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História da Ética

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Page 1: História da Ética. História da ética Antiguidade: ética grega – Sócrates: a pergunta pela essência do bem Sócrates e a ética: A preocupação com os problemas

História da Ética

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História da ética

• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem• Sócrates e a ética: A preocupação com os problemas

éticos teve início de forma mais sistematizada na época de Sócrates, filósofo também conhecido como "o pai da moral". • Contexto:

– A democracia grega foi um ambiente propício para o desenvolvimento da retórica: a arte de falar bem.

– Primeiros filósofos se preocuparam de encontrar o “arché” da realidade por meio de uma investigação da natureza.

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• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem• Contexto:

– A experiência dos pré-socráticos: mostrou que o conhecimento do mundo não é possível, terminamos em contradições e uma série de opiniões divergentes e muitas vezes contraditórias. Ex.: Parmênides x Heráclito.

– Ceticismo: Estas disputas entre os filósofos pré-socráticos levaram a um clima de ceticismo com respeito á filosofia. Consequência disso foi que a convicção de que a única realidade que se poderia tratar era a linguagem.

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• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem• Contexto:

– Deslocamento do interesse dos filósofos: Esta insatisfação gerou um movimento filosófico que não buscava mais a explicação do mundo, deslocando o interesse para o homem nas suas relações políticas e sociais.

– A democracia: Num contexto de lutas políticas e diversidade de opiniões os cidadãos mais ambiciosos tinham a necessidade de se aperfeiçoarem na arte de argumentar para convencer e fazer valer seus interesses.

– Os sofistas eram estes especialistas que ensinavam a arte de convencer, driblando as teses dos adversário.

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• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem• Os sofistas tinham uma concepção ética relativista ou

subjetivista.– Negação da verdade: Não se preocupavam com o

bem ou a verdade, pois a disputa entre o filósofos mostrou que são inalcançáveis.– Interesses econômicos. Cobravam pelos seus

ensinamentos.– Se não existe uma verdade objetiva, o único que

resta é a capacidade de argumentar para impor o próprio interesse.

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• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem• Os sofistas tinham uma concepção ética relativista ou

subjetivista.–O único que conta é o indivíduo ou grupos sociais

com seus pontos de vista inseridos em contextos históricos e circunstâncias que moldam a sociedade.–O importante era convencer o interlocutor com

argumentos que causassem impressão.

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• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem• Assim aos sofistas ficaram conhecidos por aqueles que

dominavam a arte de iludir os ouvintes, sem consideração pela verdade.– Verdade em grego se diz aletheia (aleqeia) e tem

sentido de desvelar, mostrar o que está além da aparência, enquanto falso se diz pseudo (yeudw: aquilo que se escondo, que ilude).– Daí vem a palavra sofismas que designa um

raciocínio aparentemente correto, mas que na verdade é falso.

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• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem• Sócrates e o sofistas: Assim como os sofistas, Sócrates

centrava sua reflexão filosófica na problemática do ser humano, porém:– Não cobrava nada por seus ensinamentos.– Opunha-se ao relativismo e ao uso de retórica para fins

particulares.– Buscava um fundamento último (a essência) para os

interrogantes humanos: o que é o bem, o que é a justiça, o que é a virtude; encontrando a essência destes conceitos poderia emitir juízos objetivos da realidade concreta.

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• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem• Assim como os sofistas, Sócrates centrava sua reflexão

filosófica na problemática do ser humano, porém:– Esta busca pela essência do bem, da virtude e da justiça o

levou a outra pergunta que se converteu no seu principal interrogante: qual é a essência do homem? Para ele era a alma entendida como razão ou consciência.

– Daí a importância do autoconhecimento na sua filosofia: “Conhece-te a si mesmo”.

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• Antiguidade: ética grega– Sócrates: a pergunta pela essência do bem

Ao contrário dos sofistas, Sócrates sustentou a existência de um saber universalmente válido, que decorre do conhecimento da essência humana, a partir da qual se pode conceber a fundamentação de uma moral universal, E o que e essencial no ser humano? Sua alma racional. O ser humano e, essencialmente, razão. E é na razão que se devem, portanto, fundamentar as normas e costumes morais. Por isso, dizemos que a ética socrática é racionalista. O indivíduo que age conforme a razão age corretamente.

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• Antiguidade: ética grega– Platão: o corpo é uma prisão da alma• Distinção entre corpo e alma; Desenvolveu o

racionalismo ético iniciado por Sócrates, aprofundando a diferença entre corpo e alma. • O corpo é a causa dos males: Argumentava que o

corpo, por ser a sede dos desejos e paixões, muitas vezes desvia o indivíduo de seu caminho para o bem.

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• Antiguidade: ética grega– Platão: o corpo é uma prisão da alma• Necessidade de se purificar: Por isso defendeu a

necessidade de purificação do mundo material para alcançar a ideia do bem. • Ética e polis: Segundo Platão, o ser humano não

consegue caminhar em busca da perfeição agindo sozinho. Necessita, portanto, da sociedade, da polis. No plano ético, o indivíduo bom ê também o bom cidadão.

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• Antiguidade: ética grega– Aristóteles: Ética do equilíbrio• Ética realista: Aristóteles também desenvolveu uma

reflexão ética racionalista, mas sem o dualismo corpo-alma platónico. Procurou construir uma ética mais realista, mais próxima do individuo concreto. • Felicidade como fim último: Para tanto, perguntou-se

sobre o fim último do ser humano. Para o que tendemos? E respondeu: para a felicidade. Todos nós buscamos a felicidade.

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• Antiguidade: ética grega– Aristóteles: Ética do equilíbrio• Felicidade e razão: E o que entende Aristóteles por

felicidade? Para o filósofo, a felicidade não se confunde com o simples prazer, o prazer das sensações ou o prazer proporcionado pela riqueza e pelo conforto material. A felicidade maior se encontraria na vida teórica, que o que promove o que há de mais especificamente humano: a razão.

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• Antiguidade: ética grega– Aristóteles: Ética do equilíbrio

• Perfeição da razão e vida prática: O individuo que se desenvolve no plano teórico, contemplativo, pode compreender a essência da felicidade e realizá-la de forma consciente. Mas isso seria privilégio de uma minoria. Segundo o filósofo, a pessoa comum, aquela que não pode se dedicar a atividade teórica, aprenderia a agir corretamente pela virtude.• Conceito de virtude: Assim, agir corretamente seria praticar

as virtudes. E o que seria a virtude? Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles explica:

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• Antiguidade: ética grega– Aristóteles: Ética do equilíbrio

“A excelência moral [virtude moral], então, é uma disposição da alma relacionada com a escolha de ações e emoções, disposição esta consistente num meio-termo determinado pela razão. Trata-se de um estado intermediário, porque nas varias formas de deficiência moral há falta ou excesso do que é conveniente tanto nas emoções quanto nas ações, enquanto a excelência moral encontra e prefere o meio-termo.”

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• Antiguidade: ética grega– Aristóteles: Ética do equilíbrio

• “Virtus est in medio”: A coragem, por exemplo, seria uma virtude situada entre a covardia (a deficiência) e a temeridade (o excesso). Assim, o filósofo propôs uma ética do meio-termo na qual a virtude consistiria em procurar o ponto de equilíbrio entre o excesso e a deficiência. • Ética e política: É importante notar que, tanto em Platão

como em Aristóteles, a ética e a política estão relacionadas. A primeira trataria do bem-estar individual, enquanto a segunda se voltaria para o bem comum.

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• Idade média: ética cristã– Introdução: diferença entre ética cristã e ética grega

• Submissão da filosofia à teologia: a filosofia era tida como “ancila theologiae”. O fim último do ser humano estava em Deus como fundamento último do bem. Em alguns casos se deixa de lado a ideia de que é pela razão que se alcança a perfeição moral e centrou a busca dessa perfeição no amor a Deus e na boa vontade;

• Emergência da subjetividade: a ética cristã tratou a moral do ponto de vista estritamente pessoal, como uma relação entre cada individuo e Deus, isolando-o de sua condição social e atribuindo à subjetividade uma importância até então desconhecida.

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História da ética• Idade média: ética cristã

– Santo Agostinho: Releitura de Platão para explicar o problema do mal• Ascetismo par alcançar a Deus: Santo Agostinho (século 111)

transformou a ideia de purificação da alma, da filosofia de Platão, na ideia da necessidade de elevação ascética para compreender os desígnios de Deus. Também a ideia da imortalidade da alma, presente em Platão, foi retrabalhada por Agostinho na perspectiva cristã.

• O problema do mal: Mas a ética agostiniana destaca-se por outro conceito. Ao tentar explicar como pode existir o mal se tudo vem de Deus - e Deus é bondade infinita -, Santo Agostinho introduziu a ideia de liberdade como livre-arbítrio, isto é, a noção de que cada indivíduo pode escolher livremente entre aproximar-se de Deus ou afastar-se Dele. O afastamento de Deus é que seria o mal, de acordo com o filósofo.

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• Idade média: ética cristã– Santo Agostinho: Releitura de Platão para explicar o

problema do mal• Ausência de bem: Com a noção de livre-arbitrio, de escolha

individual, Agostinho acentuou o papel da subjetividade humana nas coisas do mundo. O livre-arbítrio é o meio pelo qual o ser humano realiza sua liberdade, mas, de acordo com a concepção cristã, cada indivíduo pode usá-lo bem ou mal – e é no mau uso que estaria a origem de todo o mal.

• Ética do indivíduo: De outro lado, o conceito de livre-arbítrio diminuiu a importância da dimensão social da liberdade, e esta passou a ter um caráter mais pessoal, subjetivo, individualista.

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• Idade média: ética cristã– Tomás de Aquino: releitura de Aristóteles para explicar a

felicidade• Deus como a felicidade do homem: Recuperou da ética

aristotélica a ideia de felicidade como fim último do ser humano, mas cristianizou essa noção ao identificar Deus como a fonte dessa felicidade.

• Lei natural: Em toda a ética de S. Tomás de Aquino está presente o direito natural. Existe uma lei eterna ― uma lei que governa todo o universo e que existe na lógica do surgimento desse universo. A lei natural que existe no Homem é um reflexo (ou uma “participação”) dessa lei eterna que rege o universo.

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• Idade Moderna: ética antropocêntrica– Introdução

• Escolástica decadente: No final da idade média essa união entre teologia e filosofia se acentuou ainda mais com a degradação do método medieval, a escolástica, que tinha surgido como uma formalização do método aristotélico. Disputas entre as ordens religiosas sobre questões sem relevância fizeram com que a escolástica perdesse a sua fundamentação filosófica. A teologia parece eclipsar a filosofia.

• Renscimento: Com o final da Idade Média, marcado pelo Renascimento, há uma retomada do humanismo. No terreno da reflexão ética, esse fato orientou uma nova concepção moral, centrada na autonomia humana.

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• Idade Moderna: ética antropocêntrica– Kant: Ética do dever• Razão legisladora: Em seus textos Critica da razão

prática e Fundamentação da metafísica dos costumes, o filósofo Immanuel Kant (1724-1804) aponta a razão humana como uma razão legisladora, capaz de elaborar normas universais, uma vez que constitui um predicado universal dos seres humanos. As normas morais teriam, portanto, sua origem na razão.

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• Idade Moderna: ética antropocêntrica– Kant: Ética do dever

• Razão e dever: Embora, em Kant, as normas morais devam ser obedecidas como deveres, a noção kantiana de dever confunde-se com a própria noção de liberdade, porque, em seu pensamento, o indivíduo que obedece a uma norma moral atende à liberdade da razão, àquilo que a razão, no uso de sua liberdade, determinou como correto. Dessa forma, a sujeição à norma moral é o reconhecimento de sua legalidade, conferida pelos próprios indivíduos racionais. Kant reforça essa ideia ao dizer que um ato só pode ser considerado moral quando praticado de forma autónoma, consciente, e por dever.

• Dever como objeto de ética: Com isso, acentua o reconhecimento do dever como uma expressão da racionalidade humana, única fonte legítima da moralidade. A clareza dessa ideia é assim expressa pelo filósofo:

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• Idade Moderna: ética antropocêntrica– Kant: Ética do dever

“Age apenas segundo uma máxima (um princípio) tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal” (Fundamentação da metafísica dos costumes, p. 59).

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• Idade Moderna: ética antropocêntrica– Kant: Ética do dever• Dever como imperativo categórico: Essa exigência é

denominada por Kant de imperativo categórico, ou seja, é uma determinação imperativa que deve ser observada sempre, em toda e qualquer decisão ou ato moral que venhamos a praticar. • Determinação do dever: Se uma ação não pode ser

universalizada, não será moralmente correta e só acontecerá como exceção, nunca como regra.

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• Idade Moderna: ética antropocêntrica– Kant: Ética do dever• Vejamos como Kant se expressa a esse respeito:

“Se prestarmos atenção ao que se passa em nós mesmos sempre que transgredimos qualquer dever, descobriremos que, na realidade, não queremos que a nossa máxima se torne lei universal, porque isso nos é impossível; o contrário dela é que deve universalmente continuar a ser lei; nós tomamos apenas a liberdade de abrir nela uma exceção para nós (Fundamentação da metafísico dos costumes, p. 63).

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• Idade Moderna: ética antropocêntrica– Kant: Ética do dever• As más inclinações: E por que realizamos atos

contrários ao dever e, portanto, contrários à razão? Kant dirá que é porque vontade é também afetada pelas inclinações, e são os desejos, as paixões, os medos, e não apenas pela razão. Por isso afirma que devemos educar a vontade para alcançar a boa vontade, que seria aquela guiada unicamente pela razão.

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• Idade Moderna: ética antropocêntrica– Kant: Ética do dever• Em resumo, a ética kantiana é uma ética formal ou

formalista, pois postula o dever como norma universal, sem se preocupar com a condição individual, em que cada um se encontra diante desse dever. Em outras palavras, Kant nos da a forma geral da ação moralmente correta (o imperativo categórico), mas não diz nada acerca de seu conteúdo, não nos diz o que devemos fazer em cada situação concreta.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Introdução

• Busca pelo conteúdo dos valores: a ética contemporânea tem como ponto comum é a recusa de uma fundamentação exterior, transcendental para a moralidade, centrando no indivíduo concreto a origem dos valores e das normas morais.• Crítica a Kant: Um dos primeiros passos na formulação

de uma ética do individuo concreto foi dado por Hegel, em sua critica ao formalismo de Kant.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Hegel: Fundamentação histórico-social• De uma questão individual e uma questão social: Ao não

levar em consideração a história e a relação do indivíduo com a sociedade, a ética de Kant não apreende os conflitos reais existentes nas decisões morais. Kant teria considerado a moral apenas como uma questão pessoal, íntima e subjetiva, na qual o sujeito tem que se decidir entre suas inclinações (desejos, medos etc.) e sua razão.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Hegel: Fundamentação histórico-social

• A ética se identifica com a moral: De acordo com Hegel, portanto, a moralidade assume conteúdos diferenciados ao longo da história das sociedades, e a vontade individual seria apenas um dos elementos da vida ética de uma sociedade em seu conjunto. A moral seria o resultado da relação entre o individuo e o conjunto social. E em cada momento histórico se manifestaria tanto nos códigos normativos como, implicitamente, na cultura e nas instituições sociais. Desse modo. Hegel vinculou a ética à história e à sociedade.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Marx: Fundamentação ideológica

• Produção social: O filósofo alemão Karl Marx (1818-1883) entendia a moral como uma produção social que atende a determinada demanda da sociedade. E essa demanda deve contribuir para a regulação das relações sociais.

• Manifestação de uma consciência social: Como as relações sociais se transformam ao longo da história, transformam-se também os indivíduos e as moralidades que regulam essas relações. Isso quer dizer que Marx compreende a moral como uma forma de consciência própria a cada momento do desenvolvimento da existência social.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Marx: Fundamentação ideológica• Relatividade dos valores: Assim, os valores que

fundamentam as normas morais derivam da existência social e, portanto, não são absolutos, não valem de forma universal para lodos os indivíduos e para todos os tempos. A liberdade, por exemplo, embora seja um valor universal, leve conteúdos diferenciados ao longo da história.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Marx: Fundamentação ideológica

• Declaração dos direitos humanos: Com base no conceito de liberdade, Marx mostra como os valores morais, que são concebidos em meio a determinada forma de existência social, também refletem essa existência. A liberdade, de acordo com a Declaração dos Direitos do Homem, do final do século XVIII, é o poder que o indivíduo tem de fazer tudo o que não prejudique os direitos dos outros. Na análise do filósofo, esse sentido de liberdade, forjado pela modernidade, reflete a existência de indivíduos isolados, competitivos, ou seja, formados por uma sociabilidade que estimula a competitividade e a concorrência como valores.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Marx: Fundamentação ideológica• Manutenção da ideologia dominante: Assim, a moral

seria, para Marx, uma das formas assumidas pela ideologia dominante em sociedade, pois difunde determinados valores que são necessários à manutenção dessa sociedade, É a fundamentação ideológica da moral.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Nietzsche: ética do “super-homem”• Os valores são uma mera criação cultural. Os conceitos

éticos da civilização ocidental foram influenciados pela cultura cristã.• Se não existe nenhum tipo de valor, o único que resta é

a vontade de poder.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Habermas: Ética discursiva

• Retorno a linguagem: Outra busca de respostas e fundamentação para uma ética contemporânea desenvolvesse no campo da análise da linguagem. • Consenso: É uma ética fundada no diálogo e no

consenso entre os sujeitos. O que se buscaria nesse diálogo é a razão que, tendo sido reconhecida pelos participantes do diálogo, sirva como fundamentação última para a ação moral.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Habermas: Ética discursiva

• Razão dialógica: O conceito de razão em Habermas não ê o mesmo do Iluminismo. Trata-se de uma razão comunicativa que não existe pronta nem acabada, mas que se constrói a partir de uma argumentação que que leva a um entendimento entre os indivíduos. É uma razão interpessoal e não subjetiva; é uma razão processual e não definitiva e acabada.

• Diálogo e liberdade: Para que essa argumentação leve a um entendimento real entre os indivíduos é necessário que o diálogo seja um diálogo livre, sem constrangimentos de qualquer ordem, e que o convencimento se dê a partir de argumentos válidos e coerentes.

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• Idade Contemporânea: ética do indivíduo concreto– Habermas: Ética discursiva• Valores consensualmente aceitos: A ética discursiva de

Habermas é, portanto, uma aposta na linguagem e na capacidade de entendimento entre as pessoas na busca de uma ética democrática e não autoritária, baseada em valores validados e consensualmente aceitos.