instituto terra viva.pdf

7
CADERNO “BOAS PRÁTICAS DE ATER NA AGRICULTURA FAMILIAR E NA REFORMA AGRÁRIA” MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO Muretas de pedras: tecnologia social para desenvolvimento sustentável no Semiárido alagoano. 2015

Upload: voxuyen

Post on 01-Feb-2017

230 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: INSTITUTO TERRA VIVA.pdf

CADERNO “BOAS PRÁTICAS DE ATER NA AGRICULTURA FAMILIAR E NA REFORMA AGRÁRIA”

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

Muretas de pedras: tecnologia social para desenvolvimento sustentável no Semiárido alagoano.

2015

Page 2: INSTITUTO TERRA VIVA.pdf

DADOS DA INSTITUIÇÃO Nome: Instituto Terraviva

Endereço: Av. Comendador Calaça, 1209, Poço, Maceió- AL, Cep:57.0253640

Executora de Chamada pública de Ater (X) Sim Qual? Contratos 65/13 e 183/14 do Plano Brasil Sem Miséria ( ) Não DADOS DO AGENTE DE ATER Nome: Jorge Izidro dos Santos (pioneiro) Endereço: Rua São José, 17 – Levada, Arapiraca/AL

Telefone: (82) 999618752

E-mail: [email protected]

DADOS QUE IDENTIFIQUEM A PRÁTICA: Nome do Agricultor (a) (es) (as) ou organização da agricultura familiar: Ana Cleide Souza Ferraz da Silva

Comunidade: Poço Salgado, Santana do Ipanema

Telefone: (82)999132460

E-mail: Não possui Georeferenciamento: Latitude 9º 19’’37.8’S Longitude 37º 13’’38.5’W

CATEGORIA DA BOA PRÁTICA DE ATER: Eixo I. Ater e Desenvolvimento Sustentável, letra a. Sistemas sustentáveis de produção de base agroecológica.

Page 3: INSTITUTO TERRA VIVA.pdf

Introdução  

A tecnologia social conhecida como mureta de pedras possui um grande potencial de auxiliar na superação da degradação da terra e na viabilização da agricultura familiar local sustentável.

O Instituto Terraviva iniciou a execução desta prática através do Projeto Manejo Agroecológico da Caatinga (MAC), executado entre outubro de 2005 e março de 2007, em nove municípios do Território do Médio Sertão de Alagoas. Implantaram-se práticas inovadoras de conservação dos recursos naturais, controle da erosão hídrica e eólica e preservação e expansão da biodiversidade. Destacou-se, nesta questão, a construção de muretas de pedras, suplementadas por outras tecnologias, com o mesmo objetivo. Particularmente, no assentamento Poço Salgado, localizado em Santana do Ipanema, essa prática obteve maior receptividade e se tornou um referencial de viabilidade para lotes agrários, com significativas limitações de área e, sobretudo, altas declividades e pedregosidade acentuada, além, da condição de semiaridez da região.

Os municípios assistidos pelo MAC se debatiam e ainda se debatem com sérios problemas de sobrevivência, em função de graves limitações, dentre as quais se destacam os rigores climáticos do semiárido e a falta de assessoramento técnico-metodológico para desenvolverem, de maneira sustentável, suas atividades, como agricultores/as familiares.

Em 2015, a instituição recebeu com o projeto citado, o reconhecimento da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação pelo programa Dryland Champions. Com execução dos contratos do Plano Brasil Sem Miséria, nos Territórios da Bacia Leiteira e Agreste de Alagoas, localizados na região semiárida do Estado, sua implantação passou a ser prioritária junto às famílias trabalhadas. Os técnicos foram, então, capacitados para replicar esta prática com seu público beneficiário que totaliza 3.000 famílias, dentre aquelas que apresentem condições propícias à implantação das muretas de pedra. Registros da capacitação oferecida aos técnicos podem ser visualizados no último item deste documento.

Page 4: INSTITUTO TERRA VIVA.pdf

Objetivo da prática

A mureta de pedras consiste, basicamente, no empilhamento em nível, das pedras existentes, com intensidade, nas áreas agrícolas das comunidades. Os benefícios incluem: a) contenção da erosão do solo; b) aumento das áreas produtivas pela retirada das pedras; c) conservação de água das chuvas; d) diminuição da velocidade dos ventos; e) aumento da cobertura vegetal e da biodiversidade; f) aumento da fertilidade do solo, melhorando a produtividade; e g) equilíbrio ecológico. A mureta de pedras viabiliza a agricultura familiar contribuindo para o manejo sustentável da Caatinga.

Conhecida há muito tempo em outras regiões, esta tecnologia era, absolutamente, desconhecida no estado de Alagoas, antes das ações relatadas.

Descrição da experiência

Você retirou a descrição da experiência, foi por engano ou é para deixar sem descrição??

(Com a implantação da tecnologia social foi possível atenuar os problemas encontrados nos municípios beneficiados, viabilizando a agricultura familiar dos participantes. Com a mureta de pedras os (as) agricultores (as) têm a possibilidade de desenvolver melhor suas atividades agropecuárias, pois, como já mencionado na descrição do projeto, os benefícios são notórios e imediatos. Todos os efeitos positivos puderam ser observados nas propriedades rurais que implantaram a tecnologia.)

Resultados

Além dos benefícios citados anteriormente, os resultados para esta prática foram atingidos com a capacitação dos agricultores familiares, a implementação adequada de muretas de pedras nas curvas de nível dos terrenos e a fácil replicabilidade, em outras propriedades rurais.

Potencialidades e limites

Page 5: INSTITUTO TERRA VIVA.pdf

O Instituto Terraviva replica esta tecnologia social, em propriedades rurais das comunidades que se enquadrem no perfil para sua aplicação, ou seja, comunidades situadas em regiões com fatores edafoclimáticos negativos como irregularidade pluviométrica, declividade acentuada dos solos e pedregosidade alta, além da insuficiência da área agricultável. O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) pode funcionar como um incentivo para que as famílias desenvolvam tecnologias sociais focadas na sustentabilidade. Como na fase inicial da implantação da mureta de pedras o agricultor familiar emprega sua própria mão de obra, o PSA, é uma alternativa para que o mesmo dedique parte seu tempo a esta atividade. Uma vez implantada na propriedade, a mureta de pedra necessita apenas da manutenção realizada pelo (a) própria (a) agricultor (a) familiar, não havendo, portanto, a necessidade de disponibilizar recursos financeiros, posteriormente. Assim, as limitações para implantação desta prática estão na disponibilidade inicial de recursos financeiros e políticas públicas voltadas às tecnologias sociais de fácil replicabilidade em regiões menos favorecidas do Estado de Alagoas.

Replicabilidade A mureta de pedras é uma tecnologia viável por sua simplicidade, bem como, pelo seu forte potencial de replicabilidade. Esta prática utiliza recursos endógenos (pedras), mão de obra familiar, interação comunitária e apresenta efetiva solução de transformação social. Todo o processo é desenvolvido junto às famílias de agricultores, que são capacitadas e participam diretamente da sua execução. Este projeto tem sido replicado em propriedades beneficiárias do Plano Brasil Sem Miséria, nos municípios localizados nos Territórios da Bacia Leiteira e Agreste do Estado de Alagoas. Depoimentos: Depoimento de Jorge Izidro, técnico local, e um dos executores do projeto: "A tecnologia empregada soma simplicidade, baixo custo e alta eficácia para solução de um grave entrave à viabilização da agricultura familiar, especialmente, a limitação de área agricultável e aos rigores climáticos do Semiárido." Depoimento de Cleide, agricultora e proprietária de um dos lotes em que se implantou a tecnologia: "As muretas modificaram a vida de minha família; depois delas começamos a enxergar melhor as coisas da natureza e

Page 6: INSTITUTO TERRA VIVA.pdf

trabalhar direito; toda a comunidade de Poço Salgado cresceu, conquistou resultados e participou mais dos movimentos da associação que criamos".

Autores e Colaboradores Ayodhya Cardoso Ramalho - Autor Vivianne Epaminondas Carneiro Lins - Autor Ricardo Luiz Rocha Ramalho Cavalcanti – Autor Van Giap Ramalho Cardoso – Colaborador Fotos e vídeo sobre a experiência apresentada Link do vídeo: http://g1.globo.com/al/alagoas/gazeta-rural/videos/t/edicoes/v/ong-atua-no-sertao-para-evitar-a-degradacao-do-solo/4380428/

Passo a passo para a implantação da tecnologia social mureta de pedras

Page 7: INSTITUTO TERRA VIVA.pdf

 

Mureta de pedras em nível recém-implantada

 

 

Mureta de pedras em nível apresentando os resultados