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Rua Dr. Celestino, 74
24020-091- RJ – Brasil Tel. (21) 2629-949/
E-mail: [email protected] www.uff.br/mpea
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM
ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
HELDER CAMILO LEITE
A CAPACITAÇÃO DOS ENFERMEIROS E O PROCESSO DA COLETA
DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO:
O CASO DA MATERNIDADE ESCOLA DA UFRJ
Niterói, RJ
Dezembro/ 2015
Rua Dr. Celestino, 74
24020-091- RJ – Brasil Tel. (21) 2629-949/
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A CAPACITAÇÃO DOS ENFERMEIROS E O PROCESSO DA COLETA
DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO:
O CASO DA MATERNIDADE ESCOLA DA UFRJ
Autor: Helder Camilo Leite
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Karine Ramos Brum
Relatório de pesquisa apresentado à Banca
de defesa de dissertação do Mestrado
Profissional em Enfermagem Assistencial
da Universidade Federal Fluminense/UFF
como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Enfermagem.
Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidado em Saúde
Niterói, RJ
Dezembro /2015
Rua Dr. Celestino, 74
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM
ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
CAPACITAÇÃO DOS ENFERMEIROS E O PROCESSO DA COLETA DO
SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO:
O CASO DA MATERNIDADE ESCOLA DA UFRJ
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
LINHA DE PESQUISA: O CONTEXTO DO CUIDAR EM SAÚDE
Autor: Helder Camilo Leite
Orientadora: Drª Ana Karine Ramos Brum (UFF)
Banca:
Titulares:
_____________________________________________
Prof ª Dr ª. Ana Karine Ramos Brum – UFF – Presidente
_______________________________________________
Prof.ª Dr. ª Sônia Regina de Souza (UNIRIO)
_______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Simone Cruz Machado Ferreira (UFF)
Suplentes:
_______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Patricia dos Santos Claro Fuly (UFF)
_______________________________________________
Prof.ª Dr ª. Laura Johanson da Silva (UNIRIO)
L 533 Leite, Helder Camilo.
A capacitação dos enfermeiros para o processo de coleta de
sangue do cordão umbilical e placentário o caso da
Maternidade Escola / Helder Camilo Leite. – Niterói: [s.n.],
2015.
145 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem
Assistencial) - Universidade Federal Fluminense, 2015.
Orientador: Profª. Ana Karine Ramos Brum.
1. Capacitação de recursos humanos em saúde. 2.
Enfermeiros. 3. Sangue fetal. I. Título. Células-Tronco
CDD 610.7307
Dedicatória
Dedico este trabalho:
Dedico este estudo a memória dos meus pais, aos meus irmãos e sobrinhos pela
parceria e auxílio em todas as horas. Ao Luís Fernando que sempre esteve ao meu lado. Ao
grupo do “Grupo do Mal”: Maria Auxiliadora, Lúcia Jobim e Renata Martins por me fazer
acreditar em tudo de novo, Ana Cristina e Wolgrand Ribeiro os grandes incentivadores e por
fim as amigas Hilda Batista e Rose Mary pelas manifestações de credibilidade sempre.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, familiares e amigos, pela compreensão e apoio mesmo nos momentos de
ausência.
Aos colegas da Maternidade-Escola da UFRJ pelas manifestações de confiança e credibilidade
no trabalho desenvolvido.
À Professora Drª Ana karine Ramos Brum, pela determinação nas orientações com a qual
defende o mestrado profissional em enfermagem, mas principalmente pelo exemplo de
dedicação aos seus orientandos.
À Professora Patrícia dos Santos Claro Fuly, pela acolhida fraterna com que me recebeu.
Ao corpo docente do Mestrado Profissional em Enfermagem, pela sapiência e postura
acolhedora.
À secretária Rosane Paiva, pelo zelo e presteza no trato com cada mestrando.
À minha inesquecível turma, que estará sempre no meu coração.
À banca examinadora pela disponibilidade e contribuições.
Créditos
Revisão de Português
Ana Cristina de Almeida Souza
Deborah Prates
Estatística
Nathalia
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13
1.1 Situação problema.............................................................................................................. 13
1.2 Justificativa ....................................................................................................................... 14
1.3 Relevância......................................................................................................................... 18
2. BASES CONCEITUAIS ................................................................................................... 20
2.1 A Célula-Tronco .................................................................................................... 20
2.2 As Células-Tronco e a sua Aplicação no Tratamento Oncológico.................................... 20
2.3 A Coleta do sangue do cordão umbilical e placentário e a Enfermagem.......................... 21
2.4.A Resolução da Diretória Colegiada (RDC) Nº 56.......................................................... 23
2.5 Programa Nacional de Segurança do Paciente................................................................... 25
2.6 A Educação Permanente Na Coleta SCUP.................................................................... 27
3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 30
3. 1 Tipo de Estudo .................................................................................................................. 30
3.2 Aspectos Éticos .................................................................................................................. 31
3.3 O Cenário da Pesquisa........................................................................................................ 31
3.4 Os Participantes............................................................................................................ 33
3.5 Coleta de Dados ................................................................................................................ 34
3.6 Análise de dados ................................................................................................................ 39
4. RESULTADOS .................................................................................................................. 41
4.1 A Maternidade Escola da UFRJ e sua caracterização como posto de coleta
SCUP...................................................................................................................................... 41
4.2 Capacitação dos Enfermeiros para a coleta SCUP.......................................................... 48
4.2.1 Caracterização Socioprofissional dos Enfermeiros......................................................... 48
4.2.2 Caracterização Socioprofissional dos Experts................................................................. 51
4.2.3 Caracterização dos Materiais e Impressos utilizados na CSCUP na ME/UFRJ............ 51
4.2.4 Avaliação Pré e Pós-Teste.............................................................................................. 54
4.2.5 Avaliação da Oficina Teórica......................................................................................... 56
4.2.6 Avaliação da Oficina Prática.......................................................................................... 60
4.2.6.1 A observação da Triagem e Captação......................................................................... 61
4.2.6.2 A Observação Coleta Extra Útero (a técnica) ............................................................. 61
4.2.6.3 Ação Correção Da Técnica.......................................................................................... 62
4.2.6.4 Avaliação da Oficina Prática pelos Participantes........................................................ 69
4.2.6.5 Percepção sobre a participação nas pesquisa, perguntas abertas.................................. 69
5. DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 70
5.1 A Maternidade Escola da UFRJ e sua caracterização como posto de coleta
SCUP........................................................................................................................................ 70
5.2 Capacitação dos Enfermeiros para a coleta SCUP............................................................. 73
5.2.1 Caracterização Socioprofissional dos Enfermeiros......................................................... 73
5.2.2 Caracterização Socioprofissional das experts................................................................ 73
5.2.3 Avaliação Pré E Pós-Teste........................................................................................... 74
5.2.4 Avaliação da Oficina Teórica pelos Participantes.......................................................... 75
5.2.5 A Avaliação das Oficinas Práticas................................................................................. 77
5.2.5.1 A Observação Participativa Triagem e Captação........................................................ 77
5.2.5.2 A Observação Participativa Coletas Extra Útero......................................................... 78
5.2.5.3 Avaliação da Oficina Prática pelos Participantes......................................................... 81
5.2.5.4 Percepções sobre a participação na pesquisa................................................................ 82
6. PRODUTO......................................................................................................................... 83
7. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 127
8. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 129
9. APÊNDICE ........................................................................................................................ 134
10. ANEXOS .......................................................................................................................... 141
LISTA DE TABELAS
Tabela 1.Questão 1- Você já teve conhecimento sobre a coleta do Sangue de Cordão
Umbilical para obtenção de células-tronco? ...........................................................
54
Tabela 2 Questão 2-Você conhece a resolução número 304/2005 do COFEN? ..................... 54
Tabela 3 Questão 3- O uso alogênico de células-tronco é aquele em que? ........................ 54
Tabela 4 Questão 4 - Em acordo com a RDC nº 056 de 16 de dezembro de 2010 da
ANVISA, são seguintes critérios para à doação de sangue de cordão umbilical e
placentário............................................................................................................................
55
Tabela 5 Questão 5- Em acordo com a resolução RDC nº 056 de 16 de dezembro de 2010 da
ANVISA, são seguintes critérios desqualificação para uso alogênico não-aparentado as
seguintes condições coleta, exceto:................................................................................. 55
Tabela 6 Questão 6 -Descreva todo o processo de coleta de sangue de cordão umbilical e
placentário, etapa por etapa...................................................................................... 55
Tabela 7: Domínio conceitual............................................................................................ 71
Tabela 8: Avaliação dos Instrutores................................................................................... 74
Tabela 9:Avaliação dos serviços de apoio......................................................................... 77
Tabela 10: Auto Aproveitamento....................................................................................... 77
Tabela 11.Critérios de qualificação para doação de SCUP alogênico não-aparentado........... 78
Tabela 12: Números percentuais de respostas corretas e incorretas no pré e pós-teste, 2014. 79
LISTA DE SIGLAS
ANVISA-Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BRASILCORD-Rede Nacional dos Bancos de Cordão
BSCUPA- Banco de Sangue do Cordão Umbilical e Placentários Autólogo
BSCUP-Banco de Sangue do Cordão Umbilical e Placentários
CEP-Comitê de Ética e Pesquisa
CO -Centro Obstétrico
COFEN-Conselho Federal de Enfermagem
CPH- Transplante de Células Hematopoiética
CSCUP-Coleta Sangue de Cordão Umbilical e Placentário
CTH-Células-Tronco Hematopoiéticas
DNA-Ácido Desoxirribonucléico
IG-Idade Gestacional
INCA-Instituto Nacional do Câncer
HLA- histocompatibilidade Leucocitário Humano
ME- Maternidade Escola
MPEA-Mestrado profissional Enfermagem assistencial
OMS-Organização Mundial de Saúde
OPAS-Organização Pan-Americana de Saúde
RDC-Resolução Diretória Colegiada
RN-Recém Nascido
SUS- Sistema Único de Saúde
SCUP-Sangue de Cordão Umbilical e Placentário
TCLE-Termo de Consentimento Livre Esclarecido
TCTH-Transplante de Célula-Tronco Hematopoiética
UFRJ-Universidade Federal do Rio de Janeiro
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Artigos selecionados...................................................................................................... 35
Quadro 2. Plano de ação de acordo com os objetivos..................................................................... 39
Quadro 3: Análise descritiva das variáveis idade.............................................................................. 42
Quadro 4: Análise descritiva das variáveis números consultas no pré-natal............................... 42
Quadro 5: Análise descritiva das variável idade gestacional........................................................... 42
Quadro 6: Análise descritiva das variáveis tempo de Bolsa Rota................................................ 43
Quadro 7: Análise descritiva das variáveis Ausência Doenças que Interferem no Fluxo
Sanguíneo..................................................................................................................................... 43
Quadro 8: Análise descritiva das variáveis tempo de bolsa rota..................................................... 44
Quadro 9: Análise descritiva das variáveis Sofrimento Fetal...................................................... 44
Quadro 10: Análise Feto com anormalidade congênita.............................................................. 45
Quadro 11: Análise Temperatura materna igual ou superior a 38°C durante o trabalho de parto... 45
Quadro 12: Análise descritiva das variáveis gestante com situação de risco acrescido para
infecções transmissíveis pelo sangue............................................................................................... 46
Quadro 13: Análise Presença de processo infeccioso e ou doença durante o trabalho de parto, que
possa(m) interferir na vitalidade placentária..................................................................... 46
Quadro 14: Análise Gestante em uso de hormônios ou drogas que se depositam nos tecidos........ 47
Quadro 15: Análise Gestante com história pessoal de doença sistêmica autoimune ou de
neoplasia...................................................................................................................................... 47
Quadro 16: Análise Gestante e seus familiares, pais biológicos e seus familiares ou irmãos
biológicos do recém-nascido com história de doenças hereditárias do sistema
hematopoiético.................................................................................................................................. 48
Quadro 17: Análise Gestante incluída nos demais critérios de exclusão visando à proteção do
receptor, descritos nas normas técnicas vigentes para doação de sangue..................................... 48
Quadro 18: Caracterização Socioprofissional dos Experts..............................................................
Quadro 19 Impressos Usados Na Coleta SCUP.............................................................................
Quadro 20 Materiais/ Insumos.......................................................................................................
Quadro 21 Domínio conceitual................................................................................................... 57
Quadro 22: Avaliação dos Instrutores......................................................................................... 58
Quadro 23: Avaliação dos serviços de apoio................................................................................. 60
Quadro 24: Auto Aproveitamento............................................................................................... 61
Quadro 25 Avaliação da observação participativa, módulo Triagem e captação das doadoras.... 64
Quadro 26: Avaliação da Oficina Prática pelos Participantes. ........................................................ 70
Quadro 27 Motivação em participar da pesquisa........................................................................ 70
Quadro 28 As expectativas na coleta SCUP..................................................................................... 71
LISTA DE IMAGENS E GRÁFICOS
Figura 1: Fluxograma - Coleta de SCUP com Técnica Extrauterina.....................................
Imagem 1. Fachada da Maternidade......................................................................................
23
32
Imagem 2. Instalações Maternidade-Escola........................................................................... 32
Imagem3. Maternidade de Laranjeiras atualmente............................................................... 33
Imagem 4: Os Participantes.............................................................................................. 34
Imagem 5: Impressos usados na CSCUP............................................................................. 52
Imagem 6: Aula expositiva............................................................................................... 57
Imagem 7:Avaliação da oficina teórica.................................................................................. 59
Imagem 8: Montagem do material para CSCUP .................................................................. 66
Gráfico 1 Sexo ....................................................................................................................... 49
Gráfico 2 Faixa Etária............................................................................................................. 49
Gráfico 3 Tempo de Formação Profissional.......................................................................... 49
Gráfico 4 Tempo de Atuação na Instituição........................................................................... 49
Gráfico 5 Números de Vínculo.............................................................................................. 50
Gráfico 6 Tipo de Regime....................................................................................................... 50
Gráfico 7- Participação em Eventos........................................................................................ 50
Leite, Helder Camilo. A Capacitação dos Enfermeiros para o Processo de Coleta de Sangue do
Cordão Umbilical e Placentário: o caso da Maternidade Escola. Niterói/ RJ, Dissertação (Mestrado
Profissional em Enfermagem Assistencial) Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/ -
Universidade Federal Fluminense, 2015.
RESUMO
Introdução: O sangue de cordão umbilical age como ligação entre a placenta e o feto durante a
gestação e contém células-tronco que podem ser utilizadas como fonte de células-tronco
hematopoéticas em transplantes. Objetivo geral: Analisar a capacitação dos enfermeiros para o
processo da coleta SCUP, considerando os aspectos relevantes para a caracterização da Maternidade
Escola/UFRJ como posto de coleta. Objetivos específicos: 1- Traçar a caracterização das potenciais
doadoras de sangue de cordão e placentário na Maternidade Escola da UFRJ. 2- Descrever a
capacitação dos enfermeiros no processo da coleta do sangue de cordão umbilical e placentário na
Maternidade Escola da UFRJ. 3 - Avaliar a capacitação dos enfermeiros para o processo da coleta
do sangue do cordão umbilical e placentário. 4 Elaborar um programa de educação e capacitação
dos enfermeiros para o processo da coleta do sangue do cordão umbilical e placentário para a
Maternidade Escola da UFRJ. Método: A primeira fase da pesquisa para atender o objetivo de traçar
a caracterização das potenciais doadoras de sangue de cordão e placentário na Maternidade Escola
da UFRJ utilizou a metodologia do estudo de caso, as fases seguintes se caracterizaram pela
abordagem da pesquisa-ação, com dados descritivos realizada com 20 enfermeiros em uma
Maternidade Escola pública do Rio de Janeiro. Para a coleta de dados utilizamos várias fontes de
informações (pesquisa documental, entrevistas, observação participativa) para assegurar as
diferentes perspectivas dos participantes e por outro, obter várias medidas do mesmo fenômeno. Os
dados foram coletadas no período de janeiro de 2014 a novembro de 2015. Para atender a análise e
tratamento quantitativos os dados foram tabulados em uma planilha do programa MS Excel® e
analisados por meio de estatística descritiva. Para os objetivos qualitativos foram realizados uma
análise descritiva de frequência e porcentagem para cada um dos itens dos instrumentos de coleta
de dados aplicados, como também através da descrição da percepção subjetiva contidas nos
questionários. A pesquisa observou os preceitos éticos contidos na resolução na resolução
466/2012. Aprovado com o número do parecer: 722.172 em 18/07/2014. Resultados: Considerando
os critérios de qualificação 73,8% (n=404) aptas para a doação do SCUP, enquanto que nos critérios
de desqualificação 89% (n=490) aptas. Apontaram que 62,5% (n=345) das pacientes da
maternidade-escola estariam aptas para a doação do sangue do cordão umbilical e placentário,
dependendo do seu consentimento. A oficina teórica teve um efeito positivo e significativo no
aprendizado para os participantes da pesquisa. As oficinas práticas da CSCUP aconteceram no
período de setembro a novembro de 2015, foram realizadas no centro obstétrico da ME/UFRJ,
totalizando 18 oficinas e houve a participação de 20 enfermeiros participantes da pesquisa, nesse
período foram coletadas 87 bolsas do SCUP. Após o término das oficinas práticas os enfermeiros
participantes se sentiram aptos para realizarem a coleta SCUP. Conclusão: A Maternidade-Escola
da UFRJ tem aptidão para ser posto de CSCUP com um grande diferencial: que os enfermeiros
devidamente capacitados da instituição poderão realizar as coletas SCUP. Houve aprimoramento
dos conhecimentos para enfermeiros em relação ao processo da coleta do sangue do cordão
umbilical e placentário. A pesquisa possibilitou elaborar um programa de educação de capacitação
para a coleta SCUP contribuindo para que as outras maternidades públicas com perfil de posto de
coleta também possam usar este programa como modelo para capacitar os enfermeiros no processo
de CSCUP. Assim as instituições poderão ser mais um posto de coleta SCUP.
Descritores: 1. Capacitação de recursos humanos em saúde. 2. Enfermeiros. 3. Sangue fetal.
Células-Tronco.
11
Leite, Helder Camilo. A Capacitação dos Enfermeiros para o Processo de Coleta de Sangue do
Cordão Umbilical e Placentário: o caso da Maternidade Escola. Niterói/ RJ, Dissertação (Mestrado
Profissional em Enfermagem Assistencial) Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/ -
Universidade Federal Fluminense, 2015.
ABSTRACT
Introduction: The umbilical cord blood acts as a connection between the placenta and the fetus
during pregnancy. It contains stem cells and can be used as a source for hematopoietic stem cell
transplantation. General objective: To analyze the training of nurses for the process of UCB
collection, considering specific aspects of the hospital Maternidade Escola/UFRJ as a collection
station. Specific objectives: 1 - To outline the profile of potential placenta and cord blood donors at
UFRJ´s Maternidade Escola hospital. 2 – To define nurses’ training in the placental and umbilical
cord blood collection process at UFRJ´s Maternidade Escola hospital. 3 – To assess nurses' training
in the placental and umbilical cord blood collection process at UFRJ´s Maternidade Escola hospital.
4 – To elaborate a training program for nurses in the placental and umbilical cord blood collection
process at UFRJ´s Maternidade Escola hospital. Method: The objective of the first phase of the
research is to outline the profile of potential placenta and cord blood donors at UFRJ´s Maternidade
Escola hospital using the case study methodology. The following stages resorted to the action
research methodology, with descriptive data conducted with 20 nurses at the public Hospital
Maternidade Escola in Rio de Janeiro. Several sources of information were used to collect data
(documentary research, interviews, participant observation) in order to establish the participants'
different perspectives, and also get multiple measures of the same phenomenon Data were collected
in the period from January 2014 to November 2015. To present the quantitative analysis and
treatment data were tabulated in a MS Excel® spreadsheet and analyzed using descriptive statistics.
For qualitative objectives it was developed a descriptive analysis of frequency and percentage for
each of the items of data collection instruments used. The description of the subjective perception in
the questionnaires was also used. The research followed the ethical principles of the Resolution
466/2012. Accredited with the opinion number: 722.172 in 07/18/2014. Results: Considering the
qualification criteria 73.8% (n = 404) were suitable for donation of UCB, while as per the
disqualification criteria it was 89% (n = 490). It was indicated that 62.5% (n = 345) of the maternity
hospital patients would be able to donate placenta and umbilical cord blood, depending on their
consent. The theoretical workshop had a positive and significant effect on the survey participants’
learning curve. UCB practical workshops took place from September to November 2015 at the ME
/ UFRJ's obstetric center. 20 nurses participating in the research attended 18 workshops, collecting a
total 87 UCB bags. Nurses that attended the practical workshops felt able to perform the UCB
collection. Conclusion: UFRJ's Maternidade Escola hopsital is suited to be a UCB collection point
with a significant advantage: the institution’s properly trained nurses can conduct the UCB
collections. Nurses’ knowledge in the placenta and umbilical cord collection process improved. The
research made it possible to draw up a training education program for UCB collection contributing
to other public hospitals with a collection point profile, which can also use this program as a model
to train nurses in UCB collection process. Thus these institutions may become another UCB
collection point.
Keywords: 1. Training of human resources in health. 2. Nurses. 3. Fetal blood. Stem cells.
12
Leite, Helder Camilo. A Capacitação dos Enfermeiros para o Processo de Coleta de Sangue do Cordão
Umbilical e Placentário: o caso da Maternidade Escola. Niterói/ RJ, Dissertação (Mestrado Profissional
em Enfermagem Assistencial) Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa/ - Universidade Federal
Fluminense, 2015
Resumen
Introducción: La sangre del cordón umbilical actúa como conexión entre la placenta y el feto durante el
embarazo. Ésta contiene células madre y se puede utilizar como fuente de células madre en trasplantes
hematopoyéticos. Objetivos generales: Analizar la capacitación de enfermeros en el proceso extracción
de SCUP, teniendo en cuenta las características particulares del hospital Maternidade Escola/UFRJ como
puesto de extracción. Objetivos específicos: 1. Determinar el perfil de los potenciales donantes de sangre
de cordón umbilical y placenta en el hospital Maternidade Escola de la UFRJ.; 2 – describir el tipo de
entrenamiento de enfermeros en el proceso de extracción de sangre de cordón umbilical y placenta; 3 –
evaluar la formación de enfermeros en el proceso de extracción de sangre de cordón umbilical y placenta;
4 – elaborar un programa de entrenamiento de enfermeros en el proceso de extracción de sangre de cordón
umbilical y placenta en el hospital Maternidade Escola de la UFRJ. Método: La primera fase de la
investigación tiene el objetivo de determinar el perfil de los potenciales donantes de sangre de cordón
umbilical y placenta en el hospital Maternidade Escola de la UFRJ mediante la metodología de estudio
de caso. Las fases siguientes utilizan el proceso de investigación-acción, con datos descriptivos sobre 20
enfermeros en el Hospital Maternidade Escola de Río de Janeiro. Para recoger datos se utilizaron diversas
fuentes de información (investigación documental, entrevistas, observación participante) para asegurar la
representación de las diferentes perspectivas de los participantes y, asimismo, obtener múltiples medidas
de un mismo fenómeno. Los datos fueron recolectados en el período comprendido entre enero de 2014 y
noviembre de 2015. Los datos de análisis y tratamiento cuantitativos fueron tabulados una planilla de MS
Excel® y analizados mediante estadística descriptiva. Para los objetivos cualitativos se llevo a cabo un
análisis descriptivo de la frecuencia y porcentaje para cada uno de los instrumentos de recolección de
datos usados, incluyendo también la descripción de percepción subjetiva en los cuestionarios. La
investigación siguió los principios éticos de la Resolución 466/2012. Aprobado con el número de opinión:
722.172 del 18/07/2014. Resultados: Teniendo en cuenta los criterios de calificación un 73,8% (n = 404)
son aptas para donación de SCUP, mientras que según los criterios de descalificación un 89% (n = 490)
son aptas. Se indicó que el 62,5% (n = 345) de los pacientes del Maternidade Escola sería capaz de donar
sangre de cordón umbilical y placenta, dando su consentimiento. El taller teórico tuvo un efecto positivo
y significativo en el aprendizaje de los participantes en la investigación. Los talleres prácticos de colección
SCUP se llevaron a cabo desde septiembre hasta noviembre de 2015 en el centro obstétrico del ME/UFRJ.
Se realizaron un total de 18 talleres con la asistencia de 20 enfermeros que participaron en la investigación.
Durante este período se recolectaron 87 bolsas de SCUP. Al finalizar los talleres prácticos los enfermeros
que participaron se sentían capaces de realizar la extracción de SCUP. Conclusión: El hospital
Maternidade Escola de la UFRJ tiene la capacidad de ser un puesto de extracción de SCUP con un gran
diferencial: que los enfermeros de la institución debidamente capacitados podrán realizar las extracciones
de SCUP. El conocimiento de los enfermeros sobre el proceso de extracción de sangre de cordón umbilical
y placenta mejoró. La investigación ha permitido elaborar un programa de formación para la extracción
de SCUP pudiendo contribuir con otros hospitales públicos que tengan el perfil de punto de extracción y
que también puedan utilizar este programa como modelo para capacitar a sus enfermeros en el proceso
de extracción de SCUP. De esta manera las instituciones pueden tornarse otro puesto de extracción de de
SCUP.
Palabras clave: 1. Formación de recursos humanos en salud. 2. Enfermeros. 3. Sangre fetal. Células
madre.
13
A motivação pelo tema sobre a capacitação dos enfermeiros na coleta de sangue de
cordão umbilical surgiu através experiência no campo de prática da assistência obstétrica na
Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2010 esta
instituição tentou inserir-se junto Instituto Nacional do Câncer (INCA) para ser posto de
coleta de sangue de cordão umbilical e placentário. Na época, alguns enfermeiros iniciaram
a capacitação para realização da coleta, porém por motivos técnico administrativos não
houve possibilidade dos enfermeiros darem seguimentos a capacitação da coleta do sangue
do cordão umbilical e placentário. Esta experiência levou-me a refletir sobre os diversos
fatores que interferem na operacionalização da coleta e armazenamento do sangue de cordão
umbilical e placentário. Assim, como coordenador do centro obstétrico em 2013, agora com
o centro obstétrico mais estruturado, então surgiu o desejo de resgatar novamente a
capacitação dos enfermeiros para a coleta do sangue do cordão umbilical e placentário com
cunho cientifico através do ingresso no Mestrado Profissional enfermagem assistencial
(MPEA).
1.1 Situação problema
No início de 80, alguns pesquisadores comprovaram que o sangue de cordão umbilical
e placentário (SCUP) continha células progenitoras hematopoéticas (CPH) em grande
quantidade como o da medula óssea, as quais poderiam ser criopreservada e posteriormente
descongeladas, sem perder a capacidade de formação de colônias in vitro.1
O primeiro transplante alogênico de CPH de SCUP foi realizado em 1988 seguido de
sua utilização ampla em tratamentos de doenças, sobretudo hematológicas e oncológicas,
associada a resultados satisfatórios. Desta forma, o SCUP estabeleceu-se como excelente
fonte de CPH e opção à utilização das células provenientes da medula óssea, o que gerou o
interesse pelo armazenamento das células nele contidas 2.
Nesse contexto, o Transplante de Células-tronco hematopoiéticas (CTH), que tem se
desenvolvido, principalmente nos últimos vinte anos, como um importante método no
tratamento das doenças hematológicas, oncológicas, hereditárias e imunológicas 3. Neste
1.INTRODUÇÃO
14
sentido, o Ministério da Ciência e da Tecnologia, o Ministério da Saúde e agências de
financiamento têm investido recursos substanciais nas pesquisas com terapia celular,
atendendo assim a um dos requisitos para que o país continue se desenvolvendo nesta área3.
O primeiro Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário de caráter público foi
fundado em Nova York, em 1992 encorajando o estabelecimento de outros serviços ao redor
do mundo. Considera-se este fato forte aliado na busca por doadores compatíveis a pacientes
necessitados de um transplante de CPH, particularmente no contexto pediátrico 4.
Em 2004 foi criada a rede Brasil Cord, estabelecendo uma rede nacional de bancos de
SCUP com o objetivo de aumentar as chances de localização de doadores e ampliar o número
de bancos de SCUP no país5.
A dificuldade de se encontrarem doadores compatíveis tem estimulado a busca por
fontes alternativas de CTH, notadamente o sangue de cordão umbilical e placentário tem
sido usados também para suprir essa demanda.
Após a escolha do tema de pesquisa, observou-se a dificuldade para encontrar um
doador compatível para os transplantes. Além disso, a falta de inserção das maternidades
públicas como posto de coleta do SCUP e também observou-se a escassez de enfermeiros
capacitados relacionados ao seu processo de trabalho da coleta SCUP.
Portanto, elegemos como questão norteadora para essa pesquisa: Como os
enfermeiros devem ser capacitados para o processo da coleta do SCUP na ME/ UFRJ?
Considerando o Objeto: a capacitação dos enfermeiros para o processo de coleta do SCUP
na Maternidade Escola da UFRJ. Dessa forma, nosso objetivo geral foi: analisar a
capacitação dos enfermeiros para o processo da coleta SCUP, considerando os aspectos
relevantes para a caracterização da Maternidade Escola/UFRJ como posto de coleta. E como
objetivos específicos: 1- Traçar a caracterização das potenciais doadoras de sangue de
cordão e placentário na Maternidade Escola da UFRJ. 2- Descrever a capacitação dos
enfermeiros no processo da coleta do sangue de cordão umbilical e placentário na
Maternidade Escola da UFRJ. 3 - Avaliar a capacitação dos enfermeiros para o processo da
coleta do sangue do cordão umbilical e placentário. 4 Elaborar um programa de educação de
capacitação dos enfermeiros para o processo da coleta do sangue do cordão umbilical e
placentário para a Maternidade Escola da UFRJ.
1.2 Justificativa
15
As dificuldades que os pacientes com doenças hematológicas têm para conseguir um
transplante não são conhecidas por parte da população.6 Apesar de todo sucesso nos
tratamentos em várias doenças, encontrar um doador compatível não é tão simples. Os
transplantes apresentam como limitação à disponibilidade de doador, pois devido à
complexidade do sistema imunológico há uma chance de apenas 25% dos candidatos ao
transplante terem doadores compatíveis aparentados, geralmente um irmão, devido à
incompatibilidade do sistema HLA, fatores como o tempo gasto no processo de procura
de doador, que pode variar de um mês a seis anos, a disponibilidade do doador no
momento em que é solicitado, e a limitada disponibilidade de doadores em uma dada
população étnica ou grupo racial. 5
Por isso, os focos das pesquisas na área concentram-se cada vez mais no uso de
células-tronco do cordão umbilical. Embora os bancos mundiais de doadores se esforcem
em campanhas para incentivar a doação, ainda é difícil encontrar o chamado doador alótipo
que seja compatível.
Os Bancos de Sangue do Cordão Umbilical e Placentários (BSCUP) serviços
responsáveis pelos processos de obtenção, realização de exames laboratoriais,
processamento, armazenamento e fornecimento de células-tronco hematopoiéticas de
sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) para uso terapêutico6. Estes bancos devem
realizar seus processos atendendo a critérios técnicos determinados pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA).
O banco público disponibiliza as unidades imediatamente para quaisquer pacientes
brasileiros que precisem de transplante de medula óssea e não tenham um doador familiar.
A coleta é realizada com controles de qualidade e segurança e as unidades são utilizadas para
indicações precisas, sem ônus para o paciente que irá se beneficiar. É a única modalidade
recomendada pelos organismos internacionais e por publicações científicas. A correta
realização desses processos é de suma importância para que seja garantida a qualidade e a
segurança das células-tronco disponibilizadas, implicando no menor risco possível à saúde
do paciente que delas se utilize.
O Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário para uso Autólogo
(BSCUPA) é um serviço privado. Está habilitado para executar atividades dedicadas à
coleta, processamento, testes laboratoriais, armazenamento e liberação de unidades de
células-tronco hematopoiéticas obtidas do SCUP exclusivamente para uso autólogo, ou
16
seja, do próprio recém-nascido e exclui o seu uso por pessoas da família ou outrem5. O banco
privado tem legislação específica, de cunho comercial, com ônus para as famílias que
desejam armazenar o sangue. Além disso, as indicações e aproveitamento do material são
duvidosos, já que não existem publicações extensas sobre os resultados obtidos com uso de
cordões armazenados em bancos privados. Armazenar o sangue do cordão em um banco
privado é uma aposta num futuro que a ciência ainda não comprovou5.
Assim, todos os custos dos procedimentos são cobertos pela família contratante.
Através da celebração do contrato entre as partes, a empresa torna-se a única responsável
pela extração e remessa do material coletado para armazenamento quando realizado por
profissionais por ela credenciados. A contratante deve encaminhar, ao profissional obstetra,
uma carta informando o desejo de realizar a coleta e a criopreservação do SCUP a fim de
que, a empresa contratada, tenha autorização prévia para a realização da coleta do sangue de
cordão umbilical e placentário nas dependências hospitalares e possa interagir com a equipe.
No dia do parto, a empresa contratada disponibiliza um profissional, bem como o material
necessário para a realização da coleta. Toda e qualquer intercorrência que houver durante o
procedimento de parto pode impedir e suspendê-la a qualquer momento, visando o bem estar
da paciente e do RN 7.
No início de 2013, o valor inicial, referente à coleta, processamento, criopreservação
e armazenamento do sangue de cordão umbilical e placentário por um ano era R$ 3.161,00.
A anuidade de armazenamento correspondia a R$ 540,00, esses valores podem variar
conforme a empresa7.
Através da publicação do Relatório de Produção dos Bancos de Sangue de Cordão
Umbilical e Placentário para Uso Autólogo (BSCUPA) 2003/2009, a ANVISA tornou
pública a avaliação e monitoramento direto dos dados de produção e indiretamente, o
monitoramento da implantação e crescimento dos BSCUPA no país. Segundo o relatório, os
BSCUPA atingiram o quantitativo de 15 unidades instaladas em território nacional no ano
de 20097.
A Rede BrasilCord que é a responsável pela normatização técnica desde 2000,
quando foi editada a Portaria Ministerial nº 903/GM e substituída pela nº 2.381/GM em 29
de setembro de 2004, onde criou a Rede Nacional de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical
e Placentário para Transplantes de Células-Tronco Hematopoiéticas – Rede BrasilCord, com
base nas necessidades de proteção epidemiológicas e diversidade étnica e genética da
17
população brasileira. Trata-se de um projeto gerenciado pela Fundação do Câncer com a
coordenação de implantação do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Até junho de 2013, a
Rede contava com onze bancos públicos inaugurados no país. Isto permite, aos pacientes,
recorrer a mais doadores compatíveis para a realização de transplante de medula óssea, além
de contribuir com a redução de gastos na busca do doador, pois o material já se encontra-se
testado, armazenado e disponível para uso8.
Nos bancos públicos, a doação do sangue de cordão umbilical e placentário tem
caráter voluntário, sem custos para a família e sem compensações financeiras. As células
obtidas são disponibilizadas para qualquer pessoa que as necessite, através do uso alogênico
não-aparentado ou alogênico aparentado, quando há indicação médica. O sangue
armazenado também pode ser utilizado pelo próprio doador, desde que haja compatibilidade
e caso, ainda esteja disponível. São obrigatórios o respeito ao sigilo e a gratuidade da
doação9. O serviço deve prover ao doador todas as informações relativas ao processo de
doação, riscos envolvidos e testes laboratoriais, além de garantir a segurança do receptor. O
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando a participação voluntária, precisa
estar assinado pelo doador e elucidar a natureza do procedimento, incluindo a autorização
de descarte das unidades que não atenderem aos critérios para armazenamento9.
A resolução no 56 da ANVISA, publicada em 16 de dezembro de 2010, consta que a
coleta do sangue do cordão umbilical e placentário seja realizada por profissionais de saúde
de nível superior devidamente capacitados, mas não define como deve ser essa
capacitação10. A participação do enfermeiro devidamente capacitado na captação e triagem
das prováveis doadoras com potencial à doação, o desenvolvimento de aprimoramento
técnico na coleta e o acompanhamento pós-coleta da doadora representam etapas
importantes em todo processo da doação voluntária do SCUP, contribuindo efetivamente na
garantia da qualidade nos acervos do BSCUP.
A realização desse procedimento pelo SUS ainda é pouco divulgada. Além disso,
como o credenciamento das maternidades para a coleta e armazenamento está em processo
de implantação, muito material acaba sendo inutilizado por falta de informação. A maioria
dos transplantes efetuados com células de SCUP até 2008 foi de origem alogênica. Dos 3.372
transplantes realizados em todo o mundo entre os anos de 1988 e 2007, 2.965 foram
alogênicos, 359 alogênicos aparentados e 3 autólogos por isso a importância em investir na
coleta pública11
18
Apesar da grande utilidade do SCUP no tratamento de diversas doenças sanguíneas
e imunológicas, a divulgação de informação e a mobilização da sociedade para a doação
desse material é pequena. Dessa maneira, estudos que abordem a percepção da população
sobre o tema podem contribuir par a produção de informações sensibilizadoras.
A Resolução COFEN 304/2005 normatiza a atuação do Enfermeiro na coleta de
sangue do cordão umbilical e placentário. Para atuação nesta atividade, o enfermeiro deverá
estar devidamente capacitado. A capacitação para os enfermeiros da Maternidade Escola se
diferencia foi realizada através de oficinas teóricas e práticas. As oficinas teóricas tiveram
como objetivo capacitar os enfermeiros participantes sobre conteúdos relacionados à coleta
SCUP, através de roda de conversa, aula expositiva teórica utilizando recursos visuais
(projetor multimídia) e textos, totalizando dez horas. As oficinas práticas foram
desenvolvidas no centro obstétrico da maternidade, onde cada oficina teve no máximo dois
enfermeiros que discutiram aspectos abordados na oficina teórica e desenvolveram
habilidades na técnica de coleta de sangue de cordão umbilical e placentário, bem como na
seleção e captação de gestantes com potencial para doação de acordo com legislação vigente,
totalizando doze horas para cada dupla de enfermeiros12.
Essa pesquisa contribui para aumentar o quantitativo de maternidades públicas para
se tornarem-se posto de coleta com enfermeiros devidamente capacitados para a coleta
SCUP e consequentemente aumentar o número das coletas imprescindível para o acervo dos
bancos do sangue do cordão umbilical e placentário públicos (bancos alogênicos). Assim, a
medida que há mais postos de coleta, enfermeiros capacitados para a coleta SCUP e
implantação dos serviços, aumenta a possibilidade de compatibilidade entre doadores e
receptores.
1.3 Relevância
O objetivo da CSCUP é retirar do cordão umbilical e da placenta o maior volume
possível de sangue e com alta celularidade. Pode ser realizada em parto normal ou cesáreo
ocorrendo apenas no terceiro estágio do parto, após o clampeamento e secção do cordão
umbilical e a dequitação ou extração manual da placenta13. Quanto à técnica, pode ser
realizada através da técnica intrauterina (antes da liberação da placenta) ou extrauterina, após
o descolamento da placenta14. Nesta pesquisa consideramos apenas a técnica extrauterina,
19
sendo esta predominante no referido BPSCUP a fim de não interferir no campo de atuação
do profissional de obstetrícia em relação aos cuidados com a doadora.
A RDC nº56 normatiza, mas não define como deve ser esta capacitação desses
profissionais, a proposta deste estudo é capacitar os enfermeiros ME/UFRJ criando um
modelo de capacitação específico para a CSCUP da ME/UFRJ e que também sirva de
modelo para outras capacitações.
Para obter sucesso na coleta de SCUP, é necessário desenvolver competência técnica.
Além disso, o enfermeiro responsável pela coleta deve planejar antecipadamente as
atividades, desenvolvendo o entrosamento com os profissionais envolvidos na assistência ao
parto, destacando desta forma a competência da comunicação, uma vez que a equipe deve
estar ciente da realização da coleta para preservar o segmento do cordão umbilical a ser
coletado13.
Para efetivar a coleta do sangue do cordão umbilical e placentário na maternidade
escola foi necessário capacitar os enfermeiros do centro obstétrico para desenvolver
confiança e competência, por meio de conhecimentos e domínio das habilidades necessárias
para a prática segura da coleta do sangue do cordão umbilical e placentário. Assim
desenvolvem a expertise, os enfermeiros tornam-se interessados em enfrentar novos desafios
e usam seu conhecimento e habilidades para aumentar a doação do SCUP e
consequentemente aumentando a possibilidade de encontrar doadores compatíveis.
20
2.1 A Célula-Tronco
A célula-tronco é caracterizada por ser indiferenciada, não especializada,
autorrenovável e dividir-se infinitas vezes, podendo se diferenciar-se em vários tipos de
células. São originadas no embrião, no feto e também no adulto. Podem ser classificadas
pluripotentes ou multipotentes, aquelas células capazes de diferenciar-se em quase todos os
tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionários. As oligopotentes, aquelas
células que se diferenciam em poucos tecidos; unipotentes, aquelas células que se
diferenciam em um único tecido 15.
Constitui um mistério para os cientistas a ordem ou comando que determina no
embrião humano que uma célula-tronco pluripotente se diferencie em determinado tecido
específico, como fígado, osso, sangue etc. Porém, em laboratório, existem substâncias ou
fatores de diferenciação que quando são colocadas em culturas de células-tronco in vitro,
determinam que elas se diferenciem no tecido esperado15.
Quanto a sua natureza, podem ser: adultas, extraídas dos diversos tecidos humanos,
tais como, medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical e placenta, estas duas últimas são
consideradas células adultas, haja visto a sua limitação de diferenciação8. Nos tecidos adultos
também são encontradas células-tronco, como medula óssea, sistema nervoso e epitélio.
Entretanto, estudos demonstram que a sua capacidade de diferenciação seja limitada e que a
maioria dos tecidos humanos não podem ser obtidas a partir delas. Embrionárias, só podem
ser encontradas nos embriões humanos e são classificadas como totipotentes ou
pluripotentes, dado seu alto poder de diferenciação15.
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o SCUP é
rico em células-tronco hematopoiéticas (CTH) e tem sido utilizado para tratar doenças
hematológicas como cânceres das células sanguíneas e outras disfunções do sistema de
produção ou funcionamento das células do sangue quando há necessidade de transplante,
com destaque para as leucemias, linfomas, tumores sólidos e enfermidades não-malignas16.
2.2 As Células-Tronco e a sua Aplicação no Tratamento Oncológico
2 BASES CONCEITUAIS
21
O uso do sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) na obtenção das Células-
tronco Hematopoiéticas (CTH) constitui uma das principais opções no transplante de célula-
tronco hematopoiética (TCTH). As CTH podem ser obtidas durante o parto, após o
nascimento, sem causar nenhum tipo de dor/danos á parturiente ou ao recém-nascido, a
doação é voluntária, confidencial, altruísta e sem fins lucrativos. Existem três tipos de
utilização do SCUP para transplantes de medula óssea: o autólogo, o alogênico e o alogênico
aparentado15. O uso autólogo é aquele em que as células progenitoras hematopoéticas
provêm do SCUP do próprio indivíduo a ser transplantado. O emprego alogênico ocorre
quando as células provêm do SCUP de outro indivíduo. Em situações em que receptor e
doador são consanguíneos, o transplante é denominado alogênico aparentado15.
Diversas doenças têm sido tratadas por meio de transplante de células progenitoras
hematopoéticas, tais como leucemias, anemias, distúrbios autoimunes e doenças
metabólicas13..A portaria nº 2.048 do Ministério da Saúde indica as principais utilizações de
células progenitoras hematopoéticas. Segundo Souza et.al mesmo em doenças como
Linfoma de Hodgkin, em estágio avançado, no Linfoma Não-Hodgkin, mieloma múltiplo e
anemia aplástica severa, em que poderia ser utilizado o SCUP para transplante autólogo,
seria mais indicada a coleta de células progenitoras hematopoéticas coletadas do sangue
periférico após estímulo da medula óssea com fatores de crescimento17. É importante
observar que cada um dos tipos de transplante ora expostos são procedimentos distintos e
possuem diferentes indicações clínicas, prognósticos e resultados17.
2.3 A Coleta do sangue do cordão umbilical e placentário e a Enfermagem
A regulamentação do BSCUP através da Portaria do Ministério da Saúde nº903/GM
de 16.08.00, uma nova área ao profissional enfermeiro. Esta regulamentação é revogada em
2010 pela RDC 56 que dispõe sobre o regulamento técnico para o funcionamento dos
laboratórios de processamento de células progenitoras hematopoiéticas provenientes de
medula óssea, sangue periférico e bancos de sangue de cordão umbilical e placentário, para
finalidade de transplante convencional12.
A correta realização desses processos é de suma importância para que seja garantida
a qualidade e a segurança das células-tronco disponibilizadas implicando no menor risco
possível à saúde do paciente que delas se utilize.
22
A resolução 153 da ANVISA, publicada em 14 de junho de 2004, determinava que a
coleta do sangue do cordão fosse realizada por enfermeiros ou médicos, com sua revogação
em 2010 e substituição pela nova resolução no 56 da ANVISA, publicada em 16 de dezembro
de 2010, consta nesta nova resolução que a coleta do sangue do cordão seja realizada por
profissionais de saúde de nível superior devidamente capacitados.18
O COFEN, Conselho Federal de Enfermagem, para atender a resolução 153 publicou
a Resolução 304/2005 que regulamentou a coleta do sangue de cordão umbilical e
placentário para armazenamento como uma atribuição do enfermeiro, desta forma, um novo
campo de atuação abriu-se para a categoria que passa a atuar nos serviços de Banco de
Sangue12. A participação do enfermeiro na captação e triagem das potenciais doadoras do
SCUP, o desenvolvimento de aprimoramento técnico na coleta e o acompanhamento pós-
coleta da doadora representam etapas importantes em todo processo da doação voluntária do
SCUP, contribuindo efetivamente na garantia da qualidade nos acervos do BSCUP12.
A captação das CTH ocorre pela coleta de SCUP no terceiro estágio do parto, ou seja,
após a expulsão do recém-nato, do clampeamento do cordão umbilical e da dequitação ou
extração placentária19.Trata-se de um procedimento realizado por profissional de nível
superior devidamente capacitado, o enfermeiro tem sua prática respaldada pela Resolução
do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) nº 304/200512.
23
FIGURA 1: FLUXOGRAMA - COLETA DE SCUP COM TECNICA EXTRA-
UTERINA
Fonte: O autor
2.4 A Resolução da Diretória Colegiada (RDC) Nº 56
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou a Resolução da
Diretoria Colegiada (RDC) nº 56, de 16 de dezembro de 2010, que dispõe sobre o
regulamento técnico para o funcionamento dos laboratórios de processamento de células
progenitoras hematopoiéticas provenientes de medula óssea, sangue periférico e bancos de
sangue de cordão umbilical e placentário, para finalidade de transplante convencional.10
Seleção de
acordo com a
RDC 56/2010
Preenchiment
o do histórico
clínico
Abordagem da
gestante
explicando o
objetivo da
CSCUP
Apresentaçã
o do
Prossional
Assinatura do
TCLE
Montagem do
material para a CSCUP
Calçar de
luvas estéril
Colocação da placenta no
suporte
apropriado
Antissepsia do
cordão com álcool e clorexidine da
distal para proximal
Tocar de
luvas estéril
Punção do
cordão com
agulha própria
Coleta da
amostra
sanguínea
materna
Fechamento das
travas da bolsa e das agulhas com
protetor
Adicionamento da unidade e
amostra em
embalagem secundários
Acondicionamento
da unidade em maleta térmica
para transporte
Preenchimento
da ficha de
transporte
Etiquetagem do material com etiqueta com código de barra
Descarte apropriado do material utilizado na CSCUP
24
Esta Resolução abrange os setores públicos e privados relacionados a todos os
procedimentos de obtenção das células -tronco hematopoiéticas oriundas do SCUP. A
responsabilidade técnica deve ficar a cargo de um médico hematologista ou hemoterapêuta
ou de um profissional médico com capacitação comprovada na área e com registro no
respectivo Conselho de Classe.10 Os bancos devem possuir licenças de funcionamento
atualizadas emitidas pelo órgão de Vigilância Sanitária competente. No caso dos bancos
públicos, é necessário também a autorização de funcionamento emitida pela Coordenação
Geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.
Seleção do doador / Candidatas à Coleta
Quando há opção em doar o SCUP para bancos públicos, devem ser respeitados o
sigilo, a gratuidade da doação, o caráter voluntário e a inexistência de compensações
financeiras. O serviço permite assegurar proteção ao doador, prover todas as informações
relativas ao processo de doação, riscos envolvidos, realização de testes laboratoriais e
instituir segurança ao receptor16.
As candidatas à doação do SCUP para uso em transplante convencional, devem
satisfazer a legislação específica vigente e respeitar os preceitos éticos sobre a matéria. As
células obtidas são disponibilizadas para qualquer pessoa que as necessitem, através do uso
alogênico não-aparentado ou alogênico aparentado, quando o parentesco é de primeiro grau
com o nascituro e portador de patologia que justifique o tratamento e procedimento médico.
As células armazenadas também poderão ser utilizadas pelo próprio doador (transplante
autólogo), desde que haja compatibilidade e ainda estejam disponíveis na rede pública3.
Os registros e documentos referentes à doadora gestante englobam seus dados
pessoais, familiares (presença de doenças na família entre os pais maternos, avós paternos e
maternos, incluindo se há parentesco entre os pais biológicos do nascituro), dados étnicos
dos familiares (nacionalidade e raça), informações que possam identificar situações que
impliquem no alto risco para contaminação de doenças transmissíveis pelo sangue, histórico
das gestações anteriores (quantidade, paridade, aborto), exposição a fatores de riscos
(tatuagens, piercing, uso de drogas, transfusões de sangue, contatos sexuais durante a
gestação com grupos de risco, gravidez de risco entre outros), histórico do acompanhamento
da gravidez (número de consultas pré-natal, idade gestacional, infecções, febre, entre
outros), histórico de vacinação, testes sorológicos realizados no pré-natal (sífilis, anti-HIV,
25
chagas, malária, entre outros), resultado da tipagem ABO , Rh (tipagem sanguínea) e
pesquisa de anticorpos irregulares4.
Também se faz-se necessário à permissão para consulta aos prontuários da doadora
para obtenção de dados clínicos e histórico médico de familiares, com importância potencial
para o procedimento de transplante e autorização para armazenar amostras de células,
plasma, soro e Ácido Desoxirribonucléico (DNA) da doadora para testes que se fizerem
necessários no futuro15.
O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a participação
voluntária, deve estar assinado pela doadora ou seu representante legal e elucidar a natureza
do procedimento, incluindo a autorização de descarte das unidades que não atenderem aos
critérios para armazenamento ou seu uso posterior para transplantes.
Para viabilizar a coleta e o armazenamento, é necessário atender alguns critérios
obstétricos e obedecer certos procedimentos durante o parto e imediatamente após o
delivramento da placenta, conforme o estabelecido da resolução RDC nº 56 de 16 de
dezembro de 2010 da ANVISA10.
São os seguintes critérios de qualificação para realização da coleta: Idade
gestacional superior a 35 semanas, bolsa rota no máximo de 18 horas, trabalho de
parto sem anormalidades e ausência de processos de infecção durante a gestação ou
doenças que possam interfirir no fluxo placentário.10
São os seguintes critérios de desqualificação: sofrimento fetal grave; feto com
anormalidade congênita; temperatura materna igual ou superior a 38°C durante o
trabalho de parto; gestante com situação de risco acrescido para infecções
transmissíveis pelo sangue; presença de processo infeccioso e ou doença durante o
trabalho de parto, que possa(m) interferir na vitalidade placentária; gestante em uso
de hormônios ou drogas que se depositam nos tecidos; gestante com história pessoal
de doença sistêmica auto-imune ou de neoplasia; gestante e seus familiares, pais
biológicos e seus familiares ou irmãos biológicos do recém-nascido com história de
doenças hereditárias do sistema hematopoético, gestante incluída nos demais
critérios de exclusão visando à proteção do receptor, descritos nas normas técnicas
vigentes para doação de sangue 10
2.5 Programa Nacional de Segurança do Paciente
26
O cuidado com segurança do paciente nas instituições de saúde surgiu em âmbito
global, tornado um dos temas mais discutidos em todo o mundo e teve seu início na última
década do século XX, após a publicação do relatório do Institute of Medicine dos EUA que
abordou os resultados sobre a situação crítica de assistência em todo o país. Esses resultados
apontaram que de 33,6 milhões de internações 44.000 a 98.000 pacientes, aproximadamente,
morreram em consequência de eventos adversos.
No Brasil, o tema “Segurança do Paciente” vem sendo desenvolvido
sistematicamente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde sua
criação, cooperando com a missão da vigilância sanitária de proteger a saúde da população
e intervir nos riscos advindos do uso de produtos e dos serviços, por meio de práticas de
vigilância, controle, regulação e monitoramento sobre os serviços de saúde e o uso das
tecnologias disponíveis para o cuidado20.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que atua na área de
segurança do paciente, tem como objetivo a proteção da saúde da população e a melhoria da
qualidade em serviços de saúde, ações visando a segurança do paciente consonantes com as
previstas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).15
O Programa Nacional de Segurança do Paciente tem por objetivo instituir ações para
a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade dos serviços de Saúde,
através do monitoramento e prevenção de danos na assistência à saúde. Nas estratégias e
ações de gestão de risco, contidas no Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde,
em 2006, foram definidas as 06 metas internacionais de Segurança ao Paciente, essas foram
desenvolvidas a partir da análise de causa-raiz de eventos sentinela reportados
voluntariamente a Joint Commission nos Estados Unidos desde 1995.
As metas:
Identificar os pacientes corretamente.
Melhorar a efetividade da comunicação entre os profissionais.
Melhorar a segurança de medicações de alta vigilância.
Assegurar cirurgia com local de intervenção correto, procedimento correto e paciente
correto.
Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde por meio da
higienização das mãos.
Reduzir o risco de lesão aos pacientes decorrentes de quedas.
27
Sendo essas metas, estabelecidas para serem implantadas nas instituições
hospitalares americanas está descrita a identificação adequada do paciente. Esta
identificação correta do paciente é o processo pelo qual se assegura ao paciente que a ele é
destinado o procedimento ou tratamento correto, prevenindo a ocorrência de erros e enganos
que o possam lesar.16
Assim, na CSCUP os números de identificação consecutivos devem ser atribuídos a
cada unidade de SCUP, devendo ser colocada uma etiqueta de código de barras de igual
numeração, no termo de consentimento informado, histórico clínico, nos frascos de amostra
de coleta de sangue materna, na bolsa do SCUP, na ficha que contém os dados da coleta,
acondicionamento, ficha de transporte, processamento, criopreservação e armazenamento do
SCUP e dos resultados dos testes laboratoriais realizados em cada bolsa coletada.12
As exigências de qualidade e segurança da CSCUP devem ser seguidas durante a
rotina que incluem testes sorológicos de alta sensibilidade para detecção de infecções
transmissíveis pelo sangue, testes microbiológicos, contagem do número TCN e eritroblastos
se necessário for, testes de viabilidade e fenotipagem celular quantificando as células com o
marcador CD34+, teste funcional quando couber e caracterização molecular (identificação
de histocompatibilidade pela determinação dos antígenos leucocitários humanos). Esses
testes asseguram a segurança das células-tronco disponibilizadas implicando no menor risco
possível à saúde do paciente que delas se utilize.12
2.6 A Educação Permanente Na Coleta SCUP
Educação em Saúde é uma estratégia utilizada para capacitar pessoas ou grupos sobre
determinado assunto, visando estimular o conhecimento crítico reflexivo e uma participação
mais efetiva e autônoma nos problemas individuais ou coletivos de uma determinada
comunidade20.
A questão da educação para profissionais de saúde vem modificando ao longo dos
anos, e sendo acrescida de informações de acordo com o momento sócio-econômico-político
vivenciado no país. Essa evolução resultou em conceitos diversos, que são utilizados, em
determinados momentos, como sinônimos e, em outros, como concepções diferentes:
educação em serviço, educação continuada e educação permanente21.
28
A educação dos profissionais é um forte indicador de qualidade porque representa a
estratégia básica de formação dos recursos humanos.22 Na América Latina, a educação
permanente tem sido divulgada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), desde
a década de 80, como um modelo diferenciado de educação de adultos entendida como um
conjunto de processos de aprendizagem que possibilita aos adultos o desenvolvimento de
suas capacidades, o enriquecimento de seus conhecimentos e a melhoria de suas
competências técnicas ou profissionais.23
A educação permanente é baseada na pedagogia da problematização através da
transformação das práticas dos serviços. É sustentada pela concepção de aprendizagem para
a transformação das atividades profissionais mediante a reflexão crítica sobre as práticas
reais dos serviços de saúde.22
Atualmente, é imprescindível que a maioria dos serviços capacitem seus
profissionais, por meio de uma educação reflexiva e participativa como elevação da
escolaridade, crescente aumento do nível de informação das pessoas e inovações
tecnológicas, bem como motivação e expectativa das pessoas para participação nas decisões,
nos resultados e no futuro da empresa.21,24
Os termos seguintes são baseados em definições operacionais e serão apresentados
com o propósito de evitar possíveis distorções ou desentendimentos no momento de
mencioná-los:
Treinamento: é definido como um processo educacional que possibilita às pessoas
adquirirem novos conhecimentos, habilidades e atitudes para o desempenho de seus cargos22.
Pode ser entendido também, como ação sistemática de capacitação e adaptação do indivíduo
em uma situação profissional específica, buscando como objetivo o aumento do
conhecimento teórico e prático do indivíduo para a realização eficiente de suas atividades
profissionais, atividades estas desejáveis no cargo atual ou futuro, ou então habilidades
requisitadas pela organização.
Qualificação: processo de aprendizagem baseado em ações de educação formal, por meio
do qual o funcionário adquire conhecimentos e habilidades, tendo em vista o planejamento
institucional e o desenvolvimento do funcionário na carreira25.
Oficina pedagógica: é uma forma de construir conhecimento, com ênfase na ação, sem
perder de vista, porém, a base teórica26. Conceitua como sendo “um tempo e um espaço para
aprendizagem; um processo ativo de transformação recíproca entre sujeito e objeto; um
29
caminho com alternativas, que nos aproximam progressivamente do objeto a conhecer”.
Uma oficina é, pois, uma oportunidade de vivenciar situações concretas e significativas,
baseada no tripé: sentir-pensar-agir, com objetivos pedagógicos26.
Nesse sentido, a metodologia da oficina muda o foco tradicional da aprendizagem
(cognição), passando a incorporar a ação e a reflexão. Em outras palavras, numa oficina
ocorrem apropriação, construção e produção de conhecimentos teóricos e práticos, de forma
ativa e reflexiva26.
Capacitação: processo permanente e deliberado de aprendizagem, que utiliza ações de
aperfeiçoamento e qualificação, com o propósito de contribuir para o desenvolvimento de
competências institucionais, por meio do desenvolvimento de competências individuais27.
Sendo assim, propusemos a capacitação dos enfermeiros do centro obstétrico para a
CSCUP para que estes profissionais se tornem seguros e desenvolvam suas habilidades
utilizando as oficinas pedagógicas como meio de capacitação. Assim, os enfermeiros
capacitados para a CSCUP sejam capazes de enfrentar novos desafios e usem seus novos
conhecimentos e habilidades para manter um ambiente de trabalho transformador e que
apoie e respeite as práticas de enfermagem.
A construção de novas práticas de saúde tem se confrontado com dificuldades para
romper o modelo biomédico e mecanicista, presente no cenário da saúde atual. Apesar das
transformações já vivenciadas a partir da Constituição Brasileira de 1988 e a implantação do
SUS em 1990, percebe -se, ainda que é preciso caminhar para se atingir uma assistência
voltada para a universalidade, integralidade e equidade, conforme rege os princípios do
Sistema Único de Saúde (SUS).45
Portanto, existe a necessidade de se promover a verdadeira integração ensino-serviço,
pois se reconhece que uma das formas de se aprender é aprender fazendo. Portanto, é um
caminho de mão dupla. As escolas articuladas com os serviços podem formar um
profissional adequado e capacitado para atuar de acordo com a política de saúde vigente no
país, e o serviço se capacita com a presença das escolas no serviço27. Assim, a educação
permanente deve ter como objetivo aproximar os profissionais de saúde à realidade. Deve-
se entender a educação permanente como instrumento que auxilia na qualificação das ações
de saúde de seus praticantes, buscando sempre alternativas e soluções para os problemas de
saúde reais vivenciados pelos trabalhadores de saúde em suas realidades.
30
Neste capítulo serão abordados os materiais e métodos utilizados nessa pesquisa, bem
como a descrição das etapas desenvolvidas.
3. 1 Tipo de Estudo
Para esta pesquisa a primeira fase o objetivo de traçar a caracterização das
potenciais doadoras de sangue de cordão e placentário na Maternidade Escola da
UFRJ atendeu a metodologia do estudo de caso que trata-se de uma abordagem
metodológica de investigação especialmente adequada quando procuramos compreender,
explorar ou descrever acontecimentos e contextos complexos, nos quais estão
simultaneamente envolvidos diversos fatores28. As fases seguintes se caracterizaram pela
pesquisa-ação que trata de uma metodologia de trabalho que pode ser descrita como um
instrumento de investigação de grupos, instituições e coletividades no qual as questões e
aspectos sócio-políticos são considerados e privilegiados, suscitando ênfase na forma de
ação. É concebida para ser realizada em associação com uma resolução ou ação efetuada no
âmbito coletivo, de modo cooperativo e participativo, onde o sujeito, frequentemente, uma
associação ou um agrupamento ativo de profissionais 28.
No estudo de caso se adapta à investigação em vários cenários, quando o investigador
é confrontado com situações complexas, de tal forma que dificulta a identificação das
variáveis consideradas importantes, quando o investigador procura respostas para o “como?”
e o “porquê?”, quando o investigador procura encontrar interações entre fatores relevantes
próprios dessa entidade, quando o objetivo é descrever ou analisar o fenômeno, a que se
acede diretamente, de uma forma profunda e global, e quando o investigador pretende
apreender a dinâmica do fenômeno, do programa ou do processo29.
Portanto, propusemos a construção da seguinte pergunta para o esse estudo de caso
“Como os enfermeiros devem ser capacitados para o processo da coleta do SCUP na ME/
UFRJ? com a finalidade de apreender a capacitação dos enfermeiros para o processo da
coleta do sangue do cordão umbilical e placentário da maternidade-escola da UFRJ.
3.METODOLOGIA
31
3.2 Aspectos Éticos
O estudo foi inscrito na Plataforma Brasil e posteriormente encaminhado ao Comitê
de Ética e Pesquisa (CEP) da Maternidade Escola onde cumpriu todos os requisitos
solicitados pela instituição, seguindo preceitos estabelecidos na resolução 466/2012.
Aprovado com o número do parecer: 722.172 em 18/07/2014. (Anexo1). A pesquisa foi
auto financiada e não acarretou qualquer dano aos sujeitos do estudo. Os enfermeiros e as
parturientes e as doadoras da CSCUP foram convidados a participar e os que aceitaram, o
fizeram de forma voluntária, assinando o Termo de Consentimento Livre Esclarecido
(Anexo 2) antes do início da coleta de dados do estudo, após serem informados quanto aos
objetivos da pesquisa. Os pesquisadores (mestrando e orientadora) garantiram a inexistência
de conflito de interesses entre si, aos participantes e à instituição envolvidos.
3.3 O Cenário da Pesquisa
A Maternidade-Escola da UFRJ faz parte de uma rede de hospitais na cidade do Rio
de janeiro e tem como público alvo as gestantes da Área Programática 2.1 que englobam os
seguintes bairros: Botafogo, Catete, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Glória,
Humaitá, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon, Leme, Rocinha, São
Conrado, Urca e Vidigal. A Maternidade de Laranjeiras, como é popularmente conhecida a
atual Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi criada pelo
decreto n. 5.117, de 18 de janeiro de 1904. A sua finalidade principal era, então, a de assistir
às gestantes e às crianças recém-nascidas das classes menos favorecidas. Sua importância
no ensino da Obstetrícia, no Brasil, foi base para a formação dos cursos de pós-graduação
em níveis de mestrado e de doutorado em 1974. Ela ampliou o seu leque de atuação ao longo
do século, com a incorporação das novas tecnologias à medicina e o surgimento das novas
especialidades. A obstetrícia, especialidade médica inicial da instituição, uniu-se a pediatria,
mais especificamente a neonatologia, tendo atualmente uma assistência perinatal, com a
participação de profissionais médicos e outros profissionais da área de saúde.
32
Imagem 1. Fachada da Maternidade Escola
Fonte: Acervo Museu da Imagem e do Som, RJ
A instituição presta assistência integral à saúde da mulher e da criança, com perfil
multiprofissional, recebendo alunos dos cursos de graduação em medicina, enfermagem,
nutrição, assistência social, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia e saúde coletiva. Possui
programas de residência médica e multiprofissional, programas de pós-graduação lato sensu
e atividades de pesquisa vinculadas à programas de pós-graduação stricto sensu da UFRJ.
Tais ações integram a missão institucional: assistência de qualidade à saúde materno-infantil,
formação profissional, atividades de pesquisa e inovação tecnológica.
Imagem 2. Instalações da Maternidade Escola
Fonte: Acervo Museu da Imagem e do Som, RJ
33
Atualmente, a Maternidade Escola é uma unidade especializada, que dispõe de
assistência ambulatorial e hospitalar, multiprofissional, oferecendo linhas de cuidado
específicas na atenção à saúde de gestantes e recém-nascidos de alto risco. Possui
ambulatórios especializados na assistência pré-natal (hipertensão arterial, diabetes, gestação
gemelar, patologias fetais e adolescentes), programa de rastreio de risco para gestantes no
primeiro trimestre, planejamento familiar para mulheres de risco, genética pré-natal e
medicina fetal. Cumprindo seu papel na inovação tecnológica, a prática profissional
especializada na Maternidade introduziu a ultrassonografia no Brasil (1974), a utilização do
doppler em obstetrícia (1986), a cordocentese e a transfusão intravascular intrauterina
(1987), a fetoscopia e a utilização do laser em procedimentos intrauterinos (2004).
Imagem3. Maternidade de Laranjeiras (atualmente)
Fonte: Autor
3.4. Os Participantes
Os participantes da pesquisa foram divididos em 2 grupos, participantes diretos e os
indiretos.
Os participantes diretos do estudo foram delimitados previamente e foram
constituídos por 23 enfermeiros que atuam no centro obstétrico, enfermeiros de contrato
temporário ou efetivos da instituição.
34
Os participantes indiretos foram as 87 parturientes doadoras das amostras de SCUP
coletadas durante o período da oficinas práticas para a capacitação dos enfermeiros. Como
critérios de inclusão consideraram-se todas as parturientes doadoras de SCUP visto que todas
atendem aos critérios para doação de SCUP estabelecidos pela RDC nº 56/2010 (BRASIL,
2010). Foram excluídas as parturientes que apresentaram intercorrências no período
expulsivo do parto.
Para os participante diretos consideram-se os seguintes critérios de inclusão: ser
enfermeiro da ME lotados no Centro Obstétrico (CO) independente do vínculo de contração,
ter no mínimo de seis meses de atuação no setor, aceitar participar do estudo mediante
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e para os critérios de exclusão
os que não compareceram na primeira oficina teórica da capacitação.
Imagem 4: Os Participantes
Fonte: Autor
3.5. Coleta de dados
No processo de escolha de dados, o estudo de caso recorre a várias técnicas próprias
da investigação qualitativa, nomeadamente o diário de bordo, o relatório, a entrevista e a
observação. A utilização destes diferentes instrumentos constitui uma forma de obtenção de
dados de diferentes tipos, os quais proporcionam a possibilidade de cruzamento de
informação. Embora os métodos de escolha de dados mais comuns num estudo de caso sejam
a observação e as entrevistas, nenhum método pode ser descartado. O estudo de caso
emprega vários métodos (entrevistas, observação participante e estudos de campo). Os
métodos de escolha de informações são escolhidos de acordo com a tarefa a ser cumprida29.
35
Assim sendo, nessa pesquisa utilizamos várias fontes de informações (pesquisa
documental, entrevistas, observação participantes,) para assegurar as diferentes perspectivas
dos participantes e por outro, obter várias medidas do mesmo fenómeno criando condições
para uma triangulação dos dados, durante a fase de análise dos dados29.
Para melhor entendimento da coleta de dados foi dividida em três etapas desta
pesquisa: A primeira etapa foi realizada para atingir o primeiro objetivo específico e foi
elaborado um instrumento para traçar a caracterização das potenciais doadoras do sangue do
cordão e placentário na Maternidade Escola da UFRJ. Para a segunda e terceira etapas foram
elaborados 7 instrumentos atender o segundo e o terceiro objetivos específicos da pesquisa.
Quadro 1 Etapas da produção de dados
Fonte: O autor
O primeiro instrumento da primeira etapa de coleta de dados (Apêndice1) foi
elaborado com base no impresso usado pelo INCA na triagem e nas entrevistas para
selecionar as possíveis doadoras, através da análise dos prontuários clínicos das pacientes
que pariram na instituição no ano 2014. Foi usado um teste piloto do instrumento diretamente
nos prontuários das pacientes no setor de revisão de prontuários, sendo analisados dez
prontuários, após análise desses dez prontuários o instrumento sofreu alterações, adequando-
o às necessidades da pesquisa.
Este instrumento constituiu-se de informações de identificação do perfil
demográfico, dados sobre o pré-natal e obstétricos, exames obstétricos, exames laboratoriais,
trabalho de parto e dados do recém-nascido que após a realização do partos transpélvicos e
cesarianas. Para o quesito de identificação considerou-se idade, escolaridade e ocupação/
profissão; para os dados pré-natal incluíram realização ou não do pré-natal, local, número de
Etapas Instrumentos
Primeira etapa 1º Caracterização das potenciais doadoras do sangue do cordão e
placentário na Maternidade Escola da UFRJ
Segunda etapa
Oficina Teórica
1º Caracterização socioprofissional dos enfermeiros dos participantes
do estudo
2º Pré-teste
3º Pós-teste
4º Avaliação da oficina teórica
Terceira etapa
Oficina Prática
1º Caracterização Socioprofissional dos Experts
2º Roteiro de observação
3ºAvaliação da oficina prática
36
consultas, gestação única ou gemelaridade, patologias ou uso de medicações que influenciam
no fluxo placentários durante a gravidez, trabalho de parto e parto. Nos dados obstétricos
foram considerados idade gestacional, número de gestação, paridade, abortamento, números
de filhos vivos, números de filhos de baixo peso. Quanto ao exame obstétrico observou-se
integridade da bolsa amniótica e o tempo em caso ruptura prematura das membranas
ovulares. Nos exames laboratoriais foram considerados resultados de sorologias positivas
para doenças infectocontagiosas. No trabalho de parto e parto avaliou-se se a parturiente
apresentou febre e qual a sua temperatura neste período. E por fim foram analisados os dados
referentes ao recém-nascido como peso, sofrimento fetal grave, APGAR no primeiro e
quinto minuto, malformação e qual o tipo da malformação.
O primeiro instrumento da segunda etapa da pesquisa, instrumento para
caracterização socioprofissional dos enfermeiros dos participantes do estudo (Apêndice 2).
Primeiramente foi aplicada a cinco enfermeiros do centro obstétrico como teste piloto, após
o teste foi reformulado de acordo com as necessidades identificadas e aplicados em a todos
enfermeiros participantes na oficina teórica ocorrida no dia 11/04/2015.
O segundo instrumento da segunda etapa, pré-teste (Apêndice 3) que é um conjunto
de perguntas feitas aos participantes antes do início do conteúdo da aula expositiva, com a
finalidade de determinar o seu nível de conhecimento sobre o conteúdo que foi ministrado e
aplicado também no dia 11/04/2015 antes da aula expositiva.
O terceiro instrumento da segunda etapa, pós-teste (Apêndice 4) com as mesmas
perguntas feitas do pré-teste, através da comparação das questões acertadas foi possível
descobrir se o conteúdo foi bem-sucedido em aumentar o conhecimento dos participantes.
Foi aplicado no dia 18/04/2015 após o término da oficina teórica.
O quarto instrumento da segunda etapa, avaliação da oficina teórica (Apêndice 5)
usando a escala Likert adaptada para a pesquisa, para que os participantes avaliassem a
oficina teórica aplicado também no 18/04/2015.
O primeiro instrumento da terceira etapa, instrumento para caracterização
socioprofissional dos experts do estudo (Apêndice 6). Enviado via E-mail 10/08/2015 as
experts em coleta SCUP.
O segundo instrumento da terceira etapa, roteiro de observação (Apêndice 7), onde o
observador toma parte do funcionamento do grupo estudado e esforça-se para observar e
registrar as informações dentro dos contextos de suas experiências relevantes para os
37
participantes. Constituiu de um roteiro de observação da coleta SCUP elaborado e validado
por experts para a observação de cada participante durante a realização da coleta do SCUP.
É composto de três módulos contemplando as fases da CSCUP, abordando as ações dos
participantes. A observação participativa é planejada e controlada com uma programação de
ações, sendo direcionada a determinar pontos, previamente estabelecidos pelo observador.
Quadros, anotações, escalas, diários de campo, dispositivos mecânicos são alguns dos
instrumentos que podem ser utilizados nessa observação30.
Para sua validação foi utilizado a Técnica Delphi que permite consenso de um grupo
sobre um determinado fenômeno, formado por julgadores experts, os quais são profissionais
efetivamente especialistas na área31. Esta técnica possibilita formas alternativas de
questionamento, pela agregação das respostas dos especialistas de maneira interativa-
sistemática, flexível número de interações, bem como do número de especialistas,
permitindo retroalimentação em um processo de análise parcial dos resultados, utilizando a
comunicação escrita. Consiste numa série de fases durante as quais um grupo de especialista
tomam conhecimento do conteúdo, utilizando questionários. A estes julgadores é solicitado
que se faça um julgamento ou que eles comentem sobre os itens apresentados31.
A seleção das experts se deu através do BSCUP do INCA/RJ que disponibilizou os
endereços eletrônicos dos profissionais especialistas em CSCUP públicos no país.
Desta forma, o questionário modelo elaborado inicialmente foi enviado através de
correio eletrônico as sete experts, porém dois não se manifestaram em participar, sendo
assim, cinco experts participaram da validação, o que possibilitou o diálogo constante entre
pesquisador e experts. Foram utilizadas as opções “concordo” e “discordo” em cada item
abordado, além de lhes dar a opção de fazer as sugestões que cada especialista achasse
pertinente.
Na primeira rodada, foram sugeridas adequações pelas experts em relação aos
seguintes itens:
Item 6 assinatura do TCLE sofreu alteração, sugerido o acréscimo em negrito, das
palavras antes da coleta; houve consenso entre os 5 experts.
Item 12 fechamento das travas das bolsas e das agulhas com protetor também foi
alterado fechamento das travas das bolsas e agulhas com protetor por
fechamento dos dispositivos de segurança das bolsas e das agulhas com o
protetor; houve também unanimidade entre os experts.
38
Item 13 coleta da amostra sanguínea maternas; nesse item a maioria 3 experts
optaram em alterar para o plural, alterado para coletas das amostras sanguíneas
maternas.
Item 14 identificação da bolsa, amostra materna, histórico clínico e TCLE com
etiqueta código de barra, também houve consenso entre os experts, modificado para
Identificação com etiquetagem da bolsa, amostra materna, histórico clínico e
TCLE com etiqueta código de barra.
Item 15 preenchimento da ficha de transporte, nesse item também foi acrescido da
palavras e etiquetagem.
Item 16 acondicionamento da unidade e amostra, alterado para acondicionamento
da unidade e amostra em embalagem secundária.
Na segunda rodada, com o instrumento já reformulado, foi sugerida adequação pelas
experts em relação ao seguinte item:
Item 10 clorexidine alcoólico 0,5% 3x da região distal p/ proximal, alterado para
antissepsia do cordão com álcool 70% 3x distal p/ proximal e depois clorexidine
alcoólico 0,5% 3x da região distal p/ proximal
Após alteração do item 10, foi necessário adequação novamente no instrumento e
reenviado para as experts, houve concordância absoluta e o instrumento chegou a sua versão
final e foi aplicada aos enfermeiros participantes dessa pesquisa e compôs a dissertação de
mestrado.
Segundo Faro, geralmente, nos estudos Delphi, são utilizadas de duas a três rodadas
de opiniões variando do número de julgadores. No caso deste estudo a validação, foram
realizadas três rodadas, chegando-se a um consenso na terceira rodada originando o
instrumento definitivo de coleta de dados31.
QUADRO 2 - Cronograma De Validação Do Instrumento De Coleta De Dados
ETAPAS Período de aplicação
Elaboração do instrumento do modelo 05/08/2015
Convite as experts 10/08/2015
Primeira etapa da validação 15/08 a 20/08
Segunda etapa da validação 21/08 a 26/08
Terceira etapa da validação 27/08 a 30/08
Fonte: Autor
39
O terceiro instrumento da terceira etapa, instrumento de avaliação da oficina prática
(Apêndice 8) usando a escala Likert adaptada para a pesquisa, para que os participantes
avaliassem a oficina prática. Para este estudo foi realizado uma análise descritiva de
frequência e porcentagem. Foi aplicado no término da oficina prática a todos os
participantes.
FLUXOGRAMA DAS ETAPAS DA PRODUÇÃO DE DADOS
PRIMEIRA ETAPA
1º Caracterização das potenciais doadoras do sangue do cordão e placentário na
Maternidade Escola da UFRJ
SEGUNDA ETAPA OFICINAS TEÓRICAS
1º Caracterização
socioprofissional
dos enfermeiros
dos participantes
do estudo
2º Pré-teste
4º Avaliação
da oficina
teórica
3º Pós-teste
TERCEIRA ETAPA OFICINA PRÁTICA OFICINA PRÁTICA
1º Caracterização
Socioprofissional dos
Experts
2º Roteiro de observação 3ºAvaliação da oficina
prática
3.6 Análise de dados
Cabe ressaltar que os dados foram triangulados a partir da utilização de mais de uma
fonte de evidência (pesquisa documental, entrevistas, observação participantes)
40
corroborando para o conhecimento sobre o mesmo fato ou fenômeno. Caso contrário, ao
analisar cada fonte de evidência separadamente; comparando as conclusões das diferentes
análises e não triangulando os dados, dificultaria a interpretação e análise deles.
Os dados de natureza quantitativos elaborado para atender o primeiro objetivo
específico da pesquisa foram analisados estatisticamente com assessoria de especialista,
também foram tabulados em uma planilha do programa MS Excel® e analisados individual
e conjuntamente por meio de estatística descritiva considerando nível de confiança de 95%,
com um erro percentual padrão de 0,05%.
A estatística tem por objetivo fornecer métodos e técnicas para se lidar, racionalmente,
com situações sujeitas a incertezas podendo ser considerada como um conjunto de técnicas
e métodos de pesquisa, que envolve a planificação de experiências, a recolha e organização
de dados, a inferência, o processamento, a análise e a disseminação de informação. Consiste
na recolha, análise e interpretação de dados numéricos através da criação de instrumentos
adequados: quadros, gráficos, tabelas e indicadores numéricos32.
Para atender o segundo e terceiro objetivos específicos a análise dos dados foram
realizados uma análise descritiva de frequência e porcentagem para cada um dos itens dos
instrumentos de coleta de dados aplicados, como também através da descrição da percepção
subjetiva contidas nos questionários, que foram avaliados para sustentar os dados
qualitativos com base na complementaridade 33.
41
Neste capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa, em quadros e tabelas.
Estes resultados serão apresentados por ordem dos objetivos específicos traçados para esta
pesquisa.
4.1 A Maternidade Escola da UFRJ e sua caracterização como posto de coleta SCUP
Para análise dos dados do primeiro instrumento da primeira etapa os dados foram
coletados e tabulados em uma planilha do programa MS Excel® e analisados individual e
conjuntamente por meio de estatística descritiva com auxílio de um profissional estatístico.
Para este estudo primeiramente realizou-se um cálculo amostral para determinar o
mínimo de prontuários a serem analisados. Verificou-se que havia um total de 1903
prontuários de partos transpélvicos e de cesarianas para análise, sendo que 1023 de partos
eram transpélvicos e 880 eram cesarianas. Realizou-se um cálculo por proporção para cada
tipo de procedimento. Utilizou-se do quantitativo acima, além de um nível de confiança de
95%, um erro percentual padrão de 0,05. Para que a amostra fosse significativa, analisou-se
285 prontuários da população de 1023 prontuários de partos transpélvicos, e também
analisou-se 265 prontuários para a população de 880 cesarianas. Lembrando que a amostra
foi realizada de forma randomizada, ou seja, após numerados os prontuários de partos
transpélvicos foram sorteados e da mesma forma para os prontuários de cesariana. Foram
analisados 550 prontuários na totalidade.
Para chegar ao objetivo da caracterização perfil das potenciais doadoras do SCUP
analisou-se as variáveis de qualificação e desqualificação, seguindo os parâmetros da RDC
nº56 da AVISA 2010, com isso realizamos uma análise descritiva levando em consideração
os dois tipos de partos. Portando são potenciais candidatas à doação de sangue de cordão
umbilical e placentário para uso alogênico não-aparentado as gestantes que satisfaçam pelo
menos as seguintes condições:
Critérios De Qualificação
Idade Materna
Quadro 3: Análise descritiva das variáveis idade
4. RESULTADOS
42
Fonte: Autor
Os dados obtidos que se refere a idade, segundo a RDC nº 56/2010, a idade mínima
é 18 anos, não havendo idade máxima. Do parto normal, deve-se excluir 33 casos, por serem
menores que 18 anos, o que representa 12% do total da amostra de parto normal, das
cesarianas deve-se excluir 12 casos o que representa 4% da amostra desse tipo de parto.
Analisando o dois tipos de parto como um todo, tem-se a exclusão será feita em 45 casos
representando 8% da amostra total. Por tanto na variável idade 92% da pacientes poderiam
ser doadoras.
Números de Consultas no Pré-Natal
Quadro 4: Análise descritiva das variáveis Números de Consultas no Pré-Natal
Fonte: Autor
7 casos na amostra de parto normal e 1 caso na amostra de cesariana, o que representa
2% e 0,4% de suas respectivas amostras, pois apresentaram número de consultas menor que
2, para o total tem-se que excluir 8 casos, representando 1% do total da amostra. Quando ao
número de consultas de Pré-Natal, 99 % pacientes realizaram mais de 02 consultas de pré-
natal que segundo RDC nº 56/2010 é o número mínimo de consultas para que a paciente
possa ser doação SCUP.
Idade Gestacional
Quadro 5: Análise descritiva das variáveis Idade Gestacional
Fonte: Autor
Idade
Materna
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem
33 12% 12 4% 45 8% 92%
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Números
de
consultas 7 2% 1 0,4% 8 1% 99%
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Idade
Gestacional 19 7% 17 6% 36 6,5% 93,5%
43
De acordo com a variável idade gestacional deve-se retirar da amostra de parto
normal 19 casos por apresentarem idade gestacional menores que 35 semanas, o que
representa 7% da amostra desse parto, já o parto cesárea a exclusão deve ser feita em 17
casos da amostra, o que representa 6% da mesma.
Tempo de Bolsa Rota
Quadro 6: Análise descritiva das variáveis Tempo de Bolsa Rota
Fonte: Autor
Após a análise dos prontuários é necessário excluir 14 casos do parto normal o que
representa 5% da amostra, pois apresentam tempo de rota maior que 18 horas, analisando a
amostra de cesarianas será necessário retirar 12 casos, o que representa 8% da amostra de
cesarianas. Com isso, tem-se que do total da amostra será necessário excluir 26 casos, ou
seja, 6,5% da amostra. Após a análise referente ao tempo bolsa rota, 93,5% total dos
prontuários analisados as pacientes poderiam ser prováveis doadora do SCUP.
Ausência de Doenças que Interferem no Fluxo Sanguíneo
Quadro 7: Análise descritiva das variáveis Ausência de Doenças que Interferem no
Fluxo Sanguíneo
Fonte: Autor
Observa-se que pelo critério de qualificação é necessário retirar 5 casos da amostra
de parto normal, e 24 da amostra de cesarianas, o que representa respectivamente 2% e 9%
de cada uma das amostras, no total deve ser excluídos da amostra 29 casos o que representa
5,5% da amostra total de partos.
Na análise na ausência doenças que interferem no fluxo sanguíneo placentário 94,5%
estão aptas para a doação levando em consideração o perfil da unidade que é de baixo risco
e médio risco para gestantes com hipertensão arterial e diabetes.
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Bolsa > 18
horas 14 5% 12 8% 26 6,5% 93,5%
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem
Ausência Doença
Interfere no Fluxo Sanguíneo 5 2% 24 9% 29
5,5% 94,5%
44
Ausência de Anormalidade no Trabalho de Parto
Quadro 8: Ausência de Anormalidade no Trabalho de Parto
Fonte: Autor
Há necessidade de excluir 1 caso do grupo de parto normal e 1 caso do grupo de
cesariana, por apresentarem anormalidades durante o trabalho de parto, o que representa
0,4% em cada uma das amostras e no total deve-se excluir 2 casos o que representa 0,2% da
amostra total cada um.
Critérios de Desqualificação
De acordo com a legislação brasileira vigente a RDC n° 56 de 2010, os critérios de
seleção baseiam-se numa análise de comportamentos de risco. Devem ser identificados
destes riscos por uma análise dos antecedentes médicos, comportamentais, por análise
biológicas e obstétrica. As doadoras devem ser selecionadas com base nos dados clínicos,
fornecidos num questionário e mediante realizada à doadora por um profissional de nível
superior devidamente qualificado.
Sofrimento Fetal
Quadro 9: Análise descritiva das variáveis Sofrimento Fetal
Fonte: Autor
Tem-se a necessidade de excluir 4 casos da amostra de parto normal, o que representa
apenas 1% da amostra e 8 casos da amostra de cesariana, representando assim 3% da
amostra, considerando o total da amostra de partos a exclusão será realizada em 12 casos,
representando 2% da amostra total.
Feto com Anormalidade Congênita
Quadro 10: Análise de Feto com anormalidade congênita
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Ausência de
Anormalidade no
Trabalho de Parto 1 0,4% 1 0,4% 2 0,2% 99,8%
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem
Sofrimento
fetal grave
4 1% 8 3% 12 2% 98%
45
Fonte: Autor
Analisando o quadro 10 observa-se que não será necessário excluir ninguém da
amostra de parto normal, porém da amostra de cesarianas temos 3 casos de malformação o
que representa 1% da amostra de cesárea e também da amostra total 1%.
Temperatura materna igual ou superior a 38°C durante o trabalho de parto
Quadro 11: Análise da Temperatura materna igual ou superior a 38°C durante o
trabalho de parto
Fonte: Autor
No quadro 11 tem-se a necessidade de excluir 1 caso do grupo de parto normal e 1
caso do grupo de cesariana, por apresentarem febre maior que 38º durante o trabalho de
parto, o que representa 0,4% em cada uma das amostras e no total deve-se excluir 2 casos o
que representa 0,2% da amostra total.
Gestante com situação de risco acrescido para infecções transmissíveis pelo sangue
Quadro 12: Análise descritiva das variáveis gestante com situação de risco acrescido
para infecções transmissíveis pelo sangue
Fonte: Autor
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Feto com
anormalid
ade
congênita 0 0% 3 1% 3 1% 99%
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Temperatura
materna igual ou
superior a 38°C
durante o
trabalho de
parto
1 0,4% 1 0,4% 2 0,2% 99,8%
Normal Cesária Total Aptas
F Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Gestante com
situação de risco
acrescido para
infecções
transmissíveis
pelo sangue 7 2% 1 0,4% 8 1,2% 98,8%
46
No quadro 12 tem-se a necessidade de excluir 7 caso do grupo de parto normal e 1
caso do grupo de cesariana, por apresentarem gestante com situação de risco acrescido para
infecções transmissíveis pelo sangue, o que representa 2% e 0,4% e cada uma das amostras
e no total deve-se excluir 8 casos o que representa 1,2% da amostra total cada um.
Presença de processo infeccioso e ou doença durante o trabalho de parto, que
possa(m) interferir na vitalidade placentária
Quadro 13: Análise da Presença de processo infeccioso e ou doença durante o
trabalho de parto, que possa(m) interferir na vitalidade placentária
Fonte: Autor
No quadro 13 tem-se a necessidade de excluir 5 caso do grupo de parto normal e 24
caso do grupo de cesariana por presença de processo infeccioso e ou doença durante o
trabalho de parto, que possa(m) interferir na vitalidade placentária, o que representa 2,0% e
9% respectivamente e no total deve-se excluir 29 casos o que representa 5,5% da amostra
total.
Gestante em uso de hormônios ou drogas que se depositam nos tecidos
Quadro 14:Análise Gestante em uso de hormônios ou drogas que se depositam nos
tecidos
Fonte: Autor
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Presença de
processo
infeccioso e ou
doença durante o
trabalho de parto,
que possa(m)
interferir na
vitalidade
placentária; 5 2% 24 9% 29 5,5% 94,5%
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem
Gestante
em uso de
hormônios
ou drogas
que se
depositam
nos tecidos 0 0% 8 3% 8 3% 97%
47
Analisando o quadro 14 observa-se que não será necessário excluir ninguém da
amostra de parto normal, porém da amostra de cesarianas temos 8 casos de malformação o
que representa 3% da amostra de cesárea e no total deve-se excluir 8 que corresponde a 3%
do total.
Gestante com história pessoal de doença sistêmica autoimune ou de neoplasia
Quadro 15: Análise de Gestante com história pessoal de doença sistêmica autoimune
ou de neoplasia
Fonte: Autor
No caso de gestante com história pessoal de doença sistêmica autoimune ou de
neoplasia não houve exclusão.
Gestante e seus familiares, pais biológicos e seus familiares ou irmãos biológicos do
recém-nascido com história de doenças hereditárias do sistema hematopoiético
Quadro 16: Análise de Gestante e seus familiares, pais biológicos e seus familiares ou
irmãos biológicos do recém-nascido com história de doenças hereditárias do sistema
hematopoiético
Fonte: Autor
No caso de Gestante e seus familiares, pais biológicos e seus familiares ou irmãos
biológicos do recém-nascido com história de doenças hereditárias do sistema hematopoiético
não houve exclusão.
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Gestante com
história
pessoal de
doença
sistêmica
autoimune ou
de neoplasia 0 0% 0 0% 0 0% 100%
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem Gestante e seus
familiares, pais
biológicos e seus
familiares ou
irmãos biológicos do
recém-nascido com
história de doenças
hereditárias do
sistema
hematopoiético 0 0% 0 0% 0 0% 100%
48
Gestante incluída nos demais critérios de exclusão visando à proteção do receptor,
descritos nas normas técnicas vigentes para doação de sangue
Quadro 17: Análise de Gestante incluída nos demais critérios de exclusão visando à
proteção do receptor, descritos nas normas técnicas vigentes para doação de sangue.
Fonte: Autor
No caso de gestante incluída nos demais critérios de exclusão visando à proteção do
receptor, descritos nas normas técnicas vigentes para doação de sangue será necessário
excluir 1 da amostra de parto normal, porém da amostra de cesarianas temos 3 casos de o
que representa 1% da amostra de cesárea e no total deve-se excluir 4 que corresponde a 1%
do total.
4.2 Capacitação dos Enfermeiros para a coleta SCUP
4.2.1 Caracterização Socioprofissional dos Enfermeiros
Para análise dos dados do primeiro instrumento da segunda etapa análise descritiva de
frequência e porcentagem
Sexo e Faixa Etária
Gráfico 1 Sexo Gráfico 2 Faixa Etária
Fonte: Autor Fonte: Autor
Os dados revelaram que: 21 (91,30%) dos participantes são do sexo feminino e 2
(8,70%) do sexo masculino; 16 (69,56%) profissional encontra-se na faixa etária entre 20 -
91,30%
8,70%
SEXO
SEXOFEMININO
SEXOMASCULINO
69,56%
17,39%
13,05%
FAIXA ETÁRIA
20 a 30 Anos
31 a 40 anos
41 a 50 anos
51 a 60
Normal Cesária Total Aptas
Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem Frequência Porcentagem
Porcentagem
Gestante incluída nos
demais critérios de
exclusão visando à
proteção do receptor,
descritos nas normas
técnicas vigentes para
doação de sangue.
1 0% 3 1% 4 1% 99%
49
30 anos, 04 (17,39%) entre 31- 40 anos, 03 (13,05%) entre 41 - 50 anos e nenhum na faixa
de 51 e 60 anos.
Tempo de Formação Profissional e Tempo de Atuação na Instituição
Gráfico 3 Tempo de Formação Profissional Gráfico 4 Tempo de Atuação na Instituição
Fonte: Autor Fonte: Autor
Com relação ao tempo de formação profissional, 19 (82,60%) enfermeiro encontram-
se na faixa de 1 - 5 anos de formação na graduação, 02 (8,70%) estão entre 06 e 10 anos,
01 (4,35%) entre 11 - 15 anos, nenhum na entre 16 - 20 anos, 01 (4,35%) entre 21 - 25 anos
de formação, caracterizando pouco tempo de formado na profissão, este dado é confirmado
quando observamos o tempo de formação profissional, onde a grande maioria dos
participantes tem até 05 anos de formado. Com relação ao tempo de atuação na instituição
os dados identificam que: 19 (82,60%) dos participantes trabalham na instituição entre 1 a 5
anos, (8,70%) 2 entre 6 a 10 anos, nenhum dos participantes entre 16 a 20 anos e 1 (4,35%)
enfermeiros entre 21 a 25 anos
Números de Vínculo e Tipo de Regime
Gráfico 5- Números de Vínculo Gráfico 6 -Tipo de Regime
Fonte: Autor Fonte: Autor
82,60%
8,70%
4,35%
4,35%
TEMPO DE FORMAÇÃO
PROFISIONAL
1 a 5
6 a 10
11 a 15
16 a 20
21 a 2582,60%
8,70%
4,35%
4,35%
TEMPO DE ATUAÇÃO NA
INSTITUIÇÃO
1 a 5 anos
6 a 10
11 a 15
16 a 20
21 a 25
65,21%
30,43%
4,36%NÚMEROS DE VÍNCULO
1
2
3 91,31%
8,69%
TIPO DE REGIME
TEMPORÁRIO
EFETIVO
50
A maioria dos participantes 12 (52,18%) realizam uma carga horária semanal de 60
horas na instituição por serem residentes das residência multiprofissional, 11 (47,82%)
realizam a carga horária de 30 horas semanais. Com relação ao número de vínculos
empregatícios, 15 (65,21%) dos participantes têm 1 vínculo empregatício, 7 (30,43%) têm
2 vínculos empregatícios e 1 (4,36%) têm 3 vínculos empregatícios; 21 (91,31%) são
enfermeiros de contrato temporário e 2 (8,69%) enfermeiros efetivos da instituição
reforçando a falta de concurso público.
Participação em Eventos
Gráfico 7- Participação em Eventos
Fonte: Autor
Quanto a participação em eventos relacionado a saúde perinatal nos últimos 5 anos,
16 (69,56%) dos participantes participaram de pelo menos 1 evento ligado a saúde perinatal
e 7 (30,44%) dos participantes não participaram de nenhum eventos ligado a saúde perinatal.
4.2.2 Caracterização Socioprofissional dos Experts
Os dados revelaram que todas experts são do sexo feminino com a média da idade de
40 anos e 8 meses. O tempo de formação variou de 9 a 29 anos, em relação a atuação como
enfermeiro coletador de SCUP todas desenvolvem suas atividades na coleta do SCUP bancos
públicos. Já quanto a titulação 04 são mestres e 01 especialista. O tempo de formação
variando de 09 a 29 anos. Em relação ao tipo de vínculo 04 são servidores públicos e 01
CLT.
69,56%
30,44%
PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS
PELO MENOS1
NÃOPARTICIPARAM
51
Quadro 18 Caracterização Socioprofissional dos Experts
Partici
pante
Sexo Idade Titulação Tempo de formação Tempo de atuação no BSCUP Tipo de Vínculo
E1 F 49 Mestrado 29 anos 15 anos Servidor Público
E2 F 35 Mestrado 9 anos 3 meses 3 anos Servidor Público
E3 F 39 Especialista 14 anos 5 meses 6 anos 11meses CLT
E4 F 38 Mestrado 12 anos 5 meses 5 anos 8 meses Servidor Público
E5 F 43 Mestrado 10 anos 4 meses 4 anos 6 meses Servidor Público
Fonte: O autor
4.2.3 Caracterização dos Materiais e Impressos utilizados na CSCUP na ME/UFRJ
Os materiais e impressos usados para a coleta SCUP foram cedidos para a ME/UFRJ
pelo INCA/RJ para a realização da capacitação dos enfermeiros da instituição.
Imagem 5 Impressos usados na CSCUP
Fonte: Autor
Quadro 19 Impressos Usados Na Coleta SCUP
ITEM IMPRESSOS USADOS NA COLETA SCUP QUANT.
01 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (CÓPIA BSCUP) 01
02 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (CÓPIA
DOADORA) 01
03 HISTÓRICO CLÍNICO 01
04 FICHA DE TRANSPORTE 01
05 CERDIFICADO DE PEQUENO HERÓI 01
06 ETIQUETAS COM CÓDIGO DE BARRA 01
52
Fonte: Autor
Quadro 20 Materiais/ Insumos
Fonte: Autor
ITEM MATERIAS/ INSUMOS QUANT.
01 PRATO FESTRADO 01
02 SUPORTO PARA PRATO FESTRADO 01
03 SERINGA 10ML 01
04 AGULHA DESCATÁVEL 40 X12 01
05 BOLSA ESTÉRIL PRÓPRIA PARA COLETA DE SANGUE DE CORDÃO
UMBILICAL 01
06 LUVAS DESCARTÁVEIS (PAR) 01
07 BOLSA TÉRMICA 01
08 EMBALAGEM SEGUNDÁRIA 01
09 ALMOTOLIA DESCARTÁVEL DE CLOREXIDINE ALCOÓLICO 01
10 LUVAS ESTÉREIS (PAR) 03
11 GAZES ESTÉREIS (PACOTE) 02
12 TUBOS LILÁS DE 04 ML COM ANTICOAGULANTE (EDTA) 04
13 TUBOS VERMELHO DE 04 ML COM GEL RETRATOR 04
14 ESCALPE 23 PARA COLETA MATERNA A VÁCUO 01
15 ALMOTOLIA DE 70% ALCOÓL 01
16 LÁTEX (GARROTE) 01
17 CAMPO PARA MESA 01
53
4.2.4 Avaliação Pré e Pós-Teste
A avaliação do pré e pós teste é para saber o impacto da oficina teórica sobre aquisição
de novos conhecimentos referente a pesquisa. Será apresentado item os resultados e
discussão das questões elaboradas no pré e pós teste. Ao início e ao final da oficina, solicitou-
se descrição/o conhecimento prévio sobre a coleta do SCUP
Questão 1- Você já teve conhecimento sobre a coleta do Sangue de Cordão Umbilical
para obtenção de células-tronco?
Tabela 1: Questão 1
Fonte: Autor
Ao analisarmos a questão 1 verifica 19 (82,60%) não tinham conhecimento sobre a
CSCUP, na observação do dado apresentado na tabela pode constatar-se que para o grupo
de participantes das oficinas teve um efeito positivo e significativo no aprendizado.
Questão 2-Você conhece a resolução número 304/2005 do COFEN?
Tabela 2 :Questão 2
Fonte: Autor
Os dados revelaram que nenhum dos participantes não tinham conhecimento sobre a
Resolução 304/2005 e que após a oficina teórica houve um aproveitamento de 100% nas
respostas o que sugere ganho no conhecimento.
Questão 3- O uso alogênico de células-tronco é aquele em que:
Tabela 3: Questão 3
Variável Sim/Não Pré-teste Sim/Não Pós-teste
Questão 1 % %
Sim 17,40 Sim 100
Não 82,60 Não 0
Variável Sim/Não Pré-teste Sim/Não Pós-teste
Questão 2 % %
Sim 0 Sim 100
Não 100 Não 0
Variável Sim/Não Pré-teste Sim/Não Pós-teste
Questão 3 % %
Sim 47,82 Sim 82,60
54
Fonte: Autor/2015
No caso da questão 3 do pré-teste os participantes 11 (47,82%) acertaram a questão e 12
(52,18%) dos participantes não acertaram a questão. No pós-teste houve um ganho
significativo uma vez que 19 (83,60%) dos participantes responderam certa a questão.
Questão 4 - De acordo com a RDC nº 056 de 16 de dezembro de 2010 da ANVISA, são
seguintes critérios para a doação de sangue de cordão umbilical e placentário
Tabela 4: Questão 4
Fonte: Autor/2015
Ao verificamos a questão 4 observamos o melhor resultado nos pré - testes, 17
(73,91%) dos participantes acertaram a questão e 21 (91,30%) dos participantes acertaram o
pós-teste.
Questão 5- De acordo com a resolução RDC nº 056 de 16 de dezembro de 2010 da
ANVISA, são seguintes critérios desqualificação para uso alogênico não-aparentado as
seguintes condições coleta, exceto:
Tabela 5: Tabela da questão 5
Fonte: Autor
Conclui-se pela tabela 5 que no pré-teste 11 (47,83%) dos participantes tiveram êxito
na questão 5, já no pós-teste 22 (95,65%) dos participantes obtiveram resultado positivo
nesta questão.
Questão 6 -Descreva todo o processo de coleta de sangue de cordão umbilical e
placentário, etapa por etapa
Tabela 6: Questão 6
Não 52,18 Não 17,40
Variável Sim/Não Pré-teste Sim/Não Pós-teste
Questão 4 % %
Sim 73,91 Sim 91,30
Não 26,09 Não 8,70
Variável Sim/Não Pré-teste Sim/Não Pós-teste
Questão 5 % %
Sim 47,83 Sim 95,65
Não 52,17 Não 4,35
Variável Pré-teste
%
Pós-teste
%
Descreve adequadamente 0 73,91
55
Fonte: Autor
Ao observamos a tabela acima verifica-se no pré-teste que nenhum dos participantes
descreveram adequadamente as etapas da CSCUP, 2 (8,69%) participantes descreveram
parcialmente e 21 (91,31%) participantes não descreveram nenhuma etapas. No pós-teste
observamos que 17 (73,91%) participantes descreveram adequadamente as etapas da
CSCUP, 6 (26,09%) participantes descreveram parcialmente as etapas, e nenhum
participante deixou de descrever por completo as etapas.
4.2.5 Avaliação da Oficina Teórica
A avaliação ocorreu em instrumento próprio (Apêndice), segundo escala Likert
adaptada após o término da oficina teórica para avaliação parcialmente sua adequação ao
modelo de treinamento proposto para a CSCUP.
Para este estudo foi realizado uma análise descritiva de frequência e porcentagem para
cada um dos itens do instrumento aplicado
Imagem 6: Aula expositiva
Fonte: Autor
Descreve parcialmente 8,69 26,09
Não descreveram 91,31 0
56
Quadro 21 Domínio conceitual
DOMÍNIO: CONCEITUAL
VARIÁVEL GRAU DE AVALIAÇÃO N %
Conteúdo da oficina atualizado, informativo,
útil, aplicativo
Discordo Totalmente 0 0,0
Discordo 0 0,0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0,0
Concordo 1 4,3
Concordo Totalmente 22 95,7
Importância da oficina para aquisição de
novos conhecimentos na sua área de atuação
Discordo Totalmente 0 0,0
Discordo 0 0,0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0,0
Concordo 0 0,0
Concordo Totalmente 23 100,0
Contribuição da oficina para melhoria do seu
desempenho no trabalho
Discordo Totalmente 0 0,0
Discordo 0 0,0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0,0
Concordo 2 8,7
Concordo Totalmente 21 91,3
Qualidade do material didático utilizado Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 3 13,0
Concordo Totalmente 20 87,0
Adequação da carga horária Discordo Totalmente 0 0,0
Discordo 0 0,0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0,0
Concordo 2 8,7
Concordo Totalmente 21 91,3
Fonte: Autor
A partir da tabela acima é possível observar que para o conteúdo da oficina n= 22
(95,7%) concordou totalmente, para a importância da oficina n= 23 (100%) concordou
totalmente, para a contribuição da oficina n=21 (91,3%) concordou totalmente, para a
qualidade do material n=20 (87%) concordou totalmente e para a adequação da carga horária
n=21 (91,3%) concordou totalmente.
57
Quadro 22: Avaliação dos Instrutores
DOMÍNIO: AVALIAÇÃO DOS INSTRUTORES
VARIÁVEIS GRAU DE AVALIAÇÃO N %
Pontualidade Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 4 17,4
Concordo Totalmente 19 82,6
Clareza e organização em sala de
aula
Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 3 13,0
Concordo Totalmente 20 87,0
Interação com o grupo Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 4 17,4
Concordo Totalmente 19 82,6
Domínio conceitual e prático do
tema abordado
Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 0 0
Concordo Totalmente 23 100
Estratégia de abordagem dos
assuntos e recursos utilizados
Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 1 4,3
Concordo Totalmente 22 95,7
Fonte: Autor
Em relação à avaliação dos instrutores observa-se que pela pontualidade n=19
(82,6%) concordou totalmente, pela clareza e organização n= 20 (87%) concordou
totalmente, pela interação com o grupo n=19 (82,6%) concordou totalmente, pelo domínio
conceitual e prático n= 23 (100%) concordou totalmente e pela estratégia de abordagem n=
22 (95,7%) concordou totalmente.
58
Imagem 7: Avaliação da oficina teórica
Fonte: Autor
Quadro 23: Avaliação dos serviços de apoio
DOMÍNIO: AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS DE APOIO
VARIÁVEIS GRAU DE AVALIAÇÃO N %
Divulgação da oficina Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 5 21,7
Concordo Totalmente 18 78,3
Condições de uso das instalações e dos
recursos audiovisuais disponibilizados
Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 0 0
Concordo Totalmente 23 100
Apoio (técnico, pedagógico e
administrativo) dado a oficinas
Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 1 4,3
Concordo Totalmente 22 95,7
Fonte: Autor
Em relação à tabela 9 tem-se que n=18 (78,3%) concordaram totalmente com a
divulgação da oficina, n= 23 (100%) concordou com as condições de uso das instalações e
recursos e n= 22 (95,7%) concordaram com o apoio dados a oficina.
59
Quadro 24: Auto Aproveitamento
DOMÍNIO: AUTO APROVEITAMENTO
VARIÁVEIS GRAU DE AVALIAÇÃO N %
Sua participação em sala de aula visando o
desenvolvimento do grupo
Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 5 21,7
Concordo Totalmente 18 78,3
Avaliação do seu desempenho e aproveitamento
na oficina
Discordo Totalmente 0 0
Discordo 0 0
Nem Concordo Nem Discordo 0 0
Concordo 1 4,3
Concordo Totalmente 22 95,7
Fonte: Autor
E, em relação à auto avaliação, pela participação em sala n=18 (78,3%) concordou
totalmente e pela avaliação do seu desempenho n=22 (95,7%) concordou totalmente.
4.2.6 Avaliação da Oficina Prática
As oficinas práticas da CSCUP aconteceram no período de setembro a novembro de
2015, foram realizadas no centro obstétrico da ME/UFRJ, totalizando 18 oficinas e houve a
participação 20 enfermeiros participantes da pesquisa. Houve um perda de 03 enfermeiros
no decorrer da pesquisa, devido a 02 enfermeiros por cancelamento do contrato de trabalho
e 01 enfermeiro que desistiu em participar da pesquisa por motivo pessoal.
Primeiramente foram capacitados os enfermeiros plantonistas, totalizando 12
enfermeiros, uma vez que estariam disponíveis 24horas e de acordo com a demanda do setor.
Após a capacitação dos enfermeiros plantonistas, deu-se o início da capacitação dos
enfermeiros alocados em outro setor da instituição, porém de acordo com os critério de
inclusão da pesquisa, somente os enfermeiros que já haviam passado por pelos menos 06
meses, totalizando 08 enfermeiros. Para esses foram agendados previamente de acordo com
as marcações das cirurgias de cesarianas eletivas de acordo com o protocolo da instituição
ou de acordo com a demanda do setor.
60
A avaliação foi construída mediante a observação participativa do pesquisador através
do instrumento criado e validado específico para a capacitação dos participantes da pesquisa
durante a realização da coleta SCUP no centro obstétrico.
Segundo Polit a observação participativa consiste na inserção do pesquisador dentro
do grupo pesquisado, por certo período de tempo nos quais ele interage com os sujeitos, no
seu dia- a- dia.33
A observação participativa é planejada e controlada com uma programação de ações,
sendo direcionada a determinar pontos, previamente estabelecidos pelo observador.
Quadros, anotações, escalas, diários de campo, dispositivos mecânicos são alguns dos
instrumentos que podem ser utilizados nessa observação30. Esse instrumento tem a finalidade
identificar se há alguma falha nas fases da CSCUP, e realizando as correções da técnica. O
instrumento foi elaborado mediante as seguintes fases da coleta do SCUP.
4.2.6.1A observação da Triagem e Captação
As parturientes que se encontram internadas em trabalho de parto e que estiverem
dentro dos critérios de doação, de acordo com a legislação vigente, devem ser informadas a
respeito da importância da doação do SCUP. Aquelas que concordarem com o programa,
devem ser convidadas a ler e assinar o TCLE e, em seguida, serem entrevistadas para
levantar informações que possam interferir na condição de doadora e na qualidade do SCUP.
Nesta fase da coleta o objetivo é fazer com que os participantes reconheçam as
pacientes com potencial de doação e informá-las a respeito da importância da doação do
SCUP. Aquelas que concordarem com o programa, devem ser convidadas a ler e assinar o
TCLE e, em seguida, serem entrevistadas para levantar informações que possam interferir
na condição de doadora e na qualidade do SCUP.
4.2.6.2 A Observação Coleta Extra Útero (a técnica)
Nesta fase da coleta o objetivo é fazer com que os participantes desenvolvam
habilidades técnica na coleta adequada do SCUP, extraindo a maior quantidade de sangue
do cordão e placenta obedecendo as normas da RDC nº 56. Nos critérios hoje estabelecido
pelo INCA/RJ para que um unidade de bolsa seja criopreservada é necessário a celularidade
61
de 109 (1 bilhão de células- tronco).
Foram avaliados os seguintes itens neste módulo: a montagem do material para
CSCUP; colocação da placenta no suporte apropriado, com face fetal para baixo e cordão
através de fenestra; antissepsia do cordão com álcool e depois com clorexidine alcóolica
0,5% 3x da região distal p/ proximal; troca das luvas estéreis entre as etapas de recebimento
da placenta, antissepsia e punção; punção do cordão com agulha própria da bolsa;
fechamento das travas das bolsa e das agulhas com o protetor; coleta das amostras
sanguíneas, etiquetagem da bolsa de coleta, amostra materna, histórico clínico e TCLE com
etiqueta código de barras; preenchimento da ficha de transporte e etiquetagem
acondicionamento da unidade e amostra em saco plástico, acondicionamento da unidade em
maleta térmica para transporte, descarte apropriado do material utilizado CSCUP.
A oficina prática da CSCUP teve início em outubro de 2015 e o término em início de
dezembro de 2015.
4.2.6.3 Ação Correção Da Técnica
Nesta módulo, o intuito foi avaliar a técnica detectando as inadequações na coleta de
sangue do cordão umbilical em cada item, quando inadequadas realizar a correção da técnica.
As bolsas do SCUP coletadas nesta etapa da capacitação quando houve inadequação
que levaram risco de contaminação foram desprezadas, as demais foram enviadas para o
INCA/RJ para a análise da celularidade e posteriormente estando aptas foram
criopreservada.
As oficinas práticas da CSCUP aconteceram no período de setembro a novembro de
2015, foram realizadas no centro obstétrico da ME/UFRJ, totalizando 18 oficinas e houve a
participação 20 enfermeiros participantes da pesquisa. Houve um perda de 03 enfermeiros
no decorrer da pesquisa, devido a 02 enfermeiros por cancelamento do contrato de trabalho
e 01 enfermeiro que desistiu em participar da pesquisa por motivo pessoal.
Primeiramente foram capacitados os enfermeiros plantonistas, totalizando 13
enfermeiros, uma vez que estariam disponíveis 24horas e de acordo com a demanda do setor.
Após a capacitação dos enfermeiros plantonistas, deu-se o início da capacitação dos
enfermeiros alocados em outro setor da instituição, porém de acordo com os critério de
inclusão da pesquisa, somente os enfermeiros que já haviam passado por pelos menos 06
62
meses, totalizando 08 enfermeiros. Para esses foram agendados previamente de acordo com
as marcações das cirurgias de cesarianas eletivas de acordo com o protocolo da instituição.
Os quadros abaixo demostram o instrumento de avaliação da observação
participativa durante as coletas realizadas pelos participantes nos seguintes: módulos triagem
e captação das doadoras e. o módulo a coleta extra útero. A primeira coluna corresponde aos
participantes para mantê-los anônimos os mesmos foram identificados por números
cardinais de (01 a 20), as seguintes colunas representam os itens a serem avaliados na
observação participativa.
Os retângulos azuis indicam que a técnica foi executada adequadamente;
Os retângulos vermelhos indicam que a técnica foi executada inadequadamente
necessitando de correção
Os retângulos amarelos indicam que foi realizado a correção da técnica.
Foram realizados pelo menos 03 coletas para cada participantes, as coletas que por
algum motivo houve risco de contaminação foram desprezadas e comunicado as doadoras
que não foi possível encaminhar para o INCA/RJ, e toda os impressos foram desprezados.
Quadro 25 Avaliação da observação participativa, módulo Triagem e captação das
doadoras
Triagem e Captação das Doadoras
Partici-
pante
Seleção de
acordo com a RDC
056/2010
Apresentação
do profissional
Abordagem da
Gestante explicando o objetivo da coleta
SCUP
Preenchimento do
Histórico Clínico
Esclarecimento de Dúvidas
da gestante Doadoras Assinatura do
TCLE
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65
Coleta Extra Útero Participante Montagem
do material
para
CSCUP
Colocação da
placenta no suporte
apropriado,
com face fetal para
baixo e
cordão através de
fenestra
Antissepsia
do cordão com álcool
70% e
clorexidine alcoólico 3x
da região
distal p/ proximal
Troca das luvas
estéreis entre as etapas de
recebimento da
placenta, antissepsia e
punção
Punção do cordão
com agulha própria da bolsa
Fechamento das
travas das bolsas e agulhas com
protetor por
fechamento dos dispositivos de
segurança das
bolsas e das agulhas com o
protetor
Coletas das
amostras maternas
sanguíneas
Identificação
com etiquetagem da
bolsa, amostra
materna, histórico clínico
e TCLE com
etiqueta código de barra.
Preenchime
nto da ficha de
transporte e
etiquetagem
Acondiciona
mento da unidade e
amostra em
embalagem secundária.
Acondiciona
mento da unidade em
maleta
térmica para transporte
Descarte
apropriado do material utilizado
CSCUP
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66
Participantes Montagem do
material
para CSCUP
Colocação da placenta no
suporte
apropriado, com face
fetal para
baixo e cordão
através de
fenestra
Antissepsia do cordão com
álcool 70% e
clorexidine alcoólico 3x da
região distal p/
proximal
Troca das luvas estéreis entre as
etapas de
antissepsia e punção
Punção do cordão com agulha própria
da bolsa
Fechamento das travas das bolsas
e agulhas com
protetor por fechamento dos
dispositivos de
segurança das bolsas e das
agulhas com o
protetor
Coleta da amostra
sanguínea
Identificação com
etiquetagem da
bolsa, amostra materna,
histórico clínico
e TCLE com etiqueta código
de barra.
Preenchimento da ficha de
transporte e
etiquetagem
Acondicionamento da
unidade e
amostra em embalagem
secundária.
Acondicionamento da
unidade em
maleta térmica para
transporte
Descarte apropriado do
material
utilizado CSCUP
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67
Coleta Extra Útero Participante Montagem
do material
para
CSCUP
Colocação da
placenta no suporte
apropriado,
com face fetal para baixo e
cordão través
de fenestra
Antissepsia do
cordão com álcool 70% e
clorexidine
alcoólico 3x da região distal p/
proximal
Troca das luvas
estéreis entre as etapas de
recebimento da
placenta, antissepsia e
punção
Punção do cordão
com agulha própria da bolsa
Fechamento das
travas das bolsas e agulhas com
protetor por
fechamento dos dispositivos de
segurança das
bolsas e das agulhas com o
protetor
Coleta da
amostra sanguínea
Identificação
com etiquetagem da
bolsa, amostra
materna, histórico clínico
e TCLE com
etiqueta código de barra.
Preenchimento
da ficha de transporte e
etiquetagem
Acondicion
amento da unidade e
amostra em
embalagem secundária.
Acondicioname
nto da unidade em
maleta
térmica para transporte
Descarte
apropriado do material
utilizado
CSCUP
13 1
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A
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a
d
o
A
d
e
q
u
a
d
o
68
4.2.6.4 Avaliação da Oficina Prática pelos Participantes
A avaliação ocorreu em instrumento próprio (Apêndice), segundo escala Likert adaptada
após o término da oficina teórica para avaliação parcialmente sua adequação ao modelo de
treinamento proposto para a CSCUP. Para este estudo foi realizado uma análise descritiva de
frequência e porcentagem para cada um dos itens do instrumento aplicado.
Quadro 26: Avaliação da Oficina Prática pelos Participantes.
Fonte: Autor
4.2.6.5.Percepção sobre a participação nas pesquisa, perguntas abertas
Neste mesmo questionário indagou-se, sob a forma de perguntas abertas, sobre a
motivação para participação da pesquisa e sobre as expectativas na coleta SCUP, estas descritas
nas tabelas abaixo
Quadro 27 Motivação em participar da pesquisa
Questionamento Percepção das Respostas n %
Motivação em participar
da pesquisa
Novo campo de atuação 12 60
Salvar vidas 3 15
Novo conhecimento 2 10
Outras 3 15
AVALIAÇÃO DA OFICINA PRÁTICA
VARIÁVEL GRAU DE AVALIAÇÃO N %
Você se sente apto para realizar a triagem das gestantes?
Discordo Totalmente - -
Discordo - -
Nem Concordo Nem Discordo - -
Concordo 4 20
Concordo Totalmente 16 80
Você se sente seguro para realizar a CSCUP após oficina prática?
Discordo Totalmente - -
Discordo - -
Nem Concordo Nem Discordo 1 5
Concordo 4 20
Concordo Totalmente 15 75
A oficina atendeu as suas expectativas? Justifique.
Discordo Totalmente - -
Discordo - -
Nem Concordo Nem Discordo - -
Concordo 2 10
Concordo Totalmente 18 90
A Carga horária foi adequada? Discordo Totalmente - -
Discordo 2 10
Nem Concordo Nem Discordo 2 10
Concordo 2 10
Concordo Totalmente 14 70
A estratégia utilizada na oficina prática, atualizada, informativa, útil
Discordo Totalmente - -
Discordo - -
Nem Concordo Nem Discordo - -
Concordo 1 5
Concordo Totalmente 19 95
69
Fonte: Autor/2015
Sobre a motivação para a oficina, as respostas enfatizaram tanto em novo campo de
trabalho 12 (60 %) abrindo novas portas, tanto para salvar vidas 3 (15%) e tanto quanto para
adquirir novos conhecimentos 3 (10%).
Quadro 28 As expectativas na coleta SCUP
Questionamento Percepção das Respostas n %
As expectativas na coleta
SCUP
Ansiedade 14 70
Desafio pessoal 3 15
Autonomia profissional 3 15
Outros - -
Fonte: Autor
Com relação a expectativa na coleta SCUP, predomina-se a ansiedade com relação a não
realização da técnica adequadamente que teve 14 (70%) seguido de desafio pessoal com 3
(15%) e também a autonomia profissional do enfermeiro que coleta SCUP com 3 (15%).
Ao analisarmos a variável, você se sente apto para realizar a triagem e captação das
gestantes 80% dos participantes concordaram totalmente e 20% concordaram. Quando a
variável, você se sente seguro para realizar a CSCUP após oficina prática 75% concordam
totalmente, 20% concordam e 5% nem concordaram nem discordaram. Para o item a oficina
atendeu as suas expectativas, 90% dos participantes concordaram totalmente e 10%
concordaram. Nem concordaram nem discordaram 10%, discordaram 10%. Para finalizar a
estratégia utilizada na prática atualizada, informativa, útil 95% dos participantes concordaram
totalmente e 5% concordaram.
70
Neste capítulo, os resultados encontrados na pesquisa serão discutidos a partir do
referencial teórica e da prática vivenciada no decorrer da pesquisa.
5.1 A Maternidade Escola da UFRJ e sua caracterização como posto de coleta SCUP
Tabela 7. Critérios de qualificação para doação de SCUP alogênico não-aparentado
Fonte: Autor/2015
Fonte: Autor/2015
Segundo a RDC nº 56/2010, os dados obtidos que se referem à idade, demonstram que
a idade mínima é 18 anos, não havendo idade máxima. Analisando os dois tipos de parto como
um todo, a variável idade, 92% (n=505) das pacientes poderiam ser prováveis doadoras. Quanto
ao número de consultas de Pré-Natal, 99 % (n=542) das pacientes realizaram mais de 2
consultas de pré-natal, que de acordo com o RDC nº 56/2010 10 é o número mínimo de consultas
para que a paciente possa realizar a doação de SCUP. O Ministério da Saúde afirma que a
atenção pré-natal qualificada e humanizada se dá por meio da incorporação de condutas
acolhedoras e sem intervenções desnecessárias, de fácil acesso a serviços de saúde de qualidade,
com ações que integrem todos os níveis da atenção: promoção, prevenção e assistência à saúde
da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento ambulatorial básico ao atendimento
hospitalar para alto risco.31
Após a análise referente ao tempo de bolsa rota, 95% (n=520) do total dos prontuários
analisados as pacientes poderiam ser de prováveis doadoras do SCUP. A bolsa rota (rotura
prematura das membranas ovulares), segundo Montenegro et al., é um dos maiores dilemas da
assistência obstétrica, e suas principais complicações são a infecção materno-fetal e a
VARIÁVEL TRANSPÉLVICO CESÁRIA APTAS
Frequência % Frequência % Frequência %
Idade Materna
> 18 anos
252 88 253 95 505 92
Números de consultas < 2
consultas
278 98 264 99 542 99
Idade Gestacional
< 35 semanas
266 93 248 93 5 93
Bolsa > 18 horas 271 95 253 95 524 95
Doença Interfere no Fluxo
Sanguíneo
5
2
24
9
29
95
Anormalidade no Trabalho
de Parto
1
0,4
1
0,4
2
99,6
5. DISCUSSÃO
71
prematuridade19. Por isto, visando à proteção do receptor a coleta do SCUP não deve ser
realizada após o rompimento de bolsa superior a 18 horas, descritos nas normas técnicas
vigentes para doação de SCUP19.
No total, 93% (n=508) das pacientes possuem idade gestacional (IG) maior que 35
semanas. A RDC nº 56/2010 relata que gestantes a partir dessa IG podem doar o SCUP. Em
estudo comparativo com recém-natos prematuros e a termo, a idade gestacional pode interferir
na viabilidade celular e no volume de SCUP coletado35. Apesar disso, a capacidade proliferativa
das CTH em SCUP de crianças prematuras, em que a prematuridade está associada a alguma
anormalidade do feto, impossibilitaria o uso da amostra de SCUP3.
Na análise, na ausência de doenças que interferem no fluxo sanguíneo placentário, 95%
(n= 520) estão aptas para a doação, considerando-se o perfil da unidade, que é de baixo e médio
risco para gestantes com hipertensão arterial e diabetes35. A Federação Brasileira das
Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia relata, no manual de orientação hipertensão na
gravidez, que o feto da gestante hipertensa tem elevado risco de ter sua vitalidade comprometida
durante a evolução da gestação. A principal consequência à saúde do feto é a perda progressiva
da função vascular placentária, resultando, assim, em uma baixa perfusão do órgão35. A lesão
placentária mais frequente na gestação da hipertensa é a obliteração dos vasos de vilos
terciários, e, em alguns casos, a vasoconstrição funcional. Deste modo, a coleta do SCUP de
ser avaliada por meio do dopler placentário, exame que identifica se há alteração do fluxo
placentário para o feto35.
Segundo a RDC nº 56 de 2010, parágrafo único, os resultados laboratoriais anormais
devem ser reportados ao respectivo doador, com o devido encaminhamento a um serviço de
assistência especializado, para que sejam tomadas as medidas cabíveis.10 O uso de CPH em
transplante alogênico-aparentado ou autólogo, que não preencha integralmente os critérios de
qualificação, exige uma avaliação considerando a relação risco/benefício do procedimento, em
decisão conjunta entre a equipe médica do serviço onde serão feitas a coleta e o transplante, e
o receptor ou seus responsáveis legais10 . Devem ser seguidos os requisitos de qualidade e
segurança, dispostos neste regulamento, bem como em demais normas específicas vigentes,
incluindo, no mínimo: testes sorológicos de alta sensibilidade para detecção de marcadores para
infecções transmissíveis pelo sangue.
Considerando os critérios de qualificação 73,8% (n=404) estariam aptas para a doação
do SCUP, enquanto que nos critérios de desqualificação 89% (n=490) estariam aptas.
De acordo com o estabelecido da resolução vigente, considerando os critérios de
qualificação e desqualificação. Pode-se concluir que 62,5% (n=345) das pacientes da
72
maternidade-escola estariam aptas para a doação do sangue do cordão umbilical e placentário
(SCUP).
5.2 Capacitação dos Enfermeiros para a coleta SCUP
5.2.1 Caracterização Socioprofissional dos Enfermeiros
Para a caracterização socioprofissional dos enfermeiros os dados foram copilados
através do formulário aplicado aos participantes no primeiro encontro no dia 11/04/2015,
durante a primeira oficina teórica.
Os participantes são predominantemente do sexo feminino e a maioria está entre 20 a
30 anos de idade, caracterizando uma equipe, relativamente com baixa faixa etária, este dado é
confirmado quando observamos o tempo de formação na graduação, onde a maioria dos
participantes tem entre 1 a 5 anos de formado.
O perfil socioprofissional do estudo é similar ao perfil relatado por Progiant e Porfirio,
em seu estudo (2012) dado o percentual de 91,30% dos enfermeiros serem do sexo feminino,
que a história da condição feminina passa pela feminização e a feminilização de algumas
profissões em detrimento de outras, revela que as relações de dominação e poder entre homens
e mulheres atravessam as relações sociais, seja na produção, ou na formação profissional, uma
vez que o mundo do trabalho não faz distinção entre o trabalho produtivo e o reprodutivo das
mulheres37.
Os dados anteriores revelam que o tempo de atuação profissional é compatível com o
tempo de atuação na instituição, isto pode estar relacionado ao longo período em que não foram
realizados concursos com admissão na instituição ou grande rotatividade dos enfermeiros com
contrato temporário.
Outro fato importante é a participação efetiva dos enfermeiros com contrato temporário,
fato que foi indagado pelo pesquisador quando perguntado sobre o interesse em participar da
pesquisa. A grande maioria relatou interesse em ampliar sua área de atuação, abrindo novo
campo de trabalho através da capacitação para a CSCUP.
Estudos afirmam que há acúmulo de trabalhos por parte da profissão. Quanto ao número
de vínculos empregatícios, nesta caracterização foi inferior aquele apresentada pelo autor em
sua pesquisa.35 Isto pode se dar pela presença de pouco tempo de formação dos participantes35.
5.2.2 Caracterização Socioprofissional das experts
73
Para a caracterização socioprofissional dos experts os dados foram copilados através do
formulário enviados por e E-mail aos participantes no dia 10/08/2015.
Os participantes são todas do sexo feminino, sendo que estão entre 20 a 30 anos de
idade, caracterizando uma equipe, relativamente, com média faixa etária, este dado é
confirmado quando observamos o tempo de formação na graduação, onde a maioria dos
participantes tem entre 9 a 29 anos de formado.
O perfil socioprofissional dos experts é similar ao perfil socioprofissional dos
participantes encontrado nessa pesquisa, revelando o percentual de 100% dos enfermeiros
serem do sexo feminino. O que confirma que a história da condição feminina passa pela
feminização e a feminilização de algumas profissões em detrimento de outras 34.
Outro fato importante é a participação efetiva dos enfermeiros através de serviço
público, fato que opõe ao perfil socioprofissional dos enfermeiros participantes da pesquisa que
a maioria é sem vínculo estatutário. Além disso, a grande maioria dos experts são mestres na
área da enfermagem.
5.2.3 Avaliação Pré e Pós-Teste
Tabela 8. Números percentuais de respostas corretas e incorretas no pré e pós-teste, 2014.
Fonte: O autor
Na observação dos dados gerais apresentados na tabela 8 podemos constatar que a
oficina teórica teve um efeito positivo e significativo no aprendizado dos participantes da
pesquisa. O menor percentual no pós-teste ocorreu na questão nº 06 que foi de 73,91% devido
ser a questão de maior grau de dificuldade do teste e ser discursiva.
Os melhores resultados obtidos foram nas questões 1 e 2 que houve 100% de acerto no
pós-teste. Cabe ressaltar que para facilitar o aprendizagem dos participantes foram usados
várias estratégias como: o planejamento discutido com os participantes, plano de ação, oficina
Variáveis Pré-teste Pós-teste
% %
Questão 1 SIM 17,40
NÃO 82,60
SIM 100
NÃO -
Questão 2 SIM 0
NÃO 100
SIM 100
NÃO -
Questão 3 CORRETA 47,82
INCORRETA 52,18
CORRETA 82,60
INCORRETA 16,40
Questão 4 CORRETA 73,91
INCORRETA 26,09
CORRETA 91,30
INCORRETA 8,70
Questão 5 CORRETA 47,83
INCORRETA 52,17
CORRETA 95,65
INCORRETA 4,35
Questão 6 DESCREVER ADEQUADAMENTE 0
DESCREVER PARCIALMENTE 16,44%
NÃO DESCREVERÃO 83,56%
DESCREVER ADEQUADAMENTE 73,91
DESCREVER PARCIALMENTE 26,09
NÃO DESCREVERÃO 0
74
teórica com aula expositiva, discussão com roda de conversa com o tema da pesquisa, e também
através de material didático.
A Resolução304/2005 de 2010 é de suma importância para a categoria porque esta
resolução normatiza a atuação do enfermeiro na coleta de sangue do cordão umbilical e
placentário. Para atuação nesta atividade, o enfermeiro deverá estar devidamente capacitado
através de treinamentos específicos12.
O enfermeiro que realiza a CSCUP teve ter o conceito básicos sobre os transplantes dos
SCUP. O emprego alogênico ocorre quando as células provêm do SCUP de outro indivíduo.
Em situações em que receptor e doador são consanguíneos, o transplante é denominado
alogênico aparentado. De acordo com Souza, a maioria dos transplantes efetuados com células
de SCUP são de origem alogênica17.
A utilização em seguimento destes instrumentos reforça a importância do treinamento
contínuo dado o objeto de estudo e, estender a afirmação para especificar e aprofundar os
aspectos operacionais e teóricos da CSCUP são pertinentes ao aprendizado, e a relevância na
utilização pré e pós-teste no trabalho desenvolvido com os enfermeiros da ME/URFJ22.
O pilar para o enfermeiro atuar na CSCUP é conhecer a Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) nº 56, de 16 de dezembro de 2010, que dispõe sobre o regulamento técnico
para o funcionamento dos laboratórios de processamento de células progenitoras
hematopoiéticas provenientes de medula óssea, sangue periférico e bancos de sangue de cordão
umbilical e placentário, para finalidade de transplante convencional. Nesta resolução está
inserido os critérios de qualificação e de desqualificação das doadora do SCUP onde o
enfermeiro faz a seleção das possíveis doadoras10.
5.2.4 Avaliação da Oficina Teórica pelos Participantes
A avaliação da oficina teórica foi estruturado em 4 domínios: conceitual contendo 5
variáveis, avaliação dos instrutores contendo 5 variáveis, avaliação do serviço de apoio com 3
variáveis e auto aproveitamento com 2 variáveis.
No domínio conceitual, destaca-se a variável a importância da oficina para aquisição de
novos conhecimentos na sua área de atuação onde houve unanimidade e efeito positivo e
significativo no aprendizado entre os participantes. A segunda melhor avaliação foi a variável
conteúdo da oficina com 94,7% reforçando que a oficina teórica foi bem elaborado e que
contribuiu para aquisição de novos conhecimentos para os participantes. A menor avaliação foi
a variável qualidade do material didático utilizado, reitero que a pesquisa não houve
financiamento e que todo o custeio da pesquisa foi financiada pelo pesquisador. Como sugestão,
75
os participantes sugeriram que na oficina teórica poderia ter um manequim do cordão umbilical,
vez que a instituição já tem este manequim.
Quanto ao domínio avaliação dos instrutores, a variável em destaque foi conceitual e
prático do tema abordado que teve 100% de aprovação, a estratégia roda de conversa
proporcionou aos participantes discussões sobre a CSCUP como processo de dialógico,
puderam esclarecer suas dúvidas, sugerir conteúdos buscando compreender um pensar
compartilhado, sendo que cada pessoa instiga a outra a falar, sendo possível se posicionar e
ouvir o posicionamento do outro. A variável clareza e organização em sala de aula obteve 87%,
ao nosso ver a estratégia utilizada precisa de adequação, talvez como por exemplo começar com
a aula expositiva e em seguida com roda de conversa. As variáveis pontualidade e interação
com o grupo obtiveram as menores avaliações, por se tratar de uma metodologia não muito
usado na área da saúde, há necessidade de estratégias para maior interação com os participantes
da pesquisa. Quanto a pontualidade houve atraso de quatro participantes o que prejudicando o
início predeterminado das atividades. A variável estratégia de abordagem dos assuntos e
recursos utilizados foi a segunda melhor avaliação reforçando a boa estratégia usada que
contribuiu para aquisição conhecimentos sobre a CSCUP para os participantes.
Sobre o domínio avaliação dos serviços de apoio a variável divulgação da oficina que
obteve a menor avaliação entre as variáveis 78,30%, o que foi uma surpresa para os
pesquisadores, pois dos 25 convites feitos aos prováveis enfermeiros participantes, 23
compareceram na oficina teórica. Houve mobilização do pesquisador para o público alvo para
a oficina teórica, através de uma combinação de estratégias simultâneas procurando assim
caracterizar uma rede de sensibilização capaz de influenciar cada profissional, como carta
convite para cada participante, memorando para o coordenador da residência multiprofissional,
convite individual por e-mail e comunicação verbal, comunicado em quadro de avisos do centro
obstétrico. Houve procura de enfermeiros de outros setores interessados em participar da
pesquisa o que comprova a boa divulgação da pesquisa. Foi sugerido pela coordenadora do
setor de ensino da ME-UFRJ que abrangesse para os demais enfermeiros em outro momento.
A variável condições de uso das instalações e dos recursos audiovisuais disponibilizados houve
100% unanimidade entre os participantes.
No domínio auto aproveitamento a variável a sua participação em sala de aula visando
o desenvolvimento do grupo indicam que o planejamento estratégico foi bem sucedido.
5.2.5 A Avaliação das Oficinas Práticas
5.2.5.1 A Observação Participativa Triagem e Captação
76
Tabela 9 Seleção de acordo com a RDC 056/2010
Fonte Autor/2015
Neste módulo, o item seleção de acordo com a RDC 056/2010 os participantes
obtiveram 20% de inadequações na primeira coleta seguido de 5% na segunda coleta e não
houve inadequação na terceira coleta. A RDC 056/2010 regulamenta que para viabilizar a coleta
e o armazenamento é necessário atender alguns critérios obstétricos e obedecer certos
procedimentos durante o parto e imediatamente após o delivramento da placenta12. Faz-se
necessário que o profissional ao realizar a triagem e captação das doadoras tenha bem
esclarecidos quais são os critérios de qualificação e desqualificação de acordo com a RDC
056/201010.
Neste sentido, os principais motivos que impedem a coleta do material do cordão
umbilical, identificados durante a triagem, são a presença de doenças sexualmente
transmissíveis, febre materna durante o parto, medicamentos administrados na doadora, doença
materna, complicações durante o parto, presença de infecções ou problemas com a placenta e
cordão umbilical38.
Quanto a apresentação do profissional não houve inadequações pelos participantes, o
que nos revela que os participantes da pesquisa estão em consonância com a política de
humanização do SUS, faz parte da politica de humanização do SUS, que garante que todo
usuário do SUS saberá quem são os profissionais que cuidam de sua saúde39.
Tabela 10 Abordagem da gestante explicando o objetivo da coleta SCUP
Fonte: Autor/2015
Ao analisarmos o item a abordagem da gestante explicando o objetivo da coleta SCUP
percebemos que não houve grandes dificuldades para os participantes uma vez que, houve
Item Inadequação % n
Seleção de acordo com a
RDC 056/201
1ª Coleta 20 4
2ª Coleta 5 1
3ª coleta - -
Item Inadequação % n
Abordagem da gestante
explicando o objetivo da
coleta SCUP
1ª Coleta 25 5
2ª Coleta 5 1
3ª coleta - -
77
apenas 25% de inadequações na primeira coleta e não houve inadequações nas demais coletas,
considerando que a abordagem é específico para a coleta SCUP, a qual os participantes não têm
essa abordagem no seu cotidiano.
A abordagem a gestante, o profissional deve explique a importância do uso terapêutico
do SCUP no tratamento de determinadas doenças e a importância da doação de SCUP, além de
falar sobre a possibilidade do SCUP servir para o transplante alogênico não aparentado. Deve
também esclarecer sobre o processo de coleta de uma forma de fácil entendimento, destacando
que não há nenhum tipo de prejuízo para ela ou para o RN 10.
Tabela 11 Preenchimento do histórico clínico
Fonte: Autor/2015
Após a avaliação do preenchimento do histórico clínico nota-se que houve o maior
percentual de inadequações ente os itens avaliados no módulo triagem e captação. Na primeira
coleta 55% dos preenchimentos dos históricos foram inadequados, na segunda coleta foi
reduzido a 15% e na terceira não houve inadequações.
Para os participantes foi a etapa mais difícil deste módulo, uma vez que, o histórico
requer um levantamento das informações mais apuradas do pré-natal, do trabalho de parto e
parto e também dos dados RN voltado especificamente para atender a coleta do SCUP, uma
vez que, não fazia parte sua prática. Dessa forma, o questionamento dos itens do histórico
clinico devem ser realizados com muita atenção e de uma forma clara. Para complementar as
informações devem ser utilizadas informações do prontuário do paciente, o qual teve seu acesso
autorizado previamente com o TCLE10.
Em relação aos esclarecimentos de dúvidas das gestantes doadoras houve 10% de
percentual de inadequações na primeira coleta, não houve inadequações nas coletas seguintes.
O que comprova que os participantes adquiriram conhecimento em relação a coleta do SCUP e
são capazes de esclarecer dúvidas sobre o tema.
5.2.5.2 A Observação Participativa Coletas Extra Útero
Item % n
Preenchimento do
histórico clínico
1ª Coleta 55 11
2ª Coleta 15 3
3ª coleta - -
78
Tabela 12 Percentual de Inadequações nas Coletas Extra Útero
Fonte: Autor/2015
O objetivo da coleta SCUP é extrair do segmento do cordão umbilical e da placenta o
maior volume possível. Pode ser realizada em parto normal ou cesáreo ocorrendo apenas no
terceiro estágio do parto, após o clampeamento e secção do cordão umbilical e a dequitação ou
extração placentária, não envolvendo desta forma, nenhum risco para a doadora ou para o RN40.
Item Inadequações Participantes
% n
Montagem do material para
CSCUP
1ª 30
2ª -
3ª -
6
-
-
Colocação da placenta no suporte
apropriado, com face fetal para
baixo e cordão através de fenestra
1ª 15
2ª 15
3ª 0
3
3
0
Antissepsia do cordão com álcool
70% e clorexidine alcoólico 3x da
região distal p/ proximal
1ª 10
2ª 10
3ª 0
2
2
0
Troca das luvas estéreis entre as
etapas de recebimento, antissepsia
e punção
1ª 5
2ª -
3ª -
1 -
-
Punção do cordão com agulha
própria da bolsa
1ª 50
2ª 25
3ª -
10
5
-
Fechamento das travas das bolsa
e das agulhas com o protetor
1ª 10
2ª -
3ª -
2
-
-
Coleta da amostra sanguínea 1ª -
2ª -
3ª -
-
- -
Etiquetagem da bolsa de coleta,
amostra materna, histórico clínico
e TCLE com etiqueta código de
barras
1ª 15
2ª -
3ª -
3
-
-
Preenchimento da ficha de
transporte e etiquetagem
1ª 15
2ª 5
3ª -
3
1
-
Acondicionamento da unidade e
amostra em saco plástico
1ª -
2ª -
3ª -
-
-
-
Acondicionamento da unidade em
maleta térmica para transporte
1ª -
2ª -
3ª -
-
-
-
Descarte apropriado do material
utilizado CSCUP
1ª -
2ª -
3ª -
-
-
-
79
Na avaliação da montagem do material para CSCUP, observamos que 30% dos
participantes executaram a técnica inadequadamente na primeira coleta o que corresponde a 6
participantes da pesquisa, e não houve inadequações nas coletas subsequentes. A técnica usada
para a montagem da mesa de coleta é a técnica limpa, sendo montado pouco antes da dequitação
ou extração manual da placenta para evitar exposição por tempos prologados14. Todos os
materiais devem estar esterilizados, assim como a disposição de luvas estéreis e solução
antisséptica, com o intuito de atender completamente às normas vigentes14. A maior dificuldade
encontradas pelos participantes neste item foi a identificação dos equipamentos e insumos por
não conhecê-los inicialmente.
Na análise, colocação da placenta no suporte apropriado, com face fetal para baixo e
cordão através de fenestra 15% dos participantes realizaram a técnica de maneira inadequada
nas duas primeiras coletas, no entanto, na terceira coleta realizaram a técnica de acordo com as
boas práticas. Ao acondicionar a placenta no suporte placentário, é de boa prática que o
enfermeiro atente-se para o adequado posicionamento das membranas ovulares que devem estar
posicionadas para o lado oposto da fenestra e do segmento do cordão, além do correto
posicionamento do segmento na fenestra, que deve estar completamente centralizado,
atentando-se para não “garroteá-lo” o que eu impede o fluxo sanguíneo para coleta por
gravidade 41.
Em relação a antissepsia do cordão primeiramente com álcool 70% e após com
clorexidine alcoólico 3x da região distal p/ proximal, observa-se que 10% dos participantes o
que corresponde a 2 participantes realizaram a técnica inadequadamente na primeira coleta,
havendo necessidade de correções na técnica e na terceira não houve inadequações. De acordo
com o estabelecido pelo procedimento operacional padrão do INCA/RJ e validado pela CCIH
dessa instituição, essa técnica impedir a entrada de germes patogênicos exógenos no SCUP e
também a retirada do sangue materno, evitando a disparidade HLA8.
Os dados obtidos no que se refere a técnica das trocas das luvas estéreis entre as etapas
de recebimento da placenta, antissepsia e punção apenas 01 participante realizou a técnica
inadequadamente na primeira coleta, o que corresponde a 5% do total dos participantes e não
havendo inadequações na segunda e terceira coletas.
O uso de luvas estéreis são para prevenir a contaminação e transmissão de infecções nas
realizações de alguns procedimentos invasivos, o ponto de relevância na coleta SCUP são os
momentos em que se deve realizar as trocas das luvas estéreis para que não haja risco de
contaminação na coleta.
De acordo a análise da punção do cordão com agulha própria da bolsa obteve o maior
percentual das inadequações de toda a pesquisa, 50% dos participantes realizaram a técnica
80
inadequadamente o corresponde a 10 participantes da pesquisa. Por se tratar de uma técnica
nova onde os participantes não tinham os conhecimentos sobre esta técnica, o que é justificável
este percentual.
O cordão umbilical possui uma estrutura helicoidal, sendo normalmente composto por
duas artérias e uma veia, que são rodeadas pela geleia de Wharton, por um tecido poroso
conjuntivo e por uma camada externa de célula única de âmnio. Os vasos umbilicais diferem
na estrutura e na função, em comparação com os vasos principais o corpo, as duas artérias
umbilicais se encontram em volta da veia numa forma helicoidal e o sangue flui de um modo
pulsátil do feto para da placenta através das artérias e da placenta para o feto através da veia
umbilical19.
A técnica realizada permite a utilização bolsa com sistema fechado com as duas
extremidades agulhadas do sistema de coleta fechado, após acondicionar a placenta e o cordão
no suporte placentário, é realizada a antissepsia do cordão com clorexidina alcoólica à 0,5%, e
em seguida é puncionada a veia umbilical utilizando com uma das agulhas que vem na bolsa
coletora com o bisel voltado para baixo entrando em contato com o anticoagulante evitando
assim que a amostra coagule, o SCUP é drenado para dentro da bolsa por gravidade e a
importância do não tracionamento do cordão e do segmento41.
Na avaliação do item fechamento das travas das bolsa e das agulhas com o protetor 10%
dos participantes realizaram a técnica inadequadamente na primeira coleta e nas subsequentes
não houve inadequações. A importância desta técnica garante maior segurança aos
profissionais após realização da coleta do SCUP uma vez que há possibilidade de transmissão
ocupacional de patógenos veiculados pelo sangue, estudos têm mostrado que a ocorrência de
acidentes com material biológico contaminado, em profissionais de saúde durante o exercício
de suas atividades, pode acarretar o desenvolvimento de doenças infecciosas42.
Os itens acondicionamento da unidade e amostra embalagem secundaria em saco
plástico, acondicionamento da unidade em maleta térmica para transporte e descarte apropriado
do material utilizado CSCUP não houve inadequações na técnica pelos participantes.
É importante ressalta que o controle de temperatura das amostras de SCUP durante o
transporte é realizado utilizando um sistema de monitoramento constante de temperatura
durante o transporte denominado Kooltrack® que é o nome comercial do dispositivo de
controle de temperatura utilizado durante o transporte das amostras de SCUP, o qual faz a
leitura da variação de temperatura ocorrida no transporte, desde o momento que saiu da unidade
de coleta até que chegue ao laboratório de processamento do BPSCUP43.
5.2.5.3 Avaliação da Oficina Prática pelos Participantes
81
Para o item você se sente apto para realizar a triagem das gestantes? 80% dos
participantes concordaram totalmente e 20% concordaram, mediante esses resultados indicam
que a estratégia utilizada atingiu seu objetivo uma vez que, os participantes se sentem capazes
de realizar a triagem e captação das doadoras para a coleta SCUP.
Na triagem e captação de doadoras de SCUP, o objetivo principal é investigar os
critérios de qualificação e desqualificação de acordo com as normas vigentes para doação, mas
de forma complementar, coletando as informações da doadora através da consulta de
enfermagem e também através da avaliação de prontuários da gestante e do RN. Além disso, é
nesta etapa que se adquire o consentimento da doadora (TCLE) e todas as orientações são feitas
sobre o procedimento da coleta e sobre a doação. É necessário que a coleta de SCUP somente
poderá ser realizada após orientação da doadora e assinatura do TCLE10. Cabe ainda salientar
que a parturiente em trabalho de parto está cercado por fragilidades e temores, exigindo do
enfermeiro uma habilidade e sensibilidade para que a captação da doadora ocorra de forma
humanizada.
Os principais motivos que inviabilizam a coleta do material do cordão umbilical,
identificados durante a triagem, são a presença de doenças sexualmente transmissíveis, febre
materna durante o parto, medicamentos administrados na doadora, doença materna,
complicações durante o parto, presença de infecções ou problemas com a placenta e cordão
umbilical38.
5.2.5.4 Percepções sobre a participação na pesquisa
No segundo item Você se sente seguro para realizar a CSCUP após oficina prática?
destaca-se para a importância da oficina para aquisição de habilidades técnica e de novos
conhecimentos na sua área de atuação onde houve efeito positivo e significativo no aprendizado
entre os participantes. Reforçando que a oficina prática foi bem estruturada e que os
participantes são capazes de realizar a coleta do SCUP.
O objetivo da coleta SCUP é extrair do segmento do cordão umbilical e da placenta o
maior volume possível. Pode ser realizada em parto normal ou cesáreo ocorrendo apenas no
terceiro estágio do parto, após o clampeamento e secção do cordão umbilical e a dequitação ou
extração placentária, não envolvendo desta forma, nenhum risco para a doadora ou para o RN40.
O enfermeiro deve utilizar as duas extremidades agulhadas do sistema de coleta fechado,
não insistindo em puncionar por mais de uma vez com a mesma agulha devido ao risco de
transferência de coágulos para o interior da bolsa coletora. Além disso, uma leve ordenha manual
82
na placenta, durante a realização da última punção, tem demonstrado ser uma boa prática para a
obtenção de um volume satisfatório ao final da coleta devido a possíveis oclusões do fluxo
sanguíneo na placenta durante sua permanência no prato fenestrado40.
Quanto ao item a oficina atendeu as suas expectativas. Justifique
Respostas mais relevantes da perguntas
Participante 3
“Atendeu em muito. Gostaria de parabenizar a pesquisa tem uma relevância social muito grande
e também pela oportunidade de aprender, e pôr em prática o aprendizado que obtive durante as
oficinas teórica e prática. Muito obrigada!!!”
Participante 6
“Superou em muito as minhas expectativas, quero agradecer por tudo o que foi repassado nesta
oficina, pois foram esclarecidas as minhas dúvidas e assim posso coletar quando estiver de
plantão.”
Participante 11
“Atendeu. A oficina me ofereceu uma habilidade técnica e conhecimento muito maior do que
eu já possuía, muitas questões relacionadas ao transplante e das células-tronco que eu tinha
dúvidas, pude compreendê-las melhor, poderei ajudar a consegui mais doadores compatíveis e
salvar vidas”.
Participantes 16
“Atendeu. A oficina foi de ótimo, aprendi adequadamente a realizar a triagem e a captação
gestantes e principalmente a coletar o SCUP, pois no dia-a-dia posso aperfeiçoar mais meu
conhecimento, e poder praticá-las e orientar melhor as gestantes para ser doadoras. Adorei fazer
parte da capacitação. Foi ótimo.
A educação para profissionais de saúde vem sofrendo mudanças ao longo dos anos, e
sendo acrescida de informações de acordo com o momento sócio-econômico-político
vivenciado no país. Essa mudança resultou em conceitos diversos, que são utilizados, em
determinados momentos, como sinônimos e, em outros, como concepções diferentes: educação
em serviço, educação continuada e educação permanente. Ela é baseada na pedagogia da
problematização através da transformação das práticas dos serviços. É sustentada pela
concepção de aprendizagem para a transformação das atividades profissionais mediante a
reflexão crítica sobre as práticas reais dos serviços de saúde44.
Há necessidade dos serviços capacitarem seus profissionais, por meio de uma educação
reflexiva e participativa como elevação da escolaridade, crescente aumento do nível de
83
informação das pessoas e inovações tecnológicas, bem como motivação e expectativa das
pessoas para participação nas decisões, nos resultados e no futuro das instituições.21
Ao capacitarmos os enfermeiros e sua relação com a coleta do SCUP, percebe-se a
relevância para dos aspectos sociais, culturais e políticos. É praticamente impossível
desvincular o tema das políticas públicas, do sistema gerencial, e assistenciais. Estes estão
intimamente relacionadas através do custeio e financiamento das ações a serem executadas, até
sua operacionalização.
84
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO DE CAPACITAÇÃO DOS ENFERMEIROS
PARA O PROCESSO DA COLETA DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL
E PLACENTÁRIO PARA A MATERNIDADE ESCOLA
A COLETA DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO PARA
OBTENÇÃO DE CÉLULAS- TRONCO
AUTORES
Helder Camilo Leite
Ana Karine Ramos Brum
6. PRODUTO
86
INDRODUÇÃO
O presente trabalho constitui o Produto Final obtido da dissertação de mestrado, que se
intitula “A CAPACITAÇÃO DOS ENFERMEIROS E O PROCESSO DA COLETA DO
SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO:CASO DA MATERNIDADE
ESCOLA DA UFRJ”, o qual foi desenvolvida durante o curso do Mestrado Profissional em
Enfermagem Assistencial (MPEA), sob a orientação da Profª Doutora Ana Karine Ramos
Brum. A pesquisa teve seu embasamento teórico nos estudos sobre a Educação Permanente e
buscou a capacitação dos enfermeiros sobre o processo da coleta dos sangue do cordão
umbilical em uma maternidade pública no Rio de Janeiro.
Durante a pesquisa foram realizadas duas oficinas teóricas e dezoito oficinas práticas
sobre o tema células-tronco e a coleta do sangue do cordão umbilical e placentário para
obtenção de células-tronco. Partindo dos resultados obtidos na pesquisa foi elaborado o
Programa de Educação de Capacitação do processo da coleta do sangue do cordão umbilical e
placentário. Nossa intensão com o presente produto é oferecer uma contribuição de como
capacitar os enfermeiros para a coleta do sangue do cordão umbilical e placentário a outras
maternidade com perfil que queiram torna-se posto de coleta.
A pesquisa aponta que a elaboração do programa de educação de capacitação para a
coleta SCUP pode contribuir para que as outras maternidades públicas com perfil de posto de
coleta também possam usar este programa para capacitar os enfermeiros no processo de
CSCUP. Assim, o programa de educação de capacitação dos enfermeiros para a coleta SCUP
precisa de validação que será a proposta para futuros estudos. Os resultados aqui apresentados
foram considerados significativos.
Aos interessados em conhecer a pesquisa que originou este produto, a dissertação
encontra-se disponível no site do Programa de Pós -Graduação da Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa, Universidade Federal Fluminense – Niterói- RJ.
87
Introdução.........................................................................................................
Contextualização ...............................................................................................
Capítulo 1: Plano de ensino e aprendizagem ......................................... Objetivo .....................................................................................................................
Procedimentos metodológicos ...................................................................................
Avaliação ...................................................................................................................
Referências ................................................................................................................
Capítulo 2: Materiais/Insumos e Impresso para a coleta SCUP ......................
Materiais/ insumos necessários para a coleta SCUP ................................................
Impressos usados na coleta SCUP .............................................................................
Capítulo 3: Triagem e Captação da Doadoras .................................................
Apresentação do profissional ....................................................................................
Preenchimento do Histórico Clínico ..........................................................................
Abordagem da Gestante explicando o objetivo da coleta SCUP ...............................
Preenchimento do Histórico Clínico ..........................................................................
Esclarecimento de Dúvidas da gestante Doadoras, se caso houver ..........................
Assinatura do TCLE ..................................................................................................
Capítulo 4: A Coleta do SCUP .........................................................................
Montagem do material para CSCUPA .....................................................................
Recebimento da placenta com luva estéril ................................................................
Colocação da placenta no suporte apropriado, com face fetal para baixo e cordão
através de fenestra ....................................................................................................
Troca das luvas estéreis entre as etapas de após colocação da placenta na bacia
fenestrada, antissepsia e punção ................................................................................
Antissepsia do cordão com clorexidine alcoólico 0,5% 3x da região distal p/ proximal
Punção do cordão com agulha própria bolsa .............................................................
Fechamento das travas das bolsa e das agulhas com o protetor ...............................
Coleta da amostra sanguínea materna ........................................................................
Etiquetagem da bolsa de coleta, amostra materna, histórico clínico e TCLE com etiqueta
código de barras .........................................................................................................
Preenchimento da ficha de transporte e etiquetagem ...............................................
Acondicionamento da unidade e amostra em saco plástico ......................................
Acondicionamento da unidade em maleta térmica para transporte ..........................
Descarte apropriado do material utilizado CSCU ....................................................
Referências ...............................................................................................................
Capítulo 5: O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A CSCUP .................
SUMÁRIO
88
As dificuldades que os pacientes com doenças hematológicas, oncológicos têm para
conseguir um transplante não são conhecidas por parte da população. Apesar de todo sucesso
nos tratamentos em várias doenças, encontrar um doador compatível não é tão simples. Os
transplantes apresentam como limitação à disponibilidade de doador, pois devido à
complexidade do sistema imunológico há uma chance de apenas 25% dos candidatos ao
transplante terem doadores compatíveis aparentados, geralmente um irmão, devido à
incompatibilidade do sistema HLA, fatores como o tempo gasto no processo de procura de
doador, que pode variar de um mês a seis anos, a disponibilidade do doador no momento em
que é solicitado, e a limitada disponibilidade de doadores em uma dada população étnica ou
grupo racial 1.
Por isso, os focos das pesquisas na área concentram-se cada vez mais no uso de células-
tronco do cordão umbilical. Embora os bancos mundiais de doadores se esforcem em
campanhas para incentivar a doação, ainda é difícil encontrar o chamado doador alótipo – que
seja compatível.
Os Bancos de Sangue do Cordão Umbilical e Placentários (BSCUP) serviços
responsáveis pelos processos de obtenção, realização de exames laboratoriais, processamento,
armazenamento e fornecimento de células-tronco hematopoiéticas de sangue de cordão
umbilical e placentário (SCUP) para uso terapêutico2. Estes bancos devem realizar seus
processos atendendo a critérios técnicos determinados pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA). A correta realização desses processos é de suma importância para que
seja garantida a qualidade e a segurança das células-tronco disponibilizadas, implicando no
menor risco possível à saúde do paciente que delas se utilize.
Nos bancos públicos, a doação do sangue de cordão umbilical e placentário tem caráter
voluntário, sem custos para a família e sem compensações financeiras. As células obtidas são
disponibilizadas para qualquer pessoa que as necessite, através do uso alogênico não-
aparentado ou alogênico aparentado, quando há indicação médica. São obrigatórios o respeito
ao sigilo e a gratuidade da doação. O serviço deve prover ao doador todas as informações
relativas ao processo de doação, riscos envolvidos e testes laboratoriais, além de garantir a
segurança do receptor. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido autorizando a
participação voluntária, precisa estar assinado pelo doador e elucidar a natureza do
procedimento, incluindo a autorização de descarte das unidades que não atenderem aos critérios
para armazenamento3.
CONTEXTUALIZAÇÃO
89
A realização desse procedimento pelo SUS ainda é pouco divulgada Além disso, como
o credenciamento das maternidades para a coleta e armazenamento está em processo de
implantação, muito material acaba sendo inutilizado por falta de informação. A maioria dos
transplantes efetuados com células de SCUP até 2008 foi de origem alogênica. Dos 3.372
transplantes realizados em todo o mundo entre os anos de 1988 e 2007, 2.965 foram alogênicos,
359 alogênicos aparentados e 3 autólogos por isso a importância em investir na coleta pública4.
Apesar da grande utilidade do SCUP no tratamento de diversas doenças sanguíneas e
imunológicas, a divulgação de informação e a mobilização da sociedade para a doação desse
material é pequena. Dessa maneira, estudos que abordem a percepção da população sobre o
tema podem contribuir par a produção de informações sensibilizadoras.
A Resolução COFEN 304/2005 normatiza a atuação do Enfermeiro na coleta de sangue
do cordão umbilical e placentário. Para atuação nesta atividade, o enfermeiro deverá estar
devidamente capacitado5.
É preciso aumentar o quantitativo de maternidades públicas para se tornarem-se posto
de coleta com enfermeiros devidamente capacitados para a coleta SCUP e consequentemente
aumentar o número das coletas é imprescindível para o acervo dos bancos do sangue do cordão
umbilical e placentário públicos (bancos alogênicos). Assim, a medida que há mais postos de
coleta, enfermeiros capacitados para a coleta SCUP e implantação dos serviços, aumenta a
possibilidade de compatibilidade entre doadores e receptores.
REFERÊNCIA
1. RUBINSTEIN, P., et al. Processing and cryopreservation of placental/umbilical cord blood
for unrelated bone marrow reconstitution. Proc Natl Acad Sci USA [Internet] 1995 [Acesso
em 10 de setembro de 2015] 24; (92): 10119-10122. Disponível em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC40747/pdf/pnas01500-0217.pdf
2. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância. Resolução RDC nº 153, de 14 de
junho de 2004. Determina o Regulamento Técnico para os procedimentos hemoterápicos,
incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o controle
de qualidade e o uso humano de sangue, e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do
cordão umbilical, da placenta e da medula óssea. Brasília, 2004. [Internet] [Acesso em 10
de abril de 2015]. Disponível em:
http://www.sbpc.org.br/upload/noticias_gerais/320100416113458.pdf
90
3. Rubinstein P, Stevens CE. Placental blood for bone marrow replacement: the New York
Blood Center's program and clinical results. Baillieres Clin Haematol. 2000;13(4):565-84. [
Links ]
4. Instituto Nacional de Câncer. Rede BrasilCord, 2013. [acesso em 2014 fev 18]. Disponível
em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2627
5. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN nº 304/2005. Brasília, 22 de julho
2005.Normatização da atuação do enfermeiro na coleta de sangue de cordão umbilical e
placentário. Brasília, 2005. [acesso em 2014 fev. 15]. Disponível em: <http://www.coren-
df.org.br/site/materias.asp?Articles ID=808>
91
Plano de Ensino e Aprendizagem
Oficinas de Capacitação da Coleta do Sangue do Cordão Umbilical e Placentário
Carga Horária Teoríca: 12 horas
Instrutor: Professor Convidado do BSCUP
Carga Horária Prática: 12 horas para cada participante
Instrutor: Enfº Helder Camilo Leite
Público Alvo: Enfermeiros da ME/UFRJ
Coordenador: Helder Camilo Leite
EMENTA
Célula-tronco embrionária e adulta; unção das células-tronco embrionária e adulta; formas de
obtenção das células-tronco embrionárias; formas de obtenção das células-tronco
hematopoiéticas; compatibilidade HLA; legislação do banco de sangue de cordão umbilical e
placentário; atividades do enfermeiro no banco de sangue de cordão umbilical e placentário;
seleção, captação e coleta de sangue de cordão umbilical; processamento de sangue de cordão
umbilical e placentário; criopreservação.
II. OBJETIVO
Objetivo Geral
Capacacitar os enfermeiros da ME/UFRJ para a coleta do sangue do cordão umbilical e
placentario para obtenção de células-tronco.
Objetivos específicos
I. Capacitar os enfermeiros da ME/UFRJ sobre os principais conceitos que permeiam a coleta
do sangue do cordão umbilical e placentário com a finalidade de obtenção de células-tronco.
II. Desenvolver habilidade técina aos enfermeiros da ME/UFRJ na coleta do sangue do cordão
umbilical e placentário para obteção de células- tronco.
CAPÍTULO1 Plano de ensino aprendizagem
92
III. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE I: Células-tronco embrionária e adulta, tipos de células-tronco, localização, função,
compatibilidade, benefícios, fins terapêuticos, leis, ética, biossegurança.
UNIDADE II. Transplante de células tronco hematopoiética, Histórico BSCUP, Objetivo,
Programa Nacional, Plataforma, Vantagens, Dificuldades, Benefícios, Legislação, Atuação do
Enfermeiro antes, durante e após coleta, Captação e seleção de gestantes com potencial para
doação de sangue de cordão umbilical e placentário, Técnicas de coleta de sangue de cordão
umbilical, Transporte, Acondicionamento, Criopreservação
IV. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A oficina teórica será realizada através de roda de conversa; aula expositiva teórica utilizando
recursos visuais (projetor multimídia) e textos, com intervenção participativa do coordenador,
totalizando 12 horas.
As oficinas práticas serão desenvolvidas no centro obstétrico da maternidade, onde cada oficina
terá no máximo dois enfermeiros, no mínimo de doze horas para cada dupla de enfermeiros que
discutirão aspectos abordados na oficina teórica e desenvolverão habilidades na técnica de
coleta de sangue de cordão umbilical e placentário, bem como na seleção e captação de
gestantes com potencial para doação de acordo com legislação vigente.
V. AVALIAÇÃO
Avaliação teórica será através instrumento pré teste e pós teste para saber o impacto da oficina
teórica sobre aquisição de novos conhecimentos e através de instrumento de avaliação da
oficina teórica pelos participantes. Na oficina prática, será feito avaliação individual seguindo
roteiro observacional elaborado especificamente para as ofinas práticas, contemplando as fases
de triagem e captação e coleta de sangue de cordão umbilical e placentário e interveção da
técnica.
VI. REFERÊNCIAS
01. BRASIL. Resolução RDC n° 56, 16 de dezembro de 2010. Diário Oficial da União;
Poder Executivo, de 17.12.2010.
93
02. BRASIL. Resolução RDC n° 153, 16 de dezembro de 2010. Diário Oficial da União;
Poder Executivo, de 17.12.2010.
03. Compêndio de Enfermagem em Transplante de Células Tronco Hematopoéticas -
Toyonaga e Cols - ed. Maio – 2004.
04. Enfermagem em Terapêutica Oncológica - 3ªed. - Bonassa e Santana – 2006.
05. Instituto Nacional de Câncer. Rede BrasilCord, 2013. [acesso em 2014 fev 18].
Disponível em: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2627
06. PASQUINI, R. Fundamentos e Biologia do Transplante de Células Hematopoiéticas. In
_Hematologia: Fundamentos e Prática. São Paulo: Atheneu, 2005. p. 914-935.
07. RUBINSTEIN, P., et al. Processing and cryopreservation of placental/umbilical cord
blood for unrelated bone marrow reconstitution. Proc Natl Acad Sci USA [Internet] 1995
[Acesso em 10 de setembro de 2015] 24; (92): 10119-10122. Disponível em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC40747/pdf/pnas01500-0217.pdf
08. Rubinstein P, Stevens CE. Placental blood for bone marrow replacement: the New York
Blood Center's program and clinical results. Baillieres Clin Haematol. 2000;13(4):565-84. [
Links]
13. Souza MHL, Elias DO. As células tronco e seu potencial de reparação de órgãos e
tecidos. In: Centro de Estudos Alfa Rio. Manual de instrução programada: princípios de
hematologia e hemoterapia. 2 ed. Rio de Janeiro: Perfusion Line, 2005. p.1-14. [acesso em 2014
mar 21]. Disponível em:
http://estacio.webaula.com.br/Biblioteca/Acervo/Basico/DIS013/Biblioteca_35129/C%C3%A
9lulas%20Tronco.pdf>
09. ZAGO, M.A ; COVAS, D.M. Células –Tronco, a nova fronteira da medicina. São Paulo:
Atheneu, 2006. 245 p.
10. COFEN. Resolução 304, de 22 de julho de 2005. Disponível em
<http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3042005_4339.html>
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
01. IZU, M; SILVINO, ZR; LIMA, DLO et al. Influência de fatores obstétricos e neonatais no
volume e celularidade do sangue de cordão umbilical . Rev enferm UFPE on line., Recife, vol 7, pp
4621-6, jul., 2013. Disponível em
http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/view/4255/pdf_2865>
94
02. SILVA,MOS. Banco de sangue de cordão umbilical no Brasil. Ensaios e Ciência:
Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, vol. 14, núm. 2, 2010, pp. 125-141. Disponível em
http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26019017011
PERIÓDICOS:
01. AZEVEDO, W.; RIBEIRO, M.C.C. Fontes de células-tronco hematopoiéticas para
transplantes. In: SIMPÓSIO:TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA., 2000, Medicina,
Ribeirão Preto, v.33, p.381- 389.
02. BOUZAS,L.F.B. Transplante de medula óssea em pediatria e transplante de cordão
umbilical. In: SIMPÓSIO:TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA., 2000, Medicina, Ribeirão
Preto, v.33, p.241-263.
Data: ....../....../..........
Assinatura do Instrutor: __________________________________________
Assinatura do Coordenador________________________________________
95
CAPÍTULO 2
Materiais e Impressos para a coleta SCUP
Os materiais e impressos usados para a coleta SCUP deverão ser cedidos pelo INCA/RJ
para a maternidade que deseja ser posto de coleta pelo através de parceria para a realização da
capacitação dos enfermeiros da instituição. Materiais e Impressos para a coleta SCUP
ITEM MATERIAS/ INSUMOS QUANT.
01 PRATO FESTRADO 01
02 SUPORTO PARA PRATO FESTRADO 01
03 SERINGA 10ML 01
04 AGULHA DESCATÁVEL 40 X12 01
05 BOLSA ESTÉRIL PRÓPRIA PARA COLETA DE SANGUE DE CORDÃO
UMBILICAL 01
06 LUVAS DESCARTÁVEIS (PAR) 01
07 BOLSA TÉRMICA 01
08 EMBALAGEM SEGUNDÁRIA 01
09 ALMOTOLIA DESCARTÁVEL DE CLOREXIDINE ALCOÓLICO 01
10 LUVAS ESTÉREIS (PAR) 03
11 GAZES ESTÉREIS (PACOTE) 02
12 TUBOS LILÁS DE 04 ML COM ANTICOAGULANTE (EDTA) 04
13 TUBOS VERMELHO DE 04 ML COM GEL RETRATOR 04
14 ESCALPE 23 PARA COLETA MATERNA A VÁCUO 01
15 ALMOTOLIA DE 70% ALCOÓL 01
16 LÁTEX (GARROTE) 01
17 CAMPO PARA MESA 01
RELAÇÃO MATERIAS E INSUMOS PARA CSCUP
96
IMPRESSOS USADOS NA COLETA SCUP
Foto: autor/2015
ITEM IMPRESSOS USADOS NA COLETA SCUP QUANT.
01 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (CÓPIA BSCUP) 01
02 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (CÓPIA DOADORA) 01
03 HISTÓRICO CLÍNICO 01
04 FICHA DE TRANSPORTE 01
05 CERDIFICADO DE PEQUENO HERÓI 01
06 ETIQUETAS COM CÓDIGO DE BARRA 01
97
CAPÍTULO 3
Triagem e Captação
OBJETIVO
Estabelecer a instrução de captação, aplicação do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) e entrevista da gestante, utilizando os critérios de qualificação e
desqualificação das gestantes para doação de sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP).
As gestantes que se encontram internadas em trabalho de parto e que estiverem dentro
dos critérios de doação, de acordo com a legislação vigente, devem ser informadas a respeito
da importância da doação do SCUP. Aquelas que concordarem com o programa, devem ser
convidadas a ler e assinar o TCLE e, em seguida, serem entrevistadas para levantar informações
que possam interferir na condição de doadora e na qualidade do SCUP.
COMPETÊNCIAS
A captação, solicitação de assinatura do TCLE e entrevista são de competência dos
enfermeiros capacitados nas atividades de triagem, seleção e captação de doadoras de SCUP .
Assim como o levantamento de informações que venham a interferir na condição de candidata
a doação de SCUP.
ORIENTAÇÕES
As gestantes que se encontram internadas em trabalho de parto e que estiverem dentro
dos critérios de doação, de acordo com a legislação vigente, devem ser informadas a respeito
da importância da doação do SCUP. Aquelas que concordarem com o programa, devem ser
convidadas a ler e assinar o TCLE e, em seguida, serem entrevistadas para levantar informações
que possam interferir na condição de doadora e na qualidade do SCUP.
CRITÉRIOS MÍNIMOS PARA DOAÇÃO
Grávidas com idade mínima de 18 anos;
Consulta pré-natal: mínimo de 02 consultas documentadas;
Idade gestacional-IG Igual ou superior a 35 semanas;
Bolsa rota há menos de 18 horas;
Trabalho de parto sem anormalidade;
Ausência de processos infecciosos durante a gestação que possa(m) interferir na vitalidade
98
placentária;
Sorologias no pré-natal NEGATIVAS;
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
PRÉ-CONSENTIMENTO
Em alguns casos, a gestante pode estar em trabalho de parto avançado, o que pode
interferir no seu conforto de tomar uma decisão em relação à doação voluntária. O
consentimento não deve ser tomado logo após pré-anestésicos como diazepam ou midazolan.
Neste caso, será inicialmente aplicado apenas o pré-consentimento.
– Inicie a abordagem sempre acolhedora e educadora, cumprimentando a gestante e seu
acompanhante.
– Apresente-se dizendo seu nome e sua atividade de responsabilidade (responsável pela
captação e coleta de SCUP);
– Explique a importância do uso terapêutico do SCUP no tratamento de determinadas
doenças e a importância da doação de SCUP;
– Fale sobre a possibilidade do SCUP servir para o transplante alogênico não aparentado;
– Explique sobre o processo de coleta de uma forma de fácil entendimento, destacando que
não há nenhum tipo de prejuízo para ela ou para o RN;
– Destaque que esse é um procedimento indolor e sem risco para ela e para o RN;
– Fale sobre o direito da gestante de recusar a doação, sem nenhum prejuízo para ela ou
para o bebê a qualquer momento;
_ Permita a gestante a realizar qualquer pergunta para o esclarecimento de dúvidas para que
ela esteja confortável com o consentimento da doação.
CONSENTIMENTO
Após o parto deverá ser aplicado o TCLE para dar continuidade com o processamento
e a criopreservação.
O TCLE contém todas as informações descritas abaixo, contudo explique a gestante
para que ela não tenha dúvidas sobre o ato de doar.
– Explique que, após a coleta, para prosseguir com o processamento e a criopreservação do
cordão, será necessário o acesso aos registros médicos da mãe e do bebê;
99
– Informe sobre o fato de que será necessária à coleta de amostras de sangue materno para
análise e que serão realizados testes de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue,
testes para detecção de hemoglobinas anormais e tipagem celular nas amostras do SCUP;
– Esclareça que, se forem detectados resultados inesperados, o BSCUP irá informar a
maternidade;
– Explique que, se o SCUP não tiver dentro das condições necessárias para uso, ele poderá
ser descartado;
– Também é necessário informar que o SCUP poderá ser utilizado para outros além do
transplante (pesquisa, controle de qualidade e estudos de validação);
– Após transmitir essas informações à gestante, pergunte se ela se dispõe a responder o
questionário de triagem para confirmar a condição dela de doadora e que ela autorize a
verificar algumas informações sobre de seu prontuário médico.
– Caso a gestante conceda a doação, deverá ser solicitada a sua assinatura do TCLE e deve-
se devolver uma cópia assinada pelo BSCUP.
– Se a gestante for analfabeta, deve-se solicitar que duas testemunhas acompanhem as
explicações e que essas leiam e assinem o TCLE. Em seguida, solicitar que a gestante
ponha sua impressão digital
Observação: O documento que contém a ficha de triagem e o TCLE deve estar devidamente
identificado com sua etiqueta de identificação.
ENTREVISTA E APLICAÇÃO DA FICHA MÃE (DADORA)
Se a gestante atender os critérios mínimos para enquadramento na condição de doadora
de SCUP deverá ser realizado o registro das informações da gestante e do RN na Ficha Mãe.
A entrevista realizada com o histórico clínico, tem como objetivo o levantamento das
informações da gestante e do recém-nascido. Dessa forma, o questionamento dos itens do
Histórico Clinico devem ser realizados com muita atenção e de uma forma clara. Para
complementar as informações, poderão ser utilizadas informações de seu prontuário médico, o
qual teve seu acesso autorizado previamente com o TCLE.
100
Uma vez que as informações levantadas são sigilosas, deve-se observar se a gestante
deseja ficar sozinha para responder as perguntas e caso haja a presença de outras pessoas no
ambiente, deve-se retornar posteriormente para questionar se ela deseja informar algo que não
tenha sido falado anteriormente.
DADOS DA DOADORA
Os dados maternos devem conter a maior quantidade de informações possíveis, sendo
imprescindíveis os dados como: nome, data de nascimento, endereço, telefone e RG, CPF ou
CNS.
DADOS FAMILIARES
Os dados do campo dados familiares serve para auxiliar na identificação de potenciais
doenças genéticas, que podem ocorrer em maior proporção em RNs de pais com relação de
parentesco. Gestantes com grau de parentesco de até 2o grau com o pai do RN não deverão ter
o SCUP coletado.
ANTECEDENTES PESSOAIS
Deve-se levantar o maior número de informações possíveis, principalmente com o
objetivo de se tentar investigar o histórico familiar de doenças hereditárias hematológicas e
outras doenças que tornem a doadora inapta:
Doenças Cardiológicas:
Observar se a candidata sofre com alguma insuficiência coronariana, hipertensão arterial
severa ou doença de chagas. Essas condições tornam a candidata inapta para a doação.
Doenças pulmonares:
Se a resposta for sim, a candidata será considerada inapta se utilizar medicamentos para
controle de asma e bronquite (corticosteroides). Será inapta definitiva definitivamente se relatar
caso de tuberculose extrapulmonar ou estará apta 5 anos após a cura de tuberculose pulmonar.
Doenças endócrinas:
Caso a gestante possua as doenças endócrinas como: Diabete Mellitus,
Hipertireoidismo, ou Síndrome de Cushing, ela será considerada inapta. Caso os demais
familiares tenham sido afetados por essas doenças, a doação pode ocorrer regularmente.
Diabetes gestacionais controladas com dieta NÃO impedem a doação.
101
Doenças dermatológicas:
Hanseníase torna a gestante inapta a doação de SCUP. Demais familiares em tratamento
não tornam a gestante inapta para doação.
Doenças infecto-parasitárias:
Se a gestante for portadora de Leishmaniose, Babesiose ou Infecções no trato urinário
ela será considerada inapta a doação. Em caso de infecções do trato urinário tratadas com
antibióticos, a gestante estará apta para doação 15 dias após o fim do tratamento. Tratamento
profilático com antibiótico NÃO impede a doação.
Doenças neurológica degenerativa:
Doenças neurológicas degenerativas como Cretzfeld Jakobsen ou demência tornam a
gestante inapta para a doação. Para investigar sobre a possibilidade de contato com a Cretzfeld
Jakobsen (mal da vaca-louca) questionar sobre viagem à Europa, avaliar se a candidata
permaneceu no Reino Unido e/ou na República da Irlanda por mais de 3 meses, de forma
cumulativa, após 1980 até 31de dezembro de 1996; ou caso tenha permanecido 5 (cinco) anos
ou mais, consecutivos ou intermitentes, na Europa após 1980 até os dias atuais;
Possui alguma doença sexualmente transmissível?
Mesmo não tendo sido detectada no pré natal, devem ser investigada a possibilidade de
ocorrência de DSTs. Sífilis, Gonorréia, Clamídia, Herpes entre outras tornam a candidata inapta
para a doação.
Recebeu vacina recentemente?
Se positivo, observar a lista de principais vacinas e sua correlação com a doação de
sangue no anexo.
Já passou por algum procedimento cirúrgico ou procedimentos invasivos como
endoscopia?
Se sim, deve-se observar a lista de cirurgias e procedimentos invasivos no anexo.
Realizou algum procedimento dentário recentemente?
Se sim, deve-se observar a lista de cirurgias e procedimentos invasivos no anexo.
Você ou seu parceiro receberam transfusão sanguínea ou passou por hemodiálise?
102
As candidatas com histórico de transfusão de sangue ou hemocomponentes nos últimos
12 meses são consideradas inaptas para a doação. Observar se o parceiro recebeu transfusão
nos últimos 12 meses.
Tem o hábito de ingerir bebida alcoólica?
Se positivo, perguntar à candidata se bebeu nas últimas 24 horas ou se possui o hábito
de beber com muita frequência. Se a candidata ingeriu na bebida alcoólica nas últimas 24 horas
ou se ela possui o habito de beber com muita frequência a candidata esta inapta para a doação.
Fez uso de cigarro durante a gravidez?
O uso de tabaco não impede a doação de SCUP.
Possui tatuagem, piercing, acupuntura ou fez uso de drogas? Já fez uso de drogas
ilícitas?
Caso positivo, a tatuagem/piercing foi realizada nos últimos 12 meses? A candidata
estará apta para doação 12 meses após a realização da tatuagem/piercing.
Se a candidata possuir piercing na cavidade oral ou genital, ela estará inapta a doação.
Estará apta apenas 12 meses após a retirada do mesmo.
Caso positivo para uso de maconha, a candidata estará inabilita para a doação por 12
horas.
Se positivo para crack, cocaína ou anabolizante injetável inabilita a candidata por 12
meses.
O uso de outras drogas injetáveis inabilita a candidata à doação definitivamente.
Você ou seu parceiro tiveram hepatite após os 11 anos de idade?
Para ser considerada apta, a candidata e o parceiro não devem ter sofrido de hepatite
após os 11 anos de idade.
Você teve algum parceiro sexual diferente do atual nos últimos 12 meses? Você ou
seu parceiro já esteve preso (cadeia penitenciária) nos últimos 12 meses?
Para ser considerada apta, a candidata não pode apresentar comportamento de risco
(múltiplos parceiros). Caso positivo para prisão, ela ou o parceiro, a candidata será considerada
inapta para a doação até passado o período de 12 meses.
103
Sintomas como suores noturnos, perda de peso, febre sem explicações, diarreia
persistente, manchas na pele:
Esses são sintomas de uma possível infecção pelo vírus HIV. Caso a gestante ou o
parceiro apresentem esses sintomas, a coleta de SCUP não é recomendada.
Esteve fora do Rio de Janeiro nos últimos 30 dias?
Caso positivo para viagem para for a do Rio de Janeiro nos últimos 30 dias, observar se
a candidata esteve nos seguintes estados com incidência de Malária: Amazonas, Acre, Amapá,
Maranhão, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e Pará.
ANTECEDENTES FAMILIARES
Doenças como Câncer (exceto basocelular de pele e in situ de colo do útero), lúpus,
doença de Crohn, Colite Ulcerativa, Lúpus, Esclerose Múltipla, Artrite Reumatoide, tornam a
doação inapta se os pais ou irmãos do bebê forem atingidos pela doença.
Todas as seguintes doenças abaixo tornam a doação inapta se pais do bebê, irmãos do bebê
(incluindo meio irmão), avós do bebê, tios do bebê (apenas irmãos do pai ou mãe do bebê). São
elas:
– Síndrome de Diamond-Blackfan, liptocitose, Esferocitose;
– Síndrome de Kostmann, Síndrome de Schwachman-Diamond, Deficiência da Adesão
Leucocitária, Doença Granulomatosa Crônica, Leucodistrofias;
– Deficiência ADA ou PNP, Síndrome da Imunodeficiência Combinada (CID),
Imunodeficiência Comum Variável, Síndrome de Di George, Linfohistocitose Hemofagocítica,
Hipoglobulinemia, Síndrome Nezeloff, Imunodeficiência Severa Combinada (SCID),
Síndrome Wiskott-Aldrich;
– Trombocitopenia Amegocariocítica, Tromboastenia de Glanzmann, Doença de Bernard
Soulier, Deficiência do Pool Plaquetário, Trombocitopenia com ausência de rádio, Ataxia-
Telangiectasia (Síndrome de Louis Bar), Anemia Fanconi
– Anemia Falciforme, Talassemias, Hipoglobulinemia
– Síndrome de Hurler (MPS I), Síndrome Hurler-Scheie (MPS I H-S), Síndrome de
Sanfilippo (MPS III), Síndrome de Morquio (MPS IV), Síndrome de Maroteaux-Lamy (MPS
104
VI), Leucodistrofia Globoide (doença de krabbe), Leucodistrofia Metacromatica (MLD),
Adrenoleucodistrofia (ALD), Doença de Sandhoff, Doença de Tay-Sachs, Doença de Gaucher,
Doença de Niemann-Pick, Porfiria, Deficiência G6DP, Lesch-Nyhan
Imagem: Autor/2015 Imagem: Autor/201
105
CAPÍTULO 4 A Coleta do SCUP
OBJETIVO
O objetivo da coleta SCUP é extrair do segmento do cordão umbilical e da placenta o
maior volume possível. Pode ser realizada em parto normal ou cesáreo ocorrendo apenas no
terceiro estágio do parto, após o clampeamento e secção do cordão umbilical e a dequitação ou
extração placentária, não envolvendo desta forma, nenhum risco para a doadora ou para o RN.
1
COMPETÊNCIAS
Enfermeiras capacitas para coleta de sangue de cordão umbilical e placentário para
fins de transplante
PRINCÍPIO DO MÉTODO
A resolução nº56 /2010 estabelece os critérios de seleção e exclusão de gestantes para
doação de sangue de cordão umbilical e placentário. A coleta é feita utilizando a técnica
asséptica por sistema fechado.
1.Montagem do material para CSCUPA
A técnica usada para a montagem da mesa de coleta é a técnica limpa, sendo montado
pouco antes da dequitação ou extração manual da placenta para evitar exposição por tempos
prologados 2. Todos os materiais devem estar esterilizados, assim como a disposição de luvas
estéreis e solução antisséptica, com o intuito de atender completamente às normas vigentes2.
Imagem> Montagem da mesa de coleta para CSCUPA
Imagem: Autor/2015
2. Colocação da placenta no prato fenestrado
106
Ao receber a placenta em cuba estéril a maior atenção é não contaminar o campo do
profissional que presta assistência ao parto ou a cesariana. A placenta deve ser acondicionar no
prato fenestrado, é de boa prática que o enfermeiro atente-se para o adequado posicionamento
das membranas ovulares que devem estar posicionadas para o lado oposto da fenestra e do
segmento do cordão, além do correto posicionamento do segmento na fenestra, que deve estar
completamente centralizado, atentando-se para não “garroteá-lo” o que eu impede o fluxo
sanguíneo para coleta por gravidade3.
Imagem Colocação da placenta no prato fenestrado
3.Troca das luvas estéreis entre as etapas de após colocação da placenta na bacia fenestrada,
antissepsia e punção.
Imagem Troca das luvas estéreis entre as etapas de após colocação da placenta na bacia
fenestrada, antissepsia e punção.
107
Foto: Autor/2015
Antissepsia do cordão com clorexidine alcoólico 0,5% 3x da região distal p/ e depois 3 x
com clorexidine alcoólico 3x da parte distal para proximal.
De acordo com o estabelecido pelo procedimento operacional padrão do INCA/RJ e validado
pela CCIH, essa técnica impedir a entrada de germes patogênicos exógenos no SCUP e também
a retirada do sangue materno, evitando a disparidade HLA.
Imagem: Antissepsia do cordão com clorexidine alcoólico 0,5% 3x da região distal p/ e depois
3 x com clorexidine alcoólico 3x da parte distal para proximal.
Foto: Autor/2015
108
Foto: Autor/2015
Punção do cordão com agulha própria
A técnica realizada permite a utilização bolsa com sistema fechado com as duas
extremidades agulhadas do sistema de coleta fechado, após acondicionar a placenta e o cordão
no suporte placentário, é realizada a antissepsia do cordão com clorexidina alcoólica à 0,5%, e
em seguida é puncionada a veia umbilical utilizando com uma das agulhas que vem na bolsa
coletora com o bisel voltado para baixo entrando em contato com o anticoagulante evitando
assim que a amostra coagule, o SCUP é drenado para dentro da bolsa por gravidade e a
importância do não tracionamento do cordão e do segmento3.
110
Imagem: Autor/2015
Fechamento das travas das bolsa e das agulhas com o protetor
Imagem: Autor/2015
Imagem: Autor/2015
111
Foto: Autor/2015
Foto: Autor/2015
A importância desta técnica garante maior segurança aos profissionais após realização
da coleta do SCUP uma vez que há possibilidade de transmissão ocupacional de patógenos
veiculados pelo sangue, estudos têm mostrado que a ocorrência de acidentes com material
biológico contaminado, em profissionais de saúde durante o exercício de suas atividades, pode
acarretar o desenvolvimento de doenças infecciosas4. Além de maior proteção ao
profissional protege também com vazamento do sangue coletado.
Coleta da amostra sanguínea materna
112
Foto: Autor/2015 Foto: Autor
A coleta das sorologias maternas, com o objetivo de identificar sorologias positivas não
identificadas no pré-natal.
Etiquetagem da bolsa de coleta, amostra materna, histórico clínico e TCLE com etiqueta
código de barras
Foto: Autor/2015
113
Preenchimento da ficha de transporte e etiquetagem
Acondicionamento da unidade e amostra em embalagem secundária
Acondicionamento da unidade em maleta térmica para transporte
114
É importante ressalta que o controle de temperatura das amostras de SCUP durante o
transporte é realizado utilizando um sistema de monitoramento constante de temperatura durante
o transporte denominado Kooltrack® que é o nome comercial do dispositivo de controle de
temperatura utilizado durante o transporte das amostras de SCUP, o qual faz a leitura da variação
de temperatura ocorrida no transporte, desde o momento que saiu da unidade de coleta até que
chegue ao laboratório de processamento do BPSCUP6.
Descarte apropriado do material utilizado CSCU
O descarte de resíduos do laboratório de processamento de CPH de medula óssea e
sangue periférico e do banco de sangue de cordão umbilical e placentário deve estar de acordo
com o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), atendendo aos
requisitos dispostos em normas específicas vigentes. A importância desta técnica garante maior
segurança aos profissionais após realização da coleta do SCUP uma vez que há possibilidade de
transmissão ocupacional de patógenos veiculados pelo sangue, estudos têm mostrado que a
ocorrência de acidentes com material biológico contaminado, em profissionais de saúde durante
o exercício de suas atividades, pode acarretar o desenvolvimento de doenças infecciosas4
REFERÊNCIAS
1. DUARTE, S. et al. Armazenamento de sangue de cordão umbilical e placenta: público,
privado ou ambos? Revista da Associação Médica Brasileira. [Internet] 2009 [Acesso em 21 de
setembro de 2015] 55 (1): 1-11. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-
42302009000100002&script=sci_arttext
2. OLIVEIRA, FCT; SILVA, PDF. Células-tronco hematopoiéticas e seu armazenamento
em banco s de sangue de cordão umbilical e placentário. AC &T Científica. [Internet] 2011
[Acesso em 10 de maio de 2015] Disponível em;
http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/revista_virtual/hematologia/
3. IZU, M. et. al. Influência de fatores obstétricos e neonatais no volume e celularidade do
sangue de cordão umbilical. Rev enferm UFPE [on line] 2013 [ Acesso em setembro de 2015]
Recife, 7(7):4621-6. Disponível em:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=
0CC0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.revista.ufpe.br%2Frevistaenfermagem%2Findex.p
hp%2Frevista%2Farticle%2Fdownload%2F4255%2F6534&ei=_25pUrj5G5LW9ASmr4HIA
w&usg=AFQjCNFisv-
115
DnOCorgmt68n4oexPeFqkjg&sig2=RwuXXvhdkxyziXFg1J2qgA&bvm=bv.55123115,d.eW
U
4. Damasceno Ariadna Pires, Pereira Milca Severino, Souza Adenícia Custódia Silva e,
Tipple Anaclara Ferreira Veiga, Prado Marinésia Aparecida do. Acidentes ocupacionais com
material biológico: a percepção do profissional acidentado. Rev. bras. enferm. [Internet]. 2006
Feb [cited 2015 Nov 28] ; 59( 1 ): 72-77. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672006000100014&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672006000100014.
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA) [Internet]
Perguntas e Respostas sobre Sangue de Cordão Umbilical. 2012a. [Acesso em 15 de abril de
2013]. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=2469
6. POP INCA/RJ
121
CAPÍTULO 6
O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A CSCUP
O que são células-tronco?
As células-tronco são células muito especiais. Elas surgem no ser humano, ainda na fase
embrionária, previamente ao nascimento. Após o nascimento, alguns órgãos ainda mantêm
dentro de si uma pequena porção de células-tronco, que são responsáveis pela renovação
constante desse órgão específico. Essas células têm duas características distintas:
Conseguem se reproduzir, duplicando-se, gerando duas células com iguais
características;
Conseguem diferenciar-se, ou seja, transformar-se em diversas outras células de seus
respectivos tecidos e órgãos.
Um exemplo é a célula-tronco hematopoéticas, que no adulto se localiza na medula óssea
vermelha. Na medula óssea, ela é responsável pela geração de todo o sangue. Essa é a célula
que efetivamente é substituída quando é feito um transplante de medula óssea.
Onde podemos encontrar as células-tronco?
Além da célula-tronco hematopoéticas, pesquisas recentes têm demonstrado a
presença de células-tronco específicas, presentes em tecidos como, fígado, tecido adiposo,
sistema nervoso central, pele etc. A utilização para fins terapêuticos dessas células também
tem sido alvo de vários estudos.
O sangue do cordão umbilical e placentário é utilizado para que tipo de tratamento?
Durante a gravidez, o oxigênio e nutrientes essenciais passam do sangue materno para
o bebê por meio da placenta e do cordão umbilical. O sangue que circula no cordão umbilical
é o mesmo do recém-nascido. Quando pesquisadores identificaram no cordão umbilical um
grande número de células-tronco hematopoéticas, que são células fundamentais no transplante
de medula óssea, este sangue adquiriu importância, pela doação voluntária, para pessoas que
necessitem do transplante.
O sangue do cordão umbilical é utilizado para que tipo de tratamento?
O sangue do cordão é uma das fontes de células-tronco para o transplante de medula
óssea e este é o único uso deste material atualmente. O transplante é indicado para pacientes
com leucemia aguda; leucemia mieloide crônica; leucemia mielomonocítica crônica; linfomas
; anemias graves; anemias congênitas; hemoglobinopatias; imunodeficiências congênitas;
mieloma múltiplo; Síndrome mielodisplásica hipocelular; Imunodeficiência combinada severa;
osteopetrose; mielofibrose primária em fase evolutiva; Síndrome mielodisplásica em
122
transformação; talassemia major, além de outras doenças do sistema sanguíneo e imune (cerca
de 70 indicações).
As células-tronco podem ser utilizadas em tratamento de outras doenças?
Sim, mas a fonte utilizada atualmente para indicações diferentes do transplante de
medula óssea, como a medicina regenerativa de determinados órgãos, são as células-tronco da
medula óssea do próprio indivíduo.
O tecido do próprio cordão também possui células-tronco?
Esta é mais uma especulação desta área. Há conhecimento de que existem células-
tronco em vários tecidos do organismo há pelo menos 10 anos. Sua obtenção, entretanto, é
difícil, cara e ainda sem utilidade prática. No campo da ciência é prudente aguardar que os
resultados deixem o campo da experimentação e sejam aplicados na prática médica. Não
existem ainda logística, recursos e indicação para que as células do próprio cordão sejam
utilizadas em curto e médio prazo. Trata-se de antecipação de estudos ainda sem resultados
práticos, o que em geral causa muita ansiedade e expectativa nos que aguardam perspectivas de
cura para doenças graves.
As células-tronco do SCUP são células-tronco embrionárias?
Não, as células-tronco do SCUP têm características adultas, porém são mais imaturas e
ainda pouco estimuladas.
O que é Brasilcord?
É uma rede que reúne os Bancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical. Hoje, estão
em funcionamento as unidades do INCA no Rio de Janeiro, do Hospital Albert Einstein, do
Hospital Sírio Libanês e dos hemocentros da Unicamp e de Ribeirão Preto, todos no estado de
São Paulo. No restante do Brasil estão funcionando as unidades de Brasília, Florianópolis,
Fortaleza e Belém. A instalação de bancos em todas as regiões do país é imporante para
contemplar a diversidade genética da população brasileira. O INCA é responsável pela
coordenação da Rede. A Portaria Ministerial nº 903/GM de 16/08/2000 e o RDC da Anvisa 153
de 14/06/2004 regulamentam os procedimentos da Rede. A criação da Rede Brasilcord foi
regulamentada pela Portaria Ministerial nº 2381 de 28/10/2004.
Como é feita a doação do sangue do cordão para um Banco Público?
A doação é realizada em maternidades credenciadas do programa da Rede BrasilCord,
que reúne os bancos públicos de sangue de cordão. Existem alguns controles no momento da
coleta do sangue do cordão, necessários para um bom aproveitamento das unidades. Portanto,
não se trata de uma doação universal como ocorre com sangue e que pode ser feita em qualquer
hospital ou por qualquer pessoa, sendo limitada aos hospitais que fazem parte do programa.
Como é feita a coleta de SCUP?
123
Após o nascimento, o cordão umbilical é pinçado (lacrado com uma pinça) e separado
do bebê, cortando a ligação entre o bebê e a placenta. A quantidade de sangue (cerca de 70 -
100 ml) que permanece no cordão e na placenta é drenada para uma bolsa de coleta. Em seguida,
já no laboratório de processamento, as células-tronco são separadas e preparadas para o
congelamento. Estas células podem permanecer armazenadas (congeladas) por vários anos no
Banco de Sangue de Cordão Umbilical e disponíveis para serem transplantadas. Cabe ressaltar
que a doação voluntária é confidencial e nenhuma troca de informação será permitida entre o
doador e o receptor.
Quanto tempo o sangue do cordão pode ficar congelado?
O tempo é indefinido, existem bolsas de sangue de cordão congeladas há mais de 25
anos.
Qualquer gestante está apta a doar?
Não, a gestante tem que atender a critérios específicos. Dentre eles, deve ter mais de 18
anos, ter feito no mínimo duas consultas de pré-natal documentadas, estar com idade
gestacional acima de 35 semanas no momento da coleta e não possuir, no histórico médico,
doenças neoplásicas (câncer) e/ou hematológicdas (anemias hereditárias, por exemplo).
Por que as doações não podem ser feitas em qualquer hospital?
O programa de doação trabalha com planejamento e eficiência. Não adianta quantidade
sem qualidade porque seria desperdício coletar sem que o procedimento tenha sido realizado
por equipe treinada ou com critério. O planejamento segue as normas internacionais. Há pelo
menos dois hospitais conveniados para cada Banco da Rede BrasilCord. São hospitais públicos
ou com credenciamento específico para coleta.
Quais são as vantagens do SCUP?
A principal vantagem é que as células do cordão estão imediatamente disponíveis. Não há
necessidade de localizar o doador e submetê-lo à retirada da medula óssea. Além disso, não é
necessária a compatibilidade total entre o sangue do cordão e o paciente. Com o uso do cordão
umbilical é permitido algum nível de não compatibilidade, ao contrário do transplante com
doador de medula óssea, que exige compatibilidade total.
Existem desvantagens?
Existem sim, mas não para a doadora. A maior desvantagem é a dose de utilização, uma vez
que a doação ocorre em uma única coleta (sem possibilidade de nova coleta), e o volume é
restrito, o número de células-tronco pode ser limitado. Assim, existe um limite de peso para o
paciente, em função da quantidade de células-tronco retiradas do sangue do cordão. Os
pacientes precisam ter entre 50kg e 60kg. No entanto, hoje se utiliza uma técnica de adicionar
dois cordões para um mesmo paciente, o que proporciona o uso em adultos com maior peso.
124
Onde o INCA está recolhendo os cordões? O material é coletado atualmente no município do
Rio em três maternidades: Maternidade Municipal Carmela Dutra, Hospital Naval Marcílio
Dias e na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda. Nas maternidades, o INCA possui
uma equipe de enfermeiras devidamente especializadas e capacitadas para a triagem e coleta de
SCUP, de segunda a sexta-feira, de 7h às 19h.
Existe algum risco para a mãe ou para o bebê?
Não, não existe nenhum risco. Lembre-se que tanto a placenta, quanto o sangue que fica
armazenado nela, têm sido tratados, até então, como lixo. Obviamente, as equipes de coleta
atuam somente com o consentimento do obstetra, garantindo que nada interfira no parto.
O que acontece após a doação?
As unidades coletadas recebem um identificador numérico que passa a ser a identidade
da bolsa. Toda referência à ela passa a ser realizada com esse número, e não mais com o nome
da gestante. A unidade é então levada ao laboratório, no INCA, onde passará por diversas
etapas. Inicialmente é avaliado o número de células presentes na unidade. Caso o número destas
seja suficiente para um transplante, a mesma é processada, tendo seu volume reduzido a 20ml
e congelada (criopreservada). Assim, a unidade fica aguardando os resultados dos exames
realizados, inclusive exames maternos, que avaliarão a presença de marcadores para doenças
infectocontagiosas do sangue.
Então, o SCUP coletado e congelado já está pronto para transplante?
Não, a legislação vigente prevê que, para uma unidade ser liberada para transplante, se
deve repetir os exames sorológicos da mãe, em um período de dois a seis meses, após o parto.
Isso é muito importante, pois sem esse novo exame todo o trabalho terá sido em vão, e a unidade
não poderá ser utilizada.
Quanto tempo depois da doação, então, a unidade fica disponível para transplante?
Somente de 3 a 6 meses depois do parto as unidades são liberadas para uso. Durante
este tempo, são realizados testes no sangue do cordão para excluir doenças infecciosas e
genéticas. Este é um procedimento de segurança, para evitar as janelas imunológicas das
doenças infecciosas. Como hoje existem testes mais precisos, principalmente para HIV e
hepatite, será proposta à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a alteração desta
norma, para que as unidades com estes testes negativos sejam liberadas mais rapidamente, sem
obrigatoriedade dos testes de seguimento da mãe. Como hoje existem testes mais precisos,
principalmente para HIV e hepatite, será proposta à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) a alteração desta norma, para que as unidades com estes testes negativos sejam
liberadas mais rapidamente, sem obrigatoriedade dos testes de seguimento da mãe. Desta forma,
haverá um crescimento mais rápido e eficiente do número de unidades disponíveis para uso,
125
nos moldes do que acontece na maioria dos países que possuem Bancos de Sangue de Cordão
públicos. O aproveitamento final, depois de exclusão por critérios de segurança e qualidade
(contagem mínima das células e volume), é de cerca de 40% das unidades coletadas.
Caso o filho(a) da gestante que doou seu SCUP necessitar de um transplante de células-
tronco, ele(a) terá prioridade?
Não. Entenda que a doação, por todos os fatores que mencionamos, não significa que o
material foi crioprerservado, pois terá que atender critérios de qualidade estipulados pela lei.
Uma vez que o SCUP esteja criopreservado e disponível para uso, caso não tenha sido utilizado
por outro paciente, o mesmo será selecionado para o doador.
Quantas coletas são feitas em cada maternidade por dia?
São coletados, em média, de três a cinco cordões em cada maternidade, por dia.
Quanto custa este procedimento?
A doação é gratuita. Nenhuma gestante que adere ao programa de doação dos Bancos
Públicos tem qualquer custo. A coleta e o armazenamento de cada unidade custam em torno de
R$ 3 mil para o Sistema Único de Saúde (SUS). Já a importação de unidades de sangue de
cordão umbilical, vindas de registros internacionais, fica em torno de R$ 72 mil.
Qual a capacidade do Banco?
O Banco do INCA possui quatro tanques com capacidade para estocar cerca de 11.000
mil unidades. Neste espaço estão armazenados, até o momento, 4.292 mil bolsas.
Quantas unidades de sangue de cordão estocadas em Bancos Públicos brasileiros já foram
utilizadas em transplantes?
Das 15.345 mil bolsas que estão armazenadas nas unidades em funcionamento da Rede
BrasilCord, 163 já foram utilizadas para transplantes.
Como os pacientes receberão estas células? O processo de transplante é semelhante ao
utilizado com doador de medula óssea, ou seja, após um regime de preparação com
quimioterapia e/ou radioterapia, o paciente recebe as células-tronco em um procedimento
semelhante a uma transfusão. Os pacientes com indicações para transplante não-aparentado
deverão ser cadastrados pelo Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REREME). O
médico insere no sistema características da doença, dados cadastrais do paciente e o resultado
do teste de HLA, um teste genético. Depois, é feito um cruzamento de informações entre o
REREME e o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME), que inclui os
dados das unidades armazenadas em bancos da Rede BrasilCord e dos doadores voluntários, a
fim de identificar um doador ou unidade de cordão compatível.
Existem bancos semelhantes no exterior? Sim. No exterior, existem mais de 350 bancos, com
mais de 600 mil unidades de cordão congeladas.
126
Ainda é muito difícil encontrar doador compatível para os pacientes brasileiros, mesmo
com o aumento das unidades de sangue de cordão em Bancos Públicos?
Está cada vez mais fácil encontrar um doador porque os Bancos Públicos de Sangue de
Cordão e os Registros de Doadores Voluntários estão se multiplicando em todo o mundo. Hoje,
encontramos doadores para cerca de 70% dos pacientes, 60% no Brasil e mais 40% no exterior
Quais as principais diferenças entre os bancos públicos e privados?
São serviços diferentes. O banco público disponibiliza as unidades imediatamente para
quaisquer pacientes brasileiros que precisem de transplante de medula óssea e não tenham um
doador familiar. A coleta é realizada com controles de qualidade e segurança e as unidades são
utilizadas para indicações precisas, sem ônus para o paciente que irá se beneficiar. É a única
modalidade recomendada pelos organismos internacionais e por publicações científicas. O
banco privado tem legislação específica, de cunho comercial, com ônus para as famílias que
desejam armazenar o sangue. Além disso, as indicações e aproveitamento do material são
duvidosos, já que não existem publicações extensas sobre os resultados obtidos com uso de
cordões armazenados em bancos privados. Armazenar o sangue do cordão em um banco
privado é uma aposta num futuro que a ciência ainda não comprovou.
Qual o posicionamento do Ministério da Saúde com relação aos bancos privados?
O Ministério da Saúde e a coordenação da Rede Brasilcord são contrários a esta
atividade, principalmente pela falta de utilidade pública e pela forma enganosa como tem sido
feita a propaganda dos bancos privados. Os órgãos internacionais recomendam que não deve
ser feito investimento público em bancos privados.
127
A pesquisa demostrou os desafios na capacitação dos enfermeiros na CSCUP
descrevendo suas etapas. Buscou-se a compreensão da capacitação no processo CSCUP pelos
enfermeiros da ME/UFRJ, através de oficinas teóricas e práticas salientado não só os aspectos
científico e técnicos, mas a importância do enfermeiro no processo de CSCUP e no domínio
das habilidades necessárias para a prática segura.
Frente às informações trazidas por meio da análise da revisão dos prontuários, um dos
objetivos específicos desta pesquisa que foi traçar a caracterização das potenciais doadoras de
sangue de cordão e placentário na Maternidade Escola da UFRJ, que visa ser posto de coleta
do SCUP para obtenção de células-tronco, levando em consideração os critérios de qualificação
e desqualificação da RDC nº 56 da ANVISA, de dezembro de 2010. De acordo com o
estabelecido na resolução vigente, concluiu-se que 62,5% (n=345) das pacientes da
maternidade-escola estariam aptas para a doação do sangue do cordão umbilical e placentário
(SCUP). Portanto, demostrou-se que a instituição tem aptidão para ser posto de CSCUP com
um grande diferencial onde os próprios enfermeiros da instituição poderão realizar a coleta,
proporcionado um aumento de cerca de 30% nas coletas total de bolsas na cidade do Rio de
Janeiro.
Ao descrever o método de capacitação da coleta SCUP, assim como a caracterização
dos enfermeiros, da unidade e o seu cenário de atuação, a pesquisa propiciou confrontar teoria
e prática de forma a expor os acertos e dificuldades encontradas.
Se por um lado as dificuldades vivenciadas pelos enfermeiros no seu cotidiano na
ME/UFRJ que são comuns também em outras instituições de saúde, em contrapartida o
envolvimento particular dos profissionais criaram condições favoráveis para a capacitação da
coleta SCUP.
A contribuição de cada participante direto e indireto possibilitou, através de análises
estatísticas, sinalizar correções no próprio modelo de capacitação proposto, visto não só como
um processo de aquisição de conhecimentos aplicáveis, mas, principalmente, como um
instrumento e meio de replicação em outras instituições para a coleta do SCUP.
A pesquisa aponta que a elaboração do programa de educação de capacitação para a
coleta SCUP pode contribuir para que as outras maternidades públicas com perfil de posto de
coleta também possam usar este programa para capacitar os enfermeiros no processo de
CSCUP. Assim, o programa de educação de capacitação dos enfermeiros para a coleta SCUP
foi desenvolvida e avaliada na ME, a validação a longo prazo que será a proposta para futuros
estudos, quando aplicada em outros momentos e cenários.
7. CONCLUSÃO
128
Entretanto, o resultado, aprovado pelo INCA validou a capacitação e o programa. A
capacitação dos enfermeiros para o processo da coleta de SCUP estruturada nesta pesquisa
surge como uma ferramenta gerencial de importante utilidade para a atuação do enfermeiro na
CSCUP, buscando aprimoramento na sua prática para a obtenção SCUP e também contribuindo
para o suprimento dos BPSCUP, visando a disponibilizar um número maior de doadoras
compatíveis. Assim, podemos afirmar que o enfermeiro ao realizar a coleta SCUP, coleta
esperanças de vidas em vários usuários do SUS.
129
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134
APÊNDICES
APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS DA CARACTERIZAÇÃO
DAS DOADORAS DA COLETA DO SANGUE UMBILICAL E PLACENTÁRIO DA
MATERNIDADE ESCOLA DA UFRJ
Iniciais do Nome: Idade:
Escolaridade: Nenhuma Fundamental Fundamental Incompleto Ensino Médio
Ensino Médio Incompleto Superior Superior Incompleto
Profissão/ Ocupação:__________________________________________________________
Antecedentes Obstétricas: IG____ Gesta _____ Para Aborto Espontâneo Aborto
Provocado Nº de Filhos_______________________ Filhos com baixo peso _____________
Gestação, Pre-Natal e Parto
Tipos de parto: PN PC Se PC indicação_________________________________
Parto Induzido Não Sim Ocitocina Misoprostol
Pré-natal: ME Não Realizado Outra Unidade Nº de Consultas_______________
Gravidez única Gemelaridade
Patologia: HAS DHEG DM DMG HIV+ SÍFILIS SÍFILIS TRATADA
HEPATITE Outra
Especificar________________________________________________
Alguma Doença que Interfere Fluxo Sanguíneo______________________________________
Alguma Sorologia Positiva Não Sim Especificar______________________________________
Uso de Medicamentos na Gravidez Não Sim Se sim Especificar__________________
Uso de Medicamentos Durante o Trabalho de Parto Não Sim
Especificar
Pesquisa de GBS: Sim Não
Rota Não Sim Tempo de Bolsa Rota_________________________________________
Febre Durante o Trabalho de Parto Não Sim Temperatura _____________________
Dados do RN
Peso ao nascer _________ Capurro_____ Ballard _________
Sofrimento Fetal Não Sim Agudo Crônico APGAR: 1º______ 2º _______
Malformação Não Sim Especificar _________________________________________
P
a
t
o
l
o
g
i
a
:
□
H
A
S
□
D
H
E
G
□D
M
□D
M
G
□
135
APÊNDICE 2 - Perfil Sócio Profissional dos Enfermeiros e Residente Participantes da
Pesquisa
Data__/__/__ Sexo ( ) feminino ( ) masculino Idade: ______anos
1- Tempo de formação:________________________________________________________
2- Curso de Graduação:________________________________________________________
3 - Cursos realizados nos últimos 5 anos relacionados a sua área de atuação:
Aperfeiçoamento/ atualização:__________________________________________________Lato
Sensu - especialização: ___________________________________________________Stricto
Sensu:________________________________________________________________
4 – Participação em eventos da classe nos últimos 5 anos relacionados a sua área de atuação? ( )
Sim ( ) Não
Qual(is):____________________________________________________________________
5-Tempo que trabalha na área da Saúde Materno-Infantil? _________________
6 -Tempo que trabalha nesta instituição? _________________________
7- Tipo de vínculo: ( ) efetivo ( ) contrato temporário
8- Carga Horária Semanal ( ) 24 horas semanais ( ) 30 horas semanais ( ) 40 horas semanais
( ) Outra
09 – Número de vínculos empregatícios: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 mais
136
APÊNDICE 3 - PRÉ-TESTE:
Nome do participante: Não obrigatório
Data
1) Você já teve conhecimento sobre a coleta do Sangue de Cordão Umbilical para obtenção
de células-tronco? ( ) sim ( ) não
Caso a resposta seja positiva onde?
2) Você conhece a resolução número 304/2005 do COFEN?
( ) sim ( ) não
Caso a resposta seja positiva do que trata?
3) O uso alogênico de células-tronco é aquele em que:
( ) as células progenitoras hematopoéticas provêm do sangue de cordão umbilical e placentário do
próprio indivíduo a ser transplantado.
( ) as células provêm do sangue de cordão umbilical e placentário de outro indivíduo.
( ) as células de receptor e doador são consanguíneas.
4) Em acordo com a RDC nº 056 de 16 de dezembro de 2010 da ANVISA , são seguites
critérios para à doação de sangue de cordão umbilical e placentário realização da coleta,
exceto:
( ) Idade gestacional superior a 35 semanas
( ) bolsa rota no máximo de 18 horas
( ) temperatura materna acima de 38°C no momento do parto
( ) ausência de processos de infecção durante a gestação.
5) Em acordo com a resolução RDC nº 056 de 16 de dezembro de 2010 da ANVISA , são
seguites critérios desqualificação para uso alogênico não-aparentado as seguintes
condições coleta, exceto:
( ) Sofrimento fetal leve;
( ) feto com anormalidade congênita;
( ) temperatura materna igual ou superior a 38°C durante o trabalho de parto;
( ) gestante com situação de risco acrescido para infecções transmissíveis pelo sangue;
( ) presença de processo infeccioso e ou doença durante o trabalho de parto, que possa(m) interferir
na vitalidade placentária;
6) Descreva todo o processo de coleta de sangue de cordão umbilical e placentário, etapa
por etapa:
137
APÊNDICE 4 - PRÓ-TESTE:
Nome do participante: Não obrigatório Data
1) Você já teve conhecimento sobre a coleta do Sangue de Cordão Umbilical para obtenção
de células-tronco? ( ) sim ( ) não
Caso a resposta seja positiva onde?
2) Você conhece a resolução número 304/2005 do COFEN?
( ) sim ( ) não
Caso a resposta seja positiva do que trata?
3) O uso alogênico de células-tronco é aquele em que:
( ) as células progenitoras hematopoéticas provêm do sangue de cordão umbilical e placentário
do próprio indivíduo a ser transplantado.
( ) as células provêm do sangue de cordão umbilical e placentário de outro indivíduo.
( ) as células de receptor e doador são consanguíneas.
4) Em acordo com a RDC nº 056 de 16 de dezembro de 2010 da ANVISA , são seguites
critérios para à doação de sangue de cordão umbilical e placentário realização da coleta, exceto:
( ) Idade gestacional superior a 35 semanas
( ) bolsa rota no máximo de 18 horas
( ) temperatura materna acima de 38°C no momento do parto
( ) ausência de processos de infecção durante a gestação.
5) Em acordo com a resolução RDC nº 056 de 16 de dezembro de 2010 da ANVISA , são
seguites critérios desqualificação para uso alogênico não-aparentado as seguintes condições coleta,
exceto:
( ) Sofrimento fetal leve;
( ) feto com anormalidade congênita;
( ) temperatura materna igual ou superior a 38°C durante o trabalho de parto;
( ) gestante com situação de risco acrescido para infecções transmissíveis pelo sangue;
( ) presença de processo infeccioso e ou doença durante o trabalho de parto, que possa(m)
interferir na vitalidade placentária;
6) Descreva todo o processo de coleta de sangue de cordão umbilical e placentário, etapa por
etapa:
138
APÊNDICE 5 - INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS OFICINAS TEÓRICAS
Participante:
AVALIAÇAO DAS OFICINAS Concordo Totalmente
Concordo Nem concordo
nem Discordo
Discordo Discordo
Totalmente
Conteúdo da oficina atualizado, informativo, útil,
aplicativo
Importância da oficina para aquisição de novos
conhecimentos na sua área de atuação
Contribuição da oficina para melhoria do seu
desempenho no trabalho
Qualidade do material didático utilizado
Adequação da carga horária
AVALIAÇAO DO INSTRUTOR
Pontualidade
Clareza e organização em sala de aula
Interação com o grupo
Domínio conceitual e prático do tema abordado
Estratégia de abordagem dos assuntos e recursos
utilizados
AVALIAÇAO DOS SERVIÇOS DE APOIO
Divulgação da oficina
Condições de uso das instalações e dos recursos
audiovisuais disponibilizados
Apoio (técnico, pedagógico e administrativo) dado a
oficinas
AUTO-AVALIAÇAO
Sua participação em sala de aula visando o
desenvolvimento do grupo
Avaliação do seu desempenho e aproveitamento do
curso
Espaço para apresentação de comentários, críticas e/ou sugestões:
139
APÊNDICE 6- INSTRUMENTO SOCIOPROFISSIONAL DOS EXPERTS
INSTRUMENTO SOCIOPROFISSIONAL DOS EXPERTS
1. Sexo: F ( ) M ( )
2. Idade: ____anos________meses
3. Tempo de formação. _____ anos________meses
4. Tempo de atuação como enfermeiro coletador de SCUP: ______anos ________meses
5. Pós graduação. ( ) Especialista ( ) Mestrado ( ) Doutorado
6. Atua como enfermeiro do BSCUP de intuição: ( ) Pública ( ) Privado
7. Vínculo do trabalho com o BSCUP: ( ) CLT ( ) prestador de serviço de empresa terceirizada
( ) Servidor Público
140
APÊNDICE 7 - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO DA COLETA DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO
DATA: PARTICIPANTE Nº Duração: Bolsas Coletadas:
TRIAGEM COLETA EXTRA ÚTERO AÇÃO CORREÇÃO DA TÉCNICA
1- Seleção de acordo com a RDC 056/2010
Adequado Inadequado
7-Montagem do material para CSCUP
Adequado Inadequado
2- Apresentação do profissional
Adequado Inadequado
8-Colocação da placenta no suporte apropriado, com face fetal
para baixo e cordão através de fenestra
Adequado Inadequado
3-Abordagem da Gestante explicando o objetivo da
coleta SCUP e
Adequado Inadequado
9 - Antissepsia do cordão com álcool 70% 3x da região distal p/
proximal
Adequado Inadequado
Antissepsia do cordão com álcool 70% 3x
da região distal p/ proximal
4-Preenchimento do Histórico Clínico
Adequado Inadequado
10 Troca das luvas estéreis entre as etapas de antissepsia e punção
Adequado Inadequado
5-Esclarecimento de Dúvidas da gestante Doadoras
Adequado Inadequado
11- Punção do cordão com agulha própria da bolsa
Adequado Inadequado
Punção do cordão com agulha própria da
bolsa
6- Assinatura do TCLE
Adequado Inadequado
12-Fechamento das travas das bolsa e das agulhas com o protetor
Adequado Inadequado
13-Coleta da amostra sanguínea
Adequado Inadequado
14-Etiquetagem da bolsa de coleta, amostra materna, histórico
clínico e TCLE com etiqueta código de barras
Adequado Inadequado
15-Preenchimento da ficha de transporte e etiquetagem
Adequado Inadequado
16- Acondicionamento da unidade e amostra em saco plástico
Adequado Inadequado
17- Acondicionamento da unidade em maleta térmica para
transporte
Adequado Inadequado
18-Descarte apropriado do material utilizado CSCUP
Adequado Inadequado
Legenda: Adequado Inadequado Correção da Técnica | OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA: Quando a técnica for inadequada, repetir a técnica
APÊNDICE 8- INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS OFICINAS PRÁTICA
Participante nº: Data: 05/10/2015
AVALIAÇÃO DA OFICINA PRÁTICA
Discordo
Totalmente (1)
Discordo
(2)
Nem Concordo
Nem Discordo (3)
Concordo
(4)
Concordo
Totalment
e (5)
Você se sente apto para realizar a
triagem das gestantes?
Você se sente seguro para realizar a
CSCUP após oficina prática?
A oficina atendeu as suas
expectativas?
A Carga horária foi adequada?
A estratégia utilizada na oficina foi
atualizada, informativa, útil?
142
APÊNDICE 9- TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E
DEPOIMENTOS
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E DEPOIMENTOS
Eu__________________________________________CPF__________,
RG________________,
depois de conhecer e entender os objetivos, procedimentos metodológicos, riscos e benefícios da
pesquisa, bem como de estar ciente da necessidade do uso de minha imagem e/ou depoimento,
especificados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), AUTORIZO, através do
presente termo, os pesquisadores (Helder Camilo Leite e Ana Karine Ramos Brum) do projeto
de pesquisa intitulado “A CAPACITAÇÃO DOS ENFERMEIROS E O PROCESSO DA
COLETA DO SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL E PLACENTÁRIO: O CASO DA
MATERNIDADE ESCOLA DA UFRJ. A realizar as fotos que se façam necessárias e/ou a colher
meu depoimento sem quaisquer ônus financeiros a nenhuma das partes. Ao mesmo tempo, libero
a utilização destas fotos (seus respectivos negativos) e/ou depoimentos para fins científicos e de
estudos (livros, artigos, slides e transparências), em favor dos pesquisadores da pesquisa, acima
especificados, obedecendo ao que está previsto nas Leis que resguardam os direitos das crianças
e adolescentes (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei N.º 8.069/ 1990), dos idosos
(Estatuto do Idoso, Lei N.º 10.741/2003) e das pessoas com deficiência (Decreto Nº 3.298/1999,
alterado pelo Decreto Nº 5.296/2004).
Rio de Janeiro, __ de ______ de 2015
________________________________________________
Pesquisador responsável pelo projeto
________________________________________________
Sujeito da Pesquisa
144
ANEXO 2 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado a participar da pesquisa da capacitação dos enfermeiros para a coleta de sangue
de cordão umbilical e placentário na Maternidade Escola da UFRJ. Você foi selecionado por ser
enfermeiro ou residente de enfermagem alocado no Centro Obstétrico desta instituição e sua participação
não é obrigatória. A qualquer momento você pode desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua
recusa não trará nenhum prejuízo em relação com o pesquisador, ou quaisquer tipos de retaliações na
instituição. Os objetivos deste estudo são: Descrever o processo de capacitação dos enfermeiros e
residentes de enfermagem para a coleta de sangue de cordão umbilical e placentário na Maternidade
Escola da UFRJ. Traçar o perfil epidemiológico das possíveis doadoras de sangue de cordão e placentário
na Maternidade Escola da UFRJ;
Os riscos envolverá o risco biológico já que haverá manipulação do sangue do cordão umbilical. Aos
participantes será fornecido todo o material de proteção individual. Sua participação nesta pesquisa
consistirá na sua capacitação para captar possíveis doadoras e também realização da coleta do sangue do
cordão umbilical e placentário para obtenção de células tronco.
Os beneficios estendem-se para da gerência, ensino em enfermagem, o treinamento e capacitação dos
enfermeiros, uma vez que este repassaram seus conhecimentos para os enfermeiros residentes, importante
para o aprimoramento e qualificação destes profissionais. A prática do enfermeiro na coleta do Sangue de
Cordão Umbilical e Placentário tem o processo de ensinar inevitavelmente atrelado ao papel do
enfermeiro. Ele ensina o cuidado quando desenvolve uma atividade de educação continuada com a equipe
e ou no momento que está sendo acompanhado pelo enfermeiro iniciante, e também ensina cuidado
quando orienta o paciente/familiares. Após a implementação do serviço aumentará o número de coletas e
consequentemente maior probabilidade de encontrar doares compatíveis. As informações obtidas através
desta pesquisa serão confidenciais e asseguramos o sigilo sobr sua participação. Os dados não serão
divulgados de forma a possibilitar sua identificação. Você receberá uma copia deste termo onde consta o
telefone e o endereço do principal pesquiusador podendo tirar suas dúvidas sobre o projeto agora e a
qualquer momento.
Enfº Helder Camilo Leite.
Endereço: Rua das Laranjeiras nº 180. Laranjeiras. Rio de Janeiro. RJ. CEP 22 240-003.
Telefone/fax: (21) 2285-7985, ramal 251, E-mail [email protected]