ictioplâncton na unidade de conservação reserva biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/thais...

116
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Áreas Costeiras Adjacentes, Santa Catarina, Brasil Thais Rutkowski Itajaí, 31 de julho, 2009

Upload: others

Post on 06-Aug-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Áreas Costeiras

Adjacentes, Santa Catarina, Brasil

Thais Rutkowski

Itajaí, 31 de julho, 2009

Page 2: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Áreas Costeiras

Adjacentes, Santa Catarina, Brasil

Thais Rutkowski

Dissertação apresentada à Universidade do Vale do Itajaí, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental.

Orientador: Dr. Paulo Ricardo Schwingel Co-Orientador: MSc. Marcelo Rodrigues Ribeiro

Itajaí, 31 de julho, 2009

Page 3: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008
Page 4: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

i

À minha Família, que sempre me apoiou, nos inúmeros momentos bons e mesmo naqueles que nem sempre é bom ser lembrado. Ao meu pai Nilton, minha mãe

Cleusa, meu irmão Jefferson, e ao mais novo membro, meu marido Fernando, que sempre me deu força para seguir minha jornada profissional. Com todo amor e

carinho que dedico esta dissertação a vocês!!!!

Page 5: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

ii

“Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior”

Dalai Lama

Page 6: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

iii

AGRADECIMENTOS

Gostaria de deixar registrado meus sinceros agradecimentos a inúmeras pessoas que

contribuíram de certa forma, direta ou indiretamente, para a realização desta dissertação.

Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao meu orientador Dr. Paulo Ricardo

Schwingel, por me orientar. Obrigada por todos os ensinamentos, tanto os científicos como os

do cotidiano, e principalmente por me ensinar que ter “Paciência é uma grande virtude”.

Ao meu amigo e co-orientador Msc. Marcelo Rodrigues Ribeiro, por continuar

contribuindo em minha formação profissional, e acima de tudo, me proporcionar o prazer de

trabalhar naquilo que me especializei e adoro, o “Ictioplâncton”.

Ao amigo Renan Todesco pela essencial ajuda na execução do trabalho, Obrigada!!!!

Também gostaria de agradecer a ajuda das amigas Bárbara Sant’Ana e Clarissa De Lucca. Ao

José Bicca e amiga Renata Assunção por toda a infra-estrutura das amostragens na RBMA, e

a todos que contribuíram nas realizações das coletas das áreas costeiras adjacentes. Gostaria

de agradecer a Camila Speck, pelos campos realizados na Reserva durante o ano de

1997/1998.

Aos colegas do LOB, por todo o tempo em que passamos juntos, proporcionando

muitas recordações boas.

Gostaria de deixar um agradecimento especial aos amigos que estiveram ao meu lado

durante este período, por fazerem destes dias momentos únicos.

Deus, Obrigada!!!!!

Page 7: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

iv

SUMÁRIO AGRADECIMENTOS............................................................................................................iii

SUMÁRIO................................................................................................................................ iv

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. v

LISTA DE TABELAS...........................................................................................................viii

LISTA DE APÊNDICE .......................................................................................................... ix

RESUMO .................................................................................................................................. x

ABSTRACT ............................................................................................................................. xi

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

1.1 RESERVA BIOLÓGICA MARINHA DO ARVOREDO (RBMA)................................................ 3 1.2 ÁREAS COSTEIRAS ADJACENTES À RBMA ....................................................................... 5

2 OBJETIVOS.......................................................................................................................... 7

2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 7 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................................... 7

3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................................. 8

3.1 AMOSTRAGEM................................................................................................................... 8 3.2 PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS .................................................................................. 10 3.3 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................................... 10

4 RESULTADOS.................................................................................................................... 12

4.1 RESERVA BIOLÓGICA MARINHA DO ARVOREDO (RBMA).............................................. 12 4.1.1 Variação Espaço-Temporal da distribuição e abundância do Ictioplâncton ........... 12

Campanha de 1997/1998.............................................................................................. 12 Campanha de 2007/2008.............................................................................................. 21

4.1.2 Análise dos Parâmetros Ambientais........................................................................ 32 4.1.3 Estrutura da comunidade do Ictioplâncton de 1997/1998 versus 2007/2008.......... 36

Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade ....................................................... 36 Análise de Agrupamento.............................................................................................. 38

4.2 ÁREAS COSTEIRAS ADJACENTES À RBMA ..................................................................... 39 4.2.1 Variação Espaço-Temporal da distribuição e abundância do Ictioplâncton ........... 39

Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade ....................................................... 58 Análise de Agrupamento.............................................................................................. 61

4.2.2 Análise dos Parâmetros Ambientais........................................................................ 62 4.3 COMPARAÇÃO ENTRE AS COMUNIDADES ICTIOPLANCTÔNICAS DA RESERVA BIOLÓGICA MARINHA DO ARVOREDO E DAS ÁREAS COSTEIRAS ADJACENTES ........................................ 75

4.3.1 Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade .................................................. 75 4.3.2 Análise de Agrupamento......................................................................................... 78

5 DISCUSSÃO........................................................................................................................ 80

6 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 93

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 94

APÊNDICE........................................................................................................................... 101

Page 8: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

v

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Localização da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Áreas Costeiras Adjacentes (Baía

de Tijucas, Praia dos Ingleses e Praia da Joaquina), Estado de Santa Catarina, Brasil................. 5 Figura 2: Localização dos pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) nos

períodos 1997/1998 (A7-A12) e 2007/2008 (A1-A12). ............................................................ 9 Figura 3: Localização dos pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica

Marinha do Arvoredo (SC), em 2007.Nota: Baía de Tijucas (Z1-Z17), Praia dos Ingleses (I0-I8) e Praia da Joaquina (J0-J8). ................................................................................................... 9

Figura 4: Densidades de ovos de peixes nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998................................................. 13

Figura 5: Densidades de larvas de peixes nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998................................................. 14

Figura 6: Densidades de ovos de Sardinella brasiliensis nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 1998.................................................................. 14

Figura 7: Densidades de ovos de Engraulidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998................................................. 15

Figura 8: Densidades de larvas de peixes de Engraulidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o inverno de 1997............................................................... 17

Figura 9: Densidades de larvas de peixes de Clupeidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) durante o verão de 1998 para as espécies: (a) Sardinella brasiliensis e (b) Opisthonema oglinum. ................................................................................................... 18

Figura 10: Densidades de larvas de peixes de Blenniidae da espécie Hypleurochilus fissicornis, nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998. ............................................................................................................... 19

Figura 11: Densidades de larvas de peixes de Blenniidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 1998.................................................................. 19

Figura 12: Densidades de larvas de peixes de Sciaenidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998............................... 20

Figura 13: Densidades de ovos de peixes nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008................................................. 22

Figura 14: Densidades de larvas de peixes nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008................................................. 22

Figura 15: Densidades de ovos de Sardinella brasiliensis nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 2008. ................................................. 23

Figura 16: Densidades de ovos de Engraulidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008. ........................................... 23

Figura 17: Densidades de larvas de Engraulidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008............................... 26

Figura 18: Densidades de larvas de Gerreidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 2008. .............................................................................. 27

Figura 19: Densidades de larvas de Clupeidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no verão de 2008 para as espécies: (a) Opisthonema oglinum e (b) Harengula clupeola. ............................................................................................................................ 27

Figura 20: Densidades de larvas de Scartella cristata (Blenniidae) em 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008................ 28

Figura 21: Densidades de larvas de Hypleurochilus fissicornis (Blenniidae) em 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para o verão de 2008....................................... 29

Figura 22: Densidades de larvas de Gobiidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 2008. .............................................................................. 29

Figura 23: Densidades de larvas de Carangidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para o verão de 2008 paras as espécies: (a) Chloroscombrus chrysurus, (b) Oligoplites sp. e (c) Selene sp. ............................................................................................. 30

Page 9: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

vi

Figura 24: Densidades de larvas de Sciaenidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b)verão de 2008. ............................................ 31

Figura 25: Densidades de larvas de Paralichthyidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para a espécies de Paralichthys sp. no inverno de 2007 (a) e para a espécie Etropus crossotus no verão de 2008 (b). ................................................................... 31

Figura 26: Transparência da água nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008................................................................ 32

Figura 27: Diagrama TS na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008. ............................................................................................................... 34

Figura 28: Análise de componentes principais, com parâmetros abióticos e dados bióticos, para a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008. .................................. 35

Figura 29: Índices de Riqueza de Margalef, de Diversidade de Shannon e Weaver (H’) e de Equitabilidade de Pielou (J’), para o inverno e verão dos anos de 1997/1998 e 2007/2008. ...... 37

Figura 30: Análise de agrupamento das abundâncias dos taxa da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, para o inverno e verão dos anos de 1997/1998 e 2007/2008.................................... 38

Figura 31: Densidades de ovos de peixes nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. .................................................................... 42

Figura 32: Densidades de larvas de peixes nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. .................................................................... 43

Figura 33: Densidades de ovos de peixes de Sardinella brasiliensis nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) inverno-primavera. .............................................................................................. 44

Figura 34: Densidades de ovos de peixes de Engraulidae nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera.......................................................... 45

Figura 35: Densidades de larvas de Engraulidae nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera.......................................................... 51

Figura 36: Densidades de larvas de Sciaenidae nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera.......................................................... 52

Figura 37: Densidades de larvas de Carangidae da espécie Chloroscombrus chrysurus, nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) primavera. ................................................................................. 53

Figura 38: Densidades de larvas de Carangidae da espécie Oligoplites sp., nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 2007................................................................................................................................... 53

Figura 39: Densidades de larvas de Gobiidae, nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) inverno-primavera. .......................................................................................................................... 54

Figura 40: Densidades de larvas de Haemulidae, nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c)inverno-primavera e (d) primavera........................................................... 55

Figura 41: Densidades de larvas de Clupeidae, durante o verão, nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) Clupeidae, (b)Harengula clupeola e (c)Opisthonema oglinum................................................ 56

Figura 42: Índice de Riqueza de Margalef, para cada estação do ano (verão, outono-inverno, inverno-primavera e primavera) de 2007, em cada Área Costeira Adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, sendo elas: Baía de Tijucas, Praias dos Ingleses e da Joaquina. .......................... 59

Figura 43: Índice de Diversidade de Shannon e Weaver, para cada estação (verão, outono-inverno, inverno-primavera e primavera) do ano de 2007, em cada Área Costeira Adjacente a Reserva

Page 10: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

vii

Biológica Marinha do Arvoredo, sendo elas: Baía de Tijucas, Praias dos Ingleses e da Joaquina........................................................................................................................................... 59

Figura 44: Índice de Equitabilidade de Pielou, para cada estação do ano (verão, outono-inverno, inverno-primavera e primavera) de 2007, em cada Área Costeira Adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, sendo elas: Baía de Tijucas, Praias dos Ingleses e da Joaquina.............. 60

Figura 45: Análise de agrupamento da abundância dos taxa para as três Áreas Costeiras Adjacentes Reserva Biológica Marinha do Arvoredo durante cada estação (verão, outono-inverno, inverno-primavera e primavera) do ano de 2007. ............................................................................... 61

Figura 46: Transparência da água nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. ...................................................................................... 63

Figura 47: Diagrama TS para a Baía de Tijucas, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para (a) verão, (b) outono-inverno e (c) inverno-primavera. 67

Figura 48: Diagrama TS para a Praia dos Ingleses, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera.................................................................................................... 68

Figura 49: Diagrama TS para a praia da Joaquina, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para (a) verão, (b) outono-inverno e (c) primavera.............. 70

Figura 50: Análise de componentes principais, com parâmetros abióticos e dados bióticos, para a Baía de Tijucas, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007................................................................................................................................... 72

Figura 51: Análise de componentes principais, com parâmetros abióticos e dados bióticos, para Praia dos Ingleses, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007................................................................................................................................... 73

Figura 52: Análise de componentes principais, com parâmetros abióticos e dados bióticos, para Praia da Joaquina, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007................................................................................................................................... 74

Figura 53: Variação sazonal dos Índices de (a) Riqueza de Margalef; (b) Diversidade de Shannon e Weaver e (c) Pielou, para cada área amostrada durante o inverno e verão 2007/2008 na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, e verão e outono-inverno de 2007 nas Áreas Costeiras Adjacentes.......................................................................................................................... 76

Figura 54: Variação sazonal dos Índices de (a) Riqueza de Margalef; (b) Diversidade de Shannon e Weaver e (c) Pielou, para cada área amostrada durante o inverno e verão 2007/2008 na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, e verão e inverno-primavera de 2007 nas Áreas Costeiras Adjacentes.......................................................................................................................... 77

Figura 55: Análise de agrupamento das densidades das espécies para o verão de 2008 da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e para o verão de 2007 para as três Áreas Costeiras Adjacentes a esta unidade de conservação. ............................................................................................... 78

Figura 56: Análise de agrupamento das densidades das espécies para o inverno de 2007 da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e para o outono_inverno e inverno-primavera de 2007 para as três Áreas Costeiras Adjacentes a esta unidade de conservação. ............................................. 79

Page 11: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

viii

LISTA DE TABELAS Tabela 1: Datas e números de amostragens na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante

os períodos de verão e inverno. .............................................................................................. 8 Tabela 2: Datas e números das amostragens nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica

Marinha do Arvoredo (SC), durante os períodos de verão, outono, inverno e primavera............. 8 Tabela 3: Abundâncias numéricas e densidades de ovos e larvas de peixes (n/m³), para cada ponto

amostral, durante o inverno de 1997 e o verão de 1998 na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC). ................................................................................................................... 13

Tabela 4: Famílias de larvas de peixes coletadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante o inverno de 1997 e verão de 1998, com porcentagem de participação e densidades médias por 10 m³. Nota: NI= não identificados ..................................................................... 16

Tabela 5: Espécies de larvas de peixes identificadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante o inverno de 1997 e verão de 1998, com porcentagem de participação e densidades médias por 10 m³. ............................................................................................................... 16

Tabela 6: Abundâncias numéricas e densidades de ovos e larvas de peixes (n/m³), para cada ponto amostral, durante o inverno de 2007 e o verão de 2008 na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC). ................................................................................................................... 21

Tabela 7: Famílias de larvas de peixes coletadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante o inverno de 2007 e verão de 2008, com porcentagem de participação e densidades médias por 10 m³. Nota: NI= não identificados ..................................................................... 24

Tabela 8: Espécies de larvas de peixes coletadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante o inverno de 2007 e verão de 2008, com porcentagem de participação e densidades médias por 10 m³. ............................................................................................................... 25

Tabela 9: Valores salinidade (S) e temperatura (T°C) nos 12 pontos amostrais analisados na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para o inverno de 2007 e verão de 2008. ....................... 33

Tabela 10: Tabela de Tuckey para densidade de ovos na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. .. 36 Tabela 11: Tabela de Tuckey para densidade de larvas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. 36 Tabela 12: Abundâncias numéricas e densidades de ovos e larvas de peixes (n/m³), para cada ponto

amostral durante o ano de 2007 nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC). ................................................................................................................... 40

Tabela 13 Famílias de larvas de peixes coletadas para cada Área Costeira Adjacente à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) durante o ano de 2007, com suas respectivas abundâncias totais e densidades médias por 10 m³. Nota: NI= não identificados, SI= sem informação. ........ 46

Tabela 14: Espécies de larvas de peixes coletadas para cada Área Costeira Adjacente à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) durante o ano de 2007, com suas respectivas abundâncias totais e densidades médias por 10 m³. Nota: SI= sem informação ........................................... 48

Tabela 15: Tabela de Tuckey para densidade de ovos na Praia dos Ingleses. Nota: V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; V= verão. ............................................................... 57

Tabela 16: Tabela de Tuckey para densidade de ovos na Praia da de ovos na Praia da Joaquina. Nota: V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; V= verão......................................... 57

Tabela 17 : Tabela de Tuckey para densidade de larvas na Praia dos Ingleses. Nota: V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; V= verão. ............................................................... 58

Tabela 18: Tabela de Tuckey para densidade de larvas na Praia da Joaquina. Nota: V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; V= verão. ............................................................... 58

Tabela 19: Valores de salinidade (S) e temperatura (T°C) nos 35 pontos amostrais analisados nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para o ano de 2007........................................................................................................................................... 64

Tabela 20: Sumário de estudos sobre o ictioplâncton, realizados na costa sudeste e sul do Brasil, com dados do período de amostragem, amostrador e resultados da participação de cada família em percentagem ou densidade das principais famílias identificadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e nas Áreas Costeiras Adjacentes. Nota: * apud Katsuragawa et al., 2006. ............... 86

Page 12: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

ix

LISTA DE APÊNDICE Apêndice 1:Lista taxonômica das larvas de peixes encontradas na Reserva Biológica Marinha do

Arvoredo e Áreas Costeiras Adjacentes, SC, Brasil. ............................................................ 101

Page 13: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

x

RESUMO A Ilha do Arvoredo (Santa Catarina, Brasil) e sua região de entorno foram definidas como

Unidade de Conservação (UC), na Categoria de Reserva Biológica, em 1990. As Reservas

Biológicas são áreas protegidas que possuem preservação completa e permanente da flora e

fauna local, contribuindo assim para o aumento da abundância e diversidade das espécies.

Neste sentido, a presente pesquisa teve como objetivo analisar as variações interanuais e

sazonais das densidades do ictioplâncton na região da Reserva Biológica Marinha do

Arvoredo (RBMA) e das Áreas Costeiras Adjacentes, verificando suas relações com as

variáveis ambientais. A comunidade ictioplanctônica foi amostrada, no inverno e verão para

as campanhas de 1997/1998 e de 2007/2008 na RBMA, e durante as quatro estações do ano

de 2007 nas Áreas Costeiras Adjacentes (Baía de Tijucas, Praia dos Ingleses e Praia da

Joaquina). Os ovos e larvas de peixes foram coletados com uma rede tipo WP-2, de 200 �m

de abertura de malha, com um fluxômetro acoplado para medir o volume de água filtrado, e as

amostras foram conservadas em formol a 4%. Em laboratório, o ictioplâncton foi triado,

quantificado e identificado ao menor taxon possível. Os parâmetros físico-químicos da água

(temperatura e salinidade) foram registrados por sonda (CTD), e a transparência da água foi

obtida por Disco de Secchi. A área de estudo, no ano de 2007/2008, recebeu influencia de três

massas de água, (i) Água Costeira (AC) durante o ano todo, (ii) Água Subtropical de

Plataforma (ASP) no inverno e (iii) Água Central do Atlântico Sul (ACAS) principalmente no

verão. A comunidade do ictioplâncton foi representada por 33 taxa pertencentes a 20 famílias,

sendo Blenniidae, Carangidae, Clupeidae, Engraulidae, Gerreidae, Gobiidae, Haemulidae,

Paralichthyidae e Sciaenidae as mais abundantes. Na RBMA, observou-se para os dois

períodos, semelhança nos índices ecológicos com os maiores valores de riqueza e de

diversidade ocorrendo no verão. A análise de agrupamento demonstrou similaridade entre os

anos, indicando que a comunidade ictioplanctônica manteve-se com os mesmos taxa e

respectivas abundâncias para amostragens realizadas com um intervalo de 10 anos. A

composição taxonômica da RBMA apresentou baixa similaridade com a das Áreas Costeiras

Adjacentes, caracterizando a reserva como um ambiente distinto apesar de sua proximidade

com a região costeira.

Page 14: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

xi

ABSTRACT Arvoredo Island (Santa Catarina, Brazil) and its surrounding area were defined as

Conservation Unit (CU) in the category of Biological Reserve in 1990. Biological Reserves

are protected areas that have complete and permanent preservation of local flora and fauna,

thus contributing to the increase of abundance and diversity of species. This research aimed at

analyzing the interannual and seasonal variations of ichthyoplankton densities at Arvoredo

Marine Biology Reserve (RBMA) and Adjacent Coastal Areas, and their relationship with

environmental variables. Ichthyoplanktonic community was sampled in winter and summer

for the years 1997/1998 and 2007/2008 in RBMA, and during the four seasons in 2007 in

Adjacent Coastal Areas (Tijucas` Bay, Ingleses Beach and Joaquina Beach). Fish eggs and

larvae were sampled using a WP-2 net, 200 �m mesh size. A flowmeter was used to measure

the water volume filtered, and samples were preserved in formalin at 4%. At the laboratory,

ichthyoplankton was sorted, quantified and identified to the lowest taxon possible. Physical

and chemical water parameters (temperature and salinity) were recorded by probe (CTD), and

water transparency was obtained by Secchi disk. The study area, at the year of 2007/2008,

was influenced by three water mass, (i) Coastal Water (CW) throughout the year, (ii)

Subtropical Shelf Water (STSW) during the winter and (iii) South Atlantic Central Water

(SACW) mainly in summer. Ichthyoplanktonic community was represented by 33 taxa

belonging to 20 families, in which Blenniidae, Carangidae, Clupeidae, Engraulidae,

Gerreidae, Gobiidae, Haemulidae, Paralichthyidae and Sciaenidae were the most abundant. At

RBMA, similarity on the ecological index was observed for the two periods analysed, with

highest values of richness and diversity occurring in the summer. Cluster analysis showed

similarity between years, denoting that ichthyoplanktonic community has maintained the

same taxa and abundances for samples taken with an interval of 10 years. Taxonomic

composition of RBMA presented low similarity to Adjacent Coastal Areas, featuring the

reserve as a distinct habitat despite its proximity to the coast.

Page 15: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

1

1 INTRODUÇÃO

Organismos planctônicos são classificados em fitoplâncton ou zooplâncton, que

possuem pouca ou nenhuma capacidade de locomoção. Os organismos zooplanctônicos

podem ser classificados em holoplâncton, que tem todo o ciclo de vida no plâncton, ou

meroplâncton, que possuem apenas uma fase do ciclo de vida no plâncton. O ictioplâncton,

ovos e larvas de peixes, se classifica na categoria de organismos meroplanctônicos

(Ciechomski, 1981).

Os estudos do ictioplâncton começaram no final do século XIX, porém no Brasil as

pesquisas sobre esta parcela do plâncton iniciaram apenas na década de 1960 envolvendo

estudos sobre a distribuição e abundância de ovos e larvas de peixes, avaliação de recursos

pesqueiros e da biomassa desovante, descrição das fases embrionária e larval, estimativas do

crescimento larval e de mortalidade, entre outros (Katsuragawa et al., 2006). Uma das

primeiras pesquisas realizadas no Brasil foi feita por Matsuura (1972), que descreveu o

desenvolvimento de ovos da sardinha-cascuda (Harengula pensacolae). Este autor também

estudou a variação das larvas de peixes coletadas no sul do Brasil, durante o período de 1969

a 1971, no qual foi verificado a distribuição e abundância de ovos e larvas da sardinha-

verdadeira (Sardinella brasiliensis), tendo sido descrito todo seu ciclo de vida, além da

respectiva influência dos fatores oceanográficos sobre sua reprodução e desova (Matsuura,

1977a, 1977b, 1998).

Na região Sudeste-Sul do Brasil, de 1985 a 1991, foram realizadas amostragens

sistemáticas, onde Katsuragawa & Matsuura (1990) apresentaram a distribuição diária de

larvas de peixes comparando coletas de superfície com coletas oblíquas, e Matsuura et al.

(1993) descreveram a distribuição e abundância de duas espécies de Bregmacerotidae. Kurtz

& Matsuura (1994), em outro trabalho, analisaram o desenvolvimento larval de quatro

espécies de linguados da família Cynoglossidae. Matsuura & Kitahara (1995) mostraram a

distribuição horizontal e vertical dos ovos e larvas da anchoita (Engraulis anchoita) no Cabo

de Santa Marta Grande (SC). Itagaki (1999), durante três verões consecutivos, observou a

distribuição larval sobre a plataforma continental do Sudeste. No Estado de Santa Catarina os

estudos com o ictioplâncton ocorrem em regiões costeiras, como áreas estuarínas, litorâneas e

em enseadas. Rutkowski (2005) descreveu as comunidades do ictioplâncton e suas relações

com os parâmetros ambientais, na Enseada da Armação de Itapocoroy. Na Baía da Babitonga

trabalhos, como quali-quantitativo do ictioplâncton (Costa, 2007) e variações temporais e

Page 16: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

2

espaciais na composição do ictioplâncton na Baía da Babitonga (Souza-conceição, 2008),

foram realizados para diferentes praias estuarinas. Malanski et al. (2008) descreveram a

comunidade ictioplânctonica na Baía Sul (Florianópolis) e Macedo-Soares et al. (2009)

realizaram estudos da distribuição espaço-temporal de ovos e larvas de peixes na Lagoa de

Ibiraquera.

O litoral catarinense situa-se numa faixa de transição entre os climas tropical e

subtropical e é influenciado por duas correntes marinhas, a Corrente do Brasil (CB), com

águas quentes vindas do Norte até a região da Convergência Subtropical, onde encontra a

Corrente das Malvinas, que é caracterizada por águas frias provenientes do Sul. A Corrente do

Brasil traz a Água Tropical (AT), massa de água quente e salina que ocupa a camada

superficial e é formada pela intensa radiação solar e excesso de evaporação, sendo

considerada pobre em relação a produção biológica. A Corrente das Malvinas traz do sul a

Água Sub-Antártica (ASA), caracterizada pelos baixos valores de temperatura e salinidade,

bem como altas concentrações de clorofila-a e de zooplâncton, recebendo também aportes da

Bacia do Rio da Prata e da Lagoa dos Patos. A Água Central do Atlântico Sul (ACAS) é

formada na convergência subtropical (Garcia, 1998; Carvalho et al., 1998; Castro et al.,

2006). A ocorrência de diferentes massas de água possibilitam a existência de uma grande

biodiversidade na região (Hostim-Silva et al., 2006).

A presença da ACAS sobre a plataforma continental da região Sudeste-Sul e sua

ressurgência eventual ao longo da costa contribuem para o aumento da produtividade local.

Este fenômeno altera a estrutura taxonômica do fitoplâncton, contribuindo no aumento da

produção pesqueira, pois o ciclo de vida de alguns peixes (sardinha, atum, bonito) estão

evidentemente associados à produção primária (Lasker, 1978 apud Brandini, 1990; Matsuura,

1986; Hostim-Silva et al., 2006). Rutkowski (2005) evidenciou, na Enseada de Itapocory

(Penha/SC), uma relação entre a estratégia de desova dos peixes e a dinâmica das massas de

água da região, onde as maiores densidades de larvas de peixes ocorreram especialmente

quando ACAS foi registrada.

A biodiversidade de peixes demersais e pelágicos é relativamente uniforme entre

grandes regiões no qual o endemismo é baixo (<5%) e restrito às espécies recifais. Na região

Sudeste-Sul do Brasil, a ictiofauna marinha é considerada rica e inclui Chondrichthyes

(tubarões e raias) e Osteichthyes (peixes ósseos), compreendendo espécies de peixes tropicais

e temperadas (MMA/IBAMA, 2004; Lowe-McConnell, 1999; Amaral & Jablonski, 2005).

Por outro lado, a ação antrópica, principalmente a degradação de habitats, sobre-explotação de

Page 17: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

3

estoques pesqueiros, introdução de espécies exóticas, turismo desordenado e poluição, são

considerados uma grande ameaça a biodiversidade marinha e costeira.

A criação de reservas marinhas aparece como uma possibilidade para garantir a

manutenção da biodiversidade e, principalmente, para servir como reservatório biológico, de

forma a garantir o recrutamento e facilitar a recolonização de áreas adjacentes sob exploração

(Amaral & Jablonski, 2005). Neste sentido, foram incluídas no Brasil, dezesseis áreas desta

categoria de Unidade de Conservação (UC), entre as quais cinco encontram-se na região

Sudeste-Sul do País. No Estado de Santa Catarina está localizada a Reserva Extrativista

Marinha de Pirajubaé e a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (IBAMA, 2006). Reserva

Biológica Marinha é uma região onde a preservação é completa e permanente, contribuindo

assim para o aumento da abundância e diversidade das espécies, além de permitir que os

organismos atinjam maiores idades e produzam maior quantidade de juvenis. A importância

destas regiões pode ser avaliada por diversos fatores, sendo um deles a comunidade

ictiológica (Brasil, 2000; Hostim-Silva et al., 2006).

1.1 Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA)

A Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA) foi criada em 12 de março de

1990 através do Decreto Federal nº 99.142/90. Diversos fatores justificam a importância desta

reserva, são eles de ordem arqueológica, ecológica, social, e estratégica. Esta UC é descrita

como importante área de reprodução e crescimento de diversas espécies, sendo um dos

poucos locais conhecidos de nidificação dos trinta-réis (Sterna spp.), reprodução e refúgio de

fragatas (Fragata magnificiens), além da existência de Mata Atlântica bem preservada

(IBAMA, 2006).

A implantação da RBMA teve início em junho de 1991 e até 1995 passou por

operações de fiscalização, monitoramento e educação ambiental. Em 1995, a RBMA começou

a ser fiscalizada pela Companhia de Polícia de Proteção Ambiental de Santa Catarina. Em

1996 foi elaborado um Plano de Ação Emergencial para a RBMA e em 1999 foi designada

como área prioritária para a conservação de costões rochosos, aves e plantas marinhas na

região sul do Brasil. Na gestão da UC, a relação com a comunidade de entorno é um ponto de

conflito, Esse fato está associado à interdição da zona de amortecimento para a pesca de

juvenis que afeta tanto a produção industrial (proibição da captura de isca viva), quanto a

Page 18: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

4

artesanal (proibição da pesca de camarão e peixes), além da prática de caça submarina e de

mergulhos turísticos (IBAMA, 1996; Wahrlich, 1999; MMA/IBAMA/FATMA, 2003).

A RBMA localiza-se a 11 km ao Norte da Ilha de Santa Catarina, nas coordenadas

27°09’30’’ à 27°17’57’’S e 48°18’30’’ à 48°25’30’’W (Figura 1). Esta região abrange uma

extensa área do Oceano Atlântico com 17.800 hectares e compreende um pequeno

arquipélago composto pelas Ilhas do Arvoredo, Galé, Deserta e Calhau de São Pedro

(IBAMA, 2006).

A Ilha do Arvoredo é a maior da reserva, com 270 hectares de terreno acidentado que

alcança 300 metros acima do nível do mar. A ilha é cercada por costões formados por rochas

graníticas e sem praia arenosas, sendo que a 10 metros de profundidade encontram-se

cavernas submarinas onde habitam peixes de diversas espécies. A Ilha da Galé, situada ao

norte da reserva, possui recifes de corais localizados a uma profundidade de 12 metros,

aumentando a importância da conservação da área. A Ilha Deserta é a menor da reserva,

estando localizada a três quilômetros da Ilha do Arvoredo. As duas ilhotas do Calhau de São

Pedro estão localizadas entre as Ilhas da Galé e do Arvoredo, ficando distante dessa última 5

km a noroeste. Estas ilhotas não possuem praia nem vegetação e são formadas por rochas

(Hostim-Silva.& Barreiros, 2007).

Na RBMA, Hostim-Silva et al. (2006) listou algumas espécies recifais que foram

registradas nas ilhas, descrevendo a ocorrência de 157 espécies, distribuídas em 60 famílias e

13 ordens, entre elas, raias (Narcine brasiliensis, Aetobatus narinari), moréias (Gymnothorax

moringa, G. funebris), cavalo-marinho (Hippocampus reidi), robalo (Centropomus

undecimalis), mero (Epinephelus itajara), badejo (Mycteroperca acutirostris), peixe-lagarto

(Synodus synodus), anchova (Pomatomus saltatrix), peixe-borboleta (Chaetodon striatus),

peixe-anjo (Holocanthus ciliaris), sargentinho (Abudefduf saxaiilis), maria-da-toca

(Labrisomus nuchipinnis), macaco-ouro (Parablennius marmoreus), barracuda (Sphyraena

barracuda) e baiacu (Acanthostracion quadricornis).

Page 19: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

5

Figura 1: Localização da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Áreas Costeiras Adjacentes (Baía de Tijucas, Praia dos Ingleses e Praia da Joaquina), Estado de Santa Catarina, Brasil.

1.2 Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA

A Baía de Tijucas, incluindo a Enseada de Zimbros, encontra-se situada no litoral

centro-norte de Santa Catarina, entre as coordenadas 27°10’55” à 27°19’12”S e 48°30’23” à

48°37’19”W (Figura 1). O clima é temperado úmido, com temperatura média anual de 19,5°C

e pluviosidade anual média de 1600 mm. O vento do quadrante sudoeste predomina no

outono e inverno, e do quadrante nordeste na primavera e verão. A baía apresenta

profundidade entre 7 e 10 metros, e sedimento constituído por frações finas, principalmente

silte e argila. O Rio Tijucas despeja neste ambiente sua carga sedimentar contendo nutrientes

de origem continental, favorecendo o desenvolvimento da fauna marinha. Desde o início do

século XIX, a biota é explorada pela maricultura e pesca artesanal, associadas ao mexilhão

Perna perna, camarões e peixes (Diagnóstico Ambiental, 2007).

A Praia dos Ingleses, localizada no nordeste da Ilha de Santa Catarina entre as

coordenadas 27º24’59” à 27º26’38”S e 48º24’11” à 48º22’14”W (Figura 1), possui uma

Page 20: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

6

extensão de 4.830 metros. A praia é considerada semiexposta, tendo o sedimento composto

por areia fina (Faraco, 2003). Esta praia já foi considerada um centro de pesca, porém

atualmente a atividade pesqueira está reduzida.

A Praia da Joaquina, localizada na região sudoeste da Ilha de Santa Catarina, entre as

coordenadas 27°37’54,48” à 27°41’23,18”S e 48°26’50,21” à 48°28”50,13”W (Figura 1),

possui uma extensão de 3.000 metros. Nesta região o vento predominante ao longo de todo

ano é o de quadrante norte e a corrente possui direção dominante para Sudeste com

velocidade de 0,10 à 0,99m/s (Santos,1995 apud Faraco, 2003).

A comunidade ictiológica das três Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA apresentadas

acima, foram descritas por Rodrigues et al., 2007, 2008a, 2008b. Na Enseada de Zimbros as

famílias de peixes mais abundantes no verão de 2007 foram Sciaenidae, Clupeidae e

Paralichthydae, representando 83,7% do total. Com relação a Praia dos Ingleses, os autores,

descreveram que no ano de 2007 estiveram presentes na região 26 famílias, onde Sciaenidae

destacou-se com um total de 86%, com as quatro espécies mais abundante: Stellifer rastrifer,

S. stellifer, Paralonchurus brasiliensis e Cynoscion striatus. Para a Praia da Joaquina, o

levantamento da comunidade de peixes, apresentou no ano de 2007, a ocorrência de 18

famílias, sendo a família Sciaenidae a mais abundante (58%), seguida por Stromateidae

(25%).

Considerando o conhecimento das comunidades ictiofaunísticas, encontradas tanto na

RBMA quanto nas Áreas Costeiras Adjacentes, constata-se a existência de uma lacuna no

conhecimento do ictioplâncton, fato que dificulta um entendimento sobre a importância destes

ambientes para o estabelecimento das comunidades de peixes na região. Assim, dúvidas

como: Quais espécies compõem o ictioplâncton na área da RBMA e Áreas Costeiras

Adjacentes?; Como varia sazonalmente a abundância do ictioplâncton em cada um destes

ambientes?; Quais massas de água influenciam a região?; e Como parâmetros abióticos

podem influenciar a densidade de ovos e larvas nestes ambientes marinhos?, são perguntas,

que se respondidas, podem estabelecer diretrizes para a conservação destes ambientes.

Page 21: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

7

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo principal deste trabalho é estudar a variação espaço-temporal do

ictioplâncton da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA) e de três Áreas Costeiras

Adjacentes, localizadas na costa de Santa Catarina, Brasil.

2.2 Objetivos Específicos

a) Analisar a variação espaço-temporal da densidade, composição e abundância da

comunidade do ictioplâncton encontrada na RBMA nos anos de 1997/1998 e

2007/2008;

b) Analisar a variação espaço-temporal da densidade, composição e abundância da

comunidade do ictioplâncton encontrada nas Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA

no ano de 2007;

c) Descrever as massas de água identificadas na região durante o ano de 2007 e de

2008;

d) Estudar a relação dos parâmetros abióticos com as densidades de ovos e larvas de

peixes nos ambientes estudados;

e) Analisar a comunidade do ictioplâncton amostrada na RBMA comparativamente

aquela amostra nas Áreas Costeiras Adjacentes.

Page 22: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

8

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Amostragem

As amostragens foram realizadas, na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo

(RBMA) e em Áreas Costeiras Adjacentes: Baía de Tijucas, Praia dos Ingleses e Praia da

Joaquina. A comunidade planctônica foi coletada, durante o período diurno, em 6 pontos

amostrais distribuídos dentro da RBMA na campanha de 1997/1998 e em 12 pontos na

campanha de 2007/2008 (Tabela 1; Figura 2). Nas Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA, o

plâncton foi amostrado no ano de 2007 em 35 pontos amostrais, sendo: 17 pontos na Baía de

Tijucas, 9 pontos na Praia dos Ingleses e 9 pontos na Praia da Joaquina (Tabela 2; Figura 3).

A profundidade local da área de estudo foi de 6 à 37 metros na RBMA e de 2 á 34 metros nas

Áreas Costeiras Adjacentes.

Tabela 1: Datas e números de amostragens na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante os períodos de verão e inverno.

Campanha Amostral Data Pontos Amostrais

Inverno 14/08/1997 14/08/2007

06 (A7-A12) 12 (A1-A12)

Verão 24/01/1998 13/02/2008

06 (A7-A12) 12 (A1-A12)

Tabela 2: Datas e números das amostragens nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante os períodos de verão, outono, inverno e primavera.

Campanha Amostral Data Área Pontos Amostrais

Verão 28/02-02/03/2007

09/03/02007 17/03/2007

Tijucas Ingleses Joaquina

17 (Z1-Z17) 09 (I0-I8) 09 (J0-J8)

Outono/Inverno 22-28/06/2007

06/07/2007 09/06/2007

Tijucas Ingleses Joaquina

17 (Z1-Z17) 09 (I0-I8) 09 (J0-J8)

Inverno/Primavera 05/10/2007 26/09/2007 08/10/2007

Tijucas Ingleses Joaquina

17 (Z1-Z17) 09 (I0-I8) 09 (J0-J8)

Primavera 27/11/2007 10/12/2007

Ingleses Joaquina

09 (I0-I8) 09 (J0-J8)

Page 23: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

9

Figura 3: Localização dos pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), em 2007.Nota: Baía de Tijucas (Z1-Z17), Praia dos Ingleses (I0-I8) e Praia da Joaquina (J0-J8).

Figura 2: Localização dos pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) nos períodos 1997/1998 (A7-A12) e 2007/2008 (A1-A12).

Page 24: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

10

O plâncton foi amostrado com uma rede tipo WP-2 de dois metros de comprimento,

com malha de 200 µm e 30 cm de diâmetro de boca e equipada com fluxômetro para medir o

volume de água filtrado. Os arrastos foram executados de forma horizontal de superfície a

uma velocidade aproximada de dois nós, com duração de 2 minutos para as amostragens

realizadas na RBMA durante o inverno de 2007 e o verão de 2008 e nas Áreas Costeiras

Adjacentes à RBMA durante o ano de 2007. Nas amostragens na RBMA durante o inverno de

1997 o arrasto teve a duração de 5 minutos, e no verão de 1998 de 4 minutos. Após o arrasto,

o plâncton coletado foi imediatamente fixado a bordo com solução de formol em água do mar

(4%). Os registros dos parâmetros físico-químicos foram obtidos apenas nas amostragens

realizadas nos anos de 2007 e 2008. Os dados de temperatura, salinidade e densidade, foram

registrados com uma sonda do tipo CTD SAIV A/S (modelo SD 202), permitindo a

caracterização da coluna d’água em cada ponto amostral. A transparência da água foi obtida

com o auxílio de um Disco de Secchi.

3.2 Processamento das Amostras

Em laboratório as amostras foram triadas em placas de Bogorov sob microscópios

estereoscópios binoculares, onde foram separados e quantificados os ovos e larvas de peixes.

As identificações do ictioplâncton, ao menor taxon possível, foram realizadas com auxílio de

referências bibliográficas especializadas (e.g. Russell, 1976; Fahay, 1983; Leis & Rennis,

1983; Leis & Trnski, 1989; Ré, 1999; Moser, 1996). As massas de água foram classificadas

de acordo com Castro et al. (2006) e Piola et al. (2000), onde a Água Costeira (AC) é descrita

com salinidade inferior a 34; a Água Central do Atlântico Sul (ACAS) com temperaturas

inferiores a 20°C e salinidades entre 35 e 36,4; e a Água Subtropical de Plataforma (ASP)

com temperaturas entre 14 e 20°C e salinidades entre 34,15 e 36.

3.3 Análise dos Dados

Para a análise espaço-temporal da distribuição e abundância do ictioplâncton foram

obtidas as densidades de ovos e larvas de peixes em número de organismos por 10 metros

cúbicos (n°/10m³) e confeccionados mapas dos totais das respectivas distribuições

horizontais. Definiu-se que serão descritas as distribuições espaciais e sazonais das famílias

com abundância superior a 4% do total amostrado, para cada período estudado.

A análise de componentes principais (Canônica) foi aplicada levando-se em

consideração os dados bióticos (densidade de ovos e densidade de larvas), juntamente com os

Page 25: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

11

parâmetros abióticos (salinidade, temperatura, transparência da água e profundidade). Estas

análises geraram um sistema reduzido de coordenadas que explica a maior parte da variância

dos dados, sendo que o eixo 1 maximiza as variâncias mais importantes e o eixo 2 captura o

restante das variâncias (Valentin, 2000).

Com o intuito de caracterizar a estrutura da comunidade ictioplanctônica, foram

utilizados os Índices de Riqueza de Margalef, Diversidade de Shannon e Weaver e

Equitabilidade de Pielou, tal como proposto por Omori & Ikeda (1984).

O Índice de Riqueza de Margalef (RM) é dado pela equação:

)(1nLN

SRM

−=

onde S é o número de categorias taxonômicas (taxa) e o n é o número total de indivíduos

coletados de todas as categorias taxonômicas. O Índice de Diversidade de Shannon e Weaver

(H’) é dado pela equação:

)('1�

=

−=s

iii PLnPH

onde: Pi é a proporção do número de indivíduos da espécie i em relação ao número total de

indivíduos de todas as categorias taxonômicas (ni/n). O Índice de Equitabilidade de Pielou

(J’) é dado pela equação:

)('

'SLn

HJ = .

Para verificar diferenças significativas (p<0,05) nas densidades de ovos e larvas de

peixes da RBMA entre o inverno e verão, e os períodos 1997/1998 e 2007/2008, aplicou-se a

análise ANOVA Multifatorial, (fator Ano e Período). Para as Áreas Costeiras Adjacentes à

RBMA, foi utilizado ANOVA unifatorial (fator Período), separadamente para cada área, afim

de identificar as diferenças sazonais entre as densidades. Os dados que não apresentaram

homogeneidade das variâncias, através do teste de Bartlett, foram transformados com

log10(x+1) para uma menor discrepância dos dados analisados. Para os dados que mesmo após

a transformação não apresentaram homocedasticidade, aplicou-se o teste não paramétrico de

Kruskal Wallis (Zar, 1984). A análise de agrupamento foi usada para identificar quais pontos

amostrais e áreas estudadas são similares, baseado na abundância dos diferentes taxa que

compõem a comunidade ictioplanctônica. A similaridade é medida utilizando a Distância

Euclidiana e o Método de Ligação de Ward. As análises foram realizadas no programa

STATISTICA 6.0.

Page 26: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

12

4 RESULTADOS

Os resultados são descritos separadamente para a Reserva Biológica Marinha do

Arvoredo (RBMA) e para as Áreas Costeiras Adjacentes. Na RBMA os resultados do

ictioplâncton são apresentados para as duas campanhas (1997/1998 e 2007/2008), e os

parâmetros abióticos para a campanha de 2007/2008. Os dados do ictioplâncton e os

parâmetros abióticos do ano de 2007 das Áreas Costeiras Adjacentes, são descritos

juntamente entre as três áreas: Baía de Tijucas, Praia dos Ingleses e Praia da Joaquina.

4.1 Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA)

4.1.1 Variação Espaço-Temporal da distribuição e abundância do Ictioplâncton Campanha de 1997/1998

Durante o período amostrado, foram coletados na Reserva Biológica Marinha do

Arvoredo (RBMA) um total de 2138 ovos e 45 larvas na amostragem de inverno de 1997, e

449 ovos e 33 larvas no verão de 1998 (Tabela 3). Os ovos de peixes distribuíram-se, no

inverno, com altas densidades ao longo da reserva, destacando-se o ponto amostral próximo a

Ilha Deserta (A11) (612,26 ovos/10m³) (Tabela 3; Figura 4a). No verão as densidades foram

menores, obtendo média de 20,73 ovos/10m³ (EP ± 10,95), com máxima no ponto amostral

próximo da Ilha Deserta (A12) (62,22 ovos/10m³) (Tabela 3; Figura 4b).

As larvas de peixes apresentaram no inverno densidade média de 3,67 larvas/10m³

(EP ± 1,51), destacando o ponto amostral próximo a Ilha Deserta (A11) (10,06 larvas/10m³)

(Tabela 3; Figura 5a). No verão as densidades variaram de 0,65 à 4,08 larvas/10m³, onde a

mínima ocorreu no ponto amostral próximo a Ilha do Arvoredo (A8) e a máxima próximo a

Ilha Deserta (A12) (Tabela 3; Figura 5b).

Page 27: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

13

Tabela 3: Abundâncias numéricas e densidades de ovos e larvas de peixes (n/m³), para cada ponto amostral, durante o inverno de 1997 e o verão de 1998 na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC).

Inverno 1997 Verão 1998 Densidade Densidade Densidade Densidade Ponto

Amostral Ovos (n)

Larvas (n) (ovos/10m³) (larvas/10m³)

Ovos (n)

Larvas (n) (ovos/10m³) (larvas/10m³)

A7 135 7 59,66 3,09 115 5 35,28 1,53 A8 302 3 140,72 1,39 11 2 3,62 0,65 A9 420 3 116,58 0,83 9 2 3,72 0,82

A10 118 7 50,49 2,99 4 4 1,97 1,97 A11 852 14 612,26 10,06 39 4 10,57 1,08 A12 311 11 104,13 3,68 271 16 69,22 4,08

Total 2138 45 χ 180,64 χ 3,67 449 33 χ 20,73 χ 1,69

Figura 4: Densidades de ovos de peixes nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998.

Page 28: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

14

Figura 5: Densidades de larvas de peixes nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998.

Os ovos de peixes foram separados em dois taxa, espécie Sardinella brasiliensis

(Clupeidae) e família Engraulidae, além de serem classificados na categoria não identificados

(NI). Os ovos de S. brasiliensis ocorreram somente na amostragem de verão, com 28,9% de

abundância e distribuíram-se principalmente na porção ao sul da reserva, atingindo densidade

máxima de 30,65 ovos/10m³ no ponto amostral próximo a Ilha Deserta (A12) (Figura 6).

Figura 6: Densidades de ovos de Sardinella brasiliensis nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 1998.

Page 29: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

15

Os ovos da família Engraulidae ocorreram, no inverno, em toda a área amostrada

atingindo abundância de 95,2% e densidade média de 172,45 ovos/10m³ (EP ± 84,72) com

máxima de 590,71 ovos/10m³ no ponto amostral próximo a Ilha Deserta (A11) (Figura 7a).

No verão os ovos desta família ocorreram em três pontos amostrais distribuídos na porção ao

sul da reserva, obtendo densidade máxima no ponto próximo a Ilha Deserta (A12) (17,11

larvas/10m³) (Figura 7b).

Figura 7: Densidades de ovos de Engraulidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998.

As larvas de peixes ocorreram com 9 famílias, tendo espécies pertencentes ao

comportamento pelágico, demersal e recifal. Carangidae, Clupeidae, Engraulidae, e

Sphyraenidae pertencem ao comportamento pelágico; Blenniidae, Gobiidae e Syngnathidae

ao comportamento recifal, Sciaenidae e Paralichthyidae ao comportamento demersal

(Apêndice 1).

No inverno foram identificadas 4 famílias: Blenniidae, Engraulidae, Paralichthyidae e

Sciaenidae, as larvas não identificadas (NI) ocorreram com 8,9%. A família Engraulidae foi a

mais abundante atingindo 62,2% (Tabela 4). No verão, as larvas identificadas pertenceram à 7

famílias: Blenniidae, Carangidae, Clupeidae, Gobiidae, Sciaenidae, Sphyraenidae e

Syngnathidae. A família mais abundante foi Clupeidae (39,4%), seguida pelas famílias

Blenniidae e Sciaenidae (ambas com 9,1%), sendo que as larvas NI representaram 27,3%

(Tabela 4).

Page 30: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

16

Tabela 4: Famílias de larvas de peixes coletadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante o inverno de 1997 e verão de 1998, com porcentagem de participação e densidades médias por 10 m³. Nota: NI= não identificados

Inverno 1997 Verão 1998 Famílias % média/10m³ % média/10m³

Blenniidae 15,6 0,59 (EP ± 0,23) 9,1 0,15 (EP ± 0,11) Carangidae 0,0 0,00 6,1 0,12 (EP ± 0,08) Clupeidae 0,0 0,00 39,4 0,56 (EP ± 0,45) Engraulidae 62,2 2,20 (EP ± 0,60) 0,0 0,00 Gobiidae 0,0 0,00 3,0 0,07 (EP ± 0,07) Paralichthyidae 4,4 0,24 (EP ± 0,24) 0,0 0,00 Sciaenidae 8,9 0,32 (EP ± 0,11) 9,1 0,15 (EP ± 0,11) Sphyraenidae 0,0 0,00 3,0 0,05 (EP ± 0,05) Syngnathidae 0,0 0,00 3,0 0,08 (EP ± 0,08) NI 8,9 0,35 (EP ± 0,24) 27,3 0,51 (EP ± 0,14)

As larvas das famílias Blenniidae, Carangidae, Clupeidae, Paralichthyidae,

Sphyraenidae e Syngnathidae foram identificadas ao menor taxon. A família Blenniidae foi

representada, no inverno e verão, pela espécie Hypleurochilus fissicornis. As famílias

Carangidae, Sphyraenidae e Syngnathidae estiveram presentes no verão, com as espécies,

Chloroscombrus chrysurus, Sphyraena sp. e Syngnathus elucens, respectivamente. As larvas

de Clupeidae ocorreram no verão, sendo identificadas Sardinella brasiliensis e Opisthonema

oglinum. A família Paralichthyidae, presente no inverno, foi representada pela espécie

Etropus crossotus (Tabela 5).

Tabela 5: Espécies de larvas de peixes identificadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante o inverno de 1997 e verão de 1998, com porcentagem de participação e densidades médias por 10 m³.

Inverno 1997 Verão 1998 Famílias Espécies % média/10m³ % média/10m³

Blenniidae Hypleurochilus fissicornis 15,6 0,59 (EP ± 0,23) 3,0 0,04 (EP ± 0,04)

Carangidae Chloroscombrus chrysurus 0,0 0,00 6,1 0,12 (EP ± 0,08)

Clupeidae Sardinella brasiliensis 0,0 0,00 36,4 0,52 (EP ± 0,46)

Clupeidae Opisthonema oglinum 0,0 0,00 3,0 0,05 (EP ± 0,05)

Paralichthyidae Etropus crossotus 4,4 0,24 (EP ± 0,24) 0,0 0,00

Sphyraenidae Sphyraena sp. 0,0 0,00 3,0 0,05 (EP ± 0,05)

Syngnathidae Syngnathus elucens 0,0 0,00 3,0 0,08 (EP ± 0,08)

Page 31: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

17

As famílias acima de 4% de abundância relativa, durante o ano de 1997/1998, foram

Engraulidae (35,9%), Clupeidae (16,7%), Blenniidae (12,8%) e Sciaenidae (9,0%). A família

Engraulidae ocorreu apenas no inverno distribuindo-se em toda a área amostrada, com

densidade média de 2,20 larvas/10m³ (EP ± 0,60) (Figura 8, Tabela 4). A família Clupeidae

ocorreu no verão, onde a espécie Sardinella brasiliensis esteve presente na porção ao sul da

reserva, em dois pontos amostrais representando 36,4% de abundância relativa (Figura 9a;

Tabela 5). Opisthonema oglinum ocorreu no ponto amostral próximo a Ilha Deserta (A11)

com densidade de 0,27 larvas/10m³ (Figura 9b; Tabela 5).

Figura 8: Densidades de larvas de peixes de Engraulidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o inverno de 1997.

Page 32: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

18

Figura 9: Densidades de larvas de peixes de Clupeidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) durante o verão de 1998 para as espécies: (a) Sardinella brasiliensis e (b) Opisthonema oglinum.

A família Blenniidae ocorreu nos dois períodos amostrais, sendo que a maioria das

larvas foram representadas pela espécie Hypleurochilus fissicornis. No inverno foi observada

em quatro pontos amostrais destacando-se o próximo da Ilha Deserta (A11), onde atingiu

densidade de 1,43 larvas/10m³ (Figura 10a). Por outro lado, no verão, algumas larvas desta

família não foram identificadas a nível de espécie, com distribuição no ponto amostral

próximo a Ilha do Arvoredo (A8) (Figura 11), já a larva da espécie H. fissicornis esteve

presente no ponto próximo a Ilha Deserta (A12), com 0,25 larvas/10m³ (Figura 10b).

A família Sciaenidae foi encontrada no inverno, com densidade média de 0,32

larvas/10m³ (EP ± 0,11) com uma máxima de 0,72 larvas/10m³ (A11) (Figura 12a; Tabela 4).

No verão, a família foi identificada na região ao sul da reserva com média de 0,15 larvas/10m³

(EP ± 0,11) (Figura 12b; Tabela 4).

Page 33: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

19

Figura 10: Densidades de larvas de peixes de Blenniidae da espécie Hypleurochilus fissicornis, nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998.

Figura 11: Densidades de larvas de peixes de Blenniidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 1998.

Page 34: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

20

Figura 12: Densidades de larvas de peixes de Sciaenidae nos 6 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 1997 e (b) verão de 1998.

Page 35: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

21

Campanha de 2007/2008

Na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA) coletou-se um total de 24 ovos

e 63 larvas durante o inverno de 2007, e 60 ovos e 126 larvas no verão de 2008 (Tabela 6). No

inverno as densidades de ovos ocorreram com baixos valores apresentando média de 2,48

ovos/10m3 (EP ± 0,63), onde as maiores foram observadas nos pontos amostrais próximos as

Ilhas do Arvoredo (A8) e da Galé (A10) com 5,01 e 6,11 ovos/10m3, respectivamente (Tabela

6; Figura 13a). Na amostragem de verão foi registrada densidade média de 7,12 ovos/10m3

(EP ± 1,39), com os valores mais altos ocorrendo no norte da reserva próximo a Ilha da Galé

(A10) com 18,01 ovos/10m3 (Tabela 6; Figura 13b).

Tabela 6: Abundâncias numéricas e densidades de ovos e larvas de peixes (n/m³), para cada ponto amostral, durante o inverno de 2007 e o verão de 2008 na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC).

Inverno 2007 Verão 2008 Densidade Densidade Densidade Densidade Ponto

Amostral Ovos (n)

Larvas (n) (ovos/10m³) (larvas/10m³)

Ovos (n)

Larvas (n) (ovos/10m³) (larvas/10m³)

A 1 5 4 4,25 3,4 6 2 8,12 2,71 A 2 0 4 0 5,5 2 2 2,88 2,88 A 3 1 3 0,96 2,88 6 9 6,11 9,16 A 4 0 7 0 8,28 9 8 12,36 10,99 A 5 4 14 4,44 15,53 5 22 6,95 30,58 A 6 0 2 0 2,4 3 6 5,72 11,43 A 7 3 0 2,89 0 0 2 0 2,67 A 8 5 0 5,01 0 1 6 1,59 9,53 A 9 1 20 1,12 22,44 5 11 6,84 15,05

A 10 2 5 6,11 15,26 11 13 18,01 21,29 A 11 1 2 1,26 2,51 5 29 7,67 44,51 A 12 2 2 3,76 3,76 7 16 9,2 21,04

Total 24 63 χ 2,48 χ 6,83 60 126 χ 7,12 χ 15,15

As larvas de peixes distribuíram-se no período de inverno com densidade média de

6,83 larvas/10m³ (EP ± 2,06), apresentando os maiores valores na porção norte da área de

estudo, onde atingiram até 22,44 larvas/10m³ (A9), entretanto não foram registradas larvas

próximo da Ilha do Arvoredo (A7 e A8) (Tabela 6; Figura 14a). Por outro lado, no verão, as

larvas distribuíram-se ao longo de toda a região amostrada, com densidade média de 15,15

larvas/10m³ (EP ± 3,62). A menor densidade observada foi na Ilha do Arvoredo (A7) (2,67

larvas/10m³) e a maior na Ilha Deserta (A11) (44,51 larvas/10m³) (Tabela 6; Figura 14b).

Page 36: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

22

Figura 13: Densidades de ovos de peixes nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008.

Figura 14: Densidades de larvas de peixes nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008.

Dois taxa de ovos de peixes foram classificados, a espécie Sardinella brasiliensis

(Clupeidae) e a família Engraulidae, sendo que foram separados os ovos não identificados

(NI). Os ovos de S. brasiliensis ocorreram apenas na amostragem de verão de 2008, quando

distribuíram-se praticamente em toda a área de estudo, com uma abundância relativa de

21,7% e densidade máxima de 4,12 ovos/10m³ entre as ilhas da RBMA (A4) (Figura 15).

Durante a amostragem de inverno de 2007, os ovos da família Engraulidae representaram

12,5% de abundância relativa e densidade máxima de 2,22 ovos/10m3 no ponto amostral mais

ao norte da reserva (A5) (Figura 16a). No verão, a abundância relativa de Engraulidae diminui

para 5%, com distribuição restrita na porção sudeste da reserva (Figura 16b).

Page 37: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

23

Figura 15: Densidades de ovos de Sardinella brasiliensis nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 2008.

Figura 16: Densidades de ovos de Engraulidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008.

Page 38: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

24

As larvas foram classificadas em 15 famílias (Apêndice 1), divididas em espécies

pelágicas, demersal e recifais. As larvas de espécies de comportamento pelágico foram

representadas por Clupeidae, Engraulidae, Carangidae, Gerreidae, Mugilidae, Sphyraenidae e

Trichiuridae. Com relação ao comportamento recifal foram identificadas as famílias

Synodontidae, Serranidae, Labrisomidae, Blenniidae e Gobiidae. Os indivíduos representados

pelo comportamento demersal foram Haemulidae, Sciaenidae e Paralichthyidae.

No inverno, as larvas coletadas pertenceram a 5 famílias, tendo Engraulidae como a

mais abundante, representando 90,5% de abundância relativa, seguida pelas famílias

Sciaenidae com 3,2%, e Blenniidae, Labrisomidae e Paralichthyidae com 1,6%. Na

amostragem de verão foram observadas as 15 famílias descritas anteriormente, com as

maiores densidades médias para Gerreidae (3,66 larvas/10m³), Clupeidae (1,89 larvas/10m³),

Engraulidae (1,89 larvas/10m³), Blenniidae (1,51 larvas/10m³), Carangidae (1,14 larvas/10m³)

e Gobiidae (1,13 larvas/10m³) (Tabela 7).

Tabela 7: Famílias de larvas de peixes coletadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante o inverno de 2007 e verão de 2008, com porcentagem de participação e densidades médias por 10 m³. Nota: NI= não identificados

Inverno 2007 Verão 2008 Famílias % média/10m³ % média/10m³

Blenniidae 1,6 0,07 (EP ± 0,07) 9,5 1,51 (EP ± 0,75) Carangidae 0,0 0,00 7,1 1,14 (EP ± 0,43) Clupeidae 0,0 0,00 13,5 1,89 (EP ± 0,64) Engraulidae 90,5 6,16 (EP ± 2,09) 11,9 1,89 (EP ± 1,05) Gerreidae 0,0 0,00 24,6 3,66 (EP ± 1,51) Gobiidae 0,0 0,00 7,1 1,13 (EP ± 0,61) Haemulidae 0,0 0,00 0,8 0,12 (EP ± 0,12) Labrisomidae 1,6 0,16 (EP ± 0,16) 3,2 0,47 (EP ± 0,29) Mugilidae 0,0 0,00 1,6 0,23 (EP ± 0,15) Paralichthyidae 1,6 0,10 (EP ± 0,10) 5,6 0,90 (EP ± 0,44) Sciaenidae 3,2 0,25 (EP ± 0,17) 4,8 0,70 (EP ± 0,21) Serranidae 0,0 0,00 1,6 0,23 (EP ± 0,16) Sphyraenidae 0,0 0,00 0,8 0,08 (EP ± 0,08) Synodontidae 0,0 0,00 4,0 0,62 (EP ± 0,40) Trichiuridae 0,0 0,00 0,8 0,13 (EP ± 0,13) NI 1,6 0,09 (EP ± 0,09) 3,2 0,46 (EP ± 0,34)

Page 39: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

25

Para as larvas amostradas das famílias Blenniidae, Carangidae, Clupeidae,

Labrisomidae, Mugilidae, Paralichthyidae, Sphyraenidae, Synodontidae e Trichiuridae foi

possível a identificação ao nível de espécie. A família Blenniidae esteve presente com duas

espécies, Scartella cristata, ocorrendo nos dois períodos sazonais, e Hypleurochilus

fissicornis, no verão. A família Carangidae ocorreu no verão com 3 espécies, sendo elas:

Chloroscombrus chrysurus, Oligoplites sp., Selene sp. A família Clupeidae esteve presente no

verão com duas espécies, Opisthonema oglinum e Harengula clupeola. As larvas da família

Labrisomidae só foram identificadas ao nível de espécie no verão, sendo representadas por

Malacoctenus delalandii. A família Mugilidae foi identificada pela espécie Mugil sp., e as

larvas de Paralichthyidae representadas por Paralichthys sp. (inverno) e por Etropus crossotus

(verão). As famílias Sphyraenidae, Synodontidae e Trichiuridae ocorreram no verão e foram

representadas pelas espécies Sphyraena sp., Synodus intermedius e Trichiurus lepturus,

respectivamente (Tabela 8).

Tabela 8: Espécies de larvas de peixes coletadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), durante o inverno de 2007 e verão de 2008, com porcentagem de participação e densidades médias por 10 m³. Inverno 2007 Verão 2008

Famílias Espécies % média/10m³ % média/10m³ Blenniidae Scartella cristata 1,6 0,07 (EP ± 0,07) 4,8 0,76 (EP ± 0,23) Blenniidae Hypleurochilus fissicornis 0,0 0,00 4,8 0,75 (EP ± 0,64) Carangidae Chloroscombrus chrysurus 0,0 0,00 2,4 0,39 (EP ± 0,22) Carangidae Oligoplites sp. 0,0 0,00 4,0 0,64 (EP ± 0,38) Carangidae Selene sp. 0,0 0,00 0,8 0,11 (EP ± 0,11) Clupeidae Opisthonema oglinum 0,0 0,00 4,8 0,69 (EP ± 0,40) Clupeidae Harengula clupeola 0,0 0,00 8,7 1,20 (EP ± 0,54) Labrisomidae Malacoctenus delalandii 0,0 0,00 2,4 0,36 (EP ± 0,28) Mugilidae Mugil sp. 0,0 0,00 1,6 0,23 (EP ± 0,15) Paralichthyidae Paralichthys sp 1,6 0,10 (EP ± 0,10) Paralichthyidae Etropus crossotus 0,0 0,00 5,6 0,90 (EP ± 0,44) Sphyraenidae Sphyraena sp. 0,0 0,00 0,8 0,08 (EP ± 0,08) Synodontidae Synodus intermedius 0,0 0,00 4,0 0,62 (EP ± 0,40) Trichiuridae Trichiurus lepturus 0,0 0,00 0,8 0,13 (EP ± 0,13)

Page 40: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

26

As famílias coletadas na campanha de 2007/2008 com abundância relativa acima de

4%, foram descritas separadamente, sendo elas: Engraulidae (38,1%), Gerreidae (16,4%),

Clupeidae (8,9%), Blenniidae (6,9%), Carangidae (4,8%), Gobiidae (4,8%), Sciaenidae

(4,2%) e Paralichthyidae (4,2%). Engraulidae foi a mais abundante durante o período

amostrado, no inverno, as larvas distribuíram-se em toda a área amostrada, destacando-se a

região norte da reserva com 22,44 larvas/10m³ (A9) (Figura 17a). Entretanto, no verão, as

larvas desta família estiveram presentes em cinco pontos amostrais, com a maior densidade

ocorrendo próximo a Ilha Deserta (A11) (12,28 larvas/10m³) (Figura 17b).

Figura 17: Densidades de larvas de Engraulidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008.

A família Gerreidae ocorreu apenas na amostragem de verão, onde as larvas

distribuíram-se na porção centro-leste da região de estudo, com as máximas densidades no

ponto amostral ao norte da reserva (A5) e próximo a Ilha Deserta (A11), com respectivamente

15,29 e 12,28 larvas/10m³ (Figura 18). A família Clupeidae foi representada por duas

espécies, Opisthonema oglinum e Harengula clupeola, ambas presentes na amostragem de

verão com abundância relativa de 3,1 e 5,8%, respectivamente. A espécie O. oglinum esteve

presente em três pontos amostrais, distribuídos ao norte da área de estudo, e suas densidades

foram 4,12 (A4); 2,78 (A5) e 1,37 (A9) larvas/10m³ (Figura 19a). A espécie H. clupeola

apresentou densidade média de 1,20 larvas/10m³ (EP ± 0,54), não demonstrando um padrão

na sua distribuição espacial (Figura 19b).

Page 41: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

27

Figura 18: Densidades de larvas de Gerreidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 2008.

Figura 19: Densidades de larvas de Clupeidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no verão de 2008 para as espécies: (a) Opisthonema oglinum e (b) Harengula clupeola.

Page 42: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

28

A família Blenniidae esteve presente nos dois períodos amostrados. Durante o período

de inverno, esta família foi representada pela espécie Scartella cristata, com densidade de

0,85 larvas/10m³ no ponto amostral mais costeiro (A1) (Figura 20a). No verão S. cristata

apresentou densidades similares entre os pontos, variando de 0 à 1,90 larvas/10m³ (Figura

20b), e a espécie Hypleurochilus fissicornis distribuiu-se na Ilha Deserta com 7,67 (A11) e

1,31 larvas/10m³ (A12) (Figura 21).

Figura 20: Densidades de larvas de Scartella cristata (Blenniidae) em 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008.

As famílias Carangidae e Gobiidae estiveram presentes apenas na amostragem de

verão. A família Gobiidae distribuiu-se nas Ilhas do Arvoredo e Deserta, atingindo nesta

última densidade de 6,14 larvas/10m³ (A11) (Figura 22). A família Carangidae foi

representada por três espécies: Chloroscombrus chrysurus, que distribuiu-se em três pontos

amostrais, tendo a máxima densidade ao sul da área de estudo (A6) (1,90 larvas/10m³) (Figura

23a); Oligoplites sp. ocorreu ao norte da região (A5) (4,17 larvas/10m³) (Figura 23b); e Selene

sp., ocorreu com baixa densidade estando presente apenas no ponto mais costeiro (A1) (1,35

larvas/10m³) (Figura 23c).

Page 43: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

29

Figura 21: Densidades de larvas de Hypleurochilus fissicornis (Blenniidae) em 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para o verão de 2008.

Figura 22: Densidades de larvas de Gobiidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 2008.

Page 44: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

30

As famílias Sciaenidae e Paralichthyidae ocorreram nos dois períodos amostrados,

ambas com abundância relativa de 4,2%. No inverno a família Sciaenidae distribuiu-se em

dois pontos amostrais, atingindo a máxima densidade no ponto amostral próximo a Ilha

Deserta (A12) (1,88 larvas/10m³) (Figura 24a). Na amostragem de verão, esta família

manteve densidades similares entre os pontos, com média de 0,70 larvas/10m³ (EP ± 0,21)

(Figura 24b). A família Paralichthyidae ocorreu, no inverno, apenas ao sul da região estudada,

representada pela espécie Paralichthys sp, com densidade de 1,20 larvas/10m³ (A6). (Figura

25a). No verão, a espécie Etropus crossotus, apresentou densidade média de 0,90 larvas/10m³

(EP ± 0,44), com valor máximo próximo a Ilha da Galé (A9) (4,10 larvas/10m³) (Figura 25b).

Figura 23: Densidades de larvas de Carangidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para o verão de 2008 paras as espécies: (a) Chloroscombrus chrysurus, (b) Oligoplites sp. e (c) Selene sp.

Page 45: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

31

Figura 24: Densidades de larvas de Sciaenidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b)verão de 2008.

Figura 25: Densidades de larvas de Paralichthyidae nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para a espécies de Paralichthys sp. no inverno de 2007 (a) e para a espécie Etropus crossotus no verão de 2008 (b).

Page 46: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

32

4.1.2 Análise dos Parâmetros Ambientais

Na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA) a transparência da água, para o

inverno de 2007 e o verão de 2008, registrou média de 5,17 (EP ± 0,15) e 7,00 (EP ± 0,61)

metros de profundidade, respectivamente. No inverno a transparência foi similar entre os

pontos amostrais, tendo o menor valor (4,00 metros) próximo a Ilha da Galé (A9) (Figura

26a). No período amostral de verão a menor transparência (2,50 metros) foi obtida no ponto

mais costeiro (A1), e as maiores nos pontos entre Ilhas (A2 e A4) (10,00 metros) e na Ilha

Deserta (A11 e A12) (8,50 metros) (Figura 26b).

Figura 26: Transparência da água nos 12 pontos amostrais na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008.

No inverno a salinidade da água registrou mínima de 27,80 e máxima de 35,77 nos

pontos amostrais entre Ilhas (A3 e A4), no verão os valores mínimo e máximo também foram

registrados no ponto entre Ilhas (A4 e A5), 28,96 e 35,53, respectivamente (Tabela 9). A

temperatura atingiu no ponto entre Ilhas (A4), 19,48°C no inverno e 26,79°C no verão

(Tabela 9).

Page 47: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

33

Tabela 9: Valores salinidade (S) e temperatura (T°C) nos 12 pontos amostrais analisados na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para o inverno de 2007 e verão de 2008.

Inverno 2007 Verão 2008 Ponto

Amostral S

Mínima S

Máxima T°C

Mínima T°C

Máxima S

Mínima S

Máxima T°C

Mínima T°C

Máxima A 1 28,58 33,84 15,57 17,6 29,95 34,91 20,81 26,48 A 2 29,33 35,10 15,44 18,58 33,44 35,30 20,02 26,54 A 3 27,80 35,40 15,27 18,98 30,51 35,43 18,32 26,46 A 4 28,3 35,77 15,23 19,48 28,96 35,53 18,21 26,79 A 5 28,17 35,69 15,20 19,33 33,05 35,53 18,41 25,91 A 6 29,89 34,94 15,36 18,42 33,01 25,08 19,12 26,52 A 7 29,3 29,72 15,67 16,02 33,99 34,20 25,10 26,63 A 8 30,08 31,45 15,86 16,37 34,12 34,16 25,36 25,67 A 9 28,47 32,77 15,22 16,59 33,39 33,72 24,85 25,22

A 10 29,51 34,39 15,71 18,09 32,75 34,76 21,45 25,62 A 11 29,32 32,83 15,70 17,07 33,54 34,47 23,40 25,92 A 12 29,87 35,35 15,98 18,81 34,28 35,06 20,55 25,98

Através do diagrama TS observou-se, para a área de estudo, a existência de três

massas de água durante o inverno de 2007 e o verão de 2008: Água Central do Atlântico Sul

(ACAS), Água Subtropical de Plataforma (ASP) e a Água Costeira (AC). No inverno, a ASP

foi registrada abaixo dos 25 metros de profundidade, com temperatura variando de 17,3 a

19,4°C e salinidade entre 33,6 e 35,7, e a AC com temperaturas e salinidades variando,

respectivamente, de 15,2 a 17,4°C, e 27,8 a 33,4 (Figura 27a). No verão esta massa d’água foi

caracterizada por temperaturas variando entre 24,3 e 26,7°C e salinidades entre 28,9 e 33,9, e

a ACAS, ocorreu abaixo de 25 metros de profundidade, com temperaturas e salinidades

variando entre 18,2 e 18,9°C, 35,2 e 35,5 respectivamente (Figura 27b).

A análise de componentes principais realizada na RBMA para o ano de 2007/2008,

demonstrou, entre os dois eixos principais, 64,9%, observando-se claramente uma

sazonalidade entre as estações do ano. As maiores densidades do ictioplâncton ocorreram no

verão juntamente com as maiores salinidade de fundo e transparência da água, sendo

explicado pelo eixo 1 (42,7%) (Figura 28).

Page 48: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

34

Figura 27: Diagrama TS na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para: (a) inverno de 2007 e (b) verão de 2008.

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superf ície

-5 metros

-10 metros

-15 metros

-20 metros

-25 metros

-30 metros

-35 metros

-40 metros

ASP

AC

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície

-5 metros

-10 metros-15 metros

-20 metros

-25 metros

-30 metros-35 metros

-40 metros

ACAS

AC

(a) inverno/2007

(b) verão/2008

Page 49: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

35

Figura 28: Análise de componentes principais, com parâmetros abióticos e dados bióticos, para a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008.

PCA RBMAA

xis

2

Axis 1

A1_i_07

A2_i_07

A3_i_07A4_i_07

A5_i_07A6_i_07

A7_i_07

A8_i_07

A9_i_07A10_i_07

A11_i_07

A12_i_07

A1_v_08

A2_v_08

A3_v_08A4_v_08A5_v_08

A6_v_08

A7_v_08A8_v_08

A9_v_08

A10_v_08A11_v_08A12_v_08

-0.3

-0.5

-0.8

-1.0

-1.3

0.3

0.5

0.8

1.0

1.3

-0.3-0.5-0.8-1.0-1.3 0.3 0.5 0.8 1.0 1.3

S% sup.

T C sup.

S% fun.

T C fun.

Secchi

profundidade

dens. L

dens. O

Vector scaling: 1,81

Page 50: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

36

4.1.3 Estrutura da comunidade do Ictioplâncton de 1997/1998 versus 2007/2008

Na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA), as densidades de ovos

mostraram diferenças significativas para os períodos de inverno de 1997, verão de 1998,

inverno de 2007 e verão de 2008 (graus de liberdade= 1; F= 12,11; p= 0,002) (Tabela 10).

Com relação às larvas, as densidades indicaram diferenças significativas entre os verões de

1998 e 2008 (graus de liberdade= 1; F= 5,88; p= 0,02) (Tabela 11).

Tabela 10: Tabela de Tuckey para densidade de ovos na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo.

Tabela 11: Tabela de Tuckey para densidade de larvas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo.

Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade

Os Índices de Riqueza de Margalef e de Diversidade de Shannon e Weaver seguiram

os mesmos padrões ao longo dos anos amostrados (1997/1998 e 2007/2008), demonstrando

dois picos, de riqueza e de diversidade, nos verões de 1998 e 2008. O Índice de Equitabilidade

de Pielou permaneceu similar entre os períodos amostrais, com o valor mais baixo no inverno

de 2007 (Figura 29).

inverno/97 verão/98 inverno/07 verão/08inverno/97

verão/98 0,0021inverno/07 0,0002 0,2810

verão/08 0,0003 0,6364 0,9134

inverno/97 verão/98 inverno/07 verão/08inverno/97

verão/98 0,805inverno/07 0,998 0,707

verão/08 0,060 0,009 0,085

Page 51: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

37

Figura 29: Índices de Riqueza de Margalef, de Diversidade de Shannon e Weaver (H’) e de Equitabilidade de Pielou (J’), para o inverno e verão dos anos de 1997/1998 e 2007/2008.

0

1

2

3

4

5

6

inverno/97 inverno/07

estação do ano

Índi

ces

RM

H'

J'

Page 52: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

38

Análise de Agrupamento

As composições da comunidade ictioplanctônica entre os dados de 1997/1998 e

2007/2008 da RBMA formaram 2 grupos distintos, um compreendendo o inverno de 1997 e

2007 (G1), e o outro os verões de 1998 e 2008 (G2). Entre as similaridades de verão,

observou-se um grupo bem característico que compreendeu os pontos amostrais da Ilha

Deserta, e o ponto localizado ao leste da Ilha da Galé para os dois anos (Figura 30).

Figura 30: Análise de agrupamento das abundâncias dos taxa da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, para o inverno e verão dos anos de 1997/1998 e 2007/2008. Nota: Axx = ponto amostral; i= inverno; v= verão; Gx= grupo

0 100 200 300 400 500

distância euclidiana

A8_v_08A7_v_08A9_v_98A12_i_07A8_v_98

A11_v_08A12_v_08A10_v_08A11_v_98A10_v_98A12_v_98A7_v_98A11_i_07A10_i_07A9_i_07A9_i_97A8_i_97

A9_v_08A12_i_97A11_i_97A10_i_97A7_i_97

pont

os a

mos

trais

G2

G1

Page 53: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

39

4.2 Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA

4.2.1 Variação Espaço-Temporal da distribuição e abundância do Ictioplâncton

Nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA),

o ictioplâncton foi coletado, durante o ano de 2007, nas estações de verão, outono-inverno,

inverno-primavera e primavera. No verão, um total de 379 ovos de peixes foram registrados

em toda a área amostrada, no qual as menores abundâncias ocorreram nas áreas protegidas da

Baía de Tijucas (Enseada de Zimbros), e as maiores foram registradas na Praia dos Ingleses e

na Praia da Joaquina, atingindo um máximo de 232,73 ovos/10m³ (J3) (Tabela 12; Figura

31a).

Na amostragem de outono-inverno foi coletado um total de 1235 ovos, no qual

concentraram-se principalmente nos pontos costeiros protegidos da Baía de Tijucas (Enseada

de Zimbros), atingindo densidade máxima de 2.053,76 ovos/10m³ (Z2). A Praia dos Ingleses e

a Praia da Joaquina foram caracterizadas pelas menores densidades, variando de 0 a 167,03

ovos/10m³ (Tabela 12; Figura 31b).

Durante o período de inverno-primavera foi amostrado um total de 2317 ovos, no qual

estiveram presentes em toda a região de estudo, com densidades variando entre 0 e 1.291,74

ovos/10m³. De maneira geral, a Baía de Tijucas apresentou variações mais acentuadas entre

os pontos amostrais, com as menores densidades ocorrendo nos pontos mais costeiros (Tabela

12; Figura 31c). Na amostragem de primavera de 2007 coletou-se um total de 290 ovos, onde

os menores valores ocorreram na Praia da Joaquina, e os maiores na Praia dos Ingleses

atingindo 162,17 ovos/10m³ (I6) (Tabela 12; Figura 31d).

Page 54: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

40

Tabela 12: Abundâncias numéricas e densidades de ovos e larvas de peixes (n/m³), para cada ponto amostral durante o ano de 2007 nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC). Nota: Pontos amostrais= Baía de Tijucas (Z1-Z17); Praia dos Ingleses (I0-I8); Praia da Joaquina (J0-J8) SI= sem informação Verão 2007 Outono-Inverno 2007 Inverno-Primavera 2007 Primavera 2007

Ponto Amostral

Ovos (n)

Larvas

(n) Densidade

(ovos/10m³) Densidade

(larvas/10m³) Ovos (n)

Larvas (n)

Densidade (ovos/10m³)

Densidade (larvas/10m³)

Ovos (n)

Larvas (n)

Densidade (ovos/10m³)

Densidade (larvas/10m³)

Ovos (n)

Larvas (n)

Densidade (ovos/10m³)

Densidade (larvas/10m³)

Z 1 0 0 0,00 0,00 168 1 428,20 2,55 0 10 0,00 18,43 SI SI SI SI Z 2 0 1 0,00 1,75 835 1 2053,76 2,46 0 6 0,00 5,50 SI SI SI SI Z 3 0 0 0,00 0,00 3 0 9,26 0,00 0 1 0,00 2,07 SI SI SI SI Z 4 0 0 0,00 0,00 1 1 3,10 3,10 5 11 5,95 13,09 SI SI SI SI Z 5 8 2 15,79 3,95 0 0 0,00 0,00 28 17 37,79 22,94 SI SI SI SI Z 6 30 7 68,68 16,03 9 9 23,37 23,37 34 3 32,05 2,83 SI SI SI SI Z 7 0 2 0,00 2,94 19 2 52,05 5,48 77 4 93,46 4,86 SI SI SI SI Z 8 3 1 6,79 2,26 19 0 76,90 0,00 0 4 0,00 5,72 SI SI SI SI Z 9 11 0 14,48 0,00 23 6 34,87 9,10 7 9 11,84 15,23 SI SI SI SI

Z 10 5 15 11,81 35,43 8 2 13,32 3,33 7 0 7,30 0,00 SI SI SI SI Z 11 6 5 6,96 5,80 5 1 11,91 2,38 47 5 40,96 4,36 SI SI SI SI Z 12 18 10 25,71 14,28 18 1 41,49 2,30 487 5 424,09 4,35 SI SI SI SI Z 13 7 16 9,30 21,26 11 0 25,24 0,00 6 5 8,75 7,29 SI SI SI SI Z 14 7 24 8,77 30,06 1 0 2,73 0,00 8 4 14,84 7,42 SI SI SI SI Z 15 0 9 0,00 13,10 0 1 0,00 1,76 21 2 24,16 2,30 SI SI SI SI Z 16 14 13 16,88 15,67 2 0 5,24 0,00 2 0 3,18 0,00 SI SI SI SI Z 17 10 34 12,59 42,82 0 1 0,00 1,96 23 1 37,04 1,61 SI SI SI SI I 0 18 14 33,29 25,89 1 0 1,65 0,00 361 5 307,53 4,26 9 0 14,40 0,00 I 1 15 11 50,44 36,99 29 0 42,43 0,00 148 5 157,83 5,33 7 0 7,67 0,00 I 2 25 15 46,42 27,85 3 0 4,01 0,00 30 24 28,71 22,97 45 0 49,69 0,00 I 3 9 14 25,67 39,93 4 0 10,82 0,00 184 1 170,70 0,93 2 4 2,91 5,81 I 4 17 16 37,82 35,66 57 0 167,03 0,00 109 1 116,41 1,07 14 0 12,61 0,00 I 5 3 23 8,58 65,78 11 1 20,42 1,86 174 6 170,75 5,89 7 0 7,84 0,00

Page 55: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

41

Tabela 12 (cont.) Verão 2007 Outono-Inverno 2007 Inverno-Primavera 2007 Primavera 2007

Ponto Amostral

Ovos (n)

Larvas

(n) Densidade

(ovos/10m³) Densidade

(larvas/10m³) Ovos (n)

Larvas (n)

Densidade (ovos/10m³)

Densidade (larvas/10m³)

Ovos (n)

Larvas (n)

Densidade (ovos/10m³)

Densidade (larvas/10m³)

Ovos (n)

Larvas (n)

Densidade (ovos/10m³)

Densidade (larvas/10m³)

I 6 2 17 3,86 32,82 1 0 2,48 0,00 52 4 49,62 3,82 135 6 162,17 7,21 I 7 14 10 22,84 16,32 1 1 1,90 1,90 33 4 48,19 5,84 33 1 37,67 1,14 I 8 3 21 7,89 55,23 3 0 6,95 0,00 296 4 333,04 4,50 13 4 14,81 4,56 J 0 2 0 6,29 0,00 0 0 0,00 0,00 32 1 1291,74 40,37 0 5 0,00 10,14 J 1 10 16 31,60 50,56 0 0 0,00 0,00 20 0 21,12 0,00 7 5 9,84 7,03 J 2 8 6 16,72 12,54 0 1 0,00 2,79 11 0 9,95 0,00 0 5 0,00 7,56 J 3 113 11 232,73 22,66 1 2 1,85 3,69 17 0 691,68 0,00 4 0 4,32 0,00 J 4 10 7 15,64 10,95 0 0 0,00 0,00 13 0 13,40 0,00 2 1 3,07 1,54 J 5 1 2 2,84 5,68 0 6 0,00 12,69 36 0 29,89 0,00 0 0 0,00 0,00 J 6 0 0 0,00 0,00 1 0 2,71 0,00 7 0 7,12 0,00 2 3 2,57 3,85 J 7 1 7 2,09 14,65 0 0 0,00 0,00 13 0 11,45 0,00 1 0 0,92 0,00 J 8 9 4 29,59 13,15 1 3 1,76 5,29 29 1 30,99 1,07 9 0 19,88 0,00

Total 379 333 χ 22,06 χ 19,20 1235 40 χ 87,01 χ 2,46 2317 143 χ 120,90 χ 6,12 290 34 χ 19,47 χ 2,71

Page 56: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

42

No verão de 2007, as larvas de peixes ocorreram, com um total de 333 indivíduos e as

maiores densidades estiveram presentes na Praia dos Ingleses, atingindo a máxima de 65,78

larvas/10m³ (I5). Este período se destacou em relação as outras estações do ano, onde as

densidades de larvas diminuíram para as três Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA (Tabela

12; Figura 32a). No outono-inverno coletou-se um total de 40 larvas, com a máxima na Baía

de Tijucas (23,37 larvas/10m³) (Z6) (Tabela 12; Figura 32b). No inverno-primavera as larvas

estiveram presentes com um total de 143 organismos, com os maiores valores sendo

observados na Baía de Tijucas e na Praia dos Ingleses, atingindo 22,94 (Z5) e 22,97 (I2)

larvas/10m³, respectivamente (Tabela 12; Figura 32c). Na amostragem de primavera foram

coletadas 34 larvas, variando de 0 à 10,14 larvas/10m³, atingindo a máxima densidade na

Praia da Joaquina (J0) (Tabela 12; Figura 32d).

Figura 31: Densidades de ovos de peixes nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. Nota: SI= sem informação

SI

Page 57: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

43

Figura 32: Densidades de larvas de peixes nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. Nota: SI= sem informação

Os ovos coletados no ano de 2007, foram classificados em dois taxa e uma categoria

“NI” (não identificados). A espécie Sardinella brasiliensis (Clupeidae) ocorreu nas

amostragens de verão, com 12,9% de abundância relativa, onde as maiores densidades

ocorreram na Baía de Tijucas (Figura 33a). Nas demais amostragens, esta espécie não foi

amostrada com importância, sendo registrada a ocorrência de larvas durante o inverno-

primavera na Praia dos Ingleses (Figura 33b).

A família Engraulidae ocorreu nos quatros períodos amostrados, sendo que no verão

os ovos estiveram presentes apenas na Baía de Tijucas, com baixas densidades (2,36

ovos/10m³) (Z10) e 1,0% de abundância relativa (Figura 34a). No outono-inverno esta família

distribuiu-se, na Baía de Tijucas e na Praia dos Ingleses, com 6,6% de abundância relativa e

densidade variando de 0 à 158,24 ovos/10m³ (Figura 34b). No inverno-primavera os ovos

SI

Page 58: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

44

distribuíram-se nas três Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA, com abundância relativa

elevada (24,8%), destacando-se a Praia dos Ingleses e a Praia da Joaquina, com 140,56

ovos/10m³ (I0) e 121,10 ovos/10m³(J0), respectivamente (Figura 34c). Na amostragem de

primavera os ovos de Engraulidae foram restritos para a Praia dos Ingleses, com densidade de

1,12 ovos/10m³ (I5) (Figura 34d).

Figura 33: Densidades de ovos de peixes de Sardinella brasiliensis nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) inverno-primavera.

Durante o ano de 2007, foram identificadas 17 famílias de larvas, nas Áreas Costeiras

Adjacentes à RBMA, sendo 7 taxa de comportamento pelágico Bregmacerotidae, Carangidae,

Clupeidae, Engraulidae, Gerreidae, Mugilidae e Myctophidae; 4 taxa de comportamento

demersal Haemulidae, Sciaenidae, Cynoglossidae e Paralichthyidae e 6 taxa de

comportamento recifal Blenniidae, Gobiidae, Labrisomidae, Pomacentridae, Serranidae e

Syngnathidae (Apêndice 1).

Na amostragem de verão, foram observadas 14 famílias, sendo Engraulidae,

Sciaenidae e Carangidae as mais abundantes. As famílias Clupeidae, Bregmacerotidae e

Labrisomidae, ocorreram apenas durante o período de verão, e as duas últimas famílias foram

amostradas na Baía de Tijucas. No outono-inverno as famílias identificadas foram Blenniidae,

Engraulidae, Haemulidae, Myctophidae e Sciaenidae. Myctophidae esteve presente somente

durante esta campanha, na Baía de Tijucas, e as famílias Blenniidae e Haemulidae ocorreram

na Baía de Tijucas (Tabela 13).

Page 59: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

45

Figura 34: Densidades de ovos de peixes de Engraulidae nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. Nota: SI= sem informação

Na amostragem de inverno-primavera identificou-se 8 famílias, sendo que

Syngnathidae só foi amostrada neste período, entretanto as famílias Engraulidae, Gobiidae e

Sciaenidae, destacaram-se como as mais abundantes entre as Áreas Costeiras Adjacentes à

RBMA. As famílias Blenniidae, Gobiidae, Mugilidae, Haemulidae e Syngnathidae ocorreram

na Baía de Tijucas, e Gerreidae foi amostrado na Praia dos Ingleses. Na primavera as larvas

foram classificas em 10 famílias, onde Engraulidae ocorreu com abundância de 61,8% e

densidade média de 1,66 larvas/10m³ (EP ± 0,78) na Praia dos Ingleses e 1,59 larvas/10m³

(EP ± 0,82) na Praia da Joaquina. A família Pomacentridae foi amostrada somente neste

período do ano, na Praia dos Ingleses, atingindo densidade média de 0,16 larvas/10m³

(EP ± 0,17) (Tabela 13).

SI

Page 60: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

46

Tabela 13 Famílias de larvas de peixes coletadas para cada Área Costeira Adjacente à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) durante o ano de 2007, com suas respectivas abundâncias totais e densidades médias por 10 m³. Nota: NI= não identificados, SI= sem informação.

Verão 2007 Outono-Inverno 2007 Inverno-Primavera 2007 Primavera 2007 Famílias % média/10m³ % média/10m³ % média/10m³ % média/10m³

Tijucas Blenniidae 2,9 0,44(EP ± 0,20) 7,7 0,30(EP ± 0,30) 3,4 0,18(EP ± 0,13) SI

Bregmacerotidae 0,7 0,08(EP ± 0,08) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI

Carangidae 7,2 0,83(EP ± 0,43) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI Clupeidae 3,6 0,57(EP ± 0,41) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI Cynoglossidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI Engraulidae 7,9 0,85(EP ± 0,39) 23,1 0,80(EP ± 0,49) 6,9 0,52(EP ± 0,18) SI Gerreidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI Gobiidae 6,5 0,80(EP ± 038) 0,0 0,00 44,8 3,08(EP ± 0,96) SI Haemulidae 5,8 0,79(EP ± 0,54) 7,7 0,25(EP ± 0,18) 3,4 0,20(EP ± 0,15) SI Labrisomidae 0,7 0,08(EP ± 0,08) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI Mugilidae 0,7 0,08(EP ± 0,08) 0,0 0,00 2,3 0,14(EP ± 0,10) SI Myctophidae 0,0 0,00 3,8 0,15(EP ± 0,15) 0,0 0,00 SI Paralichthyidae 1,4 0,28(EP ± 0,28) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI

Pomacentridae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI Sciaenidae 56,1 6,44(EP ± 2,71) 34,6 1,04(EP ± 0,37) 31,0 2,20(EP ± 0,59) SI Serranidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI Syngnathidae 0,0 0,00 0,0 0,00 1,1 0,07(EP ± 0,07) SI NI 6,5 0,85(EP ± 0,44) 23,1 0,85(EP ± 0,37) 6,9 0,55(EP ± 0,24) SI

Ingleses Blenniidae 1,4 0,52(EP ± 0,36) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Bregmacerotidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Carangidae 23,4 8,02(EP ± 2,11) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Clupeidae 11,3 3,53(EP ± 1,42) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Cynoglossidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Engraulidae 47,5 18,92(EP ± 4,69) 50,0 0,21(EP ± 0,21) 81,5 4,84(EP ± 2,11) 80,0 1,66(EP ± 0,78)

Gerreidae 0,7 0,21(EP ± 0,21) 0,0 0,00 5,6 0,39 0,0 0,00 Gobiidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Haemulidae 2,8 0,83(EP ± 0,63) 0,0 0,00 0,0 0,00 6,7 0,13(EP ± 0,13) Labrisomidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Mugilidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 6,7 0,13(EP ± 0,13) Myctophidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Paralichthyidae 2,8 1,04(EP ± 0,42) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Pomacentridae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 6,7 0,16(EP ± 0,16)

Sciaenidae 2,8 1,28(EP ± 0,67) 50,0 0,21(EP ± 0,21) 7,4 0,46(EP ± 0,24) 0,0 0,00 Serranidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Syngnathidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

NI 7,1 3,02(EP ± 1,29) 0,0 0,00 5,6 0,37(EP ± 0,25) 0,0 0,00

Joaquina Blenniidae 1,9 0,36(EP ± 0,36) 0,0 0,00 0,0 0,00 5,3 0,17(EP ± 0,17) Bregmacerotidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Carangidae 11,3 1,51(EP ± 0,80) 0,0 0,00 0,0 0,00 5,3 0,22(EP ± 0,22)

Page 61: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

47

Tabela 13 (cont.)

Verão 2007 Outono-Inverno 2007 Inverno-Primavera 2007 Primavera 2007 Famílias % média/10m³ % média/10m³ % média/10m³ % média/10m³

Clupeidae 9,4 1,22(EP ± 0,54) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Cynoglossidae 1,9 0,31(EP ± 0,31) 0,0 0,00 0,0 0,00 5,3 0,17(EP ± 0,17)

Engraulidae 37,7 5,44(EP ± 2,10) 33,3 0,91(EP ± 0,47) 50,0 4,48(EP ± 4,48) 47,4 1,59(EP ± 0,82) Gerreidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Gobiidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Haemulidae 17,0 1,85(EP ± 0,94) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Labrisomidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Mugilidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Myctophidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Paralichthyidae 1,9 0,36(EP ± 0,36) 0,0 0,00 0,0 0,00 5,3 0,16(EP ± 0,16) Pomacentridae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Sciaenidae 7,5 1,30(EP ± 0,74) 66,7 1,81(EP ± 1,38) 50,0 0,12(EP ± 0,12) 5,3 0,22(EP ± 0,2)

Serranidae 1,9 0,35(EP ± 0,35) 0,0 0,00 0,0 0,00 5,3 0,16(EP ± 0,16) Syngnathidae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

NI 9,4 1,75(EP ± 1,75) 0,0 0,00 0,0 0,00 21,1 0,65(EP ± 0,46)

Dentre as famílias identificadas nas Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA, para 9 delas

foi possível a identificação a nível de espécie, sendo elas: Scartella cristata, Hypleurochilus

fissicornis, Bregmaceros atlanticus, Chloroscombrus chrysurus, Oligoplites sp., Opisthonema

oglinum, Harengula clupeola, Symphurus jenynsi, S. trewavasae, Malacotenus delalandii,

Mugil sp., Etropus crossotus, E. longimanus, Paralichthys sp. e Syngnathus folletti (Tabela

14).

Page 62: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

48

Tabela 14: Espécies de larvas de peixes coletadas para cada Área Costeira Adjacente à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) durante o ano de 2007, com suas respectivas abundâncias totais e densidades médias por 10 m³. Nota: SI= sem informação

Verão 2007 Outono-Inverno 2007 Inverno-Primavera 2007 Primavera 2007

Famílias Espécies % média/10m³ % média/10m³ % média/10m³ % média/10m³ Tijucas

Blenniidae Scartella cristata 2,9 0,44 (EP ± 0,20) 7,7 0,30 (EP ± 0,30) 2,3 0,10 (EP ± 0,10) SI SI

Blenniidae Hypleurochilus fissicornis 0,0 0,00 0,0 0,00 1,1 0,08 (EP ± 0,08) SI SI Bregmacerotidae Bregmaceros atlanticus 0,7 0,08 (EP ± 0,08) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Carangidae Chloroscombrus chrysurus 5,0 0,60 (EP ± 0,34) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Carangidae Oligoplites sp. 2,6 0,23 (EP ± 0,12) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Clupeidae Opisthonema oglinum 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Clupeidae Harengula clupeola 2,6 0,27 (EP ± 0,16) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Cynoglossidae Symphurus jenynsi 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Cynoglossidae Symphurus trewavasae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Labrisomidae Malacotenus delalandii 0,7 0,08 (EP ± 0,08) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Mugilidae Mugil sp. 0,7 0,08 (EP ± 0,08) 0,0 0,00 2,3 0,14 (EP ± 0,10) SI SI Paralichthyidae Etropus crossotus 1,4 0,28 (EP ± 0,28) 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Paralichthyidae Etropus longimanus 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Paralichthyidae Paralichthys sp. 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 SI SI Syngnathidae Syngnathus folletti 0,0 0,00 0,0 0,00 1,1 0,07 (EP ± 0,07) SI SI

Ingleses Blenniidae Scartella cristata 0,7 0,32 (EP ± 0,32) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Blenniidae Hypleurochilus fissicornis 0,7 0,21 (EP ± 0,21) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Bregmacerotidae Bregmaceros atlanticus 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Carangidae Chloroscombrus chrysurus 23,4 8,02 (EP ± 2,11) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Carangidae Oligoplites sp. 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Clupeidae Opisthonema oglinum 1,4 0,42 (EP ± 0,28) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Clupeidae Harengula clupeola 9,2 2,74 (EP ± 1,45) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Cynoglossidae Symphurus jenynsi 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Page 63: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

49

Tabela 14(cont.)

Verão 2007 Outono-Inverno 2007 Inverno-Primavera 2007 Primavera 2007 Famílias Espécies % média/10m³ % média/10m³ % média/10m³ % média/10m³

Cynoglossidae Symphurus trewavasae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Labrisomidae Malacotenus delalandii 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Mugilidae Mugil sp. 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 6,7 0,13 (EP ± 0,13)

Paralichthyidae Etropus crossotus 2,1 0,75 (EP ± 0,39) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Paralichthyidae Etropus longimanus 0,7 0,29 (EP ± 0,29) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Paralichthyidae Paralichthys sp. 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Syngnathidae Syngnathus folletti 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Joaquina Blenniidae Scartella cristata 1,9 0,36 (EP ± 0,36) 0,0 0,00 0,0 0,00 5,2 0,17 (EP ± 0,17) Blenniidae Hypleurochilus fissicornis 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Bregmacerotidae Bregmaceros atlanticus 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Carangidae Chloroscombrus chrysurus 11,3 1,51 (EP ± 0,80) 0,0 0,00 0,0 0,00 5,2 0,22 (EP ± 0,22) Carangidae Oligoplites sp. 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Clupeidae Opisthonema oglinum 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Clupeidae Harengula clupeola 9,4 1,22 (EP ± 0,54) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Cynoglossidae Symphurus jenynsi 1,9 0,31 (EP ± 0,31) 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Cynoglossidae Symphurus trewavasae 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 5,2 0,17 (EP ± 0,17) Labrisomidae Malacotenus delalandii 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Mugilidae Mugil sp. 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Paralichthyidae Etropus crossotus 1,9 0,36 (EP ± 0,36) 0,0 0,00 0,0 0,00 5,2 0,16 (EP ± 0,16) Paralichthyidae Etropus longimanus 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Paralichthyidae Paralichthys sp. 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 Syngnathidae Syngnathus folletti 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00

Page 64: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

50

No ano de 2007, para as 3 Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA, as famílias com mais

de 4% foram: Engraulidae (32,9%), Sciaenidae (24,9%), Carangidae (9,1%), Gobiidae

(8,7%), Haemulidae (4,9%) e Clupeidae (4,7%). Engraulidae, no verão, distribuiu-se nas três

Áreas Costeiras Adjacentes, com as menores densidades ocorrendo na Baía de Tijucas, por

outro lado, a Praia dos Ingleses destacou-se com os maiores valores, atingindo 48,62

larvas/10m³ (I5) (Figura 35a). No outono-inverno esta família ocorreu com baixas densidades,

as densidades médias foram de 0,80 larvas/10m³ (EP ± 0,49) na Baía de Tijucas, 0,21

larvas/10m³ (EP ± 0,21) na Praia dos Ingleses e de 0,91 larvas/10m³ (EP ± 0,047) na Praia da

Joaquina (Figura 35b). Na amostragem de inverno-primavera as larvas de Engraulidae

ocorreram principalmente na Praia dos Ingleses, entretanto a máxima densidade ocorreu na

Praia da Joaquina (40,37 larvas/10m³) (J0) (Figura 35c). Durante a primavera as larvas desta

família ocorreram com baixas densidades, variando de 0 à 6,04 larvas/10m³, no qual observou

a mesma tendência entre a Praia dos Ingleses e a Praia da Joaquina (Figura 35d).

As larvas da família Sciaenidae distribuíram-se, no verão, nas três Áreas Costeiras

Adjacentes à RBMA, destacando-se a Baía de Tijucas com máxima densidade de 41,56

larvas/10m³ (Z17), entretanto na Praia dos Ingleses e na Praia da Joaquina, atingiram 5,26

larvas/10m³ (I8) e 6,32 larvas/10m³ (J1), respectivamente (Figura 36a). No outono-inverno as

densidades diminuíram, destacando-se a Praia da Joaquina, onde a máxima foi de 12,69

larvas/10m³ (J5) (Figura 36b). Na amostragem de inverno-primavera as larvas ocorreram com

densidade média de 2,20 larvas/10m³ (EP ± 0,49) na Baía de Tijucas, de 0,46 larvas/10m³

(EP ± 0,24) na Praia dos Ingleses e de 0,12 larvas/10m³ (EP ± 0,12) na Praia da Joaquina

(Figura 36c). Durante a primavera as larvas de Sciaenidae distribuíram-se apenas na Praia da

Joaquina, apresentando densidade de 2,03 larvas/10m³ (J0) (Figura 36d).

Page 65: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

51

Figura 35: Densidades de larvas de Engraulidae nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. Nota: SI = sem informação

A espécie Chloroscombrus chrysurus foi registrada, durante o verão, em toda a área

amostrada. Na Baía de Tijucas foram amostradas larvas nos pontos amostrais de maior

profundidade, atingindo densidade de 5,32 larvas/10m³ (Z13), na praia da Joaquina as

densidades foram baixas, com média de 1,51 larvas/10m³ (EP ± 0,80). A praia dos Ingleses

destacou-se com as maiores densidades, atingindo média de 8,02 larvas/10m³ (EP ± 2,11), no

qual variou de 0 à 19,31 larvas/10m³ (Figura 37a). Na primavera, esta espécie esteve presente

apenas na Praia da Joaquina, representando 5,2% de abundância relativa (Figura 37b). A

espécie Oligoplites sp. esteve presente apenas na amostragem de verão, com distribuição na

Baía de Tijucas, apresentando densidade máxima de 1,43 larvas/10m³ (Z12) e 2,6% de

abundância relativa (Figura 38).

SI

Page 66: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

52

Figura 36: Densidades de larvas de Sciaenidae nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. Nota: SI= sem informação

A família Gobiidae ocorreu na amostragem de verão e inverno-primavera, em ambos

os períodos as larvas distribuíram-se na Baía de Tijucas. No verão as larvas ocorreram

principalmente nos pontos amostrais de maior profundidade, com densidade máxima de 5,71

larvas/10m³ (Z12) (Figura 39a). Por outro lado, na amostragem de inverno-primavera, as

larvas concentraram-se, com as maiores densidades, nos pontos mais rasos (Enseada de

Zimbros), atingindo 12,90 larvas/10m³ (Z1) (Figura 39b).

SI

Page 67: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

53

Figura 37: Densidades de larvas de Carangidae da espécie Chloroscombrus chrysurus, nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) primavera. Nota: SI= sem informação

Figura 38: Densidades de larvas de Carangidae da espécie Oligoplites sp., nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), para o verão de 2007.

SI

Page 68: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

54

Figura 39: Densidades de larvas de Gobiidae, nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) inverno-primavera.

As larvas de Haemulidae distribuíram-se, no verão, nas três Áreas Costeiras

Adjacentes à RBMA, atingindo máxima de 7,09 larvas/10m³ na Baía de Tijucas (Z16), de

5,57 larvas/10m³ na Praia dos Ingleses (I2) e de 6,26 larvas/10m³ na Praia da Joaquina (J4)

(Figura 40a). Nas amostragens de outono-inverno e inverna-primavera, esta família,

distribuiu-se na Baía de Tijucas com baixas densidades, apresentando máxima de 2,38

larvas/10m³ (Z11) e 2,43 larvas/10m³ (Z7), respectivamente (Figura 40b, c). Na primavera, as

larvas de Haemulidae ocorreram na Praia dos Ingleses, com densidade média de 0,13

larvas/10m³ ( ± 0,13) e 6,7% de abundância relativa (Figura 40d; Tabela 13).

Page 69: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

55

Figura 40: Densidades de larvas de Haemulidae, nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c)inverno-primavera e (d) primavera. Nota: SI= sem informação

A família Clupeidae ocorreu somente na amostragem de verão, e as larvas não

identificadas a nível de espécie distribuíram-se na Baía de Tijucas e na Praia dos Ingleses

(Figura 41a). A espécie Harengula clupeola, esteve presente nas três áreas amostradas, com

densidades máximas de 2,29 larvas/10m³ (Z6) na Baía de Tijucas, de 13,00 larvas/10m³ (I2)

na Praia dos Ingleses e de 4,18 larvas/10m³ (J2) na Praia da Joaquina (Figura 41b). A espécie

Opisthonema oglinum ocorreu apenas na Praia dos Ingleses, em dois pontos amostrais,

obtendo densidade média de 0,42 larvas/10m³ ( ± 0,28) (Figura 41c).

SI

Page 70: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

56

Figura 41: Densidades de larvas de Clupeidae, durante o verão, nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para: (a) Clupeidae, (b)Harengula clupeola e (c)Opisthonema oglinum.

Page 71: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

57

As densidades de ovos não tiveram diferenças significativas na Baía de Tijucas, entre

os períodos do ano (graus de liberdade= 2; F= 1,56; p= 0,22), porém na Praia dos Ingleses e

na Praia da Joaquina encontraram-se diferenças, sendo que para a Praia dos Ingleses, o

período de inverno-primavera foi diferente de todos os outros períodos do ano (graus de

liberdade= 3; F= 8,25; p< 0,001) (Tabela 15). Na Praia da Joaquina, a diferença foi entre o

verão e o outono-inverno, entre o outono-inverno e inverno-primavera e entre o inverno-

primavera e a primavera (graus de liberdade= 3; H= 19,98; p< 0,001) (Tabela 16).

Tabela 15: Tabela de Tuckey para densidade de ovos na Praia dos Ingleses. Nota: V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; V= verão.

Tabela 16: Tabela de Tuckey para densidade de ovos na Praia da de ovos na Praia da Joaquina. Nota: V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; V= verão.

Com relação as densidades de larvas, não houve diferença significativa entre os

períodos do ano para a Baía de Tijucas (graus de liberdade= 2; F= 3,08; p= 0,06), entretanto,

os resultados demonstraram diferenças para as outras áreas costeiras. Na Praia dos Ingleses,

no outono-primavera e primavera não foram diferentes (graus de liberdade= 3; F= 43,94;

p<0,001) (Tabela 17), na Praia da Joaquina, a diferença foi entre o verão e o inverno-

primavera (graus de liberdade= 3; F= 3,47; p= 0,03) (Tabela 18).

V OI IP PVOI 0,5504IP 0,0101 0,0004P 0,9964 0,6837 0,0058

V OI IP PVOI 2,96IP -1,11 -4,07P 1,72 -1,24 2,83

Page 72: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

58

Tabela 17 : Tabela de Tuckey para densidade de larvas na Praia dos Ingleses. Nota: V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; V= verão.

Tabela 18: Tabela de Tuckey para densidade de larvas na Praia da Joaquina. Nota: V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; V= verão.

Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade

O índice de Riqueza de Margalef, no verão de 2007, foi similar para as três Áreas

Costeiras Adjacentes à RBMA, atingindo a máxima na Baía de Tijucas (2,47). Entretanto, os

valores diminuíram durante as estações de outono-inverno e inverno-primavera, e na

primavera os valores de riqueza aumentaram, destacando a Praia dos Ingleses (5,04) (Figura

42). O índice de Diversidade de Shannon e Weaver permaneceu similar entre os períodos para

a Baía de Tijucas, com máxima durante o verão. Com relação a Praia dos Ingleses e a Praia da

Joaquina, o índice seguiu um padrão similar entre estas duas áreas ao longo das estações do

ano, atingindo valores máximos durante o verão na Praia da Joaquina e durante a primavera

na Praia dos Ingleses (Figura 43). O índice de Equitabilidade de Pielou seguiu padrão

similares entre a Baía de Tijucas e a Praia dos Ingleses, registrando um pico durante o outono-

inverno. Na Praia da Joaquina, foi observado um aumento do índice de equitabilidade entre as

V OI IP PVOI 0,0002IP 0,0002 0,0005P 0,0002 0,4228 0,0218

V OI IP PVOI 0,089IP 0,024 0,937P 0,181 0,983 0,780

Page 73: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

59

estações do ano, onde o pico ocorreu no inverno-primavera, porém na primavera a

equitabilidade diminui (Figura 44).

Figura 42: Índice de Riqueza de Margalef, para cada estação do ano (verão, outono-inverno, inverno-primavera e primavera) de 2007, em cada Área Costeira Adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, sendo elas: Baía de Tijucas, Praias dos Ingleses e da Joaquina.

Figura 43: Índice de Diversidade de Shannon e Weaver, para cada estação (verão, outono-inverno, inverno-primavera e primavera) do ano de 2007, em cada Área Costeira Adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, sendo elas: Baía de Tijucas, Praias dos Ingleses e da Joaquina.

0

1

2

3

4

5

6

outno-inverno

inverno-primavera

primavera

estação do ano

Índi

ce d

e R

ique

za (R

M)

Tijucas

Ingleses

Joaquina

0

0,5

1

1,5

2

2,5

outno-inverno

inverno-primavera

primavera

estação do ano

Índi

ce d

e D

iver

sida

de (H

') Tijucas

Ingleses

Joaquina

Page 74: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

60

Figura 44: Índice de Equitabilidade de Pielou, para cada estação do ano (verão, outono-inverno, inverno-primavera e primavera) de 2007, em cada Área Costeira Adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, sendo elas: Baía de Tijucas, Praias dos Ingleses e da Joaquina.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

outno-inverno

inverno-primavera

primavera

estação do ano

Índi

ce d

e E

quita

bilid

ade

(J') Tijucas

Ingleses

Joaquina

Page 75: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

61

Análise de Agrupamento

As composições da comunidade ictioplanctônica entre as Áreas Costeiras Adjacentes à

RBMA formaram 4 grupos. O grupo 1 (G1) compreendeu as três estações do ano amostradas

na Baía de Tijucas, o grupo 2 (G2) incluiu o outono-inverno e inverno-primavera da Praia da

Joaquina, e outono-inverno da Praia dos Ingleses. O grupo 3 (G3) abrangeu o verão das Praias

dos Ingleses e da Joaquina, juntamente com a primavera da Praia da Joaquina, e o grupo 4

(G4) agrupou as amostragens de inverno-primavera e primavera da Praia da Joaquina (Figura

45).

Figura 45: Análise de agrupamento da abundância dos taxa para as três Áreas Costeiras Adjacentes Reserva Biológica Marinha do Arvoredo durante cada estação (verão, outono-inverno, inverno-primavera e primavera) do ano de 2007. Nota:V= verão; OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera; P= primavera Gx= grupo.

0 50 100 150 200

distância euclidiana

P_ing

IP_ing

P_joa

V_joa

V_ing

OI_joa

IP_joa

OI_ing

IP_zim

OI_zim

V_zim

esta

ção

do a

no

G4

G2

G3

G1

Page 76: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

62

4.2.2 Análise dos Parâmetros Ambientais

No ano de 2007, durante a amostragem de verão, a transparência da água registrou

mínima de 1 e máxima de 13 metros de profundidade, com os menores valores ocorrendo na

Baía de Tijucas, nos pontos amostrais mais abrigadas (Enseada de Zimbros) e próximos da

desembocadura do rio Tijucas. Nas áreas mais expostas a transparência foi alta, com os

maiores valores ocorrendo na Praia da Joaquina (Figura 46a). Durante o outono-inverno a

menor transparência da água foi observada dentro da Baía de Tijucas, próximos a

desembocadura do rio, e a maior transparência ocorreu nas áreas mais afastas da costa (Figura

46b). Na amostragem de inverno-primavera a transparência da água demonstrou

características similares, com as maiores transparências na Praia dos Ingleses (Figura 46c). Na

primavera, a transparência da água não variou muito ao longo da região de estudo, registrando

valores entre 3 e 5 metros de profundidade, com as maiores transparências ocorrendo na Praia

da Joaquina (Figura 46d).

A salinidade da água, obtida no verão, registrou mínima de 18,74 (I3) e máxima de

35,77 (Z14), no outono-inverno os valores diminuíram, onde as maiores salinidades

ocorreram na Baía de Tijucas atingindo 32,28 (Z11). Durante a amostragem de inverno-

primavera, os valores de salinidade variaram de 10,39 (I5) à 33,98 (Z12), e na primavera

variaram de 15,29 (I7) e 35,32 (J8) (Tabela 19). A temperatura da água variou ao longo do

ano amostrado, no qual no verão os valor atingiram 30,07°C, sendo que na Praia dos Ingleses

e na Praia da Joaquina foram registrados os menores valores. Na amostragem do outono-

inverno a temperatura caiu consideravelmente, com mínima de 16,10°C (I4) e máxima de

20,31°C (Z17). No inverno-primavera a temperatura variou de 17,94°C (I5) e 22,95°C (Z17) e

na primavera de 18,56°C (J8) à 23,95°C (J0) (Tabela 19).

Page 77: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

63

Figura 46: Transparência da água nos 35 pontos amostrais nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC), no ano de 2007 para: (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera. Nota: SI= sem infromação

SI

Page 78: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

64

Tabela 19: Valores de salinidade (S) e temperatura (T°C) nos 35 pontos amostrais analisados nas Áreas Costeiras Adjacentes à Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) para o ano de 2007. Nota: Pontos amostrais= Baía de Tijucas (Z1-Z17); Praia dos Ingleses (I0-I8); Praia da Joaquina (J0-J8) SI= sem informação

Verão 2007 Outono-Inverno 2007 Inverno-Primavera 2007 Primavera 2007 Ponto

Amostral S

mínima S

máxima T°C

mínima T°C

máxima S

mínima S

máxima T°C

mínima T°C

máxima S

mínima S

máxima T°C

mínima T°C

máxima S

mínima S

máxima T°C

mínima T°C

máxima Z 1 34,03 35,59 23,11 24,25 29,10 31,27 17,80 18,23 30,24 33,55 19,45 20,74 SI SI SI SI Z 2 34,25 35,23 25,35 27,34 31,10 31,34 17,84 18,27 30,85 33,59 19,52 20,16 SI SI SI SI Z 3 29,89 35,23 25,17 28,24 31,39 31,58 17,60 17,87 33,44 33,56 19,56 19,99 SI SI SI SI Z 4 22,77 33,71 27,68 29,05 31,55 31,59 17,70 17,87 33,42 33,44 20,29 20,30 SI SI SI SI Z 5 SI SI SI SI 31,59 31,63 17,48 17,69 32,71 33,34 19,85 20,45 SI SI SI SI Z 6 23,75 35,54 22,78 28,09 31,57 31,85 17,47 17,59 32,52 33,95 18,87 20,26 SI SI SI SI Z 7 23,62 35,35 24,96 28,00 31,17 31,74 17,58 18,09 33,42 33,65 19,17 19,65 SI SI SI SI Z 8 22,62 34,94 25,90 27,86 30,72 31,59 17,76 18,20 28,46 33,49 19,35 20,40 SI SI SI SI Z 9 28,88 34,65 26,50 27,48 30,58 31,52 17,62 17,71 31,21 33,11 20,19 20,65 SI SI SI SI

Z 10 24,99 35,58 22,65 27,83 31,12 31,60 17,52 17,61 31,75 33,79 18,90 20,76 SI SI SI SI Z 11 24,38 35,61 19,70 26,85 27,46 32,28 17,91 19,30 32,30 33,95 18,81 20,52 SI SI SI SI Z 12 35,10 35,65 17,50 26,05 18,34 32,12 17,88 19,37 29,20 33,98 18,74 21,18 SI SI SI SI Z 13 34,79 35,66 19,04 27,37 SI SI SI SI 22,97 33,47 18,90 21,33 SI SI SI SI Z 14 34,44 35,77 20,61 27,82 30,85 32,18 17,90 19,12 31,61 33,63 19,02 20,77 SI SI SI SI Z 15 33,69 35,62 22,86 28,60 26,69 32,02 18,42 19,47 31,65 33,57 19,05 20,74 SI SI SI SI Z 16 32,28 34,35 27,31 29,38 26,32 31,85 18,37 20,29 16,16 31,94 20,81 21,72 SI SI SI SI Z 17 31,40 34,10 28,47 30,07 18,49 31,25 18,59 20,31 24,73 28,86 22,71 22,95 SI SI SI SI I 0 35,33 35,49 21,53 23,65 28,89 29,42 16,32 16,50 31,14 33,48 18,99 19,09 34,32 34,65 21,23 22,61 I 1 34,66 35,66 20,09 24,68 27,71 29,88 16,38 16,59 28,85 33,48 18,92 19,17 34,33 34,84 20,84 22,64 I 2 29,85 35,55 21,32 24,93 28,81 29,87 16,22 16,60 17,21 33,44 18,82 19,07 34,39 34,70 21,16 22,65 I 3 18,74 35,58 20,77 24,51 25,74 29,48 16,37 16,65 25,97 33,25 19,04 19,27 29,55 34,72 21,01 22,12 I 4 27,93 35,61 18,72 24,64 28,85 29,51 16,10 16,53 20,48 33,31 18,38 19,31 34,54 34,84 20,97 21,62 I 5 20,21 35,60 19,63 24,47 29,36 29,80 16,65 16,75 10,39 33,47 17,94 19,22 33,47 34,86 20,79 22,86 I 6 35,26 35,59 19,47 23,62 29,36 29,58 16,56 16,73 14,53 32,93 18,51 19,16 33,83 34,84 20,78 23,59 I 7 35,33 35,59 20,87 23,32 29,38 29,60 16,53 16,82 32,63 33,10 18,97 19,14 15,29 34,82 20,87 22,57 I 8 31,11 35,56 20,61 25,05 29,30 29,86 16,52 16,66 32,93 33,43 19,04 19,24 34,29 34,85 20,79 22,49

Page 79: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

65

Tabela 19 (cont.)

Verão 2007 Outono-Inverno 2007 Inverno-Primavera 2007 Primavera 2007 Ponto

Amostral S

mínima S

máxima T°C

mínima T°C

máxima S

mínima S

máxima T°C

mínima T°C

máxima S

mínima S

máxima T°C

mínima T°C

máxima S

mínima S

máxima T°C

mínima T°C

máxima J 0 23,84 35,51 20,77 22,72 30,75 30,88 16,74 16,81 SI SI SI SI 33,14 34,87 21,69 23,95 J 1 32,33 35,72 18,93 23,08 30,68 30,81 16,56 16,68 SI SI SI SI 34,58 34,93 21,33 22,97 J 2 34,12 35,77 17,79 23,37 30,59 30,83 16,57 16,70 SI SI SI SI 34,76 35,13 19,82 22,29 J 3 28,12 35,69 19,23 23,65 23,97 30,71 16,51 18,07 SI SI SI SI 34,50 34,87 21,45 23,25 J 4 28,61 35,74 18,07 23,73 21,98 30,90 16,51 17,60 SI SI SI SI 26,55 35,13 19,65 23,26 J 5 23,43 35,72 17,64 22,67 30,20 30,87 16,66 16,95 SI SI SI SI 20,95 35,27 19,04 22,89 J 6 27,07 35,71 18,58 22,68 30,61 30,90 16,63 16,79 SI SI SI SI 25,96 34,95 21,23 23,57 J 7 35,39 35,68 19,25 21,97 30,56 31,28 16,90 17,53 SI SI SI SI 34,67 34,93 21,64 22,37 J 8 34,75 35,71 17,89 22,65 29,75 30,91 16,67 17,01 SI SI SI SI 20,55 35,32 18,56 23,29

Page 80: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

66

Através do diagrama TS observou-se, para as três Áreas Costeiras Adjacentes à

RBMA, a existência de duas massas de água durante do ano de 2007: Água Central do

Atlântico Sul (ACAS) e a Água Costeira (AC). No verão, a ACAS ocorreu abaixo dos 15

metros de profundidade registrando temperatura de 17,5°C a 18,9°C e salinidade entre 35,6 e

35,7. A AC ocorreu na superfície, com temperaturas e salinidades variando de 22,70°C a

29,4°C, e de 18,7 a 33,7, respectivamente (Figura 47a; Figura 48a; Figura 49a). Nas

amostragens de outono-inverno e inverno-primavera, a massa de água presente na região

amostrada foi a AC com temperatura variando de 16,5°C a 20,3°C e salinidade de 10,4 a 33,4

(Figura 47b, c; Figura 48b, c; Figura 49b). Na primavera a AC ocorreu na área de estudo, com

temperatura mínima de 22,1°C e máxima de 23,9°C e salinidade mínima de 15,3 e máxima de

33,8. A ACAS ocorreu na Praia da Joaquina abaixo dos 25 metros de profundidade, com

valores de temperatura variando em torno 18,6°C e a salinidade em torno de 35,3 (Figura 48d;

Figura 49c).

Page 81: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

67

Figura 47: Diagrama TS para a Baía de Tijucas, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para (a) verão, (b) outono-inverno e (c) inverno-primavera.

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície

-5 metros-10 metros

-15 metros

AC

ACAS

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície

-5 metros-10 metros

-15 metros

AC

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície

-5 metros-10 metros

-15 metros

AC

(a) verão/2007

(b) outono-inverno/2007

(c) inverno-primavera/2007

Page 82: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

68

Figura 48: Diagrama TS para a Praia dos Ingleses, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para (a) verão, (b) outono-inverno, (c) inverno-primavera e (d) primavera.

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície

-5 metros-10 metros

-15 metros-20 metros

AC

ACAS

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície

-5 metros-10 metros

-15 metros

-20 metros

AC

(a) verão/2007

(b) outono-inverno/2007

Page 83: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

69

Figura 48: continuação.

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície-5 metros

-10 metros

-15 metros

-20 metros

AC

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície-5 metros

-10 metros

-15 metros-20 metros

AC

(c) inverno-primavera/2007

(d) primavera/2007

Page 84: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

70

Figura 49: Diagrama TS para a praia da Joaquina, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007 para (a) verão, (b) outono-inverno e (c) primavera.

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície

5 metros10 metros

15 metros

20 metros

25 metros30 metros

ACAS

AC

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

superfície

-5 metros

-10 metros-15 metros

-20 metros

-25 metros

-30 metros

ACAS

AC

15

17

19

21

23

25

27

29

10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36

salinidade

tem

pera

tura

(T°C

)

suprefície-5 metros

-10 metros-15 metros

-20 metros-25 metros

-30 metros

AC

(a) verão/2007

(b) outono-inverno/2007

(c) primavera/2007

Page 85: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

71

As análises de componentes principais foram realizadas separadamente para cada a

área costeira adjacentes a RBMA, para o ano de 2007. Na Baía de Tijucas, observou-se 62,4%

de explicação dos dois eixos principais. No eixo 2 (29,3%) observou-se que as maiores

densidades de ovos ocorreram durante as amostragens de outono-inverno e inverno-

primavera. As maiores transparências da água ocorreram nos pontos de maior profundidade,

juntamente com as maiores densidades de larvas (Figura 50).

Para a Praia dos Ingleses, os dois eixos principais explicaram 65,0%, o eixo 1 (46,5%)

separou as estações do ano, onde na coordenada negativa distribuíram-se separadamente os

pontos amostrais do outono-inverno e inverno-primavera, entretanto os pontos amostrais de

verão e primavera, presentes na coordenada positiva, distribuíram-se juntamente com as

maiores temperaturas e salinidade. No eixo 2 (18,5%) observou-se que os pontos amostrais de

inverno-primavera distribuíram-se associados a densidade de ovos, profundidade e a

transparência da água (Figura 51).

Na Praia da Joaquina a análise de PCA explicou nos dois eixos principais 64,8%,

demonstrando uma sazonalidade entre as estações do ano no eixo 1 (43,8%), na coordenada

negativa distribuiu-se os pontos amostrais de outono-inverno, e na coordenada positiva

encontra-se os pontos de verão e primavera. Observou-se que os pontos de verão estão

distribuídos com as maiores densidades do ictioplâncton, juntamente com as maiores

profundidades e transparência da água (Figura 52).

Page 86: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

72

Figura 50: Análise de componentes principais, com parâmetros abióticos e dados bióticos, para a Baía de Tijucas, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007.

PCA Baía de TijucasA

xis

2

Axis 1

Z 1vZ 2vZ 3v

Z 4v

Z 6v

Z 7vZ 8vZ 9v

Z 10v

Z 11v

Z 12v

Z 13v

Z 14v

Z 15v

Z 16vZ 17v

Z 1oiZ 2oi

Z 3oiZ 4oiZ 5oi

Z 6oi

Z 7oi

Z 8oiZ 9oiZ 10oiZ 11oiZ 12oi

Z 14oiZ 15oi

Z 16oiZ 17oi

Z 1ipZ 2ipZ 3ip

Z 4ip

Z 5ipZ 6ip

Z 7ip

Z 8ipZ 9ip

Z 10ip

Z 11ip

Z 12ip

Z 13ipZ 14ip

Z 15ip

Z 16ipZ 17ip -0.2

-0.4

-0.6

-0.8

-1.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

-0.2-0.4-0.6-0.8-1.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

S% sup.

T C sup.

S% fun.

T C fun.

ProfundidadeSecchi

dens. Odens. L

Vector scaling: 1,07

Page 87: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

73

Figura 51: Análise de componentes principais, com parâmetros abióticos e dados bióticos, para Praia dos Ingleses, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007.

PCA Praia dos InglesesA

xis

2

Axis 1

I 0v

I 1vI 2v

I 3vI 4vI 5v

I 6vI 7v

I 8vI 0oi

I 1oi

I 2oiI 3oi

I 4oi

I 5oiI 6oiI 7oiI 8oi I 0ip

I 1ipI 2ip

I 3ipI 4ip

I 5ip

I 6ip

I 7ipI 8ip

I 0p

I 1pI 2p

I 3pI 4pI 5p

I 6p

I 7p

I 8p-0.2

-0.4

-0.6

-0.8

-1.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

-0.2-0.4-0.6-0.8-1.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

S% sup.

T C sup.

S% fun.

T C fun.

Profundidade

Secchi

dens. O

dens. L

Vector scaling: 1,59

Page 88: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

74

Figura 52: Análise de componentes principais, com parâmetros abióticos e dados bióticos, para Praia da Joaquina, área costeira adjacente a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) no ano de 2007.

PCA Praia da JoaquinaA

xis

2

Axis 1

J 0v

J 1v

J 2v J 3v

J 4v

J 5v

J 6vJ 7v

J 8v

J 0oi

J 1oi

J 2oi

J 3oiJ 4oi J 5oi

J 6oiJ 7oi

J 8oi

J 0p

J 1p

J 2p

J 3p

J 4pJ 5p

J 6p

J 7p

J 8p

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8

-1.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

-0.2-0.4-0.6-0.8-1.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0

S% sup.T C sup.S% fun.

T C fun.

Profundidade

Secchi

dens. Odens. L

Vector scaling: 1,98

Page 89: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

75

4.3 Comparação entre as comunidades ictioplanctônicas da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e das Áreas Costeiras Adjacentes

4.3.1 Índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade

Os índices de Riqueza, Diversidade e Equitabilidade da Reserva Biológica Marinha do

Arvoredo e das Áreas Costeiras Adjacentes serão descritos de forma comparativa entre os

períodos, para o ano de 2007 e 2008. No verão o índice de Riqueza e de Diversidade foi maior

para a RBMA, e o índice de Equitabilidade foi similar entre as regiões, com os maiores

valores na RBMA e na Praia da Joaquina (Figura 53a, b, c).

Para o inverno da RBMA e o outono-inverno das áreas costeiras, observou-se uma

queda nos valores do índice de Riqueza e de Diversidade, com mínima na Praia da Joaquina e

na RBMA, respectivamente (Figura 53a, b). Por outro lado, os índices de Equitabilidade para

as Áreas Costeiras Adjacentes aumentaram em relação ao verão, atingindo 1 na Praia dos

Ingleses, entretanto na RBMA o valor diminui (Figura 53c). Com relação ao inverno-

primavera das Áreas Costeiras Adjacentes, os índices de Riqueza, Diversidade e

Equitabilidade foram praticamente similares a outono-inverno, com mínimas na Praia dos

Ingleses (Figura 54a, b, c).

Page 90: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

76

(a)

(b)

(c) Figura 53: Variação sazonal dos Índices de (a) Riqueza de Margalef; (b) Diversidade de Shannon e Weaver e (c) Pielou, para cada área amostrada durante o inverno e verão 2007/2008 na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, e verão e outono-inverno de 2007 nas Áreas Costeiras Adjacentes.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

outono-inverno

estação do ano

Índi

ce d

e R

ique

za (R

M)

Tijucas

Ingleses

Joaquina

RBMA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

outono-inverno

estação do ano

Índi

ce d

e D

iver

sida

de (H

')

Tijucas

Ingleses

Joaquina

RBMA

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

outono-inverno

estação do ano

Índi

ce d

e E

quita

bilid

ade

(J')

Tijucas

Ingleses

Joaquina

RBMA

Page 91: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

77

(a)

(b)

(c) Figura 54: Variação sazonal dos Índices de (a) Riqueza de Margalef; (b) Diversidade de Shannon e Weaver e (c) Pielou, para cada área amostrada durante o inverno e verão 2007/2008 na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, e verão e inverno-primavera de 2007 nas Áreas Costeiras Adjacentes.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

inverno-primavera

estação do ano

Índi

ce d

e R

ique

za (R

M)

Tijucas

Ingleses

Joaquina

RBMA

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

inverno-primavera

estação do ano

Índi

ce d

e D

iver

sida

de (H

')

Tijucas

Ingleses

Joaquina

RBMA

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

inverno-primavera

estação do ano

Índi

ce d

e E

quita

bilid

ade

(J')

Tijucas

Ingleses

Joaquina

RBMA

Page 92: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

78

4.3.2 Análise de Agrupamento

As composições das comunidades ictioplanctônicas entre a Reserva Biológica

Marinha do Arvoredo e as Áreas Costeiras Adjacentes foram analisadas pela análise de

agrupamento. No verão de 2007 (Áreas Costeiras Adjacentes) e de 2008 (RBMA), foi

detectada alta similaridade para a Praia da Joaquina e a Praia dos Ingleses (Figura 55). No

inverno de 2007 a RBMA foi similar com o período de inverno-primavera na Praia dos

Ingleses, sendo dissimilar do outono-inverno para as três Áreas Costeiras Adjacentes (Figura

56).

Figura 55: Análise de agrupamento das densidades das espécies para o verão de 2008 da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e para o verão de 2007 para as três Áreas Costeiras Adjacentes a esta unidade de conservação. Nota: V= verão

10 20 30 40 50 60 70 80

distância euclidiana

V_zim

V_joa

V_ing

V_A

área

de

estu

do

Page 93: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

79

Figura 56: Análise de agrupamento das densidades das espécies para o inverno de 2007 da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e para o outono_inverno e inverno-primavera de 2007 para as três Áreas Costeiras Adjacentes a esta unidade de conservação. Nota: OI= outono-inverno; IP= inverno-primavera

0 20 40 60 80 100 120 140 160

distância euclidiana

IP_zim

OI_joa

IP_joa

OI_ing

OI_zim

IP_ing

I_A

área

de

estu

do

Page 94: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

80

5 DISCUSSÃO

O ictioplâncton (ovos e larvas) identificado na área da Reserva Biológica Marinha do

Arvoredo (RBMA), da Baía de Tijucas, da Praia dos Ingleses e da Praia da Joaquina,

apresentou um total de 32 taxa pertencentes a 20 famílias, as quais foram distribuídas em 3

categorias, de acordo com o habitat dos peixes adultos (i.e. pelágico, recifal ou demersal). Os

peixes pelágicos (9 famílias) foram representados pelos taxa: Bregmaceros atlanticus,

Chloroscombrus chrysurus, Oligoplites sp., Selene sp., Clupeidae, Opisthonema oglinum,

Harengula clupeola, Sardinella brasiliensis, Engraulidae, Gerreidae, Mugil sp., Myctophidae,

Sphyraena sp. e Trichiurus lepturus. Com comportamento recifal (7 famílias) foram

identificados: Blenniidae, Hypleurochilus fissicornis, Scartella cristata, Gobiidae,

Labrisomidae, Malacotenus delalandii, Pomacentridae, Serranidae, Synodus intermedius,

Syngnathus folletti e Syngnathus elucens. Os peixes demersais (4 famílias) identificados

foram representados pelos taxa: Haemulidae, Sciaenidae, Etropus crossotus, Etropus

longimanus, Paralichthys sp., Symphurus jenynsi e Symphurus trewavasae. Na Plataforma

Continental entre os Estados do Rio de Janeiro e da Bahia, Castro (2006) observou 42

famílias de hábitos demersais, seguido por 31 famílias epipelágicas e 20 famílias

mesopelágicas, sendo este último grupo o mais abundante, com o predomínio da família

Myctophidae. Katsuragawa et al. (1993), encontraram no Litoral Norte de São Paulo

(Ubatuba) 25 famílias de hábitos demersais e 19 famílias pelágicas, com o predomínio da

família Engraulidae. Considerando que os autores agrupam famílias de hábito recifais com

demersais, pode-se observar que o predomínio de espécies demersais ocorre em regiões mais

costeiras, enquanto que a participação de famílias pelágicas aumenta com o afastamento da

costa. Além, disso observa-se uma redução no número de famílias para as latitudes maiores na

costa brasileira.

O ictioplâncton na RBMA foi caracterizado pela presença de 11 taxa no período

1997/1998 e 21 taxa no período 2007/2008, sendo que 9 taxa ocorreram nos dois períodos:

Hypleurochilus fissicornis, Chloroscombrus chrysurus, Sardinella brasiliensis, Opisthonema

oglinum, Engraulidae, Gobiidae, Etropus crossotus, Sciaenidae e Sphyraena sp.. Nas Áreas

Costeiras Adjacentes à RBMA, no ano de 2007, o número de taxa identificados foi de 15 para

a Baía de Tijucas, 13 para a Praia dos Ingleses e 10 para a Praia da Joaquina, dos quais 8 taxa

ocorreram para as três áreas: Scartella cristata, C. chrysurus, S. brasiliensis, Harengula

clupeola, Engraulidae, Haemulidae, Sciaenidae e E. crossotus. Diferenças no número de

Page 95: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

81

famílias de peixes encontradas entre as três áreas costeiras, pode ser devido ao fato de uma

região ser abrigada (Baía de Tijucas) e outra área exposta (Praia da Joaquina). Na região de

estudo foram encontrados 4 taxa com ocorrência concomitante nos 4 ambientes estudados,

fato que pode indicar uma maior capacidade de ocupação de ambientes distintos.

Os ovos de peixes coletados na RBMA e nas Áreas Costeiras Adjacentes foram

identificados em três categorias: Sardinella brasiliensis (Clupeidae), Engraulidae e não

identificados (NI). Os ovos de S. brasiliensis ocorreram no período de verão, para todas as

áreas amostradas, e durante o inverno-primavera apenas uma ocorrência pontual na Praia dos

Ingleses. Segundo Katsuragawa et al. (2006), esta espécie pode desovar ao longo de todo ano,

com maior intensidade reprodutiva no final da primavera e durante o verão. Os ovos de

Engraulidae estiveram presentes em todo o período amostral, destacando o período de inverno

de 1997 na RBMA e inverno-primavera de 2007 na Praia dos Ingleses e Praia da Joaquina.

Rutkowski et al. (2007) observaram ampla distribuição dos ovos desta família na região

costeira (<50m) do Estado de Santa Catarina, com altas densidades no mês de dezembro

próximas a Florianópolis. Matsuura et al. (1992) não coletaram ovos e larvas de Clupeidae

durante o inverno na região de Ubatuba, Estado de São Paulo, sendo que os ovos e larvas de

Engraulidae foram observados durante o verão e inverno. Esses resultados mostram que a

ocorrência de ovos da família Clupeidae apresenta um padrão de sazonalidade definido,

enquanto para Engraulidae este padrão não é observado. Além da família Engraulidae ser

encontrada em todas épocas do ano na plataforma continental de Santa Catarina, é também

observada ocupando distintos ecossistemas costeiros, como é o caso da Baía da Babitonga,

onde Costa (2007) registrou ovos de Engraulidae em diferentes períodos do ano, com um pico

na primavera.

Para as amostragens de 1997/1998 e 2007/2008 na RBMA, foram identificadas larvas

pertencentes a 4 e 5 famílias no inverno, e 7 e 15 famílias no verão, respectivamente. Este

resultado demonstrou uma maior riqueza durante o período mais quente do ano, uma vez que

este índice é uma medida do número total de taxa com o total de organismos presentes. Este

padrão foi similar ao encontrado por outros autores. Malanski et al. (2008) descreveram que o

índice de riqueza foi maior durante o verão em uma área estuarina no entorno da Ilha de Santa

Catarina (Baía-Sul, Saco dos Limões), e Costa (2007) observou uma maior riqueza durante o

verão na Baía de Babitonga (SC). O Índice de Diversidade também foi maior durante o

período de verão, o qual é considerado alto quando diferentes espécies ocorrem no ambiente

com as mesmas abundâncias. Os resultados obtidos mostram menor riqueza e diversidade nos

períodos mais frios do ano, sugerindo que um menor número de espécies conseguem se

Page 96: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

82

adaptar ao ambiente físico. Este fato foi observado no inverno de 2007, mostrando que o

Índice de Equitabilidade, que exprime a homogeneidade das abundâncias entre os taxa, foi

baixo, como resultado da dominância da família Engraulidae.

O padrão descrito acima não foi totalmente observado nas Áreas Costeiras Adjacentes

à RBMA, no qual as maiores riquezas encontradas ocorreram durante o verão e primavera,

representando 13 e 10 famílias, respectivamente. Entretanto, o Índice de Equitabilidade foi

menor durante estes meses, devido a dominância da família Sciaenidae no verão no

ecossistema da Baía de Tijucas, e Engraulidae no verão e primavera na Praia dos Ingleses e

Praia da Joaquina. O padrão de dominância destas famílias foi comprovado pela análise de

similaridade, no qual demonstrou semelhança nas abundâncias entre a Praia dos Ingleses e

Praia da Joaquina, enquanto a Baía de Tijucas apresentou características distintas na

composição do ictioplâncton. Deve-se ressaltar que os resultados gerados pelos índices

ecológicos de riqueza, diversidade e equitabilidade, foram obtidos com o intuito de identificar

variações entre os períodos e os locais amostrados, devendo ser usados com reserva para

comparações com outros estudos. Isso se deve ao fato que diferentes estudos podem utilizar

uma grande variedade de equipamentos (e.g. tamanho, forma e malha da rede) e distintos

níveis taxonômicos alcançados nas identificações de larvas de peixes.

As famílias mais abundantes na RBMA, no ano de 1997/1998, foram Blenniidae,

Clupeidae, Engraulidae e Sciaenidae. No ano de 2007/2008, além destas famílias, foram

também abundantes Carangidae, Gerreidae e Paralichthyidae. Nas Áreas Costeiras Adjacentes

à RBMA, as famílias dominantes foram Clupeidae, Carangidae, Engraulidae, Gobiidae,

Haemulidae e Sciaenidae. Itagaki (1999) descreveu que as famílias Clupeidae, Engraulidae,

Sternoptychidae, Synodontidae, Myctophidae, Bregmacerotidae, Ophidiidae, Carangidae,

Scombridae e Paralichthyidae são as mais abundantes no período correspondente ao final de

primavera e início de verão, na plataforma continental do sudeste do Brasil. Assim, pode-se

verificar que a composição do ictioplâncton, a nível de família, para zonas mais costeiras,

como as investigadas no presente trabalho, revelam características distintas daquelas

verificadas nas regiões mais afastadas da costa, especialmente associadas à presença das

famílias Sciaenidae, Blenniidae, Gobiidae, Haemulidae e Gerreidae.

Estudos sobre o ictioplâncton realizados na costa sudeste e sul do Brasil estão

descritos na Tabela 20. Destes trabalhos foram selecionados apenas os resultados obtidos

sobre a densidade e abundância das principais famílias identificadas no presente trabalho.

Observa-se que em estudos realizados nas décadas de 1970 e 1980 a família Clupeidae

destacou-se com elevadas abundâncias (e.g. Matsuura, 1977b; Soares et al., 1991). A partir

Page 97: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

83

dos anos 1990, as famílias Clupeidae e Engraulidae ocorreram com abundâncias similares na

Plataforma Continental Sudeste. A família Engraulidae ocorreu com altas abundâncias na

região de Cabo-Frio (RJ) (Lopes, 2006), Ilha de São Sebastião (SP) (Katsuragawa et al. apud

Katsuragawa et al., 2006) e Penha (SC) (Rutkowski, 2005). Em regiões estuarinas as famílias

Engraulidae e Gobiidae estiveram presentes com importâncias significativas (e.g. Malanski et

al., 2008; Souza-Conceição, 2008).

De maneira geral, os resultados dos estudos de ictioplâncton no sudeste e sul do

Brasil, compilados na Tabela 20, mostram valores de abundância das famílias superiores ao

observados no presente trabalho. Esses resultados podem estar influenciados pela metodologia

aplicada durante as amostragens, a qual utilizou uma rede tipo cilindro-cônica de 30

centímetro de boca e malha de 200 µm. Em amostras pontuais obtidas durante o ano de 1991

e 1993 por Katsuragawa (com. pess.) para locais próximos a RBMA e a Praia da Joaquina,

utilizando uma rede do tipo Bongo com malha de 333 µm, as densidades observadas também

foram maiores. Por outro lado, qualitativamente, as famílias identificadas por Katsuragawa

foram similares as encontradas no presente estudo.

Engraulidae foi a família mais abundante durante todo o período amostral, sendo que

na RBMA as maiores densidades nas amostragens ocorreram no inverno. Nas Áreas Costeiras

Adjacentes as larvas desta família distribuíram-se com as maiores densidades no verão e

inverno-primavera, destacando-se a Praia dos Ingleses. Katsuragawa & Matsuura (1990)

observaram para Cabo Frio (Rio de Janeiro) que a família Engraulidae foi a mais abundante

durante a primavera. Lopes (2006) registrou, para a mesma região, que a espécie Engraulis

anchoita foi a mais representativa no verão e inverno, sendo considerada a espécie mais

abundante na região sudeste do Brasil durante o verão por Itagaki (1999). Estes resultados

demonstram que a família Engraulidae desova com elevadas abundâncias em todas as

estações do ano, representando um importante papel na cadeia trófica como elo entre os

produtores e predadores (Schwingel, 1998). As larvas de Engraulidae, coletadas no presente

estudo, se encontravam em estágios de pré-flexão, dificultando a identificação em menor

táxon. Lopes (2006) encontrou alta frequência relativa de larvas de Engraulidae nos estágios

de pré-flexão e flexão, sugerindo que as larvas de maior tamanho (pós-flexão) têm maior

capacidade natatória e melhor capacidade visual, permitindo a fuga da rede.

A família Clupeidae foi identificada em toda a área de estudo durante o verão. A

espécie Sardinella brasiliensis foi amostrada apenas na RBMA no ano de 1997/1998,

representando alta abundância. Esta espécie foi capturada, no verão entre Cabo Frio (RJ) e

Cabo de Santa Marta Grande (SC), com maior abundância em frente a Ilha de Santa Catarina

Page 98: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

84

(Matsuura 1998). S. brasiliensis representa o recurso pesqueiro marinho de maior importância

no Brasil, sofrendo significativas oscilações interanuais nas capturas. Em 1997, a captura

atingiu 118 mil toneladas, diminuindo para 82.000 toneladas no ano de 1998 (Occhialini &

Schwingel, 2003). Para o Estado de Santa Catarina, a captura desta espécie representou em

torno de 25.000 toneladas em 2007 (GEP/UNIVALI, 2008). Estas oscilações interferem na

biomassa do estoque desovante, diminuindo assim a densidade de indivíduos no período

reprodutivo. Outro evento que pode interferir na reprodução da sardinha é a intrusão da Água

Central do Atlântico Sul (ACAS) em regiões mais costeiras. Segundo Gigliotti et al. (2009), a

distribuição de larvas desta espécie pode estar relacionada com a presença de frentes termais

que propiciam condições favoráveis a alimentação de larvas. A espécie Opisthonema oglinum

ocorreu com baixas densidades no verão na RBMA e na Praia dos Ingleses. Katsuragawa et

al. (2006) descreveram que esta espécie raramente aparece nas amostras coletadas na região

Sudeste. Harengula clupeola ocorreu no verão de 2007 nas três Áreas Costeiras Adjacentes e

em 2008 na RBMA. Rutkowski (2005) mostrou que a espécie é a mais abundante da família

Clupeidae na região da Enseada da Armação de Itapocoroy (SC), com maiores densidades

observadas entre primavera e verão.

Carangidae foi representada por três espécies no presente estudo, i.e. Chloroscombrus

chrysurus, Oligoplites sp. e Selene sp.. Na RBMA, esta família ocorreu na amostragem de

verão de 2008 com a presença das 3 espécies, tendo Oligoplites sp. a maior abundância,

enquanto na Baía de Tijucas a espécie ocorreu apenas nos pontos amostrais de maior

profundidade. Por outro lado, C. chrysurus distribuiu-se nas três Áreas Costeiras Adjacentes,

com maiores densidades na Praia dos Ingleses. Katsuragawa & Matsuura (1992), descreveram

que a família Carangidae ocorreu em todas as estações do ano no Sudeste do Brasil, com

maiores abundâncias durante a primavera e verão, sendo a espécie Trachurus lathami a mais

abundante, seguida por C. chrysurus. Segundo Katsuragawa et al. (2006), a espécie C.

chrysurus ocorre no verão em águas costeiras da região sul, sendo que os gêneros Selene e

Oligoplites apresentam menores abundâncias. C. chrysurus ocorreu em temperaturas médias

da água de 22,73°C (s=2,11) e Oligoplites sp. em 25,92°C (s=1,45). No presente trabalho as

temperaturas médias máximas registradas foram similares as observadas por Katsuragawa et

al. (op.cit.), com 26,14°C (EP ± 0,14) na RBMA e 25,58°C (EP ± 0,41) nas três Áreas

Costeiras Adjacentes.

A família Sciaenidae foi registrada em todas as estações do ano na área amostrada. Na

RBMA, esta família distribuiu-se com baixas densidades nos anos de 1997/1998 e 2007/2008.

Nas Áreas Costeiras Adjacentes, esta família ocorreu durante o verão com as maiores

Page 99: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

85

densidades, destacando a Baía de Tijucas. Nas outras estações do ano as densidades

diminuíram, tendo na primavera a ocorrência desta família somente na Praia da Joaquina.

Godefroid et al. (2001) observaram na praia do Pontal Sul (Paraná), que as larvas de pós-

flexão de Sciaenidae das espécies Menticirrhus littoralis, M. americanus e Umbrina coroides

ocorreram em todas as estações do ano, no qual o gênero Menticirrhus parece optar por águas

com menores temperaturas. No presente trabalho as larvas de Sciaenidae encontravam-se em

estágio de pré-flexão, dificultando assim a identificação ao menor taxon.

Gerreidae foi amostrado na porção centro-leste da RBMA para o verão de 2008,

representando a segunda família mais abundante na amostragem de 2007/2008. Este resultado

contesta estudos que definem as regiões estuarinas do Paraná como o limite sul da

distribuição de larvas de Gerreidae (Sinque et al., 1982 apud Katsuragawa et al., 2006;

Sinque, 1989 apud Katsuragawa et al., 2006). Souza (2003) observou no Complexo Estuarino

de Itapessoca (Pernambuco), que esta família representou 1% do total coletado, no qual as

maiores densidades foram observadas no mês de abril.

Page 100: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

86

Tabela 20: Sumário de estudos sobre o ictioplâncton, realizados na costa sudeste e sul do Brasil, com dados do período de amostragem, amostrador e resultados da participação de cada família em percentagem ou densidade das principais famílias identificadas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e nas Áreas Costeiras Adjacentes. Nota: * apud Katsuragawa et al., 2006.

Autores Local Data Amostrador Malha (µµµµm) Blenniidae Carangidae Clupeidae Engraulidae Gobiidae Haemulidae Sciaenidae

Matsuura, 1977b Sul nov/69 Rede Cônica 420 - - 74,5% 0,2% - - -

Matsuura, 1977b Sul jan/71 Rede Cônica 420 - - 77,7% 2,1% - - -

Matsuura & Nakatani, 1979 Ilha Anchieta - SP ago/73-jul/74 Rede Tipo "Picaré" - 9,7% 31,6% 5,8% - - 5,9%

Katsuragawa & Matsuura, 1990 Plataforma Sudeste nov/81 Rede Neuston 333 23,4% 0,3% 1,0% 22,7% - - -

Katsuragawa & Matsuura, 1990 Plataforma Sudeste mar/82 Rede Neuston 333 2,9% 0,9% 7,5% 3,3% - - 0,2%

Soares et al., 1991 laguna de Marapendi - RJ mar/85 - fev/86 (Primavera) Rede Cônica 350 - - 6,7% 13,3% - - -

Soares et al., 1991 laguna de Marapendi - RJ mar/85 - fev/86 (Verão)] Rede Cônica 350 - - - 9,1% - - -

Soares et al., 1991 laguna de Marapendi - RJ mar/85 - fev/87 (Outono) Rede Cônica 350 - - 80,9% - - - -

Soares et al., 1991 laguna de Marapendi - RJ mar/85 - fev/87 (Inverno) Rede Cônica 350 - - 84,2% 1,2% - - -

* Katsuragawa & Matsuura, 1998 Costa Sudeste nov-dez/97 Rede Bongo - 0,04% 2,2% 4,2% 9,8% 0,1% - 0,2%

Busoli & Muelbert, 1999 Praia do Cassino - RS out/90-abri/91 Rede Cônica 300 0,3% 0,8% 7,5% 8,2% 0,06% - 35,4%

Itagaki, 1999 Costa Sudeste dez/90 à jan/91 Rede Bongo 333 4,8

larvas/m² 182,6

larvas/m² 499,6

larvas/m² 629,0

larvas/m² 12,5

larvas/m² - 17,1

larvas/m²

Itagaki, 1999 Costa Sudeste dez/91 Rede Bongo 333 51,0

larvas/m² 926,1

larvas/m² 779,2

larvas/m² 4741,9

larvas/m² 23,2

larvas/m² - 27,2

larvas/m²

Itagaki, 1999 Costa Sudeste jan/93 Rede Bongo 333 39,7

larvas/m² 333,4

larvas/m² 1809,8

larvas/m² 1829,1

larvas/m² 13,1

larvas/m² - 15,5

larvas/m²

* Itagaki, 1999 Costa Sudeste jan/93 Rede Bongo - 0,5% 4,0% 21,7% 21,9% 0,2% - 0,2%

Rutkowski, 2005 Penha - SC set/02-ago/03 Dia Rede Cônica 200 7,6% 8,0% 3,3% 43,7% 4,0% 9,3% 19,2%

Rutkowski, 2005 Penha - SC set/02-ago/03 Noite Rede Cônica 200 5,8% 3,4% 13,8% 48,9% 10,1% 3,6% 11,3%

Lopes, 2006 Cabo Frio - RJ fev/01 Rede Multnet 333 0,3% 0,8% 2,7% 35,7% 0,2% - 0,2%

Lopes, 2006 Cabo Frio - RJ jul/01 Rede Multnet 333 0,3% 0,04% 0,1% 18,8% 0,2% - 1,1%

Costa, 2007 Baía da Babitonga - SC jul/04-abr/05 Rece Cônica 200 1,5% 1,5% - 35,9% 11,3% 12,1% 29,1%

Malanski et al., 2008 Florianopolis - SC mai/05-jul/06 Rede Cônica 200 5,3% - - 11,3% 42,9% 11,7% 8,4%

Souza-Conceição, 2008 Baía da Babitonga- SC Ago/05-ago06 Rede Cônica 200 - 1,3% 5,3% 29,9% 1,0% 0,3% 0,3%

Macedo-Soares et al., 2009 Lagoa de Ibiraquera - SC dez/03-dez/04 Rede Cônica 200 0,2

larvas/100m3 - 11,0

larvas/100m3 19,6

larvas/100m3 9,7

larvas/100m3 <0,1

larvas/100m3 3,1

larvas/100m3

* Katsuragawa et al. (manuscrito) Ilha de São Sebastião - SP fev/84 Rede Bongo - 0,3% 1,7% 23,4% 36,7% 0,2% - 0,8%

* Katsuragawa et al. (manuscrito) Ilha de São Sebastião - SP fev/84 Rede Nêuston - 0,3% 4,3% 36,6% 5,6% - - 0,9%

* Katsuragawa et al. (manuscrito) Ilha de São Sebastião - SP out/87 Rede Bongo - 3,6% 10,9% 5,8% 52,2% 0,8% 1,7% 6,1%

* Katsuragawa et al. (manuscrito) Ilha de São Sebastião - SP out/87 Rede Nêuston - 17,8% 1,6% 11,5% 30,8% - 0,1% -

Page 101: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

87

A família Gobiidae ocorreu na RBMA durante o verão de 2008 e na Baía de Tijucas

no verão e inverno-primavera de 2007. Malanski et al. (2008) descreveram, para o Saco dos

Limões (Ilha de Santa Catarina), que as larvas desta família estão presentes ao longo de todas

as estações do ano, compreendendo 42,92% de abundância, destacando o período de inverno e

outono. Em regiões oceânicas, Pereira (2000) observou no Arquipélago de São Pedro e São

Paulo, que as larvas de Gobiidae ocorrem com abundância na camada neustônica, juntamente

com as famílias Exocotidae e Myctophidae. No atol do Parque Nacional Marinho de

Abrolhos, a família Gobiidae foi a mais representativa, indicando o ambiente ideal para sua

estratégia de vida (Nonaka et al., 2000), sendo que na RBMA esta família também procurou

áreas mais protegidas. Assim, a família Gobiidae configura-se como de ampla distribuição no

Oceano Atlântico sul-ocidental, desde zonas costeiras até no entorno de ilhas oceânicas.

Blenniidae ocorreu na RBMA com as espécies Hypleurochilus fissicornis na

amostragem de 1997/1998 e Scartella cristata na amostragem de 2007/2008. Na Enseada de

Itapocoroy (Penha/SC), Rutkowski (2005) descreveu que esta família distribuiu-se em todos

os períodos do ano, destacando os meses de inverno e primavera como os de maiores

abundâncias. Entretanto, na região do Banco de Abrolhos e da Cadeia de Vitória-Trindade,

Castro (2006) registra baixa abundância desta família nas estações de primavera, outono e

inverno. Como observado para a família Gobiidae, também Blenniidae apresenta ampla

distribuição geográfica no Oceano Atlântico.

Haemulidae distribuíu-se nas três Áreas Costeiras Adjacentes à RBMA, presente em

todas as estações do ano, destacando-se o período de verão. Katsuragawa et al. (2006)

descreveram que essas larvas são raras, ocorrendo sobretudo em águas de menor

profundidade.

A família Paralichthyidae ocorreu na RBMA durante na amostragem de 2007/2008,

com indivíduos da espécie Paralichthys sp. no inverno e da espécie Etropus crossotus no

verão. Itagaki (1999) descreveu para a região Sudeste do Brasil que larvas de E. crossotus

ocorreram na área costeira, Paralichthys sp. na área nerítica e oceânica, e E. longimanus na

área nerítica, com alta densidade relativa. Estes resultados mostram que a família

Paralichthyidae possui uma ampla distribuição sobre a plataforma continental.

As maiores densidades de ovos de peixes ocorreram no período de inverno de 1997 na

RBMA, e para o outono-inverno e inverno-primavera de 2007 nas Áreas Costeiras

Adjacentes. Com relação às larvas, as maiores densidades foram observadas no verão de 2008

na RBMA e em 2007 nas Áreas Costeiras Adjacentes, sendo que as densidades diminuíram

nas demais estações do ano. Porém, esse padrão não foi observado na campanha amostral de

Page 102: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

88

1997/1998, no qual as maiores densidades ocorrem durante o período de inverno. Essa

configuração mostra que não é possível estabelecer um padrão de sazonalidade na abundância

das larvas na região de estudo. O padrão encontrado por diferentes autores, estudando o

ictioplâncton na costa sul e sudeste do Brasil, demonstram que a época de maior densidade de

ovos e larvas ocorre durante a primavera e verão (e.g. Matsuura & Nakatani, 1979;

Katsuragawa et al., 1993; Rutkowski, 2005; Lopes, 2006; Macedo-Soares et al. 2009), fato

não totalmente confirmado pelo presente trabalho.

A transparência da água foi maior em áreas abertas como na RBMA. Por outro lado,

nas regiões abrigadas, i.e. Baia de Tijucas, ocorreram os menores valores de transparência da

água, demonstrando que estes locais possuem uma alta concentração de material em

suspensão, o que pode ser explicado pela proximidade da desembocadura do Rio Tijucas.

Através da análise de PCA foi possível estabelecer padrões que relacionem as

densidades do ictioplâncton com parâmetros ambientais, sendo que as maiores densidades de

larvas ocorreram principalmente durante o verão, quando foram registradas as maiores

temperaturas e salinidades. Os maiores valores de transparência da água também foram

associados as maiores densidades do ictioplâncton. Castro (2006) descreveu que a

temperatura pode ser um dos principais fatores que influenciam a distribuição e abundância de

algumas larvas de peixes, onde observou que algumas famílias distribuíram-se em

temperaturas altas e outras em baixas. Silveira (2008), em um ambiente de manguezal,

observou que os valores elevados de temperatura e os baixos valores de salinidade podem

favorecer a densidade de larvas de peixes. Lopes (2006) verificou que os padrões de

distribuição do ictioplâncton apresentaram uma forte relação com as zonas de mistura entre as

massas de água.

A RBMA recebeu influência durante o ano de 2007/2008 de três massas de água: a

Água Costeira (AC) durante o inverno e verão; a Água Subtropical de Plataforma (ASP) no

inverno; e a Água Central do Atlântico Sul (ACAS) no verão. Nas Áreas Costeiras Adjacentes

à RBMA, durante o ano de 2007, observou-se a ocorrência da AC ao longo do ano e ACAS

principalmente no verão. Hille (2009) descreve, através de diagramas TS, na Plataforma

Continental Catarinense a presença da Água Tropical (AT), ACAS e AC.

O padrão da coluna de água durante a amostragem de inverno, na RBMA, sofreu uma

forte influência de águas de mistura, descrita por Piola et al. (2000) como a ASP, a qual é

formada pela mistura da ACAS com aportes continentais da costa do Brasil. Möller et al.

(2008) descreve que a ASP é formada pela mistura da Água da Pluma do Prata (APP) com

AT, sendo observada na região do Cabo de Santa Marta, durante o inverno. Piola et al. (2008)

Page 103: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

89

mostram para o período de inverno que a ASP é formada pela mistura da APP e AT,

ocorrendo somente quando a ACAS desloca-se para o norte. Entretanto, observa-se que as

características termohalinas da ASP são similares a massa descrita por Matsuura (1986), como

Água de Plataforma (AP) que é resultante da mistura da AC, ACAS e AT, com temperaturas

superiores a 20°C e salinidades entre 35 e 36 (Braga & Niencheski, 2006). Durante o período

de verão a APP ocorre até Rio Grande (RS) e no inverno pode chegar até o Norte do Cabo de

Santa Marta (SC) (Möller et al., 2008). A AC que foi observada no inverno na RBMA, é

derivada de aportes continentais (e.g. rio Tijucas), podendo também ter influência da APP.

Esta mistura de APP com aportes continentais da região, durante o inverno, foi observada na

costa norte Santa Catarina por Schettini et al. (2005), e na Plataforma Continental por Hille

(2009). No presente estudo o perfil vertical da água no inverno mostra-se homogêneo em

todas as áreas amostradas, este padrão foi similar ao encontrado por Carvalho et al. (1998) no

litoral Centro-Norte Catarinense numa situação de outono-inverno.

O padrão da coluna da água encontrada no verão para o presente estudo, foi descrito

por Matsuura (1986) e Rodrigues-Ribeiro (1996) como um fenômeno característico desse

período na região sudeste-sul. A ascensão da ACAS pelo processo de ressurgência costeira

promove um aumento de nutrientes na região fótica, acarretando uma elevada produção

primaria e consequentemente uma maior disponibilidade de alimento para o zooplâncton

(Braga & Niencheski, 2006). Outro fato importante evidenciado principalmente durante esta

época do ano na costa catarinense é a alta pluviosidade, a qual disponibiliza uma maior

concentração de nutrientes característicos de aporte continental (Braga & Niencheski, op.cit.).

Na área investigada no presente estudo, estes nutrientes são provenientes principalmente da

Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas, localizado à 18,5 quilômetros da RBMA (IBAMA, 1996).

No verão a presença desse aporte continental foi observada nas camadas mais superficiais,

sendo caracterizado pela menor salinidade e maior temperatura superficial. Na RBMA foi

observado uma estratificação bem definida abaixo dos 15 metros de profundidade, e a partir

dos 5 metros para as três Áreas Costeiras Adjacentes. Carvalho et al. (1998) encontraram para

a região litoral do Centro-Norte Catarinense, numa situação de primavera-verão, uma

termoclina acentuada na coluna de água. A estratificação vertical da coluna de água,

determina as flutuações das comunidades planctônicas, no qual a massa de água do fundo é

caracterizada por diatomáceas bentônicas e de zooplâncton com baixa diversidade, e a massa

de água superficial por fitoplâncton e zooplâncton de alta diversidade (Valentin, 1983 apud

Bassani et al., 1999). Durante o verão as características da AC são distintas dos padrões

encontrados no período de inverno. A influência da AT sobre a costa, misturada com aportes

Page 104: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

90

continentais locais, faz com que a AC tenha intervalos de salinidade entre 18,7 e 35,3 e

temperatura entre 23,6 e 29,4°C.

Considerando que os maiores valores de densidade de larvas foram observados no

verão, quando o ambiente estava sob influência da ACAS, pode-se considerar que o papel

desta massa de água exerce influência sobre o estabelecimento do ictioplâncton na região.

Este fato já foi observado por Matsuura & Nakatani (1979), Katsuragawa et al. (1993)

Rodrigues-Ribeiro (1996) e Rutkowski (2005). Na amostragem de 1997/1998 na RBMA não

foi determinada a configuração hidrográfica da região, impossibilitando estabelecer relações

com as maiores densidades de ictioplâncton encontradas durante o período de inverno.

Na RBMA, durante as campanhas amostrais de 1997/1998 e 2007/2008, o

ictioplâncton distribuiu-se com diferentes densidades. No inverno de 1997 as densidades de

ovos foram maiores e tiveram diferenças significativas para outras amostragens. No verão de

1998 ocorreu as maiores densidades de larvas, atingindo diferenças significativas em relação

ao verão de 2008. Para as famílias identificadas na RBMA observou-se semelhança nos

índices ecológicos entre estações do ano, no qual os maiores valores de riqueza e de

diversidade ocorram no verão, com um aumento em 2008. O índice de equitabilidade foi

similar entre as estações, com o menor índice no inverno de 2007, explicado pela dominância

da família Engraulidae. Quando comparados os índices de riqueza e de diversidade entre a

RBMA e as Áreas Costeiras Adjacentes observa-se que no verão a RBMA possui maiores

valores, concluindo-se que um maior número de taxa é encontrado na reserva. Por outro lado,

os índices de equitabilidade foram menores para este ambiente durante o período de inverno.

No Parque Nacional Natural de Isla Gorgona (Colômbia), Escarria et al. (2007)

encontraram diferenças significativas entre o lado leste e oeste da região, no qual a maioria

dos peixes presentes foram concentrados principalmente na parte leste da ilha, sendo a área

ocupada por recifes de coral. Durante o período amostrado os autores descreveram a

ocorrência de 35 espécies pertencentes a 14 famílias, destacando Gobiidae e Sciaenidae como

as mais abundantes. Na Reserva Marinha da Ilha Medes (Espanha), Sabatés et al. (2003)

apresentaram a existência de 27 famílias de peixes, destacando na primavera e verão os peixes

costeiros, i.e. Tripterygiidae e Sparidae, e no inverno os peixes da família Clupeidae, Gadidae

e Myctophidae. Os pontos amostrais distribuídos dentro na área da reserva e fora não tiveram

diferenças significativas na abundância de larvas, entretanto, os maiores valores ocorreram

dentro da reserva. Na Reserva Marinha de Tabarca (Sudeste Ibérico-Espanha), Bordehore et

al. (2001) classificaram as larvas de peixes coletadas na região em 27 categorias sistemáticas

pertencentes a 20 famílias, onde as mais abundantes foram Gobiidae, Gobiesocidae e

Page 105: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

91

Clupeidae. No presente trabalho, não foram observadas diferenças significativas entre a

abundância de larvas nos pontos amostrais distribuídos dentro e fora da RBMA, e também

entre os pontos próximos e afastados das ilhas. Os peixes pelágicos foram os mais abundantes

neste ambiente, no inverno com predomínio da família Engraulidae e no verão pelas famílias

Clupeidae, Engraulidae e Gerreidae.

A análise de similaridade, para as abundâncias das famílias encontradas na RBMA,

mostrou dois grupos distintos, evidenciando a sazonalidade para os períodos analisados,

sendo o primeiro grupo composto pelos pontos amostrais de inverno e o segundo pelos pontos

de verão. Neste segundo grupo pode-se observar um grupo menor, caracterizado pelos pontos

amostrais no entorno da Ilha Deserta e da Ilha da Galé. Esta configuração pode indicar que a

RBMA manteve-se com as mesmas características entre o inverno de 1997 e 2007 e o verão

de 1998 e 2008, demonstrando que a comunidade ictioplanctônica se manteve com os

mesmos taxa e respectivas abundâncias depois de um período de 10 anos. A composição das

larvas de peixes não demonstrou similaridade entre o verão de 2007 das Áreas Costeiras

Adjacentes e verão de 2008 da RBMA. Por outro lado, nas amostragens de inverno-primavera

nas Áreas Costeiras Adjacentes e de inverno na RBMA, foi observado similaridade entre a

reserva e a Praia dos Ingleses, sugerindo que devido à intensidade de ventos sul durante esta

época do ano, ocorra o favorecimento da circulação no sentido sul-norte. A RBMA possui

características exclusivas, com presença de diferentes habitats (e.g. substratos rochosos,

inconsolidados e coralinos), o que resulta numa maior riqueza de espécies, caracterizando este

ambiente de forma distinta das Áreas Costeiras Adjacentes. Áreas marinhas protegidas

apresentam importante fator na recuperação dos estoques pesqueiros, podendo aumentar a

quantidade dos recursos, i.e. intensificando a produtividade nas áreas adjacentes, além de

aumentar o tamanho dos peixes e a diversidade de espécies (PISCO, 2007; IBAMA, 2008).

Kaplan (2009) descreveu, para peixes adultos, que em áreas marinhas protegidas, os

Rendimentos Máximos Sustentáveis (RMS) permanecem iguais para espécies de ciclo de vida

curto, por outro lado, espécies de ciclo de vida longo podem se beneficiar nessas áreas. No

caso da RBMA, suas dimensões reduzidas dificilmente poderiam garantir a sustentabilidade

e/ou recomposição de recurso pesqueiros explotados nas áreas de entorno.

O programa de Parceria Interdisciplinar de Estudos Costeiros Oceânicos (PISCO -

Partnership for Interdisciplinary Studies of Coastal Oceans) possui como um de seus

objetivos o estudo da dispersão das larvas, informação crucial para a concepção eficaz da

gestão e conservação de ambientes marinhos. Outro projeto da PISCO é a utilização de novas

tecnologias para rastrear peixes adultos, podendo assim avaliar a eficácia de reservas

Page 106: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

92

marinhas em proteger os juvenis e adultos de espécies explotadas, podendo ser um importante

passo para a compreensão da concepção e funcionamento das reservas marinhas. Outro

aspecto importante a ser estudado em ilhas oceânicas é o “Efeito de Massa de Ilha”, no qual,

segundo Gilmartin & Revelante (1974) podem favorecer o aumento da produtividade primária

local. O aumento da atividade biológica nestas regiões ocorre devido a hidrodinâmica local,

como vórtices ciclônicos e anticiclônicos (Barkley, 1972 apud Longhurts & Pauly, 2007) .

Para o presente trabalho, mais especificamente na RBMA, mesmo não tendo um plano

amostral adequado para a verificação deste efeito, observou-se que no período de verão

ocorreram as maiores densidades de larvas de peixes nos pontos amostrais próximos das ilhas,

mesmo sem diferenças significativas entre os pontos amostrais próximos e afastados das ilhas.

Este fato sugere que as agregações de larvas nas ilhas podem estar associadas ao “Efeito de

Massa de Ilha”.

Para proteger as áreas de pesca marinha de capturas excessivas e garantir a

sustentabilidade da pesca futura, uma estratégia de manejo é o estabelecimento de áreas

marinhas protegidas (CMIO, 1998 apud Prates et al., 2007). A designação, por lei, de reservas

marinhas favorecem as comunidades locais, onde as regiões adjacentes à UC são beneficiadas

pelo repovoamento de espécies. Entre as espécies identificadas na área da RBMA, cerca de

70% são comercialmente exploradas de forma intensiva pela pesca industrial (e.g. Sardinella

brasiliensis, Chloroscombrus chrysurus, Opisthonema oglinum, Mugil sp.), demonstrando

assim a importância da RBMA para a região.

Page 107: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

93

6 CONCLUSÕES

No presente estudo na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (RBMA), foi

observado que as maiores densidades de ovos ocorreram no inverno de 1997, refletindo

diferenças sazonais e entre os anos. As larvas ocorreram com maiores densidades durante o

verão de 2008, demonstrando diferenças significativas entre os dois verões (1998 e 2008),

período este que ocorre a influência da ACAS na região. Os índices de riqueza e diversidade

registraram maiores valores no verão, demonstrando que neste período ocorreu um maior

número de taxa, porém com abundâncias similares. O índice de equitabilidade foi menor

durante o período de inverno, refletindo a dominância da família Engraulidae. A análise de

agrupamento demonstrou que a comunidade ictioplanctônica manteve-se com os mesmos taxa

e respectivas abundâncias para amostragens realizadas em um intervalo de 10 anos

(1997/1998 e 2007/2008). Nos anos 2007/2008 observou-se que as maiores densidades do

ictioplâncton ocorreram no verão, juntamente com as maiores salinidade de fundo e

transparência da água.

Para as Áreas Costeiras Adjacentes, as maiores densidades de ovos ocorreram no

período de inverno-primavera, sendo que as maiores densidades de larvas verificadas no verão

foram correlacionadas com as maiores temperaturas e salinidades, bem como nos locais de

maior transparência da água e maior profundidade. A análise de agrupamento demonstrou que

a Baia de Tijucas, uma área mais protegida, possui características distintas na composição do

ictioplâncton quando comparadas com áreas mais abertas como a Praia dos Ingleses e Praia da

Joaquina.

Quando comparada a RBMA e as três Áreas Costeiras Adjacentes observa-se que os

índices de riqueza e diversidade foram maiores para a Reserva, demonstrando que um maior

número de taxa utiliza este ambiente para o seu desenvolvimento larval. A composição

taxonômica do ictioplâncton na RBMA apresentou baixa similaridade em relação as Áreas

Costeiras Adjacentes, caracterizando a Reserva como uma área distinta, apesar de sua

proximidade com a região costeira.

Page 108: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

94

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aidar-Aragão, E. & Teixeira, C. 1980. Produção primária e concentração de clorofila-a na Costa Brasileira (Lat. 22°31’S – Long. 41°52’W a Lat. 28°43’S – Long. 47°57’W). Bolm Inst. Oceanogr. São Paulo, 29(2): 9-14. Amaral, A.C.Z. & Jablonski, S. 2005. Conservação da biodiversidade marinha e costeira no Brasil. Megadiversidade, 1(1). Bassani, C.; Bonecker, A.C.T.; Bonecker, S.L.C.; Nogueira, C.R.; Reis, J.M.L. & Nascimento, L.R. 1999. Plâncton do litoral norte do Estado do Rio de Janeiro (21°00’ à 23°30’S) – ánalise e síntese do conhecimento. p. 99-120. In: Silva, S.H.G. & Lavrado, H.P. (eds). Ecologia dos ambientes costeiros do Estado do Rio de Janeiro. Série Oecologia Brasiliensis, vol. VII. PPGE-UFRJ. Rio de Janeiro, Brasil. Bordehore, C.; Bayle, J. T.S & Ramos, .A.A.E. 2001. Composicion variabilidad del ictiplancton costeiro en la reserva marina de Tabarca, sudeste Ibérico. Bol. Inst. Esp. Oceanog.,17(1y2): 61-71. Braga, E.S. & Niencheski, L.F.H. 2006. Composição das massas de água e seus potenciais produtivos na área entre o Cabo de São Tomé (RJ) e o Chuí (RS). In: Rossi-Wongtschowski, C.L.D.B. & Marureira, L.S.P. (eds.), O ambiente oceanográfico da plataforma continental e do talude na região Sudeste-Sul do Brasil. Brasil, p.161-218. Brandini, F.P. 1990. Produção primária e características fotossintéticas do fitoplâncton na região sueste do Brasil. Bolm Inst. Oceanogr., São Paulo, 38(2): 147-159. Brasil. Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000. Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação- SNUC. Busoli, R.O. & Muelbert, J.H. 1999. Composição taxonômica e distribuição do ictioplâncton na zona de arrebentação da praia do cassino (32°10’S, 52°20’W). Atlântica, Rio Grande, 21:19-35. Carvalho. J.L.B.; Schettini, C.A.F. & Ribas, T.M. 1998. Estrutura termohalina do litoral centro-norte catarinense. Notas Técnicas da FACIMAR, Itajaí, 2:181-197. Castro, M.S. 2006. Variação epacial e temporal das larvas de peixes ao norte e ao sul do Banco de Abrolhos e no entorno da Cadeia Vitória-Trindade. Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro, 89p. Castro, B.M.; Lorenzzetti, J.A., Silveira, I.C.A. & Miranda, L.B. 2006. Estrutura termohalina e circulação na região entre Cabo de São Tomé (RJ) e o Chuí (RS) In: Rossi-Wongtschowski, C.L.D.B. & Marureira, L.S.P. (eds.), O ambiente oceanográfico da plataforma continental e do talude na região Sudeste-Sul do Brasil. Brasil, p.11-120. Ciechomski, J.D. 1981. Ictioplâncton. In: Atlas del zooplankton del Atlantico Sudoccidental. Boltovskoy, D. (Ed.) INIDEP, 635:829-860.

Page 109: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

95

Costa, M.D.P. 2007. Praia de Laranjeiras e Pluma do Rio Barbosa (Baía da Babitonga, Santa Catarina, Brasil): Análise quali-quantitativa das comunidades ictioplanctônicas e a influência ambiental. Monografia de conclusão do curso de Biologia Marinha. UNIVILLE. Santa Catarina, 58p. Diagnostico Ambiental. 2007. Estudo de impacto ambiental e estudo oceanográfico para emissários submarinos de esgoto tratado do de Bombinhas (Enseada de Zimbros), 312p. Escarria, E.; Beltran-Leon, B. S.; Giraldo, A. & Zapata, F. 2007. Ictioplancton en el Parque Nacional Natural Isla Gorgona (Océano Pacífico colombiano) durante septiembre 2005. Investig. Mar, 35(2):127-133. Fahay, M.P. 1983. Guide to the early stages of marine fishes occuring in the Western North Atlantic Ocean, Cape Hatteras to the Southern Scotian Shelf. J. Northw. Atl. Fish. Sci., 423p. Faraco, K.R. 2003. Comportamento morfodinâmico e sedimentológico da Praia dos Ingleses - Ilha de Santa Catarina – SC, durante o período 1996 – 2001. Dissertação de Mestrado da área de Geografia, USFC, Santa Catarina, 132p. Garcia, C.A.E. 1998. Oceanografia Física. In: Seeliger, U.; Odebrecht, C.; Castello, J.P. (eds), Os ecossistemas costeiro e marinho do extremo sul do Brasil. Ed. Ecoscientia. Brasil, p.104-106. GEP/UNIVALI – Grupo de Estudos Pesqueiros. http//siaiacado4.univali.br. Acesso em 2006

Gigliotti, E.S.; Paes, E.T.; Guimarães, A.S.; Moraes, L.E.S. Gherardi, D.F.M.; Souza, R.B. & Katsuragawa, M. 2009. Variação da abundância de larvas da sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis) na plataforma continental sudeste do Brasil e suas relações com a temperatura superficial do oceano. Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. Natal, p. 6487-6494. Gilmartin, M. & Revelante, N. 1974. The ‘Island Mass’ effect on the phytoplankton and primary production of the Hawaiian Islands. J. exp. Biol. Ecol., 16: 181-204. Godefroid, R.S.; Santos, C.; Hofstaetter, M. & Spach, H.L. 2001.�Occurrence of Larvae and Juveniles of Eucinostomus argenteus, Eucinostomus gula, Menticirrhus americanus, Menticirrhus littoralis, Umbrina coroides and Micropogonias furnieri at Pontal do Sul beach, Paraná. Braz. arch. biol. technol., 44 (4): 411-418. Hille E. 2009. Hidrografia da plataforma continental catarinense. Monografia de conclusão do curso de Oceanografia, UNIVALI, Santa Catarina, 57p. Hostim-Silva, M.; Andrade, A.B.; Machado, L.F.; Gerhardinger, L.; Daros, F.A.; Barreiros, J.P. & Souza, E.G.A. 2006. Peixes de costão rochoso de Santa Catarina – I. Arvoredo. Brasil, 135p. Hostim-Silva & Barretos, J.P. A Reserva Natural do Arvoredo, Brasil. Disponível em: www.horta.uac.pt/projectos/Msubmerso/old/199907/artigo.htm. Acesso em: 25 de abril de 2007.

Page 110: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

96

IBAMA. 1996. Plano de Ação Emergencial da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. Brasília IBAMA. 2006. Listas das Unidades de Conservação Federais: Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. Brasília. IBAMA. 2008. Biodiversidade costeira e marinha Brasileira. Ano Internacional dos Recifes de Coral. Itagaki, M.K. 1999. Composição, abundância e distribuição horizontal das assembléias de larvas de peixes marinhos e sua relação com os fatores hidrográficos na costa sudeste do Brasil. Dissertação de Mestrado da área Oceanografia Biológica, USP, São Paulo, 208p. Kaplan, D.M. 2009. Fish life histories and marine protected areas:an odd couple? Mar Ecol Prog Ser., 377: 213–225. Katsuragawa, M. & Matsuura, Y. 1990. Comparison of the diel and spatial distribution patterns of ichthyoplankton and ichthyoneuston in the southeastern Brazilian Bight. Bolm Inst. Oceanogr., São Paulo, 38(2). Katsuragawa, M. & Matsuura, Y. 1992. Distribution and abundance of carangid larvae in the Southeastern Brazilian Bight During 1975-1981. Bolm Inst. Oceangr.. São Paulo, 40(1/2):55-78. Katsuragawa, M.; Matsuura, Y; Suzuki, K. D. J, F. & Spach, H. L. 1993. O ictioplâncton ao largo de Ubatuba, SP: composição, distribuição e ocorrência sazonal (1985-1988). Bolm Inst. Oceanogr, São Paulo, (10): 85-121. Katsuragawa, M.; Muelbert, J.H.& Dias, J.F. 2006. O Ictioplâncton na região entre o Cabo de São Tomé (RJ) e o Chuí (RS). In: Rossi-Wongtschowski, C.L.D.B. & Marureira, L.S.P. (eds.), O ambiente oceanográfico da plataforma Continental e do talude na região Sudeste-Sul do Brasil. Brasil, p.359-446. Kurtz, F.W. & Matsuura, Y. 1994. Early development of four tonguefishes of the genus Symphurus (Osteichthyes: Cynoglossidae) from the Southern Brazil. Japan. J. Ichthyol., 41(2):141-148. Leis, J.M. & Rennis, D.S. 1983. The Larvae of Indo-Pacific Coral Reef Fishes. New South Wales University Press, Sydney, Australia; University of Hawaii Press, Honolulu, Hawaii, in association with The Australian Museum, 269 p. Leis, J.M. & Trnski, T. 1989. The larvae of indo-pacific shorefishes, a companion volume to the larvae of Indo-Pacific Coral Reef Fishes. University of Hawaii Press, Honolulu in association with The Australian Museum, 371p. Longhurst, A.R. & Pauly, D. 2007. Ecologia dos oceanos tropicais. Ed. USP, 424 p.

Page 111: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

97

Lopes, C.L. 2006. Variação espaço-temporal do ictioplâncton e condições oceanográficas na região de Cabo Frio (RJ). Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, Inst. Oceanográfico, 209p. Lowe-Mcconnell, R.H. 1999. Estudos Ecológicos de comunidades de peixes tropicais. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, 534p. Macedo-Soares, L.C.P.; Birolo, A.B. & Freire, A.S. 2009. Spatial and temporal distribution of fish eggs and larvae in a subtropical coastal lagoon, Santa Catarina State, Brazil. Neotropical Ichthyology, 7(2):231-240. Malanski, E., Rutkowski, T. & Rodrigues-Ribeiro, M. 2008. Análise Quali-Quantitativa das Larvas de Peixes Observadas no Monitoramento Ambiental na Região de Abrangência da Via Expressa Sul (Saco dos Limões, Baía Sul, Florianópolis/SC), no período entre 2005 e 2006. Instituto Oceanográfico-IO-USP., p.325-332. Matsuura, Y. 1972. Egg development of scaled sardine Harengula pensacolae (Pisces, Clupeidae). Bolm Inst. Oceanogr, São Paulo, 21: 129-135. Matsuura, Y. 1977a. A study of the life history of Brazilian Sardine, Sardinella brasiliensis. IV. Distribution and abundance of sardine larvae. Bolm Inst. Oceanogr, São Paulo, 26: 219-242. Matsuura, Y. 1977b. A study of the undersampling problem of fish larvae observed at the fixed stations in south Brazil. Bolm. Inst. Oceanogr, São Paulo, 26:273-283. Matsuura, Y. & Nakatani, K. 1979. Ocorrências de larvas e jovens de peixes na Ilha Anchieta (SP), com Algumas Anotações sobre a Morfologia da Castanha, Umbrina coroides (Cuvier, 1830). Bolm Inst. Oceanogr., São Paulo, 28(1):165-183. Matsuura, Y. 1986. Contribuição ao estudo da estrutura oceanográfica da região sudeste entre Cabo Frio (RJ) e Cabo de Santa Marta Grande (SC). Ciência Cult., São Paulo, 38(8):1439-1450. Matsuura, Y.; Spach, H. L. & Katsuragawa, M. 1992. Comparison of spawning patterns of the Brazilian sardine (Sardinella brasiliensis) and anchoita (Engraulis anchoita) in Ubatuba region, southern Brazil during 1985 through 1988. Bolm Inst. Oceanogr, São Paulo, 40(1/2): 101-115. Matsuura, Y.; Garcia, A.C.S.; Katsuragawa, M. & Suzuki, K. 1993. Distribution and abundance of two species of codlet (Teleostei, Bregmacerotidae) larvae from the south-eastern Brazilian Bigth. Blackwell Scientific Publications. Fisheries oceanography., 2(2): 82-90. Matsuura, Y. & Kitahara, E.M. 1995. Horizontal and verical distribution of anchovy Engraulis anchoita eggs and larvae off Cape Santa Marta Grande in southern Brazil. Arch. Fish. Mar. Res., 42(3), 239-250. Matsuura, Y. 1998. Brazilian Sardine (Sardinella brasiliensis) spawning in the Southeast Brazilian Bight over the period 1976-1993. Rev. Brasil. Oceanogr., 46(1): 33-43.

Page 112: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

98

MMA/IBAMA/FATMA. 2003. Diagnóstico de efetividade das Unidades de Conservação Marinho-Costeira de Santa Catarina. Florianópolis. MMA/IBAMA. 2004. Reserva Biológica Marinha do Arvoredo. Encarte 3 – Análise da UC. Brasília. Moser, G. 1996. Early stages of fishes in the California Current Region, CalCOFI ATLAS SERIES N°33, Sllen Press, USA, 1505p. Möller, O.O.Jr.; Piola, A.R.; Freitas, A.C. & Campos, E.J.D. 2008. The effects of river discharge and seasonal winds on the shelf off southeastern South América. Continental Shelf Research., p. 1607-1627. Nonaka, R.H.; Matsuura, Y. & Suzuki, K. 2000. Seasonal variation in larval fish assemblages in relation to oceanographic conditions in the Abrolhos Bank region off eastern Brazil. Fish. Bull., 98: 767-784. Occhialini, D.S. & Schwingel, P.R. 2003. Descrição e análise da variação temporal da operação de pesca da frota de traineiras do porto de Itajaí, SC, entre 1997 e 1999. Notas Técnicas. FACIMAR, 7:1-10. Omori M. & Ikeda, T. 1984. Method in marine zooplankton ecology. Jonh wiley & Sons Publ. New York, 332p. Pereira, A.A. 2000. Ictionêuston do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (Programa Arquipélago. Monografia apresentada ao curso de Biologia. Universidade Federal Rural de Pernambuco, 58p. Piola, A.R.; Campos, E.J.D.; Moller JR., O.O.; Charo, M. & Martinez, C. 2000. The subtropical shelf front of eastern South América. Journal of Geophisical Research, 105(3): 6565-6578. Piola, A.R.; Möller, O.O.Jr.; Guerrero, R.A. & Campos, E.J.D. Variability of the subtropical shelf front off eastern South América: Winter 2003 and summer 2004. Continental Shelf Research, p. 1639-1648. PISCO – Partnership for Interdisciplinary Studies of Coastal Oceans. La Ciencia de las Reservas Marinas. Segunda Edición: Versión para Latinoamérica Y el Caribe. 2007. Prates, A.P.L.; Cordeiro, A.Z.; Ferreira, B.P. & Maida, M. 2007. Unidades de conservação costeiras e marinhas de uso sustentável como instrumento para a gestão pesqueira. Série Áreas Protegidas do Brasil, 4:15-28. Proença, L.A.O. 2002. Clorofila-a do fitoplâncton em seis Enseadas utilizadas para o cultivo de moluscos bivalves no Litoral de Santa Catarina. Notas Téc. Facimar, 6:33-44. Ré, P. 1999. Ictioplâncton estuarino da Península Ibérica (Guia de identificação dos ovos e estados larvares planctônicos). Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal, 78 p.

Page 113: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

99

Rodrigues, J.L.; Oliveira, C.B.C & Hostim-Silva, M. 2007. Levantamento das comunidades de peixes associadas à área pretendida para um emissário submarino na Enseada de Zimbros, Santa Catarina. Relatório Técnico, 10p. Rodrigues, J.L.; Oliveira, C.B.C & Hostim-Silva, M. 2008a. Levantamento das comunidades de peixes associadas à área pretendida para um emissário submarino na Praia dos Ingleses, Florianópolis, Santa Catarina. Relatório Técnico, 17p. Rodrigues, J.L.; Oliveira, C.B.C & Hostim-Silva, M. 2008b. Levantamento das comunidades de peixes associadas à área pretendida para um emissário submarino na Praia da Joaquina, Florianópolis, Santa Catarina. Relatório Técnico, 16p. Rodrigues-Ribeiro, M. 1996. Estudos sobre o desenvolvimento larval, abundância e distribuição de ovos e larvas de Maurolicus mulleri (Gmelin, 1789) (Teleostei: Sternoptychidae), e sua importância ecológica ao largo da costa sudeste brasileira, compreendida entre 23°S (Cabo Frio-RJ) e 29°S (Cabo de Santa Marta Grande-SC). Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Inst. Oceanográfico, 160p. Russell, F.S. 1976. The eggs and planktonic stages of British Marine Fishes. London, Acad. Press Inc. Ltd., 524p. Rutkowski, T. 2005. O ictioplâncton da enseada de Armação do Itapocoroy (Penha/SC). Monografia de conclusão do curso de Oceanografia, UNIVALI, Santa Catarina, 151p. Rutkowski, T. Todesco-Brilha, R.; De Luca, C. B.; Sant’ana, B. S.; Euston, N. M. & Rodrigues-Ribeiro, M. 2007. Abundância e distribuição sazonal de ovos e larvas da família Engraulidae, na Costa do Estado de Santa Catarina, Brasil. Anais do Simpósio Brasileiro de Ictiologia. Itajaí, Santa Catarina, Brasil, p. 142 Sabatés, A.; Zabala, M. & García-Rubies, A. 2003. Larval fish communities in the Medes Islands Marine Reserve (North-west Mediterranean). Journal of Plankton Research, 25(9): 1035-1046. Silveira, P.C.A. 2008. Impact of oceanographic conditions on distribution and abundance of larval fish in northern Brazil. Dissertation der Universitat Bremen, 92p. Schettini, C.A.F.; Resgalla Jr., C.; Pereira Filho, J.; Silva, M.A.C.; Truccolo, E.C. & Rörig, L.R. 2005. Variabilidade temporal das características oceanográficas e ecológicas da região de influência fluvial do rio Itajaí-Açu Braz. J. Aquat. Sci. Technol., 9(2):93-102. Schwingel, P.R. 1998. Feeding ecology of Engraulis anchoita (Hubbs & Marini 1935) in Brazilian Waters (22°S to 34°S). Tese de doutorado submetida na Faculdade de Biologia – Universidade de Hamburgo, 204p. Soares, C.L.; Andreata, J.V. & Marca, A.G. 1991. Composição e sazonalidade do ictioplâncton da Laguna de Marapendi, Rio de Janeiro, Brasil. Biotemas, 4(2):35-49. Souza, R.S. 2003. Ictioplâncton do Complexo Estuarino de Itapessoca – Litoral Norte de Pernanmbuco. Tese de doutorado na Universidade Federal de São Carlos, 85p.

Page 114: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

100

Souza-Conceição, J.M. 2008. Praias estuarinas como habitat de criação para estágios iniciais de peixes na Ilha de São Francisco do Sul (Baía da Babitonga, Santa Catarina). Tese de doutorado na Universidade Federal do Paraná, 198p. Valentin, J. L. 2000. Ecologia numérica: uma introdução à análise multivariada de dados ecológicos. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 117p. Wahrlich, R. 1999. A Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC) e a atividade pesqueira regional. Dissertação apresentada no Mestrado em Geografia. Florianópolis – UFSC, 160p. Zar, J.H. 1984. Biostatistical Analysis. 2 ed. Prentice-Hall, Englewood Cliffs, NY, 718p.

Page 115: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

101

APÊNDICE Apêndice 1:Lista taxonômica das larvas de peixes encontradas na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Áreas Costeiras Adjacentes, SC, Brasil.

Ordem Clupeiformes Família Pomacentridae Família Clupeidae

Subordem Mugiloidei

Opisthonema oglinum Harengula clupeola

Família Mugilidae

Sardinella brasiliensis Mugil sp. Família Engraulidae

Subordem Blennioidei Orden Aulopiformes Subordem Alepisauroidei

Família Labrisomidae

Malacotenus delalandii. Família Synodontidae Synodus intermedius Família Blenniidae Ordem Myctophiformes

Hypleurochilus fissicornis Scartella cristata

Família Myctophidae

Subordem Gobioidei

Ordem Gadiformes

Família Gobiidae

Família Bregmacerotidae

Subordem Sphyraenoidei

Bregmaceros atlanticus Família Sphyraenidae Ordem Syngnathiformes

Sphyraena sp.

Subordem Syngnathoidei Subordem Scombroidei Família Syngnathidae

Família Trichiuridae Trichiurus lepturus

Syngnathus folletti Syngnathus elucens.

Ordem Pleuronectiformes

Ordem Perciformes

Subordem Pleuronectoidei

Subordem Percoidei Família Paralichthyidae Família Serranidae

Etropus crossotus Etropus longimanus

Família Carangidae

Paralichthys sp.

Chloroscombrus chrysurus Oligoplites sp.

Subordem Soleoidei

Selene sp. Família Cynoglossidae Família Gerreidae

Symphurus jenynsi Symphurus trewavasae

Família Haemulidae

Família Sciaenidae

Page 116: Ictioplâncton na Unidade de Conservação Reserva Biológica ...siaibib01.univali.br/pdf/Thais Rutkowski.pdf · Reserva Biológica .Marinha do Arvoredo, durante o ano de 2007/2008

102