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II ANNO DOMINGO, 37 DS ABRIL DE 1903 41 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA Assigsiaíura Anno, 1S000 reis; semestre, Soo réis. Pagamento adeantado. l>ara o Brazil, anno, 2S5oo réis (moeda fortej. Avulso, no dia da publicação; 20 réis. EDITOR — José Augusto Saloio I MBáCÇÍf), ADMISISTRACÁO E TYP0GRAFU1A S Q " ------ ~ y 16— LARGO DA MISERICÓRDIA Publicações * Annuncios— 1.« publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4-a pagina, contracto espocial. Os auto- l 5 p gtaphos não se restituem quer sejam ou não publicados. 1 * R PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio EXPEDIEN TE Acceiíam-se com grati dão í|»iaes«tMci* s6«íicsiiííi «|ite sejan» (le iaíeresse |555 pPltí'©. hh mm Angelina Viciai, o mais prodigioso cerebro ds mu lher que actualmente existe na litteratura portugueza, tem escripto ultimamente no jornal A Vo\ do Operá rio uns interessantes arti gos ácêrca do alcoolismo, artigos que todos devem ler, porque são de grande ensinamento e de proveito sa lição. E’ incalculavel o numero de homens válidos que es se veneno terrivel arranca ásociedade. Enervado, em brutecido pela acção malé fica do alcool, o homem cae no estado do animal e não tem força physica nem moral para caminhar na lueta da vida. Esse outro luminosíssimo espirito que se chama Zo- la, no seu drama A Taber na mostra-nos bem os et- feitos do alcoolismo. E’ me donha e espantosa de ver dade a scena em que o mise- ro Compeau, atacado pelo delirium tremens, julga vêr por toda a parte ratos que 0 querem devorar. Quantos operários te mos visto gastarem na ta berna o produeto do seu honesto labor! Mais ainda; a esposa e os filhos, ma gros, esquálidos, causando a mais sincera compaixão, irem procural-os ao sitio onde elles estão folgando e roubando com esses fol guedos a familia que cons tituíram e que por isso teem obrigação restricta de man ter e sustentar, e elles de olhos brilhantes, na febre espantosa da bebida, es pancarem a dôce compa nheira do seu lar, a mãe das creancinhas que per dem por esse facto o res peito que todos devem ter ao auctor dos seus dias! De uma garrafa de vinho, disse um escriptor cujo no me não nos occorre, póde sahir um assassino; de um livro 'ha de sahir sempre um homem prestimoso e util á sociedade. JOAQUIM DOS ANJOS. PROPOSTAS VINÍCOLAS Perante a attitude das commissões parlamentares, que deveriam dar parecer ácêrca das propostas do sr. ministro das obras publi cas com respeito a vinhos, parece poder-se deprehen- der que a discussão das re feridas propostas se não realisará na sessão presen te. Nem de outro modo se comprehenderia que a commissão de agricultura tivesse continuado a deixar dormir o somno dos justos nos seus archivos aquellas propostas, se ao governo parecesse viavel a sua ap- provação e as tivesse por bem acceites pela maioria do paiz. E este desinteresse tanto do governo como da commissão de agricultura, que no estudo e parecer das propostas deveria pro ceder as demais commis sões da camara, chamadas pela natureza do assumpto a intervirem nelle, corres ponde certamente ao mo vimento de opinião que se fez no paiz contra algumas disposições das menciona das propostas, contra as quaes bastantes camaras municipaes reclamaram pe rante o parlamento. Ao contrario das pro postas do sr. ministro das obras publicas, seguem a sua placida discussão as apresentadas pelo sr. mi nistro da marinha, que nel- las procura assegurar aos nossos vinhos e produetos vinicolas largo consumo no nosso * ultramar, tendo-se despido a opposição dos facciosismos habitua.es, pa ra, louvavelmente, em as sumpto de tão largo inte resse nacional e que tanto favorece o desenvolvimen to economico do paiz, se pôr ao lado do governo, cooperando com elle sin ceramente e com a maio ria para que o projecto se ja e saea da discussão par lamentar quanto possivel aperfeiçoado. Dá nisso a opposição um elequente e louvável testemunho de pat r iotismo, ap recia nd o com alto critério os supe riores interesses da patria, e pondo assim de parte o espirito de facção que tan tas vezes tem sido funesto ao bem publico e tantas outras tem tornado este reis e nocivas até as sessões parlamentares. Parece-nos, pois, que não ha a esperar outras provi dencias immediatas álem das que constituem a obra do sr. ministro da marinha visto como as reclamações se levantaram e nasceram os attrictos a contrariar o pensamento, e porventura a hesitante vontade do sr. ministro das obras publicas a quem, para mais, a sau de ainda combalida não deixa a indispensável acti vidade para o estudo e a necessaria energia para a deliberação assente sobre as questões vinicolas. E’ pa ra lamentar que circum- stancias por certo indepen dentes da vontade ministe rial e, para sermos justos, inherentes á complexidade e melindre do assumpto tambem, tivessem impedi do que na sessão presente a vinicultura fosse melho rada sensivelmente nas suas angustiosas condições dila tando-lhe o consumo de preferencia a limitar-lhe a producção. Queremos crer que o sr. ministro dos extrangeiros e, de resto, todos os de mais srs. ministros, não perderão de vista que o nosso futuro vinicola inti mamente depende de favo ráveis tratados de com- mercio que nos franqueiem mercados de consumo, on de possamos concorrer des afogados da situação de in ferioridade em que temos por nosso mal até aqui con corrido. Confiamos anima damente em que aos olhos do governo será evidente a necessidade em que a vi nicultura se encontra de ter egualdade no tratamen to pautai nos grandes mer cados de consumo, donde temos sido gradualmente expulsos indo-os de dia pa ra dia perdendo, por não podermos concorrer com produetos similares extran geiros, que nesses merca dos gosam dos benefícios de determinados accordos aduaneiros ou da qualida de de nações mais favore cidas. Não pode ser já, sa- bemol-o de sobejo, mas é preciso ir ajuntando os ma teriaes e procedendo aos ensaios e diligencias, para a todo o custo no tempo proprio o conseguirmos. Não nos cançaremos nós de o lembrar e de o repe tir, como incansavelmente o temos feito até aqui, con vencidos como estamos, e nos parece estará todo o vinicultor, de que o nosso interesse e o interesse do paiz se confundem na rea- lisação do mesmo princi pio, que assistentemente temos proclamado aqui e consiste na obtenção de bons e fecundos tratados de commercio, propagan da honesta e continuada, aperfeiçoamento e unidade de typos de vinhos, que bem acondicionados e isen tos de toda a fraude, vão aos grandes mercados de consumo attestar o valor dos nossos produetos vini colas. Mas para se conse guir tal, é mister que go verno, parlamento, vinicul- tores e commerciantes de vinhos mutua e lealmente se auxiliem e empenhem na mesma cruzada redem- ptora. [D'0 PORTOMOZENSE) EXCURSÃO A THOMAR Está definitivamente re solvido, que a excursão á formosa cidade de Thomar, promovida pela Sociedade Phylarmonica i.° de De zembro, de Aldegallega, tenha lugar nos dias 22 e 23 de junho. Aconselhamos p.os nos sos leitores que aproveitem, pois que o preço de 28400 réis, ida e volta, em car ruagem de 2.a classe, in cluindo carro de Payalvo a Fhomar é realmente con vidativo. A excursão, álém de ser de recreio, é tambem de instrucção, por isso que Thomar é uma das cidades mais formosas do nosso paiz, porque tem monu mentos dignos de estudo e admiração como pode sel-o 0 Casteilo e Convento de Christo, construído em 1160 110 mesmo lugar onde houve um mosteiro de monges benedictinos. Este casteilo está ainda de pé e não mal conserva do, apesar de caminhar pa ra os oito séculos de exis tencia com os seus tor reões e baluartes e com as suas duas cêrcas de mura lhas, e encostado ao mos teiro que foi cabeça da Or dem do Templo até i 3 ii, e da de Christo, desde 1 3 19 até 1834. O lugar em que se acha a fortaleza é um rochedo escarpado. Entre o primeiro e se gundo cêrco de muralhas, que é um largo espaço, es tão plantadas vinhas, hor tas e pomares, regadas com grande abundancia pe las aguas dc aquedueto do mosteiro. O vasto panorama que dos baluartes se disfrueta é encantador. Junto ao casteilo fica o mosteiro dos freires de Christo. A egreja, dormitorios, claustros e mais officinas, são de admiravel grande za, mas apresentando di versos typos de architectu- ra. A fachada d’esta egreja é uma estupenda obra pela delicadeza e gosto das suas variadíssimas esculpturas. A’lém deste importante monumento temos tam bem a Real Fabrica de Fia ção, Egreja de Santa Maria dos Olivaes, Egreja de S. João Baptista, etc,, que são importantíssimos, e que descrevel-os hoje aqui, em bora laconicamente, seria um impossível. A Phylarmonica promo tora da excursão, far-se-ha ouvir no elegante passeio Plintze Ribeiro, na noite de 22'. Opportunamente será annunciado o programma que alli tenciona executar. Os bilhetes para esta es plendida escursão, desde já

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II ANNO DOMINGO, 37 DS ABRIL DE 1903 N° 41

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

A ssigsia íuraAnno, 1S000 reis; semestre, Soo réis. Pagamento adeantado. l>ara o Brazil, anno, 2S5oo réis (moeda fortej.Avulso, no dia da publicação; 20 réis.

EDITOR — José Augusto Saloio

I M B á C Ç Í f ) , A D MI S I S T R A C Á O E T Y P 0 G R A F U 1 A SQ " ------ ~y 16— LARGO DA MISERICÓRDIA

Publicações *Annuncios— 1.« publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

20 réis. Annuncios na 4-a pagina, contracto espocial. Os auto-l 5 p gtaphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

1 * R PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

E X P E D I E N T E

Acceiíam-se com grati­dão í|»iaes«tMci* s6«íicsiiííi «|ite sejan» (le ia íe re sse|555pPltí'©.

h h mmAngelina Viciai, o mais

prodigioso cerebro ds mu­lher que actualmente existe na litteratura portugueza, tem escripto ultimamente no jornal A Vo\ do Operá­rio uns interessantes arti­gos ácêrca do alcoolismo, artigos que todos devem ler, porque são de grande ensinamento e de proveito­sa lição.

E’ incalculavel o numero de homens válidos que es­se veneno terrivel arranca ásociedade. Enervado, em­brutecido pela acção malé­fica do alcool, o homem cae no estado do animal e não tem força physica nem moral para caminhar na lueta da vida.

Esse outro luminosíssimo espirito que se chama Zo- la, no seu drama A Taber­na mostra-nos bem os et- feitos do alcoolismo. E’ me­donha e espantosa de ver­dade a scena em que o mise- ro Compeau, atacado pelo delirium tremens, julga vêr por toda a parte ratos que 0 querem devorar.

Quantos operários te­mos visto gastarem na ta­berna o produeto do seu honesto labor! Mais ainda; a esposa e os filhos, ma­gros, esquálidos, causando a mais sincera compaixão, irem procural-os ao sitio onde elles estão folgando e roubando com esses fol­guedos a familia que cons­tituíram e que por isso teem obrigação restricta de man­ter e sustentar, e elles de olhos brilhantes, na febre espantosa da bebida, es­pancarem a dôce compa­nheira do seu lar, a mãe das creancinhas que per­dem por esse facto o res­peito que todos devem ter ao auctor dos seus dias!

De uma garrafa de vinho, disse um escriptor cujo no­me não nos occorre, póde sahir um assassino; de um

livro 'ha de sahir sempre um homem prestimoso e util á sociedade.

JOAQUIM DOS ANJOS.

PROPOSTAS

VINÍCOLAS

Perante a attitude das commissões parlamentares, que deveriam dar parecer ácêrca das propostas do sr. ministro das obras publi­cas com respeito a vinhos, parece poder-se deprehen- der que a discussão das re­feridas propostas se não realisará na sessão presen­te. Nem de outro modo se comprehenderia que a commissão de agricultura tivesse continuado a deixar dormir o somno dos justos nos seus archivos aquellas propostas, se ao governo parecesse viavel a sua ap- provação e as tivesse por bem acceites pela maioria do paiz. E este desinteresse tanto do governo como da commissão de agricultura, que no estudo e parecer das propostas deveria pro­ceder as demais commis­sões da camara, chamadas pela natureza do assumpto a intervirem nelle, corres­ponde certamente ao mo­vimento de opinião que se fez no paiz contra algumas disposições das menciona­das propostas, contra as quaes bastantes camaras municipaes reclamaram pe­rante o parlamento.

Ao contrario das pro­postas do sr. ministro das obras publicas, seguem a sua placida discussão as apresentadas pelo sr. mi­nistro da marinha, que nel- las procura assegurar aos nossos vinhos e produetos vinicolas largo consumo no nosso * ultramar, tendo-se despido a opposição dos facciosismos habitua.es, pa­ra, louvavelmente, em as­sumpto de tão largo inte­resse nacional e que tanto favorece o desenvolvimen­to economico do paiz, se pôr ao lado do governo, cooperando com elle sin­ceramente e com a maio­ria para que o projecto se­ja e saea da discussão par­

lamentar quanto possivel aperfeiçoado. Dá nisso a opposição um elequente e louvável testemunho de pat r io t ism o, ap recia nd ocom alto critério os supe­riores interesses da patria, e pondo assim de parte o espirito de facção que tan­tas vezes tem sido funesto ao bem publico e tantas outras tem tornado este reis e nocivas até as sessões parlamentares.

Parece-nos, pois, que não ha a esperar outras provi­dencias immediatas álem das que constituem a obra do sr. ministro da marinha visto como as reclamações se levantaram e nasceram os attrictos a contrariar o pensamento, e porventura a hesitante vontade do sr. ministro das obras publicas a quem, para mais, a sau­de ainda combalida não deixa a indispensável acti­vidade para o estudo e a necessaria energia para a deliberação assente sobre as questões vinicolas. E’ pa­ra lamentar que circum- stancias por certo indepen­dentes da vontade ministe­rial e, para sermos justos, inherentes á complexidade e melindre do assumpto tambem, tivessem impedi­do que na sessão presente a vinicultura fosse melho­rada sensivelmente nas suas angustiosas condições dila­tando-lhe o consumo de preferencia a limitar-lhe a producção.

Queremos crer que o sr. ministro dos extrangeiros e, de resto, todos os de­mais srs. ministros, não perderão de vista que o nosso futuro vinicola inti­mamente depende de favo­ráveis tratados de com- mercio que nos franqueiem mercados de consumo, on­de possamos concorrer des­afogados da situação de in­ferioridade em que temos por nosso mal até aqui con­corrido. Confiamos anima­damente em que aos olhos do governo será evidente a necessidade em que a vi­nicultura se encontra de ter egualdade no tratamen­to pautai nos grandes mer­cados de consumo, donde temos sido gradualmente

expulsos indo-os de dia pa­ra dia perdendo, por não podermos concorrer com produetos similares extran­geiros, que nesses merca­dos gosam dos benefícios de determinados accordos aduaneiros ou da qualida­de de nações mais favore­cidas. Não pode ser já, sa- bemol-o de sobejo, mas é preciso ir ajuntando os ma­teriaes e procedendo aos ensaios e diligencias, para a todo o custo no tempo proprio o conseguirmos. Não nos cançaremos nós de o lembrar e de o repe­tir, como incansavelmenteo temos feito até aqui, con­vencidos como estamos, e nos parece estará todo o vinicultor, de que o nosso interesse e o interesse do paiz se confundem na rea- lisação do mesmo princi­pio, que assistentemente temos proclamado aqui e consiste na obtenção de bons e fecundos tratados de commercio, propagan­da honesta e continuada, aperfeiçoamento e unidade de typos de vinhos, que bem acondicionados e isen­tos de toda a fraude, vão aos grandes mercados de consumo attestar o valor dos nossos produetos vini­colas. Mas para se conse­guir tal, é mister que go­verno, parlamento, vinicul- tores e commerciantes de vinhos mutua e lealmente se auxiliem e empenhem na mesma cruzada redem- ptora.

[D'0 PO R TO M O Z EN SE)

EXCURSÃO ATHOMAR

Está definitivamente re­solvido, que a excursão á formosa cidade de Thomar, promovida pela Sociedade Phylarmonica i.° de De­zembro, de Aldegallega, tenha lugar nos dias 22 e 23 de junho.

Aconselhamos p.os nos­sos leitores que aproveitem, pois que o preço de 28400 réis, ida e volta, em car­ruagem de 2.a classe, in­cluindo carro de Payalvo a Fhomar é realmente con­

vidativo.

A excursão, álém de ser de recreio, é tambem de instrucção, por isso que Thomar é uma das cidades mais formosas do nosso paiz, porque tem monu­mentos dignos de estudo e admiração como pode sel-o0 Casteilo e Convento de Christo, construído em1 160 110 mesmo lugar onde houve um mosteiro de monges benedictinos.

Este casteilo está ainda de pé e não mal conserva­do, apesar de caminhar pa­ra os oito séculos de exis­tencia com os seus tor­reões e baluartes e com as suas duas cêrcas de mura­lhas, e encostado ao mos­teiro que foi cabeça da Or­dem do Templo até i 3 i i , e da de Christo, desde 1319 até 1834. O lugar em que se acha a fortaleza é um rochedo escarpado.

Entre o primeiro e se­gundo cêrco de muralhas, que é um largo espaço, es­tão plantadas vinhas, hor­tas e pomares, regadas com grande abundancia pe­las aguas dc aquedueto do mosteiro.

O vasto panorama que dos baluartes se disfrueta é encantador.

Junto ao casteilo fica o mosteiro dos freires de Christo.

A egreja, dormitorios, claustros e mais officinas, são de admiravel grande­za, mas apresentando di­versos typos de architectu- ra. A fachada d’esta egreja é uma estupenda obra pela delicadeza e gosto das suas variadíssimas esculpturas.

A’lém deste importante monumento temos tam­bem a Real Fabrica de Fia­ção, Egreja de Santa Maria dos Olivaes, Egreja de S. João Baptista, etc,, que são importantíssimos, e que descrevel-os hoje aqui, em­bora laconicamente, seria um impossível.

A Phylarmonica promo­tora da excursão, far-se-ha ouvir no elegante passeio Plintze Ribeiro, na noite de 22'. Opportunamente será annunciado o programma que alli tenciona executar.

Os bilhetes para esta es­plendida escursão, desde já

2 O D O M I N G O

COFRE DE FBROLJkS

C A R I D A D Ese encontram á venda em Aldegallega, nos seguintes estabelecimentos: rua do Caes, srs. José Antonio da Costa e Antonio Christia­no Saloio, rua Direita, No­vo Club e Frederico Ribeiro da Costa.

Para facilitar a compra de bilhetes, a commissão encarregada da excursão, resolveu receber a sua im­portancia, em prestações de 5oo réis por semana. As pessoas que desejarem auctorisar-se desta facul­dade, podem dirigir-se ao sr. Antonio Christiano Sa­loio.

......... ■■■■«*»- ■*»—-------- ■ ■

Im p o sto no viatho

A camara municipal de­liberou que o actual im­posto no vinho, agua-pé e mistura fosse alterado para 1903 pela forma seguinte:

5 réis em cada litro de vinho, agua-pé ou mistura, quando estas bebidas fo­rem vendidas ao preço de25 a 40 réis cada litro, e deste preço para cima de­verão pagar 7 réis em cada litro.

Neste sentido foram ou­vidos no dia 19 do corren­te, os quarenta maiores contribuintes da contribui­ção predial, os quaes emit- tiram o seu parecer favo- ravel ácêrca desta altera­ção.

Corre por aqui geral animação entre os agricul­tores, pois que o anno tem sido magnifico para todas as searas.

Consta-nos que grande parte destes agriculores tencionam este anno ex­portar grande porção de uvas.

C arroceirosAo sr. administrador do concelho

Os animaes andam aqui sempre espancados pelos senhores carroceiros que, a trouco da nojenta aposta de i 5 réis, (meio litro) que fazem uns com os outros,

8 FOLHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

UMA HISTORIADO

OlITRO MUNDORomance de aventuras

IV

Urna q u e s tã o ...

Hoje ha entre nós uma terceira pessoa amada. Pois bem! ella que decida! A'manhã dizemos-lhe tudo. sem papa.; na lingua! Se ella nos re­jeitar a ambos, melhor! E u te con- soli.rei e tu me consolarás a mim. Se

obrigam os pobres roci- nantes a galopar sem se lembrarem que podem atropelar alguem e que de­pois a aposta lhes pode sahir cara. Ainda ha bem poucos dias, vimos no lar­go da Misericórdia um sel­vagem que, com o cabo do chicote espancava um pobre animai pela cabeça. Isto torna-se - nos repu­gnante, atrazador. Estes triviaes abusos são devidos á brandura da fiscalisacão,j 'visto que infelizmente não temos aqui policia. Nós não queremos alvejar este ou aquelle; queremos apenas, pugnar pela nossa vida e a dos nossos similhantes, to­mando para isso o ex.mosr. administrador deste con­celho as devidas providen­cias.

O eoaavcaaio e a iaídagna-ção pusPíElca.

Sob esta epigraphe aca­bamos de receber um bem redigido artigo d’um nosso amigo e collega, ao qual a absoluta falta de espaço nos não deixa dar publici­dade. Perdoando-nos o nosso bom amigo a falta involuntaria que acabamos de commetter, esperamos que continuará a sua col- laboração, o que sincera­mente agradecemos.

Junto ao artigo vinha uma carta á qual damos hoje publicidade:

Am.os e collegas

Notando que o vosso jornal se recente de bas­tante falta de assumpto ou de quem escreva, oífereço- vos, se lhes for agradavel, um artigosinho todas as semanas.

Verdade seja que do meu intelecto pouco ha a espe­rar, todavia bom ou mau, elle está ás vossas ordens.

Uma pequena noticia no primeiro numero, dir-me- ha se devo ou não conti­nuar.

Vosso ara.0 e collega

H ora cio

ella escolher, peior para o rejeitado! calcará no coração o seu amor. Mas ao menos, náo podendo ganhar uma mulher, não perderá um amigo. Que dizes a isto?

— Tambem eu. Agora está entendi do. Demos um bom aperto de mão do fundo do coração. E vamos dormir!

V

Unia declaração duplaNo dia seguinte a Joanna achou os

dois amigos muito mudados.O João estava sentado, sem se atre­

ver a levantar os olhos. Com os co- tovellos apoiados nos joelhos, enchia e despejava o cachimbo machinalmen- te. O Mario passeava de um lado para o outro, a passos irregulares.

— H cm ! hum! penssava a rapariga, meu pae for-lhes-ia alguma coisa, ou

Caridade! Abençoada Seja ella em toda a parte! Com os miseros reparte As migalhas da riqueza.Vae mostrar aos pobresinhos Um canto do paraiso,Com o seu brando sorriso Dutna angélica belleza.

seria eu que lhes causasse um desgos­to?

— Menina, interrompeu João com ar decidido, é preciso que . . .

Fez se vermelho como uma menina e calou-se.

— O que quer dizer, meu bom João ?

— E ’ uma coisa, tornou o Mario, uma coisa a q u e ... O João não se atreve... mas eu vou dizer-lhe o que J. Hontem é que démos por is s o ... A h! menina, realmente não me atre­vo.

— O que? porque não se atrevem a falar? Nao comprehendo. Teem al­guma censura a fazer-me?

— Oh! menina, exclamaram elles. approximando-se.

— O que nós temos é muito medo de a escandalisar!

— O que é que estão pa a ahi a di­

Caridade! Uma palavra Que resume todo o poema D’essa alegria suprema Que consiste em fazer bem! Leva á alma do que sofiTre O desespero infinito Um raio de sol bemdito, Uma caricia de mãe!

zer? Como podem ter medo de me escandalisar pedindo-me um favor?

— A h ! disse o João, ha de achar- nos estúpidos.

— Ha de achar nos ridiculos, ac-crescentou o Mario. m

E ambos disseram, com ^oluços na garganta:

— Nunca mais virá visitar-nos.— Expliquem-se! Agora é que sáo

ridiculos. Falem! prometto-lhes que farei o possivel para lhes conceder o que pedirem; e se não puder fazer nada, ficaremos amigos como dantes. Então, falem!

E avançando mais para elles, esten­deu uma das mãos a cada um.

Dois titeres eguaes, e movidos ao mesmo tempo, não teriam feito me­lhor do que elles fizeram. Pegando na mão que lhes estendiam, cobrin­do-a de lagrimas e de beijos, cahiram

F esta ao seu h o r dos A fflicto s

E’ hoje e ámanhã con- forme temos noticiado a grande festa ao senhor dos Afflictos.

Esta festa havia já seis annos que se não fazia, e é este anno devido á boa vontade duma commissão de rapazes desta villa, que têem sido incansaveis para conseguirem um bom êxi­to.

Estão assentes algumas barracas de comes e bebes e outras, e é grande a in­fluencia deste nosso bom povo.

Oxalá 0 tempo o per- mitta.

I llu m iu a çã o c lectr icaA camara municipal offi-

ciou aos adjudicatarios do fornecimento de illumina- ção electrica desta villa, afim de saber o motivo por que não tinham ainda co­meçado os trabalhos para a respectiva installação.

3ío trllcisisal

Responderam no tribu­nal judicial desta comarca, em policia correccionat: Francisca CandidaPaulada e seu filho José Antonio Paulada, no dia 24 do cor­rente. Foi seu defensor 0 ex."'° sr, dr. Luciano Tava­res Mora que fez um dis­curso brilhante. A ré foi absolvida e o filho con­demnado na pena de 20 dias de multa a 400 réis.

O TCEMpO

Durante a semana tem chovido aqui por diifercn-tes vezes.

LITTERATURAt ’na acaso icSJz

(Conclusão!’

O adello hesitou. Mas um olhar vencedor e insolente do seu adversario o fez di­zer:

— Cincoenta mil pesos.

de repente de joelhos e balbuciaram, com a mesma voz comprimida:

— Menina, amo-a!Isto teria sido grotesco, se não fos­

se commovente. E a Joanna náo ti­nha vontade de r ir porque os via cho­rar.

Em amor, só a primeira palavra e que custa. Lançada a primeira onda, vem uma maré de palavras. Depressa explicaram á Joanna tudo o que ti­nham a dizer-lhe: a paixão de cada um, a questão da vespera e a combi­nação que tinham feito de noite.

— O que me propõem é muito dit- ficil, respondeu ella. Escolher! Esco­lher um ou outro? E sem eu amar ne- nhum dos senhores?

Os labios do João crisparam-se; sJ narinas do Mario estremeceram.

(Continua)

Leva a luz branca da aurora Ao mais humilde tugurio Onde se ouve esse murmurio Da fome negra e fatal.Seu olhar meigo e bondoso,Que tem um magico encanto,Muda as agruras do pranto N um r;so celestial!

JO AQ UIM DOS ANJOS.

P E N S AMENTOSA verdadeira lei do progresso moral é a caridade;

sem o seu impulso é impossível a perfectibilidade huma­na; e quantos esforços empregue o homem p o r atlingil-a, hum alvo excentrico ao amor de Deus e do proximo, serão esforços improfícuos.— C. C. Branco.

— O homem temperado, como 0 peixinho em ribeiro cryslallino, corre suavemente na branda corrente da vida.— Feltkan.

— A sympallna, o respeito e a admiração pelos outros, fortalece a imitação.— Bernardino Machado.

— Viajar é aprender, saber é existir — George Sand.— Em França 0 mau não cae porque seja mau, mas

sim porque está velho.— Barére.

A N E C D O T A S

N um anno de muita secca todos se queixavam da falta d agua, e um sujeito comprou um jumento em que manda­va buscar a agua que necessitava.

Um dia, versando a conversa sobre este assumpto, elle acudiu muito lampciro:

— Querem agua, pois comprem um burro como eu...

Um mendigo que apenas tinha uma insignificante chaga, encontrou um confrade seu daspecto horroroso.

— Quanto ganhas tu diariamente?— Tres a quatro tostões!— Bruto que tu és! P o r um quartinho não daria eu os

meus lucros, se tivesse a sorte d estar tão enfermo como tu.mi iiiiiiiiiiiiiiitini

— - Então o senhor, exclamou um homem com ar amea­çador, f o i di\er ao Barnabé que eu estive muito tempo na cadeia!

— E mentira; eu o que disse ao Barnabé f o i que o senhor devia estar ha muito tempo na cadeia.

— A h ! isso é outro caso, tornou 0 outro acalmado. Aquelle Barnabé fas sempre trapalhadas.

iiiiiiiiiuiuitiii

— Pareces-me um grande borrachão, di\ia um rei a um seu cortesão.

— Eu, senhor,— respondeu este— não sei o que sou; o que sei é que por muitas veses tenho representado Vos­sa Magestade.

O silencio tornou-se mais profundo; porque o h o m e m gordo principiou tambem a hesitar.

E neste meio tempo, que era feito do pobre Sa­m u e l ? Agitava-se com to­das as suas forças para acor­dar; porque, dizia elle, de­pois de um tal sonho, a minha miséria me parecerá mais horrivel, e a minha fo­me mais violenta.

— Pois bem, cem mil pe­sos!

— Cento e vinte e cinco mil!

— O original pela cópia! e má sorte tenhas, malvado adello!

Sahiu este em um estado digno de commiseração, e ia-se o homem gordo vi- ctoriosamente com o pai­nel, quando viu aproximar- se-lhe Samuel, corcunda, coxo e esfarrapado. O comprador quer livrar-se do homem que julgava al­gum mendigo, dando-lhe uma esmola; mas o cor­cunda lhe disse:

— Quando poderei to­mar conta da minha abba- dia, do meu casteilo, e das minhas terras, pois sou o pintor do painel?

E dizia comsigo mesmo:— Oh! que bello sonho! que bello sonho! e para que ha de o menor ruido vir logo acordar-me?

O comprador, um dos homens mais ricos da Alle- manha, o conde de Dun- kelsbach, tirou da algibeira uma carteira, arrancou uma folha, e escreveu nella al­gumas linhas.

— Toma, meu amigo, disse elle .a Samuel, eis ahi as ordens necessarias para que te dêem posse dos teus bens. Adeus.

Samuel convenceu-se por fim de que não sonhava: tomou posse do casteilo, vendeu-o, e dispunha-se a ser um honesto cidadão, pintando só para se entre­ter, quando morreu duma indigestão.

O seu painel íicou por muito tempo no gabinete do conde de Dunkelsbach, e hoje pertence ao rei de Baviera.

A G R I C U L T U R AConscrvaeâmi «!©§ garfos

Os antigos processos de conservar a semente, como se chama aos garfos da enxertia, são hoje pouco aconselhados. Um, que consiste em os mergulhar na agua corrente, póde ti­rar-lhe uma parte dos prin­cípios nutritivos pela acção constante da corrente da agua; o outro, que consis- te em abacellar ou enter­rar os garfos numa cova,

tem o inconveniente de de­teriorar uma grande quan­tidade de olhos pela humi­dade que penetra no solo.

Um terceiro processo, hoje muito generalisado, é aquelle a que se dá o no­me de estratificação e que se reduz a dispôr os garfos dentro de uma adega ou num sitio abrigado, fresco e não h um ido e quanto possivel escuro, alternando uma camada de areia li­geiramente humedecida e com outra camada de gar­fos em molhos de 20 a 3o, atados com muitos laços para que a areia penetre por entre cada um delles. A camada de areia deve ter a espessura media de 10 centímetros e os mo­lhos de garfos devem ficar separados uns dos outros para que a areia envolva cada um de per si o mais completamente possível.

Um grande numero de desastres havidos nas en­xertias, é devido á má con­servação dos garfos; por isso é sempre conveniente experimental-os antes de os empregar. Indicam-se, para isso, dois meios de reconhecer a sua vitalida­de; deitam-se alguns gar­fos na agua perto do lume e se elles estão bons, al­gum tempo depois os olhos incham , e cortando-os transversalmente vê-se a agua transudar atravez dos tecidos, o que é signal de que a circulação se fez re­gularmente.

O outro meio consiste em levantar a casca com um canivete e observar se o cambium, 011 parte gera­dora do lenho, apresenta a côr verde; se apresentar, o garfo está perfeito, se a côr fôr amarellada, é indi­cio de falta de vitalidade.

Alguns enxertadores co­nhecem tambem o bom estado dos garfos deixan­do-os em agua e soprando depois por uma das extre­midades; se apparecem pequenas-gotas dagua na extremidade opposta, pre­sume-se que estão no esta­do de serem empregados.

A operação da enxertia é muito delicada para que haja nella todos os cuida­dos e não sejam imperti­nentes todas estas minu ciosidades.

A N N U N C ! 9 S

ANNUNCIO

C O MA R C A DE ALDEGALLEGA DO RI BATEJ O

(§ .3 l*M?íSicaçís®)

ta do tribunal judicial des­ta villa de Aldeia Gallega do Ribatejo, nos autos de fallencia, contra o fallido Manuel Roque da Silveira, se hão de vender em hasta publica a quem maior lan­ço offerecer sobre os valo­res abaixo designados, os bens seguintes: i.° — Uma fazenda denominada VI­NHA DA PADEIRA, com­posta de vinha e terras de semeadura, situada no lu­gar de Santo Antonio da Charneca, e vae á segun­da praça no valor de réis 1753000. 2.0— Uma outra fazenda situada no mesmo lugar de Santo Antonio da Charneca, composta de terras de semeadura, vi­nha e arvores de fructo, foreira em 4S740 réis an- nuaes, com laudemio de vintena a D. Maria Henri- queta Josephina Dionisia Fortt Roan, e vae o domi­nio jptil á segunda praça, no valor de 225$ooo réis.

Pelo presente são cita­dos os crédores incertos para assistirem á dita arre­matação.

Aldegallega do Ribatejo, 14 de abril de 1902.

o E S C R IV Á O

Antonio Augusto da Silva Coelho.

Verifiquei a exactidão.

0 JUIZ D E D IR E IT O

N. Souto.

O I )O Mi N u O

ANNUNOIO

ÍUDiiui)

( fv l I»§53*!k*ação)

Aldegallega do Ribatejo,8 de abril de 1902.

o E S C R IV Á O

Antonio Julio Pereira Moutinho.Verifiquei a exactidão.

O JUIZ D E D IR E IT O

Antonio Augusto Noguei­ra Souto.

No dia 27 do correnU mez, pelo meio dia, á por­

Por este juizo de direito, cartorio do 2" officio e exe­cução hypothecaria ■ que promove Martha Maria de Lima, viuva, proprietaria, do Samouco, contra José Florencio, viuvo, fazendei­ro, e residente no sitio do Cercal, freguezia d’Alco- chete, desta comarca, vae á praça á porta do tribunal d’esta villa no dia 4 do pro­ximo mez de maio, pelo meio dia, para ser vendido pelo maior preço e superior ao abaixo declarado, o se­guinte:— Uma fazenda com casas de habitação e outras para arrecadação, poço, terras de semeadura, vinha e arvores de fructo, sita no Cercal de Cima, dita freguezia d’Alcochete, pre­dio foreiro em 18800 réis annuaes e laudemio de vin­tena a Joaquina Soares de Almeida Povoas, do Sa­mouco, e no valor de réis 85888oo.

São citados para a dita arrematação q u a e s q u e r credores incertos.

J i u a y u í ]j

O mais notável romance historico dos últimos tem­pos por Paul Mahalin, il- lustraçÕes de Alfredo Mo­raes.

O FILHO DO MOS­QUETEIRO alcançou em França o mais extraordiná­rio exito, apenas compara- vel ao dos Tres ssoscine- tc iros, de Alexandre Du­mas.

Paul Mahalin num estylo que, diz um dos mais illus- tres criticos francezes, nos evoca a figura colossal de Dumas pae, a mais pura gloria da França litteraria— faz passar a acção do seu notabilissimo romance no tempo de Luiz XIV, o Rei-Sol, cujo reinado foi o mais brilhante, o mais agi­tado e historicamente o mais interessante da Fran- Çcl.

O que Joel, o filho do MOMIlJaSTBaBlfiW T liO « . passa em busca de seu pae na côrte de Luiz XIV, as luctas que tem a vencer para arrancar a sua noiva ao amor do Rei-Sol; a gloria de que se cobre na tomada de Friburgo em que assume proporções de heroe de epopeia; as intri­gas que íhBSSS.ufL usos

arma para al­cançar a revogação do edi­to de Nantes, satisfazendo aos caprichos amorosos de Luiz X IV ; os tenebrosos crimes de que a Marqueza de Montespan lança mão para inutilisar as suas ri- vaes na affeição do rei de França, toda a accão em fim, deste notabilissimo romance, fez de O FILHO DO MOSQUETEIRO o successo mais notável da litteratura franceza destes últimos tempos. Basta ler os titulos dos capitulos pa­ra avaliar quanto O FILHO DO MOSQUETEIRO é in­teressante, tanto sob o pon­to de vista historico, como sob o de romance de enre­do.

Os fasciculos serão dis­tribuídos semanalmente pe lo preço de 40 réis (pagos no acto da entregai cadaO /fascículo de 24 paginas com 5 gravuras.

Agente em Aldegallega— Alberto Brito Valentim.

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M A P P A S D E P O R T U ­G A L

Ha para vender mappas de Portugal, não coloridos, ao preço de 60 réis cada um.

Ha para vender collec- ções de jornaes, taes como: Seculo, Pimpão, Parodia, Supplemento ao Seculo, e outros; assim como livros antigos de diversos idio­mas.

N’esta redaccão se trata.

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PEDIDOS A LUCAS & C,A - ALDEGALLEGA

R E L O J O A R I A G A R A N T I D ADE

AVELINO MARQUES CONTRAMESTREa --

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I ? O O O — i — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO1 — R U A D O