hoje macau 14 dez 2012 #2755

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TEMPO POUCO NUBLADO MIN 17 MAX 22 HUMIDADE 65-90% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 14 DE DEZEMBRO DE 2012 ANO XII Nº 2755 PUB PUB COSTA NUNES Pais querem comisão de acompanhamento PÁGINA 6 h A RIQUEZA DE BABEL Reflexões sobre harmonia POR ANTÓNIO CONCEIÇÃO JÚNIOR As escuras Deputados sem mecanismos para fiscalizar contas do Governo As depesas feitas pelo Executivo liderado por Chui Sai On não são fiscalizadas pelos deputados porque estes não têm acesso livre e detalhado a todas as infor- mações do Orçamento da RAEM. Foram muitas as vozes que se levantaram on- tem no plenário apontando o dedo aos gastos do Governo. Despesas com obras de grande envergadura, por exemplo, nunca são apresentadas na AL, apontou Paul Chan Wai Chi . PÁGINA 3 SPORTING DE MACAU JOÃO MARIA PEGADO SUBSTITUI AGOSTINHO CAETANO PÁGINA 15 UNG CHOI KUN ACESSO À ADVOCACIA PELA AAM PODE VIOLAR A LEI BÁSICA PÁGINA 2 55.ª BIENAL DE VENEZA RAEM escolhe arquitecto Carlos Marreiros PÁGINA 13 ACIDENTES DE TRABALHO Número de acidentes mortais desceu este ano PÁGINA 5 PUB Ter para ler EDITORIAL APELO À COMUNIDADE JURÍDICA DA RAEM PÁGINA 19 `

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Edição do Hoje Macau de 14 de Dezembro de 2012 • Ano X • N.º 2755

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Page 1: Hoje Macau 14 DEZ 2012 #2755

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 17 MAX 22 HUMIDADE 65-90% • CÂMBIOS EURO 10.1 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 14 DE DEZEMBRO DE 2012 • ANO XII • Nº 2755

PUB

PUB

COSTA NUNES

Pais querem comisão de acompanhamento

PÁGINA 6

h A RIQUEZA DE BABEL Reflexões sobre harmonia POR ANTÓNIO CONCEIÇÃO JÚNIOR

As escurasDeputados sem mecanismos para fiscalizar contas do Governo

As depesas feitas pelo Executivo liderado por Chui Sai On não são fiscalizadas pelos deputados porque estes não têm acesso livre e detalhado a todas as infor-mações do Orçamento da RAEM. Foram muitas as vozes que se levantaram on-tem no plenário apontando o dedo aos gastos do Governo. Despesas com obras de grande envergadura, por exemplo, nunca são apresentadas na AL, apontou Paul Chan Wai Chi. PÁGINA 3

SPORTING DE MACAU

JOÃO MARIA PEGADO

SUBSTITUIAGOSTINHO

CAETANO PÁGINA 15

UNG CHOI KUN

ACESSOÀ ADVOCACIA

PELA AAM PODE VIOLAR A LEI

BÁSICA PÁGINA 2

55.ª BIENAL DE VENEZA

RAEM escolhe arquitectoCarlos Marreiros

PÁGINA 13

ACIDENTES DE TRABALHO

Número de acidentes mortais desceu este ano

PÁGINA 5

PUB

Ter para ler

EDITORIAL APELO À COMUNIDADE JURÍDICA DA RAEM PÁGINA 19

`

Page 2: Hoje Macau 14 DEZ 2012 #2755

TIAG

O AL

CÂNT

ARA

O QUE DIZEM OS DEPUTADOS ANTES- -DA-ORDEM-DO-DIA

sexta-feira 14.12.2012política2

Joana [email protected]

UNG Choi Kun está contra a proposta de alteração ao Regulamento de Acesso à Advocacia, recentemente

divulgada pela Associação dos Ad-vogados de Macau (AAM). Entre as sugestões está a desqualificação dos advogados estagiários que não tenham obtido aprovação em três provas de avaliação e a consequente inibição de estagiarem durante cinco anos.

O deputado utilizou ontem o período antes da ordem do dia, na Assembleia Legislativa, para contrariar a alteração, afirmando mesmo que esta pode violar a Lei Básica. “É uma regra demasiado severa. Afinal quantos cinco anos terá uma pessoa na sua vida?”, indagou. “É uma pressão e poderá eventualmente violar a Lei Básica quanto ao direito de que os residentes de Macau gozam da liberdade de escolha da profissão e emprego.”

Ung Choi Kun mostra-se preocu-pado com o facto de esta regra poder aumentar o número de advogados a importar de Portugal, “o que poderá contrariar a localização das leis e dos advogados”.

Mas não é esta a única crítica que o deputado aponta. Frisando que a AAM, sendo a única associação profissional deste tipo em Macau, tem o poder de alterar o regulamento, Ung Choi Kun queixa-se ainda de desigualdade perante

KWAN Tsui Hang considera que o ajustamento para as

contribuições para a pensão de idosos não tem fundamento e viola a intenção legislativa do regime de segurança social. A deputada aproveitou o período antes da ordem do dia, ontem na Assembleia Legislativa, para se mostrar contra a sugestão feita recentemente pelo Governo de alterar de 15 para 40 patacas a contribuição dos trabalhadores para o Fundo de Segurança Social (FSS). “O fundo serve para assegurar os riscos de desemprego, salários em atraso ou doença dos trabalhadores, é por isso que o empregador paga mais, para reflectir a sua responsabilidade quanto à protecção dos trabalhadores, à

salvaguarda dos seus direitos e à protecção na terceira idade”, aponta. Kwan Tsui Hang afirma que, sem a criação de um regime de previdência central obriga-tório, não está consagrada uma solução legal para definir a res-ponsabilidade do empregador face à protecção do trabalhador e diz, por isso mesmo, que as contribuições não deverão ser iguais, como também sugere o Executivo daqui a quatro anos.

Sobre a proposta do aumento das contribuições, Kwan critica ainda o facto de apenas se saber a sugestão sem qualquer pormenor, de não haver plano a longo prazo e ainda de se desconhecerem os critérios tidos em conta para se chegar aos números apresentados pelo Governo. - J.F.

“Parece que o Governo nada tem feito, ao longo dos

últimos sete anos desde a integração de Macau na lista

de Património Mundial, em termos de conservação e

preservação” – HO ION SANG, sobre o património e a Lei

de Salvaguarda do Património

“É lamentável que, depois do caso Ao Man Long, o Governo

nunca se tenha esforçado para aperfeiçoar as suas

políticas. A revisão da Lei de Terras, a elaboração da Lei

do Planeamento Urbanístico, a Lei de Enquadramento

Orçamental garantem que a utilização do erário público

seja devidamente fiscalizada mas o Governo não cumpriu o

prazo para a concretização de todas estas tarefas. As falhas

mantêm-se: grande poder discricionário dos dirigentes , que

continuam a poder conceder terrenos sem concurso público,

a alterar arbitrariamente as suas finalidades e a permitir

o adiamento do aproveitamento dos terrenos como bem

entenderem.” – AU KAM SAN, sobre a corrupção

“Os deputados foram informados [durante os debates

sectoriais] do direito de utilização de 30 minutos

para fazer perguntas aos secretários, mas mais uma

vez só foi possível utilizar 15 minutos (...), o que foi

manifestamente insuficiente. Alguns secretários

aproveitam o tempo de antena para ‘queimar’ o tempo

que sobra, impossibilitando os deputados de intervir na

segunda ronda de perguntas. A formulação de perguntas

conjuntamente por seis deputados impede o debate de

ideias e permite aos membros do Governo esquivarem-

se a responder a matérias sensíveis.” – JOSÉ PEREIRA

COUTINHO, sobre o regimento da AL na discussão das LAG

O Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, assistiu ontem às comemorações do 13.º aniversário do estabelecimento da RAEM,

realizadas pelas entidades desportivas locais. O líder do Executivo da RAEM, durante a data de comemorações da transferência

de soberania, deslocar-se-á a Pequim numa missão de serviço.

Deputado manifesta-se contra alterações a regulamento de acesso à advocacia pela AAM

“Pode violar a Lei Básica”

Kwan Tsui Hang contra aumento das contribuições para o FSS

“Sem fundamento”COMEMORAR ANTES DO TEMPO

advogados locais e os portugueses. “Porque é que os oriundos de Portugal não precisam de fazer estágio? Será isto justo?”

O deputado considera que o Go-verno deve prestar mais atenção sobre a dispensa do exame de admissão dos

advogados portugueses e frisa ainda outra questão que também apelida de desigual: é que os licenciados em Direito pela Universidade de Ciências e Tecno-logia (MUST) não têm sequer direito ao exame de admissão, ao contrário dos da Universidade de Macau.

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GONÇ

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LOBO

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3políticasexta-feira 14.12.2012 www.hojemacau.com.mo

Deputados queixam-se de não terem poder para fiscalizar despesas do Governo

Sem acesso a informações detalhadasJoana [email protected]

AS despesas feitas pelo Governo não são fis-calizadas pela falta de acesso a informações

detalhadas do orçamento. As queixas são dos deputados da Assembleia Legislativa (AL), que ontem aprovaram na especialidade a Lei do Orçamento para 2013, mas não sem antes apontar o dedo ao Executivo. “As despesas com as obras de grande envergadura, por exemplo, nunca são apresentadas na AL para apreciação e votação”, queixou-se Paul Chan Wai Chi. “Só podemos saber as previsões feitas pelo Governo, mas nunca conseguimos desempenhar o papel de fiscalizadores.”

O artigo referente às despesas foi o único da proposta de lei que mereceu duas abstenções, de Paul Chan Wai Chi e José Pereira Cou-tinho. Contudo, os reparos ao facto de se preverem gastos no valor de 82 mil milhões e meio de patacas em 2013 vieram de vários lugares do hemiciclo. O orçamento do próximo ano prevê uma subida de 7% nas despesas da Administração com o erário público. O Executivo já explicou que esses aumentos se devem a obras de remodelação e recrutamento de pessoal.

No entanto, são as obras de grande envergadura – como o metro ligeiro – que preocupam mais os membros do hemiciclo. É que o orçamento para este tipo de infra-estruturas é muitas vezes

AS despesas da admi-nistração de Macau até

Novembro correspondem apenas a 35,8% da receita arrecadada e o saldo positi-vo da execução orçamental está estimado em 76.021,8 milhões de patacas.

Dados oficiais disponí-veis na página electrónica dos Serviços de Finanças de Macau indicam que a receita total da administração se fixou no final de Novembro em 118.549,1 milhões de patacas, mais 15,3% do que no mesmo período de 2011 e 116,3% do previsto para os 12 meses.

As receitas correntes também a subiram 15,3% para 118.422 milhões de patacas com os impostos directos a valerem 103.056,9 milhões de patacas e a regis-taram uma evolução positiva de 14,3% face ao período

Despesas do orçamento de Macau correspondem a 35,8 % da receita

No poupar está o ganhoentre Janeiro e Novembro de 2011.

Neste capítulo, os impos-tos directos sobre o sector do jogo, no valor de 35% sobre as receitas brutas arrecada-das pelos concessionários, constituem a principal recei-ta com um total de 98.117,8 milhões de patacas, uma subida de 14,2% face ao mesmo período de 2011.

Os impostos directos so-bre o jogo traduzem também 82,76% da receita total da administração, 82,85 % da receita corrente e 95,2% do total dos impostos directos.

Já no campo da despesa, a administração teve gastos

totais de 42.527,3 milhões de patacas, uma subida de 16,7% face ao período entre Janeiro e Novembro de 2011 e a traduzir uma execução orçamental de 64,5% do previsto para 2012.

O orçamento autorizado para 2012 previa uma receita de 101.946,8 milhões de pa-tacas, despesas de 65.928,2 milhões de patacas e um saldo positivo de 36.018,6 milhões de patacas, muito abaixo das 66.400,7 milhões de patacas apurados no ano de 2011.

As despesas correntes da Administração, contabi-lizadas em 33.740,4 milhões de patacas, estavam a subir

6,9% face a 2011, com os Investimentos do Plano a valerem 6.603,1 milhões de patacas, a registarem uma subida de 103,9%, mas exe-cutados em apenas 33,3%.

Entre receitas e despe-sas, a administração fechou as contas de Novembro com um saldo positivo de 76.021,8 milhões de patacas, mais 14,5% do que no mes-mo período de 2011, mas a traduzir 211,1 % do que foi inscrito no orçamento.

Os orçamentos da ad-ministração de Macau são feitos habitualmente de forma muito conservadora, razão pela qual a execução orçamental traduz quase sempre valores significati-vamente acima do previsto no campo da receita e nunca é totalmente realizada no campo da despesa. - Lusa

uma apresentação plurianual das suas despesas na AL, porque nunca temos acesso a elas.”

Também Mak Soi Kun e Paul Chan Chan Wai Chi instam o Exe-cutivo a esclarecer os motivos que levam à alteração das contas para as obras de grande envergadura de forma a que, dizem, “possam cumprir o papel de fiscalizadores”.

O Governo tem autonomia face à alteração dos orçamentos previstos para determinadas obras ou despesas da Administração, não necessitando da aprovação da AL. Isso leva a que os deputados apenas tenham conhecimento das previsões para os orçamentos ou fiquem a saber das derrapagens depois de estas acontecerem. Um sistema que, realça Pereira Coutinho, tem de mudar. “Já se passou muito tempo sem que o Governo avançasse com a reforma do sistema de gestão financeira da RAEM. Não tem dado o mínimo sinal de o querer modernizar. Os processos de gestão financeira são praticamente os mesmos que se desenvolviam no século passado e alguns até no século XIX”, aponta o deputado. Coutinho fala em re-gulamentos de 1984, 1985 e 1996 que, considera, “não protegem o erário público”.

Perante as diversas manifesta-ções dos deputados, Francis Tam limitou-se a relembrar que a Lei de Enquadramento Orçamental irá ser revista em 2013 e que “durante esse processo de revisão vão ser consideradas todas as opiniões que transmitidas”.

ultrapassado – como foi o caso com o sistema de metro ligeiro, que só na primeira fase passou de 4,2 mil milhões para 11 mil milhões de patacas -, mas nunca precisa do aval da AL. É isso que os deputados pretendem mudar. “O sistema de gestão financeira não permite que nem cidadãos nem a AL perceba como são feitas as despesas”, frisou

Pereira Coutinho. “Chegou a altura de ter um sistema de acesso mais fá-cil para o cidadão às contas públicas, caso contrário todos os anos vamos ter os deputados a tentar descobrir onde são feitas as despesas.”

SECRETÁRIO NÃO SE MANIFESTANg Kuok Cheong foi outro dos deputados que se queixou peran-

te Francis Tam, secretário para a Economia e Finanças, apontando que as informações fornecidas pelo Governo sobre as despesas não são detalhadas. “A fiscaliza-ção é feita aos pedaços, porque as informações das contas estão todas separadas. A execução or-çamental, sobretudo das obras de grande envergadura, deveria ter

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4 política sexta-feira 14.12.2012www.hojemacau.com.mo

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMOANÚNCIO

A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, fax público que, de acordo com o Despacho de 04 de Dezembro de 2012 do Exmo. Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, se encontra aberto concurso público para adjudicação do serviço de realização de um Espectáculo de Fogo-de-Artifício destinado à Celebração do Ano Novo Lunar 2013.

Desde a data da publicação do presente anúncio, nos dias úteis e durante o horário normal de expediente, os interessados podem examinar o Processo do Concurso na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.o andar, e levantadas cópias, inclindo o Programa do Concurso, o Caderno de Encargos e demais documentos suplementares, mediante o pagamento de duzentas patacas (MOP200.00), além disso ainda se encontra igualmente patente no website da Direcção dos Serviços de Turismo (http://industry.macautourism.gov.mo), podendo os concorrentes fazer “download” do mesmo.

Sessão de esclarecimento será realizada no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 14.o andar pelas 10:30 horas do dia 18 de Dezembro de 2012.

O limite máximo do valor global da prestação de serviço é de MOP2,500,000.00 (dois milhões e quinhentas mil patacas).

Critérios de apreciação das propostas e percentagem:

Preço 60%Experiência em larga escala de lançamento de fogo de artifício 15%Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço 15%Registo de maus resultados de lançamento de fogo de artifício 10%

Os concorrentes deverão apresentar as propostas na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.o s 335-341, Edifício “Hotline”, 12o andar, durante o horário normal de expediente e até às 17:00 horas do dia 02 de Janeiro de 2013, devendo as mesmas ser redigidas numa das línguas oficiais de RAEM ou em inglês, a prestar a caução provisória de MOP50.000,00 cinquenta mil patacas), mediante 1) depósito em numerário à ordem da Direcção dos Serviços de Turismo no Banco Nacional Ultramarino de Macau 2) garantia bancária 3) depósito nesta Direcção dos Serviços em numerário, em ordem de caixa ou em cheque visado, emitidos à ordem da Direcção de Serviços de Turismo 4) por transferência bancária na conta da Direcção dos Serviços de Turismo do Banco Nacional Ultramarino de Macau.

Acto publico do concurso, no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.o s 335-341, Edifício “Hotline”, 14o andar pelas 10:30 horas do dia 03 de Janeiro de 2013.

Os representantes legais dos concorrentes deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados ao concurso, nos termos do artigo 27.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho.

Os representantes legais dos concorrentes poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, o procurador apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público do concurso.

Direcção dos Serviços de Turismo, aos 07 de Dezembro de 2012

O Director dos Serviços, João Manuel Costa Antunes

Andreia Sofia [email protected]

“A determinação do mon-tante da multa faz-se em

função da gravidade da infracção, da culpa do agente e da capaci-dade económica”. São assim as regras para definir as coimas a pagar por parte dos responsáveis de acidentes aeronáuticos, e que estão definidas na proposta de lei sobre a investigação de acidentes de aviação civil e protecção da informação de segurança aérea.

Ontem, em sede da terceira Comissão Permanente da Assem-bleia Legislativa (AL), os deputa-dos assinaram o parecer jurídico

AS trocas comerciais entre as China e os Países de Língua Portuguesa

aumentaram 12,3 % entre Janeiro e Ou-tubro de 2012 face ao mesmo período de 2011, fixando-se em 829.090 milhões de patacas, foi ontem anunciado em Macau.

Dados da alfândega chinesa divul-gados pelo gabinete de apoio ao Fórum Macau referem que entre Janeiro e Outubro a China vendeu aos países de expressão portuguesa produtos no valor de 258.714 milhões de patacas, mais 5,5 %, contra compras de Pequim de 7570.377 milhões de patacas, mais 15,66%.

Com o Brasil, o principal parceiro lusófono da China, as trocas comerciais subiram apenas 2,91%, mas representam a quase totalidade do comércio com 550.898 milhões de patacas.

As vendas de Pequim a Brasília totalizaram 210.523 milhões de patacas - mais 2,82 % - e as compras 340.375 milhões de patacas, ou mais 2,97% e numa balança claramente favorável ao maior país da lusofonia.

Com Angola, as trocas comerciais su-biram 41,89% para um total de 242.975 milhões de patacas, com as exportações chinesas a crescerem 48,73% para 253.932 milhões de patacas e as impor-

tações da China a subirem 41,13% para 217.580 milhões de patacas.

Já com Portugal, o terceiro mais importante país lusófono em termos comerciais, as trocas foram contabiliza-das em 25.808 milhões de patacas, uma subida de 3,21% em que as exportações chinesas caíram 11,18% e as exportações portuguesas aumentaram 40,31%.

Apesar de a balança comercial com a China ser ainda desfavorável a Lisboa, Pequim vendeu produtos de 15.999 milhões de patacas, enquanto Portugal exportou para a segunda maior economia mundial produtos no valor de 9.810 milhões de patacas.

As contas entre a China e os países de língua portuguesa incluem também São Tomé e Príncipe, apesar daquele país africano não integrar o Fórum Macau, dado ter relações diplomáticas com Taiwan em detrimento da China.

O Fórum Macau foi formalmente criado em 2003 para potenciar as rela-ções económicas, comerciais, culturas e de cooperação multidisciplinar entre a China e os países de língua portuguesa, num trabalho feito a partir de Macau, cidade onde o português é também, a par do chinês, língua oficial e que tem relações seculares com a lusofonia.

Lei dos acidentes aeronáuticos não fixa valores para multas

Deputados temem injustiçasEstá assinado o parecer jurídico que coloca a lei de investigação de acidentes aeronáuticos mais perto da votação em plenário. A proposta de lei determina que os valores das coimas fazem-se “em função da gravidade da infracção”, mas os deputados consideram que “critérios não são precisos” e pedem valores fixos para as coimas

Trocas comerciaisentre a China e a lusofonia subiram 12,3%

Obrigado Macau

que coloca o diploma mais perto de ser votado na especialidade, mas revelam receios na aplicação prática das multas. “A comissão manifesta preocupação com o facto de, na aplicação de multas com uma moldura sancionatória tão ampla, os critérios orientado-res não serem suficientemente precisos para garantir uma deci-

são justa”, pode ler-se no parecer. Por essa razão, alguns deputados pediram mesmo a criação de valores fixos para as multas. A Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) fica com toda a responsabilidade pelo processo de sanções.

CONTRIBUIRPARA MENOS ACIDENTESCom esta proposta de lei, os deputados esperam que possa “contribuir para a manutenção da baixa taxa de acidentes na aviação civil, (algo) que se tem verificado na última década”. Pretendem ainda ver “reforçado o Direito aéreo de Macau”.

Cabe também à AACM in-vestigar os acidentes aéreos que venham a acontecer, não tendo sido criado nenhum organismo autónomo para esse efeito, dado que a Convenção de Chicago não obriga a esse ponto.

Os deputados garantem, contudo, que “o investigador responsável pode exercer as suas funções com total independência e livre interferência da própria AACM”.

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5sexta-feira 14.12.2012 www.hojemacau.com.mo sociedade

Rita Marques Ramos [email protected]

OS números de mortes no trabalho diminuíram comparativamente ao ano anterior. Este ano,

oito trabalhadores morreram no local de trabalho enquanto em 2011 faleceram 10 indivíduos. Um número que não é mal encarado pela chefe de departamento de segurança e saúde ocupacional da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Lam Iok Cheong. “Comparando com as regiões vizinhas, o número de acidentes são baixos”, explica, sem se alongar em mais detalhes.

Em conferência de imprensa, ontem, a DSAL deu conta de “dois dos acidentes mortais mais relevantes”, ocorridos em Maio e Setembro deste ano. Os dois casos são exemplos das principais cau-sas de acidentes de trabalho que, segundo a responsável, estão rela-cionados com “a falha de atenção do trabalhador para os perigos do trabalho”, resultando a queda de pessoas como a principal conse-quência. Por outro lado, também está na origem destes acidentes a “falta de equipamentos de segu-rança dos empreiteiros”. Com base nestes factores, a DSAL tem já preparadas algumas medidas para colmatar a incidência destes casos.

Por um lado, é fornecido gra-tuitamente um “Curso de formação para obtenção do cartão de segu-

Cecília [email protected]

A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Pú-

blicas e Transportes (DS-SOPT) afirmou ontem que os moradores do edifício Koi Fu, na Travessa da Corda, já saíram todos do prédio. O organismo espera agora chegar a um acordo com os proprietários de forma a entregar um plano para a reconstrução do prédio. Os problemas no edifício, que

está em risco grave de ruína, fizeram com que a DSSOPT avisasse os moradores no dia 29 de Outubro para abando-narem o prédio em 45 dias.

Além dos moradores, também a loja no rés--do-chão foi fechada, afixando um aviso de suspensão de negócio. A DSSOPT disse que manterá o contacto com os moradores, para dar a conhecer informações mais recentes, mas numa reunião na quarta-feira

entre a DSSOPT e os moradores, quase todos os proprietários concor-daram com a reconstrução do prédio. A DSSOPT afirmou que ainda não definiu o período para tal, mas admite acelerar o processo de aprovação para a reconstrução quan-do todos os proprietários dos apartamentos se deci-direm a favor disso.

Quase há dois meses, os moradores queixaram--se ao Hoje Macau que se

sentem injustiçados porque não foram tratados da mes-ma forma que os proprie-tários do edifício Sin Fong Garden. Diziam que há um ano estão a ser ignorados pelo Governo, que este não zela pela sua segurança e que não lhes presta apoios. A explicação da DSSOPT é que os dois casos eram totalmente diferentes e recusam-se a dar subsídios aos moradores do Koi Fu para estes arranjarem uma casa noutro lugar.

Moradores saíram todos do bloco III do edifício Koi Fu

DSSOPT quer acordo para reconstrução

O ano civil ainda não está concluído mas, para já, contabilizam-se oito acidentes de trabalho mortais, menos dois comparativamente ao ano passado. “Comparando com as regiões vizinhas, o número de acidentes é baixo” avalia Lam Iok Cheong, chefe de departamento de segurança e saúde ocupacional da DSAL. As principais causas residem na falta segurança do trabalhador por isso, estão a ser promovidos cursos de formação gratuitos

Número de acidentes mortais baixaram comparativamente ao ano passado

Oito trabalhadores morreram este ano

rança ocupacional na construção civil”, com informação sobre leis e regulamentos além de informação sobre dispositivos de equipamento de protecção individual e prática de uso. Por outro, há um novo mecanismo posto em prática para punir os empreiteiros nas obras. “No caso de acidentes de trabalho, a DSAL irá comunicar aos servi-ços públicos que quando têm um concurso público vão avaliar de acordo com estes dados”, indica Lam Iok Cheong. Esta “avaliação dos empreiteiros” já é posta em prática em 11 serviços públicos, entre os quais as Obras Públicas, o Instituto de Habitação e o Ins-tituto Cultural, assim, “caso haja concurso público, vai ser usada esta medida de avaliação para avaliá-los”, reitera a chefe de de-partamento de segurança e saúde ocupacional da DSAL.

DOIS ACIDENTES MORTAISOntem a DSAL reportou os dois acidentes mortais ocorridos em obras de construção civil na Estra-da Governador Albano de Oliveira, na Taipa, a 11 de Setembro, e na Avenida Marginal do Lam Mau, em Macau, a 23 de Maio. No primeiro caso, um trabalhador fa-leceu devido à queda de um balde de concreto transportado por uma grua, depois de uma falha no for-necimento de energia. O segundo acidente mortal resultou da queda de um trabalhador do 10.º para o 3.º andar por “falta de equipamentos

de segurança”, tendo a DSAL “sus-pendido o trabalho no estaleiro” e aplicado uma multa de 11 mil patacas ao empreiteiro.

As punições em ambos os casos remontam essencialmente à “suspensão do trabalho” e na “punição dos empreiteiros”, em valores que podem variar de acordo com o estipulado no Regulamento

de Segurança no Trabalho. “Para além da punição aos empreiteiros, a suspensão do trabalho vai causar mais prejuízo ao empreiteiro por-que irá conduzir ao alargamento do período da obra. Como os contractos de construção têm um período, ao prolongar o prazo os empreiteiros são punidos”, indica Lam Iok Cheong.

O número total de acidentes de trabalho na construção civil deste ano não foram adiantados porque o balanço de fim de ano ainda não foi feito mas entre 2010 e 2011 houve uma diminuição em dois casos, tendo sido registados 13 no ano transacto, ainda que o número de trabalhadores tenha sofrido um aumento de 21700 para 32300.

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6 sociedade sexta-feira 14.12.2012www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

A Associação de Pais do Jardim de Infân-cia Costa Nunes (APCN) nomeou

novamente Cristina Ferreira e Sara Araújo, presidente e vice-presidente, respectiva-mente, para dar continuidade a projectos do mandato anterior. Em carteira estão algumas acções para o primeiro trimes-tre de 2013, entre as quais, a participação activa na Comis-são de Acompanhamento do Projecto Educativo, que este ano é feito de raiz, e por isso pretendem que seja submetido a uma avaliação independen-te. “Queremos que seja feita uma avaliação transversal do projecto, como está a ser im-

Andreia Sofia Silva*[email protected]

A Escola Portuguesa de Ma-cau (EPM) vai ser financia-

da pela Fundação Macau (FM) até 2017 com cerca de nove milhões de patacas anuais, subs-tituindo os apoios da Fundação Oriente (FO).

Contactado pelo Hoje Ma-cau, José Luís Sales Marques, presidente da Fundação Escola Portuguesa de Macau (FEPM), mostra-se satisfeito. “Trata-se de uma boa notícia e já era do conhecimento público que a FM concedia apoio. Este foi apenas transformado num acordo que garante financiamento para os próximos cinco anos. Agora há perspectivas a médio prazo.” Questionado sobre os próximos projectos educativos, Sales Mar-ques é peremptório em afirmar que “o que se pretende é que a EPM continue a cumprir aquilo que é a sua emissão de ensinar português e ser um pólo de cul-tura portuguesa”.

A confirmação do acordo foi feita à agência Lusa. A EPM pas-sa assim a ver o seu orçamento anual de 30 milhões de patacas a ser sustentado de três formas: propinas dos alunos, a contribui-ção do ministério da Educação em Portugal e a FM.

“ACORDO ESTÁVEL”Segundo a mesma fonte, depois de dois anos sem um acordo formal, durante os quais a FM assumiu os compromissos financeiros que competiam à FO no projecto da EPM, “chegou-se agora a um acordo estável e por um período de cinco anos que proporciona mais estabilidade ao projecto”.

Contudo, o acordo não con-templa qualquer plano de trans-ferência das actuais instalações da escola. A discussão sobre o assunto, que decorre há vários anos com o Governo, não tem ainda fim à vista.

Actualmente a EPM conta com 500 alunos entre o primeiro ano do ensino básico e o 12.º ano. - *com Lusa

OS novos moradores da habitação pública

de Seac Pai Van estão quase a receber a chave da nova casa e, a pensar nisso, o Governo está tam-bém a fazer o planeamento da nova rede de transpor-tes públicos, por forma a garantir que aquela zona fique ligada à Península.

No Orçamento para 2013 está fixado um valor de 420 milhões de patacas que a Direcção dos Servi-ços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) afirma ter

Wong Wan comenta gastos de 420 milhões em Seac Pai Van

“Baseamo-nos na realidadee no número de habitantes”

Sales Marques comenta financiamento da Fundação Macau à EPM

“Trata-se de uma boa notícia”

Costa Nunes avança com novas acções em novo mandato da Associação de Pais

Pede-se comissão independentepara avaliar projecto educativo

Creche sóa pedidoHá cerca de três anos falou-se de uma possível creche (crianças menores de três anos) a ter lugar no jardim-de-infância Costa Nunes mas tal não parece ser algo que preocupe neste momento os pais. “Houve um inquérito feito para abrir uma turma para os dois anos e o número que se reuniu não foi significativo (...) É algo que passará pelos pais que voltem a exprimir a sua vontade, pela abertura por parte da APIM mas, essencialmente, com a DSEJ e o protocolo entre ambos. Até há data ninguém veio ter connosco nesse sentido”, explica Cristina Ferreira. No entanto, se os pais manifestarem essa necessidade é algo que a APCN poderá dar a conhecer aos órgãos de gestão do jardim de infância, garante a presidente. “Isto é uma necessidade geral, não é de agora. A população está a aumentar, nascem cada vez mais bebés e não há muitas instituições abaixo dos três anos e as que há são caras.”

plementado a nível pedagógi-co, de infra-estruturas, gestão e da viabilidade financeira da escola”, adianta Cristina Ferreira ao Hoje Macau.

Neste momento, pers-pectiva-se um aumento de propinas ao qual os pais querem ter uma palavra a dizer depois de recolhidas

todas as informações neces-sárias, indica a presidente reeleita. “Estamos à espera da avaliação independente que vai ser feita no próxi-mo trimestre, para depois nos pronunciarmos mas estamos contentes com o facto da APIM [Associação Promotora da Instrução dos

Macaenses] ter concordado e de ser feita uma comissão independente este ano.”

Alguns projectos da APCN estão já em agenda, embora enfatizem a falta de regeneração dos pais na as-sociação do único jardim de infância com ensino em língua portuguesa, já que saíram muitos e poucos deram en-trada. “O problema é chamar pais para a associação. Neste momento, somos à volta de 50 mas entraram 40 crianças é só 10 pais manifestaram interesse em fazer parte da as-sociação. É pela primeira vez um número muito reduzido”, explica Cristina Ferreira.

Mas já é certo que vão avançar com dois projectos no início do próximo ano, que transitam do ano passado, um

de gastar com o percurso de Seac Pai Van.

Wong Wan, director da DSAT, explicou ontem o porquê. “A situação real é que tem de ser facilitado o acesso a todos os habitantes e estudantes para ligar essa zona a outras de Macau, para ter uma rede mais completa de transportes públicos. Desde Seac Pai Van até às Portas do Cerco é um dos percursos mais longos, e temos de fazer um bom planeamento. Baseamo-nos na realidade,

em quantos habitantes e estudantes a zona vai ter, a fim de criar facilidades para todos os cidadãos”.

Tais declarações fo-ram proferidas à margem de mais uma reunião do Conselho Consultivo do Trânsito, tendo Wong Wan garantido que o Governo “ainda está a fazer um estudo e me-lhoramento dos serviços de transportes públicos”.

Os gastos gerais da DSAT para 2013, e tam-bém face aos percursos de Seac Pai Van, foram questionados esta semana pelo deputado Au Kam San, através de uma inter-pelação escrita enviada ao Governo.

AVALIAÇÃO E NOVAS TARIFAS EM CONJUNTODepois da polémica surgi-da devido ao anuncio da actualização das tarifas dos autocarros, Wong Wan garantiu que o plano

ainda está em estudo, bem como o já falado mecanis-mo de avaliação dos auto-carros. “Vamos pedir uma terceira parte do inquérito para fazer a avaliação ao mecanismo. Há vários critérios e esperamos que este mecanismo possa ser lançado o mais breve possível para elevar a qualidade dos serviços. O objectivo é que possa ser articulado com o me-canismo de ajustamento do custo dos autocarros. Estamos a cooperar com as três operadoras”.

Wong Wan considera ainda que quando houver “uma melhor rede de transportes na zona dos bairros antigos”, a ques-tão do engarrafamento do trânsito “vai melhorar”. “O Governo está a inves-tir de forma positiva na questão dos transportes e para melhorar todos os transportes de Macau”, acrescentou. - A.S.S.

dos quais a Horta Pedagógica. “Há um espaço que vai ser uti-lizado e vai fazer parte como componente das actividades curriculares - o contacto das crianças com a natureza, com a terra, com produtos biológi-cos, a alimentação, poder usar os produtos para cozinhar”, adianta. “ Outro projecto para concretizar é o Anuário. É não só um repositório das crianças e actividades que passaram no ano 2011/2012 mas também do património do jardim de infância, desde 1913. Tem uma história em termos de património cultural na área educativa e arquitectónico.” Por outro lado, como já vem sendo hábito há quatro anos, a APCN vai continuar a asse-gurar as actividades escolares de férias da Páscoa e de Verão.

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CATA

RINA

LAU

7sociedadesexta-feira 14.12.2012 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

FOI na semana passada que Lawrence Tou, director dos

Serviços de Regulação das Tele-comunicações (DSRT), anunciou que a renovação do contrato da TV Cabo Macau (Macau Cable TV) iria sofrer alterações.

“Não vamos incluir direitos de exclusividade no novo contrato. A renovação assentará num conceito de serviço aberto”, disse em de-clarações transmitidas pela TDM.

Ricky Tam, director de ope-rações, afirmou ao Hoje Macau que a Macau Cable TV “não tem qualquer posição para comentar as políticas do Governo quanto à abertura do mercado”, mas frisa que tem “capacidade para lidar com a competição”.

Sobretudo o que o responsável pede é a definição clara das novas regras. “É importante estabelecer regras e criar um mercado aberto passo a passo. Deve-se pensar como é que se pode criar um mercado aberto que seja justo para todos, com regras transparentes”.

Ricky Tam não tem duvidas

IPM comenta política“um país, dois sistemas” O Instituto Politécnico de Macau (IPM) realizou ontem um fórum dedicado à política “um país, dois sistemas”, com seis especialistas do continente e de Macau. Para Dong Lijun, director do Centro de Pesquisa para a Lei Básica em Hong Kong e Macau da Universidade de Shenzhen, considera que a implementação do regime em Hong Kong teve sucesso, mas ainda há controvérsias e contradições, incluindo a interferência de forças estrangeiras. “Os residentes de Hong Kong já viviam sob a administração dos ingleses há mais de cem anos, pelo que ainda existe o problema das forças exteriores a interferir” adiantou. “Já há rumores de que os Estados Unidos deram apoio aos democratas em Hong Kong e Macau, mas isso nunca foi confirmado.” - C.L.

Ricky Tam diz que empresa já lida com competição diariamente

TV Cabo pede “regras transparentes”

Por Despacho do Chefe Executivo de 12 de Março de 2008, foi autorizado ao FDCT para promover na RAEM da recomendação dos Prémios Nacionais na áreas de Ciências e Tecnologia, ficando assim, notificados os interessados de que poderão candidatar-se através da seguinte forma:

(1.) ObjectivoO Conselho de Estado da República Popular da China institui o Prémio Nacional das Ciências e da Tecnologia, tendo como objectivo:

(i) Incentivar cidadãos, organizações que dão contribuições notáveis às actividades do progresso das ciências e da tecnologia;

(ii) Mobilizar a iniciativa e criatividade dos trabalhadores nas áreas das ciências e da tecnologia;

(iii) Acelerar o desenvolvimento das ciências e da tecnologia;(iv) Aumentar a capacidade integrada do Estado.

(2.) CategoriaO Prémio Nacional das Ciências e da Tecnologia consta de cinco prémios:

(i) Prémio Supremo Nacional das Ciências e da Tecnologia;(ii) Prémio Nacional das Ciências Naturais;(iii) Prémio Nacional da Invenção da Tecnologia;(iv) Prémio Nacional do Progresso das Ciências e da Tecnologia;(v) Prémio Internacional da Cooperação das Ciências e da Tecnologia.

Compete ao Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia a coordenação dos trabalhos de recomendação dos cincos prémios acima referidos. As recomendações serão entregues ao Gabinete para os Trabalhos de Incentivo às Cièncias e Tecnologia do Departamento das Ciências e da Tecnologia para efectuar a avaliação.

(3.) Qualificação da candidatura(i) De forma relevante, contribuir para a descoberta científica, invenção tecnológica ou

promoção do progresso das ciências e da tecnologia; (ii) Os cidadãos chineses que sejam residentes da RAEM e correspondam às

condições estabelecidas no «Regulamento da Premiação Nacional das Ciências e da Tecnologia» (incluíndo os residentes permanentes e indivíduos que tinham adquiridos o direito de residência na RAEM, mas não têm o direito de residência

permanente), ou outros indivíduos de nacinalidade chinesa que estejam em exercício da investigação científica e do desenvolvimento tecnológico na RAEM.

(iii) Os candidatos para o Prémio Internacional da Cooperação das Ciências e da Tecnologia, devem ser estrangeiros ou organizações estrangeiras que prestam serviço na RAEM ou terem feito contribuição para as actividades do progresso das ciências e da tecnologia.

As condições específicas de cada prémio podem ser consultadas na página do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia. (www.fdct.gov.mo/tc/national_award.asp)

(4.) Forma da candidatura(i) As pessoas interessadas em candidatar-se ao Prémio Nacional das Ciências e da

Tecnologia, podem descarregar a apresentação de recomendação e os detalhes dos prémios respectivos na página do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, e preencher devidamente o requerimento de candidatura e anexos ;

(ii) Após a avaliação feita pela Unidade, compete à Unidade a seleccinar a qual se destaca, para recomendar ao Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, não se aceita o requeimento individual;

(iii) O número de cada categoria de premiação recomendado por cada Unidade não pode ser superior a dois.

(5.) Data do requerimentoA partir de 12 de Outubro de 2012 até 19 de Dezembro de 2012.

(6.) ConsultaEndereço: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 411-417, edifício Dynasty Plaza, 9.º andar.Telefone:28788777; Fax:28722681 Correio electrónico:[email protected]

O Presidente do Conselho de Administração do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia Tong Chi Kin 12 de Outubro de 2012

AvisoPrémio Nacional das Ciências e da Tecnologia para 2013 – Selecção na RAEM

quanto ao facto de “não existir competição em Macau neste momento”, no âmbito das teleco-municações”.

AINDA A QUESTÃO DOS ANTENEIROS O responsável pelas operações da Macau Cable TV recorda a velha questão dos anteneiros e refere que a empresa “não tem boas condições

de negócio da televisão paga. A situação do mercado livre já existe, porque temos a competição da antena aberta e das transmissões ilegais, e isso acontece todos os dias em Macau”.

A empresa tem em mãos neste momento uma acção judicial, onde pede o pagamento de 60 milhões de patacas por dez anos de perdas financeiras devido ao

que dizem ser roubo dos direitos de transmissão dos jogos da liga inglesa. Os prejuízos rondam as 180 milhões de patacas. O recurso apresentado é contra a decisão do Tribunal Judicial de Base, que diz que os anteneiros nada têm de pagar à Macau Cable TV e que as responsabilidades recaem no Governo.

Em declarações ao diário Business Daily, Ricky Tam adiantou ainda que a empresa está à espera de uma resposta do Governo para que possa oferecer serviços de internet. “Vai levar cerca de seis meses a lançar os serviços, se o Governo aceitar a nossa proposta”, disse o respon-sável, garantindo que a empresa desistiu de correr por um lugar no mercado ao lado da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM), porque “no final o mer-cado das telecomunicações não é verdadeiramente justo”.

Ao Hoje Macau, Ricky Tam garantiu também que a falta de competição advém do facto dos custos serem muito elevados para as pequenas empresas que decidem apostar neste mercado.

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sexta-feira 14.12.2012nacional8

UM líder provincial do Partido Co-munista Chinês (PCC), Li Chun-

cheng, foi afastado por “gra-ves violações da disciplina, anunciou ontem a agência no-ticiosa oficial chinesa Xinhua.

É o primeiro caso do gé-nero desde a eleição da nova liderança central do PCC, encabeçada pelo secretário--geral do Partido, Xi Jinping, há cerca de um mês,

Li Chuncheng, 56 anos, era vice-secretário do PCC na província de Sichuan, sudo-este da China, e membro su-

A estrela do cinema de artes marciais Jackie Chan foi

ontem criticada por demo-cratas de Hong Kong, pelas declarações do actor a uma revista chinesa na qual se ma-nifestou favorável à restrição do direito de manifestação.

MILHARES de chineses casaram na quarta-fei-

ra passada, escolhendo “dar o nó” numa data considerada especialmente auspiciosa e cuja simetria só se repetirá daqui a cem anos: 12/12/12.

Em Xangai, o departamen-to municipal de Assuntos Civis registou 4.883 casamentos, o “recorde do ano”, e em Pequim, o número atingiu os 4.200, “quatro vezes mais do que num dia normal”, disse ontem um jornal oficial.

Um movimento idênti-co ocorreu nas cidades de Cantão, no sul da China, e Changchun, no nordeste.

Também na cosmopolita Região Administrativa Espe-cial de Hong Kong e em Sin-gapura, Estado do sudeste asiático de maioria chinesa, o número de casamentos celebrados no 12/12/12 foi

superior aos dos outros dias.No ano passado, o dia

11 de Novembro (11/11/11) registou igualmente muitos ca-samentos, assim como o 10 de Outubro de 2010 (10/10/10).

O “triplo 8” (08/08/08) permanece, contudo, no topo das preferências: oito (“ba”), o número chinês da sorte, soa quase como “fa” (riqueza) e foi essa, também, a data escolhida para a aber-tura dos Jogos Olímpicos de Pequim, no verão de 2008. “Os jovens chineses actuais são mais exigentes quanto à data do casamento do que as gerações anteriores”, assina-lou o China Daily.

Mais “exigentes” e, apa-rentemente, mais caprichosos. Segundo estatísticas do mi-nistério chinês dos Assuntos Civis, cerca de 2.87 milhões de casais separaram-se em 2011, um aumento de 7,3% em relação ao ano anterior.

O número de casamentos também aumentou, para 13,02 milhões, mas apenas 4,9%.

Na China, a idade mí-nima legal para casar é 20 anos, no caso das mulheres, e 22 para os homens.

12/12/12 foi datarecorde para casar

Jovens mais “exigentes”

e caprichosos

Jackie Chan criticado por ser favorável à restrição de manifestações

Estrela com declarações “catastróficas”

Líder provincial chinês afastado por corrupção

Caça aos corruptosplente do novo Comité Central do Partido, com um estatuto equiparado a ministro.

Segundo adiantou ontem um jornal oficial, Li Chun-cheng “já está detido” e “sob investigação” da Comissão Central de Disciplina do PCC, “tornando-se o mais alto funcionário apanhado na

tempestade anti-corrupção desencadeada após a remo-delação da liderança do país”.

O anúncio do afastamen-to de Li Chuncheng ocorre quatro semanas após o 18º Congresso do PCC, que assi-nalou o início da chegada ao topo do poder de uma nova geração de líderes.

Li Chuncheng ascendeu na hierarquia “subornando os superiores”, entre os quais um líder do Departamento de organização do PCC na província de Heilongjiang, nordeste da China, entre-tanto condenado a prisão perpétua, e depois de 2003, quando ele próprio se tornou 1º secretário de Chengdu, a capital de Sichuan, adoptou o mesmo sistema com os subordinados, disse o Global Times.

A corrupção é uma das principais fontes de descon-tentamento popular na Chi-

na. “Se não conseguirmos controlar bem essa questão, poderá ser fatal para o Parti-do e até causar o colapso do Partido e a queda do Estado”, alertou o anterior secretário--geral do PCC, Hu Jintao, no relatório apresentado ao 18.º Congresso.

Xi Jinping, 59 anos, substituiu Hu Jintao na che-fia do PCC e da Comissão Militar Central, a direcção política das Forças Armadas chinesas, e em Março de 2013 deverá assumir tam-bém o cargo de Presidente da República.

Jackie Chan nasceu em Hong Kong, antiga colónia britânica, cuja administra-ção transitou em 1997 para Pequim sob um estatuto de autonomia que garante o exercício de direitos democráticos não aplica-

dos no interior da China. “Hong Kong tornou-se uma cidade de manifestações. Antigamente, as pessoas diziam que isso acontecia na Coreia do Sul. Agora é Hong Kong”, declarou Jackie Chan na terça-feira à

‘Southern People Weekly’, uma publicação quinzenal de Cantão, no sul da China, citada pela AFP.

Para Jackie Chan, os residentes de Hong Kong “protestam contra os diri-gentes chineses, ou contra muita outras coisas. Eles manifestam-se contra tudo”. “As autoridades deveriam precisar os assuntos sobre os quais as pessoas têm o direito ou não de se manifestarem”, acrescentou.

O deputado pró-de-mocrata Cyd Ho reagiu entretanto às declarações do actor, classificando-as de “catastróficas”. “Ele tornou--se rico e célebre justamente porque Hong Kong é uma cidade livre que lhe deu a oportunidade de subir de estatuto social. Essas opor-tunidades devem beneficiar a todos”, disse à AFP.

Em 2009, a estrela do kung fu tinha causado polé-mica ao afirmar que dema-siadas liberdades políticas podem derivar em caos “como em Taiwan”, refúgio dos nacionalistas durante a guerra civil chinesa. “Eu não sei se é preferível ser livre ou não. Com demasia-das liberdades? Isso pode significar o caos e acabar como em Taiwan”, referiu.

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9sexta-feira 14.12.2012 www.hojemacau.com.mo região

1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, encontra-se terminado, e, que de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 8/91/M de 29 de Julho, conjugado com o artigo 2.º e o artigo 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que, deverão os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.Localização dos terrenos:- Avenida do General Castelo Branco, n.os 69 a 87, Rua da Concórdia, n.os 58 a 78, Rua do General Castelo Branco,

n.ºs 2 a 4 e Rua do Conselheiro Borja, n.os 1 a 3, em Macau, (Edifício Ko Fu e Ko Fong);- Avenida do General Castelo Branco, n.os 89 a 113, Rua da Concórdia, n.os 80 a 104 e Rua do Conselheiro Borja,

n.os 2 a 4, em Macau, (Edifício Yuet Fat e Yuet Tak);- Rua do Comandante João Belo, n.os 3 a 125, Rua do General Ivens Ferraz, n.os 4 a 88 e Avenida do General

Castelo Branco, n.os 25 a 39, em Macau, (Edifício To Pou Garden).2. Agradecemos aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam ao Núcleo da

Contribuição Predial e Renda, situado no rés-do-chão do Edifício Finanças, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento da Taipa, para levantamento da guia de pagamento M/B, destinada ao respectivo pagamento nas Recebedorias dos referidos locais.

3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, proceder-se-á à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.Aos, 9 de Novembro de 2012.

A Directora dos Serviços de Finanças, Vitória da Conceição

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

O principal partido da oposição no Japão, o Partido Liberal Democrata (PLD),

do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, caminha para uma vitória esmagadora nas eleições de domingo, indicam os resultados de uma sondagem da agência noticiosa Kyodo, divulgados ontem.

Os resultados apontam para a possibilidade do PLD obter 300 dos 480 assentos da Câmara Baixa do parlamento.

Os dados alinham-se com os de outras sondagens, efectu-adas no início deste mês pelos três principais diários nipóni-cos que indicam que o PLD e o seu aliado Novo Komeito arrebatariam juntos a maioria absoluta detido pelo Partido Democrata (PD), do actual chefe de Governo, Yoshihiko Noda.

Realizada por telefone entre terça e quarta-feira junto de cerca de 63.200 eleitores, a sondagem indica ainda que o PD conquistaria apenas 60 lu-gares na Câmara Baixa, contra os 230 que detém actualmente

e os 308 que granjeou nas elei-ções de 2009.

Já o Partido pela Restau-ração do Japão (conservador), encabeçado pelo polémico ex-governador de Tóquio Shintaro Ishihara ficará com menos de 50 assentos, segundo a sondagem.

Quatro em cada dez inqui-ridos afirmaram ainda não ter tomado uma decisão sobre o candidato em que pretendem votar.

A confirmarem-se os re-sultados, o PLD regressará ao poder no Japão, depois de ter governado o país durante mais de meio século até à pesada derrota eleitoral em 2009.

O Japão, terceira economia do mundo, realiza no próximo domingo, dia 16, eleições an-tecipadas, para eleger aquele que será o seu sétimo primeiro--ministro dos últimos seis anos.

Só desde Setembro de 2009, quando o PD assumiu o poder no Japão, desfilaram pelo go-verno três primeiros-ministros: Yukio Hatoyama (2009-2010), Naoto Kan (2010-2011) e Yoshihiko Noda (2011-2012).

AS Filipinas e os Estados Unidos reuniram-se

para estreitar a cooperação militar perante a ameaça da Coreia do Norte à segurança e estabilidade da região, após o lançamento de um foguete de longo alcance por Pyongyang, o qual clas-sificaram de “provocatório”.

O chefe das Forças Ar-madas das Filipinas, Jessie Dellosa, e o representante da Marinha norte-americana no Pacífico, Samuel Locklear,

Seul quer recuperar fragmentosdo míssil norte-coreanoA Coreia do Sul lançou ontem uma operação naval no Mar Amarelo para recuperar os fragmentos do míssil de longo alcance lançado na quarta-feira pela Coreia do Norte, anunciaram fontes militares. “Há uma operação em curso”, indicou um porta-voz do ministério da Defesa da Coreia do Sul à agência noticiosa francesa AFP. Os fragmentos foram detectados no Mar Amarelo, a 80 metros de profundidade, a cerca de 160 quilómetros a oeste do porto de Gunsan (sudoeste), indicou a agência Yonhap. Depois do lançamento fracassado de Abril, a Coreia do Norte advertiu Seul e Tóquio de que qualquer tentativa de recuperação de fragmentos seria interpretada como um “acto de guerra”, um alerta que, contudo, não foi renovado aquando da operação de quarta-feira.

Avião chinês sobrevoa ilhasdisputadas. Tóquio envia caçasUm avião de patrulha marítima chinês sobrevoou ontem as ilhas disputadas com o Japão no Mar da China Oriental, anunciou Tóquio, indicando que já enviou caças para o local. O porta-voz do Governo do Japão, Osamu Fujimura, afirmou, em declarações citadas pela agência noticiosa francesa AFP, que a aeronave chinesa entrou no espaço aéreo das ilhas disputadas pouco depois das 11h. A disputa pelas Diaoyu, ilhas desabitadas e com uma superfície inferior a sete quilómetros quadrados, levou a que as relações entre a China e o Japão conhecessem um dos seus piores momentos em décadas, depois de Tóquio ter adquirido, em meados de Setembro, três das ilhas a um proprietário privado.

Filipinas e EUA reforçam laços militares perante ameaça norte-coreana

União estratégica

Sondagem dá vitória ao partido do ex-primeiro-ministro Abe

A maioria na Câmara Baixa

reuniram-se ontem com o objectivo de reafirmar os laços militares que unem ambos os países desde a assinatura, em 1951, do “Tratado de Mútua Defe-sa”, noticiou a agência Efe. “Ambos condenamos ener-gicamente (o lançamento) a utilização de tecnologia de mísseis balísticos e destaca-mos que este alto altamente provocatório é uma violação directa das resoluções do Conselho de Segurança

da ONU”, indicaram num comunicado conjunto.

Os dois países acordaram reforçar os laços comuns em matéria de segurança marí-tima, resposta aos desastres naturais, aplicação da lei e segurança cibernética e não proliferação das armas nucleares. “Tendo em conta esta ameaça actual (da Co-reia do Norte) à segurança regional, as duas partes que-rem fortalecer e aumentar a sua coordenação de estreita

aliança”, apontaram em comunicado.

A Coreia do Norte lançou, na quarta-feira, o seu foguete de longo alcance, numa ope-ração que o país comunista definiu como “um êxito”.

Líder provincial chinês afastado por corrupção

Caça aos corruptos

Shinzo Abe

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sexta-feira 14.12.2012www.hojemacau.com.mo

GONÇ

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10 entrevista

Helder [email protected]

EM Macau, no âmbito de um encontro de académicos da China e de Portugal - que

se realiza em dois tempos: Seminário Sobre a Avaliação do Ensino Superior e Fórum dos Reitores das Instituições do Ensino Superior da China e de Portugal, a presidente do Instituto Politécnico do Porto (IPP), Rosário Gambôa, neste momento, a única mulher em Portugal presidindo a uma instituição de ensino superior, observa com imenso agrado este Seminário: “Gostaria apenas que fosse mais intenso. Porque, em termos genéricos, a aproximação ao nível dos sistemas educativos no ensino superior é sempre boa; não no sentido de nos copiarmos e ficar tudo uniforme, acho isso uma tontaria, mas no sentido de haver alguma uni-formidade no que diz respeito a algumas áreas e competên-cias nucleares, que devem ser transversais, até para permitir a mobilidade das pessoas. Ima-gino que no futuro, havendo alguma tendência prevalecen-te, será a das migrações e da mutabilidade entre países. Isso é algo que nenhum ditador irá conseguir impedir”.

No que respeita a Macau, como cenário principal deste tipo de iniciativas, a acadé-mica sublinha que esta região “deve simbolizar um ponto es-tratégico de cruzamento entre conhecimentos, que deve ser não meramente um entreposto comercial, mas também um importante entreposto cultu-ral, de reflexão entre Oriente e Ocidente, transcendendo os aspectos apenas empresariais. Até porque estes já existem, embora pense que mais por iniciativas particulares e não muito organizadas”. O desejo é que esta cooperação seja “mesmo intencional por parte de ambos os governos, quer o de Portugal, que não facilita muito, pelo contrário, tem po-líticas erradas nesta matéria, tanto para com as ex-colónias como para Macau.”.

Solicitada pelo Hoje Ma-cau a dar exemplo desse caminho errado seguido pelo governo português, Rosário Gambôa exemplifica: “O sistemas educativo português não está aberto à mobilidade dos alunos. Posso dar este exemplo: um aluno de Macau que deseje entrar no ensino superior em Portugal, se o fizer através da Escola Portuguesa de Macau, tudo bem. Se for através de outra instituição, não é possível; tem de apresen-

Rosário Gambôa, presidente do Instituto Politécnico do Porto

“Macau deve simbolizar um ponto estratégico de conhecimentos, não só entreposto comercial”

Inquieta-me como o sistema educativo tem possibilidade de dar respostas que não sejam absorvidas pelo sistema económico. Nós gastamos os nossos impostos, o nosso sangue a nossa capacidade reprodutiva, para a maior parte dos alunos que estão a sair do País, levarem consigo a formação que o Estado português pagou

Académica formada e doutorada em filosofia, obra publicada, trabalhos de investigação em filosofia e epistemologia, dirige o Instituto Politécnico do Porto, veio a Macau, pela segunda vez em 20 anos, participar num encontro de reitores de instituições do ensino superior da China e de Portugal. A firmeza tranquila desta Professora, a eloquência culta, a profundidade de reflexão, o leitor ficará ciente a seguir. Repare-se no título da entrevista e ainda nesta frase: “o que mais me incomoda é a incapacidade do modelo económico não saber absorver a principal riqueza do País, que são as pessoas, os jovens

tar candidatura ao ensino supe-rior. O mesmo acontece com um angolano, moçambicano, cabo-verdiano, etc.” Uma rea-lidade, segundo a presidente do IPP, a nível nacional. “Devia existir ao nível da tal estratégia de cooperação que de algum modo se pratica no campo dos negócios, uma cooperação na educação que realmente se efectivasse na organização de um conjunto de vagas, ou num processo especial de entrada, e não existe”.

Exemplificando as dife-renças existentes em outros

países, no campo da mobili-dade dos alunos, a Professora Rosário Gambôa adianta que a instituição a que preside, “na Escola nossa Escola de Músi-ca, que é muito internacional, temos muitos alunos do Japão e de outros países que não per-tencem à comunidade econó-mica europeia, e por vezes até são países ricos. Esse alunos sentem de início as normais dificuldades de integração, depois é muito positivo, em geral, o seu aproveitamento. E pagam a mesma propina que se paga a nível nacional.

Há muito que leitores e presi-dentes dos Institutos solicitam ao governo português para se criar nova legislação, parece que finalmente irá sair, que contemple especificamente a existência dos estudantes estrangeiros, de modo a que possamos acolhê-los conforme a especificidade, permitindo não apenas o seu ingresso no ensino superior em Portugal, como também a definição de como estão, como se sentem, etc. Essa política de acolhimento ainda não existe. Ora, se queremos ter um pé no Oriente, nada melhor do que formar os quadros que irão estar aqui no Oriente”, por exemplo.

COOPERAÇÃOENTRE POLITÉCNICOSAcordos, protocolos, outras formas de colaboração entre o IPP e o Politécnico de Macau (IPM). A presidente do IPP relembra a existência de um

protocolo geral com o Instituto Politécnico de Macau, recor-dando que “no início da criação do IPM, o primeiro Instituto português com que houve uma forma de cooperação foi exactamente com o IPP. De-pois, por razões relacionadas com lideranças que estiveram à frente do Instituto, e não só. O IPM é uma instituição muito simpática e eu tenho grande ad-miração pelo seu presidente, o Dr. Lei, sempre com iniciativas acolhedoras, visita-nos muitas vezes, vai frequentemente às reuniões dos presidentes dos Institutos Politécnicos, participa, é uma pessoa ex-celente. No entanto, acho que tem-se concentrado em outros Institutos portugueses, prin-cipalmente Leiria, Bragança e Viana. Naturalmente que gostaria que houvesse entre as nossas duas instituições maior e mais profícua colaboração, da nossa parte estamos sempre disponíveis. Visitei a Escola do

Turismo (IFT), ainda que seja uma escola diferente da nossa, pois é destinada ao ensino vocacional, que nós chama-mos técnico-profissional que em Portugal não pertence ao ensino superior, verifico que o IFT é uma escola com uma riqueza, uma identidade e uma competência muito interessan-te, gostei muito de conhecer. Ainda há pouco tempo mandei a Macau dois vice-presidentes do IPP que estiveram no IPM”.

Questionada sobre o que pode fazer a escola em geral, o ensino superior em parti-cular, perante os horizontes negativos que Portugal atra-vessa, responde a académica: “Inquieta-me como o sistema educativo tem possibilidade de dar respostas que não se-jam absorvidas pelo sistema económico. Nós gastamos os nossos impostos, o nosso sangue a nossa capacidade reprodutiva, para a maior parte dos alunos que estão a sair do País, levarem consigo a formação que o Estado portu-guês pagou, no caso do ensino público, representam a melhor preparada geração de sempre - isto parece um chavão, mas é mesmo a realidade - que está a ser condenada a sair de Portugal e, segundo vários estudos, anos depois a optarem pela nacionalidade dos países onde se radicaram. Ali se vão reproduzir e dar todos os seus contributos. O que mais me incomoda é exactamente esta discrepância, a incapacidade do modelo económico absor-ver a principal riqueza do país. A principal riqueza do país são as pessoas, os jovens neste caso. Esse é o sangue de um país, a capacidade de renova-ção. Para mim, é o facto mais triste que estamos a viver”.

O PAPEL DA FILOSOFIA NA EDUCAÇÃODoutoramento em Filosofia, obra publicada, a presidente do Instituto Politécnico do

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11sexta-feira 14.12.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

[Macau] deve simbolizar um ponto estratégico de cruzamento entre conhecimentos, que deve ser não meramente um entreposto comercial, mas também um importante entreposto cultural, de reflexão entre Oriente e Ocidente, transcendendo os aspectos apenas empresariais

Rosário Gambôa, presidente do Instituto Politécnico do Porto

“Macau deve simbolizar um ponto estratégico de conhecimentos, não só entreposto comercial”

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Académica formada e doutorada em filosofia, obra publicada, trabalhos de investigação em filosofia e epistemologia, dirige o Instituto Politécnico do Porto, veio a Macau, pela segunda vez em 20 anos, participar num encontro de reitores de instituições do ensino superior da China e de Portugal. A firmeza tranquila desta Professora, a eloquência culta, a profundidade de reflexão, o leitor ficará ciente a seguir. Repare-se no título da entrevista e ainda nesta frase: “o que mais me incomoda é a incapacidade do modelo económico não saber absorver a principal riqueza do País, que são as pessoas, os jovens

Porto fala-nos da utilidade da Filosofia no Ensino. Em par-ticular no ensino secundário, que é onde ela existe tradicio-nalmente enquanto disciplina do currículo, “deve ter um carácter formativo, como todas as outras disciplinas, claro, na afirmação pessoal e social dos estudantes. No caso da filosofia, julgo que passa pela capacidade de problematizar a construção das coisas. Elas não existem assim desde sempre, existem porque foram construídas. Quando percebemos isso, então percebemos que é pos-sível modificá-las, pois não

existem desde o princípio do mundo. Não há democracias, nem sistema nacional de saú-de, nem segurança social, ou não há universidades, desde o início do mundo. Tudo isto são constructos civilizacionais, embora estando sempre em evolução, uns mais resistentes à mudança do que outros”.

Adianta Rosário Gambôa ao Hoje Macau que, quando nos questionamos, “ou perce-bemos a génese das coisas, a sua arqueologia, a sua razão de ser, e ao mesmo tempo as confrontamos com o presente e questionamos o sentido das coisas, seremos capazes de

perceber que as coisas foram feitas por nós, como tal podem ser transformadas por nós, a colectividade e cada um. Acima de tudo somos capa-zes de questionar os desvios de sentido, quando as coisas deixam de corresponder à fun-ção. Como também existem situações de funcionamento sem sentido, apenas na inércia burocrática. Havendo outras que funcionam com objecti-vos pervertidos, desfigurados. Ou ainda outras cujo sentido devia ter sido actualizado e não o está a ser”.

Assim sendo, esta acadé-mica propõe “uma pedagogia mais integradora e problema-tizada. Muitas vezes temos conhecimentos espartilhados, em termos analíticos, não sendo capazes de entender a sua dimensão integradora. Não basta falar no Discurso do Método ou da geometria Analítica de Descartes. Deve perceber-se que o paradigma que esteve na base do Ro-mantismo e que, por exemplo, produziu a música romântica, é o mesmo que encontramos na literatura romântica e na organização do estado-nação e na figura do herói”.

A entrevistada, deixa correr um discurso denso mas fluente, arrebatador quase sempre; e ainda quando fala da leitura holística da realidade enquanto construção humana: “Construção humana que é a nossa civilização, a nossa história a nossa cultura, o que fomos e vamos sendo, quando problematizada e articulada nas suas diferentes dimen-sões, então deixaremos de ter estas fronteiras artificiais, ganhando muito maior mobi-lidade de pensar e questionar”.

Uma forma positiva do discurso educativo? A Pro-fessora responde: “Acho que o discurso educativo tem um campo de especialização, de estudo, de conhecimento, mas é um campo profundamente holístico, embora eu ache que todos os campos o são. As perspectivas holistas existem nas filosofias orientais muito mais do que nas ocidentais. Este movimento holístico que agora atravessa a cultura ocidental, o sentido da inte-gração “o erro de Descartes” de Damásio, a capacidade de percebermos que a emoção também joga na inteligência, não é o seu oposto, pois gran-de parte da nossa inteligência é emocional, o percebermos que a cultura produz rique-za, que o turismo está na interface das coisas, enfim esta capacidade orgânica e sistémica das coisas é muito típica do Oriente. O Ocidente

viveu muito da organização estratificada, a escola e a uni-versidade continuam presas a estruturas físicas sem sentido. Porque o lugar da emergência do saber já deixou de ser a universidade, os politécnicos. Há múltiplos lugar de emer-gência do saber, um dia esses lugares terão configuração física diferente que não pas-sará por estrutura disciplinar, por esta abordagem que agora temos. Ainda não sei qual, mas existem experiências de campo a acontecer, por exem-plo o curso de medicina na Universidade do Minho está a fazer a abordagem a estes problemas. Não sabemos se irá ter resultados ou não, mas pessoalmente estou muito curiosa. Na nossa escola de Saúde no IPP, também estamos a abordar de forma diferente; os alunos não têm

um currículo normal, é uma abordagem tipo “problem solving”. Claro está que há um guia a fazer com que todos os conteúdos essenciais do curso e todas as abordagens sejam lá integradas, através de um projecto que vai evo-luindo”.

Nem toda uma população tem ou deve ser académica, ou doutorada. Rosário Gam-bôa vai mais além: “Para se ensinar o necessário é ser-se um bom mestre naquilo que se ensina. Tanto pode ser matéria clássica como uma especialização cirúrgica, de interpretação de música de câmara, como da boa fabri-cação de instrumentos, por exemplo. O conhecimento e o modo de o produzir evolui e até a forma como o conheci-mento circula. Continuarmos a desenvolver uma sociedade

baseada no conhecimento é fundamental para sermos inteligentes. Embora possa haver conhecimento sem inteligência, isto é a bomba sobre Hiroshima, não foi um acto de inteligência, mas a bomba foi produto de conhecimento científico e tecnológico. A diferença está em que o conhecimento inteligente pressupõe uma visão integradora do que é o Homem, o que nos reali-za, como somos felizes, a visão da aldeia, neste caso a aldeia global. Na aldeia as pessoas têm conhecimentos umas das outras, procuram relacionamento inteligente, não gastam a água toda do poço porque sabem que os animais também precisam de beber, gerem os recursos, tentam distribuir a riqueza que produzem, de uma forma equitativa, vão tentar perce-ber que há indústrias inúteis, que poluem, e outras úteis, tentam perceber, com outros povos e outras culturas, me-canismos mais interessantes de convívio, de desenvolvi-mento. No fundo, aquilo que o programa Europa 2020 diz: um desenvolvimento inteli-gente, inclusivo, integrado”.

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sexta-feira 14.12.2012publicidade12

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sexta-feira 14.12.2012 www.hojemacau.com.mo cultura 13

José C. [email protected]

FOI ontem apresentada, pelas 16h, no auditório do Museu de Arte de Macau (MAM), a participação

da exposição de Macau na 55.ª Bienal de Veneza que terá lugar entre os dias 1 de Junho e 24 de Novembro de 2013. Para aquela que será a quarta participação da RAEM naquele prestigiado evento a Comissão de Selecção, composta por Chan Hon Song, director do MAM, António Conceição Júnior, consultor do mesmo Museu e pelo artista Mio Pang Fei decidiu este ano convidar um único represen-tante que possa representar por si a identidade multicultural de Macau, informa o comunicado de imprensa da organização. A escolha recaiu no arquitecto Carlos Marreiros. “Fico muito satisfeito, enquanto modesto autor, ver esta representação de Macau ser entregue ao arquitecto Carlos Marreiros, por saber que a sua interpretação para este desafio será sem dúvida brilhante”, afir-mou António Conceição Júnior, na apresentação. O consultor do MAM salientou ainda que o que define a importância de um artista é sobretudo o conhecimento que este acumula, a sua cultura. “ A grande importância da arte, ou do artista, não reside só na sua “manu-alidade”, mas sim na sua erudição. Isto é, na sua capacidade, na sua cultura, no seu acumular de cultura. Nesse sentido penso que Macau

PELA primeira vez fora de França a ex-

posição da jornalista especializada em artigos de luxo, a francesa Lau-rence Picot, viajou até à Ásia e vai estar a partir das 17h30 de hoje e até ao próximo dia 31 de De-zembro no One Central Macau. Para esta mostra a fotógrafa escolheu 14 objectos de luxo que foto-grafou, ou “radiografou”, usando técnicas de alta definição 3D.

Segundo a nota de imprensa da organiza-ção, mais do que uma mostra pública de objec-tos de luxo a exposição

pretende revelar o que está por detrás do concei-to de luxo. “LuxInside é um jogo de palavras que junta a palavra lux, que significa luz em latim e luxo em francês. A ideia deste trabalho é pôr de lado as aparências e viajar até ao interior mais profundo dos objectos na tentativa de descobrir a marca do Homem,” disse ao Hoje Macau a artista francesa.

Durante uma longa carreira em publicações como o Le Monde, a ELLE ou a Paris Ma-tch, entre outras, como jornalista especialista

na indústria de artigos de luxo, Laurence Picot sentiu que nos últimos anos o lado humano da criação de objectos tem vindo a ser cada vez mais esquecido. “Nos últimos dez anos o aspecto material tem vindo a sobrepor-se ao lado humano”, começou por dizer Picot. “O luxo tem uma componente muito importante que é o facto de um objecto ser pensado e criado por pes-soas e tem como destino outros seres humanos. Este lado humano desa-pareceu completamente o que não deixa de ser

um reflexo da socieda-de dos nossos dias. Na realidade cada um de nós está cada vez mais catalogado como uma marca ou um produto. A indústria do luxo é uma boa área para combater esta tendência.”

A exposição que mos-tra 14 objectos, como uma garrafa de conhaque de Luís XIII, uma má-quina fotográfica Leica, uma guitarra Gibson ou um isqueiro Dupont, en-tre outros, fotografados com técnicas digitais únicas. Depois de Macau a exposição segue para a Argentina. - J.C.M.

Macau na 55.ª Bienal Internacional de Veneza

Carlos Marreiros, o escolhido

Exposição “LuxInside” hoje no One Central Macau

Luxo com humanidade

históricos, objectos encontrados e criados.

Para Carlos Marreiros esta par-ticipação para além de ser motivo de honra é também uma grande responsabilidade. “ Sinto-me mui-to honrado por ter ser escolhido para representar pela primeira vez Macau neste evento e por esse facto sinto também que tenho um grande fardo em cima. A responsabilidade de representar a arte e a cultura de Macau num palco tão exigente e tão reconhecido internacionalmente é muito grande”, afirmou o arquitec-to macaense.

Embora o tema proposto não fosse obrigatório, podendo a representação de Macau poder escolher um tema livre, Carlos Marreiros preferiu seguir a pro-posta de Massimilliano Gioni. “Este tema é muito interessante. A ideia de Marino Auriti tem a ver com a representação das grandes contribuições do homem para a humanidade. Não só contribuições artísticas ou científicas mas com tudo quanto fosse conhecimento para a melhoria da humanidade e da condição humana. Isto liga-se com outra coisa que é o ordenamento das informações. Hoje em dia há muita informação disponível o que nos leva a interrogar qual é a nossa capacidade de discernirmos e de escolhermos, não segundo prin-cípios moralistas do que é bom e do que é mau, mas como ordenar a informação e como criar categorias compreensivas e memorizáveis”, afirmou o artista macaense.

Para a 55.ª Bienal Internacional de Veneza serão posteriormente con-vidados quatro artistas locais para estarem presentes na inauguração. Os artistas que queiram participar têm de ser residentes de Macau, possuir obra realizada e inscrever-se durante o mês de Janeiro.

estará muito bem representado”, declarou.

A Bienal do próximo ano terá como título, escolhido por Massimilliano Gioni, “Palácio Enciclopédico”. O tema evoca o

italo-americano autodidacta Mari-no Auriti, que a 16 de Novembro de 1955 apresentou o seu projecto para um palácio Enciclopédico, um museu imaginário que estava destinado a todo o conhecimento

do mundo, e que reuniria as maio-res descobertas da humanidade, desde a roda até ao satélite, diz a nota de imprensa. Segundo Gioni, a Bienal Internacional combi-nará arte contemporânea, restos

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sexta-feira 14.12.2012desporto14

Os familiares de HUMBERTO ROMÃO ÉVORA vêm por este meio anunciar que a missa de 30.º dia em sua memória terá lugar na Sé Ca-tedral de Macau, segunda-feira, dia de 17 do corrente, pelas 18 horas. Obrigado e bem hajam.

HUMBERTO ROMÃO ÉVORA Missa de 30.º dia

Marco [email protected]

A equipa de vetera-nos do Sporting Clube de Portu-gal é a grande

novidade da décima segun-da edição do Torneio da Soberania e vai estrear-se

EM Março ultimo, 24 crianças japonesas com

idades entre os doze e os ca-torze anos visitaram Lisboa e o Estádio de Alvalade e a experiência acabou por ter um impacto improvável nas relações entre os leões e o Oriente. Uma boa parte dos 24 adolescentes perderam os pais ou familiares no violento tsunami que de-vastou a costa nordeste do Japão a 11 de Março de 2011 e a tragédia não deixou im-passíveis os responsáveis pelo Sporting. As crianças visitaram o Estádio de Al-valade e deixaram tão boa impressão no covil do leão que os responsáveis pelo clube se comprometeram a ajudar a desenvolver em Fukushima uma academia de formação para jovens promessas: “Tivemos uma ligação com a Embaixada do Japão em Lisboa para po-dermos abrir uma escola em Fuskushima, onde ocorreu, como se sabe, uma terrível tragédia”, revela Rui Coe-lho Pereira. “Houve uma

representação de crianças japonesas que esteve em Lisboa, quiseram visitar o nosso clube, levámo-las a ver um jogo, apoiámo-las e em reconhecimento do que fizemos a embaixada do Japão convidou-nos a abrir uma academia em Fukushima, uma iniciativa que vamos tomar em mãos no decorrer do próximo ano”, sustenta o dirigente.

O assalto dos leões ao Oriente deverá começar pelo Japão, mas a Repú-blica Popular da China não está esquecida. Rui Coelho Pereira, vice-presidente da Fundação Sporting, reco-nhece que o potencial do mercado chinês e enorme e Macau pode ter uma pala-vra a dizer na aproximação entre o clube e emblemas do Continente. O dirigente relembra que o Sporting está já presente na Índia e assegura que a China é o destino que se segue: “Ma-cau pode constituir uma boa ponte para o mercado asiático e especialmente

para o mercado chinês. O Sporting já está presente no mercado indiano, já temos um acordo feito com um clube indiano e estámos a olhar com muito cuidado e muito interesse para esta parte do globo onde o futebol pode vir a ter uma evolução muito grande”, remata Rui Coelho Pereira.

O Sporting Clube de Portugal está no território para disputar a 12ª edição do Torneio da Soberania. Para além de competir na principal prova de veteranos da região do Delta do Rio das Pérolas, a comitiva dos leões vai também estar presente no jantar com que o Sporting Clube de Macau assinala o seu octuagéismo sexto aniversário. A delegação leonina que se encontra de visita ao território é lidera-da por Aureliano Neves, presidente da Fundação Sporting e vice-presidente do Conselho Directivo do Sporting Clube de Portu-gal. - M.C.

Prova pode vir a ser disputada por dez equipas em 2013

Soberania arranca e Sporting é candidato

esta tarde na competição frente à Malásia. As velhas glórias dos leões integram as contas do grupo B da prova na companhia de Singapura, da Malásia e da Coreia do Sul, num torneio que pauta o regresso do Sporting ao Oriente 34 anos após a última visita.

A 25 de Junho de 1978, a formação leonina embar-cou numa viagem inédita à República Popular da China. Acabado de vencer a Taça de Portugal, o onze verde e branco disputou dois encontros em Pequim e um outro na cidade de Kunming. Os leões despediram-se do Extremo Oriente com uma breve passagem por Macau, onde disputaram um encon-tro amigável com o Sporting local. Carlos Manuel Silva Freire integrava a comitiva dos leões que se aventurou pela China e regressa agora, ao fim de 34 anos. O antigo craque dos relvados repete a deslocação com o objectivo de vencer a edição de 2012 do Torneio da Soberania: “Lembro-me do campo, lembro-me que ficámos hos-pedados no Hotel Lisboa, mas as recordações que te-nho são muito vagas. Ainda assim, voltámos a Macau com o mesmo espírito. Há neste torneio equipas bas-tante credenciadas, mas nós temos uma equipa razoável, que joga com uma dedicação muito profissional. O nosso objectivo passa por vencer o torneio e vamos fazer os pos-síveis para isso”. assegura.

O grupo de velhas glórias que o Sporting Clube de Por-tugal traz ao território inclui antigos jogadores como Leal, Freire ou Fernando Mendes. O atleta, que vestiu a camisola dos três grandes de Portugal, garante que os antigos craques do Sporting estão em Macau com um único objective, o de provar

que a crise de resultados em que os leões estão mergu-lhados não afecta o prestígio da instituição: “Quem vestiu aquela camisola – tenha qua-renta, cinquenta ou sessenta anos – tem sempre vontade de dar uma perninha para ajudar quando as coisas não correm bem. Nesta altura toda a aju-da é bem-vinda e é por isso que queremos ajudar a partir daqui. Estámos aqui e vamos tentar ganhar aqui para os moralizar lá também”, afirma o antigo jogador de Sporting, Porto e Benfica.

Com jogos no relvado do Canídromo e no campo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, a edição de 2012 do Torneio da Soberania disputa-se até ao próximo domingo. Para além do Sporting e da

selecção de veteranos do território, a prova traz até à RAEM equipas de Hong Kong, de Taiwan, de Singa-pura, da Malásia, da Coreia do Sul e da província chinesa de Fujian. Macau estreia--se na competição frente à congénere de Hong Kong e para Francisco Manhão, o desenlace ideal para a prova seria uma final entre o onze do Lótus e o onze do leão. Para o presidente da As-sociação dos Veteranos do Futebol de Macau, o Spor-ting é o grande candidato ao triunfo nos relvados do território: “Como os atletas que o Sporting traz a Macau foram jogadores profissio-nais e representam um clube com grande dimensão na Europa, a meu ver partem com uma grande vantagem

para este torneio. Eu penso que a equipa do Sporting vai dominar sem problemas e é o mais sério candidato ao triunfo”, defende Manhão.

O pontapé de saída na décima segunda edição do Torneio da Soberania é dado às três horas da tarde, com partidas em simultâneo no Canídromo e no campo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Ape-sar da prova só hoje arrancar, a edição de 2012 do torneio já está a ser equacionada. O presidente da Associação dos Veteranos do Futebol de Macau grante que se a prova decorrer sem compli-cações este ano, no próximo ano o torneio pode vir a ser disputado por dez equipas, dias mais do que tem sido a norma até agora.

China é o destinoque se segue e Macau tem palavra a dizer

Leões com um pé em Fukushima

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15desportosexta-feira 14.12.2012 www.hojemacau.com.mo

Gonçalo Lobo [email protected]

TEM 30 anos e era o treina-dor principal do escalão sub-7 da Academia de Futebol Sporting CIF.

João Maria Pegado é o escolhido pela direcção do Sporting de Ma-cau para ocupar o lugar deixado vago pela saída de Agostinho Ca-etano. “O convite foi irrecusável e por isso decidi aceitar pertencer à equipa técnica do Sporting de Ma-cau. Juntamente com o Mandinho e o Alexandre Correia formaremos a equipa técnica principal, na qual o Mandinho é que terá sempre a última palavra”, começou por dizer o técnico ao Hoje Macau.

João Maria Pegado não é um desconhecido em Macau. Viveu no território de 1996 a 2001 e até jogou futebol. “Passei pelas cama-das jovens do FC Macau e depois ainda joguei no Monte Carlo e Benfica de Macau. Aliás cheguei mesmo a representar a Selecção de Macau em sub-19, onde tentámos na Malásia o apuramento para o mundial.”

Treinador de formação há seis anos, João Maria Pegado voltou a Macau “ser residente permanente” e “por gostar do território”. Contu-do, a grande razão foi a presença da mulher, há um ano a viver por estas bandas. “A minha mulher estava cá e não podíamos ficar mais tempo longe um do outro.”

O treinador admitiu que, numa primeira fase, o seu intuito seria vol-tar a jogar futebol mas que depois do convite do Sporting isso tornou-se impossível. “Queria voltar a jogar futebol até porque tenho uma licen-ciatura em Gestão de Desporto para terminar e preciso de tempo. Agora, jogar está posto completamente de parte até porque quero concentrar--me a 100% no treino.”

Onze anos depois de ter deixado Macau, João Maria Pegado vê o futebol do território muito dife-rente, principalmente ao nível da formação. “Na minha altura havia campeonatos desde os sub-13 até aos juniores. Eram muitas as equi-pas e muitos os atletas. Penso que Macau parou no tempo em termos de formação de futebolistas.”

Como tal, o “know-how” do técnico pode ser uma mais va-lia para a formação ao nível do Sporting e, quem sabe, ao nível da Associação de Futebol de Macau. “Penso, com modéstia, que posso dar algum contributo. Seria inte-ressante desenvolver um projecto no Sporting e, porque não, em con-junto com a Associação de Futebol de Macau. É algo que terá de ser muito bem conversado no devido tempo”, explicou ao Hoje Macau.

SUBIDA É O OBJECTIVOCom o novo desafio nas mãos, João Maria Pegado assume que o Sporting de Macau pode assumir a vontade de subir à Liga de Elite mas

Equipa técnica do Sporting de Macau novamente completa

João Maria Pegado é o escolhido

Os veteranos do Sporting Clube de Portugal venceram hoje por 3-2 a Selecção de Hong Kong, num jogo treino que a formação portuguesa fez antes de disputar Torneio da Soberania de Macau. Os golos do Sporting foram todos apontados na primeira parte, com José Carlos a inaugurar o marcador aos 23 minutos, seguido de Paiva, aos 25, e de Edel, aos 30. A vencer por 3-0, o Sporting deixou-se surpreender na segunda parte, com a Selecção da casa a reduzir aos 45 e 75 minutos, num jogo em que os 21 elementos da equipa de Alvalade entraram em campo. O Sporting é uma das formações que participa na 12.ª edição do Torneio da Soberania, que junta, de 14 a 16 de Dezembro, em Macau, oito formações de veteranos de futebol. A prova vai decorrer nos campos do Canídromo e da Universidade de Ciência e Tecnologia. Além do Sporting, vão ainda alinhar as equipas de Macau, Hong Kong, República Popular da China, Taiwan, Coreia do Sul, Malásia e Cabo

Verde. O torneio será disputado em duas séries de quatro equipas e no final de cada série o quarto do grupo A joga com o quarto do B e assim sucessivamente, discutindo-se o primeiro lugar do torneio entre os vencedores de cada grupo. Além de “assinalar e comemorar” a transferência de poderes de Portugal para a China, em Dezembro de 1999, o torneio é também uma forma de homenagear Macau, “que sempre foi um ponto de encontro de várias culturas, várias gentes e várias tradições”, como salientou Francisco Manhão, presidente da Associação dos Veteranos do Futebol de Macau. “Aqui sempre conviveram vários povos, sempre foi uma terra de tolerância, de amizade e é tudo isto que queremos assinalar, celebrar e mostrar ao mundo, porque esta cidade, diferente de todas as outras, nunca deixou de ser o que sempre foi, nunca deixou de receber bem quem a visita, quem a acolhe como sua terra”, concluiu Francisco Manhão.

para isso é preciso trabalhar, e bem, jogo a jogo. “O Sporting não tem, para já, capacidade para se envol-ver em grandes investimentos mas todos nós pensamos que é possível lutar pela subida de divisão.”

Para tal, o treinador recém--contratado quer trabalhar com os pés no chão com o “maravilhoso” plantel que tem em mãos. “Fui muito bem recebido e estou num grupo de amigos e de gente com vontade de trabalhar.”

João Maria Pegado reafirma que só com trabalho é possível sonhar o Sporting de Macau no topo do futebol do território. “Vai ser difícil mas não é impossível. O campeonato é composto por grandes equipas e vai ser engraçado o grande derby com a Casa de Por-tugal, a lembrar os velhos tempos de entusiasmo na comunidade portuguesa. Esperamos no final do campeonato conseguir levar o Sporting mais alto”, assumiu.

A filosofia do Sporting, revelou, passa por “implementar a forma-ção futebolística aos jogadores”. “Queremos que um jogador que passe pelo Sporting saia melhor do que aquilo que entrou.”

O TRIO E UM PENETRANuma breve passagem, por alto, pelo futebol de Macau ao nível da

Liga de Elite, o técnico português não tem dúvidas que existem três equipas com capacidade para investir forte, havendo a possibi-lidade de uma quarta que se possa

intrometer na luta. “Apenas três clubes – Benfica, Ka I e Monte Carlo – estão capazes de investir mais forte e, muito sinceramente, a luta pelo título de campeão deve

passar pelos três. O Lam Pak será a minha escolha para ‘outsider’.”

Apesar do investimento forte nos últimos dois anos, João Ma-ria Pegado entende que é preciso investir mais para ir mais além. “O investimento feito, apesar de grande, só chega para ganhar cam-peonatos em Macau. É preciso que as equipas, que queiram e possam, façam o devido salto quantitativo para um dia poder almejar uma presença numa competição asiática de clubes.”

CASA-MÃE AO CONTRÁRIOO treinador comentou ainda o esta-do recente, ao nível desportivo, do Sporting Clube de Portugal. Para João Maria Pegado, os leões estão a atravessar um momento muito complicado, mas apenas ao nível da sua equipa sénior principal. “Ga-ranto que, ao nível da formação, o Sporting continua muito forte. Mas os dirigentes não estão a aproveitar devidamente esse ponto a favor do clube e isso vê-se até pela equipa B do clube. A equipa principal, que tem alguns bons jogadores, devia aproveitar mais os jogadores que são formados em casa. Penso que se isso acontecesse, o Sporting não estaria, como está, apenas com dois pontos de vantagem do clube que está abaixo da linha de água.”

Veteranos do Sporting vencem jogo treino com Hong Kong por 3-2

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sexta-feira 14.12.2012vida16

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ANÚNCIOHM 2ª vez 14-12-12

Execução Ordinária n.º CV2-12-0024-CEO 2º Juízo Cível

Exequente: MELCO CROWN JOGOS (MACAU), S.A. /新濠博亞博彩(澳門)股份有限公司, sociedade comercial com sede em Macau, na Avenida Dr. Mário Soares, n.º 25, edf. Montepio, 1º andar, Comp. 13.

Executados: TO TO PROMOÇÃO DE JOGOS – SOCIEDADE UNIPESSOAL LIMITADA /多多博彩中介一人有限公司, sociedade comercial com sede em Macau, na Rua do Regedor, Wai Hong Kok, 2º andar D, Taipa;WONG WAI SANG / 黃偉生, de sexo masculino, residente em Macau, na Rua do Regedor, Wai Hong Kok, 2º andar D, Taipa; MA CHEUNG SANG, de sexo masculino, com última residência conhecida na Rua do Comendador Kou Hó Neng, nº 4-C a 4-E, ora ausente em parte incerta.

***Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do

anúncio, citando o executado MA CHEUNG SANG, para no prazo de vinte (20) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar à exequente a quantia de vinte e nove milhões, seiscentas e sete mil oitocentos e setenta e seis patacas e sessenta e dois avos (MOP29.607.876,62) e legais acréscimos, ou no mesmo prazo, deduzir oposição por embargos ou nomear bens à penhora, sob pena de, não o fazendo, ser devolvido à exequente o direito de nomeação de bens à penhora, seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

E ainda que é obrigatória a constituição de advogado caso sejam deduzidos embargos.

Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que este 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente.

Macau, aos 29 de Novembro de 2012.

***

A China ultrapas-sará os Estados Unidos em termos económicos, mas

não haverá nenhuma potên-cia hegemónica. O poder estará pulverizado pelos cidadãos e emergirá uma nova classe média. O con-sumo de recursos básicos, como água e alimentos, vai disparar. O clima diferente agravará os desafios. Eis o mundo em 2030, tal como antevê o National Intelli-gence Council (NIC), um órgão consultivo do Go-verno norte-americano para questões estratégicas.

No seu relatório Global Trends 2030, divulgado esta segunda-feira, o NIC confirma a escalada dos países emergentes para po-sições cimeiras da economia mundial. “A Ásia vai ultra-passar a América do Norte e a Europa em poder global, com base no PIB, população, gastos militares e inves-timento em tecnologia”, antevê o relatório. “A China provavelmente terá a maior economia, ultrapassando os Estados Unidos alguns anos antes de 2030”, acrescenta.

Mas não haverá uma

UM relatório divulgado pela orga-nização internacional WWF con-

clui que o comércio ilegal de animais selvagens representa cerca de 150 mil milhões de patacas anuais, fortalece as redes criminosas, compromete a segurança nacional e tem riscos para a saúde.

De acordo com o relatório Luta contra o tráfico ilícito da vida selva-gem: uma consulta com os governos, apresentado esta semana num en-contro de embaixadores das Nações Unidas, em Nova Iorque, o comércio ilegal de animais selvagens ocupa o quarto lugar nas transacções ilegais internacionais, depois da contrafac-ção, da falsificação e do tráfico de seres humanos.

Os lucros obtidos com o tráfico dos animais selvagens “são usados para comprar armas, financiar conflitos civis e subsidiar as actividades terroristas relacionadas”, avança a WWF, em comunicado.

Segundo a organização, “o comér-cio ilegal da vida selvagem vale, pelo menos, de 147 mil milhões de patacas. “O envolvimento do crime organizado e dos grupos rebeldes tem aumentado, de acordo com entrevistas feitas a go-vernos e organizações internacionais

conduzidas pela empresa de consul-tadoria do grupo Dalberg”, revela a organização.

Segundo a WWF, os inquiridos con-cordam que a ausência de aplicação da lei e as penas leves reduzem os riscos para os grupos criminosos, e realçam que a grande procura é agravada pelo aumento da acessibilidade a produtos de animais selvagens ilegais, através da Internet.

PROBLEMA AMBIENTALPor outro lado, os inquiridos desta-cam que o comércio ilegal de animais selvagens “quase sempre é visto pelos governos como um problema exclu-sivamente ambiental e não é tratado como um crime transnacional e uma questão de justiça”.

Quanto aos governos, “reconhecem que uma abordagem sistemática e com maiores recursos é necessária para combater o tráfico ilegal de animais selvagens”, assim como a colaboração entre ministérios e a utilização de téc-nicas mais modernas.

O crime contra a vida selvagem “tem aumentado de forma alarmante na última década. É impulsionado por organizações criminosas a um nível global e, por isso, precisamos de uma

resposta ao mesmo nível”, afirmou o director-geral da WWF Internacional, Jim Leape, citado no comunicado. “A procura destes produtos de animais selvagens ilegais aumentou, ao mes-mo tempo que houve um crescimento económico nos países consumidores”, disse o director executivo da rede Tra-ffic, Steven Broad, igualmente citado no comunicado da WWF.

Segundo o relatório, 2011 foi um ano recorde de abate ilegal de elefan-tes. Mais de 23 toneladas de presas de elefante foram confiscadas em 17 grandes operações de fiscalização. Para aquele número de presas, terão sido mortos 2500 animais, segundo o relatório da WWF.

Na África do Sul, a caça ilegal ao rinoceronte subiu 3000 por cento entre 2007 e 2011. Só em 2011, foram mortos 448 animais.

O Governo sul-africano está a ofe-recer recompensas que podem chegar aos 90.000 euros para quem ajudar a identificar os caçadores ilegais. “No Parque Kruger, a caça ilegal chegou a um nível de crise, estamos a perder um rinoceronte por dia”, afirma o director da Agência Nacional de Parques da África do Sul, David Mabunda, citado pela agência de notícias AFP.

Nenhuma superpotência, mais classe média, menos recursos

Eis o mundo em 2030

única potência hegemónica, como têm sido os Estados Unidos até agora. “A China não vai substituir os EUA a nível global. Ser a maior potência económica é im-portante. [Mas] não é a maior potência económica que se torna sempre, necessaria-mente, na superpotência”, disse Mathew Burrows, membro do NIC, numa con-

ferência de imprensa, citado pela agência Reuters.

O poder, na verdade, es-tará pulverizado por uma so-ciedade que se organiza em redes, a partir sobretudo de uma classe média emergente que, segundo o relatório, será o principal motor de muitas das mudanças que se antecipam. “Pela primeira vez, a maior parte da popula-ção mundial não será pobre e a classe média será o sector

social e económico mais importante na vasta maioria dos países”, diz o NIC.

PARA O BOM E PARA O MAUEste cenário encerra boas e más perspectivas. Do lado positivo, a organização da sociedade cada vez mais em redes de indivíduos pode contribuir para a solução de muitos problemas. Mas também facilita o aces-so a “tecnologias letais e

disruptivas”, permitindo a pequenos grupos “provocar a violência em larga esca-la – uma capacidade antes monopólio dos Estados”.

O relatório do NIC é intencionalmente publicado a cada quatro anos, no prin-cípio de um novo mandato presidencial nos EUA. É uma espécie de guião pros-pectivo para ajudar a admi-nistração norte-americana a tomar decisões estratégicas.

Algumas das suas con-clusões reflectem cená-rios já traçados por outras organizações. A recente revolução na exploração de combustíveis fósseis, com o aumento da extracção de hidrocarbonetos não--convencionais, como o gás e o petróleo de xisto, é uma delas. O relatório reitera que os Estados Unidos podem tornar-se energeticamente independentes até 2030, tal como já concluíra a Agência Internacional de Energia, no seu mais recente estudo

Comércio ilegal de animais selvagens está a subir

Mudar a natureza sem nexo

sobre as perspectivas para as próximas décadas, publica-do há um mês.

Também na demografia, nos recursos e no clima, aponta-se para um futuro que já era expectável. O aumento populacional vai ocorrer sobretudo nos pa-íses em desenvolvimento, inchando-lhes as cidades, ao mesmo tempo que o envelhecimento avançará no mundo industrializado.

O consumo de alimen-tos, de água e de energia aumentará 35%, 40% e 50%, respectivamente. “As alterações climáticas irão agravar as perspectivas de disponibilidade destes recursos essenciais”, alerta o relatório. “Não estamos a caminhar necessariamente para um mundo de escassez, mas os responsáveis políti-cos e os seus parceiros do sector privado terão de ser proactivos de modo a evitar tal futuro”, completa.

Mas nalgumas partes do globo, a situação pode tornar-se ainda pior do que hoje. “A produtividade agrícola em África, par-ticularmente, necessitará de mudanças radicais para evitar a escassez”, refere o documento.

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SALA 1IRON SKY [C]Um filme de: Timo VuorensolaCom: Julia Dietze, Götz Otto, Chistropher Kirby14.30, 19.30

COLD WAR [C](Falado em cantonês e legendado em chinês/inglês)Um filme de: Longman Leung, Sunny LukCom: Aaron Kwok, Andy Lau, Tony Leung Ka Fai, Eddie Peng16.30, 21.30

SALA 2THE HOBBIT: AN UNEXPECTED JOURNEY [3D] [A]Um filme de: Peter JacksonCom: Ian McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage14.30, 18.15, 21.15

SALA 3LIFE OF PI [3D] [A]Um filme de: Ang LeeCom: Suraj Sharma, Gerard Depardieu14.30, 16.45, 19.15, 21.30

sexta-feira 14.12.2012 17www.hojemacau.com.mo futilidades

[Tele]visão

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:45 RTPi Directo19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:15 Ler + Ler Melhor21:30 Regresso a Sizalinda22:10 Hotel Bon Sijour23:00 TDM News23:30 Portugueses Pelo Mundo00:20 Telejornal – Repetição01:00 RTPi Directo

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Moda Portugal15:00 Sexta às 915:35 AntiCrise16:00 Bom Dia Portugal17:00 Portugal Negócios 17:30 Tec@Net17:45 Cinema Português – A Outra Margem19:35 Super Diva - Ópera para Todos20:00 Jornal da Tarde 21:20 O Preço Certo 22:10 Portugal no Coração

30 - ESPN11:00 (LIVE) The Royal Trophy 2012 Day 116:00 US Figure Skating Championship18:00 World Cup Final (China) - Womens19:00 The Football Review 2012-2013 19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 Smash 2012 20:30 Football Asia 2012/13 21:00 Science Of Sport - Golf 22:00 Sportscenter Asia 2012 22:30 The Football Review 2012-2013 23:00 The Royal Trophy 2012 Day 1 Highlights

31 - STAR Sports10:00 (LIVE) Australian PGA Championship Day 2 15:00 V8 Supercars Championship Series - Highlights17:00 AFF Suzuki Cup 2012 Singapore vs. Philippines19:00 GT Asia Series Round 11 19:30 Mobil 1 The Grid Christmas Special20:00 Beirut Marathon 20:30 HSBC Sevens World Series 2012/13-Highlights 21:00 Game 2012 21:30 (LIVE) Score Tonight 2012 22:00 (Delay) Australian PGA Championship Day 2 Highlights 23:00 HSBC Sevens World Series 2012/13-Highlights 23:30 Game 2012

40 - FOX Movies11:25 Click13:15 Trespass14:50 Up16:30 Don’T Be Afraid Of The Dark18:10 The Walking Dead19:00 Beach, The21:00 The Son Of No One22:35 Dark Water00:20 Year One

41 - HBO12:00 The Three Musketeers13:50 Jerry Cotton15:30 Legends Of The Fall17:40 Notting Hill19:45 Generation Kill22:00 Green Lantern23:55 The Thomas Crown Affair

42 - Cinemax12:00 Inside Out13:35 Inception16:00 Macarthur18:20 Masters Of The Universe20:15 Red Water21:45 Epad On Max22:00 Hunted23:45 Rage Of The Yeti

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • [email protected]

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DESFADO • Ana MouraGravado nos Henson Recording Studios, em Los Angeles, e produzido por Larry Klein (o multi-galardoado produtor norte-americano que no seu currículo tem trabalhos com Joni Mitchell, Herbie Hancock, Madeleine Peyroux, Melody Gardot, Tracy Chapman, entre muitos outros), o 5.º álbum originais de Ana Moura representa um momento de viragem na sua carreira. Para este trabalho, a fadista apostou em compositores imprová-veis, como Márcia, Manuel Cruz, Pedro da Silva Martins (Deolinda), Nuno Figueiredo e Jorge Benvinda (Virgem Suta), Miguel Araújo (Azeitonas, para além da sua carreira a solo), Luisa Sobral e António Zambujoem nomes consagrados da música portuguesa como Pedro Abrunhosa ou Aldina Duarte e ainda em alguns colaboradores de discos anteriores como Manuela de Freitas, Nuno Miguel Guedes, Mário Rainho e Tózé Brito. Outra das grandes surpresas deste álbum é a participação de Herbie Hancock. Vencedor de 14 Grammy Awards, viu o seu álbum tributo a Joni Mitchell, ‘River: The Joni Letters’, conquistar o Grammy de Melhor Álbum do

ano em 2008, feito que só um disco de jazz tinha antes conquistado (‘Getz/Giberto’). Como músico de excelência, o seu nome tem vindo a estar ao lado dos melhores. Miles Davis, Wayne Shorter,Brandford Marsalis, Pat Metheny, Stevie Wonder, Joni Mitchell, John Coltrane, Carlos Santana, Paul Simon, Annie Lennox, Sting, John Mayer, Tina Turner, Norah Jones, Leonard Cohen, entre muitos outros.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Nome de mulher. Filtrada. 2-Terra cansada (Bras.). Asa (Arc.). 3-Peça quadrada de metal, empregada em tipografia, para abrir parágrafos. 4-O. cúbito (Ant.). Recompensa por serviço ou favor. 5-Espécie de avestruz. Camas de lona. 6-Interjeição usada para afastar certos animais (Prov.). Exprime a queda de um corpo (Interj.). Alumínio (s.q.). Nome de letra. 7-Barmir. Apresentar-se. 8-Juntais. Qualquer guisado ou ensopado (Bras.). 9-Olharam com atenção. 10-Érbio (s.q.). Tagarela. 11-Feiticeiros. Pó fecundante das plantas.VERTICAIS: 1-Rapariga que faz recados. Pessoa amada. 2-O m. q. olmeiro. Rádio (s.q.). 3-Emproada, envaidecida. Coliga. 4-Contetente, risonha. Deploração, lágrimas. 5-Óasis de Saará Central. Efeminado. 6-Peça de maderia para fixar ossos fracturados. Guarnecer de asas. 7-O m. q. cutucar (Bras.). República (abrev.). 8-Terreno plantado de oliveiras. Lâmina com muitos orifícios para coar água. 9-Defeito, senão. Lanterna de automóvel. 10-Outorga. Peixe raiado longitudinalmente, 11-Tio europeu. O m. q. cerume.

HORIZONTAIS: 1-PAULA. COADA. 2-A. FEITAL. AA. 3-QUADRATIM. R. 4-ULNA. LUVAS. 5- EMA. MACAS. C. 6-TO. PA. AL. BE. 7-A. URRAR. FOR. 8-UNAIS. RAGU. 9-B. ENCARARAM. 10-ER. TARELO. E. 11-MACOS. POLEN.VERTICAIS: 1-PAQUETA. BEM. 2-A. ULMO. U. RA. 3-UFANA. UNE. G. 4-LEDA. PRANTO. 5-AIR. MARICAS. 6-TALA. ASAR. 7-CATUCAR. REP. 8-OLIVAL. RALO. 9-A. MAS. FAROL. 10-DA. S. BOGA. E. 11-AAR. CERUMEN.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

Aqui há gatoA BAIXA-LILAUJá me estou a imaginar a pavonear pela zona do Lilau como quem calcorreia as ruas da baixa lá em Lisboa. Agrada-me a ideia de ver lojas a modernizar o interior de edifícios de traça portuguesa antiga, sem medo de mostrar um património bibelô com vida. Mais do que embalsamar os expoentes da arquitectura portuguesa que resistem, e são agora mais enaltecidos do que outrora - neste “centro de encontro de culturas” - é preciso dar-lhe utilidade e proximidade ao público. E eu gostava de poder fazer parte dele. Sinto-me parte dele porque é legado deixado pelos “meus” mas quero também poder dar-lhe uso e chamar a atenção da sua graça. Como consumidora posso fazê-lo. Por isso, é preciso lavar-lhe a cara e torná-lo mais convidativo.Quero ver comércio local mais do que internacional, pequenas indústrias tradicionais revitalizado numa zona mais distante do sobrepovoado centro (turístico) ou mesmo estúdios de arquitectura e design (ou até de advogados e engenheiros) para darem corpo a um ambiente mais transversal - entre o comercial e o empresarial. Quero andar pela calçada portuguesa no sudeste asiático e sentir-me um pouco no ponto mais ocidental da Europa. Não só porque sou portuguesa mas porque é mais real. É mais verdadeiro do que andar por imitações de gôndolas em piscinas de cloro ou subir a um Torre Eifel em ponto médio. Não se tratam de imitações. Trata-se de património de um território que tem condições para lhe dar valor mais do que para enaltecê-lo com elogios.Desta forma, estou contente com esta intenção em forma de plano apresentado ontem pelo Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos, que se diz interessado no projecto de Siza Vieira que reconverteu edifícios afectados pelo acidente na baixa lisboeta em 1988.Mas as boas novas não ficaram apenas por aqui. Pensa-se em Clark Quay quando se projecta o reordenamento do Porto Interior. O exemplo da zona nocturna de Singapura, cheia de bares e restaurantes, sinónimo de animação a várias línguas locais e estrangeiras, antevejo como uma óptima solução. Por outro lado, vejo que finalmente se olha com ambição para a zona de estaleiros de Coloane. Uma área abandonada pela devastação criada pela passagem do tempo junto das indústrias locais. Agora venham de lá uma praça, uma galeria de exposição do estaleiro naval bem como da fábrica de cal e uma zona de restauração e lazer. Parece que se lembraram de diversificar a oferta a dar aos turistas e, sobretudo, do que os locais querem e precisam para não se sentirem desamparados e emparedados. Continuo a dizer, é preciso ter horizonte. Sem ele, não só está em risco a nossa capacidade audiovisual como o nosso sentido de pertença à terra, ainda que alguns sejamos “residentes não-permanentes” ou “não residentes”.

Pu Yi

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sexta-feira 14.12.2012opinião18

cartoon por Steff

Pobres, mas vivos e agradecidosFernando SantoSin Jornal de Notícias

NQUANTO traço distintivo, o pessi- mismo do ser português tem uma característica: nas situações de maior constrangimento dá lugar a um optimismo pouco compre-ensível.

Nada como os comportamentos banais do dia a dia para entender o contraditório.

- “Está bom? Como vai?”. Uma pergunta vulgar tem, regra geral, resposta suportada em sílabas sorumbáticas: “Vou indo”. “Mais ou menos”. “Assim-assim”. É isso: é raro o caso de alguém escancarar o sorriso com um “Vou bem!”...

Seguem-se os antípodas.Quando alguém fica estropiado, adivi-

nhando-se um longo período de recuperação ou mesmo o resto da vida numa cadeira de

rodas, os testemunhos de quem assiste ao acidente - ou ao rescaldo - vão todos no mes-mo sentido: “Que sorte! Podia ter morrido”.

Este posicionamento entre o 8 e o 80 dá, evidentemente, para um balanceamento de vida sofrida no qual se sublima boa parte dos problemas através da saudade, essa palavra sem tradução....

Os tempos correm de feição ao acentuar dessa característica lusa, quase genética.

O recuo na qualidade de vida dos por-tugueses por obra e graça das actuais polí-ticas restritivas, impondo-se cada vez mais austeridade e menos respaldo nas garantias sociais em nome de uma putativa sobrevi-vência, contém todos os ingredientes para fazerem germinar mais e mais semblantes carrancudos. E a tal vertente do contraditório bem português....

Fresco e último acabado exemplo: a reformulação da Lei Laboral e, dentro dela,

o processo indemnizatório dos trabalhadores em caso de rescisão.

Dando-se de barato a controversa teoria segundo a qual a menor rigidez do mercado

E O recuo na qualidade de vida

dos portugueses por obra e graça das actuais políticas restritivas, impondo-se cada vez mais austeridade e menos respaldo nas garantias sociais em nome de uma putativa sobrevivência, contém todos os ingredientes para fazerem germinar mais e mais semblantes carrancudos. E a tal vertente do contraditório bem português

de trabalho atrairá as empresas para mais contratação - como se o excesso de custos de contexto, justiça medieval e recessão global não sejam os primeiros bodes expiatórios da crise - a redução dos valores de indemnização dá uma machadada nos horizontes de muito boa gente. O mês por cada ano de trabalho já deu lugar aos 20 dias e segue-se novo plano: 12 dias. De redução em redução até à competitividade cara a cara com as virtudes (vergonhas) dos direitos laborais na China, na Índia ou no Paquistão!

Claro: os portugueses aprofundarão as tais características comportamentais muito próprias.

Não é difícil, pois, adivinhar os pró-ximos capítulos. O primeiro passará pelo famoso “vamos indo”; depois chegará o tempo, como no cenário dos estropiados, do “que sorte!”, para quem tiver empre-go. A saudade, claro, essa também será potenciada. Já há quem tenha saudade do desemprego a 10% e os 16,3% actuais também entrarão no rol mais mês menos mês....

Pior, muito pior, só há um sentimento: o da resignação.

ARMAS QUÍMICAS

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19opiniãosexta-feira 14.12.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

David Chan*

Apelo à comunidadejurídica da RAEMNo passado dia 3 de Dezembro, apre-sentou-se na redacção do Hoje Macau um elemento da Polícia Judiciária afirmando ter em seu poder uma ordem judicial do Ministério Público da RAEM, que nos obrigava a retirar um comentário postado na nossa página na internet. O referido elemento mostrou-nos o citado documento (que aqui reproduzimos), escrito em Chinês, exigindo a retirada do dito comentário. Naquele momento, eu não me encontrava nas instalações do jornal. Quando fui avisado do assunto, pedi de imediato uma tradução do documento do Ministério Público, tendo então verificado que se encontrava assi-nado pelo Procurador Adjunto Wong Wai Wa.

Achei estranho e gostaria de pedir à co-munidade jurídica de Macau, a começar pelo Comissário Contra a Corrupção (CCAC), que também se ocupa de ilegalidades administrati-vas, se me poderia esclarecer sobre a seguinte questão: pode o Ministério Público emitir este tipo de ordem sem apresentar a assinatura de um juiz?

É que convém que nós e os cidadãos compreendamos bem em que tipo de regime vivemos. Normalmente, num estado de direito, o Ministério Público investiga mas não tem poder de ordenar ou prender. Tal poder cabe a um juiz e não a este organismo. Será que na RAEM já não é assim?

Fique claro que no dia 5 de Dezembro contactei pessoalmente o Ministério Público e tentei falar com o Procurador Adjunto dr. Wong Wai Wa, que se recusou a atender o meu telefonema.

Alguém que presumo ser seu assistente ouviu pacientemente a minha questão e garantiu

que passaria a mensagem a quem de direito. Para além disso, perguntou-me qual o número do documento onde estava expressa a ordem de retirada do comentário. Ora como podem constatar, o documento não vem identificado com qualquer número, o que é mais um ponto estranho e faz duvidar da sua legalidade.

Deixei o meu número de telefone pessoal, pedindo para ser contactado o mais brevemente possível. Para mim chegaria uma expli-cação verbal por parte do dr. Wong mas, até ontem, o silêncio foi ensurdecedor.

Aparte do que con-sidero ser uma gritante falta de educação – a que o dr. Wong tem direito ou é vítima – não poderia continuar a dei-xar passar em claro esta situação.

E, já que o Ministério Público não me esclarece, venho por este modo pedir à comunidade jurídica da RAEM que se debruce sobre este problema que, independentemente de ter ocorrido neste jornal, pode-rá constituir um precedente que muda por completo as regras e os procedimentos judiciais em Macau.

Sabemos que o Minis-tério Público tem publi-camente pretendido mais poderes. Não sabia é que, sem a aprovação da Assem-bleia Legislativa, já os tinha conseguido. Mas, se calhar, é possível. Afinal, se calhar, já vivemos num regime di-tatorial e policial, em que as autoridades judiciais torcem e distorcem os procedimentos legais com toda a impunidade e a seu bel-prazer. Eu é que não sabia e, se calhar, os leitores também não.

edi tor ia lCarlos Morais José

Afinal, se calhar, já vivemos num regime ditatorial e policial, em que as autoridades judiciais torcem e distorcem os procedimentos legais com toda a impunidade e a seu bel-prazer. Eu é que não sabia e, se calhar, os leitores também não

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sexta-feira 14.12.2012www.hojemacau.com.mo

Sérgio [email protected]

DEPOIS de ter piscado o olho a Macau e Hong Kong no final do

ano passado, o campeonato australiano V8 Supercars está hoje mais próximo de garantir um evento no delta do Rio das Pérolas. Porém, é a cidade vizinha de Zhuhai que se encontra em melhor posição para receber o fenómeno desportivo com maiores audiências na Aus-trália. Segundo o “The Gold Coast Bulletin”, Zhuhai e Gold Coast são desde o mês passado cidade geminadas, tendo uma delegação da cidade australiana visitado Zhuhai, aproveitando Gra-eme Staerk, consultante que representou o campeonato australiano na comitiva ofi-cial da cidade australiana, se encontrado com a adminis-tração da pista chinesa. Em declarações à publicação do seu país, Staerk ficou positi-vamente impressionado com a infra-estrutura e a ideia terá tido uma boa aceita-

Circuito vizinho pode receber os V8 Supercars

Zhuhai na “pole-position”

ção do lado dos dirigentes chineses. Com a Nissan e a Mercedes-Benz a juntarem--se à Holden e à Ford, como construtores envolvidos na competição, o campeona-to V8 Supercars está em plena em expansão. Com maior popularidade que a Fórmula 1 na Austrália, as corridas dos V8 Supercars

são também o desporto com maior audiência, superan-do o Rugby e o também muito acarinhado Futebol Australiano. Sabendo da im-portância da internacionali-zação, os organizadores da competição têm procurado novos destinos, tendo este ano realizado eventos na Nova Zelândia e Abu Dhabi,

e estão a preparar-se para o ano realizar um evento nos Estados Unidos da América. Os V8 Supercars tiveram a sua primeira corrida fora da Oceânia precisamente na China, em 2005. No entanto, apenas foi realizada uma corrida em Xangai, pois um desentendimento com o promotor chinês terminou

abruptamente o contrato que tinha a duração de cinco anos. Já o Circuito de Zhuhai foi construído a pensar na Fórmula 1 em 1996, mas o “Grande Circo” nunca lá realizou a sua prova, tendo no entanto a pista sido palco de vários eventos interna-cionais na última década, como foram as passagens do FIA-GT, A1 GP ou, mais recentemente, do Troféu Le Mans Intercontinental.

MACAU E HONG KONG MAIS LONGENo final de 2011, Wesley Wan, então Presidente do Automóvel Clube de Hong Kong, dizia na imprensa australiana que em dois anos esperava ver nas ruas de Hong Kong uma corrida do V8 Superscars. Por seu lado, Martin Whitaker, o ex-director internacional

da competição australiana, afiançava que Macau era ou-tro local de excepção para a planeada expansão asiática. “O Grande Prémio de Macau é um grande evento. Eles (organizadores da prova) fazem um bom trabalho, e se houver a oportunidade, nós gostaríamos de lá estar”, afirmou ao site speedcafe.com.au. Contudo, um ano depois não houve qualquer desenvolvimento no assunto que seja do conhecimento público. “Estamos definiti-vamente com o olho no mer-cado asiático em particular, porque os fusos horários são compatíveis com a Austrália e as localizações acessíveis”, disse uma fonte próxima do campeonato australiano ao Hoje Macau, acrescentando que acredita que “Macau é uma possibilidade remota a curto prazo, devido à forte ligação existente ao WTCC e, apesar dos contactos e progressos alcançados em Hong Kong o ano passado, as autoridades locais ainda não se decidiram se avançam ou não com um circuito citadino”.