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COMPORTAMENTO MAGNÉTICO E NATUREZA DOS MINERAIS OPACOS DO GRANITO POJUCA, SERRA DOS CARAJÁS-PA Marcelo Augusto de Oliveira 1,3 , Roberto Dall’Agnol 1,2 , Marco Aurélio Benevides Maia Figueiredo 1,4 1 - Grupo de pesquisa Petrologia de Granitóides (GPPG) – Centro de Geociências (CG) – UFPA. Caixa Postal 1611. CEP-66075-900. E-mail: [email protected] 2 - Departamento de Petrologia e Geoquímica /CG-UFPA. E-mail: [email protected] 3 - Bolsista PIBIC/CNPq 4 - Atualmente vinculado à empresa DOCEGEO do grupo CVRD RESUMO O Granito Pojuca (Gpoj), aflorante na forma de um stock localizado na porção norte da Serra dos Carajás, é constituído por monzogranitos (MzG) e monzo a sienogranitos (MzSG), com anfibólio-granitóides (AG), álcali-feldspato-granitos (FAG), zonas pegmatóides (ZP) e leucogranitos (LG) com porções hidrotermalizadas (LGH) subordinadas. Medidas de suscetibilidade magnética (SM) em 47 amostras das diferentes fácies do Gpoj exibiram valores de SM variando de 2,7933x10 -4 SIv a 3,9613x10 -3 SIv com média de 5,5210x10 -4 SIv. Com base nos dados de SM e gráfico de probabilidade, foram identificados quatro diferentes grupos ou populações magnéticas (GA, GB, GC e GD). Os MzG, MzSG e LG ocorrem em mais de uma população, enquanto que os AG (GD), ZP (GB), FAG (GB) e LGH (GA) estão restritos a apenas uma população. Os minerais opacos identificados foram magnetita (Mt), hematita (Hm), martita (Mrt), ilmenita (Ilm) e, subordinadamente, pirita (Py) e calcopirita (Cpy). As mudanças de forma, tamanho, natureza e abundância dos minerais óxidos de Fe e Ti são os principais responsáveis pela variação dos valores de SM. Os AG são a fácies menos evoluída do Gpoj e apresentam os mais altos valores de SM do universo estudado. Ocorrem apenas na população mais magnética (GD), refletindo o seu conteúdo mais elevado de magnetita que é a principal responsável pela resposta magnética. Nas demais fácies do Gpoj observou-se pouca variação nos valores de SM. As fácies MzG e MzSG se distribuem nos grupos A, B e C e apresentam valores semelhantes, embora haja uma maior concentração de amostras de MzSG no GC, de mais alta SM, que é explicada por estas possuírem cristais de Mt maiores e em maior quantidade. Os FAG, ZP, LG e LGH apresentam sempre baixos valores de SM, o que é coerente com a escassez de opacos observada em suas amostras. Em relação ao hidrotermalismo que afetou o granito, constatou-se apenas, que não há variações expressivas de SM nas rochas hidrotermalizadas em relação as suas encaixantes, o que revela não ter havido formação ou destruição significativa de magnetita durante o processo. Duas amostras destoaram em termos de SM do comportamento do conjunto do Gpoj, e serão melhor estudadas em futuros trabalhos. Palavras-chaves: suscetibilidade magnética, minerais opacos, granito, magnetita ABSTRACT INTRODUÇÃO O Granito Pojuca (Gpoj) ocorre na região do Igarapé Pojuca (Figura 1), situada na porção norte da Serra dos Carajás e está inserido no contexto do Bloco Carajás, cujo quadro litoestratigráfico foi abordado em diversos trabalhos (Hirata et al., 1982; Cordani et al., 1984; DOCEGEO, 1988; Araújo et al., 1988; Macambira et al., 1990; Costa et al., 1995). O Bloco Carajás faz parte da Província Mineral de Carajás (PMC), de idade arqueana (Machado et al., 1991; Macambira & Lafon, 1995), que compreende, de acordo com Souza et al., 1996, dois blocos tectônicos, um ao sul formado pelo Terreno Granito-Greenstone de Rio Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/revistaic Vol 3, março 2002

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COMPORTAMENTO MAGNÉTICO E NATUREZA DOS MINERAIS OPACOS DO GRANITO POJUCA, SERRA DOS CARAJÁS-PA

Marcelo Augusto de Oliveira 1,3, Roberto Dall’Agnol 1,2 , Marco Aurélio Benevides Maia

Figueiredo 1,4

1 - Grupo de pesquisa Petrologia de Granitóides (GPPG) – Centro de Geociências (CG) – UFPA. Caixa Postal 1611. CEP-66075-900. E-mail: [email protected] 2 - Departamento de Petrologia e Geoquímica /CG-UFPA. E-mail: [email protected] 3 - Bolsista PIBIC/CNPq 4 - Atualmente vinculado à empresa DOCEGEO do grupo CVRD

RESUMO O Granito Pojuca (Gpoj), aflorante na forma de um stock localizado na porção norte da

Serra dos Carajás, é constituído por monzogranitos (MzG) e monzo a sienogranitos (MzSG), com anfibólio-granitóides (AG), álcali-feldspato-granitos (FAG), zonas pegmatóides (ZP) e leucogranitos (LG) com porções hidrotermalizadas (LGH) subordinadas.

Medidas de suscetibilidade magnética (SM) em 47 amostras das diferentes fácies do Gpoj exibiram valores de SM variando de 2,7933x10-4 SIv a 3,9613x10-3 SIv com média de 5,5210x10-4 SIv. Com base nos dados de SM e gráfico de probabilidade, foram identificados quatro diferentes grupos ou populações magnéticas (GA, GB, GC e GD). Os MzG, MzSG e LG ocorrem em mais de uma população, enquanto que os AG (GD), ZP (GB), FAG (GB) e LGH (GA) estão restritos a apenas uma população.

Os minerais opacos identificados foram magnetita (Mt), hematita (Hm), martita (Mrt), ilmenita (Ilm) e, subordinadamente, pirita (Py) e calcopirita (Cpy). As mudanças de forma, tamanho, natureza e abundância dos minerais óxidos de Fe e Ti são os principais responsáveis pela variação dos valores de SM.

Os AG são a fácies menos evoluída do Gpoj e apresentam os mais altos valores de SM do universo estudado. Ocorrem apenas na população mais magnética (GD), refletindo o seu conteúdo mais elevado de magnetita que é a principal responsável pela resposta magnética. Nas demais fácies do Gpoj observou-se pouca variação nos valores de SM. As fácies MzG e MzSG se distribuem nos grupos A, B e C e apresentam valores semelhantes, embora haja uma maior concentração de amostras de MzSG no GC, de mais alta SM, que é explicada por estas possuírem cristais de Mt maiores e em maior quantidade. Os FAG, ZP, LG e LGH apresentam sempre baixos valores de SM, o que é coerente com a escassez de opacos observada em suas amostras.

Em relação ao hidrotermalismo que afetou o granito, constatou-se apenas, que não há variações expressivas de SM nas rochas hidrotermalizadas em relação as suas encaixantes, o que revela não ter havido formação ou destruição significativa de magnetita durante o processo. Duas amostras destoaram em termos de SM do comportamento do conjunto do Gpoj, e serão melhor estudadas em futuros trabalhos. Palavras-chaves: suscetibilidade magnética, minerais opacos, granito, magnetita

ABSTRACT INTRODUÇÃO

O Granito Pojuca (Gpoj) ocorre na região do Igarapé Pojuca (Figura 1), situada na porção norte da Serra dos Carajás e está inserido no contexto do Bloco Carajás, cujo quadro litoestratigráfico foi abordado em diversos trabalhos (Hirata et al., 1982; Cordani et al., 1984; DOCEGEO, 1988; Araújo et al., 1988; Macambira et al., 1990; Costa et al., 1995).

O Bloco Carajás faz parte da Província Mineral de Carajás (PMC), de idade arqueana (Machado et al., 1991; Macambira & Lafon, 1995), que compreende, de acordo com Souza et al., 1996, dois blocos tectônicos, um ao sul formado pelo Terreno Granito-Greenstone de Rio

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2 Maria (TGGRM), que apresenta as rochas mais antigas do sudeste do Pará, e outro ao norte formado pelo Bloco Carajás (BC).

Segundo Souza et al. (1996) e Althoff (1996) existem algumas diferenças importantes entre os dois blocos, especialmente no que se refere à sua geocronologia e geologia. No TGGRM os greenstone belts estão agrupados no Supergrupo Andorinhas, sendo formados dominantemente por komatiítos e basaltos toleíticos, com idades que variam de 2,97 a 2,9 Ga, ao passo que no BC as seqüências supracrustais são agrupadas no Supergrupo Itacaiúnas, com idades próximas a 2,76 Ga e composto essencialmente por metavulcânicas máficas e intermediárias e formações ferríferas bandadas.

Tanto no TGGRM, quanto no BC, as diferentes unidades arqueanas são intrudidas por um grande número de corpos graníticos anorogênicos, formados no final do Paleoproterozóico (1,88 Ga; Machado et al., 1991; Dall’Agnol et al., 1994,1997; Macambira & Lafon, 1995), sendo o Granito Pojuca um destes corpos.

Estudos de propriedades magnéticas de rochas granitóides, seja com base em suscetibilidade magnética (SM), anisotropia de suscetibilidade magnética (ASM) ou levantamentos aeromagnéticos, têm sido amplamente empregados em estudos de cunho petrológico, metalogenético, estratigráfico, estrutural e paleomagnético (Ishihara, 1977, 1981; Lapointe et al., 1986; Hattori, 1987; Magalhães & Dall`Agnol, 1992; Archanjo, 1996). Este amplo campo de aplicações é baseado inteiramente no contraste entre as assinaturas e propriedades magnéticas de um pequeno grupo de minerais que corresponde aos minerais óxidos de Fe e Ti, os quais costumam ser constituintes acessórios, mas estão presentes em praticamente todas as rochas.

Bloco 1

Bloco 2

Bloco 3

Bloco 4W

F4

F2

F6 F10F3

F1

F11

F17F9F16

F7F5

F8F12

F13F14

F15

F39F58 F64

F63F36 F30

F37 F33

Acampamento Pojuca

Salobo

N

200 m

GranitoPojuca

MonzogranitosMonzo a SienogranitosAnfibólio granitóidesLeucogranitos

FormaçãoGameleira Meta - arenitos/siltitos

Grupo PojucaSupergrupo Itacaiúnas

Metavulcânicas básicas-intermediáriasMetassedimentos clasto-químicosAnfibolitosFormações ferríferas bandadas

Complexo XinguGnaisses granodioríticos a tonalíticos

Bloco 3Furo de sondaBloco de sondagem

Estrada

F15

MAPA GEOLÓGICO E DE LOCALIZAÇÃO DOS FUROS

Figura 1 – - Mapa geológico e de localização dos furos de sondagem da área Pojuca (Extraído de Horbe, 1998; com modificações).

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3 O Grupo de Pesquisa Petrologia de Granitóides (GPPG) vem desenvolvendo a cerca de

15 anos, paralelamente ao estudo da evolução de rochas granitóides e sua caracterização petrológica e geoquímica, pesquisas na linha de propriedades físicas de rochas e suas implicações petrológicas, juntamente com o estudo sistemático dos minerais óxidos de Fe e Ti, através do Laboratório de Petrologia Magnética (LPM) do Departamento de Geoquímica e Petrologia do Centro de Geociências da UFPA (Dall`Agnol et al., 1988; Magalhães, 1991; Magalhães & Dall`Agnol, 1992; Magalhães et al., 1994a; Carvalho, 1995; Figueiredo, 1997; Figueiredo et al., 1999; Leite et al., 1997; Figueiredo, 1999).

O objetivo deste trabalho foi definir, a partir dos dados de suscetibilidade magnética (SM) e minerais óxidos de Fe e Ti, confrontados com dados petrográficos e químicos (Horbe, 1998), as relações entre o comportamento magnético e a natureza dos minerais óxidos de Fe e Ti presentes nas diferentes fácies do Granito Pojuca. Este foi afetado por transformações hidrotermais, com as quais se associam mineralizações de cobre, não havendo nenhuma indicação sobre os óxidos de Fe e Ti presentes nas porções hidrotermalizadas, nem tampouco sobre as condições de fugacidade de oxigênio em que cristalizou o Gpoj.

ASPECTOS PETROGRÁFICOS O Granito Pojuca, tema central desta pesquisa, aflora na forma de um pequeno stock com

cerca de 9 km2 de área, sendo formado dominantemente por monzogranitos (MzG), com variações para termos transicionais monzo a sienograníticos (MzSG), ocorrendo subordinadamente anfibólio-granitóides (AG), álcali-feldspato-granitos (FAG), rochas pegmatóides (ZP) e leucogranitos (LG) com porções hidrotermalizados (LGH).

As informações petrográficas apresentadas neste trabalho, referentes às cinco diferentes fácies principais do Gpoj, têm como base estudos feitos pelo geólogo Marco Antonio Horbe na sua Dissertação de Mestrado (Horbe, 1998).

Na porção estudada, o Granito Pojuca, em geral, constitui-se, de rochas isótropas equigranulares, de granulação média e coloração rósea a castanha. São monzogranitos e monzo a sienogranitos, leucocráticos a hololeucrocráticos, com baixos conteúdos modais de clorita e minerais acessórios. Em menores proporções há ocorrência de leucogranitos, que normalmente estão alterados, de granulação mais fina e que representam as rochas mais evoluídas do corpo granítico.

O estudo petrográfico microscópico, aliado ao mesoscópico, permitiu identificar cinco variedades faciólógicas principais: (1) Anfibólio-Granitóides; (2) Monzogranitos; (3) Monzo a Sienogranitos; (4) Leucogranitos; (5) Rochas Pegmatóides. As rochas de composição transicional monzo a sienograníticas (MzSG) são similares as monzograníticas (MzG), diferenciando-se das mesmas pela proporção entre feldspato alcalino e plagioclásio, e, em menor escala, pela maior variação textural presente nos MzSG. Transformações hidrotermais nessas rochas são pouco significativas, restringindo-se a zonas de espessura reduzida desenvolvidas ao longo de fraturas. Os Leucogranitos (LG) são rochas isótropas com feições mesoscópicas aplíticas, de granulação média a fina, hololeucocráticas devido às proporções muito reduzidas de minerais máficos (M< 2%). Possuem coloração rosa a creme, sendo localmente acinzentados e, menos comumente, esverdeados ao longo das zonas mais alteradas (albita-granitos?) desse grupo de rochas. Característica deste grupo é o conteúdo bastante reduzido de clorita e outras fases máficas, geralmente inferior a 1%. Os granitóides com anfibólio têm ocorrência muito localizada, restrita ao topo do furo 11. Apresenta-se como rocha fraturada, com grandes variações composicionais e texturais, provavelmente de caráter híbrido, resultante da interação do granito com a encaixante. Nesta

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4 fácies a hornblenda é a fase máfica dominante, associada a significativos conteúdos de clorita, epidoto, allanita, pistacita e opacos. Álcali-feldspato-granitos são rochas hidrotermalizadas, com substituição acentuada do plagioclásio por cloritas, com ocorrência restrita a níveis brechados e fraturados. As rochas pegmatóides são leucocráticas, de cor rósea com composição quartzo-feldspática, predominando feldspato alcalino. Clorita, epidotos, albita, sericita/mica branca, óxidos de ferro, carbonatos, molibdenita, calcopirita e pirita, ocorrem subordinadamente, sendo que ocorrem comumente concentrações significativas de turmalina.

MINERAIS ÓXIDOS DE Fe e Ti E OUTROS MINERAIS OPACOS Os minerais opacos identificados no Gpoj são representados basicamente pelos óxidos

magnetita (Mt), hematita (Hm), mais raramente da variedade martita (Mrt), ilmenita (Ilm) e, subordinadamente, os sulfetos pirita (Py) e calcopirita (Cpy). Tais minerais estão geralmente associados aos minerais ferromagnesianos e, por vezes, a feldspatos e titanita, e foram estudados com o intuito de se observar sua natureza, abundância relativa e variação textural nas diferentes fácies do granito, fatores que refletem e são fundamentais no entendimento do comportamento magnético das rochas.

Para o estudo de minerais opacos foram confeccionadas 10 lâminas polidas de amostras representativas das diferentes fácies do Gpoj, que foram estudadas utilizando-se microscópio ótico de luz refletida. Magnetita - A titanomagnetita original (TMt) apresenta-se atualmente como magnetita (Mt) pobre em Ti, dominantemente como cristais hipidiomórficos (Fig. 2a) e, mais raramente, xenomórficos variando de 0.02mm à 0,1mm. Ocorre geralmente associada a ferromagnesianos e feldspatos e nota-se que, quando associada a anfibólios (fácies AG), apresenta contatos concordantes com estes o que reforça a idéia de sua origem primária. Por vezes, distribue-se de forma aleatória, inclusa em minerais félsicos.

Os cristais de Mt ocorrem quase sempre homogêneos e em maior quantidade na fácies AG, diminuindo sua proporção modal no sentido das fácies mais evoluídas. Muito localmente foi afetada por processo de martitização, mas sempre bastante incipiente (Fig. 2b). A formação da martita pode ser explicada pela reação a seguir, que exige um ambiente oxidante (Magalhães, 1991): 2Fe3O4 + 1/2O2 → 3Fe2O3 magnetita hematita Ilmenita - A ilmenita (Ilm) é pouco abundante tendo sido identificado o tipo textural individual (Ilm I), que são aqueles cristais que não se acham em contato ou intercrescidos com Mt (Haggerty 1981a; Dall’Agnol et al. 1997). Apresenta forma predominantemente xenomórfica a hipidiomórfica, geralmente como cristais alongados disseminados em anfibólios (Fig. 2c) e feldspatos. Na fácies AG, apresenta-se como cristais homogêneos. Nos MzG e MzSG, encontra-se como cristais xenomórficos, muitas vezes invadida ou circundada por titanita, o que sugere a desestabilização e substituição parcial da Ilm I, com a utilização de Ti para a formação de titanita. Nas rochas mais evoluídas, a Ilm, assim como os demais opacos, torna-se ausente. Mais localmente, a ilmenita ocorre também formando intercrescimentos com a hematita (Fig. 2e), sendo que a presença de tais intercrescimentos pode ser explicada pela sua derivação por exsolução (Haggerty, 1981b) a partir da solução sólida entre esses dois minerais, segundo a reação: Fe3TiO6 → FeTiO3 + Fe2O3 ilmenita-hematitass ilmenita + hematita

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5 Hematita - Ocorre apenas na fácies MzSG, como cristais xenomórficos a hipidiomórficos com até 0.04mm, alongados e concentrados ao longo dos planos de clivagem de cristais de biotita quase que totalmente cloritizados (Fig. 2f). Também se apresenta, por vezes nas bordas de cristais de titanita inclusos na clorita ou ainda formando exsolução com a ilmenita. A presença da hematita como opaco dominante, na fácies MzSG leva a crer que, durante os estágios tardios da evolução do granito estudado, existiram condições oxidantes. Pirita e Calcopirita - Ocorrem predominantemente como cristais isolados, por vezes associados a anfibólio, feldspato e quartzo A pirita e, principalmente, calcopirita são muito pouco abundantes, ocorrendo predominantemente como cristais xenomórficos a hipidiomórficos, menores que 0,01mm, muito localmente chegando a 0,02mm. Apresentam-se isolados ou associados a anfibólios (Fig. 2d), feldspatos e quartzo.

Mt

F11 303,70

0,02mm

AG

a

Mt

Mrt

0,02mm

F11 303,70 AG

b

F11 303,70 AG

Mt Ilm I

Ilm I

0,02mm c

Mt

Mrt

0,02mm

F11 303,70 AG

d

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6 F6 121,45 MzSG

0,01mm

Hm

Ilm+ Hm

e

0,02mm

F11 326,2

Hm

MzSG

f

Figura 2 – Fotomicrografias (luz refletida e nicóis paralelo): Aspectos texturais dos minerais opacos do Granito Pojuca. a) – Cristal hipidiomórfico de magnetita incluso em anfibólio; b) Cristal hipidiomórfico de magnetita, com martitização bastante incipiente; c) Cristais alongados de ilmenita individual disseminados em anfibólio associado a magnetita; d) Cristais hipidiomórficos de pirita inclusos em anfibólio; e) Cristal xenomórfico de Ilm I, mostrando lentes sigmoidais de hematita (cinza claro), incluso em cristal de biotita (bastante cloritizada) com hematita ao longo dos planos de clivagem desta, e f) Cristais alongados de hematita ao longo dos planos de clivagem de cristal de biotita cloritizada.

SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA (SM) Para o estudo de SM foram selecionadas amostras de testemunhos de sondagem,

coletadas pelos geólogos Marco Antônio Horbe, Roberto Dall`Agnol e Raimundo Netuno Nobre Villas durante a realização da Dissertação de mestrado do primeiro (Horbe, 1998). As mesmas são representativas das diferentes fácies do Gpoj.

Deste modo, o estudo de suscetibilidade magnética baseou-se em 47 medidas (média aritmética das medidas realizadas em cada amostra) realizadas em amostras representativas de cada uma das sete fácies do Granito. As medidas de SM foram realizadas através do Suscetibilímetro SI-1, fabricado pela Saphire Instruments, o qual permite medir materiais com SM variando de 1 x 10-6 a > 1 cgs-emu, utilizando-se um sensor do tipo bobina plana. Apresentação dos dados - O Granito Pojuca exibe valores de suscetibilidade magnética (SM) variando de 2,7933x10-4 SIv (valor mínimo) a 3,9613x10-3 SIv (valor máximo) (Tabela 1) com média de 5,5210x10-4 SIv. Pode-se observar ao analisar os dados de SM a partir de histograma e polígono de frequência uma concentração maior no intervalo entre Log –2,95 e –3,70 (SIv). Os dados de SM quando plotados no gráfico de probabilidade normal (Figura 3), permitiram a separação de quatro populações ou grupos distintos designados de A, B, C e D, as quais cobrem diferentes intervalos de SM, partindo dos mais baixos aos mais elevados valores de SM.

A população A, formada pelas amostras com mais baixos valores de SM, reúne 46,8% das amostras estudadas. É caracterizada por englobar grande maioria das amostras das fácies mais evoluídas (LG e LGH), 40% das amostras de MzG e duas amostras de monzo a sienogranito (MzSG). A população B, formada por 38,3% dos dados, possui valores de SM localizados entre 4,0065x10-4 e 5,8772x10-4 SI. Este grupo é o mais heterogêneo, apresentando amostras de cinco das sete fácies estudadas, estando ausentes deste grupo apenas amostras das fácies AG e LGH.

A população C engloba 10,6% da amostragem total e apresenta valores de SM situados entre 6,4593x10-4 SIv 8,2045x10-4 SIv. Caracteriza-se pelo fato de ser composta apenas por amostras da fácies MzSG. A população D é a mais magnética, sendo composta por duas amostras (4,3%) da fácies AG.

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7 Tabela 1 – Dados de suscetibilidade magnética (SM) do Granito Pojuca. Anfibólio-granito (AG); monzo a sienogranito (MzSG); monzogranito (MzG); álcali-feldspato- granito (FAG); leucogranito (LG); leucogranito hidrotermalizado (LGH); zonas pegmatóides (ZP); 1-Conteúdo modal de opacos (Horbe, 1998). (X) amostras com lâmina polida.

População Amostras SM (SI) Variedade LOG SM % Opacos 1

D F11 303,70 3,9613E-3 AG -2,40216 (X)0,3 F11 312,3 2,2520E-3 AG -2,64743 0,3 F11 337,3 8,2045E-4 MzSG -3,08595 0,1 F6 96,95 6,9822E-4 MzSG -3,15601

C F6 93,6 6,9261E-4 MzSG -3,15951 F11 326,2 6,5665E-4 MzSG -3,18267 (X) F6 83,7 6,4593E-4 MzSG -3,18981 F15 174,6 5,8772E-4 MzG -3.23083 F10 163,45 5,4059E-4 FAG -3,26713 F8 236,5 5,1067E-4 MzG -3,29186 F12 274,85 5,0758E-4 MzG -3,29450 (X)0,4 F8 229,4 4,7688E-4 MzG -3,32159 F11 335,7 4,7554E-4 MzSG -3,32281 F12 266,9 4,7281E-4 FAG -3,32531 (X)0,2 F64 140,9 4,7009E-4 ZP -3,32782 (X)

B F5 301,7 4,5809E-4 MzSG -3,33905 F6 80,25 4,5158E-4 MzSG -3,34527 F63 151,4 4,4733E-4 LG/ZP -3,34937 F13 253,1 4,3533E-4 MzG -3,36118 F14 395,0 4,2358E-4 MzG -3,37306 F6 110,6 4,1648E-4 MzSG -3,38041 F16 185,7 4,1380E-4 MG -3,38321

F13 252,7 4,1120E-4 ZP -3,38595 F14 379,25 4,0403E-4 MzG -3,39359 F30 261,7 4,0065E-4 MzG -3,39723 F64 147,65 3,8844E-4 LGH -3,41068 F9 216,8 3,8671E-4 MzG -3,41261 F6 121,45 3,8597E-4 MzSG -3,41345 (X) F5 298,55 3,8514E-4 MzSG -3,41438

F33 432,2 3,8350E-4 MzG -3,41623 F33 422,15 3,8250E-4 MzG -3,41737 F14 388,1 3,8231E-4 MzG -3,41758 F36 147,65 3,7904E-4 LGH -3,42131 (X) F37 331,3 3,7731E-4 LG -3,42330 F33 427,95 3,7030E-4 MzG -3,43145 (X)

A F36 190,8 3,6502E-4 LGH -3,43768 F13 259,45 3,6320E-4 MzG -3,43985 F30 209,7 3,5405E-4 LG -3,45094 F30 218,7 3,5306E-4 LG -3,45215 F30 215,6 3,5083E-4 LG -3,45490 F30 225,3 3,4754E-4 LG -3,45900 (X)

F37 333,85 3,4477E-4 LGH -3,46247 F37 324,1 3,4416E-4 LG -3,46324 F39 163,9 3,4193E-4 LG -3,46606 F36 178,35 3,3434E-4 LGH -3,47581 F30 201,95 3,1851E-4 LG -3,49688 F36 160,05 2,7933E-4 LGH -3,55388

É importante observar que as populações magnéticas determinadas a partir dos gráficos já

citados, não correspondem exatamente às diferentes fácies do Granito Pojuca, pois pode-se notar, a presença de amostras de uma mesma fácies em diferentes populações. Relações entre SM e as fácies - Observou-se uma boa correlação entre os dados de SM e a evolução magmática do Granito Pojuca. Os AG são a fácies menos evoluída deste granito e apresentam os mais altos valores de SM de todo o universo estudado, concentrando-se na população mais magnética e tendo um contraste muito acentuado de valor de SM em relação às demais amostras.

Quando se compara o conteúdo modal de opacos das amostras de AG com amostras de MzG e MzSG não se observam grandes diferenças de valores sendo que a resposta para as variações de SM deve estar relacionada à natureza e grau de transformação dos opacos presentes. As amostras de MzG e MzSG são muito similares petrograficamente e apresentam

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8 valores de SM semelhantes e bastante variáveis desde os valores superiores da população A até a C.

Os FAG, que segundo Horbe (1998) originaram-se a partir alteração intensa dos MzG e MzSG, apresentam valores de SM próximos aos destas fácies. Isto leva a supor que os fluidos hidrotermais que agiram durante essa transformação, não afetaram de modo acentuado os minerais opacos. Dentre as fácies estudadas os LG representam a mais pobre em máficos e geoquimicamente mais evoluída. Isto se reflete nos valores de SM, pois as amostras desta são as que possuem os mais baixos valores de SM, juntamente com os LGH que são distinguidos dos LG pela maior intensidade das transformações hidrotermais que afetaram os primeiros. Relações entre SM e conteúdo mineral - O estudo de SM e minerais opacos das diferentes fácies do Gpoj revelou uma boa correlação entre os dados de SM e a evolução magmática admitida para tal granito (Horbe, 1998). Os valores de SM mais elevados do Granito Pojuca, correpondem a amostras mais icas em magnetita, pertencentes a fácies AG, que teria uma origem híbrida, sendo provavelmente resultante da interação entre o granito e a encaixante.

Nas demais fácies do Gpoj, observam-se valores semelhantes de SM. As fácies MzSG e MzG mostram valores em grande parte superpostos. Porém a população C é totalmente composta por amostras de MzSG. Tal resposta magnética nestas amostras de MzSG, deve-se a maior quantidade e, possivelmente, a maior dimensão dos cristais de magnetita nela presentes, conforme se deduz da comparação entre os opacos de uma amostra de MzSG da população C (F11 326,2) e outra da mesma fácies, mas de menor SM (F6 121,45) (Tab. 1). A mesma relação é evidenciada entre amostras mais magnéticas da fácies MzSG e amostras monzograníticas (F12 274,85 e F33 427,95).

Os LG que, assim como os LGH, estão presentes apenas na população com mais baixa SM, apresentam resposta magnética perfeitamente coerente com seu conteúdo praticamente nulo de opacos. O mesmo ocorre com as fácies mais hidrotermalizadas que são os LGH. Já os FAG possuem cristais diminutos de óxido não identificado (ilmenita ou magnetita?), que poderiam explicar seus valores de SM significativamente mais elevados, que os dos LG e LGH. Além deste óxido, eles contém sulfetos (Py e Cpy) em maior quantidade que nos LG e LGH.

DISCUSSÕES E CONCLUSÕES O Granito Pojuca foi dividido em quatro populações magnéticas (SM) através da

realização de medidas de suscetibilidade magnética (SM) em amostras das diferentes fácies e do tratamento dos dados obtidos. Dentre as sete variedades faciológicas do granito, os MzG, MzSG e os LG ocorrem em mais de uma população magnética, enquanto as amostras de AG (GD), ZP (GB) , LGH (GA) e FAG (GB) estão restritas a apenas uma população magnética. O valor máximo de SM é de 3,9613x10-3 e o valor mínimo é igual a 2,7933x10-4.

Os minerais opacos identificados foram predominantemente magnetita (Mt) e hematita (Hm), localizadamente da variedade martita (Mrt), ilmenita do tipo individual (Ilm I) e, subordinadamente, os sulfetos pirita (Py) e calcopirita (Cpy). Tais minerais variaram em abundância, forma, tamanho e natureza, o que justifica as variações identificadas em termos de SM.

Analisando os valores de SM obtidos e os minerais opacos estudados, observa-se que, com exceção das amostras de AG, que possuem valor distante do conjunto e comparativamente mais elevado, o restante da amostragem não apresenta grandes variações de valores de SM. Esse comportamento reflete o maior conteúdo de opacos e principalmente de Mt nas amostras de AG em relação às demais fácies. Por outro lado constata-se uma concentração exclusiva de amostras de MzSG, na população C, indicando que estas são mais ricas em magnetita, e portanto, exibem valores mais elevados de SM. Já as amostras de LG, sem opacos identificados, possuem os valores mais baixos de SM.

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9

99,9999580

50

2051

0,1

Anfibólio-granitóides

Monzogranitos

Monzo a Sienogranitos

Feldspato-Alcalino-GranitosLeucogranitos

Zonas pegmatóides

Leucogranitos IntensamenteHidrotermalizados

População D

-3,6 -3,4 -3,2 -3 -2,8 -2,6 -2,4Log SM (SIv)

GRÁFICO DE PROBABILIDADE

-2,3 -1,9-3,1 -2,7-3,5-3,9

Log SM (SIv)

20

30

25

10

15

0

5

35POLÍGONO DE FREQUÊNCIA

-3,7 -3,4 -3,1 -2,8 -2,5 -2,2Log SM (SIv)

Anfibólio-granitóides

Monzogranitos

Monzo a Sienogranitos

Feldspato-Alcalino-Granitos

Leucogranitos

Zonas pegmatóides

LeucogranitosIntensamenteHidrotermalizados

20

30

25

10

15

0

5

35HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIA

c)

Figura 3 – a) Gráfico de probabilidade; b)Polígono de frequência e c) Histograma de freqüência referentes aos dados de suscetibilidade magnética do Granito Pojuca.

As alterações hidrotermais que afetaram o Gpoj não causaram grandes diferenças em termos de SM, pois mesmo as amostras não afetadas pelo hidrotermalismo possuem valores relativamente baixos de SM e pequeno conteúdo de opacos. Como não há formação de magnetita relacionada aos processos hidrotermais, nem transformação de magnetita pré-existente, não há contraste acentuado de SM entre as fácies dominantes e as amostras hidrotermalizadas.

Recomenda-se a realização de estudos complementares dos minerais opacos e SM em amostras do Gpoj, que destoaram do comportamento dominante neste granito, mas que não puderam ser estudadas em maior detalhe neste trabalho. Agradecimentos

Aos amigos pesquisadores do Grupo de Pesquisa Petrologia de Granitóides (GPPG-CG-UFPA) pelo apoio e incentivo nas diversas etapas deste trabalho. Aos amigos geólogos Marco Aurélio Benevides Maia Figueiredo e Roberto Dall'Agnol, pelos ensinamentos em termos de SM e minerais opacos e principalmente pelas valorosas discussões. Este trabalho recebeu apoio financeiro do PIBIC/CNPq (bolsa de iniciação científica do estudante Marcelo Augusto de

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