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153 Hospital Moinhos de Vento REVISTA DO www.hospitalmoinhos.org.br Plano de Expansão Até 2014, o Hospital Moinhos de Vento passará por uma ampliação em sua estrutura física, aumentando, desta forma, a capacidade de cumprir com a sua missão, que é a de cuidar de vidas.

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153Hospital Moinhos de VentoREVISTA DO

www.hospitalmoinhos.org.br

Plano de ExpansãoAté 2014, o Hospital Moinhos de Vento passará por uma ampliação em sua estrutura física, aumentando, desta forma, a capacidade de cumprir com a sua missão, que é a de cuidar de vidas.

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2220

MATÉRIA DE CAPAHospital apresenta Plano de Expansão

ASSISTÊNCIANova Endoscopia e diferenciais da Oncologia

DICAS DE SAÚDEPARA O PACIENTEPrevenção do câncer de intestino

HISTÓRIAEvolução das Unidades de Internação

SUMÁRIO

Institucionais 05 Assistência 09 Tecnologia 12

Matéria de Capa 14 Perfil 18

20 Dicas de Saúde para o Paciente 22 História24 Assistência Social29 Educação e Pesquisa33 Artigo

14

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EDITORIAL ExPEDIENTE

Com satisfação, entregamos a vocês mais um exemplar da

revista do Hospital Moinhos de Vento. A publicação foi

totalmente reformulada, trazendo um layout mais mo-

derno e reportagens que buscam traduzir a valorização do nosso

corpo clínico, dos nossos colaboradores e de nossos processos

médico-assistenciais, acompanhando o momento de evolução

desta casa.

Mesmo preservando os valores conhecidos desde a sua

inauguração, o Hospital Moinhos de Vento zela pela contínua re-

novação, pelo desenvolvimento e pela inovação. Todos os dias,

centenas de pessoas são beneficiadas com uma assistência mul-

tiprofissional de qualidade e, principalmente, humana. Um dos

grandes desafios é fomentar o crescimento de nossa Instituição

para atender às demandas, promovendo, de forma contínua, o

desenvolvimento de nossas equipes.

Desde que assumi a função de Superintendente Executivo

tenho a missão de dar continuidade à qualificada gestão da Ins-

tituição. O reconhecimento de que possuímos padrões cada vez

maiores de excelência nos remete, igualmente, à meta de assumir

um papel transformador e gerador de mudanças. Cada vez mais

nossa atuação está alinhada às políticas públicas de saúde e à as-

sistência social, o que faz da Instituição um agente transformador

no desenvolvimento da sociedade, tornando-a mais justa, solidá-

ria e autosustentável.

A certeza de que estamos no caminho certo nos impul-

siona a aprofundar o conhecimento, buscar novas tecnologias e,

especialmente, investir em nossa equipe, crescendo, também, nas

respostas às necessidades de nosso tempo.

Fernando Andreatta TorellySuperintendente Executivo

Estímulo ao crescimento e à humanização

Hospital Moinhos de VentoRua Ramiro Barcelos, 910

Cep: 90035001Porto Alegre/RS

Fone: |51| 3314.3434www.hospitalmoinhos.org.br

Conselho de AdministraçãoJosé Adroaldo Oppermann

Presidente do Conselho

André Meyer da Silva Thomas Bier Herrmann

Werner SiegmannConselheiros

AssociadosArno Ary Schwuchow

Cleber Dario Pinto Kruel Clovis Roberto Francesconi

Eduardo Bier de Araújo CorreaFernando A J Renner

Frederico GlitzJorge Luiz Logemann

José Augusto KliemannWilliam Ling

Ricardo VontobelTelmo Bonamigo

SuperintendênciaFernando Andreatta Torelly

Superintendente Executivo

Dr. João Polanczyk Superintendente de Relações Institucionais

Nilton Brandão da SilvaSuperintendente Médico

Mohamed Parrini Superintendente Financeiro

Vania RohsigSuperintendente Assistencial

Diretor ExecutivoDr. Luciano Hammes

CoordenaçãoShirlei Raquel Manteufel

Produção e ExecuçãoInformare Comunicação Empresarial

Projeto Gráfico e DiagramaçãoVioleta Lima

Jornalista ResponsávelFernanda Doering – MTB 11197

FotografiasArquivo do Hospital Moinhos de Vento

indicefoto.comBonh Fotografias

Meneguetti Fotografias

RevisãoGreice Zenker Peixoto

Hospital Moinhos de VentoREVISTA DO

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INSTITUCIONAIS

Toma posse o novo Superintendente Executivo do Hospital

No dia 26 de abril, aconteceu a posse de Fernando

Andreatta Torelly como novo Superintendente

Executivo do Hospital Moinhos de Vento, suce-

dendo o Dr. João Polanczyk, que esteve à frente da Insti-

tuição por seis anos.

Diante de associados do Hospital, lideranças políti-

cas e de membros do corpo clínico, a solenidade ocorreu

no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, com a presença de

Dr. José Adroaldo Oppermann, presidente do Conselho

de Administração da Associação Hospitalar Moinhos de

Vento, Dr. Nilton Brandão da Silva, Superintendente Médi-

co, e Mohamed Parrini, Superintendente Financeiro.

Em seu discurso, Dr. José Adroaldo Oppermann disse:

“Há 85 anos, sucessivas gerações vêm cumprindo a missão

de Cuidar de Vidas. O trabalho desta equipe colocou nossa

Instituição no seleto grupo de seis Hospitais de Excelência.

Queremos desejar aos superintendentes muito sucesso e

saúde. Nós sabemos o quanto é divina a nossa tarefa.”

Homenageados da noiteDr. João Polanczyk, que assumiu recentemente

o cargo de vice-presidente do Conselho Deliberativo

da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP),

se dirigiu aos presentes como amigos: “É isso que

quero levar daqui. Amigos. A vida é feita de mo-

mentos, e este momento é especial para mim.

Quando entrei no Hospital sabia que tinha um

desafio e que havia muito para construir. Essa

construção levou algum tempo. Foi preciso

conhecer a cultura da Instituição, os valores,

os princípios. Além disso, sabia que precisava

construir um processo sucessório com pro-

fissionalismo e responsabilidade.” Após seus

agradecimentos, Dr. João concluiu: “Acaba-

mos aprendendo a fazer as coisas e o resul-

tado está aí. Temos no Torelly e na equipe

que o acompanhará pessoas capacitadas

para levar adiante a nossa Instituição.”

Em seguida, o novo Superintendente Executivo,

Torelly, iniciou seu discurso agradecendo a todos os pre-

sentes: “Gostaria de reafirmar que quem está tomando

posse não é apenas uma pessoa, mas uma equipe. E

é essa equipe que vem trabalhando e obtendo suces-

sos. Por isso, essa sucessão é profissional e planejada.”

O Superintendente afirmou, ainda, que toda a fase de

mudança requer novas prioridades: “Nossas metas es-

tão voltadas para a atenção ao paciente e aos proces-

sos assistenciais. Queremos, também, qualificar ainda

mais a nossa equipe, entregando aos nossos pacientes

as melhores tecnologias e práticas assistenciais. Graças

ao trabalho realizado até agora, temos sustentabilidade

administrativa para priorizar esses pontos. E temos um

bom ambiente de trabalho.”

Para finalizar, Torelly fez um agradecimento especial

ao Dr. João Polanczyk: “Ele foi meu professor, orientador, con-

selheiro. Será um privilégio ainda tê-lo em nosso dia a dia.”

Fernando Andreatta Torelly, Superintendente Executivo

Dr. José Adroaldo Oppermann, Presidente do Conselho de Administração

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Superintendência Assistencial: valorização do atendimento à beira do leito

Em maio, o Hospital anunciou a criação da Supe-

rintendência Assistencial, que responderá pe-

los processos de enfermagem, farmácia, nutri-

ção, fisioterapia, psicologia, hospitalidade e demais

áreas assistenciais. A enfermeira Vania Rohsig, que

está na Instituição há 20 anos, assumiu o cargo com

um grande desafio: realizar um trabalho de diagnós-

tico, planejamento e acompanhamento para qualifi-

car, ainda mais, o atendimento da Instituição.

A superintendente assumiu o compromisso de

intensificar ainda mais sua ligação com a rotina assis-

tencial do Hospital para conhecer o trabalho e as neces-

sidades de cada Centro e Unidade. “A Superintendência

Assistencial é um cargo da alta administração que tem

como objetivo atuar diretamente nas áreas de contato

com o paciente. Para saber qual é o melhor caminho

para atuarmos, temos de ouvir o enfermeiro, o técnico,

o nutricionista, o fisioterapeuta, a equipe da Rouparia

e o SAP (Serviço de Atendimento ao Paciente). Precisa-

mos conhecer quais são nossas entregas ao paciente e

como estamos medindo a qualidade destas entregas”,

explica Vania, que chefiou as Unidades de Internação

Adulta por oito anos.

Aprimorando práticas médico-assistenciaisO Hospital Moinhos de Vento possui um

nível administrativo e de gestão bem monitora-

do e qualificado, por isso a Instituição vai concen-

trar esforços no desafio de fortalecer suas práticas

médico-assistenciais.

Segundo Fernando Andreatta Torelly, Superin-

tendente Executivo, a Instituição, que já tem um his-

tórico de qualidade, pode buscar outros diferenciais,

especialmente por meio da valorização da Assistência.

“A enfermeira Vania assumiu este cargo porque possui

um conhecimento profundo sobre as rotinas do pa-

ciente, entende a necessidade da gestão eficiente e

busca a alta competência técnica. Sua expertise, aliada

à qualificada equipe de lideranças da área assistencial,

conduzirão a Instituição ao patamar que estamos bus-

cando”, enfatiza o Superintendente.

INSTITUCIONAIS

6 Vania Rohsig assume a Superintendência Assistencial

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Dr. João Polanczyk, Superintendente de Relações Institucionais, assu-

miu recentemente o cargo de vice-presidente do Conselho Delibe-

rativo da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP).

A entidade, sem fins lucrativos, reúne as 45 principais instituições

hospitalares do País. Sua missão é promover a qualidade da assistência

médico-hospitalar, representando os interesses de seus associados. A

presidência do Conselho Deliberativo está a cargo de Francisco Balestrin

(Rede VITA de Hospitais) e a representação em São Paulo é exercida por

Antônio Carlos Kfouri (HCor-SP).

Depois do desafio de 2011, o Hospital estabeleceu para 2012

a meta de dar seguimento à sua evolução, respondendo às de-

mandas de saúde, o que vai possibilitar a ampliação do número

de leitos e de atendimentos, dentro do seu plano de expansão

de 2009 a 2014.

Novo cargo na Associação Nacional de Hospitais Privados

7

OHospital foi re-

conhecido com

o Selo Verde

de Pró-Sustentabilidade,

distinção promovida

pelo Instituto Johnson &

Johnson Medical Brasil. O

Superintendente Execu-

tivo, Fernando Andreatta

Torelly, recebeu a premia-

ção no dia 23 de maio, na

sede do Hospital.

A certificação foi

entregue devido à uti-

lização do sistema ASP

Sterrad 100S, referência

de qualidade em esteri-

lização, com tecnologia ecologicamente responsável. O equipamento utiliza gás plasma de peróxido de hidrogênio. No

Hospital, o sistema economiza 900 mil litros de água ao ano e 80% de economia em energia elétrica ao ano.

Certificação Selo Verde

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Aequipe executiva do Hospital Moinhos de Vento es-

teve presente na 19ª Feira e Fórum Hospitalar 2012,

evento que visa à atualização para profissionais da

saúde e geração de negócios para a indústria fornecedora. É o

maior encontro anual de negócios do segmento.

Durante o xxII Congresso Internacional de Engenha-

ria e Arquitetura Hospitalar, que aconteceu simultaneamente

ao Fórum Hospitalar 2012, a Instituição foi representada pelo

Superintendente Executivo, Fernando Andreatta Torelly, pelo

Gerente de Ambiente e Segurança, Carlos Marczyk, e pelo ar-

quiteto, Paulo Cassiano. O grupo abordou o case “Hospital Moi-

nhos de Vento: Processos de Construções Alternativas – Visão

Administrativa, Arquitetônica e Instalações.”

Já durante o Seminário da ANAHP - Associação Nacional

de Hospitais Privados, que também ocorreu durante o Fórum

Hospitalar 2012, José Paulinho Brand, Gerente de Suprimentos

do Hospital, esteve presente no debate sobre a “Contribuição

da área de Suprimentos para a garantia da segurança Institu-

cional – Visão do Setor Privado.”

Participação no Fórum Hospitalar 2012

INSTITUCIONAIS

O Núcleo de Vacinas do Hospital Moi-

nhos de Vento Iguatemi foi rees-

truturado para melhor atender às

demandas de pacientes. A unidade ganhou

novas salas, fraldário e brinquedoteca, ga-

rantindo maior conforto e um bom fluxo de

trabalho para equipe.

O espaço aplica todas as vacinas dos

calendários infantil, adolescente, adulto, ido-

so, além de oferecer orientação vacinal para

viajantes. Há, ainda, vacinas para pacientes

com doenças de base como diabéticos, car-

diopatas, pneumopatas, nefropatas.

Conforme a responsável técnica e

gestora do Núcleo de Vacinas, Dra. Soraya

Malafaia Colares, houve, no último semestre,

um crescimento de 30% em todas as vacinas,

sem contar a da gripe: “Somente no primeiro

semestre, a aplicação de vacinas contra gripe

aumentou em 50%.”

Espaços reestruturados

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ASSISTÊNCIA

Hospital inaugura Unidade de Endoscopia

Em um ambiente totalmente novo, amplo e confortá-

vel, a nova Unidade oferece segurança, tecnologia de

ponta, privacidade, acompanhamento médico quali-

ficado, serviços e atendimento de excelência, contribuindo

na prevenção e na realização de diagnósticos precisos e tra-

tamentos de doenças dos aparelhos digestivo e respiratório.

São 968 m², com oito salas de procedimento, 14

de recuperação, 18 de preparo e capacidade para 2.500

atendimentos ao mês. A ampliação também

gerou aumento na equipe que agora passou

para 34 colaboradores. Os principais exames

realizados na Unidade de Endoscopia são:

Endoscopia Digestiva Alta, Colonoscopia, Im-

plantação de Balão Intragástrico, Gastrostomia

Endoscópica, Broncoscopia, Laringoscopia e

Ecoendoscopia.

Conforme o Dr. João Polanczyk, Supe-

rintendente Executivo na oportunidade, essa

iniciativa faz parte dos planos de expansão

previstos para o Hospital: “Essa Unidade soma-

-se à Maternidade, aos Centros de Ortopedia

e Neurologia, e à Emergência em nossos pla-

nos de expansão. Vamos assegurar todas as

condições para que a Unidade trabalhe com

eficiência. Primamos pela segurança no aten-

dimento, pelo ambiente de trabalho e pela

tecnologia de ponta.”

Dr. Ismael Maguilnik, Coordenador

Médico da Unidade de Endoscopia, salientou

que todos sentem-se privilegiados por rece-

ber uma unidade criada e norteada dentro

dos melhores conceitos: “O Rio Grande do

Sul tem tradição em endoscopia. Aqui nas-

ceu a semente. Somos pioneiros na preocu-

pação ética de prestar serviço à população.

Essa inauguração é resultado de um trabalho

digno e com segurança para os nossos pa-

cientes.”

De acordo com Danieli Mota da Silva Radu, Su-

pervisora Assistencial da Endoscopia, a normalidade dos

processos logo no início foi possível porque houve mui-

ta preparação e treinamento com todos os técnicos em

enfermagem, enfermeiros, agentes de atendimento e ca-

mareiras antes da migração para o novo ambiente: “Nos

capacitamos para atender aos médicos e aos pacientes de

forma adequada, desde o princípio da transição.”

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ASSISTÊNCIA

Oncologia: a importância do trabalho da equipe multidisciplinar

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OCentro de Oncologia do Hospital Moinhos de Ven-

to, que abrange as Unidades de Quimioterapia e

Radioterapia, oferece aos pacientes acesso a todas

as modalidades de tratamento de câncer dentro de um mes-

mo ambiente, com espaço adequado e acolhedor, além de

uma equipe multidisciplinar capaz de oferecer atendimento

qualificado. Na Quimioterapia, são atendidos cerca de 300 pa-

cientes ao mês, abrangendo uma média de 560 sessões. O es-

paço possui 10 boxes para atendimento, contando, também,

com apoio de profissionais de enfermagem e psicologia.

Para Dr. Sérgio Roithmann, Coordenador Médico do

Centro, a Unidade se destaca por seus princípios norteado-

res que priorizam o acesso ao atendimento qualificado e a

Assistência Integral®: “O melhor tratamento para o paciente

é aquele em que os médicos interagem. Por isso, estamos

promovendo uma reestruturação do atendimento em um

sistema multidisciplinar, no qual o tratamento pode ser pla-

nejado simultaneamente por especialistas de diversas áreas.

Todos são capacitados com conhecimento avançado e, por

esta razão, compreendem os mecanismos da doença.”

Dr. Roithmann ainda destaca que os médicos devem

ser cada vez mais especialistas: “Cada vez mais o tratamento

de câncer é complexo. E a literatura médica evolui constante-

mente. Os médicos começam a se focar em áreas específicas

da oncologia. Tornam-se especialistas. Temos profissionais

direcionados ao câncer de mama, ao trato gastrointestinal e

isso deve se estender a todas as demais áreas.”

Conforme Dr. Rui Fernando Weschenfelder, oncolo-

gista do Hospital, o Centro de Oncologia é capaz de oferecer o

melhor em termos de cirurgia, medicamento (quimioterapia)

e radioterapia: “No câncer no aparelho digestivo, especifica-

mente, há aumento na complexidade do tratamento. Assim,

com o tratamento multidisciplinar, todas as áreas conhecem

o paciente e traçam, juntas, um plano. Há união de conheci-

mentos de todos. Os cenários estão se modificando aos pou-

cos. Tratamentos podem acontecer sem cirurgia, as lesões

disseminadas podem ser tratadas, para metástases hepáticas

existem novos recursos. Somos um Centro de alta comple-

xidade e, com tecnologia, conhecimento e treinamento, so-

mos capazes de oferecer o tratamento mais adequado.”

Para Dra. Erica Lammermirt Ottoni, hematologis-

ta, o modelo assistencial implementado na Oncologia

garante maior integração com o paciente e, por isso,

existe ainda mais confiança no serviço: “Trabalhamos

com um médico plantonista para acompanhar todos

os tratamentos, dando suporte aos pacientes e ao seu

médico assistente. Há sempre um profissional disponível

monitorando os processos. No caso de alguma intercor-

rência, podemos tomar as medidas necessárias, o que

garante maior segurança na quimioterapia.”

Especialidades e interaçãoExiste uma grande interação entre as diferentes

especialidades e a Oncologia. Um exemplo é o Núcleo

Mama Moinhos, especializado em atender o câncer e ou-

tras patologias da mama, o que traz inúmeras vantagens

às pacientes, dentre elas o diagnóstico mais rápido e um

tratamento mais personalizado. Para Dra. Daniela Rosa, on-

cologista, é fundamental a interação entre Oncologistas e

mastologistas: “Com os avanços da Medicina, há uma série

de tratamentos que podem ser orientados de acordo com

o prognóstico de cada paciente. O cuidado deve ser per-

sonalizado. Os tumores são diferentes e para cada subtipo

existe uma indicação de tratamento. As cirurgias podem ser

menos agressivas, existem remédios mais direcionados e

que muitas vezes preservam a mama. Por isso, é fundamen-

tal contar com uma equipe multidisciplinar, que conversa,

interage e escolhe em conjunto o melhor tratamento. Não

por acaso o tratamento otimizado traz melhores resultados.”

A agilidade no diagnóstico também acontece em

função da melhoria nas imagens: “Graças à Unidade de Diag-

nóstico de Imagem, somos capazes de diagnosticar com

muito mais precisão. Além disso, o acolhimento e a agilidade

no atendimento são nossos princípios fundamentais. Conta-

mos, ainda, com o Núcleo de Reprodução Humana para ofe-

recer o serviço de congelamento de óvulos para aqueles que

ainda não têm filhos. Tudo isso para garantir que o paciente

se sinta de fato acolhido”, afirma Dra. Daniela.

O Centro de Oncologia

da Instituição concentra

em uma mesma unidade

todas as especialidades

e procedimentos necessários

para o tratamento do paciente

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TECNOLOGIA

A aquisição de equipamentos que permitem a técnica de Radioterapia Guiada por Imagem possibilita que o Hospital Moinhos de Vento ofereça um tratamento mais

personalizado aos seus pacientes, com maior precisão no tratamento do câncer

IGRT: avanço tecnológico trazendo mais precisão e segurança

ao tratamento radioterápico

OHospital Moinhos de Vento, dando seguimento

ao seu plano de investimento, adquiriu novos

equipamentos para o Centro de Oncologia –

Unidade de Radioterapia e Radiocirurgia – que permitem

realizar o IGRT (Radioterapia Guiada por Imagem, na sigla

em inglês). A Instituição é a primeira no Estado a utilizar esta

tecnologia em Radioterapia.

O IGRT tem como objetivo assegurar a entrega da

dose de irradiação no local desejado, pois permite reconhe-

cer mudanças dinâmicas na posição e anatomia do pacien-

te que ocorrem ao longo do tratamento.

São obtidas imagens com o paciente na posição

de tratamento, dentro da própria sala, pelo próprio apare-

lho (Acelerador Linear). São imagens em duas dimensões

(planares, através de equipamento com a sigla em inglês

EPID - Eletronic Potal Image Device) ou em três dimensões

(volumétricas, através de equipamento denominado Cone-

-beam CT), as quais são fusionadas com as imagens obtidas

previamente para o planejamento e cálculo do tratamen-

to. Esse procedimento é realizado periodicamente durante

todo o tratamento de Radioterapia. Desta forma, é possível

detectar mudanças anatômicas causadas por perda ou ga-

nhos de peso, aumento ou diminuição tumoral, movimen-

tação fisiológica de órgãos, como o intestino e a bexiga.

Portanto, há uma diminuição das incertezas de posiciona-

mento do paciente e da localização dos órgãos internos du-

rante o tratamento, aumentando a precisão e assegurando

que o que foi planejado está sendo executado diariamente.

Com o aumento da precisão em entregar a dose de

irradiação no alvo desejado, em muitas situações pode-se

diminuir a margem usualmente empregada, diminuindo a

dose no tecido normal exposto à irradiação e, consequen-

temente, podendo reduzir os efeitos colaterais de maneira

significativa.

Outra vantagem do IGRT é a possibilidade de levar as

utilidades do IMRT (Radioterapia de Intensidade Modulada)

para a prática clínica, obtendo resultados mais significativos

e seguros. Pela maior precisão é possível, em situações espe-

cíficas, realizar um aumento da dose terapêutica, buscando

um maior controle da doença e também uma diminuição de

dose em órgãos vizinhos ao tumor, permitindo uma melhor

tolerância ao tratamento e a diminuição de efeitos colaterais.

Para que esse progresso tecnológico se traduza em

ganho para o paciente, há um envolvimento direto e intenso

de toda a equipe da Radioterapia, desde a área administrativa,

enfermagem, físicos, técnicos e médicos rádio-oncologistas.

EventoEm agosto, o Hospital promoveu o evento “Novas

Técnicas Avançadas do Tratamento Radioterápico”, com a

participação do Dr. Robson Ferrigno, médico radio-onco-

logista do Hospital Israelita Albert Einstein e do médico ra-

dioterapeuta Dr. João Luis Fernandes da Silva, coordenador

do Serviço de Radioterapia do Hospital Sírio-Libanês. Ele foi

integrante da equipe médica que tratou o ex-presidente

Lula e a presidenta Dilma Roussef. Segundo o Dr. João Luis,

o evento também é comemorativo: “O Rio Grande do Sul

comemora um upgrade de tecnologia que é o uso do IGRT.

Este equipamento complementa os excelentes aparelhos

que o Moinhos já possui”.

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13

Integrantes da Unidade de

Radioterapia e Radiocirurgia

13

Palestrantes e Dr. Wilson de Almeida

Dr. Robson Ferrigno,

médico radio-oncologista

do Hospital Israelita Albert Einstein

Fernando Andreatta Torelly,

Superintendente Executivo do Hospital

Dr. João Luis Fernandes da Silva, coordenador

do Serviço de Radioterapia

do Hospital Sírio-Libanês

Participantes do evento

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MATÉRIA DE CAPA

Acompanhando a evolução por demandas de maior qualidade em serviços privados na área da saúde, a Instituição coloca em prática sua ampliação, disponibilizando,

assim, mais leitos à população em diversas especialidades médicas

Hospital Moinhos de Vento realiza Plano de Expansão até 2014

OHospital Moinhos de Vento passa por um

plano de expansão que começou a ser de-

senhado em 2009 e que será realizado até

2014. O plano abrange inúmeras obras, sendo que

muitas já foram finalizadas e hoje estão em pleno

funcionamento. A previsão é gerar aproximadamen-

te 900 empregos diretos, que se somarão aos atuais

2,6 mil colaboradores do Hospital. O investimento

total será de R$ 320 milhões, entre recursos próprios,

financiamentos e oriundos de isenções fiscais.

Obras já realizadasO Hospital Moinhos de Vento tem registrado

crescimento em praticamente todos os serviços e es-

pecialidades médicas e, por isso, em muitos casos,

a ampliação da área física tornou-se fator determi-

nante. As seguintes obras do projeto de expansão já

foram concluídas:

• Nova Maternidade – A Maternidade Helda

Gerdau Johannpeter, inaugurada em março de 2011,

oferece o mais alto padrão em serviços, recursos hu-

manos e tecnológicos de assistência materno-infantil.

• NovaUTINeonatal – Adjacente à maternida-

de e inaugurada conjuntamente, a nova UTI Neona-

tal conta com um ambiente que propicia maior se-

gurança e qualidade no atendimento dos neonatos.

• ReformadaUnidadedeInternaçãoA1 – Esta

unidade de internação, anteriormente utilizada pela

antiga Maternidade, foi modernizada e disponibiliza-

da para pacientes clínicos e cirúrgicos.

• NovoCentrodeOrtopediaeTraumatologia

– Inaugurado em agosto de 2011, além de uma equi-

Suíte da MaternidadeUnidade de Emergência 14

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151515

Unidade de Endoscopia

Unidade de Internação A1

Centro de Ortopedia e Traumatologia

Centro de Neurologia e Neurocirurgia UTI Neonatal

pe qualificada, o novo Centro inclui consultórios e

modernas salas de procedimentos.

• NovoCentrodeNeurologiaeNeurocirurgia –

Este novo Centro, inaugurado também em agosto de

2011, reúne profissionais qualificados, aptos a atender

as mais diversas patologias da especialidade.

• Nova Unidade de Endoscopia – Em março

de 2011, foi inaugurado um andar inteiro dedicado

a exames endoscópicos, contando com oito salas de

procedimentos, consultórios médicos e 18 leitos de

recuperação.

• Ampliação da Emergência ( fase inicial) –

Esta ampliação permitiu o aumento da capacidade

de atendimento. Os números passaram de 200 aten-

dimentos/dia e 20 internações, para 350 atendimen-

tos/dia e 30 internações.

Algumas das obras

que constam no Plano

de Expansão já foram

entregues à comunidade

e estão em pleno

funcionamento

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MATÉRIA DE CAPA

Obras em andamento ou em elaboração de projetoAlém das obras já entregues, o Hospital Moi-

nhos de Vento já iniciou a realização de várias outras

obras. Essas obras têm sua execução bastante com-

plexa, pois são realizadas com o Hospital em pleno

funcionamento. As seguintes obras estão previstas:

• AmpliaçãodoCentroCirúrgico – Serão cria-

das cinco novas salas cirúrgicas, com capacidade de

atendimento ampliada de 65 para 80 procedimentos

por dia. A conclusão da obra está prevista para de-

zembro de 2012.

• Ampliação da Unidade de Diálise – A Uni-

dade de Diálise ganhará 22 novos postos de atendi-

mento, permitindo que mais pacientes possam ser

atendidos. Junto à ampliação, teremos também uma

readequação da Litotripsia e da Videourodinâmica.

• Ampliação da Unidade de Diagnóstico por

Imagem – Essa ampliação garantirá não somente o

aumento no número de atendimentos, mas, princi-

palmente, a incorporação de novas tecnologias.

• AmpliaçãodaUTIAdulto – Em vista da cres-

cente demanda de recursos para atendimento de

pacientes mais complexos, em breve a UTI Adulto

deverá ganhar mais leitos.

• Nova UTI Pediátrica – A UTI Pediátrica re-

ceberá um novo espaço, com maior capacidade de

atendimento e instalações mais modernas, assegu-

rando ainda mais segurança no atendimento dos

seus pacientes.

• Ampliação da Emergência (fase final) – A

Emergência passará por uma segunda fase de expan-

são, aumentando sua capacidade de atendimento de

casos complexos. Terá apoio da CTI Adulto, que con-

tará com mais leitos para cuidados intensivos.

• Novoprédiodos colaboradores – Esse pré-

dio, além de contemplar um novo estacionamento,

irá abrigar um moderno refeitório e área de lazer para

os colaboradores do Hospital.

• Novoprédiodeobrasemanutenção – Com

o rápido crescimento da Instituição, as áreas de

apoio também deverão estar alinhadas às crescentes

necessidades.

• Ampliação do Bistrô – Para atender a de-

manda crescente do Corpo Clínico e de pacientes, o

bistrô também será ampliado.

• Novo Bloco Hospitalar – A maior obra do

plano de expansão. Será construído, junto à rua Dr.

Vale, um novo bloco hospitalar com 94 leitos de in-

ternação, permitindo, assim, que mais pacientes te-

nham acesso ao Hospital Moinhos de Vento.

• HospitaldaRestingaeExtremoSul– Integran-

do a parte de projetos sociais, com inauguração previs-

Ampliação da Unidade de Diagnóstico por Imagem Ampliação da UTI Adulto

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3

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4

Perspectiva mostrando algumas das principais obras do Hospital Moinhos de Vento para os próximos anos:

1) Novo Bloco Hospitalar, 2) Novo Prédio de Obras e Manutenção, 3) Ampliação da UTI Adulto,

4) Ampliação da Unidade de Diagnóstico por Imagem, 5) Novo Prédio dos Colaboradores

ta para o segundo semestre de 2013, o Hospital da Res-

tinga e Extremo Sul prestará assistência especializada

hospitalar e ambulatorial, e contará com 135 leitos de

internação clínica, pediátrica, obstétrica e cirúrgica.

Conforme Fernando Andreatta Torelly, Supe-

rintendente Executivo do Hospital Moinhos de Ven-

to, o crescimento do número de usuários de planos

Novo Bloco Hospitalar

Novo prédio dos colaboradores

de saúde é reflexo do aumento do poder aquisitivo

do brasileiro. “Estamos vivendo o pleno emprego e

as empresas estão subsidiando cada vez mais a assis-

tência médica de seus funcionários. Só no Rio Gran-

de do Sul são 2,1 milhões de planos coletivos empre-

sariais, de um total de 2,5 milhões. É a esta realidade

que estamos nos adequando”, afirma.

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PERFIL

Um grande humanista, um exímio formador de vínculos

Meu pai foi um grande humanista.” Foi assim

que a Dra. Márcia Graudenz definiu a traje-

tória do pai, Dr. Martim Graudenz, falecido

em 2011. “Ao longo de toda a vida ouvi muitas pes-

soas falarem do meu pai. Seus pacientes, suas famí-

lias, amigos, conhecidos. Ele ajudou muitas pessoas

e tinha grande dom: o de entender a alma feminina.”

Nascido em Porto Alegre, no dia 9 de feverei-

ro de 1926, Dr. Graudenz formou-se na Universidade

Federal do Rio Grande do Sul e fez residência médica

em Ginecologia, na Universidade de Chicago. Lá, de-

senvolveu seu interesse pela área de Patologia, em

que atuou durante toda a sua carreira profissional.

Pelas pessoas próximas, sempre foi considerado um

grande ginecologista, patologista, amigo, conselhei-

ro, professor.

Livre-docente de Clínica Ginecológica, foi pro-

fessor da disciplina de Ginecologia da UFRGS. “Ele

era muito estudioso, formou muita gente. Tinha uma

visão crítica e não era conservador. Aliás, sou médi-

18Dr. Graudenz em um encontro com a família. Momentos

descontraídos que ele sempre fez questão de preservar

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ca por influência do meu pai. Ele me disse: “faz Patolo-

gia. Hoje, sou a Márcia patologista”, afirma Dra. Márcia.

Dr. Graudenz participou, durante toda a sua vida, de

atividades associativas e presidiu a Associação de Gi-

necologia e Obstetrícia do Rio Grande do Sul, Sogirgs,

na época chamada de Departamento de Ginecologia e

Obstetrícia da AMRIGS. Fez questão de marcar sua pre-

sença na área médica do estado e, por isso, protagoni-

zou momentos importantes da evolução da especiali-

dade em que atuava.

Novos desafiosDr. Graudenz foi proprietário de uma das maio-

res clínicas de Ginecologia de Porto Alegre e, por mui-

tos anos, atuou no Hospital Moinhos de Vento: “Aos 70

anos, meu pai decidiu fechar o consultório. Acho até

que se arrependeu algum tempo depois, mas era or-

gulhoso demais para dizer isso. Naquela época, suas

pacientes se diziam – “viúvas do Graudenz”, tamanha

era a falta que elas sentiam. Meu pai entendia muito

profundamente a mulher, fazia questão de ter conver-

sas transparentes. Tinha muita personalidade”, relem-

bra Dra. Márcia.

Conforme a filha, Dr. Graudenz sabia como manter

uma relação de muita confiança com as pessoas e, em es-

pecial, com suas pacientes: “Ele fazia com que as mulheres

se sentissem seguras e felizes dentro de suas opções. Meu

pai salvou muita gente e também viu muitos falecerem.

Trabalhou intensamente com câncer de mama. Este foi,

inclusive, um legado que recebi dele: a patologia mamá-

ria. Acho que é o que eu faço de melhor.”

Além de traçar uma carreira de sucesso, Dr. Grau-

denz foi um exímio formador de vínculos. Depois de fe-

char seu consultório, dedicou-se ainda mais aos amigos

e à família: “Por mais ou menos 12 anos, uma vez por se-

mana, nos reuníamos na casa dele para comer pizza. Ele

acompanhou muitos acontecimentos na vida de seus

netos e fez diferença na vida deles. Todas as quintas-

-feiras tinha um almoço com as enfermeiras mais amigas

que trabalharam com ele. Meu pai era fiel aos seus ami-

gos e gostava de cativar cada um deles. Era um homem

inteligente, culto, sábio. Um exemplo para todos que

tiveram o privilégio de conhecê-lo”, conta Dra. Márcia.

Dr. Martim Graudenz

Além de ter sido um profissional reconhecido

na área médica, Dr. Martim Graudenz

conquistou a credibilidade de suas pacientes

com um atendimento humano e personalizado.

Na família e entre seus amigos, deixou exemplos de vida que

deverão ser seguidos por todos que tiveram o privilégio

de conviver com ele

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2020

Fazer exames preventivos

também é importante,

pois quando o diagnóstico

da doença ocorre

em fases iniciais,

é frequentemente curável

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DICAS DE SAÚDE PARA O PACIENTE

Uma vida mais saudável pode prevenir o câncer de intestino

O câncer de intestino, embora possa ser pre-

venido, é um dos mais frequentes no mun-

do. No Brasil, é o 4º câncer mais diagnosti-

cado, atrás apenas do câncer de estômago, pulmão

e próstata.

Quando o seu diagnóstico ocorre em fases ini-

ciais, é frequentemente curável. A doença começa sem-

pre como uma lesão benigna, que vai evoluindo lenta-

mente até transformar-se num tumor maligno. Para sua

origem influenciam fatores ambientais (alimentação) e

hereditários. Nos países onde a ingestão de fibras é pe-

quena e a ingestão de gorduras, alimentos com aditivos,

conservantes e corantes é grande, a incidência desse

tipo de câncer é maior.

Cerca de 10% desses cânceres são ligados a fato-

res genéticos. Hoje são reconhecidas famílias com uma

tendência maior para desenvolver câncer colorretal, e

através de testes genéticos podem-se definir aqueles

que apresentam maior risco. Os sintomas são muito va-

riáveis, como alteração de hábito intestinal e perda de

sangue nas fezes.

Conforme Dr. Rui Fernando Weschenfelder, On-

cologista do Hospital Moinhos de Vento, o exame padrão

para diagnóstico do câncer colorretal é a colonoscopia.

Consiste em uma endoscopia com uma microcâmera

que visualiza todo o intestino grosso: “Antes do exame

é necessário um preparo com laxativos para eliminar

resíduos sólidos e possibilitar a avaliação. A colonosco-

pia é realizada rotineiramente em nível ambulatorial, ou

seja, sem necessidade de internação. O exame dura em

média de 20 a 30 minutos e é feito com acompanha-

mento de anestesista, que administra sedativos antes do

procedimento para evitar desconfortos. A anestesia ge-

ral normalmente não é necessária, sendo reservada para

situações especiais, como a colonoscopia em crianças.”

Segundo o Dr. Rui, durante o exame o médico

pode encontrar pólipos, pequenos crescimentos benig-

nos dentro do intestino, que são removidos no mesmo

momento. “Alguns tipos de pólipos, os adenomas, são

considerados pré-malignos e a sua detecção e retirada

precoces são consideradas as medidas mais eficientes

para evitar a formação de um câncer de intestino gros-

so”, afirma.

Dicas de prevenção• Se você tem mais de 50 anos, converse com seu mé-

dico sobre o exame de colonoscopia. Pólipos, que po-

dem dar origem ao câncer, são mais frequentes por volta

desta idade.

• Faça uma dieta balanceada. Alimentos ricos em gor-

dura, colesterol e carne estão associados ao maior risco

de câncer de intestino. Coma boa quantidade de fibras,

encontradas nas frutas, nas verduras, nos legumes e nos

cereais (aveia, farelo de trigo, grãos). As fibras têm um

efeito protetor.

• Mantenha um peso saudável. Pessoas obesas pare-

cem ter maior risco de desenvolver câncer de intestino.

• Faça exercícios. Fazer atividades físicas pode diminuir

o risco de câncer de intestino. Pratique no mínimo 30

minutos de atividades físicas 3 vezes por semana.

• Aprenda sobre a história médica da sua família. Uma

história familiar de pólipos e câncer pode aumentar o ris-

co de câncer de intestino.

• Não fume. O tabagismo é um fator de risco também

para o câncer de intestino, principalmente porque a fu-

maça ingerida transporta substâncias prejudiciais.

• Procure um médico se você apresentar qualquer sin-

toma que leve a suspeitar de câncer de intestino. Em es-

tágios avançados, pode causar diarreia, prisão de ventre,

cólicas na barriga, sangue nas fezes e perda de peso.

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Revisão técnica: Dr. Rui Fernando Weschenfelder, Oncologista do Hospital Moinhos de Vento

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HISTÓRIA

O antes e o depois das Unidades de Internação

Desde a sua inauguração, em 1927, o Hospital Moi-

nhos de Vento sempre investiu em suas Unidades

de Internação, realizando ampliações e reformas,

apostando em tecnologia de ponta e capacitação da sua

equipe profissional para oferecer os melhores tratamen-

tos, com tranquilidade, conforto e segurança.

Hoje, é possível fazer um resgate histórico do pro-

gresso da Instituição tanto em sua área física, como em seus

procedimentos e na cultura, que, apesar de preservar valo-

res daquela época, acompanha as demandas da sociedade.

InfraestruturaAntigamente, no primeiro andar do Hospital, à di-

reita, encontrava-se a ala feminina e seus 11 apartamen-

tos individuais, todos providos de um grande quarto de

banho e dois sanitários. Junto à escada, no lado esquer-

do, era a sala de isolamento com banheiro, destinada aos

pacientes que necessitavam de cuidados especiais. Após,

existia a ala masculina, com 10 apartamentos, ambien-

tes privativos para os pacientes. No segundo andar havia

apartamentos de segunda classe para homens e mulhe-

res, alguns com duas, três, quatro ou até cinco camas. Ao

lado, mais uma enfermaria, com 17 leitos. Os ambientes

eram amplos, simples, limpos.

Os apartamentos da primeira classe tinham ca-

lefação, iluminação elétrica no teto, lâmpada de cabe-

ceira. A campainha elétrica era fixada à colcha por uma joa-

ninha, de tal maneira que o próprio paciente pudesse

chamar a enfermeira. Além da cama, o quarto possuía

mesa, cadeira, armário, pia com água quente e fria, sa-

boneteira móvel para sabão líquido. Durante o primei-

ro ano de funcionamento, internaram no hospital qua-

se 700 enfermos e parturientes.

MemóriasConforme a Irmã Ires Spier, religiosa que buscou

formação como Auxiliar de Enfermagem naquela época

(1961), a experiência pessoal no ambiente de trabalho

contava muito: “Antigamente, as procedimentos funcio-

navam, mas eram muito mais artesanais. Tudo acontecia

com base no ‘olhô-

metro’. Não havia

uma padronização

dos processos. Fa-

zíamos o acompa-

nhamento junto aos

médicos na visita ao

paciente, anotando

as informações. As

anotações eram pas-

sadas para um ca-

derno que havia no

posto, com os horá-

rios das medicações

e procedimentos, no

qual registrávamos o

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nome do paciente e a medicação com os horários, já que

o médico não prescrevia. Na década de 40, por exemplo,

não havia anestesista. Nós aplicávamos a anestesia. Na en-

trada do Centro Cirúrgico tinha um caderno no qual eram

marcadas as cirurgias. À tardinha, a programação era orga-

nizada e batida à máquina. Não havia sala de recuperação.

Depois da cirurgia, o paciente ia para o quarto.”

Para João Celeste, Coordenador do Espaço

Memória do Hospital Moinhos de Vento, a assistência

ao paciente ficava voltada para a enfermagem, pois

ainda não existia o apoio de equipes multidiscipli-

nares, como atualmente: “Havia muita confiança nos

profissionais. E mesmo com a evolução da tecnologia,

o Hospital fez questão de preservar o seu perfil hu-

manístico, o que considero essencial dentro de um

ambiente hospitalar, especialmente porque, na maio-

ria dos casos, as pessoas se encontram mais sensíveis.

Naquela época, os pacientes eram conhecidos pelo

nome, existia maior aproximação entre o profissional,

os pacientes e os familiares.”

Novos rumosConforme Isonia Muller, Gerente de Enferma-

gem, o Hospital passou por muitas transformações

ao longo dos anos: “Nossas enfermarias eram loca-

lizadas em ambientes grandes. Existia uma copa e

os alimentos subiam em panelas para que o pesso-

al da enfermagem organizasse as bandejas para os

pacientes. Em 1972 foi criada a CTI (Centro de Tra-

tamento Intensivo), pois até então todos os setores

eram Unidades de Internação. Porém, os anos 90

foram determinantes para a Instituição. Houve uma

revitalização, passamos a participar do PGQP (Progra-

ma Gaúcho de Qualidade e Produtividade), revisar

estruturas, organizar a conta hospitalar, houve a cria-

ção da Assistência Integral® como marca registrada, a

idealização do Grupo Padrão para a releitura de todos

os processos.”

Atualmente, está sendo realizada a reforma de

60 apartamentos para aprimorar ainda mais o atendi-

mento ao paciente : “Contamos, ainda, com o plano

de expansão do Hospital, que construirá um prédio

novo que para abrigar Unidades de Internação, com

94 novos leitos. Nossa aposta está em oferecer o me-

lhor atendimento, juntamente com a melhor Medici-

na e a vanguarda em termos de hotelaria. O cuidado

com nosso paciente em todos os setores é o que nos

diferencia e nos posiciona no mercado.”

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Projeto Restinga e Extremo Sul em ritmo acelerado

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Projeto Restinga e Extremo Sul em ritmo acelerado

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ASSISTÊNCIA SOCIAL

As obras que fazem parte do Projeto Restin-

ga e Extremo Sul estão cumprindo os cro-

nogramas pré-estabelecidos, com entregas

importantes à comunidade e visitas de lideranças e

autoridades para acompanhar a evolução dos traba-

lhos. Uma das obras é a construção de um hospital

que abrange com área física total de 19.145,48 m2

e abrirá oportunidade para 450 novas contratações.

O hospital contempla um centro de especia-

lidades, com unidades de Cardiologia, Pneumolo-

gia, Traumato/Ortopedia, Mastologia, Ginecologia,

Pediatria, Otorrino e Oftalmologia, Reabilitação e

Odontologia. Haverá, ainda, um Centro Cirúrgico,

com quatro salas, e um Centro Obstétrico, com duas

salas para parto e seis leitos para pré-parto, parto e

pós-parto. O Hospital da Restinga oferecerá à popu-

lação, ao todo, 159 leitos, sendo 14 de apoio à Emer-

gência, o que oportunizará 1.500 atendimentos por

dia via SUS.

Até o momento foram investidos mais de

R$ 23 milhões nas obras e, até o mês de dezembro

de 2013, a previsão é investir mais R$ 48,5 milhões,

num total de R$ 71,6 milhões em cinco anos. Os re-

cursos provêm de isenções fiscais vinculadas à par-

ceria entre o Ministério da Saúde (MS) e os ‘Hospitais

de Excelência’ – um grupo de seis instituições priva-

das eleitas pelo MS, entre elas o Hospital Moinhos de

Vento, para desenvolver projetos que qualifiquem e

ampliem a assistência à população por meio do SUS.

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Um dos principais pilares do Projeto Restinga

e Extremo Sul é a sustentabilidade. Por isto, o prédio

do Complexo Hospitalar está sendo construído como

um verdadeiro “hospital verde.” O projeto arquitetô-

nico traz soluções ambientalmente corretas para ga-

rantir a economia de energia elétrica, a destinação

correta de resíduos, climatização e aproveitamento

de água. Além disto, o paisagismo é inspirado em

parques ambientais, o que diminui a interferência no

ecossistema, valorizando a flora e a fauna locais.

Bairro Restinga recebe a Unidade Núcleo Esperança No dia 4 de junho de 2012, foi inaugurada a

Unidade Núcleo Esperança, que faz parte do Projeto

Social Restinga e Extremo Sul e é mais uma opção de

atenção à saúde no bairro Restinga. O espaço com-

porta consultas e procedimentos médicos, de enfer-

magem e odontológicos, com base no atendimento

de Estratégia de Saúde da Família, modelo que prevê

Assistência Integral® e contínua da população, com

ações de prevenção de doenças, promoção e recu-

peração da saúde na própria comunidade, incluindo

ações nos domicílios.

Equipe multidisciplinarNeste modelo, a equipe da Unidade de Saú-

de é formada por uma equipe multidisciplinar que

envolve médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos

Unidade Núcleo Esperança

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ASSISTÊNCIA SOCIAL

26Unidade Núcleo Esperança

de enfermagem e também agentes comunitários de

saúde, que têm entre suas responsabilidades a visi-

tação de domicílios. “Este é o modelo preconizado

pelo Ministério da Saúde, com resultados já eviden-

ciados em muitos estudos. Nós já temos a experiên-

cia acumulada, desde 2004, nas Unidades das Ilhas

dos Marinheiros e da Pintada, onde melhoramos

substancialmente vários indicadores de saúde”, ex-

plica Luiz Mattia, Gerente da Assistência Social.

Ao todo serão 20 profissionais trabalhando na

Unidade, sendo 15 moradores da região que foram espe-

cialmente treinados para desempenharem suas funções

e qualificarem, ainda mais, os serviços oferecidos à região.

As atividades desenvolvidas na Unidade Núcleo Esperan-

ça seguem o padrão das demais obras já inauguradas.

Chapéu do SolNo final de 2011, o Hospital e a Prefeitura Muni-

cipal de Porto Alegre entregaram mais uma Unidade de

Saúde da Família para a região Sul: a Unidade Chapéu do

Sol. Com cerca de 6 mil moradores do Loteamento

Chapéu do Sol e dos bairros Belém Novo e Pon-

ta Grossa cadastrados, a unidade conta com

atenção integral de 21 profissionais da

Instituição. “Estamos construindo um sis-

tema em que as pessoas recebem atendi-

mento de saúde onde residem”, afirmou

o Dr. João Polanczyk, então Superinten-

dente Executivo do Hospital Moinhos de

Vento, durante a inauguração.

Um dos profissionais da Unidade

Chapéu do Sol é Bárbara Lisbôa Peres,

que é moradora da comunidade e fez o

curso promovido pelo Hospital em feve-

reiro do ano passado e hoje coloca seus

conhecimentos em prática na nova Uni-

dade. “Estes primeiros meses têm sido

muito produtivos. Estamos visitando as

famílias, cadastrando as pessoas, pas-

sando adiante o que aprendemos e, ao

mesmo tempo, aprendendo com elas.

É uma via de mão dupla”, diz.

As obras do

Projeto Restinga

e Extremo Sul terão

investimento total

de R$ 71,6 milhões,

com oportunidade

para 450 contratações

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Unidade Chapéu do Sol

Ministro da Saúde visita o Complexo Hospitalar

Ministro da Saúde visita o Complexo Hospitalar O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve

em Porto Alegre para fazer uma visita ao Complexo

Hospitalar da Restinga. Acompanhado de várias auto-

ridades e de representantes do Hospital, o Ministro elo-

giou a evolução dos trabalhos e destacou a importân-

cia do compromisso com a capacitação da população

local para trabalhar no próprio Hospital.

João Polanczky, então Superintendente Executivo

do Hospital Moinhos de Vento, recebeu o ministro Padi-

lha e demais autoridades, apresentando a ideia central do

projeto com detalhes sobre o futuro do hospital: “O proje-

to prevê a implantação de um sistema de saúde hierarqui-

zado de complexidade crescente. Prestar-se-á assistência

à pessoa que está doente em casa, passando pelo atendi-

mento nos postos de saúde, até chegar a este hospital. Ou

seja, estará garantido o atendimento completo para todas

as necessidades desta população”, afirmou.

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ASSISTÊNCIA SOCIAL

Hospital Moinhos de Vento integra o S.O.S. Emergências

Desde fevereiro de 2012, o Hospital Moinhos

de Vento integra a rede de Hospitais que da-

rão apoio ao Ministério da Saúde no Projeto

S.O.S. Emergências. Todas as instituições de saúde

participantes fazem parte do seleto grupo de Hospi-

tais de Excelência, designados pelo próprio Ministério

por portaria. O Hospital Moinhos de Vento irá apoiar

a implementação de um novo modelo de gestão,

com base em seu know how, para a reestruturação da

emergência do Hospital Santa Marcelina, localizado

em São Paulo, que somente no ano passado realizou

155.157 atendimentos no Pronto-Socorro.

O objetivo deste trabalho será o de diminuir o

tempo de permanência na unidade, oferecendo maior

agilidade na realização de exames e internações, além

de atendimento humanizado priorizado por critério

de risco e com acolhimento em todas as situações.

O S.O.S. Emergências é uma ação estratégica

do Governo Federal, em parceria com estados, muni-

cípios e gestores hospitalares, lançada em âmbito na-

cional em novembro de 2011, com o objetivo de qua-

lificar a gestão e o atendimento em grandes hospitais

que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A iniciativa integra a Rede Saúde Toda Hora,

que engloba o SAMU 192, UPAs 24 horas, Salas de Es-

tabilização, serviços da Atenção Básica e o programa

Melhor em Casa. Além dos 11 hospitais considerados

prioritários pelo Ministério da Saúde, a ação será es-

tendida a outras localidades, totalizando 40 unidades

hospitalares até 2014.

Como funcionaPara este trabalho, há o auxílio de um Núcleo de

Acesso e Qualidade Hospitalar instalado, que atuará vi-

sando à melhoria da gestão e da qualidade assistencial.

Os núcleos serão formados pelos coordenadores dos

serviços de urgência/emergência, das unidades e central

de internação do hospital (incluindo as UTIs) e por um

representante do gestor local. Esses profissionais são os

responsáveis por mapear as necessidades da unidade.

Foi solicitado ao Hospital Moinhos de Ven-

to apoio especial em quatro ações: apoio à imple-

mentação de protocolos clínicos assistenciais no

Pronto-Socorro, auxílio na elaboração do planejamento

estratégico, na implantação do Business Inteligence e

também do Tele Saúde, que é uma ferramenta de co-

municação à distância que presta teleconsultoria e se-

gunda opinião médica, bem como discussão de casos

com equipe multiprofissional. No caso do Hospital San-

ta Marcelina, este trabalho será feito com vistas ao pro-

jeto Centro de Atendimento Integral ao AVC, tornando

a instituição um centro de referência nestes casos.

A participação do Hospital Moinhos de Vento

é coordenada por Roberto V. S Wilkens (Supervisor

Administrativo Financeiro da Assistência Social), e a

execução das ações de apoio e projetos técnicos é

conduzida por Dr. Sergio A. Frederes (Gerente de Uni-

dades de Emergência), Karina Paris (Gerente de De-

senvolvimento Organizacional), Mario Torcato (Geren-

te de Informática) Dra. Sheila Cristina Ouriques Martins

(Neurologista do Corpo Clínico). Durante o período de

implantação há o acompanhamento de dois consul-

tores do Ministério da Saúde, especialmente contrata-

dos para o programa S.O.S. Emergência.

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EDUCAçãO E PESQUISA

Hospital integra rede mundial de cuidados ao recém-nascido

O Hospital Moinhos de Vento passou a in-

tegrar a Rede Vermont Oxford Network

(RVO), uma rede voluntária de pro-

fissionais de saúde dedicados a melhorar a

qualidade e a segurança do cuidado médico

a recém-nascidos e seus familiares. Iniciada

em 1988, hoje fazem parte da rede mais de

700 Unidades de Tratamento Intensivo Neo-

natal em todo o mundo. O Hospital é o único

da região Sul a fazer parte da RVO.

A rede mantém um banco de dados com

informações únicas, confiáveis e confidenciais às uni-

dades participantes para utilizar em melhoria de proces-

sos, avaliação da qualidade, auditorias e revisões internas.

Também traz informações sobre o cuidado e os resultados do

atendimento a recém-nascidos de alto risco.

Os profissionais de saúde dessas instituições atuam ativa-

mente em ensaios clínicos, estudos de follow-up de longo prazo

e pesquisas epidemiológicas. Eles também podem fazer parte de

estudos colaborativos de melhoria da qualidade em neonatologia,

com equipes multidisciplinares trabalhando juntas para identificar

e adotar boas práticas de assistência que possam ser mensuradas.

Os resultados são divulgados em publicações da rede, artigos médi-

cos em revistas especializadas e por meio do site da rede.

Participação no seminário sobre programa federal de saúde

OHospital é uma das seis instituições de excelên-

cia em saúde no Brasil que apoiam o Programa

S.O.S. Emergências - uma iniciativa do Governo

Federal, que visa ampliar a qualidade do atendimento

prestado nas emergências.

No dia 27 de junho, o Gerente das Unidades de

Emergência do Hospital Moinhos de Vento, Dr. Sérgio

Frederes, e a Enfermeira Emilda Soares da Silva participa-

ram do Seminário Programa S.O.S. Emergências. O evento

aconteceu no Hospital Santa Marcelina em São Paulo. No

encontro foram debatidos tópicos sobre protocolos de ro-

tina, exames e medicamentos utilizados em emergências.

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Dr. Waldemar Daudt Poli-

do, Cirurgião bucoma-

xilofacial da Instituição,

coordenou o Curso Internacio-

nal de Implantodontia - Planeja-

mento e Resoluções na Área Es-

tética. A atividade contou com a

presença do especialista em Pe-

riodontia e mestre em Odonto-

logia pela Universidade de Mel-

bourne, na Austrália, Dr. Stephen

Chen, que integra o quadro de

diretores do ITI – International

Team for Implantology.

Curso Internacional de Implantodontia

Oespecialista Thomas Linder, da Fisch Inter-

national Microsurgery Foundation, enti-

dade dedicada à pesquisa e ao tratamento

das doenças otológicas e que representa a continui-

dade do trabalho do Departamento de Otorrinola-

ringologia da Universidade de Zürich, Suíça, visitou

Especialista internacional visita a Instituição

EDUCAçãO E PESQUISA

30

o Hospital Moinhos de Vento.

Ele tem destaque especial na pesquisa, no diag-

nóstico e no tratamento da vertigem e da paralisia

facial. Na cirurgia otológica e na otoneurocirurgia, a

Escola Fisch International Microsurgery Foundation

tem contribuições relevantes.

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Publicação sobre a Doença de Parkinson

Estudos sobre a Neurorradiologia

Foi realizado o lançamento do livro Do-

ença de Parkinson – Busca da Qualidade

de Vida, de autoria do Neurocirurgião

Telmo Reis (e demais colaboradores), médico

do Centro de Neurologia e Neurocirurgia do

Hospital Moinhos de Vento.

A publicação apresenta novos conceitos

sobre a doença, responde questões e orienta

condutas. A ideia geral da obra é estimular e

ampliar a discussão sobre o Mal de Parkinson.

Conforme o autor, o estudo da Qualidade

de Vida Relacionada à Saúde é um capítulo re-

centemente integrado à medicina contempo-

rânea, em especial na área da Neurologia.

O Colégio Brasileiro de Radiologia

e Diagnóstico por Imagem (CBR) lan-

çou o livro Encéfalo, quarto volume da

Série Colégio Brasileiro de Radiologia

e Diagnóstico por Imagem (Série CBR),

durante a 42ª Jornada Paulista de Ra-

diologia, em São Paulo. A Física Bruna

Vedolin, que trabalha no Hospital Moi-

nhos de Vento, é coautora de um dos

capítulos.

SOBRE O AUTORTelmo Tonetto Reis é formado em Medicina pela UFRGS e pós-graduado em Neurocirurgia pela Universidade de Londres e Universidade de Edinburgo; é especialista em Neurocirurgia (SBN/AMB), membro Titular da Academia Brasileira de Neurocirurgia e membro integrante da American Academy of Neurology (USA).

Jornada Internacional de Cirurgia de Quadril

O Hospital Moinhos de Vento promoveu a III Jornada Internacional de Cirurgia Preservadora e Artroscopia de

Quadril, nos dias 27 e 28 de abril, cujo principal objetivo foi a discussão sobre a evolução da cirurgia de quadril.

O evento, que aconteceu no Anfiteatro Hilda Sturm, contou com a presença de renomados especialistas inter-

nacionais da área, como os Médicos Ortopedistas

Martin Beck (Suíça), Bernardo Aguilera (Colômbia),

Dante Parodi (Chile) e Bryan Kelly (EUA), além do

Fisioterapeuta Keelan R. Enseki, também dos EUA.

A jornada, direcionada a médicos, fisiote-

rapeutas e acadêmicos da área da saúde abordou

temas como: Clínica/Imagem do Quadril Adulto;

Impacto Femoroacetabular; Artroscopia de Qua-

dril; Futuro da Cirurgia Preservadora do Quadril;

Reabilitação Pós-tratamento do IFA; Displasia; Ar-

troscopia e o Quadril da criança e adolescente; Fi-

sioterapia e além da Artroscopia.

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Aula inaugural dos cursos de Pós-graduação

Aaula inaugural do Instituto de Educação e Pesquisa do Hos-

pital Moinhos de Vento tornou-se atividade confirmada

na agenda anual da Instituição. No primeiro semestre, 15

cursos de Pós-graduação iniciaram as suas atividades em uma aula

inaugural que aconteceu no Hotel Sheraton Porto Alegre, com a

participação do Superintendente Executivo e professor Fernando

Andreatta Torelly, abordando o tema “Desenvolver, Captar e Reter

Talentos: Desafio da Formação do Profissional de Saúde.”

Na sequência, o Gerente do Instituto de Educação e Pes-

quisa, professor Luciano Hammes, apresentou a trajetória de

cursos de Pós-graduação, que, desde sua inauguração em 2003,

recebeu mais de 2.000 alunos.

Os 350 novos alunos da Instituição são profissionais da

área de enfermagem, farmácia, fisioterapia, medicina, nutrição e

psicologia, provenientes de Porto Alegre, do interior do Rio Gran-

de do Sul e também de outros estados do Brasil.

Atualmente, 50% do total de docentes são colaboradores

da Instituição ou fazem parte do corpo clínico. Os cursos duram

em média 18 meses e incluem em seus currículos atividades prá-

tica nas dependências do Hospital Moinhos de Vento.

Aprimorando o ensinoA tradição da assistência e da Escola de Educação Profissional

de Enfermagem, no nível técnico, tem se estendido à Pós-graduação.

A cada ano busca-se o aprimoramento e a qualificação do programa,

revendo continuamente as necessidades dos alunos, a metodologia

de ensino e a aprendizagem proposta, a temática abordada, o corpo

docente, bem como os processos de gestão acadêmica.

Além do programa oficial dos cursos, o Instituto de Edu-

cação e Pesquisa oferece outras atividades complementares à

formação do profissional da saúde, como, por exemplo, a própria

aula inaugural e os cursos paralelos, como o de Leitura Técnica

em Inglês e aulas abertas.

O diferencial de ser um centro formador inserido num

hospital de excelência está na capacidade de entender as neces-

sidades do mercado de trabalho e incluí-las no conteúdo teórico

e prático oferecido aos alunos. O esforço do Instituto de Educação

e Pesquisa está voltado para a atualização contínua da melhor for-

mação em saúde e para a permanente qualificação assistencial de

excelência, que é o grande motivo do seu sucesso e existência.

EDUCAçãO E PESQUISA

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ARTIGO

Câncer de pulmão: um argumento indiscutível contra o fumo

De todos os tipos de câncer, o de pulmão é o que mais mata, em todo o mundo.

Conforme o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 20 mil pes-soas morreram em 2009, em 2012 estima-se que haverá mais de 25 mil novos casos no Brasil. No Rio Grande do Sul, ocorrem cerca de 10 mortes por dia devido a esta doença.

Uma das dificuldades relativas é que, na maioria dos casos, o diag-nóstico é estabelecido tardiamente. De cada 100 pessoas acometidas, menos de 20 são diagnosticadas em um estágio no qual ainda é possível oferecer um tratamento com inten-ção de cura.

O câncer de pulmão do tipo não pequenas células representa cerca de 80% dos tipos histológicos estabelecidos. As queixas iniciais de-pendem muito da região acometida. Quando inicia nas vias aéreas centrais, tosse e raias de sangue no escarro costumam ser os primeiros sintomas. Por outro lado, quando o tumor inicia nas regiões mais periféricas, ele pode ser silencioso. Por isso, qualquer quei-

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Por Dr. Hugo Goulart de Oliveira

Coordenador do Núcleo de Enfisema Pulmonar

xa respiratória que dure mais do que duas semanas deve ser esclarecida em uma consulta médica. Mais de 90% das pessoas acometidas pelo câncer de pulmão fumam.

Muito esforço tem sido feito para diagnosticar o câncer precoce-mente, ou seja, no momento em que as células cancerosas estão localizadas na mucosa respiratória e com chance de cura próxima dos 100%. Contudo, não existe nada definido nesta área ainda. Novas diretrizes para triagem de câncer de pulmão foram recente-mente publicadas*. De acordo com essas recomendações, pessoas com idade de 55 a 74 anos que fumam 1 carteira ao dia por 30 anos (ou equi-valente) ou mais, ou as que fumavam essa quantidade e pararam há até 15 anos, devem realizar anualmente uma triagem com tomografia computa-dorizada com baixa dose de radiação (TCBD). Porém, ainda existem dúvidas quanto a esta recomendação.

Dentre os exames utiliza-dos para diagnosticar o tumor de pulmão, estão os de imagem e a broncoscopia. Eles são realizados sem necessidade de internação, sob sedação. O médico broncoscopista examina o interior das vias aéreas da mesma maneira como é examinado o tubo digestivo na endoscopia. A broncoscopia pode ser usada para diagnosticar lesões através de coleta do material no interior das vias aéreas e do pulmão, identificar a extensão do acometimento, de forma a permi-tir o planejamento do tratamento, e aliviar a falta de ar em situações nas

quais o câncer encontra-se em está-gio muito avançado.

Nessa última situação, que chamamos de “broncoscopia inter-vencionista”, pode-se usar um bron-coscópio rígido, nesse caso com anestesia geral, para remover o tu-mor que está obstruindo a passagem do ar e restabelecer a função do pul-mão. A disponibilidade desse tipo de procedimento é muito importante, pois cerca de 50% das pessoas com câncer de pulmão morrem por com-plicações locais do tumor.

Para realizar um procedimen-to no estágio mais avançado da do-ença são utilizados recursos como a eletrocauterização (aplicação de calor no tecido afetado), crioterapia (congelamento repetido), aplicação de laser e irradiação. Com frequência, é necessário colocar uma órtese (um stent) para manter a via aérea aberta. Um modelo desse stent foi desenvol-vido pela equipe de médicos do Hos-pital de Clínicas de Porto Alegre e do Hospital Moinhos de Vento há cerca de 10 anos. A taxa de sucesso com esses tratamentos broncoscópicos varia de 43 a 97%. A escolha do mé-todo depende da disponibilidade do equipamento e da habilidade e expe-riência do médico broncoscopista.

De qualquer modo, no caso do câncer de pulmão, uma das prin-cipais causas de morte evitáveis em todo o mundo, a melhor solução ain-da é parar de fumar.

*Bach BP et al. Benefits and harms of CT screening for lung cancer: a systematic review. JAMA. 2012:1-12. doi:10.1001/jama.2012.5521

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ARTIGO

Através da ligação de um radioisótopo que emitirá a radiação gama captada pelo detector da gama-câmara (como

por exemplo Tc-99m) a uma substância com afinidade por determinado tecido (sestami-bi para miocárdio, MDP para tecido ósseo, etc), produz-se o radiofármaco utilizado em Medicina Nuclear para a realização do diag-nóstico e avaliação prognóstica de diversas doenças. Mais recentemente, foi possível a ligação de radioisótopos com moléculas com alta afinidade por receptores específi-cos, permitindo a avaliação de neoplasias e de doenças neurológicas, entre outras. Nes-te contexto, a Medicina Nuclear pode ser útil na avaliação de tumores neuroendócrinos, pois são neoplasias que expressam frequen-temente receptores de somatostatina.

Os tumores neuroendócrinos (TNE) fazem parte de um grupo hetero-gêneo de neoplasias, usualmente bem di-ferenciadas, com crescimento lento, mas eventualmente podem ser pouco diferen-ciadas, com comportamento agressivo. Exemplos de TNE são o carcinoma medular da tireoide, tumores da medular da adrenal, da hipófise e das paratireóides, paragan-gliomas, tumores pancreáticos, tumores carcinoides, feocromocitoma, neoplasia pulmonar de pequenas células, neuroblas-toma, meningioma ou tumores de células de Merkel. Podem se concentrar em ilhotas endócrinas no pâncreas ou com localização dispersa nos tratos respiratório e gastroin-testinal. O comportamento desses tumores depende do tipo de hormônio produzido, inclusive podendo ser assintomáticos.

A Medicina Nuclear é muito útil na caracterização funcional, localização do sítio primário e estadiamento destas neoplasias. Inicialmente, a metaiodobenzilguanidina (MIBG) foi utilizada para caracterização de tumores secretores de catecolaminas, como os feocromocitomas, paragangliomas e neu-roblastomas. O PET-CT com F18-FDG pare-ce ter aplicação restrita na maior parte dos TNEs, tendo em vista que depende da alta taxa de metabolismo glicolítico para uma boa acurácia do método. Como este tipo de tumor é, na maior parte das vezes, bem diferenciado e de baixo crescimento, a apli-cação do PET-CT com F18-FDG parece ser restrita, sendo este método mais útil em TNE pouco diferenciados (de pior prognóstico). A marcação de novas moléculas, como, por exemplo, DOTA-octreotide com Ga-68, tem apresentado resultados promissores para a utilização do PET-CT na avaliação destes tumores.

Como foi citado anteriormente, grande parte dos TNEs expressa receptores de somatostatina. Como a utilização da so-matostatina in vivo para localização destes receptores é inviável devido a sua curta meia-vida biológica (cerca de 2 minutos), foi desenvolvido um análogo da somatostatina (octreotide) para aplicação clínica. A cintilo-grafia com octreotide é utilizada para diag-nóstico e estadiamento destes tumores com excelentes resultados. Embora existam 5 ti-pos de receptores de somatostatina, o octre-otride apresenta maior afinidade pelos tipos 2 e 5, e afinidade modesta pelo receptor tipo 3, sendo que a expressão do subtipo 2 nos

Diagnóstico de Tumores Neuroendócrinos em Medicina Nuclear

Por Dr. Gabriel Blacher Grossman Chefe do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Moinhos de Vento

TNE é a mais frequente. Este exame apresen-ta maior acurácia diagnóstica para tumores carcinoides, pancreáticos e neuroblastoma.

O octreotide rotineiramente era marcado com o radioisótopo Indio-111 (ra-diofármaco In-111-octreotide) para a realiza-ção da cintilografia em pacientes com suspei-ta ou diagnóstico estabelecido de TNE, com o objetivo de definição diagnóstica, estadia-mento da doença, bem como para caracte-rizar a possibilidade de o paciente responder ao tratamento. O protocolo utilizado determi-na a realização de imagens de 4h e 24h após a injeção deste radiotraçador. Recentemente, o octreotide foi associado ao Tc-99m com su-cesso, sendo possível a realização de imagens em 1 e 4 horas após injeção do radiofármaco com excelente resultado. Atualmente, este é o protocolo utilizado no Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Moinhos de Vento. Além da vantagem da realização do exame em um período mais curto, sem a necessidade de retorno no dia seguinte, com conforto maior para o paciente, o octreotide marcado com Tc-99m é produzido em Porto Alegre, ao con-trário do I-111-octreotide. Isto permite uma marcação do exame rápida, sem a necessi-dade de encomenda e espera de alguns dias para a chegada do produto.

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Paciente do sexo feminino, 72 anos, com ressonância magnética prévia demons-trando massa no corpo e na cauda do pâncreas. Realizadas imagens de corpo inteiro de 1 e 4 horas após injeção de Tc99m-octreotide, bem como imagens focadas e tomográficas de abdome nas imagens tardias. A cintilografia evidencia intensa hipercaptação do radiofármaco no quadrante superior esquerdo do ab-dome, bem como múltiplos focos de hipercaptação no fígado, em duas áreas na linha média do abdome e pequena atividade focal no hemitórax direito. O estudo é compatível com tumor neuroendócrino de pâncreas com metástases hepáticas, em linfonodos adjacentes e metástase pulmonar. Ressonância magnética do ab-dome realizada após a cintilografia confirmou a presença de nódulos hepáticos e o aumento de linfonodos peripancreáticos.

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