lógica e interpretação de dados

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Introdução à Lógica

Lógica e Interpretação

de Dados

Módulo I

Professor

Valter Pedro Batista

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O sujeito e o objeto do conhecimento Segundo suas necessidades de sobrevivência os seres vivos desenvolvem potencialidades. Preste bem atenção no exemplo a seguir, ele funciona como uma analogia. Você já ouviu falar disso: uma planta num vaso quando colocado num canto qualquer de um cômodo da casa cresce não em linha reta, mas inclinando-se para buscar a luz do sol que lhe garante a sobrevivência, adaptando-se às condições do meio onde está. Para saber mais: Leia mais sobre adaptação. http://www.ib.usp.br/evosite/evo101/IIIE5Adaptation.shtml Podemos então, afirmar que os seres vivos possuem a capacidade de adaptação às imposições provocadas pelo meio onde estão inseridos. Observando atentamente os seres vivos e, entre eles o homem, podemos afirmar que possuem características em comum, mas o homem possui outra capacidade, a de pensar, o que oportuniza além de estar na realidade, poder conhecê-la e, no entendimento da mesma, poder explicá-la. Como é fascinante o universo do conhecimento, vamos avançar um pouco mais... Observe o quadro a seguir.

Viu como a arte pode ser um desafio à nossa inteligência? À nossa capacidade de conhecimento? No artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos podemos ler: “todos os homens são dotados de razão e consciência”. Parece tratar do óbvio, não é mesmo? Todo ser humano tem inteligência com capacidade para pensar, ou seja, é próprio do homem pensar, refletir, raciocinar e conhecer os próprios pensamentos. Você já parou para pensar no que seja aquilo que todo professor indica: - Agora façam uma reflexão sobre... Mas então, o que é reflexão?

Veja a cena a seguir:

Salvador Dalí (Espanha, 1904–1989)

A Persistência da Memória (1931)

Óleo sobre tela - Dimensões: 24.1 x 33 cm

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O que vemos quando estamos diante do espelho?

Isso mesmo, resposta certa: nosso reflexo! Portanto reflexão é a capacidade de nosso pensamento voltar-se sobre si mesmo. É o nosso pensamento tomando consciência dele próprio. O conhecimento humano está estruturado com dois elementos básicos: sujeito e objeto. O homem é o sujeito, aquele que quer conhecer, ou seja, o cognoscente. Já a realidade a ser conhecida é o objeto, ou seja, o cognoscível. Que coisa interessante: somente o homem pode ao mesmo tempo ser objeto e, sujeito de si mesmo. Ou seja, o homem pode ser objeto do conhecimento humano. Mas como isso é possível? Aristóteles (384-322 A.C.) dizia: “Nada há no intelecto que antes não tenha passado pelos sentidos”, ou seja, nossos sentidos captam as características e propriedades do objeto, formando dele uma imagem mental – a representação mental da realidade. Assim nos permitindo, como seres cognoscentes tomar posse do cognoscível, ou seja, somos capazes de entender e explicar a realidade, os objetos e, as coisas, por isso, quanto maior a semelhança entre a representação mental e seu correspondente objeto, maior a objetividade do conhecimento. Chamamos a isso de Simples Apreensão, quando nossos sentidos (tato, paladar, olfato, audição, visão) captam a realidade sem nada afirmar ou negar sobre ela. Da Simples Apreensão o produto é o CONCEITO. Portanto o conceito é a representação mental da realidade.

Para pensar:

“Como surgem os pensamentos e de que são feitas as imagens deles?” (Julio Cesar Monteiro, 20,

estudante, São Carlos, SP).

Ana Luiza Smolka, da Faculdade de Educação da Unicamp, responde: “Já no século IV a.C., Platão fazia essa pergunta. Ele postulava o mundo das ideias, das quais nossas ideias seriam cópias imperfeitas. Através da história, a pergunta vem sendo respondida de modos diferentes. (...) Hoje, pesquisas em neurologia, psicologia e linguística fundamentam que as imagens são elaborações mentais produzidas nas interações com o mundo físico e sociocultural. Sensações e percepções são marcadas via sistema nervoso, enquanto é esquematizada a atividade do indivíduo (motricidade, ações). No processo, o cérebro recebe, registra e articula as informações. O pensamento, como atividade mental humana, se dá em um espaço de troca social, mediado pela linguagem. Desde o nascimento, a percepção imediata e as ações são intermediadas pelos adultos. A criança internaliza modos de agir, pensar e falar. Aos poucos, o pensamento só imagético se torna verbalizado, simbólico, organizado e socialmente transformado pela linguagem.”

Jornal Folha de São Paulo

Agora vamos aos Tipos de Conhecimento: Quem é o sujeito que conhece?

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Isso mesmo, o homem. Portanto o homem (o cognoscente) se depara com três modos básicos de conhecer o objeto (o cognoscível). Esses três tipos de conhecimento se diferenciam pela forma como você, cognoscente capta/acessa as propriedades do cognoscível:

1. Se as propriedades do objeto são acessadas pelos sentidos, denominamos esse tipo de conhecimento como sensorial ou empírico.

O homem toma contato com a realidade através dos cincos sentidos, assim como qualquer outro animal. Portanto conhecemos o frio e o calor através do contato com moléculas em movimento sobre nosso corpo. De fato, os sentidos são o ponto de partida para o conhecimento do gosto amargo, bem como para os sons que como ondas sonoras nos chegam aos tímpanos, etc.

Para Pensar:

2. Se as propriedades do objeto são acessadas pelo raciocínio, denominamos esse tipo de conhecimento de lógico ou intelectual.

Você deve ter percebido que no conhecimento sensorial ou empírico temos o pontapé inicial para o contato com a realidade através dos sentidos e, a extensão dessa operação a todos os animais e, entre eles o homem. Mas, nós os seres humanos conseguimos ultrapassar a captação da

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realidade pelos sentidos, ou seja, pela capacidade de abstração conseguimos fazer perdurar a imagem – o conceito – e com ele raciocinamos combinando-os, ultrapassando as singularidades dos objetos. Ultrapassar a singularidade do objeto é poder tomá-lo em seus aspectos universais. Você pode pensar em flor, sem que necessariamente seja de uma determinada espécie, perfume e coloração. Você consegue combinar a ideia de flor com adjetivos, ou seja, qualidades, predicados? Sim, você consegue! Exemplo: Flor bonita, flor desidratada, flor branca, etc. Que interessante, não acha? Perceba que na combinação entre as propriedades captadas dos objetos podemos comparar analisar, combinar, compor, decompor criando conceitos, definições e, leis valiosas para o entendimento humano acerca da realidade. Pense bem! É por conta dessa capacidade, que chamamos conhecimento lógico ou intelectual, que você raciocina sobre as figuras geométricas, os números, a relação causa-efeito, quantidade, qualidade, a gravitação dos corpos, a movimentação, etc.

3. Se as propriedades do objeto são acessadas pela crença, denominamos esse tipo de

conhecimento de fé. Quando as propriedades de objetos da realidade furtam-se aos nossos sentidos, bem como ao nosso raciocínio, deixando escapar dados intelectuais e ou empíricos, ficamos diante da possibilidade de termos que dar assentimento, ou seja, aceitar, confiar na autoridade de quem nos relata tal realidade. Pense... Podemos saber o que os outros, de fato, pensam sobre nós? Só mesmo confiando no que dizem, não é mesmo? Pois bem, o conhecimento de fé está alicerçado na autoridade de terceiros. É voto de confiança!

A busca do conhecimento Você já pode afirmar que pelo sentido, pelo raciocínio e, pela fé chegou ao conhecimento. Mas qual desses conhecimentos pode afirmar como sendo o verdadeiro? Entre eles, qual o mais objetivo, ou seja, aquele que pode nos dar uma certeza maior? No século XVI, o filósofo René Descartes (1596 – 1650) em seu famoso livro Discurso do Método nos leva à reflexão sobre as certeza/incertezas de todos os tipos de conhecimento. Leia um trecho abaixo:

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“Ao considerar que os nossos sentidos às vezes nos enganam, quis presumir que não existia nada que fosse tal como ele nos faz imaginar. E, por existirem homens que se enganam ao raciocinar, mesmo no que se refere às mais simples noções de geometria, e cometem paralogismos, rejeitei como falsas, achando que estava sujeito a me enganar como qualquer outro, todas as razões que eu tomara até então por demonstrações. E, enfim, considerando que quaisquer pensamentos que nos ocorrem quando estamos acordados nos podem também ocorrer enquanto dormimos, sem que exista nenhum, nesse caso, que seja correto, decidi fazer de conta que todas as coisas que até então haviam entrado no meu espírito não eram mais corretas do que as ilusões de meus sonhos. Porém, logo em seguida, percebi que, ao mesmo tempo em que eu queria pensar que tudo era falso, fazia-se necessário que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, ao notar que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão sólida e tão correta que as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de lhe causar abalo, julguei que podia considerá-la, sem escrúpulo algum, o primeiro princípio da filosofia que eu procurava.”

DESCARTES, René

Espero que você, assim como eu, tenha se entusiasmado com as ideias contidas nessa obra. Convido você a ler um pouco mais da obra, clique na figura – imagem de René Descartes.

Link: http://www.josenorberto.com.br/DESCARTES_Discurso_do_m%C3%A9todo_Completo.pdf

Caminhamos entre dúvidas. Os tipos de conhecimentos nos presenteiam dúvidas, bem como algumas certezas. Ainda que, nós seres humanos tenhamos desenvolvido potencialidades que nos distanciam dos demais seres vivos, ainda assim somos limitados na capacidade de captação das propriedades dos objetos, por isso nos deparamos ora com a verdade de algo, ora com uma contestação que põe em “xeque” as certezas outrora encontradas.

Veja a seguir um exemplo do que você acaba de ler?

Galileu Galilei (1564 – 1642) confronta com suas descobertas as certezas até então aceitas.

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Galileu Galilei (1564 – 1642)

Link: http://teoriadoconhecimentoii.blogspot.com.br/2010/05/galileu-galilei-1564-1642-metodo.html

Que coisa interessante, você acaba de ler! Estando atento aos acontecimentos na história do conhecimento humano, você logo nota que as certezas caem por terra frente às novas contestações que vão surgindo com novas descobertas, novas teorias que vão sendo amplamente aceitas pela comunidade científica. Portanto, a superação das certezas é um dos movimentos ao qual a razão humana se atribui. A validade e distorções do conhecimento Você está se perguntado: - Quando podemos garantir a validade de nossos conhecimentos? Eu respondo: - Somente quando do uso pleno da razão podemos garantir a validade de nossos conhecimentos. Afirmo ainda, que é correto o raciocínio/argumento cujas proposições expressem juízos (afirmativos ou negativos) válidos. Em suma, são corretos os argumentos fundamentados racionalmente.

Fique tranquilo, vamos explorar ainda mais essas ideias nos próximos módulos, ok?

A importância do conhecimento

O conhecimento, a racionalidade, nos torna humana e superiores aos outros seres. Como diz Blaise Pascal, o homem é frágil, um grão de matéria no universo, mas esse “quase nada” pensa, raciocina, conhece. A importância do conhecimento é imensa. Tanto, que vamos examinar três razões por que necessitamos dele.

Conhecer para satisfazer a curiosidade.

É o espanto, a surpresa perante o “novo” que desencadeia nossa atividade intelectual. Começamos a pensar quando estamos diante do não familiar, do estranho. Como seres racionais, impõe-se a nós a necessidade de entender, de ter explicação. Essa necessidade já se faz sentir na conhecida curiosidade infantil. Desde cedo, a criança quer saber “o quê”, “como” e o “porquê” das coisas. E carregamos essa curiosidade a vida toda. Negar respostas aos homens é desrespeitá-los em sua própria natureza. A ignorância é talvez a raiz de todos os outros males, porque fere o homem no que lhe é mais específico: a racionalidade. Daí a gravidade social do descaso pela educação: ele impede a democratização do conhecimento, o acesso à consciência das condições de vida dos indivíduos e de como melhorá-las... Daí também a grande injustiça social representada pela manipulação das informações, pela massificação dos

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meios de comunicação, que tira do indivíduo o direito de livre escolha, já que ele fica sem condições de optar corretamente. Como seres racionais, cabe-nos o direito de possuir dados objetivos para analisar. Nosso comportamento não pode ser a simples manifestação do que nos condicionam a responder.

Conhecer para se sentir seguro

O espanto perante o “novo” gera angústia, por não sabermos como nos afeta a realidade desconhecida. Observe como nos sentimos num “ambiente estranho”; como nos sentimos antes e durante um “primeiro encontro”; como se sentem pessoas com “doenças ainda não curáveis”; ou como nos sentimos em relação ao “pós-morte”. Nossa segurança psicológica depende da posse de informações objetivas que nos permitem dominar a realidade à nossa volta. A desinformação e a falta de incentivo ao conhecimento, à reflexão e à análise constituem a forma mais cruel de manter o homem e sociedades inteiras assustados e, angustiados em sua ignorância. Nessas condições, não há crescimento humano possível, pois o homem está encurralado e o seu papel de sujeito está vago! Infelizmente, há os que preferem manter o povo assim, acreditando que “gado assustado segue o chicote...”.

Conhecer para transformar

Conhecer para o homem é uma questão de sobrevivência. Os seres vivos, para sobreviver, em geral adaptam-se ao meio. Conhecendo o meio, o homem adapta-se a ele e o transforma. Nossos ancestrais, ao procurar uma proteção segura contra o vento, o sol, a chuva, o frio,

começaram a fazer simples abrigos, à semelhança das casas do João-de-barro. Hoje, a casa do homem tem iluminação elétrica, água corrente (quente e fria), dezenas de

andares, escadas e elevadores, paredes de aço e concreto, calefação central e ar refrigerado. A casa do João-de-barro, porém, sequer tem portas. Tem permanecido inalterável ao longo dos

anos. O João-de-barro não entende, não explica, não transforma: apenas adapta-se. Em geral, as transformações melhoram a qualidade de vida. Só que a maior parte da humanidade

ainda não tem acesso sequer aos bens mínimos necessários à vida. Fonte: Para Filosofar. São Paulo: Scipione, 1997; p.32-34.

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Professor

Valter Pedro Batista

Lógica e Interpretação

de Dados

Módulo II

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A LÓGICA “Intellectum Valde Ama”

“Ama muito a inteligência”

(Santo Agostinho)

Um arquiteto aprende uma arte: A arte de construir bem os edifícios. O Homem que deseja pensar deverá aprender uma arte: a arte de construir bem seus pensamentos. E é disto que se ocupa a LÓGICA: a construção de pensamentos!

1) O OBJETO DA LÓGICA

Devemos distinguir os objetos da Lógica entre material e formal.

a) OBJETO MATERIAL (que é aquilo que estuda a Lógica).

A Lógica estuda os pensamentos: Em especial os pensamentos científicos.

b) OBJETO FORMAL: (aspecto sob o qual estudamos o objeto material).

No objeto formal: A Lógica estuda a “ESTRUTURA” do pensamento e, as formas gerais do

pensamento.

O que vem a ser estrutura e a forma do pensamento?

Preste muita atenção...

Sabemos que a estrutura de um edifício pode estar formada de materiais diversos.

No pensamento seguinte, ocorre algo muito parecido. Vejamos:

- Querer é poder.

- Madri é a capital da Espanha.

- Este animal é um mamífero.

Todos são pensamentos sobre “Matéria” muito diferentes, porém todos apresentam a mesma

forma, ou seja: A é B.

Vejamos outros exemplos:

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Os vaidosos são sempre pouco inteligentes.

Teus amigos são vaidosos.

Logo, Teus amigos são pouco inteligentes.

Os rios levam água de doce. O Uruguai é um rio. Logo, o Uruguai leva água doce.

Nos exemplos citados há pensamentos sobre matérias muito distintas, porém a estrutura ou a forma é:

A é B C é A C é B

Todos os homens são Mortais A B

João é homem

C A

Logo, João é Mortal. C B

Concluindo: A Lógica se ocupa de estudar as FORMAS DO PENSAMENTO. Porém, seus conteúdos são estudos de diversas ciências. Nos exemplos acima, por exemplo: a Psicologia e a Hidrografia...

2) RELAÇÃO DE LÓGICA COM OUTRAS CIÊNCIAS.

Toda ciência distingue-se das outras, essencialmente, pelo seu objeto formal. Se relacionarmos a Lógica com outras ciências; Psicologia, crítica, gramática, reparamos que todas têm o mesmo objeto MATERIAL: O pensamento. Porém, diferem pelo seu objeto formal, já que:

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A PSICOLOGIA: Estuda o pensamento como produto da ação vital própria do homem.

Sendo que o objetivo material da Psicologia (Pensamento) é desta forma mais amplo.

A CRÍTICA: Estuda a possibilidade, validez e alcance do pensamento. (Obs.: a crítica

é conhecida também por: Epistemologia, Gnosiologia, teoria do conhecimento).

A GRAMÁTICA: A expressão VERBAL do pensamento.

3. DEFINIÇÃO DE LÓGICA

Lógica vem do grego “LOGOS” que significa: palavra, tratado, razão, etc. Podemos, pois, definir a Lógica: “É o estudo das formas gerais de nosso pensamento”. (Lógica como Ciência).

“Conjunto de normas para pensar retamente”.

(Lógica como Arte).

Outras definições: “A Ciência da demonstração”. (Aristóteles) “Arte de Discernir o verdadeiro do falso”. (Cícero) “Regra para direção da razão”. (René Descartes) “É uma ciência que nos ensina a pensar bem”. (Bossuet) “Considero como Arte: O conjunto de regras que dirigem nosso pensamento”... (Mercier)

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Para saber mais: O que é Lógica: Lógica é um substantivo feminino com origem no termo grego logiké, relacionado com o logos, razão, palavra ou discurso, que significa a ciência do raciocínio. Em sentido figurado, a palavra lógica está relacionada com uma maneira específica de raciocinar, de forma acertada. Por exemplo: Isso nunca vai funcionar! O teu plano não tem lógica nenhuma! Os problemas ou jogos de lógica são atividades onde um indivíduo tem que usar um raciocínio lógico para resolver o problema. Lógica aristotélica De acordo com Aristóteles, a lógica tem como objeto de estudo o pensamento, assim como as leis e regras que o controlam, para que esse pensamento seja correto. Para o filósofo grego, os elementos constituintes da lógica são o conceito, juízo e raciocínio. As leis da lógica correspondem às ligações e relações que existem entre esses elementos. Alguns sucessores de Aristóteles foram responsáveis pelos fundamentos da lógica medieval, que perdurou até o século XIII. Pensadores medievais como Galeno, Porfírio e Alexandre de Afrodisia classificavam a lógica como a ciência de julgar corretamente, que possibilita alcançar raciocínios corretos e formalmente válidos. Lógica de programação A lógica de programação é a linguagem usada para criar um programa de computador. A lógica de programação é essencial para desenvolver programas e sistemas informáticos, pois ela defina o encadeamento lógico para esse desenvolvimento. Os passos para esse desenvolvimento são conhecidos como algoritmo, que consiste em uma sequência lógica de instruções para que a função seja executada. Lógica de argumentação A lógica de argumentação permite verificar a validade ou se um enunciado é verdadeiro ou não. Não é feito com conceitos relativos nem subjetivos. São proposições tangíveis cuja validade pode ser verificada. Neste caso, a lógica tem como objetivo avaliar a forma das proposições e não o conteúdo. Os silogismos (compostos por duas premissas e uma conclusão) são um exemplo de lógica de argumentação. Por exemplo: O Fubá é um cachorro. Todos os cachorros são mamíferos. Logo, o Fubá é um mamífero. Lógica matemática A lógica matemática (ou lógica formal) estuda a lógica segundo a sua estrutura ou forma. A lógica matemática consiste em um sistema dedutivo de enunciados que tem como objetivo criar um grupo de leis e regras para determinar a validade dos raciocínios. Assim, um raciocínio é considerado válido se é possível alcançar uma conclusão verdadeira a partir de premissas verdadeiras. A lógica matemática também é usada para edificar raciocínios válidos mediante outros raciocínios. Os raciocínios podem ser dedutivos (a conclusão é obtida obrigatoriamente a partir da verdade das premissas) e indutivos (probabilísticos).

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A lógica formal pode ser dividida em dois grupos: lógica proposicional e lógica de predicados. Leibniz é visto por muitos como a mente que iniciou o conceito de lógica formal ou matemática, que aborda as questões centrais da matemática. No entanto, só depois de 1890, com Peano, começou a interrogação a respeito da consistência de axiomas. Alguns importantes princípios da lógica formal se encontram na obra The Mathematical Analysis of Logic (Análise Matemática da Lógica), da autoria de George Boole (autor da lógica ou álgebra de Boole). Lógica proposicional A lógica proposicional é uma área da lógica que examina os raciocínios de acordo com as relações entre orações (proposições), as unidades mínimas do discurso, que podem ser verdadeiras ou falsas.

Fonte: http://www.significados.com.br/logica/

Perceba que ao estudar os tipos de lógicas, vemos que todas elas apontam a construção do pensamento como o núcleo de sua atenção. E é nisso que você também deverá focar. 4) DIVISÃO DA LÓGICA

Segundo Jolivet (1963), a Lógica pretende fornecer as condições para que as operações intelectuais possam ser corretas. Assim, essas condições poderão ser reunidas em duas categorias. Já tratamos disso, guardando as devidas proporções, quando iniciamos esse módulo.

a) Lógica Menor ou Lógica Formal – é a parte que trata da forma correta dos pensamentos, ou seja, ela procede de modo tal a permitir a correção dos processos intelectivos para que haja o ajustamento do pensamento consigo mesmo. Donde, iremos abordar as 03 operações do espírito: a simples apreensão – formação do conceito/ideia das coisas, o juízo – formação das proposições/juízos, e, o raciocínio – formação das argumentações. b) Lógica Maior ou Lógica Material — É a parte que trata da matéria, ou seja, do conteúdo sobre o qual o pensamento se debruça. Assim, temos na análise da matéria, os modos variados de percepção da realidade no que tange os métodos das matemáticas, da física, da biologia, da psicologia, da teologia, bem como das demais ramificações científicas. Aqui cabe indicarmos, inclusive, que no estudo das condições de certeza, podemos avançar na compreensão do que sejam as falácias, comumente presentes no modo como conduzimos nossa percepção da realidade – sobre as Falácias, você terá a oportunidade de melhor estudá-las no Módulo IV desse curso. Na sequência você estudará:

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1. Simples Apreensão, ou seja, conceber uma ideia, formar o conceito.

2. O Juízo, isto é, a afirmação ou negação uma relação entre dois conceitos/ideias,

formando a proposição.

3. O Raciocínio, isto é, partindo de proposições conhecidas, emitir outras, que sejam

decorrentes dessas necessariamente.

5. O CONCEITO

“Uma Ideia é como um meteoro”

(Victor Hugo)

O elemento mais simples que compõe nosso pensamento é o conceito ou a ideia.

1. Conhecimento sensível e conhecimento intelectual

No homem há duas faculdades de conhecimento:

a) Os sentidos – tato, visão, olfato, paladar e visão - (Conhecimento Sensível).

b) O Entendimento (Conhecimento Intelectual)

Há uma grande diferença entre o modo de conhecer através dos sentidos e, o modo de conhecer pelo entendimento. Tomemos o exemplo do relógio.

1.1 Os Sentidos

Visão, audição, tato... do relógio que está diante de mim. Desse objeto, formamos uma imagem (no caso “a imagem de relógio”). Esta Imagem é: - Concreta: Pois inclui todos os caracteres próprios e peculiaríssimos do objeto conhecido, tal como: a cor, a forma, o tamanho... - Singular: já que tal imagem é só desse relógio e, de nenhum outro. Resumindo: Nosso conhecimento sensível nós dá a Imagem sensível, concreta e singular do objeto.

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1.2 O Entendimento

Aquilo que é conhecimento, não é apenas a imagem e, sim a ideia e o conceito. Desta forma surge em minha mente a representação intelectual de relógio (Não “deste” relógio, como ocorre no conhecimento sensível). Este conceito é: - Abstrato: Pois representa o objeto prescindindo das suas ideias singulares (Representa-me o relógio, prescindindo de que tenha tal cor e/ou tal forma...) - Universal: Já que o conceito convém não a um só objeto, mas a muitos objetos (Em nosso caso, não apenas a este relógio e, sim a todos os relógios que existem ou possam existir). Pode-se concluir que um conceito é universal quando nos dá uma representação intelectual “abstrata e universal” de um objeto. Pelo que você acabou de ler, podemos definir desta forma:

“O conceito é o Representação intelectual de um objeto”. Voltemos a tratar do CONCEITO Todo conceito é abstrato e, pelo fato de ser abstrato, é também universal. Para esclarecimento eis algumas dicas:

a) Podemos ter conceitos não somente de coisas (relógios, árvores, homens, etc.), mas também das qualidades (branco, alto...) de relações, valores, etc.

b) Os conceitos podem ser: mais ou menos universais. Por exemplo: O conceito relógio

é mais universal que o conceito “relógio na parede”. O ato psicológico pelo qual conhecemos ou formamos um conceito recebe o nome de

“SIMPLES APREESÃO INTELECTUAL”.

A simples apreensão intelectual é: “o ato pelo qual o entendimento nos apresenta um objeto sem afirmar ou negar algo dele”. Diz-se que é “simples”, precisamente por esta condição de nada afirmar, nem nada negar do objeto concebido. É por esta razão, que o “conceito” não é nem verdadeiro nem falso, pois só cabe verdade ou falsidade, quando afirmarmos ou negarmos algo como certo ou errado.

1. Algumas diferenças:

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Se você compreender bem o que é “conceito”, será fácil distingui-lo dos sentidos. No exemplo citado – relógio, temos: 1.1 O percebido – Um objeto captado pelos sentidos: este relógio em concreto. 1.2 O imaginado – Uma representação imaginária. Exemplo: um relógio que eu posso imaginar. 1.3 O recordado – a reprodução mental de algo passado. Exemplo: certo relógio que vi numa relojoaria. Resumindo: tanto o sentido, percebido, o imaginado como o recordado são graus de conhecimento sensível, isto é, algo concreto, singular e universal. 2. Compreensão e extensão dos conceitos 2.1 a compreensão: é o conjunto de notas que constituem o conceito. Exemplo homem-animal-racional. “Animal e racional” – são as duas notas que constituem o conceito de homem. “Linha” - sucessão de pontos. “Quadrado” - polígono de quatro lados iguais. 2.2 a extensão: é o número e classe de indivíduos aos quais se podem aplicar o conceito. Exemplo: Vertebrados, aplica-se aos – mamíferos, aves, répteis, peixes, anfíbios,... Leão - somente se aplica a um determinado grupo de indivíduos. 2.3 Regras da compreensão e extensão dos conceitos. A compreensão e extensão de um conceito estão em razão inversa. Quer dizer que:

Quanto maior a compreensão – menor a extensão

Quanto maior a extensão - menor a compreensão

Exemplos: Se aumentarmos a compreensão do conceito “homem”, dizendo “homem europeu”, diminui a extensão, pois já não se pode aplicar a todos os homens, mas somente aos da Europa. Na compreensão e extensão dos conceitos existem casos limites.

A. O conceito “SER” tem a compreensão um (O SER), e extensão infinita.

B. No conceito “Casemiro Perez” a compreensão é ampla e a extensão reduzida a um indivíduo.

Para saber mais...

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Régis Jolivet (1963) ajuda você a avançar no estudo da COMPREENSÃO Ε EXTENSÃO DOS CONCEITOS Pode-se considerar uma ideia, e assim também um termo, do ponto de vista da compreensão e do ponto de vista da extensão. Esta distinção é de importância capital para toda a lógica formal. 1. A compreensão é o conteúdo de uma ideia, isto é, o conjunto de elementos de que uma ideia se compõe. Assim, a compreensão d,a ideia de homem implica os elementos seguintes: ser, vivente, sensível, racional. 2. A extensão é o conjunto de sujeitos a que a ideia convém. É assim que ideia do homem convém aos canadenses, aos franceses, aos negros, aos brancos, a Pedro, a Tiago etc. 3. Relação da compreensão e da extensão. a) A compreensão de uma ideia está na razão inversa de sua extensão. A ideia de ser, que é a menos rica de todas, é também a mais universal; a ideia de homem, implicando elementos mais numerosos, não se aplica senão a uma parte dos seres; a ideia de francês, que acrescenta à ideia de homem novos elementos, é ainda mais restrita; enfim, a ideia, de tal indivíduo Pedro, Paulo, de que a compreensão é a mais rica, é também a mais limitada quanto à extensão. b) O gênero e a espécie. É assim possível ordenar as idéias o, portanto, os seres que elas representam, segundo uma hierarquia baseada em sua extensão. A idéia superior em extensão se chama gênero em relação à idéia inferior, e esta espécie em relação à primeira. E!m princípio, chama-se gênero toda idéia que contém em si outras idéias gerais (animal em relação a homem, pássaro, peixe etc), e espécie toda idéia que não contém senão indivíduos.

Fonte: http://www.consciencia.org/cursofilosofiajolivet3.shtml

3. Divisão dos conceitos

3.1 Por sua extensão os conceitos podem ser divididos em:

a) Singulares – expressam um só indivíduo (mesa, Pedro...).

b) Particulares – quando expressam vários indivíduos de forma restringida,

indeterminada. Exemplo: Algum homem, vários alunos, etc.

c) Universais – quando expressam TODOS e CADA UM dos indivíduos sem restrição.

Por Exemplo: Homem, Pássaro, etc.

3.2 Por sua compreensão um conceito pode ser:

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a) Simples – Se expressar uma só essência – Exemplo: Homem.

b) Composto – Se compreender várias essências – Exemplo: Homem branco

4. Propriedades dos conceitos

São fundamentalmente duas:

a) Universalidade – Propriedade, pela qual o conceito se realiza numa pluralidade de

indivíduos – Exemplo: O conceito “relógio” se realiza em todos os relógios, sejam grandes,

pequenos, da parede, de pulso, etc. Assim, ao realizar-se o conceito numa pluralidade de

indivíduos, pode-se afirmar e ou negar de cada um deles em particular.

b) Predicabilidade – Propriedade, pela qual o conceito pode predicar-se de cada um dos

indivíduos em que se realiza.

Há diversos tipos ou maneiras de predicabilidade.

De João, pode-se dizer, por exemplo, que é: homem, animal, racional, capaz de rir.

Evidentemente, estes quatros conceitos não os atribuímos da mesma forma a “João”.

Nisto consiste a distinção dos chamados PREDICADOS.

5. Os predicados

O que são?

Os predicados, ou também chamados modos de atribuição, são cinco: ESPÉCIE,

GÊNERO, DIFERENÇA ESPECÍFICA, PROPRIEDADE E ACIDENTE.

Efetivamente que podemos predicar um conceito.

Você pode predicar um sujeito afirmando algo essencial desse sujeito, isto é, algo que se

suprimisse, esse sujeito deixaria de ser o que é.

Exemplo – Afirmar de João que é racional, ou dizer que é muito gordo.

5.1 Se o predicado é algo essencial, temos três modos de atribuição, a saber:

a) A Espécie – se predico um conceito que representa a essência total do sujeito.

Exemplo – João é homem.

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b) Gênero – quando se predica um conceito que representa uma parte da essência,

comum a outras espécies.

Exemplo: João é animal (animal também se pode predicar de outras espécies).

c) Diferença Específica – se predicar um conceito que represente a parte da essência,

que diferencia essa espécie das demais do mesmo gênero.

Exemplo: João é um ser racional – racional é justamente o que diferencia o homem dos

demais animais.

Observação – Como se pode ver – Gênero + Espécie + Diferença Especifica, são os três

predicados essenciais.

5.2 Se o que se predica for algo acidental, têm-se dois modos de atribuição ou dois

predicados não essenciais.

a) Propriedade (ou próprio) - quando se predica uma qualidade que não sendo essencial,

é necessária à espécie, porque sem ser essencial, surge da própria essência.

Exemplo: João é capaz de rir.

A “risibilidade” não é algo essencial do homem, porém é algo de que todo homem possui

necessidade.

É importante distinguir “essencial” e “necessário”.

Pode se dizer que essencial é aquilo pelo qual um ser é o que é. E necessário é tudo

aquilo que não pode deixar de ser.

Olhe que interessante o que resulta daí: Todo o essencial é necessário, mas nem todo o necessário é sempre essencial.

b) Acidente – O acidente resulta da atribuição de uma qualidade a um sujeito, que não lhe

é essencial nem necessária – Exemplo: João é uma pessoa muito gorda. (Mas poderia

ser magra)

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Núcleo de Atividades Online

Em Resumo, podemos definir da seguinte forma os predicados:

- Espécie – Chama-se espécie, a todo conceito universal que predica duma coisa a sua

“essência total”.

- Gênero – Chama-se de gênero, a todo conceito universal que predica de uma coisa,

uma parte de sua essência comum com outras espécies.

- Diferença especifica – chama-se de diferença especifica, a todo conceito universal que

predica de uma coisa, uma parte de sua essência, que a diferencia das demais espécies

do mesmo gênero.

- Próprio – Chama-se de Próprio, a todo conceito universal que predica de uma coisa uma

qualidade “não essencial nem necessária”.

É de grande importância que você leve em consideração o seguinte.

a) O gênero, a diferença específica, o próprio e o acidente se dizem em referência a

espécie. Exemplo: Ser muito gordo é um acidente porque o homem (espécie) não é nem

necessariamente gordo.

b) A diferença especifica resulta em muitas ocasiões ser difícil distingui-la, e, em muitos

casos é praticamente impossível de encontrá-la. Os demais predicados se distinguem com

bastante facilidade.

c) Convém distinguir duas classes de propriedades:

- A propriedade Genérica: Que convém a toda espécie do gênero;

- A propriedade Específica: Que convém apenas a uma só espécie do gênero.

Eis um exemplo para esclarecer o que você estudou até aqui sobre os predicados.

De uma figura geométrica se pode dizer:

Isto é um triângulo = espécie

Ou polígono = gênero

De três lados = diferença específica

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Seus ângulos somam 180º = próprio

Desenho com giz = acidente

6. Árvore lógica

É certo que você já ouviu falar em árvore genealógica, não é mesmo? Pois é certas pessoas costumam fazer sua árvore genealógica para provar sua descendência direta. Aos conceitos também se lhes acostuma a agrupar em árvores genealógicas, mas; quais os seus antepassados? Estes são precisamente os conceitos de menor extensão – porém de maior compreensão: um sobrenome a mais, que deles se deriva. Árvore lógica é um conjunto de conceitos articulados entre si, segundo a sua compreensão e extensão. A Árvore Lógica mais conhecida é a de Porfírio, filósofo neoplatônico, do século III D.C. Do Gênero Supremo a sua substância, Porfírio chega, através dos gêneros subalternos ou intermediários até a espécie Homem. Na estrutura de uma Árvore Lógica, os conceitos podem ser entre si:

A. Subordinados: Homem subordina-se a animal, já que o gênero inclui em si a espécie. Um conceito se subordina a outro, se se incluir dentro da sua extensão;

B. Coordenados: Animal racional e animal irracional subordinado a outro - terceiro - conceito.

7. O termo

Definição: Termo é a expressão verbal de um conceito. Classes: Oral ou escrito. O Termo é sinal do conceito: o fundamento do Termo é ser conceito. Sinal é tudo aquilo que representa algo distinto de si. Exemplo: O pranto é sinal da dor; o resplendor é sinal de fogo. Os sinais podem se dividir em:

a) Sinais Naturais: Nos quais a relação do sinal com o objeto significado resulta da

natureza mesma do sinal.

Exemplo: O pranto e sinal de dor; o retrato é sinal da pessoa retratada.

b) Sinais Artificiais (Convencionais): Nos quais a relação do sinal com o objeto significado

é convencional.

Exemplo: Os símbolos matemáticos; os símbolos nacionais, como a bandeira, as cores

dos semáforos de trânsito.

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O termo é sinal artificial dos conceitos, porque a linguagem já é em si algo convencional. Para compreendê-lo basta fazer uma comparação entre as muitas espécies de idiomas que existem no mundo. O conceito é, por sua vez, o sinal natural do objeto. No conceito “relógio”, representamos intelectualmente o objeto relógico, isto é, a sua própria natureza ou essência. Lembre-se, pois, que: O TERMO É SINAL CONVENCIONAL DO CONCEITO, SENDO QUE CONCEITO É O SINAL NATURAL DO OBJETO.

8. Divisão dos termos

Perceba que conforme você faz uso das palavras/termos, você pode entendê-las como:

a) Simples: Quando constam de uma só palavra: relógio;

b) Compostos: Quando de várias palavras: relógio de ouro.

Momento de Reflexão - A FORÇA DAS IDÉIAS.

“Uma coleção de baionetas não podem deter uma ideia”. (Stendhal)

“Resiste-se à invasão dos exércitos, mas não à das ideias”. (Victor Hugo)

“As ideias movem o mundo, porém, não antes de se transformarem em sentimentos”.

(Gustavo Le Bom)

“Procurando as palavras encontramos as ideias”. (Joseph Joubert)

“UM IDEAL EM SUA VIDA quer dizer, uma ideia força que te guia pela vida. Porém... o

ideal está em ti: O obstáculo para seu cumprimento também se encontra em ti”. (Carlyle)

“O ideal não se refuta...” (Nietzsche).

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Professor

Valter Pedro Batista

Lógica e Interpretação

de Dados

Módulo III

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O JUÍZO

Olá, nesse Módulo você vai ter a oportunidade de estudar sobre o Juízo, ou seja, o que é e

como construí-lo, buscando assim a aplicação desse conhecimento no dia a dia da sua vida

acadêmica, pessoal e profissional. Vamos lá?

Você já estudou sobre a 1ª operação do intelecto no Módulo II, ou seja, a Simples Apreensão

e o resultado dessa operação foi o estudo realizado sobre o Conceito. Agora você vai ser

estudar sobre os Juízos que é a 2ª operação do intelecto e, no Módulo IV os estudos sobre

os Raciocínios que é a 3º operação do intelecto.

Operação do Intelecto Resultado da Operação

1ª – Simples Apreensão O Conceito

2ª – O Juízo A Proposição

3ª – O Raciocínio O Argumento/Raciocínio

1. O JUÍZO

“Não julgue pela aparência, mas pela verdade” (P. Nieremberg).

Os conceitos ou ideias não são mais do que os primeiros elementos dos nossos

pensamentos ou juízos. Julgar é já realmente pensar.

O que é o juízo?

O juízo é o ato pelo qual o intelecto afirma ou nega alguma coisa de outra.

Aplicando essa ideia de juízo...

Descartes em Discurso do Método nos exorta a pensar...

Excerto do livro “Meditações Metafísicas” (Quarta meditação), do filósofo René Descartes.

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2. Elementos do juízo

Em todo juízo lógico encontramos três elementos:

a) O sujeito: É o conceito de quem se afirma ou nega algo.

b) O predicado: É o conceito que se afirma ou nega do sujeito.

c) Cópula: É o elemento que os une ou separa mediante a afirmação ou a negação.

Sujeito e Predicado recebem o nome de MATÉRIA DO JUÍZO. A Cópula, que representa a união entre o Sujeito e o Predicando revela A FORMA DO JUÍZO. 2.1 A função da cópula do juízo

2.1 Funções de referência: é a função de unir ou relacionar o sujeito com o predicado. Por esta função é que se diz que a cópula institui o elemento FORMAL DO JUÍZO. 2.2 Função enunciativa: é a função pela qual se pretende que aquilo que se afirma ou se nega no juízo, seja também na realidade. Exemplo: “O sol é brilhante”. A cópula anuncia o que na realidade efetivamente ele é. É por esta função da cópula, que o juízo pode ser: VERDADEIRO OU FALSO. 2.2 A verdade, propriedade do juízo

O conceito não afirma nem nega nada. É precisamente o juízo quem afirma ou nega um conceito de outro. Se tal afirmação corresponder com a realidade: O JUIZO É VERDADEIRO, caso contrário ele é FALSO.

A FALSIDADE ou ERRO: “É a desconformidade do nosso pensamento com a realidade das

coisas”.

Convém, além disso, conhecermos outros termos com significados semelhantes, tais

como:

SUJEITO (S) O ouro

CÓPULA (verbo) é

PREDICADO (Pr.) um metal

VERDADE LÓGICA: “É a conformidade do nosso pensamento com a realidade das coisas”.

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a) CERTEZA: É a adesão firme da mente a um juízo que nos parece evidentemente

verdadeiro. Quando se dá uma certeza falsa, da adesão resulta um juízo falso.

b) DÚVIDA: É o estado da mente que não sabe por qual, entre dois juízos, decidir-se.

c) OPINIÃO: É uma adesão da mente, mas com certas resevas. A opinião situa-se entre a

dúvida e a certeza.

d) MENTIRA: Quando se diz o contrário do que se pensa. As mentiras contêm: FALTA

MORAL. Embora, nem sempre coincida com o erro.

e) SINCERIDADE: Quando se diz o que se pensa. Resulta da conformidade entre aquilo

que se diz e o que se pensa.

Atenção:

Você deve se dar conta da necessidade de compreender todas essas diferenças, pois

são elas que nos auxiliam a melhor elaboração dos nossos raciocínios, fazendo com

que você se distancie das ambiguidades, evitando assim tomadas de decisão

equivocadas.

Vamos avançar um pouco mais!

3. A enunciação

ENUNCIAÇAO: “É a expressão verbal de um juízo”.

A enunciação recebe também o nome de “proposição”, quando é uma parte de um

RACICÍONIO (na prática você pode utilizar ambas as palavras indistintamente).

Atenção: O correto é PROPOSIÇÃO e não preposição, ok? Proposição, pois o juízo é a

realização de uma proposta, ou seja, você propõe ou não um predicado a um sujeito.

3.1 Divisão das enunciações ou proposições

Pela classe de Cópula. Podem ser:

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a) Categóricas – Ou simples: Atribuem um só predicado a um sujeito.

Esquema: S é Pr. (a cópula é: “é” ou “não é”)

S não é Pr.

b) Hipotéticas: (ou Compostas)

A cópula une, não apenas dois conceitos, mas dois juízos.

A palavra que se faz de verbo é sempre uma destas três: “E”, “OU”, ”SE”.

A enunciação hipotética pode se dividir em três classes:

1) Copulativa: É a enunciação composta de duas simples, unidas por meio de uma

conjunção copulativa.

Exemplo: em vez de dizer: Sócrates é filosofo e Platão é filosofo.

Diz-se: Sócrates e Platão são filósofos.

2) Disjuntiva: É uma proposição composta pela união de duas simples, enlaçadas por

uma conjunção disjuntiva.

Exemplo: João é aplicado ou João é preguiçoso.

João é aplicado ou preguiçoso (forma abreviada).

3) Condicional: É a enunciação composta de duas simples, unidas por uma conjunção

condicional.

Ex.: Um homem é filosofo, se esse homem é amante da verdade.

Um homem é filosofo se ama a verdade (forma abreviada).

3.2 Pela quantidade a proposição pode ser

a) Universal: quando o sujeito é UM CONCEITO UNIVERSAL

Exemplo: O homem é mortal.

Nenhum animal pensa.

b) Particular: Quando o sujeito é UM CONCEITO PARTICULAR.

Exemplo: Algum homem é sábio.

Alguns homens não são justos.

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c) Singular: Quando o sujeito é um CONCEITO SINGULAR.

Exemplo: Pedro é inteligente.

O leão é feroz.

Observação:

Nos silogismo, as proposições SINGULARES se equiparam às UNIVERSAIS.

3.3 Pela qualidade a proposição pode ser

a) Afirmativa: Quando se afirma o predicado do Sujeito.

Exemplo: O homem é mortal.

b) Negativa: nega-se o Predicado do Sujeito.

Exemplo: Andre não é justo.

Estas duas últimas divisões se dão sempre cruzadas, existindo desta forma quatro tipos de

proposições.

Proposição tipo A

A = Afirmativa Universal - “Todo homem é mortal”.

Proposição tipo E

E = Negativa Universal – “Nenhum animal pensa”.

P S

P S

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Proposição tipo I

I = Afirmativa Particular - “Algum homem é sábio”.

Proposição tipo O

O = Negativa Particular – “Algum homem não é justo”.

Resumindo:

Onde S é Sujeito e P é Predicado.

Leonhard Euler, cientista alemão do século XVIII inventou uma representação gráfica destas

quatro classes de enunciações (conforme as figuras ao lado).

Quer saber mais sobre Leonhard Euler?

Clique aqui:

http://www.ime.unicamp.br/~calculo/ambientedeensino/modulos/history/euler/euler.html

4. As formas de oposição entre as proposições e tabela de verdade

Chamam-se de enunciações opostas, aquelas que tendo o mesmo sujeito e o mesmo predicado, são diferentes pela: qualidade e quantidade e, por ambas coisas ao mesmo tempo. Há quatro formas de oposição:

a) CONTRADITÓRIAS – são proposições que diferem pela quantidade e qualidade.

P S

P

S

P

S

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Núcleo de Atividades Online

Regra: Não podem ser as duas verdadeiras ou falsas ao mesmo tempo. Isto é, se uma é

verdadeira, a outra necessariamente será falsa – e vice-versa.

b) CONTRÁRIAS – são as proposições universais que diferem em qualidade.

Regra: Não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo; porém podem ser falsas ao mesmo

tempo. Isto é, se uma é verdadeira, a outra é falsa. Mas se uma é falsa, a outra pode ser

verdadeira ou falsa.

Exemplo: Todos os homens são sábios. (V) (F)

Nenhum homem é sábio. (F) (F/V)

c) SUBCONTRÁRIAS – são as proposições particulares que diferem por sua qualidade.

Regra: Não podem ser falsas ao mesmo tempo, mas podem ser verdadeiras ao mesmo

tempo. Isto é, se uma é falsa, a outra é necessariamente verdadeira. Mas se uma é

verdadeira a outra pode ser verdadeira ou falsa.

Exemplo: Algum homem é sábio. (F) (V)

Algum homem não é sábio. (V) (F/V)

d) SUBALTERNAS – são as proposições de igual qualidade, porém de quantidade

diferente.

Regra: Quando a universal é verdadeira, a particular também é verdadeira, mas não ao

invés.

Quando a particular é falsa, a universal também é falsa, mas nunca ao invés.

Quadro de Oposição entre as Proposições

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Núcleo de Atividades Online

Relações do Quadro de Verdade Proposição Universal Afirmativa Tipo A

Proposição Verdadeiro Falso

A V F Primeiro valor de Verdade

E F I

I V I

O F V

Proposição Universal Negativa Tipo E

Proposição Verdadeiro Falso

E V F Primeiro valor de Verdade

A F I

I F V

O V I

Proposição Particular Afirmativa Tipo I

Proposição Verdadeiro Falso

I V F Primeiro valor de Verdade

E F V

A I F

O I V

Proposição Particular Negativa Tipo O

Proposição Verdadeiro Falso

O V F Primeiro valor de Verdade

A F V

E I F

I I V Fonte: http://www.avemaria.g12.br/_upload/repository/Medio/Filosofia/1%20Ensino%20Medio/Filosofia%201%20EM%20Aula%2010%20Logica%20Arquivo%20Base.doc

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Professor

Valter Pedro Batista

Lógica e Interpretação

de Dados

Módulo IV

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O RACIOCÍNIO

“A razão pode fazer frente aos problemas, o erro jamais” (R. Tagore).

Olá, seja bem-vindo (a) aos módulos que integram o 2º bimestre. Nesse Módulo IV você vai ter a oportunidade de estudar sobre o Raciocínio, o que é e como construí-lo, buscando assim a aplicação desse conhecimento no dia a dia da sua vida acadêmica, pessoal e profissional. Vamos lá? No Módulo anterior você teve acesso às informações sobre o Juízo, que é 2ª operação do intelecto e que tem como resultado a Proposição. Pois bem, agora nesse módulo você vai mergulhar no estudo sobre o Raciocínio que tem como resultado a Argumentação. Comecemos com a seguinte informação: Todo raciocínio é formado de juízos. Assim, raciocinar é uma forma completa do pensamento, em virtude da qual o entendimento humano descobre das verdades existentes outras diferentes. Podemos dizer o mesmo da seguinte forma: A Argumentação é um discurso em que encadeamos proposições para chegar a uma conclusão. O RACIOCÍNIO: É um pensamento que consta de juízos já conhecidos a fim de obter outro novo. Elementos do Raciocínio: De certa forma, já falamos disso no Módulo 1, mas vamos ampliar nossa compreensão sobre os elementos do raciocínio uma vez que estamos tratando do cerne da Lógica. Os elementos são a MATÉRIA e a FORMA. Tomemos um exemplo de Raciocínio: Todo ser sensitivo é orgânico. O homem é um ser sensitivo. Logo, o homem é um ser orgânico.

Conteúdos - O raciocínio e suas propriedades - A expressão verbal do raciocínio - O silogismo e suas propriedades - Tipos de silogismos Objetivos Específicos - Compreender o que seja o raciocínio - Planejar a construção e aplicação de Raciocínios válidos.

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a) A MATÉRIA: pode ser – Próxima e Remota - A Matéria Remota: São os conceitos ou termos que constituem cada juízo;

Ex.: ser sensitivo – orgânico – homem. - A Matéria Próxima: São os juízos ou as proposições que compõem o raciocínio.

b) A FORMA: A forma de um raciocínio é aquilo que lhe dá a unidade e a força demonstrativa. PROPOSIÇÕES SEM FORMA NÃO CONSTITUEM RACIOCÍNIO Ex.: Sêneca era austero e sábio.

Nero era malvado e cruel.

Qual a conclusão? Nestas proposições há matéria (cada um dos conceitos aí colocados), porém carecem de uma forma que as enlace entre si, é por isto, que não constituem um raciocínio. Ampliando o pensamento... Nem sempre (na verdade quase nunca..,) a argumentação se formaliza claramente como no exemplo citado. Quando expomos nossas ideias, seja oralmente ou por escrito, às vezes começamos pela conclusão, além do mais, com frequência, omitimos premissas, deixando-as subentendidas. Costumamos também concatenar argumentos de modo que a conclusão de um pode ser a premissa de outro. Por isso, um dos trabalhos do lógico é montar o raciocínio e descobrindo sua estrutura e avaliando a validade da conclusão. Por exemplo, quando dizemos: Claro que baú tem acento, estamos enunciando a conclusão de um raciocínio subentendido que pode ser montado assim:

Toda palavra oxítona terminada em “i” ou “u” tônicos é acentuada quando precedida de vogal. Ora, na palavra baú o “u” tônico é precedido de vogal. Portanto, deve ser acentuado.

Fonte: http://www.famescbji.edu.br/famescbji/biblioteca/livros_filosofia/Filosofando.pdf EXPRESSÃO VERBAL DO RACIOCÍNIO A expressão do conceito é o termo; e, do juízo a enunciação. A expressão verbal de um raciocínio é a ARGUMENTAÇÃO. DIVISÃO DO RACIOCÍNIO Existem duas grandes classes de raciocínio:

a) O DEDUTIVO

b) O INDUTIVO

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OBS.: No módulo seguinte vamos dar ainda maior atenção à Dedução e Indução, ok? Mas já vamos, aqui, tratando da Dedução. A DEDUÇÃO O que é dedução? Dedução é o raciocínio mediante o qual de uma proposição mais universal, chega-se a uma proposição menos universal. Exemplo: Todo homem é mortal – MAIS UNIVERSAL

Augusto é homem

Logo, Augusto é mortal – MENOS UNIVERSAL.

Perceba que nesse exemplo você te a ideia de algo que é tomado em sua universalidade e a conclusão aponta para um indivíduo com a mesma predicação. O SILOGISMO SILOGISMO: É a expressão verbal de um RACIOCÍNIO DEDUTIVO. DIVISÃO DO SILOGISMO O Silogismo divide-se da seguinte forma:

SILOGISMO

CATEGÓRICO HIPOTÉTICO - Disjuntivo - Conjuntivo - Condicional

SILOGISMO CATEGÓRICO Definição: É o silogismo que consta de três juízos categóricos.

Juízo Categórico

Os juízos são categóricos, se a afirmação ou negação é absoluta e sem reservas. A

relação é afirmada incondicionalmente. "S é P".

Por exemplo:

"Mozart é o autor desta música".

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Matéria do Silogismo Categórico

A) A Matéria Remota: São os três termos do Silogismo, chamados de:

TERMO MENOR = O sujeito da conclusão (t) TERMO MAIOR = O predicado da conclusão (T) TERMO MÉDIO = Aquele que se repete nas premissas, porém: NÃO APARECE NA CONCLUSÃO. (M)

B) A Matéria Próxima: São as três proposições que compõem o Silogismo. PREMISSA MAIOR = Aquela que possui o termo MAIOR (T). PREMISSA MENOR= A que possui o termo MENOR (t) CONCLUSÃO ou consequente (C) PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Todo valor do Silogismo se baseia em TRÊS PRINCÍPIOS: (1°) PRINCÍPIO LÓGICO DE IDENTIDADE: “Duas coisas iguais a uma terceira são iguais entre si” Por isso: (P é M) e (S é M), necessariamente se (S é P) (2°) PRINCÍPIO LÓGICO DE CONTRADIÇÃO “Duas coisas, das quais uma é idêntica a uma terceira e a outra não: são distintas entre si”. Por isso: Se (P é M) e (S não é P), necessariamente (S não é P). (3°) PRINCÍPIO “DICTUM DE OMNI, DICTUM DE NULLO”. “Tudo o que se diz do universal, temos que afirmá-lo. Porém de cada indivíduo em particular; tudo aquilo que se nega do universal, há que negá-lo de cada indivíduo”. Exemplo: Se “o homem” é mortal, João (ou cada um dos homens) será também mortal. Para saber mais... Nossa capacidade cognitiva pode ser desenvolvida pela educação. O psicólogo Jean Piaget (1896-1980) estudou quatro fases do desenvolvimento mental: na etapa inicial, o bebê desenvolve sua inteligência aprendendo a coordenar sensações e movimentos; o estágio seguinte é o intuitivo, em que a percepção da realidade não se separa da experiência vivida; a partir dos 7 anos, a criança é capaz de desenvolver a inteligência operatória, mas ainda se encontra presa ao concreto. Finalmente, na adolescência, pode exercitar o pensamento abstrato, formal, hipotético-dedutivo, ou seja, pode aprender lógica formal!

Fonte: ARANHA, Maria L A, MARTINS, Maria H P. Filosofando: Introdução à Filosofia – 4 ed. São Paulo, Moderna editora, 2009, p.133.

Sir Jean William Fritz Piaget

Nascido em Neuchâtel em 9 de

agosto de 1896 - Genebra, faleceu

em 16 de setembro de 1980. Foi

um epistemólogo suíço,

considerado um dos mais

importantes pensadores do século

XX. Defendeu uma abordagem

interdisciplinar para a investigação

epistemológica e fundou a

Epistemologia genética, teoria do

conhecimento com base no estudo

da gênese psicológica do

pensamento humano.

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REGRAS DOS SILOGISMOS Para que o silogismo categórico seja correto deve se submeter a determinadas regras. As regras do silogismo são as seguintes:

QUATRO REGRAS PARA OS TERMOS (Matéria Remota)

QUATRO REGRAS PARA AS PROPOSIÇÕES (Matéria Próxima)

A) Regras do Silogismo Categórico – Matéria remota

Segundo as autoras Aranha e Martins (2009, p. 134) é importante você ter em mente a distinção entre verdade e validade, para na sequência pensar nas regras do silogismo e então sabermos se um argumento é válido ou inválido. Assim, é preciso cautela no uso de verdadeiro/falso, válido/inválido (correto/incorreto). Pensando assim, temos:

- Proposições que podem ser verdadeiras ou falsas; - Argumentos que sejam válidos (corretos) ou inválidos (incorretos).

Vamos às regras: 1ª Não pode haver mais de três Termos (Termo Maior (T), Termo Menor (t) e o Termo Médio (M) Desrespeito a esta regra, exemplo:

O homem é racional O hidrogênio é um gás Conclusão?...

Observe: Não há como inferir uma conclusão, pois há quatro termos diferentes:

1. Homem , 2. Racional, 3. Hidrogênio e 4. Gás)

Você pode estar se perguntando o que seja inferir... Essa palavra deriva de: INFERÊNCIA: do latim inferre, “levar para”. Uma proposição leva a outra. Inferir é concluir a partir de proposições.

2ª Os Termos não podem ter MAIOR EXTENSÃO na conclusão, do que tem nas premissas. Peca contra esta regra, por exemplo:

Todo sábio procura a ciência. Todo sábio é homem. Conclusão...?

Observe: A inferência seria: Todo homem procura a ciência, mas a regra aponta que os termos na conclusão não podem ter maior extensão do que nas premissas, e o termo homem na possível conclusão é tomado em extensão universal (todo homem...) e, na premissa

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menor é o predicado, sendo tomado parcialmente, ou seja, é uma particularidade do sujeito, tendo extensão menor.

3ª O Termo Médio deve ser tomado em toda sua extensão ao menos numa das premissas: Exemplo: As pedras são pesadas As madeiras são pesadas Logo, as pedras são madeiras...?

Observe: Nas regras 2ª e 3ª há que ter presente o seguinte princípio: “Que todo predicado de um juízo afirmativo sempre é particular; e todo predicado de um juízo negativo: é universal”. 4ª O Termo Médio não deve aparecer na conclusão: Peca contra esta regra, por exemplo:

Alexandre foi pequeno. Alexandre foi general. Logo, Alexandre foi um pequeno general.

Observe: O termo Médio (M) – aquele que se repete nas premissas – apareceu na conclusão. B) Regras do Silogismo Categórico – Matéria próxima

1ª De duas premissas afirmativas, conclusão não pode ser negativa: Exemplo:

As árvores têm vida vegetativa. O pinheiro é uma árvore. Logo, o pinheiro não tem vida vegetativa......?

Observe: Silogismo incorreto, pois a conclusão é negativa. 2ª De duas premissas negativas, nada se conclui: Exemplo:

As plantas não são inteligentes. O homem não é planta. Logo......?????

Observe: Não há conclusão possível.

3ª De duas premissas particulares, nada se conclui: Exemplo:

Alguns homens são paralíticos. Alguns homens são laboriosos. Logo...?

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Observe: Não há conclusão possível. 4ª A conclusão segue sempre a parte mais fraca:

Atenção: entenda por parte mais fraca, a premissa particular e/ou negativa. - Se uma premissa é particular, a conclusão será particular. - Se uma premissa é negativa, a conclusão também será negativa.

FIGURAS E MODOS DO SILOGISMO CATEGÓRICO FIGURAS DO SILOGISMO FIGURAS DO SILOGISMO são os tipos diferentes de silogismo, segundo a posição do TERMO MÉDIO – sublinhado no exemplo - nas premissas. Exemplo:

Algum sábio não é rico Todo sábio é homem Logo, algum homem não é rico.

MODOS DO SILOGISMO MODOS DO SILOGISMO: São as diferentes combinações que se pode fazer com as premissas e a conclusão, considerando sua quantidade e qualidade. POR EXEMPLO: AEE é uma combinação ou modo, cujo significado é:

A= Universal Afirmativa: Todo homem é inteligente. E= Universal Negativa: Nenhum mineral tem inteligência. E= Universal Negativa: Nenhum mineral é homem.

OBS.: A explicação sobre os tipos de proposições você encontra na Aula Web no módulo 3. O número de modos pode chegar até 64, porém somente 11 respeitam as regras do silogismo. Os outros 53 pecam contra uma ou várias das regras. APLICAÇÕES DOS MODOS ÀS FIGURAS

a) Cada figura admitiria 11 modos diferentes, com o qual teríamos 44 classes distintas de silogismo.

b) Porém, algumas destas classes também pecam contra regras do silogismo, restando desta forma 19 classes válidas de silogismos.

Resumindo:

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A 1ª FIGURA admite 4 modos: AAA – EAE – AII – EIO A 2ª FIGURA admite 4 modos: EAE – AEE – EIO – AOO A 3ª FIGURA admite 6 modos: AAI - EAO – IAI – AII – OAO – EIO A 4ª FIGURA admite 5 modos: AAI- AEE – IAI – EAO – EIO

a) Para lembrar-se das 19 figuras legítimas (válidas – corretas), os antigos criaram uma série de palavras mnemotécnicas:

1ª figura: BARBARA – CELARENT - DARII – FERIO; 2ª figura: CESARE – CAMESTRES – FESTINO – BAROCO; 3ª figura: DARAPTI – FELAPTON – DISAMIS – DATISI – BOCARDO – FERISON; 4ª figura: BAMALIP – CALEMES – DIMATIS – FESAPO – FRESISO.

Exemplo de Silogismo em BOCARDO:

Algum sábio não é rico. (O) M - T Todo sábio é homem. (A) M - t Logo, algum homem é rico. (O) t - T

SILOGISMO HIPOTÉTICO Definição SILOGISMO HIPOTÉTICO: É aquele cuja premissa maior é uma proposição/juízo hipotético.

Juízo Hipotético

Os juízos são hipotéticos sempre que a relação for estabelecida de um

modo condicional. "Se P então Q".

Por exemplo:

"Se o senhor baixar o preço compro-lhe este CD-ROM".

Divisão do Silogismo Hipotético Como há três classes de proposições hipotéticas, três serão as classes também de silogismos hipotéticos: Conjuntivo, Disjuntivo e Condicional. SILOGISMO HIPOTÉTICO CONJUNTIVO Se a premissa maior é uma proposição Hipotética Copulativa deste tipo: S não é P e R. (Esta proposição copulativa especial é chamada de CONJUNTIVA e indica que não se podem dar ao mesmo tempo nos dois predicados). REGRA:

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Da afirmação de um predicado na premissa menor, conclui-se a negação do outro – mas não o contrário. Exemplo:

Pedro não pode ler e dormir Pedro dorme Logo, Pedro não lê.

Porém, vemos que não é válido, o exemplo seguinte: Pedro não pode ler e dormir Pedro não dorme Logo, Pedro lê. Porque poderia fazer outra coisa. SILOGISMO HIPOTÉTICO DISJUNTIVO: Quando a premissa maior é uma proposição disjuntiva.

Juízo Disjuntivo

Os juízos são disjuntivos sempre que é enunciada uma alternativa entre duas ou mais

possibilidades. "Ou P ou Q".

Por exemplo:

"Ou vou ao cinema ou vou namorar ou vou para casa."

REGRA: Da afirmação de um predicado na premissa menor, conclui-se a negação do outro, mas não o seu contrário. Exemplos:

Ou é dia ou é noite. Ora é dia. Logo, não é noite.

Outro exemplo:

Valdir ou é português ou é brasileiro. Valdir não é português. Logo, Valdir é brasileiro.

SILOGISMO HIPOTÉTICO CONDICIONAL

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Se a premissa maior é uma proposição hipotética CONDICIONAL (Se Q é R, S é P). REGRA PRIMEIRA Afirma-se a condição, afirma-se também o condicionado, porém não o contrário. Exemplos: Se chover a terra está molhada. Chove. Logo, a terra está molhada. Porém, não se pode dizer: Se chover a terra está molhada. Logo, chove ... Porque pode estar molhada por tê-la regado. REGRA SEGUNDA Se nega o condicionado, nega-se também a condição – mas não o contrário. Exemplos: Se chover a terra está molhada A terra não está molhada Logo, não chove. Não se pode dizer: Se chover a terra está molhada. Não chove. Logo, a terra está molhada. ... Porque pode estar molhada por tê-la regado. Parabéns! Você tem avançado bastante no estudo da Lógica. Espero que você consiga realizar aplicar o que tem estudado na sua vida pessoal, acadêmica

e profissional. Agora, convido você a estudar um pouco mais de Lógica. Você será apresentado à Lógica Simbólica – Lógica Matemática, seu histórico e aplicação. Vale muito a pena dedicar-se a compreender o que seja a Lógica Simbólica.

Até aqui vimos como, desde os gregos, a Lógica foi sendo utilizada para encaminhar a correção dos raciocínios, sempre visando uma linguagem que oportunize a não ambiguidade e, é justamente por conta desse objetivo que a lógica proposicional culmina com sua reelaboração através da linguagem matemática, pois a linguagem matemática fazendo usos de símbolos proporciona um raciocínio que evita os equívocos, as ambiguidades e, por conseguinte uma fluidez na linguagem. Assim chegamos inclusive à Linguagem de programação. Na sequência você terá acesso à introdução a essa temática, ok? Aproveite a leitura e, ao final do artigo você encontrará outras referências para aprofundar ainda mais o tema.

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RACIOCÍNIOS DEDUTIVOS, INDUTIVOS E FALÁCIAS

Professor

Valter Pedro Batista

Lógica e Interpretação

de Dados

Módulo IV

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Núcleo de Atividades Online

Ai, palavras, ai, palavras,

que estranha potência a vossa! (...)

A liberdade das almas,

ai! com letras se elabora...

E dos venenos humanos

sois a mais fina retorta:

frágil, frágil como o vidro

e mais que o aço poderosa!

Reis, impérios, povos, tempos,

pelo vosso impulso rodam...

Cecília Meireles

Romanceiro da Inconfidência

A Dedução Definição

Dedução é o raciocínio mediante o qual de uma proposição mais universal, chega-se a uma proposição menos universal. Você já viu um pouco sobre dedução no módulo anterior, por isso, nesse módulo, vamos trazer à lembrança o que já foi estudado para dar sequência aos estudos, ok? Aproveite para reforçar esses conceitos!

Dedução: do latim de-ducere, que quer dizer, conduzir a partir de.

Podemos afirmar que a dedução é um raciocínio que parte de uma proposição mais geral (referente a todos os elementos de um conjunto) e, conclui com uma proposição menos geral e/ou particular (referente à parte dos elementos de um conjunto), que se apresenta como necessária, ou seja, que deriva logicamente das premissas. Veja dois exemplos:

Todo metal é condutor de eletricidade. (Premissa maior) Ora, o cobre é um metal. (Premissa menor) Logo, o cobre é condutor de eletricidade. (Conclusão)

Todo argentino é sul-americano. (Premissa maior) Ora, todo carioca é argentino. (Premissa menor) Logo, todo carioca é sul-americano. (Conclusão) Aristóteles classificou o raciocínio dedutivo de silogismo. A dedução organiza e especifica o conhecimento prévio que temos das coisas/da realidade, portanto tem como ponto de partida o plano do inteligível - da verdade geral - já estabelecida.

A Indução

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Definição Indução é o raciocínio pelo qual, de todo singular ou parcial suficiente ordenado, chega-se a uma conclusão universal. Exemplo:

As plantas Os animais Transformam-se por si mesmos. Os homens

As Plantas Os Animais São seres vivos. O homem

Logo, o ser vivo transformou-se por si mesmo. A indução é um passo ou salto de uma verdade particular a outra de tipo universal. Depois de observar que nos dados parciais se dá uma propriedade, “damos o pulo” para afirmar essa propriedade/peculiaridade como sendo de tipo universal, que compreende como inferiores os dados parciais observados. Exemplo:

As plantas Os animais propriedade/peculiaridade São seres vivos O homem

(dados parciais) (o tipo universal de SER) Divisão da Indução Indução Completa Apresenta uma enumeração completa de todos os objetos parciais e singulares.

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Exemplo: Objetos observados propriedade/peculiaridade

Segunda feira

Terça feira

Quarta feira

Quinta feira tem 24 horas.

Sexta feira

Sábado

Domingo

Observe: na indução completa, é verificada a totalidade dos objetos, nesse exemplo trata-

se dos dias da semana e, se constata como propriedade/peculiaridade que todos os dias

observados possuem 24 horas cada um.

Objetos observados propriedade/peculiaridade

Segunda feira

Terça feira

Quarta feira

Quinta feira é dia da semana.

Sexta feira

Sábado

Domingo

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Conclusão universal

Logo, os dias da semana têm 24 horas.

Indução Incompleta

A enumeração de dados singulares é incompleta, porém suficiente.

Exemplos:

Objetos observados propriedade/peculiaridade

O ferro

O cobre

O níquel

O mercúrio

Observe: na indução incompleta, não é verificada a totalidade dos objetos, nesse exemplo

trata-se da verificação de objetos que conduzem calor. Perceba que não está enumerada a

totalidade dos objetos que conduzem calor, o que seria impossível, mas se constata como

propriedade/peculiaridade que todos esses objetos observados possuem em comum o fato

de serem classificados como metais.

O ferro

O cobre

O níquel

O mercúrio

Conclusão universal

São bons condutores do calor

São metais

Logo, os metais são bons condutores do calor.

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Este tipo e indução incompleta é a mais frequentemente usada. Sobre tudo nas ciências naturais e químicas. Se a enumeração dos dados singulares ou parciais não é suficiente, não se pode falar propriamente de indução, pois carece de força comprobatória. Fundamentos da Indução Incompletos A validez da indução incompleta se baseia no seguinte raciocínio:

1. Um fato constantemente observado não se pode explicar pela simples casualidade ou azar. O cálculo das probabilidades elimina tal possibilidade.

2. Um fato constantemente observado somente se pode explicar pela própria natureza do objeto ou par uma lei física

Observe: um efeito pede sempre uma causa constante (aplicação do princípio de razão suficiente). Exemplos

1°) Se em várias experiências o ferro demonstra sempre ser um bom condutor, a único explicação possível é de que o ferro é por natureza “um bom condutor”.

2°) Se em diversas experiências chega-se a observar que os corpos “graves” sempre caem com velocidade uniformemente acelerada, não é por simples casualidade e, sim porque existe uma lei física que atua neste sentido.

3°) Se um fenômeno observado se prova pela natureza da coisa ou por uma lei física, esse fenômeno se repetirá em todos os seres que tenham essa natureza ou em todos os seres onde venha a atuar a dita lei física. Assim, nos exemplos citados, o fato de ser bom condutor, pode ser afirmado de todos os corpos que sejam de ferro; e o movimento uniformemente acelerado na queda dos corpos, de todos os que sejam graves pesados. Isso posta, concluímos:

“Uma indução incompleta resulta válida, ou seja, é valida quando a enumeração dos casos e das experiências é tal, que permita eliminar a casualidade e ter uma explicação única: a natureza da coisa ou uma lei física”.

Para saber mais... No entanto, o caso mais comum – de indução - é o da indução incompleta, ou indução por enumeração, em que são observados alguns elementos, do quais se conclui a totalidade. A generalização indutiva é precária quando se faz apressadamente e sem critérios. É preciso examinar se a amostragem é significativa e se existe um número suficiente de casos que permitam a passagem do particular para o geral. Ao fazer a prévia eleitoral, um instituto de pesquisa consulta amostras significativas dos diversos segmentos sociais, segundo metodologia científica. Ao considerar que dentre os eleitores da amostra 25% votará no candidato X, e 10% no Y, conclui-se que a totalidade dos eleitores votará segundo a mesma proporção da amostragem pesquisada. Apesar da aparente fragilidade da indução, por não alcançar o rigor do raciocínio dedutivo, trata-se de uma forma muito fecunda de pensar, responsável pela fundamentação de grande parte dos nossos conhecimentos na vida diária e de grande valia nas ciências experimentais. Além disso, a indução é utilizada em nossas previsões, quando partimos de alguns casos da experiência presente e inferimos que ocorrerão com a mesma regularidade futuramente.

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Cabe ao lógico especificar as condições sob as quais devemos tomar a indução como correta. Fonte: ARANHA, Maria L A, MARTINS, Maria H P. Filosofando: Introdução à Filosofia – 4 ed. São Paulo, Moderna editora, 2009, p.135.

Falácias São argumentos incorretos apesar da aparência de correção. São classificadas em: paralogismos e sofismas. Paralogismos são falácias onde o interlocutor não tem a intenção do engano. Ele mesmo

comete um erro de construção do raciocínio, o que conduz os ouvintes, leitores ao erro.

Exemplo de Paralogismo: Todos os brasileiros são paulistas. Eu sou brasileiro. Portanto, eu sou paulista.

Observe: o erro está no fato de há brasileiros que não são paulistas, necessariamente. Já os sofismas são construções meticulosamente planejadas de um raciocínio incorreto com a intenção de conduzir os ouvintes, leitores ao erro. As falácias ainda são classificadas em formais – quando não se respeitam as regras do raciocínio correto conduzindo a inferências inválidas. E falácias não formais – que se constituem a partir da irrelevância que se estabelecem entre as premissas e a conclusão, podendo ainda se configurar como generalizações apressadas (muito comum entre as pessoas), ainda há aquelas que se constituem de causalidade equivocada ou por preconceitos. São frequentes como ferramentas para o convencimento mobilizando as emoções em detrimento da capacidade racional. Vejamos algumas delas: Argumento de autoridade: Acontece quando apelamos para a posição de autoridade (a famosa “carteirada” – você sabe com quem está falando?) ao invés de utilizarmos um argumento válido. Esteja atento a esta falácia, pois as autoridades de cada campo de conhecimento podem muito bem ter argumentos válidos e, que não se deve desconsiderar a sua experiência e expertise, mas sim avaliá-la, porém é possível que a opinião de uma pessoa ou instituição possa estar errada; sendo assim, a autoridade de que tal pessoa ou instituição goza não tem nenhuma relação intrínseca com a verdade/validade das suas posições. O apelo à autoridade é um recurso frequente nas propagandas, quando pessoas famosas vendem de tudo, desde um simples detergente líquido bem como ideias políticas, como propostas numa campanha eleitoral.

Exemplo: Um professor de estatística se vê questionado de maneira insistente por

um aluno especialmente chato. Lá pelas tantas, irritado após cometer um deslize em sua

fala, o professor argumenta que tem mestrado, pós-doutorado e, isso é mais do que

suficiente para o aluno confiar nele.

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Argumento contra o homem: Também é conhecida como “Ad hominen”. Ela se apresenta como um ataque às características da pessoa e não como um argumento racional válido. Ataques contra o homem geralmente assumem a forma de insultos, preconceitos contra alguém, bem como fazendo uso de sutilezas lançam dúvida sobre o caráter do interlocutor. Espera-se com essa forma prejudicar o outro se esquivando da compreensão do argumento em jogo e, da construção de seus próprios argumentos válidos.

Exemplo: Depois de Kleber, contador da empresa, apresentar de maneira eloquente o balanço anual, Felipe pergunta aos participantes da reunião se eles deveriam mesmo acreditar em qualquer coisa dita por um homem que bate em mulher.

Convite:

Você poderá pesquisar, navegando pela internet, os vários tipos de falácias e, são muitos os tipos e há vários sites para sua pesquisa. Aprofunde seus conhecimentos! Trago anexo uma lista para você iniciar a reflexão, ok? Leia com atenção e, reflita se você já não fez uso de algum desses

argumentos falaciosos. Procure evitá-los no seu dia-a-dia construindo argumentos válidos!

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Professor

Valter Pedro Batista

Lógica e Interpretação

de Dados

Módulo VI

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INTERPRETANDO E ELABORANDO TEXTOS. Textos Narrativos Você tem familiaridade com a narração, pois sempre que conta a um colega seu sobre a aula que perdeu; você está narrando uma determinada situação, levando em conta uma sequência de fatos, falas, trazendo para sua narrativa as personagens envolvidas, tais como o professor e ou algum outro colega durante a cena e, isso tudo num determinado espaço e tempo. É assim que o texto narrativo está alicerçado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. A narração congrega alguns elementos: o narrador, o enredo, as personagens, um espaço e tempo. Desse modo, o texto narrativo apresenta uma estrutura: apresentação; complicação ou desenvolvimento; clímax e o desfecho. Protagonistas e Antagonistas: Estando a narrativa centrada num conflito vivido pelos personagens, são de capital importância esses personagens na construção do texto. O protagonista é a personagem principal e, o antagonista a personagem que atua em conflito com o protagonista. Não podemos nos esquecer de que também nos textos narrativos podem surgir aquelas personagens coadjuvantes, que são personagens secundários, mas que exercem papéis fundamentais na trama narrada. Exemplo de Texto Narrativo: Era uma vez um ranzinza e velho funcionário público de Recife que todo dia orava, implorando para o seu Santo de devoção que o agraciasse com a sorte de sozinho ganhar um grande prêmio na mega-sena, capaz de possibilitar que a realização de todos os seus desejos. Noites e dias se passavam, e nada da sorte bater à sua porta. Mês após meses a ladainha era a mesma, até que no dia dedicado ao Santo de sua devoção, o velho recebeu com espanto a visita do tal Santo, que aborrecido com tamanha insistência bradou com raiva: Dá ao menos para fazer jogo e pagar a aposta na casa lotérica??!! Adaptação livre por Valter Pedro Batista

TEXTO DESCRITIVO Vejamos o que o dicionário nos traz:

Significado de Descrição

s.f. Ato ou resultado de descrever; representação pormenorizada de um objeto, de um ser,

de uma paisagem etc.

Jurídico. Caracterização detalhada, num processo, do que será analisado de maneira

específica.

Retórica. Gênero de composição escrita cuja matéria ou assunto é um quadro, uma coisa,

um objeto, uma paisagem, um ser etc. Distingue-se da narração, pois a matéria ou assunto

são definidos por um fato, um acontecimento, um episódio, um incidente; já a dissertação é

uma sequência que busca a racionalidade sobre as opiniões acerca do tema.

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Linguística. Descrição Estrutural. Análise pormenorizada de uma frase em que suas etapas

são apresentadas para confirmar ou descartar

determinadas regras.

Literatura. Tipo de texto literário cuja

característica principal concentra-se na

representação pormenorizada da aparência

exterior de algo ou de alguém.

(Etm. do latim: descriptio)

Sinônimo de

descrição: contagem, narração, relato e resenha

Fonte: http://www.dicio.com.br/descricao/

Observe que as definições que podemos encontrar nos dicionários já nos dão suporte necessário para a compreensão do que seja a descrição e, pelo que você já tem praticado e estudado até aqui, você também pode se dar conta de que já consegue diferenciar os tipos de textos desse que ora tratamos: o descritivo, não é mesmo? Então o texto descritivo não é tão somente elencar uma grande quantidade de atributos de um determinado objeto, realidade, sujeito, etc., mas é apresentar características singulares, comuns, mais frequentes, enfim, a depender da intenção do autor, há variação do grau de conformidade entre a descrição e a realidade. A descrição furta-se ao alinhamento histórico, pausando para melhor retratar um fato histórico, bem como melhor descrever uma personagem e isso é o que a difere da narração, que faz uma história progredir. O texto descritivo lança mão de características marcantes que o diferencia, vejamos: o uso de substantivos é frequente e delimita o que está sendo tratado pelo autor; o uso de adjetivos e locuções adjetivas colabora para a predicação dos substantivos, o que confere vivacidade ao texto, bem como as instâncias verbais garantem a ação e estados das coisas descritas e, não nos esqueçamos das metáforas, que como recurso de comparação enriquecem os textos descritivos. Exemplo de texto descritivo: A arte de ser feliz Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas.

Metáfora é uma figura de estilo (ou tropo

linguístico), que consiste numa comparação entre dois elementos por meio de seus significados imagísticos, causando o efeito de atribuição "inesperada" ou improvável de significados de um termo a outro. Didaticamente, pode-se considerá-la como uma comparação que não usa conectivo (por exemplo, "como"), mas que apresenta de forma literal uma equivalência que é apenas figurada.

Minha vida é um Roteiro de Cinema.

Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/met%C3%A1fora/

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Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim. Autora: Cecília Meireles

Texto dissertativo – argumentativo Ao tratarmos das circunstâncias comunicativas não há como construirmos muros de separação com as experiências cotidianas a que estamos sujeitos, isso porque somos seres fundamentalmente sociais e, sendo assim partimos sempre de um referencial, o outro, para enfim podermos expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões diversas. Assim, dissertar pode ser entendido como desenvolver ou explicar um assunto, discorrendo sobre ele. Isso posto, o texto dissertativo se enquadra ao grupo de textos expositivos, juntamente com os de apresentação científica, relatórios, o próprio texto didático – como esse, bem como com artigos enciclopédicos. Perceba então que em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão, mas com a transmissão de informações. Já os textos argumentativos caminham na tentativa da persuasão, Isso mesmo é fazendo uso de uma sólida argumentação, em distintas situações, sempre com o propósito de conduzir com que esse outro se veja partícipe de minhas ideias, de minhas opiniões sobre um determinado tema e, mais, que esse outro possa acreditar que eu tenha razão naquilo que digo e que escrevo. Assim, quando o texto, além de informar, também se propõe a persuadir o leitor modificando seu posicionamento diante das ideias nele contidas, nos deparamos com um texto dissertativo-argumentativo. O texto dissertativo-argumentativo é composto por três partes convencionais: Introdução A introdução se caracteriza pela apresentação do assunto e o posicionamento do autor. Ao se posicionar, formula uma tese ou a ideia principal que será tratada no texto. Assim na introdução é que se delineia o que será dito e é nessa parte que o autor mostra para seus leitores que seu texto merece atenção e, para isso, a tese ou ideia principal deve aparecer de maneira clara, objetiva. A introdução pode apresentar afirmações gerais sobre o tema tratado, pode ainda trazer considerações de tipo histórico, sociológico, filosófico, etc., bem como a citação do pensamento de outro autor, ou uma comparação, ou um questionamento pertinente ao assunto que tenta tratar e até mesmo a narrativa de um acontecimento. Muito embora, outras introduções podem ser empregadas de acordo com o autor, assunto e interlocutor. Desenvolvimento: É o momento no qual o autor desenvolve o tema, e pode fazer uso de argumentação por citação, comprovação ou raciocínio lógico, se posicionando a cerca do que está sendo

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discutido. Perceba que o conteúdo do desenvolvimento pode ser construído de diversas maneiras, e essa organização depende da proposta do texto. O desenvolvimento deve ser formado pelos parágrafos que sustentam a tese, a ideia principal. Por isso é interessante que em cada parágrafo seja apresentado e desenvolvido um argumento. Leve em sempre em conta que cada um deles poderá estabelecer a construção de relações de causa e efeito ou simplesmente comparações entre situações, bem como entre épocas e lugares diferentes, podendo ainda se apoiar em depoimentos ou citações de pessoas especialistas no tema que ora se discute. Ainda se pode apresentar e discutir sobre dados estatísticos, pesquisas, etc. Vale ainda ressaltarmos, que é um momento propicio para a aplicação de tudo o que você já estudou sobre os conceitos, juízos e raciocínios. Na construção de seu texto dissertativo esquivar-se das falácias corrobora com validade de sua argumentação e dá robustez ao mesmo. Conclusão: A conclusão, como já se prevê, é a parte final do seu texto, é um resumo de tudo o que foi trabalhado, por isso é nesse momento que responder à questão proposta inicialmente não deve ficar de fora, é o momento de expor uma avaliação final do assunto retomando a tese, construindo a síntese das ideias gerais do texto ou, simplesmente, propondo soluções para o problema discutido. Também é possível apresentar a conclusão na forma de um questionamento ou apresentando um elemento-surpresa. No caso da interrogação, ela é meramente um artifício de retórica e, já deve ter sido tratada pelo autor no texto. O elemento surpresa pode lançar mão de uma citação científica, filosófica ou literária, assim como de uma formulação irônica ou uma ideia reveladora que surpreenda o leitor e, ao mesmo tempo, ressignifique o texto.

Exemplo de Texto Dissertativo:

Uma nova ordem

Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se

sucedem os escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis

da administração pública exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa

o País.

O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos os

males. As instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em

descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do voto, também engrossam a caldeira

da descrença e, frágeis, acabam comprometendo seus programas de gestão.

Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de

trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfação e amargura.

Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que veem e

sentem, procurem manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em branco.

Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa maneira.

A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os condenará ao

castigo da história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena

chama de esperança.

O Brasil dos grandes valores, das grandes ideias, da fé e da crença, da esperança e do

futuro necessita urgentemente da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão

comum, para instaurar uma nova ordem na ética e na moral.

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Escrito por Adali Chávez Zeballos

Parabéns!

Você empreendeu um grande esforço e, está atravessando a

linha de chegada.

Espero ter colaborado com seu itinerário de estudos e, acredito

que, agora, você poderá realizar as suas próprias escolhas na

tentativa de ainda superar as dúvidas, pesquisando outras

informações que possam te auxiliar na construção de uma

argumentação capaz de provocar mudanças significativas em sua

vida pessoal, acadêmica e profissional.

Equipe Núcleo de Atividades Online

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