livro do professor - histórias...
TRANSCRIPT
Idealização La Fabbrica C
omunicação e M
arketing
CrÉdiTos
PATROCÍNIO Endesa Brasil: Ampla, Coelce, Endesa Cachoeira, Endesa
Cien e Endesa Fortaleza
Lei de Incentivo à Cultura – Pronac 089009
Idealização e coordenação geral: La Fabbrica
Comunicação e Marketing
Diretora de projetos: Fabiana Marchezi
Diretor administrativo: Mauro Mantica
Relacionamento institucional: Elaine Marin
Coordenação geral: Marina Stern
Gestão de incentivo: Animarte Consultoria
Criação e redação de conteúdos: Fabiana Marchezi,
Lilian Ana P. Faversani e Kiara Terra
Escrita das histórias: Ana Luísa Gonçalves Rodrigues
Ilustrações: Fúlvia Marchezi
Projeto gráfico: Renata Barros
Assistente de diagramação: Marco Mello
DVDRoteiro e desenvolvimento das “Dicas de Kiara”: Kiara
TerraRoteiro e desenvolvimento da atividade“Mar de histórias”: Lilian Ana P. Faversani
Filmagem e edição: Tânia Campos
Nosso agradecimento especial aos alunos da Escola Ânima
pela participação no DVD.
60
64
68
74
78
viveram felizes para sempre
Atividade 11 As históriAs que me dão medo
Atividade 12 FestivAl de PiAdAs e outrAs históriAs engrAçAdAs
Atividade 13 umA históriA PrediletA
Atividade 14 o contAdor de históriAs 1
Atividade 15 o contAdor de históriAs 2
índice
36
40
44
48
54
era uma vez
enquanTo isso
Atividade 01 As históriAs nossAs de cAdA diA
Atividade 02 o segredo guArdAdo nAs históriAs
Atividade 03umA históriA em 7 PArtes: descobrindo A estruturA dAs históriAs
Atividade 04 umA históriA de Presente
Atividade 05 As imAgens tAmbém contAm históriAs
Atividade 06 EscolhEndo uma história para contar
Atividade 07 a palavra dita com o coração
Atividade 08 vamos fazEr um sarau?
Atividade 09 os comEços são um convitE
Atividade 10 as histórias quE Estão pErtinho dE nós
08
14
20
26
30
era uma vezaTividade 01
as hisTórias nossas de
Cada dia
aTividade 02o segredo
guardado nas hisTórias
aTividade 03uma hisTória em 7
parTes: desCobrindo a esTruTura das
hisTórias
aTividade 04uma hisTória
de presenTe
aTividade 05as imagens
TambÉm ConTam hisTórias
Ele dirá aos alunos que, ao longo do projeto
Contadores, aquela caixinha ficará repleta de
pedacinhos das histórias de todos eles. Será uma
caixinha mágica, cheia da magia que eles puderem
colocar ali.
Depois de contar e de depositar seu objeto na
caixinha das histórias, ele dirá aos alunos que todos
farão a mesma coisa nos próximos dias.
Para organizar a participação de cada um,
professor e alunos devem montar um calendário
e cada aluno e aluna deve escolher o dia em que
gostaria de contar sua história. É preciso que
fique claro para as crianças também que, como
foi com o professor, a história que será contada é
uma escolha da criança: pode ser curta, comprida,
pessoal, retirada de um livro, ou do jeito que ela
desejar. A única regra aqui é que todos devem
trazer sua história para o grupo: quando e como
é escolha de cada um.
Deve ser dito para as crianças, porque todos
os que estão vivos têm histórias para contar.
Quando a gente é muito pequenininho, elas são
contadas por outras pessoas, mas conforme a
gente vai crescendo, nós mesmos passamos a
ser os contadores de nossas histórias ou das
histórias que tornamos como nossas.
Assim, com tudo organizado, a cada dia
um ou alguns alunos presentearão os colegas
com uma história. Quando terminarem de
contar suas histórias, as crianças, como o
professor, devem depositar algo na caixinha,
algo que tenha a ver com a história, que pode
ser algo visível ou invisível, não importa.
Um exercício divertido e interessante de
aquecimento para este momento diário de
contação de histórias pode ser justamente
relembrar o que cada um dos que já contaram
08 / 09
aTividade 01
as hisTórias nossas deCada diaNesta atividade, o professor contará uma história
para os alunos. Pode ser qualquer história: a de
como foi seu dia anterior, a história do dia que ele
nasceu, uma história de família, a história que ele
mais gostava de ouvir quando era pequenininho,
uma história inventada.... Pode ser também a
história de um brinquedo, um presente, ou de
qualquer outro objeto que tenha uma história.
Pode ser qualquer uma. Pode ser uma música que
conta uma história. Pode ser curtinha, pode ser
mais longa. Pode ser de verdade, pode ser
de mentirinha. Não precisa escrever. Só
contar. Depois de contar a história, ele
colocará numa caixinha o objeto que
representa essa história. Pode ser um
objeto visível ou invisível (como um
beijo, um grito, um som).
O professor contará também
porque escolheu aquela história
para contar aos seus alunos.
exemplo. Há professores que selecionam uma série
de objetos que podem ser usados para contar as
histórias, como uma maleta, um saquinho ou algo
do gênero e, dentro deles, cacarecos que qualquer
um pode usar para contar e/ou ilustrar as histórias
que se contam: guizos, bolotinhas de algodão,
retalhos de tecido, caixinhas de vários tamanhos e
cores, bolinhas. A montagem deste acervo pode ser
feita em parceria com as crianças e ser ela mesma
uma atividade a mais neste projeto.
Pode acontecer de uma criança se comprometer
a contar uma história e, chegado o dia de fazê-lo,
não ter nada a dizer, nenhuma história preparada,
enfim, não se sentir confortável para manter
seu compromisso com o grupo. Neste caso,
recomendamos aos professores que, primeiramente,
tentem ajudar a criança a organizar uma história
de qualquer maneira: pode ser a história de um
filme que ela tenha assistido recentemente, pode
ser uma história do folclore familiar, daquelas que
se escutam nos almoços de domingo ou pode ser
simplesmente algo que tenha acontecido na escola
mesmo, naquele dia mesmo, alguns momentos
antes. Pode ser também um sonho que ela teve e
consegue se lembrar. Se mesmo assim a criança
recusar sua participação naquele momento, o
professor ou professora deve, então, negociar
com a criança uma nova data, preferencialmente
próxima, como o dia seguinte, e oferecer uma série
de instrumentos de ajuda, como sugestões de
fontes de onde a história poderá ser
retirada, empréstimos de livros da sala
ou da biblioteca da escola que possam
funcionar como inspiração ou a
sugestão de que a criança entreviste
um familiar ou um amigo para coletar
uma história bem bacana para trazer
para os colegas.
10 / 11
suas histórias pôs na caixinha, pois esta é também
uma forma de relembrar as histórias já contadas
e preparar-se para as que serão apresentadas
naquele dia.
É interessante também fazer um exercício breve
de encerramento a cada sessão de contação de
histórias, que pode ser uma roda em que cada
criança fale sobre a parte de que mais gostou das
histórias contadas naquele dia.
Alguns professores gostam de marcar este
momento de contação de histórias com alguns
ritos e isso também pode ser muito organizador.
Há professores que acendem uma vela no centro
da roda e apagam as luzes da sala; há professores
que começam este momento com uma música, que
pode ser tocada ou cantada enquanto as crianças
ocupam seus lugares na roda de histórias, por
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: As HIsTóRIAs NOssAs DE CADA DIA
1. Prepare uma caixa para ser a caixinha de lembranças das histórias.
2. Escolha uma história e conte para seus alunos.3. Conte a eles por que escolheu essa história.4. Coloque na caixinha de lembranças das histórias o objeto
visível ou invisível que representa a história contada.5. Diga a eles que todos temos histórias para contar e monte
com eles um calendário para que todos possam contar sua história.
6. Deixe claro que a história que será contada é uma escolha de cada um: pode ser curta, comprida, um sonho, retirada de um livro ou qualquer outra.
7. Não se esqueça de alimentar a caixinha de lembranças das histórias toda vez que alguém contar uma história.
Como exemplo de tudo isso que se fala, o professor deve,
então, dizer a seus alunos e alunas que lhes dará hoje uma
história que é cheinha destes presentes, porque foi inventada há
muito tempo, por um povo que vivia em um lugar bem diferente.
O desafio, nesse caso, o professor deve continuar, é a gente
descobrir que perguntas estão escondidinhas nesta história e, se
houver, que respostas ela pode fornecer para estas perguntas.
É preciso ressaltar que estas perguntas e respostas virão
sempre embrulhadinhas em palavras, que a gente precisa
desembrulhar com os olhos e com os ouvidos, mas também
com as coisas que a gente já aprendeu por aí, ouvindo outras
histórias.
Assim, ao ouvir a história, todas as crianças devem descobrir
perguntas e segredos que esta história esconde sob suas
palavras. Ao final da história, todos poderão falar sobre o que
descobriram!
O professor deve ler a história “O Filho da Mãe D’Água” para
os alunos. Depois de
ler, deve perguntar a
eles:
1. Do que fala essa
história?
2. Quais as
perguntas sem
respostas que ela
guarda?
3. Há alguma
pergunta com resposta
nesta história?
14 / 15
Cada uma destas questões trata de instâncias diferentes da criação de histórias. A primeira delas cria um continente, ou um tema, sobre o que fala a história. A segunda, trata das tais questões que sempre afligiram e ocuparam a humanidade e que, por isso mesmo, sempre estão presentes nas histórias, de uma maneira ou de outra. Essas perguntas, como dissemos, não têm respostas, porque não são passíveis de uma única resposta, mas de uma diversidade delas. Tendo isso em mente, o professor deve acolher as opiniões de seus alunos a esse respeito.A terceira pergunta, por sua vez, trata das posições opinativas do(s) autore(s) de uma história, também sempre presentes, uma vez que este é um dos motivos justamente que leva alguém ou um povo a construir uma história. Neste caso, além do acolhimento ao que os alunos dizem, pode caber a discussão sobre a legitimidade destas opiniões para o tempo presente, para a vida de seus alunos e alunas.
aTividade 02
o segredo guardado nas
hisTóriasO professor deve começar contando
a seus alunos que histórias são coisas
mágicas por vários motivos: porque foram
feitas sempre por pessoas como a gente, mas
que a gente não conhece e que não nos conhecem
e, ainda assim, chegam a nós como se fossem
cartas soltas no tempo e no espaço, à procura de
quem as leia uma e outra vez.
As histórias muitas vezes nos mostram que, para
as grandes perguntas da vida, nunca há somente
uma resposta, mas várias e diferentes respostas,
o que é só um outro jeito de nos mostrar que a
gente sempre tem escolha, qualquer que seja a
situação, sobre a forma como vamos viver cada
situação de nossas vidas.
para fazer na frenTe da sala
O professor deve chamar alguns alunos à frente
para que eles digam as palavras que a Mãe D’Água
usou para amaldiçoar a moça. Deve pedir que
eles tentem imaginar também como ela diria tais
palavras: com que entonação, com que gesto, com
que olhar.
O professor também deve convidar à frente da
sala os alunos que desejarem recontar o final da
história para seus colegas.
No final da atividade, o professor deve pedir a
um aluno para guardar na caixinha de lembrança
das histórias um objeto que esteja ligado à história
do “Filho da Mãe D’Água”.
16 / 17
Nós fizemos as duas perguntas para crianças e adultos e foi isso que nós ouvimos:
do que fala essa hisTória?- Essa história fala sobre uma lagoa. Tenta explicar porque essa lagoa é tão grande.- A história fala sobre as conseqüências dos nossos atos. Mostra que todos podemos ser afetados tanto pelos nossos atos quanto pelos atos de outras pessoas. - A história fala de uma tristeza. - A história fala de coisas que não têm fim.
sobre as pergunTas sem resposTa- Por que a Mãe D’Água não compreendeu o sofrimento da moça e a amaldiçoou assim mesmo?- Por que o filho também foi amaldiçoado se ele era só um bebê?
sobre as pergunTas Com resposTa- Do que a moça tinha vergonha? Tinha vergonha de ter um filho sem pai.
Cada uma destas questões e as respostas que as crianças
puderem fornecer devem ser registradas na forma de uma lista,
que pode e deve ser consultada no decorrer das discussões
que se seguirão. Este registro também poderá ajudar seus
alunos e alunas a recontar esta história, quando a oportunidade
se apresentar, e a fazer as atividades complementares que se
sugere a seguir.
para fazer no Caderno
Cada criança deverá responder em seu caderno ou em folha
própria para isso às seguintes questões propostas pelo professor:
1. Na sua opinião, quais foram as palavras que a Mãe D’Água
disse para amaldiçoar a moça?
Há muitas formas e muitas fórmulas para se amaldiçoar alguém, mas alguns aspectos são mínimos necessários: uma maldição deve, necessariamente, conter um mal desejo que se dirige a alguém; deve também prever um tempo de duração para este desejo (pode até ser para a vida toda, mas um tempo!) e, neste caso, deve também conter a fórmula de sua superação, ou o desencanto.
2. Imagine a Mãe D’Água e faça um desenho dela.
A Mãe D’Água é um personagem delimitado por seu próprio nome e seus alunos e alunas devem pensar nisso quando a desenharem. Isso não significa que eles devam fazer uma representação literal e fotográfica das palavras que compõem o nome da personagem, mas alguns elementos devem aparecer necessariamente, mesmo que por evocação. Por exemplo, não é preciso que apareçam elementos líquidos na composição da personagem, mas é preciso que a ideia de água seja evocada, seja pela presença de conchas ou por um cabelo ou roupas azuladas, mas algo deve remeter à ideia de água de forma imediata.
3. Se você fosse mudar o final dessa história, como ela
terminaria?
Alterar o fim de uma história não é tarefa simples e muitas crianças não se sentem confortáveis com isto. Se isto acontecer com algum de seus alunos e alunas, ofereça-lhes alternativas: eles podem incluir outros personagens, por exemplo, um herói, que modifique o desenrolar da narrativa; podem também escolher outros nomes para a história; podem ainda, simplesmente, reescrever esta mesma história sem qualquer alteração importante além da subversão do foco narrativo: como seria a mesma história contada pela mãe que abandona seu filho na lagoa? E se fosse contada por uma das lavadeiras que é assombrada pelo Barba Ruiva?
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: O sEGREDO GuARDADO NAs HIsTóRIAs
1. Conte que as histórias são mágicas e explique.2. Peça para eles prestarem atenção na história que você irá contar
para descobrirem perguntas e segredos que a história esconde.3. Leia a história do “Filho da Mãe D’Água” e, ao final, faça as 3
perguntas.4. Registre na lousa as respostas de seus alunos.5. Proponha as atividades listadas no “Para fazer no caderno”.6. Proponha as atividades listadas no “Para fazer na frente da sala”.7. Escolha junto com os alunos um objeto que represente a história
do Barba Ruiva para colocar na caixinha de lembranças das histórias.
Em seguida, o professor deve avisar a seus
alunos e alunas que, nesta aula, haverá uma outra
história, que ele vai contar em seguida. Ele pode
dizer que essa segunda história foi escolhida
porque ela pode ensinar uma das coisas mais
importantes que existem sobre histórias: ela pode
mostrar o caminho de uma história, como as placas
de sinalização de rua mostram os caminhos que
devemos tomar para chegar a algum lugar.
Assim como na cidade ou nas estradas, essa
sinalização sobre o caminho que a história segue
está na própria história, faz parte dela e, por isso,
podemos reconhecê-la. Por isso também podemos
compará-la às varinhas de uma pipa (ou papagaio,
ou quadrado). Elas são a parte que dá estrutura,
de tal forma que o brinquedo possa voar.
Com esta introdução, o professor lerá para as
crianças a história “A Lenda do Açaí”.
Ao concluir a leitura, fará as mesmas perguntas
que já fez na atividade 2 (Do que fala essa
história? Que perguntas sem resposta ela
guarda?), e explicará que estas perguntas são
tão importantes que eles vão passar por elas
muitas vezes, em muitas das histórias com
que vão trabalhar.
Depois disso, ele explicará às crianças que
elas farão um exercício muito interessante. Elas
terão que recontar a “Lenda do
Açaí” em 7 partes. O objetivo
desse exercício é reconhecer
a estrutura da história (toda
história tem uma estrutura, ou
seja, partes fundamentais que
dão vida e identidade a ela).
Uma das maneiras de se
começar esse exercício é pedir
às crianças que selecionem sete
20 / 21
A redução de uma história qualquer a sete partes que a resumam é um exercício que evidencia a estrutura mínima de uma história, ou seja, é algo que funciona precisamente como os pontos de referência que utilizamos quando queremos explicar a alguém que caminho fazer para chegar a algum lugar.
aTividade 03
uma hisTória em 7 parTes: desCobrindo a esTruTura das hisTóriasEsta atividade também começa com uma história contada pelo
professor. Além de contar a história, o professor pode contar as
outras histórias que nascem desta primeira: por que escolheu
esta história para seus alunos e alunas bem naquele dia, onde
a ouviu ou leu pela primeira vez, porque a guardou consigo
especialmente para trazer para eles neste dia.
Ao acabar esta primeira história, o professor deve colocar
na caixinha de histórias o objeto visível ou invisível que
corresponde a ela.
recontá-la. Para isso, deverão ser organizados em grupos
de sete e cada membro do grupo deve tomar sob sua
responsabilidade uma das frases escolhidas por todos.
Alguns cuidados podem ser importantes aqui:
• As crianças devem contar a história como puderem
recordá-la, sem ler a frase que lhe cabe, simplesmente;
• Não é necessário ou desejável que esta contação se
reduza às frases que a inspiram. As crianças podem
recuperar os elementos que enriquecem a história,
conforme se lembram, e incorporá-los à parte que
contam;
• Cada grupo, com o auxílio do professor, deve
combinar formas de deixar claro quando uma criança
considera encerrada sua parte, para ceder a vez à
criança que a sucederá;
• Se alguma criança não conseguir lembrar a parte
que deve contar ou não quiser fazê-lo por qualquer
motivo, outra pessoa do grupo pode ajudá-la. O
professor deve lembrá-los que esta é uma atividade
de equipe, que a história e aquele momento de
recontá-la é de todos e, por isso mesmo, eles podem
e devem se ajudar, cooperar.
Quando todos os grupos tiverem apresentado sua
versão da história, o professor deve finalizar a atividade
selecionando com seus alunos o objeto visível ou invisível
que será colocado na caixinha para marcar esta história.
22 / 23
FAzENDO AO CONTRáRIOOutra atividade que pode ser interessante, é fornecer a seus alunos e alunas sete frases previamente preparadas e, então, pedir-lhes que transformem cada frase em um parágrafo, enriquecendo a história que foi apresentada resumidamente.
palavras que não poderiam faltar na história. É
preciso que a seleção seja cuidadosa e negociada
entre todos, porque o objetivo aqui é que eles
construam sete partes pequenas que dêem conta
de suportar, sozinhas, o continente da história, a
própria história. As palavras devem ser escritas
na lousa para que eles se lembrem, daquilo que
consideraram fundamental para a história.
Para organizar a atividade das crianças, o
professor pode prosseguir perguntando-lhes como
fariam caso quisessem recontar esta história. As
frases ditas pelas crianças devem ser escritas na
lousa, mesmo que sejam – e provavelmente serão,
neste momento – em número superior às sete
sugeridas aqui.
Uma vez registradas as frases, pode-se convidar
as crianças a eliminar aquelas que não lhes
parecerem tão importantes, ou porque representam
alguma redundância, ou porque não trazem em si
os elementos centrais do enredo da narrativa.
As que devem ser mantidas, é claro, são aquelas
que dão vida e identidade à história.
Finalmente, pode ser preciso ainda ordenar
estas sete frases restantes, de forma a manter o
eixo cronológico que organiza a narrativa.
para fazer no Caderno
Quando tudo isso tiver sido feito e as frases
estiverem lá, bonitinhas e organizadas, os alunos e
alunas devem copiar em seus cadernos as sete frases
que resumem e revelam a estrutura da história.
Outra possibilidade, depois de feita a cópia, é a
de transformar a história contada em uma história
em quadrinhos, com sete quadrinhos, é claro!
para fazer na frenTe da sala
Depois desse exercício de ir e vir pela estrutura
da história, as crianças estarão prontas para
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: DEsCObRINDO A EsTRuTuRA DAs HIsTóRIAs
1. Escolha uma história para contar aos seus alunos e diga por que você decidiu contá-la para eles.
2. Deposite o objeto visível ou invisível na caixinha de lembranças das histórias.
3. Diga que, hoje, vocês aprenderão sobre uma coisa chamada “estrutura das histórias” e leia para eles a “Lenda do Açaí”.
4. Faça as 3 perguntas.5. Proponha a eles o exercício de recontar a lenda do Açaí em 7
partes pequenininhas.6. Proponha a atividade descrita no “Para fazer no caderno”.7. Proponha a atividade descrita no “Para fazer na frente da
sala”.
acontecer de alguma criança ficar sem presente, e
outra ganhar mais de um. Nesse caso, o professor
pedirá à criança que tem muitos presentes que
escolha um deles para repassar àqueles que não
ganharam. Pode acontecer também de alguma
criança esquecer de trazer sua história-presente.
Nesse caso, o professor pode ter algumas pequenas
histórias para suprir esta falta ou mesmo convidar
os alunos e alunas a oferecerem outras histórias que
conheçam.
Os amigos que foram presenteados com
as histórias poderão dizer à classe, se assim o
desejarem, seus agradecimentos pelo presente
recebido. Se não quiserem, podem apenas
agradecer com um simples obrigado, mas é papel
do professor assegurar que todos recebam seu
presente educadamente.
Caso não haja tempo suficiente para que todos
os presentes sejam dados, o professor deve dizer
que eles podem se reunir depois, para que todos
recebam e dêem seus presentes, ou ainda que eles
possam transformar seus presentes, desenhando
ou escrevendo as histórias que escolheram para os
amigos e, então, entregá-las.
para fazer no Caderno
O professor pedirá a seus alunos que registrem em
seus cadernos a história que ganharam de presente
ou aquela da qual mais gostaram. Deve lembrá-
los que o registro deve conter as partes mais
importantes da história, ou seja, sua estrutura. O
registro não precisa ser longo, mas ele deve conter
todas as partes importantes da história. Ilustrações
serão muito bem vindas também. Afinal, as
imagens também contam histórias.
26 / 27
aTividade 04
uma hisTória de presenTeEsta atividade começa com o professor dizendo
que está trazendo um presente para a classe. Esse
presente é uma história. Ele deve dizer à sala
porque escolheu aquela história como presente.
Depois de “dar” a história para as crianças
e colocar o objeto que representa a história na
caixinha, o professor pedirá às crianças que voltem
para casa e escolham uma outra história. Mas,
desta vez, eles a darão de presente a um amigo.
Ela deve ser escolhida com muito cuidado, como
um presente. O professor deve lembrar aos alunos
que quando escolhemos um presente para alguém,
pensamos naquilo que combina com essa pessoa,
que, acreditamos que a faria feliz. A escolha da
história de presente deve ser feita com o mesmo
cuidado. Pode ser uma história curtinha, de
verdade ou de mentira, pode ser uma piada, uma
música, um sonho. O importante é que deve ser
escolhida de coração, para o amigo ou amiga que
ele quiser.
pra fazer na frenTe da sala
No dia seguinte, o professor convidará os alunos
a “entregarem” seus presentes. Os alunos que
quiserem poderão ir até a frente da sala e dar seu
presente, contando a história e não esquecendo de
nomear o amigo que irá recebê-la. Se for possível,
ele poderá contar a todos por que escolheu
aquela história como presente. Desta vez, o objeto
que representa a história (visível ou invisível)
pode ser entregue ao amigo ou amiga, em vez
de ser colocado na caixinha das histórias. Pode
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: uMA HIsTóRIA DE PREsENTE
1. Diga aos seus alunos que você trouxe um presente para a classe.
2. Diga a eles que esse presente é uma história.3. Conte a eles a história e explique o motivo pelo
qual você escolheu justamente essa história para contar.
4. Defina com eles o objeto que será colocado na caixinha de lembranças das histórias.
5. Peça para as crianças pensarem com muito cuidado numa história para dar de presente para um colega.
6. Proponha as atividades descritas no “Para fazer na frente da sala”.
7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer no caderno”.
para fazer no Caderno
O professor deve pedir a seus alunos que lembrem
uma história conhecida e, em seguida, desenhem
uma imagem que corresponda a esta história
em seu caderno. Não deve haver, neste trabalho,
nenhuma escrita ou qualquer outra indicação da
história que inspirou o desenho.
Em seguida, o professor deve organizar com
seus alunos uma exposição destes trabalhos, ou
uma roda em que todos possam mostrar seus
desenhos e em que os colegas tentarão descobrir
que história inspirou as imagens.
para fazer na frenTe da sala
Assim como as imagens contam histórias, nossos
gestos também podem revelar muitas coisas
quando contamos histórias.
O professor deve desafiar seus alunos a fazer
um jogo muito divertido. Eles devem pensar num
personagem e atribuir algumas características a
ele (não vale falar para ninguém). Por exemplo: eu
penso num personagem feminino, uma princesa,
muito bonita, alta, de cabelos compridos e
cacheados que vão até o pé, que usa vestidos
longos, é muito boazinha e gosta de dançar.
Na frente da sala, minha tarefa será descrever
esse personagem somente com gestos (não vale
falar nada) e a sala inteira vai ter que adivinhar
quais características têm meu personagem tem.
Ilustrações serão muito bem vindas também.
aTividade 05
as imagens TambÉm ConTam hisTóriasO professor deve levar para a sala de aula uma
imagem grande, com muitos elementos, ou
algumas imagens menores. De qualquer forma, a
seleção deve ser feita cuidadosamente. Podem ser
reproduções de obras de arte, imagens retiradas
de revistas, fotografias, desenhos etc.
Antes de mostrar a imagem para seus alunos, o
professor deve dizer-lhes que imagens são sempre
pedaços de uma história, congelados no tempo.
Isto é, é sempre possível supor um antes e um
depois para uma imagem qualquer.
Em seguida, o professor deve mostrar a imagem
(ou distribuir as imagens, se for o caso) aos seus
alunos e alunas e convidá-los a analisar o que
vêem e a imaginar o que acontecia antes daquilo
que está na imagem e o que teria acontecido
depois. Além disso, é importante que o professor
os oriente a prestar atenção aos detalhes, como
a determinação do lugar que serve como cenário
para esta imagem, indicativos de época (como
roupas, objetos e mesmo o cenário),
expressões faciais que revelam o que
sentem e pensam os personagens.
Os alunos, então, serão convidados
a falar livremente sobre que histórias
poderiam ser contadas por aquela
imagem.
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: As IMAGENs TAMbéM CONTAM HIsTóRIAs
1. Selecione várias imagens e leve-as para mostrar a seus alunos. Podem ser reproduções de obras de arte, imagens retiradas de revistas, fotografias, desenhos etc.
2. Antes de mostrar as imagens, explique aos alunos que imagens são pedaços de histórias, congelados no tempo. Sempre podemos supor um antes e um depois para qualquer imagem.
3. Mostre a eles as imagens que você selecionou.4. Oriente seus alunos a prestarem atenção nos detalhes de cada
imagem.5. Convide-os a falar livremente sobre quais histórias poderiam ser
contadas por aquela imagem.6. Proponha as atividades descritas no “Para fazer no caderno”.7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer na frente da sala”.
enquanto isso
aTividade 06esColhendo
uma hisTória para ConTar
aTividade 07a palavra diTa
Com o Coração
aTividade 08vamos fazer
um sarau?
aTividade 09os Começos
são um ConviTe
aTividade 10as hisTórias que
esTão perTinho de nós
Todos os livros devem ser levados para a sala de aula e cada
criança deve explicar aos colegas as razões que o levaram a
escolher exatamente aquele livro, entre tantos outros possíveis.
O professor deve então informar a seus alunos que uma
daquelas histórias será lida ou contada para a sala, mas que
eles precisarão escolher juntos, não numa votação, em que
a maioria vence, mas a minoria perde, mas num trabalho de
argumentação, em que as crianças deverão convencer seus
colegas sobre determinada história, apresentando suas razões,
criando outras razões possíveis e ouvindo os argumentos dos
outros também.
Quando, finalmente a história tiver sido escolhida, o professor
deve lê-la para a sala (ou contá-la a seu modo). Todas as outras
histórias devem compor uma lista de recomendações de leitura,
que deverá ser afixada
na parede da sala ou no
mural da biblioteca.
Ao final da leitura, o
professor e seus alunos e
alunas devem escolher um
objeto visível ou invisível
para depositar na caixinha
de histórias e para ser
entregue ao responsável
pela biblioteca, se for o
caso, como um presente
que acompanhará a
devolução do livro.
para fazer no Caderno
Cada aluno deverá escrever as razões pelas quais recomendaria
a mais alguém a leitura da história que escolheu originalmente
e coletar, com a ajuda de seu professor, os dados bibliográficos
que organizam esta indicação, tais como nome do livro, nome
do autor, do ilustrador, quando houver, editora etc.
para orienTar melhor as Crianças, voCê pode ofereCer as pergunTas que devem ser respondidas por elas no TexTo que elas Terão que produzir. são elas:
• O que eu gostei na história e acho que você vai gostar também?
• Qual é o nome do livro?
• Onde você pode encontrá-lo?
• Qual é o nome do autor ou autores?
• Qual a editora que o publicou?
36 / 37
aTividade 06
esColhendo uma hisTória para ConTarO professor deve dizer a seus alunos que escolher
uma história é exatamente como escolher outra
coisa qualquer: a gente precisa de uma razão
para escolher esta e não aquela. Pode ser que
a gente escolha história como a gente escolhe
o sabor do sorvete: porque gostamos, porque
queremos experimentar algo novo ou porque
alguém nos disse que era muito bom. Pode
ser que a gente escolha a história, como quem
escolhe um presente: porque achamos que o
outro vai gostar muito! Pode ser que a gente
escolha a história como a gente escolhe coisas
em um supermercado: porque é mais fácil,
porque estava logo ali ou porque a gente já está
acostumado a esta história. Não importa qual seja
a comparação, sempre há uma razão.
O professor pode, em seguida, contar a seus
alunos e alunas como ele escolhe uma história,
quando vai, por exemplo, a uma livraria ou a uma
biblioteca. Será que ele é daquelas pessoas que
escolhem pela capa ou preferem os autores já
conhecidos? Será que ele coleta indicações entre
amigos e livreiros? Será que ele gosta da aventura de
escolher uma história só porque não sabe nada sobre
ela ou seu autor?
O professor deve, então, convidar seus alunos e
alunas a irem à biblioteca da escola ou apresentar-
lhes livros previamente selecionados e pedir-
lhes que escolham uma história qualquer, só
não vale repetir a do colega.
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: EsCOlHENDO uMA HIsTóRIA PARA CONTAR1. Diga a seus alunos que escolher uma história é como escolher outra coisa qualquer: a gente tem uma razão para escolher uma e não outra.
2. Conte a seus alunos e alunas como você escolhe uma história, quando vai, por exemplo, a uma livraria ou a uma biblioteca.
3. Leve os alunos para a biblioteca da escola ou apresente a eles vários livros. Cada um deverá escolher uma história.
4. Em sala, cada criança deverá argumentar na tentativa de convencer as demais que sua história deve ser lida para todos.
5. A história escolhida deve ser lida ou contada para a classe e as demais devem compor uma lista de recomendações de leitura que será afixada no mural da biblioteca ou na sala de aula.
6. Alimente a caixinha de lembranças das histórias com o objeto que representa a história.
7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer no caderno”.
importantes da personagem, como um gigante que tenha uma
voz grave e alta!
para fazer na frenTe da sala
Em seguida, o professor deve propor a seus alunos e alunas um
desafio: eles vão ler a história “Sopa de Pedra”, uma história
de malasartes, caprichando na entonação, especialmente
no momento da fala dos personagens. Para isso, podem
se dividir em grupos, de forma que uma criança fique
responsável pela narração, outra pelas falas de
um personagem, mais uma pelas falas de outro
personagem e assim por diante.
O desafio será o seguinte: antes de começarem
a leitura, as crianças terão que nomear que
característica do personagem querem enfatizar
ou revelar com a entonação que proporão.
Pedro pode ser esperto, mas também pode ser
só desonesto ou mal intencionado.
A velhinha pode ser sovina ou pouco inteligente,
ou mesmo má.
A cena da história em que os dois se encontram
pode ser dramatizada por todos os grupos,
com diferentes interpretações e entonações
que as revelem.
Depois de explorarem a história, professor e
seus alunos e alunas devem escolher um objeto
visível ou invisível que a represente para ser
depositado na caixinha.
para fazer no Caderno
O professor deve pedir às crianças que escrevam a
receita da sopa de pedras, lembrando sempre que
os principais ingredientes, aqui, são a esperteza do
menino e a curiosidade da velhinha.
40 / 41
aTividade 07
a palavra diTa Com o CoraçãoO professor deve contar a seus alunos que há
muitos jeitos diferentes de se dizer uma mesma
coisa e, dependendo de como se diz, o significado
da coisa pode mudar também. É interessante
oferecer exemplos que demonstrem esta fala,
como a fala de uma mãe diante do desenho feito
por seu filho (“Que bonito!”) e a fala desta mesma
mãe, diante da bagunça feita por este mesmo filho
quando brincava (“Que bonito!”). No primeiro caso,
trata-se de um elogio, enquanto que no segundo,
com a entonação apropriada, trata-se do início de
uma bronca, quase uma ironia.
A entonação da fala é quase que a música dos
textos, das histórias e pode ser acompanhada de
uma pequena dança também: as expressões faciais
e corporais. Este recurso da linguagem nos ajuda a
mostrar como nos sentimos sobre o que falamos ou
quando dizemos algo.
Quando contamos uma história, este é um recurso
que fala mais sobre os personagens ou sobre suas
sensações e experiências na história. Pode ser
também uma das formas de mostrar características
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: A PAlAVRA DITA COM O CORAçãO1. Conte a seus alunos que há muitos jeitos diferentes
de se dizer uma mesma coisa e, dependendo de como se diz, o significado da coisa pode mudar também.
2. Dê exemplos.3. Diga que a entonação da fala é uma espécie de
música das histórias.4. Diga que as expressões faciais e corporais são
uma espécie de dança que pode acompanhar uma história contada.
5. Diga que, quando contamos uma história, podemos dar mais vida aos personagens se encontrarmos jeitos de mostrar aos nossos ouvintes algumas de suas características (tente imitar um gigante com uma voz grave e alta).
6. Proponha as atividades descritas no “Para fazer na frente da sala”.
7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer no caderno”.
outras pessoas que cuidam de nós). Estas histórias podem ser
conhecidas por mais gente ou podem ser simplesmente histórias
da família, parte do que chamamos de folclore familiar.
Nesse caso também não importa muito a competência de
quem conta a história, o que importa é o carinho de quem a ouve.
O professor deve, então, convidar seus alunos a falarem sobre
estas histórias e seus contadores. Quem são eles, quando contam
ou contaram estas histórias (sim, porque há histórias familiares
que são repetidas uma e outra vez), quem os ouve, qual é a coisa
mais bacana desta contação em particular ou da pessoa que a
conta. O professor também pode participar desta roda falando
sobre seu próprio folclore familiar, suas recordações infantis ou
seu papel atual como adulto em uma família.
para fazer em Casa e no Caderno
As crianças devem procurar a pessoa que lhe conta a história
de que mais gosta em sua família ou em seu círculo de amigos.
Pode ser uma história conhecida ou uma história que diz
respeito apenas àquele grupo, não importa. A criança deve
pedir à pessoa que lhe conte a história uma vez mais e escrevê-
la em seu caderno para mostrá-la a seus colegas. A história
pode ser escrita ou desenhada, se a criança preferir.
para fazer na frenTe da sala
Quando as crianças trouxerem suas histórias familiares, devem
falar tanto sobre a história, quanto sobre a pessoa que conta
esta história.
Depois disso, as crianças devem escolher, com a ajuda
de seus professores, as histórias que elas mais gostaram e
programar um sarau de histórias com estas pessoas.
Para isso, as crianças poderão confeccionar convites para
cada um dos contadores escolhidos. É preciso também
oferecer algo em retribuição à visita e ao presente-história que
se recebe. Aqui, vale qualquer coisa: pode ser um chá ou um
lanchinho que todos partilham enquanto ouvem as histórias
ou podem ser outras histórias que as crianças preparem para
oferecer como retribuição.
44 / 45
aTividade 08
vamos fazer um sarau?Contar uma história é muito gostoso, mas nem sempre é
fácil. Para as crianças, que estão apenas começando nesta
aventura, pode ser ainda mais difícil, embora isso não
necessariamente aconteça.
Mas há crianças que ficam envergonhadas diante do
grupo que ouve a história e, então, falam baixinho, ou alto
e esganiçado, ou muito rapidamente...
É por isso que parte importante da contação de
histórias está em quem ouve a história contada.
Para explicar tudo isso a seus alunos e alunas, o
professor deve começar lembrando que as histórias
que nos contam no decorrer da vida são presentes que
recebemos, e que receber presentes requer, muitas vezes,
uma generosidade igual à de quem os dá.
Assim, o professor deve dizer a seus alunos que ali eles
não precisam se preocupar, porque estão entre amigos
e isso é muito gostoso. Ali, tudo que eles tiverem para
oferecer, será bem recebido!
Existem outros lugares onde isso também é verdade,
como a casa da gente.
O professor deve lembrar às crianças que eles muito
provavelmente vêm ganhando histórias de presentes
há mais tempo do que conseguem se lembrar, pois
seus pais, avós, tios e irmãos mais velhos as contam (ou
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: VAMOs FAzER uM sARAu?1. Relembre aos alunos que histórias são presentes que
recebemos ao longo da vida.2. Diga também que somos generosos tanto por dar quanto
por receber as histórias que nos são dadas.3. Enfatize que todos estão entre amigos e que todas as
histórias que tiverem para oferecer serão carinhosamente recebidas por todos.
4. Lembre seus alunos que eles provavelmente vêm ganhando histórias de presentes há muito tempo e que muitas dessas histórias lhes foram dadas por seus parentes ou amigos mais velhos.
5. Convide os alunos a falarem sobre histórias da família (folclore familiar). Participe também contando histórias sobre a sua infância ou recordações infantis.
6. Proponha as atividades descritas no “Para fazer em casa e no caderno”.
7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer na frente da sala”.
Chapeuzinho Vermelho, Branca de Neve ou Cinderela. A fórmula “Era uma
vez...” certamente surgirá e deve ser anotada na lousa. Se surgirem outras
formas clássicas de introduzir uma história, também devem ser anotadas
(como “há muito tempo atrás”, “em um reino distante” etc).
Agora, todos devem voltar à história lida, “As Ondas do Mar”, para
verificar que ela não usa nenhuma destas formas mais próprias dos contos
de fadas, mas sua introdução também remete a uma ideia de tempo remoto,
irrecuperável, um tempo em que as coisas eram muito diferentes de como as
conhecemos hoje. É um convite para que nossa imaginação viaje para aquele
tempo no qual as coisas podiam ser muito diferentes das que vemos hoje.
para fazer no Caderno ou numa ouTra folha de papel
Desta vez, o objeto que será colocado na caixinha de lembranças das histórias
não será escolhido pelas crianças, mas feito por elas.
Os alunos e alunas devem escrever um pequeno manual para começar
e terminar histórias, listando todas as fórmulas lingüísticas de que se
lembrarem. É interessante discutir com as crianças como cada uma destas
fórmulas tem funções específicas, como distanciar a história no tempo
e espaço, como já vimos, ou aproximá-la, como se faz nas crônicas, por
exemplo, cuja introdução usa fórmulas distintas, como “outro dia mesmo”,
“aconteceu comigo”, ou “era uma manhã qualquer”. O mesmo acontece, é
claro, com as fórmulas de encerramento.
Os alunos e alunas devem receber uma versão simplificada de um conto
de fadas clássico qualquer. Com a ajuda de seu professor, devem localizar
todos os elementos textuais que situam esta história em um tempo e lugar
distantes, desde as fórmulas de introdução do conto, até elementos próprios
do cenário (castelo) e caracterização de personagens (príncipe, princesa).
Uma vez localizados e devidamente marcados, as crianças devem reescrever
o conto substituindo cada um destes elementos para modernizar a narrativa,
remontando a história como se ela se passasse nos dias de hoje.
para fazer na frenTe da sala
O professor dirá às crianças que os contadores de histórias se preocupam muito com os começos. E que eles criam muitos jeitos diferentes para convidar os ouvintes a entrar no mundo mágico de suas histórias.
O professor, então, mostrará às crianças algumas das chamadas “fórmulas de aquecimento” que os contadores usam para encantar seus ouvintes e levá-los nas viagens maravilhosas da imaginação.
48 / 49
aTividade 09
os Começos são um ConviTeO professor deve ler para seus alunos e alunas
a história “As Ondas do Mar”. Depois de ler
e discutirem um pouco sobre a história, suas
perguntas e respostas, o professor deve chamar
a atenção de seus alunos para o fato de que
este é um conto bem antigo, do folclore afro-
brasileiro. Deve também explicar o que isso
significa, dizendo que os africanos chegaram ao
Brasil primeiramente na condição de escravos
capturados e que suas histórias, assim como suas
músicas e crenças religiosas, foram um jeito que
esses prisioneiros encontraram para manter um
pouquinho de sua terra natal e de sua cultura,
mesmo em condições tão desfavoráveis.
Depois dessa pequena introdução, o professor
deve dizer aos alunos que ele gostaria de falar,
hoje, sobre os começos, porque eles são muito
importantes quando contamos, lemos, ouvimos
ou escrevemos uma história. Os começos são
um convite para entrarmos num outro mundo,
o mundo das histórias. Eles nos convidam para
uma viagem encantada. Por isso, devemos
prestar muita atenção aos começos.
Então, o professor deve perguntar aos
alunos se eles se lembram de como começam,
tradicionalmente, os contos de fadas, como
2. Nas Guianas, o contador grita:- Massak!O auditório responde:- Kam!
3. Entre os bambaras (um povo da África) o primeiro que toma a palavra diz:- Eu vou contar meu conto.O público responde:- Namoun!- É uma mentira – diz o contador.- Namoun!- Nem tudo é falso – retoma o contador.- Namoun!
4. Em outras regiões, o aquecimento pode ser uma brincadeira.
5. Na Turquia, o contador senta-se numa cadeira e usa um lenço e um bastão. Antes de iniciar a história, ele faz malabarismos e mímicas com o lenço para prender a atenção dos ouvintes.
Depois de dar os exemplos, o professor, então, convidará os alunos e alunas para que se reúnam em grupos e criem suas próprias fórmulas de aquecimento. É importante lembrá-los que não há fórmulas certas ou erradas e que deem asas à sua imaginação para criá-las. Podem usar palavras, gestos, sons, objetos e tudo o que desejarem. Os grupos que se sentirem dispostos, podem apresentar suas fórmulas na frente de toda a sala.
50 / 51
FóRMulAs DE AQuECIMENTO1. Os marinheiros franceses usam essa fórmula para começar a contar suas histórias. Eles começam dizendo o seguinte:Todas as histórias moram num grande poço, o poço das histórias. Nesse poço os personagens vivem em perfeita harmonia. Eles vão levando sua vida à espera de que alguém os chame para que suas histórias possam ser contadas. O contador de histórias é alguém que sabe como girar a manivela desse poço para trazer à tona todos esses personagens com suas surpresas e encantamentos. Mas o contador só consegue girar a manivela se vocês o ajudarem.Então:Quando eu disser CRIC, vocês dirão CRACQuando eu disser MISTICRIC, vocês dirão MISTICRACQuando eu disser DECLIC, vocês dirão DECLACVamos lá:CRIC! CRAC!MISTICRIC! MISTICRAC!DECLIC DECLAC!E agora a manivela gira.... gira... Era uma vez...
professor, no dvd que aCompanha esTe maTerial a ConTadora de hisTória Kiara Terra TambÉm fala sobre as fórmulas de aqueCimenTo.
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: Os COMEçOs sãO uM CONVITE1. Leia para seus alunos a história “As Ondas do Mar”.2. Chame a atenção dos alunos para o fato dessa história
pertencer ao universo das histórias afro-brasileiras e que os africanos chegaram ao Brasil na condição de escravos e que suas histórias foram um jeito que encontraram para manter um pouco de sua terra natal e da sua cultura.
3. Pergunte aos alunos se eles se lembram de como começam, tradicionalmente, os contos de fada e anote todos os começos lembrados na lousa.
4. Diga que os começos são muito importantes porque eles são como convites para uma viagem encantada.
5. Volte à leitura da história “As Ondas do Mar” para lembrá-los de como essa história começa com um convite para que nossa imaginação viaje para aquele tempo no qual as coisas podiam ser bem diferentes das que vemos hoje.
6. Proponha as atividades descritas no “Para fazer no caderno ou numa outra folha de papel”.
7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer na frente da sala”.
sObRE Os COMEçOs - As FóRMulAs INTRODuTóRIAsOs contos etiológicos (aqueles que explicam porque as coisas são assim) podem começar com uma pergunta, e logo depois uma afirmação:- Houve um tempo em que a água do mar era doce como melado, agora ela é salgada. Vocês sabem por que ela ficou salgada? Pois vou contar por quê...
No Marrocos, os chleuhs começam seduzindo o auditório:- Eis o que escutei entre os nobres. Eu o contarei a vocês...
Os contadores espanhóis dizem:- Habia una vez... (Havia uma vez...)- Aunque lês cueste creerlo... (Embora seja difícil de acreditar...)- Em um lejano lugar... (Num lugar distante)- Hace mucho, mucho tiempo (Há muito, muito tempo...)
Nos contos húngaros, encontramos:- Onde foi, onde não foi, além dos sete reinos e pra cá do mar Openciano (um mar ou rio imaginário)- Bem pra lá do cafundó onde fuça o porquinho Rabicó...- Num lugar distante, vivia certa vez um rei...- Além dos sete reinos...- Faz tanto tempo que naquela época as pedras ainda nem tinham endurecido...
Fórmulas utilizadas na Idade Média ainda são utilizadas hoje:- No tempo em que Deus passeava pela terra...- No tempo em que os animais falavam...- Quando Nosso Senhor andava pelo mundo...
Os índios da Amazônia dizem:- Uatá, uatá, uatá (Andou, andou, andou)
Os contadores russos dizem:- Foi lá que isso se passou, além do Mar Vermelho, além da Floresta Azul, além da Montanha de Cristal, além da Cidade de Palha, lá onde se junta água na peneira...- Muito longe, além da extremidade do mundo e além mesmo das Montanhas dos Sete Cães, era uma vez um rei....
As informações contidas nesta atividade relativas às fórmulas de aquecimento e introdutórias foram coletadas da publicação intitulada “O Oficio do Contador de Histórias”, de Gislayne Avelar Matos e Inno Sorsy, editadas pela WMF Martins Fontes. Vale a pena a leitura completa desta bela obra.
que às vezes alguns povos até usam as histórias como memória, como uma
forma de manter vivo aquilo que eles não querem esquecer, exatamente como
algumas pessoas usam, hoje em dia, as fotografias ou os filmes.
O professor deve, então, explicar a seus alunos e alunas que este é o caso
da história que conhecerão nesta atividade.
É mais uma história dos afro-brasileiros, negros que foram capturados na
África e trazidos para o Brasil como escravos. Diferentemente da história
de Iemanjá que conheceram outro dia, esta história fala de pessoas reais,
que realmente existiram e de coisas que elas realmente fizeram. É claro
que não há forma de saber se o que a história conta foi precisamente o
que aconteceu, mas é certo que a história mostra o que este povo quis que
ficasse na memória de todos para sempre, o que não deveria ser esquecido.
Partes da história podem ser verificadas, como a Igreja de “Chico Rei”, que
existe até hoje, em Ouro Preto, Minas Gerais e é uma igreja diferente de
todas as outras, pois os santos dos altares são todos negros e os enfeites
das paredes são todos representações de plantas e animais africanos (há
muitas imagens dessa igreja disponíveis em guias turísticos e na Internet e o
professor pode mostrar algumas delas a seus alunos e alunas).
É o momento de ler a história de “Chico Rei”, este personagem tão
interessante, que até parece ficção, mas não é.
Depois de lida a história, o professor deve conduzir a discussão sobre as
perguntas e respostas que ela encerra. Uma das mais interessantes perguntas
desta história é sobre o que é a liberdade, afinal, o dono de Chico nem era
tão ruim quanto poderia e, ainda assim, o escravo ansiava por ser livre.
Depois dessa discussão, crianças e professor devem escolher o objeto
visível ou invisível que deve ir para a caixinha.
para fazer no Caderno
As crianças devem pesquisar em casa outras histórias que têm a mesma
função, ou seja, que servem como a memória de um povo sobre aquilo que
é considerado importante. Nesta categoria, entram as histórias bíblicas, os
contos moralizantes, aqueles que ensinam às crianças como se comportar ou
as histórias de família.
É importante deixar claro que esta não é uma pesquisa ou discussão sobre
a veracidade das histórias, que não importa, mas sobre as perguntas e
respostas que elas encerram, pois é isso o que deve ser lembrado.
54 / 55
aTividade 10
as hisTórias que esTão perTinho de nósO professor deve começar esta atividade dizendo a seus
alunos que as histórias estão em toda parte, o tempo todo.
Elas acontecem ao nosso redor, com outras pessoas, com a
gente, com quem a gente gosta (e também com quem a gente
pode não gostar tanto).
Afinal, uma história nada mais é do que uma série de eventos
se desdobrando no tempo e nosso esforço pessoal para
entender cada um deles e o conjunto todo. Essa também seria
uma boa definição para a própria vida, não é mesmo?
Porque as histórias são assim, tão parecidas com a própria
vida, todos os povos do mundo contam, criam, escrevem,
transmitem e recontam suas histórias, especialmente para
as crianças, como uma forma de ajudá-las a entender como
funciona o mundo em que chegaram.
O professor, então, deve dizer a seus alunos que este poder
que as histórias têm de explicar o mundo é tão impressionante
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: As HIsTóRIAs QuE EsTãO PERTINHO DE Nós1. Conte aos seus alunos que as histórias estão em toda
parte, o tempo todo, que acontecem a todo instante ao nosso redor e que são tão parecidas com a própria vida que muitos povos contam suas histórias para as crianças para que elas possam entender melhor o mundo em que vivem.
2. Diga que este poder que as histórias têm de explicar o mundo é tão impressionante que às vezes alguns povos até usam as histórias como memória, como uma forma de manter vivo aquilo que eles não querem esquecer.
3. Avise que esse é o caso da história que será contada. 4. Leia a história de Chico Rei. 5. Conduza uma discussão sobre as perguntas desta
história e respostas que ela encerra.6. Escolha com eles um objeto que melhor represente
a história e deposite na caixinha de lembranças das histórias.
7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer no caderno”.
viveram felizes para sempre
aTividade 11 as hisTórias que
me dão medo
aTividade 12 fesTival de piadas
e ouTras hisTórias engraçadas
aTividade 13 uma hisTória
predileTa
aTividade 14 o ConTador
de hisTórias 1
aTividade 15 o ConTador
de hisTórias 2
da voz e na linguagem corporal e facial para os momentos de suspense ou
aqueles que são simplesmente assustadores.
Se for possível, é interessante criar todo um clima compatível à temática
da história, apagando as luzes da sala, sentando-se no chão, em uma roda
em que todos possam ficar pertinho uns dos outros, acendendo uma vela no
centro da roda.
Depois de lida ou ouvida a história, professor e alunos devem escolher
um objeto, visível ou invisível, mas que seja bem assustador, assim como a
história, para colocar na caixinha.
para fazer em Casa e no Caderno
As crianças devem pesquisar com familiares ou conhecidos histórias ou
personagens assustadores. Só não valem os do cinema e da televisão, embora
se possa falar sobre eles, porque, no limite, são personagens de histórias
também. Mas o interessante aqui seria recuperar aqueles personagens que
se usavam para assustar as crianças antigamente, como o bicho-papão, ou o
homem do saco, ou aqueles personagens que compõem as lendas escolares,
como a loira do banheiro.
Ao voltar para a aula com a tarefa feita, as crianças devem escolher
um destes personagens e
escrever sua história. Se for
um daqueles casos em que
o personagem é mais conhecido do
que a história em si, não tem problema, é só criar uma história para
ele. Todas estas histórias podem ser agrupadas em uma pequena
publicação, como o Caderno de Arrepiar os Cabelos, ou qualquer outro
título que seja suficientemente sugestivo.
para fazer na frenTe da sala ou em ouTras salas da esCola
Os alunos ou grupos de alunos que quiserem poderão contar
as histórias mais arrepiantes para toda a sala ou, melhor ainda, poderão visitar outras salas para contar histórias aos alunos menores para que eles também fiquem morrendo de medo.
60 /61
aTividade 11
as hisTórias que me dão medoO professor deve começar a conversa desse dia dizendo que
existem muitas histórias que são assustadoras, que nos dão
medo. Isso acontece porque o medo é também um sentimento
humano e enfrentá-lo nas histórias, em lugar de fazê-lo na vida
real, é uma forma mais ou menos segura de aprender a fazer isso.
Já faz algum tempo, nossa cultura acredita que estas não são
histórias para crianças pequenas, mas em outros tempos e em
outros lugares não é assim. Estas são histórias para todo
mundo, adultos e crianças. É este precisamente o caso
da história que as crianças conhecerão nesta atividade.
Como muitas histórias clássicas de medo, a história
“Corpo Seco” tinha, muito provavelmente, a função
de ensinar a um povo sobre os lugares que
deveriam ser evitados ou coisas que não deveriam
ser feitas, porque eram consideradas perigosas de
alguma forma. Em lugar de fazer longas advertências
sobre os muitos perigos que há no mundo – e são
tantos -, muitos povos escolheram construir
histórias que tornavam estes lugares ou ações
tão assustadores quanto proibidos.
O professor deve, então, ler a história
para seus alunos e alunas, ou contá-
la, caprichando na entonação
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: As HIsTóRIAs QuE ME DãO MEDO1. Comece a conversa explicando que eles bem sabem que
algumas histórias são assustadoras e nos dão medo.2. Diga que o medo é um sentimento humano e enfrentá-lo
nas histórias é uma forma de lidar com esse sentimento. Diga também que existem histórias que servem para nos dizer que é perigoso fazer certas coisas ou estar em certos lugares.
3. Prepare a sala de aula: escureça a sala e peça para que os alunos sentem-se em roda e acenda uma vela no meio.
4. Ao ler a história “Corpo Seco” capriche na entonação da voz e na linguagem corporal.
5. Escolha junto com os alunos um objeto que melhor represente a história e deposite na caixinha de lembranças das histórias.
6. Proponha as atividades descritas no “Para fazer em casa e no caderno”.
7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer na frente da sala ou em outras salas da escola”.
O professor deve explicar a seus alunos e alunas que o
que faz uma história engraçada, quando contada, nem é tanto
seu conteúdo, mas a forma como se conta a história, o ritmo
que se imprime à narrativa e as expressões faciais que
sustentam o humor que a história pode conter. É como contar
uma piada, que nada mais é do que uma história bem curtinha
e engraçada demais.
para fazer no Caderno, na frenTe da sala
ou no páTio da esCola
A proposta, então, é a de começarem com um festival de piadas
e anedotas na sala. Todas as crianças devem ser convidadas a
contar uma piada para toda a sala e o professor deve fazê-lo
também.
Depois disso, o professor pode coordenar a escrita de uma
história coletiva, na lousa, cujo título será “A História mais
Engraçada do Mundo”. Cada criança contribuirá com uma idéia
para a história, sobre coisas que eles imaginam que sejam muito
engraçadas e todos juntos farão o esforço necessário para reuni-
las em uma narrativa que faça sentido.
Divididas em grupos, então, as crianças deverão, depois de
terem individualmente copiado a história em seus cadernos,
escolher maneiras para contá-la. Pode ser por meio de uma
dramatização, pode ser contando mesmo, pode ser com cada
um fazendo um pedaço da história.
Para alegrar a escola inteira, os alunos poderão se organizar
para promover um “Festival de Piadas e outras Histórias
Engraçadas”, em que todos os alunos e alunas poderão participar,
contando suas próprias histórias engraçadas ou piadas.
Todos devem se lembrar de colocar um objeto visível ou
invisível na caixinha que lembre as histórias engraçadas.
64 / 65
aTividade 12
fesTival de piadas e ouTras hisTórias engraçadasAssim como existem histórias assustadoras, de arrepiar os
cabelos, existem histórias muito, muito engraçadas, de deixar
a barriga doendo de tanto rir. O professor deve convidar seus
alunos e alunas a lembrar destas histórias, muitas vezes parte
do cotidiano de todos nós e, algumas vezes tão entranhadas
neste cotidiano que só ficam engraçadas para quem estava lá
e viveu a história.
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: FEsTIVAl DE PIADAs E OuTRAs HIsTóRIAs ENGRAçADAs1. Lembre seus alunos que assim como existem histórias que
nos dão medo, outras nos fazem rir. 2. Pergunte a eles se eles querem compartilhar algumas
dessas histórias engraçadas que eles tenham vivido ou que tenham ouvido de alguém.
3. Ouça algumas dessas histórias.4. Explique que o que faz uma história ser mais ou menos
engraçada tem muito a ver com a forma como ela é contada.
5. Lembre a todos que, quando contamos uma história, devemos prestar atenção ao ritmo, nas expressões faciais e tudo o mais que pode sustentar o humor contido na história.
6. Diga que é como contar uma piada, que nada mais é do que uma história bem curtinha.
7. Proponha as atividades descritas no “Para fazer no caderno, na frente da sala ou no pátio da escola”.
aTividade 13
uma hisTória predileTaO mundo está cheinho de histórias e algumas delas são mesmo
sensacionais, daquelas que quando a gente lê, dá até vontade
de ter escrito.
Essa sensação, entretanto, não é gratuita e exige trabalho
e repertório. Por isso, é muito pouco comum entre crianças,
que estão apenas chegando ao mundo e não conhecem tantas
histórias assim.
Todo professor ou professora pode dar sua contribuição para
implantar esse desejo por histórias e pela autoria, ampliando o
repertório de seus alunos e alunas com histórias de qualidade,
interessantes, instigantes, diferentes.
Muitas vezes, a competência de leitura
das crianças, ainda em formação, aparece
como um fator limitador, mas todo professor
pode contar a seus alunos e alunas histórias
sensacionais que eles ainda não conseguem ler
sozinhos. Mais do que contar, os professores
sempre podem recuperar a velha e boa prática
de ler histórias para seus alunos, mesmo que
sejam histórias longas, um pouquinho a cada dia, fazendo a
narrativa se desenrolar lenta e delicadamente.
Nesta atividade, o que se propõe é exatamente isso: que o
professor escolha uma história que ele gostaria de ter escrito
e a ofereça a seus alunos. Espera-se que a escolha seja a mais
honesta possível, independentemente do grau de dificuldade
que isso vai significar.
Ao oferecer a história, o professor pode escolher apresentar
uma versão simplificada, contando um bom resumo da história
original. Mesmo assim, é interessante que ele leve para seus
alunos e alunas a história mesmo, nem que seja só para mostrar-
lhes; pode ser o livro ou alguma informação adicional sobre a
história ou seu autor. Pode ser também que o professor escolha
68 / 69
Desta forma, como todas as crianças já vêm estudando isso
há algum tempo e estão muito boas em contação de histórias,
o professor deve pedir que se reúnam em pequenos grupos ou,
se preferirem, também podem fazer isso sozinhas e preparem a
história que escolheram para contar a outras pessoas da escola.
Devem pensar nas pessoas para quem contar sua história, pode
ser outra classe, pode ser um grupo de colegas reunidos no
recreio, pode ser para os professores e outros funcionários,
pode ser para pais e mães, convidados especialmente para isso.
Pensando na história e no público escolhidos, as crianças
devem preparar a contação, coletando materiais que queiram
usar para isso, ensaiando com a ajuda de colegas e do professor,
lendo e relendo a história escolhida muitas vezes.
Se o professor preferir, ele poderá mostrar às crianças o
DVD que acompanha o material dos Contadores de Histórias
Encantadas. Nele, a contadora de histórias Kiara Terra dá muitas
dicas de como tornar uma história ainda mais encantadora.
para fazer na esCola ou na Cidade
Organize com seus alunos e com a
coordenação da escola as sessões
de contações de histórias. Elas
podem acontecer em outras salas
de aula, nas salas de educação
infantil ou até em casas para idosos.
Se a cidade for pequena, as sessões
podem ser feitas de porta em porta.
Já pensou que bacana?
e não se esqueça!Faz parte da proposta dos Contadores de Histórias Encantadas a realização de um concurso cultural. No concurso há duas categorias, lembra-se? Uma que inclui a produção de histórias escritas e outra que inclui as histórias contadas que serão enviadas por meio de registros audiovisuais. Aproveite a atividade 13 e grave essas sessões de contações de histórias de seus alunos. Você terá, certamente, um material muito rico para participar do concurso cultural dos Contadores de Histórias Encantadas. Além disso, todas essas gravações poderão ser colocadas na “Biblioteca Virtual de Histórias Encantadas” no www.historiasencantadas.com.br
70 / 71
contar a história inteirinha, lendo um pouquinho a cada dia,
acrescentando à história suas recordações sobre ela, a primeira
vez que a ouviu ou leu, as sensações que isso lhe trouxe.
Como esta é a história escolhida pelo professor, caberá a
ele escolher que objeto visível ou invisível vai para a caixinha,
neste caso. Em seguida, o professor deverá distribuir entre seus
alunos cópias das histórias que compõem este projeto, as já
contadas e as ainda inéditas. Deve pedir a cada um deles que
escolha sua preferida, aquela que eles gostariam de ter escrito.
Pode acontecer de algum aluno não querer nenhuma destas
histórias, o que não é um problema desde que ele traga uma
outra história qualquer para compor a atividade.
Uma vez escolhidas as histórias, o professor deve explicar a
seus alunos e alunas que contar uma história é também uma
forma de ser o autor da história. Isso acontece porque a história
escrita não tem todas aquelas coisas sobre as quais eles vêm
estudando, como a entonação, as expressões corporais e faciais.
Uma história escrita também não pode olhar nos olhos das
pessoas da audiência e, assim, levar a história até bem lá dentro
de cada uma delas, como deve ser.
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: uMA HIsTóRIA PREDIlETA 1. Escolha uma história que você gosta tanto que até desejaria
ter escrito e ofereça a seus alunos. Você pode escolher contá-la ou lê-la para eles. Só não esqueça de apresentar o livro, caso essa história tenha sido publicada.
2. Coloque na caixinha de lembranças das histórias o objeto que você escolheu para representar sua história.
3. Distribua cópias das histórias que compõem o material dos “Contadores de Histórias Encantadas” e peça para cada um escolher aquela que mais gosta. Eles também podem decidir por outras histórias e, neste caso, devem trazê-la no próximo encontro.
4. Explique que contar uma história é também uma forma de ser o autor da história e convide-os para se preparar com muito carinho para contar a história escolhida a outras pessoas da escola ou da comunidade.
5. Diga que eles podem usar objetos, roupas diferentes, outros elementos de cena.
6. Apresente a eles as “Dicas de Kiara para os novos contadores” que estão no DVD que você recebeu.
7. Conte a eles sobre o Concurso Cultural e a “Biblioteca Virtual de Histórias Encantadas” e planeje as gravações em vídeo para poder enviá-las ao Central de Relacionamento Contadores de Histórias Encantadas.
as melhores histórias entre todas as
participantes.
Se a história for escrita, pode ser também
ilustrada e, depois de revisada, publicada no site
do projeto ou no liveo impresso que conterá as 30
melhores histórias. Se a história for contada, o professor
pode filmar seus alunos contando, depois de eles já terem
feito isso para seus colegas e outras pessoas, para treinar
bastante.
É preciso lembrar, entretanto, e ensinar às crianças, que
histórias escritas são diferentes de histórias contadas. Tudo aquilo
que fazemos com a voz, o rosto e o corpo quando contamos uma
história só pode aparecer no texto escrito na forma de palavras,
parágrafos e sinais de pontuação. Pode haver também ilustrações,
que enriquecem a história, mas nada disso é semelhante àquilo
que se faz com o próprio corpo e voz ao contar uma história.
A história contada, por sua vez, pode ter uma série de
repetições e fórmulas lingüísticas que seriam muito chatas
se fossem escritas, assim como partes cantadas e uma
caracterização toda especial de personagens, modulada com a
voz de quem conta.
Estas diferenças devem ficar claras não para mostrar que as
histórias escritas são melhores que as contadas, ou vice-versa,
mas para que cada criança possa fazer o melhor aproveitamento
possível de funções e características que são próprias de uma
modalidade ou outra. O objetivo aqui, afinal, é que cada criança
faça a melhor história que puder!
Além de ir para o acervo da biblioteca virtual e participar do
concurso, estas histórias podem compor o acervo de uma pequena
biblioteca circulante na própria escola, que uma vez montada pode
ficar um período determinado em cada sala de aula.
Ao final desta atividade, o professor deverá pedir a cada um de
seus alunos que traga de casa uma embalagem em formato de
caixinha para usarem na próxima atividade.
Além da caixinha, as crianças deverão trazer também para
a próxima aula o objeto visível ou invisível que corresponde à
história que elas mesmas criaram.
74 / 75
aTividade 14
o ConTador de hisTórias 1Nesta atividade, o professor deverá solicitar que
seus alunos e alunas criem, efetivamente, suas
próprias histórias originais. Deve, antes, dizer
às crianças que vai lhes contar um segredo e
informar-lhes, com voz de coisa
muito secreta, que nenhuma
história é mesmo inteirinha nova,
originalzinha. O segredo está
em arrumar partes de histórias,
personagens, eventos e vilões de um
jeito novo, não em criar tudo de novo. Sempre que
alguém precisa fazer uma nova história, é como se a
pessoa pegasse todas as histórias que já conheceu
um dia, pusesse dentro de um caldeirão de bruxa,
e misturasse tudinho. É claro que a gente mistura
sempre do nosso jeito e, às vezes, coloca um
outro ingrediente e, assim, temos uma
história novinha em folha.
Outra forma de introduzir esta
atividade é fazendo o aquecimento do
“Mar de Histórias”, como se mostra no vídeo
que acompanha este material.
As histórias criadas pelas crianças poderão
ser escritas ou contadas, mas é importante
que passem por revisões, seja do professor,
seja de seus colegas, pois
todas elas serão inscritas
como parte do acervo
da biblioteca virtual, um
grande produto coletivo de todos os que
participaram do projeto, e participarão
do concurso que selecionará
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: O CONTADOR DE HIsTóRIAs 1 1. Diga a seus alunos que nessa atividade eles vão criar uma
história original. Ela poderá ser escrita ou contada.2. Conte a eles que nenhuma história é mesmo nova,
originalzinha e revele “o segredo”. 3. Se você quiser, faça como aquecimento a atividade “Mar de
histórias” que está disponível no DVD.4. Diga que, se eles concordarem, as histórias produzidas
serão enviadas para o Concurso Cultural dos Contadores de Histórias Encantadas para serem publicadas na “Biblioteca Virtual de Histórias Encantadas”.
5. Explique novamente as diferenças importantes entre as histórias escritas e as histórias contadas.
6. Todas as histórias devem ser revisadas tanto por você quanto por eles.
7. Peça para os alunos trazerem para a próxima aula uma embalagem em formato de caixinha e algumas coisas para enfeitá-la. Peça também que escolham um objeto visível ou invisível que corresponda à história que cada um criou.
Além das caixinhas, o professor deve disponibilizar para seus alunos
e alunas vários materiais, como tintas, retalhos de tecidos, material para
colagem etc.
Então, o professor deve dizer a seus alunos e alunas que esta é a última
atividade do projeto “Contadores de Histórias Encantadas” e que todos eles
fizeram um excelente trabalho, se saíram muito bem e já podem, agora, ser
chamados de contadores de histórias mesmo.
Por isso, como se fosse uma formatura, cada um deles fará, hoje, sua
própria caixinha de lembranças das histórias que conhece e que contará
durante sua vida, decorando a caixinha que trouxeram de casa da forma
como preferirem, desde que cada caixinha seja exatamente como são os
contadores: única!
Depois que todas as caixinhas estiverem prontas, o professor deverá dizer
a seus alunos e alunas que ali começa uma tradição: da mesma forma que
eles se formaram contadores mergulhando nas histórias que ouviram, criaram
e contaram, agora eles podem ajudar outras pessoas a descobrirem esse
universo delicioso de conhecimentos, fantasia e aventura, contando histórias
e colecionando lembranças que vão guardar em suas caixinhas pessoais.
Cada caixinha deve ser inaugurada com o objeto visível ou invisível que foi
escolhido para representar as histórias que as crianças criaram na atividade
anterior. Depois que todas tiverem dito qual é seu objeto e colocado cada
um deles em suas respectivas caixinhas, o professor deve pegar a caixinha
das histórias de todos, aquela que vem colecionando os objetos de todas as
histórias deste projeto e colocá-la no meio da roda, convidando cada criança
a escolher um objeto visível ou invisível que foi guardado ali e que, agora,
deverá compor o acervo de sua própria caixinha.
Cada criança começará sua carreira de contador de histórias, então, com
pelo menos dois objetos em suas caixinhas: um advindo da história que ela
própria criou e outro advindo das histórias que compartilhou com seu grupo
durante o projeto.
O professor deve então finalizar esta atividade dizendo que espera
que algum dia estes contadores, que estão inaugurando suas caixinhas
hoje, possam também tirar algo delas para dar a mais alguém que esteja
começando então.... Assim são as tradições: a gente fica com elas por um
tempo e, depois, dá de presente a mais alguém que seguirá, e que dará a
alguém mais... Assim, cada tradição pode viver mais do que nós mesmos,
pode até viver para sempre!
78 / 79
aTividade 15
o ConTador de hisTórias 2O professor deve pedir a seus alunos e alunas que peguem as caixinhas que trouxeram de casa.
Recomenda-se que o professor também traga
algumas consigo, para aquelas crianças que, por
qualquer motivo, não puderam cumprir a tarefa.
ATIVIDADE EM 7 PARTEs: O CONTADOR DE HIsTóRIAs 21. Peça aos alunos que apresentem suas caixinhas. Não se esqueça,
professor, de trazer algumas caixinhas a mais para algum imprevisto. 2. Diga que essa é a última atividade do projeto e que eles se saíram tão
bem que já podem ser chamados de “Contadores de Histórias”.3. Como se fosse uma formatura, cada um deles fará sua própria caixinha
de lembranças das histórias. Única, como todo contador é!4. Depois de prontas as caixinhas, diga a eles que ali começa uma
tradição: da mesma forma que eles se formaram contadores, agora poderão ajudar outras pessoas a descobrirem esse universo delicioso e encantado de conhecimentos, fantasia e aventuras, contando histórias e colecionando lembranças que vão guardar em suas caixinhas pessoais.
5. Cada caixinha deve ser inaugurada com o objeto visível ou invisível que foi escolhido para representar as histórias que as crianças criaram na atividade anterior.
6. Depois, pegue a caixinha das histórias de todos (aquela que vem colecionando os objetos de todas as histórias deste projeto) e coloque-a no meio da roda, convidando cada criança a escolher um objeto visível ou invisível que foi guardado ali e que, agora, deverá compor o acervo de sua própria caixinha.
7. Finalize a atividade dizendo que espera que algum dia estes contadores, que estão inaugurando suas caixinhas hoje, possam também tirar algo delas para dar a mais alguém que esteja começando. Assim são as tradições: a gente fica com elas por um tempo e, depois, dá de presente a mais alguém que seguirá, e que dará a alguém mais...