marx, karl - crítica da filosofia do direito de hegel (boitempo)

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CrítiCa da fil osofia

do direito de Hegel

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K Mx

CrítiCa da filosofiado direito de Hegel

tuçãrubn en ln du

1843

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É v, n m , puçã ququp v m xp uzçã .

Este livro atende às normas do novo acordo ortográco.

BoiteMPo editorial Jnkn e ac l.

ru P l, 373

05442-000 sã Pu sPt./x: (11) 3875-7250 / [email protected]

Cpyh uçã © Bmp e, 2005, 2010

tuz n mã: Zur Kritik der hegelschen Rechtsphilosophie.sun çã Mx-en gmub (Mega), i/2,

Berlin: Die Verlag, 1982, p. 5-137.Coordenação editorial

ivn Jnkn auz l

 Assistênciaan Pu Cn r Nb

Traduçãorubn en ln du

Supervisão e notasMc Bck

Revisão – 2ª ediçãoan lu e an Buzz

Editoração eletrônicagpp dn

Capaann Kh

b nh ln

ProduçãoMc ih Pu P

CiP-Brasil. CatalogaÇÃo Na foNte

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.M355cMx, K, 1818-1883Crítica da losoa do direito de Hegel, 1843 / Karl Marx ; tradução de Rubens Enderle  

e Leonardo de Deus ; [supervisão e notas Marcelo Backes]. - [2.ed revista]. - São Paulo :Bmp, 2010

tuçã : Zu Kk hchn rchphphapncisBN 978-85-7559-151-2

1. Hegel, Georg Wilhelm Friedrich, 1770-1831. 2. Direito - Filosoa. 3. Estado.4. Cnc pc. i. tu. ii. sé.

10-2859.CdU 340.12

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sUMÁrio

N ....................................................................... 7N ...................................................................... 10

A ....................................................................................... 11

C H ...................................27a – o púbc nn

i) a cnuçã nn p a) O poder soberano

b) O poder governamentalc) O poder legislativo

A ............................................................................................... 143

Crítica da losoa do direito de Hegel – Introdução ................145

Í .................................................................. 159

C K M F E .......................161

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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NOTA À EDIÇÃO

Crítica da filosofia do direito de Hegel é o quarto volume das obrasde Karl Marx e Friedrich Engels lançado pela Boitempo, num projetoiniciado com a publicação da edição comemorativa aos 150 anos doManifesto Comunista , em 1998. Em 2003 foi a vez de A sagrada família ,e em 2004 dos Manuscritos econômico-filosóficos ou Manuscritos de Paris . Para 2005 está prevista ainda a publicação de A ideologia alemã  (pela primeira vez em tradução integral no Brasil). O lançamento dessaobra monumental de Marx e Engels fará parte das comemorações aosdez anos da editora.

Na Crítica da filosofia do direito de Hegel – traduzida com rigor pordois estudiosos da obra de Marx, os professores Rubens Enderle e Leonardode Deus –, Marx revisa a questão do Estado e a lição hegeliana acerca damonarquia constitucional. Dando prosseguimento ao programa de fazer“uma crítica impiedosa de tudo o que existe”, no ano de 1843 – logo apósseu casamento com Jenny von Westphalen – ele se dedica à crítica dapolítica e da filosofia, e o faz desenvolvendo um comentário ao tratadode Hegel sobre o Estado, destacando a soberania do povo em oposiçãoao poder do príncipe, privilegiado por Hegel em sua obra. Embora não

tenha sido concluído nem publicado, o texto foi, conforme o próprioMarx diria mais tarde, um marco na sua estrada para o materialismo his-tórico: entre outras coisas o levou a ver que não era o Estado a base da“sociedade civil”, como afirmara Hegel, mas sim a sociedade civil queera a base do Estado.

O fato de se ocupar criticamente com a obra de Hegel teve efeitoprofundo sobre o jovem Marx. Ele inicia, com a Crítica , um projeto amploque pretendia abarcar a filosofia do direito de Hegel como um todo; masesse texto é também parte de um acerto de contas de Marx com a filosofia

de seu tempo (acerto de contas que só será completado em A ideologia alemã , obra em que a crítica de Marx – e Engels – se supera em força eabrangência). Uma minuciosa “Apresentação” de Rubens Enderle – nas

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Karl Marx

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Nota à edição

páginas que se seguem à presente “Nota à edição” –, escrita de formaclara, didática e explicativa, contextualiza o texto de 1843, sua impor-

tância, as circunstâncias em que foi escrito e os principais aspectos do“debate” do jovem hegeliano com seu mestre.Além da obra que dá título ao livro, este volume traz ainda o artigo

“Crítica da filosofia do direito de Hegel – Introdução”, publicado por Marxjuntamente com “Sobre a questão judaica” nos Anais Franco-Alemães  em 1844. Decidimos incluir a “Introdução”, sobre a qual falaremos umpouco mais nos parágrafos seguintes, conscientes de que – conformeassinalou o autor da “Apresentação” –  há grandes diferenças entre elae a Crítica de 43 , apesar do curto espaço de tempo que separa os dois

textos. Na Crítica , Marx afirma a “verdadeira democracia”, no sentidodo pensamento de Rousseau (e de Feuerbach). Já na “Introdução” elefaz uma transição do liberalismo burguês ao tema da “emancipaçãohumana” (isto é, do comunismo), enquanto a democracia passa a seridentificada com a “emancipação política”; é quando Marx introduz oconceito de “democracia acabada” (vollendete Demokratie ), definiçãoque iria muito além da mera transformação da forma política na repú-blica burguesa. Ou seja, a “Introdução” representa uma ruptura de Marxcom o seu próprio pensamento inicial, ruptura esta que na Crítica de 

43 é apenas anunciada.Na “Introdução” – escrita no final de 1843, em Paris –, Marx proclamaa necessidade de uma “revolução radical” como caminho para a autor-realização do homem e insiste na necessidade de passar da “crítica dareligião para a crítica da política”. Em suas páginas finais, o jovem ensaístaidentifica o proletariado – conceito que surge pela primeira vez na obramarxiana – como o agente histórico da mudança revolucionária e anunciao casamento da filosofia radical com o proletariado. Na conclusão, de-clara que a filosofia é a cabeça da emancipação revolucionária e que os

proletários são o seu coração.Apesar de toda a radicalidade de sua crítica, em agosto de 1844Marx enviou uma cópia desse texto a Ludwig Feuerbach, acompanha-da de uma longa carta em que expressava seu respeito pelo pensador,cuja obra tinha lhe oferecido uma “fundamentação filosófica para osocialismo” ao trazer “do céu da abstração para a realidade da terra”a ideia da espécie humana. A influência de Feuerbach, assim como ade Hegel, continua marcante em sua obra, e essa influência se mantémperceptível mesmo depois da crítica ainda mais contundente encami-

nhada em A ideologia alemã.Ao inserir esse artigo como um apêndice à Crítica , nosso objetivo écolocar à disposição dos leitores brasileiros o melhor da produção de

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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Crítica da losoa do direito de Hegel

pensadores fundamentais como Marx, Engels e outros teóricos que tantasvezes já foram considerados – e até mesmo declarados – mortos. Pois

escritos curtos e vigorosos como a “Introdução”, que contêm afirmaçõesque se tornaram clássicas como a de que “Ser radical é agarrar as coisaspela raiz. Mas, para o homem, a raiz é o próprio homem”, correriam orisco de desaparecer das prateleiras se não fossem impressos ao lado dasobras de maior extensão desses autores. Além da qualidade do texto,também esse dado justifica sua publicação no presente volume.

O manuscrito de Marx que deu origem à Crítica da filosofia do direito de Hegel existe na forma de 39 cadernos que foram numerados com cifras

romanas. O primeiro caderno manuscrito – que provavelmente continhaa crítica dos parágrafos 257 a 260 da obra de Hegel – desapareceu, e osque restaram contêm uma análise detalhada e crítica dos parágrafos 261a 313, nos quais é aprofundada a questão do Estado.

Na página 4 do caderno numerado com XL, depois da citação doparágrafo 313 da Filosofia do direito de Hegel, em meio ao debatedo “poder legislativo” (que vai do parágrafo 298 ao parágrafo 320 naobra de Hegel) e bem antes do final da seção “O Estado” (“Der Staat”),que vai até o parágrafo 360 na obra hegeliana, o manuscrito de Marx

acaba. Na primeira página do caderno seguinte – de resto totalmentevazio – está escrito, bem em cima: “Índice. Sobre a transição de Hegele explicação”.

Nas citações de Hegel, conforme aparecem na presente edição, aspalavras e/ou passagens em itálico foram destacadas pelo próprio autor;as palavras e/ou passagens em negrito são destaques assinalados por Marx.Nos manuscritos marxianos esses destaques aparecem sublinhados. Emalguns casos, sobretudo conceituais, é apresentado o original alemãoentre parênteses.

Os colchetes dão conta dos esclarecimentos e acréscimos, muitasvezes pontuais – por exemplo para assinalar o número de um parágrafohegeliano –, do editor alemão da obra. Nas citações de Hegel, Marxmuitas vezes coloca apenas reticências para assinalar trechos que nãosão citados, e não hesita em usar parênteses – nos quais às vezes ques-tiona as afirmações de Hegel, outras vezes argumenta –, interrompendoas referidas citações.

As notas da edição alemã estão assinaladas por (N.E.A.) e referem-sesobretudo às expressões francesas, latinas, gregas etc. que Marx costuma

usar sem destaque no original. As da edição brasileira aparecem assi-naladas por (N.E.B.) e as notas dos tradutores da obra seguem grafadascom (N.T.). Na tradução da “Introdução”, de autoria de Raul Mateos Castell

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Karl Marx

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(que revisou para esta edição um antigo trabalho feito em parceria com José Carlos Bruni, em 1977, para a revista Temas de Ciências Humanas )

[ver “Nota à segunda edição”, nesta página], as notas seguem o mesmocritério de identificação quanto às notas dos tradutores e da edi-ção alemã, sendo de produção editorial interna as notas assinaladascom (N.E.B.).

No final do livro o leitor encontrará uma curiosa e útil cronobiogra-fia resumida de Karl Marx [ver também aqui “Nota à segunda edição”],contendo três aspectos fundamentais de sua trajetória: a vida pessoal, amilitância e a obra teórica; e também um índice de personagens citados erelação de obras de Marx publicadas no Brasil

Ivana Jinkings e Marcelo Backes maio de 2005

NOTA À SEGUNDA EDIÇÃO 

Esta nova edição do Crítica da filosofia do direito de Hegel traz aosleitores de Marx uma nova versão da “Introdução”, agora traduzida dire-tamente do original alemão por Rubens Enderle, a partir da Marx-EngelsGesamtausgabe (MEGA2), I/2, Berlin, Dietz, 1982, p. 170-83. O texto “Kritikder Hegelschen Rechtsphilosophie – Einleitung” foi escrito entre dezembrode 1843 e janeiro de 1844 e publicado nos Anais Franco-Alemães (Deutsch- -Französische Jahrbücher ) em 1844.

Neste volume, a antiga cronobiografia foi substituída por uma cronologia

resumida de Karl Marx e Friedrich Engels, com informações úteis ao leitor,iniciado ou não na obra marxiana.

julho de 2010

Nota à edição

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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APRESENTAÇÃO

ICom a publicação dos Princípios da filosofia do direito 1, em 1820, a

teoria hegeliana do Estado passou a ocupar um lugar central no debatepolítico alemão. Discípulos de Hegel, divididos em dois grupos antagô-nicos – os “jovens”, ditos “de esquerda”, e os “velhos”, ditos “de direita”–, iniciaram uma acirrada disputa pelo título de herdeiros legítimos deseu espólio teórico. Tal disputa girava fundamentalmente em torno dainterpretação do tema da “reconciliação” do real com o racional. Paraos jovens-hegelianos, tratava-se de demonstrar que o “real” não devia seridentificado imediatamente com a realidade empírica, positiva, como afir-mavam os velhos-hegelianos, mas sim com a realidade que, pelo “trabalhodo negativo”, deve ser suprassumida em um nível superior do conceito.Os jovens-hegelianos acreditavam, assim, restituir à teoria do Estado deHegel seu conteúdo humanista, emancipador, ao mesmo tempo em quepreconizavam, pela prática jornalística, a realização desse conteúdo, ouseja, a superação da monarquia prussiana em um Estado racional e livre,prefigurado na concepção hegeliana da monarquia constitucional. Essaposição, no entanto, sofreu uma séria inflexão a partir de 1841, quandoos jovens discípulos de Hegel, desiludidos com as possibilidades de umareforma constitucional de caráter liberal no reinado de Frederico GuilhermeIV, e identificando a monarquia constitucional com um mero compromissode feudalidade e modernidade, acabaram por abandonar a filosofia hege-liana do Estado em nome da defesa da democracia.

Marx, embora à época bastante próximo do pensamento jovem-hegeliano,já explicitava suas diferenças em relação a esses autores. No início de 1841,

1

g Whm fch H, Grundlinien der Philosophie des Rechts oder Naturrecht undStaatswissenschaft im Grundrisse [Princípios da losoa do direito ou do direito naturale da ciência do Estado em compêndio] (Berlim, 1833).

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 Apresentação

em sua tese doutoral, ele denunciava o teor “moral”, “não filosófico”, dascríticas que os discípulos de Hegel dirigiam às chamadas “acomodações”

do mestre. O erro desses discípulos estava em tomar como base da críticaa “consciência particular” do filósofo, isto é, em atribuir ao autor uma“consciência reflexa” diante de sua própria obra e, a partir daí, imputara ele uma atitude de “acomodação”, reputada como imoral. Para Marx,uma crítica verdadeiramente filosófica não podia consistir em tributaras insuficiências da teoria política de Hegel a uma simples acomodação(consciente ou não), mas em demonstrar em que medida a “possibilidadedessas aparentes acomodações tem sua raiz mais profunda na insuficiênciaou na insuficiente formulação de seu próprio princípio”. Se, de fato, houve

acomodação por parte de Hegel, isso não podia ser explicado partindo-sede seu “saber particular”, mas sim de sua consciência interior essencial ,tomando-se como base o desenvolvimento interno do seu pensamento,uma vez que, como recorda Marx, o próprio Hegel ensinava que “a ciên-cia não é algo que se recebe, mas sim algo que se desenvolve, algo cujosangue espiritual se impulsiona do coração até as extremidades”. Por esseprocedimento, mais do que um simples “progresso da consciência” rumo àmoralidade, realizava-se “um progresso do saber”, pois “não se suspeita daconsciência particular do filósofo, mas sua forma de consciência essencial

é construída e elevada a uma determinada forma e significação, com oque ela é, ao mesmo tempo, ultrapassada”2. Em vez de apontar e recri-minar insuficiências do pensamento de Hegel, a verdadeira crítica deviadesvendá-las; em vez de lutar contra seu objeto, ela devia ultrapassá-lo,demonstrá-lo em sua verdade.

Essa primeira formulação da ideia de “crítica filosófica” seria retomadae desenvolvida, em 1842, nas páginas da Gazeta Renana , em um peque-no artigo voltado contra a Escola Histórica do Direito e seu precursor,Gustav Hugo3. Ao denunciar a impostura da filiação de Hugo à filosofia

de Kant, Marx compara o “ceticismo vulgar” da Escola Histórica com o“ceticismo do século XVIII”, isto é, com o caráter crítico da filosofiailuminista (id est , a filosofia kantiana). Enquanto o ceticismo da EscolaHistórica critica a racionalidade aparente apenas para se curvar ao pu-ramente positivo, a crítica iluminista busca realizar a essência que se

2 K Mx, Dierenz der demokritischen und epikureischen Naturphilosophie , Mega2 , i/1,1975, p. 67.

3

K Mx, Das Philosophische Manifest der Historischen Rechtsschule , Mega2

 , i/1, 1982. C.Rubens Enderle, “O jovem Marx e o manifesto losóco da Escola Histórica do Direito”m Crítica Marxista , n 20, 2005.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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esconde por detrás dessa aparência , essência que se manifesta, no planohistórico, como “o espírito novo  que se libera das velhas formas , que

já não eram dignas nem capazes de acolhê-lo” ou como “o sentimento  próprio  da nova vida , que destrói o já destruído e repudia o já repudia- do ”4. Identifica-se aqui, por um lado, uma leitura hegeliana da filosofiaprática de Kant. Esta não é concebida por Marx como contraposiçãoao existente de uma moralidade subjetiva a priori , de modo dualístico.No lugar da abstrata ideia da razão , o noumenon kantiano é entendidocomo Espírito, isto é, como desenvolvimento histórico da razão em seuconceito. Se a crítica destrói, ela “destrói o já destruído ”; se o “espírito novo ” se libera das “velhas formas ”, ele se libera das formas que, graças

ao próprio desenvolvimento desse espírito , não são mais “dignas nem capazes de acolhê-lo”. Por outro lado, ao hegelianismo da posição mar-xiana incorpora-se o sentido ativo, prático-crítico, da filosofia de Kant.Sem a intervenção da crítica filosófica, o “ já repudiado ” não dá lugar à“nova vida ”, o “espírito novo ” fica preso às “velhas formas ” e assiste-seà “ putrefação do mundo  de seu tempo , que se compraz em si mesma ”5.A crítica não opõe ao mundo uma racionalidade exterior a ele, mas é,ela mesma, tão somente a atualização dessa racionalidade, o tornar-seconsciente, para si , do trabalho do negativo que impulsiona o processo

histórico para a realização de sua racionalidade intrínseca.É, no entanto, em 1843 que Marx imprime à noção de “crítica filo-sófica” seus traços decisivos, na Crítica da filosofia do direito de Hegel  e nas Cartas publicadas nos Anais Franco-Alemães (1844). Na Crítica ,essa noção aparece contraposta tanto ao dogmatismo especulativo deHegel quanto ao “erro dogmático oposto” da “crítica vulgar”, termocom o qual Marx refere o grupo berlinense dos Livres 6, cujos principaisrepresentantes eram Bruno Bauer e Max Stirner. A crítica vulgar assumediante da realidade empírica uma atitude arrogante, altiva, pretensiosa;

ela expõe as contradições do existente apenas para desprezá-las comoalgo pertencente à massa , isto é, ao mundo humano, o mundo da práticasensível, sobre o qual paira a imaculada esfera puramente teorética doEspírito . Quando trata da constituição, a crítica vulgar “chama a aten-ção para a oposição entre os poderes etc.” e “encontra contradiçõespor toda parte”. Ela é “crítica dogmática, que luta contra seu objeto, do

4 K Mx, Das Philosophische Manifest... , c., p. 193.5 ibm.6 C. K Mx, Escritos de juventud (México, Fondo de Cultura Económica, 1987), v. 1,

p. 689-91.

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 Apresentação

mesmo modo como, antigamente, o dogma da santíssima trindade eraeliminado por meio da contradição entre um e três”. Já a “crítica ver-

dadeiramente filosófica da atual constituição do Estado”, ao contrário,é entendida como crítica ontogenética , que compreende a “gênese” ea “necessidade” de suas contradições “em seu significado específico ”,“mostra a gênese interna da santíssima trindade no cérebro humano”,“descreve seu ato de nascimento”7.

Logo em seguida, na Carta a Ruge de setembro de 1843, Marx afirmaque a “filosofia crítica” deve atuar em dois campos: o teórico (religião,ciência) e o prático (política). Sua tarefa é a “reforma da consciência, nãopor meio de dogmas, mas mediante a análise da consciência mística,

obscura para si mesma, seja esta sob forma religiosa ou política”8

. Vê-se,assim, que o tema da “autoconsciência” continua a ocupar, tal como nostextos anteriormente citados, o mesmo lugar central no discurso marxiano.O diferencial, aqui, está no reconhecimento da influência do pensamentode Feuerbach, que em fevereiro de 1843 publicara as Teses provisórias para a reforma da filosofia . Escreve Marx a Ruge: “Todo nosso objetivo consisteapenas em que, tal como na crítica da religião em Feuerbach, as questõesreligiosas e políticas sejam trazidas à sua forma humana autoconsciente”9.Tratava-se, para Marx, de estender o alcance da crítica para além dos li-

mites do pensamento feuerbachiano, restrito ao campo teórico da religiãoe da ciência. A crítica devia explorar, e com ânimo redobrado, o campoprático da política.

O legado de Feuerbach será decisivo na crítica de Marx aos fundamentosda filosofia hegeliana, como veremos adiante.

II

Municiado com as armas da crítica , Marx estava preparado para seuacerto de contas com a filosofia hegeliana do direito. É sabido que, desde

fins de 1841, ele começara a trabalhar em um artigo voltado à filosofiade Hegel, especialmente à sua teoria do Estado. Em março de 1842,compromete-se a enviar para Ruge uma contribuição cujo núcleo seria“o combate contra a monarquia constitucional como uma coisa híbrida ecompletamente contraditória e superada”10. Tal contribuição, que deveria

7 K Mx, Crítica da losoa do direito de Hegel , p. 108.8  Ein Briefwechsel Von 1843, Mega2 , i/2, 1982, p. 488.9 ibm.10  Marx an Ruge, 5. März 1842 , Mega2 , iii/1, p. 22.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

15

aparecer nos Anais alemães 11 ou nas Anekdota 12, nunca foi entregue parapublicação, o que se justifica, em parte, pela sobrecarga de trabalho de

Marx como colaborador e, a partir de outubro de 1842, como redator-chefeda Gazeta Renana 13. Além disso, sabe-se que essa mesma atividade comojornalista, motivada pela luta prático-política, o levou ao enfrentamentode problemas cuja solução exigia um estudo mais aprofundado das rela-ções materiais existentes. A progressiva radicalização da crítica marxiana,visível nos artigos da Gazeta Renana escritos a partir de outubro de 1842,acabou por gerar também uma insatisfação de Marx com os fundamentosde sua crítica à filosofia hegeliana do direito. Como ele mesmo relata, em1859, no Prefácio à Crítica da economia política : “Em 1842-43, sendo

redator da Gazeta Renana , me vi pela primeira vez em apuros por ter detomar parte na discussão acerca dos chamados interesses materiais”. Marxdecide, então, retirar-se da “cena pública” para seu “gabinete de estudos”,em Kreuznach, onde, segundo suas próprias palavras, “o primeiro trabalhoque empreendi para resolver a dúvida que me assediava foi uma revisãocrítica da filosofia do direito de Hegel”14.

Um bom exemplo dessa discussão sobre os “interesses materiais” emque Marx fora chamado a participar encontra-se nos artigos Debates sobre a lei punitiva do roubo de lenha , publicados na Gazeta Renana em outubro

e novembro de 1842. Em defesa da população pobre, proibida de recolhera lenha seca caída das árvores, Marx argumenta contra o rebaixamentoda universalidade do Estado e do direito à particularidade da propriedadeprivada. Em vez de degradar-se ao nível dos interesses privados, o Estadodeve submeter esses interesses ao interesse comum, ou seja, ao próprioEstado. Marx afirma, então, o direito consuetudinário da classe pobre, cujoscostumes enraízam-se na universalidade da natureza humana, contra opretenso direito consuetudinário dos ricos, calcado na propriedade privada.Com a lei punitiva do roubo de lenha , o Estado submete a universalidade

11  Deutsche Jahrbücher für Wissenschaft und Kunst [Anais alemães para a ciência e a arte].rv mn pubc p an ru, m dn, juh 1841 jn 1843.

12  Anekdota zur neuesten deutschen Philosophie und Publicistik [Anedotas sobre as mais recen-tes losoa e jornalismo alemães]. Revista publicada por Arnold Ruge, em Zurique, emv 1843.

13  Rheinische Zeitung für Politik, Handel und Gewerbe [Gazeta Renana para a política, a in-dústria e o comércio]. Jornal diário publicado em Colônia, de janeiro de 1842 a março

1843.14 K Mx, Para a crítica da economia política (sã Pu, ab Cuu, 1965), p. 134-5.

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 Apresentação

do direito ao “mero costume” da sociedade burguesa, quando deveria, aocontrário, reconhecer no “costume da classe pobre” o “instintivo sentido

de direito” que, na forma do direito consuetudinário, elevaria esta classeà efetiva participação no Estado15. A pobreza aparece como um problemade ordem política – a exclusão de uma classe em relação à articulação consciente do Estado –, a exigir uma solução igualmente política – o re-conhecimento jurídico, pelo Estado, da positividade e da legitimidade doscostumes dos pobres.

Ao que tudo indica, a insuficiência de uma resolução desse feitio para acontradição entre Estado e sociedade civil não escapou ao rigor teórico deMarx à época. Primeiramente, havia o problema de se entender a realidade

social (no caso presente, a “existência da classe pobre”) partindo-se do Es-tado como ideia de “organismo”, “articulação consciente” etc. A pobreza,de problema originário, genuinamente social, passa a ser explicada por umaderivação, como ausência de uma qualidade política, estatal. Em segundolugar, e como consequência necessária, essa contradição era superada noacolhimento, pelo Estado, do direito consuetudinário da classe pobre comodireito positivo. O problema, aqui, é que a pobreza, em sua realidade social,permanece intocada, tendo recebido apenas uma forma política, legal. Asociedade civil não se realiza como universal concreto pela superação, na

própria sociedade civil, da particularidade da propriedade privada, masapenas conquista uma universalidade abstrata, permanecendo dominada,em seu seio, pela particularidade dos interesses.

Nesses termos, a argumentação marxiana, mesmo que engenhosa,mostrava-se mais como uma “acomodação” do que como uma resoluçãoefetiva para a contradição entre Estado e sociedade civil. Ao mesmo tempoem que se distanciava do pensamento hegeliano pela afirmação do direito  da classe pobre contra o privilégio da propriedade privada feudal, Marxacabava por reproduzir, com todas as suas consequências, o pressuposto da

supremacia ontológica do Estado em relação à sociedade civil, pressupostoeste que acompanhou todo o pensamento político ocidental até alcançar,na filosofia hegeliana, sua forma acabada.

O que a ruptura com a concepção hegeliana do Estado representarápara o desenvolvimento do pensamento de Marx será expresso, por elemesmo, nos seguintes termos:

Minha investigação chegou ao resultado de que tanto as relações jurídicas comoas formas de Estado não podem ser compreendidas por si mesmas, nem pela cha-mada evolução geral do espírito humano, mas sim assentam, pelo contrário, nas

15 K Mx, Debaen über das Holzdiebstahlsgese , Mega2 , i/1, 1975, p. 209.

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 Apresentação

meio da suprassunção destas, produzir e gozar sua infinitude”25. O serfinito nada mais é, de acordo com essa concepção, do que o momento

objetivo da Ideia infinita, o predicado finito do sujeito infinito. Já paraMarx, sob influência de Feuerbach, tratava-se justamente de afirmar o serfinito como o ser verdadeiro, o verdadeiro sujeito, dotado de uma lógicaespecífica a ser reproduzida pela ideação. Dizia Feuerbach, nas Teses 

 provisórias para a reforma da filosofia (1842): “Em Hegel, o pensamento é o ser ; – o pensamento é o sujeito, o ser é o predicado .[...] A verdadeirarelação entre pensamento e ser é apenas esta: o ser é o sujeito , o pensa- mento o predicado ”26.

Feuerbach não centra sua crítica à especulação hegeliana na denúncia

de um erro de método, mas sim na falsidade da determinação ontológicaem que o método está assentado. O pensamento é transformado em su-jeito do mesmo modo que Deus o é na teologia: pela atribuição de ser àideia abstrata e de abstração ao ser concreto. A pergunta lógica “quem éo sujeito” remete, portanto, à pergunta ontológica fundamental: “quemé o ser”. Ao que Feuerbach responde, de modo inequívoco: “O realna sua realidade efetiva , ou enquanto real , é o real enquanto objeto dos sentidos , é o sensível ”27.

Do mesmo modo, a crítica de Marx não trata diretamente da lógica

hegeliana, mas se concentra em seus fundamentos, seu estatuto ontoló-gico. O problema, para ele, não reside no “uso” incorreto da lógica e nanecessidade de sua retificação. A insuficiência de Hegel, ao contrário,encontra-se justamente na transformação da lógica em algo passívelde “uso”, isto é, no fato de que a lógica hegeliana, ao arrepio de seuspróprios princípios, é tornada uma esfera autônoma, separada e ontolo-gicamente anterior ao seu objeto. O mais interessante é que, de acordocom Marx, uma tal lógica pode funcionar corretamente, suas categoriaspodem encontrar correspondência na realidade empírica, sem que, no

entanto, essa realidade seja expressa em seu “ser específico”. A corres-pondência das categorias com o real é, nesse caso, acidental e arbitrária,carente de “necessidade”, como escreve Marx ao tratar da dedução dopoder governamental a partir da categoria da subsunção do singular edo particular sob o universal:

25 ibm, p. 31.26 Ludwig Feuerbach, “Teses provisórias para a reforma da losoa”  m Princípios da

 losoa do futuro (lb, eçõ 70, . .), p. 30-1.27 luw fubch, Princípios da losoa do futuro , c., p. 71.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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política do Estado. Quando integra o Estado, o povo não o faz como elemesmo, como dêmos inteiro , mas como sociedade civil, miniaturizada no

elemento político-estamental. Essa é, para Marx, a primeira “colisão nãoresolvida” no conceito de constituição, a colisão entre “a constituição inteira e o poder legislativo ”33.

A segunda colisão, consequência direta da primeira, “é aquela entreo poder legislativo e o poder   governamental , entre a lei e a execução”.Se o poder legislativo perde sua universalidade e passa a ser “parte”do todo, como um poder particular ao lado de outros poderes, então é“impossível para a lei enunciar que um desses poderes, uma parte daconstituição, deva ter o direito de modificar a constituição mesma, o

todo”34

. Assim, o conflito do povo com o Estado político reproduz-se,no interior desse Estado, como o conflito do “povo en miniature ” dopoder legislativo com o poder governamental.

A crítica de Marx à alienação política guarda um vínculo profundocom o pensamento de Rousseau. O poder executivo deixa de ser uma“parte” submetida à vontade geral e passa a confrontá-la como um poderindependente, ao mesmo tempo em que a vontade geral se vê rebaixada àcondição de um poder particular do Estado. A solução do problema segue,igualmente, o traçado rousseauniano. Escreve Marx:

Corretamente posta, a pergunta significa apenas: tem o povo o direito de se daruma nova constituição? O que de imediato tem de ser respondido afirmativa-mente, na medida em que a constituição, tão logo deixou de ser expressão realda vontade popular, tornou-se uma ilusão prática.35

Esse será o sentido, na Crítica , do desenvolvimento da ideia de de-mocracia, pensada em contraposição à defesa hegeliana da soberaniado monarca. Na monarquia, assim como em todo Estado diferente dodemocrático, “este fato particular, a constituição política, tem a signifi-cação do universal que domina e determina todo o particular”36. Já na

democracia, ao contrário, “a constituição, a lei, o próprio Estado é apenasuma autodeterminação e um conteúdo particular do povo, na medida emque esse conteúdo é constituição política”37. Na democracia, a vontadegeral não aliena seu poder no Estado político, não se converte em um

33 ibm, p. 77.34 ibm, p. 76.35 ibm.36 ibm, p. 51.37 ibm.

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 Apresentação

conteúdo particular exterior ao Estado. Nela, “o Estado, como particular, éapenas particular, como universal é o universal real, ou seja, não é uma

determinidade em contraste com os outros conteúdos”38

. A democraciaé dita, por isso, a “verdade”, o “gênero”, o “enigma resolvido de todas asconstituições”. É preciso, porém, distinguir, na argumentação marxiana,os dois níveis em que o termo democracia é empregado: como “gênero”(a “verdadeira democracia”) e como “espécie” (a “república política ”). A“verdadeira democracia” é um princípio político, não um Estado existen-te. Ela significa a realização plena do Estado como universal concreto , averdadeira superação da oposição entre Estado político e sociedade civil.Na verdadeira democracia, diz Marx, “o Estado político desaparece ”, as-

sim como também desaparece o Estado não político, isto é, a sociedadecivil39. Com o termo “república política ”, Marx se refere à democracia nointerior do “Estado abstrato”, à democracia existente, ainda não plenamenterealizada. Nesse Estado, embora a constituição ainda seja política , ela nãoé mais “simplesmente política ”, o que significa que o conteúdo genérico,político, já começa a penetrar as esferas não políticas.

No interior do Estado abstrato, a questão da alienação política se co-loca sob a forma da oposição entre constituição estamental e constituição representativa . Contra a representação dos estamentos, Marx defende a

eleição ilimitada , a “máxima generalização possível da eleição ”40

. Uma vezmais, faz-se inevitável a comparação com Rousseau: a vontade de todos,dominada pela particularidade dos interesses, torna-se vontade geral pela“soma das diferenças” desses interesses. A vontade geral só erra quandoenganada. Ela não pode querer o mal para si mesma, mas pode apenasconfundir um bem aparente (um bem particular) com o bem verdadeiro (obem geral). A garantia contra esse “engano” é a participação, no Estado,de cada um como cidadão, ou “que não haja sociedade parcial no Estadoe que cada cidadão opine apenas a partir de si mesmo”41. Mesmo sob o

predomínio do particular, a vontade geral nunca deixa de existir, razãopela qual ela deve sempre ser consultada. Por isso, afirma Marx, a questãoprático-política fundamental é a participação, no poder legislativo, não de“todos singularmente”, mas dos “singulares como todos”42; não de todos

38 ibm, p. 51.39 ibm, p. 50, 51.40 ibm, p. 134.41 Jn-Jcqu ruu, Le contrat social (Paris, Garnier Frères, s. d.), p. 252. [Ed. bras.: O

contrato social , 4 ed., São Paulo, Martins Fontes, 1999.]42 K Mx, Crítica... , p. 131.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

25

43 P um ná cc mxn m H, c. sn Mc-J,Entre Hegel et Marx (Paris, L’Harmaan, 1999), p. 27-73.

44 K Mx, Crítica... , p. 95.45 ibm, p. 105.46 ibm.47 sn Mc-J, Entre Hegel et Marx , c., p. 38.

como simples justaposição de indivíduos atomizados, mas como “somadas diferenças”, isto é, como processo de formação da vontade geral, para

além dos interesses particulares que a habitam.A defesa hegeliana da constituição estamental assenta, por sua vez, naconcepção do povo como uma “massa” que “não sabe o que quer”, uma“multidão e uma turba ” dotada de “uma opinião e um querer inorgânicos”,opostos ao Estado. Povo e Estado formam, em Hegel, extremos de um si-logismo, cujo termo médio é composto pelos estamentos. Segundo Marx,no entanto, em vez da solução da contradição, os estamentos representama própria contradição no interior do Estado político. No comentário aos§§ 302-304, Marx denuncia as insuficiências do sistema hegeliano das me- 

diações 43

. Em primeiro lugar, Hegel comete um paralogismo ao identificaro significado dos estamentos na sociedade civil com o significado que osestamentos recebem na esfera política. Ele transforma em “relação reflexiva”algo que, de acordo com Marx, é “relação de abstração”. Os estamentospolíticos não são o “outro”, o “reflexo” dos estamentos privados. Eles são,antes, a abstração desses estamentos, a sociedade civil “posta como não existente ”44. Sendo assim, o elemento político-estamental não significa asuprassunção da diferença dos estamentos civis, a mediação da contradição,mas apenas a anulação dessa diferença e seu enquadramento em uma forma

política extemporânea, uma reminiscência medieval. Em segundo lugar, osistema de mediações de Hegel, concebido segundo o modelo triádico dosilogismo dialético, procura, em vão, ocultar uma oposição irreconciliávelentre Estado e sociedade civil. Estes, para Marx, são extremos reais , que“não podem ser mediados um pelo outro, precisamente porque são extre-mos reais”45. Não há, entre eles, relação reflexiva, pois são extremos que“não têm nada em comum entre si, não demandam um ao outro, não secompletam”46. Aqui, certamente sob influência de Feuerbach, Marx opõeà categoria de “reflexão” outra categoria da lógica hegeliana: a categoria

da “autodeterminação do sujeito”47

. A sociedade civil, como Estado real,deve realizar em si mesma sua determinação “genérica”, em vez de receberdo Estado político uma “determinação alegórica ”. Pelo poder legislativodemocrático, a qualidade política do homem – a representação da função  

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 Apresentação

de cada um como parte do gênero – deixa de aparecer como uma realidadeseparada de sua qualidade social, o mesmo podendo ser dito em direção

inversa: a qualidade social do homem mostra, na representação democrá-tica, seu caráter político, quer dizer, seu caráter genérico . Diferentementedos outros Estados, a democracia não cria uma existência política para aexistência privada do homem, mas apenas restitui a essa existência a es-sência genérica ou a essência política que lhe é própria. Na confluênciados pensamentos de Rousseau e de Feuerbach, a “verdadeira democracia”supera o plano da representação política na representação genérica . Nela,cada homem, conclui Marx, “representa simplesmente o gênero”. Ele “é,aqui, representante não por meio de uma outra coisa, que ele representa,

mas por aquilo que ele é e faz ”48

.A Crítica  da filosofia do direito de Hegel é a obra de um democrataradical. Significava esse primeiro esboço ao mesmo tempo o acabamentoda crítica de Marx à política?

V

A tarefa de submeter a filosofia hegeliana do direito à “crítica filosófi-ca” cumprira-se com sucesso. A construção da monarquia constitucionalcomo universal concreto fora abalada em seus fundamentos e, ao mesmo

tempo, desenvolvida, em sua verdade, como “verdadeira democracia”.Mais importante de tudo, o esforço de Marx em Kreuznach rendera-lhe apreciosa noção de “autodeterminação da sociedade civil”. Subsistia, noentanto, uma grave insuficiência: a contradição entre Estado e sociedadecivil permanecia nos quadros de um problema de ordem política, umadeficiência localizada no terreno da “vontade”. Imediatamente após aCrítica , nos Anais Franco-Alemães , Marx tratará de superar essa posição.A gênese da alienação política será detectada no seio da sociedade civil,nas relações materiais fundadas na propriedade privada. Consequente-

mente, não se tratará mais de buscar uma resolução política para além daesfera do Estado abstrato, mas sim uma resolução social para além da esferaabstrata da política.

Na Crítica , Marx encontrou seu objeto.Faltava desvendar sua “anatomia”.

Rubens Enderle Sete Lagoas, abril de 2005

48 K Mx, Crítica... , p. 134.

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Karl Marx

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Que a ideia da dependência , pcumn pv, mrelação ao caráter determinado do Estado, e a concepção losóca de que ap v cn mn m çã cm , já hv vu-

lizado [...] principalmente Montesquieu etc.

H qu, pn, pnnc interna u mnçã(Bestimmung) essencial do direito privado etc. pelo Estado; mas, ao mesmomp, ubum pnnc n çã “nc externa” e cnpõ, cm u , à u çã, m qu m ccivil se comportam em relação ao Estado como seu “m imanente”.

P “nc externa” pode-se somente entender que “leis” e “interes-ses” da família e da sociedade civil devem ceder, em caso de colisão, às “leis” e“interesses” do Estado; que aquelas são subordinadas a este; que sua existência

é dependente da existência do Estado; ou também que a vontade e as leis doEstado aparecem à sua “vontade” e às suas “leis” como uma necessidade.

Mas Hegel não fala, aqui, de colisões empíricas; ele fala da relação das “esferas direito privado e do bem privado, da família e da sociedade civil” com o Estado;- relação essencial dessas próprias esferas. Não apenas seus “interesses”,mas também suas “leis”, suas determinações essenciais são “dependentes” doEstado e a ele “subordinadas”. Ele se relaciona com seus interesses e leis como“ potênciasuperior”. Tais “interesses” e “leis” apresentam-se como seus “subordi-nados”. Eles vivem na “dependência” do Estado. Precisamente porque “subor-

dinação” e “dependência” são relações externas , qu nm cnpõmà essência autônoma, é a relação da “família” e da “sociedade civil” com o Estadoqu “nc externa”, de uma necessidade que vai contra a essênciainterna da coisa. Que “as leis do direito privado” dependem “do caráter deter-minado do Estado”, que elas se modicam segundo ele, é algo que está subsu-m n çã “necessidade externa”, precisamente porque “sociedade civile família”, em seu verdadeiro, quer dizer, autônomo e pleno desenvolvimento,são pressupostas ao Estado como “esferas” particulares. “Subordinação” e “de-

 pendência” são as expressões para uma identidade “externa”, forçada pn,para cuja expressão lógica Hegel utiliza, corretamente, a “necessidade externa”.Na “subordinação” e na “dependência”, Hegel continuou a desenvolver o lado n cpn, nçã n n un,

porém, de outro lado, é o Estado seu m imanente m u ç n un u m último geral cm interesses particulares nvu, n m- m qu nvu m deveres pn m cm m .

H bc, qu, um antinomia m uçã. De um lado , ncexterna; de outro , m imanente. A unidade do m último geral e interesses particulares nvu v cn m qu u deveres 

p cm e seus direitos m çã jm nc. (am, pxmp, v p pp cnc cm b .)e n n- xpc n n pá:

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Karl Marx

3030

p nh , cná, i m cm u xnc nã um nvv p mm, m mp ná, cmum.

a i é ubjv çã real m c cv cm e é pn cm u v interna imaginária. fm ccivil são os pressupostos do Estado; elas são os elementos propriamente ativos;m, n pcuçã, nv. N nn, i é ubjv, sujeitos reais, família e sociedade civil, “circunstâncias, arbítrio” etc. convertem- m mmn bjv i, irreais e com um outro signicado.

a vã mé e “n nu, p ccunânc, p b pela escolha própria de sua determinação”, tudo isso não é simplesmente expressocomo o verídico, o necessário, o legítimo em si e para si; não é dado como tal po racional; mas, por outro lado, o é apenas na medida em que se dá para uma

mçã aparente , em que é deixado tal como é; porém, ao mesmo tempo, recebea signicação de uma determinação da Ideia, de um resultado, um produto dai. a nç nã n cnú, m n m mn u nmodo de expressão. Trata-se de uma dupla história, uma esotérica e outra exoté-c. o cnú pmnc n p xéc. o n p éc ésempre o de novamente achar, no Estado, a história do Conceito lógico. Mas én p xéc qu nvvmn v pu.

Racionalmente , as sentenças de Hegel signicam apenas que:a m c cv ã p e. N, mé

Estado é dividida “pelas circunstâncias, pelo arbítrio e pela escolha própriada determinação”. Os cidadãos do Estado (Staatsbürger) ã mmb m mmb c cv.

“a i , ep, qu divide ele mesmo n u u cnc, m c cv, cm m sua nitude” (portanto: vã e m m c cv é ideal , é, ncá,pertence à essência do Estado; família e sociedade civil são partes reais doEstado, existências espirituais reais da vontade; elas são modos de existênciado Estado; família e sociedade civil se fazem, a si mesmas , e. e ã ç mz. sun H, cná, ã produzidas p i .

Não é seu próprio curso de vida que as une ao Estado, mas é o curso de vidada Ideia que as discerniu de si; e, com efeito, elas são a nitude dessa Ideia;elas devem a sua existência a um outro espírito que não é o delas próprio;elas são determinações postas por um terceiro, não autodeterminações; porisso, são também determinadas como “nitude”, como a  nitude própria da“Ideia real”. A nalidade de sua existência não é essa existência mesma, mas i pup “p , p ,espírito real e innito para si”, quer dizer, o Estado político não pode ser sema base natural da família e a base articial da sociedade civil; elas são, para ele,

conditio sine qua non4

. M cnçã n- cncn, mnn4 “condição absolutamente necessária”. (N.E.A.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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n- mn, pu é p cm pu u pu. aIdeia real só se degrada, rebaixa-se à “nitude” da família e da sociedade civil,

para, por meio da suprassunção destas, produzir e gozar sua innitude); elav, por conseguinte (para alcançar sua nalidade), nessas esferas, a matériadessa sua realidade nita (dessa qual? Essas esferas são, de fato, a “sua realida-de nita”, sua “matéria”?), os “indivíduos como a multidão” (“os indivíduos,a multidão” são aqui matéria do Estado, “deles provém o Estado”, essa suaprocedência se expressa como um ato da Ideia, como uma “distribuição” quea Ideia leva a cabo com sua própria matéria. O fato é qu e puz p muã, cm x n m mmb m mmb c cv. a pcuçã nunc  fato cm um i, nã cm muã, nã cm um ubjv

do próprio fato nc), “ mn qu vã, n nu (n, cu pn vã nu n m sociedade civil), pelas circunstâncias, pelo arbítrio etc. aparece mediada”. Arealidade empírica é, portanto, tomada tal como é; ela é, também, enunciadacomo racional; porém, ela não é racional devido à sua própria razão, mas simporque o fato empírico, em sua existência empírica, possui um outro signicadon mm. o , xnc mpc, nã é pncomo tal, mas como resultado místico. O real torna-se fenômeno; porém, aIdeia não tem outro conteúdo a não ser esse fenômeno. Também não possui

a Ideia outra nalidade a não ser a nalidade lógica: “ser espírito real para siinnito”. Nesse parágrafo, encontra-se resumido todo o mistério da losoado direito e da losoa hegeliana em geral.

§ 263. N , n qu u mmn, nu pcu-, pum u imediata reetida , ep é cm uunv bjv qu nelas se manifesta , cm pnc cn nnc, qu z, cm instituições nmn .§ 264. o nvu muã, n m m qu cnm, eles mesmos ,nuz pu , cm , úpc mmn, qu z, xm singularidade qu b qu para si xm universalidade qu b

e quer o substancial e que, por isso, só podem chegar ao direito na medidam qu jm cm p pv , mm mp, cm pubnc – nm, m c , m p, mmn pmxm , m p, u, mn qu m u ucncncnc n nuçõ cm universal m xn u npcu qu, m p, m um c um v n cpçãvoltados a um m geral.

§ 265. e nuçõ zm, m pcu, constituição , é, cn-lidade desenvolvida e realizada e são, por isso, a base rme do Estado, bemcomo da conança e da disposição (Gesinnung) nvu m çã

p unmn b púbc, v qu n bpcu z cnz, m qu unã b nc vnh x em si , n mm.

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Karl Marx

32

§ 266. Somente5 o Espírito é objetivo e real não apenas como essa (qual?)6 necessidade [...], mas como a idealidade nc cm u n-ridade; assim, essa universalidade substancial é, para ela mesma , objeto e m,

nc ncn, p , umn n forma b.

a pm m c cv e pc cn,pn, m qu p , qu é em si p e, cmp , mbém, cm m çã mm qu j,qun u n, real m . a pm nã é, pn, v nc particular m c. nc pcu e, m çã universal n necessidade liberdade. É xmn mm p-sagem que se realiza, na lógica, da esfera da Essência à esfera do Conceito.A mesma passagem é feita, na losoa da natureza, da natureza inorgânica

à v. sã mp mm c qu nmm , qu. t- pn ncn, p mnçõ nu cnc-, mnçõ b cpnn.

§ 267. a necessidade n é desenvolvimento i n mesma; ela é, como substancialidade subjetiva , disposição política , cmobjetiva , nmn qu, é organismo e, e pp-mn político sua constituição.

o sujeito é, aqui, a “necessidade na idealidade”, a “Ideia dentro de si mes-ma”; o predicado é disposição política constituição política. em numc: a disposição política é substância ubjv e constituição

 política u substância objetiva. O desenvolvimento lógico da família e dac cv e é, pn, pu aparência , p nã nvvcomo a disposição familiar, a disposição social; a instituição da família e asnuçõ c cm cnm- cm pçã pc cm cnuçã pc cm cncm.

a pm m qu ep é “nã pn cm nc cmum reino da aparência”, mas como “sua idealidade”, como a alma desse reinoqu é p qu pu um xnc pcu, nã é m um

um pm, um vz qu m m x p cm m c. apura idealidade de uma esfera real só poderia, contudo, existir como ciência.o mpn é qu H, p p, z i uj uj

propriamente dito, assim como da “disposição política”, faz o predicado. Onvvmn pu, cnu, mp pc.

o pá 268 cném um b xpçã b disposição pc,  patriotismo , que não tem nada em comum com o desenvolvimento lógico, a

5 Em Hegel, “todavia”. (N.E.A.)

6 Mx nã h, qu, m u pn cc – pn, ém qu mn, é u u é cc-umnv unmn – n m cçõ H. (N.e.B.)

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nã qu H mn “somente” como “resultado das instituiçõesxn n Estado , n qu cn x realmente”, enquanto,

p u , nuçõ ã, mm mp, um objetivação pçã pc. C. n pá.

§ 269. a pçã m u conteúdo pcumn mn -n organismo e. e organismo é nvvmn i m u nçõ m u bjv. e nã, assim , diferentes poderes , u unçõ u v, p m qu universal cnnumn, á n m m qu pã mn p natureza do Conceito , mném, se engendra mnecessário , n m m qu é umn pup u puçã,conserva a si mesmo; – nm é constituição política.

a cnuçã pc é nm e, u nm e-tado é a constituição política. Que os diferentes lados de um organismo sencnm m um cã ncá un nuz nm,é pura tautologia. Que, uma vez que a constituição política é determinadacm nm, n cnuçã, n p,cnm- cm mnçõ ânc ncnm m um çãcn cpc, é, umn, u. É um n p e pc cm um nm, , p cnqunc, nçã p nã m cm um nçã nânc7 , m cm um nçã

viva e racional. Mas como Hegel apresenta essa descoberta?“e organismo é nvvmn i m u nçõ m urealidade objetiva.” Isso não signica: esse organismo do Estado é seu desenvol-vmn m nçõ m u bjv. o v pnmné: nvvmn e u cnuçã pc m nçõ mu é um nvvmn orgânico. o pup, uj, ã distinções reais u diferentes lados da constituição política. o pc é umnçã cm orgânicos. em vz , i é uj, nçõ u ã p cm u nvvmn, cm u u,nqun, p cná, i v nvv p nçõ. o ânc é jumn ideia das distinções , mnçã .M qu Ideia cm um uj, i qu nvv msuas nçõ. aém nvã uj pc, puz- qu pnc qu cu u qu nã nm. P-- i b, cuj nvvmn n e é constituição política.Nã , pn, pc, m i b n mn p-lítico. Quando eu digo: “Esse organismo (organismo do Estado, a constituiçãopolítica) é o desenvolvimento da Ideia em suas distinções etc.”, não sei ainda

7 a qu u nc um c Mx, qu pvvmn qu cv “m-cânica” ou “inorgânica” (anorganische). (N.e.a.)

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bumn n b ideia especíca da constituição política; a mesmannç p , cm mm v, n nm animal 

qun nm  político. em qu diferencia , pn, nmanimal organismo político? Tal distinção não resulta dessa determinaçãounv. M um xpcçã qu nã á dierentia specica não é umexplicação. O único interesse é, pura e simplesmente, reencontrar “a Ideia”,a “Ideia lógica” em cada elemento, seja o do Estado, seja o da natureza, eos sujeitos reais, como aqui a “constituição política”, convertem-se em seusmp nomes , m qu há pn pnc um cnhcmn, p uj pmncm ncmpn, v qu nãsão determinações apreendidas em sua essência especíca.

“e n ã, assim , diferentes poderes , u unçõ u

atividade.” Por meio da pequena palavra “assim”, cria-se a aparência de umacnqunc, um vçã, um nvvmn. dv-, n,perguntar: “Como assim?”. Que os “diferentes lados do organismo do Estado”sejam os “diferentes poderes”, com suas “funções e atividade”, é um fato em-pírico; que eles sejam membros de um “organismo” é o “predicado” losóco.

Chmm nçã, qu, p um pcu c H,qu p qunmn é um pu mcm. o pá,m u cnjun, z un:

a pçã m u cnú p-

cumn mn diferen-tes lados organismo e.Esse organismo é nvvmn i m u nçõ m u bjv. Esses lados dis-tintos ã, assim , diferentes poderes ,u unçõ v, p m qu unv cnnumn, á n m m qu p- ã mn p naturezado Conceito , mném, se engendra  m necessário , n m mqu é umn pup upuçã, conserva a si mesmo; – essenm é constituição política.

1) a pçã m u cnú

pcumn mn dosdiferentes lados nm e. e n ã... diferentes poderes , u unçõ uv.2) a pçã m u cnúpcumn mn n organismo e. Esse organismo é nv-vmn i m u nçõ

m u bjv... p m qu unv cnnumn, á n m m qu p- ã mn p naturezado Conceito , mném, se engendra  m necessário , n m mqu é umn pup upuçã, conserva a si mesmo; – esseorganismo é constituição política.

Vê-se como Hegel une as determinações ulteriores em dois sujeitos, nos

“diferentes lados do organismo” e no “organismo”. Na terceira frase, os “ladosdistintos” são determinados como os “diferentes poderes”. Intercalando-se apv “assim”, é produzida a aparência de que esses “diferentes poderes”

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ã v, cm nvvmn i, nmá b nm.

Continua-se falando, em seguida, dos “diferentes poderes”. A determinaçãode que o universal “se engendra” continuamente e, por meio disso, se conserva,nã é n n, p já á pn n mnçã pcomo “lados do organismo”, como lados “orgânicos”. Ou, ainda, essa deter-minação dos “diferentes poderes” não é senão uma paráfrase para dizer queo organismo é “o desenvolvimento da Ideia em suas distinções etc.”.

a : nm é “ nvvmn i m u n-ções e na realidade objetiva destas”, ou em distinções por meio das quais “ouniversal” (o universal é, aqui, o mesmo que a Ideia) “continuamente, e aliásn m m qu p ã mn p natureza do Conceito ,

mném, se engendra m necessário , n m m qu é umnpup u puçã, conserva a si mesmo” são frases idênticas. Aúm é, mpmn, um xpcçã m pxm “nvv-mento da Ideia em suas distinções”. Hegel não avançou, com isso, um passosequer no conceito universal “da Ideia” e, no máximo, avançou um pouco noconceito de “organismo” em geral (pois trata-se, precisamente, apenas dessa mn). o qu uz, pn, cncu qu “ -nismo é a constituição política”? Por que não: “esse organismo é o sistemasolar”? Porque ele determinou, mais adiante, os “diferentes lados do Estado”

como os “diferentes poderes”. A frase: “os diferentes lados do Estado são osdiferentes poderes” é uma verdade empírica e não pode se passar por umadescoberta losóca. Tal frase não é, ademais, de modo algum o resultado um nvvmn n. Pém, mn nm cm “nvvmn da Ideia”, ao falar das distinções da i nc,m u, cnc “n poderes”, produz-se a aparência dequ nvvu um cnú determinado. À nnç: “ pçã mu cnú pcumn mn n organismodo Estado”, Hegel não poderia ajuntar: “esse organismo”, mas “o nm éo desenvolvimento da Ideia etc.”. O que ele diz vale, no mínimo, para todo e

qualquer organismo e não há nenhum predicado que justique o sujeito “esse”.o v u qu mj ch é à mnçã organismo cm constituição política. Nã cnuu, pém, nnhum pn pela qual p ch à ideia determinada do organismo do Estado ou da constituição políticaa partir da Ideia universal de organismo , pn nã p cnu nmn n. N nc, - “n nm Estado”, que são, em seguida, determinados como os “diferentes poderes”.dz-, pn, mpmn: “os diferentes poderes do organismo do Estado” ouo “organismo estatal dos diferentes poderes” é a “constituição política”  Estado. a

pn p “cnuçã política” não é construída a partir do “organismo”,“da Ideia”, de suas “distinções” etc., mas a partir do conceito pressuposto de“diferentes poderes”, de “organismo do Estado”.

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Na verdade, Hegel não faz senão dissolver a “constituição política” na abstrataIdeia universal de “organismo”, embora, aparentemente e segundo sua própria

opinião, ele tenha desenvolvido o determinado a partir da “Ideia universal”. Eletransformou em um produto, em um predicado da Ideia, o que é seu sujeito; nã nvv u pnmn p bj, m nvv bjsegundo um pensamento previamente concebido na esfera abstrata da lógica.Nã nvv mn cnuçã pc, mde dar à constituição política uma relação com a Ideia abstrata, de dispô-la comoum membro de sua biograa (da Ideia): uma clara misticação.

Outra determinação é a de que os “diferentes poderes” são “determinadosp natureza do Conceito” e que, por isso, o universal os “engendra de modonecessário”. Os diferentes poderes não são, portanto, determinados por sua

“própria natureza”, mas por uma natureza estranha. Do mesmo modo, a ne-cessidade não é extraída de sua própria essência, nem tampouco demonstradacriticamente. Sua sorte é, antes, predestinada pela “natureza do Conceito”,nc n sn C8 (da Lógica). A alma dosbj, n c pn, e, á pn, pn n ucorpo, que não é propriamente mais do que aparência. O “Conceito” é o lhona “Ideia”, em Deus-pai; é o agens9 , determinante e diferenciador. “Ideia” e“Conceito” são, aqui, abstrações autônomas.

§ 270. Que o m do Estado seja o interesse universal como tal e que, nisso, seja

cnvçã n pcu cm ubânc úm, é 1) u realidade abstrata ou substancialidade; mas esta última é 2) sua neces-sidade , nqun v n distinções cncu u v, quã, mm m, ç àqu ubnc, mnçõ estáveis  , poderes; 3) porém, tal substancialidade é, precisamente, o espírito que , por haver passado pela forma da cultura , b- qu mm. o e sabe ,p , qu qu, b m u universalidade , cm algo pensado; ele agee atua, por isso, segundo ns sabidos, princípios conhecidos e segundo leisqu nã ã mn em si , mas para a consciência; e, do mesmo modo, nam m qu u çõ m à ccunânc çõ xn, u un cnhcmn mn qu m .

(a n pá, b çã n e ij, á vm n.)

A aplicação dessas categorias lógicas merece um exame todo especial.

Que o m e j interesse universal cm qu, n, j cnvçã n pcu cm ubânc úm, é1) u realidade abstrata u ubnc.

8 Marx faz referência ao ato V, cena 10, do drama Don Carlos , fch vn sch.

sn C (m pnh n n) nm pã inquçã, m M.(N.e.B.)9 “princípio ativo”. (N.E.A.)

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Que o interesse universal como tal e como existência dos interesses parti-cu j  m do Estado – é u , u xnc, bmn

denida. O Estado não é real sem este m. É esse o objeto essencial de suavn, m, mm mp, pn um mnçã cmpmnuniversal desse objeto. Esse m, na condição de ser, é o elemento da exis -nc p e.

M úm ( b, ubnc) é 2) u necessidade ,nqun v n distinções cncu u v, qu ã, mm m, ç àqu ubnc, mnçõ estáveis , poderes.

e ( b, ubnc) é u necessidade ( e-

), nqun u v m atividades distintas , cuj nçãé cnmn mn qu ã, cm , mnçõ áv.a b e, u ubnc, é nc,na medida em que o m do Estado e a existência do todo só se realizam naxnc p n e.

Cmpn-: pm mnçã u abstrata.O Estado não pode ser tratado como realidade simples; ele deve ser tratadocm v, cm um v n.

su realidade abstrata u ubnc é u necessidade , nqun v n nçõ cncu u v, qu ã, mm m,ç àqu substancialidade , mnçõ estáveis , p.

a çã ubnc é çã nc, qu z, subânc pc v m realidades u atividades autônomas, porémncmn mn. eu p mp bçõ ququ . N m m qu, pm, u e b esquema da realidade “abstrata”, tenho que tratá-lo, em seguida, sob o es-quema da “realidade concreta”, da “necessidade”, da distinção realizada.

3) Pém, ubnc é, pcmn, p qu, p hv passado

 pela  forma da cultura , b- qu mm. o e sabe , p cnun, qu qu, b m u universalidade , cm algo pensado; ele age e atua,por isso, segundo ns sabidos, princípios conhecidos e segundo leis que nãoã mn em si , mas para a consciência; e, do mesmo modo, na medidam qu u çõ m à ccunânc çõ xn, uun cnhcmn mn qu m .

tuzn- pá p n nu, m:1) o espírito que se sabe e se quer é ubânc e ( p cul-

tivado , autoconsciente , é uj unmn, é unm e).2) o interesse universal e a conservação dos interesses particulares nele é o m

unv cnú p, ubânc xn e, nuz p qu b qu.

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3) o p qu b qu, p cuv ucncn,n realização cnú b pn cm um atividade n,

cm xnc diferentes poderes , cm um potência articulada.sb xpçã hn, há qu chm nçã:) sã nm m sujeitos: realidade abstrata , necessidade (u

nçã ubnc), substancialidade; portanto, as categorias lógicas abs-tratas. Com efeito, a “realidade abstrata” e a “necessidade” são designadascm “sua” realidade e necessidade, isto é, do Estado, embora 1) “ela”, “arealidade abstrata” ou “substancialidade”, seja sua “necessidade”. 2) ela é qu“se divide nas distinções conceituais de sua atividade”. As “distinções doConceito” são, “do mesmo modo, graças àquela substancialidade, determi-nçõ estáveis , poderes”. 3) A “substancialidade” não é mais tomada

cm um mnçã b e, cm “sua” substancialidade;ela é, como tal, transformada em sujeito, pois diz-se, por m: “Tal substancia-lidade é, pém, pcmn, p qu, p hv p p mda cultura, sabe-se e quer a si mesmo”.

 b) Por m, também não se diz: “o espírito cultivado etc. é a substanciali-dade”, mas, ao contrário: “a substancialidade é o espírito cultivado etc.”. Op n-, pn, pc u pc.

c) A substancialidade, depois de ter sido determinada 1) como o m uni-v e , nã, 2) cm p n, é mn cm

3) p real cuv qu b qu. o v pn p,o espírito que se sabe e se quer, sem o qual o “m do Estado” e os “poderes doEstado” seriam cções inconsistentes, vazias de essência, ou até mesmo existên-c mpv, pc pn cm último pc ubnc,

 já nmn mn cm m universal cm diferentes  poderesdo Estado. C v p espírito real , o “m universal” seria seucnú n p m u m z, u xn-c real u material , cuj mn nvv pcmna partir da natureza de seu m. No entanto, porque se partiu da “Ideia” ouda “Substância” como sujeito, como essência real, o sujeito real pc pn

cm último  predicado pc b.O “m do Estado” e os “poderes do Estado” são misticados, visto que

são apresentados como “modos de existência” da “Substância” e aparecemcomo algo separado de sua existência real, do “espírito que se sabe e se quer”,do “espírito cultivado”.

d) o conteúdo concreto, a determinação real, aparece como formal; a formanmn b mnçã pc cm cnú cnc.a nc mnçõ e nã cn m qu pm cn cm mnçõ e, m m cm mnçõ

lógico-metafísicas em sua forma mais abstrata. O verdadeiro interesse nãoé a losoa do direito, mas a lógica. O trabalho losóco não consiste emqu pnmn cncz n mnçõ pc, m m qu

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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mnçõ pc xn vzm n pnmn b. omomento losóco não é a lógica da coisa, mas a coisa da lógica. A lógica não

serve à demonstração do Estado, mas o Estado serve à demonstração da lógica.1) o n unv , n, cnvçã n pcucm m do Estado ,

2) n p cm realização desse m do Estado,3) p cuv ucncn, qu qu , cm sujeito

m e de sua realização.e mnçõ cnc ã cmpn xmn, cm

hors-d’oeuvre10; seu sentido losóco é que o Estado tem nelas o sentido lógico:1) como realidade abstrata ou substancialidade;2) qu çã ubnc cnv n çã nc,

da realidade substancial;3) qu ubnc é, m v, Conceito , subjetividade.omn mnçõ cnc, qu pm, umn,

 bm cnun cm mnçõ cnc um u , cm,p xmp, fc, qu ã, pn, nnc, m, n nós, um capítulo da lógica.

a subânc v “v- n nçõ cncu, qu ã, mmm, ç àqu ubnc, mnçõ estáveis e reais”. Essafrase, a essencial, pertence à lógica e já se encontra pronta e acabada antes da

losoa do direito. Que essas distinções do Conceito sejam, aqui, distinções “desua atividade (do Estado)” e que sejam “determinações estáveis”, “poderes”do Estado, tal parêntese pertence à losoa do direito, à empiria política. Todaa losoa do direito é, portanto, apenas um parêntese da lógica. O parêntese é,cm p mm cmpn, pn hors-d’oeuvre nvvmnpropriamente dito. Cf., por exemplo, p. 347. [§ 270, Adendo]:

a nc cn m qu j v n nçõ Cnc m qu vã nç um mn (Bestimmtheit)  áv durável, que não é xa, mas que sempre se reproduz na dissolução.

Cf. também a Lógica.§ 271. a cnuçã pc é, em primeiro lugar: nzçã e pc u v ânc em relação a si mesmo , n qu ncu mmn m u b m existência.Em segundo lugar , é, cm um nvu, um un exclusiva qu cn cm outros , u nçã, pn,  para o exterior bc n mm, un mnçã, m u , u nçõ xn. Adendo: o e nn cm é poder civil , n çã p x poder militar , qu é, cnu, n e, um n mm mn.

10 “coisa secundária”. (N.E.A.)

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I) A constituição interna para si

§ 272. a cnuçã é cn n m m qu e nc -

mn u v segundo a natureza do Conceito , m qu cada um poderes j, m mm, totalidade , qu nh cnnh n , v, u mmn qu , um vz qu xpmm n-ç Cnc, pmnçm mpmn m u cnumpn Um individual.

a cnuçã é, pn, cn, n m m qu u mmnpodem ser dissolvidos em momentos lógico-abstratos. O Estado diferencia edetermina sua atividade não segundo sua natureza especíca, mas segundoa natureza do conceito, móbil misticado do pensamento abstrato. A razão

da constituição é, portanto, a lógica abstrata, e não o conceito do Estado. Emu cnc cnuçã, bm cnuçã Cnc. opnmn nã n p nuz e, m m e pum pnmn pn.

§ 273. O Estado político se divide, assim (como assim?), nestas distinçõesubnc:) p mn bc unv,  poder legislativo;

 b) ubunçã  particulares c nu b unv–  poder governamental;

c) subjetividade cm úm cã qu,  poder soberano – nqu n p ã un m um un nvu, qu é,pn, cum nc – monarquia constitucional.

Voltaremos a esta divisão após examinarmos detalhadamente sua exposição.

§ 274. Cm Espírito é mn nqun real , nqun é qu qu b , e, cm p um pv, é mm mp qu perpassa todas as suas relações , m cncnc u nvu, cnuçã um mn pv pn, m ,  modo e formaçãoda autoconsciência desse povo; nesta autoconsciência reside sua liberdadeubjv , cm , realidade da constituição... C pv m, m, constituição que lhe cabe e que lhe é própria.

d ccn H u- pn qu e, m qu “me formação da autoconsciência” e a “constituição” se contradizem, não éum verdadeiro Estado. Que a constituição, que era o produto de uma cons-cnc p, p n um p nv p um cncncm vnç c. c., ã, p c, pn v. d vu, n, xnc um cnuçã qu cnv m mma determinação e o princípio de avançar com a consciência; de avançar como homem real, o que só é possível quando se eleva o “homem” a princípio cnuçã. H é, qu, sosta.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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a) O poder soberano

§ 275. o p bn cném m mm mmn ,

universalidade cnuçã , bçã cm çã  parti-cular cm unv mmn decisão úm cm autodeterminação àqu u m n n m cmç . e buumn- cnu princípio distintivo p bn cm, qu é pm nvv.

O início desse parágrafo signica apenas o seguinte: “A universalidadeda constituição e das leis” é – o  poder soberano; a deliberação u çã

 particular cm unv é –  poder soberano. o p bn nã n-cn unv cnuçã , qu p pbn nn p mnc (cnucn).

M, m v, qu H pn mn é pn : “unv-salidade da constituição e das leis” é o poder soberano, a soberania do Estado.É, pn, nc z  poder soberano sujeito , um vz qu pbn p cmpn cm p pncp, puz uã qu é nh desse mmn, u uj. an, pém, vjm quH nn p “ princípio distintivo do poder soberano como tal”, a saber: “ommn decisão úm, cm autodeterminação à qu u m ne de onde toma o começo de sua realidade”, esta: “autodeterminação absoluta”.

H z, qu, pn qu: vontade efetiva, isto é, individual , é  poder

soberano. É o que arma o § 12:a vn, ... n- m singularidade , é cv pn cmvn cv é vn efetiva.

Na medida em que esse momento da “decisão última” ou da “autode-terminação absoluta” é separado da “universalidade” do conteúdo e dapcu bçã, é vontade efetiva cm arbítrio. ou:

“o arbítrio é o poder soberano” ou: “O poder soberano é o arbítrio”.

§ 276. a mnçã unmn e pc é un ubnc

cm idealidade u mmn, n qu:α) p unçõ pcu e ã n vqun cnv, cnv mn n m m qu nã pumum mçã npnn, m pn um mçã ã bnnqun é mn, na ideia do todo , qu p unçõ vmda potência do todo e são seus membros uidos, como seu Si-mesmo simples.

 Adendo: N mmn, c mm qu cm v mum cp ânc.

enn-: H pn “ p unçõ pcu-lares”. Estes devem ter somente “uma legitimação tão abrangente quantoé determinado na ideia do todo” e devem apenas “derivar da potência dotodo”. Que isso deva m á mpc n organismo. M

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Karl Marx

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pc mn cm vm z. P, n e, v n razão consciente; a necessidade substancial mmn nn , p ,

meramente externa; o cruzamento acidental dos “poderes e funções” nãop- z p p cn.

§ 277. β) a unçõ v pcu e lhe são  próprias cmu mmn nc. Cnuz xc p indivíduos , nãã vncu m zã u pn m, m pnp u qu unv bjv , pn, ã un à u p-n pcu cm um mn x cn. a unçõ v nã pm, p ,  propriedade privada.

É vn qu unçõ v particulares ã chm unçõ v do Estado , função  poder estatais , nã ã propriedade privada ,m propriedade do Estado. i é um u.

a unçõ v e ã vncu nvu ( esó é ativo por meio dos indivíduos), mas não ao indivíduo como indivíduo físico m nvu do Estado , à u qualidade estatal. É, p , cu qunH z: ã “un à u pn pcu como tal de umamaneira exterior e acidental”. Elas estão, antes, unidas ao indivíduo medianteum vinculum substantiale , p um qu nc nvu. e ã çã nu u qu nc. e p vém H cncb unçõ v bmn, p , , p

isso, em oposição à individualidade particular; mas ele esquece que tanto anvu pcu cm unçõ v ã unçõhumanas; ele esquece que a essência da “personalidade particular” não é au bb, u nu, u c b, m m u qualidade social , qu unçõ c. ã pn m xnc v qu c hmm. Cmpn-, pn, qu nvu, nm m qu ã nv unçõ p , ã cn- un u qu c nã un u qu pv.

§ 278. e up mnçã – qu unçõ p pcu

e nã ã npnn áv, nm p , nm n vn p-cu nvu, m m u z úm n unidade do Estado cmu Si-mesmo simples – cnu soberania do Estado.o pm n, m , uçã unc m qu vnpcu cm , j um mnc j um pv, v cm u, n, m u , p qu bn, cná, cnupcmn uçã cnucn, mmn unçõ pcu, p qu um nã é npnn autônoma em seus ns e modos de atuação e centrada apenas em si mesma,mas é determinada, nesses ns e modos de atuação, pelo m do todo ( qu

n, m m , cm xpã v bem do Estado),n pnn. e pc um up mn. –em uçã de paz , unçõ pcu ã pumn à

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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isso , mmn bumn cv nã é nvum , m um nvu, monarca.

 Já chmm nçã p : mmn cã, bá pqumn, é, m ,  poder soberano vontade. a  poder soberano ,cm H nvv, é pn ideia arbitrário , decisão vn.

tv, nqun H cncb bn pcmn cm m e, cm mnçã p p m , nm m “umnçã abstrata , pqu sem fundamento , vn, umnçã n qu cã úm. É individualidade do Estado como tal”. O discurso, que antes falava da subjetivi-, individualidade. o e cm bn v Uno , Umindivíduo , v pu nvu. o e é Uno “não somente” nestaindividualidade; a individualidade é apenas o momento natural u un, determinação natural e. “Por isso , mmn bumn c-v nã é nvu m , m um nvu, monarca”.Como? Porque “cada um dos três momentos do Conceito” tem “na constituiçãoqu nu u cn sua conguração separada, real para si”.

Um momento do Conceito é a “singularidade”; porém isto não é aindaUm indivíduo. e qu p cnuçã , m qu unv, pcu nu m, c um, “u conguraçãop, real para si”? Já que não se trata, em suma, de uma abstração, mas

do Estado, da sociedade, pode-se, então, adotar a classicação de Hegel.O que decorreria disso? O cidadão do Estado, ao determinar o universal, élegislador; ao decidir o singular, ao querer realmente , é soberano; o que signi-caria: a individualidade da vontade do Estado é “um indivíduo”, um indivíduoparticular distinto de todos os outros? Também a universalidade , çã,tem uma “conguração separada, real para si”. Disso poderíamos concluir:“Estes indivíduos particulares são a legislação”.

O homem comum:

2) o mnc m p bn,

bn.3) a bn z qu qu.

Hegel:

2) a soberania e é  mnc.

3) a bn é “autodeterminaçãob, pqu m unmn, vn, umnçã nqual reside a decisão última”.

H nm bu mnc cnucn n eupu m umnçõ bu vontade. e nã z: vn mnc é cã úm, m cã úm vn é... mn-c. a pm é mpc. a un c mpc m um

xm mc.H cnun uj: bn “cm u ubjvautoconsciente” e bn “cm umnçã m unmn

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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o momento do arbítrio na vontade. A “razão de Estado” e a “consciência deEstado” são uma “única” pessoa empírica, a exclusão de todas as outras,

mas esta razão personicada não tem nenhum conteúdo além da abstraçãodo “Eu quero”. L’état c’est moi12.

M, além disso , pn ubjv m , cm çãinnita consigo mesma, tem pura e simplesmente verdade , pcmn uverdade imediata mais próxima, apenas como pessoa, sujeito que é para simm, qu é p mm é umn pu mpmn Uno.

É vn qu, n m m qu pn ubjv ãmn pc p uj, xm, pn, pncm p uj, , , p é Una. M H v ccn-

: Uno m v mn cm muitos Unos. o pc, nc, jm u xnc m um Uno , m em muitos Unos.a nvé , H cncu:

a pn e é mn cm um pessoa , monarca.

am, pqu ubjv é pn cm uj, uj p-nas como Uno, a personalidade do Estado só é real como uma pessoa. Belacncuã. H p cncu, mm m: p hmmnu um Un, n humn é pn Um únc hmm.

a pn xpm Cnc cm , p cném simultanea-mente a realidade deste último, e o Conceito só é Ideia , v, cm mnçã.

a personalidade , sem a pessoa, é certamente apenas uma abstração; masa pessoa só é a ideia real pn m u xnc néc, como as pessoas.

o qu nmn um p moral , c, cmun, m, pm cnc qu j m mm, m pn pn cmmomento, nela abstrato; ela não chegou, aí, à verdade de sua existência, mas e é pcmn , n qu mmn Cnccnçm un u v pcu.

N n um n cnuã. a p moral , c c.é b, pcmn mçõ néc n qu  pessoareal z u cnú à xnc, bjv bnn bçã “p quand même”13. em vz cnhc realização pcm qu há m cnc, e v pvé qu n “momento do Conceito”, a “singularidade”, alcance uma “existência” mística. O

12 “O Estado sou eu”. (N.E.A.)13 “como ela mesma”. (N.E.A.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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cm um  particular v pv, n qu e pc n constituição e.

§ 280. e úm s-mm vn e é mp n u b-çã , p , nu imediata; em seu próprio conceito reside,pn, mnçã naturalidade; o monarca é, por isso, essencial-mn cm este nvu, b ququ u cnú, nvu n à n mnc m m, nu,p m nascimento nu.

 Já uvm qu ubjv é uj qu uj é ncmnnvu mpc, Uno. apnm, , qu mnçã natura-lidade , cp, n cnc nu imediata. Hnão demonstrou nada senão o óbvio, a saber, que a subjetividade existe pncm nvu corpóreo , vnmn, nascimento natural pnc indivíduo corpóreo.

H pn mn qu ubjv e, b-n, mnc é “ncmn cm este nvu, b u cnú, nvu n à n mnc mm, nu, p m nascimento natural”. A soberania, a dignidade mnc , pn, ncnç. o corpo mnc mn un. N pn cumnn e, nã, qu c m u zã é m  physis. o ncmn mnu qu mnc,

m cm mn qu . H mnu qu monarca deve nascer, do que ninguém duvida; mas ele não demonstrou que ncmn z mnc.

o ncmn hmm cm mnc é ã puc pv cnv m v mc qun mcu cncpçã M.am cm úm pnçã, cncnc, mbémqu mpc p cmpn c cm uã hu-mn ccunânc.

N n, qu xmnm m p, H bnn- pz

mn cn cm bumn cn.e pm Cnc, pu umnçã à mz ,com isso, à naturalidade, é de natureza puramente especulativa; seu conheci-mento pertence, portanto, à losoa lógica.

P pumn pcuv nã é qu p  pura umnçã,um bçã, u xm,  pura nu ( c ncmn-), car les extrêmes se touchent 17. o pcuv cn, n, m qu seja chamado uma “passagem do Conceito” e em fazer passar a mais perfeitacnçã p n m ncnqunc p cnqunc.

17 “pois os opostos se atraem”. (N.E.A.)

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P- cn cm n um c pv H qu,cm mnc há, u zã qu mn mm é

m p mnçã nu b, nã cm qu é, m-nçã nu, m cm upm mnçã e, qu é pn positivo m qu mnqu nã p m v pnc nzçã vn cn.

d , é no fundo mesma (?) passagem conhecida como a natureza davontade em geral é pc uz um cnú ubjv(como m representado) em existência. Mas a forma peculiar i pm qu cn é conversão imediata pura autodeterminaçãoda vontade (do Conceito simples mesmo) num Este num xnc nu,m mçã vé um cnú particular – (um m no agir).

H z qu cnvã bn e ( um um-nçã vn) n cp mnc n (n xnc) é, no fundo , passagem do conteúdo em geral que a vontade faz a m de realizar um m

 pensado , uz- m xnc. M H z: no fundo. a nç peculiar qu nc é, pn, ã pcu qu upm n põ magia no lugar da “natureza da vontade em geral”.

em pm u, conversão do m representado em existência é, aqui,imediata , mágica. em un u, uj:  pura autodeterminação vn, Conceito simples mesmo; é a essência da vontade, como Sujeito

místico, que determina; não é um querer real, individual, consciente; é aabstração da vontade, que se transforma numa existência natural; a Ideiapu, qu ncn m um nvu. em c u, cm zçã vn m xnc nu cnc imediatamente , é, m meiosqu vn hbumn nc p bjv, mmmodo um m particular , isto é, determinado; compreende-se que “a mediaçãové um cnú particular , de um m no agir” não tenha lugar, poisnã há um uj que age bçã, pu vn, p ,age de forma mística. Um m que não é particular não é um m, assim como

um agir sem nalidade é um agir carente de nalidade e de sentido. Todacomparação com o ato teleológico da vontade se revela, ao m e ao cabo,como uma misticação. Uma ação sem conteúdo i.

O meio é a vontade absoluta e a palavra do lósofo; o m particular énovamente o m do sujeito losofante, construir o monarca hereditário pda Ideia pura. A realização do m é a mera garantia H.

N m chm prova ontológica xnc du é mm cnvãdo Conceito absoluto no ser (a mesma misticação), conversão que constituiu pun i n mp mn, m qu m cnmn cn (cm zã) cm inconcebível.

M cm cn qu pnçã mnc cb nmn àcncnc cmum ( é, n), nnmn pmnc, qu, c vz

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m m u pçã n u cn u n ccn, n, nã, qu mmn cã úm n e em si e para si (é, n Cnc cn) j à nu m.

N- qu decisão última nasça , e Hegel arma que o monarca é a decisãoúltima nascida; mas quem jamais duvidou que a decisão última no Estado seja nvu , corpóreos , e, portanto, “à naturalidade imediata”?

§ 281. amb mmn m u un nv, s-mm úm munmn vn xnc mbém p m unmn,cm mnçã v à natureza – não ser movido pb cnu majestade mnc. N un unidade real  e, qu mn p m u imediatez nn externa cpà pb uz à  particularidade , cm u b,

ns e opiniões, à luta das facções entre si pelo trono e ao enfraquecimento ençã p e.

o mmn ã: acaso da vontade , b acaso da natureza ,o nascimento; enm: Sua Majestade, o acaso. o c é, pn, unidadereal e.

Que uma “imediatez interna e externa” deva ser retirada da colisão etc. éuma armação incompreensível de Hegel, pois justamente ela é abandonadaà cã.

o qu H z mnqu v v m u n m p

mnc há:em um mnqu v, m zã nuz çã n qu vn particular é cnu m cã úm, cnuçã n capitulaçãoeleitoral [...] a entrega do poder de Estado à discrição da vontade particular, qu u nmçã poderes pcu do Estado em pro-priedade privada c.§ 282. d bn mnc c direito de indultar cmn, pmn cmp zçã p ep, n cncnã cnc nu n pã n qucmn.

o nu é  graça. a graça é m xpã arbítrio acidental , signicativamente concebido por Hegel como um atributopróprio do monarca. No próprio Adendo, Hegel determina que sua origemé “a decisão sem fundamento”.

§ 283. o segundo mmn, cn n p bn, é  particularidade u cnú mn ubunçã úm unv. Nm m qu um um xnc pcu, m c -bv u cupn ã qu qu zm monarca , p cã,  cnú un e qu pnm u mnçõ n ncá p ccmn xn, cm u objetivos , unmn p cã, çã pnn, c-cunânc c. a ch indivíduos p unçõ, m cm u

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mçã, c n arbítrio ilimitado  mnc, já qu m v cm u p m.§ 284. apn c u nvu bv ã uj à respon-sabilidade , n m m qu objetivo cã, cnhcmn cnú- ccunânc, unmn u unmn mnçã ã únc pv responsabilidade , é, pv bjv , p , p c m um bçã n vontade do monarca como tal; mas a majestade própria do monarca, comoubjv qu c m úm nânc, é v cm -pnb p vn.

H cv qu m nmn mpc  poder ministerial , cm é n m p vz mn n e cnucn.

Tudo o que a losoa acrescenta é fazer deste “fato empírico” existência, opc “mmn  particularidade no poder soberano”.(o mn pnm cn, bjv, vn bn.

Cb , p , honra da responsabilidade; enquanto o monarca sesatisfaz com a peculiar imaginação da “majestade”.) O momento especu-v é, pn, bn c. em cnp, nvvmnpn, m pc, unmn nmn mpc , ,mu b mu un.

am, p xmp, çã mn é x “b m-tado” do monarca, “já que eles têm a ver com a sua pessoa imediata”, isto é,

 já que eles são ministros. Do mesmo modo, a “eleição ilimitada” do criado dequarto  mnc p nvv p i bu.

a responsabilidade mn é mh unmn “n m mqu objetivo cã, cnhcmn cnú ccunânc, unmn u unmn mnçã ã únc pv responsabilidade ,  prova da objetividade”. Entende-se que“a subjetividade que decide em última instância”, a subjetividade pura, opu b, nã é bjv, pn mbém ncpz um pv bjv u pnb ã um nvu j existência

consagrada , sancionada b. a mnçã H é cnunn p pup cnucn, m H nã mnu pup p - n m u nçã unmn.Nessa confusão reside total ausência de crítica da losoa do direito hegeliana.

§ 285. o terceiro mmn p bn z p unv m p , qu cn, cn ubjvmn, n consciência monarca ,cn bjvmn, n todo da constituição n leis; o poder soberano pressupõe , n m, u mmn, assim como cada um destes opressupõe.

§ 286. a garantia objetiva p bn, ucã m n -un h c., m qu, m cm m u separada u mmn mn p m zã,

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assim também estes outros têm para si os direitos e deveres próprios à suadeterminação; cada membro, ao se conservar para si, precisamente por issocnv, n nm cn, u m u pcu.

H nã v qu, p m c mmn, “unv m psi”, os dois primeiros momentos vão pelos ares, ou vice-versa. “O poder soberanopupõ, n m, u mmn, m cm c um pressupõe”. Se esta tese fosse tomada não misticamente, mas realisticamente,nã p pncp nã p p ncmn, m p umomentos, portanto não hereditariamente, mas de maneira uida, quer dizer, um mnçã e bu nmn nvu e un nm u mmn. em um nm cn cbç nã p cp cn. P qu mmb cn-vm, pcm de igual nascimento , de uma só carne e um só sangue.M mnc há nã é u ncmn, é u mé.a p vn cn u mmb e n-aqui com a magia da natureza. Além disso, os membros só podem se conservarreciprocamente se o organismo inteiro é uido e se cada um de seus membrosé suprassumido nesta uidez e que nenhum seja, portanto, “imutável” e “inal-terável” como, aqui, a cabeça do Estado. Por meio desta determinação, Hegelsuprime a “soberania de nascença”.

em un u, pnb. s pncp nn “

da constituição”, as “leis”, cessa sua irresponsabilidade, porque cessa suaexistência constitucional; mas precisamente essas leis, essa constituição, ozm pnáv. e cnzm, pn, mm, única cáuu upm cnuçã. a cnuçã mnc cnu-cn é irresponsabilidade.

H cnn, pém, cm “qu, m cm (m) u separada u mmn mn p m zã,m mbém u m para si v  próprios à udeterminação”, de modo que ele deveria chamar a constituição medievalde uma organização; assim, ele não tem mais do que uma massa de esferaspcu qu ncnm- jun m um çã nc xe, certamente, aqui convém apenas um monarca corpóreo. Em um Estadon c mnçã x para si , mbém soberania do Estado v cn m um nvu particular.

Resumo do desenvolvimento de Hegelsobre o poder soberano u ideia dasoberania do Estado.

N n § 279, p. 367, -:

d soberania popular p- z qu um pv m j npnnem relação ao exterior e constitua um Estado próprio, tal como o povo da Grã--Bretanha; mas o povo da Inglaterra ou da Escócia, da Irlanda ou de Veneza,

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Karl Marx

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gnv, Cã c. nã ã m pv bn mmn mqu xm seus próprios príncipes u vn upm p .

a soberania popular é qu, pn, nacionalidade; a soberania do príncipeé nacionalidade , u pncp pncp é nacionalidade , qu m p xcuvmn bn um pv. Um pv cuj soberania cnapenas n ncn, pu um monarca. a n ncn pv nã pm mh pn xp qu p m n monarcas. o bm n um nvu bu u ncn n ncn.

o gregos ( mn) m nacionais pqu n m m qu m povo soberano. o mn ã soberanos pqu n m m qu ãnacionais (vide p. XXXIV)18.

(. p. Xii)“o qu nmn um p moral”, como consta mais adiante na

mm n,

c, cmun, m, p m cnc qu j m mm,m pn pn cm mmn, nela abstrato; ela não chegou,, à verdade de sua existência , m e é pcmn ,n qu mmn Cnc cnçm un u v- peculiar.

a p m, c, m c. m m pn pnabstratamente; já no monarca, ao contrário, a pessoa m em si Estado.

N v, mn n p moral , c, m c. qu  pessoa abstrata u à u  personalidade um xnc v. MH cncb c, m c.,  pessoa moral m , nã cm zçã p , mpc, m cm p real qu m n,pém, mmn pn pn bmn. É p qu,p , mbém nã é p qu cnv m e, m é e pn qu v cnv m p . em vz e puz cm m v p, m v

c hmm, c qu um único hmm mpc, ump mpc, é puz cm m e. envã ubjv n bjv bjv n ubjv (qu c fato de Hegel querer escrever a biograa da Substância abstrata, da Ideia;qu, pn, v humn c. nh qu pc cm ve resultado de uma outra coisa; que Hegel queira deixar agir como umanu mná hmm p , m u xá-

18 a bvçõ qu um, é pá 287, n nc “b) o p v-

namental”, foram acrescentadas posteriormente por Marx. Isso pode ser visto através danumeração dos cadernos manuscritos originais de Marx; o autor deixou claro, todavia,qu bvçõ vm ccn xmn qu. (N.e.B.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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n u xnc real , humana) m ncmn cm u qu umexistência empírica é m mn acrítica como a verdade real da Ideia;

p nã z xnc mpc à u v m, n, z v um xnc mpc, m qu qu quse encontra mais próximo é desenvolvido como um momento real i.(rmm pmn cnvã ncá mpc mpcuv pcuv m mpc.)

d mn, pn, puz- mbém mpã místico  profundo. É mu bn qu hmm nh qu nc qu xnc,p p ncmn c, v- hmm c c., é cã Estado; o homem se torna, pelo nascimento, tudo o que ele se torna. Mas ému pun, é chcn qu e nç mmn qu,

n ncmn pncp, mm nn cm xnc mpc.Deste modo não se ganha nenhum conteúdo, mas apenas se modica a forma  cnú vh. e cbu um forma losóca, um atestado losóco.

Um u cnqunc pcuçã mc é qu um xn-c mpc particular , um únc xnc mpc, é cncb cm existência Ideia m cn cm m. Puz, m u, ummpã pun, mc, v um xnc particular p p i ncn m nv um du hmm.

s, p xmp, n nvvmn m, c cv,

e c., m c xnc hmm m cncm zçã bjvçã u , nã m c. pcm cmqu nn um uj. o hmm pmnc mp cm de todos estes seres; estes, no entanto, aparecem também como sua universa- real , m, cm comum. s, m cnp, m, ccv, e c. ã mnçõ i, subânc cm uj, vm, nã, um um mpc, n cã m hmn n qu nvv c cv , u, cã e. Cm , n un, pn um alegoria , bu umxnc mpc ququ signicado i z, nã é vn

qu cpácu cmpm u mnçã ã nmum ncpçã mn um mmn v i. am, unv pc p p cm pcu, mn,nqun nu nã n m u um u v unv.

i pc cm ncá, pn, m m pun pcuv, qun mnçõ m b – qu nã ã -nvv m nnhum v zçã c, b nu e, cm ncmn (n pncp) u pp pv (nm ( Majorat)) – pcm cm m v, mmn

hmm.e é vn. o v cmnh pc á nv. om mp é m cmpx m cmpx m mp. o qu

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Karl Marx

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§ 290. N negócios do governo ncn, umn, divisão do trabalho.a nzçã u m, n m, m, pémc, z cm qu v buu, á n é concreta , j v-

n cncmn p bx, m z cm qu unçãj v m u m abstratos , qu ã p upróprias como centros distintos, cuja atividade voltada para baixo, assimcm n upm p vnmn, cnv nvmn p umvã b cnc.

o Adendo p á cn pmn.

§ 291. a vnmn ã nuz objetiva , p já cun u ubânc (§ 287) vm cmp- z- pm indivíduos. en nã há ququ nc m, natural;

p , nvu nã ã n p m pnnu ncmn. o mmn bjv p u nçã àqu é cnhcmn mnçã u pã – mnçãqu u e qu qu nc , cm únc cnçã,u munmn, c cã, possibilidade c mn unv.§ 292. Cm qu bjv nã n n (cm, p xmp,n ), ubjv, p m qu este nvu, n vá, háncá nmnmn vários , n qu pnc nã é,m bu, mnáv, é ch nm p um c é nvn cnuçã um unçã púbc, cnjunçã nvu c,cm mp cn p um m çã u, cmp p pncp nqun p cv bn.§ 293. a unçõ pcu e qu monarquia u à u- cnum um p objetivo da soberania inerente ao monarca; u diferença determinada é dada, do mesmo modo, pela natureza da coisa; cm v u é cumpmn um v, nã uunçã é, mbém, um ub à cn.

Cb pn chm nçã p “ objetivo bn inerente ao monarca”.

§ 294. O indivíduo que se liga a um cargo ocial por meio do ato soberano (§292) á n cumpmn u v, à ubnc uçã cm cnçã çã, n qu ncn, como consequência  çã ubnc, p çã u u pcu-ridade (§ 264) e a liberação de sua situação externa e de sua atividade ocialem relação a outra dependência e inuência subjetivas.

o vç púbc, cm n n,

exige [...] o sacrifício da satisfação independente e caprichosa dos nsubjv á, pcmn p , ncn çã

n pçã cnm v, m mn n. N ncn, p , çã n unv cm pcu, qu cnu cnc b nn e (§ 260). P m çã

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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a vnmn ã nuz objetiva , para si já denida (§ 291).

Disso Hegel conclui que elas exigem tão pouco uma “hierarquia do saber”,

a ponto de poder ser completamente executadas pela “própria sociedadecivil”? Ao contrário.e z pun bvçã qu vm z p

“indivíduos” e de que “entre os dois não reside qualquer enlace imedia -mn natural”. Alusão ao poder do soberano, que é apenas “ poder naturaldo arbítrio” e, por isso, pode “nascer”. O “poder soberano” não é mais do que pnn mmn nu n vn, “mn natureza

 física no Estado”.Por isso, os “funcionários públicos executivos” se diferenciam essencial-

mente do “príncipe” na aquisição dos seus cargos.

o momento objetivo p u nçã àqu ( b, e) é cnhcmn ( b ubjv cc mmn) mnçã u pã – mnçã qu u e qu qu nc , cm únc cnçã, u munmn, cadacidadão , a possibilidade c mn universal.

e possibilidade c cã n v púbc é, pn, segunda relação armativa entre sociedade civil e Estado, a segunda identidade.Ela é de natureza muito supercial e dualística. Todo católico tem a possibi- n p ( é, p- , mun). Cmisso, o clero, como potência externa, opõe-se menos ao católico? Que cada umnh pb qu um outra , mnpn qu sua própria  nã é .

N e v, nã pb c cãc- mn unv cm um mn pcu, m cpc mn unv mn unv, u j, mn c cã. M H p pup mn-to pseudo-universal, do estamento ilusório-universal, da universalidademn, pcu.

a n, p cnu, n c cv e, é n- de dois exércitos inimigos , em que cada soldado tem a “possibilidade”,por meio da “deserção”, de se tornar membro do exército “inimigo” e, com, , H cv cm xã uçã mpc u.

O mesmo ocorre com a sua construção dos “exames”. Em um Estadocn, um xm z m ncá p n p qupara se tornar funcionário público executivo; pois o ofício de sapateiro é umahb m qu p um bm cã e, um hmmsocial; mas o “saber político” é uma condição sem a qual o homem vive, no

Estado, fora do Estado, separado de si mesmo, privado de ar. O “exame”não é senão uma fórmula maçônica, o reconhecimento legal do saber cívicocm um pvé.

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Karl Marx

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servisse de “contrapeso” à sua “formação ética e de pensamento”! E o seup u bh v nã unã, cm ubânc, b

o acidental das suas outras capacidades? Seu “cargo” é, de fato, sua “relaçãosubstancial” e seu “pão”. O belo é que Hegel contrapõe a “direta formaçãoética e de pensamento” ao “mecanicismo do saber e do trabalho burocráticos”!o hmm, n uncná, v p uncná cn mm. Mque unidade! Contrapeso espiritual. Que categoria dualística!

Hegel menciona, ainda, o “tamanho do Estado”, que, na Rússia, não ga-rante contra o arbítrio dos “funcionários estatais executivos” e, em todo caso,é um ccunânc qu ncn “ fora” da “essência” da burocracia.

Hegel desenvolveu o “poder governamental” como “funcionalismo pú- blico” (Staatsbediententhum).

Aqui, na esfera do “universal em si e para si do Estado ele mesmo”, en-contramos somente conitos não resolvidos. O Exame  pão uncnáã n úm.

Hegel alega a impotência da burocracia, o seu conito com a corporação,cm cnçã upm.

N § 297 é bc um n, n m m qu “ mm- b vn uncná e cnum p pncp estamento médio”. Hegel enaltece este “estamento médio” como o “pilarfundamental” do Estado “em relação à retidão e à inteligência”. (Adendo

pá c)Que esse estamento médio seja cultivado, é um interesse capital do Estado; masisso só pode acontecer em uma organização como aquela que examinamos,u j, mn mçã ccu pcu qu ã vmnnpnn ç um mundo de funcionários cuj b mpn ccu m.

Cmn, pn m um nzçã pv p pc cmum mn, estamento médio; mas é uma organização aquilo que semantém em funcionamento mediante o equilíbrio dos privilégios? O poder

vnmn é m c nvv. e pnc pv num u mu m v qu p v.H xpm m , n n § 308, v p

 burocracia, ao qualicá-la de “rotina de funções” e de “horizonte de umaesfera limitada”.

c) O poder legislativo

§ 298. o  poder  legislativo z p à cm , n m m qu ncm cnnu mnçã u, un internos qu, m zã u cnú, ã completamente universais ( qu éuma expressão bastante geral). Esse poder é, ele próprio, uma parte daconstituição , qu h é pup qu , p , m p ,

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dica a constituição. Ele faz, por um desvio, o que ele não pode e não devez p v . e cmpõ en détail , porque não pode modicá-la

en  gros

25

. fz un nuz c çõ qu nã vz un nuz cnuçã. fz materialmente , de fato , qu nã z formalmente , legalmente , cnucnmn.

Hegel não superou, com isso, a antinomia; ele a transformou em uma outraantinomia, pôs a atividade p v, u çã constitucional , mcnçã cm u determinação cnucn. sub pçã n constituição e o poder legislativo. Hegel deniu o agir de fato legal p v cm cnçã, u, nã, cnçã n qu p v v qu mn é, n qu c z qu z mn. Cm p H z cnçã p

pelo verdadeiro? “O caráter progressivo dos assuntos universais do governo”cc mu puc, n m qu é pcmn cá pvqu v xpc.

N an, m v, H nã cnbu m n p uçã diculdade. Mas a faz aparecer ainda mais claramente.

A constituição deve ser, em si e para si, o solo rme, vigente, sobre o qual están p v , p , nã p, pn, pn. am, cnuçã é  , m mbémvem-a-ser ncmn, qu z, p m u mçã. e p é um modicação , qu é não

aparente qu nã m forma da modicação.equv z qu cnuçã é un ( uã), m vem-a-ser

un ( v). e é náv c cm u -minação, mas na realidade se modica; esta modicação é inconsciente, nãotem a forma da modicação. A aparência cnz essência. a pnc é consciente cnuçã nc é u inconsciente , qu cnz pm. o qu é nuz c nã á n . É jumn cn-á qu á n .

M v nã é qu, n e – qu, un H, é u-

pm xnc liberdade , xnc zã ucncn – nã é , xnc b, m m c nc nu qumgoverna? E se for reconhecido que a lei da coisa contradiz a denição legal,p qu nã nã cnhc mbém c, zã, cm Estado? Como sustentar conscientemente este dualismo? Hegel quer, em p, pn e cm zçã ep v, m revera26 v cõ c mn um nc nu

25 As duas expressões estão em francês no original; quer dizer, decompõe “minuciosamente”(no varejo) porque não pode modicá-la por atacado. (N.E.B.)

26 “na realidade”. (N.E.A.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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n inteiramente universal un cnú, mnçõ , n, c particular m execução. M nçã nãá já pnmn mn p , p qu j nã um

mero mandamento em geral (como: “não matarás” [...]), ter de ser determinada em si; mas, quanto mais é determinada, mais o seu conteúdo se aproxima cpc xcu cm é. a mm mp, pém, mnçã qu é pn à um mpc qu, nxcuçã , ubm çõ, qu pjuc u cá- . N unidade orgânica  p e ncn, v,qu é um p qu bc unv qu cnuz à u mn xcu.

M é pcmn un orgânica qu H nã cnuu. on p m um pncp n. e ã, pn, xas. Buscar refúgio de seu conito real na “unidade orgânica” imaginária ,m u nvv- cm mmn um un ânc é, p, pn um ubú vz, mc.

a pm cã nã v qu n constituição inteira  poder legislativo. a un é qu n  poder legislativo  poder  gover-namental , n xcuçã.

A segunda denição do parágrafo é que a única prestação que o Estadox nvu é dinheiro.

P , H uz un zõ:

1. o nh é valor geral existente das coisas e das prestações;2. a pçã p mn um m justo mn p m

dessa redução;3. smn m pçã p mn m qu

bh vç particulares qu nvu p p jm mp u b.

H bv n n:

ad. 1. À pm v, p pc nh qu n e, n muhb, pp, v, n, p riquezas innitamente

v vv qu n ncnm, qu mm mp ã à pçã, e nã xj um pçã , m pn à únicaquz qu pc cm dinheiro. – a pçõ qu m à e cn nm pncm v qu á n çãun

(nã n çã un, m, p u zõ, vm pn p-mn v p vç m).

M, , nh nã é um quz pcu m, mé unv , n m m qu puzm n x

xnc, n qu pm pn cm um coisa.Entre nós,

cm é m à n n Adendo ,

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e cmp qu qu nc.ad. 2. apn n xm m x

(u j, n riquezas puzm n x xnc, n qu pm pn cm um coisa)

é pv mnçã quantitativa , cm , juç igualdade dasprestações.

N Adendo , -:

Mn nh, justiça da igualdade p m bm z. du m, hmm n m n qu qu m n, pçã pn cpc cnc.

ad. 3. Platão , m u e, z cm qu up pm nvum mn pcu h mpnhm pçõ  particulares; namnqu u, v nhm p, mm m, vçnmn, m mbém m u  particularidade , cm, p xmp, ofício de juiz etc.; as prestações no Oriente, no Egito, para as imensas obrasarquitetônicas etc., são igualmente de qualidade particularc. N çõ, pncp liberdade subjetiva: qu ubnc nvu – qum pçõ é um pcu un u cnú – j mp u vontade particular; um direito que é possível somente por meio daxnc pçõ n m v qu é unmn qupuzu nmçã.

N Adendo , z-:

Entre nós, o Estado compra qu qu nc, p pc, à p-m v, um c b, m nnm, p mbém pcqu, cm , e nh n m cnc cnn cmpçõ b. M pnc pncp e mn qu uo que o indivíduo faça seja mediado pela sua vontade. [...] Ora, o respeito pliberdade subjetiva é posto à luz precisamente por isso: só se prende alguémqu é pv p.

fz qu qu. P qun v.o nc  Adendo z:

o cnuçã m à pçõ n-vu. N cn à pçõ, uzm qu nh.o vç m é, n hj, pcmn únc pçã p.§ 300. N p v cm totalidade ã v bu u mmn: monárquico , cm qu qu cmp cãupm – o poder governamental , cm mmn cnuv, cnhcmn cnc vã m u múp n pncp n consolidados , m cm cm cnhcmn

das necessidades do poder do Estado em particular – enm, o elementoestamental.

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universal”. Em lugar de os sujeitos se objetivarem no “assunto universal”,Hegel deixa que o “assunto universal” se torne “sujeito”. Os sujeitos não

carecem do “assunto universal” como de seu verdadeiro assunto, mas o as-un unv cc uj p u xnc formal. Que o “assuntouniversal” exista também como sujeito, isso é um assunto seu.

aqu, v- n pcumn p nçã n “ser em si” “ser para si” do assunto universal.

o “assunto universal” já existe “em si” como função do governo etc.; elex m realmente un universal; ele nada mais é do que isso, pois nã é un “sociedade civil”. Ele já encontrou sua existência essencial ,que é em si. Que ele agora se torne também, realmente, “consciência pública”,“universalidade empírica”, isso é meramente formal e chega à realidade,

p m z, pn simbolicamente. A existência “formal” ou existência“empírica” do assunto universal é separada de sua existência substancial. averdade é: o “assunto universal” em si existente nã é realmente universal , un unv , empírico , é pn formal.

H p conteúdo  forma , ser em si ser para si , x qu ú-m ccn xmn, cm um mmn formal. o cnú ápronto e existe sob muitas formas, que não são as formas desse conteúdo; emcnp, é vn qu m, qu v v cm m cnú, nã m cnú cm u cnú.

o assunto universal á pn, m qu j un pv.a cu pv cnczu m çã pv. o mn -mn é existência ilusória un e cm cu pv. É uã qu assunto universal j un unv, un púbc,u ilusão qu cu pv j un unv. Chu- ponto, tanto em nossos Estados quanto na losoa do direito hegeliana, quea frase tautológica: “O assunto universal é o assunto universal” pode apa-c pn cm um ilusão da consciência prática. o elemento estamental é ilusão política da sociedade civil. a b subjetiva pc m H cmb formal (é cmn mpn qu qu qu é v mbém j

vmn, qu b nã n cm nn nu, ncncn, c) pcmn pqu nã pnu b bjvcm zçã, cm v b ubjv. Pqu u cnú pum u b um p mc, uj da liberdade recebe um signicado formal.

a pçã em si  para si , ubânc uj, é mcmb.

Na nota, Hegel explicita corretamente o “elemento estamental” como umelemento “formal”, “ilusório”.

tn saber qun vontade do “elemento estamental” são em parteinsignicantes, em parte suspeitos; isto é, o elemento estamental não é ne-nhum complemento substancial.

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“assunto universal” ganhar forma , cm un unv, m um vnque não sabe o que quer, que nem ao menos possui um saber especíco do

universal e em uma vontade cujo conteúdo peculiar é um interesse contrário!Nos Estados modernos, assim como na losoa do direito de Hegel, a consciente , verdadeira , assunto universal , é apenas formal , u apenaso formal é assunto universal real.

Nã v cnn H pqu cv nc emn cm é, m pqu m qu qu é p essência do Es-tado. Que o racional é real, isso se revela precisamente em contradição cm realidade irracional , que, por toda parte, é o contrário do que arma ser earma ser o contrário do que é.

Em vez de demonstrar que o “assunto universal” existe para si, subjeti-

vmn, qu, cm , x mn cm , qu m mbém m un unv, H mn pn qu ausência de forma é u ubjv, qu um m m cnú m m. am qu un unv um m um e qu nã j e un unv p , pn, um nã-m, um m qu nn mm, qu cnz mm, um forma aparente , qu mácm um pnc.

Hegel quer o luxo do elemento estamental apenas por amor à lógica.o ser para si un unv, cm unv mpc, v

um xnc. H nã buc um zçã qu “ p do assunto universal”; ele se contenta em achar uma existência empírica quepossa ser resolvida nessa categoria lógica; é, pois, o elemento estamental;e ele próprio não deixa de ressaltar quão deplorável e contraditória é essaxnc. em u, n cnu cncnc cmum p nãse contentar com essa satisfação lógica, por ela não querer ver a realidaderesolvida na lógica mediante uma abstração arbitrária , mas querer ver a lógicanm m v bjv.

d: bçã arbitrária. Cm , qu p vnmn,qu qu, b z assunto universal , mn pv é um pu

empírica (o próprio Hegel nos ensina que não se trata de uma totalidade),p qu nã p mn cm “ p ununiversal”? Ou por que não poderiam os “estamentos” serem determinadoscm u ser em si , já qu mn n vn c nh cz, -minidade, execução e autonomia?

Mas a verdadeira oposição é: o “assunto universal” deve, porém, serrepresentado de algum modo no Estado como “assunto universal real” e,portanto, “empírico”; ele tem de aparecer em algum lugar com a coroa e omanto do universal; com o que o universal se torna por si mesmo um papel

pnz, um uã.Trata-se, aqui, da oposição: o “universal” como “ forma”, na “forma dauniversalidade”, e o “universal como conteúdo”.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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Na ciência, por exemplo, um “indivíduo” pode realizar o assunto uni-versal, e são sempre os indivíduos que o realizam. Porém, o assunto só se

n mn unv qun nã é m un nvu, mda sociedade. Isso modica não apenas a forma, mas também o conteúdo.Mas se trata, aqui, do Estado em que o próprio povo é o assunto universal;-, qu, vn, qu m u v xnc cm vnnéc pn n vn ppu ucncn. e, qu, -, ém, e.

O Estado moderno, no qual tanto o “assunto universal” quanto o ato deocupar-se com ele são um monopólio, e no qual, em contrapartida, os mono-pólios são os assuntos universais reais, realizou o estranho achado de apro-priar-se do “assunto universal” como uma mera forma. (a v é qu pn

 forma é un unv.) Cm , ncnu m cpnn u cnú, qu mn n pnc é un unv .

o e cnucn é e m qu n , nqunn pv, x apenas mmn, x cm um formadeterminada ao lado do Estado real; o interesse do Estado readquiriu aqui,

 formalmente , cm n pv, m v, mbém, pn realidade formal. e nmu num  formalidade , n haut

 goût29 v pv, num cerimônia. o mn estamental é mentira sancionada , legal , e cnucn: qu Estado é interesse do

 povo u  povo é interesse do Estado. e mn á v n conteú-do. e bcu cm p legislativo pcmn pqu pv m cm u cnú unv, é qu z m p b qu qu, é  poder metafísico e, nqun mmmn cm p vnmn c. v v- mmnu nm- num v. o p mc e m pp uã mc, unv, e.

a n, qu n mn p bm unv p bpública, encontra-se, se reetirmos um pouco, não em seu discernimento parti-cu, m , m p, num cnmn suplementar (!!) dos deputados,pcmn n qu n à cupçã uncná qu ncnmm n h p m , pcumn à nc- h m un pc, qu () m vã mcnc n , , m p, nqu qu p cnu mu, n v um cnu púbc, z cn, qu j, mpncpmn mh cnmn n unçõ n pj mpp nzá- pn un mv m pu – umbçã qu mpõ umn mmb mn.N qu cncn à n m , qu v pcumn n -mn, todas as outras instituições do Estado mbém phm cm

29 “requinte”. (N.E.A.)

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Karl Marx

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um n bm púbc b cn, há, n ,nuçõ cm bn mnc, h ucã n, nzçã jucá c., n qu n , n, num

u mu m cv. a mnçã cncu peculiar  mnv, p , pcu n un : n, vm à existência , em relaçãoao Estado , o momento subjetivo da liberdade universal, o discernimento próprioe a vontade própria da esfera que, nessa exposição, foi denominada sociedadecivil. Que esse momento seja uma determinação da Ideia desenvolvida até a, nc nn, qu nã v cnun cm necessidadese utilidades externas , decorre, como em toda parte, do ponto de vista losóco.

a b púbc, unv, está pnmn n n uinstituições do Estado; os estamentos são pretensamente sua autogarantia.

P pv cn m mpânc mn n qu c -u mm qu à nuçõ qu, m u çã, vm garantia de sua liberdade, conrmação de sua liberdade sem ser conrmação u b. a cnçã qu H cnn mn, u nuçõ, cnz u nc.

H ucn nm ncn “mnçã cncu pcu aos estamentos” no fato de que, neles, “vem à existência , em relação ao Estado ,o discernimento próprio e a vontade própria da sociedade civil”. É o reexoda sociedade civil no Estado. am cm buc ã delegados do Estado n c cv, mm m mn ã delegados da sociedade

civil n e. sã mp, pn, transações n u vontades opostas.N Adendo pá, -:

a pçã vn m çã mn nã v essencialmente h, cnç n nc çã h é um ,

é uma “triste verdade”.

o vn nã é um p, qu pnh u p.

a cná.

o mp qu mn pvm nã vm, ém , cn- cm um dádiva e, m m cm cnn p bmqu mm qu pvm.

N e cnucn, pvçã mp é, c cm opinião corrente , ncmn um dádiva.

O que constitui o signicado próprio dos estamentos é que o Estado entra , p m, na consciência subjetiva do povo , qu pv cmç mp n e.

a úm c qu é pnmn c. N mn, pv

começa m p n e , mm m, e n n cn-cnc ubjv pv cm ncnn. M cm H pz p começo p realidade plena?

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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§ 302. Considerados como órgão mediador , mn ncnm n vn m , um , pv, v n pcu n nvu, u. a mnçã mn x n n

sentido disposição Estado  governo , qun interesses ccu particulares singulares. Ao mesmo tempo, essa posição tem o signicado deum mçã cmum cm p vnmn nz, mçã quz cm qu nm p bn pç cm extremo , cm , pncm mp p mnn cm b, nm mbém npcu cmun, cpçõ nvu m, u, nm, nvu vnhm pn cm um multidão um turba ,cm um pnã um qu nânc, cm um mp p mcn e ânc.

Estado e governo são sempre colocados do mesmo lado, como idênticos; u , é cc pv, v n pcu nindivíduos. Os estamentos situam-se como órgão mediador n .o mn ã m m qu “ n pçã  e governo” devem se encontrar e se unir com “o sentido e a disposição doscírculos particulares e dos singulares”. A identidade desses dois “sentidose disposições opostas”, identidade na qual deveria propriamente residir oe, cb um pnçã simbólica n estamentos. a nçã ne c cv pc cm um particular. o mnã síntese de Estado e sociedade civil. Nã é mn, pém, p n

mn vm cmç un, n mm, u pçõ cn-tórias. Os estamentos ã contradição n e c cv, posta ne. a mm mp, ã  pretensão solução cnçã.

Ao mesmo tempo, essa posição tem o signicado de uma mediação comumcm p vnmn organizado c.

o mn nã fazem mediação pn n pv vn. e mp-dem que o “poder soberano” apareça como “extremo” isolado e, com isso, como“simples poder dominante e como arbítrio”; do mesmo modo, impedem o “isola-mento” dos interesses “particulares” etc., bem como “que os indivíduos venham

pn cm um multidão um turba”. Essa mediação é comum aosmn p vnmn nz. em um e, n qu “posição” dos “estamentos” impede que os indivíduos “venham a se apresentarcm um multidão u um turba , cm um pnã um qu nân-cos, como um simples poder de massa contra o Estado orgânico” – o “Estadoorgânico” existe fora da “multidão” e da “turba”, ou a “multidão” e a “turba”pertencem à organização do Estado; apenas que sua “opinião e querer inorgâ-nicos” não devem chegar a se pôr como “opinião e querer contra o Estado”,b cuj orientação determinada eles se tornariam opinião e querer “orgânicos”.

Do mesmo modo, esse “poder de massa” deve permanecer apenas “de massa”, m qu nnmn j m , cm , nã cqu mm m mvmn, pn p m mvmn pn p

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monopolistas do “Estado orgânico” e ser explorada como poder de massa. Láonde “os interesses particulares das comunas, corporações e dos indivíduos”

nã m cn e, m n “nvu vnhm pncm um multidão um turba , cm um pnã um qu nânc,como um simples poder de massa contra o Estado”, é aí precisamente que semostra que nenhum “interesse particular” contradiz o Estado, mas que o “realpensamento orgânico universal da multidão e da turba” não é o “pensamentodo Estado orgânico”, que não encontra naquele a sua realização. Onde, então,aparecem os estamentos como mediação desse extremo? Apenas em “os interessesparticulares das comunas, corporações e dos indivíduos se isolem”, ou em queu n ajustem suas contas com o Estado por meio dos estamentos , mm mp m qu “pnã qu nânc muã

turba” ocupou sua vontade (u v) n cçã mn mpusua “opinião” na apreciação da atividade dos estamentos e saboreou a ilusão desua própria objetivação. Os “estamentos” protegem o Estado da turba inorgânicapn p m nzçã ub.

M estamentos vm, mm mp, z mçã “ mque os interesses particulares das comunas, corporações e dos indivíduos” não“se isolem”. Ao contrário, eles fazem a mediação: 1) transigindo com o “interes-se do Estado”, 2) sendo eles mesmos o “isolamento político” desses interessesparticulares; esse isolamento como ato político , já qu, p m mn,

esses “interesses isolados” alcançam o grau de interesse “universal”.fnmn, mn vm z mçã cn “isolamento” dop bn cm um “extremo” (que, assim, apareceria“cm mp pdominante e como arbítrio”). Isto está correto na medida em que o  princípiodo poder soberano ( b) é m p mn, u, mn, pmover-se apenas dentro de entraves, e enquanto os próprios estamentos senm mmb cúmpc p bn. Cm , u p b-n x mn xm p bn ( p bnx pn cm um xm, cm um un, pqu nã éum pncp ânc), nn- um poder aparente , um mb, u, nã,

p pn aparência b mp p mnn.Eles fazem a mediação contra o “isolamento” dos interesses particulares,

p xpm mn cm  político. e fazem a mediação cn mn p bn cm um xm, m p pqu nm um p p bn, m p pqu zm pvnmn um extremo.

Nos “estamentos” convergem todas as contradições da moderna organi-zação do Estado. Eles são os “mediadores” em todos os sentidos, porque são“termos médios” em todos os sentidos.

É n n qu H nvv mn cnú v- mn, p v, qu  posição mn, uu pc.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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tmbém é n qu, nqun, un H, estamentos n-cnm “n  governo em geral , de um lado ,  povo v n

pcu n nvu, de outro”, a sua posição, tal como foi desen-volvida acima, “tem o signicado de uma mediação comum cm pgovernamental organizado”.

N qu à pm pçã, estamentos ã pv cn vn, m o povo en miniature30. É u pçã pcn.

N qu à un, ã vn cn pv, m vn mp. É u pçã cnv. e mm ã p p vnmn cn pv, m mn qu, mm mp,têm o signicado de ser o povo contra o governo.

Hegel qualicou, acima, o “poder legislativo como totalidade” (§ 300). Os

estamentos ã mn totalidade , e n e, m pcmn- n se evidencia qu e nã é , m um um. omn pnm e m um c qu não é um e.o e é um mera representação.

N n, H z:

Que um momento determinado, o qual, estando em oposição, ocupa a posição um xm, x - n um mmn orgânico , qun mm mp é termo médio , é qu ncn n m mp-tantes intuições lógicas.

(enã, mn mn é 1. xm pv cn vn,m 2. mm mp, m mé n pv vn, u oposiçãono próprio povo. a pçã n vn pv cnc p pçãn estamentos  povo. o mn m, m çã vn, pçã pv , m çã pv, pçã vn. a n imagem ,n, uã, representação , pv representado – u j, mn,qu ncnm mmn, cm poder  particular , p pv – upm pçã n pv vn. aqu, pv já é p-p, cm v n nm cn, p nã um

cá c.)N bj qu cn, é n m mpn n pc,pqu pnc pcnc, qun m mn p, cncb mn pncpmn pn v oposição pn vn, cm u pçã nc. oncmn, é, cn n , elemento estamental  m apenas pormeio da função de mediação. Com isso, a própria oposição é uz umaparência. s , nqun m u manifestação , não casse apenas na su-pc, m n realmente uma oposição substancial , nã e m v pc. – o n qu nnm nã é péc

c, un nuz c, : qu bj nnm30 “em pequena escala”. (N.E.A.)

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nã zm p mn nc nm e, m c m pc m nn, pxã qu, pém, vncu cnú, n- pm m v um m n ubjv,

cm m c e.

N Adendo á :

A constituição é essencialmente um sistema de mediação.§ 303. o mn universal , qu c m p serviço do governo ,tem imediatamente em sua determinação o universal como m de sua ativida-de essencial; no elemento estamental p v, estamento privado cnç um signicado e uma ecácia políticos. o, nã p pc, qu,nm cm mp m nnc, nm cm um muã vn u ám, m, n, cm aquilo que ele  já é  , b, nc n

mn qu un n çã ubnc n mn qu unn nc pcu n bh qu mz. smn m, vn- m cnçã, mn particular ,  no e,- vmn unv.

tm, qu, uçã nm. “N mn mn  pv, estamento privado cnç um signicado  político.” Compreende-- qu estamento privado alcance esse signicado de acordo com o que eleé, c cm u posição na sociedade civil (Hegel já qualicou o estamentouniversal como aquele que se dedica ao governo; o estamento universal é,

pn, pn n p v p p vnmn).o mn mn é: o signicado político do estamento privado , -mn nã pc, um contradictio in adjecto31. ou, n mn c pH, estamento privado (, m , nçã mn pv) mum signicado político. o estamento privado pnc , à pc e. H mbém á àqu, p cnun, um signicado político , useja, um signicado diferente de seu signicado real.

N n, é :

i v cn u cncpçã cn, un qu, cm mn

pv é ç, n p v, à  participação n c unv, v pc n m indivíduos , j qu chm pnnp unçã, u qu c um v xc, p mm, v n pv. e pnã mc, b, pc já n m, mcomo na sociedade civil, onde o indivíduo só vem a aparecer como membro um unv. M e é, ncmn, um nzçã mmb, qu ã ccu para si , , n, nnhum mmn v mcm um muã nânc. Os muitos cm nu, qu bm nn p pv, ã cmn um conjunto , m pn cm multidão – um m m, cuj mvmn , pcmnp , pn mn, cn, vm v.

31 “contradição na determinação do conceito”. (N.E.A.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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a cncpçã qu v nvmn, m um m nvu, c-mun já xn n ccu – n qu nm cmppc, é, pn v mais elevada universalidade concreta –, mném

pcmn n a vida social e a vida política separadas uma da outra   cc úm, p m z, n , p u b pn nu b b pnã, p cnun cn, nã um unmn rme legítimo m p .emb n cncpçã estamentos da sociedade civil m estamentos em n  político ncnm n un u, linguagem cnvu, n, unã qu, á, existia anteriormente.

“o mn universal , qu c m p ao serviço do governo.”H p pup qu mn universal ncn n

“serviço do governo”. Ele supõe a inteligência universal como “estamentale estável”.“N mn estamental etc.” O “signicado e ecácia políticos” do

estamento privado são um signicado e ecácia particulares . o estamen-to privado nã nm m estamento político , m põ cmestamento privado em sua ecácia e signicado políticos. Ele não temecácia e signicado políticos pura e simplesmente. Sua ecácia e signi-cado políticos são a ecácia e signicado políticos do estamento privado comoestamento privado. o mn pv p, pn, n n pc pn un distinção estamental da sociedade civil. a distinçãoestamental c cv n um nçã pc.

A própria linguagem , z H, xp n estamentos dasociedade civil estamentos em sentido político , uma “união” “que, aliás,existia anteriormente” e que, portanto, dever-se-ia concluir, já não existe mais.

H ch qu, “vn- m cnçã, mn particular , no Estado, liga-se verdadeiramente ao universal”. A separação da “vida políticae da vida social” deve, desse modo, ser suprimida, e sua “identidade” deve ser posta.

H b n:“Naqueles círculos” (família e sociedade civil) “já existem comunidades.”

Cm p qu v-, “nvmn, m um m nv-duos”, no momento em que “elas adentram o campo político, isto é, o ponto v mais elevada universalidade concreta”?

É mpn u p nvvmn.o pn cumnn n hn , cm mm cn-

, Idade Média. lá, estamentos da sociedade civil m estamentosem sentido político m nc. P- xpm p i Mé m: mn c cv mn m npolítico eram idênticos porque a sociedade civil era a sociedade política;

pqu pncp ânc c cv pncp e.M H p separação “sociedade civil” e do “Estado político”como de dois opostos xos, duas esferas realmente diferentes. De fato, essa

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pçã é, cmn, real n e moderno. a n mn- cv pc expressão identidade c cv pc.

e n pcu. H pupõ cm pc. s n mn cv pc xp v, nã poderia , pn, m qu um xpã separação ccivil e política! ou ainda: somente a separação mn cv -mn pc xpm verdadeira çã n modernas ccv pc.

em un u: H , qu, mn políticos m um n- cmpmn n qu mn políticos n i Mé,sobre os quais é armada a identidade com os estamentos da sociedade civil.

Toda a sua existência era política; a sua existência era a existência do

e. su atividade legislativa , u aprovação do imposto para o reino , pn um mnçã particular de seu signicado e de sua ecácia políticauniversal. su mn u e. a çã cm n pnum çã ncn n e cm nacionalidade , p e pc, nmn c cv, nã nã repre-sentação da nacionalidade. a ncn  point d’honneur 32 , npc χατ’ εξοχην33 n cpçõ c., mn pvm mp c. t çã mn vcm n. d m mhn cmpvm mn no interior

dos principados particulares. o principado , soberania , um mn par-ticular qu nh c pvé m qu , umn, mpunp pvé u mn. (en , c cv escrava c pc.) a atividade legislativa unv -mn c cv nã , m um, um c estamento

 privado a um signicado e ecácia políticos , m, n, um m mnçã u reais e universais signicado e ecácia políticos; sua aparição comoç v mmn um cmpmn u ç bne governamental (executiva); era, antes, seu acesso ao assunto totalmenteunv cm um coisa privada , u c à bn cm um estamento

 privado. o mn c cv m, n i Mé, cm tais , mm mp mn v, pqu não m mnpv u pqu estamentos privados m mn pc. omn mv, cm mn pc-mn, nã cnçvmum nv mnçã. e nã nvm político-mn pqumvm p n çã, m m mvm p n çã p-qu n m m qu m político-mn. o, qu m mcmum cm estamento privado hn, qu, cm mn legislativo ,

32 “ponto de honra”. (N.E.A.)33 “principal, por excelência”. (N.E.A.)

       `       `

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alcança um aspecto de bravura política, um estado de êxtase, um signicadoe ecácia políticos a parte, surpreendentes, excepcionais?

N nvvmn, ncnm- un contradições xpçã hn.1) Ele pressupôs a separação c cv e pc (um

uçã mn) nvvu cm momento necessário da Ideia , cmv bu cn. apnu e pc n u m mo-derna separação n p. a e agente , u

 bucc cm u cp ccu , cm p qu b, cm materialismo da sociedade civil. Opôs o universal em si e para si existente doe n pcu à nc c cv. em umpv, xpõ, p p, conito n c cv e.

2) H põ c cv, cm estamento privado , e pc.3) Ele qualica o elemento estamental p v cm m

 formalismo político da sociedade civil. Qualica-o como uma relação reexiva da sociedade civil no Estado e como uma relação reexiva que não altera o serdo Estado. Uma relação reexiva é, também, a mais alta identidade entrec ncmn n.

P u , H qu:1) z cm qu c cv nã pç, m u cnuçã

cm mn v, nm cm um mp m, nnc,

nm cm um muã cmp m u ám. e nã qu nenhuma pçã n vida social e vida política.2) Ele esquece que se trata de uma relação reexiva e faz dos estamentos

c cv, cm , mn pc, m pn, nvmn,segundo o lado do poder legislativo, de tal forma que sua própria atividadej pv pçã.

e z elemento estamental xpã separação , m, mmmp, mn v pnn um n qu nãx. H cnhc pçã c cv e pc,mas ele quer que no interior do Estado seja expressa a sua própria unidade,

, m v, v z mn qu mn -c cv cnum, mm mp, cm , mn estamental da sociedade legislativa (cf. XIV. X)34.

§ 304. O elemento político-estamental contém em sua própria determinação, aomm mp, nçã mn, já xn n n.a u pçã pmmn b, b, extremo da universalidadeempírica cn pncp do soberano u do monarca m – n qu

34

N pn, Mx nmp cmná § 303, p má- p ncçãdo § 307: “O mais profundo em Hegel”... Os números XIV e X identicam a numeração h mnuc Mx. (N.e.B.)

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essencialmente destinado à atividade para esse m e, igualmente, em conse-qunc , é chm legitimado v p nascimento , m acidentalidade de uma escolha. Com isso, tem ele a posição rme, substancial,

n b ubjv u cn xm, , cm z m um mm mmn p bn, m mbém cmph, cm u xm, nc qu ã,de resto, iguais, e então ele se torna, a um só tempo, sustentáculo do trono e c.

H zu pz nvv, p i bu, p p ncmn, bm há c. c., “unácu ne da sociedade”.

o m pun m H é qu pcb pçã c

cv c pc cm um contradição. M qu há équ cnn cm aparência uçã z p p cmm, nqun “tais teorias”, por ele desprezadas, exigem a “separação”n mn c pc, cm zã, p xpmm umconsequência c mn: n, mn político-estamental nãé, pcmn, u c nã xpã ác çã e c cv, u separação.

H nã chmu c qu qu p u nm cnhc. É cnvé n cnuçãrepresentativa cnuçã estamental. a cn-uçã pnv é um nm p, p é xpã aberta , não

 falseada , consequente , condição política moderna. e é contradição declarada.an nm n c mm, ncm n um h n

xpçã hn.

N mn estamental p v, estamento privado cnç umsignicado político.

anmn (§ 301, n), z-:

a mnçã cncu peculiar  estamentos v, p , pcu n un : n, vm à existência , em relação ao Estado ...

discernimento próprio e a vontade própria da esfera que, nessa exposição, foinmn sociedade civil.

rumn qu vm u, m-: “ A sociedade civil é estamento privado”, ou  estamento privado é mn m, nc cnc c cv. smn n mn mn p v adquire “signicado e ecácia políticos”; isso constitui algo novo, que se lheccn, um unçã particular , p pcmn u cá estamento

 privado xpm u oposição ao signicado e à ecácia políticos, a privação cá pc, é, qu c cv m p é sem signicado

e ecácia políticos. O estamento privado é mn c cv, u c cv é estamento privado. P , H xcu cnmno “estamento universal” do “elemento estamental do poder legislativo”.

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o mn universal , qu c m p serviço do governo , mimediatamente, em sua determinação, o universal como m de sua atividadenc.

a c cv u mn pv nã m cm u -minação; sua atividade essencial não tem a determinação de ter como m unv, u j, u v nc nã é um mnçã unv, não é mnçã universal. o mn pv é mn c cv contra e. o mn c cv não é ummn pc.

Como Hegel qualicou a sociedade civil como estamento privado, elecczu nçõ mn c cv cm nçõnão pc, v buu v pc cm hn , é

mm, opostas. Como ele prossegue daí em diante?o, nã p pc, qu, nm cm mp m nnc,nm cm um muã v n u ám, m, n, cmaquilo que ele  já é  , b, nc n mn qu un n çãubnc n estamento qu un n nc pcu nbh qu mz (§ 201 .). smn m, vn- mcnçã, mn particular ,  no e, - vmnao universal. [§ 303]

Como uma “simples massa indiferenciada”, a sociedade civil (o estamento

 privado) nã p, cmn, pc m u v v-mn-tal, pois a “simples massa indiferenciada” existe apenas na “representação”,na “fantasia”, não na realidade. Há, qu, mn m u mn m- cn (c, vj c.). e m, u mh, m, não só aparece , cm é mn, p p, “um muã vnos seus átomos” e, enquanto atomística, ela deve pc puz- mu v político-mn. o estamento privado , c cv, nãp, qu, pc “cm aquilo que ele já é ”. Pois o que ele já é? É estamen-to privado , é, pçã pçã m çã e. P cnç“signicado e ecácia políticos”, ele deve, antes, renunciar àquilo que ele é

 já cm estamento privado. Somente com isso ele adquire seu “signicado eecácia políticos”. Esse ato político é uma completa transubstanciação. Nele, c cv v p- cmpmn cm c cv,cm mn pv, v z v um p u , qu qunã mn nã m n m cmum cm xnc c u ,cm, n, põ mn.

o qu é lei geral m, qu, n nvu. sc cv eã p. Pn, mbém cã e á p mp cã, é, mmb c cv. o cã v, p,

z um ruptura essencial cn mm. Cm cidadão real , n-cn m um up nzçã, burocrática – qu é um mnçãxn, m, e ncnn, p vnmn, qu nã

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nnc cã u npnn – social , n-zçã c cv. N úm, pém, cã ncn, cm

homem privado , fora do Estado; ela não tangencia o Estado político como tal.a pm é um nzçã , p qu mp á matéria. aun é um organização social , cuj mé nã é e. N pm, Estado se comporta como oposição formal ao cidadão; na segunda, o cidadão cmp cm pçã m e. Pn, p cmpcm cidadão real do Estado , para obter signicado e ecácia políticos, elev bnn u c, b- , u- essa organização em sua individualidade; pois a única existência que elencn p u qu cã e é u individualidade nu cu, já qu xnc e cm vn á cmp m

qu xnc n c cv á cmp m e. apnm cnçã cm únicas comunidades existentes , pn cm indiví-duo , p cidadão do Estado. su xnc cm cã e éum xnc qu ncn u xnc comunitárias , n,pn, pumn individual. O “poder legislativo”, como “poder”, é, , pn organização , corpo comum qu deve qu. Antes “poder legislativo”, a sociedade civil, o estamento privado, não x cmorganização estatal , e a m de que ele, em tal condição, chegue à existência, suaorganização real , u v c v p cm não existente , p

mn mn p v m pcmn mnçãde pôr como não existente estamento privado , sociedade civil. a pçã c cv e pc pc ncmn cm umpçã n cã político , cã e, c cv, sua própria realidade empírica, efetiva, pois, como idealista do Estado, ele éum totalmente diferente u , um ser n, v, p.a c cv z, qu, n mm, çã n e c cv, qu, p u , x já cm burocracia. N mnmn, unv n mn para si qu é em si , b, oposto do  particular. o cã v bnn u mn, c

cv, estamento privado , para alcançar signicado e ecácia políticos, poispcmn estamento ncn n indivíduo Estado político.

s H já põ cnjun c cv, cm estamento privado , e pc, nã é vn qu nçõ n interior mnprivado, os diferentes estamentos da sociedade civil, têm apenas um signicadoprivado, nenhum signicado político em relação ao Estado. Pois os diferentesmn c cv ã mpmn zçã, xnc

 princípio , mn pv cm pncp c cv. M pncp v bnn, nã é vn, cm mais razão n, qu

nçõ no interior pncp nã xm p e pc.“Somente desse modo”, conclui Hegel o parágrafo, “levando-se isso emcnçã, mn particular ,  no e, - vmn

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universal”. Mas Hegel confunde, aqui, o Estado como totalidade da existência um pv cm e pc. e pcu nã é “ particular no”, mas

“ fora do Estado”, quer dizer, fora do Estado político. Ele não apenas não é “oparticular, real no Estado”, como é também a “irrealidade do Estado”. Hegelqu mn qu mn c cv ã mn p-c , p pv , upõ qu mn c cv jma “particularização do Estado político”, isto é, que a sociedade civil seja ac pc. a xpã “ pcu no Estado” só pode signicar,aqui, “a particularização do Estado”. Hegel, por uma má consciência, escolhea expressão indeterminada. Não só ele mesmo desenvolveu o contrário, masele mesmo o conrma ainda nesse parágrafo, ao qualicar a sociedade civilcomo “estamento privado”. Muito prudente é, também, a determinação de

qu pcu “liga-se” ao universal. Ligar é coisa que pode ser feita com c m hn. Nã qu, pém, um transição -u, m um transubstanciação , é nú nã qu v bm qué transposto e demonstrado por meio da própria transposição.

dz H n n:“Isso vai contra uma outra concepção corrente etc.” Acabamos de indicar

cm cncpçã cn é cnqun, ncá, um “cncpçãnecessária do atual desenvolvimento do povo”, e como a concepção de Hegel,mm n, mbém, mu cn m c ccu, nã x

um nv. rnn à cncpçã cn, H z:“e pnã mc, b, pc já n m c. c. M Estado é etc.” Abstrata é, certamente, essa opinião, mas ela é a “abstração” doEstado político, como o próprio Hegel o desenvolve. Ela é atomística também,mas ela é o atomismo da própria sociedade. A “opinião” não pode ser concretaqun objeto da opinião é “abstrato”. O atomismo, em que a sociedade civil pcp n u ato político , u ncmn qu cmun, m cmum n qu x nvu, é c cv p e, u qu Estado político é uma abstração c cv.

e pnã mc, n qu pç já n m mm,

talvez (??), na sociedade civil, reaparece no Estado político, precisamentepqu é um bçã m c cv. o mm cncm n cná. a xpm estranheza desse fenômeno, Hegel nãoupu estranhamento.

“A concepção”, diz-se em seguida,

qu v nvmn, m um m nvu, comunidades jáexistentes n ccu – n qu nm cmp pc, é, pn v mais elevada universalidade concreta –, mantém pcmnn v c v pc p um u cc úm,

p m z, n , p u b pn nu b b pnã, p cnun cn, nã um unmn rme legítimo em si e para si. [§ 303]

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t cncpçã nã mantém a vida social e a vida política separadas; ela émpmn representação de uma separação realmente existente.

e cncpçã nã põ v pc n , m v pc é vidaaérea , ã é c cv.Cnm, nã, m estamental m representativo.É um progresso da história que os estamentos políticos nhm n

mn sociais , m qu, m cm cã ã u n céu u n , mbém mmb nu pv ã iguais n céu u mun pc u n xnc n sociedade. a n-mçã ppmn estamentos políticos m sociais u n monarquiaabsoluta. a bucc z v un cn n n e. tv, bucc p vnmn bu,

distinção social mn pmnc cm um nçã pc, umnçã política no interior bucc p vnmnbu. smn rvuçã fnc cmpu nmçã mn políticos m sociais , u j, z distinções estamentais c- cv mp nçõ sociais , nçõ v pv, m ququsignicado na vida política. A separação da vida política e da sociedade civil, m, cnum.

Cm , mn c cv nmm umn:mn u pçã c pc, c cv nu

u. em u n mv, estamento pmnc, n, pn ninterior da própria burocracia, onde a posição social e a posição política sãommn nc. a põ c cv cm estamento

 privado. a nçã mn nã é m, qu, um nçã un necessidade trabalho como corpos autônomos. A única distinção geral,supercial e formal é, qu, pn qu n cidade campo. M n própria sociedade a distinção se forma não em círculos xos, mas em círculosmóveis, cujo princípio é o arbítrio. Dinheiro cultura ã cé pncp.M nã nvvm n mmn, m n cc à xpçãhn c cv. B. o mn c cv nã m

cm u pncp nm nc, qu é um mmn nu, nm política. É uma divisão de massas que se formam fugazmente, cuja própriamçã é bá qu não é um nzçã.

Ccc é mn qu  privação de posses estamento - bh imediato , bh cnc, cnum mn um mn c cv qu n b qu pum mvm uccu. o mn ppmn , n pçã pc pçãc cncm, é pn qu membros do poder governamental. omn u c m já u nç n mn

c cv n qu nã é, cm u, cmum,um cmun qu cném nvu, m qu é m p c, mp bh c. nvu, qu mn mném u nã

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em seu estamento; um estamento que é, ele próprio, por sua vez, apenas umamnçã exterior nvu, p nã é nn u bh nm

cn cm cm um cmun bjv, xn, nzun áv mnn cm çõ áv. a cná, nã mném ququ çã real cm ubnc nvu,cm u estamento real. o méc nã m nnhum mn pcu nc cv. Um cmcn pnc um mn v qu u cmcn, é, pnc u posição social. am cm c cv pu c pc, mbém pu, mu n, m estamento pçã social , p n qun ã çõqu m u n mb. o pncp mn c u ccv é  gozo capacidade de fruir.

Em seu signicado político, o membro da sociedade civil abandona seuestamento, sua real posição privada; é somente aqui que ele chega, comohomem , a ter signicado, ou que sua determinação como membro do Estado,cm c, mn- cm u mnçã humana. P u u mnçõ n c cv aparecem cm inessenciais hmm, nvu, cm mnçõ exteriores , qu, n v, ãncá à u xnc n , é, cm um vncu cm ,m um vncu qu p mu bm pcn. (a u ccv é pncp z individualismo; a existência individual é o m

último; atividade, trabalho, conteúdo etc., são apenas m.)a constituição estamental , qun nã é um çã i Mé, é tentativa de lançar, em parte, o homem, dentro da própria esfera política, nalimitação de sua esfera privada; de fazer da sua particularidade a sua cons-cnc ubnc , cm nçã mn x pcmn, mbém z- nvmn um nçã c.

o homem real é homem privado u cnuçã e.o estamento tem, geralmente, o signicado de que a distinção , separação ,

é existência nvu. o m v, v c. úm, mu z um mmb, um unçã c, z um

exceção da sociedade, é o seu privilégio. Que essa distinção nã j pnum nçã individual , m cncz cm comunidade , mn,cpçã, nã pn nã upm u nuz xcuv, cm é,n, mn u xpã. em vz unçã c, unçãnvu cnv m um c p .

o estamento não só se baseia, como lei geral, na separação c,cm mbém p hmm u unv, z um nm qucnc mmn cm u mn. a i Mé é históriaanimal humn, u z.

a mn, civilização , cm nv. e p hmm u objetivo , cm um pn exterior , m. e nã m cn-ú hmm cm u v .

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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o n b un á nvv n çã: “ccivil”. Passemos ao

§ 304. o mn pc-mn cném m u próprio signicado35 , mm mp, nçã mn, já xn n n.

 Já mnm qu “nçã mn, já xn n -ras anteriores”, não tem nenhum signicado para a esfera política, ou temapenas o signicado de uma distinção privada, portanto não política. Porém,segundo Hegel, a distinção dos estamentos também armou, aqui, não o seu“signicado já existente” (o signicado que ela possui na sociedade civil),mas sim o “elemento político-estamental”, na medida em que este a acolhecomo seu ser; imersa na esfera política, a distinção dos estamentos assume

um signicado “próprio”, correspondente a este elemento nã a ela.enqun nzçã c cv pc u e pc c cv, n nã hv separação duplicação de signica- mn. e nã signicavam uma coisa n mun c outran mun pc. e nã qum um signicado n mun pc,m m conferiam signicado a si próprios. o um c cv e pc, qu cnuçã estamental pn v p m um reminiscência , vnc- p mm n qu distinção dosestamentos ( nçã nn c cv) qu, n  política ,um signicado diferente daquele da esfera social. Há, aqui, aparente iden-, o mesmo sujeito , m cm um mnçã essencialmente diversa;pn, n v, há um duplo uj identidade ilusória ( é jáilusória porque o sujeito real , hmm, n v mnçõ user, permanece igual a si mesmo; ele não perde sua identidade; mas, aqui, ohomem não é sujeito, mas sim identicado com um predicado – o estamento– e, ao mesmo tempo, arma-se que ele, ao se encontrar nessa determinidadedeterminada , ncn- nã m outra determinidade; que ele, como estamçã xcuv, mn, é algo diferente mçã) é mnde forma articial mediante a reexão de que, uma vez, a distinção social dos

mn cb, cm , um mnçã qu v pv uncmn- pc , u vz, cb um mnçã, n pc, qu nã v pc, m uj c.P pn uj m, mn mn ( nçãmn), cm uj nc pc, u p pv identidade de ambos os predicados, estes são misticados e desenvolvidosem uma dupla gura ilusória, indeterminada.

o mm uj é m, qu, m n signicados , mas o signi-c nã é u umnçã, m um mnçã alegórica , n-

35 Em Hegel “determinação” (Bestimmung) em vez de “signicado” (Bedeutung). (N.e.a.)

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posta. Poder-se-ia tomar, para o mesmo signicado, outro sujeito concreto, epara o mesmo sujeito outro signicado. O signicado que a distinção social

mn qu n pc nã pvém mm, m mda esfera política, e ela poderia, aqui, ter também outro signicado, tal como, , u- hcmn. e vc-v. É mn acrítica , mística , interpretar um antiga visão de mundo cm n um nv, p qu se torna apenas um híbrido infeliz, no qual a forma engana o signicado e osignicado engana a forma, e nem a forma alcança seu signicado e a formareal, nem o signicado alcança a forma e o signicado real. Essa ausência decrítica , misticismo , é n nm mn cnuçõ (χατ’ εξοχην36 das estamentais) como é também o mistério da losoa hegeliana,m pc  losoa do direito  losoa da religião.

Liberta-se dessa ilusão da melhor maneira quando se toma o signicadop qu é, p determinação propriamente dita; faz-se dele, como tal, sujeito, nã cmp p b uj qu pretensamente h pnc é u

 predicado real , pn u nc u v zçã.“A sua” (do elemento político-estamental)

pçã pmmn b, b, extremo da universalidade empíricacn  princípio do soberano u monarca m – n qu mn  possibilidade acordo , cm , umn,  possibilidade pçã hostil –, pçã b n çã cn (silogismo , cmp cm

n § 302) mn pqu u mediação vm à xnc.Vimos que os estamentos formam, em comum com o poder governamental,

m mé n pncp mnáquc pv, n vn e-, cm uma vn mpc, mm vn e, cm muitasvn mpc, n singularidade empírica universalidade empírica.H v mn vn bn cm singularidade empírica , mcm mnu vn c cv cm universalidade empírica;m nã xpm oposição m u uz.

H cnnu:

Cm, p bn, p vnmn (§ 300) já m mnçã, m mbém, mn, um mmn m v p mnçã x ncmn cmmmn m mé.

oc qu v p ã pncp c cv. enós já vimos que o mesmo signicado que tem o poder governamental do pncp, m mbém mn mn pv.enqun pncp emana em uma circulação que se ramica, o povo secondensa em uma edição em miniatura, pois a monarquia constitucional só

36 “principal, por excelência”. (N.E.A.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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p nn cm  povo en miniature. o mn mn é, c cv, xmn a mesma abstração do Estado político qu p

vnmn é pncp. a mçã pc, pn, cmpmn cnu. o xm bcm u z,nvm um u u pcu  poder legislativo , cujmn ã pcmn n p vnmn qun mn-, pc nã mn pm qu mediação vnh à xnc,m qu mm já j mediação que veio à existência. H mbém jáqualicou o elemento estamental , em comum com o poder governamental , cm termo médio n pv pncp (m cm mn mn cm m mé n c cv vn c.). a çã cn, si-logismo , pc, pn, cncu. o poder legislativo , m mé,

é um mixtum compositum37  xm, pncp mnáquc sociedade civil; da singularidade empírica e da universalidade empírica, uj pc. H cncb, m , silogismo cm mmé, cm um mixtum compositum. P- z qu, m u nv-vmn m cn, ncnnc mc um u m nm- vn. o m mé é m, pçã mu n unv nu.

Observemos, primeiramente, a propósito de todo esse desenvolvimento, quea “mediação” que Hegel quer estabelecer aqui não é uma exigência que ele deduz

p essência  poder legislativo , de sua própria determinação, mas antesp consideração um existência qu u mnçã nc.É um construção da consideração. o p v, pncmn, é cn-u mn m cnçã um c. É, pn, pncmn construção de sua existência formal qu bv nçã. o p vé cnu mu diplomaticamente. i c pçã falsa , ilusória, χατ’ εξοχην38  política , qu m p v n e mn ( qu Hé nép). d pn, p , qu e nã é um verdadeiroe, p n determinações estatais , n p v, mque ser consideradas não em si e para si, não teoricamente, mas praticamente;

não como forças independentes, mas como forças em oposição; não a partir danuz c, m un cnvnçã.

Pn, mn mn v ppmn , “m cmumcom o poder governamental”, o termo médio entre a vontade da singularidadempc, pncp, vn unv mpc, ccivil; porém, na verdade , mn, “sua posição” é uma “posição primeira-mn b, b, extremo da universalidade empírica cn  princípio do soberano u do monarca m , n qu mn  possibilidade  

37 “mistura”. (N.E.A.)38 “principal, por excelência”. (N.E.A.)

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acordo , cm , umn  possibilidade da oposição hostil”, uma “posiçãoabstrata”, como Hegel observa corretamente.

an m n, pc qu qu nm “extremo da universalidadeempírica”, nem o “princípio do soberano ou do monarca”, o extremo da sin-u mpc, cnpõm.

P mn ã delegados c cv, m cm pvnmn é delegado pncp. d mm m qu, n p v-nmn , pncp bn x xm nu- mpc, , m n, n bnn u vn “sem fundamento”,bx- à “ nitude” do saber, da responsabilidade e do pensamento, assimmbém, n mn mn, c cv nã pc m unv mpc, m um bm mn, qu m n “

n pçã  e vn, qun n c-culos particulares e dos singulares” (§ 302). A sociedade civil, em sua ediçãoestamental em miniatura, deixou de ser a “universalidade empírica”. Ela serebaixou, muito mais, a uma comissão, a um número bem determinado; e, pncp u um unv mpc n p vnmn,mbém c cv u, n mn, um nu mpcu pcu. amb nm um pcu.

a únc pçã qu n é pv qu pc qu n pnn u vn e, n u mnçõ, n

elemento governamental elemento estamental do poder legislativo; parece, pn, um oposição no interior do próprio poder legislativo. a mçã“comum” parece, também, bastante apropriada para que os elementos agarremun u p cb. N mn vnmn p -v, ncv nu mpc pncp tomou forma terrena em um certo número de personalidades limitadas, palpáveis, responsáveis;n mn mn, c cv tomou forma celeste m um cnúm hmn pc. o pm u nnb. op bn pu u ncv, xcuv, Uno empírico; a sociedadecv pu u ncv, v, Todo empírico; um a sua rigidez, a outra sua

uidez. No elemento estamental, de um lado, e no elemento governamental p v, u, qu pnm jun m c cv pncp, oposição pc, pn, n pmmn umpçã bc, m mbém um contradição irreconciliável.

e “mediação”, tal como Hegel desenvolve corretamente, tem necessidadepn “qu sua mediação vnh à existência”. Ela é muito mais a existência cnçã qu xnc mçã.

Que essa mediação seja realizada pelo lado do elemento estamental , Hparece armá-lo sem fundamento. Ele diz:

am cm, p pncp, p vnmn (§ 300) jám mnçã, m mbém, mn, um mmn

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m v p mnçã x ncmn cm mmn m mé.

 Já vm, pém, qu H põ, qu, m bá ncnqun,pncp mn cm xm. a mm mnçã qu pvnmn pu p pncp, mn mn pu c cv. o mn nã um pn, m c-mum cm p vnmn, n pncp c cv, m mbémn vn m pv (§ 302). e zm, ccv, m qu p vnmn z p bn,um vz qu é ppmn úm qu cnpõ pv cm up. e chm cúmu mçã. P qu, nã, bceste asno com mais sacos ainda? Por que o elemento estamental deve, pois,cnu, p p, pn n39 , jumn n u p-nente? Por que é ele, por toda parte, o próprio sacrifício? Deve ele cortar uma de suas mãos, a m de que não possa enfrentar com as duas u nn, elemento governamental do poder legislativo?

accn-, n, qu H z cm qu mn umdas corporações, distinções estamentais etc., a m de que eles não fossemuma “mera universalidade empírica”, e que agora, ao contrário, ele os trans-forma em mera “universalidade empírica”, para fazer com que deles resultea distinção estamental! Do mesmo modo que, por meio do poder governa-

mn, pncp, cm C p, bc u mçã cm c cv, m mbém c cv bc u mçãcm pncp p m u p, mn.

Pc, n, qu pp xm, p bn (numpc) c cv (unv mpc), v vde mediador “de sua mediação”, tanto mais que “um momento determinado, qu, n m pçã, cup pçã um xm, x - n mmn orgânico , qun mm mp é termo médio , é algo que se encontra entre as mais importantes intuições lógicas” (§ 302,

n). a c cv pc nã p um pp, já qu nãpossui assento no “poder legislativo” como ela própria , cm xm. o uxm, qu ncn como tal n m p v, pncpbn, pc, pn, z m n mnestamental e o governamental. Ele parece, também, qualicado para isso.P, p um , e á n pn, pn mbém

39 Marx faz aqui um trocadilho, empregando a expressão “ponte dos asnos” tanto emu n các ( pons asinorum), m uz p cb p-

 b m mé um m, qun n n . o mnsão os asnos sobrecarregados de funções, que têm de ser, ainda, a própria ponte – o termomé – qu un vn. (N.t.)

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c cv, pcumn m m cmum cm mn “singularidade empírica” da vontade, já que a universalidade empírica só é

cm nu mpc. aém , nã põ à ccv pn cm formalidade , cm consciência e, cm z pvnmn. e mm é e, m, m cmum cm c cv, mmn material , natural. P u , pncp é cum pnn p vnmn. (H, qu u nv, z p vnmn pnn, mnçã pncp. Pqu, n i, cuj xnc m pncp, H v nã p vnmn, nã p- vnmn n u , m m uj qu é i bu,qu x corporeamente no príncipe; então o poder governamental se tornaum prolongamento místico da alma existente em u cp – n corpo do príncipe.)

o pncp v, p cnun, z-, n p v, termo médio entre o poder governamental e o elemento estamental; porém, p vnmn é jumn m mé n cestamental, e esta é o termo médio entre ele e a sociedade civil! Como deveria m qu qum m nc, cm u m mé,para não ser um extremo unilateral?

aqu vnc bu xm, qu mpnhm -nmn pp xm, m mé. sã cbç

 Jn, qu mm n, c, qu n m um cá-

v c. aqu qu mn pmmn cm mmé n xm cmp-, nã, mm, cm xm, um xm, qu vé qu m cm u, m-,, cm xm (pqu m sua distinção cm u xm) n uxm u m mé. É um cmpmnçã cpc. t cm umhmm qu ncn n n , nã, um , p u vz,coloca-se entre o intermediário e o outro litigante. É a história do homem e damuh qu bvm méc qu qu v cnc n ,cm qu, nã, muh v cc n méc m , ,n muh méc. t cm ã n Sonho de uma noite de verão , qu

exclama: “Eu sou um leão e não sou um leão, eu sou Marmelo”40. am, cextremo é, aqui, ora o leão da oposição, ora o Marmelo da mediação. Quandoum extremo grita: “agora eu sou o meio”, os outros dois não podem tocar nele,m pn p qu qu, n, xm. t- um c

 bc m u âm, m qu m mu m mnch x p b

40 Referência ao ato V, cena 1, da comédia de Shakespeare. Marx comete, aqui, um pequenoequívoco: no entremez representado no interior da peça, o “leão” é protagonizado pelomcn Pn (Schnock) nã p cpn Mm (Squenz). P nm

pnn m puu, um uçã f. C. am Cunh M oc Mn (W. shkp, Comédias e sonetos , sã Pu, ab Cuu, 1981,p. 205-77). (N.t.)

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mn, , qu qum b, jum m qu c,que se encontra entre eles, deva receber as pancadas; mas, então, um dos dois

pn- nvmn cm c, , n mnh pcuçã, nã chm ququ cã. e m mbém é m qu mm hmm qu qu pnc u pnn v, p u , p- pnc u pnn, , n up cupçã, nã n z-çã u . É náv qu H, qu uz bu mçã àsua expressão abstrata, lógica, por isso não falseada, intransigível, o designe, aomm mp, cm mistério especulativo da lógica, como a relação racional,cm m cn. exm nã pm m um pu, pcmn pqu ã xm . M nã pcm, mbém, ququ mçã, p ã p. Nã m n m cmum

n , nã mnm um u, nã cmpm. Um nã m m u n, nc, ncpçã u. (M qun H unv nu, mmn b m, cmopostos reais, é esse precisamente o dualismo fundamental da sua lógica. O restosobre isso pertence à crítica da lógica hegeliana.)

a pc cnp: les extrêmes se touchent 41. P n p use atraem; os sexos feminino e masculino igualmente se atraem, e somentep unã u nç xm hmm nc.

P u . C xm é u u xm. o espiritualismo b-

é materialismo abstrato; o materialismo abstrato é espiritualismo abstrato mé.N qu cncn pm pn, p n p u ã, mb, polo;

u essência é idêntica; do mesmo modo, os sexos feminino e masculino ã um gê-nero , umessência , nc humn. N u ã mnçõ p uma essência; a diferença de uma essência m u m alto desenvolvimento. eã nc diferenciada. e ã qu ã apenas cm um mnçãdiferenciada , pcmn cm essa mnçã nc nc.Verdadeiros xm reais m p nã p, n humn numn.a nç é, qu, um diferença da existência , á um nç essência ,

duas essências. Quanto ao segundo ponto, nele reside a determinação principal qu um conceito (xnc c.) é m abstratamente , qu nã msignicado como conceito independente, mas apenas como uma abstração u cnc pn cm abstração; assim, por exemplo, o espírito épn abstração mé. É vn, nã, qu, jumn pqu m v puz u cnú, p é, n, contrário abstrato , bj qu b, n u bçã, qu mm b,u nc . s diferença n n xnc um nã cnun, m p cm abstração independente (bçã, cmpn-,

41 “os extremos se atraem”. (N.E.A.)

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nã u, m ppmn mm), m p cm cnçãreal cpcmn xcun, nã um pc v:

1) qu, n v pn xm, c bçã un- j cn v, p m qu um pncp, m vz aparecer como totalidade em si mesmo, aparece como abstração de outro; 2)qu resolubilidade p reais , u cnuçã m xm, qu nã énã u ucncnc u ncmn p uçã u, jpensada como algo possivelmente evitável ou nocivo; 3) que se procure suamçã. enã, cm mb xm pnm m u xnccomo reais e como extremos, é próprio apenas da essência um xm, nã m p u signicado verdadeira realidade. Umnv u. a pçã nã é u. P xmp, cnm u ã m

geral e losoa são extremos. Mas, em verdade, a religião não constitui umaoposição verdadeira à losoa. Pois a losoa compreende a religião m u ilusória. a ã, nqun qu um , á, pn,para a losoa, dissolvida na própria losoa. Não se dá um real dualismo da  essência. Voltaremos a essa questão mais adiante.

Pun-: cm H ch, m um, nc umnv mediação do lado do elemento estamental? Ou compartilha Hegel o“pcnc, qun m mn p, cncb mnpncpmn pn v oposição vn, cm

sua posição essencial”?? (§ 302 nota).a quã é mpmn : p um , vm qu, n “p -lativo”, a sociedade civil como elemento “estamental”, e o poder do príncipecm mn vnmn, mum- pn p m umpçã , mmn pác.

P u , p v é . encnm n1) a deputação do princípio soberano, o “poder governamental”; 2) adeputação da sociedade civil, o elemento “estamental”, mas, além disso,ncn- n 3) um extremo como tal , pncp bn, nqun u xm, c cv cm , nã ncn n. apn

por meio disso o elemento “estamental” se torna extremo do princípio“soberano”, que deveria ser propriamente a sociedade civil. Somentecomo elemento “estamental” a sociedade civil se organiza, como vimos,m xnc política. O elemento “estamental” é sua existência  política ,u transubstanciação no Estado político. Apenas o “poder legislativo” é,p , cm vm, Estado ppmn político m u .aqu é, pn, 1) pncp bn, 2) p vnmn,3) sociedade civil. O elemento “estamental” é “a sociedade civil do Estado

 político”, do “poder legislativo”. O extremo, que a sociedade civil deveria

cnu pn pncp, é, p zã, mn “estamental”.(É pqu c cv é xnc pc, qu existência política da sociedade civil é sua própria dissolução, sua sepa-

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çã mm.) d mm m, xm cnu, pn,um pçã p vnmn.

Eis por que Hegel também designa o elemento “estamental” novamentecomo o “extremo da universalidade empírica”, o que é propriamente a socie- cv mm. (H, pn, z u numn mnpolítico-estamental das corporações e dos diferentes estamentos. Isso só terian n mn cm m mn v, pn, ncçã c cv, mnçã c re vera42  mnçã pc. Nã m, nã, um poder legislativo e, m  poder legislativo n mn, cpçõ c b e. o mn c cv nã cb-m nnhum mnçã pc, m mnm e pc.

e m u  particularidade p mnn . em p pcu b unv. tm, mbém, nã ump v, pém m p v, qu nm n com o governo. Mas Hegel tem em vista o signicado moderno do elementomn, zçã cn e, zçã buu(bourgeois). Ele quer que o “universal em si e para si” do Estado político nãoj mn p c cv, m qu, cná, mn.enqun, pn, ch m mn mv-mn, á esse elemento o signicado oposto, de ser determinado pela essência do Estado

pc. o mn, cm pnn cpçõ c., nã ma “universalidade empírica”, mas a “particularidade empírica”, a “particula-ridade da empiria”!). O “poder legislativo” necessita, então, em si mesmo, damediação , é, um cumn pçã, mçã v pdo “elemento estamental”, pois este último perde, dentro do poder legislativo,o signicado de representação da sociedade civil e se torna elemento primá-rio; o elemento estamental é a sociedade civil do poder legislativo. O “poderlegislativo” é a totalidade do Estado político e, precisamente por isso, a suacontradição tornada manifesta. P é, mm m, u uçã

 posta. N cm pncp mn v. sm úv, aparece 

cm oposição mn pncp bn pncp mnmn c. em verdade , n nn, - nnm Estado político sociedade civil , contradição do Estado político abstrato cn mm. o pv é v posta. (o pncp H n qu um a contradição do fenômeno cm unidade n  , na Ideia , qun cnçã m u zã m m pun, b, num contradiçãoessencial , cm, p xmp, qu, n qu cnçã pv m mm é mn cnçã e pc cnmm , pn, c cv cn mm.

42 “na realidade”. (N.E.A.)

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a cc vu c m um dogmático p. am cc, pxmp, cnuçã. e chm nçã p pçã n p

c. e ncn cnçõ p p. i é, n, cc mác,qu luta cn u bj, mm m cm, nmn, m nm n mn p m cnçã n um .a v cc, m vz , m n nn nmn n céb humn. dcv u ncmn. Cm , crítica verdadeiramente losóca da atual constituição do Estado não indicasomente contradições existentes; ela esclarece cnçõ, cmpnsua gênese, sua necessidade. Ela as apreende em seu signicado especíco.M compreender nã cn, cm pn H, m cnhc ptoda parte as determinações do Conceito lógico, mas em apreender a lógica

especíca do objeto especíco.)H xp zn qu n pçã mn pc-mn-

n mn pncp “ mn  possibilidade do acordo , cm , umn  possibilidade pçã hostil”.

a pb pçã ncn p p n ncnmvn diferentes. O próprio Hegel diz que a “possibilidade do acordo” éa “possibilidade da oposição”. Agora ele deve, então, instituir um elemen- qu j “impossibilidade da oposição” e a “realidade do acordo”. Um talmn , pn, p , b cã pnmn

pn p pncp vn. Nã pnc m, m,ao elemento “político-estamental”. Seria, muito mais, um elemento da von- bn vn ncn, cm p real mnestamental, na mesma oposição do próprio governo.

e xnc é já bn m p cncuã pá:

Cm, p bn, p vnmn (§ 300) já m mnçã, m mbém, mn, um mmn m v p mnçã x essencialmente cmmomento do termo médio.

o mmn qu é mn v m-nçã inversa qu qu p vnmn m pncp, b, qu mn mn mn bn ã xmp. am cm pncp mcz n p vnmn, elemento “estamental” deve se monarquizar m u puçã. o qu Hqu, pn, é um momento soberano do lado dos estamentos. Cm pvnmn é um mmn mn pncp, v hvmbém um mmn bn mn.

A “realidade do acordo” e a “impossibilidade da oposição” se convertemn un xnc: “ mn, um mmn m v p determinação existir essencialmente cm momento termo médio”. Estar voltado para a determinação! Essa “determinação” a pos-

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um, un § 302, mn m . aqu, nã v m “determinação”, mas sim de “determinidade”.

Que tipo de determinação é essa, “de existir essencialmente como momen-to do termo médio”? É ser, segundo sua “essência”, o “asno de Buridan”43.a quã é mpmn :Os estamentos devem ser a “mediação” entre soberano e governo, de

um lado, e povo, de outro; mas eles não o são: eles são, antes, a oposição política organizada da sociedade civil. O “poder legislativo” necessita, em simm, mediação , , cm v, um mçã mn. Nã b pup c moral u vn, mqu um é vn e cm vn bn u vn e cm vn c cv. o p v é, ,

pn e pc total , nz, m pcmn n pcmbém – pqu m u m nvvmn – mn cn-çã Estado político cn mm. É pc, pn, qu j p aparência um identidade real n vn bn vn mn-. O elemento estamental tem que ser posto como vontade soberana, ou a vontadesoberana tem que ser posta como elemento estamental. o mn mndeve pôr a si mesmo como a realidade de uma vontade que não é a vontade mn mn. a unidade , qu nã á pn un essência ( nã v m- m ato nã p m modo de existência

mn mn), v, mn, pn cm um existência , uum existência p v ( mn mn) m determi-nação unidade daquilo que não é unido. e mmn mnmn, câm p, câm c., é síntese upm epc n nzçã cn. Cmn nã cnç, cm ,aquilo que Hegel quer, “a realidade do acordo” e a “impossibilidade da opo-sição hostil”, mas, antes, permanece-se na “possibilidade do acordo”. Mas é ilusão posta unidade do Estado político consigo mesmo ( vn bn vn mn , ém , pncp e pc c cv), unidade cm pncp material , é, m qu

nã pn pncp p unm, m qu un j unatureza , u zã xnc. e mmn mn mn é romantismo e pc, sonho u ubnc u uc cn mm. É um xnc alegórica.

43 rnc un px, cuj muçã é bu Jn Bun: “um n quv n , xmn à mm ânc, x n xmn u,nã p mn pnc p um m qu p u , pn, m

fome”. Buridan pretendia, com isso, questionar a redução do livre-arbítrio a um “livre-ar- bítrio indiferente”. Se não há uma “preferência”, não pode haver igualmente escolha. (Cf. J.f M, Dicionário de losoa , sã Pu, ly, 2000, v. 1, p. 207.) (N.t.)

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s ilusão é ilusão ecaz ou autoengano consciente , pn, , status quo çã n mn mn bn. en-

qun mn p bn nm m c de fato , nnm-, ilusão u un essencial é um ilusão real , pn ecaz. N ccná, m qu úm v mn u verdade , n uminverdade consciente n cu.

§ 305. Um estamentos c civil cném pncp qu, p ,é cpz cnu cm çã política , é, mn c nu, qu m p u b v m , n qu àsubsistência, a propriedade da terra; e, com isso, no que respeita à sua parti-cu, mn pu, m cmum cm mn bn,um vn qu un m mnçã nu qu mn

bn cném m . Já pnm ncnqunc H: 1) cncb mn

pc-mn n u moderna bçã c cv c., pde tê-lo feito nascer das corporações; 2) de determiná-lo, agora, novamente,un distinção estamental da sociedade civil , p já hv mn mn pc cm , cm n “xm unvempírica”.

o consequente : cn estamentos políticos p cm ummn nv , nã, p mm, cnu mçã x

n § 304.Vemos, no entanto, como Hegel reintroduz a distinção estamental da so-c cv , mm mp, puz pnc qu realidade  ser peculiar nçã mn c nã mnm suprema esfera

 política , p v, m qu, cná, ã bx à cn-çã m material , que a esfera política forma e constrói segundo a suaprópria necessidade.

Um mn c cv cném princípio qu, p mm,é cpz ser cnu cm relação política , é, mn

eticidade natural.( mn ppá uná).

o, m qu cn capacidade principiadora u capacidade de princípio do estamento dos proprietários fundiários?

e m

por sua base vida familiar , n qu à ubnc, propriedadeda terra; e, com isso, no que respeita à sua particularidade , mnpu, m cmum cm mn da soberania , um vn qu unem si determinação natural qu mn soberania cném m .

A “vontade que se funda em si” diz respeito à subsistência, à “propriedadeda terra”; e a “determinação natural” em comum com o poder do príncipediz respeito à “vida familiar” como base.

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A subsistência da “propriedade da terra” e a “vontade que se funda emsi” são duas coisas distintas. Dever-se-ia falar, antes, de uma “vontade que

repousa sobre a terra”. Mais ainda, o discurso deveria ser sobre uma vontadeque repousa “na disposição do Estado”, não em si mesma , m no todo.Em lugar da “disposição”, da “propriedade do espírito público”, aparece

“pp da terra”.aém , n qu z p à “vida familiar” como base, parece que a

eticidade “social” da sociedade civil esteja situada acima dessa “eticidade na-tural”. Ademais, a “vida familiar” é a “eticidade natural” dos outros estamentos ,u mn cã c cv, n qun mndos proprietários fundiários. Porém, que a “vida familiar” seja, no estamento dosppá uná, nã pn pncp m, m b u

xnc c m , pc, n, n mn np p m v pc, já qu pcá pc um não patriarcal e fará valer o lho ou o pai, o senhor e o servo, lá onde se trata e político , qualidade de cidadão do Estado (Staatsbürgerthum).

N qu cncn à determinação natural mn soberano , Hnvvu nã um pc, m um moderno , constitucional. sumnçã nu cn m qu é representante corpóreo e qu ncu rei , u qu z é u herança familiar; mas o que issom m cmum cm v m cm b mn ppá

uná, qu c nu m m cmum cm mnçãnatural do nascimento como tal? O rei compartilha isto com o cavalo: assimcm úm nc cv, nc .

s H v nçã mn cm , p c, umnçã pc, nã mn ppá uná cm

 já seria uma parte autônoma do elemento estamental e se, nessa condição, é um mmn mçã junmn cm p bn, qu n-c hv, nã, cnuçã um nova mediação? E por quep mn ppá uná mmn ppmnestamental, se este último só adota a posição “abstrata” em face do elemento

do príncipe por meio daquela separação? Mas depois que Hegel desen-vvu jumn mn pc-mn cm um mnpróprio, como uma transubstanciação do estamento privado na qualidade decidadão do Estado , pcmn p , cbu- cn mçã,cm p , , v nvmn nm n nçã mn pv, pn, n mn pv, p buca mediação do Estado político consigo mesmo?

em um, qu nm qu upm síntese e pc nã joutra coisa senão a síntese de propriedade fundiária e vida familiar!

em um pv:N mmn m qu mn c ã, cm , mn- pc, nã é ncá qu mçã, , n mmn m qu

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mçã é ncá, mn c nã é pc, mpuc é, pn, qu mçã. o ppá uná é um p

mn pc-mn nã cm ppá uná, mcm cã e, nqun, cná (qun é cã e qun  proprietário fundiário u é ppá uná quncã e), u qu cã e é u qualidadede proprietário fundiário: nã é cã e pqu ppáfundiário, mas proprietário fundiário porque cidadão do Estado!

e qu, pn, um ncnqunc H no interior de seu própriom v, um ncnqunc é acomodação. o mn pc--mn é, m n mn, n n nvv p H, separação posta e consumada da sociedade civil em relação ao seu estamento privado

e suas distinções. Cm H p z mn pv solução nnm p legislativo em si mesmo? Hegel quer o sistema medieval mn, m n n mn p v, qu m-derno poder legislativo, mas no corpo do sistema medieval dos estamentos!É p ncm.

N cmç § 304, -:

O elemento político-estamental contém em sua própria determinação, aomm mp, nçã mn, já xn n n.

M, m u própria mnçã, mn pc-mn cném nçã mn n m m qu nu, n m m qu nqu m mm, abstrai dela.

s mn ppá uná u, cm uvm u, mn ppá uná potencializado , pp uná nbz, cm n, mn c, mçã e

 político , p v m mm, é cmn mçã mn pc-mn cm p bn, n n qu é dissolução mn pc-mn nqun mn pc . Nã mn ppá uná, m estamento , estamento privado ,

análise ( uçã) mn pc-mn n mn pv é,qu, unidade restabelecida do Estado político consigo mesmo. (aqu, mediação nã é estamento dos proprietários fundiários cm , m u pçã elemento pc-mn m u qu estamento privado social; valez qu mn pv h cn um pçã à p nmn pc-mn, pn mbém u p mnpc-mn um pçã um mn pv particular ,p cnun, deixa pn cn c cv.) Nã hám qu, nã, e político como duas vn opostas , m, um ,

ncn- e pc (vn pncp) , u, c cvm u nç m çã e pc ( v mn). Cm, mbém e pc cm totalidade upm.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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o n m pxm duplicação mn pc-mnm mm cm um mçã cm p bn é, m , qu

separação deste elemento em si mesmo, sua própria oposição em si mesmo, é u un restabelecida cm p bn. o um unmnn mn soberano e o elemento estamental p v é neutra-lizado p m um mn mn m mm. em H,pém, nuzçã c qun mn pc-mn separa do seu próprio elemento político.

N qu z p à propriedade da terra cm subsistência , qu v c-pn à soberania vn, à soberania do príncipe , n qu cncn àvida familiar cm b mn ppá uná, qu vcpn à determinação natural p bn, nm

m n. aqu, n § 305, é nvv “ princípio” do estamento dosppá uná, “qu, p , é cpz cnu cm relação política”. No § 306 , trata-se deste “constituir-se” “para a posição ea signicação políticas”. Ele se reduz a isto: “o patrimônio se torna, assim,um bem hereditário inalienável , ç p morgadio”. O “morgadio” seria,pn, cnu- pc mn ppá uná.

“O fundamento do morgadio”, diz o Adendo,

á n qu e nã v cn cm a mera possibilidade pçã m, n, cm um necessidade. o, pçã nã á, c-

tamente, ligada a um patrimônio – mas a conexão relativamente necessária é que aquele que possui um patrimônio independente não está limitado porccunânc x pode , m, pc m mpmn m p e.

Primeira tese. o e nã cnn cm “ mera possibilidade da dispo-sição”, ele deve contar com uma “necessidade”.

Segunda tese. “A disposição não está ligada a um patrimônio”, isto é, adisposição do patrimônio é uma “mera possibilidade”.

Terceira tese. M há um “conexão relativamente necessária”; a saber: “aquele

que possui um patrimônio independente” etc. pode “agir em prol do Estado”,u j,  patrimônio á “ possibilidade” da disposição de Estado, embora esta“possibilidade” não satisfaça, de acordo com a primeira sentença.

aém , H nã mnu qu  propriedade da terra é únc“patrimônio independente”.

a constituição de seu patrimônio como independente é cnuçã mn-to dos proprietários fundiários “para a posição e signicação políticas”. Ou “aindependência do patrimônio” é sua “posição e signicação políticas”.

e npnnc mbém é nvv un m:su “ patrimônio” é “independente  patrimônio do Estado”. Por patrimônio

e cmpn-, qu, vnmn, caixa do governo. Nn, “ mn universal” “se contrapõe” “como aquele essencialmentepnn Estado”. Assim é dito no prefácio, p. 13:

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Além disso, entre nós, a losoa nã é xc cm , pxmmn,n , cm um pv, m m, n, um xncpúbc, m cn cm púbc, pncpmn u unicamente  serviço 

e.

Portanto, também a losoa é “essencialmente” dependente da caixa dovn.

su patrimônio é independente “ ncz nú, buc -nho e da mutabilidade da posse em geral”. No que diz respeito a isso, a elese opõe o “estamento industrial”, “como aquele dependente da necessidadee para ela voltado”.

Esse patrimônio é, com isso, independente “tanto do favor  poder gover-namental , qun  favor multidão”.

fnmn, é ç mm contra o próprio arbítrio , m cnqun-c mmb mn, chm p mn-çã, “ncnm- pv u cã , m p,p vmn u pp , m p, b qu étransmitida aos lhos com base na igualdade do amor por eles”.

a pçõ umm, qu, um m mn nv mu m-, cm m pm pá- n céu e pc.

a pçã, qu H nvv, xp m u uz, é pçã  propriedade privada  patrimônio.

a pp uná é  propriedade privada χατ’εξοχην

44

 , pppv propriamente dita. su x nuz privada vnc 1) cm“independência do patrimônio do Estado”, do “ favor do poder governamental”, dapropriedade que existe como “propriedade universal do Estado político”;um patrimônio particular , p cnuçã e pc, outros patrimônios; 2) como “independência da necessidade” da sociedade, oudo “patrimônio social”, do “favor da multidão”. (É igualmente característicoque a participação no patrimônio do Estado seja concebida como “ favor

 poder governamental”, e que a participação no patrimônio social seja conce- b cm “ favor multidão”.) O patrimônio do “estamento universal” edo “estamento industrial” não é uma  propriedade privada propriamente dita ,pqu é m, á diretamente , qu indiretamente , p çã cm patrimônio universal, ou com a propriedade como propriedade social; ele éum participação n , p , é cmn m, m mb c,pelo “favor”, isto é, pelo “acaso da vontade”. A ele se contrapõe a propriedade

 fundiária cm propriedade privada soberana , qu n nã cnçu m patrimônio, quer dizer, a forma de uma propriedade posta pela vontade social.

a cnuçã pc m u pn cumnn é, pn, constituiçãoda propriedade privada. a m disposição política é disposição da propriedade

44 “principal, por excelência”. (N.E.A.)

       `       `

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 privada. o morgadio é mmn mnçã externa nuz interna  propriedade fundiária. Pqu úm é inalienável , nvsociais h ã c-

seu isolamento da sociedade civil é u. Pqu nã é nm“aos lhos de acordo com a igualdade do amor”, ela é separada, independente atémm pqun c, c nu,  família , u vn de suas leis; e conserva, portanto, a natureza rude  propriedade privada mbémm çã à pm n n  patrimônio familiar.

H c, n § 305, mn ppá uná c-paz de ser constituído em “relação política”, porque a “vida familiar” é asua “base”. Mas ele mesmo qualicou o “amor” como a base, o princípio, espírito v m. N mn qu m v m cm u

 b, , pn, base da vida familiar , m cm pncp , p

conseguinte eciente e determinante. É a vida familiar sem espírito , ilusão  v m. em u m nvvmn,  princípio da propriedade privada contradiz  princípio da família. Cnmn, pn, estamentoda eticidade natural , v m, é, n, pn n c cv qu vida familiar ch v m, vida do amor. o mn c- nu é, n,  barbárie pp pv contra v m.

e , pn, soberana grandeza da propriedade privada ,  propriedade fundiária , b qu huv, cnmn, n nmnm b qu n ám muc cc m m.

d n n H z qu morgadio é mmn um exigência da política e que deve ser compreendido em sua posição e signicação políticas.É nú qu :

a unç b mn pm umn, n,p nuçã m, qu, n nn, só é jáv no que respeitaà política , p á um cc p objetivo político qu pmn possa viver independentemente.

Há, m H, um c cnc, dignidade do intelecto. e nã qu justicar e construir o morgadio em si e para si, ele o quer apenas com refe-

nc u, nã cm umnçã, m cm mn umoutro, não como m, mas como meio para um m. Na verdade, o morgadio éum cnqunc pp uná exata , é pp pvpetricada, a propriedade privada (quand même45) n m npnnce agudeza de seu desenvolvimento, e aquilo que Hegel apresenta como o m,cm mnn, cm  prima causa m, é, n, um ,um cnqunc, p  propriedade privada abstrata sobre o Estado polí-tico , p qu H cv m cm  poder Estado políticosobre a propriedade privada. e z cu , cu, mnn mn mn mnn.

45 “como ela mesma”. (N.E.A.)

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M qu é conteúdo da constituição política, do m político, qual é om desse m? Qual é sua substância? O morgadio , superlativo da propriedade

 privada ,  propriedade privada soberana. Que poder exerce o Estado político sobrea propriedade privada no morgadio? Ele o isola m c, cnuz à u autonomização abstrata. Qual é, então, o poder do Estadopolítico sobre a propriedade privada? O próprio poder da propriedade privada ,u nc z à xnc. o qu e pc, m pçãa essa essência? A ilusão qu mn, n é mn. emp, é v, vontade da família e da sociedade , m pn p xnc à vontade da  propriedade privada que é sem a vontade da família e dasociedade p cnhc xnc cm upm xnc e pc, cm upm xnc ética.

Cnm v mn, cm cmpm, qu n poder legislativo , n e , qu nu , cnqunc cncnc, n e pc real , m çã à mnçã m ideais u que-devem-ser (sein-sollenden), lógicas , mn.

(o m nã é, cm z H, “um nv cc à bdo direito privado”, ele é, muito antes, a “liberdade do direito privado, quese libertou de todas as cadeias sociais e morais”.) (“A mais alta construçãopolítica é, aqui, a construção da propriedade privada abstrata”.)

an zm cmpçã, é pc n xmn m

p um pçã pá, b, qu p m m patrimônio do estamento dos proprietários fundiários, a propriedade fun-á, pp pv, “é ç mm contra o próprio arbítrio ,m cnqunc mmb mn, chm p mnçã, ncnm- pv u cãde dispor livremente de toda a sua propriedade”.

 Já salientamos como, mediante a “inalienabilidade” da propriedade fun-á, nv c pp pv ã c. a pppv ( pp uná) é u cn o próprio arbítrio ppá, p u b nm,

b humn , n arbítrio especíco  propriedade privada; a proprie- pv nu sujeito vn vn m predicado pp pv. a pp pv nã é m um bj determi-nado b, m m b é pc determinado ppprivada. Comparemos, no entanto, o que o próprio Hegel diz no interior da pv:

§ 65. eu p alienar minha propriedade, já que ela só é minha na medidam qu n u cc mnh vn, m pn n m m qu c,un sua natureza , j exterior.

§ 66. Cm , ã inalienáveis qu bn, u, n, qu mnçõubnc – m cm é imprescritível – qu cnum minha pessoa mais própria e a essência universal de minha autoconsciência,

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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 bm cm mnh pn m , mu v-b unv, mnhc, mnh ã.

N m, pp uná, pp pv x, n-- um bm inalienável , pn um determinação substancial , qu cnuma “pessoa mais própria, a essência universal da autoconsciência” do estamento nh m ( Majoratsherrlichen Standes), u “pnem geral, seu livre-arbítrio universal, sua eticidade, religião”. É, portanto,também lógico que, onde é inalienável pp pv, ppfundiária, sejam alienáveis, em contrapartida, o “livre-arbítrio universal”( qu mbém pnc v pçã b x, cm é pp uná) eticidade (à qu pnc amor , cm p qu mn mbém cm m). a “inalienabilidade”da propriedade privada é, mm mp, “alienabilidade” do livre-arbítriouniversal e da eticidade. a pp nã é m, qu, n m m qu “uponha nela minha vontade”, mas minha vontade é, “na medida em que estejaposta na propriedade”. Aqui, minha vontade não possui, mas é possuída.

o pu romântico m m é, pcmn, qu pp pv, pn b pv, pç m u mm b, qu vn tosca , imoral , absolutamente limitada , pçcm m n e pc, cm nçã upm b, cm u m bn, m u cm debilidade humana , p

humanização , hominização pp pv pc, qu, cmb humana. o morgadio é propriedade privada qu nu religião  mm,  propriedade privada bv m mm, encantada pu npnnc bn. d mm m qu nçã, m mbém contrato. H cv pm pp pv cn un mn:

§ 71. A existência, como ser determinado, é essencialmente ser para outro; app, p m qu m um xnc cm c xn, é,p u x m cnxã cm , nc cnnnc.

Pém, cm xnc vontade , é p u mn qun é para avontade u p. e çã vn vn é v próprio terreno onde a liberdade tem existência. e mçã, p qu m propriedade nã m pn mn uma coisa e a minha vontadesubjetiva , m umn mn u vn , cm , m um vn- comum , cnu cn.

(N m, é e qu nh pp nã m uma vn- comum , m mn “mn um coisa mnh vontade subjetiva”.)enqun H cncb, n direito privado , alienabilidade pnnc pp pv m çã um vn comum cm u verdadeiro

idealismo , n direito público , cná, x bn mná um pp npnn cn “ncz nú, buc ganho, a mutabilidade da posse, a dependência do patrimônio do Estado”. Mas

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qu e é , qu nã p up, nm um vz qu, mdo direito privado? Que losoa do direito é essa, em que a independência dapropriedade privada tem no direito privado um signicado diverso daqueledo direito público?

dn rude estupidez pp pv npnn, ncz nú é c, buc nh é péc (mác), mub-de da posse é um fato sério (trágico), a dependência do patrimônio do Estadoé m. em um, m qu pu, vé pppv, coração humano; é a dependência do homem em relação ao homem.De qualquer forma que essa dependência se congure em si e para si, ela éhumana , cmp cm cv, qu c v pqu qu m nã é c, m  gleba; a liberdade dessa vontade é sua vacui-

dade u cnú qu nã j  propriedade privada.Uma tal monstruosidade, como a de denir o morgadio como uma deter-mnçã pp pv p m e pc, é, m um,nváv, qun np um vh vã mun n n um nv, qun á um c, cm qu pp pv, umduplo signicado, um no tribunal do direito abstrato e outro oposto no céu e pc.

Chm, nã, à cmpçã u cm.N § 257 , é :

o e é éc, p éc nqun vn ub-nc evidente , n p mm... N costumes , pu u xncm , n autoconsciência nvu... u xnc m, mcomo esta, mediante a disposição, tem no Estado, como sua essência, m epu u v, u liberdade substancial.

N § 268, é :

a disposição pc,  patriotismo m , cm cz qu un n verda-de , vn n hábito , ã pn u nuçõ xnn e, n qu cn x realmente , m cm bém uuçã mn cnm nuçõ. – e pçã é, m, conança (qu p n nnc m u mn cuv)– cncnc qu mu n ubnc pcu é cnv guardado no interesse e nos ns de um outro (aqui, do Estado), na relação úm cm cm nvu – cm qu, pcmn, unã é mmn um u p mm u u v n cncnc.

a realidade éc pc, qu, cm religião da propriedade privada.(Pqu, n m, pp pv cmp p cn m-m mn , u qu, n n mp mn, ã nu m um qu nn pp uná, qu

u b m á p unçã . a ã é upm m ncu bu.) a “vn ubnc eviden-te , nítida para si mesma”, se transforma numa vontade obscura, fragmentada

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n b, mb pcmn p mpnb mnao qual está presa. “A certeza que se funda na verdade”, que “é a disposição

política”, é a certeza fundada em seu “próprio terreno” (em sentido literal).A “vontade” política, “tornada hábito”, não é mais “apenas resultado etc.”,m m um nuçã xn e. a pçã pc nã ém “conança”, mas é muito mais a “segurança, a consciência de que meun ubnc pcu é independente do interesse e dos ns de umoutro (aqui, do Estado), na relação deste último comigo como indivíduo”. É cncnc mnh liberdade em relação ao Estado.

a “mnunçã interesse universal do Estado etc.” (§ 289) era a tarefado “poder governamental”. Nele residia a “inteligência cultivada e a cons-ciência jurídica da massa de um povo” (§ 297). Ele tornava, em verdade,

os estamentos supéruos, pois os altos funcionários “ podem z mhm mn, m cm mbém vm cnnumn z melhor nas assem bleias estamentais” (§ 301, nota). “O estamento universal,qu c m p vç vn, m mmn msua determinação o universal como m de sua atividade essencial”. [§ 303]

E como aparece, agora, o estamento universal, o poder governamental?Como “aquele essencialmente dependente do Estado”, como o “patrimôniodependente do favor do poder governamental”. A mesma transformação se passoucm c cv, qu, n, n u c n cpçã. e

é um patrimônio dependente “da incerteza da indústria etc.”, do “favor damultidão”.Qual é, portanto, a pretensa qualidade especíca do senhor do morgadio?

e m qu p cn, m um, qu moral de um patrimônio inalie-nável? Na incorruptibilidade. a incorruptibilidade pc cm mais alta vu- pc, um vu b. aém , ncupb é ãà p n e cnu p H, qu m cnu cmum p pc particular , pvn, pcmn p , qu nã é p e pc, nã é , m exceção , qu é cnucm um xcçã. P pvá- cupb, cmpm-

nh m p m u pp nnáv.enqun, c cm i, dependência e nmn

pnnc vm upm b pc, pqu nmn qu m p pv um p b pn-n qu, m n, mn cm cã e p n v n independente , é cnu qu  pessoa privada independente.“Seu patrimônio é independente tanto do patrimônio do Estado, quanto daincerteza da indústria etc.” A ela se contrapõe “o estamento industrial, comoqu pnn nc p v, mn unv-

sal, como aquele dependente essencialmente do Estado”. Há aqui, portanto,independência e c cv, bçã z mb, qu é, mn, m u dependência da gleba , cnu, n p

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v, mçã un mb. o patrimônio privado indepen-dente , ou seja, o patrimônio privado abstrato e a pessoa privada c-

pondente são a construção suprema do Estado político. A “independência”política é construída como “propriedade privada independente” e “pessoadessa propriedade privada independente”. Veremos no próximo parágrafo qu ã re vera46 a “independência”, “a incorruptibilidade” e a disposição e pvnn.

Que o morgadio j um bm hereditário é vn p . Pmn,mais detalhes sobre isso. Que ele seja, como Hegel ressalta no Adendo, o bemdo primogênito , é puramente histórico.

§ 307. o p mn ubnc á, m,un, um , n pncp nu m, m , mmmp, é p  m político p m duros sacrifícios , com o que este estamento está essencialmente destinado à atividade para esse m e,umn, m cnqunc , é chm legitimado vp nascimento , m cn um ch.

H nã mnu m qu m mnubnc á un n princípio natural m, mn qu pum pncp nn qu pp uná x cm bemhereditário. Cm , nã é nvv nnhum mnm n pc, m pn , p ncmn, nh

morgadio à propriedade da terra. “Este”, o princípio natural da família, “aomesmo tempo, é alterado para o m político por meio de duros sacrifícios”.Vimos, certamente, como, aqui, “o princípio natural da família” é “alterado”;e vimos como isso, no entanto, não representa “duros sacrifícios” “ao mpolítico”, mas apenas a abstração realizada da propriedade privada. P m alteração do princípio natural da família , é antes o m político que é igual-mn , “com o que (?) este estamento está essencialmente destinadoà atividade para esse m” – por meio da autonomização da propriedadeprivada? – “e, igualmente, em consequência disso, é chamado e legitimado

a essa atividade pelo nascimento, sem a acidentalidade de uma escolha”.aqu, pn,  participação no poder legislativo é um inato h-mm. aqu, m legisladores natos , mediação nata do Estado político consigomesmo. Mu cju, pcmn p p nh m-, b direitos inatos do homem. Mas não é mais cômico que a maisalta dignidade do poder legislativo seja conada a uma raça particular dehomens? Não há nada mais ridículo do que Hegel contrapor a designaçãopor “nascimento” do legislador, do representante do cidadão do Estado, àsua designação por meio da “acidentalidade de uma escolha”. Como se aeleição , o produto consciente da conança civil, não se encontrasse em uma

46 “na realidade”. (N.E.A.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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relação necessária com o m político completamente diferente do acaso fí-c ncmn. em p, H c u pum pc

n m c materialismo. N cum e pc, é ncmn,p p, qu z mn nvu ncnçã m púbc. a upm v e cncm cm nvu p m ncmn, m cm uçã um nm,u cá, m vv c., h ã mmn n. o e, mu unçõ upm, um um animal.

a nuz vn H p pz mn. s ménã v , p , n m pn vn humn, nã vnhumn nã cnv n m p mé.

a falsa n, n fragmentária , parcial , n nuz p,

cp m, pc cm encarnação. Como o nascimento só dá ao homem axnc individual põ, m pm u, pn cm nvu natural, v, já qu mnçõ e, cm p legislativo c.ã produtos sociais , nc c nã nvu nu, nã chcn, milagre é pcmn n m, cncncm n  nascimento individual nvu cm individuação de umadeterminada posição e função sociais c. N m, nuz faz , m-mn, , z, mmn, pares c. m cm z h nz.o chocante é v cm pu m n c qu é mn

pu n ucncn. eu u humn p ncmn, m consentimento da sociedade; mas é apenas por meio do consentimento geralqu ncmn mn n ncmn um p u um. smn cnnmn z ncmn p ncmn um rei; assim, é o consenso e não o nascimento que faz o rei. Se é o nascimento,nmn u mnçõ, qu á mmn hmmum pçã, nã é seu corpo qu z este uncná c determinado.Seu corpo é u social. N m, dignidade corporal do homem u dignidade do corpo humano ( qu p, m pmn, m cncb: n mn nu, c, e) pc m qu

n mn , m v, m dignidades c, ã dignidades de corpos determinados , predestinados por nascimento. P , é n-u, n nbz, uh nu, cnnc, m um, biograade seu corpo; e é naturalmente essa concepção zoológica qu m n heráldica u cnc cpnn. o nbz é zoologia.

Há mmn n n m há:1) o pmnn é bem hereditário ,  propriedade fundiária. e é cnn

n çã, substância. o nh m, ppá, é, n v-, pn acidente. a pp uná antropomorza n v

çõ. É cm  propriedade fundiária herdasse mp pmn c, cm um bu p . C pmn, n é pp-á uná, é herança ,  propriedade  propriedade fundiária inalienável ,

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substância predestinada de sua vontade u atividade. o uj é c pc é hmm. a vn n pp pp.

2) a qualidade política nh m é qualidade política u bm há, um qualidade política nn bm há. aqu pc pc qu, pn, umn cm propriedade  

 propriedade fundiária , cm um qu qu pnc mmn à (nuz) puramente física.

N qu cncn pm pn, u- qu nh m é servo  propriedade fundiária qu, n servos qu h ãubn, pc pn cnqunc prática çã teórica mqu mm ncn cm pp uná. a pun ubjv mânc pc p p cm uz um

bjv m p.Há qu xpc qu 1) çã n  propriedade privada e herança;

2) çã n propriedade privada , hnç , p cnun, pvéde certas linhagens da participação na soberania política; 3) a relação históricareal , u çã germânica.

Vimos que o morgadio é a abstração da “ propriedade privada independen-te”. Uma segunda consequência decorre disso. A independência , autonomiano Estado político, cuja construção nós seguimos até agora, é a  propriedade

 privada , qu pc, m u pn cumnn, cm propriedade fundiária

inalienável. a npnnc pc, cm , nã c ex proprio sinu47

e pc, nã é um áv e pc u mmb, nã é p qu nm m, cná, mmb e p-c cbm u npnnc um qu nã é e pc,m um pv b,  propriedade privada b. anpnnc pc é um cn pp pv, nã ub-ânc e pc. o e pc , n,  poder legislativo , cmvm, é mé v verdadeiro valor e da verdadeira essência momentos do Estado. O signicado que a propriedade privada m n epolítico é seu signicado verdadeiro , essencial; o signicado que a distinção

estamental pu n e pc é signicado essencial nçãmn. d mm m, mn- n “ poder legislativo” a essência p bn vn. aqu, n e pc, é qu mmn nu e cnm n cm cm ser do

 gênero , como com seu “ser genérico”; porque o Estado político é a esfera deu mnçã unv, u esfera religiosa. o e político é espelhoda verdade v mmn e concreto.

Se, portanto, a “propriedade privada independente”, no Estado político,n p v, m signicado independência política , é  , nã, 

47 “a partir do próprio ser”. (N.E.A.)

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independência política do Estado. A “propriedade privada independente” ou “pp pv real” não é, pois, apenas o “sustentáculo da consti-tuição”, mas “a constituição mesma”. Mas o sustentáculo da constituição é aconstituição das constituições, a constituição real, primária!

a cnu mnc há, cm qu up cm “n-vvmn mnn um cnc, dedução de todo seu conteúdo p Conceito simples” (§ 279, nota), Hegel fez a observação:

am, é mmn unmn , pmmn n m-, personalidade abstrata , mmn qu vu mn u nm ubjv qu qu, n bu, n e, n b- jv pnmn cnc vn, é  personalidade do Estado , ucerteza de si mesmo.

Quer dizer, no Estado político revela-se qu “ personalidade abstrata” é amais elevada pn política , b pc e. d mmm, n m, v- pn b, uobjetividade , a “propriedade privada abstrata” como a suprema objetividade e, cm u direito supremo à xnc.

o e mnc há, um pn b,signica apenas que a personalidade do Estado é abstrata ou que é o Estado dapersonalidade abstrata; como, de resto, também os romanos desenvolveram mnc pumn un nm pv u

pv cm upm nm púbc.o romanos ã cn, mã mc pppv bn.

Hegel qualica o direito privado como o direito da personalidade abstrata ucm direito abstrato. e, n v, m qu nvv cm abstração , cm , cm direito ilusório da personalidade abstrata ,m cm m nvv p H é existência ilusória dasubjetividade abstrata. H nvv pv m cm bçõ, cnu nã u qu e, c, qu m cm pup, nã p nã sociedade ( v c) uõ, m é cncu, cná, qu ã mmn ubn v éc. N nn, qu é pv nã , qué a moralidade senão a moral desses sujeitos do Estado? Ou melhor, a pessoa pv uj m ã  pessoa sujeito e.Cmbu- H mu vz p u nvvmn m. M qu z nvv m e mn pvmoderno. Quis-se separar mais a moral do Estado, emancipá-la mais! O quese provou com isso? Que a separação do Estado atual da moral é moral, que am é nã e é m. É, n, um n mé H,

n qu ncncn b um c pc ( b, b pc quH z p cm c e qu m um mp pup), pn à m mn u v u.

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N cnuçã m qu morgadio é um n,  propriedade privada é n cnuçã pc. N m, pc m qu

um m particular pp pv é n. o morgadio émpmn um xnc pcu çã unv n proprie-dade privada e Estado político. o m é n político ppprivada, a propriedade privada em seu signicado político, ou seja, em seusignicado universal. A constituição é, aqui, portanto, constituição da proprie-dade privada.

on ncnm m m u m clássica , n pv mân-c, ncnm mbém cnuçã  propriedade privada. a propriedade

 privada é c unv, m unv e. Mm unçõunv pcm cm pp pv, j um cpçã,

j um mn.Cméc nú, m u nunc pcu, ã pp

pv cpçõ pcu. dn c, juçã c. ã pp pv mn pcu. a v pvncã pp pv pncp nu c. o vç m p c. é pp pv bn. o p é pppv c. Mnh v cnm v é pp pv um, m cm mu é um pp pv pcu. abn, qu nacionalidade , é pp pv mp.

fqunmn qu, n i Mé, c m , b, xnc c, pc cm um privilégio , cm um exce-ção à . N c, nã p cn mpc qu pvé pcm n m  propriedade privada. Qual é ofundamento geral dessa coincidência? Que a propriedade privada é existência

 genérica  privilégio , cm exceção.on pncp cm independência pp pv, cm

n fnç, nm cn pp pv corporações , n n cn pp pv indivíduos. enn, n mm qu cm pp pv cpçõ, cm

pp pv cm cpçã, cm m social.N feudalismo , pc mn qu p bn é p

pp pv n poder soberano á p mé qu é poder universal ,  poder de todas as esferas do Estado.

(N pncp, cm pnn p e, á mn qué  potência e. o pncp constitucional xp, p , e cnucn m u bçã m u. P um , é ideia Estado, a majestade santicada do Estado e, na verdade, como esta p. eé, umn, um mera mnçã, cm p cm pncp, nã m

nm p , nm v . aqu, é xp, m u cnçã m, pçã n p pc , p m m, p unv nvu, hmm hmm c.)

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a pp pv m zã romana cçã germânico. Npn, á nuv z um cmpçã n nvv-

mn xm pp pv. i n juá ucn pbm pc cu.o mn, n v, m pm nvv direito da

 propriedade privada , b, pv, pb. o direito privado romano é direito privado m u desenvolvimentoclássico. N mn, n nn, nã ncnm, m nnhum p,que o direito da propriedade privada tenha sido misticado, tal como nosmã. e nã ná jm, mbém, direito público.

o pp pv é  jus utendi et abutendi48 , arbítrio b c. o n pncp mn cn m

nvv mn relações qu ã cm çõ abstratas pp pv. o v unmn pp pv,

 posse , é um fato , um fato inexplicável , não um direito. É mn p m mnçõ juc, cn p c à p , qu úm qu qu p juc,  propriedade privada.

N qu cncn vncu, n mn, n cnuçã pc pp pv, pcm:

1) o homem (cm cv), m cm n pv n m , cmbj pp pv.

N, n pc.2) As regiões conquistadas são tratadas como propriedade privada; nelas,é v  jus utendi et abutendi.

3) Em sua própria história, aparece a luta entre pobres e ricos, patrícios pbu c.

d , pp pv z v n , cm n npv các m , cm  propriedade pública , j cm p república nos tempos prósperos, seja como benfeitoria geral luxuriosa (bnhc.) pn m.

a mn cm cvu é xpc é direito de guerra ,

de ocupação; precisamente porque sua existência política é aniquilada, elesã cv.

snm pncpmn u çõ m nçã mã.1) o p imperial nã p pp pv, m soberania

da vontade empírica cm , qu, n cn  propriedade privada cm m n u ú, punh, cná, vmn pp pv, bm cm m bn c. o pmp , p , hereditário pn de fato. a m v bçã pp pv, pv, cu, é bm v,

48 “direito de uso e disposição (ou de uso e abuso)”. (N.E.A.)

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n mp, m é n um cnqunc uçã p-c qu uçã pc um cnqunc pp pv.

aém , qun pv nu pn nvvmn mrm, púbc b, cmnhu p u uçã, nqunn amnh cu nv.

2) As dignidades do Estado nunca são hereditárias em Roma; isto é, app pv nã é c pc mnn.

3) a cná m mânc c., liberdade de testar pcm rm cm um mnçã pp pv. N úm p-çã toda nç nvvmn mn mânc pp pv.

(N m, pp pv çã cm unçã

púbc pc mn qu xnc e j um nn-c, um cn pp pv imediata ,  propriedade fundiária.am, e pc, n ápc, cm pp pv, nqun pp pv v pc, qu, cm pp e. emvz z pp pv um qu cã e,H z qu cã e, xnc e pçã e um qu pp pv.)

§ 308. N u p mn mn n móvel sociedadecivil , qu, xmn v à muã u mmb, m nc-

mn v à nuz u mnçã cupçã, p- mnpn p m deputados. N m m qu úm ã pup c cv, é mmn c qu z qu como aquilo queela é – pn, nã nqun v mcmn n nvu unn-, num bv mmn, pn p um mpá,m u ubqun, m m nqun nz n u cçõ,cmun cpçõ, cnu m m, qu cbm m um cnxã pc. N u direito çã, cnvc pp bn, m cm n pm mn à mnçã(§ 307), ncn xnc mn u unã um ncnu, pcu.

encnm, qu, um nova pçã n c cv mn:um p móvel mm m, pn, um p imóvel úm( p pp uná). tm- pn pçã, m-

 bém, cm pçã n espaço tempo c., n cnv p.sb , vj- pá pcn. d , H z umnestável , p m cpçõ c., p móvel c cv.

a un pçã é qu senhores do morgadio , pm p, cn-mn nvv, elemento estamental , são, como tais, legisladores;que o poder legislativo é um atributo de sua pessoa empírica; que eles nãoã deputados , m m ã eles mesmos; ao passo que, no segundo estamento,cm eleição deputação.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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H á u zõ p qu  parte móvel c cv pn n e pc, n p v, pn mn deputados.

a pm, multidão , mm cn cm exterior n pup,cm , épc.M zã essencial seria a “natureza de sua determinação e ocupação”.

A “atividade” e a “ocupação” políticas são algo estranho à “natureza de suadeterminação e ocupação”.

H n, nã, à u vh cnn, mn cm “deputados da sociedade civil”. Esta deve fazer “aquilo, como aquilo que ela é ”. Mas ela devez-, m n, cm qu qu não é, p é um c apolítica  v, qu, z um  político cm um essencial a ela , pvnndela mesma. Com isso, ela é “dissolvida atomisticamente nos indivíduos” “e

unn-, m um bv mmn, pn p um nu mpá,sem atitude subsequente”. Primeiramente, seu ato  político é um isolado etemporário , p , mn nqun p pc m u z-çã. e é um escandaloso c cv, um êxtase úm, cm mbém m se manifestar. em un u, H nã ncnudiculdade, e até mesmo estabeleceu como necessário que a sociedade civil p materialmente (ç ã mn pp um segunda sociedade ,delegada da primeira) u cv pnh cm qu qu nãoé: cm p , , qu u  formalmente?

H ju qu n m m qu c z m u cp-rações etc., então “suas associações” etc., “constituídas sem demora”, “recebem m um cnxã política”. Mas ou elas recebem um signicado quenão é o seu signicado, ou sua conexão como tal é  cnxã pc, mqu nã “recebe” uma coloração política, como acima desenvolvido, masé, antes, a “política” que recebe dela sua conexão.

Ao qualicar apenas essa parte do elemento estamental como aquela dos“deputados”, Hegel designou, sem o saber, a essência das duas câmaras (lán mn um, n , çã p nc). Câm pu câm p (u cm qu qu chmm) nã

ã, qu, n xnc mm pncp, m m zm p dois princípios cnçõ c ncmn diferentes. a câm pu é, qu, constituição política c cv m n m-derno; a câmara dos pares o é em sentido estamental. Câmara dos pares ecâm pu nm, qu, cm pnçã estamental cm pnçã política c cv. Um é pncp mnexistente c cv, u é zçã u xnc  políticaabstrata. É vn, p , qu úm nã p existir nvmn cmpnçã mn, cpçõ c., p nã pn m

bu xnc mn, m m xnc pc ccv. e é umn vn qu, n pm câm, nh n pn p estamental da sociedade civil, a “propriedade fundiária soberana”, a

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nbz há, p nã é um mn n u mn,m m pncp mn c cv cm pncp , c,

pn pc, é qu x somente n. e é o mn. a ccv, pn, m n câm estamental pnn u xncmv , n câm pu, pnn u xnc polí-tica (mn). o p m çã à i Mé cn, qu, pnn uçã  política estamental um xnc pc pcu pc cidadão do Estado. a xnc pc empírica qu H mn h (Inglaterra) guarda, portanto, um signicado bem diferentequ qu h mpu.

N n, mbém cnuçã nc pn um p.e uzu, m v, câm p um pu nu, m

câm, segundo o princípio mnqu cnucn, cm H n-cionava desenvolvê-lo, só pode ser, por sua natureza, uma nulidade ,  cção hmn n pncp c cv, u  poder legislativo u Estado

 político consigo mesmo cm um xnc pcu , pcmn p, m um vz contraditória.

o nc xm ub  perpetuidade p, vn xpm npnnc m çã à ch p p vn pv.M bm xpã medieval: hereditariedade. su p cnm qu nã vm m câmara dos pares c civil real , m

cm p u abstração. e xm v u ch epc existente ,  príncipe , m úm ququ quc. a paridade é mn, n constituição , um estamento na sociedade civil ,um mn qu é pumn pc c p pn v bçã Estado político; mas ele aparece mais como decoração política qu cm estamento , pv pcu. a câm p,b uçã, um mncnc. a câm p vuçã Juh49 é um cçã efetiva mnqu cnucn.

Cm n mn e nã p pc nãcm abstração “e somente político” ou como a abstração de si mesma

da sociedade civil , u cnçã , é, m, um mé nc-ses o fato de terem rmado essa realidade abstrata , - puz , cm, puz pncp político mm. aqu qu pcnu nc cm bçã é, pn, cnqunc v pu – n qu pn m um pçã, m m um pçã nc-á – reencontrada disposição política. o mé nc é, pn,

49 Revolução de julho de 1830, que depôs o rei Bourbon Carlos X e alçou ao trono LuísFilipe de Orléans, conhecido como “o rei burguês”. Seu reinado (a Monarquia de Julho),ccz p çõ cá b n cnuçã ucn 1814,u é vuçã 1848. (N.t.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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bc câm p cm pu  próprio epc u, m , pncp pc m u peculiaridade 

algo de determinante e ecaz.H bv n qu, n puçã p cnu, n “ corporações etc. a tal delegação”, “encontra a existência mn sua reunião uma garantia constituída, peculiar”. A garantia da existência mb mn, u verdadeira xnc primitiva , pn, privilégio cpçõ c. Cm , H cu pn vmedieval e sacricou completamente sua “abstração do Estado político comoa esfera do Estado enquanto Estado, o universal em si e para si”.

em n mn, existência assembleia estamental é existência política da sociedade civil; a garantia u xnc pc. duv

u xnc é, pn, duvidar da existência do Estado. Cm, p H,anteriormente, a “disposição política”, a essência do poder legislativo, en-contra sua garantia na “propriedade privada independente”, assim tambému existência encontra a garantia nos “privilégios das corporações”.

M u mn mn é, n,  privilégio político ccv, u u privilégio  política. Pn, nã p m um pvé um m c pcu u xnc, mn np ncn u n m pvé, um vz qu deve ,mu m, n unv.

Hegel se limita, desse modo, a descrever o “Estado político” não como a m , qu é m p , xnc c, m -hum pcá, dependente em relação a outro: cv- nã cm xnc v u , m m x cm qu ncn n u sua verdadeira existência. e nc, p p, n qu ncnm . e nã é pz. É mpnc sustentada; não é o poder sobre esses sustentáculos,m p unácu. o unácu é qum ém p.

Que existência elevada é essa, que necessita de uma garantia fora de simesma? e que deve, além disso, ser a existência universal mm n-

tia e, portanto, sua real garantia? Em suma, no desenvolvimento do poderlegislativo, Hegel retrocede, por toda parte, do ponto de vista losóco aou pn v, qu nã cn c m relação consigo mesma.

s xnc mn nc um n, não ã umexistência real , m pn um existência ctícia do Estado. a n p xnc mn é, n e cnucn, lei. su xncé, pn, xnc legal , qu pn, cm associação estatal , nc unv e nã pnc u mpnc cp-çõ pcu u cçõ. (É mn qu qu cpçõ c.,

ccu pcu c cv, vm pcmn cb uxnc unv, m, nã, H antecipa nvmn xncunv cm pvé, cm xnc pcu.)

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o pc, cm cpçõ c., cnz -mn pc nqun político , u e, u qu

do cidadão do Estado; pois ele não deve ser precisamente o direito dessaxnc nqun xnc pcu, nqun pcuxnc.

an pm à c eleição , cm pc p qu c cv cncn m um çã pc, nhm-nainda sobre algumas armações da nota a esse parágrafo.

Que todos devam participar singularmente nas deliberações e decisões sobre un e, p ã mmb e, cujun ã un todos n qu m um cm ub qu –, cncpçã, qu cc mn democrático ,

sem nenhuma forma racional , n nm , qu é mn p mda referida forma, apresenta-se tão óbvia porque permanece circunscrita àabstrata determinação de ser membro do Estado, e o pensamento supercial ém bçõ.

an m n, H um “abstrata mnçã ser membro do Estado”, muito embora essa seja, segundo a Ideia , un- opinião de seu próprio desenvolvimento, a mais alta e a mais concreta mnçã c p , mmb e. a- à“determinação de ser membro do Estado” e considerar o indivíduo nessa

determinação, não parece precisamente “ser o pensamento articial que seatém a abstrações”. Mas que a “determinação de ser membro do Estado” sejaum mnçã “abstrata”, isso não é culpa desta determinação, mas donvvmn hn çõ mn, qu pupõm pçã v m çã à v pc zm qupolítica uma “determinação abstrata” do membro real do Estado.

a pcpçã todos n bçõ cõ b un- e m, un H, “ mn democrático , semnenhuma forma racional , n nm , qu é somente p m referida forma”; ou seja, o elemento democrático pode ser admitido apenascm mn formal m um nm qu é mn mm. o mn mcác v , n, mn qu á mm, n nm inteiro , u forma racional. s, cná, n n nm u mm cm um mn “ particular”,compreende-se por “forma racional” de sua existência a domesticação, a aco-mçã, um m n qu nã m pcu u nc,u j, qu n pn como pncp formal.

 Já ccm qu H nvv pn um formalismo de Estado.o v pncp material é, p , Ideia , b forma pn

e cm um suj, i bu, qu nã u m nnhummmn pv, material. dn bçã i, pcm cmconteúdo mnçõ mm mpc e , p ,

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cnú real pc cm mé nânc, pv m (qu: hmm , c c.).

Hegel pôs a essência do elemento estamental nisto: no fato de que a “uni-versalidade empírica” se torna o sujeito do universal que é em si e para si. Ora,que signica isso, senão que os assuntos do Estado “são assuntos de todos n qu m um direito de ser com seu saber e querer”? E os estamentos,não devem ser eles precisamente esse seu direito realizado? E é surpreendente,então, que os todos queiram também a “realidade” desse seu próprio direito?

Que todos vm pcp numn n bçõ cõ b un e.

em um e mn cn, p-- pn: “nã devem p-

cp todos singularmente n bçõ cõ b un do Estado”, pois os “singulares” participam, enquanto “todos”, isto é, dentro c cm mmb c, n bçõ cõ b assuntos gerais. Nã numn, m nu cm .

H cc m: u c cv ( mu, m) pcp,p m pu, n bçõ uçõ b un e, u todos zm nqun singulares. e nã é um pçã essência , cm H buc pná- m u, m m existência ,m v, xnc x, número , cm qu unmn quo próprio Hegel designou como “exterior” – a massa dos membros – pmncmp cm unmn úm cn pcpçã .

 A questão b cm c cv v m p n p -v, qu n n p m deputados , u qu “ nu-mente” participem de forma direta, é ela mesma uma questão no interior abstração do Estado político , u n n Estado político abstrato; é umaquã pc abstrata.

Trata-se, em ambos os casos, como Hegel o desenvolveu, do signicadopolítico da “universalidade empírica”.

A oposição, em sua forma própria, é a seguinte: os singulares fazem isto 

enquanto todos u singulares zm nqun poucos , nqunnão todos.em mb c, pmnc pn cm pu exterioru nu. a nã é um qu nc,pu, , nu. a nã é p m qu n-gular perde a determinação da singularidade abstrata; a totalidade é apenas número singularidade. Uma nu, muitas nu,todas nu. Um, mu, – nnhum mnçõ essência uj, nu.

“Todos” devem “participar singularmente nas deliberações e decisões

sobre os assuntos gerais do Estado”; isto é, portanto: todos vm pcp,não como todos, mas sim como “singular”.A questão parece ser contraditória em um duplo sentido.

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o un unv e ã un , enqun assunto real. a bçã cã ã realização e n-

qun un . Pc vn, pn, qu mmb e m um relação cm e cm u assunto real. encn- ján cnc membro estatal qu ã, c um, um membro e,um parte , qu m cm sua parte. M, ã um parte e, é vn qu u existência c é, já, sua real participação ne. e nã são pn p e, m e é sua p. sp cncn um c é h m, cm cncnc, um p,pcp n cncnmn. sm cncnc, mmb e um animal.

Quando se diz “os assuntos universais do Estado”, produz-se a aparência

de que os “assuntos universais” e o “Estado” são algo de diferente. M Es-tado é o “assunto universal”, portanto realmente os “assuntos universais”.

tm p n un unv e m p n eé, portanto, idêntico. Que, portanto, um membro estatal, uma parte do Estado,pcp n e, qu pcpçã p pc pn cm de-liberação u decisão u m u m mhn, qu, p cnun,c mmb e pcp n deliberação decisão ( unçõã pn mn cm unçõ real pcpçã n e)b un unv e, é um tautologia. s , pn,

reais mmb e, nã nã p pcpçã cm um dever. Bm n, --, n, uj, qu devem querem membros do Estado , m qu nã são mn.

P u , c un determinados , um nu e, nã é nvmn vn qu nã zm todos singularmente.s m , nvu verdadeira sociedade e tornaria supérua c. o nvu z u um vz, nqun qu c z , m cm p u, mbém u p .

a quã todos singularmente “vm m p n bçõ decisões sobre os assuntos gerais do Estado” é uma questão que deriva da

pçã n e pc c cv.Vimos. O Estado existe somente cm Estado político. a e

pc é  poder legislativo. tm p n p v é, p , mp n e pc, mn z u existência cm membrodo Estado político , cm membro do Estado. Que, portanto, todos singularmente qum pcp n p v nã é nã vn todos membros (v) do Estado u um existência política u manifestar e realizar sua própria existência como existência  política. Vimosnmn qu mn mn é sociedade civil p -

v, u existência política. Que, por conseguinte, a sociedade civil penetre nop legislativo massivamente , inteiramente pv, qu c cv qu ubu- à ctícia c cv p v, nã

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é nã nnc c cv - um xnc  política u z existência política u xnc . a nnc sociedade civil 

nm- m c política , u z c política c real , m- cm nnc, m universal pv, à p-cpçã n poder legislativo.

o número nã é, qu, m mpânc. s cécm elemento estamental é um cécm c ncu um ç inimigas m u ( vmqu n mn p v nm cm çnm m u), já quã b numn ã mmb p v u vm nv p m pu é, contrário, o pôr-em-questão do princípio representativo n n mmpncp, n n cncpçã unmn e pc, qu n-

cn u xnc n mnqu cnucn. 1) É um pnçã bçã e pc qu  poder legislativo j totalidade epc. sn uno únc  político c cv, nã todos vm qum pcp p um vz. 2) Todos nqun singulares.N elemento estamental , v v nã é cn cm social ,cm um unçã sociabilidade , m m, mu m, cm p qu nvu umm já um unçã mn u conscientemente social , é, um unçã pc. o poder legislativo nã é, qu, um mnçã, umunçã c, m mn  formação c. a mçã

p v x qu todos mmb c cv cnmcm singulares , mn nm cm cm singulares. adeterminação de “serem membros do Estado” é a sua “determinação abstrata”,um mnçã qu nã z n u vv.

ou m- pçã e pc c cv, n ctodos singularmente nã pm pcp p v. o e p-c é um xnc separada c cv. d um , ccv nunc mm m , u , e pc, qu cm n, p upá- pn umm qu j qu u formato. ou j, pcpçã c

cv n e pc mn deputados é pcmn expressão upçã u un mn uc.

ou cná. a c cv é c pc real. e nã é umbu cc um xnc qu v pn cncpçã epc nqun xnc p c cv, um xnc quv pn pnçã teológica e pc. N uçã,desaparece totalmente o signicado do poder legislativo cm p repre-sentativo. o p v é, qu, pnv n n m qu unçã é pnv: p, p xmp, é mu pnn n

m m qu z um nc c, m cm vc mn, nqun v néc, pn mpmn gênero, isto é, uma determinação de minha própria essência, assim como todo

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hmm é pnn u hmm. e é, qu, pnn nã pm um u c, qu pn, m p qu qu é  faz.

O poder “legislativo” é almejado não em razão de seu conteúdo , m m zãde seu signicado político formal. o  poder governamental , p xmp, nh , m p , mu m bjv j ppu qu é unçã v, unçã metafísica e. a unçã legislativa é vontade, não na sua energia prática, mas na sua energia teórica. A vontade nãv, qu, v em lugar lei: m m - descobrir  formular .

d nuz nc p v, cm unçã legislativa cm unçã representativa , político-abstrata , v um pcu qu z v pncmn n fnç, p cuu pc.

(N poder governamental , m, mp, duas coisas: çã zã

e çã, cm um u cncnc qu, m u uu, é bucc.)

O conteúdo próprio do poder governamental é tratado (tanto quanto osinteresses  particulares dominantes não entram em um conito signicativo com objectum quaestionis50) muito à parte, como coisa acessória. Uma questão sóuc nçã pc qun n quã política , qu z, u p mmn m qu j um quã mn , pn, ç p v b p vnmn, u ã ,m , qu ncnm m cnxã cm mm p-

co. De onde esse fenômeno? Porque o poder legislativo é, ao mesmo tempo,a representação da existência política da sociedade civil; porque a essênciapc um quã cn, m um, m u çã cm npoderes do Estado político; porque o poder legislativo representa a consci-ência política e esta última só pode se mostrar como política no conito com p vnmn. e xnc nc – qu ncsocial, lei etc. seja comprovada no seu signicado social cm política , é,cm determinada pelo todo estatal – um, n e bçã pc, n um nnc formal cná um u ç (u cnú) x u cnú . e nã é um bçã nc, m

cnqunc ncá, p e x pn cm formalismo político de Estado cm cn. a oposição n n p pn-v é xnc política χατ’ εξοχην51 mm p.

dn cnuçã pnv, quã nv um umu n, n qu m qu H cnu. Nã ,qu, mn c cv v xc p v pm pu u numn, m , m, extensão máxm generalização pv eleição , n uá ativo cm

50 “objeto da investigação (questão)”. (N.E.A.)51 “principal, por excelência”. (N.E.A.)

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uá passivo. e é pn ppmn cnv reforma pc,n n fnç qun n in.

Nã cn eleição losocamente, quer dizer, em sua essênciapcu, qun é cmpn mmn m çã  podersoberano u  poder governamental. a eleição é relação real sociedade civilreal cm sociedade civil poder legislativo , cm elemento representativo. ouj, eleição é çã imediata , direta , nã meramente representativa , mas real , c cv cm e pc. É vn, p , qu eleição cnu n pc unmn c cv . É mnn eleição ilimitada , n v qun pv, qu c cv vrealmente à bçã mm, à xnc pc cm u vxnc unv, nc. M cbmn bçã é m-

mente a superação da abstração. Quando a sociedade civil pôs sua existência política mn cm u verdadeira existência, pôs concomitantementecm inessencial u xnc c, m u nç cm u xncpolítica; e com uma das partes separadas cai a outra, o seu contrário. A reformaeleitoral é, pn, n n Estado político abstrato , xnc udissolução , m umn dissolução da sociedade civil.

encnm, m , quã m b um um, é, b pc interesses. d mm m, cum outros conitos, que derivam da dupla determinação do poder legislativo (

, um , deputado , mná c cv , u, mp-mn u xnc política , uma peculiar existência n mmpc e).

rnm, pmmn, à n n pá.

a cnçã cn, cncnc i, é concreta cnc, m, cm v n prático , que é, ele próprio, não mais do que n cn, n i.o e concreto é todo organizado em seus círculos particulares; o membro doe é um membro um estamento; somente por essa sua determinaçãoobjetiva ele pode entrar em consideração no Estado. [§ 308]

sb , já m ncá m cm.

a u ( mmb e) mnçã unv cném up m-mn:  pessoa privada umn, cm pensante , cncnc vn universal; mas essa consciência e vontade não é vazia, mas plena mn viva , mn qun é pnch p pcu – éo estamento e a determinação particulares; ou seja, o indivíduo é gênero , mm u imanente realidade unv cm n próximo.

tu qu H z é c, cm çã: 1) qu põ cm

nc estamento particular determinação , 2) qu mnçã, espécie, o gênero próximo, deva ser posta também realmente , nã pn emsi , m para si , cm espécie do  gênero universal , cm sua pcuzçã. M

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H cnn cm qu, n e – qu pn cm xnc ucncn p éc – p éc j determi-

nante pn em si , un i unv. e nã x qu c n mnn , p p é ncá um uj real pu pn um uj b, um imaginação.

§ 309. Que a deputação ocorre pela deliberação e pela resolução sobre os as -un universais , signica que a estes são destinados, por meio da conança,aqueles indivíduos que entendem mais desses assuntos do que os mandantes;signica, também, que eles fazem valer não o interesse particular de umacmun, um cpçã, cn n unv, m m n-cmn úm. e nã ncnm, cm , n uçã mmná cmn u p nuçõ, n mn qu

mb m mnçã um unã vv, m qu b, pu muumn c m cnjun.

o pu nã vm 1) “mná cmn u p-res de instruções”, porque devem fazer “valer não o interesse particular deum cmun, um cpçã, cn n unv, m messencialmente este último”. Hegel construiu os representantes, primeiramen-, cm pnn cpçõ c., p, nã, bu-h umnçã pc, qu nã vm z v interesse particular  cpçã c. e upm, cm , u pm mnçã, p

p mn, m u mnçã essencial cm pnn, uexistência corporativa. Cm , p mbém cpçã mmcomo seu próprio conteúdo real, pois ela deve eleger não a partir de seu pontode vista , m p  ponto de vista do Estado; isto é, ela deve eleger em suainexistência cm cpçã. e cnhc, pn, n mnçãmate-rial , qu qu cnvu m u mnçã formal , bçã mesma da sociedade civil em seu ato político; e sua existência política nã énã essa abstração. H uz, cm zã, qu pnn vmser escolhidos precisamente para o exercício dos “assuntos universais”; mas cpçõ nã ã xnc un unv.

2) A “deputação deve ter o signicado” de que a “estes são destinados, pormeio da conança, aqueles indivíduos que entendem mais desses assuntos doque os mandantes”, do que se deve deduzir, uma vez mais, que os deputadosnão estejam, portanto, na situação de “mandatários”.

Que os deputados entendam “mais” dos assuntos universais e não enten-dam “simplesmente”, Hegel só pode armá-lo mediante um sosma. Poisisso só poderia ser concluído se os mandantes tivessem a escolha de deliberar c eles mesmos sobre os assuntos universais; ou pu nvudeterminados para a sua execução; ou seja, precisamente se a deputação ,

representação nã pnc ncmn cá  poder legislativo c cv, qu, cm xp, cnu jumn u nc particular n e cnu p H.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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Eis um exemplo signicativo de como Hegel, quase deliberadamente,abandona a coisa no interior de sua própria particularidade e lhe imputa,

m u m m, um n p mçã.Hegel dá, ao nal, o verdadeiro fundamento: os deputados da sociedadecivil se constituem numa “assembleia”, e somente essa assembleia é a existência

 política real querer c cv. a pçã n e pc c cv pc cm pçã n pu u mn-n. a c mpmn pu mm mn p u xnc pc.

a cnçã pc upmn:1) formal: pu c cv ã um c cuj mm-

 b nã ncnm vncu u cnun p m mda “instrução”, do mandato. Eles são constituídos formalmente, mas, tão ã realmente , não ã m comissionados. e vm ser deputados  não ã.

2) material: m çã n. sb u. aqu, m u cná: ã cmn cm pnn un uni-versais , m pnm un mn particulares.

É signicativo que Hegel qualique, aqui, a conança cm ubânc deputação , cm çã ubnc n pnn pn.Conança é um çã p. N an, - n b :

A representação se funda na conança, mas conança é algo diferente de eu, nqun , mu v. a m v é umn cná pncp un qu u v pn nqu qu v m b.Tem-se conança num homem, quando nele se observa a intenção de tratarmnh cu cm u, un u mh cncnc cnhcmn.

§ 310. a garantia qu pçã cpnn m – pois o patrimônio independente, já na primeira parte dos estamentos,x u – m-, n un p, qu pvém mnmóveis e mutáveis da sociedade civil, principalmente na disposição, habili-

cnhcmn nuçõ n e ccv – qu p m efetiva mnçã unçõ n ofícios damagistratura ou do Estado , e conrmados pela ação – n sentido de autoridade n sentido do Estado , m uc xpmn.

Pmmn, pm câm, câmara da propriedade privada indepen-dente cnu cm garantia , p pncp p vnmn,cn pçã un câm, cm existência política unv-salidade empírica; e, agora, Hegel exige novamente uma nova garantia , quv n disposição etc. da própria segunda câmara.

Primeiro, a garantia dos deputados era a conança, a garantia dosmandantes. Agora, essa conança necessita, também ela, de uma garantia u v.

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Karl Marx

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a H nã z un câm câm uncná-  aposentados. Ele não exige apenas o “sentido do Estado”, mas

também o sentido da “autoridade”, o sentido burocrático.o qu mn x, qu, é qu p legislativo v real p governativo. e xp m qu x bucc duasvezes: um cm pnçã pncp, u cm pnçã pv.

s, n e cnucn, uncná mbém ã m cmdeputados, isso só se dá porque, em geral, faz-se abstração do estamento , qu- cv,  bçã qualidade de cidadão do Estado é ppnn.

H quc, cm , qu z pnçã pv corporações  qu põm mn p vnmn. e v ã nn qucmn, c qu v quc já n pá un,

pn c um nçã essencial n pu cpçõ pu mn.

N n pá, -:

A opinião subjetiva de si com facilidade acha supercial, e até mesmo algonv, xnc n, qun é m chm pv.Pém, e m p u mnçã qu é bjv nã um pnãubjv u autoconança; os indivíduos só podem ser, para o Estado,aquilo que neles é objetivamente reconhecível e comprovado; e o Estado, nessap mn mn, m cu n m p v, n mm qu mn m u z n n v pcu, m qu cnnnc, mub b m p.

Aqui, a inconsequência irreetida e o sentido de “autoridade” de Hegel nm mn repugnantes. N cncuã an pápcn, á c:

Que o deputado a realize (sua tarefa descrita mais acima) e a faça avançar,p é ncá n para os eleitores.

e n para os eleitores nmu, ub-pcmn, num ga-

rantia contra , cn u “autoconança”. No elemento estamental, a“universalidade empírica” devia alcançar o momento da “liberdade subjetiva,formal”. Nele, “a consciência pública” deveria chegar “à existência” “comouniversalidade empírica pn v pnmn muitos” (§ 301).Agora, esses “pontos de vista e pensamentos” devem dar, previamente , umpv  governo qu ã “seus” pn v pnmn. H qu, um mn pcmn , e cm um xncacabada , mb, n mn mn, e cb j pn p cnu. e e cm uj cnc, qu “nã pub cm

a opinião subjetiva e sua autoconança”, para quem os indivíduos se deixaram“reconhecer” e “comprovar”. Falta apenas que Hegel exija que os estamentospm um exame nm vn. aqu, H b v.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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Vê-se que ele é completamente contagiado pela soberba miserável do mundo uncnm prussiano, qu, nb m u mçã bn, h

cima a “autoconança” da “opinião subjetiva do povo sobre si mesmo”. O“Estado” é, por toda parte, para Hegel, idêntico ao “governo”.Certamente, em um Estado real, a “mera conança”, a “opinião subjetiva”

nã bm. M, n e cnu p H, pçã política -c cv é um m opinião , pcmn pqu u xnc pcé um abstração de sua existência real; precisamente porque o todo do Estadonã é objetivação disposição política. Quisesse Hegel ser consequente, então , mu m, qu mp m p cnu mnmn un u determinação essencial (§ 301), cm ser-para-si do un unv n pnmn c. muitos , pn, cmpmn

npnn u pup e pc.Assim como Hegel anteriormente qualicara o ponto de vista da plebe

cm pupu má vn n vn c., pn v pb n, n m, pup má vn n pv. sn ã x qu pçã bucc j pçã Estado, Hegel não pode, nesse caso, achar nem “supercial”, nem “ofensiva”,nos teóricos por ele desprezados, a exigência de garantias “ao assim chamado”e, soi-disant52 e, vn.

§ 311. a puçã, nqun mn c cv, m, além disso ,

n qu pu jm mz cm nc -pc, mpmn, n pcu c cv, qun pcpm. N m m qu puçã, c cm nuz c cv, p u v cpçõ (§ 308), mnmp u pcmn nã é pub p m bçõ cncpçõ mc, nã z mmn qu pn ve as eleições ou são algo em geral supercial ou se reduzem a um joguete dapnã b.

Em primeiro lugar, Hegel une, com um simples “além disso”, a deputa-ção em sua determinação como “poder legislativo” (§ 309, 10) à deputação

“enquanto emana da sociedade civil”, quer dizer, em sua determinação re-presentativa. As monstruosas contradições que residem neste “além disso”ã p p m umn mpn.

sun § 309, pu vm z v “nã n p-cu um cmun, um cpçã, cn n unv,m m essencialmente este último”.

52 aqu mã nã c n – qu já cncu m u c – pqu

signicado da expressão francesa aparece entre aspas pouco antes e as palavras estran-geiras constituem mera repetição – irônica e aliás bem contextualizada, uma vez queMarx se refere diretamente aos teóricos franceses – do que acabou de ser dito. (N.E.B.)

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Karl Marx

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sun § 311, pm cpçõ, pnm n- nc particulares e não se deixam perturbar por “abstrações”,

como se o “interesse universal” não fosse também uma tal abstração, umabçã pcmn seus n cpv c.d c cm § 310, é x qu “p m efetiva mnçã

das funções etc.”, os deputados adquiram e conservem o “sentido de autori-dade” e o “sentido do Estado”. No § 311, exige-se o sentido corporativo e civil.

N an § 309, é qu “ pnçã un n conança”. Deacordo com o § 311, as “eleições”, essa realização da conança, essa armaçãoe manifestação da mesma, “ou são algo em geral supercial ou se reduzema um joguete da opinião e do arbítrio”.

aqu qu un pnçã, u nc, é, pn, p p-

sentação, “algo em geral supercial etc.”. Hegel estabelece, assim, em um sófôlego, as seguintes contradições absolutas:

A representação se baseia na conança, na conança de homem a homem,e ela não se baseia na conança. Isso não passa de um mero jogo formal.

o n pcu nã é bj pnçã, m n hmm u qu cã e, n unv. P u : n pcu é mé pnçã, p né p pnn.

N n pá qu xmnm, cnçõ ã u-

n m n m n. Um h pnçã é p-nçã hmm, u h é pnçã n pcu, mé pcu.

Apresenta-se como óbvio o interesse de que, entre os deputados, encon-m-, p c n m pcu c, p xmp p cméc, p ábc c., nvu qu cnhçm un façam parte deles; – na concepção de uma eleição incoerente, indetermina-, ccunânc mpn é x pn c. M c um m pu, n u, u pn.s pu ã cn cm representantes , então isso só tem

um n ncmn cn qun nã ã representantes indivíduos , um m, m, n, representantes um esferas n-c c, pnn u n n. Cm , representar também não possui mais o signicado de que um á no lugardo outro , mas sim que o próprio interesse se encontra realmente presente nseus representantes, assim como o representante está lá para o seu própriomn bjv.sb çõ mn mu nvu, p n bv qu,pcmn n n e, c ncmn indiferença mdar o próprio voto, como se ele tivesse, na multidão, um efeito insignicante, e

qu m v, n qu h j pn p cm um c v, nã cmpcm p v – m quu, nuçã, mu m p u nçã, çã

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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c m p puc, um p , pn, n pcu,cnnn, jumn qu qu v nuz.

o pá 312 313 ã cnmp p qu pc nã mcmdiscussão especial. Nós os colocamos, portanto, aqui:

§ 312. d u p cn n mn mn (§ 305, § 308), cuma traz uma modicação particular na deliberação; e, além disso, porqueum mn pu unçã pcu mçã n n , é, n p xn, nã u p mn,umn, um xnc p, mb mn vá,m, m duas câmaras.

Oh, Céus!

§ 313. Mn pçã, nã pn muçã cõ cbu m unç, ç um pu instâncias , é cn um v mmn, m cm cn cã p m v, cm mbém, pncpmn, mnmn pu mn cõ p mn vn, u, nc mn m ncn umn unmn, p u pnã á n m ç qun m pc cm mpc u pçã pc cm nuz.

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Fac-simile de página do Crítica da losoa do direito de Hegel.

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aPêNdiCe

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Cí H – I1 

N amnh, crítica da religião está, no essencial, terminada; e a crítica ã é pup cc.a xnc pn á cmpm, p qu u celestial

oratio pro aris et focis2 u. o hmm, qu n nác céu, n pcuv um up-hmm, ncnu pn reexo de si mesmo,

 já nã á n ncn pn aparência , numn, á npcu m pcu u unc .

e é unmn cc : hmm faz a religião ,  ãnã z hmm. e ã é ucncnc un-mn hmm, qu u n nã cnquu mm u já punvmn. M homem nã é um b, cc mun.o hmm é mundo do homem ,  e, c. e e c puzm ã, um consciência invertida do mundo , pqu ã um mundo invertido. a ã é mun, ucompêndio enciclopédico, sua lógica em forma popular, seu point d’honneur3

pu, u num, u nçã m, u cmpmn n,sua base geral de consolação e de justicação. Ela é a realização fantástica nc humn, pqu nc humn nã pu um v. P cnun, u cn ã é, nmn, cn

qu mun cuj m pu é ã.a mé religiosa cnu mm mp expressão mé  protesto cn mé . a ã é up cu pm, ânm um mun m cçã, m cm p c mbuc. e é ópio pv.

A supressão [ Auebung] da religião como felicidade ilusória pv é xnc u c real. a xnc qu bnnm uõ

1 O texto “Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie – Einleitung” foi escrito entre dezem- b 1843 jn 1844 pubc n Anais Franco-Alemães (Deutsch-Französische

 Jahrbücher) m 1844. tuz p rubn en. (N.e.B.)2 “oração para altar e fogão”. (N.E.A.)3 “ponto de honra”. (N.T.)

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Karl Marx

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cc um cnçã é xnc qu bnnm um cnçã qunc uõ. a cc ã é, p, m germe , crítica do vale de

lágrimas , cuj auréola é ã.A crítica arrancou as ores imaginárias dos grilhões, não para que ohmm up hõ pv n u cn, m pque se desvencilhe deles e a or viva desabroche. A crítica da religiãodesengana o homem a m de que ele pense, aja, congure a sua realidadecomo um homem desenganado, que chegou à razão, a m de que ele m n mm, m n u v . a ã éapenas o sol ilusório que gira em volta do homem enquanto ele não giram n mm.

Pn, tarefa da história , p pc além da verdade , é

bc verdade do aquém. a tarefa m da losoa , qu á vçda história, é, depois de desmascarada a forma sagrada da autoalienação[Selbstentfremdung] humana, desmascarar a autoalienação nas suas formas nãosagradas. a cc céu nm-, m, n cc , crítica dareli gião , n crítica do direito , crítica da teologia , n crítica da política.

a xpçã qu u4 – um cnbuçã bh – nã ocupa diretamente do original, mas de uma cópia, a losoa mã e , p mp zã à Alemanha.

s n vm status quo mã, mm qu únc mnqu, é, nvmn, u pmnc um anacronismo.Mm nçã n pn pc é já um mp nquarto de despejo histórico das nações modernas. Se nego as perucas em-poadas, co ainda com as perucas desempoadas. Quando nego a situaçãomã 1843, nã m ncn nm mm, un cn nc,n n 1789, qun mn n cn v p u.

A história alemã, é verdade, orgulha-se de um desenvolvimento quenenhuma nação no rmamento histórico realizou antes dela ou chegaráum m. tmm p n uçõ nçõ mn,

m m m p n u vuçõ. fm u pm-mn pqu u nçõ um z um vuçã , m un-do lugar, porque outras nações sofreram contrarrevoluções; no primeiroc, pqu n nh vm m , n un, pqu nmm. tn n p à n, ncnm-n n c b pn n dia do seu sepultamento.

Um c qu m nâm hj p nm, qu cncm b v cn ç qu j um çvenerável, ancestral e histórico; uma escola à qual a história, tal como o Deus

4 Marx refere-se à sua intenção de publicar um estudo crítico da Filosoa do direito deH, qu pn n v nuçã. o u cc cpn x qu pubc, n pán qu ncm nuçã. (N.e.B.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel – Introdução

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de Israel fez com o seu servo Moisés, só mostra o seu a posteriori –  Escolahistórica do direito5 – , tal escola teria, assim, inventado a história alemã, não fosse

ela uma invenção da história alemã. Um Shylock, mas um Shylock servil, quesobre seu título de crédito, seu título de crédito histórico, germânico-cristão, ju p c b cn c cçã pv.

em cnp, nu bnchõ, chuvn mã psangue e liberais esclarecidos por reexão buscam nossa história de liberdadealém de nossa história, nas primitivas orestas teutônicas. Mas, se ela só podeser encontrada nas orestas, em que se diferencia a história da nossa liberdadeda história da liberdade do javali? Além disso, é conhecido o provérbio: o quepara dentro da oresta se grita, para fora da oresta ecoa. Assim, deixemosem paz as antigas orestas teutônicas!

Mas declaremos guerra à situação alemã! Sem dúvida! Ela está abaixodo nível da história, abaixo de toda a crítica; nã bn, cnnu umbj cc, m cm cmn, qu á bx nv hu-mn, cnnu um bj carrasco. em u cn , ccnã é um pxã cbç, m cbç pxã. Nã é um bu, mum m. su bj é u nm, qu qu nã u, m destruir.P p uçã já á u. e nã cnu, m p , um bj memorável , mas sim uma existência ã pzv cmpz. a cc p nã nc u ucçã

bj, pqu já cmpnu. e nã pn m cm  m emsi , m pn cm meio. su pathos nc é indignação , u bhnc, denúncia.

t- um pã ucn qu cxcm um b u, um çã , pv, um z qun cnhc cm n mm, u n m um m vn qu vv cnvçã nnc, nã n mm m qu indigência no governo.

Que espetáculo! A innita e progressiva divisão da sociedade nas maisv ç, qu nm um à u cm pqun np, má

consciência e grosseira mediocridade; que, precisamente por causa de sua situa-

5 Tendência nas ciências históricas e jurídicas que surgiu na Alemanha no m do séculoXVIII. Seu representante mais destacado foi o jesuíta F. K. von Savigny. (N. T.) Savigny,defensor da tese de que o direito reetia a própria “alma” de um povo – sua cultura, seuscum –, n, pn, á ququ muçã np pncp cn, p Mx n Unv Bm n1836 e 1837 e o inuenciou quanto ao método de estudo, já que era uma prerrogativa daEscola Histórica o estudo exegético dos textos e documentos relacionados ao seu objeto nvçã. enn, mu m mpc n mçã ncu Mx v

pncp vá svny, eu gn, um hn nnc p-sistas – bastante inuenciado por Saint-Simon – que propugnava que as leis deveriam serconstantemente transformadas de modo a acompanharem o próprio desenvolvimento i. (N.e.B.)

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Karl Marx

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çã nmn mbu up, ã , m xcçã, mmqu cm n m, cm existências concedidas por seus senhores. 

e é mm m dominadas , governadas , pu, m -cnhc m cm um concessão do céu! d u , ncnm- próprios governantes, cuja grandeza está em proporção inversa ao seu número!

a cc qu cup cnú é cc num combate corpo acorpo ,  n nã mp vá é nb, bm nc, é umvá nn – qu mp é atingi-lo. t- nã cnc mã um nn qu uuã nçã. É pcn pã v n m, ccnn cncnc pã, n nmn n m nmn, nn- púbc.É pc c c mã cm  partie honteuse6 

sociedade alemã, forçar essas relações petricadas a dançar, entoando a elassua própria melodia! É preciso ensinar o povo a se aterrorizar diante de simesmo, a m de nele incutir coragem. Assim satisfaz-se uma necessidade pv mã, nc pv ã ppmn cunais da sua satisfação.

e mm p pv modernos , u cn m status quo mã nã cc n, p status quo mã é pçã manifesta do ancien régime ,  ancien régime é defeito oculto doEstado moderno. a u cn pn pc mã é u cn

p nçõ mn, cnnum mpunp mncnc p. P nçõ mn, é nuv ancien régime , qu n vvu u é, mpnh umcomédia cm nm mã. Trágica foi sua história, porque ele era op pé-xn mun, p qu b, cná, uma fantasia pessoal; numa palavra, porque ele mesmo acreditou em suam n nh c. N m m qu ancien régime , cm m mun xn, uu cn um mun qu v nãa emergir, ocorreu de sua parte um erro histórico-mundial, mas não um p. su cn , p , ác.

em cnp, u m mã, qu é um ncnm, umagrante contradição de axiomas universalmente aceitos – a nulidade doancien régime xp mun – mn pn c m mm exige do mundo a mesma imaginação. Se acreditasse na sua própria essência , n cuá- b aparência um nc nh buc usalvação na hipocrisia e no sosma? O moderno ancien régime é pn comediante um m mun cuj heróis reais estão mortos. A históriaé sólida e passa por muitas fases ao conduzir uma forma antiga ao sepulcro.A última fase de uma forma histórico-mundial é sua comédia. o u

géc, já mmn n é Prometeu acorrentado ,  Équ, 

6 “parte vergonhosa”. (N.T.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel – Introdução

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vm m um vz m, cmcmn, n á lucn.Por que a história assume tal curso? A m de que a humanidade se separe

alegremente u p. É alegre destino histórico que reivindicamosp p pc amnh.Mas logo que a própria moderna pc-c é ubm à

cc, qu, pn, cc v pbm vmnhumn, ncn status quo mã u pn u bjsob u bj. Um xmp: çã nú, mun quzm , cm mun pc é um pbm unmn moderna. Sob que forma começa este problema a preocupar os alemães? Sob m tarifas protecionistas ,  sistema de proibição ,  economia política. o chuvnm mã pu hmn p mé , m, n

cavaleiros do algodão e heróis do ferro viram-se, um belo dia, metamorfosea- m p. N amnh, pn, cmç- cnhc soberania do monopólio no interior do país, por meio da qual se confere aomonopólio a soberania no exterior. P cnun, n amnh cmç-,, cm qu qu já mnu n fnç n in. a uçã n-, pc, cn qu nçõ bm cmn qupn upm cm upm hõ, é u n amnh cm u um uu qu n m u p um astuta7  um pác mpcáv. enqun n fnç n in  pbm

pn m: economia política u domínio da sociedade sobre a riqueza; namnh é pn un mn: economia nacional u domínioda propriedade privada sobre a nacionalidade. Pn, n fnç n in,importa suprimir o monopólio que progrediu até as últimas consequências;na Alemanha, importa progredir até as últimas consequências do monopólio.Lá, trata-se da solução, aqui, trata-se da colisão. Um exemplo suciente dam alemã dos problemas modernos; um exemplo de como nossa história,tal como um recruta inexperiente, até agora só recebeu a tarefa de exercitar--se repetidamente em assuntos históricos envelhecidos.

s  nvvmn mã inteiro nã ém u nvv-

mn político , um mã p m p n pbm pnpn n mm m m qu um russo p. M nvu nãé c p mçõ u p, n mn nçã é b pm bçã um nvu. o géc cn cm um centre seus lósofos8 nã z cm qu c m um p qu mçã à cuu .

7  Listig , m mã, u. J pv cm nm fch l (1789-1846):economista e defensor do protecionismo, teórico da burguesia ascendente nos anosn 1848 pm unã ná (Zolverein), qu pvv-,mbém, Pú. (N. t.)

8 Mx -, qu, anc, c ncmn, cc p , unDiógenes Laércio, entre os sete sábios da Grécia. (N. T.)

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Karl Marx

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Felizmente, nós, os alemães, não somos citas.Assim como as nações do mundo antigo vivenciaram a sua pré-história na

mnçã, n mitologia , nós, alemães, vivenciamos a nossa pós-história nopnmn, n losoa. sm cnmpân losócos pn, mm u cnmpân históricos. A losoa alemã é o prolongamentoideal da história alemã. Quando, portanto, em vez das oeuvres incomplètes9 nossa história real, criticamos as oeuvres posthumes10 de nossa história ideal – losoa – nã n cc u- n cn pbm qu pn z: that is the question. o qu, p nçõ vnç, cnuum ruptura prática cm mn cnçõ pc é, n amnh,n mm cnçõ n nã xm, mmn um upucrítica com a reexão losóca dessas condições.

a losoa alemã do direito e do Estado é a única história alemã u al paricm pn mn, ocial. a nçã mã m, p , ju sua história onírica às suas condições existentes e sujeitar à crítica não ap-n cnçõ xn, m umn u cnnuçã b.su uu nã p restringir-se nm à nçã u cnçõpc juc , nm à m zçã u ccunâncpc juc , p nçã m u cnçõ á m u cnçõ , qu m sobrevivido à zçã u cnçõ n cnmpçã nçõ vznh. É cm zã,

p, qu p pc prático n amnh x nçã  loso a.su cn nã m mu xnc, m m m- umxnc qu nã z mn, nm p z. C cpz realizar essa negação ao murmurar – dando as costas à losoa e afastando u cbç – um u bn b . d estreiteza de seu ângulo de visão, não considera que a losoa encontre-sen mm nv alemã u é mm u mn abaixo pác mã qu vm. rvnc qu v u,cm pn p,  germe da vida real , m quc qu m v pv mã bu, é , pn n u crânio. em um

palavra: não podeis suprimir a losoa sem realizá-la. o mm , pn cm invertidos , cmu p teórico ,

oriundo da losoa.N pn u, p vumbu apenas combate crítico da

 losoa contra o mundo alemão , sem considerar que a própria  losoa até então existente pnc mun cnu u complemento , mmqu . Cc cn u pnn, cmp ccmn mçã mm, n m m qu pu  pressupostos da losoa u cu u u u pnu cm xnc u

9 “obras incompletas”. (N.T.)10 “obras póstumas”. (N.T.)

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Crítica da losoa do direito de Hegel – Introdução

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da losoa exigências e resultados extraídos de outros domínios, emboraestes – pressupondo-se sua legitimidade – só possam, ao contrário, ser ob-

p negação da losoa até então existente , da losoa como losoa.rvm-n um cçã m h p.su unmn p m um: ele acreditou que poderiarealizar a losoa sem suprimi-la.

a cc  losoa alemã do direito e do Estado , qu cm Hegel cnçuu vã m cnn, c cmp, cn n n ná cc e mn cm cn cm n nçãc modo da consciência política e jurídica alemã  , cuj xpãm n, m unv, v u ciência , é jumn própria losoa especulativa do direito. Se a losoa especulativa do direito só

pv n amnh –  pensamento xvn b emn, cuj v pmnc cm um ém, mm qu émsignique tão somente o além do Reno –, a imagem mental alemã  emn, qu z bçã homem efetivo , só foi possível, ao contrário,porque e na medida em que o próprio Estado moderno faz abstração do ho-mem efetivo u z hmm total um mn pumn mná.em pc, mã pensaram qu u nçõ zeram. a amnh u consciência teórica. a bçã punçã u pnmnandaram sempre no mesmo passo da unilateralidade e da atroa de sua re-

. s, p, status quo sistema político alemão xpm acabamentodo ancien régime ,  cbmn pnh n cn e mn, status quo ciência política alemã xpm inacabamento do Estado moderno ,a deterioração de sua própria carne.

 Já cm pnn u m n cncnc pcalemã  , a crítica da losoa especulativa do direito não deságua em si mesma, masm tarefas p cuj uçõ há pn um m:  prática.

Pun-: p amnh ch um páx à la hauteur des principes11 , qu z, um revolução que a elevará não só ao nível ocial nçõ mn, m à estatura humana qu á uu m

dessas nações?a m cc nã p, é c, ubu cc m, p

m m ub p p m, m mbém n ç m qun p m. a é cpz p m ã mn ad hominem ,  mn ad hominemã n c. s c é c p z. M z,para o homem, é o próprio homem. A prova evidente do radicalismo da teoriamã, pn, u n pác, é p upçã

 positiva da religião. A crítica da religião tem seu m com a doutrina de que

o homem é o ser supremo para o homem , pn, cm imperativo categórico de

11 “ à altura dos princípios” (N.T.)

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Karl Marx

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subverter todas as relações m qu hmm é um humh, cvz,bnn, pzv. rçõ qu nã pm m bm

qu p xcmçã um nc cc um pj mp bcães: “Pobres cães! Querem vos tratar como homens!”.Mesmo historicamente, a emancipação teórica possui uma importância

especicamente prática para a Alemanha. O passado revolucionário a-manha é teórico – é a Reforma. am cm u vuçã cmçu ncéb um monge ,  cmç n céb do lósofo.

sm úv, Lutero vncu vã p devoção porque pôs no seu lu- vã p convicção. Quebrou a fé na autoridade porque restaurou u é. tnmu p m , nmn m p. lbu hmm x, zn

hmm n. lbu cp hõ, pnncm hõ cçã.

M pnm nã v uçã, mc cc pbm. Já nã v m u cm padre fora dele , m u cn u próprio padre interior ,  u nature-za clerical. e nmçã pn mã m pmncpu pp ,  príncipes m cnjun cm c, p-vilegiados e os listeus, a metamorfose losóca dos clericais alemães emhmn mncpá  povo. M, m cm mncpçã nã m

pncp, mpuc secularização bn ná à conscaçãoda propriedade da Igreja , que foi, sobretudo, praticada pela hipócrita Prússia.Naquele tempo, a Guerra dos Camponeses, o fato mais radical da históriaalemã, fracassou por culpa da teologia. Hoje, com o fracasso da própria, n status quo , o fato menos livre da história alemã, se despe-daçará contra a losoa. Na véspera da Reforma, a Alemanha ocial era v m ncncn rm. N vép u vuçã, é v ncncn mn qu rm: Pú Áu, aristocratas rurais [Krautjunker] e dos listeus.

enn, um vuçã radical alemã parece ser colocada uma di-

cu unmn.a vuçõ pcm um mn  passivo ,  um b material. 

A teoria só é efetivada num povo na medida em que é a efetivação de suasnc. Cpná à mnu cpânc n xnc pnmn mã p mã mm c-pância da sociedade civil com o Estado e da sociedade civil consigo mesma?Serão as necessidades teóricas imediatamente necessidades práticas? Não

 basta que o pensamento procure se realizar; a realidade deve compelir a simm m çã pnmn.

M amnh nã u u nmá mncpçãpc n mm mp m qu nçõ mn. Mm uqu upu cmn, n nã cnçu pcmn. Cm

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Crítica da losoa do direito de Hegel – Introdução

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p , cm um salto mortale , transpor não só suas próprias barreirascm mbém, mm mp, nçõ mn, b qu, n

, m n buc n cm um bçã upróprias barreiras reais? Uma revolução radical só pode ser a revolução nc , p qu m jumn pup ncu.

M, amnh cmpnhu nvvmn nçõ m-n pn p m v b pnmn, m m pv n u nvvmn, cmphu, p u, dores nvvmn, m cmph u pz, u çõ pc. À v b, p um , cpn mn b, p u. P , amnh ncná, um

 b , n nv cnc up m qu jm nh n nv mncpçã. P--á cmpá- um idólatra qu pc nç cnm.

s xmnm  governos alemães ,  vm qu, v àcnçõ épc, à uçã amnh, pn v m-ção alemã e, por m, ao seu próprio instinto afortunado, eles são levados cmbn deciências civilizadas mundo político moderno ,  cujvnn nã um, cm deciências bárbaras do ancien régime , qu um pnmn, m qu amnh m pcp

c vz m, nã nz, p mn nnz mçõpc qu upm u status quo. Hvá, p xmp, ump n mun qu pcp ã nnumn uõ m cnucn m cmph u cm ch-mada Alemanha constitucional? Ou não foi necessariamente ideia de umvn mã cmbn mn cnu cm mn nc mb12 , que pressupõem a liberdade de imprensa?am cm u nçõ ncnvm n Pnã -mn, mbém  pecados m e ncnã nSacro Império Romano-Germânico. Que esse ecletismo atingirá um grau

é nã né é n, bu, p glutonaria político-estética um mã13 qu pn mpnh ppé z: pp u bucác, bu cnucn, ucác

12 tmn cm px n cm cn lu fp 28 juh 1835, u mn th pnu n m un, n amb, um pj ncmn cná qu nu m v m mb mm n. eleis foram chamadas “leis de setembro”. A justiça podia fazer juízos sumários em caso bã c juz, ch p , n, mm mp, vmedidas contra a imprensa. Entre estas guravam o depósito em dinheiro por parte jn, nccmn mu p qu cn pp pv cn m vn. (N. t.)

13 Trata-se de Frederico Guilherme IV. (N.E.B.)

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Karl Marx

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mcác, nã n p pv, p mn n u  própriap, nã p pv, mn p si mesmo. a Alemanha , como

deciência da atual política constituída num mundo próprio , nã cnuádemolir as especícas barreiras alemãs sem demolir as barreiras gerais pc u.

O sonho utópico da Alemanha não é a revolução radical ,  mncpçãhumana universal , m vuçã pc, meramente pc, vuçã qux pé p c. em qu b um vuçã pc,meramente política? No fato de que uma parte da sociedade civil mncp cnç mn universal; que uma determinada classe, a partir da suasituação particular , z mncpçã unv c. t cb c n, m pn b pup qu -

c ncn n uçã u c, pn, p xmp, qu pu u p cmn qu nh cuu.

Nnhum c c cv p mpnh pp mp, m n m, um mmn num m qu cnnz mu cm c m , cnun- cm, j n cnhc cm u representante universal; um mo-mn m qu u xnc jm, n v, xnc c, m qu j vmn céb cçãsociais. Só em nome dos interesses universais da sociedade é que uma

c pcu p vnc mn unv. P cnç posição emancipatória e, com isso, a exploração política de todas as esfe-ras da sociedade no interesse de sua própria esfera, não bastam energiarevolucionária e autossentimento [Selbstgefühl] espiritual. Para que a revo-lução de um povo emancipação de uma classe particular c cvcncm, p qu um estamento [Stand] se arme como um estamento c, é ncá qu, nvmn, c jm cncn num u c, qu um mnmn j cân unv, ncpçã buniversais; é necessário que uma esfera social particular se arme como o

cm notório c, m qu bçã pç cm um ubçã unv. P qu um mn j

 par excellence mn bçã é ncá, nvmn, qu umoutro estamento seja o estamento inequívoco da opressão. O signicadonegativo-universal da nobreza e do clero francês condicionou o signica- pv-unv c burguesa , qu uv mmn cnnv.

N amnh, pém, m c pcu nã pn cnnc, pnçã, cm nnnc qu m

pnn nv c. a mn m, n-, qu nz m qu, mm qu p um mmn pn,identica-se com a alma popular, aquela genialidade que anima a força

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Crítica da losoa do direito de Hegel – Introdução

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m n- p pc, qu uác vucná qulança ao adversário a frase desaadora: não sou nada e teria de ser tudo. a

cp pncp m hnz mã, nã pn ccm nvu, é m p qu modesto egoísmo que arma suaestreiteza e deixa que ela seja armada contra si mesmo. A relação entre asn c mã nã é, pn, mác, m épc.C um cmç cnhc mm bc u cm u vncçõ pcu, nã p mmnm qu é pm, m mmn m qu cnçõ épc,m ququ çã u p, cm um nv ub c qu p, p u vz, pm. aé mm autossentimento moral da classe médiaalemã n pn b cncnc pnn unv

da mediocridade listina de todas as outras classes. Por conseguinte, nãoã pn mã qu bm n mal-à-propos14; c da sociedade civil sofre uma derrota antes de alcançar sua vitória, cria suaspróprias barreiras antes de ter superado as barreiras que ante ela se erguem,mn u nc mqunh n qu u nc n nhcnu mn , m, pun mpnh umpp mpn pc n mm x, m quc c, ã nc u cn c qu h é up, n- num u cn c n. P , pncp n m u

cn z, buc cn nb, buu cn ,nqun pá já cmç n m u cn buu. aclasse média dicilmente ousa conceber a ideia da emancipação a partirde seu próprio ponto de vista, e o desenvolvimento das condições sociais,m cm p pc, já cm pn vcm nqu u, n mnm, pbmác.

N fnç, b qu uém qu um c p qu qu u. N amnh, nnuém p n nã nunc u.N fnç, mncpçã pc é b mncpçã unv.N amnh, mncpçã unv é conditio sine qua non

mncpçã pc. N fnç, é , n amnh, é mp- b bçã u qu m nn cmp b.N fnç, c c nçã é um idealista político cn, mpm u, nã cm c pcu, m cm pnn nc c. am, pp emancipador é ucvmn -um, num mvmn mác, p n c pv n-cês, até alcançar, por m, a classe que realiza a liberdade social não maisb pup c cnçõ xn hmm , n nn,c p c humn, m nzn cnçõ

xnc humn b pup b c. N amnh,

14 “inoportunamente”. (N.T.)

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Karl Marx

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cná, n v pác é ã pv p qun v pu é pv pác, nnhum c c cv

m nc cpc z mncpçã unv, équ j ç p u uçã imediata , p nc material p u próprios grilhões.

on ncn, nã, pb positiva de emancipação alemã?e n p: n mçã um c cm grilhões radicais, um

c c cv qu nã j um c c cv, um -mn qu j uçã mn, um qu puum cá unv mn u mn unv qu nã vnqunnhumdireito particular pqu cn nã cm um injustiça particular ,m injustiça por excelência , qu já nã p x um u histórico , m pn

u humano , qu nã ncn num pçã un à cnqunc,mas numa oposição abrangente aos pressupostos do sistema político alemão;uma esfera, por m, que não pode se emancipar sem se emancipar de todas asu c , cm , m mncp – um qu é, num pv,  perda total da humanidade e que, portanto, só podenh mm p um reganho total hmm. t uçã c,cm um mn pcu, é  proletariado.

o p cmç m n amnh cm u m-n mvmn industrial , p qu cnu p nã é pbz

naturalmente existente , m pbz  produzida articialmente , nã mhumn mcncmn pm p p c, m m qupvém dissolução aguda c , cm u, uçã c mé, mb j vn qu pbz nu vã cã--germânica também engrossaram as leiras do proletariado.

Quando o proletariado anuncia a dissolução da ordem mundial até então exis-tente ,  pn v mistério de sua própria existência , um vz qu é uçã fáticadessa ordem mundial. Quando o proletariado exige a negaçãoda propriedade privada ,  pn v  princípio da sociedade qu cv pncp do proletariado , qu qu nele já á nvunmn

ncp cm u nv c. am, pápu m çã mun qu á u mm qu rei ale-mão pu m çã mun já xn, qun chm pv seu pv u cv seu cv. dcn pv cm u pppv, xp, ã mn, qu ppá pv é .

Assim como a losoa encontra suas armas materiais n p, proletariado encontra na losoa suas armas espirituais , ã âmp- pnmn nh pn punmn n nnu pv, mncpçã alemães m homens cmpá.

fçm um um u:a únc bçã  praticamente pv amnh é bçã pn v da teoria qu c hmm cm upm hmm.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

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N amnh, mncpçã Idade Média só é possível se realizada simul-nmn cm mncpçã upçõ parciais i Mé. N

amnh, nenhum p vã é u m qu u todo p  vã. a profunda amnh nã p vucn m vucndesde os fundamentos. a emancipação do alemão é emancipação do homem. acabeça mncpçã é  losoa ,  proletariado é u cçã. A losoanão pode se efetivar sem a suprassunção [ Auebung] do proletariado, o pro-letariado não pode se suprassumir sem a efetivação da losoa.

Quando estiverem realizadas todas as condições internas, o dia da ressur-reição alemã á nunc p canto do galo gaulês.

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Índice de nomes citados

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a segunda quando fala da comédia Sonho de uma noite de verão , encenada antes de1600. Escritor inglês; poeta nacional da Inglaterra. p. 49, 104

MARMELO. Personagem leonino de Shakespeare na peça Sonho de uma noite de verão. p. 104(cf. nota no 40)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

CRONOLOGIA RESUMIDA

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

1818 Em Trier (capital da provínciaalemã do Reno), nasce Karl Marx(5 de maio), o segundo de oitofilhos de Heinrich Marx e deEnriqueta Pressburg. Trier naépoca era influenciada peloliberalismo revolucionáriofrancês e pela reação ao AntigoRegime, vinda da Prússia.

Simón Bolívar declaraa Venezuelaindependenteda Espanha.

1820 Nasce Friedrich Engels(28 de novembro), primeiro

dos oito filhos de FriedrichEngels e Elizabeth FranziskaMauritia van Haar, em Barmen,Alemanha. Cresce no seio deuma família de industriaisreligiosa e conservadora.

George IV se tornarei da Inglaterra,

pondo fim à Regência.Insurreiçãoconstitucionalistaem Portugal.

1824 O pai de Marx, nascido Hirschel,advogado e conselheiro de Justiça,é obrigado a abandonar ojudaísmo por motivos profissionaise políticos (os judeus estavamproibidos de ocupar cargos

públicos na Renânia). Marx entrapara o Ginásio de Trier (outubro).

Simón Bolívar se tornachefe do Executivo doPeru.

1830 Inicia seus estudos no LiceuFriedrich Wilhelm, em Trier.

Estouram revoluçõesem diversos paíseseuropeus. A populaçãode Paris insurge-secontra a promulgaçãode leis que dissolvema Câmara e suprimema liberdade deimprensa. Luís Filipe

assume o poder.

1831 Morre Hegel.

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Cronologia resumida

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Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

1834 Engels ingressa, em outubro,

no Ginásio de Elberfeld.

A escravidão é abolida

no Império Britânico.Insurreição operáriaem Lyon.

1835 Escreve Reflexões de um jovem  perante a escolha de sua profissão .Presta exame final de bachareladoem Trier (24 de setembro).Inscreve--se na Universidade de Bonn.

Revolução Farroupilha,no Brasil. O Congressoalemão faz moçãocontra o movimento deescritores JovemAlemanha.

1836 Estuda Direito na Universidadede Bonn. Participa do Clubede Poetas e de associações deestudantes. No verão, fica noivoem segredo de Jenny vonWestphalen, vizinha sua em Trier.Em razão da oposição entreas famílias, casar-se-iam apenassete anos depois. Matricula-sena Universidade de Berlim.

Na juventude, fica impressionadocom a miséria em que vivemos trabalhadores das fábricas desua família. Escreve Poema .

Fracassa o golpe deLuís Napoleão emEstrasburgo. Criaçãoda Liga dos Justos.

1837 Transfere-se para a Universidade

de Berlim e estuda com mestrescomo Gans e Savigny. EscreveCanções selvagens eTransformações . Em carta ao pai,descreve sua relação contraditóriacom o hegelianismo, doutrinapredominante na época.

Por insistência do pai, Engels

deixa o ginásio e começa atrabalhar nos negócios da família.Escreve História de um pirata .

A rainha Vitória

assume o tronona Inglaterra.

1838 Entra para o Clube dos Doutores,encabeçado por Bruno Bauer.Perde o interesse pelo Direito eentrega-se com paixão ao estudo

da filosofia, o que lhe comprometea saúde. Morre seu pai.

Estuda comércio em Bremen.Começa a escrever ensaios literáriose sociopolíticos, poemas e panfletosfilosóficos em periódicos como o

Hamburg Journal e o Telegraph für Deutschland, entre eles o poema“O beduíno” (setembro), sobreo espírito da liberdade.

Richard Cobden fundaa Anti-Corn-Law--League, na Inglaterra.Proclamação da Carta

do Povo, que originouo cartismo.

1839 Escreve o primeiro trabalhode envergadura, Briefe aus dem Wupperthal [Cartas deWupperthal], sobre a vidaoperária em Barmen e na vizinhaElberfeld (Telegraphfür Deutschland , primavera).

Outros viriam, como Literatura  popular alemã , Karl Beck  e Memorabilia de Immermann .Estuda a filosofia de Hegel.

Feuerbach publica Zur Kritik der Hegelschen Philosophie [Crítica dafilosofia hegeliana].Primeira proibição dotrabalho de menoresna Prússia. Auguste

Blanqui liderao frustrado levantede maio, na França.

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163

Crítica da losoa do direito de Hegel

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

1840 K. F. Koeppen dedica a Marx

seu estudo Friedrich der Große  und seine Widersacher [Frederico,o Grande, e seus adversários].

Engels publica Réquiem para 

o Aldeszeitung alemão (abril),Vida literária moderna , noMitternachtzeitung (março-maio)e Cidade natal de Siegfried  (dezembro).

Proudhon publica

O que é a  propriedade?  [Qu’est-ce quela propriété?].

1841 Com uma tese sobre as diferençasentre as filosofias de Demócritoe Epicuro, Marx recebe em Ienao título de doutor em Filosofia(15 de abril). Volta a Trier. BrunoBauer, acusado de ateísmo,é expulso da cátedra de Teologia

da Universidade de Bonn, comisso Marx perde a oportunidadede atuar como docente nessauniversidade.

Publica Ernst Moritz Arndt . Seupai o obriga a deixar a escola decomércio para dirigir os negóciosda família. Engels prosseguiriasozinho seus estudos de filosofia,religião, literatura e política. Prestao serviço militar em Berlim por um

ano. Frequenta a Universidade deBerlim como ouvinte e conhece osjovens-hegelianos. Criticaintensamente o conservadorismona figura de Schelling, com osescritos Schelling em Hegel ,Schelling e a revelação eSchelling, filósofo em Cristo .

Feuerbach traz apúblico A essência do cristianismo [Das Wesen des Christentums ].Primeira lei trabalhistana França.

1842 Elabora seus primeiros trabalhoscomo publicista. Começa acolaborar com o jornal Rheinische 

Zeitung [Gazeta Renana],publicação da burguesia emColônia, do qual mais tarde seriaredator. Conhece Engels, que naocasião visitava o jornal.

Em Manchester assume a fiação dopai, a Ermen & Engels. ConheceMary Burns, jovem trabalhadora

irlandesa, que viveria com ele até amorte. Mary e a irmã Lizziemostram a Engels as dificuldadesda vida operária, e ele iniciaestudos sobre os efeitos docapitalismo no operariado inglês.Publica artigos no Rheinische Zeitung , entre eles “Crítica às leisde imprensa prussianas” e“Centralização e liberdade”.

Eugène Sue publicaOs mistérios de Paris .Feuerbach publica

Vorläufige Thesen zur Reform der Philosophie [Tesesprovisórias para umareforma da filosofia].O Ashley’s Act proíbeo trabalho de menorese mulheres em minasna Inglaterra.

1843 Sob o regime prussiano, é fechadoo Rheinische Zeitung . Marx casa-se

com Jenny von Westphalen.Recu-sa convite do governo prussianopara ser redator no diário oficial.Passa a lua de mel em Kreuznach,onde se dedica ao estudo dediversos autores, com destaquepara Hegel. Redige os manuscritosque viriam a ser conhecidos comoCrítica da filosofia do direito de Hegel [Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie ]. Em outubro vaia Paris, onde Moses Heß e GeorgeHerwegh o apresentamàs sociedades secretas socialistase comunistas e às associaçõesoperárias alemãs.

Engels escreve, com Edgar Bauer,o poema satírico “Como a Bíblia

escapa milagrosamente a umatentado impudente ou O triunfoda fé”, contra o obscurantismoreligioso. O jornal Schweuzerisher Republicaner publica suas “Cartasde Londres”. Em Bradford,conhece o poeta G. Weerth.Começa a escrever para aimprensa cartista. Mantém contatocom a Liga dos Justos. Ao longodesse período, suas cartas à irmãfavorita, Marie, revelam seu amor

pela natureza e por música, livros,pintura, viagens, esporte, vinho,cerveja e tabaco.

Feuerbach publicaGrundsätze der 

Philosophie der Zukunft [Princípiosda filosofia do futuro].

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Cronologia resumida

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Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

Conclui Sobre a questão judaica  

[Zur Judenfrage ]. Substitui ArnoldRuge na direção dos Deutsch- -Französische Jahrbücher [AnaisFranco-Alemães]. Em dezembroinicia grande amizade comHeinrich Heine e conclui sua“Crítica da filosofia do direito deHegel – Introdução” [Zur Kritik der Hegelschen Rechtsphilosophie – Einleitung ].

1844 Em colaboração com Arnold Ruge,

elabora e publica o primeiro e únicovolume dos Deutsch-Französische  Jahrbücher , no qual participa comdois artigos: “A questão judaica” e“Introdução a uma crítica da filosofiado direito de Hegel”. Escreve osManuscritos econômico-filosóficos  [Ökonomisch-philosophische Manuskripte ]. Colabora com oVorwärts! [Avante!], órgão deimprensa dos operários alemães naemigração. Conhece a Liga dos Justos, fundada por Weitling. Amigo

de Heine, Leroux, Blanc, Proudhone Bakunin, inicia em Paris estreitaamizade com Engels. Nasce Jenny,primeira filha de Marx. Rompe comRuge e desliga-se dos Deutsch- -Französische Jahrbücher . O governodecreta a prisão de Marx, Ruge,Heine e Bernays pela colaboraçãonos Deutsch-Französische Jahrbücher .Encontra Engels em Paris e em dezdias planejam seu primeiro trabalhojuntos, A sagrada família [Die heilige Familie ]. Marx publica no Vorwärts!  artigo sobre a greve na Silésia.

Em fevereiro, Engels publica

Esboço para uma crítica da economia política [Umrisse zu einer Kritik der Nationalökonomie ], texto queinfluenciou profundamente Marx.Segue à frente dos negócios dopai, escreve para os Deutsch- -Französische Jahrbücher ecolabora com o jornal Vorwärts! .Deixa Manchester. Em Paristorna-se amigo de Marx, comquem desenvolve atividadesmilitantes, o que os leva a criar

laços cada vez mais profundoscom as organizações detrabalhadores de Paris e Bruxelas.Vai para Barmen.

O Graham’s Factory

Act regula o horáriode trabalho paramenores e mulheresna Inglaterra. Fundadoo primeiro sindicatooperário na Alemanha.Insurreição deoperários têxteisna Silésia e naBoêmia.

1845 Por causa do artigo sobre a grevena Silésia, a pedido do governoprussiano Marx é expulso daFrança, juntamente com Bakunin,Bürgers e Bornstedt. Muda-se paraBruxelas e, em colaboração comEngels, escreve e publica emFrankfurt A sagrada família . Amboscomeçam a escrever A ideologia alemã [Die deutsche Ideologie ] eMarx elabora “As teses sobreFeuerbach” [Thesen über Feuerbach ]. Em setembro nasce

As observações de Engels sobre aclasse trabalhadora de Manchester,feitas anos antes, formam a base deuma de suas obras principais,A situação da classe trabalhadora na Inglaterra [Die Lage der arbeitenden Klasse in England ](publicada primeiramente emalemão; a edição seria traduzidapara o inglês 40 anos mais tarde).Em Barmen organiza debates sobreas ideias comunistas junto comHesse e Kötten e profere os

Criada a organizaçãointernacionalistaDemocratas Fraternais,em Londres. RichardM. Hoe registraa patente da primeiraprensa rotativamoderna.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

1845 Laura, segunda filha de Marx e

 Jenny. Em dezembro, ele renunciaà nacionalidade prussiana.

Discursos de Elberfeld . Em abril sai

de Barmen e encontra Marx emBruxelas. Juntos, estudameconomia e fazem uma breve visitaa Manchester (julho e agosto), ondepercorrem alguns jornais locais,como o Manchester Guardian e oVolunteer Journal for Lancashire and Cheshire . Lançada A situação da classe trabalhadora na Inglaterra ,em Leipzig. Começa sua vida emcomum com Mary Burns.

1846 Marx e Engels organizam emBruxelas o primeiro Comitê deCorrespondência da Liga dos Justos,uma rede de correspondentescomunistas em diversos países, aqual Proudhon se nega a integrar.Em carta a Annenkov, Marx criticao recém-publicado Sistema das contradições econômicas ou Filosofia da miséria [Système des contradictions économiques ou Philosophie de la misère ], deProudhon. Redige com Engels a

Zirkular gegen Kriege [Circularcontra Kriege], alemão emigradodono de um periódico socialista emNova York. Por falta de editor, Marxe Engels desistem de publicar Aideologia alemã (a obra só seriapublicada em 1932, na UniãoSoviética). Em dezembro nasceEdgar, o terceiro filho de Marx.

Seguindo instruções do Comitê deBruxelas, Engels estabeleceestreitos contatos com socialistas ecomunistas franceses. No outono,ele se desloca para Paris com aincumbência de estabelecer novoscomitês de correspondência.Participa de um encontro detrabalhadores alemães em Paris,propagando ideias comunistas ediscorrendo sobre a utopia deProudhon e o socialismo real deKarl Grün.

Os Estados Unidosdeclaram guerra aoMéxico. Rebeliãopolonesa em Cracóvia.Crise alimentar naEuropa. Abolidas, naInglaterra, as “leis doscereais”.

1847 Filia-se à Liga dos Justos,em seguida nomeada Liga

dos Comunistas. Realiza-seo primeiro congresso daassociação em Londres (junho),ocasião em que se encomenda aMarx e Engels um manifesto doscomunistas. Eles participam docongresso de trabalhadoresalemães em Bruxelas e, juntos,fundam a Associação OperáriaAlemã de Bruxelas. Marx é eleitovice-presidente da AssociaçãoDemocrática. Conclui e publica

a edição francesa de Miséria da filosofia [Misère de la philosophie ](Bruxelas, julho).

Engels viaja a Londres e participacom Marx do I Congresso da Liga

dos Justos. Publica Princípios do comunismo [Grundsätze des Kommunismus ], uma “versãopreliminar” do ManifestoComunista [Manifest der Kommunistischen Partei ].Em Bruxelas, junto com Marx,participa da reunião daAssociação Democrática, voltandoem seguida a Paris para mais umasérie de encontros. Depois deatividades em Londres, volta a

Bruxelas e escreve, com Marx, oManifesto Comunista .

A Polônia torna-seprovíncia russa.

Guerra civil na Suíça.Realiza-se em Londres,o II Congresso da Ligados Comunistas(novembro).

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Crítica da losoa do direito de Hegel

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

Guido, seu quarto filho (novembro).

1850 Ainda em dificuldades financeiras,organiza a ajuda aos emigradosalemães. A Liga dos Comunistasreorganiza as sessões locais e éfundada a Sociedade Universaldos Comunistas Revolucionários,cuja liderança logo se fraciona.Edita em Londres a Neue Rheinische Zeitung [NovaGazeta Renana], revista deeconomia política, bem como

Lutas de classe na França [Die Klassenkämpfe in Frankreich ].Morre o filho Guido.

Publica A guerra dos camponeses na Alemanha [Der deutsche Bauernkrieg ]. Em novembro,retorna a Manchester, onde viverápor vinte anos, e às suas atividadesna Ermen & Engels; o êxito nosnegócios possibilita ajudasfinanceiras a Marx.

Abolição do sufrágiouniversal na França.

1851 Continua em dificuldades, mas,graças ao êxito dos negócios deEngels em Manchester, conta comajuda financeira. Dedica-seintensamente aos estudos deeconomia na biblioteca do MuseuBritânico. Aceita o convite detrabalho do New York Daily Tribune , mas é Engels quem enviaos primeiros textos, intitulados“Contrarrevolução na Alemanha”,publicados sob a assinatura deMarx. Hermann Becker publicaem Colônia o primeiro e únicotomo dos Ensaios escolhidos de Marx . Nasce Francisca (28 demarço), quinta de seus filhos.

Engels, juntamente com Marx,começa a colaborar com oMovimento Cartista [ChartistMovement]. Estuda língua, históriae literatura eslava e russa.

Na França, golpe deEstado de LuísBonaparte. Realizaçãoda primeira exposiçãouniversal, em Londres.

1852 Envia ao periódico Die Revolution , de Nova York, umasérie de artigos sobre O dezoito 

brumário de Luís Bonaparte [Der achtzehnte Brumaire des Louis Bonaparte ]. Sua proposta dedissolução da Liga dos Comunistasé acolhida. A difícil situaçãofinanceira é amenizada com otrabalho para o New York Daily Tribune . Morre a filha Francisca,nascida um ano antes.

Publica Revolução e contrarrevolução na Alemanha  [Revolution und Konterevolution 

in Deutschland ]. Com Marx,elabora o panfleto O grande homem do exílio [Die groben Männer des Exils ] e uma obra,hoje desaparecida, chamada Os  grandes homens oficiais da Emigração ; nela, atacam osdirigentes burgueses da emigraçãoem Londres e defendem osrevolucionários de 1848-1849.Expõem, em cartas e artigosconjuntos, os planos do governo,

da polícia e do judiciárioprussianos, textos que teriamgrande repercussão.

Luís Bonaparte éproclamado imperadorda França, com o

título de NapoleãoBonaparte III.

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Cronologia resumida

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Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

1853 Marx escreve, tanto para o New 

York Daily Tribune quanto parao People’s Paper , inúmeros artigossobre temas da época. Sua pre-cária saúde o impede de voltar aosestudos econômicos interrompidosno ano anterior, o que fariasomente em 1857. Retoma acorrespondência com Lassalle.

Escreve artigos para o New York 

Daily Tribune . Estuda o persa e ahistória dos países orientais.Publica, com Marx, artigos sobrea Guerra da Crimeia.

A Prússia proíbe o

trabalho para menoresde 12 anos.

1854 Continua colaborando como New York Daily Tribune , dessavez com artigos sobrea revolução espanhola.

1855 Começa a escrever parao Neue Oder Zeitung , de Breslau,e segue como colaborador doNew York Daily Tribune . Em 16 dejaneiro nasce Eleanor, sua sextafilha, e em 6 de abril morre Edgar,o terceiro.

Escreve uma série de artigos parao periódico Putman .

Morte de Nicolau I,na Rússia, e ascensãodo czar Alexandre II.

1856 Ganha a vida redigindo artigospara jornais. Discursa sobre oprogresso técnico e a revolução

proletária em uma festa doPeople’s Paper . Estuda a históriae a civilização dos povos eslavos.A esposa Jenny recebe umaherança da mãe, o que permiteque a família mude para umapartamento mais confortável.

Acompanhado da mulher, MaryBurns, Engels visita a terra nataldela, a Irlanda.

Morrem Max Stirnere Heinrich Heine.Guerra franco-inglesa

contra a China.

1857 Retoma os estudos sobre economiapolítica, por considerar iminentenova crise econômica europeia.Fica no Museu Britânico das nove

da manhã às sete da noite etrabalha madrugada adentro. Sódescansa quando adoece e aosdomingos, nos passeios com afamília em Hampstead. O médicoo proíbe de trabalhar à noite.Começa a redigir os manuscritosque viriam a ser conhecidos comoGrundrisse der Kritik der Politischen Ökonomie [Esboços deuma crítica da economia política],e que servirão de base à obra Para a crítica da economia política [Zur Kritik der Politischen Ökonomie ].Escreve a célebre Introdução de 1857 . Continua a colaborar no

Adoece gravemente em maio.Analisa a situação no OrienteMédio, estuda a questão eslava eaprofunda suas reflexões sobre

temas militares. Sua contribuiçãopara a New American Encyclopaedia [NovaEnciclopédia Americana],versando sobre as guerras, faz deEngels um continuador de VonClausewitz e um precursor deLenin e Mao Tsé-tung. Continuatrocando cartas com Marx,discorrendo sobre a crise naEuropa e nos Estados Unidos.

O divórcio, semnecessidade deaprovaçãoparlamentar,

se torna legalna Inglaterra.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

New York Daily Tribune . Escreve

artigos sobre Jean-BaptisteBernadotte, Simón Bolívar, GebhardBlücher e outros na New American Encyclopaedia [Nova EnciclopédiaAmericana]. Atravessa um novoperíodo de dificuldades financeirase tem um novo filho, natimorto.

1858 O New York Daily Tribune deixade publicar alguns de seus artigos.Marx dedica-se à leitura de Ciência da lógica [Wissenschaft der Logik ]de Hegel. Agravam-se osproblemas de saúde e a penúria.

Engels dedica-se ao estudo dasciências naturais.

Morre Robert Owen.

1859 Publica em Berlim Para a crítica da economia política . A obra sónão fora publicada antes porquenão havia dinheiro para postaro original. Marx comentaria:“Seguramente é a primeira vez quealguém escreve sobre o dinheirocom tanta falta dele”. O livro,muito esperado, foi um fracasso.Nem seus companheiros mais

entusiastas, como Liebknecht eLassalle, o compreenderam.Escreve mais artigos no New York Daily Tribune . Começa a colaborarcom o periódico londrino Das Volk ,contra o grupo de Edgar Bauer.Marx polemiza com Karl Vogt (aquem acusa de ser subsidiado pelobonapartismo), Blind e Freiligrath.

Faz uma análise, junto com Marx,da teoria revolucionária e suastáticas, publicada em coluna do Das Volk . Escreve o artigo “Po undRhein” [Pó e Reno], em queanalisa o bonapartismo e as lutasliberais na Alemanha e na Itália.Enquanto isso, estuda gótico einglês arcaico. Em dezembro, lê orecém-publicado A origem das espécies [The Origin of Species ],de Darwin.

A França declaraguerra à Áustria.

1860 Vogt começa uma série decalúnias contra Marx, e asquerelas chegam aos tribunais de

Berlim e Londres. Marx escreveHerr Vogt [Senhor Vogt].

Engels vai a Barmen para osepultamento de seu pai (20 demarço). Publica a brochura Savóia,

Nice e o Reno [Savoyen, Nizza und der Rhein ], polemizando comLassalle. Continua escrevendo paravários periódicos, entre eleso Allgemeine Militar Zeitung .Contribui com artigos sobre oconflito de secessão nos EstadosUnidos no New York Daily Tribune  e no jornal liberal Die Presse .

Giuseppe Garibalditoma Palermo eNápoles.

1861 Enfermo e depauperado, Marx vaià Holanda, onde o tio Lion Philiphconcorda em adiantar-lhe umaquantia, por conta da herança desua mãe. Volta a Berlim e projetacom Lassalle um novo periódico.

Guerra civilnorte-americana.Abolição da servidãona Rússia.

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Cronologia resumida

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Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

Reencontra velhos amigos e visita a

mãe em Trier. Não conseguerecuperar a nacionalidadeprussiana. Regressa a Londres eparticipa de uma ação em favor dalibertação de Blanqui. Retoma seustrabalhos científicos e a colaboraçãocom o New York Daily Tribune e oDie Presse de Viena.

1862 Trabalha o ano inteiro em suaobra científica e encontra-sevárias vezes com Lassalle para

discutirem seus projetos. Emsuas cartas a Engels, desenvolveuma crítica à teoria ricardianasobre a renda da terra. O New York Daily Tribune , justificando--se com a situação econômicainterna norte-americana, dispensaos serviços de Marx, o que reduzainda mais seus rendimentos.Viaja à Holanda e a Trier, enovas solicitações ao tio e àmãe são negadas. De volta a

Londres, tenta um cargo deescrevente da ferrovia, masé reprovado por causada caligrafia.

Nos Estados Unidos,Lincoln decreta aabolição da

escravatura. O escritorVictor Hugo publicaLes misérables [Osmiseráveis].

1863 Marx continua seus estudos noMuseu Britânico e se dedicatambém à matemática. Começa aredação definitiva de O capital [Das Kapital ] e participa de ações pelaindependência da Polônia. Morresua mãe (novembro), deixando-lhealgum dinheiro como herança.

Morre, em Manchester, MaryBurns, companheira de Engels(6 de janeiro). Ele permaneceriamorando com a cunhada Lizzie.Esboça, mas não conclui, um textosobre rebeliões camponesas.

1864 Malgrado a saúde, continuaa trabalhar em sua obra científica.É convidado a substituir Lassalle(morto em duelo) na AssociaçãoGeral dos Operários Alemães.O cargo, entretanto, é ocupadopor Becker. Apresenta o projetoe o estatuto de uma AssociaçãoInternacional dos Trabalhadores,durante encontro internacionalno Saint Martin’s Hall de Londres.

Marx elabora o Manifesto deInauguração da AssociaçãoInternacional dos Trabalhadores.

Engels participa da fundação daAssociação Internacional dosTrabalhadores, depois conhecidacomo a Primeira Internacional.Torna-se coproprietário da Ermen& Engels. No segundo semestre,contribui, com Marx, parao Sozial-Demokrat , periódicoda social-democracia alemã quepopulariza as ideias daInternacional na Alemanha.

Dühring traz a públicoseu Kapital und Arbeit  [Capital e trabalho].Fundação, naInglaterra, daAssociaçãoInternacional dosTrabalhadores.Reconhecido o direitoa férias na França.Morre Wilhelm

Wolff, amigo íntimode Marx, a quem édedicado O capital .

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Crítica da losoa do direito de Hegel

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

1865 Conclui a primeira redação

de O capital e participa doConselho Central da Internacional(setembro), em Londres. Marxescreve Salário, preço e lucro  [Lohn, Preis und Profit ]. Publicano Sozial-Demokrat uma biografiade Proudhon, morto recentemente.Conhece o socialista francês PaulLafargue, seu futuro genro.

Recebe Marx em Manchester.

Ambos rompem com Schweitzer,diretor do Sozial-Demokrat , porsua orientação lassalliana. Suasconversas sobre o movimento daclasse trabalhadora na Alemanharesultam em artigo para aimprensa. Engels publica Aquestão militar na Prússia e o Partido Operário Alemão [Die  preubische Militärfrage und die deutsche Arbeiterpartei ].

Assassinato de

Lincoln. Proudhonpublica De la capacité  politique des classes ouvrières [Acapacidade políticadas classes operárias].Morre Proudhon.

1866 Apesar dos intermináveisproblemas financeiros e desaúde, Marx conclui a redaçãodo primeiro livro de O capital .Prepara a pauta do primeiroCongresso da Internacionale as teses do Conselho Central.Pronuncia discurso sobre asituação na Polônia.

Escreve a Marx sobre ostrabalhadores emigradosda Alemanha e pede aintervenção do ConselhoGeral da Internacional.

Na Bélgica, éreconhecido odireito de associaçãoe a férias. Fome naRússia.

1867 O editor Otto Meissner publica,em Hamburgo, o primeiro volume

de O capital . Os problemas deMarx o impedem de prosseguirno projeto. Redige instruçõespara Wilhelm Liebknecht,recém-ingressado na Dietaprussiana como representantesocial-democrata.

Engels estreita relações comos revolucionários alemães,

especialmente Liebknechte Bebel. Envia carta decongratulações a Marx pelapublicação do primeiro volumede O capital . Estuda as novasdescobertas da química e escreveartigos e matérias sobre O capital ,com fins de divulgação.

1868 Piora o estado de saúdede Marx, e Engels continuaajudando-o financeiramente.

Marx elabora estudos sobreas formas primitivas depropriedade comunal, emespecial sobre o mir russo.Corresponde-se com o russoDanielson e lê Dühring.Bakunin se declara discípulode Marx e funda a AliançaInternacional da Social--Democracia. Casamento dafilha Laura com Lafargue.

Engels elabora uma sinopsedo primeiro volume de O capital .

Em Bruxelas, aconteceo Congresso daAssociação

Internacional dosTrabalhadores(setembro).

1869 Liebknecht e Bebel fundamo Partido Operário Social--Democrata alemão, de linha

Em Manchester, dissolve aempresa Ermen & Engels, quehavia assumido após a morte do

Fundação do PartidoSocial-Democrataalemão. Congresso da

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Cronologia resumida

172

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

marxista. Marx, fugindo das polícias

da Europa continental, passa a viverem Londres, com a família, na maisabsoluta miséria. Continua ostrabalhos para o segundo livro de O capital . Vai a Paris sob nome falso,onde permanece algum tempo nacasa de Laura e Lafargue. Maistarde, acompanhado da filha Jenny,visita Kugelmann em Hannover.Estuda russo e a história da Irlanda.Corresponde-se com De Paepesobre o proudhonismo e concedeuma entrevista ao sindicalistaHaman sobre a importância daorganização dos trabalhadores.

pai. Com um soldo anual de 350

libras, auxilia Marx e sua família;com ele, mantém intensacorrespondência. Começa acontribuir com o Volksstaat , oórgão de imprensa do PartidoSocial-Democrata alemão. Escreveuma pequena biografia de Marx,publicada no Die Zukunft (julho).Lançada a primeira edição russado Manifesto Comunista. Emsetembro, acompanhado deLizzie, Marx e Eleanor, visita aIrlanda.

Primeira Internacional

na Basileia, Suíça.

1870 Continua interessado na situaçãorussa e em seu movimentorevolucionário. Em Genebrainstala-se uma seção russa daInternacional, na qual se acentuaa oposição entre Bakunin e Marx,que redige e distribui umacircular confidencial sobre as

atividades dos bakunistas e suaaliança. Redige o primeirocomunicado da Internacionalsobre a guerra franco-prussianae exerce, a partir do ConselhoCentral, uma grande atividade emfavor da República francesa. Pormeio de Serrailler, enviainstruções para os membros daInternacional presos em Paris.A filha Jenny colabora com Marxem artigos para A Marselhesa  sobre a repressão dos irlandeses

por policiais britânicos.

Engels escreve História da Irlanda  [Die Geschichte Irlands ]. Começaa colaborar com o periódicoinglês Pall Mall Gazette ,discorrendo sobre a guerrafranco-prussiana. DeixaManchester em setembro,acompanhado de Lizzie, einstala-se em Londres parapromover a causa comunista. Lácontinua escrevendo para o Pall Mall Gazette , dessa vez sobre odesenvolvimento das oposições.É eleito por unanimidade parao Conselho Geral da PrimeiraInternacional. O contato como mundo do trabalho permitiu aEngels analisar, em profundidade,as formas de desenvolvimento domodo de produção capitalista.Suas conclusões seriam utilizadas

por Marx em O capital .

Na França são presosmembros daInternacionalComunista. NasceVladimir Lenin.

1871 Atua na Internacional em prolda Comuna de Paris. InstruiFrankel e Varlin e redige o folhetoDer Bürgerkrieg in Frankreich  [A guerra civil na França].É violentamente atacado pelaimprensa conservadora. Emsetembro, durante a Internacionalem Londres, é reeleito secretárioda seção russa. Revisa o primeirovolume de O capital para asegunda edição alemã.

Prossegue suas atividades noConselho Geral e atua junto àComuna de Paris, que instauraum governo operário na capitalfrancesa entre 26 de marçoe 28 de maio. Participa comMarx da Conferência de Londresda Internacional.

A Comuna de Paris,instaurada apósrevolução vitoriosado proletariado, ébrutalmente reprimidapelo governo francês.Legalização das trade unions na Inglaterra.

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Crítica da losoa do direito de Hegel

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

1872 Acerta a primeira edição francesa

de O capital e recebe exemplaresda primeira edição russa, lançadaem 27 de março. Participa dospreparativos do V Congresso daInternacional em Haia, quando sedecide a transferência doConselho Geral da organizaçãopara Nova York. Jenny, a filhamais velha, casa-se com osocialista Charles Longuet.

Redige com Marx uma circular

confidencial sobre supostosconflitos internos da Internacional,envolvendo bakunistas na Suíça,intitulado As pretensas cisões na Internacional [Die angeblichen Spaltungen in der Internationale ].Ambos intervêm contra olassalianismo na social-democraciaalemã e escrevem um prefácio paraa nova edição alemã do Manifesto Comunista . Engels participa doCongresso da AssociaçãoInternacional dos Trabalhadores.

Morrem Ludwig

Feuerbach e BrunoBauer. Bakunin éexpulso daInternacional noCongresso de Haia.

1873 Impressa a segunda edição deO capital em Hamburgo. Marxenvia exemplares a Darwin eSpencer. Por ordens de seumédico, é proibido de realizarqualquer tipo de trabalho.

Com Marx, escreve paraperiódicos italianos uma série deartigos sobre as teorias anarquistase o movimento das classestrabalhadoras.

Morre Napoleão III.As tropas alemãs seretiram da França.

1874 Negada a Marx a cidadaniainglesa, “por não ter sido fielao rei”. Com a filha Eleanor, viajaa Karlsbad para tratar da saúde

numa estação de águas.

Prepara a terceira edição deA guerra dos camponeses alemães .

Na França, sãonomeados inspetoresde fábricas e éproibido o trabalho

em minas paramulheres e menores.

1875 Continua seus estudos sobrea Rússia. Redige observaçõesao Programa de Gotha, dasocial-democracia alemã.

Por iniciativa de Engels,é publicada Crítica do Programa de Gotha [Kritik des Gothaer Programms ], de Marx.

Morre Moses Heß.

1876 Continua o estudo sobre as formasprimitivas de propriedade naRússia. Volta com Eleanor aKarlsbad para tratamento.

Elabora escritos contra Dühring,discorrendo sobre a teoriamarxista, publicados inicialmenteno Vorwärts! e transformados emlivro posteriormente.

Fundado o PartidoSocialista do Povona Rússia. Crise naPrimeira Internacional.Morre Bakunin.

1877 Marx participa de campanhana imprensa contra a políticade Gladstone em relação à Rússiae trabalha no segundo volume deO capital . Acometido novamentede insônias e transtornos nervosos,viaja com a esposa e a filhaEleanor para descansar emNeuenahr e na Floresta Negra.

Conta com a colaboraçãode Marx na redação final doAnti-Dühring [Herrn Eugen Dühring’s Umwälzung der Wissenschaft ]. O amigo colaboracom o capítulo 10 da parte 2(“Da história crítica”), discorrendosobre a economia política.

A Rússia declaraguerra à Turquia.

1878 Paralelamente ao segundo volume

de O capital , Marx trabalha nainvestigação sobre a comuna ruralrussa, complementada comestudos de geologia. Dedica-se

Publica o Anti-Dühring e,

atendendo a pedido de WolhelmBracke feito um ano antes, publicapequena biografia de Marx,intitulada Karl Marx . Morre Lizzie.

Otto von Bismarck

proíbe ofuncionamento doPartido Socialista naPrússia. Primeira

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Cronologia resumida

174

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

também à Questão do Oriente  

e participa de campanha contraBismarck e Lothar Bücher.

grande onda de greves

operárias na Rússia.

1879 Marx trabalha nos volumesII e III de O capital .

1880 Elabora um projeto de pesquisaa ser executado pelo PartidoOperário francês. Torna-se amigo deHyndman. Ataca o oportunismo doperiódico Sozial-Demokrat alemão,dirigido por Liebknecht. Escreve as

Randglossen zu Adolph Wagners Lehrbuch der politischen Ökonomie  [Glosas marginais ao tratado deeconomia política de AdolphWagner]. Bebel, Bernstein e Singervisitam Marx em Londres.

Engels lança uma edição especialde três capítulos do Anti-Dühring ,sob o título Socialismo utópico e científico [Die Entwicklung des Socialismus Von der Utopie zur Wissenschaft ]. Marx escreve o

prefácio do livro. Engelsestabelece relações com Kautskye conhece Bernstein.

Morre Arnold Ruge.

1881 Prossegue os contatos comos grupos revolucionários russose mantém correspondência comZasulitch, Danielson eNieuwenhuis. Recebe a visita

de Kautsky. Jenny, sua esposa,adoece. O casal vai a Argenteuilvisitar a filha Jenny e Longuet.Morre Jenny Marx.

Enquanto prossegue em suasatividades políticas, estuda ahistória da Alemanha e preparaLabor Standard , um diário dossindicatos ingleses. Escreve um

obituário pela morte de JennyMarx (8 de dezembro).

Fundada a Federationof Labour Unionsnos Estados Unidos.Assassinato do czarAlexandre II.

1882 Continua as leituras sobre osproblemas agrários da Rússia.Acometido de pleurisia, visitaa filha Jenny em Argenteuil. Porprescrição médica, viaja peloMediterrâneo e pela Suíça. Lêsobre física e matemática.

Redige com Marx um novoprefácio para a edição russado Manifesto Comunista .

Os inglesesbombardeiamAlexandria e ocupamEgito e Sudão.

1883 A filha Jenny morre em Paris(janeiro). Deprimido e muitoenfermo, com problemasrespiratórios, Marx morreem Londres, em 14 de março.É sepultado no Cemitériode Highgate.

Começa a esboçar A dialética da natureza [Dialektik der Natur ],publicada postumamente em 1927.Escreve outro obituário, dessa vezpara a filha de Marx, Jenny. Nosepultamento de Marx, profere o queficaria conhecido como Discurso diante da sepultura de Marx [Das Begräbnis von Karl Marx ]. Após amorte do amigo, publica umaedição inglesa do primeiro volumede O capital ; imediatamente depois,

prefacia a terceira edição alemã daobra, e já começa a preparar osegundo volume.

Implantação dosseguros sociais naAlemanha. Fundaçãode um partido marxistana Rússia e daSociedade Fabiana,que mais tarde dariaorigem ao PartidoTrabalhista naInglaterra. Criseeconômica na França;forte queda na Bolsa.

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7/28/2019 MARX, Karl - Crítica da Filosofia do Direito de Hegel (boitempo)

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Crítica da losoa do direito de Hegel

Karl Marx Friedrich Engels Fatos históricos

1884 Publica A origem da família, da 

 propriedade privada e do Estado  [Der Ursprung der Familie, des Privateigentum und des Staates ].

Fundação da

Sociedade Fabianade Londres.

1885 Editado por Engels, é publicado osegundo volume de O capital .

1889 Funda-se em Parisa II Internacional.

1894 Também editado por Engels,é publicado o terceiro volumede O capital . O mundo

acadêmico ignorou a obra pormuito tempo, embora os principaisgrupos políticos logo tenhamcomeçado a estudá-la. Engelspublica os textos Contribuição à história do cristianismo primitivo  [Zur Geschischte des Urchristentums ] e A questão camponesa na França e na Alemanha [Die Bauernfrage in Frankreich und Deutschland ].

O oficial francês deorigem judaica AlfredDreyfus, acusado de

traição, é preso.Protestos antissemitasmultiplicam-se nasprincipais cidadesfrancesas.

1895 Redige uma nova introduçãopara As lutas de classes na França .Após longo tratamento médico,Engels morre em Londres(5 de agosto). Suas cinzas sãolançadas ao mar em Eastbourne.Dedicou-se até o fim da vidaa completar e traduzir a obrade Marx, ofuscando a si próprioe a sua obra em favor do que eleconsiderava a causa maisimportante.

Os sindicatosfranceses fundama ConfederaçãoGeral do Trabalho.Os irmãos Lumièrefazem a primeiraprojeção públicado cinematógrafo.

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Cronologia resumida