história da cartografia
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
Departamento de Geo-Ciências
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
PROFA GRAÇA CUNHA
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A cartografia é a ciência (arte e técnica) que se
ocupa em representar a Terra (e outros
planetas) através de mapas ou cartas que
expressam, em escalas reduzidas e com soluções
gráficas específicas, todos os fenômenos físicos,
humanos e econômicos localizados no espaço
geográfico.
Martinelli, 2003
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Primeiras abordagens:
• Os mapas foram uma das mais audaciosas e
engenhosas criações humanas. Seu surgimento
decorreu da necessidade de superação dos sentidos
biológicos imediatos na percepção do ambiente vivido
pelos homens.
• Antes de inventar a escrita, o homem criou mapas.
• O mapa não constitui meramente uma representação
da realidade. Ele é, antes de tudo, uma imagem:
retrata a realidade concreta de acordo com
determinadas expectativas e anseios sociais, que
podem variar enormemente de uma classe social para
outra.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Primeiras abordagens:
• O mapa representa não só como o espaço é, mas
como os homens de uma dada sociedade imaginam
como ele deve ser, e melhor ainda, necessariamente
tem que ser. Aspectos simbólicos inspiram e induzem atitudes
específicas relativamente às marcas espaciais presentes no espaço geográfico retratado.
Freqüentemente, os mapas retratam a visão dos grupos sociais mais poderosos.
Os aspectos da cultura de um grupo, de um povo ou de uma civilização também são de extrema importância para as formas e os dados que encontramos retratados nos mapas.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Primeiras abordagens:
• A arte de desenhar mapas é mais antiga que a arte de
escrever com o objetivo de retratar um fato local
importante: Indígenas das ilhas do Pacífico faziam seus mapas de
conchas do mar e hastes de coqueiros;
Indígenas americanos elaboraram mapas de couro de búfalo;
Os papiros eram usados pelos povos egípcios;
Pedras, metais, tecidos de algodão ou cânhamo também serviam para representarem o meio ambiente por meio de figuras e símbolos.
Os mapas mais antigos encontrados:
•GA-SUR: De origem babilônica, este mapa duas cadeias
de montanhas e no centro o rio Eufrates. Idade provável:
3000 A 2500 a. C. É um pequeno tablete de barro cozido
que cabe na palma da mão e que foi descoberta perto da
cidade de Harran, no nordeste do Iraque atual.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga
Os mapas mais antigos encontrados:
• O GA-SUR tem esta condição colocada em dúvida por
outro artefato cartográfico achado em 1963 Ankara,
Turquia durante a escavação de Catal Hyük em Anatolia.
• O mapa é uma parede pintada com aproximadamente
2,70 m de comprimento datando de 6.200 a. C. (teste de
carbono 14).
O mapa descreve a planta de uma cidade (provavelmente
a própria Catal Hyük), mostrando um formato
congestionado do tipo "colméia" representando um total
de 80 edificações.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga
Os mapas mais antigos encontrados:
• No Vale do Pó (Norte da Itália) na localidade de
Bedolina, onde viviam os Canômios, foram encontradas
figuras rupestres sob a forma de mapas. Enorme
gravação rica em detalhes topográficos e de
organização camponesa. Idade provável: 2400 a. C.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga
Os mapas mais antigos encontrados:
• O mapa mais antigo de uma área do mundo
ocidental, feito em aproximadamente 500 a. C., foi
encontrado por arqueólogos no sul da Itália.
•Conhecido como Mapa di Soleto, o registro mostra a
região hoje conhecida como Puglia - o salto da "bota"
da Itália. O desenho foi esculpido num fragmento de
vaso de terracota do tamanho de um selo de cartas.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAIdade Antiga
Hiparco, de Bitínia (190-125 a.C.) foi o maior astrônomo
da antiguidade, criou o sistema de coordenadas.
• Eratóstenes viveu no Egito entre os anos 276 E 194 a.
C. Ele era bibliotecário-chefe da famosa Biblioteca de
Alexandria, e foi lá que encontrou, num velho papiro,
indicações de que ao meio-dia de cada 21 de junho na
cidade de Siena, 800 km ao sul de Alexandria, uma
vareta fincada verticalmente no solo não produzia
sombra.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
O astrolábio é um antigo instrumento astronômico, hoje em
dia obsoleto, que teve muita importância na astronomia
náutica, quando os astros constituiam o principal referencial
dos 1ºs grandes navegadores.
•O modelo mais antigo foi provavelmente inventado pelos
gregos ou alexandrinos, em aproximadamente 150 a.C., e
mais tarde aperfeiçoado pelos árabes.
• O astrolábio planisférico consiste
basicamente de dois discos planos,
geralmente feitos de cobre. Um deles
representa a Terra e é marcado com as linhas
de latitude, longitude, horizonte do
observador e outras linhas indicando ângulos
acima do horizonte. O outro disco é um mapa
simples do céu, com as posições das estrelas
indicadas por ponteiros curvos e com a
eclíptica (linha do movimento anual aparente
do Sol).
O astrolábio usado pelos navegadores foi
desenvolvido a partir desse instrumento primitivo,
divulgado na Europa pelos árabes. Foi muito
utilizado no séc. XV como instrumento de
navegação, principalmente pelos portugueses e
espanhóis durante o ciclo das grandes navegações.
Era usado para medir a altura do Sol ou de uma
estrela durante alguma viagem no meio do oceano,
de maneira a se determinar a latitude.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
A ampulheta: Um dos diversos instrumentos que o
homem concebeu para medir o tempo foi a ampulheta.
Também conhecido por relógio de areia, a sua invenção
é atribuída a um monge de Chartres, de nome
Luitprand que viveu no século VIII. No entanto as
primeiras referências deste tipo de objeto aparecem
apenas no século XIV. É formada por dois cones ocos
de vidro, unidos pelo gargalo, de modo a deixar passar
a areia de um para outro num determinado intervalo de
tempo, através de um orifício.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
A vida a bordo era regulada por este instrumento.
Existiam ampulhetas para tempos de uma, duas ou
mais horas, mas as mais usadas eram as de meia hora,
também conhecidas por relógio. Ao virar a ampulheta,
o marinheiro tocava o sino: uma badalada às meias
horas e pares de badalada correspondentes a cada
quatro horas. Um par à primeira, dois à segunda, etc.
• O acerto era necessário e fazia-se com o astrolábio ao
meio-dia, através do sol, quando o tempo o permitia.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
A palavra “bússola” significa “pequena caixa”. É
composta por uma agulha magnética na horizontal
suspensa pelo centro de gravidade, e aponta sempre
para o eixo norte-sul, ao seguir a direção do norte
magnético da Terra. Atribui-se a descoberta da
orientação natural dos ímãs aos chineses, por volta do
ano 2000 a.C., e por consequência, a invenção da
bússola
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
Quadrante: conhecido desde a
Antiguidade, foi o instrumento de alturas
mais cedo adaptado à náutica. Tinha como
finalidade tomar as alturas dos astros e
era geralmente feito de madeira ou latão.
Era um quarto de círculo e possuía os
graus de 0º a 90º. Em ambas as
extremidades marcadas com o ângulo reto
possuía duas pínulas que continham um
pequeno furo por onde se apontava ao
astro desejado. Era colocado um fio de
prumo ao centro, de forma a interceptar a
parte graduada. Era graças a esse fio que
se lia a graduação que indicava a altura do
astro.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
kamal: Este instrumento rudimentar foi mostrado a
Vasco da Gama pelo piloto árabe (seria Ahmad Ibn-
Madjid?) que o levou à Índia. Era usado pelos árabes
para determinar as alturas das estrelas para obter a
latitude. Trazido para a Europa pelos portugueses foi
utilizado nos nossos navios com a designação de
tavoletas de Índia ou balestilha do mouro.
O kamal compunha-se por uma tábua rectangular com
um fio com vários nós suspenso do seu centro. A estes
nós correspondia uma graduação em isbas.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
Prendia-se o nó com os dentes, ou encostava-se a mão
com o nó junto à cara, e esticava-se o fio com a peça de
madeira afastada da cara, visando o horizonte pelo
lado inferior da tábua e a estrela pelo lado oposto. Com
a mão livre contavam os nós que sobravam para
efectuarem o cálculo.
Os lados da tábua não eram iguais, cada kamal
permitia fazer duas séries de alturas compreendidas
entre limites diferentes. Uma com o lado maior e outra
com o menor. Além disto cada piloto levava mais que
um kamal diferente a bordo.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
Balestilha: Há quem afirme que foram os portugueses
que inventaram a balestilha. Seria uma inspiração do
kamal, visto por Vasco da Gama na sua passagem pelo
Índico. A origem do seu nome poderá ser balhesta, o
mesmo que besta, a arma medieval, devido à sua
semelhança.
É constituída por uma régua
de madeira, o virote, de
secção quadrada e com três
ou quatro palmos de
comprimento, na qual se enfia
a soalha que corre
perpendicularmente ao
virote.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
Para medir a altura de uma estrela visava-se por uma das
extremidade do virote através de uma pínula e ajustava-se
a soalha de modo que a aresta superior desta coincidisse
com a estrela e a outra extremidade com o horizonte do
mar.
A leitura da altura do astro era feita no ponto da escala
gravada no virote onde a soalha correspondente tinha
ficado, isto porque a balestilha tinha três ou quatro
soalhas, conforme a altura do astro a medir. Para medir o
sol, a operação era feita de costas para o astro, para não
ferir a vista.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIAOs primeiros instrumentos
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Os mapas medievais:
• Embora durante a Idade
Média o conhecimento
geográfico tenha conhecido
uma relativa estagnação na
Europa ocidental, confinado
ao domínio eclesiástico,
foram produzidos os mapas
OT (orbis terrarum): um T
composto pelas águas (Mar
Mediterrâneo, Mar Negro e rio
Nilo), separando as terras
(Europa, Ásia ocidental e
Norte de África), dentro de
um O (o mundo). Mapa de Isidoro de Sevilha (Século VII, impresso em 1472).
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Os mapas medievais:
• Mapa de Psalter (1250) — uma das páginas de
ilustrações de um livro de salmos do século XIII.
Representa a perspectiva medieval TO, segundo a qual
Jerusalém se situa ao centro do mapa (vale dizer, do
mundo, uma vez que a Terra era o centro do mundo); no
topo do mapa, abaixo do Cristo, claramente inspirado
nas figuras bizantinas, cujos braços abertos guardam o
mundo, o Paraíso Terrestre. Nota-se a presença de
ícones bíblicos, tais como a Arca de Noé, a Torre de
Babel, entre outros. É interessante perceber que as
recentes descobertas geográficas, fruto das cruzadas do
século XII, não são aplicadas à representação
cartográfica, sendo o mapa marcado pelo ensejo de
ensinar os fiéis, e não de representar corretamente o
espaço físico (Pelletier, 1989).
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Mapa de Psalter (1250)
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Este é o maior mapa-mundi medieval conhecido (30 peças
de pergaminho), com 3,5 m de diâmetro. O seu autor é
Gervais de Tilbury, que o desenhou em 1236 com o
objetivo de fazer propaganda para a cruzada. O
documento original foi encontrado por acaso em 1830 no
convento de Ebstorf, perto de Lunebourg (Alemanha).
• Uma curiosidade é que o mapa está desenhado sobre o
corpo de Jesus, crucificado. Vê-se a cabeça de Cristo na
parte superior do mapa, perto do lugar do paraíso
terrestre, voltada para Leste. As suas mãos apontam o
Norte e o Sul, enquanto os seus pés encontram-se na
parte inferior, indicando o oeste. • Ao centro do mapa figuram Jerusalém -
representado por um recinto quadrado de
12 voltas - e Jesus ressuscitado. O corpo
de Cristo identifica-se com a superfície da
Terra.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Os mapas medievais:
• No mundo árabe, ao contrário, desde 827 o califa Al
Mamum havia determinado traduzir do grego a obra de
Ptolomeu. Desse modo, através do Império Bizantino, os
árabes resgataram os conhecimentos greco-romanos,
aperfeiçoando-os.
Mapa de Ptolomeu
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A cartografia da Idade Moderna:
• Foi, sem dúvida, o incremento das viagens
mediterrâneas e, em seguida, as navegações oceânicas,
que tiraram da hibernação a arte e a ciência da
construção dos mapas.
• Um fato importante foi a Escola de Sagres, em Portugal.
Alí eram formados o piloto e o cosmógrafo (cartógrafo).
• Com base no pressuposto de que o infante D. Henrique
convidou um cartógrafo catalão para se colocar ao seu
serviço, muitos consideraram (a partir logo do século XVI,
com Damião de Góis), que teria havido uma Escola Náutica
em Sagres, fundada pelo Infante D. Henrique, por volta de
1417, no Algarve. A escola, centro da arte náutica, teria
assim formado grandes descobridores, como Vasco da
Gama e Cristóvão Colombo.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A cartografia da Idade Moderna:
• O século XVII marca início dos grandes
levantamentos, em que sobretudo os Holandeses,
seguido pelos franceses, ingleses e alemães.
• Pierre Bouguer, cientista francês nascido em Le
Croisie, no século XVII, foi um dos fundadores da
fotometria, a medição da intensidade luminosa.
Propôs o Método de Bouguer para obter o valor da
constante solar fora da atmosfera, com base no valor
obtido no solo. Esteve no Peru (1735) para medir o
grau do meridiano no equador. As visões dele na
intensidade de luz despertou-lhe os fundamentos da
fotometria.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA• Carta portuguesa de Alberto Cantino (1502) — este mapa busca
fornecer aos europeus uma primeira idéia acerca do Novo Mundo.
Reproduzida apenas em parte, a carta representa a Ásia quase
perfeitamente, exceto pelo tamanho exagerado da Taprobana e da
presença de uma inexistente península no extremo-oeste. Esta
península é um dos fatores da confusão de Colombo, que acredita em
suas primeiras cartas ter chegado à Ásia, e não a um suposto mundo
novo. A cidade de Roma é pictografada com exuberância, bem como
Jerusalém, à esquerda do mapa.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
O momento determinante da cartografia moderna foi
erigida em definitivo por um belga, Gerhard Kremer,
mais conhecido como Mercátor, que elaborou a
projeção que conserva o seu nome.
Projeção de Mercator (séc. XVI) apresenta a Europa no centro da Terra.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Quadrante modernizado por Pierre Bouguer,
século XVIII.
A retificação das observações confirmou o
achatamento do globo terrestre, e com isso,
o elipsóide de rotação como figura
matemática e primeira aproximação na
geometria da terra.
Carta do Atlântico Norte desenvolvida por Pierre Bouguer,
em 1753.
MAPAS ANTIGOS, HISTÓRIAS INTERESSANTESCelso M. Sirqueira
Existe muito pecado no lado de baixo
do Equador. Essa foi a afirmação
unânime dos viajantes estrangeiros
que estiveram no Rio de Janeiro e em
Salvador nos séculos 17 a 19. As
brasileiras eram muito mais
acessíveis sexualmente que as
européias, e concediam "seus
favores" com mais facilidade.
Praticamente, umas devassas.
O viajante François Froger, esteve por
aqui em 1695 e afirmou, em seu livro
"Relato de Uma Viagem", que o Rio de
Janeiro em breve teria o mesmo
destino de Sodoma, tamanha a
libertinagem em que viviam os seus
habitantes. O mapa, desenhado nessa
ocasião, acompanha o livro.
Detalhe de "Entrée de la Riviere de Janeiro a la Côte du Bresil", François Froger, ano 1695.
MAPAS ANTIGOS, HISTÓRIAS INTERESSANTESCelso M. Sirqueira
Vários mapas mostravam a ilha no
Atlântico Norte, geralmente próximo
à Irlanda. Expedições da França e da
Inglaterra partiram em busca desta
terra maravilhosa e voltaram de mão
vazias. Era crença, na época, que ela
surgia apenas de sete em sete anos;
outros diziam que ficava oculta dos
olhos humanos pela neblina; e
poucos achavam que ela
simplesmente não existia. Atlas de Mercator, 1595 - Ilha Brasil, próximo à Irlanda
BRASIL, O PARAÍSO PERDIDO
A partir de meados do ano 1300 e por mais de cinco séculos
circularam na Europa boatos a respeito de uma ilha mágica -
Brasil, Hi-Brasil, Hy-Brazil, Brasile, etc -, com cidades cobertas de
ouro e natureza exuberante, uma espécie de Jardim do Éden ou
Xangrilá. Ela apareceu em alguns documentos até 1870.
MAPAS ANTIGOS, HISTÓRIAS INTERESSANTESCelso M. Sirqueira
ARREGAÇANDO A BATINA
Não é de hoje que os padres católicos deixam de cumprir o voto de
castidade. Desde o início do período colonial, os religiosos
contribuíram fartamente para o aumento da população, num Brasil
em que a carência de habitantes justificava toda aventura sexual.
America Meridionalis, Mercator - 1607
As transas dos padres
seguiam padrões distintos.
Entre os mais jovens, havia
os que usavam as índias e as
negras para "se aliviarem" ,
como era costume geral,
posto que elas nem gente
eram consideradas e "só
serviam pra isso". Outros
terminavam estabelecendo
relações estáveis.
MAPAS ANTIGOS, HISTÓRIAS INTERESSANTESCelso M. Sirqueira
DEITADO ETERNAMENTE
Até que ponto a origem e
a cultura dos
colonizadores influencia o
destino de um país? A
revelação de estranhas
atitudes do portugueses
em relação ao Brasil pode
esclarecer um bocado
sobre as causas dos
problemas ainda
existentes.
Parte do Nautical Atlas, elaborado por cartógrafos de Dieppe, França, em 1538
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A cartografia na Idade Contemporânea e o sensoriamento
remoto•O sensoriamento remoto pode ser definido, de maneira
ampla, como sendo a forma de obter informações de um
objeto ou alvo, sem que haja contato físico com o
mesmo.
• Os aviões e os satélites são as plataformas mais
comuns que se usam para a obtenção dessas imagens.
• As informações são obtidas utilizando-se a radiação
eletromagnética na detecção e medida das categorias
dos objetos, incluído-se, aqui, as energias relativas à luz,
ao calor e às ondas de rádio.
•Qualquer matéria reflete ou emite energia e a reflexão e
absorção da energia podem ser obseradas observando-se
o seu espectro, isto é, a maneira particular segundo a
qual um elemento emite ou absorve energia.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A cartografia na Idade Contemporânea e o sensoriamento
remotoA Fotogrametria: revolucionária modalidade de
levantamento do terreno baseado nas fotografias aéreas.
•A primeira vez que o terreno foi fotografado do espaço,
em 1860, nos Estados Unidos, o veículo usado foi o
balão.
• No início, as fotografias eram tiradas por máquinas
fotográficas, seguindo do estereoscópio, aparelho que
permite a visão tridimensional, inventado pelo físico
inglês Charles Wheatsone, em 1838.
• É preciso que o avião sobrevoe a área desejada e que,
quando o foco da máquina for perpendicular à superfície,
seja tirada uma seqüência de fotos; a primeira e segunda
devem corresponder a uma área comum de 60%, assim
como as demais.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A cartografia na Idade Contemporânea:
• Com o desenvolvimento da tecnologia espacial, a
partir dos anos 1950, ocorreu o acesso global do nosso
planeta. O uso de satélites artificiais como veículos de
observaão da superfície terrestre é uma técnica recente,
data de 1960 a primeira vez que uma nave espacial foi
utilizada para esta finalidade, com o lançamento do
satélite meteorológico Tiros I, pelos Estados Unidos.
• Atualmente os vôos orbitais, sobretudo de satélites
artificiais não tripulados, estão desempenhando um
papel fora do comum no mapeamento de extensas áreas
da Terra, como é o caso da série Landsat.
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
• Dois eventos marcaram a nossa entrada nesta
tecnologia:
1. Projeto RADAM, incumbido de mapear a região
amazônica através de imagens reproduzidas por meio
de radar. O sucesso do projeto gerou o interesse de
estende-lo para o restante do país, criando-se o
Radambrasil, que teve como atribuição principal a
realização de mapas geológicos, geomorfológicos,
pedológicos, da vegetação e de uso do solo. O
Radambrasil foi anexado ao IBGE em 1985.
A cartografia na Idade Contemporânea: Sensoriamento
Remoto no Brasil
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
• Dois eventos marcaram a nossa entrada nesta
tecnologia:
2. Início da recepção e processamento, na década de
1990, de sinais dos satélites Landsat 4, pelo INPE,
com sede em São José dos Campos, SP. A estação de
recepção de sinais fica em Cuiabá e capta as emissões
que abrangem cerca de 90% da área da América do
Sul. O Brasil é coberto pelas imagens do Landsat 4 e 5.
A cartografia na Idade Contemporânea: Sensoriamento
Remoto no Brasil
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
A cartografia brasileira:
• A história da cartografia brasileira está vinculada já à
chegada dos portugueses à Ilha de Vera Cruz.
• Mal haviam sido enrolados os panos das caravelas
ancoradas nas terras “descobertas”, e um certo
tripulante, João Emenelaus, físico e cirurgião de Sua
Majestade o rei Dom Manuel, descia a terra em
companhia do piloto da nau Capitânea e do piloto de
Sancho de Tovar para tomar a altura do sol ao meio-dia,
achando 17 graus, por meio do astrolábio.
• Daí em diante teve início os mapeamentos do litoral. Os
primeiros mapas da nova terra variavam com relação aos
nomes: terra Vera Cruz, terra de Santa Cruz, terra
Incógnita, terra de Papagaios, terra de Brazília, terra de
Antropólogos, etc.