integração de uidados na saúde mental infantil · 2019. 5. 14. · venção, que irão constar...

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Modalidades de Intervenção Ano Supervisão Consulta de Pedopsiquiatria Farmacológica Sessão individual Grupo terapêuco Grupo de pais / cuidado- res Acompanhamen- to e Orientação Parental Terapia Famili- ar Visita Domiciliária/ Observação Naturalista Consultoria / arculação com outros profissionais da comunidade Avida- des em meio aquáco Clube de férias Outros 2010 184 43 163 1081 95 71 604 14 24 619 15 57 0 2011 278 57 226 1926 277 100 738 41 82 1068 10 115 123 2012 123 26 138 986 122 0 771 34 24 684 18 34 36 2013 152 13 155 1025 138 10 916 28 15 731 0 54 53 2014 109 17 119 1102 142 17 1051 25 24 1034 0 96 93 2015 153 8 160 934 85 30 932 16 22 945 1 31 116 2016 115 12 132 1047 109 42 936 13 37 1001 2 48 105 2017 148 15 161 930 114 29 976 18 44 962 2 20 70 2018 109 23 151 913 125 24 948 14 40 959 3 43 85 Protocolo de Actuação GASMI Iniciava do pedido – A necessidade de intervenção especializada po- de ser senda por diferentes endades (família, escola, IPSS, CPCJ, etc.). No entanto a referenciação deve ser sempre remeda para o médico de família. Referenciação - As crianças são encaminhadas para o GASMI pelo seu médico de família, através de formulário próprio, mesmo que a necessida- de de encaminhamento tenha pardo da Escola, de outros técnicos ou da família. Acolhimento – Após a recepção do pedido pelo GASMI, é marcada uma entrevista com os pais e/ou cuidador da criança, no sendo de se conhe- cer melhor a problemáca que originou o pedido, informar das normas e procedimentos da equipa e solicitar o consenmento para a realização de contactos com a escola e outros agentes da comunidade. Esta entrevista é realizada por uma enfermeira ou assistente social, sem a presença da cri- ança, a menos que tenha sido convocada pelos técnicos da equipa. O seu registo é efectuado num formulário uniformizado que teve por base o guião de entrevista de acolhimento da Clínica do Parque com as altera- ções que se foram senndo necessárias. Reunião de Triagem – Após a entrevista de acolhimento, o caso é apresentado em reunião, com todos os técnicos da equipa, sendo aí deci- dido se reúne critérios para integrar o GASMI e estabelecida a prioridade para a intervenção. É nomeado um gestor de caso e planeada a interven- ção a ser realizada em função da problemáca e da idade da criança. Se não reunir critérios para intervenção é encaminhado para outro serviço da comunidade. Todas as decisões são registadas em acta e posteriormente é comunicada à família, ao médico de família e a quem teve a iniciava do pedido. Reunião clínica É o momento em que o gestor de caso apresenta os resultados obdos do processo de intervenção, facilitando a reflexão con- junta de todos os elementos da equipa e no sendo de se proceder à rea- valiação e adaptação das estratégias terapêucas e modalidades de inter- venção, que irão constar no contrato terapêuco a celebrar com o princi- pal cuidador da criança. Plano de intervenção O GASMI desenvolve um modelo transdisciplinar, implemen- tado por profissionais com formação na área da saúde mental infanl, constuído por assistentes sociais, enfermeiros, fisio- terapeutas, médicos, psicólogos, terapeuta da fala e terapeu- tas ocupacionais. Estes técnicos de saúde desenvolvem um conjunto de estratégias terapêucas / modalidades de inter- venção, que podem passar por intervenção directa com a cri- ança em sessões individuais e/ou de grupo; intervenção com a família; arculação com outras estruturas da comunidade. A intervenção é planeada de forma a dar resposta às necessi- dades e especificidades clínicas de cada criança e família, res- peitando as condicionantes do meio natural das mesmas. Tendo em conta os recursos terapêucos que cada equipa dispõe, nomeadamente, áreas profissionais, disponibilidade horária dos técnicos para o GASMI, instalações e equipamen- tos terapêucos. Com uma periodicidade bimestral os GASMI beneficiam de supervisão de três (3) pedopsiquiatras da Clínica do Parque da Área de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia – CHLC, EPE, cada um deles é responsável por um dos Agrupa- mentos dos Centros de Saúde. Modalidades de Intervenção Supervisão É realizada no formato de reunião presencial entre todos os elementos da equipa e o supervisor, realiza-se em regra de 2 em 2 meses, são apresen- tados e discudos os casos que possam suscitar dúvidas de diagnósco ou de intervenção, bem como, as situações em que haja necessidade de avali- ação médica especializada e de prescrição medicamentosa. Com este modelo de intervenção a criança não necessita de consulta di- recta com o pedopsiquiatra, a não ser em casos de grande gravidade e ur- gência. Para além destas reuniões é feita a consultadoria telefónica sempre que necessário, no tempo entre cada duas reuniões. Consulta de pedopsiquiatria Consulta realizada por um pedopsiquiatra da Clínica do Parque. Implica a deslocação a Lisboa da criança e da família. Intervenção farmacológica Prescrição de terapêuca psicofarmacológica pelo médico da equipa sob consultadoria do pedopsiquiatra supervisor. Sessão individual São sessões de contacto directo com a criança, com a duração de 45 a 50 minutos, podendo ser de avaliação ou terapêuca. A sua especificidade vai depender do profissional que a realiza, nomeadamente: Consulta Médica Consulta Enfermagem Avaliação / Acompanhamento Psicológico Avaliação / Acompanhamento em Terapia Ocupacional Avaliação / Acompanhamento em Terapia da Fala Avaliação Social Grupo Terapêuco Tipo de intervenção em grupo de crianças suscepveis de serem trabalhadas em conjun- to, realizada pelo Terapeuta Ocupacional e/ou outro técnico da equipa com o objecvo de promover as competências psicomotoras, comunicação e interacção social. Grupos de Pais/cuidadores São sessões psicoeducacionais com a família ou outros cuidadores, realizadas geralmente pelo Psicólogo, Enfermeiro ou Assistente Social, que reúnem elementos de várias famílias. Acompanhamento e orientação parental São sessões de apoio à família, realizadas por qualquer técnico da equipa que reúnem um ou mais elementos de uma mesma família no sendo de sensibilizar e apoiar para o pro- blema da criança e promover mudança de comportamentos. Terapia familiar Sessões terapêucas com a criança e família, realizadas por técnico com formação em Te- rapia Familiar. Visitação Domiciliária/observação naturalista Visita ao domicílio da criança com o objecvo de avaliar o ambiente familiar e poder apoi- ar a família no seu meio natural, ou observação no contexto socioeducavo da criança com o objecvo de avaliar o desempenho e as interacções que a criança realiza naquele contexto. Consultadoria e arculação com profissionais da comunidade Consiste nos contactos com outros profissionais da comunidade que interajam a criança. Inclui contactos telefónicos e ou presenciais com professores, educadores, outros prof. de saúde, etc. Acvidades em meio Aquáco É realizada por Fisioterapeuta e/ou Terapeuta Ocupacional em meio aquáco com o ob- jecvo da esmulação, desenvolvimento psicomotor, interacção social e relaxamento. Clube de Férias — Programa de acvidades de lazer com fins terapêucos, em período de férias escolares. As acvidades são planeadas para um grupo alargado de crianças, com a duração superior a 5 horas. São ulizados os espaços existentes na comunidade, com fim a promover as competências sociais contribuindo para a inclusão social. Dados estascos 2010-2018 Conclusões: Trata-se de um Programa Inovador cujo paradigma se alinha com a prestação integrada de cuidados, primários e hospitalares, num contexto de proximidade, isto é, no meio natural das crianças e famílias diminuindo a taxa de abandono ou não adesão ao processo terapêuco. Reduz a despesa inerente às deslocações aos Centros Hospitalares de referência; Promove a cultura de atuação transdisciplinar da equipa, envolvendo as equipas de saúde em todo o processo e promove o trabalho em rede com os diferentes parceiros da comunidade com competência na área da infância (Hospitais, Agrupamentos de Escolas, CPCJ, Ministério Público, Tribunal, Autarquias, APAV, DICAD, Seg. Social, IPSS’s, entre outros). Num universo de 45247 crianças entre os 3-12 anos de idade, nos úlmos oito anos, 4812 foram referenciadas e receberam cuidados pelas equipas GASMI, assim como as respevas famílias. Este valor corresponde a 10.63% da população alvo. No mesmo período o recurso a consulta hospitalar de Pedopsiquiatria tem vindo a diminuir, correspondendo no úlmo ano a apenas 1.83% dos acompanhamentos avos. 28.01% veram alta clínica, sendo que os restantes connuam acompanhamento, foram encaminhados para outros serviços ou receberam alta de outra natureza. Referenciações e Altas Clínicas Introdução Esma-se que 10 a 20% das crianças tenham um ou mais problemas de saúde mental; As perturbações psiquiátricas da infância e da adolescência trazem grandes encargos à sociedade, quer em termos humanos, quer financei- ros, e muitas delas podem ser precursoras de perturbações na idade adulta; A grande maioria das situações problemácas recorre inicialmente aos Cuidados de Saúde Primários, destacando-se a importância desta pri- meira linha de atuação na triagem, avaliação, intervenção e orientação dos casos. Missão Realizar uma intervenção centrada na criança e na família, de forma a prevenir e minimizar perturbações de saúde mental infanl, promo- vendo o crescimento harmonioso da criança e o bem-estar familiar; Garanr a acessibilidade a uma resposta de saúde mental infanl; Proporcionar cuidados de saúde diferenciados , integrados e de proximidade na área da saúde mental infanl; Objevos Idenficar, avaliar e diagnoscar situações psicopatológicas e de risco e implementar atempadamente estratégias prevenvas e terapêu- cas, em arculação com psiquiatra da infância e adolescência; Proporcionar uma resposta de 1ª linha em cuidados de saúde mental infanl na região em situações, que antes da existência deste protoco- lo e pela necessidade de apoio da pedopsiquiatria, teriam que ser atendidas no HDE em Lisboa, com todos os custos associados: económi- cos, pessoais e familiares; Arcular e/ou programar internamentos e/ou Consultas de Pedopsiquiatria em casos de psicopatologia moderada/grave ou situações agu- das. Operacionalização Formação de técnicos da ARS Algarve, que constuem as equipas muldisciplinares: Médicos de MGF/Pediatras, Psicólogos Clínicos, Enfer- meiros, Assistentes Sociais, Terapeutas Ocupacionais, Terapeutas da Fala e Fisioterapeutas, permindo-lhes desenvolver avidades terapêu- cas, quer isoladamente quer em equipa, à semelhança do modelo da Clínica do Parque; Consultoria e Supervisão de casos clínicos, que sejam objeto de intervenção dos técnicos da ARS em reuniões presenciais bimestrais e/ou telefonicamente., sempre que se jusfique. Os Cuidados de Saúde Primários assumem um papel preponderante na prestação de cuidados e neste con- texto os GASMI: Estão implementados nas áreas geográficas de influência, mantendo a acessibilidade dos cuidados diversificados, con- nuos e arculados; Posicionam-se como observatórios atentos aos hábitos da população, adquirindo uma percepção global dos problemas emocionais e estratégias a adaptar – Especificidades de cada localidade; Mantêm um papel de catalisador social e a implicação inerente em programas de intervenção locais; Facilitam uma intervenção comunitária em rede. A integração do GASMI nos CSP facilita a arculação entre serviços melhorando a connuidade de cuidados através: da definição clara da intervenção dos diferentes técnicos; da diminuição da intervenção isolada dos serviços: Respostas concertadas Diminuição do número de serviços envolvidos Rentabilização de recursos valorização de competências de todos os envolvidos! Modelo de intervenção GASMI O modelo de intervenção GASMI na actualidade resulta do connuo aperfeiçoamento e adequação da intervenção das equipas às necessidades e recursos da região. Sempre salvaguardando os princípios e objecvos assimilados na forma- ção inicial dos profissionais da ARS Algarve na Clínica do Parque. O GASMI apresenta uma metodologia de trabalho de equipa na qual os saberes e experiências de todos os técnicos são parlhados em benecio da criança e respecva família. É um trabalho que se requer em rede tendo em conta o apro- veitamento de todos os recursos da comunidade envolvente da criança e respecva família, incluindo escola, ATL, cen- tros comunitários, IPSS’s, Segurança Social, Tribunal, Forças de Segurança, Autarquia, etc. A população alvo do GASMI, são crianças e jovens que apresentam problemáca na área da saúde mental com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos, exisndo um protocolo de actuação comum a todas as equipas. Autores: Luís Abobeleira — Psicólogo Clínico - URAP do ACES Sotavento, ARS Algarve, I.P. Email: [email protected] Natacha Gonçalves — Psicóloga Clínica— UCC Al-Buhera ACES Central, ARS Algarve, I.P. Email: [email protected] Integração de Cuidados na Saúde Mental Infanl RESUMO: O GASMI é um programa de âmbito regional, criado em 2001 através de um protoco- lo entre a ARS Algarve, I.P. e o CHLC—Hospital D. Estefânia, Departamento de Psiqui- atria da Infância e da Adolescência, Clínica do Parque. Após formação dos elementos que constuem as equipas muldisciplinares, foram constuídas oito equipas, atual- mente dez, nos Agrupamentos de Centros de Saúde do Algarve, que apoiam as crian- ças e famílias com a prestação integrada de cuidados num contexto de proximidade, trabalhando em rede com os diferentes parceiros existentes na comunidade. Ano Ref Altas Clínicas 2010 672 123 2011 660 169 2012 639 161 2013 763 132 2014 719 176 2015 579 154 2016 600 151 2017 613 172 2018 607 110

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Page 1: Integração de uidados na Saúde Mental Infantil · 2019. 5. 14. · venção, que irão constar no contrato terapêutico a celebrar com o princi-pal cuidador da criança. Plano

Modalidades de Intervenção

Ano Supervisão Consulta

de Pedopsiquiatria

Farmacológica Sessão

individual Grupo

terapêutico

Grupo de pais / cuidado-

res

Acompanhamen-to

e Orientação Parental

Terapia Famili-

ar

Visita Domiciliária/Observação Naturalista

Consultoria / articulação com

outros profissionais

da comunidade

Ativida-des em meio

aquático

Clube de

férias Outros

2010 184 43 163 1081 95 71 604 14 24 619 15 57 0

2011 278 57 226 1926 277 100 738 41 82 1068 10 115 123

2012 123 26 138 986 122 0 771 34 24 684 18 34 36

2013 152 13 155 1025 138 10 916 28 15 731 0 54 53

2014 109 17 119 1102 142 17 1051 25 24 1034 0 96 93

2015 153 8 160 934 85 30 932 16 22 945 1 31 116

2016 115 12 132 1047 109 42 936 13 37 1001 2 48 105

2017 148 15 161 930 114 29 976 18 44 962 2 20 70

2018 109 23 151 913 125 24 948 14 40 959 3 43 85

Protocolo de Actuação GASMI

Iniciativa do pedido – A necessidade de intervenção especializada po-de ser sentida por diferentes entidades (família, escola, IPSS, CPCJ, etc.). No entanto a referenciação deve ser sempre remetida para o médico de família.

Referenciação - As crianças são encaminhadas para o GASMI pelo seu

médico de família, através de formulário próprio, mesmo que a necessida-de de encaminhamento tenha partido da Escola, de outros técnicos ou da família.

Acolhimento – Após a recepção do pedido pelo GASMI, é marcada uma entrevista com os pais e/ou cuidador da criança, no sentido de se conhe-cer melhor a problemática que originou o pedido, informar das normas e procedimentos da equipa e solicitar o consentimento para a realização de contactos com a escola e outros agentes da comunidade. Esta entrevista é realizada por uma enfermeira ou assistente social, sem a presença da cri-ança, a menos que tenha sido convocada pelos técnicos da equipa. O seu registo é efectuado num formulário uniformizado que teve por base o guião de entrevista de acolhimento da Clínica do Parque com as altera-ções que se foram sentindo necessárias.

Reunião de Triagem – Após a entrevista de acolhimento, o caso é apresentado em reunião, com todos os técnicos da equipa, sendo aí deci-dido se reúne critérios para integrar o GASMI e estabelecida a prioridade para a intervenção. É nomeado um gestor de caso e planeada a interven-ção a ser realizada em função da problemática e da idade da criança. Se não reunir critérios para intervenção é encaminhado para outro serviço da comunidade.

Todas as decisões são registadas em acta e posteriormente é comunicada à família, ao médico de família e a quem teve a iniciativa do pedido.

Reunião clínica – É o momento em que o gestor de caso apresenta os

resultados obtidos do processo de intervenção, facilitando a reflexão con-

junta de todos os elementos da equipa e no sentido de se proceder à rea-

valiação e adaptação das estratégias terapêuticas e modalidades de inter-

venção, que irão constar no contrato terapêutico a celebrar com o princi-

pal cuidador da criança.

Plano de intervenção

O GASMI desenvolve um modelo transdisciplinar, implemen-

tado por profissionais com formação na área da saúde mental

infantil, constituído por assistentes sociais, enfermeiros, fisio-

terapeutas, médicos, psicólogos, terapeuta da fala e terapeu-

tas ocupacionais. Estes técnicos de saúde desenvolvem um

conjunto de estratégias terapêuticas / modalidades de inter-

venção, que podem passar por intervenção directa com a cri-

ança em sessões individuais e/ou de grupo; intervenção com

a família; articulação com outras estruturas da comunidade.

A intervenção é planeada de forma a dar resposta às necessi-

dades e especificidades clínicas de cada criança e família, res-

peitando as condicionantes do meio natural das mesmas.

Tendo em conta os recursos terapêuticos que cada equipa

dispõe, nomeadamente, áreas profissionais, disponibilidade

horária dos técnicos para o GASMI, instalações e equipamen-

tos terapêuticos.

Com uma periodicidade bimestral os GASMI beneficiam de

supervisão de três (3) pedopsiquiatras da Clínica do Parque

da Área de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia –

CHLC, EPE, cada um deles é responsável por um dos Agrupa-

mentos dos Centros de Saúde.

Modalidades de Intervenção

Supervisão

É realizada no formato de reunião presencial entre todos os elementos da

equipa e o supervisor, realiza-se em regra de 2 em 2 meses, são apresen-

tados e discutidos os casos que possam suscitar dúvidas de diagnóstico ou

de intervenção, bem como, as situações em que haja necessidade de avali-

ação médica especializada e de prescrição medicamentosa.

Com este modelo de intervenção a criança não necessita de consulta di-

recta com o pedopsiquiatra, a não ser em casos de grande gravidade e ur-

gência.

Para além destas reuniões é feita a consultadoria telefónica sempre que

necessário, no tempo entre cada duas reuniões.

Consulta de pedopsiquiatria

Consulta realizada por um pedopsiquiatra da Clínica do Parque. Implica a

deslocação a Lisboa da criança e da família.

Intervenção farmacológica

Prescrição de terapêutica psicofarmacológica pelo médico da equipa sob

consultadoria do pedopsiquiatra supervisor.

Sessão individual

São sessões de contacto directo com a criança, com a duração de 45 a 50

minutos, podendo ser de avaliação ou terapêutica. A sua especificidade

vai depender do profissional que a realiza, nomeadamente:

Consulta Médica

Consulta Enfermagem

Avaliação / Acompanhamento Psicológico

Avaliação / Acompanhamento em Terapia Ocupacional

Avaliação / Acompanhamento em Terapia da Fala

Avaliação Social

Grupo Terapêutico

Tipo de intervenção em grupo de crianças susceptíveis de serem trabalhadas em conjun-

to, realizada pelo Terapeuta Ocupacional e/ou outro técnico da equipa com o objectivo de

promover as competências psicomotoras, comunicação e interacção social.

Grupos de Pais/cuidadores

São sessões psicoeducacionais com a família ou outros cuidadores, realizadas geralmente

pelo Psicólogo, Enfermeiro ou Assistente Social, que reúnem elementos de várias famílias.

Acompanhamento e orientação parental

São sessões de apoio à família, realizadas por qualquer técnico da equipa que reúnem um

ou mais elementos de uma mesma família no sentido de sensibilizar e apoiar para o pro-

blema da criança e promover mudança de comportamentos.

Terapia familiar

Sessões terapêuticas com a criança e família, realizadas por técnico com formação em Te-

rapia Familiar.

Visitação Domiciliária/observação naturalista

Visita ao domicílio da criança com o objectivo de avaliar o ambiente familiar e poder apoi-

ar a família no seu meio natural, ou observação no contexto socioeducativo da criança

com o objectivo de avaliar o desempenho e as interacções que a criança realiza naquele

contexto.

Consultadoria e articulação com profissionais da comunidade

Consiste nos contactos com outros profissionais da comunidade que interajam a criança.

Inclui contactos telefónicos e ou presenciais com professores, educadores, outros prof. de

saúde, etc.

Actividades em meio Aquático

É realizada por Fisioterapeuta e/ou Terapeuta Ocupacional em meio aquático com o ob-

jectivo da estimulação, desenvolvimento psicomotor, interacção social e relaxamento.

Clube de Férias — Programa de actividades de lazer com fins terapêuticos, em período

de férias escolares. As actividades são planeadas para um grupo alargado de crianças,

com a duração superior a 5 horas. São utilizados os espaços existentes na comunidade,

com fim a promover as competências sociais contribuindo para a inclusão social.

Dados estatísticos 2010-2018 Conclusões:

Trata-se de um Programa Inovador cujo paradigma se alinha com a prestação integrada de cuidados, primários e hospitalares,

num contexto de proximidade, isto é, no meio natural das crianças e famílias diminuindo a taxa de abandono ou não adesão

ao processo terapêutico. Reduz a despesa inerente às deslocações aos Centros Hospitalares de referência;

Promove a cultura de atuação transdisciplinar da equipa, envolvendo as equipas de saúde em todo o processo e promove o

trabalho em rede com os diferentes parceiros da comunidade com competência na área da infância (Hospitais, Agrupamentos

de Escolas, CPCJ, Ministério Público, Tribunal, Autarquias, APAV, DICAD, Seg. Social, IPSS’s, entre outros).

Num universo de 45247 crianças entre os 3-12 anos de idade, nos últimos oito anos, 4812 foram referenciadas e receberam

cuidados pelas equipas GASMI, assim como as respetivas famílias. Este valor corresponde a 10.63% da população alvo. No

mesmo período o recurso a consulta hospitalar de Pedopsiquiatria tem vindo a diminuir, correspondendo no último ano a

apenas 1.83% dos acompanhamentos ativos.

28.01% tiveram alta clínica, sendo que os restantes continuam acompanhamento, foram encaminhados para outros serviços

ou receberam alta de outra natureza.

Referenciações

e

Altas Clínicas

Introdução

Estima-se que 10 a 20% das crianças tenham um ou mais problemas de saúde mental;

As perturbações psiquiátricas da infância e da adolescência trazem grandes encargos à sociedade, quer em termos humanos, quer financei-

ros, e muitas delas podem ser precursoras de perturbações na idade adulta;

A grande maioria das situações problemáticas recorre inicialmente aos Cuidados de Saúde Primários, destacando-se a importância desta pri-

meira linha de atuação na triagem, avaliação, intervenção e orientação dos casos.

Missão

Realizar uma intervenção centrada na criança e na família, de forma a prevenir e minimizar perturbações de saúde mental infantil, promo-

vendo o crescimento harmonioso da criança e o bem-estar familiar;

Garantir a acessibilidade a uma resposta de saúde mental infantil;

Proporcionar cuidados de saúde diferenciados , integrados e de proximidade na área da saúde mental infantil;

Objetivos

Identificar, avaliar e diagnosticar situações psicopatológicas e de risco e implementar atempadamente estratégias preventivas e terapêuti-

cas, em articulação com psiquiatra da infância e adolescência;

Proporcionar uma resposta de 1ª linha em cuidados de saúde mental infantil na região em situações, que antes da existência deste protoco-

lo e pela necessidade de apoio da pedopsiquiatria, teriam que ser atendidas no HDE em Lisboa, com todos os custos associados: económi-

cos, pessoais e familiares;

Articular e/ou programar internamentos e/ou Consultas de Pedopsiquiatria em casos de psicopatologia moderada/grave ou situações agu-

das.

Operacionalização

Formação de técnicos da ARS Algarve, que constituem as equipas multidisciplinares: Médicos de MGF/Pediatras, Psicólogos Clínicos, Enfer-

meiros, Assistentes Sociais, Terapeutas Ocupacionais, Terapeutas da Fala e Fisioterapeutas, permitindo-lhes desenvolver atividades terapêu-

ticas, quer isoladamente quer em equipa, à semelhança do modelo da Clínica do Parque;

Consultoria e Supervisão de casos clínicos, que sejam objeto de intervenção dos técnicos da ARS em reuniões presenciais bimestrais e/ou

telefonicamente., sempre que se justifique.

Os Cuidados de Saúde Primários assumem um papel preponderante na prestação de cuidados e neste con-

texto os GASMI:

Estão implementados nas áreas geográficas de influência, mantendo a acessibilidade dos cuidados diversificados, contí-

nuos e articulados;

Posicionam-se como observatórios atentos aos hábitos da população, adquirindo uma percepção global dos problemas

emocionais e estratégias a adaptar – Especificidades de cada localidade;

Mantêm um papel de catalisador social e a implicação inerente em programas de intervenção locais;

Facilitam uma intervenção comunitária em rede.

A integração do GASMI nos CSP facilita a articulação entre serviços melhorando a continuidade de cuidados através:

da definição clara da intervenção dos diferentes técnicos;

da diminuição da intervenção isolada dos serviços:

Respostas concertadas

Diminuição do número de serviços envolvidos

Rentabilização de recursos

valorização de competências de todos os envolvidos!

Modelo de intervenção GASMI

O modelo de intervenção GASMI na actualidade resulta do contínuo aperfeiçoamento e adequação da intervenção das

equipas às necessidades e recursos da região. Sempre salvaguardando os princípios e objectivos assimilados na forma-

ção inicial dos profissionais da ARS Algarve na Clínica do Parque.

O GASMI apresenta uma metodologia de trabalho de equipa na qual os saberes e experiências de todos os técnicos são

partilhados em benefício da criança e respectiva família. É um trabalho que se requer em rede tendo em conta o apro-

veitamento de todos os recursos da comunidade envolvente da criança e respectiva família, incluindo escola, ATL, cen-

tros comunitários, IPSS’s, Segurança Social, Tribunal, Forças de Segurança, Autarquia, etc.

A população alvo do GASMI, são crianças e jovens que apresentam problemática na área da saúde mental com idades

compreendidas entre os 3 e os 12 anos, existindo um protocolo de actuação comum a todas as equipas.

Autores:

Luís Abobeleira — Psicólogo Clínico - URAP do ACES Sotavento, ARS Algarve, I.P. Email: [email protected]

Natacha Gonçalves — Psicóloga Clínica— UCC Al-Buhera ACES Central, ARS Algarve, I.P. Email: [email protected]

Integração de Cuidados na Saúde Mental Infantil

RESUMO:

O GASMI é um programa de âmbito regional, criado em 2001 através de um protoco-

lo entre a ARS Algarve, I.P. e o CHLC—Hospital D. Estefânia, Departamento de Psiqui-

atria da Infância e da Adolescência, Clínica do Parque. Após formação dos elementos

que constituem as equipas multidisciplinares, foram constituídas oito equipas, atual-

mente dez, nos Agrupamentos de Centros de Saúde do Algarve, que apoiam as crian-

ças e famílias com a prestação integrada de cuidados num contexto de proximidade,

trabalhando em rede com os diferentes parceiros existentes na comunidade.

Ano Nº Ref

Altas Clínicas

2010 672 123

2011 660 169

2012 639 161

2013 763 132

2014 719 176

2015 579 154

2016 600 151

2017 613 172

2018 607 110