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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: O Cotidiano e o Humor de Stanislaw Ponte Preta em Sala de Aula

Autor Rogel Antonio Camargo Barreto

Escola de Atuação Col. Est. Padre Sigismundo – Ens. Fundamental, Médio, Normal e Profissional.

Município da escola Quedas do Iguaçu

Núcleo Regional de Educação Laranjeiras do Sul

Orientador Prof. Célia Bassuma Fernandes

Instituição de Ensino Superior UNICENTRO

Disciplina/Área (entrada no PDE) Língua Portuguesa

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

Público Alvo:

Alunos (as) da 3ª. Série do curso de Formação de Docentes.

Localização: Col. Est. Padre Sigismundo – Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional. Rua Marfim,,1177 – Centro - Quedas do Iguaçu – Paraná

Apresentação: Quando se fala na prática de leitura, a maioria dos alunos está distante daquilo que propõem os documentos oficiais, que é saber compreender a variedade de textos que circulam socialmente. Pouca leitura e dificuldades na interpretação é, de fato, uma das realidades constantes nas escolas, que dificulta o processo de aprendizagem da Língua Portuguesa, e o entendimento sobre os diversos sentidos que estão no texto. O grande desafio do professor e da escola é desenvolver a prática da leitura, tornando o sujeito-leitor um cidadão crítico. A partir desta problemática, é que a crônica constitui um material eficaz para desenvolver o interesse pela leitura, visto ser um texto curto e frequentemente marcado pelo humor, e, portanto, de interesse dos alunos. - Desenvolver nos alunos o interesse pela leitura através da leitura das crônicas de Stanislaw Ponte Preta. A pesquisa fundamenta-se na linha do Análise do Discurso francês de Michel Pecheux e em Eni Orlandi que são autores conceituados e, outros que afiliam-se na mesma corrente teórica.A metodologia se constitui em pesquisa ação, uma vez que após pesquisa , leitura e análise da realidade será implementado um projeto de intervenção.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Leitura; crônica; cotidiano; humor;análise do discurso.

2

O Cotidiano e o

Humor de

Stanislaw Ponte

Preta em Sala

de Aula

3

NOME DO PROFESSOR PDE: Rogel Antonio Camargo Barreto

ÁREA: Língua Portuguesa

NRE: Laranjeiras do Sul

IES: UNICENTRO

NOME DO ORIENTADOR: Prof. Célia Bassuma Fernandes

ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Col. Est. Padre Sigismundo –

Ens. Fundamental, Médio, Normal e Profissional.

PÚBLICO-ALVO: alunos (as) da 3ª série do curso de Formação de

Docentes.

GUARAPUAVA-PR

2011

4

SUMÁRIO

Apresentação 05

1.Crônicas de Stanislaw Ponte Preta: uma perspectiva

discursiva da leitura

06

1.1 Leitura 06

1.2 O que é crônica? 06

2. Biografia de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) 13

3. Lendo e entendendo as crônicas 15

3.1 Texto I: Sinal vermelho e moça idem 15

3.2 Texto II: Inferno Nacional 21

4.Outras leituras, outros autores 27

5. Outras Linguagens e Informações 27

6. Produção textual 28

7. Referências Bibliográficas 31

5

APRESENTAÇÃO

O presente material tem como objetivo principal

desenvolver nos alunos o gosto pela leitura e fornecer subsídios

para o ensino dessa prática, por meio das crônicas de Stanislaw

Ponte Preta, conhecidas pelo teor humorístico. Para atingir nossos

objetivos, embasaremos nosso trabalho na Análise do Discurso de

origem francesa – teoria da leitura – iniciada por Michel Pêcheux,

em 1969, e mais recentemente no Brasil, por ORLANDI (2009, p.

26), que “visa à compreensão de como um objeto simbólico produz

sentidos.”

Esta Unidade Didática fornece elementos que podem

contribuir para a formação de leitores críticos, capazes de

analisar os diferentes sentidos que perpassam um mesmo texto,

em especial, os “futuros profissionais”, que atuarão nas séries

iniciais da educação básica.

6

1.CRÔNICAS DE STANISLAW PONTE PRETA:

UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA DA LEITURA

1.1 Leitura

Pela perspectiva discursiva, a leitura não é somente fonte de

informação, mas uma forma de compreender como a língua produz

sentidos para e por sujeitos. Interpretar um texto, desse ponto

de vista teórico, significa, portanto, compreender como ele

funciona. De acordo com essa vertente teórica, a interpretação é

um “gesto” que consiste em determinar as condições em que os

discursos foram produzidos, levando em conta a junção do

simbólico (linguístico) e do imaginário (ideológico), a partir da

relação que se estabelece entre a língua, o sujeito e a história.

1.2 O que é crônica?

Inicialmente, a crônica foi utilizada para relatar fatos

históricos da antiguidade, como na Idade Média, por exemplo.

Desse modo, ela já esteve a serviço dos grandes reis, e num

passado bem distante, era também a forma de registrar, de forma

cronológica, os feitos dos grandes personagens, uma vez que o

cronista fazia um registro baseado nas ações, batalhas e outros

acontecimentos considerados importantes.

Em Portugal, no início do século XV, a Carta de Pero Vaz de

Caminha ao El- rei D. Manuel, destaca, pela primeira vez, o Brasil

como palco das crônicas, cujo princípio básico é o registro do

7

circunstancial. Como afirma Sá (1987, p. 05), “[...] é que o texto

de Caminha é criação de um cronista no melhor sentido literário

do termo”. Em outras palavras, esta carta constitui uma crônica do

achamento do Brasil, sendo considerado o marco inicial da

literatura brasileira.

Entretanto, esse tipo de texto vem mudando de estilo,

formato e estrutura ao longo dos tempos. Com o advento da

imprensa, em especial do jornal, ela foi perdendo seu caráter

histórico. Em Paris, passou a fazer parte dos periódicos, no final

do século XVIII, mais precisamente em 1799, quando Julien-Louis

Geoffroy passa a escrever para o Journal de Débats.

No Brasil, é a partir do século XIX, que alguns escritores

brasileiros, como José de Alencar, Machado de Assis entre

outros, passam a se dedicar à crônica jornalística. Posteriormente,

Paulo Barreto (1881 – 1921) ou João do Rio – seu pseudônimo mais

conhecido - iniciou uma busca por fatos para escrever as suas

histórias nos bairros e em lugares badalados do Rio de Janeiro. Ao

invés de esperar que as notícias chegassem até ele, saiu em busca

das circunstâncias, do momento.

Há ainda, outros escritores brasileiros do século XX, que

também se destacaram escrevendo esse tipo de texto, dentre os

quais podemos destacar: Rubens Braga; Fernando Sabino; Sergio

Porto (Stanislaw Ponte Preta), Lourenço Diaféria, Paulo Mendes

8

Campos, Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade e

Vinícius de Moraes.

Por ser uma leitura diária e por ser sufocada pelas grandes

manchetes, a crônica jornalística tornou-se efêmera. O leitor lia,

e no final do dia, o jornal era destinado a outros fins. Logo, vinte e

quatro horas era o tempo da sua duração. Há até um dizer popular

que retrata bem esta ideia: “mais velho que jornal de ontem”.

Nesse sentido, a crônica era uma leitura do cotidiano pelo

cotidiano, feita por pessoas apressadas, que logo a descartavam.

No entanto, não deixava de ser arte, um registro do brevíssimo,

do circunstancial. Enfim, literatura.

Diante deste contexto, muitos autores sentiram a

necessidade de registrar de modo mais duradouro, no sentido de

permanência, essas pequenas “histórias”, que apesar do tempo,

provocavam reflexão e encanto nos leitores.

Um dos escritores preocupados com a “durabilidade” e que

inicia o processo de seleção e de registro desse tipo de texto foi

Rubem Braga, que passa selecionar e a registrar as crônicas em

coletâneas. Criteriosamente, ele descartava os textos mais velhos

e ultrapassados, e selecionava aqueles cuja escrita e teor ainda

provocavam o prazer da leitura nos leitores. E assim, o que antes

era escrito para determinado jornal, passa a fazer parte de

coletâneas. Conforme Sá (1987, p.17):

9

[...] o cronista de jornal também é um escritor, e também ele

deseja escrever algo que fique para sempre. A crônica [...]

quando reunida em um livro, onde se percebe com maior

nitidez a busca de coerência no traçado da vida, a fim de

torná-la mais gratificante e, somente assim, mais perene.

A crônica supera, dessa forma, a brevidade dos fatos e se

torna durável. Essa sensação de definitivo descarta seu caráter

de superficialidade ou de coisa sem sentido. De acordo com o

autor citado, “[...] quando a crônica passa do jornal para o livro, se

amplia a magicidade do texto, permitindo ao leitor dialogar com o

cronista de forma bem mais intensa [...]” (SÁ, 1987, P.86).

Parafraseando o autor, é possível afirmar que ler um livro de

crônicas, no qual as possibilidades de análise se ampliam e a

complexidade aumenta, permite que cresçam as possibilidades de

leitura, ou seja, que sejam compreendidos os diferentes sentidos

sobre o que se está lendo.

Com relação aos aspectos formais, conforme já assinalamos, a

crônica retrata de forma leve e breve, algum fato do cotidiano.

Para tanto, apresenta mais ou menos os mesmos elementos que os

demais textos que compõem o gênero narrativo, como, por

exemplo, o romance, a novela, o conto e a fábula. Quem conta e

escreve a história é o próprio autor, que busca, no dia-a-dia, fatos

que realmente aconteceram, e o faz, quase sempre, na 1ª. ou 3ª.

pessoa.

10

Diferentemente do romance e do conto, em que os

personagens são ficcionais por natureza, nesse tipo de texto, eles

parecem ter uma existência real.

A linguagem empregada é quase sempre a coloquial, sendo

comum, o uso de palavras com mais de um sentido, do humor e da

ironia.

Cabe ainda destacar, que muito se tem discutido se a crônica,

se enquadra no gênero jornalístico ou literário. De acordo com

Fernandes (2002, p. 58), perceber a crônica como ponto de tensão

entre esses dois gêneros “[...] implica reconhecê-la como um

contraponto crítico a qualquer um dos dois pólos. Na contradição,

cada um deles revela o outro pelo que não é”.

Do nosso ponto de vista, ela está entre o jornalismo e a

literatura, visto se situar na fronteira entre a informação sobre a

atualidade e o relato poético da realidade cotidiana.

Por apresentar as características acima mencionadas, e

constituir um gênero textual em que nem o sujeito-autor nem o

sujeito-leitor são passivos, mas ao contrário, produzem sentidos

durante o processo da leitura, é que a crônica constitui um

material eficaz para atingir os objetivos propostos nesse projeto.

11

ATIVIDADES

1) Verifique nos jornais e em revistas locais se neles circulam

crônicas, bem como quem as escreve. Registre essas informações

nas linhas abaixo:

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2) Com base nas discussões realizadas em sala de aula e também

no que você pesquisou, explique o que você entende por crônica.

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3) Pesquise sobre a vida de Stanislaw Ponte Preta. Você poderá

falar da sua produção literária, e em especial, sobre quais são as

principais características que compõem a sua obra.

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4) Pesquise o que é humor e diga em que outros gêneros textuais

esse recurso pode ser encontrado.

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DICAS IMPORTANTES

SITES PARA PESQUISA E LEITURA:

http://www.bn.br

http://www.bibvirt.futuro.usp.br

http://www.biblio.com.br

http://www.mundocultural.com.br

http://www.sitedoescritor.com.br

http://www.releituras.com

http://www.infoescola.com

http://www.caotico.com.br

http://pensador.uol.com.br

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

http://www.dominiopublico.gov.br/

13

SUGESTÕES DE OUTRAS CRÔNICAS DO AUTOR:

Crônicas de humor carioca

Dois amigos e um chato

Tia Zulmira e Eu

Primo Altamirando e Elas

Rosamundo e os Outros

2.BIOGRAFIA DE STANISLAW PONTE PRETA

(SÉRGIO PORTO)

Imagem disponível em http://www.releituras.com

Sérgio Porto (Sérgio Marcus Rangel) nasceu no Rio de

Janeiro, em 11 de janeiro de 1923. Sua vocação para o humor

despertou cedo, ainda nos tempos de colégio. Foi um menino

alegre, de bom-humor e um pouco gordinho. Daí seu primeiro

apelido: “bolão”. Conforme Jorge de Sá, “o humor tipicamente

brasileiro que um dia apareceu nos poemas de Gregório de Matos,

14

reaparece com total força expressiva nas crônicas de Stanislaw

Ponte Preta”.

Antes de ingressar no jornalismo e na literatura, Sérgio Porto

cursou a Faculdade de Arquitetura até o terceiro ano. Em 1942,

começou a trabalhar no Banco do Brasil, onde ficou durante três

anos. Ainda bancário, ingressou no jornalismo, atuando como

comentarista esportivo e repórter policial. Em 1949, passou a

assinar uma coluna na revista “Sombra”. Em 1951, transferiu-se

para o “Diário Carioca”, onde começa a assinar sob o pseudônimo

de Stanislaw Ponte Preta.

Em julho de 1968, sofre uma tentativa de envenenamento,

durante o seu “Show do Crioulo Doido”. Pouco tempo depois, em 30

de setembro do mesmo ano, morre no Rio de Janeiro, aos 45 anos

de idade, em pleno apogeu de sua atividade literária, vítima de um

terceiro infarto.

15

3. LENDO E ENTENDENDO AS CRÔNICAS

Dicas importantes:

Observe o título da crônica. Do que você acha

que ela trata?

Agora releia o texto para responder às questões

que seguem:

3.1.TEXTO 1

Sinal vermelho e moça idem (fragmento)

Cronista que escreve sobre o diário não devia ter nunca

automóvel. O andar na rua, trafegar em coletivos, ter contato

mais direto com a plebe ignara ajuda às pampas. A gente se

imiscuindo é que colhe material para estas mal traçadas.

Ontem, por exemplo, estava o neto do Dr. Armindo a aguardar

um reparo em seu carro e, enquanto o mecânico mexia os

parafusos, ficou Stanislaw na esquina a se distrair com o trabalho

do guarda. Parece que houve um exame de consciência no Serviço

de Trânsito e eles puseram guarda nas esquinas, tal como

acontece nas cidades civilizadas.

A turma está um pouco desacostumada e – a toda hora – vinha

um e desrespeitava o sinal. O guarda apitava, o cara parava, vinha

aquela espinafração regulamentar, etc., etc.,

16

Foi então que veio uma mocinha e diminuiu a marcha no

cruzamento. O sinal estava no maior vermelho, mas ela (...) foi em

frente. O guarda lascou o apito. Ela se assustou, o cara

ziguezagueou um pouco, mas a mocinha não parou [...].

(Trecho extraído do Livro: Stanislaw Ponte Preta. Crônicas de

humor Carioca. Rio de Janeiro. Agora Comunicação Integrada

Ltda, 1998. p. 68 - 70)

ATIVIDADES

Entendimento do texto:

1)Escreva o que você acha que significam as palavras:

a)plebe:___________________________________________

b)imiscuindo:_______________________________________

c)espinafração:_____________________________________

d)ziguezagueou:_____________________________________

e)transversal:______________________________________

f)cambono:_________________________________________

g)bossa-nova:_______________________________________

h)rabanada:________________________________________

2) Compare a sua definição com a do dicionário. Escolha o sentido

que mais se adapta ao texto e reescreva o trecho em que a palavra

ou expressão aparece:

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3) Já no primeiro parágrafo o autor ressalta uma das principais

características da crônica. Qual é ela?

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4) Segundo o Dicionário Aurélio (2005, p. 462), “imiscuir-se”

significa “intrometer-se”, “misturar-se em”. Explique de que

forma esse ato colabora para com o trabalho do cronista.

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5) Você sabe o que significam as expressões grifadas em “ajuda

às pampas” e “colhe material para estas mal traçadas” ? Elas

são bem próprias de determinado grupo de pessoas. Quais?

Justifique sua resposta.

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6) Observe como o texto foi construído: nos primeiros

parágrafos, temos um autor que narra e também observa a cena:

“(...) ficou Stanislaw na esquina a se distrair com o trabalho

do guarda.” Essa pessoa discursiva se mantém ao longo do texto?

Explique que efeito de sentido essa mudança produz.

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7) No segundo parágrafo, há uma crítica ao Serviço de Trânsito

da cidade. Qual é ela?

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8) O que provoca o riso em “Fiquei imaginando a raiva do guarda,

que logo puxou o caderno e anotou o número dela”?

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9) No trecho a seguir, quais os possíveis significados de: “ Só aí

deu pra ver que era uma mocinha tamanho universal, dessas de

fazer cambono largar o ´santo`” .

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10) Explique por que o autor, com exceção do título, sempre se

refere à personagem da crônica, como a “mocinha”.

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11) Como você entende, interpreta: “É isso mesmo, minha filha.

Quem estava vermelho era o sinal. Não era eu não.”

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12) O que significa o trecho: “Ela deu uma rabanada e voltou

para seu carro pisando duro, a balançar aquilo tudo. “

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13) Qual(is) o(s) possível(is) sentido(s) do título “Sinal vermelho

e moça idem” ?

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14) A que outras leituras do dia-a-dia remete esta crônica?

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3.2 TEXTO II

Inferno nacional (fragmento)

A historinha abaixo transcrita surgiu no folclore de Belo

Horizonte e foi contada lá, numa versão política. Não é o nosso

caso. Vai contada aqui no seu mais puro estilo folclórico, sem

maiores rodeios.

Diz que era uma vez um camarada que abotoou o paletó. Em

vida, o falecido foi muito dado à falcatrua, chegou a ser candidato

a vereador pelo PTB, foi diretor de instituto de previdência, foi

amigo de Tenório, enfim... ao morrer nem conversou: foi direto

para o Inferno. Em lá chegando, pediu audiência a Satanás e

perguntou:

– Qual é o lance aqui?

Satanás explicou que o inferno estava dividido em diversos

departamentos, cada um administrado por um país, mas o falecido

não precisava ficar no departamento administrado pelo seu país de

origem. Podia ficar no departamento do país que escolhesse. Ele

agradeceu muito e disse a Satanás que ia dar uma voltinha para

escolher o seu departamento [...].

(Trecho extraído do Livro: Stanislaw Ponte Preta. Dois amigos e

um chato. 7ª. ed. São Paulo: Moderna, 1988. p. 30 – 31)

22

ATIVIDADES

Entendimento do texto:

1) Procure no texto as palavras que equivalem a:

a)fraude, logro:_____________________________________

b)audição, entrevista:_________________________________

c)repartição, seção:__________________________________

d)perpetuidade, para sempre:___________________________

e)estatuto, regulamento:______________________________

f)chicotada, pancada:_________________________________

g)tradições,costumes:________________________________

Imagem Disponível em: >

http://www.riototal.com.br

2) Qual a relação existente entre a charge acima e a crônica que

você acabou de ler?

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3) Para começar a crônica, o autor utiliza uma fórmula bastante

comum em outro tipo de texto. Qual é ela? Em que tipo de texto

ela aparece?

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4) Por que você acha que a fila na entrada no departamento do

Brasil era maior do que a dos outros?

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5) Como o Brasil é retratado no texto? O que se diz sobre a

política e os políticos?

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6) Você sabe o que é provérbio? Explique o que significa: “Aqui

tem peixe por debaixo do angu”?

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7) Que questões de ordem ética e política próprias do nosso país

são abordadas no texto?

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8) Explique o trecho a seguir: “A historinha abaixo transcrita

surgiu no folclore de Belo Horizonte e foi contada lá, numa

versão política. Não é o nosso caso. Vai contada aqui no seu

mais puro estilo folclórico, sem maiores rodeios”?

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9) Explique por que o texto se chama “ Inferno Nacional”?

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10) Em linhas gerais, esse texto trata :

( ) da falta de ética dos funcionários do Inferno;

( ) do folclore de Belo Horizonte;

( ) da falsa aparência de algumas pessoas;

( ) da corrupção na política nacional;

( ) da história de superioridade dos EUA em tecnologia;

( ) da falta de comprometimento dos funcionários públicos.

11) Vimos que a crônica, assim como o romance, o conto, a novela e

a fábula, é um texto em prosa que pertence ao gênero narrativo.

Destaque os elementos que compõe o texto que você acabou de

ler:

- Quem participa da história?

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- Quando o fato ocorreu?

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- Onde o fato ocorreu?

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- Quem conta a história?

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- Que fato é narrado?

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12) Podemos dizer que esse texto é uma crônica porque:

( ) É uma narrativa longa que apresenta um enredo complexo;

( ) É um texto breve que narra um problema do cotidiano;

( ) Os personagens são seres inanimados;

( ) No final, há uma lição de moral.

13) Após leitura das duas crônicas de Stanislaw Ponte Preta,

explique de que maneira o autor retrata o cotidiano? Que

importante mecanismo linguístico ele utiliza para tornar seus

textos interessantes? Retire trechos das crônicas que

justifiquem sua resposta.

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4. OUTRAS LEITURAS, OUTROS AUTORES

SUGESTÕES DE LIVROS:

Tubarão com faca nas costas (Cezar Dias)

Comédias da vida pública,266 crônicas datadas

( Luis Fernando Veríssimo)

Comédias da Vida Privada (Luis Fernando Veríssimo)

O Analista de Bagé (Luis Fernando Veríssimo)

Histórias de Humor (Luis Fernando Veríssimo)

5.OUTRAS LINGUAGENS E INFORMAÇÕES

SUGESTÕES DE VÍDEOS:

Sérgio Porto http://www.youtube.com/watch?v=lUIogL_xS7g&NR=1

Stanislaw Ponte Preta Copacabana http://www.youtube.com/watch?v=UxhUwf5bEWU&feature=related

Dois amigos e um chato http://www.youtube.com/watch?v=aNXm-03Hvts&feature=related

A burocracia do buraco http://www.youtube.com/watch?v=2y0Tc6LaGDc

A estranha passageira http://www.youtube.com/watch?v=dDleiBDJO58&feature=related

28

6. PRODUÇÃO

TEXTUAL

1) O anúncio

seguinte foi

publicado no

site “OLX –

classificados

grátis”.

Procuro amor branquinho – Manaus

Procuro um homem acima dos 30 anos, carinhoso, cúmplice, educado, calmo,

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RELEMBRANDO:

A CRÔNICA É UM TEXTO NARRATIVO QUE:

É, EM GERAL, CURTO;

ABORDA QUESTÕES DO

COTIDIANO;

GERALMENTE TEM TEOR

HUMORÍSTICO.

HUMORÍSTICO;

29

AGORA É COM VOCÊ!

Suponha que a mulher tenha ficado muito bem impressionada com

um dos e-mails que recebeu em resposta ao anúncio. Suponha

ainda, que um primeiro contato entre ela e o pretendente tenha se

estabelecido, e que um encontro tenha sido marcado.

Escreva uma crônica baseada no que pode ter acontecido a partir

do momento em que essas duas pessoas marcaram esse primeiro

encontro.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DCE - Diretrizes Curriculares da Educação Fundamental da

Rede de Educação Básica do Estado do Paraná. 2008.

FERNANDES, C. F. Palavras sobre Palavras: Procedimentos

Discursivos Utilizados pela Mídia Escrita para o Controle e

Regulagem dos Efeitos de Sentido. Londrina: UEL, 2002.

Dissertação (Mestrado em Letras). Departamento de Letras

Vernáculas e Clássicas. Universidade Estadual de Londrina, 2002.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o dicionário

da língua portuguesa. 6. ed. Curitiba/PR: Positivo, 2005.

GERALDI, João Wanderlei. O texto na Sala de Aula - Leitura

& Produção. 6. ed. Cascavel/PR: Assoeste, 1991.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Gestos de Leitura: Da História no

Discurso. 3. ed. Campinas/SP: Unicamp, 2010.

_____. A Análise de Discurso. Princípios & Procedimentos. 8.

ed. Campinas, SP: Pontes, 2009.

_____. Discurso e Leitura. 8. Ed. São Paulo: Cortez, 2008 a.

_____. Discurso e Texto: Formulação e Circulação de Sentidos.

3. Ed. Campinas /SP: Pontes, 2008b.

_____. Interpretação: Autoria, leitura e efeitos do trabalho

simbólico. 2. Ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 1998a.

_____. A Leitura e os Leitores. Campinas/SP: Pontes, 1998b.

32

MOISÉS, Massaud. A Criação Literária – Prosa. 13. ed. ,São

Paulo: Cultrix, 1997.

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