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BRASIL-PORTUGAL 1 DE MA IO DE 1905 N." 1 51 O novo M i nistro oe Inglaterra em lisooa SlR MAURICJO BUNSC::: N 1 Ministro Plcnlpotcnclarlo de 1 .11 classe

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BRASIL-PORTUGAL

1 DE MAIO DE 1905 N." 151

O novo Ministro oe Inglaterra em lisooa

SlR MAURICJO BUNSC:::N1 Ministro Plcnlpotcnclarlo de 1 .11 classe

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CHRONICA

isboa U~\·c, como poucas clJndes caihollc11, solemnldndes reti­gious de ex1r1orJinaria pompn. Ha unl seculo oanda, .i Qua. re~ma hiboet• (ai:ta • adm1raçio do es1rangeiro Eni um Jeufio Je e~rej• pata. egrc:jil, de fr~gue1a.a para freguezi~ no oitm1llr

de opulenc1'*s· A \1!llli. ás egre1.11 fa1ia -.se de Cl$3C'ft e veneras. A 1 orche1nra1 eram~ no l.ore10 e n11 S~, incomparnveis.. Nilo as hAvia me· Jhores no Vaticano. A e1oquencici dos pr~gndore1 1lnha, (1 inciual a, auditorio1 numeroso•, 1tten1os e Impressiona\ eis. As, prcx:Íii6et: sue· cedi:lim·sc~ qu.ui di1n.amentc, Jc:s.Je qu.an•·Ítu'8 de ctnl"lt ll~ KXt"1• feira de crevas. A nohrez.-. acomranbAYl·IS. eml'Unhando 1.t Yoras das. irm.andadet, alçando 05 guiõ~ rC>llca.ndo o r:illio De mrinhli 4 noite os .sinos 111n_giam, ou nos dobre& íunc~tos Ja r11i1iío, ou nai alegrias da alleluia. 01 frades. nos conventos, não chegavam para confessar os coot:rictos. A popuh1çlo .w.hia toJa para a N•~ corttnJo da S6 a :>. Ro:que, Jo Lo.reio 11 ~. l>omango•, n ·uma anela soffr~ de ou.-ir os 1e-rm6es Jot padres Jo UnuorlO, 01 coro~ magoadoi Ja.1 fre1ra.s, •• missas de Palr:st.rin1t1 tocnJas por musicas ~ubliml!s, cantaJas por con· traltos e tOprnnos cc>ntn1ctnd6s ni'I ltalio. AJ rua.s por onde passth'tim as proci~s6e1 eram aJornaJa.s Je c.11,mascos vernlelhos, de tapeçarias, de colch11 Je $Ctim, Je Cobénas franjadas J" Juun1e oiro, de rlantlS 1romad.;1s.

tloje, não ha mait orchest11.s m 1ravilhos<1t e c.antores romanos no l.oreto e n,1 Sé P1unalchnl. A irm11nd11de tlo Senhor dos P11ssos da Graça 6 11ind1t compoi.u' de flJalgo1, As proclss6es súo nindn numero· ~•S. A filmih;;a real vae 1ind.a a S Hoque, cm c1rt0s ' 0 <1umont, beij;ir o p4 da md1grosa im1~em. Alas • CiJ.lS feSt4S, ratt.a ll r~ unanim(\ 'ue alvoraçan a capital do reioo noi t'mpos de O. ~lari1 1. E11e dehrio mystico, que jun1iava m1l [enutnl•'ll descalsos atris de caJ.l andor, pll$SOU. A Qunresm:i nllo mais. em Lisboi., o rtt.riodo d11,. dcslum­br..i.ntes ccrimonie.1, que íaii.um l'I Inveja dos nuncios e o orgulho do c6rte.

A vid.I modCTna tornou impo\\l\'tis e:s-s•s crenças prorundas~ que (aziam atocJhar O ~\'O O OS fiJafitOt ' J'"ISUJ;Cm Jo \·1.alh!O e Cool•· g1avam toJ11 a ciJad\! d111 mesma e1111lnçlo rcl1g101P, durante a santil sem~na. ~tos 1e os aspectoJ d•c1s1:1 crença varl11r11m, Je n su11 !tr"ndcza lmprC$sion1dora se amesquinhou, t .bcbo3 ainda C'On1crva o sentimento e 1 tradJ.iccional rtmcn1s.ccncia t.11 festa s.agrad.,, que foi a iua gloria chrim

E~ P.:rtCito vel-a em ~eata·ft1r1 Jc trevas 1>3ra se sentir que alguma cou.sa llcou no fundo d1ts 1lm:as d'et"8~ ex.11haçr>e1 piedosas. Sómet11e1 os vest.iglo1 que :undn rc1tom n!io ~Jem mn11 conlparar·so ao que 1e eJvahiu. São os destroçot de uma fé, os ruint11 de umo grandeza, as aombra1 v•gas de um qu•dro, ou1r"on1 brilhftntt. As egr-eJas e:stio ainda Je f"° t' Cc>nstrvam OS iCU' thr:souros_ 81 tUIS rtgahl', 01 5.eUS col1egios Jo c.onegot mnrtJo~ o~ ar:us priOTe,, o seu p:nriar<hado. A lisboeta nlnJ11 pas$tl.J ~e nave em nave os icus luctos, ainJa faz o

'ua peregrinaç5o dcvo111: de altnr cm oltar. ~t i\~ essa crcnçn nrJente r11rece ter Jegcnerado num preconceito socinl. flclos: ruas tri11onhns, onde o comruerc10 nlo abriu es ~j11t, uma população cannnh11. $Cm pr-cssa, e1h1baoJo o seu luto con\e1KionaL Um granJe 1eJ10, íe:ito de milhares de oocejor, parece a1.;i.stror na cid11Je.

1\penns naJ ~onít1ttsr111s, um ou outro riso Jc c:re:inça \"1br11 no tri$· tonho murn\urio, como un\I) toça Jc cryst:il pnrtid11 por um lletnstrndo no momento lO!emne do um bnnJe. A \'ida da clJude parece tuJpensa, emquan10 dura 1 com memoração d1 morte de J.c~us. Não h.a )orn1es; nlo ha ac..:ret<tna.s; n:io ha commerc10; não ha the01tros... Stm noticia.s

Semana SanLa. - Em na;rant.e - PLl111 ru.as

Jo mundo, '1:n1 boaroi n1 Ar..:aJ.1, ·~n\ espect.1culo no Culvscu. Lisboa t1:1n un1 ílSllCctn sisu.lo o cn1b:u·aç;iJc>. No LfttgO d!ls DuaíEi;r.re1os, em (ren1e do<J ~trtnyres e Jo 1...orcto, or. mesmoi ~1renins de 1 l't.~~ tern­\"tlmente rom.iucos n11 1u•s sobrcc•.sacu rrt11~. com fumo no cha­péo, olh1m l.trp:uuJamence 11.s de\'Olll~ Por toJ11 a rarte, nl torva UiS• teia, só o amor con.serva a su.:a csrcrti. (hamma de! dese10•. tuíçadia peloodemonio, mesmo -s r>orta$ Jos snntuar1os \11vinos.

€ essn pctteveran1c pr11ticn do n11moro, t?lo llsboelll, que 11'esmo nas egrej11 recobertas de crepe<o, no oinnh·e.rs11rio dn morte de um Deus., distrahe a_,. m\llhtres e •bson·e os homens, t tudo quan101 em sext•· fe ira unt•. t•ca d." 1.1,bo;a de tOOo o anno. Ja t 15hoa Je todos os tempos.

Semana Santa.- A proci11io d1Ramos, 01 c.1pell-i da• Mtctu.idadtt. - Sa.u M.19t1t.1.de1 c.oado.&tndo as palm.11

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BRASIL- PORT UGAL 99

fa. proposito de ~orki

Conlc:sso que nunca tinha. lido a obra de ~taximo Gorki Es·

tou desconfiado Je que a 2ranllC maioria dos csp1ritos tte­ncrosos que protesuu·a1n \•ioicntamente indis;!nados contn:i a prisi\o do romanci!sta rus;so se eocontral.'an1 no mt:smu .irau de innocençi~ que cu. Ou mait innocentes ainda. Ao

passo que cu $abia que ti1aximo Gorki era u1n dO$ no ... os quf! s.ucced(ram, se1n os &ubstitllirer'n, :'lOS 1.!,randcs rn.:stres d(L lltteratura rutisa - Gogol, Puch· kin, Tol:i.toy e Dostoiev~ky - estou persuadido de qu~, das muhidõcs que protcstaram contra a pe1·se· gu1çlo do c.scriptor rt'::\•olucionario, um por mil tinha conhecimento previo da su:.t csistenci3.

Na verdade o stríto de alarme foi dado pelos so· cialistas allcmães. O que os aítligia não era. decerlo a pris.1o do escriptor, era a prisão do revolucionario. 1'!.: t.inha.m f3.&3o. Que ~1aximo Gorki escre'Vesse ma.is !1vros na pr-i~ào, ou íóra d 'c:lla. seria co1nplet.amcnlC 1ndifl'er-cntc aos leitores. A cite é que talvei nào. E '!lesmo se llcasse impossiblliu1.do de C$Crever rnais livros, nào rne parece que isso pudesse influir sensi velmentc nos de:uinos do mundo.

Os socialistas alh.:màcs protestara1n contra a. r.•ri­s..-\o de Gorki. Os fr-ancezes, com a sua h abirual le· viandade, (tritaram 1oi,!o com ellcs e mais do que elles. Pelo menos gritaram n'uma lingua que todos nós percebemos. Ora em Portui:al tradui ·se tudo o que é francei. Trac.lui se o romance, a poli.1.ic3, a phi­losophia, e até n. cosinha Porque a coainba franc-cza que nós por ahi come1nos é t.raduzida, e. quasi sempre mal traduzida. Traduziu-se a indlgnaçlo. E á frente do movimento pot·se logo a mocidade e1cholar fa­zendo ouvir a sua \'Ot tào poderosa sempre - menos crn dia de exame. l!:u tambem rui moc:idadc escholar

E com tudo isso1 a víCLiMA nlo tinhi muito de que se. q ueixar. Esteve efl'ectivamente a1Rum tempo na r>nsào. Mas isso no rneu 1empo .Jt: rapa& ac.ontecia em 1:isboa a toda a gente. Ha coisa de vinte annos, as rivalidades amon.>,as liquida v;un· fle ao sopapo no s-al{io de S. Carlos, durantê os enlre·aClOS. Do salão d~ S. Carlos passaVil•5C para o calabouço do Governo Civil. A esse tempo não ha\•i:i juiz de i nstrucçào. Desde tntào a instrucção publica tem ficitc:Jo na mes· rna, ou peiorado. O que tem melhorado é ai nstrucção criminal. Outros, que o amor não levava aos calabouços policiaes, ia.in lá parar por causa dos tremoços ou do!S ovos de farinha. Paissava-se isso no En·

Soma.na Stinta. - Em ftagr-anto. - A' porta da Sli

trudo. Não havia então Rei Carnaval. O Entrudo era u1111 republica bl~s iss~ fica para outra vez O ca&O 6 91.Ue ha\•ia editaes do Governo C1vl1, N1nguem se iinportava com os c:d1traes, nem n_icsmo o ,Governa· ~or Civil que 01 as~iRnava, até quo al"uem s.e q~e.'xava. Neste e.aso 'ªo delinquente para os carcercs d;i rua da Parn:urinha O ra tudo isto

era menos grave do que fomentar uma revolução: e, apesar de ser menos grave1 nós crttmot vict.hnas <la tyrannia burocratica. E as aca· d t mlaJJ nAo prou:st::t.V:tm e a Europa occitlen1al ficava indifferentc. já. oào f-a llo dll or-iental. Os pacs, os tios e os pn1not 1nais velhos eram só quem se commovia, e iam de chapeu na. mào ao Governo C~vil pe· dir que nos re1ithulue1n :l liberdade e á lamiha. E o Governador Ci vil porfirn mos-trnva·se tào generoso como o Tsar, ç punha-nos na rua. A d1ff'crenÇil é que nós depois d'isso passávamos por estroiniis, 110 passo que Maximo Gorki passa por martyr.

A verdade é que nünc.a escriptor conseguiu ter r~cl :ll'n.e mii.s b11.1ato.

Um dia o u cner11I Boul.angcr - ainda ha ~lguem que se lembre

_!!f

Semana San\~. -· ED'I Oagra nto. - A' porta da Sõ

J'elle? - lcmbrou·se <le ualopar n'um cavallo preto que excit.ou o en· thusi:tsmo 11e certa parte do publico rarisiensc. Este publico enlhu · ttiasm:ado chamo11-sc 11a(,í'oxalista E' uma linda denominaçã(), pcríei ·

tarncnte innocente : nào quer di:icr abS<>lulamcn.te nJ.dn, de sorte que dentro d'tlla pode·se ser absoluta.mente tudo, menos internacionalist'a. A Republica. F rancez.a achou pcr-igoso o partido, o general e o cavallo. E t·af\•ez fosse. O enthusiasmo é acHnpre uma coisa peri iiosa. E' como a bcbedcita. lia quem tenha o vinho mau. Succede o mesmo com o enthus1asmo. A Repub1icô\ organisou um tribunill especial e ille~al1 e, não podendo processar o par• tido, e nllo ousando executar o cavallo, fez. condemnar o ae1'1era1, que era o 1nais innoccnte dos trcs. Fe-z. a Repu­blica muito bem. Attacaram·a, defendeu·se. N'cstascoisas de auaque e defeia, de revoluções e repreS:Sõe·s, quem melhor is tem melhor ;;s: jot:::a, e quem melhor as joga é que tem raa!io.

A mesma Republica expulsou do territorio patrio os representantes das a ntigas dynastias, e fina lmente JProhibiu as orden' rcligio!:l,as. E ntJ emtanto, neLn os Princi'pc!f. nem os frades coosplr:avam. E, s.e m!'.nih:$t;a.varo opiniões con· trarias il Republica, 6 porque se liil\•am no lemma do lib&Fdade que as Democracias todas, e especialmente a trariceza, alfixam nas suas bandeiras. O ra a liberdade re· publica.na ~a liberdade que assiste aos cidadãos de serem republicanos. A tyrannia monarchica é a prohib.ição que peza sobre os subditos '~e não serem 1nonarchico.s. Assim 6 que, no espírito liberal de todos oti democratas, a Re· publica t•ranceza tez muito bem e a rifonarchia Russa fa:z mu.ito mal. A pri1neira, benevola, permitte 11 todos que a applaudam. Se nào querem gozar d'cssa liberdade amplís· s1ma, a culpa ~ d1elles, e põe os Jd ra da fronteira. embora elles não sejllm reus de rebe11iào activa. A segund a. tyran· nica, prohibe que o povo :tmotin:tdo -invada o pnlacto do dt:spot-a e castiga se1n piedade uns moços pyrot.echnicos culo innoccnte dh•ertimento é ía1er fogos de artificio com os Prlncipes e os Ministros que passam de carru:a.gem

N5o ha revoluções sinceras nem reforma• vinda~ de b;aixo. O povo quer pão e dào·lhe eleições. D1zem-lhe então que participa no j!overno do paiz : e de racto cite par ticipa como J.' panicipaya ante~ - pag::sndo impostos.

A !eyol~ção 1nRleza anu·,cathohc.a e P41Dlitica teve por fi m. re1v1nd1car para a Íe11Jry e a burf.?uezia os seus anti·

~os direitos politicos. O resultado oi a. tyr-annia de Oliver Crom\\•ell a ttbjccçào do Longo Parlamento, a rtstauração de Carlos l!l e o e.a: tholicismo de James IL Foi Guilherme lll, Principe de Orange e Rei de ln(lliterra. quem deu •o povo ingl~t o Bill o/ Rlglttr.

A revolução lranccza deu o Directorio e o Terror. Substituiu o

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'ºº BRASIL - PORTUGAL

bonachelrão Luiz XVI por Barras corrupto e Robespierre sanguina· do. Tentou ni..,clar tudo pelJ. ahura dos hombros- foºoi Napoleão, sol· dado, imperador e autocrata, quem com o seu codijlo reformou de c·imA a baixo a sociedade franceia.

Ainda h1 pouco na Cama.ra dos Comrnuns. o Sub Secretario d'Es· tado dos Nei;tocios Estraneeiroa, Lotd Perc-y, fatiando com uma sin· i:eridade e um desassombro que revelam o mattrial d'um estadista,

Semana Sa:nt1.-Em Dagrante.-A' porta da Conceição Nov3

declarou que na Tutquia eram os rcvolucionarios quem impedia que se executas!em u reforma.a. P rovavelmente receía.m que lhes cstrtt.· gucm o divertimento. Na Russía tatt1bem htio de 1cr os revoluciona.· rioa que ae hlo de oppOr 11.s reformas politicas que o Imperador an­nunciou. Sejam ellu ca.uaes forem, os revolucionarios hão de declamar que rio illu.soriaa, ou 1naufficiente1. ou feitas de mi f6.

1'tas nós, cspiritos ~cntrosos e nobremente sentimcntaes, n~o nos soff're o a nimo que o povo russo não goze do reiimen de liberdade cm que feliimente vivemos. N3o 6 só a voluptuOsKladt de votar que nos d:l a delicia dos espasmos civicos. E' 1obrettJdo a liberdade de que nós todos gozamos. E' a liberdade que tem o MinL.,tro da Fazentla de gastar mil quando as Córtcs votam cem. E' 11 liberdade que tem o Governo de faier dictadura quando lhe apetece, cm vei de estar au• jeito, com~ n'outto• paizes atrazados, i tyrannia otliosa da Cona:titui• ção. E' a liberdade que tem o jula: de lnstrucção Crimin31 de nos ter prtsos quanto tempo quizer. K' a liberdade que ttem os philosophos suburbanos de impedir as procissões rt1i~iosts, ab1olutilmente ordci­ri.s e legae.s. E' a liberdade quç tecm as dontellas de fazer quantos votos qui1-erem, menos o do castidade perpetua. E' a liberdade que teem os funccionarios publicos de nào funccionar se lh~s não apete· ce, e os contribuintes iníluentes de não pacarem contribuições, e os bebados de se efnborracharem. E' sobretudo a liberdade ampl3 e completa, sem restricçõe.s humilhantes. a liberdade de cuspir onde quizer - apana~io do cidadão portugucz:, soberano e livre.

E' est• liberdade que o Imperador e autocrata de todas as Rus• sia.s, T•ar de Astrakan, da Polonia, da Sibetia e da Cheronesa Tau· rica, sem ía.llar d'outros titulo.s sonoros como clarlns na alvorada., ~ esta a liberdade que Sua ?\1agestade Imperial t'm de dar aos seos mujiks se quíter ter o applauso dos peniadores occidentaes. Quanto aos mujiks, applaudem·o aem nada d'ino. Talvez deixem depois de o applaudlr.

'Eu, pela minha parte, sou partidario do sufl'ragio universal. E' uma qucstJo de philanuopia. O camponei, no dia em que dois ou ttes fi­gurões lhe pedem para deitar um certo papelucho n'um certo sitio (o ritual politic·o dt·lhe o nome de l/r1ta) Juljta·se: um homcnl ;mpor­tante. E' feliz. F1i a barba, põe cAmlu lavad3 e fato domin~uciro, e parte 1olemnc e digno par11 a assemblda eleitoral. Rota, como elle di:, bota o papel na urn•. E de tal forma ae apodera cfelle o t:ymbolismo da soberania popular que afinal ellc proerio se converte em urna -em urna de dedhtros. 8accho vence a ele1ç~o. Um~ eleição tteral cada semt.stre rell41veria a crise vinicola. Depois de praticado o rito, o e lei· tor, como os lmmortaes princípios, nlo !IC pode tet naa pernas. Pi.las vae feliz, consc.io da au.a impott ancla, muito m1i1 que do ca1ninho para casa.

?\las pelos modos, o camponei ruiso, que ai111d11 não provou do fructo prohibido1 não Je.seja provai-o. To!stoy, que conhece o mujik, affir·mou o outro dia ao correspondente d'um jornal írancez. que algu-1'!"ª' dezenas de milhares de individuos que rcclaoam reformas poli­t1ca1 alo apcna.s uma fracçào infinitesimal do povo russo no qual se. incluem cento e vinte milhões de camponez.e:c qu~ n'ão se importa1n com essas reforma• e aó pedem a nacionalisação da terra, e que e-sta nilo 1eja objecto de venda ou compril mat propriedade commum d'a-

quclles que a cultivam. E' estil a revolução que os intellectuaes prc­conisaml

Ora cu nlio sei bem o que si\o os intellcctuaes. Supponho q ue s-:io os que vivem do inttlle1-cto. em opposiç:l.o aos que vlvc:m do trabalho manual. ~tas cntlo ião umJ aristocra.ci3, Vivem do intellecto cm toda a parte os itoverna.ntes.

Vivem as classes superiores e os cavalheiros de industria, A Ratu· nice )' pertence :i classe do trabalho manual.

O que indi~na os Uberaes da l!uropa occidcntal é que o ~overno Russo não tenha mais consideração pelos mttllttluau. Tem sido preso muita ~ente n;a Russia, por consp1rar. Ninguem se import-a, a nlo ~er Ps 1)re5os. Mas logo que se prendeu ?\1:.ximo Gorki, prote$t.a.ram to­dos os que tlnha1n onde protestar. Porque era um iNltll~ttJ1al. Perten· eia á tal aristocracia em que é sacrilegio toca.r. Qoe ditem a isso os anaJphabctos que em Portugal, corno na Russia, constituem ainda a maioria da populacào?

!-la meia duzia de dias os jornaes de Paris revelaram a cxisLencia d"um gabinete negro cm França no período eleitoral. Os defensores da liberdade poliuca na Russia nao mencionam esse caso alegre. Con· tinuam a proclamar o triplo principio d~ Lí/JerdaJe, E$ua/dade t f'ra• /e.r1tldaáe.

?\las a Liberdade é sempre a mesma - é a liberdade que tem quem está de c:ima de bater cm quem está debaixo.

A Egualdade existe perante ns bomba~ que atiram egualmente pe· los art:.s os GrJ -Ouqucs e os stius cocheiros e a parelha de cavallos.

Quanto :i Fraternidade consiste ·cm substituir aos antigos Irmãos das conínarias, Oll: 1. •. da livre maçonarb. Em vc~ de serem irmãos· por extenso, s!lo irmúos abreviado!l.

Os napolilanos sào o povo mais espintuoso do mundo. São espi· rituosos ao ponto de nlo dizerem que o são.

H:. uma canção napolitana, cujo estribilho é o seguinte:

Lilurll E'çnlll~ l'"ª'" a / t, e da.11ttlo a 111e.

Eu. q1.1c leio sempre todos os annuncios e sou uma victima dos reclame.s, li dois livros de ~1aximo Gorki depois que o ~overno lmpe· r-ial da Russia, com a sollicita cooperação dos socialistas allemàcs e da imprenS;:L franccia acolytada pela portugueza, lhe 6ieram um re­clame gratuito e ena;cnhoso como não ha memoria de outro. E achei que o escriptor era 1nuito !tuperior á sull (lbra. Supponho que ~laximo Gorki tem dois pés e consta que ainda lhe nlo cortaram a cabeça. As obras que eu li d·eue nào teem pés nem cabeçi. VI n'ellas vagabun­dos, pesca.dores e campone1e:i discursando como philosophos ou como roués. As mulhere• respectivas te.em is s.educções S(lvantes da$ hetairaa ~regas e da.s antigas cortczàs de Roma. 1-: no fi1n de contas descobri que a tyrannia russa dava ao po\•O oppresso - se nào :1. li· berdade de votar - a libc:tdadc mais cara ao povo da minha terra, a liberdade de cuspir, que a Liga Nacional contra a tuberculose quer

UIJclJh lk! • .,u,.,a.. Semona Sani... Um grupo arlstocratico 1ahilido de S. Roque

tolher a.o livre cidadão portuguez. t:: C-ftc cidadão livre, que j1 nAo tem a liberdade de fallar, se lhe tiram a li)erd:1dc de cuspir, rarl1: que lhe serve a bocca? Para comer, I! preciso ler que co1ner. Tão prccir.i. é a lebre para faz.er o cltJtl como para o comer.

l\las pode o cidadão bocejar ' vontndc. No fim de contai e m tudo isto h:. uma t.olsa só a lamenta r : 6 que

não se faça em nome da Liberdade e da Egualdadc um reclame a

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BRASIL - PORTUGAL 10 1

1:amburini como se fez a Gorki. Tamburini era capitão reformado. fa .• z1a uma suspeiUL collccção de uniformes e convid:t\'3 para um:t. con· spiraç!o, que nunca se efl'ectuou, pessoas que o iam Jenunciar. Gorki, mais pratico e menos c:aphA:o rerormado, 1ncitava o povo russo' re· volu~ão que iinda hoje anda á solta pelas iruas de vada.s cidades rus· sas .. E' verdade que as t ropas do t)'ranno russo mataram m:t.is revolu· cionar-ios em S Peter&butRO do que as tropas da Republica F ranc«!za. mat.:tram dt: Rrêvistas e1n Liinoges. l\.t~s u1mbem S. Petersburgo ~ m~ior quo l..imogos. Gorki teve pendente sobre a sua cabçça uma scn· tença de mone Tarnburini 6 accusado de conspiraçào contra a segu• rança do Eista.do. crirne qoc 'O Codigo Penal francez pune com a pena capilal. Tamburini acha·se na mc.sma aituaçào que Gorki. Tal e qual como os gr~vistas fuzi lados em Limoi;tes se ach1m na mesma situaçlo que os revoluciona rio" fui.ilados em S. Pete rsburgo.

Ha só uma differençi: Tamburini a es·ta.s horas pensa da Liber· dade o mesmo que Gor)d pensa da Autoc racia. E isto prova que !1'tste mundo nunca ningue1n teve mais ra.z!o que aquclle sargento 1nstructor que explicava aos recrutas : e Meia volta :l direita 6 exacta­nicnlc o mesl'no que meia \•olta á esquerda. - com a diffetença que é c::icactamentc o contrario•.

VtSCOS°DIJ ºª S .Uf'I'() TH\'l!S().

Politica internacional

Não ha uma unica nição na Europa. pôde affiançat·se sem re­ceio de desmentido, 01lde no mo1ncnto actual não esteja la~ tente ou declarada uma crise politica.

Na Hespanha o segundo minis1erio Vallaverde comcçil a reproduzir, conrorme a nos.sa prophccia n'estc me.smo los:a.r n!io ha muito, exact-amentc a historia <.10 primeiro. A mesma esterílidade ~o·

Semana Santl. - Em Otlgrant-e-. - Pelas rua!

ve~nativa, as 1nesmas intri2a.s partidari:l.s, a mesma i1npotencia pa:a evitar o destino que implacavelmente o espera. Não tetn ma1ona como :t 1110 tinha da prirneirà ve11 e porr:into está d mercê novamenle d~ sr. ~laura que apparcccr;l no momento opportuno para o àubsti .. t1.11r, se o pa:tido conservador tiver íorçu :iinda p:ira impôr á corô.a Utna nova situaçâo. No cmtanto a crise espera apenas par:\ .se man1-íestar publicamente que o rei tenha reali·sado a viagem. que se não Póde addiar por j;i estar annunciada, a menos: qoe se não déssc na.s vesperas dil partida como aconteceu com o 1nesmo sr. Villaverde an· tes da visita de Affonso XIII a Portuii:al.

htas dt uma mianeir;:i ou outro., jil ou quando o parlamento se abrir\ a crise é certa e a queda do act1.1al govtrno i1le\•itavel.

• • Em 1-·rança a crise política, não ministerial. é dupla, porque.além

dil.$ questões internas especialmente a da .separação da Ecrc1a. do Estado1 abrange tamb~in uma grave questão de polhica internacional - a de ~farrocos.

O problema da separaçlo da. Egreja do Estado parece nlo dever apresentar grandes dífficuldadcs p.arlameotares, mes mo no Senado, onde nào tardará a ser tratado. Não 6 por este lado que a quest~o Póde occasionar qualquer crise politica. O perigo da medida começa, ern quanto a nós, depois de cita ter sido approvada pelas cam;iras e quando tenha de principiar a sua execução. , .

Não ser4 3 que$tlo de principio, 9uc l ~vant-arA ª' d1fficu lda~cs. A respeito d'essc ponto estilo todo$ m~1s ou menos de accordo, hbc-

raes e reaccionarios. Mas quando os catholicos tiverem de s ubsidiar da sua algibeira o culto, que agora tcem de ~raça :i cus1a do orça· meJHO do Estado. porque esta é a natural consequencia da :separa· çào; quando Roma sentir que lhe faltam, por motivo da appUcaçào local que vào ter, os milhões que de F rança iam todos os annos au­gmen1ar o thesouro pontificio, é então que a verdadeira crisci come· çart e que deve ferir-se a batalha suprema entre a reacçào e a liber· dade. A votaçào da lei representa apenils a parte relativamen:te mais

IScnuina So.nt..3. - Grupo de senhores aris'ocrGticas no largo de S. Roque

lacil da u1.rera. A pr:nica d 'tila é o principal, e a este respei to nada 1nais eloquente como licçlo do que .se deu co1n a arplicaçtio da. lt1 Jo fallecido \Valdeck·Rousseau sobre ;as congre2açõcs reli~iosa$.

Ao lado do comP.licado probleLna Interno da separação da. E~rcja do Estado sur~c neste momento para a republic.a a Rrttve quest.10 de Afarrocos, provoca.da pelo discurso de Guilherine H em Tanger. Já na revista a nlcrior dissémos o bast;uuc a respeito d'esta quesui o, tanto sob o po:nto de vi.sta da França co1no do da Allemanh,... Só te· mos hoje a ilCcrescentar. que díplo1naticamente o incidente se encon·

j

' Clftllb n "uo1lt1I.

Semana Santa. - E1n Oagro.ntt. - A• porta de S. Julíãc.

tra no mesn~o pé, o que, seria pueril querer occulta.l·o, nlio é 'boa no· ticia para a França. Evidentemente o Kaiser {pretende !obrigar o sr. Dclca.s.s6 a ir a Canc,ssa, e a campanh.a inicia.da pelo. impitensa al· l~mõ pedindo a resolução da quest:ão de Marrocos! pelas potencias s1gnatadi1s do tratado de fl!ndrld não deixa dc{ser significativa. A Frnnçit ntio pó-de ir al~m da,s declarações feitas pelo governo no Se· nado.

A Allemanba niio quer tomar a iniciativa de negociações dircctas

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'º' BRASIL- PORTUGAL

com o '10vcrno trance:• a eate rc1pcíto1 e ao mctmo tempo vac c:n· viando a fea o conde de Taucnbach para tratar l1rtt l-t1.uMlt com o Suhio. nJo se Abe bem o que. Como aeabad ttdo i1to' O peor ' que em Parit a 11tuaçio do llir. Delcaa~~ csd cada ve& mais compro mcltida. Unto que a propo11to de uma qucstio de ncuttalidadc pro·

Se1uan11 Santa. - tm ftagr.ani.e. -A p:>r·La do t.oret.o

vocada pela eita\la da é•<au;uJra \lo~Hahico cm ªKOiU1 írancczat no lndo·Chinl\, chegou 1 apresentar a dcmissiio. No 1nomcnto actual I\ sahida do min15tro, que negociou o '-CCordo an~lo-ínancer., •~ria de ploravc1 para o prettlli!,io da França fo~oi porísso, $Cm duvida, quo a in1unci11 do prC"11dcntc da rcpubhca o sr. Delc&s$é retirou o pedido dG dcmi11?10. 01 dl11, p.or,m, <lo mini.i.tro dos nc,ocios extranae-lro1 utão contados. e nada ha que o Al\•e do dcttino que o cJpcra em breve Fas.hoda e Tanger 6 muito para um m1nist~o só, com o Inter· vallo apcna.t de 1l1rituna annot

• :-:a l-fun1ri1 a critc dctermJn1-d1- pclu ultimu elciç6c1 1ttut21u o

uta_do a1:udo ll:a ltca me1es que o conde de Tis.u dertota<lo na urna r~dua a tua dcm1•\~01 e ha Ires mc'lcs que por falta de um eoverno

Somgno, Saou. Grupo de 1enhor11 11rf1t.ocrallca1 á porta dn Sé

para o 1ub1titu1r continua • (rente dos ne2ocios puhhco1 I 1-.. ' um e1 a.do de ~ouu1 1em cgual ccn pai1 1t2um do mun4o. E o peor para a monarch'a du1U1t.a ' que, dadu u 1ctu1-es íntn.n1i2enci11. nlo te vt­a maneira de aahlr d• pruenle J1tu•tio dentro dl lee:abdade. A nova mi.1ori1, em que predomina o partido d1 1nde~rdcnc11, nlo dt:tlitt

do impôr como condjç:ão rhte ''"' "~" de appolo 10 miniaterio, que \lenha a formar4 sc, a adopçào da Jin~ua rnagyal' para hngua do com· mando do exercito hung1-ro, que at6 aj,':Ora tem 11do commandado em allemlo. Pelo seu lado o imper-ador, 1na.ttindo em qge semelhante medida teria como incvitavcl con5equc:náa a dcsagrc2açlo do exer• cato austro hun2aro, e importan1- um profundo aolpe vibrado ' mo4

n.arc.h1a unid.a como grande potencia, rec.tu·ae a acc.:eitar cu.a condl­çlo. D'ah1 a impo$$1biltdade de K contlltuir m1natltr10. Toda.s as tentativa• fc1tu pc:So conde Andran:y e pelo doutor \\',kt!rle teem fn.­cusado, e, dcpo11 de uma dcmonda e111da cm 8udapc-tt, o impcra­t.lnr voltou para Vienna a.em n.ida ter rc1olv1do- O que vae acon1cccr? Nlo ae sabe. Parla.mcnto e cor6a parecclT apostado• cm fechar os ou· vil.los d. r-aa1o e caminham de olho• fecl!ado1 para uma catastrophc certa. Demais e.ste inltr1111, em que te ctti h' treJ me1e1, 6. insusu::n· tavel. A e.amara nlo vota aa leia con1titoclonac1, e dentro em pouco nem «! possível cobrai os imoostos nem cha1ni\r ~· filelraJ do exer­cito o contingente annual. E quando cite tJu,llo l:acto certlsslmo vier a realisar se, uma solucçào1 qual~uct que ella acjlll , il111)Õt•se como ucn caso de força maior. Dois expechentc1 de duviJo;o reaulLado, ou an• lei Jo tC$ultado contraprollucenle tcern 1ldo 1cn1bradus. Consi~te o lll'hnciro cm nomear 4 se lun 1nini1terio a5'1en11.• de neRocio11 stm cõr polhlc::a Jefinida, que deixas~e rcs 1utcgra o ponto fundamental do dis• a1dlo1 a v~r 11e com o tempo e a rcílcxlo a quettlo t•Or a:i propria se rc:•Ol\!1&, ou ao menos amaçea\!a as m111 perigosa• a1pcre1a1. hlasse 4

mclhante \en1ativa. a f•1er-sc, c::•t• de ante mio condcmnada a naufr.a j.!lr, porque a maioria nlo pcrm1ttina um dll unico de \•ida a esse mi­niaterio. Por aoc:ordo prcv10 das dua1 paflc• ltnha probabilidades de cxlt.o. Como manobra da coró1 para a:ahu das d1fficu1dade• prcsenlc:s 1 1rreahaavel.

O t.ejundo ex~dicnte mais violento e por ilJO mesmo mais che&0 de 1ncerteau "'"' a d1.SSOluçlo da c.lm~a actual e um no•o appelo aos clc:1l4Het. ~las quem oào \l: o peu20 t a inefiC.lcia de um.& tal me· d1da ~ A incficacia, porque segundo todas 11 proM.b1hd.ades voltana á

Sem::in' Sai:ita. -A procl11ao do enterro em 81lem

carnara a actu•I maioria, mts mait irritada o por conscqucncia mais intrnnslJ.tente do que a aclual. O perigo, por<1uo a. dissolução nas pre· sentes condições crearia u1na tal agitaçlo no p1l1, que o acto eleito· ral podia muito bom ser o ptolof:O de um movimento in11.1rreccional cm toda a monarchia de Santo E1tevam

l la ainda 1.1.mA terceira !ioluçlo. mat a esta decerto nlo recorl'er:l t-' rane:lsco José, muito embor-a ella tenha. 1ido le1nbrada por alguns Jornae1. Seria abolir pura e limplc1men1e o par-lamento na Hun2ria, r,elo menos durante um certo tempo, e u1umlr a coro.A o poder abw· tuto. faaendo calar pela força qoatqucr p~otetto. Etta 'a &0luçlo pre­CC'ln1Ada ~los c:nculoa reaceionauos e anu m1ay1re1 de V1cnn1~ que nlo adm1uem que se hça qualquer conccu.\o aot hun.iaros e que os querem v-er tratados como rebcldc1_ 1n1uttm1J.10t. Slo c:1tu influencias auatriacas, e atl. mesmo a inftuencta occult• da AHemanha, Mgundo se affirma sem rebuço cm Pc.~t . que animam a intranilgencia do im· pcl'ador. e que t0,-nam portanto lnsoluvd o conH1cco

Nlo &e trata, com cft'eito. de simples d1ver2encia ou mesmo da luc.ta entre um ministerio qualquer e a naloda da camara. A antino· mia auumiu caracter mais profundo, e no momento actual e na phase a que a que1tlo chei(ou trata01e nadi mcno1 do que de um duelJo en· tre a corõa e o pa.rlamento, que talve1 dentro cm pouc:osdiasse con· verta em incomp1tibílidade 1Jreductlvcl entre 1 dynasli:a e tl naç.fto.

O pcor é que além da cmb11raço1a 1lluaçlo que airnUhanle crlse cria no Interior, além dos periuo• e daa ínccrlc~•• de que a.meaça a eJtabllidade da monarchia. C1Stc eatado de cou11.1 pal'alysa ainda a aççlo da Au1tria·l·lungriJ no exterior, li.1.endo·lhc per-der 1 opporLu· nidadc uniça que s~ lhe 1prcsen111 de l'etolvcr 111 quealào balkanrca a uu favor por motivo da impotencia da Ru11ia

Além de que o confllcto tUltro·huntcaro pode ter ainda urn perigo riara a paz. R,enl a que nin~uem por Ol'I alludiu ma1 que nem por isso d menos real. Não poderiam ot circ:ulo1 con1cr\!1dorc.a de Vicnna, para tentarem 5ahir da presente siluaclo, lancar a mona1chia n'uma 1uerr1 exterior, conua a ltaUa, por ex.eniplo, com a e1peranç.a de pe· r-ante o 1nimieo commum obria;ar 01 hun11ro1 a cal.ar aa iu;is exigtn•

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BRASIL - PORTUGA.L 103

ci;at? Não seria a primeira vez que a histOli'ia apontaria uma aventura d'esta o tdem.

N'outro ponto da Europa se debate lêlmbetn e continua att :1~oril sem solução urna c ri11e do rntsmo genero. Rcftrhno·nos ao conl11cto entre a Suecia e a NorueRa a proposito da crenc;!\o de consulados in· dependentes, quo esta ultilna nação cxi20 e a que at6 a~ora a Su~cia se tem opposto. Esta questão, que estot apaixonan1'10 extraordinaria·

l 11-t·iw 1i. • • i11 .. 1. Semana Saot.a Em D.-grante. - No largo das Duas Egl'ejaa

mente o publico da Escandinavia, che"ou ali ao e5t.-do a'1,udo, exa· C:tAment.e como na Hungria, e já deu c:nlisa i queda do ROVCrno no· rueguez e do j?O\•Crno sueco. e :i verdlldtira abdicaçào de facto do rei Osc:ar, o qual por motivo de allegada doença !oi substituído no ~o· vcrn.o das du!s nações pelo principc rea1 na qualidade de rc~ontc. Os Patnotas de Christiania começam 11 rt:clamar a indcpcndcnc1a. nacio· nal, e o actulll pacto da união e.stll sendo rudemente atacado, tal qual como o compromisso de 1 S66 pelos hun~aros.

Co:ois101.t~R1 PaDRoso.

O senhor Diabo Conhecem o Oi:s.bo? Não serei eu quf)m lhes conte a. vidt\ d'olto.

E todavia. sei de c6r a sua legonda t..rag1c.a, luminosa, coles-t.e, gro­le!!Ca 6 &llnvo!

O Diabo da figura maia drnmalica dn Hlslorla da Alma. A sua vida é a gr11ndo aventura do l\tti1. Foi elle que inventou

os enfeite& qoo onlanguescem a alma. o as armas que ensanguen· Lam o corpo. E todavia. em certos momon1os da historin, o Diabo 6 o representante immenso do direit-o humano. Quer a liberdade e a fecundidade, a forç11 e a !oi.

R' então uma oapecio de Pan sinistro, onde rugem as íunda.e re1>el1iões, da. natureza. Comba.to o aacerdoclo o o. virgindade; llCO!!• Solha. a.o Chr isto quo viva o aos mystiooe que entrem na. humana· dodo. _ E' incomprehenslvel: tortura os sanlli0$, mas ~ofendo a ogreja.

No tw!Cu1o xvt 6 o mn.ior -iohulor da.colheita doa d1z1moe. E' envenenador. B' impoator, t.yra.nno, vaidoso o traidor. E toda•ia. conspira contra. os 1mper:adoros da A Hemanha: con­

~ulta i\ristotole• e Santo Agostinho e suppllcia Judo& que vendeu hrleto, o Brutus que apanhalou Ceaar.

O Dia.bo ao mosmo eiempo tiem uma. tristeza immensa o doce. Tem t11.lvez a. nosta.lgfa do c"1u l

Ainda. novo, qua.ndo os astros lhe chamavam Locifer. •o qoo lbova a luz" rovolt.a-so contrn Johovah. e commandlk uma grando

atalha entro aa nuvens. Depois tient.ia Eva, engllna. o propbet.a Oani~I, apupa. J,ob. t.or­

lura Sara o cm B•bylonio 4 jogador, palhaço, d1ffamador, liborl1no o ca.rr-a.eco.

Qutndo os douaes foram ex ilado•, &lle acama com ollea nas Ho·

reata.a humidas da Ga.IHn. o er:nbA.rca oxpodições olympicas nos na· vios do lmpnrLdor Con11tancio.

Cheio de modo diMte doi:t olhos triates de Jesus, vem torturar oa monges do occidentc.

EscarnOCÍA. S. hti\cario. cantavt\ µ.s.~lmo11 na ogrojll do Aloxan· dr1a, offorecia rnmos do crav()fl n. Santa Polagftt, roubava as galli· nhas do abbade de Clucy, espicaçava. oa olhos a S. Supplicio o' noitia. vinhn, canç.ado e empoeLrado, bater ó. porta do con•ento dos do1n1niqyinoa ~m Florcn9a o la dormir na el)Ua da Savona.rol3-·

B.8tu1ava. o hebreu. dis,outla com Luthoro, lia. attentamente a Biblit1 e vinha.. ao anoitecer para aa eneruiilhadn.s da Allemanha jogar com oa fradeit mendicantes, senta.do na relva sobro a ~ena do aeu i.:avallo.

Intentava. processos contra o. VLrgom: o ern o pont ifico d-ll missa negra, depois do ter inspirado os juf?.ea de Soe.rates.

Nos tJeua velhOfl di:..s, ello quo tinha discutido com At.tila planos do bataJba, deu ae ao peccado da gull\..

E Rabolais, quando o viu assim ratigado, engelhado, calvo, gordo e eomnolento. apupou-o . .Entào o demonograpf10 Vier escreve COD · tra. elle pamphletos aa.ngufnotentos e Voltaire criva·o de opigram­mas.

O Diabo sorri, olha em volUl do ei. para os calvados dcsorto8 escreve na auas memorias e n'um dia nevoado depois do ter dltO adeu~ aoa seus velhos camarada&- oa at:itros - morré enf.aat.fndo e e1lencioso.

Então Bernnger escreve-lho o epiLaphlo. O Oit\bo rol celebr:t.do, na aua morte, peloaeabioae pe1os poetas.

Procul ensinon ::i anbstn.ncitl. Presul ns suas aventuras d~~ noite. S. Tbomaz revelou o seu destino, Torquemnda. dtue l\ sua mal .. dado o Pedro do J..,anere a sua. inconstanoi& jovfal. Joào Oiquo es· e revou sobre a ;eua. cloquenoia.Jacquoa 1.11 d'lnglat.crra reza eorogr~­phia. dos seull o.atados. ~lilton disse a ana hollev.-a. e Dan~ a. 8ua. t ragedia. Os rnonges orguora.m-lhe e.st.aLuas O seu sepulchro é a. natureza.

O Diabo am.ou muito. Foi na.morado gentil. marido, pao do gerações sinistras. Foi querido, na Antiguid1'da1 da mi\e de Cesar. e na meia edade

roi amado da. bella. Olympin. Cru1ou no Brabante com a. filha do um 1nercador. Tinha enlrevhttlls lllngnldas com Fredogonda, aaauslnou duas gerações.

Rra o 1Htm<1r11do do frescas serenatas das mulhoros dos merca~ dorea de v·one2a.

Escrevia 1nehaneolictimento ás monjas do11 conventos da A!le· manha fitrnint1e ''• flli1e1 <~mo,.t dtlecta;,U1t, diz tragicamente o abbade Ce&a.r do Holetabach. No seculo XVI lentava eo1n olhares cheios de sol as mà.oa melodramalicaa dOiS Burgra.vel:l Na Escocin ha.via grando mh3eria sohro os mont.es : o Diabo comprava por Jü $l;illfng<r o a.mor d3.s mulheres dos hygl<o1der1 o p3gn.vl\·lhes com o dinheiro fa1~o quo ra~~icava em con1panhio. da Fillppo 1. de Luiz V~ de f ,uiz VII, do Etllppo o bollo. do rei Joilo. ds Lu•z XI, do Henriqoe li com o mesmo cobre de que eo raziam o.s caldeiras. onde oram co: a1dos vivos oa moedeiro• falsos

RQA DE QUEtlROZ.

O cardeal Ajut.i

Antigo 1'·unc.io de Sua Sa.1Jtidade tm LiM>oo

tom Hoinn " 28-4·1~

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Os artistas que ainda vivem do antigo GRUPO LEÃO

Cllthê d~ .Arnaldo •·onaeu

!Os pintores Girão, Cbrislino, Ramalho, Vaz e Malbôa. Falta Columbano que estava de nojo pela morte de seu lrmi o Feliciano Bordallo Pinheiro. Os artistas brindam os proprietarloa do Leão de Ouro pela inauguração da nova sala em cujas paredes figuram novas telas suas

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BRASIL- PORTUGAL 10~

Batalhão de Caçadores n.º 1

li hi1tori1 doa nosiot regimentos e bat. lhõea constitua uma doa m1..iore11 eonaolaçôoa d'eat..e ptt.iz. porque em nenhum outro u,ala P•lph.ant.e o quente vibra o sen1lment.o do amor da 1>•tria do que n'e.ste pod11ço do terra. que é pa.Lrimonio de nouoa antepaa11ae101 o que nós desejarnos 1nantier a todo o custo tiv~ para rapoueo doa

TenenL• coronel Altl'tdo Xa•ier do Baato

no8'JO& 1nortoli o "'"' cr•rlo dn.8 no&1UL8 trn· dições o daa notlfHL6 glorias

B ú no oxorclt.o (luo ncStJ vam~ encontrar rasgoe de horo1w1no, brawura.s de uma au dacia nunca excedld1, brilhante• abneaaQ4)e1 e ahençoadoe 1acr1ft cios em fa'fOr d't110 sentimento Llo DOMO, tlo ponuguo::, tlo ar· ra.igado o con1ublllan· eia.do na noau. raç•, que atra•e& doe aecu· lua. o, nlo ob1l1nte a eat.re.H .. ua d'e~u.a raxa do torritorfo conti· Of!lllt.al, noa t.e1n d<tdo rorça oalenio para po· dermoa manler livre e a.utiono1no. & no11ea queridll naolonall· dado.

E u r~ç~n11~, do caçadorea n.v J vorn do ptincip10 do se..:ulo paqado.

No Buu.aCA>, na t•· moaa batalha do Bu1.• 81CO, hOntOU & fard~ do soldado portugues e nob1hlou a eua ban·

I)deira, tomou pa.rt.ti na acçào do Fuentes: d'Oüoro. pas.JOu a ••u o rio

d t11at t'G«U o defendeu \.On&1menr.e na. margem opp<>eta a poei(lo

1. Aldeia do 8i1po. B.m Sa.lamanca.. em Va1lado1id e Carrion foi aempre nota•el a

sua acç.1.o eneralc.a e ••loro1a.. N'eate ultimo combaWI fot llo not.a•el a &u.a. acçlo, cobriu te

~nt.o de glorl• que o proprlo marechal Bere:sford mandou na ordem o dia ( 11 de jonolro do 1818) lazer o seguint.e elogio:

'D'eat.e bat.alhl.o rol em e.ai conft1ct.0 rerido o proprio eomman· dint.a., 1nal1 dea o01claee, feridos e mortos ma.l.& de 1netade da eua

força e em tão embaraooea eituaçlo com tio boa ordem retirou, marchando lmponenle u6 ' dlYloào de que tula parte,.

Bntrou no 3.• siuo de B•dajoa, UN.Jtou e tomou a praça c.eodo­lbo cabido o ataque i obra exterior de Pa.nda.beraa onde ae distin­guiu a t•I ponto qoe mereceu um eloalo etpecial na ordem do di• '" de r ....... ro de 18131.

Hureb• e S. lllniloz, ondo doltndou a p&U&gem do rio Hu.erb&, dete•e e inulilh1ou os eBfo~• do exere1Lo írances, derom·lhe en· aejo para que mais ama •e.z ao dl8Lingul11to.

Foi doa primeiros corpo• que pilaram o t.errit..orlo rrancez de· poia de ter entrado no combato da paaaiagem de Bida.1aoa1 iomaodo pars.o ainda depofa na.e b•lalha& do Vlyof e de Nite.

Fez pl\rr..e da.e Corçaa que eiliaram a praça. do Bayona, termi· nn.ndo aqui oss brilhanlea rcitoa e a.111fgnaladoa i,orviçoa prestados nll guerra. da. Peninsula.

l"ola organis1ç:l.o ds 1837 rol criado om llbranLos o batalhll.o de oaçadorea n.• 8 ei em l.842 P•e&ou a dono1ntnar-1e caçAdOr~s n • 8 o qual tez par1.e do exercito re.staurador e em 1846 o 1847 ent.roti nu camp1.nhas a r11vor do D. Maria H.

Em U:l&I pa.ssou a de.nominar·te regimento de caça.dores n.• 8 pa.aa1ndo depoie em 1899 a conatitu1r o tiatalhào do caçadores n .• 12 do regimento de c.a~adorea n.• 4~

Em 1001 rol orgaoiaado o actual bala1hlo de ca.ça.dore.11 n.• 1 tendo lldo OS 80U8 qo.arte11 doido a IU& fun.daçlo, Abrant.ea. Cna do1 Quatro C.m1nhos em Lisboa. Santo O' ldio no Porta, Penam&· cor. l.cuna, Marra.., Beja., El'fu e no,amente em Abranlt$.

Taea l1o a traços geraea e multo ao de'ª'º u paginas histori· ~••que mais enobrecem o ba.t.a.Jhlo de caçadoru n.• 1.

Vidros quebrados - Ho1nenl cá pira mim1 iato de caea1nento• elo cou.saa ta.lha.­

da• no céu e• o que db: o po•o e dhc b~m Nào ho. accordo nem convenienc1a ne.m nada. que faça um ca•amento quando Deus nlo (luer ..•

Um caumento bom, err.eodou um do. fnterluctoreL - Bom ou m•u. 1.ne1suu o orador. Deldeque6cuamento 6 obra

de Deua. Tenno em mim mumo a pro•• Se querem. conto·lbea • •. Ainda é cedola.ra o .. oh.arei.e Bu eetou ab•rrotado •.

Venanc10 o nume d'ute ca•a1he1ro. Baú. abarrotado, porque. eito e lr.s am1goa aca.b·•• n de jantar. Aa 1enhorae foram para a aala con"erear do e.aumento de uma •l1tinha, moça teimO!a como c.rinta diabos.. qae recusou todo• oe no1•ot que o pae Jhe deu. e acabou desposando um namorado da cinco annoe, eacript.ura.rio no Thoeouro. Foi d. sobremesa que eate negocio começou a ser objecio de palestra, TermlntLdo o jant•r, a companhia birurcou·ae; ellu foram r•ra a sala .• eUea para um gabinete, onde oa eeperava o vol· taret.e habftu'l. Abi o Venanc.lo enunciou o prinolplo da. origem di -

O!Gclalldado do Caçadoru l

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106 BRASIL- PORTUGAL

Tina d.,. matrlmonl.,., prlncl~io que o Lu.I, aoclo da ftrma Leal cl Cunha.. corrlaiu e limitou &1)9 mat.rlmonioe bona. Oa m'u•, ge.. gundo oUe ex plfcou d 'abl a pocoo, oram obra do dfabo.

- Vou dar.lhe& a. provia., cont.inuou o Venanclo do&abotoando o collot.o o enonotando o braço no poll<Jrll d• janolla quo abtl& para o jardim. Foi no lempo da Campe.aLrt .• Ah 1 oa bailes da Ca:npe&·

ella. Aflnal. llOC<lfOol o ... , .. 1 a Cecllla, perguntando .., coneentla que a llraaee por Juetiça. Çe_, ilia ruponde1.1 me que era bom 'fer primeiro ae a mi.o Yolta•a atra:s; nlo queria dar.lhe dea10Atoe. masjuro.v&·mo, pola luz que & eet.tlva allumiando, que eerla. minha o 8d minha .

Piquei conten\..I oom a carta. e contJnu,mo• • corre8pOndencill.

Baoda do mu1ica

trol Tinha eu enLlo vinte o dois it.nnoe. Namorol-mo ali do UCllA. moça de •iot-o annoa. linda como o .ol, ftlha da vluva Faria A pro· pria •lu•a apeur dos cincoenta re1toa. &ioda moetra•• o que unha aido. VOCê& pódom imaginar ae me atirei ou olo ao namoro ••

-Com• mle? -Adet11l So dizem t.ollcea, calo·mo At.irei mo d ftlha.: co1neQ4·

moa o namoro logo na primo ra nolt.o i contrinul.mo-s, correapoode· mo.no1; emfim eet.a•'&.DlM ala. eat.a••mo1 apaJxonados., om meooa de (luatro muoe. Bsere•l·lbo pedindo lioenç.a para ralar ' mie; e com ofTolto, dirllJI uma carta i •íu•a, expondo os meus 1enllmen

A •liuva, c;ortn. da l)ft.lxào dn nlhrt., r~z o t.Habo. Começou por nào 1r mala ll C.ampe.etro; trancou &• janell&ll. nào ia. a. parLe nenhun a; mas nda ucret'iamoa um ao outro, o ÍàlO b»U.'fa. No flm do algum tempo, arranjei meio de YOI·•· ' noite, no quinl-*I da U&L Puía•a o muro do uma Ch3c•~ 'fhtlnha. ajudado por urna boa preta da °'"'ª·· A primeira. cousa que a pret.o. faih1 era prender o cachorro; depois da•a·mo o tlgnal, e flcawll de vlgl1 . Umi.. nolto, por61n,oc&· cborro aoltou se e •eiu a mim. A viuva acordou cou1 um barulho, roi á janella do• fundos, e •fu·me aaJt.ar o maro, fugindo. Suppoz. naturalmente que era um ladrlo: ma.a. no dia sesuinte, começou a

Grupo dos •1.rgui101

tofll, , e dl~endo quo Mrla. u1na. grande honra.. a.o me admlttiBsB na fam1lla. Respondeu-me, oll<J dlu depola, que Cecllia nàO podia e&• Ar tlo çedo, mu que. ainda. podendo. ella tinha outros project.09;, e por IMO s.entla. mui1.0, o pedia-me descu.lp&.. tma.ginem como fi, quel t Nooo ainda unguo na guelra. o domai&, &paixona.do, quiz ar t caaa da. wJuya.. la.ser um• e:11t.ra.tada. •rra.nca.r a moç•, o rnglr r•om

d~sconflar do CMO, moftteu a oecravn orn conflsallo, e o demonio da negra poz tudo om pre.lOa limJ)Ofl A vinva p•rtJu p&l'A & filha. -C&~;\ de HOl(JI peALOI (ol(J "'° COUIU que .. façam 1 foi

lato que t.o eoainel? Deixa 6"t•r. ta mo pagu, t1.o duro como oeeoJ PARLA 1 p C8lOl

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BRASIL- PORT UGAL 107

A preta ap• nhou uma eova quo nlo tbea dJgo nada : ficou om ~ªº(º•· Que a tal mulhereinha era da.a arabfaal ){andou chamar o 1r-rn o, quo morava na Tljuca , um Joe.6 Soare.1, que era então com. mandante do (},• batn.lhi\o da guardll naelonal; mandOU·O chamar, contou·lhe tudo, e pediu-lho conselho. O irmão reapondou que o mo·

' Fachada do Quo.rtel

lhor ora cuar Cecilia aem demora ; mu a viu•• obaer•ou que, an· loa do a.ppl\rocor noivo, t.lnha medo que eu H>:os"o algum:t., e t.en· cion&•a ret.iral·a de ~l'11111, o mandl\l·& para o convonLo da. Ajuda.; d&Ya AO com u madr68 principaee .

Tres dias depol•. Cectlft. foi con'fidada rwi:la mle a a promptar· ae, porque 1•m passar duas semanas na T1iuCL Elia • e.reditou. e ma.ndou·me dlior tudo pol& meRma t>reta, a quem eu jurei que da· ria. liberdade, eo chegaaao a e1,,s:\r com a einlui·moça. Vestiu eo. PO~ a roupa neee.asarfa no bahú. e entraram no carro quo u eapo· ra•a.. Ma.I ao pauaram cinco minutOIJ,.. a mlo re• eloo tudo' filha ; nlo ra. le•al ·ll. para. • Tijuca. m'\• J>•ra. o eonYeDlO, d'onde 1ah1ria quo.ncto fosso t.ornpo de c1t.a&r. Ceclha. f\cou dcso11perado. Chorou de raiva, ba.teu o pé. gritou, quebrou os vidr01t do carro, toz utna. AI· gazarr& da mil diabos. Bra um Ol!CAndalo on ruae porondoocarro ta puaanrJo. A mle. ji lhe pedia pelo amor do De~ que aocepSM; m~ era inutll. Ceealí& brada•a. jura~a que era asneira arranjar no1voa o conventos; e arncnça.va. n. màe,da.va eoccos em el mesma ... Podem Imaginar o que seria.

Quando aoube d'iato nAo fiquei menos de1C8perado. Mas, refte­clindo bem, .;omprehendl que a t ituaçào era m~lbor: Cecili• nlo teria m 1is eon\.ornplaçllo com a mào,. ea podia. tirai·• por ju:st1ça.. Comprohendl t.a.1nbem cauo erll negoclO'que nAo podia. eerriar. Obti•o o conaentiment(I d'o11a, o tra.tei dos pnpei&. Fallel primeiro !\O do!'· embargador Jolo R.eg1.d111a., pe390• muito de bem. e que mo conhe· eia desde ~ueno Combln,mos que a moça aena depoe1tada na caaa. d'elle. Cec1lia erm. aaora a. mal• apreuada; unha medo que • mão a. rosso buac.ar, com u1n noivo do oneornn1enda i anda.va a tor· rada, pensa.va. ern mordnQ&.8, cordae .• Queria JJa.hir QU30l0 an~e.

Tudo correu bem. VoOO• nio l1n•g:inam o ruror da viuva., quando a.a freiras lhe mandaram d1aer qu• Ceç1Ua linha •Ido tirada p0r ja1t1ÇA Correu ' casa do desembarga.dor, exigiu a 61ha por bem ou por mal; era eu!.\,, ningoom tinha o direito do lhe bot.a.r a mio. A mulher do dosomba.rgador foi quorn 11. recebeu, e não eabil\ que dl· zer; o marido nlo est.a•• ern cua. Folizment.al chegaram os filho&. o Alberto.. eu.ado de doi1 mezes. e o Jayme. • u• o, ambos ad•oga. doe, quo lhe tlaeram •Ot a rea.hdllde daa cou•••; disseram lhe que era. lo1npo perdido o que o rnelhor ora coneentir no c1en.mento. o nã.o Armn.r 0&011.ndaio. Ph:oram·mo boris 11uaonclas: tanto ollcseorno a m&e, aJHrmaram lhe que eu, ao n!lo tinha. i>osiçào nem tamilta.

1111 m

Pelot.io de cycU1ta1 ·- Prep1rar p1r1 m•rcbar

era um rapaa aérlo e de futuro. CecJha rol cha1J!ada ' aala, e nlo fraquojou: declarou que. ainda que o céu lhe cab1ase em cim.a,, nlo C.OdiR. na.da.. A màe aahiu como uma oobra~

Narcimo11 o dla do ouamento. f).tou pa.e, (luo estava ontlo om Santos. dea·mo por carta o seu coneentimonto, mas accroscent.ou

que, antes do cuar. rouo vel-o~ podia ser que at6 ello •ieaso commlgo. Fui a Santos. ileu pa& era um bom • olhot multo amigo dos Hlhos e muilo eisudo tambecn. No dia aeguinte ao da min6a ehegadi:t., rez.mo um longo interrogatorio Merea da famllia d• noiva. Depois conreaeou quo de&llpprova.v& o meu procedlment0.

- Andaste mal, Venancio; nunca ao dove deego&Lar uma mle .. - Nu •• ella nlo queria? - Hayla de quere.r1 a& foue com bona modo• o &IJUn• empe·

nho1. De•laa faHar a peaeOA do tua ami&ade e da amtaa<le da fa· milil\ BBso mo111no deaon1ba.rgador podia tar.or mult.o. O quo acont.e<:o 6 qu6 nos e>sar contra a •ont.ad& da tua iogra. aopa• ru a mle ela filha, 6 en1inast.e a tua. mulher a deaobedecer. BmHm. !nUA te faça feliz Elia 6 bonita?

- Multo bonita. - Tanto molhor. Põdl·lhe que viesse c.ommigo, para aaslslir ao caaamento. Relu·

ct.ou. ma.a acabou e&dondo; 1mpoa a6 & condiçlo de e1perar um mM:. Becte•i para a ~rte, e. esperei ae quatro maia longu sema­nas da minha. •Ida. Aflnal chegou o dia. maa 'felu um deaaetre que me n.tr~palhou tudo. Mlnh• mãe deu uma queda, e feriu tJo g;a•e· ment.o: ttobrevolu eryslpela, febre, mala um mos de demo ra., e quo dem<'ral ~lo 1norreu fell1ment.e; logo que poude " lemoe todoa juntoa para. a Cõtte, & hoapedimo-noe no hotel Ph&r0ux; por ai· gnal quo aS.f!ittlmos, no mesmo dia, que era o 25 de março, â p&· rod~ dns tropa. no lorgo do Paço.

Eu é que niLo mo pudo t.er, o corri a. vêr CeclUa. Bat.••• doent.e. recolhida ao quarto: Coi a mulher do deumbar1ador quo me rece· be:a, m•a tào fria qu.a deeconHei. Vollel no dia aeguinte. e a rece­pçlo foi ainda mais gelada No terceiro dia. nlo pude mal• e per­guntol 110 Ceellh~ tinha leito ae pazos com a mlo, o queria. d68fazer

,. ,. \ •• •

Obrai.dos 10.padore1

...

o ea.ea1ncnto. t.tastigou & nlo reapondou nllda.. De volta ao botei escrevi uma longa otii rt.a l\ Cootlia ; dopohs rasguol a., e oacravl outra., seCCL mu &uppllc.ante, que me díuc.ste ao deveraa estava doente, ou ao nf.o ~uorla mala eaaar. Reaponderam me voe&? AeaJm me respondeu eUa.

- Tl nh111. feli.o ae pazes com a màe '> - Qu ... 11 ra casar com o Hlho viuvo do doa.embargado r. o tal que

mora•a com o pae. Oígatn-me u nlo 6 mesmo obra ta.lhada no céu? - Mu M Jasrlmu, o• .,dros qu•bradoe ? .. - Os •idro• quebrados Hca.ram quebradoa. Rita ~ que casou

com o Hlho do dopoeitario, ct•a.hi a eele aemanq .•• Realmente, se oa oa.e,1unentoe ntLo foue1n talhl\dOa no céu, como se ex pito.a ria que uma. moça. do c.a.aamento prompto, vendo pela primeira • ez oulro sujeita. casaue com elle, &.Mim de pé pa.ra a mlo? Bº o que lhes digo. !:>ào cousa• arranjada• por Oen1. Mal comparado. 6 como no vol ta.rote: eu tlnh& uma. licença em paue, ma.e o Hlho do dMem· bargador, qo& tinha outrn. om copaA, preferiu o lavou o bolo.

- E' bo• I Vamos li ••padilha. AlAOKADO OK ANI&

As cart~, p&ra os n.ueont.as., Tristes mon8ageira.1 elo ••• Tr•zem aa.udade"1 ao chegam: Lenm penu, quando •lo.

Rm&IRO DI C•RV.\l.HO.

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Princez a

aquelln f CA:hl\ tarda de prima•era, a prln° ct•• dflCf'rA com 11 pequeuinA.1 ai•_. e• CI\· mnrt lr11.mór '" ucad11a de n\arinore brt1nco e de nu1r1noir" roteo do 11Uinp1uoao pnlaclo rtal.

Era n'u1n a c<irtc de complicada pragnul· tiea. 0 1 1nowlmtntoJ etaul feito• cont0ante ttgr•• antig-u i eada pateo. cada mt1ur1, rad11 10rrit0. vinham mareadas no grouo li ""° quo um mordomo-mór eolligira, a uem· plo do que fiMra um imperador b711n11no.

Apt't•r 4'iuo. po~m, DA t&te e1plen. dida haYia um pouto de mociaade. E d(' traa

dot lt-9Utl de 'f'Art:lu rt.udilhada1, o• labio• abriam·•6 em aorria.o•. o. olho• franti•m·1e. qut.odo e1tava dl1lante • 1eoea.1 b irta1 eamareira mdr.

01 baile• tinham t0le1nnidade eomo 01 of'ficios dh·ino1;. maa a1 CO· rei freacAJ d111 rapArig•"' a lig .. ire•n '"º"' 1100 d1u1ça•am, a ~rAt' ÍOli· dnde q ue Rortacht nfll ttu1.1 atitude• riapid1une nte de1mKnebnd~11 logo • ubtllltuhlA1, dav1tm·lht1 o ar de (1!11111.

No gra.ndc palacio brilh1ultõ, AI gc11~1 an d"v"m lt-nla1ne nle, e<tmo tm pr0t.ia1âo. No ro8lO do 1n11i1 Alcure e r • preei.o c1palbar-1e, 1ombrli., a h l11eaa que t:m11igroeia • (ace p11llirta do tt!i. l<:ra misltr que 11ii1gue1n p.trlut'bltM cOln o cenir frelt!O d um t0rrit0 a d6r rt.AI. Se al~url\I \'ta"' do1u.f!11at df'h:avam puur o rilO a trave& d11 rt:~da1 6nu do1 ae.u1 le­q1:1~ lop a ~•mareira•m6r in1er,·Jnh1. eerlra, 1 ttprecuder. Noe 1.apt1· Ct • cnorriam u aon1 dOll pUl!Ott oa grouot rtpo.lti,_ abafayam o ru1dn du voan. O 1íltocio t,. eterno. oomo ""'ª ,nnde e aniqailladora ma. fJ'U" que a b1111.._ra a l'igor0ta moeidade do Ht1

Em ltmpo. o palatio vib"r• coen o ela1nor dM íeatat; u 1J\u1ieat 1ahhantt1 rilim na1 arnpl111 1aUaa. O. vc11ido. elaro., em eujoa d~ttt OI pelloe bl'aneot 1e 1no1tram, 1ublinhAv,un a alegrí•. Um bobo peque­nino a n•on1tl'uo10 punb111 UJn choc•lh1tr du guito tnn c11.da íra1e. t .. junto da tl11h1l111. loira., pallida, dfllg1ula. o Rei tfl rnl>f"eo aorri" a olhllr a Rõr pr64:10JI" e ÍrAgil que p e lo br1t90 leVll\'A, e m u1ovimen1oa 1nu1ieae1, como urna ave.

Junto à 1u• fretcur-a lumino1m, "' joi •• pareC'ia1n ílõres. E o clitdflmA petado. tobre OJ e1tbello1 lotl'oa, era ~1110 IJtllA aureola rnnior n'e•1a ea­bet-a fina.

Elia l•mbtm .orri~ olha.ado 01 olho1 ettllrot do ~i. E pela botta Ttnntlba ha•ia COMO um p•lpil.ar de ~ijoa. A íe.11..1 continuava. Havia DO ambi"te claro de l.a.ntu luzH<. la.ntat joia.a, la.atol olho. tontt1He1. uma ale~• maior. Vapori•avam-M oa movlmenlo.. AI rendu tr<:u,iam no. •nt1do. du mt1lbe:~ noe giWH de ....da do. genli•homtol. A• eon•tnu dº•moT (aailun arfar o• 1tioe. O Rei e a Raiuba e<1u1inua,·am a MTrir·•e. como dai.a aman1e1 ruttico•, quti tt tnoontn.m nA "inha,. por um 1ua'fe outoenuo.

U1na 11oite1 por,m, a dõr tnlro" n•u1e pala«"io claro. Ligeirot. P""ª nlo f111aer r11ido. como aombrAa, 01 corte-.llot, 111 d1unas d'ho11or, a1 ail••· pA.ll•~vA1n, murmurando re11as, ou croc:ando, b11iia:lnbo, 1u impr\!t1.6e.11. J~rl\ cioino Hm <'ieiar love da brilra aobre um t'!An1110 d(I flores. Ot vullo1 eru. 1ava11•·1e:

- t;o1lo? - N• me•wa ••• - lmpo11ivel ••h·a.r·ae •.• O filiCO nlo atina eom o rtmtdio .• Era a Rainha. que, eomo eer141 a1bu.tl01 que mor~m1 dtpoi1 de fto­

rír, linava·H ao dar ' lus a pequtaa pr:iueeaa. A dGr lragica e talada do 1nOfO Rti 1 Nem ur:na pala\·ra a;e lhe ouYiu

da botta trilpada. !\tm om frho n• l1.1ctuota um1rs onde carpi•1n u 1t-11horM d" cGrtc ... De jnelb0t Ju11co do ltito m~nifico, onde •e poi1Ar• dtpol1 de ttr tti:rr1.do O• largo. olho1 fJflr(Of, o Rei c:horav" em 1ile11· cio. 01 ftAdet ditiam moooton1unente, e.omo um el\'0191.r de ituoeto•, a1 re••• rlt1;1At1. Um ou ouh·o ao1u(o, • dQt~laçao d'urn ai, cor'tavttm a (u. nebre quietude; 01A1 o rei, entl'@ •• 1u1ui AI mii.01 liuat e am•rell,.cicla1 dft 1?1111nha, ullo ciuhrl um grilo, nl'lul 11111R p1~ l1n'rL Noa lt1bi0t dR 1uor1a aludA b"vin o M>rriM>, e1boçaclo a o1hAr 1u1rn o mMrido •.•

O Uei 1r11u1dou reti1 '" a todot do c1uarto. Quis: elle propt'io ve•tlr aqucl11 que canto ainar&. Dí•jjou 1be 09 olbo1 de pa1pebrat a1ulada1, beijou 01 tabeUot, que ua impreclt.a pt"11u1nbra, tinh•u1 um biilho de oiro •.• Outra ve& caiu dto jo.!lboa

t:Htlio • • palavra• de d6r, atHlnd•111ea u.hiram do. labio• cauco ltmpo rtpruo. Diue>-llae o grao•le amor ~ a grande marL Pto01tt• leu lb~ v1u\"t:i eterna; qae a .-ua alma •e ~attnaria fuhada eomo u11• re1_icario, a pard.ar a i•1itm qua• i diYioa da mulher primei;.. ••nada, UQICI • • ,

Longo tempo ff toDJf'rvou, • • mlot (ria• da morta e1Ure • • 1u11, uo quarto aileneiot0. oude AJ>tllAI ot t et11 qneisumt:s davam uma noca de vida. No lampadi.rio I' lõ fs:dnrcuitun •• lua.e• qua da qu•ndo e•n quando hinçavam, Ah••, t cutadAt, l•ba reda• aaue1 ~ d 'oiro.

A nu1drug111dt clRra entrou pehH J111nall1u1 com um cbilro•r di! 1>a1• t1tro1. A vid" r enAsciA, mm.lc:a1, on. nC)lce etou r11. N'o cor11çAo do l(e l " dor fl1u1ra lHnn aombra et~rna.

f~nlro Ot braudõe.1 aceaot levarl111 o eadaver ve.tidot por 1ollot mt.rc~nariaa. qu~ ••do Rt.i nem tíuha1n Íúr~•• para ~peao doe anoel1 • ••

•"'1la1 d e b11po1 n~itra.dot, gravei e comfUDJCido., .1eguit1m o fcrC\tro atraYt& u rou da eadade e por t":ttratl11 ntonh•• ª'' o too\' tlllO m•· pUlro ~·. eoja egrtja ja&ia.m todo. ot aumel"OIOI ~ e. raính•• d .- t"a1a f'ttl~ ltfCUram oa fidalgos.~ ttu1 tKudeirot de lu~to; •f'«uiu, tom· mG\•1do. o povo. que pranteou a morlo d'aquella que (ora li11da f 11a1 ruq tonia b e:riaacinbu pobre., que lhe pediam a beaçio •••

Era wna comprida fila que •• pe:hlia nu eottôvu da t111~da. A•

perdida

coní1"Arl1• e Oll eo11vento1 1nAndaram os irm~ot e o. frade•, co1n •• lu1l· Rul•J. t: i que Ue radio110 1ol do •go.t<i, que punha nl\ at l11no1pl1cira u1nR t reu111rA, 1tut0t re•ph1ndecin, ttomo uma •1>otbco8C- Brill1avA1n 1111 l1ult••, brll1Hl\'IHl1 O• ouros, b rtlh .. vnm 01 bAeulos e aobretudo re íulgllf!ui '" ha· 1oli1a1 pedr1riu do• bhq>Ot1 e11mi11h•ndo ruage11n101 e trl1 lí'I. E o p8almejar dos padl'e•, OU\Ído "º lcmgc, perdia a nota de h1n1t1•n10: ~'" co1no o ultjmo ecbo d•u1n C'lnto df! vlc1oria, no dia gloriot10 .•.

So pal•do qua•i de.trio, o Rei fidr• no qoarlA vuio Como arTe­dal·o de IA? De jM-lho. ainda, ptnJava c~r tntre as 1u.11 mlot 01 d~do1 fioot da Rainha morta De (lUando tm quaado um aolu(O pa~i• o la· lar a gargan1:a. E u lagrimu d~atiam pela (aee, ia.m morrtr na barba pt>r(w.mada.

Olh•Ya pa.ra. o g.-ande t •ptlho, onde a Rainha costuma'' ª a.-e.ilar, A noih.•. os eabt:llot farto.. Lt.mbtl\"A•tt de ter alli vi.tio o guto graell, aquelle p6 t1•otr0. e o corpo quei 1h1h.a a íreacun. e a elepnc1it d'u111" tlor que ' 'Aé a. det•brochar. Porque nllo gua.rdam o. t1pelh0ot '" hna• gt!n• n!ftt..~ti~at? Tf'l'in Alll, viva, a HAi11b1, nn. atcilude d6 com1>or AI 1~da1 da11 1ut111 cr11.nçn1 .•• Ma• oe e•pdho• dei-san1 tudo ete11par. At1hn o. IAgo1 nilo çunrda1n1 no aoio 1igl.!1ro1 voluvel, o vGo aur\'O dRt 1>0111•

ba1 <tllO fogern •.• e pa ra alli ae q 11ed11va, viv1:ndo do pa1.1ado1 como um 'f'elbo ••. Q ue

iutpO• ll\'Jl que AI guerraa na fronteira diat.ante A•M>lllll<'.M O p11at Qua tinha que 0t povo• ge.maa1t1r1, que •• etta1lr0pbt1 alui1ae1n ._, cldadu (ulgtnl~ AO lu•r e AO Hl DAI tua• eatbe:cfraet ereeio•a11 que O. riot, aalrando OI leilM, iaYt~ln•m •• aldeiaa tia.tal ? Que impot1ava • vida .e t11e • Ó ri via da morte? )le.rgulba11e1n 01 ootrot no pauado ot olboa tllbi('OtOI e vivessem de 11010 ttplendor de batalllu e de riqu tu.t que l111rava de clarõn a hi•toria do re:í•o af0ctunado 1 S'a mileria p1t1en1e, que H recordautm !

A propl'ia princtalll e1nr• 1.1 111101 das •ç1tfata1. delicada n linda. ia •ivtndo. nos grande• olho• Vtrde.1, uma 1rhte1:i, eotno quero 1abla • .• No palAeio sev~ro. lugubru ''"' 01 t t•11ido1 du alab11rda1 ti O• 1n111 nto1 que (orrnn\•am l11gôA•1 111t1 flleafif1111, ninguein 1e ria . .. ! ella1 1\ JJt"CltHIUA prince&"• nlo Apre nrlflrA n 11r o t11111bc10 nilo cbornva.

lJena \'f!S ou outrR, "º 11tr avti@IRI' 1ilc11cio.!IO e 16 AI Cl\ulAr••1 n Hei vi• a J>rince:ui.; 1n1tchinalmc11to •• 1un1 1não11 pallidl\1 l)AUAVAU\ JH!IOJI t'ttbl'ltN toiros da filha. F. 1.-:guia, tadturno, u.mpro diAnle d& 111 A hn•· ~ln d'•quel1• que morrl'rA a t0uir e o e1pva\'u n• cripta tilt>ncio.a do a t111e.ro templo go1hieo.

Jo:ri1ln1Yun u aia• A printta.h1h•. nlo re1alot cruti• de conttndaa, nomtt tcmjdot do1 reia tf'U• a\·6'., 11'taa historiu mara,·ilbota•. Didau•· lhe que A noite 0t grandt1 eatittt du maptoli•• •briam·• • eotn um ruído mmie• I. E de dentro 1•ia1n e6rtf' I de (ada• miouJ<ula1., vtaddu fftn tnanlot tttidot com raio• dt lu•• ebei.a1. Pelo parque anda' 111'1 li· vremente eui...e a1 roHiru ••plendidu •• • ContaV••n·lhe que A meiA noite, a.a •r•orea 1e de1pr!!nclt1n dit terra e vio beb•r, c:ome> OI 1adot, At limpíJu 1'ibeira• Ella 1Abia flUe entre •i oe a11im1'e.1 íalavA1n. "' an · JorinhR1 no& bicoa do• telhAdOI, 01 cianes brRneo1 11a1 lap:Oat1 Rltll'J, oJ

P1'"6e1 tobre aa arvore•, ciu•nclo c1pal1111rn AI enjoalbacl111 11 ie1u1d1t11 111 pomb111 brttoeaa, A bcirn doJ 110901, aobre o u1Armoru polido,

Co11hecla ot trabalho• llgt:ln>• tlo1 a:uo1not. que n n• eave.rn111 e111mr~1 cr.11bn;lbava1n o oiro e o ferro; dl1dnguia O• alfage1ne1, llua •ílnm "' ti•· pada1 U"10r1ift>ra1, e 01 ourlvea. que a61agr•n•ro o.a 11u1I•"• prteio1011

Oi1iam-lbe. u leuda.t ftorida1 doa am•otu, de cujo• t untulot ••tm l'OM:ira.1 carregadu de rO•u, que o'u.U'I arco perfumado lllfl abraÇ:••n a mi.tuf'ltr ot períumH •• •

~••• a pobre priuec.aa. aptoa1 oubil, oio eonhttia a V ida, neen o Amor, Df'm o Riso

Um dia, poia1 a printua, tom 11 pequtnt.1 aiu, dttteo ao jardi1n do tompluoeo palacio.

~fuHeriOIJO por ca11t•• 11CHnbra•, 1anl0tt taminbo• que •e con&ottia1n pol' enlre rugoe0t tl'oneotl t•nta.1 aguu que ean1avn1n not 1nlltmor~1 bri111cO&i tautat ílQtel que« -Onlrts •verdura perfutollYftm.

Dõ 80tti.l<:o ein •OtMlc<i abrla1n·10:. em le<111e•1 IU e11~1tdlll'iA.J i 111tha­vaUl "• agu"• deu e;111u~"'"'• de1venb1n·nm-11u "' crepadflit"" f1 oridn1, r lltlUjAVIUD ltf hetYAI, l'OJRt !lll IOUtf\r e j111mi111 lRllÇflYalil Ot l'AlllO• (l'n­gt.la,

,Junto ao palacio o jardim e.ra cui.dado1 eo1no uma eabeçA gRrrlda A1 larga• flor'• ttpargiam 01 aromR• i 01 rtpuao. fino• eaguieh•ti•a1n fioa df!

IJr•t.111 pt'lu rua• areiadu p111a\'a1n. 1nageuo101 01 pa\'àet • o ltmne. • • • )t'poia.. to•uefA'"ª a 8oruta A1 aha1 ar\"Ortt luccavam. f'Olorlilhadu,

algum•• •ubi•m.. magra• toroo pediotn, a'uma aJpir•tlo. muilo direi· tal p•r• o IOI. Outru Ulrtiat•·H; ata, Hll1 Íorf:"•, e.s.g•rt•va·H mir· "'d!'. A b~ra rruci•, ve.1ia o. ttOtlCO.. ª'' nu ª"º"" •Ma• \•Íttj• Y• . CCHnc> Umll masean rl.onha n'uma rt.tt d6 M6ft6. Algun1 trone-01 de li• eulart1 ear"albot ~n1inha1n rruta1 t1cur-a1. F. os pustra.1 dentre o. galh0t

1 &O ruido da• paüada1, le\ auCAVa&n vOo, alvoroçadot.

t!rtl o •Caminho daa Ho.11•, quo 1IH leva\la. Ro1a1 de toda a eôr ; enuu1$tue.ull\da.'I, brane111, tlir dtt me l a de ui"rfim, côr de carntt. ro1a1 J)Rrn flori!' peito• de d1u11ufOJ o P"r• trAuça1 de prime.ira• commungAn· te• , rotl\t que abre m chl\lfl\1 110 ve.rdõ dA8 l'oteiraa, outra e quo c:hl\· ma.m bl!ijo1, co1no e61o• nu1 rui re1l l\1 iUuml11ad:1•, ro1a1 qutt 161n todA" purraa d'uo1a noh •a1 outra• 1odR a garTidice d'oma amAnto, ro••• JlRr• tumulot, braneul morta• qu1t.1i, rO••• cbcia1 de \•ida, que pa,.ecla1n qu&­rtr aaltar dR1 butet, e off'ertetr~H:. 11.c.iva1.

Vin.ba do .e.u ~njuncto u1n pt.rfume e:t1tonteeedor. Por tanto arom• lançarti:m oo ar. o•• noitH qut-a1fll de agoato. lllpmat dama1 d a ~r111 ca.illm. em deliqu.io. K tod&1 ttuham medo d'aquilt. pordto t•~11ntado, 'l"!9 parrtia. abrir para um parai.to, mu que podia dt•t~r a algum abumo..

Poi pua. ali, que., correndo atraa d'uma borboltta, ••dirigiu • prín ..

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BRASIL- PORTUGAL 111

ce1ll. Em vAo lho prendl'rAm a1 vetle• do 1eda 01 f>ll l1l11ho1da1 ro1eir1,1, em vlo • t•h•maram "' J)('quenas ai11 ; 1ne-amo fol dtbAlde que a ''ºª tecca da C?acnare.ira-mór rrhou por e11a, tnlr-e ..-~ptlt0ta e auctorilaria. A printtaa, a rir, t'Ónula, tontinuaya alras. da gnw1de borbolera, dt>i­aando lira1 de teda no. g•1l1ot em f!.~r que, 1•cuaido., lançavam aobre a 1ua c1betft pétAla1 finAt.

Ningoem, comtudo, ll'l al re\'CU a ir l\traz d'elln. Corria no P"lacio e ru& cidade uma lenda e11r11uha eobrc 1\ íloretln1

que ~onti1:11.1ava o jardim, depoit do f)fr(umado •C1>mi11ho dlll Ho.11a ... Diaia·te qu~ n'uma tpotoa rt:1no1a, no tt-mpo rm •º'pela cidade lu­

minoJ• e culpada ainda panaYam oe 1.antot tn.tin•nf\o a Wi e edifiC!a11do •• gente•, go,•enu1.''" o r_,ino 11ma rainha pagã. ~o jardim munnnrQff 1 l'l1u·o1 hA\lh1 frt:mil'ó• do bf•iJo•. N11 aguAa doa 11tnqu••t1 brllhAVlln\ C(lr1>0• lige.irot. XA1 11-RllRs que k • 1ochA& •1 ó• h11npAdllri01 lllumloA\'Alll, tllU• lht':rC• qua•I nuat da1u;11\'11m luveun.~u•c 110 •oin do 111u•ie•• Ale8r ... E 6 vinho lt\'Ava das C•~•• fa\radaa '' boffa• \·ennrU1•1, • alt"gri• e o A1oor.

Por ioda a parle havia flottt, ha\'ir. ri.JOt, b•11ia ÍHtll Os eavall,i· rot. •'1111 Ju11n1, pllra\'llfn; morriatn A• 1ct.nttlh"1 t1u q_ue ard("m IJ e•· plld111 110 chof1ue dua eo111bntc1, o d J111 b<H::c111 fre10R1 111tu1m VO!'et ft eAn· t11ir 1\ ío1mo11ura dna flo1e111n1," eleganelA das mull1"1·u, A limpiclei1 dM• aguA• t'1111tantr ..

u,,. diA, um ••nto bl.1po t-01r0u, andr-.l0t0 e un~ado, • ~dirpoaa.aclA~ a rainha, ao \'Cl·o tlo miaeravel, maudou-o rtt01htr oo canil, to•n o. creados rlMt matilha .. 01 oi\u., piedoaamiente, forAM lamber ot ~· t1n 1Anjr"110 do " "1to homem.

M1111 A U11inhn nio o qula rccebr1•, Co1no de $. ,Jollo BRp1iàta, 1u1 1••· lll\' rRt 1ubi1uu J>Arll a• fe-1ta11 asptr•t e co11dtn1n•iotin•. 'l'oda a noite a •ua \'11a rucl" •nnuneiava o t'a.1tigo.

,\ R•inha, cant•dA de ou,-ir a \'Oa rouca. maniloa ·O atoj1ar " t-1:· pufaar do pllat'iO, f!.ltl que rtJlllJCf!U 1 AltfrÍa. )fa_1 4otOU t®CO.. porque u1n dia, umn lh1JlUR du fogo aAiu da terra, e agi1011·Jti: no ar, de ••nftue O oiro; C1ipA\10rirl:t, IOdA 1\ c(;rte fugiu, l>lltft não 1n1dt \ 'Ollnr1 pllt!~ t\ 110· rCJ!lll u1l11erio•A, q ue nh1tcur1n 1abia no certo n.ondl! AC!Ab1u•a.

t.: lodo o ~ioo 1ev4J 1r1edo. ~1no d'u1n inferno, d'eua 8ore1lft fjue rom~r••• por uma utranba ftora(IO de rot:u ~ unoloa\•a porventur• ptlos e1tn1ot gelo., p~tu labareda., tah·ea ••.

Por ali 1eguira a J.!r'Ínce.a.a, a rir·tt-. t:m vio o ~f~o guardou du· tr\n tc •eculo.. a 1niatcrlo1a c11tradA. Em vlo flt '°'"' 11e ftgita r111m1 to1110 luribuloa, !}Ara " en tonl('Ctr co1n o pcríunH•:, e 01 l(tdho• a preud1H'A1111

o os etpiu 101 lhe r•tgar11u1 at 1'enda1 o •• 1ed•1. l~oi t'orrt:ndo. A bor· botet• .:no101t, pare<-i• ª'"ªjoia a tugir 1.or entre•• flor-e•. A prit1('C.'&A era wmo um• av~, delgada e li11d1.. atr•• d'ella.

Subil11uen1e a pa1a•gt!1:r1 modifieou 1e. Do dia gloriato que tll•\& no j ardim do palacío, n1111ceu um 4!repu•culo doirado-, como um velho dtt1n:is.eo 111n11.rello.

A lu1 p1u·ecll\ u11\ ('OrlVAIC!11etuta ·"rir ao 11or ci11111 d11111 arvor~•.1•••lot1 Wnquea quletOll, ptlo1 llll\rtnorea. Ji~ Ili fulbas dlll llr\'Ore9 tremi111n (a. xtado brilh1r 0t 611Jn .. 11to. d'oiro. A• flO:ru tinhtd todA• um 1rorna Ji. geiro, ~•no ot fraseOI de ptr(umet, que durante lango. annOI u gua,... dam, va1ioe1 noe Arrnariot fec-hadat. Era.1n b ranca• todu u l'MU e p&• tnlllt enrugnd1u1, corno pcillCll finai dH \'elb11, que vh•ertun 001 4!lau1· lt01, en1ro cotmtticot.

Qu1111do a princea.a dtu pela mud1111ça da lua e da pai1t111gem tem· brou-n da lenda pavoro•• que aía.ta''ª • • gentu da flore1ta e do Ca· miaho d•• n ......

-Ondv 'ª'Ao u lioguaJ a•idu do fogo? pergu1 tAYA•te. Onde 01 g&­loa que prende1n e m1111m? Onde o• dr.-.gtle-1?

A p RÍIAICCHn ern ioda 1erenn e d'u1n ri10 triate. Oir té~i:uo nnemicu AI fl.$re1 J)l\lidAt, M Rn t.'n101u•1 de seda vclhn, de cerR 1rn111pnrente1 <1ue por toda • pArte deixava1n eair. de e111çad11t. • • ~talR• 6nat. E no1 e:amiuhot a •tTia prtla "'ª crta&adA pt"IOt \tio-• 4a1 hervu ratleirat. coberta ptloe galhos doa arbustos, aqui at.cudian·ae rout. •lt1n ot g .. raniot cGr de rosL Pelot \roncos dirtho. dAs ar\'Ort:I " htrA ~nroaca· VA·te, • - ubir. Nos laços do• tRnq ut•, dor111in~n o• nenu1•haret. !-i0t mar .. 1nor~• dai 1>oço1 At 1repftdtirAt cobri1un 01 ln,•orc.•. 1 1n•i1t um 1ila1u:lo 11.1\'e por ouda perpMaA\'" o ttpiríco d 'uu1 ~llnto1 co1no um 1u·<,1na que ll bria• ira.a de longe..

Oa ttmploa bnham u pcM'tU aber1a1. A pri.ocu. para ellu entrou. a medo, a t•prt:itt.r1 afa•l•ndo ot lourtirw e oa mit101, que quui fffha· varn • e11ltl\ft".

Ninguem. Apona.1 º' deu1e• ele ml\rrnore cAlmOJ, e1per" ' '1un "' ofe· rendai. ~l ftt "' nr111 do1 1Ac1•ificioa tlnh1un hun1illAdu dA lav11gcm r6· ceDte. A• tina.ai enun queutet; no tr.1n/1lo d•uma dt'u•a l1a,•iagrinnld1J de r OUJ e pt.au de pc>mba• br•nca1 "° 1a1 pelo eblo.

Alguem alli ,-h ·ia. ptn.ta'fa a prinHaa. llu qutm? Genio malf•&('jo, que a ma li' ri", ou fada cariQhosa? Stria ali que n:.• noites clAnu 'l· nh~rn pa11ar 11.1 côrte1 1umpruoaa• que mor•m nCI C'A11c:et da.a m•gno· 1111?

l lAbitu• dA AO 1ilt1nalo aombrio clA ct1rta ntio A lnf1ui~LA''" nquellc • i· Jc.ndo lev~. E eonrh1u.av11 " e1plor1r a ('neantadfl. f101•e1t.J1.

1 ondo lll\reeift

agilAr •• um aimulatro de vidL . Como .um ~~tio que ,·i•e da •,audade dot lf'mpol' rt:molot, auim

ah parecia es:111t1r a repercur1lo d 11ma roda •aliga. A tida p.aNO a prince•a encontrava •tgo•t• de. 1a11dalia1. tort• t'Orladu, nina fita. in· dicio• do vid~. ~f a1 d'onde partiam? Qucrn o• d1!il rt\'A? '

VivtriR AH, n'Aquella 1u1ix d" lua Rllt,un1an, IHl\ll N\rto. de f~itic('lrat t.ragic.-at. que. ttperam, pRra 11\hir dat ca\'CrúA•, at bAd1tladat h1gubru da mtia.noite? )laa nlo. Aa ftititt"iraa t.eolbttn u tnon1a.uhu ahat e esnrpadu onde C'htgue o taqlo tolurno 4o 1nar re,·oho. ttm arvort"t que i1np~t1un o ,.ôo lnctndiAriO d•t bl1t!phemb11 e di.1 i1np~t'IÇÜO• para o ceu 1tn\ h1A e •t•n tttrella.1.

TA cn111inhnndo n prlnoaza. ViA rlbclt01 d11ro• ''"º Clt'Orr(!gav111n 110. br"' •"l'(n• hrauN)•: lngõ .. 11.1 lllUt'a. fael111dR.9 d~ u•111plo1. quinc.-t1rc-lo1 bor. dadot por bu.1ot allOI. F .. as ru•• •f'1Cuia1n t:ntre filaJ d'alta• arvort1 for· mando tun~I, at~ atrt'1n t!Ortadat por no,·u n1a11 ('Oln arvore.s ou flore..

Cantou.a.e a ~utnlt printtaa. Un1 "ªEº tfrror a invadiu Qui.a re­gre11ar AO palac10, ma.t ulo podill.. ;-\• runa d'ar\·oret. o• tei:nplot, Ot ri. btiroa, "' cs1~tu•11 11ueeedilun·•t'. Pnrt•ein lhe e11t11r n'u1n C!OltlJJlicado labirin lo. Como eo111CJCuir o u1a~ico RCI?

l.:1111 noite. que JlMrecia 11rt1firil\l, ctptt.lhAtl\••4t prlo Cf'U e envolvia u roi1a1. A' 1ooalidade doirada, •uecedi1 uina tonahdade braura.. f'<uno M ludo foue feito de prata.. A priqt'f'IA H:LtOU·•• n'um baaeo •• ~hor•r.

Ou\ lu de longe e-o.no u1.n p1ttar di! brha lt-ve por h•'P•• 1'4.llpfHtas em 11rvor~•· E1~111ou. t:rll u1n canto qua urn ctiro f1111i" 1ubir. lig~iro como um f111no. ~lrti1' 110 a.ppro1i1n11v11 A• \'ºª"" <!rA111 en11(Adrt1 111at 1iinpidat. Can,11n•a111 n \•ida n "' fl'llJ111 o rir d111 flGre.11 :.. altogrla du ar\•orc• ua pnm•ver11.

Cada ,., • .e appf'<'xi1n1\•1m mai•. l)iri;iam·tt. certamente, para o 1itio onde ficira a pr1n(fU, um jardirn Ju•IO d'um templo de marmore verde,

Jil vl11 •• eanrpl1orA8 c.-01n aç11f11.tc1 de florta. 1cguida1 pelR1 ea· crllv1u1 eon1 t11mborC1tC!1 i dapoi• " oun1cr0tll 1he6rin dns mulhort1, com 11rcho1tJ11 que. ti.O q11ei111ar-a(\ 1llumina\·1oi e pe1fu1uavam. NAo hAVÍll bomt:nt C<rrtamenle que ,·iaham pira A Ídta alht:'11ien1e du 1'hu1no­phorlaa.

ErAha aJ habi11nt'1 da 8ore11a. Caminlavam ltnlamenle a.1 cunha· r ica.1 ""éfluu11et, aobre •• t unie•• 11nu1.rella•. A1 hidropbo;nt lrl\a.il'lm 1111 ut11"1 nR c11bPçn. N\u11 gctto griu~ios.o1 aegunn•Rm·A• com uma dn1 milot; 01 brAfOI 11u1 erarn ti\o brnncoa co111:1 o• 11\11rn1ore• ll'An.11pAr~ntea d•• urnl"'

Quando \iram a 11rintta., mc-dro1a a tst-ondtr·.ae e:rure a1 l\M'Ota a proti11lo parou, • • voa.fa t:LaraM•lf:, a o~o do can10. •

E1n voa b.ais.a «inetrlJ1\•t1111D entre ti a noeoluçllo a t0tnar. A prínet:aa ouviA Aptnn.1 u1n bourtlonntmtNI cou(1110, tomo 01 dna "belhl\11 qu1t11do 1101 cliAI qucntet t o truiel\m no• Jrtrd in1 fo rido1. Colad" n um tronco' paliei~ "º'"º uni C.l·\'Oto ele cera. \'iu tom pavor APt~ro1:i1ntr•te d'tll~ uma dat h1tbi1antea da florett•. f;ra por~n, t1un•11ha a tua be.l~&a e a sua gr-•citidade. q11n o medo IOlnbou do l"tlfirho da priuttu.. Pta.1ava-ae Ter uma biate fforida a Andar. Vagar01a, GI 1eu1 gtatOt euno. e leatOI pareeinrn f1ta.e1' nai cer no ar quieto um" harrnoni1t •• ,

- P4'rdl0 me 11qu1 l P0rdime aqui 1 - D·onde ' 'ena? -Oo palac.io. Sou • priuct.&a. At rniohu aia1 nllo te atreveram..

Eu corri para apa.ol1ar urna borboleta. A borboleta fu~o. Fiquei •em u.btt onde estava, que taminbo comar. '-•'O ~ ''º lindo Y i>.11\t iax 1aato medo não te a2~r onde ae eetA !

- e queret vohAr? OeiSR.910 l ( U pae 8 tua mi\e? - ~li11hn 1J1Ü6 111orrtiu. Meu P"º nito o vejo .•• qunti 11unt1A . .. :• uin

velho triltO (l duro, que não fa la,,, '1'e11l10 1nedo d 111 CAtnAreira•rnÓr. & u aia1 ettlio a cbor1tr A1 eseondid•• d'ella eomo acmpre ••• A vida ê lritt•, lritle, no palaC"io ••

- Prt.ft"rtt ficar eomoo.co? A boc" tina part<'eu aorrir-ae. A printeza olhav1t p:lra as nu1i1 que

t e tinhl\m acercado. Eriun toda• linda1 e a <>Ç"Al1 111111en1 fretcura1 coino aa ro"'' que abrem pcl11 chuv111 e ve11tfu1i11t .

- tio u>e quiterf'm. Se 01" (juhert.rn. - Polt Otari.t ! "''icari1 ! \1t.cn eo.nnouo ! Po•·M em ma1c:ha o cortejo, DO\·a1ntat:. Entrara1n no tt!Glplo tom a

princeu.

E A princeiea Rli fitau, porque nos roalot te co111cr\•ava a moddt1dc e nio ha,·la a. 80r, nern º· coostrauglmen~ ' l'udo tora claro e • treno. E nlo \·ohôu mau ao palae10, oade •• aiu cbon\•am e a «ma~ira·~r teca e hirta, tiahll uma voa etganíç•da e. autoritaria. '

Hu11QU• na V .t.acoxc11e1.1..o1.

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A ultima Exposlyão na Real Academia de Bellas Artes de Lisboa

AJpeeto da ula onde ••'-' o pa.1ttl de S. M. ti Rei

A1pe't.o d• OGt.ra aala