filosofia prof.ª michele de c. fernandes. um convite ao filosofar para a cidadania a verdadeira...
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FILOSOFIFILOSOFIAA
Prof.ª Michele de C. Fernandes
UM CONVITE AO FILOSOFAR PARA A UM CONVITE AO FILOSOFAR PARA A CIDADANIACIDADANIA
A verdadeira filosofia é
reaprender a ver o mundo.MERLEAU-PONTY.
UMA DEFINIÇÃO POSSÍVELUMA DEFINIÇÃO POSSÍVEL
A Filosofia nasceu na Grécia antiga, por
volta do século VI a.C, mais especificamente nas
ilhas do mar Egeu. A palavra filosofia significa
amor ou amizade à sabedoria. O filósofo, então,
seria aquele que busca a companhia amorosa do
saber.
A Filosofia também pode ser definida como
um modo particular de busca e tentativa de
interpretação ou compreensão – racional,
sistemática e rigorosa – de tudo o que existe. Ela
sempre esteve nas origens e constitui um
questionamento preciso e racional quanto às
mesmas, da razão ou razões do ser existente.
O ato de filosofar tem início com o espanto, ou
com o maravilhar - se;
A Filosofia revela o inexato, o déficit, a defasagem
no modo de colocar-se no mundo e em si mesmo, o
ser vivente racional;
A Filosofia escuta o homem, mas dificilmente
responde, de forma definitiva, as suas indagações;
A Filosofia (como a criança) é profundamente
curiosa e não teme interrogar-se;
A Filosofia tende a arrancar os homens da
acomodação.
CONDIÇÕES DE NASCIMENTO DA CONDIÇÕES DE NASCIMENTO DA FILOSOFIAFILOSOFIA
A Filosofia nasceu na Grécia, por volta
do século VI a.C., e representa uma forma
particular de conhecimento. Processo de
conhecimento racional que deixa de lado a
recorrência a deuses e outras formas míticas
ou místicas, enquanto condição necessária
para explicar a vida.
OS SOFISTASOS SOFISTAS
Os sofistas
representavam um novo
grupo de pensadores,
normalmente
“descendentes dos
comerciantes ou ligados a
eles” que eram um grupo
em ascensão na sociedade.
Eles cobravam para ensinar e por isso
eram criticados por Sócrates, mas também
contribuíram não só para o questionamento
da cultura dominante, caracterizada por um
espírito aristocrático e elitista, como
também para o enriquecimento das
discussões e reflexões em torno da questão
da democracia.
DIFERENÇA ENTRE MITO E DIFERENÇA ENTRE MITO E FILOSOFIAFILOSOFIA
A Filosofia diferencia-se do mito porque
não é criação de um povo, mas de indivíduos;
não recorre a deuses ou espectros, figuras
míticas e sobrenaturais, para explicar fatos,
processos, origens ou significados do existente;
também não diz saber, de forma cabal ou
definitiva, o que são tais fatos e processos, mas
busca entendê-los, racional, sistemática e
rigorosamente.
FILOSOFAR: PARA QUÊ?FILOSOFAR: PARA QUÊ?
Para exercermos a nossa humanidade em
sua plenitude; para que possamos refletir com
propriedade sobre o caminho traçado até o
momento, enquanto base de aperfeiçoamento do
que somos e de como viveremos amanhã. Para
buscarmos novas e melhores formas de
relacionamento com os outros seres humanos e
com o existente em sua totalidade.
RESUMINDORESUMINDO
A Filosofia constitui uma certa forma de
compreensão e domínio intelectual do mundo
humano ou natural. Procura combater ou
superar os preconceitos e aparências da
realidade, perseguindo a essência dos
fenômenos. O conhecimento filosófico jamais
pode ser considerado como expressão da
verdade absoluta.
A verdadeira Filosofia buscará sempre
ultrapassar o saber atual, indo ao encontro
do desconhecido. A filosofia critica tudo e
todos e, por isso mesmo, poderá ser
considerada (ou desconsiderada) perigosa
pelos donos do poder, isto é, aqueles que
lucram com a ignorância alheia.
SÓCRATES (470 OU 469 a.C. – 399 SÓCRATES (470 OU 469 a.C. – 399 a.C.)a.C.)
Chegou a hora de
separar-me de vós e de irmos,
eu a morrer e vós a viver.
Quem leva a melhor parte? Vós
ou eu?
Sócrates
UNIDADE ENTRE VIDA E TEORIAUNIDADE ENTRE VIDA E TEORIA
Sócrates viveu em Atenas no século V a.C.
Não negava o valor e a importância da
atividade prática.
Dialogava com homens poderosos mas se
mostrava prestativo e interessado mesmo na
presença de um escravo.
Utilizava-se de metáforas relacionadas ao
mundo do trabalho para expressar o seu
pensamento.
Dizia arrancar novas ideias da cabeça as
pessoas com quem dialogava (parteiro de
ideias).
Afirmava conseguir livrar o homem de suas
falsas representações e crenças com seu
método dialético.
Era cercado de inimigos, gente ambiciosa e
vaidosa que não admitia contra-argumentos.
Se apresentava como uma espécie de “mosca
irritante”, a indagar incansavelmente os seres
humanos quanto às questões mais essenciais
e fundamentais da condição humana.
Destacou-se em sua participação na guerra
contra os Persas (Guerras Médicas) e também
da democracia.
O sentido do existir é se buscar compreender
para poder ser melhor a cada dia.
Em 399 a.C, sob acusação de desrespeito
aos deuses da cidade e perversão da
juventude, Sócrates foi condenado à morte,
tendo que tomar cicuta. Preferiu morrer na
companhia de seus discípulos a fugir.
Sócrates pode ser considerado como a
encarnação ou realização de todos os ideias
ligados à imagem do filósofo. Não apenas pelo
seu pensamento, mas pela maneira como
viveu, tornando-se um exemplo de coerência e
vida justa.
RESUMINDORESUMINDO
Sócrates nada escreveu. O conhecimento
de suas ideias e condições de vida foi- nos
revelado e transmitido pelos seus discípulos ou
rivais. Ele manifesta e encarna a própria ideia
de filosofia. Foi o homem do diálogo e da
unidade da ideia do bem e do verdadeiro.
Acreditou no homem e o colocou como no
centro de suas reflexões e questionamentos.
Resistiu aos poderosos e lutou a vida inteira
para esclarecer a humanidade e diluir os
preconceitos. Igualitário por excelência, ainda
que crítico da democracia grega, não fez
distinção entre homens poderosos e escravos,
dialogava com todos.
Combateu os sofistas, mesmo tendo
como objeto de interesse os mesmos temas
daqueles. Defendeu a Grécia militarmente e
negou-se ao exílio, ainda que condenado à
morte pelos membros da elite grega. Heróico,
não resistiu à morte, não procurou fugir e
nem sequer atacou aos seus acusadores;
apenas se manteve fiel aos seus princípios e
crenças, emitindo, quanto a sua condenação,
a mais fina e cortante ironia. Sócrates
representa e atualiza a postura filosófica:
sempre atente, crítica, corajosa, em busca da
verdade e da justiça. Unidade de Bem e
Verdade.
PLATÃO (428 a.C. – 347 a.C.)PLATÃO (428 a.C. – 347 a.C.) Afirmaremos, pois,
que as pessoas que
enxergam muitas coisas
belas, mas não aprendem o
próprio belo e não podem
seguir aquele que gostaria
de guiá-las nessa
contemplação, que
enxergam muitas coisas
justas sem verem a própria
justiça, e assim por diante,
essas pessoas, diremos nós,
opinam sobre tudo, mas
não sabem bem a respeito
das coisas sobe as quais
opinam.
Platão
Platão nasceu em Atenas por volta de 428 a.C,
no início da Guerra do Peloponeso.
Foi o principal discípulo de Sócrates e o que
melhor conseguiu transmitir a imagem do
mestre por meio de seus diálogos.
Quis de dedicar à política pensando e
propondo um mundo novo a partir de sua
filosofia.
Frustrou-se inúmeras vezes ao tentar colocar
suas ideias em prática diante de figuras
importantes do poder.
Foi crítico da democracia por esta se basear
na opinião da maioria e não na busca da
verdade.
Foi autor de “A República”. Obra polêmica que
para uns possuía caráter utópico, ideal e
renovador, enquanto para outros, era
conservadora e elitista.
Platão queria um mundo harmônico e justo.
Para Platão, as coisas sensíveis e empíricas
não são reais, apenas parecem sê-lo.
O MITO DA CAVERNAO MITO DA CAVERNA
Narra a trajetória de homens que viviam
acorrentados no interior de uma caverna, sem
que pudessem olhar para trás ou para os
lados, possuindo apenas visão para o fundo da
caverna, no qual eram projetadas sombras que
os homens pensavam ser as verdadeiras
coisas.
Segundo tal mito, a maioria dos homens vive
como aqueles prisioneiros, só conseguem
enxergar sombras e não estão conscientes de
tal fato.
Um dos homens conseguiu se libertar (o que
não foi nada fácil e implicou numa radical
mudança de postura e comportamento) e quase
ficou cego, certamente por causa do impacto da
luz solar. Tal passagem indica o quanto pode
ser árduo e difícil o caminho do conhecimento.
Este homem sobreviveu e conseguiu manter
sua capacidade de visão, passando a vislumbrar
as verdadeiras coisas e seres.
Para Platão, o conhecimento é mais
verdadeiro à medida que se eleva, ou seja,
quanto mais abstrato, mais verdadeiro.
Gradativamente, pôde lançar o seu olhar em
direção ao próprio sol. Para Platão, o sol
significa a própria ideia de Bem.
Ao retornar à caverna para esclarecer seus
amigos, foi considerado louco e acabou sendo
assassinado.
Este mito expressa em um só movimento toda
dificuldade da busca do conhecimento e a quase
impossibilidade de comunicá-lo aos homens
“comuns”.
Para Platão existiriam dois mundos ou
Planos Universais: o inteligível e verdadeiro e o
sensível ou aparente. A verdade “habitaria” o
mundo inteligível; se o mundo sensível,
perceptível por nossos sentidos ria constituído
apenas por imperfeições e distorções. O mundo
sensível seria produzido a partir das ideias do
mundo inteligível e abarcaria somente cópias
imperfeitas e aproximadas das figuras do
mundo inteligível.
RESUMINDORESUMINDO
Em sua obra, A república, Platão
procurou sugerir a remodelagem do mundo
grego, de tal maneira a colocar cada indivíduo
no seu “justo lugar” a depender de sua
natureza. A sociedade idealizada pelo autor
deveria ser governada pelos mais sábios,
corajosos e justos, ou seja, pelos reis filósofos.
ARISTÓTELES (384 a.C – 322 a.C)ARISTÓTELES (384 a.C – 322 a.C)
Mas não é apenas
para viver juntos, mas sim
para bem viver juntos que
se fez o Estado.
Aristóteles
ACONTECIMENTOS IMPORTANTESACONTECIMENTOS IMPORTANTES
Aristóteles foi discípulo de Platão durante
dezenove anos. Nasceu em 384 a. C na
Macedônia.
Utilizava-se do método da indução, ou seja,
daquele procedimento que parte dos elementos
reais e simples da natureza, estabelecendo
nexos e relações entre os mesmos, para
posteriormente, em função de muito estudo e
observação, realizar especulações ou
generalização a respeito.
Pode ser considerado o pensador na
Antiguidade Clássica que realizou a mais
ambiciosa síntese das teorias desenvolvidas
naquele período.
Atuou como filósofo, mas também como
historiador das ideias e dos valores de sua
época.
Tornou-se preceptor (responsável pela
educação) de Alexandre Magno.
Fundou sua própria escola de nome Liceu.
FILÓSOFO E HISTORIADOR DAS FILÓSOFO E HISTORIADOR DAS IDEIASIDEIAS
Os textos de Aristóteles eram destinados a um
público mais seleto e intelectualizado. Ele
partia dos textos de outros autores, expondo
exaustivamente suas principais ideias ao
mesmo tempo que os comentava criticamente.
Parte de sua filosofia está relacionada à crítica
dirigida a Platão e Parmênides.
Para Platão, não existem ideias independentes
da materialidade.
A METAFÍSICAA METAFÍSICA
Em sua obra “Metafísica”, Aristóteles
afirmou que o desejo de conhecer é próprio e
natural do Homens, ao mesmo tempo em que
se estabeleceu três tipos de distinções entre:
Essência e Acidente;
Necessidade e Contingência;
Ato e Potência.
A TEORIA DA CAUSALIDADEA TEORIA DA CAUSALIDADE
Aristóteles, para melhor explicar a
realidade, desenvolve a sua teoria da
causalidade, na qual distingue quatro tipos de
causas:
Causa Formal: O que é a “coisa”?
Causa Material: De que é feita a
“coisa”?
Causa Eficiente: O que fez com que a
“coisa” viesse a se tornar
“coisa”?
Causa Final: Para que serve a
“coisa”?
A POLÍTICA E A ÉTICA ARISTOTÉLICAA POLÍTICA E A ÉTICA ARISTOTÉLICA
Em sua obra “ A Política”, Aristóteles afirma
ser o Homem um verdadeiro “Animal Político”
Para Aristóteles, a sociedade se organiza a
partir de uma rígida hierarquia, na qual a
essência de cada ser humano determina o
lugar que lhe cabe na sociedade.
Ele acreditava na existência de escravos por
natureza, na inferioridade das mulheres e na
superioridade dos gregos.
Em sua “Ética a Nicômaco”, coloca a busca
da felicidade como objetivo da vida humana.
A virtude não nasce com o homem, podendo
ser aprendida e exercitada todos os dias.
O Homem virtuoso é aquele que conhece e
consegue ajustar-se à justa medida.
Aristóteles foi o grande crítico,
organizador e historiador de pensamento grego.
Criador da lógica formal e “arquiteto” das
divisões ou áreas de conhecimento, impôs-se
como influência determinante até os dias
atuais. Em sua obra, A política, demonstrou que
a sociabilidade seria uma das características
essenciais dos seres-humanos.
RESUMINDORESUMINDO
Em sua Ética a Nicômaco, colocou como
objetivo primordial do homem a busca pela
felicidade, o que só poderia se realizar no
plano social e na luta pela consolidação da
cidadania. Já em sua Metafísica, concebeu o
desejo de conhecimento como uma
característica definidora, intrínseca e natural
relativamente a todos os seres humanos.
SANTO AGOSTINHO (353 d.C – 430 SANTO AGOSTINHO (353 d.C – 430 d.C)d.C)
Para onde te chamo,
se já estou em ti?
Santo Agostinho
Aurélio Agostinho nasceu em Tagaste, no
norte da África em 353 d.C. Possuiu vida
tortuosa e cheia de vícios. Era curioso e
interessado nas questões filosóficas em
geral.
Aproximou-se por muito tempo d teoria
maniqueísta, que afirmava que tudo que há
no universo resultaria de um eterno conflito
entre o Bem e o Mal.
Na condição de Bispo, combateu
violentamente esta e outras formas de
concepções religiosas sendo um dos
responsáveis pela punição severa dos hereges
em nome da Santa Igreja.
Quase tudo que escreveu era de caráter
polêmico, como por exemplo: “As Confissões”,
que trata de Agostinho a partir de sua própria
vida interior.
O líder religioso mostra-se frágil e
contraditório, aproximando-o de qualquer
outro indivíduo.
Acabou se afastando do cristianismo
momentaneamente, ao contrário do que
pediu sua mãe.
Revela um desprezo pelo mundo exterior
que é um lugar de tentações e desvios,
consequencia da influência de Platão.
Agostinho foi, sobretudo, um teólogo,
mas possuía grande sensibilidade para a
reflexão filosófica. Contribuiu com o seu
pensamento para a estruturação e
consolidação dos alicerces da instituição
Igreja. No campo filosófico, inaugurou uma
nova forma de refletir ligada à explicitação e
valorização da interioridade e subjetividade
humanas. Refletiu de forma bastante
competente sobre a História, concebendo-a
enquanto produto e manifestação da vontade
divina.
RESUMINDORESUMINDO
Combateu e polemizou a vida inteira, e
grande parte dela, com os considerados
inimigos da Igreja: Maniqueístas, pelagianos
etc. Não acreditava que os seres humanos, em
função do pecado original, pudessem
conquistar a salvação divina por conta
própria, ou seja, sema ajuda e intervenção
divina.
SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225 - 1274)SÃO TOMÁS DE AQUINO (1225 - 1274)
Em Deus não há
sucessão temporal.
AQUINO, São Tomás.
UMA VIDA DEDICADA À CAUSA DA IGREJA E AO UMA VIDA DEDICADA À CAUSA DA IGREJA E AO CONHECIMENTOCONHECIMENTO
Tomás de Aquino nasceu no Castelo de
Roccasecca em 1225, podendo ser
considerado um dos maiores pensadores da
Idade Média.
A sua grande influência e referência teórica
foi a obra de Aristóteles e seu principal
objetivo foi combater os críticos da Igreja em
seu terreno filosófico.
A partir da obra de Tomás de Aquino,
desenvolveu-se um movimento teórico de
nome Tomismo.
A característica essencial de sua filosofia
era a busca por novas formas de pesquisa e
exposição de suas ideias.
AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO FEUDALFEUDAL
A Idade Média (séc. V ao XV) pode ser
dividida em quatro partes ou fases:
Formação do Feudalismo (séc. V ao
IX);
Dinâmica e Apogeu (séc. X e XI);
Transformação (séc. XII e XIII);
Crise (séc. XIV e XV).
Aquino produziu seu pensamento no
período de grandes transformações.
Todos um sistema de crenças e valores
ligados à Igreja Católica se desfez junto com
o sistema feudal.
O Feudalismo foi suplantado pelo
Capitalismo, mas a Igreja Católica se mostrou
suficientemente flexível e eficaz para
sobreviver, com grande poder e prestígio, até
os dias atuais.
Para Tomás de Aquino, Deus é Onipotente,
Onisciente, Onipresente e Imutável. É a
inteligência infinita e suprema.
Aquino defendeu a Igreja contra seus
críticos mais sutis e bem preparados que
eram os jovens filósofos que dominavam a
dialética.
Como estratégia para desarma-los e
deslegitima-los, Aquino demonstrava que
estes pensadores não eram fiéis tradutores da
obra do antigo mestre Aristóteles.
Aquino dizia que a inteligência humana
possuía limites claros e intransponíveis,
enquanto a inteligência divina era infinita em
seu poder e realidade.
Tomás de Aquino procurou defender a
Igreja Católica do século XIII, dos ataques de
seus críticos, normalmente baseados na teoria
de Aristóteles, Aquino procurou demonstrar a
compatibilidade entre razão e fé. Estudou
profundamente o pensamento aristotélico, e
com base em tal conhecimento, acreditou
poder provar que a razão humana era útil e
possuía seus méritos, mas era limitada, sendo
superada pela razão divina.
RESUMINDORESUMINDO
Mesmo o mais sábio dos homens,
Aristóteles, por exemplo, apesar de poder
conhecer certas facetas e dimensões da
natureza dos seres humanos e de seu mundo,
não poderia alcançar as verdades mais
fundamentais da existência, por não participar
da revelação divina; esta só seria alcançável
pelos mais fiéis membros do cristianismo.
MAQUIAVEL (1469 - 1527)MAQUIAVEL (1469 - 1527)
É, de fato, muito
natural e comum o desejo
de conquistar. Sempre,
quando os homens que
podem o fazem, eles são
louvados e não criticados;
mas, quando não podem e
querem realizá-lo de
qualquer modo, neste caso
estão errados e devem ser
recriminados.
Maquiavel
Maquiavel nasceu em Florença em 1469 e
sonhava com uma nação italiana forte,
unificada e desenvolvida.
Sua experiência política se deu na condição
de uma espécie de diplomata, mas caiu em
desgraça e foi afastado de suas funções pelos
Médicis.
Refugiou-se em um sítio e, recorrendo a sua
memória,produziu o mais valioso material,
estímulo para algumas de suas mais
importantes reflexões.
Maquiavel pode ser considerado um dos
criadores da ciência política após sua obra
genial “O Príncipe”, que possibilitou o
nascimento de uma atitude racional e
meticulosa.
A obra foi considerada demoníaca e
Maquiavel passou por um processo de
transformação em que se tornou
maquiavélico.
O maquiavélico sobrepujou o
maquiaveliano.
Diferenciando o maquiavelismo
( produto da má leitura da obra de
Maquiavel) de maquiaveliano ( o
pensamento de Maquiavel):
Maquiavelismo: Consequencia de uma
distorção ou não compreensão da obre de
Maquiavel, fruto de uma má leitura,
apressada, superficial e cheia de
contradições. Segundo essa versão,
Maquiavel teria negado a ética cristã.
Maquiaveliano: Produto da leitura atenta,
fiel e profunda, na qual o Príncipe deveria
realizar o Bem Comum.
Maquiavel sonhava e queria contribuir
para realizar a unificação da Itália. Acreditava
que isso só seria possível por meio de um herói,
ou seja, O Príncipe. Tal figura deveria saber
quando ser bom e quando não ser, tendo como
objetivo fundamental a busca do bem comum.
RESUMINDORESUMINDO
Maquiavel não negou a moral cristã
nem chegou a propor ao príncipe que
desconsiderasse os princípios e verdades da
cristandade. Apenas afirmou que o príncipe
deveria ter sabedoria, para saber quando
seguir os princípios morais cristãos e
quando, em nome do bem comum, romper
com os mesmos. A frase fundamental que
resume sua concepção seria: “Ser bom
sempre que possível e mau somente se
necessário”.
DESCARTES (1596 - 1650)DESCARTES (1596 - 1650)
Meu propósito não é
ensinar aqui o método que
cada um deve seguir para
bem conduzir sua razão,
mas somente mostrar de
que modo procurei
conduzir a minha.
Descartes.
O MÉTODO CARTESIANOO MÉTODO CARTESIANO
René Descartes nasceu em La Haye, na
França. Pode ser considerado como aquele
que inaugurou e deu fundamento à discussão
filosófica da modernidade.
Uma de suas obras mais importantes
recebeu o nome de “Discurso do Método”. Tal
obra procurava estudar e estabelecer
caminhos mais seguros e eficazes para a
produção do conhecimento.
Descartes acreditava que o que poderia dar
sustentabilidade ao homem era o bom uso da
razão.
Nesta mesma obra, Descartes apresenta sua
autobiografia e passa à crítica do sistema
educacional do qual recebera sua formação,
com ênfase no combate à escolástica.
Descartes tinha como objetivo e como razão
de ser a busca por verdades e princípios de
caráter absoluto e imutável.
Valorizava o aprendizado que recebera das
línguas antigas e o contato com a geometria e
a física e negava o ceticismo.
Outra obra fundamental de Descartes foi
“Meditações Metafísicas”, na qual apresentou
a essência do seu pensamento sobre questões
relacionadas à teoria do conhecimento e
também sobre metafísica.
Seus argumentos na obra “Meditações
Metafísicas”:
Questiona os sentidos, demonstrando que
não podemos nos basear nos mesmos para
alcançar algum conhecimento seguro;
Apresenta a ideia de que talvez estejamos
sonhando quando pensamos estar acordados,
o que implicaria que tudo que pensamos ser
real não passaria de mera ilusão;
Radicaliza assumindo a dúvida hiperbólica,
apresentando a possibilidade de um Deus
enganador.
Para Descartes existem três tipos de
ideias:
Ideias Inatas: Nascem com os
homens;
Ideias Empíricas: São adquiridas
por intermédio dos
sentidos e experiências;
Ideias de Imaginação: Mescla as duas
primeiras formas.
Segundo Descartes, seria impossível para o
Homem alcançar a ideia de perfeição. A ideia
de Deus, ou seja. De um ser perfeito, só pode
ter sido alojada na mente humana pela
própria divindade. É uma ideia inata. Dessa
forma, Descartes pensa ter provado a
existência de Deus.
Descartes foi um dos fundadores da ciência
moderna. Colocou no centro de suas reflexões a
ideia de dúvida metódica. Procurou, dessa
forma, superar as críticas e advertências
próprias ao ceticismo quanto à possibilidade de
realização do conhecimento, a partir do interior
desse mesmo movimento. Pôde, por assim dizer,
implodir o ceticismo, ao radicalizar os seus
próprios argumentos ou questionamentos.
RESUMINDORESUMINDO
Ao colocar-se tudo em dúvida, busca-se
superar pela sistematicidade reflexiva, tal
estágio, fundando o pensamento em bases
sólidas; ou seja, ao superar-se toda e qualquer
dúvida sobre determinada questão, conquistam-
se ou alcançam-se ideias claras e distintas. O
penso, existo, cartesiano, implica, portanto, na
busca de novos critérios e estratégias que
garantam ao conhecimento fundamentos lógicos
e sólidos, tais como aqueles que sustentam e
atribuem legitimidade às ideias e demonstrações
da ciência geométrica.
THOMAS HOBBES (1588 - 1679)THOMAS HOBBES (1588 - 1679)
A felicidade é uma
contínua marcha d desejo,
de um objeto para outro,
não sendo a obtenção do
primeiro outra coisa senão
o caminho para conseguir
o segundo.
HOBBES. Thomas.
Thomas Hobbes nasceu em 1588 na
Inglaterra.
Segundo ele, os homens são maus por
natureza.
Viveu em período crítico e violento da
história da Inglaterra.
Sua vida sempre esteve envolta por guerras
de todos os tipos.
Tendo nascido prematuramente, afirmou de
maneira irônica: “minha mãe pariu gêmeos, a
mim e a o medo.”
Ao mesmo tempo em que temia a guerra,
queria utilizar sua filosofia como meio de
pacificação.
Contra Aristóteles, Hobbes afirma que os
homens não são sociáveis por natureza.
Para Hobbes, O homem seria o lobo do
próprio homem.
Afirma que a liberdade e a igualdade
constituem aspectos negativos da condição
humana.
Influenciado pelo Renascimento, Hobbes
acreditava na possibilidade do
aperfeiçoamento da natureza humana a partir
da ciência.
Hobbes era defensor do absolutismo e, em
certa medida, um antiliberal.
CONCEPÇÃO DE NATUREZA HUMANA EM CONCEPÇÃO DE NATUREZA HUMANA EM HOBBESHOBBES
DO ESTADO, OU A RESPEITO DO DO ESTADO, OU A RESPEITO DO LEVIATÃLEVIATÃ
O Estado é um “mal necessário”. Segundo
Hobbes, o rei deveria ser um bom
administrador das riquezas da Nação, para
poder administrar os próprio homens.
Hobbes era materialista e não possuía uma
moral baseada na culpa e no arrependimento.
Hobbes não pode ser considerado um
representante da burguesia por possuir
algumas ideia que se chocavam o ideário e
com os valores burgueses.
Na visão de Hobbes, o homem seria mau
por natureza. Exatamente por isso, se não
existisse o Estado, para limitar e controlar o lado
negativo da natureza humana, haveria a “guerra
de todos contra todos”. O estado, portanto, em
tal teoria, surgiria como uma espécie de
resposta às características negativas da natureza
humana e da sociedade; ou seja, O estado
deveria monopolizar uso legítimo da violência
(Weber), garantindo a sociabilidade, ou ainda, a
vida em sociedade, sendo, portanto, um “mal
necessário”.
RESUMINDORESUMINDO
JOHN LOCKE (1632 - 1704)JOHN LOCKE (1632 - 1704)
Todas as ideias
derivam da sensação ou
reflexão.
LOCKE. John.
TEORIA DO CONHECIMENTOTEORIA DO CONHECIMENTO
Jonh Locke nasceu em 1632 na cidade de
Bristol.
Levou vinte anos para produzir a obra “O
ensaio sobre o entendimento Humano”.
Sua filosofia pode ser considerada
antiespeculativa e antimetafísica, possuindo
um caráter empirista.
Em seu entender, todas as nossas ideias são
derivadas de percepções sensíveis, não
existindo, portanto, ideias inatas.
Para Locke, não seria possível conhecer as
coisas em sua essência, demonstrando
sustentar um tipo de ceticismo.
NATUREZA HUMANA E POLÍTICANATUREZA HUMANA E POLÍTICA
Locke desenvolveu uma concepção política
mais otimista do que a hobbesiana,
considerando como ponto central da vida em
sociedade, a possibilidade de entendimento
entre os Homens em função de estes mesmos
serem dotados de racionalidade.
Segundo Locke, a sociedade é produzida a
partir reunião ou organização de indivíduos
racionais em busca de garantias quanto à
defesa e manutenção de suas próprias vidas,
da liberdade e de seus bens materiais.
Locke colocou-se contra o Estado
Absolutista, tendo sido um crítico mordaz e
radical do mesmo e das teorias que
procuraram defendê-lo ou legitimá-lo.
Locke propôs a divisão dos poderes em dois:
Executivo: A ser defendido pelo rei;
Legislativo: A ser exercido pelo
parlamento;
Para Locke, todos os seres humanos nascem
dotados de razão, mas os pobres dificilmente
conseguiriam desenvolvê-la ou fazer bom uso
da mesma.
Para Locke, a mente humana, ao vir ao
mundo, não passaria de uma espécie de quadro
em branco, ou folha vazia. A vivência e a
experiência iriam “colocando” informações que
seriam comunicadas à mente por intermédio de
nosso sentidos. Não haveria, em seu entender,
ideias inatas. Quanto à política, Locke defendeu
a divisão dos poderes em legislativo e executivo,
o que quer dizer que o autor foi um defensor da
monarquia parlamentar inglesa.
RESUMINDORESUMINDO
A propriedade privada, de acordo com sua
concepção, seria legitimada pelo trabalho. O
trabalho transformaria o elemento natural à
medida que transferiria algo de muito valioso
do indivíduo que trabalha para a terra
cultivada (ou qualquer outro objeto ou matéria
transformada pelo homem). Dessa forma, a
terra, por exemplo, passaria legitimamente a
pertencer a quem trabalha. A concepção de
propriedade de Locke incluiria como uma
síntese as noções de liberdade, propriedade e
vida.
BLAISE PASCAL (1623 - 1662)
O silêncio eterno
desses espaços infinitos
me apavora.
Pascal.
Pascal nasceu em 1623 em Clermont-
Ferrand.
Dedicou-se a compreensão da defesa do
cristianismo em sua versão jansenista.
Pascal era um filósofo que explicitava as
entranhas e as vísceras do ser humano e do
“estar no mundo”.
Destaca a importância e o significado do
Homem, enquanto um ser miserável que, ao
mesmo tempo, possui certa nobreza, que
consiste exatamente em saber-se miserável.
A NATUREZA DECAÍDA DO HOMEMA NATUREZA DECAÍDA DO HOMEM
Produziu uma teoria a respeito dos mais
diversos problemas humanos.
Busca compreender e explicar o fenômeno
humano de vários pontos de vista e sob
diversos ângulos.
Procede como se a vida humana tivesse sido,
desde o pecado original, estilhaçada, não
podendo mais ser recomposta em sua pureza
ou inteireza originárias.
Consegue enxergar o melhor no pior e vice-
versa.
Pelo uso da razão, Pascal encontra muitos
defeitos, limitações e distorções na maneira
do Homem viver
O CARÁTER PARADOXAL DO PENSAMENTO EM O CARÁTER PARADOXAL DO PENSAMENTO EM PASCALPASCAL
Para Pascal. O pensamento deixa de ser
considerado uma conquista humana para se
transformar em uma espécie de maldição. Por
outro lado, só por intermédio deste mesmo
pensamento, torna-se possível ao homem
resgatar-se e ir ao encontro do Criador.
CETICISMO E RACIONALISMO EM CETICISMO E RACIONALISMO EM RASCALRASCAL
Pascal faz parte de uma tradição filosófica
de caráter racionalista, que começa a
perceber os limites da própria idéia da razão.
Destrói a arrogância do Homem, mas não
nega totalmente o emprego da racionalidade.
Pascal foi um gênio teórico e também um
grande inventor. Criou a calculadora e desde
muito cedo se mostrou um prodígio nas ciências
exatas. Contudo, por mais paradoxal que possa
parecer, tornou-se um crítico do racionalismo.
Figura religiosa, sugeriu a necessidade de um
equilíbrio entre a razão e a fé. Também defendeu
a humildade para o homem em função de sua
natureza decaída, contraditória e insignificante.
Sugeriu, no entanto, que a grandeza do homem
residiria exatamente em reconhecer-se
miserável.
RESUMINDORESUMINDO
Quanto a sua ideia da condição humana,
podemos classificá-la como pessimista. O
homem dependeria da intervenção divina para
poder escapar da frivolidade e vazio
existenciais. Por esse motivo, segundo tal autor,
tantos buscam ou anseiam pelo divertimento,
ou seja, um desvio ou fuga quanto às trágicas e
recorrentes características e feições do
existente.
DAVID HUME (1711 - 1776)DAVID HUME (1711 - 1776)
Sê um filósofo, mas,
em meio a toda tua
filosofia, não deixes de ser
um homem.
HUME.
David Hume nasceu em 1711 na Escócia. Tal
autor, do ponto de vista da teoria do
conhecimento, mesclou empirismo e
ceticismo.
Escrevia de forma bastante clara e objetiva,
muito embora a sua primeira obra “Tratado
da Natureza Humana” não tenha obtido
êxito.
Reformulou suas ideias e publicou as obras
“Investigação acerca do entendimento
humano” e “Investigação sobre os princípios
da moral”, que obtiveram resultados mais
positivos.
Tal filósofo pode ser considerado o mais
importante pensador da Inglaterra no século
XVIII.
Combateu a metafísica e toda forma de
especulação e abstração que não pudesse
servir aos interesses mais urgentes e
imediatos da humanidade.
Para Hume, o conhecimento deve visar à
melhoria da vida dos seres humanos.
CRÍTICA À IDEIA DE CAUSALIDADECRÍTICA À IDEIA DE CAUSALIDADE
A ideia mais contundente e polêmica de
Hume diz respeito À crítica radical que
realizou ao conceito de causalidade .
Hume questiona todas as crenças, podendo
afirmar que sua filosofia caracteriza-se pela
adoção de uma forma de ceticismo radical.
Hume foi um defensor da indústria e do
comércio, percebendo a relação entre o
avanço de tais instituições e o
desenvolvimento do conhecimento e da
cultura em geral.
Tal filósofo pode ser considerado o mais
importante pensador da Inglaterra no século
XVIII.
Combateu a metafísica e toda forma de
especulação e abstração que não pudesse
servir aos interesses mais urgentes e
imediatos da humanidade.
Para Hume, o conhecimento deve visar à
melhoria da vida dos seres humanos.
Quando Hume ataca o núcleo da teoria da
causalidade, está na verdade se opondo a
Aristóteles. Com a negação desta teoria.
Recusa em consequência, a possibilidade de
afirmar-se a existência de Deus.
Talvez a lição mais fundamental que Hume
nos tenha deixado seja a que devemos rever
infinitamente, incansavelmente,
incansavelmente os nossos pressupostos; que
toda e qualquer verdade é limitada e precisa
ser constantemente revista; e que o
conhecimento deve servir à melhoria da vida,
em todos os níveis e sentidos.
Hume questionou a ideia de causalidade.
Ao mesmo tempo queria ver a filosofia dedicar-se
à melhoria das condições de vida dos seres
humanos. Afirmou, segundo uma certa
modalidade de ceticismo, que o que pensamos
ser conhecimento das causas, não passaria na
verdade de condicionamento acrítico e produto
do hábito. A força do hábito condicionaria todas
as nossas crenças e percepções. Mas também a
fraqueza e a suscetibilidade dos homens os
entregariam facilmente ao domínio das
superstições.
RESUMINDORESUMINDO
ESPINOSA (1632 - 1677)ESPINOSA (1632 - 1677)
As Escrituras nada
ensinam que contrarie a
Luz Natural.
Espinosa.
Baruch de Espinoza (forma latina), nasceu
em 1632 em Amsterdã.
A filosofia de Espinosa pretende ser
sistemática, precisa e clara. Leva até as
últimas consequencias tal preocupação,
baseando-se na geometria para isso.
Sua obra mais importante foi “A Ética
demonstrada segundo o método geométrico”.
Esta obra, parte de certas definições ou
axiomas, recorrendo à demonstração formal
das proposições derivadas e procurando
estabelecer as consequencias lógicas e
humanas destas.
DEUS SIVE NATURA (“Deus. Isto é, a DEUS SIVE NATURA (“Deus. Isto é, a natureza”)natureza”)
A CRÍTICA AO DUALISMO A CRÍTICA AO DUALISMO FILOSÓFICOFILOSÓFICO
A filosofia de Espinosa pose ser considerada
monista e panteísta. Em sua concepção. Deus
não está apartado da Natureza, não é um ser
em separado, dotado de perfeição, dando
ordens à distância para que tudo possa
ocorrer; Deus é a própria Natureza.
Ao afirmar que Deus é a natureza, Espinosa
rompe com o dualismo sustentado
tradicionalmente por muito filósofos,
sobretudo por Platão.
A ideia que Espinosa faz do bem e do mal ou
do vício e da virtude, desponta de forma tão
original, na trajetória da filosofia.
Para Espinosa, o bem é o que permite,
estimula e impulsiona o processo do
conhecimento, e o mal é concebido enquanto
o que impede ou dificulta conhecer.
Neste sentido, Espinosa não possui uma
moral baseada na culpa, no arrependimento
ou na repreensão das inclinações e paixões
humanas. Conhecer as leis da Natureza e
viver em conformidade com as mesmas
permite ao Homem atingir uma condição de
serenidade e tranquilidade, denominada, por
Espinosa, Beatitude.
EM ESPINOSA O DETERMINISMO É UMA FORMA DE EM ESPINOSA O DETERMINISMO É UMA FORMA DE LIBERADADELIBERADADE
Na visão de Espinosa , o mundo não foi
criado por Deus, já que esse mesmo mundo
seria eterno e infinito.
O Homem em Espinosa é a totalidade uma e
complexa. Não é apenas espírito ou carne.
Mas ambos em unidade dialética.
Para Espinosa, em coerência com a sua
filosofia monista, ser livre é obedecer as leis
naturais. O que equivale a dizer que esse
autor desenvolvei uma forma original de
determinismo, que permite ao Homem ser
livre na medida em que obedece.
Espinosa sofreu constantemente inúmeras
formas de perseguição, tanto por parte dos
cristãos quanto dos judeus. Foi expulso da
sinagoga de Amsterdã e depois excomungado,
em função de sua filosofia crítica e defensora
da liberdade; teve grande dificuldade para
publicar suas obras e, em mais que um
momento. Esteve próximo da prisão
condenação por heresias. Também chegou a
ser acusado de ateísmo.
Sua filosofia foi considerada herética, uma
forma de blasfêmia por “emprestar” à
Natureza e ao Homem as características
transcendentes do próprio Deus hebreu ou
cristão. É também uma forma de
racionalismo radical.
Seu pensamento pode ser considerado um
crítica contra toda manifestação de
superstição, não apenas na esfera religiosa,
mas também nos campos da política e da
própria filosofia.
Espinosa discordava de Descartes na
questão do método, dizendo que este é
conhecimento acumulado que servirá para
melhor conhecer no futuro.
Espinosa foi um grande homem antes
mesmo de ser um grande filósofo. Defensor e
símbolo da luta pela liberdade de pensamento,
sofreu inúmeras formas de perseguição política
e religiosa. Não fez, no entanto, concessões a
quem quer que fosse, no que diz respeito ao seu
pensamento. E pagou caro por isso. Possuía uma
concepção bastante peculiar sobre a natureza
Divina. Deus para o autor seria a própria
natureza (imanentismo). Não seria, portanto,
concebido como uma personalidade destacada e
contraposta à realidade.
RESUMINDORESUMINDO
Acreditava, ao mesmo tempo, que tudo
era passível de conhecimento e que cada coisa
singular ao ser conhecida refletia e revelava
um pouco da “face” de Deus. Defendia o
autocontrole sobre as paixões, mas não as
entendia enquanto um mal a ser combatido.
Moderação e autocontrole racional sobre as
paixões não implicava negá-las ou reprimi-las
irrefletidamente. O bem para tal filósofo seria
concebido como útil, ou seja, o que
proporcionaria o livre desenvolvimento das
potencialidades e faculdades humanas. O mal:
o que se colocaria como obstáculo ao livre e
pleno desenvolvimento humano.
ROUSSEAU (1712 - 1778)ROUSSEAU (1712 - 1778)
E que será da
virtude, quando for preciso
enriquecer a qualquer
preço?
ROUSSEAU.
ESCLARECER PARA PODER COMPARTILHAR O ESCLARECER PARA PODER COMPARTILHAR O CONHECIMENTO E A FELICIDADECONHECIMENTO E A FELICIDADE
O Iluminismo pode ser compreendido como
a consciência racionalizada e explicitada da
crise em curso do Antigo Regime; ao mesmo
tempo, representava um conjunto bastante
desigual e complexo de reflexões e teorias
que buscavam superar a crise existente, a
partir da realização ou construção de uma
nova sociedade, baseada na liberdade,
racionalidade e justiça social. O meio
privilegiado para isso? A educação.
O PENSAMENTO DE ROUSSEAUO PENSAMENTO DE ROUSSEAU
Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra
em 1712. Se opunha ao absolutismo, a o
mercantilismo e ao dogmatismo religioso.
Tornou-se um crítico mordaz do processo
Civilizatório-Ocidental e do Capitalismo.
Para esse autor, antes da sociedade
propriamente dita, existiria uma situação em
que os homens viviam de maneira muito
simples,ou até mesmo rústica. Rousseau
denomina este momento de Estado de
Natureza.
Em sua obra “Discurso sobre a origem e
fundamentos da desigualdade ente os
homens”, Rousseau discute a submissão dos
homens a certas situações.
Para Rousseau, o fundamento da Civilização
é a propriedade privada que instaura a
desigualdade dos talentos e das
potencialidades. A tendência da sociedade
implicaria o enriquecimento dos ricos e
consequentemente o empobrecimento dos
mais pobres.
A única possibilidade de impedir uma
Revolução seria realizar a limitação da
propriedade privada..
A LIBERDADE É INALIENÁVELA LIBERDADE É INALIENÁVEL
Rousseau pertencia a baixa burguesia,
ganhando fama ao vencer um concurso de
redação com a obra intitulada “Discurso
sobre as ciências e as artes” . Possuía uma
visão clara e realista a respeito da sociedade
desigual e injusta que vivia.
Acredita que a sociedade deveria
estabelecer uma espécie de acordo, a parir do
qual cada indivíduo alienaria parte de sua
liberdade a um poder comum, que teria como
objetivo garantir o máximo de harmonia e
bem-estar social. A este acordo denominou
Contrato Social.
A liberdade para Rousseau é um bem
inalienável, porque constitui a própria
essência e fundamento da condição humana.
Rousseau , portanto, não é socialista nem
anarquista, ainda que tenha inspirado tais
movimentos políticos. Na verdade, pode ser
classificado como um dos criadores da ideia
de Soberania popular, ou seja a ideia de
democracia moderna.
Rousseau foi uma figura diferenciada e,
amo mesmo tempo, bastante controvertida a
integrar o grupo dos pensadores iluministas.
Questionou fortemente os fundamentos da
civilização ocidental. Foi poeta, escritor,
músico e nem por isso deixou de dirigir
críticas bastante duras e afiadas aos poetas,
aos teóricos e aos músicos. Atacou a
desigualdade socioeconômica e o despotismo
político; propôs uma outra forma de
organização societária, baseada na relativa
igualdade e limitação da propriedade privada.
RESUMINDORESUMINDO
Ricos menos ricos e pobres menos
pobres, unidos por um contrato social, que
pudesse permitir o máximo possível de
harmonia e desenvolvimento coletivo. O
pensamento de Rousseau inspirou as práticas e
teorias de socialistas e anarquistas de todos os
tempos. Robespierre, por exemplo, foi seu
ardente e sincero discípulo, atuante no período
de domínio jacobino na Revolução Francesa.
INTRODUÇÃO AO IDEALISMO INTRODUÇÃO AO IDEALISMO ALEMÃOALEMÃO
I. É idealista toda doutrina para a qual o
pensamento existe independentemente da
matéria, até mesmo sozinho, seja sob a
forma de ideias (idealismo no sentido
estrito), seja sob a forma de seres
espirituais (nesse caso, fala-se mais em
espiritualismo).
II. É idealista todo pensador para qual não é
possível conhecer nada da realidade em si,
seja porque ela não existe, seja porque só é
possível reconhecer nossas representações.
COMTE-SPONVILLE, André –
Dicionário filosófico.
IMMANUEL KANT (1724 - 1804)IMMANUEL KANT (1724 - 1804)
Todas as disposição
naturais de uma criatura
estão destinadas a um dia
se desenvolver
completamente e conforme
um fim.
Kant.
A TEORIA DO CONHECIMENTO EM A TEORIA DO CONHECIMENTO EM KANT.KANT.
Immanuel Kant nasceu em Konigsberg em
1724. Sua filosofia é de uma importância e
complexidade fundamentais. Pode ser
considerado como um marco divisório,
relativamente ao que de melhor se produziu
em termos de reflexão filosófica, nos decorrer
de séculos, no Ocidente.
Uma de suas obras mais fundamentais foi
denominada “Crítica da razão pura” . Nesta
obra, o autor desenvolveu a sua teoria do
conhecimento, ou filosofia transcendental.
Kant busca realizar, em um só lance, a
superação das tendências racionalista e
empirista, procurando suplantar o próprio
ceticismo.
Kant afirmou que a filosofia possuiria quatro
grandes questões:
1º: O que posso saber? ( de caráter
metafísico)
2º: O que devo fazer? ( problemática
ligada à moral)
3º: O que posso esperar? ( problema
ligado à religião)
4º: O que é o homem? ( objeto da
antropologia)
UM PROJETO RACIONAL DE UM PROJETO RACIONAL DE PACIFICAÇÃOPACIFICAÇÃO
Kant também tratou de questões políticas
em vários momentos, principalmente em sua
obra “Ideia de uma história universal de um
ponto de vista cosmopolita”. Neste escrito
Kant reforçou a sua crença na existência de
uma ordem racional, regida por leis
inexoráveis e imutáveis. Tentou demonstrar
que a razão procura orientar os Homens em
direção à pacificação.
Kant passou quase toda a sua vida em
uma pequena cidade conhecida como
Königsberg, mas sempre esteve
surpreendentemente bem informado sobre os
mais remotos e complexos acontecimentos
mundiais. Figura sistemática e simples, nos
modos e na forma de estruturar o seu
pensamento, pode muito facilmente ser
considerado um dos maiores filósofos de todos
os tempos. No campo da teoria do
conhecimento, procurou sintetizar e ao mesmo
tempo superar as principais conquistas e
posições dos empiristas e racionalistas.
RESUMINDORESUMINDO
Os homens, segundo o seu entender,
conheceriam a partir da experiência e dos
sentidos (tal como pensavam os empiristas),
mas a “leitura” ou decodificação de tais
informações seria produzida por estruturas e
dimensões inatas da mente humana (tal qual
pensavam os racionalistas). Kant acreditava na
existência de uma verdade (a “coisa em si”)
ainda que não alcançável pelo intelecto
humano. A vida em todos os seus aspectos
seria dirigida ou governada por uma
racionalidade inerente à mesma.
Já quanto à ética, o autor muitas vezes
parecia defender posturas e ideias bastante
inflexíveis. “Não devemos mentir nunca: pois
senão acabaremos por generalizar uma atitude
que poderá criar graves danos à vida humana”.
Sua reflexão ética se manifestou sob a forma
dos imperativos categóricos, ou seja, a
racionalidade que se impões ao homem sob a
forma de determinadas regras a serem
adotadas pelos indivíduos, considerando
responsáveis por tudo o que de melhor ou de
pior puder acontecer ao gênero humano e ao
planeta. Exemplo: “age de tal forma que tua
ação possa ser considerada como norma
universal”.
HEGEL (1770 - 1831)HEGEL (1770 - 1831)
A ciência é a
afetividade do espírito, o
reino que ele para si
mesmo constrói em seu
próprio elemento.
Hegel.
George Wilheim Friedrich Hegel nasceu em
Stuttgart em 1770. Criou uma teoria que
expressa a trajetória da construção e
realização da ideia de liberdade na História,
que para ele é fruto da ação e do processo de
gradativa tomada de consciência, por parte
de uma certa entidade metafísica que ele
denominou “ espírito absoluto”.
Em Hegel, a vida é percebida e interpretada
enquanto processo contraditório de
realização e constituição do humano e de
toda natureza.
HEGEL E A FILOSOFIA DA HISTÓRIAHEGEL E A FILOSOFIA DA HISTÓRIA
A CONCEPÇÃO HEGELIANA SOBRE O A CONCEPÇÃO HEGELIANA SOBRE O TRABALHOTRABALHO
Hegel entrou em contato desde muito cedo
com a teoria econômica, recém-originada na
Inglaterra durante o processo da Revolução
Industrial.
Como exemplo da ideia hegeliana a respeito
da função do trabalho: este atuaria não só na
transformação da natureza, mas na própria
formação do homem.
A DIALÉTICA DO SENHOR E DO A DIALÉTICA DO SENHOR E DO ESCRAVOESCRAVO
A obra mais importante de Hegel intitula-se
“Fenomenologia do espírito”, Tal título já
indica a ideia hegeliana de que o espírito
deve executar uma árdua e difícil trajetória
para poder superar a condição de alienação
em que se alojou, num certo momento.
Um dos momentos mais significativos desta
obra foi denominada por Hegel de “A
dialética do senhor e do escavo”, que
pressupõe uma certa situação de luta
interior, em que se colocam perigosamente
ambas as vidas em risco.
Hegel foi o grande filósofo da História.
Seu pensamento, por mais abstrato e difícil de
ser entendido, abarcou e manifestou os
grandes problemas e impasses humanos de
todos os tempos. A condição humana associada
à natureza o trabalho criador; os grandes
personagens políticos e as suas reformas e
revoluções; processo do conhecimento e sua
ligação visceral com a vida; a dialética
resgatada aos antigos e desenvolvida até suas
últimas consequencias.
RESUMINDORESUMINDO
Sua filosofia procurou tratar a totalidade
das questões humanas e históricas, e não foi à
toa que se tornou o último grande sistema
filosófico. A própria ideia de sistema em
filosofia passou a ser questionada desde então.
Para Hegel a história seria dinâmica e
contraditória. Processual. A vida que se deixa
conhecer é a vida em processo de
conhecimento. Unidade entre o objeto vida e o
sujeito cognoscente. Quem conhece a natureza
ou o mundo adquire também
autoconhecimento, e quem o faz desenvolve-se
e aprende-se na consciência.
A história é espelho a refletir o homem,
mas também é obra do mesmo. O homem seria
um ser criador de si mesmo e do mundo ao seu
redor, e cada vez mais autocompreensivo. As
diferentes filosofias refletiriam a cada
momento de forma cada vez mais objetiva e
racional a trajetória do Espírito Absoluto, qu
outrora s alienou e que agora busca, pelo
autoconhecimento, superar tal condição. E o
espírito ou Deus na maneira em que o concebia
Hegel, seria a totalidade de tudo o que existe,
incluindo,logicamente o próprio homem.
KARL MARX (1818 - 1883)KARL MARX (1818 - 1883)
O trabalhador se
torna tanto mais pobre
quanto mais riqueza
produz, quanto mais a sua
produção aumenta em
poder e extensão.
MARX, Karl.
A TEORIA E O PROCESSO DA A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃOALIENAÇÃO
Karl Marx nasceu em 1818 em Treves. A
ideia central dos manuscritos parece girar em
torno da categoria de alienação (trabalho
alienado). Estes manuscritos nunca foram
terminados, tratando-se na verdade de
simples fragmentos, ainda que
importantíssimos e reveladores quanto ao
processo de gênese e estruturação do
pensamento marxiano.
A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM HEGELHEGEL
Marx sempre foi um homem de síntese. Para
tal autor, não existem questões puramente
econômicas ou puramente históricas,
filosóficas etc...
A categoria da alienação ganhou
importância em Hegel, e sendo Marx seu
discípulo, poder-se-ia pensar que o sentido
dado por Marx a tal categoria seria o mesmo
que o da teoria hegeliana. Porém, Marx a
transformou emprestando-a um caráter mais
concreto e real.
Em Hegel, a categoria de alienação possui
um caráter muito abstrato e idealista.
A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM FEUERBACHFEUERBACH
O processo de alienação na filosofia de
Feuerbach tem mais ou menos o seguinte
sentido: o Homem pensa-se criatura, mas na
verdade é o criador; criou Deus, a partir de
suas muitas e complexas necessidades
humanas, tais como: sua fragilidade ante
tantas criaturas mais poderosas, o medo da
morte, o medo em relação ao fortuito e
acidental,etc. O Homem teria buscado em si
mesmo certas qualidades apreciáveis e tê-las-
ia absolutizado para, em seguida, poder
projetá-las em um “Além” imaginário.
A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM A TEORIA E O PROCESSO DA ALIENAÇÃO EM MARXMARX
Em Marx, a ideia de alienação assume um
caráter social, político e econômico além de
filosófico. O homem é natureza diferenciada e
ainda em processo. O que media a relação do
Homem com a natureza é o trabalho.
Marx aponta como possibilidade e
superação da alienação e organização dos
trabalhadores, em nome da construção do
comunismo.
Karl Marx pode ser considerado o maior
pensador das humanidades no século XIX. A
sua filosofia (e de seu inseparável amigo e
colaborador Engels) explicitou as principais
características e contradições do novo mundo
gerado pelo advento da Revolução Industrial. A
teoria de tais autores captou a situação de
desumanização ou de alienação a que estavam
submetidos os operários (e também os
capitalistas) que viviam naquela época.
RESUMINDORESUMINDO
O capitalista não passaria da
personificação do capital, sendo apenas
ilusoriamente livre e dono de suas ações; o
operário, consciente de sua degradação,
existiria apenas e tão somente como um
“apêndice” da máquina, ou ainda, como mero
instrumento de produção de mais-valia (tempo
de trabalho não pago). Os autores não apenas
estabeleceram o mais preciso e contundente
diagnóstico de sua época, como também
puderam construir, com base em tal
conhecimento, novas vias e projetos para que
fosse possível superar a situação.
O comunismo proposto pelos autores era
indiscutivelmente mais complexo e ao mesmo
tempo mais realista e factível do que as
antigas construções teóricas de outros autores.
O capitalismo, é bem verdade, não morreu
como apregoavam e desejavam os seus mais
severos críticos, mas teve que se reformar,
muitas vezes de maneira drástica e dramática,
com base, por paradoxal que possa parecer,
nas próprias formulações geradas pelos seus
adversários, anarquistas ou comunistas.
FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 - 1900)FRIEDRICH NIETZSCHE (1844 - 1900)
A fé salva, logo
mente.
NIETZSCHE.
Fiedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em 1844
em Rocken.
Pode ser considerado o pensador e filósofo
mais polêmico e original da segunda metade
do século XIX.
Procurou questionar a razão humana em
sua essência, na qual esta não passaria de
uma construção artificial (linguagem) para
escamotear o grande vazio que nos
caracterizaria enquanto seres humanos.
Dessa forma, não só Deus estaria morto,
como também a própria ideia de verdade.
Em momentos decisivos, Nietzsche
expressou claramente sentimentos racistas e
preconceituosos.
Escrevia na forma de aforismos. Velocidade
era a marca de seu tempo. Sua escrita ágil,
inteligente e crítica às vezes se aproximava,
em beleza e sensibilidade, de certas
expressões de caráter artístico-literário.
Com a morte de Deus, Nietzsche queria
expressar alho muito mais grave e original: a
verdade não existe.
Procurou demonstrar que os homens, por
necessidade de sobrevivência, buscaram
desenvolver a linguagem,mas com o passar
do tempo, esqueceram-se dessa iniciativa e
passaram a acreditar, deixando-se dominar
pelas própria criações fantasmagóricas de
suas mentes doentias e temerárias .
Dirigia sua mensagem a homens cultos e
sábios da Europa.
Resumir Nietzsche em poucas linhas?
Talvez esse autor seja o que menos se deixe
resumir sejam lá quantos linhas tivermos para
tal. Nietzsche foi o anunciador da bombástica
morte de Deus, quer dizer, do esgotamento dos
sentidos e significados do existente até então
(segunda metade do século XIX). Também
afirmou o processo que daria origem ao além-
do-homem; a superação consciente de tudo
aquilo que conhecemos como humanidade
factível.
RESUMINDORESUMINDO
E retomando uma ideia milenar, chegou
a afirmar o eterno-retorno-do-mesmo, ou seja,
dizer-se que isso que escrevo,neste momento
preciso, já o fiz e o farei novamente infinitas
vezes. Por vezes manifestou ódio irracional e
propôs a destruição de deficientes físicos,
mentais ou de toda e qualquer espécie de seres
considerados “diferentes” ou “degenerados”.
Foi um autor polêmico, que poderia ser talvez
melhor compreendido se simplesmente
afirmássemos, a seu respeito, que ele
“sacudiu” e “abalou” à base de marteladas, as
fundações da civilização ocidental.
O EXISTENCIALISMO DE SARTRE O EXISTENCIALISMO DE SARTRE (1905 - 1980) E SIMONE DE (1905 - 1980) E SIMONE DE
BEAUVOIR (1908 - 1986)BEAUVOIR (1908 - 1986)Existir é fazer-se
carência de ser, é lançar-
se no mundo [...]
BEAUVOIR, Simone de.
A questão
fundamental é: que fez
você da sua vida.
Sartre.
CONTEXTUALIZAÇÃOCONTEXTUALIZAÇÃO
Jean-Paul Sartre nasceu em Paris em 1905,
tendo atuado como filósofo, romancista,
dramaturgo e ativista político com forte
participação no jornalismo.,
Simone de Beauvoir foi filósofa e escritora e
dedicou-se À luta pela libertação de todos os
homens com ênfase ao processo de
emancipação das mulheres.
O movimento existencialista formou-se
durante o período entre guerras (1918-1939).
Desenvolveu a chamada política de Guerra
Fria, ou seja, a bipolarização entre duas
grandes potências, EUA e URSS,
representando respectivamente o capitalismo
e o comunismo.
Sartre acompanhado de Simone, apoiou o
movimento revolucionário cubano e o
movimento maoísta.
Para Sartre e Simone, Deus não existe. A
vida é aquela que pudermos produzir,
individual e coletivamente. Em dado
momento, Sartre afirmo que “o inferno são os
outros”.
O existencialismo desenvolveu-se ao
longo (e imediatamente depois) da 2ª Guerra
Mundial (1939-45). Tanto Sartre como Simone
procuraram refletir em suas obras a urgência e
as contradições dos seres humanos. Os homens
seriam responsáveis pelas características do
mundo em que vivem.
RESUMINDORESUMINDO
Os homens seriam desde cedo
concebidos como imperfeitos e inacabados e,
por isso mesmo, precisariam terminar o
trabalho; quer dizer, escolher e agir de
maneira a buscar o melhor para si e para o
mundo ao seu redor. Cada ação e escolha
humana são consideradas determinantes e
fundamentais por tal filosofia, contribuindo
necessariamente para a melhoria, ou até
mesmo destruição, da vida no planeta.
ANDRÉ COMTE-SPONVILLE (1952 ANDRÉ COMTE-SPONVILLE (1952 - ...)- ...)
Filosofar significa
pensarmos a nossa vida e
vivermos o nosso
pensamento. Entre os dois
subsiste, porém, uma
defasagem, que nos
constitui e nos dilacera. E a
filosofia, em geral, é apenas
a negação disso. Para que
pensar tanto, se é pra viver
tão pouco?
COMTE_SPONVILLE, André.
Ex-aluno da École Normale Supérieure,
nasceu em 1952 em Paris.
Publicou “Pequeno tratado das grandes
virtudes”, um livro sério, profundo e que
conquistou a condição de um marco em
termos de vendagem.
O desespero é o seu tema central. Nada a
esperar. Viver o melhor e o mais
intensamente possível a vida.
André Comte-Sponville deixou-se influenciar
e constituir pela onda revolucionária que
varreu e transformou o Ocidente.
Estudou e acreditou muito tempo no
marxismo, mas pode perceber as limitações e
insuficiências da teoria e prática da esquerda.
Posiciona-se como materialista enquanto
filósofo, acreditando na existência real das
coisas , como um fator objetivo que existe,
independentemente da nossa consciência.
Afirma ser ateu. Daí a importância que ele
atribui à reflexão e ação efetiva dos homens.
Para ele, a filosofia não deve existir apenas
para uma minoria, mas deve ocupar os
espaços públicos.
André Comte-Spnville é um ateu e um ex-
militante político ligado à esquerda. Não
desistiu de sonhar e lutar ou tentar contribuir
para a construção de um mundo melhor.
Apenas não fechou os olhos para os tropeços e
equívocos cometidos pelas forças de esquerda
na luta contra o capitalismo. No centro de sua
filosofia podemos localizar a categoria do
desespero.
RESUMINDORESUMINDO
Desesperar, no entender do autor,não
seria deixar de esperar ou de buscar o melhor,
mas deixar de esperar de maneira cômoda e
inerte, a partir de alguma força transcendente
ao humano, pelo desejável. Precisamos nos
aperceber de que estamos sós no universo,
nem deus nem deuses, ou forças místicas
quaisquer poderão nos ajudar ou socorrer
quanto ao que tememos ou desejamos.
O humano só pode esperar e sonhar com
base no humano. Temos também que nos
conscientizar de nossos limites e contradições.
Não podemos tudo, mas podemos algo. Sonhar
paraísos e mundos idealizados muitas vezes só
piora; ou no mínimo, retarda ou mesmo
dificulta a realização das formas necessárias à
melhoria do mundo em que vivemos. Realismo,
racionalidade, intuição e sentimento devem ser
engajados na luta por um mundo melhor para
todos.