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Memória Anual 2017

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Memória Anual2017

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Associação HumanaMemória 2017

20 anos de sustentabilidade global

Quem somos

Há 20 anos em Portugal

Economia circular e a proteção do meio ambiente

Na vanguarda da recolha seletiva do resíduo têxtil

Referência em moda sustentável

Um modelo que funciona

Cooperação para o desenvolvimento

Apoio Local

Sensibilização

Contas claras

5

7

10

12

14

16

18

20

28

34

38

ÍNDICE

5

Diretora GeralTemos o prazer de vos apresentar a nos-sa Memória de Atividades de 2017, um documento muito especial pois coincide com o nosso 20º aniversário.

Fiéis desde 1998 à nossa missão e com uma primeira etapa não isenta de obstá-culos, fomos crescendo pouco a pouco, estando conscientes de que há sempre

oportunidade de aprender e melhorar. Hoje estamos consolidados em Portugal como uma referência de reco-lha seletiva de têxtil usado com um claro fim social.

Vivemos um momento chave no qual a humanidade en-frenta numerosos desafios: as mudanças climáticas e as suas consequências ou a procura de novos modelos eco-nómicos sustentáveis que favoreçam o desaparecimento das profundas desigualdades existentes são só alguns exemplos. Nestas duas décadas de trabalho duro em Portugal, podemos afirmar que o esforço da Associação em conjunto com a Federação Humana People to People e da rede de 30 organizações que a compõem, demons-trou ser eficaz contribuindo para a luta contra a pobreza e desafios como os já mencionados.

Ainda há muito que fazer: a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com os quais nos senti-mos intimamente relacionados, devem continuar a ser o nosso guia para seguir avançando.

Ao longo destes 20 anos sentimos muita alegria com o constante apoio da sociedade portuguesa que, com as suas doações de têxtil e as suas compras na nossa rede de lojas secondhand, nos permitiram progredir e materializar os nossos valores em Moçambique e Guiné-Bissau.

Mesmo assim, seguimos com o fortalecimento do nosso trabalho, incidindo cada vez mais na sensibilização dos cidadãos para que questões como o consumo conscien-te e sustentável ou a prevenção de resíduos sejam claras na sociedade. O objetivo é fomentar o modelo de eco-nomia circular e impulsionar de modo definitivo a moda sustentável.

Estamos seguros de que seguiremos a trabalhar juntos com soluções renovadas e adaptadas a um novo contex-to, mas alinhadas com os objetivos com que nascemos em 1998.

Muito obrigada.

20 ANOS DE SUSTENTABILIDADE GLOBAL

7

A Humana Portugal é uma associação sem fins lucrativos criada em 1998 que trabalha a favor da proteção do meio ambiente através da reutilização têxtil e realiza programas de cooperação para o desenvol-vimento e de apoio local em Portugal.

Trabalhamos sob valores fundamentais de solidariedade, sustentabili-dade, consciência ambiental, transparência e profissionalismo. A nossa

atividade é motivada pelo serviço à sociedade através da colaboração com entidades públicas e privadas. Além do mais, contamos com o grande apoio dos cidadãos através das suas doações de têxtil e compras efetuadas nas lojas secondhand, permitindo-nos dar uma segunda vida à roupa usada e fomentar o modelo de economia circular.

Fazemos parte da Federação Humana People to People, cuja a sede se encontra no Zimbabwe. Ao todo, são 30 organizações congéneres com objetivos, estratégias e sensibilidades comuns.

Somos membro da APOGER Associação Portuguesa dos Operadores de Gestão de Resíduos e Recicladores e dispomos do Alvará de Licença para a Realização de Operações de Gestão de Resíduos, emitido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.

A nossa sede está em Alcochete, na área metropolitana de Lisboa e contamos ainda com uma delegação em Quarteira, Algarve.

QUEM SOMOS

A organização é formada por uma equipa especializada de 84 pessoas, o que se traduz na criação de um posto de

trabalho permanente por cada 39.845 kg de têxtil recolhido.

8 9

HUMANAEM NÚMEROS

O QUE FAZEMOS COM AS DOAÇÕES DE ROUPA E CALÇADO?

EM PORTUGAL

Apoio Local

Proteção doMeio Ambiente

INTERNACIONAIS

Educação e Inserção Laboral

Agricultura e Desenvolvimento Rural

Desenvolvimento Comunitário

Saúde e Doenças Infectocontagiosas

Assistência e Emergência

Fortalecimento Institucional

Energias Renováveis e Eficiência Energética

Recolha e transporte da roupa dos contentores

Armazém em Alcochete

REUTILIZAÇÃO

IMPRÓPRIOS

9% 29%1%

46%15%

ELIMINAÇÃO

Em Portugallojas HUMANA

Fora de Portugal

PROJETOS SOCIAIS

Tecidos EducativosSensibilização

3C Cultivemos o Clima e a ComunidadeAgricultura Social e Urbana

Uma parte do têxtil é vendida a empresas

especialistas em reutilização e reciclagem

O restante é canalizado para a central de preparação para a reutilização da Fundación Pueblo para Pueblo em Espanha

RECICLAGEM

478.000doadores

1.023contentores

parceiros públicos e privados

173

3.347

289.49284

1

105.428

350

297

26.362

725.909

11

toneladas de roupa recolhidas

clientes nas lojas de Lisboa e Portofuncionários

posto de trabalho permanente por cada 39.845 kg de roupa recolhidos

euros de fundos próprios destinados a 9 projetos de cooperação em 2 países, envolvendo 12.500 pessoas

participantes em ações de sensibilização e outras atividades

vales de ajuda distribuídos num valor total de 8.910€

euros destinados a iniciativas de Apoio Local

peças de roupa vendidas

estabelecimentos secondhand

toneladas de CO2 não emitidas

10.609

Recolha seletiva de têxtil

Moda sustentável

Equipa

Cooperação para o desenvolvimento

Apoio local e Sensibilização

E m 1977 foi criada a UFF na Dinamarca, uma das primeiras organizações da Huma-na People to People. Ao longo de 20 anos, surgiram outras 14 entidades similares por todo o mundo.

Em 1998 nasceu a Associação Humana em Portugal; Lisboa foi a porta de entrada no

país, com municípios abertos a colaborar. Sendo prova-velmente a única entidade de recolha de roupa na altura, com a colocação dos primeiros contentores recebemos uma resposta muito positiva dos cidadãos.

A expansão em Portugal foi bastante acessível devido à experiência da Federação Humana People to People. Nes-ta fase inicial deparámo-nos com alguns entraves para classificar a roupa e encontrar mão de obra qualificada. Assim, em 2000 uma parte da roupa passou a ser en-viada para a organização congénere Fundación Pueblo para Pueblo em Espanha para efetuar a preparação para a reutilização.

Em 2001 abrimos a primeira loja Humana na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, e com o tempo fomos aper-feiçoando o trabalho de recolha da roupa usada em todo o território português, estabelecendo acordos com mais entidades públicas e privadas.

Apesar do apoio recebido por parte dos municípios e dos cidadãos, os primeiros anos não estiveram isentos de certas dificuldades, tanto financeiras como organiza-tivas, o que fez com que o nosso desenvolvimento fosse mais lento do que o esperado. Mesmo assim, o esforço conjunto da equipa permitiu melhorar o trabalho para consolidar a Humana Portugal, aumentando a partir de 2009 a nossa rede de lojas secondhand.

Nestes 20 anos aprendemos que o povo português de-monstra preocupação e disponibilidade para participar na proteção do meio ambiente e no desenvolvimento dos países da comunidade lusófona.

HÁ 20 ANOS EM PORTUGAL

Apesar da expansão em Portugal ter sido bastante acessível devido à experiência da Humana People to People, os primeiros anos não estiveram isentos de importantes desafios organizativos

* Desenvolvimento Comunitário, Saúde e Doenças Infectocontagiosas, Energias Renováveis e Eficiência Energética, Assistência e Emergência e Fortalecimento Institucional

FUNDOS PRÓPRIOS DESTINADOS À COOPERAÇÃO 2011-2017MOÇAMBIQUE E GUINÉ-BISSAU

DISTRIBUIÇÃOPOR ÂMBITOS

1110

1.351.031€Projetos de Educação

529.432€Projetos de Agricultura eDesenvolvimento Rural

308.816€Outros Projetos*

100.000€

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

200.000€

300.000€

400.000€

500.000€EVOLUÇÃOANUAL

12 13

O modelo de economia circular é um conceito estratégi-co que se baseia na redução, recuperação e reciclagem de materiais e resíduos, garantindo a sustentabilidade do planeta e o futuro das novas gerações.

O objetivo da economia circular é criar um sistema pro-dutivo e de consumo eficiente e responsável, com espe-cial enfoque na reutilização. O modelo está contemplado no plano de ação de Economia Circular da Comissão Europeia, na Diretiva Quadro de Resíduos (DQR) e no PERSU 2020 (Plano Estratégico para os Resíduos Ur-banos).

Seguindo este modelo e aplicando-o ao sector têxtil, a Humana concentra os seus esforços em reintroduzir o resíduo têxtil na sociedade como peça de roupa em se-gunda mão ou sob a forma de um novo produto. 9 em cada 10 peças de vestuário são passíveis de ter uma segunda vida através de uma gestão adequada.

A seleção de roupa e a gestão ótima dos resíduos tem um impacto positivo sobre o meio ambiente, contribuindo para uma sociedade mais sustentável. Como o resíduo têxtil apresenta um potencial de reutilização muito eleva-do, promove a redução do consumo de matérias-primas utilizadas no fabrico de novas peças, representando um motor de emprego verde.

ECONOMIA CIRCULAR E A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

matéria- prima

desenho

fabricação

distribuição

consumo

recolha

reciclagem

preparação para areutilização

REUTILIZAÇÃO

A peça de vestuário mais sustentável é aquela que já está fabricada

Para a melhor gestão do têxtil, seguimos a Hierarquia de Resíduos, estabelecida pela Diretiva Quadro de Resíduos (DQR) em 2008. Esta privilegia a prevenção da criação de resíduos, promove a segunda vida da roupa na sua pre-paração para a reutilização, recicla os materiais e fomenta a valorização energética. Em última instância, e apenas quando nenhuma das fases anteriores da hierarquia não são possíveis, passamos à eliminação segura num aterro.

Como todos produzimos resíduos, é nossa responsabi-lidade promover a sua gestão eficiente. De facto, é na prevenção da sua produção em que as instituições podem adotar medidas para reduzir o desperdício e os impactos negativos no ambiente e incentivar os cidadãos a con-tribuir. Até 1 de janeiro de 2025, a União Europeia estabelece a obrigatoriedade de instituir a recolha seletiva do resíduo têxtil. Em 2017, os portugueses puseram no lixo 195.000 tone-ladas de roupa segundo o relatório do PERSU 2020. Desse valor, apenas 4,3% foi recuperado por um gestor auto-rizado, o que representa 1 em cada 23 peças de roupa. A Humana recolheu 3.347 toneladas das 8.385 toneladas de têxteis recuperados de forma seletiva, ou seja, seria responsável pela recolha e preparação para a reutilização de 40% da totalidade destes resíduos em Portugal.

A reutilização da roupa diminui as emissões: cada quilo de roupa que se aproveita e não é incinerada evita a emis-são de 3,169 kg de CO

2, segundo dados da Comissão Europeia.

LUTA CONTRA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Prevenção

Preparação paraa reutilização

Reciclagem

Valorização energética

Eliminação

Hierarquia de Resíduos

3.347

10.609

3.985

toneladas recolhidas pela Associação representam:

toneladas de CO2, que equivalem à emissão de

viaturas que percorrem 15.000 km por ano ou à absorção de

79.175 árvores

14 15

NA VANGUARDA DA RECOLHA SELETIVA DO RESÍDUO TÊXTIL

A organização conta com mais de 1.000 contentores nos quais os cidadãos depositam

uma média de 9 toneladas diárias de têxtil

Oferecemos um serviço gratuito de recolha seleti-va de têxtil usado através de uma moderna rede de contentores. Para que este serviço seja possível, cele-bramos um acordo de co-laboração com a entidade

respetiva, no qual se estabelece um plano de instalação de contentores tendo em con-ta critérios de acesso, visibilidade, mobilida-de e integração na via pública.

Cada contentor tem uma capacidade de cerca de 230 quilos e está construído com um material não inflamável, resistente à corrosão, sistema antivandalismo e protegi-do contra condições atmosféricas adversas

para que o estado do material doado seja salvaguardado.

A recolha é efetuada de acordo com o volu-me de carga de cada contentor, sendo que habitualmente realiza-se entre 1 a 3 vezes por semana. Depois de recolhida, a roupa é levada para o armazém da Associação em Alcochete.

Como não dispomos de meios de classifica-ção de roupa, parte é enviada para as cen-trais de preparação para a reutilização da Humana Fundación Pueblo para Pueblo em Espanha. O restante é vendido a empresas de reutilização e reciclagem têxtil. A Huma-na Fundación Pueblo para Pueblo também é uma entidade sem fins lucrativos.

Os 173 parceiros são um dos pilares do trabalho da Humana em Portugal

16 17

REFERÊNCIA EM MODA SUSTENTÁVEL

Promovemos a reutilização da roupa através das nossas lojas secondhand

Em 2017, as lojas receberam 289.492 clientes que adquiriram 725.909 peças de roupa

Atualmente, contamos com 11 lojas, 7 em Lisboa e 4 no Porto, onde é possí-vel adquirir roupa de homem, mulher e criança, roupa de desporto, trabalho e vintage, têxtil do lar e acessórios.

Em 2017, a Associação abriu duas lojas de roupa secondhand no Porto: uma loja na Rua Júlio Dinis, 936 e outra loja na Rua Alexandre Braga, 134.

No ano passado, os nossos estabeleci-mentos receberam 289.492 clientes que adquiriram 725.909 peças de roupa. Em relação a 2016, as lojas Humana recebe-ram mais 29,6% clientes e venderam mais 48,3% de roupa.

Em períodos de oferta foram vendidas cerca de 393.594 peças de roupa e aces-

sórios, o que reforça a função social da organização, oferecendo à população a oportunidade de comprar roupa de qua-lidade a preços baixos. As lojas proporcionam mais visibilidade à Humana e ao nosso trabalho que, alia-dos à oferta de produtos únicos a preços acessíveis, promovem a moda sustentá-vel e a interiorização da importância da reutilização na comunidade e da preven-ção do resíduo têxtil.

A lojas são também um ponto de recolha importante do têxtil usado e o veículo principal da relação com a sociedade.

Através da reutilização transformamos um resíduo num recurso.

18 19

N a Humana contribuímos para a economia circular, pois minimizamos o impacto do resíduo, favorecendo a sua reutilização. A gestão do têxtil usado permite a obtenção dos recursos necessários para assegurar a sus-tentabilidade e o bom funcionamento da organização e financiar os projetos de cooperação e apoio local. Todos os recursos têm, portanto, um objetivo social, sendo um modelo que funciona, de forte componente ambiental e humanitário.

UM MODELO QUE FUNCIONA HUMANA PEOPLE TO PEOPLE

A base da Federação Humana People to People são os objetivos, estratégias e valores comuns. Ao fazer parte desta, a Associação Humana conta com apoio interna-cional na procura de soluções para os desafios com os quais se depara. Partilhamos objetivos, apoio técnico, ex-periências, conhecimentos, modelos e iniciativas. É também através da Federação que é possível colaborar e apoiar os projetos de cooperação para o desenvolvimen-

to em África. Atualmente, a Humana People to People conta com 30 membros. No âmbito da cooperação internacional, os nossos pro-jetos desenvolvem-se sob a alçada da Federação, o que permite uma maior capacidade de ação e melhores re-sultados. Procuramos contribuir para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e para a Agenda 2030.

FUNDOS DESTINADOS A FINS SOCIAIS EM ÁFRICA E PORTUGAL EM 2017

56.520€Educação em África

4.468€Desenvolvimento Comunitário em África

44.429€Fortalecimento Institucional em África

23.250€Projetos de Apoio Local e

Sensibilização em Portugal

A sede operativa da Humana People to People encontra-se em Shamva, Zimbabwe. Atua como um centro de intercambio de experiências e conhecimentos entre os seus membros.

20 21

COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

Atentos àAgenda 2030

Trabalhamos com a população local focados nas pessoas, para que sejam capazes de

tomar as rédeas do seu próprio progresso

Um dos objetivos fundamentais da Humana é promover a luta contra a pobreza e a me-lhoria das condições de vida das comunidades através de programas de cooperação para o desenvolvimento. Por isso a Associação promove a formação, a educação e a capacitação das populações locais.

Para que seja possível realizar os pogramas e atingir os objetivos traçados, é necessário tra-balhar em conjunto com as pessoas, de modo a fornecer-lhes as ferramentas que precisam para tomar as rédeas do seu próprio progresso.

Trabalhamos com a sociedade civil através dos nossos parceiros locais, assegurando que estão em linha com as políticas e com as necessidades de cada comunidade. É essencial que os programas atuem a longo prazo de forma sustentável. Em 2017, os projetos de cooperação focaram-se nas seguintes áreas: educação, desenvol-vimento comunitário e fortalecimento institucional.

22

EDUCAÇÃO

Com os esforços de inúmeros atores internacionais no âmbito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentá-vel, avançamos para alcançar a educação para todos. No entanto, apesar dos progressos, ainda há muitas pessoas sem acesso a esta, professores sem a formação necessá-ria, ou falta de materiais de ensino, principalmente nas zonas rurais dos países menos desenvolvidos.

A educação de qualidade é fundamental para o progres-so das pessoas e das comunidades, sendo parte essen-cial do desenvolvimento sustentável e uma ferramenta importante para uma sociedade mais informada, ativa e inclusiva.

Consciente de tudo isto, a população organiza-se para favorecer a melhoria da educação e conseguir mudar po-sitivamente a sua vida. O trabalho da Humana People to People centra-se no desenvolvimento de 3 tipos de instituições educativas: Escolas de Professores do Futuro (EPF), Escolas Pro-fissionais para jovens e o programa de Cidadela das Crianças. Dentro deste compromisso, contribuímos financeiramen-te com 9 projetos de educação, 3 na Guiné-Bissau, e 6 em Moçambique.

Escola de Professores do Futuro de Niassa

O projeto “Escola de Formação de Professores” da ADPP--Moçambique, parceiro local da Humana, está situado num antigo campo militar na Província de Niassa desde 1998. Até à data, formaram-se:

1.934

759

professores, dos quais

são mulheres

Estes resultados têm grande impacto nas comunidades, favorecendo o emprego e o desenvolvimento local.

Em 2017, a escola acolheu 156 estudantes também inse-ridos no programa “Food for Knowledge” (Comida para o Conhecimento), financiado pelo USDA – Departamen-to de Agricultura dos EUA, para realçar a importância da saúde e da nutrição.

Em 2018, o programa completa 20 anos, discutindo-se a possibilidade de abrir a escola em horário noturno.

Antes de completar a sua educação, os professores recebem formação prática: em 2017 ensinaram 2.950 crianças em 7 escolas primárias de Niassa.

23

24

DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO

Nos programas de desenvolvimento comunitário, procu-ramos trabalhar para as comunidades mais pobres, dan-do formação e informação sobre saneamento e higiene, rendimento, educação, e sensibilização ambiental. Parti-cipam crianças, pais, professores e profissionais de saúde em atividades diárias.

As zonas rurais são as que mais necessitam de apoio; por isso, na Humana esforçamo-nos por elaborar programas que permitam melhorar as condições de vida das pes-soas. O respeito pelos direitos das crianças, o seu cresci-mento e aprendizagem num ambiente seguro e saudável são condições básicas para o futuro. Em áreas cujos serviços públicos são escassos, desenvol-vemos projetos que incluem: criação de hortas familia-res; construção de latrinas, fontes de água potável ou sistemas básicos para a lavagem de mãos; gestão dos resíduos gerados pela comunidade; concessão de micro-créditos para empreendedores; participação dos pais na educação e distribuição de redes mosquiteiras.

Apoiamos também a sociedade em manifestações de cultura e desenvolvimento comunitário e social, com o propósito de atrair os jovens para ações educativas e ar-tísticas. O objetivo deste programa é envolver a comuni-dade num projeto comum através de ações práticas de formação, que permitem a melhoria das condições de vida a longo prazo.

Juventude em Ação-Cultura

Implementado pela ADPP-Guiné-Bissau, parceiro local da Humana, e co-financiado pela União Europeia, o projeto tem a duração de 4 anos com formação em disciplinas como empreendedorismo, desenvolvimento, economia e cultura.

Procura-se criar 4 centros culturais e disponibilizar aos jo-vens cursos de teatro, dança, pintura, escultura, música e storytelling. Em 2017, o projeto contou com:

A inclusão dos jovens em atividades culturais e artísticas permite fomentar o desenvolvimento da comunidade, dando-lhes a oportunidade de se converterem em protagonistas do seu crescimento como pessoas e como grupo.

440

22

15

18

participantes

grupos de jovens em várias localidades

pessoas formaram-se em atividades artísticas

eventos e exposições organizados nos centros culturais

25

26 27

FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL

Na Associação apoiamos o fortalecimento das capacidades do pessoal da ADPP, impulsionamos o trabalho em rede entre as distintas ações de desenvolvimento e pomos em prática novas ferramentas metodológicas.

O nosso objetivo é potenciar sempre as habilidades da equipa local para que ajudem a organização a crescer e a melho-rar as condições de vida das comunidades em que trabalham. Para isso, gerimos o trabalho em função de resultados.

QUADRO DE PROJETOS

PAÍS PROJETO ÂMBITO CONTRIBUIÇÃO (€ )

GUINÉ-BISSAU

Escola Profissional de Bissorã Educação 4.468

Escola de Professores do Futuro de Cacheu

Educação 13.405

Child Aid (Juventude em Ação-Cultura)

Desenvolvimento Comunitário

4.468

Fortalecimento InstitucionalFortalecimento Institucional

44.429

MOÇAMBIQUE

Escola de Professores do Futuro de Cabo Delgado

Educação 6.896

Escola de Professores do Futuro de Maputo

Educação 5.210

Escola de Professores do Futuro de Niassa

Educação 4.998

Escola das Crianças de Chimoio Educação 6.759

Cidadela das Crianças de Maputo Educação 8.448

One World University Educação 6.336

TOTAL 105.417

COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

PAÍS PROGRAMA ÂMBITO CONTRIBUIÇÃO (€ )

PORTUGALIniciativas Sociais Apoio Local 17.452

Vales de Ajuda Ajuda para Vestuário 8.910

TOTAL 26.362

APOIO LOCAL

Reunião na sede da ADPP-Guiné Bissau para fazer o balanço do trabalho desenvolvido nos diferentes projetos em prática e na identificação de possíveis melhoras. A relação com os nossos colegas de Bissau é fluída e muito útil para avançarmos.

28 29

APOIO LOCAL

Ano após ano a Associação incrementa o número de atividades locais em conjunto com os seus parceiros

A reutilização do resíduo têxtil permite financiar também iniciativas de apoio local em Portugal, que decorrem nos municípios com os quais a Humana colabora.

Por isso, em 2017, organizámos várias atividades a nível nacional para co-laborar com as entidades parceiras e apoiar as instituições com os recursos gerados através da recolha da roupa usada em atividades de carácter social, ambiental e humanitário.

Ao longo de 2017 pôs-se em marcha as bases do programa 3C Cultivemos o Clima e a Comunidade para

promover a agricultura social em Portugal

30 31

Todos os anos, a Associação fortalece o seu trabalho em conjunto com os parceiros públicos e privados

A Humana entregou no marco do seu Programa de Apoio Local um cheque no valor de 9.030 Euros à Associação de Solidariedade Social Creche e Jardim de Infância “Os Reguilas”. Esta doação enquadra-se no acordo que

prevê a entrega de parte dos recursos gerados a instituições de solidariedade locais graças à gestão de 133.175 kgs de roupa recolhida nos 43 contentores presentes no Concelho do Barreiro.

Uma iniciativa similar ocorreu no Município do Entroca-mento, mediante a entrega de um cheque de 2.040 Euros, destinados a diferentes instituições da zona, com o fim de desenvolver projetos de cariz social e ambiental.

AÇÕES COM PARCEIROS VALES DE AJUDA AO VESTUÁRIO

Os Vales de Ajuda são distribuídos no âmbito do programa de Apoio Local. Têm um valor unitário de 30 euros e são atribuídos a instituições e entidades com as quais a Associação colabora, dando assim a possibilidade aos mais caren-ciados de adquirir roupa e calçado de forma gratuita na nossa rede de lojas Humana. Em 2017, foram entregues 297 vales com um valor total de 8.910 euros.

A gestão das doações de roupa permite obter recursos que se destinam a ações concretas e que causam impacto positivo na sociedade portuguesa.

A entrega de 100 Vales de Ajuda à União de Freguesias de Agualva e Mira-Sintra é um exemplo de como, através desta iniciativa, damos a oportunidade às pessoas carenciadas de adquirir de modo gratuito peças nas nossas lojas.

32 33

SOLIDARIEDADE NOS INCÊNDIOS DE PEDRÓGÃO GRANDE

A Humana organizou entre os dias 23 e 29 de junho de 2017 uma campanha de recolha de roupa usada para doar às populações mais afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande. Dia 3 de Julho a Humana entregou cerca de 1,4 toneladas de roupa na Base Militar do Regimento de Arti-lharia 4, em Leiria, para posterior distribuição aos afetados

pelo incêndio pelos Bombeiros Voluntário de Pedrógão Grande. Segundo o relatório elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, estes fogos terão afetado aproximadamente 500 habitações e 50 empresas, assim como os empregos de 372 pessoas.

3C CULTIVEMOS O CLIMA E A COMUNIDADE

Ao longo de 2017 pôs-se em marcha as bases do pro-grama 3C Cultivemos o Clima e a Comunidade com o objetivo de promover a agricultura social e urbana em Portugal. O programa parte da experiência acumu-lada pelas organizações da Humana People to People no âmbito da agricultura sustentável nos países do Sul. Formamos ativistas (os beneficiários do programa) para que façam a gestão do terreno com métodos ecológicos de cultivo de verduras e hortaliças, fomentamos a cons-ciencialização do vínculo entre a nossa alimentação e o clima, impulsionamos a relação interpessoal na horta e

promovemos hábitos e condutas saudáveis. É uma ini-ciativa integradora que procura fortalecer a comunidade local, apelar ao aproveitamento de recursos e ao consu-mo responsável.

A agricultura ecológica presente no 3C assenta no valor pelo respeito do meio ambiente, com o objetivo final de combater as alterações climáticas. O primeiro 3C começou em 2018 no município do Sei-xal com a participação de 20 ativistas e um técnico agrí-cola da Humana.

O programa 3C está atualmente implementado em Portugal, Espanha e Itália, contando com a participação de cerca de 600 pessoas.

Imagem da campanha de comunicação desenvolvida para a doação de roupa aos afetados pelos incêndios.

34 35

SENSIBILIZAÇÃO

Para além da cooperação para o desenvolvimento e a proteção do meio ambiente, fomentamos a consciencialização dos cidadãos através de várias ações e iniciativas de sensibilização. Estas são levadas a cabo num conjunto de atividades relacionadas com a prevenção de resíduos, reutilização têxtil e a sustentabilidade global.

Aos participantes é explicado o que fazer com a roupa que já não usam e seus possíveis destinos, e dessa forma, interiorizam os conceitos de reutilização e reciclagem.

Em 2018 iniciámos o novo Programa de Sensibilização da Humana, cha-mado Tecidos Educativos. O objetivo é levar a cabo diversas atividades com especial atenção às crianças, para os entreter e ensinar sobre a segunda vida da roupa.

As atividades de sensibilização organizadas durante os últimos anos são

a base do Programa Tecidos Educativos

36 37

Em 2017, a Humana organizou em colaboração com os Municípios do Barreiro e de Palmela a exposição “Educação de qualidade e desenvolvimento nos países do hemisfério Sul”. Tem como objetivo principal dar a conhecer a atividade da Humana e o seu modo de ação nos diferentes países em que está presente através dos projetos de cooperação implementados nesta área, demonstrando a importância de promover uma educação inclusiva e equitativa.

EXPO EDUCAÇÃO

A COOPERAÇÃO CULTURAL

A reutilização adquire uma nova dimensão através do nosso Programa de Empréstimo de Têxtil para iniciativas culturais. Nestas é possível colaborar com produtores de cinema, teatro e televisão, artistas e estudantes de desenho, músicos, professores e entidades coletivas. O nosso apoio vem com o valor adicional de divulgar a atividade e os obje-tivos da Humana.

As iniciativas culturais constituem excelentes oportunidades para dar relevo à gestão e reutilização do têxtil. A roupa em segunda mão é uma alternativa à compra ou confeção de novas peças de vestuário, dando vida e credibilidade à história e às personagens.

Cartaz da Estreia de "Gertrude - O Grito" 1 de setembro de 2017.

Exposições como a organizada na Biblioteca de Palmela, em Setembro de 2017, ajudam valorizar o fim social da roupa usada.

Principais empréstimos do ano:

• Fata Morgana Peça de Teatro da Boca Associação Cultural

• A Carga Filme de longa-metragem da Caracol Protagonista, Lda

• Gertrude - O grito Peça de Teatro de produção independente apoiada pela EGEAC

38

CONTAS CLARAS

anos1998-2018

Urbanização do Passil | Rua B nº 104 | Armazém A | 2890-171 | Alcochete

T. +351 21 280 15 87 | M. +351 93 205 29 27 | Fax +351 21 280 15 86

[email protected]

Valores expressos em euros.As contas anuais da Humana em 2017 foram auditadas pela Moore Stephens & Associados, SROC, SA.Consulte as contas claras na íntegra em humana-portugal.org

RECEITAS DETALHE VALOR GLOBAL (€ )

Venda de roupaReceitas procedentes da venda de vestuário em Portugal e no estrangeiro

3.281.335

Outras receitas Outras 35.867

TOTAL 3.317.201

DESPESAS E DOAÇÕES DETALHE VALOR GLOBAL (€ )

Projetos de cooperaçãopara o desenvolvimento

Fundos próprios utilizados em projetos de cooperação

105.417

Projetos de apoio local em Portugal

Fundos próprios utilizados em projetos de apoio local em Portugal

26.362

Gastos de atividade Gastos na recolha e venda de roupa 3.335.672

Outros gastos Outros gastos vários 2.703

TOTAL 3.470.154

RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO (RESERVAS) -152.953

Imp

resso em

pap

el 100% reciclad

o

humana-portugal.org

Meio ambiente, moda sustentável ecooperação para o desenvolvimento desde 1998

anos1998-2018