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Mecanismos de Acomodação | Tecnologia da Construção I Página | 1 Mecanismos de Acomodação

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    Mecanismos de

    Acomodao

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    Sumrio

    1. Verga e contra-verga........................................................03

    2. Juntas de controle.............................................................06

    3. Juntas de dilatao............................................................08

    4. Encunhamento...................................................................11

    5. Ligao estrutura/alvenaria.........................................13

    6. Cintas de amarrao........................................................18

    7. Reforo de alvenaria mediante trelias planas.......20

    8. Aspectos sobre a junta de argamassa........................23

    Marcos Vincius Ferreira

    Richard Vieira

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    Verga e Contra-verga

    Vergas so elementos estruturais lineares destinados a suportar e transmitir aes verticais mediante um comportamento predominante de flexo. Normalmente utiliza-se o termo verga quando o elemento estrutural est colocado sobre vos de aberturas de portas e janelas. E esses so os elementos mais comuns que esto submetidos flexo simples numa edificao de alvenaria estrutural.

    Verga e contra-verga executadas com blocos do tipo canaleta.

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    O comprimento do apoio da verga deve ser prolongado de maneira a criar uma maior rea para a distribuio do efeito das reaes, reduzindo a tenso aplicada na alvenaria. Vergas podem ser executadas em blocos canaleta ou podem ser feitas de concreto armado em seu local definitivo. As contra-vergas so executadas sob as aberturas das janelas com a finalidade de absorver tenses de trao que ocorrem nesta regio evitando futuras fissuras. Assim como as vergas as contra-vergas podem ser executadas em blocos canaleta ou podem ser feitas de concreto armado em seu local definitivo.

    Verga e contra-verga com transpasse adequado.

    Verga pr-fabricada de concreto.

    O dimensionamento das vergas e contra-vergas deve ser efetuado em conformidade com o modelo preconizado pela norma NBR 10837 (ABNT, 1989).

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    Juntas de controle

    As juntas de controle tm por finalidade limitar as dimenses de um painel de alvenaria a fim de evitar elevadas concentraes de tenso decorrentes da variao volumtrica, de origem higroscpica (absoro e liberao de gua) e trmica, dos elementos que o compe. Podem ser utilizadas tambm para desvincular painis de alvenaria que apresentam solicitaes diferenciadas, evitando fissuras.

    Junta de controle em execuo.

    A correta disposio das juntas de controle um dos aspectos de maior importncia na preveno de eventuais problemas patolgicos da edificao. Observada sua necessidade, recomenda-se sua utilizao, preferencialmente:

    - Onde h variao brusca na altura da parede (figura a) - Onde h variao na espessura da parede (figura b) - Prximo s interseces de paredes em L, T ou U (figura c)

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    A determinao do espaamento entre as juntas de controle depende de diversos fatores. Entre eles esto as propriedades do componente, os fatores climticos, o tipo de argamassa, as condies de exposio da parede, suas restries vinculares, carregamento, etc.

    Distncia entre juntas de controle (adaptado de THOMAZ, 2000)

    A espessura da junta de controle , usualmente, da ordem de 10 mm. Esta dimenso adotada a fim de no evidenciar a junta de controle, tornando-a semelhante a uma junta de argamassa. As juntas de controle podem ser de expanso ou de retrao. Juntas de expanso ocorrem, por exemplo, no caso de alvenarias de blocos cermicos, onde o volume da unidade tende a aumentar quando da absoro de gua. Juntas de retrao ocorrem, por exemplo, no caso de alvenarias de blocos de concreto, cujas unidades tendem a diminuir de volume quando da evaporao de gua. Assim, so adotadas diferentes solues de selagem de juntas, apresentadas na figura 5.34,conforme a movimentao esperada.

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    Juntas de

    expanso

    Juntas de retrao

    Juntas de dilatao

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    Uma junta de dilatao pode ser definida como sendo uma separao entre duas partes de uma estrutura para que estas partes possam movimentarrelao outra, sem que haja qualquer transmisso de esforo entre elas.Quando se fala em junta de dilatao, visualizamos uma separao entre dois blocos de um prdio ou entre lances de uma ponte. Entretanto, so tambm juntas aquelas que separam placas de pavimentao, panos demoldados, etc. As juntas diferenciamque recebem para ved-las em funo da ordem de amplitude desses movimentos.

    A localizao e a direo das juntas, no sentido vertical ou horizontal, a amplitude do seu movimento e o uso a que se destina na rea que elas atravessam, so fatores que precisam ser levados em conta no desenho das juntas e na specificao dos produtos e sistemas de sua vedao.Ao estudar a colocao e a forma das juntas, devediversas influncias externas, que possam afetar oda junta, tais como: - contrao devido cura; - movimento devido umidade;- movimento trmico; - recalque da estrutura; - foras lineares; - fixao dos elementos que estaro sobre a estrutura, etc.

    So os seguintes os principais sistemas de vedao de juntas: a) Mastiques de enchimento.

    b) Mantas asflticas.

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    Uma junta de dilatao pode ser definida como sendo uma separao entre duas partes de uma estrutura para que estas partes possam movimentarrelao outra, sem que haja qualquer transmisso de esforo entre elas.

    e fala em junta de dilatao, visualizamos uma separao entre dois blocos de um prdio ou entre lances de uma ponte. Entretanto, so tambm juntas aquelas que separam placas de pavimentao, panos de revestimento de elementos pr moldados, etc. As juntas diferenciam-se pela amplitude do movimento,

    las em funo da ordem de amplitude desses movimentos.

    A localizao e a direo das juntas, no sentido vertical ou horizontal, a amplitude do seu movimento e o uso a que se destina na rea que elas atravessam,

    ores que precisam ser levados em conta no desenho das juntas e na specificao dos produtos e sistemas de sua vedao. Ao estudar a colocao e a forma das juntas, deve-se considerar detalhadamente as diversas influncias externas, que possam afetar o concreto e influir no desempenho

    movimento devido umidade;

    fixao dos elementos que estaro sobre a estrutura, etc.

    So os seguintes os principais sistemas de vedao de juntas: a) Mastiques de enchimento.

    b) Mantas asflticas.

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    Uma junta de dilatao pode ser definida como sendo uma separao entre duas partes de uma estrutura para que estas partes possam movimentar-se, uma em relao outra, sem que haja qualquer transmisso de esforo entre elas.

    e fala em junta de dilatao, visualizamos uma separao entre dois blocos de um prdio ou entre lances de uma ponte. Entretanto, so tambm juntas aquelas

    de elementos pr e o tratamento

    las em funo da ordem de amplitude desses movimentos.

    A localizao e a direo das juntas, no sentido vertical ou horizontal, a amplitude do seu movimento e o uso a que se destina na rea que elas atravessam,

    ores que precisam ser levados em conta no desenho das juntas e na

    se considerar detalhadamente as e influir no desempenho

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    c) Perfis de borracha ou PVC.

    d) Perfis de borracha ou PVC chumbados no concreto (Fugenband).

    e) Dispositivos mecnicos de desligamento.

    Uso dos sistemas

    a)Mastiques de enchimento Os mastigues de enchimento devem ser usados para juntas de pequena amplitude de

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    movimento, no mximo de 2mm a 5mm. So 3 casos de juntas de separao da pavimentao de pisos plaqueados e peas pr-moldadas, etc.

    b)Mantas asflticas As mantas asflticas servem para vedar juntas de dilatao como as usadas para separar blocos de edifcios, com amplitude de movimento entre 5mm e 15mm. Os detalhes de execuo so mostrados mais abaixo.

    c) Perfis de borracha ou PVC colocados sob presso: As juntas nucleadas (pressurizadas) so adequadas para juntas de grande amplitude de movimento.

    De acordo com os fabricantes, servem para absorver movimentos at 135mm.

    d)Os perfis tipo Fugenband so geralmente usados em conjunto com uma outra vedao ao nvel da superfcie, pois sozinhos no oferecem segurana.

    e)Sistemas mecnicos So usados somente em casos muito especiais e no existem sistemas prontos para uso.

    Encunhamento

    O encontro entre a alvenaria de vedao e a estrutura de concreto do pavimento superior uma regio onde podem ocorrer fissuras. Isso acontece, pois a estrutura pode transmitir os esforos aos quais est submetida para a alvenaria e tambm, pela retrao da argamassa quando esta seca.

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    Para prevenir as fissuras, necessrio empregar materiais e tcnicas que possam absorver estes esforos e maximizar a aderncia entre estas partes da construo. O encunhamento com argamassa expansiva uma destas solues e deve ser utilizado quando a estrutura pouco deformvel.

    Para sua execuo, a alvenaria deve ter sido concluda h no mnimo 14 dias, e a superfcie deve estar totalmente limpa, sem qualquer tipo de p, leo, eflorescncias ou outros materiais que prejudiquem a aderncia. O encunhamento deve ser realizado de cima para baixo, com intervalo mnimo de 24 horas entre os pavimentos, de maneira a dar tempo para a estrutura se deformar.

    DIRETRIZES Retardar ao mximo (7 a 14 dias);

    Colocar antes toda a carga permanente possvel (ex: contrapiso)

    Fazer cortes para o embutimento das instalaes (eltricas, hidrulicas,...) antes da fixao.

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    No mnimo 3 ou 4 pavimento de alvenaria j executados acima do que ser executada a fixao.

    Executar a fixao dos pavimentos superiores para os inferiores (alternativa em conjuntos de 3 ou 4 pavimentos de cima para baixo)

    Estrutura / Alvenaria (ligao)

    Nas ligaes das alvenarias com a estrutura devem ser considerados os gradientes trmicos nas fachadas, as dimenses dos panos e a flexibilidade da estrutura; para estruturas muito flexveis (por exemplo, estruturas pr-moldadas isostticas, estruturas reticuladas de grandes vos, etc.), deve-se adotar detalhes construtivos especiais, como por exemplo, os apresentados na Figura 1.

    No caso de ligaes convencionais, com materiais rgidos e estruturas de concreto armado, independentemente do dispositivo de fixao a ser utilizado, deve-se proceder inicialmente vigorosa limpeza das faces do pilar, com completa remoo do desmoldante. Aps a limpeza, as faces de arranque das alvenarias devem receber camada de chapisco rolado ou com chapisco industrializado. No assentamento, os

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    blocos devem ser fortemente pressionados contra o pilar, resultando refluxo de argamassa e total compacidade da junta. O projeto da alvenaria deve definir a forma de ligao das paredes com pilares para prevenir futuros destacamentos.

    Ligaes mais fortes podem ser obtidas com armaes de espera introduzidas na armadura do pilar (ferros dobrados, faceando a frma internamente), ou com ferros-cabelo posteriormente colados em furos executados com brocas de vdea 8mm (colagem com resina epxi); nos casos correntes recomenda-se introduzir um ferro de 6mm a cada 40 ou 50 cm, com transpasse em torno de 50cm para o interior da alvenaria e com penetrao no pilar de 6 a 8 cm. Canaletas assentadas na posio dos ferros-cabelo, posteriormente preenchidas com graute, produzem ligaes ainda mais fortes e absorvem diferenas no posicionamento das armaes em relao s fiadas. A ligao pode ainda ser executada com gancho / estribo de dois ramos, situaes ilustradas na Figura 2.

    Diversas pesquisas j realizadas comprovam uma maior eficincia da tela soldada em relao a outros modelos de ligao quando avaliadas as resistncias ao arrancamento e ao cisalhamento.

    No entanto, a escolha do sistema est diretamente relacionada ao tipo e vo da estrutura a ser fechada e da geometria da alvenaria de vedao, que deve ser definida em projeto especfico de alvenaria, de acordo com as necessidades da obra. A utilizao de telas soldadas como componente de ligao nas interfaces entre alvenaria e pilar associado ou no ao sistema de trelias planas de ao possibilita evitar o surgimento de fissuras indesejveis nessas regies. Tambm podem ser utilizadas para amarrao entre alvenarias, dispensando a tradicional amarrao entre blocos, aumentando a produtividade e racionalizando o servio (Figura 7).

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    Essas telas soldadas so produzidas com fio de 1,65mm de dimetro e malha de 15x15mm, galvanizadas, o que proporciona maior proteo contra corroso.

    As dimenses da tela devem ser definidas de acordo com a espessura da alvenaria (largura dos blocos) e devem ficar embutidas na junta vertical de argamassa entre parede e pilar, com a tela dobrada para cima. Essas telas so entregues em comprimento de 50cm e com 6,0; 7,5; 10,5 e 12 cm de largura.

    A execuo da fixao muito importante para o sucesso do sistema de fixao lateral, uma vez que o erro na fixao pode levar ao comprometimento da deformao levando ocorrncia de fissuras.

    No caso de ligao com estruturas metlicas, as ancoragens podem ser executadas com insertos de aos soldados nos pilares e chumbados nas juntas horizontais de assentamentos, seguindo-se os mesmos preceitos estabelecidos nas alneas anteriores (bitolas, espaamentos, transpasses,emprego de meio-blocos,

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    canaletas, telas de reforo no revestimento, etc.). A Figura 3 e a Figura 4 ilustram algumas possibilidades de ligaes entre alvenarias e pilares metlicos.

    Em funo de acentuadas diferenas entre as propriedades fsicas dos aos e dos materiais constituintes das alvenarias (mdulo de deformao, coeficiente de dilatao trmica), e principalmente em funo da dificuldade de conseguir-se boa aderncia entre um material ptreo e um metal, particularmente nas paredes de fachada mais segura a adoo de juntas flexveis nos encontros entre pilares e paredes, com detalhes idnticos queles apresentados na Figura 1.

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    As alvenarias de vedao podem ainda ser posicionadas externamente estrutura de ao,apoiando-se em pequenos balanos das lajes de piso ou, no caso de sobrados, sendo elevadas desde as fundaes; nessa ltima hiptese, deve-se cuidar para que os blocos cermicos apresentem resistncia suficiente para suportar o peso prprio da parede com p-direito mais elevado.

    Sempre que as estruturas forem intencionalmente flexveis, com deformaes que sabida-mente superam a capacidade de acomodao das alvenarias, detalhes construtivos apropriados devem ser adotados nos encontros das alvenarias com as vigas ou lajes, conforme Figura 5. A ancoragem superior das paredes, nesse caso, pode ser feita com insertos de ao (ferro de 6mm, espaamento em torno de 2m), fixados nas vigas ou lajes mediante furao (broca 8mm, profundidade do furo 5 a 6cm), limpeza e colagem com resina epoxy. O acabamento da junta pode ser executado com selante flexvel, podendo-se optar pelo emprego de moldura de gesso (roda-teto).

    Para as ligaes com vigas de ao ou lajes mistas steel deck valem as mesmas recomendaes anteriores, ressaltando-se mais uma vez que as alvenarias de fachada podem ser posicionadas externamente estrutura, conforme detalhe ilustrado na Figura 6.

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    Cintas de amarrao

    As cintas so fiadas compostas por blocos canaleta preenchidos com graute ou concreto e armadura. A funo das cintas dar travamento ao prdio como um todo, transmitir areao da laje alvenaria, uniformizando-a, e combater efeitos provocados por retrao e variao de temperatura. Deste modo, so indicadas abaixo da laje em todas as paredes e a meia altura, nas paredes externas, por estarem expostas s intempries. A cinta a meia altura executada nas paredes externas pode ser aproveitada como contraverga de algumas aberturas, o que favorvel para o aspecto econmico. As cintas em geral no so calculadas, admitindo-as de altura igual a um

    bloco canaleta e armadura construtiva.

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    No caso de lajes de cobertura, devido a problemas de fissurao no ltimo pavimento dos edifcios, causada pela movimentao da laje sujeita a elevadas variaes trmicas, o procedimento adotado deve ser um pouco diferente dos demais pavimentos. Recomendam-se juntas horizontais de dilatao como mostra o detalhe:

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    Reforo de alvenaria mediante

    trelias planas

    O avano da tecnologia do ao e do concreto, aliada a necessidade de alta produtividade com custos cada vez mais baixos na construo de edificaes, resulta em estruturas cada vez mais especficas e, por conseqncia, mais deformveis. O reflexo disso est na grande quantidade de paredes fissuradas, motivo de grande preocupao entre os engenheiros.

    O Murfor (trelia plana), que consiste em uma trelia plana de ao, composta por duas barras longitudinais e uma senide interligando-as, pode ser empregado

    sobre a argamassa de assentamento entre camadas de bloco, para combater as tenses de trao e cisalhamento da alvenaria.

    A tcnica, considerada simples e inovadora, tem sido muito empregada em pases da Europa e EUA, que ainda contempla a velocidade das obras, trazendo aumento de produtividade de at 50%.

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    A utilizao do Murfor nas alvenarias de vedao tem proporcionado uma maior racionalizao na montagem das estruturas, isso porque possibilita a eliminao de vergas e contra vergas e minimizao de uso de outros elementos enrijecedores, como cintas e pilaretes. Em alguns casos, dependendo do projeto realizado para a edificao e do seu dimensionamento, possvel eliminar todos os elementos enrijecedores das alvenarias de vedao, diminuindo esforo de trabalho para sua realizao.

    Principais Aplicaes

    Acomodaes do terreno (recalques diferenciais do solo). Quando uma edificao est construda sob solos moles ou quando o terreno estiver sujeito a recalques diferenciais, o reforo das paredes ou muros com Murfor (trelias planas) pode reduzir consideravelmente os problemas de alvenarias resultantes dessas movimentaes. Esses movimentos no terreno causam deformaes nos elementos construtivos, provocando tenses indesejveis nas alvenarias.

    Paredes autoportantes de grande altura Com o uso do reforo mediante trelias planas, racionaliza-se a construo de cintas e pilaretes para a estabilidade das paredes. A construo dessas cintas exige a participao de outros profissionais (carpinteiros e armadores).Com a utilizao da trelia diminumos a incidncia desses elementos (cintas e pilaretes), ocasionando grande produtividade e economia.

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    Vergas e contravergas (controle de fissurao) Vergas sobre aberturas de portas e janelas. A trelia plana previne as fissuras causadas por concentrao de tenses ao redor de portas e janelas.

    Paredes divisrias sujeitas a deformaes da estrutura Paredes divisrias internas, sobre lajes ou vigas A trelia plana melhora o desempenho trao da alvenaria. As cargas provenientes da deformao da estrutura podem ser absorvidas e controladas com a aplicao da trelia, evitando assim a formao de fissuras.

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    Juntas de argamassa

    As juntas de assentamento em amarrao facilitam a redistribuio de tenses provenientes de cargas verticais ou introduzidas por deformaes estruturais e movimentaes higrotrmicas. As juntas a prumo no propiciam o espalhamento das tenses, tendendo as paredes a trabalharem como uma sucesso de pilaretes. As paredes devem ser projetadas com blocos contra-fiados, ou seja, com defasagem de meio bloco entre fiadas sucessivas, embora sobreposies no inferiores a um tero do bloco sejam aceitveis.

    A ausncia de argamassa nas juntas verticais (juntas secas) repercute na resistncia ao cisalhamento da alvenaria, resistncia ao fogo, ao desempenho termoacstico, resistncia a cargas laterais e capacidade de redistribuio das tenses desenvolvidas nas paredes. O no preenchimento de juntas verticais com argamassa no contribui para a melhoria do desempenho estrutural das edificaes em alvenaria, tem pouco efeito na resistncia compresso, mas afeta a resistncia flexo e ao cisalhamento da parede. Sendo assim, no se recomenda em nenhuma circunstncia adoo de juntas secas nas alvenarias estruturais.

    Quanto espessura, as juntas de assentamento de argamassa devem ser, preferencialmente, de1cm com preenchimento longitudinal total em forma de cordes de argamassa, tanto horizontal quanto verticalmente. A resistncia compresso da alvenaria diminui em aproximadamente 15% para cada aumento de 3mm da espessura da junta, em relao a uma junta ideal de 10mm. A NBR8798 (ABNT, 1985) especifica a espessura dos cordes de argamassa em 10mm com tolerncia de 3mm para mais ou para menos, proibindo-se calos de qualquer natureza.