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Organizadores
Luiz Alexandre da Silva Rosado
Estrella DAlvaBenaion Bohadana
Giselle Martins dos Santos Ferreira
Educao e tecnologia:parcerias 2.0
1 EDIO
UNIVERSIDADE ESTCIO DE SRio de Janeiro
2013
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Universidade Estcio de S
Reitor
Paula Caleffi, DSc
Vice-Reitor de Graduao
Vincius da Silva Scarpi, DSc
Vice-Reitor de Administrao e Finanas
Ablio Gomes de Carvalho Junior, MSc
Vice-Reitor de Relaes Institucionais
Joo Luis Tenreiro Barroso, DSc
Vice-Reitor de Extenso, Cultura e Educao Continuada
Cipriana Nicolitt Cordeiro Paranhos, DSc
Vice-Reitor de Ps-Graduao e PesquisaLuciano Vicente de Medeiros, PhD
Programa de Ps-Graduaoem EducaoPPGE-UNESA
Coordenadora
Profa. Dra. Alda Judith Alves-Mazzotti
Coordenadora Adjunta
Profa. Dra. Rita de Cssia Pereira Lima
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III
Programa de Ps-Graduao em Educao
PPGE-UNESA
Linha de Pesquisas em Tecnologias de Informaoe Comunicao em Processos Educacionais
TICPE
Alberto Jos da Costa Tornaghi
Estrella DAlvaBenaion Bohadana
Giselle Martins dos Santos Ferreira (Coordenadora)
Lcia Regina Goulart Vilarinho
Luiz Alexandre da Silva Rosado
Mrcio Silveira Lemgruber
Conselho Cientfico
Adriana Rocha Bruno (UFJF)
Alexandra Okada (Open University do Reino Unido)
Andria Inamorato dos Santos (IPTS Comisso Europeia)
Antnio Quintas Mendes (UAb)
Christiana Soares de Freitas (UNB)
Eva Campos-Domnguez (Universidad de Valladolid)
Giota Alevizou (Open University do Reino Unido)
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IV
Programa de Ps-Graduao em EducaoPPGE-UNESA
Av. Presidente Vargas 642, 22 andarCentro, Rio de Janeiro, RJ
CEP 20071-001Telefones: (21) 2206-9741 / 2206-9743
Fax: (21) 2206-9751
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Esta obra est sob licena Creative CommonsAtribuio 2.5 (CC-By). Mais detalhes em:http://www.creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/
Voc pode copiar, distribuir, transmitir e remixar estelivro, ou partes dele, desde que cite a fonte.
1 edio
Produzido por:Fbrica de Conhecimento / Estcio
Diretor da rea:Roberto Paes de CarvalhoCapa:Paulo Vitor Bastos, Andr Lage e Thiago AmaralProjeto grfico e editorao: Luiz Alexandre da Silva Rosado
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)
E24
Educao e tecnologia: parcerias 2.0 [livro eletrnico] /organizadores: Luiz Alexandre da Silva Rosado, EstrellaDAlvaBenaion Bohadana e Giselle Martins dos Santos Ferreira. -Rio de Janeiro: Editora Universidade Estcio de S, 2013.5,9 Mb ; PDF
ISBN 978-85-60923-06-9
1. Tecnologia educacional. 2. Educao. I. Rosado, LuizAlexandre da Silva. II. Bohadana, Estrella DAlva Benaion. III.
Ferreira, Giselle Martins dos Santos
CDD 371.3078
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Avaliao do Conselho Cientfico
com alegria que sado apublicao de mais um e-bookEducao e Tecnologia: Parcerias 2.0da Linha Tecnologias da Informaoe Comunicao nos ProcessosEducacionais do Programa de Ps-Graduao em Educao daUniversidade Estcio de S. Suaconsolidao atende necessidadede uma divulgao qualificada detrabalhos acadmicos que,superando o isolamento do dilogoorientador/orientando, mereamuma circulao mais ampla e,especialmente, mais dirigida para
seu pblico interessado. Dessemodo, somando-se s anunciadasparcerias - educao e tecnologias;orientadores e orientandos - h umaspecto de fundamental importnciaque o intercmbio entre diversosProgramas de Ps-Graduao emEducao.
O livro nos traz diversos textosoriundos de pesquisas,
apresentando sua trajetria, suascontribuies e os percalos vividos.Aborda questes relevantes trazidaspela utilizao das Tecnologias daInformao e Comunicao nasociedade em geral e, maisparticularmente, nos processoseducacionais, presenciais ou adistncia, desde a mediao docente(e o problema fulcral da tutoria) at
as potencialidades das redes sociais,passando pelos gamescom suaatrao sobre o pblico mais jovem.Destaco, por fim, que em um cenriode grande expanso dosinvestimentos governamentais noscursos a distncia, a discusso detais polticas pblicas extremamente atual e pertinente.
Prof. Dr. Adriana Rocha BrunoFaculdade de EducaoUniversidade Federal de Juiz de Fora,UFJF
O e-bookEducao e Tecnologia:parcerias 2.0aborda uma seleo detemticas centrais reflexo acercado uso das TIC na Educao nestaEra Digital: jogos digitais, redessociais, ambientes virtuais deaprendizagem, Facebook,Comunidades Virtuais, mediao,tutoria e formao de professores.As temticas so exploradas com
base em estudos empricosrealizados em uma amostrasignificativa de instituiesnacionais, pblicas e privadas,abarcando diferentes nveis daeducao (da Educao Bsica aoEnsino Superior), modalidades doensino (da aprendizagem mista -blended learning- EaD) e reas do
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conhecimento (da Pedagogia Sade). As contribuies ilustram,tambm, o impacto das TIC nasPolticas Pblicas e na relao entreAprendizagem Formal e Informal. Asparcerias representadas nesta novapublicao do Grupo de PesquisasTIC nos Processos Educacionaisdemonstram a riqueza da pesquisano pas, a importncia do trabalhode formao de novospesquisadores conduzido em nossos
programas de ps-graduao e ovalor de espaos como este e-bookpara a disseminao mais ampla dacincia nacional.
Prof. Dr. Alexandra OkadaKnowledge Media InstituteOpen Universitydo Reino Unido
O e-bookEducao e Tecnologia:
Parcerias 2.0est muito especial.Cada artigo traz um temaparticularmente importante para adiscusso da educaocontempornea brasileira,apresentados de forma a construirum dilogo entre os textos, aomesmo tempo que oferecendoabrangncia e diversidade ao pblicoleitor. O livro foca em artigos quetratam do uso das TICs na educao
superior, mas tambm aborda casosde uso das TICs na educao bsica,na rea da sade e na formao deprofessores.
Dois fatores me chamaram aateno na leitura dos artigos: oprimeiro a riqueza e a diversidadena escolha dos mtodos com osquais os autores desenvolveram suas
pesquisas, lanando mo de tcnicasetnogrficas e pesquisa-ao, porexemplo. Os usos de tais mtodos depesquisa so bastante inspiradoresna rea de tecnologia educacional. Osegundo fator a rica contribuioda discusso apresentada no e-bookno que tange o uso das redes sociaisna educao, particularmente oFacebook.
Espero que a leitura do e-booksejabastante gratificante e tragaelementos para reflexo no que dizrespeito ao uso das redes sociais pordocentes e discentes na educaopresencial e a distncia no Brasil.
Prof. Dr. Andria Inamorato dosSantosInstituto de Tecnologias Prospectivas(IPTS)Comisso Europeia
Deparamo-nos neste livro com umconjunto diversificado de textos queexploram desde os territrios maisconvencionais da utilizao das TICna Educao, a questes relativas apolticas pblicas e formao deprofessores, passando pelaEducao a Distncia e percorrendoterritrios aparentemente mais
perifricos como o jogo, as emoesou a autoria no espao educacionalda rede.
Assim temos por um lado captulosrelativos ao desenvolvimento deexperincias de EaD onde se reflectequer sobre as tecnologias de suportequer sobre a mediao docente ouainda sobre a experincia de EaD
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vista a partir da perspectiva do alunoou da dimenso afectivaexperienciada pelos docentes emcontextos virtuais.
So de realar tambm os textosmais centrados na componenteldica dos processos de socializaoe de participao dos jovens na rede,a par de textos que nos descrevemcruzamentos e mtuas fertilizaesentre processos de educao formale processos de aprendizageminformal atravs de mobilizao decontextos informais de interaconomeadamente pela utilizao dasRedes Sociais e em particular doFacebook. O trabalho em torno deuma viso emancipadora daEducao torna-se tambm evidenteem captulos que nos mostram apresena na rede de produes deprofessores - a partir de uma
perspectiva de desenvolvimento dosprocessos de autoria - ou aindaprocurando transformar as prticasacadmicas mais tradicionais e asfronteiras do saber acadmico embusca de novas formas de produodos saberes.
O livro revela no seu conjunto umaqualidade assinalvel, sendoequilibrado no que diz respeito aoseu foco, ao mesmo temposuficientemente homogneo paraser coerente e coeso esuficientemente alargado para nosdar contribuies diversificadas querquanto s temticas quer quanto smetodologias, pblicos e contextoseducacionais analisados. No seuconjunto revela-nos um conjunto de
propostas estimulantes, inovadorase desafiantes.
Prof. Dr. Antnio Quintas MendesCoordenador do Laboratrio deEducao a Distncia e E-LearningUAb, Portugal
Os temas tratados no livro Educaoe Tecnologia: Parcerias 2.0abordamquestes fundamentais para
reflexo e anlise. As discusses,necessrias e oportunas, sobre aspolticas de expanso edemocratizao do ensino superior adistncia, o papel dos diversosatores envolvidos nesse processo eos instrumentos disponveis para oexerccio da cidadania digital soalguns dos temas propostos ediscutidos luz de resultados depesquisas e premissas tericas
relevantes para a compreenso docontexto vivido atualmente.Discusses sobre os vrios desafiosque envolvem a educao no pasfornecem elementos instigantespara considerao, como a anlisedo papel dos alunos e tutores noprocesso educacional, da histria deformao de professores e daspolticas pblicas voltadas informtica e educao no Brasil.
Algumas das pesquisas apresentadasrevelam possibilidades ainda poucoexploradas no universo das mdiassociais, tendo como destaque odesenvolvimento de estratgias paraproduo compartilhada deconhecimento. Interessanteobservar que as questes tratadasno esto circunscritas apenas ao
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campo das prticas educacionais.Mdias sociais so tambmanalisadas como espaos deinterao social, locus de expressode conflitos, cooperao eaprendizagem. A interconexo entresaberes, nas vrias arenas pblicas,revela-se possvel e necessria. Osespaos acadmicos de construode conhecimento conectam-se aosdemais, representantes de saberesdiversos. A obra sugere a necessria
transcendncia quanto aperspectivas preconcebidas sobre arealidade, ao revelar a existncia depensamento autnomo e crtico nasrelaes construdas nos vriosespaos miditicos de interao dacontemporaneidade.
Prof. Dr. Christiana FreitasFaculdade de Economia,Administrao e Contabilidade
Universidade de Brasilia, UnB
O e-book Educao e tecnologia:parcerias 2.0vem complementar eatualizar o e-bookEducao etecnologia: parcerias, por meio denova publicao, que inclui estudossobre a prtica de ensino e depesquisa e o uso de vriasferramentas tecnolgicas na era da
Internet. Os autores souberam,novamente, voltar sua ateno paraquestes sobre essa prtica emnossos dias.
Abrindo a seo Educao,tecnologia e experincias,ocaptulo um apresenta umaoportuna reflexo sobre aexperincia de organizao de um
Congresso na Internet pelo Ncleode Experimentao de TecnologiasInterativas (Next) do Instituto deComunicao e Informao Cientficae Tecnolgica em Sade daFundao Oswaldo Cruz(ICICT/Fiocruz). Os outros doiscaptulos que se seguem estocentrados no uso das competnciasem TIC em dois ambientes distintospara a formao e produo naInternet.
As experincias concretas tambmso complementadas pelo quartocaptulo do e-book, em que osautores explicam um caso especficodo uso da Tecnologia de Informaoe Comunicao na formao docentee de atores implicados no processodocente. A percepo discentetambm objeto de estudo, noquinto captulo, no qual se submete
avaliao dos alunos a consistnciada formao a distncia de um cursode licenciatura em Histria. J osexto estudo que estrutura o e-bookdirige seu ponto de ateno tarefados tutores como mediadoresdocentes em um mbito de troca,inseridos em ambientes presenciaise virtuais estruturados atravs daplataforma de softwarelivreMoodle, que alguns pases europeus,
como a Espanha, por exemplo, vmusando extensivamente. O stimocaptulo aborda a questo daautonomia do aluno em formao adistncia. Encerrando a seointitulada Educaoa Distncia,ooitavo captulo que integra o estudooferece concluses realmenteinteressantes sobre a afetividade na
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docncia on-line entre alunos eprofessores, e os vnculos nemsempre garantidos na formao adistncia.
Abre a terceira seo EducaoeRedes Sociaisum trabalhorelevante sobre o uso de jogosdigitais em sala de aula, no qual enfatizada a necessidade decombinar o jogo com a docncia, umcampo de estudo ainda a ser tratadoem nvel internacional, do qual asautoras lanam importantes bases.Os dois outros captulos apresentamduas anlises sobre o uso doFacebook na educao, relacionandoa implicao e motivao dos alunosperante a combinao do ensinocom o ambiente familiar dosestudantes, como o caso dessarede social. E, finalmente, o e-bookfecha com um trabalho necessrio e
enriquecedor, que aborda aeducao, a famlia e as tecnologiasde informao do ponto de vista dos
jovens, tendo como foco ummapeamento do uso das redessociais e seu papel na socializao dealunos do ensino mdio efundamental.
Todos esses estudos compem umaanlise ampla, que aborda o atualpapel das TIC na docncia (emdiferentes nveis e modalidades) ena investigao, fornecendo, comoum dos valores mais proveitosos,estudos de casos concretos sobre opapel dos diferentes agentes dadocncia na Internet. O e-bookEducao e tecnologia: parcerias 2.0contribui, assim, para enriquecer osestudos elaborados
internacionalmente sobre os limitese as possibilidades das TIC naeducao, como complemento eelemento integrador na docncia dosculo XXI .
Prof. Dr. Eva Campos-DominguezFacultad de Filosofa y LetrasUniversidade de Valladolid
This e-book puts forward a unique
overview of Brazilian appropriations
of digital culture as well as medialiteracy in formal education and
informal learning contexts. The
volume explores case studies ranging
from civic games to social
networking and to VLEs in higher
education. Some of the themes
explored are:
1. Openness and collaboration in
mainstream social media and
walled-garden models of virtuallearning;
2. Tutors as mediators of learning,
including alternative perspectives of
tutoring that may be promoting a
closer link between media literacy
and cultural pedagogy;
3. Authorship in relation to notions
of creativity, addressing the uneasy
boundaries and contested links
between home and school, family
and friendship in shaping notions of
learning, socialisation and identity
formation.
Through its diverse case studies, the
book mostly deals with the effect of
online learning through the use of
social and creative media in formal
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(and higher) education contexts. It
provides useful insights on the use of
Web 2.0 or social media and offers
epically grounded perspectives of
informal peerdom and tutor
facilitation.
Este e-bookapresenta umaperspectiva nica das apropriaesfeitas no Brasil da cultura digital e doletramento miditico em contextosde educao formal e informal. Ovolume inclui estudos de caso queenglobam de jogos a redes sociais eAVA no Ensino Superior, explorandoos seguintes temas:
1. Abertura e colaborao emplataformas de redes sociais emodelos walled-gardendeaprendizagem online;
2. Tutores como mediadores daaprendizagem, incluindo
perspectivas alternativas da tutoriaque podem promover uma relaomais prxima entre o letramentomiditico e a pedagogia cultural;
3. Autoria em relao a noes decriatividade, abordando a relaoentre a contestao de fronteirasentre a casa e a escola, a famlia e ocrculo de amigos, e a ressignificaodas noes de aprendizagem,socializao e formao deidentidade.
Por meio de diversos estudos decaso, o livro discute as mudanas daaprendizagem onlineassociadas aouso de mdias sociais e criativa,oferecendo compreenses teisacerca do uso da Web 2.0e dasmdias sociais, bem comoperspectivas bem fundamentadas dacolaborao entre pares e dotrabalho de facilitao daaprendizagem conduzido pelo tutor.
Prof. Dr. Giota AlevizouFaculty of Maths, Computing and
Technology
Research Fellow (Pesquisadora)Open Universitydo Reino Unido
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Sumrio
Um passo, dois passos... 5
Apresentao 7
I. EDUCAO, TECNOLOGIA E EXPERINCIAS
1. I Conexo Internacional de Sade e (Ciber)Cultura: umaexperincia na fronteira da Academia com a Sociedadeem Rede e a rua 17
Nilton Bahlis dos Santos, Nathielly de Souza Campos, Alessandrados Santos, Mrcia Maria Santos, Maria Joo Spilker, AntnioCordeiro, Rodrigo Vieira Ribeiro
Fiocruz; UNISUAM; UAB; ANS
2. Informtica e Educao: formao de professores epolticas pblicas 38
Flvia Freitas Fontany de Souza, UNIRIO e SESI
Guaracira Gouva, UNIRIO
3. Decorrncias em escolas pblicas do Estado do Mato
Grosso do curso Tecnologias na Educao: ensinando eaprendendo com as TIC 75
Alberto Tornaghi, UNESA
Vicente Willians Nunes, UNESA, UCAM e SENAC
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II. EDUCAO A DISTNCIA
4. Tecnologia e expanso do Ensino Superior: aexperincia do NEAD/UFSJ 104
Marise M. S. da Rocha, UFSJ
Carolina M. R. Moreira, UFRJ
5. Uma anlise da consistncia da formao oferecida emcurso de licenciatura para professores em exerccio 128
Gianna Oliveira Bogossian Roque, PUC-Rio
Gilda Helena Bernardino de Campos, PUC-Rio
Marcus Vincius de Arajo Fonseca, UFRJ
6. Professores-Tutores como Mediadores Docentes:perspectivas e desafios 155
Maria Esther Provenzano, CEFET/RJ e UAB
Mrcio Silveira Lemgruber, UNESA
7. A idealizao e a realidade: a autonomia do aluno emeducao a distncia 185
Alessandra Menezes dos Santos Serafini, UFJF
Eliane Medeiros Borges, UFJF
8. A Questo da afetividade na Docncia Online 211
Ivan Soares dosSantos, Fundao Osrio
Lcia Regina Goulart Vilarinho, UNESA
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III. EDUCAO E REDES SOCIAIS
9. Janus - entre o passado e o presente: um jogo digitalpara adolescentes em rede 243
Lynn Alves, SENAI e UNEB
Gustavo Andrade, UNEB
10. Utilizando o Facebookna formao de pesquisadoresem Educao: experincias, percepes e prticas deintegrao com o ensino presencial 264
Giselle Ferreira, UNESA e Open University do Reino Unido
Aline Campos, UAB
Helena Brtholo, Colgio Pedro II
Simone Markenson, UNESA
11. OFacebook no Ensino Superior: transgresso e
transformao 299
Florencia Cruz da Rocha Ebeling, UBM
Estrella Bohadana, UNESA e UERJ
IV. RELATRIO DE PESQUISA
12. Jovens alunos em tempos de redes sociais na Internet:
coletando pistas sobre o lugar da famlia e da escola 328Luiz Alexandre da Silva Rosado, UNESA
Maria Apparecida Campos Mamede Neves, PUC-Rio
Catlogo da Exposio sombra leve dos anjos 379
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Um passo, dois passos...
Se na primeira edio do e-book Educao e Tecnologia:Parcerias falvamos da comemorao dos 10 anos doreconhecimento de nosso PPGE e travamos o objetivo deexpandir parcerias inter-institucionais e entre professores eorientandos, neste segundo volume podemos dizer que estamosmais maduros e conscientes da trajetria iniciada.
O projeto e-book cresceu e agora conta com pesquisadores deinmeras instituies e universidades, tanto pblicas comoprivadas, de diversos estados brasileiros. CEFET/RJ, Fiocruz,Fundao Osrio, SENAI, SENAC, UBM, UNISUAM, UCAM, UNIRIO,UNEB, UFSJ, UFJF, UFRJ, UERJ, PUC-Rio, UAB se veem aquirepresentadas por pesquisadores que se empenham em entender arelao da educao com as tecnologias, especialmente as deconfigurao digital. As parcerias cresceram e a responsabilidadeem dar continuidade tambm.
Por isso, chegamos a esta verso2.0do nosso e-book, sendo oalgarismo dois significativo em diversos sentidos. Os duos queformam as parcerias destacadas entre orientadores e orientandos,mestrandos ou doutorandos criam teias de relaes construdas emespaos on-line da Internet, agora tambm chamada de web 2.0.
As redes sociais so tambm de dupla face para ns,envolvendo relaes de amizade offiline/on-line que precisam docontato presencial, no ficando restritas s malhas da Internet. Estee-book nos trouxe novos laos, consolidou amizades antigas eajudou tambm a pensar diversas questes no campo da educaoe TICs. A linha TICPE agradece a todos que colaboraram para estelivro, em especial a Fbrica de Conhecimento com sua cuidadosa
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assessoria na elaborao da arte grfica da capa deste segundo
volume, uma parceria fundamental em nosso trabalho.Entre tantas parcerias, destacamos a existncia de trs sees
delimitadas a partir do mapeamento de temticas contemporneasdas tecnologias digitais no mbito da Educao. As redes criadas aolongo da construo coletiva deste e-book tambm inspiraram osurgimento, ao final do livro, do espao Relatriode pesquisaqueconta com a pesquisadora Maria Apparecida Mamede-Neves, lderdo diretrio de pesquisas Jovens em Rede em co-autoria com um
dos organizadores deste livro. O captulo extrapola o formato de umartigo, pois traz, de maneira mais aprofundada, a empiria coletadaao longo de trs anos de pesquisa.
Embora tenhamos novidades e perspectivas para o futuro,tambm queremos deixar aqui nossa gratido com quem completauma trajetria de duas dcadas com o PPGE da UNESA eacompanhou desde o comeo a formao da linha de pesquisaTICPE: Lcia Regina Goulart Vilarinho.
Atenciosa orientadora e amiga, experiente pedagoga eespecialista em construir parcerias com seus alunos, deixa umamplo legado, materializado em seus escritos, ajudando todacomunidade cientfica a refletir sobre o papel das TICs na Educaoe seu potencial para a construo de saberes em diversos espaoseducacionais. com grande alegria, mas j com enorme saudade,que ns da linha TICPE desejamos o mais intenso aproveitamentode sua merecida aposentadoria.
Alberto Jos da Costa Tornaghi
Estrella DAlvaBenaion Bohadana
Giselle Martins dos Santos Ferreira (Coordenadora)
Luiz Alexandre da Silva Rosado
Mrcio Silveira Lemgruber
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Apresentao
O livro que hoje chega ao leitor, em notebookou tablet, fala deum tema que no novo, mas ao qual se pode sempre agregarvalor: a relao do homem com os artefatos digitais, sonhados pornossos antecessores na leitura de histrias em quadrinhos. Acibercultura e o mundo digital foram, h no muito tempo atrs,elementos de fantasia das crianas e adolescentes, severamentecriticados pelos pais e mestres de anto. Para eles, eram tolices queas afastava do estudo! Mas os artefatos digitais chegaram e estoaqui, modificando a estrutura do viver, do se encontrar, doaprender e do ensinar, com a velocidade de um clique, como nosfala. Por isso, se por um lado, produes sobre o tema j se tornamultrapassadas quando nem bem terminadas, por outro lado,
qualquer reflexo serena, profunda atual, no importa quando foifeita. Da, o frescor dos captulos que o livro abarca.
Optou-se por organiz-los pelo fio condutor das temticas vistasem comum, mas, com isso, correndo o risco de t-los aprisionados classificao adotada. Porm, acredita-se que se os captulos sedeixam soltos, merc do desejo do leitor, o livro se despedaa. Oque se constitui um livro ser um produto que encerraconhecimento e expresses, individuais ou coletivas. Parafraseando
Joaci Pereira Furtado1
, (o livro), se fragmentado, acaba por alienar-se do prprio produto que est longe de ser uma mercadoriaqualquer, pois , ao mesmo tempo, objeto e signo cultural.
1 http://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/livro-laboratorio-da-concepcao-do-projeto-a-biblioteca
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Por outro lado, aprende-se que, por estar-se vivendo num
mundo revolucionado, h que se ter, mais ainda, um norte. Daporque, esta obra, elegeu uma ordem que, certamente, no vai sera melhor, nem a pior, pois muitas outras h; esta foi a que pode serfeita.
A presena das tecnologias no campo da educao abre a obra eno podia ser outro tema, j que ela se a segunda publicao dasrie Educao e tecnologia: parcerias. Essa primeira unidade se
constitui em trs captulos com enfoques diferentes, mas queatingem o mesmo ponto: como est a Educao no que se refere auso de tecnologias digitais?
O captulo I Conexo Internacional de Sade e (Ciber)Cultura:uma experincia na fronteira da Academia com a Sociedade em
Rede e a rua discute as atividades culturais de alguma formaarmazenadas e divulgadas na internet dentro de uma reflexo sobreos objetivos e metas do congresso realizado pelo Ncleo de
Experimentao de Tecnologias Interativas da Fundao OswaldoCruz. Aponta o fato de a Internet ter criado sistemas abertos,acessveis a todos e com grande capacidade de processamento, oque colocou o conhecimento cientfico numa situao dilemtica:ao ser posta no meio de outros processos de conhecimento eprticas, se v datada, com metodologias de uso, com lgica eeficincias restritas a determinados mbitos e por tempodeterminado. Comprova assim que a internet, alm de ter como
misso ser a depositria hoje de um acervo cultural muito amplo dahumanidade, tambm propicia que problemas trazidos por novasdinmicas sociais e culturais sejam levados em conta.
O captulo Informtica e Educao: formao de professores epolticas pblicas contextualiza mudanas ocorridas ao longo dosanos com a insero das novas tecnologias no mbito educacional,especificamente o que o aconteceu nos ltimos anos no Estado do
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Rio de Janeiro, analisando, criticamente, o programa lanado pelo
Governo do Estado do Rio de Janeiro, denominado ConexoProfessor.
O terceiro, Decorrncias em escolas pblicas do Estado do MatoGrosso do curso Tecnologias na Educao: ensinando e aprendendo
com as TIC, como lhe confere o nome, analisa criticamentemudanas metodolgicas com a incluso de tecnologias digitais,verificando, a partir dessa empiria (129 escolas), quais dessasinstituies passaram de escolas reprodutoras a escola autoras,
tomando como base produes na rede e as relaes estabelecidasno espao digital.
Continuando por essa via da educao sistemtica, tosignificativa para a apropriao da cultura, chegamos a outrogrande tema: A Educao a Distncia (EaD) que constitui a Unidade2 e se desdobra em quatro captulos.
Ainda rejeitada por muitos, aplaudida por um contingente cadavez maior de educadores do mundo inteiro, a EaD se firma, cada vezmais, como uma modalidade de ensino essencial para cobrirdistncias, permitir a capacitao em servio, atingir locais nosquais o ensino presencial tem dificuldade de chegar. E, sobretudo, hoje uma importante aliada do ensino presencial. Os captulos queconstituem a Unidade 2 apresentam diversos ngulos de suaimportncia.
Tecnologia e expanso do Ensino Superior: a experincia doNEAD/UFSJ o captulo que se refere s polticas de expanso edemocratizao do ensino superior, fatores que contam muito coma difuso da EaD de qualidade. Apresentando o trabalho do NEADna cidade mineira de So Joo Del Rei, ressalta o Programa Anual deCapacitao Continuada - PACC e a integrao das modalidadespresencial e a distncia, por meio da estruturao de um PortalDidtico. Importante notar-se que as atividades do NEAD so
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avaliadas permanentemente por um grupo de pesquisa
(GPEAD/UFSJ) que parte do prprio NEAD, acompanhando todosos passos de aes educativas desenvolvidas pelo ncleo.
Debruando-se sobre as bases digitais utilizadas peloscursos distncia, o captulo Uma anlise da consistncia daformao oferecida em curso de licenciatura para professores em
exerccio traz a preocupao de avaliao dos cursos nessamodalidade, atravs da fala de seus egressos. Destaca apreocupao que a EaD deve ter em relao confiabilidade dos
cursistas na instituio promotora do curso e preocupao que osgestores devem ter em garantir que os conhecimentos adquiridosnos cursos sejam aplicados no cotidiano profissional e social dosseus cursistas. E vai mais alm: apresenta uma primeiraaproximao de anlise dos dados quanto percepo dos alunosde Licenciatura em Histria oferecida na modalidade distncia,principalmente em relao ao uso das ferramentas tecnolgicasdigitais.
O captulo Professores-Tutores como Mediadores Docentes:perspectivas e desafios registra a relevncia da mediao docenteem EaD, defendendo a ideia de que o tutor , em verdade, muitomais um mediador. Baseia-se numa investigao ampla sobre amediao docente semipresencial, a partir da atuao dosprofessores-tutores. O trabalho foi extrado de uma pesquisa maisampla, que tratou das possibilidades da mediao docente numCurso de Especializao Lato sensu em Educao Tecnolgica,desenvolvido pelo Centro Federal de Educao Tecnolgica Celso
Suckow da Fonseca do Rio de Janeiro (CEFET/RJ) em parceria com aFundao Centro de Cincias e Educao Superior a Distncia doEstado do Rio de Janeiro (CEDERJ).
A facilitao do ambiente de EaD para a construo de umaidentidade autnoma uma discusso relevante que divideposies acadmicas em lados quase opostos. Pois esse temaaparece como essncia do captulo A idealizao e a realidade: a
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autonomia do aluno em educao a distncia, no qual se marca o
ganho da autonomia do aluno de EaD, uma das preciosascaractersticas da identidade humana que se mostra muito alm deum requisito para um bom aluno nessa modalidade. Tecendoinicialmente alguns pressupostos filosficos e epistemolgicos daconcepo de autonomia, coloca foco nos processos pedaggicosem Educao a Distncia (EaD), o papel docente e os hbitos deestudo discente, interrogando se existe uma metodologia, e seusrespectivos materiais, que impulsione a autonomia do aluno.Tomou como base emprica a investigao que analisou o
monitoramento do curso de Pedagogia da UAB/FACED/UFJF,acrescentando dados colhidos em entrevistas com os mediadores equestionrio aplicado aos alunos.
Ainda sobre cursos distncia, a afetividade, essencial emqualquer relao mestre-aluno, tem seu valor ratificado no captuloA questo da afetividade na Docncia Online que discutea questo,com base nos resultados de uma pesquisa sobre as percepes dealunos-docentes, militares e civis, direcionadas implementao de
um curso on-line. No momento em que se parece restringir aaprendizagem fora do desenvolvimento cognitivo, focando ainteligncia como uma construo apenas racional, o captulomostra sua relevncia quando se detm na a funo estruturante daafetividade do conhecimento, principalmente em EaD.
Continuando com a ideia de aproximar, em unidades, captulos
que abordem um mesmo tema, temos a Unidade 3 cujos captulosse ligam pelo fio condutor do tema amplo: A Educao e as RedesSociais.
No por acaso que as Redes Sociais digitais se apresentamressaltadas, em uma Unidade desta obra. Elas so hoje umfenmeno mundial, desde o final do sculo XX. Primeiramentedenegridas pela escola, consideradas uma exposio narcsica,
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desnecessrias e malficas ao desenvolvimento da juventude, as
Redes Sociais foram se firmando, consertando os exageros eaparecem nesse e-book como ferramenta til na educao formal einformal.
E dentro do tema Redes Sociais, vemos que o Facebook assumea primazia, pois so trs captulos dedicados a ele.
O captulo Janus - entre o passado e o presente: um jogo digitalpara adolescentes em rede aborda os jogos digitais em ambiente doFacebook, sob diferentes olhares. Como o projeto que o sustenta
est em fase de produo, o resultado inicial se refere concepoe aos elementos do gameplay do jogo Janus, contando com osuporte de profissionais da rea da Psicologia do SAFERNET, ONGresponsvel por discutir e orientar crianas e adolescentes para oexerccio da cidadania digital.
A possibilidade do Facebook se tornar um alargamento doespao das salas de aula de cursos de graduao o cerne docaptulo Utilizando o Facebook na formao de pesquisadores em
Educao: experincias, percepes e prticas de integrao com oensino presencial. Ele traz a anlise de uma experincia deintegrao do Facebook em uma disciplina de um curso de ps-graduao presencial em Educao, com mestrandos edoutorandos, bem como futuros candidatos ps-graduao dessamesma rea. O captulo se escreveu pelo trabalho das mos de umsubgrupo dos participantes na disciplina. A empiria que apresentase constituiu com os dados das postagens nesse ambiente; as
anotaes feitas pelo docente durante o curso e com as falasextradas de grupos focais realizados aps o trmino da disciplina.O captulo sugere que o Facebook tem potencial para ir alm do seuuso inicial e mais amplo, podendo ser usado em ambientes maisrestritos de aprendizagem formal.
O Facebook no Ensino Superior: transgresso e transformaovai no mesmo norte que o captulo anterior, j que trata igualmente
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da importncia dessa rede social na graduao presencial,
baseando-se, especificamente, em uma pesquisa com alunos do 3perodo do Curso de Pedagogia do Centro Universitrio de BarraMansa (UBM), na disciplina Didtica e Tecnologia. Tomando comoreferncia o acompanhamento de uma disciplina em que houvepostagens e comentrios no Facebook de contedos relacionados aela, o captulo instiga a que outras experincias sejam realizadas,para que se ratifique ou no a ideia de que o Facebook realmenteum ambiente no qual os alunos se sentem mais vontade paracolocar suas posies e discutir criticamente o contedo que est
sendo aprendido.
Fechando a obra, o relato de pesquisa deste segundo volumeEducao e tecnologia: parcerias 2.0traz, sob o ttuloJovens alunosem tempos de redes sociais na Internet: coletando pistas sobre o
lugar da famlia e da escola, uma sntese da investigaodesenvolvida pelo Diretrio de Pesquisa Jovens em Rede do
Departamento de Educao da PUC-Rio ao longo dos ltimos trsanos. O estudo levantou, criticamente, possveis fatores queenvolvem o jovem e a famlia no uso das redes sociais, tendo comocampo de pesquisa alunos das redes pblica e privada na cidade doRio de Janeiro. Apesar do acesso intenso s redes sociais emfrequncia e volume de acesso, chama ateno o pouco uso que ojovem faz das redes sociais para prticas autorais, embora sejamfortemente usadas como novo espao de socializao com os pares,principalmente os mais prximos, a partir das relaes
desenvolvidas na escola e na comunidade mais prxima. Os paisainda se mantm mais distantes dos filhos nas redes sociais,preferindo o dilogo face a face, posio esta semelhante escola.Dessa forma recomenda-se o desenvolvimento de uma educaomais voltada s mdias sociais, protagonizada por pais e pela escola,visando discutir itens que vieram tona ao longo da anlise dosdados.
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Assim, de forma sucinta para que no se tire o interesse doleitor em explorar este livro, chega-se ltima considerao.Observe-se que, no por acaso, cada captulo est escrito por doisou mais autores. Isso ratifica a inteno de trazer coautorias sempredesejveis entre professores e estudantes, ambos com o desejo defazer pesquisa. Alis, essa a marca das publicaes da linha depesquisa TICPE do programa de Ps-graduao em Educao daUniversidade Estcio de S.
Maria Apparecida Campos Mamede-NevesProfessora Emrita do Departamento de Educao da PUC-Rio
Coordenadora do Diretrio de Pesquisas Jovens em Rede
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I. EDUCAO,
TECNOLOGIA EEXPERINCIAS
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1I Conexo Internacional de Sade e(Ciber)Cultura: uma experincia nafronteira da Academia com aSociedade em Rede e a rua
Nilton Bahlis dos Santos, Nathielly de Souza Campos, Alessandra dosSantos, Mrcia Maria Santos, Maria Joo Spilker, Antnio Cordeiro,
Rodrigo Vieira Ribeiro
Fiocruz; UNISUAM; UAB; ANS
RESUMOEste trabalho apresenta uma reflexo sobre a experincia daorganizao de um Congresso na Internet pelo Ncleo deExperimentao de Tecnologias Interativas (Next) doInstituto de Comunicao e Informao Cientfica e
Tecnolgica em Sade da Fundao Oswaldo Cruz(ICICT/Fiocruz). O evento se colocou como objetivomapear, registrar e discutir atividades culturais, de algumaforma registradas, divulgadas ou armazenadas na Internet,que pudessem contribuir com a promoo da sade e o bemestar social, e avanar nas pesquisas do Next sobre novasformas de produo de conhecimento e PatrimnioIntelectual. Pretendendo se diferenciar dos eventos
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acadmicos habituais, a "I Conexo Internacional de Sade e
(Ciber) Cultura" abriu espao para expresso e debate dediferentes saberes e se props a demonstrar e dar voz aoesprito contestador, dinmico, criativo e reflexivo, presentena cultura da Internet. Este congresso respondeu snecessidades que se colocam atualmente, sejam elasreferentes popularizao da Cincia ou ao germinar denovas prticas culturais na rea de Sade. A aprendizagemcom esse evento permitiu que fossem compreendidasalgumas das diversas oportunidades do uso integrado dasredes sociais associados academia e populao em geral,sendo que houve uma forte percepo de que a validaosocial pode ajudar a ampliar os campos de ao da pesquisacientfica e seus resultados.
Palavras-chave: Educao no formal; Cibercultura;Comunidades virtuais; Sade.
I Health and (Cyber)culture International Connection: an
experience at the boundary between academia, thenetworked society and the streets
ABSTRACTThis chapter presents a reflection on the experience oforganizing an Internet-based conference hosted by theCenter for Experimentation on Interactive Technologies(Next), which is based at the Information Science,Communication and Technology Institute of the OswaldoCruz Foundation (ICICT/Fiocruz), Brazil. The eventintended to map, catalogue and discuss cultural ativitiessomehow registered, disseminated or published on the Web,
which could contribute to support health and social welfareas well as advance Next's research on new forms ofknowledge production and Cultural Heritage. Explicitlyaiming at setting itself apart from more traditional academicevents, the I International Connection about Health and (Cyber)Culture opened up space for expression and debate of
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different types of knowledge, proposing to demonstrate and
give voice to a contesting, dynamic, creative and reflexivespirit, as present in Internet culture. The conference metcurrent needs relating to the popular communication ofscience and the emergence of new cultural practices in thearea of Health Education. A reflection on this event alloweda better understanding of the opportunities arising from theintegrated use of social networking by academia and thegeneral population, highlighting the perception that social
validation can help to extend the scope of scientific researchand its results.
Keywords: Non-formal education; Cyberculture; VirtualCommunity; Health
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"A universidade se centra exclusivamente no sabercientfico. preciso trazer o saber popular para dentroda universidade. isto eu chamo extenso ao contrrio.No levar a universidade para fora, trazer o queestava fora para dentro. E isso obviamente muitocomplexo porque nossos programas de estudo foramorganizados contra a ecologia do saber. Por isso dealguma maneira teremos durante algum perodotransicional que criar a contra-universidade dentro dauniversidade, e talvez vocs estejam interessados nesse
processo"
Boaventura de Sousa Santos, conferenciaDescolonizacin Epistemolgica del Sur (0:51:58),UACM, 11 de octubre de 2013
I. IntroduoEste trabalho apresenta uma reflexo sobre a experincia do
Congresso Virtual I Conexo Internacional de Sade e(Ciber)Cultura: uma Experincia na Fronteira da Academia com aSociedade em Rede(I Conexo), realizado na Internet e organizadopelo Ncleo de Experimentao de Tecnologias Interativas (Next) doInstituto de Comunicao e Informao Cientfica e Tecnolgica emSade da Fundao Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), Brasil.
A programao desse Congresso Virtual surgiu como propostapor ocasio da organizao da Semana Nacional Cincia, Cultura eSade, realizada no perodo de 11 de novembro a 5 de dezembro de2012 pela RedeSade e Cultura,projeto do Ministrio da Cultura(Minc), Brasil, em parceria com a Fiocruz. A Rede Sade e Culturatem como um dos seus principais objetivos promover a qualidadede vida por meio da ampliao de aes integradas entre sade ecultura. A proposta principal do evento foi fomentar o dilogo entre
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os diferentes atores das reas de sade, cultura, educao, meio
ambiente, desenvolvimento cientfico, tecnolgico e social, bemcomo entre ativistas dos movimentos sociais ligados a sade ecultura.
A ideia inicial era criar um site para divulgao de um eventofsico, no qual fosse possvel administrar as inscries no congresso.Uma vez que se vislumbraram objetivos mais arrojados, pretendeu-se ento organizar o evento de forma a permitir uma experinciavia Internet. Para isso era necessrio ampliar o espectro de
atividades do evento fsico e o alargamento do desenvolvimento daRede (Social) Sade e Cultura, projeto desenvolvido pelo Next,indo ao encontro das demandas da prpria rede social. Dessainiciativa resultou a I Conexo Internacional de Sade e(Ciber)Cultura.
Enquanto a Semana Nacional Cincia, Cultura e Sade, foiorganizada em modo presencial, no perodo de 3 a 5 dezembro de2012, as atividades na Internet ocorreram no perodo de 8 de
novembro a 21 de dezembro de 2012. No mbito das atividadesdesenvolvidas on-line, foi organizada uma mesa-redonda, ou e-Mesa, que foi filmada por meio de uma sesso do Google Hangout etransmitida via YouTube. Participaram dessa e-Mesa, intituladaPrticas e aes culturais nas redes, pesquisadores de Espanha,Portugal e Brasil.
II. Descrio do eventoDurante a Semana Nacional Cincia, Cultura e Sade foi
estabelecida uma abordagem de captao de trabalhos diferente daque efetuada nos eventos de foro acadmico-cientficotradicionais. Assim, a Semana foi organizada nas modalidadespresenciais e on-line, tendo a IConexo Internacional de Sade e
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(Ciber)Cultura um espao privilegiado na Internet, com relativa
autonomia das atividades presenciais.O carter internacional foi conferido pela participao de
pesquisadores de Espanha, Portugal e Brasil em palestras e, emparticular, por uma mesa-redonda internacional via Internet,denominada e-Mesa-Redonda e intitulada Prticas e aesculturais nas redes: um bom caminho informal para a educao ouo fim dos tempos?.Com durao de 1:17:33,a e-Mesa-Redonda1teve a visita de um total de 258 internautas, oriundos de vrios
pases, tendo sido detectados internautas de lnguas portuguesa,espanhola, francesa e inglesa. Como anteriormente referido, a e-Mesa teve lugar numa sesso de Google Hangout e foi transmitidavia YouTube e Hangout. Contou com a participao de especialistasnas reas de tecnologias digitais, educao e redes sociais naInternet.
III. A que problema a I Conexoprocurouresponder?
Uma das linhas do Grupo de Pesquisa "Tecnologias, Culturas,Prticas Interativas e Inovao em Sade"do Next est relacionadacom as novas formas de produo de conhecimento, de inovaes ede patrimnio intelectual. O grupo aponta que a maneira de pensar
tais questes, atualmente, est vinculada a processos histricosconcretos, os quais esto sofrendo modificaes no s por meiodas tecnologias e prticas interativas, mas tambm dasoportunidades criadas pela Internet.
1 Link para a gravao:http://www.youtube.com/watch?v=Lyjai3wx2Ks&feature=share
http://wiki.next.icict.fiocruz.br/index.php/Grupo_de_Pesquisa_%22Tecnologias,_Culturas,_Pr%C3%A1ticas_Interativas_e_Inova%C3%A7%C3%A3o_em_Sa%C3%BAde%22http://wiki.next.icict.fiocruz.br/index.php/Grupo_de_Pesquisa_%22Tecnologias,_Culturas,_Pr%C3%A1ticas_Interativas_e_Inova%C3%A7%C3%A3o_em_Sa%C3%BAde%22http://wiki.next.icict.fiocruz.br/index.php/Grupo_de_Pesquisa_%22Tecnologias,_Culturas,_Pr%C3%A1ticas_Interativas_e_Inova%C3%A7%C3%A3o_em_Sa%C3%BAde%22http://wiki.next.icict.fiocruz.br/index.php/Grupo_de_Pesquisa_%22Tecnologias,_Culturas,_Pr%C3%A1ticas_Interativas_e_Inova%C3%A7%C3%A3o_em_Sa%C3%BAde%22http://wiki.next.icict.fiocruz.br/index.php/Grupo_de_Pesquisa_%22Tecnologias,_Culturas,_Pr%C3%A1ticas_Interativas_e_Inova%C3%A7%C3%A3o_em_Sa%C3%BAde%22 -
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As formas de produo acadmicas e a prpria forma de fazer
cincia tm uma profunda relao com o que chamamos de Ordemdo Livro (Santos, 2006), marcada pela carncia e baixa capacidadede processamento da informao, o que conduzia e conduz construo de sistemas de informao fechados e especializados.Uma das expresses dessa situao foi a criao de uma cinciaproduzida por especialistas, o que viabiliza uma concentrao derecursos e se afirma em funo da sua competncia para resolverproblemas determinados, aqueles escolhidos como maisimportantes com base nas prioridades estabelecidas pelos setores
hegemnicos na sociedade, isto , aqueles problemas relacionadosao desenvolvimento econmico e manuteno e aofuncionamento da ordem poltica estabelecida. A consolidaodesse tipo de sistema marginalizou e desconsiderou comoconhecimento tudo aquilo que no se volta para resolver asquestes centrais propostas por essa cincia, descartando outraslinguagens, metodologias e processos de conhecimento noalinhados com seus objetivos e lgicas. Esse processo no se deu
sem resistncia e, em praticamente todas as reas deconhecimento, surgiram metodologias que procuravam recuperar,manter e reconhecer outras formas de conhecimento, com seusproblemas e lgicas, em particular daqueles gerados pelo fazerepela experincia, aquilo que tem sido chamado de sabedoriapopular ou sabedoria da prtica. Outras formas de conhecimentono so apenas desprezadas, mas estigmatizadas comocurandeirismo, misticismo e ignorncia.
Ocorre que, quando a Internet criou sistemas abertos, acessveisa todos e com grande capacidade de processamento, a cincia seviu, por um lado, submersa em outros processos de conhecimento eprticas e, por outro, comeou a ficar claro que essa cincia datada, que sua eficincia s existe de maneira localizada emdeterminados mbitos e por tempo determinado e que, alm disso,suas metodologias e lgicas podem no ser mais adequadas ao
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confronto de problemas trazidos por novas dinmicas sociais e
culturais.Esse tipo de crtica j habitava diversas reas, como o caso das
cincias e dos estudos da informao, comunicao e educao,questionando a lgica de transmisso (broadcasting) ou a educaobancria, e da rea de sade, no questionamento da lgicabiomdica e na busca de valorizao e reconhecimento dasabedoria popular trazida pela Reforma Sanitria. Mas oprevalecimento da Ordem do Livro, por meio de suas metodologias,
inviabilizava que essas preocupaes ganhassem fora. Afinal, erapreciso buscar uma maneira de organizar, controlar e administrar ovolume de informao num mundo cheio de documentos (Santos,2006).
Com a Internet e a consequente exploso da quantidade deinformaes, provocada pela interligao, em escala internacional,de um sem nmero de redes, criaram-se novas condies, a saber:
1. acesso a todo tipo de informaes, a todas as formas de
conhecimento e estudos, relativizando a importncia daestrutura de produo de conhecimentos oficial eampliando as possibilidades de crtica a seus resultados;
2. novas formas de produo de conhecimento, porprocessos coletivos e de colaborao on-line, exigindooutras metodologias e prticas;
3. o carter coletivo da produo de conhecimento,
colocando em xeque a organizao da cultura vigente e ocontrole do patrimnio intelectual; e
4. uma alternativa avaliao por pares (de sbios) com apossibilidade de mltiplos processos de validao social.
O Next tem desenvolvido uma srie de pesquisas e atividadesprocurando enfrentar tais questes. O envolvimento com oprocesso de experimentaes tem conduzido observao de um
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problema concreto sobre como permitir que se comuniquem
mutuamente as lgicas e prticas acadmicas, as da cincia,comoesta se acha constituda e com a sua linguagem especfica , aslgicas e prticas da populao e sua sabedoria, a sabedoria daexperincia e da prtica cotidiana.
Diversos congressos em diferentes reas reconhecem anecessidade de trazer para dentro deles outros conhecimentos, emparticular os da experincia, que permitam a participao de no-acadmicos, tcnicos e ativistas de diversas reas. Mas, como os
eventos acadmico-cientficos obedecem a regras prprias e a umadinmica e lgica tradicionais, a oportunidade de participao serestringe na prtica. Foi pensando nisso que a I Conexo se props aorganizar um evento que permitisse qualquer forma de produode conhecimento, em qualquer formato ou linguagem, efomentasse a experimentao de formas de validao eparticipao social as mais diversas.
IV. Alicerces tericosCongressos e conferncias realizados on-line so hoje uma
realidade. Autores como L. Anderson & T. Anderson (2010) referemque conferncias on-line constituem-se, em comparao comeventos tradicionais, numa alternativa economicamente eficaz eambientalmente benfica. Na perspectiva de autores como Kelly,Tonkin e Shabaje (2005), as tecnologias de informao ecomunicao e sobretudo as ferramentas e os servios da Web 2.0possibilitam que um vasto pblico participe de um evento,presencial ou virtual, e que este seja amplificado em diferentesvertentes (Kelly, 2011). Ho, Kimura e Boulay (2011), no mbito deum estudo levado a cabo durante cinco anos, defendem que,quando realizadas de forma pensada, conferncias virtuais podemser to eficazes quanto uma conferncia face a face e confirmam
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que a qualidade da interao pode at ser melhor do que a
encontrada em eventos presenciais.Em outras palavras, podemos hoje assistir a eventos acadmico-
cientficos (ou de outro foro) via Internet, ultrapassando assimdistncias fsicas. Tornou-se tambm usual encontrar na Webpalestras transmitidas e gravadas, que, em muitos casos,permanecem depois disponveis, permitindo assim ultrapassar asdistncias temporais de um evento.
Diversas iniciativas procuram explorar a possibilidade, ainda que
recente, de organizar videoconferncias com uma dezena depessoas, tendo como nico recurso necessrio um navegador e umacmera de vdeo. No entanto, na maioria das vezes, iniciativas soorganizadas no mesmo formato das atividades presenciais e doscongressos em geral, adotando a dinmica acadmica, commoderadores e submisses avaliadas por pares. Alm disso, apgina do evento na Internet limita-se gesto e organizao dassubmisses e avaliaes, e respectiva publicao, alm de buscar
orientar e preparar as atividades fsicas, sem possibilidade deinterao. Em regra, h uma comisso cientfica que analisapreviamente os trabalhos que sero submetidos ao congresso, umregulamento fechado e predefinido e, com frequncia, um nmerolimitado de submisses, em muitos casos sendo permitida apenasuma apresentao por pessoa. Segundo afirmam Ravn & Elsborg(2011), esse o modelo aplicado a eventos considerados detransfernciade conhecimentos,como conhecemos de uma salade aula tradicional.
A inovao que o grupo de pesquisa do Next idealizou para a IConexo de (Ciber)Culturaconsistiu em propor outro formato, noformal, procurando criar a possibilidade de participao de umpblico no acadmico, na linha do conceito de Web Participativa,como defendida por autores como Costa (2013). Assim, desublinhar que foi atribuda maior importncia s discusses geradasem rede, de forma colaborativa, do que ao formato acadmico e
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condio de ineditismo das apresentaes. Foi tambm dado valor
s atividades de pesquisa e experincias apresentadasindependentemente de formatos predefinidos, oferecendo espaoe criando condies para um nmero ilimitado de participantes eparticipaes virtuais.
Dessa forma, o objetivo principal da I Conexo foi atingir emobilizar uma base de participantes heterognea, composta tantopor acadmicos e pesquisadores, quanto por estudantesinteressados na temtica, bem como por participantes externos
academia e suas prticas, na expectativa de romper as barreiras queseparam a academia e a populao em geral. A proposta foi criarum evento estruturado e realizado na Web, construdo a partir dacolaborao e interveno dos participantes.
A Internet possibilita a criao de ambientes onde podemconviver agrupamentos heterogneos e diferentes culturas, comorigem em prticas diferenciadas e reas de conhecimentodistintas, que englobam diferentes saberes e especialidades, e que
necessitam ser vistos atravs de um outro olhar para no seremexcludos pela lgica da validao por pares da academia,pressupondo uma avaliao baseada em outros critrios, como ocaso dos processos de validao social.
A validao social o grande diferencial da nova Web nostempos atuais. Por validao social entendemos o processo devalidao massivo, feito diretamente pelos participantes de umdeterminado servio, processado automaticamente a partir de
critrios definidos. Todos os grandes processos e produtos da Web2.0 partem da premissa de que o seu contedo passvel deavaliao pelos usurios, confiando-se na sua participao massivapara definio da relevncia do que apresentado (Santos & Brito,2008, p. 11).
Os mesmos autores afirmam ainda que a rede permite que setrabalhe e distribua uma comunicao em tempos e espaos no
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formais e abertos, seguindo um modelo de atividade de pesquisa e
educao diferente do que tradicionalmente previsto. Um ambientede aprendizagem on-line e em rede permite que cada indivduoconstrua e compartilhe seus conhecimentos por meio da interaocom os outros participantes. O processo de comunicao em redeacontece por um processo descentralizado, de troca de experinciasentre diferentes agentes e na incorporao de novas tecnologias decomunicao, a partir da construo de prticas colaborativas e dacriao de mecanismos de produo de inteligncia coletiva, comoreferidos por Lvy (1994).
Por fim, o evento tambm se baseou no conceito de educaoubqua (Santaella, 2010), que pressupe que a educao e aproduo de conhecimento no devem mais se restringir a uma salade aula, entre paredes, nem sequer ao servio de um servidor ouao dentro de uma plataforma determinada, e sim explorar todasas possibilidades e espaos possveis para seu desenvolvimento.
V. Objetivos do eventoA "I Conexo Internacional de Sade e (Ciber)Cultura", teve
como objetivo mapear, registrar e discutir atividades culturais, dealguma forma registradas, divulgadas ou armazenadas na Internet,que pudessem contribuir para a promoo da sade e do bem-estarsocial no Brasil e no mundo.
Ao abrir espao para a expresso e o debate de diferentessaberes e ao se propor a dar voz ao esprito contestador, dinmico,criativo e reflexivo presente na cultura da Internet, o eventofortaleceu os diversos tipos de produes possibilitados edisponibilizados pela e na Web 2.0.
Mais do que um evento acadmico, a "I Conexo Internacionalde Sade e (Ciber)Cultura" foi um evento de experimentao, de
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mudanas de paradigmas, voltado para o internauta ligado cultura
e sade, e para pessoas que atuam nessas reas. A inteno foifazer uma discusso pblica dos trabalhos. O diferencial foi,consequentemente, a possibilidade de estabelecer interaesdiretas entre os participantes, o que, na perspectiva dos iniciadores,contribuiu para a necessria criao de novos parmetros de debatecientfico e de interao entre a populao e a academia, reunindo,num mesmo ambiente de discusso e exposio, artistas,profissionais de diversas reas de conhecimento, tcnicos,professores e pesquisadores dos vrios campos relacionados
cultura e sade.
Sendo assim, os principais objetivos desse evento consistiramem promover e construir pontes entre diferentes linguagens,discutir trabalhos e atividades, interagir com os participantes,contribuir para a criao de novos parmetros para o debatecientfico e gerar interao entre a sociedade e a academia.
VI. Pblico-alvo e submisses do eventoO evento foi destinado a quem cria, pesquisa, divulga, ensina,
aprende, expressa-se, est conectado, e se interessa pela criao deatividades culturais na Internet relacionadas sade e ao bem-estarsocial. Foram viabilizadas participaes e submisses de produesde ciberativistas, artistas, designers, pesquisadores, curadores,curiosos, profissionais de sade, gestores e de todos aqueles quecolaboram ou pretendem colaborar com novas prticas culturais nasade.
Foram aceitas produes prprias, artigos, publicaeseletrnicas, udios, vdeos, animaes, fotografias ou desenhosdigitais, posts de blogs, sites, resumindo, o que pudesse serexpresso de "Prticas e aes culturais nas redes". Foram tambmaceitas indicaes de produes de terceiros, quando citadas
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corretamente a fonte e a autoria, a ttulo de curadoriade material
cibercultural. Os trabalhos submetidos e a gravao da mesa-redonda foram organizados de modo a viabilizar a sua discussoatravs de comentrios no site do congresso. Salientamos quetextos, vdeos, imagens e gravao da e-Mesa ainda podem seracessados atravs da pgina do Next2.
Como anteriormente referido, o evento pretendeu ser umaprimeira experincia de organizao e realizao de um congressoon-line e em rede, radicalmente distinto de eventos acadmico-
cientficos tradicionais. Todo o debate surgido das interaes dosintegrantes do grupo do evento ainda pode ser acessado noFacebook3.
VII. Alicerces resultantes da experimentaoA montagem do colquio teve como embasamento a
experincia prtica de educao a distncia e o uso de redes sociaisinterativas no mbito das atividades desenvolvidas pelo Ncleo deExperimentao de Tecnologias Interativas. Primeiro, foramorganizados cursos de educao a distncia formais, utilizando umAmbiente Virtual de Aprendizagem (AVA) como o Moodle,passando-se em seguida para um tipo de educao informal, comofoi o caso da realizao de um curso de atualizao em ferramentasde comunicao, informao e colaborao na Internet, usando aWeb 2.0 e a chamada nuvem.Esse foi o caso do curso de nomeAndandonas Nuvens,que aconteceu em 2011 e teve a intenode criar um ambiente virtual ubquo que se realizasse diretamenteapoiado nas redes, fora dos muros e das plataformas, utilizando
2 Link do evento no Next: http://www.next.icict.fiocruz.br/sec/1ciscc/
3 A pgina no Facebook pode ser acessada emhttps://www.facebook.com/events/392679777468324
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diferentes instrumentos de comunicao e informao aplicados
educao e que pudessem vir a ser explorados pelos pesquisadoresda Rede Internet e Sade. Tal experincia serviu para criarcondies e desenvolver competncias para outras iniciativasrelacionadas ao uso da Internet e outras tecnologias, como foi ocaso da IConexo Internacional Sade e (Ciber)Cultura.
VIII. A I Conexoem nmerosO evento contou com a participao de 4.049 visitantes
(correspondendo a endereos de Internet Protocol (IP) diferentes)na Internet. Entre os visitantes, 1.378 pessoas acessaram o sitemaisde uma vez; o tempo mdio de durao de cada visita foi de 10 a 20minutos; e, em mdia, foram acessadas cinco pginas. O maiormovimento mdio aconteceu entre os dias 12/11 (data do incio dadivulgao das inscries) e 11/12/2012, tendo o pico de visitas sidoregistrado no dia 26/11, com 196 acessos.
Apesar de a divulgao da IConexoter comeado apenas 30dias antes de seu incio, contabilizaram-se 464 inscritos e foramapresentados 54 trabalhos de 76 autores, gerando 64 comentrios.Todos os inscritos optaram por participar de outras atividades daRede Sade e Cultura.
A experincia ofereceu um material emprico que ser aindaobjeto de um estudo mais aprofundado, sendo previsto um estudo
comparativo e/ou evolutivo com a incluso de novas edies doevento. O estudo de tal projeto est sendo processado e osresultados das experincias do Next esto servindo a novasreflexes.
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IX. Limitaes da experinciaA dificuldade da experincia se deu pelo curto prazo de
organizao do evento. Apesar de j existir uma reflexo sobre atemtica, o Next ainda no havia se debruado de forma prticasobre a realizao de um congresso desse tipo. No entanto, aoavaliar a situao, julgou que deveria aproveitar a oportunidade deensaio e experimentar o que seria possvel naquelas condies.
Verificou tambm a importncia de se aplicar um questionrio aosparticipantes ativos ou observadores, antes e depois do evento, afim de apurar as expectativas dos participantes, bem como qual ograu de importncia atribudo por eles modalidade do evento.
X. Alicerces para futuras investigaesO estudo dessa experincia dever continuar, e a inteno deste
trabalho o primeiro passo para ampliar discusses, outraspesquisas, novas experincias e produes tericas que j estosendo desenvolvidas. Tambm est em desenvolvimento pelo Nextum projeto de pesquisa e experimentao de uma revista para-acadmica, que abra espao para mltiplas formas de produo deconhecimento, com formatos, abordagens e validaes diversas,mas que tambm contemple e observe critrios aceitos pelaacademia.
XI. Reflexes finaisA I Conexo Internacional de Sade e (Ciber)Cultura foi a
primeira experincia de organizao de um congresso virtual do
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Next, realizado on-linee em rede, de forma diferente das atividades
acadmicas tradicionais. Gerou discusses e debates com afinalidade de elaborar metodologias para a realizao de congressosem rede. Alm disso, respondeu s necessidades que se impem,atualmente, para a popularizao da cincia e para gerar novasprticas nas atividades culturais e na rea de sade. O eventorompeu barreiras que separam a academia e a populao em geral,barreiras que, a nosso ver, a Internet tende a minar por meio dacriao de ambientes e agrupamentos heterogneos, nos quaispodem conviver diferentes culturas, que no podem ser regidos
pela lgica da validao por pares como as que so realizadas pelaacademia, e que exigem o estabelecimento de processos devalidao social. Mais centrado na ao e na experincia prtica, ocongresso permitiu e exigiu as mais variadas formas de expressonum ambiente de arquitetura distribuda, no qual a importncia dasatividades no foi dada pela autoridade acadmica ou profissionaldos expositores, mas pelo processo de debate e sinergia entretodos os participantes. A aprendizagem com esse evento conduziu a
que fossem compreendidas algumas das diversas possibilidades douso integrado das redes sociais associadas academia que facultama divulgao e a popularizao da cincia e a percepo de que avalidao social de um trabalho acadmico pode ajudar a ampliar oscampos de ao da pesquisa cientfica e seus resultados.
Referncias
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SANTOS, N. B. dos, & BRITO, J. X. Da validao porintermedirios validao social. In: VII Esocite - JornadasLatinoamericanas de Estudos Sociais das Cincias e das Tecnologias,2008. Disponvel em:
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Dos autores
NILTON BAHLIS DOS SANTOS
Pesquisador e Coordenador do Next/Fiocruz, Doutor em Cincia da Informao eProfessor permanente do PPGICS/Icict e Professor colaborador do PPGEBS/IOC -Fundao Oswaldo Cruz. [email protected]
ALESSANDRA DOS SANTOS
Pesquisadora do Next/Fiocruz, Mestre em Filosofia pela Instituto de FIlosofia eCIncias Sociais (IFCS/UFRJ) e Editora Executiva do Centro Colaborador para aQualidade do Cuidado e a Segurana do Paciente (Proqualis/ICICT) - FundaoOswaldo Cruz. [email protected]
ANTONIO CORDEIRO
Pesquisador no Next/Fiocruz, especialista em Informtica e educao pela UFRJ.Servidor Federal da Agncia Nacional de Sade Suplementar. Atua em projetos comuso de tecnologias colaborativas, como intranet social e redes [email protected]
MARIA JOO SPILKER
Pesquisadora no Next/Fiocruz (Brasil) e no Laboratrio de Educao a Distncia eElearning da Universidade Aberta (Portugal). Mestre em Cincias da Educao na
especialidade de Pedagogia do Elearning pela Universidade Aberta (Portugal),Teletutor & Telecoach pela Universidade de Paderborn (Alemanha), e eModeradoracertificada pela All Things in Moderation (Reino Unido). [email protected]
MERCIA MARIA SANTOS
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Pesquisadora do Next/Fiocruz, Mestre em Educao Profissional em Sade pelaEPSJV/FIOCRUZ e membro do Laboratrio de Educao Profissional em Vigilncia emSade.EPSJV/Fiocruz. Rio de Janeiro, Brasil. [email protected]
NATHIELLY DE SOUZA CAMPOS
Pesquisadora do Next/Fiocruz, Mestre em Cincias Contbeis pela FUCAPE/ES eDocente no Centro Universitrio Augusto Motta, Rio de Janeiro, [email protected]
RODRIGO VIEIRA RIBEIRO
Pesquisador no Next/Fiocruz, especialista em Informtica na Educao pela UFLAe mestre em Educao pela UNESA. [email protected]
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2Informtica e Educao: formao deprofessores e polticas pblicas
Flvia Freitas Fontany de Souza, UNIRIO e SESI
Guaracira Gouva, UNIRIO
RESUMOEste trabalho apresenta um panorama das polticas pblicas
relacionadas informtica e educao no Brasil, desde osurgimento do primeiro computador at os dias atuais ecomo se configura a formao de professores no pas.Contextualiza mudanas ocorridas ao longo dos anos com ainsero das novas tecnologias no mbito educacional,especificamente o que o ocorreu nos ltimos anos noEstado do Rio de Janeiro na rea de Informtica eEducao. Apresenta e analisa, tambm, o programa lanadopelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, denominado
Conexo Professor que distribuiu notebooks para osprofessores da rede com a finalidade de dar acesso schamadas tecnologias da informao e comunicao (TICs).
A fundamentao terica est baseada nas polticas pblicasvoltadas para a rea e na formao de professores do para ouso das novas tecnologias. A pesquisa foi realizada junto aprofessores das escolas de ensino mdio dos municpios de
Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty, pertencentes
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Coordenadoria da Baa da Ilha Grande do Estado do Rio de
Janeiro, por meio de questionrios fechados, respondido porprofessores voluntrios e sem identificao. A anlise foifeita somente nos dados respondidos por professores quereceberam o notebook.A partir da anlise de dados coletados,aponta-se que os professores se apropriaram de formasdiversas e possuem diferentes habilidades no uso desserecurso e que no uma relao direta em ser competente nouso deste e utiliz-lo em sala de aula, pois nem sempreaqueles que fazem uso com bastante entendimento dosrecursos do computador em seu cotidiano, transferem esseentendimento para suas prticas em sala de aula.
Palavras-chave: Informtica e Educao; TecnologiaEducacional; Polticas Pblicas; Formao de Professores.
ICT and Education: teacher training and public policy
ABSTRACTThis paper presents an overview of educational policiesrelated to ICT and education in Brazil, from theintroduction of the first computer to the present day, andhow these policies have been implemented in teachingtraining in the country. The text contextualizes changes thathave taken place over the years with the inclusion of newtechnologies in education, specifically what has occurred inrecent years in the State of Rio de Janeiro in the area of ICTand Education. We present and analyse the Connection Teacher
programme of Rio de Janeiro, which distributed notebooksfor school teachers as a means to open up access to ICT.
The theoretical grounding is based on public policies for thearea and in the teacher training literature regarding the useof new technologies. The research was conducted withteachers from secondary schools in the municipalities of
Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty, and data werecollected via closed questionnaires answered anonymously.
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Results indicate that teachers incorporated the use of the
notebooks in different ways, as they have different skillsregarding the use of the artefact. Also, no direct relationshipwas identified between competence and use classroom use,as those who understand and use computer resources intheir daily lives do not always transfer this understanding totheir classroom practices.
Keywords: Computing and Education; EducationalTechnology; Public Policy; Teacher Training
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I. IntroduoEsse captulo apresenta os resultados de uma pesquisa cujo
objetivo foi compreender o processo de formao de professorespara a utilizao de novas tecnologias no mbito educacional,analisando, de forma crtica, o programa da Secretaria Estadual deEducao do Rio de Janeiro, denominado InfoEduc-RJ, programa
que distribuiu notebooks a professores da rede estadual do Rio deJaneiro, implantado no ano de 2008.
Nossas questes de pesquisa foram:
1) Que tipo de formao ou convvio com as tecnologias dainformao e da comunicao os professores j possuem, nombito da Informtica e da Informtica Educacional, antes deingressarem nos cursos de capacitao oferecidos pelo Governo doEstado?
2) Qual a capacitao dada a esses professores que receberamdo Governo Estadual do Rio de Janeiro notebooks com acesso Internet atravs do Programa Conexo Professor?
3) O que esses professores esto fazendo com esse aparatotecnolgico? Quais os recursos utilizados por eles e em quaissituaes? Quais so as facilidades e dificuldades encontradas poreles?
Os sujeitos dessa pesquisa foram professores do Ensino Mdioda Rede Estadual do Rio de Janeiro pertencentes Coordenadoriada Baa da Ilha Grande, que abrange os municpios de Mangaratiba,Angra dos Reis e Paraty, no perodo da pesquisa, e possui dezenoveescolas.
Esta opo levou em conta o fato destes professoresparticiparam do Programa Conexo Professor a ser analisado e
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tambm foram sujeitos de outras pesquisas, vinculadas ao projeto
da qual esta investigao um dos componentes1
.A pesquisa teve carter exploratrio e foi realizada em dois
momentos: 1) Levantamento de caracterizao das escolas e acessoaos professores por meio de visitas e entrevistas informais. Tanto asobservaes das visitas como as entrevistas foram anotadas em umdirio de campo. 2) Aplicao de questionrios fechados. A partirdas anotaes do dirio de campo e do levantamento das respostaselaboramos nossas anlises e nossas consideraes.
Como suporte para nossa anlise, elaboramos algunsapontamentos sobre as polticas pblicas e a informtica para aeducao, e reflexes acerca da formao continuada dosprofessores em informtica na educao.
II. As Polticas Pblicas de Informtica naEducao
a. Onde tudo comeouTemos como dados oficiais que, em 1961, foi construdo o
primeiro computador no Brasil pelos alunos de Engenharia doInstituto Tecnolgico da Aeronutica (ITA) em parceria com a EscolaPolitcnica da USP e a Pontifcia Universidade Catlica do Rio deJaneiro (PUC-RJ), a fim de atender uma demanda pelodesenvolvimento de uma tecnologia nacional, orientada pelapoltica nacionalista da poca. Mesmo com as mudanas ocorridas
1 Projeto Ensino de Cincias: desempenho de estudantes, prticas educativas emateriais de ensino, parcerias entre a UNIRIO, UFRJ e USP, apoiado peloObservatrio da EducaoCapes.
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na dcada de 1960, quando os militares assumem o governo
brasileiro, foram criadas indstrias nacionais para a produo deequipamentos para reas consideradas de segurana nacional,sendo a informtica uma dessas reas.
A criao da Comisso Coordenadora das Atividades deProcessamento Eletrnico (CAPRE), vinculada ao Ministrio doPlanejamento, a Empresa Digital Brasileira (DIGIBRS) e a SecretariaEspecial de Informtica (SEI), ligada ao Conselho de SeguranaNacional, responsvel pela coordenao e execuo da Poltica
Nacional de Informtica, so expresses dessa poltica para essarea.
Em 1976, houve uma reformulao dessa comisso, em que oMinistrio da Educao passou a fazer parte do Conselho Plenrio, epassou a elaborar programas de desenvolvimento de recursoshumanos em tcnicas computacionais.(BRASIL, 1976)
Com a criao da SEI, a competncia do rgo em educaotornou-se muito mais abrangente, incluindo a formao de recursos
humanos, regulamentao de currculos mnimos, pesquisa esistema de informao cientficas e tecnolgicas. Alm disso, nacondio de rgo superior do sistema de informtica no pas, asecretaria tinha poderes para intervir em todas as reas afetadas,inclusive aprovando e supervisionando Planos Diretores deInformtica para toda Administrao Federal. Com isso fica claroque o rgo no s exercia total controle sobre a poltica deinformtica, no sentido econmico e poltico, como tambm
assumia o seu controle no mbito educacional, assumindocompetncias prprias dos organismos educacionais (ORTH, 2008, p5).
O governo tentava promover a autonomia do pas em relao poltica de capacitao cientfica e tecnolgica junto SEI,propondo atividades que estimulassem a informatizao dasociedade. Com isso, foram desenvolvidos diversos projetos na rea
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da educao, utilizando o computador em suas atividades. Com a
ampliao dessas competncias, em 1980, foi criada a ComissoEspecial de Educao, com o argumento de que a informtica tinhaum grande potencial no mercado nacional e que era necessrioformar pessoas nessa rea.
Em 1981, foi realizado o I Seminrio Nacional de InformticaEducativa, em Braslia, que contou com o apoio da SEI, do MEC e doCNPq. Nesse evento, houve discusses e reflexes sobre o uso docomputador como auxlio no processo ensino-aprendizagem. Neste
mesmo ano, foi realizado o Simpsio de Informtica na Educao eem 1982 ocorreu o II Seminrio Nacional de Informtica e Educaona Universidade Federal da Bahia, com a finalidade de obtersubsdios para a criao dos centros-piloto atravs de reflexes comespecialistas nas reas de educao, psicologia, informtica esociologia. Esses eventos foram essenciais no processo deintroduo da informtica na educao brasileira.
Em 1982, foi criado o Centro Nacional de Informtica (CENIFOR)
do MEC, como um rgo da Fundao Centro Brasileiro de TelevisoEducativa (FUNTEVE), para desenvolver, estimular e disseminartecnologias educacionais de informtica em todas as esferas sociais,e tambm atuar como rgo de apoio s unidades do MEC quedesenvolvessem pesquisas, estudos, diagnsticos, informaes eservios tcnicos na rea. (BRASIL, 1985, p 33).
Em 1983, a SEI criou uma Comisso Especial de Informtica naEducao (CE/IE), com o objetivo de propor orientaes bsicas
para as polticas de uso das tecnologias de informao nosprocessos de ensino-aprendizagem, observados os objetivos e asdiretrizes do Plano Setorial de Educao, Cultura e Desporto, doPlano Nacional de Informtica e do Plano Bsico deDesenvolvimento Cientfico e Tecnolgico do pas, bem como apoiara implantao dos centros-piloto, recomendar equipamentos eprogramas, coordenar os recursos governamentais, capacitar
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recursos humanos e acompanhar, avaliar e disseminar os resultados
(BRASIL, 1983).No mesmo ano, a CE/IE aprovou projetos de instalao de
Centros-piloto de Informtica da Educao em cinco universidades,com o apoio financeiro do MEC, da SEI, do CNPq e do FINEP, tendoincio o projeto EDUCOM2. Este projeto pretendia imprimir umafilosofia diferente ao uso do computador na educao, nas reas deMatemtica, Fsica, Qumica, Biologia e Letras. Segundo estafilosofia, o computador seria fundamental como uma ferramenta de
aprendizagem e no s como uma mquina de ensinar. Aaprendizagem ocorreria por explorao e descoberta, sendo dadoao aluno, neste processo, o papel ativo de construtor de sua prpriaaprendizagem. Aprendendo a dominar o computador, e a faz-loexecutar os seus objetivos, a criana colocada em contato comideias mais profundas das Cincias e Matemtica, com a filosofiapor detrs do mtodo cientfico, com a heurstica e a teoria dosmodelos, com os princpios e as tcnicas mais profundas de soluode problema. Esta filosofia foi enfatizada pelo uso da linguagem
LOGO no projeto (EDUCOM, 1983).
Como j abordamos, havia uma inteno poltica de garantir odesenvolvimento tecnolgico e o Brasil necessitava de profissionaispara atuar nessa rea e por isso a formao ser iniciada a partir daeducao bsica.
Foram aprovados cinco projetos entre os 26 enviados pelasuniversidades brasileiras para a implantao dos centros-piloto. Eles
ficaram sediados nas Universidades Federais de Pernambuco, MinasGerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e na Estadual deCampinas. Esses projetos tornaram-se uma referncia nacional e
2 O projeto EDUCOM foi o primeiro projeto pblico a tratar da informticaeducacional, formado por diversos pesquisadores da rea e teve por princpio oinvestimento em pesquisas educacionais.
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internacional para a pesquisa sobre o uso da informtica enquanto
recurso didtico-pedaggico escolar (ORTH, 2008).Em 1984, o CENINFOR (Centro de Informtica do MEC) passou
por uma reestruturao para assumir a coordenao do ProjetoEDUCOM e recebeu a responsabilidade para sua implementao,coordenao e superviso. Dessa forma, o MEC assumiu a liderananessa rea, inclusive a de manter o apoio financeiro necessrio parasua operacionalizao.
A partir de 1986, o Conselho Federal de Educao (CEF) passou a
se ocupar com a informtica, ao constituir sua Comisso Especial deInformtica na Educao. Logo em seguida, criou o Comit Assessorde Informtica e Educao (CAIE/MEC). No mesmo ano, foi