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SERIEDADE NA PALAVRA SUBSEDE SÃO VICENTE Rua Frei Gaspar, 3331 CURSO PREPARATÓRIO DE OBREIROS 2016 O OBREIRO E A DECLARAÇÃO DE FÉ

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SERIEDADE NA PALAVRA

SUBSEDE SÃO VICENTERua Frei Gaspar, 3331

CURSO PREPARATÓRIO DE OBREIROS2016

O OBREIRO E A DECLARAÇÃO DE FÉ

PR. ROGÉRIO DE ANDRADE CHAGAS

ÍNDICE

PRIMEIRA PARTE – SOBRE O CREDO................................................................................. 04

SEGUNDA PARTEA COMPOSIÇÃO E O SIGNIFICADO DAS AFIRMAÇÕES DO NOSSO CREDO.......................... 05I – CREMOS EM UM SÓ DEUS............................................................................................... 05

1 – As Revelações de Deus............................................................................................... 052 – Os Atributos Naturais de Deus................................................................................... 053 – Os Atriutos Morais de Deus....................................................................................... 064 – Os Nomes de Deus na Bíblia...................................................................................... 065 – Deus É Trino e Uno.................................................................................................... 076 – A Trindade no Antigo Testamento............................................................................. 087 – A Trindade no Novo Testamento............................................................................... 088 – Compreendendo a Doutrina da Trindade.................................................................. 089 – Deus Pai..................................................................................................................... 0910 – Deus Filho................................................................................................................ 0911 – Deus Espírito Santo.................................................................................................. 11

II – CREMOS NA BÍBLIA SAGRADA........................................................................................... 131 – A Autoridade da Bíblia............................................................................................... 132 – A Atualidade da Bíblia................................................................................................ 143 – A Fidelidade da Bíblia................................................................................................. 14

III – CREMOS NO NASCIMENTO VIRGINAL DE JESUS CRISTO, NA SUA MORTE VICÁRIA E NA SUA RESSURREIÇÃO....................................................................................................................... 15

1 – O Nascimento Virginal de Jesus Cristo....................................................................... 152 – A Morte Vicária e Expiatória de Jesus Cristo.............................................................. 153 – A Ressurreição Corporal de Jesus Cristo.................................................................... 164 - A Ascensão Vitoriosa de Cristo aos Céus ................................................................... 17

IV – CREMOS NA PECAMINOSIDADE DO HOMEM ................................................................. 171 – A Doutrina do Arrependimento................................................................................. 182 – A Doutrina da Fé........................................................................................................ 193 – A Doutrina da Regeneração....................................................................................... 20

V – CREMOS NO NOVO NASCIMENTO.................................................................................... 20

VI – CREMOS NO PERDÃO DOS PECADOS............................................................................... 211 – A Graça Salvadora de Jesus Cristo.............................................................................. 212 – A Doutrina da Justificação.......................................................................................... 223 – A Doutrina da Adoção................................................................................................ 22

VII – CREMOS NO BATISMO NAS ÁGUAS................................................................................ 23

VIII – CREMOS NA DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO .................................................................. 24

IX – CREMOS NO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO ................................................................... 26

X – CREMOS NA ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS ......................................................... 271 – Os Nove Dons do Espírito Santo ............................................................................. 282 – Existem Outros Dons Espirituais ............................................................................. 29

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XI – CREMOS NA SEGUNDA VINDA DE CRISTO....................................................................... 291 – O Arrebatamento da Igreja........................................................................................ 302 – A Ressurreição dos Justos e Injustos.......................................................................... 323 – A Ressurreição dos Justos.......................................................................................... 324 – A Grande Tribulação.................................................................................................. 335 – A Segunda Vinda de Cristo para Implantar o Milênio................................................ 34

XII – CREMOS NO TRIBUNAL DE CRISTO................................................................................. 35

XIII – CREMOS NO JUÍZO FINAL............................................................................................... 35O Juiz............................................................................................................................. 36Os Réus.......................................................................................................................... 36Detalhes do Juízo Final.................................................................................................. 36Características do Juízo Final......................................................................................... 36

XIV – CREMOS NA VIDA ETERNA DE GOZO PARA OS FIEIS E TORMENTO PARA OS INFIEIS.... 37

1 – Deus Criará Novos Céus e Nova Terra........................................................................ 37

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O OBREIRO E A DECLARAÇÃO DE FÉ

PRIMEIRA PARTE – SOBRE O CREDO

1 – O QUE É UM CREDO? A palavra credo em latim significa "eu creio". É uma profissão de fé onde se encontram os principais artigos doutrinários de uma igreja. É uma declaração concisa, formal e autorizada dos pontos importantes da doutrina cristã de

uma igreja. É um sistema expositivo de doutrina.

2 – POR QUE DEVEMOS ADOTAR UM CREDO? Porque crenças bem definidas produzem também convicções bem definidas. Porque o cristão precisa ter uma definição doutrinária, para não ser um cristão volúvel. Porque a Bíblia tem um sistema de doutrinas que pode ser organizado e proposto, e assim

crido e praticado. Porque ele serve de base a todos os ensinos da igreja e também é um referencial doutrinário

da Igreja para os membros.

3 – EXISTE BASE BÍBLICA PARA SE ADOTAR UM CREDO?O credo claramente desenvolvido não ocorre na Bíblia, contudo isto não o põe em contradição com as Escrituras, porque o credo expressa unicamente as verdades bíblicas essenciais. Além disso, a própria Bíblia oferece "declarações doutrinárias", que alguns consideram como um pequeno credo (Rm. 9.5; 1Co. 15.1-4; Fl 2.5-11; Cl. 1.13-20; 1Tm. 3.16; Tt. 2.13).

4 – QUE VALOR O OBREIRO CRISTÃO DEVE DAR AO CREDO?O maior valor; pois o credo permite que o obreiro tenha pelo menos um referencial interpretativo para tratar dos problemas referentes às questões doutrinárias e práticas. O Credo é uma fonte de consulta para tomada de posição sobre pontos controversos.

5 – QUE RESPONSABILIDADE TEM O OBREIRO EM RELAÇÃO AO CREDO DE SUA IGREJA? O obreiro tem a responsabilidade de conhecer, manter, defender e estar em concordância

com os artigos doutrinários do Credo de sua igreja. O obreiro também deve saber expor com clareza as linhas mestras de sua crença (2Tm.

2.15).

6 – O QUE HÁ DE BOM EM SE ADOTAR UM CREDO?O fato do credo ser de fácil compreensão, tanto para os mais maduros na fé como para os novos convertidos.

7 – QUANDO SURGIRAM OS PRIMEIROS CREDOS?No segundo século da era cristã. Os discípulos dos apóstolos ficaram preocupados com a diversidade de novas doutrinas que estavam surgindo, que desvirtuavam o verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Assim, eles começaram a redigir algumas confissões de fé que contivessem as verdades mínimas necessárias do Evangelho de Jesus Cristo. Exemplos clássicos são os credos ecumênicos da igreja primitiva: O Credo Apostólico, o Credo Niceno e o Credo de Atanásio.

8 – O CREDO QUE ADOTAMOS É EXCLUSIVO DA NOSSA IGREJA?Não. Diversas denominações evangélicas pentecostais adotam o mesmo credo.

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SEGUNDA PARTEA COMPOSIÇÃO E O SIGNIFICADO DAS AFIRMAÇÕES DO NOSSO CREDO

I – CREMOS EM UM SÓ DEUS, ETERNAMENTE SUBSISTENTE EM TRÊS PESSOAS: O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO SANTO (DT. 6.4; MT. 4.10; MT. 28.19; MC. 12.29).

Estas três pessoas constituem um Deus, o mesmo em substância e iguais em poder e glória (Dt. 4.35; Jo 8.58; 1Co. 8.6; Ef. 4.4-6; Hb. 13.8; Ap. 1.4; 4.8). Cada uma das três pessoas da Trindade é chamada na Bíblia de Deus: o Pai (1Pe. 1.2), o Filho (Jo. 20.28) e o Espírito Santo (At. 5.3-4).

Cada uma das Três Pessoas possui os atributos da deidade, incluindo onipresença (SI. 139.7; Mt. 28.20; Hb. 4.13), onisciência (Mt. 9.4; Rm. 11.33; 1Co. 2.10) e onipotência (Mt 19.26; Mt. 28.18; Rm. 15.19).

Cada uma é chamada Senhor (Lc. 2.11; Rm. 10.12; 2Co. 3.18).Cada uma fez o homem (Jó 33.4; SI. 100.3; Jo. 1.3).

1 – AS REVELAÇÕES DE DEUS1. Através da Natureza (Rm. 1.18-21). Uma vez que Deus criou o universo, não nos surpreende que o próprio mundo físico revele o Criador, pois "os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos" (Sl. 19.1).2. Através das Escrituras. Hebreus 1.1-2 fala de como nos antigos tempos Deus se serviu dos profetas para comunicar a Sua vontade ao povo. As pregações dos profetas constituem parte das Escrituras Sagradas.3. Através de Jesus Cristo (Hb. 1.1). Com a vinda de Jesus ao mundo, Deus revelou-se de forma pessoal aos homens. O nome "Emanuel" significa "Deus conosco", isto é, Deus habitando entre os homens. Foi a revelação máxima que Deus fez de Si mesmo. Jesus é a "imagem do Deus invisível" (Cl. 1.15).

Para receber a revelação de Deus é preciso ter fé. A convicção de que Deus existe vem pela fé. Sem fé é impossível agradar a Deus (Hb. 11.6). Também é necessário descobrir Deus pelas Escrituras Sagradas, a santa Bíblia, pois só ela é o único livro que contém a revelação de Deus à humanidade (1Tm. 3.16). Outro meio é a entrega a Deus e obediência à Sua Palavra. Todos os que têm se convertido a Deus têm experimentado a graça, o amor e o poder de Deus.

2 – OS ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUSOs atributos de Deus indicam os vários aspectos do Seu caráter, e também o que Deus é

em Si mesmo, ou a natureza íntima de Deus.1. Deus é Espírito (Jo. 4.24).2. Deus é Eterno (Sl. 90.2). Não teve princípio, não tem fim. Não foi criado por ninguém, simplesmente é eterno.3. Deus é Onisciente (Sl. 139.1-4). Ele conhece todas as coisas. Nada se pode esconder de Deus. Ele conhece os pensamentos e os sentimentos da humanidade em geral, e de cada pessoa em particular. Na verdade só Deus tem esse poder.4. Deus é Onipotente (Jó. 42.2). Significa que Ele é Todo-Poderoso. Para Ele nada é impossível ou difícil de realizar (Lc. 1.37).

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5. Deus é Onipresente (Sl. 139.4-12). Deus está em todos os lugares ao mesmo tempo. A Sua habitação, porém, é o Céu (Dt. 26.15).

3 – OS ATRIBUTOS MORAIS DE DEUS1. Deus é Santo. A santidade de Deus significa a Sua absoluta pureza moral. Ele não pode pecar, nem tolerar o pecado (Êx. 15.11; Lv. 11.44-45; Js.24.19; Sl. 5.4; Is. 6.3; 1Pe. 1.15-16).2. Deus é Justo (Dt. 32.4). A justiça é a obediência a uma norma reta em relação a outrem. Deus manifesta este atributo quando livra o inocente, condena o ímpio e exige que se faça justiça. Deus julga não como fazem os juízes humanos, que baseiam seus julgamentos sobre as provas ou argumentos apresentados perante eles por outrem. Deus conhece as provas.3. Deus é Fiel. Ele é digno de toda a confiança. Suas palavras e promessas jamais falharão. Seu povo pode descansar em Suas promessas (Nm. 23.19; Js. 21.43-45; 1Co. 1.9; 10.13).4. Deus é Amor (1João 4.8). O amor é o atributo de Deus em razão do qual Ele deseja relacionamento pessoal com aqueles que possuem Sua imagem, e mui especialmente com aqueles que foram santificados em caráter, feitos semelhantes a Ele (Jo. 3.16; 1Jo. 3.1).5. Deus é Imutável. Deus não pode atuar em oposição à Sua própria natureza. É impossível que Ele minta ou mude (1Sm. 15.29; Ml. 3.6; Hb. 6.18).6. Deus é Misericordioso. A misericórdia de Deus é a divina bondade em ação, bondade essa que se comove a favor dos homens provendo alívio, e no caso dos pecadores impenitentes demonstra paciência longânima (Lm. 3.22).7. Deus é Bom (Sl. 25.8; 106.1; Mc. 10.18). Tudo quanto Deus criou originalmente era bom, pois era uma extensão da Sua própria natureza (Gn. 1.4,10,12,18,25,31). Ele continua sendo bom para a Sua criação ao sustentá-la, para o bem de todas as Suas criaturas (Sl. 104.10-28; 145.9). Ele é tão bom que até cuida dos ímpios (Mt. 5.45; At. 14.17). Deus é bom principalmente para os Seus, que o invocam em verdade (Sl. 145.18-20).

4 – OS NOMES DE DEUS NA BÍBLIAOs nomes de Deus foram sendo revelados aos homens na medida em que eles

estivessem preparados para receber a revelação que o tal nome comunicava.Uma das maneiras de conhecer Deus é estudar os Seus nomes. Foi a língua hebraica que

mais se prestou para a finalidade de revelar Deus aos homens. Os nomes de Deus representam Seu carácter revelado e as qualidades de todo o Seu ser.

Elohim - O Deus Criador. Trinta e duas vezes encontra-se no primeiro capítulo de Gênesis. Os eruditos informam que o nome Elohim ocorre 2.310 vezes no Velho Testamento. O termo salienta o poder, o caráter elevado e a reverência atribuída a Deidade. A forma do vocábulo é plural, pois no hebraico forma-se o plural usando o sufixo "in". A forma singular é "Eloah" ou "El", representa a Trindade.

El-Shaddai - O Deus de Abundância. O Deus Todo-Poderoso em Português. Em Gn. 15.1 Deus revelou-se a Abraão pelo nome de "El-Shaddai". Em hebraico significa o "Todo-Poderoso Deus" ("El" significa poderoso), que supre, que nutre. A origem de Shaddai é “seio paterno”, por conseguinte é expressão de grande ternura (Gn. 49.25).

Jeová - o Deus Eterno Redentor. O nome "Jeová" em hebraico ocorre 5500 vezes na Bíblia. Em grande número de casos tem sido traduzido por "Senhor". O significado do nome conforme se encontra em Êx. 3.13-15 é: "O Deus que era; que é, e que será para sempre" (Compare com Hb. 13.8). Jeová é o Deus que redime o Seu povo e o liberta da mão do inimigo. Lemos na Bíblia que em ocasiões de grandes aflições Deus revelou-se por este nome singular ao Seu povo.

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El = Deus. É usado em certas combinações. El-Elyon (Gn. 14.18-20). Significa "O Deus Altíssimo". O Deus que é exaltado acima de todos os deuses. "El-Olam" é “o eterno Deus". O termo "Emanu-El" quer dizer "Deus conosco" (Mt. 1.23).

Adonai. Significa "Senhor" ou "Mestre" e dá a ideia de governo e domínio (Êx. 23.17; Is. 10.16,33). Este nome no Novo Testamento aplica-se ao Cristo glorificado.

5 – DEUS É TRINO E UNOCremos num só Deus em Trindade e cremos numa Trindade em Unidade. Isso significa

que Deus é Uno em essência e Triuno em manifestação. Embora nos pareça um grande mistério, é absolutamente verdadeiro que Deus aparece nas Escrituras Sagradas como o Deus Trino. A doutrina da Triunidade divina é o supremo mistério da fé cristã. Quanto mais a entendemos, tanto mais se alargam os horizontes da nossa compreensão espiritual.

As Escrituras ensinam que Deus é Um, e que além Dele não existe outro Deus. À luz das Escrituras compreendemos que a Divindade é uma Unidade composta de Três Pessoas distintas, cada uma das quais é a Divindade, e que, no entanto, cada uma está sumamente consciente das outras Duas. Não se trata absolutamente de três Deuses , mas de Três Divinas Pessoas que possuem a mesma essência e eterna divindade.

As Três cooperam unidas e num mesmo propósito, de maneira que no pleno sentido da palavra são "Um" (1Jo. 5.7). O Pai é proeminentemente o Criador, mas o Filho e o Espírito Santo são tidos como cooperadores na mesma obra (Jó 26.13; 33.4; Jo. 1.3). O Filho é proeminentemente o Redentor, mas o Pai e o Espírito Santo são os que enviaram o Filho para redimir. O Espírito Santo é o santificador, mas o Pai e o Filho cooperam na mesma obra santificadora.

A Bíblia ensina e demonstra que Deus é ao mesmo tempo Uno e Trino. É Uno no que diz respeito à divindade. Somente existe uma Divindade. E é Trino no que diz respeito à personalidade. As Três Pessoas possuem a mesma divindade, mas cada uma possui a Sua própria personalidade.

Nenhuma das Três Pessoas é a outra. Cada uma tem a Sua própria identidade. Só assim poderemos entender de que maneira se realizou, por exemplo, o mistério da encarnação, quando uma das Três Pessoas tomou a forma humana sem violar a integridade da Trindade. A Divindade pertence a cada uma das Três. Logo, o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus.

Outro aspecto do mistério da Trindade consiste no fato de as Três Pessoas serem absolutamente inseparáveis, no sentido de que nenhuma delas existe sem a participação da Outra, pois todas têm a divina natureza.

A Trindade é uma comunhão eterna, mas a obra da redenção do homem evocou a Sua manifestação histórica. Foi então possível ao homem, à luz da revelação bíblica, compreender a distinção destas Três Pessoas da Divindade.

O Filho entrou no mundo de uma maneira nova, ao tomar sobre Si a natureza humana, e foi Lhe dado um nome humano - Jesus Cristo. O Espírito Santo entrou no Mundo de uma maneira nova, isto é, como o Espírito Consolador e também como o Espírito de Cristo incorporado na Igreja (At. 16.6-7; Rm. 8.9; Fp. 1.19).

As Três Pessoas da Divindade cooperam entre Si. O Pai testificou do Filho (Mt. 3.17; 5.37); o Filho testificou do Pai durante Seu ministério terreno; o Filho testificou do Espírito Santo (Jo. 14.16-17) e mais tarde o Espírito Santo testificou do Filho e ainda testifica (Jo. 15.26; At. 1.8).

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6 – A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTOExistem muitas informações bíblicas que esclarecem a existência e a presença da

Trindade. Na criação do homem Deus usa a expressão "façamos o homem à nossa imagem" (Gn. 1.26). Deus não se aconselhou com ninguém quando decidiu criar o homem (Is. 40.13-14). Em Gn. 11.7 Deus disse: "Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua...". Em Is. 6.8 o Senhor pergunta: "A quem enviarei e quem há de ir por nós?"

É interessante meditar na doxologia de Is. 6.3 "santo, santo, santo". Isaías na sua visão viu o Pai. Falando da mesma visão, Jesus disse que Isaías viu o Filho (Jo. 12.39-41) e Lucas disse que Isaías nesta visão ouviu o Espírito Santo (At. 28.25-27).

7 – A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTOÉ possível estudar a doutrina da Trindade em todos os Evangelhos. Por ocasião do

batismo de Jesus (Mt. 3.16-17), o Pai faz uma proclamação desde os céus; o Filho sai das águas e simultaneamente o Espírito Santo aparece e é visto em forma de pomba. Na Grande Comissão Jesus instruiu os discípulos a fazerem outros discípulos, em todas as nações. A fórmula batismal, ordenada pelo Senhor, menciona nominalmente as Três Pessoas da Trindade (Mt. 28.19).

Nos Atos dos Apóstolos os discípulos do Senhor tiveram suas compreensões alargadas acerca da Trindade, pois nesse tempo o Espírito Santo já havia descido a eles. Em At. 2.32-33 as Três Pessoas são mencionadas com distinção. Em At. 5.3-4 o Espírito Santo é chamado de Deus.

Nas Epístolas o apóstolo Paulo deixou-nos um material abundante, no que diz respeito à Trindade. Foi ele quem apresentou a bênção apostólica (2Co. 13.13). Ele estabeleceu uma clara distinção entre as Três Pessoas em diferentes ocasiões (1Co. 12.4-6); Ef. 2.18; Ef. 4.4-6). O apóstolo Pedro distingue magistralmente as Três Pessoas, bem como as Suas ternas atividades na obra da Redenção: A presciência do Pai, a aspersão do sangue do Filho e a santificação do Espírito (1Pe. 1.2). As Três Pessoas são citadas nominal e distintamente em Judas 20-21 e em 1Jo. 5.7 vemos a doutrina da Trindade revelada.

8 – COMPREENDENDO A DOUTRINA DA TRINDADESe não compreendermos a natureza de Deus convenientemente, estaremos impedidos

de conhecer todo o restante da revelação bíblica, pois o conhecimento de Deus é o ponto de partida.

Concordamos que qualquer tentativa para explicar a doutrina da Trindade ou Tri-Unidade não é isenta de dificuldades. Isto não surpreende. Se ainda hoje não conseguimos compreender a obra da criação de Deus, não devemos nos surpreender por não podermos analisar a natureza do próprio Deus.

Alguém disse, com muita razão, que se Deus fosse totalmente analisado e compreendido Ele deixaria de ser Deus. Na Sua sabedoria, Deus nos deu a faculdade de podermos compreender a Sua natureza apenas parcialmente. É melhor saber o que a Bíblia diz acerca de Deus, do que procurar a explicação daquilo que ainda não podemos conhecer totalmente (ver Dt. 29.29). A recomendação bíblica é: "admiremo-Lo" e "adoremo-Lo", porém uma coisa é certa, virá o dia quando entenderemos todos os mistérios. Será quando chegarmos ao Céu, só então teremos a plenitude do conhecimento (1Co. 13.12).

Acerca da Doutrina da Trindade, assim declarou Atanásio, um cristão do quinto século:"Adoramos um Deus em Trindade e a Trindade em Unidade. Não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância. Pois a pessoa do Pai é uma, a do Filho outra e a do Espírito Santo outra. Mas no Pai, no Filho, e no Espírito Santo há uma divindade e glória igual, e majestade co-eterna. Tal qual é o Pai, o mesmo são o Filho e o Espírito Santo. O Pai é

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incriado, o Filho incriado e o Espírito Santo incriado. O Pai é imensurável, o Filho é imensurável e o Espírito Santo é imensurável. O Pai é eterno, o Filho é eterno e o Espírito Santo é eterno. Da mesma forma não há três seres incriados, nem três imensuráveis, mas UM Incriado e UM Imensurável. Da mesma maneira o Pai é onipotente, no entanto não há três onipotentes, mas UM Onipotente. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. No entanto, não há Três Deuses, mas Um Deus. Assim o Pai é Senhor, o Filho é Senhor e o Espírito Santo é Senhor. Todavia não há Três Senhores, mas UM Senhor. Assim como a veracidade cristã nos obriga a confessar cada pessoa individualmente como sendo Deus e Senhor, assim também ficamos privados de dizer que há Três Deuses ou Senhores. O Pai não foi feito de coisa alguma, nem criado nem gerado. O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Há, portanto, Um Pai e não Três Pais; um Filho e não Três Filhos; Um Espírito Santo e não Três Espíritos Santos. E nesta Trindade não existe primeiro nem último; nem maior, nem menor, mas as Três Pessoas são co-eternas e iguais entre Si mesmas. De sorte que por meio de todas, como acima foi dito, tanto a Unidade na Trindade como a Trindade na Unidade devem ser adoradas".

9 – DEUS PAIA Bíblia é um livro que explica as coisas em linguagem acessível. Ela diz que Deus é

nosso Pai Celestial (Is.63.16). Ele é Pai porque toda a humanidade teve origem nEle. Entretanto, Ele é Pai também no sentido espiritual ou no sentido de ser Redentor. Neste último caso, Deus é Pai daqueles que se converteram a Jesus Cristo, conforme João 1.12.

9.1 – As Características do Pai Celestial1. Ele nos deu origem. Quem dá origem a outro é seu pai. Somos todos criaturas de Deus.2. Ele tem a Sua personalidade. O Pai é uma pessoa que pensa, que ama, que age, que

trabalha e que se expressa em atos de ternura.3. Ele ama. Este é um dos aspectos mais elevados do nosso Pai Celestial (Rm. 5.8).4. Ele provê. Deus é aquEle que supre todas as nossas necessidades (Mt. 6.26; Fp. 4.19).5. Ele protege. Cada momento, minuto e segundo Ele vela por nós para nos guardar (Sl. 121).

9.2 – Jesus Revelou Seu Pai ao Mundo"Ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt. 11.27).

Jesus falou do Pai ou ao Seu Pai: Em Mateus 20 vezes; em Marcos 2 vezes; em Lucas 11 vezes; em João 62 vezes e no Apocalipse 3 vezes.

10 – DEUS FILHODa mesma forma como "filho do homem" significa alguém que é nascido do homem,

assim também "Filho de Deus" significa nascido de Deus. As Escrituras ensinam que o Filho de Deus é consubstancial com o Pai. A palavra "Filho" expressa, neste caso, a relação interna dentro da Eterna Deidade. Jesus Cristo nunca é chamado de um filho de Deus, mas, O Filho de Deus. Ele é o Filho no sentido Único. João, que escreveu o seu evangelho procurando mostrar a Divindade de Cristo, descreve-o como o "Unigênito Filho de Deus" (João 1.14,18; 3.16). Jesus é descrito mantendo uma relação para com Deus o Pai nunca participada por nenhuma outra pessoa no Universo (João 1.1; 10.38).

Todo o estudante das Escrituras nunca deve esquecer-se de que Jesus quando estava no mundo tinha duas naturezas: a divina e a humana. Na humanidade do Filho de Deus, vemo-Lo realmente padecendo fome, sede, cansaço, dor e estando sujeito em geral às debilidades da

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natureza humana. O grande detalhe em tudo isso é que Ele nunca pecou. Muitas das palavras que Jesus falou no mundo, falou-as como homem, como por exemplo "o Pai é maior do que eu" (João 14.28). Em Sua missão terrena o Filho era menor que o Pai, no sentido de que assumiu uma missão subordinada, dada pelo Pai e dirigida pelo Espírito Santo. O Filho em Sua encarnação assumiu, por Ele mesmo, a posição de inferioridade, pondo de lado não a Sua natureza divina, mas os Seus atributos, e limitou-se a Si mesmo e a Si mesmo se humilhou até a morte de cruz, tendo-se esvaziado de toda a Sua glória (Fp. 2.5-11). Naturalmente que o Pai não estava sujeito às coisas que a natureza humana do Filho estava.

10.1 – As Palavras de Jesus e dos Apóstolos Explicam a Sua Divindade1. O Filho é Igual ao Pai. Ele colocou-se lado a lado com a atividade divina “...dizia que Deus era Seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo. 5.18). “Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também” (Jo. 5.17). “Tudo quanto o Pai faz, o Filho faz igualmente” (Jo. 5.19). Deus Pai delegou toda a autoridade ao Filho, incluindo a própria vida, isso quer dizer que Jesus é o despenseiro da vida eterna, e também o Juiz de todos. Além disso, honrar ao Filho equivale a honrar ao Pai, e rejeitar ao Filho é a mesma coisa que rejeitar ao Pai (Jo. 5.23). “Saí do Pai” (Jo. 16.28); “o Pai me enviou” (Jo. 20.21). Ele reivindica uma comunhão e um conhecimento divinos (Mt. 11.27; João 17.25). Alegava revelar a essência do Pai em Si mesmo (Jo. 14.9-11). Ele exigia uma rendição e uma lealdade que somente Deus por direito podia reivindicar. Insistia em uma absoluta rendição e devoção da parte dos Seus seguidores. Seus discípulos deviam estar prontos a cortar os laços mais íntimos e mais queridos, porque qualquer que amasse mais ao pai ou a mãe, ou os bens desse mundo do que a Ele, não era digno dEle (Mt. 10.37; Lc. 14.25-33).

2. O Filho é Eterno. “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo. 1.1). Isaías disse que Ele (Jesus) é o “Pai da Eternidade” (Is. 9.6). Ele participava da glória do Pai antes do Universo ser criado (Jo. 17.5).

3. Os Apóstolos Afirmaram que o Filho era Deus Tomé exclamou: “Senhor meu e Deus meu” (Jo. 20.28). Paulo escreveu que Ele é o “Deus bendito eternamente” (Rm. 9.5). Escreveu também que

“Nele (Cristo) habita comporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl. 2.9). Ensinou que Ele é o “Bem-Aventurado, e único e poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos

senhores; Aquele que tem Ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum homem viu nem pode ver: ao qual seja honra e poder sempiterno, Amém” (1Tm. 6.14-16).

O escritor aos Hebreus disse que Deus ao introduzir no mundo o Seu Filho ordenou: “E todos os anjos de Deus o adorem” (Hb. 1.6). O mesmo escritor regista o diálogo entre o Pai e o Filho, onde o Pai chama o Filho de Deus. “Mas do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos...” (Hb. 1.8).

O Apóstolo João escreveu: “No princípo era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus” (Jo. 1.1). Escreveu ainda que Jesus Cristo é o “verdadeiro Deus e a vida eterna” (1Jo. 5.20).

4. O Filho é Onipotente. Ele tem todo o poder. Assim como o Pai, Jesus Cristo criou todas as coisas (Jo. 1.1-4). Criou não só as coisas visíveis, mas as invisíveis (Cl. 1.16-17), como os anjos, por exemplo. "Tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas e todas as coisas subsistem por Ele".

A palavra "primogênito", encontrada em Cl. 1.15, é muito bem compreendida nos versículos 16 e 17, ou seja, significa que Ele é a fonte ou origem de toda a criação de Deus. "Nele foram criadas todas as coisas". "Sem Ele nada do que foi feito se fez" (compare com Hb. 1.2).

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Muitos têm negado a divindade do Filho, conforme está escrito em Judas 4. Os que assim fazem estão perdidos, segundo a doutrina do próprio Cristo (Jo. 8.24). Deus tem prometido que um dia todo o joelho se dobrará e toda a língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso (Fp. 2.10-11).5. O Filho é Onipresente. Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele prometeu que onde estivessem dois ou três reunidos em Seu nome, em qualquer lugar do mundo, e nas mesmas horas, que estaria no meio deles (Mt. 18.20). Também prometeu estar todos os dias com os que levam a Sua mensagem a todos os lugares do mundo (Mt. 28.19-20). 6. O Filho é Onisciente. Ele conhece todas as coisas (Jo. 16.30; 21.17). Ele conhece os pensamentos dos homens (Mt. 9.4); Ele conhece o futuro (Jo. 6.64; 13.3). Quando Ele estava no mundo demonstrou esse atributo. Ele conhecia os acontecimentos futuros acerca do tempo do fim. Jesus Cristo está no meio das igrejas e conhece os corações dos crentes. Ele conhece os que são Seus.7. O Filho é Imutável (Hb. 1.12). Como o Pai é imutável, assim também é o Filho. O maior acontecimento de todos os tempos foi a encarnação do Filho: "O verbo se fez carne e habitou entre nós..." (Jo. 1.14). Entretanto, com este acontecimento Ele não perdeu a Sua divindade, pois Hebreus 13.8 diz que Jesus Cristo é o mesmo ontem (eternidade passada), hoje (eternidade presente) e será eternamente (eternidade futura).8. O Filho é Justo (At. 7.52). Ele ama a justiça e aborrece a iniquidade (At. 3.14; 22.14; Hb. 1.9).9. O Filho é Santo. O anjo disse a Maria: "O Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus" (Lc. 1.35). Os primitivos cristãos oravam a Deus em nome do Seu santo Filho Jesus (At. 4.30).10. O Filho é Cheio de Amor (2Co. 8.9). Em João 15.13 lemos: "Ninguém tem maior amor do que este; de dar alguém a sua vida pelos seus amigos". Ele sentiu grande compaixão pelas multidões (Mt. 9.36). Ele amou a Igreja e a Si mesmo se entregou por ela (Ef. 5.25).

Verificamos assim que os atributos de Deus são também os atributos de Cristo.

11 – DEUS ESPÍRITO SANTOO Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Trindade divina. O Espírito Santo tem atributos

de personalidade:1. O Espírito Santo tem intelecto, inteligência (Jo. 14.26).

a. Ter intelecto é a primeira evidência da personalidade.b. Como prova do Seu intelecto o Espírito Santo fala, ensina, guia etc.c. Ele é o Espírito do conhecimento. Conhece todas as coisas, penetra todas as coisas, ainda mesmo as profundezas de Deus (1Co. 2.10-11).

2. O Espírito Santo tem sensibilidade (Rm. 15.30; Ef. 4.30).a. Ter sensibilidade é a segunda evidência da personalidade.b. Como prova da sua personalidade, o Espírito Santo pode ser:

. Entristecido (Ef. 4.30)

. Blasfemado (Mt. 12.31-32)

. Resistido (At. 7.51)

. Afrontado (Hb. 10.29)

. Rejeitado (Is. 63.10

. Tentado (At. 5.9)

. Ele ama (Rm. 15.30)

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. Ele tem ciúmes (Tg. 4.5)

. Ele geme (Rm. 8.26)

. Sua manifestação pode ser apagada (1Ts. 5.19)

. Por ter sensibilidade Ele é o maravilhoso Consolador que compreende nossas necessidades, limitações e fraquezas (Jo. 14.16,26).

3. O Espírito Santo tem vontade própria, autodeterminação.a. Ter vontade própria é a terceira evidência da personalidade.b. Como prova de Sua vontade própria Ele:

. Orienta (Jo. 16.13)

. Contende (Gn. 6.3)

. Impede (At. 16.6-7)

. Distribui os dons espirituais (1Co. 12.11)

11.1 – Doze Provas da Personalidade do Espírito Santo1. Ele ensina (Jo. 14.26)2. Ele convence (Jo. 16.8)3. Ele regenera (Jo. 3.5-6)4. Ele chama (At. 13.2)5. Ele testifica (Jo. 15.26)6. Ele clama (Gl. 4.6)7. Ele dirige (Gl. 5.18)8. Ele julga (At. 15.28)9. Ele advoga (At. 5.32)10.Ele fala (Ap. 2.7)11.Ele intercede (Rm. 8.26)12.Ele convida (Ap. 22.17)

11.2 – Onze Provas da Divindade do Espírito Santo1. É chamado Deus (At. 5.3-4)2. É chamado de Espírito de Deus (Ef. 4.30)3. É o Administrador da Igreja (At. 20.28)4. É eterno (Hb. 9.14)5. É onisciente (1Co. 2.10-12)6. E onipotente (Lc. 1.35-37)7. É onipresente (Sl. 139.7-10)8. É co-Autor da criação (Jó 26.13; 33.4; Sl. 104.30)9. É absolutamente santo - Seu nome é Espírito Santo10.É espírito (Jo. 4.24; 2Co. 3.17)11.É justificador e santificador (1Co. 6.11)

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II - CREMOS NA INSPIRAÇÃO VERBAL DA BÍBLIA SAGRADA, ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE FÉ NORMATIVA PARA A VIDA E O CARÁTER CRISTÃO (2TM. 3.14-17).

A Bíblia é indubitavelmente a verdadeira e única revelação de Deus à humanidade. Tem a resposta para todas as perguntas relacionadas com Deus, a eternidade, a vida cristã etc.

A Bíblia é o livro que maior impacto tem produzido no mundo. Atualmente está traduzida, no todo ou em parte, em 1907 línguas e dialetos. Os grandes temas da paz, da justiça social, da felicidade do gênero humano, da desobediência do homem a Deus, do amor de Deus para com o homem, do desespero da humanidade e da esperança redentora em Cristo são nela tratados de maneira esclarecedora.

Milhões de pessoas, depois da leitura da Bíblia e compreensão da mensagem de Cristo, têm sido completamente transformadas e a vida passa a ter para elas um novo significado.

A Bíblia contém um total de 66 livros diferentes, escritos por cerca de 40 homens. Entre os primeiros escritores e o último passaram-se cerca de 1.500 anos. Entretanto, todos os seus livros são unânimes, pois revelam uma perfeita unidade de pensamento. Tudo saiu da mente de Deus.

Os escritores da Bíblia testemunharam que ela é um livro inspirado por Deus: "Os santos homens de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2Pe. 1.21). O apóstolo Paulo ensinou: "Deus nô-las revelou pelo Seu Espírito" (1Co. 2.10). "Me foi este mistério manifestado pela revelação" (Ef. 3.3-5).

A Bíblia é o livro mais admirável do mundo. Nenhum outro se lhe pode comparar. Não foi fruto de mentes humanas. Há quem a rejeite por ser um livro antigo, querem alguma coisa nova e moderna. No entanto, o fato de ser ela tão antiga, torna-a mais importante.

Deus tem preservado a Sua Palavra escrita no decorrer dos séculos, não obstante as inúmeras tentativas de Satanás para destruí-la. O povo de Deus muito se alegra por ter em suas mãos este livro divino, o qual faz com que o povo do Senhor ande na luz como diz o Salmo 119.105 "Lâmpada para os meus pés é a Tua palavra e luz para o meu caminho".

Imaginemos se não existisse a Bíblia. Assim descreveu o Dr. Payson: "Os homens ficariam profundamente desconhecedores do nosso Criador, da criação do mundo que habitamos, da origem e dos progenitores da raça humana, como também do nosso futuro destino, e nos subordinaria para sempre ao domínio do capricho, das dúvidas e de concepção visionária. Sem este livro ficaríamos privados da verdadeira religião cristã, com todos os seus confortos espirituais, esperanças e perspectivas animadoras, e em vez disso, nada nos deixaria a não ser a penumbra triste da infidelidade e as mostruosas sombras do paganismo. A inexistência deste livro despovoaria o Céu, fechando para sempre as suas portas, e nos roubaria de uma vez tudo quanto evita que a nossa existência se torne a maior das maldições, cobriria o sol, secaria o oceano, removeria a atmosfera do mundo moral e degradaria o homem a ponto de ele ter ciúme da posição dos próprios animais".

1 – A AUTORIDADE DA BÍBLIAA autoridade da Bíblia consiste no fato de ser ela a Palavra do Deus Todo-Poderoso. A

Bíblia, em todas as suas partes, é a voz de Deus falando ao homem. Sua autoridade é inerente, sendo como é nada menos do que um edito imperial: "Assim diz o Senhor".

Ela tem autoridade porque foi divinamente inspirada (2Tm. 3.16). Ela tem autoridade porque tem poder de fazer tudo quanto diz que faz.1. A Bíblia é eterna: "para sempre, ó Senhor a Tua palavra permanece no Céu" (Sl. 119.89).2. A Bíblia é poder salvador. "o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer" (Rm. 1.16).

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3. A Bíblia é poder santificador. "santifica-os na verdade, a Tua palavra é a verdade" (Jo. 17.17).4. A Bíblia é poder revelador. Na verdade a Bíblia é a única revelação escrita da parte de Deus. Todas as revelações de coisas celestiais e terrenas, do tempo e da eternidade, do bem e do mal são derivadas da Palavra de Deus.

2 – A ATUALIDADE DA BÍBLIAAssim como as misericórdias do Senhor são novas cada manhã, assim também é a Sua

Palavra. Uma vez que Deus é imutável, eterno e atual, assim também é a Sua Palavra. Ela é atual na medida em que o Deus que a proferiu não muda, e as necessidades do homem contemporâneo são absolutamente iguais às do homem existente na Terra quando ela foi transmitida e escrita.

Apesar de ter sido escrita há cerca de dois mil anos atrás, no caso do Novo Testamento, a Bíblia desafia o tempo. Levanta-se altaneiramente como um monumento à perfeição do caráter de Deus, o seu autor, que falou e fala aos homens (Hb. 1.1).

A Bíblia é um livro atual porque é um livro completo. Ela encerra tudo quanto o homem precisa saber acerca de Deus. Por esta razão somos advertidos a não subtrair nem acrescentar nada além do que está nela escrito (Ap. 22.18-19).

Ela é atual porque contém a mente de Deus. A declaração de Pedro segundo a qual a profecia, ou os oráculos de Deus, não foram produzidos pela vontade humana, mas sim pela inspiração divina (2Pe. 1.21) credencia a Bíblia como registro das intenções e propósitos de Deus. Ela é o Testamento divino onde estão mencionados todos os desejos de Deus para com o Seu povo em todos os tempos.

Ela é atual porque revela o futuro. Só Deus conhece o futuro e só a Sua Palavra registra esse conhecimento, quanto àquilo que está para acontecer no mundo, como sejam o arrebatamento da Igreja, a grande tribulação, o milênio, o juízo final, o fim do mundo tal qual o conhecemos, e a criação de novos céus e nova terra, o futuro dos ímpios e o futuro dos justos.

3 – A FIDELIDADE DA BÍBLIAA fidelidade de Deus determina a infabilidade da Sua Palavra e o cumprimento fiel das

profecias nela descrita. Assim está escrito: "E disse-me o Senhor: Viste bem, porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir" (Jr. 1.12).

Ao estudar e meditar cuidadosamente nas Escrituras, o estudante chega à conclusão de que a Escritura Sagrada é de uma precisão profética inigualável. Deste modo, a Bíblia é um livro inspirador, não apenas por aquilo que ela diz quanto ao passado e presente, mas por aquilo que ela revela com exatidão fascinante acerca das profecias futuras, as quais Deus cumprirá cabalmente.

O Velho Testamento contém profecias que se cumpriram fielmente no Novo. Isaías e outros profetas profetizaram 800 anos antes de Cristo muitas coisas acerca de Jesus: 1. Que Ele nasceria de uma virgem (Is. 7.14). 2. Que Ele nasceria em Belém (Mq. 5.2). Essas e dezenas de outras profecias cumpriram-se.

O escritor sagrado diz mesmo que "nenhuma só palavra caiu de todas as boas palavras que falou de vós o Senhor vosso Deus; todas vos sobrevieram, nem delas caiu uma só palavra" (Js. 23.14). Está escrito: "Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem para que se arrependa; porventura, diria Ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?" (Nm. 23.19). O Senhor Jesus Cristo afirmou: "passarão os Céus e a Terra, mas as minhas palavras não hão-de passar" (Mt. 24.35). Sendo assim, o crente deve ter plena confiança na Bíblia, porque ela é a Palavra que saiu da boca de Deus.

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III – CREMOS NO NASCIMENTO VIRGINAL DE JESUS, EM SUA MORTE VICÁRIA E EXPIATÓRIA, EM SUA RESSURREIÇÃO CORPORAL DENTRE OS MORTOS E NA SUA ASCENSÃO VITORIOSA AOS CÉUS (IS. 7.14; AT. 1.9; RM. 8.34).

1 – O NASCIMENTO VIRGINAL DE JESUS CRISTOJesus foi gerado numa virgem, por obra e graça do Espírito Santo, e não de semente

humana. "Disse o anjo do Senhor a José: Não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo" (Mt. 1.20). De nenhum outro ser humano pode-se dizer que teve uma conceição imaculada, pois só Jesus Cristo, o Filho de Deus, teve esse privilégio. Nos evangelhos de Mateus e Lucas encontramos os relatos sobre este maravilhoso milagre de Deus. Neles encontramos o cumprimento da profecia de Isaías 7.14.

A história do nascimento virginal foi parte natural da vida de grandeza espiritual que foi a vida terrena de Jesus. A qualidade da vida inteira de Jesus está em conformidade com a maneira do Seu nascimento. Ele veio através de um nascimento virginal, viveu uma vida virginal (inteiramente sem pecado). Ele nasceu milagrosamente, viveu milagrosamente, ressuscitou milagrosamente e deixou o mundo para assentar-se à direita do Pai milagrosamente.

Sobre o fato do nascimento virginal baseia-se a doutrina da encarnação "o Verbo se fez carne" (Jo. 1.14). A encarnação significa que Deus, isto é, o Filho, fez-se homem. Isso não quer dizer que Deus, o Filho, deixou de ser Deus, mas que permanecendo como Deus assumiu ou tomou uma nova natureza, a humana, unindo esta à natureza divina no ser ou na pessoa de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Não cremos, entretanto, que Maria continuou virgem depois do nascimento de Jesus. O texto bíblico é claro quando diz que José não conheceu sexualmente sua mulher até que ela deu à luz o seu filho primogênito (Mt. 1.25). Outrossim, a Bíblia informa que José e Maria tiveram vários filhos e filhas depois do nascimento do primogênito Jesus. São os seguintes os textos bíblicos que falam dos irmãos carnais de Jesus: Mt. 12.46-50; Mc. 6.3; Jo. 7.3-5; At. 1.14; 1Co. 9.5; Gl. 1.19.

2 – A MORTE VICÁRIA E EXPIATÓRIA DE JESUS CRISTOA palavra "vicário" significa substituto. Para salvar o homem da eterna perdição, o

substituto tinha que ter algumas qualidades indispensáveis:1. O substituto deveria ser aceitável a Deus (Ef. 5.2);2. O substituto deveria ser igual, isto é, tinha que ser um homem e não um animal (Hb. 10.4). Também não poderia ser um anjo, porque um anjo não poderia morrer;3. O substituto tinha que ser inocente (Hb. 7.26);4. O substituto tinha que dar a sua vida voluntariamente. Não seria justo que Deus compelisse uma pessoa inocente a morrer pelos culpados de outros (Gl. 1.4; Tt. 2.14);5. O substituto deveria possuir uma vida infinita (1Tm. 1.17; 6.15-16);6. O substituto teria que ser uma Pessoa Divina (Jo. 1.1; 20.28).

De acordo com as exigências acima descritas, quem no Céu ou na Terra possuía essas qualidades, senão o Senhor Jesus Cristo? Quão admirável foi o sacrifício de Jesus na cruz! Foi a grande demonstração do amor de Deus para com todos os homens (Rm. 5.8). Cristo morreu pelos pecadores "o justo pelos injustos" (1Pe. 1.18). Jesus tomou sobre Si mesmo a culpa dos homens. Jesus Cristo, o Filho de Deus, é o único e adequado Substituto.

A expiação originalmente incluía a ideia de cobrir tanto os pecados como os pecadores (Lv. 4.20; 5.18; Sl. 32.1). Expiar o pecado significava ocultá-lo aos olhos de Deus.

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No Novo Testamento, porém, encontramos uma definição mais clara da expiação do pecado que era apagá-lo completamente ou tirá-lo (Jo. 1.29). Em Hebreus 9.22 lemos: "...e sem derramamento de sangue não há remissão de pecados". A humanidade tinha uma grande dívida para com Deus, porém Jesus com Sua morte pagou esta dívida. Assim, Jesus "nos abriu um novo e vivo caminho para o Céu" (Hb. 10.20). "Portanto, Ele pode também salvar perfeitamente os que por Ele (Jesus) se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb. 7.25).

3 – A RESSURREIÇÃO CORPORAL DE JESUS CRISTOA ressurreição corporal do Senhor será sempre um dos mais importantes fatos de todos

os tempos. Com toda a certeza, as doutrinas da divindade e da ressurreição de Jesus Cristo são as mais odiadas e hostilizadas por Satanás.

Se Cristo não tivesse ressuscitado corporalmente, Sua morte expiatória não teria qualquer fruto. A morte, a ressurreição e a ascensão do Jesus são fatos que se completam.

Jesus permaneceu no túmulo somente três dias e três noites (Mt. 12.40). A doutrina da ressurreição corporal de Jesus era a grande tônica da pregação dos apóstolos: "Os apóstolos davam com grande poder testemunho da ressurreição do Senhor" (At. 4.33). A ressurreição de Cristo é o grande milagre do Cristianismo, e é o que o torna diferente das demais religiões, pois se Jesus não tivesse ressuscitado, então não seria o que Ele próprio afirmou ser e também Sua morte não seria expiatória.

Depois da Sua ressurreição, Jesus apareceu aos apóstolos, os quais, porém, duvidaram que fosse Ele mesmo, pensando tratar-se da aparição de um espírito, mas Jesus dissipou-lhes a dúvida dizendo-lhes: "porque estais perturbados e porque sobem tais pensamentos em vossos corações? Vede minhas mãos e meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho" (Lc. 24.37-39 - ler também Jo. 20.27-29).

Lucas, o escritor de Atos, escreveu que Jesus "se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto pelos apóstolos e crentes por um espaço de quarenta dias" (At. 1.3). Ele apareceu a vários crentes: 1. A Maria Madalena (Mc. 16.9-11);2. A algumas mulheres (Mt. 28.9-10);3. A Pedro (Lc. 24.34);4. A dois discípulos no caminho de Emaús (Lc. 24.13-35);5. Aos discípulos (Mc. 16.14; Jo. 20.19-20);6. Aos onze discípulos com Tomé (Jo. 20.26); 7. A sete discípulos no Mar da Galileia (Jo. 21.1);8. A Tiago seu irmão (1Co. 15.6-7; Gl. 1.19).

Ao todo Ele apareceu a mais de 500 irmãos. Todos eles foram testemunhas da Sua ressurreição. O Seu corpo era o mesmo que fora crucificado. As cicatrizes eram bem visíveis. Jesus comeu e conversou com os Seus discípulos. O apóstolo Pedro, pregando com grande autoridade acerca da ressurreição corporal de Jesus, afirmou que o corpo Dele "não viu a corrupção", ou seja, não se decompôs (At. 2.31-32). É importante ler todo o capítulo 15 da Primeira Carta aos Coríntios.

O Cristo ressuscitado é a glória da Igreja. O resultado da Sua ressurreição é que Ele está vivo no Céu e está presente no meio dos crentes (Mt. 18.20; 20.28) e virá buscar a Sua Igreja para levá-la para junto dEle no Céu (Jo. 14.1-3).

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4 – A ASCENSÃO VITORIOSA DE CRISTO AOS CÉUSNos Seus últimos momentos na Terra, Jesus levou Seus discípulos até Betânia, e com

Suas mãos estendidas os abençoou (Lc. 24.50-51). Depois disto foi elevado aos Céus, onde se assentou à direita de Deus (Mc. 16.19; At. 1.9-11). Cristo foi o único que subiu aos Céus (Jo. 3.13; At. 2.34; 1Tm. 6.15-16).

Ele veio do Pai e voltou para o Pai (Jo. 16.28; 17.5). Ele se fez homem e como tal fora obediente até à morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todos os nomes (Fp. 2.6-11). Deus também o colocou à Sua destra no Céu e sujeitou todas as coisas debaixo dos Seus pés (Sl. 8.5-6; Hb. 2.8). Assim como a Sua entrada no mundo foi sobrenatural, assim foi a Sua saída.

Sua lenta ascenção, ante os olhares dos discípulos, trouxe-lhes a compreensão de que Jesus estava deixando Sua vida terrenal, e os fez testemunhas oculares da Sua ascenção. Depois que Cristo ascendeu aos Céus, os discípulos não deveriam pensar nEle como o "Cristo segundo a carne" (2Co. 5.16), isto é, como vivendo uma vida terrena, e sim como o Cristo glorificado, que depois disto passaria a ter contato com eles por meio do Espírito Santo. Jesus subiu aos Céus pelo Seu próprio poder.

A ascensão de Cristo aos Céus foi o selo de aprovação de Seus labores na face da Terra. Foi o símbolo e a confirmação do Pai à Sua missão terrena. Comprovou que Ele era o Messias há longo tempo esperado pelos judeus. Também assinalou a inauguração de um novo ofício como Mediador (1Tm. 2.5) e abriu o caminho para a descida do Espírito Santo. Sua ascenção vitoriosa e Sua glorificação é a garantia da nossa futura ascenção e glorificação.

IV – CREMOS NA PECAMINOSIDADE DO HOMEM, QUE O DESTITUIU DA GLÓRIA DE DEUS, E QUE SOMENTE O ARREPENDIMENTO E A FÉ NA OBRA EXPIATÓRIA E REDENTORA DE JESUS CRISTO PODE RESTAURÁ-LO A DEUS (RM. 3.23; AT. 3.19).

A pecaminosidade do homem o destituiu da glória (comunhão) de Deus (Rm. 3.23). Deus fez o homem perfeito e puro, porém, quando a sua obediência foi posta à prova, o homem pecou, cedendo à tentação do diabo e desobedecendo a ordem divina (Gn. 2.15-25; 3.1-24). Por esta causa o pecado passou a todos os homens, por isso a Bíblia diz que todos pecaram (Rm. 5.12).

"Pelo que por um homem entrou o pecado no mundo..." No mundo espiritual o pecado já existia, porém no mundo terreno só começou com Adão. O pecado é aquele princípio diabólico e carnal de rebelião contra Deus, que produz a separação da comunhão com Deus. O pecado resultou também na morte física, na tristeza, no desespero, e em todas as coisas ruins de que temos conhecimento. Antes de haver o pecado no mundo, não havia nada de ruim ou desagradável: "E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn. 1.31).

O pecado transformou-se na mais poderosa força do universo, fazendo dos homens seus escravos (Jo. 8.34). Esse tirano domina o corpo inteiro (o que explica as ações da alma). Ele obriga os homens a fazerem coisas irracionais e absurdas, e o homem se vê completamente impotente contra essa força excessivamente maligna (Rm. 7.13).

O pecado não somente atingiu em cheio o homem no seu ser por inteiro – espírito, alma e corpo –, como atingiu todas as demais criaturas de Deus (Rm. 8.20-23). Provocou o caos no mundo em todos os sentidos "Porque a criação ficou sujeita à vaidade". Este termo "vaidade" tem vários sentidos, sendo eles: vazio, sem valor, ilusório, inútil, sem solidez, sem duração permanente, fútil, vão. Deus sujeitou a Sua criação inteira a uma existência vã, procurando mostrar o horror do pecado e da rebelião contra o Criador, bem como o resultado de uma vida vivida segundo os moldes divino. O grande consolo em tudo isto é saber que Deus criará uma Nova Terra, sem a presença do pecado.

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Em Adão todos os seres humanos nascem com a natureza pecaminosa. Entretanto, cada indivíduo também tem o seu próprio pecado. O pecado de Adão é a raiz; os pecados da humanidade são os ramos; os pecados individuais são os frutos. A sentença condenatória, porém, recai sobre a árvore inteira, e não sobre uma parte da mesma (Rm. 6.23).

O pecado é descrito na Bíblia de várias maneiras:1. Dívida (Mt. 6.12). O homem deve a Deus a guarda dos Seus mandamentos. Todo pecado

cometido é a contração de uma dívida impossível de ser paga. Só há uma esperança para o homem: ser perdoado ou obter remissão da dívida.

2. Desobediência . É conhecer o bem e o correto e não praticá-los (Tg. 4.17).3. Transgressão . É ir além dos limites estabelecidos por Deus (Rm. 4.15).4. Impiedade . O ímpio não adora nem reverencia a Deus. Não tem temor de Deus. Não dá

nenhuma importância a Deus e às coisas sagradas (Sl. 9.17; Rm. 1.18).5. Queda . Cair no pecado (Gl. 5.4; 1Tm. 2.14). Paulo escreveu: "Aquele, pois, que cuida estar em

pé, olhe não caia" (1Co. 10.12).

1 –A DOUTRINA DO ARREPENDIMENTOO arrependimento pode ser definido assim:

1. A verdadeira tristeza sobre o pecado, incluindo um esforço sincero para abandonado;2. Ato divino operado no pecador que o transforma, mas que depende da reação positiva do homem, inspirada pela fé e pelo Espírito Santo.3. O arrependimento, juntamente com a fé e a entrega a Deus, perfazem a conversão do pecador.4. O arrependimento do pecador e a sua sincera conversão a Cristo restaura-o à comunhão com Deus.5. O arrependimento é o princípio do processo da santificação.

Sem dúvida, o arrependimento é o ponto de partida com o qual se inicia a gloriosa caminhada da vida cristã. O arrependimento é o rudimento da fé cristã. Rudimento é aquilo que pertence ao começo. Na verdade, o arrependimento é o primeiro fruto que Deus procura no novo crente: "produzi, pois, frutos dignos de arrependimento" (Mt. 3.8).

Deus nunca abdicou da mensagem do arrependimento. A mensagem de Jonas aos ninivitas era uma mensagem de arrependimento. Eles se arrependeram e Deus os perdoou. A mensagem de João Batista era: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mt. 3.2).

A mensagem de Jesus Cristo. "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo, arrependei-vos e crede no Evangelho" (Mc. 1.15). A mensagem de Pedro. "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados" (At. 3.19). A mensagem de Paulo. "Deus... anuncia agora a todos os homens e em todo o lugar que se arrependam" (At. 17.30).

A mensagem da igreja atual é a mesma do tempo dos apóstolos. Pregamos uma mensagem de arrependimento a todos os pecadores, sem o qual não haverá perdão, nem salvação.

O arrependimento é, pois, ordenado por Deus (At. 17.30); requerido por Cristo (Lc. 5.32); concedido por Deus (At. 11.28).

O arrependimento conduz: ao perdão de Deus (At. 3.19); aos bons frutos e às boas obras (Lc. 3.8); ao batismo nas águas (Lc. 3.3).

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2 – A DOUTRINA DA FÉA fé é uma das doutrinas fundamentais da Bíblia. Sendo as coisas de Deus espirituais e

invisíveis, torna-se indispensável termos fé para servir a Deus. Está escrito "o justo viverá da fé" (Hb. 10.38) e "sem fé é impossível agradar a Deus" (Hb. 11.6).

A fé é um atributo do espírito humano. Não é algo que possa ser aprendido pela experiência física. Não vem mediante o exercício dos cinco sentidos. A fé tem a sua base no conhecimento intuitivo sobre as realidades espirituais, como a crença na existência de Deus, da alma e de outras realidades eternas. O espírito e a alma humana sabem, portanto creem. O plano de Deus na criação tem como objetivo dar ao homem a capacidade de conhecer o seu Criador e as realidades espirituais e eternas.

A fé é uma operação do Espírito Santo, mas também é uma reação favorável da alma. O poder divino é quem a cria (Judas 3), a vontade humana deve recebê-la e desenvolvê-la. A fé é um fruto do Espírito (Gl. 5.22); a fé é um dom de Deus (Ef. 2.8) e é uma crença (At. 14.9).

2.1 – A Fé É Profundamente Espiritual1. É uma operação de Deus (At. 14.27);2. Jesus Cristo é o seu autor e consumador (Hb. 12.2);3. É preciosa (2Pe. 1.1);4. É santíssima (Jd. 20).

2.2 – Os Efeitos da Fé Cristã1. Honra a Deus (Mt. 8.10);2. Traz a remissão dos pecados (At. 10.43);3. Produz a justificação (At. 13.39; Rm. 5.1);4. Opera a salvação (Jo. 5.24);5. Opera a santificação (At. 15.9; 26.18);6. Produz segurança espiritual (Rm. 10.11; 2Tm. 1.12);7. Produz vitória espiritual (1Pe. 5.9; 1Jo. 5.4-5);8. Dá-nos acesso a Deus (Rm. 5.2; Ef. 3.12);9. Produz certeza de vida eterna (Jo. 5.24; 20.31).

Uma vez que a fé é absolutamente indispensável para o serviço cristão, ela se evidencia em três características:1. Fé Salvadora – proporciona ao crente acreditar nas promessas de Jesus Cristo no tocante a salvação da alma e perdão dos pecados (Rm. 3.25);2. Fé Servidora – proporciona ao crente servir a Deus nos mais diversificados setores da Sua obra. O crente sabe que o seu trabalho não é vão no Senhor.3. Fé Sustentadora – proporciona ao crente confiar nas muitas promessas de Deus para o suprimento de todas as suas necessidades (Mt. 6.33; Fp. 4.19). Trata-se de uma vida vivida sob a dependência de Deus.

2.3 – Os Inimigos da Fé1. Incredulidade. É a descrença na provisão de Deus e em todas as realidades de Deus.2. Dúvida. É a falta de confiança, que impede o crente de presenciar a operação e os milagres de Deus.3. Medo. Impede o crente de se lançar nas mãos de Deus.

A Bíblia nos ensina como crescer na fé. Existe da parte do crente o reconhecimento da fé, o que precisa depois disto é haver o seu desenvolvimento. Foi sentindo essa necessidade

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que os apóstolos pediram ao Senhor: "acrescenta-nos a fé" (Lc. 17.5). Este pedido foi atendido, pois a Bíblia nos informa que estes homens tornaram-se gigantes na fé.

Tomando como exemplo a experiência dos apóstolos, o crente pode crescer na fé:1. Pedindo ao Senhor (Lc. 17.5).2. Ouvindo a Palavra do Senhor (Rm. 10.17).3. Praticando a Palavra do Senhor (Mt. 7.24-28).4. Ministrando a Palavra do Senhor com uma vida consagrada (At. 6.4).5. Tendo íntima comunhão com o Senhor (At. 3.1-9).6. Glorificando constantemente o nome do Senhor (Rm. 4.20).7. Desenvolvendo o seu uso (At. 9.32-43). A fé precisa ser cultivada, regada e adubada, para dar cada vez mais frutos. A fé quanto mais é usada mais cresce.

3 – A DOUTRINA DA REGENERAÇÃORegeneração é o ato divino pelo qual a criatura humana experimenta uma radical

mudança no seu interior. Trata-se de uma experiência íntima e profunda, que ocorre em conjunto com o arrependimento e o novo nascimento.

Regeneração quer dizer tornar a ser gerado, alcançar nova vida, reconstrução, restauração, renovação. É uma palavra oriunda do grego "polingenesia" que literalmente significa o retorno das coisas ao seu primitivo estado. Nas Escrituras, entretanto, a regeneração refere-se ao novo nascimento e à conversão do pecador a Deus, que o liberta de todos os seus pecados.

A melhor descrição para regeneração está na palavra "lavagem" de Tito 3.5. "Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo". A Bíblia descreve o pecador como sendo imundo (Is. 64.6), desobediente (Rm. 2.8), doente (Is. 1.5-6). Para ser curado e liberto de tantas impurezas, carece o pecador de uma profunda lavagem espiritual (Ef. 5.26). A lavagem espiritual que Deus aplica ao pecador é de caráter total, abrangendo todo o seu ser - espírito, alma e corpo. Esta operação espiritual feita no ser humano cura-o, liberta-o e limpa-o de todas as mazelas do pecado com todos os seus maus costumes.

O resultado da regeneração é uma nova vida em Cristo, concedida pelo Espírito Santo, que molda esse novo crente e faz dele um novo homem (Ef. 4.22-32).

V – CREMOS NA NECESSIDADE ABSOLUTA DO NOVO NASCIMENTO PELA FÉ EM CRISTO, E PELO PODER ATUANTE DO ESPÍRITO SANTO E DA PALAVRA DE DEUS, PARA TORNAR O HOMEM DIGNO DO REINO DOS CÉUS (JO. 3.3-8).

O poder da graça de Deus no crente o faz ter vitória sobre o pecado (Rm. 6.14). Devido à natureza pecaminosa do homem, desde o seu nascimento, tornou-se necessário um novo nascimento, de ordem espiritual.

O Novo Nascimento é uma experiência espiritual produzida no coração do crente pelo poder do Espírito Santo e da Palavra de Deus. Sem este novo nascimento o homem não pode ver, nem entrar no Reino de Deus, por melhor ou mais religioso que seja (Jo. 3.3-5). Todas as pessoas, que desejam ardentemente a salvação, devem orar a Deus pedindo que o Senhor lhes conceda esta maravilhosa experiência.

Deus, o Pai, é quem "gerou" e o crente é "nascido de Deus" (1Jo. 5.1); "nascido do Espírito" (Jo. 3.8). Esses termos referem-se ao ato milagroso da graça salvadora, que faz do crente um filho de Deus. E é por Jesus Cristo que o crente tem este privilégio (Jo. 1.12).

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"O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito" (Jo. 3.6). Jesus enfatizou neste texto a substância real e a espiritualidade do novo nascimento. O nascimento físico é um acontecimento real, por meio dele os homens recebem uma natureza humana e mortal, vindo a habitar em um lugar apropriado para esse tipo de natureza, a Terra. Outro tanto sucede no caso do novo nascimento, pois os remidos, ou nascidos de novo, passam a participar de uma natureza diferente, a natureza espiritual e dessa forma tornam-se "novas criaturas" (2Co. 5.17). Paulo escreveu em Romanos 8.5 que os que são "segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o espírito para as coisas do espírito". Isto leva-nos a pensar que aqueles que já nasceram de novo têm prazer em se dedicarem às coisas espirituais.

O agente do nascimento físico é a geração natural do macho e da fêmea, sendo necessária a semente humana. O agente do nascimento espiritual é a semente divina, que é a Palavra de Deus viva, e que permanece para sempre (Tg. 1.18; 1Pe. 1.23); e também a graça do Espírito Santo, os quais dão origem ao nascimento de um novo tipo de homem, aquilo que a Bíblia chama de "um novo homem" (Ef. 2.15; 4.24).

VI – CREMOS NO PERDÃO DOS PECADOS, NA SALVAÇÃO PRESENTE E PERFEITA, E NA ETERNA JUSTIFICAÇÃO DA ALMA, RECEBIDOS GRATUITAMENTE DE DEUS PELA FÉ NO SACRIFÍCIO EFETUADO POR JESUS CRISTO EM NOSSO FAVOR (AT. 10.43; RM. 10.13; 3.24-26; HB. 7.25; 5.9).

O perdão dos pecados nos é concedido mediante a graça e a misericórdia do Senhor Jesus Cristo. "E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc. 2.5). "Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo Seu nome, vos são perdoados os pecados” (1Jo. 2.12).

O pecado, conforme já temos visto, é a grande dívida do homem para com Deus, o qual, na verdade, tanto é um ato como uma condição. Na oração do "Pai Nosso" Jesus ensinou a orar dizendo: "...perdoa as nossas dívidas...". Jesus Cristo, na Sua morte, pagou esta grande dívida. Assim, todos aqueles que se convertem a Cristo têm os seus pecados perdoados. Entretanto, para o recebimento desta dádiva divina é absolutamente necessário o arrependimento por parte dos pecadores (leia At. 2.38; 3.19).

Está escrito: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça" (1Jo. 1.9). Este texto faz-nos compreender que Deus perdoa porque é fiel para com suas promessas, ou seja, Ele chama os homens ao arrependimento prometendo-lhes perdão. Fazendo o homem a sua parte, Deus faz também a dEle.

Deus se esquece dos pecados e apaga todas as nossas transgressões: "porque serei misericordioso para com as suas iniquidades, e de seus pecados e das suas prevaricações não me lembrarei mais" (Hb. 8.12). Ele lança para trás das suas costas todos os nossos pecados (Is. 38.17) e também lança todos os nossos pecados nas profundezas do mar (Mq. 7.19).

É natural que isto traga infinito gozo à alma do cristão salvo, perdoado, lavado e regenerado pelo sangue do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo. 1.29).

1 – A GRAÇA SALVADORA DE JESUS CRISTOA palavra "graça" tem origem no grego "charis". É uma palavra que envolve muitos

sentidos, tais como: graciosidade, atrativos, favor imerecido, cuidados ou ajuda graciosa, boa vontade, favor divino, e dom gracioso. A graça envolve temas como o perdão; a salvação em seu aspecto inicial, progressivo e final; a regeneração; o arrependimento; o amor de Deus; a longanimidade de Deus; e a infinita misericórdia de Deus.

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Temos que admitir que o homem não merece a salvação. A salvação não é dada pelo merecimento humano. A Bíblia diz que todas as justiças humanas são como "trapo de imundícia" diante de Deus (Is. 64.6).

Vendo a impossibilidade do homem salvar-se por seus próprios meios ou santidade (Sl. 49.6-8), Jesus Cristo veio ao mundo pagar o preço da redenção da alma humana. A vinda de Cristo ao mundo, Sua humanização, Sua humildade, e Sua morte na cruz foi a grande manifestação da graça de Deus (2Co. 8.9; Tt. 2.11).

O dom de Deus não se alcança por dinheiro, Deus condena esta prática (At. 8.20-22). A Bíblia diz: "porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef. 2.8-9). A obra que Cristo consumou com a sua morte e ressurreição é o admirável fundamento do plano de Deus para a salvação do homem.

Há três palavras teológicas que nos dão grande luz sobre o que Jesus efetuou para salvar o pecador:1. Propiciação. Significa juntar, tornar favorável ou efetuar reconciliação. Propiciar é aplacar a ira de um Deus santo, mediante a oferenda de um sacrifício expiatório. Cristo efetuou na cruz o grande e perfeito sacrifício (Rm. 3.25; 1Jo. 4.10).2. Expiação. Os efeitos da expiação são: o pecado apagado (Is. 43.25), removido (Is. 6.7); coberto (Sl. 32.1); lançado nas profundezas do mar (Mq. 7.19); esquecido por Deus (Hb. 8.12; 10.17).3. Substituição. A palavra "substituto" não se encontra na nossa edição da Bíblia, mas o ensino está lá. Em toda a Bíblia nós aprendemos que um substituto deveria morrer pelos homens (Jo. 11.50-52).

Estas palavras propiciação, expiação e substituição exemplificam a graça de Jesus Cristo, a qual pode salvar perfeitamente o mais vil pecador. A graça de Deus, entretanto, não elimina a obediência, antes, torna-a imperiosa. A graça requer santificação, renúncia e uma vida piedosa diante de Deus e dos homens (Tt. 2.11-12).

2 – A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO"O qual pelos nossos pecados foi entregue e ressuscitou para a nossa justificação" (Rm.

4.25). Com o ato sublime da justificação, Deus anula todo o nosso passado, oferecendo-nos um novo presente e garantindo-nos um glorioso futuro.

Justificação é o ato pelo qual Deus decreta a absolvição do pecador e declara-o justo. A justificação vai além do perdão. Deus passa a tratar com o homem justificado como se ele nunca tivesse pecado. Na verdade, a doutrina da justificação é um pilar fundamental na obra redentora de Cristo, pois se Deus somente justificasse o justo, e não o pecador arrependido, então a graça já não seria graça. Assim sendo, a justificação significa que apesar do passado pecaminoso do crente, e de suas imperfeições no presente, ele goza de completa e segura posição para com Deus. Justificado é o veredito divino, e ninguém o poderá contradizer. "Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica" (Rm. 8.33).

É fácil entender que a fonte da justificação é a graça de Deus; o efeito da justificação é a paz com Deus (Rm. 5.1) e o meio da justificação é a fé na provisão de Deus.

3 –A DOUTRINA DA ADOÇÃO"Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido

sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos" (Gl. 4.4-5).

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Adoção é o ato pelo qual uma pessoa recebe como filho próprio alguém que não é, conferindo-lhe todos os direitos e obrigações dessa posição. A regeneração dá à pessoa a natureza de filho de Deus; a adoção dá-lhe a posição de filho (Jo. 1.12; Rm. 8.14-17).

A adoção tem como resultado uma confiança plena na proteção paternal de Deus: "porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai" (Rm. 8.15).

Como filhos de Deus, quer pela adoção, quer pelo novo nascimento, o crente tem direito a todas as bênçãos espirituais, conforme Efésios 1.3. Um desses direitos é morar na casa do Pai (Jo. 14.1-3). Outro direito é herdar todas as coisas com Cristo: "E se nós somos filhos somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; certo que com Ele padecemos, para que também com Ele sejamos glorificados" (Rm. 8.17). Ainda outro privilégio que tem o filho adotado é que ele tem direito a uma nova família. O novo crente, transportado e recebido na sua nova família, encontrará muitos irmãos que o receberão de braços abertos e cheios de contentamento (Ef. 2.19).

São os seguintes os fatos bíblicos dos quais Deus se vale para efetuar a adoção:1. A Soberania de Deus. "E nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Ef. 1.5).2. O Amor de Deus. "Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus..." (1Jo. 3.1).3. A Fé. A adoção requer da parte do homem a fé, pois está escrito: "pois todos somos filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus" (Gl. 3.26).4. O Espírito Santo. A adoção é também uma operação poderosa do Espírito Santo. Por esta razão a Bíblia chama este ato de "espírito de adoção" (Rm. 8.14-16). Está também escrito que "se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm. 8.9).

VII – CREMOS NO BATISMO BÍBLICO, EFETUADO POR IMERSÃO DO CORPO INTEIRO UMA SÓ VEZ EM ÁGUAS, EM NOME DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, CONFORME DETERMINOU O SENHOR JESUS CRISTO (MT. 28.19; RM. 6.1-6; CL. 2.12).

O batismo bíblico é efetuado por imersão do corpo inteiro, uma só vez (Ef. 4.5), em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, conforme determinação de nosso Senhor Jesus Cristo (Mt. 28.19; Mc. 16.15-16). O batismo nas águas é uma identificação com Jesus Cristo. A origem do batismo cristão encontra-se nos Evangelhos. A prática dele está no livro de Atos dos Apóstolos e a sua explicação está nas Epístolas, como se vê em Romanos 6.3-14.

No batismo somos identificados com Jesus Cristo nos Seus três grandes atos, que garantem a nossa salvação: Sua morte, sepultamento e ressurreição. Paulo resume a mensagem cristã, unindo estes três aspectos: "Cristo morreu pelos nossos pecados... foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia" (1Co. 15.3-4). Todo verdadeiro cristão, nascido de novo, fica ansioso por ser batizado o mais depressa possível, cumprindo assim o mandamento divino, uma vez que está liberto dos vícios e dos maus costumes adquiridos no mundo de pecados.

No momento em que a nossa vida foi ligada a Cristo, as duas coisas que aconteceram a Jesus acontecem a nós também. Nós morremos com Ele para o pecado e ressuscitamos com Ele para uma nova vida. Estas grandes verdades estão demonstradas claramente no batismo por imersão.1. Dentro da água - morte- quando entramos na água, na cerimônia batismal, estamos confessando que como Cristo morreu pelos nossos pecados, assim também temos morrido para o pecado. Houve um rompimento com o passado - uma morte. A Bíblia diz: "Considerai-vos mortos para o pecado" (Rm. 6.11).

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2. Debaixo da água – sepultamento - uma pessoa morta deve ser sepultada. Da mesma maneira como o Senhor Jesus Cristo foi sepultado no túmulo, assim também, quando somos submersos na água, nossas vidas como pecadores são consideradas como postas fora da vista de Deus. Paulo ensinou “fomos sepultados com Ele, na morte, pelo batismo" (Rm. 6.4). O batismo, portanto, torna-se uma espécie de funeral, e a água uma sepultura, pela qual é feita a todos os presentes uma confissão de que o pecador morreu para o mundo dos pecados.3. Fora da água – ressurreição - "Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos... assim também andemos nós em novidade de vida. Porque se fomos plantados juntamente com Ele na semelhança da Sua morte, também o seremos na Sua ressurreição" (Rm. 6.4-5).

Jesus Cristo ressurgiu dentre os mortos pelo poder de Deus. Somos erguidos de dentro das águas para vivermos uma nova vida para Deus, a vida de Cristo mesmo (Gl. 2.20). Somente o batismo por imersão encerra a grande identificação do cristão com Cristo. O batismo por aspersão não é bíblico. Se formos batizados por imersão, certamente estamos seguindo os passos do nosso Mestre.

1 – O BATISMO NAS ÁGUAS1. É um mandamento de Deus Pai (Jo. 1.33).2. É um mandamento do Senhor Jesus Cristo (Mt. 28.19-20; Mc. 16.16).3. Faz parte da justiça de Deus (Mt. 3.13-15; 6.33).4. Faz parte da obediência a Deus (Rm. 6.17).5. Faz parte do plano de Deus para a salvação (Mc. 16.16).

2 – OS CANDIDATOS AO BATISMO DEVEM1. Ser verdadeiramente convertidos a Cristo e amá-Lo de todo o coração (Mt. 10.37-38; 22.37).2. Crer em Jesus Cristo de todo o coração (At. 8.36-38).3. Crer na divindade de Jesus Cristo (Jo. 1.1; 20.28; Cl. 2.9).4. Ser verdadeiros discípulos de Jesus Cristo (Jo. 8.31).5. Estar liberto dos vícios e de qualquer prática anticristã (Lc. 19.8-10).6. Estar disposto a aceitar a doutrina de Deus que é ensinada na igreja local (Rm. 6.17; 2Tm. 3.14).7. Estar liberto da idolatria e procurar tirar de sua casa os ídolos (Gn. 35.1-2; Lv. 26.1; 1Ts. 1.9).

VIII - CREMOS NA NECESSIDADE E NA POSSIBILIDADE DE TERMOS DE VIVER VIDAS SANTAS MEDIANTE A OBRA EXPIATÓRIA E REDENTORA DE JESUS NO CALVÁRIO, ATRAVÉS DO PODER REGENERADOR, INSPIRADOR E SANTIFICADOR DO ESPÍRITO SANTO, QUE NOS CAPACITA A VIVER COMO FIEIS TESTEMUNHAS DO PODER DE CRISTO (HB. 9.14; 1PE. 1.15-16).

1 – A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃOAssim disse o Senhor: "Como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos

em toda a vossa maneira de viver; porque está escrito: sede santos, porque Eu sou santo" (1Pe. 1.15-16).

A santificação é absolutamente necessária para a salvação, pois está escrito: "Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hb. 12.14).

A santificação é a vontade de Deus para cada crente, pois Deus os chamou para este fim (1Ts. 4.3-7). Na verdade, a conversão pecador e sua santificação são a preparação que Deus exige para o futuro encontro com Ele.

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A santificação em linguagem simples é a separação do pecado e do mundanismo, em todas as suas práticas pecaminosas, para assim servirmos a Deus em novidade de vida. É o abandono por parte do crente de tudo o que sabe, sente e vê que ofende a Deus e destas práticas e maus costumes os cristãos não participam (Ef. 5.2-8).

1.1 – A Santificação Envolve1. Separação (2Tm. 2.19). Sendo uma palavra bíblica, o significado de santificação é separação. Isto significa que para sermos santos precisamos nos separar do mundanismo.2. Purificação (1Jo. 1.7-9).3. Consagração (Dt. 10.12).4. Serviço (Ap. 2.19).

1.2 – Meios Bíblicos de Santificação1. O Sangue de Jesus Cristo. O qual nos purifica de todo o pecado e nos santifica diante de Deus (Hb. 10.14; 13.12; 1Jo. 1.7-9).2. A Palavra de Deus. Ela tem poder de nos afastar do pecado, pois traz aos nossos corações o temor de Deus, que nos impede de pecar (Jo. 17.17; Ef. 5.26).3. O Espírito Santo (Rm. 15.16; 1Co. 6.11). Como o próprio nome diz, o Espírito Santo é santificador. Foi o Espírito Santo que convenceu o crente do pecado e continua trabalhando na sua vida, aperfeiçoando a cada dia a santificação.

1.3 – Objetivos da Santificação1. Agradar a Deus. Quem está na carne (ou seja, no pecado), não pode agradar a Deus (Rm. 8.8).2. Tornar-nos participantes da natureza divina (2Pe. 1.4).3. Tornar-nos aptos para servirmos a Deus (1Ts. 1.9).4. Tornar-nos aptos para sermos usados por Deus (2Tm. 2.21).5. Tornar-nos aptos para morarmos no Céu (Sl. 15; Mt. 5.8; Hb. 12.14; Ap. 22.14).6. Levar-nos a uma vida de vitória (1Co. 15.57).7. Levar-nos a uma comunhão mais íntima com Deus (2Co. 6.18).8. Levar-nos a um maior crescimento espiritual (2Pe. 3.18).

1.4 – Áreas da Santificação1. Todas as áreas do nosso ser: espírito, alma e corpo (1Ts. 5.23). "Todo" do grego "holokléron" significa, literalmente, completo em todas as suas partes.2. Todas as áreas da nossa vida:

a) Familiar. O relacionamento marido-mulher (Ef. 5.22); pais e filhos (Ef. 6.1-4).b) Laboral. A relação entre patrões e empregados e vice-versa (Ef. 6.5-9).c) Civil. A obediência às leis do país e aos governantes e autoridades civis e militares (Rm. 13.1-7; 1Pe. 2.13-17).d) Eclesiástica. A relação crente-igreja, igreja-pastor (At. 2.42-47; 1Ts. 5.12-13; Hb. 13.17).e) Sexual (Hb. 13.4). O cristão, como filho de Deus, precisa ser moral e sexualmente puro. A palavra "puro" do grego "hagnos" quer dizer livre de toda a mácula da lascívia. O termo refere-se à abstenção de todos os atos e pensamentos que incitam desejos incompatíveis com a virgindade e a castidade, ou com os votos matrimoniais. A intimidade sexual é limitada ao matrimônio. Somente nesta condição ela é aceita e abençoada por Deus. O adultério, a fornicação, o homossexualismo, os desejos impuros e as paixões degradantes

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são pecados graves. Quem pratica tais coisas jamais entrará no Reino dos Céus (Rm. 1.24-32; 1Co. 6.9-11; Gl. 5.19-21; Ap. 21.8).f) Linguagem. "Linguagem sã e irrepreensível, para que o inimigo se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós" (Tt. 2.8).g) Vestuário. É da vontade de Deus que o Seu povo seja um povo separado e exemplo em tudo. Ele deixou um modus vivendi para a Sua Igreja. É normal, por exemplo, nas mulheres cristãs o uso de roupas simples e modestas, evitando certo tipo de vestuário suscetível de corromper os bons costumes da igreja. A palavra "pudor" do grego "aidos", subentende vergonha ao exibir o corpo. Envolve a recusa de vestir-se de tal modo que atraia atenção ao seu corpo, ultrapassando os limites da devida moderação. A modéstia é a manifestação exterior de uma pureza interior.

h) Alimentação. "Na verdade, pareceu bem, ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada e da fornicação; destas coisas fazeis bem se vos guardades" (At. 15.28-29). A santificação envolve também a área alimentar. Deus deixou mandamentos explícitos para orientar o Seu povo quanto a isso. Desde o início até o fim da Bíblia Deus proibiu o Seu povo de comer carne sacrificada aos ídolos (1Co. 10.28). Sacrificado tem o sentido de oferecido ou consagrado. Em muitos casos eram oferecidas aos demônios (1Co. 10.20-21). Tudo indica que o fato de Daniel e seus amigos rejeitarem as iguarias do rei era porque os alimentos ali eram sacrificados aos deuses da Babilônia (Dn. 1.5-8). O apóstolo Paulo deu preciosas explicações acerca do assunto em 1Coríntios 8 e 10.19-30. A conclusão a que chegamos é que independentemente do crente ser fraco ou forte na sua consciência, o bom mesmo é evitar como manda o texto bíblico: "destas coisas fazeis bem se vos guardardes". Outra coisa que está claramente revelada é acerca da proibição de comer sangue ou fazer alimento com sangue (Gn. 9.4; Lv. 17.10-14; Dt. 12.33; 1Sm. 14.33-34; At. 15.28-29). Carne sufocada é a carne de animais mortos por estrangulamento, que naturalmente retem o sangue. Deus instruiu que o sangue deve ser derramado na terra (Dt. 12.23-24). A não observância destes preceitos divinos é pecado.

IX – CREMOS NO BATISMO BÍBLICO NO ESPÍRITO SANTO, QUE NOS É DADO POR DEUS MEDIANTE A INTERCESSÃO DE CRISTO, COM EVIDÊNCIA INICIAL DE FALAR EM OUTRAS LÍNGUAS, CONFORME A SUA VONTADE (AT. 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).

"Porque João, na verdade batizou em águas, mas vós sereis batizados no Espírito Santo" (At. 1.5). Acreditamos que o batismo no Espírito Santo tem como evidência inicial o falar em novas (ou outras) línguas, conforme a graça ou inspiração divina.

A Bíblia usa diferentes expressões para definir a bênção e a doutrina do batismo no Espírito Santo:1. Batismo no Espírito Santo (At. 11.16). A palavra "batismo" vem do grego e significa "imersão" ou "mergulho". Isto sugere que o batismo no Espírito Santo é uma imersão na plenitude do Espírito.2. Virtude do Espírito Santo (At. 1.8). Virtude ou poder vem do grego "dunamis" (de onde se derivam as palavras dínamo, dinâmico e dinamite), e refere-se a uma força espiritual dada pelo Espírito de Deus ao crente batizado e cheio.3. Ser Cheio do Espírito Santo (At. 2.4; 9.17). O crente batizado com poder fica tão cheio que chega a um transbordamento. É esse transbordamento que faz o crente falar em novas línguas. As línguas são o sinal externo do batismo. Falar em outras línguas é uma expressão verbal

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inspirada, mediante a qual o espírito do crente e o Espírito de Deus que o enche se unem em louvor, adoração, intercessão e profecia (Rm. 8.26).

O batismo no Espírito Santo, como o falar em novas línguas, são a grande novidade para os crentes do Novo Testamento. Antes do Pentecostes ninguém foi batizado, nem tão pouco falou em línguas. É verdade que algumas pessoas foram cheias do Espírito Santo (Lc. 1.15 ,67), porém o escritor sagrado não empregou a expressão "batismo no Espírito Santo". Este acontecimento só aconteceu depois da ascenção de Cristo aos Céus (Lc. 24.49-51; Jo. 16 .7-14; At. 2).

9.1 – Propósitos do Batismo no Espírito Santo1. Capacitar o crente para testificar de Jesus (Jo. 15.26; At. 1.8; 4.31). Esta é a maior finalidade dessa unção divina. Testemunhar de Cristo significa muito mais do que falar algumas palavras sobre Jesus. Significa proclamar, revelar, projetar Jesus e fazer com que o mundo fique motivado a conhecê-Lo e segui-Lo.2. Dar ao crente melhores condições de conhecer o amor e o poder de Jesus Cristo (Ef. 3.18-20).3. Dar ao crente melhores condições de glorificar a Cristo (Jo. 16.14).4. Ajudar o crente a entender o plano de Deus para a sua vida, e assimilar melhor as verdades bíblicas (Jo. 14.26; 16.13).5. Capacitar o crente para os momentos especiais de aflição, sofrimento e perseguição (At. 5.40.41; 7.55-60).6. Capacitar o crente para expulsar demônios, curar enfermos e outras experiências pentecostais (At. 5.15; 6.8-10; 8.5-8; 9.32-43; 13.9-12).

9.2 – Como Ser Batizado no Espírito SantoEstá claramente revelado que esse batismo é uma promessa que abrange todos os

crentes (At. 2.39) e que Deus quer que todos os cristãos sejam batizados (Ef. 5.18). Assim sendo, só depende do crente. Neste caso o crente precisa:1. Crer. "Esses sinais seguirão aos que creem: Em meu nome expulsarão os demônios, falarão novas línguas..." (Mc. 16.17).2. Ter Sede. Isto significa sentir a real necessidade, desejar ardentemente (Jo. 7.37-38).3. Pedir (Mt. 7.7; Lc. 11.13). Deus faz com que a benção dependa da oração. A perseverança na oração é fundamental para o recebimento.4. Esperar na dádiva divina. Os discípulos esperaram dez dias e nunca duvidaram da promessa do Pai (Lc. 24.49; At. 1.4-5).5. Obedecer a Deus (At. 5.32).

X – CREMOS NA ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS DISTRIBUÍDOS PELO ESPÍRITO SANTO À IGREJA, PARA SUA EDIFICAÇÃO, CONFORME A SUA SOBERANA VONTADE (1CO. 12.1-12).

Os dons espirituais são distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja, para dar continuidade a tudo aquilo que Jesus Cristo realizou no mundo. São dádivas de Deus para edificação da Igreja (1Co. 12.11). São as seguintes as classificações dos dons espirituais:

Dons de Saber (1Co. 12.8-10). Sabedoria, ciência e discernimento. Estes três dons manifestam a sabedoria de Deus e também a Sua onisciência. Concedem aos que os possuem a capacidade de saber sobrenaturalmente.

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Dons de Poder (1Co. 12.9,19). Fé, curas e maravilhas. Estes três dons manifestam o poder de Deus. Concedem a capacidade de agir sobrenaturalmente.

Dons Verbais (1Co. 12.10). Profecia, variedade de línguas e interpretação das línguas. Estes três dons são de expressão verbal e manifestam a mensagem de Deus. Concedem a capacidade de falar sobrenaturalmente.

1 – OS NOVE DONS DO ESPÍRITO SANTOPalavra da Sabedoria. É uma sabedoria espiritual dada pelo Espírito Santo, é uma

sabedoria sobrenatural. Aliás, é bom que se diga que em nenhum dos nove dons há a capacidade humana. Este dom manifesta-se quando há um problema insolúvel ou impasse. Um bom exemplo é quando Salomão resolveu o problema das duas mulheres em 1Rs. 3.16-18. Este dom manifesta-se ainda na interpretação de sonhos (revelação) e em dar conselhos sábios (At. 7.10).

Palavra do Conhecimento. É o conhecimento de coisas espirituais (Cl. 2.2-3). Este conhecimento é dado unicamente pelo Espírito Santo. Um exemplo da manifestação deste dom foi a atitude de Pedro para com Jesus, quando ele subitamente respondeu: "tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", pelo que Jesus respondeu: "...não foi a carne e o sangue quem to revelou, mas meu Pai que está no Céu" (Mt. 16.16-17). Este dom manifesta-se ainda na revelação de coisas ocultas, pelo que é também conhecido como o dom de revelação.

Discernimento dos Espíritos. Este dom manifesta-se em desmascarar os espíritos falsos. Nas reuniões cristãs pode haver uma inspiração falsa, obra de espíritos enganadores ou do espírito humano. Quem possui este dom pode perceber a diferença, pois Deus lhe deu a capacidade para determinar se o profeta, o pregador ou o ensinador está falando ou não pelo Espírito de Deus, e qual é o verdadeiro espírito que está por trás da pessoa.

Dom da Fé. Esta é uma fé especial, sobrenatural, dada pelo Espírito Santo. Não confundí-la com a fé que salva, embora esta seja também um dom de Deus. É preciso diferenciar o dom da fé da fé comum. O dom da fé fala-nos de uma capacidade especial, uma fé sobrenatural. Este dom destina-se a realizar as grandes obras de Jesus neste mundo (Jo. 14.12). Manifesta-se também por vezes em momentos de crise, onde Deus manifesta Seu poder, pois esta fé honra a Deus e Deus honra esta fé.

Dons de Curar. A palavra "dons" no plural refere-se, talvez, a uma variedade de curas. Jesus, por exemplo, curou de muitas maneiras. Entretanto, não se deve entender que quem possui este dom tenha o poder de curar a todos. As coisas acontecem quando Deus quer e não o homem quer. É preciso compreender também que é preciso ter fé. O próprio Cristo foi limitado em operar milagres por causa da incredulidade do povo (Mt. 13.58). A atitude do enfermo também conta para o recebimento ou não da cura divina.

Operação de Maravilhas ou Milagres. São milagres de curas espetaculares, como por exemplo a cura de um paralítico de nascença, ou milagres na natureza. No Velho Testamento houve exemplos de operação de maravilhas: Moisés quando abriu o Mar Vermelho e Josué quando ordenou que o sol e a lua parassem, e ainda quando as águas do Jordão pararam e Israel passou a pé enxuto (Êx. 14.15-26; Js. 3.15-17; 10.12-15). Jesus acalmou a fúria do mar e do vento e mais tarde disse "aquele que crê em mim, também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas..." (Jo. 14.12).

Dom de Profecia. A profecia, geralmente falando, é a expressão verbal inspirada pelo Espírito. A profecia não trata apenas de prognósticos futuros. Às vezes revela o passado como aconteceu com Jesus em Seu diálogo com a mulher Samaritana: "Tiveste cinco maridos e o que agora tens não é teu marido". Ela respondeu-lhe: "Senhor vejo que és profeta" (Jo. 4.18-19). Dentre outras coisas o dom de profecia tem por finalidade a "edificação", a "exortação" e "consolação" tanto dos crentes individualmente como da Igreja (1Co. 14.3).

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Variedade de Línguas. Falar em línguas estranhas não é coisa insignificante: "O que fala em línguas estranhas não fala aos homens, senão a Deus” (1Co. 14.2). "O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo" (1Co. 14.4). O Novo Testamento mostra-nos que existe "variedades de línguas". Esta expressão alude evidentemente ao falar em diversos setores. Por exemplo, falar línguas para adoração, magnificação, bênção, ação de graças, cânticos espirituais, intercessão, idiomas estrangeiros e mensagem da parte de Deus em línguas.

Interpretação das Línguas. Esta interpretação é uma operação puramente espiritual. O mesmo Espírito que inspirou alguém para falar línguas, ou trazer uma mensagem em línguas, é o mesmo que usa outro para interpretar o que foi falado.

2 – EXISTEM OUTROS DONS ESPIRITUAISOs seis dons de Rm. 12.6-7 e 1Co. 12.28 são dons espirituais cuja finalidade é servir. Eles

têm a ver com a execução do trabalho do Senhor, considerando os crentes mais como indivíduos do que como comunidade cristã. São dons de apoio.

Dom de Ministrar (Rm. 12.7). É a disposição e a capacidade dadas por Deus para trazer aos crentes uma palavra de edificação. É prestar assistência espiritual mediante a Palavra de Deus, proclamando e defendendo as verdades bíblicas.

Dom de Ensinar (Rm. 12.7). É ensinar a Palavra de Deus através de vários métodos, como aqueles que Jesus usava com ilustrações e comparações, visando a compreensão dos mistérios divinos. É ensinar tanto na teoria como na prática. Ensinar a entender e ensinar a fazer.

Dom de Exortar (Rm. 12.8). É ajudar, amparar, encorajar, animar e levantar espiritualmente os fracos, ou os caídos, com a graça da exortação e da Palavra de Deus. A exortação é o estimulante da fé.

Dom de Repartir (Rm. 12.8). É o dom de contribuir, dar, distribuir ou dividir com os necessitados as bênçãos materiais e espirituais que o crente tem recebido de Deus. Quem possui esse dom nunca fecha o seu coração ao ver o seu irmão necessitado (1Jo. 3.17).

Dom de Presidir (Rm. 12.8). É o dom de liderar. É destes e de outros textos que vem o título de "pastor presidente" (Jr. 20.1; 1Ts. 5.12). O que preside é um administrador que dirige, organiza e governa com sabedoria, segurança, firmeza e discernimento espiritual, tudo isso dado por Deus e pela oração e cuidado.

Dom de Misericórdia (Rm. 12.8). O que possui este dom é um autêntico imitador de Deus (Lc. 6.36). Tem a ver com os sofredores, enfermos, presos, necessitados.

XI – CREMOS NA SEGUNDA VINDA PREMILENIAL DE CRISTO, EM DUAS FASES DISTINTAS. A PRIMEIRA DE FORMA INVISÍVEL AO MUNDO, PARA ARREBATAR A SUA IGREJA FIEL DA TERRA, ANTES DA GRANDE TRIBULAÇÃO. A SEGUNDA DE FORMA VISÍVEL E CORPORAL, COM SUA IGREJA GLORIFICADA, PARA REINAR SOBRE O MUNDO DURANTE MIL ANOS (ZC. 14.5; 1CO. 15.51-54; 1TS. 4.16-17; JD. 14; AP. 20.4). Há três escolas principais de interpretação dos "mil anos" de Apocalipse 20:

1. Os pós-milenistas, que ensinam que Cristo voltará à terra depois de ter reinado espiritualmente do Seu trono celestial ,por um período de tempo durante a presente era, por meio da Igreja.2. Os pré-milenistas, que entendem, à base da interpretação literal das profecias, que a vinda de Cristo precederá Seu reinado de mil anos em companhia de seus remidos (inclusive os ressuscitados, conforme 1Ts. 4), após o que virá a ressurreição geral dos demais mortos, o julgamento geral e a vida celeste.

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3. Os amilenistas, que ensinam que o Milênio deve ser encarado como simbólico. Descartam a possibilidade de um Milênio literal.

Nós somos dispensacionalistas. Cremos em sete períodos de tempo no decorrer da existência humana, aos quais relacionamos: Inocência, Consciência, Governo Humano, Patriarcal, Lei, Graça e Milênio. Estamos atualmente na dispensação da Graça, que terminará no dia do arrebatamento da Igreja. Teremos um período intermediário de sete anos, chamado de Grande Tribulação, após o qual Cristo retornará com a sua Noiva e estabelecerá o Milênio, o último período de tempo antes de entrarmos na Eternidade. Em resumo, somos pré-milenistas.

As diferenças e os contrastes das duas fases são:• No arrebatamento haverá segredo (Mt. 24.36-43); na revelação tudo será público (Jd. 14;

Ap 1.7).• No arrebatamento o Senhor virá nos ares (1Ts 4.17); na revelação Ele virá sobre o Monte

das Oliveiras (Zc. 14.4-5).• No arrebatamento o Senhor virá para os Santos (1Ts. 4.17-18); na revelação o Senhor virá

com os Santos (Zc. 14.5).• No arrebatamento haverá alegria (1Jo. 3.2); na revelação haverá incomparável

lamentação (Mt. 24.30).

1 – O ARREBATAMENTO DA IGREJAA palavra "arrebatamento" deriva do termo grego "harpazo" que tem o sentido de

furtar, raptar, tomar à força, levar embora. O termo deriva-se também do latim "raptus" que quer dizer "arrebatado rapidamente e com força". Estes termos descrevem quão súbito será o acontecimento, que removerá os remidos deste mundo para o Céu. Este acontecimento será num momento e hora que ninguém sabe (Mt. 24.36).

O arrebatamento será a maneira de Deus transportar para o Céu os crentes vivos. Eles serão transladados para as regiões celestiais por uma súbita e irresistível energia divina. Uma vez que não podemos entrar no Céu com um corpo de carne, ossos e sangue, será necessário haver uma transformação nos corpos dos salvos (ler 1Co. 15.50-54; Fp. 3.20-21; 1Jo. 3.2). Essa transformação será realizada pelo poder do Espírito Santo, assim sendo os salvos terão um corpo incorruptível, glorioso e imortal. Deus dará a cada crente um corpo adaptado à vida no Céu.

A Palavra de Deus dá-nos conta de que Jesus atrairá para Si a Sua Igreja até as nuvens (1Ts. 4.16-17). Haverá um encontro nos ares. Há detalhes bíblicos de valor incalculável. Ao mesmo tempo em que ocorrerá a ressurreição dos mortos cristãos, os crentes vivos serão transformados em corpos gloriosos. Isso ocorrerá "num momento, num abrir e fechar de olhos". Assim sendo, tanto os crentes ressurretos, como os que acabarem de ser transformados, serão arrebatados juntamente, para encontrar o Senhor nos ares. A partir desse momento a Igreja estará para sempre com o Senhor.

Não devemos confundir o arrebatamento com a Segunda Vinda propriamente dita. No arrebatamento Jesus virá somente até às nuvens, na segunda vinda (ou parousia) Ele virá até esta Terra. No arrebatamento Ele virá só, na Segunda Vinda virá com grande acompanhamento, grande cortejo. No arrebatamento nenhum olho o verá, pois virá secretamente como o ladrão da noite, na Segunda Vinda "todo olho O verá" (Ap. 1.7).

O arrebatamento livrará os crentes da ira futura (1Ts. 1.10) e de todas as perseguições e opressões da Grande Tribulação (Ap. 3.10).

Tão logo seja arrebatada, a Igreja será levada às Bodas do Cordeiro e ao Tribunal de Cristo. “Bodas do Cordeiro” designa a festa espiritual, quando os que foram noivos se unirem

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num casamento completo e perfeito, onde tanto o Noivo como a Noiva se regozijarão (Ap. 19.7). Há uma grande expectativa nos Céus para essa festa. Jesus Cristo foi preparar tudo para a sua Igreja (Jo. 14.1-3). "Bodas do Cordeiro" é um termo figurativo para indicar a alegria, o triunfo e a glória que preencherão as almas dos crentes arrebatados. Tanto no Antigo como no Novo Testamento, a Bíblia utiliza-se do casamento ou bodas para simbolizar a glória espiritual, final e eterna e a alegria dos fieis servos de Deus. As Bodas do Cordeiro acontecerão nos Céus, pois somente ali há um ambiente adequado e condições apropriadas para a festa do triunfo de Cristo e da Igreja.

Entretanto, para a Igreja ser arrebatada e participar das Bodas é necessário que haja uma preparação aqui na Terra (Mt. 25.10; 2Co. 11.2; Ap. 19.7). Esta preparação é a conversão ou o novo nascimento e uma vida de santificação (Hb. 12.14).

A perspectiva de um arrebatamento iminente, mediante o cumprimento dos sinais antecedentes, deve levar o crente a ser sóbrio, vigiar e orar (Mt. 24.39-44; 1Pe. 4.7); viver em santa conduta e piedade (2Pe. 3.11) e demonstrar misericórdia, pureza e bondade a todos (Mt. 5.7).

1.1 – Sinais Antecedentes do Arrebatamento da IgrejaO que é um sinal? Sinal é prenúncio, prelúdio ou introdução. É o que precede ou

anuncia algo que está para acontecer. É um prognóstico, um marco, algo visível, notório a todos.

Os sinais bíblicos dos fins dos tempos são para nos ajudar a nos situarmos em que lugar ou período onde nos encontramos. Os sinais ajudam a fé daqueles que têm dificuldade de crer.

Os discípulos disseram ao Senhor: "Dize-nos quando serão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo" (Mt. 24.3). Em resposta a ansiosa pergunta dos Seus discípulos, Jesus passou a falar dos seguintes acontecimentos:1. O aparecimento de falsos cristos (Mt. 24.4-5). O nome "Cristo" significa "Messias". Muitos aparecerão para os judeus dizendo ser o Messias libertador.2. Guerras e rumores de guerras (Mt. 24.6). Entre os anos de 1898 e 1997 houve centenas de guerras no mundo, sendo que mais de 980 ocorreram nos últimos 20 anos. Durante a Primeira Guerra Mundial morreram 8.418.000 militantes e 1.300.000 civis. Na Segunda Guerra Mundial morreram 16.933.000 militares e 34.305.000 civis. Nos anos e meses que antecederem o arrebatamento as guerras no mundo se intensificarão cada vez mais.3. Terremotos (Mt. 24.7; Lc. 21.11). O século XX foi o mais castigado com milhares de terremotos. Eis a estatística dos terremotos registados nos últimos séculos: Século X, 32; XI, 53; XII, 84; XIII, 115; XIV, 137; XV, 174; XVI, 253; XVII, 378; XVIII, 640; XIX, 2119. No século XX se registaram mais terremotos que em todos os demais acima mencionados. Entretanto, esses terremotos aconteceram esporadicamente e com largos espaços de tempo de um para o outro. Os terremotos que antecederão o arrebatamento acontecerão com maior frequência e, num curto espaço de tempo, e em quase todos os países do mundo.4. Fomes e flagelos (Mt. 24.7). A fome é companheira inseparável da guerra. Entretanto, no princípio das dores a fome não será consequência só das guerras. Poderá haver países que não estejam em guerra, mas serão atingidos pela fome da mesma maneira.5. Violência (Gn. 6.11-13; Hb. 1.3). Uma onda de violência cobre o mundo como resultado de uma estratégia satânica para afastar os homens de Deus. Verifica-se um grau cada vez maior de violência nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia, no Oriente Médio e em todas as partes do mundo. O racismo e a xenofobia parecem cada vez mais acirrar índices alarmantes geradores de violência.6. Epidemias (Mt. 24.7). Elas aparecerão no cenário mundial, ceifarão milhares de vidas, e serão grandes desafios para a ciência médica dos últimos dias.

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7. Perseguição Religiosa (Mt. 24.9-10). "Matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome..." Este versículo mostra que a perseguição contra a Igreja será de âmbito mundial.8. Restauração do Império Romano (Ap. 17.8). "E a Besta que viste, foi e já não é, e há-de subir do abismo e irá à perdição". Foi - diz respeito ao Império Romano desde a sua fundação em 167 a.C. com toda a sua glória e força. Já não é - diz respeito a um período de ausência. "Há de subir do abismo" - diz respeito ao seu retorno. Terá um imperador como nos tempos antigos que será o Anticristo. É importante ler Dn. 7.7-8; Ap. 13.1.9. O Retorno dos Judeus à Terra Santa (Lc. 21.29). Jesus recomendou à Sua Igreja "Olhai para a figueira". Esta árvore é símbolo de Israel, mais precisamente de Jerusalém. A sobrevivência do povo judeu através dos séculos é um milagre incontestável. A dispersão dos judeus foi profetizada muitas vezes na Bíblia, bem como o seu retorno (Lv. 26.33; Sl. 44.11; Dt. 30.3; Is. 11.11-12). Após vinte e cinco séculos de dispersão, Israel voltou a ter reconhecida a sua identidade nacional, no ano de 1948, e hoje habita na sua própria terra. Entretanto, ainda existem milhões de judeus fora de Israel. Dos quase dezessete milhões de judeus que há no mundo, somente dez milhões vivem em Israel. Para que se cumpram cabalmente as profecias escatológicas é necessário que a maior parte regresse, como já está acontecendo.10. Apostasia (2Ts. 2.2-3). Tem havido apostasias ao longo da história da Igreja, mas nada que se possa comparar com a apostasia profetizada para o tempo final. Haverá não só grande abandono da fé cristã, mas uma grande revolta contra Deus, a Bíblia e os valores espirituais (Mt. 24.12). Haverá grandes escândalos entre o povo de Deus (Mt. 24.10). Será no auge destes sinais que Jesus Cristo virá subitamente e arrebatará a Sua Igreja, quem estiver preparado subirá, e os que não estirem ficarão para passar pela Grande Tribulação.

2 – A RESSURREIÇÃO DOS JUSTOS E DOS INJUSTOSA ressurreição significa a reunificação entre a alma e o espírito com o corpo que na

morte os separou. Na morte a alma e o espírito deixam o corpo e vão para a eternidade, enquanto o corpo vai para a sepultura. No dia da ressurreição, a alma e o espírito entrarão novamente no corpo, para assim viver em um corpo espiritual por toda a eternidade. Que todos os mortos hão de ressuscitar a Bíblia não deixa dúvida nenhuma (Jo. 5.28-29; At. 24.15).

3 – A RESSURREIÇÃO DOS JUSTOSA Bíblia dá vários nomes para a ressurreição dos crentes salvos: "a ressurreição dos

justos" (Lc. 14.14); "a ressurreição para a vida eterna" (Jo. 5.29); "a ressurreição dos mortos" (Fp. 3.11); "uma melhor ressurreição" (Hb. 11.35); ”a primeira ressurreição" (Ap. 20.5-6).

A chamada "Primeira Ressurreição" é a ressurreição dos crentes salvos. Um exame cuidadoso faz-nos compreender que esta ressurreição foi planeada por Deus para acontecer em três etapas. Ela é comparada a uma colheita. Em qualquer colheita temos três etapas:1. As primícias, ou seja, os primeiros frutos;2. A colheita geral;3. Os rabiscos, ou seja, a apanha dos restos que ficaram da colheita geral. A primeira etapa, ou primícias (a primeira ressurreição), já aconteceu quando Cristo ressuscitou e depois dEle "muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados" (Mt. 27.52-53). Aqui vemos as primícias da ressurreição (1Co. 15.20).

A segunda etapa da primeira ressurreição será a colheita geral que acontecerá no dia do arrebatamento da Igreja (1Co. 15.52; 1Ts. 4.16). Esta ressurreição engloba os crentes do Velho Testamento.

E finalmente encontramos em Ap. 20.4 uma ressurreição complementar, comparada com os rabiscos, que também faz parte da Primeira Ressurreição (Ap. 20.5). Serão aqueles crentes que na Grande Tribulação serão degolados pelo testemunho de Jesus e pela Palavra de

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Deus, e que não adorarem a besta, nem a sua imagem, nem receberão o sinal nas suas testas ou mãos. Agora estes reunir-se-ão aos que forem arrebatados, e reinarão com Jesus durante mil anos. Esta ressurreição dar-se-à quando Jesus vier em glória para reinar no Milênio.

A ressurreição dos salvos será realizada pelo poder do Espírito Santo (1Co. 6.14; Rm. 8.11). O corpo ressuscitado sairá do sepulcro perfeito e imortal, será a nova casa em que habitarão a alma e o espírito. O corpo da ressurreição será espiritual: "semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual" (1Co. 15.44). O corpo ressuscitado será incorruptível: "a trombeta soará e os mortos ressuscitarão incorruptíveis" (1Co. 15.52-53). Esse corpo não estará sujeito nem às doenças, nem à morte. O corpo ressuscitado será glorioso, semelhante ao de Jesus (1Jo. 3.2; Fp. 3.21). O corpo de Jesus ressuscitado brilhava (Ap. 1.14-16). Os justos então resplandecerão (Dn. 12.12-13; Mt. 13.43).

4 – A GRANDE TRIBULAÇÃODesde o Velho Testamento Deus vem avisando a humanidade que este mundo passará

por uma Grande Tribulação. O profeta Jeremias denominou-a "tempo de angústia para Jacó" (Jr. 30.7), porque Israel será o principal alvo da ira de Satanás nesse tempo. O profeta Daniel profetizou: “e haverá um tempo de angústia qual nunca houve...” (Dn. 12.1). Jesus Cristo falando desse tempo disse: "Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco haverá” (Mt. 24.21). No célebre Sermão Profético Jesus referiu-se a esse tempo dizendo ser "dias de vingança" (Lc. 21.22), em que haverá na Terra "angústia das nações" (Lc. 21.25-26). No livro do Apocalipse esse tempo é referido como a "hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na Terra” (Ap. 3.10) e também "o tempo da ira" (1Ts. 1.10; Ap. 11.18; 12.12).

As Escrituras dão a entender que haverá um tempo de tribulação e um tempo de Grande Tribulação. O tempo da tribulação também é chamado de "o princípio das dores" (Mc. 13.8). A Grande Tribulação propriamente dita, ou seja, os últimos três anos e meio, começará tão logo o Anticristo profane o templo dos judeus (leia cuidadosamente Mt. 24.15-22; 2Ts. 2.3-4). A Grande Tribulação surgirá depois da Igreja ter sido tirada deste mundo, e antes de Cristo voltar para reinar no Milênio.

4.1 – Haverá Duas Fases no Período TribulacionalO Período Tribulacional será, sem dúvida, de sete anos. Todavia, a Bíblia não deixa

dúvidas de que esse tempo será dividido em duas fases: "E ele (O Anticristo) firmará um concerto com muitos por uma semana (7 anos), e na metade da semana (3 anos e meio) fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares” (Dn. 9.27). Isto equivale a dizer que nesse tempo o templo dos judeus estará reconstruído e em franco funcionamento.

Encontramos em Dn. 7.25 e Ap. 12.14 a expressão: tempo (1 ano) e tempos (2 anos) e metade de um tempo (6 meses). Também em Ap. 13.5 encontramos o número de 42 meses que é equivalente a 3 anos e meio, ou 1260 dias, registrados em Ap. 11.2-3. Tudo isso faz referência a qualquer das duas fases do Período Tribulacional.

4.2 – Detalhes da Grande Tribulação1. O Anticristo será desmascarado e sua verdadeira identidade será descoberta (2Ts. 2.8-11; Ap. 13.1).2. Satanás tentará destruir Israel e os judeus (Ap. 12.13-17).3. O Anticristo estabelecerá uma imagem de si mesmo e exigirá adoração mundial (Ap. 13.14-15).4. O Anticristo procurará matar todos aqueles que não tiverem a sua marca (Ap. 13.16-18).5. O Anticristo terá um ajudador que será o Falso Profeta (Ap. 13.11-14).

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6. O ministério do Anticristo visará glorificar a Satanás, de quem recebeu todo o seu poder (Ap. 13.2).7. O Anticristo operará grandes milagres (2Ts. 2.8-9).8. O Anticristo perseguirá e matará todos os cristãos da Grande Tribulação (Ap. 13.7,15; 14.12-14; 16.6; 17.6).9. Deus derramará a Sua ira sobre a humanidade que rejeitou o Seu amor (Ap. 15.1).10. Deus castigará os adoradores da Besta com úlceras cancerosas (Ap. 16.2).11. Os oceanos se transformarão em sangue (Ap. 16.3).12. Os rios de todo o mundo se transformarão em sangue (Ap. 16.4).13. Milhões de pessoas morrerão de calor (Ap. 16.8-9).14. O governo da Besta, todos os seus ministros e militantes, serão atormentados (Ap. 16.10-11).15. Haverá uma tentação sobre os reis da Terra para entrarem em guerra (Ap. 16.12-16).16. Além de centenas de terremotos, acontecerá o maior de todos (Ap. 16.17-21).17. Haverá sinal no sol, na lua e nas estrelas; e na Terra a angústia das nações com os grandes maremotos e terremotos (Lc. 21.25-26).

Há muitos outros detalhes, acerca da Grande Tribulação, descritos no livro de Apocalipse. A Grande Tribulação culminará com a Batalha do Armagedom, pois no momento decisivo da batalha, quando tudo parecer estar perdido para os judeus, então Jesus virá do Céu com poder e grande glória, pelejará por Israel, destruirá o Anticristo e aprisionará Satanás por mil anos, pondo assim fim à Grande Tribulação e dando início a uma nova fase que será a implantação do Milênio de Paz.

5 – A SEGUNDA VINDA DE CRISTO PARA IMPLANTAR O MILÊNIOO Milênio é um período de mil anos, predito pelos profetas e apóstolos, como sendo o

reinado messiânico de Jesus Cristo a ser estabelecido na Terra logo após a Grande Tribulação.O Milênio será um período de transição. Será um tempo de preparação para o Estado

Eterno, uma transição do Mundo Antigo para o Novo Mundo, da antiga criação para a nova criação, da Velha Terra para a Nova Terra.

No fim da Grande Tribulação os judeus e o mundo inteiro "verão o Filho do Homem vindo nas nuvens do céu, com poder e grande glória" (Mt. 24.29-30). Os crentes que foram arrebatados virão com Ele (Jd. 14; Ap. 19.11-14). Jesus Cristo descerá até esta Terra e "todo o olho o verá" (Ap. 1.7). Depois de destruir todas as forças do mal, Jesus fará uma limpeza espiritual no mundo. O profeta Isaías fez a reportagem do tratamento que Jesus dará aos grandes e poderosos, aos altivos e orgulhosos (Is. 2.10-21). Depois de criar todas as condições Ele então estabelecerá o Seu reino neste mundo.

Haverá o julgamento das nações (Mt. 25.31-32). A base desse julgamento será o tratamento que as nações deram a Israel e aos judeus (Gn. 12.1-3).

Um dos acontecimentos mais gloriosos do Milênio será a descida da Nova Jerusalém (Ap. 21.2). O detalhe é que a cidade não tocará a Terra. Ela ficará suspensa nos ares, sobre a Jerusalém terrestre (Gl. 4.25-26).

5.1 – Características e Detalhes do Milênio1. Revelação universal de Jesus Cristo. A Terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor (Hc. 2.14).2. Será um novo Paraíso ou Era Áurea. Toda a vida em seus aspectos social, científico e espiritual fará progressos impressionantes.

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3. Israel terá a supremacia das nações e Jerusalém será a capital do mundo (Dt. 28.13; Is. 60.11-17) e possuirá todo o seu território (Gn. 15.18; Dt. 11.24).4. O turismo a Jerusalém será algo sem precedentes (Zc. 8.21-22).5. O judeu será o povo mais querido da face da Terra (Zc. 8.23).6. O judeu será o povo mais feliz da Terra (Is. 35.10; 51.3; 65.18-19).7. O Milênio será a Dispensação mais espiritual de todas. Haverá grandes avivamentos (Jr. 31.33-34).8. A idolatria será banida da Terra (Is. 2.18; Zc. 13.2).9. Será um tempo de justiça (Is. 11.4-5; 32.1).10. Será um tempo de paz para Israel (Is. 32.16-18; 60.18).11. Será um tempo de paz para o mundo (Is. 2.4; Mq. 4.3).12. O efeito da paz milenial terá repercussão também no mundo animal. Seu instinto de sobrevivência será mudado (Is. 11.6-7; 65.25).13. Haverá abundância de alimentos na Terra (Jr. 31.12).14. Haverá proteção para os habitantes de Jerusalém e do mundo, a qual evitará as grandes catástrofes que presentemente têm assolado a Terra (Is. 4.5-6; 32.2).15. As pessoas viverão centenas de anos, tal qual nos dias anteriores ao dilúvio, e a morte será uma raridade (Is. 65.20-22; Zc. 8.4).16. As doenças serão uma raridade (Is. 33.24). O mesmo Jesus que curou tantas vidas no Seu ministério terreno, fará maravilhas no Milênio (Is. 35.5-6).17. A Igreja estará morando na Nova Jerusalém em estado de glória.18. O Milênio será um período de teste, e infelizmente nem todos sairão dele triunfantes (Ap. 20.7-9).

XII – CREMOS QUE TODOS OS CRISTÃOS COMPARECERÃO PERANTE O TRIBUNAL DE CRISTO, PARA RECEBEREM A RECOMPENSA DE SEUS FEITOS EM FAVOR DA CAUSA DE CRISTO NA TERRA (2CO. 5.10).

Esse julgamento não é para a salvação nem condenação, é um julgamento das obras. Tudo será conhecido naquele dia. Deus examinará e revelará, abertamente, na sua exata realidade, nossos atos secretos (Mc. 4.22; Rm. 2.16), nosso caráter (Rm. 2.5-11), nossas palavras (Mt. 12.36-37), nossas obras (Ef. 6.8), nossas atitudes (Mt. 5.22), nossos motivos (1Co. 3.13), nossa falta de amor (Cl. 3.23) e nosso trabalho e ministério (1Co 3.13).

Os resultados específicos do julgamento do crente serão vários: aprovação divina (Mt. 25.21), recompensa (1Co. 3.12-14; Fp. 3.14; 2Tm. 4.8) e honra (Rm. 2.10; 1Pe. 1.7).

XIII - CREMOS NO JUÍZO VINDOURO QUE JUSTIFICARÁ OS FIEIS E CONDENARÁ OS INFIEIS (AP. 20.11-15).

As Escrituras dão conta que haverá o Juízo Final. O Todo-Poderoso Deus estará assentado no grande Trono Branco, para julgar todos aqueles que vieram ao mundo, exceto a Sua Igreja.

A cor branca do trono dá a ideia de justiça, pureza e santidade (Ap. 20.11-15). O trono é grande. É tão grande que faz desaparecer o Céu e a Terra. A visão do trono, e de quem nele está assentado, é terrível e espantosa. A vastidão do trono também é devida à imensidão de povos que estarão diante dele.

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O trono aparece isolado. Não se verifica ali a presença de anjos de Deus ou qualquer outro ser celestial. Também não se faz menção de advogados de defesa, nem de acusadores. A presença da Terra e do Céu fugiram de diante Daquele que estava assentado no trono, só ficaram o Juiz e os réus.

1 – O JUIZJesus Cristo será o Grande Juiz desse tribunal. Em Jo. 5.22-27 Jesus revelou-nos que o

Pai lhe deu todo o Juízo. O apóstolo Pedro confirma a autoridade de Jesus para julgar: "E nos mandou pregar ao povo. e testificar que Ele é o que por Deus foi constituído Juiz dos vivos e dos mortos" (At. 10.42).

2 – OS RÉUS1. Todos os ímpios que morreram desde Adão até o fim do Milênio.2. Para a instalação do Juízo Final haverá uma gigantesca ressurreição (Ap. 20.5).3. Todos os salvos que morreram durante o Milênio. O Milênio será uma época de grandes conversões. No vasto período do Milênio muitos morrerão salvos, serão ressuscitados e também estarão diante do Grande Tribunal. O critério do seu julgamento será completamente diferente dos demais, pois eles terão os seus nomes escritos no Livro da Vida (Ap. 20.15).4. Todos os que estiverem vivos no fim do Milênio, tanto justos como ímpios.5. A Bíblia informa que muitos seres humanos serão enganados por Satanás no fim do Milênio. (Ap. 20.7-8).6. Os anjos caídos (2Pe. 2.4; Jd. 6). São os anjos que se rebelaram contra o seu Criador algum tempo antes da criação do homem.

3 – OS DETALHES DO JUÍZO FINALNa epístola aos Romanos 2.2-19 Paulo fornece os princípios que caracterizarão o Juízo

de Deus:1. Será de conformidade com a verdade (v. 2); 2. Será de conformidade com a culpa acumulada (v. 5), 3. Será de conformidade com as obras (v. 6); 4. Será sem acepção de pessoas (v. 11); 5. Será segundo a realização de cada um e não conforme o seu conhecimento (v. 13); 6. Será segundo o poder que Deus tem de conhecer os segredos dos corações, ou seja, segundo a Sua onisciência (v. 16).

4 - CARATERÍSTICAS DO JUÍZO FINAL1. O julgamento será individual (Rm. 14.12).2. O julgamento será com base na lei da semeadura (Gl. 6.7-8).3. O julgamento será com base na Lei de Moisés, para aqueles que viveram no tempo em que ela vigorava (Rm. 2.12).4. O julgamento será com base no Evangelho de Cristo (Jo. 12.48). O Evangelho será aplicado a todos aqueles que o ouviram e rejeitaram (Jo. 15.22).5. O julgamento será com base no Livro da Vida (Ap. 20.15). Há várias referências acerca do Livro da Vida (Êx.32.32,23; Sl. 69.28; Fp.4.3; Ap. 3.5; 21.27).6. O julgamento será com base no livro das obras (Ap. 20.12). É possível que este lado do julgamento só se aplicará àqueles que não tiveram a oportunidade de ouvir o Evangelho.7. O julgamento será com base nas palavras proferidas contra Jesus Cristo (Mt. 12.36).

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XIV - CREMOS NA VIDA ETERNA DE GOZO E FELICIDADE PARA OS FIEIS, E DE TRISTEZA E TORMENTO PARA OS INFIEIS (MT. 25.46).

No fim do Milênio Satanás e seus anjos serão julgados pelos santos glorificados (1Co. 6.2-3). A terra passará por um grande estrondo, como nos afirma Pedro em (2Pe. 3.10). Então uma

nova era será estabelecida, com novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça (Is. 65.17; 2Pe. 3.13; Ap. 21.1).

À medida que a eternidade for "passando", conheceremos mais e mais da sabedoria e do poder insondáveis de Deus. As infinitas belezas celestiais não reveladas começarão a ser conhecidas: "Mas, como está escrito, nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (1Co. 2.9).

Os maravilhosos e profundos mistérios de Deus começarão a ser conhecidos. Como são insondáveis as riquezas de Cristo! (Ef. 3.8). Deus será então tudo em todos, conforme está escrito em 1Co. 15.28, e para sempre continuará esse eterno e perfeito estado.

1 – DEUS CRIARÁ NOVOS CÉUS E NOVA TERRANa visão final do Apocalipse vemos todas as coisas feitas novas. É a aurora do grande e

eterno dia! Não haverá mais conflitos, nem tribulações. Haverá sim doce e eterna paz, porque o Príncipe da Paz, Jesus Cristo, reinará para sempre.

A criação de Novos Céus e Nova Terra é uma visão de um final feliz para todos os filhos de Deus (Rm. 8.18-23). É o clímax de toda a revelação apocalíptica. Finalmente, todo o propósito divino para o bem-estar da humanidade será realizado. A frase chave desse novo estado de existência é "Eis que faço novas todas as coisas" (Ap. 21.5).

Aquele que tem o nome "Alfa" também tem o nome "Ômega", ou seja, aquele que criou tudo no princípio dará fim à Sua primeira criação, para criar por último e definitivamente uma Terra completamente nova.

Há vários versículos que sustentam a doutrina da criação de Novos Céus e Nova Terra (Sl. 102.25-28; Is. 51.16; 65.17; 66.22; Mt. 24.35; Rm. 8.19-22; Hb. 1.10-12; 2Pe. 3.13; Ap. 21.1).

O Novo Céu e a Nova Terra produzirão a ordem eterna. Esta última fase é conhecida como o Estado Eterno. Haverá uma criação inteiramente nova. Somente quando a nova criação subsistir á antiga é que então a influência e a obra de Satanás serão totalmente apagadas e esquecidas da existência. Tudo indica que é esse mesmo o propósito de Deus, apagar todos os vestígios do pecado para sempre (Is. 65.17).

Todo o mal será destruído para sempre e todos os agentes do mal estarão presos e lançados no Lago de Fogo para sempre, inclusive a morte e o Hades.

A Bíblia informa o que não mais haverá na nova criação de Deus:1. Não haverá lembrança das coisas passadas (Is. 65.17);2. Os oceanos e mares não mais existirão (Ap. 21.1);3. Não haverá mais lágrimas (Ap. 21.4).4. Não haverá mais morte (Ap. 21.4).5. Não haverá mais doença (Ap. 22.3).6. Não haverá mais dor (Ap. 21.4).7. Não haverá mais maldição (Ap. 22.3).8. Não haverá mais noite (Ap. 22.5).9. Não haverá mais tentação, nem pecado (Jo. 1.29).10. Não haverá mais necessidade de fé (Ap. 22.4).

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Depois de Deus criar Novos Céus e Nova Terra, convocará à existência a Nova Jerusalém que descerá do Céu, tal qual aconteceu no Milênio. Nessa cidade, que nunca conhecerá lágrimas, nem tristezas, nem choro, nem dor e nem maldição alguma, Deus habitará com os homens e Seus Servos O verão face a face (Ap. 21.3-4).

A Deus Seja Todo o Louvor, Honra e Glória Para Sempre!

BIBLIOGRAFIA:Isto Cremos, Pregamos e Ensinamos - Pr.Wilson Valentim dos Santos.Bíblia Sagrada - Edição Revista e Corrigida - Sociedade Bíblica do BrasilConhecendo as Doutrinas da Bíblia - Myer Pearlmam - Editora VidaO Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo - Russel Normam Chaplin - Milenium Distribidora Ltda - BrasilEspírito, Alma e Corpo - Elienai Cabral - 1981- Rio de JaneiroEnchei-vos do Espírito - Geziel Nunes Gomes- Rio de JaneiroOs Tempos do Apocalipse - Wilson Valentim dos SantosRevista Maturidade Cristã - CPAD- Rio de Janeiro - 2° Trimestre de 1992Ministérios Espirituais - Álvaro Blomgren- CAPU - Lisboa - 1974Lições Bíblicas - CPAD - Rio de Janeiro - 3o Trimestre de 1995Dicionário da Língua Portuguesa - Porto Editora- PortugalO Dilema - Libertação ou Disciplina - Roberto McAlister - Editora VidaO Plano Divino Através dos Séculos - N. Laurense Olson - CPAD- 1979 - Rio de Janeiro

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