integração de uidados na saúde mental infantil · 2019. 5. 14. · venção, que irão constar...
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Modalidades de Intervenção
Ano Supervisão Consulta
de Pedopsiquiatria
Farmacológica Sessão
individual Grupo
terapêutico
Grupo de pais / cuidado-
res
Acompanhamen-to
e Orientação Parental
Terapia Famili-
ar
Visita Domiciliária/Observação Naturalista
Consultoria / articulação com
outros profissionais
da comunidade
Ativida-des em meio
aquático
Clube de
férias Outros
2010 184 43 163 1081 95 71 604 14 24 619 15 57 0
2011 278 57 226 1926 277 100 738 41 82 1068 10 115 123
2012 123 26 138 986 122 0 771 34 24 684 18 34 36
2013 152 13 155 1025 138 10 916 28 15 731 0 54 53
2014 109 17 119 1102 142 17 1051 25 24 1034 0 96 93
2015 153 8 160 934 85 30 932 16 22 945 1 31 116
2016 115 12 132 1047 109 42 936 13 37 1001 2 48 105
2017 148 15 161 930 114 29 976 18 44 962 2 20 70
2018 109 23 151 913 125 24 948 14 40 959 3 43 85
Protocolo de Actuação GASMI
Iniciativa do pedido – A necessidade de intervenção especializada po-de ser sentida por diferentes entidades (família, escola, IPSS, CPCJ, etc.). No entanto a referenciação deve ser sempre remetida para o médico de família.
Referenciação - As crianças são encaminhadas para o GASMI pelo seu
médico de família, através de formulário próprio, mesmo que a necessida-de de encaminhamento tenha partido da Escola, de outros técnicos ou da família.
Acolhimento – Após a recepção do pedido pelo GASMI, é marcada uma entrevista com os pais e/ou cuidador da criança, no sentido de se conhe-cer melhor a problemática que originou o pedido, informar das normas e procedimentos da equipa e solicitar o consentimento para a realização de contactos com a escola e outros agentes da comunidade. Esta entrevista é realizada por uma enfermeira ou assistente social, sem a presença da cri-ança, a menos que tenha sido convocada pelos técnicos da equipa. O seu registo é efectuado num formulário uniformizado que teve por base o guião de entrevista de acolhimento da Clínica do Parque com as altera-ções que se foram sentindo necessárias.
Reunião de Triagem – Após a entrevista de acolhimento, o caso é apresentado em reunião, com todos os técnicos da equipa, sendo aí deci-dido se reúne critérios para integrar o GASMI e estabelecida a prioridade para a intervenção. É nomeado um gestor de caso e planeada a interven-ção a ser realizada em função da problemática e da idade da criança. Se não reunir critérios para intervenção é encaminhado para outro serviço da comunidade.
Todas as decisões são registadas em acta e posteriormente é comunicada à família, ao médico de família e a quem teve a iniciativa do pedido.
Reunião clínica – É o momento em que o gestor de caso apresenta os
resultados obtidos do processo de intervenção, facilitando a reflexão con-
junta de todos os elementos da equipa e no sentido de se proceder à rea-
valiação e adaptação das estratégias terapêuticas e modalidades de inter-
venção, que irão constar no contrato terapêutico a celebrar com o princi-
pal cuidador da criança.
Plano de intervenção
O GASMI desenvolve um modelo transdisciplinar, implemen-
tado por profissionais com formação na área da saúde mental
infantil, constituído por assistentes sociais, enfermeiros, fisio-
terapeutas, médicos, psicólogos, terapeuta da fala e terapeu-
tas ocupacionais. Estes técnicos de saúde desenvolvem um
conjunto de estratégias terapêuticas / modalidades de inter-
venção, que podem passar por intervenção directa com a cri-
ança em sessões individuais e/ou de grupo; intervenção com
a família; articulação com outras estruturas da comunidade.
A intervenção é planeada de forma a dar resposta às necessi-
dades e especificidades clínicas de cada criança e família, res-
peitando as condicionantes do meio natural das mesmas.
Tendo em conta os recursos terapêuticos que cada equipa
dispõe, nomeadamente, áreas profissionais, disponibilidade
horária dos técnicos para o GASMI, instalações e equipamen-
tos terapêuticos.
Com uma periodicidade bimestral os GASMI beneficiam de
supervisão de três (3) pedopsiquiatras da Clínica do Parque
da Área de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia –
CHLC, EPE, cada um deles é responsável por um dos Agrupa-
mentos dos Centros de Saúde.
Modalidades de Intervenção
Supervisão
É realizada no formato de reunião presencial entre todos os elementos da
equipa e o supervisor, realiza-se em regra de 2 em 2 meses, são apresen-
tados e discutidos os casos que possam suscitar dúvidas de diagnóstico ou
de intervenção, bem como, as situações em que haja necessidade de avali-
ação médica especializada e de prescrição medicamentosa.
Com este modelo de intervenção a criança não necessita de consulta di-
recta com o pedopsiquiatra, a não ser em casos de grande gravidade e ur-
gência.
Para além destas reuniões é feita a consultadoria telefónica sempre que
necessário, no tempo entre cada duas reuniões.
Consulta de pedopsiquiatria
Consulta realizada por um pedopsiquiatra da Clínica do Parque. Implica a
deslocação a Lisboa da criança e da família.
Intervenção farmacológica
Prescrição de terapêutica psicofarmacológica pelo médico da equipa sob
consultadoria do pedopsiquiatra supervisor.
Sessão individual
São sessões de contacto directo com a criança, com a duração de 45 a 50
minutos, podendo ser de avaliação ou terapêutica. A sua especificidade
vai depender do profissional que a realiza, nomeadamente:
Consulta Médica
Consulta Enfermagem
Avaliação / Acompanhamento Psicológico
Avaliação / Acompanhamento em Terapia Ocupacional
Avaliação / Acompanhamento em Terapia da Fala
Avaliação Social
Grupo Terapêutico
Tipo de intervenção em grupo de crianças susceptíveis de serem trabalhadas em conjun-
to, realizada pelo Terapeuta Ocupacional e/ou outro técnico da equipa com o objectivo de
promover as competências psicomotoras, comunicação e interacção social.
Grupos de Pais/cuidadores
São sessões psicoeducacionais com a família ou outros cuidadores, realizadas geralmente
pelo Psicólogo, Enfermeiro ou Assistente Social, que reúnem elementos de várias famílias.
Acompanhamento e orientação parental
São sessões de apoio à família, realizadas por qualquer técnico da equipa que reúnem um
ou mais elementos de uma mesma família no sentido de sensibilizar e apoiar para o pro-
blema da criança e promover mudança de comportamentos.
Terapia familiar
Sessões terapêuticas com a criança e família, realizadas por técnico com formação em Te-
rapia Familiar.
Visitação Domiciliária/observação naturalista
Visita ao domicílio da criança com o objectivo de avaliar o ambiente familiar e poder apoi-
ar a família no seu meio natural, ou observação no contexto socioeducativo da criança
com o objectivo de avaliar o desempenho e as interacções que a criança realiza naquele
contexto.
Consultadoria e articulação com profissionais da comunidade
Consiste nos contactos com outros profissionais da comunidade que interajam a criança.
Inclui contactos telefónicos e ou presenciais com professores, educadores, outros prof. de
saúde, etc.
Actividades em meio Aquático
É realizada por Fisioterapeuta e/ou Terapeuta Ocupacional em meio aquático com o ob-
jectivo da estimulação, desenvolvimento psicomotor, interacção social e relaxamento.
Clube de Férias — Programa de actividades de lazer com fins terapêuticos, em período
de férias escolares. As actividades são planeadas para um grupo alargado de crianças,
com a duração superior a 5 horas. São utilizados os espaços existentes na comunidade,
com fim a promover as competências sociais contribuindo para a inclusão social.
Dados estatísticos 2010-2018 Conclusões:
Trata-se de um Programa Inovador cujo paradigma se alinha com a prestação integrada de cuidados, primários e hospitalares,
num contexto de proximidade, isto é, no meio natural das crianças e famílias diminuindo a taxa de abandono ou não adesão
ao processo terapêutico. Reduz a despesa inerente às deslocações aos Centros Hospitalares de referência;
Promove a cultura de atuação transdisciplinar da equipa, envolvendo as equipas de saúde em todo o processo e promove o
trabalho em rede com os diferentes parceiros da comunidade com competência na área da infância (Hospitais, Agrupamentos
de Escolas, CPCJ, Ministério Público, Tribunal, Autarquias, APAV, DICAD, Seg. Social, IPSS’s, entre outros).
Num universo de 45247 crianças entre os 3-12 anos de idade, nos últimos oito anos, 4812 foram referenciadas e receberam
cuidados pelas equipas GASMI, assim como as respetivas famílias. Este valor corresponde a 10.63% da população alvo. No
mesmo período o recurso a consulta hospitalar de Pedopsiquiatria tem vindo a diminuir, correspondendo no último ano a
apenas 1.83% dos acompanhamentos ativos.
28.01% tiveram alta clínica, sendo que os restantes continuam acompanhamento, foram encaminhados para outros serviços
ou receberam alta de outra natureza.
Referenciações
e
Altas Clínicas
Introdução
Estima-se que 10 a 20% das crianças tenham um ou mais problemas de saúde mental;
As perturbações psiquiátricas da infância e da adolescência trazem grandes encargos à sociedade, quer em termos humanos, quer financei-
ros, e muitas delas podem ser precursoras de perturbações na idade adulta;
A grande maioria das situações problemáticas recorre inicialmente aos Cuidados de Saúde Primários, destacando-se a importância desta pri-
meira linha de atuação na triagem, avaliação, intervenção e orientação dos casos.
Missão
Realizar uma intervenção centrada na criança e na família, de forma a prevenir e minimizar perturbações de saúde mental infantil, promo-
vendo o crescimento harmonioso da criança e o bem-estar familiar;
Garantir a acessibilidade a uma resposta de saúde mental infantil;
Proporcionar cuidados de saúde diferenciados , integrados e de proximidade na área da saúde mental infantil;
Objetivos
Identificar, avaliar e diagnosticar situações psicopatológicas e de risco e implementar atempadamente estratégias preventivas e terapêuti-
cas, em articulação com psiquiatra da infância e adolescência;
Proporcionar uma resposta de 1ª linha em cuidados de saúde mental infantil na região em situações, que antes da existência deste protoco-
lo e pela necessidade de apoio da pedopsiquiatria, teriam que ser atendidas no HDE em Lisboa, com todos os custos associados: económi-
cos, pessoais e familiares;
Articular e/ou programar internamentos e/ou Consultas de Pedopsiquiatria em casos de psicopatologia moderada/grave ou situações agu-
das.
Operacionalização
Formação de técnicos da ARS Algarve, que constituem as equipas multidisciplinares: Médicos de MGF/Pediatras, Psicólogos Clínicos, Enfer-
meiros, Assistentes Sociais, Terapeutas Ocupacionais, Terapeutas da Fala e Fisioterapeutas, permitindo-lhes desenvolver atividades terapêu-
ticas, quer isoladamente quer em equipa, à semelhança do modelo da Clínica do Parque;
Consultoria e Supervisão de casos clínicos, que sejam objeto de intervenção dos técnicos da ARS em reuniões presenciais bimestrais e/ou
telefonicamente., sempre que se justifique.
Os Cuidados de Saúde Primários assumem um papel preponderante na prestação de cuidados e neste con-
texto os GASMI:
Estão implementados nas áreas geográficas de influência, mantendo a acessibilidade dos cuidados diversificados, contí-
nuos e articulados;
Posicionam-se como observatórios atentos aos hábitos da população, adquirindo uma percepção global dos problemas
emocionais e estratégias a adaptar – Especificidades de cada localidade;
Mantêm um papel de catalisador social e a implicação inerente em programas de intervenção locais;
Facilitam uma intervenção comunitária em rede.
A integração do GASMI nos CSP facilita a articulação entre serviços melhorando a continuidade de cuidados através:
da definição clara da intervenção dos diferentes técnicos;
da diminuição da intervenção isolada dos serviços:
Respostas concertadas
Diminuição do número de serviços envolvidos
Rentabilização de recursos
valorização de competências de todos os envolvidos!
Modelo de intervenção GASMI
O modelo de intervenção GASMI na actualidade resulta do contínuo aperfeiçoamento e adequação da intervenção das
equipas às necessidades e recursos da região. Sempre salvaguardando os princípios e objectivos assimilados na forma-
ção inicial dos profissionais da ARS Algarve na Clínica do Parque.
O GASMI apresenta uma metodologia de trabalho de equipa na qual os saberes e experiências de todos os técnicos são
partilhados em benefício da criança e respectiva família. É um trabalho que se requer em rede tendo em conta o apro-
veitamento de todos os recursos da comunidade envolvente da criança e respectiva família, incluindo escola, ATL, cen-
tros comunitários, IPSS’s, Segurança Social, Tribunal, Forças de Segurança, Autarquia, etc.
A população alvo do GASMI, são crianças e jovens que apresentam problemática na área da saúde mental com idades
compreendidas entre os 3 e os 12 anos, existindo um protocolo de actuação comum a todas as equipas.
Autores:
Luís Abobeleira — Psicólogo Clínico - URAP do ACES Sotavento, ARS Algarve, I.P. Email: [email protected]
Natacha Gonçalves — Psicóloga Clínica— UCC Al-Buhera ACES Central, ARS Algarve, I.P. Email: [email protected]
Integração de Cuidados na Saúde Mental Infantil
RESUMO:
O GASMI é um programa de âmbito regional, criado em 2001 através de um protoco-
lo entre a ARS Algarve, I.P. e o CHLC—Hospital D. Estefânia, Departamento de Psiqui-
atria da Infância e da Adolescência, Clínica do Parque. Após formação dos elementos
que constituem as equipas multidisciplinares, foram constituídas oito equipas, atual-
mente dez, nos Agrupamentos de Centros de Saúde do Algarve, que apoiam as crian-
ças e famílias com a prestação integrada de cuidados num contexto de proximidade,
trabalhando em rede com os diferentes parceiros existentes na comunidade.
Ano Nº Ref
Altas Clínicas
2010 672 123
2011 660 169
2012 639 161
2013 763 132
2014 719 176
2015 579 154
2016 600 151
2017 613 172
2018 607 110