mensagens evangélicas 3 - livro

201

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Page 1: Mensagens Evangélicas 3 - Livro
Page 2: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

2

A474 Alves, Silvio Dutra Mensagens curtas 3./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2016. 201.; 14,8x21cm 1. Teologia. 2. Graça 3. Fé. I. Título. CDD 230

Page 3: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

3

Sumário

Alegre por Ser de Cristo..................................

8

A Longanimidade e Amor Evangélicos....

10

Transportadores de Sementes.....................

15

A Mensagem do Evangelho é Imutável...

16

A Liberdade dos Que Odeiam a Deus........

20

Como se Faz para Entrar no Céu.................

22

Uma Razão Por que Deus Não se Comunica Visivelmente.................................

24

Aprender a Conviver com Gostos e

Costumes Diferentes dos Nossos...............

26

Perdas do Que se Tem e do Que não se

Terá.............................................................................

30

Desapega... Desapega ........................................

31

O Grande Risco em Escolher uma Porta

Errada........................................................................

34

Senhor Justiça Nossa........................................

37

Page 4: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

4

Está Faltando o Ingrediente do

Evangelho na Salada Mista da

Mensagem Atual.................................................

41

Acautelai-vos dos Falsos Profetas..............

44

A União Indissolúvel do Crente com Cristo..........................................................................

55

Julgados Pela Lei da Liberdade....................

67

A Primeira e Grande Lição da Vida

Cristã..........................................................................

71

Por que Precisaríamos de Jesus?.................

73

Adultério Espiritual............................................

75

Fruto de Justiça.....................................................

78

A Sempre Presente Necessidade de

Reforma...................................................................

79

O Dever de em Tudo Ser Criteriosos.........

85

A Natureza da Santificação

Verdadeiramente Bíblica................................

87

Muito Mais do Que Ex Alguma Coisa.......

91

Verdadeiramente Mãe para Israel.............

93

Page 5: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

5

O Profeta dos profetas.......................................

96

Fugindo da Porta Estreita e do Caminho

Apertado..................................................................

97

A Carne Vai Gemer, Vai Doer, Mas o

Pecado Vai Morrer..............................................

99

Muito Mais do que Emoção e

Sentimento.............................................................

102

Como Viver em Paz Consigo e com o

Próximo....................................................................

103

Sã Doutrina + Fé + Arrependimento.........

104

Nem Ociosos e Nem Infrutíferos................

106

Batismo com Fogo...............................................

109

Se Captou e Ligou é para Sempre...............

111

Dando uma Chance ao Verdadeiro Evangelho de Jesus.............................................

113

Voltando para o Lar............................................

116

A Verdadeira Liberdade Eterna..................

118

O Show Que Para Muitos Deve

Continuar................................................................

122

Page 6: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

6

Porque Barrabás Sempre Terá a

Preferência da Maioria.....................................

124

A Plena Certeza da Esperança.......................

126

Inabaláveis..............................................................

134

Não Temos Motivos para Desconfiar........

137

Pobre de Espírito e Não Com Um

Espírito Pobre........................................................

139

Muitos Membros e Funções Mas um Só

Corpo.........................................................................

141

O Sucesso de Deus nos Nossos

Insucessos...............................................................

144

Os Tímidos não Herdarão o Reino de Deus............................................................................

146

"Cristo é tudo em todos." (Colossenses

3.11) .............................................................................

148

A Fonte de Águas Cristalinas na Qual

Devemos Beber....................................................

150

A Verdade é Eficaz Somente Quando é

Vivida.........................................................................

152

Uma Vida Sob o Propósito...............................

154

Page 7: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

7

O Comportamento que Agrada a Deus....

159

O Reino Prometido de Paz..............................

163

O Dia em Que Haverá Paz Perfeita na

Terra...........................................................................

165

Nicolaítas Modernos.........................................

167

Não Entregando a Segurança ao

Cuidado das Raposas.........................................

171

Deus Não Necessita Ser Justificado...........

174

“Riquezas de Origem Iníqua” (Lucas 16.9) ............................................................................

178

Não se Trata de Restrição mas de

Libertação................................................................

188

Guardando-se Incontaminado de

Babilônia..................................................................

190

A Verdadeira Raiz do Mal................................

192

Pensando Fazer o Bem Fez um Grande

Mal..............................................................................

196

Não É Religião. É Vida........................................

199

Page 8: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

8

Alegre por Ser de Cristo

“Quanto ao mais, irmãos meus, regozijai-vos no

Senhor. Não me é penoso a mim escrever-vos as

mesmas coisas, e a vós vos dá segurança.” (Filipenses 3.1)

Paulo disse que o fato de os cristãos se

regozijarem no Senhor lhes daria segurança,

porque a alegria no Senhor é a nossa força, e nos

mantém firmes e seguros na fé, diante das tribulações.

As tribulações nos trazem tristezas e aflições,

mas podemos manter o nosso espírito fortalecido com aquela alegria mais interna de

sabermos que em Cristo tudo isto estará

cooperando para o nosso aperfeiçoamento

espiritual, e assim, não devemos ter estas tribulações como um motivo para ficarmos

entristecidos, mas satisfeitos, por sabermos que

o nosso Deus se encontra no controle delas, e

que por meio delas está produzindo o que é melhor para nós.

"Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria

o passardes por várias provações, sabendo que a

provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança." (Tiago 1.2,3)

"E não somente isto, mas também nos gloriamos

nas próprias tribulações, sabendo que a

tribulação produz perseverança; e a

Page 9: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

9

perseverança, experiência; e a experiência,

esperança." (Romanos 5.3,4)

Devemos, portanto, aprender a estarmos

contentes em toda e qualquer situação, porque

é assim fazendo, que não somos removidos pelas provações e tribulações, da nossa firmeza

em Cristo.

É a fé que vence o mundo. É a graça que nos dá

força para viver na fé.

E constatar que a obra da graça está avançando em nossas vidas, tornando-nos mais

semelhantes a Cristo, é o maior motivo que

temos para estarmos sempre alegres e

contentes, a par de quaisquer circunstâncias externas ou internas que possamos estar

experimentando.

Não há maior alegria do que aquela que diz

respeito ao exercício do ministério que

recebemos de Deus para cumprir.

A certeza de estarmos fazendo a Sua vontade gera uma satisfação interior que não pode ser

apagada por qualquer tipo de provação que

tenhamos que enfrentar.

Afinal, tudo está sendo recompensado

regiamente pelo Senhor, e será ainda mais quando formos galardoados na glória depois de

termos cumprido a nossa jornada terrena com

alegria.

Page 10: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

10

A Longanimidade e Amor Evangélicos

“1 Irmãos, se algum homem chegar a ser

surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois

espirituais, restaurai o tal com espírito de

mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado.

2 Levai as cargas uns dos outros, e assim

cumprireis a lei de Cristo." (Gál 6.1,2).

A palavra grega paraptoma, usada por Paulo e

traduzida por “ofensa” no verso 1, é a mesma palavra usada em várias passagens do Novo

Testamento para se referir a pecados ou faltas, e

usada por Jesus no Pai Nosso, onde se diz

“perdoa as nossas ofensas”.

Então não significa apenas injúrias, mas todo tipo de falta que possa ser praticada contra o

próximo.

Tiago faz o mesmo uso desta palavra quando diz

que devemos confessar nossas ofensas uns aos

outros.

Paulo não estava portanto se referindo aqui a erros doutrinais, mas a pecados que operam na

carne e que sujam o coração do cristão. E ele

expõe a maneira como isto deve ser tratado na

Igreja: os que são fortes devem levantar o caído com espírito de mansidão.

Esta norma deveria ser seguida particularmente

pelos ministros da Palavra.

Os pastores devem reprovar o caído, mas

quando veem que o caído sente e se entristece

Page 11: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

11

pela sua condição, devem, confortá-lo e

cobrirem a sua falta com o amor que cobre

multidão de pecados.

Assim como o Espírito Santo é inflexível quanto ao assunto de manter a doutrina da fé e a

verdade entre os cristãos, Ele é também muito

misericordioso para com os pecados dos

homens, contanto que os pecadores se arrependam - o arrependimento é essencial

porque Ele não consola aquele que vive

deliberadamente no pecado, apesar de ser um

Consolador amoroso e fiel.

A palavra no original grego para o verbo

restaurar do verso 1 é katartizo, que significa

restaurar como quem liga de novo um osso que

foi quebrado.

Deste modo, o dever do cristão espiritual não é o

de condenar o cristão fraco, mas de restaurá-lo

com a paciência e o cuidado com que um

ortopedista cuida de uma fratura.

O espírito de mansidão é o modo correto

determinado pelo apóstolo de fazê-lo.

Não com ira e paixão, como aqueles que

triunfam sobre a queda de um irmão, mas como aqueles que choram por eles e lamentam a sua

queda e perda, assim como nosso Senhor vai à

procura da ovelha perdida para reconduzí-la ao

aprisco.

Muitas reprovações necessárias perdem a sua eficácia quando são aplicadas em ira.

Ainda mais um cuidado é colocado pelo

apóstolo para aqueles que estiverem

Page 12: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

12

empenhados no trabalho de restaurar os que

estão caídos.

Eles devem olhar por si mesmos de maneira que

não venham também a cair como eles.

Nós também podemos ser tentados e sermos

vencidos pela tentação, e isto nos ajudará a ter em mente, enquanto ajudamos outros, que não

somos melhores do que eles, porque como disse

Agostinho, “não há nenhum pecado que uma pessoa cometa, que outra pessoa também não

possa cometer”.

Nós andamos em lugares escorregadios neste

mundo, e como diz Tiago, tropeçamos em

muitas coisas.

Daí a advertência de I Cor 10.12:

“Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia.”

E em razão da nossa fraqueza e debilidade

comum, somos orientados a carregar os fardos

uns dos outros (verso 2), porque é nisto que

consiste principalmente a Lei de Cristo relativa ao novo mandamento que Ele deu ao povo de

Deus, a saber, que nos amemos uns aos outros

assim como Ele nos amou.

Jesus não esmagou a cana quebrada, e nos é

imposto o dever de fazer o mesmo, porque foi por amor ao pecador e por ser paciente com a

sua fragilidade que Ele procedeu de tal maneira.

Aqueles que se gloriam no seu conhecimento

das coisas de Deus e que não vivem de acordo

Page 13: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

13

com esta regra, tal como era o caso dos falsos

apóstolos, na verdade nada são, e estão

enganando a si mesmos.

Eles se consideram mestres, e não o são; eles se

consideram superiores aos demais pecadores e

não o são.

Cada qual deve examinar as suas próprias obras

segundo esta regra que foi exposta, e então terá

motivo de se gloriar em si mesmo, e não naquilo que os outros estão fazendo debaixo das suas

ordens.

Afinal, cada um dará contas de si mesmo a Deus, e não será considerado de modo algum no Juízo,

como atenuante ou agravante, quanto fomos

ajudados ou atrapalhados por outros.

Particularmente o trabalho do ministério deve

ser auto examinado por esta regra, de modo que

permaneçamos em dependência e humildade

diante de Deus.

Não será pela quantidade de louvores que

recebemos dos outros que seremos aprovados

por Deus. Ao contrário, há um grande perigo nisto, e por isso fomos devidamente alertados

pelo Senhor.

A carga que cada um levará respectivamente

citada em Gál 6.5 se refere ao julgamento das

nossas obras no Tribunal de Cristo, quando cada

cristão dará contas de si mesmo a Deus.

"Porque cada qual levará a sua própria carga." (Gál 6.5)

Page 14: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

14

E, se há um tal tempo terrível para ser esperado,

quando Deus julgará a cada um conforme as

suas obras, isto serve de uma boa razão para

julgarmos a nós mesmos e qual tem sido afinal o nosso trabalho na presença de Deus.

Page 15: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

15

Transportadores de Sementes

Muitos mamíferos e pássaros foram criados por

Deus com o principal propósito de serem os

permanentes semeadores nas florestas – a

fábrica do oxigênio que respiramos.

Eles renovam as florestas em todo o mundo carregando as sementes dos frutos que

ingerem, e que são expelidas e espalhadas por

eles através do seu trato intestinal.

Abelhas e muitos outros insetos polinizadores foram criados para o propósito de garantir a

frutificação que trará consigo as sementes, e por

conseguinte, fechando o ciclo do propósito

divino de gerar e manter a vida na Terra, especialmente a do homem.

E aprouve ao Senhor manter a nova vida

espiritual, celestial e divina que é gerada pelo

poder do Espírito Santo, por meio da nossa fé em

Cristo, através da mensagem do evangelho que deve ser espalhada pelo próprio homem.

Esta não é uma incumbência que foi dada aos

anjos, mas ao próprio homem.

Os que carregam esta mensagem do evangelho

em seus corações, têm a nobre missão celestial

de expeli-la e espalhá-la no solo de outros corações, para que germine e dê o precioso

fruto da salvação, de forma que toda a Terra seja

enchida com a glória de Deus.

Page 16: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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A Mensagem do Evangelho é Imutável

Não seria de se supor que um Deus eterno e

imutável que revelou integralmente a nós qual é a Sua vontade, na pessoa de Seu Filho Jesus

Cristo, que Ele viesse a mudar esta verdade que

nos foi revelada nas Escrituras por alguma outra

mensagem, por conta do avanço tecnológico e científico que tem experimentado a

humanidade, especialmente neste dois últimos

séculos.

Ainda que...

o cavalo não seja mais usado como o meio principal de transporte que foi usado por

séculos, criado por Deus especialmente para

este propósito;

o boi não seja mais o principal meio usado para se lavrar o solo... bem como tudo o mais que foi

criado pelo Senhor para servir ao homem, isto

não significa que podemos também substituir a

boa e antiga mensagem do evangelho que aponta sobretudo para as necessidades

imutáveis de nossos espíritos, por qualquer

outro tipo de mensagem considerada mais atual

e ajustada ao modo de pensar pós-moderno.

Todavia, este esforço maligno que é

empreendido para suprimir o evangelho,

sempre esteve presente no mundo, mesmo nos

dias iniciais da sua pregação e ensino, porque sem evangelho não há salvação de almas, e não

seria portanto para se admirar que Satanás se

empenhe tanto para tentar eliminá-lo em sua

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17

inteireza, tal como nos foi revelado pelos

profetas, por Jesus e pelos apóstolos nas

Escrituras.

Veja o que o apóstolo Paulo disse aos cristãos da

Galácia, cerca de 46 d.C.:

“6 Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de

Cristo para outro evangelho;

7 O qual não é outro, mas há alguns que vos

inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo.

8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu

vos anuncie outro evangelho além do que já vos

tenho anunciado, seja anátema.

9 Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo

também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja

anátema.” (Gál 1.6-9)

O apóstolo afirma a sua perplexidade diante da

rápida apostasia dos gálatas do evangelho que

ele lhes havia ensinado, para abraçarem aquilo que ele chama de um outro “evangelho”.

Ele usa de uma ironia, porque não há mais do

que um único evangelho.

Paulo diz que eles haviam se afastado daquele

que lhes havia chamado para serem alcançados

pela graça de Cristo, e nisto não estava se referindo apenas a ele próprio que fora o

instrumento da evangelização deles, mas a

Deus, quem é que de fato chama eficazmente,

Page 18: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

18

pelo poder do Espírito Santo, os pecadores à

salvação.

E a chamada à salvação é feita pela pregação e

ensino do evangelho bíblico, e se concretiza pela

fé nesta mensagem que nos é anunciada.

A fé no evangelho é comprovada pelo amor a Jesus Cristo.

É por este amor que atua pela fé, que multidão

de pecados são perdoados.

Como Jesus disse da pecadora citada em Lc

7.47,48:

Luc 7:47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os

seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.

Luc 7:48 Então, disse à mulher: Perdoados são os

teus pecados.

E o modo de permanecer no amor ao Senhor é

pela prática da palavra do evangelho.

Não admira portanto, o grande empenho que o

Inimigo faz para tentar esconder e adulterar esta verdade celestial que nos foi revelada.

Deste modo o apóstolo se refere em Gál 1.8 ao

único, verdadeiro e imutável evangelho como

sendo o que ele já havia anunciado aos gálatas.

Isto implica que a Palavra revelada do Novo

Testamento é definitiva e inalterável.

Portanto, deixar o verdadeiro evangelho para abraçar um outro “evangelho” é negar aos

pecadores o único poder que pode salvá-los,

porque é pela verdade do evangelho que eles são

Page 19: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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salvos, de modo que não há nenhum outro

poder designado por Deus para que os

pecadores possam ser salvos dos seus pecados.

Assim toda doutrina pregada à igreja de Cristo,

que oculte ou adultere o verdadeiro evangelho,

conforme faziam os judaizantes nos dias de

Paulo, faz com que os que pregam tal doutrina sejam achados culpados diante de Deus e

sujeitos ao anátema que está proferido contra

eles, porque o Senhor não pode abençoar

aqueles que são contra Ele e o Seu ensino.

Page 20: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

20

A Liberdade dos Que Odeiam a Deus

Voltaire, de tanto que odiava a religião,

especialmente pelo seu caráter de impor limites

ao homem quanto à prática do que é definido na

Bíblia como pecado, proclamou, juntamente com muitos outros de igual pensamento, uma

liberdade, que viria a fazer parte do slogan de

liberdade, igualdade e fraternidade da

Revolução Francesa.

Nenhum Deus, nenhuma restrição... o homem é soberano, é livre para fazer o que quiser. Deve

dar plenas asas ao exercício da sua vontade, sem

se preocupar com qualquer tipo de juízo divino

sobre seus pensamentos, palavras e ações.

Hoje em dia, o que temos visto na maior parte das sociedades em todo o mundo, é um retorno

a esta forma de pensar dos iluministas, e não é

de se admirar porque muito do que tem sido

ditado como forma de comportamento é protagonizado pelos modernos illuminatis.

Agora. Há algo de novo nisto, mesmo quando foi

defendido pelos primeiros iluministas a partir

de meados do século XVIII?

Obviamente que não!

Isto foi proposto no céu por aquele que viria a se

transformar em Satanás, o diabo, no que foi

seguido por muitos anjos que se transformaram em demônios.

Depois ele viria a oferecer esta libertação de

Deus e de toda forma de virtude, para a prática

de uma suposta liberdade para praticar tudo o

Page 21: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

21

que é pecaminoso, e por conseguinte reprovado

por Deus e pelas Escrituras ao primeiro casal,

quando este se encontrava no estado de

inocência no Éden.

É daí que decorre o ódio daqueles que

desprezam a Deus, ao Cristianismo, a Jesus e aos

Seus mandamentos.

Porque enquanto vigorar na sociedade uma moral e costumes baseados na cultura judaico-

cristã, eles não estarão plenamente à vontade

para praticar aquela liberdade para pecar que

Satanás e os demônios tanto apreciam, e cujo final é a morte espiritual eterna em razão do

juízo de Deus sobre tal forma de viver.

Ele não nos deu a vida como um dom para ser

gasto na contramão da Sua vontade e caráter.

Por isso todos terão que Lhe prestar contas do

uso que fizeram da liberdade que receberam

para pensar, falar e agir. Se para o bem ou para o

mal. Se para a piedade ou para a impiedade. Se para a justiça ou para a injustiça. Se para o amor

ou para o ódio. Se para a santidade ou para a

iniquidade.

Page 22: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

22

Como se Faz para Entrar no Céu

O que havia de excelente naquele ladrão que

morreu na cruz ao lado de Jesus para que lhe fosse prometido que ainda naquele dia estaria

com o Senhor no paraíso?

Quanta virtude ele havia praticado em vida para merecê-lo?

Quanto havia nele de verdadeiro conhecimento teológico sobre a obra da salvação em Cristo

Jesus?

O fato é que ele conseguiu o que muitos não

conseguiram e muitos outros também não

conseguirão.

Olhe o exemplo do jovem rico que foi amado por

Jesus.

Ele se interessava em guardar os mandamentos

de Deus e viver de modo justo.

Todavia foi pronunciado por Jesus que seria

mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma

agulha do que um rico entrar no reino dos céus.

E o que diremos do fariseu que orava e se

orgulhava de ser um religioso correto –

cumpridor de seus deveres e que se considerava

mais elevado do que os demais pecadores. Ele não foi justificado por Deus, e por conseguinte

não foi para o paraíso depois da sua morte.

O jovem rico se recusou em seguir a Jesus e a

obedecer a ordem que Ele lhe dera. Não confiou

portanto no Senhor.

Page 23: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

23

O fariseu de igual modo não confiava em Jesus

para ser salvo, mas em si mesmo, na sua própria

justiça.

O ladrão sabia que nada havia que pudesse

justificar o seu procedimento. Algo que

recomendasse sua vida que tanto mal fizera a outros e a si mesmo. Ele não tinha posses em

que confiar como o jovem rico, bem como

qualquer justiça própria, e assim confiou

inteiramente em Cristo. Ele depositou nele e somente nele a esperança de receber alguma

misericórdia da Sua parte quando entrasse no

céu, e recebeu muito mais do que isto, porque

encontrou nEle a salvação da sua alma, o perdão dos seus pecados e foi acompanhado por Ele ao

paraíso, em espírito, depois que ambos

passaram pela morte de cruz.

Este o segredo que foi revelado no evangelho,

sobre o modo de alguém ir para o céu. É somente

fazer como fizera o ladrão:

Arrepender-se do pecado.

E ter fé em Jesus para ser o nosso Salvador e

Senhor.

O ladrão recebeu toda a sua santificação no céu.

Nós que nos convertemos, e permanecemos

algum tempo aqui embaixo, começamos

imediatamente a ser santificados, para que

vivamos não pela nossa própria justiça, mas pela justiça de Jesus.

Page 24: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

24

Uma Razão Por que Deus Não se Comunica

Visivelmente

Deus quer ser conhecido por nós em Sua

essência e caráter.

Por isso se comunica conosco em espírito e

mediante a fé.

Ele nos leva a conhecê-lo pelo que vemos a passar a existir em nossa própria personalidade

como fruto resultante da nossa comunhão

espiritual com Ele, e segundo confirmação do

testemunho das Escrituras.

Sabemos que Deus é...

longânimo por Ele nos tornar longânimos,

misericordioso por nos ensinar a ser misericordiosos,

amor, por nos habilitar a amar com o Seu amor.

E isto se aplica ao conhecimento de todos os

Seus demais atributos, excetuando-se a Sua

onisciência, onipresença e onipotência.

Qual proveito haveria, para este propósito, em

que Deus se manifestasse a alguém apenas por lhe permitir ter visão de Sua pessoa ou audição

do som da Sua voz?

É assim que chegamos a conhecer outros seres

humanos?

Não necessitamos conviver com aqueles que

desejamos conhecer, e andar com eles em nossa jornada para ter um vislumbre correto da sua

personalidade e caráter?

Quanto mais isto se aplica a Deus se tivermos

por alvo conhecê-lo de fato e de verdade.

Page 25: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

25

“a quem, não havendo visto, amais; no qual, não

vendo agora, mas crendo, exultais com alegria

indizível e cheia de glória,” (I Pedro 1.8)

Page 26: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

26

Aprender a Conviver com Gostos e Costumes

Diferentes dos Nossos

A questão apresentada no 14º capitulo de Romanos quanto ao ato de não comer ou beber

aquilo com que possa se escandalizar nosso

irmão é diferente em ordem da que foi

apresentada nas epístolas dirigidas aos Coríntios, porque o problema nesta igreja dizia

respeito a se comer carne sacrificada a ídolos.

Aqui neste décimo quarto capítulo, o problema

era de outra natureza, diferente do citado em I

Coríntios, porque estava relacionado ao fato das distinções cerimoniais da Lei de Moisés sobre

alimentos puros e imundos, e também sobre as

libações e comidas que acompanhavam os

sacrifícios apresentados no templo de Jerusalém, e não propriamente a prática de

idolatria como estava ocorrendo em Corinto.

Uma coisa é a predileção por gostos ou práticas

particulares ou de grupos, diferentes dos

nossos, e que devemos suportar em amor para

não quebrar a unidade do corpo de Cristo, conquanto tais gostos e práticas não ofendam a

norma bíblica, não se tratando de heresia,

idolatria ou má conduta, e outra muito diferente

quanto o que se encontra em questão é a conivência com qualquer forma de mal.

Paulo demonstra que ninguém seria recomendado ao reino de Deus pelo ritualismo

cerimonial de distinções de alimentos impostas

no regime da lei no Velho Testamento, e nem se

Page 27: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

27

deveria por outro lado, se atacar aos judeus que

ainda guardavam tais costumes.

Por isso, é dito que aquele que come não julgue o que não come, e o que não come também não

julgue o que come, porque afinal não é nisto que

consiste o reino de Deus, mas em justiça, paz e

alegria no Espírito Santo, como se vê no verso 17 de Rom 14.

Além disso, os judeus estavam acostumados a

guardarem dias festivos conforme determinados pela lei, e que agora em Cristo já

não eram mais exigidos por Deus.

Então, quando um cristão judeu afirmava a

importância de se guardar tais dias para se agradar a Deus a um gentio, ele estava errando,

do mesmo modo que estaria errando os gentios

que os condenassem por estarem ainda guardando aqueles cerimoniais da lei, aos quais

estavam apegados por dever de consciência e

tradição, como se vê nos versos 5 e 6.

Foi somente em relação a esta questão de comer ou não certos alimentos, e de se guardar dias

sagrados assim considerados pela lei, que Paulo

disse que cada um deveria ter uma opinião bem

definida em sua mente.

Ele restringiu o fato de cada cristão estar

inteiramente seguro em sua própria mente,

apenas a esta questão cerimonial de alimentos e dias sagrados segundo os judeus; para que

ninguém tentasse impor aos outros o seu

próprio ponto de vista.

Page 28: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

28

Por isso, o apóstolo disse que em Cristo já não

havia mais nenhuma distinção entre alimentos

puros e imundos. Na verdade Ele não tem

considerado mais nenhum alimento imundo, mas se alguém quisesse continuar assim

considerando que o considerasse, mas que o

fizesse para si mesmo, sem condenar ou rejeitar os demais de pensamento diferente.

Deste modo, ao dizer no verso 14 que estava bem

certo no Senhor Jesus que não há mais nenhuma coisa de si mesma imunda, a não ser

para aquele que a tem por imunda, ele não

estava de modo algum dizendo que tudo o que

existe no mundo é puro; porque estava restringindo o uso desta expressão apenas aos

alimentos que comemos.

Paulo aproveitou para estender a questão sobre

a comida e bebida, para além do cerimonialismo

e aplicou-a ao fato de se comer e beber de

maneira escandalosa, que sirva como pedra de tropeço para alguns irmãos (v. 20 a 23).

Assim, em vez de estarem preocupados em

julgarem seus irmãos quanto a estas coisas não essenciais, eles pecavam contra o Senhor,

esquecidos que, cada um dará conta de si

mesmo a Deus, no Tribunal de Cristo.

Evidentemente, podemos e devemos transferir

tudo isto para a nossa forma de nos relacionar

com irmãos que pertençam a congregações cuja prática cultual seja diferente da nossa, quanto

ao gosto musical, ordem de culto, forma de

ministração da Palavra de Deus, etc, uma vez

Page 29: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

29

que não somos autorizados pelas Escrituras a

evitar ter comunhão com eles por conta de

nossos gostos serem diferentes.

Nossos modos e costumes não são um padrão de

verdade nem para nós mesmos, porque estão sujeitos a serem alterados com o tempo.

Faríamos bem, portanto, em aprendermos

simplicidade, humildade, amor, renúncia, por

amor aos irmãos e ao Senhor, negando-nos a nós mesmos quanto aos nossos gostos em prol

de não sermos uma causa de tropeço ou de

tristeza para os nossos irmãos.

Caso alguém não consiga fazê-lo, que se guarde

então de criticar aqueles que Deus não tem rejeitado por conta de seus costumes diferentes

dos nossos.

Page 30: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

30

Perdas do Que se Tem e do Que não se Terá

Neste mundo temos muitas perdas.

Perdemos o que temos

e também perdemos

o que não chegaremos a ter.

Bens, conhecimentos, amizades,

são perdidos de uma e de outra forma:

Os que nunca teremos e os que foram embora.

Como lidar com isto quando nós temos

uma alma com um desejo infinito?

Não fomos criados por Deus para a derrota,

nunca foi o Seu propósito limitar-nos

e deixar-nos despojados.

Como podem ser então explicadas

estas tantas perdas da nossa jornada?

Desde que o pecado entrou no mundo

o homem perdeu da satisfação, o sentido...

que tinha somente em Deus.

Deus era o seu tudo, e tudo mais era acréscimo.

Não precisava do sentido de posse,

para se sentir preenchido... completado,

pois tudo lhe fora dado para ser desfrutado.

Em tudo ele via a mão de Deus e lhe era grato,

mas tudo isto mudou quando entrou o pecado,

e agora o homem precisa ser despojado, para

reaprender que em Cristo está aperfeiçoado.

Page 31: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

31

Desapega... Desapega

As palavras deste clichê de uma propaganda

comercial bem explicam o significado do tipo de renúncia ordenada por Cristo aos pretendentes

a serem Seus discípulos.

Não propriamente pela troca proposta na propaganda, mas pelo sentido do verbo

“desapegar-se”.

A palavra renúncia em Lucas 14.33 não traz

implícita diretamente a ideia de não estar

afeiçoado, não estar apegado, a qualquer coisa

deste mundo, inclusive ao que tange à nossa própria pessoa (corpo, planos, carreira etc), e é

justamente este desapego que explica de modo

preciso qual é a condição do nosso pensar e

sentir nas renúncias que temos que fazer por amor a Cristo.

Não estar amarrado a coisa alguma. Não de maneira irresponsável ou sem amor, mas de

forma alegre, grata e voluntária, sujeitando-se à

providência divina, até mesmo no caso extremo

de perdas de pessoas e coisas que mais estimamos.

“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não

renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.33)

Veja o que foi dito por nosso Senhor no contexto

imediatamente anterior a estas suas palavras

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32

relativas à necessidade de completa renúncia

para podermos ser Seus discípulos:

“Luc 14:26 Se alguém vem a mim e não aborrece

a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e

irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.

Luc 14:27 E qualquer que não tomar a sua cruz e

vier após mim não pode ser meu discípulo.

Luc 14:28 Pois qual de vós, pretendendo

construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os

meios para a concluir?

Luc 14:29 Para não suceder que, tendo lançado

os alicerces e não a podendo acabar, todos os

que a virem zombem dele,

Luc 14:30 dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar.

Luc 14:31 Ou qual é o rei que, indo para combater

outro rei, não se assenta primeiro para calcular

se com dez mil homens poderá enfrentar o que

vem contra ele com vinte mil?

Luc 14:32 Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo

condições de paz.”

Há este custo na vida cristã de termos que

renunciar aos nossos mais preciosos afetos que

nos levam a estar apegados a nossas entes queridos e a tudo o que é precioso para nós,

como até mesmo a nossa própria vida – custo

este que devemos calcular adequadamente para

Page 33: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

33

podermos prosseguir na edificação espiritual de

nossas próprias vidas e para sermos usados na

de outros; e na batalha espiritual que temos que

enfrentar e realizar por amor a Cristo.

O sempre presente temor de perdas (de

amizades, de oportunidades etc), sempre levará

o nosso afeto a estar ligado não propriamente a Cristo, mas às pessoas e coisas às quais

estejamos apegados.

Sem estarmos desapegados é simplesmente impossível seguir a Cristo e viver a vida cristã do

único modo pelo qual importa ser vivida.

Então, se alguém quer servir a Cristo: desapega... desapega.

Page 34: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

34

O Grande Risco em Escolher uma Porta Errada

A salvação da alma, como tudo o mais em nossa

vida, possui também a sua porta de entrada.

Esta porta é única, eterna e insubstituível.

Corremos portanto, um sério risco em nos

darmos por satisfeitos com alguma porta

religiosa, filosófica, ou qualquer outra que

tenhamos escolhido como porta para a nossa salvação, e no fim da nossa vida, quando esta for

aberta, não nos conduzir para o céu, para o

nirvana, ou para outras condições agradáveis

em relação ao destino eterno do nosso espírito, uma vez que este tiver deixado o nosso corpo

pela morte.

Ora, é bem patente que se fosse deixado por

Deus, que por nossa própria escolha, viéssemos a adotar o modo de vida ou pensamento que nos

conduzirá ao céu, é bem certo que todos nós nos

perderíamos, porque, afinal, Deus é espírito

invisível, e seus caminhos não são os nossos caminhos e nem os seus pensamentos os nossos

pensamentos.

Se no próprio mundo físico em que vivemos e

apalpamos pelo nosso tato, e vemos com os nossos olhos, muitas coisas permanecem

encobertas ao nosso conhecimento e

entendimento, quanto mais isto não é

verdadeiro de modo absoluto quanto ao que se refere ao mundo espiritual, celestial e invisível.

Por isso, Deus, em Sua infinita bondade e

misericórdia para conosco, não nos deixou sem

Page 35: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

35

a sua ajuda e direção para nos levar à porta que

se abre para o cominho da salvação, do céu, da

vida eterna.

Ele não somente nos Deus o Senhor Jesus Cristo para morrer no nosso lugar, pagando o preço

exigido pela Sua justiça quanto aos nossos

pecados, como também nos atrai para Ele,

revelando a Sua pessoa divina, para que pelo poder da Sua graça, possa não somente

desvendar os nossos olhos para o mundo

espiritual verdadeiramente santo e celestial,

como também operar a transformação de nossas vidas, segundo o caráter e virtudes que

foram por Ele descritas na Sua Palavra que foi

revelada a nós para confirmar o Seu propósito

eterno relativo ao modo da nossa salvação.

Assim, as Escrituras não contêm apenas mandamentos de Deus, mas também

descrevem as características que passam a

existir nas vidas dos que são salvos, pela Sua graça e mediante o arrependimento e fé em

Jesus. Elas, portanto, confirmam se estamos ou

não entrando pela única porta e caminho que

conduz à salvação, a saber, a pessoa do próprio Senhor Jesus Cristo, que passa a viver em nós

em espírito.

É sobretudo neste sentido que Jesus afirma que

não fomos nós que o escolhemos, mas Ele que

nos escolheu. Não meramente num sentido eletivo, mas revelador, diretivo, instrutivo,

operativo, porque se não fosse pelo Seu trabalho

de nos trazer para a porta e caminho da salvação,

Page 36: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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jamais conheceríamos aquela vida espiritual,

celestial e divina, que é comum a todos que dela

têm participado pela fé nEle. Então, não é pela

escolha que faço de uma determinada filosofia de vida ou de religião, que posso estar seguro de

ir para o céu, ou de estar vivendo do modo que

seja agradável a Deus.

Não nos foi dado por Deus escolher o modo de

vida que me conduzirá à Sua presença, em

espírito, pois este caminho já foi estabelecido por Ele desde antes da fundação do mundo, e

não há outros caminhos que possam conduzir

ao mesmo objetivo.

Posso orar, louvar, ler a Bíblia, ser caridoso,

frequentar os cultos de uma igreja, e ainda

assim estar fora do caminho, porque posso fazer tudo isto sem ter tido um encontro pessoal com

Cristo, e por conseguinte, não ter sido

regenerado e santificado pelo Espírito Santo,

que é quem testifica com o nosso espírito que fomos tornados filhos de Deus pela nossa

comunhão com Jesus Cristo.

João 15:16 Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros

e vos designei para que vades e deis fruto, e o

vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo

conceda.

João 15:19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do

mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por

isso, o mundo vos odeia.

Page 37: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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Senhor Justiça Nossa

No capítulo 23 de Jeremias o Senhor repreende

a infidelidade e a corrupção dos sacerdotes e

anciãos de Israel (pastores do povo naquela

dispensação) e os profetas que falavam em Seu nome sem terem sido levantados por Ele, os

quais haviam feito o Seu povo se desviar da Sua

presença.

O protesto de Deus se fundamenta no fato deles

nunca terem ensinado a Sua Palavra, conforme fora revelada e escrita para eles, senão, aquilo

que eles afirmavam ser a Sua Palavra, quando na

verdade, era a própria palavra deles, ensinada

para atender aos seus propósitos cobiçosos, interesseiros, carnais e egoístas.

Isto pode ser visto claramente nas palavras de

repreensão dirigidas contra eles como as da

seguinte passagem:

“28 O profeta que tem um sonho conte o sonho;

e aquele que tem a minha palavra, fale fielmente a minha palavra. Que tem a palha com o trigo?

diz o Senhor.

29 Não é a minha palavra como fogo, diz o

Senhor, e como um martelo que esmiúça a

pedra?

30 Portanto, eis que eu sou contra os profetas,

diz o Senhor, que furtam as minhas palavras, cada um ao seu próximo.

31 Eis que eu sou contra os profetas, diz o

Senhor, que usam de sua própria linguagem, e

dizem: Ele disse.” (Jer 23.28-31).

Page 38: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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O efeito que era produzido no povo, de andarem

contrariamente com o Senhor, era uma prova

evidente de que a vida e o ensino destes pastores

e profetas não eram segundo a verdadeira Palavra de Deus, porque o efeito dela é sempre o

de produzir temor e santidade no Seu povo,

como o próprio Senhor se expressou em relação a isto da seguinte maneira:

“21 Não mandei esses profetas, contudo eles

foram correndo; não lhes falei a eles, todavia

eles profetizaram.

22 Mas se tivessem assistido ao meu conselho, então teriam feito o meu povo ouvir as minhas

palavras, e o teriam desviado do seu mau

caminho, e da maldade das suas ações.” (v.

21,22).

O que eles ensinavam e profetizavam não

provinha do céu senão dos seus próprios

corações enganosos e corrompidos:

“25 Tenho ouvido o que dizem esses profetas que profetizam mentiras em meu nome,

dizendo: Sonhei, sonhei.

26 Até quando se achará isso no coração dos

profetas que profetizam mentiras, e que profetizam do engano do seu próprio coração?

27 Os quais cuidam fazer com que o meu povo se

esqueça do meu nome pelos seus sonhos que

cada um conta ao seu próximo, assim como seus

pais se esqueceram do meu nome por causa de Baal.”

Isto é um grande alerta para os ministros do

evangelho, para que não incorram no mesmo

Page 39: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

39

erro deles, deixando de pregar a genuína

Palavra do Senhor, no poder do Espírito.

Quando se desvia deste rumo os resultados

sempre serão funestos.

Há muitos sonhadores que desejam conduzir a

Igreja de Cristo pelas visões do seu próprio

coração, afirmando que são revelações

recebidas da parte de Deus.

Se estas visões não estiverem de acordo com a Palavra revelada na Bíblia, em gênero, número e

grau, em vez de serem proclamadas, devem ser

esquecidas e abominadas, porque não será

apenas o povo que será prejudicado por elas, mas o próprio Deus terá a Sua ira despertada

contra tais pastores ou profetas, como se vê

neste capitulo de Jeremias.

Como o quadro que havia prevalecido em Israel

por séculos, sempre foi este de o povo não

receber a devida instrução por parte da grande maioria de seus pastores e profetas, então o

Senhor mesmo seria o Pastor do Seu povo, e o

faria através de pastores que estariam debaixo

da justiça de um Rei justo que procederia da descendência de Davi, nosso Senhor Jesus

Cristo, e estando assim justificados por Ele,

tanto eles, seus pastores, quanto o rebanho de

Deus sobre o qual seriam constituídos, seriam conhecidos pelo nome de O SENHOR JUSTIÇA

NOSSA.

Este Rei justo viria então a se manifestar em dias

futuros para buscar as ovelhas perdidas da casa

de Israel que haviam sido dispersadas por todos

Page 40: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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os maus pastores e profetas que haviam

presidido sobre elas.

“3 E eu mesmo recolherei o resto das minhas

ovelhas de todas as terras para onde as tiver

afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e

frutificarão, e se multiplicarão.

4 E levantarei sobre elas pastores que as

apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o

Senhor.

5 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei,

reinará e procederá sabiamente, executando o

juízo e a justiça na terra.

6 Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará

seguro; e este é o nome de que será chamado: O

SENHOR JUSTIÇA NOSSA.” (v.3 a 6).

Esta promessa está vinculada à da Nova Aliança,

constante do capítulo 31.

Page 41: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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Está Faltando o Ingrediente do Evangelho na

Salada Mista da Mensagem Atual

“Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés;

a graça e a verdade vieram por meio de Jesus

Cristo.” (João 1.17)

Jesus veio a este mundo trazer e revelar a graça e a verdade para que por ambas nossas vidas

sejam transformadas à Sua própria imagem e

semelhança.

O caráter e todas as características que

compunham a graça e a verdade que nEle se

encontram, foram profetizados nas Escrituras do Velho Testamento, e manifestados no Novo

Testamento.

Esta graça e verdade puras e cristalinas fluem

através da mensagem do Evangelho

genuinamente bíblico, e biblicamente interpretado.

Como é por meio disso que se cumpre o

propósito de Deus de gerar em nós a vida eterna

espiritual e celestial, é óbvio que Satanás

(conforme permitido por Deus para o nosso aperfeiçoamento) se levantaria para tentar

ofuscar esta mensagem divina por todos os

meios, porque em Seu desígnio eterno, Deus

determinou que ela deveria ser transmitida por aqueles que fossem convertidos a Cristo por

meio dela.

Por séculos, o diabo tem criado organizações

com o nome de cristãs, mas que ocultam ou

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distorcem a mensagem genuinamente

evangélica, e assim, consegue manter muitos e

por muito tempo, senão por toda a vida,

afastados da possibilidade da salvação de suas almas.

Além de organizações, estabeleceu também

movimentos, especialmente nestes dias em que pode fazer um uso amplo das tecnologias

disponíveis para desfigurar a mensagem através

do chamado tele-evangelismo; literatura tanto convencional quanto eletrônica, para difundir

os mais diversos temas religiosos, que abordam

tudo, menos a mensagem central do evangelho,

que quando citada superficialmente, está tão misturada com conceitos pagãos, que não pode

ser identificada.

Com isto, as mentes estão confusas, pensando que o evangelho, a graça e a verdade que Jesus

veio nos trazer para sermos salvos, não passa de

um grosseiro ensino sobre formas de ter

prosperidade material; de se obter fama e honra mundanas; de usar técnicas psicológicas para

melhorar relacionamentos e se sentir mais feliz;

e toda sorte de objetivos terrenos, que podem

ser alcançados por outros caminhos até mais efetivos do que a religião.

E se no entendimento comum é somente isto o

que Jesus tem para nos oferecer, então, “muito obrigado por nada”, muitos dizem com razão

sobre este produto estragado e falso que lhes é

oferecido.

Page 43: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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Todavia, uma vez formado o preconceito contra

Jesus por se pensar que a Sua graça e verdade é

tudo isto que se oferece em seu nome por

aqueles que se autoproclamam seus mensageiros, cumpre-se o propósito do diabo

de manter as pessoas escravizadas ao pecado,

uma vez que essa libertação pode ser feita somente pelo poder de Jesus e mediante a

prática do evangelho genuíno conforme

revelado na Bíblia.

Ai de nós, se não fosse a misericórdia de Deus

que abre os nossos olhos para discernir o verdadeiro do falso, e assim, sermos conduzidos

à salvação.

A norma bíblica de tudo examinar e reter o que

é bom está ficando cada vez mais difícil de ser cumprida, porque não é comum se observar

algo bom, verdadeiro, precioso e útil para a

nossa salvação e edificação nesta salada mista,

na qual costuma estar sempre em falta o ingrediente do evangelho verdadeiro.

Hoje em dia, e como sempre, se alguém deseja

conhecer Jesus é melhor ir diretamente às

páginas da Bíblia, especialmente do Novo Testamento, e começar a fazer o seu próprio

estudo da verdade diretamente na sua fonte,

contando reverentemente com a ajuda do

Espírito Santo, em espírito de oração, para ter o seu entendimento iluminado.

Page 44: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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Acautelai-vos dos Falsos Profetas

Isto disse Jesus, especialmente para aqueles que

como nós, estivessem vivendo nos últimos dias,

quando haveria a apostasia da Igreja.

Definição de profeta: Aquele que fala da parte de

Deus aos homens.

Em relação ao evangelho, profeta é portanto

aquele que anuncia o evangelho de Jesus Cristo

com a mesma precisão da verdade tal como se

encontra registrada na Bíblia.

Mais precisamente... é aquele que conduz por sua mensagem, pessoas a terem um encontro

pessoal com Jesus Cristo, e a andarem em

conformidade com a Sua santa vontade.

Este é o profeta do Novo Testamento, desde que

nosso Senhor Jesus Cristo se manifestou com a revelação final da verdade, nada deixando para

que lhe fosse acrescentado; de modo que se

alguém se levanta anunciando alguma

mensagem que afirme ser uma nova revelação da vontade de Deus para a Igreja, que contrarie

o que já foi revelado nas Escrituras, esta pessoa

estará pregando algo falso.

Agora, através do dom de profecia, Deus pode

usar a quem Ele quiser, para - dentro do contexto e tom das Escrituras - exortar, consolar

ou edificar a Sua igreja.

Como a salvação e edificação de almas é feita

através da fé na mensagem do genuíno

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evangelho de Cristo, é evidente que Satanás

usará de todos os meios e artifícios para

distorcer e adulterar a referida mensagem de

forma que não produza o efeito esperado por Deus.

O meio mais comum de fazê-lo então será por levantar líderes no meio da própria Igreja que

passem por dignos, confiáveis mensageiros do

evangelho, quando na verdade são lobos em

pele de cordeiro.

Para isto, não há necessidade que aquele que

será usado pelo diabo para enganar a muitos, esteja consciente do que está fazendo, de

maneira que há muitos que enganam que

também estão sendo enganados pelo diabo,

porque pensam que estão pregando e ensinando a verdade, e agindo de modo

verdadeiramente cristão, quando na verdade

não o estão fazendo.

Todavia, muitos destes que são enganados pelo

diabo para ministrarem um evangelho

adulterado, são despertados posteriormente

pela graça de Deus e chegam ao conhecimento da verdade, à qual agora eles se apegam com

toda a sua alma.

Assim, quando a Bíblia faz firmes e severas

repreensões contra os falsos profetas, não é

propriamente a estes irmãos que andaram

confusos por algum tempo, mas àqueles que obstinadamente resistem a uma vida

verdadeiramente santa, operada por uma

submissão humilde e sincera aos mandamentos

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do Senhor, e cujo ego inchado é usado pelo

diabo, criando neles convicções reativas ao

evangelho e ao modo de se andar na igreja, que

contrariam frontalmente os mandamentos de Jesus, de modo a manter os crentes afastados

daquela verdadeira santificação que seria

produzida em suas vidas caso lhes fosse ministrada a verdade.

É a este tipo de falsos profetas e mestres que o apóstolo Pedro se refere em sua segunda

epístola.

Pedro disse que estes falsos profetas e mestres

introduziriam suas heresias destruidoras na

Igreja de maneira encoberta, isto é, agindo

como lobos em peles de ovelhas tal como Jesus havia alertado a Igreja para que se acautelasse

deles, exatamente por causa desta dificuldade

de serem logo identificados.

Eles negam o Senhor porque não pregam

debaixo da obediência à Sua vontade somente

aquilo que Ele nos ordenou para ser ensinado e guardado.

Eles pregam algumas coisas agradáveis do evangelho pela própria escolha deles para

agradarem e seduzirem as pessoas.

Eles não pregarão o escândalo da cruz, e não

atacarão firme o pecado, e não disciplinarão os

crentes com toda a longanimidade e doutrina,

antes pregarão uma graça irresponsável que não é a verdadeira graça - a qual exige diligência

e santificação dos cristãos, ou então pregarão

uma salvação por meio de obras, e não pela

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graça, mediante a fé, de modo a manterem as

pessoas atemorizadas e debaixo do domínio

deles, por temerem que não venham a cumprir

as suas ordens e desejos - que impõem aos crentes como coisas necessárias para que não se

desagrade a Deus.

Eles, servem a si mesmos e não ao Senhor e aos

interesses do Seu reino.

Assim, o evangelho destes falsos profetas e

mestres não tem porta estreita, nem caminho

estreito para a salvação, segundo a santificação

que leva à mortificação de todo tipo de pecado, e a um andar na justiça evangélica; senão uma

porta ampla e um caminho largo para os crentes

viverem desordenadamente, desde que

atendam aos interesses de seus "líderes" que constituíram a si mesmos sobre eles - não da

parte do Senhor e nem por uma chamada

específica para o exercício do ministério.

Como pregariam a mensagem relativa à graça e a verdade do evangelho, quando eles mesmos

não a conhecem?

Como pregariam a santificação evangélica,

quando eles próprios não a vivem?

Eles falam de Jesus, mas o Jesus que eles pregam não é o da Bíblia, e por isso o apóstolo afirma que

eles negam o Senhor que os resgatou, e com isso

trazem sobre si mesmos repentina destruição

(v. 1).

Nenhum cristão bem instruído pelo Espírito

deveria permanecer debaixo da liderança

destes falsos profetas e mestres, porque são

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48

muitos os que seguem as suas dissoluções, e por

causa deles o caminho da verdade é blasfemado

(v. 2), porque a santificação não será forjada na

vida dos seus ouvintes, porque eles vivem na carne e não pregam a verdade, e sem a prática

da Palavra não há santificação, assim como

quem prega na carne nada mais pode gerar senão o que é carnal, e jamais o que seja

verdadeiramente espiritual.

Uma outra característica destes falsos profetas e

mestres é que eles ministram movidos pela

ganância, porque o que eles visam verdadeiramente não é a glória de Deus, mas

aquilo que é do próprio interesse egoísta deles,

e para atingir os seus propósitos pessoais eles

agem usando palavras fingidas, e usam os cristãos como fossem uma mercadoria deles,

para atingirem dos seus objetivos gananciosos

(v. 3).

E isto não tem a ver somente com vantagem financeira, mas com fama, primazia, louvor do

ego inchado deles.

No entanto a condenação deles já foi lavrada por

Deus há muito tempo e a destruição deles é certa, porque o Senhor dar-lhes-á a devida paga

a Seu tempo, conforme afirma o apóstolo Pedro.

Se nem mesmo aos anjos que pecaram, ele

poupou lançando-os no inferno, e tem mantido a muitos deles no abismo de trevas, onde se

encontram aguardando o dia do juízo final sobre

eles (v. 4), quanto mais não serão condenados

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pelo Senhor estes falsos ministros que estão a

serviço do diabo.

Também com certeza não os poupará porque

somente Noé e mais sete pessoas foram livradas

do inferno quando Deus destruiu milhões de

pessoas com as águas do dilúvio; e somente Ló foi livrado da destruição pelo fogo das cidades

de Sodoma e Gomorra, as quais Deus colocou

como exemplo do que sucederá a todos os que

vivem impiamente (v. 5, 6).

Assim como o Senhor livrou Ló, de igual modo

Ele sabe como livrar os piedosos da tentação, e reservar para o dia do juízo os injustos que ele

começou a castigar ainda aqui neste mundo

para revelar que haverá de fato um juízo final (v.

7 a 9).

Satanás e os seus ministros procuram se

levantar principalmente contra a autoridade de

Deus, e como não podem atingi-lo diretamente, eles atacam as autoridades que foram

instituídas por Ele, rebelando-se contra elas

com seu atrevimento, arrogância e não receiam

blasfemar da dignidade delas, enquanto que os próprios anjos, embora sejam maiores em força

e em poder, não pronunciam juízo blasfemo

contra tais autoridades diante do Senhor (v. 10, 11).

Depois de nos colocar em alerta contra os

sedutores, o apóstolo passou a descrevê-los mais detalhadamente a partir do verso 12; e

neste verso eles são descritos como aqueles

vasos de ira preparados para a destruição,

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porque seguem resolutamente a natureza

terrena deles agindo como fossem criaturas

irracionais, porque não fazem uso adequado da

razão para levarem seus pensamentos cativos à obediência de Cristo, de maneira que, por

natureza, permanecem na condição de

existirem para serem aprisionados e mortos espiritualmente, e como blasfemam daquilo

que não deveriam blasfemar, mas o fazem

porque não podem entender a natureza das

coisas contra as quais blasfemam, é certo que perecerão na sua corrupção.

Eles se riem daqueles que levam a vontade de Deus a sério, e que se santificam, porque isto é

para eles algo exagerado, fanático,

desnecessário, e assim, eles blasfemam contra

as coisas santas de Deus.

Como eles vivem na carne, o seu prazer está

voltado para deleites, entretenimentos, festas, reuniões para o propósito de satisfazerem a

carne com banquetes e outros deleites relativos

às paixões e desejos de suas almas ímpias.

Como não podem caminhar na verdade se

deleitam nas suas dissimulações, porque vivem

do engano, e têm prazer nisto.

Eles são verdadeiras manchas para o nome de

Cristo e da Sua Igreja.

São adúlteros espirituais, pois se aliançam com

o mundo e com aqueles que servem a Satanás, a pretexto de ampliarem a obra de Deus

(construção de templos suntuosos, obras sociais

de fachada etc), e a fome deles para pecar não

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pode ser saciada, e assim toda alma que for

inconstante será engodada por eles.

O coração deles se exercita continuamente na

ganância, e são filhos de maldição porque seguem pelo mesmo caminho de Balaão, que

profetizava por dinheiro.

Eles deixaram voluntariamente o caminho de

Deus e se desviaram por amarem o prêmio da injustiça tal como fizera Balaão, o modelo deles

do passado.

Alegam servir a Deus e seguir as Escrituras, mas

não dão a devida consideração aos mandamentos de Cristo para pô-los em prática

em suas vidas e nas dos crentes que dirigem (v.

13 a 16).

Eles se apresentam como fontes, mas não têm água para saciar a sede dos que têm sede da água

viva do Espírito; são nuvens levadas pelo vento e

que também não trazem chuva para regar a

terra de corações, que necessitam serem amolecidos, e assim o que está reservado para

eles é a negridão das trevas (v. 17).

Quão distante estão portanto estes falsos

profetas e mestres do exemplo de humildade e mansidão que houve em Cristo e que deve ser

achado também em todos os Seus ministros.

Quão longe eles estão daquela santidade de vida

que deve existir em todos os verdadeiros

ministros de Cristo.

Quão resistentes eles são à Palavra de Deus e ao

trabalho do Espírito, sobretudo no que diz

respeito à implantação de todas as graças que o

Page 52: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

52

apóstolo relacionou no primeiro capítulo da sua

segunda epístola.

Por tudo isto eles comprovam que são pessoas

que não possuem de fato a habitação do Espírito

Santo, que lhes teria regenerado e santificado, tornando-lhes novas criaturas.

Estes falsos profetas e mestres se intrometeriam na liderança da Igreja, mas o

apóstolo está alertando os cristãos para não

reconhecerem a tais homens e não permitirem que eles permaneçam no exercício do

ministério, porque debaixo da liderança deles o

rebanho certamente será posto a se perder.

A sedução deles consiste em atrair os discípulos

para uma vida carnal e sensual que não lhes

exija, conforme é da vontade de Deus, a mortificação do pecado e a prática da justiça, por

um andar no Espírito.

Então eles agradarão a muitos, porque não são

poucos os que resistem a um viver e um andar

no Espírito, e que consideram ser possível agradar a Deus vivendo na carne.

Eles sinalizam com liberdade total sob a alegação de que os cristãos estão na graça - a

graça para eles é libertinagem e não a

verdadeira graça de Deus que é o poder de Deus para vencer o pecado, o diabo e o mundo.

E então eles próprios permanecem ainda presos às suas cobiças e pecados, enquanto oferecem

aos outros uma liberdade que eles próprios não

possuem.

Page 53: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

53

O que pode parecer para muitos ser uma

vantagem para os falsos profetas e mestres, o

fato deles terem algum conhecimento nocional

da verdade das Escrituras em suas mentes, apesar de não tê-lo por experiência em seus

corações, que isto servirá pelo menos de

abrandamento da pena para eles no dia do Juízo.

No entanto, isto não será uma circunstância

atenuante, senão agravante, porque o apóstolo

afirma que o último estado deles será pior do que o primeiro, porque seria melhor que fossem

totalmente ignorantes acerca dos caminhos de

Deus, do que conhecendo o que se exige para

andar neste caminho, tenham vivido num outro caminho diferente, e ainda conduzindo a outros

a caminharem de maneira errada (v. 18 a 22).

Não haverá portanto nenhuma consideração da parte de Deus no dia do Juízo para aqueles que

tenham vivido por um período, ainda que

apenas de maneira externa, segundo os

mandamentos da Palavra, e que logo depois vieram a apostatar entregando-se abertamente

à prática das antigas corrupções que eles

haviam abandonado temporariamente, eles

serão considerados como o cão que voltou ao seu vômito e a porca lavada que voltou ao

lamaçal.

Estas palavras são também reafirmadas em essência pelo apóstolo Judas, irmão do Senhor

Jesus, na curta epistola do Novo Testamento,

que escreveu e que leva o seu nome.

Page 54: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

54

Somente a justiça de Cristo aplicada à alma, e a

perseverança na santificação, que comprova e é

a evidência de ter sido de fato justificado pela

graça mediante a fé, pode livrar da condenação vindoura.

Este é o fruto que não será achado na vida dos

falsos profetas. É por não terem este fruto

verdadeiro de santidade e justiça que podemos

conhecê-los, porque o "evangelho" que eles pregam e ensinam não pode gerar tal fruto nem

na vida deles, nem na dos seus ouvintes.

Page 55: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

55

A União Indissolúvel do Crente com Cristo

"1 Portanto, agora nenhuma condenação há para

os que estão em Cristo Jesus, que não andam

segundo a carne, mas segundo o Espírito.

2 Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo

Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte." (Romanos 8.1,2)

A libertação encontrada pelo crente em Jesus, em relação à condenação, ao pecado e à morte,

é afirmada pelo apóstolo como uma verdade

absoluta e final na vida de todos aqueles que

foram justificados pela fé e que por conseguinte foram regenerados pelo Espírito Santo, ou seja,

tornados novas criaturas.

Não é particularmente Paulo que vê o crente

nesta condição, mas o próprio Deus que revelou

a ele esta condição firme e segura na qual todo cristão autêntico se encontra em sua união vital

com Jesus Cristo.

Muitos indagam entretanto, por que teria então

o apóstolo citado a condição de desventura

citada por ele na parte final do sétimo capítulo?

Não podemos esquecer que a condição ali apontada por ele não se refere a qualquer tipo de

instabilidade no edifício espiritual que está

sendo erigido com os cristãos como sendo

pedras vivas sobre o alicerce que é Jesus Cristo. Até mesmo o conflito interior da luta contra o

pecado não pode mais separar o crente do

Senhor que o resgatou e o tornou participante

Page 56: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

56

da Sua própria vida, e, na verdade, esta luta está

polindo o crente como pedra do edifício.

Nós vimos o apóstolo afirmando esta firmeza do crente em Jesus ao longo de toda esta epístola, e

a título de recordação, leiamos as suas palavras

em Rom 6.17-22, onde ele reafirma esta plena condição de liberdade alcançada pelo crente

por meio da simples fé em Jesus.

"Rom 6:17 Mas graças a Deus porque, outrora,

escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer

de coração à forma de doutrina a que fostes entregues;

Rom 6:18 e, uma vez libertados do pecado, fostes

feitos servos da justiça.

Rom 6:19 Falo como homem, por causa da

fraqueza da vossa carne. Assim como

oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a

maldade, assim oferecei, agora, os vossos

membros para servirem à justiça para a

santificação.

Rom 6:20 Porque, quando éreis escravos do

pecado, estáveis isentos em relação à justiça.

Rom 6:21 Naquele tempo, que resultados

colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos

envergonhais; porque o fim delas é morte.

Rom 6:22 Agora, porém, libertados do pecado,

transformados em servos de Deus, tendes o

vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna;"

Page 57: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

57

Veja que é destacada uma condição presente de

liberdade total do crente, por estar em Cristo,

contrastada com a de escravidão ao pecado no

passado.

Não há qualquer sombra de dúvida no apóstolo e muito menos nos Senhor Jesus, quanto ao fato

de que os crentes já não são mais escravos do

pecado, e nem de Satanás, porque Jesus os

livrou perfeita e completamente.

Mas alguém indagará: "Por que então se vê tanto mau testemunho mesmo nas vidas de crentes

autênticos - pessoas que foram justificadas e

regeneradas pelo Espírito?"

Isto decorre não por que perderam a filiação a

Deus, ou por que deixaram de ter o Espírito, ou

ainda por que voltaram à sua velha condição anterior de pessoas inteiramente carnais,

deixando de ser novas criaturas em Cristo.

O que sucede é que deixaram de andar do modo

digno da sua vocação, abandonaram a

comunhão com o Senhor, negligenciaram os deveres espirituais da vigilância, da oração e da

meditação da Palavra e do empenho na obra de

Deus.

Voltaram a ser, caso nunca tenham deixado de

ser, pavios fumegantes e canas rachadas, mas mesmo assim não serão lançados fora pelo Seu

Senhor, que há de completar a boa obra neles,

ainda que seja no céu.

Ele os corrigirá, disciplinará, mas não os

rejeitará.

Page 58: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

58

Afinal, não foram escolhidos por Deus por

algum mérito que houvesse neles, ou algo que

Lhe agradasse, mas simplesmente o Senhor

lhes escolheu porque lhes amou primeiro antes mesmo da fundação do mundo.

Todavia, uma vez tendo sido feitos filhos de

Deus não poderão agradá-Lo caso não vivam do

modo digno da sua eleição, que foi para a santificação no Espírito (I Pedro 1.2).

O justo (aquele que foi justificado) recebeu a

vida de Jesus pela fé, e agora importa que

continue caminhando por fé e não por vista.

Deve se despojar das obras da carne, uma vez

que o velho homem recebeu a sentença de

morte na cruz do Calvário, quando morreu

juntamente com Cristo.

Uma pessoa que foi libertada não deve viver

mais como um escravo do seu antigo senhor, a

saber, do pecado e do diabo.

Quando Jesus disse que somente Ele poderia nos

libertar dessa escravidão, ele enfatizou com um "verdadeiramente" - "verdadeiramente sereis

livres", ou seja, uma liberdade efetiva, real,

consumada, para um casamento com Cristo que é de caráter indissolúvel, e que nem mesmo a

morte pode separar.

Nosso Senhor também afirmou em João 3.6: "O

que é nascido da carne é carne; e o que é nascido

do Espírito é espírito."

E foi daqui que o apóstolo Paulo retirou o seu

ensino que encontramos neste oitavo capítulo

de Romanos, quando diz que aos olhos de Deus

Page 59: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

59

os crentes são vistos como espirituais, e não

mais como carnais, ou seja, eles nasceram da

carne, de seus pais, mas em Cristo, nasceram do

Espírito, e são espírito vivificado, pronto para responder à demanda de Deus em ser adorado

em espírito e em verdade. Todavia, não podem

manifestar esta vida separados da comunhão com Jesus. É nEle, que todo o propósito de Deus

é cumprido, de modo que sem Ele, nada

podemos fazer.

Tudo isto está declarado pelo apóstolo em Rom

8.4-17. Releia este texto, e note como ele se refere ao fato inconteste de que o crente não

anda segundo a carne, como aqueles que não

foram justificados (v.4), e estes últimos

caminham sem Deus no mundo porque podem somente se inclinar para as coisas da carne, e

não para as que são do Espírito (v.5) - e o

resultado desta inclinação que o ímpio tem para

carne é inimizade contra Deus e morte espiritual, mas a que o crente tem no Espírito é

para a vida eterna e para a paz, reconciliação

com Deus (v.6).

Deus criou o homem para ser espiritual e não carnal - leia Gên 6.3. Mas é somente em Cristo

que alguém pode se tornar espiritual, e como

todos os crentes estão em Cristo, e todos são de

Cristo e têm a habitação do Espírito Santo, eles têm o seu espírito vivificado porque foram

justificados com a justiça de Jesus (v. 7-11).

Como toda a nossa vida espiritual tanto em

crescimento e manifestação depende

Page 60: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

60

inteiramente do nosso caminhar no Espírito, é

evidente que quando fazemos concessão ao

pecado e andamos segundo o mundo, não há de

se ver um espírito cheio da vida abundante de Jesus, senão um espírito que, ainda que tenha

sido vivificado no dia da conversão, encontra-se

agora como morto, insensível e incapacitado para manifestar a vida que é do céu, condição

esta, entretanto, que pode ser revertida pela

confissão e pelo arrependimento, ainda que

repetidamente.

Mas ainda que isto seja verdadeiro, nem sequer é a isto que Paulo se refere em primeira mão no

verso 13, no qual afirma que se vivermos

segundo a carne, morreremos, mas se pelo

Espírito, mortificarmos as obras do corpo, viveremos. Ora, o argumento segue também

aqui neste ponto tudo o que ele disse

anteriormente e que continuará afirmando, até

culminar com o brado de triunfo e louvor do final deste capítulo quando diz que nada mais

poderá nos separar do amor de Deus que está

em Cristo Jesus, e o motivo disto é porque fomos

justificados e unidos a Ele para sempre, como membros do Seu corpo, sendo participantes da

Sua própria vida.

Então estes que tiveram o seu velho homem

crucificado, e que pelo Espírito tiveram os feitos

do corpo mortificados na regeneração, são indubitavelmente todos aqueles que creram em

Jesus e que pela fé nEle se tornaram filhos de

Deus.

Page 61: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

61

De modo que logo a seguir, a partir do verso 14

até o 17, o apóstolo confirma o que acabamos de

expor.

Até mesmo a citação dos versículos 18 a 28, que pode parecer à primeira vista estar fora do

contexto dos argumentos que Paulo apresentou

anteriormente, na verdade é uma confirmação

de tudo o que havia dito, porque nem mesmo as aflições presentes, nem o gemido da criação

existem como uma forma de oposição ao plano

de Deus de ter muitos filhos semelhantes a

Cristo. Tudo o que há de tribulação e aflição no mundo coopera para a consumação deste Seu

propósito eterno, porque é justamente por estas

provações que somos aperfeiçoados para

sermos à imagem e semelhança de Jesus.

E para suportar e vencer estas provações temos

a ajuda do Espírito Santo que nos fortalece para

mantermos uma vida de vigilância e oração, de

modo que possamos viver de modo agradável a Deus crescendo na graça e no conhecimento de

Jesus.

Daí Paulo ter dito:

"28 E sabemos que todas as coisas contribuem

juntamente para o bem daqueles que amam a

Deus, daqueles que são chamados segundo o

seu propósito."

Paulo chamou os crentes de Corinto de carnais,

porque eram bebês em Cristo que não se

desenvolviam em seu crescimento espiritual.

Page 62: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

62

Não devemos portanto entender essa forma

dele se expressar naquela epístola como algum

tipo de indicação que eles não eram de Cristo,

ou que não tinham o Espírito.

Eles foram assim chamados porque estavam

andando de modo desordenado, mas daquele mal foram curados pelo mesmo remédio que

nós também somos, porque se arrependeram e

retomaram a caminhada da vida cristã do modo pelo qual deve ser retomada, a saber por um

andar no Espírito, em comunhão com Cristo,

observando e guardando os Seus

mandamentos, por meio da fé e graça que Ele concede àqueles que se aproximam dEle com

um coração sincero.

Assim, ao chamar, em certa ocasião, os crentes

coríntios de carnais, o que Paulo queria dizer era

que eles estavam no Espírito, mas viviam como

os que vivem exclusivamente na carne, a saber, aqueles que não conhecem a Jesus.

E como sucedeu a eles, ocorre com muitos na Igreja, em razão da luta constante entre o

Espírito e a carne, pois há em todo crente duas

naturezas, uma terrena e outra celestial, uma

velha e outra nova, uma carnal e outra espiritual, daí a existência do conflito.

Então, para o propósito de aperfeiçoamento dos santos Deus concedeu dons e ministérios pelo

Espírito Santo, à Igreja, como se vê em I Cor 12,

14 e Ef 4.

Se o cristão permanecer vivendo de modo

carnal Ele não poderá manifestar a vida e paz do

Page 63: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

63

Espírito Santo, a qual só pode ser conhecida e

experimentada, caso se ande no Espírito.

Entretanto, por ter a habitação do Espírito ele já

alcançou a condição de vida e paz, e foi livrado para sempre da condenação de morte que

pairava sobre ele antes da sua conversão.

John Owen escreveu um tratado intitulado A

Graça e o Dever de Ser Espiritual. O título é

muito apropriado porque esta condição de ser espiritual é recebida exclusivamente pela graça

e será mantida para sempre, todavia a sua

manifestação na nossa viva cotidiana é

dependente da nossa obediência ao Senhor e aos Seus mandamentos, por se viver na fé e

andando no Espírito.

Foi para isto mesmo que fomos predestinados

por Deus. De modo que nos chamou, pelo

Espírito Santo, para nos convertermos e sermos adotados como Seus filhos, por meio da

justificação, com vistas à nossa glorificação

futura.

Deus não poupou ao seu próprio Filho para que Ele morresse por nós. Então como haveria nEle

alguma possível intenção de vir a anular tudo o

que nos tem prometido dar juntamente com

Cristo, por causa da nossa união com Ele?

Como dissemos anteriormente fomos feitos co-herdeiros com Ele e isto significa que tudo o que

é de Cristo é também nosso por direito

concedido, prometido e jurado pelo Pai.

Page 64: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

64

Então quem poderá ser contra o cristão de

maneira a impedir que se cumpra nele o

propósito de Deus?

Por que então viverá o cristão de modo diferente

deste propósito glorioso que lhe foi concedido pela graça do Senhor?

Ele não deve dar ouvido à carne, voltaria Paulo a dizer no desenvolvimento destes argumentos

verdadeiros que está apresentando desde o

verso 30; mas seguir sempre a direção e instrução do Espírito Santo.

Ainda que esteja num corpo carnal que enferma e morrerá, contudo vive pelo espírito e no

Espírito.

Paulo começou este oitavo capítulo dizendo que

já não há nenhuma condenação para os que são

de Jesus, e que andam segundo o Espírito Santo, e agora ele afirmou nos versos 33 e 34, que por

causa desta justificação pela graça, mediante a

fé, ninguém pode sustentar qualquer tipo de

acusação contra os escolhidos de Deus que prevaleça no juízo vindouro contra eles, porque

foram justificados.

Já não há de fato nenhuma condenação eterna

para os cristãos, e nem o próprio Deus os

condenará, porque Cristo carregou sobre Si os pecados daqueles aos quais justificou.

E é Ele mesmo que intercede pelos santos à direita de Deus, para que continue operando

eficazmente naqueles que foram transformados

em Seus filhos, para que sejam santificados.

Page 65: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

65

É por causa desta intercessão de Cristo que o

cristão persevera, porque se fosse deixado

entregue a si mesmo, não poderia prosseguir

adiante por causa do pecado que ainda opera na carne.

De maneira que necessita do Espírito Santo e da

intercessão de Cristo para que o pecado seja

vencido, e seja capacitado com poder, para viver segundo o homem interior, no espírito, e não

segundo a carne.

O nosso Grande Sumo Sacerdote, nosso Senhor

Jesus Cristo, intercede por nós dia e noite e tem cumprido a promessa de estar conosco todos os

dias até a consumação dos séculos, e é esta a

razão de não desfalecermos no meio da nossa

jornada rumo à nossa pátria celestial.

De tal ordem é a força deste poder operante da

graça de Jesus no cristão que nada poderá

separá-lo do Seu amor.

Nenhuma tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo, espada poderão consegui-

lo, porque o caráter desta união é indissolúvel;

porque tem o mesmo caráter matrimonial.

A fé vence o mundo, e todas as coisas que se levantam contra o conhecimento de Deus, em

Cristo. A fé que salvou o cristão é um dom de

Deus, e sendo assim é algo indestrutível.

Ela não pode ser vencida por nenhuma

tribulação, seja interna ou externa.

Nada do que sentimos ou sofremos poderá nos

separar de Cristo se pertencemos de fato a Ele,

por termos sido, justificados e regenerados.

Page 66: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

66

Deus trabalhará em nós através de todas estas

coisas que no presente nos parecem adversas,

mas que no fundo estão contribuindo para o

nosso bem, de maneira que sejamos aperfeiçoados em santificação e amor; o que nos

fará experimentar graus cada vez maiores da

plenitude que há em Cristo.

É portanto por meio de todas estas coisas que os

cristãos são mais do que vencedores por meio

do amor de Jesus.

Page 67: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

67

Julgados Pela Lei da Liberdade

Tendo falado nos dois primeiros capítulos de

Romanos sobre a natureza pecaminosa universal de toda a humanidade, quer em todas

as épocas ou lugares, e do juízo de condenação

eterna que há da parte de Deus sobre aqueles

que se encontram nesta condição, a saber, todas as pessoas sem exceção, Paulo passou a

discorrer nos capítulos 3, 4 e 5, sobre a solução

provida por Deus para perdoar e restaurar o

homem caído, ao nos dar Jesus Cristo para ser tanto o nosso sacrifício expiatório, quanto o

nosso sumo sacerdote intercessor, o nosso guia,

rei e senhor, bem como a nossa própria nova

vida espiritual e celestial.

Tiago havia falado sobre a Lei Régia que

condena todo homem, porque esta Lei não foi

revogada ou substituída pela Nova Aliança feita

no sangue de Jesus, senão apenas a Lei cerimonial e civil que foi dada através de Moisés

para vigorar para a nação de Israel no período do

Antigo Testamento, que durou de Moisés (1.440

a.C), até a morte de nosso Senhor Jesus Cristo na cruz.

Tiago falou também de uma Lei da Liberdade

sob a qual se encontram todos os que creem em

Jesus. E por que ele se referiu a ela deste modo? Por que é pela lei do Espírito e da vida em Cristo

Jesus que somos libertados da lei do pecado e da

morte (Rom 8.2). Veja que é afirmado ser ela

Page 68: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

68

uma lei de liberdade. E liberdade do pecado e da

morte espiritual eterna.

Não se trata portanto de uma simples lei de

liberdade de vícios, de práticas imorais, ou de toda forma de pecado que se possa nomear, mas

é sobretudo uma liberdade de uma condição de

morte para a de vida eterna; de prisão em

ignorância e em trevas, para o verdadeiro conhecimento de Deus e de luz. É liberdade da

escravidão a Satanás e a todos os espíritos das

trevas. É liberdade da condenação da Lei Régia e

da própria Lei de Moisés. É liberdade para ter poder e capacidade para viver de maneira santa

e agradável a Deus e em comunhão com Ele por

toda a eternidade.

Tudo isto nos foi trazido pela graça e verdade que estão em Jesus Cristo, e que nos foram

reveladas pelo Seu evangelho.

O injusto pecador, estando sob o evangelho, será

visto por Deus como sendo justo, porque além de ter sido justificado pela fé no evangelho, terá

também a justiça de Cristo sendo implantada

nele progressivamente até a perfeição em

glória, pela operação e instrução do Espírito Santo.

A justiça do próprio Cristo lhe foi oferecida pelo

evangelho para poder ser perdoado e justificado

por Deus.

É por estar em Cristo que somos justificados e por conseguinte tornados aceitáveis a Deus.

Deus não mais condenará eternamente aquele

que foi justificado pela fé em Jesus.

Page 69: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

69

Ele não o fará porque prometeu isto desde os

dias dos profetas do Velho Testamento

(Jeremias 31.31-35).

E para que não houvesse qualquer dúvida em

nós quanto ao que havia prometido acrescentou

um juramento por Si mesmo de que jamais anularia o que nos prometeu (Hebreus 6.17).

É por isso que vemos o caráter deste perdão e justificação sendo ilustrado por Jesus em tantas

passagens dos evangelhos, especialmente nas

parábolas da dracma perdida, do filho pródigo e da ovelha perdida.

Não temos tempo e espaço para aprofundar aqui todo o ensino que há nestas parábolas, mas

podemos destacar pelo menos este aspecto da

busca de Deus pelos perdidos, e que deve haver

também nos que estão perdidos, uma busca de Deus para que possam ser acolhidos por Ele.

Todavia, ninguém deve pensar que ao buscar a sua ovelha fujona e extraviada, que o Pastor teve

da parte dela uma efusiva recepção. É bem

provável que ela tenha tentado escapar de seus

braços imaculados, de tão suja que estava pelo pecado, envergonhada de sua condição, mas

ainda assim ele insistiu em pegá-la e obteve

êxito ao pegá-la e colocá-la sobre os seus

ombros, para poder cuidar dela, lavando-a, alimentando-a e dando-lhe um abrigo seguro no

aprisco.

É por este motivo que é ordenado aos cristãos

seguirem o exemplo do Seu Pastor e Mestre,

buscando também as ovelhas desviadas do

Page 70: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

70

rebanho. Ainda que haja uma resistência

natural nelas ao serem assim procuradas, mas

isto não deve ser motivo de deixarmos de orar

por elas e de procurarmos abordá-las com exortações amorosas de encorajamento a

retornarem ao redil.

Ainda que algumas tenham sido tratadas com a

disciplina da Aliança prescrita pelo próprio Senhor Jesus Cristo, não nos é dado desprezá-las

e deixar de amá-las e de interceder em favor

delas para a sua futura restauração pela via do

arrependimento.

E por que tudo isto? Porque são filhos de Deus.

Adotados por Deus como filhos em Jesus Cristo.

São amados de Deus. Reconciliados com Deus,

ainda que estejam com sua comunhão presente arruinada por uma vida carnal e pecaminosa,

porque o preço exigido para a justificação deles

foi pago integralmente por Jesus, que nada

deixou para que fosse pago por eles para poderem ser reconciliados com Deus. A

inimizade que havia foi desfeita, porque

“justificados pela graça mediante a fé temos paz

com Deus por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo”. A guerra de inimizade por causa do

pecado acabou no momento em que nos

rendemos por meio da fé em Jesus.

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A Primeira e Grande Lição da Vida Cristã

Todo cristão deveria ser devidamente

esclarecido quanto ao fato de que ao se converter, haverá uma luta entre o Espírito

Santo e o diabo, a carne e o mundo, na disputa

do seu coração.

A carne, o mundo, e o diabo não pedem permissão para atacar o crente com tentações.

Estão sempre agindo tentando conquistar à

força a sua vontade para que viva de modo

contrário à vontade de Deus.

E como Deus não age pela força, e sem a nossa busca voluntária do Seu auxílio, Ele não poderá

nos livrar deste assédio maligno, a menos que

Lhe estendamos a mão de livre vontade para que

possamos ser conduzidos pelo Espírito, e não mais pela carne, pelo diabo ou pelo mundo.

Assim, quando alguém se converte a Cristo,

deve estar bem esclarecido quanto à

necessidade de buscar a Deus voluntariamente, e isto com perseverança, esforço e diligência,

para que haja a mortificação e despojamento da

velha natureza, uma vez que apesar de termos

recebido uma nova natureza na conversão, não somos livrados, enquanto neste mundo, da

antiga, e assim, ficamos sujeitos à

concupiscência da carne, dos olhos e à soberba

da vida, se não recorrermos ao Senhor para sermos livrados disto.

Isto deve ser feito diariamente, e daí Jesus nos

ter ensinado a vigiar e a orar em todo o tempo,

Page 72: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

72

pela negação do ego e do carregar da nossa cruz,

para que possamos segui-Lo.

Daí ter dito também que quem procura acha,

quem bate à porta ela se lhe abrirá e quem pede

recebe.

Lembremos sempre que Deus jamais

arrombará a porta do nosso coração para impor

dentro de nós a Sua vontade. Ao contrário, Ele

nos convidará, batendo à nossa porta, para que batamos à Sua, para que ali achemos a graça, a

misericórdia e o poder que nos darão a vitória

sobre a carne, o mundo e o diabo.

O Senhor poderia nos dar a graça de que

necessitamos à força, mas isto não está de

acordo com o Seu caráter gentil e gracioso, de maneira que jamais nos imporá qualquer coisa,

mesmo que seja para o nosso bem, sem que isto

seja da nossa vontade.

Page 73: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

73

Por que Precisaríamos de Jesus?

A humanidade não viveu sem o conhecimento

de Jesus por cerca de quatro mil anos, até que

Ele se manifestasse há cerca de dois mil anos

atrás?

Por que precisaríamos de Jesus?

O mundo oriental com suas religiões não cristãs

não tem vivido sem Cristo por séculos, e também os povos silvícolas não alcançados pelo

Evangelho?

Por que precisaríamos de Jesus?

Não tem havido entre os próprios cristãos

testemunhos de vida que são moralmente

inferiores ao de muitos não cristãos?

Por que precisaríamos de Jesus?

Todos não estão sujeitos aos mesmos males

neste mundo?

Todos não compartilham as mesmas

necessidades?

Visto pelo ângulo natural jamais poderemos

entender o quanto precisamos de Jesus.

O ser humano carece desesperadamente de ser

justificado dos seus pecados.

Toda pessoa possui um espírito morto em

delitos e pecados.

E Deus é Deus de vivos e não de mortos.

Jesus morreu na cruz carregando sobre Si os

nossos pecados.

Somente nEle, pela fé nEle, podemos ser

justificados, ou seja, sermos tornados aceitáveis

à justiça de Deus, porque Jesus, é o nosso único

Page 74: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

74

Sacrifício aceitável, pelo qual todos nossos

pecados são perdoados e apagados. Este Seu

sacrifício aconteceu no tempo histórico há dois

mil anos, mas no tempo de Deus, possui validade eterna, e pôde alcançar até o primeiro

homem criado. Ora, assim, todos aqueles que

procuraram por Deus, ainda que às apalpadelas em suas consciências, buscando fazer o que é

justo e agradável, com o fim de O encontrarem

em comunhão com seus espíritos, certamente

foram salvos pela fé que tiveram, com base no mesmo sacrifício de Jesus Cristo, cuja morte

estava tipificada nos sacrifícios de animais

exigidos por Deus desde que o primeiro homem

pecou, até que Jesus morresse na cruz.

Deus requer que creiamos que somos pecadores e que necessitamos ser cobertos com o Sangue

precioso derramado por Seu Filho. Isto é tido em

nossa conta como justiça. Esta fé nos é atribuída

como justiça, porque com isto, demonstramos que buscamos ser justos não apenas em relação

aos homens, mas também em relação a Deus,

que requer isto de nós.

Este é o motivo que ainda que haja pessoas

melhores do que cristãos autênticos, é possível que não sejam salvas, porque apesar disso

podem não estar sob a cobertura do Sangue de

Jesus, por falta de fé; enquanto todos os cristãos

foram justificados não pelos seus próprios méritos ou bondade, mas por causa de Jesus em

quem eles creram para ser o Seu Salvador e

Senhor.

Page 75: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

75

Adultério Espiritual

Veja que é possível que crentes genuínos, nascidos de novo do Espírito Santo, aos quais

Jesus disse as seguintes palavras:

“Apo 2:19 - Conheço as tuas obras, o teu amor, a

tua fé, o teu serviço, a tua perseverança e as tuas

últimas obras, mais numerosas do que as primeiras.”

Também tenham sido admoestados severamente em razão de estarem convivendo e

tolerando com o seguinte quadro, por Ele

descrito logo em seguida:

“Apo 2:20 Tenho, porém, contra ti o tolerares

que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se

declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a

prostituição e a comerem coisas sacrificadas

aos ídolos.

Apo 2:21 Dei-lhe tempo para que se

arrependesse; ela, todavia, não quer

arrepender-se da sua prostituição.

Apo 2:22 Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram,

caso não se arrependam das obras que ela incita.

Apo 2:23 Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda

mentes e corações, e vos darei a cada um

segundo as vossas obras.

Page 76: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

76

Apo 2:24 Digo, todavia, a vós outros, os demais

de Tiatira, a tantos quantos não têm essa

doutrina e que não conheceram, como eles

dizem, as coisas profundas de Satanás: Outra carga não jogarei sobre vós;

Apo 2:25 tão-somente conservai o que tendes,

até que eu venha.”

Alguns, em nossos dias, ao lerem estas

repreensões se abençoam no seu íntimo, por

pensarem que elas se aplicavam tão somente à

Igreja de Tiatira dos dias do apóstolo João.

Todavia, este mal seria, como tem sido de fato, muito mais intenso e amplo em muitas igrejas

no tempo do fim.

Jezabel era a esposa do rei Acabe de Israel. Ela

era oriunda de uma nação que adorava Baal, e foi por seu intermédio que o culto a este falso Deus

foi introduzido e disseminado em toda a nação

israelita.

Aquela Jezabel não era profetisa, mas a citada por nosso Senhor no texto de Apocalipse se

declara profetisa, ou seja, quem ensina da parte

de Deus aos homens, e ela consegue seduzir os

servos de Jesus para se prostituírem espiritualmente, por se alimentarem do ensino

de demônios, que são passados a eles através

dessa Jezabel.

Ora, é sabido e notório o envolvimento da Igreja Protestante atual com sociedades secretas com

seus cultos ocultistas, inclusive pela

participação bastante expressiva de lideranças

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denominacionais, cujos nomes têm sido

divulgados amplamente em vários sites da

Internet, e até mesmo em noticiários da mídia

secular. O Senhor diz que tem uma contenda contra

estes, e que não lhes deixará descer em paz à

sepultura, caso não se arrependam deste

grande estrago que têm trazido à Sua igreja, por desviá-la da prática do genuíno evangelho que

lhes foi dado para guardarem, pregarem e

ensinarem sem qualquer contaminação com as

coisas que eles próprios chamam de “coisas profundas de Satanás”, ou seja, um

conhecimento profundo das práticas e cultos

satanistas dos quais eles participam e se

orgulham, por conta da associação deles com tais sociedades ocultistas.

Page 78: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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Fruto de Justiça

Tenho tido em ocasiões distintas um mesmo

sonho no qual me aparecem cachos de uvas e

peras de extraordinária aparência, mas que são

de aroma e paladar desagradáveis, sendo sua polpa imprópria para consumo.

Qual o significado disto?

Lembra a condição referida por Paulo em 2Tm

3:5: “ tendo forma de piedade, negando-lhe,

entretanto, o poder.”

Também das palavras de nosso Senhor dirigida aos escribas e fariseus chamando-os de

sepulcros caiados.

Bons religiosos mas somente na aparência.

Bons cristãos, somente na fama, mas não por

terem uma vida verdadeira repleta do fruto de

justiça que é agradável a Deus, e que serve para alimentar o nosso próprio espírito e o daqueles

que são convertidos por Jesus e edificados em

santidade, através do nosso testemunho

pessoal.

“Heb 12:10 Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus,

porém, nos disciplina para aproveitamento, a

fim de sermos participantes da sua santidade.

Heb 12:11 Toda disciplina, com efeito, no

momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto

pacífico aos que têm sido por ela exercitados,

fruto de justiça.”

Page 79: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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A Sempre Presente Necessidade de Reforma

Conhecendo o Presente pelo que Sucedeu no

Passado

Reformar, segundo a etimologia da própria

palavra (re – formar), significa trazer novamente

à forma original.

Não se trata portanto de criar algo novo, ou de se

acrescentar ou retirar algo do que se tornou

envelhecido, como muitos assim o entendem, mas manter o estado original de algo que foi

mudado.

A chamada Reforma Protestante tinha este

caráter. Ela não foi basicamente uma luta contra

a Igreja Romana, mas um esforço em fazer com

que o genuíno evangelho de Jesus Cristo fosse pregado e ensinado à igreja, tal e qual se

encontra registrado nas páginas da Bíblia, para

ser por ela praticado.

O evangelho não necessita de reforma, porque

está revelado de uma vez para sempre nas

páginas das Escrituras, especialmente nas do Novo Testamento.

Quem necessita então sempre de reforma é a

igreja, porque esta sim, é dada a se desviar da prática dos mandamentos ordenados pelo

Senhor em Sua Palavra.

As repreensões dirigidas por nosso Senhor a

igrejas nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse bem

demonstram esta necessidade de reforma pela

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via do arrependimento e retorno à estrita

obediência aos Seus mandamentos.

Mesmo no caso das duas igrejas que não receberam repreensões (Esmirna e Filadélfia),

todavia foram alertadas sobre a necessidade de

permanecerem na fidelidade em que se encontravam na ocasião.

O conteúdo destas repreensões e advertências

do Senhor muito nos ajudam a entender o estado presente da igreja em todo o mundo.

Podemos ter uma visão correta da necessidade

específica de reforma de cada uma delas, a

partir do que lhes é recomendado por nosso Senhor Jesus Cristo, a cabeça da Igreja.

Veja o caso da igreja em Éfeso:

“Apo 2:1 A o anjo da igreja em Éfeso escreve:

Estas coisas diz aquele que conserva na mão direita as sete estrelas e que anda no meio dos

sete candeeiros de ouro:

Apo 2:2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor

como a tua perseverança, e que não podes

suportar homens maus, e que puseste à prova os

que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos;

Apo 2:3 e tens perseverança, e suportaste provas

por causa do meu nome, e não te deixaste esmorecer.

Apo 2:4 Tenho, porém, contra ti que

abandonaste o teu primeiro amor.

Apo 2:5 Lembra-te, pois, de onde caíste,

arrepende-te e volta à prática das primeiras

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obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu

lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas.

Apo 2:6 Tens, contudo, a teu favor que odeias as

obras dos nicolaítas, as quais eu também odeio.

Apo 2:7 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito

diz às igrejas: Ao vencedor, dar-lhe-ei que se

alimente da árvore da vida que se encontra no

paraíso de Deus.”

Por que Éfeso foi repreendida a ponto de ser

ameaçada a deixar de ser igreja (remoção do

candeeiro), caso não se arrependesse de ter

abandonado o primeiro amor e suas primeiras obras, uma vez que fora elogiada por sua correta

ortodoxia, por seu labor, rejeitando os falsos

apóstolos e o seu ensino, e rejeitando toda forma

de hierarquia eclesiástica (nicolaítas), perseverando e suportando provas por causa do

nome de Jesus sem se deixar esmorecer?

Éfeso nos ajuda a entender porque apesar de

pregarmos e defendermos o verdadeiro evangelho, ainda corremos o risco de não

praticá-lo em nossas vidas, ou seja, não

guardarmos os mandamentos do Senhor

relativos à nossa santificação. É possível ser ouvinte da Palavra verdadeira e não praticá-la

na vida. Este era o problema com Éfeso e com

um grande número de igrejas em nossos dias.

Santificação não decorre de apenas se conhecer, pregar e ensinar o evangelho

verdadeiro, mas em colocá-lo em prática em

nossos pensamentos, ações e palavras.

Page 82: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

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O primeiro amor aqui referido pelo Senhor,

certamente reporta aos dias em que sob a

direção do apóstolo Paulo e Timóteo aquela

igreja andou em verdadeira santidade de vida, amando e praticando os mandamentos do

Senhor registrados na Bíblia.

Mas como Éfeso era uma cidade cosmopolita, e

na qual se encontrava o colossal templo e culto

à deusa Diana ou Astarte, e tendo a maioria dos convertidos sido alcançados de uma vida pagã e

idolátrica, eles deviam ser muito tentados em

voltar ao antigo modo de vida de adoração pagã,

na qual o adorador serve a quem quiser e vive como quiser.

O cristianismo todavia não é inclusivista, mas exclusivista pois admite somente a adoração do

único Deus vivo e verdadeiro e que se pratique

somente a Sua Palavra.

Não admira que encontremos no final da

primeira epístola de João, uma advertência

quanto à necessidade de se guardarem os seus destinatários incontaminados da idolatria.

E certamente Éfeso contava entre os destinatários originais daquela primeira

epístola do apóstolo, uma vez que por anos ele

havia se fixado em Éfeso e havia supervisionado

todas as igrejas da Ásia Menor, especialmente as mencionadas nos capítulos 2 e 3 de

Apocalipse.

Nada justifica a falta de reforma da igreja,

mesmo quando se encontra debaixo de forte

perseguição, como foi o caso de todas aquelas

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sete igrejas do Apocalipse, uma vez que o

imperador romano Domiciano estava assolando

a igreja no período do seu reinado (81-96 d.c.)

exigindo que fosse adorado como Senhor e Deus. O próprio João foi deportado para Patmos

por sua ordem, e muitos crentes estavam sendo

martirizados.

Todavia, Éfeso permaneceu firme e perseverou

conforme testemunho do próprio Senhor Jesus.

O que poderia se esperar a mais de uma igreja

perseverante como aquela?

Santificação.

Sempre será procurado pelo Senhor o fruto da

santificação nos Seus servos, independentemente das circunstâncias em que

estejam vivendo.

O argumento de que a pressão da mídia é muito forte em nossos dias, que as fontes de tentação

são múltiplas e variadas, que a iniquidade tem

corroído terrivelmente toda a sociedade, enfim,

tudo o que for contra a possibilidade de se manter uma vida santa sem pressões, não será

justificado pelo Senhor por não praticarmos os

Seus mandamentos.

Isto deve ser visto na vida, partindo do coração,

sendo um amor não apenas de palavras, mas por

obras e de fato.

Veja que Éfeso tinha muitas obras, mas não eram as obras da fé. E por isso lhe foi requerido

o retorno à prática das primeiras obras que

faziam em santificação.

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Não existe portanto uma reforma de igreja

dissociada do testemunho da nossa própria vida.

Muitos ouvirão o verdadeiro evangelho por

anos seguidos, e no entanto, não permitirão que o Espírito Santo reforme os seus corações,

trazendo-lhes à condição em que sempre

deveriam se encontrar, a saber, crescendo na

graça e no conhecimento de Jesus pela prática amorosa de todos os Seus mandamentos.

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O Dever de em Tudo Ser Criteriosos

“Um faz diferença entre dia e dia; outro julga

iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.” (Rom 14.5)

Quanto a este conselho do apóstolo, muitos têm

erroneamente pensado que aqui se trata de doutrina clara, diretamente definida na Palavra

revelada de Deus.

Jamais, Paulo teria ousado proferir tal blasfêmia, a saber, que cada um definisse

segundo sua própria interpretação da Bíblia,

qual é a doutrina que lhe convém.

A doutrina revelada é absoluta e imutável.

O que está claramente em foco no contexto

desta citação do apóstolo em Romanos 14, era a

questão de preferências por hábitos não pecaminosos, para os quais cada um tem a

liberdade de escolher o seu, sem que seja

julgado por alguém de pensamento diferente.

Mas quando não se trata de doutrina revelada,

ou de prática de coisas que ainda que não

definidas na Bíblia como sendo pecaminosas,

todavia, caso não estejam de acordo com o tom das Escrituras, e que não trazem consigo a

aprovação do senso comum daqueles que estão

santificados, e sobretudo da testificação do

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Espírito Santo, é evidente que estas coisas não

são lícitas e deveriam ser abandonadas.

Acrescente-se a isto que ainda que fossem lícitas, todavia há que se considerar que nem

tudo nos convém.

Há coisas que podem parecer inocentes na

superfície trazem nelas o pecado subliminarmente embutido, e faríamos bem em

nos preservar delas.

Neste particular, quanto cuidado se deve ter com a mídia secular, não somente impura em si

mesma em quase sua totalidade, como também

é engenhosamente planejada para explorar e

incentivar o que há de pior na humanidade.

E quando estas coisas estão habitando

juntamente conosco na casa do nosso coração,

dificilmente nosso Senhor Jesus Cristo poderá achar boa acolhida em tais condições.

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A Natureza da Santificação Verdadeiramente

Bíblica

Esta é a única santificação que garantirá ao

crente ser arrebatado por Jesus.

É a única que o habilita a ser um vaso idôneo e

útil nas mãos de Deus.

Ensinar o que é esta santificação, e mais do que isto, ajudar o Espírito Santo a forjá-la nos

crentes, é o grande e principal desafio para

todos os líderes que são levantados por Deus na

Igreja para o referido propósito.

Há cerca de dez anos atrás, quando me dedicava

ao ministério de ensino de modo conservador e formal, que contemplava apenas passar

informações de caráter teológico a membros de

Igrejas e seminaristas, o Senhor me separou para o trabalho que venho realizando desde

então.

Ele tinha me ordenado anteriormente que me

dedicasse a estudar as obras dos pastores

puritanos históricos dos séculos XVII e XVIII, e

de D. M. Lloyd Jones, quando me disse que eu nunca mais ensinaria teologia da maneira como

vinha fazendo até então, uma vez que passaria a

fazê-lo de modo informal com o intuito de ensinar o Seu povo a se santificar.

Não é preciso dizer que esta ordem implicava em que eu tivesse um maior empenho e cuidado

com a santificação da minha própria vida.

Na ocasião, o Senhor não me disse qual seria o

propósito disto.

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Com o passar dos anos, há cerca de quatro anos

atrás, comecei a publicar todo o material de

ensino que eu havia produzido e os textos sobre

o assunto que eu havia separado, até que recentemente caiu-me a ficha espiritual relativa

ao propósito de tudo isto.

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO ESTARÁ VINDO

ARREBATAR A IGREJA EM BREVE.

E condição sem a qual ninguém verá o Senhor,

especialmente nesta ocasião, é a santificação.

Não uma santificação imaginada, mas real,

bíblica, forjada pelo Espírito Santo, pela aplicação da Palavra de Deus em nossa vida.

Tenho entendido então, porque, já com certa

antecedência o Senhor chamou não apenas a mim, mas a muitos que se dedicam ao

ministério do ensino da Palavra, para estarmos

nos dedicando de maneira tão intensiva,

conforme somos capacitados e amparados pela Sua graça, a disseminar esta necessidade da

santificação, e o modo de obtê-la, para que os

Seus servos sejam preparados para o encontro

com Jesus entre nuvens, porque este é o único modo pelo qual é possível fazê-lo, a saber,

estando com a vida santificada.

Desta forma, peço aos amados que tenham

paciência comigo em relação às postagens que

venho fazendo não apenas no FB mas em

diversos sites na Internet, e sei que muitas delas são bastante extensas, todavia, como ser fiel na

exposição de um assunto tão amplo,

significativo e vital, com poucas palavras?

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Se isto fosse possível, Deus nos teria dado a

Bíblia com apenas duas páginas ou não muito

mais do que isso.

Luc 12:43 Bem-aventurado aquele servo a quem

seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.

1Ts 5:22 abstende-vos de toda forma de mal.

1Ts 5:23 O mesmo Deus da paz vos santifique em

tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda

de nosso Senhor Jesus Cristo.

1Jo 2:28 Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos

confiança e dele não nos afastemos

envergonhados na sua vinda.

1Ts 3:13 a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na

presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso

Senhor Jesus, com todos os seus santos.

2Pe 3:10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do

Senhor, no qual os céus passarão com

estrepitoso estrondo, e os elementos se

desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.

2Pe 3:11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que

vivem em santo procedimento e piedade,2Pe

3:12 esperando e apressando a vinda do Dia de

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Deus, por causa do qual os céus, incendiados,

serão desfeitos, e os elementos abrasados se

derreterão.

2Pe 3:13 Nós, porém, segundo a sua promessa,

esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.

2Pe 3:14 Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados

por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis,

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Muito Mais do Que Ex Alguma Coisa

Na segunda metade do século XX eram muito

comuns os chamados testemunhos de conversão nas igrejas evangélicas.

Especialmente aqueles que haviam sido

libertados de vícios, do uso abusivo de drogas,

do alcoolismo, e de vários outros tipos de práticas que identificassem um “ex” traficante,

ladrão etc.

Com isto, ainda que não com esta intenção,

passava-se à maioria das pessoas a falsa ideia de

que uma vez que elas não fossem algum“ex” dos tipos que davam testemunho publicamente,

então tudo deveria estar bem com elas em

relação à sua vida cristã.

Todavia, nosso Senhor não veio a este mundo para nos tornar simplesmente “ex” alguma

coisa em relação a pecados grosseiros visíveis,

mas para nos libertar de toda forma de pecado.

E isto tem a ver com toda a nossa natureza terrena decaída no pecado, com o que a Bíblia

chama de nosso velho homem.

E ninguém estaria habilitado a testemunhar que

agora era um “ex” em relação à sua antiga natureza, como que se essa tivesse sido

expurgada completamente do nosso viver

quando nos convertemos ao Senhor.

É verdade que o velho homem foi crucificado juntamente com Cristo, que ele recebeu a

sentença de morte na cruz, mas enquanto

estivermos neste mundo, a velha natureza, se

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não for mortificada continuamente,

prevalecerá sobre a nova natureza celestial que

recebemos na conversão.

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Verdadeiramente Mãe para Israel

Em Juízes 5. 6-11 Débora descreve o estado de

aflição em que se encontrava Israel sob a tirania de Jabim, para destacar que sua salvação seria

por pura graça. Ela mostra a causa de sua

miséria: a sua idolatria. Eles escolheram novos

deuses com novos nomes. Porém, atrás de todas essas imagens, estava Satanás a quem adoravam

indiretamente.

Débora foi uma verdadeira mãe para Israel ao

fomentar diligentemente a salvação de suas

almas. Ela chama os que compartilharam das vantagens desta grande salvação, para que

oferecessem a sua gratidão a Deus, os que

tiveram sua liberdade e dignidade restauradas,

e assim como os israelitas, devem os crentes louvarem a Deus.

Esta é uma obra do Senhor. Através de seus atos, fez justiça sobre seus inimigos. Em épocas de

perseguição, os que creem, enfrentam risco de

perder a vida, e sempre recorrem às ordenanças

de Deus, às fontes de salvação, de onde se extrai a água da vida. Em todo momento, Satanás

procurará impedir que o crente se aproxime do

trono da graça, os que buscam a Deus devem

prestar bastante atenção à bondade que Ele dispensa para aos seus servos quando estão

temerosos. O desejo de Deus é proteger os que

estão mais expostos e ajudar ao mais fraco.

Em Juízes 5.12-23 Débora invoca a sua própria

alma, para que seja mais fervorosa. O que

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acende o fogo nos corações de outros homens

com o amor de Cristo, deve arder primeiro com

o mesmo amor neles. Louvar a Deus é uma

tarefa para a qual devemos despertar outras pessoas, e também devemos nos despertar para

ela. Leva-se em conta os que pelejaram contra

Israel, os que pelejaram por eles e os que se mantiveram distantes. Os que pelejaram contra

Israel eram inimigos obstinados do povo de

Deus; portanto, os mais perigosos. Diversas

tribos pelejaram por eles e são aqui mencionadas com honra; porque ainda que

Deus deva ser glorificado acima de tudo, os que

cooperam para o êxito devem receber o devido

louvor para estímulo dos demais. Porém, toda criação está em guerra contra os que têm a Deus

por inimigo. O rio Quisom pelejou contra os

seus inimigos. Este rio era, na maioria das vezes,

raso; porém agora, provavelmente por causa da chuva que caiu, estava muito cheio, e a corrente

das águas era tão forte que os que tentaram

atravessá-lo se afogaram, e nele ficaram

emperradas as rodas dos carros de ferro dos cananeus.

A alma de Débora pelejou contra eles. Quando nosso espírito se emprega em exercícios

piedosos e realiza as obras do coração pela graça

de Deus, a força de nossos inimigos espirituais

será pisoteada e estes cairão diante de nós, observe que alguns se mantiveram à distância e

não se colocaram do lado de Israel, como

poderia ser esperado. Da mesma maneira,

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muitos não cumprem seu dever por medo de

problemas, ou por causa do amor ao conforto e

o afeto indevido por seus negócios e vantagens

mundanas. Os espíritos egoístas e estreitos não se preocupam com o que sucede à Igreja, pois só

têm a intenção de ganhar e economizar

dinheiro.

Todos buscam o seu próprio interesse (Fp 2.21),

que não têm a intenção de comprometer-se em serviços necessários e que apresentem

dificuldades e perigos, encontrarão até mesmo

algo pequeno, que lhes servirá de pretexto para

que fiquem em casa. Não podemos nos manter fora da luta entre o Senhor e seus inimigos; se

não nos empenharmos ativamente em

trabalhar pela causa de Deus, neste mundo

mau, cairemos sob a maldição que existe contra os obreiros da maldade. Ainda que Deus não

necessite de ajuda humana, contudo, aceita os

serviços dos que empregam seus talentos para o

progresso de sua causa. Ele requer que cada pessoa faça isto.

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O Profeta dos profetas

Jesus o grande e maior de todos os profetas, do

qual todos eles profetizaram no passado sobre a Sua vinda, obra e vida.

O Profeta dos profetas que nos trouxe a

revelação final da vontade de Deus para a

humanidade.

Aquele que tendo falado da parte de Deus definitivamente, fechou o ministério de todos

os profetas quanto à revelação da graça e da

verdade, tanto que por quatrocentos anos antes

dele, e depois dele, jamais se levantou novo profeta em Israel.

O próprio João Batista, que foi a estrela solitária

deste período veio somente com a missão de

apontar diretamente quem era o Profeta no qual se cumpre toda a vontade e desígnio de Deus.

O que Ele fez e ensinou está registrado na Bíblia,

e foi por meio dEle que escreveram os seus

apóstolos até o fechamento da revelação com as mensagens dadas por Ele a João no livro de

Apocalipse.

Como Ele mesmo afirmou as Suas palavras são

espírito e são vida. São palavras preciosas espirituais e celestiais destinadas a nos dar a

vida eterna. Assim, não se achará esta vida em

nenhum outro Nome, senão apenas naquele

que além de Sumo Profeta, é também Sumo Sacerdote, Salvador, Senhor dos senhores,

Mestre dos mestres e Rei dos reis. Glórias sem

fim lhe sejam dadas. Amém e Amém.

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Fugindo da Porta Estreita e do Caminho

Apertado

Multiplicam-se os motivos para que não se pregue à maneira bíblica contra o pecado e a

favor de uma vida verdadeiramente santificada,

nestes últimos dias.

Um destes é o relativo a não contrariar os costumes pecaminosos das pessoas, isto se o

próprio pregador não se encontrar nesta

condição de estar apegado a hábitos aos quais

esteja afeiçoado em sua natureza carnal, e que não lhe agradaria de modo algum ter que

abandonar.

Como posso falar sobre a verdade do evangelho

que mexe com a consciência das pessoas, uma

vez que ela condena o pecado e convoca ao arrependimento, à conversão e santificação,

quando eu mesmo estou aprisionado à

concupiscência da carne e dos olhos, e à soberba da vida?

Mesmo quando o pastor for zeloso pelo Senhor

e Seus mandamentos, mas se tiver sido

negligente com o cuidado da santificação de sua

própria esposa e filhos, como os membros da sua congregação crerão em suas palavras? Eles

não lhe dirão ou pensarão: “por que o senhor

não começa pregando estas coisas para a sua

própria família?”

Quando a verdade é pregada muitos vão

embora, como ocorria nos dias apostólicos,

porque não podem suportar ouvir coisas que vão

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mexer com o seu estilo de vida e hábitos aos

quais se encontram afeiçoados.

Muitos chegarão a detestar o pregador e lhe

virarão as costas. Procurarão por todos os

modos e meios lhe infamar o bom nome para acharem um lenitivo para as suas consciências

feridas pela Palavra da verdade do evangelho.

Deste número, alguns chegarão à conversão

posteriormente, porque se envergonharão e se

arrependerão quando o Espírito Santo lhes convencer do seu mau procedimento contra a

verdade. E isto certamente deixará o pregador

satisfeito. Todavia, comparativamente, sempre são poucos.

Por isso disse nosso Senhor Jesus Cristo:

“porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que conduz para a vida, e são poucos os

que acertam com ela.” (Mateus 7.14).

Assim, os que pregam fielmente o evangelho,

têm uma porta estreita e um caminho apertado

para ensinarem e para seguirem eles mesmos. Não há como permanecer fiel ao Senhor,

fugindo-se a esta regra, para de algum modo

cair no agrado das pessoas.

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A Carne Vai Gemer, Vai Doer, Mas o Pecado Vai

Morrer

“1 Visto, pois, já que Cristo padeceu por nós na

carne, armai-vos também vós deste mesmo

pensamento: porque aquele que padeceu na carne já deixou o pecado;

2 para que, no tempo que vos resta na carne, já

não vivais de acordo com as paixões dos

homens, mas segundo a vontade de Deus.

3 Porque basta o tempo decorrido para terdes executado a vontade dos gentios, tendo andado

em dissoluções, concupiscências, borracheiras,

orgias, bebedices e em detestáveis idolatrias.

4 Por isso, difamando-vos, estranham que não

concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão,” (I Pedro 4.1-4)

O apóstolo aponta nesta passagem a

necessidade que temos de mortificar o pecado.

Paulo havia dito em Romanos que nós

morremos juntamente com Cristo, e que os

Seus sofrimentos e morte foram considerados por Deus como sendo nossos, de maneira que

nos encontramos identificados com a sua morte

e sofrimentos.

E a causa daqueles sofrimentos e morte que

Jesus padeceu, não foi por algum pecado Seu, próprio, mas em razão dos nossos pecados.

Ora, se o pecado foi morto pela morte de Cristo,

então importa que o mortifiquemos em todo o

nosso viver, a par de todos os sofrimentos e

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renúncias que isto possa nos trazer, porque

afinal, Jesus que não tinha pecado, suportou

tudo e renunciou a tudo por nós.

Assim, o sentido é: "Como Cristo sofreu em sua

natureza humana, vocês, de acordo com o seu

voto batismal e profissão, façam a sua natureza corrupta sofrer, colocando à morte o corpo do

pecado pela abnegação e mortificação, porque,

se você não agir assim, você não será conforme a Cristo na sua morte e ressurreição, e não

deixará o pecado."

Negue as paixões do Seu ego. Negue seus

desejos carnais. Renuncie aos prazeres

mundanos pecaminosos, e viva de modo

criterioso e sóbrio para Deus.

O início de toda verdadeira mortificação está na

mente, não em penitências e flagelações do corpo. A mente do homem natural é carnal,

cheia de inimizade contra Deus.

Deste modo, o apóstolo nos convoca a termos

isto sempre presente em nossa mente, ou seja,

estarmos com o nosso pensamento

previamente armado para esta necessidade de suportar os sofrimentos e renúncias com

paciência, sabendo que isto é o que contribuirá

para uma efetiva mortificação dos nossos

pecados pelo Espírito Santo, que trabalhará em nós segundo a aplicação da nossa vontade em tal

direção.

O crente morreu com Cristo para o pecado,

então a conclusão óbvia é que o pecado deve

também morrer em nós.

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Pedro considera que o que o crente já praticou

de pecado antes da sua conversão debaixo da

direção de Satanás já foi mais do que suficiente

para que ele continue negligentemente fazendo concessão ao pecado mesmo depois da

conversão.

Ele já não é mais escravo do pecado e nem do diabo, mas da justiça e do Deus vivo. Paulo

também falou sobre isto em Romanos 6.

Não importa que os gentios, ou seja, aqueles que

não conhecem ao Senhor e nem aos mistérios revelados da santidade da vida cristã, porque

não amam a Deus e a Bíblia, pensem que esta

forma de viver em santificação é algo estranho,

e com isso façam duras críticas ao viver dos crentes, quando estes seguem a vontade de

Deus e deixam de lhes acompanhar em suas

devassidões.

Esta rejeição é mais uma das muitas formas de sofrimento que o cristão terá que enfrentar em

sua fidelidade a Cristo.

Page 102: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

102

Muito Mais do que Emoção e Sentimento

Se observarmos cuidadosamente o texto das

Escrituras, veremos que não há nelas narrativas

que tenham o propósito de despertar em nós

reações meramente sentimentais e emocionais.

O texto, mesmo quando se refere ao exercício da misericórdia, como por exemplo, na narrativa

da Parábola do Bom Samaritano e na do Filho

Pródigo, ainda que contenha elementos que

podem despertar sentimentos e emoções, todavia não foi com este intento em vista que

nosso Senhor as proferiu.

E qual a razão disto?

Simplesmente porque o foco central das

Escrituras é ensinar sobre o arrependimento, a

fé, a salvação, que são seguidos pela prática do amor em obras de justiça, e ainda que nisto

sejam despertados sentimentos e emoções,

todavia não é este o alvo supremo da mensagem

bíblica.

Por conseguinte, quando nos esforçamos para

ajudarmos as pessoas a se converterem a Cristo, fazendo aplicações e apelos sentimentais e

emocionais, é bem provável que muitos sejam

atraídos pela mensagem ou canções, sem que tenham uma real experiência de conversão,

porque não é por este canal que a fé trafega,

senão pela exposição da verdade do evangelho

no poder do Espírito.

Page 103: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

103

Como Viver em Paz Consigo e com o Próximo

Enquanto eu dormia o Senhor me instruía

dizendo que quando há conflito em relacionamentos, seja no lar, no trabalho ou

onde for, é de pouca ajuda ter apenas um desejo

sincero para resolvê-los, ou então recorrer a

métodos psicológicos ou a quaisquer outros, porque há por detrás destes conflitos agentes

espirituais que operam distorcendo palavras e

endurecendo os corações.

A eficácia se encontra então em recorrer ao Senhor em oração pedindo-lhe sobretudo que

preserve os nossos próprios corações de

guardarem tristezas, mágoas ou

ressentimentos, especialmente quando a outra pessoa envolvida no conflito não se disponha a

ter paz conosco.

Isto porque embora nos seja ordenado ter paz

com todas as pessoas, muitas vezes isto não será possível, não por nossa causa, pois estamos

dispostos a obedecer a Deus em tudo, amando

inclusive até os nossos inimigos, mas em

decorrência de que há situações em que há pessoas que são irreconciliáveis.

Mas quando buscamos sinceramente em

oração viver em paz com aqueles que amam a

paz, Deus é poderoso para reconciliar conosco até mesmo os nossos piores inimigos ou pessoas

cujo temperamento seja de difícil trato.

Page 104: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

104

Sã Doutrina + Fé + Arrependimento

Há pregadores do evangelho que não conhecem adequadamente a doutrina da justificação pela

graça mediante a fé, mas que na prática, creem

que Deus pode converter pessoas que se

encontrem em quaisquer condições, de modo que apelam para que aceitem a Cristo, e sejam

incluídas no rol de membros de suas respectivas

congregações.

Outros há que conhecem profundamente a

doutrina da justificação pela graça mediante a fé, todavia, são céticos quanto à conversão de

determinados tipos de pessoas, conforme o

sistema particular de avaliação deles de quem é

digno de ser salvo por Cristo ou não, e lhes falta o zelo e fervor requeridos na entrega da

mensagem do evangelho.

Ora, tanto num caso quanto noutro, há perigos e

deficiências a serem apontadas.

No primeiro, corre-se o risco de se criar nos

ouvintes uma ilusão quanto a terem obtido uma

conversão que de fato não ocorreu, por falta de arrependimento ou ainda pelo perigo de se crer

num “Jesus” criado pela imaginação, sem atinar

com o propósito da Sua obra de expiação em relação aos pecadores.

Não é pelo simples fato de ter sido aceito à comunhão de uma determinada congregação

que podemos ter por certo que nos convertemos

a Cristo.

Page 105: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

105

Neste caso, a fé do pregador não está baseada na

verdade do evangelho, que aponta para a

necessidade de arrependimento e mortificação

do pecado para a santificação, de modo que crer num Cristo que nada exige de nós, significa

desconsiderar ou desprezar o Seu sacrifício e

trabalho na nossa salvação, de modo que não Lhe dando a honra devida, não podemos ser

honrados por Deus Pai, conforme o próprio

Senhor Jesus Cristo nos ensinou.

No segundo caso, o conhecimento frio da letra

do evangelho, transmitido pelo pregador, pode conduzir a uma ortodoxia morta que não traga o

poder do Espírito Santo juntamente com a

pregação, para produzir a conversão de

pecadores, em razão da incredulidade do próprio pregador no poder da mensagem que

ele prega, ou então, por pensar

equivocadamente que Deus faça acepção de pessoas.

Na panela da salvação não podem faltar portanto

os seguintes ingredientes: fé, fervor, doutrina

do evangelho verdadeiro e arrependimento.

Page 106: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

106

Nem Ociosos e Nem Infrutíferos

"5 E por isso mesmo vós, empregando toda a

diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à

virtude o conhecimento,

6 e ao conhecimento o domínio próprio, e ao

domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade,

7 e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o

amor.

8 Porque, se em vós houver e abundarem estas

coisas, elas não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no pleno conhecimento de nosso

Senhor Jesus Cristo." (II Pedro 1.5-8)

Deus nos criou para a ação proveitosa,

especialmente em relação a se fazer o bem ao

nosso próximo, promovendo e desenvolvendo sobretudo as sua vida espiritual no que tange à

comunhão com Deus, e também para que nós

mesmos demos o fruto espiritual esperado por

Ele, relativo à transformação do nosso caráter à semelhança ao de Cristo.

É a isto que o apóstolo Pedro está se referindo

com as palavras do nosso texto.

Ele diz que é necessário empregar toda a nossa

diligência, ou seja, o nosso esforço continuado e

bem definido para que este objetivo divino seja concretizado em nossas vidas.

Ele não fala sobre mero conhecimento ou

compreensão intelectual destas virtudes, mas

de existência delas na nossa vida, por um

Page 107: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

107

conhecimento de experiência íntima, pessoal e

sobretudo espiritual da realidade delas

implantadas no nosso ser.

À fé e à virtude deve ser acrescentado o

conhecimento, não meramente conhecimento

intelectual da Palavra, mas um conhecimento

vivo da vontade de Deus pela Palavra e pelo Espírito. Conhecimento do próprio Deus e do

Seu caráter. Conhecimento da fraqueza e

corrupção da nossa natureza terrena e de como

o pecado opera nela, para que nos despojemos dela pelo conhecimento das coisas que

alimentam e dão crescimento à nossa nova

natureza em Cristo Jesus.

A estas graças deve ser acrescentado o domínio

próprio que é fruto do Espírito Santo. E este

domínio próprio deve ser traduzido

principalmente num viver quieto e tranquilo, no Espírito, cultivando-se a virtude da mansidão e

da gratidão e contentamento em toda e

qualquer circunstância.

A fé, a virtude, o conhecimento e o domínio

próprio devem ser seguidos pela perseverança

na fé. A perseverança que está associada à

evidência da nossa salvação de irmos até ao fim sendo fiéis a Cristo e à Sua vontade.

Com a perseverança deve seguir a piedade, que

é um viver santo e justo diante de Deus e dos

homens.

Viver piedosamente é viver de modo totalmente

consagrado a Deus.

Page 108: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

108

À piedade deve ser juntada a fraternidade ou

comunhão com os irmãos na fé, no ajuntamento

santo da congregação (Igreja), para o culto de

adoração a Deus e serviço a Ele e ao próximo.

Finalmente, à fraternidade ou comunhão espiritual em unidade na Igreja, deve ser

juntado o amor ágape, ou seja, o mesmo tipo de

amor espiritual com o qual Cristo nos ama, o qual é o vínculo da perfeição, e sem o qual nada

do que somos ou temos será de qualquer valor

para Deus.

Então a melhor maneira de confirmarmos a

nossa eleição, conforme o apóstolo diz no verso 10, isto é, de termos certeza da nossa salvação, é

por percebermos que as graças aqui citadas por

Pedro estão aumentando em nossa vida. porque

é um princípio vital da fé e da graça verdadeiras, aumentarem em nós.

É este crescimento nestas virtudes, que

configura o nosso amadurecimento espiritual, e

é ele que fará com que Deus não nos deixe

ociosos e nem infrutíferos no que concerne ao pleno conhecimento de Jesus, e de uma vida

confirmada em boas palavras e obras, pois Ele

nos fará úteis no Seu serviço.

Page 109: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

109

Batismo com Fogo

“disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo

com água, mas vem o que é mais poderoso do

que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as

correias das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.

A sua pá, ele a tem na mão, para limpar

completamente a sua eira e recolher o trigo no

seu celeiro; porém queimará a palha em fogo inextinguível.” (Lucas 3.16,17)

Estas palavras de João Batista, relativas ao

batismo de fogo, se analisadas no próprio

contexto em que foram proferidas, parecem

indicar diretamente que há uma referência a dois tipos distintos de batismos que seriam

feitos pelo poder de Jesus Cristo:

- O primeiro grupo, com o Espírito Santo, para

aqueles que nele cressem e se arrependessem

dos seus pecados, que ele indica a seguir como sendo o trigo que seria recolhido e preservado

pelo Senhor no seu celeiro.

- O segundo grupo, com o fogo inextinguível, por

ser palha e não trigo, ou seja, aqueles que não

cressem no Senhor e que não se arrependessem dos seus pecados, e que são lançados no fogo do

inferno por Deus.

Muitos interpretam esta passagem relativa ao

batismo de fogo proferido por João, como sendo

Page 110: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

110

o revestimento de poder do Espírito Santo, uma

vez que no dia de Pentecostes foram vistas

línguas como que de fogo sobre as cabeças dos

discípulos, representando o próprio Espírito Santo, com o qual nosso Senhor havia

prometido que eles seriam batizados por

ocasião da sua ascensão ao céu, depois da Sua ressurreição.

Nosso Senhor havia prometido na mesma

ocasião que eles seriam revestidos de poder

para dar testemunho do evangelho a todas as

nações quando o Espírito Santo viesse sobre eles.

Todavia, não podemos esquecer que o fogo é

usado nas Escrituras, no caso de crentes,

principalmente como meio de purificação deles e da sua fé, por meio das provações, e pela

santificação do Espírito Santo, como se vê por

exemplo com o que foi feito com Isaías com a

brasa retirada do altar, do refino dos crentes com o fogo de ourives citado em Malaquias, e

por tantas outras passagens de igual significado,

porque nenhum crente será sujeito ao fogo

consumidor e inextinguível do inferno e do lago de fogo e enxofre, que é destinado somente aos

ímpios, conforme pode ser observado em

diversos textos das Escrituras.

Page 111: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

111

Se Captou e Ligou é para Sempre

Ninguém duvida que, uma onda que atravessa o espaço, e que provinda de uma fonte geradora,

caso seja captada por um receptor a ela

adequado, na sintonia correta, possa

transportar para ele som, imagem, movimento, cor, textos e tantas outras coisas que chamamos

de mundo virtual. Porque somos testemunhas

disto em nossa vida cotidiana.

Não muito diferente disto há um receptor

universal chamado Homem, uma fonte geradora chamada Deus, e uma onda invisível

chamada Fé, que sendo captada de forma

correta pode transmitir ao homem não somente

mensagens provindas de Deus, mas a própria vida de Jesus Cristo.

Só que no caso, o que se produz não é um mundo

virtual, mas realidades tangíveis e

transformadoras, que passam a fazer parte de

nossas pessoas.

Tanto isto é verdadeiro que jamais se ouviu que

qualquer um que tivesse estado em sintonia com Cristo houvesse renunciado ao tipo de vida

que havia obtido nEle e por Ele. Muitos

preferiram ser martirizados a ter que negá-Lo.

Se na tecnologia a onda é captada por um

simples apertar de botão, já no caso da vida da fé, esta pode ser captada somente por se ouvir a

Palavra do Evangelho de Jesus Cristo, e

mediante o convencimento da necessidade que

Page 112: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

112

temos de nos arrepender do pecado, que é

operado pelo Espírito Santo.

Mas uma vez concluída a ligação, nada mais

poderá desfazê-la, nem mesmo a própria morte física.

Nenhum defeito no receptor humano poderá

anular aquilo que é obtido mediante a fé e que

nos une para sempre à vida de Jesus.

Gosto de pensar nesta onda sobrenatural da fé,

atravessando todos os tempos e espaços,

chegando como um fio dourado e brilhante

infinito que está ao alcance da boca e do coração de todas as pessoas, para confessarem a Jesus

como Seu Salvador e Senhor, mas ela pode ser

somente captada por aqueles que derem crédito

à Palavra da verdade do evangelho.

Como no caso do receptor eletrônico, que nada

reproduzirá caso não apertemos o Start - o botão

de partida, e assim, quem desconhecesse o que

aquela onda é capaz de fazer e caso o botão nunca fosse acionado, permaneceria sendo

cética, de igual modo sucede em relação à vida

que nos vem pela fé, pois se não dermos o devido crédito ao evangelho, estaremos fora de

sintonia com Jesus, e nada conheceremos

acerca da Sua vida sobrenatural e divina, apesar

dela ser uma realidade que tem sido comprovada na experiência de milhões de

pessoas ao longo dos séculos.

Page 113: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

113

Dando uma Chance ao Verdadeiro Evangelho de

Jesus

Por evangelho verdadeiro, sem maiores delongas, deve ser sempre entendido aquele

que foi revelado pelo próprio Jesus e registrado

pelos Seus apóstolos nas páginas da Bíblia.

Temos no texto do Velho Testamento muitas passagens relativas ao evangelho,

especialmente nos Salmos e nos Profetas,

todavia, elas falam da promessa do evangelho, e

no Novo Testamento, nós temos o seu cumprimento e manifestação.

Por que estamos propondo que seja dada uma

chance ao verdadeiro evangelho de Jesus?

Principalmente porque é muito triste ver pessoas sendo enganadas ou se auto

enganando, por pensarem que se trata do

verdadeiro evangelho muitos conceitos falsos e

errôneos que lhes foram transmitidos, aprendidos ou concebidos.

Com isto se perde não somente a oportunidade

de salvação da alma como também a de ser

edificado pela Palavra da verdade.

Nenhuma outra Palavra contém a semente de

vida eterna que está destinada a germinar e a

crescer no nosso coração, senão a Palavra do

verdadeiro evangelho de Jesus.

Outros chamados “evangelhos” não podem

cumprir este propósito estabelecido por Deus,

porque é Deus verdadeiro e pode operar

Page 114: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

114

somente com base na Sua própria verdade

revelada nas Escrituras.

A importância disto é de caráter vital, pois vida

ou morte espiritual estão envolvidas neste

assunto.

Não se trata da proposta de um caminho para uma religião, mas um caminho para passar da

morte para a vida, das trevas para a luz, da

potestade de Satanás para a de Deus.

Importa que saibamos que o Jesus no qual

afirmamos crer é Aquele cujo caráter e demandas estão revelados especialmente no

Novo Testamento. E como poderemos conhecê-

Lo então do modo conveniente, quando

desconhecemos quais são as suas ordenanças que visam à nossa transformação pessoal?

Os próprios milagres e todos os demais sinais

que Ele realizou tinham o propósito de

confirmar as profecias sobre a Sua pessoa divina

e ministério, para que crêssemos em todas as Suas Palavras e ensino.

Se nos falta portanto esta disposição para

conhecer este ensino a nós destinado, quanto ao

que crermos e fizermos, como poderemos ter a

certeza de que estamos servindo de fato ao verdadeiro evangelho, ao verdadeiro Cristo?

“1Tm 6.3 Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor

Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade,

1Tm 6:4 é enfatuado, nada entende, mas tem

mania por questões e contendas de palavras, de

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115

que nascem inveja, provocação, difamações,

suspeitas malignas,

1Tm 6:5 altercações sem fim, por homens cuja

mente é pervertida e privados da verdade,

supondo que a piedade é fonte de lucro.”

Este é um alerta do Espírito para todos nós, notadamente nestes últimos dias em que temos

vivido, porque uma corruptela de evangelho

tem sido anunciada pelo mundo afora, com apelos dirigidos à coleta de dinheiro dos fiéis,

com incentivos a formas licenciosas e carnais

de vida etc. Cria-se então uma visão muito

incorreta do que seja de fato o evangelho quando se mira estes exemplos lamentáveis.

Uma igreja verdadeira cuidará dos necessitados

em vez de lhes arrancar os parcos recursos que

possuem, seja a que título for. Este foi o exemplo

que nos foi deixado por nosso Senhor Jesus Cristo e por seus apóstolos.

Não temos portanto motivo para nos

escandalizarmos com Cristo e com o seu

evangelho, porque o que se vê não procede do

Senhor e nem da verdade, da justiça, da santidade e de todas as perfeições que existem

na Sua pessoa divina, a qual somos convocados

a imitar em toda a modéstia e sobriedade.

Page 116: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

116

Voltando para o Lar

"Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a

ligará.” (Oseias 6.1)

Quando em saúde e prosperidade,

frequentemente nos afastamos de Deus, porque

temos uma natureza inconstante que necessita de disciplina espiritual adequada para que

permaneçamos firmes e inabaláveis na Rocha

da verdade na qual fomos edificados, não nos

afastando dEla por causa de deficiência de caráter ou por falta de experiência em lidar com

as tentações e fascínios do mundo.

Assim, quando não temos ainda aprendido a ser

aperfeiçoados pela disciplina ministrada pelo

Espírito Santo em meio às circunstâncias reais

da vida, não podemos atender satisfatoriamente ao dever que temos para com Deus, de

andarmos em santificação na Sua presença, e

em completa dependência dEle.

Por isso necessitamos da correção de Deus - a

princípio, somos chamados a permanecer no lugar que nos convém por meio de alertas que

nos chegam através de provações leves, e que, à

media que vão sendo negligenciadas podem

aumentar muito em grau, até que voltemos para um caminhar ordenado diante dAquele que nos

salvou para sermos luz e sal neste mundo de

trevas.

Page 117: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

117

Quando a alma se encontra em profundezas ela

não pode ver a luz, e então tende a se abater em

desesperança quanto à sua recuperação desta

condição que a deprime e lhe imprime a falsa convicção de que não pode ser livrada pelo

poder de Deus.

Ela creu na prosperidade, que poderia vencer

qualquer adversidade, mas agora na profunda aflição é incapaz sequer de expressar uma única

expressão de fé. Há somente um peso terrível

que a puxa mais e mais para baixo e para longe

da presença de Deus e dos Seus caminhos.

Esta é hora do grande aprendizado sobre o valor

da graça e o poder da fé, porque ajudada pelo

Espírito Santo, a alma ousa elevar um clamor

ainda que sem palavras, bem no fundo do coração, pedindo socorro ao Senhor para ser

purificada e renovada, para a restauração da

plena comunhão.

Então, uma voz amiga é ouvida: "Vem, voltemos para o lar onde há provisão, paz e segurança,

voltemos para Senhor!" Ele nos convida e atua

no mais profundo íntimo do espírito e nos ergue

de um só salto para uma nova caminhada.

Nesta hora a atmosfera espiritual antes pesada,

se torna instantaneamente leve e aromática.

Com que alegria o espírito respira este ar fresco

e puro que desce das regiões celestiais.

"Volta, ó Israel, para o SENHOR, teu Deus,

porque, pelos teus pecados, estás caído. (Oseias

14.1)

Page 118: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

118

A Verdadeira Liberdade Eterna

Tiago falou de uma Lei da Liberdade sob a qual

se encontram todos os que creem em Jesus. E

por que ele se referiu a ela deste modo? Por que

é pela lei do Espírito e da vida em Cristo Jesus que somos libertados da lei do pecado e da

morte (Rom 8.2). Veja que é afirmado ser ela

uma lei de liberdade. E liberdade do pecado e da

morte espiritual eterna.

Não se trata portanto de uma simples lei de

liberdade de vícios, de práticas imorais, ou de

toda forma de pecado que se possa nomear, mas

é sobretudo uma liberdade de uma condição de morte para a de vida eterna; de prisão em

ignorância e em trevas, para o verdadeiro

conhecimento de Deus e de luz. É liberdade da escravidão a Satanás e a todos os espíritos das

trevas. É liberdade da condenação da Lei Régia e

da própria Lei de Moisés. É liberdade para ter

poder e capacidade para viver de maneira santa e agradável a Deus e em comunhão com Ele por

toda a eternidade.

Tudo isto nos foi trazido pela graça e verdade

que estão em Jesus Cristo, e que nos foram reveladas pelo Seu evangelho.

O injusto pecador, estando sob o evangelho, será

visto por Deus como sendo justo, porque além de ter sido justificado pela fé no evangelho, terá

também a justiça de Cristo sendo implantada

nele progressivamente até a perfeição em

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119

glória, pela operação e instrução do Espírito

Santo.

A justiça do próprio Cristo lhe foi oferecida pelo

evangelho para poder ser perdoado e justificado

por Deus.

É por estar em Cristo que somos justificados e por conseguinte tornados aceitáveis a Deus.

Deus não mais condenará eternamente aquele

que foi justificado pela fé em Jesus.

Ele não o fará porque prometeu isto desde os

dias dos profetas do Velho Testamento

(Jeremias 31.31-35).

E para que não houvesse qualquer dúvida em

nós quanto ao que havia prometido acrescentou um juramento por Si mesmo de que jamais

anularia o que nos prometeu (Hebreus 6.17).

É por isso que vemos o caráter deste perdão e

justificação sendo ilustrado por Jesus em tantas

passagens dos evangelhos, especialmente nas parábolas da dracma perdida, do filho pródigo e

da ovelha perdida.

Não temos tempo e espaço para aprofundar aqui

todo o ensino que há nestas parábolas, mas

podemos destacar pelo menos este aspecto da busca de Deus pelos perdidos, e que deve haver

também nos que estão perdidos, uma busca de

Deus para que possam ser acolhidos por Ele.

Todavia, ninguém deve pensar que ao buscar a

sua ovelha fujona e extraviada, que o Pastor teve da parte dela uma efusiva recepção. É bem

provável que ela tenha tentado escapar de seus

braços imaculados, de tão suja que estava pelo

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120

pecado, envergonhada de sua condição, mas

ainda assim ele insistiu em pegá-la e obteve

êxito ao pegá-la e colocá-la sobre os seus

ombros, para poder cuidar dela, lavando-a, alimentando-a e dando-lhe um abrigo seguro no

aprisco.

É por este motivo que é ordenado aos cristãos

seguirem o exemplo do Seu Pastor e Mestre, buscando também as ovelhas desviadas do

rebanho. Ainda que haja uma resistência

natural nelas ao serem assim procuradas, mas

isto não deve ser motivo de deixarmos de orar por elas e de procurarmos abordá-las com

exortações amorosas de encorajamento a

retornarem ao redil.

Ainda que algumas tenham sido tratadas com a

disciplina da Aliança prescrita pelo próprio Senhor Jesus Cristo, não nos é dado desprezá-las

e deixar de amá-las e de interceder em favor

delas para a sua futura restauração pela via do arrependimento.

E por que tudo isto? Porque são filhos de Deus.

Adotados por Deus como filhos em Jesus Cristo.

São amados de Deus. Reconciliados com Deus,

ainda que estejam com sua comunhão presente arruinada por uma vida carnal e pecaminosa,

porque o preço exigido para a justificação deles

foi pago integralmente por Jesus, que nada

deixou para que fosse pago por eles para poderem ser reconciliados com Deus. A

inimizade que havia foi desfeita, porque

“justificados pela graça mediante a fé temos paz

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121

com Deus por intermédio de nosso Senhor Jesus

Cristo”. A guerra de inimizade por causa do

pecado acabou no momento em que nos

rendemos por meio da fé em Jesus.

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O Show Que Para Muitos Deve Continuar

Não procuro mais prazeres terrenos e alegrias

carnais...

não que pelo temor de em procurá-los, pudesse

cair em frustração quando o mal e a tristeza

viessem bater à minha porta.

Não pelo simples motivo da vergonha que sentiria ao saber que tanto me alegrava

enquanto havia bem próximo de mim pessoas

que sofriam e que choravam.

Não. Não os quero mais em minha vida...

A consciência esclarecida não se ilude com a

festa carnal, mesmo enquanto ela dure.

Não porque seja algo passageiro, mas porque está desprovido de valor, verdade e virtude,

aquilo que tem por alvo tão somente fazer ferver

nossos sentidos.

Feliz então o momento quando a temperatura

abaixa e temos a oportunidade da fazer uma reflexão calma... felizes aqueles que a fazem e

acham respostas às indagações da alma que

procura se livrar de tal desventura.

Afinal aonde me levará tudo isto?

Qual é o proveito e edificação final que me

proporcionará e aos demais?

Qual é o supremo motivo que nos mantém reunidos enquanto nos divertimos?

Sorrisos baratos, gargalhadas teatrais, de quem

não é pago para ser artista...

Demonstrações de um amor barato que não

prevalece na hora do infortúnio e da

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enfermidade ou de qualquer considerável

dificuldade de alguém do grupo que poderia

colocar um fim no show que para a maioria deve

sempre continuar.

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Porque Barrabás Sempre Terá a Preferência da

Maioria

Não somente no passado, mas ainda hoje e sempre se disse: “Dê-nos Barrabás e não Cristo!”

Por que Isto?

Não é difícil de entender.

Barrabás era um revolucionário sedicioso que

lutava pela liberdade de Israel da dominação

Romana. Havia matado soldados romanos e estava disposto a prosseguir na sua carreira até

que foi aprisionado para ser sentenciado à

morte por crucificação.

Então, surgiu em cena o doce Cristo que havia

somente praticado o bem por toda a parte, e a

multidão escolheu que Ele fosse crucificado no

lugar de Barrabás.

Barrabás não nos incomoda e até parece estar

lutando pelas nossas aspirações por liberdade. E

a maioria procura pelo tipo de liberdade que está representada na luta de Barrabás de caráter

político, econômico, social.

Todavia, Cristo deve continuar sendo crucificado porque Ele nos incomoda. Ele

demonstra com plena convicção que o tipo de

liberdade que buscamos em Barrabás, não pode

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125

nos livrar da escravidão do nosso próprio

pecado e do domínio de Satanás. Ele aponta a

necessidade de conversão pela transformação

dos nossos próprios corações. Ele prega a humildade, o amor, a justiça, a paz, a santidade,

e a fé nEle para que sejamos salvos da

condenação da justiça de Deus, por causa dos nosso pecados.

Assim, a grande maioria tem optado por

Barrabás, e não por Cristo.

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126

A Plena Certeza da Esperança

Nenhuma promessa de Deus falhará, e não

deixará de ter o devido efeito.

E para mostrar a imutabilidade da promessa de

segurança eterna da nossa salvação, e que não a revogaria de modo algum, Deus prometeu a

Abraão que no Seu descendente que é Cristo,

seriam benditas todas as nações da terra, isto é, todos estes que estão em Cristo são abençoados,

porque são resgatados da maldição para serem

adotados na família de Deus como Seus filhos, e

a promessa foi feita com a interposição de um juramento divino, tendo Deus jurado por Si

mesmo, mostrando que jurou no grau mais

elevado que existe, porque não há nada mais

elevado do que Ele próprio.

Então o sentido aqui é que Ele deixaria de ser

Deus (caso isto fosse possível) se deixasse de cumprir o que prometeu a Abraão em relação à

descendência que formaria a partir dele, tanto a

natural (a nação israelita contada na

descendência de Jacó, neto de Abraão), quanto a espiritual (os eleitos que são justificados e

regenerados por causa da fé em Cristo) (Gên

22.15-18).

E se Deus fez a promessa isto não é para ser

discutido, mas recebido pela fé. Se entre os

homens o juramento põe fim à discussão sobre qualquer demanda, muito mais temos razão

para entender que o juramento que Deus fez

quando fez a promessa a Abraão, põe um ponto

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127

final logo de início em toda a discussão possível

se a salvação é pela graça ou pelas obras, porque

se é pela promessa, é evidente que é por pura

graça.

E também que é segura, porque Deus jurou que

a daria aos que estivessem ligados pela fé a Cristo. O próprio Deus então é quem assegura

esta salvação e não os nossos méritos e

capacidade (Rom 9.8; Gál 3.18).

Foi exatamente para mostrar aos herdeiros da

promessa da salvação que eles seriam realmente salvos em Cristo, e que deveriam

descansar quanto a esta verdade, Deus, para

mostrar a imutabilidade deste Seu propósito se

interpôs com um juramento.

Se Deus jurou fazer é porque Ele de fato não

voltará atrás no propósito sobre o qual jurou, em nenhum tempo. Então não serão as

perplexidades, as fraquezas, as tristezas, os

sofrimentos e tudo o mais que os cristãos

possam sofrer em sua caminhada terrena, que poderá lhes tirar esta salvação que foi prometida

por juramento e que eles alcançaram pela fé em

Jesus.

Ao contrário, todas estas adversidades

confirmam a certeza absoluta desta esperança,

porque é justamente por meio delas que os crentes são confirmados em toda boa palavra e

obra, e têm sua fé refinada.

A firmeza deste propósito divino foi evidenciada

por duas coisas imutáveis, a saber: a promessa

(primeira coisa) e o juramento que Ele fez

Page 128: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

128

(segunda coisa). A promessa já seria suficiente,

mas foi reforçada com um juramento para que

não houvesse nenhuma dúvida quanto à

segurança de recebermos e mantermos para sempre aquilo que Deus nos prometeu, a saber,

sermos herdeiros juntamente com Cristo.

O autor de Hebreus afirma que na condição de

eleitos, que já haviam corrido para o refúgio que

nos livra da condenação vindoura, que é Cristo,

tenhamos um forte alento (consolo) em face de todas as perseguições e oposições que possamos

sofrer neste mundo, ou em face de todas as

nossas próprias fraquezas, porque é impossível

que Deus minta quanto ao que prometeu e nem quanto ao que jurou.

Deus nos propôs esta salvação por pura graça, por promessa, e pela fé os cristãos lançaram

mão dela, isto é, se apropriaram da promessa e

da graça que lhes foi oferecida em Cristo pela

esperança de serem santos assim como Ele é santo, e de serem co-herdeiros com Ele no céu.

E a natureza desta firmeza é comparada a uma

âncora, que nos segura firmemente. E a segurança e firmeza não são propriamente

nossas, nem da nossa fé, mas desta âncora que é

a promessa e o juramento feito por Deus.

É nisto que somos ancorados. É isto que nos

garante o céu, porque esta promessa e

juramento penetraram o véu não propriamente por nossos esforços, mas juntamente com

Cristo, que é o Sumo Sacerdote da nossa fé, que

entrou no Santo dos Santos para fazer uma

Page 129: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

129

eterna propiciação pelos nossos pecados com o

Seu próprio sangue.

Então a promessa e o juramento estão

ancorados no sacerdócio e no sacrifício de Jesus e não em nós mesmos, de maneira que não

vacilemos ou duvidemos do seu cumprimento,

porque não estão firmadas em nós que estamos

rodeados de muitas fraquezas, mas no próprio Cristo que não tem qualquer fraqueza, antes é

Todo Poderoso.

E os cristãos podem também penetrar além do

véu porque Jesus, o precursor deles está lá intercedendo por eles.

E quanto à certeza da esperança da salvação é

dito em Hebreus 6.19 (“a qual” = esperança

proposta) que ela é como uma âncora firme e segura da alma, porque entra até o interior do

véu, onde Jesus penetrou como precursor.

A esperança proposta referida pelo autor de

Hebreus nada tem a ver com a noção comum de esperança que está relacionada a algo duvidoso,

incerto, que flutua na expectativa do que será ou

não o futuro, pois a esperança referida no texto

conforme se verifica no contexto da epístola, tem a ver com confiança e não com incerteza.

Embora possam ser incluídas tais expectativas

de todos os tipos na noção geral de esperança,

contudo elas são totalmente excluídas da

natureza daquela graça da esperança que é recomendada a nós na Bíblia.

Porque uma confiança firme em Deus para o

desfrutar das coisas boas contidas nas Suas

Page 130: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

130

promessas, à época designada, eleva na alma

um desejo sincero por elas e pela expectativa

delas, com uma grande alegria por saber que são

coisas prometidas, mas que são certas e seguras porque têm sido garantidas e prometidas não

pelo homem, mas pelo próprio Deus, e com a

confirmação de um juramento dEle.

A esperança é uma das graças da fé evangélica,

que é infundida em nossos corações pelo Espírito Santo, e esta graça é tanto maior quanto

mais crescemos na perseverança e na

experiência da bondade de Deus para conosco

em Cristo Jesus, como se vê em Romanos 5.4,5.

É dito que esta esperança é âncora da alma

porque isto insinua que nossas almas estarão muitas vezes expostas às tempestades, e tensão

de perigos espirituais, perseguições, aflições,

tentações, temores, pecados e morte, que batem

frequentemente nelas, e então necessitamos de uma âncora que nos mantenha firmes em nossa

posição a par de todas estas tempestades que

sobrevêm sobre nós.

Por causa da violência destas tempestades há

graus nelas que são mais urgentes do que

outros, e assim elas tendem na própria natureza delas a trazer ruína e destruição.

E esta âncora (a esperança proposta baseada no juramento de Deus em nos salvar para sempre)

é o segredo da segurança das almas dos cristãos.

E se é esta âncora que nos segura firmemente, e

se esta âncora não somos propriamente nós

mesmos, devemos abandonar por completo a

Page 131: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

131

ideia de que somos os próprios agentes da

firmeza e segurança da nossa salvação, senão a

promessa de Deus que se cumpre em Cristo

Jesus.

Esta âncora não está fixada no fundo do mar,

mas no céu, onde Jesus penetrou como

precursor. Ela penetrou além do véu, e o que é

este véu? É o que fazia separação entre o Lugar Santo e o Santo dos Santos. E o que estava além

do véu era o Santo dos Santos no qual somente

era admitida a presença do sumo sacerdote para

fazer expiação por toda a nação de Israel, uma vez por ano.

Então isto indicava que este trabalho de

expiação, não por mais um ano, mas por toda a

eternidade deveria ser feito por um Sumo

Sacerdote celestial, porque o trabalho dEle seria feito não no tabernáculo terreno, mas no

celestial. E como se diz que Jesus foi feito

sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque (v. 20), então isto pressupõe que

a nossa salvação é também eterna, assim como

o sacerdócio dEle é eterno.

É portanto uma salvação para durar para

sempre, e quando isto começa a acontecer? No momento mesmo em que somos justificados e

regenerados pela fé em Jesus, no dia da nossa

conversão, porque se diz que passamos desde

então a ter uma firme e segura esperança, porque ela está ancorada no céu na pessoa do

Sumo Sacerdote que garante a eternidade da

nossa salvação.

Page 132: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

132

E o que está dentro deste véu? Não uma arca

com tábuas de pedra, nem querubins

entalhados em madeira e ouro, mas o próprio

Deus em Seu trono de graça e o Senhor Jesus Cristo à Sua destra em Seu trono, como Sumo

Sacerdote da igreja. É aqui que reside a

segurança da esperança da alma que é firme em todas as tempestades que possam nos sobrevir.

A esperança dos cristãos não está firmada nas

coisas abaláveis da Antiga Aliança e que se

encontravam no tabernáculo terreno, e que

sendo apenas figura das coisas celestiais estavam prestes a desaparecer, como de fato

desapareceram.

Todas aquelas coisas desapareceram porque

agora podemos nos aproximar diretamente do Pai e do Filho no tabernáculo celestial, sem a

necessidade de cumprir as prescrições de uma

ordem de culto terreno que havia na Antiga

Aliança.

E se Cristo não tivesse penetrado o céu depois de

ter morrido e ressuscitado por nós, não haveria

nenhum trono de graça e misericórdia no céu,

porque isto não poderia ser dado aos pecadores sem uma obra de expiação do pecado.

O nome Jesus significa Salvador porque Ele foi

dado para salvar o Seu povo dos pecados deles.

E Jesus salva os eleitos do poder do pecado, de

Satanás, da morte e da condenação da lei.

Como Jesus entrou no céu como nosso

precursor, então é nosso dever seguir os Seus

passos quanto ao modo como Ele lá entrou, pois,

Page 133: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

133

no seu caso, esta entrada foi antecedida pela

santidade e pela cruz, e estas duas partes

essenciais do modo com que nosso precursor

entrou na glória também se aplicam a nós.

“Heb 6:17 Por isso, Deus, quando quis mostrar

mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, se interpôs com

juramento,

Heb 6:18 para que, mediante duas coisas

imutáveis, nas quais é impossível que Deus

minta, forte alento tenhamos nós que já

corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta;

Heb 6:19 a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu,

Heb 6:20 onde Jesus, como precursor, entrou

por nós, tendo-se tornado sumo sacerdote para

sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.”

Page 134: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

134

Inabaláveis

Não foi sobre os nossos ombros que Deus colocou a responsabilidade de produzir a nossa

salvação, de modo que alcancemos a vida

eterna.

De tão acostumados que estamos com a ideia de

mérito e valor pessoal para que possamos satisfazer a outros, temos muita dificuldade

para reconhecer esta verdade bíblica, todavia,

no que concerne à nossa salvação eterna, Deus

o faz não pelos nossos méritos e valor, mas exclusivamente pelos de Jesus.

Conhecendo a nossa condição fraca e inábil em

decorrência do pecado, Ele planejou e executou

um plano perfeito que não demandaria de nós

qualquer esforço para termos os nossos pecados perdoados, sermos justificados e regenerados,

que são as operações básicas da graça que está

em Jesus para nos salvar.

Uma vez tendo sido salvos, a mesma graça

continuará operando para a nossa santificação,

e esta também somente é possível se permanecermos em comunhão com Jesus,

porque, afinal, foi nEle, que Deus Pai colocou

tudo o que necessitamos para sermos transformados à Sua imagem e semelhança,

obtendo vitória sobre a carne, o diabo e o

mundo.

Por isso devemos olhar para Jesus tanto para

sermos salvos, quanto santificados.

Page 135: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

135

É por estarmos revestidos dEle, da Sua força e

poder que somos tornados agradáveis a Deus.

O que se requer de nós é disciplina, esforço e

diligência para não nos desviarmos da comunhão com Deus, dos mandamentos de

Deus, e não resistirmos à operação da sua graça

santificadora em nossos corações.

Afinal, fomos libertados para uma liberdade de um senhorio terrível que era o do pecado e do

diabo; de modo que agora não devemos mais

fazer provisão para a carne, senão para que

sejamos plenamente enriquecidos pela Palavra da verdade.

Mas, em todo caso, tão firme é a condição em

que todo crente se encontra, por estar nesta

Rocha de um eterno fundamento, que nada poderá separá-lo desta união com o Seu amado

Salvador e Senhor.

Jamais poderíamos produzir esta firmeza, e por

isso Deus nô-la concedeu gratuitamente, por meio do nosso arrependimento e fé.

Esta é a boa nova do evangelho.

Há uma salvação segura e eterna, uma união

indissolúvel do crente com Jesus.

Deus determinou que seria assim, e assim será

para todo o sempre.

E nenhum poder opositor deste mundo, ou

qualquer outro que se possa referir, poderá prejudicar ou anular o que Deus fez em favor do

pecador que confia a Cristo a sua vida, para se

tornar um filho amado de Deus.

Page 136: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

136

As próprias tribulações estão cooperando para o

cumprimento do plano divino, porque

trabalham para o nosso aperfeiçoamento e

crescimento espiritual na graça e no conhecimento de Jesus.

Jesus destruiu o senhorio que o pecado detinha

sobre as nossas vidas, quando morreu na cruz levando sobre Si todos os nossos pecados.

Por isso se afirma nas Escrituras que nada

poderá jamais separar o crente do amor de Deus que está em Cristo Jesus.

Glórias sejam dadas ao Seu santo nome para

sempre porque não nos criou para o infortúnio ou para a condenação, mas para que tivéssemos

a vida eterna abundante que encontramos

somente em Jesus Cristo.

“Rom 6:17 Mas graças a Deus porque, outrora,

escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer

de coração à forma de doutrina a que fostes entregues;

Rom 6:18 e, uma vez libertados do pecado, fostes

feitos servos da justiça.”

Page 137: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

137

Não Temos Motivos para Desconfiar

Quando cremos numa salvação pela metade,

temos também uma alegria pela metade, uma

esperança pela metade, uma ousadia de fé pela

metade, um amor a Deus e ao próximo, pela metade, e assim em relação a todas as nossas

demais atitudes e disposições interiores.

Todavia Jesus não obteve para nós na cruz do

Calvário, uma salvação pela metade. Ele não deixou nada para ser completado por nós para

que pudéssemos alcançar a filiação plena a

Deus.

Ele não fez um trabalho incompleto relativo à

nossa necessidade de reconciliação com Deus.

Este é o testemunho das Escrituras, e notadamente dos escritos do apóstolo Paulo no

Novo Testamento.

O que vemos ali é plena certeza de esperança.

Uma libertação completa da antiga escravidão

ao pecado e ao diabo.

O trabalho que Jesus fez por nós tinha que ser

perfeitamente consumado, para que tivéssemos uma paz completa, livre de inquietações e

ansiedades, livre de temores e turbação de

coração.

Como poderíamos repousar completamente

nos braços do Senhor se houvesse em nós qualquer desconfiança ou incerteza quanto à

nossa plena aceitação?

Ainda quando eventualmente pecamos não

somos por Ele rejeitados ou desencorajados,

Page 138: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

138

porque age como nosso Advogado e Sumo

Sacerdote junto ao Pai, requerendo de nós tão

somente a nossa confissão e arrependimento,

para que sejamos restaurados à plena comunhão com Ele.

Onde há desconfiança o amor feliz e pleno não

pode reinar.

Por isso Jesus proveu meios para não haja qualquer raiz de incredulidade ou desconfiança

no Seu amor por nós.

Ele nos trata como irmãos, como amigos, e não

nos acusa ou condena quando falhamos.

Porque não o teríamos também na mesma conta de um amado amigo e irmão?

Creiamos no testemunho das Escrituras, e no

testemunho que nos é dado ao longo de toda a

história da Igreja cristã, por todos aqueles que caminharam com Deus em perfeita paz,

unidade, amizade, alegria e amor.

Nossas presentes circunstâncias que nos levam

a ter que enfrentar muitas vezes provações em forma de tribulações, aflições e tentações, não

invalidam esta verdade, ao contrário, a

confirmam porque são exatamente elas a

grande prova do amor e misericórdia de Deus para conosco, porque é através delas que nos

transforma, nos confirma na graça, e nos

aproxima cada vez mais de Si mesmo,

aumentando mais e mais a nossa confiança nEle, porque sempre nos socorre e conforta em

todas as nossas provações.

Page 139: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

139

Pobre de Espírito e Não Com Um Espírito Pobre

"Bem-aventurados os humildes de espírito,

porque deles é o reino dos céus.” (Mateus 5.3)

Outras versões trazem “pobres” em vez de

“humildes”, porque a palavra no original grego

é “ptocoi” que significa ser pobre ao extremo.

Deste modo, o sentido desta expressão

“humildes de espírito” alude àqueles que

reconhecem sua condição natural de extrema

miséria espiritual diante de Deus, e que portanto, recorrem a ele para que seus espíritos

sejam enriquecidos com a vida e as virtudes de

Jesus Cristo.

A estes é prometido, por serem assim humildes de espírito, o reino dos céus, ou seja, eles serão

enriquecidos com a herança celestial que lhes

está prometida, por terem crido em Jesus e por

terem sido transformados e santificados por Ele.

Concluímos então que ser “pobre de espírito” é

muito diferente de ser de “espírito pobre”,

porque esta última condição é aquela que define

aqueles que permanecem em miséria espiritual diante de Deus – não são ricos segundo Deus,

ainda que sejam ricos segundo o mundo. Seus

espíritos não possuem a verdadeira e duradoura

riqueza celestial. Estão cegos para as realidades espirituais e divinas. Não podem entender as

coisas relativas ao reino dos céus.

Page 140: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

140

Laodiceia por ter perdido a pobreza de espírito

entrou na condição de ter um espírito pobre.

Eles se consideravam ricos e abastados, sem de

nada precisar. Mas o Senhor diagnosticou a real condição espiritual deles e lhes disse que eram

pobres e miseráveis quanto às coisas de Deus

por causa do seu orgulho espiritual que lhes conduziu a tal estado de penúria.

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Muitos Membros e Funções Mas um Só Corpo

“Rom 12:4 Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os

membros têm a mesma função,

Rom 12:5 assim também nós, conquanto muitos,

somos um só corpo em Cristo e membros uns

dos outros,

Rom 12:6 tendo, porém, diferentes dons

segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé;

Rom 12:7 se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-

lo;

Rom 12:8 ou o que exorta faça-o com dedicação;

o que contribui, com liberalidade; o que preside,

com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria.”

O estômago produz ácido clorídrico para

promover a digestão dos alimentos que ingerimos. Quando este ácido escapa para a

faringe produz irritação, porque não tem

qualquer função ali. Imagine se este ácido

produzido pelo estômago migrasse para os nossos olhos?

Todavia, todo o corpo é beneficiado por este

trabalho do estômago.

A Igreja é o corpo de Cristo e é formada de

muitos membros com variadas funções, e de

diversas congregações.

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142

O corpo é de Cristo, e não do pastor, do profeta,

do mestre, do evangelista, ou de qualquer outra

função designada pelo Espírito Santo para o

benefício do funcionamento sadio e em amor de todo o corpo.

A quem pertence o meu corpo? Ao meu

estômago? Aos meus olhos? Não são todos

membros uns dos outros com diferentes funções, que no seu somatório permitem o

funcionamento de todo o corpo?

Pastores locais são dados por Deus às

respectivas congregações que dirigem, conforme foram constituídos sobre as mesmas

por chamada do Espírito Santo.

Profetas e mestres são dados à Igreja, com vistas

principalmente à sua instrução e edificação na Palavra de Deus, como vistas principalmente à

santificação dos crentes.

Evangelistas são dados para pregarem a Palavra,

especialmente em áreas ainda não alcançadas pelo evangelho, com vistas à fundação de novas

congregações.

A bílis produzida pela vesícula biliar é

necessária e bem suportada pelo intestino, mas

não seria benéfica atuando em outras partes do corpo, e assim ocorre com muitos outros

componentes ativos que atuam no nosso corpo

com suas respectivas áreas e funções conforme

Deus delimitou para eles.

De igual modo deveria suceder em relação ao

corpo de Cristo. Um membro não deve ir além

da função que lhe foi demarcada pelo Senhor, e

Page 143: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

143

também não deve tentar impedir o pleno

funcionamento de outros membros cujas

atribuições são diferentes da que lhe foi

designada.

Afinal, devemos seguir o comando da nossa cabeça que é Cristo, e tudo fazer para a exclusiva

glória do Senhor, e para Ele, porque por meio

dEle, e para Ele são todas as coisas.

Page 144: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

144

O Sucesso de Deus nos Nossos Insucessos

Foi porventura um propósito fixado pelo

apóstolo Paulo para a sua vida ministerial, ficar preso por tanto tempo, por cerca de pelo menos

seis anos, em cerca de quatro ocasiões

diferentes; o ter sido afligido por cento e nove e

seis açoitadas por causa da pregação do Evangelho; ter passado frio, fome, e sofrido

tantos naufrágios?

Certamente nada disto era do propósito do

apóstolo, mas sem nenhuma dúvida era propósito de Deus que Ele passasse por todas

essas provações, conforme lhas revelava antes

que viessem sobre ele, para que estivesse

preparado em sua mente para enfrentá-las com fé e paciência cristã.

Os fracassos e insucessos de Paulo deram

espaço para que houvesse o sucesso de Cristo e

do Evangelho através de Sua vida tão atribulada e sofrida.

E por ter entendido perfeitamente este caminho

estranho de Deus, tão diferente dos nossos

caminhos, e de Seu pensamento tão mais

elevado do que os nossos pensamentos, que Paulo chegou até mesmo a ter prazer em todas

as suas necessidades, perseguições, fraquezas,

porque quando era fraco então era forte para o

cumprimento do propósito de Deus através dele.

Assim também nós, quando nossos

empreendimentos parecem estar fracassando,

Page 145: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

145

quando os que nos seguiam parecem nos ter

abandonado, quando o que falamos,

escrevemos e fazemos é duramente rejeitado,

tudo isto está cooperando para o nosso aperfeiçoamento, por aprendermos a sermos

humildes, mansos, pacientes, sofredores,

esvaziados de nós mesmos e da busca de qualquer glória pessoal, e assim Deus pode

cumprir todo o Seu elevado propósito em

relação ao uso de nossas vidas para serem úteis

e proveitosas naquilo que Lhe apraz.

“2Co 12:5 De tal coisa me gloriarei; não, porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas.

2Co 12:6 Pois, se eu vier a gloriar-me, não serei

néscio, porque direi a verdade; mas abstenho-

me para que ninguém se preocupe comigo mais do que em mim vê ou de mim ouve.

2Co 12:7 E, para que não me ensoberbecesse

com a grandeza das revelações, foi-me posto um

espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte.

2Co 12:8 Por causa disto, três vezes pedi ao

Senhor que o afastasse de mim.

2Co 12:9 Então, ele me disse: A minha graça te

basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas

fraquezas, para que sobre mim repouse o poder

de Cristo.

2Co 12:10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas

perseguições, nas angústias, por amor de Cristo.

orque, quando sou fraco, então, é que sou forte.”

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Os Tímidos não Herdarão o Reino de Deus

“Apo 21:7 O vencedor herdará estas coisas, e eu

lhe serei Deus, e ele me será filho.

Apo 21:8 Quanto, porém, aos tímidos, aos

incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos

impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago

que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda

morte.”

Jesus designa como vencedores que herdarão o

Reino do Céu aqueles cujas vidas atenderam ao

propósito de Deus, e que se converteram das trevas para a luz, da potestade de Satanás para o

poder de Deus, enfim, que venceram o diabo, o

pecado e o mundo, por meio da fé em Jesus.

Então é algo extremamente perigoso, colocar a

nossa confiança para a salvação nas mãos do homem, ou na confiança dirigida a qualquer

deus ou meio de salvação formado por nossa

própria imaginação.

Nossa natureza terrena decaída no pecado é

naturalmente indisposta e acomodada em relação a este assunto da mais alta importância

que se refere à salvação eterna da nossa alma.

Nesta breve meditação gostaria de enfocar

apenas a palavra “tímidos” do nosso texto de

Apo 21.8, que no original grego, é a mesma palavra usada em Mateus 8.26 e Marcos 4.40,

que pode ser traduzida também como

temerosos ou covardes.

Page 147: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

147

As pessoas aqui referidas em tal condição são

aquelas que temem ousar em viver a vida cristã,

em buscar conhecimento e crescimento

espiritual no próprio Cristo.

Preferem deixar o problema da necessidade da

sua salvação nas mãos de terceiros ou então,

traçarem em suas mentes um caminho fácil para o céu, ou ainda nem mesmo se ocuparem

dessa realidade por temor ou por acomodação.

Os tímidos aqui destacados não são aqueles que

são de temperamento retraído, mas todos os que não ousam combater o bom combate da fé

em prol da salvação de suas almas.

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"Cristo é tudo em todos." (Colossenses 3.11)

É em Cristo que recebemos - nEle mesmo, em

Sua pessoa - o tudo que devemos ser e fazer segundo planejado por Deus.

Qualquer coisa, mesmo que seja a produção

abençoada de um anjo do céu, que tome o lugar

de Cristo, e que impede a entrada de Cristo na alma, é perigosa. Na grande obra da salvação,

Cristo deve ser tudo ou nada; dEle apenas, dEle

inteiramente, exclusivamente dEle, porque

aprouve ao Pai que nEle habitasse toda a plenitude de tudo o que há na Terra ou no Céu,

e tudo foi criado por Ele e para Ele.

Em quem poderemos achar redenção,

sabedoria celestial e espiritual, justificação, regeneração e santificação? (I Cor 1.30). É nEle

que estamos aperfeiçoados e somos conduzidos

à maturidade espiritual, de modo que Ele

mesmo afirma que fora dEle nada podemos fazer.

Acaso pode algum homem ou anjo realizar estas

operação sobrenaturais relativas à nossa

salvação e operação eficaz no Reino de Deus?

Assim, devemos evitar e nos livrar de tudo o que se levante entre a alma e Cristo.

Não é sem motivo que Ele nos adverte a não

fazermos de ninguém neste mundo o nosso

Guia, Pai, Senhor e Mestre, porque há somente um Guia, Pai, Senhor e Mestre que nos foi dado

por Deus Pai, a saber, o próprio Cristo, que é a

quem devemos buscar para termos vida eterna,

Page 149: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

149

a vida em abundância prometida que se

encontra somente na nossa união com Ele.

Tenhamos muito cuidado para não deixarmos

de reter a única Cabeça da qual todo o corpo

celestial e espiritual de crentes, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o

crescimento que é realizado exclusivamente

por Deus. (Col 2.19)

Page 150: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

150

A Fonte de Águas Cristalinas na Qual Devemos

Beber

Onde reside a completa credibilidade do ensino bíblico dos puritanos históricos dos séculos

XVII e XVIII? (John Owen, Richard Sibbes,

Richard Baxter, Thomas Godwin, Thomas

Watson, entre muitos outros)

Justamente no fato de terem sido dissidentes do

modelo institucional da igreja inglesa que

obrigava os pastores a seguirem as instruções

do governo no culto público, tanto no que se refere ao ensino quanto à forma de adoração.

Milhares de pastores abriram mão de seus

salários e foram expulsos das igrejas que

dirigiam porque a par de qualquer perseguição

ou martírio que pudessem sofrer, eles estavam determinados a pregar, ensinar e a viver o puro

evangelho de Jesus Cristo, conforme ele se

encontra revelado na Bíblia, porque acima de tudo e até de suas próprias vidas, amavam a

exata Palavra de Deus.

A Igreja de Filadélfia, se for considerada pelo

critério das sucessivas etapas históricas, recai

neste período abençoado de homens que não amaram as próprias vidas e que não negaram

nem o nome e nem a Palavra de Jesus.

Assim, se alguém deseja conhecer o que é viver

o evangelho em sua inteireza e a genuína interpretação do texto bíblico, deve voltar aos

puritanos, e não dar completo crédito a tudo o

que foi produzido fora desta fonte abençoada, a

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151

partir do século XIX, que segundo testemunho

do próprio Spurgeon, já começava a dar sinais da

grande apostasia de Laodiceia.

Vivamos no presente século, enfrentando os

problemas da nossa época, mas tenhamos um coração como o que tiveram os puritanos.

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A Verdade é Eficaz Somente Quando é Vivida

Muitos há que pensam que tudo o que os

grandes homens de Deus do passado fizeram para conquistarem almas para Cristo e firmá-las

na verdade, foi apenas a qualidade da

mensagem bíblica que eles pregaram e

ensinaram.

Outros pensam que era meramente pelo

revestimento de poder do Espírito Santo que

eles possuíam.

É evidente que sem isto não pode haver

santificação e avivamento, mas se examinarmos cuidadosamente a vida destes homens que

foram usados por Deus nós perceberemos que

eles haviam se santificado primeiro a si mesmos pela Palavra que pregavam, e assim se tornaram

vasos de honra, idôneos e úteis nas mãos de

Deus.

Eles haviam se purificado das corrupções da

carne e detestavam qualquer forma de pecado, e não faziam concessões ao velho homem que

haviam crucificado e do qual se despojavam de

forma aplicada e séria levando à morte todas as paixões que guerreiam contra a alma.

Eles haviam vencido as tentações por meio da fé

em Cristo e pela inteira consagração de suas

vidas. Traziam suas famílias debaixo do governo

do Senhor, e eram em tudo um exemplo vivo para serem seguidos pelos fiéis.

Hoje em dia, quando alguém se levanta com

uma inovação teológica ou mesmo de forma de

Page 153: Mensagens Evangélicas 3 - Livro

153

adoração, arrebanham muitos seguidores

porque estes não exercem qualquer tipo de

senso crítico para colocá-los à prova quanto à

real santificação de suas vidas pela Palavra, porque se isto fosse feito, seriam achados

reprovados, tal como a Igreja de Éfeso havia

feito no passado em relação aos que se diziam apóstolos, e foram achados por ela como sendo

mentirosos (Apo 2.2).

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Uma Vida Sob o Propósito

“Col 1:9 Por esta razão, também nós, desde o dia

em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós

e de pedir que transbordeis de pleno

conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;

Col 1:10 a fim de viverdes de modo digno do

Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando

em toda boa obra e crescendo no pleno

conhecimento de Deus;”

Necessitamos de revelação e instrução de Deus,

uma vez estando convertidos, para que possamos conhecer qual é a Sua boa, perfeita e

agradável vontade, em relação a nós e

particularmente à sua Igreja, e por este motivo Paulo orava incessantemente por todos os

crentes.

Muito da vontade de Deus é definido pelo seu

eterno propósito em relação às nossas vidas, em

razão da condição de sermos seus filhos

amados, por meio da fé em Jesus.

Este propósito é tanto geral quanto particular. Há um propósito geral e comum que se refere a

todo o corpo de crentes quanto especialmente à

salvação, no que tange à justificação,

regeneração, santificação e glorificação futura. Enfim, em tudo aquilo que Cristo conquistou

para nós na cruz.

E quanto ao propósito particular isto se refere

sobretudo à nossa chamada ministerial e os

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dons que nos são reservados pelo Espírito Santo,

conforme lhe apraz e para um fim proveitoso

relacionado ao progresso do Reino de Deus.

Trata-se do propósito de Deus em nossas vidas,

e não propriamente os nossos propósitos e sonhos, que não raro teremos que renunciar

para que não a nossa, mas a vontade do Senhor

seja feita.

Vocação e talentos naturais serão não raro pedidos por Deus para que possamos nos

consagrar inteiramente a Ele.

A Bíblia está repleta de exemplos que ilustram

esta verdade.

Moisés, sendo príncipe no Egito teve em sua

mão não o cetro mas o cajado do pastor.

Amós que era cultivador de sicômoros, abandonou a lavoura para ser profeta, e de igual

modo Eliseu que lavrava a terra com sua junta

de bois.

Pedro e João tiveram que abandonar as redes.

Martyn Lloyd Jones abandonou o exercício da

medicina, por determinação do Senhor, para se dedicar integralmente ao pastorado.

David Owuor também teve que deixar para trás

a sua vocação para a ciência médica que exercia

com tanta paixão e zelo, para exercer seu ofício

profético.

E os exemplos se multiplicam em todas as esferas, para que o propósito de Deus se cumpra

na vida daqueles a quem tem chamado.

E todos estes foram pessoas de um só livro (não

que não lessem outros livros), mas foram

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aperfeiçoados em santidade para o exercício do

ministério pela Palavra de Deus, e se dedicaram

tão somente a ela, que é insubstituível não

somente para a santificação dos líderes quanto daqueles que se encontram debaixo dos seus

ministérios.

A noção presente em nosso tempo que o ensino da exata Palavra de Deus e sobretudo do

Evangelho não é mais necessário como no

passado, e que apenas os feitos dos crentes é o que conta nesta hora, é a mais grosseira mentira

satânica, porque quando nosso Senhor orou em

favor da Igreja de todas as épocas em sua oração

sacerdotal em João 17, ele rogou ao Pai que todos eles fossem santificados na verdade, e definiu

esta verdade como sendo a Palavra de Deus

revelada.

Não há outro meio designado para a nossa

santificação pelo Espírito Santo.

Como podemos abandonar o Sermão do Monte? Como podemos deixar de lado as instruções

práticas que visam ao comportamento aprovado

por Deus que devemos adquirir como sendo o

fruto do Espírito Santo? Onde haveria longanimidade, misericórdia, bondade, justiça,

paz, verdade, alegria espiritual, domínio

próprio, entre tantas outras virtudes se não

fossem forjadas em nós sobretudo nas muitas provas que experimentamos, e das quais

devemos ter por motivo de grande alegria,

conforme o dizer do apóstolo Tiago, porque é

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por este meio que somos amadurecidos e

aprovados e confirmados por Deus?

Filadélfia não negou ao Senhor e nem a sua Palavra, apesar da sua pouca força, e por isso é

achada no Apocalipse sendo elogiada por Ele.

Já Laodiceia, esta mega igreja de nossos dias, que se espalha por todas as partes e que se

considera rica e abastada e que não precisa de

coisa alguma, não sabe contudo, que aos olhos do Senhor é infeliz, miserável, pobre, cega e

nua.

Laodiceia tem sido guiada por falsos profetas que lhe falam de coisas agradáveis, uma vez que

os falsos profetas são comerciantes de almas

conforme Pedro a eles se refere em sua segunda

epístola. Eles falam coisas que estão na 8iblia, mas ocultam aquelas que são desagradáveis

para a carne. Não repreendem, não exortam,

não disciplinam. Não confrontam o pecado em

todas as suas formas. Não requerem, como o Senhor deles requer, uma santificação genuína

baseada na renúncia ao ego e às paixões carnais,

e o carregar diário da cruz. Eles não confrontam

o pecado sexual e todas as demais formas de pecado que exigem muita determinação para

serem deixadas. Eles, quando não apontam para

prosperidade terrena por amor ao dinheiro,

fazem da felicidade pessoal o grande propósito da vida do crente neste mundo; quando o

Senhor ensinou claramente que aquele que

amar a sua vida vai perdê-la.

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Filadélfia persevera falando como para um

deserto, como uma gota de verdade caindo num

grande oceano de engano, pois tem pouca força.

Sofre e padece por ver a condição de seus irmãos na fé sendo iludidos pela velha Serpente.

Fica entristecida por vê-los enganados

pensando que estão agradando ao Seu Senhor, que por eles sofreu e morreu, para que

seguissem os seus passos, suportando com

paciência os mesmos sofrimentos e

perseguições que Ele sofreu por sustentar a verdade no meio de uma geração incrédula.

Certamente, a geração em que vivemos não é

em nada melhor do que aquela em que Ele

realizou o seu ministério terreno.

Que o Senhor tenha misericórdia de nós, e que nos desperte para a necessidade de comprar

nEle o colírio espiritual pelo qual poderemos ver

e entender a nossa real condição, e a

necessidade que temos de sermos enriquecidos pela Sua graça, para que possamos adquirir a

veste de justiça de Sua mãos para cobrir a nossa

nudez espiritual, da qual deveríamos nos

envergonhar diante de Deus, e dela nos arrependermos.

Quão enganoso é o coração. Quem o conhece

senão somente o Senhor. Pois podemos pensar

que estamos vivendo para o propósito de Deus, quando na verdade ainda nos encontramos

vivendo para realizar os nossos próprios

propósitos.

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O Comportamento que Agrada a Deus

“Efs 5:1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados;

Efs 5:2 e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós,

como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.

Efs 5:3 Mas a impudicícia e toda sorte de

impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem

entre vós, como convém a santos;

Efs 5:4 nem conversação torpe, nem palavras

vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças.

Efs 5:5 Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem

herança no reino de Cristo e de Deus.

Efs 5:6 Ninguém vos engane com palavras vãs;

porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre

os filhos da desobediência.

Efs 5:7 Portanto, não sejais participantes com

eles.”

O apóstolo Paulo, depois de afirmar que todos os

cristãos devem pautar o seu procedimento pela medida da imitação do próprio Deus, em razão

de serem agora seus filhos amados, resumiu

este comportamento com o mandamento do

amor, pela medida do amor com o qual Cristo nos amou, a ponto de oferecer a própria vida

como sacrifício por nós, para que pudéssemos

viver de tal forma.

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A consequência imediata desta verdade é

detalhada pelo apóstolo nos versículos 3 a 7, nos

quais destaca o tipo de comportamento que não

nos convém, uma vez que nada tem a ver com o caráter de Deus, em relação ao qual ele nomeia

a falta de castidade e toda sorte de impurezas,

cobiça, conversação torpe e vã, chocarrices, ou seja, todo tipo de mofa, zombaria e brincadeiras

inconvenientes.

Queremos concentrar o nosso foco neste ponto,

uma vez que tem sido muito comum achar nos

cristãos dos nossos dias, exatamente o tipo de comportamento que não é recomendado,

porque estas coisas condenadas passaram a ser

banalizadas desde meados do século passado.

Até então, a sociedade como um todo refletia muito do modo do comportamento sóbrio,

respeitoso e sério recomendado por Deus.

Mas desde que Elvis Presley começou a

introduzir o rebolado sensual e obsceno em suas apresentações artísticas, as barreiras para

o comportamento obsceno e licencioso

começaram a ser derrubadas.

Não muito tempo depois, ainda na década de 60, especialmente a juventude foi influenciada pela

chamada busca de uma sociedade alternativa

pela prática de sexo ilícito, uso de drogas, e o

desvario do rock, e desde então tudo apontava para contestação da autoridade constituída,

rebelião aos pais, desrespeito às convenções

sociais e aos mais velhos, e tudo o mais que ia

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exatamente na direção oposta do

comportamento que é aprovado por Deus.

A escalada de todo este mau procedimento não

parou, e avançou para formas mais agressivas

até o ponto de pais, professores e todos os

agentes modeladores do comportamento humano jogarem a toalha e abdicarem de suas

responsabilidades de educar e formar pessoas

sérias, sóbrias, respeitosas, temperantes, para a vida em sociedade.

A própria igreja tem sido influenciada enormemente por tudo isto, e o referencial de

comportamento aprovado, biblicamente

falando, ficou esquecido no passado, uma vez

que o mal foi banalizado e poucos se importam com o fato de os cristãos terem assimilado a

cultura da sociedade em que vivem, e que é

inerentemente contrária aos princípios de

Deus.

A palavra de ordem nascida no inferno é buscar

o prazer pelo prazer e destruir a tudo e a todos que tentem impedir a realização de sonhos e

este falso ideal carnal de felicidade.

A santidade é terna, gentil, alegre, mansa,

pacífica, respeitosa, sóbria. Nada há nela de

carranca ou azedume. Todavia, se há

confundido a alegria cristã com a prática licenciosa e desvairada que constrange e

ruboriza aos que têm andado na prática da

verdade e da justiça.

Os jovens não estão excluídos disto porque a

eles é ordenado que em tudo sejam criteriosos e

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temperantes, e que fujam das paixões que são

inerentes à mocidade. Que sejam submissos aos

mais velhos, e que sejam sóbrios no seu

proceder.

Importa nadar contra a maré avassaladora do

mundo se pretendermos ser achados com nossas vidas santificadas segundo a vontade

imutável de Deus.

Se dormirmos ou nos descuidarmos na

vigilância, seremos certamente arrastados pela

correnteza.

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O Reino Prometido de Paz

“Luc 2:13 E, subitamente, apareceu com o anjo

uma multidão da milícia celestial, louvando a

Deus e dizendo:

Luc 2:14 Glória a Deus nas maiores alturas, e paz

na terra entre os homens, a quem ele quer bem.”

Jesus disse que o Reino de Deus já se encontra em nós, e entre nós, porque está sendo formado

e a caminho de sua conclusão no tempo do fim,

pois também falou do Reino de Deus por vir em

toda a sua glória e paz entre todos aqueles que têm agradado a Deus.

A milícia de anjos celestiais que glorificaram a

Deus nas alturas por ocasião do anúncio feito

aos pastores de Belém sobre o nascimento do

Salvador, apontou na ocasião para o Reino de paz que seria estabelecido na Terra pela união

de todos aqueles que têm agradado a Deus, por

se vincularem espiritualmente ao Salvador que

lhes foi provido, de modo a viverem a justiça do evangelho que Ele revelaria ao mundo.

É digno de nota o fato de que nosso Senhor,

depois de Sua morte e ressurreição esteve por

quarenta dias, antes de subir ao céu,

discorrendo com os apóstolos acerca do Seu Reino futuro com eles (Atos 1.3).

A expressão de nosso texto “a quem ele quer

bem”, tem no original grego o significado de

“em quem ele tem se agradado, ou comprazido”.

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E sabemos que este agrado de Deus por nós não

é devido a algo bom ou mérito próprio que

tenhamos em nossa natureza, senão somente

por termos nos sujeitado à salvação que nos foi oferecida gratuitamente por Ele através de Seu

Filho Unigênito Amado, a saber, nosso Senhor

Jesus Cristo.

Por isso Jesus chama de bem-aventurados os

pacificadores em Mt 5.9 porque seriam chamados de filhos de Deus, ou seja, são estes

que promovem e buscam a paz na Terra entre os

seus semelhantes, que atendem ao propósito da

criação da humanidade.

O plano divino de ter um povo que habite a Terra para sempre, em perfeita paz, está chegando ao

tempo da sua consumação final, e então as

palavras de louvor dos anjos por ocasião do

nascimento do Salvador, terão o seu cumprimento pleno: “Glória a Deus nas maiores

alturas, e paz na terra entre os homens, a quem

ele quer bem.”

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O Dia em Que Haverá Paz Perfeita na Terra

O grande impedimento para a paz mundial

entre todas as pessoas sem exceção, é a inclinação que está ligada inerentemente ao

coração humano para o ressentimento, o ódio, a

inveja, a cobiça e tudo o mais que o mantém

afastado do seu próximo.

É isto que faz com que todo projeto de paz

mundial engendrado pelo próprio homem, seja

em si mesmo uma grande utopia.

Mas Deus criou a Terra e nela estabeleceu o

homem, para que houvesse paz e harmonia fraternal entre aqueles que haverão de herdá-la

para sempre.

E o plano de Deus para tal propósito é o único

meio possível de se alcançar a paz fraternal duradoura e verdadeira.

Ele já colocou este plano em ação há muito

tempo, e caminha agora para a sua conclusão.

Este plano consiste na transformação do estado no qual toda pessoa se encontra naturalmente,

por meio da conversão a Jesus Cristo, de

maneira que obtenha o caráter que é definido

em poucas palavras pelo Senhor no seu Sermão da Montanha, a saber: humilde, manso,

penitente, misericordioso, pacífico, puro de

coração, que é faminto e sedento pela justiça do

evangelho, e este caráter será aperfeiçoado até a sua medida plena por ocasião da Sua vinda

para estabelecer o seu reino eterno de justiça e

de amor perfeitos.

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Todos estes que amam o Senhor também amam

o seu próximo, e por ocasião da morte física,

seus espíritos são elevados para a presença de

Deus no céu, onde reunidos em perfeita paz celestial aguardam pelo dia em que será

completado o número dos que se converterão,

para serem reunidos para sempre num só corpo pelos laços do amor de Cristo.

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Nicolaítas Modernos

E na mensagem dirigida à Igreja de Pérgamo:

“Apo 2:15 Outrossim, também tu tens os que da

mesma forma sustentam a doutrina dos

nicolaítas.

Apo 2:16 Portanto, arrepende-te; e, se não, venho a ti sem demora e contra eles pelejarei

com a espada da minha boca.”

Éfeso rejeitava os nicolaítas, mas um segmento de Pérgamo lhes dava acolhida. Então Jesus

elogiou a primeira e repreendeu a segunda.

A palavra grega nicolaíta é uma palavra

composta de:

nikh = vitória (no sentido de exercer domínio)

laos= um povo peculiar (no caso os cristãos)

Portanto, o nome composto por estas duas

palavras tem o sentido de "vitória sobre o povo" ou "os que exercem domínio sobre o povo".

Os nicolaítas então contrariam a ordem

expressa de Cristo, especialmente aos pastores

de sua Igreja para não exercerem domínio sobre os crentes à maneira dos governantes do mundo

(Marcos 10.42-45); ordem esta reafirmada por

Pedro em sua primeira epistola, capítulo 5

versículos 1 a 3.

Jesus instituiu ministérios de liderança para a

condução da Igreja (apóstolos, pastores,

profetas, mestres, evangelistas), mas também

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prescreveu o modo como esta condução deveria

ser realizada.

Isto tem uma razão principal muito importante,

quando Ele declara que odeia as obras dos

nicolaítas, ou seja, estes que exercem domínio sobre os crentes, uma vez que os impede de

funcionarem como Igreja, em harmonia com os

seus líderes, pois na multidão de conselheiros é

que reside a sabedoria, e isto seria também uma forma de prevenir o desvio doutrinário pela

apostasia de um único dirigente, ou grupo que

se nomeasse como tal.

Nós vemos a Igreja sempre sendo ouvida e

participando de todas as decisões importantes na Igreja Primitiva (como em Atos 6 e 15).

Diótrefes, citado pelo apóstolo João em sua 3ª epístola é um triste exemplo de um nicolaíta, e

no texto de 3João 9-11 se destaca um dos grandes

motivos para se agir de tal forma: “gostam de

exercer a primazia entre os irmãos”.

“3Jo 1:9 Escrevi alguma coisa à igreja; mas Diótrefes, que gosta de exercer a primazia entre

eles, não nos dá acolhida.

3Jo 1:10 Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas

as obras que ele pratica, proferindo contra nós

palavras maliciosas. E, não satisfeito com estas coisas, nem ele mesmo acolhe os irmãos, como

impede os que querem recebê-los e os expulsa

da igreja.

3Jo 1:11 Amado, não imites o que é mau, senão o

que é bom. Aquele que pratica o bem procede de

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Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a

Deus.”

Satanás tem usado e muito este espírito

desejoso de primazia, para desviar os cristãos da

sã doutrina, dando-lhes mestres autoritários e

que não amam a humildade, a mansidão e a exata Palavra da verdade, pela qual somos salvos

e santificados.

Ele tem chegado ao extremo de dar à Igreja

nestes dias até mesmos pastores envolvidos

com feitiçaria, com maçonaria, e que não

amavam a Palavra da verdade, pois estão interessados em muitas outras coisas, menos

em confirmar os crentes na verdade do

evangelho.

O que tem facilitado este trabalho de infiltração

é o modelo de governo das Igrejas no qual os

crentes devem apenas seguir ao líder supremo,

e aceitarem todas as suas palavras e decisões como verdadeiras e bíblicas.

Os líderes nicolaítas modernos têm sido tão bem sucedidos em sua obra, que lograram neste

tempo do fim, conduzir a Igreja à apostasia na

qual aqueles que professam ser cristãos têm por

sua vez, escolhido os seus mestres segundo o comichão que sentem em seus ouvidos,

conforme profetizado por Paulo em 2 Tim 4.3,

porque o padrão que vigora presentemente é o

de não se dar ouvido à sã doutrina, senão à falsidade e mentira que os nicolaítas vêm

semeando por décadas, e que trouxe a Igreja à

sua presente condição.

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O esforço dos Reformadores em libertar a igreja

do jugo dos opressores, para que pudesse viver

na liberdade para a qual fora libertada por

Cristo, a saber, a de viver o puro evangelho, estão tendo o seu trabalho perdido nestes dias,

especialmente quando muitos segmentos entre

os evangélicos, sobretudo o carismático, tem se sujeitado a mais uma nova liderança, a saber, a

dos prelados da Igreja Romana, e do Papa, pelo

ecumenismo que está em pleno curso, e ao qual

têm aderido muitos líderes evangélicos – sobretudo pastores e cantores, que estão

contribuindo com isto para a formação da

grande igreja mundial que dará acolhida ao

Anticristo.

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Não Entregando a Segurança ao Cuidado das

Raposas

“Lucas 13:31 Naquela mesma hora, alguns fariseus vieram para dizer-lhe: Retira-te e vai-te

daqui, porque Herodes quer matar-te.

Lucas 13:32 Ele, porém, lhes respondeu: Ide

dizer a essa raposa que, hoje e amanhã, expulso demônios e curo enfermos e, no terceiro dia,

terminarei.”

As palavras proferidas por Jesus aos líderes de sua época que intentavam impedir que Ele

trouxesse a nova dispensação divina da graça à

Terra, baseada em verdade, justiça, amor e paz,

pelo poder do Espírito Santo que seria derramado após a Sua morte e ressurreição, e

pela revelação da vontade de Deus que Ele nos

trouxe sobretudo através de Sua vida e ensino,

bem se aplicam aos líderes destes últimos dias, cujo caráter se assemelha ao de Herodes,

chamado por Jesus de “essa raposa”.

Ninguém em são juízo colocaria uma raposa

para guardar o galinheiro, e não é sem razão que logo após ter se referido a Herodes dessa forma,

que nosso Senhor fez imediatamente a seguinte

aplicação em relação a Israel:

“Lucas 13:34 Jerusalém, Jerusalém, que matas os

profetas e apedrejas os que te foram enviados!

Quantas vezes quis eu reunir teus filhos como a

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galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo

das asas, e vós não o quisestes!

Lucas 13:35 Eis que a vossa casa vos ficará

deserta. E em verdade vos digo que não mais me

vereis até que venhais a dizer: Bendito o que vem

em nome do Senhor!”

Eles haviam rejeitado a verdadeira solução para

o mundo, que estava bem diante deles, que seria a sua conversão a Cristo, e escolheram seguir

aqueles líderes que eram verdadeiras raposas

que intentavam tão somente a destruição deles.

E o mesmo sucede em nossos dias, em que Cristo e o evangelho têm sido rejeitados pela

escolha de lideranças que representam não os

valores de Deus, mas os do próprio Satanás. O

resultado não poderia ser diferente deste que tem sido vivido e testemunhado em toda a

Terra.

Felizes portanto, são aqueles que têm a Cristo

entronizado em seus corações,

independentemente das circunstâncias

presentes que os cercam, porque haverão de reinar juntamente com Ele por toda a

eternidade.

E quanto aos israelitas que temem a Deus, mas

que resistem ainda hoje a Jesus e o rejeitam

como o Messias, haverão de reconhecer esta

verdade afinal quando Ele voltar em poder e grande glória para livrá-los da destruição

intentada pelo Anticristo, e por fim dirão:

“Bendito o que vem em nome do Senhor!”, pois

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há de lhes trazer libertação e salvação no tempo

do fim.

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Deus Não Necessita Ser Justificado

São verdadeiras as palavras do nosso título, mas

não podemos nos calar diante da acusação injusta que é feita contra Deus e contra Moisés,

especialmente em razão dos dispositivos da Lei

constante do Pentateuco, na qual há não

somente preceitos como ações de juízos contra nações, conforme os que foram executados

especialmente pela entrada de Israel na terra de

Canaã, que havia sido prometida à descendência de Abraão, séculos antes dos

citados eventos.

Ao passar em revista a história de Israel nos

quarenta anos de sua peregrinação no deserto

até a conquista de Canaã, no livro de

Deuteronômio, Moisés relatou a conquista sobre os reis dos amorreus em Dt 3.

Em Sua presciência, Deus havia declarado, há mais de quatrocentos anos antes de Moisés, a

Abraão, que sabia que a medida da iniquidade

dos amorreus seria completada, isto é, a

longanimidade havia esperado desde os dias de Abraão até Moisés, quando as práticas

abomináveis dos amorreus chegaria a um tal

limite, como a de oferecer seus filhos em

sacrifício a demônios, que não seria possível restaurá-los, e daí ter sido determinado o juízo

sobre aquele povo usando os israelitas como a

Sua espada vingadora.

Através dos juízos que exerceu no período de

1.400 anos de duração do Antigo Testamento,

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não somente sobre as nações gentias, como

sobre o próprio povo de Israel, que estava

obrigado às prescrições da Aliança feita com

eles no Monte Sinai, quando havia transbordamento da medida de iniquidade,

aprendemos que os juízos poderiam ser

determinados por Deus, para que todas as nações saibam que ele não criou a Terra para

que seja habitada para sempre pelos homens em

injustiça, violência, impureza etc; pois há um

Juiz acima de tudo e de todos que julga com perfeita justiça, e que é tardio em se irar, e dá

oportunidade aos homens para que se

arrependam de suas más obras, pois está

disposto a lhes perdoar e conceder graça para que vivam retamente perante Ele e seus

semelhantes.

Aqueles juízos do Velho Testamento, eram

portanto um aviso misericordioso da parte de

Deus para que aprendamos a ter o devido temor e reverência à Sua divina majestade, e por isso

enviou juízos sobre a própria nação de Israel,

conforme lhes havia previamente advertido que

ocorreria em caso de serem desobedientes, e assim foi tantas vezes massacrada em diversas

guerras por nações inimigas, quando

caminhavam contrariamente à justiça de Deus,

e estes juízos culminaram com a ida da nação para o cativeiro, e depois, foi expulsa de sua

própria terra em 70 d.C. pelos romanos,

somente para lá retornando em 1948.

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A alegada acusação que é muito comum de que

Deus passa a mão sobre a cabeça de Israel e é

cruel com as demais nações não passa de um

falso argumento para aqueles que não apresentam o texto bíblico em seu contexto, e

que se valem de passagens isoladas para

afirmarem suas teorias que não correspondem à verdade dos fatos e muito menos aos

pensamentos e caminhos de Deus.

Desta forma, o Senhor sabe também quando se

completará a medida da iniquidade do mundo, e

que a propósito, vem se multiplicando

rapidamente em nossos dias, conforme Jesus havia profetizado, e quando esta medida estiver

completa Ele voltará para julgar a todos os que

vivem na prática da iniquidade.

Isto é tão certo de ter cumprimento assim como

o Senhor o cumpriu depois de o haver

prometido a Abraão em relação aos amorreus, quanto ao que faria num futuro distante de 400

anos depois dele.

Na verdade, aqueles povos de Canaã tiveram a

oportunidade, pela longanimidade divina, de

mudarem o seu procedimento, durante quatro

séculos, mas em vez disso, só progrediram na maldade e na perversidade.

E desde então, há vários séculos que Deus vem dando oportunidade aos homens para se

arrependerem e crerem em Cristo, para serem

justificados, para viverem na prática da justiça.

Mas parece que se dá com o homem moderno, o

mesmo que sucedeu aos amorreus.

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Aqueles juízos foram apenas uma ilustração,

uma pequena amostra, do grande juízo que virá

sobre todos os homens, que não se

arrependerem dos seus pecados.

Tudo sucedeu e foi registrado na Bíblia, para a nossa advertência.

Deus ordenou a Moisés a colocar tudo por

escrito, para testemunho a todas as gerações. E

o fizera por amor e misericórdia, na expectativa

de que nos arrependamos, porque não tem prazer na morte espiritual de ninguém; pois à

morte física na impiedade, segue-se a morte

espiritual eterna num terrível juízo de fogo

eterno que jamais se apagará.

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“Riquezas de Origem Iníqua” (Lucas 16.9)

Se tentarmos entender as coisas que se passam

neste mundo, desde a sua fundação, e especialmente em nossos dias, segundo o ponto

de vista meramente humano, conforme o

padrão de justiça humano, sem o auxílio da

sabedoria de Deus para que possamos fazer a nossa avaliação segundo a instrução recebida

do Espírito Santo, é certo que chegaremos a

conclusões totalmente distorcidas e incorretas quanto ao que seja justo, por mais sensatas que

elas possam parecer aos nossos olhos.

Por exemplo, um assunto de difícil

compreensão é o relativo às injustiças sociais,

para cuja solução, pensa-se incorreta e

utopicamente que poderiam ser resolvidas caso houvesse meramente uma melhor distribuição

de renda, e que não houvesse acumulação de

riquezas por parte de ninguém, inclusive de

instituições financeiras, ou mesmo cobranças de taxas e impostos de toda a população.

Todavia, o que permite a manutenção e organização de sociedades imensas e complexas

como as de hoje em dia, é justamente este mal

necessário da acumulação por parte de grupos

empreendedores que tocam a economia e finanças, de forma a ser patrocinado todo o

desenvolvimento necessário do qual

desfrutamos direta ou indiretamente.

Toda a infraestrutura básica, na área de

transportes, saúde, construção civil,

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eletricidade, saneamento, agricultura, entre

outros, depende de financiamento bancário. E o

mundo moderno foi e tem sido erigido por esta

via.

Entretanto, como já dissemos antes, em um mundo dominado pelo pecado, a vida prossegue

atrelada a este mal necessário. Se não houvesse

pecado no mundo, evidentemente, seria de outra forma, mas Deus o tem permitido, assim

como permite outros males, como por exemplo,

que se dê carta de divórcio, apesar de que seu

propósito original relativo ao casamento nunca tenha sido mudado, que é o da fidelidade e

indissolubilidade. Por causa da dureza do

coração humano tem permitido, mas não

consentido com o divórcio, para evitar males maiores, como a prática da violência e do abuso

dentro do casamento.

Mas, voltando ao nosso assunto referente ao uso

e distribuição do dinheiro, é importante notar

que Jesus o chama de “riquezas de origem iníqua” em Lucas 16.9, confirmando o seu

conhecimento de que há todo um processo

injusto no uso e circulação da moeda neste

mundo. E ainda que não sejamos desonestos, podemos estar certos de que os bens e dinheiro

que adquirimos, chegam às nossas mãos tendo

sido gerados anteriormente por uma fonte

injusta e má, e não santa e boa, conforme seria do propósito de Deus, caso não vivêssemos num

mundo de pecado, dominado e liderado por

pecadores.

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180

Todavia, Jesus estabelece assim mesmo, um

padrão de fidelidade e de honestidade para os

cristãos quanto ao uso que devem fazer do

dinheiro, porque é na fidelidade no uso daquilo que é de procedência geral injusta, que

comprovamos que estamos habilitados para

entrar na posse daquela riqueza santa e justa que será o padrão no reino de Deus que será

manifestado no final desta dispensação em que

vivemos.

Luc 16:9 E eu vos recomendo: das riquezas de

origem iníqua fazei amigos; para que, quando

aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos.

Luc 16:10 Quem é fiel no pouco também é fiel no

muito; e quem é injusto no pouco também é

injusto no muito.

Luc 16:11 Se, pois, não vos tornastes fiéis na

aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?

Luc 16:12 Se não vos tornastes fiéis na aplicação

do alheio, quem vos dará o que é vosso?

Luc 16:13 Ninguém pode servir a dois senhores;

porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao

outro ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Luc 16:14 Os fariseus, que eram avarentos, ouviam tudo isto e o ridiculizavam.

Luc 16:15 Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que

vos justificais a vós mesmos diante dos homens,

mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo

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181

que é elevado entre homens é abominação

diante de Deus.

Estas promessas que citaremos a seguir foram

feitas por Deus à nação de Israel como um todo,

e não a um grupo de pessoas ou a pessoas

individualmente da citada nação. Israel seria abençoado para ser bênção para as demais

nações do mundo, conforme o propósito de

Deus para eles, notadamente o referente ao

anúncio do evangelho que ainda viria a ser proclamado na dispensação da graça, na

plenitude do tempo, quando Jesus, o Messias

prometido nas Escrituras, fosse manifestado.

Enquanto vigorasse a antiga aliança no período

do Velho Testamento, isto deveria ser

observado por Israel, até que o Messias viesse.

O propósito deste dispositivo da Lei tinha por

alvo garantir a sobrevivência de Israel como

uma nação soberana em sua própria Terra, e estimular os israelitas à obediência aos

mandamentos de Deus, para que mostrassem às

demais nações, por suas próprias vidas e

comportamento, o elevado padrão moral e espiritual que se encontra somente no único

Deus verdadeiro.

O texto de Deuteronômio 15.1-11, se refere ao

chamado ano da remissão, contado a cada sete

anos, no qual as dívidas deveriam ser perdoadas

e totalmente liquidadas. Isto tinha em vista evitar a cobiça e a prática da usura entre os

israelitas, coisa que já era muito comum em

todo o mundo conhecido de então.

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Observe que nos versículos 3 e 6 Deus fez a

promessa aos israelitas que caso toda a nação

fosse obediente a todos os seus mandamentos,

para uma vida santa e justa, lhes seria dada uma tal abundância de bens e riquezas que não

necessitariam se preocupar com a liquidação

das dívidas de seus irmãos ou cobrança de juros em empréstimos para se compensarem de

possíveis perdas. Esta era uma lei para Israel, de

modo que se desejassem poderiam estendê-la

às nações estrangeiras, nas dívidas contraídas por estas com o povo de Israel, mas caso

contrário, seria lícita seguirem as regras do

mercado mundial no assunto relativo à

liquidação de empréstimos contraídos pela via de contrato.

Deu 15:1 Ao fim de cada sete anos, farás

remissão.

Deu 15:2 Este, pois, é o modo da remissão: todo credor que emprestou ao seu próximo alguma

coisa remitirá o que havia emprestado; não o

exigirá do seu próximo ou do seu irmão, pois a

remissão do SENHOR é proclamada.

Deu 15:3 Do estranho podes exigi-lo, mas o que

tiveres em poder de teu irmão, quitá-lo-ás;

Deu 15:4 para que entre ti não haja pobre; pois o

SENHOR, teu Deus, te abençoará

abundantemente na terra que te dá por herança, para a possuíres,

Deu 15:5 se apenas ouvires, atentamente, a voz

do SENHOR, teu Deus, para cuidares em

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cumprir todos estes mandamentos que hoje te

ordeno.

Deu 15:6 Pois o SENHOR, teu Deus, te abençoará,

como te tem dito; assim, emprestarás a muitas nações, mas não tomarás empréstimos; e

dominarás muitas nações, porém elas não te

dominarão.

Deu 15:7 Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas cidades, na tua

terra que o SENHOR, teu Deus, te dá, não

endurecerás o teu coração, nem fecharás as

mãos a teu irmão pobre;

Deu 15:8 antes, lhe abrirás de todo a mão e lhe

emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a

sua necessidade.

Deu 15:9 Guarda-te não haja pensamento vil no teu coração, nem digas: Está próximo o sétimo

ano, o ano da remissão, de sorte que os teus

olhos sejam malignos para com teu irmão

pobre, e não lhe dês nada, e ele clame contra ti ao SENHOR, e haja em ti pecado.

Deu 15:10 Livremente, lhe darás, e não seja

maligno o teu coração, quando lho deres; pois,

por isso, te abençoará o SENHOR, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo o que empreenderes.

Deu 15:11 Pois nunca deixará de haver pobres na

terra; por isso, eu te ordeno: livremente, abrirás

a mão para o teu irmão, para o necessitado, para

o pobre na tua terra.

Deu 23:19 A teu irmão não emprestarás com

juros, seja dinheiro, seja comida ou qualquer

coisa que é costume se emprestar com juros.

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Deu 23:20 Ao estrangeiro emprestarás com

juros, porém a teu irmão não emprestarás com

juros, para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe

em todos os teus empreendimentos na terra a qual passas a possuir.

Sempre existiu e existirá a necessidade de se

tomar empréstimos entre as nações, entretanto, Israel seria abençoado de tal forma

caso andasse nos caminhos do Senhor, que Ele

lhes fez a promessa de Dt 28.12,13, de sequer

necessitarem tomar empréstimos para o progresso da nação, uma vez que teria tanta

riqueza que seria o credor mundial.

Deu 28:12 O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu

tempo e para abençoar toda obra das tuas mãos;

emprestarás a muitas gentes, porém tu não

tomarás emprestado.

Deu 28:13 O SENHOR te porá por cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não debaixo,

se obedeceres aos mandamentos do SENHOR,

teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir.

A condição imposta para Israel ser abençoado e

ser bênção para as nações dependia da

fidelidade a Deus, notadamente no que se refere à obediência aos Seus mandamentos justos e

santos, de modo que, em caso contrário lhes

sobreviriam todas as maldições proferidas em

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Deuteronômio 28.15-68, das quais destacamos

as seguintes:

Deu 28:43 O estrangeiro que está no meio de ti se elevará mais e mais, e tu mais e mais

descerás.

Deu 28:44 Ele te emprestará a ti, porém tu não lhe emprestarás a ele; ele será por cabeça, e tu

serás por cauda.

Deu 28:45 Todas estas maldições virão sobre ti,

e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas

destruído, porquanto não ouviste a voz do

SENHOR, teu Deus, para guardares os mandamentos e os estatutos que te ordenou.

Deu 28:46 Serão, no teu meio, por sinal e por maravilha, como também entre a tua

descendência, para sempre.

Deu 28:47 Porquanto não serviste ao SENHOR,

teu Deus, com alegria e bondade de coração, não

obstante a abundância de tudo.

Deu 28:48 Assim, com fome, com sede, com

nudez e com falta de tudo, servirás aos inimigos

que o SENHOR enviará contra ti; sobre o teu pescoço porá um jugo de ferro, até que te haja

destruído.

Vemos assim a imparcialidade da justiça divina,

inclusive em relação ao próprio povo de Israel, o qual, diga-se de passagem tem sofrido sanções

divinas mais do que qualquer outra nação da

Terra, especialmente nos dias do Velho

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Testamento, em razão de ter sido feita com eles

a Aliança mediada por Moisés.

Concluímos portanto que não é Deus o

promotor de toda a injustiça que se pratica no

mundo não somente no que se refere ao uso do

dinheiro, como em todas as demais áreas de nossas vidas.

Muitos pensam que com a quebra do monopólio e controle financeiro mundial por parte de uns

poucos, os problemas da humanidade seriam

resolvidos. Entretanto, não cogitam que isto

passaria para as mãos de outros, pois é o sentimento do corações de muitos homens

exercer o domínio e o controle sobre todo o

mundo.

Isto é injusto, sabemos, mas como vimos, Deus

o tem permitido porque não há outro meio da

roda do progresso continuar girando num

mundo sujeito ao pecado. Prova disso se encontra na falência do comunismo em todo o

mundo, e aqueles que insistiram na plena

manutenção do regime têm cometido maiores

injustiças e ficaram alijados do desenvolvimento econômico, como é por

exemplo o caso de Cuba.

Só para exemplificar e fechar o nosso assunto,

podemos citar que a família dos grandes

banqueiros mundiais, como os Rotchilds (que

estão por mais de 250 anos seguidos no controle das finanças mundiais), Morgans, Rockefellers

e outros, acumularam riquezas inimagináveis

através do estabelecimento de bancos centrais

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com a prática do chamado fractional reserve

lending, que significa realização de empréstimo

sem lastro, com uso de dinheiro virtual. Seria

algo como emprestar o que não se tem, por se recorrer aos imensos fundos depositados pela

população nos bancos. Entretanto, com este

dinheiro virtual foi financiada, por exemplo, a construção da ponte Rio-Niterói. Deste mal que

mais enriqueceu os banqueiros com o dinheiro

do próprio povo americano, e com os juros

pagos pelo povo brasileiro, surgiu um bem, que é a ponte, e assim ocorre com tudo o mais neste

mundo.

Lembram que Jesus chamou a isto de “riquezas

de origem injusta”?

O sistema é injusto porque aquele que o comanda não é Deus, mas Satanás, agindo nos

corações de homens ímpios e gananciosos, que

seguem as suas instruções.

Vem chegando entretanto, o dia em que o

próprio Deus porá um termo em tudo isto,

quando criar o novo céu e a nova Terra nos quais a justiça habitará para sempre.

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Não se Trata de Restrição mas de Libertação

Muito antes de ter dado os Dez Mandamentos a

Moisés, com toda a lei que os regulamentava no Pentateuco, cerca de 1.440 a.C., Deus já havia

punido e revelado o seu desagrado com as

muitas práticas abomináveis, como se vê no

juízo de destruição do dilúvio nos dias de Noé, e das cidades de Sodoma e Gomorra, nos de

Abraão.

A própria revelação da Lei em detalhes através

da mediação de Moisés não possuía o poder da libertação do pecado, mas demonstrava qual

seria o resultado da operação da graça de Deus

nos corações daqueles que o amassem e dessem

o devido crédito à Sua Palavra.

Por exemplo, no caso do matrimônio, que foi

instituído por Deus com o caráter de fidelidade

e indissolubilidade, o qual foi confirmado por

Jesus em seu ministério terreno, pois os cônjuges devem ser fiéis mutuamente até que a

morte os separe.

O filhos devem honrar os seus pais e devem

estar a eles sujeitos, em amor voluntário.

Os pais devem amar os seus filhos instruindo-lhes a andar nos caminhos de Deus.

E assim, para todas as demais áreas de nossas

vidas, Deus tem prescrito na Bíblia qual é o

comportamento que nos convém para agradá-lo, pois não nos deixou sem testemunho quanto

ao que seja da sua vontade boa, perfeita e

agradável, para que sejamos libertados das

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correntes da escravidão ao pecado, por meio da

fé em Jesus Cristo, o qual tudo opera em todos os

que o buscam com um coração sincero,

desejoso de agradar a Deus.

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Guardando-se Incontaminado de Babilônia

Babilônia, nos dias do profeta Daniel, era um

reino tão poderoso que diferentemente da forma da dominação Assíria, antes dela, que

espalhava os povos conquistados pelo mundo,

ela os conduzia para o seu próprio território,

como foi o caso do povo de Judá que para lá foi levado por Nabucodonosor.

Babilônia era portanto um misto de nações, pelo

seu propósito de trazer a todos à cultura e à

religião babilônica, conforme podemos inferir da adoração idolátrica que Nabucodonosor

tentou impor a todos, sob ameaça de pena de

morte àqueles que se negassem a se curvarem

diante do ídolo de ouro que ele mandou erigir.

Daniel e os seus três amigos que se encontravam com ele servindo na coorte

babilônica se guardaram de toda aquela

idolatria e de toda forma de contaminação pagã daquele reino.

Hoje, a grande Babilônia mundial que está

sendo formada por via da globalização nos

coloca à prova de modo muito mais amplo, para

que consigamos resistir aos seus costumes e nos mantermos fiéis a Deus.

Os ídolos e os hábitos paganizados já não nos são

apresentados de forma tão grotesca e direta

como nos dias de Daniel. A Babilônia atual é sutil e sofisticada, e tem múltiplas formas de nos

seduzir para nos amoldarmos às suas práticas

abomináveis.

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Por isso somos advertidos pelo Senhor Deus

com as seguintes palavras de exortação:

“Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos

dela, povo meu, para não serdes cúmplices em

seus pecados e para não participardes dos seus flagelos; porque os seus pecados se

acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos

atos iníquos que ela praticou.” (Apocalipse

18.4,5)

Ainda que esta seja uma palavra dirigida ao juízo

que será executado por Deus no tempo do fim, somos chamados a vigiar e a manter um

procedimento inteiramente santo para o

encontro com o Senhor entre nuvens no

arrebatamento que está se aproximando a passos rápidos de nós.

“A religião pura e sem mácula, para com o nosso

Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas

suas tribulações e a si mesmo guardar-se

incontaminado do mundo.” (Tiago 1.27)

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A Verdadeira Raiz do Mal

O poder de influência de uma pessoa sobre outra, para moldar o seu comportamento, está

bem expresso no dito popular: “diga-me com

que tu andas e eu te direi quem és”.

É com base neste princípio que o Arqui-Inimigo

de nossas almas se utiliza de instrumentos para

tentar e estimular a muitos a avançarem na

prática do mal.

Isto é notório no uso do meio cultural-artístico,

especialmente através da música moderna e das

produções de Hollywood.

Ledo engano portanto, pensar que lutar para

tentar impedir o estabelecimento de um

governo mundial para que não se perca as

liberdades individuais, seria a solução dos problemas do mundo, ou mesmo pensar, como

não poucos pensam, e se empenham para a sua

consumação para o mesmo fim, não é

definitivamente a resposta para o problema do mal.

Porque este está ligado ao coração humano e

dali pode ser removido somente pelo poder de Jesus Cristo, quando nos entregamos

voluntariamente a Ele.

Um Sabetai-Zwi, Alester Crowley, Albert Pike,

Charles Darwin, entre muitos outros são apenas meros instrumentos através dos quais Satanás

dá à humanidade, em maior dimensão, aquilo

que ela procura, a saber, liberdade para

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expressar todo o seu potencial pecaminoso

contrário à vontade de Deus.

De modo que nosso Senhor Jesus Cristo afirmou

que todo homem é escravo do pecado e se

encontra portanto, debaixo da escravidão de

Satanás, e disso pode ser libertado somente pelo Seu poder divino.

Eis então, apresentada em poucas linhas, a real causa do mal que afeta o mundo. Não vem de

fora, vem do nosso próprio interior que se

manifesta e se expressa exteriormente com maior intensidade quando tentado e estimulado

para a prática do pecado.

Se não fosse a restrição que o Espírito Santo vem

fazendo ao longo dos séculos, para que este mal

não se alastrasse, de há muito a própria

humanidade teria colocado um fim em si mesma.

Lembremos que a iniquidade que conduziu à prática de uma barbárie e violência tão extrema

nos dias de Noé, conduziu ao extermínio de

todos com exceção de Noé e de sua família, para

que através deles se desse início ao repovoamento da Terra.

As coisas parecem estar marchando na mesma direção nos nossos dias, uma vez que nosso

Senhor nos ensinou que os últimos dias seriam

como os dias de Noé, pois é notável que a

violência tem se espalhado de forma desenfreada, uma vez que o Espírito Santo já não

está restringindo como dantes, o pecado

naqueles que buscam o mal, e o resultado será o

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de que Cristo arrebatará aqueles que amam a

justiça e a verdade, para que sejam traduzidos os

juízos de Deus descritos nas páginas do

Apocalipse sobre aqueles que deram crédito à mentira.

“2Ts 2:3 Ninguém, de nenhum modo, vos

engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o

homem da iniquidade, o filho da perdição,

2Ts 2:4 o qual se opõe e se levanta contra tudo

que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto

de assentar-se no santuário de Deus,

ostentando-se como se fosse o próprio Deus.

2Ts 2:5 Não vos recordais de que, ainda

convosco, eu costumava dizer-vos estas coisas?

2Ts 2:6 E, agora, sabeis o que o detém, para que

ele seja revelado somente em ocasião própria.

2Ts 2:7 Com efeito, o mistério da iniquidade já

opera e aguarda somente que seja afastado

aquele que agora o detém;

2Ts 2:8 então, será, de fato, revelado o iníquo, a

quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua

vinda.

2Ts 2:9 Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e

prodígios da mentira,

2Ts 2:10 e com todo engano de injustiça aos que

perecem, porque não acolheram o amor da

verdade para serem salvos.

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2Ts 2:11 É por este motivo, pois, que Deus lhes

manda a operação do erro, para darem crédito à

mentira,

2Ts 2:12 a fim de serem julgados todos quantos

não deram crédito à verdade; antes, pelo

contrário, deleitaram-se com a injustiça.”

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Pensando Fazer o Bem Fez um Grande Mal

Esta afirmação é aplicável a um grande número de pessoas em todas as épocas da história da

humanidade.

Um pai se empenhou muito para que seu filho desfrutasse todos os prazeres que o mundo

pudesse lhe dar, e este caiu em grande

dissolução e dependência química que o

conduziu à morte.

Alguém deu grande quantia em dinheiro para

um menor de idade e com este dinheiro ele

adquiriu uma arma de fogo com a qual

assassinou pessoas inocentes.

Estes são exemplos domésticos, particulares e a

área do mal é restrita e não reflete sobre grande

parte da humanidade.

Não é a este tipo de mal que queremos enfocar,

senão aquele que é produzido por um conjunto

de boas intenções que no fim arruínam a

sociedade como um todo.

Por exemplo, quando defendemos e

proclamamos a ideia de libertação dos poderes

governantes (pais, autoridades etc), contribuímos para que a sociedade seja rebelde,

violenta, irreverente e arrogante, para não citar

outras coisas piores. E pensar que tudo veio a

partir da noção de liberdade, que é em si uma coisa boa, desde que não ultrapasse os limites

que lhe devem ser impostos, em prol do bem

pessoal e comum.

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A proposta do ecumenismo religioso é muito

bela, mas impraticável, porque quando se

renuncia aos valores nos quais cremos não

somente há perda de identidade, como a pulverização mesma de todas as nossas crenças.

Viver em paz com os que pensam

diferentemente de nós é uma coisa, mas tentar colocar Deus e a Sua vontade num emaranhado

de crenças diferentes acaba por expulsar o

próprio Deus de nossas vidas, e coloca em seu

lugar uma nova religião sem Deus, criada pela imaginação e conveniência do homem.

A liberação sexual da qual se diz ter sido uma

conquista da sociedade ocidental do século XX,

tem conduzido à dissolução da família e do

compromisso conjugal, no qual os maiores prejudicados são os filhos nascidos em tais

condições.

Não há portanto como fugir, pois toda vez que

corremos para longe dos braços de Deus, caímos nos braços do mal.

“Ama o teu próximo como a ti mesmo”. Nisto se

cumpre toda a Lei de Deus. Mas quem pode

alegar que está amando o próximo quando assume um padrão de vida e comportamento

que lhe traz o mal? Veja bem, o mal, e não

propriamente o que lhe desagrade, pois é

possível agradar alguém e com isto estar lhe fazendo o mal, assim como é possível desagradá-

lo e estar lhe fazendo um bem.

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O bem não decorre portanto do que pensamos,

de nossas boas intenções, mas de um proceder

verdadeiramente justo, reto, criterioso, pacífico

e amoroso.

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Não É Religião. É Vida.

Sempre houve no mundo um grande número de

religiões, afirmando cada uma de per si os seus

dogmas, cerimoniais e rituais, em grande parte,

distintos e contraditórios entre si.

Todavia Deus não criou o homem para que fosse religioso, senão para que fosse justo e andasse

em humildade e amor perante ele, vivendo em

unidade com todas os seus demais semelhantes

de igual disposição.

Quando Jesus se manifestou na plenitude do tempo nos trazendo a graça e a verdade, Ele não

prescreveu qualquer tipo de formulário ritual

descrevendo a forma de se adorar a Deus; muito

ao contrário disso, nos ensinou que devemos orar sem repetição de palavras oriundas de

formulários específicos, senão que devemos

nos dirigir a Deus com palavras ditadas não por

ritos, mas pelo nosso próprio coração.

Em outras palavras, o que vale para Deus não é a forma ou mesmo a realização de cerimônias e

ritos religiosos para agradá-lo, senão ter uma

real comunhão com ele através de um

comportamento santificado pelo Espírito Santo, e uma vida de oração e serviço ao próximo.

Veja o que o apóstolo Tiago chama então de

verdadeira religião para Deus:

“Tiago 1:26 Se alguém supõe ser religioso,

deixando de refrear a língua, antes, enganando

o próprio coração, a sua religião é vã.

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Tiago 1:27 A religião pura e sem mácula, para

com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e

as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo

guardar-se incontaminado do mundo.”

Está sendo falado aqui de cerimônias e rituais?

Ou de comportamento reto e puro, e de serviço

ao próximo?

Então a acusação comumente dirigida aos que amam e servem a Deus, de que discriminam

outras religiões em prol da defesa da que

professam, é uma acusação falsa, uma vez que

não são orientados por preceitos religiosos inventados pelos homens, senão por obediência

ao modo de vida que foi revelado por Deus para

ser praticado por todos os homens, através da

Bíblia.

Saber por experiência pessoal que há um

Criador que nos dirige, instrui e transforma por

se manifestar ao nosso espírito por meio da

nossa união com Jesus Cristo é o propósito mesmo de Deus, o qual nos perdoa e purifica de

nossas transgressões porque é amoroso e

misericordioso, e não deseja a morte espiritual

de ninguém, senão que se arrependa e alcance a vida eterna.

Voltamos a afirmar: isto é a vida que foi

planejada por Ele para todos os que desejam

viver de maneira aprovada, e não propriamente a prática de uma determinada religião.

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