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  K-Feldspatos GE300 / A – Mineralogia Jaqueline de Freitas RA: 074117 Priscilla M. Argentin RA: 017107 Campinas, 01 de julho de 2010.

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K-Feldspatos

GE300 / A Mineralogia

Jaqueline de Freitas Priscilla M. Argentin

RA: 074117 RA: 017107

Campinas, 01 de julho de 2010.

ResumoOs Feldspatos representam o mais abundante grupo de minerais constituintes das rochas gneas. Podem ocorrer em rochas que sofreram metamorfismo trmico ou regional e tambm so importantes constituintes de muitos sedimentos e rochas sedimentares. So uma combinao qumica entre silicatos de alumnio com potssio, sdio, clcio e, raramente, brio. Devido a sua grande complexidade qumica e extraordinria presena na crosta terrestre serve de base para a classificao das rochas gneas. As composies qumicas dos feldspatos permitem classific-los de acordo com o sistema ternrio: -Or (feldspato potssico - ortoclsio) KAlSi3O8 -Ab (albita) NaAlSi3O8 -An (anortita) CaAl2Si2O8 Os constituintes entre o feldspato potssico e a albita so chamados de feldspatos alcalinos; j os membros com composies qumicas entre anortita e albita so os feldspatos sdico-clcicos ou plagioclsios. Para o melhor entendimento entre os feldspatos importante caracteriz-los no s segundo a sua composio qumica, como tambm o seu estado estrutural, ou seja, a sua temperatura de cristalizao, seguida da sua histria trmica, uma vez que os feldspatos preservam em suas estruturas as caractersticas da temperatura na qual foram formados. "Todos os trs tipos principais de feldspatos possuem modificaes tanto de alta como de baixa temperatura. Nas formas de temperatura alta, o alumnio coordenado tetraedricamente est distribudo de maneira fortuita, ao passo que, nas formas de temperatura baixa, o alumnio e o silcio possuem uma relao ordenada. Assim, o CaAl2Si2O8 ocorre no somente como anortita, na qual os ons de alumnio ocupam posies definidas, mas tambm como anortita de alta, em que o alumnio e o silcio esto distribudos estatisticamente." (DANA, p.540) Os resultados destes estudos mostram que o feldspato pertencente ao grupo de silicatos de alumnio com potssio uma importante matria prima para as indstrias de cermicas e de vidro. Alm disso, o feldspato pode ser utilizado em diversos outros setores industriais. O Brasil pode ser considerado auto-suficiente na produo de feldspatos, mas no ganha destaque no comrcio exterior devido ao seu alto teor de ferro.

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ndice

1 - Introduo e Objetivos ................................................................................................ 4 2 - Caractersticas Investigadas ........................................................................................ 5 2.1 Tectossilicatos ......................................................................................................... 5 2.2 - Feldspatos ............................................................................................................. 5 2.2.1 Aplicaes econmicas .................................................................................... 8 2.2.2 Ocorrncias .................................................................................................. 9 2.3 K-Feldspatos ...................................................................................................... 12 2.3.1 Ortoclsio ................................................................................................... 12 2.3.2 - Sanidina....................................................................................................... 13 2.3.3 - Adulria ....................................................................................................... 14 2.3.4 Microclnio .................................................................................................. 15 2.3.5 Comparao entre Sanidina, Ortoclsio, Microclnio e Adulria ............. 16 2.3.6 Distribuio ................................................................................................. 18 3 - Consideraes Finais e/ou Concluso ....................................................................... 19 4 - Referncias Bibliogrficas e sites consultados.......................................................... 20

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1 - Introduo e ObjetivosO relato que segue trata de um dos minerais mais importantes da Terra: o Feldspato, e mais especificamente voltado para o estudo dos K-feldspatos. Os feldspatos podem ser considerados como sendo um grande grupo de minerais com propriedades qumicas e fsicas parecidas, envolvendo o feldspato potssico (que engloba a sanidina, microclina, ortoclase e adularia) e o grupo dos plagioclsios.

Neste trabalho apresentam-se as caractersticas diagnsticas que servem para a sua identificao, a sua forma de ocorrncia e a relao econmica. Para uma boa compreenso da relao entre os feldspatos necessria a caracterizao qumica e estrutural, bem como os aspectos dependentes da temperatura e presso de cristalizao e da histria termal e deformacional subsequente. As caractersticas investigadas foram dividas em trs frentes de anlises: -propriedades cristalogrficas, fsicas, qumicas e fsico-qumicas; -ocorrncia, uso e paragneses; e -ambiente geolgico.

O objetivo deste trabalho conhecer mais a fundo os minerais, podendo perceber suas caractersticas bsicas, algo fundamental para a vida profissional de um bom gelogo.

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2 - Caractersticas Investigadas2.1 Tectossilicatos Os feldspatos pertencem famlia dos tectossilicatos, que perfazem quase trs quartos da crosta terrestre. Os tectossilicatos so minerais formados por uma estrutura tridimensional de tetraedros de SiO4 ligados, onde todos os ons de oxignio de cada tetraedro so compartilhados com os tetraedros vizinhos (DANA, p. 522 e 523).

2.2 - Feldspatos Formam um importante grupo mineral, pois tem ampla distribuio e abundncia (cerca de 60% da crosta terrestre), alm de serem muito utilizados comercialmente. O termo feldspato derivado do alemo feld (campo) + spath (pedra). So silicatos de alumnio com potssio, sdio, clcio ou brio (muito raro) (DANA, p. 536). Formam a principal base de classificao das rochas magmticas, ausentes apenas em algumas rochas ultramficas e em poucas rochas alcalinas. Na maioria dos gnaisses e xistos o constituinte principal, ocorrendo tambm em rochas geradas por metamorfismo termal, regional e dinmico. Tambm esto presentes nos sedimentos arenosos, sob a forma de gros detrticos e/ou autgenos, e tem importncia secundria em sedimentos pelticos e carbonticos. Os feldspatos podem ser de alta ou baixa temperatura. Eles so de alta temperatura quando preservam a estrutura de gerao a alta temperatura e de baixa temperatura quando cristalizam em ambiente de baixa temperatura ou quando as estruturas de alta temperatura sofrem modificao lenta e total para formas de baixa temperatura. Tambm podem ocorrer em estados estruturais correspondentes a temperaturas intermedirias. Podem cristalizar nos sistemas monoclnico e triclnico, porm com semelhanas nos ngulos e nos hbitos cristalinos. Apresentam clivagens perfeitas em duas direes, formando ngulos de 90 (ou prximo disto). A dureza varia entre 6 e 6,5 e a densidade relativa entre 2,55 e 2,76. Eles resultam da substituio parcial do silcio pelo alumnio, gerando trs grupos principias: os feldspatos potssicos (k-feldspatos), os feldspatos sdico-clcicos (tambm conhecidos como plagioclsios) e os feldspatos de brio. Todos apresentam a mesma estrutura: cadeias arqueadas de anis de quatro membros que se estendem na

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direo do eixo a, unidas por ligaes inicas atravs dos ons de potssio, sdio, clcio ou brio. Tem por caracterstica a clivagem em ngulo reto e o hbito pseudotetragonal, resultantes do contorno quadrado das cadeias, dado pelos anis de quatro membros. Apesar dos ctions (monovalentes ou bivalentes) estarem rodeados por dez oxignios, eles no se dispem nos vrtices de um poliedro regular. Os K-feldspatos distinguem-se dos plagioclsios pela ausncia (exceto no microclnio) de geminao lamelar, pelos ndices de refrao inferiores, menor densidade e pela presena de texturas criptopertticas ou pertticas e do quartzo pela geminao, ndices de refrao menores e carter biaxial. J os plagioclsios tm ngulo entre as clivagens diferentes de 90 e, representa um grupo de minerais, representantes de uma soluo slida, que possui a formula geral (Ca, Na)Al (Al,Si)Si2O8; possuem simetria triclnico com tetraedros de (Si,Al)-O formando um esqueleto tridimensional, com os grandes espaos intersticiais preenchidos por ons Na e Ca e as estruturas em seus pormenores so complexas e variam de acordo com a composio qumica, as condies de cristalizao e a histria trmica.Os K-feldspatos so constitudos pela: sanidina, ortoclsio, microclnio, adulria. E os plagioclsios por: albita, oligoclsio, andesina, labradorita, bytownita e anortita. O ction dos feldspatos pode ser ocupado principalmente por: potssio, sdio, clcio, e raramente por: ferro, chumbo, rubdio e csio, podendo existir substituio inica entre eles. Os mais comuns so solues slidas de K, Na e Cl, respectivamente: ortoclsio (KAlSi3O8); albita (NaAlSi3O8) e anortita (CaAlSi3O8). A albita e o ortoclsio formam uma srie continua em altas temperaturas e descontnua em baixas temperaturas. A figura a seguir expressa as relaes entre ortoclsio, albita e anortita.

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Figura 1: Variao na composio dos feldspatosAdaptado de: www.dicionario.pro.br/dicionario/images/b/b0/Feldspar_stability.jpg

Nas solues slidas homogneas em alta temperatura de albita e ortoclsio temse potssio e sdio distribudos ao acaso entre as posies catinicas. Com a diminuio da temperatura as exigncias de tamanho do retculo tornam-se mais rgidas e foras intensas tendem a separar o potssio e o sdio, direcionando-os para retculos adequados s suas dimenses. Os trs tipos principais de feldspatos exibem modificaes tanto de alta como de baixa temperatura, distribuindo-se o Al nos espcimes de alta temperatura de maneira fortuita, ao passo que nas variedades de baixas temperaturas o Al e o Si possuem uma relao ordenada. O brio est presente em pequena quantidade na grande maioria dos feldspatos, mas s raramente ocorre como constituinte principal. De modo geral, so consideradas variedades de brio quando o teor de BaO exceder 2%, sendo o feldspato com mais de 90% da molcula BaAl2Si2O8 denominado celsiana e o com proporo menor de brio denominado de hialofano.

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2.2.1 Aplicaes econmicas Comercialmente utilizam-se composies de feldspato potssico (ortoclsio e microclina) albita-oligoclsio. As principais indstrias so a vidreira, a cermica tradicional (revestimentos cermicos, loua sanitria, loua de mesa e porcelana eltrica) e as indstrias de fitas metlicas e esmaltes. Na cermica o feldspato funciona como um fluxo, ou seja ele forma um vidro no interior do corpo cermico, isso se deve ao seu contedo em lcalis (Na2O + K2O). Ele um material cermico bsico na manufatura de porcelana, porcelana china, azulejos, cermica branca vitrificada e chapas de ferro esmaltadas. (BATES, 1969 IN RAMOS, 2001). A maior parte do feldspato consumido no Brasil feito pelas indstrias de cermica nacional. Os segmentos de vidro, revestimentos e colorficos, respondem por 88% do consumo de feldspato de pegmatito no Brasil. O ortoclsio muito usado na manufatura de porcelana, modo bem fino e misturado com caulim ou argila e quartzo. Sua funo a de fundente, porque seu ponto de fuso menor que a maioria dos outros componentes. Aquecido a altas temperaturas, sofre fuso e d liga ao material, tambm fornecendo a maior parte do brilho dos artigos de porcelana. Os plagioclsios so menos usados do que os outros tipos de feldspatos. Emprega-se a albita, conhecida comercialmente pelo nome de espato sdico na cermica de modo parecido com o ortoclsio. Na manufatura do vidro o feldspato utilizado para fornecer alumnio fornada, para aumentar a aplicabilidade do vidro fundido, melhorando o produto final, dando-lhe uma estabilidade qumica maior, inibindo a tendncia de devitrificao. A anortita, plagioclsio clcico, contm duas vezes mais alumina do que o feldspato K-Na, alm de conter tambm outro ingrediente do vidro o clcio. Entretanto ela pouco usada na indstria vidreira, pois o clcio pode ser obtido de uma fonte muito mais barata - o calcrio. (BATES, 1969 IN RAMOS, 2001). A microclina possui o mesmo uso que o ortoclsio, alm de ser usada para fins ornamentais. Sua variedade verde, a amazonita, usada como gema. A labradorita, quando polida, utilizada como pedra de ornamentao devido ao seu jogo de cores. As variedades mostrando opalescncia so lapidadas e vendidas sob o nome de pedra-da-lua e pedra-do-sol. O feldspato tem outras utilizaes, como na produo de vernizes e tintas onde usado na produo de fitas metlicas, na produo de eletrodos para solda, abrasivos 8

leves, alm de ser utilizado em prteses dentrias. Na maior parte de suas aplicaes pode ser substitudo, total ou parcialmente, pela rocha nefelina sienito. Alm dessa rocha, so tambm potenciais substitutos do feldspato: argila, talco, pirofilita, areia feldsptica e escria de alto-forno.

2.2.2 Ocorrncias Os feldspatos so o grupo de minerais silicatos mais amplamente distribudos na crosta terrestre. Por possuir espcies que se cristalizam em diferentes temperaturas esto presentes em todos os continentes e no substrato marinho.

Figura 2: Distribuio de jazidas de feldspato no mundoFonte: http://www.mindat.org/min-9581.html

Em 2001, as reservas brasileiras de feldspato totalizam aproximadamente 116 milhes de toneladas, sendo 41,4% reservas medidas, 28,0% reservas indicadas e 30,6% reservas inferidas. Destacam-se os estados de So Paulo com 47,1%, Minas Gerais com 36,3% e o Paran com 10,7% das reservas nacionais. Municpios que se destacam so Castro/PR com 11 milhes, Sorocaba/SP com 7,7 milhes e Itinga/MG com 4,2 milhes de toneladas. 9

Existe uma grande dificuldade para quantificar as reservas de feldspato, pois elas ocorrem em rochas pegmatticas. Analisando as reservas medidas com a produo atual (em torno de 115 mil toneladas em 2001), estima-se que as reservas brasileiras de feldspato so suficientes para suprir a produo em mais de 400 anos, mantendo o mesmo nvel de produo atual.

Figura 3: Reservas brasileiras de feldspato em 1999 (em toneladas)Fonte: DNPM/DIRIN (http://www.dnpm.gov.br/assets/galeriadocumento/balancomineral2001/feldspato.pdf)

Analisando as reservas medidas e indicadas de feldspato, no perodo de 1988/2000, verifica-se uma taxa lquida de crescimento prxima de 6,9 %, como no grfico abaixo.

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Figura 4: Evoluo das reservas de feldspato no Brasil (1988-2000)Fonte: DNPM/DIRIN (http://www.dnpm.gov.br/assets/galeriadocumento/balancomineral2001/feldspato.pdf)

Os dados relativos produo brasileira de feldspato so muito imprecisos. Estes nmeros so estimados a partir de ndices de consumo, que tambm so estimados atravs de coeficientes tcnicos de produo das indstrias consumidoras. Esta produo gira em torno de 85% (estimado) do total e vendida a preos irrisrios, no sendo registrada pelo DNPM. Existe a extrao pela operao de lavra manual (com ps e picaretas) e tambm com lavras a cu aberto mecanizadas (utilizando perfuratrizes, marteletes, explosivos, ps carregadeiras e caminhes). Em geral os pegmatitos so lavrados para vrios minerais, como quartzo, berilo, gemas e ouro, os quais muitas vezes, constituem o principal objeto da lavra. Sempre que isso ocorre o feldspato obtido por catao no rejeito do beneficiamento. Os estados de Minas Gerais, So Paulo e Paran, so os maiores produtores de feldspato. No Brasil, podemos destacar as empresas Armil, Estrela do Sul, Cermus, Incopebra, Remina, M.C.I., Nossa Senhora da Luz, Pegnor, Prominex, Quartzomex e Santa Suzana. Com relao produo mundial, que em 1999 atingiu 8,2 milhes de toneladas, podemos observar a Itlia (28,1%), a Turquia (12,2%), os Estados Unidos (11,0%) e a Tailndia (7,3%) como os principais pases produtores. O feldspato no tem grande destaque no comrcio exterior brasileiro, devido ao seu alto teor de ferro (acima de 0,07%) que, para as indstrias estrangeiras principalmente as da cermica, no um teor adequado.

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2.3 K-Feldspatos Os k-feldspatos formam uma srie de solues slidas, na qual o potssio est presente na molcula de feldspato. Eles so divididos em Ortoclsio, Sanidina, Adulria e Microclina. O microclnio particularmente caracterstico das rochas situadas em grandes profundidades e dos pegmatitos; o ortoclsio dos prfiros e files hidrotermais; e a sanidina das lavas extrusivas.

2.3.1 Ortoclsio Ortoclsio (KAlSi3O8) um mineral do grupo dos tectossilicatos importante na formao de rochas gneas. Faz parte do grupo dos feldspatos alcalinos ou k-feldspatos e comum nos granitos e outras rochas gneas flsicas, ocorrendo frequentemente sob a forma de macro cristais ou massas em veios pegmatticos. Tambm denominado ortose ou ainda ortoclase. idntico microclina em todas as suas propriedades fsicas, distinguindo-se apenas por meio de microscpio de luz polarizada ou por difrao de raios X.

Figura 5: Ortoclsio lapidadoFonte: www.segredodaspedras.blogspot.com/2008/12/feldspato-na-k-al-si3-ba-alsi2-o3.html

O nome ortoclase tem origem no Grego que significa "fractura recta," uma vez que os seus dois planos de clivagem so perpendiculares. Cristaliza-se no sistema monoclnico. A sua dureza igual a 6, com densidade entre 2,56-2,58 e com brilho vtreo a nacarado. Em termos de cor pode ser branca, cinzenta, amarela ou vermelha; raramente verde. Por meteorizao, o ortoclsio converte-se em caulino. utilizada na fabricao de porcelanas e como constituinte de ps abrasivos.

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2.3.2 Sanidina A Sanidina (KAlSi3O8), cuja composio : 12.88 % K2O, 2.82 % Na2O, 18.59 % Al2O3, 65.71 % SiO2, cristaliza-se em rochas magmticas cidas ou alcalinas de alta temperatura e baixa presso, normalmente efusivas, ou intrusivas em nveis rasos da crosta terrestre, comumente encontradas em lavas flsicas. Apresenta colorao clara e brilho vtreo; geralmente esto associadas biotita, piroxnios, leucita, albita, etc. A sua dureza varia entre 6 - 6,5 e sua densidade relativa de 2,56 - 2; e tambm apresenta hbito tabular a ripiforme.

Figura 6: Crital de Sanidina em rochaFonte: http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/sanidina.html

A estrutura da sanidina tpica de um silicato com estrutura tridimensional no qual os tetraedros (Si, Al)O4 esto ligados uns aos outros (compartilhando os oxignios) em todas as direes em vez de estarem em cadeias ou folhas.

Figura 7: Direes pticas e cristalogrficas dos cristais de SanidinaFonte: http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/sanidina.html

Em grande quantidade a sanidina pode ser aplicado no vidrado de louas e porcelanas, na fabricao do vidro, e finamente modo tambm como adubo potssico.

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A sanidina difere do ortoclsio apenas pelas diferenas em suas propriedades pticas.

2.3.3 Adulria A Adulria (KAlSi3O8), cuja composio : 16.92 % K2O, 18.32 % Al2O3, 64.76 % SiO2, a variedade de feldspato alcalino gerado por processos pneumatolticos e /ou hidrotermais e mesmo processos diagenticos, sendo encontrada em veios e files. Possui hbito prismtico ou tabular; dureza 6; densidade relativa entre 2, 54 - 2,57; brilho vtreo e cor translcida.

Figura 8: Cristais de AdulriaFonte: http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/adularia.html

Esse mineral apresenta "variaes nos parmetros pticos e estruturais em diferentes pores de nico cristal, que pode ser o resultado de simetria varivel em duas dimenses, e consequentemente um ordenamento diferente associado a diferentes faces. Isto implica que o ordenamento pode ocorrer durante o crescimento do cristal a temperaturas relativamente baixas e no necessariamente durante o arrefecimento. A adulria considerada como uma variedade distinta em virtude da sua morfologia e paragenese restritas." (W. A. DEER - R.A. HOWIE - J. ZUSSMAN, p.415)

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Figura 9: Direes pticas e cristalogrficas dos cristais de AdulriaFonte: http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/adularia.html

utilizada em vidrado de louas e porcelanas, fabricao do vidro. As variedades muito puras e/ou de boa colorao so usadas como pedras de adorno e gemas.

2.3.4 Microclnio Microclina ou microclnio (KAlSi3O8), com composio: 16.92 % K2O, 18.32 % Al2O3, 64.76 % SiO2, um importante mineral tectossilicato constituinte de rochas gneas. Tambm faz parte do grupo dos k-feldspatos e comum no granito, em rochas relacionadas e em rochas metamrficas.

Figura 10: Cristal de MicroclnioFonte: http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/microclinio.html

A Microclina quimicamente idntica ortoclase mas cristaliza no sistema triclnico, sendo o ngulo prismtico ligeiramente inferior a 90 e da o nome "microclina" do grego "pequena inclinao". 15

A amazonita uma variedade verde de microclina. No se encontra em nenhum lugar da Bacia do Amazonas, no entanto, os exploradores espanhis que lhe deram o nome devem t-la confundido com um outro mineral verde dessa regio.

Figuras 11 e 12: Variedade de microclina, AmazonitaFontes: pt.wikipedia.org/wiki/Microclina www.segredodaspedras.blogspot.com/2008/12/feldspato-na-k-al-si3-ba-alsi2-o3.html

Existe uma microclina sdica denominada anortoclase, cuja frmula qumica (Na, K)AlSi3O8. Consiste numa mistura isomorfa entre o alumino-silicato de sdio e o alumino-silicato de potssio, com proporo de 3:1. Cristaliza no sistema triclnico, apresentando cor branca, verde, cinzento rosa ou amarelo; com dureza 6 e densidade 2.57 a 2.6; brilho vtreo e trao branco. um mineral bastante comum, ocorrendo em rochas sdicas vulcnicas ou hipoabissais. O seu nome deriva dos termos gregos para oblquo e fratura, referente sua clivagem.

Figura 13: Direes pticas e cristalogrficas dos cristais do MicroclnioFonte: http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/microclinio.html

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2.3.5 Comparao entre Sanidina, Ortoclsio, Microclnio e Adulria Sanidina Ortoclsio Microclnio

Adulria

Figuras 16: Microclina Figuras 14: Ortoclsio Figuras 15: Ortoclsio Fonte: Fonte: Fonte: http://www.mineraltown.co pt.wikipedia.org/wiki/Orto pt.wikipedia.org/wiki/Micr oclina m/galeria/volcanic_minera clasio ls/sanidina_1b.jpg Frmula Qumica Composio KAlSi3O8 12.88 % K2O, 2.82 % Na2O, 18.59 % Al2O3, 65.71 % SiO2 Monoclnico Prismtica Tabular a ripiforme KAlSi3O8 16.9% K2O, 64.7% SiO2, 18.4% Al2O3, KAlSi3O8 16.92 % K2O, 18.32 % Al2O3, 64.76 % SiO2

Figuras 17:Adulria Fonte: http://www.edelweissminer als.com/Fotos%20Weblg/Alpes-2-lg/Adularia-sui6-1-lg.jpg KALSi3O8 16.92 % K2O, 18.32 % Al2O3, 64.76 % SiO2 Monoclnico Prismtica Prismtico ou tabular

Cristalografia Classe Habito

Clivagem

Perfeitas {001}e {010}

Dureza Densidade Relativa Brilho Cor

6 - 6,5 2,56 a 2,62 Vtreo Brancos, cinza-claro, amarelo claro, vermelhos ou verdes. Geralmente associada biotita, piroxnios, leucita, albita etc. Gnese, associao mineralgica, ngulo 2V pequeno e forma tabular.

Monoclnico Triclnico Prismtica Pinacoidal Os gros so geralmente Prismtico alongados com aparncia tabular Clivagem perfeita Clivagens perfeitas segundo {001} e clivagem {001}e {010} boa segundo {010}. Os planos de clivagem intersectam-se com ngulo de 90. Pode ser difcil observar a clivagem em lminas delgadas devido ao baixo relevo da ortoclase. 6 6 6,5 2,56 2,58 2,53 - 2,63 Vtreo a nacarado Vtreo Branca, cinzenta, amarela Brancos, cinza-claro, ou vermelha; raramente amarelo-claro, vermelho verde. ou verde. Mineral comum.

Duas direes, {001} e {010}, m em {110}.

6 2,54 - 2,57 Vtreo Translcido.

Associao

Prehnita, albita, epidoto, clorita, sericita, quartzo.

Propriedades Diagnsticas

Ocorrncia

Distingue-se dos outros Geminaes simples e de Geminao , clivagem feldspatos por sua repetio segundo as leis perfeita em duas direes, clivagem em ngulo reto e de Carlsbad, Baveno e/ou 2V moderado e gnese. pela falta das estriaes do Manebach, albita e geminado sobre a melhor periclina gerando aspecto superfcie de clivagem. axadrezado, clivagem perfeita em duas direes formando ngulos diferentes de 90; presena de exsolues (pertita) etc. Cristaliza-se em rochas formada durante a a variedade de a variedade de magmticas cidas ou cristalizao das rochas feldspato alcalino mais feldspato alcalino gerado alcalinas de alta gneas, e pelas atividades freqente, gerado por por processos temperatura e baixa hidrotermais nos diques processos magmticos, pneumatolticos e/ou presso, normalmente pegmatticos e nas drusas metamrficos, hidrotermais e mesmo efusivas, ou intrusivas em nas rochas. pneumatolticos e/ou processos diagenticos. nveis rasos da crosta hidrotermais de alta Portanto, encontrada em terrestre. temperatura e mesmo veios e files. processos diagenticos.

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Usos

Portanto, encontrada em uma gama muito grande de rochas, especialmente de origem plutnica, tais como xistos, gnaisses, granitos, pegmatitos, sienitos etc. Em grande quantidade empregado na Vidrado de louas e Vidrado de louas e pode ser aplicado no manufatura de porcelana e porcelanas, fabricao do porcelanas, fabricao do vidrado de louas e em pequena quantidade vidro, porcelanato e, vidro. As variedades muito porcelanas, na fabricao usada na manufatura de finamente modo, adubo puras e/ou de boa do vidro, e finamente vidro. potssico. As variedades colorao so usadas como modo tambm como muito puras e ou de boa pedras de adorno e gemas. adubo potssico. colorao, a exemplo da amazonita, so usadas como pedras de adorno e gemas, cangas etc.

2.3.6 Distribuio O ortoclsio um dos minerais mais comuns na Terra. Forma-se durante a cristalizao das rochas gneas e pelas atividades hidrotermais nos diques pegmatticos e em drusas nas rochas. Raramente forma-se pela cristalizao a partir de solues aquosas, em temperaturas baixas, nos files. Formador de rocha, ocorre em muitas rochas gneas como: granito, sienito e nefelina. Em rochas sedimentares aparece no arcsio e em certos arenitos e conglomerados. Nas rochas metamrficas est presente nos gnaisses. Aparece associado com quartzo, mica (moscovita e/ou biotita) e albita. O microclnio est associado com o ortoclsio, sendo de cristalizao a temperaturas inferiores que este.

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3 - Consideraes Finais e/ou ConclusoSabe-se que a temperatura, presso de cristalizao e a histria termal e deformacional subsequente esto intrinsecamente ligados compreenso do grupo dos feldspatos; por isso props-se a descrever, qumica e estruturalmente, cada um dos minerais pertencentes ao grupo dos feldspatos potssicos. Porm, s a caracterizao mineralgica no foi o objetivo deste trabalho, pois tambm foram pesquisados os aspectos econmicos e o ambiente de formao do mineral. Embora o grupo dos feldspatos apresente uma grande variedade de espcies que se cristalizam em diferentes temperaturas, esse grupo de mineral possui a mesma estrutura cristalina, com diferenas de elementos incompatveis. Os feldspatos alcalinos so um dos minerais pertencentes a esse grupo, na qual so caracterizados pela cristalizao tardia e fazem parte das rochas de profundidade como o granito, corpos batlicos e pegmatitos. Mais especificamente so constitudos pelo ortoclsio, microclnio e albita. J os primeiros minerais a se cristalizarem esto associados com o vulcanismo e rochas efusivas, na qual podem ser relacionados como sendo minerais de alta temperatura, sendo eles a sanidina e anortita. A caracterizao mineralgica, geolgica e qumica dos feldspatos representa a melhor soluo para aproveitamento desse mineral na indstria cermica e tambm em outras (vidros, tintas, abrasivos, etc.). O conhecimento amplo das propriedades do minrio feldsptico constitui um pilar fundamental para o desenvolvimento de uma minerao adequada desse bem mineral de grande importncia para diversos ramos da indstria nacional. Desta forma, o estabelecimento de parmetros qumicos para a utilizao do feldspato na indstria critrio importante para potencializar a atividade mineira. Analisando os dados qumicos podem-se fazer algumas consideraes a respeito das especificaes qumicas para o uso do feldspato na indstria adequando-os aos limites de caracterizao dos padres industriais.

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4 - Referncias Bibliogrficas e sites consultadosDANA, J. D. Manual de Mineralogia, 1 edio, Rio de Janeiro/RJ, 1970. DEER, W. A., HOWIE, R. A., ZUSSMAN, J. Minerais Constituintes das Rochas - uma introduo Centro Paulista de Estudos Geolgicos - Instituto de Geociencias e Astronomia / Petrologia. RAMOS, J. L. Feldspato, 2001. Disponvel em: www.dnpm.gov.br/assets/galeriadocumento/balancomineral2001/feldspato.pdf (visitado em: 27/05/2010) http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/grm.html (visitado em: 27/05/2010) http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/fpotassico.html (visitado em: 27/05/2010) http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/sanidina.html (visitado em: 27/05/2010) http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/microclinio.html (visitado em: 27/05/2010) http://www.rc.unesp.br/museudpm/banco/silicatos/tectossilicatos/adularia.html (visitado em: 27/05/2010) www.pormin.gov.br/informacoes/arquivo/feldspato_propriedades_aplicabilidade_ ocorrencias.pdf (visitado em: 27/05/2010) www.mindat.org/min-9581.html (visitado em: 27/05/2010) pt.wikipedia.org/wiki/Feldspato (visitado em: 27/05/2010) pt.wikipedia.org/wiki/Ortoclase (visitado em: 27/05/2010) pt.wikipedia.org/wiki/Microclina (visitado em: 27/05/2010) pt.wikipedia.org/wiki/Anortoclase (visitado em: 27/05/2010)

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