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Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012 1 FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EAD: AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – UAB – UEPG CORREA, Beatriz Fernandes (UEPG) TOZETTO, Suzana Soares (UEPG) Introdução Atualmente as mudanças tecnológicas que ocorrem quase que diariamente influenciam a sociedade, e, diretamente a educação e os processos de ensino- aprendizagem. Nesse contexto a EAD (Ensino a Distância) se fortalece e vai sendo inserida em todas as áreas de formação profissional, especificamente na formação de professores, desde a formação inicial até a continuada, formação esta que evoca um cenário de debates a nível global, não apenas no Brasil. A educação como processo de formação humana teve em seu processo histórico, várias implicações e complexidades, está atrelada a forma de vida das pessoas, ao ato de educar e transmitir/mediar saberes, a cultura de um país, o conhecimento científico elaborado. Em maior ou menor grau sempre permeou as sociedades em todos os lugares do mundo, institucionalizada ou não, faz parte da história da humanidade. A modalidade EAD seguiu as grandes transformações da sociedade, as grandes invenções que possibilitaram seu avanço, a princípio com a invenção da escrita e dos códigos usados pelos povos para comunicar-se, passou por diversos momentos na história, das cartas epistolares dos profetas a invenção da imprensa que proporcionou um grande avanço na confecção de livros, os cursos de taquigrafia por correspondência, a utilização do rádio, TV, computador com internet, as atuais tecnologias da informação e comunicação (TICs) que propiciaram todo um aparato à modalidade. Educação a distância, portanto não é um conceito novo, pelo contrário, o que a torna tão estudada atualmente é seu estudo atrelado ao discurso vigente de

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Universidade Estadual de Maringá 07 a 09 de Maio de 2012

1

FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EAD: AVALIAÇÃO

INSTITUCIONAL DO CURSO DE LICENCIATURA EM

PEDAGOGIA – UAB – UEPG

CORREA, Beatriz Fernandes (UEPG)

TOZETTO, Suzana Soares (UEPG)

Introdução

Atualmente as mudanças tecnológicas que ocorrem quase que diariamente

influenciam a sociedade, e, diretamente a educação e os processos de ensino-

aprendizagem. Nesse contexto a EAD (Ensino a Distância) se fortalece e vai sendo

inserida em todas as áreas de formação profissional, especificamente na formação de

professores, desde a formação inicial até a continuada, formação esta que evoca um

cenário de debates a nível global, não apenas no Brasil.

A educação como processo de formação humana teve em seu processo histórico,

várias implicações e complexidades, está atrelada a forma de vida das pessoas, ao ato de

educar e transmitir/mediar saberes, a cultura de um país, o conhecimento científico

elaborado. Em maior ou menor grau sempre permeou as sociedades em todos os

lugares do mundo, institucionalizada ou não, faz parte da história da humanidade.

A modalidade EAD seguiu as grandes transformações da sociedade, as grandes

invenções que possibilitaram seu avanço, a princípio com a invenção da escrita e dos

códigos usados pelos povos para comunicar-se, passou por diversos momentos na

história, das cartas epistolares dos profetas a invenção da imprensa que proporcionou

um grande avanço na confecção de livros, os cursos de taquigrafia por correspondência,

a utilização do rádio, TV, computador com internet, as atuais tecnologias da informação

e comunicação (TICs) que propiciaram todo um aparato à modalidade.

Educação a distância, portanto não é um conceito novo, pelo contrário, o que a

torna tão estudada atualmente é seu estudo atrelado ao discurso vigente de

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democratização do acesso à educação no país e as TICs. Acesso esse que na área de

formação de professores encontra-se legitimado na Universidade Aberta do Brasil-

UAB, a qual iniciou em 2005 com o objetivo de formar professores das escolas

públicas, desde o ensino fundamental até o ensino médio, bem como dos profissionais

que trabalham nas instituições escolares. Formação inicial e continuada através de

vários programas e projetos em todos os estados do país articulada com os municípios e

as Instituições de Ensino Superior.

No Brasil a trajetória da EAD está relacionada ao desenvolvimento industrial,

que mesmo tardio suscitou mudanças significativas à sociedade brasileira, processo este

que necessitava de mão-de-obra minimamente qualificada. A partir desse momento

histórico a EAD vai sendo inserida na educação brasileira, passa por mudanças

estruturais e chega ao séc. XXI como uma modalidade educacional com grande número

de alunos em todo o país.

Este trabalho tem como finalidade abordar o processo de formação de

professores na modalidade EAD, a utilização das tecnologias da informação e

comunicação, bem como a experiência de sucesso da UEPG nesta modalidade

educacional.

Com objetivo de compreender a complexidade da formação de professores na

EAD, foi realizada a pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa para compreender a

realidade social na qual se insere a formação docente.

Conceito de EAD

A EAD é uma modalidade de ensino na qual a maior parte da comunicação é

mediada por recursos tecnológicos sendo que os materiais impressos foram os

primeiros, posteriormente o rádio, TV, vídeo e a internet que trouxe novas

possibilidades e tornou a EAD mais dinâmica e interativa.

Rodrigues e Schimidt (2010, p. 13) aferem: “A educação a distância (EAD) não é um

novo método de ensino, mas sim uma modalidade de educação que requer uma

metodologia adequada à sua natureza e finalidades”.

Para MORAN (2002, p. 1):

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Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também pode ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.

O processo ensino-aprendizagem acontece em lugares distintos, em espaços diferentes,

sem a presença física de professores e alunos no mesmo ambiente, mas conectados por

meio das TICs, as quais proporcionam o diálogo e a interatividade necessária à

modalidade.

Para Guédez, (1984, apud FERRAZ, 2007, p. 26):

Educação a distância é uma modalidade na qual se transferem informações cognitivas e mensagens formativas através de vias que não requerem uma relação de contiguidade presencial em recintos determinados.

Deve-se analisar que a educação a distância não é apenas uma estratégia, mas

uma modalidade educacional, portanto a concepção do curso, a estrutura, o currículo, a

orientação acadêmica, o acompanhamento, critérios de avaliação e a intencionalidade,

deverão ser os propulsores a fomentar um ensino de qualidade, em que ocorra a

aprendizagem significativa para todo o corpo discente.

Ressalta-se que a EAD não se resume apenas a não estar no mesmo ambiente, mas

implica uma série de condições que permeiam essa modalidade de ensino. A utilização

das TICs, apoio e orientação para os estudos, a presença de tutor, a aprendizagem

independente, flexibilidade, comunicação entre os sujeitos envolvidos no processo de

forma bidirecional, organização, comprometimento, “aprendizagem autônoma”.

Por aprendizagem autônoma compreende-se a aprendizagem centrada no aluno,

cujas experiências são aproveitadas como recurso, o aluno deve ser o gestor de seu

desenvolvimento, capaz de participar ativamente de sua aprendizagem, pois como alude

Belloni (1999, p. 30-40), “este modelo de aprendizagem é apropriado a adultos com

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maturidade e motivação necessários a autoaprendizagem e com um mínimo de

habilidades de estudo”.

Histórico da educação a distância

A Educação a Distância tem origens históricas desde a antiguidade, tanto na

Grécia como em Roma, nas correspondências entre mestres filósofos e seus discípulos

que se encontravam distantes e nas cartas que os apóstolos escreveram para as

comunidades cristãs que se encontravam longe geograficamente. Nos EUA, teve início

com um anúncio de oferta de curso de taquigrafia por correspondência, ministrados por

Caleb Philips, em 20 de março de 1728 no jornal Gazeta de Boston. Segundo Nunes

(2009, p. 2), “em 1840, na Grã Bretanha, Isaac Pitman ofereceu um curso de taquigrafia

por correspondência” o que denota que houve continuidade no processo de educação

por correspondência.

Em larga escala os países europeus utilizaram a EAD como modalidade

educacional para colaborar em seu dever de proporcionar educação à sua população

com demandas de vários fatores: localização geográfica, investimentos na educação

superior, grandes contingentes populacionais, dificuldades físicas e estruturais, idade

imprópria, e outros fatores que dificultam aos cidadãos estudarem na educação

presencial.

O Brasil aparece como o sexto país a desenvolver atividades e criar instituições

na modalidade de EAD no mundo, uma trajetória marcada por momentos de sucesso e

de estagnação, provocados pela “ausência de políticas públicas para o setor” (ALVES,

2008, p.9). O país foi modelo mundial de ensino a distância até meados da década de

1970. Pesquisas mostram em diversas fontes, que um pouco antes de 1900, já existiam

anúncios em jornais de circulação no Rio de Janeiro oferecendo cursos

profissionalizantes por correspondência. Eram cursos de datilografia ministrados não

por estabelecimentos de ensino, mas por professores particulares.

Segundo Romaneli 1978, (apud Moraes; Pereira 2009, p.81), “apesar das

mudanças políticas, econômicas e sociais, a educação formal no Brasil mantém a

seletividade e exclusão daqueles que mais necessitam dela”. A educação a distância

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pode significar um trabalho que venha a romper com um ciclo histórico de exclusão

educacional no país. Permitindo às pessoas que ficaram à margem do processo

educacional presencial estar voltando a estudar por meio da EAD.

A primeira instituição universitária a fazer experiências no modelo EAD foi a

Universidade de Brasília, em 1970, a instituição desde 1980 oferece cursos de formação

continuada para professores.

Na década de 1990 a Universidade da Bahia inicia algumas experiências de

ensino em várias de suas unidades, mas poucas continuaram. “Até o final do séc. XX, a

maioria das instituições de Ensino Superior não tinha envolvimento com a EAD”.

(FERRAZ, 2007, p. 23).

As mudanças de governo ocasionaram a extinção de muitos programas

educacionais, bem como a falta de profissionais qualificados, desatualização do material

didático, de atendimento sistematizado e personalizado, de desenvolvimento de

avaliações, de considerações às diferenças regionais, bem como a falta de uma política

séria e responsável para a modalidade de ensino.

A partir de 1994 tem início a expansão da Internet nas universidades e dois anos

depois surge a primeira legislação sobre a EAD no país. Em 1996, entra em vigor a Lei

nº 9.394, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dois anos depois o governo

regulamentou o Art. 80 da LDB, que trata especificamente da Educação a Distância,

atualmente está regulamentada pelo o Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005.

Formação de professores na EAD

A educação nos primórdios da civilização estava atrelada à convivência entre as

pessoas, era difundida entre crianças, jovens e adultos, à medida que os adultos

trabalhavam, as novas gerações aprendiam pela experiência prática de trabalho. A

educação acontecia no dia a dia, espontaneamente, assimilada na convivência entre as

pessoas. No entanto a partir das mudanças na sociedade a educação foi sendo

estruturada e institucionalizada, a partir de então os moldes da espontaneidade foram

substituídos pelas instituições educacionais com espaço próprio. A educação espontânea

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ainda é presente na sociedade, mas a escola tem papel legítimo de transmitir o

conhecimento produzido historicamente pelos homens, conhecimento científico.

A partir do final do séc. XIX no Brasil, as pessoas começam a estudar através da

EAD, os processos de formação profissional cada vez mais se ampliam e a educação na

modalidade a distância vai se consolidando e crescendo de forma acelerada e de forma

globalizada em todas as áreas do conhecimento. Relacionando à formação de

professores, tornou-se grande aliada para promover e oportunizar a formação inicial e

continuada dos profissionais que ainda se encontram sem a profissionalização

necessária para estar atuando nas salas de aula, bem como dos estudantes que desejam

atuar como professores. As mudanças ocorridas na sociedade, de forma global referente

às tecnologias que cada vez mais se tornam presentes na vida de todos os cidadãos

exigiram também a atualização, a aprendizagem como processo contínuo de formação

profissional. Reconhecendo que o conhecimento não é linear nem estático, mas em

pleno desenvolvimento, o processo de aprender continuamente torna-se inerente aos

profissionais de todas as áreas, especialmente da educação.

Na década de 90 foram desenvolvidos vários estudos sobre a formação de

professores já atuantes ou para os que desejavam atuar, os estudos mostraram a

necessidade de formação tanto quanto em termos quantitativos, qualitativos e

curriculares e de condição básica de formação, através deles foram surgindo alternativas

de formação, desenvolvidas em várias instituições públicas de ensino superior, em

diversos lugares do país. Algumas ofereceram os cursos a distância para atingir,

sobretudo os professores das escolas públicas que não possuíam formação mínima

condizente com as exigências para o exercício profissional.

Na área deformação a EAD encontra mais críticas negativas na formação inicial,

pois na continuada a aceitação é maior, porém evidencia-se que a formação de

professores em todos os níveis precisa estar pautada na prática social dos alunos e das

escolas, pois esta articulação poderá relacionar às teorias as práticas escolares e toda sua

complexidade.

Os estudos na área de formação de professores têm várias lacunas a serem

sanadas, portanto as colocações que serão feitas nesse estudo terão como objetivo,

refletir sobre o assunto em questão, através de autores que embasam e proporcionam a

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compreensão a partir da função essencial que a escola tem de mediar o conhecimento

sociocultural produzido pela humanidade.

Só e possível a formação dos professores pensando e repensando constantemente, à luz das ciências humanas – de todas as ciências humanas – as práticas pedagógicas e o funcionamento dos estabelecimentos de ensino e dos sistemas educativos (PERRENOUD, 1993, p.11).

Considera-se que a formação dos professores envolve diversos tipos de saberes

os quais não se concentram em estudos lineares, mas nas posturas e movimentos

políticos que compreendam a função do professor como função fulcral para a sociedade.

Pensar em formação de educadores implica pensar em modelos e atitudes com relação a esse profissional. Formação não é somente acumular conhecimentos em memória: é saber aplicá-los, questioná-los, revê-los e modificá-los para a realidade da sala de aula em termos de nível de desenvolvimento dos alunos. [...]. (LIMA, 1998, p. 3 apud PIMENTEL, 2000, p. 21)

É mister compreender que o curso de formação de professores deve proporcionar

o conhecimento aos alunos de forma profícua, o que torna necessário que ele esteja em

consonância com todos os sujeitos envolvidos no ensino: professores, alunos e

sociedade, promovendo a dialogicidade entre ambos, com a concepção de objetivos

claros, sendo coesos com a realidade atual da educação brasileira e com o processo

histórico da mesma. Para Perrenoud (2002 p.12) “não é possível formar professores sem

fazer escolhas ideológicas”, portanto os cursos devem responder através de seu

currículo e ensino a concepção de sociedade e de escola que possuem corroborando a

qualidade na formação, sobretudo na formação de sujeitos capazes de intervir

criticamente na sociedade. Portanto, os cursos de formação de professores devem

favorecer a compreensão da sociedade e seu contexto de forma crítica, através de

conhecimentos consistentes pautados em uma formação “educativa do homem crítico e

criativo, sujeito histórico capaz de definir seu espaço coletivamente”. (DEMO 1996, p.

10)

Para Oliveira (1987, p. 92) “a escola enquanto um dos organismos da sociedade

civil é o local por excelência para o desenvolvimento do processo de transmissão-

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assimilação do conhecimento elaborado [...]”, contextualizando a formação de

professores, afere-se que os cursos devem proporcionar aos alunos aprender os saberes

inerentes à prática pedagógica, relacionando teoria e prática, permitindo a compreensão

da construção da teoria através das práticas sociais problematizadas.

Problematizar o cotidiano das escolas envolve também aprender os saberes para

nele atuar. Aprender e “compreender que as competências humanas são reveladas

quando as pessoas enfrentam ás situações profissionais e pessoais com as quais se

deparam”, (Zarafian 1999, apud Enap 2006 p.67), as quais são construídas por meio dos

conhecimentos adquiridos, as habilidades e atitudes são desenvolvidas no decorrer da

aprendizagem de conhecimentos científicos, teóricos e acadêmicos.

A formação de professores envolve vários tipos de saberes, os quais precisam

estar explicitados nas competências que poderão ser desenvolvidas no decorrer da

aprendizagem, considerando a articulação do curso com o ambiente escolar um fator

extremamente necessário para desenvolver os saberes inerentes a prática profissional, a

formação deve constituir-se pelo entrelaçamento de processos cognitivos, afetivos,

sociais, morais, e dos conhecimentos [...], (Gatti, 2009, p. 92), pois “o núcleo do

processo educativo é a formação dos alunos”.

Pode-se então inferir que os saberes aprendidos são utilizados em prol da transformação

crítica da realidade permeada pela própria prática pedagógica educativa. A prática

educativa das instituições escolares, aliadas aos conhecimentos teóricos científicos,

constitui-se no cerne da formação dos profissionais da educação, pois o sentido que as

práticas possibilitam são indissociáveis e inter-relacionados a formação profissional.

Compreendendo a escola como um espaço de relações sociais, políticas e

culturais, a formação deve privilegiar então a educação que vise formar cidadãos,

entendendo o significado pertinente ao mesmo através de Freire (2004, p.55), que

aborda “o ser cidadão, é o ser político, capaz de questionar, criticar, reivindicar,

participar, ser militante e engajado para a transformação de uma ordem social injusta e

excludente”. Temos que compreender então a formação como uma prática social que

implica posicionar-se, pressupõe estar em um curso que possua intencionalidade,

segundo NEDER (2005 p.69) “as dimensões pessoais, políticas, sociais, culturais e

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éticas, na definição de perfil profissional”, que corresponde a ensinar e aprender sobre

“ser professor”, seu perfil, seu papel social.

Para Gadotti (2005 p.65), “o professor caminha lado a lado com a transformação

da sociedade, através de sua prática, suas concepções podem formar sujeitos capazes de

mudar o mundo”, é dentro da sala de aula que as grandes mudanças podem começar, no

cotidiano, nas ações que parecem simples, mas que podem produzir profundas

mudanças. Saviani (1991 p. 94) afere que “a educação interfere sobre a sociedade,

podendo contribuir para a sua transformação”.

É necessário que os cursos estejam formando, sobretudo cidadãos politizados,

que através de sua atuação possam desafiar as ideologias que permeiam as instituições

educacionais.

Para tanto a formação de professores tem que ser delineada pensando nos

objetivos que poderão ser atendidos os quais podem ser a nível imediato e mediato, se a

educação não é neutra o processo de formação também não deve ser para Patton 2003,

apud Pretti 2005, P. 130, “o mais importante é deixar pessoas transformadas, portanto

aprender não pode estar atribuído apenas a estar matriculado em instituições de ensino,

no acúmulo de informações, mas na transformação dos alunos em professores”.

Uso das TICs nos cursos de formação de professores

As tecnologias como ferramentas são quase tão antigas quanto o próprio homem,

que através de sua inteligência buscou desenvolver formas de superar obstáculos e

satisfazer suas necessidades, perante a história da humanidade o domínio tecnológico

foi decisivo para o desenvolvimento de um país e das sociedades. As TICs são

utilizadas em demanda global no ensino a distância, pois oferecem meios dinâmicos de

interação, fato que torna a EAD uma educação sem distância, possibilita a interatividade

em tempo real, por meios como o telefone, as redes de internet (Web, Chat, e-mail,

fórum de debates), colaborando com a introdução de inovações metodológicas na

educação. Portanto o uso das TICs na formação de professores é fundamental, segundo

Belloni (2008, p.53) “pedagogia e tecnologia sempre foram elementos fundamentais e

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inseparáveis, pois tecnologia é uma forma de conhecimento”, portanto é intrínseca para

o processo de ensino-aprendizagem.

O processo educativo sempre utilizou meios de comunicação com o auxílio de

tecnologias para complementar a ação do professor e promover a interatividade direta e

indireta com os estudantes. Na formação de professores as TICs, são usadas em larga

escala, os professores podem aprender através delas e depois ensinar com elas. A

dificuldade de tempo para se encontrar com os colegas, bem como de local e distância

geográfica podem ser suplantadas através das redes nos ambientes online que, segundo

Demo (2008), “[...] oferecem grandes oportunidades de aprendizagem e formação, não

só porque é possível comunicar-se em tempo real, mas principalmente porque se

estabelecem novos horizontes, tanto mais envolventes, de relacionamento”.

A EAD na Universidade Estadual de Ponta Grossa: Avaliação do curso de

Licenciatura em Pedagogia – UAB - UEPG

A UEPG é reconhecida em âmbito nacional pelos seus cursos ofertados na

modalidade presencial e a distância, iniciado com o curso Normal Superior com Mídias

Interativas, integrante de programa estadual de formação de professores das séries

inicial do ensino fundamental e na realização de cursos de especialização e mestrado

liderados por outras universidades conveniadas.

Possui uma estrutura tecnológica montada para essa atividade, a qual deu origem

ao NUTEAD, Núcleo de Tecnologia em Educação a Distância, que cresce

exponencialmente, oferece cursos de graduação, pós-graduação e formação continuada

de professores, tem parcerias com o MEC, a SEB e a SEED, e mais recentemente com a

Universidade Aberta do Brasil – UAB. A avaliação do curso de Pedagogia - UAB na

modalidade a distância UEPG/EAD, foi concebido e planejado junto a Comissão de

Avaliação Própria, Coordenações de do Núcleo de Tecnologia Educacional Aberta a

Distância e Coordenadores de Curso EAD. A proposta de avaliação constitui-se como

primeiro referencial para analise de qualidade do ensino a distância do período de 2008

a 2012. A partir da premissa que a educação a distância não é apenas outra modalidade

de educação, mas outro modelo de educação, com uma pedagogia diferente, com

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aspectos específicos os quais foram objeto do processo avaliativo. Segundo

(BRANDÁLISE E OUTROS, 2011, p. 60) “Construir um processo avaliativo é um

grande desafio seja em cursos presenciais ou a distância, portanto deve a avaliação ser

um fator decisivo para a qualidade dos cursos”.

O processo avaliativo foi elaborado no segundo semestre de 2010, partiu-se da

premissa de avaliação na modalidade EAD no lócus da auto avaliação institucional,

constituindo-se, portanto como importante instrumento de compreensão do

desenvolvimento curricular e para o desenvolvimento de ações pedagógicas para a

formação de profissionais responsáveis por suas ações.

As dimensões foram avaliadas por meio de questionário com as seguintes

temáticas: A percepção dos discentes sobre o curso de Licenciatura em Pedagogia com

os itens: perfil sócio educacional; idade; sexo; estado civil; tipo de Ensino Médio que

concluiu; tipo de instituição que cursou o Ensino Médio; motivo da opção pelo curso de

graduação a distância; possui computador em casa; polo; ambiente virtual da

aprendizagem - AVA; infraestrutura do polo presencial de cursado pelos acadêmicos;

comentários e sugestões.

Os cursos avaliados são ofertados desde 2008, constituídos pelo Pró-

Licenciatura – Programa de Formação Inicial para Professores dos Ensinos

Fundamental e Médio – PROLICEN, em 2009 a partir da implantação da Universidade

Aberta do Brasil – UAB; e em 2010 com o Programa Nacional de Administração

Pública – PNAP.

O processo de avaliação teve a participação de 226 (41%) de alunos do curso de

Licenciatura em Pedagogia – UAB, de um total de 547 alunos.

A elaboração foi feita por meio de questionário, com um sistema informatizado de

coleta e organização dos dados, as informações foram obtidas voluntariamente através

da participação dos acadêmicos do curso.

Perfil sócio educacional dos acadêmicos do curso

Foram consideradas as seguintes variáveis: idade, sexo, estado civil, tipo de

curso, de instituição, razão pela escolha do curso na modalidade EAD, os resultados

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demonstraram que as idades variam de 19 a 56 anos, em sua maioria são do sexo

feminino, sendo 94% do total, são casados (73%), Cursaram o Ensino Médio em

Escolas Públicas, prevalecendo na modalidade regular (34%) e profissionalizante

(525%). Considerando o motivo de escolha, 69% declararam que a modalidade

corrobora a possibilidade de conciliar o estudo como outras atividades pessoais/

profissionais e 13% relacionaram a aptidão para o curso. A maioria dos alunos declarou

ter computador, apenas 4% não possuem acesso a internet e 3% não possuem

computador.

Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA

Os indicadores demonstraram necessidades de ajustes no acesso à plataforma

AVA/UEPG, adequação do ambiente virtual ao ensino e a aprendizagem a distância,

comunicação com os tutores on-line e presenciais, calendário oficial da UEPG, fórum

de conversa entre os tutores on-line e os acadêmicos, calendário de atividade e

cronograma do semestre letivo, acesso ao acadêmico on-line/ PROGRAD, a

comunicação oficial com a UEPG, documentos e legislação, a biblioteca e materiais

didáticos disponibilizados nas disciplinas, as informações sobre os sistema de avaliação,

disciplinas de dependência, comunicação com o curso. Ajustes e investigações serão

necessários para a melhor adequação do curso para os alunos.

O aspecto mais frágil encontra-se no acesso a web – conferência no AVA,

apresentando a necessidade de apoio e melhorias.

Infraestrutura do Polo Presencial

A avaliação demonstrou a importância de se fazer ajustes necessários em nove

indicadores: laboratório de informática, espaço para estudo em grupo, salas de aulas

disponíveis, salas para a equipe de apoio, adequação do horário de funcionamento,

manutenção do prédio, velocidade dos computadores e da internet e os programas

disponíveis nos mesmos. No total foram avaliados 19 indicadores: laboratório

pedagógico da área, Laboratório de informática, espaço para estudo individual, espaço

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para estudo em grupo, salas de aula disponíveis, salas de aula par a equipe de apoio,

adequação do horário de funcionamento, manutenção do prédio, sala de web-

conferência, quantidade de computadores, velocidade dos computadores, programas

disponíveis nos computadores, velocidade da rede internet, materiais par a consulta:

livros e revistas, aparelhos de TV, aparelhos VHS/DVD, fotocopiadora, linha telefônica.

Fonte: Comissão Própria de Avaliação.

O resultado demonstrou a necessidade de realizar ajustes em prol de melhorar a

estrutura para os alunos.

A avaliação proporcionou aos alunos o item comentários/sugestões para que os

alunos fizessem as colocações relevantes sobre a vivência no curso. As quais foram

analisadas através da metodologia do sujeito coletivo de Lefréve/ Lefréve (2005), que

para (Gondim; Fischer, 2009, p. 14) “busca a expressão do pensamento e opinião

coletiva, respeitando a dupla condição qualitativa e quantitativa”, é um discurso síntese,

fruto dos fragmentos de discursos individuais reunidos por similaridades de sentido, o

agrupamento das expressões mais relevantes dos discursos individuais a partir do

estabelecimento de categoriais chamadas ideias centrais que facilitam a associação de

falas, com o objetivo de construir um discurso coletivizado.

Foram organizadas nas dimensões; Sugestão: depoimentos sobre diferentes

aspectos do curso avaliado, Posicionamento: referente a pontos positivos ou negativos

dos aspectos avaliados no curso. Fragilidades: depoimento explícito sobre a fragilidade

do curso, Satisfação: declaração explícita quanto à satisfação de algum aspecto do curso

avaliado e Outros, depoimentos que não podem ser agrupados nos itens anteriores.

As sugestões apresentaram questões referentes as disciplinas, provas e

seminários sugestionados para serem realizados no mesmo dia para facilitar aos alunos

que moram longe. Atenção da tutoria seja presencial ou virtual, mais tempo para fazer

as tarefas, webs conferências serem disponibilizadas na casa dos estudantes, encontro

presencial semanal com o professor presencial.

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Posicionamento

Na opinião dos acadêmicos o curso deveria levar em consideração os diferentes

perfis de alunos; considerar mais a qualidade que a quantidade de tarefas, pois a

avaliação deve ser contínua e não apenas quantitativa; mais trabalhamos em grupo, pois

se sentem sozinhos; excesso de atividades, trabalhos, provas, seminários e demora de

entrega dos livros didáticos; mais aulas nos polos presenciais. Observa-se que os alunos

gostariam de estar mais tempo juntos interagindo fisicamente.

Fragilidades

As críticas foram direcionadas a demora de entrega do material didático, o que

dificulta a realização das atividades, pois a maioria dos acadêmicos trabalha e gostaria

de ter o material impresso para estudar em seu tempo de almoço, no ônibus enquanto

vão para o trabalho, etc. O contato com a coordenação do curso também foi relatado

como de difícil acesso, demora em saber a nota das avaliações, a troca de tutores,

demora no retorno de feedbacks dos trabalhos; horário de funcionamento do polo

incompatível com a disponibilidade dos alunos que trabalham; dificuldades nos acessos

as web-conferências; espaço do laboratório de informática muito pequeno.

Satisfação

A opinião foi consensual da grande importância da modalidade de ensino EAD

para a vida profissional e pessoal dos acadêmicos, a qualidade do ensino também foi

colocada como qualitativa, pois disponibiliza ótimo material didático, tem atendido as

expectativas referentes ao curso, os professores e coordenadores foram parabenizados

pelos seus trabalhos, assim como a instituição por oportunizar o acesso a educação

superior a esse contingente de estudantes.

O item “Outros” apresentou os dados referentes a não trocar os tutores, pois acarreta

dificuldades de interação para os alunos que já tinham uma caminhada juntos.

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A avaliação teve como pressuposto avaliar considerando a identidade do curso,

assim como as especificidades e necessidades da EAD, nas opiniões dos acadêmicos

referente as necessidades de ajustes e as dificuldades que tem sido relevantes para eles

no processo de ensino e aprendizagem, observou-se que alguns alunos precisam de

maior interação, desejam mais trabalhos em grupo, aulas presenciais, mas não são

unânimes, pois para outros a forma como apresenta-se o curso é excelente.

Compreende-se que o resultado da avaliação é o ponto de partida para produzir as

mudanças e inovações no currículo, as quais devem privilegiar melhorias nas

metodologias de ensino, no processo de ensino e aprendizagem, nos conceitos e práticas

de formação profissional e gestão.

Em suma “a definição de por que e como avaliar pressupõe uma concepção do

Homem que se quer formar e das funções atribuídas à escola em determinantes da

sociedade” Souza (1998, p. 164), portanto, a avaliação deve ter como premissa a

formação de qualidade e equidade para todos os sujeitos.

Conclusão

A EAD é uma modalidade de educação global, delineado a possibilitar a

democratização da educação ao contingente populacional sem formação educacional,

constituiu-se de uma trajetória de dicotomias, de rupturas, devido aos momentos de

estagnação, mas atualmente encontra seu ápice na educação superior, embasado por

políticas educacionais que a tornaram legalizada, a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com o

específico o Art. 80, o qual delineou as orientações legais legitimando a EAD.

Atualmente é valorada como uma modalidade educacional capaz de

proporcionar a formação profissional almejada para diversas áreas, entre elas a

docência, nos cursos de formação inicial e continuada.

No que tange a formação de professores, a modalidade de educação EAD é um tema

amplamente discutido no cenário educacional brasileiro, tema de debates, com discursos

favoráveis e contrários principalmente quando se trata da formação inicial.

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Para Chaves (1999, p.3) apud (Rodrigues; Schimidt, 2010, p.16), ”a aprendizagem e a

educação são processos relativos ao aprendente que acontecem de certo modo, dentro da

pessoa, podendo ocorrer a distância” portanto mais que discutir modalidade é necessário

proporcionar um ensino de qualidade.

A relevância da pesquisa consistiu em compreender a importância do processo

de ensino na formação de professores, bem como o uso das TICs.

O conhecimento é um processo de aprendizagem que perpassa pelo senso

comum para chegar ao crítico, é construído na relação de mediação e interação

aluno/professor/conhecimento. Mediação que é realizada na EAD primordialmente,

através da utilização das ferramentas pedagógicas, as TICs.

Como a EAD está em plena expansão no cenário educacional, os estudos em seu âmbito

tem crescido, ampliando o conhecimento e a construção de novas pesquisas que

possibilitam refletir sobre esta modalidade e articular ações para melhorar este processo

de ensino. A avaliação institucional do curso de Pedagogia contribui para compreensão

de que a EAD tem proporcionado a alunos que se encontram longe das instituições

estarem formando-se, o que corrobora a fortalecer a modalidade com a premissa de

democratizar a educação, bem como entender que avaliar é estar comprometido com a

formação humana que se deseja alcançar. Com os resultados obtidos espera-se que a

IES possa fazer as mudanças necessárias para melhorar o currículo, a metodologia de

ensino, o processo ensino-aprendizagem, a organização e a gestão acadêmica, bem

como a estrutura física e suporte tecnológico, propiciando assim que seus acadêmicos

tenham maior acessibilidade e qualidade na educação a distância ofertada pela

instituição.

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