jennys lourdes meneses barillas prh14 ufrn m
TRANSCRIPT
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
1/183
issertao de Mestrado
ESTUDO DO PROCESSO DE DRENAGEM
GRAVITACIONAL DE LEO COM INJEO
CONTNUA DE VAPOR EM POOS
HORIZONTAIS
Jennys Lourdes Meneses Barillas
Natal, fevereiro de 2005
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
2/183
DISSERTAO DE MESTRADO
ESTUDO DO PROCESSO DE DRENAGEM
GRAVITACIONAL DE LEO COM INJEO
CONTNUA DE VAPOR EM POOS HORIZONTAIS
JJeennnnyyssLLoouurrddeessMMeenneesseessBBaarriillllaass
Orientador: Prof. Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior
Co-Orientador: Prof. Dr. Wilson da Mata
Natal / RN
FEVEREIRO / 2005
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia QumicaPrograma de Ps Graduao em Engenharia Qumica
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
3/183
DISSERTAO DE MESTRADO
ESTUDO DO PROCESSO DE DRENAGEM
GRAVITACIONAL DE LEO COM INJEO
CONTNUA DE VAPOR EM POOS HORIZONTAIS
JJeennnnyyssLLoouurrddeessMMeenneesseessBBaarriillllaass
Dissertao Apresentada ao Corpo Docente do
Programa de Ps-graduao em Engenharia Qumica
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como Requisito Parcial para a Obteno do
Ttulo de Mestre em Engenharia Qumica.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
4/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas ii
BARILLAS, Jennys Lourdes Meneses - Estudo do processo de drenagem gravitacional deleo com injeo contnua de vapor em poos horizontais. Dissertao de Mestrado, UFRN,Programa de Ps-Graduao em Engenharia Qumica. rea de Concentrao: Pesquisa eDesenvolvimento de Tecnologias Regionais Engenharia de Processos. Sub rea:Modelagem e Simulao de Processos, Natal-RN, Brasil
Orientadores:
Professor: Ph.D. Tarcilio Viana Dutra JuniorProfessor: Dr. Wilson da Mata
RESUMO
Vrios mtodos trmicos para aumentar a produo de leos pesados tm sidoteoricamente e experimentalmente testados. Hoje em dia a injeo a vapor, e muitas de suasvariaes, o IOR mais prspero para leos pesados. Algumas destas variaes incluem o uso
de poos horizontais para injeo cclica e contnua. O Steam Assisted Gravity Drainage(SAGD) ou a injeo de vapor por drenagem gravitacional o processo que usa dois pooshorizontais: o injetor de vapor no topo do reservatrio e o produtor na base do reservatrio. Oobjetivo deste mtodo criar uma cmara de vapor, enquanto promove uma melhor varredurados fluidos do reservatrio. Um modelo foi idealizado para estudar a sensibilidade de alguns
parmetros do reservatrio e de parmetros de operao na recuperao final de leo. Osresultados do estudo da sensibilidade destes parmetros mostraram a dependncia de todoseles no fator de recuperao final do bloco estudado, alm de promover uma melhorcompreenso fsica do processo SAGD, possibilitando melhores dimensionamentos de futuros
pilotos de campo na indstria de petrleo.
Palavras-Chave
SAGD, IOR, simulao de reservatrios, modelagem, mtodos trmicos.
Banca Examinadora
Presidente: _____________________________________________Prof. Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior - UFRN (DEQ)
Membros: _____________________________________________Prof. Dr. Wilson da Mata - UFRN (DEE)
_____________________________________________Prof. Dr. Aderson Farias do Nascimento - UFRN (DF)
_____________________________________________Prof. Ph.D. Denis J. Schiozer UNICAMP
Data de defesa da dissertao: 28-02-2005
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
5/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas iii
ABSTRACT
Several methods for increasing heavy oil production by applying thermal recovery
have been theoretically and experimentally tested. Nowadays steam injection, in many
variations of the basic process, is the most successful improved oil recovery (IOR) for heavy
oils. Some of these variations include the use of horizontal wells for cyclic and continuous
injection. The steam assisted gravity drainage (SAGD) process uses two horizontal wells: the
steam injector at the top of the reservoir and the producer in the bottom. The purpose of this
design is to create a steam chamber, providing a better sweep of the reservoir. A model was
idealized to study the sensibility of some reservoir and operational parameters in the oil
recovery using the SAGD process. The sensibility study results showed the dependence of all
these parameters on the final recovery factor of the studied block, providing a better physical
comprehension of the SAGD process and aiding in designing field pilots in the petroleum
industry.
Keywords:
SAGD, IOR, reservoir simulation , thermal recovery.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
6/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas iv
Dedicatria
A meu filho e marido que estiveram sempre acompanhando-me na realizao deste trabalho
A meus pais, meus irmos, meus sobrinhos.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
7/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas v
Agradecimentos
Para realizar um trabalho sempre necessrio a ajuda de outras pessoas ou instituies
que oferecem novas idias, nos ajudam com suporte financeiro, ou tcnico ou simplesmentenos do uma ajuda emocional, permitindo assim um projeto melhor em todos os sentidos. Por
isso eu quero agradecer a todos os que de alguma maneira colaboraram na execuo deste
trabalho:
A meus orientadores Prof. Tarcilio e Prof. Wilson, por: sua pacincia, colaborao
tcnica, por suas idias, e por seu entusiasmo na realizao deste trabalho.
A Gertrudes, que aprendemos juntas o uso do simulador e me ajudou nas rodadas das
simulaes.A todos os professores que oferecem as disciplinas do PPGEQ que tm colaborado na
compreenso de novos conceitos, necessrios para o conhecimento geral da Engenharia de
Processos.
Petrobrs que financiou parte de meu mestrado por meio de uma bolsa de projeto.
Ao PPGEQ e UFRN instituies muito valiosas pelo seu nvel acadmico que deram
para mim a oportunidade de aprender algo novo e interessante.
Ao departamento de Fsica e ao Professor Aderson que emprestaram o programaSTARS e me deram apoio tcnico.
Ao NUPEG e ao PRH-ANP 14 que me deram tambm apoio tcnico e a infra-estrutura
necessria para a elaborao do trabalho.
A todos os que no me conheciam, mas acreditaram em min.
A todos os que me incentivaram e apoiaram nos momentos mais difceis.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
8/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas vi
NDICE
Captulo I
1 Introduo geral ...................................................................................................................2
Captulo II
2 Aspectos tericos .................................................................................................................62.1 Propriedades bsicas dos reservatrios e dos fluidos....................................................6
2.1.1 Compressibilidade..................................................................................................7
2.1.2 Porosidade ..............................................................................................................8
2.1.3 Saturao ................................................................................................................9
2.1.4 Permeabilidade absoluta.......................................................................................10
2.1.5 Permeabilidade efetiva .........................................................................................11
2.1.6 Permeabilidade relativa ........................................................................................112.1.7 Molhabilidade.......................................................................................................12
2.1.8 Mobilidade............................................................................................................14
2.1.9 Grau API do leo..................................................................................................14
2.1.10 Viscosidade do leo..........................................................................................15
2.2 Regimes de fluxo.........................................................................................................15
2.3 Classificao dos reservatrios ...................................................................................18
2.3.1 Tipos de reservatrios...........................................................................................192.3.1.1 Reservatrios de leo ...................................................................................19
2.3.1.2 Reservatrio de gs.......................................................................................20
2.3.1.2.1 Reservatrio de gs mido e reservatrio de gs seco .............................21
2.3.1.2.2 Reservatrio de gs retrgrado.................................................................21
2.4 Fluidos produzidos......................................................................................................22
2.5 Histrico de produo .................................................................................................24
2.6 Fator volume de formao do gs ...............................................................................24
2.7 Fator volume de formao de leo..............................................................................25
2.8 Razo de solubilidade .................................................................................................27
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
9/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas vii
2.9 Mecanismos de produo............................................................................................27
2.9.1 Mecanismo de gs em soluo .............................................................................28
2.9.2 Mecanismo de capa de gs ...................................................................................30
2.9.3 Mecanismo de influxo de gua.............................................................................32
2.9.4 Mecanismo combinado.........................................................................................34
2.9.5 Segregao gravitacional......................................................................................35
2.10 Processos de recuperao do petrleo ..................................................................36
2.10.1 Recuperao primria do leo ..........................................................................37
2.10.2 Mtodos convencionais de recuperao ...........................................................37
2.10.2.1 Eficincias de recuperao ...........................................................................38
2.10.3 Mtodos especiais de recuperao....................................................................39
2.10.3.1 Mtodos trmicos .........................................................................................40
2.10.3.2 Mtodos miscveis ........................................................................................41
2.10.3.3 Mtodos qumicos ........................................................................................41
2.10.3.4 Outros mtodos.............................................................................................42
2.11 Injeo cclica de vapor ........................................................................................42
2.12 Injeo contnua de vapor.....................................................................................43
2.12.1 Variaes especiais da injeo de vapor...........................................................44
2.13 Drenagem gravitacional de leo assistida com vapor (processo SAGD)............44
Captulo III
3 Estado da arte.....................................................................................................................49
Captulo IV
4 Modelagem do processo ....................................................................................................57
4.1 Modelo proposto .........................................................................................................57
4.2 Modelo matemtico.....................................................................................................59
4.2.1 Princpios gerais ...................................................................................................59
4.2.1.1 Equao de continuidade e movimento........................................................59
4.2.1.2 Equao de energia.......................................................................................65
4.2.2 Equaes gerais de conservao discretizadas.....................................................68
4.2.2.1 Balano de massa .........................................................................................69
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
10/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas viii
4.2.2.2 Balano de energia: ......................................................................................69
4.2.2.3 Transmissibilidades Tj das fases: .................................................................69
4.3 Modelo da malha.........................................................................................................70
4.4 Soluo do modelo......................................................................................................71
4.5 Modelagem do reservatrio.........................................................................................72
4.5.1 Propriedades do reservatrio ................................................................................72
4.5.2 Propriedades da rocha..........................................................................................73
4.5.3 Viscosidade do leo..............................................................................................73
4.5.4 Permeabilidades relativas .....................................................................................74
4.5.5 Descrio das condies de operao...................................................................76
4.6 Descrio dos casos simulados ...................................................................................76
Captulo V
5 Resultados e discusses .....................................................................................................79
5.1 Produo primria: sem injeo de vapor ...................................................................79
5.2 Anlise de sensibilidade..............................................................................................80
5.3 Atributos do reservatrio.............................................................................................81
5.3.1 Permeabilidade vertical ........................................................................................82
5.3.2 Permeabilidade da rocha.......................................................................................86
5.3.3 Viscosidade do leo..............................................................................................88
5.3.4 Espessura do reservatrio .....................................................................................91
5.3.4.1 Distncia vertical ..........................................................................................92
5.3.4.2 Fator de recuperao versus volume poroso injetado...................................93
5.3.5 Folhelhos no reservatrio .....................................................................................95
5.3.5.1 Folhelho de 300m x 60m x 2 m....................................................................96
5.3.5.2 Barreira de 510m x 60 m x 2 m..................................................................98
5.3.5.3 Barreira furada no centro............................................................................102
5.3.5.4 Comparao entre os modelos com barreiras ............................................103
5.3.6 Aqfero..............................................................................................................105
5.4 Parmetros de operao.............................................................................................109
5.4.1 Distncia vertical entre poos.............................................................................109
5.4.2 Comprimento dos poos injetor e produtor ........................................................113
5.4.3 Configuraes de poos......................................................................................118
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
11/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas ix
5.4.3.1 Poo injetor vertical (1) e poo produtor horizontal (1).............................118
5.4.3.2 Trs poos injetores verticais, e um produtor horizontal...........................121
5.4.3.3 Poos injetor e produtor verticais ...............................................................125
5.4.3.4 Comparao entre as diferentes configuraes dos poos injetor e produtor...
....................................................................................................................127
5.5 Comparao entre o processo SAGD e a injeo contnua de vapor........................129
5.6 Otimizao do vapor .................................................................................................131
Captulo VI
6 Concluses e recomendaes...........................................................................................1386.1 Concluses ................................................................................................................138
6.2 Recomendaes.........................................................................................................139
Captulo VII
7 Referncias bibliogrficas................................................................................................142
Captulo VIII
8 Anexos .............................................................................................................................147
8.1 Termos utilizado nas equaes de balano de massa e energia ................................147
8.1.1 Termos na acumulao.......................................................................................147
8.1.2 Termos de fluxo..................................................................................................149
8.1.3 Termo fonte / sumidouro....................................................................................150
8.1.4 Termo fonte / sumidouro para aplicaes trmicas com aqferos ....................151
8.2 Arquivo de entrada no programa de simulao numrica Stars ............................152
8.3 Curvas de produo acumulada de gua ...................................................................160
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
12/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas x
NDICE DE FIGURAS
Captulo I
Captulo II
Figura 2-1: Porosidade de uma rocha reservatrio..................................................................8
Figura 2-2: Fluxo linear ............................................................................................................10
Figura 2-3: Curvas de permeabilidades relativa versus a saturao de gua............................12
Figura 2-4: Molhabilidade do sistema leo-gua-rocha...........................................................13Figura 2-5: Rocha molhada por gua .......................................................................................13
Figura 2-6: Viscosidade para diferentes leos..........................................................................15
Figura 2-7: Fluxo radial ............................................................................................................16
Figura 2-8: Distribuio das presses no reservatrio sob regime de fluxo estabilizado.........16
Figura 2-9: Diagrama de fases misturas lquidas......................................................................19
Figura 2-10: Diagrama de fases gs retrgrado.....................................................................22
Figura 2-11: Fluidos no reservatrio e na superfcie ................................................................23Figura 2-12: Fator volume de formao do gs........................................................................25
Figura 2-13: Processo de liberao do gs. ..............................................................................26
Figura 2-14: Fator volume de formao do leo ......................................................................26
Figura 2-15: Razo de solubilidade..........................................................................................27
Figura 2-16: Reservatrio com mecanismo de gs em soluo................................................29
Figura 2-17: Mecanismo de gs em soluo ............................................................................30
Figura 2-18: Reservatrio com mecanismo de capa de gs......................................................31Figura 2-19: Mecanismo de capa de gs. .................................................................................32
Figura 2-20: Reservatrio com mecanismo de influxo de gua. ..............................................33
Figura 2-21: Mecanismo de influxo de gua............................................................................34
Figura 2-22: Reservatrio com mecanismo combinado...........................................................35
Figura 2-23: Reservatrio com mecanismo de gs em soluo................................................36
Figura 2-24: Processos de recuperao do petrleo. ................................................................37
Figura 2-25: Conceito da drenagem de leo assistida por gravidade.......................................45
Figura 4-1: Representao do sistema de poos injetor-produtor no reservatrio ...................58
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
13/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas xi
Captulo III
Captulo IV
Figura 4-2: Volume de controle................................................................................................60
Figura 4-3: Exemplo de diviso do reservatrio ......................................................................62
Figura 4-4: Representao do bloco .........................................................................................64
Figura 4-5: Modelo do reservatrio..........................................................................................70
Figura 4-6: Mtodo de Newton ................................................................................................72
Figura 4-7: Viscosidade do leo...............................................................................................74
Figura 4-8: Permeabilidade relativa gua - leo.......................................................................75Figura 4-9: Permeabilidade relativa lquido - gs ....................................................................75
Captulo V
Figura 5-1: Efeito da injeo de vapor no fator de recuperao de leo..................................80
Figura 5-2: Anlise de Sensibilidade aps 14 anos de produo .............................................81
Figura 5-3: Vazo de leo no tempo quando modificada a permeabilidade vertical ............82
Figura 5-4: Evoluo no tempo da saturao de leo para a permeabilidade vertical de 50 mD
(esquerda) e para a de 400 mD (direita). Seo transversal do reservatrio......................84
Figura 5-5: Produo acumulada de leo versus tempo quando modificada a permeabilidade
vertical. ..............................................................................................................................85
Figura 5-6: Efeito da variao da permeabilidade da rocha na vazo de produo de leo.....86
Figura 5-7: Efeito da variao da permeabilidade da rocha, na produo acumulada de leo.87
Figura 5-8: Efeito da variao da viscosidade do leo, na vazo de produo de leo. ..........89
Figura 5-9: Efeito da variao da viscosidade do leo, na produo acumulada de leo. .......89
Figura 5-10: Efeito da variao da espessura do reservatrio na vazo de leo. .....................91
Figura 5-11: Efeito da variao da espessura do reservatrio no fator de recuperao do leo
versus o volume poroso injetado. ......................................................................................94
Figura 5-12: Desenho esquemtico da barreira de 300m x 60m x 2m entre o poo injetor e
produtor..............................................................................................................................95
Figura 5-13: Desenho esquemtico da barreira de 510m x 60m x 2m entre o poo injetor e
produtor..............................................................................................................................95
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
14/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas xii
Figura 5-14: Desenho esquemtico das duas barreiras de 180m x 60m x 2m entre o poo
injetor e produtor...............................................................................................................96
Figura 5-15: Efeito da barreira de 300m x 60 m x 2m, entre poos, na vazo de produo de
leo, localizada em diferentes camadas do reservatrio. ...................................................97
Figura 5-16: Efeito da barreira de 300m x 60m x 2m, entre poos, na produo acumulada de
leo, localizada em diferentes camadas do reservatrio. ...................................................97
Figura 5-17: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2m, entre poos, na vazo de leo,
localizada em diferentes camadas do reservatrio.............................................................99
Figura 5-18: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2 m, entre poos, na produo acumulada de
leo, localizada em diferentes camadas do reservatrio. .................................................100
Figura 5-19: Efeito da barreira de 300m x 60m x 2m e de 510m x 60m x 2m, localizada
abaixo do poo produtor, na produo acumulada de leo..............................................101
Figura 5-20: Efeito de duas barreiras de 180m x 60m x 2m, na vazo de leo, para diferentes
camadas do reservatrio...................................................................................................102
Figura 5-21: Efeito de duas barreiras de 180m x 60m x 2m, na produo acumulada de leo,
para diferentes camadas do reservatrio. .........................................................................103
Figura 5-22: Comparao entre os sistemas de folhelhos ......................................................104
Figura 5-23: Aqfero no reservatrio modelo.......................................................................105
Figura 5-24: Efeito do aqfero na vazo de leo. .................................................................106
Figura 5-25: Efeito do aqfero na produo acumulada de leo...........................................107
Figura 5-26:Comparao da produo acumulada de leo no tempo entre o sistemas com
aqfero e o modelo base .................................................................................................108
Figura 5-27: Seo transversal do reservatrio ......................................................................110
Figura 5-28: Efeito da variao da distncia entre o poo injetor e produtor na vazo de
produo de leo. .............................................................................................................111
Figura 5-29: Efeito da variao da distncia entre o poo injetor e o produtor na produoacumulada de leo............................................................................................................112
Figura 5-30: Efeito da variao do comprimento do poo injetor e do produtor na vazo de
produo de leo. .............................................................................................................114
Figura 5-31: Seqncia no tempo do incremento de temperatura, comprimento de poos de
300m e 510 m. .................................................................................................................116
Figura 5-32: Efeito da variao do comprimento do poo injetor e do produtor no acumulado
da produo de leo. ........................................................................................................117
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
15/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas xiii
Figura 5-33: Efeito da Configurao de poos: 1 injetor vertical e 1 produtor horizontal na
produo acumulada de leo com injeo de vapor em diferentes camadas do
reservatrio. .....................................................................................................................119
Figura 5-34: Efeito da barreira de 510m x 60 m x 2 m na produo acumulada de leo.
Configurao de poos: 1 injetor vertical e 1 produtor horizontal. .................................120
Figura 5-35: Diagrama esquemtico da posio dos poos injetores.....................................122
Figura 5-36: Efeito da configurao de poos: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal na
produo acumulada de leo, com injeo de vapor em diferentes camadas do
reservatrio (sem folhelho). .............................................................................................123
Figura 5-37: Efeito da barreira de 510m x 60m x 2m na produo acumulada de leo.
Configurao de poos: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal. ............................124
Figura 5-38: Diagrama esquemtico da posio dos poos injetor e produtor.......................125
Figura 5-39: Efeito da configurao de poos: 1 injetor e 1 produtor verticais, na produo
acumulada de leo, com barreira de 510m x 60 mx 2m entre poos. .............................126
Figura 5-40: Efeito da configurao dos poos, no fator de recuperao de leo..................128
Figura 5-41: Modelo 5-spot, para a injeo contnua de vapor..............................................129
Figura 5-42: Fator de recuperao de vapor versus tempo - comparao entre o processo
SAGD e a injeo contnua de vapor...............................................................................130
Figura 5-43: Fator de recuperao de vapor versus volume poroso injetado - comparao entre
o processo SAGD e a injeo contnua de vapor.............................................................130
Figura 5-44: Otimizao do vapor: comprimento dos poos SAGD .....................................131
Figura 5-45: Otimizao do vapor: distncia vertical entre poos.........................................132
Figura 5-46: Otimizao do vapor: espessura da zona de leo ..............................................133
Figura 5-47: Otimizao do vapor: permeabilidade...............................................................133
Figura 5-48: Otimizao do vapor: viscosidade.....................................................................134
Figura 5-49: Otimizao do vapor: barreiras de permeabilidade ...........................................135Figura 5-50: Otimizao do vapor: diferentes configurao de poos de injeo..................136
Captulo VI
Captulo VII
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
16/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas xiv
Captulo VIII
Figura 8-1: Produo acumulada de gua versus tempo- distncia vertical entre poos .......160
Figura 8-2: Produo acumulada de gua versus tempo- comprimento dos poos injetor e
produtor............................................................................................................................160
Figura 8-3: Produo acumulada de gua versus tempo-permeabilidade vertical .................161
Figura 8-4: Produo acumulada de gua versus tempo-permeabilidade horizontal .............161
Figura 8-5: Produo acumulada de gua versus tempo- viscosidade do leo ......................162
Figura 8-6: Produo acumulada de gua versus tempo barreira de 300 m x 60 x 2 m......162
Figura 8-7: Produo acumulada de gua versus tempo barreira de 510m x 60m x 2m.....163
Figura 8-8: Produo acumulada de gua versus tempo- aqfero.........................................163
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
17/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas xv
NDICE DE TABELAS
Captulo I
Captulo II
Captulo III
Tabela 3-1: Dados operacionais de projetos SAGD reportados na literatura...........................51Tabela 3-2: Caractersticas dos reservatrios e fluidos de aplicaes do processo SAGD......52
Captulo IV
Tabela 4-1: Intervalo dos parmetros analisados- atributos do reservatrio............................77
Tabela 4-2: Intervalo dos parmetros analisados- parmetros de controle ..............................77
Captulo V
Tabela 5-1: Resumo dos resultados: recuperao primria ......................................................79
Tabela 5-2: Resumo dos resultados: permeabilidade vertical ..................................................85
Tabela 5-3: Resumo dos resultados: permeabilidade da rocha.................................................87
Tabela 5-4: Resumo dos resultados: permeabilidade da rocha.................................................88
Tabela 5-5: Resumo dos resultados: viscosidade do leo ........................................................90Tabela 5-6: Resumo dos resultados: viscosidade do leo ........................................................90
Tabela 5-7: Resumo dos resultados: espessura da zona de leo de 10 m.................................92
Tabela 5-8: Resumo dos resultados: espessura da zona de leo de 30m..................................93
Tabela 5-9: Volumes in placedo leo e da gua......................................................................93
Tabela 5-10: Resumo dos resultados: espessura da zona de leo.............................................94
Tabela 5-11: Localizao dos folhelhos na malha....................................................................96
Tabela 5-12: Resumo dos resultados: barreira de 300m x 60m x 2m ......................................98Tabela 5-13: Resumo dos resultados: barreira de 300m x 60m x 2m ......................................98
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
18/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas xvi
Tabela 5-14: Resumo dos resultados: barreira de 510m x 60m x 2m ....................................100
Tabela 5-15: Resumo dos resultados: barreira 510m x 60m x 2m.........................................101
Tabela 5-16: Localizao da barreira furada na malha...........................................................102
Tabela 5-17: Resumo dos resultados: comparao entre sistemas.........................................105
Tabela 5-18: Localizao na malha do folhelho no aqfero .................................................106
Tabela 5-19: Resumo dos resultados: aqfero.......................................................................108
Tabela 5-20: Resumo dos resultados: aqfero......................................................................109
Tabela 5-21: Localizao do poo injetor e produtor na malha .............................................109
Tabela 5-22: Resumo dos resultados: distncia vertical entre poos .....................................112
Tabela 5-23: Resumo dos resultados - distncia vertical entre poos ...................................113
Tabela 5-24: Localizao dos poos injetor e produtor na malha..........................................114
Tabela 5-25: Resumo dos resultados: comprimento de poos ...............................................117
Tabela 5-26: Resumo dos resultados: comprimento dos poos..............................................117
Tabela 5-27: Localizao do poo injetor na malha...............................................................119
Tabela 5-28: Resumo dos resultados: poo injetor vertical e poo produtor horizontal ........121
Tabela 5-29: Resumo dos resultados: poo injetor vertical, poo produtor horizontal..........121
Tabela 5-30: Localizao do poo injetor na malha...............................................................122
Tabela 5-31: Resumo dos resultados: 3 injetores verticais e 1 produtor horizontal...............124
Tabela 5-32: Resumo dos resultados: 3 injetores verticais, 1 produtor horizontal.................125
Tabela 5-33: Localizao na malha dos poos injetor e produtor verticais............................126
Tabela 5-34: Resumo dos resultados: injetor e produtor verticais .........................................127
Tabela 5-35: Resumo dos resultados: poo injetor e produtor verticais.................................127
Tabela 5-36: Resumo dos resultados: comparao entre sistemas.........................................128
Captulo VI
Captulo VII
Captulo VIII
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
19/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas xvii
NOMENCLATURA E ABREVIAES
Lista por ordem alfabtica
API: Grau API do leoA: rea transversal ao fluxo do fluido m2Bg: Fator de volume de formao do gs m3/m3stdBo: Fator de volume de formao do leo m3/m3stdCf: Compressibilidade efetiva da formao 1/(Kgf/cm2)Cs: Concentrao de slidos Kg/m
3Dij: Coeficiente de difusividade do componente i em j (j = w, o, g) m
2/diaFR: Fator de recuperao de leog: Constante gravitacional m/dia2h: Altura do reservatrio mHAcd: Calor transferido por conduo at ou desde o aqfero adjacente J/KgHAcv: Calor transferido por conveco at ou desde o aqfero
adjacente
J/Kg
Hg: Entalpia do gs J/KgHo: Entalpia do leo J/Kghvapor: Altura da cmara de vapor mHw: Entalpia da gua J/KgIik: ndice da fase j para a camada k do poo m5/(Kgf dia)IP: ndice de produtividadek: Permeabilidade absoluta mDK: Transmissibilidade trmica, na interface. J/(m2*dia)kg: Permeabilidade efetiva ao gs mDko: Permeabilidade efetiva ao leo mD
kro: Permeabilidade relativa ao leo Adimensionalkrw: Permeabilidade relativa gua Adimensionalkw: Permeabilidade efetiva gua mDL: Comprimento mm: Coeficiente adimensional que relaciona a viscosidade com a
temperatura em forma empricaN, Np: Produo acumulada de leo m3std/diaP: Presso Kgf/m2
pe: Presso externa Kgf/m2
pk: Presso do n na regio de interes que contm a camada k dopoo
Kgf/m2
pw: Presso no poo Kgf/m2pwfk: Presso do fluxo do poo (wellbore) na camada k. Kgf/m
2q: Vazo volumtrica m3/diaqaqwk: Vazo volumtrica de gua atravs da face do bloco k at ou
desde o aqfero adjacentem3/dia
re: Raio externo do reservatrio mrj: Fatores de resistncia das fasesROV: Razo leo vapor m3/tonrw: Raio do poo mSg: Saturao do gs Frao ou %So: Saturao do leo Frao ou %Sw: Saturao da gua Frao ou %T: Temperatura C, KTj: Transmissibilidade entre duas regies m
5/(Kgf*dia)
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
20/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN
Jennys Lourdes Meneses Barillas xviii
TR: Temperatura da interface com a cmara de vapor C, KTs: Temperatura do reservatrio C, KUg: Energia interna na fase gs J/KgUo: Energia interna na fase leo J/KgUr: Energia interna por volume de rocha J/Kg
Uw: Energia interna na fase gua J/KgV, VR: Volume total da rocha m3
Vf: Volume do fluidos m3
Vg: Volume do gs m3
Vo: Volume do leo m3
Vp: Volume poroso inicial m3
Vr: Volume da rocha m3
Vs: Volume dos slidos m3
Vv: Volume de espaos vazios m3
Vw: Volume da gua m3wi: Frao mssica ou molar do componente i (o, g, w) na fase gua
Wp: Produo acumulada de gua m3stdxi: Frao mssica ou molar do componente i (o, g, w) na fase leoyi: Frao mssica ou molar do componente i (o, g, w) na fase gs
Lista por palavras gregas
f Porosidade de fluidos Frao ou %v, : Porosidade do reservatrio Frao ou %: Densidade do leo / densidade da gua (T = 20 C) M3leo/m3guaeff: Condutividade trmica efetiva J/(m2 . C)
o: Mobilidade do leo mD/cpw: Mobilidade da gua mD/cp: Viscosidade cps: Viscosidade cinemtica do leo na temperatura da interface
com o vaporstoke
: Viscosidade cinemtica do leo na temperatura T stokeg: Densidade da fase gs Kg/m
3ouKgmol/m3
o: Densidade da fase leo Kg/m3ou
Kgmol/m3w: Densidade da fase gua Kg/m
3ou
Kgmol/m3os: Foras de cisalhamento entre o leo e a superfcie do slido Kgfow: Foras de cisalhamento entre o leo e a gua Kgfws: Foras de cisalhamento entre a gua e a superfcie do slido Kgf: ngulo de contato entre a tangente na interface de um fluido e
a superfcie de um slidorad
P: Variao da presso Kgf/cm2So: Diferena entre a saturao inicial do leo e a saturao
residual do leoAdm
Vp: Variao do volume poroso m3
j: Energia potencial do sistema Kgf/m2
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
21/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ UFRN Captulo I: Introduo Geral
Jennys Lourdes Meneses Barillas 1
CAPTULO I:
INTRODUO GERAL
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
22/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ UFRN Captulo I: Introduo Geral
Jennys Lourdes Meneses Barillas 2
1 Introduo geral
Do petrleo existente nos reservatrios possvel recuperar, na prtica, s uma frao,ficando a maior parte do petrleo dentro da jazida, devido complexidade dos reservatrios e
aos mecanismos ainda pouco eficientes de recuperao do petrleo. Portanto, torna-se
necessrio o estudo e o desenvolvimento de metodologias de processos de recuperao que
permitam extrair mais do leo residual aumentando assim a rentabilidade dos campos
petrolferos e estendendo sua vida til.
Pode ser possvel que o Brasil alcance a auto-suficincia na produo de petrleo nos
prximos anos e, dando nfase a programas de expanso de produo das reservas atuais,
necessrio que as tecnologias dos processos avanados de recuperao do petrleo sejam
estudadas no pas. Regionalmente, o Rio Grande do Norte conta com grandes reservas de
petrleo pesado que ainda precisam ser produzidas. As atividades de explorao nas bacias de
Campos, Santos e Esprito Santo tm levado descoberta de grandes volumes de leos
pesados que, por enquanto, no podem ser includos nas reservas devido ao custo e s
dificuldades tcnicas para extrao. possvel aumentar a recuperao de leo em alguns
destes reservatrios com a ajuda dos processos de recuperao avanada de petrleo.
Algumas das diferentes alternativas para melhorar a capacidade de escoamento dos leos
pesados e aumentar a sua recuperao so: a estimulao cclica de vapor, a combusto in
situ, a injeo de vapor, e o processo de drenagem de leo por diferencial gravitacional com
injeo de vapor ou comumente chamado de processo SAGD (siglas em ingls que
significam: steam assisted gravity drainage), que um derivado da injeo contnua de
vapor. O processo SAGD envolve dois poos horizontais paralelos um acima do outro, onde o
poo superior o injetor de vapor e o inferior o produtor de leo. Nesse processo, o papel da
fora gravitacional maximizado. Este mtodo de recuperao avanada mais efetivo para
leos com alta viscosidade, ou para betume, e tem sido demonstrado ser economicamente
vivel em projetos comerciais de recuperao de petrleo (Queipo et al., 2002). Esta
tecnologia um processo que atualmente est sendo muito estudado devido alta recuperao
de leos pesados e devido ao fato de poder ser mais eficiente que a injeo continua de vapor,
permitindo maiores recuperaes do leo em um reservatrio.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
23/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo I: Introduo Geral
Jennys Lourdes Meneses Barillas 3
O estudo desta tecnologia no Brasil fundamental para se conhecer em quais campos de
produo a mesma pode ser implementada com vantagens, assegurando rentabilidade maior e
com menor demanda de injeo de vapor. Este processo SAGD j foi comercialmente
aplicado no Canad, nos EUA e na Venezuela, obtendo-se uma elevada recuperao do leo
(40-70%, Donnelly 1999; Vasquez et al., 1999; Sharma et al., 2002). No Brasil ainda no foi
aplicado este tipo de processo, mas a tecnologia pode ser aplicada em reservatrios que
necessitem de uma recuperao avanada para produzir o leo pesado ou extra pesado e onde
se disponha de vapor para injeo.
O desempenho deste processo pode ser significativamente afetado por determinados
parmetros operacionais e geomtricos do reservatrio. Exemplos disso podem ser: a
permeabilidade horizontal e vertical das rochas, a heterogeneidade do reservatrio, a
espessura da zona de leo, o aqfero, a separao entre poos, o comprimento horizontal dos
poos e a necessidade de vapor. Por isto este trabalho visa estudar o impacto das condies
operacionais, das variveis geomtricas envolvidas, do fluido e do reservatrio na produo
acumulada, na vazo de produo e no fator de recuperao do leo, alm da razo leo-vapor
para, assim, obter-se a demanda mnima de vapor com um melhor rendimento do processo.
Alm disto, tambm se visa estudar o efeito de diferentes geometrias de injeo de vapor na
frao de leo recuperada.
Para realizar este trabalho foi feito um modelo numrico do processo utilizando um
reservatrio homogneo, em um simulador de mtodos avanados de recuperao de leo,
como o Stars verso 2002.2, da CMG (Computer Modelling Group).
Este trabalho de dissertao est composto de oito captulos. No captulo II apresentada a teoria que envolve as propriedades principais dos reservatrios, os diferentes
mtodos de recuperao, tanto convencional quanto avanado, e a teoria que envolve o
processo de drenagem por diferencial gravitacional (processo SAGD). Se o leitor
experiente e desejar pode comear a ler o trabalho na seo 2.10.
Um histrico dos trabalhos relacionados ao processo SAGD apresentado no
Captulo III, onde feita uma reviso dos principais trabalhos de simulao em duas e trsdimenses para reservatrios homogneos e heterogneos. So mostrados tambm alguns dos
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
24/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo I: Introduo Geral
Jennys Lourdes Meneses Barillas 4
campos petrolferos no mundo que aplicaram o processo SAGD para melhorar a produo de
leo pesado ou betume. Tambm se encontram relatados alguns trabalhos que fizeram
anlises de diferente projetos de injeo no reservatrio.
A modelagem do processo relatada no Captulo IV, onde mostrado o modelo
matemtico utilizado na simulao do processo, o modelo do refinamento utilizado na malha,
as propriedades da rocha-reservatrio, dos fluidos e da rocha-fluido. Tambm apresentada
uma descrio das condies de operao, os dados de entrada iniciais requeridos pelo
programa, alm de uma descrio dos casos que foram simulados.
Os resultados obtidos esto relacionados no Captulo V, onde tambm foi realizada
uma discusso dos resultados do trabalho. Foram comparados, quando possvel, com alguns
dos resultados obtidos na literatura.
No Captulo VI so apresentadas as concluses mais importantes obtidas neste
trabalho e as recomendaes para trabalhos futuros.
Por ltimo nos Capitulos VII e VIIIencontram-se as referncias bibliogrficas e os
anexos.
Alguns dos resultados produzidos neste trabalho foram apresentados oralmente e
publicados no 25 Congresso Ibero Latino Americano de Mtodos Computacionais em
Engenharia (25 CILAMCE, 2004), em Recife Brasil (Barillas et al., 2004) e como pster no
1erSimpsio da Regio Nordeste sobre pesquisa e desenvolvimento em petrleo e gs natural,
em Recife-Brasil (Queiroz et al., 2004).
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
25/183
Dissertao de Mestrado PPGEQUFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 5
CAPTULO II:
ASPECTOS TERICOS
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
26/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 6
2 Aspectos tericos
Neste Captulo 2 explanada a teoria bsica de reservatrios e os diferentes processos de
recuperao do petrleo. Tambm descrita a teoria inicial do processo de drenagem por
diferencial gravitacional (SAGD) e mostrados os diferentes parmetros que podem afetar o
processo.
2.1 Propriedades bsicas dos reservatrios e dos fluidos
O conhecimento das propriedades bsicas da rocha e dos fluidos contidos nela torna-se
uma matria muito importante, j que elas vo determinar as quantidades dos fluidos
existentes no meio poroso, a sua distribuio, a capacidade desses fluidos se movimentarem e
escoarem. Devido a isto a quantidade total de fluido que poder ser extrada do reservatrio vai
depender destas propriedades (Dake, 2001). As mais importantes esto nomeadas a seguir:
Compressibilidade
Porosidade
Saturao
Permeabilidade Absoluta
Permeabilidade Efetiva
Permeabilidade Relativa
Molhabilidade
Mobilidade
Viscosidade
Densidade API
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
27/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 7
2.1.1 Compressibilidade
Um corpo que inicialmente tem um volume V e submetido a uma compresso P,
reduzir seu volume. O quociente entre a reduo de volume V e o volume inicial V recebe
o nome de variao fracional. Dividindo-se a variao fracional pelo P, tem-se a
compressibilidade, ento por definio a compressibilidade o quociente entre a variao
fracional de volume e a variao de presso (Thomas et al., 2001).
de interesse para a Engenharia de Reservatrios a chamada compressibilidade
efetiva de formao, isto , quando os poros de uma rocha-reservatrio esto cheios de fluidos
que exercem presso sobre as paredes dos mesmos ento o volume dos poros depender da
sua presso interna. Ao ser retirada uma certa quantidade de fluido do interior da rocha, a
presso cai e os poros tm os seus volumes reduzidos. Assim a compressibilidade efetiva da
formao a relao entre a variao fracional dos volumes dos poros e a variao de presso
(Equao 2-1).
P
VVC ppf
=
/; Cf 0 ( 2-1 )
onde:
Cf: Compressibilidade efetiva da formao
Vp: Variao do volume poroso
Vp: Volume poroso inicial
Vp/ V
p: Variao fracional do volume
P: Variao da presso
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
28/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 8
2.1.2 Porosidade
A porosidade de uma rocha a propriedade daquela apresentar vazios, isto , poros ou
fissuras onde acumulado o leo e a gua. Pode ser calculado percentualmente como o
volume de espaos vazios encontrados na rocha dividido pelo volume total da mesma. A
porosidade de uma rocha pode ser, geralmente, muito heterognea escala microscpica. Na
Figura 2-1, tem-se um esquema de uma rocha - reservatrio onde pode ser observada a sua
porosidade. Nos espaos vazios encontra-se o leo e os gros da rocha esto rodeados de
gua, embora tambm seja possvel que os gros da rocha estejam rodeados pelo leo.
Figura 2-1: Porosidade de uma rocha reservatrio
(Domingos, 2003)
Os vazios intergranulares apresentam, geralmente, formas irregulares e esto
interligados por canalculos estreitos, tortuosos e complexos que permitem a migrao dos
fluidos. A porosidade pode representar 20 a 25% do volume total da rocha, sendo que este
volume poroso no est inteiramente preenchido pelos hidrocarbonetos, havendo sempre uma
certa quantidade de gua, chamada de gua conata ou gua irredutvel.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
29/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 9
Devido cimentao, alguns poros podem ficar totalmente isolados. A partir da, a
porosidade classifica-se como:
Porosidade absoluta: razo entre o volume de todos os poros, interconectados ou no,
e o volume total da rocha;
Porosidade efetiva: razo entre o volume dos poros interconectados e o volume total
da rocha.
Na engenharia de reservatrios, o parmetro que considerado o mais importante a
porosidade efetiva, j que representa o volume mximo de fluidos que pode ser extrado da
rocha, devido a que os poros isolados no esto acessveis para a produo de fluidos.
Existe tambm uma porosidade denominada primria que se desenvolveu da
converso do material sedimentar em rocha e a porosidade secundria resultante dos
processos fsicos e qumicos sofridos pela rocha aps sua formao.
Os mtodos utilizados comumente para medir a porosidade so: os mtodos chamados
diretos onde as medidas so feitas a partir de corpos de prova (plugs ou testemunhos) ou de
microscpios (lminas) e os mtodos chamados indiretos cuja resposta da medio se d
atravs de ondas sonoras (perfilagem).
2.1.3 Saturao
O porcentual do volume poroso ocupado por cada fluido (gs, gua e leo) recebe o
nome de saturao. A saturao de leo, gua e gs o porcentual do volume poroso (Vp)
ocupado por cada uma destas fases, ou seja:
Saturao de leo: So = Vo/Vp
Saturao de gs: Sg = Vg/Vp
Saturao de gua: Sw= Vw/Vp
So+ Sg+ Sw= 1 ( 2-2 )
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
30/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 10
2.1.4 Permeabilidade absoluta
Uma rocha pode ter uma quantidade aprecivel de poros e dentro desses poros pode
conter uma quantidade aprecivel de hidrocarbonetos, mas isto no garantia de que possam
ser extrados. Para isso a rocha deve permitir o fluxo de fluidos atravs dela. Os fluidos
percorrem os canais porosos, e se estes so cheios de estrangulamentos, muito estreitos e
tortuosos, o grau de dificuldade para os fluidos se locomoverem no seu interior ser maior. Os
poros maiores e mais conectados oferecem menor resistncia ao fluxo de fluidos.
A permeabilidade a medida da capacidade de uma rocha permitir o fluxo de fluidos.
O nome de permeabilidade absoluta se d quando um nico fluido est saturando a rocha. Na
Figura 2-2, mostrado o fluxo de um fluido atravs de um meio poroso linear.
Figura 2-2: Fluxo linear
( )21 PPALq
k
=
( 2-3 )
A Equao 2-3 descreve um fluxo linear de um fluido que tem viscosidade e o
meio poroso tem comprimento L e a seo reta A (rea transversal ao fluxo). Segundo a
Equao 2-3, a vazo q atravs do meio poroso diretamente proporcional rea aberta ao
fluxo, ao diferencial de presso (P1-P2) e inversamente proporcional ao comprimento e
viscosidade. A permeabilidade k uma constante de proporcionalidade caracterstica do
meio poroso. Por definio um Darcy (que a unidade de medida utilizada para definir a
permeabilidade) a permeabilidade de uma rocha na qual um gradiente de presso de 1
atm/cm promove a vazo de 1 cm3/s de um fluido de viscosidade de 1 cp, atravs de 1 cm2derea transversal ao fluxo (Thomas et al., 2001).
A
P1
P2
q
LA
P1
P2
q
L
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
31/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 11
2.1.5 Permeabilidade efetiva
Uma rocha-reservatrio contm sempre dois ou mais fluidos, e neste caso a facilidade
com que cada fluido se move no meio poroso chamada de permeabilidade efetiva ao fluido
considerado. Por exemplo, se em um meio poroso est fluindo gua e leo, tm-se
permeabilidade efetiva gua e permeabilidade efetiva ao leo. As permeabilidades efetivas
aos fluidos dependem das saturaes de cada um dos fluidos no meio poroso. A cada valor de
saturao de um fluido corresponde um valor de permeabilidade efetiva quele fluido.
2.1.6 Permeabilidade relativa
A permeabilidade relativa o valor da permeabilidade efetiva normalizada, ou seja, se
divide todos os valores de permeabilidade efetiva por um mesmo valor de permeabilidade
escolhido como base. O valor de permeabilidade mais utilizado como base a permeabilidade
absoluta, assim pode-se definir:
Permeabilidade relativa ao leo: kro=ko/k ( 2-4 )Permeabilidade relativa ao gs: krg=kg/k ( 2-5 )
Permeabilidade relativa gua: krw= kw/k ( 2-6 )
A Figura 2-3 apresenta um exemplo de curvas de permeabilidade relativa gua e ao
leo versus saturao de gua.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
32/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 12
Permeabilidade Relativa
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Saturao da gua (Sw)
PermeabilidadeRelativa(Krwe
Krow)
Krw
Krow
Figura 2-3: Curvas de permeabilidades relativa versus a saturao de gua
2.1.7 Molhabilidade
A molhabilidade a tendncia de um lquido espalhar-se sobre uma superfcie de
contato, na presena de um outro fluido, e uma funo tanto dos fluidos como do slido.
medida pelo ngulo de contato entre o lquido e a superfcie. Pode ser explicada
quantitativamente por meio de um balano de foras entre dois fluidos (exemplo gua e leo)
e o slido. Na Figura 2-4 pode ser observado um sistema rocha gua -leo , quanto menor o
ngulo de contato (< 90), maior a facilidade do lquido em se espalhar na superfcie. Se o
ngulo de contato () entre a rocha e o lquido menor que 90 a rocha encontra-se molhada
pela gua, mas si o ngulo maior que 90, a rocha est molhada pelo leo.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
33/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 13
Figura 2-4: Molhabilidade do sistema leo-gua-rocha
(Willhite, 1986)
Em uma rocha-reservatrio pode acontecer que a rocha se encontre molhada pela gua
ou pelo leo. Na Figura 2-5 pode ser observado como a gua envolve os gros permitindo a
passagem do leo entre os gros da rocha, nesse caso diz-se que a rocha molhada pela gua.
Figura 2-5: Rocha molhada por gua
leo
ow
owos
Rocha molhadapor gua
Rocha molhadapor leo
Superfcie da rocha
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
34/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 14
2.1.8 Mobilidade
A mobilidade de um fluido se define como a razo entre sua permeabilidade efetiva e a
sua viscosidade. Por exemplo, a mobilidade do leo (fluido deslocado) dada por:
o= ko/o ( 2-7 )
As mobilidades, assim como as permeabilidades relativas, dependem das saturaes
dos fluidos. A chamada razo de mobilidades definida pela diviso entre a mobilidade da
gua w e a mobilidade do leo o (Equao 2-8). A mobilidade do leo e da gua so
medidas em pontos de saturaes de gua (Sw) diferentes.
Razo de mobilidades = w/o ( 2-8 )
2.1.9 Grau API do leo
Na engenharia de petrleo comum falar do leo segundo o grau API, sendo possvel
identificar rapidamente se o leo leve, pesado ou extrapesado. A densidade do leo em
unidades API est definido pela Equao 2-9.
5,1315,141
=
API ( 2-9 )
onde a densidade especfica do leo (densidade do leo / densidade da gua) nas
condies padro (20 C e 1 atm).
Se a densidade API de um leo menor que 20 (> 0,934), este pode ser classificado
como pesado. Os leos leves esto usualmente na faixa de 20 a 30 API ( entre 0,875 e
0,825). Os condensados do petrleo podem oscilar entre 60 e 70 API (Nind, 1989).
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
35/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 15
2.1.10Viscosidade do leo
A influncia da temperatura nos fluidos significativa. Nos leos a viscosidade diminui
em forma exponencial com o aumento da temperatura. Na Figura 2-6 so mostradas trs
curvas de viscosidades para leos com diferentes viscosidades (300 cp, 1000 cp e 3000 cp) na
condio de 100 F (37,8 C) no reservatrio, contra a temperatura (K).
Viscosidade do leo
1
10
100
1,000
10,000
100,000
1,000,000
200.0 250.0 300.0 350.0 400.0 450.0 500.0 550.0 600.0 650.0 700.0
Temperatura, T (K)
Viscosidade,
(cp)
300 cp@ 37.8 C
1000 [email protected] C
3000 cp@37,8 C
300 cP
1000 cP
3000 cP
Figura 2-6: Viscosidade para diferentes leos
2.2 Regimes de fluxo
O fluxo radial, mostrado na Figura 2-7, o que melhor caracteriza o movimento dos
fluidos do reservatrio para o poo, na maioria das situaes. O fluido se desloca radialmente
em um meio poroso de forma cilndrica, onde se localiza um poo de raio rw. O meioporoso tem altura h e raio externo re. A diferena de presso entre a periferia e o centro
do poo Pe-Pw o agente responsvel pelo deslocamento do fluido.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
36/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 16
Figura 2-7: Fluxo radial
As premissas bsicas so as seguintes:
O reservatrio
-Tem espessura constante;
- considerado homogneo em toda sua extenso, com relao a todas as propriedades
da rocha;
- isotrpico com relao permeabilidade;
-Est saturado com um nico fluido.
O poo completado em todo o intervalo produtor para assegurar o fluxo radial emtoda a espessura do reservatrio
A Figura 2-8 mostra esquematicamente a distribuio de presses ao longo do
reservatrio, com o poo produzindo em condies estabilizadas a uma vazo constante q,
sendo p a mdia das presses ao longo do reservatrio ponderada em relao ao volume.
Figura 2-8: Distribuio das presses no reservatrio sob regime de fluxo estabilizado
(Thomas et al., 2001)
h
Pw
q
rwPoo
Pa
re
Pe
h
Pw
q
rwPoo
Pa
re
Pe
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
37/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 17
Quando se coloca um poo em produo, o distrbio causado pelo diferencial de
presso (pe-pw) no atinge instantaneamente o raio externo do sistema (re) e em conseqncia,
se demora a atingir as condies de fluxo estabilizado. Durante o perodo de transio,
conhecido como regime de fluxo transiente, as vazes de produo so maiores, declinando
at atingir o fluxo estabilizado. O perodo de fluxo transiente geralmente de curta durao,
pode ser de algumas horas ou dias, mas se o reservatrio tem baixa permeabilidade pode
alongar-se por mais tempo. A durao do transiente est relacionada diretamente com o
tamanho do reservatrio, a compressibilidade, a viscosidade do fluido do reservatrio e
inversamente com a permeabilidade absoluta, entre outros fatores.
Aps o reservatrio produzir por um perodo de tempo suficiente para atingir-se o
limite externo do sistema e que este limite externo no permita a passagem de fluidos para
dentro da clula radial, tem-se a condio de fluxo pseudopermanente. A soluo do modelo
dada pela Equao 2-10:
=2
1ln
2 w
ewe
r
r
hk
qpp
( 2-10 )
A Equao 2-10 tambm pode ser escrita em termos da presso esttica atual doreservatrio que, neste caso expressa pela presso mdia:
=4
3ln
2 w
ew
r
r
hk
qpp
( 2-11 )
No regime de fluxo permanente admite-se que h realimentao da clula radial e a
presso no raio externo do sistema (pe) permanece constante. Nesse caso a soluo do modelo,
em conformidade com a lei de Darcy, dada pela Equao 2-12:
=2
1ln
2 w
ew
r
r
hk
qpp
( 2-12 )
A condio de fluxo permanente apropriada quando a presso do reservatrio
mantida, por exemplo, por um influxo natural de gua.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
38/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 18
Expressando as equaes antes mencionadas para um poo sob regime permanente em
termos de ndice de produtividade (IP) tem-se:
w
ewe
r
r
hk
PP
qIP
ln
2
=
=
( 2-13 )
A vazo de produo q includa nas equaes anteriores est relacionada s
condies de presso e temperatura do reservatrio. Para express-la nas condies de
superfcie, deve-se introduzir o fator volume de formao do fluido B, que a relao entreo volume ocupado pelo fluido nas condies de reservatrio e o volume ocupado por ele
presso e a temperatura de superfcie. Ento a Equao 2-13 poder ser escrita como:
w
e
r
rB
hkIP
ln
54,52
=
ou
w
e
we
r
rB
ppq
ln
)(54,52
=
( 2-14 )
onde:
q: vazo de produo, m3/dia
k: permeabilidade, Darcy
h: altura, m
p: presso, kgf/cm2
A constante 52,54 um fator de converso, para que a vazo fique em m3/dia.
2.3 Classificao dos reservatrios
A classificao dos reservatrios baseada no comportamento da mistura de
hidrocarbonetos. A composio da mistura no suficiente para determinar o seu estado
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
39/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 19
fsico, e muito menos em que tipo de fluido vai resultar ao ser levada para a superfcie. O
comportamento de uma determinada mistura vai depender tambm das condies de presso e
temperatura a que estiver submetida.
2.3.1 Tipos de reservatrios
Existem trs tipos de reservatrios: reservatrios de lquido (tambm conhecidos como
reservatrios de leo), reservatrios de gs e reservatrios que possuem as duas fases em
equilbrio.
2.3.1.1 Reservatrios de leo
Uma mistura lquida de hidrocarbonetos pode receber o nome de leo saturado ou
subsaturado, segundo a posio que ocupem no diagrama de fases. Na Figura 2-9 observa-se
um diagrama de fases de misturas lquidas. Se o ponto representativo da mistura se encontra
exatamente em cima da curva dos pontos de bolha, por exemplo, o ponto 1, diz-se que o
leo saturado em gs ou simplesmente saturado. Para um fluido nessas condies, qualquer
reduo na presso implicar na vaporizao de alguns componentes da mistura.
Figura 2-9: Diagrama de fases misturas lquidas
(Thomas et al., 2001)
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
40/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 20
O leo est subsaturado quando a mistura submetida a uma presso maior que a
presso de bolha. Pode ser observado na Figura 2-9 o ponto R. Ao comear a produo de
um poo tanto o fluido que extrado quanto o que permanece sofrem alteraes nas suas
condies iniciais. Por exemplo, o fluido produzido passa das condies de presso e
temperatura do reservatrio s condies de presso e temperatura da superfcie. J o fluido
que permanece no reservatrio, se mantm temperatura do poo, enquanto que a presso
diminui. O comportamento do fluido que continua no reservatrio est representado por uma
linha vertical a temperatura constante, enquanto a presso vai diminuindo devido produo
de fluidos at que o poo seja abandonado.
Na Figura 2-9 tambm pode ser observada uma representao da variao das
condies desde o reservatrio at a superfcie, curva RS, onde pode-se notar que h uma
diminuio dos hidrocarbonetos que esto em fase lquida e em conseqncia um aumento
dos que esto na fase gasosa. Como h uma reduo de volume do leo quando levado s
condies da superfcie, ento de acordo com o grau de reduo o leo pode ser classificado
em leo de baixa contrao (leo normal) e leo de alta contrao (leo voltil).
Os primeiros componentes a serem vaporizados so os hidrocarbonetos mais leves,
tais como: o metano, o etano, o propano, etc., seguido dos elementos intermedirios. As
fraes leves arrastam consigo para a fase gasosa uma certa quantidade de fraes pesadas,
porm em fraes bem reduzidas. A contrao se deve principalmente liberao das fraes
mais leves, ento se o leo apresenta uma maior contrao porque a mistura tem
porcentagens maiores de fraes leves de hidrocarbonetos. O contrrio tambm ocorre, se a
mistura contm menores concentraes de fraes leves o leo vai ter baixa contrao.
2.3.1.2 Reservatrio de gs
A jazida de petrleo que contm uma mistura de hidrocarbonetos que se encontra no
estado gasoso, nas condies do reservatrio, se conhece como reservatrio de gs. No
diagrama de fases (Figura 2-9), o ponto correspondente s condies de presso e temperatura
originais se localiza na regio de misturas gasosa, isto , direita das curvas dos pontos de
orvalho.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
41/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 21
Os reservatrios de gs podem ser classificados em: reservatrio de gs mido,
reservatrio de gs seco e reservatrio de gs retrgrado.
2.3.1.2.1
Reservatrio de gs mido e reservatrio de gs seco
A mistura de gases produzida ao ser levada para a superfcie, submetida a processos
nos quais os componentes mais pesados so separados dos mais leves. Quando a mistura de
gases produz uma certa quantidade de lquido o reservatrio recebe o nome de reservatrio de
gs mido, se no se produzir lquido ento o reservatrio se conhece como reservatrio de
gs seco. Dependendo dos processos utilizados para a separao do gs, a mesma mistura de
gs pode ser classificada como gs seco ou mido (Thomas et al., 2001).
2.3.1.2.2
Reservatrio de gs retrgrado
Quando se tem na jazida uma mistura gasosa, e se comea produzir, medida que o
fluido vai sendo produzido, a presso no reservatrio diminui, enquanto a temperatura
permanece constante. Em certo momento da vida produtiva da formao ocorre uma
condensao do gs, continuando com a produo a presso segue baixando e o gs que tinha-
se liquefeito se vaporiza novamente. O fato de uma reduo de presso causar uma
condensao do gs, quando o esperado que ocorra uma vaporizao dos lquidos, o
fenmeno pelo qual o reservatrio se conhece como reservatrio de gs retrgrado (Thomas et
al., 2001). Na Figura 2-10, o ponto Tr indica a condio na qual ocorre o processo.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
42/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 22
Figura 2-10: Diagrama de fases gs retrgrado
(Allen e Roberts, 1997)
O fenmeno retrgrado acontece no interior da rocha - reservatrio. O reservatrio de
gs retrgrado tambm se conhece como reservatrio de gs condensado. Esta condensao
dos lquidos no reservatrio altera as permeabilidades relativas dos fluidos e usualmente
resulta em perdas de produtividade do poo e tambm na recuperao do leo (Allen e
Roberts, 1993).
2.4 Fluidos produzidos
Os fluidos tpicos produzidos de um reservatrio de leo so:
o gua;o Gs natural;
o leo.
A Figura 2-11 apresenta, esquematicamente, os fluidos existentes no reservatrio e os
resultantes quando levados s condies da superfcie.
Saturado
SubsaturadoPontoCrtico
Se arador
Lquido
% Lquido
Tem eratura Tr
TanqueGs
ProcessoRetrgrado
Tatm
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
43/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 23
Figura 2-11: Fluidos no reservatrio e na superfcie
Um reservatrio apresenta uma vazo de produo de leo, uma de gs e uma de gua.
Estas vazes so sempre expressas nas condies de superfcie, que tambm so chamadas de
condies standard ou condies padro, e correspondem a 1 atm de presso e 20 C de
temperatura. Por exemplo, para descrever uma vazo de leo produzido no sistema
internacional se escreve m3std /dia.
Dos fluidos produzidos de um reservatrio tambm se tem a produo de gua e a
quantidade vai depender das condies em que ela se apresenta no meio poroso. Apesar da
gua estar sempre presente no reservatrio, nem sempre a sua quantidade que expressa
mediante a saturao, suficiente para que se desloque. Existe uma saturao mnima
necessria para que se torne mvel e que vai depender da rocha e dos fluido contidos nela.
Outra fonte para a produo de gua so as acumulaes de gua chamadas de aqferos, quepodem estar adjacentes s formaes portadoras de hidrocarbonetos, ou tambm pode ser
devida gua, ou vapor injetado para a recuperao secundria ou terciria do leo.
Tm-se relaes entre os fluidos produzidos que so usadas como indicadores, tanto das
caractersticas como dos estgios da vida produtiva dos reservatrios. Os mais utilizados so:
a razo gs-leo RGO que a relao entre a vazo de gs e a vazo de leo, medida nas
condies de superfcie; a razo gua-leo RAO, que a relao entre a vazo de gua e avazo de leo, tambm medida nas condies da superfcie; e a razo de sedimentos - gua
gua
Condies dereservatrio
Hidrocarbonetoslquidos
Gs livre Gs
-leo-Gs de soluo
(do leo)
-Gs de soluo(da gua)
-gua
Condies desuperfcie
gua
Condies dereservatrio
Hidrocarbonetoslquidos
Gs livre Gs
-leo-Gs de soluo
(do leo)
-Gs de soluo(da gua)
-gua
Condies desuperfcie
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
44/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 24
BSW (do ingls basic sediments and water) que o quociente entre a vazo de gua mais
os sedimentos que esto sendo produzidos e a vazo total de lquidos e sedimentos. Uma
razo gs-leo elevada pode indicar que o reservatrio est bastante depletado, ou que, por
exemplo, a frao de componentes mais volteis na mistura lquida do reservatrio elevada.
Uma razo gua-leo igual a zero significa que, na poca da medio, a saturao de gua na
zona de onde est saindo a mistura de hidrocarbonetos igual ou menor que o valor
irredutvel.
2.5 Histrico de produo
Desde o incio de produo de um reservatrio que est sendo desenvolvido
necessrio fazer um registro das presses, das vazes de produo de leo, gs e gua, de cada
poo e das relaes RGO, RAO e BSW, durante toda a vida til dele. Isto , o histrico de
produo e necessrio para o acompanhamento do reservatrio, para verificar a sua
metodologia de produo e para prever o comportamento futuro da jazida.
2.6 Fator volume de formao do gs
O fator volume de formao (Bg) do gs a razo entre o volume que o gs ocupa em
uma condio de presso e temperatura qualquer e o volume que ocupa nas condies padro
(1 atm e 20 C). A dimenso do fator Bg no sistema SI de unidades de m3/m3std.
Esta relao importante devido ao fato do volume do gs depender das condies de
presso e temperatura, o gs se expande quando a presso diminui e se comprime quando apresso aumenta. Em um reservatrio (com exceo do reservatrio de gs retrgrado) o gs
pode estar submetido a grandes presses que fazem com que o volume que ocupe seja
pequeno. Quando o gs levado s condies da superfcie este gs tende a expandir-se e
ocupar um volume maior. Na Figura 2-12 se apresenta uma curva do fator de formao do gs
contra a presso, a linha pontilhada indica a presso na qual o gs comea a condensar.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
45/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 25
Figura 2-12: Fator volume de formao do gs
(Thomas et al., 2001)
2.7 Fator volume de formao de leo
O fator volume de formao do leo (Bo) a razo entre o volume que a fase lquida
ocupa em qualquer condio de presso e temperatura e o volume que ocuparia nas condiesde superfcie. O fator Boexpressa que volume da mistura em condies quaisquer de presso
e temperatura necessrio para ser obter uma unidade de volume de leo nas condies de
superfcie.
Na Figura 2-13 observa-se um exemplo que mostra que para se obter 2,00 m3de leo
nas condies padro, necessrio 2,66 m3de leo nas condies de 176 atm e 71 C. Neste
sistema, a presso encontra-se inicialmente a 246 atm (249 bar) e a temperatura em 71C. Sobestas condies o fluido encontra-se no estado lquido e quando ocorre uma reduo de
presso para 176 atm (178 bar) h uma expanso do lquido, mas no suficiente para ter-se
uma vaporizao dos componentes. Se a presso continua a diminuir at 84 atm (85 bar)
ocorre uma vaporizao das fraes mais leves do petrleo. Se o processo continua at as
condies padro, se obter um volume de leo de 2,00 m3e de gs de 32,11 m3.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
46/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 26
Figura 2-13: Processo de liberao do gs.
Na Figura 2-14 observa-se uma curva que representa o fator volume de formao do
leo em diferentes presses, cada leo apresenta uma curva tpica de Boversus presso, j que
depende dos componentes que formam o leo. Boie Bosso os valores de Bonas condies
inicial e de saturao, respectivamente.
Figura 2-14: Fator volume de formao do leo
(Thomas et al., 2001)
Lquido
2,60 m3
Gs13,02 m3
Gs19,09 m3
leo2,00 m3
Condies padroP = 1 atmT = 20 C
Lquido2,66 m3 Lquido
2,40 m3
Gs1,70 m3
P = 246 atmT = 71C
P = 176 atmT = 71C
P = 84 atmT = 71C
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
47/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 27
2.8 Razo de solubilidade
A razo de solubilidade de uma mistura lquida de hidrocarbonetos, a determinadas
condies de presso e temperatura, a relao entre o volume de gs que est dissolvidodentro do leo (expresso em condies de superfcie) e o volume de leo que ser obtido da
mistura. Na Figura 2-15 apresenta-se um diagrama de Razo de solubilidade versus presso.
Figura 2-15: Razo de solubilidade(Thomas et al., 2001)
2.9 Mecanismos de produo
Para conseguir produzir naturalmente os fluidos contidos dentro de uma rocha
reservatrio necessrio que estes disponham de uma quantidade suficiente de energia. Estaenergia tambm conhecida como energia primria ou natural, e o resultado de um conjunto
de situaes geolgicas que a jazida enfrentou desde o seu incio at sua completa formao.
A manifestao de energia mais sensvel do reservatrio a presso, que necessria
para que o fluido possa atravessar os caminhos tortuosos e estrangulamentos dos canais
porosos para se deslocar at o poo produtor e o fluido possa ser produzido, mas para que
exista a produo necessrio que outros fluidos venham a ocupar esses espaos vazios
deixados pelos fluidos produzidos. Ento para que ocorra a produo necessrio que exista
uma descompresso a qual causa uma expanso dos fluidos do reservatrio e uma contrao
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
48/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 28
do volume poroso, e tambm que ocorra o deslocamento de um fluido por outro fluido (por
exemplo, a invaso de uma zona de leo por um aqfero).
O conjunto de fatores que pode desencadear uma descompresso e o deslocamento dos
fluidos so os mecanismos de produo. Os principais mecanismos de produo so:
Mecanismo de gs em soluo
Mecanismo de capa de gs
Mecanismo de influxo de gua
Mecanismo de segregao gravitacional
importante conhecer o mecanismo dominante em um reservatrio para encontrar a
melhor forma de por a produzir os fluidos contidos na jazida. Podem ocorrer casos nos quais
no exista um s mecanismo predominante, ento se diz que existe um mecanismo
combinado.
2.9.1 Mecanismo de gs em soluo
O mecanismo de gs em soluo consiste em produzir o leo com a sua prpria
energia, devido ao gs dissolvido dentro dele, isto em reservatrios que no esto associados a
grandes massas de gua ou de gs natural. Na Figura 2-16 pode ser apreciado um reservatrio
com o mecanismo de gs em soluo, onde existe uma acumulao de hidrocarbonetos
lquidos em uma estrutura isolada, e suas fronteiras no permitem fluxos em qualquer sentido,
impedindo a penetrao de fluidos que possam expulsar a mistura de hidrocarbonetos para
fora da jazida de leo.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
49/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 29
Figura 2-16: Reservatrio com mecanismo de gs em soluo.
Quando o leo comea a ser produzido a presso interna do reservatrio cai at atingir
a presso de saturao do leo, ento os hidrocarbonetos mais leves se vaporizam. neste
ponto que o mecanismo de gs em soluo atua, devido a que o gs se expande mais
rapidamente que o lquido, e esta expanso que vai deslocar os fluidos para fora do meio
poroso. Neste mecanismo, medida que a presso do reservatrio vai diminuindo, maishidrocarbonetos se vaporizam e o que era antes algumas bolhas dispersas no lquido pode
aumentar at formar uma fase contnua de hidrocarbonetos no estado gasoso, sendo produzido
em conjunto com o leo. Se isto acontece o reservatrio perde a energia principal de
produo.
Uma caracterstica marcante deste tipo de mecanismo que a presso diminui rpida e
continuamente, isto pode ser observado na Figura 2-17, devido a que o gs se produz emgrandes quantidades desde o comeo da produo do reservatrio, levando consigo a energia
do mesmo. Em reservatrios com este mecanismo, a RGO baixa no incio e aumenta
rapidamente at chegar a um mximo valor, decrescendo logo (Figura 2-17). Os fatores de
recuperao de leo em reservatrios com este mecanismo de produo so geralmente
menores que 20%.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
50/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 30
Figura 2-17: Mecanismo de gs em soluo
(Thomas et al., 2001)
2.9.2 Mecanismo de capa de gs
Uma jazida de hidrocarbonetos pode apresentar duas fases em equilbrio: uma fase
lquida e outra de vapor (gs livre). A fase de vapor por ser menos densa que a fase lquida
ficar na parte mais alta das superfcies porosas do reservatrio formando a chamada capa de
gs. Na Figura 2-18, mostra-se esquematicamente um reservatrio com o mecanismo de capa
de gs. Em um reservatrio com este tipo de estrutura, a zona de leo produzida enquanto a
capa de gs preservada por ser a principal fonte de energia do reservatrio.
Este mecanismo funciona como segue: a zona de leo colocada para produzir,
diminuindo a presso do reservatrio, devido a retirada de fluidos e, em conseqncia, a capa
de gs se expande penetrando gradativamente dentro da zona antes ocupada pelo leo. Como
o gs tem uma grande compressibilidade este processo ocorre sem se ter uma queda
substancial da presso.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
51/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 31
Figura 2-18: Reservatrio com mecanismo de capa de gs
(Thomas et al., 2001)
O tamanho da capa de gs tem uma influncia muito grande, quanto maior for o
volume de gs da capa quando comparado com o volume de leo (ambos medidos nas
condies de reservatrio) maior ser a atuao da capa, ou seja, poder ser mantida a presso
no reservatrio por mais tempo. Na Figura 2-19, pode ser observada a curva de presso emfuno do tempo. A presso cai continuamente, porm de forma mais lenta que a do
mecanismo de gs em soluo. Nessa mesma Figura 2-19, tambm pode ser visualizada a
curva de RGO no tempo para o mecanismo de capa de gs.
-
7/25/2019 Jennys Lourdes Meneses Barillas PRH14 UFRN M
52/183
Dissertao de Mestrado PPGEQ-UFRN Captulo II: Aspectos Tericos
Jennys Lourdes Meneses Barillas 32
Figura 2-19: Mecanismo de capa de gs.
(Thomas et al., 2001)
Os fatores de recuperao de leo que podem ser encontrados em reservatrios com
mecanismo de capa de gs oscilam normalmente entre 20 e 30%. Como a recuperao do leo
depende