kalma murtinho, figurinos

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figurinos

Organização Rita Murtinho e Carlos Gregório

Kalma murtinho,

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5 Apresentação

6 O hábito faz o monge: Kalma Murtinho // Fernanda Montenegro

8 Kalma nossa // Paula Santomauro

13 Kalma // Barbara Heliodora

22 Figurinos

232 Cronologia

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A exuberância que faz do teatro brasileiro uma arte respeitada no mundo inteiro se

deve em grande parte ao talento de nossos cenógrafos e figurinistas. Entre estes últimos,

sobressai o trabalho de Kalma Murtinho. Há sessenta anos em atividade, ela pertence à

geração que profissionalizou e deu visibilidade ao ofício do figurinista.

O nome Kalma Murtinho está presente na ficha técnica de espetáculos que fizeram

a história de nossas artes cênicas. Este livro resgata essa trajetória de êxitos e a deixa

disponível para a posteridade. Mais de quatrocentos desenhos, croquis e fotos estão reunidos

aqui, contextualizados por críticas da época, depoimentos de colegas ou da própria Kalma.

Há ainda três textos de apresentação preciosos. Fernanda Montenegro fala da

experiência de vestir Kalma Murtinho no palco. Paula Santomauro revela detalhes saborosos

da vida da figurinista enquanto não está produzindo. E Barbara Heliodora põe sua obra em

perspectiva em um ensaio que deixa clara a relevância de Kalma para as artes.

O teatro brasileiro carece de publicações sobre cenografia e figurinos. As novas

gerações de dramaturgos, atores e técnicos das artes cênicas precisam conhecer o ponto

alto de onde partem suas jornadas. Kalma Murtinho, figurinos homenageia a nossa grande

figurinista e contribui para a memória das artes no Brasil.

apresentaçãO

Guti Fraga | Presidente da Funarte

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6

O hábitO faz O mOnge: Kalma murtinhO

Fernanda Montenegro

Rio de janeiro, 4 de março de 2013.

O primeiro espaço do teatro é o imaginário.

É dessa nebulosa que atores, diretores, cenógrafos, figurinistas, iluminadores, sonorizadores,

cenotécnicos e demais participantes saem para o grande salto que dará forma e conteúdo a esse imaginar.

Ao longo dos ensaios, das oficinas, dos diversos experimentos, elementos cênicos vão sendo buscados

onde for possível e como for possível enquanto são aguardados os cenários, os figurinos, a luz, o som definitivos.

No que concerne aos figurinos usamos livremente todo tipo de panejamentos, roupas individuais, calçados,

adereços etc.

Com a vivência dos ensaios essa indumentária caótica domina nossos corpos, nossos gestos, nossa

interpretação. E geralmente se faz confortável, absorvida, "única".

Então é chegado o momento dos figurinos assinados. Trabalho do artista/figurinista.

Que estranheza!

Não é fácil mudar de pele.

O corpo tem de reaprender se entregar a uma nova forma, a uma outra estrutura. Definida por quem de

direito. O ator tem de incorporar e dominar essa nova proposta. São momentos tensos, extremamente inquietantes.

Às vezes, desorientadores. E quase sempre às vésperas das estreias. Esse fenômeno é muito frequente nas

nossas produções teatrais: enfrentar a visão do figurinista sem ter tempo necessário para essa adaptação.

Destaco entre as pouquíssimas, mas, brilhantes exceções: Kalma Murtinho.

Eu me pergunto por que, mesmo com o atropelo do tempo e as angústias de uma primeira apresentação,

Kalma Murtinho sempre traz para o ator ou a atriz o milagre da não estranheza, do não desconforto. Nela, a

adequação existe sempre.

Em teatro, às vezes, o hábito faz o monge.

Kalma cria no não histriônico. Ela não cria no "de fora para dentro", mas, sim, no "de dentro",

misteriosamente, firmemente e inventivamente "do de dentro".

Estou entre as dezenas e dezenas de atores e atrizes que devem a ela essa alegria da não "troca de

pele", esse socorro deslumbrante de ser envolvido por figurinos que você leva como leva seu corpo. Os figurinos

de Kalma jamais estão por cima ou por baixo do ator. Os figurinos de Kalma estão sempre integrados no intérprete

mesmo. Não existem independentemente.

Devo a Kalma Murtinho encontros cênicos inesquecíveis. Figurinos que traziam apoios conclusivos para

aquela interpretação. Uma luz no fim do túnel. Um acerto, uma intuição própria, cuja origem vem de sua vivência,

sensibilidade, discrição ou explosão, na medida corajosamente certa. Absolutamente certa.

Não vejo na história da nossa indumentária cênica nenhum outro artista com tal extraordinária presença

criativa ao longo de tantos e tantos anos de atividade, de sua belíssima e poderosa atividade.

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Kalma nos anos 1950, RJ | Acervo Kalma Murtinho

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Kalma nOssa

Paula Santomauro

“Sabe qual é o problema da lichia? É que quando a gente para de comer dá uma saudade!” Kalma, irmã,

tia, cunhada, prima. É esta que a gente vive na fazenda, num de vez em quando simples.

Lá vem Dona Kalma dando bom dia pelo corredor e distribuindo beijinhos. Calça cáqui, blusa branca,

chapéu na mão, madeixas loiras naquele modelo que sempre foi o seu e os irresistíveis olhos azuis. Elegante sem

o menor esforço, “parece artista de cinema” – admira-se a gente dali.

Antes de sentar à mesa, “onde está minha caneca?”, todo mundo já sabe que aquela é a caneca dela.

De posse da dita cuja, vai Kalma faceira para o curral beber leite ordenhado na hora.

Como é que educação francesa e leite direto da teta da vaca podem fazer parte da mesma pessoa? O

ritual é velho conhecido dos que dele fazem parte.

A vaca dá o leite, que o Chico tira e lhe entrega orgulhoso na caneca espumando. O cheiro de capim

recém-moído, o gado ruminando o desjejum e ela tomando aquela caneca morna. Dá um gole sonoro de um

tempo que não volta mais. “Hummmmm” vai fazendo Kalminha, agora de volta ao mundo saudando sua provedora:

“muito obrigada dona vaca, está delicioso!”

A gente não consegue sair de perto dela. A não ser quando ela sai de perto da gente. Entra no quarto

e lá se vão horas. A criançada bota a cabeça na fresta da porta querendo saber o que a Kalma tia-avó tanto faz

e não entende direito quando a vê sentada na poltrona perto da janela, sentindo a brisa da roça, livro no colo,

olhos fechados.

Os almoços na mesa comprida com ela sentada na ponta são memoráveis. Entre as idas e vindas de

assuntos vários, ora Kalma é palpite certeiro, ora malcriado. “Esses políticos são uns mulherengos e essas moças

umas desavergonhadas. E Deus fez tudo isso.”

Às vezes fecha os olhos em mastigação meditativa, outras, observa, escuta e aprende. Quando alguém

diz uma bobagem, geralmente ela própria, todo mundo ri e ela gargalha leve e longe com o corpo todo.

Comer goiabada, pessegada, mangada, geleia de jabuticaba e doce de leite ao lado de Kalma gulosa

tem muito mais graça. Entregando-se à mistura de fruta e açúcar – carinho de irmã com receita da mãe –, ela

mandona vai já perguntando: “quantas caixas tem para eu levar para o Rio?”

Ainda no tom de mesa e de mando vai Kalma dona da casa organizar o jantar na sua, na Gávea. “Arroz

com feijão todo dia, que horror! Detesto ser prática. Acho uma chatice absurda. Prefiro inventar. Que tal camarão

com chuchu? Ou pato laqueado, feito aquele que comi em Paris.”

Lá vem Kalma especialista marcando as páginas do livro de receitas a fim de resolver o tal problema da

mesmice culinária. Aliás, para quase todos os males há de se ter solução num livro.

De plantas medicinais a Millôr Fernandes, passando por Agatha Christie e Carlos Castañeda, nada nem

ninguém fica desamparado na biblioteca fantástica da Kalma teimosa. “Não ache nada, não menina. Achismo é

horrível. Eu é que sei. Pega aquele livro ali, o romance da Chica da Silva, que vou te contar uma história.”

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Aconteceu em Diamantina, na lareira da pousada Chico Rei, enquanto lia a Chica da Cecília Meireles.

Kalma inspirada teve outra de suas ideias nada aleatórias. “Fazia um frio danado do lado de fora e ali dentro um

calor de fogo, de repente me veio: Chica da Silva. É esse o nome da minha loja.”

Kalma se ria da estranheza de quase todos ao tomarem conhecimento do nome escolhido, melhor

optar por um de santo, diziam ao que ela retrucava: “deixa a minha loja ter nome de tudo ao contrário de santa”.

É uma coisa que muitos não sabem, esta da Kalma empresária. Foi seu psicoterapeuta da época quem

recomendou: “teatro não é trabalho de verdade e você está precisando é de um”.

Conversando com uma prima de Belo Horizonte, surgiu o conselho e a proposta de abrir um comércio.

Kalma, encantada com o artesanato nacional, resolveu fazer dele o seu ramo. Pioneira e visionária, inventou a

Chica da Silva, primeira loja de artesanato brasileiro de todo o Rio de Janeiro.

Minas, Bahia, Pernambuco. Kalma viajante descobriu o Brasil em novos talentos, novas belezas, novas

partes de si mesma. “O que mais me marcou dessa época foi o quanto aprendi com aquelas pessoas que

produziam para a Chica. Era uma gente simples, com uma riqueza de espírito.”

Em um casarão da avenida Nossa Senhora de Copacabana, entre a Sá Ferreira e a Djalma Ulrich, a Chica

tornou-se logo ponto comum para arquitetos, decoradores, interessados em arte e estrangeiros simpatizantes da

nossa cultura, oferecendo possibilidades nacionais para as mais charmosas tendências da época.

Eram os anos 1960 e a nata cult carioca frequentava o ambiente. “O público da minha loja era incrível,

a decoração era colonial. Tinha gente que ia lá só passar o tempo, só sentir-se bem.” Drummond, que era seu

amigo querido, caiu de encantos pela Chica da Kalma e lhe dedicou até um poema.

Não canto as armas e os barões assinalados

Canto as arcas e os baús de Minas Gerais

Já sem ouros e diamantes

Sem escrituras de terras e escravos

Sem belbutinas, veludos, chamalotes, rendas

As arcas e os baús despojados

De turvos segredos familiares

Mas guardando ainda e sempre

Um não sei quê de eterno

A respiração discreta, o silêncio

A vida recolhida

Dos mineiros do setecentos

Que Yara Tupinambá

Veio mostrar na Galeria Chica da Silva

Recriando em flores? Criando

O tempo e alma em forma de objeto

Numa de suas andanças Kalma conheceu a rosa-de-pau. Encomendou um monte delas para enfeitar os

pacotes da Chica e mandou uma muda para sua irmã plantar na fazenda. No ano seguinte deram mais de 500 da

tal semente em forma de flor. “O curioso é que só deu naquele ano, que foi o ano em que mamãe morreu. Depois

não deu mais. Foi ela que mandou.”

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Kalma nos anos 1960, RJ | Acervo Kalma Murtinho

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O tempo da Kalma da Chica aos poucos foi se acabando. “Eu sentia muita falta do teatro”, reclama a

figurinista, ciumenta da administradora.

Engraçado é que Kalma nunca pensou em ser figurinista, "Deus me livre, administradora!" O que ela

realmente queria ser quando crescesse era médica.

O pai categoricamente proibiu, “mulher faz coisa de mulher”, cortando as asinhas da Kalma saliente.

Então, ela, que levava jeito para tudo, foi fazer outras coisas.

Trabalhou como secretária no consulado britânico. Aprendeu a costurar, passou oficialmente a vestir a

família toda, profissionalizou-se em fazer chapéus. Casou, teve duas filhas, descasou.

Durante todo esse tempo foi sendo Bandeirante. Mal sabia o pai que as mais incríveis coisas que mulher

não fazia – andar de perna de fora, nadar de roupa de baixo, dormir em barraca, cantar em roda e até teatro –

Kalma fazia sob seu próprio aval, naquele grupo de boas moças.

“Aquilo era formidável. Todo mundo aceitava, achava bom e a gente tinha uma autonomia ótima. A gente

se dava o poder.”

Foi lá que aconteceu a amizade com Maria Clara Machado. “A Clara era uma figura”, conta Kalma

carinhosa, “era impossível não se apaixonar imediatamente por ela”.

Os domingos na casa do Doutor Aníbal passaram a ser cada vez mais frequentes e Kalma, arteira desde

menina, começou a se meter com aquela gente que fazia arte.

Foi questão de tempo até o futuro ofício encontrá-la em forma de convite. “Porque as coisas na vida

vêm para a gente e a gente aceita como são”. Assim, ela viveu o tablado, apaixonou-se pelo teatro e foram juntos

para sempre.

Daí para frente essa história é famosa. O que talvez não seja tanto é o que está por trás de todos esses

figurinos. As histórias desta mulher que “esteve sempre muito acima de sua geração […] e tem sofrido mais do

que deixam entrever seus límpidos olhos azuis”, como descreve delicada a amiga Raquel Jardim em seu livro Os

anos quarenta.

Primeira artista assumida da família, "Kalma vanguarda" sempre foi nosso acesso particular aos bastidores

e primeiras filas do universo das luzes, cortinas e aplausos. Embora seu encantamento ultrapasse esse ícone do

teatro que ela é.

Do alto de seus noventa e dois anos, diante de um copo de leite de soja – que lactose não pode mais –

ela conta orgulhosa: “estou trabalhando feito doida”. Depois confessa: “Esta noite li uma coisa de que tinha me

esquecido, quando a gente sente uma dor, tem que agradecer por ela. Tem que agradecer por tudo. Tudo que

acontece para gente é divino.”

Assim é Kalma nossa extraordinária de cada dia, combinação irrecusável de força de vontade com lichia.

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Kalma, Tablado, 1955, RJ | Acervo Kalma Murtinho

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Tudo começou cedo, em casa, mesmo, pois Kalma, desde menina, gostava de “dar palpites” no modo

de as mulheres da família se vestirem. Também no colégio São Paulo, que sediava, para maior conveniência

de suas alunas, uma tropa de bandeirantes, apareceram oportunidades. As jovens faziam trabalho voluntário

no Patronato da Gávea, onde sua principal função era brincar com as crianças, e um dia Maria Clara Machado,

sempre líder do grupo, teve a ideia de fazer teatro de marionetes, como uma nova forma de entretê-las; mais

adiante o grupo começou a fazer teatro no colégio, tendo seu momento de glória com a apresentação, no adro

da igreja de São Bento, do julgamento e morte de Joana d’Arc, espetáculo no qual Maria Clara interpretou a

própria heroína, e Kalma fez nada menos que o papel de Cochon, o bispo que a condenou. O espetáculo teve um

detalhe pelo menos pitoresco: como o dinheiro era quase nenhum, Kalma, responsável pelos figurinos, resolveu

o problema de forma imaginativa: ninguém podia ficar de costas para a plateia, porque todos os trajes, por

economia, só tinham frente...

Acabado o colégio, cada uma tomou seu caminho; mas em 1951, Maria Clara voltou de um ano na

Europa estudando teatro, e estava, junto com um pequeno grupo de amigos, fundando um grupo amador, que

veio a ser chamado Tablado, hoje com mais de sessenta anos de atividades contínuas. Lembrando que Kalma

tinha talento para coser e criar figurinos, Maria Clara lhe telefonou e a convidou para tomar parte no grupo

fundador; Kalma estava ocupada, já que estava próximo o nascimento de sua segunda filha, mas alguns meses

mais tarde, quando a vida voltou à rotina, aceitou o convite. O Tablado ainda estava em seus estágios iniciais de

organização e planos de repertório quando Kalma, linda e elegante, apareceu no Patronato da Gávea, a sede do

grupo até hoje, e foi imediatamente aproveitada não só para fazer os figurinos, mas para protagonizar a Escola

de viúvas, de Jean Cocteau, espetáculo dirigido por Martim Gonçalves, que também estivera estudando teatro

na Europa.

Foram muito importantes as presenças tanto de Maria Clara quanto de Martim Gonçalves, justamente

por terem ambos formação que os fazia pensar o teatro com textos de alta categoria, encenados com muito

gosto e cuidado. O nível do repertório do Tablado, assim como sua variedade, fez com que Kalma, desde o início

do que viria a ser sua extraordinária carreira de figurinista, pesquisasse com apaixonada precisão a época que

iria vestir: ao mundo grego da primeira peça seguiu-se o universo medieval de Todo mundo e ninguém, de Gil

Vicente; veio depois o renascentista de Sganarello, a seguir o clássico das imagens religiosas para a Via Sacra,

de Henri Ghéon, e para completar a diversidade foi montado o regionalismo espanhol de A sapateira prodigiosa,

de Garcia Lorca. Logo depois disso, já em 1953, Kalma criou, pela primeira vez, figurinos para uma peça de Maria

Clara. Nessa primeira montagem do hoje clássico natalino O boi e o burro a caminho de Belém, na qual a maioria

vestia túnicas simples, atemporais, grande reflexo da pureza dos ideais teatrais do Tablado, já ficava marcada a

inventividade teatral da figurinista; para completar as figuras dos anjinhos, que usavam túnicas brancas, Kalma

criou encantadoras e inesquecíveis perucas, com esses fios com franja de prata que todos usam para enfeitar

árvores de Natal.

Kalma

Barbara Heliodora

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Antes de entrar realmente pela história da notável carreira de Kalma Murtinho, é preciso lembrar a todos

um pouco da complexidade do teatro, isto é, do conjunto formado por texto e espetáculo que é apresentado

ao público. Para a montagem de uma peça, ou de um roteiro, é preciso um diretor e a sua visão do caminho

a ser traçado para atingir o que se quer dizer com a encenação; essa visão tem de ser determinante para as

contribuições feitas pelo cenógrafo, pelo figurinista, pelo iluminador, pelo compositor ou pelo responsável pela

trilha sonora e, acima de tudo, pela linha de interpretação que deverá ser seguida por todos os atores que

formam o elenco. Isso não quer dizer, de maneira alguma, que todos esses profissionais sejam meros executores

da visão do diretor; isso quer dizer, sim, que todos eles são artistas capazes de criar, em suas respectivas áreas,

motivados não só pelo texto de cuja encenação participam, mas pelo texto mais a visão que tem dele o diretor.

“Fazer teatro”, lembremos todos, é algo bem mais difícil e complexo do que geralmente se pensa.

Ter uma noção clara do que são os figurinos para o palco, portanto, é fundamental e, em 1954, logo

depois de O boi e o burro, Kalma teve o desafio de O rapto das cebolinhas, o primeiro grande sucesso realmente

infantil de Maria Clara. Se não é muito difícil criar um Sherlock Holmes infantil, graças aos atributos do detetive,

facilmente caricaturados, é preciso ter muita imaginação para descobrir o que pode, também pelo modo por que

se veste um ator, fazer com que as crianças da plateia vejam em Gaspar um cachorro; em Floripes, uma gata e

em Simeão, um burro.

Sem dúvida, Kalma tinha, para o caso, a vantagem de estar trabalhando com um grupo amador,

com liberdade para fazer várias experiências, e foram bem diferentes os figurinos da montagem que botou

definitivamente o Tablado no mapa, Nossa cidade, de Thornton Wilder, com João Bethencourt como diretor

convidado; esse era um espetáculo para adultos, com a ação passada em uma pequena cidade americana no

início do século XX. E em uma pequena cidade brasileira da mesma época, tem lugar o trabalho seguinte de

Kalma, o primeiro fora do Tablado, Tempestade em água benta, uma encantadora “comédia municipal” de J. C.

Cavalcanti Borges.

Dois grandes desafios, uma França de fin de siècle, e uma Rússia da mesma época, vêm a seguir, com

O baile dos ladrões, de Jean Anouilh, e Tio Vânia, de Tchekhov – grandes sucessos desse grupo que começava a

se tornar ponto marcante da vida teatral do Rio. Com o Tablado continuando sempre com um repertório variado

em tempo e lugar, Kalma ganhava fama; e quando o grupo estava completando cinco anos de carreira, veio a

comprovação de que ela já era uma artista reconhecida em seu ofício; nada menos que o notável Gianni Ratto a

chamou para fazer os figurinos da comédia americana Nossa vida com papai, de Howard Lindsay, que ele ia dirigir

para o Teatro Brasileiro de Comédia, o famoso TBC, em São Paulo. O desafio era grande para uma figurinista

que estreava no teatro profissional; pois a peça, passada na primeira década do século XX em Nova York, pedia

dezenas de figurinos. Fernanda Montenegro fala com entusiasmo da qualidade e da quantidade do trabalho de

Kalma, lembrando que só ela, que fazia a mãe de quatro filhas, usava um vestido diferente para cada uma das

seis cenas que compõem o texto da comédia, duas em cada ato. Com esse trabalho Kalma ficou definitivamente

reconhecida como uma das melhores figurinistas do momento.

Quase ao mesmo tempo, Kalma é chamada pela primeira vez para o teatro profissional do Rio de

Janeiro, agora por Henriette Morineau, para criar os figurinos de Gigi, proposta tão desafiadora quanto a de São

Paulo, pois o desabrochar da feminilidade da moleca Gigi tem de ser muito bem refletida nas roupas que ela

veste. E novamente Kalma correspondeu muito bem ao desafio. Não é possível acompanhar, uma a uma, as mais

de duzentas peças para as quais Kalma Murtinho criou os figurinos; sua ligação com o Tablado, como figurinista,

dura até hoje; mas durante vários anos ela ainda atuou lá como atriz, destacando-se tanto na comédia de O

macaco da vizinha, de Joaquim Manuel de Macedo, quanto no drama de O tempo e os Conways, de J. B. Priestley,

dois dos espetáculos mais marcantes do Tablado na década de 1950.

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A equipe que vinha atuando nos espetáculos do Tablado praticamente desde a fundação tinha

amadurecido, e muito, no palco; e em 1958 teve lugar a histórica revolução do grupo que, tendo se convencido

de que queria fazer do teatro sua vida, pedia reiteradamente a Maria Clara para que o grupo se profissionalizasse.

A história já foi contada muitas vezes: Maria Clara insistiu em continuar no amadorismo, e com isso manteve

vivo o Tablado; o grupo revoltoso saiu, e recebeu o nome de Teatro da Praça, nome escolhido porque se instalou

no teatro que Geraldo Queiroz descobriu na escola pública da praça Cardeal Arcoverde. Na verdade, o Teatro

da Praça, como grupo, não durou mais do que quatro ou cinco espetáculos, sendo Kalma responsável pelos

figurinos de vários deles. Foi em produções do novo grupo que, como atriz, Kalma tomou parte em Está lá fora

um inspetor, de J. B. Priestley, e Cândida, de Bernard Shaw – as últimas duas vezes em que pisou no palco

como intérprete. Com a pressão do profissionalismo, chegou o momento em que ela, muito requisitada como

figurinista, teve de optar; para sorte do teatro brasileiro, Kalma optou pelos figurinos.

O Teatro da Praça, de dissidentes do Tablado, não durou muito, mas alguns de seus integrantes a partir

de então fizeram carreiras profissionais, como, por exemplo, o primo de Kalma, Cláudio Corrêa e Castro, que se

consagrou na televisão e, para ela, pessoalmente, aquele foi também um momento de muita significação.

Apesar de o chapéu ser uma peça de vestuário que caiu em desuso, no calor e consequente informalidade

de um Brasil tropical, não pode ser ignorado o fato de Kalma ter sido, ao longo de toda a sua carreira, uma

excepcional chapeleira; sempre extraordinariamente cuidadosa na reconstituição de épocas as mais diversas,

os chapéus foram com frequência um ponto alto na criação de seus figurinos, talvez por ela sempre ter tido um

prazer todo particular em criar chapéus.

A partir de 1959, Kalma é chamada para criar figurinos por várias companhias profissionais como a

de Dulcina de Moraes, para quem ela desenhou os sofisticados trajes de Tia Mame; mas, sempre fiel às suas

origens, em 1960 ela cria os coloridos e imaginativos figurinos de um dos mais famosos espetáculos de toda

a história do Tablado, O cavalinho azul, de Maria Clara Machado, sendo a importância de sua colaboração para

o sucesso da montagem destacada na bela crítica desse espetáculo, que o notável Décio de Almeida Prado

escreveu no Estado de S. Paulo.

A própria Kalma afirmou que foi difícil encontrar exatamente o azul que dominava o texto de Maria Clara

e que, com a busca do tom certo, mais a execução do trabalho, ele se apossou dela a tal ponto que por um breve

momento só conseguia pensar em termos de azul. Anna Letycia, a notável artista plástica que por mais de uma

vez colaborou com Maria Clara Machado, foi a responsável pelo cenário de O cavalinho azul, e tem as mais gratas

lembranças do prazer que foi trabalhar com Kalma: “Trabalhamos em total harmonia, em particular na escolha

das cores, que tanto no cenário quanto nos figurinos eram harmonizadas com o azul predominante.”

Do mesmo ano que O cavalinho azul, 1960, data um dos mais famosos trabalhos da figurinista Kalma

Murtinho, feito para a peça Com a pulga atrás da orelha, de Georges Feydeau, montada com extraordinário

sucesso pelo Teatro dos 7, no teatro Ginástico. Com uma longa carreira de casas lotadas, e uma procura que

obrigou vários adiamentos do fim da temporada, o espetáculo é uma das grandes joias do teatro brasileiro. Os

figurinos, sem dúvida, deram ao espetáculo uma imensa contribuição, pois, juntamente com os cenários de

Gianni Ratto, tornavam a montagem visualmente encantadora e permitiam uma autenticidade excepcional para

aquela complicada trama, válida especialmente para o universo da França no final do século XIX.

Na Pulga, Kalma criou, para Fernanda Montenegro, um de seus figurinos “históricos”, um vestido verde

esmeralda, com aplicações de renda, acompanhado por um deslumbrante chapéu e uma elegante sombrinha da

mesma cor e tom do vestido.

Sete anos mais tarde, depois de uma série de trabalhos com figurinos modernos, e mais trabalho no

Tablado, Kalma volta a vestir o universo de Feydeau quando Tônia Carrero monta, com direção de Gianni Ratto,

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Kalma e sua confecção de chapéus, revista Gaivota, anos 1940| Acervo Kalma Murtinho

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A dama do Maxim’s, apresentando uma nova coleção de figurinos extraordinários, perfeitos para a época da ação

e de muita elegância.

Um momento de grande importância para o teatro no Rio de Janeiro foi a inauguração do Teatro

Ipanema, de Rubens Correa e Ivan de Albuquerque; e em seu espetáculo inaugural, O jardim das cerejeiras, de

Anton Tchekhov, foi Kalma a responsável pelos belos e sóbrios figurinos, novamente cruciais para o tom do texto

encenado. Um novo trabalho excepcional para o Tablado, em 1970, são os trajes coloridos e sutilmente críticos

de Maroquinhas fru-fru, mais um imenso sucesso de Maria Clara Machado, que, por sua qualidade cênica, era tão

prazeroso para os pais quanto para as crianças.

A moda é uma coisa que muda com incrível rapidez e, geralmente, o que foi cultuado há pouco tempo

pode parecer ridículo a novos olhos. Para o espetáculo O amante da Madame Vidal, de Louis Verneuil, montado

no Teatro da Maison de France, com direção de Fernando Torres e uma encantadora cenografia de Marcos

Flaksman, Kalma criou figurinos que conseguiam evocar a época das melindrosas com excepcional encanto;

a própria Fernanda Montenegro se lembra deles como “maravilhosos” e notáveis em sua dimensão humana,

não crítica, permitindo que os personagens tivessem uma realidade cheia de humor. O sucesso foi estrondoso

e a carreira muito longa, sendo importante novamente lembrar que, para produzir figurinos dessa qualidade, é

necessária uma consciência muito precisa do que pode sugerir a realidade, quando apresentado no palco.

A partir desse momento Kalma já alcançara sua plena maturidade artística, e seu trabalho vai

se consagrando; entre 1973 e 1975 ela cria figurinos para quase uma dezena de espetáculos, que variam da

elaboração da época à elegância contemporânea de A mulher de todos nós, de Henri Becque (em que cria um novo

e deslumbrante vestido verde para Fernanda Montenegro), ao tempo da Primeira Guerra Mundial para O tempo e os

Conways, do Tablado, e à colorida fantasia do musical Pippin, no Teatro Manchete, com um acerto atrás do outro.

Marília Pêra, estrela do musical, reconheceu o valor de Kalma desde então: “Vesti Kalma pela primeira

vez em Pippin. Desde então, sempre que dirijo um espetáculo eu a convido para vestir os personagens, porque

ter Kalma em um espetáculo é cercá-lo de sabedoria e elegância. Dirigi a peça do Boal, Amigo oculto; Doce

deleite, de Alcione Araújo, e A garota do biquíni vermelho, de Artur Xexéo, sob a estética de Kalma. Em Gloriosa,

Kalma atendia às necessidades da personagem Florence, que era uma senhora bizarra, over, kitsch, sem perder

a elegância e a delicadeza que estão sempre presentes em seu trabalho.”

A essa altura já se pode ter, de um modo geral, uma ideia do que sejam as principais características do

trabalho de Kalma. Com o mesmo cuidado que tem um pintor para um quadro, ou seja, com uma preocupação

com a harmonia do todo, Kalma estuda o texto para conhecer o local e a época em que se desenrola a ação, e

leva muito em conta o cenário no qual serão vistos os figurinos. O resultado não é nunca monocromático, mas

a paleta com que trabalha resulta em um conjunto de trajes, sem dúvida, funcionais, com cada personagem

vestindo o que combina não só com sua posição social e econômica, como também com sua personalidade,

em um todo cuidadosamente harmônico. É preciso acrescentar que Kalma é tão exigente na execução de seus

figurinos quanto em sua criação, pois sabe muito bem que um figurino desleixado ou mal-acabado prejudica

todo o espetáculo. É claro que para tudo isso funcionar é também – e principalmente – preciso que o talento e

o bom gosto sejam dotes generosos de quem cria os figurinos, e em Kalma esses dotes são aprimorados pelo

conhecimento e a cultura.

A partir da década de 1970, Kalma é, de longe, a pessoa mais requisitada em sua profissão, e ela cria

figurinos para quatro peças em 1976, excepcionalmente só um em 1977 e um em 1978, depois quatro em 1979,

três em 1981 e incríveis nove em 1982, e como a média continua, ela completa a década 1977-1987 com nada

menos que cinquenta e sete espetáculos vestidos por ela. O difícil, nesse panorama, é escolher o que ressaltar,

porque o nível de qualidade nessa quantidade é o aspecto mais surpreendente.

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Em 1978, por exemplo, Kalma cria um conjunto, a um só tempo, plausível e charmoso para o que o texto

de Maria Clara exige em A bruxinha que era boa, que torna bruxos e bruxas nada assustadores e perfeitamente

aceitáveis para o público infantil; e no ano seguinte cria um perfeito universo da malandragem carioca para O

rei de ramos, de Dias Gomes, mostrando-se tão à vontade no imenso palco do Carlos Gomes quanto sempre se

mostrou no pequeno palco do Tablado. E em 1983 pela primeira vez Kalma cria figurinos para uma ópera, no

Theatro Municipal, a Yerma, de Villa-Lobos.

Quanta criatividade fica revelada no trabalho de uma figurinista que, em um período de poucos meses,

veste universos tão diversos quanto os de Ensina-me a viver, com Henriette Morineau; Os cigarras e os formigas,

infantil de Maria Clara; As cerejeiras, com direção de Jorge Takla; As lágrimas amargas de Petra von Kant, dirigida

por Celso Nunes e Amadeus, com direção de Flávio Rangel! Que tudo isso seja criado tão bem e em tão pouco

tempo só se explica pelo prazer e o amor com que Kalma trata cada trabalho que aceita fazer, pelo cuidado que

ela tem para se identificar com o universo de cada uma das peças que cai em suas mãos.

Se realizar todos esses figurinos já parece uma tarefa hercúlea, o que dizer quando verificamos que

em vários desses espetáculos, Kalma foi responsável também pelos cenários? No final dos anos 1970 e início

dos 1980, ela foi responsável pelo cenário de nove espetáculos, mas não sente que seja esse o seu caminho, e

abandona a cenografia. Em 1983, ela cria o simples mas evocativo figurino de Bibi Ferreira para Piaf, e no ano

seguinte veste a “Emily”, com Miguel Falabella dirigindo Beatriz Segall como a poeta americana; a figura do pai

da psicanálise quando Flávio Rangel dirige Freud – no distante país das almas, e em São Paulo veste a montagem

de Cyrano de Bergerac, de Edmond Rostand, com nova direção de Flávio Rangel, e Antônio Fagundes como

protagonista; volta ao Rio para a gostosa comédia das duas velhinhas assassinas, Este mundo é um hospício;

novamente em São Paulo veste a Madame Blavatsky, de Plínio Marcos, para logo a seguir criar perfeitos acertos

tanto para O encontro entre Pascal e Descartes, que teve uma extraordinária atuação de Ítalo Rossi, quanto para

Tônia Carrero e Sérgio Britto viverem o complexo erotismo de O quarteto, dirigidos por Gerald Thomas.

Talvez o que mais impressione no trabalho da figurinista Kalma Murtinho seja o fato de ela ter produzido

– e continuar a produzir – as centenas, ou os milhares, de figurinos que vestiram o melhor do teatro brasileiro,

em todos os casos servindo com precisão o universo do texto em questão, sem nunca, nem uma só vez, ter

procurado dar qualquer tipo de ênfase ao seu trabalho, vendo sempre o seu trabalho se tornar, na exata medida,

parte do conjunto que forma o espetáculo; é justamente a medida certa, o serviço prestado ao texto e ao diretor,

que sempre caracterizou o que só podemos chamar a sua arte. Criar um figurino não é só, em desenho e cores,

vestir com perfeição o elenco de uma peça; o figurino tem de levar em conta o quanto atrizes e atores têm

de se movimentar, ou gesticular, e também devem ser literalmente leves, para que não se tornem uma carga

excessiva para quem está no palco. Tais aspectos se tornam mais importantes ainda quando se cria figurinos

para a dança, e também aí Kalma realizou belos trabalhos. O primeiro foi Concerto em sol, em 1987, e em 1998

a famosa recuperação de Tatiana Leskova de Les présages, cuja coreografia original, de Leonid Massine, tinha

sido perdida.

Não é possível dizer que, desde, por exemplo, os figurinos de Nossa vida com papai, de 1957, Kalma

tenha evoluído como figurinista; ela só faz, desde então, apresentar figurinos certos para cada peça que ela

veste, sempre bonitos e sempre bem executados; não há período ou local que ela não sirva com precisão, não há

figurino que não deixe a atriz ou o ator que o usou perfeitamente confortável para fazer seu trabalho. É a certeza

dessa qualidade que faz com que Kalma, tão forte na criatividade quanto na pesquisa, viesse a ser chamada

para trabalhar com todos os diretores importantes de mais de cinco décadas: Maria Clara Machado, é claro, foi

com quem mais vezes trabalhou, nada menos que 24 peças, e com Geraldo Queiroz, que a conhecia do Tablado,

foram oito obras. Dentre os mais consagrados, Gianni Ratto a usou nada menos que sete vezes, e a lista inclui

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Adolfo Celi, Antônio Abujamra, Flávio Rangel, João Bethencourt, Fernando Torres, Ziembinski, Luís de Lima, José

Renato e Ivan de Albuquerque. A continuidade do prestígio de Kalma fica evidenciada pela lista que inclui nomes

como Celso Nunes, Wolf Maia, Jorge Takla, Aderbal Freire-Filho, Luís Antônio Martinez Correa, Domingos Oliveira,

José Possi Neto, Cecil Thiré, e ainda os mais recentes como Marília Pêra, Moacyr Goes, Cacá Mourthé, Miguel

Falabella, Bia Lessa e João Fonseca. Essa relação de diretores é significativa porque entre eles estão as mais

variadas concepções de linguagens cênicas, com Kalma apta a satisfazer as tendências e exigências de cada um,

integrando-se com perfeição em incrível variedade de espetáculos.

No entanto, toda essa longa e bem-sucedida carreira não pode ter acontecido nem por acaso e nem

por milagre, e a par de uma dose incontestável de talento, coisa que se tem ou não, há uma grande carga de

trabalho. É necessário, portanto, saber qual é o processo pelo qual passa a criação dos figurinos para uma

determinada peça. Quando indagada de quantas horas por dia ela trabalha quando está engajada em um desses

projetos, Kalma Murtinho riu-se muito e afirmou que não tinha a menor ideia, mas que, sem dúvida, seriam umas

28 horas de cada 24...

Kalma Murtinho na peça O macaco da vizinha, 1956 | Acervo Tablado / Foto Carlos

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Tudo começa quando Kalma é convidada para criar os figurinos de uma peça; seu primeiro contato tem

de ser com o diretor para uma conversa na qual ele expõe sua visão do texto e da encenação; só depois disso é

que ela lê o texto pela primeira vez, pois sabe que todo texto pode ser encenado de mais de uma maneira, e ela

não quer correr o risco de criar qualquer visão prévia que possa conflitar com a que será adotada. Essa leitura é

apenas a primeira de muitas, pois ela voltará seguidamente ao texto para que não lhe escape qualquer exigência

ou informação ali contida. A seguir vem um diálogo igualmente fundamental com o cenógrafo, pois – como diz

Kalma – o cenário vai ser o fundo do quadro que o espetáculo deseja pintar, e tanto o esquema de cores quanto

os espaços usados são relevantes para as roupas que os atores vão usar.

As pesquisas de época, local, ambiente social e econômico já terão começado, mas antes de qualquer

desenho Kalma passa a frequentar os ensaios de marcação, a fim de visualizar os atores, tanto pelo físico de

cada um quanto por sua movimentação. Só depois disso é que o processo de criação dos figurinos começa e

além das cores há também a escolha dos tecidos, seja pelo caimento, seja pela textura, sendo preciso levar em

conta o clima, a estação e a temperatura em que tem lugar a ação para que o “quadro” possa ser criado de forma

harmônica, e colaborando com o que pede o texto.

Depois de todas essas preliminares, tem início o trabalho de desenho dos figurinos. Cada um deles

na cor ou nas cores que deve ter, com definição do tipo de tecido a ser usado e informações sobre todos os

detalhes; após numerosos rascunhos, correções e aprimoramentos, é submetido ao diretor, o coordenador de

todo o espetáculo, em desenho cuidadoso e colorido acompanhado por amostras dos tecidos. Aprovados os

desenhos, a criação passa para uma nova etapa, a da execução, uma complexa tarefa; às vezes uma fábrica de

tecido oferece o material, e é preciso ir até lá para verificar a adequação dos produtos oferecidos às exigências

da peça, e mesmo assim, ainda, é preciso completar o necessário nos preciosos guardados que os anos vêm

amontoando, nas casas de comércio e também nos brechós, onde muitas vezes aparecem peças antigas com

bordados ou rendas que não se encontram mais para comprar e podem enriquecer um figurino ou emprestar-lhe

características de outras épocas.

Para a execução, Kalma recorre a algumas costureiras com quem já está acostumada, mas prefere

sempre que elas venham trabalhar em sua casa para poder acompanhar toda a execução, cuidando para que

tudo saia exatamente como foi concebido e, em particular, para que cada traje dê a devida contribuição para

servir o objetivo determinado pelo diretor. Essa descrição do processo de trabalho de Kalma, é preciso lembrar,

acontece quando ela desenha um único figurino para uma peça, como o Diário de um louco, mas é difícil imaginar

a complexidade do trabalho quando isso se multiplica por 10 ou 21 Feydeau, um musical ou uma ópera. Nem

sempre o espectador, afetado pelo conjunto, se dá conta do trabalho insano que foi necessário para compor

a beleza harmônica de um espetáculo, ou o que foi necessário para que ele se recorde, mais tarde, que “os

figurinos eram bonitos”.

Não é de espantar que a responsável por tantos e tão notáveis figurinos tenha sido com frequência

premiada. Foi quando ainda trabalhava exclusivamente para o Tablado que Kalma recebeu, pela montagem

de O baile dos ladrões, o prêmio de Revelação de Figurinista de Teatro (1955), concedido pela Associação

Brasileira de Críticos Teatrais, do Rio de Janeiro; mas logo em seu primeiro trabalho para o teatro profissional,

os figurinos para Nossa vida com papai, montada pelo Teatro Brasileiro de Comédia, Kalma arrebanhou todos os

prêmios então concedidos tanto no Rio quanto em São Paulo: Melhor Figurinista (1956), da Associação Brasileira

de Críticos Teatrais; Medalha de Revelação de Figurinista (1957), da Associação Paulista de Críticos Teatrais;

Prêmio Governador do Estado de São Paulo (1958); Melhor Figurinista Profissional por encenação em São Paulo

(1956); e o mais sonhado e prestigiado do teatro brasileiro naquela época, o Premio Sacy do Estado de S. Paulo,

por encenação em São Paulo em 1956.

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Quando no Rio de Janeiro se deu a célebre cisão dos críticos teatrais, Kalma recebeu por dois anos

consecutivos, 1959 e 1960, o prêmio do Círculo Independente de Críticos Teatrais, o Padre Ventura; e por três

vezes, em 1968, 1973 e 1984, Kalma foi agraciada com o Prêmio Molière, sendo que em 1973 ela recebeu

também o Prêmio Estadual concedido pelo Governo do Estado da Guanabara. Também por três vezes ela recebeu

o Prêmio Mambembe, sendo que em 1998 esse prêmio lhe foi concedido pelo Conjunto de Obra. Recebeu, por

duas vezes, o Prêmio Ibeu e ganhou também o Prêmio Cultura Inglesa, que teve vida curta. Em 2004, a figurinista

foi agraciada com o recém-criado Prêmio Shell.

Não são os prêmios, no entanto, que mais, ou melhor, depõem a respeito do trabalho da figurinista

Kalma Murtinho; o que dizem a seu respeito todos os diretores para os quais ela trabalhou, e as muitas dezenas

de atores e atrizes para quem, ao longo dos anos, ela criou os trajes que vestiram no palco, são o melhor

testemunho dessa longa carreira de tanto sucesso. Não há um só que não se lembre, ao lado do cuidado com

que ela criava todos os figurinos, fossem eles para astros ou para figurantes, da cortesia e da gentileza daquela

mulher encantadora, cuja simplicidade e elegância eram, desde o primeiro momento, garantia de qualidade; não

podia ser surpresa que sempre fossem impecáveis os figurinos que todos podiam ver serem criados com amor

e alegria.

Kalma foi responsável, até agora, pelos trajes usados em duzentos e dezenove espetáculos, o que

– segundo um cálculo modesto – deve corresponder a pelo menos uns 600 ou 700 figurinos, usados por

personagens de 10 ou mais países em épocas que variam da Grécia antiga aos dias de hoje. Continuando ainda

a exercer seu ofício, não há dúvida de que Kalma Murtinho seja, por seu gosto, competência profissional e ética,

uma das mais completas e consagradas personalidades do teatro brasileiro.

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Todos os

personagens de

Maria Clara Machado,

como os citados

no texto do poeta,

foram visualmente

concebidos,

realizados e

eternizados por

Kalma Murtinho

Maria Clara mais seiscentos, crônica publicada no Jornal do Brasil, Caderno B, 19 de setembro de 1981, Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond, www.carlosdrummond.com.br | Acervo Tablado

figur

inos

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escOla de viúvasJean Cocteau

Tradução: Willy Lewin

Direção e cenários: Martim Gonçalves

Teatro Tablado (RJ), 1952

Kalma Murtinho, Pedro Augusto Guimarães, Maria Elvira (ao fundo), 1952 | Acervo Tablado, foto F. Pamplona

Em 1952, fui convidada pelo Martim Gonçalves, que era diretor, para trabalhar como atriz em A escola

de viúvas. [...] Já que eu fazia figurino para o Tablado desde que fundamos o grupo, continuei com a

função. Mas fiquei muito cansada porque o volume de trabalho era um absurdo. Quando penso nisso,

tenho até vontade de rir. [...] Eram só três figurinos, mas eu fiquei tão cansada... até fiquei rouca. Falei

que não queria mais fazer figurino e trabalhar como atriz ao mesmo tempo. Não dava certo. Mas, uns

dez, vinte anos depois, eu estava fazendo figurinos para cinco espetáculos ao mesmo tempo.

Trecho de entrevista publicada no livro Vestindo os nus: figurino em cena, de Rosane Muniz (Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004, p. 89).

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Kalma Murtinho, Maria Clara Machado, 1952 | Acervo Tablado, foto F. Pamplona

Durante algum tempo consegui me desdobrar entre atriz e figurinista,

mas logo percebi que teria que optar por um, já que os dois,

simultaneamente, me deixavam completamente sem energia. Não

preciso nem dizer que a minha escolha por ser figurinista foi acertada,

pois sinto que nasci para isto.

Trecho de depoimento de Kalma Murtinho publicada no livro Os melhores anos de muitas vidas: 50 anos de

Tablado, de Martha Rosman (Rio de Janeiro: Agir, 2001, p. 56).

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Viúva

Aia

Guarda Cunhada

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2727

Viúva

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a sapateira prOdigiOsaFederico García Lorca

Tradução: João Cabral de Mello Neto

Direção: Maria Clara Machado

Cenários: Martim Gonçalves

Teatro Tablado (RJ), 1953

Maria Clara Machado, 1953 |Acervo Tablado, foto João Sérgio

abaixo, à esquerda: Kalma Murtinho, Paulo Padilha, Angela Mendes e Maria Ludovina, 1953 Acervo Kalma Murtinho

abaixo, à direita: Kalma Murtinho, 1953 Acervo Kalma Murtinho

Convém destacar ainda o inspirado cenário de Martim Gonçalves e os

costumes desenhados pela bela e elegante Sra. Kalma Murtinho, que é

também uma das principais figuras do elenco, compondo com desembaraço

e grande presença no palco a Vizinha Vermelha.

[...] A sapateira de Maria Clara, de Martim Gonçalves, de João Cabral, de

Kalma Murtinho e dos outros rapazes e moças de O Tablado é uma Sapateira

que encanta e nos faz pensar melhor sobre o futuro do teatro no Brasil.

Trechos de crítica de Luiz Alípio de Barros publicada no jornal Última Hora, Rio de Janeiro,14 de agosto de 1953.

A sapateira prodigiosa é um espetáculo que merece ser visto por todos

que amam o bom teatro. Nele se reúnem vários elementos cênicos que

lhe conferem um caráter de féerie popular. O ambiente andaluz, os trajes

coloridos e sugestivos, o acento picante das mulheres espanholas e as

maneiras galantes do homem andaluz fazem da peça de García Lorca um

encantamento para os olhos e também para os ouvidos.

Trechos de matéria publicada no jornal Vanguarda, Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1953.

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Já dirigia e escrevia peças infantis para “teatro

de bonecos”. Um dia Kalma questionou-me sobre

a possibilidade de transformar essas peças para

atores de carne e osso. Isto ocorreu em 1953.

A primeira foi O boi e o burro. Foi um sucesso

enorme e para mim uma surpresa muito grande.

Trecho de entrevista com Maria Clara Machado publicada no livro Os

melhores anos de muitas vidas: 50 anos de Tablado, de Martha Rosman (Rio

de Janeiro: Agir, 2001, p. 28).

O boi e o burro era uma peça que Clara escreveu

para marionetes. Ela me convidou para fazer o

cenário e eu disse: “Clara, essa sua peça é muito

bonita, você devia montar com atores”. Nós

montamos.

Trecho de entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a

produção deste livro.

O bOi e O burrO nO caminhO de belémTexto e direção: Maria Clara Machado

Cenário e figurinos: Kalma Murtinho

Teatro Tablado (RJ), 1953

Burro: Paulo Padilha, Boi: Emílio de Mattos, 1953 | Acervo Tablado

em pé: Emílio de Mattos e Paulo Padilha, ajoelhados: Germano Filho, Gabriel Xavier e João Sergio Nunes, 1953 | Acervo Tablado, foto Humberto Moraes Franceschi

Anjos: Cláudia, Glória, Maria, Leda, Lizzie, Maria Luiza, Marilena e Silvia, 1953 Acervo Tablado, foto Humberto Moraes Franceschi

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Germano Filho, Gabriel Xavier, João Sergio Nunes, Carlos Augusto Nem, Emílio de Mattos, Paulo Vidal Padilha, Jenny Rebelo, Napoleão Moniz Freire, Carmen Silvia Murgel, Ana Maria Neiva, Eddy Resende, 1953 | Acervo Tablado

Cenário, 1953 | Acervo Tablado

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O Boi O Burro

São José Maria

Os Anjos O Pastor

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Rainha Branca Rei Branco

Rainha Negra Rei Negro

Rainha Amarela Rei Amarelo

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nOssa cidadeThornton Wilder

Tradução: Elsie Lessa

Direção: João Bethencourt

Cenários: Napoleão Moniz Freire

Teatro Tablado (RJ), 1954

Marlene Maciel, Lulu Souza Reis, Oswaldo Neiva, Edelvira Fernandes, Isabel Bicalho e Vânia Velloso, 1954 | Acervo Tablado

Mais uma vez, Kalma Murtinho provou que é

capaz de fazer tudo no teatro: sua indumentária

e seus chapéus (que executou, todos,

com exceção do capacete de guarda) são

historicamente corretos, têm imaginação e

primorosa execução [...]

Trecho de crítica de Claude Vincent para o jornal Tribuna da Imprensa, 3 de

novembro de 1954

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Roberto de Cleto, Carmem Silvia Murgel, Maria de Lourdes e (sentado) Paulo Vidal Padilha, 1954 | Acervo Tablado

Com um texto assim, sem enredo, sem

cronologia, sem fronteira entre a experiência

e a imaginação, arriscando-se a deslizar para

o absurdo, o ridículo ou o sentimentalismo

adocicado, a admirável Maria Clara Machado e

sua equipe, sob a direção de João Bethencourt,

souberam compor um espetáculo que interessa

do primeiro ao último instante, e comove nossa

fibra mais recolhida. Alguns refletores, algumas

cadeiras, uma bola de beisebol, um guarda-

-chuva, uma grade de jardim, um banco, e a

atmosfera se cria com as indicações plásticas

suficientes, entre essas as belas manchas de

cor, dos chapéus femininos.

Trecho de artigo de Carlos Drummond de Andrade para o jornal Correio da

Manhã, 27 de novembro de 1954.

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O baile dOs ladrõesJean Anouilh

Tradução: Antônio Cândido Mello e Souza e Abílio Pereira de Almeida

Direção: Geraldo Queiroz

Cenários: Bellá Paes Leme

Teatro Tablado (RJ), 1955

Emílio de Mattos, Napoleão Moniz Freire, Kalma Murtinho, Nelson Dantas e Claúdio Correa e Castro, 1955 | Acervo Tablado, Revista O Cruzeiro

Emílio de Mattos, Ivan de Albuquerque e Roberto de Cleto, 1955 | Acervo Funarte

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Sempre sentimos, numa produção do Tablado, esse espírito

de equipe. O diretor que estreia (Geraldo de Queiroz) tem tido

a cooperação estreita de Belá Paes Leme, cujos cenários e

cartaz pegaram tão exatamente o espírito da “comédia ballet”;

e teve também a compreensão de Kalma Murtinho, que criou

modas de 1914 com uma perícia surpreendente.

Trecho de artigo de Claude Vincent para o jornal Tribuna de Imprensa, 17 de maio de 1955.

Kalma Murtinho, como Belá Paes Leme, é o tipo de artista

que eu amo, quer pelas qualidades artísticas, quer pelas

morais; com elas eu percorri muito caminho pelas trilhas dos

espetáculos.

Tanto Kalma quanto Belá têm um estilo próprio que se define

na escolha das cores, na seleção das tonalidades e definição

dos materiais. Enquanto Kalma me parece toda lançada

para a reinvenção da moda de um determinado período,

exercendo nisso uma função criadora como a de um Dior

ou de um Givenchy, Belá [...] tem uma visão mais castigada

e seca do espetáculo [...]. Se o desenho de Kalma tende

espontaneamente a um art nouveau renovado, o de Belá é

bem mais próximo aos primitivos italianos. É evidente a riqueza

que ambas oferecem a quem saiba colaborar com elas.

Como não amá-las?

Extraído do livro A mochila do mascate, de Gianni Ratto, 1ª ed. (São Paulo: Hucitec, 1996, p.

247-248).

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pluft, O fantasminhaTexto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Napoleão Moniz Freire

Teatro Tablado (RJ), 1955

Eddy Rezende, João Augusto, Roberto de Cleto e Emílio de Mattos, 1955 Acervo Tablado

Kalma Murtinho e Carmen Silvia Murgel, 1955 | Acervo Tablado

No período art déco, as saias, conhecidas como

entravée, iam afinando para baixo, mas se você

apenas cortasse dessa forma seria impossível

andar. A palavra entravée não dizia nada para

mim, mas quando eu fiz a roupa da mãe do Pluft,

eu descobri o que significava. A roupa era um

camisolão, mas eu não gostei da largura embaixo.

Então eu puxei na frente e a roda fechou. Eu

percebi: “o entravée é isso”. No entravée a

parte de baixo é estreita, mas a roda permanece,

permitindo o movimento; são truques de corte. Isso

faz parte do caminho do figurinista.

Então, eu fiz todos os fantasmas entravée. A

embaixatriz da França foi ver o Pluft e ficou maluca

com a roupa da mãe fantasma, queria que eu

fizesse uma para ela, porque o entravée tinha

voltado à moda.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a

produção deste livro.

A Odette Lara assistiu à peça e nos convidou para

ir para São Paulo fazer uma apresentação. Foi uma

abertura fantástica. Todo o teatro paulista estava

lá. Quando a primeira frase saiu, ‘Mamãe, gente

existe?’, foi aquela gargalhada. Voltamos para o Rio

em glória”.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a

produção deste livro.

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Pluft Mãe Fantasma

Tio Gerúndio Maribel e o Pirata Perna de Pau

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PLUFT, O FANTASMINHA Texto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Napoleão Moniz Freire

Teatro Tablado (RJ), 1964

Lúcia Mariana Accioli e Lucia Lewin, 1964 | Acervo Tablado

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Érico Vidal e Fernando Reski, 1964 | Acervo Tablado

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PLUFT, O FANTASMINHA

Texto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Juarez Machado

Teatro Tablado (RJ), 1974

fotos:

acima: Louise Cardoso, 1974 | Acervo Tablado, foto

ao lado: Ana Lúcia Paula Soares e João Carlos Motta, 1974 | Acervo Tablado, foto

à direita: Louise Cardoso e Bernardo Jablonski, 1974 | Acervo Tablado

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fotos:

acima: Louise Cardoso, 1974 | Acervo Tablado, foto

ao lado: Ana Lúcia Paula Soares e João Carlos Motta, 1974 | Acervo Tablado, foto

à direita: Louise Cardoso e Bernardo Jablonski, 1974 | Acervo Tablado

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Ana Lúcia Paula Soares e Maria Clara Mourthé, 1977 | Acervo Tablado

Maria Clara Mourthé, Ana Lúcia Paula Soares e Silvia Fucs, 1977 Acervo Tablado

PLUFT, O FANTASMINHA Texto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Carlos Wilson Silveira

(baseado nos cenários da primeira montagem,

de Moniz Freire)

Teatro Tablado (RJ), 1977

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Luiz Carlos Tourinho e Rubens Camelo, 1985 Acervo Tablado

PLUFT, O FANTASMINHA Texto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Carlos Wilson

Teatro Tablado (RJ), 1985

Pluft

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PLUFT, O FANTASMINHA Texto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Anna Letycia

Teatro Tablado (RJ), 1995

Marinheiros

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Pirata Perna de Pau

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O macacO da vizinhaJoaquim Manuel de Macedo

Direção: Alfredo Souto de Almeida

Cenários: Napoleão Moniz Freire

Teatro Tablado (RJ), 1956

(em pé) Eddy Rezende, Isolda Loureiro de Souza, Kalma Murtinho, (sentados) Napoleão Moniz Freire e Emílio de Mattos, 1956 Acervo Tablado / Foto Carlos

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InsêncioSophia Dr. Anselmo

Conheci Kalma Murtinho quando, pouco tempo depois de estar no Brasil, fui assistir a O macaco da vizinha, de

Joaquim Manuel de Macedo, montado pelo grupo O Tablado em seu próprio teatro na Gávea, no Rio de Janeiro.

O espetáculo estava delicioso; uma comédia divertida e inteligente, ingênua como uma pequena briga numa vila

de subúrbio, servida por um cenário sóbrio e transparente e por figurinos altamente criativos [...] Obviamente, me

apaixonei por Kalma. Quem não estava apaixonado por essa mulher elegantérrima, bela como um quadro de Klimt,

com seu ar de dama austríaca, sensual e recatada ao mesmo tempo? Uma paixão que continua até hoje depois de

quase 40 anos, intensa e platônica, feita de admiração e encantamento; uma paixão ligada à nossa profissão teatral

e que nos uniu em muitos espetáculos, desde o primeiro para o qual a convidei, sem nunca me decepcionar. [...]

Seu trabalho de figurinista apurou-se com o decorrer dos anos, escorado num conhecimento técnico raramente

encontrado em outros profissionais do gênero.

Extraído do livro A mochila do mascate, de Gianni Ratto, 1ª ed. (São Paulo: Hucitec, 1996, p. 247).

O Gianni Ratto, que tinha chegado ao Brasil, vindo da Itália, foi assistir. Ele ficou encantado com a peça, com os

figurinos, e então me convidou para fazer figurinos profissionais para o TBC, em São Paulo. Eu aceitei, orgulhosíssima.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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nOssa vida cOm papaiHoward Lindsay e Russel Crouse

Tradução: R. Magalhães Jr.

Direção e cenários: Gianni Ratto

Teatro Brasileiro de Comédia (RJ), 1956

Fernanda Montenegro, 1956 | Acervo Funarte

Mas há, além da direção e do cenário de Gianni Ratto,

alguma coisa mais que torna a montagem brasileira

de Nossa vida com papai uma festa para os olhos e

um dos espetáculos mais plásticos e coloridos que o

teatro brasileiro já produziu: são os figurinos de Kalma

Murtinho. [...]

Surgida no Tablado, parte do clã infantil de Maria Clara

Machado, e ousando mesmo apresentar-se numa ou

noutra pequena ponta desde Nossa cidade, Kalma

Murtinho já conseguira aplausos como figurinista de

cinco anos de existência daquele teatrinho da Zona Sul.

São dela os guarda-roupas de todas as peças infantis

do Tablado, além de muitas do repertório adulto. Agora,

o TBC, especialista na caça de talentos, foi buscá-la

para vestir a família ruiva de Papai – e o resultado é a

alegre reconstituição da época dentro do cenário bem

imaginado por Ratto. Cada nova entrada de personagem,

seja criança, dona de casa, empregada, o patrão, as

visitas, os médicos, salta aos olhos como uma verdade

de velho álbum, como os moldes dos tempos em que

as Galéries Lafayette eram os sonhos e suspiros de

nossas mães e avós. Com a sua intervenção decisiva

de artista num texto que, de certo modo, apresentando

um problema de seitas protestantes, não atinge muito

a sensibilidade brasileira, Kalma Murtinho se situa num

plano de contribuição para a nossa arte teatral igual ao

aparecimento de um Ziembinski, de uma Morineau, dos

diretores e cenógrafos que a vêm renovando nestes

últimos anos

Trecho de artigo de Guilherme Figueiredo para revista Manchete, 29 dezembro de 1956

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Fernanda Montenegro, 1956 | Acervo Funarte

Fregolente e Fernanda Montenegro, 1956 | Acervo Funarte

Fernanda Montenegro e Ricardo C. Melo, 1956 | Acervo Funarte

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Nathalia Timberg, 1956 | acervo pessoal Nathalia Timberg

Lia Maione, Ricardo C. Melo e Regina C. Melo, 1956 | Acervo Funarte

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O tempO e Os cOnwaysJ.B. Priestley

Tradução: Daniel Rocha

Direção: Geraldo Queiroz

Cenários: Carlos Perry

Teatro Tablado (RJ), 1957

Kalma Murtinho, 1957 | Acervo Tablado, foto Richard SassoIsabel Tereza e Napoleão Muniz Freire, 1957 | Acervo Tablado, foto Richard Sasso

Kalma Murtinho, premiada pela ABCT como a Melhor

Figurinista de 1956, é uma das revelações de O Tablado

e que dia a dia se firma, também, como intérprete. Já

tivemos ocasião de aplaudi-la em A escola de viúvas,

de Cocteau; O baile dos ladrões, de Anouilh, Pluft, o

Fantasminha, de M. Clara Machado; O macaco da vizinha,

de Macedo [...] e agora, como “Hazel”, a moça mais

adorável que já existiu na cidade de Newlingham.

Trecho de artigo de Gustavo Doria para ojornal O Globo, 21 de maio de 1957.

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Hazel

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Kalma Murtinho, Maria Sampaio, Isabel Tereza, Napoleão Moniz Freire, Carmen Silvia Murgel, Maria Clara Machado e Rubens Correa (em pé), 1957 | Acervo Tablado, foto Richard Sasso

(sentadas) Kalma Murtinho, Maria Clara Machado, Maria Sampaio, Sônia Cavalcanti, Isabel Tereza, (na escada) Napoleão Moniz Freire, Rubens Correa, (sentado) Germano Filho e (de costas) Ivan de Albuquerque, 1957 | Acervo Tablado, foto Richard Sasso

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Kalma Murtinho, a grande figurinista é também uma

esplêndida atriz. Está muito bem e sua transição da

jovem petulante para a mulher humilhada e amedrontada

é de primeira ordem.

Trecho de crítica de Luiza Barreto Leite.

Kalma Murtinho, com seu tipo físico muito adequado ao

personagem, é uma adorável Hazel e o seu desempenho

pode ser incluído entre os melhores do conjunto.

Trecho de artigo de Almir Azevedo para o jornal O Lusitano, 1º de junho de 1957.

A primeira vez que vi a Kalma foi em O tempo e os

Conways. Ela me conquistou primeiro como atriz. E

a beleza!!!!! Ela e a Tônia Carreiro acho que eram os

maiores impactos de beleza da Classe Teatral.

Entrevista concedida por Camilla Amado para a produção deste livro.

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primeira fase

KayJoana Helford

Mrs. Conway Carol

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segunda fase

KayJoana Helford

Mrs. ConwayHazel

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O matrimôniONikolai Gogol

Tradução e adaptação: Aníbal Machado

e Sônia Cavalcanti

Direção: Maria Clara Machado

Cenários: Joel de Carvalho

Teatro Tablado (RJ), 1958

Germano Filho e Sônia Gabbi, 1958 Acervo Tablado, foto Carlos

Marta Rosman e Germano Filho, 1958Acervo Tablado, foto Carlos

Yan Michalski, Vânia Velloso Borges, Nelson Mariani, Marcus Miranda, Aristeu Berger, Sérgio Belmonte, Sônia Gabbi, Carlos de Oliveira, Sônia Cavalcanti, Germano Filho e Marta Rosman, 1958 | Acervo Tablado, foto Carlos

Fizemos O matrimônio, que foi lindo! Quando veio a Bienal de São Paulo, o Tablado foi convidado a participar.

Então, eu reproduzi os desenhos dos figurinos, em bandeiras de lona, e nós mandamos para a sala de teatro da

Bienal. A apresentação ficou muito boa; foi um sucesso! A Maria Bonomi ficou louca com os desenhos.

Entrevista com Kalma Murtinho especialmente para este livro.

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Agafia

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van Amelete

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Fiokla StarikovDodkoliossin

Kotchkariov Dodkoliossin Anoutchikine

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O anjO de pedraTennessee Williams

Tradução: R. Magalhães Jr

Direção: Geraldo Queiroz

Cenários: Bellá Paes Leme

Teatro Brasileiro de Comédia (RJ), 1959

Nathalia Timberg e Leonardo Vilar, 1959 | Acervo Funarte

Oscar Felipe e Nathalia Timberg, 1959 | Acervo Funarte

Em Anjo de pedra (Summer and Smoke)

de Tennessee Williams, nos encontramos,

mais uma vez, com a sensibilidade de

Kalma Murtinho ao criar figurinos que

traduzem com maestria o puro e o

sublime da personagem Alma, na leveza

e na luminosidade de suas roupas, e a

passagem dessas roupas para a da nova

mulher que, finalmente, se aceita pronta

para oferecer o corpo como prova de

amor. Toda a atmosfera dessa sociedade

americana puritana e repressiva é

belissimamente apresentada pelos

figurinos de Kalma e pelo cenário de Bellá

Paes Leme que conseguiram o incrível

efeito de servir duas concepções do

mesmo espetáculo no Teatro Brasileiro de

Comédia: no Rio de Janeiro, por Geraldo

Queiroz, e, em São Paulo, por Benedito

Corsi.

Anjo de pedra é, certamente, um dos

espetáculos mais significantes de minha

carreira e um dos meus belos encontros

com Kalma Murtinho.

Texto de Jorge Takla especialmente para a produção deste livro.

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Mrs. Winemiller

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Mrs. Winemiller Alma

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Viúva Bassett John Criança

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Eu tinha feito, para Mme Morineau, a Gigi, de Colette, e quando a Dulcina foi montar Tia

Mame, a madame Morineau disse para ela: “Só tem uma pessoa que pode fazer isso para

você, que é a Kalma Murtinho, porque não só ela entende dessas roupas, como domina toda

a parte de tecidos”. Eram cento e tantos figurinos; dezessete apenas para a Dulcina.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

tia mameJerome Lawrence e Robert E.Lee

Tradução: Odilon Azevedo

Direção: Dulcina de Moraes

Cenários: Napoleão Moniz Freire

Teatro Bela Vista (SP), de 1959 a 1962

Dulcina de Moraes e Ayrton Facchini, 1959 | Acervo Funarte

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Dulcina de Moraes, 1959 | Acervo Funarte

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Ricardo Mello e Dulcina de Moraes, 1959 | Acervo Funarte

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O cavalinhO azulTexto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Anna Letycia

Teatro Tablado (RJ), 1960

Claire Isabella, Carlos Augusto Nem e Delson de Almeida, 1960 | Acervo Tablado

Luiz de Affonseca, Ivan Junqueira, Virgínia Valli e Yan Michalski, 1960 | Acervo Tablado

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João de Deus - Cezar Tozzi, 1960 | Acervo Tablado

Fizemos uma reunião e ela (a cenógrafa Anna Letycia) me propôs estudarmos as cores

de Chagall. [...] O que aconteceu é que fiquei com a ideia fixa de ver tudo azul. Que coisa

esquisita. Eu ia pela rua e só olhava os azuis. É como se meu olho puxasse essa cor.

Fiquei comparando os azuis. Azul, azul, azul. Qual azul?

Trecho de entrevista publicada no livro Vestindo os nus: figurino em cena, de Rosane Muniz (Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004, p. 94).

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Velha que Viu Músico Alto

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Músico Baixinho Músico Gordo

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Bernardo Jablonski, Cacá Mourthé, 1979 | Acervo Tablado Silvia Fucs, 1979 | Acervo Tablado

O CAVALINHO AZUL

Texto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Anna Letycia

Teatro Tablado (RJ), 1979

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Sura Berditchesky, Ricardo Kosovski, Pedro Aurélio Pianzo e Ovídio Abreu, 1979 | Acervo Tablado

3 Músicos

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um elefante nO caOsMillôr Fernandes

Direção: João Bethencourt

Cenários: Napoleão Moniz Freire

Teatro da Praça (RJ), 1960

Maria Sampaio e Hélio Procópio Mariano, 1958Acervo Funarte

Maria Sampaio, Cláudio Correa e Castro e Emílio de Mattos, 1958 Acervo Funarte

Camila Amado e Adriano Reis, 1958 | Acervo Funarte

Hélio Procópio Mariano, Antônio Pedro, Conrado Freitas, João Ferreira e Maria Sampaio, 1958 | Acervo Funarte

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Cabo

Rosa

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Bombeiro

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Maria Glicério

Fui convidada para fazer Um elefante no caos no lugar da Norma Bengell. A Norma era uma grande vedete, com um

corpo espetacular. E eu cheguei com 18 anos, magrinha, jovem e tímida. O Millôr Fernandes, que era o autor, virou

pra mim e falou: “Eu escrevi esse papel para a Norma Bengell, pra uma mulher como a Norma.” Eu já estava indo

embora quando a Kalma me chamou, me levou pro camarim e disse: “Escuta aqui, você pode não ter corpo de vedete,

mas é fina e tem muito charme. Você vai ficar linda.” E eu fiquei! Pouco tempo depois, o próprio Millôr me telefonou,

dizendo: “Minha vedete predileta!”. A peça ficou em cartaz muito tempo e foi um sucesso de público.

Trecho da entrevista concedida pela atriz Camilla Amado para a produção deste livro.

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cOm a pulga atrás da OrelhaGeorges Feydeau

Tradução: Daniel Rocha e Miroel Silveira

Direção e cenários: Gianni Ratto

Teatro Ginástico (RJ), 1960

Fernanda Montenegro, 1960 | Acervo Funarte

Os Ferraillon

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Elenco, 1960 | Acervo Funarte

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A coisa mais importante em qualquer figurino de época é o estudo da época como ela era, quais eram

os tecidos que usavam, que colorido usavam, como era o cabelo das mulheres, o cabelo dos homens,

maquiagem, sapatos, acessórios. Se não estudar a fundo isso, não faz o figurino. Porque você pode

mudar o feitio, mas não pode mudar o colorido, porque o colorido tem que dar uma ideia homogênea

da época. Por exemplo, o turquesa era chamado “verde bonito”, e era a coisa mais jeca do mundo,

ninguém podia pôr, as pessoas elegantes não punham. No art noveau o “verde bonito” não entrava.

Quando entrou o art déco mudou tudo. Entrou o “verde bonito”, entraram coloridos violentos. Por

exemplo, o pink também não usava no art noveau, mas usou muito no art déco.

O mais difícil na roupa de época são os acessórios, bengalas, luvas, como usar, onde deixar. Os

homens tiravam as luvas e jogavam numa mesa, dentro da cartola. Era um gesto, um gesto da época.

Cartola, chapéus gelô, polainas em cima dos sapatos ou botinas com polainas. Era muito acessório. E

é onde, às vezes, começa a falhar a roupa de época. Metade das pessoas acha que não precisa, tira os

acessórios e, assim, tira a característica. É uma pena.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

Elenco, 1984 | Acervo Funarte

COM A PULGA ATRáS DA ORELHA

Tradução, direção e cenários: Gianni Ratto

Teatro Procópio Ferreira (SP), 1984

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acima e ao lado: Maria Clara MachadoAcervo Tablado

dOna rOsita, a sOlteiraFederico García Lorca

Tradução: Carlos Drummond de Andrade

Direção: Sérgio Viotti

Cenários: Bellá Paes Leme

Teatro Tablado (RJ), 1960

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Hélio Ary Silveira e Ivan Junqueira (em pé) | Acervo Tablado

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Heloisa Ferreira Guimarães, Maria Tereza de Campos e Liliane Ferrez | Acervo Tablado

(na frente) Anna Maria Magnus, Maria Clara Machado, Maria Miranda, Leila Ribeiro, Isolda Cresta, (ao fundo) Martha Rosman, Rosita Tomaz Lopes | Acervo Tablado

2ª Solteirona As Manolas As Ayolas

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Jaqueline Laurence e Ariel Miranda,1961 | Acervo Tablado, foto Carlos

Paulo Nolasco, Antero Oliveira e Maria Miranda, 1961 Acervo Kalma Murtinho, foto Carlos

Hélio Ary, Heloisa Guimarães, Celina Whately, Virgínia Valli, Paulo Nolasco e Ney Barrocas , 1961 Acervo Kalma Murtinho

marOquinhas fru-fruTexto e direção: Maria Clara Machado

Cenários: Anna Letycia

Teatro Tablado (RJ), 1961 e 1970

A Kalma inventou uma peruca em Maroquinhas Fru-Fru. Depois, ela fez

outras peças usando o mesmo artifício, que logo todo mundo copiou.

As perucas eram feitas com bobs de cabelo e tecidos, geralmente

filó. A minha era marrom escuro; a da Maroquinhas, interpretada pela

Maria Miranda, era de filó cor de ovo. Ela ficou linda! Fazia um efeito

fantástico. A Kalma é genial.

Trecho da entrevista concedida por Jacqueline Laurence especialmente para a produção deste livro.

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Ramon Pallut (substituído por Ricardo Neumann), Paschoal Villaboim, Ronald Fucs e Lilá Sant'Anna, 1970 | Acervo Tablado

Lupe Gigliotti e Paschoal Villaboim, 1970 | Acervo Tablado

Juízes

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Carlos Wilson Silveira, Marly Canone e Hamilton Vaz Pereira, 1970 | Acervo Tablado

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Maroquinhas

Cosme

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memórias de um sargentO de milíciasManuel Antônio de Almeida

Adaptação: Millôr Fernandes

Direção e encenação: Geraldo Queiroz

Largo do Boticário (RJ), 1966

Mucama

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memórias de um sargentO de milíciasManuel Antônio de Almeida

Adaptação: Millôr Fernandes

Direção e encenação: Geraldo Queiroz

Largo do Boticário (RJ), 1966

Mucama

Vendedor de fazendas

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Antônio Pitanga e elenco, 1966 | Acervo O Globo

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Elenco, 1966 | Acervo O Globo

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1ª Mulher

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Tomás

Caçador de Borboletas Vidigal

Visualmente, o espetáculo é lindo: o Largo

do Boticário, numa noite de luar, constitui

um privilegiadíssimo cenário natural, que

os elementos cênicos de Davi Gutlerner

complementam com sobriedade; e Kalma

Murtinho vestiu o enorme elenco com uma

grande riqueza de cores. Individualmente,

os figurinos não chegam a impressionar

tanto, mas o efeito de conjunto é

irresistível, merecendo especial destaque

as figuras inspiradas em quadros de Debret

e os grupos (lutadores, ciganos, milícias

da salvação), além do saboroso detalhe do

chapéu-galera usado por Jorge Coutinho.

Trecho de crítica de Yan Michalski para o Jornal do Brasil,

4 de outubro de 1967.

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Uma das mulheres

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O Toma Larguras Vendedor de cebolas

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Tônia Carrero, 1965| Acervo Funarte, foto Carlos

Tônia Carrero e Paulo Autran, 1965 | Acervo Funarte, foto Carlos

a dama dO maxim'sGeorges Feydeau

Tradução: Barbara Heliodora e Millôr Fernandes

Direção e cenários: Gianni Ratto

Teatro Maison de France (RJ), 1965

Antes de referir-me ao trabalho do elenco formado por Gianni

Ratto para A dama do Maxim’s devo ressaltar a importância

da contribuição assegurada por Kalma Murtinho, com os seus

figurinos, para a beleza e adequação cênica do espetáculo do

Maison de France. Depois de uma longa ausência, absorvida

em outras atividades, Kalma Murtinho retornou ao mister de

figurinista, dando uma demonstração de apuro em sua arte,

meticulosa na observação do detalhe, primorosa no arranjo

do conjunto. Bom gosto em toda a linha.

Trecho de crítica de Claude Vincent para O Jornal, Rio de Janeiro, 10 de agosto de 1965.

Kalma Murtinho volta ao teatro com grande categoria: seus

figurinos têm uma unidade de estilo, uma elegância de linha,

uma inventividade de detalhes e, sobretudo, uma harmonia

de coloridos que lhes confere uma qualidade nitidamente

superior à do inesquecível Un fil à la Patte (de George

Feydeau), recentemente apresentado pela Cia. Sharon-

Hirsch.

Trecho de crítica de Yan Michalski para O Jornal do Brasi, Rio de Janeiro, agosto de 1965.

Finalmente, o que dizer sobre Kalma Murtinho, a figurinista, e

Gianni Ratto, o cenógrafo. Eles conhecem a peça, conhecem

a época, e sabem da sua aplicação no atual momento social.

O cenário é mais do que simples decoração; os figurinos mais

que simples roupagens. Envolvimento é a palavra.

Trecho de crítica de Fausto Wolf para o jornal Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro,

10 de agosto de 1965.

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Vivi Bonbon

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124

Mr. Vidaubau Mme. HautignolMme. Claux

Acyr Castro, Armando Rosas, Benedito Corsi, Berta Loran, Carlos Dolabella, Jacqueline Laurence, Jorge Chaia, José de Freitas, Leyla Ribeiro, Maria Barreto Leite, Maria Francisca, Maria Luiza Carneiro, Maria Regina, Milton Carneiro, Monah Delacy, Paulo Autran, Raul da Matta, Sérgio Mamberti, Simon Khoury, Suzana Negri e Tônia Carrero, 1965 | Acervo Funarte, foto Carlos

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125

Mme. Hautignol Mme. SauvarelMr. Vidaubau A Duquesa

Tônia Carrero, Paulo Autran, 1965 | Acervo Funarte, foto CarlosTônia Carrero, Paulo Autran e elenco, 1965 | Acervo Funarte, foto Carlos

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126

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127

Estudo de Cabeças

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a úlcera de OurOHélio Bloch

Direção: Leo Jusi

Cenários: Cláudio Moura

Teatro Santa Rosa (RJ), 1967

Chapéus Diana

Diana

Ângela

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129

Flávio Migliaccio, Fábio Sabag e Edson Silva, 1967 | Acervo Funarte, copyright by Manchete Cláudio Cavalcanti, Marília Pêra e Ary Fontoura, 1967Acervo Funarte, Correio da Manhã

ÂngelaDiana Ângela

Fui à [ loja ] Ducal pedir camisas para a peça. Quando cheguei lá, o homem foi me mostrando camisas que

combinavam com os ternos. Eu disse: “Não quero nada disso, quero tudo colorido”. Ele protestou: “Mas

Dona Kalma, não usa!” Respondi: “Eu vou usar”. Escolhi camisas em cores vibrantes. O homem foi ficando

encantado e me propôs trabalhar com ele. Eu achei uma graça danada.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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130

Boy Gui Sérgio

Cesar Bonnets Cesar

E os ótimos figurinos de Kalma Murtinho, de uma impressionante riqueza de achados, e impiedosos

na sua eficiência satírico-crítica, constituem uma divertida atração à parte dentro do espetáculo.

Trecho de crítica de Yan Michalski para o Jornal do Brasil, 7 de maio de 1967.

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131

Esquema de Palco

Kalma Murtinho fez milagres na criação de seus figurinos numa mistura feliz de cotidiano do fantasioso

colocando bem à vontade os personagens na sua fantasia-realista. Sobretudo ela soube com rara felicidade

proporcionar aos personagens uma variedade de roupas com seus apliques de mudanças rápidas, sempre

favorecido pela sua sensibilidade e inteligência. Optando por uma modernidade moderada, Kalma Murtinho

positivou, em cheio, seu intento.

Trecho de artigo de Van Jafa para o Correio da Manhã, 7 de maio de 1967.

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132

Varia Ânia Gaiev

(sentados) Vera Gertel, Vanda Lacerda, Leila Ribeiro, Hélio Ary e elenco, 1968 | Acervo Veja

O jardim das cerejeirasAnton Tchekhov

Tradução: Eugênio Kusnet

Direção: Ivan de Albuquerque

Cenários: Marcos Flaksman

Teatro Ipanema (RJ), 1968

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Liubov Liubov

Liubov

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134

Vanda Lacerda, Rubens Correa, Ivone Hoffman, Suzana de Moraes e elenco, 1968 | Acervo Veja

Os deslumbrantes figurinos de Kalma Murtinho estão entre os melhores figurinos de época que eu

já tenha visto no Brasil. A harmonia do seu colorido, a contribuição desse colorido para a criação

do clima geral do espetáculo, a perfeição do caimento, a adequação de cada peça do vestuário à

psicologia e à posição social do personagem que a usa, a pesquisa do detalhe, a imaginação na

escolha dos materiais usados no sentido de criar a ilusão de outros materiais, impossíveis de serem

empregados numa produção teatral – tudo isso contribui decisivamente para que o impacto visual do

espetáculo se torne comparável ao das produções de alto gabarito internacional.

Crítica de Yan Michalski para o Jornal do Brasil, 23 de outubro de 1968.

TrofímovPichtchikLopakhine

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135Epikhodov DuniachaCharlotte

Tinha uma personagem que era russa, mas se vestia como se estivesse em Paris. E

ela usava um casaco. Eu queria fazer um casaco de peliça, mas não queria usar peles.

Comprei um filó preto, cortei em tirinhas bem pequenas, franzi e forrei todo o casacão.

Parecia pele mesmo. O Yan (Michalski) ficou encantado. Foi um trabalho muito bonito.

Entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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136

Cleyde Yáconis,1982 | Acervo Jorge Takla/Linda Conde

Liubov

O JARDIM DAS CEREJEIRAS

Anton Tchekhov

Tradução: Millôr Fernandes

Direção e cenários: Jorge Takla

Teatro Sesc Anchieta (SP), 1982

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137

Francarlos Reis, Cleyde Yáconis, Ednei Giovenazzi, Walderez de Barros,1982 | Acervo Jorge Takla/Linda Conde

Gaiev CharlotteVaria

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138

Elenco, 1982 | Acervo Funarte

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Liubov

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140

O amante de madame vidalLouis Verneuil

Tradução: Millôr Fernandes

Direção: Fernando Torres

Cenários: Marcos Flaksman

Teatro Maison de France (RJ), 1973

Fernanda Montenegro e Jacqueline Laurence, 1973 | Acervo Funarte, Richard Sasso

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Fernanda Montenegro, 1973 | Acervo Funarte/Cedoc, Jornal de Brasilia

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143

Catarina Vidal

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Catarina Vidal

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145

Fernando Torres, Suzy Arruda, Fernanda Montenegro, Renato Pedrosa e Jacqueline Laurence, 1973 | Acervo Funarte, Richard Sasso

Escolhi uma determinada roupa para a Fernanda Montenegro e, depois, fui andar pelo comércio.

Numa loja, encontrei uma fazenda belíssima. Era toda trabalhada com pedaços de tecido. Quando

vi, fiquei histérica. O Flávio Rangel dizia assim: “Kalma, você só vive quando pega o tecido na mão.

Aí você fica animada.” Liguei para a Fernanda e disse: “Achei uma fazenda tão linda para sua

roupa que vou abandonar tudo o que eu tinha dito antes que ia fazer.” Ela disse: “Faz o que você

quiser.” Então eu fiz esse vestido cor de limão. Ela ficou linda com a roupa.

Esse foi outro (página 142) que eu já tinha escolhido o tecido, e quando entrei na Casa Turuna, vi

uma franja preto e prata, de cinquenta centímetros. Era o que eu queria. Eu achava tudo o que eu

queria. Então eu fiz esse vestido todo preto e prata. E tinha strasse no sapato, diamantes... Era

uma cena de sexo.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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146

A Baronesa

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Françoise

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quem casa quer casa e Outras cOisas maisMartins Pena

Direção: Wolf Maya

Cenários: Kalma Murtinho e Wolf Maya

Teatro Gláucio Gill (RJ), 1980

Osmar Prado, Cláudia Costa e elenco, 1980 | Acervo Funarte

Eu tinha uma foto do papai, quando era menino, vestido de anjo.

Eu copiei a roupa da foto, e fiz o anjo da peça em vermelho.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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Martins Penna

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Um Anjo

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Um Anjo

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Palhaço na Corte

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hedda gablerHenrik Ibsen

Tradução: Millôr Fernandes

Direção: Gilles Gwizdeck

Cenários: Gianni Ratto

Teatro Gláucio Gill (RJ), 1982

Dina Sfat e Francisco Cuoco, 1982 | Acervo Paulo Jabur

Breuer

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Hedda

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Xuxa Lopes, Norma Geraldy, Gilda Sarmento, Otávio Augusto, Edney Giovenazzi, Cláudio Marzo, (sentada) Dina Sfat, 1982 | Acervo Funarte, Ney Robson

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as lágrimas amargas de petra vOn KantRM Fassbinder

Tradução: Millôr Fernandes

Direção e cenários: Celso Nunes

Teatro dos Quatro (RJ), 1982

Renata Sorrah, Fernanda Montenegro e Rosita Tomaz Lopes, 1982 | Acervo Funarte

Juliana Carneiro da Cunha (sentada), Fernanda Montenegro e Renata Sorrah (deitada), 1982 | Acervo

O Globo, foto Augusto Yunes

Temos um privilégio hoje:

estamos vivos ao mesmo

tempo e no mesmo lugar que

Fernanda Montenegro. Quem

puder vê-la criar Petra Von Kant

no palco do Teatro dos Quatro

estará dando a si mesmo um

presente inesquecível. [...] As

outras mulheres desse elenco

totalmente feminino, bem como

os sempre magistrais figurinos

de Kalma Murtinho, contribuem

para contar com dignidade a

triste e escandalosa história

da desenhista de modas

bem-sucedida na carreira e

malsucedida nos amores.

Trecho de crítica de Ana Maria Machado para a

revista Isto é, 11 de agosto de 1982.

Fernanda Montenegro, Juliana Carneiro da Cunha e Renata Sorrah, 1982 | Acervo O Globo, foto Augusto Yunes

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159

Petra Von Kant

Kalma Murtinho comprova,

pela centésima vez, seu

talento de figurinista,

acumulado pela dificuldade de

ser Petra, profissionalmente,

figurinista de alta costura.

Trecho de crítica de Sábato Magaldi para O

Jornal da Tarde, 13 de abril de 1984.

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160

Petra Von Kant

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161

Petra Von Kant

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162

Sidonia Marlene

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163

Karin Karin

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piafPam Gens

Tradução: Millôr Fernandes

Direção: Flávio Rangel

Cenários: Gianni Ratto

Teatro Ginástico (RJ), 1983

Edith Piaf

Edith Piaf

no alto: Bibi Ferreira, 1984 | Acervo CCSP

acima:Léa Garcia e Bibi Ferreira, 1984 | Acervo CCSP

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165

Edith Piaf

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Tudo em cinza, preto e branco. Eu

falei pro Flávio (Rangel): Eu vejo

essa peça em preto e branco.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho

especialmente para a produção deste livro.

O diretor Flávio Rangel tira partido

dessa simplicidade de recital,

descarregando sobre Bibi toda a

carga de sua montagem. [...] para

construir um espetáculo fluente,

sem arroubos, centrado apenas

na figura de Edith Piaf, aliás Bibi

Ferreira. Até o cenário, apenas

praticáveis que convergem para o

centro do palco, e os figurinos que

utilizam a combinação do branco

com o preto, não se afastam

dessa reverência à figura da atriz

que interpreta o mito.

Trecho de crítica de Macksen Luiz para o Jornal do

Brasil, 27 de maio de 1983.

Bibi Ferreira, Pierre Astrié, Fábio Pilar, Tina Ferreira, Hélio Ribeiro, Léa Garcia, George Otto, Sílvio Ferrari, Jorge Ramos, Carlos Capeletti, Marcus Toledo e elenco | Acervo CCSP

Bibi Ferreira e elenco | Acervo CCSP

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Papa Leplé Charlô

Josephine Baker Putas

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Pierre Marcel Cedan

Os MecsPutas

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negóciOs de estadOLouis Verneuil

Tradução e direção: Flávio Rangel

Cenários: Gianni Ratto

Teatro Hilton (SP), 1984

Vera Fischer, 1984 Acervo Veja

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negóciOs de estadOLouis Verneuil

Tradução e direção: Flávio Rangel

Cenários: Gianni Ratto

Teatro Hilton (SP), 1984

Você, de certa forma, quando está fazendo um figurino atual, se deixa influenciar pelo que está

sendo usado. Aí entra a moda. Por exemplo, fiz um figurino no qual entrou muita moda, que foi

Negócios de Estado, com a atriz Vera Fischer. A Vera era uma professorinha, que não tinha nada

de mais, mas se casava com um senador, viajava pra Paris e voltava chiquérrima, vestida de Dior.

Ela vestiu coisas lindas, ficou belíssima e acabei ganhando prêmios e prêmios com esse figurino.

Trecho de entrevista publicada no livro Vestindo os nus: figurino em cena, de Rosane Muniz (Rio de Janeiro: Senac Rio, 2004, p. 97).

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Vera Fischer, 1984 | Acervo Veja

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Irene

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Vera Fischer, 1984 | Acervo Veja

Irene

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cyranO de bergeracEdmond Rostand

Tradução: Ferreira Gullar

Direção: Flávio Rangel

Cenários: Gianni Ratto

Teatro Cultura Artística (SP), 1985

No meio de um dos ensaios aparece Kalma Murtinho, responsável

pelos figurinos da peça. Ela conta que, para desenhar os mais de 120

trajes que compõem o guarda-roupa de Cyrano de Bergerac, estudou

atentamente o modo de vestir da época. No final, optou por uma roupa

básica, composta por calça e blusa romântica, as famosas botas

lazzarine e chapéu de plumas. A essa roupa básica serão acrescidos

diferentes complementos, dependendo do que cada cena exigir. “É

um figurino extremamente rebuscado, em que procurei valorizar as

silhuetas e o colorido da época”, diz Kalma.

Trecho de crítica de Renata La Prete para o Jornal da Tarde, 21 de agosto de 1985.

Antônio Fagundes | Acervo Funarte

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Ator não identificado, Carlos Clean, Tácito Rocha, Antônio Petrin, Antônio Fagundes, Roberto Mars Jr., Paco Sanches, Yur Fogaça. Na área de representação: Nivaldo Todaro, Luiz Fernando Rezende, Luca Baldovino. No balcão à direita: Monalisa Lins e Neusa Maria Faro | Acervo CCSP

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Jorge Chaia, Newton Oliveira, Sérgio Chica, Lé Zurawski, Luís Amaro Pêra, Regina Piccin, Emerson de Biaggi, Roberto Mars Jr., ator não identificado, Renato Dobal, Paco Sanches, ator não identificado, Antônio Petrin, ator não identificado, Walter Breda, ator não identificado, Maria Duda, Rita Malot, Antoine Rovis | Acervo CCSP

Ator não identificado, Carlos Clean, Tácito Rocha, Antônio Petrin, Antônio Fagundes, Roberto Mars Jr., Paco Sanches, Yur Fogaça. Na área de representação: Nivaldo Todaro, Luiz Fernando Rezende, Luca Baldovino. No balcão à direita: Monalisa Lins e Neusa Maria Faro | Acervo CCSP

Antonio Fagundes, Luca Baldovino, Sérgio Chica, Domingos Fuschini (agachado), Lé Zuawski, Nivaldo Todaro, Monalisa Lins (Sentada), Yur Fogaça, Luiz Carlos Ribeiro, Walter Breda, Sérgio de Oliveira | Acervo CCSP

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OrlandOVirginia Woolf

Adaptação: Sérgio Sant’Anna

Direção: Bia Lessa

Cenários: Fernando Mello da Costa

Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), Teatro I, 1989

Meu primeiro trabalho com a Kalma Murtinho foi no espetáculo Orlando,

onde ela tinha a imensa responsabilidade de fazer passar aos olhos

do espectador quinhentos anos de história em apenas duas horas de

espetáculo e através de apenas seis atores. O figurino era essencial

– nem sempre os diálogos explicitavam as épocas e as mudanças de

comportamento – o figurino era um personagem vivo que não servia apenas

de decoração mas de afirmações e negações de comportamento.

Falar da Kalma é também falar do corte e da modelagem. Nunca vi ninguém

dominar com tanta precisão. Suas capas, não consegui até hoje desvendar

o segredo (mesmo quando as tenho nas mãos), são de uma nobreza

incomum e possibilitam ao ator uma espetacular movimentação.

No caso do Orlando, os figurinos eram o próprio espetáculo. Concebeu

ao todo oitenta trajes onde o sapato, o chapéu, o cinto, os penduricalhos

ajudavam o ator em sua composição. Fernanda Torres quando vestiu a

bota que subia pelo joelho disse: “agora virei um homem” – E DE FATO

VIROU; e a beleza da personagem Sacha, que vinha como uma “raposa

russa” destoando de todos que estavam a sua volta – trazendo à cena toda

sua excentricidade. Nesse caso ela aproveitou o longo pescoço da Júlia

Lemmertz e sua espontânea elegância na composição do figurino. Se a Júlia

já era alta, com o olhar da Kalma ficou gigante.

A Kalma era cortante em seus figurinos, eles formavam os personagens.

Vestir o que ela propunha conduzia à interpretação. E não era um figurino

corretinho, cumpridor das normas do tempo, ela ousava, colocava sua

marca e opinião, ora no corte, ora no tecido, ora na estampa e nos

chapéus, nos guarda-chuvas, nos elementos que mostravam ao espectador

algo que o texto não explicitava, mas que a Kalma enxergava.

Texto de Bia Lessa, escrito especialmente para a produção deste livro.

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Júlia Lemmertz e Fernanda Torres, 1989 | Sílvio Pozatto

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Betty Gofman, 2004 | Guga Melgar

ORLANDO

Virginia Woolf

Adaptação: Sérgio Sant’Anna

Direção: Bia Lessa

Cenários: Fernando Mello da Costa

Teatro Dulcina (RJ), 2004

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Betty Gofman, 2004 | Márcio Pilot

Betty Gofman e Vanessa Gerbeli, 2004 | Márcio Pilot

Orlando

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189

Vanessa Gerbeli , 2004 | Márcio Pilot

p. 188: Betty Gofman, 2004 | Guga Melgar

A Bia (Lessa) é muito criativa, mas a produção não tinha

dinheiro. Então, eu decidi fazer a peça com roupas de

brechó. Fui também pedindo às pessoas da peça coisas

que tinham em casa. Quando a Bia veio aqui, uma tarde,

ver os figurinos, ela encontrou o chão forrado de roupas.

Perguntou, espantada: O que é que é isso? Eu disse: Isso aí

é a sua peça.

Eu fui olhando e vendo que é que servia para quê.

Aproveitando os tecidos; aproveitando a cor e a textura.

Uma roupa X, eu transformava em outra coisa. Quer dizer,

uma completa libertação.

Essa foi uma ideia muito boa que eu tive. Essa roupa era

uma anágua, e a personagem fica grávida. Então, eu mandei

ela virar a anágua e se transformou numa barriga. Assim, as

costas da anágua viraram uma barriga de grávida. (ao lado)

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

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190

a vida de galileu galileiBertolt Brecht

Tradução: Roberto Schwarz

Direção: Celso Nunes

Cenários: Gianni Ratto

Teatro Guaíra (PR), 1989

Paulo Autran, 1989 | Acervo Centro Cultural Guaíra

Dona Sarti

[...] A cenografia de Gianni Ratto atinge a

proposta de seu criador em emoldurar o

espetáculo [...]. O brilho visual fica por conta de

Kalma Murtinho com uma harmoniosa escala

cromática. Tudo neste Galileu é superlativo.

Trecho de crítica de Jacy Lage para a Folha da Tarde, 21 de agosto de 1984.

Crianças

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191

Iris Daguia e Paulo Autran, 1989 | Acervo Centro Cultural GuaíraGalileu Galilei

O que eu tive de muita sorte é

porque eu estava em Curitiba e me

disseram que tinha, perto da cidade,

uma fábrica de veludos trabalhados.

Um adamascado de veludo, que não

se encontra em lugar nenhum; eles

tinham. Eu fiquei animadíssima. Eu fui

lá e comprei uma quantidade. A corte

toda foi trabalhada com eles.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho

especialmente para a produção deste livro.

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192

Mário Schoemberger, Florival Gomes e Paulo Autran, 1989 Acervo Centro Cultural Guaíra

Papa

Cardeal Inquisidor

Estudiosos Um Monge Muito Magro

Doge de Veneza

no alto: Florival Gomes e Onivaldo Dutra, 1989 Acervo Centro Cultural Guaíra

p. 193: Paulo Motta, Onivaldo Dutra, Enéas Lour, Blasi Jr. e Fernando Klung, 1989 Acervo Centro Cultural Guaíra

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193

Senhores Mascarados

Senhoras Mascaradas

Mestre-Sala do Grão Duque

Senhor Gaffone - Reitor

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194

Os Mascarados, carnaval Quatro Mascarados

Os Esfarrapados Os Mascarados

Um Jogral Os Mascarados

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Mulher do Jogral com a Menina

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a gaivOtaAnton Tchekhov

Tradução: Barbara Heliodora

Direção e cenários: Jorge Takla

Teatro Nelson Rodrigues (RJ), 1996

Nildo Parente, Roberto de Cleto, Valderez de Barros e (sentada) Samantha Monteiro, 1996 | Acervo Kalma Murtinho

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197

Irina Nicolaevna Arkádina

Irina Nicolaevna Arkádina

A escolha de Kalma para os figurinos de A gaivota

se fez naturalmente. Afinal, ela tinha criado para

mim os figurinos deslumbrantes de O jardim

das cerejeiras, também de Tchekhov, em 1982,

sucesso imenso. Ninguém no Brasil já teve ou

terá o bom gosto, o nível cultural, a técnica e o

conhecimento dos estilos específicos de cada

época (cada ano...) de Kalma Murtinho. A maior

de todos. Uma grande dama, uma grande mulher

uma grande figurinista.

Texto de Jorge Takla especialmente para a produção deste livro.

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198

(à esquerda) Andréa Cavalcanti, Ada Chaseliov, (ao centro) Samantha Monteiro, Roberto de Cleto, Walderez de Barros, (à direita) Charles Moller, Nildo Parente, (ao fundo) Diogo Dahl, Camilo Bevilacqua e Elias Andeato, 1996 | Acervo O Globo, foto Ana Branco

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199

Paulina AndreievnaIeuguêni Serguêievitch Dorn

Nina Mikhailovna Zarêchnaia

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200

Irina Nicolaevna Arkádina

Elias Andreato, Ada Chaseliov, Nildo Parente, Walderez de Barros, Andréa Cavalcanti e Camilo Bevilacqua, 1996 | Acervo Jorge Takla

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201

Ilia Afanassievitch ChamraevPiotr Nicolaievitch Sôrine

Roberto de Cleto, Ada Chaseliov, Nildo Parente, Walderez de Barros, Andréa Cavalcanti e Camilo Bevilacqua, 1996 | Acervo Jorge Takla

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202

glOriOsa, a vida de flOrence fOsterPeter Quilter

Tradução: Marisa Murray

Direção: Charles Möeller

Cenários: Rogério Falcão

Teatro Abel (Niterói/RJ), 2008

acima e ao lado: Marília Pêra, 2008 | Foto Wilson Melo

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203

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204

Marília Pêra e Guida Vianna, 2008 | Foto Wilson Melo

Os figurinos de Kalma Murtinho são um capítulo à parte, de

categoria e requinte em tudo e por tudo excepcionais, tanto em

forma quanto em conteúdo significativo.

Trecho de crítica de Barbara Heliodora para O Globo, 15 de janeiro de 2009.

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205

Guida Vianna e Marília Pêra, 2008 | Foto Wilson Melo

Os figurinos de Kalma Murtinho são inesquecíveis: preciosos,

elegantes, humorados, belos, registram a época da ação e o

exuberante perfil de Florence.

Trecho de crítica de Tânia Brandão para O Globo, 15 de janeiro de 2009.

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Comissão de Frente (detalhe), 1978 | Acervo Kalma Murtinho, foto Reginaldo Arcuri

riO, carnaval dOs carnavaisEstação Primeira de Mangueira

Carnavalesco: Carlos Alberto

Praça da Apoteose (RJ), 1972

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207

Imperadores do Samba

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208

Quando a Mangueira completava 50 anos, fui convidada para criar o figurino da escola. Quatro mil e

quinhentos figurantes, divididos em alas. [...] Eu estava lá nos estúdios da TV Globo, na Tijuca, fazendo

figurinos para uma novela. Toda noite, eu saía às oito e ia para a Mangueira. Chegava lá, aquela

loucura de escola de samba. Eu assistia ao ensaio, conversava, falava, fazia os desenhos, aquilo tudo.

E aí, um dia, fiquei preocupada, não consegui evitar e falei para um dos diretores: “Mas como é que

vocês me deixam sair sozinha às 3 da manhã da Mangueira e pegar um táxi no viaduto? Vocês não me

acompanham? Ninguém me ajuda?” Ele deu um sorrisinho e me falou: “Dona Kalma, o morro inteiro

sabe que a senhora é figurinista da Escola”. A senhora tá mais protegida que qualquer um.

Trecho da entrevista concedida por Kalma Murtinho especialmente para a produção deste livro.

Cartola, compositor, 1978 | Acervo O Globo, foto Sebastião Marinho

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Comissão de Frente, 1978 | Acervo O Globo, foto Sebastião Marinho

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les présagesPiotr Ilich Tchaikovsky

Coreografia: Leonid Massine

Remontagem: Tatiana Leskova

Cenários: Hélio Eichbauer

Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1998

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211p. 210: foto acervo Tatiana Leskova

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foto acervo Tatiana Leskova

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213

Kalma Murtinho, com quem tive o prazer de trabalhar

em obras de autores como Eugene O’Neill, Tennessee

Williams, August Strindberg, Hermann Broch, Anton

Tchekhov e muitos outros, é, de longe e por sua valiosa

contribuição para o teatro brasileiro, nossa maior

figurinista. Há mais de meio século criando formidáveis

personagens com inteligência, alta costura e imaginação

prodigiosa, Kalma sempre atenta, dona de humor e

lirismo, paixão e tenacidade, tem-nos brindado com sua

arte inigualável, espetáculos antológicos, de repertório

clássico entre comédias requintadas, dramas, óperas e

até cinema.

Trabalhamos na remontagem de um balé histórico de

Léonide Massine, Les présages, com a coreografia

restaurada pela excelente Tatiana Leskova. O espetáculo

foi criado para o Ballet Russe de Monte Carlo, em 1933,

o primeiro balé sinfônico, como se diz, com música de

Tchaikovsky (Quinta Sinfonia), cenários e figurinos do

pintor surrealista francês André Masson. Tatiana nos

chamou para encená-lo no Theatro Municipal do Rio de

Janeiro, com novos figurinos e cenografia, em 1998 e,

mais uma vez, trabalhamos debruçados num histórico

palco, com uma belíssima coreografia, solistas e corpo

de baile em grande evento!

Temos dialogado intensamente ao longo dos anos,

empenhados na luta por uma arte mais séria,

enfrentando a impostura do mundo contemporâneo,

a falta de conteúdo de algumas encenações oficiais e

comédias alienantes.

Acostumamo-nos com a presença irradiante de Kalma,

sua intensa magia, iluminando onde há sombra, seu

entusiasmo onde há desânimo, sempre discreta e

elegante. Acompanhei sua arte desde sempre, atriz

e figurinista, presença indispensável em sua loja de

artesanato brasileiro Chica da Silva, na Copacabana

dos anos 1960, ponto de encontro da fina flor carioca,

daquele Rio de Janeiro de poetas e músicos que

cantavam como ninguém a beleza da cidade.

A inspiração é um dom divino e Kalma o recebeu de

menina. Ainda jovem iniciou sua carreira de figurinista

e atriz no teatro-escola O Tablado, de sua grande amiga

Maria Clara Machado. Foi onde me apaixonei pelo

mistério do teatro, eu e toda a cidade. Ali se formaram

alguns dos mais requintados atores brasileiros.

O teatro é um ofício que ajuda a combater as agruras

da vida. Com a maturidade acumulam-se as perdas e

também as vitórias. Kalma sabe disso e muito mais;

tem participado da luta para eleger a cultura como

prioridade educacional do Brasil. Os operários do teatro

produzem o sonho de cada dia e todas as vezes nossa

dama figurinista ressurge para colorir e transmutar o

prosaico cotidiano.

Texto de Hélio Eichbauer especialmente para a produção deste livro,

Rio de Janeiro, 2013.

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fotos acervo Tatiana Leskova

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acima e abaixo: Beatrice Agenin, 2001 | Vantoen Pereira Jr.

améliaDireção e roteiro: Ana Carolina

Fotografia: Rodolfo Sanchez

Direção de arte: Beto Mainieri

Brasil, 2001

A Kalma era muito segura das coisas que ela queria, do

que ela sabia. Para o filme, buscou referências do interior

de Minas. Quando o figurino dela chegava, eu acho que

completava a criação da personagem, sempre. [...]

Trecho de entrevista concedida pela atriz Camilla Amado para a produção deste livro.

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Amélia

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Miriam Muniz, Camila Amado e Alice Borges 2001 | Vantoen Pereira Jr

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O trOvadOrGiuseppe Verdi

Direção e concepção cênica: Bia Lessa

Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 2010

Ruiz

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Ciganas Manrico

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Leonora

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225

[...] Depois disso veio a ópera no Teatro Municipal, Il

Trovattori, dentro de limites muito severos. Limites

orçamentários e limite de tempo. Eram, ao todo,

uns 300 figurinos a serem concebidos e feitos em

20 dias, por um valor por cada traje completo que

não cabe citar aqui. Personagens e cenários que

pediam dramaticidade e rigor. Juntando-se a isso, a

ópera estava sendo montada para a reinauguração

do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o que

implicava trabalharmos junto com a finalização das

obras. A poeira, a falta de espaço, as dificuldades

administrativas normais dentro do momento de

revitalização e da chegada da data de reinauguração

do tão amado Teatro.

Nesse contexto, a Kalma aceitou assinar os

figurinos e enfrentar todos os tipos de problemas,

e o resultado não poderia ser melhor. Tive o prazer

de vivenciar de perto um milagre. Um pensamento

que se traduz em personagens, dentro de um

espaço de tempo impossível. A opção foi trabalhar

quase que exclusivamente com um tecido barato

(feltro) que daria o caimento e o peso da época e

com cores contrastantes. Azuis, vermelhos. Cenas

monocromáticas, com cortes radicais.

Os nobres azul-escuros, sóbrios, envelopados, duros.

Os ciganos vermelhos, livres, ousados, com cortes

mais soltos, com volume e movimento. E depois, os

detalhes em preto para os nobres e dourado para os

ciganos.

Isso era tudo. Um raciocínio radical, simples, e que

causava um imenso impacto em cena. Os embates

entre o nobre e o cigano era explícito, bastava vê-los.

Há nela o rigor, a mão firme, muito estudo e

pesquisa, mas nada disso teria sentido se não

houvesse a ousadia e o infinito talento.

A Kalma é uma artista única e uma pessoa que

guardo no peito.

Texto de Bia Lessa especialmente para a produção deste livro.

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Elenco, 2010 | Guanabaratejo

Elenco, 2010 | Guanabaratejo

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Elenco, 2010 | Guanabaratejo

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Elenco, 2010 | Guanabaratejo

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Leonora

Freiras

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Inês

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crono

logia

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Kalma Murtinho, Teatro Procópio Ferreira, 20/09/1984, São Paulo | Acervo Kalma Murtinho

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234

1955O baile dos ladrõesJean Anouilh

Direção de Geraldo Queiroz

Tradução de Antônio Cândido Mello e

Souza, Abílio Pereira de Almeida

Tablado – RJ

Atriz e Figurinos

Pluft, o fantasminhaAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Atriz e Figurinos

1956A sombra do desfiladeiroJohn Millington Synge

Direção de Maria Clara Machado

Tradução de Oswaldinho Marques

Tablado – RJ

Figurinos

O macaco da vizinhaJoaquim Manuel de Macedo

Direção de Alfredo Souto de Almeida

Tablado – RJ

Atriz e Figurinos

Chapeuzinho vermelhoAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Atriz e Figurinos

Nossa vida com papaiHoward Lindsay e Russel Crouse

Direção de Gianni Ratto

Tradução de R. Magalhães Jr.

Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) –

RJ/SP

Figurinos

O jubileuAnton Tchekhov

Direção de Rubens Correa

Tradução de Brutus Pedreira e Eugênio

Kusnet

Tablado – RJ

Figurinos

O matrimônioNikolai Gogol

Direção de Maria Clara Machado

Tradução de Aníbal Machado e Sônia

Cavalcanti

Tablado - RJ

Figurinos

O chapéu de palha de ItáliaLabiche

Direção de Geraldo Queiroz

Teatro da Praça – RJ

Atriz

A fábula do BrooklinIrwin Shaw

Direção de Geraldo Queiroz

Tradução de Millôr Fernandes

Teatro da Praça – RJ

Figurinos

O rapto das cebolinhasAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado -RJ

Cenário e Figurinos

1959Tempestade em água bentaJ. C. Cavalcanti Borges

Direção de José Maria Monteiro

Teatro Maison de France – RJ

Figurinos

Nossa cidadeThornton Wilder

Direção de Geraldo Queiroz

Tradução de Elsie Lessa

Teatro da Praça – RJ

Atriz e Figurinos

TEATRO1952 A escola de viúvasJean Cocteau

Direção de Martim Gonçalves

Tablado - RJ

Atriz e Figurinos

Todo mundo e ninguémGil Vicente

Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Chapéus

Sganarello ou O engano pelas aparênciasMolière

Direção de Brutus Pedreira

Tablado - RJ

Chapéus

1953Via-SacraHenri Ghéon

Direção de Martim Gonçalves

Tablado – AL

Atriz

A sapateira prodigiosaFederico Garcia Lorca

Direção de Maria Clara Machado

Tradução de João Cabral de Melo Neto

Tablado – RJ

Atriz e Figurinos

O boi e o burro a caminho de BelémAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Cenário e Figurinos

1954O rapto das cebolinhasAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Cenário e Figurinos

Nossa cidadeThornton Wilder

Direção de João Bethencourt

Tradução de Elsie Lessa

Tablado - RJ

Atriz e Figurinos

A almanjarraArthur Azevedo

Direção de José Maria Monteiro

Teatro da Caixa Econômica – RJ

Figurinos

1957O tempo e os ConwaysJ. B. Priestley

Direção de Geraldo Queiroz

Tradução de Daniel Rocha

Tablado – RJ

Atriz e Figurinos

O embarque de NoéAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado –RJ

Atriz e Figurinos

O telescópioJorge Andrade

Direção de Paulo Francis

Teatro Nacional de Comédia (TNC) – RJ

Figurinos

Jogo de criançasAutoria e Direção de João Bethencourt

Teatro Nacional de Comédia (TNC) – RJ

Figurinos

Pedro MicoAntônio Callado

Direção de Paulo Francis

Teatro Nacional de Comédia (TNC) – RJ

Figurinos

1958GigiCollette

Direção de Mme. Morineaux/Cayetano

Luca de Tena

Cia. Artistas Unidos

Figurinos

A bruxinha que era boaAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Figurinos

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235

1960Está lá fora um inspetorJ. B. Priestley

Direção de Geraldo Queiroz

Teatro da Praça - RJ

Atriz

CândidaBernard Shaw

Direção de Cláudio Correa e Castro

Teatro da Praça – RJ

Atriz

O cavalinho azulAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

Um elefante no caosMillôr Fernandes

Direção de João Bethencourt

Teatro da Praça -RJ

Figurinos e Produção

Dona Rosita, a solteiraFederico García Lorca

Direção de Sérgio Viotti

Tradução de Carlos Drummont de Andrade

Tablado -RJ

Figurinos

Com a pulga atrás da orelhaGeorges Feydeau

Direção de Gianni Ratto

Teatro Ginástico - RJ

Figurinos

1961CarlotaMiguel Mihura

Direção de Geraldo Queiroz

Teatro da Praça – RJ

Figurinos

Maroquinhas Fru-FruAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Figurinos

Living-roomGraham Greene

Direção de Alfredo Souto de Almeida

Tradução de Helena Pessoa

Tablado – RJ

Figurinos

O anjo de pedraTennessee Williams

Direção de Geraldo Queiroz

Tradução de R. Magalhães Jr.

Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) –RJ

Figurinos

Do mundo nada se levaGeorge S. Kaufman e Moss Hart

Direção de Maria Clara Machado

Tradução de Maria de Lourdes Lima

Tablado - RJ

Figurinos

A volta do camaleão alfaceAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Teatro da Praça - RJ

Figurinos

OscarClaude Magnier

Direção de Ivan de Albuquerque

Teatro do Rio - RJ

Figurinos

Tia MameJerome Lawrence e Robert E. Lee

Direção de Dulcina de Morais e Henriette

Morineau

Tradução de Odilon Azevedo

Teatro Dulcina – RJ

Figurinos

MirandolinaCarlos Goldoni

Direção de Gianni Ratto

Teatro Ginástico – RJ

Figurinos

1962A gata borralheiraAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Figurinos

1964Pluft, o fantasminha (2ª versão)Autoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

1965A dama do Maxim’sGeorges Feydeau

Direção de Gianni Ratto

Tradução de Barbara Heliodora e Millôr

Fernandes

Teatro Maison de France – RJ

Figurinos

1966O cavalinho azul (2ª versão)Autoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Figurinos

O piquenique no frontFernando Arrabal

Direção de Ivan Albuquerque

Tablado - RJ

Figurinos

Memórias de um sargento de milíciasManuel Antônio de Almeida

Direção de Geraldo Queiroz

Largo do Boticário – RJ

Figurinos

As colunas da sociedadeHenrik Ibsen

Direção de Cláudio Corrêa e Castro

Teatro Guaíra - PR

Figurinos

1967A úlcera de ouroHélio Bloch

Direção de Leo Jusi

Teatro Santa Rosa - RJ

Figurinos

A volta ao larHarold Pinter

Direção de Fernando Torres

Teatro Gláucio Gill – RJ

Figurinos

1968O jardim das cerejeirasAnton Tchekhov

Direção de Ivan Albuquerque

Teatro Ipanema – RJ

Figurinos

1970Maroquinhas Fru-Fru (2ª versão)Autoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

Plaza suíteNeil Simon

Direção de João Bethencourt

Teatro Copacabana – RJ

Figurinos

1971Um violinista no telhadoJoseph Stein

Direção de Wilfredo Ferrán

Teatro João Caetano – RJ

Supervisão e Coordenação de Figurinos

O camarada MioussovValentim Kataiev

Direção de Fábio Sabag

Tradução de Renato Alvim

Teatro Copacabana - RJ

Figurinos

1972A flor e o frutoCavalcanti Borges

(adaptação de Dom Casmurro, de Machado

de Assis)

Direção de Ziembinski

Cia Ziembinski – SC

Figurinos

1973O amante de madame VidalLouis Verneuil

Direção de Fernando Torres

Teatro Maison de France – RJ

Figurinos

1974Pluft, o fantasminha (3ª versão)Autoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

PippinRoger O. Hirson e Stephen Schwartz

Direção de Flávio Rangel

Teatro Bloch – RJ

Supervisão de Figurinos

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1975L’ ArchitrucPinget

Direção de Bernard Schnerb

Teatro Maison de France – RJ

Cenário e Figurinos

A cantada infalívelGeorges Feydeau e M. Hennequin

Direção de João Bethencourt

Teatro Maison de France - RJ

Figurinos

Bric-a-bracJean Tardieu

Direção de Etinne Le Meur

Teatro Maison de France - RJ

Cenário e Figurinos

Bonifácio BilhõesAutoria e Direção de João Bethencourt

Cia de João Bethencourt – RJ

Cenário e Figurinos

Mumu, a vaca metafísicaMarcílio Moraes

Direção de Flávio Rangel

Teatro Nacional de Comédia (TNC) – RJ

Figurinos

A mulher de todos nósHenri Becque

Direção de Fernando Torres

Cia Fernando Torres Diversões – RJ

Cenário e Figurinos

O tempo e os ConwaysJ. B. Priestley

Direção de Aderbal Freire Filho

Teatro de Bolso – RJ

Cenário e Figurinos

1976A cinderela do petróleoAutoria e Direção de João Bethencourt

Teatro Ginástico – RJ

Cenário e Figurinos

O rendez-vousRobert Thomas

Direção de Antônio Pedro Borges

Cia Eva Todor – RJ

Figurinos

Vivaldino, criado de dois patrõesCarlos Goldoni

Direção de José Renato

Teatro Casa Grande – RJ

Figurinos

O quartetoAntônio Bivar

Direção de Ziembinski

Teatro Márcia De Windsor – SP

Figurinos

1977A princesa do mar sem fimAutoria e Direção de Benjamim Santos

Teatro da Lagoa – RJ

Cenário e Figurinos

Pluft, o fantasminha (4ª versão)Autoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

1978A bruxinha que era boaMaria Clara Machado

Direção de Jorge Botelho

Teatro da Lagoa – RJ

Cenário e Figurinos

1979O cavalinho azul (3ª versão)Autoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

Maria gente finaAutores Lupi Gigliotti e Cininha de Paula

Direção Wolf Maya

Teatro Vanucci – RJ

Cenário e Figurinos

O rei de ramosDias Gomes

Direção de Flávio Rangel

Teatro João Caetano – RJ

Figurinos

1980PlatonovAnton Tchekhov

Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

Quem casa quer casa e outras coisas maisMartins Pena

Direção de Wolf Maya

Teatro Gláucio Gill – RJ

Figurinos

O diamante Grão-MongolMaria Clara Machado

Direção de Wolf Maya

Lupe Gigliotti Produções – RJ

Figurinos

Longa jornada noite adentroEugene O’Neill

Direção de Roberto Vignati

Teatro Copacabana - RJ

Figurinos

1981Ensina-me a viverColin Higgins

Direção de Domingos Oliveira

Teatro Villa Lobos – RJ

Figurinos

Os cigarras e os formigasAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

1982O jardim das cerejeirasAnton Tchekhov

Direção de Jorge Takla

Tradução Millôr Fernandes

Teatro Anchieta - SP

Figurinos

As lágrimas amargas de Petra Von KantR. M. Fassbinder

Direção de Celso Nunes

Teatro dos Quatro – RJ

Figurinos

AmadeusPeter Shaffer

Direção de Flávio Rangel

Teatro Adolfo Bloch – RJ

Figurinos

Pó de guaranáBill Russel e Ronald Melrose

Direção de Wolf Maya

Pagagaio Café Cabaret – RJ

Figurinos

A eterna luta entre o homem e a mulherMillôr Fernandes

Direção de Gianni Ratto

Teatro Clara Nunes – RJ

Figurinos

O rapto das cebolinhasAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Cenário e figurinos

QueroManuel Puig

Direção de Ivan de Albuquerque

Teatro Ipanema – RJ

Figurinos

Hedda GablerHenrik Ibsen

Direção de Gilles Gwizdek

Tradução de Millôr Fernandes

Teatro Gláucio Gill - RJ (1983) e Teatro

Guaírinha – PR (1982)

Figurinos

Leonce e LenaGeorg Buchner

Direção de Luís Antônio Martinez Correa

Tablado – RJ

Figurinos

Testemunha de acusaçãoAgatha Christie

Direção de Domingos Oliveira e Luiz Carlos

Maciel

Teatro BNH – RJ

Figurinos

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VargasDias Gomes e Ferreira Gullar

Direção de Flávio Rangel

Teatro João Caetano – RJ

Figurinos

Os desinibidosRoberto Athayde

Direção de Aderbal Junior

Teatro Clara Nunes – RJ

Figurinos

PiafPam Gens

Direção de Flávio Rangel

Teatro Ginástico - RJ

Figurinos

1984Com a pulga atrás da orelhaGeorges Feydeau

Direção de Gianni Ratto

Teatro Procópio Ferreira – SP

Figurinos

EmilyWilliam Luce

Direção de Miguel Falabella

Teatro Candido Mendes – RJ

Figurinos

O dragão verdeAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

Foi bom, meu bem?Luís Alberto de Abreu

Direção de Wolf Maya

Teatro Planetário – RJ

Figurinos

Freud - no distante país das almasHenry Denker

Direção de Flávio Rangel

Teatro Clara Nunes – RJ

Figurinos

Negócios de EstadoLouis Verneuil

Direção de Flávio Rangel

Teatro Hilton – SP

Figurinos

1985Cyrano de BergeracEdmond Rostand

Direção de Flávio Rangel

Tradução de Ferreira Gullar

Teatro Cultura Artística – SP

Figurinos

O que o mordomo viuJoe Orton

Direção de Flávio Rangel

Teatro Clara Nunes – RJ

Figurinos

Este mundo é um hospícioJoseph Kesselring

Direção de Geraldo Queirós e Maria Clara

Machado

Teatro de Arena – RJ

Figurinos

Pluft, o fantasminha (5ª versão) Autoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado - RJ

Figurinos

Madame BlavatskyPlínio Marcos

Direção de Jorge Takla

Teatro Aliança Francesa – SP

Figurinos

O encontro entre Pascal e DescartesJean Claude Brisville

Direção de Jean Pierre Miquel

Teatro Aliança Francesa – RJ

Figurinos

1986Lembranças da ChinaAlcides Nogueira

Direção de Jorge Takla

Teatro Maria Della Costa – SP

Figurinos

Larga do meu péGeorges Feydeau

Direção de Luiz de Lima

Teatro Villa Lobos – RJ

Figurinos

Quatro meninasLouise May Alcott

Direção de Carlos Wilson

Teatro Vanucci – RJ

Figurinos

Drácula (1ª versão)H. Deane e J. L. Balderston

Direção de Gianni Ratto

Teatro Procópio Ferreira – SP

Figurinos

O menino do EgitoPaulo César Coutinho

Direção de Carlos Wilson

Teatro Glauce Rocha – RJ

Figurinos

O boi e o burro a caminho de BelémAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Figurinos

Van GoghJoão Uchoa

Direção de Carlos Wilson

Teatro dos Quatro – RJ

Figurinos

1987OdisseiaHomero

Direção de Carlos Wilson

Teatro dos Quatro – RJ

Figurinos

Um piano à luz da luaPaulo César Coutinho

Direção Cecil Thiré

Teatro Villa Lobos – RJ

Figurinos

MacbethWilliam Shakespeare

Direção de Ricardo Kosovski

Tablado – RJ

Figurinos

Creme da luaEduardo Martins

Direção de Anselmo Vasconcellos

Teatro Copacabana – RJ

Figurinos

Drácula (2ª versão)H. Deane e J. L. Balderston

Direção de Gianni Ratto

Teatro Tereza Raquel – RJ

Figurinos

1988O amante de Madame VidalLouis Verneuil

Direção de Gianni Ratto

Teatro Hilton – SP

Figurinos

Os três mosqueteirosAlexandre Dumas

Direção de Carlos Wilson

Teatro João Caetano – RJ

Figurinos

O manifestoBrian Clark

Direção de José Possi

Teatro Candido Mendes – RJ

Figurinos

Obrigado pelo amor de vocêsEdgard Neville

Direção de Antônio Mercado

Teatro Senac Copacabana – RJ

Figurinos

O camaleão na luaMaria Clara Machado

Direção de Cacá Mourthé

Teatro Planetário – RJ

Figurinos

1989OrlandoVirginia Wolf

Direção de Bia Lessa

CCBB - RJ

Figurinos

Como se tornar uma supermãe em 10 liçõesPaul Fuks

Direção de Wolf Maya

Teatro Princesa Isabel – RJ

Figurinos

LílianWilliam Luce

Direção de José Possi

Teatro Candido Mendes – RJ

Figurinos

_projetoKalma21x27.7_Altas.indd 237 4/3/14 4:13 PM

1992O retrato de Gertrudes Stein quando homemAlcides Nogueira

Direção de Antônio Abujamra

CCBB - RJ

Figurinos

As mulheres de 30Autoria e Direção de Domingos

Oliveira

Teatro do Planetário – RJ

Figurinos

O rapto das cebolinhasAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Figurinos

1993Viagem a ForliAutoria e Direção de Mauro Rasi

Teatro Copacabana – RJ

Figurinos

A filha de LúciferWilliam Luce

Direção de Miguel Falabella

Teatro Candido Mendes – RJ

Figurinos

DesejoEugene O’Neill

Direção de Ulysses Cruz

Teatro Copacabana – RJ

Figurinos

AnatolArthur Schnitzler

Direção de Paulo Reis

Teatro de Arena – RJ

Figurinos

A arca de NoéMaria Clara Machado

Direção de Márcia Ítalo

Figurinos

Mimi, uma adorável doidivanasCamilo átila

Direção de Odavlas Petti

Teatro Clara Nunes – RJ

Figurinos

Cantos e danças da RenascençaConcepção de Gaby Leib

Direção Artística de Helder Parente

CCBB – RJ

Figurinos

1994A chave do tesouroHeloísa Perissé

Direção de André Mattos

Teatro do Planetário – RJ

Figurinos

Bastien & BastienneW. A . Mozart

Direção de Ricardo Prado e Inácio de

Nonno

CCBB - RJ

Figurinos

NoelJoaquim de Assis e Luiza Monteiro

Direção de Ricardo Kosovski

Teatro Sesc Tijuca – RJ

Figurinos

1995Com o rio na barrigaRogério Blat

Direção de Ernesto Piccolo

Teatro Gonzaguinha – RJ

Figurinos

Vita e VirgíniaEileen Atkins

Direção de Ítalo Rossi

Teatro dos Quatro – RJ

Figurinos

Encontro no supermercadoShula Melguido

Direção de Cláudio Torres Gonzaga

Teatro Tereza Raquel – RJ

Figurinos

Papo de anjoAutoria e Direção de João Bethencourt

Teatro da Praia – RJ

Figurinos

1996A gaivotaAnton Tchekhov

Direção de Jorge Takla

Tradução de Barbara Heliodora

Teatro Nelson Rodrigues – RJ

Figurinos

A bela adormecidaMaria Clara Machado

Direção de Cacá Mourthé

Tablado - RJ

Figurinos

A bela do AlentejoFlorbela Espanca

Direção de Miguel Falabella

Teatro Candido Mendes – RJ

Figurinos

Black outFrederick Knott

Direção de Eric Nielsen

Teatro Villa Lobos – RJ

Figurinos

Um pedido de casamentoAnton Tchekhov

Direção de Marcus Alvisi

CCBB – RJ

Figurinos

É...Millôr Fernandes

Direção de Camilo átilla

Teatro Bibi Ferreira - SP

Figurinos

O passado a limpoRogério Blat

Direção de Ernesto Piccolo

Teatro Gonzaguinha – RJ

Figurinos

O futuro era hojeRogério Blat

Direção de Ernesto Piccolo

Teatro Gonzaguinha – RJ

Figurinos

1997DNA BrasilRogério Blat

Direção de Ernesto Piccolo

Teatro Gonzaguinha – RJ

Figurinos

Diário de um loucoNikolai Gogol

Direção de Marcus Alvisi

Teatro Ipanema – RJ

Figurinos

A vida de Galileu GalileiBertolt Brecht

Direção de Celso Nunes

Teatro Guaíra - PR

Figurinos

O tempo das operetasAna Maria Nunes

Direção de Eduardo Wotzik

Teatro Laura Alvim e Teatro Glauce Rocha

– RJ

Figurinos

1990A cor da rosaMônica Serpa e Shimom Nahmias

Direção de Shimom Nahmias

CCBB e Sesc Tijuca – RJ

Figurinos

1991O boi e o burro a caminho de BelémAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Figurinos

O cavalinho azulAutoria e Direção de Maria Clara Machado

Tablado – RJ

Figurinos

Doppleganger - o duploAutoria e Direção de Domingos Oliveira

Teatro dos Quatro – RJ

Figurinos

Ações ordináriasJerry Sterner

Direção de Odavlas Petti

Teatro Copacabana – RJ

Figurinos

Em nome do paiAlcione Araújo

Direçao de Rubens Correa

CCBB - RJ

Figurinos

_projetoKalma21x27.7_Altas.indd 238 4/3/14 4:13 PM

239

Julieta de FreudCláudia Jimenez e Fátima Valença

Direção de Antônio Abujamra

Teatro Leblon – RJ

Figurinos

Gata em teto de zinco quenteTennessee Williams

Direção de Moacyr Góes

Teatro Princesa Isabel – RJ

Figurinos

1998O dinheiro é o terrorRogério Blat

Direção de Ernesto Piccolo

Teatro Gonzaguinha – RJ

Figurinos

A profissão da senhora WarrenBernard Shaw

Direção de Eric Nielsen

Teatro Copacabana – RJ

Figurinos

Meu querido mentirosoJerome Kilty

Direção de Wolf Maya

Teatro Delfim – RJ

Figurinos

As três irmãsAnton Tchekhov

Direção de Bia Lessa

CCBB – RJ

Figurinos

A resistível ascensão de Arturo UiBertolt Brecht

Direção de Antônio Abujamra e João

Fonseca

Teatro Dulcina – RJ

Figurinos

Noel, feitiço da vilaAutoria e Direção Andreia Fernandes

Teatro Carlos Gomes – RJ

Figurinos

1999Praça Onze, o musicalRogério Blat

Direção de Ernesto Piccolo

Teatro Gonzaguinha – RJ

Figurinos

PimpinoneAutores Carol McDauit e Inácio de Nonno

Direção de Marcelo Fagerlande

CCBB – RJ

Figurinos

As guerreiras do amorDomingos Oliveira

Direção de Jayme Periard

Teatro Sesc Copacabana – RJ

Figurinos

Um sopro de arAutoria e Direção de Eric Nielsen

Teatro Gláucio Gill – RJ

Figurinos

Tango bolero e cha-cha-chaEloy Araújo

Direção de Bibi Ferreira

Teatro Ginástico – RJ

Figurinos

2000Dona ninguémHeloneida Studart

Direção de Jesus Chediak

Teatro Vanucci – RJ

Figurinos

A serpenteNelson Rodrigues

Direçao de Luiz Arthur Nunes

Teatro Vanucci – RJ

Figurinos

Diário secreto de Adão e EvaMark Twain

Direção de Antônio Abujamra

Teatro Leblon – RJ

Figurinos

O amigo ocultoAugusto Boal

Direção de Marília Pêra

Teatro Sesi - RJ

Figurinos

MichelangeloDoc Comparato

Direção de Antônio Abujamra

Teatro João Caetano – RJ

Figurino

2001Conduzindo Miss DaisyAlfred Uhry

Direção de Bibi Ferreira

Teatro Ginástico – RJ

Figurinos

O boi e o burro na caminho de BelémMaria Clara Machado

Direção de Bernardo Jablonski

Tablado – RJ

Cenário / Figurinos

CócegasAutores Ingrid Guimarães e Heloisa Perissé

Vários diretores

Teatro Candido Mendes – RJ

Figurino

Boeing, BoeingMarc Camoletti

Direção de Darson Ribeiro

Teatro dos Grandes Atores – RJ

Figurinos

2002Com a pulga atrás da orelhaGeorges Feydeau

Direção de Gracindo Jr.

Teatro Procópio Ferreira - SP

Figurinos

Música na belle époque - Paris-Rio 1900Concepção Gaby Leib

CCBB – RJ

Figurinos

O ateneuRaul Pompeia

Direção de Leonardo Brício e Gaspar Filho

Teatro Villa Lobos – RJ

Figurinos

2003Pluft, o fantasminhaMaria Clara Machado

Direção de Cacá Mourthé

Tablado – RJ

Figurinos

CredoresAugust Strindberg

Direção de Antonio Gilberto

CCBB – RJ

Figurinos

2004A primeira noite de um homemTerry Johnson

Direção de Miguel Falabella

Teatro Clara Nunes – RJ

Figurinos

OrlandoVirginia Wolf

Direção de Bia Lessa

Teatro Dulcina – RJ

Figurinos

2005Triunfo silenciosoKathrine Kressmann

Direção de Bernardo Jablonski e Fabiana

Valor

Teatro Sesc Copacabana – RJ

Figurinos

2006Porcelana finaGeorges Feydeau

Direção de Antônio Pedro Borges

Teatro Leblon – RJ

Figurinos

A ratoeiraAgatha Christie

Direção de João Fonseca

Teatro Leblon – RJ

Figurinos

2007Um marido idealOscar Wilde

Direção de Victor Garcia Peralta

Teatro Leblon – RJ

Figurinos

2008Doce deleiteCriação Coletiva

Direção de Marília Pêra

Teatro das Artes – RJ

Figurinos

YolandaLelê Garnier

Direção de Ernesto Piccolo

Teatro de Arena – RJ

Figurinos

_projetoKalma21x27.7_Altas.indd 239 4/3/14 4:13 PM

O dragão verdeMaria Clara Machado

Direção de Cacá Mourthé

Tablado – RJ

Figurinos

2009Gloriosa, a vida Florence FosterPeter Quilter

Direção de Charles Moeller

Teatro Fashion Mall – RJ

Figurinos

Teatro musical brasileiroAntônio Martinez Correa

Direção de Fabio Pillar

CCBB – RJ

Figurinos

2010Suite brasileiraConcepção e Direção de Hélio Eichbauer

Teatro Tom Jobim - RJ

Figurinos

Biquíni vermelhoArtur Xexéo

Direção de Marília Pêra

Teatro Ginástico – RJ

Figurinos

A carpaDenise Crispum e Melaine Dimantas

Direção de Ary Coslov

Teatro Leblon – RJ

Figurinos

Conversando com mamãeSantiago Carlos Oves

Direção de Susana Garcia e Herson Capri

Teatro do Leblon – RJ

Figurinos

2011O pacto das três meninasLulu Silva Telles e Rosane Svartman

Direção de Ernesto Piccolo

Teatro Clara Nunes – RJ

Figurinos

2012Os datilógrafosMurray Schisgal

Direção de Celso Nunes

Teatro Solar de Botafogo – RJ

Figurinos

O pirata Barba RuivaManoel Antonio Villaboim

Direção de Susana Kruger

Teatro Oi Ipanema – RJ

Figurinos

CARNAVAL1978MangueiraFantasias

BALLET1964A Yara Coreografia Harald Lander

Direção de Harald Lander

Theatro Municipal – RJ

Figurinos

1998Les présagesCoreografia Leonid Massine

Direção Tatiana Leskova

Theatro Municipal – RJ

Figurinos

ÓPERA1983YermaVilla Lobos

Direção de Adolpho Celli

Theatro Municipal – RJ

Figurinos

2010O trovadorGiuseppe Verdi

Direção Bia Lessa

Theatro Municipal – RJ

Figurinos

TELEVISÃO1973Chico cityPrograma Semanal da TV Globo

Direção de Augusto César Vanucci

Figurinos

1976Duas vidasNovela de Janete Clair

TV Globo

Direção de Marco Aurélio Bagno, Gonzaga

Blota, Daniel Filho, Jardel Mello e José

Carlos Pieri

Figurinos

SaramandaiaNovela de Dias Gomes

TV Globo

Direção de Walter Avancini, Gonzaga Blota

e Roberto Talma

Direção de Arte e Figurinos

1977Espelho mágicoNovela de Lauro César Muniz

TV Globo

Direção de Gonzaga Blota e Daniel Filho

Figurinos

O astroNovela de Janete Clair

TV Globo

Direção de Gonzaga Blota, Daniel Filho e

Marco Aurélio Bagno

Figurinos

CINEMA1974Um homem célebreDireção de Miguel Faria Jr.

Figurinos

1991/1993 Moças de fino tratoDireção de Paulo Thiago

Figurinos

1999/2001Amélia Roteiro e Direção de Ana Carolina

Figurinos

SHOWS1962Doze bikinis Autoria e Direção de Abelardo Figueiredo

Night and Day - RJ

Cenários

1980Saudades do Brasil - Elis ReginaDireção de Ademar Guerra

Canecão - RJ

Figurinoss

1987Show Beth CarvalhoDireção de Túlio Feliciano

Rival – RJ

Figurinos

PRÊMIOS 1955O baile dos ladrõesPrêmio Revelação da Associação de

Críticos Teatrais do Rio de Janeiro

1956Diploma de Medalha de Ouro de Melhor

Figurinista - pela Associação Brasileira de

Críticos Teatrais

1957Nossa vida com papaiPrêmio Saci de Teatro - Estado de São

Paulo

Diploma de Revelação de Figurino -

Associação Paulista de Críticos Teatrais

1958Nossa vida com papaiPrêmio Governador do Estado de São Paulo,

Melhor Figurinista Profissional, Teatro

Brasileiro de Comédia. (São Paulo, 9 de

julho de 1958)

1959O anjo de pedra e Tia MameMelhor Figurinista/Prêmio Padre Ventura

dos Críticos Teatrais Independentes do Rio

de Janeiro

_projetoKalma21x27.7_Altas.indd 240 4/3/14 4:13 PM

241

1985Prêmio Governador do Estado - Melhor

Figurino pelo Conjunto de Trabalhos

Realizados

Arsênico e alfazemaPrêmio Ibeu, Melhor Figurino

1989Primeiro Prêmio Golden Metais

Troféu Vianninha

Melhor Figurino

1991Ações ordináriasPrêmio Ibeu, Melhor Figurino

1993A filha de LúciferPrêmio Ibeu, Melhor Figurino

1995Vita e VirgíniaPrêmio Cultura Inglesa

Placa em Homenagem e Agradecimentos

dos Componentes da Oficina do Teatro

CACG

1997Troféu Mambembe de Melhor Figurinista

– Adulto

1998Terceiro Prêmio Contigo de Teatro

Melhor Figurino

Troféu Mambembe, Melhor Figurinista pelo

conjunto de trabalhos já realizados

2001Placa em homenagem à figurinista pelo

Centro de Moda, Beleza e Design do Senac

– RJ

2005OrlandoPrêmio Shell de Teatro

Melhor Figurino

1960Medalha Machado de Assis - Medalha

comemorativa de inauguração da sala

Machado de Assis do Teatro Nacional de

Comédia - pelo Ministério da Educação e

Cultura, Serviço Nacional de Teatro

1968O jardim das cerejeirasPrêmio Molière, Melhor Figurino

1969Prêmio Molière, Medalha

1973O amante de Madame VidalPrêmio Molière, Prêmio Especial

1974Prêmio Estadual de Teatro Categoria

Melhor Figurinista - conferida pelo Governo

de Estado da Guanabara, Secretaria de

Cultura, Desportos e Turismo. (Guanabara,

28 de junho de 1974)

1981Os cigarras e os formigasTroféu Mambembe - Figurinista – Infantil

1982Conjunto de trabalhos

Prêmio Molière

Melhor Figurinista

Hedda GablerPrêmio Mambembe

Melhor Figurino – RJ

Prêmio Fernando Chinaglia -- Diploma de

Personalidade Cultural pela União Brasileira

de Escritores

1984Com a pulga atrás da orelhaPrêmio Mambembe SP e RJ

Emily (The belle of amherst)Prêmio Ibeu

Prêmio APCA / categoria Figurino

Foi bom, meu bem?Prêmio Mambembe

2006Prêmio Shell de Teatro

Homenagem Especial

2007O dragão verdePrêmio Zilka Sallaberry de Teatro Infantil

Melhor Figurino

Oscar Gay2 Prêmios da APETESP

CuRSOS2006História, execução e colocação dos chapéus6 aulas

2008A cartola do Visconde - chapéusTeatro Poeira – agosto de 2008

12 aulas

2011Palestras sobre figurino no teatroTeatro Dulcina - reabertura

setembro de 2011

3 palestras

20 de outubro de 2013Durante a finalização deste livro, Kalma

Murtinho faleceu, deixando, além de

saudade e do exemplo de uma vida alegre

e criativa, uma enorme contribuição para

a excelência da arte do figurino, no teatro

brasileiro, e para a formação de novos

profissionais que, com ela, deram os

primeiros passos em suas carreiras.

_projetoKalma21x27.7_Altas.indd 241 4/3/14 4:13 PM

Organização e Pesquisa

Rita Murtinho e Carlos Gregório

Coornenação Editorial

Carlos Gregório

Assistentes de Pesquisa

Luiza Moura

Glauce Guima

Textos

Fernanda Montenegro

Barbara Heliodora

Paula Santomauro

Entrevistas

Carlos Gregório

Andressa Camargo

Design Gráfico e Produção

Ruth Freihof | Passaredo Design

Designer Assistente

Phil ValleR

Digitalização e Tratamento de Imagens

Trio Studio

Revisão e Padronização de Texto

Rosalina Gouveia e BR 75 Produções

Liberação dos Direitos de Uso de Imagens

e textos

Ileana Pradilla | Plural

Assessoria Jurídica

Ana Luisa Chafir

Produção Gráfica

Julio Fado

crédit

os

Créditos dos desenhos:

Capa

Desenho para Tia Mame, 1959 | Acervo

Kalma Murtinho

Quarta capa

Desenho para O baile dos ladrões, 1955 |

Acervo Tablado

Guardas

Desenho para A dama do Maxim’s, 1965 |

Acervo Kalma Murtinho

TEATROEscola de viúvasDesenhos, 1952 | Acervo Tablado

A sapateira prodigiosaDesenhos, 1953 | Acervo Tablado

O boi e o burro no caminho de BelémDesenhos, 1953 | Acervo Tablado

Nossa cidadeDesenhos, 1954 | Acervo Tablado

O baile dos ladrõesDesenhos, 1955 | Acervo Tablado

Pluft, o fantasminhaMontagem 1955

Desenhos, 1955 | Acervo Kalma Murtinho

Montagem 1974

Desenhos, 1974 | Acervo Kalma Murtinho

Montagem 1985

Desenho, 1985 | Acervo Kalma Murtinho

Montagem 1995

Desenhos, 1995 | Acervo Kalma Murtinho

O macaco da vizinhaDesenhos, 1956 | Acervo Tablado

Nossa vida com papaiDesenhos, 1956 | Acervo Kalma

Murtinho

O tempo e os ConwaysDesenhos, 1957 | Acervo Kalma

Murtinho

A bruxinha que era boaMontagem 1958

Desenhos, 1958 | Acervo Tablado

Montagem 1978

Desenhos, 1978 | Acervo Kalma

Murtinho

O matrimônioDesenhos, 1958 | Acervo Kalma

Murtinho

O anjo de pedraDesenhos, 1959 | Acervo Kalma

Murtinho

Tia MameMontagem 1959 a 1962

Desenhos | Acervo Kalma Murtinho

O cavalinho azulDesenhos, 1960 | Acervo Kalma

Murtinho

Um elefante no caosDesenhos, 1958 | Acervo Kalma

Murtinho

Com a pulga atrás da orelhaMontagem 1960

Desenhos, 1960 | Acervo Kalma

Murtinho

Montagem 1984

Desenhos, 1984| Acervo Kalma

Murtinho

Presidenta da República

Dilma Rousseff

Ministra da Cultura

Marta Suplicy

FUNDAÇÃO NACIONAL DE ARTES – Funarte

Presidente

Guti Fraga

Diretor Executivo

Reinaldo da Silva Verissimo

Diretora do Centro de Programas Integrados

Maria Ester Lopes Moreira

Diretor do Centro de Artes Cênicas

Antonio Gilberto

Gerente de Edições

Oswaldo Carvalho

_projetoKalma21x27.7_Altas.indd 242 4/3/14 4:13 PM

243

Agradecimentos Especiais

Aos fotógrafos que cederam graciosamente suas fotos:

Paulo Jabur, Márcio Pilot, Carlos Fernando Macedo/

Guanabaratejo, Chico Nogueira, João Caldas, Djalma Limogni

Batista, Linda Conde, Reginaldo Arcuri, Silvio Pozatto.

Às pessoas que contribuíram para o enriquecimento deste livro

concedendo entrevistas e produzindo textos:

Fernanda Montenegro, Jacqueline Laurence, Nathalia Timberg,

Camilla Amado,Helio Eichbauer, Jorge Takla, Bia Lessa e

Carmen Silvia Murgel.

As pessoas que ajudaram no processo de pesquisa:

Joelma Ismael (Funarte), Juliana Tillman (O Tablado), Neusa

Maria de Oliveira Stefani, áldice Lopes, Patrícia Pires, Tatiana

Leskova, Eddy Resende.

Ao Tablado

Aos amigos e parentes que participaram ou contribuíram de

alguma forma para a concretização deste livro.

Muito obrigada a todos.

Dona Rosita, a solteiraDesenhos, 1960 | Acervo Kalma Murtinho

Maroquingas Fru-FruDesenhos, 1970 | Acervo Kalma Murtinho

A gata borralheiraDesenho, 1962 | Acervo Kalma Murtinho

Memórias de um sargento de milíciasDesenhos, 1966 | Acervo Kalma Murtinho

A dama do Maxim’sDesenhos, 1965 | Acervo Kalma Murtinho

A úlcera de ouroDesenhos, 1967 | Acervo Kalma Murtinho

O jardim das cerejeirasMontagem 1968

Desenhos, 1968 | Acervo Kalma Murtinho

Montagem 1982

Desenhos, 1982 | Acervo Kalma Murtinho

O amante de Madame VidalDesenhos, 1973 | Acervo Kalma Murtinho

Quem casa quer casa e outras coisas maisDesenhos, 1980 | Acervo Kalma Murtinho

Os cigarras e os formigasDesenhos, 1981 | Acervo Kalma Murtinho

Hedda GablerDesenhos, 1982 | Acervo Kalma Murtinho

As lágrimas amargas de Petra Von KantDesenhos, 1982 | Acervo Kalma Murtinho

PiafDesenhos, 1983 | Acervo Kalma Murtinho

Negócios de estadoDesenhos, 1984 | Acervo Kalma Murtinho

Cyrano de BergeracDesenhos, 1985 | Acervo Kalma Murtinho

OrlandoDesenhos, 2004 | Acervo Kalma Murtinho

A vida de Galileu GalileiDesenhos, 1989 | Acervo Kalma Murtinho

A gaivotaDesenhos, 1996 | Acervo Kalma Murtinho

CARNAVALMangueiraDesenho, 1978 | Acervo Kalma Murtinho

BALLETLes présagesDesenhos, 1998 | Acervo Kalma Murtinho

CINEMAAméliaDesenhos, 2001 | Acervo Kalma Murtinho

OPERAO trovadorDesenhos, 2010 | Acervo Kalma Murtinho

A Funarte e os organizadores empreenderam

todos os esforços a seu alcance para identificar

as pessoas fotografadas e os autores das

imagens publicadas nesta obra, bem como seus

herdeiros. A Funarte está à disposição de todos

os interessados em corrigir falhas e omissões

que possam ter decorrido da impossibilidade de

encontrar os envolvidos, para então proceder

aos ajustes necessários.

Murtinho, Kalma.

Kalma Murtinho: figurinos / Kalma Murtinho;

organizadores, Rita Murtinho, Carlos Gregório.

Rio de Janeiro : Funarte, 2014.

244 p.; 28cm.

ISBN 978-85-7507-158-8

1. Murtinho, Kalma, 1920– . Figurinistas – Brasil.

CDD 792.025092

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Este livro foi produzido na cidade do Rio de Janeiro e impresso pela Edigráfica, no primeiro semestre de 2014 com arquivos fornecidos pela Funarte.

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