foldergastronomia62 atualizar
DESCRIPTION
EEdduuaarrddoo AAvveellaarr Chefe de cozinha 33 EMMANUEL PINHEIRO/EM/D. APRESS Já no fim de tarde começa a disputa na calçada do Churrasquinho do Nívio, em Unaí. A popularidade do bar é explicada pelos saborosos espetinhos, acompanhados de suculentos pedaços de mandioca cozida. Medalha de ouro para o de costela de boi, um dos mais concorridos, e o de frango com queijo. Contato: (38) 9924-4486. Na brasa Maria da Conceição garante qualidade à quitanda 44TRANSCRIPT
omeçamos esta viagem dando um grito de alerta, depois depercorrer o cerrado mineiro, apreciando o que ainda sobrevi-ve das paisagens imortalizadas na literatura de Guimarães
Rosa e que estão seriamente ameaçadas pela ação do homem.Jurubeba, guariroba, baru, catulé, buriti, seriguela, jenipapo, pequi, pi-
tanga, pinha, araçá, ipês de todas as cores e tantos outros mais, ícones des-te bioma infinito do cerrado, que alimentam nosso corpo e alma, estãoameaçados de virar apenas boas lembranças.
Viajamos pelas cidades de Unaí, Arinos, Buritis e entorno, onde predo-minam as lavouras de grãos como soja, milho e feijão, e onde a cultura dopovo é temperada pela presença de muitos estrangeiros que vieram bus-car a sorte nesta rica região.
Na disputa entre o desenvolvimento e a preservação, constatamos queos buritizeiros em Buritis em pouco tempo sobreviverão somente no no-me da cidade. E que o desaparecimento de espécies poderá comprometera sobrevivência de muitas famílias que usam esta e outras plantas nati-vas para garantir o sustento.
Mas é nas adversidades que percebemos a força das pessoas, que lutampor meio do respeito e da integração com a natureza para manter seu ofí-cio, repassado há gerações, preservando a cultura e a culinária da região.
A cidade de Arinos, por exemplo, desenvolve belo trabalho com os cocosburitis, baru e catulé e seus subprodutos, que chamam a atenção de co-munidades internacionais, entre elas a dos japoneses, que já “descobriram”um dia e quiseram “adotar” o açaí da Amazônia.
O exotismo do cerrado se une às tradições da região que já foi rota detropeiros. As deliciosas paçocas de pilão podem ser apreciadas acompa-nhadas de surpreendentes doces e farinhas de baru, buritis, biscoitos e qui-tandas, galinhadas com guariroba e muito mais. Tudo isso muito bemharmonizado com a gentileza e a hospitalidade das pessoas e com as be-las paisagens da região.
Preparem as malas e venham apreciar as deliciosas sensações em maisuma de nossas instigantes aventuras pelos Sabores de Minas.
Boa viagem!
EEdduuaarrddoo AAvveellaarrChefe de cozinha
33
QUE O CERRADO SEJA PARA SEMPRE
CC
EMMANUEL PINHEIRO/EM/D. APRESS
44
SABOR CASEIRO DO NOROESTE
rvores de galhos retorcidos e ipês ama-relos e roxos compõem a paisagem destaviagem do Sabores de Minas. Uma terraem que o Sol escaldante espalha calor,mas também cria um espetáculo ímparao nascer e ao se pôr. O destino é o No-
roeste mineiro, para desvendarmos a rica cozinha dopovo do cerrado. Começamos em Unaí, a 580 quilôme-tros de Belo Horizonte, com uma receita que é a puraexpressão das cozinhas do estado. O biscoito de coco éuma daquelas quitandas que nos enchem e trazem àlembrança o aroma de um cafezinho, um sabor da ca-sa da gente. Receita antiga, adaptada por Maria da Con-ceição Moura para a fábrica de biscoitos caseiros Ki-De-lícia, da qual é sócia com o filho, Luciano. Experientequitandeira, Maria resgatou diversas receitas típicas daregião e dá um toque pessoal a cada uma. Não deu ou-tra. Por dia, ela comercializa 25 quilos só do biscoito decoco. A fábrica, que começou há 15 anos bem pequena,hoje emprega 20 funcionários. Além do biscoitinhoapresentado por Maria, há outras 19 variedades. Em co-mum entre elas está o gostinho caseiro que, segundo aquitandeira, é o segredo de todo o sucesso. Nada me-lhor para começar bem mais esta saborosa jornada.
Maria da Conceição garante qualidade à quitanda
Já no fim de
tarde começa a
disputa na
calçada do
Churrasquinho
do Nívio, em
Unaí. A
popularidade
do bar é
explicada
pelos
saborosos
espetinhos,
acompanhados
de suculentos
pedaços de
mandioca
cozida.
Medalha de
ouro para o de
costela de boi,
um dos mais
concorridos, e
o de frango
com queijo.
Contato:
(38) 9924-4486.
Na brasa
ÁÁ
55
Biscoito de coco
Receita fornecida por Maria da Conceição dos Santos, de Unaí: (38) 3676-3944
Para a massa●● 1 kg de farinha de trigo●● 40 g de fermento em pó●● 200 g de manteiga●● 8 ovos●● 500 g de queijo-de-minas
meia cura, ralado
●● Margarina ou óleo para untar
Para finalizar●● 1 kg de coco ralado●● 1 kg e meio de açúcar●● 800 ml de água
COMO FAZER
Para a massa, misturar todos os ingredientes e amassar bem, até darponto de enrolar, quando a massa começar a se soltar das mãos. Fazercordões de aproximadamente 2 cm de espessura. Cortar em pedaçosde 2 cm, pôr em uma assadeira untada e levar ao forno alto, até os bis-coitos crescerem. Levar ao fogo o açúcar e a água e retirar quando for-mar uma calda grossa em ponto de fio (obtido quando a calda formaum fio ao escorrer da colher). Mergulhar os biscoitos na calda, retirar epassar no coco ralado.
INGREDIENTES
66
DO PILÃO PARA AS LATAS
onrados ficariam os antigos tropeiros se,por acaso, pudessem ver como elementosde seu cotidiano ainda são cultuados. Nascozinhas, principalmente, há quem elejapratos típicos daqueles tempos como ospreferidos. Há quem até dispense as faci-
lidades da vida moderna para encarar, sem cerimô-nias, um pesado pilão de madeira e nele preparar umadessas iguarias que davam energia às antigas tropas. Éo caso do unaiense Crescêncio Martins de Souza, quenão abre mão de fazer a boa e velha paçoca de carneseca. O prato é preparado sempre que o mineiro saipara pescar, só que, ao contrário dos tropeiros que le-vavam o alimento em suas bruacas, espécie de bolsasde couro, Crescêncio enche latas e mais latas, que sãodistribuídas a amigos e fãs da iguaria. “Aprendi a re-ceita com meu pai, mas não faço para vender, apenasde cortesia.” Os primeiros a receber um pouco dessagentileza são os vizinhos. Isso porque são, também, osprimeiros a saber que a paçoca está sendo preparada.“O barulho do pilão acorda a vizinhança”, conta. Nahora de comer, o mineiro dá a dica da melhor manei-ra de se apreciar a iguaria. “Aqui, a gente come com ar-roz e banana-maçã.” Realmente, a combinação é per-feita. Para tropeiro nenhum botar defeito.
HHReceita cultivada por Crescêncio é herança das tropas
Do leite
Há 45
anos, a
Cooperativa
Agropecuária
Unaí Ltda.,
formada por
mais de
4 mil
associados,
produz os
laticínios
Capul.
Sinônimo de
qualidade e
sabor, são 12
variedades,
entre elas
manteiga,
muçarela e
requeijão em
barra.
Contato:
(38) 2102-5158.
77
Paçoca de bruaca
INGREDIENTES
●● 3 kg de carne seca●● 300 g de bacon picado e frito●● 300 g de torresmo●● 1 kg de farinha de mandioca torrada●● Pimenta-de-bode e tempero a gosto●● 1 litro e meio de óleo (para fritar)
Material●● 1 pilão de tamanho médio
COMO FAZERPicar a carne em cubos e fritar em óleo quente, por cerca de uma hora.Fritar o bacon. Escorrer a carne e o bacon e pôr no pilão com os demaisingredientes. Socar bem, até que forme uma espécie de farofa, com to-dos os ingredientes bem amassados.
Receita fornecida por Crescêncio Martins de Souza: (38) 9951-7195
88
RIOS DE DELÍCIAS
Com seus pratos, Nilza colecionou uma legião de fãs
Artesanato
Rio Preto e o Urucuia banham Unaí e regiãocom a beleza de suas águas, das quais pesca-dores tiram o ingrediente para receitas tra-dicionais, como boas peixadas de surubim.O prato é feito com maestria na cozinha do
Hotel Regente, que já se tornou endereço certo para satis-fazer o paladar na cidade. Inaugurado em 1975, o hotel al-cançou bom nome não apenas no quesito hospedagem,mas também na arte culinária. O segredo para a boa famaé explicado pela cozinheira mais antiga do restaurante,que está lá há 18 anos. “Fazemos questão de manter o mo-do de preparo dos pratos e, por isso, o sabor é o mesmo”,conta Nilza Lúcia, que coleciona uma legião de fãs pelosquatro cantos do Brasil, pois a cidade recebe muita gentede outros estados. A cozinheira conta que os peixes sãoselecionados e comprados sempre no mesmo lugar, o quegarante a qualidade do prato. Além da iguaria, outras de-lícias compõem o cardápio do restaurante do Regente. “Odono do hotel viaja muito e sempre traz novas ideias. Agente testa e faz adaptações. Na maioria das vezes dá cer-to”, diz. Para acompanhar a peixada, nada melhor que umarroz branco e pirão. Quando o trio chega à mesa, dá águana boca. Imaginem, experimentado-o.
OO
Na loja da
Associação dos
Artesãos de
Unaí, perto
da prefeitura,
o visitante
encontra
grande
variedade de
trabalhos
feitos pelos
32 artistas
associados.
Panos de
prato
bordados,
vidros
decorados
e até
churrasqueiras.
Confira:
(38) 3676-9363.
99
Peixada regente
Receita fornecida por Nilza Lúcia, de Unaí: (38) 3676-5961
INGREDIENTES
Para a peixada●● 400 g de surubim em postas●● 2 tomates maduros picados●● 1 cebola picada●● 1 colher (sopa) de azeite●● 1 colher e meia (sopa)
de colorau●● 1 pitada de pimenta-do-reino●● Tempero caseiro a gosto●● 1 colher (sopa) de amido de
milho dissolvido em meiocopo (americano) de água
●● 1 colher (sopa) de vinho branco
●● 1 colher (sopa) de suco de limão
●● Cheiro-verde a gosto
Para o pirão●● 2 colheres (sopa, cheias) do
caldo da peixada
●● 1 copo (americano) de água●● 1 copo (americano) de
farinha de mandioca torrada
COMO FAZER
Temperar as postas de peixe como limão, o vinho e o tempero. Emuma panela, de preferência de bar-ro, refogar, no azeite, o tomate, acebola, a pimenta-do-reino e o co-lorau. Pôr as postas de peixe, cobrircom água e deixar cozinhar porcerca de 15 minutos. Passados osprimeiros 10 minutos, despejar oamido de milho dissolvido e mis-turar com cuidado para não des-manchar as postas. Acertar o tem-pero e salpicar cheiro-verde. Para opirão, levar os ingredientes ao fo-go, sendo que a farinha deve sercolocada aos poucos, mexendobem, até engrossar.
1100
APETITOSA BOEMIA
o caminhar pelas ruas de Unaí, chega-sefacilmente a uma constatação: o pessoalgosta mesmo de um bom papo em me-sas de boteco. Seja no Centro ou pelosbairros afora, sempre há um boteco aber-
to para agradar a boemia da cidade. Um desses recan-tos da combinação boa prosa e cerveja gelada é o bardo Toninho do Abaeté, onde a regra é se sentir bem. Pa-ra tal, o dono da casa, Antônio Eustáquio, não mede es-forços. A começar pelo atendimento, sempre bem-hu-morado, capaz de encantar a legião de fãs. Prova dissoé a sua coleção de chaveiros, exibida com orgulho emuma das paredes do bar. “Tenho 1,5 mil chaveiros. To-dos presentes de amigos.”Como não poderia deixar deser, outro chamativo para a casa são os tira-gostos, pre-parados por Toninho e sua mulher, ali mesmo, por de-trás do balcão. A cozinha aberta oferece aos freguesesum espetáculo de fazer salivar. Entre os sucessos culi-nários, não faltam torresmos suculentos, daqueles queficam expostos na vitrine como um convite à perdi-ção. Outra delícia é a pelota de lata, feita com carnesbovina e suína e conservada na própria gordura. O re-sultado dessa receita é um petisco daqueles que, assimcomo as mesas de boteco, fazem a gente sempre que-rer ficar um pouco mais.
AAToninho virou especialista na típica cozinha de boteco
Em breve,
uma saborosa
novidade estará
espalhada pelas
ruas de Unaí. O
pão de queijo
no palito é uma
invenção de
Saul Santana,
que passou
quatro meses
testando o
produto. Feito
em uma
máquina de
crepe, a iguaria
tem massa com
receita especial,
guardada a sete
chaves pelo
mineiro.
Aguardem!
Contato:
(38) 8822-1020.
Surpresa
1111
Pelota de lata
INGREDIENTES
●● 3 kg de carne bovina (músculo), 1 kg de carne suína (pernil) e 500 g de toucinho moídos duas vezes, juntos
●● 200 g de farinha de pão●● 2 ovos●● 2 cebolas picadas●● Tempero a gosto●● 2 litros de gordura de porco
COMO FAZER
Misturar os ingredientes, exceto a gordura de porco, e amassar com asmãos até obter massa homogênea, com consistência para enrolar. Fazerbolas com cerca de cinco centímetros de diâmetro. Levar a gordura ao fo-go e pôr as pelotas com ela ainda fria. Deixar fritar por uma hora, com apanela tapada. As pelotas que não forem consumidas podem ser conser-vadas cobertas pela própria gordura e esquentadas para o consumo.
Receita fornecida por Antônio Eustáquio, de Unaí: (38) 3676-1052
1122
AMARGUINHO BOM
Tempero especial de Flor tem o legítimo sabor de casa
Jiló
Há quem torça o
nariz para o
sabor, mas logo
acaba se
rendendo ao
doce de jiló
produzido pelo
grupo Guerreiras
da Terra, de
Arinos. Além da
especialidade, as
mulheres
integrantes do
projeto também
preparam doces
com outros
vegetais
cultivados por
elas em uma
horta
comunitária.
Contato:
(38) 9916-4744.
ara uns, uma aliada da saúde. Para muitos,ingrediente que faz diferença quando mis-turado a bebidas. Já para outros, o melhor épassar longe. Agora, para quem é fã, umaporção de jurubeba é o suficiente para fa-
zer de pratos corriqueiros, como o arroz, uma iguariapara se esbaldar. Uma dessas fãs das bolinhas amargasé Floripes Darci da Silva, ou apenas Flor, como é carinho-samente chamada pelos fregueses de seu restaurante.Montado no fundo da casa, o lugar é ponto dos mais re-comendados para quem quer se fartar com uma boa co-mida caseira. A simplicidade e informalidade do espa-ço são seus grandes atrativos, pois fazem com que osfregueses se sintam em suas próprias casas. Elogiostambém para o tempero e a boa comida, que são sem-pre feitos no dia. Nada de sobras ou produtos industria-lizados. Bom preço e a simpatia da dona completam osucesso do restaurante, que chega a entregar, por dia,mais de 200 refeições. “Todos os dias levanto às 4h e co-meço a mexer com comida”, conta Flor, que, mesmocom a rotina pesada, é apaixonada pelo trabalho. Nemsempre encontrada nas cozinhas, a paixão dá sabor es-pecial ao prato com jurubeba. Mesmo com todo o amar-go, enche o paladar de doçura.
PP
1133
Galinhada com jurubeba
INGREDIENTES
●● Meio frango em pedaços●● 1 kg de arroz lavado e escorrido●● 1 xícara (chá) de óleo●● 1 colher (sopa) de açafrão●● 2 cebolas picadas●● 2 tabletes de caldo de galinha●● Sal a gosto●● 100 g de jurubeba●● Cheiro-verde a gosto●● 6 dentes de alho picados●● 1 litro de água quente
COMO FAZER
Aquecer o óleo e refogar o alho e, quando ele dourar, pôr o caldo de gali-nha, a cebola, o sal e o açafrão. Pôr o frango e deixar dourar bem. Pôr o ar-roz, misturar e deixar refogar mais um pouco. Pôr a água, tapar a pane-la e deixar cozinhar por 30 minutos, ou até que a água seque. Depois dosprimeiros 15 minutos, pôr a jurubeba e misturar. Salpicar cheiro-verde.
Receita fornecida por Floripes Darci da Silva, de Unaí: (38) 3676-6671
1144
TERRA DE RIQUEZAS
m dos ecossistemas de rica biodiversida-de, o cerrado é também fonte de saboro-sas e surpreendentes descobertas culiná-rias. Alguns nomes já se tornaram popu-lares, enquanto outros soam estranho aos
ouvidos. O certo é que a riqueza do bioma impressio-na, principalmente quando se experimenta seus maissaborosos frutos. Alguém aí já ouviu falar de baru? Sea pergunta ecoa sem resposta, não tem problema. Ju-célia Alves, diretora de uma escola da cidade de Arinos,a 650 quilômetros de BH, explica que, mesmo na re-gião, onde os pés de baru são encontrados em abun-dância, seu consumo ainda não é muito difundido. Poresse motivo, iniciou um projeto de popularização dofruto, cuja castanha e a polpa podem ser usadas nasmais apetitosas receitas. “Nosso objetivo foi apresen-tar aos alunos e aos pais uma fonte alternativa de ren-da”, conta. A valorização dos produtos da terra tam-bém é outra meta do trabalho, pois o baru, assim co-mo outros frutos do cerrado, sofre ameaças constan-tes com o avanço do desmatamento. A educadora ex-plica, que além do sabor – marcante e inigualável – acastanha de baru tem alto potencial nutritivo e traz be-nefícios à saúde. Depois de tanta propaganda, a dica éconhecer logo esta joia do cerrado.
UUJucélia Alves revela mais uma joia natural do cerrado
Diversidade
Toda a riqueza
do Noroeste
mineiro, desde
a arte até a
culinária,
poderá ser
apreciada,
anualmente,
na Feira
Regional de
Economia
Solidária, em
Arinos, que
este ano teve
sua primeira
edição. O
evento é
uma boa
oportunidade
de estar em
contato com a
rica cultura do
cerrado.
1155
Paçoca de baru
INGREDIENTES
●● 4 xícaras (chá) de castanha de baru, torrada e sem pele (fica dentro do fruto, típico do cerrado, que pode ser encontrado no Mercado Central de BH ou em lojas que comercializem produtos do cerrado)
●● 3 xícaras (chá) de farinha de mandioca●● 2 xícaras (chá) de açúcar cristal ou rapadura
Material●● 1 pilão
COMO FAZER
Pôr os ingredientes no pilão e socar até que a castanha fique bem moída.
Receita fornecida por Jucélia Alves, de Arinos: (38) 9936-1805
1166
PALMEIRA DAS MIL E UMA UTILIDADES
Bordados
O ponto-cruz e
o crochê são
especialidades
das 25
integrantes de
um grupo de
Arinos ligado
ao Centro
Público de
Promoção do
Trabalho.
As peças
(caprichosas
toalhas de
mesa entre os
destaques)
são expostas
em feiras da
cidade.
Contato:
(38) 3635-1924.
ma das maiores expressões da paisagemdo cerrado, o buritizeiro é a alma do povodo sertão. Da planta, tudo se aproveita e,além do mais, onde há um pé de buriti háágua limpa, pois se trata de uma palmei-
ra aquática. Das folhas, são feitas cobertura de telha-dos. Das fibras, os mais belos artesanatos. Dos frutos,tiram-se óleos terapêuticos e substâncias aromáticas,além de serem ingredientes para saborosas criaçõesculinárias. Uma delas é o doce de buriti, uma das fon-tes de renda de cozinheiras da região, que aproveitamcom maestria os frutos que a terra dá. Difundir esseconhecimento é a meta do trabalho feito por Maria deSiqueira, diretora de uma escola do distrito de Saga-rana, em Arinos. Além do buriti, outros frutos do cer-rado, como o catulé e o baru, vêm sendo apresentadosnas aulas. “Queremos que os alunos tenham a capaci-dade de desenvolver sua renda a partir de produtosabundantes da região. É um projeto de empreendedo-rismo”, conta. O trabalho parece estar dando certo. Hána cidade uma boa diversidade de artigos feitos a par-tir do buriti, como sorvetes, caixinhas, além do inigua-lável doce. Uma maravilha que, com certeza, vale a pe-na ser testada.
UUMaria de Siqueira ensina a extrair as riquezas da terra
1177
Doce de buriti
INGREDIENTES
●● 2 kg de coco de buriti ou 1 kg da polpa do buriti●● 1 litro de água●● 1 kg de açúcar cristal●● Açúcar refinado para finalizar
COMO FAZER
Caso seja usado o coco do buriti, deixá-lo em um saco plástico fechado,por três dias, para amolecer. Retirar a casca e separar a polpa. Passá-laem uma peneira e levar ao fogo com os demais ingredientes, mexendo.Quando começar a desgrudar da panela, desligar o fogo e despejar emum tabuleiro salpicado com uma camada de açúcar refinado. Deixar es-friar e cortar em pedaços do tamanho desejado.
Receita fornecida por Maria Terezinha de Siqueira, de Arinos: (38) 3635-4126
2200
ALIADO DO CORPO
s descobertas das paisagens que inspira-ram o grande escritor Guimarães Rosanão param de nos surpreender nesta ca-minhada. Algumas encantam pelos no-mes desconhecidos por muitos. Outrassurpreendem, justamente pelo contrário.
A denominação pode até ser familiar, mas os usos vãomuito além dos que estamos habituados. É o caso dogergelim, tão popular por estas bandas do sertão. Aplanta é encontrada em boa quantidade na região porcausa de sua fácil adaptação às condições do cerrado.E respeitando a lei de que na natureza nada se perde,a sabedoria popular tratou de testar as propriedadesdesse alimento. E descobriu que o gergelim é um alia-do da saúde e do sabor. Que o diga a experiente cozi-nheira Waldirene Valéria de Souza, moradora do dis-trito de Sagarana. “A gente costuma misturar no leite,porque tem muita proteína e vitamina.” Ter o gerge-lim em casa é simples. Basta Waldirene cruzar a portada cozinha e chegar ao quintal. Lá está a árvore, comoutras tantas que faz questão de cultivar. Há 10 anostrabalhando com culinária, ela teve como professoraa mãe, que lhe ensinou a saborosa paçocada de gerge-lim. O doce é servido com gentileza pela mineira: umaporção nas mãos dos viajantes. Agradecidos, segui-mos para mais um belo ensinamento.
AAWaldirene aprendeu a dar mais sabor às sementinhas
Tentação
Para quem
gosta de
chocolate, os
bombons Gosto
de Minas são
uma verdadeira
perdição. Feitos
de forma
artesanal na
cidade de
Arinos, as
guloseimas
chamam a
atenção pelo
recheio que
contempla
frutos como
cupuaçu, açaí e
maracujá, além
de outras 12
opções. Contato:
(38) 9946-2838.
2211
Receita fornecida por Waldirene Valéria de Souza, de Arinos: (38) 9928-3972
Paçocada de gergelim
INGREDIENTES
●● 1 kg de gergelim●● 500 g de açúcar cristal●● 250 g de farinha de mandioca fina
Material●● 1 pilão ou liquidificador
COMO FAZER
Levar o gergelim ao fogo para torrar, por 10 minutos. Socar as semen-tes em um pilão ou bater no liquidificador, até obter uma pasta. Des-pejar em uma vasilha e misturar o açúcar e a farinha de mandioca.Mexer bem.
2222
PARA MANTER O PIQUE
ertão ainda reserva muitos aromas e sa-bores. Depois de se encantar com os no-mes e usos dos frutos da terra, os viajan-tes se deixam levar pelo chamado do es-tômago e pelo sol escaldante que não
Gilvanete tempera prato popular com muita simpatia
deixa dúvida: é meio-dia, hora do almoço. As promes-sas de um arroz de carreteiro já enchem a boca de á-gua. O prato é daqueles, por tradição, digno de pane-ladas, com fartura de carne e de temperos. Servido emuma mesa com muitas cadeiras e com improvisos pa-ra acomodar quem chega guiado pelo cheiro. Não po-de faltar também bom papo, afinal é ele que realça oque a comida tem de melhor. Gilvanete Lopes Gomes,de Arinos, se encarrega de fazer as honras da casa eapresentar a receita, popular em todo o país, mas pre-parada de um jeito especial por cada cozinheiro. Du-rante o amistoso almoço, Gilvanete conta um poucode sua labuta diária e exibe pique invejável para lidarcom muitas atividades. “Trabalho na prefeitura pelamanhã, à tarde sou cabeleireira e à noite faço faculda-de.” E ainda cuida dos dois filhos e faz quitandas paravender. Para dar conta de tudo e ainda estampar umsorriso nos lábios, o segredo é gosta do que faz. A pro-va desse amor está na ponta do garfo.
SS
Gelado
Para enfrentar
as altas
temperaturas
do Noroeste,
nada melhor
que um
delicioso
sorvete caseiro,
feito a partir
dos mais
deliciosos frutos
do cerrado. É o
que o visitante
encontra na
Sorveteria
Bicota e na
Apae da cidade
de Arinos. Entre
os sabores,
mangaba, baru
e cajamanga
ficam no topo
da lista.
●● Bicota:
(38) 9938-7085
●● Apae:
(38) 3635-1563
2233
Arroz de carreteiro
INGREDIENTES
●● 1 kg de arroz, lavado e escorrido●● 500 g de bacon picado●● 1 kg de carne seca, cortada em cubos●● 500 g de linguiça defumada, picada ●● 500 g de linguiça mista (carne bovina e suína) picada ●● 3 cebolas picadas●● 1 cabeça de alho picadinho●● Sal a gosto●● 2 colheres (sopa, cheias) de óleo●● Água quente
COMO FAZER
Ferventar a carne seca duas vezes, trocando a água assim que levantarfervura. Em uma panela, aquecer o óleo e fritar as linguiças e o bacon se-paradamente. Retirar e reservar. Na mesma panela, refogar o alho, o sale a cebola até dourar. Pôr a carne seca e, quando começar a dourar, acres-centar a linguiça e o bacon. Pôr o arroz, misturar e deixar torrar. Cobrircom água quente e tapar a panela. Quando secar, pôr mais água, destavez até a metade. Tapar a panela novamente e desligar o fogo quando aágua secar.
Receita fornecida por Gilvanete Lopes Gomes, de Arinos: (38) 3635-2482
2244
POLÊMICA, MAS APETITOSA
e fôssemos fazer uma lista das comidasmais polêmicas cozinhas afora, seria a do-bradinha uma forte concorrente ao rank-ing das primeiras. Ame-a ou odeie-a. Esteparece ser o lema aplicado ao bucho de
boi. Uns implicam com o cheiro, outros com a textu-ra, mas, para quem gosta, tudo isso é deixado em se-gundo plano e o que conta mesmo é o prazer que pro-porciona do paladar. Em Arinos, muitos dizem quenão há quem não goste da dobradinha, ainda mais sefor feita com seu par mais tradicional, o feijão bran-co. Para deixar ainda mais apetitosa, aguçando a cu-riosidade até mesmo de quem costuma torcer o narizsó de ouvir o nome, acrescente linguiça, bacon e ummolhinho de tomate e cebola. Outros toques ficampor conta de Vânia Gomes Lacerda, uma cozinheiradaquelas chegadas às panelas grandes. Sempre na lidacom o fogão, a mineira é uma das mais requisitadaspara trabalhar em festas da cidade, como feiras eeventos religiosos. Para ela não há problema em lidarcom quilos e mais quilos de arroz, carne e legumes.Apesar da satisfação com o serviço, ela não escondeum sonho: “Quero estudar gastronomia e abrir umrestaurante”. Fiéis fregueses não vão faltar à casa.
SSVânia conhece a arte de servir verdadeiros banquetes
Mel
Entre os vários
projetos da
cooperativa
Coopabase
(de agricultura
familiar), de
Arinos, está a
produção de
mel, que merece
destaque pela
qualidade e
cuidado no
preparo. Ao
todo, 52
apicultores
fazem a
extração do
produto, em
mais de 1 mil
colmeias.
Contato:
(38) 9945-2801
(Dionete
Figueiredo).
2255
Dobradinha com feijão branco
INGREDIENTES
●● 1 kg de dobradinha●● 500 g de feijão branco●● 250 g de bacon picado e frito●● 250 g de linguiça calabresa
picada e frita●● 2 tomates picados●● Meio pimentão grande
picado●● Meia cabeça de alho amassada●● Colorau a gosto●● Pimenta-calabresa e
sal a gosto●● 2 colheres (sopa) de óleo●● 2 cebolas picadas
Para limpar a dobradinha●● Meio copo de vinagre●● Suco de 1 limão●● Água
COMO FAZER
Picar a dobradinha em quadradosde cerca de 6 cm por 4 cm e deixarde molho por 30 minutos, na água
com limão e vinagre. Escorrer e le-var ao fogo na panela de pressão,com água suficiente para cobrir,por 15 minutos depois que derpressão. Trocar a água, deixar fer-ver por mais 15 minutos, depoisque a panela der pressão. Repetir oprocesso mais uma vez. Em umapanela comum, cobrir o feijãocom água e deixar ferver. Escorrera água e cozinhá-lo, na panela depressão, coberto com água, por 30minutos depois que der pressão.Após esse tempo, abrir a panela everificar se está cozido. Caso nãoesteja, pôr mais água e deixar pormais 20 minutos. Em outra panela(comum), refogar, no óleo, o alho,o sal, a cebola, o pimentão, o to-mate, o colorau e a pimenta.Quando o molho estiver encor-pado, pôr a dobradinha escorri-da, o bacon e a linguiça e mexer.Despejar o feijão com metade daágua do cozimento, tapar a pa-nela e deixar cozinhar até o cal-do engrossar.
Receita fornecida por Vânia Gomes Lacerda, de Arinos: (38) 3635-1889
2266
NOME QUE AGUÇA O PALADAR
e Arinos, os viajantes seguem para Buritis,a 722 quilômetros de BH, para experi-mentar as iguarias da cidade que home-nageia no nome um dos frutos abençoa-
dos do cerrado. O horário da chegada, já no fim da tar-de, desperta no corpo aquela vontade de tomar um ca-fezinho passado na hora, com uma boa quitanda. Aoferta vem melhor do que a encomenda. Na mesa,além da esperada bebida, uma iguaria que atravessagerações e cultiva nome curioso que dá margem a es-peculações: é o biscoito de vidro, assim chamado nãopela fragilidade, e muito menos pelos ingredientes,mas por sua cobertura brilhante e com aspecto de al-go estilhaçado. O biscoito sempre foi a alegria dos setefilhos de Marilda Ferreira Prado e, por isso, quando elaresolve prepará-lo, ele chega à boca com sabor de sau-dade. Perguntada sobre a origem da receita, Marilda ti-tubeia: “Não sei de onde veio. Mas desde que me en-tendo por gente conheço esse biscoito”. À mesa, o pra-to é disputado também pelos 11 netos, que são fãs dascriações da vovó coruja. A proximidade das casas dosfamiliares faz com que esses momentos sejam co-muns, o que enche a vó Marilda de satisfação e inspi-ração para fazer suas especialidades.
DDQuitanda de Marilda é motivo de festa para a família
Gamelas
Qualquer
cozinha ficará
mais charmosa
com as peças
em imburana
feitas na cidade
de Buritis pelo
popular
Mundinho.
Gamelas,
tábuas e outros
artigos, que
combinam
beleza e
qualidade, são
produzidos pelo
artista sob
encomenda.
Contato:
(38) 3662-1634.
2277
Biscoito de vidro
INGREDIENTES
●● 1 kg de polvilho doce●● 250 g de açúcar cristal●● 3 ovos●● 1 copo (americano) de óleo●● 1 pitada de sal●● Cravo da índia a gosto (opcional)●● Água para cozinhar●● Margarina para untar
COMO FAZER
Misturar os ingredientes, exceto a água e a margarina, e amassarbem, até começar a se soltar das mãos e dar ponto de enrolar. Fazerbolinhas de aproximadamente 4 cm de diâmetro. Encher uma pane-la grande com água e levar ao fogo. Quando começar a ferver, pôr asbolinhas de massa, aos poucos, conforme couber na panela. Retirar àmedida que as bolinhas forem subindo e pôr em um pano úmido pa-ra escorrer. Levar para assar por cerca de 30 minutos em forno médio,em tabuleiro untado.
Receita fornecida por Marilda Ferreira Prado, de Buritis: (38) 3662-1217
2288
LAR DE FARTURAS
uritis é daquelas cidades em que todos seconhecem. Conversando com um e outrodescobre-se figuras como Maria de Lour-des Fonseca, uma cozinheira de mão cheia,que passa horas do dia testando combina-ções no fogão. Sua casa mais parece um
restaurante. Basta tomar como exemplo o número decozinhas: três ao todo. Entres elas, 11 freezers e gela-deiras em funcionamento e abarrotados de comidas.Quem chega até pensa que, na imensa casa, há mui-tos moradores, mas ali vive apenas Lourdes. Para quetudo isso? “Adoro cozinhar para os outros, receberamigos. Poderia ganhar dinheiro com isso, mas façotudo de graça, eu gosto é de servir”, conta. E a qualquermomento Lourdes está preparada para receber bemuma visita. Coleciona vidros e mais vidros de conser-vas, defumados dos mais variados, peixes prontos pa-ra ir ao forno, pamonhas, doces, vinhos e outras igua-rias de fazer inveja à despensa de qualquer restauran-te. Além do prazer em satisfazer os convidados, a cozi-nheira não esconde a alegria em passar seu conheci-mento na arte culinária. Por isso, fez questão de expli-car direitinho o modo de preparo de sua elogiada pas-ta de cenoura e o atrativo doce de maçã. Com a pala-vra, nossa professora!
BB
Mudas
No viveiro do
Instituto
Estadual de
Florestas em
Buritis são
cultivadas
mudas das
mais variadas.
Como não
poderia deixar
de ser, entre
elas estão
saborosos
frutos do
cerrado como
baru, cagaita e
mangaba. O
viveiro fica no
Bairro Israel
Pinheiro.
Contato:
(38) 3662-1112.
Hospitalidade é ingrediente que jamais falta a Maria
2299
Pasta de cenoura
INGREDIENTES
●● 2 cebolas picadas●● 3 tomates picados●● 600 g de cenoura picada
em rodelas●● 1 pimentão picado●● 1 copo (americano) de azeite●● 1 colher (sopa) de caldo de
galinha em pó●● Tempero a gosto●● 1 copo (americano)
de catchup●● 1 copo (americano) de
açúcar refinado●● 1 copo (americano)
de vinagre●● 4 colheres (sopa) de
tomate seco picado
Material●● Panela para cozimento
a vapor
COMO FAZER
Cozinhar a cenoura, de preferên-cia no vapor. Em uma panela nofogo, pôr o azeite, o tempero, a ce-bola, o caldo de galinha e o pi-mentão. Quando a cebola mur-char, pôr o tomate, o catchup, oaçúcar, o vinagre, a cenoura e otomate seco. Deixar cozinhar ateencorpar bem, mas de modo quea cenoura continue inteira. Servirfrio com torradas.
INGREDIENTES
●● 2 kg de maçã fuji ●● 800 g de açúcar refinado●● 2 pacotinhos de gelatina em
pó sabor morango●● 2 copos (americano) de água●● Cravo a gosto●● Suco de 2 limões
COMO FAZER
Descascar as maçãs, parti-las ao
meio, retirar as sementes e ir colo-cando os pedaços em uma vasilhacom água e limão, para não escu-recerem. Escorrer, lavar e pôr emuma panela de pressão com águasuficiente para cobrir. Juntar os de-mais ingredientes. Tapar a panelae deixar descansar de um dia parao outro. Cozinhar por 10 minutosapós dar a pressão e somente abrira panela depois de esfriar.
Receitas fornecidas por Maria de Lourdes Fonseca, de Buritis: (38) 3662-1236
Doce de maçã
3300
CORAÇÃO DE COZINHEIRA
ara quem está sempre aberto a receber sabe-doria, a vida é um aprendizado sem fim. Issose aplica muito bem à cozinha. Que o digaAntônia Aparecida Costa, moradora de Buri-tis. Apaixonada desde nova por panelas e fo-
gões, a mineira carrega grande bagagem de conheci-mento do assunto, acumulada graças ao convívio compessoas experientes. O trabalho em casas de famílias foio que mais lhe proporcionou a troca de conhecimentose de receitas. Foi na casa de dona Maria de Lourdes, apersonagem da receita anterior, que ela aprendeu duasiguarias com os frutos da terra: gergelim e jenipapo. Oprimeiro é ingrediente de uma salada de sabor sofisti-cado, mas de preparo bem simples. A outra é uma so-bremesa que é uma senhora tentação. Daquelas que dávontade de beliscar a todo momento, dado o misto deazedinho e doce. Antônia está na casa de Lourdes há seisanos, onde se sente como se estivesse em sua própriaresidência. E como faria em seu lar, a cozinheira recebeos viajantes da maneira com que os mineiros parecemcarregar no sangue. Com a cozinha aberta e muitosagrados a oferecer ao pé do fogão.
PPAntônia sabe conquistar pelo paladar e pela simpatia
Restaurantes
UNAÍ
●● Pizzaria
Leta Bela
(38) 3676-6262
●● Sabor Mineiro
(38) 3676-1694
●● Tonel Mineiro
(foto)(38) 3676-4347
●● Vila Verde
(38) 3676-6666
●● Espeto
(38) 3676-1555
●● Oásis
(38) 3676-7111
BURITIS
●● Brotinhos
(38) 3662-1204
3311
Doce de jenipapo
INGREDIENTES
●● 1 kg de açúcar cristal, mais o suficiente para finalizar o doce
●● 2 kg de jenipapo
COMO FAZER
Descascar os jenipapos e retirar
as sementes; lavar e cortar apolpa em tiras. Levar ao fogo al-to com o açúcar. As tiras irãosoltar água e, depois de 10 mi-nutos, ou quando o líquido se-car, como se o doce estivesse fri-tando na panela, retirar do fogo.Pôr as tiras em uma vasilha e,quando esfriar, passá-las noaçúcar refinado
INGREDIENTES
●● 1 repolho roxo grande, cortado bem fino
●● 100 g de gergelim●● Cheiro-verde a gosto●● 1 colher (sopa) de tempero●● Meia xícara (chá) de
vinagre de arroz●● Meia xícara (chá) de
açúcar cristal
●● Meia xícara (chá) de azeite●● 1 colher (sopa) de margarina
COMO FAZER
Torrar o gergelim na margarina.Em uma vasilha, fazer um molhocom o açúcar, o vinagre, o azeite, otempero e o cheiro-verde. Pôr o re-polho em um recipiente, misturaro molho e o gergelim torrado.
Receita fornecida por Antônia Aparecida Costa: (38) 9929-2731
Salada de repolho com gergelim
3322
COMBINAÇÃO REGIONAL
viagem por esta terra de surpresas estáchegando ao fim. Antes de pôr o pé na es-trada, os viajantes retornam a Unaí paraconferir uma receita que irá fechar a jor-nada. O destino é a casa de Creonice Pe-
reira Leitão, que nos recebe com a mesa repleta deiguarias mineiras. O almoço típico da roça não pode-ria ser despedida melhor. Como prato principal, o mui-to bem recomendado frango caipira com guariroba,uma iguaria popular na região e no estado de Goiás.Creonice explica que os dois devem ser cozidos separa-damente, caso contrário a guariroba deixa a carneamarga, pois essa é a sua principal característica. “Mui-ta gente não gosta. Então, o melhor é misturar no pró-prio prato”, explica. Em sua casa mesmo, a guarirobanão é unanimidade. Já o frango, é outra história. “Nãopode faltar. Todo almoço de domingo tem que terfrango.” A ave é trazida da fazenda da família. Enquan-to serve os convidados, Creonice explica a cor amare-lada do caldo do frango. Segundo ela, na região o colo-rau não é tão popular. Dá lugar ao açafrão, usado emquase tudo na culinária. Os costumes de cada cozinhaacabam tornando o almoço mais longo, mas, infeliz-mente, é hora de partir. Até a próxima!
AAMesa farta e saborosa é a especialidade de Creonice
UNAÍ
●● Halley Hotel
(38) 3676-3232
●● Hotel HV
(38) 3676-4345
●● Hotel Unaí
(38) 3676-2691
●● Regente Hotel
(38) 3676-1472
●● Hotel Vip
(38) 3676-6792
BURITIS
●● Rainha do Vale
(38) 3662-1195
ARINOS
●● Big Hotel
(38) 3635-2807
ONDE FICAR
3333
Frango com guariroba
INGREDIENTES
●● 9 colheres (sopa) de óleo●● 6 dentes de alho amassados●● 2 cebolas picadas●● 1 frango caipira em pedaços●● 1 colher (sopa) de açafrão●● 1 colher (chá) de pimenta-do-reino●● Tempero e sal a gosto●● Cebolinha e coentro (ou salsa) a gosto●● 400 g de guariroba, in natura ou em conserva
COMO FAZER
Refogar o alho, a cebola e o açafrão em oito colheres de óleo. Após dou-rar, pôr os pedaços de frango, o sal, a pimenta e misturar. Após 30 mi-nutos, ou até que o frango fique dourado, cobrir com água. Tapar a pa-nela e deixar cozinhar. Salpicar a cebolinha e o coentro ou a salsa. Casoa guariroba seja em conserva, escorrer, refogar as rodelas em uma co-lher de óleo e tempero. Cobrir com água e deixar cozinhar por 30 minu-tos. Se for in natura, descascar, cortar as rodelas, lavar e fazer o mesmoprocesso, aumentando o tempo de cozimento até que os pedaços fi-quem macios. Servir com o frango.
Receita fornecida por Creonice Pereira Leitão, de Unaí: (38) 3676-4467
3344
Roteiro do guia
Diretor de RedaçãoJosemar Gimenez
EditorArnaldo Viana
Editor de Artes GráficasÁlvaro Duarte
Consultor técnicoEduardo Avelar
TextosBárbara Fonseca
FotosJair Amaral
EdiçãoRoney Garcia
Projeto GráficoHudson Franco
DiagramaçãoCarlos Augusto
Film-lessTCS Soluções Gráficas
ImpressãoCGB Artes Gráficas Ltda
Gerência de PublicidadeTels.: (31) 3263-5306/3263-5224
Gerência de CirculaçãoTel.: (31) 3263-5800
Gerência de DocumentaçãoTel.: (31) 3482-8327
Redação:Avenida Getúlio Vargas, 291
Funcionários, CEP 30.112-020,Belo Horizonte - MG
Tel.: (31) 3263-5105E-mail: [email protected]
IInnffoorrmmaaççõõeess ssoobbrree ddiissttâânncciiaass ee llooccaalliizzaaççããoo ddooss mmuunniiccííppiiooss bbaasseeaaddaass eemm ddaaddooss ddoo IInnssttiittuuttoo ddee GGeeoocciiêênncciiaass AApplliiccaaddaass ((IIGGAA))
EESSTTAADDOO DDEE MMIINNAASS