jornal brasil atual - catanduva 11

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Jornal Regional de Catanduva www.redebrasilatual.com.br CATANDUVA nº 11 Setembro de 2012 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA jornal brasil atual jorbrasilatual Basquetebol feminino e futebol de Catanduva podem sumir de vez Pág. 7 ESPORTE CRISE ETERNA Mazzaropi, 100 anos depois, continua emocionando os fãs Pág. 6 HOMENAGEM AMOR DE CAIPIRA Operadoras têm de promover melhorias na rede dos celulares Pág. 2 TELEFONIA UM PITO PERFIL A história do itaririense Netinho, das bandas The Clevers e Os Incríveis da Jovem Guarda Pág. 4-5 O BATERISTA DO Iê-Iê-Iê Assaltos, roubos, estupros, sequestros, homicídios rondam Catanduva VIOLêNCIA CADA VEZ MAIS PERTO OBRA DE FERNANDO BOTERO

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Page 1: Jornal Brasil Atual - Catanduva 11

Jornal Regional de Catanduva

www.redebrasilatual.com.br catanduva

nº 11 Setembro de 2012

DistribuiçãoGratuita

jornal brasil atual jorbrasilatual

Basquetebol feminino e futebol de Catanduva podem sumir de vez

Pág. 7

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crise eterna

Mazzaropi, 100 anos depois, continua emocionando os fãs

Pág. 6

homenagem

amor de caipira

Operadoras têm de promover melhorias na rede dos celulares

Pág. 2

telefonia

um pito

Perfil

A história do itaririense Netinho, das bandas The Clevers e Os Incríveis da Jovem Guarda

Pág. 4-5

o baterista do iê-iê-iê

Assaltos, roubos, estupros, sequestros, homicídios rondam Catanduva

violência

cada vez mais Perto

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Page 2: Jornal Brasil Atual - Catanduva 11

2 Catanduva

expediente rede Brasil atual – catanduvaeditora Gráfica atitude Ltda. – diretor de redação Paulo Salvador editor João de Barros redação Enio Lourenço, Florence Manoel e Lauany Rosa revisão Malu Simões diagramação Leandro Siman telefone (11) 3295-2800tiragem: 12 mil exemplares distribuição Gratuita

Leia on-line todas as edições do jornal Brasil Atual. Clique www.redebrasilatual.com.br/jornais e escolha a cidade. Críticas e sugestões [email protected]

jornal on-line

primavera

editorialA violência está assustando a população da cidade. Afinal,

há dois meses aumentou demais o número de assaltos e rou-bos, notadamente no comércio, em agências bancárias e casas lotéricas de Catanduva e região. Houve até um sequestro da esposa e de dois filhos de um gerente de banco de Ibitinga, que passaram a noite em um cativeiro, à mercê da bandida-gem. As mulheres têm um motivo a mais com o que se pre-ocupar: os estupros, atribuídos ao mesmo cidadão, forte, de estatura mediana, cabelos raspados e com idade que varia de 36 a 43 anos. Espera-se que a polícia responda à inquietude com firmeza, o que não significa mais violência.

Esta edição também traz outra matéria de capa: o perfil de um itaririense (ainda que nascido em Santos) muito famoso no tempo da Jovem Guarda, Luiz Franco Thomaz, o Neti-nho, baterista das bandas The Clevers e Os Incríveis, nos anos 1960. Netinho relembra a infância na cidade vizinha ao litoral sul de São Paulo, as travessuras no Rio do Azeite, conta sua ida para São Paulo, como entrou no iê-iê-iê, relembra seu ro-mance com a cantora italiana Rita Pavone e diz o que prepara para o seu futuro. Uma bela leitura!

jornal brasil atual jorbrasilatual

anuncie aqui!telefone: (11) 3295–2800

e-mail: [email protected]@gmail.com

anatel fará avaliações trimestrais nas empresas

telefonia móvel

operadoras têm de melhorar

A proibição, em julho, da venda de linhas de celular das operadoras Tim, Oi e Claro foi feita após análise nacional de doze meses da Agência Na-cional de Telecomunicações (Anatel). Ela ocorreu em Es-tados onde havia problemas de rede, má qualidade no atendimento e interrupções de chamadas. Foi exigido que as operadoras aumentem o nú-mero de antenas, a capacidade de transmissão de voz e dados e melhore o atendimento nos calls-centers.

A venda de novos chips para serviços de voz e dados só foi liberada depois que as empresas apresentaram planos

de investimento para os próxi-mos dois anos. A Claro com-prometeu-se a investir R$ 6,3 bilhões; a Tim, R$ 8,2 bilhões; e a Oi, R$ 5,5 bilhões. Desses R$ 20 bilhões de investimen-to, R$ 4 bilhões são decorren-tes das exigências da Anatel. Será realizado monitoramento

trimestral para garantir que as operadoras mantenham o padrão de qualidade definido pela agência. Se descumprirem o acordo, podem voltar a ter suas vendas suspensas. Tam-bém já está em vigor a regra que determina que as empresas não devem cobrar uma nova chamada quando a ligação cair, independentemente do motivo da interrupção – falta de bate-ria ou problemas na rede. Os usuários têm 120 segundos para refazer a chamada inter-rompida e só pagam por uma chamada. A norma é válida para todos os planos das ope-radoras – antes eram atendidos apenas os planos básicos.

ele tem 16 anos e aprendeu a jogar no São Mateus

xadrez

o nosso mestre internacional

O enxadrista Luís Paulo Supi é campeão das Américas e ga-rantiu uma norma

de Mestre da Federação In-ternacional. Seu feito foi ob-

tido entre mil enxadristas de 33 países. Segundo Gleison Be-galli, que descobriu o talento, o jovem quer profissionalizar-se no esporte e seguirá treinando seis horas diárias. Supi apren-deu xadrez no Colégio São

Mateus. Ele tem cinco títulos estaduais, quatro brasilei-ros e jogou os torneios Sul-americano, Pan-americano e Mundial. Supi mostrou seus troféus este mês no Garden Shopping.

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3Catanduva

roubos, assaltos, estupros, homicídios trazem preocupação a todos, autoridades e população

violência

a criminalidade aumenta em catanduva. o que fazer?

insegurança bancária: perigosa estupros apavoram

Entre julho e agosto, foram registrados roubos e assaltos ao comércio, três estupros e dois homicídios no mesmo dia. Por isso, o deputado fe-deral Vanderlei Siraque (PT) veio à cidade, em 9 de agosto, a convite da deputada estadual Beth Sahão (PT), e promoveu uma audiência pública sobre o papel dos governos frente à violência. A segurança públi-ca é um direito garantido pela Constituição.

Este ano, foram assalta-das sete agências bancárias, sete casas lotéricas e regis-trados nove ataques a caixas eletrônicos. Em 31 de julho, a esposa e os dois filhos do gerente de um banco de Ibi-tinga foram sequestrados e passaram a noite em cativei-ro. Nos dois últimos meses, o Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região foi informado de quatro assal-tos a casas lotéricas de di-versos municípios, dois de-les no mesmo dia.

Os três estupros de Ca-tanduva ocorreram nos dias 3 e 7 de agosto. Duas víti-mas descreveram o agressor com as mesmas caracterís-ticas físicas e abordagem idêntica. As mulheres foram atacadas no fim da tarde, no Centro da cidade, por um sujeito que pediu informa-ções e, em seguida, sacou um revólver, as obrigou a entrar num Gol de cor metá-lica, cinza escuro, e as levou a um canavial onde foram violentadas. Após o estupro,

Segundo Paulo Franco, presidente do Sindicato, essa insegurança é fruto do descaso dos banqueiros com os traba-lhadores e a população. “Eles investem apenas para proteger

o dinheiro” – afirma. Fran-co diz ainda que a legisla-ção sobre segurança priva-da está ultrapassada. “Ela é ineficiente porque prevê poucos itens de segurança.”

Siraque esclareceu que existem dois tipos de segu-

entre outras atribuições, o mu-nicípio deve cuidar das crian-ças, trabalhar os valores da cultura e do esporte e tratar os usuários de drogas, apoiando as unidades terapêuticas”.

Diante do clima de violên-cia, a orientação é para que não se espalhem boatos que possam atrapalhar as investi-gações em curso. Se alguém deparar com um suspeito, deve entrar em contato com a Polí-cia, por meio do telefone 190.

rança pública: a stricto sensu, de combate, que depende dos

órgãos policiais do Estado e da União, e a lato sensu, pre-ventiva, que cabe ao municí-pio. Para haver crime, além do criminoso e da vítima, é necessário que haja o ambien-te propício. Para eliminá-lo, a Prefeitura deve realizar ações simples, como melhorar a ilu-minação pública. “Além de deixar a cidade mais bonita, a luz ajuda no combate à vio-lência” – diz Siraque. E com-pleta: “Outra questão é social:

ele abandonou-as na entrada da cidade. O chamado “Ma-níaco de Catanduva” é mo-reno, forte, de estatura me-diana, tem cabelos raspados e entre 36 e 43 anos.

Na mesma semana, ocor-reram três outros estupros – um em Novo Horizonte, outro em Irapuã e um ter-ceiro em Catanduva. Esses criminosos já foram identi-ficados e presos. Quanto ao “Maníaco de Catanduva”, as Polícias Militar e Civil investigam o caso.

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4 Catanduva

ele tocou em bandas da Jovem Guarda e foi um sucesso do iê-iê-ié Por Enio Lourenço e Lauany Rosa

Perfil

netinho, um baterista incrível, de fama mundial

No Planalto Paulista, bair-ro paulistano tranquilo, com ruas largas, arborizadas e casas espaçosas vivem Luiz Franco Thomaz, o Netinho, e a espo-sa Sandra Haick. O sobrado de muros altos, com trepadeiras e portão imponente, passa o dia com janelas e portas trancadas, no mais absoluto silêncio. Os donos se levantam às 18 horas: eles trocam o dia pela noite des-de os tempos em que o baterista tocava na madrugada. Então, as atividades da casa começam.

Netinho nasceu em abril de 1946, na Beneficência Portugue-sa de Santos, mas cresceu em Itariri, cidade vizinha ao litoral sul do Estado, numa casa perto do Rio do Azeite, feita pelo avô materno José Ferreira Franco, no tempo dos bailes, que atraíam pessoas da região, das Festas da Banana e do Sobá, dos imigran-tes japoneses, das grandes quer-messes. Itariri era festiva à beça. O Cine Teatro oferecia ótimos filmes e peças, algumas estrela-das por dona Maria Franco Tho-maz, a Mariazinha, mãe de Ne-tinho. “Um dia encenamos Cala a Boca, Etelvina, de Armando Gonzaga, no teatro Coliseu, em Santos. Foi um sucesso.”

A vocacão musical do ga-roto surgiu na igreja católica. Dona Mariazinha badalava os sinos que anunciavam o horário da missa. Um dia, atarefada, ela pediu que ele fosse em seu lu-gar. Foi esse blém-blom que o despertou para a música, que fez com que entrasse na fanfarra do colégio antes da idade permitida. “Ele tocava caixa nas paradas cí-vicas” – conta Mariazinha.

A ida para um seminário era quase ritual. Os padres frequen-tavam a casa de dona Mariazi-nha e a convenceram de que no Diocesano São José, em São Vi-cente, as chances de aprendizado do pequeno seriam melhores. Mas Netinho nunca quis ser pa-dre. Em menos de um ano, está de volta a Itariri: não se adaptara à vida clerical. Aos quinze anos, ele volta ao ginásio da cidade e começa um romance com uma moça mais velha, de uma famí-lia rival na política. A diretora da escola era tia da garota e expul-sou o jovem do colégio. Então, o tio dele, João Franco, que era o prefeito, trocou a diretoria do ginásio para Netinho voltar a es-tudar. Houve greve de professo-res para boicotar a nova diretora. O caso gerou tanta confusão, que dona Mariazinha mandou o ga-roto morar em São Paulo, com a tia Guilhermina.

A mudança fez bem pra ele. “Cheguei ao paraíso” – pensava, maravilhado com a cidade. A tia lhe arranjou emprego no Se-

nac e ele trabalhava e estudava. Um dia, ele foi ao badaladíssimo programa Ritmos para a Juven-tude, de Antonio Aguillar, na Rádio Nacional. “Fiquei encan-tado com o movimento e falei que ia ser músico.” À espreita de uma chance, Netinho encontra Urupê, o seu anjo – ou protetor – no seminário, que tocava no The Jordans e o apresentou ao The Clevers, que precisava de um baterista com bateria. Neti-nho então pediu ao avô Franco que lhe desse o instrumento. Ao entrar na banda que pertencia a Aguilar – The Clevers –, o queri-dinho do vovô ganhou enfim seu apelido. No dia de estreia, Neti-nho foi substituído no show por Ventania, um baterista profissio-nal. “Foi uma decepção” – lem-bra. Mas não desistiu. Largou o emprego e deu uma de “gato”: alterou os documentos para tocar à noite nas boates.

O The Clevers não era uma banda conhecida. Ela tocava em até quatro bailes por noite para conquistar fãs. O estouro dela se

deu com a vinda da cantora ita-liana Rita Pavone ao Brasil, con-vidada pela TV Record. Como não podia trazer sua orquestra, ela foi acompanhada pelo The Clevers. E, assim, ambos viram sucesso nacional. Mas à fama sucede o racha. Numa turnê à Ar-gentina, Aguilar não viajou com o grupo, o que causou uma rusga entre o empresário e os músicos. Confundidos com uma banda americana, o pessoal decide se apresentar como Os Incríveis The Clevers. No Brasil, Agui-lar fica fulo e monta um novo The Clevers. “Eles tinham uma dúzia de fãs e a gente era artis-ta internacional” – diz Netinho, recordando-se de como o nome da banda virou Os Incríveis.

No auge do sucesso, Os In-críveis ganham um programa na TV Excelsior. A intenção era ir na esteira do Jovem Guarda, apresentado por Roberto Car-los, Erasmo Carlos e Wander-léa, na TV Record. “Acabava o programa deles, começava o nosso” – recorda Netinho. De-

pois, a banda ainda viajou para o Japão, gravou em japonês e fez o filme Os Incríveis Neste Mundo Louco, quando Netinho, numa viagem de navio pela In-glaterra, conhece Sandra Hai-ck e se enamora da moça. Em 1970, eles se casam; em 1971, têm o primeiro filho, Sandro; em 1977, a menina Samandhi.

Nos anos 1970, Os Incríveis separam-se. Netinho fica com os direitos do nome e da mar-ca. Tenta montar outra banda de mesmo nome, sem sucesso. Surge então o Casa das Máqui-nas, de rock mais pesado, “uma banda de duas baterias” – expli-ca Netinho. O Casa grava em italiano, em espanhol e faria uma turnê ao exterior, quando se desentendeu e terminou.

Netinho volta-se para o lado espiritual e cria o selo Manancial de Amor. Nos anos de 1990, com Eduardo Araújo, produz o show Novo de Novo para comemorar os 30 anos da Jovem Guarda. Durante a divulgação do evento, no pro-grama Jô Soares Onze e Meia, a voz de Netinho falha. Ele não dá entrevista. O médico Carlos Pontes descobre-lhe um câncer nas cordas vocais. Operado, ele reage bem e ainda participa do show na casa Tom Brasil, em São Paulo. Netinho, então, co-meça o projeto A Criança e o Futuro, com o Centro de Apoio à Criança Carente com Câncer (CACC), com mais 40 artistas e grava um CD com renda rever-tida para o projeto. Na última década, dedica--se a escrever o livro Netinho – minha história ao lado das baquetas.

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netinho em casa, pintado por uma fã, na época do casamento e notícia mundial

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5Catanduva

um canto de criação

Netinho possui em casa uma sala agregada, com sofás con-fortáveis e estantes repletas de discos, CDs, fotos, livros, bibe-lôs e suvenires de sua carreira. O livro Netinho – minha história ao lado das baquetas foi escrito nessa sala, durante as madruga-das, com a ajuda de Samadhi, a filha que mora na Austrália. “Por causa do fuso horário, a gente trabalhava junto, ela de dia e eu à noite, via Skipe, em tempo real” – diz.

O baterista fez sucesso,

ganhou fama e dinheiro, mas nunca mexeu com finanças. Quem cuida das contas e ad-ministra a grana é a esposa Sandra. Até hoje ele não pos-sui conta em banco. Tudo o que adquiriu foi gasto em via-gens, pelo mundo afora. “Lo-tei vários passaportes.”

O filho Sandro herdou o espírito aventureiro do pai e se lançou numa viagem à Tur-quia, para comprar pratos de bateria – segundo Netinho, “os melhores do mundo”.

as lembranças de dona mariazinha, a mãe de netinhoAos 87 anos, dona Ma-

riazinha guarda na memória a história da família, que se confunde com a do municí-pio. A enfermeira aposenta-da, que está trocando Itariri por Santos, lembra que seu pai, o português José Ferrei-ra Franco, o seu Franco, era chefe de obras da Estrada de Ferro Sorocabana, no início do século 20. Com a expan-são da linha de ferro Santos-Juquiá e a construção da es-tação ferroviária em Itariri, o patriarca ficou na região com a família. Foi ele quem construiu a ponte férrea do Rio do Azeite. Depois, com-prou terras, construiu as pri-meiras casas do povoado e

prefeito duas vezes. Para aju-dá-lo numa campanha, dona Mariazinha elegeu-se verea-dora. A cidade se desenvolveu na infraestrutura com a ges-tão dos irmãos. “Na época, só havia água de poço. Meu pai pensara em colocar água enca-nada, mas foi João quem fez a grande reforma no saneamen-

acabou prefeito. “Meu pai foi administrador da vila de Itariri e enfrentou dificuldades para, em 1938, virar Distrito de Paz – subordinado a Itanhaém até 1948. Ele teve problemas com grileiros nos processos das terras devolutas, mas ganhou todos no tribunal de Santos.”

Seu irmão João também foi

to da cidade.” Ela se recorda também da praça do coreto: “João dizia que toda cidade ti-nha uma pracinha para as pes-soas se encontrarem e questio-nava por que Itariri não tinha. Então construiu uma”.

Das lembranças da infân-cia de Netinho, dona Maria-zinha resume que ele era “um menino normal, com saúde e levado. Jogava bola e se di-vertia no rio, saltando da pon-te férrea construída pelo avô”. Ela conta que, aos 11 anos, o menino pegava o caminhão com o qual a família transpor-tava banana para São Paulo e vinha com a irmã do sítio paterno a Itariri. “Ele dirigia para estudar teoria musical e

deixava o caminhão antes da delegacia de polícia. Eu só sossegava quando via o farol apontando de volta.”

Depois, quando monta-ram um conjunto musical na cidade, o convidaram a parti-cipar. “Ele tinha uns 13 anos. Um grupo de senhores, lide-rados pelo maestro espanhol com quem ele tomava aulas de música, veio à minha casa pedir para que o deixas-se tocar com eles. Tanto in-sistiram, que fui obrigada a deixar” – diz entre gargalha-das. “Tudo o que aconteceu em sua vida foi um processo contínuo, sem pular etapas.” E o dom? “Ah, a pessoa nas-ce com isso.”

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Política: uma herança de família

uma paixão. e a fofoca mundial

O baterista já foi convi-dado a candidatar-se a verea-dor de Itariri. Curioso, ele participou de uma reunião do partido durante a qual lhe

ofereceram dinheiro para arcar com os gastos da campanha. “Fiquei horrorizado. Não tinha trabalhado para receber tanto dinheiro” – afirma. Netinho

pediu para conversar com a esposa e nunca mais pensou em candidatura. “Gostaria de ser político, mas sou bobo e ia ser passado para trás.”

A mídia descobriu o roman-ce de Netinho e Rita Pavone e a notícia foi capa dos jornais do mundo. “Eu não era muito chegado nela; ela não era tão bonita e eu tinha outras namo-radas” – diz. Netinho então se envolveu com outra cantora italiana, Mary di Pietro. Foto-

grafados juntos, de novo o ba-terista foi notícia mundial. O contrato com Rita Pavone foi rasgado e ele quase foi expulso do The Clevers. “Eu era mole-que, não fazia por mal, mas para aproveitar as maravilhas do mundo” – conta Netinho, em meio a risos.

Netinho prepara o CD duplo Os Incríveis, dividido em Velhos Tempos, com os sucessos da banda original, e Novos Tempos, com mú-sicas inéditas. Ele também

o que vem pela frente pensa num show pela passa-gem dos 50 anos da banda, reunindo artistas que fizeram parte de sua carreira num sítio em Cotia.

Enquanto isso, ele finaliza

o livro Revisando Culpas, em que promete revelar as fases mais badaladas, os se-gredos pessoais, os amores e as brigas dos amigos da Jovem Guarda.

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6 Catanduva

a exposição do centenário de Mazzaropi diverte e emociona a população

homenagem

o jeca, a história do caipira que o povo tanto gosta

Em comemoração ao cen-tenário de nascimento de Amácio Mazzaropi, Catandu-va realizou, no Espaço Cul-tural Professor Luiz Carlos Rocha, a Pérgula da Praça da República, de 15 a 19 de agos-to, a exposição Mazzaropi – 100 Anos de Histórias, Risos e Emoções, idealizada há 29 anos por André Luiz Mazzaro-pi, filho do humorista – entre 1983 e 2012 houve 1.593 ex-posições, média de 55 eventos por ano.

A mostra incluiu fotogra-fias com a carreira do artista, exibição de filmes e um show cômico de André Luiz, com inúmeros causos e piadas con-tadas pelo pai. André garante que este foi o último ano em

o filho do jecaMazzaropi adotou cin-

co filhos. André Luiz, o ca-çula, veio aos 14 anos, em Taubaté, cidade onde ficava a Produtora Amácio Mazza-ropi (PAM), com a qual o artista produziu 24 de seus 32 filmes. “Sempre fui o fi-lho mais próximo; talvez, em retribuição, ele tenha me levado para o cinema” – diz.

André fez quatro filmes: Je-cão: um Fofoqueiro no Céu, Jeca e seu Filho Preto, A Banda das Velhas Virgens e Jeca e a Égua Milagrosa. “Desde 10 de setembro de 1983, data da morte dele, eu me visto de Jeca, de caipira e relembro seus textos. Meu pai ainda hoje está em todos os lugares.”

que houve exibição dos filmes e se comprometeu a distribuir coletâneas das obras do pai em todas as cidades brasilei-ras – a Secretaria de Cultura de Catanduva já recebeu a sua. “Meu pai amava estar a cada

fim de semana numa cidade diferente, para cantar as mú-sicas de seus filmes e contar as histórias de caipira de que o povo tanto gosta. Onde vou encontro uma legião de fãs dele, de todas as idades.”

Grupo disputou o festival pela primeira vez e arrematou seis premiações

festival de dança

Primeira impressão rouba a cena

Depois de se apresentar por quatro anos seguidos no Fes-tival de Dança de Catanduva como convidado, o grupo Pri-meira Impressão participou pela primeira vez da competição de dançarinos, na 14ª edição, reali-zada em julho, em dois ambien-tes: no Teatro Municipal Aniz Pachá e no palco aberto mon-tado na Praça da República. O grupo levou seis prêmios, entre os quais o prêmio Grupo Reve-lação Catanduva 2012.

Depois da vitória, o novo desafio: o grupo precisa de patrocínio para se apresen-tar no Festival Mercosul, em setembro, na Argentina. Em

cinco anos e meio, o Primei-ra Impressão ganhou projeção internacional e representou Catanduva na principal mostra

de dança do mundo, o Festival de Dança de Joinville. O gru-po é composto por 23 bailari-nos e contabiliza 199 prêmios.

dançarino de talentoO dançarino Renan Bi-

duti, de 16 anos, começou a dançar na oficina da Paró-quia Imaculada Conceição. Depois, ele cursou a extinta oficina de dança da Estação Cultura e foi convidado a integrar o Primeira Impres-são. Talentoso, foi premia-do em 22 apresentações solo. “Aos 13 anos ganhei o primeiro prêmio, como Destaque. Depois, fui con-siderado várias vezes Reve-lação do Festival e Melhor Bailarino” – orgulha-se.

Biduti estuda no Colégio São José e recebe patrocínio da escola. Ele também cursa Manutenção e Suporte em Informática, no Instituto Fe-deral de Educação Tecnolo-gia e Ciência de São Paulo (IFSP) de Catanduva.

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7Catanduva

a equipe que ganhou tudo, agora precisa de investimentos para melhorar seu desempenho

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basquetebol e futebol de catanduva vão bem mal

Depois de liderar a equi-pe de basquetebol feminino do Catanduva Club por mais de sete anos, o técnico Edson Ferreto deixou o time em ju-lho e voltou para a equipe de Ourinhos. De 2005 a 2011, o time teve acesso à Série A e conquistou os títulos de campeão paulista, em 2008; vice-campeão brasileiro, em 2009; campeão brasileiro e dos Jogos Abertos, em 2010, e campeão dos Jogos Regionais várias vezes no período.

A última competição de que o time participou foi o Cam-peonato Brasileiro 2011-2012,

que terminou em abril. Desde então, a equipe parou. “O Ca-tanduva recebeu o apoio da Pre-feitura de 2005 a 2011. Porém,

em 2012, tivemos apenas um aporte financeiro de três meses, insuficiente para prosseguir-mos. As empresas também não

renovaram os contratos, o que tornou a situação mais crítica” – informa João Narciso Leite, assessor do clube.

Agora, o time busca se re-erguer por meio de incentivo do Ministério do Esporte e do apoio de empresas, mas a difi-culdade é o alto custo da estru-tura. A situação dos ginásios de esportes da região é precá-ria, falta até piso adequado. Os que existem são de proprieda-des privadas, como escolas particulares. “Mas a gente luta para o nosso basquete recupe-rar a médio prazo seu nível de excelência” – conclui Leite.

em criseNo início do ano, o Grê-

mio Catanduvense subiu à Série A-1 do Campeonato Paulista pela primeira vez desde 1988. Mas degrin-golou e decepcionou seus torcedores: a equipe perdeu ou empatou a maior parte dos jogos disputados. Com pouco patrocínio e dívidas de mais de R$ 100 mil, o clube dispensou funcioná-rios e diretores, conforme anunciado no próprio site do “Bruxo”, dia 26 de julho.

Manifestação tributo à Inclusão traz à tona a luta de quem busca a igualdade de tratamento

igualdade

um protesto pelo direito das pessoas com deficiência

A cidade comemorou, em 20 de agosto, o Dia da Pessoa com Deficiência com o Tributo à Inclusão, passeata que foi da Praça da Matriz ao Paço Muni-cipal. Artistas da Secretaria de Cultura, atletas da CELT, alunos da APAE, escolas municipais e gente de cidades vizinhas parti-ciparam da caminhada.

Os atletas com deficiência que representaram Catanduva nos Jogos Regionais também foram homenageados – este ano, eles conquistaram 33 me-dalhas, 22 de ouro. Depois, o grupo Sem Fronteiras, da Es-tação Cultura, apresentou a coreografia Superação.

Para Francisco Rodrigues

Neto, coordenador municipal de Inclusão Social, a adapta-ção da sociedade às pessoas com deficiência e a conscien-tização dessas pessoas sobre seus direitos são fundamentais na interação entre as partes. O Dia Municipal da Pessoa com Deficiência foi instituído em 2008.

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8 Catanduva

foto síntese – Primavera Palavras cruzadasPalavras cruzadas

respostas

Palavras cruzadas

sudoku

As mensagens podem ser enviadas para [email protected] ou para Rua São Bento, 365, 19º andar, Centro, São Paulo, SP, CEP 01011-100. As cartas devem vir acompanhadas de nome completo, telefone, endereço e e-mail para contato.

vale o que vier

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horizontal – 1. Planta usada em projetos paisagísticos 2. Indício, vestígio; nome de origem tupi, variante de anahi (bela flor do céu) 3. Universal boxing Organization; O fruto do urucuzeiro 4. Maneira de executar algo; extraterrestre 5. acertara o texto 6. União europeia; Semelhante a monogamia 7. Fluido que respiramos; Guerra entre o exército e o movimento de antônio Conselheiro 8. Sem curvaturas; escola de artes e Ofícios; Linguagem de programação turbo basic 9. Criticai, reprovai; Cidade de São Paulo 10. não, em inglês; adiante! 11. Construção que ampara parede ou abóbada

vertical – 1. Música de Maria bethânia 2. Produto Interno bruto; diz-se de quem ergue 3. Palavra que designa uma pessoa; Forma sincopada de está 4. alcoólicos anônimos; Conjunto de normas pedagógicas 5. albumina vegetal; associação rio-grandense de bibliotecários 6. Que possui o caráter de rotina 7. beberrão; Magnetismo pessoal 8. apoiado, firmado; Sigla da bahia 9. navio de velas redondas; Gosto muito; designativo de tudo 10. equipe; Indica objeto próximo do falante ou com ele relacionado 11. Ou, em inglês; Irmã da mãe; Soca

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Palavras cruzadas

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