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GUSTAVO JOSÉ VON GLEHN SANTOS
EMPREGO DO MIDAZOLAM E CETAMINA ASSOCIADO OU NÃO À XILAZINA EM
CÃES: AVALIAÇÕES BISPECTRAL E ELETROMIOGRÁFICA.
Tese apresentada ao programa de Pós Graduação em
Anestesiologia da Faculdade de Medicina da UNESP -
Campus Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Anestesiologia.
Orientador: Prof. Dr. Flavio Massone
BOTUCATU – SP
2006
2
GUSTAVO JOSÉ VON GLEHN SANTOS
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Tese apresentada ao programa de Pós Graduação em
Anestesiologia da Faculdade de Medicina da UNESP –
Campus Botucatu, para obtenção do título de Doutor em
Anestesiologia.
Orientador: Prof. Dr. Flavio Massone
BOTUCATU – SP
2006
3
DEDICATÓRIA
À minha esposa Carla e filha Ana Amália por toda
ausência e limitações impostas a elas em decorrência da
realização de mais este trabalho.
4
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Ao Professor Dr. Flavio Massone amigo e orientador pela
confiança, respeito, crédito e amizade durante toda a orientação
e formação.
5
AGRADECIMENTOS
Aos Professores Dr. Stélio P. L. Luna, Dr. Francisco T. Neto e Antonio A. Aguiar
que gentilmente me incentivaram durante todas as etapas deste trabalho.
Ao pós-graduando Eduardo Hatschbach pelo apoio e cooperação, pelas horas
alegres e tristes compartilhadas durante todas as etapas deste trabalho.
Ao Médico Veterinário Ewaldo de Mattos Jr. por toda amizade, dedicação e
auxílio na elaboração deste.
Ao meu colega de trabalho e amigo Prof. Dr. Sandro Percário, por toda
orientação, aconselhamentos, fidelidade e lealdade.
À Dra. Fabíola Dutra Rocha e muitos outros que me ouviram, me aconselharam e
se prontificaram a ajudar em momentos difíceis.
À Fundação de Amparo a Pesquisa do estado de São Paulo pelos equipamentos
utilizados no período experimental e auxílio financeiro.
À CAPES pela cessão da Bolsa de Auxílio que nos ajudou no suporte financeiro
durante o curso de pós-graduação.
À Faculdade de Medicina de Botucatu e à Faculdade de medicina Veterinária
UNESP - Campus de Botucatu, através do seu Departamento de Cirurgia e
Anestesiogia Veterinária pela cessão de uso do Laboratório de Anestesiologia
Veterinária Experimental.
A todos àqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste
trabalho, aos quais nossas palavras de gratidão não seriam suficientes para o
agradecimento.
6
EPÍGRAFE
Não te glorieis do dia de amanhã, porque não sabes o que lhe
trará à luz.
Seja outro o que te louve, e não a tua boca; o estrangeiro, e não
os teus lábios.
Provérbios: 27: 1 e 2
7
SANTOS, G.J.G.� � �� ��� !� "!� � #"$%!&$� � �� '�($� #)$� $**!'#$"!� !+� ),!� -� .#&$%#)$� �� �
',�*�� /$&#$01�*� 2#*��'(�$&� �� �&�(�!� #! �34#'$. Botucatu, 2006. 130p. Tese (Doutorado) –
Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista.
Objetivou-se a avaliação bispectral, eletromiográfica, nociceptiva e multiparamétrica de
cães anestesiados com diferentes protocolos empregando-se fármacos dissociativos por
infusão contínua. Foram utilizados 30 cães machos ou fêmeas clinicamente sadios,
descartando-se fêmeas gestantes ou em fase de estro. Os animais foram distribuídos
aleatoriamente em três grupos de 10 (n=10), designados como GI, GII e GIII. Em GI os
animais foram pré-tratados com levomepromazina pela via intravenosa e, induzidos com
midazolam-cetamina pela mesma via em bolus e mantidos com midazolam-cetamina em
infusão intravenosa contínua por sessenta minutos. Em GII procedeu-se de mesma forma
que em GI elevando-se, porém, a dose do midazolam durante a manutenção. Em GIII
repetiu-se o tratamento empregado em GII acrescentando, porém, a xilazina na
manutenção. A monitoração foi realizada em diferentes momentos, sendo M0,
imediatamente antes da administração da medicação pré-anestésica; M1, 15 minutos após
a administração da MPA e imediatamente anterior à indução. Após a indução, iniciou-se
imediatamente a administração via intravenosa contínua, realizando-se aferições em
intervalos de 10 minutos referentes a M2 a M7. Concluiu-se que, a via intravenosa
apresentou vantagens como maior estabilidade paramétrica ao longo do período de infusão,
e redução no período de recuperação anestésica. A elevação da dose de midazolam
resultou em discreta inibição à percepção dos estímulos térmicos e pressóricos
empregados, além de elevações no grau de hipnose e miorrelaxamento, estes mais
acentuados com o uso da xilazina, que por sua vez, causou hipoxemia, bradiarritmia,
redução da freqüência respiratória e volume minuto. Tanto em GI como GII não houve
abolição da percepção aos estímulos nociceptivos empregados, devendo estas técnicas ser
usadas apenas para contenção farmacológica.
Palavras-chave: anestesia dissociativa, infusão contínua, índice bispectral. cão.
8
SANTOS, G.J.G. Midazolam and ketamine combinated or not combinated with
xylazine in dogs: bispectral and eletromiographic evaluation. Botucatu, 2006. 130p.
Tese (Doutorado)–Faculdade de Medicina Botucatu, Universidade Estadual Paulista.
The purpose of this work was to study the bispectral, electromyographic, nociceptive
and multiparametric evaluation in dogs anesthetized with different protocols using
dissociative drugs via continuous infusion. Thirty healthy dogs of both sexes were used.
Animals were divided randomly into three groups (G1, G2, G3) of 10 (n=10) dogs. G1:
Dogs were intravenously pre-treated with methotrimeprazine and induced with
midazolam-ketamine in “bolus”, and kept with midazolam-ketamine through continuous
intravenous infusion for 60 minutes. G2: the same procedure as in G1, but, with an
increase of midazolam dose during maintenance. G3: the same procedure as in G2, but,
with addition of xylazine during maintenance. Monitoring was carried out at different time
intervals: M0: just before pre-anesthetic administration; M1: 15 minutes after pre-
anesthetic administration and immediately before the induction anesthetic combination.
After the induction, it was initiated the administration of anesthetic combination via
intravenous continuous infusion. Measurements were made at 10 minutes interval, from
M2 to M7. It was concluded that the continuous intravenous via showed advantages as
for: stability of the parameters during the infusion period and reduction in the anesthetic
recovery period. The increase of midazolam dose showed a light inhibition in perception
of thermal and pressure nociceptive stimuli, bispectral reduction and myorelaxing. This
reduction was greater when it was added xylazine, however the xylazine caused
hipoxemy, bradiarhyitmia and reductions in respiratory frequency and minute volume.
Although G1 and G2 have not showed completely nociceptive stimuli abolition, both can
be used as pharmacological methods of contention.
Key words: dissociative anesthesia, continuous infusion, bispectral index, dog.
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01
Aplicação do cone nas narinas para captação dos gases respiratórios em
animal desperto
42
FIGURA 02
Avaliação demonstrando cão e aparelho na avaliação bispectral 42
FIGURA 03
Avaliação nociceptiva, pressórica e térmica na membrana interdigital do cão 42
FIGURA 04
Variação dos valores médios ( x ) da TR (oC) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
48
FIGURA 05
Variação dos valores médios ( x ) da f (mov. resp./min.) em cães tratados
com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
50
FIGURA 06
Variação dos valores médios ( x ) do VT (ml/kg) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
52
FIGURA 07
Variação dos valores médios ( x ) do VM (L/min.) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
54
10
FIGURA 08
Variação dos valores médios ( x ) de SatO2 (%) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
56
FIGURA 09
Variação dos valores médios ( x ) de EtCO2 (mm/Hg) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
58
FIGURA 10
Variação dos valores médios ( x ) da FC (bat./min.) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
60
FIGURA 11
Variação dos valores médios ( x ) da PAS (mmHg) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
62
FIGURA 12
Variação dos valores médios ( x ) da PAM (mmHg) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
64
FIGURA 13
Variação dos valores médios ( x ) da PAD (mmHg) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
66
11
FIGURA 14
Variação dos valores médios ( x ) do BIS (unidade) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
68
FIGURA 15
Variação dos valores médios ( x ) da EMG (%) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
70
FIGURA 16
Medianas, da Termoalgimetria (segundos) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
72
FIGURA 17
Medianas da Pressoalgimetria (kgf/cm2) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
74
FIGURA 18
Traçado eletrocardiográfico, evidenciando bloqueio átrio ventricular, em DIII,
de cães tratados com levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII)
75
FIGURA 19
Traçado eletrocardiográfico, evidenciando arritmia sinusal em DIII, de cães
tratados com levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII)
75
FIGURA 20
Variação dos valores médios ( x ) do Período de recuperação anestésica
(min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI);
levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e
levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes
momentos
76
12
LISTA DE TABELAS
TABELA 01
Fármacos, doses e via de administração em GI, GII e GIII 38
TABELA 02
Sexo e variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) de peso (kg) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
46
TABELA 03
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) da TR (ºC) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos.
47
TABELA 04
Avaliação estatística: análise de perfil da TR (ºC) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam
em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina
e xilazina (GIII)
48
TABELA 05
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) da f (mov. resp./min.) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos-
49
TABELA 06
Avaliação estatística: análise de perfil da f (mov. resp./min.) em cães tratados
com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina,
midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII)
50
13
TABELA 07
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) do VT (ml/kg) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
51
TABELA 08
Avaliação estatística: análise de perfil do VT (ml/kg) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam
em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina
e xilazina (GIII)
52
TABELA 09
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) do VM (L/min.) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
53
TABELA 10
Avaliação estatística: análise de perfil do VM (L/min.) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam
em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina
e xilazina (GIII)
54
TABELA 11
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) da SatO2 (%) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
55
TABELA 12
Avaliação estatística: análise de perfil da SatO2 (%) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam
em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina
e xilazina (GIII)
56
14
TABELA 13
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) de EtCO2 (mm/Hg) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
57
TABELA 14
Avaliação estatística: análise de perfil de EtCO2 (mm/Hg) em cães tratados
com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina,
midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII)
58
TABELA 15
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) da FC (bat./min.)em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
59
TABELA 16
Avaliação estatística: análise de perfil da FC (bat./min.) em cães tratados
com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina,
midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII)
60
TABELA 17
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) da PAS (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
61
TABELA 18
Avaliação estatística: análise de perfil da PAS (mmHg) em cães tratados
com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina,
midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII)
62
15
TABELA 19
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) da PAM (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
63
TABELA 20
Avaliação estatística: análise de perfil da PAM (mmHg) em cães tratados
com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina,
midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII)
64
TABELA 21
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) da PAD (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
65
TABELA 22
Avaliação estatística: análise de perfil da PAD (mmHg) em cães tratados
com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina,
midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII)-
66
TABELA 23
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) do BIS (unidade) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
67
TABELA 24
Avaliação estatística: análise de perfil do BIS (unidade) em cães tratados
com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina,
midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII)
68
16
TABELA 25
Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de
Variação (CV) da EMG (%) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente
dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina
(GIII), em diferentes momentos
69
TABELA 26
Avaliação estatística: análise de perfil da EMG (%) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam
em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina
e xilazina (GIII)
70
TABELA 27
Medianas da Termoalgimetria (segundos) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
71
TABELA 28
Medianas da Pressoalgimetria (kgf/cm2) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina,
midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina,
midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
73
17
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
ADH Hormônio antidiurético
bat. / min. Batimentos por minuto
BIS Índice bispectral
CEEA Câmara de Ética em Experimentação Animal
CO2 Dióxido de Carbono
COBEA Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
CV Coeficiente de variação
EEG Eletroencefalograma
ECG eletrocardiograma
EMG eletromiografia
EtCO2 Tensão de CO2 no final da expiração
FC Freqüência cardíaca
f Freqüência respiratória
GABA Ácido gama-amino-butírico
GI Grupo I
GII Grupo II
GIII Grupo III
H01 a Ho5 Hipóteses de nulidade
L / min. Litros por minuto
M0 - M7 Momentos experimentais
mg / kg Miligramas por quilo
mg / ml Miligramas por mililitro
mm / Hg Milímetros de mercúrio
mov. / min. Movimentos por minuto
MPA Medicação pré-anestésica
NMDA N-Metil- D- Aspartato
18
º C Graus Celsius
O2 Oxigênio
PA Pressão arterial
PAD Pressão arterial diastólica
PAM Pressão arterial média
PAS Pressão arterial sistólica
R(-) Fração racêmica levógira
s Desvio padrão
S(+) Fração racêmica dextrógira
Sat O2 Saturação de Oxigênio
SNC Sistema nervoso central
TIVA Total intravenous anaesthesia
TR Temperatura retal
VM Volume minuto
VT Volume corrente
x Média
19
SUMÁRIO
RESUMO 8
ABSTRACT 9
LISTA DE FIGURAS 10
LISTA DE TABELAS 13
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS 18
INTRODUÇÃO 21
REVISÃO DE LITERATURA 26
MATERIAL E MÉTODO 36
RESULTADOS 45
DISCUSSÃO 76
CONCLUSÃO 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94
ANEXOS 98
20
1 – INTRODUÇÃO
Os estudos iniciais da administração de fármacos pela via intravenosa
fundamentaram-se nas descobertas de Willian Harvey, em 1628, envolvendo os
aspectos morfo-funcionais do sistema circulatório. Estes estudos foram impulsionados a
partir de meados do século XIX com a descoberta da seringa e agulha hipodérmica por
Rynd (1845) e Wood (1855), respectivamente. A introdução de anestésicos pela via
intravenosa foi realizada inicialmente na medicina humana por Oré em 1872 e utilizada
oficialmente pela primeira vez em animais por Humbert em 1875, originando a partir de
então o conceito de anestesia intravenosa (Fantoni et al., 1999; Hemelrijak & Kissin,
2001; Aguiar, 2002).
Apesar de aproximadamente um século e meio da sua descoberta, a anestesia
intravenosa apresenta ainda um potencial extenso na sua utilização dentro da
anestesiologia moderna, sendo este, contexto de discussão ampla na atualidade
(Bailey, 1993).
O termo anestesia total intravenosa, ou “total intravenous anesthesia” (TIVA)
refere-se, portanto, ao procedimento anestésico exclusivamente realizado no leito
vascular produzindo analgesia e miorrelaxamento, perda de reflexos e hipnose,
podendo a administração ser feita em “bolus” ou de forma contínua e ininterrupta (Miller,
1994; Vianna, 2001a).
Não existe um anestésico injetável que produza de forma simultânea e eficiente
todas as características da anestesia geral (Thurmon et al., 1996a). Neste sentido,
freqüentemente, associam-se diferentes grupos farmacológicos com as finalidades de
21
se ampliar, através de mecanismos sinérgicos, os efeitos desejáveis de cada fármaco, e
antagonizar os efeitos secundários indesejáveis de algum componente da associação.
As anestesias dissociativas, representadas pelos derivados da fenciclidina, não
são consideradas como anestesias gerais, porém podem ser empregadas por via
intravenosa e quando associadas aos outros fármacos produzem anestesia balanceada
adequada, oferecendo analgesia somática úteis para o cirurgião (Massone, 2002).
Os protocolos anestésicos empregando-se a cetamina e tiletamina consagraram-
se na rotina anestesiológica devido à sua segurança e facilidades quanto à praticidade
do seu uso, uma vez, que em dose única por via intramuscular o próprio cirurgião
realiza o procedimento anestésico (Fantoni et al., 1999; Massone, 2003).
Tais facilidades tornaram-se tão freqüentes, que muitas vezes estes fármacos
são utilizados de maneira imprópria ou mesmo para fins cujos efeitos não são
adequados. Desta forma, os fármacos dissociativos são muitas vezes considerados,
sob o ponto de vista prático, como eficientes, porém mostram-se em muitas situações
incapazes de oferecer analgesia adequada, relaxamento e hipnose, condições estas,
importantes para um bom procedimento operatório (Heavner, 1996; Dupras et al., 2001;
Cortopassi & Fantoni, 2002; Santos et al., 2004a).
A monitoração do procedimento anestésico, através da mensuração e
observação de parâmetros fisiológicos assume atualmente uma importância
considerável durante a rotina anestesiológica, uma vez que, além de permitir uma
avaliação clínica mais precisa, permite ainda prever com certa antecedência distúrbios
que comprometem a qualidade do procedimento, implicando em riscos para o paciente
(Nunes, 2002; Chaaben et al., 2004).
22
Desta forma, através da monitoração, permite-se que as anestesias sejam
realizadas de forma ética e estritamente vinculadas ao bem estar do paciente, com
redução evidente de riscos de acidentes durante a anestesia (Nunes, 2002).
A hipnose e o grau de miorrelaxamento são componentes importantes da
anestesia sendo a sua monitoração e avaliação complexas. As administrações de
anestésicos e tranqüilizantes requerem o controle do grau de hipnose e
miorrelaxamento durante o período operatório evitando assim, o estresse, a consciência
e a movimentação do paciente, durante o ato anestésico (Vianna, 2001b; Massone et
al., 2005).
Para melhor se avaliar o grau de hipnose tem se utilizado no homem, um monitor
de ondas eletroencefalográficas que determinam um índice conhecido como índice
bispectral. Ele consiste em um valor numérico derivado do eletroencefalograma,
mensurado através do monitor BIS, que quantifica o estado de consciência e alerta,
apresentando também aplicabilidade na rotina anestesiológica por ser uma medida
quantificável dos efeitos sedativos e hipnóticos dos fármacos anestésicos (Vianna,
2001b).
No homem, tem-se relacionado um valor do BIS em torno de 60 como grau de
hipnose adequado para realização de procedimentos cirúrgicos (Wu et al., 2001). Já em
animais ainda não foi estabelecido um valor de referência, devido ao fato de poucas
pesquisas terem sido realizadas com tal tecnologia. No entanto, Greene et al. (2002),
referem através de estudos experimentais em cães, valores semelhantes ao dos
obtidos no homem.
Animais tratados com cetamina via intramuscular apresentam índices bispectrais
elevados com pouco relaxamento muscular, evidenciando, portanto, hipnose e
23
miorrelaxamento muitas vezes inadequados. Com o intuito de aumentar o grau de
analgesia, hipnose e relaxamento muscular, estes fármacos são freqüentemente
associados aos benzodiazepínicos, agonistas α-2 e até fenotiazínicos (Cistola et al.,
2004).
Santos et al. (2004)a e Massone et al. (2005), constataram pouca redução do
índice bispectral em cães submetidos aos agentes dissociativos e suas associações.
Nestes estudos verificou-se que dentre as associações atropina-cetamina-xilazina,
levomepromazina-tiletamina-zolazepam e levomepromazina-cetamina-midazolam
aplicados pela via intramuscular, a redução no referido índice era mais acentuada em
animais tratados com levomepromazina-zolazepam-tiletamina, fato este atribuído às
altas doses do zolazepam, quando comparado ao midazolam em outras associações.
Desta forma o objetivo desta pesquisa foi o de se avaliar, através da monitoração
bispectral e eletromiográfica, a elevação do grau de hipnose e miorrelaxamento, nas
associações levomepromazina-midazolam-cetamina com dose crescente de
midazolam, associadas à xilazina, administradas de forma contínua e ininterrupta pela
via intravenosa.
Propos-se, ainda, a avaliação anestesiológica, através da monitoração dos
parâmetros fisiológicos, supressão de estímulos nociceptivos de temperatura e pressão,
redução do período de recuperação e reações indesejáveis verificadas durante a
manutenção anestésica e recuperação.
24
Definidos os objetivos, lançaram-se as hipóteses de que:
1) A elevação da dose de midazolam e acréscimo de xilazina, nas associações
fundamentadas em fármacos dissociativos pela via de infusão intravenosa contínua,
seria válida para elevar o grau de hipnose e miorrelaxamento nos diferentes grupos?
2) A administração intravenosa em infusão contínua de levomepromazina-
midazolam-cetamina e levomepromazina-midazolam-xilazina-cetamina conferiria, de
forma segura, abolição da resposta aos estímulos nociceptivos de temperatura e
pressão?
25
2 – REVISÃO DA LITERATURA
A anestesia intravenosa foi realizada inicialmente através de injeções em “bolus”,
contudo, em função das exigências do procedimento, a repetição da administração das
doses provocava oscilações nas concentrações plasmáticas dos fármacos
administrados, notando-se episódios de elevação ou redução dos mesmos, resultando
em concentrações plasmáticas variáveis e inadequadas durante a anestesia (Vianna,
2001a; Mannarino, 2005). Desta forma, sabia-se que o término do efeito dos fármacos
relacionava-se com a velocidade da queda das concentrações plasmáticas dos
mesmos, levando os anestesiologistas à procura de formas de administração que
mantivessem as concentrações plasmáticas constantes ao longo do procedimento
anestésico (Bailey, 1993; Youngs & Shafer, 2001).
Além da injeção em “bolus”, a administração intravenosa pode também ser
realizada através de infusão contínua de fármacos, que resulta em concentrações
plasmáticas constantes, e de efeito cardiovascular mais estável (Miller, 1994; Vianna,
2001a).
A redução de custos referentes às técnicas e recuperação anestésica, sem,
prejuízo da sua qualidade, tem sido a principal tônica de vários trabalhos (White, 1983;
Stolf et al., 2001). Além da estabilidade das concentrações plasmáticas, quando a
velocidade de infusão é adequada, a recuperação anestésica normalmente é mais
rápida e isenta de excitações. Com esta técnica o consumo de agentes anestésicos é
reduzido em 25 a 30% quando comparado aos “bolus” sucessivos, ocorrendo ainda, a
redução dos efeitos indesejáveis na recuperação (Miller, 1994).
26
Além da redução no consumo de anestésicos, a administração de fármacos pela
via intravenosa contínua apresenta ainda vantagens em relação à anestesia inalatória,
uma vez que não necessita das vias aéreas para a administração e eliminação dos
mesmos, podendo, portanto, ser considerada como alternativa viável para pacientes
portadores de alterações pulmonares. Além desta, a referida via possui a vantagem da
não poluir o ambiente cirúrgico em função da contaminação por anestésicos inalatórios
(Vianna, 2001a).
A cetamina e a tiletamina são derivados sintéticos da fenciclidina, sendo
atualmente os dois únicos representantes da classe das ciclohexaminas que
apresentam utilização clínica. A cetamina foi sintetizada em meados da década de 60,
sendo empregada inicialmente em pacientes com queimaduras extensas, pois ao
contrário do tiopental não promovia depressão cardiorrespiratória importante conferindo
analgesia adequada (Fantoni et al., 1999).
Atualmente a cetamina é um dos principais anestésicos injetáveis na
anestesiologia veterinária, sendo amplamente empregada em animais de pequeno
porte. A cetamina é quimicamente denominada por 2-(O-clorofenil)-2-(metil-amino)-
ciclo-hexanona. É hidrossolúvel e apresenta pH de 3,5 o que lhe confere características
irritantes quando administrada pela via intramuscular.
A tiletamina é reconhecida com o nome químico de 2-(etilamino)-2-(2-tienil)-ciclo-
hexanona, apresentando fórmula comercial conjugada a um potente benzodiazepínico
(zolazepam), em concentrações equivalentes a 50 mg/ml.
27
Estes fármacos classificam-se como anestésicos dissociogênicos, ou
dissociativos, promovendo uma anestesia sem perda dos reflexos protetores (Massone,
2003; Fantoni et al., 1999).
Os agentes dissociativos têm efeitos diferentes na neurotransmissão do SNC,
sendo os mecanismos ainda não completamente esclarecidos. A cetamina diminui ou
altera a resposta do sistema nervoso central (SNC) sem bloquear o tronco cerebral e as
vias medulares. Promove depressão do tálamo e centros dolorosos manifestando pouca
influência sobre o sistema reticular mesencefálico. No entanto, provoca ativação das
áreas subcorticais e no hipocampo. Sendo a analgesia atribuída ao bloqueio na
condução de impulsos dolorosos ao tálamo e áreas corticais (Fantoni et al., 1999).
A cetamina apresenta uma atividade analgésica na musculatura esquelética, com
analgesia visceral insuficiente, desta forma desaconselhada para procedimentos na
cavidade abdominal e torácica (Haskins et al., 1985; Fantoni et al., 1999; Dupras et al.,
2001; Massone, 2003; Santos, 2003).
Segundo Fantoni et al. em 1999 e Valadão em 2002, o mecanismo de ação
baseia-se sucintamente em cinco efeitos sobre o SNC quais sejam:
1) antagonismo não competitivo dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDA),
envolvidos com a condução dos impulsos sensoriais: espinhal, talâmico, límbico,
subcortical e cortical.
2) ação Gabaérgica direta.
3) bloqueio de recaptação de catecolaminas.
4) função agonista de receptores opióides sigma na medula espinhal.
5) função antagônica dos receptores muscarínicos do SNC
28
A cetamina, quando usada isoladamente causa: sialorréia intensa, taquicardia,
ausência de miorrelaxamento e movimentação involuntária sem, contudo, estar
relacionada à sintomatologia da dor (Haskins et al., 1985; Muir et al., 2001; Booth,
1992).
As anestesias dissociativas, consagraram-se na rotina experimental e em
cirurgias veterinárias, tanto pela praticidade como pela sua segurança, uma vez que em
dose única por via intramuscular o próprio cirurgião realiza o procedimento anestésico
(Muir et al., 2001; Massone, 2003).
A cetamina possui uma ação ambígua segundo Paddleford (2001), pois pode
causar tanto hipotermia como hipertermia sendo este efeito também influenciado pelos
fármacos adjuvantes associados simultaneamente ao anestésico dissociativo
(Cortopassi & Conti, 2002; Massone, 2003).
Sobre a função respiratória os fármacos dissociativos podem causar um efeito
depressor, dose dependente, sem alteração das concentrações dos gases sangüíneos
(Paddleford, 2001; Valadão, 2002; Savvas et al., 2005).
No sistema cardiovascular, tanto a cetamina como a tiletamina apresentam
efeitos discutíveis. Nota-se, contudo, que estes agentes promovem taquicardia,
aumento da pressão arterial, pressão intracraniana e intra-ocular, além do aumento da
resistência vascular periférica (Haskins et al., 1985; Fantoni et al., 1999; Valadão,
2002).
A associação da cetamina com outros fármacos (xilazina ou fenotiazinas) pode
influenciar na manutenção da pressão arterial, resultando em aumento ou diminuição,
respectivamente, da mesma (Santos et al., 2004b; Honsho et al., 2004). Para tanto, com
29
o intuito de melhorar o grau de miorrelaxamento, a cetamina é freqüentemente
associada ao midazolam (Fantoni et al., 1999).
Os benzodiazepínicos foram sintetizados inicialmente em 1955, sendo o
midazolam sintetizado em 1976, sendo o primeiro fármaco hidrossolúvel da classe,
produzindo, portanto, menor irritação local após injeção intravenosa ou intramuscular. É
de curta duração, sendo o primeiro fármaco ansiolítico sintetizado exclusivamente para
o uso em anestesia (Baldessarini, 1996; Hemelrijak & Kissin, 2001).
O midazolam é um ansiolítico que tem sido considerado como uma opção
conveniente para a associação com a cetamina, uma vez que apresentam
compatibilidade quanto à solubilidade (Brown et al., 1993). Apesar de promover um
melhor miorrelaxamento e hipnose, com poucos efeitos cardiovasculares, pode, no
entanto, causar depressão respiratória dose dependente, principalmente quando
utilizado pela via intravenosa (Cistola et al., 2004).
O uso intravenoso é bastante difundido como medicação pré-anestésica na
Medicina Veterinária e as reações de biotransformacão são de desalquilação e
hidroxilação com posterior conjugação aos derivados do ácido glicurônico, sendo os
mesmos excretados pela via urinária (Baldessarini, 1996; Spinosa & Górniak, 1999).
As benzodiazepinas, no sistema nervoso central, agem fundamentalmente no
sistema límbico, reduzindo também a atividade funcional do hipotálamo e córtex.
Atualmente, a hipótese mais aceita de mecanismo de ação fundamenta-se na
modulação de efeitos induzidos pelo ácido-γ-amino-butírico (GABA) no cérebro. O
ácido-γ-amino-butírico é o principal transmissor inibitório do SNC existindo em quase
30
todas as regiões do encéfalo, embora, em concentrações variáveis (Baldessarini, 1996;
Spinosa & Górniak, 1999).
Os mesmos autores citam que o receptor para benzodiazepínicos é em parte
uma grande estrutura molecular que inclui o receptor GABA e o ionóforo para o anion
cloreto. Desta forma, quando o GABA liga-se ao seu receptor, modifica-se a
conformação do mesmo com conseqüente abertura dos canais para o anion cloreto. A
entrada do íon no neurônio produz um estado de hiperpolarização da membrana pós-
sináptica impedindo a passagem do estimulo nervoso (Baldessarini, 1996).
A partir da hiperpolarização da membrana têm-se, basicamente, quatro efeitos:
1) efeito miorrelaxante, decorrente da ação depressora sobre os reflexos supra
espinais, responsáveis pelo tono muscular, e por bloqueio da transmissão ao nível de
neurônios intercalares.
2) efeito ansiolítico que ocorre em função da ação sobre o sistema reticular ativador que
mantém o estado de alerta sobre o sistema límbico responsável pelo conteúdo
evocador da ansiedade, além disto, atua também sobre o hipotálamo que por sua vez
organiza as respostas fisiológicas aos estímulos de ansiedade, causando a redução da
agressividade tanto espontânea como induzida.
3) efeito sedativo hipnótico que causa hipnose por sua ação sobre a formação reticular
e sistema límbico, influenciando diretamente o ciclo vigília-sono.
4) efeito anticonvulsivante, especialmente em situações de convulsões induzidas
farmacologicamente ou por lesão cortical.
Os benzodiazepínicos apresentam baixa incidência de efeitos colaterais,
manifestando, quando utilizados especialmente de forma isolada, transtorno do tipo
extrapiramidal resultando em excitação paradoxal, provavelmente devido à desinibição
31
da agressividade ou hostilidade latentes. Produz ainda amnésia, sendo este efeito
benéfico quando se considera seu uso como medicação pré-anestésica (Haskins et al.,
1986; Massone, 2003).
A xilazina é um medicamento com propriedades: tranqüilizantes e miorrelaxante
de ação central e analgésica. Ela foi sintetizada na Alemanha em 1962, sendo
considerada como um agonista de receptores α-2 adrenérgicos localizados na
membrana pré-sináptica que, quando estimulados, promovem a inibição da liberação de
noradrenalina através da inibição do Ca++ na membrana neuronal. A estimulação deste
tipo de receptor promove efeito hipotensor e tranqüilizante, este último efeito decorre da
diminuição da atividade noradrenérgica sobre a formação reticular (Spinosa & Górniak,
1999; Cortopassi & Fantoni 2002).
Os efeitos periféricos seriam caracterizados por: bradicardia, bloqueio átrio-
ventricular de segundo grau, aumento de pressão arterial transitória, seguida de
bradipnéia e redução do volume corrente (VT). Outros efeitos seriam: diminuição da
secreção do hormônio antidiurético, (ADH) com aumento conseqüente da diurese,
hiperglicemia, hiperinsulinemia, aumento ou diminuição da atividade motora
gastrintestinal, aumento da resistência vascular e do consumo de Oxigênio (Thurmon et
al., 1996b; Spinosa & Górniak, 1999; Cortopassi & Fantoni 2002).
A xilazina exerce ainda um efeito analgésico visceral (Sinclair et al., 2002) sendo
utilizada associada à cetamina, para a realização de diversos procedimentos cirúrgicos,
promovendo efeitos sedativos quando administrada tanto pela via intravenosa , como
subcutânea ou intramuscular (Massone, 2003).
32
Desta forma a xilazina pode ser empregada rotineiramente para a contenção
farmacológica de animais, promovendo analgesia, hipnose e miorrelaxamento de ação
central,podendo potencializar os efeitos de outros anestésicos (Thurmon et al., 1996b;
Spinosa & Górniak, 1999; Cortopassi & Fantoni 2002).
Os agonistas α-2 diferem entre si na potência e duração dos efeitos. O início do
efeito sedativo após a administração intravenosa, é imediato. Já a administração
intramuscular possui um período de latência de 10 a 15 minutos após a administração.
O período hábil de miorrelaxamento de ação central é dose-dependente variando de 30
a 60 minutos (Thurmon et al., 1996b; Spinosa & Górniak, 1999; Cortopassi & Fantoni
2002).
Historicamente Gibbs citado por Rampil em 1998 percebeu a influência dos
agentes anestésicos sobre o eletroencefalograma (EEG), sendo que apenas em 1996
ele foi aprovado como monitor de grau de hipnose, apresentando, portanto,
aplicabilidade prática durante a monitoração anestésica.
O EEG apresentava, entretanto, limitações para o emprego direto durante o
procedimento anestésico, uma vez que hoje seria incompatível com o ambiente do
centro cirúrgico. Segundo afirmações de Mehernoor (2001).
Por volta de 1980, os dados obtidos a partir do eletroencefalograma foram
processados matematicamente pela análise de Fourier (índice de Fourier), gerando um
parâmetro conhecido como índice bispectral, tendo sido publicado o primeiro trabalho
científico em 1992 fato este citado por Vianna (2001b) e Ortolani et al. (2001).
O índice bispectral consiste num valor numérico obtido a partir do EEG,
mensurado através do monitor BIS (figura 02), que quantifica o estado de consciência e
33
alerta, empregado na rotina anestesiológica por ser um método que permite quantificar
os efeitos sedativos e hipnóticos causados pelos fármacos anestésicos (Glass et al.,
1997; Sandler, 2001; Vianna, 2001b).
A avaliação do índice bispectral obtida através da monitoração tem sido
amplamente estudada e aplicada no homem uma vez que correlaciona o efeito
promovido pelos fármacos anestésicos com o nível de consciência evitando o despertar
do paciente durante o procedimento anestésico (Ibrahim et al., 1999; Lugimbühl &
Schnider, 2002).
O índice bispectral é dimensionado em escala variando de 0 a 100, com redução
deste índice à medida que o grau de sedação aumenta, no homem. Assim é que o
índice numérico de 100, indica estado de vigília (consciente ou desperto), o índice de 80
indica sonolência e 70 efeito hipnótico leve. Já o índice de 60 indica um efeito hipnótico
moderado, não responsivo ao estímulo verbal e cujos valores mais baixos permitem a
realização de procedimentos cirúrgicos indicando anestesia geral (Antognini et al.,
2000; Baar et al., 2001; Tsai et al., 2001; Tempe, 2001 e Vianna, 2001b).
Na bibliografia, ao alcance, verifica-se um número restrito de pesquisas e
publicações a respeito da avaliação bispectral em Medicina Veterinária, porém
pesquisas têm mostrado um comportamento análogo na monitoração de animais frente
ao uso de fármacos utilizados em anestesia (Greene et al., 2002).
Santos et al. (2004) a, através da monitoração bispectral, referem um grau baixo
de hipnose em animais submetidos a diferentes protocolos de anestesia dissociativa,
administrados por via intramuscular. Dentre as técnicas testadas, os autores citam que
a maior redução bispectral foi observada nos animais tratados com levomepromazina-
tiletamina-zolazepam, índice bispectral de 83, fato este, atribuído ao zolazepam, pela
34
sua alta concentração e associado à tiletamina. Além disto, os autores verificaram uma
alta prevalência de eventos indesejáveis, como êmese, agitação, vocalização intensa,
durante a recuperação, bem como período de recuperação anestésica prolongado (em
torno de 65 a 75 minutos).
A dose de cetamina empregada em infusão contínua, para realização de uma
anestesia tranqüila e sem eventos adversos durante a recuperação é, segundo
Jacobson et al., (1994), de 200 µg/kg/min., logo 12,0 mg/kg/hora.
As associações à base de cetamina na dose de 15,0 mg/kg, administrados por
via intramuscular, conferem um período hábil anestésico e período de recuperação
anestésica de aproximadamente 36 e 70 minutos, respectivamente (Santos, 2003).
Desta forma, adotou-se a dose de 15,0 mg/kg/hora de cetamina para a
manutenção anestésica durante 60 minutos.
35
3 - MATERIAL E MÉTODO
Esta pesquisa foi previamente avaliada e aprovada pela Comissão de Ética em
Experimentação Animal (CEEA) da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP,
estando de acordo com os princípios éticos adotados pelo Colégio Brasileiro de
Experimentação Animal (Protocolo número: 402/2004.)
Modelo biológico
Foram utilizados 30 cães, machos e fêmeas adultos, com peso corporal entre 10
e 21 quilos, excluindo-se as fêmeas gestantes ou em fase de estro. A fim de diminuir
flutuações dos dados em função de variações fisiológicas individuais, os animais foram
escolhidos de forma homogênea, observando-se: idade, condição hígida e estado de
nutrição.
Os animais foram distribuídos aleatoriamente em 3 grupos de 10 (n=10), sendo
designados como: Grupo I (GI), Grupo II (GII) e Grupo III (GIII).
Os animais empregados neste trabalho provieram do canil do Departamento de
Anestesiologia Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia-UNESP e
do Biotério Central-UNESP-Campus de Botucatu.
Grupos experimentais
Em GI, os animais, foram submetidos a um pré-tratamento com
levomepromazina1 na dose de 1,0 mg/kg pela via intravenosa. Decorridos 15 minutos
administrou-se pela mesma via a associação anestésica de midazolam2 e de cetamina3
nas doses de 0,2 e 5,0 mg/kg, respectivamente, para indução anestésica.
1 Neozine 5mg/ml Rhodia Farma 2 Dormonid 5mg/ml Rhoche do Brasil 3 Ketamin S 50mg/ml Cristália Prod Quim e Farmacêuticos Ltda
36
Imediatamente após, iniciou-se a administração contínua pela via intravenosa, da
associação anestésica de midazolam 0,2 mg/kg/hora e cetamina 15,0 mg/kg/hora por
um período de 60 minutos. Os fármacos de manutenção foram colocados na mesma
seringa completando-se o volume para 20 ml com solução fisiológica, manobra esta
adotada nos demais grupos.
Em GII, os animais receberam o mesmo pré-tratamento e indução de G I.
Imediatamente após a indução, iniciou-se a administração contínua por via intravenosa
da associação anestésica de midazolam 0,4 mg/kg/hora e cetamina 15,0 mg/kg/hora
por um período de 60 minutos.
Em GIII, os animais receberam o mesmo pré-tratamento e indução de G I.
imediatamente após a indução, iniciou-se a administração contínua também pela via
intravenosa, da associação anestésica de midazolam 0,4 mg/kg/hora, cetamina 15,0
mg/kg/hora e xilazina4 1,0 mg /kg/hora por um período de 60 minutos conforme tabela
abaixo:
TABELA 01 - Fármacos, doses e via de administração em GI, GII e GIII.
GRUPO MPA em mg/kg IV Bolus
INDUÇÃO em mg/kg IV Bolus
MANUTENÇÃO em mg/kg/h IV contínua
G I Levomepromazina 1,0
Midazolam 0,2 Cetamina 5,0
Midazolam 0,2 Cetamina 15,0
G II Levomepromazina 1,0
Midazolam 0,2 Cetamina 5,0
Midazolam 0,4 Cetamina 15,0
G III Levomepromazina 1,0 Midazolam 0,2 Cetamina 5,0
Midazolam 0,4 Cetamina 15,0
Xilazina 1,0
4 Rompun 2% Bayer Saúde Animal S/A
37
Procedimento experimental
Após jejum alimentar de 12 horas e hídrico de 6 horas, os animais foram pesados
para o cálculo dos fármacos, procedendo-se, em seguida, a tricotomia da região frontal
e temporal para a colocação dos sensores do BIS e tricotomia dos membros para
facilitação ao acesso venoso.
Com o animal calmo, mensuraram-se os parâmetros propostos e em seguida
aplicou-se a medicação pré-anestésica (MPA).
A MPA e as associações utilizadas para a indução foram administradas nos
membros posteriores, deixando-se os membros anteriores para os procedimentos de
aferição da pressão arterial e administração dos fármacos adotados na manutenção
através da infusão contínua.
Quinze minutos após a realização da MPA, realizou-se nova mensuração dos
parâmetros estudados e procedeu-se com a indução anestésica por injeção intravenosa
em bolus da medicação prevista para cada grupo.
No final da indução, realizava-se a cateterização da veia cefálica no membro
direito e iniciava-se de imediato a administração por via intravenosa contínua dos
fármacos de manutenção. No membro anterior esquerdo adaptava-se o manguito para
a mensuração da pressão arterial.
O sensor para mensuração da saturação de oxigênio (SatO2)5 foi colocado na
língua ou mucosas despigmentadas (vulva, prepúcio e bochecha), colocando-se ainda
sensores adesivos nos coxins plantares e palmares para registro do eletrocardiograma
(ECG).
5 Para facilitação do entendimento, todas as unidades e modalidades de aparelhos foram citadas no item Parâmetros avaliados (página 42).
38
Todos os animais foram posicionados, depois de anestesiados, em decúbito
lateral esquerdo, sendo mensurados e registrados, ao longo dos momentos previstos,
os parâmetros propostos.
Os parâmetros respiratórios foram aferidos e registrados através da leitura dos
resultados em biomonitor, através de um cone em contato direto com as narinas e
elaborado para que não causasse nem desconforto para o animal e nem diluição ou
perda de volume na amostra do ar expirado, tomando-se o cuidado de se ocluir a boca
do animal para que não houvesse a dispersão do ar expirado (figura 01).
A temperatura retal (TR) foi aferida através de termômetro clínico com coluna de
mercúrio com leitura durante de 2 minutos.
Os dados referentes aos parâmetros cardiovasculares: freqüência cardíaca,
pressão arterial e SatO2, foram mensurados através de um monitor cardíaco.
Tanto o índice bispectral como a eletromiografia foram avaliados através de
leitura direta no monitor BIS. Para tanto, foram utilizados três eletrodos, adaptados ao
equipamento, dispostos na cabeça, sendo dois eletrodos frontais e um temporal
conforme (figura 02).
A avaliação pressoceptiva foi realizada através do pressoalgímetro onde frente à
estimulação progressiva, até o valor máximo de 5,0 kgf/cm2, registrava-se a pressão
exercida no ato da retração do membro.
A nocicepção por estímulo térmico foi realizada através de um termoalgímetro
com temperatura padronizada em 52 graus Celsius. A técnica adotada foi a de tocar
com o sensor na membrana interdigital durante um período máximo de cinco segundos.
Os dados eram colhidos, em segundos, quando o animal manifestava desconforto ao
estímulo.
39
Foi ainda avaliado o período de recuperação anestésica, considerado como
sendo o período compreendido entre o final da infusão e a posição quadrupedal
voluntária.
Os parâmetros foram avaliados e registrados em todos os momentos de forma
seqüencial, de modo que todas as aferições envolvendo a manipulação do animal
(especialmente, TR, termo e pressoalgimetria), fossem realizadas após o registro dos
dados referentes aos parâmetros que não necessitavam de manipulação.
40
FIGURA 01 - Aplicação do cone nas narinas para captação dos gases respiratórios em animal
desperto.
FIGURA 02 - Avaliação demonstrando cão e aparelho na avaliação bispectral.
FIGURA 03 - Avaliação nociceptiva, pressórica e térmica na membrana interdigital do cão.
41
Parâmetros avaliados
Foram monitorados e registrados os seguintes parâmetros:
1) Temperatura retal (TR) através de termômetro clínico6 em graus Celsius
2) Freqüência respiratória ( f ) através de biomonitor7 em freqüência por minuto
3) Volume corrente (VT) através de biomonitor transformados em ml/kg
4) Volume minuto (VM) através de biomonitor em litros por minuto
5) Saturação de O2 (SatO2) através de biomonitor em porcentagem
6) Tensão de CO2 no final da expiração (EtCO2) através de biomonitor em mm/Hg
7) Freqüência cardíaca (FC) através de monitor cardíaco8 em batimentos por minuto
8) Pressão arterial não invasiva (PA) através de monitor cardíaco em mm/Hg
9) Avaliação eletrocardiográfica através de monitor cardíaco
10) Índice bispectral (BIS) através de monitor BIS9 por unidade
11) Eletromiografia (EMG) através de monitor BIS em porcentagem
12) Avaliação nociceptiva térmica através de aparelho tecnicamente desenvolvido e
adaptado para estimulação nociceptiva térmica10. Estímulo mensurado em segundos
decorridos entre o início do estímulo e a resposta do animal ao mesmo
13) Avaliação nociceptiva pressórica através de aparelho tecnicamente desenvolvido e
adaptado para estimulação nociceptiva pressórica 11. Estímulo mensurado em kgf/cm2
no momento da retração do membro frente ao estímulo progressivo de nocicepcão
(pressão).
6 Termômetro Clínico BD 7 Biomonitor CAPNOMAC Última 8 Monitor cardíaco DIXTAL do Brasil Ltda 9 Monitor BIS ASPECT A 2000 Xp 10 Termoalgimetro IOPE Instrumentos de Precisão Ltda. 11 Pressoalgímetro IOPE Instrumentos de precisão Ltda.
42
Momentos experimentais
Os parâmetros foram colhidos em todos os grupos nos momentos M0 até M7
sendo:
M0: aferição de parâmetros imediatamente anteriores a aplicação da MPA;
M1: aferição de parâmetros após 15 minutos da aplicação da MPA e anterior a
administração da medicação anestésica de indução;
M2-M7: aferição de parâmetros a cada 10 minutos, iniciados imediatamente após
a indução e início de infusão contínua.
Análise estatística
Para os pesos dos animais, empregou-se a análise de variância (p>0,05) e o
coeficiente de Correlação de Pearson.
Após o término da colheita dos dados, a avaliação estatística foi efetuada, por
meio de análise de perfil, para interpretação dos possíveis efeitos que levariam às
alterações nas médias de cada variável estudada, nos diversos momentos. Incluindo os
testes das hipóteses de interpretação entre grupos e momentos, efeitos de grupos,
efeitos de momentos, efeito de grupo em cada momento e efeito de momento dentro de
cada grupo (Morrison, 1967 e Curi, 1980).
Foram consideradas as seguintes hipóteses de nulidade:
HO1: Não existe interação momento X grupo ou entre momentos e tratamentos, onde é
verificada existência de similaridade entre perfis dos grupos ao longo do
tratamento.
43
HO2: Não existe efeito de grupo para o conjunto de todos os momentos, isto é, não
existe diferença entre grupos para o conjunto de momentos, onde se verifica a
igualdade ou coincidência dos perfis dos três grupos (igualdade de perfis).
HO3: Não existe efeito de momento para o conjunto de todos os grupos, verificando-se
a existência de diferenças entre médias dos momentos para os três grupos.
HO4: Não existe diferença entre os grupos em cada momento individualmente, onde se
verifica a diferença entre as médias de cada grupo para cada momento
separadamente.
HO5: Não existe diferença entre os momentos dentro de cada grupo, onde se verifica a
existência de diferenças ao longo dos momentos em cada grupo individualmente.
A avaliação estatística foi efetuada através de Software SPSS 12.0 for Windows
Advanced, (p>0,05).
44
3 - RESULTADOS
PESO E SEXO
A massa corporal dos cães variou entre 10 e 21 kg conforme tabela abaixo.
TABELA 02 – Sexo e variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação
(CV) de peso (kg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
ANIMAL GI GII GIII
1 15,2 F 12,4 M 12,1 M M
2 11,0 M 20,5 F 13,0 M M
3 19,8 F 15,6 F 18,3 F F
4 13,1 M 11,6 M 13,6 F F
5 10,3 M 11,2 M 15,9 F F
6 11,5 M 14,7 F 12,8 M M
7 18,1 F 15,3 F 10,8 M M
8 13,6 F 15,1 F 10,9 M M
9 18,4 F 19,8 F 20,8 F F
10 20,1 F 11,5 F 18,0 F F
x 15,1 14,8 14,6
S 3,7 3,3 3,4
CV 24,8 22,4 23,5
Empregando-se o Método de Bartlet notou-se que não houve diferença significativa
entre os desvios padrões.
45
TEMPERATURA RETAL – TR
A temperatura retal apresentou discreto decréscimo de até 1,0o C nos três
grupos estudados, contudo esta redução não apresentou significado clínico relevante.
Os três grupos apresentaram uma redução discreta, não se notando diferenças
significativas dentro dos grupos ao longo dos momentos, e nem entre grupos (p>0,05).
TABELA 03 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) da TR (ºC) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 38,9 38,7 38,6 38,5 38,3 38,3 38,2 38,0
GI s 0,4 0,4 0,5 0,5 0,7 0,8 0,9 1,1
CV 1,1 1,0 1,2 1,2 1,9 2,2 2,2 2,8
x 39,0 38,7 38,6 38,5 38,5 38,4 38,4 38,2
GII s 0,3 0,4 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6
CV 0,9 1,0 1,7 1,5 1,5 1,6 1,7 1,6
x 38,9 38,7 38,6 38,5 38,3 38,3 38,2 38,0
GIII s 0,4 0,4 0,5 0,5 0,7 0,8 0,9 1,1
CV 1,1 1,0 1,2 1,2 1,9 2,2 2,2 2,8
46
35,0
36,0
37,0
38,0
39,0
40,0
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
TR (e
m o
Cel
sius
)
GI GII GIII
0
FIGURA 04: Variação dos valores médios ( x ) da TR (oC) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 04: Avaliação estatística: análise de perfil da TR (ºC) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0=demais momentos p>0,05
GII M0=demais momentos p>0,05
GIII M0=demais momentos p>0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII=GIII p>0,05
47
FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA – f
A freqüência respiratória não variou dentro dos grupos ao longo dos momentos.
Contudo, durante a análise entre os tratamentos, GIII mostrou-se em valores, inferior a
GI e GII, que não variaram entre si.
Houve uma discreta bradipnéia em GIII a partir de M2. A freqüência respiratória
manteve-se dentro de limites considerados como fisiológicos em GI e GII.
TABELA 05: Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) da f (mov. resp./min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 27 31 23 26 26 26 26 27
GI s 7 19 7 8 8 9 9 10
CV 27 62 29 31 31 34 37 35
x 23 26 20 21 21 22 22 24
GII s 6 15 7 7 7 9 8 7
CV 27 59 34 33 31 38 38 30
x 20 20 19 17 15 15 15 14
GIII s 5 5 6 6 6 6 5 4
CV 26 25 32 35 37 39 34 28
48
0
10
20
30
40
50
60
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
f (e
m m
ov. r
esp.
/ m
in.)
GI GII GIII
FIGURA 05 - Variação dos valores médios ( x ) da f (mov. resp./min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 06 - Avaliação estatística: análise de perfil da f (mov. resp./min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0=demais momentos p>0,05
GII M0=demais momentos p>0,05
GIII M0=demais momentos p>0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII<GIII p<0,05
49
VOLUME CORRENTE – VT
O volume corrente não apresentou diferenças entre os tratamentos,
permanecendo constantes ao longo dos momentos.
Ao se observarem as curvas, nota-se que no VT existe um paralelismo entre os
grupos sem variações entre os momentos dentro de cada grupo
TABELA 07 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) do VT (ml/kg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 12,7 12,4 11,2 11,1 10,9 10,6 11,1 11,1
GI s 2,8 4,7 3,1 3,7 3,2 2,9 4,0 3,9
CV 22,1 38,1 28,0 33,5 29,0 27,4 35,7 34,7
x 13,3 16,6 13,8 12,8 12,2 12,6 12,5 12,0
GII s 3,0 4,4 4,2 3,9 4,2 4,9 4,3 4,7
CV 13,3 16,6 13,8 12,8 12,2 12,6 12,5 12,0
x 13,4 15,0 13,4 13,4 14,2 14,3 14,6 14,2
GIII s 1,7 3,5 2,8 3,5 4,0 4,3 3,7 3,5
CV 13,0 23,5 21,2 26,2 28,0 30,1 25,4 24,5
50
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (em minutos)
VT
(em
ml /
kg)
GI GII GIII
FIGURA 06 - Variação dos valores médios ( x ) do VT (ml/kg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 08 - Avaliação estatística: análise de perfil do VT (ml/kg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0=demais momentos p>0,05
GII M0=demais momentos p>0,05
GIII M0=demais momentos p>0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII=GIII p>0,05
51
VOLUME MINUTO – VM
O volume minuto não apresentou diferenças significativas entre os tratamentos
nos diferentes momentos, permanecendo constantes ao longo do tempo.
Notou-se, entretanto, que em G III houve, apesar de não significativa, uma
discreta redução do VM.
TABELA 09 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) do VM (L/min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 5,1 5,4 3,9 4,4 4,3 4,0 4,2 4,4
GI s 2,1 3,6 1,9 2,5 2,3 2,1 2,5 2,4
CV 41,4 65,4 48,3 56,1 53,4 51,8 59,5 55,2
x 3,5 5,5 3,6 3,4 3,3 3,4 3,4 3,6
GII s 1,2 2,0 1,1 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
CV 34,5 36,0 29,3 26,6 28,9 27,0 25,4 24,2
x 3,9 4,3 3,4 3,1 2,9 2,9 2,9 2,7
GIII s 1,1 1,4 0,8 0,7 0,7 0,7 0,5 0,4
CV 27,9 32,8 23,8 22,9 23,9 24,7 16,1 15,9
52
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
VM
(em
L /
min
.)
GI GII GIII
FIGURA 07 - Variação dos valores médios ( x ) do VM (L/min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 10 - Avaliação estatística: análise de perfil do VM (L/min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0=demais momentos p>0,05
GII M0<M1>M2=demais momentos p<0,05
GIII M0=demais momentos p>0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII=GIII p>0,05
53
SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO – SatO2
Não foram verificadas diferenças entre os grupos ao longo dos momentos, ou
entre tratamentos. Entre GI e GII.
Entretanto, a SatO2 apresentou uma redução clinicamente digna de nota, em GIII
a partir de M1, resultando em discreta hipoxemia.
TABELA 11: Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) da Sat O2 (%) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 97 96 95 95 95 96 96 95
GI s 2 2 2 2 2 2 2 2
CV 2 2 2 2 2 2 2 2
x 97 97 96 96 96 96 96 96
GII s 1 2 2 2 2 2 2 2
CV 2 3 2 2 2 2 2 2
x 96 97 94 94 93 92 92 91
GIII s 3 1 3 4 5 5 6 5
CV 3 1 4 4 5 6 6 6
54
80
85
90
95
100
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
Sat
O2
(em
%)
GI GII GIII
0
FIGURA 08 - Variação dos valores médios ( x ) da SatO2 (%) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 12 - Avaliação estatística: análise de perfil da Sat O2 (%) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0=demais momentos p>0,05
GII M0=demais momentos p>0,05
GIII M0=demais momentos p>0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII=GIII p>0,05
55
TENSÃO DE CO2 NO FINAL DA EXPIRAÇÃO-EtCO2
Não se notaram diferenças entre os tratamentos ao longo dos momentos.
Entretanto, ao se compararem os grupos entre si notaram-se valores médios mais
elevados em GIII.
Já os valores obtidos em GI e GII foram análogos e mais estáveis no decorrer da
manutenção.
TABELA 13 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) de EtCO2 (mm/Hg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 31 28 29 29 29 30 28 29
GI s 8 7 8 8 9 7 7 7
CV 26 27 27 29 30 24 24 23
x 33 33 36 32 33 32 32 34
GII s 9 10 10 10 10 10 10 10
CV 27 31 28 32 30 31 31 31
x 38 36 40 43 43 45 46 46
GIII s 4 5 6 5 5 5 6 6
CV 11 13 14 10 11 11 13 14
56
0
10
20
30
40
50
60
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
EtC
O2
(em
mm
/ H
g)
GI GII GIII
FIGURA 09 - Variação dos valores médios ( x ) de EtCO2 (mm/Hg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 14 - Avaliação estatística: análise de perfil de EtCO2 (mm/Hg) em cães tratados com:
levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0=demais momentos p>0,05
GII M0=demais momentos p>0,05
GIII M0=demais momentos p>0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII<GIII p<0,05
57
FREQÜÊNCIA CARDÍACA – FC
A freqüência cardíaca variou ao longo dos momentos e dentro de cada grupo.
A partir de M0 houve um ligeiro decréscimo deste parâmetro em todos os grupos.
A tendência em GI e GII foi a de retorno a valores basais até o fim do experimento, fato
este que não ocorreu em GIII, pois neste grupo notou-se uma bradicardia significativa
até M7.
TABELA 15 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) da FC (bat./min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 122 96 128 126 125 127 129 134
GI s 15 17 10 14 14 16 14 15
CV 12 18 7 11 11 13 11 11
x 124 97 130 124 122 123 122 123
GII s 24 18 20 22 22 23 19 16
CV 20 18 16 18 18 18 16 13
x 122 97 82 79 78 77 79 76
GIII s 15 14 14 12 14 14 12 13
CV 12 14 17 15 18 18 15 17
58
0
50
100
150
200
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
FC (e
m b
at./m
in.)
GI GII GIII
FIGURA 10 - Variação dos valores médios ( x ) da FC (bat./min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 16 - Avaliação estatística: análise de perfil da FC (bat./min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0>M1<M2=demais momentos p<0,05
GII M0>M1<M2=demais momentos p<0,05
GIII M0>M1=demais momentos p<0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII>GIII p<0,05
59
PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA – PAS
A PAS, tanto em GI como em GII tiveram uma diferença significativa a partir de
M0 com efeito duradouro até o final da manutenção.
Este fenômeno, não foi observado em GIII, pois apesar da diminuição
significativa em M1, notou-se uma elevação acentuada a partir de M1 até M2 e a partir
daí a tendência à estabilidade deste parâmetro.
TABELA 17 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) da PAS (mm/Hg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 131 99 93 93 91 94 95 95
GI s 18 14 8 6 6 4 7 6
CV 14 15 9 6 7 4 7 6
x 131 112 94 89 92 93 91 93
GII s 15 16 10 11 10 9 8 7
CV 11 14 11 12 10 9 9 7
x 133 114 134 140 134 131 133 130
GIII s 13 13 9 13 14 14 14 14
CV 10 12 7 9 11 11 11 11
60
0
25
50
75
100
125
150
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
PA
S (e
m m
m /
Hg)
GI GII GIII
FIGURA 11 - Variação dos valores médios ( x ) da PAS (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 18 - Avaliação estatística: análise de perfil da PAS (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0>M1=demais momentos p<0,05
GII M0>M1>M2=demais momentos p<0,05
GIII M0>M1<M2=demais momentos p<0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII<GIII p<0,05
61
PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA – PAM
O comportamento da PAM em GI e GII foram semelhantes, pois a partir de M0
notou uma queda significativa deste parâmetro ao longo do experimento.
Já em GIII a partir de M1 notou-se a elevação da PAM, tendeu à normalidade e
com valores semelhantes aos basais durante todo o experimento.
TABELA 19 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) da PAM (mm/Hg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 99 64 57 58 60 63 64 63
GI s 15 13 7 7 5 6 7 11
CV 15 20 12 13 9 9 12 17
x 103 73 60 58 60 60 58 60
GII s 16 11 9 12 9 9 9 9
CV 16 16 16 20 15 15 16 14
x 100 77 103 106 103 103 106 105
GIII s 9 15 10 11 11 13 13 13
CV 9 19 10 10 10 13 13 12
62
0
25
50
75
100
125
150
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
PA
M (e
m m
m /
Hg)
GI GII GIII
FIGURA 12 - Variação dos valores médios ( x ) da PAM (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 20 - Avaliação estatística: análise de perfil da PAM (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0>M1=demais momentos p<0,05
GII M0>M1=demais momentos p<0,05
GIII M0>M1<M2=demais momentos p<0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII<GIII p<0,05
63
PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA – PAD
Em GI a PAD já a partir de M0 tendeu a uma queda significativa de seu valores
até M7, fenômeno este observado também em G II.
Já em GIII este decréscimo foi verificado apenas de M0 para M 1 pois a partir daí
houve uma elevação significativa da PAD, onde notou-se o restabelecimento dos
valores pressóricos até M7.
TABELA 21 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) da PAD (mm/Hg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 83 46 39 41 45 48 48 47
GI s 14 14 7 10 8 8 9 14
CV 16 31 18 24 18 17 20 29
x 89 53 43 42 44 43 42 43
GII s 19 11 11 13 11 10 11 10
CV 21 22 25 31 25 24 26 24
x 84 58 87 89 87 89 92 93
GIII s 12 18 12 12 11 14 15 14
CV 14 31 14 13 12 16 16 15
64
0
25
50
75
100
125
150
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
Tempo (em minutos)
PA
D (e
m m
m /
Hg)
GI GII GIII
FIGURA 13 - Variação dos valores médios ( x ) da PAD (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 22 - Avaliação estatística: análise de perfil da PAD (mmHg) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0>M1=demais momentos p<0,05
GII M0>M1=demais momentos p<0,05
GIII M0>M1<M2=demais momentos p<0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII<GIII p<0,05
65
ÍNDICE BISPECTRAL – BIS
Apesar do paralelismo apresentado entre os grupos, em GI notaram-se
diferenças significativas entre M1, M2 e M3 e em GII apenas em M1 e M2.
Já em GIII observou-se que a partir de M3 houve um aumento no grau de
hipnose até M7.
TABELA 23 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) do
BIS em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 98 95 90 94 96 96 97 97
GI s 0 3 4 4 3 3 2 2
CV 0 4 4 4 3 3 2 2
x 98 94 87 90 91 91 90 91
GII s 1 4 9 9 9 10 10 10
CV 1 4 10 10 10 11 11 11
x 99 96 89 87 83 82 83 83
GIII s 1 3 8 7 11 10 11 10
CV 1 3 9 8 13 13 13 12
66
0
20
40
60
80
100
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
BIS
(em
uni
dade
)
GI GII GIII
FIGURA 14 - Variação dos valores médios ( x ) do BIS em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 24 - Avaliação estatística: análise de perfil do BIS em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0=M1>M2<M3=demais momentos p<0,05
GII M0=M1>M2= demais momentos p<0,05
GIII M0=M1=M2=M3>M4>M5=M6=M7 p<0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII=GIII p>0,05
67
ELETROMIOGRAFIA – EMG
A eletromiografia apresentou um paralelismo entre GI e GII com variação
significativa entre os momentos dentro do grupo, pois em GI e GII houve um
miorrelaxamento maior em M1e M2 tendendo a estabilizar nos demais momentos.
Já em GIII houve um miorrelaxamento maior a partir de M1 com tendência a
aumentá-lo até o fim da manutenção.
TABELA 25 - Variação dos valores médios ( x ), desvio padrão (s) e Coeficiente de Variação (CV) da EMG (%) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
x 96 75 57 61 64 71 77 81
GI s 5 14 12 15 16 19 19 18
CV 5 19 22 24 24 27 25 22
x 93 71 54 58 60 64 62 62
GII s 6 20 17 17 21 21 22 22
CV 7 29 32 30 34 33 35 35
x 96 81 45 37 31 28 25 24
GIII s 5 16 18 22 23 24 22 22
CV 5 20 41 60 74 89 89 91
68
0
20
40
60
80
100
0 15 25 35 45 55 65 75
Tempo (em minutos)
Ele
trom
iogr
afia
(em
%)
GI GII GIII
FIGURA 15 - Variação dos valores médios ( x ) da EMG (%) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
TABELA 26 - Avaliação estatística: análise de perfil da EMG (%) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI) levomepromazina, midazolam em diferente dose, e cetamina (GII) levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
Grupos Avaliação Comentário
GI M0>M1>M2= demais momentos p<0,05
GII M0=M1>M2= demais momentos p<0,05
GIII M0=M1>M2>M3>M4>M5=M6=M7 p<0,05
ENTRE GRUPOS GI=GII>GIII p<0,05
69
TERMOALGIMETRIA
Neste parâmetro empregou-se a mediana, e onde a resposta ao estímulo foi nula
(estimulação sem resposta em até 5 segundos), adotou-se o valor de 6 segundos.
O GIII apresentou uma maior analgesia quando comparado aos demais grupos
(GI e GII), este efeito mostrou-se duradouro ao longo de todos os momentos estudados.
Tanto em GI como em GII não houve a abolição das respostas para o estímulo
empregado. GII apresentou uma maior analgesia quando comparada a GI, durante todo
o período anestésico.
TABELA 27 - Medianas da Termoalgimetria (segundos) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
GRUPO I 1 2 6 6 6 4 4 4
GRUPO II 1 2 6 6 5 5 5 6
GRUPO III 1 2 5 6 6 6 6 6
70
0
1
2
3
4
5
6
Term
oalg
imet
ria
(em
seg
undo
s)
0 15 25 35 45 55 65 75Tempo (em minutos)
GI GII GIII
FIGURA 16 - Medianas da Termoalgimetria (segundos) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
71
PRESSOALGIMETRIA
Com relação à sensibilidade à pressão, GIII apresentou uma melhor analgesia
quando comparada aos demais grupos (GI e GII).
A ausência de resposta ao estímulo nociceptivo pressórico, em GIII foi duradouro
pois se manteve até o fim do experimento.
TABELA 28 - Medianas da Pressoalgimetria (kgf/cm2) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
GRUPO I 0,7 0,9 3,8 3,4 3,0 3,0 2,9 3,0
GRUPO II 0,8 1,2 3,9 4,0 3,8 4,0 4,1 4,0
GRUPO III 0,6 1,0 3,4 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1
72
0
1
2
3
4
5
6
Pre
ssoa
lgim
etri
a (e
m k
gf /
cm2 )
0 15 25 35 45 55 65 75Tempo (em minutos)
GI GII GIII
FIGURA 17 - Medianas da Pressoalgimetria (kgf/cm2) em cães tratados com: levomepromazina,
midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
73
ELETROCARDIOGRAFIA – ECG
Não foram observadas alterações eletrocardiográficas, na derivação DII, nos
animais de GI e GII, alterações estas observadas apenas em GIII.
Neste grupo notou-se a ocorrência de arritmia sinusal e bloqueio átrio ventricular
de 20 grau.
As pausas sinusais ocorreram em todos os animais de GIII, que se iniciavam
decorridos 10 minutos pós-infusão contínua dos fármacos empregados na manutenção
anestésica, permanecendo estes fenômenos até o fim do experimento.
O bloqueio atrioventricular foi claramente observado em dois animais, 10 e 20
minutos após o início da administração intravenosa contínua, perdurando durante todo
o período de infusão.
FIGURA 18 - Traçado eletrocardiográfico, evidenciando bloqueio átrio ventricular, em DIII, de cães
tratados com levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina. Animal 3 e 8 de (GIII).
FIGURA 19 - Traçado eletrocardiográfico, evidenciando arritmia sinusal em DIII, de cães tratados
com levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII).
74
PERÍODO DE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA
Foi verificado um período menor de recuperação em GI (38 minutos) em relação
aos demais grupos estudados (50 minutos GII e 56 minutos GIII).
0
20
40
60
80
Per
íodo
de
recu
pera
ção
anes
tési
ca
(em
min
utos
)
1Tempo (em minutos)GI GII GIII
FIGURA 20 - Variação dos valores médios ( x ) do Período de recuperação anestésica (min.) em cães tratados com: levomepromazina, midazolam e cetamina (GI); levomepromazina, midazolam, em diferente dose, e cetamina (GII) e levomepromazina, midazolam, cetamina e xilazina (GIII), em diferentes momentos.
75
DISCUSSÃO
O decréscimo discreto e gradual da temperatura retal não representou variação
com relevância clínica. Segundo Paddleford (2001), este efeito pode ser atribuído à
cetamina, que causa redução na atividade reguladora da temperatura corpórea por
depressão direta no centro termorregulador, responsável pela manutenção da mesma.
Acredita-se, no entanto, que a redução progressiva da temperatura retal, possa
ser atribuída à levomepromazina e xilazina devido às suas propriedades hipotensoras e
depressoras do SNC. Cortopassi & Conti (2002), não atribuem este efeito aos
benzodiazepínicos uma vez que eles produzem poucas variações sobre este
parâmetro, fato este também observado neste experimento, ao se empregarem
diferentes doses de midazolam.
A redução da temperatura retal em animais tratados com diferentes protocolos
de anestesia dissociativa também foi observada por Pompermayer et al. (1998) e Luna
et al. (2000), que registraram decréscimo significativo na temperatura retal de cães
tratados com fármacos dissociativos associados à levomepromazina e xilazina. Estes
autores também relacionaram este efeito com a levomepromazina utilizada na
associação, dado este, também constatado por Almeida et al. (2000).
Este efeito é controverso, pois segundo Paddleford (2001), ocorre também,
elevação da temperatura, gerada a partir do aumento da atividade muscular causados
pela cetamina. Valadão (2002), também menciona a elevação da temperatura pelo uso
de fármacos dissociativos, especialmente em felinos.
76
O efeito da hipertermia causado pela cetamina, por sua vez reforça a teoria dos
autores supra citados, que atribuem o efeito de redução da temperatura aos fármacos
associados à cetamina, especialmente a levomepromazina e xilazina.
A f em GI e GII, manteve-se dentro dos limites considerados, por Massone
(2003) como fisiológicos (20 a 40 mov. resp. / min.).
A discreta bradipnéia observada em GIII é atribuída à xilazina na associação
anestésica empregada, uma vez que a mesma deprime diretamente o centro
respiratório, fato este observado por Muir et al. (2001), afirmando que a xilazina deprime
este centro e reduz a sensibilidade do mesmo aos aumentos de PaCO2, resultando em
decréscimo da f e VM, fenômeno este, também constatado neste trabalho.
Segundo Massone (2003), os fármacos dissociativos não alteram
significativamente as funções respiratórias, podendo, entretanto, se atribuir a bradipnéia
ocorrida em GIII ao uso da xilazina, cuja atividade depressora central, sabidamente é
responsável por este efeito.
Além disto, a menor f observada em GIII pode também estar associada não
apenas à xilazina, mas também ao uso concomitante do midazolam face o seu efeito
depressor da função respiratória dose dependente (Cistola et al., 2004).
A f menor em GII com relação a GI pode ser atribuída à elevação da dose do
midazolam, uma vez que este acentua os efeitos depressores respiratórios da cetamina
(Valadão, 2002; Paddleford, 2001).
Alguns autores como Haskins et al. (1985), Valadão (2002), e Pompermayer
(1985), atribuem a depressão respiratória de nível moderado à cetamina.
77
Paddleford (2001), sugere, portanto, efeito depressor da f sem, contudo
influenciar nas concentrações de gases sangüíneos. Luna et al. (2000), observaram
também a redução da f e VM em cães submetidos à levomepromazina-cetamina-xilazina
administrados pela via intramuscular, apesar de Santos (2003), achar este fenômeno
fugaz e relacionado às concentrações plasmáticas de midazolam e cetamina.
Observou-se, apesar da alteração paramétrica, que não houve uma grande
oscilação da f demonstrando que a infusão intravenosa contínua promove uma variação
menor do parâmetro ao longo dos momentos.
O VT não se alterou significativamente ao longo dos momentos, evidenciando
desta forma a estabilidade do parâmetro em M0, momento em que os animais não se
encontravam sob efeito de qualquer fármaco.
O referido parâmetro permaneceu dentro da faixa de valores considerados por
Massone (2003) como fisiológicos, estando, portanto próximos dos valores de
referência, para cães com 6 a 12 kg, correspondentes a 10 e 15 ml/kg.
Apesar do VT apresentar-se dentro de uma faixa de normalidade, foi observado
um aumento discreto dos volumes após a administração da levomepromazina em GII e
GIII, evento não coincidente em GI. Este efeito de elevação do VT também foi
observado por Santos em (2003), após a administração de levomepromazina pela via
intravenosa em cães. Luna et al. (2000), por sua vez, observaram redução deste
parâmetro, fato este igual ao observado em GI.
A elevação do VT mediante a administração intravenosa de levomepromazina,
pode estar diretamente relacionada aos efeitos depressores sobre o centro respiratório,
resultando em diminuição da freqüência, o que leva o animal a uma bradipnéia
compensada pela elevação do volume corrente, fato não observado neste trabalho.
78
Já no período de manutenção anestésica, GI, apresentou volumes menores,
quando comparado a GII, e ambos os grupos (GI e GII) com relação à GIII. Este
fenômeno pode ser atribuído ao mecanismo fisiológico compensatório, resultante da
redução da f, desta forma o animal responde com elevação do VT, na tentativa de
manutenção da função ventilatória.
Este efeito encontra respaldo, uma vez que, os fármacos em questão (tanto a
xilazina como o midazolam) são potencialmente depressores da função respiratória,
fortalecendo este argumento, o fato de que a elevação do volume corrente acompanhou
a elevação da dose de midazolam e acréscimo de xilazina (Spinosa & Górniak, 1999;
Cistola et al., 2004).
Em todos os grupos testados, a redução maior do VM foi vista em GIII,
provavelmente influenciada pela xilazina em associação ao midazolam. A menor
redução de VM observada em GI com relação a GII foi justificada pelo aumento da dose
de midazolam na associação administrada via infusão contínua, face ao efeito
depressor deste fármaco sobre a freqüência respiratória (Spinosa & Górniak, 1999; Muir
et al., 2001; Cistola et al., 2004).
Os VT observados não apresentaram grandes oscilações durante todo o período
da infusão, evidenciando desta forma a eficiência da técnica de manutenção na
estabilidade paramétrica.
A SatO2 não apresentou variações com significado estatístico, contudo,
fisiologicamente notou-se em GIII uma redução progressiva da saturação, a partir de
M1 notando-se valores em torno de 94 e 91%, valores estes, considerados por Haskins
(2001), fora da normalidade ou hipoxemia, representando, portanto considerável
relevância para o anestesista.
79
Levando-se em conta a depressão respiratória baixa causada pelos fármacos
dissociativos, sugere-se que a diminuição da SatO2 em cães tratados com diferentes
protocolos de anestesia dissociativa, seja causada pelos fármacos adjuvantes da
associação e em especial a xilazina, uma vez que ao se elevar a dose de midazolam,
não se observaram variações dignas de nota.
Contudo, este fato não foi observado por Luna et al. (2000), que observaram
SatO2 superior a 97% em cães submetidos à levomepromazina, cetamina e xilazina
pela via intramuscular. Zsigmond et al. (1976), observaram no homem, a redução da
SatO2, influenciada por fármacos dissociativos associados à benzodiazepínicos, desta
forma recomendando suporte ventilatório com O2.
Na EtCO2 não houve diferença significativa entre GI e GII, não revelando valores
superiores a 36mmHg, considerados por Hall et al. (2001), como fisiologicamente
normais.
O grupo tratado com xilazina apresentou valores superiores aos mencionados
por Hall et al. (2001), a partir de M1, mantendo-se estes valores elevados de forma
constante ao longo dos momentos. Este fato pode ser explicado em função das
alterações ocasionadas pela xilazina resultantes em diminuição do VM e redução da
SatO2, observado também por Luna et al. (2000) e Santos (2003), ao utilizarem a
xilazina e cetamina pela via intramuscular.
A elevação discreta da EtCO2 em GII com relação à GI, deveu-se à redução no
VM, atribuída ao midazolam em dose mais elevada.
Com relação à FC, as variações observadas em ambos os comportamentos (GI-
GII) e (GIII), margeiam os limites fisiológicos superiores e inferiores respectivamente,
80
descritos por Massone (2003), que refere para cães FC entre 80 e 120 batimentos por
minuto.
A elevação da FC constatada em GI e GII mostrou-se discretamente superior às
referidas como fisiológicas. Este fato pode ser justificado pela taquicardia causada pela
cetamina a partir da estimulação simpática direta, através da elevação de noradrenalina
circulante. A noradrenalina aumenta a permeabilidade das membranas das células dos
tecidos excito-condutores do coração facilitando a entrada de íons Sódio, tornando-as
mais facilmente excitáveis, resultando em elevação da FC (Haskins et al., 1985;
Guyton, 1992; Souza et al., 2002; Selmi et al., 2005).
A elevação da dose de midazolam, empregada em GII, não resultou em
diferença de FC digna de nota, quando comparada à dose mais baixa empregada em
GI, evidenciando desta forma, pouca influência dos benzodiazepínicos sobre função
cardíaca. Segundo Braz et al. (1996), os benzodiazepínicos não apresentam influência
sobre os parâmetros cardiocirculatórios, sendo considerados ainda como um grupo de
fármacos que amenizam os efeitos indesejáveis de outros fármacos sobre a função
cardíaca.
Em M0, notou-se redução da FC em todos os grupos testados. Este efeito pode
ser atribuído ao efeito simpatolítico da levomepromazina. Contudo, eventualmente pode
ocorrer efeito cronotrópico positivo com o uso de levomepromazina, sendo este efeito
decorrente de uma resposta reflexa à hipotensão instalada com a utilização da mesma.
Este fato foi observado por Rosa & Massone (2005), que também relataram uma
redução da freqüência cardíaca em animais pré-tratados com levomepromazina,
redução esta, que era suprimida após a administração de cetamina e midazolam.
81
A redução da FC, observada em GIII foi atribuída não apenas ao uso de
levomepromazina na medicação pré-anestésica, mas também, e principalmente ao uso
da xilazina. Esta apresenta como efeito de relevância à diminuição da FC, que se deve
a uma depressão simpática ocorrida pela estimulação dos receptores α-2 adrenérgicos,
superpondo-se ao efeito taquicárdico da cetamina. Este fato é concordante aos
achados de Luna et al. (2000) e Santos et al. (2004)b, que observaram através do uso
intramuscular da xilazina-cetamina, valores de FC menores do que os observados
frente o uso de fármacos dissociativos e benzodiazepínicos.
A PAS apresentou redução inicial logo após a administração da medicação pré-
anestésica ou seja a levomepromazina, empregada em todos os grupos, efeito este
atribuído à função adrenolítica deste fenotiazínico. Oliva et al. (2000), avaliando a
função cardiocirculatória frente ao uso de sevofluorano em cães pré-tratados com
levomepromazina e Massone (2003), verificaram também uma redução da PAS, PAM e
PAD face ao uso desta medicação pré-anestésica.
Esta redução da pressão arterial também foi notada por Selmi et al. (2002),
analisando as alterações eletrocardiográficas em cães pré-tratados com
levomepromazina e submetidos ao propofol e sevofluorano. Da mesma forma foi
constatado por Luna et al. (2000), através de estudos empregando-se
levomepromazina-cetamina e xilazina ou romifidina.
Segundo Massone (2003), a cetamina produz elevação da pressão arterial em
função da vasoconstrição periférica causada pela mesma, não devendo, portanto ser
empregada em pacientes hipertensos. Esta informação vem ao encontro com os
estudos realizados por Valadão & Pacchini (2001) e Valadão (2002), que afirmam que a
82
tiletamina, outro fármaco com propriedades dissociativas, causa elevação da pressão
arterial, de forma mais potente e prolongada do que os observados com a cetamina,
sendo, portanto recomendados em pacientes hipotensos.
Verificou-se, que a PAS teve uma elevação imediata após a administração da
associação midazolam-cetamina-xilazina, via infusão contínua, permanecendo esta
superior àquela observada nos tratamentos empregados em GI e GII, que
permaneceram iguais entre si, onde deprende-se que a xilazina em infusão contínua,
suplanta os efeitos hipotensores da levomepromazina utilizada como medicação pré-
anestésica, efeito este que segundo Cortopassi & Fantoni (2002), é causado pela
estimulação dos receptores α-1, uma vez que a xilazina não apresenta especificidade
de 100% sobre os receptores α-2, sendo este efeito tolerável em pacientes com função
cardiovascular inalterada.
A elevação da PAS. Observada em GIII, não ultrapassou os valores descritos por
Haskins (2001), como fisiológicos, sendo os mesmos considerados normais para os
valores situados entre 100 a 160 mmHg. Por outro lado as associações empregadas em
GI e GII mostraram valores discretamente abaixo da referência, considerados, portanto
como hipotensão leve.
Este evento mostra claramente que a cetamina não conseguiu antagonizar de
forma eficiente os efeitos depressores, sobre esta função, causados pela
levomepromazina, não havendo ainda, diferença significativa entre as doses mais
baixas e mais elevadas de midazolam.
83
Os valores obtidos em GI e GII foram ligeiramente inferiores aos propostos por
Haskins (2001), ou de 80 a 120 mm/Hg caracterizando, assim, discreta hipotensão na
PAM nos animais tratados exclusivamente com levomepromazina-midazolam-cetamina.
Em GI e GII, os valores abaixo dos mínimos considerados como fisiológicos,
puderam ser atribuídos aos efeitos hipotensores da levomepromazina como medicação
pré-anestésica (Pompermayer et al., 1998).
Segundo Cortopassi & Fantoni (2002), foram observados efeitos hipotensores do
midazolam quando utilizado pela via intravenosa dose dependente.
Contudo, neste trabalho não foi verificado o efeito de hipotensão dose
dependente, uma vez que os grupos GI e GII, não variaram significativamente, pois
estes dois grupos não apresentaram diferenças significativas entre si, o que mostrou a
pouca influência da elevação da dose de midazolam sobre este parâmetro.
A manutenção da PAM, mesmo que em valores baixos, após a indução e
manutenção empregada em GI e GII, mostra que a cetamina não foi capaz de
antagonizar de forma eficiente os efeitos causados pela levomepromazina, utilizada na
MPA.
Em, GIII houve elevação da PAM sem, contudo ultrapassar os limites
mencionados por Haskins (2001) como fisiológicos. Este fato pode ser explicado pela
atuação da xilazina sobre receptores α-1, visto a inespecificidade da mesma sobre os
receptores α-2 (Cortopassi & Fantoni, 2002).
Tanto o efeito de elevação da pressão arterial (GIII), como de redução (GI e GII),
mostraram-se estáveis ao longo do tempo, após o início da infusão, mostrando
84
estabilidade do parâmetro podendo esta, estar relacionada à forma de administração, o
que reforça a vantagem do uso da infusão contínua.
Em GIII, constatou-se elevação da PAD, sem, contudo serem vistos valores
superiores aos mencionados por Haskins (2001).
Vale ressaltar a elevação da pressão arterial atribuída à xilazina, que se dá em
função de uma vasoconstrição periférica causada pela estimulação de receptores α1,
devendo a mesma ser muito bem avaliada, uma vez que simultaneamente estaria
ocorrendo, redução da SatO2, e do VM.
Quanto ao índice bispectral verificou-se uma redução a partir de M1 em todos os
grupos estudados. Este fato foi também observado por Santos et al. (2004)a, justificado
pela da ação tranqüilizante da levomepromazina, empregada nos três grupos.
Ao longo do período de manutenção, não foi observada redução do índice
bispectral abaixo de 83, (GIII). Sabe-se que nas anestesias onde se empregam agentes
dissociativos não ocorre redução do índice bispectral.
A cetamina por sua vez, ao contrário de outros fármacos anestésicos gerais,
ansiolíticos ou hipnóticos, é um fármaco que produz estimulação cortical, justificando,
portanto os elevados índices bispectrais (Spinosa & Górniak, 1999), também foram
observados por Kurehara et al. (1999), onde constataram, após a administração da
cetamina durante hipnose induzida por propofol, elevação do referido parâmetro.
Este relato é concordante com Onaka et al. (2001), onde observaram uma
atividade eletroencefalográfica incomum em pacientes tratados com cetamina, propofol
e sufentanil, sugerindo dificuldade de uso do referido parâmetro na avaliação da
hipnose frente ao uso destes fármacos. Esta condição também foi descrita por Santos
85
et al. (2004)b, onde constataram pouca redução do índice bispectral mediante a
utilização intramuscular de xilazina-cetamina, levomepromazina-zolazepam-tiletamina e
levomepromazina-midazolam-cetamina.
Foram observados em GIII, os menores índices bispectrais, sendo eles 82 e 83
nos momentos compreendidos entre M4 e M7. Esta variação discreta do índice
bispectral ao longo dos momentos, pode ser atribuída às concentrações plasmáticas
dos fármacos empregados diante da infusão intravenosa contínua.
A redução discreta do índice bispectral em GII em relação a GI, foi atribuída à
elevação da dose de midazolam de 0,2 mg/kg/hora para 0,4 mg/kg/hora. Este evento foi
também constatado por Morse et al. (2002), que utilizando exclusivamente o midazolam
em baixas doses (0,01 mg/kg), relataram diminuição discreta do índice bispectral (90)
no homem e, ao se associar a cetamina, registraram elevação do mesmo índice para
94.
Além disto, Andra et al. (2001), verificaram que o índice bispectral no homem, em
doses superiores à proposta por Morse et al. (2002), causava redução deste parâmetro
para 65.
Confirmou-se a influência da dose do benzodiazepínico sobre a redução do
índice bispectral, uma vez que em GII foi observada uma redução do índice bispectral
mais acentuada que em GI. Contudo estes efeitos depressores não se mostraram
suficientes para promover uma redução mais relevante deste índice, mediante a
utilização da cetamina.
Esta hipótese apresentou fundamento, uma vez que o índice bispectral
apresentou redução mediante a elevação da dose de midazolam. Contudo esta
86
proposta não foi totalmente aceita uma vez que a redução deste índice não foi
importante com relação à elevação da dose de midazolam. Apesar disto o acréscimo de
xilazina reduziu o índice de forma similar à redução ocorrida na associação zolazepam-
tiletamina.
Não foram encontradas na literatura, referências sobre a atividade bispectral
referentes à xilazina. No entanto, Haga & Dolvik (2002), perceberam diferenças do
índice bispectral em eqüinos tratados com 0,01 mg/kg iv de detomidina (agonista α-2)
em comparação com animais acordados, fato este, concordante com Greene, et al.
(2002), que empregando medetomidina (agonista α-2) e isofluorano em cães,
constataram uma redução acentuada do índice bispectral quando empregaram apenas
isofluorano. Fato semelhante foi observado por Tobias & Berkenbosch (2004), em
anestesia pediátrica, que comparavam, através do BIS, os efeitos sedativos do
midazolam frente à dexmedetomidina, verificando efeito depressor maior do último
agente.
Analisando a influência dos fármacos utilizados constatou-se que a cetamina
administrada pela via intravenosa de forma contínua, não promove a redução do BIS.
Ficando a redução a cargo dos fármacos utilizados em associação a mesma, em
especial da xilazina.
Outro fato observado foi a variação do índice bispectral durante a estimulação
nociceptiva no período trans-anestésico, situação análoga à observada por Haga &
Dolvik (2002), em dois eqüinos tratados com detomidina, butorfanol, diazepam,
cetamina e isofluorano, submetidos à cirurgia para orquiectomia.
87
Quanto à EMG, verificou-se uma redução discreta após a administração de
levomepromazina, evidenciando, portanto uma influência reduzida da mesma sobre o
miorrelaxamento.
Sabe-se que nas anestesias onde se empregam agentes dissociativos ocorre um
baixo grau de miorrelaxamento, com preservação do tônus muscular, ou mesmo de
hipertonia, durante a anestesia (Haskins et al., 1985; Luna et al., 2000).
Neste sentido a xilazina mostrou-se válida para abolição destes efeitos
indesejáveis, uma vez que em GIII, se observou um grau maior de miorrelaxamento,
podendo ser justificado em função da atividade miorrelaxante central da xilazina. O
miorrelaxamento causado pela xilazina, se desenvolveu de forma contínua e
progressiva, mostrando eficiência da mesma no antagonismo da hipertonia muscular,
causada pela cetamina (Luna et al., 2000).
Haskins et al. (1986), por sua vez, afirmam que o acréscimo de diazepam
conferiu miorrelaxamento significativo, quando comparado ao uso isolado de cetamina.
Os estímulos nociceptivos empregados apresentaram intensidade moderada,
não promovendo lesão ou danos tissulares ao animal. Várias formas de estimulação
nociceptiva têm sido utilizadas em experimentação com animais, sendo recomendadas
por Hogan (2002) estímulos de térmicos e pressóricos para testes algimétricos.
A metodologia empregada para realização dos estímulos nociceptivos foi a
mesma empregada por Rosa & Massone (2005), sendo considerada como eficiente
para quantificar o estímulo álgico e avaliar o período hábil analgésico.
88
Acreditou-se que a infusão intravenosa contínua de cetamina a 15,0 mg/kg/hora
seria capaz de promover a abolição das respostas dos animais, frente a estes
estímulos, devido ao seu potencial de analgesia somática.
Contudo nos grupos onde se administrou exclusivamente a cetamina e
midazolam, mesmo que em dose diferente, não se notou a abolição da resposta do
animal frente ao estímulo nociceptivo, o que estaria de acordo com Luna et al. (2000),
que referem um nível baixo de analgesia conferido pela cetamina, não recomendando
portanto, a levomepromazina, cetamina e xilazina para procedimentos cirúrgicos em
ovariohisterectomia. Segundo Haskins et al. (1985), a cetamina apresenta ainda
limitações quanto ao período hábil anestésico, devendo ser cuidadosamente escolhida
para procedimentos cirúrgicos de maior duração.
No momento compreendido entre M0 e M1 percebeu-se uma redução da
sensibilidade ao estímulo termoalgimétrico em GI, GII e GIII, tal fato pode ser explicado
pela ação tranqüilizante e analgésica da levomepromazina (Massone, 2003). Já
decorridos dez minutos da administração das associações anestésicas de indução,
verificou-se a presença de resposta ao estímulo termoalgimétrico apenas em GIII, que
manifestou ausência de reposta somente após 20 minutos do início da infusão contínua.
O efeito observado em GIII, apesar de mais tardio, mostrou se mais eficiente e
prolongado, do que as outras associações empregadas, evidenciando a estabilidade do
efeito mediado pela infusão contínua neste grupo. A abolição da resposta ao estímulo
térmico em GIII pode ser atribuída à xilazina, confirmando-se o seu efeito analgésico e
potencializador da cetamina, fundamentado na elevação do limiar de dor (Valadão,
2002).
89
O efeito menos pronunciado na abolição das respostas aos estímulos
nociceptivos térmicos foram observados em GI, fato concordante com Santos (2003),
que verificou através do uso de levomepromazina-midazolam-cetamina intramuscular
uma menor eficiência anestésica.
Quanto à pressoalgimetria verificou-se em uma fase inicial, perda discreta da
sensibilidade a este estímulo, fato coincidente ao verificado na termoalgimetria,
atribuindo-se este efeito também à levomepromazina.
Decorridos dez minutos após a administração das associações anestésicas
(indução) e início da infusão contínua (manutenção), verificou-se que nos três grupos
ainda eram observados resposta ao estímulo nocivo de pressão. Este estímulo deixou
de ser notado somente em GIII, 20 minutos após o início da infusão contínua de
fármacos, mostrado-se constante até o final do fornecimento da medicação.
O efeito de abolição de resposta a este estímulo foi atribuído à xilazina visto seu
potencial analgésico, associado ao efeito analgésico potencializador quando em
associação aos fármacos dissociativos (Valadão, 2002).
Convém ressaltar que os métodos de avaliação para nocicepção empregados
tiveram por finalidade apenas a evidenciação do estímulo nociceptivo mensurável, não
devendo ser interpretado como método hábil para se mensurar a abolição da resposta à
dor (Hogan, 2002; Rosa & Massone, 2005).
Com relação à eletrocardiografia, sabe-se que os fármacos dissociativos alteram
esta função de modo a aumentar a freqüência cardíaca, sem, contudo gerar distúrbios
na ritmicidade (Souza et al., 2002). Este efeito pode ser observado através da
90
eletrocardiografia especialmente em GI e GII, que apresentaram FC acima de 120
bat./min. Nestes grupos a elevação da freqüência se deu em função da estimulação
simpática causada pelos fármacos dissociativos, fato já mencionado durante a
discussão sobre o parâmetro FC.
Não foram verificadas alterações eletrocardiográficas com relação ao ritmo
cardíaco nos animais pertencentes à GI e GII.
A redução da FC foi atribuída ao uso da xilazina, fato já descritos anteriormente.
Estes efeitos puderam ser explicados pelo fato da xilazina causar discreta bradicardia e
bloqueio atrioventricular que, pode ser de primeiro, segundo e terceiro grau, mesmo em
doses mais baixas (Cortopassi & Fantoni, 2002; Sinclair et al., 2002).
Os fenotiazínicos têm sido propostos como agentes antiarritmogênicos (Dyson &
Pettifer, 1997; Luna et al., 2000; Rezende et al., 2002). Contudo, esta propriedade não
foi totalmente eficiente, uma vez visto a ocorrência de dois animais com bloqueio átrio-
ventricular frente o uso intravenoso contínuo da xilazina, midazolam e cetamina.
A recuperação anestésica foi percebida primeiramente em GI há
aproximadamente com 38 minutos após o final da infusão dos fármacos anestésicos, 50
minutos em GII e 56 minutos em GIII.
Ao se comparar o período de recuperação de animais tratados com
levomepromazina-midazolam-cetamina pelas vias intramuscular e intravenosa contínua,
constatou-se uma redução do mesmo período com o emprego da segunda via.
Santos (2003), descreve uma recuperação anestésica de 76 minutos para cães
tratados com a associação supracitada em injeção intramuscular, contra 38 minutos
com infusão contínua, fato também observado por Pompermayer et al. (1998),
91
utilizando mesma associação por via intramuscular e por Rosa & Massone (2005), que
observaram valores de aproximadamente 64 minutos para os mesmos fármacos.
A infusão intravenosa contínua de levomepromazina-midazolam-xilazina-
cetamina apresentou período de recuperação de 50 minutos, enquanto que Santos
(2003), em experimento com a associação de atropina-cetamina-xilazina aplicados pela
via intramuscular, apresentou um período de recuperação de 65 minutos.
92
CONCLUSÕES
A partir dos resultados observados em cães tratados com as associações
levomepromazina-midazolam-cetamina em diferentes doses e levomepromazina-
midazolam-cetamina-xilazina por infusão contínua concluiu-se que:
• A via intravenosa por infusão contínua apresentou vantagens quanto a
estabilidade da parametria ao longo do período de infusão, e redução no período
de recuperação anestésica;
• Os fármacos dissociativos apresentaram baixa influência sobre a redução do
índice bispectral durante a administração intravenosa contínua;
• A elevação da dose de midazolam elevou discretamente o limiar da dor frente
aos estímulos térmicos e pressóricos além de discretas reduções do índice
bispectral e eletromiografia;
• A xilazina aboliu a percepção dos estímulos nociceptivos empregados, reduzindo
o índice bispectral e promovendo um bom miorrelaxamento, causando, contudo,
hipoxemia, bradiarritmias e bradipnéia com redução do VM .
Diante do exposto conclui-se que as técnicas empregadas em GI e GII
apresentaram vantagens para contenção farmacológica permitindo a manipulação
desconfortável, porém não cruenta.
93
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103
ANEXOS TEMPERATURA RETAL GI
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 38,8 38,6 38,7 38,7 38,7 38,4 38,4 38,4
02 39,6 39,3 39,4 39,5 39,3 39,3 39,3 39,2
03 39,1 39,0 38,9 38,6 38,7 38,7 38,6 38,6
04 38,8 38,3 38,5 38,2 38,1 38,2 37,9 38,0
05 38,8 38,6 38,2 38,4 38,2 38,2 38,0 37,7
06 38,8 38,4 38,3 38,1 38,1 38,1 38,2 38,1
07 38,8 38,7 38,5 38,2 38,1 37,9 37,6 37,5
08 37,9 37,8 37,7 37,4 37,2 37,0 36,5 36,5
09 38,5 38,4 38,5 38,4 38,4 38,2 38,2 38,1
10 39,3 39,2 39,3 39,2 39,1 39,0 39,0 38,8
x 38,8 38,6 38,6 38,5 38,4 38,3 38,2 38,1 s 0,5 0,4 0,5 0,6 0,6 0,6 0,8 0,8
CV 1,2 1,2 1,3 1,5 1,6 1,6 2,0 2,0 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 38,9 38,6 39,2 38,8 38,9 38,6 38,7 38,5 02 38,6 38,4 37,8 37,7 37,6 37,5 37,4 37,1 03 39,6 39,4 39,1 38,8 38,8 38,6 38,5 38,4 04 39,1 38,9 38,6 38,6 38,4 38,2 38,4 38,2 05 38,9 38,9 38,8 38,8 38,7 38,7 38,8 38,9 06 38,5 38,3 39,1 39,2 39,1 39,1 39,1 38,7 07 39,1 38,2 37,3 37,4 37,4 37,2 37,2 37,2 08 38,9 38,7 38,5 38,7 38,6 38,5 38,4 38,3 09 38,6 38,5 38,6 38,3 38,4 38,1 38,1 38,1
10 39,3 39,2 39,3 39,0 39,0 39,0 39,0 38,5
x 39,0 38,7 38,6 38,5 38,5 38,4 38,4 38,2 s 0,3 0,4 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6 0,6
CV 0,9 1,0 1,7 1,5 1,5 1,6 1,7 1,6 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 01 38,4 38,2 37,7 37,6 37,2 37,0 36,9 36,8 02 38,8 38,9 38,8 38,8 38,8 38,8 38,8 38,9 03 38,6 38,5 38,5 38,4 38,3 38,3 38,3 38,2 04 38,9 38,7 38,8 38,8 38,8 38,8 38,7 38,7 05 39,5 39,2 39,1 39,2 39,2 39,2 39,2 39,2 06 39,3 38,8 38,7 38,6 38,1 38,1 37,8 37,5 07 39,1 39,0 38,5 38,7 38,8 38,7 38,6 38,6 08 38,9 38,8 38,9 38,9 39,0 39,1 39,1 38,9 09 38,1 38,1 37,8 38,0 37,0 37,0 37,0 35,9 10 39,2 39,2 38,8 38,3 38,1 37,5 37,4 37,3
x 38,9 38,7 38,6 38,5 38,3 38,3 38,2 38,0 s 0,4 0,4 0,5 0,5 0,7 0,8 0,9 1,1
CV 1,1 1,0 1,2 1,2 1,9 2,2 2,2 2,8
104
FREQUENCIA CARDIACA G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 139 105 132 145 147 142 146 148 02 113 100 120 109 104 103 113 115 03 105 90 128 126 133 134 139 143 04 109 77 128 138 133 135 141 146 05 118 107 136 130 123 130 130 130 06 133 121 130 127 130 133 131 139 07 142 91 136 122 126 127 130 144 08 136 64 120 120 118 115 115 120 09 120 111 143 142 137 148 143 147
10 103 90 110 103 102 100 105 106
x 122 96 128 126 125 127 129 134 s 15 17 10 14 14 16 14 15
CV 12 18 7 11 11 13 11 11 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 01 126 117 141 126 130 134 125 126 02 105 67 111 92 92 93 101 103 03 117 104 165 140 132 130 127 130 04 98 90 130 124 128 127 130 136 05 133 103 110 126 117 118 122 120 06 156 80 157 150 139 146 153 146 07 130 122 125 108 106 110 111 111 08 171 112 110 106 109 107 105 112 09 110 84 141 163 166 168 150 144
10 97 92 110 105 98 100 98 100
x 124 97 130 124 122 123 122 123 s 24 18 20 22 22 23 19 16
CV 20 18 16 18 18 18 16 13 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 01 110 72 63 62 54 56 59 53 02 109 101 74 73 71 67 76 78 03 120 97 84 77 76 81 76 78 04 105 80 73 77 89 87 86 86 05 155 91 70 75 73 78 88 88 06 137 102 88 82 75 71 70 66 07 117 96 78 64 62 60 62 57 08 120 100 82 88 88 80 88 83 09 118 115 107 100 100 98 94 85 10 128 115 103 95 93 93 90 90
x 122 97 82 79 78 77 79 76 s 15 14 14 12 14 14 12 13
CV 12 14 17 15 18 18 15 17
105
SATURAÇÃO DE OXIGÊNIO SatO2
G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 01 99 97 96 95 96 95 96 96 02 93 95 91 91 91 93 92 92 03 96 98 95 95 94 93 92 92 04 94 95 97 97 95 97 97 97 05 97 97 94 93 94 96 95 96 06 97 96 94 96 97 97 97 97 07 99 93 94 98 96 97 96 95 08 98 94 97 98 97 98 98 96 09 96 96 96 97 97 97 98 97
10 96 98 97 95 95 96 95 96
X 97 96 95 95 95 96 96 95 s 2 2 2 2 2 2 2 2
CV 2 2 2 2 2 2 2 2 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 99 96 95 96 96 96 97 97 02 98 94 96 97 98 98 98 98 03 97 98 94 97 97 97 96 97 04 99 96 94 94 94 94 94 93 05 99 100 97 97 97 97 97 97 06 97 92 95 95 94 93 94 94 07 96 96 98 98 98 97 96 96 08 95 97 93 93 92 93 94 94 09 96 99 96 96 96 95 94 93
10 96 99 97 95 95 96 95 96
X 97 97 96 96 96 96 96 96 s 1 2 2 2 2 2 2 2
CV 2 3 2 2 2 2 2 2 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 99 99 93 95 94 95 94 95 02 96 99 96 95 91 91 92 91 03 96 97 97 97 98 97 97 96 04 93 99 91 88 84 82 81 81 05 95 96 88 87 87 83 83 84 06 98 97 98 98 97 93 92 93 07 91 97 98 97 97 96 96 94 08 99 96 92 89 90 89 90 88 09 97 96 96 96 96 96 96 96 10 96 96 96 96 96 96 95 96
x 96 97 94 94 93 92 92 91 s 3 1 3 4 5 5 6 5
CV 3 1 4 4 5 6 6 6
106
FREQUENCIA RESPIRATORIA f GI
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 30 32 22 31 30 18 23 21 02 33 57 17 17 12 17 17 15 03 39 15 35 43 41 43 48 48 04 28 50 27 23 22 17 15 18 05 16 15 20 19 18 21 20 30 06 32 67 32 35 32 34 32 26 07 29 23 24 26 27 26 24 26 08 27 20 21 22 24 23 22 23 09 17 19 21 23 31 34 30 36
10 20 16 13 22 23 22 24 25
x 27 31 23 26 26 26 26 27 s 7 19 7 8 8 9 9 10
CV 27 62 29 31 31 34 37 35 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 34 50 27 29 25 29 30 32 02 18 11 16 15 14 14 14 16 03 30 44 35 33 34 38 38 35 04 22 11 15 16 18 15 15 20 05 29 23 15 16 19 20 23 19 06 16 46 22 28 27 30 25 29 07 23 12 21 22 26 28 27 29 08 19 17 15 14 13 13 14 16 09 26 21 24 19 18 22 18 27
10 16 23 13 15 17 15 14 16
x 23 26 20 21 21 22 22 24 s 6 15 7 7 7 9 8 7
CV 27 59 34 33 31 38 38 30 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 27 15 20 23 22 20 20 18
02 21 27 23 13 13 13 12 11
03 18 18 27 29 26 27 24 22
04 30 22 15 16 16 17 18 15
05 19 24 11 13 12 13 13 13
06 21 27 25 20 21 21 19 18
07 24 24 20 20 13 13 13 14
08 16 20 23 17 15 14 13 12
09 13 12 9 9 9 8 8 9 10 15 16 16 12 8 8 9 10
x 20 20 19 17 15 15 15 14 s 5 5 6 6 6 6 5 4
CV 26 25 32 35 37 39 34 28
107
VOLUME CORRENTE VT G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 164 224 250 184 190 196 178 144 02 155 180 157 191 171 155 203 200 03 245 177 229 231 220 202 214 211 04 144 118 132 124 143 178 169 177 05 134 216 109 112 114 101 110 108 06 111 187 167 191 177 152 180 183 07 245 104 106 105 98 94 84 97 08 240 108 110 109 102 100 95 97 09 295 245 191 220 202 174 175 177
10 174 214 214 150 177 200 197 214
x 191 177 167 162 159 155 161 161 s 61 51 53 48 43 43 47 46
CV 32 29 32 29 27 28 29 29 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 102 158 173 118 105 116 120 114 02 299 287 182 222 221 229 214 179 03 77 127 137 131 140 152 133 125 04 134 122 116 116 125 127 131 123 05 199 224 169 143 121 122 133 131 06 200 200 176 171 180 153 163 158 07 198 320 210 164 101 105 100 106 08 248 372 304 306 300 300 290 306 09 260 284 151 169 188 162 187 142
10 174 214 214 200 177 220 214 210
x 189 231 183 174 166 169 169 159 s 70 84 52 58 62 62 58 61
CV 37 36 28 33 37 37 34 38 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 142 167 173 187 201 181 191 196 02 147 292 223 235 267 265 245 235 03 247 193 138 136 133 159 145 154 04 212 158 178 155 163 143 136 145 05 244 193 214 220 226 224 233 224 06 176 180 141 100 122 106 156 133 07 118 166 186 180 194 214 216 198 08 167 203 131 159 182 199 180 194 09 257 317 292 290 280 300 322 300 10 250 292 260 262 247 244 269 253
x 196 216 194 192 202 204 209 203 s 52 60 54 59 54 59 59 52
CV 27 28 28 31 27 29 28 26
108
VOLUME MINUTO VM G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 4,9 7,2 5,5 5,7 5,7 3,5 4,1 3,0 02 5,1 10,3 2,7 3,2 2,1 2,6 3,5 3,0 03 9,6 2,7 8,0 9,9 9,0 8,7 10,3 10,1 04 4,0 5,9 3,6 2,9 3,1 3,0 2,5 3,2 05 2,1 3,2 2,2 2,1 2,1 2,1 2,2 3,2 06 3,6 12,5 5,3 6,7 5,7 5,2 5,8 4,8 07 7,1 2,4 2,5 2,7 2,6 2,4 2,0 2,5 08 6,5 2,2 2,3 2,4 2,4 2,3 2,1 2,2 09 5,0 4,7 4,0 5,1 6,3 5,9 5,3 6,4 10 3,5 3,4 2,8 3,3 4,1 4,4 4,7 5,4
x 5,1 5,4 3,9 4,4 4,3 4,0 4,2 4,4 s 2,1 3,6 1,9 2,5 2,3 2,1 2,5 2,4
CV 41,4 65,4 48,3 56,1 53,4 51,8 59,5 55,2 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 3,5 7,9 4,7 3,4 2,6 3,4 3,6 3,6 02 3,0 3,2 2,9 3,3 3,1 3,2 3,0 2,9 03 2,3 5,6 4,8 4,3 4,8 5,0 5,1 4,4 04 1,7 3,0 1,7 1,9 2,3 1,9 2,0 2,5 05 5,8 5,2 2,5 2,3 2,3 2,4 3,1 2,5 06 3,2 9,2 3,9 4,8 4,9 4,6 4,1 4,6 07 4,6 3,8 4,4 3,6 2,6 2,9 2,7 3,1 08 4,7 6,3 4,6 4,3 3,9 3,9 4,1 4,9 09 4,0 6,0 3,6 3,2 3,4 3,6 3,4 3,8 10 2,8 4,9 2,8 3,0 3,0 3,3 3,0 3,4
x 3,5 5,5 3,6 3,4 3,3 3,4 3,4 3,6 s 1,2 2,0 1,1 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9
CV 34,5 36,0 29,3 26,6 28,9 27,0 25,4 24,2 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 3,8 2,5 3,5 4,3 4,4 3,6 3,8 3,5 02 3,1 7,9 5,1 3,1 3,5 3,4 2,9 2,6 03 4,4 3,5 3,7 3,9 3,5 4,3 3,5 3,4 04 6,4 3,5 2,7 2,5 2,6 2,4 2,4 2,2 05 4,6 4,6 2,4 2,9 2,7 2,9 3,0 2,9 06 3,7 4,8 3,5 2,0 2,5 2,2 3,0 2,4 07 2,8 4,0 3,7 3,6 2,5 2,8 2,8 2,8 08 2,7 4,1 3,0 2,7 2,7 2,8 2,4 2,4 09 3,4 3,8 2,6 2,7 2,6 2,4 2,7 2,8 10 3,8 4,6 4,1 3,1 2,0 2,0 2,4 2,5
x 3,9 4,3 3,4 3,1 2,9 2,9 2,9 2,7 s 1,1 1,4 0,8 0,7 0,7 0,7 0,5 0,4
CV 27,9 32,8 23,8 22,9 23,9 24,7 16,1 15,9
109
TENSÃO DE CO2 AO FINAL DA EXPIRAÇÃO EtCO2 G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 17 16 16 16 14 23 20 22 02 28 29 25 24 26 24 23 24 03 17 16 16 15 14 16 16 15 04 33 23 33 35 36 39 33 31 05 37 36 37 39 35 36 33 29 06 29 30 29 25 27 31 25 33 07 38 36 35 36 36 36 36 36 08 35 33 35 35 36 35 35 35 09 39 26 33 33 29 29 29 29
10 35 33 34 31 33 32 31 32
x 31 28 29 29 29 30 28 29 s 8 7 8 8 9 7 7 7
CV 26 27 27 29 30 24 24 23 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 20 16 18 20 24 20 20 20 02 18 18 20 19 20 20 20 21 03 30 30 30 16 17 18 18 18 04 32 37 40 39 35 34 35 35 05 40 49 45 41 41 42 43 45 06 43 34 36 35 35 32 39 36 07 33 43 45 42 43 41 37 41 08 45 37 46 44 46 47 47 46 09 34 31 36 33 35 32 34 36
10 32 33 39 31 33 32 31 39
x 33 33 36 32 33 32 32 34 s 9 10 10 10 10 10 10 10
CV 27 31 28 32 30 31 31 31 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 36 34 37 38 39 40 40 37 02 47 45 47 47 48 53 54 55 03 37 33 31 35 35 39 35 39 04 38 35 33 43 44 47 48 48 05 39 31 46 50 52 52 54 55 06 37 31 39 45 45 45 45 46 07 31 35 38 39 39 38 47 48 08 39 33 42 45 46 47 47 47 09 44 43 44 44 43 43 43 42 10 37 37 46 45 42 44 42 41
x 38 36 40 43 43 45 46 46 s 4 5 6 5 5 5 6 6
CV 11 13 14 10 11 11 13 14
110
PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA PAS G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 144 118 101 93 82 93 87 94 02 154 98 100 94 91 88 87 100 03 124 93 94 91 91 95 101 102 04 99 83 89 90 88 92 90 95 05 115 88 94 94 93 96 87 86 06 122 113 95 98 102 101 104 100 07 149 101 84 89 88 92 101 96 08 124 87 83 85 90 95 101 85 09 155 85 81 88 85 89 95 95
10 128 123 106 106 100 96 98 98
x 131 99 93 93 91 94 95 95 s 18 14 8 6 6 4 7 6
CV 14 15 9 6 7 4 7 6 GII
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 109 95 83 80 98 89 88 93 02 132 115 113 86 83 97 100 92 03 142 100 88 82 84 93 92 86 04 125 99 92 87 86 93 87 98 05 134 93 98 88 91 94 83 99 06 138 134 99 109 113 112 106 103 07 119 120 78 74 82 82 79 80 08 164 136 87 87 87 81 88 89 09 125 120 100 106 96 95 98 96
10 123 110 98 94 96 96 93 94
x 131 112 94 89 92 93 91 93 s 15 16 10 11 10 9 8 7
CV 11 14 11 12 10 9 9 7 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 133 112 114 124 117 113 119 109 02 147 139 146 152 150 152 152 148 03 118 100 137 148 148 137 138 134 04 115 121 138 154 149 145 146 140 05 131 125 136 131 127 125 135 135 06 123 98 137 135 129 126 119 128 07 150 106 129 132 115 116 116 111 08 151 100 130 127 124 122 122 119 09 135 126 146 162 151 152 154 148 10 128 115 128 131 130 126 125 126
x 133 114 134 140 134 131 133 130 s 13 13 9 13 14 14 14 14
CV 10 12 7 9 11 11 11 11
111
PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA PAM G!
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 116 76 60 63 56 58 58 63 02 119 57 59 49 51 51 54 58 03 98 60 55 64 64 65 71 79 04 73 56 60 68 66 66 69 61 05 84 44 58 59 56 59 54 42 06 96 82 58 55 60 66 61 65 07 108 52 47 58 66 71 78 76 08 89 64 52 48 60 65 66 54 09 112 62 51 52 55 61 64 66
10 94 82 72 69 67 67 65 67
x 99 64 57 58 60 63 64 63 s 15 13 7 7 5 6 7 11
CV 15 20 12 13 9 9 12 17 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 78 55 48 43 55 54 51 58 02 116 74 62 53 53 60 55 55 03 108 64 59 54 57 58 60 57 04 106 68 64 64 63 58 58 67 05 85 68 61 54 59 58 56 64 06 119 97 67 70 70 72 71 67 07 90 69 41 42 46 46 45 46 08 130 83 55 52 50 49 51 48 09 106 73 67 75 73 74 74 72
10 94 77 73 71 69 67 64 66
x 103 73 60 58 60 60 58 60 s 16 11 9 12 9 9 9 9
CV 16 16 16 20 15 15 16 14 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 106 83 85 89 90 86 91 92 02 106 98 113 113 112 122 125 122 03 95 73 104 116 112 114 117 116 04 94 78 117 124 124 122 125 124 05 110 70 105 100 100 106 109 107 06 78 52 90 92 92 91 94 94 07 107 61 105 101 96 89 90 89 08 101 66 97 101 97 99 96 96 09 103 92 109 111 106 104 106 106 10 103 94 105 106 101 99 102 104
x 100 77 103 106 103 103 106 105 s 9 15 10 11 11 13 13 13
CV 9 19 10 10 10 13 13 12
112
PRESSÃO ARTERIAL DIASTÓLICA PAD GI
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 102 55 40 48 43 41 44 48 02 101 37 38 27 31 33 37 37 03 85 44 35 50 51 50 56 67 04 60 43 45 57 55 53 58 44 05 69 22 40 41 38 40 38 20 06 83 66 39 34 39 49 39 48 07 88 28 29 42 55 61 66 66 08 72 53 36 30 45 50 48 38 09 90 51 36 34 40 47 49 51
10 77 61 55 50 50 52 49 52
x 83 46 39 41 45 48 48 47 s 14 14 7 10 8 8 9 14
CV 16 31 18 24 18 17 20 29 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 63 35 31 24 34 36 33 40 02 108 53 37 37 38 41 32 36 03 91 46 44 40 44 41 44 42 04 97 53 50 52 52 41 43 51 05 60 55 42 37 43 40 42 46 06 109 78 51 50 49 52 53 49 07 76 44 23 26 28 28 28 29 08 113 57 39 34 32 33 32 28 09 96 49 50 60 61 63 62 60
10 80 61 60 59 56 52 50 52
x 89 53 43 42 44 43 42 43 s 19 11 11 13 11 10 11 10
CV 21 22 25 31 25 24 26 24 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 92 68 71 72 76 72 77 83 02 85 77 96 94 93 107 112 109 03 83 59 87 100 94 103 107 107 04 84 57 106 109 112 111 115 116 05 99 43 90 85 87 96 96 93 06 55 29 66 71 73 73 81 77 07 85 39 93 86 86 76 77 78 08 77 49 80 89 83 87 83 84 09 87 75 91 86 84 80 82 85 10 90 83 93 94 87 85 90 93
x 14 31 14 13 12 16 16 15 s 12 18 12 12 11 14 15 14
CV 84 58 87 89 87 89 92 93
113
ÍNDICE BISPECTRAL BIS G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 98 96 89 93 97 98 98 98 02 98 97 89 98 98 98 97 98 03 98 98 89 97 97 98 98 98 04 98 97 85 92 94 93 94 95 05 98 94 94 98 98 98 98 98 06 98 96 94 94 96 95 95 95 07 98 89 85 90 97 98 98 98 08 98 96 95 98 98 98 98 98 09 98 97 92 89 88 90 94 93
10 98 88 88 91 95 95 97 99
x 98 95 90 94 96 96 97 97 s 0 3 4 4 3 3 2 2
CV 0 4 4 4 3 3 2 2 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 99 97 79 83 85 87 85 88 02 98 97 77 74 77 77 77 77 03 98 98 84 74 74 70 70 70 04 99 90 96 94 94 93 93 94 05 98 97 97 98 95 96 95 96 06 98 90 72 96 97 97 98 98 07 99 98 97 97 98 98 98 97 08 98 97 90 93 95 95 95 94 09 99 90 88 98 98 97 90 92
10 98 88 88 91 95 95 97 99
x 1 4 10 10 10 11 11 11 s 1 4 9 9 9 10 10 10
CV 98 94 87 90 91 91 90 91 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 99 97 96 90 89 91 90 90 02 98 98 97 91 88 75 76 80 03 99 97 91 93 94 89 92 90 04 98 97 94 90 90 91 89 90 05 98 98 89 88 87 88 90 91 06 99 97 98 96 95 93 94 93 07 98 88 75 79 63 63 64 64 08 98 92 89 77 69 70 67 68 09 98 98 77 78 76 77 82 85 10 100 95 82 87 82 78 82 82
x 99 96 89 87 83 82 83 83 s 1 3 8 7 11 10 11 10
CV 1 3 9 8 13 13 13 12
114
ELETROMIOGRAFIA EMG G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 100 80 50 60 60 85 95 100 02 100 90 60 60 50 50 60 60 03 100 80 60 60 70 80 100 100 04 90 80 40 40 40 40 45 50 05 90 70 40 40 45 45 50 60 06 100 90 50 60 70 80 80 80 07 90 40 70 75 80 90 90 90 08 100 70 60 65 70 75 80 85 09 100 80 80 90 90 90 90 90
10 90 70 55 60 65 70 80 90
x 96 75 57 61 64 71 77 81 s 5 14 12 15 16 19 19 18
CV 5 19 22 24 24 27 25 22 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 90 95 70 50 50 50 55 55 02 95 60 30 30 30 30 30 30 03 100 80 75 75 70 70 70 65 04 90 30 50 60 70 80 75 75 05 100 80 70 75 80 85 90 90 06 90 80 30 60 65 70 60 60 07 90 90 65 60 55 60 60 60 08 100 80 35 30 25 30 25 25 09 95 45 60 80 90 90 90 90
10 80 70 55 60 65 70 65 65
x 93 71 54 58 60 64 62 62 s 6 20 17 17 21 21 22 22
CV 7 29 32 30 34 33 35 35 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 01 90 50 50 40 25 20 20 20 02 95 100 60 60 50 45 20 20 03 90 100 40 40 30 30 40 30 04 100 95 25 10 10 5 10 5 05 100 70 20 10 5 5 5 5 06 100 80 40 30 20 10 10 10 07 90 70 40 30 20 10 5 5 08 100 70 30 15 15 15 15 20 09 90 80 80 70 70 70 65 65 10 100 90 60 65 65 65 60 60
x 96 81 45 37 31 28 25 24 s 5 16 18 22 23 24 22 22
CV 5 20 41 60 74 89 89 91
115
PRESSOALGIMETRIA G I
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 0,6 1,2 5,1 1,9 1,6 2,0 1,9 1,6 02 0,4 0,5 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 03 0,8 1,0 2,1 1,9 2,4 3,5 4,8 4,8 04 0,8 0,8 5,0 5,0 4,8 4,3 3,9 4,0 05 1,5 1,9 4,0 2,9 2,8 1,9 1,9 2,1 06 0,8 0,9 3,5 4,9 4,0 4,0 2,7 3,3 07 0,5 0,9 5,1 3,8 3,5 2,5 3,1 2,0 08 0,8 1,0 2,4 2,8 3,0 3,0 3,3 2,9 09 0,4 0,8 2,9 4,3 3,0 2,5 2,5 3,0 10 0,3 0,9 3,6 2,8 3,0 3,0 2,6 3,0
MEDIANA 0,7 0,9 3,8 3,4 3,0 3,0 2,9 3,0 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 0,2 0,8 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 02 1,0 1,7 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 03 0,8 1,3 3,3 2,9 2,9 2,4 2,8 2,5 04 0,9 0,9 2,4 3,2 3,0 3,8 4,0 4,0 05 0,9 2,4 5,1 4,7 4,5 4,1 4,2 4,1 06 0,9 2,2 2,9 2,1 2,4 2,4 2,5 2,6 07 0,8 1,1 2,8 2,4 2,8 3,0 3,0 2,9 08 0,5 1,9 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 09 0,5 1,1 2,1 3,4 3,3 3,2 3,4 3,3
10 0,9 1,0 4,6 4,6 4,2 4,4 4,3 4,2
MEDIANA 0,8 1,2 3,9 4,0 3,8 4,0 4,1 4,0 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 0,5 1,8 3,9 4,2 5,1 5,1 5,1 5,1 02 0,9 0,9 1,6 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 03 0,3 0,3 2,4 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 04 0,3 0,7 2,9 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 05 1,0 2,0 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 06 0,6 0,9 1,6 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 07 0,4 0,9 2,5 4,0 5,1 5,1 5,1 5,1 08 0,3 1,0 4,2 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1 09 1,8 1,8 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 10 1,8 1,8 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0
MEDIANA 0,6 1,0 3,4 5,1 5,1 5,1 5,1 5,1
116
TERMOALGIMETRIA GI
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 1 2 6 6 6 6 6 6 02 2 5 6 6 6 6 6 6 03 1 2 6 5 4 4 4 5 04 2 2 6 6 6 4 3 4 05 1 2 5 5 5 5 4 4 06 1 2 6 6 6 4 4 4 07 1 2 6 5 4 3 3 3 08 1 2 3 3 4 3 4 4 09 1 1 3 6 6 5 5 5
10 2 3 5 5 5 4 4 4
MEDIANA 1 2 6 6 6 4 4 4 G II
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 1 2 6 6 6 6 6 6 02 1 2 6 6 6 6 6 6 03 1 2 2 2 2 2 2 2 04 1 2 5 3 4 5 5 5 05 1 2 6 6 4 4 3 3 06 1 2 3 3 4 5 3 4 07 1 1 3 2 3 3 2 2 08 1 2 6 6 6 6 6 6 09 1 2 4 6 6 6 6 6
10 2 3 6 6 6 4 5 6
MEDIANA 1 2 6 6 5 5 5 6 G III
Animal M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
01 1 1 4 6 6 6 6 6 02 1 1 6 6 6 6 6 6 03 1 2 4 6 6 6 6 6 04 1 4 6 6 6 6 6 6 05 1 2 6 6 6 6 6 6 06 1 2 3 6 6 6 6 6 07 1 2 3 4 6 6 6 6 08 1 2 3 6 6 6 6 6 09 2 2 6 6 6 6 6 6 10 1 1 6 6 6 6 6 6
MEDIANA 1 2 5 6 6 6 6 6
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