manual implantacao esus

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  • Manual de Implantao

    Ateno Bsica

    Ministrio da Sade

    Braslia - DF2014

    (Verso preliminar - em fase de diagramao)

  • MINISTRIO DA SADE

    E-SUS ATENO BSICA:

    MANUAL DE IMPLANTAO

    Braslia DF

    2014

  • MINISTRIO DA SADE

    Secretaria de Ateno Sade

    Departamento de Ateno Bsica

    E-SUS ATENO BSICA:

    MANUAL DE IMPLANTAO

    Braslia DF

    2014

  • 2014 Ministrio da Sade. Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que no seja para venda ou qualquer fim comercial. Venda proibida. Distribuio gratuita. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra da rea tcnica. A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada na ntegra na Biblioteca Virtual em Sade do Ministrio da Sade: . Tiragem: 1 edio 2014 10.000 exemplares

    Elaborao, distribuio e informaes Ministrio da Sade Secretaria de Ateno Sade Departamento de Ateno Bsica Edifcio Premium, SAF Sul, Quadra 2, lotes 5/6 Bloco II, subsolo CEP: 70.070-600 Braslia DF Tels.: (61) 3315-8090 / 3315-8044 Site: www.saude.gov.br/dab E-mail: [email protected] Editor Geral:

    Hider Aurlio Pinto Coordenao Geral: Clio Luiz Cunha Edio Tcnica: Rodrigo Andr Cuevas Gaete

    Autoria: Rodrigo Andr Cuevas Gaete Colaborao: Adriana Kitajima Igor de Carvalho Gomes Thas Alessa Leite Reviso Tcnica: Adriana Kitajima Igor de Carvalho Gomes Rodrigo Andr Cuevas Gaete Thas Alessa Leite Charleni Ins Scherer Ivana Flvia Barreto Rocha Projeto Grfico: Alexandre Soares de Brito Diogo Ferreira Gonalves Normalizao: Marjorie Fernandes Gonalves Reviso: Khamila Silva e Tatiane Souza

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

    Ficha Catalogrfica ________________________________________________________________________________________________ Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. e-SUS Ateno Bsica : manual de implantao / Ministrio da Sade, Secretaria de Ateno Sade, Departamento de Ateno Bsica. Braslia: Ministrio da Sade, 2014. xx p. ISBN- VERSO PRELIMINAR

    1. Ateno Sade. 2. Sistema de Informao da Ateno Bsica (SIAB). 3. Implantao. 4. Promoo Sade. 5. Acesso aos Servios de Sade. I. Ttulo.

    CDU 614 ________________________________________________________________________________________________ Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2014/0054

    Ttulos para indexao: Em ingls: e-SUS Primary Care (Brazil): Deployment Manual Em espanhol: e-SUS Atencin Primria (Brasil): Manual de Implantacin

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AB Ateno Bsica AD Ateno Domiciliar CadSUS Cadastro Nacional do SUS CBO Classificao Brasileira de Ocupaes CDS Coleta de Dados Simplificada CnR Consultrio na Rua CRAS Centro de Referncia de Assistncia Social DAB Departamento de Ateno Bsica DUM Data da ltima Menstruao HIV Vrus de Imunodeficincia Humana IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica MDS Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MS Ministrio da Sade Nasf Ncleo de Apoio Sade da Famlia NIS Nmero de Identificao Social Pasep Programa de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico PEC Pronturio Eletrnico do Cidado PIS Programa de Integrao Social Pmaq Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Ateno Bsica Pnab Poltica Nacional de Ateno Bsica PNIIS Poltica Nacional de Informao e Informtica em Sade PNRA Programa Nacional de Reforma Agrria PSE Programa Sade na Escola RAS Rede de Ateno Sade SAS Secretaria de Ateno Sade Siab Sistema de Informao da Ateno Bsica SIGTAP Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS Sisab Sistema de Informao em Sade da Ateno Bsica SUS Sistema nico de Sade TIC Tecnologia de Informao e Comunicao

  • SUMRIO

    Apresentao 1 INTRODUO 2 SISTEMAS E-SUS AB 2.1 Histrico do Projeto 2.2 e-SUS AB CDS: Sistema com Coleta de Dados Simplificada 2.2.1 Cadastro da Ateno Bsica 2.2.2 Sistema de Software e-SUS AB CDS 2.3 e-SUS AB PEC: Sistema com Pronturio Eletrnico do Cidado 2.3.1 Pronturio Eletrnico para a Ateno Bsica 2.3.2 Sistema de Software e-SUS AB com PEC 3 Sisab 3.1 Sistema com Centralizador do e-SUS AB 4 QUAL SISTEMA IMPLANTAR? 4.1 Cenrios de Implantao 4.1.1 Primeiro Cenrio ou Cenrio Mnimo 4.1.2 Segundo Cenrio 4.1.3 Terceiro Cenrio 4.1.4 Quarto Cenrio 4.1.5 Quinto Cenrio 4.1.6 Sexto Cenrio 4.2 Servidor Local e Central 4.3 Transio entre os sistemas 4.4 Granularidade versus Capacidade 5 INFORMATIZAO 5.1 Avaliando custos da implantao 5.1.1 Custos diretos 5.1.2 Custos indiretos 5.2 Custos de implantao do Sistema e-SUS AB 5.2.1 Equipamentos 5.2.2 Infraestrutura 5.2.3 Software 5.2.4 Suporte de TIC 5.3 Requisitos Mnimos 5.3.1 Sistema com PEC 5.3.2 Sistema com CDS 6 FORMAO DOS RECURSOS HUMANOS 6.1 Profissionais de Gesto 6.2 Profissionais de Sade 6.3 Profissionais de Informtica 6.3.1 Capacitao no Uso do Sistema 6.3.1.1 Como o Telessade pode ajudar? 6.3.2 Instalao e Manuteno do Sistema 6.4 Comunidades do e-SUS AB 6.4.1 Comunidade no Portal do SPB 6.4.2 Comunidade de Prticas da Ateno Bsica 7 FLUXO DE INFORMAO 7.1 Tipos de informaes

  • 7.1.1 Informaes para a AB 7.1.2 Informaes para as Redes de Ateno Sade 7.1.3 Informaes para os Servios de Sade do Municpio REFERNCIAS

  • Apresentao

    O Departamento de Ateno Bsica (DAB)/Secretaria de Ateno Sade

    (SAS)/Ministrio da Sade (MS) assumiu o compromisso de reestruturao do

    Sistema de Informao da Ateno Bsica (Siab), objetivando a melhora na

    qualidade da informao em sade e a otimizao do seu uso pelos gestores,

    profissionais de sade e cidados.

    Esse projeto teve como premissas: o detalhamento das informaes

    individualizadas, permitindo o acompanhamento de cada usurio atendido, assim

    como as aes desenvolvidas por cada profissional da equipe; a integrao dos

    sistemas de informao oficiais na Ateno Bsica (AB); a reduo do retrabalho no

    registro das informaes e o uso da informao para gesto e qualificao do

    cuidado em sade.

    A essa restruturao deu-se o nome de Estratgia e-SUS AB, que abrange o

    novo Sistema de Informao em Sade para a Ateno Bsica (Sisab) que, por sua

    vez, substitui o Siab, e o Sistema e-SUS Ateno Bsica. O Sistema e-SUS Ateno

    Bsica (AB) conta com os seguintes sistemas de software: Sistema com Coleta de

    Dados Simplificada (CDS) e Sistema com Pronturio Eletrnico do Cidado (PEC),

    que alimentam e atendem aos diversos cenrios de informatizao, conectividade e

    equipes que atuam nas unidades de sade da Ateno Bsica; ainda conta com o

    Sistema com Centralizador que ajuda o gestor municipal a reunir todas as

    informaes do seu municpio.

    Com vistas a oferecer material de apoio qualificao dos gestores e dos

    profissionais para a implantao, utilizao e ao suporte tcnico do sistema, foram

    elaboradas diversas estratgias, tais como: divulgao em sites, flderes, curso

    EAD, treinamentos presenciais, vdeos, tutoriais e manuais. Em relao aos

    manuais, considerando a diversidade de contedos e pblicos-alvo (gestores,

    profissionais de sade e de TI), o GT de Informtica DAB organizou a Coleo e-

    SUS AB, que apresenta volumes gerais sobre a Estratgia e-SUS AB e, tambm,

    contedos especficos para utilizao e suporte aos sistemas, entre eles: A viso

    estratgica do e-SUS AB, o Manual de Preenchimento e Digitao das Fichas do

    Sistema com CDS do e-SUS Ateno Bsica, o Manual de Utilizao do Sistema

    com Pronturio Eletrnico do Cidado do e-SUS Ateno Bsica, o Manual de

  • Transmisso de Dados, o Manual Ciap e o presente Manual de Implantao do

    Sistema.

    Vale contextualizar que todos os esforos na reestruturao do sistema de

    informao da AB s sero completos e efetivos com o envolvimento dos gestores,

    dos profissionais de sade e dos trabalhadores do SUS na implantao, utilizao e

    aprimoramento contnuo do Sisab.

    Bem-vindos construo dessa nova maneira de informar e informar-se na

    Ateno Bsica!

  • 1 INTRODUO

    A Poltica Nacional da Ateno Bsica (Pnab), aprovada pela Portaria MS/GM

    n 2.488, de 21 de outubro de 2011, revisou as diretrizes e as normas para a

    Ateno Bsica, ressaltando o exerccio de prticas de cuidado e a gesto

    desenvolvida pelas equipes, a continuidade e a integralidade do cuidado, alm do

    papel central da AB nas Redes de Ateno Sade. Para isso, observa-se como

    fundamental o incremento da gesto da informao, seja melhorando as condies

    de infraestrutura e o processo de trabalho, seja demandando ferramentas e sistemas

    de informao.

    Diante das novas diretrizes apontadas pela Pnab, o Departamento de Ateno

    Bsica do Ministrio da Sade (DAB/MS) elaborou a estratgia e-SUS Ateno

    Bsica (e-SUS AB) para reestruturar o Sistema de Informao da Ateno Bsica.

    Esta ao est alinhada com a proposta de reestruturao geral dos Sistemas de

    Informao em Sade do Ministrio da Sade, entendendo que a qualificao da

    gesto da informao fundamental para o aumento da qualidade do cuidado em

    sade populao. A estratgia e-SUS faz referncia ao processo de informatizao

    qualificada do Sistema nico de Sade (SUS) em busca de um SUS eletrnico.

    Para mais informaes sobre a estratgia do e-SUS AB, consulte o documento:

    Viso Estratgica do e-SUS Ateno Bsica, disponvel no Portal do DAB.

    O sistema de software pblico1 e-SUS AB auxilia no apoio gesto do

    processo de trabalho e ao cuidado sade na Ateno Bsica, que pode ser

    utilizado em dois formatos:

    Coleta de Dados Simplificada (CDS), ver seo 2.2, e

    Pronturio Eletrnico do Cidado (PEC), ver seo 2.3.

    O e-SUS AB foi desenvolvido para adequar o sistema de informao s

    necessidades da Ateno Bsica. Com isso, o sistema poder ser utilizado por

    profissionais das equipes de AB, dos Ncleos de Apoio a Sade da Famlia (Nasf),

    do Consultrio na Rua (CnR) e da Ateno Domiciliar (AD), alm de propiciar o

    1 Software Pblico Brasileiro (SPB) um termo, definido pela Instruo Normativa n 1 de 2011, que aqui, resumidamente, pode ser conceituado como um software desenvolvido por um rgo do poder pblico e portanto um bem pblico, um software pblico.

  • registro de informaes para o Programa Sade na Escola (PSE) e Academia da

    Sade.

    Com o uso do sistema e-SUS AB, o tempo empregado na coleta, no

    tratamento, na incluso e na disponibilizao das informaes diminuir

    consideravelmente, pois a coleta de dados estar dentro das atividades j

    desenvolvidas pelos profissionais da AB, propiciando uma maior incorporao do

    uso do sistema no cotidiano dos profissionais. Consequentemente, ter-se-

    informaes mais fidedignas e disponveis de forma fcil e acessvel para os

    profissionais da AB, permitindo ampliar a cultura do uso da informao para o

    planejamento das aes e a qualificao do cuidado sade da populao.

    A implantao desse novo sistema est conjugada com o esforo do

    Ministrio da Sade de adequar a estrutura e os equipamentos das Unidades

    Bsicas de Sade (UBS), inclusive com computadores e conexo internet por meio

    do Programa Requalifica UBS. No entanto, mesmo em locais com pouca

    infraestrutura de informtica, possvel implantar o e-SUS AB, visto que a forma

    como o sistema foi desenvolvido permite que ele seja instalado em diversos

    cenrios, de acordo com a realidade locorregional.

    O primeiro passo na implantao do e-SUS AB identificar as

    caractersticas tecnolgicas disponveis em cada UBS, como quantidade de

    computadores, quantidade de impressoras, suporte informatizao das unidades,

    conectividade internet, entre outros. A partir das caractersticas de cada UBS, o

    gestor ter subsdios para escolher entre a implantao do PEC ou CDS. O gestor

    tambm poder, a partir desse diagnstico, planejar os investimentos em

    infraestrutura nesses locais.

    Este manual tem o objetivo de descrever alguns passos necessrios

    para a implantao do e-SUS em seu municpio.

  • 2 SISTEMAS E-SUS AB

    As novas diretrizes e normas da Pnab refletiram na reestruturao do sistema

    de informao da AB, considerando-se o conjunto de aes a serem realizadas

    pelas equipes. Tal reestruturao tambm foi orientada pela Poltica Nacional de

    Sade Bucal, Poltica Nacional de Alimentao e Nutrio, Poltica Nacional de

    Prticas Integrativas e Complementares e pela Poltica Nacional de Informtica e

    Informao em Sade, alm do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da

    Qualidade (Pmaq).

    Trata-se de um desafio complexo conceber, desenvolver e implantar, em

    escala nacional, um modelo inovador de gesto da informao para a AB. So

    necessrias mudanas na infraestrutura e nas tecnologias utilizadas nos processos

    de trabalho, na cultura organizacional das equipes e na gesto. Uma das facetas do

    desafio a ser enfrentado traduzir a demanda de suporte de Tecnologia da

    Informao (TI) e dos processos da AB em diretrizes e princpios de arquitetura de

    software, permitindo, desse modo, a realizao do alinhamento entre essas

    dimenses.

    Na construo desse novo sistema de informao, buscou-se o conceito

    inicial de um Sistema de Informao para a AB, no um sistema da Ateno Bsica.

    No so informaes da AB que sero processadas em outros lugares, e sim

    informaes que sero coletadas pelas prprias equipes e apresentadas aos

    profissionais da AB para aprimorarem o funcionamento do servio de sade onde

    atuam, com valor de uso para estes profissionais. Essa diferena fundamental em

    relao maior parte dos sistemas de informao em sade hoje existentes, que se

    caracterizam pela fragmentao e pouca utilizao na tomada de decises pela

    gesto.

    Nesta seo ser descrito um breve histrico do Projeto de Reestruturao do

    Sistema de Informao para a Ateno Bsica, as funes de cada sistema de

    software que compem os Sistemas e-SUS AB e o novo Sistema de Informao em

    Sade para a Ateno Bsica (Sisab).

  • 2.1 Histrico do Projeto

    Os sistemas e-SUS AB foram desenvolvidos a partir do Projeto de

    Reestruturao do Sistema de Informao da Ateno Bsica, em maro de

    2011, pelo Departamento de Ateno Bsica do Ministrio da Sade sob conduo

    do Diretor Hider Aurlio Pinto. Na ocasio, o foco do projeto era estabelecer

    requisitos de um sistema com pronturio eletrnico adequado s necessidades da

    Ateno Bsica. Estes requisitos de sistemas especificariam, ento, com a clareza

    do formalismo da Engenharia de Software, as funcionalidades de pronturio

    eletrnico necessrias para a superao das deficincias nos pronturios eletrnicos

    utilizados na AB que, em geral, eram adaptaes de pronturios eletrnicos

    utilizados na Ateno Terciria ou Hospitalar.

    A partir dessa problematizao inicial, em consonncia com as discusses da

    Pnab e das diretrizes das Redes de Ateno a Sade, em abril de 2011,

    estabeleceram-se algumas parcerias importantes para o desenvolvimento desses

    requisitos. Uma dessas parcerias se deu com um grupo da Universidade Federal de

    Santa Catarina (UFSC), que apoiava o desenvolvimento de um sistema com

    pronturio eletrnico do municpio de Florianpolis/SC. Outra parceria importante foi

    com o Instituto de Ateno Social Integrada (Iasin), formado por pesquisadores e ex-

    gestores de sade, que auxiliariam na incorporao de aspectos relacionados s

    necessidades gerenciais das equipes e UBS.

    J em curso, em novembro de 2011, o projeto teve um importante diagnstico

    mediante resultado do Questionrio de Avaliao das UBS do Programa de

    Requalificao das UBS, que apontou um grande dficit de infraestrutura das UBS

    para o tema de informatizao, levando a uma reflexo importante sobre o que

    estava sendo produzido e, ento, a necessidade de garantir requisitos de sistema

    para um cenrio ideal sem esquecer o cenrio real das UBS. Neste momento,

    constatou-se a necessidade de um sistema de coleta simplificada, orientado por

    fichas de papel, que apoiasse os municpios em um momento de transio do atual

    sistema Siab para o novo sistema com registro individualizado.

    No comeo de 2012, elaborou-se o documento Requisitos de um Pronturio

    Essencial para a Ateno Bsica, com o desenho dos requisitos de sistema e de

    diretrizes para garantir um adequado processo de gesto da informao no mbito

  • municipal. Neste material, evidenciou-se a separao dos conceitos de sistema de

    informao e sistema de software. Mesmo que esses conceitos sejam sinnimos em

    vrias situaes, neste projeto o sistema de informao nacional comporta uma

    viso mais ampla e, ao mesmo tempo, mais objetiva das informaes de gesto da

    AB; j o sistema de software deve respeitar as diretrizes desse sistema maior,

    garantindo funcionalidades especficas para apoiar o processo de trabalho das

    equipes de sade.

    Com essa compreenso, foram criados dois novos sistemas: o Sistema de

    Informao em Sade para a Ateno Bsica (Sisab) o sistema de informao

    nacional e os Sistemas e-SUS Ateno Bsica sistemas de software que

    instrumentalizam o processo de trabalho nas UBS. Nesse momento, ficou claro que,

    alm dos requisitos de sistema, era preciso desenvolver as ferramentas que

    comporiam o conjunto de sistemas do e-SUS AB.

    No incio do segundo semestre de 2012, j tinha uma proposta das fichas de

    coleta simplificada e, em julho, foi possvel fazer uma primeira Prova de Conceito

    das fichas com os municpios de Porto Alegre/RS, Sapucaia do Sul/RS, Governador

    Valadares/MG e Braslia/DF.

    Em fevereiro de 2013, o Ministro da Sade, Alexandre Padilha, fez o pr-

    lanamento do Sistema e-SUS AB. Foi ressaltado o potencial desta ferramenta em

    estruturar e qualificar o processo de trabalho da gesto e dos profissionais de sade

    da Ateno Bsica. Ainda em fevereiro, uma segunda Prova de Conceito foi

    realizada nos municpios de Recife/PE, Sapucaia do Sul/RS, So Bernardo dos

    Campos/SP e Borba/AM. Neste mesmo semestre, foram liberadas as verses de

    apresentao dos sistemas, disparando um cronograma contnuo de

    desenvolvimento, testagem e homologao de novas verses, cada uma delas com

    a melhoria e o incremento de vrias funcionalidades, at o lanamento das verses

    1.0 do Sistema com CDS e com PEC.

    2.2 e-SUS AB CDS: Sistema com Coleta de Dados Simplificada

    O sistema com Coleta de Dados Simplificada (CDS) foi formulado para

    atender s equipes de AB lotadas em UBS com baixa estrutura de informatizao,

    podendo no futuro migrar para a utilizao do sistema com Pronturio Eletrnico do

    Cidado (PEC), assim que as condies de infraestrutura tecnolgica de informtica

  • sejam viabilizadas.

    O sistema com CDS utiliza sete fichas para o registro das informaes, que

    esto divididas em trs blocos, conforme mostrado no Quadro 1.

    Essas fichas devero ser digitadas no sistema de software e-SUS AB com

    CDS para alimentao da base nacional de dados, de acordo com a portaria de

    alimentao do Sisab do ano vigente. Como um sistema transitrio, este no tem a

    pretenso de ser um sistema exaustivo em relao s necessidades de informao

    das equipes de AB, entretanto, organiza um conjunto essencial de informaes que

    estruturam o cadastro da AB e os registros individualizados dos resumos de

    atendimentos e outras atividades realizadas pelas equipes.

    Figura 1 Distribuio das fichas de CDS/e-SUS AB

    Fonte: Manual de Preenchimento das Fichas do Sistema com CDS, 2013.

    2.2.1 Cadastro da Ateno Bsica

    O Cadastro Nacional de Sade (CNS), ou

    simplesmente CadSUS, um sistema de

    informao de base nacional que permite a

    identificao dos usurios nas aes e servios

    de sade por intermdio de um nmero, nico

  • para cada cidado, vlido em todo o territrio nacional. Coordenado pelo Ministrio

    da Sade, esse sistema permite a vinculao do usurio ateno realizada pelas

    aes e servios de sade, ao profissional e ao estabelecimento de sade

    responsvel pela sua realizao. tambm o instrumento de informatizao

    necessrio para a organizao da rede de ateno sade e de gesto do SUS, por

    meio do acesso a uma base nacional de dados de sade do cidado. A Portaria

    MS/GM n 940, de 28 de abril de 2011, regulamenta o Sistema Carto Nacional de

    Sade (Sistema Carto).

    O Cadastro da Ateno Bsica (AB) uma extenso do CadSUS no que se

    refere aos dados que apoiam as equipes de AB a mapear as caractersticas de

    sade, sociais e econmicas da populao adscrita ao territrio sob sua

    responsabilidade. Esse cadastro est organizado em duas dimenses: domiciliar e

    individual.2

    2.2.2 Sistema de Software e-SUS AB CDS

    As fichas utilizadas para registro das atividades das equipes de AB devem ser

    digitadas no sistema de software e-SUS AB CDS, um sistema de registro de fcil

    instalao e multiplataforma3, podendo ser utilizado sozinho (simplificado) ou em

    conjunto com o e-SUS AB PEC (no mdulo CDS).

    O sistema simplificado exclusivo para digitao, portanto no tem funes

    gerenciais. Esse sistema possui banco de dados embarcado, ou seja, no

    necessrio fazer instalao de um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados4

    em separado. Portanto, tem funcionalidades limitadas a esta aplicao, no sendo

    recomendado o armazenamento de um volume grande de informaes.

    2 Para informaes detalhadas sobre o contedo das fichas do CDS e orientaes para seu

    preenchimento, consultar: Manual de Preenchimento das Fichas do Sistema com CDS do e-SUS Ateno Bsica (BRASIL, 2013b), disponvel no Portal do DAB em . 3 Sistemas multiplataforma so capazes de se adequar, por meio de uma mquina virtual, a vrios

    tipos de Sistemas Operacionais, como os sistemas Windows da Microsoft, iOS da Apple ou ainda vrias distribuies dos sistemas GNU/Linux, como o Ubuntu, Debian, Fedora e outros. 4 Um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) o conjunto de softwares responsveis

    pelo gerenciamento de uma base de dados, seu principal objetivo retirar da aplicao cliente a responsabilidade de gerenciar o acesso, a manipulao e a organizao dos dados. O SGBD disponibiliza formas para que suas aplicaes clientes possam incluir, alterar ou consultar dados previamente armazenados. Fonte: Wikipdia .

  • Figura 2 Sistema de Software e-SUS AB CDS

    Fonte: DAB/SAS/MS

    Ao digitar as fichas necessrio transmiti-las para um sistema centralizador,

    onde os dados so armazenados e organizados para gerar relatrios e as

    competncias para envio ao Sisab.5

    2.3 e-SUS AB PEC: Sistema com Pronturio Eletrnico do Cidado

    O sistema com Pronturio Eletrnico do Cidado (PEC) foi formulado para

    atender s equipes de AB lotadas em UBS parcialmente ou totalmente

    informatizadas. Um sistema com Pronturio Eletrnico melhora o cuidado oferecido

    populao, amplia a capacidade clnica dos profissionais e tem outras vantagens,

    tais como:

    otimizao dos gastos com gesto da informao;

    compartilhamento entre os profissionais de sade das informaes sobre os

    5 Para informaes detalhadas sobre a digitao das fichas no Sistema CDS, consultar: Manual do

    Digitador do Sistema e-SUS AB- CDS (BRASIL, 2013c), disponvel no Portal do DAB em http://dab.saude.gov.br.

  • cidados que utilizam o servio de sade e do seu territrio;

    sistematizao das informaes em sade dos cidados de cada episdio de

    cuidado, ao longo do tempo;

    integrao das ferramentas de apoio a decises na prestao dos servios de

    sade; e

    criao de uma plataforma de informaes da qual possvel extrair

    resultados das equipes a um custo mais baixo, do que em planilhas em papel,

    e em tempo mais adequado.

    Tendo em vista as atribuies da AB em coordenar o cuidado prestado s

    pessoas ao longo do tempo e de compor o centro das Redes de Ateno Sade;

    alm da transio do perfil epidemiolgico da populao brasileira, com destaque s

    doenas crnicas, considera-se de grande importncia o uso da ferramenta

    pronturio eletrnico. No entanto, um pronturio eletrnico pode ser implementado

    de diversas formas, considerando diferentes processos de trabalho, ao que cabe

    neste momento apontar algumas diretrizes em busca de garantir a ateno integral

    sade da populao, preconizada pela AB.

    2.3.1 Pronturio Eletrnico para a Ateno Bsica

    O sistema com pronturio eletrnico mais complexo do que o sistema com

    CDS, uma vez que estrutura o registro das informaes que apoiam a organizao e

    a troca de informao entre os profissionais das equipes de AB.

    Um Sistema com Pronturio Eletrnico para a AB deve prover todas as

    informaes e funes que deem suporte s atividades essenciais desenvolvidas

    pelas equipes, como as prticas de assistncia, de anlise da condio de sade da

    populao e de gesto. Para prtica de gesto, cita-se o planejamento e a

    programao das aes, o controle de agendas, os procedimentos, os estoques de

    materiais, os equipamentos, o monitoramento e a avaliao de processos e

    resultados. Nesse sentido apresentam-se, a seguir, os processos essenciais para

    o desempenho das funes da AB destacados por requererem inovaes e

    desenvolvimento para suporte no sistema de informao, a saber: territorializao,

    acolhimento, agendamento, gesto do cuidado e gesto do acesso e qualidade.

    A territorializao prev o registro da populao pelas equipes de AB,

  • sobretudo pelos agentes comunitrios de sade, nos territrios adstritos. No se

    limita apenas ao cadastramento domiciliar e individual da populao, mas tambm

    identificao de informaes relevantes para o planejamento, a programao e o

    desenvolvimento das aes setoriais e intersetoriais da AB.

    O acolhimento, apesar de ter vrios significados, para o processo de

    desenvolvimento do software considerado no mbito da demanda espontnea.

    Portanto, ao acolhimento demanda espontnea, identificam-se elementos

    sujeitos a suporte de sistema de informao. So eles: identificao e registro de

    demanda/atendimento, avaliao do problema (com suporte de lista de problemas),

    classificao de risco clnico e conduta.

    O acolhimento requer uma mudana do modo de realizar o atendimento

    individual para alm da incluso do atendimento de casos agudos do dia. Nesse

    sentido, a agenda dos profissionais se torna um recurso-chave, tanto para garantir a

    retaguarda para o acolhimento, quanto para a continuidade do cuidado. Por isso,

    fundamental uma metodologia consistente de planejamento e gesto das agendas

    que contemple essas diferentes situaes e que, principalmente, apoiem a gesto do

    cuidado dos usurios.

    O processo de agendamento deve ser orientado por uma programao de

    cuidado continuado, de aes de preveno de doenas e promoo da sade

    identificadas como prioritrias, e por um equilbrio entre estas e o acesso de

    demanda espontnea, de modo a responder responsabilidade sanitria da equipe.

    As ferramentas de gesto da informao devem ser capazes, no mnimo, de prover

    os meios suficientes para a realizao do agendamento dessas aes e servios

    para os diversos profissionais das equipes de AB. fundamental, para isso, que a

    abordagem de cada problema de sade definido em metas nacionais (regionalizadas

    ou no) seja racionalizada na forma de protocolos de cuidado e matrizes de

    programao, que fornecero as bases para a programao das atividades assim

    como para o suporte tomada de deciso clnica e para o monitoramento dos

    resultados, tanto no mbito individual quanto coletivo.

    Para a gesto do cuidado, identificam-se como processos relevantes a

    assimilao de elegveis de acordo com os critrios definidos por problema

    abordado, estratificao de risco, aplicao de linhas-guia e protocolos e gesto de

  • agenda de servios.

    Para a gesto do acesso e da qualidade importante a organizao e a

    disponibilizao de condies operacionais para os processos do cuidado,

    garantindo o acesso aos usurios conforme suas necessidades e a qualidade dos

    servios prestados populao, pressupondo a reflexo e o planejamento da

    equipe, a partir de informaes qualificadas produzidas pela mesma no sistema.

    Nesta perspectiva, necessrio que o novo sistema de informao incorpore, em

    verses futuras, a gesto por desempenho e resultados fomentada pelo Programa

    Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da AB (Pmaq).

    2.3.2 Sistema de Software e-SUS AB com PEC

    O e-SUS AB oferece a mesma plataforma tecnolgica para todos os seus

    sistemas de software, no entanto com diferenas significativas no registro, como j

    mencionado, e tambm no armazenamento de informao.

    O sistema com PEC no se limita apenas ao registro no pronturio eletrnico,

    mas amplia-se como conjunto de ferramentas e funcionalidades para atender a

    todas as diretrizes de um sistema de informao para a AB, pela sua complexidade e

    necessidade de organizar e, principalmente, trocar informaes durante o

    atendimento, demanda um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados mais

    robusto. Portanto, essa uma questo relevante na implantao do sistema com

    PEC que deve ser considerada ao se avaliar os custos de implantao (ver seo

    6.3).

  • Figura 3 Sistema de Software e-SUS AB com PEC

    Fonte: DAB/SAS/MS

    O sistema em sua primeira verso, como podemos ver na imagem de sua tela

    inicial, implementa os seguintes mdulos:

    Atendimento Individual: contempla o controle de lista de atendimento (fluxo

    do usurio na unidade), acolhimento demanda espontnea (insero na lista

    de atendimento e escuta inicial), pronturio eletrnico (Folha de Rosto, Soap,

    Lista de Problemas), entre outras funcionalidades.

    Cidado: permite o cadastro do cidado e a integrao com o CadSUS.

    Agenda: configura a agenda dos profissionais, marcao de consulta,

    controle de chegada e controle de faltosos da agenda.

    Relatrios: contempla a gerao de relatrios de avaliao do cadastro,

    situao de sade e atendimentos e outras atividades das equipes de AB.

    Administrao: permite o cadastro geral e a configurao do sistema,

    cadastro da unidade, cadastro do profissional (usurio do sistema), controle

    de perfil do usurio, importao dos dados do Cadastro Nacional de

    Estabelecimento de Sade (CNES), exportao do Boletim de Procedimentos

    Ambulatoriais (BPA), entre outros.

  • Aqui importante esclarecer que o desenvolvimento do Sistema com PEC

    est organizado em verses com maturidade incremental de funes e contedos,

    para se atingir um nvel razovel de funcionalidades de modo a atender os

    processos essenciais da AB, esto previstas as melhorias e as ampliaes dos

    mdulos da primeira verso, assim como a incluso de novos mdulos, para as

    futuras verses do PEC, como pode ser visto no diagrama a seguir:

    Figura 4 Futuras verses do PEC

    Fonte: DAB/SAS/MS

    Para informaes adicionais sobre os mdulos e como usar o Sistema com

    PEC consulte o documento Manual de Utilizao do Sistema com Pronturio

    Eletrnico do Cidado do e-SUS Ateno Bsica, disponvel no Portal do DAB

    em: .

  • 3 Sisab

    A Portaria n 1.412, de 10 de julho de 2013, instituiu o Sistema de Informao

    em Sade para a Ateno Bsica (Sisab), o qual substituir o atual Sistema de

    Informao da Ateno Bsica (Siab) at julho de 2014. O Sisab tem como principal

    caracterstica a estruturao do registro de informaes individualizadas, o que

    deve ampliar de sobremaneira a capacidade do municpio e de suas equipes na

    gesto do cuidado dos cidados sob sua responsabilidade, bem como do rastro das

    aes de sade em todo o territrio nacional.

    3.1 Sistema com Centralizador do e-SUS AB

    O Sistema com PEC ainda apresenta a funo de Centralizador de

    informaes que permite importar as informaes do Sistema com CDS, de

    instalaes locais do Sistema com PEC na UBS ou Distritos Sanitrios e nas

    prximas verses de outros sistemas com pronturio eletrnica da AB, conforme

    figura a seguir, de forma que essas informaes estejam integradas em uma base

    central.

    Figura 5 Sistema com Centralizador

    Fonte: DAB/SAS/MS

  • O Sistema com Centralizador onde o municpio deve organizar as

    informaes das aes de sade de suas equipes, uma base centralizada (ver

    Servidor Central) auxilia o gestor a ter uma visualizao dos relatrios do sistema

    integrados, bem como para que as informaes da AB possam ser transmitidas ao

    Sisab.

    Destaca-se, inicialmente, que tanto o Sistema com CDS quanto o Sistema

    com PEC fornecero as mesmas informaes ao Sisab. Para quem utiliza o Sistema

    e-SUS AB com PEC, o prprio sistema se encarrega de organizar as informaes e

    enviar ao Sisab. Para as UBS/Equipes que utilizam outros sistemas com pronturio

    eletrnico, tambm ser possvel gerar as informaes de acordo com o CDS e

    ento enviar os dados, via centralizador do e-SUS AB, para o Sisab.

  • 4 QUAL SISTEMA IMPLANTAR?

    A primeira pergunta que fazemos ao decidir implantar o Sistema e-SUS AB

    sobre qual sistema mais adequado para a realidade do meu municpio. Para ajudar

    nessa questo, nas prximas sees so abordados alguns pontos importantes a

    serem considerados.

    4.1 Cenrios de Implantao

    Para auxiliar os municpios na escolha do formato mais adequado de sistema

    (se usar CDS ou PEC), foram criados alguns possveis cenrios de implantao.

    Esses cenrios descrevem o uso dos sistemas de software propostos, considerando

    a infraestrutura de Tecnologia de Informao e Comunicao (TIC) disponvel nos

    municpios. Avaliando, em especial, a quantidade de computadores e se a Secretaria

    Municipal de Sade (SMS) e/ou a UBS tem conexo internet.

    4.1.1 Primeiro Cenrio ou Cenrio Mnimo

    Somente a SMS tem computadores e a velocidade de conexo internet bem limitada.

    Figura 6 Cenrio Mnimo

    Fonte: DAB/SAS/MS

  • No primeiro cenrio, tambm considerado cenrio mnimo desejado, apenas a

    SMS tem computador e internet. Para esta realidade, a melhor opo de

    implantao o sistema com Coleta de Dados Simplificado (CDS), pois oferece

    suporte ao processo de registro simplificado de dados por meio de fichas. medida

    que as fichas so preenchidas na UBS pelos profissionais devem ser levadas SMS

    para serem digitadas no sistema de informao. No necessrio esperar por um

    acmulo de fichas preenchidas na UBS. Quanto mais prximo do preenchimento as

    fichas forem digitadas, maior ser a chance dos dados serem preenchidos com

    qualidade e maior a capacidade das equipes de perceber falhas na digitao ou no

    registro dos dados. A digitao dos dados poder ser feita por meio do sistema CDS

    com instalao Offline (e-SUS AB com CDS) ou Online (e-SUS AB com PEC via

    mdulo CDS), no entanto, no caso da instalao Offline os dados devero ser

    transmitidos (por arquivo ou por internet) para um sistema com centralizador.

    4.1.2 Segundo Cenrio

    Somente a SMS tem computador e internet. As UBS tm computador sem acesso internet e podem digitar as

    fichas na prpria unidade

    Figura 7 Segundo Cenrio de Implantao

    Fonte: DAB/SAS/MS

  • O segundo cenrio considera que, alm da SMS, as UBS tambm tm

    computadores e, portanto, tm infraestrutura para que a digitao das fichas seja

    feita na prpria unidade. Nesse cenrio, os dados digitados e minimamente

    validados pelas equipes so enviados SMS por arquivos ou por conexo eventual,

    por exemplo, modem discado ou 3G. Esse cenrio tambm se aplica s equipes de

    AB que tenham acesso internet em locais fora da UBS, como em Telecentro, Lan-

    House etc. Aqui se inicia o processo de descentralizao da digitao das fichas da

    SMS para equipes de AB, o que permite que as prprias equipes acompanhem o

    processo de digitao das fichas, garantindo melhor qualidade das informaes.

    4.1.3 Terceiro Cenrio

    A SMS e as UBS tm computador e internet, mas a UBS tem menos que trs computadores por equipe

    Figura 8 Terceiro Cenrio de Implantao

    Fonte: DAB/SAS/MS

    O terceiro cenrio considera que as UBS tm computadores, porm, ainda em

    quantidade insuficiente para a implantao do PEC. Tambm apresentam conexo

    com a internet, possibilitando a digitao das fichas no sistema CDS com instalao

    Online (e-SUS AB PEC via mdulo CDS). No caso de ter internet limitada ou com

    pouca qualidade de conexo, possvel que se utilize a internet apenas para

  • transmitir as informaes digitadas em uma instalao Offline, com o sistema e-SUS

    AB CDS.

    4.1.4 Quarto Cenrio

    A SMS e as UBS tm computadores numa quantidade maior que trs unidades e internet.

    No quarto cenrio, considerando uma UBS mais informatizada, possvel, por

    meio de um Servidor Local (ver seo 4.2), utilizar o sistema com Pronturio

    Eletrnico do Cidado (PEC) com instalao Offline e complementarmente o sistema

    CDS para digitar as fichas dos pontos da unidade em que ainda no h computador.

    Figura 9 Quarto Cenrio de Implatao

    Fonte: DAB/SAS/MS

    Nesse cenrio, possvel implantar alguns mdulos do sistema com PEC, por

    exemplo, Controle de Agenda na Recepo e Atendimento pelo Mdico e

    Enfermeiro. Considerando que o custo de informatizar toda a UBS relativamente

  • baixo, esse cenrio pode ser apenas uma situao transitria. Cabe aqui ressaltar

    que, para a primeira verso do PEC, o mdulo de atendimento odontolgico ainda

    no estar disponvel. Com isso, o processo de trabalho em domiclio dos agentes

    comunitrios de sade e o atendimento odontolgico iro requerer o uso das fichas.

    Para a segunda verso, o atendimento odontolgico estar incorporado ao PEC e,

    para prximas verses do e-SUS, est previsto o desenvolvimento de aplicativo em

    dispositivos mveis para os processos de trabalho fora da UBS.

    4.1.5 Quinto Cenrio

    A SMS, as UBS e a maioria dos consultrios tm computador, no entanto a internet lenta e/ou instvel.

    No quinto cenrio j possvel implantar o sistema PEC com todas as suas

    funcionalidades. Atualmente, para grande parte das UBS, o cenrio com o sistema

    PEC com instalao Offline, utilizando um Servidor Local, o mais recomendado,

    pois garante o atendimento ao cidado independente da qualidade de conexo com

    a internet.

    Figura 10 Quinto Cenrio de Implantao

    Fonte: DAB/SAS/MS

    Cabe aqui lembrar as ressalvas relacionadas primeira verso do PEC com

  • relao ao atendimento odontolgico e visita domiciliar dos agentes comunitrios de

    sade, citadas no cenrio anterior.

    Ou seja, importante ressaltar que este cenrio poder ser implementado a

    partir da verso PEC 2.0.

    4.1.6 Sexto Cenrio

    A SMS, as UBS (maioria dos consultrios) tm computador e internet com conexo de boa qualidade.

    Figura 11 Sexto Cenrio

    Fonte: DAB/SAS/MS

    No sexto cenrio, utiliza-se o sistema PEC com instalao Online,

    considerando que toda a UBS est equipada com computadores e com conexo

    internet rpida e disponvel6. Nesse cenrio possvel ter o sistema PEC instalado

    com todas as suas funcionalidades e com informaes sincronizadas em tempo real.

    importante ressaltar que esse cenrio poder ser implementado a partir da

    verso PEC 2.0.

    6 O termo disponibilidade de rede, internet disponvel, faz referncia ao tempo em que a conexo est

    disponvel para o usurio. Conexo com alta disponibilidade uma conexo com taxas acima de 97% do tempo em funcionamento, ou seja, este tipo de rede pode ficar sem funcionar, por exemplo, at aproximadamente 22 horas durante todo o ms. .

  • 4.2 Servidor Local e Central

    Como vimos nos cenrios de implantao, possvel instalar o e-SUS AB

    utilizando-se dois tipos de servidores: um Servidor Local, conectado a uma rede

    local dentro da UBS, e um Servidor Central ou Centralizador, conectado a rede do

    municpio ou internet.

    Enquanto servio (verso do sistema instalado), ambos tm as mesmas

    funes que so:

    Oferecer uma instalao do Sistema e-SUS AB acessvel por outros

    computadores.

    Oferecer um ambiente de centralizao dos dados, tanto os dados

    provenientes do Sistema com PEC quanto do Sistema com CDS.

    Oferecer mecanismos de transmisso de informao para outros sistemas.

    A principal diferena entre os dois, alm de caractersticas do hardware do

    computador utilizado para servidor (ver seo 6.4), a finalidade. Enquanto o

    Servidor Local utilizado para garantir que o sistema no pare de funcionar durante

    o perodo em que a UBS estiver em atendimento ao cidado, o Servidor Central,

    como vimos na seo 3.1, busca garantir o armazenamento, a organizao e a

    segurana das informaes sobre o cuidado dos cidados de seu municpio.

    Pela sua maior complexidade de manuteno e suporte, os municpios podem

    buscar solues alternativas para garantir o funcionamento do Servidor Central do e-

    SUS AB, como por exemplo, buscar parceria com outros municpios, solues

    regionais ou, ainda, apoio do Estado para garantir essa infraestrutura. importante

    salientar que, pelo fato de o Sistema e-SUS AB ter implementao hierrquica,

    possvel a existncia de vrios servidores redundantes organizados em diversos

    nveis diferentes agregando e suportando a informao em sade para a AB do

    municpio.

    Figura 12 Rede distribuda de instalaes do sistema

  • Fonte: DAB/SAS/MS

    A Figura 12 ilustra diferentes formas de usar o Sistema e-SUS AB em rede,

    considerando instalaes de Sistemas com PEC para atender as UBS e os Sistemas

    com Centralizador para organizar os dados de mais de uma UBS. A ilustrao

    mostra, em um primeiro caso, duas UBS (A e B) sincronizando suas bases com

    instalao centralizadora em um Distrito Sanitrio. Obviamente, para que estes

    dados cheguem ao Centralizador Municipal necessrio que a instalao do Distrito

    AB esteja sendo sincronizada com ele. Outro caso na rede uma UBS (C) que est

    sincronizando sua base diretamente com o Centralizador Municipal. E, por ltimo,

    uma UBS (D) que no possui uma base local e usa o Sistema com PEC diretamente

    no Centralizador Municipal.

    Este pequeno cenrio ilustrado permite visualizar as cpias dos dados

    distribudos na rede de sistema. A UBS A e B possuem, alm da sua base local, mais

    duas cpias da informao de seus territrios, uma no Centralizador do Distrito AB e

    a outra no Centralizador Municipal. A UBS C tem apenas uma cpia no Centralizador

    Municipal, e a UBS D no tem cpia da informao e fica dependendo apenas da

    instalao do Centralizador Municipal.

    Como vimos anteriormente, compete aos municpios a coordenao da AB,

  • logo o nvel mais alto de centralizao dos dados do Sistema e-SUS AB o nvel

    municipal. Em alguns casos, e principalmente pela dificuldade de alguns municpios

    de manter um servidor centralizador do Sistema e-SUS AB, os estados (e algumas

    associaes de municpios) oferecem um servidor para armazenar fisicamente os

    dados desses municpios.

    Essas estruturas, fora do municpio, so estruturas de acesso restrito ao

    gestor municipal, e so chamadas de Sistema e-SUS AB Multimunicipal, ou seja,

    no uma instalao estadual ou regional, uma instalao municipal apenas

    otimizada para melhor aproveitar os recursos computacionais do servidor que d

    suporte ao sistema de sade municipal. Na figura a seguir ilustramos a relao entre

    os sistemas e suas bases.

    Figura 13 Municpios usando base centralizada Multimunicipal

    Fonte: DAB/SAS/MS

    Como ilustrado na Figura 13, todos os municpios acessam a sua instalao

    centralizadora, cabendo aos prprios municpios estruturarem suas redes dentro do

    seu municpio. Lembrando que cabe neste tipo de estrutura, inclusive, os de acesso

    direto ao Sistema e-SUS AB pelos profissionais de sade nas UBS (sem servidor

    local).

  • 4.3 Transio entre os sistemas

    Para a implantao do e-SUS de extrema importncia avaliar a transio

    entre os sistemas (Siab para e-SUS/Sisab), uma vez que impacta diretamente no

    trabalho das equipes e da gesto. A sensibilizao sobre as vantagens da mudana

    do sistema, a capacitao para o uso das fichas ou pronturio, o estabelecimento de

    um fluxo de digitao das fichas, o uso das informaes registradas por meio da

    gerao de relatrios so pontos essenciais a serem trabalhados pela gesto.

    O Sistema e-SUS AB tem como uma de suas principais diretrizes aproximar

    o registro da informao de onde ele est acontecendo, ou seja, quem produz a

    informao deve tambm registr-la no sistema. Essa diretriz leva, naturalmente, a

    um sistema de sade totalmente informatizado em que os profissionais da equipe de

    sade tm acesso e realizam suas atividades com apoio do sistema. No entanto, sair

    de um cenrio no informatizado para um cenrio totalmente informatizado um

    processo que pode gerar mudanas muito bruscas no processo de trabalho e acabar

    gerando resistncia nos trabalhadores.

    Nessa perspectiva, alguns passos buscam atender uma transio mais suave

    na implantao dos sistemas. Um primeiro passo fazer uso dos computadores

    disponveis na UBS para registro das informaes das fichas, saindo do Cenrio 1

    para os cenrios 2 e 3. Nessa transio, sugere-se que o ponto de partida seja a

    digitao do cadastro e a atualizao dos dados dos cidados do territrio, seguido

    da digitao das fichas de atendimento. O segundo passo dessa transio a

    implantao de parte do pronturio nos consultrios e na recepo da UBS (Cenrio

    4), tendo um custo relativamente baixo (ver seo 6.3). Por fim, implantar o sistema

    para todos os profissionais da UBS alcanando-se os cenrios 5 e 6.

    4.4 Granularidade versus Capacidade

    Neste momento de transio entre os sistemas muito importante estar

    atento s necessidades dos profissionais que esto absorvendo essas novas

    tecnologias. Ou seja, medida que se identificam diferenas marcantes na cultura

    informacional, faz-se necessrio investir na formao e/ou aprimoramento de

    capacidades a fim de promover a mudana do comportamento informacional de

    gestores e de trabalhadores como condio para garantir os resultados esperados

  • da implantao do Sisab.

    Considerando que a formao de capacidades abrange no somente as

    habilidades de recursos humanos, mas tambm os tecnolgicos e os aspectos

    organizacionais e institucionais, e ainda considerando que a granularidade da

    informao se refere ao detalhamento que se tem do registro de informaes,

    importante fazer uma anlise da relao entre a granularidade da informao e a

    capacidade de registrar/produzir essa informao com qualidade.

    Figura 14 Granularidade versus Capacidade

    Fonte: DAB/SAS/MS

    A Figura 14 organizada em trs nveis, de baixo pra cima, apresentando um

    nvel consolidado, que representa a estrutura atual do sistema de informao da AB;

    um nvel individualizado que representa a estrutura do sistema de Coleta

    Simplificada; e o ltimo nvel, tambm individualizado, que representa o sistema com

    Pronturio Eletrnico. A ilustrao nos ajuda a perceber a relao diretamente

    proporcional da granularidade da informao sobre a formao de capacidade. Ou

    seja, quanto maior o detalhamento da informao, e naturalmente do seu uso, maior

    a necessidade de formar capacidade ao redor desse ambiente, investindo em

    informatizao, em recursos humanos e no uso da informao para melhor gerir

    o sistema de sade.

    Nos prximos captulos abordamos esses assuntos de forma a trazer algumas

  • questes relevantes ao buscar a formao de capacidade, no Captulo 5, abordamos

    questes mais relevantes ao processo de informatizao, no Captulo 6, sobre a

    formao dos recursos humanos e, no Captulo 7, sobre os possveis fluxos de

    informao e seu potencial de uso.

  • 5 INFORMATIZAO

    A informatizao das UBS, conforme identificado no ltimo Censo das UBS de

    2012, ainda um grande desafio. Percentualmente, os problemas de informatizao

    das SMS (97% com computador e internet) so menores que os problemas de

    informatizao das UBS (50,2% com pelo menos um computador e 17% com

    internet). Apesar disso, neste documento, tem-se uma avaliao dos custos de

    implantao do PEC nas UBS, analisando os pontos mais relevantes a serem

    observados no processo de implantao do sistema.

    5.1 Avaliando custos da implantao

    Realizou-se uma estimativa dos custos de implantao de sistemas de

    software, considerando-se caractersticas mais gerais das UBS com as da Estratgia

    de Sade da Famlia (ESF). Atentou-se para o modelo de Cenrio de Implantao

    em relao capacidade tecnolgica, ou seja, qual o nvel de informatizao

    necessrio para alcanar o cenrio desejado.

    A avaliao de custos, em projetos de Tecnologia de Informao e

    Comunicao (TIC), requer identificar todos os gastos envolvidos no projeto, mesmo

    aqueles indiretamente custeados em funo da implantao. Essa identificao

    uma tarefa complexa, por vezes mal compreendida pelos gestores (REMENYI et al.,

    2000). No entanto, por mais complexa que seja essa tarefa, mensurar esses custos

    essencial para fazer uma avaliao objetiva e quantitativa do projeto.

    5.1.1 Custos diretos

    Os custos diretos de TIC so aqueles que podem ser atribudos implantao

    e operao do projeto, como por exemplo:

    Custos de equipamentos: computadores para servidores ou estaes de

    trabalho, backup, impressoras etc.

    Custos de softwares: sistema operacional, software de banco de dados,

    software de gerenciamento de rede etc.

    Custos de instalao e configurao: consultoria, cabeamento e instalao de

    equipamentos.

    Custos de treinamento/capacitao: curso sobre o uso do sistema.

  • Custos amplos: custos de operao (energia, aluguel), impressos, material

    de consumo etc.

    Esses custos, em geral, so mais fceis de serem estimados quando se tem

    clareza do cenrio que se quer alcanar e quais insumos so necessrios para se

    ter um mnimo de qualidade na operao do sistema. Na seo 5.2 discute-se sobre

    os custos relacionados implantao de um sistema com pronturio eletrnico.

    5.1.2 Custos indiretos

    Alm dos custos diretos, ainda possvel identificar diversos indiretos, tais

    como: custos humanos indiretos, como gesto de recursos; custos de propriedade;

    tempo; motivao e treinamento dos colaboradores; esforo e dedicao gesto e

    ao tempo de gerenciamento. Ainda podem ser considerados os custos indiretos

    organizacionais, que ocorrem devido implantao do sistema e das mudanas

    organizacionais subsequentes. Em seguida, podem surgir custos relacionados

    resistncia mudana, reestruturao organizacional, deslocamento de recursos

    organizacionais e outros prprios de cada organizao.

    Tais circunstncias e impactos nos custos podem variar entre organizaes,

    porm, independentemente das ocorrncias dessas consequncias, espera-se que

    haja um reflexo nos custos. Em especial sobre os custos de TIC temos seis

    categorias de despesas:

    Despesas de pessoal: salrios, encargos sociais, benefcios etc.

    Servios profissionais: servios de consultoria, terceirizados e outsourcing.

    Despesas de viagem: despesas com viagem e estadia.

    Software: aquisio e renovao de licenas; manuteno e atualizao de

    software.

    Hardware: aquisio de servidores, computadores, notebooks, perifricos,

    switches, roteadores e demais equipamentos necessrios s atividades de

    TIC.

    Comunicao, suprimentos e outras: despesas com comunicaes (internet e

    telefonia) e compras de suprimentos para uso nas atividades de TIC como

    toner para impressora, papel, fichas etc.

  • Existem ainda alguns custos pouco evidentes relacionados a aspectos

    tecnolgicos como treinamento tcnico, existncia de mltiplos sistemas integrados,

    requerimentos de segurana e backup, licenas de softwares e bancos de dados,

    falhas de conexo e quedas no sistema, entre outros. Os no tecnolgicos so

    relacionados fundamentalmente mo de obra e necessidade de pessoal para

    executar atividades, por exemplo, de planejamento e de manuteno do sistema.

    As fontes de informaes para determinar os custos do projeto de TIC so

    fundamentais. Algumas informaes so obtidas com os participantes do projeto

    (fornecedores, contratados, consultores etc.). Outras decorrem da verificao dos

    recursos disponibilizados pela equipe interna (anlise de requisitos, confeco do

    projeto e desenvolvimento). Pode ser difcil alocar custos a projetos especficos

    quando um produto ser usado por toda a organizao, tal como o caso de um

    banco de dados corporativo ou a instalao de uma rede de telecomunicao

    (REMENYI et al., 2000).

    A avaliao de projetos de implantao em cooperao com o Ministrio da

    Sade, estados e outros municpios, apresenta vrios custos j absorvidos pela

    prpria estrutura organizacional existente, como o caso dos custos de operao e

    dos custos indiretos humanos e organizacionais. No entanto, sempre importante

    avaliar essa estrutura existente a fim de detectar possveis pontos de sobrecarga de

    trabalho.

    5.2 Custos de implantao do Sistema e-SUS AB

    O sistema de software do e-SUS Ateno Bsica, como vimos, pode atender

    a diversos cenrios em municpios distintos ou dentro do prprio municpio, em

    especial considerando a facilidade de acesso aos recursos necessrios

    implantao.

    Nesta seo fazemos uma avaliao em torno das variveis que mudam os

    cenrios, com foco na aquisio de equipamentos, estruturao da internet,

    capacitao/treinamento e suporte de operao do sistema.

    5.2.1 Equipamentos

    Estimar os custos de compra de equipamentos est bastante relacionado ao

  • nvel de informatizao pretendido. Temos trs cenrios que representam bem a

    diferena de infraestrutura dos equipamentos:

    Cenrios 2 e 3: entre um e trs computadores por UBS/Equipe, ou seja, um

    conjunto mnimo de computadores onde seja possvel implantar o Sistema e-

    SUS AB com CDS.

    Cenrio 4: onde temos mais de quatro computadores por UBS/Equipe e

    menos que o necessrio para que todos os profissionais estejam trabalhando

    com o Sistema e-SUS AB com PEC.

    Cenrio 5 e 6: onde todos os profissionais tem acesso a um computador para

    usar o Sistema e-SUS AB com PEC.

    Para que se possa fazer uma avaliao dos custos de compra de

    equipamento faremos uma pequena anlise sobre quantos computadores seriam

    necessrios para se terem todos os profissionais com mquina disponvel para usar

    o Sistema e-SUS AB com PEC, em especial observando as caractersticas das

    equipes da Estratgia de Sade da Famlia (ESF) e de equipes com caractersticas

    similares.

    As ESFs so compostas, em mdia, por um mdico, um enfermeiro, um

    auxiliar ou tcnico de Enfermagem e seis agentes comunitrios de sade (ACS).

    Quando ESF com Equipe de Sade Bucal (ESB), conta ainda com um cirurgio-

    dentista, um auxiliar em Sade Bucal, podendo ou no tambm ser composta por

    um tcnico em Sade Bucal, a depender da modalidade de equipe. Alm das ESFs

    com ESB, considerando a estruturao dos servios dentro de uma UBS, ainda

    podem ser considerados um profissional que organiza a recepo da UBS, um

    profissional de sade que acompanha as aes da assistncia farmacutica e um

    gerente da UBS. Ao total, neste pequeno desenho, teramos 15 pontos de

    trabalho. fato que, considerando diferentes organizaes dos servios dentro da

    UBS, composio das aes com os Ncleos de Apoio a Sade da Famlia,

    estruturao de mais de uma ESF em uma mesma unidade, entre outros fatores,

    esse desenho pode ter variaes considerveis.

    Os 15 pontos de trabalho mencionados, no necessariamente se traduzem

    em 15 computadores para estaes de trabalho, principalmente considerando a

  • possibilidade de uso compartilhado dos equipamentos e ainda de equipamentos que

    sejam necessrios em outros ambientes da UBS. Portanto, uma boa anlise pode

    ser dar pela necessidade de computadores e outros equipamentos pelos ambientes

    de trabalho:

    Recepo (um computador, uma impressora carto e uma impressora laser)

    Sala de Acolhimento (um computador)

    Sala de Vacinao (um computador)

    Sala de Procedimentos (um computador)

    Consultrio de Enfermagem (um computador)

    Consultrio de Odontologia (um computador)

    Consultrio Mdico (um computador)

    Farmcia (um computador)

    Sala de Gerncia (um computador e uma impressora laser)

    Sala dos ACS (no mnimo7 dois computadores)

    Considerando ainda a instalao de um computador para Servidor Local (a

    partir do Cenrio 4), acompanhado de um No-break8 e pelo menos mais uma

    impressora para os consultrios, para um cenrio minimamente informatizado, seria

    necessrio:

    Tabela 1 Equipamentos

    Quant. Equipamento Valor* Total

    1 Computador para Servidor Local R$ 4.000,00 R$ 4.000,00

    1 No-break R$ 1.000,00 R$ 1.000,00

    11 Estaes de Trabalho R$ 1.500,00 R$ 16.500,00

    3 Impressora laser com conexo de Rede R$ 700,00 R$ 2.100,00

    1 Impressora laser etiqueta (Carto Nacional de Sade)

    R$ 800,00 R$ 800,00

    7 Consideramos minimamente adequado o uso compartilhado de quatro agentes por computador.

    8 No-break um equipamento que auxilia no suprimento de energia eltrica em caso da rede eltrica

    falhar. O tempo de suporte varia de acordo com sua capacidade e com a quantidade de equipamentos ligados a ele.

  • Total R$ 24.400,00

    Fonte: DAB/SAS/MS * O valor estimado, em jun/2013, serve apenas para se ter um parmetro de referncia, entretanto ele poder variar significativamente nos municpios de acordo com a oferta desses equipamentos no municpio. Portanto, recomenda-se que estas estimativas sejam sempre reavaliadas.

    Outro custo relacionado ao processo de informatizao da UBS a

    estruturao da Rede Local de Computadores, ou seja, a estrutura que garante a

    comunicao entre o Servidor Local, os computadores e as impressoras instalados

    na UBS, e quando disponvel tambm com a internet.

    O custo de instalao de uma rede local pode variar muito, a depender das

    caractersticas e da qualidade esperada dessa rede. Quando se pretende alcanar o

    maior nvel de qualidade da rede, a literatura recomenda o uso de redes cabeadas

    (cabeamento estruturado) com instalao e transmisso dos dados certificados por

    normas e padres da rea, entretanto isso pode elevar muito os custos da instalao

    da rede.

    Ainda existem outros tipos de solues para a instalao de redes de

    computadores, por exemplo, as redes wireless (sem fio) bastante utilizadas em

    locais onde se tem uma grande quantidade de equipamentos de uso temporrio na

    rede, como notebooks, tablets e outros dispositivos mveis. Esse tipo de rede de

    fcil instalao se os equipamentos j estiverem preparados para conexes sem fio,

    sendo mais comum as conexes Wi-Fi. Uma desvantagem das redes wireless em

    relao s redes de cabeamento estruturado a sua susceptibilidade a

    interferncias9 no sinal de conexo, que podem causar queda na velocidade de

    conexo ou ainda queda do sinal de conexo. Outro ponto importante sobre os

    mecanismos de segurana de acesso a essa conexo, dado que este tipo de rede

    pode permitir acesso a todos os dispositivos que recebam o sinal do Switch

    Wireless.

    De qualquer forma, ao se pensar em uma soluo para a instalao de uma

    rede local a primeira questo sobre a quantidade de pontos de acesso que

    devero ser providos por essa rede. Observando nosso exemplo acima, temos 12

    computadores e trs impressoras, um total de 15 pontos de acesso dentro da UBS,

    9 As formas de interferncias mais comuns no sinal de uma rede wireless so provocadas por

    telefones sem-fio e por lmpadas fluorescentes.

  • ainda podemos precisar de mais um ponto para acesso internet, portanto 16

    pontos de conexo da rede. Esse parmetro interfere diretamente no equipamento

    de switch da rede, seja ele wireless ou cabeado, o qual deve suportar no mnimo a

    quantidade de pontos necessrios para estruturar a rede de computadores da UBS.

    Os custos de instalao de uma rede local, em geral, so orados por ponto

    de conexo, com grande variao no preo, que vo desde R$ 100,00 a R$

    1.200,00 por ponto de conexo a depender da forma escolhida, ou seja, em nosso

    exemplo uma variao de R$ 1.500,00 a R$ 18.000,00 para se estruturar uma rede

    de computadores. Em relao aos custos, em geral, a instalao de redes wireless

    so mais baratas e mais escalveis, porm menos estveis. As redes de

    cabeamento estruturadas so um pouco mais caras, mas so mais estveis e

    demandam menos manuteno quando instaladas com um mnimo de qualidade.

    5.2.2 Infraestrutura

    Tambm relevantes na implantao de sistemas informatizados a

    infraestrutura da UBS, que deve ser suficiente para suportar os novos equipamentos

    nela instalados. O ponto mais discutido sobre infraestrutura a conectividade de

    internet, pois ela traz melhorias significativas pela possibilidade de comunicao

    com outros sistemas. Nesse ponto, algumas caractersticas devem ser avaliadas

    para um bom funcionamento de todo o sistema, como por exemplo: velocidade de

    conexo, disponibilidade da conexo e, principalmente, o custo da conexo.

    A velocidade de conexo influencia no tempo em que se baixa o contedo da

    internet: quanto maior a velocidade, menor o tempo. Entretanto, a velocidade

    influencia tambm no custo de contratao do servio, portanto deve ser avaliada

    tambm em relao velocidade demandada pelo sistema para se ter um tempo de

    resposta razovel. Como vimos nos cenrios de implantao duas questes podem

    influenciar na escolha:

    Formato do sistema, se CDS ou PEC; e

    tipo de instalao, se instalao centralizada ou local.

    Para um funcionamento com um mnimo de qualidade, podemos estimar a

    velocidade de conexo como segue:

    Para CDS:

  • 128 Kbps, CDS Offline, se a instalao local com transmisses

    peridica dos dados.

    512 Kbps, CDS Online, se a instalao centralizada no municpio.

    Para PEC:

    128 Kbps a 512 Kbps, PEC Offline, se usar um servidor local, com

    transmisso peridica dos dados (a velocidade aqui depende tambm

    do tipo de sincronizao.

    1 Mbps, PEC Online, se a instalao centralizada no municpio.

    A conexo internet que atendem os requisitos mnimos de qualidade so as

    chamadas conexes de banda larga. Os custos de conexo variam de acordo com

    o tipo de conexo disponvel no municpio. Existem vrias opes10 de contratao:

    Conexo de banda larga fixa, como as xDSL, a Cabo, Fibra tica, entre

    outras.

    Conexes de banda larga mvel, como as conexes via Rdio, Wi-Fi,

    WiMax, as conexes via Satlite, ou ainda as de telefonia mvel, como as

    2,5G, 3G e 4G.

    Alm das conexes de banda larga, ainda temos algumas conexes de banda

    estreita que, apesar de pouco recomendadas, podem ajudar na transmisso de

    pequenas quantidades de dados, como o caso das conexes discadas (56 Kbps) e

    as conexes de telefonia mvel 2G (~40 Kbps).

    Os custos de conexo internet variam muito no Pas, mas em geral as

    conexes de banda larga fixa so de custo menor e mais estveis que as conexes

    de banda larga mvel. Outro ponto em relao ao tipo de servio oferecido pelas

    operadoras, podendo ser conexo dedicada ou de uso compartilhado e, por ltimo,

    se o servio oferecido por velocidade ou por quantidade de dados trafegados,

    como ocorre em geral na telefonia mvel.

    Outro levantamento realizado pelo Censo das UBS/2012 revelou que apenas

    36,2% das UBS possuem algum tipo de conexo internet. O dado aponta para um

    10

    Veja mais informaes sobre os tipos de acesso internet em: .

  • desafio na qualificao da infraestrutura de conectividade das UBS, tanto na

    quantidade de unidades conectadas quanto na qualidade da conexo internet

    disponvel, respeitando os requisitos mnimos.

    O Ministrio da Sade, articulado com um importante programa do governo

    federal, o Plano Nacional de Banda Larga do Ministrio das Comunicaes, torna

    prioritria a implementao de conectividade at 2014 em todas as equipes

    participantes do primeiro ciclo do Pmaq, o que representa um universo de 13 mil

    UBS.

    Ainda sobre a infraestrutura, e constantemente esquecido nos projetos de

    implantao, a reviso da rede eltrica um ponto importante no projeto de

    informatizao. Principalmente em UBS mais antigas, em que a instalao de

    equipamentos pode sobrecarregar o sistema eltrico fazendo-o cair ou, ainda,

    provocar oscilaes na rede que prejudicam ou at danificam os novos

    equipamentos de informtica. Se a infraestrutura de rede eltrica da UBS no estiver

    preparada, esta reviso pode se tornar um custo importante no processo de

    informatizao, que em alguns casos incluem gerador eltrico externo e rede eltrica

    estabilizada.

    5.2.3 Software

    O sistema e-SUS AB totalmente gratuito e pode ser baixado por meio do

    site do e-SUS AB, no Portal do DAB, ou pelo Portal do Software Pblico Brasileiro na

    Comunidade do e-SUS AB. Apesar de o Sistema e-SUS AB ser gratuito, a depender

    do tipo de instalao, alguns softwares auxiliares podem ter custo, como o caso do

    Sistema Operacional (SO) e do Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados

    (SGBD).

    Buscando contornar esses problemas, o desenvolvimento do Sistema e-SUS

    AB multiplataforma, ou seja, possvel de ser instalado em diferentes SOs,

    inclusive distribuies GNU/Linux, como o Ubuntu Linux (www.ubuntu.org), que um

    software livre, portanto sem custos de licena ou aquisio.

    Da mesma forma, para o banco de dados, o Sistema e-SUS AB com CDS e

    com PEC funcionam com o banco de dados H2 (http://www.h2database.com/), que

    de cdigo aberto e livre de licena. Para o sistema e-SUS AB com PEC

    centralizador, sua instalao depende do banco de dados Oracle

  • (www.oracle.com/br/ ), que tem restries de uso de acordo com a plataforma de

    hardware e a quantidade de informao armazenada (11 Gigabytes de

    armazenamento, 1 Gigabyte de RAM e monoprocessada), verso esta chamada de

    Oracle Database XE (Express Edition). Para mais informaes, acesse:

    . Para quem no se enquadra nesses limites, necessrio adquirir

    uma licena do software, que tambm varia de acordo com a sua forma de

    utilizao.

    Espera-se que em breve j existam implementaes do Sistema e-SUS AB

    com PEC centralizador, totalmente livre de custos de licena, de modo que no seja

    necessrio gastar os recursos pblicos adquirindo licenas de uso de banco de

    dados.

    5.2.4 Suporte de TIC

    No processo de informatizao de uma UBS, o aumento do parque de

    mquinas e de equipamentos do municpio, a depender do porte do municpio, pode

    ser bastante significativo, em especial para o uso do sistema com Pronturio

    Eletrnico. Este aumento, naturalmente, demanda um conjunto de aes de Suporte

    de TIC, como as que seguem:

    Configurao e manuteno de equipamentos.

    Substituio de equipamentos.

    Substituio de perifricos (teclado, mouse).

    Realizao de backup, entre outros.

    Quanto maior a necessidade de suporte, maior a logstica necessria para

    atender a esses usurios e garantir que pequenos problemas no deixem o sistema

    fora do ar ou prejudiquem o seu funcionamento.

    5.3 Requisitos Mnimos

    Os requisitos dos sistemas variam tambm com o seu uso, logo, esta seo

    aponta alguns requisitos que devem auxiliar na estimativa de qual o hardware de

    computador mais se adapta ao cenrio em questo.

  • 5.3.1 Sistema com PEC

    Pode-se dividir o Sistema com PEC em duas categorias: Servidor da

    Aplicao e Cliente da Aplicao. O servidor onde o sistema est efetivamente

    instalado e demanda os recursos da mquina; j a aplicao onde o sistema

    efetivamente usado, ou seja, o computador/dispositivo de onde os profissionais de

    sade iro acessar o sistema.

    Para uso do sistema (cliente da aplicao), acessado pelos profissionais de

    sade, os computadores no precisam de configurao especial, precisam apenas

    ter boa conexo com a rede local e um computador ou outro dispositivo que permita

    abrir um navegador de internet. Para fazer esse tipo de acesso existem vrias

    opes no mercado alm do computador comum, um deles o Thin Client ou

    Cliente Magro11, um dispositivo, com custo bastante inferior a um computador, que

    se conecta diretamente ao servidor para ter acesso ao sistema. Os requisitos, para

    acesso ao sistema, so (mnimo/recomendado):

    Memria RAM 128 Mb / 256 Mb

    Processador 1 GHz / 2 GHz

    Disco Rgido 100 Mb / 200 Mb de espao livre

    Para instalao do sistema, como servidor da aplicao, o sistema poder ser

    usado como um Servidor Local ou um Servidor Central, como vimos na seo 4.2

    nos Cenrios de Implantao.

    Estima-se como requisitos de sistema, para o uso em um Servidor Local,

    suportando o uso de uma equipe de AB em uma UBS (mnimo / recomendado):

    Memria RAM12 512 Mb / 1 Gb

    Processador 1,5 GHz / 3 GHz

    Disco Rgido 5 Gb / 20 Gb de espao livre

    Para a instalao do Sistema com PEC Centralizador, Servidor Central,

    necessrio avaliar a quantidade de equipes que sero suportadas e se haver

    11

    . 12

    Para SOs GNU/Linux sugere usar memria Swap de pelo menos duas vezes o tamanho da memria RAM.

  • acesso direto a este servidor ou se este ser apenas acessado por outros

    servidores. A diferena entre as formas de usos altera a configurao do servidor em

    relao capacidade deste de fazer processamento das informaes de forma

    simultnea (nmero de acessos simultneos). Ou seja, quantas pessoas/mquinas

    esto acessando ao mesmo tempo o servidor, o que deve influenciar na capacidade

    da Memria RAM e do Processamento desse servidor. O tamanho do Disco Rgido

    no se altera, no entanto, a forma como ele armazena e recupera as informaes

    sim, pois pode provocar lentido ao tentar acessar o disco simultaneamente por

    vrios usurios do sistema.

    Figura 15 Mapa de distribuio de nmero de ESF

    Fonte: DAB/SAS/MS

    Considerando essas diferentes caractersticas e o Mapa de distribuio de

    nmero de ESF (acima), segue a descrio de alguns exemplos para auxiliar na

    configurao do equipamento para Servidor Central.

    Exemplo 1 Servidor suportando at quatro equipes/UBS, com Servidor

    Local nas UBS:

    Memria RAM 512 Mb / 1 Gb

  • Processador 2 GHz / 2 GHz Dual core

    Disco Rgido 8 Gb / 20 Gb de espao livre

    Exemplo 2 Servidor suportando at quatro equipes/UBS, sem Servidor

    Local e com acesso direto, via internet/intranet, ao servidor de aplicao:

    Memria RAM 1 Gb / 2 Gb

    Processador 2 GHz Dual Core/ 3 Ghz Dual Core

    Disco Rgido 8 Gb / 20 Gb de espao livre (com RAID 0)

    Exemplo 3 Servidor suportando at 15 equipes/UBS, com Servidor Local

    nas UBS:

    Memria RAM 1 Gb / 2 Gb

    Processador 2 GHz / 2 GHz Dual core

    Disco Rgido 80 Gb / 160 Gb de espao livre

    Exemplo 4 Servidor Central suportando at 15 equipes/UBS, sem Servidor

    Local e com acesso direto, via internet/intranet, ao servidor de aplicao:

    Memria RAM 8 Gb / 16 Gb

    Processador 2 GHz Quad Core / 3 GHz Quad Core

    Disco Rgido 80 Gb / 160 Gb de espao livre (com RAID 0)

    Acima de 15 equipes/UBS e acima de 180 usurios do sistema, mais

    adequado fazer uma avaliao especfica considerando a forma de utilizao do

    sistema e a quantidade de informao que dever ser armazenada e processada no

    servidor.

    Apesar de apontarmos alguns exemplos de configuraes dos equipamentos,

    importante ter um profissional de TIC avaliando as necessidades de configurao

    do servidor a fim de alcanar um bom desempenho da aplicao. Tambm

    importante observar que essas caractersticas gerais no consideram os diferentes

    SGBD utilizados, os quais podem demandar configuraes diferentes a depender da

    aplicao feita do sistema.

  • 5.3.2 Sistema com CDS

    O Sistema com CDS pode ser usado em sua verso Offline ou Online. A

    verso Online integrada ao Sistema com PEC e, portanto, deve seguir os mesmos

    requisitos de sistema. Para a verso Offline estima-se como requisitos para digitao

    (mnimo / recomendado):

    Memria RAM 128 Mb / 256 Mb

    Processador 1 GHz / 2 GHz

    Disco Rgido 2 Gb / 5 Gb de espao livre

  • 6 FORMAO DOS RECURSOS HUMANOS

    A qualificao sobre os novos conceitos, terminologias, funcionalidades e

    suporte do sistema o elemento essencial para a utilizao dessas novas

    tecnologias. Assim, no processo de implantao deve-se estar atento no s ao

    contedo necessrio para operao do sistema, mas tambm, e por que no dizer

    principalmente, aos contedos que dialogam diretamente com os processos de

    trabalho na AB, orientados pelo MS, muitos deles orientados nos Cadernos de

    Ateno Bsica. O alinhamento dos profissionais sobre esses contedos contribuir

    fortemente no sucesso de implantao do sistema.

    Neste captulo, sero destacados alguns pontos que devem ser observados

    no processo de qualificao, alinhado com o contedo necessrio por tipo de

    profissional, separados em:

    Profissionais de Gesto;

    Profissionais de Sade; e

    Profissionais de TIC.

    Nesse processo importante que os profissionais da gesto, de sade e de

    TIC, de acordo com sua vivncia, podem, em muitas situaes, ter compreenses

    diferentes dos problemas que devero ser enfrentados, portanto, para conduzir o

    processo de implantao necessrio detectar pessoas que tenham familiaridade

    com mais de uma rea ao mesmo tempo. Ainda importante que os profissionais

    envolvidos no processo de implantao tenham um primeiro contato com as

    ferramentas e os conceitos envolvidos, de modo a ter uma compreenso geral do

    processo e das provveis mudanas que ocorreram em seu processo de trabalho. A

    partir desse alinhamento inicial possvel comear um processo de capacitao

    para cada grupo em separado.

    6.1 Profissionais de Gesto

    Na implantao do sistema, os profissionais que fazem a gesto da UBS

    acabam sendo os mais demandados, pois neste momento que se deve ter clareza

    de como o sistema ser configurado e como sero realizadas essas tarefas

    administrativas, colocando a cargo do gerente a administrao do sistema dentro da

  • UBS.

    Em geral, para as configuraes do sistema, em especial do Sistema com

    PEC, os temas a serem abordados so:

    Carga inicial dos dados do CNES (estabelecimento e profissionais).

    Configurao de Perfil de Acesso.

    Configurao das Categorias Profissionais (por ex.: tempo de

    consulta/atendimento).

    Configurao da Agenda (por ex.: horrio de atendimento, por profissional).

    Configurao dos Usurios (por profissional).

    Configurao da Unidade (servios).

    Exportao do BPA I/C.

    Transmisso dos dados para o Sisab.

    Obviamente que os processos de gesto no se limitam aos processos

    administrativos da UBS, portanto, tambm importante que estes profissionais

    entendam as mudanas no cotidiano do trabalho que ocorrem com o uso do Sisab.

    O Sisab amplia a capacidade de gesto e deve ser compreendido tambm

    como um novo modelo de gesto da AB. Fazer uso das informaes desse novo

    sistema o desafio que deve ser enfrentado pelos profissionais de gesto, logo este

    tema deve ser amplamente discutido, visualizando-se as perspectivas de aes

    sobre cada contexto apresentado pelos relatrios do sistema.

    6.2 Profissionais de Sade

    O Sistema e-SUS AB, em especial o Sistema com PEC, tem como diretrizes a

    automatizao do processo de trabalho dos profissionais de sade em comparao

    ao sistema Siab ou formulrios dos outros sistemas na AB, evidenciando-se

    diferenas bastante significativas na forma de registro e organizao da informao.

    Essa mudana brusca no processo de trabalho pode ser minimizada com o

    uso temporrio do Sistema com CDS. Os dois sistemas em alguns momentos so

    complementares, como o caso do uso no Cenrio 04, visto na seo 4.1, em que

    possvel estruturar parcialmente o trabalho dos profissionais at o uso completo do

    Sistema com PEC.

  • Considerando os momentos de capacitao devemos abordar, no mnimo, os

    seguintes temas:

    Preenchimento das Fichas de Cadastro da Ateno Bsica.

    Preenchimento das outras Fichas de Coleta de Dados Simplificada (CDS).

    Ao abordar-se o uso do Sistema com Pronturio Eletrnico do Cidado (PEC)

    importante focar nas questes que seguem:

    Cadastro do Cidado (integrao CadSUS).

    Organizao da Agenda de Trabalho.

    Organizao da Lista/Fluxo de Atendimento.

    Registro do atendimento na Escuta Inicial (Acolhimento Demanda

    Espontnea).

    Registro do atendimento/consulta (Registro Orientado a Problemas Soap).

    Outras funcionalidades do atendimento/consulta.

    6.3 Profissionais de Informtica

    A rea de informtica demanda duas linhas de atividades, uma que permite

    estruturar a equipe de multiplicadores na implantao/capacitao acerca da

    operao do sistema e outra linha sobre a instalao e manuteno do sistema.

    6.3.1 Capacitao no Uso do Sistema

    A capacitao apenas o primeiro passo ao se iniciar o uso do sistema, e

    obviamente necessrio compor essas aes com um profissional da Sade, de

    modo a conduzir o processo com um entendimento claro sobre o funcionamento do

    sistema de sade do municpio e em especial do modelo de ateno bsica

    preconizado pelo Ministrio da Sade.

    Perceba que a capacitao e a implantao do sistema so conduzidas em

    paralelo, ou seja, quanto mais prximo esses processos estiverem maior a chance

    de os profissionais absorverem as novas tecnologias. Para isso, algumas etapas

    devem ser seguidas:

    Capacitao/Discusso Inicial etapa em que se faz um alinhamento com

    toda a equipe para se entender quais as mudanas possveis no processo de

  • trabalho.

    Capacitao e Treinamento do Uso do Sistema etapa na qual os

    profissionais so preparados para o uso do sistema, incluindo exemplos e

    outros conceitos perifricos.

    Simulao de Operao do Sistema etapa cujos profissionais da equipe

    fazem uma simulao do uso do sistema dentro do seu ambiente de trabalho,

    buscando simular situaes reais do dia a dia e antevendo configuraes

    possveis do sistema, tipos de acesso/privilgios do sistema etc.

    Iniciao da Operao etapa que consiste da carga inicial dos dados para

    incio da operao do sistema e marca a data de incio oficial de uso do

    sistema.

    Operao assistida etapa que consiste do perodo em que os profissionais

    da equipe, j usando o sistema, podem ter dvidas e precisam de um apoio

    rpido para san-las.

    Estima-se que a capacitao/implantao do Sistema com CDS deve durar no

    mximo uma semana, incluindo a operao assistida que em muitos casos pode ser

    feita a distncia. J a capacitao/implantao do Sistema com PEC, as primeiras

    etapas ocorrem em uma semana e deve ser acompanhada (operao assistida) por

    um tcnico de implantao por mais quatro semanas.

    6.3.1.1 Como o Telessade pode ajudar?

    Uma ao que vem se consolidando o apoio dos Ncleos de Telessade do

    Programa Telessade Brasil Redes, que podem ajudar muito nesse momento de

    implantao e operao do Sistema e-SUS AB. Por meio de videoconferncias ou

    teleconsultorias, a depender da articulao que a gesto municipal tenha feito com o

    ncleo de telessade correspondente. Esclarecimentos sobre o uso dos sistemas e

    das informaes geradas por ele podem ser feitos a distncia, ampliando

    sobremaneira o pblico beneficiado por essas aes.

  • 6.3.2 Instalao e Manuteno do Sistema

    Ter profissionais de TIC capacitados e treinados para fazer uma correta

    instalao e manuteno do sistema, uma ao que fortalece o projeto de

    implantao e ajuda o municpio a dar suporte ao funcionamento de todo o Sistema

    e-SUS AB. Por vezes, devido ausncia ou nfima estrutura de TIC no municpio,

    esse tipo de ao acaba sendo negligenciada. No entanto, isso no significa que o

    municpio tenha que ter profissionais dedicados a essas aes, visto que podem ser

    estabelecidas parcerias com municpios vizinhos mais estruturados e com equipe

    formada.

    Um parceiro importante so as equipes descentralizadas do DATASUS do

    Ministrio da Sade, que podem ajudar a estruturar e capacitar as equipes de TIC do

    municpio.13

    Ainda possvel articular apoio das empresas pblicas de TIC com as

    secretarias de sade do municpio e do estado, bem como a articulao com

    Universidades e Departamentos de Cincias da Computao ou reas correlatas, via

    projetos de extenso e pesquisa.

    6.4 Comunidades do e-SUS AB

    Para fortalecer a capacidade horizontal de troca e compartilhamento de

    conhecimento sobre o Sistema e a Estratgia e-SUS AB, algumas comunidades

    foram criadas para dar apoio aos profissionais de Gesto, Sade e TIC.

    6.4.1 Comunidade no Portal do SPB

    A comunidade do e-SUS AB no Portal do Software

    Pblico Brasileiro (SPB) um ambiente que rene

    profissionais de TIC que j passaram e esto passando

    pelos momentos de implantao do sistema. Alm disso,

    algumas discusses acontecem sobre os processos de

    integrao do Sistema e-SUS AB com outros sistemas de informao do MS e do

    prprio municpio.

    Nesse contexto, foram criadas duas comunidades do e-SUS AB dentro do

    13

    Para mais informaes, consulte a Ncleos Regionais do DATASUS por meio do link: .

  • Portal do SPB, uma para dar suporte implantao do sistema e outra com foco em

    desenvolvimento do sistema.

    Para ter acesso comunidade necessrio fazer seu cadastro do Portal do

    SPB, pelo link: , e enviar um e-mail solicitando acesso

    comunidade do e-SUS AB pelo endereo eletrnico: .

    6.4.2 Comunidade de Prticas da Ateno Bsica

    A plataforma da Comunidade de Prticas contempla

    uma rede de comunidades organizadas em torno de

    temas especficos. Qualquer pessoa pode criar uma comunidade e iniciar uma nova

    conversa sobre como realizar uma prtica especfica. Neste ambiente, foi criada a

    comunidade do e-SUS AB, onde possvel que os profissionais de Sade e Gesto

    da Ateno Bsica tirem dvidas sobre o uso do Sistema e-SUS AB.

    J esto disponveis na comunidade vdeos e tutoriais de utilizao do

    sistema, alm do contato com vrios colaboradores que podero ajud-lo a tirar

    dvidas. Acesse a comunidade por meio do link:

    e participe!

  • 7 FLUXO DE INFORMAO

    Como vimos anteriormente os conceitos de Sistema de Software e Sistema de

    Informao, Sistema e-SUS AB e Sisab, respectivamente, foram separados

    objetivando melhor esclarecimento da finalidade de cada um dentro do processo de

    monitoramento das aes de sade. Nesta seo ampliamos a discusso sobre os

    tipos de informaes e como cada um pode atuar nesse processo de

    acompanhamento e avaliaes da sade do cidado e da populao sob sua

    responsabilidade.

    7.1 Tipos de informaes

    O diagrama a seguir nos ajuda a visualizar o fluxo de informao, partindo do

    Sistema e-SUS AB e dialogando com os outros sistemas de informao e sistemas

    de software que trocam informaes com a AB.

    Podemos perceber no diagrama que temos trs nveis de informao, o

    primeiro nvel, as UBS, usando diferentes implementaes do Sistema e-SUS AB. O

    segundo nvel, o municipal, organizando as informaes dos sistemas que tem base

    local do municpio, a exemplo do Centralizador do Sistema e-SUS AB e do novo

    sistema do Sisrca. O terceiro nvel o estadual/federal, organizando os sistemas de

    informaes da Ateno Bsica e Mdia e Alta Complexidade.

  • Figura 16 Fluxo de informao dos sistemas para a AB

    Fonte: DAB/SAS/MS

    Nas prximas sees pretendemos separar os tipos de informaes de modo

    que fique mais fcil de identificar os tipos de problemas que podem ser enfrentados

    na integrao dos sistemas na AB e como ela dialoga com os sistemas do Ministrio

    da Sade.

    7.1.1 Informaes para a AB

    No primeiro nvel de informao, ou seja nas UBS, o registro de informao

    sobre o cuidado sade dos cidados que buscam atendimento na unidade e dos

    registros do territrio sobre a responsabilidade das equipes de AB. Como vimos, a

    depender do nvel de informatizao das UBS, podemos usar o Sistema e-SUS AB

    com CDS ou com PEC.

    Entretanto, independente do sistema em uso, o conjunto de informaes, que

    enviada ao centralizador municipal respeita as diretrizes do novo sistema de

    informao nacional, o Sisab.

  • A partir do uso do Sistema e-SUS AB e do registro individualizao enviado ao

    Sisab, os outros sistemas de informao nacionais que usam informaes

    individualizadas para monitoramento das aes da AB passam a trocar informaes

    em nvel nacional, no sendo necessrio que os municpios enviem dados para

    esses sistemas em separado.

    Isso se aplica, por exemplo, aos sistemas como o SisPreNatal, o Sisvan e o

    antigo Hiperdia. Ou seja, ao alimentar o Sisab, ele automaticamente alimenta as