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Página 1 de 46 Lista de Gráficos Gráfico 1: PIB do Setor Moveleiro x Média da Indústria brasileira no período ..................................................... 7 Gráfico 2: Maiores exportadores de móveis do mundo ..................................................................................... 23 Gráfico 3: Localização das empresas de móveis na Regional Zona da Mata ................................................... 27

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Lista de Gráficos

Gráfico 1: PIB do Setor Moveleiro x Média da Indústria brasileira no período ..................................................... 7

Gráfico 2: Maiores exportadores de móveis do mundo ..................................................................................... 23

Gráfico 3: Localização das empresas de móveis na Regional Zona da Mata ................................................... 27

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Lista de Figuras

Figura 1: Crescimento Acumulado da Produção Física da Indústria da Transformação Brasileira no Período de

2001-2012 (em %) ........................................................................................................................................ 8

Figura 2: Produtividade do Trabalho do Setor de Fabricação de Móveis – Brasil, 2001-2012 (em R$ Mil de

2009) ............................................................................................................................................................. 9

Figura 3: Balança Comercial de Artigos do Mobiliário – Brasil 2001-2012 ........................................................ 13

Figura 4: Exportações Mundiais de Móveis e Participação do Brasil no Comércio Internacional de Móveis .... 15

Figura 5: Coeficiente de Exportação X Coeficiente de Penetração das Importações da atividade “Produção de

Artigos do Mobiliário”, a preços constantes – Brasil, 2001-2011 (em %).................................................... 15

Figura 6:Participação do Trabalho Informal nas Divisões da Indústria de Transformação – Brasil, 2010 (em

%) ............................................................................................................................................................... 21

Figura 7: Remuneração Média na Indústria Moveleira como Percentagem da Remuneração Média na Indústria

de Transformação, por faixa etária e escolaridade dos trabalhadores – Brasil, junho de 2010 ................. 22

Figura 8: Participação na Produção Mundial de Móveis em 2010 (em %) ........................................................ 23

Figura 9: Valor das importações de móveis de madeira dos 5 países mais importadores entre 2007-2011 ..... 24

Figura 10: Mapa dos APLs de Móveis no Brasil ................................................................................................ 28

Figura 11: Balança Comercial de Artigos de Mobiliário (em US$ milhões) – Brasil 2001-2012 ......................... 44

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Representação da Importância do Setor de Móveis para os Empregos da Indústria na Zona da Mata

.................................................................................................................................................................... 19

Tabela 2: Perfil da produção dos principais polos produtores ........................................................................... 25

Tabela 3: Perfil das Empresas da ZM (Considerando empresas com 1 ou mais funcionários): ........................ 30

Tabela 4: ICTs Identificados em Minas Gerais: ................................................................................................. 36

Tabela 5: Matriz de Projetos: ............................................................................................................................. 46

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Lista de Abreviaturas e Siglas

ABDI Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial

APL Arranjo Produtivo Local

BID Banco Interamericano de Desenvolvimento

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social

FIEMG Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais

GDI IBGE

Gerência de Desenvolvimento Industrial Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICT Instituto de Ciência e Tecnologia

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

M T E Ministério do Trabalho e Emprego

MDF Medium-Density Fiberboard

MDP Medium Density Praticleboard

MDIC Ministério Do Desenvolvimento, Indústria E Comércio Exterior

P&D Pesquisa e Desenvolvimento

PIB Produto Interno Bruto

PMC Plano de Melhoria da Competitividade

RAIS Relação Anual De Informações Sociais

SECEX Secretaria de Comércio Exterior

UNCTAD Conferência da Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento

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Sumário

1. Introdução sobre o setor Moveleiro .............................................................................................................. 6

1.1. Brasil ........................................................................................................................................................ 6

1.2. Zona da Mata ........................................................................................................................................... 6

2. Panorama do Setor ....................................................................................................................................... 7

2.1. Comparação do Setor com a Indústria Brasileira ..................................................................................... 7

2.2. Produção e Produtividade do Trabalho .................................................................................................... 7

2.3. Mercado Interno ....................................................................................................................................... 9

2.4. Setor Externo: Exportação/Importação:.................................................................................................. 12

2.5. Investimentos ......................................................................................................................................... 17

2.6. Emprego ................................................................................................................................................. 18

2.7. Principais Players – Mundo e Brasil: ...................................................................................................... 22

3. Perspectivas do Setor ................................................................................................................................. 27

3.1. Movimentação geográfica ...................................................................................................................... 27

3.2. Tendência de concentração (ou desconcentração): ............................................................................... 29

3.3. Oportunidades e tendências: .................................................................................................................. 30

3.4. Perspectivas tecnológicas ...................................................................................................................... 32

3.5. Elos Chave e Fatores Críticos de Sucesso: ........................................................................................... 37

4. Referências ................................................................................................................................................. 45

5. Anexo .......................................................................................................................................................... 46

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1. Introdução sobre o setor Moveleiro

1.1. Brasil

A indústria moveleira do Brasil tem histórica especialização na produção de artigos confeccionados com

madeira, já que fatores geográficos e climáticos favorecem a oferta em abundância de insumos de origem

florestal no país. A fabricação de móveis de madeira maciça ou reconstituída (painéis MDF, MDP etc.)

representa cerca de 84% do total produzido nacionalmente em 2011.

A maior parte desses insumos é adquirida de fornecedores nacionais. Apenas as matérias-primas mais

elaboradas, como laminados de alta resistência (fórmica), MDF e MDP revestidos, têm participação

relevante de importados.

O setor reúne características como elevada utilização de insumos de origem natural, emprego

relativamente intensivo de mão de obra, reduzido dinamismo tecnológico e alto grau de informalidade.

(Galinari, Junior e Morgado, 2013)

1.2. Zona da Mata

A fabricação de móveis na região da Zona da Mata concentra-se na região de Ubá e cidades próximas. A

região de Ubá é considerada um APL e teve seu início na década de 1970, quando era inicialmente um

conjunto de oficinas de corte de madeira e carpintarias de produtos personalizados.

Na época, José de Alencar, ex-vice-presidente do Brasil, começou a organizar as empresas para que

cada uma trabalhasse em um produto específico. Alencar ajudou todos a organizar uma lista de preços

coletiva. (Estudo Programa de Competitividade dos APLs; 2011)

Em seguida, o foco foi colocado sobre a intensificação da produção nas empresas de manufatura no polo.

Por volta de 1985, um grande número de empresas de fabricação de móveis foi criado dentro de Ubá. De

um punhado de apenas 10 empresas em 1970, o APL de Ubá cresceu para 319 empresas em 2011 com

1 ou mais empregados conforme dados da RAIS 2013.

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2. Panorama do Setor

2.1. Comparação do Setor com a Indústria Brasileira

Gráfico 1: PIB do Setor Moveleiro x Média da Indústria brasileira no período

Fonte: IBGE 2013

Neste gráfico vemos que o valor adicionado da indústria moveleira se manteve alinhado com a média da

indústria brasileira no período de 2001 a 2009 e que as duas indústrias mantiveram crescimento

constante ao longo destes 9 anos. O crescimento desta indústria tende a seguir o crescimento da renda e

principalmente os movimentos do mercado de construção civil.

2.2. Produção e Produtividade do Trabalho

Brasil:

A produção do setor moveleiro teve um aumento acumulado de 21% entre 2001 e 2012. Entre as

indústrias tradicionais, a fabricação de artigos de mobiliário está entre as mais dinâmicas, crescendo mais

do que a produção de alimentos, madeiras, têxteis, vestuário, calçados e artigos de couro. (Galinari,

Junior e Morgado, 2013)

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Esta indústria também obteve desempenho melhor que setores tecnologicamente mais avançados, como

refino de petróleo e álcool, outros produtos químicos, materiais eletrônicos e equipamentos de

comunicação, conforme vemos no gráfico abaixo:

Figura 1: Crescimento Acumulado da Produção Física da Indústria da Transformação Brasileira no Período de 2001-2012

(em %)

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 02013

A produtividade do trabalho do setor se encontra estagnada, haja vista que encerra a década em um nível

ligeiramente menor que o observado no início dos anos 2000, conforme gráfico abaixo1. Como a

produção física de artigos de mobiliário cresceu nesse mesmo período, podemos entender que o

crescimento não está associado a melhorias substanciais de qualidade, tanto de produtos como dos

processos produtivos estando baseado majoritariamente na aquisição de ativos físicos. (Galinari, Junior e

Morgado, 2013).

1 O gráfico mostra a produtividade estimada como a razão entre o Valor da Transformação Industrial (VTI) e a média anual do

pessoalocupado no setor moveleiro.

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Figura 2: Produtividade do Trabalho do Setor de Fabricação de Móveis – Brasil, 2001-2012 (em R$ Mil de 2009)

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 2013

De todas as possíveis fontes de ampliação da produtividade de setores industriais, a mais inteligível

buscada pelos empresários é o investimento em ativos físicos. Entretanto a produtividade pode ser

entendida de duas formas:

Dimensão da eficiência produtiva: Aumento do número de itens produzido por

trabalhador.

Dimensão qualitativa: como na elevação da arrecadação da empresa, em termos

monetários, sem aumentar a produção física por trabalhador. Isto ocorre através da

incorporação de ativos ao produto por características intangíveis, como design e marca.

A trajetória do investimento em ativos fixos realizado pelo setor (construções, máquinas e equipamentos)

tem alta aderência à trajetória percorrida pelo aumento da produção. Os investimentos foram, portanto,

eficientes no que tange à ampliação de capacidade, mas surtiram pouco efeito sobre a qualidade dos

processos produtivos. (Galinari, Junior e Morgado, 2013).

2.3. Mercado Interno

Brasil:

O setor é marcado também pela existência de muitos nichos que advêm de uma complexa segmentação

de mercado que combina elementos como: o tipo de uso – móveis residenciais, de escritório e

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institucionais –, o material predominante em sua confecção, a classe de consumo para a qual é projetado

(A, B, C, D ou E) e até mesmo a faixa etária dos prováveis usuários

Esses atributos determinam uma estrutura de mercado pulverizada, heterogênea, dotada de variados

nichos e com presença marcante de micro e pequenas empresas. A diversidade do setor também é

grande no que tange ao padrão de concorrência, já que a competição é pautada basicamente por preços,

nos segmentos mais populares, e por atributos como qualidade, design e marca, nos superiores.

(Galinari, Junior e Morgado, 2013).

Apenas 12% das empresas se mostraram 100% focadas em um dos segmentos, com 88% delas sendo

capazes de administrar uma política de segmentação que lhes permite atuar em várias categorias de

consumo. (Galinari, Junior e Morgado, 2013).

Segue abaixo o padrão de concorrência de cada classe de consumo:

Classe A: Móveis Planejados e/ou assinado por designers.

Classe B: Móveis Planejados com menos luxo, mas mantendo o conforto.

Classe C: Lojas de móveis seriados sem personalização começam a dividir espaço com o

segmento de móveis planejados.

Classe D e E: Móveis seriados sem personalização.

As grandes redes varejistas, como Casas Bahia e Magazine Luiza, também tentam atender tanto ao

segmento D e E quanto ao C; eventualmente, ao B.

A excelência do serviço prestado é um aspecto que vem sendo negligenciado como variável competitiva

estratégica. Mesmo empresas voltadas ao segmento AB se mostram frágeis em quesitos como

pontualidade e qualidade do serviço de montagem.

Tanto a logística quanto a instalação são serviços quase sempre terceirizados pelas empresas do setor

moveleiro. Embora a terceirização não seja necessariamente um problema, a seleção das empresas

parceiras poderia embutir mecanismos de controle de qualidade e de incentivo a excelência. (Galinari,

Junior e Morgado, 2013).

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Com respeito à gestão das marcas, esta ocorre apenas no segmento AB. Nos demais segmentos os

produtos de diversas marcas são expostos lado a lado, sem diferenciação. Trata-se de um ambiente que

induz a uma competição via preço, pois a diferenciação é baixa e o padrão de qualidade é semelhante.

As empresas pouco inovam, e quando o fazem, limitam-se a introduzir inovações oriundas de outros elos

da cadeia; os investimentos em design ainda têm muito a evoluir quanto ao valor e ao profissionalismo;

as marcas são fracas e pouco exploradas; e a qualidade dos serviços prestados ainda não está entre as

principais preocupações estratégicas dos executivos do setor.

Pouco inserida nas redes internacionais de fornecedores, a indústria moveleira do Brasil assiste nos anos

2000 um rápido ganho de participação de produtos asiáticos, em especial chineses, em seus principais

mercados externos. Os artigos do mobiliário que vêm ganhando espaço nos mercados mundiais não têm

o mesmo desempenho no mercado brasileiro, sugerindo que a produção doméstica é competitiva no front

interno. (Galinari, Junior e Morgado, 2013).

Tudo indica que os polos moveleiros brasileiros não se beneficiam plenamente das economias externas

de caráter passivo relativo aos APLs (problema de governança local diminui a produtividade). Com vistas

a reduzir custos de transação, a mitigar a dependência em relação aos fornecedores e a garantir a

qualidade de seus produtos, empresas do setor priorizam a verticalização dos processos produtivos.

Tal fato, além de ser um primeiro indício do baixo nível de confiança entre agentes dos polos, prejudica a

formação de redes locais de fornecedores e o aproveitamento de economias de especialização. A

vantagem competitiva denominada “eficiência coletiva” tampouco é obtida. Pesquisas de campo em

arranjos produtivos brasileiros frequentemente diagnosticam baixo nível de cooperação entre empresas.

(Galinari, Junior e Morgado, 2013).

Quanto à competitividade no mercado doméstico, os principais fatores explicativos são:

Protecionismo natural, decorrente das altas relações entre peso e valor agregado e entre volume

e valor agregado, que torna o frete internacional de artigos do mobiliário relativamente caro.

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A média salarial do setor está entre as mais baixas da indústria brasileira.

A estrutura do varejo nacional é pulverizada, com notável presença de pequenos atores que não

se mostram capazes de viabilizar individualmente encomendas que atinjam uma quantidade

mínima que torne viáveis os custos de transação com os fornecedores asiáticos.

No caso dos móveis de madeira para as classes de consumo A, B e C, o modelo de negócio

baseado em móveis por encomenda, está cada vez mais presente.

O setor tem pela frente uma ampla agenda de melhorias, o que lhe abre vários caminhos para a

busca de competitividade, permitindo a manutenção de sua liderança no mercado doméstico e

oferecendo possibilidades de reconquista de fatias no mercado internacional.

Há espaço para avanço do grau de automação dos processos, o que pode envolver maior

agressividade na equiparação entre o maquinário utilizado pela indústria brasileira.

2.4. Setor Externo: Exportação/Importação:

Apesar do aumento da concorrência, advinda de recentes transformações no âmbito do comércio

internacional, a indústria brasileira de móveis sinaliza que se mantém relativamente competitiva no

mercado doméstico. Historicamente pouco internacionalizada, vem, por outro lado, perdendo lentamente

espaço no exterior. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

Pouco inserida nas redes internacionais de fornecedores, a indústria moveleira do Brasil assiste nos anos

2000 um rápido ganho de participação de produtos asiáticos, em especial chineses, em seus principais

mercados externos. Os artigos do mobiliário que vêm ganhando espaço nos mercados mundiais não têm

o mesmo desempenho no mercado brasileiro, sugerindo que a produção doméstica é competitiva no front

interno.

O superávit comercial do setor se elevou de maneira consistente até a metade dos anos 2000,

decrescendo, porém, em seguida (Gráfico 3). No primeiro período, houve uma combinação de

crescimento das exportações com montantes reduzidos de importações, ao passo que, no seguinte, essa

virtuosa situação se reverte. As exportações caem, enquanto as importações crescem aceleradamente

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– a uma taxa média de 50% a.a., entre 2005 e 2012 – e se tornam parte relevante do fluxo comercial de

móveis do Brasil. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

Figura 3: Balança Comercial de Artigos do Mobiliário – Brasil 2001-2012

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 2013

O desempenho das exportações brasileiras de móveis é ditado pela dinâmica do segmento de móveis de

madeira. No período analisado, as exportações de móveis de madeira compõe uma quantidade m torno

de 80% do total das exportações.

Embora o Brasil exporte móveis para mais de uma centena de países, existe uma clara concentração em

alguns mercados. No início da década passada, 82% do valor exportado estavam concentrados em

apenas sete nações, sendo: Estados Unidos (32%), França (14%), Argentina (13%), Reino Unido (8%),

Holanda (5%), Alemanha (5%) e Uruguai (5%). (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

O declínio das exportações brasileiras é explicado, sobretudo, pela redução das compras de países

desenvolvidos, especialmente dos Estados Unidos, cujas aquisições de móveis do Brasil caíram 40%

entre 2001 e 2012. O resultado da balança do setor só não foi pior em função da diversificação de

parceiros comerciais.

Em 2012, o Brasil exportou móveis para 152 países. Entre estes, Angola, destino de 9% do valor total,

tornou-se o terceiro maior parceiro, atrás apenas de Estados Unidos (13%) e Reino Unido (12%). Países

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como Chile (5%), Bolívia (5%), Peru (5%) e Paraguai (5%) ampliaram suas compras e também se

tornaram importantes destinos.

A composição da pauta importadora de móveis do Brasil é de sobremaneira distinta da exportadora. No

início da década passada, o valor das importações de móveis de madeira representava 17% do total. O

restante é pertencente ao setor de móveis produzidos com peças metálicas e materiais plásticos. Embora

em termos absolutos seu valor tenha crescido a uma média de 16% a.a. entre 2001 e 2012, representa

atualmente apenas 9% do total. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

A tendência de crescimento de importações do setor foi determinada por segmentos em que o Brasil é

pouco competitivo, como o de móveis produzidos com materiais plásticos e metais, sobretudo assentos

giratórios. As importações provenientes de países asiáticos, principalmente da China, destacam-se das

demais. No início da década, as importações originadas da Ásia respondiam por 16% do total de

exportações. Crescendo a uma taxa média anual de 36%, chegaram a 67% do total de importações em

2012.

Apesar de as importações de artigos do mobiliário seguirem uma rota ascendente nos últimos anos, a

indústria de móveis do Brasil é bastante sólida no mercado interno. O consumo de móveis no país vem

aumentando, e a indústria nacional, em especial nos segmentos de madeira, mostra-se capaz de

responder a essa demanda ampliada. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

Por outro lado, as exportações brasileiras de artigos do mobiliário não estão conseguindo acompanhar o

aquecimento do comércio internacional e entraram em uma rota decrescente conforme demonstra o

gráfico abaixo:

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Figura 4: Exportações Mundiais de Móveis e Participação do Brasil no Comércio Internacional de Móveis

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 2013

No gráfico abaixo podemos ver a perda de competitividade das exportações brasileiras, a manutenção do

abastecimento do mercado interno, mas uma crescente inserção de produtos importados no mercado

interno:

Figura 5: Coeficiente de Exportação2 X Coeficiente de Penetração das Importações3 da atividade “Produção de Artigos

do Mobiliário”, a preços constantes – Brasil, 2001-2011 (em %)

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 2013

2 Percentual de determinado bem produzido no país foi destinado ao mercado externo. 3 Mede a parcela da demanda doméstica atendida por mercadorias importadas.

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Em relação à origem do declínio das exportações de artigos do mobiliário do Brasil, dados da UNCTAD

deixam claro que não houve erro na focalização das empresas em mercados pouco dinâmicos. Entre

2001 e 2011, todos os grandes compradores de móveis brasileiros, como os Estados Unidos, o Reino

Unido, a França, a Argentina e a Holanda, aumentaram suas importações de artigos do mobiliário de

maneira quase contínua.

Como a redução das exportações brasileiras de artigos do mobiliário não resultou de desaquecimento da

demanda externa, não restam dúvidas de que sua competitividade sofreu algum revés no front externo.

Uma das principais fontes da competitividade da produção brasileira no mercado doméstico pode ser

atribuída à importância das lojas especializadas multimarcas e das monomarcas na distribuição de artigos

do mobiliário pelo território nacional. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

O varejo independente tende a ser menos internacionalizado, uma vez que sua capacitação para

desenvolver fornecedores no exterior é menor. As lojas próprias, em geral, trabalham com marcas

brasileiras, além de atuarem com frequência no segmento de planejados, no qual a importação é quase

impossível.

O comércio atacadista, que poderia ser importante fonte de distribuição de importados, é pouco relevante

na distribuição de móveis no país. Já o grande varejo brasileiro, apesar de dispor de capacidade de

desenvolver fornecedores no exterior, também se mostra pouco internacionalizado, pelo menos no que

tange ao comércio de móveis de madeira.

A explicação para a ainda baixa internacionalização do grande varejo brasileiro está no fato de que a

importação de móveis de madeira é bastante prejudicada por custos de transportes, em função da baixa

razão entre valor agregado e o peso desses produtos.

Para os Estados Unidos e para a Europa, importar móveis da China se tornou vantajoso, já que o custo

de transporte, além de ter sido reduzido por inovações em logística e embalagens, é mais que

compensado pela diferença salarial entre a mão de obra local e a chinesa – fato que ainda não se

observa no caso brasileiro. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

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Em função disso, nas últimas décadas, grandes redes varejistas de países de alta renda, como a sueca

IKEA e a americana Walmart, desenvolveram redes globais de produção e vêm exercendo cada vez mais

poder sobre a cadeia global de valor do segmento de móveis.

Boas pistas para a falta de competitividade no mercado internacional: ausência de ganhos de

produtividade, altos preços dos painéis de madeira, baixos padrões de governança corporativa, fraco

desempenho inovador, elevado turnover, qualificação baixa e atraso tecnológico das máquinas e

equipamentos nacionais que predominam nas empresas do setor.

Além disso, a agressividade da evolução dos produtores asiáticos e a progressiva estruturação de uma

cadeia global de valor comandada por megavarejistas, da qual o Brasil pouco participa, também

contribuíram para a perda de espaço das exportações brasileiras.

2.5. Investimentos

Brasil

Alguns elementos intangíveis, como inovação, design, marketing, segmentação e qualidade de serviços

têm sido relativamente negligenciados pela estratégia das empresas brasileiras do setor.

No que diz respeito à inovação, a Pesquisa de Inovação Tecnológica 2008 (Pintec 2008) do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta o setor moveleiro como um dos menos inovadores da

indústria de transformação brasileira.

O setor é caracterizado por baixo dispêndio em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento (P&D)

e grande peso dos investimentos em máquinas e equipamentos no total de seu esforço inovador.

(Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

No que tange às inovações em produto, a baixa inovatividade não é exclusiva da produção nacional, já

que as oportunidades tecnológicas relativas aos produtos da indústria moveleira são relativamente

baixas. Por outro lado, o setor se destaca como uma das indústrias que mais implementam modificações

na estética ou no desenho.

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O setor também se destaca negativamente quando se examina o peso da aquisição de máquinas e

equipamentos no total do esforço inovador demonstrando que o dinamismo tecnológico não se encontra

no interior da indústria, mas nos fornecedores. As principais inovações dizem respeito à evolução dos

equipamentos e à melhoria da qualidade das chapas utilizadas, tanto MDF quanto MDP.

Em um setor no qual o design poderia desempenhar um papel estratégico, 62% das empresas

pesquisadas no estudo de Galinari, Junior e Morgado em 2013 afirmaram que os gastos com design

representam menos de 1% das vendas e apenas 17% declararam um gasto acima de 2% do faturamento.

As estatísticas mostram certa divisão no setor quanto ao profissionalismo com que a questão do design é

tratada: se, por um lado, 33% afirmam que os empregados envolvidos com o design não têm formação

especializada e 23% dizem que têm formação em nível técnico, por outro lado 37% das respostas

afirmam que esses empregados têm nível superior.

As visitas dos autores a algumas empresas do setor revelaram que o design ainda não é considerado um

dos principais elementos da estratégia competitiva das empresas. Não se trata, portanto, de um setor que

busque ganhos de competitividade por meio de agregação de valor baseada em excelência ergonômica,

desenhos diferenciados ou em estética apurada. (Galinari, Junior e Morgado, 2013).

2.6. Emprego

Zona da Mata:

Na tabela abaixo podemos ver que a indústria de móveis tem bastante relevancia na empregabilidade da

regional Zona da Mata. Os empregos deste setor representaram em 2011, 17,2% dos empregos

industriais desta regional e tem crescido de forma constante desde 2007.

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Tabela 1: Representação da Importância do Setor de Móveis para os Empregos da Indústria na Zona da Mata

2007 2008 2009 2010 2011

Total de Empregados

na indústria na ZM 86.862 88.628 90.808 99.168 101.405

Total de Empregados

na indústria de

móveis na ZM

12.823 13.337 14.723 16.524 17.432

% que a indústria de

Móveis representa no

total de empregados

da ZM

14,8% 15% 16,2% 16,7% 17,2%

Fonte: Elaboração Própria, com base na Rais 2007 a 2011

Brasil:

A importância do setor moveleiro para a economia brasileira é claramente percebida por meio de sua

capacidade de geração de empregos, por sua disseminação pelo território nacional e pela grande

quantidade de encadeamentos a montante e a jusante de sua cadeia produtiva.

Em 2011 o setor foi responsável por mais de 269.000 empregos diretos, quantidade que correspondeu a

3,5% do emprego formal da indústria de transformação brasileira, segundo dados da Relação Anual de

Informações sociais (Rais) 2011, do Ministério do Trabalho e Emprego. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

O Sudeste (que detém 43% do emprego setorial) e Sul (40%) do país, onde também estão localizados os

principais polos produtores.

Dados da Rais evidenciam que, no conjunto de empresas formalmente constituídas do setor, predomina o

emprego em estabelecimentos de portes micro, pequeno e médio (MPME). Em 2011, apenas 9% dos

empregados da indústria de móveis trabalhavam em grandes empresas.

Uma das características do setor – que decerto gera efeito negativo sobre sua produtividade e

competitividade – é a elevada informalidade no mercado de trabalho. A informalidade prejudica a

produtividade na medida em que o desrespeito aos direitos do trabalhador tende a amplificar os conflitos

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de classe, gerar insatisfação e manter baixo o nível de comprometimento dos trabalhadores com a

atividade exercida. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

A informalidade também limita as oportunidades de crescimento e aproveitamento de economias de

escala por parte das empresas em situação irregular, uma vez que dificulta sua participação em cadeias

de valor e impossibilita sua inserção no mercado internacional e em concorrências governamentais.

Além disso, as empresas não constituídas formalmente se tornam impossibilitadas de obter

financiamentos em condições mais favoráveis que as disponíveis para o crédito pessoal, reduzindo

oportunidades de expansão e modernização de suas atividades.

Outra fonte de prejuízo à produtividade do setor está relacionada à qualificação do trabalhador.

Investimentos em ativos críticos para a ampliação da produtividade, como máquinas, equipamentos,

sistemas de produção e de gestão modernos, são, em alguma medida, limitados pela dificuldade de

contratação de mão de obra qualificada para operá-los.

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 2011 evidenciam o baixo nível de escolaridade

da mão de obra do setor: 54% das pessoas ocupadas têm, no máximo, o ensino fundamental completo;

43% têm ensino médio; e apenas 3%, curso superior. (Galinari, Júnior e Morgado; 2013)

Deve-se destacar que, no caso do setor moveleiro, foram determinantes para tal composição da mão de

obra tanto a existência de etapas dos sistemas de produção demandantes de trabalho pouco qualificado

quanto a existência de empresas tecnologicamente desatualizadas.

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Figura 6:Participação do Trabalho Informal nas Divisões da Indústria de Transformação – Brasil, 2010 (em %)

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 2013

O setor vem sinalizando que encontra dificuldades para reter talentos e o conhecimento a eles associado,

como sugerem indicadores de rotatividade da mão de obra (turnover). A taxa de turnover do setor

moveleiro é ligeiramente mais alta que a taxa média da indústria de transformação.

A maioria das empresas não tem política de retenção de mão de obra nem plano de cargos e salários. É

importante salientar que a debilidade da evolução da produtividade do setor vem implicando baixa

capacidade de elevação real da remuneração dos trabalhadores e mantendo alta a taxa de rotatividade.

Tal fato é temerário, haja vista que encerra o setor em um círculo vicioso. (Galinari, Júnior e Morgado;

2013)

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Figura 7: Remuneração Média na Indústria Moveleira como Percentagem da Remuneração Média na Indústria de Transformação, por faixa etária e escolaridade dos trabalhadores – Brasil, junho de 2010

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 2013

2.7. Principais Players – Mundo e Brasil:

Mundo:

Países:

O mundo desenvolvido ainda responde pela maior parte da produção global de móveis com 52% do

total. Por outro lado, a China, que pertence ao grupo de países de renda média ou baixa, é o maior

produtor mundial, respondendo por 31% do total. Em seguida estão os Estados Unidos (14% do total

global), a Itália (7%) e a Alemanha (6%).

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Figura 8: Participação na Produção Mundial de Móveis em 2010 (em %)

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 2013

Os maiores produtores mundiais também figuram como grandes players do mercado internacional.

Atualmente, o ranking dos cinco maiores exportadores, em ordem decrescente de valor, é formado por

China, Alemanha, Itália, Polônia e Estados Unidos, segundo dados de 2011 da United Nations

Conference on Trade and Development (UNCTAD).

Gráfico 2: Maiores exportadores de móveis do mundo

0

10

20

30

40

50

60

70

80

China Alemanha Itália EUA Polônia Brasil

2007

2008

2009

2010

2011

Fonte: International Trade Center. (Utiliza um banco de dados das Nações Unidas) Produção Própria

De acordo estudo de Pahkasalo, Aurenhammer e Gaston, 2012, segue abaixo os maiores importadores

mundiais de móveis:

Bilhões - U

SD

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Figura 9: Valor das importações de móveis de madeira dos 5 países mais importadores entre 2007-2011

Fonte: Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa

Características da produção de móveis Chinesa:

A indústria moveleira chinesa é altamente pulverizada, composta, de forma predominante, por empresas

particulares de pequeno e médio porte. A maior parte destas empresas apresenta baixa produtividade,

baixa qualidade e pouca especialização.

Isto faz com que a quase totalidade dos móveis da China sejam cópias de modelos europeus ou norte-

americanos, com qualidade e custo muito inferiores e que utilizam o preço como a principal vantagem

competitiva. Não por acaso, a crescente competitividade da indústria chinesa de móveis se reflete, em

particular, em linhas e estágios da produção que são intensivos na utilização de mão de obra. (CGEE,

2008: p.30; Apud Estudos Setoriais ABDI; 2008).

Pirincipais empresas do Mundo:

IKEA

Walmart

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Brasil

Principais Polos Produtores:

Os principais polos produtores: Bento Gonçalves (RS), Arapongas (PR), Ubá (MG), São Bento do Sul

(SC), Linhares (ES), Mirassol (SP), Votuporanga (SP) e Região Metropolitana de São Paulo.

Tabela 2: Perfil da produção dos principais polos produtores

Polos Moveleiros Perfil Empresarial Perfil Produtivo

Ubá (MG)

Empresas líderes com elevada capacitação

produtiva. PMEs em setores intensivos em mão-

de-obra

Móveis residenciais e de

escritório populares: metálicos,

retilíneos e torneados.

Bento Gonçalves (RS) Maior capacitação tecnológica e de design do

país

Cozinhas e dormitórios de alto

padrão: retilíneos de painéis e

metálicos.

São Bento do Sul (SC)

Empresas líderes exportadoras com elevada

capacitação produtiva, mas ausência de design

próprio. PMEs, subcontratadas das Grandes

Empresas

Móveis residenciais para

exportação: torneados de

madeira maciça (pínus).

Arapongas (PR) Empresas líderes com capacitação média. PMEs

com tecnologia inferior

Móveis populares: Estofados e

retilíneos de painéis.

Grande São Paulo (SP)

Estrutura Heterogênea: (1) Móveis Seriados:

Grandes empresas com alta tecnologia;

(2)Móveis Sob Encomenda: PMEs estrutura

artesanal; (3) Móveis de Escritório : Elevada

complexidade produtiva.

(a) Móveis residenciais

populares: retilíneos de painéis

e sob encomenda; (b) Móveis

de alto padrão: sob encomenda;

(c) móveis de Escritório.

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Mirassol (SP) Empresa líder com capacitação média. PMEs

intensivas em mão-de-obra.

Móveis residenciais para

exportação: retilíneos de

painéis, torneados e estofados.

Votuporanga (SP) PMEs buscam ações conjuntas.

Móveis residenciais de padrão

médio: retilíneos de painéis e

torneados de madeira maciça

Linhares (ES) Empresas líderes com capacitação média. PMEs

intensivas em mão-de-obra.

Dormitórios: retilíneos de painéis

e torneados.

Fonte: PMC APL Móveis - Programa BID – 2011.

Empresas:

o Itatiaia – Classe C e D. – Perguntar ao Bruno

o Móveis Bartira (Casas Bahia) – Classe C, D, E

o Todeschini – Classe A, B

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3. Perspectivas do Setor

3.1. Movimentação geográfica

Zona da Mata:

A maioria das empresas de Móveis da Zona da Mata está concentrada na cidade de Ubá e nas cidades

que compõem o APL. Abaixo temos a distribuição Espacial das empresas de móveis na Zona da Mata:

Gráfico 3: Localização das empresas de móveis na Regional Zona da Mata

Fonte: Rais 2013

As cidades de Juiz de Fora; Tiradentes e Santa cruz de Minas possuem juntas um número expressivo de

indústrias de móveis, são 122 sendo 64 em Juiz de Fora; 21 em Tiradentes e 37 em Santa Cruz de

Minas.

Apesar deste grande número de empresas, neste universo de 122 só temos uma empresa de tamanho

médio e todas as outras são micro ou pequenas. Todas as demais indústrias estão pulverizadas pela

região.

Brasil:

A atividade é bastante difundida pelo território brasileiro Com a grande presença de pequenos

empreendimentos, sobretudo marcenarias que executam trabalhos customizados.

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As indústrias moveleiras estão localizadas, em sua maioria, na região centro-sul do país constituindo em

alguns estados, polos moveleiros, a exemplo de Bento Gonçalves no Rio Grande do Sul; São Bento do

Sul em Santa Catarina; Arapongas no Paraná; Mirassol, Votuporanga e São Paulo no Estado de São

Paulo; Ubá em Minas Gerais; e Linhares no Espírito Santo.

Figura 10: Mapa dos APLs de Móveis no Brasil

Fonte: Google Maps 2013

Mundo:

Grandes redes varejistas vêm mudando o padrão de competitividade do setor à medida que estruturam

redes globais de fornecedores, sobre as quais exercem grande influência. As Empresas varejistas e

fabricantes de móveis dos países centrais passaram a desenvolver fornecedores ou a instalar plantas

Votuporanga/SP

Arapongas/PR

São Bento do Sul/SC

Bento Gonçalves/RS

Mirassol/SP

Linhares/ES

Ubá/MG

Grande São Paulo/SP

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produtivas em países em desenvolvimento (notadamente na Ásia) com vistas a se beneficiar de menores

custos de mão de obra, de insumos e, ainda, explorar os mercados locais.

Ora em curso, tal processo vem gradativamente estruturando cadeias globais de produção, governadas

por grandes redes varejistas, nas quais as competências de maior agregação de valor, como o design, o

marketing, a criação e o fortalecimento de marcas, tendem a ficar concentradas nos países

desenvolvidos, enquanto a manufatura se estabelece nos países em desenvolvimento. (Galinari, Júnior e

Morgado; 2013)

3.2. Tendência de concentração (ou desconcentração):

O setor moveleiro é caracterizado pela predominância de pequenas e médias empresas atuantes em um

mercado muito segmentado e ainda é intensivo em mão-de-obra, apresentando baixo valor adicionado

(por unidade de mão-de-obra) em comparação a outros setores (GORINI, 2006; Apud. Pasqualotto 2006;

pg. 77).

O investimento inicial em ativos físicos para certos tipos de produção não são demasiado vultosos, a

maior parte das inovações tecnológicas do setor é gerada por fornecedores de insumos e de bens de

capital, as condições de apropriabilidade de uma das principais fontes de diferenciação de produtos, o

design, são extremamente baixas.

Além disso, a existência de etapas do processo produtivo cuja automação é difícil, como montagem e

estofamento, não favorece o surgimento de empresas grandes o suficiente para ter alto poder de

mercado. (GORINI, 2006; Apud. Pasqualotto 2006; pg. 77)

Verifica-se no setor uma predominância do controle familiar, e a empresa familiar no Brasil ainda é

conhecida como uma organização frágil em relação à sobrevivência e à utilização de boas práticas de

governança corporativa, e o processo sucessório é tema central do problema.

Dentre os principais problemas, podem ser destacados a falta de transparência, a expropriação de

direitos, falta de planejamento de sucessão, conflitos internos, alta concentração de tarefas em um único

indivíduo (Sócio Proprietário/ Presidente/Diretor, etc.), falta de controle nas contas internas,

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Tabela 3: Perfil das Empresas da ZM (Considerando empresas com 1 ou mais funcionários):

Localidade

Tamanho

Zona da Mata APL de Ubá4 incluindo Ubá Apenas Ubá

Número Absoluto Número

Absoluto

Porcentagem da

ZM

Número Absoluto Porcentagem da ZM

Micro

(1 a 19 empregados) 433 191 44,11% 119 27%

Pequenas

(20 a 99 empregados) 103 90 87% 53 51,4%

Médias

(100 a 499

empregados)

35 34 97% 23 65,7%

Grandes

(>499 empregados) 4 4 100% 2 50%

Total de

Empresas: 575 319 55,47% 197 34,26%

Fonte: RAIS 2011

Se o foco da FIEMG for médias e grandes, as empresas a serem apoiadas pelo programa estão no APL

de Ubá.

3.3. Oportunidades e tendências:

Estimativas de IEMI5 (2011) sugerem que aproximadamente 76% das empresas moveleiras do Brasil

fabricam produtos de forma seriada, isto é, móveis padronizados, cujas características físicas não podem

ser alteradas pelos consumidores. (Furniture and Furnishing, 2013)

Para os próximos anos, espera-se um crescimento na produção de móveis modulados, planejados e sob

desenho. Mudanças recentes no mercado imobiliário vêm implicando reduções das áreas úteis dos

4 Cidades integrantes do APL: Guidoval, Guiricema, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, São Geraldo, Tocantins e Visconde de Rio Branco e Ubá.

5 Instituto de estudos e Marketing Industrial

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imóveis, o que valoriza as soluções que maximizam o aproveitamento de espaço. Ademais, caso o país

continue a combinar crescimento com distribuição de renda, é razoável supor que o consumo de móveis

se sofistique, aumentando a demanda por projetos de decoração que contam com planejamento de

mobiliário.

Acredita-se que a década de 2010 seja um período de contínuo crescimento das classes A, B e C, para

as quais segmentação, design, qualidade e excelência na prestação de serviços pesam mais do que o

preço.

Desse modo, empresas que focarem no segmento ABC tendo por base estratégias centradas nos ativos

intangíveis contam com grandes chances de sustentar, e até mesmo ampliar, a alta competitividade que o

setor moveleiro apresenta atualmente no mercado interno.

O site Furniture and Furnishing publicou em 2013 uma reportagem sobre os pontos principais de um

estudo realizado pelo IEMI apontando as potencialidades deste setor. A reportagem fala que o aumento

do poder de compra da população brasileira influenciou diretamente a vendas do mercado de móveis. Em

2012, 55% da quantidade de dinheiro gasta para comprar móveis veio da classe B2 e C e a parcela

relativa aos consumidores pertencentes às classes De E diminuiu devido a menor quantidade de pessoas

pertencentes a estas classes.

Ume melhor distribuição de renda aumentou a ascensão social e o consumo, aquecendo o mercado

moveleiro favorecendo marcas voltadas diretamente para a classe média. O consumo das classes mais

extremas (A e E) cresceram a um patamar menor.

O estudo aponta que a principal forma de compra do mercado de móveis é através de lojas de móveis

simples, seguidos de grandes revendedores (grandes magazines) e depois as lojas de marcas e

franquias. Está ocorrendo uma consolidação das maiores marcas de móveis no Brasil e um aumento de

interesse na diversificação as vendas, principalmente por estabelecer marcas próprias. (Furniture and

Furnishing, 2013)

Apesar das perspectivas positivas apontadas por especialistas, existe um contraste com a percepção do

sindicato local a respeito da atual conjuntura para o setor.

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Perspectivas do INTERSIND:

Avaliação da Produtividade do Trabalhador da indústria de móveis da zona da mata ou APL de

Ubá é baixa. Falta de qualificação da mão de obra.

Minas Gerais é o principal mercado consumidor dos móveis da região, , seguido do Rio de

Janeiro, Espírito Santo, Nordeste, São Paulo e outros. O Sudeste é o principal mercado das

empresas da Região.

Perspectiva de baixo crescimento do setor e os móveis do segmento residencial continuarão

crescendo mais dentro da carteira de produtos

As empresas produzem, A maioria produz móveis para as Classes C e D. Algumas produzem

móveis residenciais para as Classes B a E

Fonte: Entrevista por e-mail.

3.4. Perspectivas tecnológicas

Quadro Geral:

O salto tecnológico da indústria moveleira ocorrido na década de 90 deu-se por meio do forte

investimento na renovação do parque de máquinas, sendo que a grande parte dos equipamentos foram

importados da Itália e da Alemanha (GORINI, 2006; Apud. Pasqualotto 2006).

É grande a heterogeneidade do setor no tocante ao uso de tecnologias. Alguns tipos de produto admitem

processos de fabricação com elevada automação, como os móveis retilíneos elaborados com madeiras

reconstituídas (MDF, MDP etc.), enquanto outros demandam grande quantidade de trabalhos manuais,

como os móveis artesanais de madeira maciça.

No Brasil, coexistem neste setor empresas de porte médio ou grande que produzem em massa,

empregando máquinas e equipamentos de elevado conteúdo tecnológico, empresas parcialmente

automatizadas, além de micro e pequenas empresas intensivas em trabalho.

Os investimentos em reflorestamento e na construção civil geram um reflexo positivo para o setor, em

especial na geração de empregos. Além disto, o Brasil desfruta de uma importante fonte de

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competitividade representada pela sua área florestal e baixo custo da sua madeira proveniente de áreas

de reflorestamento. (Pasqualotto 2006)

Como no setor moveleiro do Brasil prevalecem empresas de porte micro e pequeno, dotadas de fôlego

financeiro relativamente baixo, a indústria nacional de bens de capital para o setor tende a focar sua

produção em equipamentos de conteúdo tecnológico relativamente menor, com vistas a ofertar preços

mais acessíveis.

Grandes empresas normalmente precisam importar equipamentos (bens de capital) e até um linha de

produção inteira de fornecedores de classe mundial para satisfazer suas necessidades.

As linhas de financiamento existentes no país para a importação de máquinas e equipamentos são pouco

competitivas. As externas são instáveis, dependentes da conjuntura internacional e submetem as

empresas ao risco cambial.

No cenário atual, no qual predominam incentivos à aquisição de equipamentos nacionais, o crescimento

da produtividade da indústria moveleira não depende apenas de seus esforços. A elevação dos

investimentos da indústria nacional de bens de capital, na busca constante pelo desenvolvimento

tecnológico de seus produtos, é, portanto, imprescindível para que empresas dos mais variados portes

tenham acesso a equipamentos que as tornem competitivas. (Pasqualotto 2006)

Assim, políticas para modernização e crescimento da escala de produção de empresas do setor

moveleiro devem necessariamente abarcar o setor de bens de capital, com devidos incentivos, pactuação

de metas de prazos e de desempenho, ou melhores condições de apoio à importação de bens de capital

de maior conteúdo tecnológico.

Fornecedores: (IMPORTANTE!)

A estrutura produtiva da indústria de madeira reconstituída é sobremaneira concentrada, haja vista que

passou por um processo de consolidação na última década. Sua capacidade instalada está dividida entre

seis empresas principais, das quais a maior é a Duratex.

Esses autores explicam que o parque brasileiro é um dos mais avançados do mundo. A utilização de

máquinas modernas vem permitindo a esse setor trabalhar com custos relativamente reduzidos.

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Em geral, essas empresas mantêm as próprias florestas plantadas que produzem matérias-primas para

seus processos produtivos, de forma que a evolução tecnológica verificada no ramo florestal também se

configura como fonte de elevação da produtividade do setor. (Pasqualotto 2006)

A distribuição da renda gerada na cadeia produtiva de madeira e móveis claramente favorece o ramo de

fabricação de madeira reconstituída. A lucratividade da atividade “fabricação de produtos de madeira,

cortiça e material trançado” foi, em média, 76% superior à da indústria moveleira.

O diferencial de porte entre a concentrada indústria de madeira reconstituída e o pulverizado setor

moveleiro oferece maior poder de barganha à primeira, sobretudo em razão de as negociações de preços

serem realizadas cliente a cliente.

Contribui também para o preço relativamente alto dos painéis de madeira no Brasil as dificuldades de se

substituir o produto nacional pelo importado, uma vez que o custo de transporte constitui parte importante

do valor final do produto. (Pasqualotto 2006)

O poder de mercado detido pela indústria de madeira reconstituída não permite que os ganhos de

produtividade por ela obtidos, tanto no segmento industrial quanto no florestal, sejam transmitidos ao

longo da cadeia de madeira e móveis. Dessa forma, as vantagens comparativas do Brasil no ramo

florestal terminam por não conferir vantagem competitiva aos artigos de mobiliário produzidos no país.

Por outro lado, a baixa penetração de importações de móveis de madeira no Brasil, em alguma medida,

também pode ser influenciada pela concentração da indústria de painéis. As margens desse setor no

mercado interno são significativamente maiores que as obtidas por exportações. Portanto, em seus

cálculos de preços, o enfraquecimento do setor moveleiro no mercado doméstico deve ser uma constante

preocupação. (Pasqualotto 2006)

Oportunidade de inovação tecnológica na cadeia produtiva:

GLULAM:

É um material de construção altamente inovador e versátil, projetado para uma série de aplicações de

construção residencial e comercial. Com alta capacidade de acréscimo de valor através do design fazem

este material de custo competitivo uma boa escolha para vários tipos de projetos, podendo ser usado

inclusive na construção civil.

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O Glulam é composto de laminas individuais de Madeira especialmente selecionadas e posicionadas uma

em cima da outra. Este material é muito resistente, flexível (várias oportunidades de design) e durável.

(American Plywood Association, 2013)

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Tabela 4: ICTs Identificados em Minas Gerais:

Local Foco Atribuições

Belo Horizonte Design

Informações e tecnologias

direcionadas para o

desenvolvimento de produtos em

madeira e mobiliário

Contagem Assessoria

tecnologia da madeira e em

produção / acabamento de móveis;

diagnóstico e solução de

problemas específicos;

aperfeiçoamento de métodos de

trabalho

Governador Valadares Informação

Disseminação de informação

técnica, serviços de resposta

técnica e outros serviços.

Ubá Informação, Assessoria, Design

e Serviço de Laboratório.

Apoio e subsídio técnico.

Assessoria em tecnologia da

madeira e em

produção/acabamento de móveis;

diagnóstico e solução de

problemas específicos;

aperfeiçoamento de métodos de

trabalho; assessoria em

desenvolvimento de cabine de

pintura para móveis; assessoria

em projetos de secagem da

madeira.

Desenvolvimento de projetos de

peças e de componentes do

mobiliário; design com inovação

estética, funcional e tecnológica.

Análise físico-química de tintas,

móveis e outros produtos de

madeira.

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Uberaba Design

Desenvolvimento de projetos de

peças e de componentes do

mobiliário; design com inovação

estética, funcional e tecnológica

Fonte: http://www.senai.br/portal/br/Buscacursos/snai_ser_outros.aspx?mod=&uf=TODOS&area=15

3.5. Elos Chave e Fatores Críticos de Sucesso:

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Fornecedores de MDF

A indústria moveleira do Brasil tem histórica especialização na produção de artigos confeccionados com

madeira, já que fatores geográficos e climáticos favorecem a oferta em abundância de insumos de origem

florestal no país. A fabricação de móveis de madeira maciça ou reconstituída (painéis MDF, MDP etc.)

representa cerca de 84% do total produzido nacionalmente em 2011.

A maior parte desses insumos é adquirida de fornecedores nacionais. Apenas as matérias-primas mais

elaboradas, como laminados de alta resistência (fórmica), MDF e MDP revestidos, têm participação

relevante de importados. (Galinari, Junior e Morgado, 2013)

A estrutura produtiva da indústria de madeira reconstituída é de sobremaneira concentrada, haja vista

que passou por um processo de consolidação na última década. Sua capacidade instalada está dividida

entre seis empresas principais, das quais a maior é a Duratex.

O parque industrial brasileiro neste setor é um dos mais avançados do mundo. A utilização de máquinas

modernas vem permitindo a esse setor trabalhar com custos relativamente reduzidos.

O diferencial de porte entre a concentrada indústria de madeira reconstituída e o pulverizado setor

moveleiro oferece maior poder de barganha à primeira, sobretudo em razão de as negociações de preços

serem realizadas cliente a cliente.

Contribui também para o preço relativamente alto dos painéis de madeira no Brasil as dificuldades de se

substituir o produto nacional pelo importado, uma vez que o custo de transporte constitui parte importante

do valor final do produto.

A distribuição da renda gerada na cadeia produtiva de madeira e móveis claramente favorece o ramo de

fabricação de madeira reconstituída. A lucratividade da atividade “fabricação de produtos de madeira,

cortiça e material trançado” foi, em média, 76% superior à da indústria moveleira.

As principais inovações geradas no setor dizem respeito à evolução dos equipamentos produtores de

móveis e à melhoria da qualidade das chapas utilizadas, tanto MDF quanto MDP. (Galinari, Junior e

Morgado, 2013)

Produtividade:

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O setor reúne características como elevada utilização de insumos de origem natural, emprego

relativamente intensivo de mão de obra, reduzido dinamismo tecnológico e alto grau de informalidade.

A produtividade do trabalho do setor se encontra estagnada, haja vista que encerra a década em um nível

ligeiramente menor que o observado no início dos anos 2000. Como a produção física de artigos de

mobiliário cresceu nesse mesmo período, podemos entender que o crescimento não está associado a

melhorias substanciais de qualidade, tanto de produtos como dos processos produtivos estando baseado

majoritariamente na aquisição de ativos físicos.

De todas as possíveis fontes de ampliação da produtividade de setores industriais, a mais inteligível

buscada pelos empresários é o investimento em ativos físicos. Entretanto a produtividade pode ser

entendida de duas formas: (Galinari, Junior e Morgado, 2013)

Dimensão da eficiência produtiva: Aumento do número de itens produzido por

trabalhador.

Dimensão qualitativa: como na elevação da arrecadação da empresa, em termos

monetários, sem aumentar a produção física por trabalhador. Isto ocorre através da

incorporação de ativos ao produto por características intangíveis, como design e marca.

O setor vem sinalizando que encontra dificuldades para reter talentos e o conhecimento a eles associado,

como sugerem indicadores de rotatividade da mão de obra (turnover). A taxa de turnover do setor

moveleiro é ligeiramente mais alta que a taxa média da indústria de transformação.

A maioria das empresas não tem política de retenção de mão de obra nem plano de cargos e salários. É

importante salientar que a debilidade da evolução da produtividade do setor vem implicando baixa

capacidade de elevação real da remuneração dos trabalhadores e mantendo alta a taxa de rotatividade.

Tal fato é temerário, haja vista que encerra o setor em um círculo vicioso. (Galinari, Junior e Morgado,

2013)

P&D e Design:

Alguns elementos intangíveis, como inovação, design, marketing, segmentação e qualidade de serviços

têm sido relativamente negligenciados pela estratégia das empresas brasileiras do setor.

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O setor é caracterizado por baixo dispêndio em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento (P&D)

e grande peso dos investimentos em máquinas e equipamentos no total de seu esforço inovador.

No que tange às inovações em produto, a baixa inovatividade não é exclusiva da produção nacional, já

que as oportunidades tecnológicas relativas aos produtos da indústria moveleira são relativamente

baixas. Por outro lado, o setor se destaca como uma das indústrias que mais implementam modificações

na estética ou no desenho.

As visitas dos autores a algumas empresas do setor revelaram que o design ainda não é considerado um

dos principais elementos da estratégia competitiva das empresas. Não se trata, portanto, de um setor que

busque ganhos de competitividade por meio de agregação de valor baseada em excelência ergonômica,

desenhos diferenciados ou em estética apurada. (Galinari, Junior e Morgado, 2013).

Acredita-se que no Brasil, a década de 2010 seja um período de contínuo crescimento das classes A, B e

C, para as quais segmentação, design, qualidade e excelência na prestação de serviços pesam mais do

que o preço.

Desse modo, empresas que focarem no segmento ABC tendo por base estratégias centradas nos ativos

intangíveis contam com grandes chances de sustentar, e até mesmo ampliar, a alta competitividade que o

setor moveleiro apresenta atualmente no mercado interno.

Máquinas e Equipamentos:

O salto tecnológico da indústria moveleira ocorrido na década de 90 deu-se por meio do forte

investimento na renovação do parque de máquinas, sendo que a grande parte dos equipamentos foram

importados da Itália e da Alemanha (GORINI, 2006).

Há grande a heterogeneidade do setor no tocante ao uso de tecnologias. Alguns tipos de produto

admitem processos de fabricação com elevada automação, como os móveis retilíneos elaborados com

madeiras reconstituídas (MDF, MDP etc.), enquanto outros demandam grande quantidade de trabalhos

manuais, como os móveis artesanais de madeira maciça.

Como no setor moveleiro do Brasil prevalecem empresas de porte micro e pequeno, dotadas de fôlego

financeiro relativamente baixo, a indústria nacional de bens de capital para o setor tende a focar sua

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produção em equipamentos de conteúdo tecnológico relativamente menor, com vistas a ofertar preços

mais acessíveis.

Grandes empresas normalmente precisam importar equipamentos (bens de capital) e até um linha de

produção inteira de fornecedores de classe mundial para satisfazer suas necessidades.

As linhas de financiamento existentes no país para a importação de máquinas e equipamentos são pouco

competitivas. As externas são instáveis, dependentes da conjuntura internacional e submetem as

empresas ao risco cambial.

O setor também se destaca negativamente quando se examina o peso da aquisição de máquinas e

equipamentos no total do esforço inovador demonstrando que o dinamismo tecnológico não se encontra

no interior da indústria, mas nos fornecedores. As principais inovações dizem respeito à evolução dos

equipamentos e à melhoria da qualidade das chapas utilizadas, tanto MDF quanto MDP.

Isto deixa o setor dependente, pois ele apenas incorpora a inovação ocorrida em outro elo da cadeia

produtiva. O dinamismo tecnológico desta indústria não está internalizado na mesma, mas sim nos

fornecedores. (GORINI, 2006).

Baixa Governança Corporativa:

Tudo indica que os polos moveleiros brasileiros não se beneficiam plenamente das economias externas

de caráter passivo relativo aos APLs (problema de governança local diminui a produtividade). Com vistas

a reduzir custos de transação, a mitigar a dependência em relação aos fornecedores e a garantir a

qualidade de seus produtos, empresas do setor priorizam a verticalização dos processos produtivos.

(Galinari, Junior e Morgado, 2013)

Tal fato, além de ser um primeiro indício do baixo nível de confiança entre agentes dos polos, prejudica a

formação de redes locais de fornecedores e o aproveitamento de economias de especialização. A

vantagem competitiva denominada “eficiência coletiva” tampouco é obtida. Pesquisas de campo em

arranjos produtivos brasileiros frequentemente diagnosticam baixo nível de cooperação entre empresas.

Ameaça Chinesa:

Apesar do protecionismo natural, decorrente das altas relações entre peso e valor agregado e entre

volume e valor agregado, que torna o frete internacional de artigos do mobiliário relativamente caro, as

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importações, principalmente chinesas, ainda que representem pouco no percentual de consumo interno

brasileiro estão crescendo a taxas altíssimas.

Atualmente a indústria moveleira chinesa é altamente pulverizada, composta, de forma predominante, por

empresas particulares de pequeno e médio porte. A maior parte destas empresas apresenta baixa

produtividade, baixa qualidade e pouca especialização. (Galinari, Junior e Morgado, 2013)

Isto faz com que a quase totalidade dos móveis da China sejam cópias de modelos europeus ou norte-

americanos, com qualidade e custo muito inferiores e que utilizam o preço como a principal vantagem

competitiva. Não por acaso, a crescente competitividade da indústria chinesa de móveis se reflete, em

particular, em linhas e estágios da produção que são intensivos na utilização de mão de obra

A tendência de crescimento de importações do setor é determinada por segmentos em que o Brasil é

pouco competitivo, como o de móveis produzidos com materiais plásticos e metais, sobretudo assentos

giratórios. As importações provenientes de países asiáticos, principalmente da China, destacam-se das

demais. No início da década, as importações originadas da Ásia respondiam por 16% do total de

exportações. Crescendo a uma taxa média anual de 36%, chegaram a 67% do total de importações em

2012. Apesar de representarem apenas 5% do consumo de móveis no Brasil no ano de 2011 , as

importações crescem aceleradamente – a uma taxa média de 50% a.a., entre 2005 e 2012 – e se

tornam parte relevante do fluxo comercial de móveis do Brasil, conforme demonstra o gráfico abaixo.

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Figura 11: Balança Comercial de Artigos de Mobiliário (em US$ milhões) – Brasil 2001-2012

Fonte: Galinari, Júnior e Morgado, 2013

Fraqueza deste ponto:

Móveis produzidos com material plástico e metais, além de cadeiras giratórias.

Produção brasileira possui baixa produtividade, baixa qualidade e pouca especialização,

assim como a produção chinesa. Com a competição pautada no preço e não na qualidade

qualquer fator que facilite as importações de móveis da china poderá trazer sérias

consequências à produção brasileira, já que os preços chineses tendem a ser inferiores. A

indústria nacional deve ter um diferencial (design, produtividade, marca, etc.) para se manter

no mercado.

Externalidades Positivas que podem influenciar o setor nos próximos anos:

Programa Minha Casa Minha Vida

Minha Casa Melhor

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4. Referências

AMERICAN PLYWOOD ASSOCIATION. Glulam: Visible Beauty, Hidden Strength. Estados Unidos,

2013. Disponível em: http://www.apawood.org/level_b.cfm?content=prd_glu_main

FURNITURE AND FURNISHING. Brazil Furniture Industry. Reportagem publicada em Jul/2013.

Disponível em: http://www.furnitureandfurnishing.com/html/jul13/market_outlook-

brazil_furniture_industry.php

GALINARI, Rangel; JUNIOR, Job Rodrigues Teixeira; MORGADO, Ricardo Rodrigues. A

Competitividade da Indústria de Móveis do Brasil: situação atual e perspectivas. BNDES, 2013.

Disponível em:

http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/bnset/

set3706.pdf

PAHKASALO, Tapani; AURENHAMMER, Peter; GASTON Christopher. Value-Added Wood Product

Markets. Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, 2012. Disponível em:

http://www.unece.org/fileadmin/DAM/timber/publications/12.pdf

PASQUALOTTO, Carina. Ações e adaptações no composto mercadológico no processo de

internacionalização de empresas gaúchas do setor moveleiro. PUC-RS; Porto Alegre, 2006.

Disponível em: http://tede.pucrs.br/tde_arquivos/2/TDE-2006-10-25T165642Z-85/Publico/384099.pdf

PLANO DE MELHORIA DA COMPETITIVIDADE DO APL MÓVEIS DE UBÁ E REGIÃO. Programa de

Competitividade dos APLs de Minas Gerais. Estudo Interno; FIEMG, 2011.

SITES INSTITUCIONAIS:

www.unece.org

www.ibge.com.br

bi.mte.gov.br/bgcaged

http://www.trademap.org/tradestat/Country_SelProduct_TS_Map.aspx

http://www.senai.br/portal/br/Buscacursos/snai_ser_outros.aspx?mod=&uf=TODOS&area=15

www.senai.com.br

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5. Anexo

Tabela 5: Matriz de Projetos:

Projeto/Atuação Instituição Abrangência Campo de Atuação

Programa BID SEDE/FIEMG/SEBRAE Nova Serrana, Divinópolis, Belo Horizonte, Ubá,

Santa Rita do Sapucaí, Jaíba. Diversos

Brasil Maior MDIC Brasil Diversos

SENAI CEDETEM Contagem (ICT) Sistema FIEMG Minas Gerais Educação e ICTs

Cursos Senai Ubá Sistema FIEMG Ubá e região Educação e ICTs

Sebrae 2014 - Móveis de Pará de Minas - MG SEBRAE Pará de Minas Competitividade e Negócios

Fonte: Elaboração GDI/FIEMG