manual tÉcnico de geoquÍmica

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MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL MANUAL TÉCNICO DA ÁREA DE GEOQUÍMICA VERSÃO 5.0 2003

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  • MINISTRIO DE MINAS E ENERGIA SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

    CPRM - SERVIO GEOLGICO DO BRASIL

    MANUAL TCNICO DA REA DE GEOQUMICA

    VERSO 5.0

    2003

  • Este Manual Tcnico da rea de Geoqumica da CPRM atualiza a verso 4.0, de forma mais mais abrangente e simplificada.

    Nele est sintetizada a experincia profissional dos geoqumicos da CPRM, adquirida em diferentes paisagens do Brasil acompanhada dos resultados da evoluo metodolgica na rea de mapeamento geoqumico no mundo.

    CARLOS ALBERTO CAVALCANTI LINS Coordenador Nacional de Geoqumica

  • Este Manual foi elaborado e coordenado pelo Gelogo Carlos Alberto Cavalcanti Lins (Coordenador Nacional de Geoqumica do PLGB) e teve a participao consultiva da Diviso de Geoqumica e dos Coordenadores Regionais de Geoqumica, tomando-se como referncia a ltima verso (1997). Diviso de Geoqumica

    Gilberto Jos Machado (Chefe) Fernanda Gonalves da Cunha

    Coordenadores Regionais de Geoqumica:

    REFO - Srgio Joo Frizzo REPO - Srgio Jos Romanini SUREG-BE Edsio Buenano Macambira. SUREG-BH - Cludio J.M. de Souza SUREG-GO - Eric Arajo SUREG-MA - Raimundo de Jesus Gato DAntona SUREG-PA - Carlos Antnio Grazia SUREG-RE - Frederico Campelo de Souza SUREG-SA - Jos Erasmo de Oliveira SUREG-SP - dio Lopes Jr.

  • APRESENTAO

    - A rea de Geoqumica aqui conceituada, abrange todos os servios de geoqumica gerados pelas diversas unidades operacionais da empresa. Suas relaes de cliente/fornecedor levaro sempre em considerao esta abrangncia.

    - So considerados neste Manual os servios de Mineralometria de Gros, assim entendido o estudo dos resultados do reconhecimento mineralgico dos minerais desagregados no ambiente secundrio (aluvies e solos), e aqueles obtidos mecanicamente de rochas.

    - importante salientar que nas interfaces com outras reas, como litogeoqumica para fins petrolgicos, geologia (assinatura geoqumica, no meio secundrio, de unidades litolgicas), geofsica (radiometria area) e metalogenia (assinaturas geoqumicas e mineralgicas de depsitos minerais), este Manual tentou estabelecer alguns critrios que podero ser revistos pelos respectivos setores.

    - Este instrumento normativo da ao geoqumica na CPRM contempla as atividades relacionadas ao planejamento, amostragem, anlises, interpretao de dados e liberao de produtos de campanhas geoqumicas e mineralomtricas.

    - Como ela abrange um conjunto de atividades gerenciais, tcnicas e cientficas e envolve ainda, em maior ou menor grau, a participao de, ou integrao com, atividades e produtos de outras reas e servios da CPRM, uma normatizao deve necessariamente disciplinar e orientar as atividades, tpicas e interdependentes, de cada etapa de trabalho.

    - A meta fundamental deste Manual torn-lo um instrumento normativo de aes simples e eficazes, capaz de obter o mais alto desempenho, desde a identificao do problema at a sua completa resoluo, gerando produtos consistentes e de qualidade. O balizamento de todas as aes ser o trabalho em equipe com a participao e integrao multidisciplinar.

    - A responsabilidade das aes aqui definidas caber a um coordenador regional, ao nvel de unidade operacional, e s unidades de servio (documentao, cartografia, laboratrios analticos), nas suas reas especficas de trabalho, quando solicitadas, numa relao cliente/fornecedor. As especificaes exigidas das reas fornecedoras, bem como aquelas definidas pelos clientes devero ser rigidamente obedecidas e as no-conformidades registradas, com definio das responsabilidades.

    - O conjunto de aes preconizadas neste Manual tem carter dinmico e flexvel, e pretende estar em consonncia com os padres internacionais de qualidade do tema, de modo a facilitar ampla compreenso e integrao multidisciplinar, at em nveis internacionais.

    - A conceituao de mapeamento geoqumico estendida aos levantamentos geoqumicos regionais ou de detalhe, sistemticos, que preconizem a identificao de padres discernveis de distribuio de elementos qumicos correlacionados a objetos geolgicos ou a um conjunto de fatores geolgicos ou ambientais e que possam ser identificados e cartografados.

  • SUMRIO 1. INTRODUO..........................................................................................................................................1

    1.1. OBJETIVOS GERAIS .........................................................................................................................................1 1.2. CLIENTES E FORNECEDORES DA REA DE GEOQUMICA .....................................................................................1 1.3. MATERIAIS AMOSTRADOS ................................................................................................................................1 1.4. TIPOS DE SERVIOS EXECUTADOS NA REA DE GEOQUMICA..............................................................................3 1.5. PRODUTOS DA REA DE GEOQUMICA ...............................................................................................................4

    2. COMO PLANEJAR UM SERVIO DE GEOQUMICA (PROJETO OU ETAPA) ...................................5 2.1. ATIVIDADES PRELIMINARES..............................................................................................................................5 2.2. SERVIO ORIENTATIVO ....................................................................................................................................6 2.3. PLANEJAMENTO DA AMOSTRAGEM....................................................................................................................6

    3. ATIVIDADES DE ESCRITRIO...............................................................................................................9 4. ATIVIDADES DE CAMPO: O QUE FAZER ? .......................................................................................11

    4.1. GENERALIDADES...........................................................................................................................................11 4.2. AMOSTRAGEM...............................................................................................................................................13

    4.2.1. Amostragem em drenagens ...............................................................................................................13 4.2.2. Amostragem em solos ........................................................................................................................14 4.2.3. Amostragem de rochas (gossans e lateritos) .....................................................................................15 4.2.4. Amostragem de gua .........................................................................................................................15 4.2.5. Amostragem de outros materiais........................................................................................................16

    4.3. SERVIOS DE FOLLOW-UP, FILL-IN OU DETALHE ..............................................................................................16 4.4. PREENCHIMENTO DA FICHA DE CAMPO E ENVIO DAS AMOSTRAS PARA O LABORATRIO .....................................16

    5. O LABORATRIO ANALTICO.............................................................................................................17 5.1. GENERALIDADES (CONCEITOS E DEFINIES) .................................................................................................17 5.2. PREPARAO FSICA DA AMOSTRA .................................................................................................................18 5.3. TCNICAS DE DECOMPOSIO .......................................................................................................................18 5.4. TCNICAS ANALTICAS ...................................................................................................................................19 5.5. RECOMENDAES GERAIS.............................................................................................................................19

    6. COMO TRATAR OS RESULTADOS ANALTICOS..............................................................................21 6.1. GENERALIDADES...........................................................................................................................................21 6.2. POPULAES-ALVO (CRITRIOS PARA SELEO) E ESTIMADORES....................................................................21 6.3. NORMALIZAO ............................................................................................................................................21 6.4. PROCESSAMENTO ESTATSTICO .....................................................................................................................22 6.5. INTERPRETAO E INTEGRAO DOS RESULTADOS.........................................................................................22

    7. APRESENTAO E DIVULGAO DOS PRODUTOS.......................................................................24 7.1. GENERALIDADES...........................................................................................................................................24 7.2. O RELATRIO GEOQUMICO............................................................................................................................24 7.3. ACESSO E DIVULGAO DOS PRODUTOS.........................................................................................................27

    8. SISTEMA DE CONTROLE DA QUALIDADE........................................................................................28 9. ATIVIDADES COMPLEMENTARES .....................................................................................................31 10. BIBLIOGRAFIA BSICA RECOMENDADA .........................................................................................32

  • 1

    1. INTRODUO

    1.1. Objetivos gerais

    - Caracterizao e definio detalhada dos objetivos multidisciplinares e servios requeridos. - Elaborao do projeto, dentro de um padro de qualidade mxima e a um custo mnimo,

    capaz de atingir os objetivos caracterizados. - Execuo do projeto dentro de uma sistemtica flexvel de ajustes peridicos. - Alimentao e qualificao das informaes da Base de Dados Geoqumica da CPRM. - Diagnose sobre a factibilidade de utilizao de geoqumica e/ou mineralometria de gros na

    soluo dos problemas identificados e na consecuo dos objetivos colimados. - Relatrio conclusivo sobre o servio executado, incluindo recomendaes de no

    conformidade aos clientes e fornecedores (rgos de apoio), visando uma otimizao dos trabalhos e identificando os pontos necessrios de correo. Atrasos e empecilhos de ordem burocrtica e funcional devero ser detalhadamente registrados para futura correo.

    1.2. Clientes e fornecedores da rea de geoqumica

    Atividades que empregam a geoqumica e o reconhecimento mineralgico de gros na CPRM:

    - Mapeamentos geoqumicos regionais, que acompanham os levantamentos geolgicos bsicos, com finalidades metalogenticas.

    - Mapeamentos geoqumicos regionais com finalidades ambientais ou multidisciplinares (multiusos). Podendo neste caso servir de tema bsico para a Geologia Ambiental, Geologia Mdica e a Ecotoxicologia.

    - Servios geoqumicos localizados com finalidades de caracterizao, monitoramento e acompanhamento de correo ambiental.

    - Mapeamentos geoqumicos especficos executados para a pesquisa mineral, visando prospeco de minerais metlicos e alguns no-metlicos identificveis por elementos qumicos ou mineralgicos (fluorita, celestita, fosfato, barita, etc.)

    - Pesquisa e desenvolvimento em prospeco geoqumica, geoqumica ambiental, geoqumica analtica e reconhecimento mineralgico de gros: estudos de metodologias analticas especiais para mapeamentos geoqumicos regionais e de detalhe; gerenciamento da qualidade dos laboratrios de preparao de amostras e de anlises qumicas utilizados; servios de assessoramento e consultoria; servios de acompanhamento de trabalhos terceirizados.

    - Implantao, alimentao e gerenciamento de bases de dados geoqumicos e mineralgicos.

    1.3. Materiais amostrados

    Nos servios executados pela rea de geoqumica, para os objetivos colimados, utiliza-se amostragem de materiais geolgicos conceituados a seguir.

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    Materiais de drenagem

    Sedimento ativo de corrente Material coletado no leito ativo das drenagens, composto principalmente das fraes silte e argila. O termo sedimento de fundo utilizado para abranger os sedimentos ativos de corrente em drenagens, os sedimentos em guas com baixa mobilidade, como lagos, lagoas, esturios e os sedimentos marinhos, costeiros ou de profundidade. Concentrado de bateia das aluvies Material coletado no leito das drenagens, concentrado por meio de bateia, visando-se obter a frao pesada retida em lquido com densidade especfica, principalmente bromofrmio. gua A gua coletada com finalidades geoqumicas poder provir de drenagens, lagos e lagoas, poos e fontes. Overbank Material coletado nos terraos de drenagens de baixa ordem (rea de drenagem com menos de 1.000 km2), coletadas comumente de forma composta em diversos pontos de uma drenagem. Geralmente so amostras de grande tamanho para posterior homogeneizao, podendo ser concentrados ou no por bateia. Floodplain Sediment Material coletado nos terraos de drenagens de ordem elevada (rea de drenagem com mais de 1.000 km2), coletadas normalmente de forma composta em diversos pontos da plancie de inundao de uma drenagem. Se restrito ao material do leito ativo, sedimento de corrente de alta ordem de drenagem. Em geral so amostras de grande tamanho para posterior homogeneizao, podendo ser concentradas ou no por bateia. Outros materiais de drenagem: gua de seepage, matria orgnica, material em suspenso na gua, coatings de precipitados, etc

    Regolito

    Termo genrico utilizado para a cobertura de material inconsolidado, resultante da desagregao fsica ou qumica da rocha s. Pode ser de carter residual ou transportado. So includos nesta classe de amostra: Solo Material residual ou transportado, produto da ao do intemperismo sobre as rochas. Os solos urbanos merecem um destaque especial pelas suas caractersticas peculiares de formao. A sua constituio e desenvolvimento tm uma forte componente antropognica. Concentrado de bateia de solo Material constitudo pela frao mineral pesada dos solos. Saprlito Rocha intemperizada in situ que mantm sua textura visvel, formado basicamente de material argiloso (minerais intemperizados) e resistatos.

    Rocha, Mineral e Minrio

    Rocha Material representante de uma determinada litologia, coletado em afloramentos ou em cascalheiras de drenagens. Pode ser coletado sem alterao qumica ou intemprica, quando

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    para fins petrolgicos, ou com alterao hidrotermal ou mesmo intemprica quando tiver finalidades metalogenticas. Mineral e Minrio Fase mineral de rocha coletado em campo ou separado em laboratrio pode ser utilizado como meio amostrado para trabalhos prospectivos metalogenticos.

    Outros meios

    Vegetao Material de origem vegetal (planta, partes de planta ou resduos vegetais) que pode ser coletado sistematicamente com finalidades prospectivas ou de controle ambiental. Sedimentos de fundo de lagos, lagoas e esturios Material coletado no fundo de lagos, lagoas e esturios, rico em matria orgnica. Dependendo do modo de amostragem, poder ser utilizado no estudo do comportamento do ambiente ao longo do tempo em que houve a deposio daquele material. Efluentes industriais, gases, bioindicadores, etc.

    1.4. Tipos de servios executados na rea de geoqumica

    Mapeamento geoqumico e mineralomtrico regional

    Servio desenvolvido em nvel regional, compatvel com escalas geolgicas iguais ou menores que 1:50.000, utilizando, principalmente, materiais coletados em drenagens com finalidades prospectivas e anlises qumicas e/ou mineralgicas dos materiais amostrados.

    Mapeamento geoqumico ambiental regional

    Servio desenvolvido em nvel regional, com adensamento compatvel com temas associados para estudos de correlao a nvel regional. As informaes geradas e os temas correlatos devem estar disponveis numa escala igual ou menor que 1:50.000. Este tipo de servio e o anterior podem ser executados em um nico servio, j que utilizam principalmente o mesmo tipo de meio de amostragem (drenagens).

    Mapeamento geoqumico/mineralomtrico de detalhe

    Servio desenvolvido compatvel com escalas geolgicas maiores que 1:50.000, utilizando principalmente materiais coletados em solos, drenagens ou afloramentos (rochas), com finalidades e objetivos bem definidos e anlises qumicas e/ou mineralgicas dos materiais amostrados. Pode ter carter de servio complementar ou corretivo, atingindo nveis de distrito mineiro.1

    1A unidade de medida em servios de drenagem amostra/km2 (densidade de amostragem): nmero de amostras por unidade de rea, quando em um km2 so coletadas uma ou mais amostras e unidade de amostra/rea em km2 quando cada amostra representa mais de um km2. Podero ser fornecidas outras unidades: amostra/km2 de rea efetivamente amostrada (soma das todas as reas de captao das drenagens amostradas); porcentagem de cobertura (relao entre reas de captao e rea total coberta); etc. Nos servios em solos a unidade km de perfil ou malha (conjunto sistemtico de perfis).

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    Servio de Geoqumica Ambiental

    Destinado caracterizao ou monitoramento dos elementos qumicos no ambiente geolgico superficial, e sua interao com os seres vivos e os diversos ecossistemas, utilizando os materiais geolgicos (sedimentos de fundo, solos e gua) como meios de amostragem.

    Outros servios

    - Avaliao mineralgica de saprlito ou solo para identificao da rocha-me. - Avaliao mineralgica de minerais opacos da frao pesada de rochas, em

    complementao ou substituio a anlises calcogrficas. - Estudos geoqumicos especializados em rochas para verificao de variaes

    composicionais especficas e potencialidades metalogenticas.

    1.5. Produtos da rea de geoqumica

    Relatrios de Geoqumica ou captulos de geoqumica de relatrios integrados. Mapas/Cartas

    - Distribuio de elementos e minerais. - Anomalias Geoqumicas e Destaques Mineralgicos.

    Informao para Bases de Dados - Novos dados obtidos nos servios em execuo. - Correo de dados histricos (principalmente coordenadas, com GPS)

    Novas e mais eficientes metodologias de trabalho de campo e de laboratrio

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    2. COMO PLANEJAR UM SERVIO DE GEOQUMICA (PROJETO OU ETAPA)

    2.1. Atividades preliminares

    Reunio consulta com os clientes e fornecedores potenciais:

    - rgos federais, estaduais e municipais de planejamento das reas de minerao, meio ambiente, sade, reflorestamento, agricultura e uso da terra;

    - ONGs atuantes nas reas supramencionadas; - Fornecedores e clientes potenciais de produtos necessrios execuo do trabalho, tais

    como universidades e institutos de pesquisa que possuam equipamentos para anlise de materiais geolgicos, pesquisadores para trabalhos paralelos, etc.

    - Laboratrios analticos comerciais para estabelecer a metodologia e a logstica de trabalho.

    Informaes e parmetros necessrios para o planejamento dos servios:

    - Caracterizar juntos aos clientes os objetivos do servio e as metas a serem alcanadas (estabelecer o carter multidisciplinar).

    - Definir sobre a necessidade da execuo de servio orientativo. Definir os tipos de servio orientativo (campo, laboratrio).

    - Verificar a disponibilidade de laboratrios analticos, com estabelecimento claro do seu desempenho (sample throughput), entendendo-se por isto: capacitao analtica, limites de deteco satisfatrios, produtividade, controle de qualidade (preciso e exatido), custos baixos e otimizao.

    - Verificar a disponibilidade de informaes geoqumicas, geolgicas e de outras reas afins (clientes e fornecedores potenciais) necessrias consecuo dos objetivos do Projeto:

    - Bases de dados georreferenciadas (tipos e formas de acesso e aquisio de informaes).

    - Informaes no georreferenciadas e fora de base de dados (considerar a possibilidade de criao de novas bases de dados).

    - Caracterizar a paisagem geoqumica (fisiografia e aes antrpicas), definindo os seus principais parmetros.

    Treinamento

    importante que as equipes de amostragem (tcnicos de nvel superior ou mdio) tenham treinamento terico e prtico sobre a coleta e interpretao de dados geoqumicos e noes claras da importncia e qualidade pretendida das informaes a serem adquiridas. No caso de coleta de materiais no usuais (ex. vegetao, sedimento de fundo, etc.), providenciar treinamento especfico com pessoal especializado (consultoria externa).

    O anteprojeto (como elaborar)

    O anteprojeto deve ser o mais sucinto possvel, utilizando-se preferencialmente tabelas grficos e mapas, com pouco texto (este se possvel itemizado).

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    SUMRIO DO ANTEPROJETO Introduo - Definir objetivos, metas e produtos por usurio. - Permitir que em determinadas etapas importantes sejam elaborados relatrios circunstanciais sobre o trabalho, seu desenvolvimento, sua factibilidade e modificaes de metodologias. - Estabelecer a priori as possveis limitaes dos produtos e servios. Metodologia - Aspectos gerais (pessoal disponvel, logstica detalhada em reas nvias, alternativas metodolgicas gerais). - Campo e Analtica. Estabelecer prioritariamente a metodologia tima de campo e analtica de forma a maximizar os resultados e minimizar os custos. - Interpretao. - Controle da qualidade (dimensionar auditoria tcnica). Produtos a serem gerados - Caractersticas dos produtos (forma de apresentao, escala de apresentao, densidade de informaes, produtos intermedirios, etc.). - Parmetros condicionantes. Cronograma de execuo e desembolso - Tempo programar etapas de campo de 20 dias corridos adequando casos excepcionais (ex. Amaznia). - Estimar tempo para servios de apoio e burocrticos inerentes atividade. - Estabelecer perodos folgas, frias, treinamento e auditoria tcnica. - Considerar problemas da coleta sazonal, quando da programao das etapas de campo. - Prever suspenso dos trabalhos, aps avaliaes intermedirias.

    O desenvolvimento do mapeamento geoqumico independe do desenvolvimento do mapeamento geolgico, exceto quando a rea de geologia solicitar produtos especficos. Entretanto, a concluso dos servios de geoqumica dever preceder as ltimas etapas de campo do mapeamento geolgico, para permitir eventual visita a stio anmalo.

    2.2. Servio orientativo

    Campo (pesquisa mineral, meio ambiente, etc.) - Materiais - Distncias e profundidades

    Laboratrio - Fraes granulomtricas , pesadas e leves, magnticas e no magnticas - Aberturas totais, parciais, seletivas, etc.

    2.3. Planejamento da amostragem

    Para efeito de controle e uniformizao das informaes, a classificao de ordem de drenagem a ser adotada ser a de Strahler (vide Christofoletti, 1980): 1a. ordem - menor drenagem; 2a. ordem - drenagem oriunda do encontro de duas de 1a. ordem; 3a. ordem - encontro de duas de 2a. ordem; e assim por diante.

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    Sedimento de corrente e concentrado de bateia de aluvio O adensamento da amostragem nos casos de levantamentos regionais bastante subjetivo. Em trabalhos internacionais recentes tm-se adotado baixas densidades de amostragem, conseqncia, por um lado da evoluo das tcnicas analticas, alcanando nveis de ppt (parte por trilho) e por outro da necessidade de racionalizao de custos, principalmente nos pases em desenvolvimento, carentes de recursos. Dessa forma estabelecemos para efeito de caracterizao: - Levantamentos regionais de alta densidade adensamento de 1 amostra < 100 km2 - Levantamentos regionais de baixa densidade adensamento de 1 amostra => 100 km2

    fundamental em um mapeamento geoqumico definir a amplitude das reas das bacias de captao das estaes de amostragem (rea de drenagem das amostras mnima e mxima), bem como a escala dos mapas de apresentao dos resultados. - No caso de mapeamento geoqumico de alta densidade, o nmero de amostras de concentrados pode ser inferior quele de sedimentos, tendo distribuio estratgica para cobrir toda a rea estudada.

    - A distribuio das estaes de amostragem funo da paisagem geoqumica da rea e pode ser tambm funo de determinados objetivos do trabalho.

    - Nos servios em escalas menores que 1:100.000 (Ex.: 1:250.000) e em regies com problemas de acesso, pode ser factvel o uso de overbank ou floodplain sediment nas drenagens de ordem elevada.

    Solo e concentrado de bateia de solo Escalas e intervalos de amostragem em funo do objetivo. - Objetos alongados - malha com intervalos maiores ao longo do corpo. - Objetos irregulares ou de forma desconhecida - malha com intervalos regulares

    (quadrados), de tamanho igual a menor largura possvel de cartografar. - Corpos isomtricos - malha regular com intervalos balizados pelo tipo e tamanho da

    disperso esperada para o elemento e pelo tamanho mnimo de um depsito econmico esperado.

    gua Em funo da rea a ser pesquisada, da sua disponibilidade, disperso esperada para o elemento pesquisado, sazonalidade, fontes de contaminao ou demais elementos da paisagem que possam afetar a amostragem. Outros materiais Em funo do objetivo da pesquisa e da disponibilidade e uniformidade de distribuio do material a ser amostrado. - Servios de detalhe de avaliao para gesto territorial, recursos hdricos, diagnstico,

    caracterizao e monitoramento ambiental. - No caso de monitoramento de aqferos devem ser amostrados todos os pontos de gua

    (poos, cacimbas, fontes). - No caso de caracterizao/monitoramento ambiental deve ser usado uma malha ou perfil

    sobre rea-alvo, de modo a cobrir todas as feies de importncia; como tambm em rea

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    referencial padro, para efeito comparativo. O nmero de amostras depender, alm da dimenso da rea a ser estudada da disperso dos elementos procurados e das reas antrpicas crticas (distritos industriais, povoados, zonas de pesca, captao de gua superficial, etc.).

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    3. ATIVIDADES DE ESCRITRIO

    Documentao cartogrfica e tcnica

    - Base cartogrfica georreferenciada, digitalizada, com drenagem detalhada e objetos atualizados (vias de acesso, agrupamentos humanos, toponmia e tipo de projeo cartogrfica);

    - Listagem de referncias bibliogrficas (com abstract, quando possvel), das bases de dados disponveis da CPRM segundo descritores de interesse e dos trabalhos geoqumicos realizados na rea delimitada pelas coordenadas cartogrficas de cada folha;

    - Originais ou cpias dos relatrios, livros e artigos de maior interesse, contidos na listagem de referncias bibliogrficas.

    - Fornecer ao Setor de Documentao da CPRM, para cadastramento, cpia de trabalhos consultados, que no constem nas Bases de Dados utilizadas.

    Elaborao dos mapas preliminares

    - Elaborar um mapa de informaes bibliogrficas, relativo rea de trabalho e em tamanho carta ou A-4 (esta opo depender do formato do relatrio). Este mapa conter, obrigatoriamente e discriminados, os projetos com dados analticos arquivados na Base de Dados da CPRM. Os projetos com dados disponveis, porm no arquivados na Base de Dados deve constar no mapa e o arquivamento dos seus dados na Base constar do cronograma.

    - Elaborar o mapa de planejamento de amostragem, contendo a distribuio e numerao das estaes de amostragem.

    - A plotagem das estaes de coleta para mapeamentos com fins metalogenticos deve ser feita sobre uma base geolgica disponvel ou imagem interpretada. A distribuio qualitativa e quantitativa das estaes de amostragem deve ser objetiva e apresentar uma razo custo/benefcio satisfatria. Para tanto, a amostragem deve ser controlada pela necessidade e possibilidade de coleta de cada um dos materiais e pelas condies climticas e logsticas locais. Deve ser realizada com a participao do gelogo responsvel pela rea a ser avaliada, de acordo com os seguintes critrios:

    Sedimento ativo de corrente e concentrado de bateia das aluvies: - Adensamento compatvel com o ambiente fisiogrfico e os objetivos do trabalho; - Previso de estaes para coleta de duplicatas de campo dos materiais coletados, para o

    controle de qualidade da amostragem (estudo das varincias); Solo e concentrado de bateia de solo:

    - Ao longo das sees geolgicas previstas ou de outras linhas ou malhas de amostragem que se fizerem necessrias;

    - As malhas e linhas de amostragem de solo devero considerar a coleta de amostras replicatas para estudo das varincias, visando monitorar a qualidade da amostragem.

    Demais materiais: - Distribuio em funo do objetivo. A numerao seqencial, a sigla do coletor e o

    smbolo da classe do material, sero grafados no mapa, no momento da coleta.

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    No caso de projetos com amostragem de diversos materiais diferentes, sugere-se anotar a letra que identifica a classe do material (cdigo da Ficha de Campo) ao lado de um crculo colocado no ponto ou no perfil (linha) de amostragem importante constar no Mapa de Planejamento de Amostragem:

    - As ocorrncias minerais; e possveis fontes de contaminao; - Ocorrncias de interesse das reas clientes (fontes de poluio, reas agrcolas, reas

    com doenas endmicas, etc.); - Os locais preferenciais para montar escritrios avanados e/ou acampamentos fixos e/ou

    volantes; - As provveis picadas e acessos favorveis para a coleta de amostras.

    Implantao da logstica e servios de acompanhamento

    - Definir a equipe de trabalhos: gelogos, tcnicos de nvel mdio e auxiliares. Se possvel discriminar as principais tarefas e responsabilidades.

    - Preparar a relao do material de amostragem, de escritrio, de acampamento, de sobrevivncia e de apoio necessrios ao desenvolvimento dos trabalhos de campo.

    - Preparar cronograma envolvendo as seguintes atividades: trabalhos de campo de amostragem regional e de avaliao de anomalias, servios de laboratrio, processamento e integrao de dados, consultoria interna e externa e elaborao de relatrios. Este cronograma deve ser enviado para todos os nveis gerenciais relacionados com os trabalhos.

    - Elaborar oramento dos trabalhos de escritrio, campo e laboratrio, se possvel sob a forma de cronograma e distribu-los aos nveis gerenciais relacionados com os trabalhos.

    - Exercer um controle de qualidade atravs de monitoramento de despesas e de andamento do projeto (baseado na produo/dia/equipe e no tempo de retorno dos dados analticos) em relao ao cronograma estabelecido. Registrar, em relatrio peridico, as atividades desenvolvidas, explicando eventuais modificaes ocorridas no cronograma.

  • 11

    4. ATIVIDADES DE CAMPO: O QUE FAZER ?

    4.1. Generalidades

    - Estabelecer os planos de ao para cada equipe de amostragem. - Realizar a coleta de material segundo tcnicas e procedimentos pr-estabelecidos. As

    coordenadas dos pontos de coleta devem obrigatoriamente ser obtidas com GPS. - O material a amostrar deve ser aquele que contm a informao procurada, coletado em

    locais onde ele se encontra em qualidade e quantidade suficientes e adequadas para compor uma amostra vlida e, acima de tudo, eficaz e representativa, (figuras 1 e 2, baseadas e modificadas de Salminen et al., 1998).

    - A quantidade de material deve ser compatvel com as anlises solicitadas. O tamanho (volume) da amostra dever ser baseado na estimativa do consumo da frao a ser analisada e no arquivamento de uma contra-amostra. A amostra deve ter em contedo, no mnimo, o equivalente a 4 vezes a alquota de anlise(s). A quantidade de material mnima no poder ser menor que 100 g. No caso dos concentrados de bateia (aluvio e solo), sugere-se um mnimo de 20 litros, porm isto depender da avaliao visual do contedo de minerais pesados. No caso de pesquisa mineral para metais nobres (Au, platinides) ou elemento cuja concentrao seja muito baixa, a quantidade do material a coletar dever ser maior , no mnimo 3 vezes.

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    - As amostras duplicatas de campo devem ser coletadas em local prximo da amostra original, permitindo a utilizao para estudos de varincia.

    - As amostras devem ser coletadas, preferencialmente, durante um mesmo perodo climtico. Na impossibilidade deste fato, replicar algumas amostras em perodos diferentes de coleta, com rgido controle da varincia.

    - aconselhvel para um determinado projeto apenas um coletor. Na impossibilidade do fato, treinar os coletores para igualar os critrios de coleta e testar a varincia entre os coletores envolvidos.

    - Nos mapeamentos geoqumicos regionais, marcar de forma indelvel os nmeros dos pontos amostrados (em afloramentos ou outro marco de difcil remoo), preferivelmente com tinta vermelha e com a sigla do coletor.

    - Registrar na Ficha de campo da amostra geoqumica (em formato de papel ou digital), os parmetros de localizao e descritivos no local de coleta, complementando-as, se necessrio, aps cada etapa de campo. Os dados de campo da ficha de amostragem geoqumica devem ser preenchidos, se possvel, ainda na estao de amostragem.

    - Anotar toda informao pertinente e importante recm-adquirida no campo, na Ficha de campo da amostra geoqumica. Ex.: toponmia no constante na base planimtrica original, mudana de posio de estao de amostragem, possveis fontes de contaminao, etc.

    - Comunicar, periodicamente, ao nvel gerencial responsvel pela coordenao do trabalho a produo de amostragem e/ou eventos impeditivos, para permitir que os motivos das alteraes na produo/dia prevista sejam pesquisados e as solues sejam praticadas em tempo hbil.

    - Nos servios em drenagens, descrever sucintamente as litologias presentes nas cascalheiras, principalmente aquelas no cartografadas na base geolgica utilizada ou de importncia metalogentica evidente, isto visando um controle geolgico maior para o mapeamento regional.

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    4.2. Amostragem

    4.2.1. Amostragem em drenagens

    - Em mapeamentos geoqumicos sistemticos regionais, o principal tipo de servio ser sempre em drenagens (sedimentos de corrente, concentrados de bateia, overbank, floodplain sediment ou gua); somente em casos particulares, onde no for possvel a coleta destes materiais, outra metodologia poder ser utilizada, desde que justificada previamente. Nestes casos dever haver faixas de superposio entre diferentes materiais, facilitando futuros servios de integrao regional.

    - Exceto em casos particulares, justificados previamente na elaborao do projeto, as amostras de sedimento ativo de corrente de mapeamentos geoqumicos regionais devem ser coletadas no canal ativo da drenagem, abaixo do nvel de gua (drenagens com gua corrente), nos trechos retilneos e em quantidade suficiente para as anlises planejadas (consultar laboratrio sobre a quantidade de material necessrio para as alquotas a serem analisadas). As amostras podero ser peneiradas, in loco, em peneiras de nylon na frao < 32 mesh (0,5 mm) ou em outras fraes dependendo dos objetivos do trabalho.

    - As amostras de concentrado de bateia devero ser coletadas em concentradores naturais da drenagem. No caso de coleta de sedimento ativo de corrente e concentrado de bateia em um mesmo ponto da drenagem, os locais de coleta devero ser distintos, pelas suas prprias caractersticas de coletores de informaes diferentes (frao fina e frao grossa com minerais pesados, respectivamente).

    - desejvel que a amostragem abranja toda a rea a ser estudada, coletando-se amostras desde as drenagens de ordem mais baixa, at aquelas de ordem mais elevada, que corresponda a uma rea de drenagem limite (mxima), ressaltando-se que desejvel que o tratamento dos dados seja feito em grupos de amostras de drenagens similares, separadamente. Este limite de rea de drenagem no se aplica para amostras de overbank e floodplain sediment, cujas reas podem atingir at 1.000 km2 e at 6.000 km2, respectivamente.

    - Em reas com relevo muito maduro e rede de drenagem rarefeita, sugere-se a coleta de amostras ao longo das drenagens, em intervalos regulares, com a finalidade de se obter uma densidade compatvel com reas de rede de drenagem bem distribuda.

    - Em servios complementares, a metodologia a ser adotada dever ser aquela utilizada no servio original, exceto quando se dispuser de informaes fundamentadas da sua no eficcia. Neste caso pode-se adotar/refazer todo ou parte do servio.

    - Amostras coletadas em locais no usuais de servios sistemticos devero ser justificadas previamente, na parte de planejamento do projeto. O seu tratamento dever ser feito a parte.

    - A densidade de amostragem deve ser maior em regies com necessidade de alta resoluo de mapeamento geolgico. Em geral a variao pode ser entre 1/1 1/30 (amostras/km2).

    - Em reas predominantemente carbonticas ocorrem problemas como: baixa densidade da rede de drenagem, grande freqncia de sumidouros, pouco material nas drenagens, calhas mal definidas. Nestes casos pode-se utilizar, de forma complementar para o mapeamento geoqumico regional, a coleta de solos numa densidade de 1 amostra por cm2 do mapa de

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    apresentao final dos dados (ou seja, 1 ponto a cada 4 km2 na escala 1:250.000 e 1 ponto/km2 na 1:100.000, recomendaes de Oliveira, 1999 2).

    - A amostragem dos materiais de drenagem deve ser sempre composta, com a coleta definida numa faixa em torno de 100 m ao longo da drenagem, a montante do acesso.

    4.2.2. Amostragem em solos

    - Exceto em casos especiais ou determinados por servios orientativos, o horizonte preferencial de amostragem o "B":

    - Maior disperso hidromrfica dos elementos, o que refletido em aurolas mais amplas e mais uniformes de disperso dos elementos;

    - Horizonte mais freqente na maioria dos solos; - Horizonte com material mais homogneo e, conseqentemente, menos sujeito a bias.

    - So considerados casos especiais: - A coleta de matria orgnica (hmus) ou horizonte "A", para deteco de certos

    elementos- ex. U; - A necessidade de coleta de material para elementos com disperso clstica - horizonte

    "C" (ouro e platinides); - A necessidade de correlao com dados radiomtricos, neste caso a profundidade no

    pode ultrapassar 25 cm de solo; - Em trabalhos ambientais comum se utilizar a parte superior do solo par se detectar

    contaminaes superficiais; - A presena de horizontes que formem barreiras geoqumicas - ex. caliche e stone line; - Solos sobre lateritos; - Amostragem de saprlitos.

    - No caso de utilizao de solo bateado, deve-se amostrar sempre o mesmo horizonte, para evitar a introduo de bias na amostragem.

    - Solo transportado s deve ser coletado no caso de conhecer-se o deslocamento. - No caso de necessidade de identificao da rocha-me em reas altamente intemperizadas,

    pode-se utilizar o solo lavado, retirando-se a frao argila do solo para separao e identificao das fraes leve e pesada do material resultante.

    - A amostragem de solos em reas carbonticas, como complemento ao mapeamento geoqumico regional, deve ser feita ao longo de perfis transversais s estruturas, ao longo de estradas, caminhos ou trilhas. Pode-se utilizar uma malha de 2 km2 (aproximadamente losangular), com seu maior eixo paralelo s estruturas, ou perfis regulares em cristas (interflvios) ou bases de encosta. Nos mapeamentos regionais que utilizem solos, importante que exista uma rea de superposio dos servios em drenagens com os servios em solo, para efeito comparativo (sugere-se 10 % da rea total). Em reas carbonticas podero ser utilizados outros materiais, como sedimentos de dolinas ou gua de poos tubulares.

    2 OLIVEIRA, J. E., Integrao de mtodos geoqumicos na prospeco de chumbo e zinco no Grupo Una, Bahia. In: CONGRESSO DE GEOQUMICA DOS PASES DE LNGUA PORTUGUESA, 5., CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOQUMICA, 7., 1999, Porto Seguro. Anais... Porto Seguro: SBGq, 1999. p 638-640. il.

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    4.2.3. Amostragem de rochas (gossans e lateritos)

    - O tamanho da amostra de rocha para anlise geoqumica depende de dois fatores: granulometria e homogeneidade. A quantidade pode variar, em amostras homogneas e com gros de at 3 cm, de 500 gramas a 5 quilos (Wager e Brown, citados em Levinson, 1980). Para amostras heterogneas e mais grossas, podero ser partes da rocha (cimento, matriz e fenocristais). As amostras podem ser simples ou compostas (canal, fragmentos aleatrios juntados). Vrias amostras podem ser coletadas num afloramento para controle de varincia (mnimo 5 por litologia).

    - A amostra principal da estao de amostragem obtida da unidade litolgica cartografada. No caso do objeto amostrado no ser passvel de mapeamento, este fato deve ser enfatizado e a unidade encaixante amostrada (embora no obrigatoriamente analisada). Neste caso, a amostra dever ter uma numerao seguida de letra, a partir de B (a A ser a unidade cartografada).

    - Na amostragem para determinao de padres primrios ou secundrios de disperso, sugere-se utilizar malhas ou perfis com intervalos capazes de contemplar todas as variaes texturais e litolgicas (composicionais) esperadas. Estas feies so geralmente de pequena extenso. Este servio mais comum em trabalhos de detalhe ou orientativos. Entretanto, muitas vezes importante para a definio de objetos metalogenticos regionais (como zonas de cisalhamento).

    - fundamental que as anlises qumicas de rocha sejam acompanhadas por anlises petrogrficas e/ou calcogrficas. Em substituio anlise calcogrfica, pode-se utilizar anlise mineralgica de opacos da rocha moda, principalmente em trabalhos regionais e preliminares.

    4.2.4. Amostragem de gua

    - A amostra de gua para geoqumica pode ser obtida em uma grande variedade de locais: drenagem, poo, fonte, lago e lagoa natural e artificial, zonas estuarinas, etc. A densidade da amostragem funo do objetivo do trabalho, devendo ser explicitada quando de seu planejamento.

    - A coleta de amostras de gua depende fundamentalmente do procedimento analtico a ser adotado. Sugere-se adotar a orientao do laboratrio onde sero analisadas as amostras, seguindo roteiros como o sugerido pelo LAMIN (anexo 1) de manuais especficos como o Guia de Coleta e Preservao de Amostras de gua, (CETESB, 1987) ou aquele sugerido pelo FOREGS geochemical mapping field manual, (Salminen et al., 1998) ou ainda procedimentos especficos documentados em manuais de organismos especializados. Neste ltimo caso a metodologia deve ser obedecida e registrada fielmente no captulo de metodologia para divulgao junto comunidade geoqumica da CPRM.

    - Em trabalhos com finalidades ambientais sugere-se que em cada ponto de coleta de gua para anlise qumica se colete um sedimento de fundo correspondente ao ponto.

    - A anlise de amostra de gua subterrnea pode servir para qualificao da gua, monitoramento de aqfero ou pesquisa mineral. Em todos os casos, na coleta devero ser observados todos os parmetros que possam afetar o contedo dos elementos qumicos no material. A qualificao das guas subterrneas, noes de hidroqumica, amostragem e conservao, esto bem documentadas no anexo 2.

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    4.2.5. Amostragem de outros materiais

    Outros materiais passveis de amostragem, tais como vegetao, mineral, minrio, seixos, etc., de utilizao limitada, devero ter uma sistemtica baseada na similaridade com outros materiais j descritos ou embasada em bibliografia recente.

    4.3. Servios de follow-up, fill-in ou detalhe

    - Os servios de follow up devero ser realizados em reas que necessitem de adensamento para melhor definio dos alvos detectados.

    - Os servios de fill-in devero ser planejados em objetos geolgicos, com notria vocao metalogentica, ou em reas especficas com objetivos claros da necessidade de detalhamento.

    - A necessidade ou no de tais servios de detalhe deve constar das recomendaes dos relatrios finais.

    - Os mtodos analticos devero ser iguais, complementares ou mais especficos do que os aplicados nos servios regionais.

    4.4. Preenchimento da ficha de campo e envio das amostras para o Laboratrio

    - A cada amostra corresponde, obrigatoriamente, uma ficha de campo de amostra geoqumica, formulrio ou registro em meio magntico, onde so anotados nmero, localizao e caractersticas prprias e do local onde ocorre a amostragem.

    - Cada amostra coletada recebe um nmero de laboratrio, atribudo pelo setor competente da unidade que realiza o trabalho, de seis dgitos alfanumricos: o primeiro, alfabtico, define a unidade de origem e os demais, dois alfabticos e trs numricos, so seqenciais e no repetitivos.

    - Amostras de um projeto, coletadas em mesma drenagem, ao longo de um perfil ou provenientes de uma mesma regio, devem idealmente ser postas em diferentes lotes, para distribuio da varincia analtica

    - As amostras, devidamente embaladas em conjuntos com um mximo de 100, constituindo um Lote, devem ser encaminhadas ao laboratrio.

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    5. O LABORATRIO ANALTICO

    5.1. Generalidades (conceitos e definies)

    Conceitos e definies importantes

    - Preciso (reprodutibilidade) de uma anlise a habilidade de obter um mesmo resultado repetindo a mesma amostra.

    - Exatido (accuracy) a proximidade de um resultado de seu valor real.

    - Limite de deteco inferior ou superior (sensibilidade) a concentrao mnima ou mxima de um elemento analisado que pode ser detectado confiavelmente.

    - Anlise qumica quantitativa obtida atravs de decomposio total da amostra, com mtodos analticos de alta preciso e exatido.

    - Anlise qumica semiquantitativa obtida atravs de decomposio parcial da amostra, ou com decomposio total e registro de resultados em faixas de valores.

    - Anlise qumica qualitativa obtida para simples identificao de elementos presentes sem preocupao maior com quantificao do contedo.

    - Anlise mineralgica quantitativa (conceituao da CPRM) aquela que quantifica os minerais at a 2 casa decimal, em peso ou porcentagem.

    - Anlise mineralgica semiquantitativa (conceituao da CPRM) aquela que quantifica os minerais em faixas percentuais: >75%; 50-75%; 25-50%; 5-25%; 1-5%; e 50%; 5-50%; e

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    5.2. Preparao fsica da amostra

    Visando a simplificao e necessidade de uniformizao, sugere-se uma preparao padro de amostras, para cada tipo de material.

    - Rochas Britagem e pulverizao a menos 200 mesh3 (para algumas determinaes 250 mesh).

    - Solos e sedimentos de corrente Secagem, peneiramento a menos 80 mesh e pulverizao a menos 100/150 mesh.

    - Regolito para anlise de leves e pesados A amostra lavada para retirada na frao argila e separao dos gros leves e pesados para identificao mineralgica. Devem ser registrados os pesos antes e depois da lavagem para estudo de balano de massa. No deve ocorrer nenhum tipo de pr-concentrao.

    - Concentrados de bateia - Para anlise geoqumica

    - Concentrao de pesados e pulverizao a menos 150 mesh. - Para anlise mineralgica

    - Concentrao de pesados - Vegetal

    Cerca de 50g da amostra (folha e/ou caule) so calcinados a 600C; a cinza obtida totalmente pulverizada em gral de gata.

    - Preparao de amostras para anlise por Fluorescncia de Raios X - Nos elementos com nmero atmico maior do que 21, as amostras so pulverizadas a

    menos do que 150 mesh; - Para os elementos leves (N.A.

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    5.4. Tcnicas analticas

    Anlises qumicas - Absoro atmica AA - Absoro Atmica com Forno de Grafite - AAFG - Emisso atmica com fonte de plasma - ICP-AES - Espectrometria de massa com ICP - ICP-MS - Eletrodo de on Especfico (EIE) - Espectrografia por Fluorescncia de Raios X (FRX) - Cromatografia de nions - Outras tcnicas utilizadas

    - Espectrofotometria de absoro molecular - Colorimetria - Espectrografia tica de Emisso - Gravimetria - Volumetria

    Identificao mineralgica de gros As amostras so passadas no bromofrmio para separao dos pesados e, posteriormente, so separadas fraes magnticas e/ou granulomtricas. As amostras so quarteadas (exceto aquelas para anlise de metais preciosos) e retirada uma alquota para anlise. Caso seja feita anlise qumica, uma alquota pulverizada a menos 150 mesh ou mais fina.

    5.5. Recomendaes gerais

    - No apndice 4 deste manual esto descritas as tcnicas analticas mais usuais utilizadas pela geoqumica da CPRM, desde as tcnicas de decomposio como as de avaliao de contedo qumico.

    - No quadro seguinte esto os mtodos analticos timos para cada elemento - obtidos a partir de uma anlise do Special Issue Geoanalysis (Hall, G.E.M.- ed) do Journal of Geochemical Exploration, V. 44: 1-3, July 1992.

    H He Li Be B C N O F Ne Na Mg Al Si P S Cl Ar K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr

    Rb Sr Y Zr Nb Mo (Tc) Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe Cs Ba TR Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi (Po) (At) Rn (Fr) Ra AC

    Terras Raras La Ce Pr Nd (Pm) Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu Grupo dos Actindios FRX GFAA (Ac) Th (Pa) U ICP-AES OUTRA

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    No quadro seguinte esto as sugestes, por prioridade, para o mapeamento geoqumico regional. Utilizou-se nesta seleo a experincia da rea de geoqumica da CPRM e as sugestes do Relatrio Final do Projeto IGCP-259 para mapeamento geoqumico com finalidades multidisciplinares. H He Li Be B C N O F Ne Na Mg Al Si P S Cl Ar K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr

    Rb Sr Y Zr Nb Mo (Tc) Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe Cs Ba TR Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi (Po) (At) Rn (Fr) Ra AC

    Terras Raras La Ce Pr Nd (Pm) Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu Grupo dos Actindios Lista 1 (42 elem.) Lista 3 (Ac) Th (Pa) U (13 elem.) Lista 2 (19 elem.) Outros

    5.6. Arquivamento de amostras e alquotas

    - Em cada unidade operacional dever haver um local para armazenamento de alquotas e contra-amostras gerenciado por um banco de dados simples que registre, para cada amostra: coordenadas, classe da amostra, lote, n de campo, n de laboratrio e peso.

    - A CPRM poder adotar a centralizao do armazenamento de amostras e alquotas geoqumicas.

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    6. COMO TRATAR OS RESULTADOS ANALTICOS

    6.1. Generalidades

    - Para o processamento, os resultados analticos devem estar disponveis em meio magntico, preferencialmente sob a forma de tabelas cujas colunas registram seqencialmente, a cada classe de amostra: Nmero da Amostra; Coordenadas; Resultados analticos.

    - Se utilizados, os parmetros descritivos de campo e a codificao livre devero ser registrados nas colunas seguintes da tabela e no relatrio temtico , para utilizao posterior de outros usurios.

    - importante o tratamento dos dados geoqumicos separadamente por populao-alvo. Entretanto importante tambm registrar que a separao de um grande nmero de populaes-alvo diminui a representatividade de cada uma delas. Deve-se tratar tambm todo o conjunto como uma populao homognea.

    - Os resultados analticos devem constar do relatrio final do projeto: no corpo do relatrio ou na forma digital.

    6.2. Populaes-alvo (critrios para seleo) e estimadores

    - Podem ser critrios para discriminao de populaes alvo em servios para uso multidisciplinar os seguintes parmetros e fatores da paisagem:

    - Litologia predominante na rea de drenagem ou sob a amostra; - Tamanho e ordem de grandeza da drenagem; - Tipo de amostragem; - Tipo de relevo; - Concentrao de aglomerados urbanos, industriais ou de outra atividade antrpica;

    - Nos levantamentos geoqumicos para fins metalogenticos comum se estabelecer como parmetros estimadores: mdia e desvio-padro. Nos levantamentos com finalidades ambientais utiliza-se mais freqentemente mediana e percentis.

    6.3. Normalizao

    - A normalizao dos dados permite a comparao dos resultados de uma determinada rea com outra e se comparar elementos em concentraes diferentes (ex: elementos maiores e menores).

    - Os principais tipos de normalizao: - Normalizao por unidade reduzida

    - Normalizao pelo Clarke (valores individuais ou valores mdios). - Este tipo de normalizao interessante na definio de assinaturas geoqumicas de litologias utilizando-se o meio secundrio (drenagens ou solos). Sugere-se dois tipos de normalizao pelo Clarke (C):

    Z valor normalizadoXi Valor da amostra Z = (Xi- Mdia)/DP. DP Desvio padro

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    Xi /C Xi /(Xi + C)

    - Outros tipos de normalizao podem ser utilizados desde que detalhadamente explicados no texto.

    6.4. Processamento estatstico

    - Deve-se mencionar no relatrio os critrios de transformao dos resultados qualificados, para junt-los aos demais compondo a amostra estatstica, e tambm os resultados de amostras eventualmente retirados do processamento por serem outliers. Usualmente os resultados qualificados so assim transformados:

    N (No detectado) Valor do limite de deteco x 0,5

    L ou < (menor do que) Valor do limite de deteco x 0,667

    G ou > (maior do que) Valor do limite de deteco x 1,5

    H (interferncia) Valor registrado

    - Da mesma forma, obrigatrio mencionar as estatsticas realizadas, descrevendo-as

    sucintamente e citando a fonte somente se inditas e/ou inovadoras. - Deve-se tambm fazer referncia, no texto, queles parmetros que so atribudos

    opcionalmente pr-processamento estatstico, como, por exemplo, o raio de pesquisa para mdia mvel.

    - Deve-se informar os critrios utilizados para estimar as diferentes ordens de magnitudes de anomalias para os elementos selecionados e de concentrao mineral.

    6.5. Interpretao e integrao dos resultados

    - Preparar tabela sinptica dos diversos estimadores geoqumicos de cada populao-alvo, para cada um dos materiais analisados. A populao total dever ser obrigatoriamente uma das populaes alvo.

    - Dever ser feito teste de consistncia a partir das amostras duplicatas de campo e das amostras duplicatas de laboratrio (programas de varincia estatstica, teste t-student, teste F, etc.).

    - Assinalar as associaes geoqumicas e mineralgicas mais coerentes, reveladas pelas matrizes de correlao dos dados analticos sistemticos das amostras, para cada populao-alvo. Isto de grande importncia para fins metalogenticos.

    - Avaliar e descrever o contexto geolgico e/ou metalogentico refletido por essas associaes geoqumicas. A interpretao geolgica das anomalias deve ser priorizada sobre a interpretao estatstica dos dados. No caso de utilizao dos dados para fins no metalogenticos enfatizar a distribuio dos elementos e a sua relao com os objetos alvo de cada rea cliente.

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    - Destacar as amostras dos materiais analisados, cujos resultados analticos se enquadram nos intervalos que definem as ordens de magnitudes de anomalia para os elementos selecionados.

    - Destacar as amostras dos materiais coletados, cujos resultados analticos de alguns elementos ou minerais so julgados de interesse e/ou importncia metalogentica, os quais devero ser considerados destaques geoqumicos ou minerais.

    - Delimitar as zonas anmalas ou assinalar as estaes anmalas nos mapas de distribuio geoqumica e mineralomtrica. Trs ou mais drenagens anmalas contguas constituem uma zona anmala, que ser de primeira ou segunda ordem, dependendo da predominncia de anomalias de 1a ou 2a ordem.

    - Promover a integrao multidisciplinar dos dados geoqumicos com os outros temas abrangidos pelo projeto.

    - Priorizar e hierarquizar as zonas geoqumicas anmalas para trabalhos futuros, de acordo com a sua importncia, considerando a integrao multidisciplinar.

    - Elaborar um Relatrio Temtico com mapas de distribuio de elementos trao, zonas anmalas e destaques geoqumicos e mineralomtricos.

    - Selecionar, de comum acordo com os tcnicos das demais disciplinas, zonas e reas para amostragens e/ou anlises suplementares, com a finalidade de reavaliar as anomalias regionais ou definir situaes geolgicas, visando consolidar a interpretao integrada.

    - Planejar e elaborar oramento para os trabalhos geoqumicos suplementares de verificao de anomalias, respeitando os procedimentos estabelecidos neste documento.

    - Utilizar os novos dados de campo e de laboratrio para aperfeioar, consolidar e atualizar o contedo do Relatrio Temtico.

    - No caso de resultados analticos de gua, para estudos de meio ambiente, considerar os dados contidos na Resoluo N 20 do CONAMA (anexo 3), que as qualifica e classifica, ou outro documento que o substitua. No estudo de meio ambiente a presena de metais pesados em produtos industriais e parmetros comparativos de contaminao de sedimentos por elementos trao, pode orientar melhor as concluses a serem obtidas (anexo 4).

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    7. APRESENTAO E DIVULGAO DOS PRODUTOS

    7.1. Generalidades

    - No caso do mapeamento geoqumico executado conjuntamente ao levantamento geolgico e metalogentico, importante elaborar cartogramas geoqumicos (anomalias) e mineralomtricos para ilustrar os mapas bsicos. Assim deve-se providenciar a reduo dos mapas de anomalias geoqumicas e de destaques mineralomtricos para compor, no tamanho Carta ou A4, os cartogramas respectivos.

    - Estabelecer um esboo geolgico simplificado, reduzido para tamanho A4 ou carta, adequado informao geoqumica.

    - Estabelecer uma programao de produtos a serem gerados a partir das informaes obtidas. Estes produtos devero compor um acervo de trabalhos para publicao em congressos, simpsios e em peridicos. Deve-se dar prioridade a publicao de produtos relacionados com o desenvolvimento de novas metodologias, como j enfatizado neste manual.

    7.2. O relatrio geoqumico

    - Elaborar um relatrio temtico sucinto e objetivo, cujo contedo dever estar disposto da seguinte forma:

    SUMRIO

    a) Introduo - Localizao e acesso - Descrio da paisagem - Metas e objetivos especficos do estudo - Histricos dos servios geolgicos e geoqumicos com sumrio breve da geologia - Deve constar obrigatoriamente deste item o crdito de todo pessoal envolvido na execuo do servio, direta ou indiretamente. b) Metodologia - Especificar, em cada caso, os controles de qualidade adotados, tempo gasto nas atividades e, se possvel, custo discriminado por etapas. - Planejamento - Amostragem - Analtica - Interpretao c) Resultados obtidos - Comentrios sobre amostras, controle e varincia; correlaes e distribuio regional de elementos e associaes geoqumicas notveis; definio de estimadores estatsticos; discusso das zonas anmalas definidas e dos destaques geoqumicos estabelecidos, relacionando-os sempre com o contexto geolgico ,geoqumico, geofsico e metalogentico (e/ou ambiental) da rea. d) Concluses e recomendaes e) Referncias bibliogrficas f) Acesso informao Local de arquivamento dos dados e sistemtica de acesso informao

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    g) Dados fsicos de produo - Nmero de amostras coletadas, por classe de amostra. - Mtodos analticos utilizados, com discriminao por classe de amostra. - rea efetivamente coberta pelo servio, em relao rea total estudada. - Nmero de homens-dia em campo e no escritrio h) Anexos - Mapa de Estaes de Amostragem. - Mapas Geoqumicos (com destaques de minerais de importncia econmica do mapeamento mineralomtrico e com plotao das ocorrncias minerais e fontes de contaminao e poluio pr-existentes e cadastradas). - Mapa de Anomalias (zonas e estaes anmalas). - Mapa de Distribuio de Elementos. - Mapa Mineralomtrico de Gros. - Cartogramas sobre esboo geolgico simplificado (tamanho carta ou A4), para intercalao no texto ou nas Cartas Geolgicas e Metalogenticas. - Cartograma com reas sugeridas para futuros trabalhos.

    - Para os mapas a serem elaborados sugere-se as seguintes legendas:

    Mapa de Estaes de Amostragem

    !!!! AM-S-194 (mesmo ponto e coletores diferentes) FT-B-194 !!!! AM-S/B-194 (mesmo coletor, amostras diferentes) A classe do material identificada pela letra (campo 14) da Ficha de Campo de Amostra Geoqumica. Os nomes dos coletores devero ser colocados na legenda do mapa.

    Mapa Geoqumico de Anomalias (Metalogenia) !!!! Zn (Zn

    20) - Crculo vazio - anomalia em sedimento de corrente (1a ordem, o valor colocado direita e acima do smbolo). Sn (Sn50) - Crculo cortado ao meio - anomalia em concentrado de bateia (1a ordem, o valor colocado direita e acima do smbolo). - Ponto sem anomalia. Cu (Cu20) - Crculo circundando um x - anomalia em rocha ou concentrado de bateia de rocha ou veio (1a ordem ou destaque de importncia metalogentica, o valor colocado direita e acima do smbolo). """" Cu (Cu200) - Crculo com ponto no centro - anomalia em solo e concentrado de bateia de solo (1a. ordem, o valor colocado direita e acima do smbolo). #### Pb - Dois crculos concntricos - anomalias coincidentes em sedimento de corrente e concentrado de bateia (1a ordem, a colocao do valor obedece regra da anomalia isolada, para cada elemento).

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    Cu, Zn1 Zona anmala em sedimento de corrente - linha contnua, com o(s) smbolo(s) do elemento(s) interrompendo-a. No caso de zona anmala de 1a ordem o valor 1 colocado direita e abaixo do elemento. Cu ,Sn1 Zona anmala em concentrado de bateia - linha interrompida, com o(s) smbolo(s) do elemento(s) intercalando-a. No caso de anomalia de 1a ordem o valor 1 colocado direita e abaixo do elemento. Ni, Cu1 Zona anmala em solo - linha interrompida com ponto, com o smbolo do elemento. No caso de zona anmala de 1a ordem, o valor 1 colocado direita e abaixo do elemento. |||| Au1 |||| Zona anmala em rocha - linha interrompida com traos, com o smbolo do elemento. No caso de zona anmala de 1a ordem, o valor 1 colocado direita e abaixo do elemento. agHg, Rn1v Zona anmala em gua (a), gs (g) ou vegetal (v) - linha interrompida com pontos, com o smbolo do elemento. No caso de zona anmala de 1a ordem, o valor 1 colocado direita e abaixo do elemento.

    Mapa Geoqumico de Distribuio de Elementos (Uso Multidisciplinar)

    Mapa de isoteores dos elementos - Valores absolutos mediana - percentis - Valores especficos (limite de toxidade ou carncia, padres de micronutrientes, etc.)

    Mapa Mineralomtrico de Gros CS - Cassiterita - destaque mineral identificado atravs do seu smbolo, junto ao ponto de amostragem. 76 - Peso da frao pesada em gramas (sugere-se fazer um cartograma especfico para a frao pesada e compar-la com a base geolgica utilizada).

    Cartograma Metalogentico - Utilizar simbologias de zonas anmalas com a mesma sistemtica do Mapa Geoqumico de Anomalias. - Plotar somente as anomalias pontuais de elementos mineralizantes ou farejadores importantes, compatveis com a expectativa metalogentica sugerida pelo mapeamento geolgico. Discordncias entre a interpretao geoqumica e a base geolgica devem ser resolvidas nos servios de follow-up (ex.: anomalias de Cr e Ni em corpos granitides, podem ser devido a enclaves. Neste caso, sugere-se eliminar dos cartogramas as anomalias, mantendo-as e explicando-as no mapa geoqumico e no relatrio temtico). - A magnitude da anomalia de 1a. ordem nos cartogramas, para efeito de simplificao, deve ser diferente do mapa geoqumico: em lugar dos valores nas anomalias de 1a. ordem, colocar o numeral 1 direita e abaixo do smbolo.

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    - A critrio do autor, as anomalias em sedimento de corrente e concentrado de bateia podero no ser diferenciadas, isto para simplificar ao mximo as informaes. No caso de querer diferenciar, pode-se sublinhar as anomalias em concentrados de bateia. - Retirar ou amenizar a rede de drenagem e demais temas geogrficos da base. - A base geolgica deve constar sob a forma de Esboo Geolgico Simplificado, compatvel com a interpretao geoqumica (populaes-alvo devero estar representadas separadamente). - Nos cartogramas mineralomtricos, utilizar legenda similar dos cartogramas geoqumicos, para identificar zonas ou destaques de concentraes minerais notveis. - Sugere-se a elaborao de cartogramas mistos (geoqumicos-mineralomtricos) quando a quantidade de informaes no prejudicar a compreenso metalogentica, finalidade principal do projeto.

    Observaes Importantes - As associaes de elementos nas zonas anmalas sero plotadas sobre as linhas de contorno interrompendo-as (Cu, Zn), como j especificado nas legendas. Deve-se tomar bastante cuidado com o nmero de elementos, no caso de grande nmero de coincidncias de zonas anmalas. Sugere-se, neste caso, colocar juntos, na linha de contorno, aqueles elementos tpicos de associaes geoqumicas compatveis com a expectativa metalogentica. Os demais, mesmo que formem zonas anmalas, devem ser representados apenas como estaes. - Os minerais de importncia econmica encontrados nos servios de mineralometria de gros devem ser plotados nos mapas geoqumicos. - A base geolgica deve ser simplificada e conter as ocorrncias minerais cadastradas e ser compatvel com a interpretao geoqumica. - Quando ocorrer anomalias de um mesmo elemento analisado por mtodos diferentes, estes podero ser indicados depois do smbolo do elemento registrados nas legendas (CuE, CuA). - As ocorrncias minerais devem ser plotadas de acordo com a legenda dos mapas metalogenticos.

    7.3. Acesso e divulgao dos produtos

    - Deve-se preparar uma listagem de todos os produtos disponveis e no publicados, indicando os meios de acesso e os custos de obteno por terceiros.

    - Dever ser elaborada uma verso simplificada do relatrio para publicao seriada da CPRM e com ampla divulgao.

    - aconselhvel a elaborao de trabalhos para apresentao em simpsios, congressos e em peridicos nacionais e internacionais.

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    8. SISTEMA DE CONTROLE DA QUALIDADE

    Atribuio das responsabilidades

    Para atender o exerccio do controle de qualidade dos processos e produtos geoqumicos, so aqui definidas responsabilidades que obedecem a uma escala hierrquica:

    Setor de Coordenao Nacional da rea - Responsabilidade pela normatizao e atualizao tcnica das equipes - Controle da qualidade final do produto. - Consultoria interna e/ou externa - Assessoria na soluo de problemas especficos, que excedam as atribuies do

    Coordenador Regional. Setor de Coordenao Regional em cada unidade operacional

    - Controles de qualidade de produo, prazos e oramento. - Responsvel pela aplicao das normas deste Manual nos trabalhos de geoqumica de

    sua unidade operacional Chefes de Equipes de Campo.

    - Controles tcnicos de detalhe e de produo de amostragem. - Acompanhamento da execuo dos trabalhos, segundo sistemticas estabelecidas.

    Servio de auditoria tcnica

    - O controle de qualidade exercido nas atividades geoqumicas na CPRM tem a finalidade de garantir a gerao de servios e produtos com plena aceitao, tanto pelos prprios executores dos projetos quanto pelos usurios externos. Para isto necessrio estabelecer um esquema de controle de qualidade no processo de execuo das atividades nas diversas etapas dos trabalhos, assim como na elaborao dos produtos finais acabados: bases de dados, texto de relatrio e cartas geoqumicas e mineralomtricas.

    - O controle de qualidade do processo e produto balizado por inspees e auditorias peridicas atravs de: - Relatrios de acompanhamento - Anlise crtica dos relatrios de acompanhamento, destacando:

    - Relevncia e objetividade do contedo do texto. - Nitidez e exatido dos dados expostos nas cartas geoqumicas e mineralomtricas.

    - Testes do grau de consistncia e operacionalidade das bases de dados. - Visitas s unidades operacionais e/ou aos trabalhos de campo. - Reunies tcnicas e gerenciais para decises e avaliaes acerca de objetivos,

    metodologias e sistemticas empregadas e/ou a empregar, e sobre tipos e estilos de produtos.

    Os servios de auditoria tcnica devem ser exercidos por todos os setores de coordenao (Nacional e Regional), quando detectadas no conformidades no seu nvel gerencial. Eles devem ser exercidos nas diversas etapas do desenvolvimento do projeto, desde seu planejamento at sua divulgao final. As etapas que necessitam de observaes de auditoria em relatrios para os nveis gerenciais mais elevados so:

    - Planejamento - Integrao multidisciplinar inicial - Amostragem de campo - Anlises

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    - Relatrios intermedirios - Servios de auditoria tcnica interna/externa - Relatrio Final - Sistema de divulgao do produto - Armazenamento dos dados e dos materiais amostrados - Fatores que influenciem na qualidade e produtividade dos servios e que no estejam

    registrados e normatizados neste Manual.

    Relatrios de acompanhamento

    - Relatrios peridicos (mensais, trimestrais ou semestrais) de atividades para acompanhamento: da evoluo da amostragem e das anlises; da interpretao de dados; do preparo do relatrio final e das cartas.

    - Relatrios de consultoria (interna e externa) contendo informaes pertinentes resoluo de problemas tcnicos ou operacionais.

    - Relatrios de monitoramento da qualidade analtica para avaliao do grau de varincia revelado pelo comportamento das amostras duplicatas de campo e duplicatas de laboratrio, dos padres de campo e de laboratrio.

    Nveis de qualidade aceitveis

    A observncia ao conjunto de normas de procedimentos e instrues tcnicas, estabelecidas neste instrumento de normatizao, pode viabilizar a qualidade no processo e no produto resultantes do fazer geoqumico. As observaes registradas em seguida relacionam uma srie de fatos que devem ser considerados de forma a no comprometer a qualidade dos servios.

    Avaliao de Custos e Prazos - Os esquemas de amostragem e anlises estabelecidos devem ser compatveis com a

    disponibilidade de recursos financeiros, materiais e humanos, e com a capacidade analtica disponvel. A qualidade dos servios, entretanto, no dever ser colocada em riscos por motivo de limitao de recursos, sendo prefervel, nestes casos, a reduo da rea investigada.

    - Sendo a coleta da amostra a fase de custo mais elevado, deve-se coletar uma quantidade de material razovel de forma a se manter um acervo de material passvel de reanlise.

    Produto Final O nvel de qualidade aceitvel para o produto final (Relatrio Temtico) dever ser aferido por consultor(es) externo(s) a CPRM, de notrio saber na arte, satisfazendo critrios especficos mnimos:

    - Todas as informaes sobre o planejamento, execuo e critrios de interpretao devero estar disponveis de forma clara e objetiva;

    - Todos os dados analticos devero constar do documento bsico principal; - No caso de mapeamento geoqumico complementar ao mapeamento geolgico da rea, o adensamento da informao geoqumica dever ser compatvel com a escala utilizada;

    - As informaes devero estar dispostas de maneira a facilitar a sua utilizao de forma integrada com outros temas do projeto;

    - O trabalho deve ser conclusivo e final para a escala apresentada e seus dados disponibilizados num formato compatvel para a utilizao por GIS em modelamentos.

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    - Certificar-se do arquivamento de todas as informaes bibliogrficas e de todos os dados de campo e laboratrio nas bases de dados da CPRM, concernentes rea investigada.

    - Reunir e arquivar em uma memria geoqumica toda a documentao tcnica (mapas de servio, relatrios analticos, grficos, tabelas, relatrios mensais, fichas de campo, controles de qualidade, estudos orientativos e investigaes tcnico-cientficas) utilizada e no constante dos produtos finais.

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    9. ATIVIDADES COMPLEMENTARES

    Consultoria interna/externa

    Relacionar pessoal tcnico da CPRM e de outras entidades necessrias como consultores. Enviar relao para o setor de coordenao nacional.

    Alimentao, atualizao e correo da Base de Dados Geoqumica

    Esta atividade deve ser rotineira nos servios de geoqumica . A utilizao de dados histricos obriga o usurio a testar a consistncia dos parmetros e comunicar ao setor de coordenao nacional qualquer modificao necessria, principalmente coordenadas.

    Treinamento

    Esta atividade deve ser constante e contnua ao longo do tempo, visando a formao de novos quadros e atualizao do pessoal existente em novas tcnicas e metodologias. Ela deve constar anualmente do Plano de Treinamento da CPRM. Tcnicos de nvel mdio

    Cursos de curto e mdio prazo, em tcnicas de amostragem, estatstica, informtica, interpretao e apresentao de dados geoqumicos.

    Gelogos - Cursos de curto e mdio prazo:

    Geoqumica Ambiental Geoqumica da Superfcie Geoqumica de grande profundidade Geoqumica de Processos Sedimentares Geoqumica de Rochas Geoqumica Orgnica Mapeamento geoqumico de uso multidisciplinar Modelamento em GIS

    - Cursos de mestrado e doutorado em todas as reas de geoqumica. - Cursos de atualizao de reas afins: Metalogenia, Petrologia, Pedologia, Geomorfologia,

    Geologia Estrutural e Geotectnica, Aerogamaespectrometria, Geofsica (outros mtodos), Geologia do Quaternrio, Geologia Mdica.

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    10. BIBLIOGRAFIA BSICA RECOMENDADA

    (com asteriscos, bibliografia fundamental) *APPLETON, J.D.; FUGE, R.; McCALL, G.J.H. 1996: Environmental Geochemistry and Health: with special reference to developing countries. London: Geological Society special publication. n.113. 264p. *BONHAM-CARTER, G.F. 1994: Geographic Information Systems in Geology: Modeling with GIS. Oxford: Pergamon Press, 398p. *CETESB, 1987: Guia de coleta e preservao de amostras de gua. So Paulo: CETESB. 150 p. il.

    *DARNLEY, A.G.; BJRKLUND, A.; BLVIKEN, B.; GUSTAVSSON, N.; KOVAL, P.; PLANT, J.; STEENFELT, A.; TAUCHID, M.; XUEJING, X. 1995: A global geochemical database for environmental and resource management - recommendations for International Geochemical Mapping. Paris, UNESCO. 122p. (Final report of IGCP Project 259). *HALL, G.E.M., 1992: Geoanalysis. Special Issue. Journal of Geochemical Exploration. v.44, 349p. *LICHT, O.A.B., 1998: Prospeco geoqumica: princpios tcnicas e mtodos. Rio de Janeiro: CPRM, 1998. 216 p. *PLANT, J.A.; HALE, M., 1994: Drainage geochemistry in mineral exploration. Amsterdam: Elsevier. (Handbook of Exploration Geochemistry, 6). *SALMINEN, R., TARVAINEN, T., DEMETRIADES, A., DURIS, M., FORDYCE, F.M., GREGORAUSKIENE, V., KAHELIN, H., KIVISILLA, J., KLAVER, G., KLEIN, H., LARSON, J.O., LIS, J., LOCUTURA, J., MARSINA, K., MJARTANOVA, H., MOUVET, C., OCONNOR, P., ODOR, L., OTTONELLO, G., PAUKOLA, T., PLANT, J.A., REIMANN, C., SCHERMANN, O., SIEWERS, U, STEENFELT, A., VAN der SLUYS, J., de VIVO, B., WILLIAMS, L., 1998: FOREGS geochemical mapping field manual. Espoo. Geologian tutkimuskeskus, Opas 47 - Geological Survey of Finland, Guide 47. 1998. 36 p. appendix. *XIE XUEJING; YIN BINCHUAN, 1993: Geochemical patterns from local to global; Journal of Geochemical Exploration. v.47, p.109-129. ______________________________________________________________________________ ANDREW-JONES. D. A., 1968: The application of geochemical techniques to mineral exploration. Colorado School of Mines, Mineral Industry Bulletin.v.11, n.6, p.1-31. BEUS, A.A.; GRIGORIAN, S.V., 1977: Geochemical exploration methods for mineral deposits. Traduo de Rita T. Schneider (English translation of 1975). Wilmette: Applied Publishing Ltd. 287p (Original Russo). BLOOM, L. [ed] 2001: Writing Geochemical Reports Guidelines for Surficial Geochemical Surveys. Assoc. Explor. Geochem. v.15, 2nd Edition, 38 p. BRADSHAW, P.M.D., 1975: Conceptual models in exploration geochemistry: The Canadian Cordillera and Canadian Shield. Journal of Geochemical Exploration, v.4, n.1, p.1-213. BROOKS, R.R. 1984: Biological methods of prospecting for minerals. [s.l.]: Wiley. 322 p. BUTT,C.R.M.; SMITH, R.E., 1980: Conceptual models in exploration geochemistry: Australia. Journal of Geochemical Exploration, v.12, n. 2-3, p.89-365.

  • 33

    CHRISTOFOLETTI, A. 1980: Geomorfologia. So Paulo: Editora Edgard Blucher, 188 p. il. DAVENPORT, P.H., 1993: Special Volume on Geochemical Mapping, Journal of Geochemical Exploration, v.49, 250p. FLETCHER, W.K., 1982: Analytical Methods in Geochemical Prospecting. Handbook of Exploration Geochemistry, 11. 255p. GARRETT, R.G., 1983: Sampling methodology. In: Govett, G.J.S.; Howarth, R.J. (eds), Statistics and Data Analysis in Geochemical Prospecting. Elsevier: Amsterdam, v.2 cap. 4 (Handbook of Exploration Geochemistry, 2), p.83-110. GARRETT, R.G.; GOSS, T.I., 1979: The evaluation of sampling and analytical variation in regional geochemical surveys. In: Watterson, J.R. ; Theobald, P.K. (eds). Geochemical Exploration 1978. 7th International Geochemical Exploration Symposium, Association of Exploration Geochemists, Toronto, Special Publication 7: 371-384. GOVETT, G.J.S., 1983: Analytical methods in geochemical prospecting. Amsterdam: Elsevier. 255 p. GOVETT, G.J.S., 1983: Rock geochemistry in mineral exploration. Amsterdam: Elsevier. 461 p. HOWARTH, R.J., 1983: Mapping. In: Howarth, R.J. (ed).Statistics and Data Analysis in Geochemical Prospecting. Amsterdam: Elsevier, p.111-205, (Handbook of Exploration Geochemistry, 2). JOURNAL OF GEOCHEMICAL EXPLORATION. Geochemical exploration in arid and deeply weathered terrains. Amsterdam: Elsevier, v. 22, n 2/3, 1984. 368p. LEVINSON, A.A., 1980: Introduction to exploration geochemistry. 2nd Edition. USA: Wilmette. 924p. MIESCH, A.T., 1964. Effects of sampling and analytical errors in exploration geochemistry. In: Computers in the Mineral Industries 1, Stanford University Publications in Geological Sciences. v.9, n.1, p.156-170. RIDGWAY, J., APPLETON, J.D.; GREALLY, K.B., 1991: Variations in regional geochemical patterns; effects of site-selection and data processing algorithms. Transactions of the Institution of Mining and Metallurgy. v.B100, p.122-130. ROSE, A.W.; HAWKES, H.E.; WEBB, J.S., 1979: Geochemistry in mineral exploration. 2. ed. London: Academic Press. 657p. ROSLER, H.J.; LANGE, H., 1972: Geochemical tables. Amsterdam: Elsevier. 468 p. SANTOS, Almany Costa, 2000:. Noes de hidroqumica. In: FEITOSA, Fernando A. C.; MANOEL FILHO, Joo; CPRM - Servio Geolgico do Brasil. Hidrogeologia: conceitos e aplicaes. Fortaleza: CPRM/REFO; LABHID-UFPE, 2000. 391p. cap. 5 p.81 108. SINCLAIR, A.J., 1976: Applications of probability graphs in mineral exploration. Canada: The Association of Exploration Geochemists, 1976. 95 p. (The Association of Exploration Geochemists, Special volume, 4) SMITH, R.E., 1982: Geochemical exploration in deeply weathered terrain. Australia: CSIRO, 1982. 190 p. SMITH, R.E., 1989: Using lateritic surfaces to advantage in mineral exploration. In: Garland, G.O. (ed). Proceedings of Exploration 87. Ottawa, Ontario. Geological Survey (Special Volume 3).

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    THORNTON, I.,1983: Applied Environmental Geochemistry, Thornton, Academic Press, London, 501p. XIE XUEJING; REN TIANXIANG, 1991: A decade of Chinas Regional Geochemistry - National Reconnaissance Project; Transactions of the Institution of Mining and Metallurgy. v.B100, p.57-65.

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    RELAO DE FIGURAS, ANEXOS E APNDICES

    FIGURAS INSERIDAS NO TEXTO Figura 1 Tipos de amostragens em solos e drenagens p. 11 Figura 2 Cobertura residual (solo), colvio, floodplain sediment antigo e atual p. 12

    ANEXOS Anexo 1 Roteiro para amostragem e anlise de gua (LAMIN) Anexo 2 Parte do captulo 5 (Santos, A. C., 2000) - Noes de hidroqumica (atualizado pelo autor). Anexo 3 Contedo mximo de elementos qumicos em gua para diversos usos, baseado na resoluo n 20 CONAMA (Coordenao Nacional do Meio Ambiente) Anexo 4 Presena de metais pesados em produtos industriais e parmetros limiares de qualificao de sedimentos.

    APNDICES Apndice 1 Classificaes geoqumicas dos elementos Apndice 2 Distribuio dos elementos qumicos na crosta terrestre Apndice 3 Fatores de converso de medidas Apndice 4 Tcnicas analticas Apndice 5 Bibliografia adicional Apndice 6 Instruo tcnica 13 da CPRM preenchimento da ficha de campo amostra geoqumica

  • ANEXO 1 Manual Tcnico da rea de Geoqumica

    ROTEIRO PARA AMOSTRAGEM E ANLISE DE GUA (LAMIN)

    - Em cada ponto coletar cada amostra em frascos de polietileno. - A partir do frasco de polietileno, retirar as alquotas com uma seringa de plstico de 50 ml, para

    encher os frascos (tambm de polietileno) para anlise de ctions e nions, que sero encaminhados aos laboratrios.

    - No caso de determinao de Hg, h necessidade de frasco(s) adicional(is) e metodologia especfica.

    - So comuns anlises isotpicas em gua e, nesse caso, o frasco deve ser de vidro escuro e deve ser seguida metodologia especfica.

    - Todas estas alquotas antes de serem armazenadas nos seus respectivos recipientes, devem ser filtradas em papel micropore 0,45 m, em acessrio adaptado s seringas.

    - Os papis de filtro podem ser guardados para anlise do material em suspenso. - fundamental registrar o volume da alquota que foi tomada para encher cada frasco, bem como

    o volume total que passar pelo filtro.

    - Para todas as amostras devem ser mantidas a uma temperatura de 4C ou ambiente sem incidncia de raios solares.

    - Para determinao de nions (Cl-, nitratos, nitritos, fosfatos, sulfatos, etc.) o prazo da anlise deve ser o mais rpido possvel.

    - Para determinao de ctions solveis: - Para preservao, adicionar 1 ml/l de HNO3, pH

  • ANEXO 2 Manual Tcnico da rea de Geoqumica

    Parte do Captulo 5 (Santos, A. C., 2000) - Noes de hidroqumica (atualizado pelo autor) SANTOS, Almany Costa. Noes de hidroqumica. In: FEITOSA, Fernando A. C.; MANOEL FILHO, Joo; CPRM - Servio Geolgico do Brasil. Hidrogeologia: conceitos e aplicaes. Fortaleza: CPRM/REFO; LABHID-UFPE, 2000. 391p. cap. 5 p.81 108. 1. Introduo

    Do ponto de vista hidrogeolgico, a qualidade da gua subterrnea to importante quanto o aspecto quantitativo. A disponibilidade dos recursos hdricos subterrneos para determinados tipos de uso depende fundamentalmente da qualidade fsico-qumica, biolgica e radiolgica.

    O estudo hidrogeoqumico tem por finalidade identificar e quantificar as principais propriedades e constituintes das guas subterrneas, procurando estabelecer uma relao com o meio fsico.

    A qualidade da gua definida por sua composio e pelo conhecimento dos efeitos que podem causar os seus constituintes. O conjunto de todos os elementos que a compe, permite estabelecer padres de qualidade da gua, classificando-a, assim, de acordo com seus limites estudados e seus usos (consumo humano, dessedentao animal, irrigao, industrial, piscicultura, aqicultura, recreao e urbano).

    Os processos e fatores que influem na evoluo da qualidade das guas subterrneas podem ser intrnsecos e extrnsecos ao aqfero. A princpio, a gua subterrnea tende a aumentar concentraes de substncias dissolvidas medida que se mover lentamente nos diferentes aqferos. No entanto muitos outros fatores interferem, tais como: clima, composio da gua de recarga, tempo de contato gua/meio fsico, litologias atravessadas, alm da contaminao causada pelo homem.

    gua subterrnea e gua de boa qualidade no tm o mesmo significado e, em muitos casos, a gua subterrnea pode ser de baixa qualidade, inclusive txica para o homem, animais e vegetais. Este captulo tem como principais objetivos:

    Orientar na escolha de equipamentos para coleta e no armazenamento e preservao de amostras de gua subterrnea, de acordo com a finalidade do estudo hidrogeolgico;

    Dar noes gerais de Hidroqumica e Hidrogeoqumica; Fornecer padres que dizem respeito ao uso para o consumo humano, irrigao, pecuria,

    indstria, recreao e piscicultura, a fim de facilitar uma rotina de trabalho alm de fazer com que os resultados das anlises fsicas, qumicas, bacteriolgicas e microbiolgicas sejam comparveis;

    Mostrar as formas de apresentao grfica e as classificaes qumicas para melhor visualiza os dados e facilitar a interpretao dos estudos hidroqumicos.

    2. Anlises de gua Primeiramente para determinar o tipo de anlise de gua, necessrio definir o objetivo da

    pesquisa ou do estudo (potabilidade, irrigao, dessedentao de animais, industria, recreao, uso comercial, contaminao ambiental, pesquisa cientifica, prospeco geoqumica, etc.) para realizar anlises adequadas, bem como, os parmetros e os constituintes da gua subterrnea, a serem determinados.

    As analises de gua mais freqentemente realizadas em estudos hidroqumicos de gua subterrnea so: anlises fsico-qumicas, anlises bacteriolgicas, anlises microbiolgicas, anlises radioativas e anlises ambientais.

    Em geral as anlises das guas de rotina para os diversos usos, incluem os constituintes maiores e menores com exceo do estrncio (Quadro 1), cor, turbidez, odor, sabor, temperatura, pH, Eh, acidez, CE (condutividade eltrica), STD (slidos totais dissolvidos), dureza, alcalinidade, DBO (demanda bioqumica de oxignio), DQO (demanda qumica de

  • oxignio), OD (oxignio dissolvido), COT (carbono orgnico total), TPH (Hidrocarbonetos totais de petrleo), BTEX (Benzeno, Tolueno, Etilbenzeno, Xileno (total)), VOC (carbono orgnico voltil), PCBs (Bifenis Policlorinados), fenis, metais (Prata (Ag), Bismuto (Bi), Berlio (Be), Cobalto (Co), Ltio (Li), Molibdnio (Mo), Nquel (Ni), Estanho (Sn), Vandio (V), Tungstnio (W), Zinco (Zn)), substncias txicas (Antimnio (At), Arsnio (As), Brio (Ba), Cdmio (Cd), Cianeto (CN), Chumbo (Pb), Cobre (Cu), Cromo (Cr), Mercrio (Hg), nitrito (NO), Selnio (Se)).

    Os constituintes da gua so denominados de maiores, quando esto presentes com teores superiores a 5 mg/L, de menores quando os teores ficam entre 5 e 0,01 mg/L e de traos, quando os teores so inferiores a 0,01 mg/L.

    Constituintes

    Maiores > 5 mg/L

    Constituintes Menores0.01 - 10 mg/L

    Constituintes Traos < 0,1 mg/L

    bicarbonato clcio cloreto magnsio slica sdio sulfato

    boro carbonato estrncio ferro fluoreto nitrato potssio

    alumnio, arsnio, antimnio brio, berlio, bismuto, bromo cdmio, csio, chumbo, cromo, cobalto, cobre, escndio, estanho, fosfato glio, germnio, ndio, irdio, iodo, lantnio, ltio, mercrio, mangans, molibdnio, nquel, nibio, ouro, prata, platina, rdio, rubdio, rutnio, selnio, tlio, titnio, tungstnio, urnio vandio, zinco, zircnio

    Quadro 1 Classificao dos constituintes dissolvidos nas guas subterrneas de acordo com sua abundancia relativa

    Os resultados das anlises fsico-qumicas, geralmente so expressos em: Miligrama por litro (mg/L) - relao peso-volume, isto , o peso de determinado elemento ou

    composto dissolvido num litro de soluo. Partes por milho (ppm) - relao peso-a-peso. Correspondente a 1 miligrama de soluto

    dissolvido em 1 quilograma da soluo. Para guas com at 10.000 mg/L de slidos totais dissolvidos, esta unidade equivalente ao mg/L.

    Miliequivalente por litro (meq/L) ou Peso Equivalente - leva em considerao no somente a concentrao do soluto inico em peso, mas tambm a equivalncia qumica. O uso dessa unidade permite avaliar a preciso de uma anlise, pois, numa soluo, as somas dos equivalentes qumicos dos ctions e dos nions devem ser iguais para que a mesma esteja equilibrada.

    Molaridade (mol/L) - a razo da quantidade de soluto em moles por volume da soluo em litros. A molaridade representada pela letra M maiscula

    No Quadro 2 so dados os fatores para transformao de mg/L em meq/L e mg/L em mmol/L ou vice-versa.

    Para converter mg/L em meq/L ou mmol/L, multiplicar pelo fator K1 ou K2 respectivamente. Para transformar meq/L ou mmol/L em mg/L, dividir por K1 ou K2 respectivamente.

  • Ctions K1 K2 Ctions K1 K2 nions K1 K2 Ca+2 0,04990 0,02495 Cu+2 0,03148 0,01574 HCO3- 0,01639 0,01639Mg+2 0,08224 0,04112 H+ 0,09921 0,09921 CO3-2 0,03333 0,01666Na+ 0,04350 0,04350 Li+ 0,14411 0,14411 SO4-2 0,02082 0,01041K+ 0,02558 0,02558 Mn+2 0,03640 0,01820 Cl- 0,02821 0,02821Fe+2 0,03581 0,01791 Mn+4 0,07281 0,01820 NO3- 0,01613 0,01613Fe+3 0,05372 0,01791 NH4+ 0,05543 0,05543 F- 0,05264 0,05264Al+3 0,11119 0,03706 Rb+ 0,01170 0,01170 Br- 0,01251 0,01251Ba+2 0,01456 0,00728 Pb+2 0,00965 0,00482 NO2- 0,02174 0,02174Be+3 0,33228 0,11096 Sr+2 0,02283 0,01141 OH- 0,05880 0,05880Cd+2 0,01770 0,00885 Zn+2 0,03060 0,01530 PO4-3 0,03159 0,01053Co+2 0,03394 0,01697 S-2 0,06238 0,03119 I- 0,00788 0,00788

    Quadro 2 - Fatores de converso de unidades qumicas

    Exemplo 1 - Determinar o nmero de meq/L e a molaridade de uma soluo que contm 150 ppm de SO4-2. O peso molecular do on SO4-2 = 32 + 4(16) = 96. O peso equivalente deste on, que o peso molecular div