faculdade de economia da universidade de coimbra - fe.uc.pt · faculdade de economia da...

35
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Realizado por: Fernanda Carolina Rodrigues Pita Nº 2009110931 1º ano da licenciatura de Sociologia Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de informação sociológica, sob orientação do professor Dr. Paulo Peixoto

Upload: tranhanh

Post on 12-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra      

 

  

Realizado por: Fernanda Carolina Rodrigues Pita 

Nº 2009110931 1º ano da licenciatura de Sociologia 

  

Trabalho de avaliação contínua realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de informação sociológica,  

sob orientação do professor Dr. Paulo Peixoto

  

POBREZA1 

Mas que palavra é esta tão cruel 

afiada como os punhos de um punhal 

que consome a alma dos mortais 

que tenta parecer mel o que é fel 

que se espraia na noite afinal 

e na vida não é feita como as demais? 

Que mundo é este tão desigual 

que vida é esta afinal? 

E a resposta veio com rudeza 

é o mundo da pobreza! 

    

                                                            1 http://alcacovas.blogs.sapo.pt/2008/10/ 

  

Índice 

 1.  Introdução .................................................................................................................... 1 

2.  Estado das artes ........................................................................................................... 2 

2.1. A pobreza, uma violência aos direitos humanos……………………………………….. 2 

2.2 A evolução do papel do Estado no contexto de solidariedade social ……..…. 4 

2.3. Traços gerais da pobreza no contexto europeu e português……………..……… 7 

2.4. Políticas necessárias para o combate à pobreza……………………………………… 11 

2.4.1. “Programa do XVIII Governo Constitucional" ……………………………….....14 

2.4.2. “Programa de Estabilidade e Crescimento 2010‐2013” (PEC) …………. 16 

2.4.3. “2010 – Ano europeu de combate à pobreza e exclusão social” e 

“Europa 2020” …………………………………………………………………………………………. 17 

3.  Descrição detalhada da pesquisa .............................................................................. 20 

4.  Avaliação de uma página internet ............................................................................. 22 

5.  Ficha de leitura .......................................................................................................... 24 

6.  Conclusão ................................................................................................................... 27 

7.  Referências bibliográficas .......................................................................................... 28 

Anexo A – Avaliação da página da internet   

Anexo B – Texto de suporte da ficha de leitura 

 

1  

1. Introdução No  contexto  da  unidade  curricular  de  Fontes  de  informação  sociológica, 

referente  ao  1º  ano  da  licenciatura  de  Sociologia,  leccionada  na  Faculdade  de 

Economia da Universidade de Coimbra,  foi, a propósito da declaração de 2010 como 

ano  europeu  de  combate  à  pobreza  e  à  exclusão  social,  proposto  aos  alunos 

escolherem um tema de trabalho que se inserisse nesta matéria. 

Por questões de interesse e motivação pessoal fiquei, logo de inicio, cativada 

pela  temática  das  acções  realizadas  e  planeadas  pelos  diversos  organismos 

competentes destinados a erradicar, ou pelo menos acentuar, a pobreza em  termos 

globais, melhorar as condições de vida das populações e modificar as condições dos 

sectores sociais mais vulneráveis a este fenómeno. 

Na actualidade, é muito corrente proceder à divisão do mundo entre países 

ricos  e  pobres,  desenvolvidos  e  subdesenvolvidos,  centrais  e  periféricos,  que 

corresponde,  na  verdade,  a  algumas  das  formas  mais  comuns  de  se  delimitar 

geograficamente  as  diferenças  na  qualidade  de  vida  da  população  no  mundo 

contemporâneo. 

O  combate  à  pobreza  é,  por  isto,  um  dos  principais  desafios  de  qualquer 

governo, pelo que se torna então necessário a elaboração de políticas sociais capazes 

de actuar neste propósito. É a partir dos diferentes padrões jurídicos que se estabelece 

a  acção  dos  governos  e  de  instituições  não‐governamentais  para  a  execução  de 

medidas  económicas,  sociais  e  políticas  que  beneficiem  os  habitantes  em  áreas 

essenciais como a saúde, alimentação, educação e habitação. 

Ao  longo do  trabalho  irei  focar‐me, num primeiro momento, em  abordar  a 

pobreza não enquanto modo de vida, mas enquanto uma  forma de morte, uma vez 

que  esta  constitui  um  atentado  ao  espírito  humano  e  vai  contra  os  princípios 

estipulados  pela  Declaração  Universal  dos  Direitos  Humanos.  A  pobreza  marca 

tragicamente a vida de um grande número de pessoas, prejudicando a sua constituição 

física e o  seu próprio carácter. Seguidamente  farei a  transição desta questão para o 

papel  que  o  Estado  desempenha  e  a  sua  evolução  ao  longo  dos  tempos  e  algumas 

medidas  e  iniciativas  por  ele  e  pelos  organismos  internacionais  executadas.

Serão  também  abordados  alguns  traços  gerais  relativamente  à  pobreza  dentro  do 

âmbito português e, inclusive, europeu. 

2  

2. Estado das artes 2.1. A pobreza, uma violência aos direitos humanos 

 

  Apesar de várias décadas de esforços  internacionais, a erradicação da pobreza 

continua  a  ser  um  objectivo  mundial  que  não  se  consegue  alcançar.  Contudo,  a 

comunidade  internacional  tem  registado alguns êxitos  importantes e  tem aprendido 

algumas  lições ao  longo dos últimos anos, sendo  importante destacar algumas delas. 

Entre estas encontra‐se o  consenso mundial que  se  tem manifestado no  sentido de 

concluir que a pobreza não se refere apenas a uma falha de recursos, como também 

diz respeito à negação dos direitos humanos. Um cidadão pobre não poderá nunca ser 

considerado como um cidadão livre (Peneda, 2010). 

  A  pobreza  constitui,  evidentemente,  uma  violação  dos  direitos  humanos 

universais  e,  como  tal  deve  ser  reconhecida.  Embora  este  reconhecimento  não 

implique de  imediato  a  supressão da  fome, da doença ou da  falta de  condições de 

habitabilidade,  assim  como  também  não  consegue  assegurar  a  garantia  de  um 

rendimento mínimo, e muito menos proporcionar aos pobres a autonomia económica 

que tanto precisam para a sua participação na vida colectiva, representa um grandioso 

salto  qualitativo  da  consciência  colectiva  e  impõe  aos  políticos  e  governantes  a 

necessidade da urgência em encarar este problema e engendrar todo um conjunto de 

soluções que possibilitem o progresso da humanidade. 

  É o presidente do Conselho Económico e Social,  José Silva Peneda, que, num 

artigo para o Jornal de Notícias, afirma que dentro do contexto da pobreza é a própria 

liberdade que é posta em causa. Não se trata apenas do desemprego e das carências 

que daqui possam resultar, mas a “inevitável perda de confiança em si e nos outros” 

(Peneda,  2010).  A  pobreza  tem  claros  efeitos  no  sentido  de  diminuir  a  capacidade 

humana;  o  indivíduo  necessitado  está  cultural,  psicológica  e  humanamente 

estigmatizado e reduzido. É um facto que um pobre quanto mais tempo permanecer 

nesta condição de privação mais baixa o seu nível de aspirações. 

  É a própria Declaração Universal dos Direitos Humanos que estabelece no seu 

artigo 1º a  liberdade e  igualdade em  termos de direitos e dignidade para  todos sem 

excepções, mas para os pobres esta asserção não representa mais do que um engano. 

 

3  

  Com  efeito,  não  há  nenhum  outro  fenómeno  social  que  afecte  tão 

profundamente os direitos humanos como o faz a pobreza. 

  Para Alfredo Bruto da Costa, actual presidente da Comissão Nacional Justiça e 

Paz (CNJP), uma das possíveis formas de se definir a pobreza passa por caracterizar o 

pobre como “alguém que é destituído de todas as formas de poder, sendo de tal forma 

destituído do poder que nem sequer tem poder para reivindicar os seus direitos mais 

elementares”  (Costa,  1999:  16).  Quando  o  autor  fala  aqui  do  conceito  de  poder 

pretender englobar as suas diversas ramificações, tais como são o poder económico, 

político, social e cultural. 

  Portanto, a pobreza é definida como uma exclusão, exclusão esta dos sistemas 

básicos de uma sociedade, como a saúde, a alimentação, a educação, a participação na 

vida  política  e  a  segurança  pessoal. O  pobre  encontra‐se,  assim,  numa  situação  de 

privação, os mais carenciados são entendidos como aqueles que estão à margem dos 

padrões médios de vida, seja no plano económico, seja noutro plano qualquer, como 

cultural  e moral;  e  está,  por  isso,  “excluído  de  participar  nos  hábitos  e  costumes 

correntes da sociedade em que vive” (Thompson apud Costa, 1999: 23). 

O subdirector geral da UNESCO para as Ciências Sociais e Humanas, Pierre Sané, 

não  aponta  como  principal  causa  da  persistência  da  pobreza  somente  à  questão 

financeira,  nem  aos  governos  que  eventualmente  se  possam  mostrar  incapazes  e 

corruptos, e que sejam indiferentes ao destino das suas populações, mas sim à justiça 

social. “A pobreza é, ao mesmo tempo, causa e efeito da negação total ou parcial dos 

direitos humanos a nível global” (Sané apud Ribeiro et al., 2008: 17). 

É o próprio sistema de desenvolvimento que gera pobreza e marginalização na 

vida  das  pessoas  que  não  têm  oportunidade  de  participar  na  construção  do  bem 

comum e que não têm, por conseguinte, acesso ao mercado de bens e serviços. 

Cada  vez  mais  no  nosso  mundo,  uma  parte  da  população  vive  entre  a 

abundância e a riqueza, enquanto a outra, mais numerosa, está submersa na escassez, 

na miséria e na marginalização. Vivemos num mundo no qual os  ricos  são  cada vez 

mais ricos e os pobres são cada vez mais pobres, sendo progressivamente mais abismal 

o fosso que os separa.   

4  

2.2 A  evolução  do  papel  do  Estado  no  contexto  de solidariedade social  

 

Se considerarmos a palavra solidariedade por si só, esta remete para uma ideia 

de unidade, de coesão e colaboração e de interesse universal pelo bem do próximo. 

Por sua vez, para Ernesto Campos, “solidariedade social é um nome novo para 

designar  algo  que  é  tão  velho  como  o  homem,  porque  se  inscreve  na  sua  própria 

natureza, frágil e perecível, vulnerável à dor, à doença (…), numa palavra, à pobreza” 

(Campos, 1986: 3). 

Aquilo a que antes se designava por “caridade” ou “filantropia”, para ser depois 

denominada como “assistência”, hoje em dia, este mesmo esforço de ajudar o outro 

para o qual estas três denominações apontam, é chamado de “solidariedade social”. 

É através da análise dos primórdios da solidariedade que é possível entender o 

modo  como  têm  evoluído  as  diferentes  formas  de  olhar  e  de  actuar  perante  os 

problemas sociais. Nos diferentes momentos da história, a iniciativa social tem vindo a 

desempenhar  de  diversos modos  a  sua  operação  neste  campo,  tendo  as medidas 

sofrido algumas alterações em relação às anteriores, não pressupondo, contudo, que 

estas desapareçam totalmente. 

Num primeiro momento, na  Idade Média, os pobres constituíam a maioria da 

população que surgem como os excluídos da sociedade, a quem a mesma tolera com 

maior ou menor amplitude. Tal como assegura o historiador francês, Jacques  le Goff, 

“pobre, doente e vagabundo são praticamente sinónimos na Idade Média” (Goff apud 

Delgado, 2000: 15). O pobre durante este período temporal encontra‐se num estado 

de  fraqueza  e  dependência  em  relação  aos mais  poderosos,  sendo  frequentemente 

humilhados, desprezados e objecto de desconsideração e maus  tratos. Aqui, o apoio 

aos mais  carenciados  era  efectuado  sobretudo  através  do  auxílio  das  famílias  e  da 

própria vizinhança, sendo estes os dois principais elementos que actuavam quando um 

indivíduo tinha problemas. Embora ainda hoje exerçam um papel importante, já não é 

exclusivo como outrora. Os senhores  feudais, os suseranos, também davam aos seus 

vassalos uma certa protecção e refúgio, que lhes teria de ser retribuída com fidelidade 

e trabalho. 

Também  se  deve  destacar  para  este  período  as  acções  caritativas  que  se 

destinam  aos  excluídos  que  não  estavam  sujeitos  à  protecção  dos  sistemas 

5  

anteriormente enunciados. A caridade era exercida pelos próprios cidadãos facultando 

esmolas,  os  grupos  de  abrigo  e  casas  de  misericórdia,  ou  organizações  religiosas 

mediante  os  seus  hospitais  eclesiásticos.  Estas  práticas  caridosas,  agora  mais 

ultrapassadas,  eram,  acima  de  tudo,  ligadas  a  sentimentos  religiosos  e  piedosos, 

estando fundamentalmente sob a orientação da Igreja que se encarregava de prestar 

cuidados aos pobres e marginais. 

É durante esta época que surgem as primeiras  leis  relativas à pobreza. Como 

fenómeno social que é, a pobreza constituía um problema para a colectividade, pelo 

que, para  se  tentar  impedir a mendicidade, as  suas vítimas eram  submetidas a uma 

reclusão  forçada  e  a  péssimas  condições  de  vida.  Os  pobres  eram  confinados, 

juntamente  com  os  doentes mentais,  em  prisões  com  a  finalidade  de  os  lançar  à 

segregação e afastá‐los da sociedade. 

Contudo, as práticas filantrópicas, apesar de representarem um passo essencial 

para  o  reconhecimento  da  pobreza  como  problema  colectivo,  mostram‐se  frágeis 

frente  às  exigências  da  integração  social.  A  protecção  feudal  e  eclesiástica  é 

progressivamente  reduzida,  começando  a  delinear‐se  os  contornos  da  beneficência 

pública. Esta, ao contrário da caridade, não é exercida pela  Igreja ou pelos cidadãos 

individualmente  considerados  que  dispõem  de meios  económicos,  o  protagonismo 

principal passa a  ser  representado pelos  corpos municipais. Esta nova acção pública 

rege‐se por dois princípios: o de erradicar a pobreza e mendicidade ao mesmo tempo 

que se amplia a  legislação que até então tinha sido desenvolvida, e a  impossibilidade 

de deixar o  indivíduo económica e socialmente desprovido a cargo da ajuda dos seus 

semelhantes,  nem  de  instituições  que  não  estavam  aptas  para  esta  finalidade. 

Começa‐se a pensar, assim, na necessidade de medidas  sociais públicas que possam 

cobrir as diversas situações de carência das nações. 

Foi preciso chegar ao século XVII para que o Estado enquanto tal interviesse no 

domínio  da  solidariedade  social.  Foi  o  governo  de  Isabel  I,  de  Inglaterra,  que 

promulgou  a  Lei  dos  Pobres  em  1601,  que  consistia  num  sistema  de  administração 

local, baseados em  impostos para  tratar do problema dos desamparados. Apesar de 

este  ter  sido  um  sistema  rudimentar  de  segurança  social,  constituiu  a  origem  do 

chamado Estado de bem‐estar. 

6  

A  beneficência  pública  supõe  a  superação  da  caridade.  Mas  não  se  pode 

esquecer de que a primeira fundamenta‐se no altruísmo e na generosidade, não sendo 

ainda a assistência aos mais carenciados visto como um direito próprio do cidadão. 

É  com  a  consolidação  da  Revolução  Francesa  que  surgem  na  sociedade  os 

princípios de igualdade, fraternidade e liberdade e começa‐se a considerar o indivíduo 

marginalizado  como  um  cidadão  igualmente  merecedor  de  direitos  e  deveres.  A 

assistência social emerge como sistema de protecção social, em que o Estado passa a 

ocupar‐se dos problemas dos pobres e dos marginais já não como uma tarefa residual, 

mas  como  uma  obrigação  que  lhe  era  intrínseca.  Isto  provoca  que  lentamente  se 

desvie a acção da  Igreja que até aqui  tinha desempenhado um papel omnipresente, 

em  benefício  da  acção  pública.  Contudo  e  apesar  de  a  intervenção  das  instituições 

religiosas constituírem ainda na actualidade um papel fundamental na intervenção aos 

mais necessitados,  a  constante participação de outros  sectores  representa um  salto 

qualitativo muito importante. 

A assistência  social aparece, de acordo com as  sociedades, como um  sistema 

mais ou menos  sistematizado de princípios, normas e procedimentos para ajudar os 

indivíduos,  grupos  e  comunidades  no  sentido  de  estes  poderem  satisfazer  as  suas 

necessidades  e  ultrapassarem  os  seus  problemas.  A  solidificação  do  conceito  de 

assistência  social  ocorre  a  par  e  passo  com  o  nascimento  do  Estado  liberal  e  da 

introdução do capitalismo  industrial, marcando, deste modo, o  início da preocupação 

dos poderes públicos em relação à acção social. 

Esta mudança de caridade para a solidariedade, e da beneficência aos serviços 

sociais é um aspecto fulcral na evolução histórica da atenção dedicada aos cidadãos. 

Actualmente,  as  preocupações  do  Estado  em  termos  de  bem‐estar  das 

populações  centram‐se,  em  simultâneo,  em  questões  gerais  e  outras  de  cariz mais 

particular. As primeiras têm tendencialmente o propósito de actuar a nível global, de 

melhorar a situação colectiva de emprego, os recursos disponíveis e a sua distribuição. 

As questões mais específicas estão, por  sua vez, destinadas a  resolver determinados 

problemas  concretos,  como  a  pobreza  especificamente,  organizar  e  garantir  a 

satisfação das principais necessidades e incidir em determinados contextos territoriais. 

   

7  

2.3. Traços gerais da pobreza no contexto europeu e português 

 

  Se por um  lado é notório que nos últimos 60  anos,  sensivelmente, o mundo 

tem  progredido  a  um  ritmo  impressionante,  e mais  do  que  em  toda  a  história  da 

humanidade, também é certo que as desigualdades entre as nações, e inclusive dentro 

delas,  têm  adoptado  dimensões  colossais,  sendo  esta  uma  das  características  que 

melhor descrevem o mundo contemporâneo. 

  Castel aponta a produção capitalista industrial, e o progresso e riqueza por ela 

proporcionada,  como  a  causa  principal  de  novas  formas  de  instabilidade  social, 

nomeadamente a  incerteza e a precariedade, que a partir de agora  irão abalar a vida 

das pessoas (Castel apud Magalhães, 2001: 570). 

  É certo que desde sempre tem havido pobres, e estes não deixarão de existir, 

podendo mesmo aumentar o seu número, mas esta situação atinge, nos nossos dias, 

traços  mais  visíveis  e  preocupantes  desde  a  revolução  industrial  e  a  imparável 

expansão do capitalismo, sobretudo a partir do século XIX. 

  Actualmente,  e  isto  é  cada  vez mais  evidente,  as  sociedades  que  povoam  o 

planeta  vivem  assentes  em  duas  culturas  antagónicas:  a  cultura  do  consumo,  que 

corresponde  à  cultura  da  opulência,  da  super‐abundância  de  tudo,  e  a  cultura  da 

pobreza, ou seja, da escassez de tudo, do temor pelo amanhã, das barrigas vazias e da 

falta de oportunidades e de perspectivas.  

  Encontramo‐nos num mundo de enormes disparidades, onde apenas um terço 

dos  seus habitantes usufrui da  riqueza,  enquanto os dois  terços  restantes  sofrem  a 

miséria. A este propósito pode considerar‐se a desigual distribuição dos rendimentos 

em Portugal, que é um dos mais elevados em toda a União Europeia. No nosso país, 

onde as desigualdades sociais são as maiores da União Europeia, a média dos salários 

mais altos é superior em mais de seis vezes à media dos salários mais baixos (Peneda, 

2010).  O  gráfico  a  seguir  indicado  evidencia  esta  divergência  descomunal  entre 

Portugal e a UE.  

   

 

Fonte

 

Jorna

passa

paíse

de vi

o seu

socia

corre

cons

 

2http:toolbo

 

e: Eurostat 

 

De acord

al  de  Notíc

ado,  Portug

es da União

ida, do des

u desconten

al  (Azevedo

espondem a

ideram a sit

   ://epp.eurostaox=sort 

Ilustra

do com o a

cias,  basead

gal  é  o  sex

 Europeia. P

emprego e 

ntamento e

o,  2010).  E

a uma dete

tuação econ

                     at.ec.europa.e

ação 1 – Difer

rtigo “Portu

do  numa  so

xto  país  com

Portanto, o

das reform

em relação a

E  as  expec

erioração da

nómica “má

                      eu/tgm/graph

rença salarial 

ugueses à e

ondagem  r

m  a  pior  si

s portugues

mas  insuficie

a campos c

ctativas  que

a realidade

á” (Jornal d

              h.do?tab=grap

na União Eur

espera que 

ealizada  en

ituação  soc

ses queixam

entes, agrav

omo o do d

e  os  mesm

, onde cerc

e Notícias, 

ph&plugin=0&

ropeia2 

a situação 

ntre Maio  e

cial  dentro 

m‐se cada ve

vando, con

desemprego

mos  detêm

ca de 90% d

2010). 

&pcode=tsisc0

social piore

e  Junho  do

do  conjunt

ez mais do 

sequentem

o e da prote

m  para  o  f

dos portugu

010&language

e”, do 

o  ano 

to  de 

custo 

mente, 

ecção 

uturo 

ueses 

e=en&

9  

  Apesar  disto,  o  Estado  nacional,  desde  a  década  de  90,  tem  aumentado  os 

gastos  com benefícios e  subsídios  com a população  inactiva,  tal  como o quadro e o 

gráfico abaixo representados ilustram. 

 

 

 

 

 

 

Quadro 1 – Despesas da Segurança Social em % do PIB3 

      

   Ilustração 2 – Despesa da Segurança Social em % do 

PIB4 

Fonte: Pordata 

                                                            3 http://www.pordata.pt/azap_runtime/?n=4 4 http://www.pordata.pt/azap_runtime/Main.aspx?n=4 

ainda

pate

verif

Fonte

 

5http:&tool

 

Se com

a um Estado

nte  uma  d

icadas para

 

e: Eurostat 

Il

   ://epp.eurostabox=data 

mparado com

o‐providênc

distância  co

a Portugal e 

ustração 3 – D

                     at.ec.europa.e

m os restan

cia ainda in

onsiderável 

para a méd

Despesa tota

 

                      eu/tgm/graph

ntes países 

ncipiente, on

nos  valore

dia europeia

l com política

              h.do?tab=grap

da UE, Port

nde, entre d

es  das  des

a. 

as sociais na U

ph&plugin=0&

tugal revela

diversos fac

spesas  de  p

União Europei

&pcode=tps00

a‐se como s

ctores, está

protecção  s

ia5 

0100&languag

10 

sendo 

á bem 

social 

ge=en

11  

2.4. Políticas necessárias para o combate à pobreza  

Segundo dados da Comissão Nacional Justiça e Paz, o aumento progressivo e a 

persistência  da  pobreza  é  interpretado  como  um  facto  avassalador.  Este  fenómeno 

social  atinge  cerca  de  metade  da  população  mundial  e  as  previsões  estatísticas 

remetem para o seu agravamento. 

Há  pobreza  na  Europa,  não  apenas  nos  países  de  Leste,  mas  à  beira  do 

Atlântico e do Mediterrâneo. A crise global teve, e continua a ter, um impacto real na 

vida  das  pessoas,  causado,  sobretudo,  pelo  desemprego.  Calcula‐se  que  a  pobreza 

afecta um em cada seis europeus. 

Neste preciso ano em que se comemora o ano europeu contra a pobreza e a 

exclusão  social, procura‐se,  fundamentalmente,  responder  à  seguinte questão:  “que 

políticas  aplicar para  acabar  com uma estatística que envergonha  a própria  Europa, 

onde 17% da população é pobre?” (Watson, 2010). 

Apesar de ter um dos sistemas de segurança social mais generosos do mundo, 

é um facto que a outrora opulenta e pujante Europa conta com cerca de 80 milhões de 

pessoas que se deparam diariamente com as dificuldades da pobreza. As estatísticas 

revelam  que  20%  das  crianças,  19%  dos  idosos  e  8%  das  pessoas  empregadas  na 

Europa debatem‐se com o problema da pobreza. 

Se mudarmos a escala e nos concentrarmos em Portugal, os valores tornam‐

se ainda mais alarmantes, onde se verifica que 23% das crianças, 22% dos idosos e 12% 

da população que tem emprego encontram‐se em situação de pobreza. Um facto bem 

patente nestas estatísticas é a maior propensão de pobreza monetária à  facção mais 

jovem  da  população,  estando,  por  conseguinte,  também  as  suas  famílias 

particularmente vulneráveis à pobreza. 

 Ao  todo, no nosso país estima‐se que 18% da população enfrenta nas  suas 

vidas questões relacionadas com a necessidade e escassez de recursos indispensáveis à 

sua sobrevivência. 

Os  dados  estatísticos  antes  enunciados  são  reveladores  da  insuficiência  do 

alcance das políticas sociais, cujo principal objectivo seria o de garantir a igualdade em 

direitos e oportunidades para todas as pessoas. E o que se verifica é que, na verdade, 

as  actuais  transferências  sociais  não  estão  a  ser  eficazes  na  redução  do  risco  da 

pobreza.  Estamos,  por  isso,  perante  políticas  sociais  defeituosas,  como  indica 

12  

Rosanvallon,  “… os excluídos não  constituem uma ordem, uma  classe ou um  corpo. 

Eles  indicam antes, uma  falta, uma  falha do  tecido  social”, à qual é urgente  reparar 

(Rosanvallon apud Rodrigues et al., 1999: 66). 

A  integração  dos  grupos  empobrecidos  passa  necessariamente  pela  sua 

participação activa no  funcionamento dos grupos sociais organizados. Ao  falar‐se em 

programas  de  inclusão  somos  imediatamente  remetidos  para  um  conjunto  de 

situações  que  devem  actuar  ao  nível  das  relações  de  trabalho,  familiares  e  sociais. 

Estão aqui em causa quatro sistemas distintos mas com o mesmo propósito, combater 

os  problemas  inerentes  à  pobreza.  O  primeiro  a  considerar  é  o  sistema  político‐

jurídico,  que  se  encarrega  de  agir  na  integração  cívica  e  política;  os  sistemas 

económico  e  territorial  que  conjectura  a  integração  sócio‐económica  num 

determinado  espaço  geográfico;  o  sistema  de  protecção  social  que  visa  garantir  a 

integração social e familiar e, finalmente, o âmbito comunitário e simbólico, que deve 

tornar exequível a  integração  familiar na comunidade mais abrangente  (Rodrigues et 

al., 1999: 78‐79). 

É  por  estes motivos  que  Alfredo  Bruto  da  Costa  apela  para  o  “sentido  de 

urgência”, para a “necessidade de saber distinguir entre o que é urgente e o que pode 

ser adiado. E alguém com  fome não pode esperar pelas  transformações  sociais para 

jantar daqui a cinco ou dez anos” (Costa, 1999: 19). 

No entanto, desde 1986, com a entrada de Portugal na União Europeia, que o 

país tem vindo a beneficiar de diversos fundos estruturais e de programas de combate 

à pobreza, que  têm por objectivo primordial o de diminuir  as desigualdades e o de 

homogeneizar os aspectos económicos, políticos, sociais e culturais entre os 27 países 

integrantes da comunidade europeia. Um dos avanços com que o nosso país contou no 

campo  da  protecção  social  foi  a  implementação,  em  1997,  do  Rendimento Mínimo 

Garantido  (RMG),  que  viria  mais  tarde  ser  substituído  pelo  Rendimento  Social  de 

Inserção  (RSI). Em 2000, o RMG, representava  já quase 0,3% do PIB, que se  traduzia 

em  270  milhões  de  euros  aproximadamente,  contando  com  quase  500  mil 

beneficiários (Moutinho et al., 2006: 24). 

Durante  o  ano  passado  a Rede  Europeia Anti‐Pobreza  (REAPN)  lançou  uma 

campanha para “desmistificar a  imagem negativa” que  se  tem  relativamente ao RSI, 

assim como aqueles que dele favorecem. O padre Agostinho Moreira, responsável da 

REAPN em Portugal, salienta o  facto de a pobreza poder atingir qualquer português, 

13  

sendo preciso encarar o RSI como uma “medida justa e necessária para as pessoas que 

têm direito a ela mas não pode ser aplicada como mais um subsídio a dar” (Expresso, 

2009). 

 O crescente  fenómeno da pobreza coloca diversos desafios, nomeadamente o 

de  ajudar  a  construir  uma  sociedade mais  justa  e  solidária.  Torna‐se,  deste modo, 

essencial uma nova geração de políticas sociais activas: políticas equitativas centradas 

nas pessoas, na promoção das capacidades; na promoção das condições de vida e das 

oportunidades de participação social, por exemplo.  

   

14  

2.4.1. “Programa do XVIII Governo Constitucional”  

O Programa do XVIII Governo Constitucional, que delimita os objectivos do 

governo  para  os  quatro  anos  da  sua  legislatura,  de  2009  a  2013,  evidencia,  entre 

outros aspectos, a prioridade outorgada ao desenvolvimento das políticas sociais, bem 

como à redução das desigualdades entre os cidadãos portugueses. 

Durante a apresentação deste Programa na Assembleia da República, Helena 

André,  Ministra  do  Trabalho  e  da  Solidariedade  Social,  destacou  os  três  desafios 

fundamentais  que  se  colocam  ao  país  na  área  do  trabalho  e  da  segurança  social: 

promover o emprego, reduzir as desigualdades sociais e desenvolver a protecção social 

e  as  políticas  públicas  estabelecidas.  Mas,  para  que  estas  medidas  sejam 

concretizadas, a Ministra apela para a necessidade do envolvimento por parte de não 

só os políticos, como  também de “todos os agentes económicos e  sociais em geral” 

(Portal do Governo, 2009). 

Este Programa anuncia um conjunto de prioridades e aspirações para o futuro 

da  nação,  no  qual  são  estipuladas  “as  orientações  políticas  para  prosseguir  a 

modernização do País de modo a preparar o futuro e preconiza o reforço das políticas 

sociais  e  do  Estado  Social”  (Portal  do  Governo,  2010b:  4)  através  do  reforço  do 

combate às desigualdades sociais, complementado pelo reforço e aperfeiçoamento do 

sistema público de segurança social. 

Para este propósito são apresentadas um vasto leque de medidas, entre as quais 

se  podem  considerar  a  introdução  de  um  novo  apoio  público  dirigido  às  famílias 

trabalhadoras e com filhos que possuam rendimentos inferiores ao limiar da pobreza; 

o aumento do  salário mínimo nacional; o  reforço dos abonos destinados às  famílias 

monoparentais e às que forem constituídas por dois ou mais filhos; o reforço, também, 

do  complemento  solidário para  idosos; a promoção da  inserção  social e profissional 

das  famílias  beneficiárias  do  rendimento  social  de  inserção;  o  reforço  dos  apoios 

públicos no sentido da inclusão social nos espaços que apresentem elevados índices de 

exclusão;  dar  continuidade  à  luta  contra  a  utilização  reprovável  e  a  acumulação 

indevida  dos  apoios  e  recursos  públicos,  de  forma  a  erradicar  os  diversos 

comportamentos  fraudulentos  a  que  se  assiste  nesta  matéria;  no  sentido  de  se 

reforçar o sistema público de segurança social é apresentado o estabelecimento de um 

Acordo Internacional de Segurança Social entre os países de língua oficial portuguesa, 

15  

de forma a garantir a protecção social dos trabalhadores e das suas próprias famílias e 

com  o  intuito  de melhorar  a  eficiência  da  protecção  social,  e  será  criado  um  novo 

Portal  da  Segurança  Social,  que,  de  acesso  mais  fácil,  se  destina  a  fortalecer  o 

conhecimento e exercício de direitos e deveres face à segurança social. 

Estas  medidas  são  igualmente  apresentadas  no  documento  relativo  às 

“Grandes opções do plano 2010‐2013”, onde se circunscrevem as principais  linhas de 

actuação política para este espaço de tempo. 

É na sua segunda opção que se aborda a questão do reforço da coesão social ao 

tentar‐se  reduzir  a  pobreza  e  criar  mais  igualdade  de  oportunidades  (Portal  do 

Governo, 2010a). 

 

        

16  

2.4.2. “Programa  de  Estabilidade  e  Crescimento  2010‐2013” (PEC) 

 

De  carácter  controverso  e  questionável  pelos  portugueses,  o  Programa  de 

Estabilidade  e Crescimento,  aprovado pelo Parlamento,  a  12 de Março do presente 

ano,  dita  algumas medidas  propostas  pelo Governo  com  o  objectivo  de  diminuir  a 

despesa  e  aumentar  as  receitas  públicas.  A  execução  das medidas  contidas  neste 

documento pretendem reduzir, durante os próximos quatro anos abrangidos por este 

programa, o défice orçamental em 6.5 pontos percentuais, ou  seja, de 9.3% do PIB 

para 2.8% previsto para 2013. Assim como também se procura corrigir o crescimento 

da dívida pública até 2013. 

Relativamente  às  despesas  sociais  irão  ser  aplicadas  medidas  como  a 

“definição  de  tectos máximos  de  despesa  com  as  prestações  sociais  do  regime não 

contributivo da Segurança Social”, incluindo‐se aqui o Rendimento Social de Inserção e 

a “alteração do  regime do subsídio de desemprego”, com o  fim último de promover 

um regresso mais acelerado dos indivíduos à vida activa. 

A adopção destas medidas visa controlar a evolução das prestações sociais no 

peso do PIB, as quais representam actualmente apenas 21.9% (“apenas” porque este 

valor está consideravelmente abaixo da média da União Europeia, 26.2%, e dos 27% 

estimados para a zona euro), e que, apesar disto, o Governo pretende reduzi‐las para 

21.4%, isto é, em 0.5%, o que se traduz numa redução de, nada menos do que, 836.8 

milhões de euros no apoio às classes desfavorecidas (Portal do Governo, 2010b: 19). 

   

17  

2.4.3. “2010  –  Ano  europeu  de  combate  à  pobreza  e  exclusão social” e “Europa 2020” 

 

Há  já  dez  anos  que  os  dirigentes  europeus  estabeleceram,  na  Estratégia  de 

Lisboa,  a meta  de  reduzir  a  pobreza  na União  Europeia, mas  agora  que  o  prazo  se 

aproxima  do  fim,  estando  ainda  os  resultados  longe  dos  objectivos  iniciais,  a  UE 

nomeou 2010 como o ano europeu conta a pobreza e a exclusão social, em que cada 

país‐membro terá o seu próprio programa para abordar problemas específicos. 

Normalmente, e sobretudo na sociedade ocidental, existe a tendência para se 

pensar que a pobreza é uma realidade  longínqua do nosso meio, das nossas cidades, 

do nosso país e do nosso continente. Mas a verdade é que apesar de a Europa ser, do 

ponto  de  vista  económico,  o  continente mais  rico  e  desenvolvido  do mundo,  é  um 

facto que a pobreza e a exclusão social são dois factores que aqui têm vindo a adoptar 

dimensões catastróficas. 

É  por  este motivo  que  neste  ano  a  comunidade  europeia  se  propôs  a  lutar 

contra estes dois fenómenos sociais. 

Depois do colapso de  inúmeros bancos, em Setembro de 2008, consolidou‐se 

um clima de crise financeira. Passados quase dois anos, os mercados vão recuperando 

a pouco e pouco, mas a crise provocou consequências sociais sem precedentes. Muitas 

famílias defrontam‐se com a pobreza e com um endividamento excessivo. Estima‐se 

que a  taxa de desemprego, para  finais de 2010 nos países europeus ultrapassará os 

10%, como o demonstra o quadro número 2. 

Estimam‐se  que  cerca  de  80 milhões  de  europeus  vivem  em  condições  de 

pobreza, número alarmante para o  conjunto de países que  se afigura  como os mais 

ricos do mundo. 

O impacto da pobreza é portanto, considerável na população em geral e ainda 

maior para as minorias étnicas e famílias numerosas e monoparentais. 

É  neste  sentido  que  o  ano  europeu  2010  tem  como  propósito  aumentar  a 

sensibilização dos principais agentes, como os governos, os meios de opinião pública e 

da população no seu geral, acerca das causas e consequências da pobreza no contexto 

europeu. 

 

 

10&la

 

   6h

anguage=en&t

                     http://epp.eutoolbox=data

                      rostat.ec.euro 

              opa.eu/tgm/g

Fo

Q

de

graph.do?tab=

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

onte: Eurostat

Quadro 2 ‐Perc

esemprego6 

=graph&plugin

centagem de 

n=0&pcode=t

18 

 

tsiem1

19  

Foi em Março deste mesmo ano que a Comissão Europeia lançou a “Estratégia 

Europa  2020”,  onde  com  um  plano  de  acção  para  os  próximos  dez  anos,  a  União 

Europeia busca reduzir o número de cidadãos afectados pela pobreza na ordem dos 20 

milhões de pessoas, e a preparar em  termos económicos  todos os Estados‐membros 

para a década que se avizinha. 

Ainda  com  alguns  pontos  a  serem  definidos,  esta  estratégia  prevê  estar 

concluída  até  Junho.  Este  plano  vem  substituir  a  anterior  “Estratégia  de  Lisboa”, 

aprovada em 2000 e em que os seus objectivos ainda estão por cumprir.  

20  

3. Descrição detalhada da pesquisa  

O primeiro aspecto a mencionar sobre o processo de realização do presente 

trabalho  diz  respeito  à  escolha  do  tema.  Entre  o  conjunto  de  possíveis  hipóteses 

estipuladas podia contra‐se com o combate ao trabalho infantil, as novas religiões em 

Portugal, a cooperação europeia com África e a pobreza e exclusão social. Ainda sem 

nenhuma ideia específica, optei, logo de início, pelo último ponto. 

 Para conseguir delimitar o alcance deste vasto tópico recorri à Internet, onde 

efectuei uma pesquisa  superficial e pude  ter acesso aos mais variados assuntos que 

emergiam  progressivamente.  Foi  quando  então  me  deparei  com  a  questão  da 

solidariedade  social no  contexto de pobreza  e  considerei  interessante  e,  ao mesmo 

tempo  de  grande  proveito  cultural  abordar  dentro  desta  temática  o  papel  ocupado 

pelo Estado e outros organismos competentes. 

Tendo  já, portanto,  fixado os  contornos da minha  área de  trabalho,  alusiva 

especificamente  às  políticas  e  iniciativas  sociais  implementadas  tanto  pelo Governo 

nacional como no âmbito europeu, procedi à pesquisa propriamente dita. 

Para  iniciar o processo de recolha de  informação escolhi, em primeiro  lugar, 

procurar em edições electrónicas de jornais sobre esta matéria. Neste caso o Jornal de 

Notícias foi aquele que mais mostrou ter dados disponíveis sobre este assunto. No site 

do  jornal,  através  da  pesquisa  “política  social  pobreza”  e  depois  de  ter  limitado  os 

resultados para apenas os que estavam compreendidos entre Janeiro e Maio de 2010, 

de  forma  a  obter  notícias  actuais  e  de  maior  relevância,  tive  acesso  a  várias 

publicações  que  revelaram  grande  utilidade  para  o  trabalho.  As  principais 

correspondem aos artigos “Chegam as políticas sociais para acabar com a pobreza?”e 

“Um  cidadão  pobre  não  é  um  cidadão  livre”.  Ao  manter  os  mesmos  critérios  de 

selecção  de  data  das  notícias,  mas  ao  mudar  os  descritores  de  pesquisa  para 

“protecção social pobreza” encontrei mais três que se declararam fundamentais para a 

execução  do  trabalho,  tais  como  “Problemas  estruturais  na  economia  portuguesa”, 

“Portugueses à espera que situação social piore” e “Portugueses consideram situação 

económica «má»”. 

O  passo  seguinte  consistiu  numa  pesquisa  no  catálogo  online  da  biblioteca 

geral  da  Universidade  de  Coimbra,  no  qual  descobri  algumas  obras  sumamente 

21  

proveitosas, nomeadamente  “Pobreza  e  solidariedade” de Alfredo Bruto da Costa  e 

“Pobreza direitos humanos e cidadania” da Comissão Nacional Justiça e Paz. 

A restante procura de informação decorreu na Internet, onde pude ter acesso 

ao site do Governo de Portugal, http://www.portugal.gov.pt/, e ingressar no Programa 

XVIII do Governo Constitucional, do qual fiz download na íntegra para poder retirar as 

informações  mais  pertinentes.  Neste  mesmo  site  ainda  me  foi  útil  a  intervenção 

proferida  pela  Ministra  do  Trabalho  e  da  Solidariedade  Social  aquando  da 

apresentação do programa anteriormente referido na Assembleia da República. Ainda 

no portal do Governo, através do separador “Ministérios”, para de seguida aceder ao 

“Ministério  das  Finanças  e  da  Administração  Pública”,  consultei  os  programas  e 

dossiers disponíveis entre os quais  se podia  consultar o Programa de Estabilidade e 

Crescimento  (PEC),  que  foi  uma  importante  contribuição  para  a  tarefa  aqui 

desenvolvida. 

Sites  possuidores  de  informação  estatística  como  o  Eurostat  e  a  Pordata 

também se demonstraram uma mais‐valia ao permitir corroborar com dados actuais a 

realidade que foi descrita ao longo deste trabalho.   

22  

4. Avaliação de uma página internet  

http://www.reapn.org/ 

 Para proceder à avaliação da página da internet requerida para este trabalho, 

recolhi  o  sítio  Web  referente  à  Rede  Europeia  Anti  Pobreza/Portugal  (REAPN), 

http://www.reapn.org/. 

Apesar de este site não estar dentro das minhas referências utilizadas para a 

recolha de informação do trabalho, este possui dados muito úteis e pertinentes acerca 

da questão da pobreza e da exclusão social. 

Normalmente, e isto constitui uma das grandes desvantagens da internet, não 

se pode confiar em  todas as  informações que  são disponibilizadas, pois uma grande 

parte  delas  têm  um  fundo  enganador  e  até  incerto. Mas,  uma  vez  que  este  site  é 

referente a uma entidade, todo o seu conteúdo, eventos e documentos relativos a esta 

questão social são provenientes de fonte segura e, portanto, fiáveis. 

A  REAPN  apresenta‐se  como  sendo  uma  entidade  sem  fins  lucrativos, 

reconhecida como Associação de Solidariedade Social 

O  sítio  destina‐se  não  só  a  publicar  as  iniciativas,  campanhas  e  acções  de 

formação  dentro  do  âmbito  já  referido,  como  também  tem  um  conjunto  de 

publicações, entre as quais se podem considerar a revista semestral de política social, 

a  Rediteia,  editada  pela  própria  REAPN;  os  cadernos  REAPN  e  a  RedACÇÃO  que 

consistem em artigos fundamentados em estudos, projectos e investigações realizados 

na área da pobreza e exclusão social, e outros boletins regionais que têm por objectivo 

divulgarem as actividades e acções levadas a cabo em cada região em particular.  

Através deste  sítio  são  também promovidas  iniciativas de voluntariado e de 

associação à REAPN. 

Um aspecto muito positivo deste site é a existência de um mapa do mesmo 

que facilita a movimentação através de toda a página Web. E o seu próprio endereço 

url abona a seu favor, já que é curto e intuitivo por se tratar das iniciais desta entidade. 

Também  estão  disponibilizados  os  contactos  dos  diversos  responsáveis  por 

esta associação. Assim como estão,  igualmente, no canto superior presentes  ligações 

23  

para o blog da Flash Red e para uma página que a mesma dispõe na  rede  social do 

Facebook. 

Já que a REAPN tem o principal objectivo de divulgar as acções a realizar no 

campo  da  pobreza  e  exclusão  social,  faz  uso  de  uma  linguagem  simples  e  de  fácil 

compreensão,  tendo,  por  conseguinte,  o  seu  alcance  dirigido  a  um  público  mais 

generalizado,  de  forma  a  fazer  transmitir  a  sua  informação  a  uma maior  extensão 

possível das camadas sociais. 

Em termos cronológicos o sítio dispõe, na sua página principal, de um agenda 

para  o  mês  actual,  onde  se  pode  aceder  a  cada  item  específico  e  obter  mais 

informações relativas sobre cada actividade. 

No que concerne à amplitude da informação aqui abordada, assiste‐se a uma 

grande diversidade de tópicos tratados, temas estes que são todos relativos a assuntos 

da  sociedade,  indo,  por  exemplo,  desde  a  divulgação  de  acções  de  formação  em 

terapia familiar, integração social dos imigrantes, inteligência emocional e até mesmo 

relativa  à  intervenção  psicossocial  e  educativa  junto  de  famílias  consideradas  em 

situação de risco. 

A nível do aspecto gráfico, este apresenta uma estrutura simples e com cores 

atractivas  para  o  leitor,  o  que  torna  a  leitura  e  navegação  bastante  acessíveis  e 

agradáveis para quem consulta a página.  

Em tom de conclusão, este site é de grande proveito, uma vez que difunde as 

mais diversas  iniciativas que são efectuadas pela REAPN com o propósito de reunir o 

maior número de  intervenientes para apoiar as causas que são aqui desenvolvidas e 

lutar contra os  fenómenos de pobreza e exclusão  social que  tanto afligem o mundo 

contemporâneo. 

 

24  

5. Ficha de leitura 

6.       

     

  

 Para a realização da ficha de  leitura requerida para o presente trabalho, optei 

por escolher um artigo da autoria de Rosana Magalhães, graduada em Nutrição pela 

Universidade  Federal  do  Rio  de  Janeiro,  mestre  em  Saúde  Pública  pela  Fundação 

Oswaldo Cruz e doutorada em Saúde Colectiva pela Universidade Estadual do Rio de 

Janeiro. 

O artigo em questão  tem o  título de “Integração, exclusão e solidariedade no 

debate  contemporâneo  sobre  as  políticas  sociais”. O mesmo  encontra‐se  disponível 

através da biblioteca electrónica online de revistas e artigos científicos, Scielo. Este foi 

publicado  no  número  3,  do  volume  17  dos  Cadernos  de  Saúde  Pública, 

correspondendo  à  edição  de  Maio/Junho  de  2001.  O  documento  conta  com  11 

páginas, sendo a pobreza; política social e assistência pública as suas palavras‐chave. 

Resumo: 

Este texto aborda aspectos teóricos contemporâneos na relação entre a política 

social e a pobreza. A ligação entre estes dois elementos permitem esclarecer acerca do 

problema que representa enfrentar a pobreza nas actuais sociedades. Neste sentido a 

autora  define  a  evolução  do  papel  do  Estado  no  que  à  intervenção  nas  carências 

sociais de uma dada nação diz respeito. A política social tem como finalidade munir de 

bens e serviços a população que deles carece, procurando proporcionar‐lhe bem‐estar 

em sectores como o da saúde, educação e habitação.   

Título da publicação: “Integração, exclusão e solidariedade no debate contemporâneo sobre as 

políticas sociais” 

Autora: Rosana Magalhães 

Local  onde  se  encontra:  http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102‐

311X2001000300012&lang=pt 

Data de publicação: 2001 

Data de leitura: Maio de 2010 

Assunto: o progresso da assistência pública no contexto de pobreza e exclusão social 

25  

Estrutura: 

A autora começa por apresentar os aspectos simultaneamente contrários que 

resultam da produção capitalista industrial do século XIX. Se por um lado este revelou‐

se  como  sendo  um  sistema  extremamente  benigno  às  sociedades,  uma  vez  que 

possibilitou  o  progresso material  e  económico  das mesmas,  constitui  também  um 

péssimo sistema, já que acompanhada pela industrialização surgiram a precariedade, a 

incerteza e novas formas de instabilidade social. 

E apesar de  já nos finais do século XVIII ter começado a ser criada uma ampla 

rede de  corporações,  sociedades de ajuda mútua e associações de apoio à pobreza, 

esta  solução  acaba  por  se  tornar  insuficiente  perante  o  agravamento  das  carências 

sociais. 

Será já no final do século XIX, com o contributo de Augusto Comte e de Pierre 

Leroux  acerca  da  solidariedade,  que  se  começam  a  delinear  novas  formas  de 

intervenção pública no plano de acção de  luta contra a pobreza. É desta forma que o 

Estado se desfaz do seu papel secundário e começa a encarregar‐se directamente pela 

“materialização da solidariedade” mediante organismos de distribuição de bens e de 

serviços sociais. 

É neste contexto de maior intervenção por parte do Estado nas questões sociais 

que  surge o conceito de Estado‐providência  (welfare  state, em  inglês), que consiste, 

basicamente, num conjunto de instituições públicas destinadas a elevar o nível de vida 

da  força de  trabalho e,  inclusive, da população em geral. Trata‐se de um Estado no 

qual o governo promove benefícios  sociais através da  repartição de bens e  serviços 

sociais  dirigidos  aos  cidadãos.  Surge,  portanto,  um  novo  compromisso  político  em 

torno do bem‐estar da população de uma determinada nação. 

Na  última  parte  do  texto,  a  autora  faz  referência  à  decadência  do  Estado‐

providência e dos problemas que lhe estão inerentes. Até sensivelmente os anos 70 do 

século XX, o Estado‐providência das sociedades desenvolvidas foi bem sucedido na sua 

política  de  luta  contra  a  vulnerabilidade  social.  Contudo,  nas  últimas  décadas,  e 

fortemente  influenciado pela doutrina neoliberal dos anos 80, o Estado abandonou, 

progressivamente as prestações básicas públicas e isso traduziu‐se, rapidamente, num 

funcionamento ineficaz dos serviços. 

26  

A pouco e pouco foram notórias as diversas transformações que ocorreram no 

processo produtivo e na insuficiência dos empregos, resultando num número colossal 

de desempregados e em novos dilemas para a intervenção pública. O que fez com que 

a  solidariedade  fundamentada  na  contribuição  e  prestação  de  serviços  ou  acesso  a 

benefícios,  ficasse  impossibilitada  de  fazer  frente  às  novas  modalidades  de 

precariedade e de desigualdades. 

Assim sendo, cada vez mais as questões relacionadas com a pobreza e a miséria 

de uma sociedade exigem uma nova postura do Estado e a descoberta de  respostas 

capazes de articular múltiplos actores sociais e diferentes parcerias. 

Exige‐se,  assim,  do  Estado  uma  intervenção  que  é  insubstituível  na 

transformação  social  em  benefício  das  populações mais  carenciadas,  com  base  no 

critério de que o bem‐estar geral e duradouro requer a criação de emprego produtivo 

e da promoção de mecanismos institucionais e financeiros.  

   

27  

6. Conclusão  

Com  a  realização deste  trabalho  conclui‐se que  a  situação europeia  atravessa, 

efectivamente,  um  período  muito  conturbado  em  termos  sociais,  onde 

aproximadamente 80 milhões de homens, mulheres,  idosos e  crianças  são atingidos 

pelo  problema  da  pobreza.  Sendo,  por  isso,  necessário,  que  a  redução  da  pobreza 

represente  um  desafio  e  um  objectivo  fundamental  que  qualquer  governo  se 

proponha a ultrapassar. 

Numa Europa em que 80 milhões de pessoas vivem condições de pobreza, em 

que  os  mais  ameaçados  são  os  desempregados,  os  pais  solteiros  (as  mulheres, 

sobretudo), os idosos, as crianças, os imigrantes e as minorias étnicas e até uma nova 

classe social, os empregados pobres, resultado do actual contexto de crise social. 

É  pois  necessário,  aliás,  constitui  uma  obrigação,  que  os  países  facilitem  e 

assegurem o acesso aos serviços básicos da dignidade humana a todas as pessoas que 

se encontrem numa posição de vulnerabilidade. E que a política social seja executada 

com o  intuito de corrigir as  falhas existentes no mercado, sendo  fundamental que a 

legislação seja orientada para a protecção de grupos marginalizados e que as despesas 

sociais sejam encaminhadas para a redução da vulnerabilidade dos mais carenciados. 

No entanto, algumas das medidas que estão a ser  implementadas em Portugal 

parecem  ir  contra  esta  urgência  de  resolver  as  questões  sociais.  Considere‐se,  por 

exemplo, a reunião do Conselho Ministros realizada a 27 de Maio de 2010, na qual se 

procedeu  à  aprovação  do  Decreto‐Lei  que  regulamenta  a  eliminação  de  algumas 

medidas  temporárias  que  haviam  sido  seguidas  a  propósito  do  clima  geral  de  crise 

económica que ainda hoje se vivencia, onde se destaca a eliminação do subsídio social 

de  desemprego  quando  dele  se  beneficia  por mais  de  seis meses.  O  Programa  de 

Estabilidade  e  Crescimento,  proposto  para  o  período  2010‐2013,  também  actua  no 

sentido  de  diminuir  a  despesa  ao  passo  que  se  aumentam  as  receitas  públicas, 

implicando,  inevitavelmente,  a  redução,  na  ordem  dos  836.8 milhões  de  euros,  da 

ajuda aos sectores sociais economicamente desfavorecidos. 

Contudo, assiste‐se, na Europa e no mundo, a uma proliferação de campanhas e 

iniciativas de solidariedade social, que visa erradicar os problemas que a pobreza e a 

exclusão social provocam hoje na sociedade. 

28  

7. Referências bibliográficas  

Fontes impressas: Campos, Ernesto (1986), Papel das instituições particulares de solidariedade social. S.l.: s.e.  

Costa, Alfredo Bruto da (1999), Pobreza e solidariedade. Lisboa: Terraço. 

 

Delgado, João Paulo Ferreira (2000), A pobreza e a marginalização social do séc. XV aos 

nossos dias. Porto: Universidade Portucalense Infante D. Henrique 

 

Ribeiro, Eduarda; Oliveira,  Isabel Roque de e  Silva, Manuela  (2007)  (orgs.), Pobreza, 

direitos humanos e cidadania.  Lisboa: Comissão Nacional Justiça e Paz. 

 

Rodrigues, Eduardo Vítor et al. (1999), “A pobreza e exclusão social: teorias, conceitos 

e  políticas  sociais  em  Portugal”.  Sociologia  –  Revista  da  Faculdade  de  Letras  da 

Universidade do Porto, 9, 63‐ 99.  

  

Internet:  

Azevedo,  Célia Marques  (2010),  “Portugueses  à  espera  que  situação  social  piore”. 

Jornal  de  Notícias,  2  de  Fevereiro.  Página  consultada  em  15  de  Maio  de  2010, 

disponível  em 

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/interior.aspx?content_id=1484702 

 

Expresso (2009), “Pobreza: Rede Europeia lança campanha para desmistificar imagem 

negativa sobre Rendimento Social de Inserção”, 9 Junho. Página consultada em 17 de 

Maio  de  2010,  disponível  em  http://aeiou.expresso.pt/pobreza‐rede‐europeia‐lanca‐

campanha‐para‐desmistificar‐imagem‐negativa‐sobre‐rendimento‐social‐de‐

insercao=f520035 

 

Jornal de Notícias (2010), “Portugueses consideram situação económica «má»", 10 de 

Fevereiro.  Página  consultada  em  12  de  Maio  de  2010,  disponível  em 

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/interior.aspx?content_id=1491310 

 

29  

Magalhães,  Rosana  (2001),  “Integração,  exclusão  e  solidariedade  no  debate 

contemporâneo sobre as políticas sociais”. Cadernos de Saúde Pública, 3, (XVII). Página 

consultada  em  10  de  Maio  de  2010,  disponível  em 

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102‐

311X2001000300012&lang=pt  

Moutinho, Albino  et al.  (2006),  “Rendimento  Social de  Inserção”. Página  consultada 

em  25  de  Maio  de  2010,  disponível  em 

http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:p6KzJr_Xy2IJ:dspace.feg.porto.ucp.pt:80

80/dspace/bitstream/2386/63/1/Rendimento%252BSocial%252Bde%252BInser%2525

C3%2525A7%2525C3%2525A3o.pdf+rendimento+social+de+inserçao+albino+moutinh

o&hl=pt‐

PT&gl=pt&pid=bl&srcid=ADGEESgRtW4Y_U5z2xc34VRpEQkMKn_D37pBmO5m0DU829

8bh6G1ev7ZxvwWf0ICyN2tTV9APxxrawzCCXKA34cv8X6aaKr4zzwlMBbRDvCa3gO‐

cZMDMEhIE1tOhfUEFb6tJunM2tj6&sig=AHIEtbQschfZiLeHdb1M3P63jKBL0tLOFg  

Peneda, J. Silva (2010), “Um cidadão pobre não é um cidadão livre”. Jornal de Notícias, 

26 de Abril. Página consultada em 18 de Maio de 2010, disponível em 

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/interior.aspx?content_id=1553166 

 

Portal  do  Governo  (2009),  “Centrar  energias  no  relançamento  da  economia  e  na 

promoção  do  emprego”.  Página  consultada  a  20  de Maio  de  2010,  disponível  em 

http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Governo/Ministerios/MTSS/Intervencoes/Pages

/20091105MTSS_Int_Prog_Gov.aspx 

 

Portal do Governo (2010a), “Grandes Opções do Plano 2010‐2013”. Página consultada 

em  21  de  Maio  de  2010,  disponível  em 

http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Governo/Ministerios/MF/ProgramaseDossiers/P

ages/20100126_MFAP_Doss_GOP.aspx 

30  

Portal  do  Governo  (2010b),  “Programa  de  Estabilidade  e  Crescimento”.  Página 

consultada  em  20  de  Maio  de  2010,  disponível  em 

http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Governo/Ministerios/MF/ProgramaseDossiers/P

ages/20100315_MFAP_Doss_PEC.aspx 

 

Watson,  Leonor  Paiva  (2010),  “Chegam  as  políticas  sociais  para  acabar  com  a 

pobreza?”.  Jornal  de Notícias,  21  de  Janeiro.  Página  consultada  em  17  de Maio  de 

2010,  disponível  em 

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/interior.aspx?content_id=1474784

  

Anexo A Avaliação da página da internet 

  

Anexo B   

Texto de suporte da ficha de leitura  Magalhães,  Rosana  (2001),  “Integração,  exclusão  e  solidariedade  no  debate 

contemporâneo sobre as políticas sociais”. Cadernos de Saúde Pública, 3, (XVII). Página 

consultada  em  10  de  Maio  de  2010,  disponível  em 

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102‐

311X2001000300012&lang=pt