hermann brandt - marcos camilo de santana
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A missão cristã em um mundo pluralista
A teologia da missão em Hermann Brandt
Trajetória biográfica e teológica: um teólogo humilde, mas ousado!
nasceu em 31 de agosto de
1940, em Münster, Westfália,
Alemanha
Estudou teologia de 1960 a 1964 nas
universidades de Münster, Heidelberg,
Göttingen. De 1965 a 1967 realizou
pesquisa para uma tese sobre o teólogo
dinamarquês Hans Lassen Martensen,
passando o verão de 1967 em
Copenhague, oportunidade em que
visitou o túmulo de Sören Kierkegaard.
De 1967 a 1968 foi pesquisador do
Departamento de Teologia da Federação
Luterana Mundial em Genebra
depois exerceu o pastorado na comunidade evangélico-luterana de Detmold, de
1968 a 1971. Em 1969 defendeu tese de doutorado em Göttingen, sob a orientação do Dr.
Wolfgang Trillhaas, sobre o tema: “Conhecimento de Deus e afastamento do mundo: o
caminho da teologia especulativa de Hans Lassen Martensen”, publicada em 1971. 390 Casou-se
com Annette Christa Willer, em 1969. Desse matrimônio, o casal foi abençoado com duas
filhas, Anne Kathrin e Iracema Ulrike, e um filho, Manuel Hermann, os dois últimos nascidos
no Brasil. De 1971 até 1977 foi professor de Teologia Sistemática na Faculdade de Teologia
da IECLB, em São Leopoldo, RS, Brasil, período que marcou definitivamente sua trajetória
teológica, tornando-o um parceiro de diálogo entre a teologia européia e a teologia latinoamericana,
particularmente, a teologia da libertação. Nesse período, Brandt fez parte da
Comissão Teológica da IECLB. Por dois anos, exerceu o cargo de Reitor da Faculdade de
Teologia da IECLB (1974-1975)..*
Mas, se ele assim o faz, é suficientemente modesto para reconhecer que
sua experiência na missão e na missiologia não seria o seu forte. Afirmou:
“eu pessoalmente não fui missionário de carteirinha”. Durante o curso de
teologia, sua única aproximação com este campo da reflexão teológica se
deu numa preleção de duas horas (!) com o professor Carl Heinz Ratschow
e, observe-se, sobre o tema: “As Religiões e o Cristianismo”. É por esta
razão que ele acabou deparando-se com a questão da missão olhando
“inicialmente de fora”.
É preciso enfrentar o irritante
desafio de que mesmo a mais
contundente crítica da missão de
forma alguma precisa implicar, no
Terceiro Mundo, o “abandono” da
missão.
O que significaria isso?
Ele estabelece, então, aproximações com outras áreas das ciências,
como a comunicação, a sociologia, a psicologia e ciências do
comportamento e, finalmente, a publicidade. Lembra, por exemplo, que
possivelmente publicitários (!)
O Cristianismo vem perdendo a hegemonia no mundo A exclusividade dos
evangelhos não combina mais com o pluralismo contemporâneo
Por que?
A tese de Brandt para uma teologia da missão nos dias atuais
Brandt trabalha 3 teologias existentes nos dias atuais:
A segunda e a A terceira e a
exclusivista
Pluralista
inclusivista
"Motivos que Justificam o
modelo pluralista”
Fim das guerras de religião
estabelecendo um diálogo
Masculina
Superior
Forte, viril
Segura, confia em si
Avançada
E um diálogo saudável
com a ciências físicas
e naturais
Problema do modelo Puralista:
(Citação do livro) Reconhecimento mútuo – sim! Mas nada de influência
mútua e muito menos conversão de uma a outra. A rejeição decidida de
uma troca de religião é a comprovação mais clara dessa definição estática.
Afinal, a troca de religião pressupõe que a pessoa convertida encontrou na
„nova‟religião a verdade e a salvação que a religião anterior não mediava.
Com isso o modelo pluralista se rompe. Por isso, não é acaso que Hick, p.
ex., minimize estatisticamente a importância das conversões [...]. Com esse
argumento se desconsideram os processos vivos, os movimentos
variegados da história das religiões, e também as mudanças que um
diálogo inter-religioso pode desencadear nos participantes, ou seja, numa
palavra: desconsidera-se a dinâmica das religiões vivas.
“Dinâmica das religiões vivas”
(Tese de George F. Vicedom “A missão das religiões mundiais”
O Cristianismo se tornou alvo missionário de outras religiões
Diante do deságio e da confrontação das outras religiões, qual deve ser a
resposta cristã?
Brandt distingue evangelho do cristianismo.
As religiões se igualam, em suas expressão de anseio por Deus e um
afastamento de Deus, por isso o evangelho e uma crítica a todas as
religiões inclusive o cristianismo.
Portando como conhecer o Evangelho?
Conceito de exclusividade
(citação do texto) Caminho, verdade e vida permanecem vinculados ao
“eu” de Jesus. „Ao percorrer-se o caminho se chega ao destino‟. Com isso
se expressa a experiência da fé cristã: só nele temos a Deus. Mas temo-
lo só nele como o caminho que cada pessoa precisa percorrer mesma.
Não existe, portanto, “acesso abreviado”. [...] O discípulo que pergunta
não recebe uma resposta que ele possa levar preto no branco para casa
(na forma de modelos de teologia das religiões, p. ex.), mas é remetido
de volta à sua existência. A ele não são dadas soluções prontas, mas lhe
é dito: Só ao percorreres o caminho, ao arriscares crer naquele que é o
caminho, só ao esperares tudo dele irás experimentar a realidade de
Deus. A exclusividade da confissão de Cristo (portanto, não do
cristianismo!) é atestada pelas pessoas que fizeram a experiência de que
unicamente em Cristo como caminho nos encontramos com Deus, temos
acesso a Deus, à sua verdade revelada e à sua realidade viva. Afirmo,
então: quem como cristão exclui essa experiência não promove o diálogo
com as religiões, mas sequer pode travá-lo. [...] Um diálogo genuíno não
poderá deixar fora as afirmações sobre as quais provavelmente não
haverá consenso, mas nas quais pulsa justamente o coração das
religiões. [...] Corresponde ao sentido daquela afirmação „exclusiva‟ do
Evangelho de João o fato de ela, tendo surgido do diálogo, levar
novamente ao diálogo como prestação de contas da esperança que há
em nós (1 Pedro 3.15), como testemunho da incomparável experiência de
crêem e vivem de maneira diferente de nós, como conhecimento dos
pontos fortes das outras e das próprias debilidades”
A missão acontece através de simples perguntas, e em
qualquer lugar, na realidade da vida delas.
O Sincretismo religioso de Leonardo Boff
Questões para debate:
E possível olhar para outras religiões do mundo e enxergar o evangelho sendo
realizado ali?
Como dialogar com outros métodos de fé existentes no mundo? (religiões afros).
Você concorda que a missão é a expressão do movimento ou vitalidade das
religiões? E que a religião que não realiza missão e uma religião morta?
TKS ; )