florilegio de trovas n. 15 2a. quinzena de setembro

51

Upload: jose-feldman

Post on 28-Jan-2018

84 views

Category:

Education


9 download

TRANSCRIPT

Page 1: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro
Page 2: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

2

Teu beijo pela internet, vem sempre com tal calor, que qualquer dia derrete meu pobre computador

A. A. de Assis Maringá/PR

Pés descalços pela grama voa o menino brincando na delícia de quem ama

o tempo que vai passando.

Adilson Roberto Gonçalves Lorena/SP

As crianças a brincar

com pétalas desfolhadas, lembram anjos a voar

num lindo conto de fadas!

Alberto Paco Maringá/PR

Minha pipa multicor

que soltei quando menino, traz de volta o meu amor

que fugiu de meu destino...

Amilton Maciel Monteiro São José dos Campos/SP

Cada instante retratado em bela fotografia

sempre deixa registrado um momento de alegria!

Ana Raduan Botucatu/SP

Sonrío pensando que estás

entre letras y quimeras, sueño que pronto vendrás

y ya no habrán más esperas..

Ángela Desirée Palacios Venezuela

Pra morrer basta estar vivo, Dito que não se contesta.

Sou feliz e sou ativo, Vou morrer fazendo festa!

Angela Ramalho Maringá/PR

Dou-te a mão à palmatória… Foi minha a culpa, confesso;

mas, não te darei a glória do perdão, que não te peço!

Antonio Carlos Teixeira Brasília/DF

Page 3: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

3

Teus olhos negros, magoados, que dão vida às ametistas,

deram-me os tons torturados da tristeza dos artistas.

Antonio Carvalho Guimarães Passagem Franca/MA, 1891 - 1974, Rio de Janeiro/RJ

O pôr-do-sol é poesia, encanto, fascinação;

é show que ao final do dia refrigera o coração

Arlene Lima Maringá/PR

Sim, de dona ele me chama

e de senhora também, mas noto nele uma chama de um eterno querer bem.

Beatriz Cartaxo Cotta Belo Horizonte/MG

Tens muitos, muitos amigos,

para fazer-te a vontade. Precisas ter inimigos

para dizer-te a verdade...

Benedicta de Melo Vicência/PE, 1906 - 1991, Rio de Janeiro/RJ

Não pense que todo amigo, pode ser um confidente,

às vezes fala contigo e te entrega logo à frente.

Benedita Azevedo Magé/RJ

Se recordar é viver,

- pela quimera embalado, irei alento beber

nos sorrisos do passado.

Carlos Augusto dos Santos Pinto Santa Luzia/MG, 1873 - , Belo Horizonte/MG

Sem sal, a melhor comida é insossa, não tem sabor. As nossas brigas, querida, são o sal do nosso amor.

Carlos Torres de Faria Rio de Janeiro/RJ (1899 - ?)

Pintando o sol, escondido,

num céu triste, enfumaçado, o homem tenta, arrependido,

perdoar o próprio pecado!

Carolina Ramos Santos/SP

Page 4: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

4

Branca pomba dos meus sonhos, meu sorriso de bonança,

torna-me os dias risonhos, põe-me na vida a esperança

Casemiro Cunha Vassouras/RJ, 1880 - 1914

Um anjo veio e deu vida ao peito de amores nu:

- Minha alma agora remida adora o anjo - que és tu!

Casimiro de Abreu Casimiro de Abreu (antiga Fazenda Indiaçu)/RJ, 1837 - 1860, Nova

Friburgo/RJ

As nuvens ajoelhadas, nos claustros ermos e vãos, passam as contas douradas das estrelas - pelas mãos.

Castro Alves Cabaceiras/BA, 1847 - 1871, Salvador/BA

Ó lua que está me vendo, que também vê minha amada,

conte a ela que a saudade no meu peito fez morada.

Cecil Ramon Modesto Pouso Alegre/MG

As tuas mãos são dois lírios no jardim de minha vida, para sanar os martírios

de minha alma entristecida.

Celeste Maria Masera Porto Alegre/RS, 1947 – 2017

De uma coisa, na verdade, a gente nunca se cansa:

- Pedir a Deus, na saudade, o consolo da Esperança.

Celio Meira Vitória de Santo Antão/PE, 1895 - ? ,Recife/PE

Silêncio... Nada me contes...

Não me interessa o passado... Se bebeste em outras fontes,

já tudo foi perdoado.

Celita Pereira Gondim Rio de Janeiro/RJ

À sua mesa haja o pão,

partilhe-o com quem não tem. Reparta-o com o irmão,

que não o falte a ninguém.

Cônego Telles Maringá/PR

Page 5: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

5

A saudade que me invade ninguém já sofreu, porque a saudade é mais saudade

se é saudade de você…

Darcy Tecídio Rio de Janeiro/RJ

Descortinar horizontes, buscar a estrada florida,

cruzar os vales e os montes, eis a viagem da vida..

Dari Pereira Maringá/PR

Senhor, faz chover de novo

em cada represa e rio, sem água, não vive o povo e a água está por um fio!...

Darly O. Barros São Paulo/SP

Como flores de paineira

meu sonho desabrochou, paina branca, arribadeira,

que a enxurrada não levou.

Débora Novaes de Castro São Paulo/SP

Tudo muda! E em poucos anos, família já nem conversa: somente restaram danos à humanidade perversa!

Diamantino Ferreira Campos/RJ

A vida faz-se tecendo

finos elos que nos atam aos sonhos que vão morrendo e que, morrendo, nos matam...

Domingos Freire Cardoso Ilhavo/Potugal

Transportando sem fadiga

o seu alentado galho, a pequenina formiga

é um gigante do trabalho.

Dorothy Jansson Moretti Três Barras/SC, 1926 – 2017, Sorocaba/SP

Veja, filho, infelizmente

como o tempo é rude e vário: Você, correnteza á frente…

eu, correnteza ao contrário!…

Eduardo O. Toledo Pouso Alegre/MG

Page 6: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

6

Quando a solidão ecoa é nas letras que me abrigo.

Minha imaginação voa no abraço de um livro antigo.

Eliana Jimenez Balneário Camboriú/SC

Encantada, na neblina

bloqueando o sol bem vindo, exclama a linda menina:

- O céu desceu! mas que lindo!

Eliana Palma Maringá/PR

Andar por ínvios caminhos

Buscando a Felicidade É como colher espinhos Na Rosa da Eternidade.

Elisabete do Amaral Mangualde/Portugal

Na pressa descontrolada da multidão, há, contudo,

rostos que não dizem nada… e rostos que dizem tudo!!!

Ercy Maria M. de Faria Bauru/SP

As mãos ágeis concretizam, sempre que a mente projeta,

as esculturas que visam, habilidade completa.

Expedito Jorge de Medeiros Caicó/RN

A mão triste, vacilante,

de porta em porta estendida, é o troféu mais humilhante que o pobre ganha na vida.

Fernando Câncio Fortaleza/CE

Nós dois... a rede...o horizonte...

Nós dois... o tempo e...mais nada, que, de repente, é uma fonte

de inspiração carregada!

Flávio Stefani Porto Alegre/RS

Nosso abraço foi tão forte, tão grande a nossa paixão,

que sem transplante e sem corte entrei no teu coração.

Francisco Neves Macedo Natal/RN (1948 – 2012)

Page 7: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

7

Não importa o tom da pele nem o tamanho do braço,

mas, sim, que ele se revele: o grande poder do abraço!

Geraldo Trombin Americana/SP

Nessas manhãs de invernadas,

o orvalho, na rosa nua, põe gotas d’água roladas dos olhos triste da lua!..

Hermoclydes S. Franco Niterói/RJ (1929 – 2012) Rio de Janeiro/RJ

Temos certeza da idade

quando as rugas do sol-posto passeiam com a saudade na tarde do nosso rosto.

Héron Patrício São Paulo/SP

Todo mundo tem seu preço você amigo, quanto vale?

Pelo caráter que peço. Cruz em credo! Nem me fale!

Hulda Ramos Maringá/PR

Esse tal de certo e errado deixou de ser coisa rara:

antes, cuspido e escarrado, hoje, esculpido em carrara!

Jaqueline Salgado Bauru/SP

Nem sempre a felicidade

vem da vitória ou da fama... Pode estar numa saudade

ou nos sonhos de quem ama.

Jeanette De Cnop Maringá/PR

Quanta vez troco o horizonte,

onde a vista se dilata, pelo refúgio da fonte,

nos escondidos da mata!...

João Batista Frota Soares Fortaleza/CE

Barco no azul estelar...

ondas em rumo aparente... é assim o meu navegar

vencedor contra a corrente!

João Batista Xavier Oliveira Bauru/SP

Page 8: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

8

Que tamanho tem o mundo? contém tudo , é o universo.

São seus sonhos mais profundos! Ele está em cada verso.

Jorge Fregadolli Maringá/PR

Lá em casa se a mulher fala,

eu permaneço calado e só quando ela se cala eu falo: muito obrigado.

José Bidóia Maringá/PR

Quebre-se toda corrente

que escraviza uma nação! O povo só é contente

se tem liberdade e pão.

Leonilda Yvonneti Spina Londrina/PR

Precio de la libertad

es vivir sin las cadenas predicar moralidad

y la esclavitud cercenas.

Libia Beatriz Carciofetti Argentina

Não é à força e martelo, que se esculpe um cidadão! Constrói-se, até, um castelo,

não caráter, retidão...

Lisete Johnson Porto Alegre/RS

Uma trova quando trovada Bem profunda e com amor,

Sabemos que foi tirada De um coração trovador.

Lília Stein Goulart de Souza Santos/SP

Num campo todo florido,

crianças com euforia, vão correndo em alarido, entre as flores da alegria!

Lora Saliba São José dos Campos/SP

Tempo presente: a mania

é ter celular na mão! Com tanta tecnologia,

nossa amiga... é a solidão!

Mercedes Lisbôa Sutilo Santos/SP

Page 9: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

9

Pôr do sol, linda miragem de um barquinho a navegar, olhando vislumbro a imagem

de nós dois a velejar!...

Nair Lopes Rodrigues Santos/SP

Como um toque de magia,

num flagrante tão real, a corrente de energia, estilhaça a de metal.

Nei Garcez Curitiba/PR

Triste sina a da criança

deste meu Brasil gigante; vive ―presa‖ na esperança de escapar do traficante!

Nemésio Prata Crisóstomo Fortaleza/CE

Lá vai maria-fumaça,

puxando muitos vagões, levando, com garbo e graça,

um cabedal de ilusões!

Octávio Caumo Serrano João Pessoa/PB

A chuva benze a semente, que o homem planta no chão; e Deus permite que a gente transforme o trigo no pão.

Olga Agulhon Maringá/PR

Motoqueiros e motoristas

dirijam em paz, com prazer, vão à busca das conquistas mas vivam e deixem viver.

Pedro de Paulo Maringá/PR

Há na visão de uma flor

e no olhar de uma criança, mil semelhanças de amor,

de inocência e de esperança!

Prof. Garcia Caicó/RN

Contemplando a maré calma, que os corações enternece,

o casal é uma só alma e o seu silêncio, uma prece!

Renato Alves Rio de Janeiro/RJ

Page 10: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

10

Tendo o céu quase em queimada vendo o sol que se retira

nos meus ombros minha amada deita a cabeça... e suspira!!!

Secel Barcos Cambridge/Canadá

No lar do pobre indefeso,

relegado em agonia, esperança é o fogo aceso na panela ao fim do dia!

Selma Patti Spinelli São Paulo/SP

Futebol é a brincadeira

da criança no campinho. Quanto suor! Que sujeira!

Que sorriso em seu rostinho!

Sonia Regina Rocha Rodrigues Santos/SP

Numa praia, é lindo amar, contemplando o sol se pôr; ondas balançando o mar,

e a rede embalando o amor!

Vanda Alves da Silva Curitiba/PR

Dom de Deus: O artista escuta... move a mão habilidosa

e transforma a pedra bruta numa estátua primorosa.

Vanda Fagundes Queiroz Curitiba/PR

Este planeta carece

dum ambiente seguro, que a fumarada parece

não lhe dar grande futuro.

Victor Batista Barreiro/Portugal

As fotos, em vários tons,

na sala do nosso lar, são cenas de filmes bons que a saudade quis rodar.

Wagner Marques Lopes Pedro Leopoldo/MG

Visto a dois o entardecer traz emoção diferente: É como se amanhecer

se eternizasse na gente.

Wandira Fagundes Queiroz Curitiba/PR

Page 11: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

11

Page 12: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

12

Ó velho mar, são singelas as tuas fúrias insanas,

comparadas às procelas do mar das paixões humanas!...

Aparício Fernandes Rio de Janeiro/RJ +

Do Tejo partiu a armada de Pedro Álvares Cabral

e fez no mar uma estrada do Brasil a Portugal.

Celso Furtado de Mendonça Niterói/RJ +

O mar imenso e profundo vai gemendo, sem parar... Todo gemido do mundo

geme no fundo do mar!...

Colbert Rangel Coelho Rio de Janeiro/RJ +

No meu peito, tatuados, dois corações a sangrar.

Neles, três temas lembrados: a mulher, o porto e o mar.

Francisco Manoel Brandão Niterói/RJ

No fim da esteira dourada que, no mar, tece o arrebol,

o barco, de madrugada, é um ponto negro no sol!

Iraci do Nascimento e Silva Rio de Janeiro/RJ +

Por mais que o mar se lamente, o seu choro não deploro:

- O mar chora, mas não sente, eu, por sentir, é que choro!

José Maria Machado de Araújo Rio de Janeiro/RJ +

Ao raiar da madrugada eu vi o sol desenhar uma lagoa dourada

na superfície do mar.

Luiz Otávio Rio de Janeiro/RJ +

Mar profundo, as tuas vagas, de onde vêm, para onde vão? O que buscam noutras plagas?

Uma distante afeição?

Manita Niterói/RJ +

Page 13: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

13

As caravelas do sonho navegam dentro de mim,

- querendo um porto risonho, - lutando num mar sem fim...

Nilza Castro Rio Grande do Sul

O mar, gigante, sereno, tem a força das marés;

e eu, sendo assim tão pequeno, o tenho sempre a meus pés.

Nydia Iaggi Martins Nova Friburgo/RJ +

No casco do meu veleiro escrevi esta verdade: coração de marinheiro

só do mar sente saudade.

Orlando Brito São Luís/MA +

Dorme o mar pesado sono. Enquanto isso a Lua-cheia, cansada deandar sem dono,

deita comigo na areia.

Paulo Emílio Pinto Belo Horizonte/MG +

Sou triste como este mar, que, num lamento profundo,

parece até represar todas as mágoas do mundo.

P. de Petrus São Paulo/SP +

Bosquejo a paisagem. Traço, na manhã que desabrocha,

gaivotas singrando o espaço, e o mar açoitando a rocha...

Pedro Uzzo Santos/SP +

Caminho de caravela nas descobertas antigas, hoje o mar é passarela

ligando as nações amigas.

Renato Vieira da Silva Nova Friburgo/RJ +

O mar tem alma... Costuma, em noites de Lua-cheia,

cobrir de rendas de espuma seus alvos leitos de areia...

Vasco de Castro Lima Rio de Janeiro/RJ +

Page 14: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

14

Duas coisas há no mundo, de grandeza incomparável: o amor - mistério profundo, e o mar - abismo insondável.

Vera Milward de Carvalho Caxambu/MG

Em paradoxos te esmeras,

mar, que crias, que destróis! Verde berço de quimeras...

negro túmulo de heróis!

Vilmar de Abreu Lassance Niterói/RJ +

No mar do amor, quando avista das gaivotas os sinais,

meu peito diz: "terra à vista!" mas nunca divisa o cais

Walter Gomes da Silva Rio de Janeiro/RJ

Minha alma - branca jandaia -

que não tem onde pousar, é como as aves da praia

que morrem sempre no mar.

Zalkind Piatigorsky Rio de Janeiro/RJ +

Page 15: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

15

Page 16: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

16

A casa quase vazia mostra ao ator, numa trama,

que outro drama se inicia quando ele encerra o seu drama

Acompanhado ou sozinho,

segue em frente, sem parar, que é bem mais longo o caminho

dos que não querem andar!

Ante a clonagem desmaia o cientista pouco esperto

fez a sogra de cobaia e a experiência deu certo!

Ao te esperar, na agonia,

entre o dilema e a incerteza, minha vida é tão vazia

que transborda de tristeza

A saudade em meu destino é uma criança levada

que, brincando, bate o sino de uma igreja abandonada.

A tempestade mais feia ao crente não intimida.

Deus é o farol que clareia o mar escuro da vida.

Bate à porta... e a desconfiança

põe o Salim na agonia: tem mais medo de cobrança

do que gato de água fria!

Cansei de crer tolamente nos meus sonhos de menino.

Nem sempre o que agrada a gente também agrada ao Destino!

- Casamento é mesmo o fim!

diz ela, no seu enfado, - Quem suspirava por mim agora ronca ao meu lado!...

Criança, eu ia brincar

nos poças-d'água, sozinho. As poças viraram mar

e eu continuo um barquinho!

Page 17: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

17

Despedida... e, por consolo, neste encontro derradeiro, só me resta o orgulho tolo de ter dito adeus primeiro!

Diz o burro: - Não dá pé minha paquera travessa!

Não sei fazer cafuné numa "mula sem cabeça"!!!

Ela vive namorando

no escurinho atrás do muro e por isto andam chamando seu namoro de ... "namuro"!

Enfrento a dor com firmeza

e conservo em minha fé a altivez da vela acesa

que se desmancha de pé.

Enganador é o Ramiro, que finge como ninguém, e só de "último suspiro"

ele já deu mais de cem!...

Eras corda enfraquecida... e eu era uma corda só...

Fez-se o nó... e a mão da vida jamais desfez este nós!

Erramos... erramos tanto e os nossos erros banais nos fizeram, por encanto,

dois infelizes iguais.

Esta paixão indomável de emoções tão incontidas é uma força incontrolável que controla nossas vidas.

Eu não troco as ilusões

pelos caminhos mais certos. Meu sonho de abrir portões despreza os portões abertos.

Faltaram surpresa e encanto em nosso encontro no cais... Eu te esperei tanto, tanto,

que eu nem esperava mais...

Page 18: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

18

Garimpeiro, pelos vãos dos teus dedos que envelhecem,

muda a riqueza de mãos para mãos que não merecem.

Indecisos, nossos dias vivem dilemas sem fim, revezando as fantasias

de pierrô e de arlequim...

Infância é um brinquedo usado que um dia a vida resolve

tomar um pouco emprestado e nunca mais nos devolve.

Lembrando o amor que a iludia

minha alma, feliz, revive... Eu sei que foi fantasia

porém foi tudo que eu tive!

Maria é um resto somente no cais, largada ao desdém... ontem - mar de tanta gente... hoje - porto de ninguém!...

Meu coração sofredor nunca teve a liberdade.

Ontem - escravo do amor... Hoje - refém da saudade…

Meu coração tem lutado na guerra contra a razão: soldado, à força alistado no exército de paixão!

Meu sogro cheio de medo, tenta a peruca esconder

e o que ele guarda em segredo "tô" careca de saber !

Mil conquistas...sonhos vãos que passaram feito a bruma.

Eu apertei tantas mãos e não segurei nenhuma.

Minha alma reflete o tema de um passarinho fujão, vivendo o eterno dilema entre a fome e o alçapão

Page 19: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

19

Minhas mágoas mais secretas em versos vou transformando.

No horizonte dos poetas Há sempre estrelas brilhando!

Na infância eu ia brincar

nas poças d'água, sozinho. As poças viraram mar

e eu continuo um barquinho.

Não sei de temeridade maior do que andar sozinho.

A presença da amizade encurta qualquer caminho.

Nova rica não despista

a burrice que me espanta. Diz que, sendo ecologista,

só compra casas "na planta"!

Num constante caminhar, a minha vida consiste

na procura de um lugar que nem mesmo sei se existe!

Num mau-humor quase eterno, há quem, no viver sombrio,

faz da vida um grande inverno... depois reclama do frio!

O sol, em plena alvorada,

abrindo o dia bonito, é uma cascata dourada jorrando luz do Infinito.

Para manter a mensagem daquele adeus, na partida, eu gastei toda a coragem

que eu juntei durante a vida!

Partir... ficar... e o problema de espinhosa solução

enlaça em nós de dilema as cordas da indecisão !

Partiste... eu sonho... tu sonhas

e nós seguimos mentindo. Nós somos dois sem-vergonhas

que vivem se despedindo!

Page 20: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

20

Perdão eu não quis pedir e hoje um remorso sem fim me diz que eu deixei partir quem era parte de mim!

Perder-te sem ter pedido pelo menos um perdão foi meu pênalti perdido num jogo de decisão.

Pobre horizonte pequeno

de quem crê, sem ver mais nada que uma rosa com sereno é só uma rosa molhada!

Por magia, o sonho lindo,

que me segue ao fim da estrada, é um pombo alegre fugindo

de uma cartola surrada!

Por um contraste cruel, de razões mal explicadas, dos teus olhos cor de mel descem lágrimas salgadas!

Por ver a nossa ansiedade ao ter de nos separar, o dilema da saudade

é saber com quem ficar.

Respeita as dores e anseios na igualdade que proclamas e vê que os dramas alheios

são dos outros... mas são dramas!

Saudade são velhos trapos, pedaços do coração,

que fica feito farrapos na cerca da solidão!

Se alguns sofrem se sozinhos

e outros sofrem por amar, dilema é ter dois caminhos

e nenhum para trilhar

Se a vida é mera passagem por este plano somente, o preço desta viagem

é a própria vida da gente

Page 21: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

21

Selei, ao negar-te o abraço, a minha sina de só.

A mão que desfaz um laço nem sempre desfaz um nó!

Se os meus dias não tem tido

um colorido mais franco é que eu sonho colorido

e conquisto em preto e branco.

Ser seu amigo é um valor que para mim não compensa,

para quem deseja o amor, a amizade é quase ofensa!.

Se um sonho que se esfacela

não passa de cão vadio, a ilusão é uma cadela eternamente no cio.

Sou gota d'água a cismar num dilema-desafio,

entre a ventura do mar e a segurança do rio

Tem a ventura, o estupendo

poder de nos fascinar. e a gente a segue sabendo que nunca vai encontrar!

Trata o amor com fantasia

para fazê-lo viver; o amor que perde a magia

tem muito pouco a perder!...

Violando os frágeis abrigos, a chuva lembra uma espada

cortando os sonhos mendigos no meio da madrugada.

Page 22: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

22

Page 23: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

23

Vencedores

1º Cabisbaixo, olhar tristonho...

E a fome faz o menino ver seus pedaços de sonho

nutrindo o real destino.

Isaac Jordão 2º

Frustrado, desde menino, eu sou como um barco morto

que a âncora do destino não deixou sair do porto.

Manoel Cavalcante

3º Segue o destino e, em corrida, eu sinto, em pausas amenas,

toda a grandeza da vida, mesmo nas coisas pequenas...!

Mara Melinni

4º Em busca de novas portas, vou com alma de menino,

contornando as curvas tortas, das estradas do destino.

Francisco Gabriel

5º Nem mesmo o destino ingrato

no mais cruel desatino, desfez do antigo retrato meu sorriso de menino!

Professor Garcia

Page 24: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

24

MENÇÕES HONROSAS

1º Mesmo sendo um peregrino

nesta vida tão fugaz... Aprendi desde menino

que o destino a gente faz.

Hélio Pedro Souza 2º

Meu coração, tão menino, brincou, brincou e, sem medo,

quis brincar com o destino, mas não passou de um brinquedo.

Manoel Cavalcante

3º Num trem da velha estação,

meu destino anunciava que na Rua Solidão,

tua ausência me esperava.

Plácido Amaral

4º Sigo a trilha, não importa,

quem aponta os ―erros‖ meus, só um nome me abre a porta deste meu destino: é Deus.

Antônio Fernando do Rêgo

5º Em meio às vicissitudes,

muitos vão perdendo o tino, erram, sim, nas atitudes, jogam culpa no destino.

Hélio Pedro Souza

Page 25: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

25

MENÇÕES ESPECIAIS

1º Não cultivo desenganos, é o destino que pondera,

quanto mais passam os anos, menos uma primavera.

Antônio Fernandes do Rêgo 2º

Na rota dos seus carinhos, meu coração clandestino, se perdeu pelos caminhos, sem alcançar seu destino.

Magnus Kelly

3º Nos versos, de minha lavra, no destino da expressão,

navega o sonho, a palavra, nos remansos da ilusão...

Fabiano Wanderley

4º Para vencer desafios,

imploro à luz do divino, pra não me enroscar nos fios

do novelo do destino.

Francisco Gabriel

5º Vida em segredo, perplexa,

incapaz de um desatino: - estoica imagem reflexa no cristal do meu destino.

Luiz Gonzaga da Silva

Page 26: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

26

VENCEDORES

1º Seguindo as marcas deixadas por meu pai em meu caminho,

não me perdi nas estradas, quando quis seguir sozinho.

Renato Alves Rio de Janeiro/RJ

2º Andei perdido em caminhos,

onde muitos padeceram, mas foi palmilhando espinhos que meus pés fortaleceram!

Edy Soares Vila Velha/ES

3º Com mensagem sempre nova,

transporto mágoas e dor, pelos caminhos da trova

planto sementes de amor.

Cláudio de Cápua Santos/SP

Page 27: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

27

4º Aprendi com meus tropeços que nunca estive sozinho e a levar como adereços

as pedras do meu caminho.

Edy Soares Vila Velha/ES

5º Eu mudei os meus caminhos

e me desencaminhei: abandonei velhos ninhos... e nunca mais me encontrei!

Alba Helena Corrêa Niterói/RJ

MENÇÃO HONROSA

1º Ao te sentires sozinho,

percorrendo outras estradas, ilumina o teu caminho

e verás minhas pegadas!

Luzia Brisolla Fuim São Paulo/SP

2º Quando eu perdia a esperança

de deixar de ser sozinho, Deus teve a grata lembrança de te pôr em meu caminho!

Maria Madalena Ferreira Magé/RJ

3º Mesmo que eu venha a sofrer pelos maus passos que dei,

eu jamais vou maldizer os caminhos que eu tracei!

Maria Madalena Ferreira Magé/RJ

Page 28: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

28

4º Bem no meio do caminho encontrei tão bela flor,

trouxe-lhe com meu carinho; simboliza o meu amor.

Luiz Moraes São José dos Campos/SP

5º Planta e rega, com carinho,

a semente da amizade: - colherás, em teu caminho,

a flor da felicidade!

Carolina Ramos Santos/SP

MENÇÃO ESPECIAL

1º Meu caminho, antes tão calmo, hoje enfrenta os embaraços, por seguir, palmo por palmo, o caminho dos teus braços.

Bessant Pindamonhangaba/SP

2º A mensagem do cartão

diz que voltas com carinho. Deixo a vela do perdão clareando teu caminho.

Domitilla Borges Beltrame São Paulo/SP

3º Seja qual for o caminho, o certo é que, nesta vida,

não falta nunca um espinho, uma chaga, uma ferida...

José Antônio de Freitas Pitangui/MG

Page 29: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

29

4º Nas pedras do meu caminho

tantas vezes tropecei que, hoje já velho e sozinho,

já nem sei se caminhei.

Licínio Antônio de Andrade Juiz de Fora/MG

5º Meu caminho de criança,

que passei com tanta graça, é "estradinha" de lembrança, por onde a saudade passa...

Roberto Tchepelentyky São Paulo/SP

1º Sinto-me desiludido;

não tenho sorte no amor. Sou seu caminho esquecido

e itinerário da dor.

Matilde Zummerman 20

São Paulo/SP 30

Quem segue pelo caminho semeando a paz e o amor, em vez de colher espinho, perfuma o mundo com flor.

Eduardo Sussumo Smozono Franca/SP

No caminho, planto flores, para colher alegria.

Assim eu fujo das dores, sempre vivo em harmonia.

Olinda da Silveira Atibaia/SP

Page 30: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

30

Trovadores A. A. de Assis ; Agenir Leonardo Victor ; Alberto Paco ;

Angela Ramalho ; Antonio Mário Manicardi ; Arlene Lima ; Cônego Benedito Telles ; Dari Pereira ; Hulda Ramos Gabriel

; Ivana Martins ; Jeanette Monteiro de Cnop ; Jorge Fregadolli ; José Feldman ; Maria Cristina Vieira ; Maria

Eliana Palma ; Nilsa Alves de Melo ; Olga Agulhon ; Pedro Aparecido de Paulo ; Vinícius Frares

Escolinha de Trovas

Alan Miguel de Freitas ; Cleiton ; Letícia Arruda ; Maria do Carmo Couto Costa ; Maria Vergínia Gonçalves dos Santos ;

Rose Oriolli; Wellington Paulino

Dia 03 de setembro foi realizada a reunião mensal da UBT/Seção Maringá, no Bristol Hotel, piso L, espaço gentilmente cedido pela trovadora Eliana Palma, iniciada com a Escolinha de Trova ministrada por Eliana Palma, e após, a reunião da UBT local. Além das discussões, leituras de emails e da ata da reunião anterior, entre outros, foram lidas as trovas da "lição de casa", cujos temas eram: Líricas/Filosóficas: Flores (rosa, cravo, margarida, etc.) Humorísticas: Corrupção As reuniões da UBT Seção de Maringá são realizadas no primeiro domingo do mês, as 18h30 no Bristol Hotel.

Page 31: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

31

É sabido que a Trova já existia em Portugal, na época do descobrimento do Brasil. Vai daí, os portugueses trouxeram-na para nossa terra, onde encontrou um meio fertilíssimo para aprimoramento e expansão. Impõe-se, porém, uma pergunta fascinante: existiria a Trova no Brasil, antes de os portugueses aqui chegarem? Não estaria ela integrada

à cultura artística dos nossos indígenas? A ser isto verdade, teríamos uma dupla origem da Trova no Brasil, justificando a inegável tendência do nosso povo pela quadrinha setissilábica. A este respeito, o Professor Faris Antônio S. Michaele, residente em Ponta Grossa, no Paraná, escreveu um interessantíssimo estudo intitulado ―O Nosso Primeiro

Page 32: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

32

Trovador‖, que foi publicado no n. 128 da revista santista Centro Português, em setembro de 1968. Eis um trecho do referido artigo, que submetemos à apreciação do leitor, sem maiores comentários: ―Os nosso primeiros trovadores foram, de fato, os índios, principalmente os tupis-guaranis. É o que nos informam os cronistas, viajantes e missionários do Século XVI (Gabriel Soares de Souza, Fernão Cardim, Ambrósio F. Brandão, Magalhães Gandavo) e confirmam os estudiosos de séculos posteriores, até os dias atuais (Alexandre Rodrigues Ferreira, Couto de Magalhães, Barbosa Rodrigues, Batista Caetano, Batista Siqueira, Villa-Lobos, José Siqueira, Mário de Andrade, etc.), não excluindo o alemão Von Martius, que tanto viajou e sofreu por este ilimitado continente. Trovas amorosas, folclóricas e até de fundo animista são facilmente encontradas nas obras desses autores dos séculos XIX e XX. Mas o que nos faz pensar um bocado sobre a vivacidade mental do nosso irmão tupi-guarani é a mordacidade, que nada tem de primitiva, das suas composições referentes às agruras da vida, aos contatos com o português (termo geralmente usado para caracterizar os brancos de todos os tipos), ou às contínuas perseguições,

massacres e espoliações injustificáveis, num país tão vasto. De Von Martius todos já conhecem as duas quadrinhas, adaptadas por Joaquim Norberto do seguinte modo:

Não quero mulher que tenha

as pernas bastante finas, com medo que em mim se enrosquem

como feras viperinas.

Também não quero que tenha o cabelo assaz comprido,

que em matos de tiririca achar-me-ia perdido.

Da boca de dois tupi-guaçus, vindos de Aquidauana, Estado de Mato Grosso, ouvimos, há alguns anos, algumas trovas, que vamos reproduzir no original, com a respectiva adaptação ao português, por nós realizada. São cantadas em nheengatu, ou tupi moderno:

1

Cariua, puxyuéra oikó, Anhangá opinima ahé;

Tatá opumun i pó,

Tiputy, i iurú popé.

Page 33: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

33

Tradução: Português é bicho mau, foi pelo diabo pintado.

Sua mão vomita fogo, tem boca em lugar errado.

2 Irara ou iané ira,

Iauraeté, capiuàra; Ma, Caríua piá-puxy, I mukáua-iucaçára.

Tradução: Irara comeu o mel,

onça grande, a capivara;

porém é o branco cruel que a espingarda nos dispara.

3 Caríua, ndê tinguaçú;

Caríua, macaca sáua. Andirá ce py opitera: – Ce manioca ndê reú.

Tradução: Homem branco, nariz grande,

como o macaco, és peludo; morcego, chupou meu pé,

comeste mandioca e tudo.

4 Macaca tuiué, paá,

Cuiambuca ahé Okuáu; Amurupi, iané piá,

Mundé çui, nti oiauáu.

Tradução:

Dizem que macaco velho nunca se deixa enganar; ao contrário, o coração

nunca cessa de apanhar.

Como estão vendo os leitores, o indígena brasileiro, que produziu a maravilhosa cerâmica de Marajó; que como ninguém conhecia os astros e coisas do firmamento; e que ao branco ensinou mil e uma experiências úteis, até de fundo medicinal, era, igualmente, e é, ainda hoje, estupendo cultor da poesia e, com especialidade, da Trova. Por isso, sem nenhuma reserva, merece, com os nossos agradecimentos, o título espetacular de o primeiro ou mais antigo trovador da terra de Santa Cruz.‖

Fonte: Aparício Fernandes. A Trova no Brasil: história & antologia. Rio de Janeiro/GB: Artenova, 1972

Page 34: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

34

Page 35: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

35

26 Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuidade ao jogo. Esta seção de dicas de português para concursos expõe um grande equívoco de uso das palavras continuidade e continuação, conforme se explica a seguir. continuidade — propriedade física da superfície dos corpos; continuação — prosseguimento; Exemplos: A continuidade do grande espelho do salão foi

afetada por uma rachadura na parte superior direita.

A continuidade do leito da ponte foi

interrompida por uma trinca de uns dez centímetros, de lado a lado.

Em continuação a esta exposição de razões,

falarei, agora, sobre os meninos de rua.

Precisamos dar continuação àquela partida de

xadrez, no prazo máximo de cinco dias contados de sua interrupção.

Depois que o aluno alterado retirou-se da sala,

o professor deu continuação à aula. Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuação ao jogo. 27 A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor. Eis uma sutileza que muita gente boa não percebe. O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação sem preposição. O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo: Ele é sargento do exército. Ela é maior de 14 anos.

Page 36: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

36

Ela é a rainha do colégio. Ele é menor de 6 anos. Meu pai é professor.

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade. 28 Sou difícil de fazer amizade. Neste tópico a frase já se inicia por uma incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se espera. O que é difícil não é a pessoa, mas sim a ação de fazer amizade. O sujeito dessa frase é oracional — fazer amizade — e o predicativo é difícil. O verbo é de ligação — ser. Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: É-me difícil fazer amizade. – ou – Fazer amizade me é difícil. – ou – Fazer amizade é difícil para mim.

29 Já comuniquei o chefe que a mercadoria chegou. Esta pegadinha de português aborda um deslize sutil e corriqueiro, ideal para uma questão de concurso. Não devemos, jamais, comunicar uma pessoa, seja ela quem for. O que se comunica é o objeto da comunicação, isto é, o assunto, o fato ocorrido. Comunica-se, sim, à pessoa um determinado fato. O verbo comunicar possui dois objetos. Um deles é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a comunicação. A esse objeto o verbo se liga sempre por meio de preposição. O outro complemento verbal é o objeto direto, que representa o fato comunicado. Veja os seguintes exemplos: Daniel comunicou ao Mário a demissão da

antiga secretária. O presidente comunicou ao povo a decisão que

tomara quando decidiu o caso. O marido comunicou à mulher que naquele dia

não iria almoçar em casa.

Page 37: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

37

Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: Já comuniquei ao chefe que a mercadoria chegou. 30 A rapariga está meia aborrecida. Mais um exemplo de pegadinha que tirou preciosos pontos para a aprovação de muitos vestibulandos e concursandos. Meia, modificando substantivo, é adjetivo e varia em gênero e número. Exemplos: Meio litro de água. (metade do litro) Meia xícara de café. (metade da xícara) Ele fala em meias palavras. (metade das

palavras, como metáfora de ―não dizer tudo‖) Ele se expressa em meios termos. (idem,

explicação acima) Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como tal, não varia. Exemplos: Ela está meio triste. As duas moças permanecem meio confusas.

Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim: A rapariga está meio aborrecida. 31 Mais de um artista cantarão. Este caso exige-nos atenção redobrada. Embora saibamos que a expressão ―mais de um artista‖ representa, no mínimo, duas pessoas, devemos levar o verbo à forma da terceira pessoa singular cantará, fazendo a concordância gramatical com o numeral um da expressão ―mais de um‖. Veja outros exemplos: Mais de um automóvel foi sorteado. Mais de uma mulher assistiu à cena.

Do mesmo modo, é feita a concordância de frases do tipo Menos de dois alunos fizeram a prova. Nessa frase, embora compreendamos que a expressão ―menos de dois alunos‖ representa, quantitativamente, um aluno; a concordância também é gramatical, com base no numeral dois da expressão

Page 38: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

38

―menos de dois alunos‖, e não ideológica, isto é, com a idéia ou sentido que a frase puder sugerir. Outros exemplos: Menos de dois livros, foram queimados no

incêndio. Menos de duas moças saíram antes de o

espetáculo se findar. Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim: Mais de um artista cantará.

32 Eu nasci há trinta e cinco anos atrás. Esta pegadinha nos lembra uma famosa música dos anos setentas — Eu nasci há dez mil anos atrás. Há excesso nessa frase! Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que existe redundância, isto é, repetição viciosa, que só empobrece a linguagem de quem a comete. O verbo haver, por si só, já representa ―tempo transcorrido‖, a palavra atrás é redundante. Deve-se, portanto, escolher — ou se escreve há, do verbo haver, ou atrás. Então, depois de corrigida a frase inicial, poderia ser escrita de duas maneiras: Eu nasci há trinta e cinco anos. ou Eu nasci trinta e cinco anos atrás.

Fonte: 126 Pegadinhas em Língua Portuguesa. http://www.softwareebookecia.com.

Page 39: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

39

CONCURSOS

COM

INSCRIÇÕES ABERTAS

Page 40: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

40

Prazo (sistema de envelopes ou e-mail): 31 de janeiro de 2018

Realização UBT- Seção de Maringá-PR 1. Tema: ACHADO (L-F), devendo a palavra-tema constar do corpo da trova. 2. Poderão participar exclusivamente trovadores filiados a seções e/ou delegacias da UBT, exceto os da Seção de Maringá. 3. Enviar apenas uma trova, com indicação da delegacia ou seção a que pertence o concorrente. 4. Na remessa pelo Correio (sistema de envelopes), usar Luiz Otávio como remetente, e o mesmo endereço do destinatário. 5. Na remessa via internet, escrever a trova e o nome e endereço completo do concorrente no corpo do e-mail.

6. Prazo: até 31/01/2018. 7. – Endereços para remessa: Pelo Correio: Nilsa Alves de Mello Rua Santos Dumont, 2544 – Ap. 1401 CEP. 87013-050 – MARINGÁ-PR __________________________ – Por e-mail: José Feldman (fiel depositário) [email protected] 8.– Serão premiadas 04 (QUATRO) trovas, sendo 01 (UMA) VENCEDORA e 3 (TRÊS) MENÇÕES HONROSAS. Troféu ou medalha para a Vencedora e diplomas para as demais.

Page 41: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

41

9. – A Seção ou Delegacia a que pertencer o vencedor deverá promover o concurso subsequente. 10. – Caberá à Comissão Organizadora resolver os casos omissos e suas decisões serão definitivas e irrecorríveis. 11. – A remessa das trovas significa total

conhecimento e completa aceitação deste Regulamento. ALBERTO PACO – Presidente da UBT – Seção Maringá A.A. DE ASSIS – Coordenador Obs.: Outras informações poderão ser solicitadas pelo e-mail: [email protected]

Prazo (sistema de envelopes ou email): 30 de setembro de 2017

I.Nacional/Internacional (em língua portuguesa) GR.1 Veteranos tema: CHAVE/S (Lírica/Filosófica) máximo de 2 trovas

GR.2 Novos trovadores tema: CHAVE/S (Lírica/Filosófica) máximo de 2 trovas Sistema de Envelopes (Veteranos e Novos trovadores):

Page 42: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

42

A/c Maria I. F. Ricco Rua Euclides Miragaia, 600 - ap. 78 - Centro CEP: 12245-820 - São José dos Campos/SP ou por E-Mail: Fiel depositaria - Glória Tabet Marson <[email protected]> II. Internacional (em língua hispânica) GR.3 Trovadores em Língua Hispânica: tema: PORTA/S (Lírica/Filosófica) máximo de 2 trovas Sistema de Envelope: Gislaine Canales R. Duque de Caxias,707/203 CEP:90010-282 - Porto Alegre/RS. Por e-mail: Fiel depositaria: Cristina Oliveira Chávez [email protected]

III. Nacional Gr.4 Estudantil (Juventrova – alunos das escolas estaduais, municipais e particulares) tema: ESPORTE/S (Lírica/Filosófica) máximo de 2 trovas Sistema de Envelopes: A/C do Trovador Amilton Maciel Monteiro AV. São João, 349 - AP: 191 - Vila Adyanna CEP:12242-840 - São Jose´dos Campos/SP Por e-mail: Fiel depositario: Luiz Moraes [email protected] OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: TEMAS: expressos claramente nas trovas. Por sistema de envelope, de cor branca. Usar Luiz Otávio como remetente e repetir o endereço do destinatário. Escrever a categoria em cima da trova,

Page 43: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

43

do lado de fora do envelopinho lacrado, tendo no seu interior, as identificações completas do trovador (nome/ endereço/telefone/ e-mail/etc.) Por e-mail: Não serão aceitos arquivos adjuntos (anexo). A trova deverá vir no corpo do e-mail e no assunto mencionar: Iº CONCURSO DE TROVAS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – 2017 - TROFÉU: ADAMO PASQUARELLI

As decisões das comissões julgadoras serão soberanas e definitivas. A participação no concurso significa aceitação plena das normas relacionadas neste regulamento. O não cumprimento de quaisquer dos itens acima descritos implicará na desclassificação automática da trova.

Prazo (sistema de envelopes ou email): 31 de outubro de 2017

Promovido pela Presidente Gledis Tissot Troféu José Lucas de Barros

REGULAMENTO:

A) Cada Trovador(a) poderá enviar, no máximo (2) duas trovas, inéditas e de sua autoria.

Não, poderão ser publicadas em nenhum lugar, até que se deem os resultados dos Juízes.

B) Cada Trova deverá estar em Arial, 12 pontos, sem espaço. (Se for possível)

C) As Trovas concursantes deverão ser Líricas ou Filosóficas.

Page 44: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

44

D) não serão aceitos arquivos adjuntos E) TEMAS:

NACIONAL: Ternura

ESTADUAL: Amor

HISPÁNICO: Pasión

F) A palavra tema deverá constar na trova, e sem sair do tema, o ponto é desenvolver o tema proposto.

Lançamento do concurso: 1 º de Agosto 2017 Data prazo: 31 de Outubro 2017

As festas serão em março de 2018, em Balneário Camboriú/SC

Em língua portuguesa, colocar o tema acima da trova, tanto o tema Nacional, como Estadual, enviar, por E-mail, para a Fiel Depositária: Elizabeth Souza Cruz – E-mail: [email protected]

Com os dados completos de cada concursante: Nome: Cidade: País:

E-mail: Ou pelo sistema de envelopes, correio postal, para: Gledis Tissot Rua 2600-Nº 50 – Ap. 1703 - Centro CEP: 88330-385 - Balneário Camboriú/ SC Obs: O júri será composto por integrantes com grande experiência em literatura hispana e portuguesa. Os membros do júri avaliarão de maneira cega e independente, isto é, sem conhecer os nomes dos autores nem dos outros membros e também se eximem de participar no concurso. PRÊMIOS Serão concedidos os seguintes prêmios: 5 Vencedores ; 5 Menção Honrosa ; 5 Menção Especial; Diplomas para todos os Classificados. Presidente de Balneário Camboriú: Gledis Tissot: [email protected] Coordenadora final: Gislaine Canales: [email protected]

Page 45: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

45

Prazo (sistema de envelopes ou email): 17 de setembro de 2017

Com o intuito de reativar a União Brasileira de Trovadores - UBT - seção Petrópolis há praticamente 40 anos sob a presidência do Professor Roberto Francisco (in memoriam), falecido em junho de 2017, escritores residentes na cidade resolvem realizar o presente concurso, como forma de unir trovadores, estabelecer a nova diretoria da Seção Petrópolis e divulgá-la para o público, em geral, das UBTs vizinhas. REGULAMENTO Categorias e temas: Juvenil – trovadores até 17 anos Tema: Saudade Trovadores petropolitanos maiores de 18 anos Tema: olhar

Trovadores de outras cidades maiores de 18 anos Tema: desafio Número de trovas: Três inéditas por participante, no máximo. Forma de inscrição: via correios ou e-mail: a) Sistema de envelopes, ou seja, cada trova deve ser datilografada ou digitada na face de um pequeno envelope, de aproximadamente 8cm x 11cm, colocando-se dentro do referido envelope uma papeleta de identificação. Esses envelopes devem ser colocados dentro de um maior, e remetidos para o endereço do concurso, colocando-se como remetente "Concurso de Trovas" e o próprio endereço do concurso.

Page 46: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

46

Av. Joaquim Rolla, nº 2 ap. 341. Quitandinha

Petrópolis - RJ CEP 25651-072

b) No caso das inscrições via e-mail, o concorrente deverá informar seu nome completo, CPF, endereço com CEP e telefone de contato. As trovas concorrentes devem ser enviadas para [email protected]. Prazo para remessa: 17.09.2017. Será considerada a data de postagem nos correios para esta modalidade de envio. Julgamento: As trovas serão selecionadas e julgadas por membros da UBT de outras cidades.

Premiação: A premiação, composta de troféus e diplomas, será outorgada em meados de outubro do corrente ano. Serão premiados os três primeiros colocados de cada categoria. Comissão organizadora: Catarina Maul, Catarina Santos, Carlos Borges, Ivair Kaippert Colaboração na revitalização da UBT e organização do presente concurso: Renato Alves – UBT RJ. Maiores informações através do e-mail: [email protected] Fonte: Catarina Maul produtora cultural, poetisa, pedagoga Bem Cultural Produções Artísticas Ltda / Bem Cultural Editora . www.bemcultural.com

Page 47: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

47

Prazo (sistema de envelopes ou email): 31 de outubro de 2017

O VI Concurso de Trovas será promovido pela Trovadora Cristina Olivera Chávez - Presidente Fundadora da Organização Mundial de Trovadores O. M. T. Delegada da União Brasileira de Trovadores / San Antonio Texas-USA TROFÉU THALMA TAVARES (Vicente Liles de Araújo) Este concurso tem a finalidade de unir laços de irmandade entre todas as nações. REGULAMENTO: TROVA CLÁSSICA é uma composição poética de quatro versos de sete silabas, rimando o 1º verso com o 3º e o 2º verso com o 4º, rima abab. Expressando um pensamento completo. A rima deve ser consonante, contando até a última sílaba tônica.

A) Cada Trovador/a poderá enviar, no máximo (1) uma trova, inédita e de sua autoria. Não, poderão ser publicadas em nenhum lugar, até que se deem os resultados dos Juízes. B) Cada Trova deverá ir em Arial, 12 pontos, sem espaço. (Se for possível) C) As Trovas concursantes deverão ser Líricas ou Filosóficas. D) não serão aceitos arquivos adjuntos E) TEMA: BELA F) A palavra tema deverá constar na trova,e sem sair do tema, o ponto é desenvolver o tema proposto.

Page 48: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

48

Lançamento do concurso: 12 de Agosto 2017

Data prazo: 31 de Outubro 2017

Em língua portuguesa, enviar , por E-mail, para a Fiel Depositária:

Maria Luiza Walendowsky E-mail: [email protected]

Com os dados completos de cada concursante. Nome: Cidade: País: E-mail:

Ou pelo sistema de envelopes correio postal: Gislaine Canales

Rua Duque de Caxias-707/203 CEP:90010-282

Porto Alegre/RS/Brasil

Coordenadora final Gislaine Canales

PRÊMIOS Serão concedidos os seguintes prêmios: DIPLOMAS ; 5 VENCEDORES ; 5 MENÇÕES HONROSAS 5 MENÇÕES ESPECIAIS ;

Obs: O júri será composto por integrantes com grande experiência em literatura hispana e portuguesa incluindo a poesia. Os membros do júri avaliarão de maneira cega e independente, isto é, sem conhecer os nomes dos autores nem dos outros membros e também se eximen de participar no concurso.

Cristina Olivera Chávez Presidente Fundadora OMT Delegada da UBT -San Antonio Texas-USA

Prazo (sistema de email): 30 de setembro de 2017

Promoção da Estância da Poesia Crioula – RS

Âmbito: Nacional/internacional (em língua portuguesa ou hispânica)

Modalidade TROVA (Lírica/Filosófica)

Tema: O TROPEIRISMO

Page 49: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

49

Máximo de 03 trovas, inéditas e de autoria do remetente, enviadas exclusivamente por e-mail, para o seguinte endereço:

[email protected]

Prazo (sistema de envelopes ou email): 30 de setembro de 2017

Tema para Veteranos e Novatos: TRAJETO 1 trova inédita, lírica ou filosófica, devendo constar a palavra-tema na trova. Enviar para [email protected] até 30 de setembro de 2017. No assunto escrever ―Láurea‖.

Identificação completa no corpo do e-mail e se é Novato ou Veterano. As 10 trovas classificadas da categoria Veteranos, mais as 10 da categoria Novatos integrarão a antologia prevista aos vencedores do V PRÊMIO LITERÁRIO CIDADE POESIA, promovido pela ASES – Associação de Escritores de Bragança Paulista. Os vencedores receberão 2 exemplares.

.

Page 50: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

50

Page 51: Florilegio de trovas n. 15   2a. quinzena de setembro

51

Nota sobre a Revista

As trovas foram obtidas na internet, em jornais, revistas e livros, ou mesmo colaboração do trovador.

Este Almanaque tem a intencionalidade de divulgar os valores literários de ontem e de

hoje, sejam de renome ou não, respeitando os direitos autorais.

Seus textos por normas não são preconceituosos, racistas, que ataquem diretamente os meios religiosos, nações ou mesmo pessoas ou órgãos específicos.

Este almanaque não pode ser comercializado em hipótese

alguma, sem a autorização de todos os seus autores ou

representantes legais.