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História e Lingüística

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  • Outras obras de interesse:

    Ren Rimond

    vol. I O ANTIGO REGIME E A REVOLUO

    vol. II O SCULO XIX

    vol. I II O SCULO XX

    Ernani Silva Bruno

    vol. I AMAZNIA

    voL II NORDESTE

    vol. III BAHIA

    vol. IV SAO PAULO E MINAS

    vol. VI GRANDE OESTE

    vol. VII BRASIL (Histria Geral)

    TEORIA DA HISTRIA ? @- -- 4&*5

    ENSAIOS COMPARATIVOS SOBRE A HISTRIA AMERICANA C A BC 4 D5

    A MINERAO E O NOVO MUNDO 3

  • RGINE ROBIN

    Traduo de A dlia Bolle

    com a colaborao de Marilda Pereira

  • S U M R I O

    Prefcio 11

    O PROBLEMA DAS RELAES HISTRIA/LINGSTICn 15

    Captulo 1. O equvoco 17

    1.1 Advertncia 171.2 Teorias, tcnicas e pressupostos 221.3 Lngua e discurso 24Notas do captulo 1 35

    Captulo 2. As armadilhas da ausncia de um a teoria da articulao 40

    2.1 A lexicologa reduzida sociologia 412.2 A palavra como ndice de comportamento poltico e como quantificao 422.3 A Sodolingstica * 512.4 A anlise interna 55Notas do captulo 2 58

    Captulo 3. Os historiadores e o campo lingstico 61

    3.1 Anlises temticas e anlises de contedo 613.2 Do vocabulrio institucional ao vocabulrio ideolgico 693.3 De Luden Febvre a Alphonse Dupront 71Notas do captulo 3 85

    Captulo 4 . Formao social, prtica discursiva e ideologia 88

    4.1 As insuEdndas da Lingstica do discurso 884 .2 Michel Foucault e a constituio do objeto discursivo 92

    4 .2 .1 6= 92F*GHG I + ! JKI L 96

    4.3 Alguns trabalhos recentes de historiadores e a constituio do objetodiscursivo

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  • 4 .4 Lingstica como recata" 1054 .5 Da l in gstica como receita constituio do objeto discursivo 1064 .6 Esboo de alguns conceitos do materialismo histrico 1084 .7 Prtica discursiva e formao ideolgica 1154 .8 Discurso e ideologias na formao social francesa do fim do

    sculo XVIII 119Notas do captulo 4 130

    ALGUNS MTODOS DE ABORDAGEM DOS TEXTOS 135

    Captulo 5. Esboo dos mtodos estatsticos: o exemplo do Laboratrio de Lexicometria da E.N .S . de Sa in t -Cloud 1375.1 O inventrio dos textos 1375.2 A frequncia 1395.3 A distribuio 1445.4 As co-ocorrndas 146Notas do captulo 5 151

    Captulo 6. Abordagens dos campos semnticos: as experincias do Centro de Lexicologa Poltica de Sa in t -Cloud 1536.1 Generalidades 1536.2 "O Rei" em Saint-Just 1596.3 A polissemia da palavra "povo" em Saint-Just 1636.4 A polissemia de sans

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  • Clamaremos, portanto, contra o assassnio da Histria cada ver que, numa anlise histrica sobretudo quando se trata do pensamento, das idias ou dos conhecimentos se constatar o uso, de modo muito manifesto, das categorias da descontinuidade e da diferena, das noes de limiar, de ruptura e de transformao, da descrio de sries e de limites. Denunciaremos nisso um atentado contra os direitos imprescritveis da Histria e contra o fundamento de toda historia dade possvel. Contudo, no nos devemos enganar: o que lamentamos to profundamente no o desaparecimento da Histria, mas a destruio dessa forma de Histria que era oculta mas que se refera toda inteira i atividade do sujeito.. .

    M ich el Foucault

  • precisei fazer escolhas, e contribuies importantes tais como as de G.G. Granger e J. Derrida foram deliberadamente negligenciadas, dado oquadro desta coleo. Tampouco h aqui nenhuma exposio sistemtica sobre Katz e Fodor, Weinreich, Bierwich ou Fillmore. Tudo issome pareceu no fazer parte diretamente do meu objeto.

    Tal como se apresenta, esta obra descontentar a uns e corre orisco de desanimar a outros. Aos linguistas, parecer insuficiente, faces renovaes e s colocaes atuais. Aos historiadores, em compensao, corre o risco de parecer spera, cheia de gria profissional, porvezes longe de suas preocupaes. Talvez at irrite alguns, eternosdefensores e zeladores do bom senso e da evidncia. Ainda uma vez,minha ambio limitou-se a propor problemas, interrogaes, mtodose, graas contribuio de historiadores e de lingistas, algumas abordagens concretas e alguns resultados. Ningum mais do que eu tem aguda conscincia de que este livro , de alguma maneira, prematuro.No entanto, sob certos aspectos, ele vem a propsito. Com efeito, estando os fogos do estruturalismo um pouco extintos, a hora antes deinterrogaes que de euforias precipitadas, de balanos. Nem falsainterdisplinaridade, nem presso de uma moda, atualmente em grandeparte revolucionada!

    Alm do mais, este livro responde a duas preocupaes constantes.De uma parte, ele gostaria de encorajar os historiadores de mentalidades a adotar novos tipos de questionamento, novos mtodos, semesmag-los sob problemas metodolgicos insuperveis. Lembramo-nosdeste pargrafo de Barthes: Alguns falam do mtodo com gula, comexigncia.. . ele nunca lhes parece suficientemente rigoroso, suficientemente formal. 0 mtodo torna-se uma Lei, mas como esta Lei privada de todo efeito que lhe seja heterogneo (ningum pode dizer oque , em "Cincias Humanas, um "resultado) , ela infinitamentefrustrada. Assim, invarivel que um trabalho que proclama semcessar sua vontade de mtodo acabe sendo estril: tudo se passou nomtodo, nada sobrou para a escrita; o pesquisador repete que seu texto ser metodolgico, mas esse texto nunca aparece: nada mais seguropara matar uma pesquisa e faz-la aumentar o grande lixo dos trabalhosabandonados; nada mais seguro do que o mtodo. - . [ preciso] a um dado momento voltar-se contra o m todo Se se verificasse queminha obra, por sua vigilncia metodolgica, fosse, como diz R.Barthes, matar a pesquisa, por um estranho equivoco, ela iria contraseu desejo, que , ao contrrio, naquilo que se refere Histria, o deestimulla e de abri-la a novos horizontes. Por outro lado, meu livro

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  • O PROBLEMA DAS RELAES

    HISTORIA / LINGISTICA

  • parecia nunca dever pretender a situao de Cincia. De mais a mais, muito freqentemente, os conceitos da Sociologia, que permitiam fazer a economia do materialismo histrico em matria de cincias da sociedade, eram mais bem acolhidos e bastavam. As advertncias concernentes exportao do modelo lingstico, entretanto, no faltaram. Em 1967, G. Mounin inquietava-se: Hoje em dia a Lingstica beneficia-se, por sua vez, deste papel de cincia vedete. Mas possvel que o balano que se deva fazer assemelhe-se um pouco ao que se fez do uso precipitado dos conceitos biolgicos no sculo XIX, depois do uso no menos precipitado que se fez tambm pelos fins do sculo XIX dos conceitos da Psicologia, para resolver problemas lingsticos. nisso que eu vejo uma parte de moda, uma pane de voga, que no nos benfica, pois prefeririamos que se utilizasse profunda mas solidamente a Lingustica e que se reduzissem e se precisassem bem as zonas em que ela se aplica. 5 Ainda mais recentemente, 8 ele criticava o que se chamava os empregos metafricos dos conceitos lingsticos. Tomando um exemplo na obra de Roland Banhes, ele se colocava o problema da validade dos conceitos lingsticos a propsito de um espetculo de luta livre. 7 Trata-se de um sistema de comunicao? O espetculo feito de comunicao, e em que sentido? Em caso afir- madvo, ns nos ocuparemos de uma comunicao de tipo lingstico, isto , explcita e consciente? Se se trata verdadeiramente de um sistema de signos, isso implica que se tenham determinado unidades segmentveis, e as regras de suas combinaes, o que constitui a base da anse lingstica. preciso ainda estabelecer em seguida que estas unidades e estas regras de combinao so isomorfas s da Lingstica. E diz-nos G. Mounin as fontes da confuso residem no estatuto que se d noo de signo. Longe de ser empregado no sentido saus- suriano do termo, o signo designa na obra de R. Barthes ora o ndice, ora o smbolo, ora o sintoma, raramente o signo. signo, assim, todo fato que tem uma significao. A partir desta definio, deduz-se que toda coleo de signos um sistema de signos, todo sistema de signos uma linguagem que est portanto na dependncia dos conceitos da Lingstica. G. Mounin insiste no fato de que os emprstimos terminolgicos feitos Lingistica so na realidade smulas conceituais, aproximaes analgicas muitas vezes mal fundamentadas. Mas nem por isso ele minimiza a obra de R. Barthes. M ostra que o verdadeiro objetivo de Barthes colocar em evidncia o contedo latente de certas mensagens, mitos, atitudes, comportamentos; que, na realidade, o objeto de suas pesquisas antes uma sintomatologia do

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  • tica; que a Lingstica o nico modo de acesso aos comportamentos; que, graas a esta ciencia, o historiador vai poder trocar suas pobres noes por conceitos verdadeiros. Os perigos de tal posio devem ser explicitados com rigor e fora, pois pensamos que o empirismo ingenuo e o empirismo formalizado no passam de duas vertentes do positivismo; que ces se solidtam mutuamente e se implicam. O que espreita a Lingstica em Historia a possibilidade de lhe ser atribuido o mesmo papel e a mesma funo que a Estatstica em Economia. Na aparncia, isso significa um aparelho formalizado de cientificidade incontestvel, um imenso progresso relativamente aos estudos simplesmente descritivos e monogrficos, resultados ao abrigo desta colocao em perspectiva qual o historiador no podera escapar, segundo R. Aron. Na realidade, pode-se fazer o aparelho estatstico dizer qualquer coisa, segundo os quadros tericos nos quais ele entre, segundo o sistema de hipteses que a ele subjaz, segundo o efeito procurado. A introduo de estatsticas na Economia teve muitas vezes uma funo precisa, embora velada: pregar uma pea aos conceitos do materialismo histrico, opondo-lhe a cincia inconteste e incontestvel. 11 talvez o caso da Lingstica. Ela poderia, se se descuidar, servir para demonstrar qualquer coisa , e esta qualquer coisa" poder, como os resultados da Estatstica, ser apresentado no quadro da ideologia dominante como sria, irrecusvel, cientfica. Que nos compreendam bem. No se trata, de maneira alguma, em nosso esprito, como o faria e como o faz ainda uma crtica tradicional, de declarar guerra Estatstica em geral, privilegiando os mtodos descritivos de outrora e defendendo as anlises exaustivas que ocupam uma vida inteira, onde uma amostra representativa solicitaria alguns meses. Tambm no ser o caso ao evocarmos majs gdiante os perigos dos mtodos quantitativos em Lingstica de nos colocarmos contra a quantificao, tanto quanto, ao contrrio, no o caso de denunciar a utilizao da Lingstica em Histria em proveito de algum intuicionismo, de algum dilogo entre o leitor e a obra, de algum vai-vetn de conscincias. Trata-se de denunciar o positivismo ambiente que prevalece nesgas utilizaes, de mostrar que sem um quadro tenco preciso que hierar- quize os Fenmenos, sem um corpo de conceitos articulados, sem uma xphat trica tias hipteses, o uso da Lingstica pode muito bem revelar-se apenas como mistificao, um reduplicado empirismo, at mesmo um artefato. Longe de pensarmos que a Lingstica uma pa- naca universal,, gostaramos de precisar quais relaes cia pode entreter com a Histria e quais outras n io levam seno a um impasse terico.

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  • da Lingstica. Rompendo com o que Bach 21 chama uma concepo taxinmica da Qncia, ele reintroduz o primado da teoria, do desafio terico. 52 Entretanto, alm da bem sucedida reformulao dos conceitos saussurianos, alm do modelo generativo e da criatividade da linguagem, certo nmero de postulados que esto na base do chomskysmo no deixam de provocar dvidas. Encontra-se a, em primeiro lugar, a idia da universalidade das estruturas profundas, urna visada para a constituio de urna especie de semntica universal, ao menos naquilo que conceme certas das teorias ps-chomskyanas. O corao do problema, alm do mais, precisamente o lugar do homem cartesiano na teoria de Cbomsky. Sua relao constante com a gramtica de Port- -Royal, sua filosofia da idia inata podem, por vezes, a contragosto, resultar numa metafsica da natureza humana pouco apta a clarificar os debates. N io que a reao de Chomsky contra a linguagem considerada como condicionamento no tenha sido fecunda e que o acento colocado no aspecto criador da linguagem no tenha tido resultados felizes, mas convm sublinharmos ainda aqui que a tese da idia inata levanta mais problemas do que resolve, e corre o risco de produzir discpulos ps- -chomskyanos que, longe de terem o rigor do mestre, descambaro pura e simplesmente no idealismo das essncias.

    Assim, nenhum dos mtodos, nenhuma das teorias e tcnicas lingsticas, de Harris a Chomsky, de Katz a Fodor e a Greimas, podera apresentar-se como pura posirividade na transparncia de seus conceitos. foroso afirmar, pastichando o poeta, que no existe historiador-lingista, ou lingista-historiador fe liz .. .

    1.3. Lngua e discurso

    A Lingstica constituiu-se, enquanto cincia, a partir de Saussure tudo isto bem conhecido. 23 Para cercar estreitamente o objeto da Lingsuca, Saussure produziu dois conceitos: a lngua e a fala. Separando a lngua da fala, separa-se no mesmo golpe l 1r o social do que c individual, 2 , o que essencial do que acessrio e mais ou menos acidental. A lngua no uma funo do sujeito.falante: c o produto que o indivduo registra passivamente; nunca supe pre- meditao, e a reflexo s intervm a para a atividade de classifica o . . . A fala, pelo contrrio, um ato ir

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  • o que M . FoucauJt institui em A Arqueologia do Saber. Ele no emende por prtica a atividade li^n A um sb ito mas o conjunto de regras que envolvem e submerein o sujeito, desde que ele toma parce no discurso. Por isso, o discurso supe o conjunto de relaes extra- lingsticas que o constituem. Nossa insistencia a esse respeito corre o risco de suscitar numerosas interpretaes erradas e assim solicita algumas precises. Fixar-se na ligao do discurso com o conjunto de relaes m aterais jque o estruturam no significa que, a exemplo de ftarr, na XJ K *57S. dos anos 1950, faa-se da lngua uma superestru- tura. Fazemos questo de precisar que as formaes discursivas, quanto elas, fazem p a rte integrante da instancia da ideologia; portanto esto fundamentalmente ligadas s superestruturas. Assim tambm, no se trata para nos de negar q nivel.lingstico (no sentido, que se ter adivinhado, de urna lingstica do discurso), reduzindo, a anlise do

    a nma crvifiLigia._rln rlknirso De maneira nenhuma. Procuramos constituir no campo da Historia o nivel discursivo como novo objeto de estudo, ao .mesmo tempo, contra um certo positivismo lingstico, postular as impasses e insuficiencias de uma anlise interna da qual se quererla deduzir a interpretao do discurso, inclusive sua funo, sua eficacia 31 c seus_processos de insero na formao social. Esta necessidade de fazer apelo ao extralingstico", a certas instancias de uma formao social foi recentcmente exposta com clareza por .D. Slakta, quando ele introduz no prprio nvcL da competencia lingstica a instancia da ideologia: "Uma prtica discursiva s pode se explicar em funo de urna dupla competencia l. uma competncia especfica, sistema interiorizado de regras especficamente lingsticas e que garantem a produo e a compreenso de frases sempre novas - o individuo eu, utilizando estas regras de maneira especfica ( performance), 2 T urna competencia ideolgica, ou geral, que tom a implicitamente possvel a totalidade das aes e das significaes novas." 35 Introduzir aCT nivel da competencia a instncia da ideologia necessariamente mostrar que a anlise interna no podera esgotar a significao do discurso; acenar a uma teoria das formaes sociais e, no campo desta teora, insistir no lugar da instancia ideolgica e no efeito desta instancia no plano discursivo; pois. embora implicitamente, orientar-se para uma problemtica da articulao das prticas discursivas sobre pratics nao-discursivas ao seio de uma formao social. Esta necessidade de incluir a ideologia no conceito de discurso, portanto, de no reduzir o discurso lngua 3* em sua neut tatada e preconizada por certos ps-fonnaiisuis

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  • Os verbos enunciativos, Eu digo , Eu creio , Eu quero dizer , Eu penso que , etc., acentuam a diferena. So muito freqentes em Blum, introduzindo constantemente o olhar reflexivo do sujeito falando sobre seu prprio enunciado . 42 Inversamente, estes verbos so raros em Thorez. Em Blum, alm disso, estes verbos esto associados a sbifters 42 de tempo (agora, boje, na hora atual).O sistema de adverbios t importante de ser abordado pois permite a modalizao do discurso. Aqui ainda aparece a oposio entre Blum e Thorez. Os advrbios em mente, muito numerosos no discurso de Blum, esto quase ausentes no de Thorez.

    O sistema das transformaes modaliza igualmente o enunciado. As negativas implicam um enunciado inverso, implcito ou

    expresso. Implicam um certo modo de presena do enunciado adverso. Enquanto Blum utiliza muito freqentementc a transformao negativa, Thorez a utiliza mais raramente, e suas transformaes negativas so essendalmente didticas.

    As passivas suprimem, na maior parte do tempo, o agente da ao, sujeito do verbo em forma ativa. Enquanto que em Blum a metade das passivas no suprimem o agente, em Thorez as passivas elidem o agente e se fazem acompanhar de nominalizaes, de subordinadas passivas de finalidade introduzidas por um verbo injuntivo; da o didatismo da anlise.

    As modalidades exprimem performativos (querer, dever, poder, ser preciso), repartem-se diferentemente nos dois discursos, corroborando as clivagens reveladas pelas marcas enunciativas j assinaladas.O sistema dos verbos, enfim, acaba de situar dois universos enunciativos. O realizado marca um estado, o no-realizado uma tenso, pelo contrrio, entre o locutor e o receptor. Em Blum dominam os no- realizados, o que cria uma tenso entre o grupo e ele. Em Thorez,

    dominam os realizados, o que refora ainda o didatismo do discurso.L. Courdesses conclui seu estudo especificando a oposio funda

    mental dos dois discursos. De urna parte, um discurso poltico tradicional, que o feito de uma individualidade que se afirma, em que o sujeito assume seu enunciado, estabelece uma tenso entre ele e o grupo. Deste ponto de vista, pode-se evocar Jaurs. De outro lado, um discurso didtico, em que a enundao pouco marcada, em que a tenso reduzida ao mximo.

  • H

    a

  • do que as armas, o equilibrio do terror, etc.? No primeiro caso, o interlocutor partilha meu pressuposto, meu sistema de evidncia; no o coloca absolutamente em questo. Apenas discute meus argumentos. Estamos no quadro da implicao. 47 O utro interlocutor, por sua vez, no considerar legtima ou ilegtima minha proposta, mas se ater a meu pressuposto, a suas evidndas, ao que eu coloquei fora de causa em meu discurso, a saber, que seria necessrio defender o O ddente; portanto, que o Ocidente estava ameaado. Se o segundo interlocutor diz mas por que defender o O dden te? , das duas uma: ou o antagonismo de nossos dois sistemas ideolgicos toma todo dilogo impossvel, e estabelece o que o bom senso chama conmnente um dilogo de surdos, ou no tenho outra soluo a nlo ser replicar-lhe mas vejamos, evidente , postulando assim a universalidade de meu procedimento, de meu pensamento e abrigando-mc, por detrs da filosofia do bom senso para melhor aprision-lo, todo o mundo sabe , todo mundo v, etc. A recusa dos pressupostos constitui uma atitude muito diferente da crtica do que colocado. Comporta sempre nota- damente uma forte dose de agressividade, que transforma o dilogo em um afrontamento pessoal. Rejeitando os pressupostosjie meu interlocutor, eu desqualifico no so~ prprio enunciado, mas p- ato de enunciao do qual ele procede. 48 O estudo do funcionamento dos pressupostos, com a condio de no situ-los unicamente na lngua, 48 mas como discursivo ideolgico prximo do pr-construdo 90, pode, como a enunciao, engrenar numa teoria das formaes discursivas componentes de formaes ideolgicas.

    Outro e le m e n to fundamental de uma Lingstica do Discurso a conotao. Por certo essa noo no simples de' ser apreendida; deu margem a mltiplos trabalhos e a todas as espcies de interpretaes complexas e contraditrias. 51 Retenhamos, com Hjeimslev, que uma linguagem conotativa quando o significante % j uma linguagem, quando ele prprio comporta uma expresso (o significante), e um contedo (o significado). R. Barthes retoma esta noo, obriga-a a sair do domnio estritamente lingstico para tom-la o centro da semio- logia. Um primeiro nvel constitudo pelo signo ( significante e significado) do termo da lngua objeto; % o nvel da denotao. da mensagem explcita. Para alm disso, este signo f : . ficante e, desligado em relao ao primeiro nvel, produz-se um significado, o de conotao. Significante e significado deste segundo nvel produzem o signo mtico, ou ideolgico. Dir-se- ento que o sistema conotado um sistema cujo plano de expresso ele prprio constitudo por um sistema de significao.

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  • 11. Um bom exemplo de 034 das estatsticas oficiais ou quase oficiais

    pode ser aqui retido em Ln n . & -++ 0+ Ele critica omitas vezes a maneira pela qual so estabelecidas as estatsticas de que dispe para estudar a penetrao do capitalismo na Rssia: Basta uma vista dolhos a este quadro para nos certificarmos a que ponto so ficticios os 'nmeros mdios que tanto se gosta de m anipular entre ns, quando se tala da Burguesia , ou ainda, a propsito dos tipos de comparaes estabelecidas: H necessidade de comparar o nm ero das exploraes que empregam assalariados com a totalidade das exploraes camponesas, quando estas ltimas compreendem as exploraes dos prprios assalariados agrcolas. Procedendo assim, poder-se-ia negar tambm o capitalismo na indstria russa . . .O utro exemplo interessante, num livro em outros pontos contestvel: Christian Baudelot e t Roger E stablet , &00+0 10% Paris. Maspero, 1971. Se, a partir dos "quadros da educao nacional , edio de 1968, s pgs. 222-223, l-se a repartio da populao escolar por idade, por nvel, no ano 1966-1967 (acrescentando os dados relativos ao ensino particular), fica claro que, segundo estas estatsticas, 63,796 dos jovens de 17 anos esto no segundo ciclo longo. De fato, como sublinham os autores, falca a essa quadros um a coluna; aquela em que figurariam os jovens de 17 anos que no esto mais escolarizados em 1966-1967. Se se reintroduz a t e elemento, v-se ento que em 1966-1967, trs quartos das crianas de 17 anos esto fora do ensino longo.

    12. Ver mais fiante nossas b re v a observaes sobre a anlise smica.13. Ver a este propsito J. Katz e J. Fodor, Structure d une thorie smanti-

    que , traduo em & : ;0% 9 e 10, 1956-1957, e & < 1, 1966, consagrado s Pesquisas Semnticas .

    14. M. PCHEUX, )8 / 0 Paris, D unod, 1969, 152 pp., p. 29 (Coleo Seie n e a du com portement").

    15. = L yons, &/ 0 > / */% traduo de F. Dubois-Charlier e D. Robinson, Paris, Larousse, 1970, p. 363.

    16. Frase de Katz, d u d a por J . Lyons (obra citada), p. 361.17. Ao menos no que concerne ao Z. S. Hauxs do -0 8 de 1952,

    vertido para o francs, sob o ttu lo &)8 0 po r F. Dubois- -Charlier em &% n.* 13, maro de 1969. Depois, o problem a parece ter-se tornado um pouco mais compiexq em Harris; ver mais adiante nosso captulo sobre O m todo da anlise dos enunciados .

    18. H arxis, abra atada, p. 13.19. Q . 4#+ P . Henry , M. ,#+ 7 La smantique e t la coupure saus-

    surienne: Largue. Langage, Discours", &% n.* 24, pp. 93-106.2 0 . E sta exemplos so de 45 obra d u d a .21. E. Bach, Linguistique structurelle et philosophie d a sricnces, em Pro

    blem a da langage, -?% Paris, 1966.22. No possvel apresentar num a n o u , m am o de uma m aneria simplificada

    ao extremo, o modelo chomskyano. Ns nos contentaremos em apresentar

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  • institucionais, estatutrias dos dois partidos: partido com tendncias, em um caso, partido sem tendncias, de orientao coletiva, em outro, o que acarreta uma impossibilidade para M. Thorez de falar em seu nome pessoal (da o desaparecimento do sujeito da enunciao, o didatism o), e a impossibilidade para L. Blum de falar em nome de uma direo coletiva. Poder-se- -ia enfim perguntar, como faz M. Foucault em & 0% se, alm das condies de produo, no existe um discurso de grupo, uma forma enunciativa de grupo. De fato. o estudo dos mecanismos e das marcas de enunciao dos mais complexos. Convencer-nos-emos disso com a leitura de & C consagrado enunciao.

    42. L. % / artigo citado, p. 25.43. Ver o lxico.44. O . Ducrot, "Le Roi de France est sage: implication logique et prsupposition

    linguistique, K / ++/% n. 4, 1966, p. 41.45. O . Ducrot. "Prsupposs et sous-entendus , & 13% n.* 4, feve

    reiro de 1969, p. 36.46. Ver a demonstrao da diferena entre pressuposto e implicao em "Le

    Roi de France est s a g e . . ., artigo citado.47. Numa primeira abordagem, as implicaes (term o de Lgica) so propo

    sies que devem ser verdadeiras para que este enunciado seja verdadeiro.4 8 . = / B # La descripdon smantique des noncs franais et la notion

    de prsupposition", &(% 1968, p. 52.4 9 . Para O . B # com efeito, os pressupostos so fatos da lngua. Ele insiste

    neste ponto em numerosos artigos. Em "La descripdon s m a n tiq u e ... , escreve: O afrontamento das subjetividades aparece, assim, como uma lei fundamental da Linguagem, no somente por motivos psicolgicos ou sociolgicos, mas por uma 0 0 6L Mais recentemente ainda em "Prsupposs et sous-entendus": Se agora o pressuposto, diferentem ente do subentendido, no um fato de retrica, ligado enunciao, mas se ele se 0 +,+ 6% necessrio concluir que a lngua, independentemente das utilizaes que se podem fazer dela, apresenta-se fundamentalmente como lugar de debate c da confrontao das subjeuvidades. Para ns. o pressuposto no somente, nem principalmente, um fato de lngua, mas est na dependncia das formaes ideolgicas.

    50. Sobre essas noes, ver mais adiante Formao social, prticas discursivas e ideologia".

    51. No se trata aqui de retomar a histria complexa do termo "conotao" e seus avatares, desde a escolstica at Hjelmslev e Banhes. Sobre este ponto, ver Jean D La connotation", & &/% n.* 7 , 1971/1 . N io se trata tambm de saber se Barthes fiei a Hjelmslev ou no. Tal qual se apresenta, a pesquisa baribesiana pareceu-nos fecunda para a pesquisa histrica. O s problemas epistemolgicos da relao entre o que da alada exclusiva da Lingistica e o que dela extravasa n io nos ocupou aqui. Para a noo de conotao, de sua utilizao em estudo literrio, ver Marie-Noile G ary -Pr ieur , "La notion de co n n o u o n (s ) , &M% n* 4, dezembro de 1971.

    52. R. Barth es , lments de smioiogie,,, :0% n.* 4, p. 130.53. O. Ducrot, "Le Roi de France est sage. . artigo dudo , p. 45.54. R. Barthes, 78 obra dtada, p. 223.

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  • mao social. Em resumo, ao se querer apagar o nvel discursivo em sua autonomia relativa, ao se assimilar esse nvel ao objeto da histria e singularmente da histria social, acaba se por se instalar deliberadamente numa problemtica ideolgica da Histria e da Sociologia. Esta assimilao constitui um verdadeiro obstculo epistemolgico, ao mesmo tempo para o estudo das formaes discursivas e para o objeto da Histria social.

    0 0 A p a lav ra como nd ice de com portam ento poltico e como quantificao

    Muitos historiadores que se interessam pelas possveis relaes da Lingstica (com todas as ambigidades precedentemente evocadas, uma vez que nunca se explicita se essas relaes se depreendem de um estudo do sistema, da lngua ou de uma Lingstica do discurso) e da Histria tomam, para tanto, um caminho terico e metodolgico encurtado, e que corre o risco ora de levar a dissabores, ora de faz-los demonstrar absolutamente aquilo que eles procuram demonstrar o que vale dizer que, neste domnio, o risco de artefato grande. que os historiadores, desde sempre, mantm certo tipo de relacionamento com a linguagem. Se no trabalham essencial mente a partir de textos, estes permanecem, no entanto, a mais clara de sua matria- prima. Por isso, eles empenham em seu trabalho toda uma filosofia da linguagem: se necessrio levantar questes relativas significao de um texto, as mesmas que so abordadas na explicao tradicional de texto, simultaneamente: o dizer e o querer dizer, o como e o por que do texto, mas tambm do autor, do leitor, da sociedade; portanto, de uma certa cultura e de suas tradies, isto , da Histria ento a Lingstica se retira. Mas no sem ter inscrito no vazio, por esta recusa, todas as dificuldades da empresa das cincias humanas quando, como a Histria ou a Sociologia, fazem dos textos seus dados, postulando implicitamente certa imediatez do sentido (do lado do plo receptor), ao mesmo tempo que a transparncia das "palavras ( dos discursos) . . . ou, em outras palavras, toda anlise de um material verbal, seja qual for, empenha de uma maneira ou de outra hipteses de ordem lingstica, mais freqentemente no reconhecidas como tais. . . 8 A relao que o historiador mantm com a linguagem passa, como efeito, como sublinha G . Prevost, pelo postulado da transparncia da palavra. o que chamavamos h pouco de caminho terico

    recorrem os- historiadores.

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  • sejam quais forem os caminhos: % - ! 0) *J 0

    Acrescentemos que estas consideraes no so indiferentes ao historiador. Se o lingista conclui que, de todas as maneiras, o candidato pode tornar efetivo um outro lxico que no o seu, o historiador nSD poder deduzir ! o comportamento poltico a partir-das palavras utilizadas. As concluses da anlise no sero as mesmas do ponto de vista da posio poltica do candidato, dependendo de se sua fala se insere num discurso de contedo de direita, ou num discurso de contedo de esquerda, mesmo que formulado numa forma de direita. As razes destas distores sero procuradas na conjuntura, na base sociolgica da circunscrio, etc. Inversamente, poder ser o caso de um discurso de contedo de direita numa forma de esquerda. Vai-se concluir da que, porque as palavras deste discurso so etiquetadas de esquerda, que o discurso de esquerda? O perigo que espreita o pesquisador contra a sua vontade postular um segundo iso- morfismo que duplique o primeiro, o da prtica poltica, e o da prtica discursiva, isomorfismo pensado em termos de transparncia. Com efeito, se o assinalamento de termos de esquerda basta para classificar o discurso como de esquerda, vai-se acabar posrulando que o uso do termo paz implica um comportamento poltico pacifista, que o uso do termo socialismo conota um partidrio do socialismo, que o uso do termo revolucionrio acarreta um comportamento poltico revolucionrio, e assim por diante, at apagar .o_jogo das opacidades, que fez com que Marx n5n jn lRam Vinm-n

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  • a palavra . por definio, polissmica; ela % que a economia da lngua permite que seja. Pode, como se diz comumente, ter vrios sentidos; diremos mais: pode implicar uma estrutura profunda dasproposies contraditrias, pode conotar esquemas ideolgicos opostos. A cesamblgizao, a triagem da polissemia se faz pelo contexto, pela prpria estrutura do discurso; pelo sistema de parfrases sinonmicas, pelos substitutos escolhidos e os valores positivos, negativos, neutros que os afetam; pelo sistema dos antAnjmos. que elucidam o estatuto da palavra, e o tomam unvoco, onde reinava o equvoco. Tomemos o exemplo mais simples que existe: a palavra !# usada por todos os grupos polticos, excetuada a extrema direita (e ainda, em certas conjunturas, ela prpria levada a utiliz-la). Tomada como ndice do comportamento poltico, a palavra no nos levar muito longe. Polissmica, ela pode designar ideais, programas, valores opostos. O que lhe vai conferir seu estatuto poltico preciso a proposio que a implica:

    ! !6 !! e ! !6 - !

    (tomamos de propsito estruturas sintticas formalmente semelhantes). Estas frases dio conta de dois esquemas polticos opostos. Alm disso, o sistema dos substitutivos da palavra ! reduzir ainda, a polissemia. No primeiro caso, o substitutivo ser ! ] no segundo, ou, em outro discurso, * Os adjetivos # ou 0! contribuem para a de- sambigizao, assim como os antnimos e seus substitutivos: !)! # ! em face de !# ! 6(# etc. A polissemia pode ainda ser revogada pelos fenmenos de enundao, as marcas formais de rejeio, como as aspas, ou outros. Estes democratas, se os escutamos , implica que aqueles de quem se fala no so considerados como democratas. A palavra empregada, mas rejeitada. Inversamente, em alguns dizem que ns no somos democratas, mas quem so esses que ousam caluniar-nos assim? as marcas de enundao so importantes: & remete aos adversrios polticos que negam aos locutores a qualidade de !] o verbo indica que o epteto ! % assumido, reivindicado pelo locutor que remete pela forma interrogadva a negao aos adversrios e, assim, por sua vez lhes interdiz o epteto !* que a palavra !# nos dois modelos de 0! D aue remetem a modelos ideoltdcos i

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  • 2 .3 . A Sociolingstica

    Para quem l a imensa produo consagrada Sociolingstica, a impresso de mal-estar inevitvel. A busca do objeto especfico passa ao segundo plano, por detrs de consideraes metodolgicas que retomam, seja para critic-las, seja para utiliz-las, as anlises de contedo", ou reflexes e observaes tericas gerais sobre as relaes de conjunto do que se chama, no quadro da escola culturalista, a cultura e a linguagem. Trata-se da hiptese comumente chamada Sapir- -Whorf, segundo a qual os mundos nos quais vivem as diferentes sociedades so mundos distintos, e no apenas o mesmo mundo sob etiquetas diferentes? 19 Neste caso, ada lngua uma viso do mundo, uma cultura ideolgica" total ou parcialmente irredutvel aos outros. De fato, Sapir (e sua escola), como est mostrado num artigo recente, 20 sempre colocou a_tnica na ntima ligao entre a linguagem e o contexto gutural e social. Ele insistiu no sistema expressivo da lngua: Toda atividade lingustica supe 3 imbricao surpreendentemente complexa de dois sistemas isolveis que se designara de maneira um pouco esquemtica como um sistema referendai e um sistema expressivo. 21 Se o sistema referendai ~ o domnio da Lingstica atual, da lingustica da lngua, o sistema expressivo compreende todas as man ife s taes ligadas linguagem. Tem por objeto o dis- curso enquanto aspecto do. comportamento . Alm do mais, Sapir advertiu contra as interpretaes que visam a estabelecer uma simples homologa entre cultura e linguagem: A tendnda de certos sodlogos e etnlogos a ver nas categorias lingsticas uma expresso direta de alguns dos aspectos mais manifestos de uma cultura deve ser combatida como contrria ao que os fatos encobrem: !6 !6 &7D ( &!# ! ! ! " . . . no se deve, por conseguinte, procurar relao causai unindo-as estreitamente. 22 Se estas preocupaes tericas esto como pano de fundo dos mtodos e dos campos de aplicao dos sodo lingistas, elas no constituem. fln g af| p ttqnm * Trata-se sempre do reladonamento dc um domnio definido como sodolgico ou etnolgico e_de_ um domnio lingstico, mas a terminologia pouco ntida, impredsa, assim como a concepo dos campos de aplicao. Basta-nos como prova a introduo que B. Pottier consagra ctnolingstica.22 Lngua e cultura1, Lingstica antropolgica1, Sociolingstica, lngua, pensamento e realidade so todas formulaes que exprimem as 6= entre as lnguas e as culturas no sentido mais amplo do termo. A Etnolingstica ser o estudo da mensagem lingistica em ligao com o conjunto das circunstncias da comunicao. Os linguistas de

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  • de & 06 que ele dirigiu e que texn por ttulo lingsticae Sociedade termina por urna grande lio de prudnda metodolgica e por algumas propostas: "Eri todo caso, ao nivel dos elementos lingsticos controlveis (lxicos, por exem plo), as estruturas sociocui- turais e as estruturas lingsticas esto longe d ser isomorfas, de coincidir, e deve-se provar cada vez que as invariantes sociolgicas escolhidas so pertinentes, do ponto de vista lingstico, correndo a cada vez o risco de chegar a um artefato. 31 J.-B. Marcellesi prope-se dar ao termo covariao seu pleno valor, s depreender as relaes entre fenmenos sociolingsticos e socioculturis. No indo, precisamos de 6= # de maneira a no postular implicitamente a dependncia do lingstico face ao social (pois justamente isso que se trata de verificar). 39 Marcellesi prope como campo de pesquisa Sociolingstica o estabelecimento de modelos de grupo, colocados em evidncia no quadro da anlise dos enunciados por descries ordenadas: pesquisa de proposies tericas, ou proposies de base, evidendao de enundados comparveis em relao parafrstica, medida dos afastamentos entre grupos. _jo total, ao nivel metodolgico, ele prope duas descries paralelas: a descrio s d o histrica, a descrio lingstica, e ! & o reladonamento dos dois modelos.

    Este reladonamento se efetua numa problemtica de "!&D* Encontramo-nos na presena de dois universos especficos, procuramos as relaes de homologa ou de nio-homologia entre os dois. A problemtica da homologa implica a descrio, o processo comprobatorio, e no a explicao. Assim, escapa a dois perigos. Mantm a relativa autonomia do nivel discursivo face s problemticas redutoras que nao questionam o problema do texto ou que o consideram como dado unvoco, transparente, monossmico. Escapa igualmente ao mecanismo, causalidade direta ou transitiva. No diz que o nivel do discurso diretamente determinado pelo extralingstico. Estas vantagens, no entanto, implicam certo nmero de inconvenientes, que constituem outros tantos problemas tericos. Os dois universos a descrever permanecem # sem que seja pensado o estatuto de seu relacionamento, o estatuto de suas relaes, de sua causalidade; seta que seja pensado, em particular, o lugar do nivel discursivo poltico. Para tomar um exemplo dos mais simples, numa formao social, suas determinaes, suas modificaes, sua relao com as prticas e, mais particularmente, com a prtica poltica, as m stndas e, mais especficamente, com a instncia ideolgica, a conjuntura, etc. O que impede o pensamento deste estatuto so os conceitos, as categorias postas em jogo na Sodo-

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  • o risco no somente de cortar a anlise destes sistemas sign ifiran t

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  • 30. G tado par J.-B. + " " Prsentation", in & 93% n. 9, fevereiro de 1971, p. 3.

    31. J.-B. + " " Linguistique et groupes sociaux , in & O6# n* 9, p. 119.

    32. J.-B. + " " obra citada.33. J.-B. + " " "Prsentation, artigo citado, pp. 3 e 4.34. J. 9 "Linguistique et soriologie, in &% n* 11, p. 26.33. J. 9 Introduction une recberche linguistique en pdagogie, in

    & 93% n. 5, p. 22.36. L. , Problraatique des travaux sur le discours politique", in &

    % n* 23, p. 21.37 . Fontana, obra citada, em colaborao com F. Furet .38. Ver a respeito as notas de J. % in :*/% 9 /10 .39. a parte mais clara da obra de e, particularmente, de sua tese

    & +% Paris, M outon, 1949.40. B. & 8? % Paris, Le Seuil, 1967.41. J. % escreve a propsito: A Lingstica, a Antropologia Estrutural,

    a Semitica construram sistemas significantes a partir do que denominamos ideologias. Abrindo a possibilidade de uma cinda das formaes significantes, essa tentativa chda de conseqndas que limitam seu alcance cientfico ( :/ 9 /10 , p. 73).

    42. J . % :*/ 9/10, p. 73.

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  • diversas, a anlise de contedo, aperfeioada por especialistas americanos, muito praticada na Frana, sobretudo pelos socilogos e pelos historiadores da imprensa. Ela pe em ao categorias complexas que,segundo M. G rawitz,4 devem ser: # a saber: o conjunto deve poder sei^inteamente analisado; V no deve hayer relaes de incluso ou de interseco entre as diversas categorias. Os mesmos elementos no devem pertencer a categorias diferentes; +? 3 diferentes codificadores devem poder classificar os mesmos elementos nas mesmas categorias, ou melhor, a escolha da categoria no deve depender muito estreitamente da personalidade e d escolha subjetiva do codificador; V isto , em estreita relao com o contedo a ser analisado, o que exclui os visores preestablecidos, antes de uma feitura instrumentada e meditada do texto a ser analisado.

    Tomadas estas precaues, a anlise de contedo pode assumir diversas formas. Ela se prope principalmente o estudo quantificado dos temas de uma obra, de um dirio ou de um peridico, a fira de trazer luz os centros de interesse do jornal e a evoluo desses centros de interesse: ela pode preocupar-se com imagens, metforas e metonimias que balizam o texto. Muitos estudos se interessam pelos valores explcita ou implicitamente expressos. Um exemplo dos mais felizes concretizar este tipo de abordagem. V. Isambert-Jamati prope-se o estudo quantificado, de 1860 a nossos dias, dos valores veiculados pelos textos impressos e discursos de distribuio de prmios; a partir de uma amostra representativa, ela constri cinco grandes categorias e subcategorias que lhe vo permitir analisar o sistema de valores implicados por esses textos.

    As mudanas a produzir no aluno pelo ensino das disciplinas escolares: participao nos valores supremos, o refinamento individual procurado por si prprio, exerccio dos mecanismos operatorios.

    Os objetos a conhecer: os homens do passado e suas obras, os homens contemporneos, a natureza humana eterna e universal. a natureza.

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    7 P j g ,0 #S G .( T1#$"$." .7 7/( 7($/%f0"T8 &"1 (#$./ -

  • FRE- POLITIZAO ORIENTAOUNIDADES DE INFORMAO

    QN-Q A

    96absoluta

    9bponderada

    (O/00)abioiuta

    9bponderada

    (O/00)

    Mdias 2.84 263 6,69 11.91 2,89

    1. Programa 8J03 56 43 33 2.64 2. Cenrio 4.01 1.4 03 03 4- 0.34 +3. K., o homem 3.7 24.8 9.1 13.6 4- 5.03 4 -4. Acolhida no

    interior 3.6 48.7 173 13 + 035 +5 . Acolhida

    parisiense 3,6 53 193 83 4- 3,08 4-6 . K. feliz 33 63 2.1 43 + 1.70 +7. Gastronomia 33 03 0.1 03 + 0.1 +8, Nina 3.2 15 43 133 4 - 4.32 4-9. O* comuniataa

    franceses 3,08 223 7 183 - 5,60 10. O desarmamento e

    a paz 3,02 22.4 6.7 113 + 3,47 +11. Os partidos e os

    sindicatos franceses 26 53.9 14 10 2.60 12. K. comunista 2.6 43 11.1 333 8.65 13. K. chefe da

    U .R .S .S . 23 23.1 5.7 7.4 + 134 4-14. Krutchev-De

    Gauiie 23 5.9 13 13 4- 0,43 4-15. A Alemanha 23 436 10 313 7.19 16. Os presentes 22 23 03 23 + 035 4-17. A pioltica

    franco-russa 22 35,7 123 8.7 + 131 4-18. As personalidades

    polticas e econmicas 22 33 1,1 3.1 + 0.68 4 -

    19. At meriuit cieSCJUrmDt 2.1. U 03 0 0

    20. A amizade franco-russa 2 123 2.4 8.8 + 1.77 4-

    21. Os jomalistis 2 15.4 3 113 4- 239 4-22. O comunismo

    mito 2 70.7 14 193 4- 3.84 4-23. Ktr 1.9 29.4 33 176 + 334 4-24. A indstria e a

    economia francesa 1.9 30 5.7 20,1 + 331 +23. A U .R .S .S . em

    direo Frana 13 603 10.9 433 4- 73 4-26. A Frana cm

    direo i UJLS.S. 1.4 223 33 103 4- 1.4 4-

    ENGAJAMENTO

    9b

    55

    54 4-

    3 + 15 +

    90 4-

    79

    51 4-

    18 78

    71

    13 4-

    27 4-

    27 4- 59 4-

    DDZ

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  • 4 ' tema: 0 meioDirios Semanrios

    Unidades

    Nina 206 68Os jornalistas 170 12Polticos e economistas 161 29Kir 156 23O s filhos de K. 84 13K. e Nina 38 23O s policiais 36 1A famlia K. 35 14Nina e a Sra. De Gaulle 32 3Os artistas 20 43Os sbios 13 0Os intrpretes 10 1

    TOTAL 961 dos quais 230 dos quais120 + e 21 40 + e 4 -

    ndice de freqnda 13% 18%

    5.* tema: Afinidades naturais'dos dois poises

    Unidades

    A amizade ranoo-russa 167 15A U.R.S.S. volta-se para aFrana 140 21Indstria e economia francesa 137 26Trocas comerciais 99 12Trocas culturais 68 5A Frana volta-se para a U.R.S.S. 60 91Agricultura e pecuaria 44 1A Frana 20 13A U.R.S.S. 18 17Os fundos russos 15 17O sputnik 9 0

    TOTAL 777 dos quais 203 dos quais217 + e 2 7 48 + e 21

    ndice de freqnda 10% 16%

    Frana, etc.). As categorias dos relatnos so as que o sculo XVIII usava para classificar as bibliotecas, fazer seu inventrio: Teologia e Religio; Direito e Jurisprudncia; Histria; G ndas e Arte; Belas Letras. Esta anlise quantitativa permite confirmar outras abordagens, dando-lhes um estatuto de rigor suplementar, em particular no que concerne ao declnio do interesse dirigido . Teologia, ao longo do sculo X V III. Em compensao, J. Ehrard e

  • 6 tema: Os relsDirios Semanrios

    Unidades

    A gastronomia 257 18Os presentes 191 5Os castelos 40 2A costura 37 26As escolas 37 0A pera 30 0As Galerias Lafayette 29 60 milho 22 4Os museus 20 2As catedrais 13 2O carneiro 13 2

    Os hospitais 7 0TOTAL 696 dos quais 67 dos quais

    5 4- e 2 5 -f- c 1 ndice de freqncia 9% 596

    7 256 dos quais 1 276 dos quaisTOTAL 992 4- e 672 223 + e 178

    cientfica permanece constante ao longo do sculo X V III. A anlise de contedo permite, assim, confirmar ou infirmar os dados da intuio, sobretudo quando combina o jogo das categoras com uma anlise quantitativa. 8

    Todos.estes estudos, alm de seu rigor, de seus mritos, que so imensos, repousam, apesar de tudo, no postulado da imediatez do sentido, e sua uniyocidade. Quer se procure centros de interesse, temas, valores, palavras, o sentido dado na leitura; deve-se ento encontrar os principios pertinentes de classificao, de hierarquizao destes dados. Em todos os casos, trata-se, segundo a expresso de M. Pcheux. c ter acesso ao sentido, atravessando a estrutura lingstica do texto" Alm do mais, esses estudos negligenciam o nvel discursivo enquanto tal, como se as ideologias no se revelassem tambm enquanto sistemas de representaes nos discursos e como se a ordem do discurso, sua estrutura, no comportasse implicaes ideolgicas.

    3.2. Do vocabulrio institucional ao vocabulrio ideolgico

    H um domnio em que desde muito tempo os historiadores ultra-~ jtra sc entregarem a um ver-

  • lgica: segundo as expresses de L. Febvre, ele apresentar Csar ou Lus XIV em Dupont Durand, de 1938, com as preocupaes dos pequenos burgueses de 1938; mostrar-se- incapaz de. assinalar um lugar e urna historia prprias s estruturas, mutaes e transformaes ideolgicas. Tal abordagem implica uma filosofia, uma problemtica da natureza humana idntica a si prpria atravs dos sculos, e da permanncia das sensibilidades. Por isto, ela permanece prisioneira de uma problemtica do primado do sujeito individual, soberano e transparente a si. Leitura a-histrica da Histria, que se desenvolve na boa .conscincia, como se Marx e Freud no tivessem existido, e estabelecido, em seus campos, rupturas fundamentais. Outro perigo se segue: o da

    evidncia ideolgica. Se as noes so dadas na trans- ; sentidos, no ser possvel explic-las, lev-las em con- jstar nos enrolarmos no interior do sistema ideolgico

    que se deve supostamente explicar, e reduplica-lo no plano da parfrase este silncio tagarela aceitando sem questionamento nem Interrogao o jogo de suas evidncias e de suas representaes.

    reduplicao da parncia de seu sideraco. S i

    3.3. De Lucien Febvre a Alphonse Dupront

    L. Febvre fez muito para que no campo histrico entrassem as aquisies de outras disciplinas: Geografia, Psicologia, Sociologia, Dia- letologia. Da importncia do folclore da sensibilidade coletiva e alimentao, nada escapa sua curiosidade, sua paixo. Renovar a Histria, criar outra Histria em reao escola positivista, encarnada simbolicamente por Seignobos. Reagir contra o positivismo, significava que o texto no seria mais que um documento entre outros, e no esta catedral do saber histrico, este caminho real que at ento tinhp-seidentificado com a Histria. Era necessrio promover a Arqueologia, o estudo da paisagem agrria, dos stios, das relaes geogrficas; a histria do trabalho, da moeda, da renda, do salrio, em suma, a histria dos mecanismos econmicos; a das tcnicas, das estatsticas demogrficas, da iconografia. Isto significava igualmente a histria das massas, dos annimos, e no mais somente a dos / grandes homens' e dos principes. Defensor desta nova Histria, L. Febvre devia naturalmente reencontrar a Lingustica de seu tempo. Linguagem, esta outra via cardinal de acesso ao social no indivduo? Urge a-cooperao dos fillogos, construindo inventrios de lnguas que no so feitos para os historiadores, mas dos quais estes podem tirar grande partido: no os inventrios globais destas grandes lnguas de civilizao, que fundem as relaes de muitos grupos locais ou sociais, diferentes, e no-los transmitem em desordem, mas os inventrios de dialetos que, interpre-

  • tados pelos historiadores das sociedades rurais, nos revelam tantas informaes preciosas, que s eles podem revelar. No por menos, necessria a colaborao destes semantistas que, restituindo-nos a histria de palavras particularmente carregadas de sentido, escrevem ao mesmo tempo captulos precisos de histria das idias. necessria a colaborao destes historiadores de lnguas, como Meillet, que escreveu a histria da lngua grega, como Ferdinand Brunot, que seguiu passo a passo os destinos da lngua francesa, historiadores que assinalam o aparecimento, em certas datas, de todo um contingente de termos novos ou de novos sentidos dados a velhas palavras. 13

    No conjunto dos artigos reunidos para formar em 1953 os Combis pour l'histoire, a Lingstica figura, com a Psicologia, na rubrica das Alianas e apoios da H istria.13 Estes artigos tm todos um trao comum: que a Lingstica, qual fazem aluso ou referncia, de Meillet a Brunot, passando pelos dialetlogos, uma lingistica pr- -cstrutural, uma lingstica histrica. Nada de surpreendente que L. Febvre no tenha conhecido os trabalhos de Saussure. Sabe-se que estes foram introduzidos bem tardamente no meio dos lingistas, com maior razo entre o pblico no linguista. Que ele no tenha ouvido falar, ele que estava incansavelmente espreita de renovaes no factcias, da escola de Praga, de Copenhague, de Jakobson e de Ben- veniste, mais surpreendente; que os trabalhos dos fonlogos, em particular de Troubetzkoy, lhe tenham ficado estranhos, mais delicado a interpretar. H aqui qualquer coisa de perturbador, tanto quanto seu desprezo por Marx e Freud. Pois, enfim, as Structures lmentaires de la patent de Lvi-Strauss datam de 1949, e o artigo de Lvi-Strauss intitulado Histoire et ethnologie tambm de 1949. LAnalyse structurale en linguistique et anthropologie, de 1945, e Linguistique et Anthropologie, de 1952, e L. Febvre s* morreu em 1956. Por esta data, o estruturalismo lingstico, se no era ainda uma moda, comeava a triunfar e a se impor como modelo s diversas cincias humanas. Ora, o que L. Febvre procura antes de tudo na l i n gstica pr-estrutural a origem das noes, sua evoluo semntica em diacronia, o relacionamento desta evoluo com a Histria Geral. Todos conhecem seu estudo sobre a noo de civilizao que, de 1765 a 1789, acabou por impor-se; esta noo que, dizia ele, nasceu na hora certa [ . . . ] , no momento em que termina o grande esforo da Encyclopdie, comeada em 1751 [ . . . ] , depois que o Essai sur les moeurs ds 1757, inundando a Europa culta com seus 7 000 exemplares de primeira tiragem, relacionou e integrou na Histria, por um primeiro foro de sntese, alguns dos principais modos de

  • chegar, talvez, a determinar cenas mudanas que se operam no com- ponamento dos homens frente ao social e vida real. 16 Estas representaes revestem-se de uma materialidade que lhes 1 p r p r ia : a de suas~prticas e dos aparelhos ideolgicos oue os impliram Da, um novo dominio de estudos em Histria Medieval e, mais particularmente, no que concerne s sociedades feudais, o das relaes de parentesco, familiares no sentido largo do termo, as formas da sexualidade, os quadros mentais dos jovens,- celibatrios da classe aristocrtica, por oposio aos senhores casados e providos de bens imveis; a pesquisa da evoluo da idia de nobreza, do nascimento solidificao, atravs de suas mltiplas desagregaes ou transformaes, e dos novos rituais que se forjam numa classe dominante ameaada; finalmente, a pesquisa da transmisso dos modelos culturais, _cfos processos de edu- caaq^qe transmitem complexos 3e noes, de imagens, de mitos; a ateno dada, enfim, linguagem, Cntribio possvel da Lingstica. Entre estes instrumentos, cujo estudo se impe efetivamente, vem em primeiro lugar a &&! entendida como os diversos meios de expresso que o indivduo recebe do grupo social em qe vive, e que servem de quadro a toda a sua vida mental. Como penetrar na conscincia dos homens de tal meio, como explicar sua conduta, as relaes que des mantm, tentar ver o mundo e o outro por seus prprios olhos, sem conhecer o vocabulrio que empregam ou antes os vocabulrios, pois muitos homens utilizam vrios, adaptados aos diferentes grupos em que se inserem sem dispor de um inventrio sistemtico e cronolgico das palavras? De maneira que a histria das mentalidades no pode progredir sem o concurso dos lexiclogos. Ela espera deles impacientemente, forando-os a utilizar todos os recursos novos da mecanografa as listas, os recenseamentos de vocbulos. Ela deve tirar partido destes dados fundamentais e, utilizando os progressos recentes da Lingstica, em particular a noo de campo semntico, a ter-se no aos termos isolados, mas aos agninamentris wj. nalar as expresses-chave e o que as circunda, para realar as constelaes verbais s quais esto ligadas as grandes articulaes da psi-cologia ColetiWL1*17_G . Dubv desenhava assim nm programa,cujo ponto estratgico a ateno linguagem e Lingstica contempornea. outra a direo tomada por R. Mandrou, qu, por no estar centrada nas formaes discursivas, nem por isso menos fundamental, pois coloca em primeiro plano de sua pesquisa as prticas e aideologia nas prticas. Dai, duas _______ritmo obra. A de J ( ! ", conjunt

  • " comportamento, em seguida; toda.-psicologia coletiva tambm uma psicologia do com portam ento.. . os a to s .. . na falta de palavras, fornecem-nos uma parte vlida destas representaes mentais estruturais qu queremos delimitar . 19 Viso do mundo e comportamentos ou, mais exatamente, vises do mundo materializadas nos comportamentos constituem a trama tanto dos F u g g e r s^ como de Magistrais et sorciers en France au X V I I sicle. 21 Les Fuggers propritaires fonciers en Souabe um estudo de comportamento. Numa outra linguagem e numa outra conceitualizao diramos que um estudo da ideologia na prtica econmica: Assim se pode definir o objetivo deste trabalho: tentar apreender, com a ajuda das relaes feitas pelos Fuggers de seus bens imveis na Subia, a realidade de seus comportamentos neste domnio." 21 A especulao imobiliria no deve ser considerada como um ornamento, um simples jogo de prestgio social. muito rendosa e permite a essa dinastia de grandes comerciantes e banqueiros enraizar-se profundamente no sistema senhorial. Magistrais et sorciers inscreve-se no mesmo campo de pesquisas que L'Histoire de la folie, de M. Foucault. Trata-se de estudar como se dissolve uma estrutura mental coletiva, tenaz, vinda aparentemente do fundo das idades, permanente e estvel; como nasce uma nova estrutura mental, com seu sistema prprio de relaes intemodonais, sua prpria coerncia, e como a instituio judiciria repercute, registra ou provoca estas mutaes e transformaes. A instituio judiciria no vista aqui do exclusivo ponto de vista do seu carter precisamente institucional ( jurisprudncia da bruxaria, aparelho repressivo, etc.), mas como um aparelho ideolgico, no qual os magistrados assumem papis, e que cons- dtui como que o revelador das mutaes mentais. "N a Frana do sc. X V II (onde, alis, as relaes sociais e econmicas permanecem fundamentalmente imveis), a histria desta mutao jurdica, intelectual, at mesmo espiritual, coloca em causa alguns elementos essenciais de uma viso do mundo: um conjunto de relaes bem definidas cuja lgica interna patente subsdtudo por uma outra srie de relaes coerentes. 23 Em suma, para retomar uma expresso de M. Foucault, trata-se de esclarecer as novas partilhas, as novas formas de excluso, uma vez desenredada a meada das antigas vises do mundo.

    Mais ambiciosa, fundadora de um novo domnio do objeto, a busca apaixonada de . Dupront, com vistas a constituir em Histria uma nova disciplina, em relao qual confessa que tudo deve ainda ser feito: a semntica histrica. A importncia fundamental da linguagem no lhe escapa. "A linguagem, entre os sistemas de signos pelos quais se exprime uma psique coletiva ou o mental de um dado

  • A resposta a esta Historia ideolgica, continusta, Histria das supe r f i ^ H8 * vir da lingstica. H e m A. Dupront ! 0 !&7D# que no deixa de apresentar perigo sob alguns aspectos.A Lingustica impe-se como verdadeiro modelo no sentido fone do termo ( a Lingstica da lngua em seu quadro fonolgico, numa palavra, a^Tdngstica estrutural). Desta Lingustica veio o choque liberador S1 com Saussure, quando, definindo o objeto desta cinda, ele postula com fora a autonomia da lngua: A Lingstica tem como nico e verdadeiro objeto a lngua, encarada nda mesma e por si mesma. 32 Esta autonomia da lngua ser vigorosamente postulada pelo n historiador da semntica histrica. um primeiro elemento que impe - o modelo resolutamente estruturalista, como no deixa de fazer crer a coerncia das referncias