mcluhan e kerckhove

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Trabalho Trabalho Trabalho Trabalho Teórico Teórico Teórico Teórico – Teorias da Comunicação Teorias da Comunicação Teorias da Comunicação Teorias da Comunicação – “McLuhan e Kerck McLuhan e Kerck McLuhan e Kerck McLuhan e Kerckhove ove ove ove” 1 Curso: Curso: Curso: Curso: Educação e Comunicação Multimédia Pós-Laboral - 1º ano Disciplina: Disciplina: Disciplina: Disciplina: Teorias da Comunicação Docente: Docente: Docente: Docente: José Carlos Sá Discente Discente Discente Discente: Carmen Almeida – nº 110236002 Data: Data: Data: Data: 9 de Janeiro de 2012

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Trabalho sobre McLuhan e Kerckhove.

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Curso:Curso:Curso:Curso: Educação e Comunicação Multimédia Pós-Laboral - 1º ano

Disciplina:Disciplina:Disciplina:Disciplina: Teorias da Comunicação

Docente: Docente: Docente: Docente: José Carlos Sá

DiscenteDiscenteDiscenteDiscente:::: Carmen Almeida – nº 110236002

Data:Data:Data:Data: 9 de Janeiro de 2012

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ÍndiceÍndiceÍndiceÍndice

Índice 3

Introdução 4

1 – Herbert Marshall McLuhan – Breve biografia 5

2 – Derrick De Kerckhove - Breve biografia 6

3 – De McLuhan a Kerckhov – O mestre e o discípulo 7

Conclusão 16

Webgrafia 17

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IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução Durante este trabalho pretendo demonstrar a visão defendida por Herbert Marshall

McLuhan e Derrick de Kerckhove face aos meios de comunicação e à sua influência na vida do

ser humano.

Uma das teorias mais polémicas de Marshall McLuhan foi: “o meio é a mensagem”. Pois,

se outros teóricos se preocupavam com que a mensagem chegasse ao seu destinatário,

McLuhan alterou esta visão pois revolucionou as teorias da comunicação criando este jogo de

palavras com o único objectivo de alertar a humanidade para o estudo do meio tecnológico, e

não da mensagem.

A tecnologia faz parte da vida do homem, pois com a sua evolução tornou-se uma

extensão do ser humano. Sendo assim, actualmente, a humanidade já não vive sem toda a

tecnologia que a rodeia e faz parte da sua vida, da sua existência.

Derrick de Kerckhove, sendo o herdeiro intelectual de de Mcluhan ultrapassa o seu

mestre, aprofunda as suas pesquisas e apresenta-nos novos conceitos como: Tech-lag,

Tecnofetichismo, Tecnopsicologia, Psicotecnologia, ciberdesign, ciberdesigner e cibercorpo.

Assim o trabalho tem como objectivo aprofundar e explorar todas estas teorias e

conceitos.

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1 1 1 1 –––– Herbert Marshall Herbert Marshall Herbert Marshall Herbert Marshall McLuhanMcLuhanMcLuhanMcLuhan –––– Breve biografiaBreve biografiaBreve biografiaBreve biografia A 21 de Julho de 1911 nasceu Herbert Marshall

McLuhan, em Edmonton, Canadá.

McLuhan, em 1932, começou por estudar engenharia,

na Universidade de Manitoba mas, em 1934, acabou por se

formar em Literatura Inglesa Moderna.

Leccionou na Universidade de Wisconsin, entre 1936 e

1937. Em 1939 acabou por fazer o seu mestrado em

Cambridge e doutorou-se, em 1943, com uma tese sobre o

autor satírico inglês Thomas Nashe.

Entre 1944 e 1946, foi professor na Universidade de Assumption, em Ontário e, na

Universidade de Toronto, entre 1946 e 1979. Das suas cerca de 15 obras, há que realçar: “The

Medium is the Massage: An Inventory of Effetcs” e “War and Peace in the Global Village”.

McLuhan introduz na humanidade as frases "o impacto sensorial", "o medium é a

mensagem" e "aldeia global" como metáforas para a sociedade contemporânea, ao ponto de se

tornarem parte da linguagem do dia-a-dia.

MacLuhan alcançou uma grande notoriedade internacional com ideias que têm

estimulado milhares de artistas, intelectuais e jornalistas, em todo o mundo, ao ponto da revista

Fortune o nomear como "Uma das principais influências intelectuais do nosso tempo".

As suas publicações contribuíram para combater a inércia de um público tanto

académico como popular, numa altura em que o optimismo estava na moda. Segundo a revista

The New Yorker, "O que continua importante é a postura global de McLuhan e a sua busca do

novo. Ele deu o impulso necessário ao grande debate sobre o que está a acontecer ao Homem

nesta idade de rápida aceleração tecnológica".

McLuhan, em Setembro de 1979, sofreu uma trombose que o deixou incapaz de falar, ler

ou escrever e acabou por morrer, durante o sono, a 31 de Dezembro de 1980.

Na sua última aparição na televisão, na Universidade de York, em Toronto, na Primavera

de 1979, fez uma síntese final da sua teoria. Tinha começado a olhar todos os artefactos

humanos, desde os primeiros instrumentos até aos média electrónicos, incluindo os

computadores, como extensões do corpo humano e do seu sistema nervoso e como

componentes da evolução humana.

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2222 –––– Derrick De Derrick De Derrick De Derrick De KerckhoveKerckhoveKerckhoveKerckhove –––– Breve biografiaBreve biografiaBreve biografiaBreve biografia Derrick De Kerckhove nasceu na Bélgica em

1944 e foi naturalizado canadense. É professor no

Departamento de Francês da Universidade de

Toronto. Foi nesta universidade que, em 1975,

efectuou o seu Doutoramento em Língua e Literatura

Francesa, seguido de outro Doutoramento de Arte em

Sociologia da Universidade de Tours (França) em

1979.

Kerckhove dirige há mais de 20 anos o

Programa McLuhan em Cultura e Tecnologia da Universidade de Toronto. Trabalhou durante a

década de 1970 como aluno-assistente e co-autor de Marshall McLuhan. O Programa McLuhan,

bem como o trabalho de McLuhan em si mesmo, é dirigido para a compreensão de como as

tecnologias afectam e influenciam a sociedade.

Durante todo o tempo em que Kerckhove trabalhou no Programa McLuhan, aproveitou

para aprofundar as ideias de McLuhan e, a partir delas, desenvolveu outras teorias originais,

como a antológica obra “The Skin of Culture”, considerada o Manifesto da Psicotecnologia, um

novo ramo da psicologia que estuda a condição psicológica das pessoas que vivem sob a

influência das transformações tecnológicas.

Kerchove foi um membro do comité responsável pela concepção de uma política cultural

para a comunidade francófona em Ontário e do comité do governo de Ontário sobre a estratégia

de telecomunicações. Desenvolveu, também, actividades educativas e trabalhos académicos,

numa tecnologia arquitectónica urbana, que visam a alteração da visão da sociedade e a

construção de uma Praça de Aldeia Global que possibilita a comunicação por vídeo através de

uma interligação permanente entre as praças das cidades do mundo, Nápoles, Milão, Siena,

Paris, Varsóvia, São Paulo, Seul. Com a experiência actual, Kerckhove, espera inspirar outras

cidades a tornarem-se os nós deste Praça de Aldeia Global.

Kerckhove pesquisa os novos caminhos do cruzamento da comunicação com a

tecnologia digital. E mais do que isso, o seu trabalho tem aberto novas frentes para a

compreensão do impacto da tecnologia sobre a sociedade mundial.

Para Kerckhove, “já entramos na sociedade conectiva. A nova experiência psicológica

resultante dos últimos avanços tecnológicos, que deram origem a um novo ser humano, que

combina a sua subjectividade com a conectividade.” Os seus trabalhos nos média, Internet e

inteligência conectiva fizeram dele um dos teóricos mais influentes da comunicação.

Page 7: McLuhan e Kerckhove

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3333 –––– De De De De McLuhanMcLuhanMcLuhanMcLuhan a Kerckhova Kerckhova Kerckhova Kerckhov –––– O mestre e o discípuloO mestre e o discípuloO mestre e o discípuloO mestre e o discípulo

Marshall McLuhan parte de uma ideia central: o Meio é a Mensagem. Trata-se de uma

formulação excessiva pela qual McLuhan pretende sublinhar que o meio, geralmente visto como

um simples canal de passagem do conteúdo comunicativo, um mero veículo de transmissão da

mensagem, é um elemento determinante da comunicação.

Enquanto suporte material da comunicação, o meio, tende a ser definido como

transparente, inócuo, incapaz de determinar positivamente os conteúdos comunicativos que

veícula. A sua única incidência no processo comunicativo seria negativa, causa possível de

ruído ou obstrução na veículação da mensagem. Mas McLuhan vem revolucionar esta crença,

pois chama a atenção para o facto de uma mensagem proferida oralmente ou por escrito,

transmitida pela rádio ou pela televisão, pôr em jogo, em cada caso, diferentes estruturas

perceptivas, desencadear diferentes mecanismos de compreensão, ganhar diferentes contornos

e tonalidades, adquirir diferentes significados. Ou seja, para McLuhan, o meio, o canal, a

tecnologia em que a comunicação se estabelece, não apenas constitui a forma comunicativa,

mas determina o próprio conteúdo da comunicação.

Partindo desta ideia/tese central, McLuhan vai desenvolver uma dupla operação:

1) estudar a evolução dos meios comunicativos usados pelos homens ao longo da

sua história;

2) identificar as características específicas de cada um desses diferentes meios

de comunicação.

São estes dois vectores de investigação que estão na raiz das duas obras fundamentais

de MacLuhan:

• “Understanding Media”, de 1964, na qual MacLuhan procura determinar as

propriedades diferenciadores de cada um dos meios de comunicação;

• “The Gutenberg Galaxy”, de 1962, a obra mais importante de McLuhan, na

qual procede à análise da evolução mediática que, a seu ver, é determinante nas

transformações da cultura humana.

McLuhan vai, então, distinguir três grandes períodos, culturas ou galáxias: a cultura oral

ou acústica, a cultura tipográfica ou visual (Galáxia de Guttenberg) e a cultura electrónica.

A cultura oral ou acústica, própria das sociedades não-alfabetizadas, cujo meio de

comunicação por excelência é a palavra oral (dita e ouvida), a cultura tipográfica ou visual que

caracteriza as sociedades alfabetizadas e que, pelo privilégio atribuído à escrita e,

consequentemente, à leitura, se traduz na valorização do sentido da visão e a cultura

electrónica, de que se podem actualmente pressentir alguns sinais e que é determinada pela

velocidade instantânea que caracteriza os meios eléctricos de comunicação e pela integração

sensorial para que esses meios apelam.

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A cada uma destas configurações ou galáxias corresponde uma forma própria de

pensamento por parte do homem em relação ao mundo e à sua colocação no mesmo.

Assim, fundado na palavra oral, na sua capacidade de modulações infinitas e na sua

proximidade aos factos de consciência, sentimentos e paixões, o homem da cultura oral está

próximo de si e das coisas, preparado para distinguir as subtis variações dos seus afectos e

para ter acesso a uma rica, densa e multiforme experiência do mundo. Pelo contrário, a palavra

escrita, ao privilegiar um sentido único, a visão, reduz a capacidade expressiva e comunicativa

da experiência subjectiva do mundo, da sua densidade e pluridimensionalidade. Composta por

elementos móveis, a escrita determina uma consciência linear, um método de segmentação

homogénea, um processo de fragmentação das tarefas cognitivas, um modo de vida repetitivo e

uniformizante entre indivíduos singulares.

Por outro lado, a palavra oral suscita a criatividade de quem fala e de quem ouve,

estimula a imaginação, deixa que o ouvinte interprete livremente as realidades e acontecimentos

de que ela fala, ao passo que a escrita fomenta a adopção de um ponto de vista único,

desenvolve a uniformidade de quem escreve e de quem lê, suscita a ordenação lógica do

discurso permitindo a construção de saberes racionais.

Mas a palavra falada é também uma palavra ouvida e, como tal, a cultura oral/acústica

supõe a constituição de fortes relações grupais. É certo que, limitada no espaço pela

audibilidade da voz, a palavra oral só percorre distâncias curtas; limitada no tempo pela

efemeridade e fugacidade da sua elocução, só permanece em memórias colectivas. Mas, por

isso mesmo, os ouvintes tendem a manter-se próximos, ligados entre si por nichos familiares e

de estreita convivencialidade, relações tribais ou laços de cidadania e pela necessidade de

manter viva uma memória colectiva.

No que diz respeito à escrita, sobretudo quando a sua reprodutibilidade é sustentada

pela imprensa, a sua permanência no espaço e no tempo torna possível a constituição de

colectividades nacionais alargadas, sociedades dispersas por extensões geográficas

consideráveis, permite a constituição regulada de memórias externas, registos, inventários,

arquivos de toda a espécie mediante os quais se garante a eficácia judicativa da lei, se criam

condições para a extensão da cultura, para a formação de um público laico, para a

democratização da instrução, para a construção e vulgarização do saber.

Relativamente aos meios de comunicação electrónicos, a sua instantaneidade, a

velocidade com que a difusão das mensagens é feita, o carácter massivo da sua recepção

(difusão), não só permite a partilha de experiências distantes e exóticas, como promove um

novo tipo de aproximação social, agora em larga escala. Como McLuhan escreveu no Prólogo

The Gutenberg Galaxy, "A era electrónica, que sucede à era tipográfica e mecânica dos

quinhentos últimos anos, coloca-nos face a novas formas e a novas estruturas de

interdependência humana". Por outro lado, o facto de os meios electrónicos de comunicação,

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em especial os audiovisuais, se dirigirem de forma directa e envolvente à sensibilidade múltipla

do espectador, tendo como efeito um apelo à integração sensorial, desencadeando uma

apreensão pluridimensional e polimórfica, numa palavra, permitem restaurar a riqueza

expressiva da comunicação oral. Desta forma conclui-se que MacLuhan defende que as novas

formas de interdependência que a tecnologia electrónica arrasta consigo estão, afinal, a recriar o

mundo à imagem de uma "aldeia global" atravessada, e mesmo constituída, por redes altamente

complexas de meios de comunicação.

É neste contexto de previsão das consequências futuras, que a revolução tecnológica em

curso irá desencadear, que surgem as breves mas esclarecedoras referências de McLuhan à

inevitável transformação da Escola. Na verdade, embora a obra de McLuhan esteja toda ela

atravessada por inúmeras referências à instituição escolar e às figuras próprias da sua estrutura

comunicativa (a lição, o livro, a leitura em voz alta, o ditado, a gramática, o teste/exame, etc.)

tais noções, enquanto dispositivos escolares, não são objecto de uma tematização desenvolvida

e intencional. É apenas no último capítulo de Understanding Media, “A automação - Aprender

um modo de vida”, que tal acontece de forma mais explícita e consistente.

A escola, tal como é conhecida hoje em dia, com os seus currículos segmentados, os

seus programas especializados, as suas salas separadas, os seus horários rígidos, a sua

disciplinareidade estanque, é para McLuhan uma figura irremediavelmente condenada. Co-

extensiva com a cultura Guttenberguiana de que constitui uma das mais significativas

realizações, a escola e o tipo de ensino que nela se opera e produz, obriga à apresentação

disciplinada das ideias em enunciados formais de acordo com conexões lógicas explícitas, ao

estabelecimento de sucessões discursivas lineares. Baseada na lição, na escrita, no livro, na

segmentação curricular, a escola tradicional promove uma aprendizagem sequencial, cumulativa

e fragmentária que vai ter como efeito mais notório a ruptura entre as duas culturas: o

humanismo eloquente e erudito e a especialização técnico-científica.

Pelo contrário, segundo McLuhan, a cultura electrónica, ao proceder por instantaneidade

eléctrica e por estimulação súbita dos vários sentidos, faz apelo à percepção global dos dados, à

simultaneidade sensorial e à integração intelectual, aponta para uma estrutura interdisciplinar

dos currículos e promove a integração dos saberes. Simultaneamente, ao permitir, e mesmo

solicitar, a participação activa do estudante no seu próprio processo de aprendizagem, ao

colocar à sua frente um universo permissivo onde a exploração imaginativa é livre de

estabelecer encontros, aproximações, agregados sugestivos, redes analógicas insuspeitadas, a

escola cibernética do futuro fará desaparecer a contradição entre os princípios de trabalho e

lazer.

Tendo em atenção a teoria de McLuhan teremos de falar num dos seus principais

herdeiros intelectuais, Derrick De Kerckhove, que trabalhou como aluno-assistente e co-autor de

Marshall McLuhan. Kerckhove aprofundou as ideias de McLuhan e, a partir delas pesquisou

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novos caminhos do cruzamento da comunicação com a tecnologia digital. Uma das suas

pesquisas mais importantes assenta na forma como os média podem revolucionar a pedagogia

e o conhecimento.

No Livro “A Pele da Cultura”, Kerckhove faz uma investigação da nova realidade

electrónica, através da análise do funcionamento de algumas tecnologias: como a dos aparelhos

de TV e a sua possível fusão com os computadores; a realidade virtual e as redes neurais,

proporcionadas por chips e interfaces, cada vez mais avançadas. Estes aspectos são

observados por Kerckhove através das visões Tecnopsicológicas e Psicotecnológicas.

Desta forma, Kerckhove, aborda vários conceitos que facilitam a compreensão dos

efeitos produzidos pelas tecnologias eléctricas: Tech-lag, Tecnofetichismo, Tecnopsicologia e a

Psicotecnologia.

Com a apresentação do conceito de Thec-Lag, Kerckhove, defende a ideia de que por

mais importante e útil que seja a tecnologia, a mesma não se pode impor a um público que não

esteja preparado. Pois, por exemplo, o fax aquando do seu aparecimento teve de esperar algum

tempo até que fosse realmente absorvido e aceite pela sociedade. Hoje em dia, a realidade

virtual encontra-se numa situação probatória, aguardando desde o seu aparecimento um espaço

na nossa “psicologia colectiva”.

Relativamente ao Tecnofetichismo, a sua aplicação adequa-se a pessoas viciadas em

determinados produtos e que esperam sempre que eles façam algo mais do que o pretendido,

mesmo que esta capacidade extra seja inútil, que não seja utilizada. Esta capacidade faz com

que o individuo se sinta no controlo pois, sem esta capacidade extra do produto, o individuo

sentir-se-ia limitado.

A Tecnopsicologia ganha forma através do estudo desenvolvido pela Psicologia, que visa

a análise das condições psicológicas das pessoas que vivem sob a influência da inovação

tecnológica. Enquanto que a Psicotecnologia é caracterizada por qualquer tecnologia que

aumenta, estende ou amplifica o poder da mente humana. Mas estas tecnologias não só

prolongam as propriedades de envio e recepção da consciência, como também a penetram e

modificam.

Deste modo Kerckhove considera que a televisão, independentemente do programa ser

transmitido ao vivo ou através de uma gravação, funciona como uma extensão dos olhos e

ouvidos humanos relativamente ao local de produção das imagens. Sendo assim, pode

considerar-se que o processamento da informação se realiza na tela e não no indivíduo. Deste

modo e em conclusão pode afirmar-se que as psicotecnologias permitem que a consciência seja

projectada para o exterior do ser humano e que seja vista de modo objectivo.

Ainda em relação ao impacto da televisão sobre o indivíduo, surge o conceito de “colapso

do intervalo” onde é destacada a incapacidade do telespectador para obter alguma reacção

consciente sobre as informações veiculadas, já que estas são expostas a uma velocidade que

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dificulta a sua assimilação.

Além da TV, outro exemplo de psicotecnologia é o alfabeto, que permitiu uma transição

da cultura tribal para a escrita, em que o homem se torna um ser mais individualizado. Desta

forma há que recuar no tempo até aos povos Sumérios, onde se verifica o surgimento do

dinheiro e da escrita. Embora seja com o desenvolvimento do alfabeto, inventado pelos Gregos,

que são apresentados os pensamentos mais interessantes sobre a sua contribuição para a

tecnologia. O sistema Ocidental de escrita, da esquerda para a direita, responsável pelo

desenvolvimento do lado esquerdo do cérebro, foi fundamental para que o indivíduo pudesse ter

percepções importantes, que contribuíssem na construção da tecnologia. Sendo assim, entende-

se que o advento do alfabeto e da imprensa, passa a exigir do sujeito um nível de leitura e

compreensão de si e do mundo (inclusive visual), muito mais objectivo, em detrimento das

técnicas e meios anteriores, como a escrita ideográfica, que permitiam uma implicação e um

envolvimento maiores entre o sujeito e a subjectividade.

Posteriormente, com a instituição da tipografia, o individualismo firma-se e surge o

sentimento de nacionalismo. Esse processo é detalhado no livro “A Galáxia de Gutenberg”, de

McLuhan, e demonstra que as tecnologias são extensões dos sentidos humanos e também das

suas faculdades psicológicas.

Seguidamente, iniciaram-se outras transformações tecno-sensoriais através da

eletricidade. O rádio, o telefone e a internet, por exemplo, vêm aproximar as pessoas. Além

deles, qualquer forma de conectividade entre as pessoas é uma psicotecnologia.

De acordo com Kerckhove, já se encontram a ser desenvolvidos, nos grandes centros de

pesquisa, equipamentos que irão possibilitar ao ser humano uma imersão completa no mundo

virtual. A humanidade poderá, assim, tocar e interagir com pessoas e transformar objectos. A

projecção é de que as empresas do futuro existirão apenas no ciberespaço e que os

pensamentos humanos serão processados numa espécie de “consciência grupal”. A nova

tecnologia funcionará como uma extensão do corpo e da mente humana. Sendo assim emerge,

na sociedade das novas tecnologias de informação e comunicação – do computador com

interface amigável e conectado a uma rede de comunicação digital – uma nova ordem de

produção e difusão de imagens, também denominadas de infográficas ou “pós-fotográficas”, e

que alimenta e interconecta sujeitos/usuários, através de serviços de interacção e troca, na

hipermédia. Essas imagens, ditas virtuais, propõem novos modos do fazer e do aprender, novas

formas de relacionamento no e com o mundo, através dos labirintos digitais.

Esta extensão do corpo humano é proporcionada pelos telecomputadores através das

videoconferências. A convergência de ambos oferece uma possibilidade sem precedentes, “a de

ligar indivíduos com as mesmas necessidades pessoais a mentes colectivas”. Tendo em conta a

linha de pensamento de Kerckhove, conclui-se que com esta fusão entre a TV e o computador, o

espectador modifica a sua essência, deixando de ser apenas receptor da informação e

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passando agora a colaborar também para a construção deste conteúdo.

Entre uma falsa dicotomia, a de viver a natureza já conhecida (ideal antropocêntrico), e a

necessidade de adoptar um novo olhar e uma nova forma de ser no e com o mundo e a

realidade, o sujeito contemporâneo, dos avatares (representam corpos virtualizados que,

"incorporados" pelos usuários, muitas vezes assumem múltiplas identidades na interacção

propiciada pelos mundos virtuais) e máscaras de uma rede, prescinde da consciência sobre a

função social e o poder que tem a imagem, de modo a admitir a necessidade de racionalização

e conhecimento sobre a comunicação e informação visual no tempo do agora.

Sendo assim a humanidade encontra-se numa aceleração irrefreável da tecnologia e

verifica um aumento da velocidade da informação, contudo, se as máquinas, antes pesadas e

densas, tomam cada vez mais uma direcção em que se miniaturizam e se tornam mais capazes

e humanizadas, “inteligentes”; o humano, por sua vez, trilha em direcção a processos cada vez

mais mecânicos (mecanizados), na medida em que se tem um corpo/objecto receptor de

tecnologias, e um corpo/sujeito psicologicamente transformado por todas essas alterações

tecnológicas.

Na cultura contemporânea, de actualização simultânea do corpo/objecto, assim como a

actualização da informação em rede, o corpo/sujeito, que deve pensar e estabelecer uma

relação de consciência e critica de si e do mundo em que vive e actua, encontra-se amparado

pelos apelos da publicidade, na iminência de se transformar constantemente noutra pessoa, ou

no que deseja ser.

Ao ponderar a ideia de um corpo tecnológico ou lugar da tecnologia, enquanto projecto

de hibridação do humano e da máquina, a cultura contemporânea, com base na cibernética de

Wiener (1973), encontra-se diante da plena realização ao confundir humano e máquina, “natural”

e “artificial”, de forma mais presente e mais concreta (menos no sentido físico e territorial), a

partir de uma nova concepção do cyborg: o cibercorpo.

Como um dos elementos de uma era ciber, de origem na cibernética, o cibercorpo surge

como uma possibilidade de definição do sujeito que vive e actua, por vezes mais, num espaço

não físico e desterritorializado, o ciberespaço, representando comportamentos e atitudes duma

cibercultura.

O cibercorpo apresenta uma dupla imagem enquanto possibilidades de devir do humano:

� a primeira aponta para a emergência de um corpo/sujeito entrelaçado com

a máquina digital, o ciberespaço, nela projectado, como uma espécie de projecção da

consciência e do pensamento, sem, contudo, desligar-se de um corpo/objecto, mas, tendo neste

último, uma âncora e uma referência para a construção de novas sociabilidades, ao apoiar-se

em autores como Fróes Burnham (1994; 1998; 2000), Bayron & Petry (2000), Domingues

(1997), Morin (2000), Roy Ascott (1997), entre outros;

� a segunda, que aponta para um entrelaçamento, tanto do corpo/sujeito

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quanto do corpo/objecto com a máquina digital, representado por uma tela ou um ícone,

pressupõe o fim da corporeidade física. Nesta linha de pensamento, encontram-se os autores

como Baudrillard (2001), Stelarc (1997), Haraway (2000), Le Breton (2003), entre outros.

Na cibercultura, contexto no qual é possível identificar o cibercorpo, observa-se

facilmente que os usuários/sujeitos em chats, foruns e sites de conversação on-line, tendem ao

desencontro e ao descompromisso como marcas nos relacionamentos de interacção e troca

virtuais. Observa-se ainda que o ciberespaço favorece as condições de vivenciar o prazer pelo

prazer, em busca de um hedonismo (prazer) como estandarte para o imediato.

Em condições de ser representado através de ícones instantâneos de uma tela gráfica de

computador, o cibercorpo é, sobretudo, a representação do sujeito que quer participar e

contribuir na construção de um novo contexto de aprendizagem e relacionamento.

Nessa produção e difusão do conhecimento, em que se incluem bens, utensílios e

artefactos materiais e comunicativos, encontra-se o design. Como uma área de actuação ampla,

o design, que incorpora a noção de projecto na sua denominação de origem anglo-saxónica –

em detrimento as tentativas de traduzi-lo em desenho, por exemplo – pode ter as suas

actividades divididas em:

• design de produto, que desenvolve o objecto tridimensional;

• design gráfico, ligado ao bidimensional e ao sector de impressão;

• webdesign, que desenvolve e cria páginas na web.

Numa era considerada ciber, o design tem uma importante função no que respeita ao

desenvolvimento de interfaces de sistemas e aplicativos que promovem as interacções virtuais.

Traduzindo-se, segundo Kerckhove, no ciberdesign, “[…] aquilo em que o design se transforma

quando é apoiado por sistemas ciberactivos”. Para Kerckhove, o desenvolvimento de interfaces

e sistemas interactivos, enquanto futuro das tecnologias virtuais, estão centradas nas

actividades de produção que podem ser desencadeadas a partir do ciberdesign. Em suma,

Kerckhove acredita que o design é o responsável por marcar a identidade de uma cultura, pela

capacidade de representá-la e pela possibilidade, por parte da humanidade, de identificar

padrões na sua mudança. De acordo com Kerckhove, o design é responsável por fazer as

relações públicas da tecnologia e por caracterizar os produtos e costumes de uma civilização.

Kerckhove vai então denominar por ciberdesigner qualquer indivíduo que, usufruindo de

tecnologias específicas, penetra neste universo paralelo (“ciberespaço”), sendo capaz de

produzir e modificar os objectos da imaginação humana entrando fisicamente nestes produtos.

Através destas novas ferramentas de interacção, os consumidores serão induzidos a produzir

cada vez mais conteúdos colaborativos. Serão os verdadeiros arquitectos do ciberespaço,

concretizando a denominação de “prosumidores”, ou seja, consumidores que também são

produtores.

Na cibercultura, a indústria endereça a sua produção para o indivíduo digital, de forma

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personalizada e íntima, tendo em conta uma visão sobre o indivíduo e os seus critérios sócio-

económicos e culturais de escolha, gosto, consumo, etc.. Antes, contudo, é necessário

considerar o mercado favorecendo a optimização das relações de interacção e troca no e com o

ciberespaço, em processos de promoção e venda de bens e serviços (produtos) a partir da

relação que pode ser estabelecida entre a organização e o sujeito (ambos digitais), em vários

níveis de imersão na realidade virtual, através do ciberdesign.

Desde o desenvolvimento de interfaces (meio físico ou lógico através do qual um ou

mais dispositivos ou sistemas incompatíveis conseguem comunicar entre si) e dispositivos de

conexão para jogos, aos portais de informações e compras, a indústria cultural e de

entretenimento propõe ambientes e interfaces cada vez mais avançados, no sentido de

promover relações de interacção mais próximas de uma realidade física ou de tomá-las como

referência; e funcionais, na medida em que minimizam a interface humano-máquina, de modo a

projectar no espaço de síntese uma confusão entre “eus” e imagens virtuais.

Tendo em conta este contexto, consideram-se amplas possibilidades comunicacionais e

de relacionamentos, a partir de ferramentas síncronas e assíncronas – dirigidas a um ou a vários

usuários – existentes num único artefacto, a web. Desta forma, foi o ciberdesign que criou o

ambiente propício à emergência de vários “eus” no ciberespaço, a partir de ícones e links que

funcionam, não somente como mediadores das relações de interacção e troca, mas, como

representação desses vários “eus” virtuais, denominados de sujeito múltiplo. A partir da

informação visual criada pelo ciberdesign, o sujeito múltiplo é guiado no ciberespaço, entre

imagens virtuais que funcionam como as cartas ou mapas da lógica de Port Royal (Foucault).

Ou seja, além de orientar sobre diversos conteúdos, (in)formam o sujeito sobre uma linguagem

visual. Considera-se, então, que o cibercorpo é um signo inscrito no e com o ciberespaço e

defende-se que o ciberdesign contribui para formar dentro do sujeito múltiplo, o conhecimento

sobre uma dimensão visual.

Sendo assim, o cibercorpo é, por natureza (ou por técnica), um sujeito múltiplo, desde o

momento em que acede a um ícone ou link da hipermédia e estabelece relações de interacção e

troca entre um ponto e outro da rede, como uma espécie de persona de identificações

sucessivas a partir de uma nova linguagem que, para Kerckhove, tem conduzido a humanidade

a um novo “senso comum”, o processo digital. Em suma, é possível dizer que a conversão do

mundo em bit e byte de dados se torna a razão para a emergência de uma linguagem universal

assente em imagens virtuais.

Contudo, o sujeito múltiplo destaca-se na aplicação da perspectiva de somar, agregar e

construir. Em qualquer lugar, todos os lugares da rede, ao mesmo tempo (“agora”), projecta-se

no ciberespaço, não apenas como mais um ícone mas como uma possibilidade de que outros

“eus” acedam, cliquem e estabeleçam relações de interacção e troca de conteúdos por

afinidades cognitivas. Sendo assim, de uma forma geral, além de oferecerem listas de

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informações, chats e fóruns (on-line), demonstram o quanto há de participação e construção

colectiva mediada por imagens virtuais, pois agregam saberes e práticas, construídas e

partilhadas por usuários/sujeitos que participam com os seus conteúdos pessoais.

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ConclusãoConclusãoConclusãoConclusão Em conclusão pode afirmar-se que McLuhan, através da sua postura global e a sua

busca do novo, forneceu o impulso necessário ao grande debate sobre o que está a acontecer

ao Homem nesta idade de rápida aceleração tecnológica. MacLuhan apresenta uma inovação

teórica no que diz respeito aos meios de comunicação e abre portas para uma visão inovadora

afirmando que “o meio é a mensagem”. Teoria que defendeu sempre e que demonstrou que o

meio (a tecnologia em que a comunicação se estabelece) não apenas constitui a forma

comunicativa, mas determina o próprio conteúdo da comunicação. A sua pesquisa bem

formulada levou-nos até à distinção de três períodos, culturas ou galáxias: a cultura oral ou

acústica, a cultura tipográfica ou visual (Galáxia de Guttenberg) e a cultura electrónica.

MacLuhan ainda afirma que os meios de comunicação electrónicos, a sua instantaneidade, a

velocidade com que a difusão das mensagens é feita, o carácter massivo da sua recepção

(difusão), não só permite a partilha de experiências distantes e exóticas, como promove um

novo tipo de aproximação social, agora em larga escala. Por fim McLuhan ainda apela à

inevitável transformação da escola pois, segundo ele, a cultura electrónica, ao proceder por

instantaneidade eléctrica e por estimulação súbita dos vários sentidos, faz apelo à percepção

global dos dados, à simultaneidade sensorial e à integração intelectual, aponta para uma

estrutura interdisciplinar dos currículos e promove a integração dos saberes.

MacLuhan é sucedido por Kerckhove, o seu sucessor intelectual, que aprofunda as ideias

de MacLuhan e cria e explicita novas teorias como: Tech-lag, Tecnofetichismo, Tecnopsicologia,

Psicotecnologia, ciberdesign, ciberdesigner e cibercorpo.

Kerckhove sustenta as teorias de MacLuhan, defendendo a globalização, e afirma que

caminhamos cada vez mais para uma humanidade que se encontra numa aceleração irrefreável

da tecnologia e onde existe um aumento da velocidade da informação pois é sabido que, nos

dias que correm, já se verifica um corpo/objecto receptor de tecnologias e um corpo/sujeito

psicologicamente transformado por todas essas alterações tecnológicas.

Em suma, pode afirmar-se que os objectivos do trabalho foram atingidos.

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WebWebWebWebgrafiagrafiagrafiagrafia

http://www.citi.pt/homepages/espaco/html/marshal_mcluhan.html

http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/cadernos/mcluhan/estudo_mcl_olga.pdf

http://en.wikipedia.org/wiki/Marshall_McLuhan

http://www.wikiartpedia.org/index.php?title=De_Kerckhove_Derrick

http://catracalivre.folha.uol.com.br/2009/08/derrick-de-kerckhove-aborda-inteligencia-conectiva-

no-ciclo-era-digital/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicotecnologia

http://www.insite.pro.br/2011/Junho/pele_cultura_kerckhove.pdf

http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Linguagem%20Visual/ciberdesign_informacao_visual_ou_a_

emergencia_de_um_novo_contexto_de_aprendizagem_e_relacionamento.pdf