

O substrato tratado não precisa de ser alcalino

para o material reagir;

Aplicado em tijolo furado e fendilhado ou

alvenaria oca, sem ter que preencher os vazios

de antemão.

Referências : [38]

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

58

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.D-2

Barreira química – Difusão – Líquido silicificante muito fino

Descrição e características Aplicação

Liquido silicificante muito fino, de penetração

profunda com um efeito de hidrofobização;

Veda de forma eficaz contra a humidade

ascensional;

O material é injetado através de furos na

alvenaria;

Espalha-se pelos capilares do material de

construção e reage formando compostos

insolúveis e hidrófobos;

Fortalece de forma considerável os elementos

de construção danificados;

Não ataca as armaduras;

Consumo depende da absorvência da

alvenaria, aproximadamente 0,1 kg por cm de

espessura da parede por metro de parede; Em casos de elevados graus de humidade ou

em matérias de construção mais densos, pode

ser necessário mais tempo de exposição do

produto.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Perfurar horizontalmente na base da parede

com profundidade de 5 cm a menos da

espessura da alvenaria;

4. Limpar os orifícios, com ar comprimido ou

água;

5. Cortar e colocar os condutores capilares nos

orifícios, com 7 cm a mais do que a

profundidade do orifício;

6. Encher o tanque de abastecimento com água

duas vezes em intervalos curtos para obter uma

dilatação rápida dos condutores capilares.

7. Colocar o cartucho do líquido silicificante,

após 15 minutos, no dispositivo de fixação do

ângulo de sução, para que o tanque de

abastecimento fique cheio com o líquido;

8. Remover os cartuchos, após 24-28 horas;

9. Depois de aplicado, os condutores capilares

podem permanecer na alvenaria, sendo que as

extremidades salientes devem ser cortadas,

para selagem dos orifícios.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Densidade: 1,16 g/cm3;

Tipo de efeito: hidrofobização de paredes

porosas;

Viscosidade:~ 80 mPa.s;

pH: ~11.

Selar alvenarias contra humidade ascensional

até um nível de dano de aprox. 1% (por massa)

de teor de sais e 50% de teor de humidade

(aprox. 5 a 8 % de teor de água por massa);

Aplicável a todos os tipos de alvenaria excepto

as que contêm argamassas de argila.

Referências : [39]

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59

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.D-3

Barreira química – Difusão – Resina à base de siloxanos

Descrição e características Aplicação

Forma uma barreira química que

controla/detém a passagem vertical de

humidade proveniente do solo;

Aplicado por gravidade, não necessita de

equipamentos de pressão;

Evita o aparecimento de eflorescências na

superfície das paredes e evitar danos nos

produtos de acabamento;

Penetra nos suportes, mesmo naqueles que

apresentem níveis de humidade elevados;

O hidrofugante entra nos capilares mais finos,

independentemente da espessura da parede;

A quantidade a utilizar depende da espessura,

grau de humidade e da porosidade da parede;

A reação do produto com o suporte ocorre

após 4 a 10 semanas;

Aplicação fácil e sem necessidade de mão-de-

obra especializada;

As perfurações devem ser executadas nas

juntas, pois a dispersão é mais efetiva por estas

terem maior atividade capilar;

Resiste aos raios U.V. e à formação de sais;

Ventilar o local durante alguns dias.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Realizar horizontalmente a uma altura de 15

cm acima do solo, uma série de furos

distanciados de 10 cm, com um diâmetro de 10

a 12 mm, com uma inclinação de 45º;

4. Cortar o bico do cartucho e inserir nas

respetivas perfurações para injeção do produto;

5. Misturar bem o produto com água na

proporção 1 L de produto com 10 L de água;

6. Colocar o produto nos respetivos cartuchos;

7. O tempo de transfusão é variável dependendo

obviamente dos materiais, da porosidade e do

nível de saturação da própria parede, podendo

variar entre várias horas a dias;

8. Finalizado o processo de injeção da solução,

remover os cartuchos e preencher as

perfurações com argamassa.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Amarelo;

Massa volúmica: 980 kg/m3;

Viscosidade: 7 mm2/s;

pH: 6;

Ponto de inflamação: 25ºC.

Aplicável a qualquer tipo de material de

construção, cimento, pedra e alvenaria;

Executável em alvenarias não enterradas;

Em alvenarias parcialmente enterradas a

intervenção tem que ser sempre executada

acima do nível do terreno, cerca de 15 cm;

Aplicável no interior e exterior;

Paredes de elevada espessura é aconselhável a

execução de furos em ambos os lados.

Referências : [40]

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60

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.D-4 Barreira química – Difusão – Impermeabilizante liquido à

base de silicatos e resinas

Descrição e características Aplicação

Impermeabilizante liquido à base de silicatos e

resinas que, por efeito de cristalização, sela os

poros da alvenaria, impedindo a penetração da

água e, consequentemente, o aparecimento da

humidade; Forma-se um gel que após alguns dias, se

transforma num composto cristalino repelente

à água, dando à alvenaria uma resistência

adicional; Não necessita de mão-de-obra especializada; Possui excelente durabilidade, por se tratar de

um produto de base mineral; Não precisa que as estruturas estejam secas; O produto pode causar manchas em superfícies

porosas; As furações da mesma linha devem estar

distanciadas entre si, no máximo 15 cm,

intercalados com os da linha anterior.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar, desde o piso até a altura de 1 a 1,2 m;

2. Executar duas linhas de furos. A primeira a 10

cm do piso e a segunda a 20 cm;

3. Perfurar pelo menos 2/3 da espessura da

parede com inclinação de 45º;

4. Injetar água nos furos até a sua completa

saturação, com o auxílio de um funil;

5. Retirar o excesso de água dos furos, e

imediatamente injetar o produto;

6. Repetir a mesma operação até se atingir a

metade do consumo especificado;

7. Aguardar 3 dias e tapar os furos com

argamassa de cimento e areia, sem cal e

esperar pela secagem.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Acinzentada;

Densidade a 25ºC: 1,21 a 1,25 g/cm3;

Viscosidade de ford: 10 a 12,5 s;

Consumo: ~ 2 kg/ml.

Aplicável em paredes de alvenaria de tijolos

maciços.

Referências : [41]

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61

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.D-5 Barreira química – Difusão – Resina à base de siloxano em

solvente

Descrição e características Aplicação

Resina à base de siloxano em solvente,

utilizado como corte químico em alvenaria

afetada pela humidade ascensional; O produto resulta numa barreira química no

interior da alvenaria capaz de parar a ascensão

capilar; Rendimento de 8 litros por metro linear numa

parede de 50 cm de espessura; O rendimento pode ser alterado dependendo da

natureza e a consistência da parede; Produto pronto a utilizar não é diluído nem

necessita de ser misturado; A aplicação pode ser realizada por gravidade

ou por injeção a baixa pressão; O tempo de secagem é influenciado pelo nível

de humidade e temperatura; Não altera o apeto original da parede,

adequado para a reabilitação da parede; Não necessita de manutenção; Não é inflamável.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Perfurar horizontalmente na junta horizontal

inferior com um diâmetro de 14 mm, a uma

altura de 10 cm do solo, distanciados entre si,

com uma profundidade de 90% da espessura

da parede;

4. Limpar os orifícios, com ar comprimido ou

água;

5. Aplicar o produto nos orifícios por ação da

gravidade, até a absorção da quantidade

necessária;

6. Proceder à selagem de os orifícios, depois de

aplicado.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Transparente;

Aspeto: Liquido;

Odor: Solvente;

pH: 7;

Temperatura de aplicação: +5ºC a +35ºC;

Tempo de secagem (T=20ºC; H.R.=40%): 30

dias.

Adequado para qualquer situação em que o

aspeto original da parede a ser tratado não

pode ser alterado;

No verão aplicar nas horas mais frescas do dia,

longe do sol;

Não aplicar com a ameaça iminente de chuva

ou gelo, ou com leve humidade relativa de

70%;

Não adicionar produtos de cimento ou

agregados.

Referências : [42]

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62

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.I-1 Barreira química – Injeção – Emulsão de silicone à base de

silano e siloxano

Descrição e características Aplicação

Barreira horizontal química que impede e

reduz consideravelmente a humidade

ascensional de elementos abaixo do nível do

solo;

Diluído com uma proporção de 1 L de lata de

produto com 15 a 19 L de água potável;

Após a preparação da mistura, tem que se

injetar o produto nas seguintes 24 horas;

Com as pequenas dimensões das partículas, a

mistura é capaz de penetrar bem na alvenaria

com humidade ascensional, através dos poros

capilares;

Forma uma barreira química hidrofugante

eficiente e durável;

Aplicado através de uma impregnação lenta

com injetores de baixa pressão ligado a uma

bomba adequada;

Pode também ser aplicado através de um

sistema lento de difusão;

Para paredes com espessura menor de 60 cm

pode ser aplicado em apenas um dos lados;

Para paredes com espessura maior de 60 cm,

aplicar nos dois lados da parede.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Realizar uma série de furos a uma distância de

15 a 20 cm do pavimento ou do solo, com

diâmetro de 15 mm, um ângulo descendente

de 20º e uma profundidade de 2/3 a espessura

da parede;

4. Limpar os furos, com compressor de ar para

remover todos os resíduos de material;

5. Diluir o produto com água e misturar bem;

6. Injetar o produto com uma pequena pressão

(máximo 1bar), utilizando uma bomba

pneumática, até que esteja bem saturado;

7. Remover os injetores e esperar 3 a 4 semanas

para que a humidade, na alvenaria acima da

área injetada, seja evaporada;

8. Depois de evaporado selar os orifícios, e

revestir a parede.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Amarelo acastanhado;

Aspeto: Liquido;

Dimensão das partículas: 0,02 -0,06 mm;

Densidade: 0,98 g/cm3;

Viscosidade (a 25ºC): 1-10 mPa.s;

Temperatura de aplicação: 0ºC a +30ºC;

Tempo de estabilidade: 24 horas;

Consumo:~8-9 kg/m de solução.

Aplicável em alvenarias de pedra, tijolo

maciço, mista, blocos de betão de celular;

Aplicável em edifícios de interesse histórico

ou artístico, ou edifícios classificados;

Aplicável em alvenaria construída

recentemente, desde que não seja de tijolos

perfurados;

Aplicável em alvenarias em que as barreiras

impermeabilizantes anteriores já não sejam

eficientes;

Não utilizar em paredes irregulares;

Preencher as cavidades internas antes de

aplicar.

Referências : [43]

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.I-2 Barreira química – Injeção – Resina liquida à base de

siloxanos

Descrição e características Aplicação

É uma resina líquida à base de siloxanos

concentrados sem solventes, que ao diluir-se

em água ativa-se, formando uma

microemulsão repelente á água, altamente

eficaz para formar uma barreira protetora face

à humidade por ascensão capilar;

Tratamento hidrofugante com injeção por

pressão, mas também pode ser aplicada por

gravidade;

Permite que a parede respire;

Não sela os poros;

Grande poder de penetração e dispersão em

paredes húmidas;

Não gera sais nem eflorescências, não altera o

acabamento da parede tratada;

Produto concentrado de grande rendimento;

Não contem solventes orgânicos, não é tóxico

e não é corrosivo;

É aconselhável usar uma pressão baixa,

permitindo um tempo mais longo de injeção.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 90 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Realizar uma série de furos, na base da

parede, espaçados de 10 a 12 cm no sentido

longitudinal com uma inclinação de 15 a 30º e

com uma profundidade igual à espessura da

parede menos 5cm;

4. Limpar os furos com ar comprimido;

5. Preparar a microemulsão com uma proporção

de produto: água de 1:10 a 1:15 e aplicar no

mesmo dia;

6. Aplicar o produto;

7. O tempo de injeção varia com as

características da parede;

8. Após 14 dias da injeção aplicar uma

argamassa macroporosa, para revestimento.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Âmbar;

Densidade: 0,95 g/cm3;

Viscosidade de ford: 15 s;

Ponto de inflamação: 25 ˚C;

Consumo estimado: 20 a 40 L/m2 de seção de

muro.

Materiais como cimento, betão leve, tijolos,

calcários, arenito, pedra natural e artificial

podem ser tratados com este produto;

Não adicionar agentes ou solventes, pois

podem afetar as propriedades do produto;

Aplicável sobre paredes de grande espessura e

com alto conteúdo de humidade;

Evitar trabalhar em espaços confinados, com

pouca ventilação.

Referências : [44]

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.I-3 Barreira química – Injeção – Hidrocarboneto com siloxanos

oligômeros

Descrição e características Aplicação

Solução com solvente (solvente não polar –

hidrocarboneto com teor em aromáticos

inferior a 16 %) contendo siloxanos

oligômeros com uma concentração de matéria

ativa de 10 %;

Forma-se uma barreira contínua hidrófoba na

base das paredes, secando e protegendo contra

a humidade ascensional;

Possui uma excelente capacidade de difusão,

garantindo uma boa penetração do material;

Evita as eflorescências de sais;

Impede a formação de musgo e fungos;

Alta resistência contra soluções alcalinas;

Ligeiramente inflamável;

Resistente aos UV;

A absorção depende da porosidade do suporte,

em geral 1,5 a 2 litros por metro linear e por

10 cm de espessura é suficiente para garantir o

tratamento.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Realizar uma série de furos, a uma altura

aproximada de 10 cm acima do pavimento,

com 12 mm de diâmetro espaçados de 10 a 15

cm no sentido longitudinal;

4. Furos com uma ligeira inclinação no sentido

descende e com uma espessura igual à

espessura da parede menos 7 cm;

5. Introduzir o produto sob pressão com um

tempo de injeção dependendo da porosidade,

espessura e teor de humidade da parede

existente;

6. Selar os furos posteriormente com argamassa

estanque;

7. Tardar o mais possível o reboco final após o

tratamento, de modo a permitir um intervalo

de tempo suficiente para que o produto possa

polimerizar (2 a 3 semanas) e a parede possa

secar (2 a 6 meses).

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Peso molecular: 400 a 700 g/mol;

Alta resistência aos alcalis;

Cura: 8 a 15 dias a 16ºC.

Materiais como cimento, betão leve, tijolos,

calcários, arenito, pedra natural e artificial

podem ser tratados com este produto;

Em caso de presença de nitratos, convém

efetuar análises para determinar a sua

concentração, no caso de verificar teores

elevados será necessário aumentar a sua

concentração;

Aplicar em espaços com ventilação suficiente,

para respirar o menos possível as emanações.

Referências : [45]

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65

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref:BQ.I-4

Barreira química – Injeção – Resina de silano e siloxano

Descrição e características Aplicação

Produto hidrófugo sem solvente com

microemulsão à base de resinas de silano e

siloxano;

Forma uma barreira impermeável a todas as

ascensões capilares, evita a formação de sais;

Produto concentrado, que terá que ser diluído;

Difusão homogénea no material;

Microporoso, deixa respirar o suporte;

Pode ser aplicado em suportes húmidos;

Paredes com espessuras inferiores a 25cm

utilizar buchas de 9 mm de diâmetro,

superiores a 25 mm utilizar de 18 mm.

Com furos bastante profundos acrescentar um

tubo perfurado em PVC de igual diâmetro ao

da bucha;

O tempo de saturação do suporte varia com a

espessura e natureza dos materiais, considera-

se que está saturada quando produto aparece à

superfície;

Em caso de porosidade forte ou de superfície

ocas, efetua-se duas linhas de injeção;

Durante a injeção pode acontecer uma queda

de pressão se a parede tiver zonas ocas.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Preparar a solução, com 7.5% de produto para

92,5% de água, homogeneizar muito bem o

produto, tempo de estabilidade da solução é de

24h;

4. Realizar horizontalmente, uma série de furos a

10 cm do solo, espaçados de 12 cm e de uma

profundidade igual a 2/3 de espessura da

parede;

5. Eliminar o pó através de insuflação de ar;

6. Introduzir as buchas nos buracos, sem

danificar o sistema antirretorno, através de um

martelo especial;

7. A injetar com ajuda de uma bomba e duma

pistola airless munida dum bico para fixar nas

buchas com sistema antirretorno;

8. A secagem varia entre 6 a 12 meses em função

da temperatura, humidade e espessura. Evitar

aplicar revestimentos impermeáveis ao vapor

nesse período.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Amarelado;

Aspeto: Acetinado;

Densidade: 0,98 (a 20ºC) g/cm3;

Viscosidade: 7 mm2/s;

pH: 6;

Sólidos em peso: 8,5 %;

Ponto de inflamação: 25ºC;

Rendimento: para paredes com 20 cm de

espessura é de 3L/m. Com 40 cm de espessura,

6 L/m.

Para paredes sólidas feitas de materiais

porosos, injetar até saturação do meio;

Para paredes sólidas feitas de matérias não

porosos, injetar apenas nas juntas em torno do

material para embrulhar cada bloco;

Para paredes com cavidades, injetar em cada

célula para saturar o fundo do material e as

juntas abaixo, em quantidades iguais;

Para paredes antigas, injetar até à saturação na

argamassa de ligação a vários blocos de pedra;

Para as paredes com espessura superior a 45

cm, tratar ambos os lados.

Referências : [46]

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66

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.I-5

Barreira química – Injeção – Resina oligômeros de siloxano

Descrição e características Aplicação

Liquido à base de uma mistura de 4 polímeros,

resinas oligômeros de siloxano reforçado com

um complexo organometalico na fase de

solvente desaromatizada;

Hidrófugo que cria uma barreira eficaz contra

a ascensão de água por capilaridade;

Excelente difusão dos materiais ativos, através

da utilização de um solvente com baixa

energia de superfície;

A sua mistura proporciona uma importante

migração no suporte e um alto poder de

penetração;

O consumo do produto varia de 1,5 a 2,5 litros

por metro linear de parede;

A barreira química começa a ser eficaz após

48 horas a sua injeção;

O tempo de secagem da parede varia de 6 a 12

meses, dependendo da natureza, espessura e

teor de humidade da parede;

Produto não biodegradável;

Resistente a ácidos e sais;

Reage sem formar sais nocivos

complementares.

Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

Realizar uma série de furos, na base da

parede, espaçados de 10 a 15 cm no sentido

longitudinal com uma ligeira inclinação

descente, com um diâmetro de 12 a 14 mm e

profundidade igual a ¾ da espessura da

parede;

Encaixar e apertar o injetor na entrada dos

orifícios realizados;

Injetar o produto, com uma pressão entre 1 a

2,5 bar, controlando continuamente o medidor

de fluxo de passagem;

Após a injeção do produto, selar os orifícios

com uma argamassa de cimento.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Aspeto: Liquido fluido vermelho;

Densidade: 0,80 g/cm3;

Ponto de inflamação: acima de 60ºC;

Viscosidade de brookfield: 5 cps;

Tensão superficial: 0,015 a 0,020 mN/m.

Materiais como cimento, betão leve, tijolos,

calcários, arenito, pedra natural e artificial

podem ser tratados com este produto;

Pode ser realizado no interior e exterior do

edifício;

Aplicável sobre paredes de grande espessura e

com alto conteúdo de humidade;

Evitar trabalhar em espaços confinados, com

pouca ventilação.

Referências : [47]

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67

HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:BQ.P-1 Barreira química – Pistola de aplicação – Creme de emulsão

de concentrado viscoso silano/siloxano

Descrição e características Aplicação

Creme de impermeabilização especial que se

introduz na argamassa a intervalos regulares,

injetando-o em buracos previamente feito,

difundindo-se a partir dai, solidifica-se para

criar uma barreira continua contra a água; Base aquosa, fórmula estável, baixa

toxicidade, não-inflamável e não-cáustico; Livre de solventes, elimina os odores

associados a certos tratamentos de

impermeabilização tradicionais; Não é injetado sobre pressão, instala-se

utilizando uma pistola simples; Maior velocidade e facilidade de aplicação; Derrames e sujidade virtualmente eliminados; Alto nível de ingrediente ativo,

proporcionando um tratamento mais uniforme

e completo; Fácil calcular quanto material foi usado, pois

não se perde fluido em fendas e fissuras.

1. Decapar os revestimentos antigos das paredes

a tratar a cerca de 50 cm acima da marca de

humidade;

2. Reparar todas as fissuras ou cavidades para

melhor distribuição do produto;

3. Perfurar a argamassa a intervalos de 120 mm

usando uma broca de 12 mm. A profundidade

dos buracos deve ter entre 10 a 20 mm a

menos da espessura total da parede afetada;

4. Limpar os buracos;

5. Retirar o bocal da pistola de aplicação e

insere-se o cartucho do produto;

6. Perfurar o cartucho;

7. Repor o bocal firmemente;

8. Inserir o bocal da pistola de aplicação até ao

fundo do primeiro buraco;

9. Premir o gatilho da pistola e preenche-se o

buraco até à distância de 1cm da superfície;

10. Preencher o resto dos buracos da mesma

forma.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Branco;

Odor: Fraco e característico;

pH: 8;

Ponte de inflamação: 74ºC;

Solubilidade: Miscível com água e álcool.

Paredes sólidas de tijolos ou pedra devem ser

tratadas apenas em lado e numa única

operação;

Paredes com cavidade devem ser tratadas pelos

dois lados, mas se a espessura não o permitir,

podem ser tratadas a partir de um lado;

Evitar trabalhar em espaços confinados, com

pouca ventilação;

Evitar ácidos fortes e agentes oxidantes.

Referências : [48,49]

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68

3.4.8. CATÁLOGOS HUMITECNIC – VENTILAÇÃO DA BASE DAS PAREDES

A informação utilizada para a construção de fichas/catálogo alusivos às técnicas de tratamento por

ventilação da base das paredes foi realizada com recurso a consulta de dissertações [17,50] que

abordam o referido tratamento.

A ventilação da base das paredes é distinguida pelo processo de execução. Este pode ser realizado

através de um processo de ventilação natural, mecânica de velocidade variável ou ventilação mecânica

higrorregulável. Estes processos de ventilação permitem a obtenção de três fichas/catálogo.

Relativamente à geometria e instalações dos sistemas, não há grande distinção quer se trate de

ventilação natural ou mecânica.

Apresenta-se na Figura 54, um índice ilustrativo, das fichas/catálogo para a ventilação da base das

paredes realizadas. Posteriormente apresenta-se as fichas elaboradas.

Ventilação da base das paredes Ref.:VB

- Ventilação natural Ref.:VB-1

- Ventilação mecânica de velocidade variável Ref.:VB-2

- Ventilação mecânica higrorregulável Ref.:VB-3

Figura 54 – Índice ilustrativo das fichas/catálogo para a ventilação da base das paredes

3.4.9. CATÁLOGOS HUMITECNIC – FORRA INTERIOR SEPARADA POR ESPAÇO DE AR

A recolha de informação da técnica de tratamento baseada na realização de uma forra interior separada

por espaço de ar, não devolveu resultados. A informação utilizada para a construção do catálogo

advém de fontes, exclusivamente bibliográficas, como livros [1] e/ou dissertações [3,10] que

documentam o sistema de tratamento.

Apresenta-se na Figura 55, um índice ilustrativo, da ficha/catálogo para redução da secção absorvente

realizada. Posteriormente apresenta-se a ficha elaborada.

Aplicação de forra interior separada por um espaço de ar Ref.:FI

- Forra interior separada por espaço de ar Ref.:FI-1

Figura 55 – Índice ilustrativo da ficha/catálogo para a forra interior separada por espaço de ar

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:VB-1

Ventilação da Base das paredes – Ventilação natural

Descrição e características Aplicação

Canais devidamente ventilados por processo

natural;

Possibilita a secagem da parede favorecendo a

evaporação de água;

Normalmente constituídos por pré-fabricado

de betão, com uma face aberta que fica em

contato com a parede afetada;

Circulação de ar por efeito do vento,

necessidade de estudo do seu percurso;

Necessita de uma boa drenagem de águas;

Deve ser impermeabilizado e protegido com

geotêxtil, para garantir estanqueidade;

A profundidade da colocação do canal deve ser

avaliada pelas exigências de estabilidade

estrutural.

1. Executar uma vala junto ao paramento exterior

das paredes do edifício, ao longo do perímetro

do edifico; 2. Remover o revestimento da base das paredes

onde é colocado o canal de ventilação, para

não constituir um impedimento ao processo de

evaporação; 3. Definir cuidadosamente o seu percurso,

nomeadamente na orientação e quantidade de

grelhas de admissão/extração de ar; 4. Executar caixas não visitáveis, em casos de

variações significativas da cota do canal; 5. Realizar uma caleira ao longo da envolvente

do edifício para evitar a acumulação de água

no canal; 6. Colocar uma primeira camada de betão

limpeza; 7. Fazer um orifício que atravessa o elemento

vertical da base do canal de ventilação, ligando

à caleira de drenagem; 8. Realizar a cota interior do canal com uma

ligeira inclinação no sentido do orifício; 9. Impermeabilizar e proteger com geotêxtil o

canal de ventilação, para garantir

estanqueidade; 10. Realizar a superfície superior do canal com

uma ligeira inclinação no sentido contrário ao

edifício, evitando que as águas escoam junto a

este.

Representação

Campos de aplicação e limitações

Aplicável em paredes com espessura considerável;

Aplicável em paredes com grande heterogeneidade;

Aplicável em edifícios antigos;

Aplicável em edifícios com valor Histórico e Patrimonial;

Preferencialmente utilizada quando a cota da fundação da parede é superior ao nível freático;

Só aplicável quando a envolvente a permite.

Referências : [1,17]

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:VB-2 Ventilação da Base das paredes – Ventilação mecânica de

velocidade variável

Descrição e características Aplicação

Tubos periféricos de betão perfurado, com

elevada permeabilidade ao vapor;

A circulação de ar é controlada por um

ventilador mecânico de velocidade variável,

que permite melhorar a secagem da base das

paredes extraindo a humidade do interior;

O motor de ventilação é normalmente

caraterizado por um helicentrífugo para

condutas circulares e a velocidade pode ser

modificada manualmente por intermédio de

um regulador eletrónico monofásico;

A ventilação é programada para funcionar em

determinado período com um determinado

caudal;

As tubagens contornam as paredes e permitem

a circulação do ar num só sentido;

A admissão e a extração de ar devem ser bem

posicionadas de modo a garantir a eficácia da

ventilação.

1. Levantar o pavimento do edifício;

2. Executar um canal de betão perfurado que

contorne o perímetro interior da parede;

3. Realizar as mudanças de direção com recurso a

manilhas de betão cortadas em cunha;

4. Realizar caixas em alvenaria de blocos de

betão, para vencer as variações significativas

da cota de tubagem;

5. Garantir a circulação de ar por um ventilador

mecânico de velocidade variável;

6. Realizar a ligação entre as condutas enterradas

e as aberturas de admissão de fachadas em

tubos de PVC rígido;

7. Realizar a ligação das manilhas de betão ao

motor por tubos e acessórios em PVC;

8. Realizar a admissão e extração de ar do

sistema através de uma abertura na fachada,

protegida por uma grelha;

9. Envolver a tubagem de betão é envolta em

brita e por um geotêxtil;

10. Impermeabilizar ao pavimento, através de

feltros betuminosos, e recolocar o pavimento.

Representação

Campos de aplicação e limitações

Aplicável em paredes com espessura considerável e grande heterogeneidade;

Aplicável em edifícios antigos com valor Histórico e Patrimonial;

Preferencialmente utilizada quando a cota da fundação da parede é superior ao nível freático;

Más condições atmosféricas condicionam a eficácia do sistema.

Referências : [17]

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HUMITECNIC – IMPEDIR A ASCENSÃO DA ÁGUA NAS PAREDES

Ref.:VB-3

Ventilação da Base das paredes – Ventilação mecânica

higrorregulável Patenteado

Descrição e características Aplicação

Tubos periféricos de betão perfurado, com

elevada permeabilidade ao vapor;

A circulação de ar é forçada por um

dispositivo mecânico higrorregulável, que

controla a extração de ar;

O dispositivo higrorregulavel inclui duas

sondas de humidade relativa e temperatura,

dois transmissores de humidade relativa e

temperatura e um módulo de controlo;

O dispositivo higrorregulavel, entra em

funcionamento sempre que a pressão de vapor

de água à entrada é inferior à saída;

Entra em funcionamento também se o limite

estabelecido de humidade relativa for

ultrapassado, de modo a reduzir a cristalização

de sais;

Os dispositivos do sistema devem ser

colocados em espaços de fácil acesso, para

proceder a ações de reparação, manutenção e

regulação do caudal de exaustão, em espaços

devidamente ventilados e protegidos da

entrada da água;

As tubagens contornam as paredes e permitem

a circulação do ar num só sentido;

A admissão e a extração de ar devem ser

posicionadas de forma a não permitir a

recirculação do ar.

1. Levantar o pavimento do edifício;

2. Executar um canal de betão perfurado que

contorna o perímetro interior da parede;

3. Realizar as mudanças de direção com recurso a

manilhas de betão cortadas em cunha;

4. Realizar caixas em alvenaria de blocos de

betão para ultrapassar as variações

significativas da cota de tubagem;

5. Garantir a circulação de ar por um sistema de

ventilação higrorregulável;

6. Instalação dos equipamentos num quadro

apropriado;

7. Realizar a ligação entre as condutas enterradas

e as aberturas de admissão de fachadas em

tubos de PVC rígido;

8. Realizar a admissão e extração de ar do

sistema através de uma abertura na fachada,

protegida por uma grelha;

9. Posicionar a sonda interior no interior da

tubagem de PVC rígido do sistema de

ventilação interior, dentro de um nicho

cilíndrico, a montante do ventilador mecânico

e fixo com recurso uma placa de poliestireno

extrudido;

10. Envolver a tubagem de betão em brita e por

geotêxtil;

11. Impermeabilizar o pavimento, através de

feltros betuminosos, e recolocar o pavimento.

Representação

Campos de aplicação e limitações

Aplicável em paredes com espessura considerável e grande heterogeneidade;

Aplicável em edifícios antigos com valor Histórico e Patrimonial;

Preferencialmente utilizada quando a cota da fundação da parede é superior ao nível freático.

Referências : [50]

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HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:FI-1

Forra interior separada por espaço de ar

Descrição e características Aplicação

Execução de uma forra interior paralela à

parede afetada pela humidade ascensional,

deixando entre elas um espaço vazio;

O contraventamento da parede deve ser

executado de forma a não permitir a passagem

de humidade para a parede nova;

A base da parede deve ser impermeável de

forma a não haver continuidade hídrica;

O espaço de ar entre as duas paredes, deve ser

ventilado para o exterior através de orifícios

localizados a diferentes níveis;

O espaço de ar pode ser ventilado por via

natural ou mecânica;

Assegura a salubridade do meio ambiente onde

se situa;

Permite ocultação de paredes com a presença

de humidade e sais higroscópicos;

Eficaz se corretamente executada.

1. Remover toda a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos revestimentos da

parede afetada, de forma a melhorar a

evaporação;

2. Executar furos de ventilação do espaço de ar, a

diferentes níveis, na parede afetada com as

respetivas grelhas de proteção no exterior;

3. Impermeabilizar a base da parede e do

pavimento da parede através de argamassas

com polímeros ou uma tela impermeabilizante;

4. Executar uma forra interior, de pequena

espessura, afastada de cerca de 10 cm sem que

exista algum contato com a parede afetada;

5. Revestir a forra interior.

Representação

Campos de aplicação e limitações

Aplicável sobre paredes de qualquer tipo, heterogeneidade e espessura;

Reduz área útil da habitação;

Não aplicável quando se pretende preservar a parede original pois oculta-a;

Obriga o ajuste de qualquer dispositivo aplicado na parede.

Referências : [1,10]

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3.4.10. CATÁLOGOS HUMITECNIC – APLICAÇÃO DE REVESTIMENTO COM POROSIDADE E POROMETRIA

CONTROLADA

A par das barreiras químicas, esta solução apresenta-se como das soluções com maior disponibilidade

no mercado, apresentando uma vasta gama de soluções para tratamento das humidades ascensionais,

permitindo a ocultação da anomalia.

Com um total de 9 tipos de argamassas com características e composição diferentes, o catálogo

apresenta produtos que permitem conciliar a ocultação da anomalia com o aumento a evaporação da

superfície, combatendo a presença de sais e contribuindo para melhorar o aspeto visual da parede.

Apresenta-se na Figura 56, um índice ilustrativo, das fichas/catálogo de revestimentos de paredes

realizadas. Posteriormente apresenta-se as fichas elaboradas.

Aplicação de revestimento com porosidade e

porometria controlada

Ref.:RP

- Argamassa macroporosa Ref.:RP-1

- Argamassa pré misturada, isenta de cimento, à

base de cal aérea e rica em sílica amorfa

Ref.:RP-2

- Argamassa pré misturada, em pó, constituída por

ligantes hidráulicos

Ref.:RP-3

- Argamassa de ligantes hidráulicos, compostos de

sílica, cargas aligeiradas e adjuvantes específicos

Ref.:RP-4

- Argamassa de ligantes hidráulicos, areias

siliciosas, cargas calcárias e ligeiras, adjuvantes

específicos e pigmentos minerais

Ref.:RP-5

- Argamassa com agregados de sílica com

granulometria fina

Ref.:RP-6

- Argamassa pré-misturada, reforçado por fibras,

com cortiça, argila, cargas diatomáceas e cal

hidráulica

Ref.:RP-7

- Argamassa de resina epoxídica Ref.:RP-8

Figura 56 – Índice ilustrativo das fichas/catálogo para os revestimentos de paredes

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HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:RP-1

Revestimento de paredes – Argamassa macroporosa

Descrição e características Aplicação

Argamassa seca, formulada a partir de ligantes

hidráulicos, agregados calcários e siliciosos e

adições, destinada à execução de rebocos

interiores e exteriores;

Elevada permeabilidade ao vapor de água;

Permite a acumulação de sais no seio da sua

estrutura, aumentando a durabilidade dos

revestimentos com esta patologia;

Pode ser aplicada projetada ou manualmente;

Com doseamento automático de água regular o

caudal mínimo de água que permita uma boa

trabalhabilidade;

Sem doseamento automático de água, na

proporção de 5,5 a 6,0 L de água por saco de

30 kg;

Não adicionar quaisquer produtos à argamassa;

Tempo de cura é de 28 dias;

Em tempo quente e/ou seco, deve humedecer-

se previamente o suporte, iniciando quando

este se encontrar seco;

Para melhores resultados, sempre que possível

tratar as paredes nas duas faces.

1. Remover a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos rebocos afetados até

pelo menos 50 cm acima da zona degradada e

limpar todos os suportes;

2. Amassar a argamassa com equipamento de

projeção com pré-amassadura do produto;

3. Aplicar com espessura de 2 a 3 cm, de forma a

garantir uma espessura de acumulação de sais;

4. Reforçar com redes metálicas ou em fibra de

vidro, quando necessário a realização de

espessuras superiores a 3 cm;

5. Regularizar a superfície final com o processo

corrente de talocha, preparando a superfície

para a recepção do acabamento.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Granulometria: < 2,0 mm

Água de amassadura: 19,5 ± 0,5%;

Consumo teórico: 15,0 kg/m2/cm;

Resistência à compressão: Classe CS IV;

Aderência ao tijolo e bloco: ≥ 0,2 MPa;

Módulo de elasticidade: 9000-12000 MPa;

Massa volúmica: 1500 ± 100 kg/m3;

Capilaridade: Classe W2;

Permeabilidade ao vapor de água: 5;

Reação ao fogo: Classe A1;

Condutibilidade térmica: 0,47 W.(m/K).

Tratamento de paredes com a presença de

humidade e sais higroscópicos;

Pode ser aplicado diretamente sobre suportes

de alvenaria de pedra antiga, tijolo cerâmico,

bloco de cimento e betão;

Não deve ser aplicado a temperaturas

ambientes e de suporte inferiores a 5ºC e

superiores a 30ºC;

A aplicação na presença de ventos fortes pode

provocar a fissuração do reboco. Deve-se

proteger os paramentos de modo a minimizar

os efeitos da ação do vento.

Referências : [51]

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HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:RP-2 Revestimento de paredes – Argamassa pré misturada, isenta

de cimento, à base de cal aérea e rica em sílica amorfa

Descrição e características Aplicação

Argamassa pré-misturada, em pó, isenta de

cimento, resistente aos sulfatos, à base de cal

aérea e um material pozolanico moderno de

origem inorgânica, particularmente rico em

sílica amorfa que confere ao sistema

propriedades hidráulicas na sequência da

formação de compostos de silico-aluminios;

Depois de misturado com água, transforma-se

numa argamassa de consistência, plástico-

fluida, facilmente trabalhável com colher de

pedreiro;

Aplicado como primeira camada na realização

de rebocos desumidificantes, transpirantes e

estruturais, permite melhorar a aderência,

uniformizando a absorção do suporte e

diminuído a transferência dos sais;

Reduz as pressões de cristalização;

Resistente às diversas agressões físico-

químicas;

Compatibilidade físico-mecânica com os

materiais existentes;

Elevada capacidade de favorecer a evaporação

de água absorvida pela alvenaria;

Aplicação manual fácil.

1. Remover a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos rebocos afetados até

pelo menos 50 cm acima da zona degradada e

limpar todos os suportes;

2. Reparar eventuais buracos ou

descontinuidades presentes na alvenaria;

3. Saturar a parede com água para melhorar a

aderência da argamassa e remover a água livre

em excesso;

4. Preparar o suporte com betoneira de copo,

quando o produto seja aplicado com colher de

pedreiro ou com máquina de rebocar de

mistura continua, é preferível a aplicação à

máquina para grandes superfícies;

5. Misturar numa proporção de 1 saco com o

produto de 5 kg com 5,5 L de água;

6. Chapiscar a parede a distância de cerca de 20

cm, de modo que o produto seja espalhado

uniformemente;

7. Aplicar a argamassa numa espessura de 5mm,

com cobertura total da parede a rebocar,

partindo da base da parede;

8. Aguardar a presa, antes de proceder com

aplicação do reboco pré escolhido,

desumidificante, transpirante ou estrutural.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Branco;

Dimensão máxima do agregado: 2,5 mm;

Massa volúmica aparente: 1250 kg/m3;

Resistência à compressão aos 28 dias:> 10

MPa;

Aderência ao suporte: ≥0,7 MPa;

Coeficiente de permeabilidade ao vapor de

água (µ): ≤ 30;

Condutibilidade térmica: 0,73 W/m.K;

Reação ao fogo: Classe E;

Temperatura de aplicação: +5ºC a +35ºC.

Reabilitação de alvenarias de valor histórico e

artístico, estruturas em pedra, tijolo e reboco

velhos à base de cal;

Na presença de humidade ascensional e sais

solúveis aplicar como primeira camada antes

de realizar o reboco desumidificante

macroporoso;

Não utilizar para realizar rebocos,

assentamentos ou como aguadas consolidantes

para a injetar nas estruturas;

Não adicionar aditivos, cimentos ou outros

ligantes.

Referências : [52]

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HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:RP-3 Revestimento de paredes – Argamassa pré misturada, em pó,

constituída por ligantes hidráulicos

Descrição e características Aplicação

Argamassa pré misturada, em pó, constituída

por ligantes hidráulicos resistentes aos

sulfatos, aditivos especiais, agentes

porogéneos e agregados naturais de

granulometria apropriada;

Argamassa a aplicar manualmente antes de

executar o reboco desumidificante;

Quando misturado com água, transforma-se

numa argamassa de consistência ligeiramente

fluida, facilmente aplicável com colher de

pedreiro;

Evita a transferência, para o reboco, de sais

solúveis como cloretos, sulfatos e nitratos,

como também para uniformizar a absorção do

suporte;

Ótima capacidade de favorecer a evaporação

da água ascendente da alvenaria, graças à

elevada porosidade;

Propriedades físico-mecânicas compatíveis

com as alvenarias correntes a restaurar;

Elevada resistência química ao ataque de sais

solúveis;

Baixo peso específico, que se traduz em

consumos reduzidos.

1. Remover a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos rebocos afetados até

pelo menos 50 cm acima da zona degradada e

limpar todos os suportes;

2. Reparar eventuais buracos ou

descontinuidades presentes na alvenaria com a

argamassa;

3. Saturar a parede com água para melhorar a

aderência da argamassa, deixar evaporar o

excesso de água livre em excesso;

4. Preparar em betoneira de copo, quando o

produto seja aplicado com colher de pedreiro

ou com máquina de rebocar de mistura

continua, é preferível a aplicação à máquina

para grandes superfícies;

5. Misturar numa betoneira durante 5 a 6 minutos

um saco de 25 kg do produto com 4,6 L de

água;

6. Aplicar a argamassa numa espessura de 5mm,

com cobertura total da parede a rebocar,

partindo da base da parede;

7. Aguardar a presa, antes de proceder com

aplicação do reboco pré escolhido,

desumidificante, transpirante ou estrutural.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Cinzento;

Dimensão máxima do agregado: 2,5 mm;

Densidade: 1,7 a 1,9 g/cm3;

Massa volúmica aparente: 1000 a 1100 kg/m3;

Resistência à compressão aos 28 dias:10 a 15

MPa;

Aderência ao suporte: ≥ 0,7 MPa;

Coeficiente de permeabilidade ao vapor de

água (µ): < 20;

Temperatura de aplicação: +5ºC a +35ºC.

Aplicado como primeira camada, para o

restauro de edifícios velhos em pedra e tijolos,

degradados pela forte presença de sais

solúveis;

Como desumidificação no interior e exterior

de recentes construções com problemas de

humidade ascensional;

Não adicionar aditivos, cimentos ou outros

ligantes.

Referências : [53]

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HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:RP-4 Revestimento de paredes – Argamassa de ligantes hidráulicos,

compostos de sílica, cargas aligeiradas e adjuvantes

específicos

Descrição e características Aplicação

Argamassa para utilizar como reboco para o

tratamento de paredes com problemas de

humidade por ascensão capilar e salitre;

Utilizado em recuperação de edifícios devido à

sua compatibilidade físico-mecânica com as

paredes existentes;

Elevada resistência aos sais solúveis, incluindo

os sulfatos;

Ótima capacidade em favorecer a rápida

evaporação de água ascendente das paredes

graças à elevada porosidade;

Elevada durabilidade,

Resiste ao salitre;

Consumo de 15 kg/m2 por cm de espessura;

Consumo reduzido devido ao seu baixo peso,

traduzindo-se num melhor conforto térmico;

Pode ficar sem revestimento, mas quando

aplicado, não revestir com revestimentos

pouco permeáveis ao vapor, como esmaltes;

Sempre que possível tratar as duas faces da

parede para obter melhores resultados.

1. Remover a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos rebocos afetados até

pelo menos 50 cm acima da zona degradada e

limpar todos os suportes;

2. Reparar eventuais buracos ou

descontinuidades presentes na alvenaria;

3. Colocar uma rede galvanizada ou de fibra de

vidro fixando-a solidamente com pregos

tratados contra a corrosão em pedras pouco

resistentes ou alvenaria de vários materiais;

4. Humedecer previamente os suportes secos;

5. Misturar um saco de 25kg do produto com 4 a

5 L de água, até conseguir uma consistência

plástica;

6. Aplicar o produto manualmente ou à máquina,

com uma espessura no mínimo de 2cm;

7. Regularizar e proceder ao acabamento com

talocha com uma espessura de 20 mm, quando

adquirido a consistência necessária, entre 3 a 6

horas, se a argamassa ficar a nu;

8. Quando aplicado um revestimento, revestir

com tinta à base de silicatos, quando a

argamassa ficar completamente seca.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Esverdeado;

Massa volúmica da Pasta: 1700 kg/m3;

Massa volúmica do Produto endurecido: 1500

kg/m3;

Resistência à compressão:> 4 MPa;

Resistência à flexão: ≥ 1,0 MPa;

Coeficiente de permeabilidade ao vapor de

água (µ): ≤ 15;

Condutibilidade térmica: λ = 0,54 W/m.K;

Absorção de água por capilaridade: ≥ 0,3

kg/m2;

Temperatura de aplicação permitida: +5ºC a

+30ºC.

Renovação de superfícies contaminadas com

sais, estruturas de pedra ou em alvenaria com

eflorescências, suportes frágeis, enchimento de

juntas entre pedras, tijolos de alvenaria e

tijolos de face à vista;

Não aplicar sobre alvenaria saturada de água,

alvenarias imersas, alvenaria fissurada sem

tratamento, alvenaria de pedra com juntas

muito estreitas, betão celular, superfícies

horizontais pavimentos e em locais sem

ventilação para evitar condensações;

Em moradias aplicar em todo o painel, em

prédios até ao 1º nível (inclusive).

Referências : [54]

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HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:RP-5 Revestimento de paredes – Argamassa de ligantes hidráulicos,

areias siliciosas, cargas calcárias e ligeiras, adjuvantes

específicos e pigmentos minerais

Descrição e características Aplicação

Argamassa de reboco para o tratamento de

paredes com problemas de humidade por

ascensão capilar e salitre;

Elevada durabilidade;

Resistente aos salitres;

Aplicação como reboco tradicional;

Revestível, mas não revestir com materiais

pouco permeáveis ao vapor de água;

Tratar os dois lados da parede afetada, para

obter um melhor resultado;

Consumo de 30 kg/m2 para cada 2 cm de

espessura;

Quanto maior a espessura da argamassa, mais

durável será a sua função de saneamento anti-

salitre.

1. Remover a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos rebocos afetados até

pelo menos 50 cm acima da zona degradada e

limpar todos os suportes;

2. Reparar eventuais buracos ou

descontinuidades presentes na alvenaria com a

argamassa;

3. Aplicar um chapisco de aderência com o

produto enriquecido com uma resina de adição

liquida e deixar secar 12 horas;

4. Misturar um saco de 30 kg com 6 a 6,5 L de

água, até conseguir uma mistura homogénea;

5. Aplicar com colher, sobre o suporte húmido,

com uma espessura de 2 cm no mínimo;

6. Realizar o acabamento com talocha, logo que

tenha adquirido a consistência necessária, 1 a 6

horas após a aplicação;

7. Se não ficar a nu, revestir com materiais

transpiráveis, após pelo menos 7 dias depois

da aplicação.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Cor: Bege;

Densidade do produto amassado: ~ 1,4;

Retração: <1,2mm/m;

Módulo de elasticidade: <8000 MPa;

Resistência à tração/flexão: ~2,0MPa;

Reação ao fogo: Classe A1;

Absorção de água por capilaridade: W2;

Permeabilidade ao vapor de água (µ): 15;

Aderência: ≥0,3 MPa;

Condutibilidade térmica: 0,54 W/m.K.

Aplicável em alvenarias de tijolo, pedra,

suportes mistos e betão;

Não aplicar sobre alvenarias imersas,

alvenarias de blocos de betão celular,

alvenarias fissuradas sem tratamento;

Não aplicar em locais sem ventilação, para

evitar condensações;

Não revestir com materiais pouco permeáveis

ao vapor de água;

Não aplicar em superfícies horizontais ou

inclinadas.

Referências : [55]

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

79

HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:RP-6 Revestimento de paredes – Argamassa com agregados de

sílica com granulometria fina

Descrição e características Aplicação

Reboco composto por uma rede microporosa

que absorve e extrai a água da parede e que a

evapora e a emite à atmosfera sobre a forma do

vapor;

Drena a humidade condensada nos poros e nos

capilares da parede coberta pela argamassa

impermeável;

Seca a parede de forma relativamente lenta e

ininterruptamente, deixando-a totalmente seca

ao fim de uma a quatro semanas dependendo

da humidade e ventilação;

Dada a sua estrutura porosa evita toda a

condensação, assim como a ocorrência de

salitres, eflorescências e bolores;

Os sais cristalizam-se no seu interior;

Seca por difusão e permeabilidade;

1. Remover a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos rebocos afetados até

pelo menos 50 cm acima da zona degradada e

limpar todos os suportes;

2. Reparar eventuais buracos ou

descontinuidades presentes na alvenaria;

3. Deixar as paredes sem reboco o máximo

tempo possível para secar;

4. Misturar até homogeneizar um saco do

produto de 225 gr com 12,5 kg de cimento

Portland e 50 kg de areia;

5. Aplicar a argamassa em duas capas, com uma

espessura de 2 cm;

6. Pintar com tintas à base de silicatos ou de

resinas, após 15 dias a sua aplicação.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Peso específico aparente: 1,54 g/cm3;

Peso específico do reboco: 1,62 g/cm3;

Coef. de permeabilidade ao vapor (µ): 7,545;

Porosidade do produto fresco: 10,6%;

Aderência da base: 0,2 MPa.

Drenar o excesso de humidade nas paredes de

betão, tijolo, pedra ou qualquer superfície que

não seja cal, gesso ou cimento;

Drenar e secar paredes exteriores húmidas, mal

isoladas ou de espessura insuficiente;

Não utilizável no caso de infiltrações de água

liquida;

Não aplicar nenhum revestimento na

superfície, nem tintas plásticas.

O complemento ideal para as tecnologias de

tratamento de humidade ascensional, como a

eletro-osmose ou barreiras físicas.

Referências : [57]

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80

HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:RP-7 Revestimento de paredes – Argamassa pré-misturada,

reforçado por fibras, com cortiça, argila, cargas diatomáceas

e cal hidráulica

Descrição e características Aplicação

Reboco natural e ecológico com elevadas

propriedades desumidificantes, formulado com

pura cal hidráulica natural, cortiça, argila e

terras de diatomácea em pó;

Elevada respirabilidade;

Alta trabalhabilidade;

Aplicável manualmente e mecanicamente;

Elevada resistência mecânica;

Não necessita de tratamento preliminar se

existe humidade ascensional;

Óptima condutibilidade térmica;

Contribui para o isolamento térmico;

Respeita o equilíbrio higrométrico do suporte;

Resistente ao fogo;

Totalmente natural, adequado onde são

solicitados materiais ecológicos;

Consumo de 4,4 kg/m2 por cada cm de

espessura.

1. Remover a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos rebocos afetados até

pelo menos 50 cm acima da zona degradada e

limpar todos os suportes;

2. Reparar eventuais buracos ou

descontinuidades presentes na alvenaria;

3. Misturar o produto com 12 a 14 L de água por

cada saco de 20 kg;

4. Molhar abundantemente o suporte uma hora

antes da aplicação, fundamentalmente no

Verão;

5. Aplicar o reboco em apenas uma camada, para

espessuras pequenas. Para espessuras maiores

que 3cm, aplicar uma primeira camada de 2

cm de espessura e deixar curar e preparar

pontos de referência para obter as espessuras

requeridas;

6. Nivelar como um reboco tradicional.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Aspeto: pó;

Cor: Cinzento claro;

Granulometria: 0 a 4 mm;

Densidade: 0,45 g/cm3;

Temperatura de aplicação: +5 a +30ºC;

Condutibilidade térmica: λ=0,80 W/m.K;

Resistência à compressão: 3,11 MPa;

Resistência ao vapor de água (µ) = 4;

Módulo de elasticidade: 2100 MPa;

Porosidade da argamassa endurecida: 65%;

Tempo de secagem (T=20ºC; H.R.= 40%):15

dias.

Aplicável sobre paredes húmidas de qualquer

tipologia;

Perfeita compatibilidade com acabamentos de

minerais de calcário e silicatos;

Adequado para a restauração histórica;

E caso de aplicação do produto em superfícies

lisas, aplicar o primário de aderência;

Não aplicar o reboco em superfícies pintadas,

remover completamente o revestimento

existente.

Referências : [58]

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

81

HUMITECNIC – OCULTAR AS ANOMALIAS

Ref.:RP-8 Revestimento de paredes – Argamassa de resina epoxídica

Descrição e características Aplicação

Argamassa composta por três componentes,

uma resina epoxídica, um catalisador e um

cimento especial;

A sua extrema versatilidade permite usá-lo

como barreira vapor sobre suportes molhados,

como regular a humidade ascensional e salitre

e como impermeabilizante;

Pode ser aplicado por rolo, pincel ou espátula e

uma vez que esteja seco, pode ser revestido;

É um coadjuvante de aderência;

Tem ótima adesão sobre todas as superfícies;

Assegura uma boa impermeabilização com

apenas 2,5 a 3,5 mm de espessura;

Entre duas camadas tem o tempo de espera de

5 a 24 horas;

Boa ponte de adesão para todos os rebocos,

colas ou acabamentos;

Resiste ao envelhecimento e não necessita de

manutenção;

Ótima resistência aos sais;

Não é resistente aos solventes.

1. Remover a presença de microrganismos,

eliminar a totalidade dos rebocos afetados até

pelo menos 70 cm acima da zona degradada e

limpar todos os suportes;

2. Reparar eventuais buracos ou

descontinuidades presentes na alvenaria;

3. Misturar os três componentes de forma a obter

uma mistura homogénea, sem grumos;

4. Se aplicado com espátula adicionar de 10 a

20% de água ao peso do produto, se aplicado

com rolo 30 a 40 %;

5. Aplicar uma camada com espátula ou rolo, de

modo que o produto penetre muito bem e

assegure uma total cobertura da superfície;

6. Aplicar numa única camada, se aplicado com

espátula. Se aplicado com rolo, aplica-se uma

única camada com consumo de 0,3 ou 0,6

kg/m2, ou duas camadas com consumo de 1 ou

2 kg/m2;

7. Revestir com rebocos, rebocos de

regularização, resinas, colas, revestimentos,

ladrilhos ou pinturas até 48 horas.

Representação

Propriedades Campos de aplicação e limitações

Aspeto: semi-denso;

Cor: preto;

Temperatura de aplicação: +5 °C a +35ºC;

Tempo de secagem (T=20ºC; HR=40%): 24

horas;

Consumo como primário de aderência: 0,3

kg/m2;

Consumo como impermeabilizante: 2,0 kg/m2.

Adequado a túneis, caves, adegas, garagens,

salas subterrâneas e suportes molhados ou

afetadas pela humidade ascensional;

Barreira de vapor ou primário de aderência nos

sistemas de impermeabilização;

Revestimento osmótico para a reabilitação de

superfícies sujeita a humidade;

No verão aplicar nas horas mais frescas,

evitando o sol.

No exterior não aplicar em alturas de chuva

eminente ou de gelo, e condições de forte

neblina ou com humidade relativa superior a

70%.

Referências : [59]

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

82

SÍNTESE DO CAPITULO 3.5.

Ao longo deste capítulo foram documentadas as fichas/catálogo HUMITECNIC elaboradas no âmbito

do presente projeto de dissertação.

Iniciando-se com a explicação da metodologia de execução dos diferentes documentos presentes neste

catálogo, exemplificando os procedimentos de consulta e tratamento da informação. Seguidamente,

expõem-se a pertinência da informação nele presente e o porquê do rearranjo da mesma no formato

escolhido, muito de acordo com o do PATORREB, embora com um carácter mais específico que o

ultimo.

Para possibilitar a compreensão da informação disponibilizada, e com intuito de explicar a razão de a

comtemplar nas fichas/catálogo realizou-se a exposição dos campos de cada uma das fichas elaboradas

e dos elementos a nele introduzir.

Desta forma, as fichas/catálogo HUMITECNIC pretendem descrever, de forma organizada e acessível,

as técnicas de tratamento associadas à humidade ascensional, facilitando a decisão de qual a

intervenção mais adequada para cada caso, dada a disponibilidade de ofertas no mercado da

construção civil.

Trata-se de um catálogo muito específico, mas que poderá e deverá ser objeto de continuidade com

construção de fichas de tratamento/controlo de outras ocorrências como condensações, humidade de

construção, infiltrações e fugas nas canalizações.

Introduziu-se também o sistema adotado para a organização das fichas no todo do catálogo. Assim,

optou-se pela atribuição de um código de cores para cada um dos princípios de intervenção no

tratamento do fenómeno em análise.

De referir que dos sistemas de tratamento existentes para a humidade ascensional os que representam

uma maior quota de mercado são as drenagens periféricas, barreiras químicas e revestimento de

paredes. Estes dois últimos apresentam uma variedade considerável de soluções e produtos, de

diferentes fornecedores, considerável e bastante divulgada no mercado em causa.

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83

4 SITE HUMITECNIC

INTRODUÇÃO 4.1.

Na sequência da elaboração do catálogo HUMITECNIC pretendeu-se criar uma plataforma que

permita apresentar e divulgar o conjunto de fichas de forma dinâmica e interativa. Esta plataforma tem

como principal objetivo divulgar as 36 fichas/catálogo de técnicas de tratamento de humidade

ascensional. Ao publicar a página através da internet, tornará a informação pública e permitirá a

consulta em larga escala da mesma, de forma gratuita e facilmente acessível.

A opção por este formato permite, a qualquer momento, atualizar ou adicionar informações, sendo que

no futuro se poderá alargar às técnicas de tratamento de outro tipo de fenómeno.

A criação de uma plataforma online permite organizar todas as fichas, sem limite de espaço, de uma

forma acessível e organizada, o que viabiliza uma maior simplicidade de publicação e promoção da

informação.

O perfil dos utilizadores que acedem à plataforma pode ser o mais diferenciado, uma vez que esta se

encontra disponível para qualquer utilizador que manifeste interesse em obter informações sobre

técnicas de tratamento de humidade ascensional. A sua visualização pode ser realizada de qualquer

parte do mundo não havendo restrições, o que se considera de grande utilidade.

Estas fichas passam por um processo de revisão, de modo a certificar a qualidade técnica e científica

das mesmas, podendo ser alteradas consoante os comentários e análise. As fichas ficam

permanentemente acessíveis, podendo, também, ser atualizados e reformuladas conforme a contínua

atualização de soluções ou pela consideração, se útil, da análise crítica dos utilizadores.

Para a elaboração do site foi utilizado o domínio “pt.wix.com” que permite editar e criar sites de uma

forma acessível, rápida e gratuita, sem descorar a questão estética da página. A página virtual

HUMITECNIC apresenta assim a seguinte hiperligação, que permite aceder ao site,

“rolandojgfreitas.wix.com/Humitecnic”.

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84

ESTRUTURA DO SITE HUMITECNIC 4.2.

O site apresenta uma estrutura intuitiva semelhante à de um site mais comum, por forma a se tornar

acessível, com uma boa organização, compreensível e com informações claras e objetivas.

A estrutura foi baseada na do site PATORREB, por se caraterizar num página que incide na mesma

área de investigação e obtém uma avaliação positiva dos seus utilizadores, contando com um número

considerável de visitantes. Como se pretende que seja acessível aos mesmos utilizadores do

PATORREB avaliou-se e adaptou-se às características da informação que se pretendem divulgar tendo

como guião a organização do primeiro.

O esquema visual do site, que serve como modelo para a sua estrutura, consiste numa única página de

nível superior segundo a qual são armazenadas outras páginas com conteúdos diferentes. Apesar de o

conteúdo se alterar de uma página para a outra, este modelo não é alterado para não confundir o

utilizador. O modelo executado é um modelo simples e de fácil navegação.

O modelo é caraterizado por uma imagem de fundo que consistem em uma parede com humidade

ascensional. O título HUMITECNIC e subtítulo Catálogos de técnicas de tratamento de humidade

ascensional surgem no canto superior esquerdo. O logótipo da HUMITECNIC surge no canto superior

direito.

Com a imagem de fundo, titulo, subtítulo e logótipo o utilizador consegue facilmente compreender o

intuito para o qual o site é orientado o que o torna mais atrativo.

Este site é ainda caraterizado por um menu que surge imediatamente abaixo do subtítulo e do logótipo,

caraterizando-se por um conjunto de 6 caixas alinhadas na horizontal, servindo, em simultâneo, como

índice de conteúdo do site. Permite, como habitualmente, direcionar para as diferentes páginas do site

através de um clique sobre a respetiva caixa.

Através do menu o utilizador percepciona a estrutura que compõe o site, permitindo, a navegação fácil

e o acesso simplificado à informação nele presente.

Cada página é constituída pelo modelo original e um campo de texto, com fundo diferenciado, de

modo a tornar mais legível a sua leitura. Nele está presente a informação necessária para caraterizar a

respetiva página. O texto redigido em cada uma pretende garantir que os utilizadores compreendem

que é explicado, sem causar apatia durante a sua leitura, sendo por isso sintéticos e diretos na

abordagem do tema.

As páginas definidas para a estrutura do site foram caraterizadas de modo a existir uma sequência

lógica que potencie a compreensão do tema apresentado. Assim, pretende-se que o utilizador consiga

aceder a toda a informação de forma objetiva e expedita.

Apresenta-se de seguida a estrutura do site HUMITECNIC com as respetivas páginas, com

apresentação de vários registos fotográfico, para se tornar claro o trabalho desenvolvido.

4.2.1. PÁGINA INICIAL

A página inicial do site HUMITECNIC corresponde à página de entrada, servindo como capa de

apresentação do site. Ao se definir como o primeiro contacto que o utilizador tem com o site pretende

ser apelativa e informar, rápida e especificamente, o utilizador do seu propósito.

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85

Para além de apresentar a organização a informação no site, através da exibição do menu, contem uma

composição de imagens, centrada na página, representando um conjunto de tratamentos para a

humidade ascensional (Figura 57).

Figura 57 – Página Inicial HUMITECNIC

4.2.2. HUMITECNIC

A página HUMITECNIC pode ser selecionada através do menu horizontal, na caixa HUMITECNIC,

com um simples clique.

Nesta página e nas seguintes, é apresentada uma caixa de texto, neste caso, com a descrição resumida,

mas objetiva, do que representa as fichas/catálogo HUMITECNIC e a sua importância para o

utilizador (Figura 58).

Figura 58 – Página HUMITECNIC

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86

4.2.3. HUMIDADE ASCENSIONAL

A página Humidade Ascensional pode ser acedida, através da segunda caixa do menu horizontal.

Esta página define o conceito – Humidade Ascensional, descrevendo o fenómeno e a sua origem,

sendo apoiada por duas imagens da sua presença numa parede interior e exterior, auxiliando o

utilizador a identificar casos semelhantes (Figura 59).

Figura 59 – Página Humidade Ascensional 1ª parte

É ainda apresentado um quadro com uma síntese comparativa de diferentes tipos de humidade:

humidade ascensional, condensação superficial e infiltração da água das chuvas, com os respetivos

indicadores (Figura 60). Com isto pretende-se contribuir para um correto diagnóstico e identificação

do fenómeno da humidade ascensional.

Figura 60 – Página Humidade Ascensional 2ª parte

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87

4.2.4. PRINCÍPIOS DE INTERVENÇÃO

A página Princípios de Intervenção pode ser acedida através da terceira caixa do menu horizontal.

Esta página descreve os princípios de técnicos que guiam cada um dos tratamentos existentes para a

humidade ascensional. Esta descrição permite estabelecer uma classificação dos métodos existentes

dividindo-os de acordo com as suas consequências. Assim, existem tratamentos que impedem o acesso

da água nas paredes, ou que retiram a água em excesso das mesmas, que impedem a ascensão da água

nas paredes e finalmente que ocultam as anomalias deste fenómeno resultantes.

Esta informação permite aos utilizadores, que não domine o tema, compreender que a melhor solução

para o problema em causa pode não passar pela execução de um só tratamento, mas antes pela

conjugação de vários, consoante o principio de intervenção de forma a solucionar efetivamente o

problema, uma vez que permite atuar nas causas, minimizar o teor de água na parede e repor os danos

provocados à mesma.

Esta informação também permite introduzir o catálogo HUMITECNIC cujas fichas, são organizadas

pelo princípio de intervenção, ajudando o utilizador a compreender a metodologia utilizada na

distribuição dos diferentes tratamentos (Figura 61).

Figura 61 – Página Princípios de Intervenção

4.2.5. CATÁLOGO HUMITECNIC

A página Catálogo HUMITECNIC pode ser acedida através da quarta caixa do menu horizontal.

É nesta página que se encontram as fichas/catálogo HUMITECNIC relativos a cada solução de

tratamento de humidade ascensional. Estes tratamentos podem ser caracterizados através de um

sistema ou de um produto, pelo que o catálogo permite duas abordagens.

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88

Na sequência de uma breve introdução, é apresentado um resumo das técnicas de tratamento de

humidade ascensional, através de um cronograma, que as subdivide pelos princípios de intervenção

respetivos. (Figura 62).

Para aceder a qualquer ficha de tratamento, basta clicar na respetiva caixa do cronograma ou, passar

com o cursor na caixa do menu, Catálogo HUMITECNIC, para surgirem as diferentes técnicas de

tratamento de humidades ascensionais (Figura 63).

As páginas de técnicas de tratamento de humidade ascensional são constituídas por uma descrição

detalhada e resumida do tratamento, seguindo-se uma lista das fichas HUMITECNIC do respetivo

tratamento. Para aceder a qualquer ficha, basta clicar em cada uma dessas listas que será encaminhado

para a mesma.

Figura 62 – Página Catálogo HUMITECNIC

Figura 63 – Outra forma de aceder às tecnicas de tratamento de humidade ascensional

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89

Apresentam-se, de seguida, as técnicas de tratamento de humidade ascensional, com uma imagem da

página do respetivo tratamento, no caso, um tratamento das drenagens periféricas. Cada página é

caraterizada por uma descrição sintética do tratamento, seguida por uma lista das fichas

HUMITECNIC. Cada tópico da lista representa uma ligação que ao ser selecionada, é encaminhada

para a página das fichas/catálogo respetiva. Cada um destes tópicos é representado com uma cor

corresponde à cor ao tipo de tratamento no catálogo.

4.2.5.1. Drenagens Periféricas

Figura 64 – Página Drenagens Periféricas

Figura 65 – Página da ficha HUMITECNIC de uma Drenagem Periférica

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90

4.2.5.2. Tubos de Arejamento

Figura 66 – Página Tubos de Arejamento

4.2.5.3. Eletro-osmose

Figura 67 – Página Eletro-osmose

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91

4.2.5.4. Impulso Eletrónico

Figura 68 – Página Impulso Eletrónico

4.2.5.5. Redução da Secção Absorvente

Figura 69 – Página Redução da Secção Absorvente

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92

4.2.5.6. Barreiras Físicas

Figura 70 – Página Barreiras Físicas

4.2.5.7. Barreiras Químicas

Nesta página o formato é um pouco diferente das restantes páginas de tratamento de humidade

ascensional, uma vez que as barreiras químicas se podem dividir pela forma de aplicação (Figura 71 e

Figura 72).

Apresenta-se, portanto, uma explicação das diferentes formas de aplicação, sendo elas: difusão (Figura

73), injeção (Figura 74) e pistola de aplicação (Figura 75). Nesta explicação remete-se, também, para

os produtos existentes e sua composição.

As formas de aplicação são apresentadas no final da página, que ao serem selecionadas, encaminham

para o respetivo tipo de aplicação.

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Figura 71 - Página Barreira Química

Figura 72 - Página Barreira Química Parte 2

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Figura 73 - Página Difusão

Figura 74 – Página Injeção

Figura 75 – Página Pistola de Aplicação

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4.2.5.8. Ventilação da Base das Paredes

Figura 76 – Página Ventilação da Base das Paredes

4.2.5.9. Forra interior

Figura 77 - Página da Forra Interior

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4.2.5.10. Revestimento de Paredes

Figura 78 - Página do Revestimento de Paredes

4.2.6. OBSERVAÇÕES

A página Observações pode ser acedida através da quinta caixa do menu horizontal.

Nesta página encontra-se um quadro onde se elabora uma análise comparativa das diferentes soluções,

analisando a eficácia de cada tratamento. Efetuam-se, em simultâneo, observações consideradas

pertinentes. Estas procuram contribuir para a melhor compreensão de cada tratamento, através da

comparação direta, na ambição de garantir a seleção da melhor solução a ter em conta em cada caso.

(Figura 79).

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97

Figura 79 - Página Observações

4.2.7. CONTATO

A página Contato é acedida através da última caixa do menu horizontal.

Como o próprio nome indica, representa o nome e contato do autor e responsável pela execução da

página e do catálogo HUMITECNIC. Permite que o utilizador comunique com o autor, caso pretenda

algum esclarecimento para eventuais dúvidas. Pode, igualmente, ser utilizado para comunicar alguma

crítica/sugestão que lhe pareça pertinente, ajudando na melhoria da qualidade do catálogo e da página

(Figura 80).

Figura 80 - Página Contato

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98

SÍNTESE DO CAPÍTULO 4.3.

Neste capítulo foi apresentado o site HUMITECNIC, explicando-se a importância e o objetivo para o

qual o foi criado.

Apresenta-se a estrutura e organização da página, com descrição das decisões tomadas na sua

formatação. Com a ajuda de imagens capturadas da página HUMITECNIC faz-se uma apresentação

do site, descrevendo cada uma das páginas e respetivo conteúdo.

A criação do site HUMITECNIC permite apresentar as fichas/catálogo de um modo acessível e

organizado, divulgando-as de forma simples, auxiliando os utilizadores e interessados no

esclarecimento de informação relativa às técnicas de tratamento para o tratamento/controlo da

humidade ascensional em edifícios.

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99

5 APLICAÇÃO DO CATÁLOGO A

CASOS DE ESTUDO

INTRODUÇÃO 5.1.

Uma das causas mais frequentes de patologia nos edifícios antigos e Patrimoniais é a humidade

ascensional. As características das paredes com a sua grande espessura e heterogeneidade dos

materiais aleada à inexistência de tratamentos preventivos resultam em manifestações patológicas.

Após um correto diagnóstico da causa das patologias presentes num determinado edifício, importa

perceber a utilidade das fichas/catálogo HUMITECNIC, permitindo ao utilizador aceder à informação

necessária para tomar decisões sobre o processo de intervenção.

Analisadas as características do edifício, os seus condicionantes e concluindo o diagnóstico podem-se

consultar as fichas/catálogo das técnicas de tratamento que apresentem melhor características para a

solução de intervenção, servindo assim como base de trabalho e de apoio à decisão do projeto de

reabilitação.

O valor do edifício, enquanto Património arquitectónico, condiciona no tratamento a considerar, exige

o recurso a técnicas que sejam o menos intrusivas possível de modo a preservar ao máximo os

elementos Patrimoniais existentes e promovendo as suas boas condições no futuro.

Para garantir uma melhor eficácia a conjugação de duas ou mais técnicas de tratamento, com

diferentes princípios de intervenção será fundamental. A reabilitação com base em diferentes

princípios de intervenção permite alcançar uma maior extensão de combate às patologias provocadas

pela humidade ascensional.

No capítulo 5 apresenta-se dois edifícios com semelhantes características onde foram realizadas

intervenções no tratamento de humidades ascensionais, indicando as abordagens e opções de tomadas

com base nas fichas/catálogo aqui desenvolvido.

CAPELA DO CONVENTO CORPUS CHRISTI 5.2.

O Convento de Corpus Christi localiza-se nas margens do rio Douro, no cais de Gaia, em Vila Nova

de Gaia. Sofreu várias alterações não só construtivas como adaptações a diferentes usos (Figura 81).

O Convento foi fundado em 1345 por D. Maria Mendes, uma fidalga de Gaia, que o entregou à Ordem

São Domingos. Em 1894 as funções conventuais extinguiram-se com a morte da última freira, pelo

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

100

que em 1930 foi entregue às irmãs do Instituto do Bom Pastor que criaram um Instituto Feminino de

Educação e Regeneração. Com a retirada das Religiosas, no início da década de 1990, foi entregue à

Ordem Soberana e Militar de Malta. Em 2003 o espaço reverteu para a Câmara Municipal de Gaia,

sofrendo recentemente obras de reabilitação, acolhendo um espaço cultural e ainda um Centro de

Investigação em Práticas Artísticas da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

Desde a sua origem o atual Convento sofreu diferentes intervenções.

O antigo Convento Corpus Christi, originário do século XIV, foi conhecendo ao longo dos anos uma

degradação gradual provocada pelas constantes cheias do rio Douro, o que originou a edificação de um

novo templo na segunda metade do século XVII.

Como algumas soluções construtivas revelaram problemas, nomeadamente ao nível da ligação dos

coros, em que o espaço destes se apresentou escasso face ao número de religiosas, a obra foi ajustada,

entre 1677 e 1680, ao local e às necessidades da congregação, alargando as paredes de coro que em

planta sugerem uma tenaz a segurar o polígono da igreja.

Em 1940 é realizada uma grande intervenção no edifício e é construída a sua ala Poente, de arquitetura

tipicamente Estado Novo, que veio corresponder às necessidades da altura.

Após décadas de degradação e a necessitar de restauro, em 2009, é realizada uma reabilitação e

valorização da Capela e Coros do Convento Corpus Christi. Foram desenvolvidas obras de reabilitação

estrutural e de conservação e restauro de pinturas, estuques e talhas. Esta intervenção foi promovida

pelo Município de Vila Nova de Gaia, coordenada pela Arquiteta Cristina Costa. Algumas destas

intervenções, como a minimização dos problemas causados pela humidade ascensional, são aqui

apresentadas incluindo o tratamento executado [60,61].

Figura 81 – Capela do Convento Corpus Christi

A Capela do Convento Corpus Christi de arquitetura barroca organiza-se ao longo de um eixo

Nascente/Poente, em que a Nave, de planta octogonal sobrepujada por abóboda, é o centro, com a

Capela-mor a Nascente, e os Coros a Poente. Sendo um mosteiro feminino de clausura, a entrada

principal faz-se lateralmente, pelo lado Norte. O Coro Alto é de estilo barroco e um espaço de grande

exuberância decorativa, apresenta um conjunto de talhas de estilo nacional nas paredes e teto.

A Capela desenvolvesse em dois pisos elevados, nomeadamente, rés-do-chão e primeiro andar.

O edifício é constituído por paredes portantes em alvenaria de granito com espessuras variáveis, sendo

provavelmente constituídas por três panos. As paredes da Nave variam entre 1,2 m e 2,0 m, as paredes

dos Coros variam entre 0,70 m e 0,90 m e as paredes da Capela-mor andam ente 0,70 m e 1,2 m.

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101

A cúpula octogonal da capela é executada em alvenaria de tijolo maciço colocado ao cutelo,

apresentando nervuras de alvenaria de granito na divisão das faces.

O Coro Alto, o Coro Baixo a Nave e a Sacristia apresentam pavimentos de madeira. No entanto o do

Coro Alto é o único que funciona estruturalmente como pavimento, pois os outros consistem num

conjunto de ripas assentes no pavimento térreo onde são pregadas as tábuas do soalho. [62]

De salientar que como a capela se localiza próximo da margem do Rio Douro, é implementada num

terreno com inclinação descendente acentuada no sentido Sul/Norte.

O Património integrado na capela é caraterizado pela existência na Nave e Capela-mor de retábulos,

pinturas murais e estuques, e a existência no Coro Alto de teto em caixotões, espaldares, retábulos,

cadeiral e órgão.

Na Figura 82 apresenta-se uma planta esquemática dos dois pisos da capela com a respetiva legenda

dos compartimentos.

Figura 82 - Planta do R/C à esquerda e Planta do 1º andar à direita

5.2.1. LEVANTAMENTO DAS PATOLOGIAS EXISTENTES

Em 2007 é realizado um levantamento rigoroso dos materiais e esquemas estruturais da igreja e das

patologias associadas, com base em inspeções visuais e no resultado de algumas sondagens.

Pretendeu-se concluir sobre a necessidade e o nível de intervenção a realizar neste edifício, tendo em

consideração o seu valor histórico e Patrimonial, servindo assim como base de trabalho e de apoio a

decisão do projeto de reabilitação do edifício.

Evidenciando o levantamento dos danos observados no edifício, foram identificadas as seguintes

patologias [62]:

Ataque generalizado de caruncho e térmicas nas coberturas de madeira, algumas asnas

encontravam-se em rotura ou com falta de alguns elementos estruturais e algumas vigas

apresentavam deformações e degradações acentuadas (Figura 83);

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102

Figura 83 – Patologias nos elementos da cobertura de madeira

Deformação da ligação entre as vigas de suporte do teto e os caixotões do Coro Alto, devido ao

pesado teto de caixotões de madeira, que era acautelado com a colocação de escoras (Figura

84);

Figura 84 – Deformação do teto do Coro Alto

Mau estado de conservação de partes da cobertura como o ripado, telhas e guarda pó com

necessidade de substituição em alguns casos (Figura 85);

Figura 85 – Mau estado de conservação de partes da cobertura

Deformação da escada de madeira de acesso ao Coro Alto (Figura 86);

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103

Figura 86 – Deformação da escada de madeira

Mau estado de conservação, com ataques de caruncho e térmitas do pavimento de madeira do

Coro Baixo (Figura 87);

Figura 87 – Mau estado de conservação do pavimento de madeira do Coro Baixo

Infiltrações das águas pluviais e problemas de humidade ascensional da parede Sul do Coro

Baixo com o destacamento dos materiais de revestimento e rodapés e a manifestação de

microrganismos (Figura 88);

Figura 88 – Patologias na parede Sul do Coro Baixo

Ocorrência de eflorescências, colonização biológica e humidificação nas paredes exteriores, na

base das paredes interiores e na base dos pilares de granito (Figura 89);

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104

Figura 89 – Manifestações nas bases das paredes interiores e pilares de granito

Fissuração nas argamassas de cimento no revestimento das fachadas (Figura 90).

Figura 90 – Fissuração nas argamassas de cimento

5.2.1.1. Análise das patologias provocadas pela humidade ascensional

Com o diagnóstico realizado e evidenciando-se a presença de humidade ascensional, foram

identificadas [63]:

Infestações nas paredes interiores Sul por fungos e outros organismos, com destacamento de

rebocos, degradação do madeiramento do soalho do Coro Baixo e Sacristia;

Humidificação e colonização biológica na base das paredes interiores e na base dos pilares de

granito e destacamento dos rodapés na Nave e no Coro Baixo (Figura 91);

Figura 91 - Humidificação da base das paredes e ocorrência de colonização biológica

Saturação do lajeado de granito e da base dos pilares de granito na Capela-mor (Figura 92).

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105

Figura 92 - Saturação no lajeado de granito na Capela-mor

Estas manifestações podem ser justificadas por fenómenos de ascensão capilar aliados às

características do edifício, a sua localização e a fraca ventilação com dificuldade de secagem dos

elementos construtivos.

Como se trata de um edifício antigo é caraterizado por paredes com espessura considerável e com uma

grande heterogeneidade, onde a sua maioria é caraterizada por alvenarias de granito e tijolo,

construídas em material poroso que em contato com o terreno húmido, promovem a ascensão por

capilaridade. Aliado a estas características verifica-se a inexistência de elementos preventivos, por se

tratar de uma construção antiga. A falta de técnicas de prevenção da humidade ascensional é uma

particularidade corrente.

Com a sua localização na margem sul do Rio Douro, faz antever que os níveis freáticos no terreno são

elevados e a sua capilaridade também o seja. O terreno com inclinação Sul/Norte resulta num

encaminhamento das águas freáticas e superficiais no sentido dos elementos a Sul.

5.2.2. APLICABILIDADE DAS FICHAS/CATÁLOGO HUMITECNIC

5.2.2.1. Técnicas com o princípio de impedir o acesso água nas paredes

Ao analisar o princípio de impedir o acesso da água nas paredes com base na implementação de

drenagens periféricas pareceu ser uma solução exequível e necessária, principalmente na parede virada

a Sul, pois apresenta um maior número de manifestações devido à sua exposição ao encaminhamento

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106

de águas freáticas e superficiais com a agravante da cota interior do pavimento ser inferior à cota do

terreno adjacente. Contudo esta drenagem periférica só podia ser exequível neste elemento virado a

Sul e não em toda a periferia do edifício devido aos edifícios adjacentes.

Uma drenagem periférica com membrana alveolar com geotêxtil que viabilize a filtragem e a

drenagem de água, para que esta não entre em contato com a parede, aparenta ser a solução mais

indicada. Com a ficha, exemplificada na Figura 93, o utilizador poderá compreender as características,

propriedades e métodos de aplicação inerentes a uma membrana deste tipo.

Figura 93 – Ficha HUMITECNIC - Drenagem Periférica

A realização de uma drenagem periférica não é suficiente para tratar a humidade ascensional presente

no edifício, sendo necessário aliar outros princípios de intervenção.

5.2.2.2. Técnicas com o principio de retirar a água em excesso das paredes

As técnicas de tratamento com o princípio de retirar a água em excesso das paredes não apresentam,

na sua maioria, aplicabilidade para o caso presente.

Os tubos de arejamento não garantem a eficácia quando aplicável em paredes com grandes espessuras,

como é o caso, e condicionam o aspeto estético do edifício.

A eletro-osmose não garante grande eficácia e haveria dificuldades na instalação do sistema,

nomeadamente na instalação do cátodo devido à limitação do espaço exterior.

O impulso eletrónico apesar de não garantir grande eficácia, poderia resultar numa boa medida para

mitigar a água em excesso nas paredes, visto ser aplicável para este tipo de edifícios com grande

espessura de paredes e heterogeneidade, seca as paredes e evita que a humidade se instale. A sua

instalação também seria ideal para o caso em que se necessita de minimizar as intervenções para

conservação do Património, não se recorrendo a nenhuma obra de escavação e perfuração. O

dispositivo é caraterizado por uma unidade pequena e pode ser instalado junto do quadro elétrico não

interferindo com o aspeto da Capela. Poderia, todavia ser necessário instalar um maior número de

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dispositivos para garantir maior eficácia. A ficha da Figura 94 apresenta um exemplo de uma técnica

de tratamento por impulso eletrónico, ajudando o utilizador a refletir sobre a técnica sugerida.

Figura 94 – Ficha HUMITECNIC - Impulso Eletrónico

5.2.2.3. Técnicas com o princípio de impedir a ascensão da água nas paredes

As técnicas de tratamento com o princípio de impedir a ascensão da água nas paredes, apresentam

grande eficácia no tratamento de humidades ascensionais. Um destes tratamentos é desenvolvido

especialmente para este tipo de edifícios, mas as características e condicionantes que a Capela

apresenta podem condicionar a sua utilização.

A solução da ventilação da base das paredes interior e exterior pode parecer a técnica mais indicada

para este tipo de edifícios, pela sua grande eficácia no tratamento de alvenarias de edifícios antigos.

Porém a solução pelo exterior, fica condicionada pela sua envolvente exterior, com zonas em que os

edifícios adjacentes não permitem a realização de canais periféricos. Como se trata de um edifício

situado numa margem do rio, o nível freático pode ter níveis em que a cota de fundação da parede se

situa acima do nível freático. A solução pelo interior fica condicionada pela necessidade de preservar e

não levantar o pavimento de lajeado de granito pela sua originalidade e aspeto.

A utilização do método da redução da secção absorvente, apesar de ter sido desenvolvido para este

tipo de edifício, com a intenção de diminuir a ascensão capilar para não destruir os frescos, não seria o

mais indicado pois levanta alguns problemas na questão da instabilidade do edifício e no aspeto

arquitectónico do mesmo.

A instalação de barreiras físicas não é aplicável, devido a sérios condicionantes como dificuldade de

aplicação e produção de vibração e poeiras que são prejudiciais para paredes já debilitadas com o

envelhecimento.

A utilização de barreiras químicas parece um tratamento exequível nomeadamente, na parede Sul da

Sala anexa, em que as manifestações são mais visíveis e as paredes não apresentam uma espessura que

resulte numa eficácia de intervenção reduzida. A necessidade da realização de perfurações iria

condicionar a implementação em algumas paredes da Capela com a exposição dos frescos e a presença

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108

de retábulos. A elevada espessura de algumas alvenarias de granito iria condicionar a sua eficácia.

Este método impede a ascensão da água nas paredes, através de uma barreira horizontal estanque,

obstruindo os poros ou preenchendo os poros da alvenaria. O produto deve ser instalado por injeção

para facilitar a distribuição e penetração na parede. Apesar de existirem outras soluções que se

adequam a este edifício, uma das soluções seria a emulsão de silicone à base de silano e siloxano,

como se apresenta na ficha/catálogo da Figura 95. Esta permite formar uma barreira química

hidrofugante eficiente e durável em todo o tipo de alvenarias.

Figura 95 – Ficha HUMITECNIC - Barreira Química

5.2.2.4. Técnicas com o princípio de ocultar as anomalias

No princípio de ocultar as anomalias, as técnicas de tratamentos respetivas, não impedem a ascensão

capilar mas ocultam a manifestação da humidade ascensional.

A aplicação de uma forra interior separada por um espaço de ar, poderá mão ser a melhor opção no

tratamento de humidades ascensionais da Capela Corpus Christi. Como se trata de um espaço com

grande exuberância decorativa que implica uma conservação, salvaguarda e valorização dos bens

Patrimoniais, não é exequível um tratamento que oculte essa decoração.

Na reabilitação de uma alvenaria que apresenta rebocos interiores destacados do suporte, infestações

de fungos e outros organismos, é essencial um tratamento com realização de rebocos com porosidade

que diminui do exterior para o interior facilitando a evaporação de água e com uma elevada resistência

química aos sais solúveis presentes na alvenaria para aumentar a durabilidade do material. A utilização

de argamassas como revestimento de paredes com estas características, para além de mitigar a

humidade ascensional presente no edifício, recupera e salvaguarda as alvenarias. Na reabilitação das

alvenarias da capela, a argamassa pré-misturada, isenta de cimento, à base de cal aérea e rica em sílica

amorfa, é uma das argamassas indicadas para melhorar as condições da fachada, pois é aplicável em

alvenarias de pedra, tijolo e rebocos velhos à base de cal. Na Figura 96 encontra-se a ficha

correspondente a essa argamassa, descrevendo as suas principais características, propriedades e

aplicação.

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109

Figura 96 – Ficha HUMITECNIC - Revestimento de Paredes

Ao analisar todos os tratamentos referidos com base nas respetivas fichas/catálogo HUMITECNIC,

consegue-se definir as técnicas que apresentam aplicabilidade para o tratamento de humidade

ascensional na Capela Corpus Christi. Tratamentos como drenagens periféricas, impulso eletrónico,

barreiras químicas e revestimentos de paredes figuram como soluções interessantes, após realizada

esta análise. O ideal para garantir uma maior eficácia na resolução da patologia seria conciliar todos as

técnicas de tratamento apresentadas como solução para este caso de estudo, pois apresentam diferentes

princípios de intervir nas patologias. Contudo, condicionantes económicos inviabilizam o tratamento

geral com estas soluções. Deve-se selecionar tratamentos, com base no investimento que está disposto

a investir e que é viável.

5.2.3. INTERVENÇÃO GERAL NA CAPELA CORPUS CHRISTI

Em 2008 é iniciada uma intervenção de recuperação e restauro da Capela Corpus Christi. Definiram-se

critérios para a recuperação e salvaguarda do imóvel, por forma a introduzir-lhe novas funções, sem

descontextualizar o seu anterior uso.

A intervenção realizada consistiu em:

Realizar reforços estruturais em alvenarias e madeiramentos;

Tratar e/ou reformular coberturas, com reforço e tratamento das estruturas de madeira, aplicação

de novos guarda pó, subtelha, ripado, e colocação de telha nova na Nave e Capela-mor, sendo

reaproveitada a telha existente nas restantes coberturas (Figura 97);

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Figura 97 – Reabilitação da cobertura

Reforçar a ventilação com introdução de novos caixilhos que permitam a entrada de ar

permanente (Figura 98);

Figura 98 – Introdução de novos caixilhos com entrada de ar em cima

Conservar e valorizar os elementos construtivos degradados, recuperando-os ou restaurando-os;

Tratar lacunas da Capela-mor, recuperando o seu pavimento e encerrando vãos que a

descaracterizam;

Adaptar ao novo uso o Coro Baixo, introduzindo-lhe painéis expositivos (Figura 99);

Figura 99 – Reabilitação do Coro Baixo

Reformular integralmente a iluminação, o sistema de som, detecção de incendio e intrusão;

Proceder à conservação e restauro do Património integrado existente na Nave, Capela-mor e no

Coro Alto (Figura 100);

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111

Figura 100 – Conservação e restauro do Património integrado

Minimizar os problemas de humidade ascensional, realizando drenagens pontuais de águas

pluviais e freáticas (ver 5.2.4.2).

5.2.4. TRATAMENTO DA HUMIDADE ASCENSIONAL NA CAPELA CORPUS CHRISTI

5.2.4.1. Revestimento de Paredes

No revestimento das paredes o seu princípio passou por ocultar a anomalia e mitigar a presença de

humidade ascensional com o aumento da evaporação na superfície dos diversos elementos.

A aplicação de uma argamassa como um revestimento de paredes permitiu conciliar o tratamento da

humidade ascensional e recuperar as alvenarias que apresentavam algum destacamento e fissuração da

argamassa, quando se trata de um edifício histórico e/ou Patrimonial integrado conciliar estes dois

aspetos é um fator relevante.

A escolha por uma argamassa pré-misturada, isenta de cimento, à base de cal aérea e rica em sílica

amorfa permitiu manter as características físico-mecânicas dos materiais utilizados originalmente e

garantir elevadas resistências físicas e químicas aos agentes agressivos que envolvem a alvenaria ou

que estão presentes no interior da mesma. Apresenta uma boa resistência mecânica, favorece a

evaporação da água contida no seu interior aumentando a secagem da estrutura sujeita à humidade e

evita que os sais se depositem sobre a superfície dando origem a eflorescências ou a fenómenos

expansivos de degradação do reboco.

A aplicação da argamassa foi realizada de acordo com as etapas seguintes, podendo sofrer algumas

alterações em casos em que existam frescos, resultando numa aplicação mais cuidada e com a

intervenção de outros intervenientes como é o caso dos restauradores [18]:

Decapagem do reboco antigo degradado até à alvenaria subjacente;

Lavagem dos suportes com água à pressão a fim de eliminar completamente as partes

incoerentes ou em fase de destacamento, bem como, qualquer outro material como sais solúveis

presentes sob forma de eflorescências;

Tomação das juntas e encerramento dos vãos que tenham sido definidos encerrar;

Realização de um novo reboco mediante aplicação, numa espessura de cerca de 5 mm, de uma

argamassa desumidificante, resistente aos sais, constituída por cal e rica em sílica amorfa,

totalmente isenta de cimento;

Aplicação do acabamento final, numa espessura de 1 a 2 mm, de argamassa fina isenta de

cimento à base de cal para rebocos desumidificantes de textura mais grossa.

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Na Figura 101 representa-se as etapas de execução do revestimento das paredes do Galilé com a

decapagem do revestimento, a tomação das juntas e encerramento de vãos de janela e bem como a

realização de um novo revestimento.

Figura 101 - Revestimento das paredes do galilé

Na Figura 102 apresentam-se as etapas de execução do revestimento das paredes da sacristia com a

decapagem do revestimento, conservando o Património integrado (pequena fonte), tomação das juntas

e realização de um novo revestimento.

Figura 102 – Revestimento das paredes da sacristia

Na Figura 103 apresentam-se as etapas de execução do revestimento das paredes do Espaço da Roda

com a decapagem do revestimento e a realização de um novo revestimento.

Figura 103 - Revestimento das paredes do Espaço da Roda

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113

5.2.4.2. Drenagem periférica

Na drenagem periférica o princípio passou por impedir o acesso das águas à parede, apesar de só ter

sido possível implementar na secção da parede Sul, extensão que vai da periferia exterior 1 à periferia

exterior 2 como demonstra a Figura 82, por condicionantes relativos às limitações do espaço da

periferia do edifício.

Como a cota do terreno é superior à cota do pavimento interior adjacente era necessário drenar e filtrar

as águas freáticas e superficiais que escorriam do terreno inclinado na direção da parede, de modo a

minimizar os problemas de infiltração e humidade ascensional como, as infestações nas paredes

interiores de fungos e outros organismos, bem como o destacamento dos rebocos.

A realização de drenagens pontuais de águas pluviais e freáticas é concretizada pela instalação de uma

membrana drenante alveolar de Polietileno de Alta Densidade com uma tela em manta geotêxtil.

Esta solução permite aumentar a capacidade de filtragem e drenagem das águas freáticas e superficiais

que escorrem no sentido desta parede impedindo o contato da água com a mesma. A membrana possui

pequenos relevos que permitem drenar grandes quantidades de água.

A drenagem periférica foi realizada de acordo com as seguintes etapas:

Realização de uma vala na periferia da parede Sul;

Enchimento de uma almofada de areia para assentamento da membrana drenante;

Instalação da tela em manta geotêxtil;

Instalação da membrana drenante de Polietileno de Alta Densidade - PEAD;

Pregar a membrana e fixar perfis em PEAD para garantir a proteção da parte superior da

membrana, evitando infiltrações;

Sobrepor a membrana seguinte de 10 a 20 cm;

Enchimento de uma almofada de godo para assentamento do tubo de drenagem e manta

geotêxtil;

Instalação do tubo de drenagem;

Enchimento com brita de granulometria mais grossa junto ao dreno e mais fina à superfície;

Enchimento final com terra /saibro provenientes da abertura da vala;

Reposição do lajeado assente numa almofada de areia.

Na Figura 104 é representado um corte da drenagem periférica instalada na parede sul, com a legenda

respetiva dos diferentes materiais constituintes e as disposições destes na instalação.

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Figura 104 - Pormenor do dreno exterior

Na Figura 105 apresenta-se a abertura da vala realizada na periferia da parede exterior Sul, para

instalação da drenagem periférica com o cuidado de prever vias de circulação num espaço reduzido

com algumas limitações.

Figura 105 – Abertura da vala

Na Figura 106 é representada a instalação do tubo de drenagem. É constituído por um tubo contínuo

poroso de PVC que recebe a água através do sistema de filtragem e a drena até ao sistema de

drenagem de águas pluviais. A instalação do dreno é envolvida pela membrana drenante e manta

geotêxtil, assente numa almofada de areia, o que permite evitar a entrada de terra no dreno.

Figura 106 - Instalação do dreno

Na Figura 107 apresenta-se a instalação da membrana de polietileno de alta densidade com uma tela

de manta geotêxtil e início de preenchimento da vala por material do tipo incoerente de granulometria

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diferenciada. Na sua instalação, especialmente no bordo superior, deve-se garantir que não ocorram

futuras infiltrações.

Figura 107 - Instalação da membrana com geotêxtil

Ainda na Figura 107 é representada a reposição do pavimento de lajeado de granito assente numa

almofada de areia.

Figura 108 - Reposição do pavimento

5.2.5. AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO EXECUTADO

Relativamente ao primeiro caso de estudo, foi programada uma visita à Capela do Convento Corpus

Christi a 29 de Abril de 2014 analisando a eficácia do tratamento executado para evitar humidade

ascensional no edifício através da observação dos compartimentos e dos respetivos elementos

construtivos.

Comparando o aspeto antes e após a intervenção, verifica-se que a Capela no geral, apresenta

melhorias significativas no que diz respeito às manifestações patológicas. Apesar destas melhorias

algumas manifestações foram observadas e merecem ser anunciadas.

O lajeado de granito na Capela-mor apresenta saturação e as colunas de granito da Capela-mor e da

Nave apresentavam, na sua base, algumas manchas de humidade, o que indica haver ainda indícios do

fenómeno da humidade ascensional. A Figura 109 pode confirmar estas patologias com fotografias do

lajeado de granito e de uma coluna de granito.

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116

Figura 109 – Saturação do lajeado e manchas de humidade na base do pilar

Ao nível das paredes interiores, o facto de terem sido tratadas com um revestimento que permite

ocultar as anomalias e aumentar a evaporação à superfície dos diversos elementos, reduziu as

manifestações iniciais. Contudo algumas manchas ligeiras foram observadas como demonstrado na

Figura 110. No compartimento do Espaço da Roda na parede Sul, parece haver manchas

correspondentes a humidade de construção ou condensações superficiais pela reduzida ventilação do

espaço.

Figura 110 – Manchas de humidade no compartimento Espaço da Roda

A parede exterior Sul, onde foi implementado um sistema de drenagem periférica, apresenta algumas

manchas de humidade e de fungos e outros organismos na base da parede. A Figura 111 monstra as

manifestações encontradas ao longo de toda a parede Sul.

Figura 111 – Manifestações na parede exterior Sul

As manifestações no lajeado de granito e na base das colunas de granito podem ser explicadas pela

inexistência de um sistema de impermeabilização do pavimento de lajeado de granito assente

diretamente no solo, correspondendo a terreno com níveis freáticos elevados. A sua ausência é

justificada pela necessidade de preservar e não levantar o pavimento de lajeado de granito pela sua

originalidade e aspeto.

A existência de algumas manchas em algumas zonas singulares das paredes interiores pode sugerir

uma ventilação insuficiente do espaço.

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Técnicas de tratamento / Controlo da humidade ascensional - Catálogo

117

A inexistência de um tratamento à base de barreiras químicas por injeção ou um tratamento por

impulso electrónico leva a que surjam manifestações ligeiras mas que no futuro se podem agravar, por

não existir um tratamento realmente eficaz.

Na parede exterior Sul, onde foi implementado o sistema de drenagem periférica, as manifestações

encontradas podem sugerir ineficácia do sistema por falta de manutenção do dreno, devido à

existência de apenas uma caixa de visita na sua extensão podendo levar a um entupimento do dreno, o

que reduz a eficácia do tratamento.

IGREJA DO CONVENTO DE VILAR DE FRADES 5.3.

O Convento de Vilar de Frades localiza-se em Areias de Vilar, concelho de Barcelos (Figura 112).

Fundado em 566 pelo bispo S. Martinho de Dume, o edifício foi parcialmente destruído pelas invasões

muçulmanas, o que levou a uma reconstrução românica do convento no século XI. Da original

construção resta apenas o portal, vestígios de uma janela e os arranques da torre Sul onde se integra o

portal.

A partir do século XVI várias intervenções de ampliação e remodelação são realizadas, alterando

substancialmente a configuração do antigo mosteiro românico e de toda a cerca conventual.

Posteriormente é finalizada a Capela-mor e reconstruído o corpo da Igreja, que estaria em mau estado.

No século XVIII a fachada principal é remodela, integrando o portal do século XI na torre Sul.

A partir da década de 90, a cargo do IGESPAR e da Direção Regional de Cultura do Norte,

financiadas pela Comunidade Europeia, a igreja sofre várias intervenções como, a conservação e

restauro de todo o recheio artístico, consolidação e reforço estrutural [17].

Figura 112 – Igreja Vilar de Frades

A Igreja apresenta uma planta em forma de cruz latina, orientada segundo a direção Norte/Sul, com

desenvolvimento em três pisos elevados, nomeadamente, rés-do-chão, primeiro e segundo andares. Ao

longo da nave central existem diversas Capelas abobadadas e a Nascente situa-se a Capela-mor. É

restringida a Sul pelo Claustro e pelo Mosteiro. O acesso principal faz-se a Poente por um pátio

(Figura 113).

As paredes do alçado Norte e da Capela-mor encontram-se, parcialmente enterradas, com uma

diferença de um metro da cota do pavimento interior com a cota do terreno exterior.

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118

As paredes exteriores são em alvenaria de granito, sendo reforçadas por quatro contrafortes no alçado

Norte e por seis no alçado Poente. Por razões de segurança as suas fundações foram reforçadas com

elementos de betão armado. No que diz respeito às paredes interiores, existem alguns painéis de

azulejos nas capelas laterais do lado Sul da Igreja, sendo as restantes rebocadas e pintadas. As faces

interiores das paredes da Capela-mor e da Nave central não exibem revestimento.

Os pavimentos interiores são todos em lajeado de granito, exceto na Sacristia, onde é revestido por

mosaicos de mármore e nos pisos superiores em madeira [17].

Figura 113 – Planta esquemática do R/C

5.3.1. LEVANTAMENTO DAS PATOLOGIAS EXISTENTES

Realizadas algumas intervenções, nomeadamente no reforço das fundações dos contrafortes e no

tratamento do pavimento interior da nave central, algumas patologias associadas à humidade

ascensional foram identificadas [1,50]:

Manifestações de microrganismos e manchas de humidade nas paredes exteriores,

nomeadamente na sua base e em toda a altura dos contrafortes (Figura 114);

Figura 114 – Microrganismos na altura dos contrafortes

Manifestações de microrganismos nas paredes interiores da capela-mor, nomeadamente até

cerca de 1 metro de altura (Figura 115);

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119

Figura 115 – Microrganismos nas paredes interiores da Capela-mor

Manchas de humidade nas paredes interiores rebocadas e pintadas das Capelas laterais (Figura

116);

Figura 116 – Manchas de humidade nas paredes interiores

Manchas esverdeadas nos pilares de granito, no contorno da Nave central (Figura 117);

Figura 117 – Manchas esverdeadas nos pilares de granito

Saturação do lajeado dos pavimentos da capela-mor e das Capelas laterais (Figura 118).

Figura 118 – Saturação do lajeado de granito

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120

5.3.2. INTERVENÇÕES EFETUADAS

Tendo em conta as características do edifício como, a grande espessura das suas paredes e

heterogeneidade dos materiais, a ocorrência do fenómeno da ascensão capilar e a dificuldade de

secagem pela evaporação da água dos elementos construtivos em contato com o terreno promovendo

condensações superficiais por ventilação insuficiente, foram efetuadas as seguintes intervenções [1]:

Execução do reforço das fundações em betão armado em parte da envolvente da Igreja,

impermeabilizado com emulsão betuminosa, de modo a garantir o reforço estrutural e uma

drenagem periférica;

Execução de uma rede interior de drenagem do pavimento da Nave central através de, um

geodreno ligada a rede de drenagem periférica exterior, afastada das paredes;

Execução de uma caleira periférica de ventilação, no contorno da Nave central, em direta

comunicação com a rede interior de drenagem;

Execução de uma tela de impermeabilização no pavimento da Nave central.

A intervenção na Nave central possibilitou que a circulação de ar entre as tubagens de drenagem

exterior e o interior do templo pela caleira periférica. Com a elevada humidade relativa e insuficiente

ventilação no interior da Igreja, o ar quente e húmido no interior dos tubos, ao ascender ao longo dos

pilares de granito para ser extraído pelas grelhas de ventilação, encontravam a superfície fria dos

pilares e condensavam [1].

5.3.3. APLICABILIDADE DAS FICHAS/CATÁLOGO HUMITECNIC

5.3.3.1. Técnicas com o princípio de impedir o acesso da água nas paredes

A implementação de um sistema de drenagens periféricas para impedir o acesso de água nas paredes

foi implementada anteriormente, quando se recorreu ao reforço das fundações em cortinas de betão

armado impermeabilizado com emulsão betuminosa.

Com base na análise dos resultados da eficácia do tratamento executado, através do posterior

levantamento das patologias associadas à humidade ascensional, conclui-se haver alguma limitação

deste método no caso da Igreja de Vilar de Frades. Com a elevada exposição das paredes a fenómenos

de ascensão capilar, o recurso a esta técnica de tratamento com a impermeabilização da parede

exterior, impede a evaporação da humidade presente, dificultando a secagem dos elementos

construtivos em contato com o terreno. A impermeabilização no exterior resulta numa elevação do

nível atingido pela humidade e num agravamento do fenómeno da ascensão capilar.

A utilização desta técnica de tratamento só seria interessante se garantisse a prévia secagem da parede,

permitindo que a utilização do sistema não condicionasse o aumento da ascensão capilar como

também impediria o acesso das águas freáticas às paredes. A sua implementação também pode ser

condicionada por questões económicas.

5.3.3.2. Técnicas com o principio de retirar a água em excesso das paredes

A utilização das técnicas de tratamento que retirem a água em excesso das paredes, só apresenta

viabilidade para a solução do impulso eletrónico.

Os tubos de arejamento não garantem a eficácia quando aplicáveis em paredes com as características

da Igreja de Vilar de Frades e tratando-se de um edifício histórico com valor Patrimonial, a utilização

de uma solução que altera o aspeto da fachada condiciona a sua utilização.

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121

A eletro-osmose apresenta uma eficácia muito reduzida e a necessidade de execução de perfurações

nas paredes para a instalação dos ânodos o que condiciona também a sua utilização.

O impulso eletrónico surge, tal como no caso de estudo anterior, como uma medida que poderia

eliminar a água em excesso nas paredes. Aplicável para este tipo de edifícios, históricos e com valor

Patrimonial, com grande espessura das paredes e heterogeneidade de materiais. Ajuda na preservação

do Património, pelo facto, de não necessitar na sua instalação e na sua utilização, de nenhuma obra de

escavação e perfuração. Este é caraterizado por uma unidade pequena que pode ser instalado em

qualquer local não interferindo com o aspeto do edifício. Ajuda no processo de secagem das paredes

evitando que a humidade se instale, através de impulsos eletrónicos, não causando reações adversas

aos materiais envolventes. A ficha da Figura 119 apresenta um exemplo de uma técnica de tratamento

por impulso eletrónico, auxiliando o utilizador na compreensão do tratamento descrito.

Figura 119 - Ficha HUMITECNIC - Impulso Eletrónico

5.3.3.3. Técnicas com o princípio de impedir a ascensão da água nas paredes

A execução de um corte hídrico através, de barreiras físicas e/ou químicas, de modo a estabelecer uma

barreira continua, na base das paredes que impeça a ascensão da água, não aparenta ser uma boa

solução.

As barreiras físicas apresentam limitações que a tornam pouco viável neste caso como a produção de

poeiras e vibrações, dificuldade de aplicação e questões económicas.

Na implantação de barreiras químicas, embora existam produtos adequados a este edifício, as

características das paredes de granito com grande espessura tornam o método pouco eficaz.

O método da redução da seção absorvente levanta problemas na instabilidade do edifício e no aspeto

arquitectónico.

A ventilação da base das paredes apresenta-se um método eficaz quando se pretende tratar paredes

com elevada espessura e heterogénea com é aqui o caso. Esta técnica consiste em ventilar a base das

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122

paredes recorrendo a processos de ventilação natural e ventilação mecânica de velocidade variável ou

higrorregulável. Como no caso apresentado existem problemas associados à dificuldade de secagem e

ventilação insuficiente este tratamento parece o mais indicado pois aumenta a evaporação através da

execução de canais ou tubos periféricos ventilados, secando os elementos construtivos. Para garantia

de melhor eficácia a ventilação exterior e interior deve ser mecânica, mas condicionantes económicos

e de execução, levam a que seja adotada a ventilação natural pelo exterior.

A instalação no exterior deve ser realizada em toda o contorno do edifício, com canais exteriores

protegidos superiormente e ventilados, com uma caleira para recolha e condução das águas pluviais.

No perímetro interior do edifício o sistema de ventilação pode ser constituído por tubos perfurados

com elevada permeabilidade ao vapor associados a um dispositivo de ventilação natural ou, como no

interior existe uma maior dificuldade de garantir essa ventilação, com um dispositivo mecânico

higrorregulável, para garantir uma maior eficácia.

Na Figura 120 apresenta-se duas fichas HUMITECNIC referentes à técnica de tratamento de

ventilação da base das paredes natural (à esquerda) ou mecânica higrorregulável (à direita).

Figura 120 – Fichas HUMITECNIC - Ventilação da Base das Paredes

5.3.3.4. Técnicas com o princípio de ocultar as anomalias

A aplicação de uma forra interior separada por espaço de ar não passa por uma opção viável de

tratamento pois, tal como explicado no caso de estudo anterior, implica a ocultação das paredes

originais.

Nas paredes rebocadas e pintadas que se encontram destacadas do suporte, com infestações de fungos

e outros organismos, deve ser realizada uma reabilitação da alvenaria com reboco com porosidade que

diminui do exterior para o interior facilitando a evaporação da água. Uma argamassa de ligantes

hidráulicos, compostos de sílica, cargas aligeiradas e adjuvantes específicos é vantajosa para o

tratamento de paredes com problemas de humidade por ascensão capilar e salitre. Com boa

compatibilidade físico-mecânica e elevada durabilidade, apresenta também a capacidade de promover

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123

a evaporação rápida da água das paredes graças à elevada porosidade, sendo ideal quando existe

dificuldade de secagem das paredes. Na Figura 121 apresenta-se a ficha HUMITECNIC relativa a esta

argamassa, com as informações mais importantes sobre o produto.

Figura 121 – Ficha HUMITECNIC - Revestimento de Paredes

Da análise das várias técnicas de tratamento apresentado no catálogo HUMITECNIC, determinam-se

quais os tratamentos que se aplicam para a Igreja Vilar de Frades. Técnicas de tratamento de humidade

ascensional como, o impulso eletrónico, ventilação da base das paredes e o revestimento de paredes

apresentam-se, cada um com o seu princípio de intervenção, como soluções interessantes e

potencialmente eficazes.

5.3.4. TRATAMENTO DA HUMIDADE ASCENSIONAL NA IGREJA VILAR DE FRADES

A Figura 122 representa o traçado dos dois sistemas: No exterior a ventilação natural da base das

paredes (traçado a verde) e no interior a ventilação mecânica higrorregulável da base das paredes

(traçado a azul).

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124

Figura 122 – Traçado dos sistemas de ventilação da base das paredes [1]

5.3.4.1. Ventilação natural da base das paredes

Com a ventilação da base das paredes no exterior pretendeu-se diminuir a ascensão capilar,

aumentando a capacidade de secagem das paredes em contato com o solo. Foi assim criado um

sistema de ventilação natural constituído por elementos prefabricados de betão, pontualmente aberto

ao ar exterior por intermédio de tubos de PVC que estabelecem a ligação a grelhas de ventilação.

O traçado foi executado ao longo das paredes exteriores e dos contrafortes mas limitado à zona traçada

na Figura 122 a verde, pois o reforço das fundações e a impermeabilização impossibilitou o tratamento

global.

A execução da técnica de tratamento baseou-se nas seguintes etapas [1]:

Execução de uma vala junto ao paramento exterior das paredes do edifício, que contornou as

paredes exteriores e os contrafortes da envolvente da Capela-mor;

Remoção do revestimento da base das paredes onde é colocado o canal de ventilação, para não

impedir o processo de evaporação;

Execução do canal de ventilação em pré-fabricado de betão armado com uma ligeira inclinação,

da soleira interior, no sentido do orifício de drenagem que atravessa o elemento vertical da base

do canal de ventilação, fazendo a ligação à caleira de drenagem de águas pluviais;

Execução de aberturas pontuais a grelhas de ventilação de aço inox com ligação através de

tubos de PVC;

Execução de uma tela betuminosa para impermeabilização da superfície superior do canal com

uma ligeira inclinação no sentido contrário à fachada;

Enchimento do topo do canal com brita ou godo.

Na Figura 123 representam-se dois cortes esquemáticos do sistema de ventilação da base das paredes

exteriores. À esquerda apresenta-se um pormenor do sistema de ventilação do canal periférico de

betão prefabricado. À direita apresenta-se um pormenor do sistema de ventilação com uma abertura

para o exterior.

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125

Figura 123 – Cortes esquemáticos da ventilação da base das paredes exterior [3]

A Figura 124 apresenta aberturas do sistema natural de ventilação, protegidas por grelhas de

ventilação de aço inox, de modo a minorar a entrada de água e detritos.

Figura 124 – Grelhas de ventilação [3]

5.3.4.2. Ventilação interior mecânica higrorregulável da base das paredes

Para a ventilação da base das paredes interiores foi instalado um sistema higrorregulável dividido em

dois subsistemas, um a Norte e um outro a Sul.

No subsistema a Norte a admissão de ar é proveniente do exterior, realizada por uma abertura na

fachada Poente que permite ventilar as Capelas do lado Norte, parte do Transepto e a Capela-mor. A

exaustão do ar para o exterior da igreja é controlada por um sistema de ventilação mecânico

higrorregulável.

No subsistema a Sul a admissão de ar é proveniente de duas grelhas de admissão localizada no interior

da Igreja, por rasgos nos degraus de duas Capelas laterais (Figura 125), que permite ventilar as

Capelas do lado Sul. A exaustão do ar para o claustro é controlada por um sistema de ventilação

mecânico higrorregulável [1].

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126

Figura 125 – Rasgo no degrau

A circulação do ar é garantida por caixas pré fabricadas de betão que conduzem o ar por um tubo

perfurado de betão com um diâmetro de 200mm (Figura 126), imediatamente abaixo do lajeado de

granito que contorna as paredes interiores da Igreja. Esta tubagem é envolvida por brita com

granulometria superior a 50mm, por um geotêxtil impermeabilizado e telas de PVC ao nível do

pavimento. As mudanças de direção realizam-se com recurso a manilhas de betão cortadas em cunha e

as variações significativas da cota de tubagem são vencidas através de caixas em alvenarias de blocos

de betão [17].

Figura 126 – Tubo perfurado de betão [1]

Na Figura 127 encontra-se um esquema axonométrico de uma das aberturas de admissão de ar ao

subsistema interior Sul, com pormenores de três cortes esquemáticos, de ligações diferentes. O

pormenor 1 representa a ligação de um rasgo no degrau com uma caixa prefabricada de betão. O

pormenor 2 representa a ligação de uma caixa prefabricada de betão com a tubagem perfurada de

betão. O pormenor 3 representa o sistema de tubagem perfurada de betão.

Figura 127 – Pormenores do sistema ventilação da base das paredes interiores [3]

Cada subsistema de ventilação é composto por um ventilador mecânico de velocidade variável, cujo

funcionamento é controlado por um sistema higrorregulável que garante a circulação de ar no interior

da tubagem. Este entra em funcionamento quando a pressão de vapor no exterior da igreja é inferior à

existente à saída da conduta interior de ventilação.

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127

O sistema higrorregulável é composto por duas sondas de humidade relativa e temperatura, dois

transmissores de humidade relativa e temperatura e um módulo de controlo que controlam o

dispositivo de extração de ar. Em cada subsistema, uma sonda foi colocada próxima dos extratores e as

outras no exterior da fachada Norte e numa das Capelas laterais. Cada sonda encontra-se ligada a um

transmissor de humidade relativa e de temperatura que, com módulo de controlo, regista e compara os

valores da pressão à entrada e à saída, dando a instrução para ligar ou desligar o dispositivo de

extração do subsistema [50].

A Figura 128 apresenta os sistemas de ventilação higrorregulável dos dois subsistemas, com a

representação do módulo de controlo e dos transmissores de humidade relativa e de temperatura. A

figura mais à esquerda corresponde ao sistema de ventilação do subsistema Sul e a figura mais à

direita ao subsistema Norte.

Figura 128 – Sistemas de ventilação higrorregulável

5.3.5. AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO EXECUTADO

No âmbito deste trabalho foi programada uma a visita à Igreja do Convento de Vilar de Frades a 27 de

Maio de 2014, analisando-se a eficácia do tratamento executado com vista ao tratamento/controlo da

humidade ascensional.

Em relação às paredes exteriores do edifício, onde o sistema de ventilação da base das paredes exterior

foi instalado, analisa-se a existência de humidade e de microrganismos ao longo da base das paredes e

ao longo da altura dos contrafortes (Figura 129, Figura 130).

A conjugação das características dos materiais constituintes, que se caraterizam pela grande espessura

e heterogeneidade da sua composição resultando numa grande permeabilidade da água, a fraca

exposição solar das fachadas, com orientação a Norte e Este, resulta numa dificuldade de secagem dos

materiais à influência direta da precipitação e da higroscopocidade dos materiais, especialmente em

períodos como o Inverno, justificando esses resultados.

Apesar de com o sistema de tratamento se garantir uma maior secagem da base das paredes e

diminuição do fenómeno da humidade ascensional, a conjugação de outros fenómenos resulta na

presença das referidas patologias. Uma intervenção com base num sistema de drenagem das águas

pluviais na cobertura poderia garantir uma diminuição destes fenómenos.

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128

Figura 129 – Patologias na parede exterior Este

Figura 130 – Patologias na parede exterior Norte

Em relação às paredes interiores, as colunas da Nave e o pavimento em lajeado de granito não

apresentam manchas de humidade indicando que o sistema de ventilação interior instalado tem sido

eficaz no seu funcionamento (Figura 131).

Figura 131 – Capela-mor no presente

Nas paredes interiores da Sacristia onde ainda não foi instalado o sistema de ventilação por razões

associadas ao financiamento, apresenta manchas de humidade e alguma degradação do reboco,

faltando assim algum tratamento complementar nesse espaço (Figura 132).

Figura 132 – Parede interior da sacristia

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129

SÍNTESE DO CAPÍTULO 5.4.

Neste capítulo foram apresentados dois casos de estudo com características semelhantes onde se

analisaram as técnicas de tratamento de humidade ascensional executadas e se compararam com as

técnicas de tratamento sugeridas pela análise das fichas/catálogo HUMITECNIC, concluindo-se que a

intervenção no tratamento da humidade ascensional poderia ter sido um pouco diferente. Na Tabela 3

apresenta-se um quadro síntese que resume os principais aspetos analisados ao longo do capítulo.

Tabela 3 – Síntese casos de estudo apresentados

Edifício Patologias/humidade

ascensional - Antes

Técnica de

tratamento - ficha

HUMITECNIC

sugerida

Técnica de

tratamento

implementada

Patologias/

humidade

ascensional -

Depois

Capela do

Convento

Corpus

Christi

- Infestações nas

paredes interiores Sul

por fungos e outros

organismos;

- Destacamento de

rebocos;

- Degradação do

madeiramento do

soalho do coro baixo e

sacristia;

- Humidificação e

colonização biológica

na base das paredes

interiores e na base

dos pilares de granito;

- Destacamento dos

rodapés na Nave e no

Coro Baixo;

- Saturação do lajeado

de granito e da base

dos pilares de granito

na Capela-mor.

- Drenagens

Periféricas –

Catálogo DP-5;

- Impulso

Eletrónico –

Catálogo IE-1;

- Barreiras

Químicas –

Catálogo BQ.I-1;

- Revestimento de

Paredes –

Catálogo RP-2.

- Revestimento

de paredes com

argamassa pré-

misturada isenta

de cimento à

base de cal

aérea e rica em

sílica amorfa;

- Drenagem

periférica da

parede Sul com

membrana

drenante alveolar

de PEAD com

uma tela em

manta geotêxtil.

- Saturação do

lajeado de

granito e

manchas de

humidade na

base dos pilares

da Capela-mor e

Nave.

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130

Igreja do

Convento de

Vilar de

Frades

- Microrganismos na

altura dos contrafortes;

- Microrganismos nas

paredes interiores da

Capela-mor;

- Manchas de

humidade nas paredes

interiores rebocadas e

pintadas das Capelas

laterais;

- Manchas

esverdeadas nos

pilares de granito, no

contorno da Nave

central;

- Saturação do lajeado

dos pavimentos da

Capela-mor e das

Capelas laterais.

- Impulso

Eletrónico –

Catálogo IE-1;

- Ventilação da

base das paredes

– Catálogos VB-1

e VB-3;

- Revestimento de

paredes –

Catálogo RP-4.

- Ventilação

natural da base

das paredes

exterior;

- Ventilação

mecânica

higrorregulável

da base das

paredes interior.

- Manchas de

humidade e

alguma

degradação do

reboco nas

paredes

interiores da

Sacristia, onde

não foi instalado

o tratamento.

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131

6 CONCLUSÃO

CONCLUSÕES FINAIS 6.1.

A sistematização da informação sobre sistemas e produtos para o tratamento da humidade ascensional

é um contributo importante para a melhoria da qualidade na reabilitação de edifícios. A escolha de

soluções inadequadas, que apresentam um fraco desempenho no tratamento das patologias em

detrimento de soluções mais assertivas, é causado maioritariamente pela falta de informação. Esta é

originária, essencialmente, pela dispersão e falta de ferramentas que possibilitem o acesso fácil,

organizado e conciso à informação em causa. A compilação desta, em formato de fichas/catálogo,

permite considerar e analisar todas as técnicas de tratamento, salientando quais as características,

metodologias e condições de aplicabilidade e limitações de cada uma delas de um modo sintetizado e

organizado, contribuindo, consequentemente, para definir a melhor abordagem em cada caso,

reduzindo a taxa de insucesso nas intervenções.

Ao concluir este trabalho é possível afirmar que os objetivos inicialmente propostos foram atingidos

com o desenvolvimento de um conjunto de fichas/catálogo para as diferentes soluções de tratamento,

com a criação de um site para a divulgação das mesmas e a sua utilização em exemplos práticos de

aplicação, demostrando o seu interesse e viabilidade. No entanto algumas observações merecem ser

denotadas:

Na construção das fichas/catálogo, por vezes não foi obtida informação completa sobre os

produtos ou sistemas;

Surgiu alguma dificuldade na uniformização de alguns parâmetros, nomeadamente no campo

destinado às propriedades, pela disponibilidade de informação encontrada e ausência de

resposta por alguns intervenientes responsáveis;

Seria muito valorizada a oportunidade de aplicação do catálogo a um maior número de casos de

estudo, o que não foi possível essencialmente por escassez de tempo e informação, com o

objetivo de comparar a adequabilidade a edifícios com características diferentes dos

apresentados abrangendo, por isso, um numero superior de intervenções e, consequentemente,

de diferentes de soluções de tratamento.

Ao longo deste trabalho foi possível recolher e conhecer um conjunto de informações relativas a

patentes, sistemas e produtos com vista ao tratamento da humidade ascensional nos elementos

construtivos. Com base na pesquisa efetuada foi possível recolher informação sobre o conjunto de

técnicas disponíveis no mercado:

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132

As barreiras químicas e os revestimentos de paredes com porosidade e porometria controlada

apresentam-se com maior disponibilidade de soluções, pelas diferentes tipologias e

características associadas aos produtos utilizados no tratamento da humidade ascensional;

As drenagens periféricas e as barreiras físicas exibem uma boa eficácia mas são de difícil

adaptação a execução na reabilitação dos elementos construtivos, adoptando-se, tipicamente,

por selecionar estas soluções de tratamento como medida preventiva;

Sistemas como a eletro-osmose, o impulso eletrónico e os tubos de arejamento caraterizam-se

pela reduzida disponibilidade de soluções devido à sua eficácia reduzida. No entanto, o impulso

eletrónico e o sistema patenteado holandês do tubo de arejamento merecem uma investigação

mais cuidada, com implementação em edifícios a nível Nacional;

A redução da seção absorvente apresenta um carácter mais teórico com inexistência de

exemplos de aplicação na sua utilização;

A aplicação de forra interior separada por um espaço de ar não apresenta soluções de tratamento

associada;

A ventilação da base das paredes apresenta-se bem documentada em dissertações e

investigações realizadas para avaliar o seu desempenho na aplicação em edifícios antigos.

Carateriza-se pela particularidade de apresentar um bom desempenho no tratamento dos

últimos, muitas vezes, com paredes espessas e heterogéneas.

DESENVOLVIMENTOS FUTUROS DE INVESTIGAÇÃO 6.2.

Com o presente trabalho pretendeu-se sistematizar a informação referente a sistemas de tratamento da

humidade ascensional. No entanto, existe ainda um vasto campo de investigação neste domínio e em

domínios afins que seria interessante desenvolver em investigações futuras, nomeadamente:

Aplicação das fichas/catálogo HUMITECNIC a um maior número de casos de estudo, com

características diferentes das apresentadas;

O desenvolvimento de fichas/catálogo de técnicas de prevenção da humidade ascensional, uma

vez que a prevenção se apresenta como a melhor forma de combater o aparecimento deste

fenómeno;

A extensão para as restantes patologias de humidade que afetam os elementos construtivos

como são exemplo as condensações (internas e superficiais), humidades de construção,

infiltrações e fugas nas canalizações, etc. Disponibilizando, desta forma, uma maior informação

necessária no tratamento de diferentes patologias;

Avaliação, em maior detalhe, do desempenho de novos sistemas de tratamento da humidade

ascensional, como são exemplo o impulso eletrónico e o sistema holandês de tubo de

arejamento, se possível com recurso à experimentação prática.

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