gestação e parto de cães e gatos - trabalho

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  • 8/17/2019 Gestação e Parto de Cães e Gatos - Trabalho

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    GESTAÇÃO E PARTO DE CÃES E GATOS

    INTRODUÇÃOO período gestacional ou prenhez é o período que compreende desde a concepção até o

    momento do parto. O diagnóstico da gestação tem apresentado alta demanda na rotina clínicade pequenos animais, principalmente entre os criadores de animais e é de suma importâncianão só para identificar o número de fetos, mas também para se caracterizar casos deabortamento, necessidade da realização de interenção cirúrgica, parto prematuro, partonormal e retardado.

    Outra importância de se diagnosticar a gestação em animais se dee ao fato de ser necess!rio estabelecer o plane"amento de mane"os clínico e alimentar adequado para f#meagestante, além de uma definição de uma estratégia sanit!ria eficiente, oferecendo segurançatanto para o animal e seus filhotes, quanto para o propriet!rio.

    $ste trabalho tem como enfoque principal reisar todos os aspectos da gestação canina efelina atraés de uma ampla reisão de literatura, abordando desde a g#nese, até o desfecho, eenfatizando seus aspectos fisiológicos, métodos de diagnóstico e est!gios do parto.

    REVISÃO DE LITERATURA

    %. &estação e parto em cadelas e gatas%.%. 'spectos fisiológicos da gestação

    Os animais domésticos são classificados como iíparos e possuem seudesenolimento embrion!rio intra uterino. (al período de desenolimento é denominado de

     prenhez ou gestação, ou se"a, é o período marcado por adaptaç)es progressias do organismomaterno mediado por horm*nios da mãe e placenta, que permitem ao organismo materno

    reconhecer a presença do feto. +odemos citar as seguintes adaptaç)es aumento de olume doútero, alteraç)es circulatórias, endócrinas, e-cretoras e do trato gastrointestinal.%

     $ste período compreende desde o acasalamento até o parto sendo de suma importânciaaspectos como a nutrição do feto em desenolimento e os a"ustes maternos apontados a essafinalidade.%

    ' manutenção da gestação é determinada por fatores genéticos, podendo ser alterada por fatores maternos, fetais, genéticos e ambientais. entre os fatores maternos podemos citar / idade da mãe, como f#meas mais elhas apresentam maior tempo de gestação, algumasezes relacionadas a problemas metabólicos e hormonais. 0om relação aos fatores fetais, aduração da prenhez é inersamente proporcional ao tamanho da ninhada, fetos múltiplosencurtam este período. 'lgumas espécies incidem de pequenas ariaç)es no período da

    gestação deido a fatores genéticos. entre os fatores ambientais podemos relacionar /alteração das estaç)es do ano.%

    O embrião que est! em desenolimento influencia na fisiologia materna por meio demecanismos endócrinos. 1os pequenos animais o blastocisto, antes de se unir ao endométrio,secreta substâncias que prolongam o período de ida útil do corpo lúteo cíclico além do cicloestral, este ciclo é conhecido como reconhecimento materno da prenhez 234+5.%,6

    $m toda a gestação os órgãos reprodutios sofrem alteraç)es. 1o terço final da gestaçãoh! alteraç)es no trato genital, principalmente na ula e agina, pois a ula apresenta7seedemaciada e hiperascularizada. ' mucosa aginal que normalmente é p!lida e seca altera7se, apresentando7se edemaciada e fle-íel. O canal cerical é selado com um muco iscosochamado de tampão mucoso da prenhez8 este, antes do parto, dissole7se e é eliminado em

    filamentos. %,6

    1

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     1o decorrer desta gestação, a medida que a mesma ai aançando, o útero sofre umaumento gradatio com intuito de acompanhar o crescimento do feto, fazendo com que, como au-ilio da quiesc#ncia do miométrio, o mesmo não se"a e-pulso prematuramente. eidoaos altos índices de estrógeno associada a ação da rela-ina, os ligamentos pélicos rela-am7se

    conforme a gestação ai se desenolendo.%,9

     1as espécies caninas e felinas a duração da gestação totaliza em média :; dias,apresentando ariaç)es de

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    glândula mam!ria se desenole durante a segunda metade da gestação, podendo apresentar secreção serosa pouco tempo antes do parto. =

    O diagnóstico é de suma importância não só para identificar o número de fetos, mastambém para se caracterizar casos de abortamento, necessidade da realização de interenção

    cirúrgica, parto prematuro, parto normal e retardado8 além de certificar a presença real ou nãode uma gestação, erificação do número de filhotes e possibilita ao propriet!rio fazer o plane"amento necess!rio antes da data preista para o parto. =

    ' gestação pode ser confirmada por• +alpação abdominal a palpação abdominal, geralmente de 9 a = semanas após a

    cobertura, é bastante empregada para o diagnóstico da gestação na cadela. 'pesar de ser ummétodo de diagnóstico de gestação sub"etio, é bastante confi!el quando realizada por 

     profissionais capacitados embora resultados falso7positios se"am raros nas mãos deeterin!rios e-perientes. O abdome pode ser palpado com muita facilidade porem estemecanismo pode ser pre"udicado fatores como quantidade de gordura corpórea, conformaçãodo corpo e temperamento do animal. (ais fatores t#m pouca influ#ncia sobre a precisão dosoutros métodos de diagnóstico de gestação. 6,=

    • 4adiografia ' realização de radiografia pode ser utilizada como importantediagnóstico adicional nos est!gios finais da gestação. Os resultados, entretanto, sãoe-tremamente ari!eis e é necess!ria uma consider!el e-peri#ncia técnica parainterpretação deste e-ame. ' radiografia pode ser utilizada para confirmar a prenhez, porémos esqueletos fetais só se tornam radiopacos a partir do dia =

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    's necessidades calóricas e o aumento de peso são constantes e progressiamenteele!eis durante toda a gestação, sobretudo no terço final tanto em cadelas quanto em gatas.'nimais que estão abai-o do peso possuem grande dificuldade em manter boa condiçãocorpórea e produção de leite após o parto, porém, em contrapartida, sabe7se que a obesidade

    contribui para o desenolimento de distocia e aumento da mortalidade neonatal. $m cadelas,o hematócrito declina para =;C por olta do 9

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    Jariando de 6 a 9 dias antes do parto, as f#meas, em sua maioria apresentam umcomportamento marcado pela busca da solidão, pela inquietude e pela confecção de ninho.6

    ' presença ou aus#ncia de leite é ari!el e não pode ser considerada um sinal confi!elde parto iminente. Kmediatamente antes do parto, a agina pode se tornar edemaciada e pode7

    se obserar uma secreção aginal discreta.6

    &eralmente as f#meas entram em "e"um % a 6 dias antes do parto. ' queda datemperatura corporal é percebida por diersos criadores e é considerada por estes como umindicatio de que o parto ocorrer! dentro das pró-imas 6= horas, mas não é um indicador confi!el de parto iminente. 6,=

    Jerifica7se uma redução significatia das concentraç)es de progesterona a partir de 6=horas antes do parto e daí em diante a queda é progessia.6,=

    %.F. +arto  L o processo fisiológico pelo qual o útero graídico e-pulsa o feto de seu interior 

     "untamente com a placenta tendo seu inicio desencadeado por fatores maternos e fetais. ois

     processos são de e-trema importância para que o parto se"a bem sucedido, sendo estes ahabilidade do útero em contrair e a capacidades da céri- de dilatar suficientemente para

     permitir a passagem do feto.6,9,@

    Bob a influ#ncia da progesterona, o miométrio entra em atiidade e garante umambiente propício para o desenolimento do parto. urante a prenhes o útero troca odomínio da progesterona e passa a dominância do estrógeno, e como resultado desta inersãohormonal dois mecanismos ocorrem no tecido uterino. O primeiro mecanismo refere7se /contração do músculo liso da musculatura uterina, onde esta sai do estado de rela-amento

     para o estado de atiidade. O segundo mecanismo resulta do aumento da relação estrógeno7 progesterona, onde ocorre o aumento da síntese ou a liberação de uterotoninas. ' atuaçãodesses mecanismos ocasiona o inicio das contraç)es miometriais, e, este por sua ez, induz adilatação da céri- e e-pulsão do feto. ' dilatação da céri- ocorre deido /s mudanças nascaracterísticas físicas do col!geno cerical e não só pelo aumento de pressão intra7uterina.$sta dilatação ocorre por fatores hormonais como aumento dos níeis de estrógeno, secreçãode rela-ina e prostaglandina no inicio do parto. 6,9,@

    %.H. $st!gios do parto0lassicamente, o parto é diidido em tr#s est!gios, que se alteram conforme cada feto

    ai sendo e-pelido @• +rimeiro est!gio do parto 2rela-amento e dilatação cerical5 $ste est!gio tem duração

    de apro-imadamente = horas, podendo atingir 9: horas. 1este a céri- rela-a e se dilata. '

    f#mea se torna mais inquieta e nerosa, apresenta tremores e se mostra ofegante, podendoomitar eMou rasgar o material utilizado para forrar o local do parto. +odem ser obseradascontraç)es uterinas fracas. @

    • Begundo est!gio do parto 2e-pulsão dos filhotes5 $ste est!gio caracteriza7se por contraç)es uterinas fortes e intensas e esforço isíel da f#mea. $ntre as contraç)es, a f#mealambe a ula, principalmente quando a bolsa fetal se rompe e o fluido placent!rio éeliminado. Ema ez que a cabeça ou a pele do feto este"a insinuada, um potente esforçoabdominal é estimulado. ' duração do segundo est!gio do parto é e-tremamente ari!el,tanto de f#mea para f#mea como de filhote para filhote numa mesma ninhada. $ntretanto, na

     pr!tica, não se dee dei-ar passar mais de : horas entre a eliminação do primeiro filhote e ainstituição de uma inestigação, pois um atraso prolongado pode lear / separação placent!ria

    e ao óbito de todos os fetos i!eis remanescentes. O interalo entre os nascimentos tambémé ari!el. O segundo filhote e os subsequentes geralmente são e-pelidos após não mais de 9;

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    minutos de esforço abdominal. +eríodos de repouso de mais de 9 a = horas deem ser considerados anormais. O parto de uma ninhada grande pode lear mais de 6= horas. G#meas

     boas7mães limpam e amamentam os filhotes no interalo entre os sucessios nascimentos. @• (erceiro est!gio do parto 2e-pulsão das placentas5 $ste é o est!gio em que as

    membranas fetais são e-pelidas. Os filhotes podem nascer com as membranas intactas ou presos apenas pelo cordão umbilical, enquanto a placenta permanece dentro do trato genital. 1o último caso, a placenta ser! e-pelida separadamente, antes, durante ou após osnascimentos subsequentes. ' f#mea pode comer as placentas e sugere7se que os horm*nios

     placent!rios promoem a inolução uterina e a produção de leite. Nuando a ninhada é grande,não é recomend!el permitir que a mesma coma todas as placentas. O final do trabalho de

     parto é sinalizado pelo rela-amento da f#mea e pelo aleitamento dos filhotes. @

    %.%;. +arto istócicoistocias são alteraç)es que acontecem no momento do parto que atrapalhem o

    desenolimento normal do mesmo. $sta pode ser definida como sendo uma anormalidade oudificuldade de parir, sendo mais comum em cadelas do que em gatas.

    ' sintomatologia de um parto distócico inclui contraç)es fortes e persistentes seme-pulsão fetal8 contraç)es fracas, infreqentes e improdutias por mais de dois ou tr#s horas8interalo maior do que duas horas entre os fetos ou quatro horas após o início do 6D est!gio8gestação prolongada8 descarga aginal purulenta e sinais de into-icação e apresentação,

     posição ou atitude do feto anormal.@,F

    ' e-pulsão da placenta sem sinais de trabalho de parto pode ser um dos fatos associadosa situaç)es que sugerem distocias. @,F

    %.%%. Bituaç)es 'dersasKndução do parto 7 ' indução do parto pode ser necess!ria e para isto recomenda7se a

    administração consecutia de duas doses de aglepristona no dia

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    L o período compreendido como o interalo pós7parto. O corpo lúteo presente nagestação regride pró-imo ao parto, e por um período após o parto o crescimento folicular oariano é estagnado. @,F

    esta forma, o tamanho do o!rio sofre redução em sua liberação de oócitos, e o termo

    anestro é conferido a este período do ciclo reprodutio.@,F

    ' efici#ncia reprodutia é influenciada pela duração do interalo pós7parto. 0omrelação / saúde do animal, esse período é mais importante em razão da alta incid#ncia dedoenças metabólicas 2cetose, paresia da parturiente, tetania da lactação5 e patologias dareprodução 2doença oariana cística, metrite, mastite, retenção de placenta5 associadas a este

     período. $m ambas as espécies enfoques de nosso estudo, a amamentação inibe a funçãooariana. @,F

    urante o interalo pós7parto, o local em que ocorreu a cone-ão placent!ria doendométrio est! reparado, e o tamanho do útero "! retraiu de seu tamanho graídico para seutamanho original 2inolução5. @,F

    %.%9. >actaçãoO leite formado no período antes do parto é denominado colostro. Bua formação

    representa o processo secretório na qual a lactog#nese ocorre na aus#ncia da remoção do leite.Nuando o colostro é formado certas substâncias são concentradas durante o processo. 'lém denutrir, o colostro tem importante função na proteção tempor!ria e passia contra agentesinfecciosos deido a presença de imunoglobulinas em alta concentração no mesmo e peloconsumo deste os neonatos podem receber imunidade passia, permitindo uma r!pida

     proteção contra os organismos ambientais. O tempo para absorção de imunoglobulinas pelosneonatos atraés do intestino é limitado 26= a 9: horas5. O colostro é uma rica fonte denutrientes, especialmente de itamina ', lipídios e proteínas, incluindo as caseínas ealbuminas. Ema e-ceção é a lactose cu"a síntese é inibida até a ocasião do parto. ' prolactinaé um horm*nio foto dependente positio que estimula e mantém a lactação. ' secreção da

     prolactina é estimulada pela isualização da cria que inibe o horm*nio liberador degonadotrofinas 2&n4?5 e conseqentemente, o horm*nio folículo estimulante 2GB?5 ehorm*nio luteinizante2>?5, pelo estímulo da amamentação 2que libera ocitocina easopressina5 e, como é fotodependente, pela luminosidade.6,?. ' cada finalde lactação a glândula mam!ria tem o seu tecido secretor destruído. ' cada noa gestaçãoocorre um preparo da glândula, principalmente a partir do terço final da gestação para a noafase de produção de leite. 'tuam neste preparo o += 2formação de aléolos e ductos5 e a

     prolactina 2que aumenta quando os níeis de += diminuem5 e, nos ruminantes, o lactógeno

     placent!rio 2>+5, produzido pela placenta e que compensa a queda nos níeis de += ao final dagestação. O estradiol prepara os receptores para o += enquanto que o >+> também estimula a produção do colostro. Outros horm*nios como a insulina, que facilita a captação deamino!cidos para a glândula mam!ria, também tem ação na produção l!ctea. Be não e-isteinteralo entre as lactaç)es, a glândula não tem tempo de se preparar adequadamente. O mo"oé um edema de glândula decorrente do preparo para a produção do colostro.  6,

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    c!lcio no leite, não é surpresa que o horm*nio da paratireóide este"a relacionado com amanutenção da lactação. $sse horm*nio estimula a reabsorção óssea do c!lcio e a conersãode itamina em sua forma atia, %,6

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    na transmissão de impulsos nerosos. O fósforo por sua ez, dentre suas diersas funç)es atuacomo um componente de ariados sistemas enzim!ticos e est! enolido no armazenamento ena transfer#ncia de energia, na forma de compostos orgânicos de fosfatos, denominado de altaenergia.