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REVISTA INSTITUCIONAL DALILA TÊXTIL / Distribuição Gratuíta ANO 1 / 2011 EDIÇÃO

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Revista da Dalila Textil

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REVISTA INSTITUCIONAL DALILA TÊXTIL / Distribuição Gratuíta

2º ANO 1 / 2011edição

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EdiTOrial

Damos mais um passo à frente com o lançamento de nossa primeira revis-ta impressa e fortalece-

mos ainda mais o envolvimento com a moda, as pesquisas de tendências e a troca de informações com nossos clientes. É isso que queremos com essa revista: nos conectarmos com nossos clientes e com as pessoas que amam roupa com informação e todo o desen-volvimento da cadeia têxtil.

Somos apaixonados por todas as eta-pas que um fio passa até ser transfor-mado em roupa. Mas muito além dis-so, sabemos que para desenvolvermos nossas malhas, precisamos entender o que acontece no mundo, as necessida-des e os desejos das pessoas nas ruas. É impossível nos dias de hoje, olhar o tecido como um simples produto, porque cada um precisa trazer consigo informações, história e serviço. Precisa atender as nossas vontades. Foi então que resolvemos ampliar o conheci-mento aqui na Dalila e abraçamos as pesquisas e as trocas de informações.

Nossa equipe testa cada produto que desenvolvemos e conhece como cada um deles responde às modelagens, cos-tura e acabamento, sabe para quem ele

conexãofashion

pode servir e que segmento se adap-tará melhor a ele. Entra aí, mais uma ação da Dalila. Pesquisamos a fundo diversos segmentos do mercado para podermos indicar nossos produtos da melhor maneira possível. A varieda-de de malhas é grande e pensada para atender a cada um de vocês que acre-

dita no design nacional e no talento dos estilistas brasileiros. Nas páginas a seguir, você irá conhecer um pouco do atual universo da Dalila, as ten-dências pesquisadas pela equipe para

nossa coleção Verão 2012, alguns dos segmentos de moda do mercado e um editorial especialmente desenvolvido com as nossas malhas.

Tenha uma ótima leitura.

Até a próxima.

André Luís Klein da SilvaDiretor Executivo

É impossível, nos dias de hoje, olhar o tecido

como um simples produto, porque cada um precisa

trazer consigo informações, história

e serviço.

POR QUE FASHIONABLE?O termo ‘fashionable’ significa elegante, moderno. Isso reflete o atual momento da Dalila Têxtil e o nosso investimento em conceitos, criatividade, vanguarda e tendências.

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SuMáriO

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SOBRE NÓSA malharia dos seus sonhos

TRENDSA volta do índigoA febre das listras

Romance no vestuárioDesconstruído, mas chique

MERCADOO segmento surfwear no Brasil

CENÁRIOUm panorama da moda brasileira30

ONLINEPlataforma Online

LOOkBOOkColeção primavera / verão

2011

CAMPANHACalendário Dalila traz

campanha verão 2011

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ENTREvISTAJõao Pimenta

ExpediEnte

Diretor: André Klein Editora: Patrícia LimaEquipe de redaçăo: Juliana Cesar / Camila Beaumord/ Ulysses DutraDiretora de arte: Vivian Goldfeder LobenweinDesigner: Bernardo Presser Estilistas: Maria Tereza Munhos / Felipe CaprestanoProdução: Giu BrandãoMarketing: Sabrina BarbosaRevisăo: Ulysses Dutra

Este é um produto desenvolvido pela Editora Catarina. A revista Fashionable é uma publicação mensal, que intercala versão online e impressa. A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. Este é um produto da Dalila Têxtil

Endereço Matriz: Rua João Januário Ayroso, 3850 - Bairo São Luiz - CEP 89253-101 - Jaraguá do Sul - SC - Fone.: (47) 3372.9600www.dalilatextil.com.br

Editora Catarina: Rua Sérgio Gil, 477 - Balneário - CEP 88075-340 - Florianópolis - SC - Fone.: (48) 3024.3432 / (48) 3024.3437- www.catarinacoletivocriativo.com.br

Crédito de capa: CAMPANHA VERÃO 2011 DALILA TÊXTIL

Em algumas matérias desta edição você vai encontrar uma playlist sugerida. Para incrementar a leitura, selecionamos músicas que dialogam com a pauta a tornam mais agradável.

PLAyLIST

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COMPORTAMENTOAdultinhos

LUXOLuxo brasileiro

FAST FASHIONA moda rápida

MERCADO

STREET STyLEParis

Feira + Moda:Negócios em alta

Créditos LookbookFoto: Frank Silveira Beleza: Juh MeiraModelos: Natalia Heinzen

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SOBre NÓs

DALILA TÊXTILPresente nas melhores criações

O envolvimento da Dalila no setor têxtil tem 18 anos de história. No início, eram apenas dois teares. Hoje, com duas sedes em Santa Catarina, nas cidades de Jara-guá do Sul e Presidente Getúlio, a empresa fabrica, em média, 650 toneladas de

malha por mês. O fundador José Antônio da Silva foi representante comercial de uma malharia catari-

nense durante muitos anos e adquiriu know how sobre a indústria têxtil. Decidido a ter o próprio negócio, ele investiu em uma confecção de camisas em Jaraguá do Sul e logo a seguir adquiriu uma confecção infantil chamada Dalila. Mais tarde, percebendo o poten-cial da confecção infantil, abriu mão do negócio de camisas e junto com sua mulher, Dona Everli Klein da Silva, ficou à frente dos negócios na fábrica de peças para crianças. Nessa mesma época, o empresário construiu dois galpões para abrigar a fábrica de peças infantis e também o primeiro tear. Percebendo o potencial lucrativo das malhas, não chegou a ocu-par as duas novas construções com as máquinas de costura da confecção infantil. Ao invés disso investiu em mais teares e ocupou cada galpão com um ofício. A produção tornou-se lucrativa e o casal abandonou a sua confecção e passou a atender outras de diversas regiões. A partir daí, nasceu a Dalila Têxtil.

A empresa passou por uma evolução na medida em que iniciou produzindo malha crua e hoje entrega o produto que passou pelo ciclo completo de beneficiamento têxtil. A oferta é grande e há diversas opções de cores em sua cartela. Na busca pela diferenciação no mer-cado, a Dalila investe na produção de listrados de fio tinto e na confecção de malhas com tramas mais largas.

A empresa está entre as melhores malharias para a moda no Brasil, sempre focada em qualidade, inovação e informação. Uma das suas maiores qualidades está na equipe criativa, que vive conectada com as informações de ponta e as principais feiras têxteis do mundo. Os profissionais da Dalila viajam para rastrear as tendências das ruas e das passarelas interna-cionais para trazer aos clientes as últimas novidades em fios, padronagens e cores.

Muito mais que produtos, a empresa oferece ao mercado a ferramenta para as melhores criações. Inspiração, pesquisa e referência andam juntas com as malhas que chegam até os clientes. A troca de informação entre estilistas da Dalila com as equipes de produtos dos clientes, proporciona um produto com maior grau de assertividade. No cotidiano, a preocupação é uma só: levar o melhor produto para cada coleção. O segredo do sucesso está na união entre capacidade fabril e inovação com a criatividade, é isso que permite o fortalecimento diário entre empresa e clientes.

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EquIpE crIATIvAIncentivamos dentro da própria sede, uma equipe criativa de desig-ners, estilistas e especialistas no mercado, que explora novas possi-bilidades com foco em criatividade, sempre com troca de informa-ções e conhecimento. São pessoas com diversas experiências unidas pela vontade de criar um diferencial único que possa ser explorado por nossos clientes. Para nós é importante ser ferramenta de infor-mação para o mercado, além dos produtos que criamos.

GEsTão DE pEssoAsTodos sabem que pessoas são capazes de conduzir a empresa a seus objetivos estratégicos, gerando mudanças, riqueza e valor. Muito se fala que elas são a chave do sucesso ou do fracasso das estratégias inovadoras de uma organização, ou então que são o principal patri-mônio da empresa. Assim como o ser humano, a gestão das pessoas de uma empresa para a outra é diferente, dependendo muito da cultura, da ideologia e dos valores que cada organização pratica.

A Dalila vem fortemente alinhando as pessoas aos resultados que a empresa deseja atingir, através de valores e princípios bem deter-minados e de um planejamento estratégico concreto. Este plane-jamento é transmitido para todas as pessoas em forma de metas globais e setoriais, atreladas a um plano de remuneração variável. De acordo com o cumprimento destas metas cada indivíduo recebe um percentual sobre o salário contratual. Desta forma todas as pes-soas se envolvem para atingirmos nosso objetivo que é ser uma das cinco melhores malharias para moda no Brasil.

Mas só isso não basta, temos que ajudar as pessoas a amadurecer e a entender nossa ideologia, valores e nosso planejamento estraté-gico. Fazemos isso através da educação, da capacitação e da troca de feedback, através de um sistema de avaliação de desempenho realizado periodicamente entre lideres e liderados; e principalmente investindo e apoiando o desenvolvimento de nossas Lideranças.

Nada disso é possível sem uma equipe de lideres bem afinada, capacitada e ajustada aos valores em que a empresa acredita. Os lideres são os pilares da excelência da gestão com pessoas e dos pro-cessos da nossa organização.

Para mantermos esta chama acesa, temos para 2011 uma série de ações com o objetivo de atrair, manter e desenvolver nossos colabo-radores, pois temos verdadeiramente “Paixão por Talentos”.

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SOBre NÓs

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pArquE fAbrILSão mais de 20 mil metros quadrados de área construída nas duas sedes para abrigar os 600 co-laboradores que fazem parte da Dalila. A produ-ção de malhas concentra-se na fábrica de Jaraguá do Sul, enquanto que em Presidente Getúlio estálocalizado o parque fabril responsável pela tin-turaria e acabamento das malhas. A Dalila pre-za para que o produto mantenha alto padrão de qualidade. As máquinas possuem tecnologia de ponta e sistemas de automação atualizados para atender os mais de 2 mil clientes da empresa.

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Algodão orgânico utilizado na linha sustentável

SOBre NÓs

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susTEnTAbILIDADEInvestir em processos industriais com mínimo impacto am-biental e atitudes sustentáveis é um comportamento que beneficia clientes e as comunidades onde as sedes da Dalila atuam. A empresa produz uma linha sustentável com ma-lhas fabricadas com algodão orgânico, que dispensa agrotó-xicos em seu cultivo; com algodão colorido, sem tingimen-to e malhas elaboradas com fios de fibras de garrafas PET. São todos tecidos tecnológicos e de acordo com as regras de proteção ambiental.

Além desta linha, a Dalila realiza ações sustentáveis com caráter social. Em Presidente Getúlio, a Dalila criou e man-tém o “Viveiro de Mudas Nativas”, no Centro de Recupera-ção e Reabilitação de Dependentes Químicos (CEREDE), com o objetivo de preservar espécies nativas em parceria com a comunidade. A partir do viveiro é realizado também outro projeto social da Dalila, o “Produzir e Preservar”, que trabalha os conceitos de sustentabilidade com os alunos das redes municipal e estadual de ensino da região de Presidente Getúlio.

Há também cuidado com os recursos hídricos com esta-ções de tratamento de água e efluentes, reciclagem de plás-tico e papel e envio de óleo utilizado na indústria para uma empresa especializada em seu tratamento.

Todas estas medidas confirmam o compromisso e a res-ponsabilidade com o meio ambiente e sua preservação. A sustentabilidade é uma necessidade vital para reduzir os danos que o ser humano provoca no meio em que vive e garantir um futuro melhor.

Mudas nativas no viveiro em Presidente Getúlio (SC)

Tratamento de água

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TrENdS

ADalila Têxtil compreende o di-namismo do mercado de moda e busca sempre traduzir o que há de mais atual no segmento em suas propostas. Para 2012, a empresa apresenta uma família

de novos produtos, baseados em quatro fortes ten-dências cuidadosamente escolhidas. Leia a seguir sobre um pouco de cada uma delas e veja porque a Dalila investe nessas novidades.

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Não se pode falar em tendência sem abordar o jeanswear. Atemporal e democrático, o denim nunca sai de moda, o que muda a cada estação são as formas, cores, gramaturas e, principal-

mente, as lavagens. Por isso a família de produtos da Dalila traduz o jeans focando desde o azul índigo - aquele escuro, quase puro - até os mais claros.

Essa lavagem voltou a aparecer recentemente em blogs e sites especializados de streetstyle, nada chocante até aí. Por ser um tecido popular e consumido por todos os públicos, os elementos do jeans são reciclados a cada temporada. Ou seja, um corte ou tom que estava em pauta há alguns anos pode muito bem retornar ao mercado. Mas o surpreendente foi que a tendência surgiu primeiro na moda masculina e só depois foi incorporada no universo feminino; raras são as vezes que o menswear levanta uma bandeira que é abra-çada pela moda feminina e usada como inspiração em looks futuros.

O índigo também ganha força ao complementar outras tendências, como o jeans + jeans. Fenômeno nos anos 1990, a moda de combinar peças denim está de volta e o segredo é mesclar os tons das roupas (uma jaqueta escura com uma calça mais clara, por exemplo) para diversificar o look.

Com tantas opções de jeans no mercado, a Dalila oferece a sua versão em malha, apostando em novas construções e efeitos.

a volta do ÍnDIGo

(que nunca foi embora)

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As listras estão sempre em pauta. Às vezes elas aparecem de forma tímida, em apenas algumas coleções isoladas. Porém nas últimas estações, presenciamos uma verdadeira explosão delas: co-

loridas, em preto e branco, verticais, horizontais, diagonais, em camisas, calças, vestidos, calçados e assessórios. Nós sempre acreditamos na sede que o mundo fashion tem por listras e explica aqui o porquê dessa febre.

Tudo começou quando Coco Chanel, no início do sécu-lo passado, decidiu revolucionar o guarda-roupa feminino. Dentre suas inovações, as roupas de banho inspiradas em trajes de marinheiro viraram febre e até hoje sentimos seu impacto. Afinal, os trajes listrados que vimos nos desfiles, vitrines, no corpo de celebridades e no interior de nossos armários, nada mais são que uma mutação dos “maiôs” de Chanel. Em 2008, a moda “navy” chegou com força e as ruas foram invadidas por camisas listradas em tons de azul escuro, branco e vermelho. Hoje, estilistas variam na colo-cação, direção, tamanho e cores das listras, de forma que uma variedade de estilos é atingida.

Veja por exemplo como Marc Jacobs aproveita a tendên-cia. Os vestidinhos leves e coloridos para a primavera de 2011 ilustram a alegria da estação, muito diferente dos tons sóbrios da era Navy. Já a coleção exibida por Miuccia Prada na última semana de moda de Milão, conta com cores for-tes, elétricas, quebradas por linhas pretas em todas as dire-ções. Prada também misturou suas listras com estampas (a

de banana foi a mais comentada). Por fim, a coleção resort de Diane von Furstenberg, exibida em Nova York no ano passado, mostrou o lado mais sério das listras. Elas apare-ceram em vestidos soltos, tops, shorts, saias e camisas, sem-pre em tons escuros (cinza, preto, marrom) e branco. Vez ou outra, a estilista jogava algum detalhe colorido ou neon para um toque jovial.

O interessante das listras e o efeito gráfico de blocos de cor é sua versatilidade. Pode-se misturar uma peça listrada com roupas lisas para um visual mais sóbrio e básico, ou mesclar as linhas com estampas para um look mais animado. Os acessórios também estão em alta. Bolsas, sapatos e pulseiras englobam a moda dos listrados.

Equipes criativas ainda temem usar linhas devido ao anti-go mito de que “listras engordam”. A Dalila, que aposta na tendência e é reconhecida no mercado por sua força nesse segmento, esclarece: o que cria a ilusão óptica de maior ou menor é o tamanho da linha. As mais finas e em tamanhos iguais relaxam os olhos e não aumentam o volume, mesmo estando na horizontal. Já as verticais realmente dão a sensa-ção de alongamento, ou seja, é mais simples emagrecer do que engordar com as linhas.

Por isso, peças listradas estão sempre em pauta. Elas po-dem até “se esconder” em algumas temporadas, mas quan-do reaparecem, as listras explodem com a mesma euforia de uma criança encontrada no meio de uma brincadeira de esconde-esconde. E acredite, o jogo está longe de terminar.

a febre dasLISTRAS

TrENdS

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PRADA

MOSCHINO

OSCAR DE LA RENTA

MARC JACOBS

LACOSTE

FENDI

A Dalila traz

para o verão

o mix de lis-

tras perfeito!SPORTMAX

JILL SANDER

PRADA

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O romantismo e toda a aura da década de 50 re-acenderam nas consumidoras um desejo por objetos refinados e um comportamento mais feminino. Como musa desse tempo, é impos-

sível não se lembrar da atriz Grace Kelly, inspiradora não só pela beleza, mas também pelo casamento de conto de fadas. Em uma cerimônia exuberante transmitida mundo afora, Grace trocou alianças com o príncipe Rainier, do Principado de Mônaco, usando um vestido feito de seda, tafetá e renda. A imagem luxuosa dos jovens noivos serve de referência na moda até hoje e com isso em mente, A Dalila traduz esse romantismo na coleção verão 2012 em malhas rendadas e com trabalhos de crochê e tricô.

Devido a tramas e texturas as malhas trabalhadas criam formas no corpo a partir do jogo entre transparência e dese-nhos variados, o que garante sua sensualidade e delicadeza. Hoje, estilistas exploram essas características para aproveitar o tecido em uma ampla variedade de aplicações e em cores vibrantes para o look mais jovem. Saias, blusas, calças, meia calças, lingerie, acessórios, casacos e até sapatos tiveram suas versões em rendas ou apenas com detalhes.

Nas passarelas, a transparência do tecido foi bastante uti-lizada. No entanto é complicado traduzi-la em looks do dia a dia sem vulgaridade. O ideal é optar por poucas concen-trações de renda na mesma peça ou então utilizar a trans-parência em locais estratégicos, como nos braços, perto do pescoço ou nas costas. Dessa maneira, o romantismo do

romance no veSTuáRIo

tecido não cede espaço para a sensualidade exagerada.Falando em romance o crochê e tricot exploram não só

o universo feminino mas inovam o mercado masculino, como é possível conferir no trabalho do estilista João Pi-menta, patrocinado pela Dalila. As peças, produzidas arte-sanalmente com tingimento manual e pigmentos naturais, ilustram claramente o conceito do produto ecologicamente correto, que é uma forte inspiração de estilistas ao redor do mundo. Quem tirou a agulha de crochê da mão da vovó e a trouxe para looks completos para a passarela foi Karl Lagerfeld, diretor criativo da Chanel, na coleção de prima-vera/verão 2010. Desde então, renomadas maisons como Louis Vuitton, Prada e Dior incorporaram a antiga técnica de bordado em seus desfiles.

O interessante do trabalhos artesanais em teares indus-triais é a alta possibilidade de misturas de fios e construções que permitam sobreposições diferenciadas. Ou seja, uma peça com pontos mais soltos e feitas com um fio mais leve é perfeita para o verão, enquanto uma roupa mais fechada, de lã por exemplo, aquece no inverno. A versatilidade da técnica é o que faz dela uma tendência por mais de uma estação. Esse movimento com influência retrô e perfume vintage mistura-se com acessórios e complementos em je-ans, couro, camurça, moletons e combinados a estamparia.

É a Princesa de Mônaco com um toque moderno, condi-zente com as vontades das mulheres de hoje.

TrENdS

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ANNA SUI

D&G

JOãO PIMENTA

LOUIS vUITTON

ANNA SUI

Grace Kelly e

seu famosos

vestido de noiva

rendado !

RALPH LAUREN

BLUGIRL

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Todos têm aquela camisa furada ou calça rasgada que está esquecida no guarda-roupa. Antes es-quecidas, essas peças agora ganham novo valor para consumidores ao redor do mundo. Reusar

está na moda e o mundo fashion recebe as malhas podri-nhas como tendência cool.

Essa corrente começou com o homeless chic, uma ten-dência inspirada nos trajes esfarrapados dos mendigos. Quem iniciou o movimento foi a japonesa Rei Kawakubo, na década de 80, quando chocou a capital francesa com uma coleção destruida e cheia de sobreposições. Suas peças levantaram uma discussão social sobre a insensibilidade da moda diante do sofrimento alheio, embora essa não fosse a intenção da estilista. Percebe-se hoje que o movimento nada mais é que uma forma artística de ilustrar opostos, isto é, a repulsão e a atração. É o jogo de imagens que se cria a partir do contraste entre uma camisa amassada e uma calça elegante, de grife.

Mas não pense que as grandes grifes estão desprezando a tendência. Desde 2000, ano em que John Galliano colocou pedaços de jornal entre as roupas e garrafas nas mãos das modelos no desfile da Dior em Paris, a moda dos “podri-nhos” aparece nas passarelas. Em 2007, foi a vez de Marc Jacobs mostrar seu lado neogrunge com peças largas, des-fiadas, cortadas, em tons de bege, preto e cinza. E como esquecer a rainha fashion do punk, Vivienne Westwood, e sua recente coleção masculina? Ou da francesa Balmain,

que vende hoje uma camiseta básica toda furada por “ape-nas” U$ 1624? Sim, os opostos também aparecem no pre-ço das roupas. Uma peça deliberadamente “podrinha” de uma marca de luxo tem o mesmo preço de uma com cara de nova. Moda é moda afinal e hoje o descolado é ter um guarda-roupa descontraído e confortável, cheio de peças aos farrapos.

Mas quem compra a ideia de “podrinho chic”? Um exem-plo claro são as gêmeas Olsen, jovens veteranas do cenário hollywoodiano. Conhecidas como as adoráveis loirinhas da TV desde seus três anos de idade, Mary-Kate e Ashley, agora com 24 anos, rompem com a imagem mais comportada ao investir em looks mais rock‘n’roll com cabelo desarrumado, maquiagem carregada, sobreposições, roupas escuras e cal-ças desgastadas. Porém, não são apenas as ex-estrelas mirins rebeldes que capricham nos trapinhos. Até a socialite Kim Kardashian já foi fotografada com uma camisa rasgada nas ruas de Los Angeles, assim como a brasileira Alice Dellal, adepta das meias e shorts furados.

Todos esses entusiastas têm uma coisa bem clara em men-te: há hora certa para usar essas roupas. Escritórios, bancos, repartições e outros ambientes formais ainda não estão pre-parados para esse despojamento. No entanto, o estilo está liberado em toda e qualquer situação casual. O importante é a combinação das peças detonadas com outras mais ele-gantes, além das sobreposições.

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TrENdS

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MARy-kATE E ASHLEy

O estilo Hobo

aparece na

coleção da Dalila !

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CaMpANHa

Neste ano a Dalila Têxtil lança através de um ca-lendário com incríveis imagens de moda, sua campanha primavera/verão 2012. O resultado do trabalho é forte e mostra algumas possibi-

lidades dos produtos da empresa. Tanto na conceituação das fotos quanto na transformação em peças prontas para o consumo, a Dalila mostra sua variedade e entendimento do mercado em que atua. Não é apenas produto. A moda vai muito além e é por esta razão que a empresa investe cada vez mais em informação especializada.

Para a campanha verão 2012, a opção foi mostrar uma campanha dinâmica, moderna e cheia de movimento. A cartela de cores e as listras, uma das grandes apostas da em-presa para a estação, compõem looks lúdicos e criativos que destacam as malhas da marca. Cada mês do calendário traz uma imagem com diferentes produtos da coleção.

Profissionais com nome consolidado no mercado de moda foram escalados para traduzir em imagem toda a vanguarda do produto Dalila nesta campanha. Os modelos internacio-nais Renata Klem, Rafaela Pereira (ambas da Ten Models Management) e Roberto Michels (Way), que já fez traba-lhos para a Vogue Itália e Chanel, posaram para as lentes do fotógrafo Du Borsatto. A escolha do stylist Rodolfo Ruben foi fundamental já que ele é conhecido por suas incríveis amarrações na construção de looks com malhas. A concei-tuação da campanha é da Catarina Coletivo Criativo, que

verão 2012

cALenDáRIo DALILATRAZ cAMPAnHA

presta consultoria criativa para a Dalila. A empresa teve o cuidado de buscar profissionais que conseguem traduzir na imagem o conceito que se quer passar sem ficar distante do mercado e sem bater de frente com as campanhas de seus clientes.

Para o diretor da Dalila, André Luis Klein, esse trabalho é um grande diferencial. “Investimos na imagem que traduz o momento que a empresa vive. Somos a primeira malharia a ter uma campanha tão forte e que estará presente no dia a dia dos nossos clientes já que o material vai virar um ca-lendário que traz as semanas de moda, feiras e showrooms do mundo todo. Para nós é importante ser ferramenta de informação para o mercado, além dos produtos que cria-mos”, destaca ele.

Créditos:Foto: Du Borsatto/Icon Mgt Conceituação: Patrícia Lima / Catarina Coletivo CriativoMarketing: Sabrina Barbosa / Dalila TêxtilEstilista: Felipe Caprestano / Dalila TêxtilStyling: Rodolfo Ruben/ Capa MgtBeleza: Krisna Carvalho/Icon Mgt Assistente de Foto: Diego Ciarlariello Modelos: Renata Klem (Ten), Rafaela Pereira (Ten) e Roberto Michels (Way)

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OnLinE

PLATAfoRMA onLIne

A Dalila Têxtil é a primeira malharia no mercado nacional a implan-tar uma plataforma online própria. Este formato de comunicação digital é um avanço, na medida em que a conexão rápida entre a empresa, seus clientes e consumidores é cada vez mais necessária.

Desta maneira, com o uso de ferramentas online como as redes sociais e blo-gs, é possível uma aproximação maior com seu público e junto com isso, a evolução da empresa em se conectar com a moda, as pesquisas de tendências e conhecimento de todo o mercado.

Um dos estilistas da equipe, Felipe Capestrano, mostra-se otimista com esse novo formato de comunicação. “Queremos melhorar ainda mais a proximi-dade com os nossos clientes, informando o resultado das nossas pesquisas de mercado, novos produtos e inspirá-los nos seus trabalhos diariamente”, afirma ele.

No site, é possível acessar o Twitter, o Tumblr, o canal próprio de vídeos e a revista Fashionable, que traz as tendências, o que o mundo respira e as pos-sibilidades de uso do produto, tudo mostrado de forma simples e rápida. “A intenção do projeto gráfico é navegar pelas páginas de forma rápida e simples, com linguagem gráfica de moda”, explica Vivian Lobenwein, diretora de arte da revista.

A revista impressa que você tem em mãos agora também pode ser encontra-da no site: www.dalilatextil.com.br

Mark Ronson & The Business Intl – Bang Bang Bang

Queens Of The Stone Age – Medication

Ramones – She’s The One

The Black Keys – Next Girl

Weezer – Only In Dreams

PLAyLIST

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o segmento Surfwear

O surf chegou ao Brasil na década de 30. Mas foi na década de 60 e 70, junto com a contracul-tura, que ele cresceu e se popularizou. Muito devido ao aumento do número de praticantes

que tinham necessidade de roupas mais adequadas para sur-far e ir à praia, assim como queriam também se diferenciar de outras tribos.

Os pioneiros a investir neste mercado eram entusiastas do surf que inventaram um jeito de transformar essa paixão em modo de ganhar a vida. Eles criaram as primeiras confec-ções artesanais de surfwear do Brasil, sem muito know-how mas com muita criatividade e conhecimento do público que atendiam. Não é por acaso que atualmente a maior par-te das confecções de surfwear ainda é dirigida por surfistas.

Entretanto este segmento nascido para atender os prati-cantes, cresceu e mudou pra valer nos anos 80, vendendo para uma parcela muito maior dos consumidores, os admi-radores do surf, muitos dos quais nunca pisaram os pés no mar e tampouco sabem nadar. São eles, com 85% de parti-cipação no mercado consumidor, que acabam definindo a atuação das marcas.

Esses não-praticantes conseguem através da roupa partici-par do mundo do surf que admiram e turbinar as vendas. O surf se tornou um estilo de vida e essa verdadeira cultu-ra nascida das ondas gerou uma indústria que movimenta mais de R$ 3 bilhões de reais por ano no Brasil, metade desta cifra apenas na cidade de São Paulo. Esses números transformam o Brasil em um mercado dos mais promissores para o segmento surfwear.

no BRASIL

MerCAdo

O surfwearA Dalila possui grande know how atendendo o segmento

de surfwear. A demanda deste segmento é tão grande e ele se tornou tão popular, que lojas de surfwear são encontradas em todos os cantos do país. O estilo se espalhou da praia para o campo e a cidade e chegou também às passarelas das semanas de moda com sua pegada jovem, casual e despo-jada.

A moda surf adaptou-se e cresceu facilmente no Brasil, um país jovem, tropical e com um enorme litoral. As peças de surfwear em geral têm cores e formas confortáveis, que se afinam com o gosto de se vestir dos brasileiros. É um seg-mento bastante rentável pois a moda surfwear atende hoje os públicos masculino e feminino de várias faixas etárias.

O surfwear pode ser dividido em três segmentos: um foca-do nos praticantes do esporte, com as roupas de borracha, bermudas e apetrechos; um segundo que é o surf-lifestyle com calças, saias, moletons, biquínis e vestidos e um tercei-ro que é o lado mais fashionista da surfwear.

Esse estilo mais sofisticado do segmento explora também os tecidos tecnológicos e novas modelagens despojadas e confortáveis. São peças criadas em sintonia com a mais recentes tendências de padronagem, estampas e tecidos, dando origem à roupas ideais para ocasiões menos formais mantendo a classe e elegância.

A cultura nascida das ondas gerou um negócio que movimenta bilhões

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REDLEy

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NEW ORDER

look New

Order traz o

Surf para a

cidade !Do Cabo Orange, no Amapá, até o Arroio do Chuí, no Rio Grande do Sul, o Brasil possui cerca de 8000km de litoral banhado pelo Oceano Atlântico. São baías, dunas, mangues, recifes, falésias, restingas e, principalmente, praias.

Com uma costa tão extensa e tanta variação de latitude, o litoral brasileiro apresenta uma diversidade de climas que propicia o aparecimento de boas ondas para o surf em alguns pontos, pois em geral o país conta compouca intensidade de ventos, essenciais para a formação de boas ondas.

As melhores condições para a prática do surf se encontram normalmente nas praias da Joaquina, da Vila e do Rosa, em Santa Catarina; Maresias, Camburi, Paúba, Enseada, Itaguaré e Baleia, em São Paulo; a Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte; Itacoatiara e Macaé, no Espírito Santo; Itaúna e em outras diversas praias do Rio de Janeiro e da costa brasileira.

Estas praias têm as maiores e melhores ondas e normalmente sediam competições nacionais e internacionais do surf, como o Circuito Brasileiro de Surf Profissional, um dos principais torneios que acontece no país e reune profissionais de todo o território e até atletas internacionais.

Foram precisos 23 anos desde que surgiu a primeira entidade de surfe do país em 1965 - a Federação Carioca, fundada em 15 de julho daquele ano - para que em 1988 o surfe fosse reconhecido como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos. Hoje quem é responsável pela organização do surf no Brasil é a ABRASP (Associação Brasileira dos Surfistas Profissionais).

O LItORAL BRASILEIRO E O SURF

Ben Harper – Both Sides of The Gun

Beach Boys – Surfin’ USA

Jack Johnson – Banana Pancakes

Dick Dale - Misirlou

Lulu Santos – Como Uma Onda

PLAyLIST

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CeNáriO

O Brasil possui uma vigorosa indústria têxtil que movimenta cerca de US$ 33 bilhões por ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), o que corresponde a 4,9% do

PIB brasileiro. Mesmo assim a moda brasileira sempre ficou à margem do mercado internacional, com exceção da moda praia que é o nosso grande diferencial perante o mercado mundial.

A cultura de moda ainda engatinha por aqui, apesar de dominarmos todas as etapas do processo de produção. Mui-tos brasileiros ainda não pensam na moda como o reflexo da cultura, o espírito estético do tempo. A roupa acompa-nha e se adapta ao comportamento e desenvolvimento das civilizações. Consumidores também desconhecem que por trás da badalação e do glamour, há um mundo de anônimos que movimenta milhões de reais e que só aparece na mídia como número das estatísticas públicas e privadas do setor. Junto com estilistas, modelos, fotógrafos e jornalistas; a ren-deira da Lagoa da Conceição, as sacoleiras que compram no Bom Retiro e no Brás, comerciantes, trabalhadores da indústria têxtil, agricultores e operários que produzem fios e tecidos também são todos membros de um mercado que cresce em alta velocidade. Esse crescimento esbarra em al-guns desafios como a educação e a informação de moda de qualidade. O Brasil é um país continental, composto por

diversas etnias e com uma cultura riquíssima e diversificada. Era de se esperar que produzisse e consumisse uma moda tão criativa quanto sua música, por exemplo. Mas ainda im-pera a adequação aos padrões estrangeiros. Existe um medo de arriscar, por isso buscamos referências dos grandes cen-tros de moda, como Milão e Paris. Felizmente, essa situação está mudando com semanas de moda regionais evoluindo a cada edição, a criação de cursos superiores de moda e esti-lismo, as carreiras internacionais bem sucedidas de top mo-dels como Gisele Bündchen e Adriana Lima e a indústria têxtil que empreende uma aproximação cada vez maior com a moda, trazendo-a para dentro de si com autenticidade.

BOm mOmentO da ecOnOmiaNos últimos anos, o Brasil atravessa um período de pros-

peridade econômica e grande ascensão social, com o sur-gimento de uma nova classe média que se tornou um seg-mento representativo de mais da metade da população. Para essas consumidoras da classe C, as informações sobre moda chegam mais pelo boca a boca e pelas novelas do que por jornais e revistas. Ao contrário das classes A e B, elas não valorizam tanto grifes e nem seguem tendências das passare-las. Essa consumidora olha para o que a atriz da novela das oito usa, preferindo roupas que valorizam o corpo.

um panorama daMoDA BRASILeIRA

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Luiza Maíta – Lero-Lero

Marcelo Jeneci – Copo D’água

Cidadão Instigado – Escolher Pra Que?

Céu – Cangote

Stop Play Moon – Misterious Way

O Brasil é rico e variado também em sua música, uma das mais re-conhecidas no mundo. Monta-mos uma playlist com alguns dos mais instigantes sons da atualida-de, do samba-eletro ao rock indie cantado em inglês, um panorama variado do que há de melhor na produção nacional

mOda Brasileira e as nOvelas No Brasil, o principal pólo produtor e irradiador da moda

contemporânea brasileira é São Paulo, considerada uma das dez cidades mais influentes do mercado mundial. Porém foi no Rio de Janeiro que surgiram as novelas da Globo. Elas alcançaram um poder de influência na cultura popular e na moda. O Rio sabe falar do Brasil para o Brasil. Essas elaboradas produções geraram um fenômeno tipicamente brasileiro. A cultura de moda e educação estética, não só da classe C, mas também das classes A e B, são moldadas pela televisão. No caso das classes média e baixa, elas copiam o que “está na moda” na novela.

O processo que uma tendência percorre na indústria da moda brasileira passa inevitavelmente por essas produções audiovisuais. São as novelas que realmente dizem o que é moda no Brasil. Como o estilista Alexandre Herchcovitch já afirmou, elas funcionam como uma grande revista de moda e atingem um público enorme, que inclui todas as classes sociais e têm o poder de difundir e democratizar ten-dências. Funciona assim: o estilista apresenta um conceito para um desfile. A figurinista da novela traz a coleção, ou roupa, para vestir um ator ou atriz de medidas próximas das pessoas comuns e de uma maneira mais fácil de ser assimi-

PLAyLIST

lada pelo grande público, adaptadas à vida real. O ciclo se fecha quando as pessoas que assistem à novela procuram se vestir do mesmo jeito que determinado personagem.

mOda e autO-estima dO BrasileirOPodemos notar que o Brasil conta com todos os elementos

para crescer a participação no mercado mundial, que procu-ra por produtos não massificados, matérias-primas naturais, tecidos com interferências manuais e de produção susten-tável. A Osklen e os estilistas Ronaldo Fraga e Lino Villa-ventura são algumas marcas que investem em peças diferen-ciadas e valorizam uma possível identidade nacional para a moda. Aqui, como em qualquer outro país do mundo, a moda avançou e saiu dos limites da indústria têxtil para influenciar e ser influenciada pelo design, comportamento, música, artes e toda a indústria de entretenimento. Mesmo com todos os avanços dos últimos anos, ainda há muito a fazer. Estilistas brasileiros estão trabalhando para imprimir uma personalidade local à nossa moda e torná-la admirada pelo mercado consumidor internacional e democratizá-la no mercado interno.

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ComPortAmenTO

A moda está generosa com as crianças. As marcas para adultos perceberam o potencial de decisão escondido nesse público e muitas delas lançam, junto com a coleção adulta, peças personalizadas

e outras idênticas às da coleção para os pais. As crianças estão com voz ativa para decidir o que vestir, o que comprar e agora já recebem informação de moda desde a infância.

Hoje já fazem parte das coleções infantis, cores como pre-to, marrom, azul marinho, cinza e tons de nude. O que antes era impensável, agora conversa bem com os rosas, ver-des, azuis e roxos, característicos das roupas infantis. Nesse novo caminho que as roupas infantis estão seguindo não são apenas as cores que surpreendem, as modelagens tam-bém estão cada vez mais parecidas com as de roupas para adultos. São calças jeans, saruel, trench-coat, leggings e até sapatos de salto. Uma imensidão de peças e modelos para todos os tipos de crianças e pais. Nos tecidos a inovação fica por conta das malhas mais finas, que são confortáveis e ten-dência para o vestuário adulto. Nas estampas, os habituais ursinhos e lacinhos foram substituídos por animal prints,

MInI ADuLToSModa para os pequenos inclui

sapatos de salto, calças jeans e cópias das roupas de adulto

estampas florais com fundo preto e xadrezes com inspiração grunge.

O mercado está vendo nos desejos das crianças, um gran-de potencial de consumo. Nas lojas infantis elas decidem não só seus brinquedos, mas também as marcas das roupas, a música que querem ouvir e os modelos que desejam vestir. Diversas marcas já detectaram esse movimento e percebe-ram que o gosto dos filhos tem peso extremamente relevan-te no momento das compras.

Porém o estímulo ao consumismo e à vaidade na fase ini-cial da vida é visto como perigoso por psicólogos. Segun-do eles, com essa aceleração da autonomia e do poder de decisão, diversas fases da vida acabam sendo queimadas e com isso a criança chegará à fase adulta sem a percepção psicológica que se espera dela. O fato é que hoje temos uma leva de mini adultos que terão gênios e opiniões for-tes quando estiverem amadurecidos. Basta ter cuidado para que não se tornem pessoas intransigentes que não aceitam a opinião alheia.

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Foto

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Pequeno Cidadão – O Sol e a Lua

Adriana Partimpim – Oito Anos

Palavra Cantada – Sopa

Pequeno Cidadão - Tchau Chupeta

Hélio Ziskind – Rap do Reciclar

A música feita para crianças vive um novo momento

no Brasil. Depois de anos nas mãos e vozes de apre-

sentadoras/cantoras sem muito conteúdo, artistas

consagrados e/ou com muita bagagem, voltaram a

olhar com carinho o gênero e trouxeram a ele uma

qualidade a muito não vista.

Selecionamos uma playlist com cinco músicas de al-

guns desses artistas que agradam pais e filhos.

PLAyLIST PARA CRIANçAS

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LuXO

O Brasil é uma nação próspera em cultura, ale-gria e música. Essa prosperidade cada vez mais vem aliada à riqueza. Mesmo em meio a uma crise mundial, a economia do país seguiu fir-

me e forte, ultrapassando a Austrália e a Espanha em núme-ro de milionários e se tornando a décima nação em contas bancárias com mais de seis zeros. O Brasil, portanto, vive um cenário fértil para investimentos. Quem se aproveita disso é o mercado de luxo.

Em 2009, o segmento faturou em torno de US$ 6,45 bi-lhões no país, 8% a mais do que no ano anterior, segundo um estudo das empresas GfK Brasil e MCF Consultoria. Desde então, diversas marcas estrangeiras como a Hermès, Missoni, Christian Louboutin, Bentley, Lamborghini e Bu-gatti chegaram para ficar. Apesar da disputa entre carros, jóias e cosméticos, a liderança absoluta no mercado de luxo brasileiro é a moda. Das empresas voltadas ao público AAA (segmento exclusivo formado pelos brasileiros mais ricos do país), 27% atuam em moda, seguidas por calçados (17%) e automóveis (10%).

Não é muito difícil entender a preferência pelo fashion. Embora os homens hoje em dia estejam mais antenados na moda, as mulheres ainda comandam o consumo de peças de grife, principalmente as brasileiras, conhecidas por sua

Luxobrasileiro

vaidade. O fato de o público feminino representar mais da metade do mercado de luxo só aumenta a velocidade com que marcas como Chanel, Louis Vuitton e Cartier abrem boutiques no Brasil.

Mas, independente do sexo, o que essas pessoas procuram quando entram em uma loja? A exclusividade é um pon-to forte. Os brasileiros gostam de lançar moda. Visto que os consumidores do mercado de luxo possuem uma renda elevada, esse público quer justamente o que ninguém mais tem. Porém, a força da marca e a qualidade dos produtos são fatores decisivos para fechar a compra, o que explica porque tantas grifes investem nisso.

Um brasileiro que aproveita a onda luxo do país é o es-tilista Alexandre Herchcovitch. Suas linhas vão do casual ao Premium. Em sua coleção feminina Primavera/Verão 2010/11, Herchcovitch utilizou as malhas da linha FilodiS-cozia da Dalila, que combinam fios finos e retorcidos para formar uma malha de brilho intenso. O estilo pode variar, mas uma coisa é certa, a qualidade está sempre presente nos trabalhos do designer.

É nisso que todas as equipes criativas podem apostar. Afi-nal, não há nada mais luxuoso que uma peça bonita, bem feita e elaborada a partir de materiais Premium, de qualida-de. E acredite, o luxo não é mais para tão poucos.

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JEAN PAUL GAULTIER

JILL SANDER

Thievery Corporation – Lebanese Blonde

Roxy Music – Love Is The Drug

Cee-lo Green – Please

Hey Champ – Cold Dust Girl

Frank Sinatra – I Get a Kick Out Of You (Apple

Juice Kid Remix)

PLAyLIST

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FasT FAshiON

Segmento forte no mercado, o fast fashion marcou o início deste século e mudou a maneira e a dinâmica de como consumir e confeccionar a moda. A Zara espalhou a febre do consumo rápido pelo mundo

todo e tornou-se referência para diversos outros empresários que resolveram investir neste modelo de negócios. Hoje, di-versos outros seguem a mesma fórmula e novas adaptações e propostas são aplicadas.

Para o escritor e consultor de moda, Enrico Cietta, autor do livro A Revolução do Fast-Fashion, “o que o fast-fashion nos ensina é o fato de que num mercado no qual aumen-tam os custos e os riscos, o modelo tradicional de criação/produção com tempos longos é extremamente arriscado para quem não tem uma marca forte e não pode impor suas escolhas no mercado”. Por isso, apostar em novidades constantes para os consumidores é imprescindível. Tudo é muito rápido nos dias de hoje, a rotina, a alimentação, a informação. A moda não pode fugir disso.

O fast-fashion é uma evolução da moda pronta entrega. A partir da experiência de pequenas empresas que fazem produções rápidas, imitando os produtos mais vendidos da estação, nasceram companhias que reinventaram o prêt-å--porter. A evolução disso é que as empresas são então capa-zes de competir tanto com grifes de alto poder aquisitivo quanto com aquelas que oferecem produtos com preços baixos. Esse modelo criativo, produtivo e de distribuição, pode ser tomado como exemplo por muitas empresas bra-sileiras.

No Brasil, Renner, C&A e Riachuelo, comercializam ver-sões das tendências das passarelas com preço mais acessível. A Zara, que já tem algumas lojas no país, também vende o que as consumidoras querem, mas algumas peças acabam saindo ainda um pouco caras por conta das taxas de impor-

tação. E mesmo com grandes magazines produzindo moda rápida, marcas menores também conseguem se firmar no mercado usando a fórmula fast fashion, como a Farm e a Espaço Fashion.

Outra característica que desperta ainda mais o desejo e a necessidade de consumo, é a parceria entre grandes estilistas e marcas com esses magazines, tornando o luxo, ou a ideia dele, acessível. A sueca H&M já lançou coleções assinadas por Madonna, Karl Lagerfeld, Sonia Rykiel e recentemente com a Lanvin by Alber Elbaz. A Topshop teve seu love affair por três anos com a modelo Kate Moss. Nas araras nacio-nais, Espaço Fashion, Alexandre Herchcovitch. Amir Slama e Isabel Capeto já colaboraram com a C&A. A Riachuelo entrou na onda e lançou no final do ano passado, a coleção Copacabana assinada por Oskar Metsavaht, da Osklen.

Para este ano, já está confirmada a abertura de duas lo-jas da Topshop em São Paulo, uma em cada semestre do ano. Sobre a H&M, que causa comoção a cada lançamento de coleção em parceria com estilista renomado, ainda não há previsão de abertura de uma filial da loja na América Latina.

fast fashion

Chromeo - Call Me Up

A-Ha – Take On Me ( The Twelves Remix)

Gnarls Barkley – Gone Daddy Gone

Aloe Blacc – Loving You Is Killing Me

Bomba Estereo – Fuego

PLAyLIST

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COLEçãO FAST FASHION DA H&M

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MerCAdo

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Feira + Moda:

eM ALTAPonto obrigatório para pesquisas de tendências do mercado e

rodadas de negócios, as feiras de moda no Brasil reúnem cada vez mais pessoas do ramo têxtil e de confecções. A explicação é simples. Nestes locais é que são conhecidas, em primeira mão,

os produtos e qualquer matéria-prima usada pelas confecções. Se por um período, as feiras no Brasil ficaram um pouco esquecidas, atual-mente, a necessidade de direcionamento, conhecimento da enorme va-riedade de produtos e a alta qualidade destes eventos no país acabaram despertando o interesse de designers, estilistas e empresários do setor.

neGÓcIoS

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StrEEtSTyLe

PARISOs bichos

aparecem

em roupas e

acessórios!

As peles estão presentes em casacos, chaveiros, chapéus e bolsas

A semana de moda francesa é o que há de mais tradicional na

moda mundial. As passarelas regem os grandes lançamentos

e a moda das ruas traz a modernidade de quem circula

nos desfiles.

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Os óculos

têm um ar

vintage,

inspirado nos

anos 50 e 80

Daft Punk – Around The World

Yelle – La Musique

Ben L’Oncle Soul – Soul Man

France Gall - Laisse Tomber Les Filles

Brigitte Bardot - Contact (Booka Shade Edit)

PLAyLIST PARIS

O vermelho, uma das principais cores da estação, dá cara especial para qualquer look

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ENtrevisTa

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Somos instigados por designers e estilistas talento-sos. Apostamos em quem procura trilhar caminhos novos e arrojados. Por isso, desde o ano passado, fe-chamos uma parceria com o estilista João Pimenta,

quando ele estreou na semana de moda mais importante do país, a São Paulo Fashion Week. O resultado não poderia ter sido melhor. João encontrou na Dalila diversos produ-tos para suas criações, marcou presença na convenção da coleção de inverno 2011 com todos os representantes da empresa e participou de uma mesa-redonda com eles. Para nós, que sempre investimos na nossa própria equipe cria-tiva, o acesso a um estilista como ele é imprescindível. Por isso que ele não poderia ficar de fora desta primeira edição da Fashionable.

Confira a seguir um bate-bola com o estilista:

fashionable: a criatividade é uma característica forte no seu trabalho. Para você, ela é uma inspiração ou um processo?João Pimenta: É uma inspiração contida em um processo.

f: no ano passado, iniciou a parceria entre a marca João Pimenta e a dalila têxtil. Quais os pontos fortes e posi-tivos que podem ser destacados?JP: Ter conhecido a empresa e ver o clima familiar que exis-te, me instigou ainda mais a trabalhar com a Dalila. Sem falar na qualidade dos produtos.

f: você tem um trabalho inovador usando a malha como matéria-prima. recentemente, lançou peças em que a malha foi utilizada com a renda para o público masculi-no. como foi a recepção dessas roupas?JP: Foi incrível. Usar as malhas para fazer alfaiataria real-

mente é um bom caminho. Quando trabalhei com renda para o masculino não esperava a aceitação do publico mas me arrependi de ter feito uma produção tão limitada (risos). f: você tem produzido roupas para noivos, como tem sido essa experiência?JP: Acho que os homens estão cada vez mais com vontade de sair do convencional e creio que no Brasil ainda faltam inovações para esse público, o que ocasiona uma procura pelo meu trabalho porque eu tento fugir dos padrões.

f: de que forma você trabalha a introdução de elemen-tos masculinos no universo feminino e vice-versa? JP: As roupas masculinas, principalmente, perderam a ana-tomia com a Revolução Industrial. Hoje são quadradas e fáceis de produzir. A idéia do trabalho é transportar para o masculino, modelagens que favoreçam o corpo, o que atualmente só é usado para o guarda-roupa feminino. No masculino, tento colocar novas opções de cortes, como tra-pézio, viés, godês, pences e quadris.

f: vários olhares estão voltados para o Brasil. entramos em um novo governo, vamos sediar a copa do mundo e Jogos Olímpicos. celebridades e artistas de diversos lugares do mundo têm nos visitado. isso acaba se refle-tindo na moda de alguma maneira. como você enxerga esse cenário?JP: Que todos esses movimentos serão inúteis, se não hou-ver uma revolução na indústria e na cabeça dos criadores de moda, que hoje só focam no comercial, esquecendo da linguagem de moda, a única forma que temos para evoluir.

f: Quais os cuidados que uma marca deve ter para man-ter uma imagem sempre atual no mercado? JP: Não ter medo de apostar ou experimentar o novo.

João PIMenTA

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