marcos napolitano

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A PRODUÇÃO DO SILÊNCIO E DA SUSPEITA: A VIOLÊNCIA DO REGIME MILITAR CONTRA A MPB NOS ANOS 70 Marcos Napolitano Professor-Adjunto Depto. História Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brasil [email protected] Resumo: A partir de fontes pesquisadas junto às coleções documentais da censura federal e da polícia política ligadas ao regime militar brasileiro, podemos vislumbrar não apenas o impacto do autoritarismo na cena musical brasileira, entre 1970 e 1979, mas também a lógica da repressão e do controle do Estado autoritário sobre os músicos. Neste período, o controle da circulação das canções e da realização de shows com cantores esquerdistas (ou simpatizantes) marcaram a atuação dos órgãos de censura e repressão, voltados principalmente, mas não apenas, contra o gênero MPB. A ação repressiva dos órgãos do regime tornou-se parte da cena musical do período, entrando em conflito com um momento de grande expansão da indústria fonográfica nacional. Neste trabalho, analisaremos o imaginário produzido pelos agentes represssores sobre a MPB e suas conseqüências sobre a cena musical engajada dos anos 70. Palavras-chave: Brasil: Música e Política, Brasil: regime militar, Resistência democrática Abstract: Analyzing the sources produced between 1968 and 1981 by the Brazilian political police and intelligence services, we could observe not only the impact of authoritarian order upon the musical scene, but also the logic of the repression and control that ruled the State policy. In this period, the control of social circulations of the opposite songs, focused mainly the genre knows as MPB (Brazilian Popular Music), became part of the musical scene. In this article, we analyze the strategies and symbolic frame of the “making of suspicion”upon singers and composers, by repressive State services. Key words: Brazil: music and politics, Brazil: military regime, democratic resistance

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  • A PRODUO DO SILNCIO E DA SUSPEITA: A VIOLNCIA DO REGIME MILITAR CONTRA A MPB NOS ANOS 70

    Marcos Napolitano Professor-Adjunto Depto. Histria

    Universidade Federal do Paran, Curitiba, Brasil [email protected]

    Resumo: A partir de fontes pesquisadas junto s colees documentais da censura federal e da polcia poltica ligadas ao regime militar brasileiro, podemos vislumbrar no apenas o impacto do autoritarismo na cena musical brasileira, entre 1970 e 1979, mas tambm a lgica da represso e do controle do Estado autoritrio sobre os msicos. Neste perodo, o controle da circulao das canes e da realizao de shows com cantores esquerdistas (ou simpatizantes) marcaram a atuao dos rgos de censura e represso, voltados principalmente, mas no apenas, contra o gnero MPB. A ao repressiva dos rgos do regime tornou-se parte da cena musical do perodo, entrando em conflito com um momento de grande expanso da indstria fonogrfica nacional. Neste trabalho, analisaremos o imaginrio produzido pelos agentes represssores sobre a MPB e suas conseqncias sobre a cena musical engajada dos anos 70. Palavras-chave: Brasil: Msica e Poltica, Brasil: regime militar, Resistncia democrtica Abstract: Analyzing the sources produced between 1968 and 1981 by the Brazilian political police and intelligence services, we could observe not only the impact of authoritarian order upon the musical scene, but also the logic of the repression and control that ruled the State policy. In this period, the control of social circulations of the opposite songs, focused mainly the genre knows as MPB (Brazilian Popular Music), became part of the musical scene. In this article, we analyze the strategies and symbolic frame of the making of suspicion upon singers and composers, by repressive State services. Key words: Brazil: music and politics, Brazil: military regime, democratic resistance

  • A PRODUO DO SILNCIO E DA SUSPEITA: A VIOLNCIA DO REGIME MILITAR CONTRA A MPB NOS ANOS 70

    http://www.hist.puc.cl/historia/iaspmla.html 2

    No perodo do regime militar brasileiro (1964/1985), a obsesso pela vigilncia como forma de prevenir a atuao subversiva, sobretudo naquilo que os manuais da Doutrina de Segurana Nacional chamavam de propaganda subversiva e guerra psicolgica contra as instituies democrticas e crists, gerou uma lgica da suspeita ou ethos persecutrio (FICO, 2001:37). Acabavam produzindo um fenmeno que tpico de regimes autoritrios e totalitrios: mais importante do que a produo da informao em si, era a produo da suspeita.

    Dentro desta lgica de produo da suspeita (MAGALHES, 1997) produzida pelos informantes, a comunidade de informaes no apenas alertava o governo e os servios de represso direta para situaes concretas de contestao ao regime, mas, atravs da sua interminvel escritura, elaboravam perfis, potencializavam situaes, criavam conspiraes que, independente de qualquer coerncia ou plausibilidade, acabavam por justificar a prpria existncia destes servios.

    O campo musical destacava-se como alvo da vigilncia, sobretudo os artistas e eventos ligados MPB (Msica Popular Brasileira), sigla que, desde meados dos anos 60, passou a significar msica crtica de esquerda (NAPOLITANO, 2001). A capacidade de aglutinao de pessoas em torno dos eventos musicais era uma das preocupaes constantes do regime militar.

    Atravs das fontes coletadas junto s colees do DOPS, possvel ter uma idia do imaginrio e das representaes simblicas que regiam o olhar e a produo escrita dos agentes da represso, dentro da estratgia da produo da suspeita. Grosso modo, eles eram norteados por uma mistura de valores ultra-moralistas, anti-democrticos e anti-comunistas.

    J em 1967, os servios de vigilncia e represso apontavam o grupo de MPB como suspeitos. Para valorizar sua informao, os agentes acabavam por exagerar a capacidade de organizao e a conscincia poltica do campo da MPB, aumentando o grau de suas efetivas e orgnicas articulaes poltico-partidrias. Em Informao produzida pelo II Exrcito de So Paulo1, a TV Record e a Rdio Panamericana (atual Jovem Pan) aparecem como focos de ao psicolgica de esquerda:

    Desenvolvida por um grupo de cantores e compositores de orientao filo-comunista, atualmente em franca atividade nos meios culturais . A ao se desenvolve atravs da chamada msica de protesto, numa propaganda sub-liminar muito bem conduzida. Entre as msicas mais difundidas por aquelas emissoras, destaca-se Aroeira, de Geraldo Vandr, cujo texto emprega ostensivamente a revolta e a subverso.

    Aps o ciclo dos festivais da cano, esgotado no final da dcada de 60, a vigilncia sobre a MPB, principalmente entre 1971 e 1974, estava ligada vigilncia sobre o movimento estudantil. de se supor que este determinava os termos da vigilncia e da suspeita sobre aquela. Qualquer movimento de artistas ligados MPB junto ao pblico jovem e estudantil deveria ser objeto de

    1 Informao 419/1169, II Exrcito, 23/08/67, Fonte: APERJ

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    3 Anais do V Congresso Internacional da Associao Internacional para o Estudo da Msica Popular

    ateno redobrada e preventiva. Em 1973, o Centro de Informaes do Exrcito de Braslia enviou uma solicitao formal ao DOPS2 do Rio de Janeiro para: (...) acompanhar o comportamento de estudantes e artistas no show de Vincius de Morais no Rio de Janeiro.

    O informante, por outro lado, tranqiliza os seus superiores quanto ao citado show afirmando que

    (...) a platia formada por pessoas maduras e que apenas nos fins de semana h predominncia dos elementos jovens. Tambm no h contato entre espectadores e artistas, uma vez que no auditrio no h acesso ao palco, no havendo possibilidade de dilogo.

    Os espetculos organizados pelos centros acadmicos e diretrios estudantis eram particularmente vigiados. A respeito de um espetculo de MPB promovido em 1972 pelos universitrios do curso de Direito e de Engenharia da PUC-RJ, o agente escreveu3:

    O show teve como animador o universitrio de direito A.A. Assumpo, que apresentou Chico Buarque, Srgio Ricardo, MPB-4 e outros. O apresentador mencionado (...) elemento ativo no meio estudantil (...) no se omitiu fazendo diversas insinuaes em tom de blague, inclusive fez solicitao em nome dos colegas universitrios da PUC para que todos lutassem para que fossem soltos os elementos detidos recentemente na PUC (..).

    No incio da dcada de 70, o cerco repressivo e a suspeita sobre os artistas de MPB e seu pblico eram de tal magnitude que iniciativas culturais corriqueiras foram objeto de descrio detalhada nos informes. Num deles4 informa-se que

    foram introduzidos nas dependncias do COLGIO D. PEDRO II, sem qualquer autorizao, cartazes alusivos a um show sob o ttulo Circuito Universitrio, programado para o dia 13/10/1972 s 21 horas, de Chico Buarque e o conjunto MPB 4, a ser realizado na Faculdade de Humanidades Pedro II, Campo de So Cristvo, ao preo de 10 cruzeiros.

    Em seguida, uma srie de informaes aparentemente desconectadas so enumeradas, referindo-se ao tal show proibido5:

    (...) tomando cincia de tal fato, o Diretor Geral mandou retirar os referidos cartazes e, incontinenti, baixou a portaria n. 104, que proibia tal reunio, pelos motivos nela expostos.

    Que a aluna L.T. SILVA: a interessada na realizao do referido show.

    Que a capacidade do Ginsio da FAHUPE II de 5000 lugares, no se sabendo a quem se reverteria o lucro que se apurasse.

    2 DOPS/GB 03/08/73, Fonte: APERJ 3 DPF-SDR-RJ / CENIMAR 32/DPS/RS, 02/02/72 4 DSI/DOPS reproduzido da ARSI/GB, Informe 5928 de 04/07/72, Fonte: APERJ 5 DSI/DOPS reproduzido da ARSI/GB, Informe 5928 de 04/07/72, Fonte: APERJ

  • A PRODUO DO SILNCIO E DA SUSPEITA: A VIOLNCIA DO REGIME MILITAR CONTRA A MPB NOS ANOS 70

    http://www.hist.puc.cl/historia/iaspmla.html 4

    Neste segundo trecho do documento que, a rigor, no descreve nada de subversivo, mesmo para os padres da direita militar da poca, notamos a preocupao em: a) registrar a reao do diretor da faculdade, para verificar uma possvel conivncia com as atividades estudantis; b) nomear a aluna que estava diretamente envolvida e interessada na realizao do espetculo; c) aferir a capacidade de lotao do ginsio, como forma de prever o potencial de pblico presente num possvel espetculo naquela dependncia; d) apontar uma dvida insidiosa sobre o destino do lucro do espetculo, sugerindo nas entrelinhas, um possvel financiamento de atividades subversivas. Documentos como este so verdadeiros paradigmas das estratgias de produo da suspeita, mesmo quando, a rigor, nada tinham a registrar. Suspeitava-se de tudo e de todos: dos artistas, do diretor da Faculdade, da aluna interessada, do destino da receita.

    Antes de Chico Buarque de Hollanda tornar-se o suspeito n 1 do regime, Geraldo Vandr era o cone do artista engajado, perseguido e censurado. Se para a sua carreira, este fardo tornou-se insuportvel, fazendo com que ele abandonasse a vida artstica, ao mesmo tempo, o foco que os servios de informao e represso jogaram sobre ele, contribuiu para que ele se tornasse uma espcie de lenda viva:

    Geraldo Vandr tido como comunista atuante. Consta que seu pai, mdico em Joo Pessoa, um dos chefes comunistas do Estado da Paraba. Segundo anotaes datadas de 13 de agosto de 1968, GV identificado como pertencente ao movimento determinado AP (...) encontra-se na Bulgria, onde participou do Festival Mundial da Juventude realizado em Sfia, concorrendo com a apresentao de uma cano denominada CHE, obtendo o 1 lugar, sendo-lhe agraciado o grande prmio medalha de ouro. O cantor em apreo deixou o Brasil no dia 22 de julho ltimo, acompanhado do Trio Marai, compondo uma comitiva de 150 pessoas, incluindo intelectuais, estudantes e parlamentares. Consta que atualmente se encontra em Moscou, onde far uma srie de apresentaes na TV Russa. Seu regresso est previsto para o dia 30, em So Paulo, vindo de Lisboa. (Informao 093, DOPS/DI, 14/10/1968)

    A marca da cano de protesto tambm era utilizada como agravamento do estigma da suspeita e da subverso. Vandr, como acontecer posteriormente com Chico Buarque, era identificado como uma espcie de lder do grupo da MPB. Depois de arrolar os dados pessoais e profissionais, sugerir ligaes com atividades culturais contestadoras e nomear Vandr como arauto da cano de protesto, o relator do documento, culmina na prova maior da subverso: as ligaes com grupos de esquerda clandestinos e a viagem paises do bloco sovitico:

    A estratgia textual da produo da suspeita (neste caso, praticamente, da comprovao do crime de subverso) era clara: preencher todas as lacunas com informes obtidos por outras fontes (consta, segundo anotaes, tido como comunista). A presena no leste europeu, apresentando odes musicais a Ernesto Che Guevara, acompanhado de intelectuais, estudantes e

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    5 Anais do V Congresso Internacional da Associao Internacional para o Estudo da Msica Popular

    parlamentares e a possvel visita a Moscou, transformam o inocente fiscal da SUNAB no perfil de um comunista atuante, com ramificaes internacionais, ou seja, no grau mais perigoso de subversivo. Pouco importa, a origem das fontes ou no. A suspeita estava produzida e pronta para ser acionada pela represso. No caso de Vandr, ela veio com toda a fora.

    Um outro caso de suspeita muito peculiar foi o de Caetano Veloso. As posies polticas de Caetano, sempre crticas em relao arte engajada de esquerda, j conhecidas no final dos anos 60, acabaram gerando uma srie de conflitos entre sua personalidade pblica e o pblico de esquerda, que o qualificava como alienado. Suas notrias posies polticas independentes e distantes da arte engajada no sentido tradicional da expresso, no foram suficientes para dirimir a suspeita da ditadura. Ao contrrio, os rgos de informao tinham uma especial ateno em relao s suas declaraes e performances (mais do que em relaes s suas msicas em si). O pronturio de Caetano6 , arrola fatos conhecidos, muitos deles extrados de jornais, mas o faz como se revelasse um perfil militante e perigoso para o regime. O primeiro ponto, numa demonstrao de ignorncia da histria musical, liga a Bossa Nova cultura estudantil de esquerda. Neste caso, a participao no espao e o tipo de show (o teatro Paramount, utilizado pelas organizaes estudantis) era a prova de esquerdismo:

    1) Informao reservada 1-6-65: show teatro Paramount 18-5-65 Shows dos chamados Bossa Nova, que vem servindo como campanha de estmulo aos movimentos estudantis de carter nitidamente esquerdista

    A participao no grupo baiano, conforme o agente, era outra prova de subverso. Mais uma prova do quanto as peas acusatrias no se preocupavam com a veracidade e a qualidade das informaes. Para o relator o grupo vem cantando msicas de protesto subliminarmente atacando o regime vigente e exaltando os regimes socialistas. Mesmo na poca, era notrio que o grupo baiano, ncleo do Tropicalismo musical, tinha uma posio de crtica cano de protesto strictu sensu e no fazia nenhum tipo de exaltao aos regimes socialistas, estando muito mais prximo dos valores da contracultura e das agitaes estudantis do Maio de 68 francs.

    O informante consegue inventar o ritmo tropicalista, gnero que nenhum historiador ou musiclogo conseguiu identificar at hoje. Mas o ritmo tropicalista surge aqui como mais uma prova de subverso, ao conspurcar o hino nacional.

    2) Informao reservada 10-10-68: relata as provocaes que caracterizam uma ameaa de desmoralizao da revoluo de 31 de maro (...) inclusive de que o epigrafado, que se exibia na Guanabara, cantara o Hino Nacional em ritmo tropicalista

    Este tipo de pronturio, a rigor, no revelava nada que no tivesse carter j conhecido e pblico. A participao nos espetculos do Paramount, os espetculos em campi universitrios, notcias sobre a priso aps o AI-5, a reao de fiis conservadores. Enfim, notcias publicadas em jornais eram arroladas como se fossem descobertas inditas e provas de suspeio, quando 6 DI DOPS-SP, 3/11/73

  • A PRODUO DO SILNCIO E DA SUSPEITA: A VIOLNCIA DO REGIME MILITAR CONTRA A MPB NOS ANOS 70

    http://www.hist.puc.cl/historia/iaspmla.html 6

    na verdade no revelavam nada do que j no era conhecido do pblico que acompanhava a carreira de Caetano. Apenas o episodio do hino nacional em ritmo tropicalista, conforme o prprio compositor, tinha sido fruto de uma delao feita por Randal Juliano, radialista conservador de So Paulo, que numa verso fantasiosa denunciou as performances durante a temporada na boate Sucata, em outubro de 1968, como subversivas. Esta denncia serviu de base para a priso de Caetano e Gil, por trs meses, no final de 1968.

    Ao pesquisarmos as fichas do DOPS por nomes de compositores e cantores, percebemos que os documentos produzidos pelos agentes mapeiam as suas aparies pblicas em shows e eventos ligados aos movimentos sociais, sem se preocupar com o contedo das obras (foco da ao da censura). Portanto, a suspeita era produzida pela circulao social do artista em si, para alm do contedo da sua obra. Elis Regina, por exemplo, citada pela sua participao nos seguintes shows na Campanha da Anistia, em apoio ao movimento operrio, e shows em campi estudantis, todos ocorridos entre 1977 e 1979. Milton Nascimento citado por suas participaes em festivais de MPB nos anos 60 (Informe de 4/77) e pela sua presena na Reunio Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia), em 1976 e 1977.

    Os artistas da MPB, alvos da produo da suspeita, surgem nestes documentos da represso como arautos de uma conspirao revolucionria que, na maioria das vezes, nascia e morria nas reunies bomias, nas conversas a portas fechadas, nos espetculos que mantinham a boa palavra em circulao. O que no talvez no fosse pouco na grande noite da ditadura.

    BIBLIOGRAFIA

    Fico, Carlos. 2001. Como eles agiam. Os subterrneos da Ditadura Militar: espionagem e polcia poltica. Rio de Janeiro. Editora Record

    Magalhes, Marionilde B.1997. A lgica da suspeio: sobre os aparelhos repressivos poca da ditadura militar no Brasil. Revista Brasileira de Histria, 17/34, 203-220

    Napolitano, Marcos. 2001. Seguindo a cano: engajamento poltico e indstria cultural na MPB (1959/69). So Paulo, Anna Blume/FAPESP.