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Revisão de Literatura
116 Rev Dental Press Periodontia Implantol. 2010 abr-jun;7(2):000-000
* Especialista em Impantodontia, Especialista em Perio-
dontia, Professora Adjunta do Curso de Especialização
Implantodontia da Universidade de Santo Amaro (Uni-
sa/SP). Mestranda em Implantodontia na Unisa.
** Especialista em Prótese Dentária. Professor Adjunto da
Disciplina de Prótese Dentária da Universidade Federal
de Araras. Mestrando em Implantodontia na Unisa.
*** Especialista em Implantodontia, Especialista em Endo-
dontia, Professor Adjunto do Curso de Especialização
em Implantodontia da Faculdade de Odontologia de
Santos/SP, Mestrando em Implantodontia na Unisa.
**** Professor Doutor do curso de Mestrado em Implanto-
dontia da Unisa.
***** Livre docente em Odontologia pela Unicamp, Doutor
em Periodontia pela Faculdade de Odontologia da USP.
Mestre em Odontologia pela Faculdade de Odontologia
da USP. Coordenador dos Cursos de Especialização e
Mestrado em Implantodontia da Unisa.
Palavras-chave
Peri-implantite. Doença peri-implantar.
Implantes.
Resumo
Peri-implantite é uma doença de origem bacteriana que atinge tardiamente um
implante após uma osseointegração bem sucedida. Suas consequências são
a destruição óssea, perda de inserção, sangramento e alterações dos tecidos
moles adjacentes ao implante afetado, podendo, em casos avançados gerar a
perda parcial ou total da osseointegração. Sendo assim, a reosseointegração
é o objetivo final de todo e qualquer tratamento de peri-implantite. A proposta
deste trabalho é revisar, na literatura, estudos com opções de tratamento que
possibilitassem a sua obtenção, estabelecida clinicamente e comprovada por
evidências científicas. O levantamento da literatura foi realizado manualmente
e através da base de dados da Medline, compreendendo o período de 1990
a 2009. Basicamente, o tratamento ideal poderia ser dividido em três etapas:
eliminação das causas, restauração das condições anatômicas perdidas e ma-
nutenção da saúde dos tecidos peri-implantares, permitindo a longevidade do
implante em função. Analisando os estudos in vitro e em animais, concluiu-se
que é possível a obtenção da reosseointegração em implantes previamente
contaminados; quanto aos estudos em humanos, embora alguns mostrassem
remissão dos sinais clínicos e aumento ósseo clínica e radiograficamente, o
processo de reosseointegração não pôde ser comprovado, devido à impossibi-
lidade de realização de estudos histológicos.
Reosseointegração: é um objetivo viável?
Cristiane Ibanhes Polo*, Luciano de lima**, Marcelo Rial Dias***,
Ilan WeinfielD****, Wilson Roberto senDyk*****
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inTRoDUÇÃo
Durante as quatro últimas décadas, inú-
meros estudos longitudinais, retrospectivos e
prospectivos, e relatos de casos clínicos com
evidências científicas comprovadas consagraram
o tratamento através da instalação de implantes
osseointegrados em pacientes denominados “in-
válidos orais”, a fim de restabelecer a função, a
estética e mesmo restaurar áreas perdidas por
acidentes ou patologias. Porém, apesar do alto
índice de sucesso alcançado, falhas dos implantes
ocorrem e podem ser diagnosticadas de acordo
com critérios estabelecidos anteriormente, que
determinam a perda da osseointegração1. Quan-
do essas perdas ocorrem tardiamente, podem
ser decorrentes de peri-implantite. Pesquisas re-
centes mostram correlação entre sinais clínicos
de mucosite peri-implantar /peri-implantite e pre-
sença de patógenos periodontais2, confirmando
estudos anteriores sobre a etiologia e diagnós-
tico das doenças peri-implantares em relação à
doença periodontal3,4. As bactérias mais frequen-
temente encontradas são: Porphyromonas gingi-
valis, Prevotella intermédia/nigrescens, Fusobac-
terium spp e Streptococcus5,6. Recentemente,
Tabanella et al.8 relataram a associação de perda
óssea peri-implantar com profundidade de bolsa
peri-implantar, dor à mastigação e presença sub-
mucosa dos patógenos periodontais Tannerella
forsythia, Campylobacter, Peptostreptococcus
micros, Eubacterium e Fusobacterium7.
A incidência de mucosite e peri-implantite
atinge em torno de 50% e 46% dos implantes,
respectivamente8.
Contudo, embora seja importante a pesquisa
dos fatores etiológicos e a determinação de
meios diagnósticos eficazes para a peri-implanti-
te, é ainda mais importante encontrar um ótimo
tratamento com a finalidade de restabelecer as
condições físicas e biológicas favoráveis para
que ocorra uma nova osseointegração — que
é definida, sob o ponto de vista da biologia mi-
croscópica, como a íntima aposição entre o osso
novo e o remodelado, em harmonia com as fixa-
ções e sem interposição de tecido conjuntivo9.
Portanto, preocupados com a grande ocor-
rência de doenças peri-implantares, nosso obje-
tivo foi buscar na literatura recente os métodos
de tratamento mais utilizados e que fossem
passíveis de serem executados no consultório,
utilizando-se equipamentos simples e que obti-
vessem bons resultados clínicos comprovados.
maTeRial e méToDos
A seleção dos artigos foi realizada ma-
nualmente e através do centro de dados da
Pubmed, compreendendo o período de 1990
a 2009. Foram utilizadas para a busca as pa-
lavras periimplantitis, peri-implantar diseases,
periimplantitis and periodontitis, implants and
risk factors. De 993 artigos listados na busca,
excluíram-se os repetidos, os que não possuí-
am relevância direta com o tema, os relatos de
caso único e de clínica privada, e os que não
estavam disponíveis para visualização. Foram
selecionados, inicialmente, 52 artigos, dos quais
foram excluídos os de pequena casuística, os
sem controle pós-tratamento, os retrospectivos
com dados e/ou documentação incompletos e
os com resultados inconsistentes.
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RevisÃo Da liTeRaTURa
O início da década de 90 marcou o de-
senvolvimento de várias pesquisas sobre a
etiologia, prevalência e diagnóstico da peri-
implantite, bem como de tratamentos para sua
reversão. Os estudos publicados desde então
foram realizados em humanos e animais, com
variadas metodologias e materiais, o que im-
possibilitou a idealização de um protocolo de
tratamento comprovado para a obtenção da
reosseointegração. Dentre os tipos de trata-
mentos testados, encontramos desde os mais
conservadores, indicados apenas em caso de
mucosite, até os mais completos e invasivos,
com descontaminação a laser, regeneração
óssea guiada, antibioticoterapia ou associação
desses métodos, indicados para os casos de
peri-implantite. Essa revisão foi dividida em
tópicos por questões didáticas, seguindo uma
sequência de três etapas que julgou-se essen-
ciais para um tratamento completo visando a
longevidade dos implantes osseointegrados:
eliminação das causas, restauração das con-
dições anatômicas perdidas e manutenção da
saúde dos tecidos peri-implantares3,4,5.
Descontaminação da superfície do implante
(eliminação das causas)
As recomendações referentes ao tratamen-
to de lesões peri-implantares convergem para
uma prévia descontaminação das superfícies
dos implantes acometidos pela peri-implantite,
sempre acompanhada de orientação sobre hi-
giene. Métodos mecânicos, químicos e físicos
são os empregados para a descontaminação
dos implantes e podem estar associados ou
não à regeneração óssea guiada (ROG).
Métodos mecânicos
Dentre os métodos mecânicos, o debri-
damento pode ser realizado com o auxílio de
curetas específicas, plásticas ou de titânio, com
aparelhos de ultrassom e/ou jateamento com
pó abrasivo, de forma fechada ou com auxílio
de retalhos cirúrgicos, para melhorar a visualiza-
ção e acesso às superfícies afetadas. Recente-
mente, num consenso da tradicional Academia
Européia de Periodontia, com base em estudos
realizados em animais, concluiu-se que a cure-
tagem aberta, associada à descontaminação de
superfícies, foi mais efetiva do que a curetagem
fechada na resolução da peri-implantite10.
Alguns autores propuseram a associação
de técnicas para uma descontaminação mais
efetiva, utilizando-se jateamento de pó abra-
sivo sobre as superfícies contaminadas, a fim
de remover e eliminar os micro-organismos pa-
tógenos, restabelecendo a saúde dos tecidos
peri-implantares3,11,12.
Um estudo recente comparou dois méto-
dos de tratamentos não-cirúrgicos para peri-
implantite através de curetagem mecânica
com curetas de titânio e utilização de ultras-
som. Os resultados obtidos sugeriram que os
tratamentos não-cirúrgicos, em casos iniciais
de peri-implantites, não são clinicamente re-
levantes; ambos mostraram melhora no índi-
ce de placa e sangramento à sondagem após
seis meses, contudo, a utilização de ultrassom
mostrou melhores resultados13.
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O polimento das superfícies com o uso de
taças de borracha também pode ser realizado,
proporcionando uma superfície mais lisa e po-
lida aos implantes, diminuindo as chances de
recontaminação das mesmas3.
No momento da descontaminação, o tipo
de superfície do implante também deve ser
considerado, uma vez que algumas superfícies
permitem uma descontaminação mais efetiva,
como no caso dos implantes usinados e poli-
dos, como os originais Branemark2,4.
Métodos químicos
As formas de descontaminação química
descritas na literatura são realizadas através do
emprego de substâncias químicas, que podem
ser utilizadas de forma sistêmica ou local, as-
sociadas ou não aos métodos mecânicos. Os
agentes antimicrobianos, a utilização de antis-
sépticos bucais em forma de enxaguatórios, e
soluções utilizadas sob forma de irrigação são
frequentemente citados3,4,10,11,14,15,16.
É de fundamental importância, nos casos
de resistência ao tratamento, um correto diag-
nóstico microbiológico, para que se faça a se-
leção do antimicrobiano específico, pois a do-
ença peri-implantar está associada a um tipo
específico de micro-organismo, assim como
ocorre nos pacientes que apresentam perio-
dontite crônica14.
Conforme relatado no último Consenso da
Academia Européia de Periodontia, a utilização
de antimicrobianos de uso sistêmico mostrou-se
eficaz na diminuição do sangramento à sonda-
gem e diminuição da profundidade de bolsas10.
A administração de antibióticos no tra-
tamento da peri-implantite varia, entre os
estudos, quanto à droga utilizada, dosagem,
forma de administração, duração e início da
terapia antibiótica. A escolha mais comum
de antibiótico sistêmico é o metronidazol
e amoxicilina combinados, ou metronidazol
exclusivamente. Embora com resultados
altamente variáveis, muitas estratégias de
tratamento anti-infeccioso têm demonstra-
do efeitos clínicos benéficos em humanos,
tais como redução da inflamação, redução
da profundidade de sondagem e ganho ós-
seo nos defeitos. Porém, não há evidências
suficientes para suportar um protocolo es-
pecífico de tratamento nem para determinar
a importância da terapia anti-infecciosa vi-
sando a longevidade do implante15,16.
Analisando o emprego de antissépticos uti-
lizados para irrigação das superfíces de implan-
tes, encontramos diversos trabalhos na literatu-
ra sugerindo o uso do digluconato de clorexidi-
na em concentrações de 0,12% e 0,2%, bem
como a utilização de solução salina3,4,11.
Uma revisão de literatura, com ênfase no
tratamento antimicrobiano e uso de agentes
antissépticos e/ou antibióticos na doença
peri-implantar, ilustra protocolos com o uso
de clorexidina e Listerine®, fibras de tetraci-
clina, aplicação de gel de ácido fosfórico e
profilaxia com taças de borracha e curetas. A
remoção eficaz da placa bacteriana reduz a
inflamação dos tecidos peri-implantares, inde-
pendentemente dos limitados resultados em
casos mais severos15.
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(100µg/mL) na descontaminação dos implan-
tes afetados, associada ao tratamento cirúrgi-
co de preenchimento do defeito com utilização
de osso autógeno e membranas de politetra-
fluoretileno expandido (e-PTFE). Concluíram
que o tratamento de fotossensibilização e pre-
enchimento com osso autógeno e membrana
produziu uma significativa redução do defeito
ósseo peri-implantar18.
A fotossensibilização por azul de toluidina
associada ao laser como complemento de tra-
tamento cirúrgico tem sido citada por diversos
autores, os quais concluem que o tratamento
com fotossensibilização letal associada à re-
generação óssea guiada (ROG) permite uma
melhor reosseointegração na área adjacente
ao defeito peri-implantar, independentemente
da superfície do implante. Observou-se tam-
bém que o tratamento combinado é capaz de
reduzir a contagem bacteriana em dois panos
log, em média, representando uma redução
significativa (P < 0,0001) dos valores iniciais
nos três grupos de bactérias mais encontra-
das: A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis
e P. intermedia11,19,20.
Um estudo experimental analisou possíveis
alterações na superfície de implantes de titânio
causadas pela aplicação de laser. Foram con-
feccionados discos de titânio com diferentes
tipos de tratamento de superfície e irradiados
com laser de Carbon dioxide (CO2), Gallium-
aluminum-arsenide (GaAlAs), Erbium:yttrium-
aluminum-garnet (Er:YAG), Neodymium:YAG
(Nd:YAG) e Holmium:YAG (HoYAG). As amos-
tras foram analisadas através de microscopia
Métodos físicos
Quanto à descontaminação por meios fí-
sicos, evidencia-se a utilização do laser, que
tem sido muito relatada na literatura. Na re-
alidade, a aplicação mais estudada do laser
na Implantologia refere-se ao tratamento da
peri-implantite.
Um estudo experimental foi realizado
com a intenção de examinar o efeito bac-
tericida da irradiação com laser de baixa
intensidade com uma substância fotossen-
sibilizante. Foram incubadas placas feitas de
titânio comercial puro, com superfície polida
por máquina ou com superfície de hidroxia-
patita; ou jateadas de plasma ou com uma
superfície jateada de corundum, e gravadas
em uma suspensão de Actinobacilus actino-
micetemcomitans, Porphyromonas gingivalis
ou Prevotella intermedia. As superfícies fo-
ram tratadas com azul de tolueno e irradia-
das com laser de baixa intensidade de dio-
do com comprimento de onda de 905nm,
durante um minuto. O estudo concluiu que
a inspeção por microscopia eletrônica das
placas tratadas resultou na destruição de
células bacterianas. Os presentes resulta-
dos in vitro indicam que a fotossensibiliza-
ção letal pode ser útil para o tratamento de
peri-implantite. Contudo, estudos in vivo são
necessários para avaliar se fotossensibiliza-
ção letal pode ser uma ferramenta útil no
tratamento das doenças peri-implantares17.
Num estudo clínico subsequente, os mes-
mos autores utilizaram laser de baixa potência
combinado ao uso do corante azul de toluidina
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eletrônica de varredura (SEM) e espectrometria
de energia dispersiva (EDX). Os resultados per-
mitiram concluir que a aplicação do laser tipo
GaAlAs é a mais segura com relação às possí-
veis alterações da superfície do titânio21.
Um estudo in vivo investigou a redução
de bactérias aeróbicas com lasers de diodo
de diferentes comprimentos de onda. Os re-
sultados demonstraram uma relevância clí-
nica, uma vez que todos os programas de
irradiação investigados reduziram a coloniza-
ção bacteriana média do biofilme, sendo que
a real extensão da redução dependia do tipo
de bactéria e do modo de irradiação22.
Recentemente, foi apresentado um pro-
tocolo cirúrgico para a descontaminação da
superfície de implante acometido por peri-
implantite utilizando-se o laser de CO2, as-
sociado-o à utilização de algum tipo de en-
xerto, com ou sem o uso de membrana. Tal
protocolo foi baseado em uma revisão de li-
teratura realizada previamente pelos autores
sobre o tratamento da peri-implantite, sen-
do que: de 14 trabalhos selecionados, nos
quais foi utilizado o laser de CO2, apenas 6
obtiveram nova formação óssea no resultado
final e, desses, 2 utilizaram algum tipo de
preenchimento com membrana. Porém, os
autores concluíram que há necessidade de
preparo técnico prévio do profissional para
a utilização do laser de CO2 a fim de não
causar danos nos tecidos circundantes. Além
disso, o preço do aparelho parece ser um fa-
tor significativo na escolha dessa alternativa
de tratamento23.
Tratamento cirúrgico (restauração das condi-
ções anatômicas e biológicas perdidas)
Desde os primeiros trabalhos desenvolvi-
dos sobre tratamentos de peri-implantite, o
cirúrgico, ou aberto, associado à utilização de
técnicas de regeneração óssea guiada (ROG)
tem sido o mais utilizado e bem-sucedido. Es-
tudos anteriores testaram a técnica de ROG
apenas com a utilização de membranas, sendo
que as não-reabsorvíveis e submersas levaram
a excelentes resultados com a associação de
tratamentos descontaminantes locais e antibi-
óticos de uso sistêmico3,15,24.
De acordo com os critérios de Schou et
al.11, ficou estabelecido que o tratamento ci-
rúrgico da peri-implantite deve ser realizado
em casos com bolsa maior que 5mm, com
perda óssea contida e com as orientações de
higiene instituídas11.
Dos trabalhos revisados mais recentes, ape-
nas um mostrou estudos longitudinais de tra-
tamento cirúrgico com utilização de enxertos.
Esse estudo de casos teve como objetivo inves-
tigar os resultados clínicos de quatro anos após
terapia regenerativa cirúrgica de peri-implantite
utilizando-se, como material de enxerto, a hidro-
xiapatita nanocristalina (NHA) ou osso mineral
natural associado com membrana de colágeno
(NBM+CM). Parâmetros clínicos e radiográfi-
cos foram anotados no início e após 36 e 48
meses de cicatrização aberta. Comparada com
a NHA, a aplicação de NBM+CM obteve uma
média mais alta na diminuição da profundidade
de bolsa e aumento no nível de inserção clí-
nica aos 48 meses. O preenchimento ósseo
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foi observado radiograficamente em cinco lo-
cais no grupo NHA e em oito locais do gru-
po NBM+CM. Concluiu-se que a aplicação de
NBM+CM gera melhores resultados clínicos
que o NHA25.
Foram encontradas na literatura várias for-
mas de tratamento regenerativo, utilizando
membranas não-reabsorvíveis (ROG) e pre-
enchimento dos defeitos ósseos com diversos
tipos de enxertos, tais como: osso autógeno,
hidroxiapatita, osso liofilizado (DFDB) e, até
mesmo, proteína morfogenética óssea recom-
binante humana (rhBMP2) associados ou não
a outros tratamentos complementares, como
o uso de antibioticoterapia local e/ou sistêmi-
ca, descontaminação por jato de bicarbonato
e debridamento mecânico. Todos os métodos
descritos resultaram em aceitável ganho ósseo,
sendo que a melhor solução em relação ao ga-
nho ósseo e reosseointegração foi a combina-
ção de ROG e DFDB ou autógeno4,11,12,26.
Em uma das revisões analisadas, os autores
coletaram todas as informações disponíveis so-
bre o tratamento da mucosite peri-implantar e
peri-implantite, incluindo estudos em animais e
humanos. Devido à variedade de métodos e ma-
teriais, foram reunidos os estudos mais seme-
lhantes, os quais permitiram concluir que a utili-
zação de membrana com algum tipo de enxerto
associada à descontaminação prévia por jato
de bicarbonato e/ou uso de antibioticoterapia,
mantendo os implantes submersos, foi a técnica
mais eficiente, mostrando maior quantidade de
osso formado e diminuição na profundidade de
bolsa, no índice gengival e no sangramento à
sondagem. Nas peri-implantites, os relatos de
caso mostraram muitas variáveis nas combina-
ções de tratamentos, como ajustes oclusais, de-
bridamento mecânico, antibióticos locais e sistê-
micos, sendo que o debridamento com acesso
cirúrgico obteve o melhor resultado12.
Uma revisão de procedimentos de regene-
ração óssea guiada para corrigir deiscências e/
ou fenestrações associadas com a instalação
de implantes foi realizada, por sua semelhança
com o processo de peri-implantite. Todos os
defeitos foram tratados com membranas rea-
bsorvíveis ou não, associadas ou não ao uso
de materiais de enxerto. Apesar da ocorrência
de alguns casos de exposição e/ou infecção
de membrana (20% das não-reabsorvíveis e
5% das reabsorvíveis), obteve-se, geralmente,
completo ou quase completo preenchimento
do defeito ósseo inicial. Todavia, apenas com
o uso das membranas não-reabsorvíveis ocor-
reu formação óssea sem utilização de nenhum
tipo de enxerto. A média de sucesso dos im-
plantes, independentemente do tipo de mem-
brana utilizada, foi de 95,7%26.
Buscando evidências da existência de reos-
seointegração após o tratamento de peri-implan-
tite em superfícies contaminadas de implante,
pesquisadores observaram que o acesso cirúr-
gico com cicatrização fechada influencia positi-
vamente o grau de reosseointegração, quando
comparado com a descontaminação não-cirúr-
gica da superfície do implante com cicatrização
aberta. A avaliação da reosseointegração, reali-
zada através de microscopia óptica, permite con-
cluir que: a reosseointegração é possível de ser
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obtida em uma superfície previamente contami-
nada; varia consideravelmente dentro e entre es-
tudos; é imprevisível; pode ser influenciada pelas
características da superfície do implante; nenhu-
ma das técnicas utilizadas conseguiu obter uma
reosseointegração completa de uma superfície
de implante contaminada27.
De acordo com o último Consenso realizado
pela Academia Europeia de Periodontia, sinteti-
zando os últimos estudos sobre o tratamento
cirúrgico da peri-implantite, as conclusões em
relação ao tratamento cirúrgico abordaram as
mesmas conclusões já citadas anteriormente,
acrescentando que a curetagem aberta com a
descontaminação resolve a peri-implantite, pro-
move preenchimento ósseo e poderia resultar
em reosseointegração, sendo que essa pode ser
mais facilmente obtida em implantes com superfí-
cie rugosa do que nos implantes com superfícies
lisas. O uso adicional de enxertos com ou sem
membranas resulta em quantidades variáveis de
preenchimento ósseo e reosseointegração, em-
bora tal resultado pareça ser influenciado pelo ta-
manho e morfologia do defeito peri-implantar10.
Em humanos, o acesso cirúrgico combina-
do com a descontaminação da superfície do
implante para o tratamento da peri-implantite
tem sido raramente estudado. Uma cirurgia
reconstrutiva também deve ser considerada
como meio de restaurar o defeito ósseo10.
Tratamento não-cirúrgico
(eliminação das causas)
Dentro dessa modalidade, estão incluí-
dos todos os estudos descritos anteriormente
dentro dos tratamentos de descontaminação
mecânica e/ou química, sabendo-se que são
eficazes apenas para os casos de mucosites ou
como complemento do tratamento cirúrgico.
Prevenção e visitas de controle
periódico (manutenção da saúde dos
tecidos peri-implantares )
A formação e o desenvolvimento de um
biofilme microbiano representam um impor-
tante fator etiológico na patogenia da doença
peri-implantar2-6; Além disso, é evidente na li-
teratura a importância dada à orientação de
higiene bucal e visitas de controle para a ma-
nutenção da saúde dos tecidos peri-implanta-
res, como preconizado nos casos de doença
periodontal, ou seja, colocar um implante e
pensar que a higienização não precisa ser a
mesma como a de um dente natural, é seguir
no caminho do insucesso11,14,28,29. Uma higiene
bucal pobre aumenta os riscos da ocorrência
de peri-implantite, principalmente em pacien-
tes fumantes, que são o maior grupo de risco
da doença2. Um trabalho propôs um protocolo
para manutenção da osseointegração, funda-
mental para a longevidade dos implantes, que
pode ser associado a qualquer modalidade de
tratamento da peri-implantite28.
Para a obtenção de parâmetros clínicos
diagnósticos e futuros controles dos tecidos pe-
ri-implantares, vários autores evidenciam a ne-
cessidade da realização de sondagem de bolsa
ao redor dos implantes para avaliar a presença
de sangramentos e medir a profundidade da
bolsa e do nível de inserção3,10,14,16,24.
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É importante que, seguindo as recomen-
dações do consenso realizado pela tradicional
Academia Europeia de Periodontia, o clínico
realize sondagens no momento da instalação
da prótese, para servir de referência aos fu-
turos controles, bem como observe sangra-
mento e supuração, uma vez que esses são
os primeiros sinais da peri-implantite. Seria
aconselhável também a realização de contro-
les radiográficos. A doença periodontal dos
dentes remanescentes deve ser tratada antes
da instalação dos implantes10.
DiscUssÃo
A revisão de literatura permite apontar as
principais modalidades de tratamento para peri-
implantite: uso de antissépticos bucais, antibio-
ticoterapia, raspagem ou debridamento cirúrgi-
co e não-cirúrgico, enxertos ósseos com e sem
o uso de membranas e laserterapia, além da
associação de mais de uma modalidade. Con-
clui-se que a associação de técnicas é válida e
muitas vezes necessária, ficando evidente que,
independentemente do tipo de tratamento a ser
realizado (cirúrgico ou não-cirúrgico), a descon-
taminação do implante é condição determinan-
te para uma nova formação óssea30.
Embora alguns estudos sugiram que a
superfície lisa é mais favorável à descontami-
nação2,4, outros mostram métodos eficazes
de descontaminação mecânica, química ou fí-
sica, em qualquer tipo de superfície11,12,17,22,29.
Observa-se a mesma conclusão nos trabalhos
que induziram a peri-implantite através de liga-
dura, pois a análise microbiológica não mostrou
diferença significativa entre os diversos tipos de
superfícies dos implantes e tampouco na quan-
tidade de perda óssea peri-implantar2,4,5,15.
A curetagem aberta, incluindo a desconta-
minação da superfície, pode resultar em reos-
seointegração e sua integração é mais pronun-
ciada em implantes com superfícies rugosas27.
Várias pesquisas, incluindo o último Consen-
so da tradicional Academia de Periodontia10, con-
cluem que a reosseointegração é mais pronun-
ciada em implantes de superfície rugosa11,19,20.
Estudos recentes em animais envolvendo
implantes com superfície rugosa indicaram
que considerável regeneração óssea e reos-
seointegração podem ser obtidas utilizando-
se enxerto ósseo autógeno coberto por mem-
brana. Contudo, a comparação dos resultados
dos tratamentos em humanos e animais é
difícil devido às diferenças entre os tipos de
implantes, enxerto e protocolos de avaliação
utilizados. O tratamento cirúrgico é viável, po-
rém são necessários estudos longitudinais em
humanos envolvendo suficiente número de
pacientes, de modo a prover uma base sólida
de recomendações em relação ao tratamento
cirúrgico da peri-implantite11.
Contrariando estudos anteriores11,16,18,24,25,
a Academia fez duas observações polêmicas,
quando concluiu que os procedimentos regene-
rativos, como técnicas de enxerto com ou sem o
uso de membranas, resultaram em vários graus
de sucesso, enfatizando que as mesmas téc-
nicas não curam a doença, mas simplesmente
preenchem o defeito ósseo; e também quando
afirmou que efeitos benéficos menores foram
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mostrados com a utilização de laserterapia na
peri-implantite, o que contraria os resultados
obtidos em outros estudos17-20,22,23.
A enorme diversidade de metodologias uti-
lizadas — tanto para o tratamento quanto para
a avaliação dos resultados obtidos —, além da
variedade de biomateriais utilizados para pre-
enchimento, inviabilizam a elaboração de um
protocolo padrão para o tratamento da peri-
implantite com evidências científicas. Portanto,
sugere-se que sejam realizados estudos longi-
tudinais prospectivos e multicêntricos utilizando
a mesma metodologia de tratamento e de aná-
lise, com um número substancial de pacientes,
para obtenção de um resultado com significân-
cia estatística e científica.
conclUsÃo
Analisando os estudos selecionados, con-
cluiu-se que:
•Énecessárioumcontrolepreventivoutili-
zando parâmetros clínicos de diagnóstico
das doenças peri-implantares, a fim de
identificar o princípio de qualquer altera-
ção dos tecidos locais.
•Na presença de inflamação, com au-
sência de perda óssea, o jateamento
de bicarbonato associado à utilização
de antibiótico sistêmico e enxaguató-
rios com clorexidina consiste em um
tratamento eficaz.
•Com a não remissão dos sintomas de
inflamação, edema, sangramento à son-
dagem, supuração e perda óssea, o
tratamento cirúrgico é o mais indicado,
associado a um processo de desconta-
minação com laser de baixa potência,
antibiótico sistêmico, reconstrução ós-
sea do defeito com enxerto autógeno,
ou outro substituto ósseo, e utilização
de membrana não-reabsorvível, preferi-
velmente submersa.
•Não se pode comprovar, pelos estudos
em humanos, a concretização do proces-
so de reosseointegração, pois essa só é
identificada pela análise histológica. Po-
rém, evidências clínicas e radiográficas
mostram nova formação óssea, acompa-
nhada de diminuição do sangramento, da
profundidade de bolsa e do edema.
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Re-osseointegration: is it a viable goal?
aBsTRacT
Peri-implantitis is a bacterial disease that affects lately an implant after a successful osseointegration, which promotes bone destruction, attachment loss, bleeding and changes in soft tissues adjacent to the implant affected and can, in advanced cases generate partial or complete loss of osseointegration. Thus, the re-osseointegration is the ultimate goal of any of periimplantitis treatment. The aim of this study was to review on literature studies with treatments options that would enable its attainment, clinically established and corroborated by scientific evidence. The review of the literature was performed manually and through Medline databases from 1990 to 2009. Basically, the ideal treatment could be divided into three stages: elimination of the causes, restoration of anatomical and biological conditions that had been lost and maintenance of healthy periimplantar tissues, allowing the longevity of the implant in function. Analyzing in vitro and animal studies, we conclude that it is possible to obtain the re-osseointegration in previously contaminated implants; in relation to humans, some studies showed remission of clinical signs and increased bone formation observed clinically and by x-rays, nevertheless the re-osseointegration process could not be proven due to the impossibility of histological studies.
KEYWORDS: Periimplantitis, Periimplantar diseases, Implants.
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