manual de auditoria interna - completo

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Conceitos e Práticas para Implementar a Auditoria Interna MANUAL DE AUDITORIA INTERNA - CONCEITOS E PRÁTICAS PARA IMPLEMENTAR A AUDITORIA INTERNA© Autor: Ibraim Lisboa Distribuição: Portal Tributário Editora e Maph Editora (Portal de Auditoria) Atenção: esta obra é atualizável. Recomendamos baixá-la periodicamente em seu computador, utilizando os mesmos dados do pedido, no endereço www.maph.com.br/download.php SUMÁRIO: (clique no título para acessar o tema desejado) Módulo I – Auditoria Interna 1. Origem 2. Conceito e Importância da Auditoria Interna 3. Funções Básicas da Auditoria 4. Modalidades de Auditoria Interna 5. Diferenças Básicas entre Auditoria Interna e Auditoria Externa 6. Estrutura Interna e Funcional de um Departamento de Auditoria 7. Política e Desenvolvimento de Pessoal 8. Treinamento 9. Qualidades do Auditor Interno 10. Código de Ética do Auditor Interno 11. Relacionamento entre Auditor e Auditado www.portaldeauditoria.com.br 1

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MANUAL DE AUDITORIA INTERNA

MANUAL DE AUDITORIA INTERNA

Conceitos e Prticas para Implementar a Auditoria InternaConceitos e Prticas para Implementar a Auditoria Interna

MANUAL DE AUDITORIA INTERNA - CONCEITOS E PRTICAS PARA IMPLEMENTAR A AUDITORIA INTERNA

Autor: Ibraim Lisboa

Distribuio: Portal Tributrio Editora e Maph Editora (Portal de Auditoria)( Ateno: esta obra atualizvel. Recomendamos baix-la periodicamente em seu computador, utilizando os mesmos dados do pedido, no endereo www.maph.com.br/download.phpSUMRIO: (clique no ttulo para acessar o tema desejado)Mdulo I Auditoria Interna1. Origem2. Conceito e Importncia da Auditoria Interna3. Funes Bsicas da Auditoria4. Modalidades de Auditoria Interna5. Diferenas Bsicas entre Auditoria Interna e Auditoria Externa6. Estrutura Interna e Funcional de um Departamento de Auditoria7. Poltica e Desenvolvimento de Pessoal8. Treinamento9. Qualidades do Auditor Interno10. Cdigo de tica do Auditor Interno11. Relacionamento entre Auditor e Auditado11.1 Capacidade Tcnica e Relaes Humanas11.2 Barreiras na Comunicao11.2.1 - O Medo do Auditado11.2.2 Atitude de Superioridade por parte do Auditor11.2.3 Atitude de julgamento das Atividades e Informaes dadas pelo Auditado11.2.4 Ar Dominador e de Certeza por parte do Auditor11.2.5 Ineficcia nas Habilidades de Comunicao Verbal e No Verbal por parte do Auditor

11.3 - O Que Ajuda a Comunicao entre o Auditor e o Auditado11.3.1 Sinceridade, Honestidade e Abertura11.3.2 Cortesia e Amabilidade11.3.3 Contribuio para a rea Auditada11.3.4 Habilidades de Comunicao Verbal11.3.4.1 Acusar o recebimento11.3.4.2 - Refletir11.3.4.3 Parafrasear11.3.4.4 Perguntar11.3.4.5 Elogiar11.3.5 Habilidades de Comunicao No Verbal11.3.5.1 Ateno11.3.5.2 - Expresses Faciais11.3.5.3 Inflexo de Voz11.4 Estilos de Gerncia e o Auditor11.4.1 O Estilo Autocrtico11.4.2 O Estilo Paternalista11.4.3 O Estilo Apoiador11.4.4 O Estilo Cooperativo12. Exerccio da Auditoria Interna no plano Internacional12.1 Introduo12.2 tica Profissional12.3 Atributos ProfissionaisPropsito, Autoridade e ResponsabilidadeIndependncia e ObjetividadeProficincia e Zelo Profissional DevidoPrograma de Garantia de Qualidade e Melhoria12.4 Desempenho ProfissionalGerenciamento da Atividade de Auditoria InternaNatureza do trabalhoPlanejamento dos Trabalhos de AuditoriaExecuo do Trabalho de AuditoriaComunicao de ResultadosMonitorao do ProgressoResoluo da Aceitao de Riscos pela Administrao12.5 GlossrioMdulo II Controle Interno1. Introduo2. Auditoria Interna no Processo de Controle3. Conceitos Bsicos de Controle Interno4. Controles Internos em Algumas reas OperacionaisMdulo III Tcnicas e Procedimentos de Auditoria1. Comprovao2. Testes e Amostragens3. Exemplos de Aplicao de Tcnicas e Procedimentos de Auditoria

Mdulo IV Programas de Auditoria1. Introduo2. Conceito3. Objetivos do Programa4. O Que o Programa de Auditoria Proporciona5. Fatores que Afetam o Programa6. Elaborao do Programa7. Planejamento do Programa8. Estrutura do Programa9. Utilizao do Programa10. Tipos de Programa11. Vantagens do Programa12. Desvantagens do Programa13. Consideraes Gerais

Mdulo V Papis de Trabalho1. Conceito2. Objetivos dos papis de Trabalho3. O Que Deve Conter os Papis de Trabalho4. Diviso e Arquivo dos Papis de Trabalho5. Referenciao dos Papis de Trabalho6. Utilizao de SmbolosMdulo VI Planejamento de Auditoria e Fatores de Risco1. Introduo2. Relevncia ou Materialidade3. Natureza das Operaes4. Controle Interno5. Tempo Decorrido da ltima Auditoria6. Alteraes de Procedimentos7. Mudanas de Superviso8. Novos Setores9. Interesse da Administrao10. Tabela de Classes de Riscos11. Concluso

Mdulo VII Relatrios de Auditoria1. Conceito2. Importncia3. Tipos de Relatrios e Caractersticas Bsicas4. Pontos de Relatrio Estrutura5. Contedo do Relatrio6. Preparao do Relatrio Etapas7. Estilo da Redao8. Tcnicas para Redao9. Redao de Relatrios - Problemas Bsicos e Exemplos PrticosAPRESENTAOO mundo dos negcios dinmico, as mudanas se processam em todos os setores sociais e econmicos.

A globalizao da economia e o surgimento de mercados comuns fazem com que a Auditoria Interna deixe de ter uma funo com conotao Policialesca e Repressiva para ter uma funo de assessoramento Alta Administrao e Gestores para o cumprimento da misso empresarial e, para isso a Auditoria Interna precisa estar preparada e com suporte adequado para que possa cumprir sua misso com eficcia e eficincia.

Empregada como ferramenta de Controle e Gesto de Riscos Empresariais, a Auditoria Interna estar contribuindo com seu trabalho de forma eficaz na conduo dos negcios pelos Gestores.

Neste cenrio, a Auditoria Interna desempenha um papel de importncia fundamental para as empresas quando identifica Riscos e Falhas de Controles em seus trabalhos.

Os resultados do trabalho da Auditoria Interna, alm de constiturem em algo precioso para a tranquilizao dos Gestores do alto comando, fornecem recomendaes corretivas e preventivas exposio da organizao face aos riscos empresariais que podem ser de natureza: sistmica, operacional, financeira, de tecnologia da informao, de recursos humanos, mercadolgica e de fatores externos que podem impactar os resultados e estratgias globais da empresa.

Assim, adicionalmente, o trabalho eficaz da Auditoria Interna libera os Gestores para a conduo e o gerenciamento dos negcios, permitindo-lhes exercer com segurana o processo decisrio sobre as importantes transaes empresariais.

A presente obra aborda de forma ampla e objetiva os conceitos, prticas, tcnicas fundamentais, metodologias e princpios que regem as atividades da Auditoria Interna.

Dirigida a auditores, contabilistas, controllers, empresrios, consultores e demais profissionais interessados em obter conhecimentos das atividades da Auditoria Interna, bem como empresas em fase de implementao ou criao desta rea.

Sobre o Autor

IBRAIM LISBOA Administrador de Empresas, Auditor, Contabilista, Perito, Ps-Graduado em Direito Empresarial e em Administrao e Finanas, Mestre em Marketing, Consultor em Gesto Empresarial com mais de 25 anos de experincia em Auditoria, Percias, Preveno de Riscos Empresariais e Investigao de Fraudes Corporativas.

Ministra Cursos e Palestras nas reas de Segurana Patrimonial e Corporativa, Auditoria, Preveno de Fraudes Corporativas e Riscos Empresariais, Reduo de Riscos e Custos com Passivo Trabalhista, Desenvolvimento e Gesto de Atividades Terceirizadas, dentre outros. Forte atuao em Treinamentos Empresariais realizados em todo o Brasil.

MDULO I - AUDITORIA INTERNA

1 ORIGEMA auditoria interna comeou a vigorar em 1941, em New York, aps a fundao do Institute of Internal Auditors; mas, para chegar a este ponto, passou por fases bem mais modestas.

A ttulo de exemplo, citamos o caso da Worshiphul Pewters Co. como sendo uma da mais remota das referncias da prtica de Auditoria.

Esta empresa, em 1854, portanto h 87 anos antes do surgimento do Institute, nomeou 04 (quatro) de seus membros para examinar suas contas e o desempenho na extrao, transporte e venda de minrio; logo, a atividade da auditoria interna estava sendo praticada pelos membros nomeados:

Exame de contas Auditoria Contbil

Anlise do Desempenho da

Extrao, Transporte e Venda Auditoria Operacional

de minrio.

Afora casos espordicos como o da Worshiphul Pewters Co., o nvel original onde comeou a atividade hoje em dia conhecida como Auditoria Interna se deu como parte da prpria evoluo do Sistema Capitalista.

Desde o comeo do sculo passado, as grandes organizaes mundiais utilizavam os servios de firmas de Auditoria pblica, independente; para assegurar aos seus acionistas (e investidores) que seus balanos, resultantes de suas atividades industriais e comerciais, representavam fielmente a escriturao contbil, dentro de sistemas universalmente reconhecidos como vlidos.

Com o desenvolvimento dos mercados internacionais, as administraes das grandes organizaes comearam a compreender, gradativamente, que as revises anuais, realizadas pela auditoria externa, eram e, ainda, so necessrias para assegurar aos investidores e acionistas a correo dos balanos, e, consequentemente, o aumento da confiana destes. Entretanto, no era possvel que a Auditoria Externa acompanhasse minuciosamente as operaes, sem que isso incorresse em elevados custos financeiros.

Por outro lado, foi sentida tambm a necessidade de dar maior nfase s normas e procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador ou em alguns casos o proprietrio no poderia supervisionar pessoalmente todas as atividades. Entretanto, de nada valia a implantao desses procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos empregados da empresa.

Para atender estas necessidades, era necessrio manter dentro das prprias organizaes um grupo de empregados de confiana para exercer as funes de Auditores, que, por pertencerem prpria organizao, foram denominados de internos.

Inicialmente os auditores internos os quais eram chamados de check-clerks (auxiliares de verificao), tinham a responsabilidade de, quase que exclusiva a conferncia e verificao da documentao e consequentemente contabilizao relativa s transaes realizadas. Posteriormente, nas grandes empresas de transporte ferrovirio, foi tambm criado um corpo de fiscais denominados Travelling Auditors (Auditores Viajantes), aos quais competia visitar continuamente as estaes, ao longo da rede ferroviria, para assegurar que todo o produto da venda de passagens e de fretes de carga estava sendo adequadamente arrecadado e contabilizado.

A mesma denominao (Auditores Viajantes) passou a ser usada por outro corpo de fiscais contbeis, empregados de grandes companhias, que visitavam as suas filiais no pas e no exterior, com o objetivo de verificar se as operaes realizadas pelas mesmas estavam de acordo com as normas e procedimentos estabelecidas pela sede.

Todavia, com o desenvolvimento da Indstria e do Comrcio verificou-se que os auditores internos tinham na realidade funes mais amplas, alm da conferncia de valores e documentos, transformando-se, de meros conferentes e revisores, em olhos e ouvidos da Administrao, com fora atuante.

Assim, de um corpo de funcionrios de linha, quase sempre, ligados contadoria, suas atribuies, paulatinamente, passaram a ter um enfoque de controle administrativo, com o objetivo de medir e avaliar a eficcia e a efetiva aplicao dos outros controles internos.

O seu campo de ao funcional, por outro lado, foi estendido para abranger todas as reas da empresa, e, para garantir a independncia de suas atividades, esses profissionais passaram a desempenhar funes de assessoria com subordinao direta alta administrao.

Voltar2 CONCEITO E A IMPORTNCIA DA AUDITORIA INTERNA2.1 Finalidade da Auditoria InternaA Auditoria Interna tem por finalidade desenvolver um plano de ao que auxilie a organizao a alcanar seus objetivos adotando uma abordagem sistmica e disciplinada para a avaliao e melhora da eficcia dos processos de gerenciamento de riscos com o objetivo de adicionar valor e melhorar as operaes e resultados de uma organizao.2.2 Objetivo e Alcance da Auditoria InternaO objetivo geral da Auditoria Interna avaliar e prestar ajuda a alta Administrao e desenvolver adequadamente suas atribuies, proporcionando-lhes anlises, recomendaes e comentrios objetivos, acerca das atividades examinadas.

O auditor interno deve, portanto, preocupar-se com qualquer fase das atividades da empresa na qual possa ser de utilidade Administrao. Para conseguir o cumprimento deste objetivo geral de servios administrao, h necessidades de desempenhar atividades tais como:

Revisar e avaliar a eficcia, suficincia e aplicao dos controles contbeis, financeiros e operacionais.

Determinar a extenso do cumprimento das normas, dos planos e procedimentos vigentes.

Determinar a extenso dos controles sobre a existncia dos ativos da empresa e da sua proteo contra todo tipo de perda.

Determinar o grau de confiana, das informaes e dados contbeis e de outra natureza, preparados dentro da empresa.

Avaliar a qualidade alcanada na execuo de tarefas determinadas para o cumprimento das respectivas responsabilidades.

Avaliar os riscos estratgicos e de negcio da organizao.

2.3 Autoridade e ResponsabilidadeA Auditoria Interna mais uma funo assessorial que de linha.

Por isso, o Auditor Interno no exerce autoridade direta sobre os outros membros da organizao, cujo trabalho revisa.

O Auditor Interno deve ter liberdade para revisar e avaliar as normas, os planos, procedimentos e registros; mas seu trabalho de modo algum isenta os demais membros da Organizao das responsabilidades que lhes foram designadas.

2.4 IndependnciaIndependncia condio essencial para se obter resultados positivos nos trabalhos desenvolvidos pela Auditoria Interna.Esta independncia tem 02 (dois) aspectos principais:

2.4.1 - A categoria de Auditor Interno dentro da Organizao e o apoio que lhe delega a administrao so fatores determinantes do valor e da amplitude dos servios que a mesma obter da funo de Auditoria Interna.

Por conseguinte, o Gerente da rea de Auditoria Interna dever atuar sob as ordens de um administrador de grau suficiente dentro da empresa que lhe assegure um amplo campo de ao e ateno adequada aos resultados de suas investigaes e recomendaes, e a efetivao das medidas sugeridas pelo Auditor.

2.4.2 - J que a mais completa objetividade essencial funo de Auditoria, os Auditores Internos no devem planejar nem implantar procedimentos, escriturar registros, ou ter participao em atividades que, normalmente, devem revisar e avaliar.

3 FUNES BSICAS DA AUDITORIAAps termos a viso conceitual da natureza, do objetivo, responsabilidade/ autoridade e independncia da auditoria interna, podemos dizer que a funo de Auditoria um controle gerencial no mbito de uma organizao, que serve de elo contributivo e de proteo para os nveis que determinam as polticas e os (nveis) que as operacionalizam dentro da empresa.

Hoje podemos dizer com absoluta segurana que a atuao da Auditoria Interna irrestrita e pode estender-se totalidade da empresa.

As funes bsicas da Moderna Auditoria Interna poderiam ser assim sintetizadas:

AVALIAO DE POLTICAS: Compreendendo todas as diretrizes, normas, metas, oramentos e objetivos da empresa.

AVALIAO DA ORGANIZAO: Compreendendo a prpria estrutura, grau de delegaes, controle interno e respectivamente para a consecuo das metas, oramentos e objetivos.

AVALIAO DE REGISTROS E INFORMAES: Que os demonstrativos contbeis, financeiros e relatrios administrativos e de gesto. Sejam adequados e constantemente apresentados aos responsveis e/ou interessados. TESTES DE AUDITORIA: - Aplicados em nveis e quantidades suficientes que assegurem a exatido, adequao, desempenho, eficincia e completabilidade tanto das diretrizes e planos, como das operaes e transaes.

ASSESSORAMENTO: - Para simplificar procedimentos e, portanto otimizar os custos.

Melhoria da execuo e aumento da eficincia das reas;

Correo de problemas organizacionais, funcionais ou operacionais;

Otimizao de aplicao da legislao fiscal e seus custos;

Melhor qualidade e velocidade para a tomada de decises gerenciais;

Assegurar a exatido, completabilidade, pontualidade e justeza dos demonstrativos contbeis, financeiros, fiscais, estatsticos e operacionais da empresa.

4 MODALIDADES DE AUDITORIA INTERNAA Auditoria Interna, visando adequar a essas novas necessidades desenvolveu Modalidades de Auditorias, que sucintamente podemos assim catalogar:

4.1 Auditoria Contbil e FinanceiraVisa assegurar a autenticidade das demonstraes financeiras da empresa, atravs da avaliao dos procedimentos e controles contbeis e respectiva aderncia aos princpios contbeis geralmente aceitos.

4. 2 Auditoria OperacionalVisa melhorar a eficincia dos sistemas operacionais, bem como minimizar custos, atravs da avaliao quanto aderncia aos objetivos traados pela Direo da empresa e verificao dos controles e procedimentos aplicados.

4.3 Auditoria FiscalVisa assegurar se os controles internos so eficientes para assegurar um bom relacionamento entre fisco e o contribuinte, buscando a maior otimizao na aplicao da legislao fiscal, evitando-se possveis contingncias com passivos tributrios, trabalhistas e previdencirios. 4.4 Auditoria GestionalTrata-se da aplicao de procedimentos de auditoria onde o fator sistmico assume uma importncia secundria, ficando concentrada nos resultados obtidos em cada sistema.

Nesta linha de atuao, a ao da auditoria gestional tem como enfoque preponderante as anlises sobre fatores como custo/ benefcio, riscos e processo decisrio dos administradores.

4.5 Auditoria em Sistemas e Processamento Eletrnico de Dados.Convencionada como auditoria atravs de computador, sua sistemtica vem sendo orientada para avaliar a amplitude do controle interno contido no Sistema de PED, aquilatar o grau de segurana quanto completabilidade confidencialidade, qualidade e eficincia dos dados processados e, ainda, a avaliao prvia de sistemas em fase de implantao ou implantados.

4.6 Auditoria Trabalhista

Tem por objetivo prevenir irregularidades e possibilidades de desvios, erros e fraudes na rea trabalhista, evitando punies do fisco e os problemas gerados por aes propostas tanto na Justia do Trabalho quanto na Cvel.4.7 Outras Auditorias So todos os outros tipos de auditorias, que atendem particularidades das empresas, como por exemplo, Auditoria Tcnica, onde existem grandes obras; Auditoria de Qualidade Industrial, onde haja necessidade de avaliar o conjunto geral das atividades da qualidade a fim de preservar o Sistema de Qualidade, impedindo a sua degradao.

Como podemos notar, a auditoria interna, dita moderna, evolui consideravelmente daquelas suas atividades bsicas (finanas e administrao), fundindo-as e explorando outras atividades paralelas, com um evidente processo profissional. Essa crescente profissionalizao da carreira de auditor interno, a par da grande necessidade de se manter controles internos adequados e de assegurar independncia de julgamento fez com que a moderna auditoria interna se tornasse um rgo de apoio e assessoria, no s da alta administrao, bem como das Diretorias Executivas e Gerncias.5 DIFERENAS BSICAS ENTRE A AUDITORIA INTERNA E A AUDITORIA EXTERNADe forma global, o trabalho executado pela Auditoria Interna idntico aquele executado pela Auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos utilizando-se das mesmas tcnicas de auditoria; ambas tm sua ateno voltada para o controle interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestes de melhorias para as deficincias encontradas, ambas modificam a extenso de seu trabalho de acordo com as suas observaes e a eficincia dos sistemas contbeis e de controles internos existentes.

Entretanto, os trabalhos executados pelos Auditores Internos e Externos tm suas diferenas bsicas caracterizadas por:

Auditoria InternaAuditoria Externa

. A auditoria realizada

por um funcionrio da empresa. A auditoria realizada atravs de contratao de um profissional independente

. O objetivo principal

atender as necessidades

da administrao. O objetivo principal atender as necessidades de terceiros no que diz respeito fidedignidade das informaes financeiras

. A reviso das operaes e do controle interno principalmente realizado para desenvolver aperfeioamento e para induzir ao cumprimento de polticas e normas, sem estar restrito aos assuntos financeiros. A reviso das operaes e do controle interno principalmente realizado para determinar a extenso do exame e a fidedignidade das demonstraes financeiras

. O trabalho subdividido em relao s reas operacionais e s linhas de responsabilidade administrativa. O trabalho subdividido em relao s contas do balano patrimonial e da demonstrao do resultado

. O auditor diretamente se preocupa com a deteco e preveno de fraude. O auditor incidentalmente se preocupa com a deteco e preveno fraudes, a no ser que haja possibilidade de substancialmente afetar as demonstraes financeiras

. O auditor deve ser independente em relao s pessoas cujo trabalho ele examina, porm subordinado s necessidades e desejos da alta administrao. O auditor deve ser independente em relao administrao, de fato e de atitude mental

. A reviso das atividades da empresa contnua. O exame das informaes comprobatrias das demonstraes financeiras peridica, geralmente semestral ou anual.

Voltar ao sumrio6 ESTRUTURA INTERNA E FUNCIONAL DE UM DEPARTAMENTO DE AUDITORIA6.1 Posicionamento HierrquicoEm relao organizao do departamento, um ponto de maior relevncia a autonomia e independncia com que conta o departamento de Auditoria Interna da empresa. Nesse sentido, o nvel ao qual o departamento se reporta pode desde logo indicar o grau de independncia e autonomia dos auditores internos.

Para que esta autonomia e independncia possam ser consideradas adequadas, torna-se necessrio que a auditoria interna se reporte ao conselho da Direo ou a Diretoria Mxima da empresa, de modo a poder realmente escapar das ingerncias e presses, bem como manter a liberdade de agir sobre todas as reas da organizao, sem restries. Por outro lado, uma subordinao a grau menor pode criar situaes, impossibilitando a execuo de seus trabalhos de forma independente.

Seria til, entretanto, lembrar que o mero posicionamento hierrquico, diretamente sob a direo maior da empresa, no em si, apenas, uma adequada resposta existncia de independncia e autonomia atravs do suporte da direo.

A extenso em que esse suporte de fato existe somente pode ser apurada da discusso franca com a direo de modo a verificar em que grau a direo considera sua auditoria interna realmente autorizada a examinar vertical e horizontalmente a aes empresariais.A Auditoria Interna, colocada dessa forma, em nvel recomendvel para efeito do bom controle Interno, ficaria situada da seguinte forma em uma estrutura organizacional:

6.2 Importncia de um Manual de Procedimentos para a rea de AuditoriaAssim como h claras diretrizes quanto extenso de autoridade e delegao dos vrios setores da empresa, o mesmo deve ser feito em relao auditoria interna, do modo que todos os nveis e todas as funes da empresa tambm fiquem formalmente conhecedores dessa extenso e autoridade profissional, assim como ficaro sabendo o ponto de vista da direo em termos de grau do suporte auditoria interna.

Essas diretrizes, contudo, no abordam a metodologia do trabalho do auditor, entretanto esclarece adequadamente os limites de sua responsabilidade, em termos das reas abrangidas. Ao assim proceder, fica imediatamente claro se, de fato, todas as reas da empresa esto ou no includas no campo de ao da auditoria interna.

Isso significa que ningum na empresa teria o poder de vetar a ao da auditoria interna em qualquer setor da empresa, nem, por outro lado obstruir sua ao por desconhecimento de sua abrangncia.

No se pode esquecer ao final que o auditor interno totalmente independente em relao organizao em que trabalha. Essa maior independncia , portanto vital para que seu trabalho possa ser realizado com sucesso.

Expomos a seguir uma proposta bsica para o Manual de Procedimentos da Auditoria Interna, subdividido em 08 (oito) partes:

1. ParteI- Estrutura Interna e Funcional1 Organograma

2 Definio de Funes

3 Identificao

II- Poltica de Pessoal1 Qualidade do Auditor Interno

2 Recrutamento e Seleo

3 Treinamento

4 Avaliao e Desempenho

5 Promoo

6 Remunerao

7 Viagens

III- Campos de Atuao1 - rea Administrativa

2 - rea Financeira

3 - rea Industrial

4 - rea Comercial

5 rea de Tecnologia da InformaoIV- Trabalhos de Auditoria1 Planejamento do Trabalho2 Pasta Permanente3 Programas de Auditoria4 Reviso dos Programas de Auditoria5 Papis de Trabalho

5.1 Identificao e Referenciao5.2 Smbolos5.3 Concluso5.4 Reviso

6 Confidencialidade dos Trabalhos

7 Planilha de Horas

8 Relatrio de Auditoria

9 Arquivo

V- Acompanhamento dos Relatrios de AuditoriaVI- Cooperao e Relacionamento Tcnico com Outros AuditoresVII- Controle de Qualidade dos Trabalhos de Auditoria2. ParteI- Avaliao de Desempenho1 Modelo

2 Instrues

3. ParteI- Programao dos Trabalhos4. ParteI- Oramento Anual do Departamento5. ParteI- Pasta Permanente1 Dados Histricos

2 Elementos Contbeis e de Controle Interno

3 Procedimentos Contbeis e de Controle Interno

4 Planos a Longo Prazo

6. ParteI- Programas de Auditoria7. ParteI- Planilha de Horas1 Modelo

2 Instrues

8. ParteI- Acompanhamento dos relatrios de Auditoria1 Fluxograma de Distribuio e Follow-up

6.3 Descrio das Atribuies da Auditoria InternaEm vrias ocasies, temos a oportunidade de ler descries de atribuies de auditores internos em pesquisas assinadas por entidades renomadas nesse ramo, utilizadas por muitas empresas como subsdio sua poltica pessoal.

A simples leitura dessas atribuies leva ao entendimento de que a atuao dos auditores internos tem o enfoque ainda hoje, de policiamento de fraudes, fiscalizao de cumprimento de normas, conferncia de despesas e verificao de documentos comprobatrios. Ainda mais: em boa parte das descries, o trabalho do auditor interno parece restrito ao campo contbil.

A moderna postura da auditoria interna, qual seja a de ao a nvel de assessoria gerencial alta administrao das empresas, com atuao sistmica nos incontveis ramos do fluxo de informaes no encontrado nas descries que temos visto.

O objetivo final dos modernos auditores internos, que a formao de opinio a respeito de critrios, procedimentos, mtodos de quantificao, tempo gasto nas operaes, etc.; no destacado.

A procura de pontos de simplificao, de racionalizao de custos de segurana nas informaes para fins decisrios, sequer so mencionados.

A busca de irregularidades, a constatao de divergncias e a identificao e apurao de fraudes e desvios aparecem, geralmente identificadas como objetivos primeiros dos auditores internos.

Alm destas distores conceituais e de postura, a situao fica mais difcil quando procuramos descries das atribuies por nveis de auditores internos.

As atribuies de auditores internos juniores, plenos, seniores, supervisores ou gerentes apresentam-se quase sempre incompletas.

Sem a pretenso de fixar lei, parece-nos oportunos apresentar a nossa verso das atribuies dos nveis mais comuns de auditores internos:

6.3.1 Auditor Junior Executa passos mais simples do programa de trabalho;

Coleta e anota dados nos Papis de Trabalho, conforme orientao e atribuio dos Auditores Pleno e Snior;

Procede ao levantamento de procedimentos simples e elabora Papel de Trabalho descritivo ou fluxografado;

Elabora sumrio de volumes destinados quantificao de amostras a serem selecionadas nos testes do trabalho;

Executa testes simples com base em programa de ao desenvolvendo pelos auditores pleno e snior, realizando verificaes em documentos, saldos de contas, bens e valores em operaes que esto sendo auditadas, etc.;

Obtm, e posteriormente devolve s reas auditadas, documentos necessrios realizao dos testes de auditoria;

6.3.2 Auditor Pleno Recebe superviso do Auditor snior em suas atividades, seja de levantamento de procedimentos, definio ou execuo de testes de validao e transacionais;

Acompanha atuao do auditor Jnior, visando sincronia de atividade;

Auxilia auditor snior na definio de programa de ao, a partir do que est estabelecido no programa Anual de Auditoria Interna;

Elabora levantamento de procedimentos e confecciona Papel de Trabalho correspondente, na forma descritiva ou fluxografada;

Executa testes de validao e de transao de acordo com programa de ao estabelecido;

Emite pareceres intermedirios a respeito de enfoques examinados;

Estabelea a adoo de plano de amostragem, aplicada ao sumrio de volume;

Observa o cumprimento de normas, procedimentos internos e determinaes legais nos enfoques examinados;

Formula recomendaes a nvel de Papel de Trabalho, com relao a pontos de racionalizao, simplificao, fortalecimento do controle interno, segurana das informaes, irregularidades ou divergncias observadas nos enfoques examinados;

Auxilia auditor snior na avaliao de desempenho do auditor jnior;

6.3.3 Auditor Snior Recebe superviso do gerente em suas atividades;

Programa e controla a execuo dos trabalhos de campo;

Orienta, coordena as atividades, avalia o desempenho, identifica necessidades de treinamento e treina auditores jnior e pleno;

Executa trabalhos especiais, de acordo com parmetros estabelecidos pela gerncia;

Elabora o programa de ao para cada trabalho;

Faz abertura dos trabalhos a nvel de gerncia dos rgos auditado, apresentando os objetivos e enfoques previstos;

Acompanha a situao da equipe de auditores e analisa o atendimento dos passos do programa de ao, atentando para o apuro tcnico dos procedimentos de auditoria e revisando os papis de trabalho;

Identifica e define a extenso de exames ou a reduo do escopo inicialmente definido;

Acompanha a evoluo de tempo aplicado em cada atividade pela equipe de auditores;

Classifica os aspectos levantados quanto relevncia e a forma pelo qual devero ser relatados;

Elabora pareceres finais para cada enfoque examinado, com base nos pareceres intermedirios feitos pelo auditor pleno;

Elabora concluso final do trabalho executado;

Faz encerramento dos trabalhos de auditoria a nvel de gerncia de rgos auditado, apresentando os enfoques e as constataes feitas, alm das eventuais recomendaes j definidas; Elabora a minuta do relatrio de auditoria, formulando sugestes e recomendaes de adequao dos aspectos detectados;

Estuda e sugere novas tcnicas a serem empregadas nos trabalhos de auditoria;

Atenta observao e mantm atualizado o Manual de Auditoria;

Verifica a adequao dos gastos/ despesas efetuadas em viagens ou servios externos dos auditores internos;

Recebe, avalia e, se for o caso, encaminha gerncia reivindicaes dos auditores internos.6.3.4 Gerncia de Auditoria Gerencia a atividade de auditoria interna na empresa;

Analisa poltica e diretrizes estabelecidas pela alta administrao da empresa quanto atuao, objetivos e anseios com relao Auditoria Interna;

Determina polticas administrativas e tcnicas do rgo de Auditoria Interna, fixando padres e normas;

Elabora Programa Anual de Auditoria Interna, estabelecendo tempo previsto a cada trabalho, cronograma de atendimento e enfoques bsicos previstos;

Acompanha as atividades dos auditores de campo e atua diretamente, quando necessrio;

Faz abertura de trabalhos a nvel de Diretoria, apresentando os objetivos e enfoques previstos;

Analisa os trabalhos executados, quando dados como encerrados pelo auditor snior;

Revisa e, se for o caso, procede a alteraes na minuta do relatrio;

Faz encerramento dos trabalhos a nvel de Diretoria, apresentando a minuta do memorando de auditoria, detalhando os enfoques realizados, as constataes feitas e as recomendaes oferecidas;

Esclarece diretores e gerentes aspectos a respeito de trabalhos realizados e recomendaes oferecidas; Aprova e estabelece alteraes de mtodo de trabalho e normas de comportamento de auditores;

Pesquisa, e se for o caso, implanta novas tcnicas a serem empregadas nos trabalhos de auditoria;

Determina e acompanha a atualizao do Manual de Auditoria;

Elabora e acompanha o oramento de pessoal, de despesas e de investimentos da Auditoria Interna;

Admite, prope aumentos e reajustes salariais e demite auditores internos;

Aprova despesas, compras e realizaes de cursos de treinamento dos auditores internos;

Avalia desempenho profissional dos auditores, em todos os nveis;

Avalia e, se for o caso, aprova ou, quando fora de sua competncia gerencial, encaminha aos nveis competentes reivindicaes dos auditores internos.

Voltar ao sumrio7 POLTICA E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL

7.1 Critrios para Recrutamento e Seleo de Auditores7.1.1 Importncia do Recrutamento

A admisso de um novo auditor na equipe tarefa para ser conduzido com extremo cuidado, por parte do Gerente de Auditoria Interna.

Deve-se sempre ter em mente, que a organizao julga o Departamento de Auditoria Interna, a partir de cada membro, de cada Auditor de campo com que est tendo contato, e por isso, preciso que todos os membros do Departamento gozem de prestgio e admirao entre os auditados.

H tambm que considerar-se o impacto que o novo membro causar na equipe j existente: se o nvel do recm admitido for bom, ele ser visto pelos colegas, como fator de revitalizao e ajuda, mas se o recm admitido revelar-se inoperante e despreparado, ele ser um peso para os demais membros da equipe.

Tal a importncia da escolha de um novo Auditor, que no hesitamos em afirmar que melhor manter o Departamento de Auditoria com falta de pessoal, do que adicionar um novo membro que seja inadequado.

Por outro lado, no deve o gerente descuidar-se quanto ao tamanho do Departamento, j que, sem contar com adequada quantidade de auditores, no ser possvel produzir trabalhos em tempo oportuno e em escala que atenda s necessidades da organizao.

Nunca ser demais repetir, que o verdadeiro desafio para a Auditoria Interna, tornar-se confivel Diretoria, ganhar o seu apoio, converter-se em rgo de efetiva utilidade para a alta Administrao da Empresa, e, claro que essa confiana s ser conseguida, se a Auditoria Interna se mostrar altura dos desafios. Parte do desafio consiste em estar no lugar certo, e isto muitas vezes uma questo de contar com adequada dimenso quantitativa de seu quadro.7.1.2 Contratar pessoal de fora ou promover os que j fazem da equipe?

A execuo de servios da Auditoria Interna vem ao longo do tempo, evoluindo em complexidade e dificuldade, em funo da prpria expanso fsica dos negcios das empresas, e especialmente em funo da introduo de novos e complexos subsistemas operacionais e de controle dentro das mesmas.

O crescimento das empresas gera intensa especializao de seus empregados e de seus equipamentos, segmentalizando fluxos operacionais e diluindo responsabilidade, tudo isto se refere ao seu af de obter uma viso de conjunto, como para o ordenamento de exames detalhados.

To grande a rapidez com que as coisas evoluem, to denso o teor das mudanas, que a prpria Auditoria Interna acaba por abrigar (e estimular) um processo de especializao, empregando Auditores especializados em Sistemas Computadorizados, e Auditores especializados em Legislao Tributria, por exemplo. Sendo essa a seqncia dos fatos, e no superadas as dificuldades de treinamento interno, verifica-se que na maior parte das vezes, no resta outra escolha ao Gerente de Auditoria, seno contratar elementos de fora, que j esto prontos, atualizados e competentes nas novas tcnicas e matrias especializadas.Se por um lado, a contratao de elementos de fora, nestas circunstncias, no deve representar nenhum desmrito para os membros da equipe j existente, por outro lado, este processo no pode ser infinito e eterno.

H que se pensar efetivamente em melhorar os nveis dos atuais membros da equipe, atravs de intenso treinamento em campo, e treinamento por meio de cursos externos, para que, num prazo mdio, o preenchimento da vaga possa ser feito atravs de um processo de promoo interna, limitando-se a contratao de elementos de fora aos casos da ampliao do quadro.

7.1.3 - Onde buscar o profissional desejado

Os Departamentos de Auditoria, geralmente congregam seus profissionais em 3 nveis: supervisor, snior e jnior, de acordo com o grau de experincia e conhecimento tcnico de cada um.

Assim, se o Departamento est recrutando Auditores Juniores, cremos que a busca deve ser iniciada dentro da prpria empresa, porque assim procedendo, as seguintes vantagens se apresentaro:

O carter, a capacidade e habilidades operacionais do funcionrio, j so conhecidos. O funcionrio j tem cultura e conhecimento sobre a empresa, em si. O Departamento de Auditoria passa a ser visto como chance de progresso e encarreiramento para os demais colaboradores da organizao

O afluxo desses colaboradores para dentro do Departamento de Auditoria aumenta o nvel de integrao com os demais colaboradores da organizao.

Por outro lado, h casos em que possvel ou mesmo aconselhvel admitir colaboradores da organizao. Deve-se, por exemplo, tomar muito cuidado para evitar situaes em que a transferncia de um colaborador para o Departamento de Auditoria venha a causar embaraos e dificuldades chefia do rgo onde o colaborador estava lotado. H tambm situaes em que a necessidade de momento impede a busca de um Auditor j experiente, ou especializado, que prescinda de treinamento. Neste caso, ser foroso recorrer contratao no mercado, e a ento os esforos podero ser dirigidos para identificar profissionais que estejam trabalhando em:

Empresas de Auditoria Externa

Outros Departamentos de Auditoria

desnecessrio dizer que qualquer que seja a fonte escolhida, o processo deve ser conduzido dentro de elevados padres ticos, evitando-se situaes incompatveis com a dignidade da funo.

No que se refere s Empresas de Auditorias Externas, estas tm sido, tradicionalmente, as maiores fornecedoras de profissionais para Auditoria Interna, em vista da similitude de funes e da qualidade dos profissionais que forma.

De fato, o Auditor Externo, a par do conhecimento tcnico que acumula, servir bem ao Departamento de Auditoria Interna por que:

Conhece as tcnicas para desenvolver um trabalho eficazmente;

Conhece muitas empresas e muitos ramos de negcios;

Est acostumado a presses de tempo e prazos.Um cuidado, no entanto deve ser tomado: ao contratar um Auditor Externo, procure aquele que esteja busca de novos desafios, pois a Auditoria Interna, eficiente, moderna, voltada para aspectos operacionais, certamente muito diferente daquilo que alguns Auditores Externos pensaro encontrar.

Finalmente, duas fontes podero ser pesquisadas no processo de seleo acima descrito:

O AUDIBRA Instituto de Auditores Internos do Brasil mantm bolsa de empregos organizada, que pode ser consultada. Universidades e escolas tcnicas (As escolas geralmente permitem que as firmas afixem ofertas de emprego nos quadros de aviso)

7.1.4 Como selecionar: natureza dos testes e entrevistas a serem aplicadas aos candidatos

a) Seleo

Muitos gerentes de Auditoria realizam as suas contrataes, baseados exclusivamente numa entrevista pessoal com o candidato, evitando a aplicao de testes mais elaborados, por julg-los inteis. Assim, estes Gerentes, confiando amplamente na sua capacidade de avaliao subjetiva, conduzem todo o processo de seleo e comparao dos vrios candidatos, numa base emprica e sem maiores anotaes ou cuidados. No raro que estes Gerentes sejam bem sucedidos nestas maneiras de agir, mas sabemos que o sucesso, no caso, fruto maior mais de longa experincia do gerente do que da virtude do mtodo em si.

No obstante este posicionamento de Avaliao Subjetiva ser largamente difundido cremos que seja oportuna a discusso de um mtodo, de como conduzir o processo de seleo de Auditores.

b) Avaliao de Perfil

O mtodo que julgamos aplicvel consiste em avaliar tanto o perfil psicolgico do candidato, quanto seus conhecimentos tcnicos, mediante a aplicao de testes e entrevistas, abaixo comentados.

O Departamento de Recursos Humanos da Empresa pode prestar valiosa ajuda, pelo que se recomenda discutir com o mesmo, em detalhes, o perfil do profissional desejado.As condies bsicas em que o candidato deve ser avaliado so:

Inteligncia;

Habilidades para tratar com pessoas de todos os nveis;

Competncia Tcnica (que funo da educao e experincia prtica)

b. 1) No que se refere ao nvel de inteligncia do candidato, os testes psicotcnicos aplicveis devem ser orientados para avaliar qualidades bsicas do Auditor como: capacidade de julgamento e ateno, rapidez de raciocnio abstrato e lgico, habilidade para lidar com sries numricas, capacidade de memorizao, alto volume de produo, e finalmente, habilidade de expresso verbal e escrita.

b. 2) No que se refere habilidade para tratar com pessoas, os testes psicotcnicos devero avaliar o nvel de ajustamento da personalidade e do temperamento do candidato, para apontar aquele que seja firme, sem ser agressivo, cordato sem ser submisso, agradvel sem ser bajulador, enfim, aquele que revele potencial para ser bem sucedido no trato com pessoas. Sinais de impulsividade, emotividade e agressividade exagerada, sero tambm detectadas pelos testes psicotcnicos.

b. 3) quanto a competncia tcnica do candidato, avali-la uma tarefa mais do Gerente de Auditoria Interna do que do departamento de Recursos Humanos.

Sem embargo, o Gerente de auditoria poder preparar e fornecer ao Departamento de Recursos Humanos, um teste sobre aspectos tcnicos a que deseja submeter o candidato, incluindo questes sobre Contabilidade, Teoria de Auditoria, Tcnicas de Auditoria, Matemtica financeira, Estatstica, Processamento de dados, Legislao Tributria, Teoria da Administrao e outras matrias, conforme pretenda seja o perfil do profissional desejado.

claro que o nvel e o teor das questes assim como a ponderao da importncia atribuda a cada matria podero variar, de um Departamento ao seu prprio entendimento, quanto ao tipo de conhecimento que o Auditor deve ter. Como guia e informao, julgamos interessante lembrar o resultado de uma importante pesquisa levada a efeito nos EUA, com o objetivo de identificar as reas do conhecimento, nos quais o Auditor Interno deveria estar familiarizado, e com que grau. Os resultados da pesquisa, realizada pelo The Institute of International Auditors em escala internacional inclusive atravs de questionrios e consultas a inmeras entidades, passou a constituir o chamado Corpo de Conhecimentos do Auditor Interno (Common Body of Knowledge for International Auditors), que se tornou a base para o exame da C.I.A. Certified Internal Auditor.

A pesquisa revelou as seguintes reas gerais como Corpo de Conhecimento do Auditor Interno

Contabilidade e Finanas

Auditoria

Cincias do Comportamento

Comunicaes

Sistema Eletrnicos de Processamento de Dados Economia

Aspectos Legais dos Negcios

O Processo Administrativo e as Atividades Gerenciais

Mtodos Quantitativos

Sistemas e Mtodos

c) Entrevistas

Em seguimento aos testes, o Gerente de Auditoria, submeter o candidato entrevista pessoal.

Cremos que, de fato, as entrevistas podem revelar aspectos muito importantes da pessoa do candidato, desde que, claro, saibamos dirigir bem as perguntas e extrapolar convenientemente as respostas. Assim, recomendvel a elaborao previa de uma lista de perguntas a serem feitas, em torno, por exemplo, dos seguintes assuntos:

Que tipo de trabalho voc realizou?

Qual foi o enfoque?

Que tipo de relatrio voc escreveu?

Como voc mantm a sua educao escolar?

O que voc acha da Auditoria Interna?

Que tipo de trabalho voc mais gosta?

O que voc faz nas horas de lazer?

Quais foram as suas conquistas profissionais?

Porque voc quer mudar de emprego? O que desagrada no emprego atual?

Todas estas perguntas serviro para o entrevistador, mentalizar uma idia do tipo de pessoa que o candidato; mas necessrio que os resultados sejam anotados, como meio de forar uma adequada avaliao do candidato, e tambm para serem comparados com os de outros candidatos.

d) Caractersticas Especficas do Auditor

No podemos deixar de ter em mente, que no momento da admisso, o que na realidade fazemos tentar visualizar o potencial do candidato, e nestes termos, por algumas qualidades so de fato importantes para o Auditor.

No entanto, certo que o encarregado em avaliar o candidato, dever se preocupar em observar se esto presentes no candidato, qualidades que sero particularmente exigidas do futuro Auditor. Brink, Cashin e Witt, ao comentarem as qualificaes pessoais do Auditor Interno, no captulo 7 da importante obra Modern Internal Auditing-na Operational Aproach, enumeram as seguintes caractersticas do Auditor Interno:1) Curiosidade

2) Atitude Crtica

3) Ateno (no sentido de considerar todas as possveis fontes de informao e todas as inter-relaes)

4) Persistncia

5) Energia

6) Auto Confiana

7) Coragem

8) Habilidade para julgar corretamente

9) Integridade (qualidades que fazem os outros confiarem nas informaes e concluses do Auditor)

Os mesmos autores, procurando verificar quais caractersticas que mais contribuem para o Auditor Interno obter respeito e cooperao, sugerem as seguintes:

1) Honestidade e Integridade

2) Dedicao aos interesses da companhia

3) Humildade razovel

4) Porte profissional

5) Empatia

6) Conduta consistente imagem

e) Concluso

O conjunto dos resultados dos testes e entrevistas revelara ao Gerente de Auditoria, o melhor entre o candidato, que deve ser admitido.Isto feito, o Gerente ainda tem trs tarefas muito importantes a realizar: promover a integrao do novo membro no Departamento, estudar com dedicao a maneira de explorar seu potencial, exigindo a sua efetiva contribuio aos trabalhos, e por fim, planejar a carreira deste.8 TREINAMENTOO treinamento essencial em qualquer atividade. Para os Auditores Internos ele se reveste de uma necessidade primordial, em razo de sua prpria formao escolar ineficiente e dada a infinita gama de conhecimento que ele obrigado a acumular ao longo de sua carreira.

Basicamente, os fatores determinantes do treinamento para o auditor interno so decorrentes de:

Ampliao dos horizontes da Auditoria, abrangendo progressivamente a totalidade das operaes da empresa;

Complexidade das atividades empresariais gerando especialidades;

Plano de formao de auditores; Sistema de ensino oficial inadequado e incompatvel.

Um plano de treinamento para auditores poderia ser concretizado de trs formas, a saber:

a) Treinamento Formal o tipo de treinamento efetuado a nvel de Cursos e Seminrios. Esses poderiam ser realizados a nvel interno ou nvel externo.

a.1) Em nvel interno deveriam ser levado em considerao os seguintes aspectos: Participao ativa da equipe de auditoria, criando-se uma mentalidade direcionada a um auto-desenvolvimento.

Pesquisa junto s demais reas da empresa, no sentido de obter treinamento especfico em reas de interesse (Custos, Relaes Humanas, Legislao Trabalhista, etc.) a.2) Em nvel externo deveriam ser levados em considerao os seguintes aspectos: Estrutura interna da Auditoria e da Empresa no comporta auto-desenvolvimento.

A necessidade de especializao.

Sua execuo dever sempre ter como continuidade repasses a nveis internos.b) Treinamento Contnuo o tipo de treinamento inserido no cotidiano dos trabalhos de forma que atravs destes, aproveite-se ao mximo a possibilidade de experincias e esclarecimentos de:

A dosagem do treinamento dever ser oferecida em uma ordem lgica de importncia e de experincia do titular treinado; O tempo a ser dedicado ao treinamento dever fazer parte integrante da Programao da Auditoria.

Como etapas de treinamento contnuo, temos:

Programao de trabalho

O auditor que est iniciando deve ser programado em trabalhos onde estar permanentemente acompanhado de auditor mais experiente. Pontos de Treinamento

A reviso dos trabalhos deve ser evidenciada em folhas de ponto, a fim de facilitar a deteco das necessidades de treinamento e permitir a execuo de "follow-up.

Reunies de Auditores

As reunies de auditores permitem o intercmbio profissional facilitando a obteno de consenso para fixao dos padres de atuao.

Estas reunies podem ser efetuadas de varias formas, a saber:

REUNIES EM NVEL DE EQUIPE, visando solucionar problemas dos trabalhos em andamento.

REUNIES EM NVEL DE EXPERINCIA, onde os auditores de uma mesma categoria funcional assumam posies especficas, possibilitando decises atravs de consenso.

REUNIES ENTRE EQUIPES DE AUDITORIA, a fim de esclarecer pontos inter-relacionados com os trabalhos em andamento.

REUNIES SOBRE AUDITORIAS REALIZADAS, preparadas pelos auditores que executaram o trabalho com o objetivo de treinar os demais elementos do grupo de auditoria.c) Treinamento MnimoNuma abordagem geral dos seguintes assuntos, deveriam ser do conhecimento do auditor:

Auditoria em todas as suas especificaes, operacional, contbil, etc.;

Contabilidade;

Economia e Finanas;

Administrao de Empresas;

Matemtica e Estatstica;

Marketing;

Processamento de Dados;

Legislao Comercial e Fiscal;

Lei das Sociedades Annimas;

Lei do Mercado de capitais;

IR, IPI, ICM e outros Impostos;

Legislao antitruste, em controle de preos e atividades objeto de regulamentao especial;

Legislao Bancria;

Legislao em incentivos fiscais, crditos e outras de amparo e estimulo atividade econmica;

Legislao Trabalhista, Previdncia Social, Fundo de Garantia, PIS, etc.;

Legislao sobre operaes de cmbio, importao e exportao, royalties, assistncia tcnica, etc.

9 QUALIDADES DO AUDITOR INTERNOO Auditor Interno deve ser exato na apurao dos detalhes para seu servio. No deve aceitar informaes vagas ou incompletas, ou que no possam ser comprovadas.

Alm do preparo tcnico e bsico, mencionado anteriormente, deve manter-se em dia com a legislao correspondente, ou pelo menos saber onde e com quem poder obter os detalhes necessrios para o seu servio.

indispensvel um senso de proporo, ou seja, achar-se habilitado a julgar se o custo da reviso exige mais ou menos detalhes em proporo ao seu prprio salrio. No compensa contar alfinetes, por exemplo.

No decorrer dos anos, no exerccio de sua profisso, um bom Auditor Interno deve ser suficientemente curioso para saber tudo sobre entidade na qual colabora, sobre os sistemas de controle interno e seu funcionamento, e at conhecer mais sobre a empresa do que os prprios administradores.

Deve ser persistente em acompanhar, junto s reas revisadas, a soluo ou liquidao de anomalias constatadas. Esse follow up deve ser uma constante, respeitando-se o tempo suficiente para as correes devidas.

Um Auditor Interno recebe, quando entrosado na empresa, informaes (nem sempre corretas) sobre falhas ou deslizes. Deve ento saber separar as que dizem respeito ao seu trabalho das provenientes de intrigas sem maior importncia.

Prevalecer o senso de proporo ou julgamento pessoal, sempre evitando tomar partido em quaisquer situaes.

Na sua atuao, deve manter um esprito de independncia, no se deixando influenciar pelas reas sob sua reviso, mas apurando fatos comprovveis e verdicas.

Voltar ao sumrio10 CDIGO DE TICA DO AUDITOR INTERNONo desempenho de suas funes, o Auditor Interno dever sempre se comportar dentro de um cdigo de tica dos mais rgidos, pois somente assim conseguir os resultados que dele espera (e exige) a administrao da empresa qual presta sua colaborao.

Abaixo, fornecemos um quadro sintico com as 06 (seis) exigncias de tica de um Auditor Interno e respectivos motivos.ExignciaDiz respeito a:Motivo

1Subordinao hierrquica dentro da empresaAchando-se, como de praxe, responsvel pelo seu servio, debaixo dos escales mais altos da administrao (e s a ela prestando contas do seu trabalho), deve respeitar tambm a ordem hierrquica dos setores que esteja revisando, dirigindo-se sempre, em primeiro lugar, aos chefes respectivos, que ento o encaminharo aos atuais executantes dos servios.

2Modo de trabalhoO Auditor pede e no exige a colaborao do setor sob reviso, e com modos que o tornem simptico ao pessoal envolvido. As eventuais exigncias, necessrias, devem sempre ser formuladas respeitando-se o trabalho alheio (fechamento de livros, relatrios mensais Matriz, etc.), embora nem sempre isto seja possvel.

3Envolvimento em Poltica InternaEm todas as organizaes existem, infelizmente, grupinhos e grupos que visam ao seu prprio engrandecimento ou influncia. Um bom Auditor pode ouvir e sentir tais grupos, no participando nunca de tal poltica, direta ou indiretamente, assegurando assim sua funo independente.

4DiscrioTendo acesso (em geral) a documentos e informaes sigilosas, manter sempre sigilo absoluto, no se servindo de detalhes desta natureza para engrandecimento pessoal ou de grupos.Tratando-se de assuntos que possam afetar a empresa, quando muito poder ser discutido com seu superior, porm sempre de forma discreta.

5Observncia e cumprimento dos regulamentosPertencendo ao grupo (ou escalo) administrativo, cabe ao Auditor Interno, talvez mais do que a qualquer outro empregado, a estrita observncia de regras existente na empresa.

6Comportamento PessoalUm Auditor eficiente afvel (mas no subserviente), saber formular suas perguntas e fazer suas pesquisas, com modos, e sem exigncias descabidas.

Deve manter bons contatos humanos, sem coleguismo exagerado, e saber vender a idia bsica que tem tambm uma tarefa a cumprir.

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11 RELACIONAMENTO ENTRE AUDITOR E AUDITADO

11.1 Capacidade Tcnica e Relaes HumanasExistem duas dimenses bsicas na execuo do trabalho. Uma delas a preocupao com a produo, a outra a preocupao com as pessoas.

A parte do trabalho relativa produo depende do know-how tcnico a respeito de matrias como: contabilidade, matemtica, auditoria, administrao e outras. O Auditor deve ser tecnicamente competente.

Porm quase tudo que fazemos exige que trabalhemos com outras pessoas. O Auditor Interno lida muito com pessoas e precisa delas para executar um bom trabalho. Um Auditor bem sucedido tecnicamente deve tambm ser competente para lidar com pessoas nos mais variados nveis, desde Diretores at simples funcionrios.

No existe conflito entre essas duas preocupaes. Pelo menos no deveria existir. Mas algumas pessoas erroneamente acreditam que no possvel atingir um bom resultado tcnico sem pressionar algum para obter resultados.

Essas pessoas tendem a pensar:

Executarei o meu trabalho mesmo que eu tenha que intimidar outras pessoas para faz-lo, ou:

No permitirei que as exigncias de apresentar certa produo interfiram no meu relacionamento com as quais tenho que trabalhar, ou:

Manterei um acordo com as pessoas com as quais tenho que trabalhar: recuarei onde for necessrio para evitar ofend-las.

Na verdade, ns devemos encontrar uma maneira de executar o trabalho dentro dos prazos determinados apresentando um produto tecnicamente correto e principalmente manter um bom relacionamento com as pessoas das reas auditadas.

Caso contrrio teremos o trabalho frustrado por informaes incorretas, irreais e sem fundamento.

Alguns auditores podem obter esta cooperao dos auditados atravs da fora da prpria personalidade ou atravs de uma postura de empatia que faz com que as pessoas sintam vontade em prestar informaes.

Mas, todos os auditores devem ter bem claro em suas mentes a arte e cincia da comunicao, bem como a mxima o que abre ou o que fecha os canais de comunicao.

A verdade que tudo o que fazemos o nosso comportamento, a nossa maneira de vestir, a nossa aparncia pessoal e nossos hbitos, sempre, comunicam alguma coisa.

Uma escolha infeliz de palavras, de se arrumar ou de se expressar, que seja conflitiva com as expectativas do auditado pode ser interpretado por ele de uma maneira completamente diferente daquilo que espervamos, criando um obstculo desnecessrio execuo do trabalho.11.2 Barreiras na ComunicaoTodo auditor naturalmente j sentiu na prpria pele o desgaste causado por aquele esforo em contornar situaes embaraosas encontradas durante o trabalho: o documento pedido h duas semanas no encontrado, o gerente que no tem tempo para atend-lo, informaes incompletas, etc...

Mas qual ser o motivo causador dessas situaes? Quem ser o responsvel por essas situaes: o auditor ou o auditado?

A lista de motivos que podem atrapalhar o relacionamento entre o auditor e o auditado enorme:

11.2.1 - O Medo do AuditadoO auditor frequentemente temido pelo auditado. Ele representa na mente de muitos administradores e seu pessoal, um crtico, uma ameaa a sua segurana. um desconhecido que pode afetar negativamente seu status individual, o bem estar e seu servio.

Quando se encontra a primeira vez com o auditor, a idia inicial do auditado de impressionar o auditor, evitando um ataque antecipado. O comportamento do auditado ficar na defensiva at que o auditor, deliberadamente, mas com discernimento, rompa a barreira dessa defensiva.

11.2.2 Atitude de Superioridade por parte do AuditorIsso pode levar o auditado a pensar que o auditor no precisa de ajuda de uma pessoa franca, que o auditor veio para competir e no colaborar com a rea auditada.

Nesse caso, o auditado bloqueia ou esquece a finalidade da auditoria e concentra seu pensamento na competio com o auditor ao invs de lhe fornecer a informao necessria ao seu trabalho.

11.2.3 Atitude de julgamento das Atividades e Informaes dadas pelo AuditadoAo buscar informaes, o auditor no deve fazer julgamentos com conotaes pessoais, posto que no est na funo de juiz. Ele um colega de trabalho em buscar fatos e informaes.

As atitudes de julgamento pessoal so facilmente detectadas pelo auditado e coloca-o em defensiva. Perguntas como Porque voc fez isso? colocam o auditado em posio difcil e defensiva.

11.2.4 Ar Dominador e de Certeza por parte do AuditorO auditor que carrega um ar dominador e de certeza encontrar uma defesa rgida no auditado. Isso porque ele sente que o auditor est contando (geralmente alguma experincia que ele tenha vivenciado em outra rea) e no perguntando alguma coisa do auditado. 11.2.5 Ineficcia nas Habilidades de Comunicao Verbal e No Verbal por parte do Auditor Ser mau ouvinte, fazer uso ineficaz de perguntas e demonstrar sarcasmo em suas perguntas ao auditado, colocam uma barreira difcil no relacionamento entre auditor e auditado.

O uso de mensagens que trazem o adjetivo imbecil mensagem. Por exemplo:

Eu entendo.........(imbecil)

claro............(imbecil)

O que voc est dizendo no faz sentido....(imbecil)

Essas mensagens com imbecil implcito so geralmente sutis e no intencionais.

Mesmo assim, elas passam para os outros uma idia de rebaixamento da outra pessoa.

11.3 - O Que Ajuda a Comunicao entre o Auditor e o AuditadoDurante todo o relacionamento com o auditado, o auditor deve ter em mente as atitudes e as palavras que bloqueiam a comunicao e aquelas que facilitam a comunicao.

Embora haja diferenas bvias entre o papel do auditor e do auditado, a criao de um clima favorvel far com que essas diferenas se tornem irrelevantes.

H passos que podem ser tomados e h qualidades que podem ser desenvolvidas que certamente ajudaro a abrir a comunicao e mant-la aberta. Vamos a elas:

11.3.1 Sinceridade, Honestidade e AberturaExceto nos casos de suspeita de fraudes e nos trabalhos de conferncia fsica de valores, que devem ser realizados em carter de surpresa, no h razo para no haver sinceridade completa com o auditado.

Deixe o auditado saber o que espera. Servir para suavizar o ambiente j carregado pela mera meno da palavra auditoria.

Assim ao longo da auditoria o auditado ter a oportunidade de conferir os passos dados e ira perceber que o seu receio no tinha fundamento. O auditado sentir-se- seguro em relao ao auditor e isso o far sentir que o auditor no o atingir pelas costas.

Uma atitude do auditor que diz claramente: Eu sei que voc tem servio importante; Eu sei que existem certas frustraes no seu servio; Eu sei das dificuldades que voc deve sobrepujar.

Conte-me sobre elas. Eu as entenderei. Talvez juntos ns possamos encontrar algumas respostas. No tenha receio. Eu quero apenas saber como as coisas so feitas, pois assim eu posso ajud-lo.

Se eu notar alguma coisa que precisa verificao, ns a discutiremos abertamente e juntos..

Essa sinceridade de propsito do auditor pode ser evidenciada no decorrer da auditoria. Ao responsvel pela rea auditada lembrado que o trabalho que est sendo iniciado faz parte de um processo normal da auditoria.11.3.2 Cortesia e AmabilidadeEssas atitudes podem ser inatas, mas podem ser desenvolvidas se o auditor disser a si mesmo:

Eu no sou um policial; Eu no sou um investigador; Eu no sou um perito. Sou um convidado nesta casa; Devo ser corts; Devo tratar as pessoas com respeito e devo conduzir meus trabalhos como um esforo comunitrio para o bem da rea auditada e da empresa. Quando o auditor estiver convencido de sua atitude, ele ver como tudo ficar mais claro, at mesmo sua comunicao com as pessoas.

11.3.3 Contribuio para a rea AuditadaDeixe o auditado perceber a sua contribuio para a rea auditada, visando solucionar problemas. Isso gera no auditado um sentimento de auto-estima. Nesse clima, o auditado sente que o auditor deseja contribuir e ajudar na busca dos objetivos da empresa.

11.3.4 Habilidades de Comunicao VerbalA comunicao exige eficcia no envio e na recepo de mensagens. Abordaremos 05 (cinco) habilidades de comunicao verbal: acusar o recebimento, refletir, parafrasear, perguntar e elogiar.

Todas elas so importantes para o envio de mensagens. Trs delas, acusar recebimento, refletir e parafrasear so provas de que estamos ouvindo e recebendo as mensagens.

11.3.4.1 Acusar o recebimentoAcusando o recebimento da mensagem voc transmite outra pessoa que est ouvindo o que ela est dizendo que est entendendo a mensagem. Dessa maneira voc tambm estimula a outra continuar falando.

Dizer eu estou ouvindo, Eu entendo, ok, j est ajudando o dilogo.

Mas ainda melhor dizer frases com: Eu concordo com voc, Esta uma boa idia, Eu discordo de voc, Por mim tudo bem, pois estas denotam que alm de ouvir voc est avaliando o que est sendo dito. Esta forma transmite outra pessoa que voc respeita a opinio dela.

Estimular as pessoas a falar ajudar a obter as informaes necessrias.

11.3.4.2 - RefletirRefletir uma maneira de demonstrar que voc entende os sentimentos da outra pessoa. A troca de outra comunicao frequentemente envolve sentimentos e emoes. Sempre que uma pessoa tem uma opinio firme-afirmativa ou negativa seus sentimentos transparecem na comunicao. Para que possamos nos comunicar eficazmente com as pessoas, preciso que saibamos reconhecer e responder a estes sentimentos.

Nunca devemos dizer a uma pessoa que ela no deve se sentir desta ou daquela maneira. Isto uma maneira segura de cortar a comunicao. A reflexo uma habilidade que nos auxilia a desenvolver e a manter empatia com outras pessoas.

11.3.4.3 ParafrasearParafrasear significa colocar em suas prprias palavras o que voc pensa que a outra pessoa disse. Voc parafraseia para testar a sua compreenso ou confirmar a sua interpretao do que a outra pessoa disse. As parfrases geralmente iniciam-se com as seguintes sentenas:

Ento voc est dizendo...

Se eu entendi bem...

Em outras palavras...

A parfrase uma maneira eficaz de dizer outra pessoa que voc a est ouvindo. tambm uma maneira muito eficaz de assegurar a compreenso.

11.3.4.4 Perguntar

A quarta habilidade de comunicao verbal a pergunta. atravs das perguntas que voc obtm as informaes necessrias para a execuo de seu trabalho.

As perguntas tambm podem ser utilizadas como outra maneira de testar a compreenso. Ns utilizamos dois tipos de perguntas perguntas com o final aberto e perguntas com o final fechado.

Perguntas com o final aberto so aquelas que no podem ser respondidas com um sim ou no e, portanto so muito eficazes para obter informaes, especialmente quando voc quiser dar bastante liberdade outra pessoa para determinar a resposta.

Perguntas com final aberto geralmente iniciam-se com as seguintes palavras:

O que? Quando? Onde? Por qu? Como?

Perguntas com final fechado geralmente so utilizadas para confirmar a nossa compreenso.

A parfrase, quando usada para confirmar a compreenso, frequentemente assume a forma de uma pergunta com final fechado.

11.3.4.5 Elogiar

A quinta habilidade de comunicao verbal a de dar crdito s pessoas. uma maneira de elogiar dar crdito pessoa por alguma coisa que ela tenha feito bem.

Pode tambm ser utilizada como forma de agradecimento ou como forma de concordar com o que a outra pessoa disse.

O elogio obedece 02 (duas) etapas:

A primeira identificar a performance ou o comportamento que voc deseja elogiar. A segunda explicar porque aquela performance ou aquele comportamento lhe valioso. Exemplo:

Obrigado por ter-me conseguido estas fichas cadastrais to rapidamente. Voc me ajudou a executar o meu trabalho dentro do prazo determinado.

Elogiar uma maneira de obter e continuar recebendo a cooperao de outras pessoas.

11.3.5 Habilidades de Comunicao No Verbal

Tudo o que voc faz est sujeito a ser interpretado pelas pessoas que o rodeiam. a interpretao da outra pessoa que causa o impacto no a sua inteno.

Na verdade, uma grande parcela de todas as comunicaes so no verbais. Portanto, a sua meta ser controlar o seu comportamento no verbal de tal maneira que o auditado o interprete da forma que voc quer que ele o faa. Os seguintes fatores podem influenciar a forma como os auditados reagem a voc:

11.3.5.1 Ateno

As pessoas frequentemente julgam se voc est ouvindo ou no pelo contato ocular.

Se voc olhar pela janela enquanto as outras pessoas falam com voc, elas concluiro que voc no est ouvindo. Se voc olh-las nos olhos, elas concluiro que voc est ouvindo e isso as incentivar a expressarem melhor os seus pensamentos com palavras.

11.3.5.2 - Expresses Faciais

Muita coisa comunicada pela expresso facial. O estudo deste tipo de comunicao complexa, mas uma coisa simples como estar sempre com uma cara sombria e sria pode levar os outros a pensar que voc rabugento.

Criar uma imagem de pessoa amigvel e acessvel parte do dever de trabalhar eficazmente com os outros.

Mesmo as suas expresses faciais cotidianas contribuem para essa imagem, que pode facilitar a execuo de suas tarefas aumentando a cooperao que os funcionrios da rea auditada lhe daro.

11.3.5.3 Inflexo de Voz

O tom de voz afeta a maneira como os outros interpretam o que se diz.

Voc provavelmente se recorda de experincias pessoais onde algum falou sarcasticamente com voc e como voc se sentiu quando isto aconteceu. No foram as palavras, mas talvez o tom que lhe indicou que a outra pessoa estava comunicando algum tipo de desaprovao.

11.4 Estilos de Gerncia e o AuditorO auditor deve procurar compreender que quase sempre o estilo de gerncia adotado pela rea auditada condiciona o funcionamento das suas atividades, enfatizando qualidades e defeitos. Ao entender os vrios estilos existentes, o auditor saber que tipo de atuao deve ser esperado e como os prprios funcionrios da rea reagem a eles.

De certa forma, os estilos gerenciais podem ser encontrados ao mesmo tempo em uma empresa, dependendo das caractersticas dos gerentes e das necessidades e motivao dos empregados.

Os nomes dados a esses estilos por alguns psiclogos so:

Autocrtico

Paternalista

Apoiador

Cooperativo

11.4.1 O Estilo AutocrticoEsse estilo est fundamentado na autoridade total do gerente e obedincia inquestionvel do seu pessoal. Nesse estilo os funcionrios tornam-se dependentes da gerncia e raramente pensam sozinhos. A gerncia assume que os empregados trabalham unicamente porque eles so obrigados e que eles devem ser dirigidos para cumprir seu papel.

A performance dos empregados normalmente mnima e considerada atingida se o empregado concorda incontinente com as ordens da gerncia.

Quando o auditor se defronta com um gerente que tem esse estilo, ele deve estar preparado para encontrar falta de independncia nos subordinados j que o temor de tomar alguma iniciativa pode conflitar com as posies do gerente. Na rea desse gerente haver instrues claras, controles firmes e um rgido sistema de aprovao; mas na sua ausncia improvvel performance efetiva, pois os funcionrios no sabero tomar qualquer atitude a nvel decisrio. O auditor deve estar preparado para esclarecer todos os seus achados exclusivamente com os autocratas.

11.4.2 O Estilo PaternalistaEsse estilo uma derivao do estilo autocrtico. Pretende melhorar a produtividade atravs de premiaes (benefcios adicionais e planos de seguro de vida em grupo) aos empregados e para uma maior dependncia por parte do empregado.

Originou-se principalmente durante a depresso de 1930 e durante e aps a 2 Guerra Mundial quando os benefcios tornaram-se as metas dos empregados, sindicatos e do governo. A premiao financeira e o seguro coletivo foram oferecidos em contrapartida gratido do funcionrio e expectativa do aumento da produtividade.

Nesse estilo, o empregado fica mais contente que quando est sob o estilo autocrtico, mas no h nada que o inspire para maior perfeio.

O estilo paternalista d-lhe subsistncia e segurana, mas no motivao ou auto-realizao.

Ao defrontar com as gerncias que adotam esse estilo o auditor dever prevenir a gerncia de que para se conseguir alta produtividade no necessrio um esprito de clube esportivo entre os seus funcionrios. A gerncia, em comum acordo com os funcionrios, precisa fixar metas realistas e confront-las com os resultados obtidos ao final de um perodo para avaliao.

11.4.3 O Estilo ApoiadorO empregado comea a identificar suas prprias metas com aquelas da organizao. Ele percebe que seu caminho, sua realizao e seu trabalho so partes importantes de sua vida, mas que uma mera fonte de sustento ou segurana.

Neste clima, o auditor deve ser cauteloso para obter a confiana tanto dos empregados como da Gerncia durante seu trabalho.

Ele pode vender suas recomendaes de auditoria mostrando que elas podem melhorar a produtividade e ajudar a organizao a atingir suas metas.

11.4.4 O Estilo CooperativoNesse estilo cada profissional um colaborador, respeitado pelas suas contribuies. A gerncia, em vez de ser autocrtica, exigindo obedincia; ou protecionista, proporcionando segurana; ou apoiadora, provocando lideranas somente um dos colaboradores, sendo respeitado, como um companheiro, pelas suas contribuies.

A funo da Gerncia est mais na integrao que no comando ou liderana. O empregado responde a este clima com o sentimento de responsabilidade.

O resultado realizao pessoal mais do que a motivao manipulada pelo lder. Ou seja, o real entusiasmo pelo trabalho, em senso de desempenho e reconhecimento.

A reao do auditor a esse estilo adaptar-se a ele. Deve estar presente como mais um colaborador.

Ele deve apresentar suas recomendaes e sugestes para assim contribuir com o crescimento da organizao. De fato, nesse clima de dedicao e cooperao o auditor provavelmente se encontrar com o mesmo entusiasmo do auditado.Voltar ao sumrio

12 EXERCCIO PROFISSIONAL DA AUDITORIA INTERNA NO PLANO INTERNACIONAL12.1 INTRODUOA auditoria interna uma atividade independente e objetiva que presta servios de avaliao e de consultoria com o objetivo adicionar valor e melhorar as operaes de uma organizao. A auditoria auxilia a organizao a alcanar seus objetivos atravs de uma abordagem sistemtica e disciplinada para a avaliao e melhoria da eficcia dos processos de gerenciamento de risco, controle e governana corporativa.

As atividades da auditoria interna so realizadas nos mais diversos ambientes culturais e legais; em organizaes que possuem os mais variados objetivos, porte, complexidade e estruturas, e por pessoas de dentro ou de fora da organizao. Uma vez que as diferenas podem afetar a prtica da auditoria interna em cada ambiente, a adeso s Normas Internacionais para o Exerccio Profissional da Auditoria Interna essencial para um adequado desempenho das responsabilidades por parte dos auditores internos. Se os auditores internos auditores esto proibidos, em virtude de leis ou regulamentaes, de aderir a determinadas regras estabelecidas nas Normas, devem ento cumprir todas as demais regras das Normas e apresentar as justificativas necessrias.

Os servios de avaliao (assurance) compreendem uma avaliao objetiva da evidncia por parte do auditor interno com o objetivo de apresentar uma opinio ou concluses independentes sobre um processo ou outra matria correlata. A natureza e o escopo do trabalho de avaliao so determinados pelo auditor interno. Normalmente, trs partes participam dos servios de avaliao: (1) a pessoa ou grupo diretamente responsvel pelo processo, sistema ou outro assunto correlato o proprietrio do processo, (2) a pessoa ou grupo que faz a avaliao o auditor interno, e (3) a pessoa ou grupo que faz uso da avaliao o usurio.

Os servios de consultoria so aqueles relacionados assessoria e, normalmente, so prestados por solicitao especfica de um cliente de auditoria. A natureza e o escopo dos trabalhos de consultoria esto sujeitos a um acordo mtuo com o cliente do trabalho. Os servios de consultoria, normalmente, compreendem dois participantes: (1) a pessoa ou grupo que oferece a consultoria o auditor interno, e (2) a pessoa ou grupo que necessita e recebe a consultoria o cliente do trabalho. Ao realizar servios de consultoria o auditor interno deve manter a objetividade e no assumir responsabilidades gerenciais.

O propsito das Normas :

1. Estabelecer princpios bsicos que representam a prtica da auditoria interna na forma em que esta deveria ser.

2. Fornecer um modelo para a execuo e promoo de um amplo leque de atividades de auditoria interna que representem valor agregado.

3. Servir de base para a avaliao da auditoria interna.

4. Incentivar a melhoria dos processos e operaes da organizao.

As Normas compreendem as Normas de Atributos (srie 1000), as Normas de Desempenho (srie 2000) e as Normas Implantao. As Normas de Atributos tratam das caractersticas de organizaes e indivduos que realizam atividades de auditoria. As Normas de Desempenho descrevem a natureza das atividades da auditoria interna e apresentam critrios de qualidade contra os quais o desempenho desses servios avaliado. Enquanto as Normas de Atributos e de Desempenho aplicam-se a todos os servios de auditoria interna, as Normas de Implantao aplicam-se a tipos especficos de trabalhos de auditoria.

Existe apenas um conjunto de Normas de Atributos e de Normas de Desempenho, entretanto, existem variados conjuntos de Normas de Implantao, ou seja, um conjunto para cada tipo importante de atividade de auditoria interna.

As Normas de Implantao foram estabelecidas para as atividades de: Avaliao (Assurance) (A) e de Consultoria (C).

As Normas so parte integrante da Estrutura de Prticas Profissionais de Auditoria Interna. A Estrutura de Prticas Profissionais de Auditoria Interna inclui a definio de Auditoria Interna, o Cdigo de tica, as Normas e outras orientaes. Orientaes quanto forma como as Normas podem ser aplicadas esto includas nas Orientaes para a Prtica emitidas pelo Comit de Assuntos Profissionais do IIA.

As Normas empregam termos aos quais foram atribudos significados especficos e que foram includos no Glossrio.

O desenvolvimento e a publicao das Normas um processo contnuo. O Comit de Normas de Auditoria Interna realiza uma extensiva consulta e anlise antes da publicao das Normas. Isto inclui a solicitao de comentrios da parte do pblico de todas as partes do mundo, atravs de um processo de apresentao de verso preliminar.

Fonte: AUDIBRA Instituto dos Auditores Internos do Brasil (www.audibra.org.br)12.2 CDIGO DE TICAO propsito do Cdigo de tica do IIA promover uma cultura tica na profisso de Auditoria Interna.

A auditoria interna uma atividade independente e objetiva, que presta servios de avaliao e de consultoria e tem como objetivo adicionar valor e melhorar as operaes de uma organizao. A auditoria auxilia a organizao a alcanar seus objetivos atravs de uma abordagem sistemtica e disciplinada para a avaliao e melhoria da eficcia dos processos de gesto de risco, controle e governana corporativa.

Um cdigo de tica apropriado e necessrio para profisso de auditoria interna, fundamentada como est na confiana colocada em assegurar o objetivo sobre gerenciamento de risco, controle e governana corporativa. O Cdigo de tica do IIA vai alm da definio de auditoria interna para incluir dois componentes essenciais:1. Princpios relevantes para a profisso e prtica da auditoria interna;

2. Regras de Conduta que descrevem normas do comportamento esperado de auditores internos. Estas regras so uma ajuda na interpretao dos Princpios em aplicaes prticas e tem o objetivo de orientar a conduta tica de auditores internos.

O Cdigo de tica associado ao Manual de Prticas Profissionais e outros relevantes pronunciamentos do IIIA proporcionam orientao aos auditores internos sobre servir aos outros. Auditores Internos se refere aos membros do IIA/AUDIBRA, profissionais certificados ou candidatos Certificao profissional e aqueles que prestam servios de auditoria interna conforme a definio de auditoria interna.

Aplicabilidade e Exigncia de Conformidade

Este Cdigo de tica se aplica tanto a indivduos como a entidades que prestam servios de auditoria interna.

Para membros do IIA e candidatos ou profissionais certificados, violaes do Cdigo de tica sero avaliadas e gerenciadas de acordo com os estatutos do IIA e as Polticas Administrativas. O fato de que uma conduta em particular no seja mencionada nas Regras de Conduta no evita que esta no seja inaceitvel ou sem credibilidade e, portanto, o membro, detentor de certificao, ou candidato pode estar a uma ao profissional.

Princpios

Os auditores Internos so exigidos a aplicar e manter os seguintes princpios:

Integridade

A integridade dos auditores internos exige confiana e assim, representa a base para a confiabilidade em seu julgamento.

Objetividade

Auditores internos apresentam o mais alto grau de objetividade profissional na coleta, avaliao, comunicao de informaes sobre a atividade ou processo em exame. Auditores internos geram uma avaliao equilibrada de todas as circunstncias relevantes e no so influenciados de forma indevida pelos seus prprios interesses ou por outros, na formulao de julgamentos (opinies).Confidencialidade

Os auditores internos respeitam o valor e a propriedade das informaes a que tm acesso e no as divulgam sem a autorizao apropriada a no ser em caso de obrigao legal ou profissional.

Competncia

Auditores internos aplicam o conhecimento, habilidades e experincia necessrios na realizao de servios de auditoria interna.

Regras de Conduta

1. Integridade

Auditores Internos:

1.1. Devem realizar seus trabalhos com honestidade, diligncia e responsabilidade.

1.2. Devem observar a lei e divulgar informaes exigidas pela lei e pela profisso.

1.3. No devem, quando de conhecimento, fazer parte de qualquer atividade ilegal, ou se envolver em atos que resultem em descrdito para a profisso de auditor interno ou para a organizao.

1.4. Devem respeitar e contribuir para os legtimos e ticos objetivos da organizao.

2. Objetividade

Auditores internos:

2.1. No devem participar de qualquer atividade ou relao que possa prejudicar ou que, presumivelmente, prejudicaria sua avaliao imparcial. Esta participao inclui aquelas atividades ou relaes que podem envolver conflitos de interesses da organizao.

2.2. No devem aceitar qualquer coisa que possa prejudicar ou que, presumivelmente, prejudicaria seu julgamento profissional.

2.3. Devem divulgar todos os fatos materiais de seu conhecimento que, se no divulgados, podem distorcer relatrios das atividades sob sua reviso.

3. Confidencialidade

Auditores internos:

3.1. Devem ser prudentes no uso e proteo das informaes obtidas no desempenho de suas funes.

3.2. No devem utilizar informaes para qualquer vantagem pessoal ou de qualquer outra maneira contrria lei ou em detrimento dos objetivos legtimos e ticos da organizao.4. Competncia

Auditores internos:

4.1. Devem realizar somente aqueles servios para os quais possuam o conhecimento, habilidades e experincia necessrias.

4.2. Devem realizar servios de auditoria interna em conformidade com as Normas para a Prtica Profissional da Auditoria Interna.

4.3. Devem continuamente melhorar seu conhecimento tcnico e a eficcia e qualidade de seus servios.

12.3 ATRIBUTOS PROFISSIONAISPropsito, Autoridade e Responsabilidade

O propsito, a autoridade e a responsabilidade da atividade de auditoria interna devem ser formalmente definidos em um regulamento ou estatuto (charter), consistente com as Normas e aprovado pelo Conselho de Administrao.

A natureza dos servios de avaliao (assurance) prestados organizao deve ser formalmente definida no regulamento ou estatuto da Auditoria. Se tais servios forem prestados a terceiros, externos organizao, a natureza desses servios deve tambm ser definida no regulamento ou estatuto.

A natureza dos servios de consultoria deve ser definida no estatuto ou regulamento da Auditoria.

Independncia e Objetividade

A atividade de auditoria interna deve ser independente e os auditores internos devem ser objetivos na execuo de seu trabalho.

Independncia Organizacional

O diretor executivo de auditoria deve estar subordinado a um nvel dentro da organizao, que permita atividade de auditoria interna cumprir suas responsabilidades.

A atividade de auditoria interna deve ser livre de interferncias na determinao do escopo da auditoria interna, na execuo do trabalho e na comunicao de resultados.Objetividade individual

Os auditores internos devem ter atitude imparcial e isenta e evitar conflitos de interesses.

Prejuzos Independncia ou Objetividade

Se a independncia ou objetividade forem prejudicadas de fato ou na aparncia, os detalhes de tal prejuzo devem.ser informados s partes apropriadas. A natureza da comunicao depender do prejuzo.

Os auditores internos devem abster-se de avaliar operaes especficas pelas quais tenham sido responsveis anteriormente. Presume-se prejudicada a objetividade, se um auditor prestar servios de avaliao para uma atividade pela qual tenha sido responsvel no ano anterior.

Trabalhos de auditoria de avaliao relacionados a funes que estejam sob a responsabilidade do diretor executivo de auditoria devem ser supervisionadas por algum externo atividade de auditoria.

Os auditores internos podem prestar servios de consultoria relacionados s operaes pelas quais tenham sido responsveis anteriormente.

Caso os auditores internos constatem potenciais prejuzos independncia ou objetividade relacionados a servios de consultoria propostos, o cliente do trabalho deve ser informado antes que a execuo do mesmo seja aceita.

Proficincia e Zelo Profissional Devido

Os trabalhos de auditoria devem ser realizados com a proficincia e o cuidado profissional devidos.

Proficincia

Os auditores internos devem possuir conhecimentos, habilidades e outras competncias necessrias execuo de suas responsabilidades individuais. A atividade de auditoria interna, de forma coletiva, deve possuir ou obter o conhecimento, habilidades e outras competncias necessrias para o desempenho de suas responsabilidades.

O diretor executivo de auditoria deve obter assessoria competente e assistncia, se a equipe de auditoria interna no dispuser de conhecimentos, habilidades ou outras competncias necessrias execuo do todo ou parte do trabalho de auditoria.

O auditor interno deve possuir suficiente conhecimento para identificar indicadores de fraude, mas no se espera que tenha a especialidade de uma pessoa cuja responsabilidade principal seja detectar e investigar fraudes.

Os auditores internos devem possuir conhecimento dos riscos e controles chaves relacionados tecnologia da informao bem como das tcnicas de auditoria baseadas em tecnologia para a execuo dos trabalhos sob sua responsabilidade. Entretanto, nem todos os auditores internos so obrigados a possuir o conhecimento tcnico que se espera de um auditor cuja principal responsabilidade seja auditar a tecnologia da informao.

O diretor executivo de auditoria deve declinar de realizar trabalhos de consultoria, ou obter a competente orientao e assistncia caso o pessoal da auditoria interna no possua o conhecimento, habilidades ou outras competncias necessrias para desenvolver o todo ou parte do trabalho.

Zelo Profissional Devido

Os auditores internos devem aplicar cuidados e habilidades esperados de um profissional razoavelmente prudente e competente. Zelo profissional devido no implica infalibilidade.

O auditor interno deve exercer o Zelo profissional devido, considerando:

A necessria extenso do trabalho para alcanar os objetivos do trabalho de auditoria.

A relativa complexidade, materialidade ou importncia dos assuntos sobre os quais os procedimentos de auditoria so aplicados.

A adequao e eficcia dos processos de gerenciamento de risco, de controle e de governana corporativa.

A probabilidade de erros significativos, irregularidades, ou desconformidades.

Custo do trabalho de avaliao em relao a benefcios potenciais.

No exerccio do zelo profissional devido, o auditor interno deve considerar a utilizao de ferramentas de auditoria auxiliadas por computador bem como outras tcnicas de anlise de dados.

O auditor interno deve estar alerta aos riscos significativos que poderiam afetar os objetivos, operaes ou recursos. Entretanto, procedimentos de auditoria, por si s, mesmo quando desenvolvidos com o cuidado profissional devido, no garantem que todos os riscos significativos sero identificados.

O auditor interno deve exercer o cuidado profissional devido durante um trabalho de consultoria, considerando:

As necessidades e expectativas dos clientes, incluindo a natureza, o prazo e a comunicao dos resultados do trabalho.

A relativa complexidade e extenso requeridos pelo trabalho para alcanar os objetivos do trabalho de auditoria.

O custo do trabalho de consultoria em relao aos potenciais benefcios.

Desenvolvimento Profissional Contnuo

Os auditores internos devem aperfeioar seus conhecimentos, habilidades e outras competncias atravs do desenvolvimento profissional contnuo.

Programa de Garantia de Qualidade e Melhoria

O diretor executivo de auditoria deve desenvolver e manter um programa de garantia da qualidade e de melhoria que inclua todos os aspectos da atividade de auditoria interna e monitore de forma contnua sua eficcia. Este programa inclui avaliaes peridicas, internas e externas, da qualidade e a monitorao interna contnua. Cada parte do programa deve ser desenvolvida para auxiliar a atividade de auditoria interna a adicionar valor e melhorar as operaes da organizao, bem como proporcionar razovel certeza de que a atividade de auditoria interna est em conformidade com as Normas e o Cdigo de tica.

Avaliaes do Programa de Qualidade

A atividade da auditoria interna deve adotar um projeto para monitorar e avaliar a eficcia geral do programa

de qualidade. O processo deve incluir tanto avaliaes internas como externas.- Avaliaes Internas

As avaliaes internas devem incluir:

Revises contnuas do desempenho da atividade de auditoria interna; e

Revises peridicas executadas atravs de auto avaliao ou por outras pessoas da organizao, com conhecimento das prticas internas de auditoria e das Normas.

Avaliaes Externas

As avaliaes externas, tais como revises de qualidade do trabalho de auditoria, devem ser conduzidas ao menos uma vez a cada cinco anos por revisor qualificado e independente ou por equipe de reviso externa organizao.

Relatrios sobre o Programa de Qualidade

O diretor executivo de auditoria deve informar ao Conselho os resultados de avaliaes externas.

Uso da expresso Realizado em Conformidade com as Normas

Os auditores internos so estimulados a relatar que suas atividades so conduzidas em conformidade com as Normas para o Exerccio Profissional de Auditoria